Revista Bahia Indústria - maio 2012 - Ano XVII nº 220
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Transcript of Revista Bahia Indústria - maio 2012 - Ano XVII nº 220
Economistas analisam como a política cambial pode contribuir para a retomada do crescimento
IndústrIa, câmbIo e
competItIvIdade
ISSN 1679-2645
Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB aNo XVIII Nº 220 aBrIl/maIo 2012
Bahia
� Bahia Indústria
Encaixe sua empresa entre as melhores da indústria.
Participe da maior premiação para boas práticas em responsabilidadesocial empresarial. Inscreva sua prática.Período de inscrição: 02 de Abril a 31 de Julho/2012Informações: (71) 3343-1490/1538 ou procure uma Unidade SESI da sua região.Saiba mais no site www.sesi.org.br/psqt2012
Câmbio, um fator estratégicoQuando o assunto é crescimento e desenvolvimento nacional, o
câmbio desponta como importante fator estratégico para assegu-
rar a competitividade dos bens industriais produzidos no Brasil no
mercado internacional. Uma moeda forte pode trazer consequên-
cias desastrosas em economias como a nossa. De um lado, ao inter-
ferir no preço final do produto vendido fora do país, compromete
as vendas, inibindo o lucro das empresas e, com isso, deprimindo
a perspectiva de novos investimentos. Também tem efeitos sobre
o mercado interno, pois o produto brasileiro acaba tendo custos
de produção mais elevados, ficando mais caro que o concorrente
estrangeiro importado, inibindo, assim, o desenvolvimento da in-
dústria, que passa a experimentar uma tendência à retração.
Apesar dos efeitos nefastos, por longos anos, a equipe eco-
nômica do governo deixou ao sabor do mercado, numa clara in-
fluência das práticas neoliberais, a função de regular a variação
do câmbio, mantendo o Real valorizado. Em abril, no entanto, o
ministro da Fazenda Guido Mantega, mudou o discurso e deixou
claro que a regra agora é influir mais na política cambial para um
maior equilíbrio da moeda nacional face à estrangeira.
Economistas e acadêmicos ouvidos pela Bahia Indústria apro-
vam a mudança de postura do governo e consideram como acerta-
da a política de câmbio flutuante administrada. O setor produtivo
agradece. Somando as medidas adotadas no final do ano passado,
o Plano Brasil Maior, com as mudanças nas taxas de juros e no
câmbio, os analistas de mercado já começam a projetar um de-
sempenho melhor para a indústria brasileira no segundo semestre
deste ano, após uma leve retomada registrada no mês de março. Is-
so, face a um cenário pouco animador, que resultou em um cresci-
mento de apenas 1,1% para a indústria de transformação em 2011,
– um dos segmentos mais atingidos pela concorrência estrangeira
– e aos efeitos do câmbio.
É evidente que mudanças no câmbio e na taxa de juros, além da
desoneração da folha de salários, trazem um pouco de alento pa-
ra o segmento industrial, mas não bastam. Embora o câmbio seja
um forte fator de competitividade, os especialistas são unânimes
quanto à necessidade de adoção de medidas urgentes para equa-
cionar o chamado Custo Brasil e atacar problemas infraestruturais
históricos.
edItorIaL
Conter a valorização do Real face ao dólar é um dos mecanismos para estimular a economia e assegurar a retomada do crescimento industrial
� Bahia Indústria
SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação
e tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia,[email protected] / Sindicato da
indúStria do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de
ÓleoS VegetaiS e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da
cerVeja e de BeBidaS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão,
PaSta de madeira Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúS-
triaS do trigo, milho, mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
da indúStria de mineração de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conS-
trução do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS
no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do
eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] /
Sindicato daS indúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro
de FreitaS, camaçari, diaS d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS
indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de PaniFicação e conFeitaria
da cidade do SalVador, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS Sintéti-
caS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da
indúStria de mineração de Pedra Britada do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS Quími-
coS Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de
mÁrmoreS, granitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS,
SorVeteS, SucoS, concentradoS e lioFilizadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS
e deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria
de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de
conStrução ciVil de itaBuna e ilhéuS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindica-
to daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e
itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira de Santana,
[email protected] / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de
coSméticoS e de PerFumaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de PlÁSticoS,
BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS hoSPitalareS, [email protected]
fiEBPresidente José de Freitas Mascarenhas. 1º Vice-
Presidente: Victor Fernando Ollero Ventin. Vice-
Presidentes Carlos Gilberto Cavalcante Farias;
Emmanuel Silva Maluf; Reinaldo Dantas Sampaio;
Vicente Mário Visco Mattos. diretores titulares Alberto Cânovas Ruiz; Antonio Ricardo Alvarez Al-
ban; André Régis Andrade; Carlos Henrique Jorge
Gantois; Claudio Murilo Micheli Xavier; Eduardo Ca-
tharino Gordilho; Josair Santos Bastos; Leovegildo
Oliveira De Souza; Luiz Antonio de Oliveira; Manuel
Ventin Ventin; Maria Eunice de Souza Habibe; Re-
ginaldo Rossi; Sérgio Pedreira de Oliveira Souza;
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berto de Souza Coelho; Alexi Pelagio Gonçalves
Portela Júnior; Carlos Alberto Matos Vieira Lima;
Juan José Rosário Lorenzo; Marcos Galindo Pereira
Lopes; Mário Augusto Rocha Pithon; Noêmia Pinto
de Almeida Daltro; Paulo José Cintra Santos; Ricar-
do de Agostini Lagoeiro
conSElhoSconselho de economia e desenVolVimento in-
dustrial Antônio Sérgio Alípio; conselho Para
o desenVolVimento emPresarial estratégico Clóvis Torres Júnior; conselho de assuntos Fis-
cais e tributários Cláudio Murilo Micheli Xavier; conselho de comércio exterior Reinaldo Dantas
Sampaio; conselho da micro e Pequena emPresa
industrial Carlos Henrique Jorge Gantois; con-
selho de inFraestrutura Marcos Galindo Pereira
Lopes; conselho de meio ambiente Irundi Sam-
paio Edelweiss; comitê de Petróleo e gás Edu-
ardo Rappel; conselho de inoVação e tecnologia José Luís Gonçalves de Almeida; conselho de
resPonsabilidade social emPresarial Marconi
Andraos Oliveira; conselho de relações traba-
Editada pela Superintendência
de Comunicação Institucional
do Sistema Fieb
conselho editorial Irundi Ede-
lweiss, Maurício Castro, Cleber
Borges e Patrícia Moreira. coorde-
nação editorial Cleber Borges. edi-
tora Patrícia Moreira. estagiário
Milena Marques. Projeto gráFico e
diagramação Ana Clélia Rebouças.
ilustração e inFograFia Bamboo
Editora e Murilo Gomes.
imPressão Stilo Gráfica e Editora Federação das indÚstrias
do estado da bahiaRua Edístio Pondé, 342 –
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Portos Reinaldo Dantas Sampaio
ciEBdiretor-Presidente José de Freitas Mascarenhas.
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Roberto Fiamenghi; Rogelio Golfarb; Ronaldo Mar-
quez Alcântara; diretores suPlentes Davidson de
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Givaldo Alves Sobrinho; Heitor Morais Lima; Jor-
ge Robledo de Oliveira Chiachio; José Luiz Poças
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sistema fieb nas mídias sociais
Equipe do SENAI
Cimatec testa o
B-20, nova
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biocombustível
novo combustível
A recém-criada Associação das
Indústrias de Eletroeletrônicos,
Telecomunicações e Informática do Polo
de Ilhéus (Assipi) une esforços com o
SINEC pelo desenlvovimento do setor
Polo de InformátIca ganha nova rePresentação
Empresários
chineses buscam
oportunidades de
negócios e
investimentos
mIssão shandong
A 18ª edição da Ação Global realizou
mais de 25 mil atendimentos no bairro
de Lobato, Subúrbio de Salvador, com a
participação de 8.628 pessoas da
comunidade
ação solIdárIa reúne voluntárIos
Revisão da
política de câmbio
e outras medidas
econômicas
trazem novo
fôlego para a
indústria
moedaforte
sumárIo abRil/maio 2012
28
FOTO
S JO
ãO A
LVAREz
Foto de joão alvarez
32
JOãO ALVAREz
18
6 14
� Bahia Indústria
Parceria cidadãAção Global realiza mais de 25 mil atendimentos no Subúrbio de SalvadorPor Patrícia Moreira e carolina Mendonça fotos João alvarez
Superando as expectativas,
o número de atendimentos
na 18ª edição da Ação Glo-
bal, realizada no dia 5 de
maio, chegou a 25.824. O evento,
promovido por meio de uma par-
ceria entre o SESI e a Rede Globo,
aconteceu este ano no Colégio Mi-
litar do Lobato, no Subúrbio Fer-
roviário de Salvador. Os serviços
mais procurados pelo público, que
alcançou 8.628 pessoas, foram os
de saúde, seguido pelas atividades
de educação e oficinas, cabeleirei-
ro, lazer e serviços jurídicos, pres-
tados pela Defensoria Pública.
De acordo com o superinten-
dente do SESI, José Wagner Fer-
nandes, a escolha do local de rea-
lização do evento se baseia na con-
centração populacional de baixa
renda e carente de serviços, pois
esta é uma oportunidade para a
instituição, que atende o trabalha-
dor da indústria baiana, alcançar
a comunidade como um todo. “A
ação permite que, num movimen-
to de colaboração entre organiza-
ções, entidades e empresas, sejam
oferecidos vários tipos de serviços
ao cidadão”, afirmou.
Na tenda dedicada às ativida-
des esportivas, o SESI mostrou
que é possível praticar modali-
dades olímpicas em tabuleiros.
Ali, basquete, futebol, vela e
até esgrima ganharam vida nas
mãos de crianças e jovens que
puderam exercitar movimentos e
raciocínio. “Com esta adaptação,
mostramos que é possível fomen-
tar o esporte desde muito cedo,
ana cecília e
isabel Filardis
deram apoio
à campanha
realizada
pelo sesi e
rede globo
Bahia Indústria �
meninos
de lobato
participam
das atividades
recreativas
estimulando novas habilidades e
conhecimentos”, explicou o líder
técnico da unidade Simões Filho,
Fernando Didier.
Que o digam Anderson Santos
Santana, 14 anos, e Danilo Dias
Silva, 8. Anderson descobriu com
as brincadeiras do stand Momento
Olímpico Valores do Esporte que
dá para aproveitar objetos do dia a
dia para transformar em disputas
esportivas entre amigos. Já Dani-
lo, que derrotou o amigo na dispu-
ta de gols e no basquete de mesa,
gostou mesmo foi da experiência
de ser vencedor.
Por meio do Circuito Saúde, a
instituição ofereceu ainda avalia-
ções antropométricas (peso, al-
tura, massa de gordura, glicemia
capilar), além de orientações so-
bre saúde bucal, alimentação sau-
dável e dicas de reaproveitamento
dos alimentos.
VoluntáriosVoluntário há cinco anos na
Ação, o assistente social da Chesf,
Claudio Brito, 34, levou para a edi-
ção deste ano a campanha de aler-
ta aos riscos de se soltar pipas em
áreas que apresentam fios de alta
tensão. “É gratificante participar,
pois percebemos que o trabalho
tem retorno, que as crianças dei-
xam a atividade com outra consci-
ência”, contou.
“É só uma foto, mas pode mu-
dar uma vida”, relatou o fotógrafo
Jailson Barbosa, responsável pe-
las fotografias que eram utiliza-
das na confecção de documentos
como o RG. Às 9h40, o profissional
já tinha clicado mais de 340 pesso-
as e sabia que, até às 16h, seriam
centenas, mas não se importava,
pois sabia que aquela imagem era
o primeiro passo para a entrada no
mundo cidadão.
Voluntária veterana da Ação
Global, Renata Suzart, 27 anos,
participa da campanha anual pro-
movida pelo SESI em parceria com
a Rede Globo desde os 13 anos e só
não participou no ano passado,
porque só ficou sabendo do even-
to na véspera e não deu tempo se
inscrever. “Gosto muito de ajudar
as pessoas, já fiz de tudo na Ação
Global: teatro, reciclagem, arte-
sanato, atividade esportiva com
crianças, mosaico em cerâmica
com idosos. A gente tem que ser
solidário. Eu ia fazer o que em ca-
sa, assistir à televisão? Para mim,
poder ensinar algo a alguém é ma-
ravilhoso”, declara.
Longe da Bahia há 20 anos, a
atriz soteropolitana Ana Cecília
Números da Ação Global 2012Serviços mais procurados e o total de atendimentos
saúde Escovódromo, aferição de pressão arterial e glicemia capilar; Educação Alimentar 9.164
educação Oficinas para geração de renda e
pintura facial 4.199
lazer Esportes; Cultura 4.081
cidadania Emissão de RG; CPF e Carteira de
Trabalho; Orientações trabalhistas e
jurídicas; Oficinas de educação
ambiental 3.796
outros Foto 3X4, Corte de cabelo, Manicure
e Pedicure 4. 584
� Bahia Indústria
Costa participou da Ação Global pela primeira vez. A artista,
que ficou conhecida do grande público como a mãe de Açucena,
na novela Cordel Encantado, elogiou o evento e ficou satisfeita
de poder fazer parte. “Como artista baiana, nunca quis perder o
contato com a comunidade, especialmente com esta população
que tem menos acesso aos serviços. Nós precisamos nos colocar,
fazer parte de iniciativas como esta, cidadã”, disse.
incentiVoA atriz Isabel Filardis também marcou presença na Ação
Global 2012. “Fico feliz de emprestar minha imagem algo assim
porque são atendimentos e serviços, às vezes apenas informa-
ções, que podem mudar a vida das pessoas”, acredita a estrela,
que percorreu as tendas conhecendo o trabalho de perto, além
de desenhar e pintar junto com as crianças.
Elas fizeram questão de visitar o posto móvel do Fundação
de Hematologia e Hemoterapia da Bahia. Para Ana Cecília, é
importante apoiar instituições como o Hemoba para estimular
quem tem condições a doar sangue. “Vim dar apoio aos volun-
tários pelo gesto de solidariedade”.
Iniciante na Ação Global, o músico e apresentador Alessan-
dro Timbó ressaltou o papel da arte, uma das atividades desen-
volvidas no evento, como elemento de transformação social. “A
gente sabe que a arte insere as pessoas no mercado de trabalho
e muda a vida de comunidades, contribuindo para diminuir a
violência”, opinou.
Quem aproveitou a Ação Global e saiu do Centro da Cida-
de para resolver problemas foi Wilzinely
Santos de Oliveira, 44 anos, que, acom-
panhada da filha, Safira Pacheco, 3 anos,
também proporcionou à menina ativida-
des de lazer. “Tirei a segunda via do CPF,
fiz a RG e fomos aos estandes de odonto-
logia e oftalmologia. Descobri que tenho
que usar óculos”, contou Wilzinely, que
levou a filha para fazer maquiagem in-
fantil e para brincar no pula-pula. Ela é
moradora do bairro da Lapa.
Mas os grandes beneficiários foram
os moradores do Lobato e de outros bair-
ros do Subúrbio. Edmilson Marçal Barre-
to Junior, 14 anos, que mora em Paripe,
além de colocar sua documentação em
dia – fez a RG, Carteira de Trabalho e CPF
– também visitou o stand da Aeronáuti-
ca, onde pretende servir ao completar 18
anos. “Hoje no SAC, para tirar o RG, le-
va três meses, aqui, em três horas eu já
saí com o documento”, conta Edmilson.
A iniciativa é muito boa, na avaliação
dele, pois “as pessoas acabam aprovei-
tando para resolver várias coisas e ainda
receber informações e orientações, além
de se divertir”, acrescenta. [bi]
circuito de saúde
da ação global
foi um dos mais
procurados
circuito
Bahia Indústria �
dilma e o uso do capital político A presidente Dilma Rousseff
poderia aproveitar seu “capital
político” para propor mudanças
estruturantes no País, como a
reforma tributária. O comentário é
do gerente de Políticas Econômicas
da Confederação Nacional da
Indústria (CNI), Flávio Castelo
Branco, ao divulgar pesquisa da
CNI/Ibope que apontou Dilma com
avaliação positiva de 77%, maior
do que a dos antecessores Lula e
FHC, no mesmo período de
mandato. “Seria um fato positivo
para ela tratar de temas complexos
e reduzir os custos para a
economia brasileira. A pesquisa
mostra um capital político e
densidade para enfrentar questões
que exigem apoios parlamentares
amplos”, destacou.
medidas emergenciaisAs medidas adotadas pelo
governo, de apoio ao setor
industrial, que cresceu apenas
0,1% em 2011, assumem caráter
emergencial. Portanto, não
significam que possam, por si só,
resolver os problemas do setor,
que começam pelo câmbio
valorizado e envolvem questões
como carga tributária, custo da
energia e má infraestrutura. Em
15 segmentos – têxteis, calçados,
móveis, plásticos, etc. – haverá
desoneração com a troca da
contribuição previdenciária
patronal (20% sobre a folha) por
taxas de 1% a 2,5% sobre o
faturamento. Outra ação
importante: dilatar o prazo de
recolhimento do PIS/Pasep. São
importantes medidas pontuais,
mas para revitalizar a indústria é
preciso atenuar o Custo Brasil.
“há evIdêncIas emPírIcas de que a ProdutIvIdade homem/hora no chão de fábrIca no brasIl e na chIna é PratIcamente Igual. a dIferença está fora do Portão de fábrIca.”
guerra fiscal: novo capítuloDepois que o STF declarou ilegais os incentivos criados por estados brasileiros à revelia
do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), governadores se movimentam para
dar o troco. Querem reabilitar um projeto de lei idealizado por Marconi Perillo, do tempo
em que este era senador, que propõe o fim da obrigatoriedade da unanimidade no Confaz
para aprovação de isenções e outros benefícios fiscais relativos ao ICMS. Tornando letra
morta essa exigência, fariam com que a guerra fiscal retornasse com muito mais vigor.
Por cleber borges
medidas para baixar spreadCom atraso, o governo federal percebe que o spread bancário nas nuvens é um entrave
importante à expansão do mercado interno. No Brasil, o spread médio alcança 31%,
somente abaixo do verificado no Congo. Na China aparece com 3,1%, no Japão é de 1,1% e na
Rússia 4,8%. Os bancos justificam nosso alto patamar com o compulsório elevado
determinado pelo BC, a inadimplência e os impostos altos. Apenas meia verdade, uma vez
que, na composição do spread, o custo administrativo representa nada menos que 13%
(muito mais que nos demais países) e a margem de lucro equivale a 35%. A falta de
concorrência para valer no sistema financeiro é uma das explicações.
delfim netto, ao comentar o peso da alta dos insumos, salários e encargos, supervalorização do câmbio e problemas de infraestrutura na composição de custos da indústria brasileira
10 Bahia Indústria
JOãO A
LVAREz
Palestra enfoca potencial das mídias digitaisO público conectado à internet atualmente do Brasil gira em torno
de 78 milhões de pessoas acima dos 16 anos, segundo alexandre
bessa, gerente de marketing do Yahoo! para a América Latina.
Com a vantagem de ter um custo baixo e uma perspectiva de
alcance muito maior que as mídias convencionais, as novas
ferramentas de comunicação no ambiente virtual abrem uma
nova perspectiva para amplificar os negócios e comunicar de
forma direta e efetiva com seu público-alvo. Com o objetivo de
facilitar o acesso dos sindicatos e líderes empresariais às novas
ferramentas de comunicação, o consultor Alexandre Bessa deu
uma palestra, no dia 29 de março, no auditório da Federação das
Indústrias do Estado da Bahia, sobre Comunicação Digital. A
iniciativa, explicou o superintendente de Relações Institucionais
do Sistema FIEB, Cid Vianna, teve por objetivo estimular os
associados a adotarem as ferramentas virtuais para que possam
utilizá-las de forma estratégica em suas ações e atividades. Bessa
apresentou dados sobre as redes sociais e sobre o
posicionamento de imagem que as empresas e
representações sindicais podem obter no
ambiente virtual e mostrou a importância de
saber usar estas ferramentas.
sinduscon lança o construção enxutaEliminar atividades que não
agregam valor. Reduzir o
tempo do ciclo de construção
e adotar tecnologias que
padronizem o processo e
aumentem a produtividade.
Esta é a receita do professor de
Engenharia Civil, Carlos
Torres, da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul,
para a construção civil,
apresentada no Workshop
Construção Enxuta, no
lançamento do Programa
Construção Enxuta (Lean
Construction), promovido pelo
Sindicato da Indústria da
Construção na Bahia
(Sinduscon-BA) e pelo Serviço
Nacional de Aprendizagem
Industrial (SENAI-BA). “Nosso
desafio é a mudança de
paradigma”, explicou o
professor, na abertura no
evento, no final de abril.
Marcos Vasconcelos Novaes,
da CRolim Engenharia, do
Ceará, destacou que, com a
adoção a Lean Costruction, o
custo de produção caiu 5% e o
lucro cresceu 25%. Tatiana
Ferraz, do SENAI-BA, explica
que o programa foi dividido
em seis módulos e está
inserido em um projeto
nacional do SENAI de práticas
sustentáveis nos canteiros de
obras. O programa na Bahia
teve a adesão de nove
empresas. O próximo módulo
será dia 31 de maio. Após cada
módulo, as empresas recebem
visitas dos consultores do
SENAI visando à implantação
dos conceitos e práticas
aprendidos.
sindicatos
Bahia Indústria 11
JOãO ALVAREz
jorge cajazeira,
Wagner
Fernandes e
clécia lobo (à
direita)
sindicato da Fiação faz balanço da gestão Durante o jantar anual promovido
pelo Sindicato da Indústria de
Fiação e Tecelagem, no dia 15 de
março, o presidente Eduardo
Catharino Gordilho reforçou a
importância do espírito
associativo entre os empresários e
registrou as ações promovidas
pelo sindicato em 2011,
ressaltando a importância do
diálogo com o sindicato laboral e
o resultado das negociações
coletivas, finalizadas em
fevereiro, com a assinatura da
convenção coletiva de trabalho.
Planejamento estratégicoOs sindicatos da Indústria de
Cosmético e Perfumaria
(Sindcosmetic) e da Indústria de
Reparação de Veículos
(Sindirepa) foram os primeiros a
elaborar seus planejamentos
estratégicos. A iniciativa integra
o Programa de Desenvolvimento
Associativo da Confederação
Nacional da Indústria (CNI) com
apoio da FIEB, por meio da
Superintendência de Relações
Institucionais. Com um software
de elaboração e
acompanhamento, o consultor da
CNI, Hélder Ribeiro, presta o
apoio técnico e auxilia os
sindicatos na definição das
estratégias e desenvolvimento de
seus planos de ação, com o
objetivo de ampliar a
representatividade e a
sustentabilidade dos sindicatos.
A expectativa é que, este ano, 24
sindicatos realizem
Planejamentos Estratégicos.
Dentro do programa, os próximos
são Sinduscon e Sindratar.
No dia 30 de março, o superintendente do SESI-BA, Wagner Fernan-
des, e o presidente do Sindicato das Indústrias de Papel, Celulose, Pape-
lão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado
da Bahia (Sindpacel), Jorge Emanuel Cajazeira, assinaram um convênio
de cooperação que irá viabilizar a oferta de serviços e programas de quali-
dade de vida e educação para os trabalhadores do setor. Serão oferecidos
serviços odontológicos, de prevenção em saúde e segurança, realização
de diagnósticos, atividades de lazer, eventos culturais, cursos de curta
duração e educação continuada, além de ações de responsabilidade so-
cial. Pelo menos 2.500 trabalhadores diretos serão beneficiados.
SESI e Sindpacel assinam acordo de cooperação
sIndIbrIta. O empresário Fernando Jorge Carneiro, ao lado do presidente da Federação
das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e do secretário do Planejamento do Estado, José
Sérgio Gabrielli, foi saudado novo presidente do Sindicato da Indústria de Mineração de
Pedra Britada (Sindibrita), em coquetel realizado na sede da FIEB, dia 25 de abril, que
contou com a presença de outras autoridades e líderes sindicais patronais.
VALTER PONTES
1� Bahia Indústria
o desafio de exportarDificuldades e oportunidades para alcançar mercados externos são discutidas por especialistas na FIEBPor carolina Mendonça
Como fazer de micro, pe-
quenas e médias empre-
sas (MPMEs) baianas
agentes ativos no merca-
do internacional? Este foi o foco
das discussões levantadas duran-
te o Seminário Internacionaliza-
ção: o Caminho para o Aumento da
Competitividade Empresarial, rea-
lizado no dia 28 de março, na Fe-
deração das Indústrias do Estado
da Bahia (FIEB). O evento, promo-
vido pelo Centro Internacional de
Negócios (CIN) do Sistema FIEB,
trouxe informações e orientação
sobre a situação atual do cenário
internacional, às possibilidades
de negócio no exterior.
De acordo com o vice-presiden-
te da Federação das Indústrias do
Estado da Bahia, Reinaldo Sampaio, em 2007, das 563
empresas baianas que realizaram comércio exterior, a
maioria era de pequeno porte. Esta soma, no entanto,
vem caindo nos últimos anos, contexto que exige em-
penho dos setores público e privado para ser transfor-
mado. “A inserção empresarial em outros países está
diretamente relacionada à competitividade, e é preciso
haver ações no plano governamental. Mas, os empre-
sários também devem liderar iniciativas e a FIEB vem
apostando no apoio institucional em todo o estado pa-
ra melhorar as condições dos que querem exportar.”
A Gerente do CIN, Patrícia Orrico, explica que, em-
bora comércio exterior baiano venha apresentando
resultados expressivos, a atividade continua concen-
trada em poucos produtos e em universo limitado de
empresas industriais. Neste sentido, a realização deste
tipo de evento, além das missões, feiras e rodadas de
negócios estão sendo realizados visando à melhoria
das condições de competitividade. “Estamos atuan-
do em prospecção e promoção comercial, cooperação
empresarial e atração de investi-
mentos estrangeiros em setores es-
tratégicos nos principais mercados
internacionais. Outra ação impor-
tante é o Programa de Internacio-
nalização das MPMEs da Bahia,
que está sendo executado em par-
ceria com o Sebrae”, diz.
O secretário de assuntos inter-
nacionais, Fernando Schmidt, afir-
mou que, nesta etapa mais recente
da globalização, é forte a deman-
da por apoio dos agentes públicos
e privados para que as empresas
de todos os portes possam atuar
num sistema de ganha-ganha,
atendendo às exigências de com-
plementariedade. Já o secretário
de Planejamento, José Sérgio Ga-
brielli, defendeu que sejam feitas
JOãO ALVAREz
Bahia Indústria 13
durante o
evento, foram
apresentadas
as opções de
crédito e os
caminhos para
exportar
ações voltadas para as cadeias dos
nichos de produção local. “Temos
que pensar, por exemplo, no nicho
da geleia de umbu. Se ela estiver
completa, bem estruturada, terá
condições de competir no merca-
do interno e, consequentemente,
exportar”, explicou.
créditoO presidente da Agência de
Fomento do Estado da Bahia S.A
(Desenbahia), Luiz Petitinga, re-
conheceu que muitos empresários
ainda se queixam da dificuldade
de acesso ao crédito, porém, ex-
plicou que o mercado já oferece
inovações nesta área: são os Fun-
dos de Aval (fundos de garantia)
e as Sociedades de Garantia, ins-
tituições formadas por cotistas,
a exemplo da AGC Serra, do Rio
Grande do Sul. De acordo com Pe-
titinga, “essas modalidades facili-
tam o acesso aos recursos e podem
minimizar custos”.
A gerente de estratégias e ne-
gócios internacionais do BNDES,
Simone Lopes, acrescentou que
o Banco também oferece alter-
nativas para facilitar a obtenção
de crédito por micro, pequenas e
médias empresas, além de empre-
endedores individuais e coopera-
tivas. Um deles é o Fundo Garanti-
dor para Investimentos (FGI), que
permite que as instituições apro-
vem o financiamento em melhores
condições. A outra é uma espécie
de cartão de crédito para compra
de produtos e serviços.
O investimento num padrão
internacional de bens e serviços
para as empresas locais também
foi pontuado pela consultora de
gestão em negócios da FGV, Mô-
nica Romero, como uma das prin-
cipais ações pela competitividade
nos mercados interno e global.
“Primeiro, é preciso que os empre-
sários busquem essa qualidade,
depois as informações necessárias
sobre os mercados com os quais
pretendem fazer negócios e, em
seguida, traçar estratégias para a
internacionalização”, apontou.
Com experiência de mais de 20
anos em comércio exterior, o dire-
tor-presidente da José Ruben Trans-
porte e Equipamentos Ltda., José
Souza Filho, falou sobre os princi-
pais cuidados que os empresários
iniciantes em negócios fora do país
devem ter: planejar a logística, cal-
cular custos, deixar margem para
imprevistos (como paralisações
e acidentes), fazer um embarque
com uma carga menor para teste e
estabelecer responsabilidades da
logística em contrato.
A Bahia teve participação de
58,5% nas exportações nordesti-
nas entre 2010 e 2011, mas, para o
diretor técnico do Sebrae Bahia,
Lauro Ramos, o fortalecimento do
associativismo entre as empresas
da região pode trazer melhores re-
sultados. E uma boa oportunidade
para esta aproximação será o En-
contro Internacional de Negócios
do Nordeste (EINNE), que será rea-
lizado entre 23 e 25 de outubro em
Salvador. Informações estão dispo-
níveis no site www.einne.com.br.
Para as empresas que preten-
dem exportar para a África, entre
17 e 22 de julho será realizada a
Feira Internacional de Luanda,
Angola. De acordo com a gestora
do projeto Brasil Trade, da Apex-
Brasil, Raquel Vilharva, o evento
é o mais importante da área de ne-
gócios do continente africano. [bi]
VALTER PONTES
1� Bahia Indústria
empresários chineses receberam informações sobre a economia baiana visando investimentos e cooperação comercial
bahia-ShandongMissão chinesa aproxima empresários dos dois estados, abrindo novas oportunidades de negóciosPor carolina Mendonçafotos João alvarez
No ano em que completa 13 anos de irmanda-
de com a província de Shandong, a Bahia
dá novos passos para ampliar a cooperação
com o estado chinês. No dia 13 de março,
uma missão oficial da região, liderada pelo vice-go-
vernador Cai Limin, esteve na Federação das Indús-
trias do Estado da Bahia (FIEB), em Salvador, para
conhecer as oportunidades de investimentos e parce-
rias entre os dois povos.
Durante o evento, foi realizada uma reunião com
o vice-governador de Shandong, Cai Limin, o gover-
nador Jaques Wagner e o presidente da FIEB, José de
Freitas Mascarenhas. Wagner reafirmou os laços de
irmandade entre a Bahia e a província chinesa, res-
saltando que, após 13 anos de aproximação entre os
estados, é hora de aprofundar as relações comerciais
visando ao equilíbrio entre importações, exportações
e o desenvolvimento local. “Inte-
ressam-nos as trocas comerciais e,
mais ainda, a industrialização em
solo baiano. Minha opinião é que,
pelo poderio da economia chine-
sa, é possível exportar empresas e
não só os produtos, para que pos-
samos ter fábricas aqui na Bahia”,
pontuou.
O vice-governador de Shan-
dong, Cai Limin, concordou que
é chegado o momento de ampliar
as ações para o estreitamento co-
mercial entre os dois estados, e
afirmou que há espaço para negó-
cios em diversos setores, especial-
mente no agronegócio do algodão,
soja e frutas, além de frutos do
mar e mineração. “Estamos satis-
feitos com esta cooperação com a
Bahia, que vem se desenvolvendo
rapidamente. Temos certeza que o
Bahia Indústria 15
ambiente é de boas oportunidades
de negócio entre nossos empresá-
rios”, declarou.
O presidente da FIEB, José Mas-
carenhas, ponderou que os enten-
dimentos são facilitados quando
existem os interesses comuns e
complementares, como no caso da
relação Bahia-Shandong, e enfati-
zou as possibilidades de coopera-
ção: “A Bahia pode ser um grande
produtor e fornecedor de matérias-
primas e suprimentos para Shan-
dong, que tem uma população de
mais de 90 milhões de habitantes.
Nós, por outro lado, precisamos
muito da tecnologia nas áreas da
indústria de transformação, auto-
mobilística e da informação. Temos
o Polo de Informática de Ilhéus, por
exemplo, em que a presença chine-
sa poderia ser ampliada e traria
grandes avanços”, apontou.
Missão Composta por 23 empresários e
oito representantes do governo de
Shandong, a comitiva participou
dos workshops temáticos Energia,
Mineração, Infraestrutura e Cons-
trução; e Agronegócio, Fármacos,
Automobilístico, Tecnologia da
Informação e Comércio, ocasião
em que os integrantes obtiveram
informações sobre custos de in-
vestimento, tributação, benefícios
e situação dos mercados.
O superintendente da Secre-
taria de Indústria, Comércio e
Mineração (SICM), Paulo Guima-
rães, apresentou as áreas em que
a Bahia oferece oportunidades
de negócios, com destaque para
química e petroquímica, agro-
negócios e serviços. Guimarães
acrescentou que, além das voca-
ções econômicas, o estado, em
breve, contará com melhorias na
infraestrutura e logística para o
transporte de produtos, citando a
Ferrovia Leste-Oeste e o Porto Sul,
em Ilhéus.
Já o superintendente da Secre-
taria de Agricultura e Irrigação,
Jairo Vaz, mostrou que o agrone-
gócio representa, atualmente, 24%
do PIB baiano, sendo a maior parte
da produção de matérias-primas.
Por isso, o estado tem interesse na
industrialização de vários produ-
tos, como o algodão (Bahia é o se-
gundo produtor nacional), a soja,
as frutas e a pecuária de corte.
Responsável pelas boas vin-
das aos empresários chineses em
nome da FIEB, o vice-presidente
da Federação, Victor Ventin, lem-
brou que o Brasil ainda não está
entre os cinco maiores parceiros
comerciais da China, mas que,
com vontade bilateral, é possível
ampliar os acordos comerciais. “A
expectativa é que, com a vinda da
missão, possamos firmar novas
parcerias”, disse.
E a possibilidade de parcerias
e contratos surgiu ainda durante
o evento, pois membros da comi-
tiva trocaram informações e con-
tatos com empresários baianos
aventando oportunidades futuras.
Representantes de duas empresas
chinesas e da Solo e Subsolo Mi-
neradora e Reflorestamento Ltda.
assinaram um memorando de in-
tenções para estudos preliminares
sobre exploração de ferro e manga-
nês em Brotas de Macaúbas, Ria-
chão das Neves e Campo Alegre de
Lourdes. “Com estes estudos sobre
os nossos ativos minerais, se tudo
der certo, poderemos formar uma
joint-venture com os chineses, o
que vai viabilizar a extração dos
minérios”, comemora Edilson Ri-
beiro da Cruz.
A mineração no estado foi um
dos investimentos que mais atra-
íram os chineses. O gerente-geral
da China Nacional Huachen Ener-
gy Group, Wu Xinmin, trocou in-
formações com o superintendente
da Federação das Associações
Comerciais da Bahia, Sérgio Ca-
valcante Gomes, sobre a extração
de minérios e energias renováveis
e se mostrou entusiasmado com o
cenário local. “A Bahia tem muito
potencial de desenvolvimento, te-
nho interesse em contatar empre-
sários locais”, assegurou. [bi]
o vive-
governador
de shandong,
cai limin,
se reuniu
com jaques
Wagner e josé
mascarenhas
1� Bahia Indústria
a elaboração da Constituição de 1988 motivou
grandes debates no país, que, entre outros,
definiram as regras da atual legislação am-
biental. O processo foi protagonizado, nas
décadas de 1980 e 1990, pelas organizações não-go-
vernamentais, que participaram mais ativamente
destas discussões, cabendo à indústria um papel co-
adjuvante. Mas, ao longo destes 20 anos, na avaliação
de Shelley de Sousa Carneiro, secretário executivo do
Conselho Estadual de Meio Ambiente (Coema), cou-
be ao segmento realizar os maiores avanços em sus-
tentabilidade. O entendimento agora é que é preciso
apresentar estas realizações à sociedade.
Foi pensando nisso que a indústria resolveu ar-
ticular-se e assumir o protagonismo que lhe cabe
neste momento em que o país se prepara para sediar
a Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvi-
mento Sustentável – Rio + 20, que acontece de 13 a
22 de junho, no Rio de Janeiro. Sob a coordenação
da Confederação Nacional da Indústria (CNI) estão
sendo promovidos, em diversas regiões do país,
encontros setoriais para recolher propostas para a
conferência. Na Bahia, a 4ª Reunião do Coema – Re-
PRePaRativoS PaRa a
Representantes da indústria participaram da 4ª Reunião preparatória para o encontro
Por Patrícia Moreirafotos João alvarez
gional Nordeste ocorreu no dia
23 de março, na sede da Federa-
ção das Indústrias do Estado da
Bahia (FIEB).
De acordo com Shelley Carnei-
ro, que também é o gerente exe-
cutivo de Meio Ambiente e Sus-
tentabilidade da Confederação
Nacional das Indústrias (CNI), a
indústria está preparando uma sé-
rie de eventos em que se posiciona
como matriz do seu desenvolvi-
mento. Vamos puxar a carroça e
não sermos puxados. Nós vamos
dizer o que nós podemos fazer, o
que vamos fazer e vamos nos com-
prometer com aquilo que podemos
fazer”, explica o representante da
CNI. Ele também destacou que a
indústria se comunica mal e que
este é o momento de mostrar que,
ao longo dos últimos 20 anos, o
segmento foi um dos que mais pro-
moveram sustentabilidade.
interaçãoA reunião do Coema Nordeste
foi aberta pelo vice-presidente do
Centro das Indústrias do Estado
da Bahia (CIEB) e coordenador do
Conselho de Meio Ambiente do
Sistema FIEB, Irundi Edelweiss,
que elogiou a nova postura da CNI
no sentido de promover uma maior
interação entre os diversos setores
da indústria para a formulação de
propostas para a Rio + 20. “Eles
estão indo in loco buscar as per-
Rio+20
Bahia Indústria 1�
cepções das demandas setoriais
para tentar convergir os pleitos
da indústria para o evento e isso é
muito importante”, ressaltou.
Irundi Edelweiss observou o
interesse da CNI e dos outros esta-
dos em ouvir as peculiaridades de
cada região e ressalta que a Bahia
vive um momento especial em ra-
zão da recente aprovação de uma
nova Lei Ambiental e ressaltou a
importância de se ter uma mesma
linha entre as diversas legislações
estaduais. “Não é interessante ter-
mos uma legislação desbalancea-
da em relação ao meio ambiente,
porque isso cria deformações, ca-
minhos preferenciais, que levam
as empresas a preterirem um esta-
do porque este tem uma legislação
mais cuidadosa.” Por isso, ele jul-
ga importante que se crie elemen-
tos jurídicos uniformes entre os
estados, daí por que a expectativa
em torno destes encontros.
Durante o evento preparatório
realizado na sede da FIEB, o secre-
tário de Meio Ambiente do Estado
da Bahia, Eugênio Spengler, fez
uma explanação sobre os avan-
ços trazidos pela Nova Lei de Meio
Ambiente e também falou sobre a
expectativa em torno da Rio + 20.
“É importante que se compreenda
que a Rio + 20 é um evento da so-
ciedade mundial e não dos gover-
nos e que o setor empresarial tem
um compromisso fundamental”,
observou. Ele ressaltou, no en-
tanto, que é fundamental que as
agendas aconteçam, não apenas
voltadas para a Rio + 20, mas de
forma permanente.
O secretário executivo do Coe-
ma explicou, ainda, que com estas
reuniões, a indústria se prepara
para o fórum nacional, marcado
para o dia 14 de junho, no Rio de
Janeiro. “Vamos apresentar 16 pu-
blicações da CNI sobre A Indústria
e a Sustentabilidade, preparados
por cada uma das associações
(automotiva, mineração, etc.)”,
explica. De acordo com Shelley, a
indústria quer ser protagonista do
seu desenvolvimento no que diz
respeito à sustentabilidade. [bi]
“vamos dizer o que nós podemos fazer, o que vamos fazer e nos comprometer com o que temos condições de fazer
o secretário do
meio ambiente
eugênio
spengler falou
sobre a nova
lei ambiental
da bahia
Shelley Carneiro, secretário-executivo da Coema
1� Bahia Indústria
Por Patrícia MoreiraIlustração Murilo goMes
Economistas analisam o cenário econômico e discutem os efeitos da valorização do Real frente ao dólar
Competitividade
epois de fechar o ano de 2011 com
a economia brasileira registrando
ritmo de queda e o setor industrial
dando sinais de estagnação, situa-
ção que se manteve até fevereiro, o
mês de março revelou um cenário
um pouco mais animador. A pes-
quisa Indicadores Industriais, divulgada no dia 9 de
maio pela Confederação Nacional da Indústria (CNI),
vai ainda mais longe e aponta para uma perspectiva
de melhor desempenho da indústria, ainda que mo-
derado, no segundo semestre de 2012. Esta retomada é
atribuída aos efeitos positivos do Plano Brasil Maior,
lançado em 2011, e às recentes medidas envolvendo
os juros e o câmbio.
A equação juros altos e câmbio valorizado, que do-
minou a política macroeconômica do governo fede-
ral nos últimos anos, é apontada por vários econo-
mistas como principal fator de comprometimento do
desempenho da indústria, aliada a fatores externos,
como a crise nos países desenvolvidos e a concor-
rência dos países asiáticos, e internos, a exemplo do
Custo Brasil.
O Conjuntura em Foco de março, estudo do Insti-
&câmbio
tuto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aponta
que a persistência de uma taxa de câmbio sobreva-
lorizada por longo período levou a uma diluição da
densidade das cadeias produtivas na economia e a
uma ruptura na estrutura industrial. Da mesma for-
ma, a perda de participação do setor na renda nacio-
nal e no conjunto do emprego tem sido acompanha-
da, também, de uma redução da participação relativa
dos produtos manufaturados na pauta exportadora.
Embora no plano internacional a intervenção no
câmbio praticada pelos países emergentes tenha re-
cebido críticas, o ministro da Fazenda, Guido Man-
tega, avisou que o país continuará intervindo para
conter a valorização do Real. A nova postura face ao
câmbio representa uma mudança radical por parte
do governo, conforme observa o vice-presidente da
Federação das Indústrias da Bahia e economista,
Reinaldo Sampaio. Segundo ele, até pouco tempo,
a retórica era outra. “O governo vinha resistindo à
ideia do monitoramento da taxa de câmbio, um res-
quício da visão neoliberal”. Um equívoco, na avalia-
ção de Sampaio, pois, na realidade, todos os países
administram as taxas de câmbio. “Quem não o faz
são os Estados Unidos, com uma moeda que é reserva
Bahia Indústria 1�
�0 Bahia Indústria
internacional, e a União Europeia,
com o euro, porque estabeleceu-
se uma lógica que, se comprarem
reservas, de certa forma, estariam
indicando que suas moedas não
são seguras”, analisa.
A consultora Mônica Romero
Marinho, da Fundação Getúlio
Vargas, especialista em comércio
exterior, também analisa como
acertada a adoção de uma política
de câmbio flutuante com interven-
ções do Banco Central. “Temos
que entender que a variação cam-
bial está sendo provocada muito
mais por fatores externos que in-
ternos, em especial pela ‘sobra’
de dinheiro no mundo buscando
investimentos rentáveis e seguros.
O Brasil está oferecendo as duas
coisas. Claro que os investidores
estão aqui e quanto mais atraen-
te o Brasil fica, maior volume de
moeda estrangeira entra no País,
mais valorizado fica o Real, com-
Um dos segmentos mais afeta-
dos é o setor manufatureiro. No pe-
ríodo 2004/2008, enquanto o PIB
registrou uma taxa média anual
de 4,8%, a indústria de transfor-
mação cresceu a 3,8%. No período
pós-crise mundial (2009/2011) a
média caiu para 3,3% para o PIB
e 0,2% para a indústria de trans-
formação, que, em 2011, cresceu
apenas 1,1%.
O câmbio não só arbitra a im-
portação e a exportação, destaca
Reinaldo Sampaio, mas também a
conta, os fluxos internacionais de
capital. E em países como o Brasil,
que adotam uma conta de capital
livre, o câmbio é um fator deter-
minante nesses fluxos. “O proble-
ma é que o câmbio influencia os
salários, o consumo, a poupança
interna e o investimento, interfere
no processo de desenvolvimento
do país”, explica. Como consequ-
ência, os bens industriais produ-
zidos no Brasil passam a custar
mais caro no mercado externo e a
empresa também perde competiti-
vidade interna, já que sua produ-
ção ficará mais cara do que a dos
importados, inibindo a taxa de lu-
cro das empresas, que é determi-
nante para novos investimentos.
aspectos faVoráVeisMônica Romero aponta, no
entanto, que a situação pode se
reverter em oportunidade. Para
ela, a valorização do Real pode
tirar uma empresa do mercado ou
transformá-la em uma multina-
cional de sucesso. Ela explica que
uma das vantagens é a possibili-
dade de acesso a uma gama maior
de fornecedores (de partes e peças,
máquinas, equipamentos, maté-
rias-primas e outros insumos) que
podem reduzir os custos internos
de produção. “O Real valorizado
plicando a vida dos exportadores,
que precisam ficar alertas às opor-
tunidades da moeda e não somen-
te às suas perdas”, explica.
Desde 2005, conforme reporta-
gem do Valor Econômico, o câm-
bio teve uma valorização de 40%
em termos reais, frente a uma ces-
ta de 15 moedas, o que gerou difi-
culdades para a indústria brasilei-
ra. A tendência de valorização do
Real vem ocorrendo fundamenta-
da não apenas nas taxas de juros
elevadas, mas também no baixo
nível de poupança doméstica e
na necessidade de atrair capitais
para financiar o déficit em con-
ta corrente. Ocorre que a taxa de
câmbio, de acordo com Reinaldo
Sampaio, é o mais estratégico dos
preços macroeconômicos – além
das taxas de juros, inflação, lucro
e de salário –, e é parte importante
da problemática que inibe o de-
senvolvimento nacional.
Fonte: BACEN, elaboração FIEB/SDI.
COMPARATIVO DA EVOLUÇÃO DO DÓLAR NO BRASIL - 2010/2011
1,6654
1,8751
1,4
1,5
1,6
1,7
1,8
1,9
2
DezNovOutSetAgoJulJunMaiAbrMarFevJan
2011
2010
2,5
2
1,5
Fonte: BACEN, elaboração FIEB/SDI.
1,77
2008 2009 2010 2011
EVOLUÇÃO DA COTAÇÃO DO DÓLAR NO BRASIL - 2008/2011
Bahia Indústria �1
viabiliza e estimula indústrias de
alto valor agregado. Veja o caso
da indústria de aviões nacional.
Se houver desvalorização do Re-
al, implicará na alta do preço de
fabricação e montagem no Brasil”,
explica a consultora. E acrescenta:
“Temos que lembrar que a CNI,
em 1995 (há 17 anos), já identifica-
va que produzir no Brasil é caro,
principalmente, pelo chamado
Custo Brasil”, observa.
Se por um lado as importações
podem reduzir o custo e aprimo-
rar o produto nacional, explica
Mônica Romero, por outro, as in-
dústrias nacionais passam a estar
mais expostas aos concorrentes
estrangeiros, mesmo no mercado
interno. Para ela, a internaciona-
lização das empresas brasileiras
tornou-se uma necessidade de so-
brevivência.
De acordo com a consultora, as
empresas devem “aproveitar o Re-
al valorizado e o poder de compra
nele contido para adequar seus
produtos e serviços a um cliente
com opções mundiais de compra.
Deve investir em tecnologia, pro-
dutividade, capacitação de pes-
soal, etc. Se esta empresa, mesmo
que pequena, consegue sobrevi-
ver ao Custo Brasil, vendendo no
mercado interno, certamente ela
já pode pensar em investir na ex-
portação”, defende Mônica.
Ela também entende que o Re-
al apreciado pode se reverter em
estímulo ao investimento. “Se
ficarmos aqui aguardando que
as empresas estrangeiras entrem
com seus investimentos, em breve
teremos poucas empresas nacio-
nais no mercado. Se, ao contrário,
as empresas nacionais se dispuse-
rem à internacionalização (mesmo
que com parcerias com capitais
externos), a riqueza gerada pode-
mônica romero,
consultora da FgV,
defende que o câmbio
pode ser usado para
atrair investimento
rá ser preservada no País. Afinal,
a grande poupança nacional não
é alimentada pelo cofrinho das fa-
mílias, mas pelo lucro reinvestido
das empresas”, sintetiza.
Este entendimento, no entan-
to, não é unânime. Na avaliação
de Reinaldo Sampaio, “apostar
no desenvolvimento através da
poupança externa é uma ilusão,
porque o capital que entra para
investimento, ele o faz motiva-
do pelas taxas de crescimento da
economia em desenvolvimento,
desde que sejam superiores às das
economias desenvolvidas e por
uma expectativa de lucro da ati-
vidade produtiva. Mas como essa
opção de poupança externa geral-
mente está associada a um câmbio
apreciado e a uma taxa de juros
elevada, estes capitais entram
com a finalidade eminentemente
especulativa e muito mais volta-
dos para o consumo do que para o
investimento”, observa Sampaio.
Para o economista Oswaldo
Guerra (leia entrevista, p. 22 e 23),
professor da Universidade Fede-
ral da Bahia, pode ser estratégico
atrair o capital estrangeiro produ-
tivo. “Mas para isso, crescimento
econômico, estabilidade de pre-
ços, regras estáveis e críveis, in-
fraestrutura adequada e moderna,
mão-de-obra qualificada, e inves-
timentos em ciência e tecnologia
são cruciais”, lembra.
VALTER PONTES
�� Bahia Indústria
como o senhor analisa o uso do
câmbio como instrumento de con-
trole da inflação?
osvaldo guerra – No Brasil e em
outros países latinoamericanos
que adotaram planos de combate
à inflação nas últimas duas dé-
cadas, a valorização cambial foi
usada como âncora dos preços
internos, uma vez que ela estimu-
la a entrada de bens importados,
reforçando a oferta doméstica, e
reduz o custo de produção com as
matérias-primas importadas. Este
instrumento, contudo, não pode
ser usado indefinidamente, pois
ele gera efeitos colaterais adversos
sobre a produção local e o balan-
ço comercial do país, na medida
em que faz crescer as importações
e desestimula as exportações. A
estabilidade duradoura de preços
exige ganhos de produtividade que
reduzam os custos de produção e
propiciem um aumento da compe-
titividade autêntica da economia.
quais os erros e acertos da políti-
ca econômica do governo dilma?
og – O ponto positivo é a melhor
coordenação existente entre as
políticas monetária, fiscal, e cam-
bial, fruto de uma maior aproxima-
ção entre o Ministério da Fazenda
e o Banco Central. Os erros talvez
decorram do fato de a política
econômica do governo Dilma ser
ambiciosa, uma vez que ela pos-
sui múltiplos objetivos. O governo
quer conter a valorização cambial;
estimular a economia para que ela
cresça mais de 4% em um cenário
internacional francamente hostil;
defender a indústria nacional do
avanço das importações; incen-
tivar a produção, a pesquisa e o
desenvolvimento tecnológico;
aumentar a oferta de crédito para
pessoas físicas e jurídicas; reduzir
até onde for possível a taxa básica
de juros; cumprir a meta de supe-
rávit primário, e conduzir a infla-
ção de volta para o centro da meta,
depois de ela ter alcançado o teto
de 6,5% em 2011. Diante de tantos
objetivos e da certeza que qual-
quer medida de política econômi-
ca gera custos e benefícios, o go-
verno lança mão de instrumentos
que, muitas vezes, miram o curto
prazo ou se mostram, algumas ve-
zes, contraditórios.
Há vários pontos defensáveis
no recente conjunto de medidas
que complementam o Plano Brasil
Maior, como a desoneração da fo-
lha de pagamentos e as renúncias
fiscais. Elas têm efeito equivalen-
te a uma desvalorização cambial,
mas faltam medidas estruturais,
de longo prazo, focadas em temas
como redução de gargalos logísti-
cos, sistema tributário, e melhoria
da educação. A Cofins sobre os im-
“O progresso depende da capacidade de se criar uma autêntica competitividade”
portados é um dos pontos contra-
ditórios. Quanto maior o uso de in-
sumos importados na exportação
das empresas desoneradas, menor
será o benefício relativo da empre-
sa. Ou seja, a defesa da produção
doméstica via aumento dos custos
dos importados pode prejudicar
as exportações. Além disso, se o
plano lograr êxito em melhorar a
competitividade no curto prazo,
garantindo crescimento das ex-
portações e dos saldos comerciais,
mais dólares entrarão no país, aju-
dando a valorizar o câmbio, algo
que o governo pretende conter. Se
o objetivo é deter as importações e
o plano conseguir isto, o resultado
vai na mesma direção.
qual o desafio para o governo em
relação ao câmbio?
og –Vamos tomar como premissas
a meta de inflação explícita de 4,5%
e metas informais de crescimento,
em torno de 4%, e de câmbio entre
R$ 1,70 a R$ 1,80 por dólar para
preservar a indústria local. Se es-
sas premissas estiverem corretas, a
queda da taxa básica de juros (Se-
lic) contribui para que se alcance
as metas de crescimento e de con-
tenção da valorização do Real, ao
reduzir os ganhos de arbitragem,
mas não ajuda o governo a fazer a
inflação voltar ao centro da meta.
Por outro lado, continuar permitin-
do que o Real se valorize penaliza
fortemente a produção doméstica
que sofre com o Custo Brasil (tribu-
tos, logística, educação, custo de
energia, etc.). O desafio, portanto,
é adequar a taxa de câmbio de mo-
do que ela sirva como instrumento
de combate à inflação e, ao mesmo
tempo, preserve a indústria local e
as exportações. No que diz respei-
to à inflação, não acredito que ela
respeite, em 2012, o centro da meta
Economista e professor da Ufba, Oswaldo Guerra faz uma análise conjuntural dos efeitos do câmbio
“Há vários pontos de-fensáveisno recente conjunto de medidasque comple-mentam o Plano brasilmaior
Bahia Indústria �3
de 4,5%, ainda que o Banco Central diga o contrário.
Está existindo no Brasil uma clara alteração de preços
relativos. A inflação de serviços, setor que responde
por cerca de 25% do PIB brasileiro, chegou a 9% em
2011 para um IPCA de 6,5%. Essa alteração não deve
se encerrar no curto prazo, pois não se pode importar
serviços, a oferta demora a reagir, e o setor responde
pouco a juros altos. Uma recessão muito forte, via con-
tenção do consumo, seria necessária para reduzir a su-
bida desses preços, algo que me parece descabido do
ponto de vista social e que certamente o governo não
estará disposto a assumir em ano eleitoral.
o real valorizado compromete as exportações e atin-
ge especialmente o agronegócio baiano, que outros
setores da economia baiana são afetados?
og –Um cenário de baixo crescimento internacional
com valorização cambial pode dificultar não apenas
o agronegócio baiano, mas também setores exporta-
dores de commodities e setores industriais que so-
frem concorrência de produtos asiáticos. Estima-se
que cerca de 50% da indústria baiana depende de
exportações de produtos que têm seus preços fixados
internacionalmente, contra cerca de 10% na média
nacional. Ou seja, é um panorama que torna a econo-
mia baiana mais susceptível a este cenário.
a produção da indústria baiana é destinada basica-
mente ao mercado interno. até que ponto o câmbio
interfere no desenvolvimento industrial baiano?
og – A indústria baiana é extremamente concentrada
na produção de bens intermediários, que são vendidos
internamente e exportados. O crescimento brasileiro
puxado pelo mercado interno e fomentado pela que-
da dos juros, expansão do crédito, aumento real de
salários e transferências deverá continuar a estimular
o comércio varejista na Bahia, mas tendo em vista a
incipiente base local na produção de bens duráveis
e não-duráveis ocorre uma espécie de vazamento de
renda para outras unidades da federação produtoras
desses bens. Diante desse quadro, da crise internacio-
nal e da valorização cambial, as expectativas para a
indústria baiana em 2012 não são muito otimistas. Os
números devem ser melhores que em 2011, pois não
haverá apagão nem grandes paradas programadas no
Polo de Camaçari, mas nada muito animador. As maio-
res possibilidades concentram-se nos investimentos
autônomos previstos em mobilidade urbana, especial-
mente na RMS ampliada, incluindo Feira de Santana,
e seus impactos sobre a construção civil.
o que é preciso para atingir maior competitividade?
og –O progresso econômico depende da capacidade
dos países criarem uma autêntica competitividade
que, por sua vez, vincula-se à sua produtividade
(produzir mais e melhor, usando menos recursos que
seus concorrentes). Para isto, tornam-se necessários
esforços nas dimensões empresarial (investimentos
em modernização gerencial, inovação de produtos,
design, marketing, formas de comercialização, pós-
vendas, qualificação dos trabalhadores), estrutural
(aumento do porte dos grupos empresariais, maior
diversificação produtiva, ampliação da inserção
internacional das empresas, melhor articulação
empresarial ao longo das cadeias produtivas), e sis-
têmica (juros, câmbio, tributos, portos, estradas,
ferrovias, comunicações, educação, legislação de
um modo geral). Ou seja, é uma construção de lon-
go prazo, envolvendo múltiplas variáveis e exigindo
uma permanente parceria entre Estado e iniciativa
privada. A história econômica brasileira é rica em
exemplos de políticas focadas quase exclusivamen-
te no câmbio que geraram competitividade espúria
e ganhos de curto prazo, mas foram incapazes de
garantir uma competitividade autêntica aos setores
produtivos do país. [bi]
�� Bahia Indústria
mobilidade, um tema prioritário
Prefeito apresentou no Fórum Empresarial projetos para estruturar Salvador para a Copa e os próximos 25 anos
Por Patrícia Moreira e cleber borges fotos João alvarez
três novas avenidas – Tam-
burugy, Atlântica e Linha
Viva –, requalificação da
Estação da Lapa e do entor-
no da Arena Fonte Nova, implan-
tação de corredores viários para o
transporte de massa são projetos
da Prefeitura de Salvador para
solucionar os problemas de mo-
bilidade urbana enfrentados por
Salvador e Região Metropolitana.
Os projetos estão prontos, mas ca-
berá à próxima gestão municipal a
missão de torná-los realidade.
O prefeito João Henrique Car-
neiro (PP) foi o convidado da
reunião mensal do Fórum Empre-
sarial da Bahia, realizada no dia
16 de abril, na sede da Federação
das Indústrias do Estado da Bahia
(FIEB), para falar de um tema que
é motivo geral de preocupação da
população e do setor produtivo:
mobilidade urbana. O evento reu-
niu os 21 membros do fórum, além
de secretários municipais e con-
vidados, e foi uma oportunidade
para os empresários questionarem
o poder municipal sobre suas de-
mandas e também para abrir um
canal de negociação entre o poder
público e alguns segmentos pro-
dutivos.
O presidente do Fórum e pri-
meiro vice-presidente do Sistema
FIEB, Victor Ventin, explicou que
o impacto negativo do problema
de mobilidade em Salvador e na
Região Metropolitana na ativi-
dade produtiva e na vida das
pessoas justificou a escolha do
tema e o convite ao prefeito. “O
tempo que nossos trabalhadores
levam no transporte para ir e vir
do trabalho, prejudica a todos e a
tendência é de agravamento. Por
isso procuramos ouvir do prefeito
soluções para minorar o que já es-
tamos sofrendo e evitar que isso
piore”. A conclusão final foi po-
sitiva, pela importância do tema,
mas “a constatação é que a cidade
tem projetos, mas faltam recursos
para implementá-los”, destacou
Victor Ventin.
MetrôDurante sua explanação, segui-
da de apresentações de secretários
municipais, o prefeito falou sobre
o metrô de Salvador e assegurou
sua intenção de iniciar as opera-
ções ainda no final deste semestre.
Segundo ele, não é razoável o ar-
gumento de que o metrô não deve
entrar em operação por ter apenas
seis quilômetros. Ele lembrou que
os metrôs de São Paulo e Rio de
Janeiro foram implantados com
extensões de 7 e 4 quilômetros,
respectivamente. De acordo com
João Henrique, o trajeto da Lapa à
Rótula do Abacaxi se faz em seis
minutos, sem paradas, e “a po-
pulação tem o direito de usufruir
desse benefício”.
O prefeito também detalhou
a Rede Integrada de Transporte,
iniciativa que faz parte do projeto
Salvador Capital Mundial e inte-
gra as ações de mobilidade para
a Copa do Mundo de 2014. Ele fa-
o prefeito
joão henrique
carneiro
apresentou
cesta de
projetos para
salvador
Bahia Indústria �5
Pequenos e médios empresários
que queiram abrir ou expandir ne-
gócios visando aproveitar o boom
de consumo que virá com a aproxi-
mação da Copa do Mundo da Fifa
2014 e da Copa das Confederações,
em 2013, têm uma boa notícia. BN-
DES, Banco do Nordeste e Desen-
bahia abriram linhas de financia-
mento específicas, com juros acei-
táveis, para tais iniciativas.
São linhas com juros anuais
de 6% a 20%, que podem servir
de atrativo para o surgimento de
novos negócios, incluindo o fi-
nanciamento de restaurantes, lo-
jas de artesanato, bares, fábricas
de souvenirs, pousadas e hotéis,
etc. Dinheiro para quem pretende
investir em um novo negócio não
será problema, afirma o superin-
tendente do Banco do Nordeste na
Bahia, Nilo Meira Filho. O banco,
que já financiou R$ 238 milhões
provenientes do Fundo Consti-
tucional de Financiamento do
Nordeste (FNE) para a reconstru-
ção da Arena Fonte Nova, dispõe
também de R$ 300 milhões para
apoiar o setor hoteleiro baiano,
sem falar em recursos para outros
segmentos.
“Somente na área hoteleira, 30
empresas locais já manifestaram
interesse ou já requisitaram recur-
sos para ampliação ou moderniza-
ção”, afirmou Nilo Meira, durante
o evento “Salvador e os Megaeven-
tos Esportivos – Como Financiar
seu Projeto”, realizado dia 17 de
abril, na FIEB, uma promoção do
Escritório Municipal da Copa, da
Prefeitura de Salvador, e do Fórum
de Empresários da Bahia. [bi]
Dinheiro para financiar boas iniciativas
soluções para
desafogar
o trânsito
na avenida
Paralela,
com vias
alternativas e
transporte de
massa, foram
apresentadas
lou das avenidas projetadas para
atender à demanda de crescimen-
to de Salvador para os próximos
25 anos, mas que dependem de
recursos e de parcerias com a ini-
ciativa privada.
Os empresários também apro-
veitaram para apresentar suas
reivindicações, em especial, em
relação ao decreto que regulamen-
ta a carga e descarga em Salvador.
Renato Tourinho, representante
da Associação Baiana dos Agen-
tes de propaganda (ABAP), cobrou
soluções de requalificação da Orla
de Salvador. O Instituto Miguel
Calmon, representado por Adari
Oliveira, cobrou ações voltadas
para revitalizar e gerar receitas na
região do entorno do Porto de Sal-
vador e pediu o apoio político do
prefeito para cobrar da Codeba a
promessa de realizar licitação pa-
ra ampliação do Porto.
�� Bahia Indústria
IndIcadores Números da Indústria
atividade industrial cai, mas sinaliza recuperação
a produção física anualiza-
da da indústria de trans-
formação da Bahia apre-
sentou redução de 0,4%
em fevereiro último, após registrar
queda de 3,1% em janeiro, sinali-
zando a trajetória de recuperação
da atividade produtiva industrial.
No entanto, o Estado ainda figura
entre os que apresentam resulta-
dos negativos, ocupando o oitavo
lugar no ranking dos 13 estados
que participam da pesquisa indus-
trial do IBGE (denominada PIM-
PF-R). Tal resultado pode ser atri-
buído à retração de três dos oito
Produção física anualizada caiu 0,4% em fevereiro, contra redução de 3,1% registrada em janeiro
segmentos pesquisados: Veículos
Automotores (-12,5%), Metalurgia
Básica (-8,7%) e Refino de Petróleo
e Produção de Álcool (-7,2%). Por
outro lado, apresentaram resulta-
dos positivos os segmentos de Ali-
mentos e Bebidas (6,9%), Produtos
Químicos/Petroquímicos (5,2%),
Minerais não-metálicos (3,7%) e
Borracha e Plástico (3,5%).
Comparando o desempenho de
fevereiro de 2012 com o de igual
mês do ano anterior, a produção
física da indústria de transforma-
ção baiana apresentou um sur-
preendente crescimento de 21,6%
(contra uma queda de 4,4% da
média nacional). Cinco dos oito
segmentos da Indústria de Trans-
formação registraram crescimento
da produção, o principal deles o
de Produtos Químicos/Petroquí-
micos (91,4%), devido ao cresci-
mento na produção de etileno não-
saturado e de polietileno de alta e
baixa densidade, mas principal-
mente por levar em conta a baixa
base de comparação, uma vez que
em janeiro de 2011 houve recuo
no setor de 29,4%, decorrente de
paralisação parcial da produção
da Braskem, com a parada de ma-
Bahia Indústria ��
Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14); base = 100 (média 2002)
90
100
95
110
120
130
140
105
115
125
135
DEZ
NO
V
OU
T
SET
AG
O
JUL
JUN
MA
I
AB
R
MA
R
FEV
JAN
BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DAINDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2010 - 2012)
2011
2010
2012
nutenção em novembro e dezembro nas unidades de
Olefinas 2, Utilidades, PE2, PE3 e PVC.
chope e cerVejaOutros segmentos com bom desempenho: Ali-
mentos e Bebidas (alta de 12,3%), em função do cres-
cimento no verão da produção de cerveja, chope e
produtos derivados do cacau (manteiga, gordura e
óleo), além do óleo de soja em bruto e de farinhas e
“pellets” da extração do óleo de soja; Celulose e Pa-
pel (10,3%), devido ao aumento na produção de celu-
lose; Metalurgia Básica (4,7%,) e Minerais não-metá-
licos (1,9%). O segmento de Borracha e Plástico man-
teve-se estável. Porém, dois segmentos registraram
queda na atividade: Veículos Automotores (-27,2%),
com a redução na produção de automóveis; Refino
de Petróleo e Produção de Álcool (-3,9%), pela menor
produção de óleo diesel e naftas para petroquímica.
Percebe-se que os segmentos produtores de com-
modities, mais influenciados pela conjuntura inter-
nacional adversa, seguem apresentando resultados
inferiores aos verificados nos segmentos mais vol-
tados ao atendimento do mercado interno e produ-
tores de bens finais. A expectativa é que a indús-
tria de transformação baiana apresente resultados
positivos nos primeiros meses de 2012, em função,
principalmente, da base de comparação deprimida
relacionada aos efeitos da interrupção do forneci-
mento de energia elétrica em fevereiro de 2011, que
comprometeu parte da produção das empresas lo-
calizadas no Polo Industrial de Camaçari. [bi]
Fonte IBGe; elaboração Fieb/SdI (1) de acordo com a Pesquisa Industrial anual (PIa) 2006 (divulgada em junho de 2008), os 8 segmentos acima arrolados somaram 83,5% do Valor da transformação Industrial (VtI) do estado da Bahia, em 2006.
extrativa -3,7 -5,1 -4,7
tranformação 21,6 13,8 -0,4
alimentos e bebidas 12,3 8,0 6,9
celulose, papel e prod. de papel 10,1 -6,4 -3,2
refino de petróleo e álcool -3,9 1,9 -7,2
Produtos químicos 91,4 52,3 5,2
borracha e plástico 0,0 4,1 3,5
minerais não metálicos 1,9 1,1 3,7
metalurgia básica 4,7 1,6 -8,7
veículos automotores -27,2 -13,7 -12,5
VARIAçãO (%)
setores FeV12/FeV11 jan-FeV 12/ jan-FeV 11/ mar 11-FeV 12 mar 10-FeV 11
pesquisa industrial mensal produção física - bahia
VARIAçãO (%)
setores FeV12/FeV11 jan-FeV 12/ jan-FeV 11/ mar 11-FeV 12 mar 10-FeV 11
bahia: pim-pf de julho 2011
Indústria de Transformação (1) 21,6 13,8 -0,4
refino de Petróleo e
Prod. álcool -3,9 1,9 -7,2
Produtos químicos/
Petroquímicos 91,4 52,3 5,2
veículos automotores -27,2 -13,7 -12,5
alimentos e bebidas 12,3 8,0 6,9
celulose e Papel 10,1 -6,4 -3,2
metalurgia básica 4,7 1,6 -8,7
borracha e Plástico 0,0 4,1 3,5
minerais não-metálicos 1,9 1,1 3,7
Extrativa Mineral -3,7 -5,1 -4,7
�� Bahia Indústria
Polo de iNfoRmátiCa foRtaleCido
Por Patrícia Moreira e carolina Mendonça
afetado pela crise econô-
mica de 2009, que levou
ao fechamento de uni-
dades e à reestruturação
das que sobreviveram, o Polo de
Informática de Ilhéus dá sinais
de que vive um novo momento e
busca se mobilizar internamente
enquanto as principais demandas
infraestruturais do segmento não
se resolvem. Com este propósito,
foi criada, no dia 11 de abril, a As-
sociação das Indústrias de Eletro-
eletrônicos, Telecomunicações e
Informática do Polo de Ilhéus (As-
sipi), que visa estimular o desen-
volvimento e a competitividade do
segmento industrial de eletroele-
trônica e informática.
Para Christian Villela Dunce,
presidente da Assipi e proprietário
da Daten Tecnologia Ltda., a cria-
ção da Associação é o marco ini-
cial de uma série de ações que se-
rão propostas visando superar os
desafios enfrentados pelo setor. A
iniciativa visa também promover
o desenvolvimento econômico da
região. “Queremos representar os
empresários, atrair investimentos
para Ilhéus e, acima de tudo, ser-
mos um agente transformador”,
afirmou, quando tomou posse na
presidência da entidade.
A Assipi vem se somar ao Sindi-
cato das Indústrias de Aparelhos
Elétricos, Eletrônicos, Computa-
dores, Informática e Similares dos
Municípios de Ilhéus e Itabuna do
Estado da Bahia (Sinec), para for-
mular as demandas do segmento
e sua criação foi bem recebida. “O
Sinec, juntamente com a Assipi e o
apoio do Sistema FIEB – que está
implementando sua política de in-
teriorização e vai dar suporte nas
ações de qualificação da mão de
obra – fortalecem o setor”, explica
Gentil Pires Filho, presidente do
sindicato.
O presidente da FIEB, José de
Freitas Mascarenhas, elogiou a
iniciativa e assegurou que o Siste-
ma FIEB vai oferecer suporte aos
projetos propostos pela Assipi.
“Como instituição, não temos co-
mo fazer a interlocução com cada
empresário da região, portanto, a
christian Villela
dunce assumiu
em 11 de abril
a presidência
de nova
associação das
indústrias de
informática
Associação recém-criada vai reunir empresas do Polo de Informática de Ilhéus em torno das demandas do setor
JOãO ALVAREz
Bahia Indústria ��
associação certamente fará este
diálogo com o setor para que pos-
samos apoiá-los de acordo com su-
as demandas”, acredita.
perspectiVasEm paralelo à mobilização ins-
titucional em torno de entidades
representativas, a WDC Networks
– Livetec, empresa que está no
Polo desde 2004, anuncia a am-
pliação da sua unidade na Bahia,
com incremento na sua escala de
produção, incluindo no portfólio
produtos destinados à nova tecno-
logia de banda larga.
O Polo de Informática de Ilhéus
é hoje a principal fonte de arreca-
dação da região, de acordo com o
presidente do Sinec, Gentil Pires
Filho, mas nem por isso vem re-
cebendo a devida atenção. Entre
as principais demandas do setor
está a atração de uma empresa
âncora, que solidifique o polo, e a
mobilização por investimentos em
infraestrutura para dotar a região
de uma logística moderna, que
permita um melhor escoamento
da produção.
Criado em 1995, o Polo de In-
formática teve seu auge entre 2007
e 2008, mas a falta de políticas
específicas para o segmento e a
crise econômica de 2009 compro-
meteram o seu desenvolvimento.
O fechamento do aeroporto para
operações de carga e descarga, em
setembro de 2008, também atingiu
em cheio o Polo de Ilhéus, que viu
o volume de produtos embarcados
por via aérea reduzir de 120 tone-
ladas/mês para zero.
Nos anos de melhor performan-
ce, entre 2007 e 2008, o fatura-
mento foi superior a R$ 2 bilhões
anuais, com a geração de 2.300
a 2.400 empregos diretos e mais
de 1.600 empregos temporários,
além de empregos indiretos. Hoje,
o complexo industrial gera entre
1.400 e 1.500 empregos diretos e a
estimativa dos empresários é que
o faturamento situe-se em torno
de R$ 1,3 bilhão mensal. Não há
números expressivos quanto à
contratação de temporários.
Em meio às dificuldades infra-
estruturais e à desaceleração da
atividade industrial do setor, a
ampliação da planta da WDC Ne-
tworks - Livetec, que até o final do
mês de maio inaugura nova sede,
é motivo de comemoração. Insta-
lada desde 2004, produzindo equi-
pamentos de telecomunicações,
tais como sistemas wireless, com
a nova filial, a WDC-Livetec estará
ampliando a capacidade produ-
tiva desses produtos e iniciará a
produção de novos equipamentos
de internet via fibra-ótica, os cha-
mados FTTH (Fiber to The Home),
que será a nova tecnologia de aces-
so de alta velocidade a ser adotada
pelas operadoras a partir de 2012.
Constituída com capital cem por
cento nacional, a Livetec mantém
parcerias com empresas america-
nas e chinesas, fornecedoras de
produtos de informática. [bi]
operários
trabalham
na linha da
montagem da
invix, fábrica
que integra o
Polo de ilhéus
CLODOALDO RIBEIRO
30 Bahia Indústria
Estagiários do Sistema FIEB participaram das atividades de lançamento do novo programa
JOãO ALVAREz
atração de novos talentosModernizar o programa de estágio e torná-lo mais atrativo às novas gerações que chegam ao
mercado, oferecendo uma perspectiva de carreira no âmbito do Sistema FIEB, é o objetivo da
proposta de reestruturação apresentada no dia 10 de abril. A ideia é aprimorar a captação e a
retenção de talentos para atuar nas unidades do sistema. O programa foi lançado pelo diretor-
executivo interino do Sistema Fieb, Leone Peter Andrade, que chamou a atenção para a
demanda crescente por mão de obra qualificada. O superintendente de Gestão de Pessoas,
Renan Bodra Machado, observou que a necessidade de preparar novos talentos é imperativa e
a reformulação do programa de estágio atende à necessidade de preparar sucessores.
Premiação para boas práticas ambientais
Difundir práticas de gestão para uso de tecnologias limpas na otimização de processos
produtivos, estimular a participação e a conscientização da sociedade nas questões
ambientais, além de disseminar os princípios do desenvolvimento sustentável são os objetivos
do Prêmio FIEB Desempenho Ambiental, que está com inscrições abertas. Em sua 10ª edição,
o prêmio é promovido anualmente pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia, por
intermédio do seu Conselho de Meio Ambiente (Comam), e é voltado para micro, pequenas,
médias e grandes indústrias em atuação na Bahia. O tema escolhido para este ano é Economia
Verde, o que permite que as ações envolvam questões sociais e a redução da desigualdade,
temas que se afinam com a conferência mundial Rio + 20, que se realizará no Rio de Janeiro,
de 13 a 26 de junho. As inscrições podem ser feitas até 16 de julho e a premiação será entregue
em 16 de agosto. Para maiores detalhes, consultar o regulamento no portal fieb.org.br, onde
também está disponível a ficha de inscrição. Outras informações com o Comam, nos telefones
3343-1260 / 1597 e pelo email [email protected].
painel
inovação para crescerCompetitividade é a
palavra-chave quando se
fala em inovação. Visando
oferecer a empresários e
líderes empresariais que
atuam em processos de
inovação de micro e
pequenas empresas
industriais as ferramentas
para superar este desafio, o
Instituto Euvaldo Lodi –
Bahia (IEL-BA) oferece o
curso Gestão da Inovação. A
proposta é auxiliar as
empresas na elaboração e
implantação de planos de
gestão. Em Salvador, o curso
acontece de 21 a 25 de maio
e de 25 a 29 de junho (2ª
turma); em Vitória da
Conquista, de 11 a 15 de
junho, em Teixeira de
Freitas, de 9 a 13 de julho, e
em Guanambi, de 23 a 27 de
julho. Informações no site
do IEL-BA, no portal fieb.
org.br, e pelos seguintes
contatos: Salvador: (71)
3343-1288, iel.inovacao@
fieb.org.br; Sudoeste: (77)
3422-3814 – [email protected].
br; Eunápolis: (73) 3281-
7954, [email protected].
br e Teixeira de Freitas: (73)
3291-0621, ieltxfreitas@fieb.
org.br. A iniciativa faz parte
da Mobilização Empresarial
pela Inovação (MEI), uma
iniciativa da Confederação
Nacional da Indústria em
parceria com o IEL-BA,
Sebrae, Secretaria de
Tecnologia e Inovação do
Estado e a Fundação de
Amparo a Pesquisa do
Estado da Bahia.
Bahia Indústria 31
VATER PONTES
1° de maIo - em comemoração ao dia internacional do trabalho, o sesi-ba realizou uma série de atividades esportivas e de lazer para a comunidade e trabalhadores da indústria. do sesi itapagipe, às 9h30, saiu um passeio ciclístico aberto ao público, que circulou pelas principais ruas e avenidas do bairro. nas unidades itapagipe e simões Filho, foram promovidos torneios de futsal, futebol de cinco, futebol de campo, natação, damas, dominó, entre outros. os industriários e seus filhos puderam ainda aproveitar banho de piscina, show, recreação, jogos de salão, apresentações e aulas de dança.
novo estatuto amplia ações do cieb O programa de expansão para o interior do Centro das
Indústrias do Estado da Bahia (CIEB),
iniciado há cerca de um ano e meio,
voltado prioritariamente para as
regiões oeste, sul, sudoeste e
norte da Bahia, agora ganha um
reforço com as alterações no seu
Estatuto e no Regulamento
Eleitoral, aprovados em
Assembleia Geral Extraordinária,
realizada no dia 26 de abril, na sede
da Federação das Indústrias do Estado
da Bahia, sob a presidência do diretor-presidente José de
Freitas Mascarenhas. As novas regras tratam das atribuições
de diretor e vice-presidente, ampliam orientações e
regulamentam a expansão do CIEB no interior. De acordo
com o gerente-geral do CIEB, Evandro Mazo , uma das
alterações do Estatuto permite que não apenas as empresas
do segmento industrial possam se filiar ao Centro, mas
também as empresas aderentes, pertencentes à cadeia de
valor da indústria.
Fieb comemora o fim da guerra dos portosA aprovação no Senado do Projeto de Resolução 72/2011, que
acaba com a chamada “guerra dos portos” entre os estados
brasileiros foi comemorada pela Federação das Indústrias do
Estado da Bahia (FIEB), que foi signatária de campanha
comandada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI)
contra a medida protecionista praticada por dez estados da
Federação. Na avaliação da FIEB, a “guerra dos portos” é
uma deformação ainda mais nociva da guerra fiscal e uma
prática antipatriótica por impedir o desenvolvimento
nacional. A prática consiste na concessão de isenção fiscal
para mercadorias importadas que entram no país por estes
portos, o que torna o produto importado mais barato que o
nacional. Os efeitos são nocivos à economia, comprometendo
a geração de empregos. Com a aprovação da PR nº 72, que
entra em vigor em janeiro de 2013, a alíquota de Imposto
Sobre Mercadorias e Serviços fica unificada em 4% na
taxação de importados em operações interestaduais. A
medida foi aprovada em votação realizada no dia 24 de abril
e vale não apenas para produtos importados como também
para os que usem mais de 40% de matéria-prima importada
durante o processo de industrialização.
3� Bahia Indústria
os veículos que circulam
com biocombustível no
país utilizam uma mistura
com 5% de biodiesel. Para aumen-
tar a proporção de combustível ve-
getal, a Petrobras e parceiros, en-
tre eles o SENAI Cimatec, estão de-
senvolvendo testes em todo o país
para avaliar o impacto do aumento
da concentração de biodiesel. Na
Bahia, está sendo desenvolvido o
Projeto B-20 com veículos rodovi-
ários, modelos Ford Ranger e Ford
Transit. A ideia é verificar ocorrên-
cias nos motores e componentes
em contato com o combustível com
20% de biodiesel e 80% de diesel.
Este projeto é financiado pela Pe-
trobras, com recursos da Agência
Nacional de Petróleo (ANP), e con-
ta com parceiros como a Unifacs e
a própria indústria, a exemplo da
Ford, Mahle, Continental, TI Auto-
motive e Michelin.
De acordo com Luciano Santos
Azevedo Souza, gerente da área
de Mobilidade do SENAI Cima-
tec e um dos gestores do projeto,
os resultados deste estudo ainda
não têm data para serem divulga-
dos. Previsto para durar um ano e
meio, o projeto foi iniciado em fe-
vereiro de 2011 e a primeira etapa,
SENAI testanova fórmulade biodieselEquipe do Cimatec participa de projeto para avaliar impacto no motor e componentes de mistura com 20% de combustível vegetal
luciano
azevedo souza
é o líder
responsável
pelo Projeto
b-20 no âmbito
do senai
cimatec
JOãO ALVAREz
que prevê o cumprimento de 100
mil quilômetros pelos carros, ter-
mina em junho. Ao SENAI Cima-
tec cabem os testes de campo nos
oito veículos e sua manutenção, a
aquisição de equipamentos e o en-
vio de informações para os demais
parceiros do projeto. Terminada
esta etapa, os carros serão subme-
tidos a testes de retomada, ensaios
de emissões e serão avaliadas as
condições dos motores e compo-
nentes dos veículos que tiveram
interface com a mistura B-20.
A experiência do SENAI Cima-
tec foi apresentada em Salvador
no 5º Congresso da Rede Brasilei-
ra de Tecnologia de Biodiesel e no
8º Congresso Brasileiro de Plantas
Oleaginosas, Óleos, Gorduras e
Biodiesel, realizado no Centro de
Convenções, em Salvador, de 16
a 19 de abril. Durante o evento, os
veículos utilizados no Projeto B-20
foram colocados em exposição.
Além da experiência com o B-20,
Luciano Azevedo apresentou os
resultados de uma pesquisa que
ele desenvolve há seis anos no
SENAI Cimatec sobre o impacto
da adição do biodiesel ao diesel
marítimo. Hoje, a Resolução nº 52
da Agência Nacional de Petróleo
(ANP) proíbe a mistura, mas os es-
tudos desenvolvidos pela equipe
do Cimatec demonstram sua via-
bilidade. O trabalho foi destacado
com o prêmio Ciência, Tecnologia
e Inovação em Biodiesel.
O congresso foi aberto pelo
ministro da Ciência, Tecnologia e
Inovação, Marco Antonio Raupp,
que falou do desafio do desenvol-
vimento de novas tecnologias para
explorar outras matérias-primas
na produção de biocombustível
para reduzir as emissões de carbo-
no; e, no plano social, fortalecer
a agricultura familiar, enquanto
fornecedora de matéria-prima. [bi]
Bahia Indústria 33
IdeIas
Por Jair Meneguelli
Pode ser clichê falarmos do uso
consciente da água no dia Mundial
da Água. Mas esta verdade nin-
guém pode contestar: cada mem-
bro da sociedade – independente-
mente de cargo, título, posses ou
nível social – tem a obrigação de
cuidar do bem mais importante pa-
ra a garantia da sobrevivência do
ser humano no planeta, a água.
O despertar para essa consci-
ência demorou. Ele aconteceu só
nos anos 1980, depois de muito
desperdício. Foi nesse período que
a bandeira da sustentabilidade co-
meçou a ser levantada, o que moti-
vou chefes de Estado de 179 países
a participarem da ECO 92, no Rio
de Janeiro, em 1992. A conferência
mundial consagrou a ideia do de-
senvolvimento sustentável, de um
modelo de crescimento econômico
menos consumista e mais adequa-
do ao equilíbrio ecológico.
Um dos principais resultados do
evento foi a assinatura da Agenda
21, documento em que cada país se
comprometeu a refletir, global e lo-
calmente, sobre a forma pela qual
governos, empresas, organizações
não-governamentais e todos os
setores da sociedade poderiam co-
operar no estudo de soluções para
os problemas socioambientais.
O documento aponta caminhos
e define as responsabilidades de
cada agente social na busca do
desenvolvimento sustentável. Um
deles, em particular, trata direta-
mente do papel da indústria nesse
processo. Destaca que as empresas
“podem desempenhar um papel
importante na redução do impacto
O uso sustentável da água e os 20 anos da ECO 92
sobre o uso dos recursos e o meio
ambiente por meio de processos
de produção mais eficientes, es-
tratégias preventivas, tecnologias
e procedimentos mais limpos de
produção ao longo do ciclo de vida
do produto, assim minimizando ou
evitando os resíduos”.
Muitas indústrias já estão aten-
tas a isso. Por meio da adoção de
projetos de sustentabilidade, cada
vez mais, elas cumprem seu papel
de cuidadoras do meio ambiente.
Algumas iniciativas destacam-se,
como a geração de energia limpa e
renovável, gerenciamento de resí-
duos, proteção da água e do solo,
redução de ruído, purificação do ar
e conservação da natureza.
O Sistema Indústria também es-
tá cumprindo o seu papel. O Conse-
lho Nacional SESI, por exemplo, já
desenvolve programas que visam à
sustentabilidade. O programa Co-
zinha Brasil, implantado em todo o
país, promove cursos de educação
alimentar que ensinam a popula-
ção a se alimentar melhor – apro-
veitando os alimentos integralmen-
te com a utilização de cascas, talos,
folhas e sementes – diminuindo o
desperdício em suas casas.
Já o projeto ViraVida, capacita
e insere no mercado de trabalho
jovens vítimas de abuso e explora-
ção sexual em 15 estados. Além da
qualificação, os alunos – que têm
idades entre 16 e 21 anos – recebem
atendimento psicossocial, médi-
co, odontológico e reforço escolar.
Empresas públicas e privadas têm
apoiado o projeto e cumprido um
importante papel de responsabi-
lidade social ao empregar esses
jovens.
jair meneguelli é presidente do conselho nacional do sesi
Mas sabemos que podemos fa-
zer mais. Temos a oportunidade de
trabalhar com um público jovem,
com pessoas preocupadas com o
desperdício, em mudar conceitos,
interessadas no consumo conscien-
te. Pensando assim, o Conselho
Nacional do SESI atuará também
no campo da proteção ambiental.
O ponto de partida será apoiar o
programa Produtor de Águas, da
Agência Nacional de Águas (ANA),
que visa à melhoria da qualidade
da água e ao aumento das vazões
médias dos rios em bacias hidro-
gráficas de importância estratégica
para o país. Para a primeira etapa
do trabalho – que é a recuperação
da Bacia do Pipiripau, no DF – o
SESI fará a doação de 50 mil mudas
nativas do Cerrado. O objetivo é a
recomposição florestal da bacia,
que é a principal responsável pelo
abastecimento de água das cidades
de Planaltina e Sobradinho.
O nosso próximo passo é ana-
lisar a realização de iniciativas
sustentáveis dentro dos projetos
Cozinha Brasil e ViraVida. Espera-
mos, dentro de um curto período,
desenvolver projetos que envol-
vam a sustentabilidade ambien-
tal em todo o país. Estamos em
congruência com os objetivos da
Rio+20, renovando o compromis-
so político com o desenvolvimento
sustentável. A Conferência deve-
rá estabelecer também uma nova
agenda sobre o tema para as pró-
ximas décadas, além de debater
“a economia verde no contexto do
desenvolvimento sustentável e da
erradicação da pobreza” e a “es-
trutura institucional do desenvol-
vimento sustentável”. [bi]
livros
leitura&entretenimento
100 anos de carlos drummondEm homenagem aos 100 anos de Carlos
Drummond de Andrade (1902-1987), um
dos grandes nomes da poesia do século
XX, a Companhia das Letras lança coleção
de quatro obras, que reúnem depoimentos
líricos, lúcidos e poderosos sobre o amor,
a política, os costumes, a família, a
memória e o Brasil. Clássicos como Claro
enigma, Contos de aprendiz e Fala,
amendoeira estarão à disposição dos
leitores com um projeto gráfico totalmente
moderno.
as aventuras de Pirulão e catarinaAs Rimas de Catarina é um espetáculo infanto-juvenil que
recorre às técnicas do teatro de animação para contar uma
divertida história que se passa no mundo do faz de conta.
A narrativa apresenta a aventura do saltimbanco Pirulão,
que nas suas andanças em busca de alimento conhece a
meiga pasteleira Catarina, uma linda jovem que trabalha
noite e dia fazendo doces e salgados para o seu cruel
patrão Leopoldo vender no Chapadão. A moça sonha em
ganhar o mundo, mas está presa a Leopoldo por um
contrato que a impede de partir.
os próximos 100 anosOnde e por que futuras guerras
acontecerão? A fim de responder a esta
questão, o fundador da Strategic
Forecasting (Stratfor), maior agência de
estratégia e inteligência do mundo, George
Friedman mapeia o cenário histórico dos
padrões geopolíticos contemporâneos.
Além disso, identifica quais países
ganharão e perderão poder político e
econômico, de modo a apontar como as
novas tendências culturais e tecnológicas
irão transformar o modo de vida.
Claro EnigmaCarlos drummond de andrade, Companhia das letras144 p.R$ 29R$ 19,50 (e-book)
George Friedman,Best Business308p.R$ 49,90
DANILO CANGUçU/DIVULGAçãO
ALESSANDRA NOVHAIS/DIVULGAçãO
nelson rodrigues em sete cenasBaseada na obra A vida como ela é, de Nelson Rodrigues,
Atire a Primeira Pedra é uma divertida comédia musical
que apresenta o universo rodrigueano em sete cenas. O
texto tem adaptação de Cleise Mendes e Fernando Santana
e apresenta mulheres que explodem seus desejos
reprimidos e fazem valer sua vontade, vivendo o ônus e o
bônus destas escolhas. A direção do espetáculo é de Luiz
Marfuz. Atire a Primeira Pedra estreou em novembro de
2008 e desde então a peça já foi assistida por um público de
mais de 5 mil pessoas.
não perca Teatro SESI, sáb. e dom., às 20 horas, até 27.5, R$ 30 e R$ 15 (meia). Gratuito para industriários e dependentes. Informações: (71) 3616-7060
não perca Teatro SESI, sáb. e dom., às 16 horas, até 27.5, R$ 20 e R$ 10 (meia). Gratuito para industriários e dependentes. Informações: (71) 3616-7060
teatro
3� Bahia Indústria
Os Próximos 100 anos – Uma previsão para o século XXI
Bahia Indústria 35
3� Bahia Indústria