Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

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ISSN 1679-2645 FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA SISTEMA FIEB ANO XVII Nº 216 OUTUBRO/NOVEMBRO 2011 Bahia Cursos superiores do SENAI Bahia obtêm avaliação máxima de Ministério Qualidade reconhecida pelo MEC

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A edição outubro/novembro traz como destaque o reconhecimento com nota máxima, pelo MEC, de cursos superiores do SENAI Bahia. Podem ser conferidos também temas como a defesa na lei das PPP e a visita de comitiva japonesa ao Brasil para discutir parcerias entre os países.

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ISSN 1679-2645

Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB aNo XVII Nº 216 outuBro/NoVemBro 2011

Bahia

Cursos superiores do SENAI Bahia obtêm avaliação máxima de Ministério

Qualidade reconhecida

pelo MEC

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� Bahia Indústria

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MEC dá nota cinco a cursos do SENAI BahiaEm solenidade na qual lançou o Pronatec, em Brasília, a presidente

Dilma Rousseff elogiou a qualidade do Serviço Nacional de Apren-

dizagem Industrial (SENAI), destacando seu papel estratégico na

formação de mão de obra qualificada em todo o país. Foi justamente

esse trabalho, executado com qualidade há mais de seis décadas,

que serviu de inspiração ao governo federal ao implantar o progra-

ma, cuja ambiciosa meta é superar um importante gargalo na com-

petitividade da indústria brasileira, a escassez de trabalhadores em

áreas técnicas.

O depoimento da presidente não chega a surpreender. Afinal,

nos últimos anos o SENAI tem colecionado boas notícias. O Depar-

tamento Regional da Bahia, por exemplo, acaba de receber um im-

portante reconhecimento: quatro de seus cursos conseguiram nota

máxima do Ministério da Educação (MEC). São os Cursos Superiores

de Tecnologia (CST) nas áreas de Polímeros, Tecnologia da Gestão

da Produção Industrial, Inspeção de Equipamentos e de Soldagem e

Processos Gerenciais. Os quatro obtiveram nota cinco.

Dentre os aspectos avaliados pelo MEC e que justificam o exce-

lente resultado podem ser citados o corpo docente da unidade SE-

NAI Cimatec, responsável pelos cursos, atualmente formado por 106

professores, dos quais 33 doutores, 46 mestres e 27 especialistas;

sua infraestrutura, que inclui 56 laboratórios; e o projeto pedagógi-

co, com a matriz curricular considerada adequada pelo MEC.

Alguns dos cursos oferecidos pelo SENAI são tão inéditos que di-

ficultam o julgamento do MEC. É o caso, por exemplo, do CST de Ins-

peção de Equipamentos e de Soldagem, oferecido desde 2005 pelo

SENAI Bahia, mas que somente no último mês de agosto foi avaliado

com nota máxima. É que existe no país um número tão pequeno de

profissionais especializados na área que o ministério demorou a en-

contrar especialistas para a tarefa.

Com a avaliação positiva, os quatro cursos vão constar do Catálogo

Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia do MEC, o que facilitará

o trabalho das empresas de encontrar e contratar profissionais qua-

lificados. Cabe destacar que todos os cursos, incluindo básicos, de

graduação e de pós-graduação são formatados pelo SENAI Bahia com

estrita aderência às demandas de mão de obra do setor industrial.

Essa característica e mais a qualidade os tornam diferenciados

no mercado da qualificação profissional.

EDITORIAL

Avaliação máxima do MEC para os quatro cursos do Senai Bahia comprova a qualidade alcançada pela unidade do Sistema Fieb

Conteúdos didáticos voltados

para aspectos práticos

caracterizam os Cursos

joão A

lvArEz

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� Bahia Indústria

SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação

e tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia,[email protected] / Sindicato da

indúStria do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de

ÓleoS VegetaiS e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da

cerVeja e de BeBidaS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão,

PaSta de madeira Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúS-

triaS do trigo, milho, mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

da indúStria de mineração de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conS-

trução do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS

no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do

eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] /

Sindicato daS indúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro

de FreitaS, camaçari, diaS d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS

indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de PaniFicação e conFeitaria

da cidade do SalVador, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS Sintéti-

caS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da

indúStria de mineração de Pedra Britada do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS Quími-

coS Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de

mÁrmoreS, granitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS,

SorVeteS, SucoS, concentradoS e lioFilizadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS

e deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria

de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de

conStrução ciVil de itaBuna e ilhéuS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindica-

to daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e

itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira de Santana,

[email protected] / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de

coSméticoS e de PerFumaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de PlÁSticoS,

BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS hoSPitalareS, [email protected]

fiEBPresidente josé de Freitas Mascarenhas. 1º ViCe-

Presidente: victor Fernando ollero ventin. ViCe-

Presidentes Carlos Gilberto Cavalcante Farias;

Emmanuel Silva Maluf; reinaldo Dantas Sampaio;

vicente Mário visco Mattos. diretores titulares Alberto Cânovas ruiz; Antonio ricardo Alvarez Al-

ban; André régis Andrade; Carlos Henrique jorge

Gantois; Claudio Murilo Micheli Xavier; Eduardo Ca-

tharino Gordilho; josair Santos Bastos; leovegildo

oliveira De Souza; luiz Antonio de oliveira; Manuel

ventin ventin; Maria Eunice de Souza Habibe; re-

ginaldo rossi; Sérgio Pedreira de oliveira Souza;

Wilson Galvão Andrade. diretores suPlentes Adal-

berto de Souza Coelho; Alexi Pelagio Gonçalves

Portela júnior; Carlos Alberto Matos vieira lima;

juan josé rosário lorenzo; Marcos Galindo Pereira

lopes; Mário Augusto rocha Pithon; Noêmia Pinto

de Almeida Daltro; Paulo josé Cintra Santos; ricar-

do de Agostini lagoeiro

conSElhoSConselho de eConomia e desenVolVimento in-

dustrial Antônio Sérgio Alípio; Conselho Para

o desenVolVimento emPresarial estratégiCo Clóvis Torres júnior; Conselho de assuntos Fis-

Cais e tributários Cláudio Murilo Micheli Xavier; Conselho de ComérCio exterior reinaldo Dantas

Sampaio; Conselho da miCro e Pequena emPresa

industrial Carlos Henrique jorge Gantois; Con-

selho de inFraestrutura Marcos Galindo Pereira

lopes; Conselho de meio ambiente Irundi Sam-

paio Edelweiss; Comitê de Petróleo e gás Edu-

ardo rappel; Conselho de inoVação e teCnologia josé luís Gonçalves de Almeida; Conselho de

resPonsabilidade soCial emPresarial Marconi

Andraos oliveira; Conselho de relações traba-

Editada pela Superintendência

de Comunicação Institucional

do Sistema Fieb

Conselho editorial Irundi Ede-

lweiss, Maurício Castro, Cleber

Borges e Mônica Mello. editor

Cleber Borges. estagiário Fábio

Araujo. Projeto gráFiCo e dia-

gramação Ana Clélia rebouças.

ilustração Gentil. inFograFia Bamboo Editora. tratamento de

imagem Marcelo Campos.

imPressão Stilo Gráfica e Editora Federação das indÚstrias

do estado da bahiarua Edístio Pondé, 342 –

Stiep, CEP.: 41770-395 / Fone: 71

3343-1280 /

www.f ieb.org.br/bahia_ indus-

tria_online

As opiniões contidas em artigos

assinados não refletem necessa-

riamente o pensamento da FIEB.

Filiada à

Bahialhistas Homero ruben rocha Arandas; Comitê de

Portos reinaldo Dantas Sampaio

ciEBdiretor-Presidente josé de Freitas Mascarenhas.

ViCe-Presidentes josé Carlos Boulhosa Baqueiro;

Irundi Sampaio Edelweiss; Marco Aurélio luiz

Martins. diretores titulares Carlos Antônio Bor-

ges Cohim Silva; Clovis Torres junior; Fernando

Elias Salamoni Cassis; joão de Teive e Argollo;

luís Fernando Galvão de Almeida; luiz Antunes

Athayde Andrade Nery; Marconi Andraos oliveira;

roberto Fiamenghi; rogelio Golfarb; ronaldo Mar-

quez Alcântara; diretores suPlentes Davidson de

Magalhães Santos; Erwin reis Coelho de Araujo;

Givaldo Alves Sobrinho; Heitor Morais lima; jor-

ge robledo de oliveira Chiachio; josé luiz Poças

leitão Filho; Mauricio lassmann diretor regional

oeste Pedro ovídio Tassi

SESi

Presidente do Conselho e diretor regional josé

de Freitas Mascarenhas. suPerintendente josé Wagner Fernandes

SEnaiPresidente do Conselho josé de Freitas Masca-

renhas. diretor regional: leone Peter

iElPresidente do Conselho e diretor regional josé

de Freitas Mascarenhas. suPerintendente Arman-

do da Costa Neto

diretor exeCutiVo do sistema Fieb roberto de Miranda Musser

Para informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema Fieb, entre em contato

Unidades do Sistema Fieb

sesi – serViço soCial da indÚstria

sede: 3343-1301@Educação de Jovens e Adultos – RMS - (71) 3343-1429 @Responsabilidade Social - (71) 3343-1490@Camaçari – (71) 3205 1801 / 3205 1805@Candeias - (71) 3601-2013 / 3601-1513@Itapagipe - (71) 3254-9930@Itaigara - (71) 3444-4250 / 4251 / 4253@Lucaia - (71) 3205-1801@Piatã - (71) 3503 7401@Retiro - (71) 3234 8200 / 3234 8221@Rio Vermelho - (71) 3616 7080 / 3616 7081@Simões Filho - (71) 3296-9300 / 3296-9330@Eunápolis - (73) 8822-1125@Feira de Santana - (75) 3602 9762@Sul - (73) 3639 9331 / 3639 9326@Jequié - (73) 3526-5518@Norte - (74) 2102-7114 / 2102 7133@Valença- (75) 3641 3040@Sudoeste - (77) 3422-2939

senai – serViço naCional de aPrendizagem industrial

sede- 71 3343-1351@Cimatec - (71) 3462-9500@Dendezeiros - (71) 3310-9900 @Cetind - (71) 3287-8200@Feira de Santana - (73)3639-9302 @Ilhéus - (73) 3639-9302 @Luís Eduardo Magalhães - (77) 3628-5609@Barreiras - (77) 3612-2188

iel – instituto euValdo lodi

sede - 71 3343-1384/1328/1256@Barreiras -77 3611-6136@Camaçari – 71 3621- 0774@Eunápolis - 73 3281- 7954@Feira de Santana - 75 3229- 9150@Ilhéus – 73 3639-1720@Itabuna – 3613-5805@Jacobina - 74 3621-3502@Juazeiro -74 3611-0155@Teixeira de Freitas -733291-0621@Vitória da Conquista - 77 3424-2558

Cieb - Centro das indÚstrias do estado da bahia

sede - 71 3343-1214

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Pela primeira vez na Bahia, encontro

reuniu empresários japoneses e

brasileiros para discutir novas parcerias.

Executivos acreditam no fortalecimento

da relação entre os dois países

InvestIdores nIpônIcos reunIdos no BrasIl

FIEB e CNI

lançam site de

compras coletivas

para indústrias

baianas

compra coletIva

Retomada do horário de verão no estado

oferece benefícios econômicos e sociais.

A mobilização do Fórum Empresarial da

Bahia, presidido por Victor Ventin,

contribuiu para a decisão do governo

BahIa ganha maIs uma hora no dIa

Presidente da

FIEB defende

mudanças na lei

das PPP. Bahia já

utiliza modelo

maIs InvestImento

MEC reconhece

com nota máxima

os cursos da

Faculdade de

Tecnologia SENAI

Cimatec avaliados

QualIdade aprovada

suMáRIO OUT/NOV 2011

14

joão A

lvArEz

joão A

lvArEz

joão A

lvArEz

aluna no laboratório de logística do senai Cimatec. Foto de joão alvarez

3012

joão AlvArEz

16

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� Bahia Indústria

A Confederação Nacional da Indústria (CNI)

quer aumentar o limite de 3% da receita cor-

rente líquida dos estados e municípios para

aportes da União às parcerias Público-Pri-

vadas estaduais e municipais, as PPP, como medida

para ampliar os investimentos em infraestrutura. A

proposta foi apresentada no dia 4 de outubro pelo

presidente do Conselho de Infraestrutura da CNI e

Lei das PPP deve mudar para ampliar investimento

presidente da Federação das Indústrias do Estado da

Bahia (FIEB), José Mascarenhas, em seminário, em

Brasília, promovido pela Frente Parlamentar Mista

em Defesa da Infraestrutura Nacional.

O artigo 28 da lei das PPPs proíbe repasses do go-

verno federal às parcerias dos estados e municípios

cuja contratação exceder 3% da receita líquida cor-

rente, um dos fatores que, na visão de Mascarenhas,

impede a ampliação das PPP. Outros entraves às PPPs

citados por ele são a falta de um marco regulatório

e de uma área de inteligência do governo para atrair

investidores privados, a resistência de órgãos públi-

cos, que vêem na PPP mera privatização de serviços

públicos, e ainda má avaliação dos prazos para a re-

alização das obras.

“O país investe em torno de 2,5% do PIB, o Produto

Interno Bruto, em infraestrutura, enquanto a China

investe 7,3%, e a Índia, 5,6%, muito mais do que nós.

O desempenho ruim do Brasil começa na elaboração

de projetos. Precisamos montar no governo a mesma

estrutura que se montou na área de energia quando

houve o racionamento”, defendeu Mascarenhas. O

país investe cerca de R$ 73 bilhões anuais em infra-

estrutura, quando deveria aplicar no mínimo R$ 184

bilhões por ano, cerca de 5% do PIB, enfatizou.

Levantamento da CNI, apresentado por Mascare-

nhas no seminário, revela haver 17 projetos de PPPs

contratados pelos estados, no valor de R$ 7,4 bilhões,

e 21 em estudo. No governo federal há apenas sete

projetos, nenhum deles em execução, mas em fase de

licitação e análise.

Brasil investe 2,5% do PIB em infraestrutura, enquanto a China investe 7,3% e a Índia 5,6%

Para josé

mascarenhas,

projetos são

mal-elaborados

AGêNCIA CNI

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Bahia Indústria  �

Uma relação em que a iniciativa privada entra com

a capacidade de investir e com a competência geren-

cial, enquanto o setor público assegura a satisfação

do interesse público. Em linhas gerais, esta é a defi-

nição para uma PPP (Parceria Público-Privada), mo-

delo que surgiu na Inglaterra da primeira-ministra

Margareth Thatcher, na década de 80, e vem sendo

adotado em alguns países nos últimos anos.

No Brasil, a Lei 11.079/2004 instituiu a PPP, defi-

nindo-a como um contrato de concessão que pode ser

patrocinada ou administrativa. No primeiro modelo, a

concessão está relacionada à prestação de um serviço

público. Já o segundo modelo tem como característica

a disponibilização de um bem ou de um serviço, no

qual o usuário direto ou indireto é o Poder Público. Em

sete anos, o modelo avançou muito pouco no país, pois

há entraves ao desenvolvimento, segundo o estudo re-

alizado pela Confederação Nacional da Indústria.

“Falta pessoal qualificado, principalmente na área

da engenharia financeira, e falta planejamento para

a seleção dos projetos”, aponta o presidente da FIEB e

vice-presidente da CNI, José Mascarenhas.

Fundo de garantia Mascarenhas aponta ainda como entraves ao de-

senvolvimento das PPP no país os seguintes fatores:

receio das implicações na higidez das contas públi-

cas; avaliação inadequada sobre o tempo de realiza-

ção das obras; interesses corporativos enraizados no

privilégio das outras soluções; e visão ideológica que

suspeita da “privatização do serviço público”.

“A indústria brasileira precisa urgentemente au-

mentar a sua competitividade, mas a baixa qualidade

da infraestrutura é um obstáculo. As PPP constituem

a forma mais sofisticada de realização de um investi-

mento, pois exigem competência na sua montagem,

mas são uma alternativa concreta para aumentar os

investimentos na infraestrutura do Brasil”, explica

Mascarenhas. Para acelerar a utilização das PPP, o

economista Gesner Oliveira, da GO Associados, suge-

re que o modelo necessita de um fundo de garantia

para os aportes privados e da ampliação do limite de

3% da receita corrente líquida dos estados e municí-

pios para investimentos.

Na Bahia, um dos primeiros estados a utilizar o mo-

delo PPP, há três projetos em execução e um em estu-

do. No primeiro caso, o governo compartilha com a

iniciativa privada as PPP do emissário submarino de

Salvador, do Hospital do Subúrbio e da Arena Fonte

Nova. Em estudo, está a Plataforma Logística do São

Francisco, que visa dotar a região de Juazeiro de um

conjunto de equipamentos integrados no qual serão

desenvolvidas atividades relacionadas ao transporte,

à logística e à distribuição de mercadorias, tanto para

o mercado interno, como para outros países.

Recentemente, o governo do Estado anunciou o

resultado do Procedimento de Manifestação de In-

teresse do Sistema Viário Oeste, que compreende a

Ponte Salvador-Itaparica. Segundo anunciou o go-

verno, as obras de construção da ponte de 11,7 km

têm início em 2014. Nesse caso, a PPP será bancada

por um fundo imobiliário, que deve atrair investido-

res privados. Em contrapartida, eles terão o direito

de edificar e explorar empreendimentos em áreas da

Ilha de Itaparica. [bi]

Alternativa para infraestrutura

Bahia tem projetos em execução

a ênfase

no modal

rodoviário

piora quando

se mantêm

estradas mal-

conservadas

joão AlvArEz

Page 8: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

� Bahia Indústria

Criar um sistema com regras de

conduta ética confiável para a

sociedade facilita o dia a dia de

qualquer organização, especialmente

no relacionamento com seus colabora-

dores, parceiros, clientes, fornecedores

e mantenedores. Esse é um dos benefí-

cios aguardados do Código de Conduta

Ética do Sistema FIEB, lançado na sede

da organização no dia 17 de outubro. Na

abertura do evento, o presidente José de

Freitas Mascarenhas apresentou a publi-

cação e destacou o reforço que o material

trará para a proposta já posta em prática

de transparência das ações da FIEB, do

CIEB, SESI, SENAI e IEL.

José Mascarenhas ainda ressaltou

a questão dos valores que aprendemos

ao longo de nossas vidas, que nos dão

a noção de até onde podemos avançar

em nossa conduta em casa, na escola,

nas empresas, na sociedade. “Os limi-

tes, todos nós conhecemos. Os valores

éticos são indispensáveis nas interações

sociais; sem eles, nos tornamos antisso-

ciais, o que exige correção de conduta.

Somente uma instituição com valores

morais e éticos consegue sobreviver”,

disse.

No evento de lançamento do código, o

advogado especializado em Direito Em-

presarial e conselheiro do Instituto Ethos

de Empresas e Responsabilidade Social,

Joaquim Manhães, proferiu palestra so-

bre a Ética nas Organizações, quando

destacou o texto do Código de Conduta

Ética do Sistema FIEB como exemplar.

E lembrou que a publicação é um orga-

Sistema FIEB lança seu Código de Conduta ÉticaNovo sistema define com transparência regras de conduta no relacionamento com parceiros, clientes, fornecedores e colaboradores

nismo vivo, sujeito a modificações a partir do momento de sua

implantação. “Por mais completa que seja (a publicação), não

poderá cobrir todas as situações que podem ocorrer, o que exi-

girá melhorias constantes.”

No mesmo dia, foi entregue o primeiro exemplar do códi-

go ao diretor executivo do Sistema FIEB, Roberto Musser, e os

demais exemplares estão sendo entregues aos colaboradores

da organização até dezembro, em eventos de disseminação nas

unidades. Também foram empossados os membros (e suplen-

tes) do Comitê de Ética, que passarão a receber, tratar e enca-

minhar as questões de ética que cheguem de fora ou de dentro

do Sistema FIEB.

O Sistema de Ética já está disponível em formato PDF no

portal da organização (www.fieb.org.br/codigodeetica), onde

o visitante pode fazer sugestões, críticas ou buscar esclareci-

mento de dúvidas a respeito da conduta ética nas entidades

FIEB, CIEB, SESI, SENAI e IEL. [bi]

mascarenhas:

valores éticos são

indispensáveis

nas relações

sociais

FáBIo ArAujo

Page 9: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

circuito por cleBer Borges

Bahia Indústria �

“SE voCê FAz AlGo DE BoM E TuDo Dá CErTo, ACHo quE É HorA DE PENSAr EM ouTrA CoISA E TENTAr ADIvINHAr o quE vEM PElA FrENTE”

steve jobs (1955-2011), em entrevista datada de 2006, revelando a forma de pensar novas soluções, antecipando demandas.

internacionalização até 2015A Braskem pretende investir US$

4 bilhões em projetos de

internacionalização até 2015.

Conforme o jornal Valor apurou,

nesse prazo, a companhia passará

a produzir em outros países cerca

de 5 milhões de toneladas de

resinas termoplásticas. Se for

bem-sucedida, a Braskem será

uma das cinco maiores

petroquímicas do mundo. Hoje, a

empresa estaria ocupando a

oitava posição.

Crise leva Cni a reduzir previsão do PibO agravamento da crise

econômica internacional levou a

Confederação Nacional da

Indústria (CNI) a rever para baixo

o crescimento do PIB em 2011. A

previsão de crescimento caiu de

3,8%, na estimativa feita no

segundo trimestre, para 3,4%. Já

a produção industrial deve cair

um ponto percentual – de 3,2%

para 2,2%. A indústria de

transformação é o setor mais

afetado da economia, por três

fatores: a forte valorização

cambial registrada em grande

parte do ano; a fraca demanda

mundial por produtos

manufaturados, devido à crise

econômica; e dificuldades em

competir com os importados no

mercado interno. Tal quadro, diz

a entidade, faz com que a

expectativa de crescimento do

PIB da indústria de

transformação seja de 1,2% este

ano. A trajetória de

desaceleração do PIB deverá

reverter-se no início de 2012, pelo

aumento do consumo interno e

dos investimentos.

menos investimentos As expectativas de menor

crescimento da economia em 2011

atingem intensamente, também,

os investimentos. Segundo prevê a

Confederação Nacional da

Indústria, eles devem crescer 5,5%

este ano, contra uma estimativa de

8,5% feita no segundo trimestre. A

inflação deve ficar no limite

superior da meta de 6,5%, em 2011,

enquanto a taxa nominal de juros

será de 11% em dezembro, contra

12,5% na estimativa que a CNI

fizera em julho. A redução dos

juros, no entanto, não será

suficiente para reverter a

situação de desaceleração do

crédito. A contaminação da

economia brasileira pela piora do

cenário internacional pode levar

a uma menor demanda por

crédito, dada a maior aversão ao

risco, pontua a CNI.

bahia é oitava em investimentosDesses R$ 558 bilhões, R$ 19,6

bilhões estão previstos para a

Bahia, dos quais apenas 19% já

investidos. O estado fica na 8ª

posição no ranking dos estados

com mais investimentos do PAC.

Na frente estão, por ordem

decrescente: Rio de Janeiro (R$

89 bi); São Paulo (R$ 62 bi); Pará

(R$ 51 bi); Pernambuco (R$ 45 bi);

Maranhão (R$ 42 bi); Ceará (R$ 33

bi); Rondônia (R$ 30 bi). Algumas

obras de destaque: construção de

duas plataformas de petróleo (R$

660 milhões); estádio multiuso

Arena Fonte Nova (R$ 591

milhões); Perímetro de Irrigação

Salitre e Baixio do Irecê (R$ 1,568

bilhão) e a Ferrovia de Integração

Oeste-Leste (R$ 5,3 bilhões).

r$ 558 bilhões em infraestruturaAos poucos, as obras pensadas para melhorar a

infraestrutura do país começam a deixar o reino

das abstrações. Conforme levantamento do Anuário

Exame, das 50 maiores obras hoje em andamento

no mundo, 14 estão no Brasil. São exemplos a usina

hidrelétrica de Belo Monte e a Ferrovia Norte-Sul. O

país só fica atrás da China no quesito investimentos

em infraestrutura. Um total de 1010 obras de médio

e grande portes estão em andamento, orçadas em

R$ 558 bilhões.

Page 10: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

10 Bahia Indústria

sindicatos

HArolDo ABrANTES

menos taxa para o caféEmpresários do setor de café aguardam a adoção da Medida Provisó-

ria 545, prevista para entrar em vigor em 30 de novembro, que isenta a

tributação do Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para

o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) na comercialização dos

grãos crus. A medida prevê ainda a concessão do crédito presumido de

80% do crédito de 9,25% para o café adquirido nas operações do mer-

cado interno, viabilizando também a exportação dos grãos industria-

lizados. O presidente do Sindicato das Indústrias do Café do Estado da

Bahia, Antônio Roberto Rodrigues, aprovou a mobilização da FIEB para

que o texto da MP coincidisse com o sugerido pelos órgãos relacionados

aos setores do café.

Page 11: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

Bahia Indústria 11

Condições precárias de higiene

para o abate de animais e a comer-

cialização clandestina de carnes

sem a devida fiscalização dos ór-

gãos de inspeção tem sido tema

de discussão entre os empresários

que compõem o Sindicato da In-

dústria de Carnes e Derivados do

Estado da Bahia.

O Sincar vem sugerindo políti-

cas para combater o abate ilegal

de animais, prática recorrente no

estado da Bahia, com objetivo de

inibir a clandestinidade e comer-

cialização ilegal de carnes. Há re-

gistros que no estado existem 39

matadouros públicos municipais

sem inspeção e 30 inspecionados.

Para Júlio Farias, presidente do

Sincar, a omissão das prefeituras

municipais, principalmente do in-

terior do estado, que pela lei são

obrigadas a inspecionar por meio

reuniões itinerantes do sindileite

Empresários das indústrias

de leite do município de Feira de

Santana participam no mês de

novembro da reunião ordinária do

Sindicato das Indústrias de Leite e

Derivados do Estado da Bahia. O

encontro integra as reuniões itine-

rantes promovidas pelo Sindileite,

que tem por objetivo discutir os

assuntos referentes ao setor, apro-

ximando as indústrias do interior

do estado. De acordo com Paulo

Cintra, presidente do Sindileite,

a intenção é compactuar com o

Programa de Interiorização desen-

volvido pelo Sistema FIEB. As reu-

niões são realizadas nas unidades

do SENAI e já aconteceram nos

municípios de Vitória da Conquis-

ta e Itabuna.

sindcosmetic na Feira do empreendedor

O Sindicato das Indústrias de

Cosméticos e de Perfumaria do Es-

tado da Bahia marcou presença na

Feira do Empreendedor 2011. Esta

edição contou com a presença de

três indústrias locais que colo-

caram em exposição produções

baiana que integram o segundo

maior mercado de cosmético do

país. De acordo com Denise Se-

frin, presidente do Sindcosmetic,

a participação em feiras e rodadas

de negócios integra as ações do

Planejamento Estratégico do se-

tor, que, associados à capacitação

da direção e do corpo técnico, ade-

são aos Projetos de Exportação,

Produção mais Limpa e aos proje-

tos do Sebrae e do IEL/ Procompi,

contribuem para o fortalecimento

de seus associados, tornando-os

cada dez mais competitivos.

reeleição no sinduscon-baCarlos Alberto Vieira Lima irá comandar a direção do Sindicato das Indústrias da Cons-

trução Civil do Estado da Bahia por mais dois anos (2011-2013). A eleição, realizada dia 31 de

outubro na sede do Sinduscon-Bahia, definiu a nova diretoria do sindicato. A chapa única

intitulada Desenvolvimento com Competitividade, elegeu conselheiros, diretores fiscais e

delegados suplentes, representantes da FIEB. Carlos Henrique Passos é o vice-presidente.

Sincar no combate ao abate clandestino

luIz TITo/AG. A TArDE/SuCurSAl FEIrA DE SANTANA

da Vigilância Sanitária, agrava o

problema e compromete as indús-

trias que atendem às normas legais

para atuar. “No interior, o abate

clandestino compromete a susten-

tabilidade das empresas de carnes

formais, que atendem à legislação

e oferecem produtos de qualida-

de para a população”, comenta o

presidente do Sincar. Mesmo con-

siderando o Programa de Entre-

postos Frigoríficos, lançado pelo

Governo do Estado, um avanço na

estruturação das cadeias produti-

vas, as ações propostas pelo mes-

mo não solucionam os problemas

existentes. Para os empresários, a

solução efetiva está na fiscalização

do governo e conscientização da

sociedade sobre os problemas am-

bientais e de saúde causados pelo

consumo de carnes sem o devido

registro legal.

abate

clandestino

de animais é

prática comum

no interior do

estado

Page 12: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

1� Bahia Indústria

Mais tempo para lazer e negóciosFórum Empresarial da Bahia, formado por 20 entidades patronais, comemora a inclusão da Bahia no horário de verão

por Cleber borgesFoto joão alvarez

Qualidade de vida, produ-

tividade e alinhamento

da vida financeira em

relação aos grandes cen-

tros financeiros do Brasil são al-

guns dos benefícios que podem ser

proporcionados à sociedade com a

adesão da Bahia ao horário de ve-

rão. O horário especial começou no

último dia 16 de outubro e termina-

rá dia 26 de fevereiro.

Desde 2003 a Bahia estava fora

do horário de verão e a decisão do

governador Jaques Wagner de fa-

zer com que o estado aderisse a ele

foi comemorada pelo Fórum Em-

presarial da Bahia. A entidade foi

responsável pela campanha que

mobilizou a sociedade, mostrando

as vantagens de adiantar o relógio

em uma hora

Com o intuito demonstrar a im-

portância dessa medida, o Fórum

Empresarial da Bahia realizou

uma pesquisa com 800 pessoas em

Salvador, Região Metropolitana e

interior, sobre o impacto do adian-

da desconecção de horários, o descasamento das ope-

rações bancárias, dos programas em rede da imprensa

nacional e das escalas de vôos.

“Eu quero + 1 hora no meu dia” foi o mote da cam-

panha que apresentou os benefícios do horário de ve-

rão relatados na pesquisa. Dados expressaram com

bom humor o ganho que a população baiana teria com

a inclusão de mais uma hora para o lazer e a produ-

tividade. Segundo informações do site timeanddate

(www.timeanddate.com), o sol no verão nasce uma

hora antes em relação ao inverno.

Por exemplo, no dia 15 de julho de 2011, o sol nasceu

às 05h57min; em 15 de novembro de 2011, ele nascerá

às 04h57min. Ou seja: o sol surge até uma hora mais

cedo no verão. Como o relógio biológico tende a se

adaptar à luz solar, na prática as pessoas costumam

acordar mais cedo no verão. Esses números contradi-

zem a crença de alguns de que, no horário de verão,

“se acorda no escuro”.

Outro aspecto importante desmente o ponto de

vista de que o horário de verão afeta a segurança.

tamento do horário no dia a dia

das pessoas. Para 49% dos entre-

vistados, o horário de verão pouco

influenciaria na rotina; 68% asso-

ciaram o maior tempo de claridade

à possibilidade de lazer; e 57% dos

entrevistados avaliaram positiva-

mente o alinhamento dos horários

bancários e atividades de turismo.

adeSÃo de 81% do PiBPresidente do Fórum Empresa-

rial e vice-presidente da Federação

das Indústrias do Estado da Bahia,

Victor Ventin destacou que foi um

desafio estimular a percepção po-

sitiva da sociedade sobre a mu-

dança. “A Bahia não podia ficar de

fora. Um fato importante a ser con-

siderado é que estados que repre-

sentam 81% do PIB brasileiro (das

regiões Sudeste, Sul e Centro-Oes-

te) seguem o horário de Brasília,

que participa do horário de verão, o

que reflete diretamente nas transa-

ções financeiras e comerciais”. Ele

destaca como exemplos negativos

Page 13: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

Bahia Indústria  13

ao aproveitar a

maior claridade

dos dias de

verão, pessoas

ganham em

qualidade

de vida

Pesquisa realizada pela Prefei-

tura de Lauro em Freitas, entre

2006 e 2010, mostra que 50% dos

entrevistados se sentiam “muito

ou totalmente inseguros” quando

andam sozinhos após o anoitecer,

enquanto apenas 28% demonstra-

ram a mesma sensação ao andar

sozinhos no início do dia.

Além disso, na análise das

ocorrências policiais com uso de

violência, a pesquisa constatou

que 27% ocorrem entre 16 horas

e 20 horas, enquanto que apenas

9% foram registradas entre 4 ho-

ras e 8 horas. Portanto, para cada

ocorrência policial no início do

dia, foram registradas três ao final

do dia. Logo, o horário de verão

contribui para aumentar a segu-

rança do trabalhador.

agradeCiMentoApós conhecer a decisão de

incluir a Bahia no novo horário,

o Fórum Empresarial da Bahia,

entidade que congrega 20 enti-

dades representativas dos vários

segmentos da economia estadual,

parabenizou Jaques Wagner pela

decisão.

“Estamos absolutamente cer-

tos de que ganha a sociedade,

com o aumento do emprego e

por dispor de mais horas para o

lazer e o convívio familiar. Mas

ganham também o comércio, o

turismo e o próprio setor público,

com o aumento da arrecadação”.

Para o fórum, o governador do es-

tado deu “uma demonstração de

equilíbrio e de respeito aos inte-

resses da sociedade.”

Uma semana a maisO horário de verão, que começou

em 16 de outubro (um domingo),

vai terminar uma semana mais

tarde no ano que vem. Isso por-

que na data prevista para o fim do

horário, o terceiro domingo de fe-

vereiro, será feriado de Carnaval.

De acordo com o decreto que insti-

tuiu o horário de verão, quando há

coincidência entre o dia previsto

para o término da hora de verão

e o domingo de Carnaval, o en-

cerramento deve ser no domingo

seguinte, que cairá no dia 26 de fe-

vereiro. O objetivo é evitar que, em

meio a um feriado, a população

acabe se esquecendo de ajustar os

relógios.

“O pessoal estará em festa e

uma mudança de horário teria

reflexo negativo”, explicou o se-

cretário de Energia Elétrica do

Ministério de Minas e Energia, Il-

do Grüdtner. Segundo ele, a previ-

são do governo é que haja no país

uma redução entre 4,5% e 5% da

demanda de energia no horário de

pico, entre o fim da tarde e o iní-

cio da noite, semelhante ao que foi

registrado no ano passado (4,4%).

A redução total de consumo deve

ficar em torno de 0,5%.

O horário de verão é adotado

todos os anos nesta época por

causa do aumento na demanda

de energia, motivado pelo calor

e pelo crescimento da produção

industrial às vésperas do Natal.

No verão, os dias são mais longos

por causa da posição da Terra em

relação ao sol e a luminosidade

natural pode ser mais bem apro-

veitada, adiantando a rotina das

cidades em uma hora. [bi]

Page 14: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

1� Bahia Indústria

joão AlvArEz

Clube Indústria de Benefícios estadual é lançado na BahiaIniciativa da Confederação Nacional da Indústria e do Sistema FIEB, site trará uma economia estimada em r$ 1,2 bilhão para a indústria

A Federação das Indústrias do Estado da Bahia

(FIEB) e a Confederação Nacional da Indústria

(CNI) lançaram, no dia 18 de outubro, a primei-

ra página estadual do Clube Indústria de Benefícios,

com conteúdo exclusivo voltado para as indústrias

baianas.

A página da Bahia (www.clubeindustria.com.

br/ba), entrou no ambiente virtual já com o apoio da

Agência de Fomento do Estado da Bahia-Desenbahia

e com muitos outros parceiros, como o Walmart. Mais

de 60 empresas estão em negociação com a CNI e

FIEB para serem anunciantes do site

Primeiro portal de negócios e relacionamento vol-

tado para a indústria brasileira, o Clube Indústria de

Benefícios funciona no modelo conhecido como B2B

(business to business), que põe em contato fornece-

dores e indústrias, e tem como objetivo reduzir cus-

tos na aquisição de produtos e serviços para as mais

de 600 mil empresas industriais instaladas no país,

principalmente micro e pequenas.

“Nossa projeção é que, se 20% das nossas in-

dústrias (120 mil) conseguirem uma redução mé-

dia de R$10 mil ao logo de ano, o Clube irá gerar

uma economia de R$1,2 bilhões ao segmento. Na

Bahia, acreditamos que esta economia poderá ser

de R$ 10 a 40 milhões”, explica o coordenador do

Clube Indústria da CNI, Uirá Menezes. “Esta é uma

grande oportunidade, especialmente para micro e

pequenas empresas, de obter benefícios junto aos

fornecedores, o que pode contribuir bastante para

a competitividade da indústria da Bahia”, afirmou

o Superintendente de Relações Institucionais da

FIEB, Emmanuel Lacerda.

Quando a indústria acessa o portal, encontra diver-

sos anúncios de ofertas, inclusive por categorias. Ao

encontrar um anúncio de seu interesse e clicar nele,

será informada do beneficio oferecido e das regras de

aquisição. Após confirmar que aceita as condições, a

empresa terá acesso ao cupom que informa o contato

do fornecedor e o passo necessário para a compra, que

é feita diretamente com o fornecedor. Para utilizar o

portal, basta se cadastrar de forma simples e rápida.

Em âmbito nacional, o site reúne ofertas de empre-

sas de grande porte, como Amil, Totvs, Ticket, Unidas

Aluguel de Carros, Serasa Experian, Dell Computa-

dores. A página estadual também vai funcionar como

ponte entre grandes empresas e as cerca de 23 mil in-

dústrias baianas. [bi]

emmanuel

lacerda e uirá

menezes no

lançamento do

novo site

Page 15: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

Bahia Indústria  15

HArolDo ABrANTES

Reintegrar jovens entre 16 e 21 anos à sociedade,

por meio de aprendizado e empregabilidade, é

o propósito do projeto ViraVida, que formou em

setembro a primeira turma na Bahia, composta por

36 jovens. Formados no curso de auxiliar administra-

tivo, eles viviam em risco social e hoje trabalham em

médias e grandes empresas, por meio de programas

como o Jovem Aprendiz. O ViraVira, criado pelo Con-

selho Nacional do SESI, já matriculou 190 jovens na

Bahia e mais de 1,8 mil no país.

A formanda T.H.S., 18 anos, vê o ViraVida como

um impulso para seu futuro profissional. “O SESI me

ajudou a subir os primeiros degraus, me capacitando

para a vida lá fora. A partir daqui será por minha con-

ta, mas sei que estou no caminho certo.”, disse a jo-

vem. Na ocasião, foi realizada também a terceira aula

inaugural do projeto, voltada para 55 novos alunos. O

novo aluno, J.M., de 16 anos, afirma que vai se dedi-

car ao curso, pois sua vontade é a de se formar, como

os colegas, e começar a vida profissional.

“Mais que ações pontuais, nosso objetivo é formar

uma rede do bem. Em três anos de projeto, nós não

recebemos um não sequer das empresas que procu-

ramos. Todas estavam dispostas a apoiar os jovens

talentos”, disse Jair Meneguelli, presidente do Conse-

lho Nacional do SESI e idealizador do ViraVida. Ele

ressaltou que aquele momento representa uma virada

na vida de todos os envolvidos no projeto.

O Programa do SESI é realizado em parceria com

instituições do Sistema S, incluindo Senai, Sesc, Se-

nac, Sebrae, Sescoop e Sest/Senat. O programa Vira-

Vida busca promover a elevação da auto-estima dos

adolescentes, para que desvendem o próprio poten-

cial e conquistem autonomia. Os jovens são acompa-

nhados em tempo integral, recebem bolsa de R$ 500,

alimentação e transporte, além de encaminhamentos

para consultas médicas, psicológicas e para emissão

de documentos. [bi]

viravida forma primeira turma de jovens na BahiaProjeto leva adolescentes a explorar o próprio potencial e a conquistar autonomia, com a inserção no mercado de trabalho

jair meneguelli, presidente do Conselho nacional do

sesi e idealizador do projeto, considera o momento

como uma virada na vida de todos

Page 16: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

1� Bahia Indústria

ualidade de ensino reconhecida

com nota máxima pelo Ministério

da Educação. Essa é a situação de

quatro cursos superiores de tec-

nologia (CST) ministrados nas Fa-

culdades de Tecnologia SENAI. Os

cursos de Polímeros, Tecnologia

em Gestão da Produção Industrial, Processos Geren-

ciais e Inspeção de Equipamentos e de Soldagem ob-

tiveram nota cinco na avaliação de reconhecimento

do ministério.

Os resultados foram publicados no sistema e-MEC,

ferramenta que permite que as instituições de ensino

superior acompanhem a tramitação do processo de

avaliação. A instituição de ensino aguarda a publi-

cação do resultado no Diário Oficial da União (DOU),

ainda sem data definida. “Foi importante para acenar

ao mercado que o ensino superior do SENAI-BA vai

manter o mesmo padrão de qualidade internacional-

mente reconhecido da educação profissional”, avalia

o diretor regional do SENAI-BA, Leone Peter.

Entre os pontos analisados na avaliação do ministé-

rio, foi observado o corpo docente da instituição, atual-

mente formado por 106 professores, sendo 33 doutores,

46 mestres e 27 especialistas. A análise também ob-

servou o projeto pedagógico dos cursos, como a matriz

curricular e o perfil do egresso, além da infraestrutura

da faculdade, que conta com 56 laboratórios.

no CatálogoO primeiro curso a obter nota cinco do MEC foi o

CST de Inspeção de Equipamentos e de Soldagem,

pioneiro no Brasil. E foi justamente por isso que, ape-

sar de fazer parte da primeira leva de cursos ofere-

cida pela Faculdade de Tecnologia SENAI Cimatec,

em 2005, o CST demorou para ser reconhecido pelo

MEC. Somente em agosto deste ano ele foi avaliado

com nota máxima. “Como temos no país poucos pro-

fissionais especializados nessa área, foi muito difícil

encontrar um professor para fazer a avaliação do cur-

so”, pontua Tarso Nogueira, coordenador de gradua-

ção da Faculdade de Tecnologia SENAI Cimatec.

Agora, depois da avaliação, o curso vai passar a

constar no Catálogo Nacional de Cursos Superiores

Notamáxima

quatro cursos da Faculdade de Tecnologia SENAI Cimatec obtiveram nota 5 na avaliação de reconhecimento do Ministério da Educação

por Marta brito erhardtFotos joão alvarez

Page 17: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

Bahia Indústria  1�

estudante manipula material em

laboratório do curso de polímeros

Page 18: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

1� Bahia Indústria

de Tecnologia, uma publicação do MEC. “Espero que

com o reconhecimento, as empresas abram mais va-

gas para os profissionais vindos de cursos de gradu-

ação tecnológica”, afirma Jucimar Setúbal, aluno do

quarto semestre.

Incentivado pelo pai, que é industriário, o estu-

dante já fazia curso técnico. Sabendo da demanda do

mercado por esse tipo de profissional, apostou no cur-

so superior e foi recompensado: desde maio deste ano

Jucimar foi contratado para atuar na área, em uma

empresa de planejamento e montagem industrial. O

jovem confessa que não esperava ser contratado ra-

pidamente e acredita que fazer um curso superior foi

um diferencial. “A graduação tecnológica é focada na

área e agrega mais conhecimento que o curso técni-

co”, defende.

O conhecimento aprofundado é uma vantagem

apontada também pelos professores. No curso de

Gestão da Produção Industrial, avaliado pelo MEC

em setembro, além do conhecimento da gestão da

produção, os alunos também aprendem a parte técni-

ca de áreas que são necessárias para a produção, co-

mo polímeros, soldagem e automação, por exemplo.

“Nossos alunos conhecem toda a cadeia de produção

e seus insumos. São profissionais completos”, avalia

Vivian Manuela Conceição, coordenadora do curso,

que teve início em 2009 e vai formar a primeira turma

no primeiro semestre do ano que vem.

Aluno do sexto semestre, o estudante Edésio Fer-

reira verificou na prática a importância do curso.

Trabalhando há seis anos e meio na indústria, ele

percebeu a demanda do setor produtivo por profissio-

nais desta área. Com a experiência de mercado, optou

por fazer parte da primeira turma. Para isso, avaliou

a grade curricular, que considerou bem estruturada.

“Nós temos uma formação acadêmica rápida, mas

com conhecimento técnico mais aprofundado do que

os cursos normais de engenharia”, destaca, acrescen-

tando que este é um fator que pode auxiliar os estu-

dantes a entrar no mercado de trabalho mais rápido.

uMa VitÓriaQuem também apostou em uma graduação do

SENAI foi Gisele Silva. Recém-formada no curso de

Polímeros, a jovem fazia curso técnico no SENAI-BA

quando a graduação em Polímeros surgiu. Ela sabia

que o setor estava em crescimento e, ciente da credi-

bilidade da entidade, resolveu inscrever-se na pri-

meira turma do curso.

Hoje, a jovem avalia que fez a es-

colha correta. Desde que cursava o

terceiro semestre, ela passou a atu-

ar na área e, em 2009, foi contrata

por uma empresa de embalagens

de Camaçari, onde trabalha como

assistente de desenvolvimento de

produto. “O reconhecimento com

nota máxima mostra que valeu a

pena. É muito bom ter o reconheci-

mento do mercado e do MEC. Para a

gente é uma vitória”, comemora.

Profissionais como Gisele, for-

mados pelo CST em Polímeros, são

preparados para atender à indús-

tria de transformação de plástico,

como empresas do setor automoti-

vo, de brinquedos e de embalagens.

“O profissional já sai formado para

atender a essa demanda específica,

sem que seja necessário se espe-

cializar”, ressalta Zora Ionara dos

Santos, coordenadora do curso.

A professora destaca que os

alunos do CST cursam disciplinas

específicas voltadas para as neces-

sidades do mercado, como Proces-

sos de Transformação de Plástico,

onde aprendem sobre o processo

de extrusão de plásticos, e Reolo-

gia, em que estudam as proprieda-

des do plástico fundido.

Outra área de atuação apon-

tada pela coordenadora do curso

de Polímeros é a acadêmica, onde

atualmente 12 alunos trabalham.

Com bolsas de estudo da Financia-

dora de Estudos e Projetos (Finep),

os alunos são encaminhados para

a iniciação científica e atuam em

projetos desenvolvidos em parce-

ria com empresas.

Page 19: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

Bahia Indústria  1�

Entre os projetos desenvolvidos, destacam-se o

Aquaviário I e o Aquaviário II. O primeiro em parce-

ria com a Marinha Brasileira e o segundo com uma

empresa de beneficiamento de arroz situada no Rio

Grande do Sul. “Nos dois projetos trabalhamos no de-

senvolvimento de compósitos com fibras naturais. Ou

seja, misturamos ao polímero, resíduos como pó de

serra e casca de arroz, que seriam jogados no meio

ambiente”, explica Zora dos Santos.

A professora ressalta, ainda, que além de eco-

logicamente corretos, por usarem na composição

menos polímero, material que não é biodegradá-

vel, os projetos também barateiam os custos das

empresas.

HiStÓriCoOs recentes reconhecimentos pelo MEC, com nota

cinco, coroam o trabalho desenvolvido pelo SENAI

Bahia desde 2005, quando começaram as primeiras

turmas dos cursos de Mecatrônica, Inspeção de Equi-

pamentos e de Soldagem e Logística. Na época, depois

Professores

capazes e

instalações

adequadas

permitem ao

aluno bom

aproveitamento

Número de cursos será ampliado

Com inscrições abertas até o dia 25 de novembro,

o vestibular 2012 das Faculdades de Tecnologia do

SENAI traz duas novas opções de cursos: Eletrônica

Industrial e Sistemas Elétricos, duas sub-áreas da

Engenharia Elétrica. O curso de Sistemas Elétricos

é voltado para a área de potência, como por exem-

plo a geração, transmissão e distribuição de energia

elétrica. Já o de Eletrônica Industrial vai formar pro-

fissionais específicos para a área de microeletrôni-

ca, que vai desde projetos de placas eletrônicas até o

conhecimento sobre a fabricação de microchips.

O coordenador de graduação da Faculdade de

Tecnologia SENAI Cimatec, Tarso Nogueira, revela

que o curso de Tecnologia de Alimentos também se-

ria iniciado no primeiro semestre do ano que vem,

mas como sua autorização ainda não foi publicada

pelo Ministério da Educação no Diário Oficial da

União, o início deve ser adiado para o começo do

segundo semestre de 2012.

Para 2013, estão previstos mais quatro cursos:

bacharelados em Engenharia Elétrica, Engenharia

de Materiais, Engenharia de Automação e Controle

e Engenharia de Produção. Para 2014, o coordena-

dor levanta a possibilidade de lançar um curso de

Engenharia Automotiva. “A gente sempre vai ter

essa visão de acompanhar o que está acontecendo

no mercado, as novas demandas da indústria e, a

partir daí, vamos decidir por lançar novos cursos ou

não”, revela.

É justamente pelo contato próximo com a indús-

tria, que as Faculdades SENAI identificam o perfil

do profissional em falta no mercado. Como o SENAI-

BA presta serviços para o setor produtivo, como

ensaios, consultorias e cursos de outra natureza,

é possível identificar mais facilmente os vazios de

formação.

Quando uma possível demanda de curso é iden-

tificada, forma-se um Comitê Técnico Setorial com

representantes de diversos setores: especialistas

em educação, o futuro coordenador do curso, con-

vidados do setor produtivo, acadêmicos de outras

faculdades, representantes de sindicatos dos tra-

balhadores e patronais, além de representantes de

órgãos de classe.

Page 20: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

�0 Bahia Indústria

Um grande diferencial dos cursos

das Faculdades Senai de Tecnolo-

gia é o programa TheoPrax. Trata-

se de uma metodologia alemã de

trabalho em que o aluno atua com

demandas específicas da indústria.

O projeto dura um ano, dividido em

duas etapas: os primeiros seis me-

ses são dedicados ao planejamento

e à elaboração da proposta para as

empresas, e nos seis meses finais

os estudantes o executam.

Os projetos são desenvolvidos

por formandos, que visitam a em-

presa, analisam o problema e apre-

sentam uma proposta de solução.

“Ao final do curso, para ser aprova-

do, além de passar por uma banca

examinadora, o projeto precisa ser

validado pela empresa envolvida”,

explica Alexandre Ribeiro, que

coordenou a implantação do Theo-

prax no SENAI Cimatec.

A metodologia alemã foi desen-

volvida nos institutos Fraunhofer e

no Brasil é aplicada somente no SE-

NAI-Bahia. Uma equipe da Alema-

nha visitou o Cimatec em três mo-

mentos: para capacitar professores

e alunos, acompanhar os primeiros

projetos e para uma avaliação final

depois de concluídos.

O programa foi trazido para

de mais de 60 anos de experiência

em educação para a indústria, o

SENAI-BA decidiu investir no en-

sino superior. “A gente acreditava

que era preciso ter um ciclo com-

pleto de formação profissional e

que, desta forma, pudesse oferecer

uma solução mais completa para a

indústria”, explica Nogueira.

Outro fator que motivou o in-

gresso do SENAI-BA no ensino su-

perior foi a carência de profissio-

nais no mercado. Um dos motivos

para isso, apontado pelo coorde-

nador de graduação da Faculdade

SENAI Cimatec, é que a área de

engenharia perdeu status durante

a década de 80. “Poucos alunos do

ensino médio querem fazer cursos

nessa área e também há bastante

evasão durante o curso superior”,

esclarece.

Para atender a essa deman-

da, atualmente as Faculdades de

Tecnologia SENAI oferecem nove

cursos superiores de graduação

tecnológica e um bacharelado. Es-

te último, o curso de Engenharia

Mecânica, teve início no primeiro

semestre deste ano.

E para que a qualificação dos

profissionais seja completa, a atu-

ação das Faculdades de Tecnolo-

gia SENAI também se estende pa-

ra cursos de pós-graduação. São

oferecidos 19 cursos de pós-gradu-

ação Lato Sensu, entre MBA e es-

pecializações, com duração média

de 18 meses.

Além disso, são duas linhas

de pós-graduações Stricto Sensu:

mestrado em Gestão e Tecnologia

Industrial (PPG-Getec) e mestrado

e doutorado em Modelagem Com-

putacional e Tecnologia Industrial

(MCTI). As duas linhas de pesqui-

sa são credenciadas pela Coorde-

nação de Aperfeiçoamento de Pes-

soal de Nível Superior (Capes).

Metodologia alemã aproxima aluno e indústria

alunos em

curso no

laboratório

de logística

o Brasil em 2007 para projetos

pilotos, voltados para os cursos

técnicos do SENAI-BA. Em 2009,

foi estendido aos cursos de gradu-

ação, cujos projetos pilotos foram

concluídos no primeiro semes-

tre deste ano. No total, 15 foram

concluídos, seis deles de cursos

superiores.

Um dos trabalhos realizados

foi um protótipo de sistema que

compõe o ciclo de refrigeração

industrial, elaborado por cinco

estudantes do curso de Manuten-

ção Industrial para o SENAI-BA.

“Nosso projeto foi inovador por-

que a gente nacionalizou a tec-

nologia de chiller (máquina que

arrefece a temperatura da água)

por absorção de vapor utilizando

água mais brometo de lítio, que

já existia, mas só internacional-

mente”, ressalta Sheila de Alcân-

tara, uma das estudantes envol-

vidas no trabalho.

O programa é proveitoso para to-

dos os envolvidos. Com o TheoPrax,

as indústrias conseguem soluções

inovadoras para seus problemas

e, além disso, identificam novos

talentos. Já para os alunos, é um

atalho para entrar em contato com

o mercado de trabalho. [bi]

Page 21: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

Bahia Indústria  �1

A ideia foi iniciativa de duas alunas do curso de Aprendizagem Industrial em Alimentos do SENAI e foi adotada por empresa baiana

Empresa desenvolve panetonecom embalagem comestível

inovação foi

desenvolvida

no senai

dendezeiros

Imagine provar o tradicional pa-

netone de frutas cristalizadas

de todo Natal e, ao final, mor-

der um pedacinho da embalagem

do produto, com sabor menta.

Em um futuro próximo, é possí-

vel que os consumidores baianos

possam vivenciar experiências

gastronômicas como esta, graças

a um projeto aprovado no edital

SENAI SESI de Inovação 2011. O

projeto – que tem como objetivo

desenvolver embalagens comestí-

veis para produtos de panificação

– é resultado de uma combinação

de ideia inovadora, conhecimen-

to técnico e empreendedorismo

que integra indústria, estudantes

e pesquisadores do SENAI.

A história do projeto – que con-

tará com recursos de cerca de R$

660 mil – começou com a proposta

de duas alunas do curso de apren-

dizagem industrial em Alimentos

do SENAI. Com a orientação da

professora Luana Naponucena, Ra-

faela Martins e Taiza Araújo con-

quistaram o segundo lugar da Mos-

tra Inova SENAI 2010, competição

de projetos inovadores criados por

alunos. A ideia chamou a atenção

do coordenador do Núcleo de Pes-

quisa Aplicada do SENAI Dende-

zeiros, Silmar Nunes, que em mar-

ço deste ano comentou o assunto

com o empresário Natanael Bitten-

court, sócio da Panure Indústria e

Comércio de Massas Ltda, atual

explorada”, conta o pesquisador.

Com duração prevista de 20 me-

ses, o projeto prevê desde o levan-

tamento de informações bibliográ-

ficas para a definição de matérias

primas, equipamentos e processos

até a solicitação do privilégio de

registro de propriedade industrial

para a tecnologia a ser desenvolvi-

da. Enquanto isso, a Panure iniciou

testes de mercado, apresentando

aos clientes de estabelecimentos

de bairro uma versão caseira do

produto, que teve ótima receptivi-

dade. “Nossa meta é colocar o novo

panetone no mercado para o Natal

de 2012”, conta Natanael, que não

descarta também a parceria com

grandes indústrias para que a tec-

nologia possa ser adotada também

em outros produtos. [bi]

HArolDo ABrANTES

parceira do SENAI no projeto.

“Sou um apaixonado por pane-

tone e já tinha pensado em como

seria perfeito um com embalagem

comestível. Logo percebi que um

produto como este teria um poten-

cial comercial fantástico”, conta

Natanael. Além do panetone, a

embalagem comestível poderá

ser utilizada para acondicionar

muffins, pães, bolos e outros pro-

dutos alimentícios. “Vai ser um

produto inovador não só no Brasil,

mas internacionalmente”, acredi-

ta Silmar, lembrando que hoje na

literatura científica as pesquisas

sobre embalagens comestíveis se

concentram no ramo dos produtos

de origem vegetal, minimamente

processados. “Nos ramo da panifi-

cação, esta é uma área ainda pouco

Page 22: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

�� Bahia Indústria

Parceria. Esta foi a palavra

que permeou os debates

suscitados durante Sim-

pósio Academia-Empresa

para o Nordeste, realizado no dia

6, no auditório da FIEB. O evento,

promovido pela Academia Brasilei-

ra de Ciências, com apoio da Fede-

ração, da Academia de Ciências da

Bahia e da Fundação de Amparo à

Pesquisa do Estado (Fapesb), teve

como objetivo discutir a integração

da ciência com o setor produtivo.

Integração, chave para o

desenvolvimento

Simpósio realizado na FIEB discutiu os desafios da aproximação entre a academia e as empresas

por Carolina Mendonça

“O entrosamento dos cientistas

com as empresas é essencial para o

país e bom para as duas partes. O

Brasil precisa ser muito mais agres-

sivo para agregar tecnologia e ino-

vação a seus produtos”, defendeu

Jacob Palis, presidente da Acade-

mia Brasileira de Ciências.

O presidente da FIEB, José de

Freitas Mascarenhas, destacou

o empenho da organização para

promover na Bahia um ambiente

favorável ao desenvolvimento da

inovação. “Essa é a ferramenta es-

sencial para o desempenho mais

competitivo da indústria”, disse.

Mascarenhas enumerou as ações

desenvolvidas pela FIEB com fo-

co na integração entre a academia

e as empresas, como o Fórum de

Inovação, a criação de um núcleo

de inovação dentro do Instituto Eu-

valdo Lodi (IEL) e a elaboração de

um novo plano estratégico para o

SENAI-BA.

A necessidade de investir em

especialistas

destacaram

no simpósio a

necessidade

de integrar

empresa e

academia

lullI CASTro

Page 23: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

Bahia Indústria  �3

inovação, transformando conhecimento em aplica-

ção prática, foi a mensagem deixada pelo presidente

da Academia de Ciências da Bahia e ex-governador

do estado, Roberto Santos (leia o discurso completo no

Portal Fieb: www.fieb.org.br), que lembrou: “enquanto

a produção científica brasileira cresceu, colocando o

país em 13° lugar no mundo, ainda não passamos da

47ª posição na capacidade de inovar em matéria de Ci-

ência e Tecnologia”.

Mas como transformar a produção científica em

inovação? As empresas desempenham papel funda-

mental por meio de um trabalho conjunto que envolve

o projeto, investimentos e comercialização de novos

produtos e processos. Resultados desta parceria de

sucesso foram apresentados por empresários duran-

te o simpósio. O diretor industrial da Oxiteno, Flávio

Cavalcanti, contou que pesquisas desenvolvidas com

a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) pro-

duziram tensoativos menos agressivos às pessoas e ao

meio ambiente para xampus e detergentes.

Os representantes da indústria, porém, chamaram

a atenção para as dificuldades enfrentadas pelo setor

na aproximação com a academia. Burocracia na rea-

lização de convênios, divergências referentes à pro-

priedade intelectual e à exploração comercial, além

de conflitos na divulgação de resultados foram alguns

dos problemas apontados. “Os convênios com as uni-

versidades e instituições de pesquisa exigem equipes

especializadas para lidar com tantos formulários e do-

cumentos. Só as grandes empresas conseguem firmar

este tipo de parceria”, criticou o diretor industrial da

Oxiteno, Flávio Cavalcanti.

Outro fator que representa um entrave às empresas

que desejam investir em inovação foi citado pelo ge-

rente de tecnologia da Fibria, produtora de madeira,

celulose e papel. Fernando Bertolucci destacou que

parte do que se gasta com impostos e taxas poderia

ser utilizado em Pesquisa e Desenvolvimento. “Se não

tivéssemos tantos custos com estas taxas, o aporte em

inovação seria muito maior”, garantiu.

Ao apresentar o Plano Estratégico da Petrobras até

2020, o geólogo e assessor da Gerência Geral Bahia da

empresa, Nilson Cunha, assegurou que ainda não há

soluções para as demandas ao crescimento previsto

pela petrolífera. “Precisaremos de novos equipamen-

tos, peças e modos de fazer em toda a cadeia produtiva

para que este planejamento seja cumprido. Inovação

é uma questão de sobrevivência e a academia é parte

fundamental nesse processo”, afirmou Cunha.

Convidado do Simpósio, o presidente da Academia

Brasileira de Ciências, o matemático Jacob Palis de-

fendeu a aproximação entre indústria e produção

científica como essencial para o surgimento de gran-

des inovações.

por MôniCa Mello

bahia indústria – não obstante os avanços, o dis-

tanciamento entre academia e indústria persiste. Por

que?

jacob Palis – A ciência no Brasil toma força a partir da

II Guerra Mundial, ou seja, é muito jovem, recente. A

prioridade da primeira linha de cientistas foi tornar

mais sólida a comunidade científica. Tivemos suces-

so. Agora, está na hora de se juntar com o setor produ-

tivo e enfrentar o desafio de agregar valor aos nossos

produtos. Esse é o momento para a inovação.

bi - que ganhos podemos esperar da melhoria no

relacionamento entre universidade e empresa?

jP – Os ganhos serão enormes, a partir do momento

em que essa parceria se concretizar. Eu acho que é

importante para o pesquisador e é importante para

a indústria. Muitos desses pesquisadores não publi-

carão apenas trabalhos em revistas, mas também

servirão à sociedade de maneira importantíssima,

agregando conhecimento aos produtos nacionais. E

para a indústria será fundamental, porque ela cresce

e se internacionaliza com produtos de grande criati-

vidade. [bi]

Ciência deve ouvir as demandas da indústria

roberto santos

e jacob Palis

destacaram a

importância da

inovação na

sociedadelullI CASTro

Page 24: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

�� Bahia Indústria

sesi destaca-se em edital de inovaçãoNa edição 2011 do Edital de

Inovação, a Bahia obteve o

melhor resultado entre os

departamentos regionais do

SESI. Foram oito projetos

aprovados, um dos quais em

parceria com o

departamento regional do

SENAI, que obteve ainda

aprovação de outras duas

ideias inovadoras. Cada

projeto individual receberá

até R$ 300 mil, enquanto os

realizados em conjunto,

R$ 400 mil. Todos são

implementados em parceria

com indústrias e os recursos

podem ser aplicados na

compra de equipamentos,

contratação de terceiros,

despesas com viagens ou

em material de consumo.

jogos do sesi etapa estadual 2011A Etapa Estadual dos Jogos

do SESI 2011 foi realizada

entre os dias 28 e 30 de

outubro, no SESI Simões

Filho. Participaram 750

atletas de 70 empresas

industriais, concorrendo

em dez modalidades

diferentes. Os melhores

participarão da etapa

regional, que acontecerá

em novembro, em

Pernambuco. De lá sairão

os que irão competir na

etapa nacional, prevista

para 2012 em Goiás. A

competição tem como

objetivo estimular as

relações de trabalho e

contribuir para a qualidade

de vida dos trabalhadores.

José de Freitas Mascarenhas propôs flexibilidade nas regras para o licenciamento ambiental

MIGuEl âNGElo/AG. CNI

Cni diz que empresários precisam ser ouvidos“É necessário agir, falar, se fazer ouvido”, declarou o presidente da Confederação Nacional da

Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, ao pregar como essencial a participação dos

empresários nas decisões do Congresso Nacional e do governo. “Os empresários precisam

estar presentes em Brasília”, conclamou, no dia 26 de outubro, na abertura do 6º Encontro

Nacional da Indústria (Enai), em São Paulo. A CNI monitora, hoje, mais de 130 políticas

públicas e mais de 4.500 projetos de lei. “Foi difundida no Brasil a ideia de que o trabalho do

Congresso é produzir projetos e Brasília se tornou uma verdadeira fábrica de projetos de lei. O

problema vem do fato de que uma parte importante deles é puro combustível para a indústria

do Custo Brasil”, criticou.

regras Para liCenCiamento - José de Freitas Mascarenhas, presidente da FIEB e do

Conselho de Infraestrutura da CNI, propôs durante o 6º Encontro Nacional da Indústria, que o

governo determine novas regras de licenciamento ambiental em obras sem potencial de

poluição. A sugestão é que o governo permita que a obra seja tocada e, depois, faça a

fiscalização, desde que o previsto em contrato esteja sendo realizado.

estudos de impacto ambiental

Novidades referentes à legislação ambiental e os critérios para a elaboração de estudos e

relatórios nesta área foram abordados no Curso de Elaboração de Estudos de Impacto

Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima), oferecido pelo IEL Bahia por

meio do Projeto Aliança. O curso reuniu empresários e profissionais nos meses de

setembro e outubro e discutiu aspectos importantes para elaboração do estudo, a exemplo

da adequação do termo de referência, documentos necessários e exigências ambientais.

painel

Page 25: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

Bahia Indústria  �5

embaixador fala de colaboração bilateralO embaixador do Canadá,

Jamal Khokhar, esteve na

sede da FIEB, acompanhado

do comissário do escritório

comercial do governo

canadense no Nordeste,

TIM Hopkins. Khokhar foi

recebido, no dia 24 de

outubro, pelo vice-

presidente da Federação,

Reinaldo Sampaio, além do

superintendente de

Desenvolvimento

Industrial, João Marcelo

Alves, e da gerente do

Centro Internacional de

Negócios, Patrícia Orrico.

No encontro, foram

discutidas formas de

colaboração entre o país

norteamericano e a Bahia

em relação à transferência

de tecnologia e às

possibilidades de parcerias

comerciais.

FáBIo ArAujo

senai Feira reconhecido por práticas sustentáveis As boas práticas em prol da sustentabilidade ambiental do SENAI Feira de Santana foram

premiadas pela Câmara de Vereadores da cidade. No dia 23 de setembro, a unidade recebeu

daquela casa legislativa a Medalha de Meio Ambiente, um reconhecimento ao trabalho

desenvolvido pela equipe local. Entre as ações, iniciadas em abril deste ano, estão o

treinamento de multiplicadores do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para

funcionários e alunos, a implantação do Sistema de Gestão Integrada na unidade e a

realização da I Semana de Meio Ambiente.

Márcia Rocha destacou a importância de investir na economia de recursos naturais

Produções ecoeficientesMicro, pequenas e médias empresas baianas das cadeias da construção civil, automotiva e

petroquímica podem participar gratuitamente da 1ª etapa do Programa Indústria Ecoeficiente,

lançado pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL/BA) com objetivo de aumentar a competitividade e

oportunidades de mercado, tendo em vista a redução dos desperdícios e melhoria da

capacidade produtiva. O início das atividades foi anunciado por Fabiana Carvalho, gerente de

Inovação e Projetos Especiais do IEL Bahia, durante o Seminário Tecnologias Ecoeficientes,

realizado no auditório da FIEB. No seminário, foi apresentada a expertise da Modell

Hohenlohe, organização alemã que reúne empresas daquele país, de diversos segmentos, que

desenvolvem soluções eficientes e contribuem para a melhoria do meio ambiente e das

condições técnicas e econômicas de suas instalações. Segundo a gerente da organização,

Márcia Rocha, uma Rede de Inteligência prevê soluções integradas que geram eficiência

energética, gestão ambiental e economia de recursos. “O trabalho de associação com grupos

de trabalho das empresas associadas é o segredo do sucesso da organização”, concluiu.

O canadense Jamal Khokhar visitou a FIEB

joão AlvArEz

Page 26: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

�� Bahia Indústria

InDICADOREs Números da Indústria

Cai a atividade industrial na Bahiao fraco desempenho decorreu, principalmente, de quedas verificadas nos segmentos petroquímico, de refino de petróleo e da metalurgia básica

Em agosto, a taxa anuali-

zada da produção da in-

dústria de transformação

da Bahia apresentou que-

da de 3,9%, superando a redução

verificada em julho (-2,0%), reto-

mando a trajetória descendente

iniciada no último trimestre do

ano passado. Com isso, o estado

manteve-se em penúltimo lugar

no ranking dos 13 estados que par-

ticipam da PIMPF-R, acima ape-

nas do Ceará.

Tal resultado pode ser atribu-

ído à retração de cinco dos oito

segmentos pesquisados pelo IB-

GE: Produtos Químicos/ Petroquí-

micos (-12,2%), Metalurgia Básica

(-9,9%), Refino de Petróleo e Prod.

de Álcool (-3,1%), Celulose e Papel

(-2,9%) e Veículos Automotores

(1,2%). Por outro lado, os segmen-

tos de Alimentos e Bebidas (11,3%),

Minerais não-metálicos (7,2%) e

Borracha e Plástico (6,9%) apre-

sentaram resultados positivos.

Na comparação do acumulado

de janeiro a agosto de 2011 com

igual período do ano anterior, a

produção física da indústria de

transformação baiana registrou

queda de 4,5% (contra uma alta

de 1,3% da média nacional), refle-

tindo, principalmente, a interrup-

ção do fornecimento de energia

elétrica que atingiu o Nordeste no

início de fevereiro, com maior im-

pacto sobre o Polo Petroquímico

de Camaçari.

MaioreS QuedaSApresentaram resultados ne-

gativos quatro dos oito segmentos

pesquisados: Metalurgia Básica

(-13,4%, queda na produção de

Page 27: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

Bahia Indústria  ��

alumínio não ligado em formas

brutas, por conta do fechamento

da planta da Novelis, no final de

2010; e de ouro em barras), Pro-

dutos Químicos/Petroquímicos

(-11,4%, menor fabricação de eti-

leno não-saturado, polietileno de

alta e baixa densidade e polipropi-

leno, ainda influenciado pela pa-

ralização técnica provocada pelo

desligamento do sistema elétrico

da Região Nordeste em feverei-

ro), Refino de Petróleo (-6,1%,

menor fabricação de óleo diesel

e naftas para petroquímica), e Ce-

lulose e Papel (-3,6%). Por outro

lado, registraram resultados posi-

tivos: Alimentos e Bebidas (12,3%,

aumento na fabricação de café

torrado e moído, refrigerantes,

cerveja e chope), Minerais não-

metálicos (8,2%), Veículos Auto-

motores (6,1%, segmento continua

apresentando resultado positivo a

despeito das medidas de conten-

ção ao crédito) e Borracha e Plás-

tico (5,8%).

Papel (3,5%), Borracha e Plástico

(0,9%), Minerais não-metálicos

(0,5%) e Produtos Químicos/Pe-

troquímicos (0,3%). No entanto,

três segmentos registraram que-

da na atividade: Metalurgia Bási-

ca (-23,3%, redução na fabricação

de alumínio não ligado em formas

brutas e ouro em barras), Refino de

Petróleo e Prod. de Álcool (-5,3%,

maior fabricação de gasolina, gás

liquefeito e óleo diesel) e Veículos

Automotores (-1,3%).

Como esperado, mesmo após a

normalização da produção de pe-

troquímicos, a interrupção do for-

necimento de energia elétrica veri-

ficada em fevereiro comprometeu

o resultado do agregado da indús-

tria de transformação baiana no 1º

semestre de 2011. Por outro lado,

a atividade dos segmentos produ-

tores de bens de consumo tem-se

mantido aquecida, apesar da ele-

vação dos juros e das medidas de

contenção do crédito adotadas

pelo governo, restando aguardar

os possíveis impactos da crise in-

ternacional sobre o desempenho

dos segmentos da indústria baia-

na produtores de bens intermediá-

rios/commodities. [bi]

Brasil 1,9 1,3 2,1

Amazonas 8,3 2,1 2,7

Pará -0,5 -2,7 -2,3

Ceará -13,8 -14,4 -10,3

Pernambuco 4,5 -2,4 -0,7

Bahia -1,1 -4,5 -3,9

Minas Gerais -0,5 1,6 2,9

Espírito Santo -15,0 -3,3 -3,2

rio de janeiro 4,5 4,1 5,3

São Paulo 1,5 2,3 2,9

Paraná 24,0 4,8 5,8

Santa Catarina -1,6 -4,6 -2,7

rio Grande do Sul 3,6 1,7 1,4

Goiás 4,8 5,4 8,6

produção física por estados: indústria de transformação

Fonte IBGe; elaboração Fieb/SdI

estados vArIAção (%)

ago11/ jan-ago11/ set10-ago11/ ago10 jan-ago10 set09-ago10

Na comparação de agosto de

2011 com igual mês do ano an-

terior, a produção física da in-

dústria de transformação baiana

apresentou queda de 1,1% (contra

uma expansão de 1,9% da média

nacional). Cinco dos nove segmen-

tos registraram crescimento da

atividade, como segue: Alimentos

e Bebidas (13,8%, em função da

maior produção de café torrado e

moído e refrigerantes), Celulose e

Page 28: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

�� Bahia Indústria

Infraestrutura, sustentabilidade com foco em inovação, agronegócios e turismo foram os temas deste ano

por Carolina MendonçaFotos joão alvarez

Executivos, autoridades

públicas, especialistas e

empresários reunidos pa-

ra discutir e pensar ações

de desenvolvimento para o estado.

Assim foi o Agenda Bahia 2011, re-

alizado nos dias 04 e 24 de agosto,

14 e 27 de setembro na sede da Fe-

deração das indústrias do Estado

da Bahia. O evento promovido pe-

la Rede Bahia teve, nesta segunda

edição, quatro temas focais: Infra-

estrutura; Sustentabilidade; Eco-

nomia Climática e Industrialização

no Agronegócio e; Turismo na Copa

de 2014.

No primeiro seminário do even-

to, que debateu questões relativas

à infraestrutura, um dos maiores

desafios para quem precisa se mo-

vimentar em Salvador e Região

Metropolitana: a mobilidade urba-

na. A discussão sobre o modal que

será adotado na Avenida Paralela

foi o destaque do debate. Depois de

defender um sistema de transpor-

Desenvolvimento econômico e social no Agenda Bahia

Público conferiu a atualidade de palestras e paineis na segunda edição do evento, realizado na sede da Fieb

governador jaques Wagner antecipou

notícia do metrô na Paralela

Carlos tadeu Costa Fraga, da Petrobras,

defendeu tecnologia nacional

Page 29: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

Bahia Indústria  ��

te integrado para a capital, o go-

vernador da Bahia posicionou-se

favorável ao metrô, antecipando o

anúncio oficial do governo sobre o

assunto feito dias depois.

A situação dos portos e o atual

sistema de escoamento da pro-

dução industrial baiana também

dominaram os debates. “É preciso

acelerar a modernização dos por-

tos e construir ferrovias e hidrovias

para aumentar a capacidade de

crescimento”, defendeu o presiden-

te da Rede Bahia, Antônio Carlos

Magalhães Júnior.

No dia 24 de agosto, o evento te-

ve como tema principal a sustenta-

bilidade, mas as questões relativas

a inovação predominaram nas pa-

lestras e debates. Os participantes

“desenharam” um painel de como

estão os incentivos à pesquisa no

estado e do que precisa ser feito

para aumentar o desenvolvimento

tecnológico no país.

Em sua apresentação, o geren-

te executivo do Cenpes - Centro

de Pesquisas e Desenvolvimento

da Petrobras, Carlos Tadeu Costa

Fraga, disse que a petrolífera quer

atrair para o Brasil a construção

de centros de pesquisa das empre-

sas interessadas em parceria na

exploração do pré-sal. “Ao contrá-

rio do que ocorreu na década de 70, queremos agora

que essas novas tecnologias sejam desenvolvidas no

Brasil”, frisou.

Contexto ProPíCioFocar na competitividade mantendo os princí-

pios e as práticas de sustentabilidade foi a discussão

suscitada pelo presidente da Associação Nacional de

Pesquisa e Desenvolvimento de Empresas Inovadoras

(Anpei), Carlos Eduardo Calmanovici. “Estas são for-

ças divergentes, mas precisam atuar juntas, por isso

exigem empenho em inovação”, afirmou.

O presidente da Braskem, Carlos Fadigas, corrobo-

rou com a necessidade do Brasil ampliar investimen-

tos em inovação e avaliou que, atualmente, o país tem

um contexto social mais propício ao desenvolvimento

de pesquisa por conta das parcerias firmadas com as

universidades e das políticas públicas nacionais de

incentivo.

Já o presidente do Instituto Ethos, Jorge Abrahão,

propôs uma reflexão sobre o modelo de consumo dos

brasileiros e a responsabilidade social das empresas.

Para ele, as organizações devem atuar baseadas nos

princípios de sustentabilidade ambiental e da dimi-

nuição das desigualdades sociais.

Economia Climática e Industrialização no Agrone-

gócio foi o tema do terceiro encontro do Agenda, rea-

lizado no dia 14 de setembro. O economista Alexandre

Barros, sócio da MB Associados, afirmou que o Brasil

precisa de logística para atender à demanda por ali-

mentos, decorrente da mudança de hábitos da popula-

ção e do investimento em biocombustíveis.

O sócio da AMMA Chocolates, Diego Badaró, traçou

um panorama do mercado do cacau e afirmou que a

Carlos Calmanovici: inovação é

chave para desenvolvimento

Charles bezerra lembrou que

inovação é sinônimo de risco

Para Cláudio rocha, Copa pode ter

como legado infraestrutura

Bahia tem potencial para ser uma

das melhores origens de chocolate

do mundo. “Se investirmos R$ 1

bilhão no setor, podemos gerar 100

mil empregos e recuperar 100 mil

hectares de floresta”, ressaltou.

Para o diretor da Paradigma So-

luções e Gestão Ambiental, Cláudio

Langone, a Economia Verde não só

atende à agenda ambiental, mas

representa um bom negócio para

as empresas. “A reutilização de

entulho na construção de estádios

de futebol para a Copa de 2014, por

exemplo, é uma alternativa asser-

tiva neste novo paradigma de pre-

servação ambiental”, disse.

O último simpósio da edição

2011 teve a participação de espe-

cialistas que chamaram a atenção

para os problemas que a Copa 2014

pode trazer às cidades-sede. O pre-

sidente da Trip Linhas Aéreas, Jo-

sé Mario Capriolli, afirmou que os

investimentos de R$ 5,5 bilhões na

reestruturação dos aeroportos para

o evento esportivo são baixos. “Em

2004, 31 milhões de passageiros

eram transportados no Brasil, nú-

mero que saltou para 65 milhões

em 2010. O mercado vai ampliar

muito mais e os recursos previstos

são apenas para a manutenção”,

avaliou. [bi]

Page 30: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

30 Bahia Indústria

Realizada pela primeira vez fora do eixo Rio-

São Paulo, a XIV Reunião do Comitê de Coo-

peração Econômica Brasil Japão trouxe para

Salvador, nos dias 9 e 10 de agosto, executivos

e representantes dos governos dos dois países. Entre

os participantes do evento, que aconteceu na sede da

Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB),

estavam o governador do estado Jaques Wagner, o mi-

nistro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Ex-

terior, Fernando Pimentel o embaixador do Japão no

Brasil, Akira Miwa o embaixador do Brasil em Tóquio,

Marcos Galvão; e o presidente da Confederação Nacio-

nal da Indústria, Robson Andrade.

Com mais de 120 participantes, a delegação japone-

sa sinalizou o aumento do interesse dos investidores

nipônicos no Brasil. O número de integrantes foi su-

perior ao registrado na última edição do encontro em

São Paulo, que contou com cerca de 100 participantes

do país asiático. “Historicamente é a maior delegação

japonesa que participa do encontro. Isso mostra que a

confiança e o interesse que os investidores têm no Bra-

sil estão em crescimento”, destacou o presidente, pelo

lado japonês, do Comitê de Cooperação Econômica

Brasil e Japão estreitam laçosEncontro na FIEB é o primeiro realizado no Brasil fora de São Paulo

por Marta erhardtFotos joão alvarez

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Bahia Indústria  31

Brasil-Japão, Masami Ijima.

Esse aumento de interesse foi

comprovado com dados do Ban-

co Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social (BNDES) que

foram apresentados durante a

reunião. Segundo Sérgio Foldes,

superintendente da área interna-

cional do BNDES, os investimentos

diretos japoneses no Brasil devem

crescer 20% em 2011, atingindo

US$ 12 bilhões, com destaque nos

segmentos automotivo, siderúrgi-

co, eletroeletrônico e farmacêutico.

Também deve contribuir para esse

resultado a linha de crédito de até

US$ 3 bilhões, para financiar pro-

jetos de infraestrutura no Brasil,

fruto de acordo entre o BNDES e o

Japan Bank For International Coo-

peration, que poderá atrair empre-

endimentos japoneses nas áreas de

petróleo e gás e energia elétrica.

Diante deste cenário anima-

dor, a reunião do comitê na capital

baiana foi uma boa oportunidade

para auxiliar na identificação de

novas áreas para investimentos

no Brasil. “O crescimento eco-

nômico brasileiro tem chamado

a atenção do Japão. Precisamos

identificar possíveis áreas de in-

vestimento e, a Bahia é uma das

opções, principalmente na área

da indústria de manufaturados”,

ressaltou o embaixador do Japão

no Brasil, Akira Miwa.

Saldo PoSitiVoDurante o encontro, foram de-

batidos temas como infraestrutura,

tecnologias inovadoras, agricultu-

ra e florestas, além da atuação nas

áreas de tecnologia ambiental e

etanol. Oportunidades de coopera-

ção em todas as áreas permearam

as sessões temáticas.

Nas discussões, executivos bra-

sileiros destacaram que mesmo

com os avanços registrados nas úl-

timas décadas, a relação bilateral

ainda pode ser fortalecida na área

de negócios. Para tanto, defende-

ram a necessidade de se remover as

dificuldades ao acesso das empre-

sas do Brasil ao mercado japonês.

O presidente da Federação das

Indústrias do Estado da Bahia

(FIEB), José Mascarenhas, ressal-

tou que é fundamental trabalhar

conjuntamente para eliminar as

barreiras ao comércio e aos inves-

timentos nos dois países, para es-

tabelecer um ambiente de negócios

favorável, capaz de se traduzir em

incremento comercial.

“O Brasil continuará a ser ator

importante no mundo, na produção

de bens primários, mas se reserva o

direito de desenvolver sua indústria,

o que cria muitas oportunidades pa-

ra investidores estrangeiros”, afir-

mou José Mascarenhas, presidente

da FIEB, que também preside, pelo

lado brasileiro, o Comitê de Coope-

ração Econômica Brasil-Japão.

Os empresários orientais ressal-

taram que as altas taxas de juros

praticadas no Brasil afugentam a

demanda das empresas por em-

préstimos. Além disso, também

criticaram o sistema tributário bra-

sileiro e a precariedade da nossa

infraestrutura.

Apesar das reivindicações, o en-

contro foi avaliado positivamente

pelo presidente, pelo lado japonês,

do Comitê de Cooperação Econô-

mica Brasil-Japão, Masami Iijima.

Segundo ele, o Brasil se tornará em

breve “uma potência econômica”

e a presidente Dilma Rousseff, a

quem chamou de “mãe do PAC”, te-

rá importante papel na eliminação

de obstáculos ao desenvolvimento

do país. [bi]

autoridades

brasileiras

e japoneses

prestigiaram

evento do

Comitê de

Cooperação

econômica

Page 32: Revista Bahia Indústria - outubro/novembro 2011 - Ano XVII nº 216

3� Bahia Indústria

IDEIAs

por reinaldo saMpaio

A Política Nacional de Desenvolvi-

mento Regional – PNDR tem sido

condenada ao esquecimento, tan-

to pelas autoridades governamen-

tais, quanto pelas lideranças em-

presariais, laborais, a Academia e

a própria sociedade.

Estranho, porque, quando ob-

servadas as regiões menos desen-

volvidas do país, bem como aque-

las áreas estagnadas ou em deca-

dência situadas nas regiões mais

desenvolvidas, evidencia-se que

suas respectivas posições relativas

no contexto nacional não melho-

raram ou até mesmo declinaram

ao longo do tempo. Refiro-me ao

PIB relativo, renda per capita, IDH

etc, cujas estatísticas seriam ain-

da mais dramáticas, não fossem

as transferências públicas, como

o Bolsa Família, que impactam a

renda das regiões, mas, do ponto

de vista estrutural, não represen-

tam uma ação transformadora da

realidade socioeconômica.

As regiões que apresentam

baixa competitividade sistêmica

não são capazes de superar suas

deficiências de forma endógena,

de modo a participar, satisfatória

e competitivamente, da produção

de riquezas. Cabe à política de

desenvolvimento regional, atra-

vés de eficazes instrumentos e da

disponibilidade de fundos espe-

cíficos, promover a superação dos

obstáculos, liberando o potencial

de desenvolvimento desses espa-

ços geográficos. Essa realidade é

regida por uma lógica que fortale-

ce os mecanismos de concentração

e de desigualdade, fazendo com

Desequilíbrio exige política regional

que, mesmo nas ações positivas,

como o Plano Brasil Maior, cerca

de 80% dos benefícios previstos

serão retidos pelos estados do Sul

e Sudeste.

O processo de construção da

União Européia, cuja estratégia foi

enredada por uma ampla e vigo-

rosa política de desenvolvimento

regional, permitiu a superação

das grandes desigualdades re-

gionais, condição indispensável

para viabilizar o projeto de unida-

de alcançado. Vale ressaltar que

os problemas que hoje a afligem

não contestam a validade desse

esforço, dado que seus percalços

econômicos decorrem de desequi-

líbrios sistêmicos, ampliados pelo

desregramento do sistema finan-

ceiro mundial e por regras macro-

econômicas regionais de difícil

consecução.

Conquistar o equilibrado de-

senvolvimento regional produ-

zirá o crescimento acelerado das

relações interindustriais e comer-

ciais interregionais, reproduzin-

do, de modo mais substantivo, o

processo de integração econômi-

ca nacional.

O papel da PNDR é elevar os

níveis de produção e de produti-

vidade da economia, ampliando a

sua dinâmica. Mas, para isto, é ne-

cessária a superação dos mecanis-

mos tradicionais, que se mostra-

ram insuficientes para promover

o desenvolvimento equilibrado. É

imperioso introduzir novas e ino-

vadoras experiências, promover

as rupturas necessárias e adotar

formas criativas de cooperação,

através de uma nova “práxis” so-

cioeconômica regional. Superar

Reinaldo Sampaio é vice-presidente da FieB e coordena o Comitê de Portos da

Regiões com baixa competitividade sistêmica não são capazes de superar suas deficiências de forma endógena

“estratégias de desenvolvimento

centradas em atividades associa-

das à base de recursos naturais,

que não devem substituir ou mes-

mo secundar o desenvolvimento

de atividades industriais de maior

densidade tecnológica.

Portanto, a PNDR deve trazer,

dentre seus instrumentos, incen-

tivos à instalação de plantas in-

dustriais de grande porte, capital-

intensivas, assim como às plantas

de transformação de bens de con-

sumo durável e de não-duráveis,

evitando a tendência de concen-

tração nas regiões mais desenvol-

vidas.

Deve-se em especial estabele-

cer diretrizes, metas e disponibili-

zar fundos específicos orientados

para P&D e Inovação, participação

societária, financiamentos, aval,

infraestrutura e educação.

Deve-se também considerar as

externalidades de natureza social

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Bahia Indústria  33

como fator importante para o de-

senvolvimento, reconhecendo a

relevância da cultura, do padrão

de comportamento, dos aspectos

etnológicos etc, como forças para

a adoção de uma agenda positiva

de mobilização dos entes e agen-

tes socioeconômicos, objetivando

a atuação sinérgica entre eles. Ser

ainda formadora de uma cultura

empreendedora, hoje, em geral,

de baixa intensidade nas regiões

menos desenvolvidas.

Por fim, para contrapor-se à

tendência ao desequilíbrio oriun-

do das forças de mercado que for-

talece a acumulação concentrada

do capital, a PNDR emerge como

instrumento voltado para per-

mitir que vastos recursos locais

se tornem riquezas, submetidos

a processos tecnológicos inova-

dores e competitivos, elevando a

produtividade da sociedade, in-

corporando camadas expressivas

da população aos frutos do desen-

volvimento e assim contribuindo,

de forma mais eficaz e em base

ética, para a reprodução ampliada

do capital em escala nacional. À

dimensão econômica, relacionada

às desigualdades interregionais, é

necessário incorporar uma dimen-

são política, relacionada aos indi-

víduos, objetivando a redução das

disparidades interpessoais de ren-

da, de conhecimento e de qualida-

de de vida, assegurando a criação

de riqueza material e moral para

a sociedade, base do desenvolvi-

mento harmonioso da nação.

A política de desenvolvimen-

to regional deve estar orientada

para a coesão e a produtividade,

lastreando-se em instrumentos e

fundos sob a liderança do Gover-

no Federal, interagindo de forma

compartilhada com os agentes

econômicos e com os poderes es-

taduais e municipais, por meio de

uma adequada estrutura de gover-

nança. É uma construção baseada

em cumprimento de metas e sujei-

ta à (reti)ratificação das ações.

A consagração de instrumen-

tos, regras, metas e mecanismos

transparentes de acompanha-

mento e validação da PNDR,

substituirão as formas políticas

anacrônicas do atendimento dos

interesses locais, fortalecendo

novas práticas políticas democrá-

ticas e republicanas. [bi]

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teatro

livros

exposição

leitura&entretenimento

Bahia Indústria 3�

Psicologia para administradoresNa busca de informações sobre o assunto,

administradores deparam-se com textos

excessivamente teóricos, distantes do seu

cotidiano. Nesta obra, o autor limita a

teoria ao imprescindível, enquanto

apresenta casos práticos na realidade

brasileira, permitindo que o leitor se

identifique com o conteúdo. Efeitos

emocionais de movimentos de impacto

(fusões de empresas, planos de demissão,

terceirizações, tantos outros) transparecem

nos exemplos do autor.

década de fotografiaEm cartaz no Museu de Arte Moderna, a exposição Dez Anos

de Fotografia Espanhola Contemporânea – Coleção Fundação

Coca-Cola apresenta 33 obras, entre fotografias e vídeos, de 26

artistas. A exposição é um recorte da produção espanhola e

uma evidência das relações com as produções brasileiras,

apesar das mais óbvias diferenças entre as duas realidades.

Segundo a curadora da mostra, Lorena Martínez, “não se trata

de mostrar características próprias de um país, mas sim de

confrontar diferentes interpretações forjadas nos universos

dos próprios artistas com as interpretações dos espectadores e

suas diferentes realidades”.

redes sociais na internetA obra de Raquel Recuero expõe como

atores sociais criam conexões e aumento

seu capital social e como as redes sociais

servem de ferramenta para tal. Além de

entender o que é popularidade,

autoridade e reputação, como flui a

informação nessas redes e como elas se

diferenciam dos tradicionais meios de

comunicação. Para Recuero, a internet é

uma rede de redes, que dá abrigo a

agrupamentos sociais, sendo um fator de

reestruturação da vida social.

Psicologia para Administradores – Integrando Teoria e PráticaJosé osmir Fiorelli, editora atlas, 356p. R$ 66,00

Redes Sociais na Internet -Organização, Sistemas e Métodos e as Tecnologias de Gestão Organizacionalraquel recuero. editora Sulina, 191p. R$ 35

rICArDo KoNKá/DIvulGAção

teatro

DIvulGAção

onde as palavras se revelam inadequadasBaseada no livro Diário do Farol, de João Ubaldo Ribeiro, a

história acontece na ilhota de Água Santa, onde um ex-padre

de 60 anos, que não tem seu nome revelado, coloca a plateia

frente a frente com atos inescrupulosos cujo intuito é

confirmar a sua existência. Ao relembrar a infância na

fazenda, o personagem descreve surras e humilhações

cometidas pelo pai. A partir da morte da mãe, ele passa a

ouvir a voz materna, sussurrando-lhe vingança. Mandado

para o seminário, ele passa a criar intrigas e prestar favores

sexuais para sobreviver no ambiente permeado de corrupção.

nãO pERCA Teatro Molière (Aliança Francesa), de sexta a domingo, sempre às 20h. Classificação 18 anos. R$ 20 (inteira). Mais informações: (71) 3336-1599 ou 3336-8259

nãO pERCA De terça a sexta, domingos e feriados, das 12h30 às 19h. Sábados das 12h30 às 21h, até 20/11, no Museu de Arte Moderna. Entrada franca. Mais informações: (71) 3117-6139

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Bahia Indústria  35

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