Revista ARC DESIGN Edição 28

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QUADRIFOGLIO EDITORA Nº 28 2002 R$ 12.50 ARC DESIGN Nº 28 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2002 REVISTA BIMESTRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES COMPORTAMENTO 100% DESIGN: AS NOVIDADES DO DESIGN INGLÊS PROMOSEDIA, A FEIRA DA CADEIRA ITALIANA PRÊMIO MUSEU DA CASA BRASILEIRA MATALI CRASSET: OUSADIA NO DESIGN FRANCÊS CADEIRA BRASILEIRA BY CAMPANA

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Revista ARC DESIGN Edição 28

Transcript of Revista ARC DESIGN Edição 28

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REVISTA BIMES TRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES COMPORTAMENTO

100% DESIGN: AS NOVIDADES DO DESIGN INGLÊS

PROMOSEDIA, A FEIRA DA CADEIRA ITALIANA

PRÊMIO MUSEU DA CASA BRASILEIRA

MATALI CRASSET: OUSADIA NODESIGN FRANCÊS

CADEIRA BRASILEIRA BY CAMPANA

Page 2: Revista ARC DESIGN Edição 28

Acima, o processo de execução: a máquina extru-da os fios de plástico, que são trabalhados ma -nualmente enquanto quentes

A imagem da capa mostra a cadeira Fresh Fat Chair, cria da pelo

designer inglês Tom Dixon, e lançada na última Feira 100% Design,

em Londres (veja matéria na página 16).

Tom Dixon iniciou sua carreira como designer no começo dos anos

de 1980, trabalhando com metal reciclado. Desde então, tem uti-

lizado diversos materiais, sendo particularmente conh ecido pela S

Chair – lançada pela empresa italiana Cappellini em 1989 – e pela

luminária Jack, em plástico rotomoldado, a qual recebeu o Prêmio

Millenium Mark em 1998.

Na 100% Design, além de anunciar a criação de uma empresa

própria – que leva seu nome –, Tom Dixon apresentou novos pro-

dutos que continuam a enfocar a inovação nos plásticos.

Destaque para as peças executadas com a técnica Fresh Fat

Plastic, desenvolvida pelo designer, que consiste em torcer, tra-

mar e modelar manualmente o plástico extrudado, enquanto este

ainda está quente.

Os objetos da série Fresh Fat são produzidos em Provista, um plás-

tico transparente de aparência molhada, com o brilho do vidro, mas

muito mais resistente.

Outro lançamento foi o Extendable Screen (biombo extensí vel),

apresentado como protótipo em abril de 2002, no Salão do

Móvel de Milão.

Para o desenvolvimento desses produtos, Dixon conta com a colabo-

ração da Eastman Specialty

Plastics, o que permitirá o

rápido desen volvimento, pro -

totipagem e produção de

uma gama de produtos nos

próximos 12 meses.

No alto da página, a Fresh Fat Chair, que ilustra a capadesta edição. Na sequência, o designer Tom Dixon, criadorda cadeira e da técnica Fresh Fat, utilizada para executardiversas outras peças, como a Fresh Fat Bowl (abaixo),também lançada na última 100% Design

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Inglaterra, França, Itália, Holanda e República Tcheca, em todos esses países ARC

DESIGN foi buscar informações. Some-se ainda o Brasil. Selecionando e analisando

novos produtos, apresentamos nesta edição um repertório bastante amplo do design

nos principais pólos criadores do mundo.

O resultado dessa análise nos trouxe algumas conclusões interessantes e a primeira

delas – importante e agradável – foi o conjunto de bons projetos de desenho indus-

trial presentes no concurso do Museu da Casa Brasileira, contra o fraco – e deso-

lador – painel dos produtos semi-industriais ou artesanais.

Outra conclusão, que parte da ausência de bons projetos de alunos ou novos gradua -

dos pelas escolas de design (acrescida por outras observações que se encontram re -

gistradas ao longo desta edição), é o baixo resultado que essas escolas – e falamos

principalmente de São Paulo – vêm alcançando.

Em Londres, a Feira 100% Design apresentou dois belos exemplos da união entre

artesanato e design, com as cadeiras de Marcel Wanders, de Ross Lovegrove e de

Tom Dixon: todas nos fazendo lembrar os Campana e o próprio Wanders, precursores

deste novo fazer.

Ainda de Marcel Wanders, ARC DESIGN publica as novas bolsas da Madarina Duck

(também aqui, tecnologia em sintonia com artesanato) em artigo que inclui a coleção

de malas e bolsas de Starck para a Samsonite.

Materiais vindos da indústria, mas trabalhados em baixa tecnologia: esta é hoje uma

vertente bastante explorada no design contemporâneo. Matali Crasset, uma das mais

novas representantes do design francês, é outro bom exemplo: os mais recentes pro-

dutos de sua grande mostra retrospectiva estão publicados nessa edição, que inclui a

coleção de jogos Magis, criada por designers internacionais, inclusive os nossos FHC

(Fernando e Humberto Campana).

Por fim, temos a Bienal de Design Gráfico de Brno, na República Tcheca, visitada por

Marcelo Aflalo, designer gráfico, que relata o que está acontecendo no universo dos

cartazes, da publicidade e da identidade corporativa.

Boa leitura!

Maria Helena EstradaEditora A

RC

DES

IGN

Page 4: Revista ARC DESIGN Edição 28

NEWS 4

PANORAMA BRASIL 56

EXPEDIENTE 72REVISTA BIMES TRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES COMPORTAMENTO

n º 28 , no vembro/dezembro 2002

Passeie pelo maior eventolondrino dedicado ao designe acompanhe as novidadesapresentadas por grandesempresas, jovens designerse estudantes

DESIGN

OU QUA

LIDA

DE:

QUA

L A SUA ESCO

LHA?

Mar

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elen

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a

POST COM

PUTER GAMES

Angé

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O DESIGN

E SEUS PR

OBLEMAS

16º PR

ÊMIO DESIGN MUSEU DA

CASA BRA

SILEIRA

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Bast

ian

Na edição deste ano, o grandevencedor foi o desenho industrial.Compare as duas vertentes dodesign presentes no concurso

Acompanhe os lançamentos e asexposições da Promosedia, únicafeira no mundo dedicada à ca deira,e que vem crescendo a cada ano

Designers de diversas partes domundo, incluindo o Brasil, cria -ram releituras de jogos antigos,provando que a diversão “não-eletrônica” é possível – eprazerosa!

100%

DESIGN

Mar

ia H

elen

a Es

trad

a

34341616 30302424

Page 5: Revista ARC DESIGN Edição 28

A nova linha de barware lançadapela Christofle é geométrica,obra de arquiteto, mostrandoque é possível ser chique e rigo -roso ao mesmo tempo

MODA

TECNO

LÓGICA

... MAS M

UITO SOFT

Da R

edaç

ão

XX BIENA

L INTERN

ACIONA

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DESIGN

GRÁ

FICO

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NO 200

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lo A

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MATALI CR

ASSET: DESIGN FRAN

CÊS

ABAN

DONA

A DECOR

AÇÃO

Da R

edaç

ão

Excêntrica e irreverente, a outrora“enfant de Starck” cresceu e hojetem sua obra exposta em museusde diversas partes do mundo

Com abordagens bastante diver-sas, Marcel Wanders e PhilippeStarck desenham coleções demalas e bolsas para as empresasMandarina Duck e Samsonite

Em sua 20ª edição, a Bienal deBrno é a mais importantemostra de pôsteres do cenáriomundial. Conheça alguns doscartazes premiados

DESIGN

NA MESA

Da R

edaç

ão

PUBLI-EDITORIAIS:

48

Giroflex na Office Solution 50

Firma Casa lança mobiliário em vidro 52

3838 4444

Arredamento: linha Curva, design Campana 54

Forma apresenta o novo sistema B3

62624040

Page 6: Revista ARC DESIGN Edição 28

4ARC DESIGN

OUTRAS IMPRESSÕESHá seis anos a em pre sa pau lis ta Ter go Print em pe nha-se em rein ven tar

a im pres são di gi tal de ima gens, ex tra po lan do a lona e o pa pel para se

aven tu rar por su per fí ci es di ver sas, como cha pas acrí li cas, ma dei ra, la -

dri lhos e vi dro, um novo con cei to da apli ca ção da fo to gra fia na de co ra -

ção de am bi en tes, em si na li za çõ es, ce no gra fi as e vi tri nes. A no vi da de

ago ra é o La mi na to, re sul ta do de um ano de pes qui sa de sen vol vi da em

par ce ria com a For mi ca, que in cor po ra a ima gem à cha pa do pro du to du -

ran te o pro ces so in dus tri al, pro te gen do-a de ris cos e ou tras agres sõ es

ex ter nas e ga ran tin do sua lon ge vi da de. E as ino va çõ es não pa ram por

aí: a em pre sa já anun cia para o

fi nal do ano o lan ça men to da

ce râ mi ca vi tri fi ca da com apli -

ca ção de ima gem di gi tal.

Ter go Print: Rua Mi nis tro de Go -

dói, 109, São Pau lo.

Tel.: (11) 3871-1998.

ILUMINAÇÕES ITALIANASChe gam ao Bra sil duas con sa gra das lu mi ná ri as

da em pre sa ita li a na Ar te mi de. In te gran te da co -

le ção per ma nen te do MoMA N. York e do Mu sée

des Arts Dé co ra tifs de Pa ris, a co lu na de chão

To lo meo Flo or (foto acima), de sign Mi che le de

Luc chi e Gian car lo Fas si na, pos sui bra ços ar ti cu -

lá veis em alu mí nio po li do, su por te em alu mí nio

bri lhan te, rol da nas na base e no di fu sor, que pos -

si bi li tam di ver sos po si ci o na men tos da luz. Ou tro

re cém-che ga do ao ter ri tó rio bra si lei ro é o lus tre Lo -

gi co, de sign Mi che le de Luc chi e Ge rhard Rei chert,

de de se nho or gâ ni co, que per mi te inú me ras

com po si çõ es de luz e efei tos lu mi no sos. Pos sui

es tru tu ra me tá li ca e cú pu la em vi dro opa li no

so pra do com aca ba men to ace ti na do. Dis po ní -

veis nos show-ro oms La Lam pe.

Al. Ga bri el Mon tei ro da Sil va, 1.258, São Pau lo.

Tel.: (11) 3082-4055. www.la lam pe.com.br

RENOVAÇÃO AOS 80Para co me mo rar seus 80 anos de vida, a He li os Car bex, es pe ci a li za -

da na fa bri ca ção e na co mer ci a li za ção de pro du tos e su pri men tos

para es cri tó rio, es co la e in for má ti ca, re sol veu ou sar. A em pre sa

aca ba de re no var toda a sua iden ti da de vi su al, ago ra mais mo der na

e ob je ti va. As mu dan ças par ti ram do lo go ti po, pas san do pe las cer -

ca de 400 em ba la gens de seus di ver sos pro du tos, pon tos-de-ven -

da e web si te e ti ve ram como prin ci pal ob je ti vo di na mi zar e di fe ren -

ci ar a mar ca da em pre sa. A fa ça nha fi cou a car go da Fa bra Quin tei -

ro Co mu ni ca çõ es.

Aten di men to ao con su mi dor He li os Car bex: 0800-701-1922

www.he li os car bex.com.br

Piso Laminato, em projeto da arquiteta

Desireé Caldeiras

Page 7: Revista ARC DESIGN Edição 28

5ARC DESIGN

ORGÂNICOS E GEOMÉTRICOS Ca pel li ni Sis te mi (foto acima) e mesa Org são as no vi da des da ita li a na

Ca pel li ni no Bra sil. Pri mei ro sis te ma a ado tar por tas de cor rer e com po -

si çõ es de sar ti cu la das, em cons tan te mu dan ça des de seu lan ça men to,

há 20 anos, Ca pel li ni Sis te mi, de sign Pi e ro Lis so ni, apre sen ta ago ra no -

vas co res, ta ma nhos e aca ba men tos em seus mó du los para ar má ri os,

pra te lei ras e mó veis. A ou tra no vi da de é a mesa la te ral Org, de sign Fa -

bio No vem bre, com tam po em vi dro ex tra-light sus ten ta do por di ver -

sas per nas fei tas de cor das, seis de las com in te ri or me tá li co.

Dis po ní veis na Es pa ço Te cer: Al. Ga bri el Mon tei ro da Sil va, 785, São

Pau lo. Tel.: (11) 3064-6050.

GÊNIOS DO DESIGN Com pro pos tas di ver si fi ca das para o

mes mo con cei to – bom de sign a pre ço

aces sí vel e pron ta-re ti ra da –, im por tan -

tes no mes bra si lei ros do de sign as si -

nam pro je tos ex clu si vos para a

Tok&Stok, que já es tão à ven da em to -

das as lo jas da rede e in te gram a ex -

po si ção Gê ni os do De sign. En tre as no vi -

da des, Fer nan do e Hum ber to Cam pa na apre sen tam a Es tan te La bi rin -

to, uma “es tan te-es cul tu ra”; Pe dro Use che traz a Li nha TAK, mó veis

em ma dei ra Lyptus e MDF; Be ti na La fer lan ça o Pufe Fom em di ver sas

co res, cuja for ma se al te ra de acor do com a ma nei ra de sen tar, mas,

sus pen so, re tor na à for ma ori gi nal. Des mon tá vel, pe que na e sem um

úni co pa ra fu so, a Es tan te Tor ta, de sign Ber nar do Sen na, é fei ta para

ca ber em qual quer can to e pode ser re du zi da a uma pe que na cai xa.

Ana e Dino Gal li apre sen tam a Lu mi ná ria Zel da, em acrí li co ter mo mol -

da do nas co res ama re la, la ran ja e bran ca, en quan to An dré Cruz e Ri -

car do Uma da es ban jam con tem po ra nei da de nos so fás Cliff de dois ou

três lu ga res.

Tok&Stok: Av. Eu sé bio Ma to so, 1.231, São Pau lo. Tel.: (11) 3813- 2800.

www.toks tok.com.br

TUPIGRAFIA Foi lan ça do re cen te men te o nú me ro 3 da re vis ta Tu pi gra fia, edi ta da

por Clau dio Ro cha e Tony de Mar co.

Esta edi ção de di ca um gran de es pa ço ao li vro e à sua his tó ria. Vale

a pena con fe rir as ma té ri as, den tre as quais des ta ca mos: “Os Te sou -

ros do Dr. José” e “A Se reia É um An ti quá rio”. A pri mei ra traz uma se -

le ção de li vros da co le ção de José Min dlin, que pos su em um so fis -

ti ca do tra ba lho ti po grá fi co, abran gen do obras des de o sé cu lo XV até

os dias de hoje. A se gun da tra ta das “pre ci o si da des” en con tra das no

an ti quá rio de José Luiz Ga ral di, es -

pe ci a li za do na co mer ci a li za ção de li -

vros an ti gos so bre Arte, His tó ria e Li -

te ra tu ra Bra si lei ra.

Por en quan to, a re vis ta só pode ser

ad qui ri da na pró pria edi to ra Bo ok -

ma kers: Rua To pá zio, 661, São Pau lo.

Tel.: (11) 3341-5505.

www.tu pi gra fia.com.br

ISH FRANKFURT 2003: “A VIDA COM ÁGUA,CALOR E AR”Acon te ce de 25 a 29 de mar ço de 2003, em Frank furt, a ISH, a mais

im por tan te fei ra in ter na ci o nal es pe ci a li za da em tec no lo gias para a

casa e ener gia (com des ta que para os am bi en tes de ba nho). Or -

ga ni za do pela Mes se Frank furt, o even to deve con tar com cer ca

de 2.300 ex po si to res do mun do todo, das áre as de en ge nha ria,

de sign e ar qui te tu ra. A fei ra es ta rá di vi di da en tre o “Fó rum Tec no -

lo gias Casa e Ener gia”, que reu ni rá ex po si to res re la ci o na dos a sis -

te mas de aque ci men to, ener gias re ge ne ra ti vas e ven ti la ção; “Air -

con tec”, que irá apre sen tar no vas tec no lo gias e al ter na ti vas de re -

fri ge ra ção de ar; “Des ta ques Casa de Ba nho”, com as ino va çõ es

para ba nhei ros e áre as mo lha das; e “Mun do da Téc ni ca e da Ins ta -

la ção”, en glo ban do as di ver sas tec no lo gias. Além dis so, a ISH tam -

bém lan ça rá o Prê mio “De sign Plus”, em re co nhe ci men to às so lu -

çõ es da área que ali em es té ti ca e fun ci o na li da de; e o “Prê mio de

Ino va ção Ar qui te tu ra e Téc ni ca”, que pre mi a rá o me lhor re sul ta do

da co o pe ra ção en tre em pre sa e ar qui te to.

Mais in for ma çõ es pelo site: www.ish.mes se frank furt.com

Page 8: Revista ARC DESIGN Edição 28

ERRATAO res pi ra dor ci rúr gi co Pe li ca no, pu bli ca do na pá gi na

39 de ARC DE SIGN 27, foi pro je ta do pela equi pe da

ASA De sign – Ale xan dre Go mes Ro cha, Da ni e la Fer ro

Gil e Iza bel Cris ti na Fer rei ra –, com o au xí lio de Eso li ne

He le na Ca val li para a En gesp In dús tria de Equi pa -

men tos Hos pi ta la res.

ATÉ TU, STARCK?Phi lip pe Starck aca ba

de se ren der às gra ças

do de sign de in te ri o res

re si den ci al. De pois de

re cu sar inú me ros pe di -

dos, as su min do ape nas

gran des pro je tos co -

mer ci ais, o de sig ner as -

si na, em par ce ria com o

gru po YOO, o de sign das

áre as co muns e dos

289 apar ta men tos do con do mí nio de luxo ICON, em

Mi a mi Be ach. Para os apar ta men tos, Starck de sen -

vol veu qua tro te mas de aca ba men tos a se rem es co -

lhi dos pe los com pra do res: “na tu re”, em que pre do mi -

nam ma dei ras e pe dras rús ti cas; “clas sic”, com ele -

men tos dos cas te los fran ce ses e es co ce ses; “cul tu -

re”, de co res for tes e ares bar ro cos; e “mi ni mal”, de

es pa ços bran cos e to na li da des neu tras. Mas o mo ra -

dor que es ti ver dis pos to a pa gar po de rá ter a de co ra -

ção com ple ta “su ge ri da” pelo de sig ner. De acor do

com de cla ra çõ es de Starck ao The Wall Stre et Jour nal,

ele en tra para a área ape nas para ser vir de guia, sem

in ter vir no es ti lo pes so al de cada mo ra dor. “Pen so

que se de se nhar di re ta men te seus apar ta men tos, eu

não aju do as pes so as. Aqui eu dei xo as su ges tõ es e

elas en tão im pri mem suas mar cas pes so ais”, afir ma,

e as se gu ra que não irá in di car ape nas mó veis de sua

au to ria para seus fu tu ros cli en tes. Ah! Bom...

COM QUANTAS GARRAFAS SE FAZ UMA VASSOURA?Uma bela ini ci a ti va está acon te cen do na fa ve la da Ro ci nha, no Rio de

Ja nei ro, e no mu ni cí pio de Três Rios, RJ. Um pro gra ma da ONG Mo ra -

dia e Ci da da nia com bi na a re ci cla gem de gar ra fas tipo PET à ge ra ção

de ren da para po pu la çõ es ca ren tes. As gar ra fas, co le ta das nas vias

pú bli cas, são trans for ma das em vas sou ras com o au xí lio de um ma -

qui ná rio es pe cí fi co. Em oito ho ras de tra ba lho, cada fá bri ca pro duz

300 vas sou ras, uti li zan do 5.400 gar ra fas. Cada vas sou ra é co mer ci a -

li za da por R$ 2,50 (ata ca do) e R$ 3,50 (va re jo).

Aten ção, pre fei tu ras! En quan to a vas sou ra de pi a ça va dura no má xi -

mo dez dias sendo utilizada nas ruas, a vas sou ra em PET dura en tre

4 e 6 me ses!

Aten ção, de sig ners! A ONG

Mo ra dia e Ci da da nia de se ja

de sen vol ver no vos pro du -

tos uti li zan do ma te ri al re -

ci cla do. Os de sig ners in te -

res sa dos po dem con ta tar

Re gi na Fe li ce, res pon sá vel

pelo pro je to, pelo te le fo ne

(21) 2202-3307.

CRESCIMENTO E RECONHECIMENTOInau gu ra dos re cen te men te dois no vos show-ro oms Ma rel li, no Rio de Ja -

nei ro e em Mos so ró, RN, to ta li zan do ago ra 24 uni da des es pa lha das pelo

Bra sil e Mer co sul, ofe re cen do uma com ple ta li nha de mó veis para es cri -

tó rio. Ou tras três no vas re giões já es tão de fi ni das no pro gra ma de ex pan -

são da rede Ma rel li, com inau gu ra ção pre vis ta para os pró xi mos me ses.

Para man ter o rit mo de cres ci men to sem abrir mão da atu a li za ção, uma

“co mi ti va” da em pre sa par ti ci pou da Or ga tec 2002, em Co lô nia, Ale ma nha,

e apro vei tou a vi a gem para vi si tar in dús tri as do se tor em bus ca de in ter câm -

bio tec no ló gi co. Com sede na ci da de gaú cha de Ca xi as do Sul, a Ma rel li é

uma das mar cas ci ta das na ca te go ria mó veis do li vro “As Mar cas do Rio

Gran de – a His tó ria dos Sím bo los e da Iden ti da de Em pre sa ri al dos Gaú chos”,

pela Edi to ra Plu ral, um re co nhe ci men to ao de sem pe nho da em pre sa no

mer ca do na ci o nal e in ter na ci o nal.

www.ma rel li.com.br

6ARC DESIGN

Page 9: Revista ARC DESIGN Edição 28

ESCOLAS DE DESIGN IPRÊMIO DE DESIGN EM MILÃOMar ce la de Al bu quer que e Ta ci a na de Abreu e Sil va, es tu dan tes de

De se nho In dus tri al da PUC-RIO, aca bam de con quis tar o Prê mio

Ma cef De sign, In ter na ti o nal on Line Com pe ti ti on for Young De sig ners

(de sig ners até 40 anos), re a li za do em Mi lão.

A com pe ti ção re ce beu mais de 260 pro je tos – pro ve ni en tes de 26

paí ses –, di vi di dos em qua tro ca te go ri as: Casa, Co zi nha, Mesa e

Pre sen tes. As bra si lei ras ga nha ram o 1º Prê mio, ven ce dor ab so lu -

to den tre to das as ca te go ri as.

O pro je to pre mi a do foi um pre ga dor de rou pas que ino va na for ma

e no uso: uma úni ca peça em ter mo plás ti co in je ta do, cuja for ma

si mé tri ca per mi te du plo uso: pren de a rou pa no va ral por pres são

e ser ve de gan cho para pen du rar rou pas de li ca das e de al ças.

O pro je to foi de sen vol vi do no pri mei ro se mes tre de 2002, du ran -

te a ca dei ra Pro je to de Pro du to III, na qual o de sa fio lan ça do pelo

pro fes sor Ale xan dre Tei xei ra era re pen sar o “pre ga dor de rou pas”:

ob je to anô ni mo, ja mais atu a li za do em seu de se nho (a úni ca mu -

dan ça foi a subs ti tu i ção da ma dei ra pelo plás ti co de má qua li da -

de). As in dús tri as in ves tem em tec no lo gia para as má qui nas de

la var e os fer ros de pas sar, mas não há in ves ti men to no pro du to

que vai li dar di re ta men te com a rou pa no fi nal do pro ces so.

O en fo que qua se mi ni ma lis ta de Mar ce la e Ta ci a na tira pro vei to da

pro pri e da de de me mó ria do plás ti co e as sim dis pen sa a mola me -

tá li ca – su jei ta à oxi da ção e que en ca re ce e di fi cul ta a pro du ção.

“Um ob je to puro, pre ci so e in te li gen te, agra dá vel e fá cil de ser

usa do”, no pa re cer do júri.

As de sig ners já de po si ta ram a pa ten te para a peça e es tão à caça

de pos sí veis pro du to res (os con ta tos po dem ser fei tos por e-mail:

ta ci a na sil [email protected] e mar cha_Br@ya hoo.com).

Mais in for ma çõ es nos si tes www.aedo-to.com e www.fmi.it/ma cef

ESCOLAS DE DESIGN IIO OBJETO EM SEU TEMPO E ESPAÇOO Shop ping D&D, em São Pau lo, abri ga ha bi tu al men te ex po si -

çõ es em seus cor re do res. Qual o tema? Qual o ní vel de qua li -

da de? Não im por ta. Even tos são fer ra men tas de mar ke ting.

Em ou tu bro o D&D apre sen tou tra ba lhos de alu nos de di ver -

sas es co las de de sign: que hor ror! Quan to tem po e di nhei ro

de jo vens as pi ran tes a de sig ner gas tos, para se che gar a um

re sul ta do tão ab sur da men te me dí o cre quan to o apre sen ta do,

prin ci pal men te pe las es co las de São Pau lo!

Uma de las pa re ce ter se es pe ci a li za do no gi gan tis mo, es pe -

ci al men te em ma dei ra. En tre um por ta-sa pa tos Ori en tal, que

pa re ce sur gi do de al gum ou tro tem po (ou ci vi li za ção?), e ca -

dei ras de pa pe lão que ig no ram a le ve za com que esse ma te -

ri al pode ser tra ba lha do, está o gran de prê mio de pior pro du -

to: uma es pre gui ça dei ra na mo ra dei ra em ma dei ra, me din do 1

me tro de al tu ra, com 1 m x 1,90 m de lar gu ra e com pri men to!

Pro fes so res, ori en ta do res, o que é isto?

Ex ce ção, mais uma vez, para as es co las de Cu ri ti ba, para um

pro je to do Li ceu de Ar tes e Ofí ci os da Ba hia e para o pro je to

“Ar qui te tu ra His tó ri ca de Por to Ale gre como re fe ren ci al de Es -

tam pa ria têx til” (fotos abaixo), de Adri a na de Oli vei ra, da Uni -

ver si da de de San ta Ma ria, RS.

Como úl ti ma ob ser va ção, apro vei ta mos a pre sen ça na mos tra de

pe ças em di ver sas co res de ma dei ra (pro je to Se nac do Acre com

a Es co la de Be las Ar tes, de São Paulo) para ques ti o nar a di fu são

do que po de rí a mos cha mar de es té ti ca de mos tru á rio (de sign

para tu ris tas?) – tão sem cri té rio nas com bi na çõ es, tão ób vi as.

Esta mos tra nos leva a tris tes re fle xõ es e, en tre elas, a de que já

está na hora de as es co las de de sign exer ce rem – à par te o en si -

no – o pa pel de ver da dei ros ori en ta do res dos fu tu ros pro fis si o -

nais para que es tes olhem – para além do pro je to em si – o en -

tor no e o tem po em que vi vem.

7ARC DESIGN

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Tela padrªo

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100% DESIGNO grande evento anual do design em Londres. Per ce ba as se me -

lhan ças com o de sign bra si lei ro, as vias de atu a ção en con tra das

por seus pro fis si o nais e a im por tân cia das es co las que, na pa ra -

lela ao cur rí cu lo for mal, sa bem li be rar a cri a ti vi da de de seus alu nos

16ARC DESIGN

Depois das primeiras experiên-

cias com a máquina de extrudar

plásticos apresentada no Salão

do Móvel de 2001 (veja ARC

DESIGN 19), vemos o avanço

dessa tecnologia na cadeira de

Tom Dixon, produzida em um

novo plástico, Provista (marca

registrada da Eastman Specialty

Plastics). Conhecido como Fresh

Fat Plastic, sua versão atual é

transparente como o vidro, com

a resistência do plástico; nessa

linha Dixon já desenvolveu

diversos objetos e uma mesa,

todos com os “fios” torcidos, tra-

mados e moldados ainda quen -

tes, manualmente

Page 19: Revista ARC DESIGN Edição 28

Na Con tem po rary Ap pli ed Arts,

acima, fru teira de Ane Cris ten sen

em co bre pa ti na do cor ta do e

“aber to” ma nu al men te: “sem pre

uma só fo lha de me tal, do só li do

ao aber to, do pla no ao tri di men -

si o nal, tal vez da cal ma ao caos”,

es cre ve a de sig ner. Ao lado, tam -

bém no show-room da Ap pli ed

Arts, vaso em por ce la na da mos -

tra de Ta kes hi Ya su da; seus mé -

to dos são pes so ais, como a se -

ca gem das pe ças que são pre sas

pela base, vi ra das de cima para

bai xo e, como afir ma o crí tico Da vid

Whi ting, “Ya su da não se gue pro -

ce di men tos ‘cor re tos’, suas pe ças

fa zem do aci den te uma vir tu de”

Maria Helena Estrada

Mó veis, lu mi ná ri as, ta pe tes, te ci dos, ta lhe res,

rou pas, ma ça ne tas, da gran de co zi nha ao

mí ni mo ob je to, das es co las bri tâ ni cas ao

jo vem de sig ner ja po nês es tre an te e às

gran des es tre las da In gla ter ra, tudo se

encon tra no gran de even to lon dri no – 100% De sign.

Tom Di xon (ago ra com em pre sa pró pria), os de sig ners da

In fla te, da SCP e, este ano, Ross Lo ve gro ve com a Mo o oi

(em pre sa ho lan de sa cujo di re tor ar tís ti co é Mar cel Wan -

ders) e sua Lovenet, pol tro na que par te de um tran ça do, o

da ca dei ra Gwa pa, de Wan ders, e o di ver si fi ca: be lís si mos

exem plos da uni ão en tre ar te sa na to e in dús tria!

A am bi ção de toda fei ra de sign é a de se trans for mar no

gran de even to da ci da de, na gran de mí dia do mo men to. A

100% De sign está con se guin do essa pro e za em Lon dres

com o ro tei ro 100% Ga ran te ed, or ga ni za do, ao con trá rio de

Mi lão, com o apoio ins ti tu ci o nal do pró prio even to. Unin do

a fei ra, no pa vi lhão de Earl’s Court, às di ver sas mos tras

espa lha das pela ci da de, tem-se um pa no ra ma abran gen te

do pro ces so de evo lu ção do de sign na In gla ter ra.

Na fei ra, a pre sen ça de gran des em pre sas ita li a nas, es can -

di na vas, in gle sas – à pro cu ra do mer ca do in glês –, além de

pe que nos ex po si to res mos tran do

sua nova boa idéia; nas mos tras pa -

ra le las, es pa ço para a ex pe ri men -

tação e para de sig ners ain da pou co

co nhe ci dos, como o gru po de Pra ga e

sua re vis ta Blok, bi lín gue.

100% De sign é um cam po fér til para

no vas ex pres sõ es e no vos ex pe ri -

men tos. As es co las de de sign es tão

pre sen tes, seja em ins ta la çõ es co le ti -

vas no es pa ço da fei ra, seja nas ex po -

si çõ es do De sig ners Block – e é este

o fer men to que está aju dan do a des -

co brir no vos ca mi nhos para o pro -

jeto dos ob je tos co ti di a nos. Uma fei -

ra que de ve ria ser fre quen ta da por

de sig ners bra si lei ros, jo vens ou não,

até mes mo pela si mi la ri da de de con -

di çõ es de tra ba lho, ou seja, a fal ta de

in dús tri as in te res sa das no de sign.

Page 20: Revista ARC DESIGN Edição 28

Ao lado, Leef, sis te ma de es tan tes de

Ken Mi chi da com es tru tu ra em retân-

gulos de aço que são encaixados em

ranhuras das prateleiras em madeira,

permitindo a montagem e desmon-

tagem com um sim ples to que de mão,

sem fer ra men tas, e em di ver sas me di -

das ou com po si çõ es

Ao lado e aci ma, Con ver ted Skin ned Ta ble, em Pers pex pe ro la do com

so bretam po em cou ro, na mos tra Mar ri a ge of Ma te ri als, que visava

estimular o uso desse acrílico de última ge ração “casado” com

inúmeros materiais. Design Nick Gant e Tan ya Dean da Bobo De sign

Mas se rão exa ta men te os paí ses pou co in dus tri a li -

za dos aque les ca pa zes de tra çar no vos ru mos para

o de sign, li vran do-nos da in sí pi da e mo nó to na

homo ge nei za ção glo bal? Me nos com pro mis sa dos e,

as sim, com mai or le ve za de es pí ri to, cri am ob je tos

irô ni cos, lú di cos, sen sí veis.

É o caso da já co nhe ci da In fla te com seus pro je tos,

in flá veis ou não – mas sem pre pen sa dos para a vida

con tem po râ nea –, que pro je tou o de sign in glês na

mí dia e no mun do.

Vi si tan do em anos con se cu ti vos essa fei ra lon dri na,

como tem fei to ARC DE SIGN, tor na-se pos sí vel

perce ber a evo lu ção do tra ba lho de gru pos e de

desig ners in de pen den tes: se an tes pro cu ra vam

pro du zir por con ta pró pria, sem pre em con di çõ es

di fí ceis e pre cá ri as, os pro fis si o nais que ob ti ve ram

nos úl ti mos anos al gum des ta que hoje se or ga ni -

zam em es tú di os ou es cri tó ri os, aten den do cli en tes

que comis si o nam um pro je to es pe cí fi co. É o caso

do gru po Jam, com um con jun to de mó veis, lu mi -

nári as e ob je tos para a em pre sa de au to mó veis

Audi, uti lizan do os pró pri os com po nen tes dos car ros.

É também o exem plo do El Ul ti mo Gri to, apre sen -

tan do este ano uma bela lu mi ná ria para a Math mos.

ARC DESIGN

188

Page 21: Revista ARC DESIGN Edição 28

Aci ma, ca dei ra Cher ner, em ma dei ra la mi -

nada é um clás si co norte-ame ri ca no de 1958

re e di ta do pela in gle sa Twentyt went yo ne;

de sign Nor man Cher ner, faz par te do Mu seu

Vi tra. No alto, à direita, Ball Seat, pol tro na em

plás ti co pro du zida em ro tomoldagem, da In -

fla te em cola bo ra ção com Us hi da Fin dley

Arqui te tos e uma forte lembrança de Gae tano

Pesce anos 1960. Ao lado, pol tro na da em pre -

sa di na mar que sa Kvist em ma dei ra lami na da,

como exem plo do de sign es can di na vo e, na

se quên cia, pol tro na Nemo, de sign Jane Dil -

lon e Tom Gri e ves em Lo om tex (pa pel tran ça -

do com material exclusivo, Flax), na co le ção

da em pre sa in gle sa Lloyd Loom of Spal ding

Ao lado, Lo ve net, de sign Ross Love -

gro ve uti li zan do tran ça dos de ti ras de

polietileno sobre malha de aço gal va -

ni za do, cri a dos por Mar cel Wan ders

para a em pre sa ho lan de sa Mo o oi:

arte sa na to cri an do pos si bi li da des

para a di ver si fi ca ção no de sign

Page 22: Revista ARC DESIGN Edição 28

Aci ma, lu mi ná ria Spin City, em alu mí nio ano di za do,

de sign El Ul ti mo Gri to para a Math mos

No alto, à direita, Lem mi, lu mi ná ria de Fe de ri co Ros si

para a Zaap De sign, Itá lia, com pai néis di fu so res

remo ví veis em si li co ne e em bor ra cha sin té ti ca (so -

la do de sa pa to) em co res pá li das. Na sequência, lu -

mi ná ria da in glesa Dif fu se, em por ce la na

Ao lado e abaixo, “Travel ling

Light” Aduki, na co le ção Math mos

Mo bi les, por tá teis, car re gáveis

como um ce lu lar, em zinco polido

com le ve cobertura termoplásti-

ca, podendo mudar de tonalidade

ou ser “congelada” em uma só cor

Page 23: Revista ARC DESIGN Edição 28

Aci ma, Ken Yo ko mi zo, e sua “we a ra ble light”, ja -

que tas com leds fa cil men te aci o ná ves, ocupa-

va um dos pequenos estandes, assim como

diversos outros jovens estreantes

São di ver sas as em pre sas que or ga ni zam con cur so e

uti li zam o es pa ço da fei ra para mos tras e pre mi a çõ es. O

con cur so da Dal sou ple (bor ra cha sin té ti ca), já tra di ci o -

nal; a As so ci a ção dos Pro du to res Eu ro peus de Plás ti cos

(APME), com os classificados no con cur so “Plas tics

Design Com pe ti ti on”, en vol ven do es tu dan tes da Di na mar -

ca, Fran ça, Ale ma nha, Itá lia e In gla ter ra, com re sul ta dos

exce len tes; tam bém a Pers pex, mar ca re gis tra da de uma

em pre sa de acrí li co, es te ve pre sen te com uma co le ção

que mos tra va a ex traor di ná ria qua li da de e ver sa ti li da de

de seu pro du to, ca paz de no vas pres ta çõ es no cam po do

de sign, como foi vis to na mos tra “Mar ri a ge of Ma te ri als”.

Vi si tan do as mos tras pa ra le las fo mos ao show-room do

Con tem po rary Ap pli ed Arts, que reú ne tra ba lhos em

vidro, ce râ mi ca, te ci dos, ouro ou me tais di ver sos, de

qual quer par te do mun do. Im per dí vel!

Ou tros des ta ques?

O De sig ners Block, even to que a cada ano co lo ca no vos

no mes no mer ca do. Oslo, Es to col mo, Ber lim, Vi e na,

Hel sin que, Co pe nha gue, Ams ter dã, Tó quio, Man ches ter,

Liver po ol, Lon dres es ta vam re pre sen ta dos por de sig ners,

mu i tos de les com mes tra do no Ro yal Col le ge ou em ou -

tras es co las in gle sas. Se a qua li da de nem sem pre é a

de se já vel, a ex ten são des se pa no ra ma, de enor me di -

ver si da de, faz com que cres ça em im por tân cia.

Uma em pre sa bri tâ ni ca, a Math mos (sua pri mei ra

lumi ná ria, a Jet, mu i to co nhe ci da, foi co pi a da no Bra sil

e desclas si fi ca da em con cur so), co me ça a di ver si fi car

seus pro du tos. De pois da Bub bles (veja ARC DE SIGN

17), a Math mos lan çou este ano a

Adu ki e a Spin City, esta as si na -

da por El Ul ti mo Gri to.

Além da Math mos, que de sen vol -

veu tec no lo gia pró pria, o se tor de

ilu mi na ção é pou co sig ni fi ca ti vo

na fei ra, no tan do-se como ten-

dên cia as lu mi ná ri as com cú pu la

em por ce la na lei to sa.

Ou tra em pre sa que des pon ta, di -

re ci o na da para pro du tos em plás -

ti cos ino va do res, é a do já famo so

de sig ner Tom Di xon. Este ano vi -

mos o Ex ten da ble Scre en, cujo pro tó ti po

Acima, ca dei ra Del fi na, prê mio Com -

pas so d´Oro em 1979, ago ra em no -

vas co res, de sign Enzo Mari para a Ro -

bots ita li a na. À esquerda e abai xo,

Scri bo man, mesa com tam po em blo co

de pa pel des ta cá vel, pro je to de De ja na

Ka bil jo (Áustria) no De sig ners Block

Page 24: Revista ARC DESIGN Edição 28

Acima, es pre me dor de li mão em PVC Squee ze-me, cria-

do pelo gru po in glês J-me. Idéia simples, porém alta-

mente funcional: o desenho do bico, além de direcionar

o líquido, retém as sementes; na sequência, saleiro &

pi men teiro Flesexi Compact, também do grupo J-me: lú -

di co, trans for ma-se em uma mini-es cul tu ra.

À esquerda, Yogi Fa mily, de sign Mi chael Young para a

Magis, em po li e ti le no rotomoldado

Aci ma, pro je tos se le ci o na dos no con cur so Dal sou ple: à es quer da, de Ing ve Hol mung (In gla -

ter ra), Drum bell, cam pai nha de por ta per so na li za da – cada vi si ta pode ba ter no tam bor como

de se jar – e à di rei ta, Help, tam pa para pia, da Pro pa gan dist Com pany (Tai lân dia)

A designer Keiko Oko, estudou e vive no Japão, com mestrado na Domus

Academy, Itália. Trabalhou com gel de poliuretano criando pufes ou utilizan-

do placas auto-adesivas para deco ração de parede e pisos

Page 25: Revista ARC DESIGN Edição 28

Acima, ao lado e no cen tro da página, ven ce do res

do con cur so da APME, Plas tics De sign Com pe ti ti on:

Drip BA SE, apa re lho para ad mi nis tra ção de soro ou

me di ca men tos por via in tra ve no sa, ajus tá vel ao

cor po, pro je to Holm So ren sen (Dinamarca); mala

com ro dí zi os e pa ti ne te, de sign Ire ne Zin ga rel li

(Itália); pé-de-pato com sa pa to aco pla do, de sign

Mar ti na Car pe lan (Finlândia)

Por ta-pa pel hi giê ni co e lu mi ná ria, de sign Jam com com po nen tes dos car ros da li nha Audi;

a coleção inclui cadeira, mesas e diversos outros objetos: marketing servindo ao design

ou vice-versa?

ARC DESIGN visitou a 100% Design a convite do British Council

23ARC DESIGN

ha via sido apre sen ta do em Mi lão, e di ver sos ob je tos, além da ca dei ra

Fresh Fat Plas tic, em plás ti co ex tru da do, mol da do ou tra ma do ma nu al -

men te en quan to ain da quen te.

Hoje o ce ná rio do de sign in ter na ci o nal é for ma do por al guns fran ce ses –

os fi lhos de Starck –, pou cos es panhóis, uma dupla brasileira, raros

italianos, sendo que estes em vertentes “marketing oriented”. Os

herdeiros de Munari, Castiglioni, Sottsass, Pesce não estão na

Itália, mas na Inglaterra e na Holanda. É também nesses

países que estão as melhores escolas de design. Estaria explica-

da a ausência - até hoje - de um design brasileiro de qualidade? �

Page 26: Revista ARC DESIGN Edição 28

24ARC DESIGN

No alto da pá gi na, car taz ven ce dor, cri a do

por Roberto Godoy.

Ao lado e aci ma, li nha de me sas em pi lhá veis

Tri bo: tam po em MDF com aca ba men to em

laca co lo ri da ou ma dei ra la mi na da e pés em

aço inox ma ci ço; de sign Ilse Lang

O DESIGN E SEUS PROBLEMASXV I P R Ê M I O D E S I G N M U S E U D A C A S A B R A S I L E I R A

Tra d i c i o nal e res pe i ta do na cena do de s ign bra s i le i ro,

o con cur so che ga à sua 16ª edi ção. Os pre mi a dos?

Bem, ve ja mos. . .

Winnie Bastian

Page 27: Revista ARC DESIGN Edição 28

Só para re lem brar: vi go ram, lado a lado, duas ver ten tes

do de sign: aque le in dus tri al, e o que nos ha bi tu a mos a

cha mar de sign, “tout court”, de sig nan do ao lon go do

tem po e do uso o pro du to que, mes mo com so fis ti ca do

de sen vol vi men to in dus tri al – ou não –, é por ta dor de

for te car ga se mân ti ca.

Ana li se mos o con cur so do Mu seu da Casa Bra si lei ra

sob essa óti ca.

Um con cur so anu al, que se re pe te há 16 anos. Ju ra dos

com pe ten tes, aná li se cri te ri o sa. Mas... um re sul ta do

que sem pre dei xa a de se jar. E nes ta edi ção? Há bons

pro du tos, sem dú vi da, mas no con jun to o re sul ta do de -

cep ci o na, e com mais ra zão.

Vol tan do um pou co no tem po: em 1999, di ver sas ca te -

go ri as não fo ram pre mi a das. Nos anos se guin tes, 2000

e 2001, as sis ti mos com sa tis fa ção à me lho ra no ní vel

dos pro du tos ins cri tos. Ago ra, em 2002, sur pre en de a

que da da qua li da de dos pro je tos em re la ção aos anos

an te ri o res, prin ci pal men te os re si den ci ais, dos quais se

exi ge me lhor qua li da de for mal, mai or grau de ino va ção.

In clui-se aqui o seg men to ilu mi na ção.

Den tre as au sên ci as des te ano es tão as in dús tri as, mes -

mo mu i tas da que las que em anos an te ri o res já ha vi am

con cor ri do; es tu dan tes e de sig ners re cém-for ma dos, jo -

vens de todo o Bra sil que po de ri am es tar pro pon do no -

vas lin gua gens ao de sign bra si lei ro.

Quais se ri am as ra zõ es do de clí nio do de sign semi-in -

dus tri al, dos pro je tos para a casa? Di fí cil afir mar, mas

po de rí a mos le van tar al gu mas ques tõ es.

Pro du tos e pro tó ti pos de sen vol vi dos com pres sa não

são no vi da de em con cur sos de de sign no Bra sil, mas têm

se tor na do mais fre quen tes. Par tem de uma boa idéia,

Aci ma, ca dei ra Mola: es tru tu ra cen tral em aço mola com pin tu ra

ele tros tá ti ca; as sen to e en cos to em cou ro sola; de sign Pe dro

Use che. Ao lado, má qui na de cos tu ra por tá til Nep tu né: em plás -

ti co in je ta do, com es tru tu ra in ter na em ma te ri al ter mo fi xo re -

sis ten te “GRC” e tam pas (tipo con cha) em ABS, pesa 8,38 Kg;

de sign Al fre do Far né e Ri car do Schwab Schir mer para a Sin ger

Aci ma e ao lado, Art Col lec ti on, con jun to de

bor ra chas com em pu nha du ra er go nô mi ca

(pon tos azu is); de sign Nel son Pet zold,

José Car los Bor nan ci ni e Pau lo T. Mul ler

para a Mer cur

25ARC DESIGN

Page 28: Revista ARC DESIGN Edição 28

26ARC DESIGN

mas – por pres sa ou fal ta de con di çõ es fi nan cei ras – são le -

va dos ao con cur so pre ma tu ra men te, dan do a im pres são de

es ta rem “no meio do ca mi nho”... Fica a per gun ta: o con cur -

so pre ci sa ser anu al? Um con cur so bi e nal não da ria mais

tem po aos de sig ners – e tam bém às in dús tri as – para de sen -

vol ve rem me lho res pro du tos? Por ou tro lado, au men tan do a

dis tân cia en tre uma edi ção e ou tra do prê mio – e, as sim, o

nú me ro de ins cri tos – não au men ta ria tam bém a par ti ci pa -

ção de bons pro du tos?

Mas, cla ro, não é ape nas a ques tão da pe ri o di ci da de da

pre mi a ção que in flui na qua li da de.

Fal ta tor nar aces sí veis os ma te ri ais tec no ló gi cos, aque les

que per mi tem mai or li ber da de de ex pres são ao de sig ner.

Du pont, Ba yer, ou ou tras, onde es tão vo cês? Não é hora de

dar uma con tri bu i ção ao de sign des te país ins ti tu in do, di ga -

mos, um con cur so para o uso do Co ri an, do Tech no gel, de

um sim ples me ta cri la to de qua li da de?

Ape sar de con di çõ es re al men te ad ver sas, cres ce o nú -

me ro de de sig ners no mer ca do. De onde sur gem? Se rão

for ma dos pe las mais de 90 es co las em todo o país? E o

que se apren de na es co la? O en si no é bem di re ci o na do? Li -

be ra-se a ex pres são cri a ti va? Es ta ri am as es co las di re ci o -

nan do seus alu nos ape nas para a re ta guar da, para “se guir

as ten dên ci as do mer ca do”, em vez de es ti mu la rem sua

Page 29: Revista ARC DESIGN Edição 28

cri a ti vi da de ? Os cur rí cu los são ade qua dos e su fi ci en tes? Pa re -

ce que não. Já é hora de ter mos, mi ni ma men te, um de sig ner

por es co la (a cada ano?) com pro du tos de qua li da de. Não é exi -

gir – ou que rer – mu i to. Se ria mera obri ga ção, pelo tem po e di -

nhei ro gas to na for ma ção de um pro fis si o nal.

Por ou tro lado, se as in dús tri as já têm cons ci ên cia do pa pel do

de sig ner para seu cres ci men to, como uma fer ra men ta de

com pe ti ti vi da de e re du ção de cus tos pro du ti vos, qual a ra zão

des sa au sên cia no con cur so, ex ce ção fei ta à li nha bran ca e

aos me tais? Se ria o caso de ha ver mai or di vul ga ção do con -

cur so en tre as in dús tri as? Ou será que o “selo MCB” já não re -

pre sen ta um di fe ren ci al im por tan te para es sas in dús tri as?

O que ARC DE SIGN pre mi ou no con cur so des te ano?

Na ca te go ria dos semi-in dus tri ais, as me sas com po ní veis de

Fla via Pa got ti Sil va, as bor ra chas Art Co lec ti on, de Bor nan ci ni

e Pet zold para a Mer cur, a li nha Tri bo, de sign Ilse Lang, e a

ca dei ra Mola, de Pe dro Use che, qua se óti ma.

Mas qual o ver da dei ro des ta que da pre mi a ção 2002?

Fa bio Fa lang he e Gior gio Gior gi, An ge la Car va lho, Al fre do

Far né e Ri car do Schwab Schir mer, Hei tor Éc ke li e Cé lio dos

San tos fo ram os au to res dos bons pro je tos nos quais a tec no -

lo gia e a in dús tria se fa zem pre sen tes.

O gran de ven ce dor é o de se nho in dus tri al – uma pro mis so ra

e agra dá vel sur pre sa. �

À direita, mo bi li á rio in fan til Jo ker, em po li e ti le no de mé dia den si da de ro to mol -

da do, de sign Hei tor Gil ber to Éc ke li e Cé lio Te o do ri co dos San tos (Pa ra de sign).

Na página ao lado, no alto e no de ta lhe, ta pe te Eti le no, feito a partir da reuti-

lização de mangueiras de água e arrefecimento automotivo, de sign Ma ria Re gi -

na Margini Marques. No pé da pá gi na, la va tó rio com vál vu la ocul ta para o es co a -

men to da água, de sign Edi son Luiz Anho lon para a Deca; exe cu ta da em ce râ mi -

ca Fire Clay, mas sa de bai xa de for ma ção e bai xa re tra ção to tal, que per mi te a

pro du ção de pe ças com li nhas re tas e de di men sõ es mai o res que o usu al

À es quer da e aci ma, por ta-sa co las para

re ci cla gem em po li pro pi le no in je ta do:

do brá veis, são uma idéia sim ples e efi -

ci en te para a se pa ra ção do lixo em am -

bi en tes que não dis põ em de mu i to es pa -

ço, po den do ser fa cil men te ar ma ze na -

dos quan do não es tão em uso; de sign

Ser gio Ja que ri Cor dei ro

27ARC DESIGN

Page 30: Revista ARC DESIGN Edição 28

28ARC DESIGN

Aci ma e na pá gi na ao lado, me sas em di ver sos for ma tos, que ex plo ram di fe ren tes si -

tu a çõ es con for me o po si ci o na men to das pes so as na mesa: jan ta res for mais (fren te

a fren te), des con traí dos (a 90 graus), in tro ver ti dos (lado a lado); po dem ser uti li za -

das iso la das ou com bi na das, como na foto aci ma. Na mesa la ran ja estão em bu tidos,

no pró prio tam po (em ma dei ra com pen sa da e la mi na do Co lor Co re), os aces só ri os:

sa lei ro, pi men tei ro, ve las etc.; de sign Fla via Pa got ti Sil va. (Aten ção, fa bri can tes! A

de sig ner está à pro cu ra de uma in dús tria para ini ci ar a pro du ção das me sas...)

Ao lado, Mini Ter mi nal de Múl ti plas Fun çõ es – TMF

1100, que se pro põe a ser uma ex ten são da agên cia

ban cá ria, para ser ins ta la do em sa guões de edi fí ci os

re si den ci ais ou em ou tro lu gar de uso co mum dos mo -

ra do res; de sign An ge la Car va lho

TRABALHOS PREMIADOS (POR CATEGORIA)

MOBILIÁRIO RESIDENCIAL1º lugar: mobiliário infantil Joker (design Heitor Gilberto Éckeli eCélio Teodorico dos Santos)2º lugar: prateleiras infantis Prat-Kids (design Ricardo Takeda)Menção honrosa: banquinho Bate-Papo (design Flavia Pagotti Silva)Prêmio Protótipo: banco Twins (design Paulo Alas Rossi)

ELETROELETRÔNICOS1º lugar: máquina de costura Neptuné (design Alfredo Farné eRicardo Schwab Schirmer)2º lugar: Mini Terminal de Múltiplas Funções – TMF-1100 (designAngela Carvalho)Prêmio Protótipo: ventilador Eolis (design Henrique Maurer Wolter)

EQUIPAMENTOS DE CONSTRUÇÃO1º lugar: torneira Link (design Ana Lúcia de Lima Pontes Orlovitz);lavatório com válvula embutida (design Edison Luiz Anholon);sifão Slim (design Mauro Aparecido de Souza)2º lugar: linha de torneiras Amalfi (design Ângela Rosito Becker,Andréa Borges Becker e Juliano Ferraz da Silva)Prêmio Protótipo: Serra Fácil (design Richard Pereira Meneses)

UTENSÍLIOS DOMÉSTICOS1º lugar: coletor para reciclagem (design Sergio Jaqueri Cordeiro)2º lugar: triciclo Samba (design Alfredo Farné e Sandra Nishida)Menção honrosa: cinzeiro Ploft (design Cláudio Roberto C. Brandão)

TÊXTIL E REVESTIMENTO1º lugar: tressê de couro (design Zeco Beraldin)2º lugar: tapete Cabeludo (design Claudia Alves de Araújo)Prêmio Protótipo: tapete Etileno (design Maria Regina MarginiMarques)

ILUMINAÇÃO1º lugar: luminária Plana (design Fábio Falanghe e Giorgio Giorgi Jr.)2º lugar: luminária Nwar (design João Luiz de Souza)Menção honrosa: luminária Moonlight (design Marco Antonio deMello Dias)Prêmio Protótipo: luminária Foca (design Thiago Augusto MoreiraToniolo e Felipe Martins Ferreira Grosso

ENSAIOS CRÍTICOS1º lugar: “Móveis Artísticos Zanine”, por Alexandre Penedo B. de Melo2º lugar: “O Design do Móvel Contemporâneo Brasileiro: daDiversidade à Especificidade”, por Virgínia Pereira CavalcantiMenção Honrosa “Projetar o Popular: o Fator Local”, por JorgeMontana Cuellar

Page 31: Revista ARC DESIGN Edição 28

29ARC DESIGN

Page 32: Revista ARC DESIGN Edição 28

30ARC DESIGN

Uma im pe ra triz que per mi te e es ti mu la seus sú di tos a

cor tar ár vo res du ran te o in ver no... para fa zer ca dei ras!

Essa a re mo ta ori gem de um dos mais im por tan tes pó -

los mo ve lei ros da Itá lia, na re gião do Fri u li.

Co mer ci a li zan do hoje cer ca de 44 mi lhõ es de ca dei ras

por ano, cum pre-se uma tra di ção que vem de lon ge, des -

de o sé cu lo XVI, quan do esta par te da Itá lia per ten cia à

Áustria, sen do go ver na da pela im pe ra triz Ma ria Te re za.

“O iní cio da se di men ta ção da in dús tria da ca dei ra na re -

gião do Fri u li data da Ida de Mé dia. Sé cu los mais tar de,

de 1400 a 1700, vê-se a in flu ên cia da vi zi nha ci da de de

Ve ne za – um dos cen tros ir ra di a do res do Re nas ci men -

to –, onde os mar ce nei ros fri u la nos co me çam a ad -

qui rir ex pe ri ên cia, ini ci al men te imi tan do os mo de los

PRO MO SE DIA, a úni ca fei ra no

mun do de di ca da à ca dei ra, re a li -

zou-se de 14 a 17 de se tem bro

em Udi ne, Itá lia, mo vi men tan do o

mer ca do in ter na ci o nal.

Maria Helena Estrada

D E S I G N O U Q U A L I D A D E :

Page 33: Revista ARC DESIGN Edição 28

31ARC DESIGN

‘no bres’, de pois dan do vida à ca dei ra de pa lha, hoje

par te da his tó ria do mo bi li á rio”, lem bram os or ga ni -

za do res da Pro mo se dia.

O co nhe ci men to da ma dei ra – úni ca ma té ria-pri ma usa -

da na re gião até há bem pou co tem po – e da pró pria

cons tru ção do mó vel ates ta a qua li da de des se mo bi li á -

rio. Tam bém os pre ços que con se guem ofe re cer ao

mer ca do são re sul ta do da maes tria da in dús tria lo cal.

É por ra zõ es como es sas que a Pro mo se dia cres ce a

cada ano – mes mo com a cri se eco nô mi ca mun di al –,

tra zen do 126 jor na lis tas de 31 paí ses, mais de 15 mil vi -

si tan tes de 71 paí ses, mu i tos de les dis tri bu i do res que

vi si ta vam a fei ra pela pri mei ra vez, fi can do im pres si o -

na dos com a qua li da de da pro du ção.

Na pá gi na ao lado, ca dei ra VK001, de sign San der Mul der, Ho lan da. Es tru tu ra -

da com tu bos re don dos de RVS que é do bra do e sol da do, tem con cha em ma -

te ri al cri a do es pe ci al men te, um la mi na do de cou ro de 2 mm uni do por uma

ma lha de co bre. À me di da em que vai sen do usa da, vai as su min do a for ma do

cor po, tor nan do-se peça úni ca, mes mo que pro du zi da em sé rie

À es quer da, pol tro nas Big Air, da em pre sa Cal li ga ris: le ve -

za for mal e eco no mia de ma te ri ais; abai xo, prê mio Top Ten,

mesa ou ca dei ra, mó vel re ver sí vel da em pre sa búl ga ra Ort,

de sign Il li an Mi li nov; no ro da pé, da mos tra Best Sel lers,

ca dei ra Do nald (aber ta e fe cha da), de Pí er lu i gi Cer ri, edi -

ta da pela Pol tro na Frau em 2000

Q U A L A S U A E S C O L H A ?

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32ARC DESIGN

Mas, e o de sign? Na Itá lia já se fala na cri se eco nô mi ca

mun di al como res pon sá vel pelo apa re ci men to de uma

nova ca te go ria es té ti ca, a do “look ali ke”. A ino va ção

exi ge um pro ces so bas tan te dis pen di o so, e se mu dar -

mos um de ta lhe aqui, uma cur vi nha ali, não es ta re mos

co pi an do (pa la vra exe crá vel no mun do do de sign), ape -

nas fa zen do o pos sí vel, ou seja, o se me lhan te.

Nes se ce ná rio, no qual ape nas qua li da de e pre ço são

fa to res re le van tes, cha mam a aten ção as ex po si çõ es

pa ra le las, or ga ni za das pela di re ção da fei ra. Na mos tra

“Idéia para o Pro je to de uma Ca dei ra Eu ro péia”, con -

cur so anu al para es tu dan tes, en con tra mos uma óti ma

e ori gi nal ca dei ra, de sign de San der Mul der, da De sign

Aca demy Eind ho ven, Ho lan da.

A es co la de Eind ho ven, já co nhe ci da dos lei to res de

ARC DE SIGN, pa re ce eli mi nar nos alu nos qual quer

idéia pré-exis ten te, qual quer ver da de es ta be le ci da, como

se cri as se um to tal va zio a ser li vre men te es ti mu la do.

A ca dei ra de Mul der é o re sul ta do da “low tech no logy”

a ser vi ço de uma idéia ori gi nal, “a per so na li za ção de

um pro du to de mas sa”. Uma ori en ta ção que vem sen -

do se gui da por al gu mas ex ce len tes es co las em paí ses

da Eu ro pa. Uma idéia vá li da para o Bra sil.

Mu dan do o re gis tro vi a ja mos no tem po, en con tran do a

bela mos tra da co le ção ori gi nal Tho net, des de o pri mei -

ro mo de lo em ma dei ra cur va da, de 1853, cri a da por

Adolf Loos para o Mu seum Café de Vi e na, até o pro tó -

ti po do pró xi mo lan ça men to, que será a nova ver são da

ca dei ra mais fa mo sa da co le ção, a 14, com as sen to em

ma dei ra tra ba lha da em bai xo-re le vo. Cri a da em 1855

(quan do cus ta va 3 xe lins, o cor res pon den te a 36 ovos),

a 14 ha via ven di do, até 1930, 50 mi lhõ es de ca dei ras! A

Tho net hoje per ten ce à em pre sa ita li a na Pol tro na Frau,

que pro me te be las sur pre sas para os pró xi mos anos.

Na mes ma ex po si ção, “Best Sel lers”, es ta vam “best

sel lers” da Pol tro na Frau, fun da da em 1912, com um

Ao lado, ban que ta Less (en tre a ma dei ra da es tru tu ra do as sen to e a fo lha do re ves ti men to há uma

es pu ma ex pan di da). No alto, à es quer da, ca dei ra 45 da sé rie Fo glia (es tru tu ra em ma dei ra e as -

sen to em “leg no cu oio”, mar ca re gis tra da, que o tor na ma cio e mol dá vel), am bas com de sign Mar -

co Fer re ri para a Bil li a ni; acima, Ta ma go, da Arr met (representada no Brasil pela Douek & Prado),

re for çan do a es té ti ca do “look ali ke”

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dos pri mei ros pro du tos da em pre sa, a pol tro na “Fu moir”,

de 1929, e a clás si ca ca pi to né, mar ca re gis tra da des -

sa em pre sa.

Se mu i tas das em pre sas que ex põ em na Pro mo se dia não

con se gui ram ul tra pas sar o es tá gio do “look ali ke”, a di re -

ção da fei ra, por meio de ex po si çõ es e con cur sos, pro cu -

ra in cu tir no se tor a no ção do de sign, do pro je to ino va -

dor, como uma ne ces si da de bá si ca no mun do, seja ele

glo ba li za do ou não.

Ma gis, Mon ti na, Bil li a ni são al gu mas in dús tri as da re gião

que sa bem que é ne ces sá ria uma pos tu ra pro po si ti va

quan to aos as pec tos for mais e tec no ló gi cos de seus pro du -

tos, ou seja, que é ne ces sá rio ado tar uma pos tu ra “de sign

ori en ted”. Res ta às ou tras a co ra gem de dar um pas so

avan te con tra tan do de sig ners, ar ris can do para cri ar pro -

du tos ino va do res. O que tam bém vale para o Bra sil. �

ARC DE SIGN vi si tou a Pro mo se dia a con vi te da or ga ni za ção da fei ra.

Aci ma, de sign Ma rio Bot ta para a mesa Bel lo, da Horm: sé rie de me sas aco plá veis em ma dei ra com

pé gi ra tó rio em aço. Na sequência, de sign Bru no Rai nal di na ca dei ra Ma ri ah da Sin te si (representa-

da no Brasil pela Novorumo), que, quan do uni da a ou tras, pode for mar um sofá ou con ver sa dei ra.

Abai xo, ca dei ra Tho net criada pelo arquiteto Adolf Loos, em 1853

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Na con tra mão das "ten dên ci as” e em

di re ção ao fu tu ro, a em pre sa ita li a na

Ma gis lan ça os Post Com pu ter Ga mes,

sé rie de jo gos que fa zem uma re lei tu ra

de tra di ci o nais brin ca dei ras de cri an ça...

P

OST

COMPUTER

G

AMES

PETECA, DESIGN FERNANDO E HUMBERTO CAMPANABrasileiríssima, já fazia a diversão dos indígenas e continua

popular até hoje em todo o Brasil. Além disso, é exportada

para outros países, principalmente para a França. As

regras? Não são fixas e podem ser reinventadas conforme o

gosto e a imaginação dos jogadores34

ARC DESIGN

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Angélica Valente

Res ga tar an ti gas di ver sõ es, sal vá-las da ex tin ção, co nec tar

pas sa do e pre sen te pelo de sign. Essa é a pro pos ta da em pre sa

ita li a na Ma gis, que con vi dou de sig ners de di ver sas partes do

mun do para cri ar uma co le ção de jo gos in fan to-juve nis (o que

não im pe de que se jam jo ga dos por adul tos...).

Os Post Com pu ter Ga mes sur gem em ple na era da tec no lo gia

da in for ma ção, em meio a ga mes 3D, re a li da de vir tu al e ou -

tras “pa ra fer ná li as” que fas ci nam cada vez mais cri an ças,

jovens e adul tos e fa zem pa re cer im pen sá vel o mun do do

entre te ni men to sem a in ter me di a ção ele trô ni ca.

São jo gos para brincar na rua, num cam po, ou mes mo em um

apar ta men to, de pre fe rên cia em equi pe e com ob je ti vos co le -

ti vos. Jo gos de in te ra ção tá til, que to mam como base an ti gos

LAWN BOWLS, DESIGN ROSS LOVEGROVEÉ similar à bocha italiana. Cada participante recebe quatro bolas que devem

ser arremessadas para que se aproximem da “bola mestra”. Ganha quem

chegar mais perto. Apesar de parecer elementar, o grande segredo do jogo é

fazer com que as bolas se movam de maneira correta, pois embora pareçam

círculos perfeitos, têm formato irregular. A nova versão pode ser encaixada

num suporte para facilitar o transporte

Acima, imagens do Superstudio, Milão, onde a Magis apresentou os Post Computer Games, durante o Salão do Móvel, em abril de 2002. Da esquerda para

a direita: Lippa e Lawn Bowls; Kubb; Horse Shoes e Hring Bol

35ARC DESIGN

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LIPPA, DESIGN BJORN DAHLSTROMÉ jo ga do por dois ad ver sá ri os. Uma es pé cie de dis co de ma dei ra deve ser

le va da, por meio de “ta ca das”, ao cen tro de um cír cu lo de se nha do no chão, en quan -

to o ad ver sá rio ten ta levá-lo o mais lon ge pos sí vel. Isso mes mo: o bas tão ser ve para gol pe ar

o “lip pa”, de ma nei ra que o mova do lu gar

HRING BOL, DESIGN MICHAEL YOUNGÉ uma ver são sim pli fi ca da do bei se bol

que pode ser jo ga do por cri an -

ças a par tir dos 5 anos; devem

participar pelo me nos dois jo ga do res3

2

1

4

KUBB, DESIGN BJORN DAHLSTROMRe mon ta ao tem po dos vi kings. Com pos to por seis bas tõ es, dez pe õ es

bran cos e dois ver me lhos, deve ser jo ga do por duas equi pes de um a

seis in te gran tes, em um cam po de gra ma, areia ou neve. Os pe õ es de

cada equi pe são en fi lei ra dos e os bas tõ es ar re mes sa dos em di re ção a

eles. O ob je ti vo é der ru bar to dos os bran cos sem atin gir os ver me lhos

36ARC DESIGN

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RING AND PIN, DESIGN JEFFREY BERNETTÉ uma es pé cie de tiro ao alvo para ser jo ga do no chão. Os “pins” de vem ser

lan ça dos ao cen tro do cír cu lo de mar ca do; quem acer tar mais per to do cír cu lo

cen tral ga nha a par ti da

ar qué ti pos ori gi ná ri os de di ver sos paí ses,

agora repro je ta dos – cla ro! – em com pu ta -

do res: man têm-se os con cei tos ori gi nais, ino -

vam-se os ma te ri ais e a tec no lo gia de pro du ção.

A co le ção in clui sete jo gos sim ples, vin dos de

tra di çõ es bra si lei ras, nor te-ame ri ca nas, su e cas, ita li a nas,

ingle sas e is lan de sas. Vão des de a nos sa co nhe ci da pe te ca,

pas san do por uma ver são sim pli fi ca da do bei se bol, uma

espécie de tiro ao alvo sem dar dos, um bo li che em que as bo -

las são subs ti tu í das por bas tõ es, as ve lhas fer ra du ras dos de -

se nhos ani ma dos nor te-ame ri ca nos e ain da a bo cha ita li a na.

Acres cen ta-se a bor ra cha para ga ran tir mais se gu ran ça e

menos “ga los” nas tes tas, aper fei çoa-se a em pu nha du ra dos

bas tõ es e eles já não es ca pam mais tão fa cil men te das mãos,

acres cen tam-se co res: as mu dan ças são sim ples, mas os

resul ta dos ex tra va sam as di fe ren ças for mais. Os Post Com -

puter Ga mes fo ram cri a dos para fa ze rem sen ti do no co ti di ano

de seus jo ga do res, apos tan do em um de sign con tem po râ neo

que não abre mão de raí zes e tra di çõ es – pelo con trá rio, as

toma como pon to de par ti da.

Como a em pre sa afir ma: “o de sign deve bus car fa zer do mun -

do um lu gar mais fá cil e agra dá vel de se vi ver, tan to em fa vor

de cau sas ci en tí fi cas como da di ver são in fan til. Para isso é

pre ci so (e sau dá vel!) vol tar às ori gens e lem brar que é pos sí vel

ser a um só tem po sim ples, ino cen te, sé rio e in te li gen te”. �

HORSESHOES, DESIGN JEFFREY BERNETTNada mais é do que o ve lho jogo de ar re mes so de

fer ra du ras, ago ra em ver são em bor ra cha da,

para se gu ran ça dos jo ga do res

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Misturando tradição e modo de vida contem-

porâneo, a empresa francesa Christofle lança

a Collection 3000, uma refinada coleção de

utensílios para bar, e mostra que é possível

ser moderno sem perder a pose

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Da Redação

A Christofle acaba de lançar em Paris a Collection 3000, uma

série completa para bar e coquetel, assinada pelo norte-ameri-

cano Adam D. Tihany, um dos mais renomados designers de

hotéis e restaurantes do mundo.

Fundada na França em 1830, a empresa é símbolo de refina-

mento em utensílios de prata e cristal e conta, desde o final do

século XIX, com a parceria de importantes designers e artistas

plásticos para a criação de muitas de suas peças. A profissão de

seu fundador – Charles Christofle era joalheiro – talvez

explique o cuidado que a empresa tem na manufatura das

peças: as máquinas participam de uma parte pequena do

processo, sendo que as mãos de hábeis artesãos são as respon-

sáveis pela qua lidade impecável dos produtos (que são acom-

panhados de um certificado de autenticidade).

Entre os lançamentos mais recentes, destaque para a coleção

Party, criada por Christian Lacroix – porcelanas, cristais e toa -

lhas que receberam o traço marcante do estilista –, e para o jogo

americano em trançado metálico na coleção Metropolis, design

Gae Aulenti.

Dessa vez, Tihany foi o convidado da empresa para desenvolver

a Collection 3000, um processo que levou anos de pesquisa e

testes nos bares, restaurantes e hotéis por ele desenhados,

espalhados por diversos países no mundo.

By the way, o arquiteto foi o curador da mostra Grand Hotel

Salone (publicado em ARC DESIGN 25), realizada em abril deste

ano no Salão do Móvel de Milão.

O resultado é uma coleção completa para bar dedicada à arte de

receber, traduzindo o conceito Christofle. São 13 peças de linhas

fluidas, de volumes e proporções cuidadosamente desenhados.

Além das formas simples, uma série de detalhes gráficos gravados

em “guillochage” tira proveito do contraste entre superfícies trans-

parentes e opacas, foscas e brilhantes, pontuando todo o conjunto.

Com o lançamento da Collection 3000, a Christofle – que teve

entre seus primeiros clientes o imperador Napoleão III – cele-

bra o modo de vida contemporâneo e luxuoso – hélas! – sem

abrir mão de um aceno ao design. �

A Collection 3000 deve chegar às lojas Christofle do Brasil em meados de 2003.Pavillon Christofle: R. Haddock Lobo, 1.702, São Paulo. Tel. (11) 3081-7763

À direita, de cima para baixo: garrafa, balde de gelo e resfriador para vinho. Na

sequência, coqueteleira, copos, dosador e bandeja. À direita, resfriador de garrafa

e copos para champanhe: equilíbrio entre cristal e prata.

Na página ao lado, prato, saca-rolhas, colher para coquetel e dosador,

Collection 3000: o brilho da prata recebe a intervenção fosca da gravação em

“guillochage”, no design de Adam D. Tihany para a Christofle

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Há 15 anos Ma ta li Cras set re cria e ex põe ob je tos que par tem de uma re -

fle xão e, prin ci pal men te, de uma ati tu de, de uma for ma mu i to pró pria

de ser no mun do. E de um olhar lú ci do em re la ção ao seu en tor no.

Den tre as di ver sas ex po si çõ es de 2002 so bre sua obra, so bres sai a

do Mu sée de De sign et des Arts Ap pli qués/Con tem po rains, o mu.dac,

em Lau san ne, Su í ça, com pro je tos de 1991 a 2002. Um ca tá lo go

acom pa nha a mos tra.

Ge ne ro si da de, rei vin di ca ção, au to no mia, in ters tí cio, de so be di ên cia, rito

e ri tu al, tra ves ti, ob je to vivo, mo dés tia fo ram as pa la vras que sur gi ram

da con ver sa en tre Ma ta li e Chan tal Prod’Hom, cu ra do ra do mu seu e

que, de al gu ma for ma, a apre sen tam.

À pri mei ra vis ta os ob je tos de Ma ta li su ge rem a vida nô ma de, o co ti -

di a no de pes so as múl ti plas e mu tá veis, em suas di ver sas cir cuns tân ci as

e em per ma nen te evo lu ção. Mais do que qual quer ou tra

sen sa ção, o que nos toca é o des po ja men to for mal e con cei -

tu al vi sí vel em seu tra ba lho, a au sên cia to tal da es té ti ca do

au to mo nu men to. Cada peça ape la ime di a ta men te para

uma si tu a ção de vida, o que é re for ça do pe los no mes

que re ce bem: W at Hôm (tra ba lho em casa), Quand

Jim Mon te à Pa ris (co lu na da hos pi ta li da de: col cho ne -

te, des per ta dor e lu mi ná ria), Il Ca pric cio di Ugo (pol -

tro na com me si nha aco pla da), Per mis de Cons tru i re

(li cen ça para cons tru ir: sofá in fan til fei to com blo cos

de es pu ma), Mo ther and Child (dois tam bo re tes aco -

pla dos), Nex to me chair (ca dei ra com por ta re vis tas).

Em seus pro je tos, Ma ta li Cras set de sen vol ve uma re -

fle xão so bre os ri tos do més ti cos e a do mes ti ca ção da

“Ma ta li Cras set é um lo go ti po vivo. Sua mar ca não é nem de co ra -

ti va nem fun ci o nal. Suas cri a çõ es são si tu a ci o nais. Mas como pode

um ob je to ser si tu a ci o nal? (...) As cri a çõ es de Ma ta li ini ci am sem -

pre um di á lo go no qual os ob je tos não são res pos tas às ques tõ es,

mas as pró pri as ques tõ es, que as su mem a for ma de ob je tos.”

Oliver Vogt

Aci ma, Su nic 2002, di fu sor de per fu me

em cris tal da Bo ê mia, so pra do, é um

pro je to re a li za do com o apoio da AFAA,

Pa ris e da Ga le ria Gandy, Pra ga. À di rei -

ta, peça da co le ção Home Wear 2000,

um aque ce dor de água sem fio, para o

gru po Te fal, re sul ta do de dois anos de

pes qui sa so bre o tema “brunch”. A co le -

ção in clui uma ca fe tei ra e um tos ta dor

de pão ou piz za

Da Redação

MATALI CRASSETdesign francês abandona a decoração

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41ARC DESIGN

41ARC DESIGN

Aci ma, m12, co le ção Di ges tão, fei ta com as sa co las en con tra das em qua se to dos os mer ca dos do mun do (em po li e ti le no e es pu ma de po li u re ta -

no); ban de ja em po li me ta cri la to de me ti la, pro du ção Edra; os pu fes fi ze ram par te da ex po si ção “L’Ob jet De so ri en té au Ma roc”, no Mu sée des Arts

Dé co ra tifs, Pa ris, e de pois fo ram ex pos tos no es tan de da Edra no Sa lão do Mó vel, Mi lão, 2000.

Abai xo, “Up da te/Three Spa ces in One: Ener gi zer”, 2002, pro je to pros pec ti vo de ba nhei ro com ba nho de luz (ener gi zan te), para o pro gra ma Dorn -

bracht, divisão banheiros. Completam a instalação mais dois “ambientes”: banho de clorofila e de frescor

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42ARC DESIGN

tec no lo gia, atri bu in do gran de im por tân cia aos pro je tos

ex pe ri men tais e pros pec ti vos.

In ter ro ga da so bre a glo ba li za ção, Ma ta li res pon de. “É

pre ci so, an tes de mais nada, re fle tir so bre nos so am -

bi en te pró xi mo. Sa ber ob ser var, se in quie tar com o ou -

tro, sa ber se dar o tem po, agir, co lo car suas idéi as à

pro va em re la ção ao con cre to, e acei tar, em se gui da,

que aqui lo que cri a mos pos sa vi ver de for ma au tô no -

ma. (...) Pen sar em mi cro, não em mega. In su flar um

pou co de ge ne ro si da de, de hos pi ta li da de... na vida de

to dos os dias.” �

Abaixo, à esquerda, Artican, 2000, cesto de lixo para papéis em polimetacrilato, alumínio e polipropileno, na Peyroulet & Cie., Paris. Na sequência,

Flat-flat, mesa cujo tampo se desmembra em bandejas ou prateleiras; estrutura metálica com pintura epóxi e tampo em madeira laqueada.

Na página ao lado, Casaderme, 2002, cenografia de casa prospectiva, em tecido sensível Dupont, produzido por Eurojersey, e pétalas em metal, para

a Pitti Immagine Uomo, Florença

Ma ta li Cras set nas ceu em 28 de ju lho de 1965 em Châ lons-en-Cham pag ne,Fran ça. Seus pais eram agri cul to res. Pas sou a in fân cia em um vi la re jo de80 ha bi tan tes, com sua irmã gê mea e ou tros ir mãos. Mu dou-se para Pa -ris para es tu dar. Di plo mou-se na E.N.S.C.I, Les Ate li ers, em 1991, e ex pôsseu tra ba lho de con clu são de cur so na Tri e nal de Mi lão – A Tri lo gia Do -més ti ca – três di fu so res: de ca lor, de ru mor e in ti mi da de; de luz, de ima -gens e me mó ria; de água e de per fu mes. Tra ba lhou com De nis San ta chia -ra, com Phi lip pe Starck e foi res pon sá vel pelo Tim Thon, o cen tro de de -sign da Thom son. Para in for ma çõ es com ple tas: http://www.ma ta li cras set.com

Abai xo, Quand Jim Mon te à Pa ris, 1995,

co lu na de hos pi ta li da de, pro du zi da pela

empresa fran ce sa Do me au et Pe rès: col -

cho ne te, lâm pa da e des per ta dor que po -

dem ser en ve lo pa dos quan do fora de uso

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Moda tecnológica...mas muito soft

Nas duas páginas, peças cria -

das por Philippe Starck para a

Samsonite. Acima, mochila Zab

(28 x 45 x 15 cm) ou Yap (28 x

39 x 11 cm): o mesmo modelo,

em dois tamanhos; ao lado,

maleta de viagem Obok (60 x

45 x 26 cm)

Na página ao lado, a mochila

aberta (no alto), desenho em

fase de projeto e vista frontal:

note-se a sofisticação das fer-

ragens, inclusive das termi-

nações do zíper. No pé da pági-

na, mala com rodízios Yesa:

pequena (possui apenas 55cm

de altura), pode ser transporta-

da na cabine do avião

“Um dia acor dei cedo, com tem po para olhar meu ros to no es pe lho, e

vi ris cas ver me lhas em mi nha pele. Nes sas ci ca tri zes tem po rá ri as vi a

re vi ta li za ção do meu cor po ador me ci do, re ve lan do men sa gens críp ti cas

de meus so nhos se cre tos. En ten di que cada ruga é um sig no de sa be -

do ria e de ve ria ser con ser va da como um te sou ro. Cada li nha em mi -

nha mão res soa em mi nha vida, é mi nha, e re pre sen ta par tes de quem

eu sou. Cada li nha em mi nha face res soa em mi nha vida e re pre sen ta

par tes de quem eu me tor nei.

Ou tro dia acor dei tar de e to mei o bar co ex pres so para Mu ra no, onde

ex ce len tes so pra do res de vi dro me es pe ra vam. (...) Nun ca ha via vis to

um ma te ri al como aque le, que guia va a res pi ra ção dos so pra do res e

fa la va com eles, ao mes mo tem po.”Marcel Wanders

“Produtos do amanhã: 20% matéria, 80% serviço”. Philippe Starck

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46ARC DESIGN

A fra se de Starck, que re su me sua fi lo so fia pro je tu al, se -

jam os pro du tos ma las, ca dei ras, ob je tos, in te ri o res ou

um novo con do mí nio em Mi a mi, é a mais per fei ta pre vi -

são do fu tu ro do de sign: “20% ma té ria, 80% ser vi ço”.

Esta afir ma ção tam bém abre o ca tá lo go das no vas bol -

sas e ma las Sam so ni te, de sign Phi lip pe Starck, que as -

pi ram à le ve za, à des ma te ri a li za ção, à tec no lo gia in vi sí -

vel. “Um dia vo cês ve rão, as ma las se car re ga rão so zi -

nhas”, con je tu ra Starck. São bol sas que se cons ti tu em

no mais ab so lu to ob je to de de se jo, por mais “usa da”

que a ex pres são es te ja.

Ten do como cha ma das pu bli ci tá ri as “um novo tipo de

ele gân cia” e “o di rei to de se pa re cer com Cary Grant ou

Au drey Hep burn”, a nova co le ção Starck – que, por in -

crí vel que pa re ça, “não tem pre vi são de ser dis tri bu í da

em nos so país”, como afir ma a as ses so ria de im pren sa

da Sam so ni te no Bra sil – é re al men te ir re sis tí vel a qual -

quer olhar “de sign ori en ted”.

Ao con trá rio da co le ção de Wan ders, na qual se pre su -

me, ao pri mei ro to que, que exis ta uma tec no lo gia ino -

va do ra por trás de um pro du to de apa rên cia tão fa mi li -

ar, a co le ção Starck “es con de” sua ver ten te tec no ló gi ca.

Ob je tos de um nô ma de ha bi tan te do pla ne ta, to das as

ex pe ri ên ci as vi vi das por Starck es tão pre sen tes em

suas ma le tas e bol sas: da que la es pa ço sa, para quem

car re ga o pró prio es cri tó rio nos om bros ou par te para

pe que nas vi a gens – com os bem-pen sa dos ro dí zi os

ocul tos – à 007 (que hor ror!) ago ra de ses tru tu ra da e

com dis cre to apoio su ple men tar; da mala de ca bi ne à

mo chi la rí gi da – ele gan té si ma –; à bol sa con ven ci o nal,

Da Redação

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47ARC DESIGN

de al ças. Mas o ver da dei ro to que de clas se são as fer -

ra gens: em aço ace ti na do, tra du zem a in con fun dí vel

mar ca Starck.

As bol sas da co le ção Mu ra no, de Mar cel Wan ders para

a Man da ri na Duck, são, à pri mei ra vis ta, nor mais – al -

guns mo de los até um pou co “ca re tas”. Mas é aí que se

es con de a ma gia de Wan ders, que faz com que uma ca -

dei ra de ma cra mé se man te nha em pé e sus ten te um

cor po sen ta do; que faz um pra to ou um vaso em es pon -

ja na tu ral em be bi da em por ce la na e a es pon ja de sa pa re -

ce na quei ma, fi can do a sua for ma na por ce la -

na; que in ven ta tran ça dos com fita plás ti -

ca em sua nova ca dei ra, unin do sem -

pre o ar te sa na to à tec no lo gia.

A co le ção Mu ra no uti li za ma te ri al ex clu si vo ter mo-sen sí -

vel, e a tec no lo gia é ins pi ra da nos so pra do res de vi dro de

Mu ra no. De pois de cos tu ra das, as bol sas são co lo ca das

em um for no a 180 graus, tor nan do-as elás ti cas. Em se -

gui da in je ta-se ar com pri mi do por meio de uma vál vu la

me tá li ca, sím bo lo da co le ção. A ação do ar in fla a bol sa e

lhe dá, ao mes mo tem po, uma apa rên cia sin gu lar, en ru -

ga da, uma vez que a for ma é so li di fi ca da. O pro ces so faz

com que cada peça te nha sua apa rên cia per so na li za da.

De se nho con ci so, mi ni ma lis ta, fun ci o nal, como con -

vém a um “con tai ner” a ser trans por ta do, seja bol sa,

seja mala, de fi ne o pro je to de Phi lip pe Starck.

Low-tech e a cons ci ên cia da im por tân cia das raí zes

ar te sa nais do fa zer, re fe rên ci as cons tan tes na obra

de Mar cel Wan ders. �

Na pá gi na ao lado, Gaoua, ma le ta de vi a gem (67 x 40 x 26cm) com ro dí zi -

os, dois pe que nos pés de su por te, em pu nha du ra para car re gá-la na po si -

ção ver ti cal e, no de se nho, com o zí per la te ral aber to; embaixo, de ta lhe

das fer ra gens e das al ças, sem pre uma cur ta e uma lon ga, per mi tin do

duas va ri an tes de uso

Nes ta pá gi na, bol sas da co le ção Mu -

ra no, de Mar cel Wan ders, ven do-se

a vál vu la para in je ção de ar, sím bo -

lo da co le ção

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F O R M A

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Oito anos de pois de ser lan ça do pela pri mei ra vez

no mer ca do, o sis te ma de mo bi li á rio para es cri tó -

ri os For ma B3 vol ta à cena in cor po ran do, ao seu

con cei to ini ci al, di fe ren ci ais téc ni cos atu a li za dos.

As prin ci pais mu dan ças pro pos tas ao sis te ma,

que a For ma apre sen tou du ran te a 9ª Of fi ce So -

lu ti on, em São Pau lo, fo ram as te las di vi só ri as

que po dem tra zer ima gens di gi ta li za das im pres -

sas, a ado ção de ân gu los de aber tu ra de 120

graus para as es ta çõ es de tra ba lho e a or ga ni za -

ção fa ci li ta da de fios e ca bos.

A uti li za ção de te las foi pen sa da para li be rar as es -

tru tu ras do fe cha men to até o piso, fa vo re cen do a

cir cu la ção do ar con di ci o na do, a in te gra ção da

equi pe e a li vre cir cu la ção de idéi as.

As es ta çõ es com an gu la ção de 120 graus são ou -

tro fa tor que con tri bui para a co mu ni ca ção en tre

as di fe ren tes equi pes de tra ba lho, pois, além de

re pre sen ta rem um ga nho de área de cer ca de

15%, li be ram o usu á rio do con fi na men to cau sa do

pelo ân gu lo de 90 graus.

Além das te las de fe cha men to, as es ta çõ es tam -

bém po dem ser di vi di das por tam pas me tá li cas

per fu ra das, en tre as quais é co lo ca do – no in te ri or

da es tru tu ra – um ma te ri al acús ti co para ab sor -

ção de ru í dos.

Os fios e ca bos para ali men ta ção elé tri ca e de da -

dos pas sam pelo in te ri or de pai néis com es tru tu -

ra em alu mí nio e aço. Cada pai nel su por ta, con for -

me sua al tu ra, en tre 3 e 9 vias de pas sa gem, sen -

do que cada via su por ta até 50 ca bos de 0,5 mm

de es pes su ra.

Ou tro di fe ren ci al in cor po ra do ao sis te ma: os

per fis do pai nel ago ra per mi tem inú me ras mon -

ta gens e des mon ta gens e ajus tes de al tu ra pelo

sim ples en cai xe de uma es tru tu ra à ou tra.

Com es sas mu dan ças – pe que nos de ta lhes que fa -

zem a di fe ren ça –, a For ma atu a li za um pro du to

que par tiu do con cei to in tro du zi do pela em pre sa is -

rae len se Fi nish, que há cer ca de dez anos de ter mi -

nou os ru mos a se rem se gui dos pe los es cri tó ri os

no mun do todo, des de seu lan ça men to até hoje.

Page 51: Revista ARC DESIGN Edição 28

FORMAAv. Cidade Jardim, 924

São Paulo, SP - Tel.: (11) 3816-7233

Rua Farme de Amoedo, 82ARio de Janeiro, RJ - Tel.: (21) 2523-2949

www.forma.com.br

Nas duas pá gi nas, vis tas do es tan de da For ma na Of fi ce So lu ti on 2002. O sis te ma B3, no lado

di rei to da foto aci ma, foi re cém-atu a li za do pela For ma se gun do con cei tos lan ça dos pelo Sis te -

ma Re sol ve, à es quer da na foto. Abai xo, em pri mei ro pla no, o sis te ma B3 atu al – com ple men -

ta do por ca dei ras Fre e dom – e, ao fun do, o Re sol ve, de sign Ayse Bir sel para a Her man Mil ler.

Na pá gi na ao lado, chai se LCP, de sign Maar ten van Se ve ren para a Kar tell. Ao fun do, pol tro nas

Swan e Egg, de sign Arne Ja cob sen para a Fritz Han sen

Page 52: Revista ARC DESIGN Edição 28

G I R O F L E X

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GIROFLEXRua Dr. Rubens Gomes Bueno, 691 Santo Amaro – São Paulo, SP Tel.: 0800-112580www.giroflex.com.br

A Giroflex, empresa brasileira líder no mercado de

móveis para escritórios, apresentou seus lançamen-

tos durante a 9ª Office Solution, no mês de setem-

bro, em São Paulo.

Entre as novidades, destaque para o Sistema DA de

mobiliário, que traz soluções práticas e flexíveis para

o aproveitamento do espaço, sem abrir mão da

ergonomia. Projetado para ser utilizado em conjunto

com outros produtos Giroflex ou isoladamente, o

Sistema DA é composto por painéis, armários e

porta-acessórios e tem como diferencial a alocação

de fios, cabos e conectores em um espaço de apenas

6,6 cm de espessura.

Com estrutura em aço e assento e encosto em

polipropileno, a cadeira Giroflex 12, design Ton Haas,

foi outro destaque da feira. Consagrada pela ergono-

mia e praticidade, a cadeira recebe agora acabamen-

to em tecido, em diversas opções de cores. Versátil,

pode ser utilizada em escritórios, hotéis e restau-

rantes e permite empilhamento sem contato entre

assentos, preservando-os do desgaste.

Atualmente produzido no Brasil com exclusividade

pela Giroflex, o Sistema EVO, da empresa suíça

Svoboda, também marcou presença na feira, com sua

bela estrutura modular desenvolvida para se adequar

aos mais diversos espaços, em configurações leves e

minimalistas.

Fundada em 1951 com o lançamento da primeira

cadeira giratória fabricada no Brasil, a Giroflex conta

hoje com 16 linhas de cadeiras, cinco sistemas de

móveis, armários, gaveteiros e divisórias para

escritórios comerciais e residenciais, auditórios,

salas de cinema e teatros, presentes em seus show-

rooms e representantes nas principais capitais e

cidades do país.

Nas duas páginas, vistas do estande da Giroflex na última Office

Solution. Nesta página, no alto, estação de trabalho do Sistema EVO,

complementada por cadeiras 33 fixas (em primeiro plano) e giratória

(em segundo plano). Embaixo, escritório aberto composto por estações

de trabalho e divisórias do Sistema DA.

Na página ao lado, estações de trabalho do sistema K Radial, design Tomas

Berlanga: espaço generoso e adequação ergonômica

Page 53: Revista ARC DESIGN Edição 28
Page 54: Revista ARC DESIGN Edição 28

F I RMA C A S A

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Nesta página, linha Valentina, design André

Cruz. Abaixo, mesa lateral; no pé da página,

mesa de centro

Pu re za for mal. Eis o de no mi na dor

co mum en tre as no vas li nhas de me -

sas co mer ci a li za das pela Fir ma

Casa. Re a fir man do sua apos ta no de -

sign bra si lei ro, a em pre sa lan ça as li -

nhas Va len ti na, de sign An dré Cruz,

e Pi, de sign Jac que li ne Ter pins.

Am bas as li nhas, exe cu ta das em vi -

dro, des ta cam-se pela le ve za e ti ram

pro vei to da trans pa rên cia, cada uma

a seu modo.

A li nha Va len ti na é for ma da por lâ -

mi nas de vi dro de 12 a 15 mm, co -

nec ta das por pe que nas pe ças em

alu mí nio po li do. São me sas la te rais

e de cen tro to tal men te des mon tá -

veis, que se adap tam aos mais di -

ver sos am bi en tes – in de pen den te -

men te do es ti lo ado ta do –, “mi me ti -

zan do-se”, jus ta men te em fun ção

de sua trans pa rên cia ab so lu ta e

au sên cia de de ta lhes.

A li nha Pi, por sua vez, é for te e mar -

can te, ape sar da neu tra li da de in trín -

se ca ao vi dro; ex plo ra os gra fis mos

ge ra dos pelo jogo de pla nos que dão

for ma às pe ças, as quais re me tem à

le tra gre ga Pi quan do vis tas de fren -

te. Com põ em a li nha apa ra do res e

me sas la te rais, de cen tro e de jan tar,

em vi dro opa co ou trans pa ren te.

As pe ças trans pa ren tes pos su em

um as pec to lú di co: con for me o po -

si ci o na men to do ob ser va dor, as lâ -

mi nas de vi dro pa re cem de sa pa re -

cer, dan do ori gem a um jogo en tre

as pe ças e o ob ser va dor, ex pli ca a

de sig ner Jac que li ne Ter pins, re co -

nhe ci da por seus pro je tos em vi dro

(so pra do ou pla no).

Des po ja das, mas com de sign im pe -

cá vel, as li nhas Pi e Va len ti na re fle -

tem, com mu i ta clas se, a fi lo so fia

da Fir ma Casa.

Foto

s An

drés

Ote

roFo

tos

Andr

és O

tero

Page 55: Revista ARC DESIGN Edição 28

Nesta página, peças da linha Pi, design

Jacqueline Terpins. Acima, mesa de jantar

em vidro laminado (8 mm + 8 mm) opaco

preto; ao lado e abaixo, aparador em vidro

transparente 15 mm

FIRMA CASAAl. Gabriel Monteiro da Silva, 1.487 São Paulo, SP - Tel.: (11) 3068-0377

Av. das Américas, 7.777, Rio Design Barra,Rio de Janeiro, RJ - Tel.: (21) 2438-7586

www.firmacasa.com.br

Foto

s An

drés

Ote

ro

Page 56: Revista ARC DESIGN Edição 28

AR R E D AM EN T O

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escolhido por sua resistência, flexibilidade – permitia o

ângulo desejado pelos designers – e translucidez. Os

irmãos Campana acompanharam de perto o desen-

volvimento do projeto em todas as suas etapas, visi-

tando a fábrica – para se certificarem das tecnologias

disponíveis para a produção da cadeira – e analisando

os sucessivos protótipos até a definição da forma final

do produto.

Tecnologia, aliás, é um dos pontos fortes da empresa.

Segundo Sonia Colapietro, diretora de marketing da

Arredamento, o investimento em tecnologias de

ponta iniciou-se na década de 1990 e vem ganhando

cada vez mais força dentro da empresa. Isso permite

Uma cadeira cujo desenho se resumisse a duas linhas.

Esse foi o conceito inicial da cadeira Curva, design

Fernando e Humberto Campana para a Arredamento.

O projeto da cadeira nasceu em 1995, mas ficou um

bom tempo “na gaveta” por falta de uma empresa que

o produzisse. Coube à Arredamento, que desde a déca-

da de 1960 vem acreditando no design nacional, a

materialização da idéia.

O projeto teve início em 2000 – ano do primeiro conta-

to da Arredamento com os designers – e levou aproxi-

madamente dois anos para ser desenvolvido. Diversos

materiais foram testados (entre eles o policarbonato

alveolado), até a decisão pelo metacrilato, material

Page 57: Revista ARC DESIGN Edição 28

Nas duas páginas, cadeira e poltrona Curva,

design Fernando e Humberto Campana para a

Arredamento: estrutura em aço inox com assento

e encosto em metacrilato translúcido. Disponíveis

também nas cores azul e branca

a fabricação de produtos capazes de competir com os

produtos importados. É justamente a qualidade de

acabamento – aliada ao design, é claro – que permite

que os móveis produzidos pela Arredamento atendam

às expectativas dos consumidores mais exigentes –

como aqueles acostumados aos produtos importados

do “Primeiro Mundo”.

Sonia Colapietro finaliza: “os irmãos Campana e nós,

da Arredamento, ficamos muito satisfeitos em poder-

mos produzir uma cadeira criada por esses designers

– que até pouco tempo atrás eram prestigiados

somente por produtores italianos – com a mesma qua -

lidade e tecnologia encontradas no ‘país do design’”.

ARREDAMENTOAl. Gabriel Monteiro da Silva, 903 São Paulo, SP – Tel.: (11) 3062-1188

Av. das Américas, 7.777, Rio Design Barra, Rio de Janeiro, RJ – Tel.: (21) 2348-7560

www.arredamento.com.br

Page 58: Revista ARC DESIGN Edição 28

PA

NO

RA

MA

BR

AS

IL Na tu rais, sin té ti cos, tra di ci o nais, tec no -

ló gi cos, neu tros, vi bran tes, quen tes,

frios, li sos, fos cos. Para pi sar, para

olhar, para ad mi rar... Qual o piso ide al?

Ar tis ta prin ci pal ou co ad ju van te? Vai

de pen der da si tu a ção – ou da sua

inten ção! Nes ta edi ção, ARC DE SIGN

apre sen ta pi sos para gos tos e usos os

mais di ver sos. Iden ti fi que o seu!

Mosaico de vidro coleção Mutações Em vi dro puro e não-po ro so, é re sis ten te a man -chas, pi xa çõ es, pro du tos quí mi cos e mé dio trá fe goPre ço sob con sul taVidrotilSAC: 0800 119 971www.vidrotil.com.br

Ladrilho hidráulicoFei tos sob en co men da, os la dri lhosde ci men to pig men ta do po dem tra -zer os mais di ver sos de se nhos emto na li da des va ri a dasPre ço: entre R$ 2,90 e R$ 3,40(peça de 10 x 10 cm); entre R$ 3,40e R$ 4,50 (peça de 20 x 20 cm)Dal le Pi ag geTel.: (11) 3834-9896www.dal le pi ag ge.com.br

Preços pesquisados em agosto e sujeitos a alteração

Page 59: Revista ARC DESIGN Edição 28

Carpete Antron LegacyFi la men to con tí nuo de nái lon 6.6, com sec çãoqua dra da. Re sis ten te a man chas, mofo, su -jei ras e trá fe go in ten so. Não pro pa ga cha -mas e é an ti mi cro bi a noPre ço sob con sul taDuPontSAC: 0800 171 715www.antron.com.br

Pastilhas linha DecoroTo ze tos de 7 x 7 cm em re si na, dis po ní veisem di ver sas co resPreço: R$ 9,80 (por peça)Mosarte CollectionSAC: 0800 707 0107www.mosarte.com.br

Pastilhas linha Ouro – OpiocolorFor ma das por uma lâ mi na de ouro 24 qui la tes entreduas ca ma das de vi dro trans pa ren te. Dis po ní veisnos ta ma nhos 1 x 1, 2 x 2, 2,5 x 2,5 ou 5 x 5 cmPre ço sob con sul taJa to báTel.: (19) 3876 1288www.ja to bá.com.br

Piso poliuretânico PU-SL D60A re si na de po li u re ta no (re sis ten te a inú me rosáci dos inor gâ ni cos e sol ven tes) re ce be aca ba -men to em ver niz fos co ou bri lhan te. Pode ser apli -ca da so bre con cre to, me tal, ma dei ra e as fal toPreço sob consultaResin FloorTel.: (11) 3666-9629www.resinfloor.com.br

Page 60: Revista ARC DESIGN Edição 28

58ARC DESIGN

Piso de borracha FlocadoPara am bi en tes in ter nos de prá ti ca es por ti va. Com alta re sis -tên cia ao des gas te, ab sor ve im pac tos e é an ti der ra pan te.Dispo ní vel em ro los de 3,8 mm de es pes su ra e 1 m de lar gu raPre ço sob con sul taMer curTel.: (51) 3715-1611www.mer cur.com.br

Piso melamínico FormipisoAn ti der ra pan te, alta re sis tên -cia a man chas e abra são, pro -du tos quí mi cos do més ti cos equei ma de pon tas de ci gar ro Pre ço: en tre R$ 40,00 e R$ 44,00 o m2 apli ca doFor mi caSAC: 0800 193 230www.for mi ca.com.br

Piso laminado Eucafloor ResidenceEx clu si vo para uso re si den ci al: ré guas com 20 cm de lar -gura, em sete pa drõ es ama dei ra dos. Hi po a ler gê ni coPre ço: en tre R$ 40,00 e R$ 48,00 o m2 aplica doEucatexSAC: 0800 172 100www.eucatex.com.br

Parquet Nogueira – Durafloor HomePiso la mi na do de alta re sis tên cia, re pro duz ta cos de 40 x 9,5cm. Dis tri bu í do em lâ mi nas de 19 x 120 cm, com 7 mm dees pes su ra Pre ço sob con sul taDurafloorSAC: 0800 556 996www.durafloor.com.br

Page 61: Revista ARC DESIGN Edição 28

Paviflex DinamicRe ves ti men to vi ní li co se mi fle xí vel. Não pro pa ga cha mas e éan ti es tá ti co. Dis po ní vel em di ver sas co res, em pa drõ eslisos, com flash ou mes cla dosPre ço sob con sul taFademacSAC: 0800 119 122www.fademac.com.br

Piso SolariumPara áre as in ter nas e ex ter nas. É an ti der ra pan te e não re témca lor, sen do in di ca do para áre as con tí guas a pis ci nas.Dispo ní vel em pla cas de 50 x 50 e 100 x 100 cmPre ço: R$ 41,52 o m2

Cerlem Produtos CerâmicosTel.: (11) 608-2233www.solariumpisos.com.br

Pastilhas de vidro linha VitrusPro du zi das por “fu sing”, pro -ces so de fu são em vi dro quere sul ta numa su per fí cie si nu o -sa ou com pe que nas “bo lhas”.Dis po ní veis em 54 co resPre ço sob con sul taTropo BellaSAC: 0800 771 1691www.tropobella.com.br

Pastilhas de porcelana série DamaDis po ní veis no for ma to 2 x 2 cm, em sete va ri a çõ es de co res.Ide ais para am bi en tes pe que nosPre ço sob con sul taAtlasTel.: (19) 3673-9600www.ceratlas.com.br

Page 62: Revista ARC DESIGN Edição 28

Carpetes Tweed (em primeiro plano) e Laser (demais)Em po li pro pi le no So lu ti on Dyed (sis te ma de tin -gimento que não des bo ta), an ti mo fo e an ti á ca roPre ço: R$ 45,00 (Twe ed) e R$ 61,00 (la ser) o m2

insta la doBeltechSAC: 0800 123 [email protected]

Piso e complemento Pietra Reale JadeResistentes ao tráfego, são encontrados na versãonormal e retificada. Disponíveis em placas de 42 x 42cm e mosaicos de 4,4 x 42,5 cmPreço sob consultaGyotokuTel.: (11) 4746-5000www.gyotoku.com.br

Porcelanato Rústico Montalcino Cotto, Arena Noce eMontalcino AlmondApre sen tam alta re sis tên cia me câ ni ca e bai xa ab sor -ção de água. Dis po ní veis nos ta ma nhos 41 x 41 cm(re ti fi ca das) ou 41,7 x 41,7 cm (sem re tí fi ca)Pre ço sob con sul taItagresSAC: 0800 48 6121www.itagres.com.br

Pastilhas de cristalPara re ves ti men tos de pi sos, pa re des e pis ci nas.Resis ten te a pro du tos quí mi cos, pos sui ín di ce deabsor ção zero Pre ço sob con sul taGlass Mo saicSAC: 0800 701 9005www.glass mo saic.com.br

Page 63: Revista ARC DESIGN Edição 28

61ARC DESIGN

Piso Norament 925 Lago – Freudenberg Em bor ra cha vul ca ni za da, é an ti der ra pan te, re tar dacha mas e re sis te a quei ma du ras de ci gar ro. Parazonas de trá fe go mu i to in ten soPreço sob consultaPlurigomaTel.: (11) 5521-6233www.plurigoma.com.br

Mosaico Rosone DelicatoCom bi na ção de frag men tos das ce râ mi cas Mar moSplen do re Bo tic ci no e Tra ver ti no. Para am bi en tes decir cu la ção mé dia a mé dia-alta Preço: R$ 10,00 o m2

Nardini CerâmicaSAC: 0800 770 1188www.nardiniceramica.com.br

Porcelanato Terra MarfimDa co le ção Fu o co del la Ter ra, é an ti der ra pan te, apre sen -ta alta re sis tên cia su per fi ci al e bai xa ab sor ção de água.Dis po ní vel em pe ças de 15 x 15, 30 x 30 e 40 x 40 cmPreço sob consultaElianeSAC: 0300 789-7771www.porcellanatoeliane.com.br

Porcelanato VintageUma re lei tu ra do coto, é co mer ci a li za do nos for ma tos15 x 15, 15 x 30 e 30 x 30 cm, nas co res Gold, Bei ge eOff-Whi te Pre ço sob con sul taPortobelloSAC: 0800 482 000www.portobello.com.br

Page 64: Revista ARC DESIGN Edição 28

Marcelo Aflalo

Brno, si nô ni mo de Mies Van der Rohe, da ele gan te

Tuguend hat Vil la e tam bém da não me nos ele gan te pol tro -

na Brno. Se gun da ci da de da Re pú bli ca Tche ca, não tem a

in crí vel di ver si da de e his tó ria de Pra ga, mas tem suas qua -

li da des. O cen tro his tó ri co me di e val cer ca do por cons tru -

çõ es de ins pi ra ção to ta li tá ria so vi é ti ca re su me bem a tra je -

tó ria des sa ci da de.

Para o mun do grá fi co, Brno é tam bém, há 40 anos, pal co de

uma das mais im por tan tes mos tras de car ta zes e de sign de

que se tem no tí cia. Usu al men te acom pa nha da por um sim -

pó sio de dis cus são de as sun tos grá fi cos, nes se ve rão eu ro -

peu a Bi e nal in te grou-se a um pa co te mais com ple xo,

fazen do par te do en con tro do Ico gra da – ór gão má xi mo do

de sign grá fi co no mun do.

Mí dia qua se ine xis ten te no Bra sil, o car taz ocu pa o cen tro

XX Bienal Internacionalde design gráfico de Brno 2002Acon te ceu en tre 18 de ju nho e 20 de ou tu bro de 2002 a mos tra de pôs te res e design

grá fi co de mai or re le vân cia no ce ná rio mun di al: a Bi e nal de Brno. A se guir, os des -

ta ques da 20ª edi ção do even to

das dis cus sõ es em Brno, com três edi fí ci os abri gan do a

mos tra prin ci pal e as se cun dá ri as, de as sun tos cor re la tos.

Des de 1963, ano da pri mei ra bi e nal, o even to vem se des -

ta can do como o mais du ra dou ro e sig ni fi ca ti vo do gê ne ro,

com re pre sen ta ti vi da de glo bal (42 paí ses) e gran de nú mero

de ins cri tos (814).

O mai or nú me ro de ins cri çõ es em 2002 foi dos ja po ne ses,

se gui dos pe los tche cos, con fir man do a tra di ção des sas

duas re giões e o do mí nio que exer cem so bre o veí cu lo. O

Ex tre mo Ori en te (Chi na, Co réia, Tai wan e Ma lá sia) e o

Leste Eu ro peu en vi a ram tam bém um ex pres si vo con tin -

gen te de car ta zes com co res lo cais e te má ti ca uni ver sal.

Es ta dos Uni dos, Fran ça, Itá lia e Su í ça con cen tra ram a mai or

par te dos car ta zes de te má ti ca cul tu ral e pro mo ci o nal.

Nes te ano, a or ga ni za ção da bi e nal es co lheu en fa ti zar os

Abai xo, três pôs te res cul tu rais. Da es quer da para a di rei ta: “An In ter na ti o nal Con fe ren ce of Phi lo sophy of Art” (2001), de Reza Abe di ni (Irã); “The Trio of Asia

Pos ter Ex hi bi ti on” (2001), de Wing Kei Les lie Chan (Tai wan), pre mi a do com The Ma yor of the City of Brno Award; e “Ko re an Ima ge” (2001), de Leo Lin (Tai wan)

Page 65: Revista ARC DESIGN Edição 28

Aci ma, o pôs ter so ci al “@” (2001), de Ken-Tsai Lee (Tai wan). Abai xo, à es quer da, o pôs ter eco ló gi co “We Kil ling Na tu re”, de Sung-Eic Bae (Co -

réia). Na se quên cia, dois pôs te res cul tu rais: “Tou lou se-Lau trec” (2001), de Mi eczys taw Wa si lewsky (Po lô nia) e “Rain” (2001), de Ca the ri ne

Zask (Fran ça), pre mi a do com o Grand Prix

63ARC DESIGN

Page 66: Revista ARC DESIGN Edição 28

64ARC DESIGN

car ta zes com te má ti cas so ci ais que abor das sem os gru -

pos mar gi na li za dos do de sen vol vi men to so ci al e eco nô -

mi co, em sin to nia com a cres cen te pre o cu pa ção com os

efei tos fu nes tos da glo ba li za ção e que, por isso, di fi cil -

men te con se guem ex po si ção e pa tro cí nio.

Di vi di da em dois lo cais – a mos tra eu ro péia fi cou no Mu -

seu de Ar tes Apli ca das e o “res to do mun do” foi agru pa -

do no tér reo do pa lá cio do go ver no – se pa ra dos por al -

guns quar tei rõ es no char mo so cen tro his tó ri co de Brno,

um gran de cal ça dão re ple to de ati vi da des.

A ex po si ção em si teve mon ta gem bas tan te di re ta, sem

ma la ba ris mos grá fi cos ou ar qui te tô ni cos, com os paí ses

agru pa dos em or dem al fa bé ti ca numa se quên cia de

salas, sa lõ es e ni chos.

O for ma to do mi nan te dos car ta zes é o cha ma do “fo lha in -

tei ra”, apro xi ma da men te 1,00 x 0,70 m, com os ja po ne ses

ex tra po lan do es sas me di das e ra rís si mos re pre sen tan tes

do mi cro for ma to (meia fo lha ou me nos), qua se to dos do

Bra sil (Ana Lu i sa Es co rel, He loí sa Fa ria, Fe li pe Ta bor da

e, a ex ce ção, Pau lo Mo ret to).

Para co me mo rar: a vol ta da ti po gra fia eco nô mi ca e le gí -

vel, cheia de sig ni fi ca dos, a ilus tra ção tam bém cheia de

Aci ma, três pôs te res cul tu rais, da es quer da para a di rei ta: “Vi trail by An ta bi” (2000), de Eh san An ta bi (Sí ria); “Ru, tuò, huò” (2001), de Ima ya Wong

(Ma lá sia); “Car te les de Me xi co” (2000), de Be ni to Ca ba ñas (Mé xi co). No pé da pá gi na, à es quer da, o pôs ter so ci al “Help Blind men” (2002), de

Shenguang Ma (Chi na); na se quên cia, dois pôs te res cul tu rais: “Life” (2001), de Hung Lam (Chi na); e “Fu si on” (2001), de Zhen Dong (Chi na)

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65ARC DESIGN

pas sou des per ce bi da, não me re cen do nem mes mo área

de di ca da no ca tá lo go da mos tra.

Na ava li a ção in de pen den te e tam bém sub je ti va des te

repór ter, os des ta ques fi ca ram por con ta do con teú do, da

ob je ti vi da de e do im pac to do con jun to com al gu mas

peças aci ma das de mais.

O ira ni a no Reza Abe di ni ca pi ta ne ou o con tin gen te do

Orien te Mé dio com uma mis tu ra ilus tra ti va e ti po grá fi ca

auxi li a da pe los ex pres si vos ca rac te res ará bi cos. Do Ja -

pão, des ta que para Yos hi te ru Asai e No rio Fu jis hi ro com

um pôs ter du plo de te má ti ca po lí ti co/so ci al, Kyo ji Ko ta ni e o

va lo res e as so ci a da à ti po gra fia e, por fim, os te mas so ci ais e

eco ló gi cos com ar de de nún cia lem bran do a dé ca da de 1960.

Como sem pre, a pre mi a ção di fi cil men te re fle te o con jun -

to e fica por con ta da sub je ti vi da de do júri, que deu o

Grand Prix à fran ce sa Ca the ri ne Zask e as me da lhas na

ca te go ria Car ta zes a Mel chior Im bo den, da Su í ça, Sei ji

Toda, do Ja pão, e Ni klaus Trox ler, tam bém su í ço.

Em tem po, a bi e nal tam bém pre mi ou Iden ti da de Cor po ra -

ti va, im pres sos grá fi cos e pro mo ci o nais, que nem de lon -

ge ri va li zam com a mos tra de car ta zes. Per di da nos me an -

dros da mon ta gem prin ci pal, a mos tra de ID cor po ra ti va

Aci ma, à es quer da, o pôs ter eco ló gi co “Fis hes in the Sea are Nur tu red by the Fo rest” (1998), de No ri to Shin mu ra (Ja pão). Na se quên cia, dois pôs te res cul tu -

rais: “Ja pan” 2001 (2001), de Yos hi te ru Asai (Ja pão) e “Ikko Ta na ka 1930-2002” (2002), de Vla di mir Caj ka (Rús sia). No pé da pá gi na, três pôs te res cul tu rais,

da es quer da para a di rei ta: “Da vid Mur ray” (2001), de Ni klaus Trox ler (Su í ça); “Fes ti val Café Thé â tre & Cie.” (2001), de Alain le Quer nec (Fran ça), pre mi a do com

The BEDA (Bu re au of Eu ro pe an De sig ners’ As so ci a ti ons) Award; “Is tván Orosz” (1998), de Is tván Orosz (Hun gria)

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mi ni ma lis ta No ri to Shin mu ra com um pei xe-fo lha co men -

tan do so bre a in ter de pen dên cia dos ma res e das flo res -

tas. De Tai wan vá ri as sur pre sas, com pro du ção grá fi ca

so fis ti ca da para a mí dia como o tra ba lho de Wing Kei

Les lie Chan e a Op Art, de Ken-Tsai Lee e Leo Lin. A Chi -

na, de pois de qua se uma vida lon ge des se tipo de even to,

sur giu como uma das gran des po tên ci as com um mis to

de ima gens que se equi li bra va en tre o Naïf e o es pi ri tu al

na vi são de Zhen Dong, Hung Lam e sua se quên cia de

“ba lõ es me tá fo ras”, e o eco nô mi co Shen guang Ma.

O is rae len se Yos si Lemel cos tu rou dois fi lés de car ne

crua para fa lar do con fli to ára be/ju deu, com efei to cho -

can te e pou co su til, en tre tan to ne ces sá rio.

En tre os nor te-ame ri ca nos de sem pre, o des ta que foi a sé rie

de car ta zes da re cém-trans plan ta da búl ga ra Luba Lu ko va,

com ima gens po de ro sas, re mi nis cen tes da xi lo gra vu ra.

Da Eu ro pa, re pre sen tan do o Les te, Bó ris Bu cán com um

dos mu i tos co men tá ri os so bre o 11 de se tem bro; o rus so

Vla di mir Caj ka, emu lan do a alma ja po ne sa; da Re pú bli ca

Tche ca o soco po de ro so de Jirí Ha nek; da Hun gria a ilus -

tra ção pre mi a da de Is tván Orosz; e a pin ce la da ti po grá fi -

ca do po lo nês Mi eczys taw Wa si lews ky.

In jus ti ças à par te, o sal do que fica para um olhar es tran -

gei ro é o de uma enor me di ver si da de te má ti ca e grá fi ca

com gran de in ti mi da de com a mí dia.

A per gun ta que não quer ca lar: o que eles têm que nós

não te mos? Ba si ca men te, prá ti ca.

Ava li an do a bi e nal com olhar mi nu ci o so, ve mos que

gran de par te dos pro je tos é de de man da in ter na, ou seja,

au to pro mo ci o nais ou fru to de uma ne ces si da de in ter na

Abai xo, à es quer da e no cen tro, dois pôs te res po lí ti cos: “Seam Line” (2001), de Yos si Le mel (Is rael), pre mi a do com The Cri tics’ Award e “Cec na”

(2000), de Jirí Ha nek (Re pú bli ca Tche ca). Na se quên cia, o pôs ter cul tu ral “Zvu kons truk cii” (2001), de Igor Gu ro vic (Rús sia)

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Abai xo, três pôs te res cul tu rais. Da es quer da para a di rei ta: “Kenny Whe e ler Quar tet” (2001), de Ni klaus Trox ler (Su í ça), pre mi a do com Me dal for the Best

Design in the Ca te gory of Pos ters; “Le a ther Jac ket for Soul” (2001), de Sei ju Toda (Ja pão), pre mi a do com Me dal for the Best De sign in the Ca te gory of Pos ters;

“Mu seo de Te qui la em Te qui la Ja lis co” (2000), de Kve ta Pa covs ká (Re pú bli ca Tche ca), pre mi a do com The Mi nistry of Cul tu re of the Czech Re pu blic Award

de co men tar, de nun ci ar ou opi nar. Em uma ati tu de pró -

xi ma às ar tes plás ti cas, al guns car ta zes são pe ças úni cas

ou fei tos em bai xís si ma ti ra gem, pois mes mo nos paí ses

com tra di ção em car ta zes, os su por tes são ra ros e dis pu -

ta dos. Em Zu ri que e Lon dres, os car ta zes têm su por tes

pú bli cos que são lo te a dos em ro dí zio e con vi vem com a

si na li za ção ur ba na e os ma pas.

Nos paí ses do Les te Eu ro peu o car taz sem pre foi o veí cu -

lo ide al de auto-ex pres são nos fe cha dos e au to ri tá ri os re -

gi mes po lí ti cos a que eram sub me ti dos.

Sin to ma ti ca men te, du ran te o even to do Ico gra da, um

de sig ner hún ga ro co men ta va que os gran des mes tres

do car taz ha vi am per di do par te da mo ti va ção por con ta

da aber tu ra po lí ti ca. Esse mes mo de sig ner acre di ta que

a te má ti ca ex plí ci ta dos car ta zes de hoje ca re ce das

me tá fo ras e su ti le zas grá fi cas dos car ta zes pré-aber tu ra.

Ou tro fato re le van te é o am bi en te con tro la do em que es ses

car ta zes são exi bi dos, sem os ex ces sos e a sel va ge ria que te -

mos por aqui, onde os out do ors são con si de ra dos pe que nos

e trans bor dam in for ma çõ es inú teis, além de seus li mi tes.

Fal ta aqui o exer cí cio da in dig na ção com as ma ze las dos

tem pos mo der nos. Es ta mos ha bi tu a dos aos exa ge ros e

con tras tes so ci ais e eco nô mi cos e tam bém nos fal ta um

per fil mais so li dá rio, ca paz de es ti mu lar uma cri a ti vi da de

de sin te res sa da e al tru ís ta.

Os su por tes e a di vul ga ção são de cor rên cia da pro du ção

e vêm com o tem po.

Pre ci sa mos, an tes de mais nada, de con teú do grá fi co e

con cei tu al, en quan to des co bri mos uma fór mu la não-po -

lu en te de mos trar e di vul gar nos sos tra ba lhos. �

Ao lado, o pôs ter cul tu ral “In ters chwei zer Küns tler 2000” (2000), de

Mel chior Im bo den (Su í ça), pre mi a do com Me dal for the Best De sign in

the Ca te gory of Pos ters.

No alto da pá gi na ao lado, à es quer da, pôs ter eco ló gi co “Wa ter”

(2001), de Luba Lu ko va (EUA). Na se quên cia, pôs ter so ci al “Co e xis ten -

ce” (2002), de Ste pán Ma lo vec (Re pú bli ca Tche ca), pre mi a do com The

Al phon se Mu cha Pri ze for Pos ter

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!!No site da ARC DESIGN...

índice por assunto

• des ign bras i le i ro

• des ign in ternac iona l

• des ign gráf ico

• arqu i te tura e in ter iores

• eco log ia e des ign

• matér ias h is tór icas

• artesanato

• moda

• fe i ras e expos ições

. . . entre outros

matérias na íntegra

A cada ed ição, uma matér ia é

ve icu lada completa no s i te

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Arc Design – endereço para correspondência:Rua Lisboa, 493 – CEP 05413-000São Paulo – SP

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Uma Publicação Quadrifoglio EditoraARC DESIGN n° 28, novembro/dezembro 2002

Diretora Editora – Maria Helena EstradaDiretor Comercial – Cristiano S. BarataDiretora de Arte – Fernanda Sarmento

Redação:Editora Geral – Maria Helena EstradaEditora de Design Gráfico – Fernanda SarmentoChefe de Redação – Winnie BastianRevisora – Jô A. SantucciProdução – Tatiana Palezi

Arte:Designers – Adriana Lago

Cibele CipolaEstagiária – Helena Salgado

Participaram desta edição:Angélica ValenteMarcelo Aflalo

Departamento Administrativo:Fabiana Ferreira da Costa

Departamento Comercial:Gerente Comercial – Flavia Jorge

Departamento de Circulação e Assinaturas:Denise Toth Gasparotti

Conselho Consultivo:Professor Jorge Cunha Lima, diretor da Fundação Padre Anchieta; arquitetoJulio Katinsky; Emanuel Araujo, diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo;Maureen Bisilliat, curadora do Pavilhão da Criatividade do Memorial daAmérica Latina; João Bezerra, designer, especialista em ergonomia; RodrigoRodriquez, especialista em cultura e design europeus, consultor de Arc Designpara assuntos internacionais

CTP: Takano Editora Gráfica Ltda.Impressão: Takano Editora Gráfica Ltda.Papel: Suzano Papel – Couchê Reflex Matt (miolo – 150 g)

Supremo Duo Design (capa – 250 g)

Os direitos das fotos e dos textos assinados pelos colaboradores da ARCDESIGN são de propriedade dos autores. As fotos de divulgação foram cedidaspelas empresas, instituições ou profissionais referidos nas matérias. A repro-dução de toda e qualquer parte da revista só é permitida com a autorizaçãoprévia dos editores, por escrito.

Cromos e demais materiais recebidos para publicação, sem solicitação préviade ARC DESIGN, não serão devolvidos.

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Al. Gabriel Monteiro da Silva T (11) 3062 1188 F 3063 1369Shopping D&D T (11) 3043 9129 TF 3043 8961

Lar Center T (11) 6222 2863 / 6222 2949 TF 6222 2784Rio Design Barra T (21) 2438 7559 / 2438 7560 F 2438 7561

Novas lojas Arredamento:Brasília T (61) 361 2961

Fortaleza T (85) 241 2877Produtos Arredamento em outras

capitais e novas parcerias: informações pelo T (11) 3885 2552

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D e F e r n a n d o e H u m b e r t o C a m p a n a e x c l u s i v o p a r a A r r e d a m e n t o

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F A Ç A D A F O R M A

O C O N T E Ú D O

D O S E U P R O D U T O.

D e s i g n . Fa z o s e u p ro d u t o f i c a r b e m m a i s a t r a e n t e

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