Revista Automotive Business

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Automotive Automotive AGOSTO DE 2014 ANO 6 • NÚMERO 28 A GUERRA DAS AUTOPEÇAS O INOVAR-AUTO LEVA O SETOR AUTOMOTIVO AO MOMENTO DE MAIOR TRANSFORMAÇÃO E PROVOCA UMA DISPUTA ACIRRADA ENTRE COMPONENTES NACIONAIS E IMPORTADOS NAS LINHAS DE PRODUÇÃO •POLOS AUTOMOTIVOS: O MAPA DA PRODUÇÃO •LANÇAMENTO: CHEGAM KA, SANDERO E TROLLER •ZF MOSTRA A LEVEZA NA MANOBRA DOS PESADOS AGOSTO DE 2014 ANO 6 MERO 28 O IN O IN O O VAR VAR - A A UT UT O O LEVA LEVA O O SET SET O O R AUT R AUT O O M M O O T T I I V V O O A A O O M M O O MENT MENT O O DE DE MA IO R TRANSF O RMAÇÃ O E PR O V O CA UMA D I SPUTA AC I RRADA ENTRE C C O MP O NENTES NAC IO NA I S E I MP O RTAD O S NAS L I NHAS DE PR O DUÇÃ O P P O O L L O O S S AUT AUT O O M M O O T T I I V V O O S S : O MAP A DA PR O DUÇÃ O LANÇAMENT LANÇAMENT O O: CHE CHE G G AM AM K A K K , SANDER O E TR O LLER Z Z F F M M O O STRA STRA A A LEVE LEVE Z Z A A NA NA MAN OB RA D O S PESAD O S

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Revista com excelente editorial.

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Page 1: Revista Automotive Business

AutomotiveAutomotiveAGOSTO DE 2014 ANO 6 • NÚMERO 28

A GUERRA DAS AUTOPEÇAS

O INOVAR-AUTO LEVA O SETOR AUTOMOTIVO AO MOMENTO DE MAIOR TRANSFORMAÇÃO E PROVOCA UMA DISPUTA ACIRRADA ENTRE

COMPONENTES NACIONAIS E IMPORTADOS NAS LINHAS DE PRODUÇÃO

• POLOS AUTOMOTIVOS: O MAPA DA PRODUÇÃO

• LANÇAMENTO: CHEGAM KA, SANDERO E TROLLER

• ZF MOSTRA A LEVEZA NA MANOBRA DOS PESADOS

AGOSTO DE 2014ANO 6 • NÚMERO 28

O INO INOOVARVAR-AAUTUTOO LEVA LEVA OO SET SETOOR AUTR AUTOOMMOOTTIIVVOO A AOO M MOOMENTMENTOO DE DEMAIOR TRANSFORMAÇÃO E PROVOCA UMA DISPUTA ACIRRADA ENTRE

CCOMPONENTES NACIONAIS E IMPORTADOS NAS LINHAS DE PRODUÇÃO

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••ZZFF MMOOSTRASTRA AA LEVELEVEZZAA NANAMANOBRA DOS PESADOS

Page 2: Revista Automotive Business

TA N Q U E M E TÁ L I C O : A S O L U Ç Ã O D O F U T U R O .

A m a n e i r a d e p e n s a r o m u n d o e s t á s e m p r e e m

t r a n s f o r m a ç ã o , e x i g i n d o s o l u ç õ e s d i f e r e n c i a d a s .

A i d e i a q u e n o s m o v e é c o n s t r u i r , c o m a n o s s a

tecno log ia , um futuro cada vez melhor para o nosso

p a í s e p a ra o m u n d o .

Page 3: Revista Automotive Business

Tecnologia de Vanguarda

AETHRAS I S T E M A S A U T O M O T I V O S

Page 4: Revista Automotive Business

4 • AutomotiveBUSINESS

ÍNDICEÍNDICE

No momento de maior transformação, provocado pelo programa Inovar-Auto, o setor automotivo muda seu perfil enquanto assiste a uma disputa acirrada entre autopeças nacionais e importadas nas linhas de montagem

A GUERRA DAS

AUTOPEÇAS

8 FERNANDO CALMON ALTA RODA Para disciplinar o tráfego

10 NO PORTAL

12 CARREIRA

16 NEGÓCIOS

36 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO O AVANÇO DO RFID NAS FÁBRICAS Tecnologia localiza peças

40 POLOS AUTOMOTIVOS A GEOGRAFIA DA PRODUÇÃO Novas montadoras e fornecedores

78 CAPA | INDÚSTRIA

PROJETO FOTON, em Guaíba (RS), dá prioridade aos parceiros chineses

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LUIS

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AutomotiveBUSINESS • 5

AUTOPEÇAS 82 Aftermarket 84 Fundidos 85 Forjados 86 Estampados87 Interiores88 Rolamentos89 Transmissões/eixos90 Turbos92 Arrefecimento

///e/e/eieixeixixoxoxosososs/e xo/// ii

46 TECNOLOGIA A LEVEZA DOS PESADOS Manobra por controle remoto

50 CAMINHÕES ANO DE DIFICULDADES Fabricantes à espera da retomada

54 MÉXICO DESTAQUE NOS INVESTIMENTOS Produção em alta, mercado reduzido

58 VEÍCULOS O NOVO FORD KA Pacote completo e bom preço

62 INDÚSTRIA A ARRANCADA DA TROLLER Fábrica recebeu R$ 215 milhões

66 LANÇAMENTO RENAULT CAPRICHA NO SANDERO Carro fica melhor até no preço

70 FÁBRICA INAUGURAÇÃO DA CHERY Primeira montadora chinesa no País

72 WORKSHOP O PLANEJAMENTO DE 2015 As dicas dos especialistas

94 COBIÇA LAR HI-TECH A ajuda dos eletrônicos

O ZF INNOVATION TRUCK é um exemplo de integração de tecnologias existentes que projetam o futuro

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ARQUIVO DELPHI

Page 6: Revista Automotive Business

6 • AutomotiveBUSINESS

REVISTA

www.automotivebusiness.com.br

Editada por Automotive Business, empresa associada à All Right! Comunicação Ltda.

Tiragem de 12.000 exemplares, com distribuição direta a executivos de fabricantes

de veículos, autopeças, distribuidores, entidades setoriais, governo, consultorias,

empresas de engenharia, transporte e logística e setor acadêmico.

DiretoresMaria Theresa de Borthole Braga

Paula Braga PradoPaulo Ricardo Braga

Editor ResponsávelPaulo Ricardo Braga

(Jornalista, MTPS 8858)

Editora-AssistenteGiovanna Riato

RedaçãoCamila Franco, Mário Curcio, Pedro Kutney e

Sueli Reis

Editor de Notícias do PortalPedro Kutney

Colaboradores desta ediçãoAlexandre Akashi, Gustavo Ruffo, Edileuza

Soares, Rodrigo Lara, Sérgio Oliveira de Melo

Ricardo Alves de SouzaRS Oficina de Arte

Estúdio Luis Prado

PublicidadeCarina Costa, Greice Ribeiro, Monalisa Naves

Atendimento ao leitorPatrícia Pedroso

WebTV Marcos Ambroselli

Comunicação e eventos

Carolina Piovacari

ImpressãoMargraf

Distribuição

MTLOG

Administração, redação e publicidadeAv. Iraí, 393, conjs. 51 a 53, Moema,

04082-001, São Paulo, SP, tel. 11 5095-8888

[email protected]

Em busca de componentes para se recompor, o Autobot da capa desta revista, um transformer que tem o poder de alternar a aparência como

robô ou veículo, compartilha com a indústria automobilística brasileira a mesma dúvida: utilizar autopeças nacionais ou importadas? O dilema, no mundo real, está em encontrar um ponto de equilíbrio saudável entre o emprego de componentes nacionais e importados na produção dos veículos e, ao mesmo tempo, atender o ambicioso programa de rastreabilidade, que demonstra a origem das partes para efeito de recolhimento de impostos.

De um lado, as autopeças importadas, aparentemente no papel de vilãs, podem significar redução de custo e opção por conteúdo tecnológico avançado, já disponível nas prateleiras; de outro, o uso de autopeças nacionais representa a tábua de salvação para os fornecedores locais, que têm assistido a uma verdadeira invasão de peças fabricadas no exterior.

A disputa pelo mercado de autopeças, que mexe com a identidade das empresas do setor, tem peso expressivo e a balança comercial setorial acusa déficit da ordem de US$ 10 bilhões anuais. A aposta na reversão desse quadro desfavorável vem do programa Inovar-Auto, que estimula o produto nacional, por meio da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A matéria de capa desta edição ilustra essa questão e estende-se pela análise setorial de forjados, fundidos, estampados, interiores, rolamentos, transmissões, eixos, turbos e componentes para arrefecimento.

Matéria de fôlego, fruto de levantamento conduzido pelo jornalista Gustavo Ruffo, revela o avanço dos polos automotivos, definindo sua vocação e principais sistemistas. Por meio do jornalista Sérgio Oliveira, brasileiro que reside no México, avaliamos a evolução da indústria automobilística daquele país que, embora tenha um mercado interno limitado, vai se equiparando ao Brasil na produção de veículos.

Voltamos à carga com a análise do segmento de caminhões, que ainda espera pela recuperação das vendas no mercado interno. Outro destaque vai para o lançamento de veículos nacionais, com a avaliação do Troller T4, Sandero e Ford Ka. Reservamos também espaço para descrever a experiência do editor Pedro Kutney, do Portal Automotive Business, em extensa sessão para conhecer as novas tecnologias da ZF na Alemanha como forma de otimizar o desempenho de veículos pesados.

Até a próxima edição.

BUSCA DE IDENTIDADE

Paulo Ricardo [email protected]

EDITORIAL

Page 7: Revista Automotive Business

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Mobil e Mobil Super são marcas ou marcas registradas da Exxon Mobil Corporation ou uma de suas subsidiárias, utilizadas por Cosan Lubrifi cantes e Especialidades S.A., ou uma de suas subsidiárias, sob licença. Outras marcas ou nomes de produtos utilizados neste material são de propriedade de seus respectivos donos.

/cosan.mobil

Encontre também em: BA - Espaço do Óleo Navega (47) 3319-5707; CE - Da Nóbrega (85) 3494-3737; DF - Mega Lub (61) 3361-5023; PI - Edi Serviços Automotivos (86) 3232-7617; PR - Luciano Mendes (41) 3086-0072; RJ - Jotas ZR (Truck Car) (21) 2415-0651; SP - Giacomin & Cia Ltda. (19) 3834-2002.

Page 8: Revista Automotive Business

8 • AutomotiveBUSINESS

LUIS

PRA

DO

FERNANDO CALMON é jornalista especializado na

indústria automobilística [email protected]

Leia a coluna Alta Roda também no portal

Automotive Business.

PATROCINADORAS

disciplinar o tráfego de superfície. Uma vem de Celso Franco, que já dirigiu o antigo Departamento de Trânsito do Rio de Janeiro. Ele propôs, há mais de cinco anos, um estímulo indireto para que pessoas partilhem seus carros em caronas. O pedágio urbano de R$ 50,00/mês isentaria quem se voluntariasse ao transporte solidário. Mais recentemente, a americana Uber lançou um aplicativo, já em 30 países, para que pessoas oferecessem caronas mediante pagamento. Isso despertou a ira dos taxistas em cidades europeias e também no Rio e São Paulo. Difícil é banir aplicativos desse tipo.

Outra proposição vem do consultor ambiental e transporte sustentável Olímpio Álvares, que apresentou o conceito do pedágio urbano inteligente (PUI) para a capital paulista em substituição ao rodízio (bom frisar). A tarifa média seria de R$ 7,00/dia ou 50% do que se cobra em Milão, que tem regulamentação complexa e várias exceções. Sua vantagem: limitar cobrança aos eixos de trânsito congestionados e apenas se a velocidade da via ficasse abaixo de um limite regulado. Aplicativos para celulares que traçam rotas

alternativas ajudariam a aproveitar de modo mais racional as vias.

Álvares acredita numa implantação gradativa do PUI que poderia ser proporcional ao valor do IPVA e consumo/emissões de cada veículo. Seus cálculos apontam arrecadação para construir, anualmente, 7 km de metrô ou 100 km de BRT (corredor de ônibus avançado, não a enganação de faixas do lado direito).

O grande problema de qualquer solução que envolva mais um imposto disfarçado, como pedágio urbano, é garantir dinheiro carimbado para o transporte coletivo que realmente funciona: metrô ou monotrilho. Soluções de superfície apresentam sérias limitações pelo crescimento desordenado das cidades brasileiras.

Outro ângulo a coluna sempre enfatiza. Fabricação de veículos responde por 5% do PIB brasileiro e 12% dos impostos arrecadados, sem contar a derrama que continua ao longo da sua vida. Portanto, há dinheiro de sobra para mobilidade urbana, não aplicado por má gestão administrativa e política dos recursos. Ninguém deve se sentir culpado por usar um carro para ir ao trabalho.

Um debate que mais cedo ou mais tarde acontecerá

no Brasil é a maneira de utilizar, de forma mais racional, as vias de superfície nas grandes cidades. Ideias surgem no rastro de soluções implantadas em outras áreas metropolitanas no mundo. Pedágio urbano não é novidade, mas sua aplicação pode-se reconhecer como bastante restrita. Apenas Cingapura, Londres, Milão e Estocolmo cobram para que cidadãos motorizados adentrem o centro histórico. Em geral usa-se o sofisma de taxa de congestionamento. Roma impõe restrições de acesso, sem cobrança. Outras, como Cidade do México, proíbem circulação de veículos poluidores, mais antigos.

Há exemplos de pagar para uso em algumas vias expressas (Santiago) ou túneis (Nova York). O que parece realmente pouco inteligente é limitar a circulação, sem fins ambientais, por meio de finais de placas, como acontece em São Paulo. Essa ideia, de tão ruim, se limita à capital paulista, mas alguns espertos a “venderam” para Bogotá e Caracas.

Existem algumas propostas brasileiras para

ALTA RODA

USAR SEM CULPA

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AutomotiveBUSINESS • 9

FERNANDO CALMON

HONDA prepara uma surpresa aos apreciado-res de SUVs compac-tos, antecipa a coluna. Em meados de 2015 já terá em produção o Ve-zel (com outro nome) na fábrica atual de Suma-ré (SP), sem esperar con-clusão da nova unidade de Itirapina (SP), no final do próximo ano. Quando esta ficar pronta, produ-zirá o CR-V em Sumaré.

MOTOR do BMW 320i demonstra: turbocom-pressor/injeção direta é a melhor combinação pos-sível para o etanol. Em-bora não tenha alterado valores de potência (184 cv) e torque (27,6 mkg.f), a diferença com etanol aparece em acelerações de retomada, principal-mente, além de pequena melhora no consumo em relação à gasolina. Inex-plicável é o sistema des-liga-liga o motor ser ini-bido, quando se usa eta-nol.

PESQUISA da J.D. Power com consumido-res nos EUA aponta mau funcionamento de al-guns comandos de voz, que avançam nos siste-mas avançados de mul-timídia. Possivelmente por interferências de ruí-dos normais do veículo e vozes a bordo. Para me-lhorar essa deficiência, a Ford deslocou do rádio

para o teto o microfone no novo Ka.

GRUPO PSA Peugeot Citroën decidiu importar toda a linha DS da China. Os carros estarão no Sa-lão do Automóvel de São Paulo, começando pelo DS5 com motor turbo de 1,8 l/200 cv. Preços serão realmente competitivos. Grupo francês enquadrou a linha DS como nova submarca, sem ligação à Citroën ou à Peugeot.

PARA quem achava que no Brasil sempre se ganha dinheiro fácil vendendo au-tomóveis precisa ver balan-ços regionais das compa-nhias. Ford perdeu quase US$ 300 milhões neste se-gundo trimestre, na Améri-ca do Sul, onde o País re-presenta quase 2/3 do fatu-ramento. GM também es-tá no negativo. Fiat já ha-via registrado queda de lu-cro de 80% em 2013 e ago-ra mais 23%.

MINI Cooper S exibe de-sempenho nem um pou-co minúsculo. Nova gera-ção do modelo inglês tem motor turbo 2 litros/192 cv, mas o torque impressiona muito: 30,6 kgf.m a apenas 1.250 rpm. O interior ga-nhou espaço atrás e o no-vo quadro de instrumentos ficou bem melhor. Suspen-são é firme um pouco além da conta (para o piso bra-sileiro), mesmo na regula-gem suave.

APESAR de problemas em alguns mercados, Gru-po VW prevê vender pela primeira vez mais de 10 mi-lhões de unidades no mun-do este ano. A Toyota tam-bém projeta romper essa barreira. Briga pela lideran-ça mundial está acirrada, mas projeções de analistas apontam tendência de os alemães chegarem ao topo em 2014, quatro anos an-tes da meta anunciada.

SINDICATO de servido-

res federais da área de ci-ência e tecnologia do se-tor aeroespacial apoiou a publicação de um livro sobre a história de de-senvolvimento do mo-tor a álcool no Brasil. De autoria de Fernanda An-drade, reporta com por-menores e documentos o esforço desde 1975 do professor Urbano Stum-pf e sua equipe do então Centro Técnico Aeroes-pacial, de São José dos Campos (SP).

GOVERNO FEDE-RAL adiou por dois anos os rastreadores em veículos à venda no Bra-sil não apenas por difi-culdades técnicas. Há duas ações na Justiça questionando quanto ao direito de privacida-de. Por outro lado, cerca de 200 empresas ofere-cem o serviço. Quem se interessar estará servido. Não tem sentido impor esse acessório.

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ULG

AÇÃO

RODA VIVABMW 320I: turbocompressor/injeção direta é a melhor combinação para o etanol

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10 • AutomotiveBUSINESS

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WEB TV

MOTOS GRANDES E SCOOTERS GANHAM ESPAÇOEm movimento contrário ao do mercado de motos

como um todo, a venda de scooters e de modelos de alta cilindrada cresceu no primeiro semestre de 2014. De janeiro a junho foram repassados das fábricas aos concessionários 20,4 mil scooters, alta de 31,8% sobre igual período de 2013. No caso das motocicletas acima de 450 cc, as 25,5 mil unidades repassadas na primeira metade do ano resultaram em crescimento de 11,5%.

PORTAL | AUTOMOTIVE BUSINESS

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EXPORTAÇÕES COMPENSAM QUEDA NA VOLVO BUSA divisão de ônibus da Volvo no Brasil enfrenta a baixa do mercado com um

reforço nas exportações. A companhia estima a venda de 800 unidades em outros países em 2014, a maior parte para a Colômbia. Com isso a montadora deve manter este ano o nível de produção registrado em 2013 na planta de Curitiba (PR), próximo de 3,2 mil unidades, apesar de ter reduzido a atividade na fábrica para apenas um turno de trabalho desde agosto do ano passado.

SCANIA DESENVOLVE CAMINHÃO PARA AEROPORTOSDiante da retração nos licenciamentos de

pesados no País, motivada pelo enfraquecimento da economia, a Scania aproveita a expertise com produtos customizados para fechar novos negócios. A empresa entregou o primeiro lote de 33 caminhões de combate a incêndio aeroportuário, desenvolvidos em parceria com a Lavrita Engenharia, para a Secretaria de Aviação Civil.

VALTER PIERACCIANI E ALFONSO ABRAMI, da Pieracciani

Consultoria, avaliam os desafios e vitórias do Inovar-Auto

RENATA PERUCCI, gerente-executiva de caminhões da Scania Latin America, revela

os desafios de trabalhar no segmento de veículos pesados

Descubra em um minuto e meio os fatores que devem ser levados em conta

no momento de fazer o planejamento de 2015

Page 11: Revista Automotive Business

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Foco em Pesquisa e Desenvolvimento q

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Page 12: Revista Automotive Business

CARREIRA

AUTOMOTIVE BUSINESS – Por que decidiu se juntar à Abal? MILTON REGO – O convite foi feito meses atrás. O processo todo foi um pouco longo, o que seria esperado em uma associação que é presidida por um conselho. A Abal tem buscado profissionais de fora de um setor específico, o que acho oportuno, por trazer a possibilidade de incorporar uma nova visão ao segmento de metalurgia.

AB – Quais serão seus principais desafios na nova função? MR – Estão relacionados com a competitividade da cadeia. A indústria do alumínio, assim como a automotiva, está pressionada por importações de asiáticos ao mesmo tempo em que perde exportações.

Está muito oneroso produzir no Brasil e isso tem de ser enfrentado, pois o alumínio é um insumo estratégico para os principais segmentos da economia. Seu consumo cresce em ritmo maior do que o do PIB.

AB – Como aumentar o uso do alumínio na indústria automobilística?MR – O Brasil está muito atrás na utilização de alumínio. Na Europa e nos Estados Unidos, a média está entre 140 e 170 quilos por veículo, enquanto estamos em um terço desse valor. A tendência de substituição por materiais mais leves e resistentes, como o alumínio, é inevitável nesta indústria, que têm objetivos desafiadores de eficiência energética.

MILTON REGO: ABAL BUSCA NOVA VISÃO PARA SEGMENTO DE METALURGIA

CAMILA FRANCO

EXECUTIVO, QUE TROCOU A DIRETORIA

DE COMUNICAÇÃO CORPORATIVA E

RELAÇÕES EXTERNAS DA CNH INDUSTRIAL PELA

PRESIDÊNCIA EXECUTIVA DA ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DO ALUMÍNIO, APONTA OS

NOVOS DESAFIOS

AUDI – Contratou Herlander Zola (foto 1), ex-BMW, para a nova diretoria de marketing que ajudará a expandir a marca no País.

NISSAN – Murilo Moreno (foto 2), deixa a diretoria de marketing da montadora e é substituído interinamente por Arnaud Charpentier, diretor de desenvolvimento de rede e satisfação do cliente.

PEUGEOT – Companhia tem novo diretor geral para o Brasil. O chileno Miguel Figari (foto 3) está no lugar de Frédéric Drouin, transferido para a Suíça pelo Grupo PSA.

SCANIA – Anuncia diretor-geral de operações comerciais. Mathias Carlbaum (foto 4), que atuava na região Ibérica, assume no lugar de Roberto Leoncini, agora na Mercedes-Benz.

VOLKSWAGEN – Osmair Garcia (foto 5) é o novo VP de finanças, em substituição a Carsten Isensee, que foi para China. Ivan Segal (foto 6) assumiu a diretoria de vendas no lugar de Jochen Funk, que retorna à Alemanha. Ronaldo Znidarsis (foto7) ficou com a direção de desenvolvimento de rede e veículos comerciais leves, enquanto Dieter Strass terá novas funções na empresa.

EXECUTIVOS

Page 13: Revista Automotive Business

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FINAME

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16 • AutomotiveBUSINESS

NEGÓCIOS

COMPACTO

SUZUKI SWIFT ESTÁ DE VOLTA AO BRASIL

A Suzuki volta a trazer ao Brasil o compacto Swift, importado

anteriormente nos anos 1990. O carrinho chega em duas versões, Sport, por R$ 74.990, e Sport R, com preço sugerido de R$ 81.990. As duas são equipadas com o motor 1.6 a gasolina, de quatro cilindros e 142 cavalos. O câmbio é manual de seis marchas. O Swift mede 3,89 metros e tem recursos

eletrônicos para segurança como programa de estabilidade (ESP) combinado a controle de tração, que podem ser desativados. O interior inclui bancos em forma de concha, sistema de partida sem chave, ar-condicionado digital automático, comandos de áudio, Bluetooth e piloto automático no volante, além de som com CD player e entrada USB.

PONTO DE VISTA

MARGARETE GANDINI, do Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC), ao falar do desafio de desenvolver o Inovar-Auto durante apresentação no Simea, simpósio de engenharia automotiva promovido pela AEA em agosto.

O INOVAR-AUTO É O PRIMEIRO PASSO, NÃO É UMA OBRA

ACABADA E É MUITO MAIS COMPLEXO DO QUE SE VISLUMBRA

QUANDO SE ESCREVE O PROJETO. ESPERO QUE AO FIM DESTE

BALANÇO TENHAMOS ESSA CLAREZA DE QUE AVANÇAMOS

EM UM ANO, MAS AINDA HÁ MUITO A SER FEITO

NOVO UNO É O 1º CARRO BRASILEIRO COM START-STOP

A nova geração do Fiat Uno chegou ao mercado no início de setembro com o título de primeiro carro brasileiro equipado

com start-stop, tecnologia que desliga e liga o motor automatica-mente em pequenas paradas, como no semáforo, por exemplo. Fornecido pela Bosch, o sistema promete redução no consumo de combustível de 20% e até então só estava disponível nos carros importados. Aparentemente, a estratégia é uma das armas da fa-bricante para alcançar a melhoria de eficiência energética exigida no Inovar-Auto. A novidade vem de série na versão Evolution do carro, equipada com motor 1.4.

TECNOLOGIA

SUZU

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AÇÃO

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18 • AutomotiveBUSINESS

NEGÓCIOS

A fabricante de autopeças Federal-Mogul comprou da Honeywell Friction Materials

a unidade produtora de componentes de freios (pastilhas, sapatas e fluidos) das marcas Jurid e Bendix localizada em Sorocaba (SP). A operação permitirá à Federal-Mogul ampliar a atuação na América do Sul. Além do fornecimento às montadoras, a companhia reforçará presença no pós-venda e acredita em possibilidade de crescimento como consequência da implantação do programa Inovar-Auto.

FUSÃO

FEDERAL-MOGUL COMPRA DIVISÃO DA HONEYWELL

FONTE: JATO DYNAMICS

VENDAS DE VEÍCULOS LEVES

1º SEMESTRE DE 2014

País Emplacamentos1º China 10,15 milhões2º EUA 8,16 milhões 3º Japão 2,97 milhões4º Alemanha 1,64 milhão5º Brasil 1,58 milhão 6º Grã Bretanha 1,44 milhão 7º Índia 1,43 milhão 8º Rússia 1,22 milhão9º França 1,14 milhão10º Canadá 909,7 mil

A contração de 7,3% nas vendas de automóveis e comerciais leves no primeiro semestre de 2014 puxou o Brasil para

baixo no ranking dos maiores mercados globais. O País ficou na quinta posição, atrás da Alemanha, que subiu para a quarta.

Os números foram divulgados pela Jato Dynamics, que levou em conta dados de 27 países. A China permaneceu na liderança global, com mais de 10 milhões de emplacamentos entre janeiro e junho.

QUEDA

BRASIL PERDE UMA POSIÇÃO ENTRE MERCADOS GLOBAIS

Para contornar o desaquecimento das vendas, Banco Central e Ministério da Fazenda adotaram medidas

para estimular a concessão de crédito para a compra de veículos. Foram liberados mais R$ 10 bilhões do depósito compulsório dos bancos e houve redução das provisões de risco em R$ 15 bilhões. Dessa forma, R$ 25 bilhões foram injetados no mercado de financiamentos.

O governo atacou também a falta de garantia dos bancos nesse tipo de contrato, já que havia dificuldade

para retomar o veículo em caso de inadimplência. Será editada medida provisória para facilitar a recuperação do bem. A iniciativa atende pleito da Fenabrave, federação dos distribuidores de veículos. A entidade calcula que apenas 15% dos carros com pagamento atrasado são localizados e que, com o atual processo de retomada, as instituições levam, em média, 210 dias para reaver o bem. A mudança deve motivar o interesse das instituições financeiras em emprestar, com redução dos juros.

CRÉDITO

GOVERNO INCENTIVA FINANCIAMENTOS

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No trânsito, somos todos pedestres.

Prevenir queacidentes aconteçam.Proteger as pessoas,caso eles ocorram.Direção livre de acidentes e lesões, acessível para veículos de todas as categorias e em todos os mercados do mundo, fazem parte dos objetivos do Grupo Continental ao desenvolver tecnologias inovadoras para a prevenção de acidentes de trânsito.

Dirigir com segurança significa utilizar todos os dispositivos de segurança ativa para prevenir os acidentes. E, se não puderevitá-los, usar todos os dispositivos de segurança passiva para fornecer aos motoristas e passageiros a máxima proteção.

www.continental-automotive.com

Page 20: Revista Automotive Business

NEGÓCIOS

ZERO EMISSÃO

U m esportivo elétrico brasileiro poderá se tornar

realidade nos próximos dois anos. O projeto da Electric Dreams, empresa instalada no polo tecnológico de São José dos Campos (SP), é de um carro com quatro motores

COMERCIAL

A Ford confirmou que vai parar de vender a Transit no Brasil. Desde 2008 a linha de vans era importada

da Turquia. Ainda há estoque do modelo na rede de concessionárias da marca, que deve acabar nos próximos meses. O projeto inicial era lançar no Brasil ainda este ano a nova geração do veículo, mas a empresa decidiu

adiar o projeto por causa das condições desfavoráveis do mercado. “Não vamos importar outro lote deste modelo e ainda não temos previsão de quando a nova geração chega ao Brasil”, admite o diretor de operações, Guy Rodrigues. Segundo ele, a alta do dólar também tornou inviável a continuidade das vendas da van.

FORD INTERROMPE IMPORTAÇÃO DA TRANSIT

BRASIL DESENVOLVE ESPORTIVO ELÉTRICOelétricos, um por roda, capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em menos de três segundos, com velocidade máxima de 300 km/h. O desenvolvimento tem custo estimado em R$ 25 milhões. Desse total, R$ 6,3 milhões virão de um financiamento do BNDES concedido ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicação (CPqD). Essa fundação criará a bateria e os inversores que serão utilizados pela fabricante do carro.

A Electric Dreams contará com capital próprio, externo e subvenção da Fundação de

Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O projeto foi aprovado pelo BNDES Fundo Tecnológico (BNDES Funtec). “Será um carro para um mercado de luxo, para pessoas que gostam de alto desempenho e recursos tecnológicos”, afirma o diretor da companhia, Fábio Guillaumon, sem revelar o preço estimado para o carro. Ele reconhece que o projeto parece anti-intuitivo (já que o natural seria levar os avanços obtidos a mais consumidores), mas acredita ser viável com a venda de cerca de 20 unidades por ano.

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PREFERIDA

A Hyundai Brasil, fabricante da família HB20, foi eleita a empresa com maior índice de satisfação entre proprietários de veículos novos no País. A conclusão é do estudo “Voss Brasil 2014 – Vehicle Ownership Satisfaction StudySM”,

realizado pela J.D. Power. O levantamento avalia a experiência vivenciada por proprietários de veículos novos (12 a 36 meses após a compra). Esta é a primeira vez que a Hyundai aparece no estudo. No segundo lugar entre as favoritas dos proprietários ficou a Toyota. Entre as marcas que obtiveram pontuações acima da média da indústria brasileira, encontram-se outras cinco asiáticas: Honda, Kia, Nissan, Mitsubishi, Hyundai-Caoa e uma europeia, a Volkswagen (738).

HYUNDAI É ELEITA A MELHOR PELOS PROPRIETÁRIOS

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Page 22: Revista Automotive Business

22 • AutomotiveBUSINESS

NEGÓCIOS

D epois de interromper a

produção por quase três anos, a Ford volta a fabricar os caminhões da Série F em São Bernardo do Campo (SP). Segundo a montadora, o retorno da linha é resposta à demanda dos clientes, que não encontraram substitutos para o veículo. “Sinal claro da falta que a Série F fez foi a valorização dos veículos usados na revenda. O preço disparou”, conta Guy Rodriguez, diretor de operações da Ford Caminhões.

A rede de 140 concessionárias da marca oferece agora três versões do caminhão: F-350, F-4000 4x2 e F-4000 4x4, com preços que vão de R$ 101.290 a R$ 133.290.

REESTREIA

FORD FAZ NOVA INVESTIDA NO MERCADO COM SÉRIE F

A linha tem garantia total de 12 meses e de 24 meses para o motor, sem limite de quilometragem. Há condição de compra com financiamento pelo Finame/BNDES e pelo Consórcio Ford. A expectativa é por maior demanda pelo F-350 em regiões urbanas, principalmente autônomos interessados em baixo

custo operacional. O F-4000 4x2, segundo a fabricante, deve ter uso misto, no campo e na cidade, por causa de sua robustez. Já o F-4000 4x4 tem aplicações mais específicas como o segmento de manutenção (redes elétricas, telefonia, água, esgoto, aplicações rurais) e, segundo a Ford, vai atrair frotistas.

Os veículos são equipados com motores 25% mais potentes quando comparados aos da geração anterior: 2.8 de 4 cilindros, com até 150 cv de potência, fabricado pela Cummins com sistema SCR de pós-tratamento. O propulsor, segundo a montadora, é ainda compatível com diesel B20, combustível com 20% de biodiesel.

GM ANUNCIA R$ 6,5 BILHÕES PARA O BRASIL

D epois de encerrar aporte de R$ 5,7 bilhões em 2013, a General Motors está pronta para nova

etapa de investimentos no Brasil. Em reunião com a presidente Dilma Rousseff, a CEO da organização, Mary Barra, anunciou que serão aplicados R$ 6,5 bilhões de 2014 a 2018. O foco estará no desenvolvi-mento de novos produtos, melhoria dos existentes e manutenção das instalações locais. “Estamos no Bra-sil há quase 90 anos e este é um importante mercado. Continuaremos por aqui. Nosso compromisso é de longo prazo”, declarou a executiva ao ser questionada sobre a situação atual do mercado brasileiro.

Em comunicado, Jaime Ardila, presidente da GM América do Sul, detalhou que o “investimento permitirá à marca Chevrolet continuar a renovação de sua linha de automóveis com foco em tecnologia e qualidade. Outro grande propósito é elevar o porcentual de nacionalização dos componentes dos carros feitos no Brasil, numa ação que envolverá também fornecedores instalados no País”. Embora a montadora não revele quais novos produtos serão desenvolvidos localmente, sabe-se que está em andamento o Projeto Âmbar, carro de baixo custo encabeçado pela engenharia brasileira.

INVESTIMENTO

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www.gerdau.com

Para rodar com mais segurança, nosso país tem a força do aço Gerdau. A força da transformação.

O aço da Gerdau tem a força da transformação.A indústria automotiva vem evoluindo na construção de veículos mais

Page 24: Revista Automotive Business

D epois de ter os planos abalados pelo Inovar-Auto, a fabricante de caminhões de origem chinesa

Sinotruk dá sequência ao plano de se estabelecer no Brasil. A companhia foi habilitada no programa na categoria de investidora. Com isso, passa a ter direito à apuração de crédito presumido de IPI e poderá importar 312 caminhões da família A7 entre

1o de agosto deste ano e 31 de janeiro de 2015 sem o adicional de 30 pontos porcentuais na alíquota. A fábrica brasileira da Sinotruk ficará em Lages (SC), com início da operação previsto para 2016. O investimento inicial será de R$ 300 milhões, com possibilidade de alcançar R$ 1 bilhão no médio prazo, segundo a empresa.

NACIONALIZAÇÃO

SINOTRUK É HABILITADA AO INOVAR-AUTO COMO INVESTIDORA

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ARCELORMITTAL

A ArcelorMittal nem começou a fabricar no Brasil o Usibor,

aço de alta resistência desenvolvido para a indústria automobilística, e já percebe aumento da demanda pelo material. Em 2011, quando passou a importá-lo da Europa, foram trazidas mil toneladas. Este ano, a previsão é de 12 mil a 13 mil toneladas. A partir de 2016, deverão ser fabricadas localmente 100 mil toneladas do Usibor por ano na unidade de São Francisco do Sul (SC), que recebeu investimento de US$ 15 milhões.

BONS RESULTADOS COM AÇO DE ALTA RESISTÊNCIA

Marcelo Federici, especialista em desenvolvimento de projeto automotivo da ArcelorMittal, conta que todas as montadoras instaladas no Brasil têm demonstrado interesse em utilizá-lo. “As empresas que ainda não decidiram pelo material no Brasil já o utilizam na Europa e nos Estados Unidos e, em questão de tempo, vão passar a usá-lo aqui.” Fiat, GM, Ford e Volkswagen já têm projetos com o aço. Duas empresas de autopeças instaladas no País também são clientes. E outras estão em negociação.(Camila Franco)

C omo resultado direto da queda das vendas de veículos no mercado brasileiro, as remessas

de lucros de dividendos das montadoras instaladas no País às suas matrizes no exterior despencaram. Dados do Banco Central mostram que, de janeiro a julho, os fabricantes remeteram US$ 663 milhões, com expressivo declínio de 70% em comparação ao

mesmo período de 2013, quando foram enviados US$ 2,2 bilhões. Apesar do recuo, as montadoras representam este ano o quarto setor que mais enviou lucros ao exterior e surpreendem pelo fato de continuar a fazer remessas quando reclamam que a rentabilidade no País acabou como consequência da queda das vendas. (Pedro Kutney)

US$ 663 MILHÕES

REMESSAS DE LUCROS DAS MONTADORAS ENCOLHEM 70%

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Mobil 1.

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mobil.cosan.com

Mobil, Mobil 1 e o ícone 1 são marcas ou marcas registradas da Exxon Mobil Corporation

uma de suas subsidiárias, sob licença. Outras marcas ou nomes de produtos utilizados neste material são de propriedade de seus respectivos donos.

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26 • AutomotiveBUSINESS

NEGÓCIOS

U ma nova bateria de testes de impacto do Latin NCAP evidenciou que a segurança é um ponto fraco do

Chevrolet Onix. O modelo, equipado com airbag duplo, recebeu três de cinco estrelas possíveis no quesito proteção dos adultos. O desempenho foi pior quando avaliada a segurança das crianças transportadas: apenas duas estrelas. Alejandro Furas, diretor técnico do Global NCAP, admitiu ter ficado surpreso e desapontado com o resultado, já que a plataforma do hatchback é totalmente nova.

Na mesma bateria de testes foram avaliados também

Chevrolet Spark fabricado na Coreia do Sul, Fiat Novo Palio feito na Argentina (tanto a versão com airbag vendida atualmente no Brasil quanto a sem o equipamento, que saiu de linha), além do Peugeot 208, produzido na fábrica da PSA em Porto Real (RJ). O Spark, que não é vendido no Brasil, teve avaliação ainda pior e não conquistou sequer uma estrela em proteção para adultos. O Palio com airbags obteve três estrelas. Já o modelo da Peugeot recebeu quatro estrelas em proteção para adultos e três para crianças.

SEGURANÇA

CHEVROLET ONIX DECEPCIONA EM TESTE DO LATIN NCAP

BRASMETAL: aços e conjuntos metálicosTHYSSENKRUPP: forjadosSCHULZ: fundidosNORTE FIOS: materiais não metálicosSANDVIK DO BRASIL: materiais indiretosVALLOUREC TUBOS: sustentabilidade

AUTOPEÇAS

ZF RECONHECE FORNECEDORES

DA AMÉRICA DO SUL

A ZF América do Sul promoveu o 11º encontro com seus

fornecedores da região no dia 26 de agosto, em São Paulo

(SP). O evento reuniu 200 convidados e premiou os seis

parceiros que mais se destacaram no último ano em inovação

tecnológica, competitividade e sustentabilidade. No encontro a companhia enfatizou ainda a

necessidade de os fornecedores se prepararem para competir

globalmente e para acompanhar o crescimento da companhia.

MELHORES PARCEIROS DA ZF

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Volvo. Líder mundial em inovação, tecnologia e segurança.

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28 • AutomotiveBUSINESS

NEGÓCIOS

INVESTIMENTO

HVCC INAUGURA 1ª FÁBRICA NO BRASIL

A Halla Visteon Climate Control (HVCC), empresa nascida

em 2013 com a integração das operações de sistemas de climatização automotiva da Halla e Visteon, inaugurou sua primeira fábrica no Brasil e no Hemisfério Sul em agosto. A unidade, que fica em Atibaia (SP), é a 35ª planta da companhia no mundo e vai montar módulos de controle HVAC (sigla em inglês para aquecimento, ventilação e ar-condicionado), instalados atrás do painel dos carros. Os dois primeiros clientes no mercado brasileiro são Ford, que já era atendida pela Visteon, e a chinesa

Chery, que inaugurou fábrica em Jacareí (SP).

“O Brasil é estratégico para nosso crescimento, é o quarto maior mercado de veículos do mundo e abriga quase todos os fabricantes globais. Precisávamos desta fábrica para ser competitivos para nossos clientes instalados aqui”, afirma Yong-Hwan Park, presidente mundial HVCC. Apesar de estar no início das atividades, a companhia tem grandes expectativas de crescimento. “Atendemos muitos clientes que estão trazendo seus projetos globais para cá.” (Pedro Kutney)

ASSISTA À REPORTAGEM

O novo Mercedes-Benz Classe C chegou às concessionárias

em agosto com o slogan “O clássico ganhou um toque de rebeldia”. O modelo tem quatro versões, com preços que variam de R$ 138,9 mil até R$ 189,9 mil. De fato, a frase tem tudo a ver com a quinta geração do automóvel,

PREMIUM

CLASSE C: CLÁSSICO GANHOU REBELDIAo mais vendido pela marca no Brasil e no mundo. O design ficou mais irreverente e houve mudança também na motorização. Além do propulsor 1.6 turbo de 156 cavalos, o mesmo da geração anterior, há oferta do motor 2.0 turbo de 184 cavalos.

A estrutura do novo Classe

C é totalmente nova, feita em grande parte de alumínio, além de contar com aços mais leves e resistentes. Comparado com o modelo antecessor, o conteúdo de alumínio aumentou de menos de 10% para quase 50%. Como resultado, o carro, que também ganhou direção elétrica no lugar da hidráulica, ficou 60 quilos mais leve, apesar de ter crescido 80 milímetros na distância entre eixos e de estar 95 milímetros mais longo e 40 milímetros mais largo. A redução de peso deixou o sedã até 20% mais econômico. De agosto a dezembro a marca espera vender 2,5 mil unidades do novo Classe C, com média de 500 unidades por mês.

ZONA FRANCA DE MANAUS GARANTIDA POR MAIS 50 ANOS

INCENTIVOS

O Congresso Nacional pror-rogou por mais 50 anos

– até 2073 – os incentivos fiscais especiais para a Zona Franca de Manaus (ZFM). A política tributária diferenciada do restante do País, que garante custos de produção mais baixos na região, se encer-raria em 2023. As condições es-peciais foram instituídas em 1967 pelo Decreto de Lei 288.

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Em um cenário dinâmico e de concorrência acirrada, a con dencialidade é essencial para a prestação de serviços em Pesquisa e Desenvolvimento. A MAHLE Powertrain garante o sigilo das informações estratégicas de cada cliente por meio de uma estrutura especialmente projetada, com acesso controlado, câmeras de monitoramento nos corredores, bloqueio visual nos laboratórios, identi cação de locais restritos e, acima de tudo, pro ssionais treinados e absolutamente comprometidos.www.mahlepowertrain.com

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Page 30: Revista Automotive Business

30 • AutomotiveBUSINESS

NEGÓCIOS

C om o tema “Superação”, o 24o Congresso e ExpoFenabrave debateu os desafios dos

concessionários entre 13 e 14 de agosto, em Curitiba (PR). Na abertura do evento o presidente da entidade dos distribuidores de veículos, Flávio Meneghetti, falou da necessidade de as redes renovarem as estratégias para encarar a nova realidade: mais marcas disputando o mesmo mercado que, ao menos este ano, deve encolher. Também voltou à carga contra um velho conhecido expediente das montadoras em época de vendas magras: o aumento das vendas diretas, que tiram rentabilidade dos concessionários.

Segundo ele, este tratamento é inaceitável para os concessionários que “são ou deveriam ser os principais parceiros das montadoras”. O dirigente conta que o problema vem sendo discutido há mais de uma década sem solução. “Existe aqui um tremendo desequilíbrio comercial que temos de procurar nivelar em termos aceitáveis para todas as partes envolvidas”, defende. Nesse tom, Meneghetti cobrou das montadoras a oferta de condições para que as redes se mantenham financeiramente saudáveis. “Trabalhamos para que nossas marcas prosperem, mas, da mesma forma, queremos também prosperar nos realizando profissionalmente e remunerando nossos investimentos.”

A Fenabrave também continua a enfatizar a necessidade de diversificar as receitas dos negócios. “As margens das vendas de novos vêm caindo e precisamos seguir o exemplo dos nossos colegas dos Estados Unidos”, apontou, lembrando a necessidade de investir na divisão de serviços e em vendas de

EVENTO

CONGRESSO FENABRAVE PÕE EM DISCUSSÃO DESAFIOS DA DISTRIBUIÇÃO

usados. “Superação passa a ser a palavra de ordem para qualquer concessionário que queira sobreviver, se manter e prosperar nesse concorrido mercado”, determina.

ESTOQUESA redução do ritmo de vendas chamou a atenção para a rápida evolução dos estoques. Meneghetti calcula que o nível de carros armazenados nas concessionárias atingiu pico de 54 dias em junho deste ano e vem caindo desde então. O executivo avalia que este volume continuará em queda, já que as montadoras têm adotado medidas para reduzir a produção. Há também a expectativa de crescimento de 5% das vendas no segundo semestre na comparação com o primeiro. Ainda assim, Meneghetti lembra que os distribuidores sustentam estoques elevados há bastante tempo. “Faz quase um ano que administramos volume de carros armazenados superior ao normal, que seria de 20 a 30 dias.”

CONCESSIONÁRIAS NO BRASILMeneghetti destacou a importância da distribuição automotiva para a economia brasileira. Segundo ele, o segmento movimenta 5,7% do PIB nacional e responde por 400 mil empregos diretos. “Somos responsáveis não só pela distribuição e venda, mas pela manutenção dos veículos que fazem o Brasil crescer e se desenvolver sobre rodas. Somos o principal elo entre a marca e seus consumidores”, reforçou. (Giovanna Riato)

H á 40 anos a General Motors inaugurava em Indaiatuba (SP) o Campo de Provas da Cruz Alta,

hoje um complexo com 16 pistas de testes totalizando 42 quilômetros. A área total do terreno, uma fazenda adquirida em 1972, é de 2,7 mil hectares, o equivalente a 160 mil campos de futebol. A GM começou a tirar proveito da aquisição antes mesmo do champanhe da inauguração.

“O primeiro carro testado aqui foi o Chevette, lançado

em 1973. Ele rodava na pista de durabilidade acelerada, uma longa reta de terra batida”, afirma o diretor de performance, segurança e operação do campo de provas e laboratórios, Luciano Santos. “Atualmente, a GM gasta por ano cerca de US$ 10 milhões para manter o campo e atualizar os equipamentos”, diz. Hoje, a estrutura tem mais de 600 profissionais e desenvolve modelos para o Brasil e também para outros mercados distantes. “ (Mário Cúrcio)

TESTESCAMPO DE PROVAS DA GM COMPLETA 40 ANOS

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Laboratórios de última geração para testes e análises; Certificação de veículos usados; Serviços customizados: certificação de rede de concessionárias, auditorias de

desempenho, auditorias processuais, auditorias de garantia de veículos, verificação dos incentivos e bônus e cliente mistério filmado ou por meio de relatórios.

Do tier 3 ao pós-venda, do carro novo ao usado, nossa expertise na indústria automotiva incorpora as melhores práticas do setor, entregando soluções que vão mantê-lo um passo à frente da concorrência.

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Page 32: Revista Automotive Business

32 • AutomotiveBUSINESS

NEGÓCIOS

PRODUÇÃO

MANAUS CHEGA A 20 MILHÕES DE MOTOS HONDAA Honda comemorou a

fabricação de 20 milhões de motocicletas em sua fábrica de Manaus (AM), a maior da montadora para veículos de duas rodas em todo o mundo. Ainda que utilize cerca de 140 fornecedores, a unidade tem estrutura bastante verticalizada, que produz até mesmo as próprias rodas de aço estampado ou liga leve, bancos, escapamentos e peças de plástico injetado para os modelos de maior volume de produção. Inaugurada em 1976, a Honda de Manaus tem hoje dois grandes setores de montagem, HDA1 e HDA2. A sigla é Honda da Amazônia.

O HDA1 tem quatro linhas, sendo a primeira delas a mais ágil do Brasil: uma moto a cada 26 segundos, quase 140 numa hora. O HDA2 foi inaugurado em 2010. Consumiu R$ 90 milhões e elevou a capacidade total da fábrica de 1,5 milhão para 2 milhões de motos por ano.

O setor foi pensado para motonetas, scooters e fabrica peças de aço, alumínio e plástico para equipar esses pequenos veículos, como se fosse uma indústria menor dentro da outra. “O HDA2 é todo climatizado e a montagem ocorre de modo sincronizado,

o que evita o fluxo de carrinhos com peças”, afirma o gerente-geral da unidade, Rômulo Feijão. Os chassis e os tanques recebem pintura a pó. Quadriciclos e motores estacionários também são produzidos no HDA2.

A autonomia de Manaus não vem só da produção verticalizada, mas de um centro de desenvolvimento tecnológico (CDT) de R$ 20 milhões inaugurado em 2013. “Ele segue o conceito One Floor e a equipe está distribuída de acordo com o fluxo de desenvolvimento da motocicleta. São mais de 300 pessoas”, afirma o gerente-geral do CDT, Fausto Tanigawa. O desenvolvimento dos componentes pode ocorrer entre a

equipe da fábrica e os fornecedores. A estrutura também atende demandas de diferentes mercados: “O suporte técnico para as outras fábricas da América do Sul é feito por aqui”, recorda Tanigawa.

Mais recentemente, a fabricante investiu R$ 3,4 milhões para o lançamento da CG 150 Titan com freios CBS. Desse total, R$ 650 mil foram aplicados na adequação da linha de montagem número 1. A sigla CBS vem de Combined Braking System, em que a pressão no pedal de freio traseiro faz atuar também o dianteiro por um dispositivo hidráulico relativamente simples, com custo para o consumidor final de R$ 180.

Em motos convencionais, os freios dianteiro e traseiro têm acionamento independente. O CBS não impede o travamento das rodas como o ABS, mas reduz as distâncias de parada em diferentes condições de uso dos freios. A vigésima milionésima Honda feita em Manaus foi uma Titan com CBS. (Mário Curcio)

20ª milionésima Honda feita em Manaus foi uma Titan com freios CBS

Com setor MVA2, fábrica elevou capacidade anual para 2 milhões de motos

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Menos consumo de combustível, menos emissões e mais dinamismo. Depois de muitos anos de experiência como parceiros de engenharia da indústria automobilística, aprendemos a conciliar tendências aparentemente contrastantes. Desenvolvemos e fabricamos componentes de precisão e sistemas para motores, transmissões e chassis sob as marcas INA, FAG e LuK. Isso abrange produtos para comandos variáveis de válvulas e variadores de fase do eixo comando, componentes para transmissões de dupla embreagem e acionamentos híbridos, bem como rolamentos de roda de atrito reduzido. Tudo isso para fazer deste planeta um lugar melhor para se viver. Afi nal, confi abilidade é tudo.

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Page 34: Revista Automotive Business

34 • AutomotiveBUSINESS

A Volkswagen começa a vender a terceira geração do Fox e a

Saveiro Cabine Dupla. O automóvel ganhou design mais refinado, alinhado ao Golf 7. Agora são quatro motores (dois 1.0 e dois 1.6, incluindo os dois modernos 1.0 e 1.6 da família EA 211) e três transmissões (manual ou automatizada de cinco velocidades ou a nova manual de seis marchas). Também foram incluídas tecnologias de conforto e segurança, como a central multimídia/navegador com tela de 5,5 polegadas sensível ao toque embutida no painel e controle eletrônico de estabilidade e tração.

O problema é que poucos terão acesso, pois a maior parte disso só está disponível como opcional para a versão mais cara do carro, a Highline, equipada com motor 1.6 de 120 cavalos (bloco e cabeçote de alumínio), que tem preço básico a partir de R$ 48.490 (câmbio manual de seis marchas), mas com tudo incluído pode custar mais de R$ 53 mil (manual) ou quase R$ 58 mil (automatizado).

A versão mais barata, Trendline, com motor 1.0 de quatro cilindros e 76 cavalos (etanol) e câmbio manual de cinco marchas, tem tabela de R$ 35,9 mil, incluindo direção com assistência elétrica. Mas esse valor sobe para salgados R$ 41.450 se ford instalado o módulo com sistema de som, computador de bordo e volante multifuncional, mais o pacote completo de conforto que inclui ar-condicionado, acionamento elétrico dos vidros e travas com

ESTRATÉGIA

VOLKSWAGEN DRIBLA A CRISE COM NOVO FOX E SAVEIRO CABINE DUPLAcontrole remoto, entre outros itens de menor serventia.

Os emplacamentos do Fox caíram 28% de 2012 para 2013, para 130 mil unidades, fazendo o carro descer da quarta para a quinta colocação no ranking dos mais vendidos do País. Nos sete primeiros meses de 2014 foram emplacados 57,7 mil Fox e ele perdeu mais três posições: fica em oitavo de janeiro a julho. Com a renovação, os executivos de vendas da Volkswagen esperam que o modelo volte a vender acima dos 10 mil por mês. Contudo, os preços cobrados não facilitam essa tarefa.

PICAPECom a versão cabine dupla da Saveiro, a Volkswagen pretende diminuir muito a distância da maior rival do modelo no mercado, a Fiat Strada, líder de vendas com o dobro do volume de emplacamentos. “A melhor ação para driblar uma crise é o lançamento de novos produtos e estamos lançando um em um dos segmentos que mais vão crescer”, pondera o presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall.

Agora são sete versões da Saveiro

(uma com cabine simples, três com estendida e três com dupla). A configuração CD será vendida em três versões de acabamento: Trendline (R$ 47.490), Highline (R$ 52.720) e Cross (R$ 59.990). Todas têm preços ligeiramente mais altos que os da Strada, que parte de R$ 45.990 com motor 1.4. Para a Volkswagen, essa diferença (R$ 1,5 mil) é plenamente compensável pelo maior número de itens de série, que somam R$ 1,8 mil se fossem incluídos no concorrente, há ainda com o motor 1.6 mais potente.

Assim como já ocorre no resto da linha, a Saveiro CD será oferecida com dois tipos de motorização: as versões Trendline e Highline usam o EA 111 de 1,6 litro e oito válvulas, bloco de ferro, que gera até 104 cavalos com etanol, enquanto a Cross usa o moderno EA 211 1.6 16V de 120 cavalos com etanol, com bloco e cabeçote de alumínio. Todas as três versões vêm de série com direção hidráulica e vidros com acionamento elétrico. O ar-condicionado é opcional na Trendline (R$ 3.080) e de série na Highline e Cross. (Pedro Kutney)

FOX 2015 tem estilo semelhante ao do novo Golf

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SAVEIRO ganha cabine dupla para se aproximar da concorrência

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TECNOLOGIAS INOVADORAS DA ZF FAZEM O MUNDO GIRAR COM MAIS EFICIÊNCIA

Pessoas viajam em busca de seus objetivos. Seja indo para a casa, o trabalho, a escola ou o clube, diversos destinos são alcançados por diferentes meios de transporte. A ZF não se limita a enxergar a conservação dos recursos naturais, o aumento da segurança e a conveniência como requisitos fundamentais para quem viaja. Mas também os vê como uma oportunidade de criar soluções inovadoras e sustentáveis. Como uma das principais fornecedoras mundiais de sistemas de transmissão e tecnologia de chassis, a ZF faz parte – e é isto que nos impulsiona – deste desenvolvimento. Nosso objetivo é muito mais que criar produtos inovadores e eficientes. É melhorar a qualidade de vida e ajudar a moldar o futuro de forma sustentável.

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Page 36: Revista Automotive Business

36 • AutomotiveBUSINESS

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

RECURSO PROMETE LOCALIZAR PEÇAS CERTAS NAS LINHAS DE PRODUÇÃO E APRIMORAR GESTÃO DE ATIVOS

EDILEUZA SOARES

M ais conhecida no Brasil pela cobrança automática nos pedágios “Sem Parar”, a

tecnologia de identificação por radio-frequência ou RFID (Radio Frequency Identification) está atraindo mais investimentos da indústria automo-bilística. Sua adesão em maior esca-la é para reduzir custos, aprimorar processos de produção, rastreabilida-de e afinar a gestão de ativos.

Montadoras como Toyota, BMW, Volvo e Ford adotam esses sistemas em suas plantas no exterior para ganhar eficiência e velocidade nos negócios. No Brasil, os projetos ca-minham mais lentamente por causa do preço das tags, etiquetas inteli-gentes que substituem o tradicional código de barras. Esses microchips são fixados em peças ou objetos para transmitir informações quando pas-sam por ambientes com antenas de radiofrequência. Uma das vantagens

do sistema é a leitura rápida dos da-dos e localização dos itens de forma automática.

NA NUVEM“Com a evolução da tecnologia, ampliação das redes de comunica-ção no País e serviços em nuvem, a indústria está demandando mais projetos de RFID”, constata Carlos Ribeiro, diretor da divisão Machine to Machine (M2M) & Innovation Progra-ms da T-Systems do Brasil. Ele cons-tata que o preço das tags está em queda, variando entre R$ 2 e R$ 10, dependendo da aplicação, tornando a utilização mais acessível.

A combinação com sistemas M2M, Internet das Coisas e a tendência do carro conectado também devem impulsionar a adoção da tecnologia de identificação por radiofrequência pelas montadoras, acredita Ribeiro. Atenta a esse movimento, a T-Sys-tems lançou no mercado brasileiro a plataforma iVes (Visibility Enterprise Service), que permite a contratação de solução de RFID na nuvem pelo modelo de serviço.

A Volkswagen e MAN estão entre as montadoras que testam a solu-ção da T-Systems para gestão de embalagens retornáveis, como racks especiais e caixas que movem peças de fornecedores para montadoras. Ribeiro explica que muitas vezes es-ses ativos se perdem e diminuem a produtividade na cadeia de supri-mentos, além de trazer riscos fiscais.

Com uso das etiquetas inteligentes, ele diz que o ecossistema passa a ter controle exato desse inventário, redu-zindo custos e tempo de expedição.

AGILIDADEAlexander Dannias, diretor-geral no Brasil da finlandesa Confidex, com-plementa que a tecnologia de RFID pode ser adotada em toda a cadeia de produção da indústria automotiva e também para fidelizar clientes, re-duzindo falhas dos veículos e recall. Um dos clientes da empresa é Volvo, na Suécia, que instalou dois milhões de tags em sua fábrica para rastrear ativos, desde solda e oficina de pin-tura até o ponto de montagem final.

Um dos benefícios do sistema, se-gundo Dannias, é a velocidade na ho-ra de fazer o inventário. “Tinha uma planta que levava de um a dois dias para fazer esse trabalho. Com RFID o tempo caiu para questão de horas.”

MONTADORAS LEVAM TECNOLOGIA DE RFID PARA FÁBRICAS

DANNIAS, DA CONFIDEX: Plantas ganham velocidade na hora de fazer o inventário

RIBEIRO, DA T-SYSTEMS: queda de preços das etiquetas inteligentes e nuvem incentivam projetos

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Page 38: Revista Automotive Business

38 • AutomotiveBUSINESS

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

LINUX DISPUTA VAGA NOS CARROS

S em pedais de freio, acelerador nem volante. Assim é o protótipo do novo carro inteligente do Google,

projetado para transportar duas pessoas. O modelo é uma evolução do primeiro veículo autônomo, que dispensa motorista, anunciado pela empresa de internet em 2010 e em teste nos Estados Unidos.

Movido a energia elétrica e com capacidade para rodar a uma velocidade de até 40 quilômetros por hora, o novo carro é 100% controlado por software e sensores. Assim, o único trabalho que o motorista terá é o de informar ao veículo seu destino e apertar um botão. Chris Urmson, diretor das pesquisas de self-driving do Google, diz que o veículo é simples e sem luxo, mas seguro. No seu interior há apenas dois assentos e local para os pertences dos passageiros.

GOOGLE PROJETA NOVO CARRO INTELIGENTE SEM VOLANTE

Depois da Apple, Microsoft e Google anunciarem sistemas operacionais para carro, agora é vez

de a Fundação Linux entrar na batalha para garantir espaço no mercado automotivo. A organização trabalha no desenvolvimento do sistema de código aberto Automotive Grade Linux (AGL).

A nova plataforma a ser projetada por desenvolve-dores Linux já conta com apoio da Hyundai, Jaguar Land Rover, Nissan e Toyota. Entre os fornecedores de TI estão envolvidos no projeto a Advanced Tele-matic Systems, Fujitsu, Harman, Intel, LG, NEC, Pa-nasonic e Samsung.

AUTOMÓVEL ELÉTRICO FAZ COMUNICAÇÃO PELA NUVEM A Ford e mais sete montadoras estudam com 15 empresas de eletricidade dos Estados Unidos o

desenvolvimento de uma plataforma de comunicação na nuvem para carros elétricos. O objetivo é tornar o uso dos veículos mais eficiente e econômico. O sistema vai avisar os motoristas sobre quando devem parar temporariamente a recarga para não sobrecarregar a rede, desde que aceitem participar do programa. A contrapartida são tarifas de energia mais baixas. O serviço usará padrões e tecnologias de comunicação já existentes, como o MyFord Mobile App.

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UM NEGÓCIO LIMPO A Dürr Ecoclean fornece máquinas de lavar para as maisdiversas aplicações na produção industrial de autopeças. Processos e sistemas de produção em série compactos e padronizados são nossa base para o desenvolvimento de soluções personalizadas. Dürr Ecoclean: benefícios para o cliente devido ao seu mais alto nível de expertise.

A plataforma on-line Conecte Rápido, lançada pela 4 Life, coloca clientes em contato com vendedores

de concessionárias. Depois de concluir suas pesquisas pelo site, o consumidor que precisa de mais informações pode incluir em um campo na página seu telefone e dizer se deseja receber ligação. O sistema abre uma linha direta para conversa.

Segundo Igor Kalassa, CEO da 4 Life Sistemas, menos de 40% das concessionárias brasileiras respondem um e-mail ao ser questionadas de forma virtual sobre algum veículo. “A maioria das interações entre clientes e concessionárias depende de um contato mais objetivo, com informações completas e técnicas de venda”, diz o executivo.

CONCESSIONÁRIA CONECTADA COM CLIENTE AR

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POLOS AUTOMOTIVOS

GUSTAVO HENRIQUE RUFFO

ENTENDA AS ESTRATÉGIAS DOS NOVOS PLAYERS NO MAPA DA PRODUÇÃO E SAIBA QUEM SÃO OS PARCEIROS DE

NEGÓCIOS NA ÁREA DE SUPRIMENTO

O Inovar-Auto impôs a diver-sos importadores a neces-sidade de se instalar indus-

trialmente no Brasil para ser compe-titivo. Mas, ao contrário do que poderia parecer, muitos se fixaram em polos de produção relativamen-te recentes, como fez a Land Rover, no Estado do Rio de Janeiro. Ou até partiu para a criação de novos polos, caso da Fiat, que se instalará em Pernambuco, e da BMW, que esco-lheu Santa Catarina.

Pernambuco, sem tradição au-tomotiva, exigiu da Fiat um esfor-ço grande na atração de fornecedo-res para seu ambicioso projeto. Para avançar, a montadora italiana criou o que chama de Parque de Fornece-dores em Goiana, composto por 16 empresas, instaladas em 12 edifícios construídos pela Fiat em área de 270 mil m² e cedidos a eles em regime de comodato. Esses fornecedores e sis-temistas criarão 17 linhas estratégi-cas de componentes. A previsão para a conclusão das obras é no segun-do semestre de 2014. A inauguração está prevista para março de 2015.

“As obras civis (prédio e utilidades) terão um custo de R$ 1 bilhão, a car-go da Fiat Chrysler. A isso se soma-rão os equipamentos de processo, com custo de mais R$ 1 bilhão, so-matório dos investimentos a cargo

dos fornecedores”, diz Antonio Da-mião, diretor adjunto de Gestão de Projetos Estratégicos da Fiat Chrys-ler para a América Latina. O financia-mento das obras se deu por meio do BNDES, do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e do Fundo de Desen-volvimento do Nordeste (FDNE).

Entre os fornecedores, a Magne-ti Marelli terá seis unidades de pro-dução distintas: peças estampadas, conjuntos soldados de suspensão (eixos), sistema de exaustão, monta-gem de componentes de suspensão anterior e posterior, peças pequenas e médias injetadas em plástico e, por

fim, tanque de combustível, bocal de enchimento de combustível e pedais de comando para acelerador, freio e embreagem. Em joint venture com a Faurecia, a Magneti Marelli terá ainda uma linha de peças plásticas maiores para acabamento interior e exterior.

Para os bancos, a Lear estará pre-sente. Isolamentos, tapetes e forra-ção de teto ficarão a cargo da Adler. A Pirelli entregará o conjunto pneus/rodas. A Saint-Gobain cuidará da pre-paração e montagem dos vidros. As demais empresas serão Powercoat (pintura de peças metálicas), Denso (sistema de arrefecimento de motor, ventilação e ar condicionado - HVAC), PMC (conjuntos soldados estruturais de chassis e estrutura dos bancos), Ti-berina (conjuntos soldados estruturais de chassis) e Brose (mecanismo de levantamento de vidros das portas).

Com essa estrutura, a Fiat garanti-rá 450 das 2 mil novas peças exigidas para a montagem dos veículos que serão fabricados em Goiana, como o novo Jeep Renegade. Esses 450 itens equivalem a 40% do valor total de pe-ças que os automóveis utilizarão. “Os outros itens virão das demais regiões do país, predominantemente do Su-deste. Com o parque, ganhamos si-nergia, flexibilidade, redução de esto-ques e abastecimento just-in-time e just-in-sequence”, diz Damião.

O ATUAL DESENHO DO BRASIL AUTOMOTIVO

ANTONIO DAMIÃO, diretor adjunto de Gestão de Projetos Estratégicos da Fiat Chrysler para a América Latina

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COMPLEXO AUTOMOTIVO INSTALADO

COMPLEXO AUTOMOTIVO EM EXPANSÃO

FÁBRICA DE MOTORES

FÁBRICA DE VEÍCULOS & MOTORES

Fonte: Anfavea

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42 • AutomotiveBUSINESS

POLOS AUTOMOTIVOS

CONSOLIDAÇÃO Para as peças que virão de fora, a Fiat terá o Centro de Consolidação. A empresa estima uma movimentação de mais de mil entregas por dia. Internamente, só com os fornecedores e sistemistas do Parque de Fornecedo-res, o fluxo anual inicial será de 27 milhões de opera-ções logísticas.

A separação física entre fornecedores e montadora, ain-da que em um mesmo terreno, oferece a vantagem de di-minuir riscos trabalhistas. Outras empresas, que colocaram operários e funcionários de fornecedores trabalhando jun-tos na linha de montagem, enfrentaram processo de equi-paração salarial, por exemplo. Segundo a Fiat, o Parque de Fornecedores caracteriza muito bem a identidade jurídica de cada empresa, o que preveniria problemas trabalhistas.

O parque criado pela Fiat até poderia ser um novo polo automotivo, com a possibilidade de atrair outras monta-doras, mas não será bem assim. “Não há exclusividade no fornecimento de peças para nós, mas o dimensionamen-to é feito para atender à demanda da Fiat Chrysler, sem espaço para outros processos ou estoque. De qualquer forma, para fornecer para outra companhia, as empresas precisarão de anuência da Fiat Chrysler”, diz Damião.

FIAT: fornecedores se instalam no complexo

industrial de Goiana (PE)

BMW, LAND ROVER E MERCEDES-BENZ: LUXO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS

A fábrica da BMW em Araquari, SC, segue mais ou menos a receita da Fiat Chrysler. Será preciso atrair for-necedores, mas a empresa ainda negocia com a maioria deles e não divulga nenhum. Descobrimos que

eles já fecharam com a Tegma, para transportes, e com a Benteler, que fará conjuntos de suspensão. A planta, de 252 mil m² construídos, ficará em terreno de 492 mil m² no km 66 da BR-101. O investimento será de 200 milhões, o equivalente a pouco mais de R$ 600 milhões.

Da Land Rover, que se estabelecerá em Itatiaia, no Rio de Janeiro, pouco se sabe. A empresa, também em fase de tratativas, fabricará modelos fora-de-estrada, com sistemas de tração nas quatro rodas, e terá demandas diferentes das demais montadoras instaladas no país. A fábrica terá aporte de R$ 750 milhões até 2020, capacidade de produzir 24 mil carros ao ano, a partir de 2016, e será instalada em um terreno de 590 mil m².

O mesmo sigilo vale para a Mercedes-Benz, que terá fábrica em Iracemápolis, SP, com capacidade para 20 mil veículos por ano, entre os quais o novo GLA, SUV compacto da marca, e a nova geração do Classe C. Já existiriam quatro fornecedores em negociações com a marca alemã. Segundo o prefeito de Iracemápolis, Valmir de Almeida (PT), são empresas grandes, que solicitaram terrenos de até 20 mil m². Elas ficarão do lado oposto ao da Mercedes-Benz na rodovia Luis Ometto (SP-306), que liga a cidade a Santa Bárbara d’Oeste.

As fabricantes de modelos de luxo, segundo Paulo Butori, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), são beneficiadas por condições especiais oferecidas pelo Inovar-Auto para empresas de baixo volume de produção. O governo entende que não pode querer dessas empresas um índice de nacionalização alto pelo nível de eletrônica embarcada. “Quando tiverem volume, elas nacionalizam”, explica.

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Controle da Produção

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Rastreamento de Ativos

Contêineres

E ntre os novos fabricantes de caminhões, ainda se sabe pouco sobre os fornecedores e sistemistas que

os atenderão. A maior parte deles está em processo de contatos e acordos. Os que já estão operando ou pron-tos para produzir recorreram a soluções locais. A Pac-car, dona da DAF, não precisou atrair fornecedores di-retamente a sua fábrica de Ponta Grossa, no Paraná, que já está em operação. A produção começou com a parceria da ZF, Meritor, Suspensys, Metalsa, Flamma (antiga Automotiva Usiminas), Jost, Faurecia e Pilking-ton. A Foton Caminhões, que irá para Guaíba, RS, es-pera atrair fornecedores chineses na empreitada, mas ainda não fechou contratos. “Em um primeiro momen-to, estamos em contato com empresas chinesas, uma vez que já produzem peças para nossos caminhões

ENTRE OS CAMINHÕES, DAF SAI NA FRENTE

na China, facilitando a nacionalização do produto. Neste processo, têm nos procurado empresas da Ín-dia, do México e do Brasil”, afirma Marcio Vita, dire-tor de operações da Foton Caminhões, explicando que são atrativos o pacote estratégico proposto, incluindo a área, benefícios fiscais, mão de obra qualificada, total apoio da Secretaria de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul e da Foton para todas as questões ambientais e governamentais, além do potencial de for-necimento para projeto e para distribuição na América do Sul. Yunlihong e Shacman, sem assessorias de im-prensa, não deram retorno a nossos pedidos de entre-vista. A Sinotruk, que afirma ter um departamento de relações públicas em seu site, também não respondeu a nossas perguntas.

DAF: Fabricante holandesa já começou a produzir em

Ponta Grossa (PR)

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POLOS AUTOMOTIVOS

Q uem chega de fora quer ter parceiros de confiança ao lado. É o que explica o fato de

a Hyundai, mesmo tendo se estabelecido em São Paulo, com o parque de fornecedores e sistemistas mais amplo do Brasil, ter trazido da Coreia nove empresas com as quais pode contar. Todas estão instaladas perto da fábrica de Piracicaba. A Mobis faz painéis de instrumento e para-choques. A Dymos, os

bancos. Há também Hysco (corte de chapas de aço), MS Autotech (peças estampadas), Hwashin (peças estampadas), Doowon (sistemas de ar-condicionado), Hanil (revestimentos de porta e painéis de teto) e a THN (chicotes e componentes elétricos). Motores e câmbios ainda são importados da Coreia do Sul. Para cuidar da logística, uma parte fundamental do negócio, a Hyundai tem a Glovis, que também controla os estoques.

NISSANA Nissan, que colocou a fábrica

de Resende em operação recentemente, trouxe do Japão a Yorozu (suspensões), CalsonicKansei (sistemas de climatização), Sanoh (tubos, linhas de injeção e de freios), Kinugawa (componentes de borracha) e MitsuiSteel (chapas de aço), todas instaladas no Parque de Fornecedores da empresa, ao lado da fábrica. Em Porto Real ficaram Tachi-S (bancos) e Nitco (logística). Magneto, Faurecia e Benteler, também em Porto Real, são outros fornecedores da fábrica, mas sem origem japonesa.

Além dos fornecedores citados, a Nissan compra componentes de empresas de Taubaté, Caçapava, São José dos Campos, São Paulo, São Bernardo do Campo e Campinas, em São Paulo; Curitiba e São José dos Pinhais, no Paraná; Porto Alegre; Betim, Contagem e Varginha, em Minas Gerais.

A Honda terá uma fábrica nova em Itirapina, em São Paulo, para a produção dos novos Fit, City e HR-V, nome do novo utilitário pequeno da marca. A empresa diz que, por questões estratégicas, não fala dos fornecedores que a atenderão, mas eles devem ser os mesmos que já atendem a fábrica de Sumaré. Segundo a Honda, eles estão em um raio de 150 km das duas unidades.

CONFIANÇA NOS PARCEIROS COMERCIAIS

HYUNDAI: suprimento da planta de Piracicaba (SP) é feito

por parceiros conhecidos da matriz coreana

NISSAN: fornecedores vieram do Japão para abastecer as linhas de

montagem em Resende (RJ)

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Quem não seguirá essa receita é a JAC, em Camaçari. O projeto, que inicialmente contava com

um terço de participação dos chineses e dois terços do empresário Sergio Habib, teve uma inversão nos papéis em razão das exigências do governo brasileiro para financiamento. O maquinário tinha de ser nacional para poder ser financiado, mas a JAC conseguiria as mesmas ferramentas na China a um preço muito menor, com financiamento do governo chinês. Este foi o motor da mudança societária.

Os fornecedores da JAC, entretanto, serão velhos conhecidos dos mercados brasileiro e mundial. O primeiro a fechar contrato com a montadora foi a Usiminas, que fornecerá as chapas de aço para a estamparia. A Valeo será a sistemista de componentes elétricos. Os para-choques virão da Plascar, com baterias da Tudor, acabamentos de borracha da Hutchinson, vidros da Pilkington, subconjuntos soldados da Weldmatic. Peças plásticas e painéis de portas serão da Autolin.

CHERYA Chery também trará

fornecedores de sua terra natal, a China. Com fábrica em Jacareí (SP), ela destinou metade de seu terreno, de 1 milhão de metros quadrados, a 60 fornecedores e sistemistas, sendo 20 deles de origem chinesa. A fábrica, com capacidade para 150 mil carros, teve investimento de US$ 400 milhões (cerca de R$ 960 milhões) e fica às margens da Via Dutra, já perto de São José dos Campos. Futuramente, será inaugurada na região a fábrica da Acteco, divisão de motores da Chery.

SÃO PAULO TERÁ 40% DA PRODUÇÃOT odo esse movimento de novas empresas, que inclui fábricas de caminhões, mudou pouco a distribuição de

produção entre os Estados, ainda que tenha incluído no mapa dois novos integrantes: Pernambuco e Santa Catarina. O Ceará, que conta com a fábrica da Troller, não aparece nas estatísticas por causa da produção pequena do jipe T4, que não chega a 2.700 unidades por ano.

Em 2013, nove Estados brasileiros registravam produção de automóveis e veículos de carga e São Paulo detinha 42,8% da produção total efetiva, segundo os dados da Anfavea. Em 2016, serão onze Estados. Levantamento feito por Automotive Business com base na capacidade de produção total instalada para fábricas atuais e já anunciadas até 2016 revela que São Paulo deve ter 40,3% de toda a produção.

JAC MOTORS

LUIS CURI e ROGER PENG: principais executivos da Chery no Brasil dão a largada da produção

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NOVOS SISTEMAS DA ZF TORNAM POSSÍVEL MANOBRAR CAMINHÕES POR CONTROLE REMOTO, EM UM TABLET

A operação de manobrar enor-mes carretas em espaços apertados pode ser trans-

formada em um simples videogame após boa dose da sempre criativa engenharia alemã. Quem visitar o próximo Salão de Veículos Comer-ciais de Hannover (o IAA Nutzfahr-zeuge), na Alemanha, poderá mano-brar por controle remoto um conjun-to biarticulado de cavalo mecânico e bitrem, de pouco mais de 25 metros de comprimento e 40 toneladas de carga. Tudo ao simples toque do dedo indicador sobre um tablet.

A invenção é da ZF, que aplicou em um protótipo de caminhão híbri-do, batizado Innovation Truck, tecno-logias que permitem o atrevimento futurístico e revelam o alto potencial

da eletrônica para tornar veículos pe-sados mais leves de dirigir do que um quadriciclo, além de trazer maior se-gurança e economia de combustível.

A ZF mostrou seus mais novos sis-temas para veículos comerciais no início de julho em um campo de pro-vas na pequena Aachen, na Alema-nha, onde algumas dessas tecnolo-gias são desenvolvidas em convênio com a universidade local.

A eletrônica usada na mecânica pesada traz à tona novas possibilida-des tecnológicas para atender fatores competitivos como redução do custo de propriedade, robustez, maior efi-ciência energética e eletrificação do powertrain, mas sem perder de vista a economia de escala. “Os fornece-dores devem oferecer essa diferen-

ciação e, ao mesmo tempo, colocar diversos fabricantes no mesmo cesto para ganhar escala de produção e reduzir os custos das novas funcio-nalidades”, avalia Fredrik Staedtler, vice-presidente executivo sênior da ZF Friedrichafen AG responsável pela divisão de desenvolvimento de tec-nologia para veículos comerciais.

INTEGRAÇÃO O ZF Innovation Truck é um exem-plo de integração de tecnologias existentes que projetam o futuro. O protótipo aglutina os novos sistemas de direção assistida eletro-hidráulica Servotwin – desenvolvida pela ZF Lenksysteme, joint venture em partes iguais da ZF com a Bosch – e trans-missão automatizada TraXon Hybrid

PEDRO KUTNEY | DE AACHEN (ALEMANHA)

ELETRÔNICA DÁ LEVEZA AOS PESADOS

O ZF INNOVATION TRUCK, manobrado por um tablet, é um exemplo de integração de tecnologias existentes que projetam o futuro

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Fonte: ZF

SISTEMAS COMPONENTES DO ZF INNOVATION TRUCK

INVERSOR

TRANSMISSÃO AUTOMÁTICA TRAXON HYBRID

PAINEL COM CONEXÃO DE TABLET

UNIDADE EMBARCADA OPENMATICS (TELEMÁTICA)

UNIDADE DE CONTROLE

SISTEMA DE DIREÇÃO SERVOTWIN

com motor elétrico, ambos controla-dos por uma central eletrônica com programa de telemática desenvolvi-do pela Openmatics.

Direção e transmissão acionados eletronicamente tornam possível o controle remoto das manobras. O câmbio TraXon Hybrid aciona o mo-tor elétrico de 160 cavalos, que junto com o sistema eletro-hidráulico de direção Servotwin recebe comandos da central eletrônica acionada por um tablet. O motorista pode ficar ao lado do caminhão para ter melhor visão da manobra. Ele escolhe se quer mano-brar para frente ou para trás e arrasta o dedo na tela do tablet no sentido que deseja movimentar o veículo. Pa-ra parar é só tirar o dedo da tela. E para evitar acidentes o implemento é equipado com câmeras em todas as extremidades, que mostram as ima-gens no tablet e acionam os freios ca-so qualquer obstáculo seja detectado.

DIREÇÃO ELETRO-HIDRÁULICA deixa a condução precisa e confortável

Page 48: Revista Automotive Business

48 • AutomotiveBUSINESS

DIREÇÃO ELÉTRICA CHEGA AOS CAMINHÕES

A ssim como já acontece nos carros, a eletrificação de sistemas também é uma tendência nos caminhões para economizar combustível. Con-

tudo, as forças envolvidas são bem diferentes. “A direção elétrica tem bom potencial para aumentar a economia, mas em um veículo pesado o motor elétrico de assistência precisa fazer mais força e isso requer voltagem maior, o que não é possível com baterias comuns”, explica Walter Kogel, diretor de desenvolvimento de sistemas de direção da ZF Lenksysteme.

A mais recente evolução nesse caminho foi batizada Servotwin, a primei-ra direção eletroassistida do mundo para caminhões pesados, que pode ser usada em qualquer modelo. Em vez de usar a força do motor para ajudar o motorista a reduzir esforço ao volante, a bomba hidráulica de óleo é aciona-da por um pequeno motor elétrico, que consome pouca energia. Com isso, não é necessária alta voltagem. A Servotwin pode evitar o consumo de até 0,6 litro de diesel a cada 100 km, segundo testes feitos pela ZF.

Na prática, a direção eletroeletrônica não só deixa as manobras muito mais precisas e confortáveis (é possível esterçar o volante com um dedo), mas também pavimenta o caminho para a integração de modernos siste-mas de assistência, como compensação automática de vento lateral e re-tomada do rumo correto quando o veículo “desgarra” da faixa de rodagem (Lane Keeping Assistance). No futuro, de acordo com a vontade dos fabri-cantes, será possível agregar sistemas de direção parcialmente autônoma. Mais adiante, o módulo de controle poderá ser operado por computador, para condução sem interferência do motorista.

Além de tornar tudo mais simples, a propulsão elétrica evita emissão de poluentes e gasto de combustível du-rante as manobras. No futuro, os téc-nicos da ZF avaliam que será possí-vel deixar o caminhão na entrada do armazém para carga ou descarga e simplesmente acionar um programa de estacionamento automático.

HÍBRIDO A utilização de trem-de-força elétrico em veículos comerciais tem-se limi-tado a furgões e caminhões leves, pois as baterias não têm autonomia para longas distâncias. Com seu In-novation Truck, a ZF quebra esse pa-radigma ao aplicar pela primeira vez a propulsão elétrica híbrida em um caminhão pesado.

“Estudos de nossa equipe com-provam que o uso de powertrain hí-brido em caminhões pesados reduz o consumo acima de 5%”, diz Winfried Gründler, responsável pelo desenvol-vimento de tecnologias de rodagem para caminhões e furgões da ZF. “É verdade que 5% é bem menos do que a economia obtida por híbridos no tráfego urbano (em torno de 20%), mas é preciso considerar que a quilo-metragem e o consumo dos veículos

PESADO HÍBRIDO pode economizar até 5% de combustível, diz a ZF

TECNOLOGIA

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Page 49: Revista Automotive Business

The Group

TECNOLOGIA DE BALANCEAMENTOMáxima precisão para produção de autopeças

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Correção de massa de peças não rotativas, tais como bielas

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pesados são muito maiores”, lembra. A transmissão TraXon Hydbrid aco-

plada ao motor elétrico foi desenvol-vida pela ZF como um módulo, para ser instalado em caminhões pesados sem necessidade de modificar proje-tos. A tração puramente elétrica é utili-zada em situações de baixa velocidade.

O sistema recupera a energia ciné-tica das frenagens, para recarregar as baterias, e agrega funções start-stop e coasting, que desliga o motor diesel nas paradas ou em velocidade cons-tante. Nesta situação, as rodas em movimento se transformam em gera-dor. Para poupar diesel, a energia ge-rada pelo motor elétrico e armazena-da nas baterias pode ser direcionada a implementos refrigerados ou equi-pamentos de cabine, como rádio, navegação e ar-condicionado. Tudo com muita inteligência artificial.

Impressiona a versatilidade da transmissão automatizada modular TraXon. São cinco módulos diferentes. Além da opção híbrida com motor elétrico,

existem quatro versões para utilização em motorização diesel: TraXon bá-sica de 12 ou 16 velocidades, Dual (embreagem dupla), Torque (conversor para marchas reduzidas) e PTO (tomada de força para implementos).

De acordo com a ZF, a TraXon básica já garante economia de 4% a 5% em relação ao câmbio manual. Para caminhões pesados de longo per-curso que adotam relações de marchas longas, para reduzir o consumo por meio da menor velocidade de rotação do motor, a ZF desenvolveu a versão Dual. É a primeira transmissão automatizada para caminhões pe-sados a usar embreagem dupla, que torna as mudanças de marcha muito mais rápidas e precisas. Praticamente não há “buracos” entre as trocas e o giro permanece constante.

Sem perda de rotação, não é preciso acelerar para retomar o torque e a economia aumenta ainda mais, em torno de 7% na comparação com câmbio manual e de 3% a 4% em relação à TraXon básica.

UMA TRANSMISSÃO E CINCO MÓDULOS

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POSSIBILIDADE DE FINANCIAR 100% DO VALOR DO BEM TENDE A

IMPULSIONAR VENDAS PARA 141 MIL UNIDADES ESTE ANO

CAMILA FRANCO E GIOVANNA RIATO

O mercado de caminhões deve ter queda menor do que era esperado até

então para 2014. Os emplacamen-tos podem alcançar 141 mil unida-des, segundo projeção da Carcon Automotive. Caso se concretize, o volume será 6,6% inferior ao regis-trado em 2013. Ainda assim, os negócios vão superar o projetado pela Anfavea, associação que repre-senta os fabricantes de veículos, que anunciou em julho a expectativa de que fossem vendidos 133 mil cami-nhões este ano, com retração de mais de 13%.

A mudança do cenário para o setor é resultado da alteração anunciada para o Finame PSI. A linha especial de crédito ganhou mais um atrativo: agora é possível financiar até 100% do valor do veículo. A oferta serve para outros bens de capital além de caminhões, como ônibus, máquinas agrícolas e de construção. Até então o porcentual financiável era de 80% para empresas com receita opera-cional bruta (ROB) superior a R$ 90 milhões por ano e de 90% para orga-nizações com ROB até esse valor. Os juros permanecem em 6% ao ano e, portanto, abaixo da inflação.

“A mudança é extremamente im-portante. Certamente fará com que muita gente volte a comprar cami-nhão para aproveitar a oportunida-de, já que a condição, em princípio, vale apenas até o fim deste ano”, avalia Carlos Reis, sócio-diretor da Carcon Automotive. Ele espera que, além de melhorar o resultado de 2014, a medida impulsionará tam-bém os emplacamentos do início do próximo ano. “Teremos efeito a partir de outubro que vai durar até fevereiro”, avalia.

Alcides Braga, presidente da Anfir, associação que representa os fabri-

MERCADO TEM ALÍVIO COM NOVA REGRA DO PSI

CAMINHÕES

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cantes de implementos rodoviários, concorda que o efeito positivo da mudança do Finame PSI não será capaz de reverter as perdas do início do ano. “Trata-se de uma medida que poderá trazer reflexos positivos às vendas de implementos, mas não terá capacidade para reverter a expectativa de balanço negativo em 2014.” Segundo a entidade, o setor acumulou queda de 9% nos negó-cios de janeiro a julho.

2015Reis, da Carcon, enfatiza que “nin-guém compra caminhão se não houver demanda de carga”. Den-tro desse raciocínio, 2015 pode se revelar como mais um ano desa-fiador, já que o cenário ainda não indica crescimento mais robusto da economia e, consequentemente, do transporte de carga. A consul-toria prevê leve crescimento dos negócios, mas ainda sem um nú-mero definido. A Anfir salienta a necessidade de o próximo governo continuar a apostar em incentivos às vendas do setor. “É preciso estar atento à importância da manuten-ção dessas medidas de incentivo à

indústria”, pondera Mario Rinaldi, diretor executivo da organização.

Ainda assim, Reis, da Carcon, lem-bra que mesmo que as vendas de caminhões mantenham certa estabi-lidade no próximo ano, o mercado nacional ainda é bastante expressivo. “Em 2005 nossas vendas totais eram de apenas 77 mil unidades”, apon-ta. O consultor defende que, antes mesmo da criação de uma política de renovação, a idade média da frota de caminhões vem caindo por causa das empresas, que ficam com os ve-ículos por período cada vez menor. “Boa parte dos frotistas programa compra de caminhões para 2015, já que a renovação mais recente foi fei-ta em 2012, quando as companhias investiram na última leva de modelos com tecnologia Euro 3”, recorda.

Para Reis, há mudança clara na segmentação das vendas nos últi-mos anos. O especialista aponta que os semipesados e pesados ganham força, enquanto os médios perdem terreno. A transformação, segundo ele, é resultado da busca por mais eficiência no transporte. O papel do caminhão médio é feito pelos leves nos centros urbanos em que há res-

trições à circulação de pesados. Fora das cidades, os semipesados têm si-do os substitutos.

O consultor aponta que as fabri-cantes de caminhões instaladas no Brasil terão de superar uma série de desafios nos próximos anos. Entre eles estão o agravamento da cri-se global, que reflete na economia brasileira, a tendência por corte de incentivos do governo, o aumento da taxa de juros e a forte depen-dência que o mercado nacional tem do Finame. Além disso, há a ques-tão dos preços elevados dos veícu-los usados, que impedem que um profissional autônomo que tem um caminhão muito antigo faça a subs-tituição por outro modelo usado, po-rém mais atual.

Com visão otimista para o médio prazo Reis enfatiza que “a indústria nacional nunca teve tanta capaci-dade produtiva e tecnologia”. Ele lembra que o setor tem uma série de oportunidades. Entre elas está a perspectiva de que o governo anun-cie um programa de renovação de frota, os investimentos para melho-ria da infraestrutura do País e o au-mento das exportações.

PARA REIS, MERCADO

BRASILEIRO É

ATRATIVO, APESAR

DA RETRAÇÃO

PREVISTA PARA 2014

CARLOS REIS, sócio-diretor da Carcon Automotive

REIS, MERCA

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CAMINHÕES

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A Daimler trabalha no que acredita ser o futuro dos caminhões. O

conceito Future Truck 2015 roda de forma autônoma, sem interferência do motorista, e foi demonstrado em es-trada na Alemanha. O modelo é um dos destaques da companhia no IAA, principal salão de veículos comerciais do mundo, que ocorre em setembro na cidade de Hannover.

No panorama desenhado pela fa-bricante, o modelo com a tecnologia deve chegas às estradas europeias em 2025 e representará “revolução em eficiência e segurança no transporte”, segundo a Mercedes-Benz. O desen-volvimento do caminhão é parte do projeto da monta-dora para preservar os recursos naturais e reduzir todos os tipos de emissões. O objetivo é buscar a máxima eficiência no transporte de longa distância. Além dis-so, o investimento no veículo demonstra a ambição da companhia de se posicionar na liderança do desenvolvi-mento tecnológico da categoria.

O modelo é baseado no extrapesado Actros 1845. O caminhão é equipado com motor até 449 cv. A trans-missão é automática PowerShift 3, de 12 velocidades. O design do veículo busca eficiência aerodinâmica. Para rodar sem participação tão ativa do motorista, o Future Truck 2025 conta com sensores nas laterais e na dianteira com alcance até 250 metros. Para controlar o

caminhão, o sistema utiliza dispositivos já existentes na versão atual do Actros, como o sistema de controle de proximidade e o servofreio de emergência.

Uma câmera estereoscópica instalada atrás do para-brisa também monitora a área adiante, com alcance de 100 metros. O dispositivo é capaz de identificar pistas da estrada, pedestres, obstáculos estáticos ou em mo-vimento. O equipamento percebe tudo o que se dis-tingue do fundo e, a partir dessa informação, calcula o espaço livre disponível. As informações da câmera e dos sensores são combinadas e fornecem imagem completa do entorno do veíulo.

Na prática, o motorista só precisa levar o caminhão até a estrada e ocupar a pista da direita. Quando al-

cança a velocidade máxima de 80 km/h, o siste-ma oferece a opção de condução autônoma, a “Highway Pilot.” Com o recurso ativado, o veícu-lo passa a manter distância dos outros de forma totalmente independente. Ele se orienta pela pis-ta, não pelos outros carros e, portanto, dispensa a necessidade de formação de comboio.

A Mercedes-Benz constata que a tecnologia te-rá forte impacto na carreira de motorista de cami-nhão. Estes profissionais devem passar de con-dutores para gestores do transporte, já que terão a possibilidade de desempenhar outras atividades enquanto o veículo roda no modo autônomo.

TRANSPORTE DO FUTURO

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MÉXICO

PRODUÇÃO ACELERA, MAS MERCADO INTERNO

TEM O PÉ NO FREIOOS INVESTIMENTOS SE MULTIPLICAM NA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA DO MÉXICO, DE OLHO NAS EXPORTAÇÕES, QUE REPRESENTAM 82% DA PRODUÇÃO. ENQUANTO ISSO, OS MEXICANOS CONTINUAM

SEM PODER COMPRAR OS CARROS QUE FABRICAM

A detonação começou em 1994, com a entrada em vi-gor do North American Free

Trade Agreement (Nafta), desenha-do pelo então presidente mexicano Carlos Salinas de Gortari. Naquele momento o México começou a fi-car internacionalmente muito mais competitivo e a atrair investimentos massivos do exterior. O tempo trou-xe mais acordos parecidos, com a

Europa, o Japão e o Mercosul, que foi restringido em 2012, mas deve voltar à normalidade em março de 2015. Some-se a tudo isto uma mão de obra considerada de qualidade, com um custo muito baixo, e surgirá a receita que o México usa para atrair o investimento estrangeiro no setor automotivo, que em 2012 represen-tou 21% do total, chegando a US$ 5,02 bilhões. E o futuro parece tão

promissor que os mexicanos já estão quase seguros de que vão ultrapas-sar o Brasil para conseguir o sétimo lugar no ranking mundial da produ-ção de automóveis.

Apesar de todos os acordos co-merciais, o principal motor da produ-ção de veículos no México ainda se chama Estados Unidos. Movida pela forte demanda americana, a produ-ção mexicana em 2013 alcançou o

SÉRGIO OLIVEIRA DE MELO, DO MÉXICO

MÉXICO

HONDA abriu sua segunda fábrica no México, para 200 mil carros por ano

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OS MEXICANOS

ESPERAM

ULTRAPASSAR O

BRASIL PARA CHEGAR

AO SÉTIMO LUGAR

NO RANKING

MUNDIAL DA

PRODUÇÃO DE

AUTOMÓVEIS

recorde de 2.933.465 unidades, o que representou um crescimento de 1,7% comparado a 2012. Desse to-tal, mais da metade (1.646.950 uni-dades) teve como destino seu vizinho do norte, que comprou 9,5% mais veículos mexicanos do que em 2012. O Canadá manteve o segundo lugar como destino exportador do México, com 194.851 unidades, um cresci-mento de 21,7%. Os embarques para a América Latina, com o fechamento parcial dos mercados brasileiro e ar-gentino, recuaram 16% em 2013 em relação ao ano anterior.

INVESTIMENTOSEm 2014 as coisas começaram a me-lhorar ainda mais para os mexicanos. O primeiro semestre registrou uma produção de 1,59 milhão de unida-des, de acordo com a Asociación Mexicana de la Industria Automotriz (Amia), ante 1,57 milhão de unidades produzidas pelo Brasil, segundo a As-sociação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Cla-ro que parte disso se deve ao fato de o Brasil ter sofrido as consequências do fechamento do mercado argentino e dos feriados pela Copa do Mundo.

Mas não é tudo. Em fevereiro des-te ano, o México viu a Honda abrir sua segunda fábrica no país, que terá capacidade de produzir até 200 mil automóveis, além da primeira fábrica da Mazda, que montará 230 mil veículos, uma parcela destinada ao Brasil. Em novembro de 2013, a Nissan já havia aberto sua terceira fábrica no país, que colocará mais 175 mil carros nos mercados mexi-cano e de exportação.

Entre a última semana de junho e a primeira de julho foram anunciados mais dois expressivos investimentos. Um deles é da BMW, que vai construir fábrica no estado de San Luis Potosí, para montar 150 mil unidades por ano, fruto de um investimento de US$ 1 bilhão. Outro aporte será feito em conjunto por Nissan e Daimler, que farão no estado de Aguascalien-tes outro centro de produção, com capacidade para 300 mil carros por ano, consequência de uma aplica-ção de US$ 1,36 bilhão. Só a Nissan, que detém mais de 25% do mercado mexicano, projeta montar 1,1 milhão

NOVAS FÁBRICAS NO MÉXICOBMW –150 mil veículos/anoHONDA – 200 mil veículos/anoMAZDA – 230 mil veículos/anoNISSAN –175 mil veículos/anoNISSAN E DAIMLER – 300 mil veículos/ano

A MAZDA inaugurou sua primeira fábrica no México, para 230 mil veículos/ano

A VOLKSWAGEN também está presente no México, onde produz o

moderno Golf geração 7

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MÉXICO

de veículos anualmente no México a partir de 2020.

Outras marcas já demostraram intenção de construir automóveis em solo mexicano, ainda que não tenham formalizado esse interesse. Uma delas é a coreana Kia, que co-locaria sua primeira fábrica no país. Também se fala muito da Toyota, que além de usar a planta da Mazda para fabricar 50 mil compactos por ano, a partir de 2015, teria a intenção de

fazer uma segunda no México, além da que já tem na fronteira com Esta-dos Unidos.

MERCADODe acordo com a Industria Nacional de Autopartes (INA), o crescimento do setor automotivo entre o terceiro trimestre de 2010 e o período corres-pondente de 2013 foi de 9,8% e de 9,6% no segmento das autopeças. Entre 1994 e 2011, os investimentos estrangeiros no setor automotivo so-maram US$ 36,79 bilhões.

O México, que ultrapassou o Cana-dá como fabricante de veículos em 2010, projeta deter 24% da produção na região do Nafta em 2019, quando estaria montando 4,3 milhões de au-tomóveis por ano. Confirmada essa projeção, o país asteca também terá ultrapassado o Brasil, que prevê atin-gir a cifra de 4,05 milhões de carros produzidos em 2018, de acordo com a Carcon Automotive.

Mas por que o México tem rece-bido tantos investimentos no setor automotivo? Além dos acordos co-merciais com boa parte do mundo, principalmente com países da Euro-pa, América do Norte e Ásia (Japão), o que permite uma exportação sem

travas e muito competitiva, o México é barato. De acordo com o Bank of America Merrill Lynch, em 2004 os salários mexicanos eram três vezes maiores que os da China. Hoje, são 20% menores do que os do gigante asiático.

O ProMéxico, organismo federal encarregado de promover o país no exterior, não aceita a ideia de que os salários mexicanos sejam baixos, mas muda de discurso na hora de fazer seu trabalho junto aos investi-dores, mostrando no quesito “Forta-lezas do México” que operar no país significa economizar quase 90% dos custos de mão de obra com relação a países de América, Europa e Ásia. Também lembra que na hora de des-pedir um empregado o custo me-xicano é de 52 semanas, contra 91 semanas no caso da China.

Enquanto isso, o mercado interno mexicano continua pobre. No ano passado as vendas ultrapassaram um milhão de veículos pela primeira vez desde 2008. Este ano a previsão da Asociación Mexicana de Distribui-dores de Automotores (Amda) é ven-der 1,095 milhão de unidades, o que representa 30 mil veículos a menos do que a projeção original.

O MÉXICO

ULTRAPASSOU O

CANADÁ COMO

FABRICANTE DE

VEÍCULOS EM 2010

E PROJETA MONTAR

4,3 MILHÕES DE

AUTOMÓVEIS

EM 2019

NISSAN: três fábricas no país e criatividade nos esforços de comercialização

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VEÍCULOS USADOS AMEAÇAM MERCADO DE NOVOS

F abricantes e distribuidores reclamam do eterno mal do México: a importação, legal ou não, de carros

usados que chegam dos Estados Unidos. O número re-presenta perto de dois terços das vendas de automóveis novos no México. Por isso, o setor pede regulamentação, já que a maioria entra sem nenhuma vistoria, nem física nem de emissões. Outro ponto importante é o acesso ao crédito, ainda muito difícil para o cidadão normal que em muitas ocasiões trabalha na economia informal. A Nissan Mexicana, por exemplo, presidida pelo brasileiro Airton Cousseau, está usando a criatividade para ame-nizar o problema e oferecendo crédito para quem não pode comprovar sua renda.

Caso isso fosse resolvido, o México poderia chegar a vendas internas anuais da ordem de 1,8 milhão de unida-

des, de acordo com Cousseau. Mas Guillermo Rosales, di-retor-geral adjunto da Amda, é menos otimista e acredita que o tamanho do mercado mexicano, com as condições econômicas atuais, é mais próximo a 1,5 milhão.

Os dois, porém, esperam que o consumo interno cres-ça para mudar o quadro atual no qual 82% da produção é exportada, enquanto os mexicanos continuam sem poder comprar os carros que fabricam. Infelizmente, es-se mexicano, que já teve seu poder aquisitivo cortado 77,8% entre 1987 e 2014, de acordo com a Faculdade de Economia da Universidad Nacional Autónoma de Mé-xico, não deve sair do buraco tão cedo, já que a popu-lação economicamente ativa deve aumentar 20% entre 2010 e 2020, mantendo baixos os salários e fazendo o México ainda mais atraente para o investidor estrangeiro.

CARROS ENTRAM NO MÉXICO SEM VISTORIA

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LANÇAMENTO | FORD KA

O FORD KA fecha o ciclo de globalização dos produtos da

montadora no País

CARRO CHEGA COM PACOTE COMPLETO DE EQUIPAMENTOS, PREÇO COMPETITIVO E AMBIÇÃO DE SER O

COMPACTO MAIS VENDIDO DO VAREJO

ENFIM, O NOVO FORD KA

PEDRO KUTNEY |DE TRANCOSO (BA)

F oi como uma gravidez: nove meses depois de ser apre-sentado ainda como concei-

to do segundo carro global da Ford concebido no Brasil, nasceu o novo Ka, primeiro o hatch, e logo depois o irmão gêmeo não-idêntico, com a mesma cara e corpo diferente, em formato sedã, batizado Ka+. Com quali-dades de carros de castas supe-riores e preços competitivos (veja quadro), os dois colocam a Ford para disputar com vanta-gens e grandes ambições o maior segmento do mercado brasilei-ro, o de modelos compactos, que respondem por 60% das vendas.

“O Ka fecha o ciclo de globaliza-ção no Brasil. Hoje todos os nos-sos produtos vendidos aqui são globais e três deles (EcoSport, Ka e o caminhão Cargo extrapesado) foram desenvolvidos pelo centro brasileiro de engenharia do grupo”, diz Rogelio Golfarb, vice-presidente de relações institucionais da Ford América do Sul.

“Esperamos com o novo Ka re-petir o sucesso dos carros glo-bais que já lançamos, mas ago-ra em um segmento de grandes volumes, por isso sem dúvida va-mos crescer”, aposta o gerente de marketing Oswaldo Ramos. A am-bição é grande: “Queremos lide-rar as vendas de modelos 1.0 ha-tch no varejo (concessionárias)”, resume, destacando que a Ford já

é líder no segmento de compactos com motorização superior a 1 litro com o New Fiesta. “E nossa expec-tativa para o Ka+ é que ele seja o sedã de maior volume da história da Ford no Brasil.”

QUALIDADES“Nosso foco maior é o cliente de va-rejo, que responde pela média de 70% do segmento, os outros 30% são vendas diretas a frotistas. Por isso equipamos melhor o carro des-de a versão mais barata, acreditando que esse consumidor quer isso”, afir-ma Ramos. Nesse sentido, o novo Ka de fato oferece o melhor paco-te do segmento, com preços que fi-

cam abaixo dos concorrentes com o mesmo nível de equipamentos.

A versão mais básica, a SE, vem com direção assistida elétri-ca (pode representar 3% de eco-nomia de combustível), ar-condi-cionado, acionamento elétrico dos vidros e travas com controle remo-to na chave, sistema de som com rádio e entrada USB e, ainda, doca para o smartphone no painel com conexão Bluetooth.

Na versão imediatamente acima, SE Plus, estão incluídos vidros elé-tricos traseiros e o sistema de info-entretenimento Sync, com contro-le de funções por comando de voz, como navegador GPS, som com

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LANÇAMENTO | FORD KA

MOTOR ESPERTO E MAIS ECONÔMICO

Embaixo do capô o novo Ka também tem vanta-

gens sobre a concorrência com o novo motor de três cilindros e duplo coman-do de válvulas, que come-çou a ser produzido este ano na nova fábrica baia-na de motores em Camaça-ri. É o 1.0 mais potente da categoria, com 80 cavalos (gasolina) ou 85 (etanol), e também o mais econô-mico, com selo A do pro-grama de etiquetagem do Inmetro. Na prática, o de-sempenho do mais novo três-cilindros do mercado é bastante esperto.

A Ford também vai oferecer no Ka hatch e sedã o motor 1.5 Sigma, com bloco e ca-beçote de alumínio, feito em Taubaté (SP). Com 110 ca-valos, o propulsor está en-tre os mais potentes da categoria e também tem nota A do Inmetro.

CD/MP3 player e conexão com o celular. Além disso, a função Ap-plink permite rodar no Sync pro-gramas instalados no smartphone, como rádio ou navegador.

Outra função já habilitada no Sync é a chamada automática, pelo celular pareado do motoris-ta, para o serviço móvel de emer-gência (Samu) em caso de aciden-te com deflagração dos airbags ou corte da bomba de combustível.

Na versão topo de linha SEL o novo Ka vem com um interessan-te pacote de segurança ativa, que

O KA oferece o melhor pacote do segmento, com preços

abaixo dos concorrentes

além dos itens já incluídos em to-das as versões (como ABS com distribuição eletrônica de frena-gem e controle de tração nas cur-vas), também tem o controle de estabilidade (ESC), que monitora o comportamento do carro e aciona os freios para corrigir o rumo e evi-tar derrapagens e capotamentos.

O ESC usado pela Ford é com-prado da Continental e por en-quanto é importado, mas há pla-nos de fazer o sistema aqui caso a demanda justifique.

O Ka SEL tem ainda o assistente de partida em rampa e sai calçado de fábrica com pneus verdes (Pirelli ou Continental), com baixa resis-tência ao rolamento, capazes de re-duzir o consumo em até 3%.

O espaço para os ocupantes está entre os melhores da catego-ria. Hatch e sedã são bastante con-fortáveis. O acabamento interno é adequado e fica um ponto aci-ma da média. Ainda dentro da ca-bine, 21 porta-objetos completam a conveniência dos passageiros. O porta-malas do sedã Ka+ é bem generoso, com 445 litros.

PREÇOS DO KA E KA+HATCHKa SE 1.0: R$ 35.390Ka SE 1.5: R$ 40.390Ka SE Plus 1.0: R$ 37.390Ka SE Plus 1.5: R$ 42.390KaSEL 1.0: R$ 39.990KaSEL 1.5: R$ 44.990

SEDÃKa+ SE 1.0: R$ 37.890Ka+ SE 1.5: R$ 42.890Ka+ SE Plus 1.0: R$ 39.890Ka+ SE Plus 1.5: R$ 44.890Ka+SEL 1.0: R$ 42.490Ka+SEL 1.5: R$ 47.490

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INDÚSTRIA

PEDRO KUTNEY | DE HORIZONTE (CE)

ESTRATÉGIA PODE SUSTENTAR MARCA APÓS FIM DOS INCENTIVOS FISCAIS

N inguém entendeu quando a gigante Ford comprou a pequenina Troller, uma fábri-

ca instalada em Horizonte, no Ceará, que produzia artesanalmente pouco mais de mil unidades por ano do jipi-nho T4, com carroceria de fibra de vidro. A resposta está na gorda cesta de incentivos fiscais do antigo Regi-me Automotivo do Norte, Nordes-te e Centro-Oeste, criado nos anos 1990. Na prática, quando adquiriu a Troller, há oito anos, a Ford passou a gozar de isenção total de IPI de tudo o que fosse produzido na região, inclusi-ve na unidade de Camaçari (BA). Esses benefícios, se não forem prorrogados como já ocorreu em 2010, terminam no fim de 2020. Chegou a hora, portan-

to, de devolver uma pequena parte dos bilhões recebidos com isenções tributá-rias para tentar fazer a Troller sobreviver após o fim dos benefícios.

Logo depois do Natal de 2006, o governo federal publicou decreto sob medida para a Ford, em que autori-zava a compradora de uma indústria automobilística no Nordeste a “her-dar” os benefícios fiscais para todas as suas operações na mesma região, desde que a fábrica comprada fos-se mantida funcionando com o mes-mo nível de emprego e atividade. “Na época a Ford prometeu investir na Troller e hoje cumpriu essa pro-messa. Espero em breve ver a produ-ção dobrar de 1,2 mil para 2.640 por ano. Não tenho dúvida que há mer-

cado no Brasil para isso, com novas aplicações para o T4 feito aqui”, dis-se o governador do Ceará, Cid Fer-reira Gomes em julho, na cerimônia em Horizonte que marcou o início da produção do novo T4 na fábrica to-talmente modernizada.

A Ford remodelou completamente a unidade de Horizonte e seu único produto, o fora-de-estrada T4, com investimento de R$ 215 milhões – algo como três meses de isenções de IPI nos produtos feitos em Camaça-ri. Os recursos vêm do mesmo paco-te de R$ 2,8 bilhões que a Ford inves-tiu em suas operações no Nordeste.

“O investimento feito aqui faz parte de nossa estratégia de competitivida-de. É para que o negócio seja susten-

FORD INVESTE R$ 215 MILHÕES

NA TROLLER

NOVO TROLLER T4 ganhou visual moderno e motor diesel de 200 cv

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INDÚSTRIA

LINHA DE PRODUÇÃO da Troller em Horizonte, no Ceará, foi totalmente modernizada

QUADRO DE INSTRUMENTOS e sistema de som vê da Ranger, assim como o motor e câmbio

tável. Quando compramos a Troller, dissemos que iríamos levar o T4 para o próximo nível. Muita gente duvidou disso na época, mas é o que esta-mos fazendo agora”, justificou Roge-lio Golfarb, vice-presidente de assun-tos institucionais da Ford América do Sul. Segundo ele, a completa re-modelação do design e mecânica do T4 deverá abrir novas oportunidades de mercado para além do uso mera-mente recreativo, como frotas de se-gurança, polícia e mineração.

O T4 recebeu nova carroceria e chassi. Agora ele usa o mesmo motor

3.2 turbodiesel da picape Ranger, de cinco cilindros e 200 cavalos. O câm-bio manual de seis marchas também é o mesmo, feito na China pela Ge-trag – fabricante alemã de transmis-sões pertencente à Ford. No interior o quadro de instrumentos e sistema de som são igualmente comunizados com a Ranger, como solução para su-perar a baixa escala de produção do 4x4, que torna inviável a fabricação de componentes exclusivos.

Para Golfarb, o Troller T4 é agora “um produto nacional com padrão mundial”. Ainda assim, não existem

planos de exportar o modelo no mo-mento. É certo que, por causa de seu método construtivo, com fibra de vi-dro aplicada sobre estrutura tubular, o carro tem cabine frágil e não pas-saria em testes de segurança mais ri-gorosos. Por ser destinado a encarar trilhas fora-de-estrada, nem sequer tem airbags frontais – a legislação brasileira permite essa isenção para offroads, sob alegação de que, ao encarar trilhas, as bolsas de ar pode-riam se abrir acidentalmente.

FÁBRICA REMODELADA A unidade de produção do T4 pre-cisou passar por completa remode-

lação para fazer o novo carro. A principal mudança está na produ-ção das 43 peças de fibra de vidro que compõem a carroceria. Antes

moldadas à mão, agora as partes são prensadas a quente, pelo processo Sheet Moulding Compound (SMC), o mesmo usado para fabricar carro-cerias de carros esportivos como o Mustang GT.

Depois de estampadas, as partes são coladas por três robôs. A carroce-ria completa é aplicada sobre uma es-trutura tubular de aço. Após pintadas e polidas, as cabines passam pela mon-tagem final e são encaixadas sobre o chassi com motor, câmbio e eixos.

Com as melhorias recebidas, a ca-dência de produção deu um salto. Antes a fábrica de Horizonte podia produzir seis unidades por dia em um turno. Agora, com os mesmos 400 funcionários no mesmo turno, o rit-

mo pode subir para 10/dia e che-gar a até 12. “Nossa expectativa é mais que dobrar as vendas com o novo T4. Já é possível atender

essa demanda apenas com a moder-nização da planta. Mas se precisar-mos poderemos, no futuro, adotar mais um turno”, explica Wilson Vas-concellos Filho, gerente de vendas, marketing e serviços da Troller.

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LANÇAMENTO

RENAULT CAPRICHA NA RENOVAÇÃO E REDUZ EM 5% VALORES DO CARRO

U m hatch médio com preço de compacto, que come-ça em R$ 29.890 e chega

a R$ 42.390, com surpreenden-te redução média de 5% nos valo-res da tabela anterior do modelo, oferecido nas versões Authentique 1.0, Expression 1.0, Expression 1.6 e Dynamique 1.6. A quase imba-tível relação custo/benefício conti-nua sendo a essência do Sande-ro, que mesmo após passar pela

mais profunda remodelação desde o lançamento da primeira gera-ção, há sete anos, ainda mantém o seu atrativo principal, o espa-ço barato. Com uma vantagem: a Renault caprichou um pouco mais no acabamento, design e equipa-mentos de série da versão 2015 de seu campeão de vendas no Brasil, responsável por 43% dos empla-camentos da marca, com mais de 500 mil unidades licenciadas desde 2007.

“O Sandero é um divisor de águas na história da Renault do Brasil, foi e continua sendo deci-

sivo para o crescimento da marca no País; suas vendas aumentaram ano após ano, o que é muito difí-cil acontecer após todo esse tem-po no mercado”, destaca Olivier Murguet, presidente da subsidiá-ria brasileira da empresa. Segun-do o executivo, a redução de pre-ços foi conseguida com redução de custos de produção.

A renovação completa do San-dero é fundamental para dar novo impulso ao avanço da Renault, que mesmo diante da queda ge-neralizada de vendas de veículos em torno de 6% no primeiro se-

LANÇAMENTO

PEDRO KUTNEY, AB | DE FLORIANÓPOLIS (SC)

SANDERO MUDA PARA MELHOR ATÉ NO PREÇO

Por fora o SANDERO 2015 ganhou a nova identidade visual da Renault

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LANÇAMENTO

mestre de 2014, foi a marca que mais cresceu no período, acima de 10%, elevando sua participa-ção de 6,6% para 7%. A meta oficial é chegar a market share de 8% até 2016.

“É um segmento que repre-senta mais de 50% das vendas de veículos no Brasil, que tem cer-ca de 1,5 milhão de clientes por ano”, destaca Bruno Hohmann, diretor de marketing da Renault. Ele avalia que o Sandero está um pouco acima do mercado de car-ros de entrada. Por isso, estima que 60% das vendas serão da op-ção com motor 1.6 e 40% com o 1.0. A projeção é que apenas 10% dos emplacamentos sejam da ver-são mais barata Authentique 1.0, outros 50% devem ficar para a in-termediária Expression (sendo meio a meio entre 1.0 e 1.6) e ou-tros 40% para a topo de linha Dy-namique (só 1.6).

EVOLUÇÃOA Renault mexeu bastante na pla-taforma do Sandero. De acordo com a montadora, foram três anos de desenvolvimento, com 122 mil horas de engenharia e 12 mil ho-ras de design. Cerca de 80% dos componentes são novos. Foram introduzidas melhorias importan-tes, com ganhos na estabilidade, ruído e conforto. Desde a primeira

geração do Sandero, o desenvol-vimento do hatch foi realizado por designers e engenheiros sediados no Brasil. “Foi o primeiro mode-lo global da Renault desenvolvido fora da Europa”, lembra Murguet.

É justo reconhecer que o valor agregado cresceu no novo Sande-ro. Além do design renovado e re-formulação total do interior, a pla-taforma reprojetada ganhou nova estrutura, com aços de diferentes resistências para absorver impac-tos e preservar a cabine – algo es-sencial para melhorar o resultado no crash test do Latin NCAP, que avaliou o carro com apenas uma estrela em teste sem airbags rea-lizado em 2012. Também ajuda bastante na segurança a adoção em todas as versões, obrigatório por lei, de airbags para motorista e passageiro da frente e freios com sistema ABS, de nona geração, com distribuidor eletrônico de for-ça de frenagem (EBD).

De fato, o pacote tecnológico do Sandero subiu um degrau. O car-

ro traz para o segmento ar-condi-cionado automático controlado por computador (disponível como opcional na versão topo de linha Dynamique 1.6) e a geração 1.2 do Media NAV, sistema multimídia opcional de R$ 1,2 mil que agre-ga ao carro navegador GPS, sis-tema de som, piloto automático (controlador e limitador de veloci-dade), conexão Bluetooth com o telefone celular e as funcionalida-des Eco-Coaching e Eco-Scoring, que orientam o motorista a dirigir com maior economia de combus-tível. O sistema também é integra-do com sensor de estacionamen-to e câmera de ré.

No interior remodelado, a ado-ção de materiais de melhor quali-dade no painel e bancos tira a nova geração do Sandero da indigência do acabamento espartano da ver-são antiga.

A principal novidade sob capô é o motor 1.0 16V Hi-Power, que es-treou no Clio e é oferecido no novo Logan, com potência máxima de 80 cavalos (com etanol), um pouco mais do que os 77 cavalos da ver-são anterior. O propulsor fica entre os mais potentes 1.0 disponíveis no mercado e recebeu nota A no Pro-grama Brasileiro de Etiquetagem Veicular, do Inmetro, que aferiu consumo no ciclo urbano de 8,1 km/l (etanol) e 11,9 km/l (gasolina) e, na estrada, 9,2 km/l (gasolina) e 13,4 km/l (etanol). Mas não emo-ciona. O tamanho do Sandero co-bra seu preço no desempenho.

NOVO PAINEL e versão 1.2 da central multimídia Media NAV elevaram o nível de conforto no amplo interior do Sandero

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UNIDADE SÓ COMEÇARÁ A PRODUZIR PARA VALER A PARTIR DE DEZEMBRO

M esmo sem nenhum carro rodando na linha de mon-tagem, que ainda precisa

de ajustes finais, a Chery adiantou a inauguração oficial de sua primei-ra unidade de produção completa fora da China – também a primeira fábrica chinesa de veículos a abrir as portas no Brasil. Em evento no dia 28 de agosto, com a presença de au-toridades brasileiras e executivos da companhia, foi feita a abertura sim-bólica das instalações industriais em Jacareí (SP), para mostrar a todos que elas estão quase prontas e assim eliminar a desconfiança que rondava o empreendimento, já atrasado em cerca de um ano.

Segundo a empresa, os primei-ros Chery brasileiros serão enviados às concessionárias em dezembro. O custo de produção mais alto no Brasil não preocupa os chineses: “É mais caro produzir aqui do que na China, mas trazer carros de lá tem preço elevado de transporte e o im-posto de importação é bastante al-to. Tudo isso será compensado com a fabricação local”, pondera Zhou Biren, vice-presidente da Chery e chefe de operações internacionais

CHERY É 1a CHINESA A INAUGURAR PLANTA NO BRASIL

PEDRO KUTNEY | DE JACAREÍ (SP)

da fabricante. O mesmo raciocínio se aplica aos mercados vizinhos da América do Sul: “O desejo da matriz é exportar do Brasil para todos os países da região.”

CONFIANÇAA inauguração acontece em cenário bastante diverso do vislumbrado em 2009, quando o mercado brasileiro de veículos crescia ao ritmo de dois dígitos porcentuais ao ano e a Chery decidiu investir em fábrica no País. Desde 2011 as vendas da marca vêm caindo, chegaram a 8 mil carros em 2013. Este ano a expectativa da em-presa é emplacar 15 mil unidades. Mas um problema adicional surgiu: o mercado entrou em declínio. Nada disso, contudo, parece abalar a con-fiança dos chineses da Chery.

“O País tem 200 milhões de ha-bitantes, o desenvolvimento econô-mico é rápido e seu mercado auto-motivo também cresce rápido, é o quarto maior do mundo. Achamos que a Chery atende às necessidades dos brasileiros, que são muito ami-gáveis com os chineses. A relação entre os governos dos dois países é muito boa dentro dos Brics. A base

industrial aqui é forte, com mão de obra qualificada”, justifica Biren.

Com planta local e projetos adap-tados ao gosto do cliente brasileiro, os executivos esperam ver as vendas voltarem a crescer rapidamente. “Até 2018 queremos vender de 100 mil a 120 mil carros por ano com participação em torno de 3% no mercado”, afirma Roger Pen, presi-dente da Chery Brasil.

“A situação atual (de queda das vendas) deverá se reverter, pois há mercado para isso. O Brasil ainda tem baixa taxa de motorização e me-didas para reaquecer o mercado já estão sendo tomadas pelo governo”, avalia Curi. A companhia trabalha na ampliação da rede de concessioná-rias. Até o fim deste ano o número de casas deve saltar de 67 para 100, com foco na região Nordeste, que cresce em ritmo mais acelerado do que outras regiões.

INVESTIMENTOSA Chery investe com recursos pró-prios de US$ 530 milhões para insta-lar duas fábricas em Jacareí: uma de automóveis e outra de motores.

Em terreno de mais de 1 mi-

FÁBRICA

CHERY montou o primeiro Celer brasileiro para testes

FOTOS: LUIS PRADO

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lhão de metros quadrados às margens da Via Dutra, a primeira planta começou a ser erguida em junho de 2011 e recebeu aportes de US$ 400 milhões. Tem área cons-truída de 400 mil metros quadrados que abriga em três prédios os setores de soldagem de carrocerias, pintura e montagem final (as partes estam-padas virão da China neste primeiro momento). O complexo ainda con-templa pista de testes de cerca de 1 km. Com a fábrica operando ainda parcialmente, a Chery Brasil conta com 300 funcionários. Até o fim de 2014, pelo menos 500 pessoas esta-rão contratadas.

“Deveremos produzir 50 mil uni-dades dos modelos Celer e QQ no primeiro ano de operação. Numa se-gunda fase poderemos chegar a 150 mil por ano, com 3 mil empregados”, informa Roger Peng.

O primeiro carro a ser feito no Brasil será o Celer, nas versões ha-tch e sedã. No segundo trimestre de 2015 entra em linha o novo QQ, compacto que passará por modifi-cação de design. Em 2016 será a vez de um utilitário esportivo. No mesmo ano, todos os três devem

começar a ser exportados para pa-íses da América do Sul. Também fica em Jacareí, mas em outro ter-reno, a fábrica da Acteco, a divisão de powertrain da Chery, que investe US$ 130 milhões para produzir dois propulsores flex gasolina-etanol. O 1.5 de quatro cilindros começa a ser feito já para o Celer, com siste-ma de injeção bicombustível forne-cido pela Delphi. No próximo ano entra em linha o 1.0 de três cilin-dros para o QQ, com sistema da Magneti Marelli. A partir de 2016, a Acteco também passará a fabricar transmissões na planta brasileira.

NACIONALIZAÇÃOO índice de nacionalização dos pri-meiros Chery fabricados no Brasil deve começar em cerca de 50% e será aumentando gradualmente, po-dendo chegar a 70% em aproxima-damente dois anos. Já foram assina-dos contratos com 22 fornecedores no País. Entre eles estão Plascar, Metagal, Pirelli, Moura, Robert Bos-ch, HVCC, Tyco, Johnson Controls, Goodyear, Basf e Petronas. “Todas essas empresas estão situadas em um raio de até 100 km de distância;

porém, já contamos com um espa-ço ao redor da fábrica de automó-veis para receber um futuro polo de fornecedores”, diz o vice-presidente Curi. Segundo ele, já está acertada a vinda de duas fabricantes chinesas de autopeças – uma delas fornecerá os bancos.

Também para aumentar os índices de nacionalização e atender os requi-sitos do Inovar-Auto, que envolvem metas mínimas de investimento em pesquisa e desenvolvimento no País, a fabricante chinesa decidiu instalar um centro de engenharia, que rece-be aporte de R$ 50 milhões. “Prova-velmente, a partir de 2018 a Chery terá um automóvel pensado, desen-volvido e produzido especialmente para o mercado brasileiro”, diz Curi. “É uma ferramenta fundamental para melhorar a qualidade de nossos pro-dutos aqui e atender as exigências do Inovar-Auto”, completa.

INAUGURAÇÃO SIMBÓLICA DA FÁBRICA DA CHERY EM JACAREÍ: presença de autoridades

CURI: “A partir de 2018 a Chery terá um automóvel pensado, desenvolvido e produzido especialmente para o mercado brasileiro”

ASSISTA À ENTREVISTA EXCLUSIVA COM

LUIS CURI, VICE-PRESIDENTE DA CHERY

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WORKSHOP | PLANEJAMENTO 2015

A ntes que o desafiador 2014 acabe, as empresas se de-bruçam sobre o planejamen-

to do próximo ano, para evitar que 2015 repita resultados minguados. O Workshop Planejamento, promovido por Automotive Business no dia 18 de agosto, buscou apontar direções para que as companhias que com-põem a cadeia automotiva façam os

ECONOMIA FRACA E INOVAR-AUTO DITARÃO O RITMO

MU

RAO

planos do próximo ano. O evento ocorreu no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo (SP), e reuniu recorde de 283 participantes.

Em apresentação no workshop, Jomar Napoleão, consultor sênior da Carcon/LMC Automotive, enfati-zou que a indústria local só deve vol-tar a contar com expansão em 2015. A fabricação de veículos leves, em

acompanhamento da retração do mercado, deverá cair 8% este ano, para 3,2 milhões. Nos anos seguin-tes deve voltar a acontecer avanço gradual. “Crescerá 6% em 2015, mas ainda será volume 2% menor do que o observado em 2013.”

Além do baixo ritmo das fábricas, as empresas instaladas localmente precisam administrar a falta de efi-

MESMO EM CENÁRIO DE BAIXA DEMANDA, EMPRESAS TÊM O DESAFIO DE MANTER FOCO NA CONSOLIDAÇÃO DE

INVESTIMENTOS E EM ATENDER EXIGÊNCIAS DO INOVAR-AUTO

CAMILA FRANCO, GIOVANNA RIATO, PEDRO KUTNEY E SUELI REIS

EVENTO reuniu 283 participantes no Hotel Hyatt, em São Paulo (SP)

ASSISTA À COBERTURA ESPECIAL DA AB WEBTV

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Impulsionando

inovação em transporte.

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Page 74: Revista Automotive Business

74 • AutomotiveBUSINESS

WORKSHOP | PLANEJAMENTO 2015

ciência do Inovar-Auto. O programa, que entrou em vigor em janeiro de 2013, até agora passou longe de atingir o objetivo de tornar a indústria nacional competitiva e inovadora. “O que podemos observar em curto pra-zo como benefício é a redução drás-tica da participação dos importados nas vendas”, detalha Marcelo Cioffi, sócio-diretor da PWC.

Cioffi acredita que a transforma-ção na indústria virá com a concre-tização dos investimentos anuncia-dos. Ele usa números da Anfavea, associação dos fabricantes de veícu-los: “Mais de 30 empresas anuncia-ram investimentos, um total de mais de R$ 57 bilhões, após o anúncio do regime. Este montante deverá con-tribuir para aumentar a capacidade produtiva em quase 2 milhões de unidades em 2020.”

Apesar dos planos, o consultor re-conhece: “O Inovar-Auto foi criado em momento crítico para o setor. O mercado estava em plena expan-são, mas o potencial produtivo não evoluiu na mesma proporção. Os investimentos nos impulsionam a ultrapassar a barreira de 5 milhões

de veículos de capacidade produti-va, mas não podemos esquecer o longo caminho que ainda não per-corremos e todas as dificuldades a ser enfrentadas para chegar as 4 mi-lhões de unidades por ano”, conclui.

Fernando Zilveti, diretor da WTS e

Zilveti Advogados, defendeu, no en-tanto, que apesar dos desafios a ser superados, o programa é adequado para o Brasil. “Todo imposto indutor tecnológico é muito bem-vindo. O Inovar-Auto é uma renúncia moder-na”, afirma. Para ele, a política não será afetada pelas reclamações de protecionismo da Organização Mun-dial do Comércio (OMC). “Isso não acontece só aqui. A Europa usa am-plamente os incentivos fiscais para desenvolver sua indústria. Por que o Brasil não pode?”, pergunta.

Ele ressaltou que o setor automo-tivo é o maior consumidor de be-nefícios fiscais no País, absorvendo 53,5% de todos os estímulos con-cedidos. O advogado citou o exem-plo da desoneração de IPI, que de 2009 a 2013 somou R$ 6 bilhões. “Mas isso não quer dizer que não haja retorno”, avalia, apontando a arrecadação extra de PIS/Cofins no mesmo período, de R$ 11,8 bilhões, gerados pelo aquecimento das ven-das de veículos.

CADEIA PRODUTIVALetícia Costa, sócia-diretora da Prada Assessoria, tem visão mais crítica so-bre o programa do governo. Para ela, o novo regime automotivo não tem efei-to sobre a competitividade da indús-tria. “Apesar da proteção dada às mon-tadoras, a cadeia de fornecimento vem sofrendo com queda de faturamento. A rastreabilidade pode mitigar essa situação, mas não está isenta de de-safios”, aponta, lembrando que o de-creto que regulamenta a checagem da origem de fabricação das autopeças foi publicado recentemente e depende ainda de algumas regulamentações, o que pode levar tempo. “O que temos visto até o momento é que este é um programa de proteção disfarçado de programa de inovação.”

Além do rastreamento dos com-ponentes dos veículos, o programa

O NOVO CONSUMIDORPara o médio prazo a indústria automotiva tem como desafio agradar e

atrair o novo consumidor, que hoje tem entre 20 e 37 anos e integra a geração Y. Esse grupo reúne dois bilhões de pessoas no mundo, cerca de 60 milhões delas no Brasil, o correspondente a 29% da população. Maurício Muramoto, diretor da Deloitte, enfatizou que a nova geração de consumidores está muito mais interessada em compartilhar do que em ter certos produtos. “A propriedade já não é mais tão importante”, avalia.

O vice-presidente de vendas da T-Systems para o setor automotivo, Camilo Rubim, acredita que o cenário é de transformação. Segundo ele, o mercado global passou por uma série de momentos importantes: a era da manufatura, a da distribuição e a da informação. Agora, desde 2010, o mundo vive o que ele chama de era do cliente. O momento permite a in-teração do consumidor com a empresa, mais transparência nas relações, produtos customizados e que se comunicam com o cliente. “O mundo digital é a revolução do consumidor.”

CIOFFI aponta aumento de quase 2 milhões de unidades na capacidade produtiva até 2020

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VISÃO OTIMISTAEnquanto representantes da cadeia de autope-

ças mantêm o tom preocupado, o presidente da Anfavea, Luiz Moan, tem visão mais otimista sobre mer-cado e indústria brasileira. Ele reafirmou a esperança em um segundo semestre muito melhor do que o pri-meiro este ano. O dirigente admite que o mercado não conseguirá repetir os níveis de 2013, mas que os dados mostram franca recuperação das atividades comerciais do setor. “Chegamos ao fundo do poço, mas daqui pa-ra frente estamos em um ritmo de recuperação”, avalia.

Moan admite também que o maior problema no mo-mento é o acerto nos estoques, que no fim de julho atingiram as 380 mil unidades, o equivalente a 39 dias vendas. “Ainda teremos ações de ajustes nas linhas de produção até colocar os estoques em níveis adequados”, disse. Para 2015, ainda não há projeções definidas. Con-tudo, ele defende que será melhor que 2014. “Tenho a convicção de que a curva de retomada foi atingida.”

MOAN projeta crescimento para 2015

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WORKSHOP | PLANEJAMENTO 2015

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do governo também não esclare-ceu as regras para que as empre-sas inscritas cumpram as metas de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D). Com isso, a especialista estima que os resultados mais ex-pressivos do regime automotivo só surgirão a partir de 2015, deixando pouco tempo para mudar o cená-rio da indústria nacional, já que o Inovar-Auto termina em 2017.

Dan Iochpe, conselheiro do Sindi-peças, concorda que o setor de au-topeças está longe de superar seus principais desafios. O faturamento do setor, que foi de R$ 85,6 bilhões em 2013, deverá cair para R$ 79,2 bilhões em 2014 e para R$ 79 bi-lhões no ano que vem. Uma das piores consequências será a redu-ção de investimentos. Eles deverão passar de US$ 1,9 bilhão em 2013 para US$ 930 milhões em 2015.

Com a economia mais fraca do que o esperado, o executivo diz que a projeção mais realista é a de continuação do nível de conten-ção, ao menos até 2015. “Talvez em 2016, com crescimento de um a dois pontos percentuais do PIB, nós voltaremos a caminhar rumo à recuperação”, aponta. Iochpe aler-tou para a necessidade de resolver problemas que incomodam as em-presas do setor há um bom tempo.

Entre eles está o alto preço de insumos e matérias-primas, que representa de 60% a 65% do custo de produção. Segundo ele, houve aumento de 14,77% somente em 2013. Outro desafio é o custo da mão de obra, que representa 25% das despesas e teve aumento de 120% de 2004 a 2013. “Nos falta capacidade para aumentar a com-petitividade. Somados a isso, os al-tos juros também não contribuíram para aumentar o nosso nível de in-vestimento em automação”, analisa o conselheiro.

ABALO ECONÔMICOOs economistas que participaram do evento admitiram que a con-

juntura não é animadora. Ainda assim, enfatizaram que o cresci-mento econômico mais acanhado não é exclusividade do Brasil. “O PIB brasileiro deve beirar a estabilidade em 2014, mas não cai; enquanto isso, as outras economias emergentes apresentam crescimento maior, exceto pela Rússia, cuja previsão é de queda”, aponta Leonardo Fonse-ca, vice-presidente do Credit Suisse. O banco projeta crescimento de 0,6% no PIB brasileiro este ano.

Fabiana D’Atri, do Bradesco, enfatiza que a situação complicada não é irreversível. “Não adianta colocar o Brasil no campo dos ‘não compe-titivos’. Cada um se recupera ao seu ritmo, à sua realidade. Não tem mercado fácil. Avaliamos que hoje, no Brasil, não há nenhum problema insolúvel”, crava Fabiana.

Os dois especialistas creem que em 2015 o PIB nacional atingirá alta de 1,5%, abaixo do crescimento de 4% projetado pelo FMI. Segundo a representante do Bradesco, 2015 tende a ser semelhante a 2003, ano não tão recente, mas com características marcantes: um primeiro se-mestre de ajustes e reformas com um segundo semestre de recupera-ção da confiança.

André Schwartzman, da consultoria KPMG, recomendou reestruturação para que as empresas superem o cenário de baixo crescimento. Segundo ele, este processo passa pela solução de problemas internos, com me-lhoria da produtividade e competitividade para sobreviver em ambiente adverso. “A reestruturação é como passar no pronto-socorro ou na UTI. É uma situação extrema, mas todo o mundo deve passar um dia, ainda em tempo de recuperar os danos.”

LETÍCIA COSTA, diretora da Prada Assessoria

INOVAR-AUTO É PROGRAMA

DE PROTEÇÃO DISFARÇADO DE

PROGRAMA DE INOVAÇÃO

MU

RAO

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78 • AutomotiveBUSINESS

CAPA | ENTREVISTAAUTOPEÇAS | ENTREVISTA

78 • AutomotiveBUSINESS777777777878787878787878787878787877778787877888888 •• AAuAututoommomototiviveveeBBBUUSS NNEESSSSSIN

PAULO BUTORI, PRESIDENTE DO SINDIPEÇAS, ALERTA PARA A FRAGILIDADE

DA CADEIA PRODUTIVA E ESPERA OS EFEITOS DO INOVAR-AUTO

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O maior representante da luta pela defesa da indústria de autopeças no Brasil, Paulo

Butori, presidente do Sindipeças, ain-da não está seguro sobre os resulta-dos do Inovar-Auto. O programa está em vigor desde janeiro de 2013, mas, segundo o dirigente, por enquanto não

mostrou efeito nenhum sobre os fabricantes de componentes. O cenário pode mudar depois de o governo ter feito o primeiro movimento para colocar em prática o rastreamento da origem das autopeças ao publicar no dia 13 de agosto o Decreto nº 8.294, que especifica como a checagem será feita e determi-na punições para as empresas que não prestarem informa-

ções. A medida é essencial para que as fabricantes de veículos inscritas no programa possam verificar e cumprir as regras de conteúdo local. O momento é decisivo para a cadeia produtiva brasileira. Se a legislação for eficiente, as empresas de autope-ças podem enfim ter encontrado uma maneira de se fortalecer, já que haverá mais demanda por componentes nacionais. Caso o contrário ocorra e as regulamentações ainda pendentes de-

morem a acontecer, a indústria nacional corre sério risco de perder a guerra contra componentes importados. Na entrevista a seguir, Butori fala sobre

como o segmento contorna este e outros desafios para sobre-

viver e encontrar novo ponto de equilíbrio.(GIOVANNA RIATO)

ASSISTA AOS PRINCIPAIS TRECHOS DA ENTREVISTA COM PAULO BUTORI

A GUERRA POR MAIS CONTEÚDO LOCAL

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AutomotiveBUSINESS • 79AutomotiveBUSINESS • 79

AUTOMOTIVE BUSINESS - Este ano o setor de autopeças enfrenta cenário ainda mais difícil por causa da queda na produção de veícu-los. Como as empresas têm lidado com isso?PAULO BUTORI - O setor tem lidado muito mal, está em fase extremamente delicada. Eu já tinha dito que este seria o ano dos três carnavais: em março te-ve o carnaval, aí veio a Copa do Mundo e agora teremos as eleições. Estamos numa ladeira muito precipitada e al-gumas empresas vão aguentar, outras vão quebrar, outras vão diminuir de ta-manho e outras serão vendidas.

AB - E qual é a projeção do Sindipe-ças para este ano?PB - Acreditamos que as exportações não vão aumentar nem diminuir mui-to. As importações devem cair com o mercado. O déficit da balança comer-cial pode ficar entre US$ 10,5 bilhões e US$ 11 bilhões, que é cerca de 10% superior ao de 2013.

AB - O aftermarket é uma boa saída para esta baixa do mercado?PB - No primeiro trimestre do ano o mercado de reposição estava se me-xendo muito pouco, da mesma forma que aconteceu no segmento de auto-móveis usados. Depois esses merca-

PB - Precisamos aguardar o que as montadoras farão para se adequar às regras da rastreabilidade. Neste mo-mento, mais importante que o resul-tado nos números é o fato de que as autopeças foram finalmente conside-radas no programa.

AB - Como foi essa etapa de pre-paração em que as empresas se organizaram para oferecer ao go-verno as informações necessárias para que seja feito o rastreamento da origem das autopeças?PB - O governo fez o evento aqui, deu algumas informações e depois desapa-receu. A gente correu atrás e descobriu problemas mais sérios na elaboração dos controles. Por exemplo, se uma montadora tem três fábricas e seis depó-sitos, as fábricas e os depósitos faziam parte da mesma informação. Você ficava com um monte de gente para ser infor-mada ou para dar informação e não era necessário porque os dados pertinentes são sobre o fornecimento do primeiro e segundo níveis da cadeia de autopeças para a montadora, não para depósitos.

AB - O setor de autopeças está pronto para oferecer essas informa-ções ao governo?

dos começaram a se movimentar um pouco mais. No segundo trimestre a reposição cresceu de 3% a 4%. Apa-rentemente, no terceiro trimestre o segmento continuará em expansão.

AB - Mais de um ano e meio de-pois de o Inovar-Auto ter entrado em vigor, o governo enfim publicou o decreto que define como funcio-nará o rastreamento da origem de fabricação das autopeças. Como o Sindipeças recebeu a legislação?PB - Recebemos a publicação do de-creto de forma muito positiva. Estáva-mos há meses trabalhando para que isso acontecesse. Agora aguardamos as portarias regulatórias, que vão dizer como será feita a apuração do conteú-do local. Houve trabalho profundo das empresas que vão ser rastreadas para informar o Estado brasileiro sobre for-necimentos e índice de nacionalização. Estes dados vão testar todo o meca-nismo que a receita federal e o MDIC terão para controlar e dar o crédito de IPI de 30 pontos porcentuais para as empresas automobilísticas. Serão seis meses de testes, fora as portarias.

AB - Quais são as expectativas a partir de agora?

TEMOS UMA

SANGUESSUGA

QUE NÃO VIU QUE

ESTÁ MATANDO O

HOSPEDEIRO

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AUTOPEÇAS | ENTREVISTA

80 • AutomotiveBUSINESS

PB - Tudo já foi arrumado. O que estamos esperando são as portarias que regulamentam isso. Sem deta-lhamento do que foi combinado fica-mos com uma insegurança jurídica enorme.

AB - A principal reclamação do se-tor é o excesso de importações e a falta de competitividade. Durante a preparação para oferecer as infor-mações sobre a origem das autope-ças foi possível fazer um diagnósti-co do setor, notar pontos fracos da cadeia?PB - Sentimos que cada vez somos menos competitivos. Enquanto a gente anda, o mundo está corren-do. As empresas de maior porte, que são normalmente as sistemistas e as montadoras, compram pelo menor preço no mundo e têm um câmbio que é extremamente favorável a esse processo de importação.

AB - Por um período a indústria falou muito sobre o Inovar-Autope-ças. O que aconteceu com o pro-grama?PB - O programa não trazia nada de novo, então o governo cancelou e dis-se que elaboraria um novo. Provavel-mente nesse governo não vai sair. No próximo, se for a Dilma, poderemos ter continuidade do Inovar-Auto, que acaba em 2017, com possível pror-rogação, e talvez o Inovar-Autopeças entre nessa onda. Alcançamos vitó-

rias específicas, como o Reintegra (Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para Empresas Ex-portadoras), novamente instituído, e que, mesmo em porcentuais menores (de 0,1% a 3% da receita da exporta-ção), vai ajudar na redução de nossos custos. Conseguimos a desoneração da folha de pagamentos, o Refis (Pro-grama de Recuperação Fiscal) para muitas empresas nossas que estavam completamente comprometidas com dívidas de impostos. Não sei se vai ser muito efetivo porque o valor de entra-da para se candidatar é alto. Pedimos ainda um Refis dos impostos estadu-ais, como o ICMS, que também nos foi concedido.

AB - Então as coisas têm caminhado?PB - De um tempo pra cá. Com a pro-ximidade das eleições as coisas têm caminhado com mais velocidade.

AB - E o que falta?PB - Se nós falarmos de competitivi-dade, por trás disso tem um grande número de reformas que precisam ser feitas. Estamos competindo com paí-ses que fazem grandes investimentos em grande velocidade. E também fe-cham acordos internacionais impres-sionantes. O México tem 46 acordos de comércio e está fazendo outros tantos.

AB - A Anfavea vem falando da necessidade de o Brasil aumentar o número de acordos comerciais. Existe algum trabalho conjunto en-tre Anfavea e Sindipeças para con-seguir isso? PB – Temos de ter acordo em autope-ças e acordo em automóveis, como já acontece. O primeiro acordo com o México foi feito pelo setor de autope-ças. Sempre será a Anfavea fazendo o dela e nós fazendo o nosso.

AB - Temos visto o movimento das montadoras newcomers. Elas trou-xeram novas fabricantes de autope-ças para o Brasil?PB – Estão chegando. Vieram com a Hyundai nove. Vieram algumas com a Toyota, que estão lá em Sorocaba. A Nissan também trouxe. Mas essas empresas, no primeiro momento, não estão produzindo, mas importando das matrizes e fornecendo às linhas de montagem. Na rastreabilidade pro-vavelmente vão ter de buscar nacio-

SENTIMOS QUE CADA

VEZ SOMOS MENOS

COMPETITIVOS.

ENQUANTO A GENTE

ANDA O MUNDO

ESTÁ CORRENDO

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nalização ou compra local para poder diminuir o imposto. Essas empresas fornecem à montadora lá fora, mas nada mais fazem do que importar no Brasil. Talvez agregar algum valor, uma montagem, e fornecer para a fa-bricante de veículos.

AB - E qual é o motivo para isso acontecer?PB - Competitividade.

AB - É uma questão de preço?PB - Se você colocou sobre o automó-vel 30 pontos porcentuais de IPI para inibir a importação porque não havia competitividade, por que não coloca-ria em autopeças? Por que seríamos competitivos e o automóvel não? É uma decorrência. Dizem que não so-mos competitivos e é verdade. Mas o automóvel brasileiro também não é. É por nossa culpa? Acho que não, porque eles têm toda a liberdade de importar e mesmo assim não são tão compe-titivos. Há uma carga tributária enor-me. Disseram-me algo que eu achei interessante. A sanguessuga que res-peita o hospedeiro tem vida longa. A sanguessuga que suga tudo do hos-pedeiro tem vida curta e não é inteli-gente porque acaba morrendo. Acho que estamos em um exemplo mais ou menos assim. Temos uma sangues-suga que não viu que está matando o hospedeiro.

AB – O senhor acha realmente que há risco de isso acontecer, de a indústria entrar em colapso ainda mais severo?PB - Não tenho dúvida. Não as mul-tinacionais. O risco é muito expressi-vo com a indústria de base, com as empresas de pequeno porte. Estas es-tão sofrendo mais. São companhias nacionais, familiares, criadas há 40 anos, 50 anos. Elas acompanharam toda a evolução. A demonstração é que só piorou nesse período.

AB - Temos falado muito de Inovar--Auto e o senhor tem sido um gran-de crítico do programa...PB - Não é ser crítico, é que eu não vi nada acontecer conosco. Para as montadoras deve ter sido um pro-grama que, durante um tempo, deu boa lucratividade, mas no momen-to acho até que não está fazendo muita diferença.

AB - De forma geral o senhor acha que o programa foi um tiro no es-curo, sem impacto positivo, ou en-tende que, apesar dos problemas, é uma iniciativa importante?PB - Acho que é um programa de po-lítica industrial. Se é correto ou não, vamos ver num futuro não muito dis-tante. Na minha avaliação, mesmo que seja para trazer empresas como BMW, Mercedes-Benz e Audi, que vão montar veículos aqui e utilizar a mão de obra nacional, tem alguma coisa boa porque antes o carro descia no porto e entrava no País. Agora, quan-do você fala do setor de autopeças, aí não aconteceu nada.

AB - A questão dos motores mais eficientes impacta de alguma forma o setor de autopeças?PB - Vai impactar no futuro, mas hoje ainda não. Você não vê muitas novida-des por aí em termos de motorização, de caixa de câmbio. Um exemplo é que o Brasil não produz transmissão automática. A maioria vem da Ásia, que tem custo de produção mais baixo e o reconhecimento dos governos de que é necessário dar subsídios à indús-tria, manter o setor competitivo. Aqui não enxergam essas coisas. O Produ-to Interno Bruto dos últimos 10 anos mostra queda acentuada da partici-pação da indústria e crescimento do segmento de serviços. Eu nunca vi um país ser rico por outros segmentos que não seja o industrial. Um país só é rico quando sua indústria é competitiva.

Page 82: Revista Automotive Business

AUTOPEÇAS|AFTERMARKET

E mbora dados do Sindipeças apontem desaceleração no af-termarket automotivo, com re-

dução de vendas na ordem de 3,21% no acumulado de janeiro a maio de 2014, em relação ao mesmo período de 2013, fontes do mercado revelam avanço nos negócios. Para Magneti Marelli, Bosch, Delphi, BorgWarner, Meritor, Honeywell e CNHI Parts & Service, 2014 será ano de cresci-mento no segmento de reposição.

ESTRATÉGIASNo geral, as empresas esperam cres-cimento de 5% a 20% no faturamen-to deste ano. O resultado é fruto da adoção de estratégias diferentes para conquistar fatias maiores de mercado no aftermarket, que em média repre-senta 12,65% do faturamento do total

de vendas do setor de autopeças. Na Magneti Marelli, cuja receita

com o mercado de reposição repre-senta 20% do total de faturamento da empresa, a expectativa é cres-cer 15% este ano. “Esse padrão de crescimento, que vem se mantendo num círculo virtuoso nos últimos 5 anos, é resultado de um agressivo lançamento de códigos e produtos e também de um atendimento diferen-ciado ao mercado, que atinge todos os elos da cadeia de distribuição e chega até o consumidor final”, afir-ma Eliana Giannoccaro, presidente da Unidade de Aftermarket da Mag-

neti Marelli. Detentora da marca Cofap, a em-presa é líder em vendas de amortecedores, com

65% de participação de merca-do e 48% nas vendas de com-ponentes de injeção eletrônica com a marca Magneti Marelli. Além disso, conta com cerca de 50 linhas de produtos, que somam mais de 16.000 itens. “Os lançamentos são quase di-ários”, diz Eliana.

A Bosch também conta com a diversificação do portfólio de produtos como principal es-tratégia para fechar o ano com

crescimento. A expectati-va é um avanço de 4% a 5%, informa Carlos Alber-

to Barbosa, diretor da divisão Automotive Aftermarket.

Na Delphi, a estratégia é mapear da melhor forma possível o mercado de reposição, com acompanhamen-to da evolução das vendas nos canais de distribuição, varejo e também jun-tamente aos aplicadores. Segundo Amauri Oliveira, diretor de marke-ting de produto da Delphi Soluções em Produto para a América do Sul, a projeção inicial era um avanço de 15% em 2014 no aftermarket mas, com Carnaval e Copa do Mundo, os números ficaram abaixo da meta. “O ano tem apresentado crescimento na ordem de 10% em faturamento, mas existe projeção de melhora neste se-gundo semestre”, afirma o executivo.

COMERCIAISO panorama no aftermarket de cami-

APESAR DE OS NÚMEROS OFICIAIS INDICAREM QUEDA DE FATURAMENTO, FABRICANTES DE AUTOPEÇAS ESTÃO OTIMISTAS

EM RELAÇÃO AO MERCADO DE REPOSIÇÃO

HORA DE CRESCER

ALEXANDRE AKASHI

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MAURÍCIO GOUVEIA, vice-presidente da CNHI Parts & Service para América Latina

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nhões, ônibus, máquinas de cons-trução e equipamentos agrícolas não é muito diferente. “Tradicional-mente, se o cliente deixa de comprar uma máquina nova, ele investe na reforma e melhoria do equipamento que ele possui”, afirma o vice-presi-dente da CNHI Parts & Service para América Latina, Maurício Gouveia. Ele está otimista em relação a 2014. “O mercado de autopeças como um todo prevê crescimento entre 5% e 5,5%. A unidade de negócio CNH Industrial Parts & Service projeta crescimento entre 15% e 20% em relação a 2013”, afirma.

FEDERAL MOGUL COMPRA FREIOS DA HONEYWELL

E ntre os fornecedores de autopeças entre-vistados, a fabricante de componentes

de freios Honeywell está entre as que têm distribuição equilibrada de produção entre os mercados original e reposição, com 50% para cada lado, de acordo com o diretor de operações da empresa, José Roberto Alves. Ele prevê crescimento no volume de produção na ordem de 5% a 8% este ano em relação a 2013. A divisão de freios da Honeywell acaba

de ser adquirida pela Federal Mogul e, por conta disso, há expectati-va por mudanças, tanto nas políticas de comercialização quanto na decisão das linhas de produtos que serão adotadas.

EIXOS E TURBOSOs fornecedores de equipamentos originais também acreditam que o aftermarket será mais rentável este ano. O gerente de aftermarket da BorgWarner, Sidney Avilar Jr., co-menta que as vendas no primeiro semestre foram 15% superiores em relação ao ano passado. “Lançamos novos produtos que aceleraram as vendas”, afirma.

Tendo como principal produto os turbos para veículos comerciais, a BorgWarner obtém 25% do fatura-mento total no segmento de reposi-

ção. “Outro ingrediente que ajudou bastante foi a ampliação da linha de remanufaturados”, comenta Avilar, explicando que o produto remanufa-turado tem custo até 40% menor do que o novo, com a mesma garantia.

A fabricante de eixos Meritor es-tima crescimento de 20% a 25% no setor de reposição este ano. Segundo o gerente comercial de aftermarket, Marcelo Rosa, trata-se de uma recu-peração de mercado. “Entramos na segunda fase de um plano de cinco anos para recuperar mercado que foi perdido ao longo do tempo”, afirma.

AMAURI OLIVEIRA, da Delphi

CNHI projeta crescimento de até 20% no faturamento da unidade Parts & Service

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AUTOPEÇAS | FUNDIDOS

SETOR DE FUNDIÇÃO ENXERGA PERSPECTIVAS, PORÉM MOMENTO É DE CAUTELA

O ano de 2014 não está sendo dos mais positivos para o setor de fundição. A

perspectiva de queda nas vendas de automóveis e caminhões, somada ao impacto causado pela Copa do Mundo e a incerteza que sempre cerca o perí-odo de eleições presidenciais, faz com que as empresas do segmento vejam o momento com cautela.

“Nosso mercado acompanha o que acontece no setor automoti-vo. Este ano prevemos queda no emplacamento de automóveis e caminhões da ordem de 10%”, aponta Raniero Cucchiari, diretor comercial da Teksid. De acordo com o executivo, a retração é apenas um dos entraves para o crescimento do setor. “O alto custo da mão de obra, a tributação excessiva e a falta de infraestrutura têm comprometido a competitividade. Isso gera barreiras para que haja crescimento sustentá-vel nesse e em outros ramos da in-dústria do País”.

EXPECTATIVASSe o momento não é favorável, ao menos as perspectivas para o futuro

RODRIGO LARA

MERCADO EM QUEDA

FERNANDO RIZZO, vice-presidente da unidade de negócios automotivos da Tupy

TEKSID: modernização e expansão das instalações em Betim, MG

são mais animadoras. Como fato-res principais de motivação estão o aumento da nacionalização de au-topeças e a chegada de novas fabri-cantes de veículos ao País. “As regras do Inovar-Auto e as perspectivas de crescimento do mercado interno con-tribuem para a expectativa de tempos melhores. Com a chegada de outros competidores e a demanda cada vez maior por componentes feitos aqui, cresce a possibilidade de desenvolver-mos os negócios”, salienta Cucchiari.

A opinião é compartilhada por Fernando Rizzo, vice-presidente da unidade de negócios automotivos da Tupy. “A chegada de fabricantes de veículos, associada aos requerimen-tos de nacionalização de componen-tes e outras exigências do Inovar-Au-to, tem estimulado as oportunidades. Para nós, quanto maior o desafio tec-nológico, mais possibilidades temos de nos diferenciar.”

INVESTIMENTOSA incerteza do momento não impe-diu a Teksid de investir. Em 2013, a empresa iniciou ciclo de aportes com o intuito de aumentar a capacidade e modernizar sua produção. “A ideia é fabricarmos mais cabeçotes de alumí-nio e também iniciar a produção de blocos de motor feitos com esse ma-terial e já com coletor integrado”, diz.

“A utilização de novos materiais será muito importante nos próximos anos. Estamos prontos para atender o mercado com inovações para blocos e cabeçotes de ferro HPI e CGI (am-bos de alto desempenho e resistência) e de alumínio”, explica Cucchiari.

Rizzo, por sua vez, conta que a Tupy está aumentando a automação com a instalação de novos robôs no pro-

cesso de acabamento, elevando a segurança e o fluxo de produção. “Também desenvolvemos e im-plantamos novo sistema integrado

de gestão. A nova ferramenta (SAP) permitirá a consolidação e sistema-tização da inteligência de negócios, tudo em benefício da produtividade e dos resultados econômicos.”

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AUTOPEÇAS | FORJADOS

RODRIGO LARA

HARRY JOSEF KAHN, presidente do Sindiforja (Sindicato Nacional da Indústria de Forjaria)

O DESAFIO DA FALTA DE COMPETITIVIDADE

SEGMENTO SOFRE COM REAL VALORIZADO E BAIXO CUSTO DE IMPORTAÇÕES

“N os últimos 20 anos, saímos de 70 para 29 associados. Não são

empresas que deixaram de partici-par do sindicato, mas sim que fecha-ram ou se fundiram para se manter competitivas”. Com essa afirmação, Harry Josef Kahn, presidente do Sindiforja (Sindicato Nacional da Indústria de Forjaria), deixa claro que o segmento industrial não vive seus melhores dias.

O setor tem como um dos princi-pais clientes no País a indústria auto-motiva, especialmente a de veículos pesados. “O nosso maior proble-ma hoje é a falta de competitivida-de. Sai muito mais barato importar do que produzir localmente. Os custos de trazer peças de fora che-gam a ser a metade do que se gasta para produzir aqui. Com isso, diver-sas empresas passaram a ser comer-ciais, não indústrias”, afirma Kahn. Outro fator citado é o câmbio entre real e dólar. “Com o real valorizado, há muita dificuldade para exportar.”

Aluizio Williams Menezes, geren-te de vendas e compras de mate-riais diretos da Maxiforja, endossa as afirmações de Kahn. “Custos de matéria-prima, mão de obra e energia geram grande impacto e não nos permitem ser competitivos. Fora isso, questões que envolvem a legislação, como a norma NR-

12, geram divergências e, no fim, processos aceitos na Europa não são aceitos aqui”, explica. A norma NR-12, do Ministério do Trabalho, dita regras sobre segurança e, se-gundo a Confederação Nacional da Indústria, pode gerar gastos de até R$ 100 bilhões entre as empresas para adequação.

Com isso, os números para o se-tor não são encorajadores. A pre-visão do Sindiforja é de retração entre 10% e 15% no segmento para 2014. A produção, de 558 mil to-neladas em 2011, deverá cair para 450 mil neste ano.

INOVAR-AUTOA localização da fabricação de au-topeças, um dos carros-chefes do Inovar-Auto, ainda não surte efeito. “Falta controle sobre a porcentagem dos componentes que são realmente produzidos aqui. O que vemos hoje é que há peças importadas que ficam escondidas em conjuntos fabricados aqui”, diz Kahn. Para isso, o cha-mado Inovar-Peças seria a solução, juntamente como uma forma mais eficiente de rastrear os componentes utilizados. Outro fator que ainda não causou efeito positivo foi a chegada de novos fabricantes ao Brasil. “Há vários casos nos quais eles chegam já trazendo fornecedores”, aponta Kahn. “Acreditamos que a situação deva piorar, já que o mercado é o mesmo. O que mudará é a quantida-de de fatias desse bolo, que tendem a ser menores”, avalia Menezes.

Mesmo com um cenário nebulo-so, empresas do setor tendem a se manter atualizadas no que diz res-peito a processos e equipamentos. “A Maxiforja optou por sustentar a maioria dos investimentos previs-tos, tanto em prédios quanto em equipamentos. Buscar processos mais competitivos é questão de sobrevivência”, conta Menezes. “O processo de forjaria em si é muito tradicional, então a busca é sempre por mais eficiência”, explica Kahn.

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86 • AutomotiveBUSINESS

AUTOPEÇAS | ESTAMPADOS

RITMO DE ESPERAEM MEIO A INCERTEZAS, FABRICANTES TENTAM EQUILIBRAR INVESTIMENTOS E EXPECTATIVAS

A saúde do setor de peças estam-padas está intimamente ligada ao desempenho da indústria

automotiva brasileira. Os componen-tes produzidos nesse tipo de manufa-tura são aplicados em praticamente todo o automóvel, indo de partes da carroceria, passando por braços de suspensão e estrutura de chassi.

Não é de se espantar, portanto, que oscilações mais acentuadas na venda de veículos afetem o setor como um todo. Um exemplo disso foi visto du-rante o período de Copa do Mundo. “Todo feriado e dias não úteis afetam o mercado. Soma-se isso com um ano de eleições e temos um cenário de incertezas”, afirma Marcelo Almeida, diretor comercial da Tower Automotive do Brasil. “Qualquer movimento das fabricantes de automóveis no sentido, por exemplo, de reduzir a jornada de trabalho e diminuir a produção acaba

é mais voltado às fabricantes de ve-ículos. Há a necessidade de uma legislação específica, voltada ao mercado de autopeças. Qualquer iniciativa nesse sentido precisaria

ser tomada pensando na indústria como um todo”, aponta Almeida.

Mesmo uma das consequências mais benéficas do Inovar-Auto, a ins-talação de novas fabricantes de auto-móveis no País, é vista com cautela pelo executivo. “Ao mesmo tempo em que marcas de alto valor agregado têm dificuldade de nacionalizar peças estampadas por já possuir o ferra-mental no exterior, empresas asiáticas chegam já com seus fornecedores. No momento, essa situação gerou so-mente conversas, mas não negócios fechados”, aponta.

EXIGÊNCIA MAIORAlmeida conta que a Tower investiu pesado nos últimos quatro anos, chegando a criar nova fábrica na ci-dade de Contagem (MG) para aten-der a Fiat. “Acredito que o maior problema nesse momento é achar um ponto de equilíbrio que concilie investimento e retorno”, diz.

Outro ponto considerado como desafiador pelo executivo é a cres-cente utilização de novos compo-nentes. “Com os carros ficando mais leves, há demanda cada vez maior pelo uso de materiais mais resisten-tes. Estampar aço de alta resistência é uma tarefa difícil e que demanda

investimentos em equipamentos mais modernos”, explica.

Além de investir em novos mate-riais, a Tower também trabalha para se tornar mais competitiva. “Busca-mos modernizar nossa atividade de forma a estampar mais peças em menos tempo. Isso envolve a aqui-sição de novas prensas e mudanças em nossos processos. A meta, sem-pre, é deixar a empresa o mais com-petitiva possível”, conclui.

RODRIGO LARA

afetando diretamente os fornecedores.” Como a maioria dos fornecedo-

res de autopeças e sistemistas, as empresas de estamparia aguardam novas regras que complementem o Inovar-Auto. “Ainda não sentimos efeitos positivos do programa, que

MARCELO ALMEIDA, diretor comercial da Tower Automotive do Brasil

TOWER AUTOMOTIVE: queda no mercado de veículos afeta a produção

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AUTOPEÇAS | INTERIORES

SUELI REIS

RAFAEL MÜSSNICH, diretor de operações da Artecola Química

NOVO PADRÃO ECOLÓGICOMONTADORAS AUMENTAM O USO DE FIBRAS DE ORIGEM NATURAL EM VEÍCULOS FABRICADOS NO BRASIL

E m tempos de Inovar-Auto, tudo que agregar benefícios relacionados com a eficiência

energética, contribuindo para a redu-ção de peso das autopeças, apre-sentar flexibilidade nas aplicações e de sobra ser um produto 100% reci-clável é muito mais que bem-vindo. Na indústria brasileira, esta já é uma realidade: veículos produzidos aqui estão ganhando mais peças que carregam em sua composição maté-ria-prima de origem natural, como fibras produzidas a partir da cana--de-açúcar. Elas têm sido emprega-das especialmente em componentes de acabamento interno, conferindo novas texturas e um ar mais sustentá-vel para os novos modelos nacionais.

Veículos como o totalmente refor-mulado Renault Logan e Nissan New March, lançados este ano, trazem um algo a mais no quesito padrão eco-lógico. Para equipar seus interiores, as fabricantes adotaram um tipo de laminado que reúne polímero com fibras naturais, o Ecofibra, desenvol-vido há pouco mais de dois anos pela brasileira Artecola Química. No caso do Logan, o material compõe parte do revestimento posterior do veícu-lo. No New March, está presente no porta-pacotes, a tampa que cobre o porta-malas. As peças foram desen-

volvidas em conjunto pelas engenha-rias das montadoras e da Artecola, passando por longos períodos de testes e avaliações.

“Num processo crescente, vinte modelos de veículos, de dez marcas diferentes, utilizam peças produzidas com o Ecofibra Automotive, em vir-tude das vantagens que proporciona, especialmente por ser reciclável”, ressalta Rafael Müssnich, diretor de operações da Artecola Química.

FUTURO PROMISSORAté abril deste ano, a produção do polímero com fibra natural aumentou

PORTA-PACOTES do Renault Logan produzido com o Ecofibra da Artecola

57%, impulsionado por importantes lançamentos, como Hyundai HB20, novo Fiat Palio, novo Ford Ecosport e novo Citroën C3. Para o executivo, o desafio é aumentar o número de veículos e aplicações.

“Trabalhamos com praticamente todas as montadoras. Apesar disso, ainda existem diversos veículos e apli-cações que não utilizam nossas pla-cas. Nesta linha, as perspectivas para o consumo do Ecofibra na indústria automotiva são animadoras. Além disso, o interesse das montadoras por produtos ecoeficientes tende a au-mentar”, reforça Müssnich.

O Ecofibra foi empregado pela pri-meira vez em um veículo da General Motors após receber o desafio da mon-tadora para desenvolver uma matéria--prima a partir de suas experiências anteriores com fibras naturais de casca de coco e madeira de reflorestamen-to, entre outros vegetais. Em um ano e meio, o produto estava pronto. Em 2012, o material foi homologado para uso nas outras unidades industriais da GM em todo o mundo.

O diretor de operações lembra que a Artecola Química já exporta o Eco-

fibra Automotive para a Argentina e Colômbia: “Em breve envolverá mais alguns países da América La-

tina”, conclui.

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AUTOPEÇAS | ROLAMENTOS

REDUZINDO O ATRITOMAIS COMPLETOS, ROLAMENTOS DE TERCEIRA GERAÇÃO DIMINUEM

FRICÇÃO E ELIMINAM ETAPAS NA LINHA DE MONTAGEM

A busca atual pela redução de consumo passa quase sempre pela diminuição de

atrito. E as fabricantes de autope-ças também se empenham nesse trabalho. Bom exemplo disso são os rolamentos mais modernos que a NSK produz desde o fim de 2012. “Os rolamentos de terceira gera-ção são peças de maior precisão e design assimétrico, com mais esfe-ras e de tamanho maior no lado em que ocorre maior solicitação. Sua vedação também é mais eficiente à contaminação por terra, por exem-plo, e evita a saída do próprio lubri-ficante”, afirma o gerente de enge-nharia de aplicação e desenvolvi-mento da NSK, Ricardo Hashimoto.Entre 2000 e 2010, o uso mun-dial desses itens saltou de 15% para 51%. “Comparado com os de primeira geração, ele traz redução de 12% do ‘torque dinâmico’ (atri-to com o veícu-lo em movimen-to). E resulta em redução média de peso de 250 gramas por roda por ser mais compacto”, afirma. O que permite essa grande dimi-nuição de massa é o fato de esses novos rolamentos serem fornecidos em pequenos conjuntos, que incluem cubo e para-fusos de roda, flange e anel-trava. E a rotação da roda é captada e transmitida ao sistema ABS pelo rolamento.

“É uma peça com maior valor agre-gado e resulta em redução de etapas de montagem na produção do veícu-lo”, ressalta Hashimoto. No Brasil, a NSK fornece esses conjuntos à Toyo-ta. Já equiparam as rodas traseiras do Corolla, hoje estão na dianteira do Etios e renderam um prêmio de qualidade da montadora.Os itens são fabricados em Suzano (SP). A NSK prevê ampliar a linha de terceira geração com o aumento de demanda por esse item no País. “Os futuros lançamentos tendem a utilizar cada vez mais esses rolamentos tanto pela simplificação da montagem como pela redução de atrito e peso, que vão

ao encontro do Inovar-Auto”, recorda Hashimoto. Ele prevê que vários veí-culos migrarão direto dos rolamentos convencionais, da primeira, para os da terceira geração (a segunda geração é um rolamento que agregou o cubo de roda, mas não a flange).

CÂMBIOS MANUAISOutra inovação da NSK foram os rola-mentos para câmbio com vedação es-pecial TM (de transmissão manual). Ela permite que o óleo da caixa de marchas passe para dentro do rolamento, mas retém partículas metálicas. “Consegui-mos reduzir o torque (atrito) em 50% se comparado a um rolamento con-vencional vedado. Com esse novo item pode-se estender a vida útil ou reduzir seu tamanho”, afirma o executivo.

MERCADO EM 2014A NSK também fornece

rolamentos de pri-meira geração para veículos nacionais, cuja produção re-

cuou 16,8% de janei-ro a junho ante igual

período do ano passa-do. A fabricação local do Etios, porém, teve

ligeiro crescimento de 3,4% nos primeiros seis

meses deste ano em virtude de suas exportações.

MÁRIO CURCIO

NSK: Rolamento de terceira geração agrega cubo com parafusos de roda, flange, anel-trava e fornece velocidade da roda para o ABS

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AUTOPEÇAS | TRANSMISSÕES E EIXOS

ALEXANDRE AKASHI

ANO PERDIDOCOM A QUEDA DE VENDAS DE VEÍCULOS NOVOS, FORNECEDORES NÃO VEEM BOAS PERSPECTIVAS E ACREDITAM EM RESULTADOS NEGATIVOS EM 2014

O fraco desempenho das vendas e produção de veícu-los no primeiro semestre foi

suficiente para deixar fornecedores de transmissão e eixo com baixas expec-tativas em relação aos resultados de 2014. Nem Dana nem ZF acreditam em retomada.

“O que inicialmente se caracterizava como um ano similar a 2013 em ter-mos de vendas e atividade industrial aos poucos foi sendo degradado”, afirma o country manager da Dana, Raul Germany. “A combinação de ins-tabilidade política, incertezas quanto às consequências da Copa do Mundo e as eleições terminaram por gerar um cenário de instabilidade econômica. Com isso, em relação a 2013, o ano de 2014 está sendo pior em volume produzido e vendas”, conclui.

Para a ZF, 2014 não terá aumento nas vendas, por conta do fraco de-sempenho no mercado, que aponta recuo da ordem de 10% no volume de licenciamentos de veículos comer-ciais e de passeio, de acordo com os números da Anfavea. Por conta dis-so, a ZF trabalha com a expectativa de que o segundo semestre seguirá estável, após a redução anotada nos primeiros seis meses do ano.

Apesar desse cenário, as duas em-presas apresentam novidades para o mercado. Na ZF, a principal são as caixas automáticas de oito e nove velocidades que equipam veículos premium, enquanto na Dana o alvo é redução de peso nos componentes de eixos. Nos dois casos, as empre-

sas buscam oferecer às montadoras soluções que melhoram a eficiência e a performance do sistema, contri-buindo para a redução do consumo de combustível e das emissões.

INVESTIMENTOSCom 67 anos de Brasil, a Dana realiza investimentos regulares que, segundo Germany, são para suportar o apri-moramento da produtividade, pela modernização das fábricas. “Nos úl-timos três anos temos investimos na adição de novas linhas que ampliam a oferta de soluções e produtos para nossos clientes, nos capacitando co-mo a única empresa na região para fornecer o driveline completo, produ-zido no Brasil”, afirma.

Já a ZF comenta que estão em fa-se de nacionalização produtos para o segmento de veículos comerciais.

TECNOLOGIAO gerente de desenvolvimento de negócios de sistemas de trans-missão da ZF, Alexandre Marre-co, comenta que a empresa trabalha no desen-volvimento de soluções com foco cada vez maior

na sustentabilidade. “Um dos nos-sos produtos, que será apresentado na IAA 2014, em Hannover, será um eixo elétrico para ônibus de piso bai-xo. O AVE130 gera benefícios diretos na redução de emissão de poluentes, por seu funcionamento elétrico, e re-duz o nível de ruídos”, explica.

Já na área de transmissões, o ge-rente técnico da ZF, Salvador Man-gano, conta que a novidade é a Tra-Xon, transmissão automatizada para caminhões (de 12 e 16 velocidades) que pode ser utilizada em aplica-ções com embreagem seca, híbri-das, módulo de dupla embreagem e conversor de torque. “A TraXon também possui um software que faz a transmissão, via GPS, antecipar as trocas de marcha de acordo com as condições de tráfego e do terreno”, comenta. Outra novidade que a ZF apresentará na IAA será a suspensão dianteira independente IS 80 TF, 40 quilos mais leve do quem uma sus-pensão convencional.

AVE130: eixo elétrico para ônibus de piso baixo que será

apresentado pela ZF, na IAA 2014, em Hannover

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90 • AutomotiveBUSINESS

AUTOPEÇAS | TURBOS

RETRAÇÃO NO MERCADO ATRAPALHA, MAS NÃO IMPEDE CRESCIMENTO DAS FÁBRICAS DE TURBOCOMPRESSORES

MÁRIO CURCIO

O primeiro semestre de 2014 registrou queda de 7,6% na venda de veículos, in-

cluídos aí automóveis, comerciais le-ves, caminhões e ônibus. A retração também afetou os fornecedores de turbos, que nem por isso puderam parar de investir: “Estamos traba-lhando para lançar até o fim do ano o primeiro turbocompressor fabrica-do no Brasil para motores flex 1.0 a 1.4 em resposta às novas metas de eficiência energética do Inovar-Auto”, afirma o diretor-geral da BorgWarner, Arnaldo Iezzi Júnior.

“Os equipamentos de produção e linha de montagem com alto grau de automação começam a ser en-tregues em nossa fábrica em Itatiba (SP)”, diz Iezzi Jr. A gaúcha Master Power também se empenha em am-pliar a gama de produtos e promete entrar na briga pelo fornecimento às fabricantes de veículos: “Os inves-

timentos que fizemos nos últimos anos em automação e robotização permitiram a ampliação de nossa capacidade produtiva no mesmo es-paço físico (...) Nossas negociações com montadoras têm avançado. Es-tamos contentes com as etapas já vencidas”, afirma o diretor comercial da empresa, Ricardo Borghetti.

Com maior capacidade produtiva e câmbio favorável, a Master Power também ampliou o envio de itens ao exterior: “A desvalorização do real, ainda que não tenha alcançado um patamar adequado, favoreceu nos-sas exportações, que cresceram 9% em relação ao primeiro semestre do ano passado”, diz Borghetti.

Já a BorgWarner ganha terreno no mercado de reposição: “Nossa ex-pectativa é de crescimento entre 5% e 10% este ano”, diz o diretor-geral da empresa. “Estamos trabalhando fortemente nesse mercado, com o

lançamento de produtos remanufa-turados e também com nossa rede de distribuição”, diz Iezzi Jr. Ele re-corda, no entanto, que esse cresci-mento não compensará a queda das compras pelas montadoras.

O executivo lembra que o período atual acaba afetando a cadeia de for-necedores. “Muitas dessas empresas são familiares, com restrições de in-vestimentos, captação de recursos e enfrentam enormes dificuldades por causa da queda no mercado auto-mobilístico”, diz Iezzi Jr.

A fabricante gaúcha de turbos vem lidando bem com essa ques-tão: “Nossas compras se concen-tram basicamente em matérias-pri-mas como ferro, alumínio, bronze, titânio e níquel. Fabricamos inter-namente todos os componentes, desde molde, matrizes, realizamos as fundições e processos de usina-gem”, diz Borghetti.

Para ele, o mercado de reposição vive também um enfraquecimento e a empresa procura minimizar os efeitos da queda com novos modelos de tur-bo, inclusive para motores Euro 5. Pa-ra a companhia, o mercado de 2014 e as incertezas econômicas e políticas que antecedem as eleições tiveram como consequência negativa o adia-mento da construção do novo pavi-lhão para usinagem e montagem de turbos, “à espera de um cenário mais definido”, conclui Borghetti.

ECONOMIA ASPIRADA, NEGÓCIOS TURBINADOS

MASTER POWER tem produção verticalizada e só compra matérias-primas

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AUTOPEÇAS | ARREFECIMENTO E CLIMATIZAÇÃO

NOVA CULTURA

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FORNECEDORES DE SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO COMEMORAM MUDANÇA DE HÁBITO DO CONSUMIDOR, QUE AGORA FAZ

QUESTÃO DO AR-CONDICIONADO

ALEXANDRE AKASHI

F abricantes de sistemas de arrefecimento e climatiza-ção comemoram a mudan-

ça de comportamento de compra do consumidor brasileiro, que hoje não dispensa o ar-condicionado no veículo. “Isso para a gente é um bom sinal”, diz Marcos Noro, diretor adjunto de vendas e marketing das divisões Thermal e Powertrain da Delphi para a América do Sul.

Um dos motivos para esta mudan-ça de cultura é o aumento da concor-rência com os veículos importados, de origem chinesa, que chegaram ao mercado brasileiro com maior oferta de equipamentos pelo mesmo preço dos nacionais “pelados”. A reação foi rápida e logo o consumidor passou a adotar o ar-condicionado como item de primeira necessidade. Afinal, é fá-cil se acostumar com o que é bom.

Outros motivos para acelerar as vendas de ar-condicionado são o au-mento da insegurança pública, que leva à prática de andar com os vidros fechados, e o conforto. Em dias quen-tes, o sistema é fundamental.

Noro comenta que atualmente

quase 80% dos veículos são vendi-dos com ar-condicionado. “Em algu-mas linhas, o uso é de 100%”, afir-ma, lembrando que nos anos 1990 o índice não passava de 40%.

A Visteon e o grupo alemão AKG têm planos concretos de investir em novas plantas no País. A Visteon acaba de inaugurar uma fábrica, em Atibaia, para fornecer componentes automotivos de aquecimento, venti-lação e ar-condicionado para mon-tadoras. Esta é a primeira fábrica da HVCC (Halla Visteon Climate Con-

trol) na América do Sul.

Já o Grupo AKG escolheu a cidade de Lorena, a 190 quilômetros da ca-pital paulista, para instalar a primeira fábrica da América Latina onde irá produzir trocadores de calor e siste-mas de arrefecimento. Esta é a 14ª planta do grupo no mundo e a previ-são é gerar até 150 novos empregos nos próximos cinco anos.

TECNOLOGIAA tecnologia atualmente emprega-da nos sistemas de arrefecimento e climatização atende em boa me-dida o mercado brasileiro. O próxi-mo desafio é ampliar o uso com o

menor impacto no custo dos veícu-los, principalmente os populares.

Em sistemas de arrefecimento, a bola da vez, segundo Noro, são os radiadores brasados. Menores que os convencionais, possibilitam redução de até 15% de peso no sistema como um todo. “Acreditamos que até 2016 todos dos veículos nacionais utiliza-rão este tipo de radiador, por conta do Inovar-Auto”.

Outra tendência é a ampliação do uso de motores sem escovas e da tecnologia Pulse-Width Modulation (Modulação por Largura de Pulso), que possibilita maior controle da rotação do eletroventilador e eco-nomia de energia. Moro avalia que avança o emprego de sistemas de ar-condicionado multizonas, além do uso de compressores variáveis, que a Delphi já produz no País, na planta de Jaguariúna, SP.

MARCOS NORO, diretor adjunto de vendas e marketing das divisões Thermal e Powertrain da Delphi para a América do Sul

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DELPHI aposta no aumento da demanda por veículos equipados com ar-condicionado

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COBIÇA

LAR HI-TECH

(Preços pesquisados em agosto)

A empresa inglesa Green Plug vende “adaptadores espertos” que podem ser usados em qualquer lugar do mundo. Eles são chamados assim porque carregam o eletrônico com a quantidade exata de energia necessária. Uma vez recarregado, o aparelho para de consumir. São diversos modelos. www.green-plug.co.uk

Precisa deixar o bichinho de estimação sozinho? A Amicus vende dois modelos de alimentadores eletrônicos, ambos da

marca Eatwell, a bateria. O Lite, com dois compartimentos, programa duas refeições com até 48 horas de antecedência. Já o Plus serve até

cinco. Basta encher os compartimentos e definir o horário e dia de abertura por meio do temporizador.

Lite: R$ 269,90; Plus: R$ 449,90. www.petlove.com.br.

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O ar-condicionado Midea Prime tem sensor que liga o aparelho somente na presença de pessoas. Conta ainda com sistema de tratamento com cinco etapas, para tornar o ar ambiente livre de impurezas. Disponível nas versões frio e quente ou apenas frio. Tem até 15 cm de profundidade e painel de aço inox escovado. Preço sob consulta. www.mideadobrasil.com.br.

A Brastemp Side Inverse é a única geladeira com Wi-Fi do Brasil. Por meio do smartphone

ou da tela touch screen do refrigerador, é possível criar e compartilhar listas de

compras, controlar a validade dos alimentos estocados, acessar receitas, anotar telefones e

recados, colocar fotos e até verificar a previsão do tempo.

Preço sob consulta. www.brastemp.com.br

Que tal preparar a piscina a distância? É o que faz o Easy Touch, aparelho da Sibrape Pentair instalado na casa

de máquinas e conectado ao iPhone, ao iPad, iPod touch ou MAC. O sistema aciona, pela internet, motobomba, sistema

de aquecimento, hidromassagem, cascata e até a iluminação. R$ 4.961.00. www.pentairpiscinas.com.br.

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