Revista bem estar-20140112 sentimento humano

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Alexandre Caprio

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Editorial

“A compaixão tem pouco valor se permanece uma ideia; eladeve tornar-se nossa atitude em relação aos outros, refletidaem todos os nossos pensamentos e ações”. A frase, atribuída aDalai Lama, vai ao encontro da reportagem que sugerimos paraa capa desta edição. Como todas as virtudes humanas - acompaixão sendo talvez a mais valiosa entre todas elas -, épreciso que as consolidemos menos no discurso e mais naprática. E no caso específico da compaixão, essa práticarepresenta colocar-se no lugar do outro e, mais do que isso,engajar-se ativamente em seu favor. A compaixão é afinal umgrande ato de amor. 24

Gastronomia, cultura e compras quevalem a pena em Fort Lauderdale, nosul da Flórida

16

Mariana Xavier, a Marcelina do filme"Minha Mãe É Uma Peça", estreia naTV, na novela "Além do Horizonte"

3

Terapeuta cognitivo-comportamentalescreve sobre a força das crenças:“Sem acreditar em algo nada se inicia,e dificuldades e obstáculos surgirão”

Poesia

As pombasVai-se a primeira pomba despertada…

Vai-se outra mais… mais outra… enfim dezenas

De pombas vão-se dos pombais, apenas

Raia sanguínea e fresca a madrugada.

E à tarde, quando a rígida nortada

Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,

Ruflando as asas, sacudindo as penas,

Voltam todas em bando e em revoada.

Também dos corações onde abotoam,

Os sonhos, um por um, céleres voam,

Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam,

Fogem… Mas aos pombais as pombas voltam,

E eles aos corações não voltam mais.

Raimundo Correia

ESPIRITUALIDADENova aparição da Virgem Maria em Rio Preto é agendada para estemês. “Ela encontrou muita receptividade”, diz monge Págs. 6 e 7

CORPO E MENTE“Gravity Power System”, acroyoga, yoga dance, thai yoga, bambuyoga... Conheça as novas modalidades da técnica milenar de equilíbrioe harmonização mas que não abrem mão da essência Págs. 8 e 9

ENTREVISTAAutora do livro “Mulheres às Avessas”, psicóloga Ligia Guerra fala deautocobrança, demandas e anseios femininos Págs. 10, 11 e 12

PAULO COELHOEscritor usa história da presença do gato no zen budismo para discutira falta de fundamento das regras que adotamos na vida Pág. 32

Agência O Globo/Divulgação

Agência Estado/Divulgação

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Televisão

Um ato de amor

MarcelleVecchi

DIÁRIO DA REGIÃO

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Pesquisa de fotos

Mara Lúcia de Sousa

Diagramação

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Tratamento de Imagens

Edson Saito, Luciana Nardellie Luis Antonio

Matérias

Agência EstadoAgência O Globo

2 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

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OPODER DASCRENÇAS

Artigo

Marcelle Vecchi

Se você acredita que pode ou acre-dita que não pode, de qualquer formavocê está certo!

Henry Ford

As crenças são generalizações

que fazemos a nosso respeito acerca

de outras pessoas e do mundo ao nos-

so redor. Elas são os princípios que

orientam nossas ações. Embora te-

nhamos crenças muito arraigadas e

importantes, também podemos ser

flexíveis naquilo que escolhemos

acreditar.

Possuímos uma infinidade de

crenças, algumas são de nosso conhe-

cimento, outras não. Elas provêm do

que escutamos desde a infância, de

pessoas próximas ou das que respeita-

mos as opiniões.

Temos crenças relativas à famí-

lia, ao trabalho, aos amigos, às nossas

capacidades, à vida afetiva, enfim, te-

mos crenças sobre todos os aspectos

de nossa vida.

Sobre algumas crenças temos co-

ragem de conversar com os outros,

sobre outras temos vergonha de di-

zer que temos, e outras nem temos a

consciência de tê-las.

A escolha das crenças certas é

que faz a diferença entre uma pessoa

fracassada e uma vitoriosa.

Nos esportes é fácil identificar

quando uma pessoa cultiva crenças

boas para seu desempenho ou não.

No tênis, por exemplo, quando o nos-

so Guga estava no topo do ranking

mundial, seu olhar, suas expressões,

seus gestos em quadra, tudo dava a

entender que ele cultivava crenças

de vencedor, ele acreditava em suas

capacidades.

Se algo inesperado, como uma le-

são, por exemplo, acontece com um

esportista profissional, é natural que

o mesmo sinta-se inseguro sobre

suas capacidades, e perca esse acredi-

tar que fazia a diferença.

Percebe como um acontecimen-

to na vida de alguém pode balançar

suas crenças? Por isso temos que ter

muito cuidado com aquilo em que

acreditamos. Isso pode fazer toda a

diferença.

Lembra-se de quando Ayrton

Senna era entrevistado logo antes

de correr? Ele se mantinha a mes-

ma coisa, percebíamos sua atitude

vencedora, e só dá para ter atitu-

des vencedoras se cultivamos cren-

ças vencedoras.

O mais importante de tudo isso é

que podemos escolher no que acredi-

tar, então por que não cultivar cren-

ças que nos trazem benefício?

Isso significa que quando temos

uma crença fazemos de tudo para

que ela se confirme, mesmo sendo

uma crença que não nos favoreça.

Exemplificando: vamos supor que al-

guém tenha a seguinte crença: “As

pessoas têm dificuldade para enten-

der o que eu falo, não consigo ser cla-

ro o suficiente”. Esta crença faz com

que esta pessoa realmente fale de for-

ma a não ser entendida, ela irá, de for-

ma inconsciente (pois não tem cons-

ciência do que faz) se comunicar de

forma difícil ou complicada. Isso tor-

na sua crença verdadeira. Outra pes-

soa tem a seguinte crença: “Quando

estou falando para uma plateia sin-

to-me inibido”, esta crença fará

com que ela aja perante o público

de forma inibida. De alguma for-

ma ela demonstrará sua inibição,

seja pela postura, pelo tom de voz,

pelos gestos, etc... e, sendo assim,

confirmará sua crença.

São inúmeros os exemplos de pes-

soas públicas que admiramos e perce-

bemos como constantemente de-

monstramsua autoconfiançae autoes-

tima. Eles só conseguem apresentar

esse quadro positivo porque acredi-

tamque possuemcapacidades para fa-

zeroquefazemouacreditamserapes-

soa mais indicada naquele momento

para fazê-lo. Portanto, nossa admira-

ção, na realidade, é um reflexo da per-

plexidade que sentimos ao constatar

suascrenças. Pode nosparecer impos-

sível adquirirmos crenças tão fortes

quanto às deles, mas não é.

Parece simplório afirmarmos

que tudo se inicia com a construção

de uma crença e que basta tê-la para

conseguir. Sem acreditar em algo na-

da se inicia e, com certeza, dificulda-

des e obstáculos surgirão, porém

quanto mais forte for a crença maior

será a possibilidade de não desistir.

Quando acreditamos com con-

vicção que alguma coisa é verda-

deira, é como se mandássemos um

comando para nosso cérebro de co-

mo representar esse fato como ver-

dadeiro, e ele o fará.

É a nossa crença que determina

quanto de nosso potencial seremos

capazes de liberar. As crenças podem

abrir ou fechar o fluxo de ideias.

Lembre-se de que toda experiên-

cia humana, tudo o que você já disse,

viu, ouviu, sentiu, cheirou ou degus-

tou está arquivado em seu cérebro.

Quando você diz congruente-

mente que não pode se lembrar, está

certo. Quando diz que pode, você dá

uma ordem a seu sistema nervoso, o

qual abre os caminhos para a parte

do cérebro que tem capacidade de

dar as respostas necessárias.

As crenças não se baseiam neces-

sariamente numa estrutura lógica de

ideias. Ao contrário, sabemos o quão

pouco elas reagem à lógica. Não se

pode esperar que elas coincidam

com a realidade.

Uma velha história contada por

Abraham Maslow serve como ilustra-

ção. Um psiquiatra estava tratando

de um homem que pensava ser um

cadáver. Apesar de todos os argumen-

tos lógicos do psiquiatra, o homem

persistia em sua crença. Em um mo-

mento de inspiração, o psiquiatra

perguntou ao homem: - Um cadáver

sangra? O paciente respondeu: - Que

pergunta ridícula! É claro que não!

Após lhe pedir permissão, o psiquia-

tra fez um furo no dedo do paciente,

de onde saiu uma gota de sangue. O

paciente olhou para o sangue com no-

jo e surpresa e exclamou:

- Nossa doutor, agora eu entendi,

não é que morto sangra!

Não subestime o poder de uma

crença! �

Marcelle Vecchi é terapeutacomportamentalneurolinguista

Podemos ser

flexíveis naquilo

que escolhemos

acreditar

Quem é

Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 3

Page 4: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

Gisele [email protected]

Se olharmos atentamente, todos os

dias veremos milhares de voluntários

anônimos pelos quatro cantos do mun-

do que fazem a distribuição de roupas,

remédios e alimentos aos mais necessi-

tados; visitam creches, asilos, hospi-

tais onde levam uma palavra de confor-

to, orfanatos e lares sem nenhum recur-

so; arrecadam donativos para desabriga-

dos pelas enchentes, pela seca, terremo-

tos. Essas pessoas tentam, a todo custo,

minimizar o sofrimento alheio. Que sen-

timento é este que faz com que tantas pes-

soas deixem temporariamente suas vidas

de lado para se preocupar com estra-

nhos? Isso se chama compaixão.

Compaixão é reconhecer o sofri-

mento do outro e, ativamente, se enga-

jar por uma solução, como se esse sofri-

mento fosse de fato nosso. Não deve

ser confundida com empatia. Combi-

na um desejo de aliviar ou minorar o

sofrimento de outro ser.

“A compaixão pode levar alguém a

sentir empatia pelo outro. E essa virtu-

de não é eventual e não surge apenas

em momentos específicos. É um esta-

do de espírito que está inserido no co-

ração da pessoa. Não é ocorrente, é

permanente. Tem raízes profundas

e leva o ser humano a se preocupar

com o bem-estar do seu semelhante.

É uma forma de ‘ser’ e não uma for-

ma de ‘estar’. Ter sensibilidade pa-

ra se colocar no lugar do outro e in-

terpretar o sofrimento alheio depen-

de do desenvolvimento da percep-

ção. E a mente, uma vez expandida,

jamais retorna ao seu estado origi-

nal”, diz o psicólogo cognitivo-com-

portamental Alexandre Caprio.

Existem casos de pessoas que arris-

cam suas vidas para salvar a vida de

desconhecidos. Um policial do Havaí,

nos Estados Unidos, certa vez, quase

caiu de um penhasco ao se projetar no

vazio para agarrar um rapaz que tenta-

va o suicídio. Quando perguntaram a

ele porque tinha feito aquilo, simples-

mente disse: “Eu não teria consegui-

do viver mais um dia sequer de minha

vida se não tivesse tentado.”

“De acordo com o filósofo alemão

Arthur Schopenhauer (1788-1860) e o

estudioso norte-americano de mitolo-

gia e religião Joseph Campbell

(1904-1987), essa é a experiência meta-

física que nós somos todos um”, expli-

ca Caprio. “Faça mal ao outro e estará

se envenenando, pensando que todos

agem como você. Despreze aqueles

que precisam de sua ajuda e estará ne-

gando sua própria paz interior. Quan-

do fechamos os olhos àqueles que, de

uma forma ou de outra, precisam de

nossa ajuda, viramos as costas não pa-

A MAIS HUMANADAS VIRTUDESEntendaa compaixão,

sentimentonobre que

nos faz reconhecer o

sofrimentoalheio e

engajar na solução

paraaliviar ador

Autoconhecimento

4 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 5: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

ra ele, mas para nós mesmos.”

A compaixão é caracterizada por

meio de ações, em que uma pessoa,

agindo com espírito de compaixão,

busca ajudar aqueles pelos quais se

compadece. Considerada a maior de

todas as virtudes por religiões como

o hinduísmo e o budismo, nada mais

é do que a capacidade humana de

compartilhar os sentimentos alheios,

principalmente o sofrimento.

Diz a história que Buda viveu uma

vida protegida e, até os 29 anos, nunca

havia presenciado nenhum sofrimento

humano. Fora mantido por seu pai no

palácio e os guardas mantinham todo ti-

po de visão perturbadora longe dele.

Até que os deuses o confrontaram com

a presença de um velho, um doente e

um cadáver. Ele ficou tão chocado que

deixou sua casa na mesma noite, deter-

minado a encontrar uma solução para o

sofrimento humano.

“A compaixão talvez seja, entre as virtu-

des humanas, a mais humana de todas, por-

que não só nos abre ao outro, como expres-

são de amor dolorido, mas ao outro mais vi-

timado e mortificado”, diz o teólogo e escri-

tor Leonardo Boff no livro “Princípio de

Compaixão e Cuidado” (ed. Vozes). Segun-

do ele, pouco importam a ideologia, a reli-

gião, o status social e cultural das pessoas.

A compaixão anula estas diferenças e faz es-

tender as mãos às vítimas. “Ficarmos cini-

camente indiferentes mostra suprema de-

sumanidade, que nos transforma em inimi-

gos de nossa própria humanidade. Diante

da desgraça do outro não há como não ser-

mos os samaritanos compassivos da pará-

bola bíblica”, explica ainda na obra.

“Cultivar estados mentais positivos co-

mo a generosidade e a compaixão decidida-

mente conduz à melhor saúde mental e à

felicidade”, disse Dalai Lama, autoridade

máxima do budismo tibetano.

Mas compaixão está muito distante

da pena. Quem tem pena, muitas vezes,

não ama verdadeiramente. Compaixão

é um valor e se expressa através da nos-

sa percepção ou consciência do mundo

ao nosso redor, que conduz a nossa vi-

são, nossa atitude, nossos pensamentos,

palavras e ações. Os valores humanos

funcionam como amortecedores, que

tornam a vida mais prazerosa - elimi-

nando o impacto pesado e, por vezes,

desconfortável dos obstáculos que, ine-

vitavelmente, fazem parte do percurso.

“Por ser um valor, a compaixão co-

necta-se à minha grandeza e à grandeza

dos outros. É a minha habilidade de es-

tabilizar-me na minha essência plena e

me conectar com a essência dos outros e

das situações. E, assim, posso discernir

melhor como me posicionar diante de

cada cena, percebendo de maneira mais

ampla e, ao mesmo tempo, contextuali-

zada, qual é a resposta a ser dada naque-

le momento”, diz a jornalista Juliana Vi-

larinho Faria, professora de raja yoga

da Brahma Kumaris, entidade espiri-

tual fundada na Índia.

Vale lembrar que quando aborda-

mos o universo dos valores eles jamais

operam de maneira isolada. Quanto

mais somos capazes de nos estabilizar

na nossa essência de paz, amor, felicida-

de, verdade, equilíbrio, força interior,

pureza, ressalta Juliana, mais alimenta-

mos a fonte de cada um dos valores no-

bres de maneira que eles estejam dispo-

níveis em momentos de necessidade.

Sendo assim, apenas quando estamos

fortalecidos e estabilizados em nosso es-

tado de alinhamento interior podemos

efetivamente exercer a compaixão, bem

como outros valores.

A compaixão existe, explica Caprio,

porque o homem tem uma grande habi-

lidade: aprender. Podemos aprender

com a experiência alheia sem precisar

passar por uma situação similar. “Quan-

do vemos outra pessoa atravessando

uma dificuldade, procuramos imaginar

o que estaríamos sentindo se estivésse-

mos no lugar dela”, explica.

A escritora inglesa Karen Arms-

trong, autora do livro “12 Passos para

Uma Vida de Compaixão” (ed. Paralela),

diz que somos biologicamente programa-

dos para a compaixão, bem como para a

violência e o medo. “Mas tornar-se um

ser humano compassivo é um projeto pa-

ra a vida toda”, explica. Transcendendo

diariamente as limitações do egoísmo,

podemos não apenas fazer a diferença no

mundo, mas também ter uma vida mais

feliz e satisfatória. �

Respeite o próximo. Não

há compaixão sem respeito

Com empatia, você se

coloca no lugar do outro, mas

lembre-se que compaixão não

é sofrer pelo outro. Você não

sentirá exatamente o que a

pessoa está sentindo, mas

saberá como se sentiria se

lhe acontecesse o mesmo

Evite julgar a dor do outrobaseado em suposições

Evite aumentar aindamais o sofrimento alheio comcrítica e discriminação

Mantenha uma visãopositiva em relação àssituações em sua própria vida

Fortaleça o amor próprioe o amor ao próximo

Exercite a compaixão

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 5

Page 6: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

Nova aparição

pública da Virgem

Maria em Rio Preto

é anunciada para o

dia 25 deste mês

Gisele [email protected]

Uma nova aparição pública da

Virgem Maria, Mãe de Jesus, tam-

bémconhecidacomoMãedaDivi-

naConcepção da Trindade, está

marcada para acontecer em Rio

Preto no dia 25 deste mês, em

evento ecumênico gratuito. O

local da manifestação ainda se-

rá anunciado. A aparição ocor-

re menos de dois meses após o

último evento, no dia 30 de no-

vembro do ano passado, quan-

do 2,5 mil fiéis e peregrinos de

diferentes estados e cidades da

região se reuniram na quadra

poliesportiva do Hospital Be-

zerra de Menezes.

A manifestação é semelhante

aoutrasqueacontecemdesdesécu-

los passados em cidades como

Lourdes (França) e Fátima (Portu-

gal) e, desde 1981 até os dias de ho-

je, em Medjugorje (Bósnia-Herze-

govina, ex-Iugoslávia), locais hoje

conhecidos mundialmente e que

recebemavisitademilharesdepes-

soais. Nas aparições mais recentes,

Nossa Senhora transmite suas ins-

truções aos presentes por meio de

três videntes, os uruguaios madre

Shimanie freiEliaseabrasileira ir-

mã Lucía, da ORDEM GRAÇA

MISERICÓRDIA.

Mas por que uma nova apari-

ção na cidade em tão curto espaço

de tempo? Madre Shimani afirma

que a Virgem encontrou em Rio

Preto muita receptividade e, como

ela declarou em sua mensagem, es-

pera que a cidade se consagre ao

seu Imaculado Coração. “Ela disse

ainda que veio até Rio Preto para

despertaraquelesquetêmumcom-

promisso interno com ela. E que

através da formação de grupos de

oração a cidade possa se consagrar

ao seu coração e desenvolver uma

tarefaimportanteparaoBrasil”,ex-

plicou a monja.

“Houve uma surpresa grande

até entre nós que estamos direta-

mente ligados ao trabalho, mas a

notícia foi recebida com muita ale-

gria, pois percebemos a resposta

que a comunidade local deu. As

pessoas acolheram o trabalho de-

senvolvido de uma maneira muito

especial”, diz frei Benedetto, mon-

ge consagrado e porta-voz da Asso-

ciação Maria, instituição ligada à

Ordem.Enaprópriaaparição, Ma-

ria mencionou que havia recebido

do Pai uma permissão especial pa-

ra retornar à cidade. Ele diz que o

distanciamento entre as datas das

aparições em um mesmo local nor-

malmente varia de seis meses a um

ano.“EmRioPreto,poralgummo-

tivo que não sabemos dizer, ela de-

ve ter visto a resposta nos corações

das pessoas como ela mesmo diz”,

explica. Segundo aspalavras de frei

Elias e irmã Lucía, Nossa Senhora

se apresentou com muita alegria e

transmitiu gratidão por todos te-

rem atendido ao seu chamado.

Enãosóospresentes,masoslo-

cais onde acontecem as aparições

se beneficiam da energia das ora-

ções,comogaranteJoanitaApareci-

daRibeiroSaturno,secretáriadadi-

retoria do hospital Bezerra de Me-

nezes,que cedeuanteriormente, de

graça, parte de suas instalações pa-

ra o evento em novembro passado.

“Os pacientes ficam mais calmos

quandosãofeitasasorações”,expli-

ca. O conhecimento que todos ad-

quiriramcomofenômenodaapari-

ção em Rio Preto, em novembro,

segundoela, tambémfoimuito im-

portante. Todos no local puderam

entender como a aparição ocorre,

sem vínculos religiosos. “Normal-

mente, nós fazemos nossos traba-

lhos mediúnicos no hospital (uma

instituição filantrópicaadministra-

da pela Associação Espírito Conso-

lador)eoraçõestodasasnoitese,so-

madas, as orações da aparição da

Virgem colaboraram muito, por-

Espiritualidade

REENCONTROCOM O DIVINO

Fotos: Sergio Isso 30/11/2013

6 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 7: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

que a doença psiquiátrica está foca-

da no espírito e a oração penetra

nas células e no perispírito, dando

mais equilíbrio para o paciente que

se beneficia dela, mesmo que não

acredite”, explica Joanita.

A Ordem Graça Misericórdia,

organizaçãodecaráter filosóficore-

ligioso, que propõe um viver mo-

nástico por meio da vida consagra-

da, temcaráter ecumênico.Esseé o

caminho que a Virgemtem indica-

do, assim como a necessidade de

união entre os povos, nações e reli-

giões. Em todas as aparições, ela fa-

la da importância das pessoas reza-

rempelapaz.Dizaindaqueatravés

das orações ela pode intervir pela

humanidade e pelo planeta e resol-

ver muitas situações criadas pelo

homem com sua incompreensão,

falta de fé e desconexão com o pro-

pósitodivino.“Quandooramos,so-

mos instrumentos para que algu-

macoisasecrie”,dizofilósofoespi-

ritualista José Trigueirinho. Quan-

do a oração é feita, pode ser usada

por seres que estão em outras di-

mensões como instrumento de tra-

balhoemoutrosplanos.“Umtraba-

lho que as consciências de luz, os

anjos e seres maiores se encarre-

gam de fazer”, complementa.

Nas mensagens extraordiná-

rias aos videntes em Rio Preto, a

Virgem se apresenta como San-

ta Maria Rosa Mística ao viden-

te frei Elias e como Maria, sua

Mãe e Rainha da Paz à irmã Lu-

cía. Na mensagem durante a

aparição ao frei Elias ela diz:

“Quero de São José do Rio Pre-

to um chamado profundo pela

paz e pelo bem, necessito, meus

pequenos filhos, que essa cida-

de se converta como outras on-

de já passei, em um paraíso de

paz, em um grande espelho de

oração, que começará através

de suas orações, principalmen-

te em suas grandes famílias,

para que a cura do Espírito

Santo possa irradiar em vossos

corações.”

Em cada uma das diferentes

aparições, Maria tem utilizado as-

pectos e nomes diferentes. “Ela

tem instruído o grupo que cada

face tem uma tarefa específica a

realizar e vem com um conjun-

to de símbolos, uma energia

própria para realizar essa tare-

fa. Pode ser que Rio Preto te-

nha uma tarefa especial nesse

sentido”, explica frei Benedet-

to. Na aparição anterior na cida-

de, frei Elias fez um relato:

“Nossa Senhora chegou como

Rainha da Paz, vestia um véu

branco, um manto celeste, uma

túnica rosa e um cinturão dou-

rado. Ela estava descalça. Che-

gou como um sol radiante, co-

mo o sol que conhecemos, mas

um sol mais luminoso. E ia in-

troduzindo seus raios dentro

de cada um. Antes da chegada,

os anjos lhe abriram as portas.

Quando chegou, o primeiro ges-

to que fez foi sorrir, afastar um

pouco o manto de seu peito e

mostrar seu Imaculado Cora-

ção. O coração que pulsava de

maneira forte.” �

Essas manifestações públicas no

Brasil e nas Américas Latina e Cen-

tral por meio dos monges da Ordem

têm acontecido desde 2011 e a peregri-

nação foi iniciada nos grandes centros

do Brasil no início do ano passado. As

aparições também já ocorreram no

Uruguai e Paraguai; Nicarágua, na

América Central, e Portugal, na Euro-

pa. Mas elas não envolvem fenômenos

físicos, o que dificulta a compreensão

pela maioria das pessoas, e sim níveis

interiores dos presentes. Ela não se

mostra visivelmente aos presentes. O

que todos relatam é um grande senti-

mento de paz e muitos falam de pro-

cessos de cura interior, perdão e recon-

ciliações a partir da experiência.

Um fenômeno comum durante as

aparições é a chuva, como ocorreu em

Rio Preto, no dia 30 de novembro. “A

chuva simbolicamente representa bên-

çãos. Sabemos que a água é um ele-

mento purificador e ela utiliza desse

elemento para um trabalho de limpe-

za, provavelmente em todos os níveis,

inclusive espirituais. É um fenômeno

que talvez reflita algo que ela está de-

senvolvendo nos planos internos”, ex-

plica frei Benedetto. Ela viu a manifes-

tação de fé das pessoas que, apesar da

chuva, foram acompanhar a manifesta-

ção. Alguns chegaram molhados, com

crianças no colo. “Acho que é um si-

nal de que as pessoas aqui se imbuí-

ram dessa tarefa e se uniram a ela,

mesma com toda a dificuldade que

se apresentou”, complementa. Essa

representação de fé dos presentes re-

percute de maneira positiva nos pla-

nos espirituais.

Apenas os três monges têm capaci-

dade para receber as mensagens da

Virgem, porque são pessoas que se

comprometeram a obedecê-la de for-

ma incondicional e irrestrita para

cumprir com todo os seus pedidos.

“De que serviria se uma pessoa pudes-

se ver a Virgem e não estivesse dispos-

ta a realizar as obras que ela necessi-

ta?”, questiona frei Benedetto.

O novo ciclo de manifestações pú-

blicas no Brasil e Uruguai teve início

no dia 18 de agosto de 2011, na Asso-

ciação Casa Redención, no Uruguai.

No Brasil, elas começaram no dia 9 de

setembro, na Comunidade Figueira,

conhecido como “Colina das Apari-

ções”, na zona rural do município de

Carmo da Cachoeira, em Minas Ge-

rais. A partir de abril de 2012, iniciou

uma série que ultrapassa 100 apari-

ções em diferentes cidades do Brasil.

Já ocorreram em Teresópolis (RJ),

Florianópolis (SC), Camboriú (SC),

Brasília (DF), Porto Alegre (RS), Car-

mo do Cachoeira (MG), Belo Horizon-

te (MG), Olinda (PE), Recife (PE),

Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), La-

vras (MG), São Francisco Xavier

(MG), São Carlos, Campinas, São Pau-

lo e Vitória (ES). As datas e os locais

das manifestações podem ser conheci-

dos no site www.divinamadre.org. As

aparições são acompanhadas pela in-

ternet, ao vivo, em mais 70 países. Na

página, podem ser encontradas ainda

as instruções espirituais, história, foto-

grafias e vídeos. (GB)

ServiçoAparição Pública de Maria Santíssima.Em Rio Preto. Dia 25 de janeiro. Contato:

(17) 99751-6161 ou pelo e-mail

[email protected]

Chuva é símbolo comum nas manifestações

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 7

Page 8: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

Novas modalidades

de ioga ampliam

capacidade de

alcance da técnica

milenar sem perder

sua essência

Elen Valereto

[email protected]

A busca pelos benefícios da ioga direciona seus

praticantes a exercícios que exigem controle da respi-

ração e postural. Mas, sem perder sua essência, novas

modalidades de ioga estão sendo introduzidas e

atraindo mais adeptos para esta técnica milenar.

Uma delas é o “Gravity Power System”

(GPS), um método criado por um brasileiro. A

ideia do paulista Pedro Goulart de Andrade Fi-

lho foi unir os exercícios posturais e respirató-

rios de ioga com a força da gravidade.

Qualquer pessoa pode praticar, mas quem mais

sente os benefícios são as que têm dores na coluna e

nas articulações. Mais terapêutica, o GPS ajudou An-

drade Filho a tratar as dores de suas hérnias de disco.

Outra técnica é o acroyoga, uma associação

de acrobacias com massagem tailandesa (ou mas-

sagem thai). Além da interação de indivíduos, o

equilíbrio e a superação e percepção do corpo

também são estimulados.

Há ainda a prática de ioga na água, o chamado

“hidrovinyasayoga”.A terapeutacorporal e professo-

ra de ioga Lilian Cruz, também de Rio Preto, conta

que desenvolveu a técnica com uma aluna que é pro-

fessora de hidroginástica. “É uma associação de pos-

turas de ioga e respiração dentro d’água”.

A diferença, segundo ela, está no sentido do equi-

líbrio. “Algumas vezes, facilita ou dificulta a realiza-

ção das posturas, muda a gravidade. A possibilidade

da fluidez e resistência da água torna a atividade mui-

to prazerosa e, no final da aula, fazemos relaxamento

com técnicas de watzu. É muita brincadeira na água,

trabalhando tambéma parteaeróbica, resistência car-

díaca e força muscular”, destaca.

Outrasatividades e objetos tambémpodemseras-

sociadosà ioga.Dentre eles encontram-se oyoga dan-

ce, thay yoga e o bambu yoga – o bambu é usado co-

mo um catalizador de energia. Há ainda a interação

do doble yoga e o bambu, uso de paredes e cadeiras.

“Todos esses objetos ajudam nos ajustes das pos-

turas e na tomada de consciência.

SegundoDiogo Monteiro, fisioterapeutae profes-

sor especialista de ioga, de Rio Preto, existem algu-

mas modalidades que foram adaptadas à modernida-

de e, se estiverem sendo mantidas suas características

principais, tudo é válido. Mas pondera que a prática

de ioga vai além da atividade física.

Eleexplica quealgumas escolasde ioga pelomun-

do são mais tradicionais para preservá-la. Tudo isso

porque a prática precisa ser uma filosofia de vida.

“A pessoa deve praticar ioga porque primeiro ela

vai se conhecer. Depois,descobrirá suaspotencialida-

des e encontrará uma forma harmoniosa de encarar

os desafios da vida. Terá saúde física, emocional e

mental”, destaca Monteiro.

Independente da técnica, associada ou não a ou-

tros movimentos e objetos, a ioga tem como resulta-

do os mesmosbenefícios: alívio de dores, alinhamen-

to postural, conhecimento de si e do próprio corpo,

ganho de tônus muscular, relaxamento físico e men-

tal. As técnicas de respiração, chamadas de pranáyá-

mas, as posturais corporais (ásanas) e a meditação

(dhárana)são interligadas paraproporcionar esses re-

tornosbenéficos. Asposturas,por exemplo, são inspi-

radas em formas, movimento ou animais.

“Asposturas são uma verdadeira farmacopeia hu-

mana, uma medicina preventiva e curativa que os an-

tigos sábios e yogues (pessoas que praticam ioga) de-

senvolverampara que oser humano pudesse ter mui-

ta longevidade, para ter tempo de alcançar a sabedo-

ria”, explica Lilian Cruz.

Os exercícios posturais criam estímulos para o

equilíbriodo corpo humano: ossos,postura, fortaleci-

mento muscular, flexibilidade, agilidade, hormô-

nios, respiração e transpiração. “Trazem equilíbrio

para o corpo e a mente, aumentando o foco e a con-

centração, melhorando o estado de humor e muito

mais”, acrescenta Lilian.

Jáos exercíciosrespiratórios sãoessenciais, segun-

do a filosofia da ioga, para a expansão da energia vital.

“Existempranayamas para acalmar e relaxar, acordar

e estimular. Todos trazem uma ampliação da cons-

ciência, respiração e energia vital, purificam e desin-

toxicamo corpo, e controlama mente e ospensamen-

tos. São preventivos e curativos, já que o ar e o prana

(força que sustenta os seres humanos) são a fonte pri-

mordial de nossas vidas”, informa Lilian.

“Nesse caminho de autoconhecimento, a pessoa

descobre muitas potencialidades, passando a encarar

a vida de uma forma diferente. Boa parte dos benefí-

cios que a ioga proporciona vem de um autoconheci-

mento que é adquirido”, destaca Monteiro.

Corpo e mente

TRADIÇÃOREPAGINADA

8 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 9: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

Efeitos no trabalhoÉ uma forma simples

de união

É arte e ciência

Viaja no tempo entreculturas e histórias

Doa e recebe contribuições,sem descaracterizar suas origens

Desenvolve a concentração,meditação, silêncio, dignidade eresponsabilidade

Fonte: Lilian Cruz, terapeuta corporal e

professora de yoga

Um exemplo do efeito posi-

tivo da ioga é a respiração de

uma pessoa estressada e outra

mais calma.

A primeira é mais rápida e

alta, ou seja, usa a parte alta do

tórax, prejudicando a oxigena-

ção e, consequentemente, o ra-

ciocínio e a estabilidade física.

A segunda, por outro lado, con-

segue controlar seu corpo, sem

tensões e com mais clareza na

resolução de seus problemas.

No ambiente profissional,

principalmente, a ioga também

pode ser praticada. Não somen-

te reduz o estresse, mas melhora

o relacionamento interpessoal,

diminui a incidência de Doen-

ças Osteomusculares Relaciona-

das ao Trabalho (DORT), au-

mentando ainda a produtivida-

de e a satisfação do profissional

com seu local de trabalho, afir-

ma Monteiro.

Para a terapeuta corporal Li-

lian Cruz, a ioga laboral é aque-

la que pode e deve ser praticada

dentro do ambiente de traba-

lho. “Para começar ou termi-

nar o expediente, melhorando

a condição da coluna vertebral

e a respiração. Um espaço para

o corpo se alongar, espreguiçar,

melhorando o humor e reduzin-

do o estresse físico e mental,

além de favorecer a união das

pessoas”, destaca. � (EV)

Iogaempoucaspalavras

Grupo de adeptos da iogapratica exercícios ao arlivre em Rio Preto. Novasmodalidades inserem“atrativos” sem abrir mãoda essência e tradição

Pie

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DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 9

Page 10: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

Psicóloga Ligia Guerra mostra como a mulher pode se desprogramar de certos

padrões limitadores impostos pela vida moderna para ser mais plena e feliz

Gisele [email protected]

O tempo passa rápido de-

mais. Um dia você dorme meni-

na e, no outro, acorda mulher.

O hiato entre a infância e a vi-

da adulta se torna uma breve

lembrança. Algumas mulheres

são gratas ao tempo. Outras, se

sentem traídas por ele. Inde-

pendente das realizações que

conquistem ao longo da vida,

uma coisa é certa: elas sempre

parecem se sentir prejudicadas

em algum aspecto. Nunca são

belas o suficiente, competentes

como gostariam ou seguras co-

mo tentam demonstrar. E é jus-

tamente sobre isso que a psicó-

loga Lígia Guerra, poetisa, es-

critora e palestrante, trata em

seu novo livro “Mulheres às

Avessas”, que acaba de ser lan-

çado pela editora Sextante.

“Não é fácil viver carregando

rótulos, lutando para corres-

ponder às expectativas

alheias”, explica. Essa tentativa

tem deixado muitas mulheres

exaustas, infelizes e frustradas.

A juventude deixa as mulhe-

res apreensivas pelo futuro e an-

siosas pelo que ele trará. A ma-

turidade as angustia pela per-

cepção de que as horas lhe es-

correm por entre os dedos e pe-

la constatação de que há ainda

muito a conquistar. Enquanto

isso, o momento presente supli-

ca por ser vivido. “Como a

maioria das mulheres, você con-

seguiu o emprego dos seus so-

nhos, mas tem dificuldade de

equacionar o amor. Você reali-

zou o milagre de construir uma

carreira estável, porém não sa-

be como conciliar tudo com a

maternidade. Você se tornou

mãe, mas está longe de repre-

sentar o papel que tanto ideali-

zou”, diz no livro. Enquanto as

faltas reais a atropela, as imagi-

nárias a devoram. A mulher

não tem apenas a jornada dupla

da casa e do trabalho. Ela tem a

tripla, a quádrupla e quíntupla

do esgotamento físico, mental

e emocional.

A maioria ainda se coloca

no fim da fila e parece confortá-

vel com isso. Poucas são as feli-

zardas que se acham merecedo-

ras dos aplausos que recebem.

Sempre achamos que existe um

dedo apontando a “farsa” que

somos, acusando-nos de que po-

deríamos ter feito melhor. “Mu-

lheres. Tão amáveis, tão heroi-

cas e tão contraditórias. Capa-

zes de defender suas convic-

ções, seus amores e suas verda-

des com a própria vida. Mas

tão frágeis diante de sim mes-

mas”, diz Ligia.

Mas quando foi que tudo is-

so começou? Quando foi que o

mundo feminino foi invadido

por tanta autocrítica? Chegou a

hora de questionarmos nossa

necessidade de perfeição e apro-

vação. “Conquistamos muitas

coisas e ainda temos diversas

outras para buscar. No entanto,

devemos rever a maneira como

vamos conduzir essa busca da-

qui para frente”, diz a autora. É

necessário acolher as ansieda-

des e os medos em vez de rene-

gá-los. Eles enriquecem o pro-

cesso de autoconhecimento e

ajudam a iluminar sua expe-

riência profissional para mos-

trar que durante muito tempo a

mulher se desdobrou em mil,

se esforçando para ser excelen-

te profissional, ótima mãe,

amante perfeita e dona de casa

dedicada.

“Chegou a hora de abando-

nar esse papel de supermulher

e assumir que estamos cansa-

das”, recomenda. Não é fácil vi-

ver carregando rótulos, lutan-

do para corresponder às expec-

tativas alheias e se comparando

a padrões absurdos impostos

pela sociedade. Não adianta se

desdobrar em mil para ser uma

ótima mãe, excelente profissio-

nal e amante sensacional- afi-

nal, ninguém é perfeito.

O problema é que a maioria

das mulheres não aceita isso e

se cobra demais.

No livro, ela aborda temas

que fazem parte do universo fe-

minino como relacionamentos,

carreira, filhos, autoestima e be-

leza. Ela trata com naturalida-

de de assuntos considerados ta-

bus como frigidez, cirurgias

plásticas, decisão de não ter fi-

lhos e namoro com homens

mais novos. E ensina as mulhe-

res a lançar um olhar mais ter-

no e complacente para si pró-

prias, respeitando suas vonta-

des e limitações. “Para ser feliz,

não é preciso ser perfeita. Basta

aprender a ser você mesma.

Sem amarras ou obrigações”,

completa.

Coragem é a chave para en-

frentar tudo isso. As mulheres

precisam se vestir de coragem,

falar sobre aquilo que as pertur-

ba, expor suas fragilidades e an-

gústias sem medo de críticas

ou rejeições. “Revirar a alma fe-

minina pelo avesso é muito

mais do que um direito, é uma

necessidade. Devemos destinar

tempo e energia a refletir sobre

essas questões, para que possa-

mos nos libertar da prisão que

nós mesmos nos impusemos ao

longo da vida”, garante. Para is-

so, é necessário acolher as ansie-

dades e os medos em vez de re-

negá-los. Eles enriquecem o

processo de autoconhecimento

e ajudam a iluminar os pontos

obscuros da jornada pessoal.

“Atingir nosso destino signifi-

ca amar genuinamente a nós

mesmas e não abandonar, ex-

cluir, depreciar ou neglicenciar

aquilo que somos”, diz.

Sobre os assuntos tratados

no livro, Ligia Guerra falou

com exclusividade com a revis-

ta Bem-Estar.

Revista Bem-Estar - Qual amaior desafio de ser mulhernos dias de hoje?

Ligia Guerra - Acredito que

o maior desafio seja conseguir-

mos ter tempo para nós mes-

mas. Mas não só o tempo crono-

lógico, que podemos medir pe-

las horas, mas aquele tempo

emocional de conseguirmos

nos reconhecer nesse espaço

que vivemos. As angústias às

vezes são tão grandes e as cul-

pas tão controladoras que a mu-

lher acaba perdendo o próprio

norte e não sabe mais nem

quem ela é, o que deseja, por-

que vive em busca de corres-

ponder a uma demanda exter-

na. Por isso “às avessas”, para

que possamos justamente nos

enxergar por dentro.

Bem-Estar - Você fala no li-

vro que a maioria das mulhe-res ainda repete padrões deconduta, embora saiba queeles fazem mal. Quais são es-ses padrões nocivos?

Ligia - Por mais que a mu-

lher banque a irreverente, sem-

pre tem algumas coisas clássi-

cas do mundo feminino. Por

Entrevista

MULHERESÀS AVESSAS

10 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 11: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

exemplo, uma mulher passa

em frente a uma vitrine e muda

a postura. Ela muda a postura,

murcha a barriga, arruma o ca-

belo. O peso da estética e da be-

leza ainda é um incômodo para

nós, ainda queremos nos forma-

tar dentro de determinados pa-

drões, tanto que ainda compra-

mos as revistas femininas que

nunca colocam um ensaio de

moda com uma mulher mais

velha ou não use o manequim

38. Continuamos comprando

essa ideia e achando isso nor-

mal. Quando temos filhos, que-

remos ser as mães perfeitas e

onipresentes, que suprem to-

das as necessidades dos peque-

nos. Queremos ser a mulher

que dá conta da sexualidade,

do trabalho. Nesta dança dos

traços, queremos ser perfeitas

ao máximo. Isso pra mim é um

estereótipo.

Bem-Estar - Qual o risco detentar viver essa vida?

Ligia - Muitas frustrações e

a perda de vida real. Ficamos

presas a uma vida muito mais

imaginária, uma vida que cria-

mos como ideal. E, às vezes, até

quando atingimos o sonho

ideal nos frustramos porque ve-

mos que ele não corresponde

ao relaxamento, a

uma leveza.

Uma liberda-

de de poder

ser e pensar

d e a c o r d o

com o que a

gente quer. Mui-

tas mulheres reclamam que gos-

tariam de ter vidas mais sim-

ples, às vezes, mas entraram nu-

ma roda viva de consumo e de

necessidade de retroalimentar

tudo isso que fica difícil

voltar atrás.

Precisamos ler maisromances, brincar com ofilho na grama, sair comas amigas para pedalar,enfim, conseguirreconquistar pequenosprazeres que nos tornamgrandes pessoas

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 11

Page 12: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

Ligia Guerra é psicóloga comespecialização em psicologiaanalítica e do trabalho. Poetisa eescritora, é criadora ecomentarista do quadro“Mulheres às Av3ssas”, naRPCTV, afiliada da Rede Globono Paraná. Além disso, atuacomo palestrante na áreacomportamental e consultorade empresas tanto no Brasilquanto em outros países daAmérica do Sul

Asangústias às vezes são tão grandeseas culpas tãocontroladoras que amulher acaba perdendo opróprionorte, porque vive embusca decorresponder auma demanda externa

Raio-X

Bem-Estar - Mas é possí-vel quebrar essas amarras?

Ligia - O que tem dado mui-

to certo é a reprogramação para

isso, tanto no quesito emocio-

nal quanto financeiro. É parar

e pensar: eu posso ou quero tra-

balhar menos? Como posso rea-

dequar minha vida? Eu quero

ficar mais tempo em casa para

cuidar dos meus filhos? Eu pos-

so sair do meu trabalho ou en-

contrar um com uma carga me-

nor? Ter um companheiro que

realmente me ajude mais? E

também no quesito emocional,

“diminuir” um pouco os olhos,

“encolher” essa necessidade de

estar sempre com o sapato da

última moda ou o carro do ano

e outras coisas que vemos co-

mo normais, mas que não são.

No quesito emocional, penso

que temos de ter mais tempo

de fato e priorizar dentro da

nossa vida um espaço, um tem-

po no dia pra fazer uma cami-

nhada, o curso que você quer

ou ler um livro, mas ter esse

tempo. Essa conexão com a es-

sência é o que nos torna mais

criativas, que nos permite que

escutemos as respostas que tan-

to buscamos.

Bem-Estar - O que sugerepara que as mulheres come-cem a sair desse círculo?

Ligia - Precisamos ler mais

romances, uma coisa mais lúdi-

ca como brincar com o filho na

grama, sair com as amigas para

pedalar, enfim, conseguir re-

conquistar pequenos prazeres

que nos tornam grandes pes-

soas. Vale cozinhar ou fazer

coisas que nos remetem ao

mundo feminino por puro pra-

zer. Ter um hobby gostoso que

nos “depressurize”.

Bem-Estar - Mas não exis-te a pressão de ser olhada di-ferente ao passar a viver àsavessas?

Ligia – Nós somos as pes-

soas que mais nos escraviza-

mos. À medida que você conse-

gue se ouvir, se libertar de um

padrão, você vai ter de enfren-

tar muitas barreiras. Terá de li-

dar com preconceitos, críticas,

fofocas e opiniões daquelas pes-

soas que não têm a sua coragem

de dar uma virada. Mas depois

iremos lidar com a admiração

de muitas pessoas e inspirar ou-

tras a fazer a mesma coisa.

Bem-Estar - Como é umamulher que vive às avessashoje?

Ligia - É uma mulher que

olha menos para fora e mais pa-

ra dentro, que não se preocupa

com moda, mas sim consigo

mesmo, que tenha um diferen-

cial no pensamento, que emita

uma opinião e não que fale ou re-

produza. É posicionada sem ser

arrogante. A frieza ou prepotên-

cia que certas mulheres desen-

volveram para se impor mais

afasta do que aproxima. Ser às

avessas é você se impor, ter fir-

meza, sem perder a doçura. Es-

pero que as mulheres consigam

conciliar essas diferenças. As

mulheres se afastaram tanto

com essa briga toda de “femis-

ta” e machista... Não sou contra

o feminismo, sou contra o “fe-

mismo”, uma posição diferente

da mulher que é a polarização

contra o homem, assim como o

machismo é contra a mulher.

Temos de lutar pelas nossas di-

ferenças, que são tão lindas. �

12 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 13: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

Brasileira Isa Souza faz sucesso à frente de programa de culinária nos Estados Unidos

Agência Estado

A gaúcha Isa Souza, 38

anos, saiu do Brasil para fazer

carreira internacional em Direi-

to, mas acabou largando a advo-

cacia e se tornando uma chef

de programa de TV nos Esta-

dos Unidos.

Em março, ela lança a tercei-

ra temporada do “Isa, Vida y Sa-

bor”, no canal latino Mega TV.

Além disso, a brasileira acaba

de lançar seu primeiro livro de

receitas em espanhol. Agora,

seus olhos se voltam para o Bra-

sil, onde pretende colocar nas

livrarias uma publicação em

português. E Isa também já co-

meça a elaborar um projeto do

seu programa para oferecer aos

canais de TV paga do país.

Seu estilo não é ensinar a fa-

zer comidas típicas latinas e,

sim, valorizar a qualidade de vi-

da. “Fácil, saboroso e saudá-

vel. Tenho de fazer isso no

formato americano, mas o

projeto une sabor e bem-es-

tar. Não faço um show, como

a maioria dos chefs. Procuro

passar para as pessoas que co-

zinhar pode ser prazeroso”,

afirma a apresentadora.

Ela acrescenta que tenta pas-

sar a mensagem de que é possí-

vel comer de tudo, só que em

pequenas porções para não en-

gordar. “Dou truques para re-

duzir a porção ou sugiro a troca

de alimentos, o que reduz mui-

to as calorias de um prato e ain-

da engana os maridos, como pu-

rê de couve-flor que parece ser

de batata”, confidencia.

Isa passou por um grande

processo de mudança para al-

cançar seus sonhos. Ela estava

vivendo em Madri, na Espa-

nha, fazendo mestrado em Di-

reito Europeu quando uma pai-

xão a fez mudar de vida radical-

mente. Ela se mudou para Mia-

mi, nos Estados Unidos, e, por

não poder exercer o Direito em

solo americano, começou a fa-

zer de um hobby o seu novo

projeto de vida.

“Estava dando aulas e iria

lançar uma butique de massas,

quando um produtor de TV

quis gravar um programa co-

migo porque eu falava espa-

nhol muito bem”, conta Isa,

que topou gravar um progra-

ma piloto em sua cozinha.

“Nunca tinha feito televisão.

É outra tribo, outra situação,

outro tudo”, recorda-se.

Enquanto tudo isso aconte-

cia em sua vida, o homem que

ela amava pôs um ponto final

no relacionamento e voltou a

morar no Brasil. Isa o reencon-

trou dois anos depois e eles se

casaram, em julho do ano passa-

do, mas ela estava sozinha

quando abraçou esse mundo

novo que a tornou famosa na te-

levisão americana.

“Comecei a investir na no-

va carreira sem saber direito

qual era o meu negócio ali, mas

fui em frente. O direito me deu

disciplina para estudar e fazer

tudo da melhor maneira. Fui

atrás do conhecimento necessá-

rio para ser uma boa profissio-

nal de gastronomia”, conta.

Ela gosta de ressaltar que é

advogada por formação e chef

de cozinha por escolha e amor.

Isa conta que tinha o dom de

manipular alimentos e criar no-

vos sabores, mas não parou aí.

Ingressou em uma conceituada

instituição de gastronomia, a

French Culinary Institute

(atualmente chamada de Inter-

national Culinary Center), em

Nova York, depois de ter feito

a primeira temporada de seu

programa e ver que estava no

caminho certo.

“Não foi fácil chegar e ser

testada por um monte de gente.

É uma escola para profissio-

nais, mas eu queria me profis-

sionalizar e provei que poderia

estudar lá. Os chefs que estão fa-

zendo sucesso no mundo todo

passaram por lá”, orgulha-se.

Mãe e filha

Isa se casou pela primeira

vez muito nova, com apenas 14

anos. Quando foi morar fora,

Mariana, sua filha, ficou viven-

do com seu ex-marido. Hoje,

mãe e filha trabalham juntas.

Mariana, que tem 24 anos e es-

tudou cinema, atuou nos basti-

dores da segunda temporada de

“Isa, Vida y Sabor” e dirigiu a

terceira, que está sendo finaliza-

da para entrar no ar.

“Um filho sempre aponta o

seu defeito. Filho não é como

mãe, que passa a mão na cabe-

ça. Ela é muito crítica. Traba-

lhar com a Mariana faz com

que eu fique muito segura. Sem-

pre fui aberta a ouvir opiniões

e não foi diferente com ela”, co-

menta a apresentadora.

Isa Souza é a responsável pe-

la produtora que faz seu progra-

ma. Como advogada, ela mes-

ma analisa contratos e todos os

interesses comerciais da sua

marca, que tem o mesmo nome

da sua atração de TV.

A loira também diz que não

copia receitas e que, entre uma

temporada e outra de seu pro-

grama, dedica-se à pesquisa.

“Não repito receita. Mergulho

em um laboratório gastronômi-

co para poder criar tudo o que

vou apresentar. Isso exige tem-

po”, conta

No livro, ela destaca, entre

suas criações, um arroz verde

com semente de coentro. “Em

tudo existe uma história. Faço

laboratório para ir atrás de coi-

sas novas. Foi assim que desco-

bri que a semente de coentro é

bactericida. Na Índia, usam

muito esse tempero para com-

bater a salmonela (tipo de bac-

téria presente em alimentos).”

Isa gosta de ressaltar a diver-

sidade da culinária mundial

em seu programa. Por isso, já

gravou edições cozinhando em

vários países, como Argentina,

Itália, Tailândia, Filipinas e, é

claro, o Brasil.

Casamento

Em 2012, logo após ter sua

trajetória retratada em uma re-

portagem de uma popular revis-

ta americana, Isa Souza foi con-

vidada a dar entrevista no “Pro-

grama do Jô” (Globo).

Após falar em rede nacional

sobre o “fora” que levou do

amado, os dois voltaram a se co-

municar e, na virada do ano de

2012 para 2013, eles se reencon-

traram. Seis meses depois, Isa e

o advogado André Torres se ca-

saram. “Desisti de desistir. Mi-

nha família só soube que eu ia

me casar com ele quando rece-

beram o convite de casamento,

mas não quis ir contra mim.”

Agora, sua vida se divide en-

tre a sua casa em Miami e a do

casal, no Rio de Janeiro. “Sou

uma cigana”, conclui. �

Perfil

VIDA E SABORAgência Estado/Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 13 - TV

Page 14: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

Com uma agenda lotada em 2014, Marcelo Médici fala de sua relação com o humor

Agência Estado

Dar sequência à novela das 18h da

Globo, estrear um novo espetáculo

no teatro, participar de um programa

humorístico na TV paga e ainda fil-

mar um longa-metragem. Neste ano,

a agenda de Marcelo Médici está lota-

da. Aos 42 anos, o intérprete de Joel,

do folhetim “Joia Rara”, diz que quer

aproveitar as oportunidades que têm a

ver com seu perfil.

Exceto a trama assinada por Duca

Rachid e Thelma Guedes, todos os seus

novos projetos envolvem Sanderson,

omotoboy paulistano que usa e abusa de

gírias para se comunicar. Popular no co-

meço dos anos 2000, quando Médici in-

tegrou o elenco de “A Praça É Nossa”

(SBT), o personagem continua ganhan-

do novas adaptações. Em abril, por

exemplo, o público poderá conferi-lo na

série “Vai que Cola”, no canal pago Mul-

tishow. Em seguida, virá o espetáculo

de teatro “Cada Dois com Seus Pobre-

mas” e um filme.

“Tenho de aproveitar porque já es-

tou com 42 anos e o Sanderson é um mo-

toboy velho”, diverte-se. A seguir, confi-

ra a entrevista com o ator.

Pergunta - Seu personagem em“Joia Rara” é supersticioso e parecefazer de tudo para ter o que deseja, in-cluindo atrapalhar casamentosalheios. Como você o vê?

Marcelo Médici - Na verdade, o

que o move é o amor absolutamente

incondicional por Aurora (Mariana

Ximenes), com quem está magoado.

Mas também acho que ele está se apai-

xonando pela Lola (Letícia Spiller).

A Aurora oferece um quê de Marilyn

Monroe e de diva, enquanto a Lola é

mais razão e predadora. Movido por

esse sentimento, que não está ligado

ao sexo propriamente dito, Joel acaba

fazendo muitas coisas para agradá-las

e tê-las por perto.

Pergunta - E você está se divertindo?Médici - Sim, muito. Sempre acon-

tecem coisas engraçadas nas grava-

ções. Outro dia, a gente foi gravar e o

Ângelo Antônio, que faz o monge

Tenpa, dizia as frases do personagem

dele no tom do Joel. Vários atores cos-

tumam fazer isso, porque Joel é muito

intenso, espalhafatoso e dramático (ri-

sos). A liberdade de Amora Mautner

(diretora), em dar espaço para os ato-

res improvisarem em cena, contribui

também. Além disso, 99% do prazer

de trabalhar vêm do texto de Duca Ra-

chid e Thelma Guedes, que chega re-

dondinho para a gente.

Pergunta - O público percebe um ladomuito cômico no comportamento de Joel.Personagens divertidos e bem-humoradossão, definitivamente, sua praia?

Médici - Sempre lidei com a comé-

dia numa boa. Mas tenho 25 anos de car-

reira e fiz muita coisa que não era comé-

dia. Um exemplo é meu trabalho na mi-

nissérie “O Canto da Sereia” (Globo),

no ano passado. Tuta tinha sua acidez e

seu bom humor, mas a função dele na

trama não era essa. Na minha vida pro-

fissional, o que acontece é que, desde

1999, trabalhos relacionados ao humor

surgiram com mais frequência. No en-

tanto, não me acho um cara engraçado o

tempo todo e não tenho essa cobrança

no que faço.

Pergunta - Na sua opinião, existeum preconceito entre “humor fácil” e“humor difícil”, como foi caraterizado

o programa “Junto & Misturado”, doqual você participou recentemente?

Médici - Teve gente que disse que

o “Junto & Misturado” tem um “hu-

mor difícil”. Isso é delicado. Existe

um preconceito. Mas é muito difícil

fazer o “humor fácil”. Sei porque tra-

balhei no programa “A Praça É Nos-

sa”,que tem o chamado “humor popu-

lar” e faz sucesso há décadas. Outro

dito “fácil” seria o “Zorra Total”

(Globo), no ar há anos, com audiên-

cia. Mas tudo é humor.

Pergunta - Por falar em comédia, oque você está achando dessa nova sa-fra de humoristas na internet, como oPorta dos Fundos?

Médici - São todos meus amigos.

Fui convidado por eles bem no come-

ço do site, mas não consegui partici-

par. Vejo que eles estão em um cami-

nho interessante. Muita coisa que es-

ses atores fazem na web não seria viá-

vel na TV. Mas a internet é meio ter-

ra de ninguém. Tem de tomar cuida-

do com o texto e com a qualidade da

gravação. Você pode, por exemplo,

gravar seu tio bêbado em um churras-

co, mas isso não é, necessariamente,

um produto. No caso do Porta, eles

criaram algo específico.

Pergunta - Para 2014, o que vocêdeve fazer de trabalhos? Como estásua agenda?

Médici - Em abril, “Joia Rara” aca-

ba e começarei a gravar minha partici-

pação em “Vai que Cola” (Mul-

tishow), no qual estarei em 15 episó-

dios dos 40. Nesse programa, vou in-

terpretar o Sanderson, que é um per-

sonagem meu desde a época de “A

Praça É Nossa”. Pretendo ajudar os

redatores, mas o texto não será meu.

Por sinal, vou levá-lo ao teatro, nova-

mente, com o espetáculo “Cada Dois

com Seus Pobrema”, no segundo se-

mestre. Além disso, quero fazer um

longa-metragem com ele. Mas ainda

não sei se o Sanderson vai aparecer

sozinho ou se estará ao lado de meus

outros personagens. �

‘Não me acho um caraengraçado o tempo todo’

Trabalhos

Agência Estado/Divulgação

TV - 14 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 15: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

HOJE“BIOGRAPHY ESPECIAL” APRESENTAHARRISON FORDO programa “Biography Especial” conta a história

de um dos maiores atores de Hollywood, narrando

fatos importantes como o momento em que o astro

pensou em desistir do cinema para ser carpinteiro.

A biografia mostra as atuações que consagraram

Harrison Ford em produções como “Star

Wars” (1977) e “Caçadores da Arca Perdida”

(1981). A atração começa às 18h, no The Biogra-

phy Channel.

MARATONA DE COMÉDIA NOUNIVERSAL CHANNEL

O domingo no Universal Channel será

dedicado aos filmes de comédia, com

três exibições do gênero. Às 18h, “Um

Conto Quase de Fadas” dá início à mara-

tona, que, na sequência, às 20h, apresen-

ta “Separados pelo Casamento”, com Jen-

nifer Aniston e Vince Vaughn. Para en-

cerrar, às 22h, Matt Dillon, Owen Wil-

son, Kate Hudson e Michael Douglas es-

trelam “Dois é Bom, Três é Demais”.

AMANHÃNICKELODEON TEMESTREIA SIMULTÂNEA“How to Rock” é o novo seriado

teen do canal Nickelodeon que es-

treia no Brasil, Colômbia, México,

Venezuela e Argentina. O progra-

ma é uma espécie de batalha de

bandas, com canções originais de

Cymphonique Miller. Na história,

Kacey Simon (Miller) é uma talen-

tosa adolescente que lidera uma

banda pop e entra em guerra com

outra banda do colégio, Os Per-

feitos. A atração vai ao ar de se-

gunda a quinta-feira, às 21h.

TERÇA-FEIRA

“BBB 14”ESTREIA COM 20PARTICIPANTESNesta terça-feira, o apre-

sentador Pedro Bial volta

mais uma vez ao coman-

do do “Big Brother Bra-

sil” (Globo) e apresenta

os 20 confinados que dis-

putarão o prêmio de R$

1,5 milhão. Para esta edi-

ção, nada de veteranos. Apenas novatos entram na

casa, que, no primeiro momento, não terá cama pa-

ra nenhum participante. Outra novidade na se-

mana de estreia é a participação de Valdirene,

personagem de Tatá Werneck em “Amor à Vi-

da”. O reality vai ao ar logo após a novela das

221h da emissora.

QUARTA-FEIRA“BARTER KINGS” ESTÁDE VOLTA AO A&EOs apresentadores Antonio Palazzola e Steve

Mchugh estão de volta para a terceira tempora-

da de “Barter Kings”, o programa da A&E que

mostra como fazer bons negócios mesmo sem

dinheiro, na base da barganha. No episódio de

estreia, eles querem trocar um item para cha-

mar a atenção para uma venda de garagem. O

programa vai ao ar toda quarta-feira, a partir

das 22h30, no canal A&E.

QUINTA-FEIRA“THE WALKING DEAD”RETORNA À TV ABERTAA Band retoma a exibição do seriado “The

Walking Dead”, em sua terceira temporada, nas

noites de quinta-feira, às 23h30. A história é cen-

trada na vida de Rick Grimes, um oficial de polícia

da pequena cidade de Cynthiana, no estado do

Kentucky, que se junta a outros sobreviventes de

um apocalipse zumbi. Sucesso absoluto de audiên-

cia nos Estados Unidos, o último episódio da ter-

ceira temporada foi assistido por mais de 12 mi-

lhões de pessoas.

SEXTA-FEIRAANTONIO FAGUNDES FALADA CARREIRAAntonio Fagundes é o convidado da semana no

programa “Viva o Sucesso”. Em entrevista descon-

traída, o ator da TV Globo conta como iniciou sua

carreira, como se prepara para interpretar seus per-

sonagens e revela o que o estimula, mesmo após

tantos anos, a continuar atuando. O programa co-

meça às 21h15, no Canal Viva. �

Destaques da TVAgência Estado

Foto

s:Agência

Esta

do/D

ivulg

ação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 15 - TV

Page 16: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

Após se destacar como a filha de

Paulo Gustavo no filme “Minha Mãe

é uma Peça”, Mariana Xavier

começa a chamar atenção como a

Ana Rita em “Além do Horizonte”

Agência Estado

É difícil não se deixar contagiar pela ale-

gria da atriz Mariana Xavier, a Marcelina do

filme “Minha Mãe É Uma Peça” (2013), que es-

tá fazendo sua estreia em novelas com a perso-

nagem Ana Rita, de “Além do Horizonte”

(Globo).

Depois de fazer algumas participações na

TV e trabalhos paralelos à carreira artística,

Maria (como é chamada carinhosamente pelos

mais próximos) conta que nunca pensou em

desistir, apesar dos obstáculos que enfrentou

para se firmar como atriz.

Hoje, ela começa a colher os frutos do seu

esforço, mas sabe que o caminho a percorrer é

longo.

Com a agenda cheia, Mariana revela que,

ao terminar as gravações do folhetim de Carlos

Gregório e Marcos Bernstein, irá se dedicar ao

monólogo “De Repente Gorda”, com estreia

prevista para o primeiro semestre de 2014.

Além do projeto para o teatro, e para a alegria

dos fãs, vai gravar a sequência de “Minha Mãe

É Uma Peça”, programado para chegar aos ci-

nemas em 2015.

Pergunta - “Além do Horizonte” é a primeiranovela da sua carreira. Fazer um folhetim intei-ro sempre foi um objetivo a ser alcançado?

Mariana Xavier - Desde pequena, sempre

quis fazer TV. Até agora, tinha feito participa-

ções especiais em novelas, mas nunca uma tra-

ma inteira. Nunca pintava uma oportunidade.

Até que surgiu “Além do Horizonte” e foi me-

lhor do que imaginava. Hoje, contraceno com

importantes atores, que sempre admirei. Ou-

tra coisa bacana é que, na novela, não existe

guerra de egos. É um ambiente leve. Estou em

uma carreira difícil, em que poucas pessoas

conseguem dar certo. Faço o que amo e ainda

consigo me divertir com o meu trabalho.

Pergunta - Sente-se realizada?Mariana - Quando se consegue pegar um

trabalho grande, o maior erro é achar que é o

ponto de chegada. Não é! Na verdade, é o de

partida. Não é porque estou no ar hoje, em

uma novela das 19 horas, que já está tudo ga-

nho, seguro. Não é assim... Acho que isso vem

EntrevistaAgência

Esta

do/D

ivulg

ação

TV - 16 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 17: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

mais com a questão do amadurecimen-

to e não do deslumbramento.

Pergunta - Nunca pensou em desis-tir, procurar outro trabalho, já que nãoconseguia um papel em uma novela?

Mariana - Pensar em desistir não,

mas, há muito tempo, concilio a carrei-

ra de atriz com outros trabalhos. Preci-

so pagar as minhas contas, não dá para

ficar esperando um convite para o traba-

lho acontecer. Por isso, dei aula de dan-

ça, de gramática, de assessoria de marke-

ting. Não vou negar que, algumas vezes,

bateu aquele desânimo pelo fato de as

coisas não darem certo, mas, de repen-

te, vinha uma coisa do nada e me jogava

lá para cima.

Pergunta - O filme “Minha Mãe ÉUma Peça” foi um divisor de águas eabriu as portas para você se tornar co-nhecida do grande público. Esperavatodo esse retorno?

Mariana - É verdade... Muitas por-

tas se abriram depois que vivi a Marceli-

na no filme. Faço teatro desde os nove

anos, ser atriz sempre foi o que quis fa-

zer na minha vida. Quem me apresen-

tou para o grande público foi o filme. A

Marcelina foi a primeira oportunidade

de uma personagem grande. Foi um tra-

balho feito com muito carinho e que

deu certo.

Pergunta - Apesar de estar no arcom o folhetim das 19 horas, até hojeas pessoas quando lhe encontram narua comentam sobre a Marcelina?

Mariana - Com a novela, o retorno é

bem grande, mas o filme não fica atrás.

Ele alcançou muita gente. Os fãs sem-

pre falam com carinho da Marcelina,

principalmente as adolescentes. A visi-

bilidade da TV e do filme me surpreen-

deram. Nunca imaginei isso na minha

vida, de estar em um lugar e as pessoas

pararem para falar comigo. Teve um

momento em que me senti a própria Xu-

xa (risos). Na primeira vez que estive

no Projac (complexo de estúdios da Glo-

bo, no Rio de Janeiro), estava indo pe-

gar o carro quando me chamaram.

Olhei e, na mesma hora, veio uma nu-

vem de pessoas em cima de mim, mais

de 15, com todos me bombardeando de

perguntas (risos). Nunca achei que isso

pudesse acontecer, mas não reclamo

que estou com a vida corrida, que quero

ter mais tempo para mim. Na verdade,

estou procurando quem tem tempo pa-

ra me vender (risos).

Pergunta - Além de atuar, quais ou-tros prazeres você destacaria?

Mariana - Amo viajar. Já consegui ir

a lugares incríveis. Nova York foi uma

das cidades de que mais gostei. Mas

Londres, sem dúvida, foi a minha via-

gem mais fantástica. A cidade é de pi-

rar. Não vejo a hora de voltar. É uma

mistura de Paris com Nova York. Barce-

lona também foi incrível. As pessoas

têm o jeito, o estilo, do carioca. Viajar é

maravilhoso, o problema é juntar di-

nheiro para conseguir ir (risos). Já es-

tou tentando juntar para a próxima, que

eu adoraria que fosse Londres novamen-

te. Na verdade, não quero ter dinheiro

para comprar um apartamento maravi-

lhoso, um carrão do ano. Isso não sou

eu. O que, realmente, desejo é ter di-

nheiro para viajar e ser feliz. Na vida,

nada paga o que você ganha em termos

de cultura com uma viagem.

Pergunta - E tem lembranças des-tas viagens?

Mariana - No meu quarto, tenho um

quadro de imagens onde coloco as fotos

das minhas viagens. E tem também

aquelas com os meus amigos. Tenho

muitos amigos, bem acima da média. É

uma característica minha. Para você ter

uma ideia, tenho amigos da época do jar-

dim de infância (risos). E venho só so-

mando. Acho que, na vida, o nosso

maior tesouro são os amigos. Além da

família, claro!

Pergunta - Gosta de fotografar?Mariana - Adoro fotografar e gos-

to da foto em papel. Aquela coisa de

pegar as fotos nas mãos, ficar olhan-

do e me lembrar da viagem. Isso me

transporta para a época da viagem...

É maravilhoso. É diferente da pratici-

dade da máquina digital. Revelo as

minhas fotos porque fico com medo

de perder tudo.

Pergunta - Após o final de “Alémdo Horizonte”, tem algum outro traba-lho na fila para ser realizado?

Mariana - Vai ter o filme “Minha

Mãe É Uma Peça 2”, que deve ser lan-

çado em meados de 2015. Após a no-

vela, vou estrear, no primeiro semes-

tre de 2014, o meu monólogo “De Re-

pente Gorda”, que vai falar sobre a

eterna insatisfação com o próprio cor-

po. A peça vai abordar assuntos sé-

rios, com muitas reflexões. Mas é

uma comédia, tudo bem leve. �

NOVOSARESPARA‘MARCELINA’

Estouemumacarreira difícil,emque poucaspessoasconseguem darcerto. Faço oque amo eaindaconsigo medivertir com omeu trabalho

Nuncaimaginei issona minha vida,de estar emum lugar e aspessoaspararem parafalar comigo.Teve ummomento emque me senti aprópria Xuxa

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 17 - TV

Page 18: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

Aos36 anos, 20 deles

dedicadosàcarreira artística,

VitorHugosedivideentre ator

denovelase teatroediretor de

produtora.NaTV, faz o vilão em

“PecadoMortal”

Agência Estado

Texto ágil, atores afinados e

produção de época impecável

são alguns dos ingredientes im-

portantes da novela “Pecado

Mortal”, da Record. Contudo,

é impossível citar o sucesso da

trama sem mencionar o traba-

lho do ator Vitor Hugo, o ho-

mem por trás do vilão Picasso.

Debochado e corruptível, o

policial acumulou, nesses três

meses de folhetim, uma lista ex-

pressiva de maldades contra o

mocinho Carlão (Fernando Pa-

vão), por quem nutre um (até

agora) inexplicável ódio.

“O Picasso é como um co-

ringa, porque transita por to-

dos os núcleos da trama e pode

ser qualquer carta no jogo”, de-

fende Vitor.

Na vida real, Vitor Hugo

não tem nada de seu vilão de

frases rápidas. Formado em Fi-

losofia pela PUC do Rio de Ja-

neiro, o ator de fala mansa culti-

va um olhar sensível sobre o

mundo. O sucesso tão pouco

Record

DE PICASSOA CORINGA

Agência

Esta

do/D

ivulg

ação

TV - 18 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 19: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

veio de graça. Com 36 anos de

idade e mais de 20 de televisão,

o ator se desdobra entre novelas,

teatro e o cargo de diretor na pro-

dutora Agarina.

Estreou na TV ainda adoles-

cente, fazendo dois trabalhos na

extinta Manchete, a novela “A

História de Ana Raio e Zé Tro-

vão” (1990-1991) e a minissérie

“Na Rede de Intrigas” (1991).

Em 1992, por sua atuação na pe-

ça “Capitães de Areia”, de Jorge

Amado, recebeu o Prêmio Coca-

Cola de Teatro na categoria

Ator Revelação.

Curiosamente, outra monta-

gem da mesma peça lhe garanti-

ria, em 2005, uma indicação ao

Prêmio Shell na categoria Me-

lhor Diretor. “Tenho uma rela-

ção com o universo amadiano,

toca-me o fato de ele extrair poe-

sia da história de homens e mu-

lheres tão simples”, confessa.

Promessa de galã nos anos

1990, Vitor foi escalado pela

Globo para “Perigosas Pe-

ruas” (1992), “Sex Appeal”

(1993), “Corpo Dourado”

(1998), “Cabocla” (2004) e “O

Profeta” (2007) - seu último

trabalho na emissora.

Já na Record, passou por “Vi-

das Opostas” (2006), “Chamas

da Vida” (2008) e “A História de

Ester” (2010), antes de conquis-

tar dois personagens de desta-

que: o aleijado Mefibosete, de

“Rei Davi” (2012), e Judá, de

“José do Egito” (2013).

A seguir, o ator fala sobre o

futuro de Picasso, analisa a tra-

ma de “Pecado Mortal” e conta

seus truques para buscar inspira-

ção dentro e fora de cena.

Pergunta - Afinal, por que Pi-casso odeia tanto Carlão?

Vitor Hugo - Algumas explica-

ções sobre essa questão estão

para serem apresentadas, mas

acho legal manter o mistério.

O autor está trabalhando há

muito tempo para construir es-

sa trama (risos).

Pergunta - Mas você traba-lha com alguma hipótese?

Hugo - Nós, os atores, recebe-

mos apenas uma sinopse do per-

sonagem no início da novela. As-

sim como o público, vamos des-

cobrindo as coisas capítulo por

capítulo. Mas havia referências

no texto sobre o fato de o tema

pedofilia mexer muito com o Pi-

casso. Ele cresceu em um orfana-

to, dando a entender que pode-

ria ter assistido ou sofrido esse ti-

po de abuso. Como havia a acusa-

ção contra o Carlão de pedofilia,

eu trabalhei - na minha cabeça -

com esse dado. A raiva dele po-

dia vir daí.

Pergunta - O vilão tambémparece ter bastante inveja doCarlão, certo?

Hugo - O Carlão é um cara -

no meu ponto de vista - bem-su-

cedido na vida. Ele construiu

uma família, uma história com

uma mulher e tem uma boa rela-

ção com os filhos. Tudo isso

com muita honestidade e integri-

dade. O Picasso é o oposto, não

tem nem amigos. Há inveja, mas

também uma relação de amor e

ódio, de proximidade e repulsa.

Pergunta - E tem a questãodo domínio do jogo do bicho...

Hugo - O Carlão poderia ser

um cara rico se assumisse o jogo

do bicho com o pai, mas ele

abriu mão de tudo o que o Picas-

so mais ambiciona. É como se o

Carlão mostrasse para ele que é

possível seguir um caminho pe-

lo coração, porta que o Picasso

não consegue abrir.

Pergunta - Você se inspirouem alguém para compor o Pi-casso?

Hugo - O Picasso é um misto

do Iago, da peça “Otelo” (de

William Shakespeare), com um

coringa. Ele é meio Iago, porque

não suporta a felicidade dos ou-

tros, e coringa, porque não é

nem moral nem imoral. É amo-

ral. Ele mostra isso no corpo,

com seu riso sarcástico e na for-

ma de andar. Ele anda como se

estivesse dançando. Assim co-

mo um “joker” (coringa, em in-

glês), que tinha trânsito livre

por todos os cômodos do palá-

cio. O Picasso transita por todos

os núcleos da trama e pode ser

qualquer carta no jogo.

Pergunta - Você tem algu-ma preparação especial nascenas?

Hugo - Fiz um baralho com

14 cartas - todas de coringas -,

com diferentes imagens e risos.

Algumas imagens são de bara-

lhos bastante antigos, inclusive.

Levo esse baralho comigo no

bolso quando gravo a novela. Pa-

ra mim, é algo do personagem e

me ajuda a compor sua persona-

lidade e suas expressões.

Pergunta - O que espera pa-ra o Picasso na trama?

Hugo - Que ele se humanize.

Quando soubermos mais do seu

passado, saberemos mais da sua

dor. Acho que, nesse momento,

ele vai deixar de ser um coringa

para mostrar quem realmente é.

Pergunta - Tanto “PecadoMortal” quanto a sua atua-ção receberam elogios unâni-mes da crítica. Como é issopara você?

Hugo - Para mim, o mérito é

do personagem. O (Carlos) Lom-

bardi construiu um personagem

brilhante por si só. Minha única

tarefa é não ofuscar esse brilho

que o Picasso tem. Também me

sinto agradecido pelo convite

epela oportunidade.

Pergunta - O Picasso é umpersonagem marcante paravocê?

Hugo - Já tenho muitos anos

de estrada e é um caminho solitá-

rio Só a gente sabe os risos e lá-

grimas que deixamos pelo traje-

to. Mas, sim, esse está sendo um

momento muito especial na mi-

nha trajetória.

Pergunta - “Pecado Mortal”não é a primeira novela do Car-los Lombardi que você partici-pa, correto?

Hugo - Não, eu participei de

“Perigosas Peruas”, que foi o

meu primeiro trabalho na Glo-

bo. Era para ser uma participa-

ção especial: um garoto que ba-

tia à porta para dar um recado à

Natália Lage. Foi bacana por-

que eu e a Natália já nos conhe-

cíamos do teatro e ela torcia por

mim. O Lombardi gostou, o pa-

pel foi prolongado e acabei fa-

zendo o seu namoradinho.

Pergunta - A sua estreia naTV foi na minissérie “Na Redede Intrigas”, da extinta TVManchete. Tem alguma memó-ria especial desse trabalho?

Hugo - Sim, eu era garoto e

contracenava com o Leonardo

Brício, por quem tenho um cari-

nho imenso e com quem atuei

em “Chamas da Vida” e “Rei Da-

vi”, na Record, muito tempo de-

pois. Lembro que toda a minis-

série foi gravada fora da cidade

do Rio de Janeiro, em Arraial do

Cabo. Precisei ficar uns dias lá

sem meu pai e minha mãe, e to-

do o elenco me adotou. Outro

ponto era que a trama tinha uma

coisa mística, de ter fé, e acho is-

so simbólico. Algo como, se vo-

cê acreditar, pode ver seu sonho

realizado. Levei isso para a mi-

nha carreira.

Pergunta - Em “Rei Davi”,você interpretou Mefibosete,um personagem paralítico. Fezalgum laboratório?

Hugo - Sim. Em uma sexta-

feira, dirigi até o sítio da minha

família para ficar o final de sema-

na sozinho. Quando bati a porta

do carro, decidi que, até domin-

go, iria fazer todas as tarefas me

arrastando, que nem o persona-

gem. Foi um aprendizado pro-

fundo que não passou pela ra-

zão, mas pelas emoções.

Pergunta - Essa experiên-cia lhe ajudou em alguma cenaespecífica?

Hugo - Em uma gravação, o

diretor me perguntou por que

eu estava comendo com o dorso

das mãos, já que o personagem ti-

nha deficiência somente nas per-

nas. Contei a ele que, em uma

noite no sítio, fui matar um mos-

quito que estava no meu rosto.

Quando bati com a palma da

mão, sujei todo o meu rosto de

lama. Naquele momento, perce-

bi que as mãos eram as solas dos

pés de quem não poderia andar

naquele tempo, então, meu per-

sonagem precisaria comer com

o dorso das mãos, que era sua

única parte limpa.

Pergunta - Além de ser ator,você é um dos diretores da pro-dutora Agarina. Quais são osseus projetos para 2014?

Hugo - Estou adaptando

“Suor”, um romance pouco co-

nhecido de Jorge Amado, para o

teatro. Tenho uma relação com

o universo amadiano, toca-me

muito o fato de ele extrair poesia

da história de homens e mulhe-

res tão simples. Além disso, esta-

mos produzindo a terceira tem-

porada do programa “Aventuras

Reais”. Ele é apresentado pelo

Sandro Cardoso, que é atleta e

meu irmão. A primeira tempo-

rada foi exibida pelo Mul-

tishow e a segunda pelo Canal

Off. E quero me dedicar ainda

mais a “Pecado Mortal”. �

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 19 - TV

Page 20: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

Canal TNT vai transmitir ao vivo este

mês as indicações ao Oscar 2014

Cinema

Agência Estado

No dia 16 de janeiro, a par-

tir das 11h, o canal por assinatu-

ra TNT vai transmitir ao vivo

e, com exclusividade no Brasil,

a cerimônia que revelará as pro-

duções e artistas que vão con-

correr ao Oscar neste ano. É a

primeira vez que a rede de tele-

visão paga fará a cobertura do

evento de nomeação da lista de

indicados direto do Samuel

Goldwyn Theater, em Beverly

Hills, nos Estados Unidos.

O Oscar será realizado no

dia 2 de março, também com

transmissão exclusiva pelo

TNT. A 86ª edição da

premiação será oficialmente

apresentada por Ellen DeGene-

res em Hollywood (EUA). Co-

mo a data cai em pleno domin-

go de Carnaval, a Rede Globo

não vai transmitir a cerimônia

para privilegiar a exibição dos

desfiles das escolas de samba

do Rio de Janeiro.

A dupla Fred Lessa e Sabri-

na Parlatore foram escalados

novamente pelo TNT para co-

brirem o tapete vermelho na

transmissão do Oscar A cerimô-

nia em si contará com os co-

mentários do crítico Rubens

Ewald Filho. A cobertura na

TV brasileira está prevista para

começar às 20h30 e deve durar

aproximadamente cinco horas.

O Oscar conta com 24 cate-

gorias, que compõem o tradicio-

nal prêmio da Academia de Ar-

tes e Ciências Cinematográfi-

cas. A cerimônia é transmitida

ao vivo na rede de televisão

ABC nos Estados Unidos e é te-

levisionada para mais de 225

países e territórios em todo o

mundo.

O evento de nomeação dos

indicados ao Oscar foi adiciona-

do à programação do TNT, que

costuma exibir os principais

eventos da indústria cinemato-

gráfica mundial, como se fosse

a la rgada para outras

premiações de 2014. A cerimô-

nia é feita por membros da aca-

demia e não conta com a parti-

cipação de celebridades.

A única produção brasileira

que estava na disputa pelo prê-

mio de Melhor Filme Estran-

geiro, o longa-metragem”O

Som ao Redor”, do pernambu-

cano Kleber Mendonça Filho,

não foi classificada. O filme es-

tava na lista dos elegíveis, com

outras 75 produções pré-sele-

cionadas, mas, no dia 20 de de-

zembro, a academia divulgou a

lista com os nove pré-indica-

dos na categoria, descartando a

produção brasileira.

Por enquanto, estão no pá-

reo: “The Broken Circle Breakdo-

wn” (Bélgica), “An Episode in

the Life of an Iron Picker”

(Bósnia), “The Missing Picture”

(Camboja), “The Hunt” (Dina-

marca), “Two Lives” (Alema-

nha), “The Grandmaster” (Hong

Kong), “The Notebook” (Hun-

gria), “The Great Beauty” (Itália)

e “Omar” (Palestina). �

EM BUSCA DAESTATUETA

Agência Estado/Divulgação

TV - 20 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 21: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

“Amo atuar, adorariadividir minha carreiraem 50% cantora e50% atriz”Sandy, cantora, em umaparticipação no “Video Show”, da Globo,sobre as novelas que já participou

“Sou otimista até natristeza. Quero que2014 seja perto dafamília e trabalhandono que gosto”Anderson Di Rizzi, ator, em entrevistaao site da revista “Contigo!”,sobre o que espera do ano de 2014

“Fico muito nervosono dia em que anovela vai ao ar. Em‘Além do Horizonte’eu assisti à estreiacom borboletas noestômago”Rodrigo Simas, ator, em entrevistaao site da revista “Quem”, sobreo que o deixa com ‘frio na barriga’

“Gostaria de termais. Na minhacabeça, já estoucronometrandose vou ter outracriança equando isso vaiacontecer”Drew Barrymore, atriz, em entrevista à revista

“Marie Claire” americana, sobre estar grávida do

segundo filho e já pensar no próximo

“É só uma fotoartística. Tudo ali émeu e nada é falso”Roberta Miranda, cantora, em comentário no

Instagram, sobre ter publicado em sua rede social

uma foto em que aparece tomando banho

“Hoje, sou mais gaydo que nunca,porque estou casadae quero viver portoda a minha vidacom Malu”Daniela Mercury, cantora, em

entrevista à revista “Quem”, sobre a sua

relação com a jornalista Malu Verçosa

“Já me perguntarammuitas vezes, mascontinuo hétero”Sam Alves, vencedor do “The Voice Brasil”,

em sua página no Twitter, respondendo

uma fã que questionou sua sexualidade

“Gosto de ter boasvibrações. Não gostode previsões, desaber o futuro. O quetiver que acontecerestá nas mãos deDeus”Juliana Paiva, atriz, em entrevista ao

site da “Contigo!”, sobre o ano de 2014

“O Brasil tratouNelson Ned a vidainteira como umanão de circo”Moacyr Franco, cantor e apresentador,

em entrevista ao “UOL”, sobre a morte

do amigo, o cantor Nelson Ned

“O vazio de suaausência é muitodoloroso”Vin Diesel, ator, no Facebook,

em novo desabafo na internet sobre

a morte do ator, e amigo, Paul Walker

Frases da semanaAgência Estado

Fotos: Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 21 - TV

Page 22: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

MALHAÇÃO - 17H45

Segunda-feira a sábado – Não enviado pela emissora.

Segunda-feira - Thales consegue sal-var Natasha, mas Leila não escapado fogo. Lutero convence César a fa-zer novos exames. Paloma recebe anotícia da morte de Leila e fala comAmadeu. Natasha descobre que foisalva por Thales. Neide fica inconso-lável com a morte de Leila. Rafael pe-deparaErontirá-lodacadeia.Félixga-rante a Paloma que Aline será desco-berta.Nikopermiteque Amarilys pas-seie com Fabrício e Adriana. Eron eFélixdiscutemporcausadeNiko.Per-

séfone marca um encontro com Van-derlei. JudithavisaaAtílioqueelepre-cisa fazer uma consulta com um psi-quiatraantesde receber alta. Valdire-ne consegue entrar no Big BrotherBrasil. Aline teme que César descu-braseusplanos.Vanderlei pedeparaPerséfone garantir que quer realmen-te ficar com ele.Terça-feira - Félix conta para Palomaque incentivouNinhoa ficar comAlinepara se vingar de seu pai. Aline plane-ja viajar sozinha para o Exterior. Ma-

ciel avisaaPaloma quequer secasarcom Pilar. Márcia tenta convencer Fé-lix a ficar com Niko. Niko deixa Amari-lys sair novamente com Fabrício. Pér-sio e Rebeca se beijam. Priscila pen-sa em manter Jacques no hospital.Rubão se separa de Eudóxia para fi-car com Tamara. Edith termina o rela-cionamento com Wagner. Patríciaaconselha Perséfone a se decidir en-tre Daniel e Vanderlei. Neide se preo-cupacomoestadodeLinda.Amadeuvisita Rafael na cadeia. Félix alerta Ni-

kosobre Amarilys Atílio se transformaemGentildurantesuaconsultacomapsiquiatra.OrdáliaentregaaHerbertoendereçodo trabalho deElias.Quarta-feira - Paloma, Lutero e Rebe-ca vãoà casade César, e Alineé obri-gada a desistir de seus planos. Eroncobra uma resposta de Niko sobre aproposta que lhe fez. Amarilys deixaAdrianacomovida comseu comporta-mento. Aline é forçada a concordarcom a presença de Rebeca em suacasa.PalomafalaparaPilarqueainda

está muito magoada com Félix. AlineavisaaNinhopara ficaremsilêncionapresençadeRebeca. Félix nãoconse-gue conversar com Niko. Atílio contapara Márcia que não recebeu alta dapsiquiatra.Valdirenedescobrequeen-traráno BBB durante uma festa e ficaeufórica.Murilo voltaparacasaedes-cobre que Gigi vai se casar com Igná-cio. Aline se irrita com Rebeca. Palo-ma agradece a Bruno por cuidar dePaulinha.AlinemandaNinhovoltarpa-rao galpão.

JOIA RARA - 18H15

Segunda-feira - Franz fogecomoutrospresos. Cléo vai embora e deixa Joelno hotel. O delegado vai à casa deAméliaprocurarFranzePérola lhecon-taqueSilviaestáviva.Valtertentacon-vencer Laura a entregar Tavinho paraGaia e Toni. Ernest e Manfred discu-tem por causa de Franz. Joel não temcomo pagar o hotel e é obrigado a fa-zer faxina. Amélia arruma um empre-go de garçonete na casa de chá. So-nandecide fazer um retiro nas monta-nhas para esquecer Matilde. Auroraconsegue voltar para a pensão decharretee todos ficamaliviados.Auro-ra e Davi decidem se casar imediata-mente.Franzpedecomidaemumbarde beira de estrada e quase é reco-nhecido pelo dono, que lê um jornalonde está publicada a sua foto comofugitivo.

Terça-feira - Franz diz ao dono do barqueé caixeiro viajante e que foi assal-tado na estrada. Ernest fica desoladoaolerno jornalemqueFranzestásen-do procurado como fugitivo. Matildesonha com Sonan. Manfred procuraAmélianacasadecháemseuprimei-ro dia de trabalho e a convida para ocasamento dos pais. Manfred tam-bém manda um convite para Hilda eViktor. Rubens pede que Matilde mar-que logo a data do casamento deles.Franzpedecaronanaestrada,vêumablitz e foge. Toni eGaia contratamNu-noparaconseguiremaguardadeTavi-nho. Améliaproíbe Pérola de ir à man-são. Manfred se irrita ao ver Vences-lau chegando à festa. Pérola foge decasa e vai para o casamento. Améliaencontra Franz na rua.Quarta-feira - Amélia fica feliz ao ver

Franzeolevaparaocortiço.Pérolape-depara conversarasóscomErnest ediz ao avô que ele só vai parar de so-frer no dia em que conseguir amar opróximo.AméliabuscaPérolanaman-são e Ernest se casa com Gertrude.Sonan sonha com Ananda e desistede fazer o retiro. Ernest se recusa apassar a noite com Gertrude e Man-fred o ameaça. Bibiana e Eufrásiomostram o retrato de Franz para Sil-via, que tem pequenas lembranças.Viktor consegue um emprego na livra-ria. Aurora desmaia no meio do en-saio.Sonandiz aRigpaqueentregaráseus votos e voltará ao Brasil para fi-car com Matilde. O delegado procuraFranz no cortiço, mas ele se disfarçade idoso e consegue sair com Améliasemser visto.Quinta-feira - Mundo, Iolanda ePérola

conseguemdespistarodelegado.Ma-tildedizaSerenaquevoltaráparasuacidade natal para esquecer Sonan.Franz e Amélia combinam de investi-gar Pilar. Miquelina promete ajudar adescobrir o paradeiro de Kleber. Amé-liaprocuraPilarparasaberporqueelamentiu para o juiz. Manfred mandaVenceslau sair de seu apartamento.Pilar contaparaManfredqueeraana-morada de Heitor quando ele se apai-xonouporCatarina.Auroraficapreocu-padacomapossibilidadedeestargrá-vida. Sonan escreve uma carta paraMatilde declarando o seu amor. Dis-farçado, Franz segue Manfred e o vêconversar com Kleber. Odilon beijaBelmira. Miquelina procura o delega-doparaperguntarsobreKlebereArlin-do fica furioso ao vê-los. Franz segueKleber.Sexta-feira - Manfred segue Gertrude

evêquandoelaseencontracomVen-ceslau Toni e Gaia contam a históriadesuavidaparaTavinho,que fica fas-cinado. Rubens anuncia que Auroranãoestágrávida,paraatristezadeDa-vi. Pérola pede que Matilde esperepor Sonan e não se case com Ru-bens. Franz pede que Mundo e Fabrí-cioprocuremKleber.Manfredpressio-naGertrudeparasaberqualéasua li-gação com Venceslau, mas ela des-conversa. Kleber consegue fugir deMundo e Fabrício. Matilde prova seuvestido de noiva. Manfred vasculha oquarto de Gertrude e descobre fotosdelacomVenceslau.Serena intercep-ta a carta de Sonan para Matilde. So-nan entrega seus votos e passa ausar roupas ocidentais. Manfred, fu-rioso, pergunta a Gertrude se ela eVenceslau foramnamorados.Sábado - Nãoenviado pelaemissora.

Segunda-feira - Anita confronta Antô-nioeafirmaseuamorporBen.Mauradecidealugar oquartodeSidney.Her-nandez desconfia de que Caetanopossaarmarcontraele.Antônioseen-furece com a cumplicidade entre Bene Hernandez. Ben não dorme em seuquartinho, e Omar vai ao casarão àprocura do rapaz. Pedro vê os dese-nhos de Antônio, e Tita o alerta paraque não mexa nos pertences do ir-mão. Tita lamenta sua mudança paraa casa de Maura. Ben pede ajuda aMartin para checar documentos assi-nados por Hernandez para Caetano.Antônio pede para conversar comBen, que fica cismado. Serguei e Fla-vianadiscutemnafrentedeumaclien-te. Anitaafirma para Júlia quecobraráexplicações de Ben. João Luiz recrimi-na Raíssa por pensar em ter um filhocomFábio.

Terça-feira - Antônio deixa Ben desa-cordado na loja abandonada e saicom o celular do garoto. Antônio con-segue enganar o chaveiro e guardarsuamochilanoquiosquedoprofissio-nal. Anita se desespera por não en-contrar Ben. Tita questiona Hernan-dez sobre o caráter de Antônio. Pedroencontra um desenho detalhado dosplanos de Antônio e mostra para Ani-ta. Ronaldo e Vera ficam apreensivoscom a falta de notícias de Ben. Benacordana lojaabandonadaegrita porsocorro. Pedro, Frédéric e Anita aler-tam Ronaldo e Vera sobre os planosde Antônio e todos decidem procurarajuda. Ronaldo e Vera conversamcom um policial sobre as suspeitascontraAntônio, e João Luiz desconfia.Antônio observa toda a movimenta-çãode longe.

Quarta-feira - Antônio se prepara para

concluir seu plano. João Luiz, Vera e

Ronaldo pedem que todos deixem a

praça, e a polícia isola o local. Junior

comenta que viu Antônio perto da loja

abandonada, e Anita diz saber onde

é.Benvoltaagritarporsocorro.Micae-

la procura por Bruna, e Flaviana conta

para Sofia sobre a armação de Antô-

nio. Anita, Ronaldo, João Luiz e Tuni-

nho encontram Ben, que é resgatado

pelos bombeiros. Antônio é encontra-

do pelos policiais, que tentam nego-

ciar com o menino, mas ele exige a

presença de Ben. Luciana e Abelardo

avisamaHernandezqueAntônioestá

cercado pela polícia. Ben fura o blo-

queio dapolícia e tenta convencer An-

tônio a desistir de seu plano. Anita se

desesperaaoverBencorrendo risco.

Quinta-feira - Sem que Antônio perce-ba, Ben o atira sobre um pula-pulasuspenso e salva sua vida. Hernan-dez acompanha Antônio à delegacia.Na delegacia, Antônio pergunta sesuafotosairános jornais, imaginandoqueseu pai possa vê-lo. Flaviana sus-peita de que Antônio sofra de umadoença mental. Hernandez volta parao casarão sem Antônio, e Tita sofrepelo irmão. Antônio é internado. BendispensaAnita,eSofiapercebe.Mau-ra apoia Hernandez. Sofia apoia Anitae a convence a exigir uma explicaçãodeBen. Ben revela a Ronaldo que ter-minou o namoro com Anita. Sozinho,Benolhanocelular amensagemcoma chantagem e a exigência que termi-ne com Anita. Sem conseguir falarcomBen,Anitadecidevoltarparaaca-sadopai.

Sexta-feira - Ben revela para Sidneyque terminou com Anita porque estásendo ameaçado com um vídeo dosdoiseafirmasuspeitardeAntônio.Fla-viana tentaanimarSofia, queestáde-primida. Hernandez anuncia sua mu-dança para a casa de Maura. Tita so-fre, e Pedro a consola. Sidney sur-preende Maura e Zelândia com seunovo visual. Martin alerta Ben sobreos documentos que Hernandez assi-nouparaCaetano.Edgardanunciapa-ra Sofia que vai se casar com Fábia,que está grávida. Micaela ensaia suamúsica com Drica, Bruna e Amanda.Raíssa conta para João Luiz que Divaprecisou viajar e que Bárbara ficaráem seu lugar. Caetano tenta conven-cer as filhas de morar com ele, mas éignorado. João Luiz se irrita com Raís-saeVirgílio percebe.

Resumo das novelas

GLOBO

ALÉM DO HORIZONTE - 19H30

AMOR À VIDA - 21H00

TV - 22 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 23: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

Segunda-feira - Stella volta. Carlão ar-macomOtávioedizquemataráPerfu-me. Carlão se assusta ao ver Doro-téiaePatríciana fazendinha.Dorotéiaabre a porta de Carlão com grampo etenta beijá-lo. Stella se desespera aover Otávio na boate e sai sem que elea veja. Donana descobre o plano deCarlão e tenta avisar Perfume. Otáviose oferece para ir no lugar do irmão,mas Carlão está decidido. Dorotéiadescobre que Carlão tentará matarPerfume e tenta convencê-lo a desis-

tir,dizendoqueelearruinarásuavida.Terça-feira - Otávio ficaaflitosemnotí-cias de Carlão e decide ir atrás deleem restaurante. Stella esbofeteia Do-nana e ameaça matá-la. Picasso vaiatrás de Carlão. Carlão pega arma evai ao encontro de Perfume. Carlãonão consegue atirar e dá uma coro-nhada no bicheiro. Patrícia fica ali-viada ao saber que Carlão não ma-tou Perfume. Perfume vai até fa-zendinha e diz que entregará bi-cheiros em troca de proteção pa-

ra o jardineiro. Baldochi mandaDonana cavar a própria cova.Quarta-feira - Carlão e Dorotéia se-guemcoma farsae fingem ter um ca-sona frentederepórter.Picassoaten-de pedido de Michele e vai até hospi-tal para vê-lo. Baldochi liberta Dona-na. Michele pede para Otávio que elese aproxime de Picasso. Sabonete eValdodescobremquePerfumeestávi-vo e temem que bicheiro os entreguea mando de Carlão. Carlão e Otávioconversam sobre plano para prejudi-

car bicheiros.Quinta-feira - Picasso planeja envene-nar Carlão. Dorotéia diz que destruirácarreira de Patrícia se Carlão não lhederumfilho.Picassocontaminacami-sa de Carlão com veneno. Stellaameaça matar Donana. Carlão senteprimeirossintomasdeenvenenamen-to.Carlãosesentemaletiraacamisaenvenenada. Otávio, Djalma e capan-gas cercam o armazém escondidos eesperam por Carlão para atacarem.Otávio fica preocupado com demora

deCarlãoedecideatacar.Sexta-feira - Patrícia se desespera aodescobrir que Carlão foi envenenado.Picasso troca tiros com motorista decarro,queatingepneusdocaminhão.Otávio freia e Picasso consegue atin-giratirador,queperdeadireçãodocar-ro. Picasso e Otávio fogem correndopela estrada. Dorotéia diz para Patrí-ciaquealguémpróximoaCarlãopodeser o culpado pelo envenenamento.Picasso e Otávio conversam amisto-samente.

Segunda-feira - Jaime afronta Leandro

com a ajuda de Bigode de Arame e

João. Leandro consegue escapar,

mas sofre um acidente decarro. Antô-

nia passa mal e desmaia. Oscar rece-

beumapassagemaéreaedinheiropa-

rasairdoSertão,mesmocontraasua

vontade. Antes de deixar a sua casa,

Oscar entrega um bilhete escondido

para Juca. Carolina procura Fortunato,

parasaberoparadeirodeLeandro.Jai-

memostraparaIsabeleAntôniaanotí-cia de que Leandro deu um desfalquenaempresaefugiuparaSãoPaulo.An-tônia ligaparaFortunatoealertasobrea suposta fuga de Leandro. Carolinachantageia Celeste para não mostraraCavalcanti a cópia dos e-mails troca-dos entre ela e Leandro. Antônia vai àcasa de Leandro e estranha a ausên-cia de vestígios sobre a sua viagem.JaimeeJoãovãoaolocaldoacidente.Terça-feira - JaimeeJoãocontamaBri-

tivaldoa versãodeles doacidente. Dedentro de seu carro, Fortunato acom-panha aconversa de Jaime como ins-petor. Britivaldo aceita a versão de Jai-meedáocasocomoesclarecido.Briti-valdo oferece hospedagem para Jai-meemsuacasa.Antôniacustaaacre-ditar que Leandro tenha fugido e reve-laumsegredoparaAnaClara.Fortuna-todesconfiaqueLeandroéquemesta-va no carro envolvido no acidente. Ce-leste pede ajuda à Isabel, que vai em

direçãoàcasadaamiga. Isabelatrope-laumrapazqueestádebicicletaeaca-ba se envolvendo com a vítima. Fortu-nato confronta João e Bigode de Ara-me. Isabel desmaia ao saber queLeandroé amante deCeleste.Quarta-feira - Antônio avisaà neta queCeleste pediu ajuda para Isabel e queela passou mal. João diz a Jaime queo plano foi descoberto. Antônio ques-tiona Celeste sobre a sua conversacom Isabel. João avisa a Jaime que

Fortunato irá à polícia. Isabel começaa balbuciar o nome de Leandro e to-dosconcluemqueela teveumenvolvi-mento com o sommelier. Antônia sedesespera com a revelação da mãe.Fortunato percebe que se expôs aoconfrontar João e Bigode de Arame etentaseesconder.Quinta-feira - Não enviado pela emis-sora.Sexta-feira -Nãoenviadopelaemisso-ra.

Segunda-feira - Juniorpedeaopaiqueconsiga a transferência da Dani parao Orfanato Raio de Luz. Carol liga praJosé Ricardo e diz que está na portadoorfanato.Carol garantequenão irásossegar enquanto ele não cumprirsua promessa. José Ricardo aceitadescer para falar com ela. No orfana-to, Cintia entrega uma relação de no-mesparaMatildepodersepassarpe-la irmã gêmea, Ernestina. Vivi conti-nua tentando esconder de Mathiasquemora noorfanato.Terça-feira - Érica chama Beto parasairanoiteediz quesópodeconvidaruma pessoa. Matilde confisca o celu-

lar de Vivi, que fica preocupada emnão poder avisar Mathias que poderámais ir. Ela resolve fugir. Vivi volta aoorfanato e Ernestina, que na verdadeéMatilde,mandaela limparacozinhainteira usando apenas uma escovade dente. Matilde diz pra Cintia queexisteumapassagemsecretanoorfa-nato, que ela ainda não sabe onde é.Carmen diz que castigar Vivi não fazsentido.Matilde rebateediz queaco-zinha precisa de uma faxina e comoela fugiu, decidiu resolver dois proble-masdeuma vez.Quarta-feira - Matilde se sentiu desa-fiada e ordena que todas as Chiquiti-

tas façam 100 flexões. Ernestina cor-ta a luz do orfanato ao anoitecer e dizquenãoquerouviravozdascrianças.Clarita segueBeto com aajuda deTo-bias. Ela vai até a balada e quer ver oque Éricaquer comBeto. Osdois sãobarradosnaentradadabaladaeClari-ta tem a ideia de Tobias se vestir deThomas Ferraz para entrarem no lo-cal. Tobias consegue entrar na bala-da, disfarçado.Quinta-feira - Amanhece e Chico en-contra Ernestina, que na verdadeé Matilde, desmaiada no chão. Aschiquititas ficam preocupadas. Er-nestina acorda e diz que as crian-

ças colocaram ratoeiras em seuchinelo. Clarita tira satisfaçãocom Beto, que não revela sobre obeijo e enrola a namorada. Éticachega atrasada e Clarita chamasua atenção. As chiquititas con-versam sobre a diferença no com-portamento Ernestina. Mosca dizque acha que ela pode ser um clo-ne da antiga Ernestina. Para sa-ber se ela é ou não clone, resol-vem testar os hábitos da zelado-ra. José Ricardo vai até a casa deCarol falar sobre a Dani.Sexta-feira - As chiquititas come-çam a achar que ela foi abduzida. Ca-

rol vai ao orfanato pra falar sobre atransferênciadaDaniparalá.Caroles-tranha o comportamento de Ernesti-na,quenaverdadeeMatildedisfarça-da. Carol pede para que todas as chi-quititas recebam bem ela. Dani conti-nuacomocomportamentomimadoemalcriado. Chico prepara um bolo es-pecial para a Dani. Carol conversacom Cintia na diretoria do orfanato epedeparaquepossavisitaraDaniporalgunsdiaseassimlheauxiliarnopro-cessodeadaptação.Cintianãoautori-zaesugerequeelaváfalardiretamen-te com José Ricardo, já que não con-cordacomsuadecisão.

Quinta-feira - Todos veem a entradade Valdirene no programa de TV. Cé-sar pede para Rebeca espionar a es-posa.Aline mandaNinho contar paraPaulinhaqueele vai para oPeru.Car-lito fica furioso com o comportamen-to de Valdirene no BBB. Aline dá umpresente para Rebeca e é carinhosacom César, que fica pensativo. Re-beca fala para Paloma que acreditanas intenções de Aline. Valdirene éeliminada do BBB. Carlito decidenão ficar mais com a mãe de sua fi-

lha. Amarilys foge com Fabrício. Pau-linha se encontra com Ninho. Adria-na pede socorro pela janela. Lindaprocura por Rafael, e Neide se preo-cupa. Eron manda Rafael ficar longede Linda. Niko descobre que Amari-lys sequestrou Fabrício. Valdirene écercada por fãs.Sexta-feira - Valdirene destrata osfãs, e Márcia a repreende. Carlitoprocura Valdirene. Niko pede ajudaa Félix. Amarilys chega à casa de In-grid em Angra dos Reis. Félix fala pa-

ra Silvia que Fabrício foi sequestra-do. Carlito decide ficar com Raquel,depois de levar um fora de Valdire-ne. Herbert procura Elias. Félix con-sola Niko. Lídia incentiva Natasha aprocurar Thales. Herbert oferece umpresentede casamento em dinheiropara Elias. Félix e Eron brigam nohospital, e Paloma repreende osdois.Márciamarcadiversoscompro-missos para Valdirene. Elias entre-ga o cheque de Herbert para asobras da igreja. Paloma pensa em

como fazer para confirmar que Ni-nho é amante de Aline. Herbert con-vida Edith para ir à sua casa. Rebe-ca ouve Aline falando com Ninho.Sábado - Félix eNikopartemparaAn-gra dos Reis atrás de Amarilys. Gigie Ignácio se casam. Rubão expulsaEudóxiadeseu apartamento e deci-de cortar o dinheiro do filho. Gen-til vai à casa de Márcia. Ingrid co-menta com Amarilys que recebeuuma ligação confirmando umaconsulta com ela e deixa a derma-

tologista desconfiada. Ciça voltapara a casa de Paloma. Aline pe-de para um cúmplice guardar di-nheiro para ela e marca um encon-tro com Ninho. César escondeuma faca e pede para Rebeca con-firmar se Aline tem um amante. Pa-loma fala para Eron ajudá-la a esco-lher um novo cirurgião-chefe para ohospital. Rafael procura Linda, masDaniel e Neide o impedem de vê-la.Gigi se desespera ao ter que voltara fazer quentinhas.

Resumo das novelas

PECADO MORTAL - 22H30

AMORES ROUBADOS - 22H30

CHIQUITITAS - 20H30

Continuação - AMOR À VIDA - 21H00

RECORD

GLOBO

SBT

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 23 - TV

Page 24: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

Fort Lauderdale, a Veneza americana, apresenta novidades

investindo na cena gastronômica e cultural

Agência O Globo

Em Fort Lauderdale, a vida se passa à beira-

mar. Ou à beira-canal, digamos. São quase 40

quilômetros de faixa de areia banhada pelo

Atlântico na região do condado de Broward, e 13

vezes essa extensão só em canais, totalizando

500 quilômetros de hidrovias.

Não à toa, a cidade ao norte de Miami tem um

dos três maiores portos do mundo, o Everglades,

que recebe 3,7 milhões de passageiros ao ano, entre

embarques e desembarques.

Se a vida a bordo está mais do que consagrada na

Veneza americana, a vida em terra firme se dinami-

za inspirada pela vizinha mais famosa, transbordan-

do de novos visitantes ligados ao mundo da arte. �

Turismo

DO MAR PARAAS AVENIDAS

Hidrovias: os canais cortam aárea central da cidade

TURISMO - 24 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 25: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

Em época deBoat Show, as

vagas da marinaficam lotadas

Fotos: Agência O Globo

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 25 - TURISMO

Page 26: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

Mesas com torneiras de chope e molho de espinafre orgânico

com galinha caipira são novidades bem aceitas

Agência O Globo

Quando uma loja de vesti-

dos de noiva fechou as portas

em Las Olas Boulevard, os só-

cios Paul Greenberg e Rick Mi-

jares decidiram transformar o

lugar em bar. Aberto no ano

passado, o American Social

tem o estilo de um bar de espor-

tes, com 14 telas de televisão,

decorado com capas famosas da

revista Life e mesas rodeadas

por confortáveis sofás.

Mas o que o torna único, na

realidade, é a inspiração irlande-

sa. Do Reino Unido, os donos im-

portaram um sistema de tornei-

ras de chope para as mesas.

Cada uma tem quatro rótulos,

que são trocados frequentemente.

As torneiras contabilizam auto-

maticamente a quantidade de

chope entornado, e também da si-

dra, fermentado de maçã, que an-

da na moda por lá.

Há 46 rótulos na torneira, dos

clássicos europeus (Chimay, Hoe-

gaarden, Guinness) às já consagra-

das artesanais americanas, como

Magic Hat, Harpoon, Dogfish e

Sierra Nevada.

Quem quiser levar um barril-

zinho para o barco (já que esta-

mos na Veneza americana), pode

carregá-los numa outra estação

com rótulos da Cigar City, de

Tampa, na Flórida.

Aliás, quem fizer compras pa-

ra um dia no mar deve passar na

padaria Gran Forno. Eles forne-

cem pães aos melhores restauran-

tes e hotéis e têm uma variedade

de doces com base de fruta e

cookies integrais frescos.

Inclua mais uma parada nos

preparativos na Cheese Culture,

loja de queijos e vinhos que inclu-

sive aluga por 24 horas uma cesta

de piquenique (US$ 75), com em-

butidos, queijos, uma garrafa de

vinho, uma baguete e frutas.

Em uma das mais novas adi-

ções à noite de Las Olas, pode-se

provar a local Fort Lauder Ale or-

gânica, de uma microcervejaria

fundada há um ano na cidade.

O pub The Royal Pig se tor-

nou a melhor opção para quem

prefere música em volume me-

nos violento aos ouvidos. A carta

de cervejas e drinques convida a

uma prospecção cuidadosa - e o

mesmo se pode dizer do menu,

com uma proposta de comida de

pub que às vezes beira o saudável,

com peixe fresco grelhado, sala-

das, galinha caipira e espinafre or-

gânico de aperitivo, sem esquecer

as costelas de porco e hambúrgue-

res fartos.

Na cena gastronômica, a me-

lhor novidade é o Lobster Bar

Sea Grille. O destaque não são as

cervejas, mas os frutos do mar no

gelo, em cores intensas. A lagosta

dá nome ao restaurante, e é uma

aposta mais do que garantida.

Mas os mexilhões em molho

de vinho branco também valem a

pena. E outra ótima pedida na ca-

sa são os peixes - da Flórida, tem

o pompano e o red snapper - servi-

dos inteiros com couve, quinoa, li-

mão e alcaparras, deliciosos.

Estados Unidos

Comidinhas e cervejasde Fort Lauderdale

Obra de LaurenShapiro na

galeria TheProjects North

no Fat Village

O The RoyalPig é o

novo bar damoda

TURISMO - 26 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 27: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

Umvagãodetremprateadoser-

ve de armazém para a nova unida-

de do Brew Urban Café, que nas

noites de sextas-feiras, sábados e de

jogos do Miami Heat se transfor-

ma em bar. As prateleiras guardam

cafés, cervejas e uma coleção de li-

vros.Era oque faltava noFat Villa-

ge - bairro que concentra empresas

de mídia, ateliês e galerias.

Quando os jornais locais noti-

ciaram a abertura da nova casa, o

comentário era “nem parece Fort

Lauderdale!” O dono, Miller, que

antes morava em Washington

DC, é um dos maiores defensores

do bairro. Já era um agitador cul-

tural, promovendo quase toda se-

manano seu estúdio sessões de fil-

mes por US$ 1 e churrascos.

O escritório também partici-

pa da Art Walk, que envolve boa

parte das empresas no bairro e

ocorre todo último sábado do

mês, quando estúdios empres-

tam seu espaço para palestras, ex-

posições e outras atividades.

O Fat Village (Flager Arts Te-

chnology) parece mesmo uma vi-

la, onde todos se conhecem e tra-

balham juntos. No início, a ideia

de Doug McCraw, que aluga as

áreas, era criar um bairro de em-

presas de tecnologia. Porém,

com a bolha da internet em 2001,

teve que repensar o projeto.

Viu o bairro de Wynwood se

desenvolvendo em Miami e deci-

diu fazer o mesmo em Fort Lau-

derdale: apostar em artistas.

Seuprimeiro inquilinofabrica-

va marionetes e se encantou pelo

espaço amplo dos galpões. Logo,

vierammaisartistas, galerias,grafi-

teiros e escritórios. Alguns pré-

dios residenciais nos arredores

contribuíramparaaumentar omo-

vimento nos fins de semana.

Outros escritórios que partici-

pam da Art Walk são o Cadence,

de arquitetura, e o Helium.

Uma das primeiras iniciativas

do Cadence, liderada pela arquiteta

Rebecca Bradley, foi um evento

chamado Better Block, que ocorre

em outras cidades americanas e

convidaasociedadeaimaginarma-

neiras de melhorar o bairro.

O Cadence encheu as ruas de

jardins temporários, convidou

DJs, foodtrucks e fez a festa. A

partir disso, surgiu um projeto

de jardim comunitário, que ga-

nhou um terreno da igreja lute-

rana e projeto do Candence,

lançado com apoio da rede de

supermercado Whole Foods. A

área verde não será dedicada só

a plantas ornamentais como

também a hortas dos moradores.

Rebecca lançou outro projeto

ano passado com vários pianos es-

palhados pela cidade, convidando

a tocar uma melodia no caminho.

Já os vizinhos do Helium to-

camumescritóriodedesigncomer-

cial onde só trabalham artistas. A

arte não-comissionada vai para as

paredeseganhavisibilidadenasart

walks realizadas a cada mês.

A galeria de maior destaque

na região é a The Projects North,

que em novembro montou uma

exposição para o mexicano Dia

dos Mortos com obras surrealis-

tas de artistas jovens. Também

tem a The Projects South e a The

Rolling Stock, esta, especializada

em arte de rua. � (AG)

Arte de rua em Fat Village

OnovoBrew UrbanCafé édecoradocom livrosegarrafas Em Las Olas, o bar Big City é um clássico

Uma dasobras do

artistaEduardo

Mendieta

Obra no murodo World andEye ArtsCenter, semassinatura

O escritório de design Helium promove exposições dos funcionários

Fotos: Agência O Globo

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 27 - TURISMO

Page 28: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

Em 2009, o porto inaugurou o maior terminal de

cruzeiros do mundo para atender ao navio Oasis of the Sea

Agência O Globo

É cada vez mais comum que

as grandes armadoras ofereçam

minicruzeiros de dois ou três

dias, ainda mais dos portos de

Miami e Everglades (em Fort

Lauderdale), tão próximos das

ilhas caribenhas.

E quase todos os cruzeiros

que saem do porto Everglades

param nas Bahamas, o arquipé-

lago mais perto do Sul da

Flórida.

Uma única empresa, po-

rém, oferece o serviço de balsa

rápida entre Fort Lauderdale e

Grand Island Bahama para

quem quiser fazer passeios de

um dia até o arquipélago.

A espanhola Balearia come-

çou a operar em 2012 com o Pí-

nar del Río, que tem capacida-

de para 463 passageiros. As via-

gens de bate-volta custam a par-

tir de US$ 49, embora na alta

temporada, inverno nos Esta-

dos Unidos, os preços na classe

econômica cheguem a US$

121. Na primeira classe, há me-

nos poltronas e os passageiros

recebem aperitivos por ingres-

sos desde US$ 136.

As viagens saem de Fort

Lauderdale às 8h, chegam às

Bahamas às 11h. Retornam às

18h e chegam à Flórida às 21h.

A empresa costuma oferecer pa-

cotes que incluem day use em

alguns dos resorts da ilha.

Para os americanos, nem é

preciso apresentar o passaporte

na imigração. Na ida e na volta,

tem lojas de duty free e máqui-

nas caça-níqueis.

O porto de Everglades tam-

bém tem novidades de infraes-

trutura. Em 2013, finalizou

uma reforma de US$ 54 mi-

lhões dos antigos terminais de

cruzeiros 2, 19, 21 e 26, moder-

nizando as instalações e acres-

centando uma rede de wi-fi pa-

ra os passageiros.

Em 2009, o porto inaugu-

rou o maior terminal de cruzei-

ros do mundo para atender ao

então maior navio neste seg-

mento, o Oasis of the Sea, ope-

rado pela Royal Caribbean.

O Oasis continua tendo o

porto Everglades como base, as-

sim como seu gêmeo (um pou-

co maior), o Allure of the Seas.

O novo navio da Royal Carib-

bean com lançamento marcado

para 2015, Anthem of the Seas,

da classe Qantum, também cha-

mará Fort Lauderdale de casa.

Estados Unidos

Um dia pelasBahamas

Em três horas, abalsa Pínar delRío chega àsBahamas

Em dia movimentado,

navios dominam a

paisagem em Fort

Lauderdale

Fotos: Agência O Globo

TURISMO - 28 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 29: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

COMO CHEGAR

Fort Lauderdale está a 40 minutos do

Aeroporto Internacional de Miami

seguindo a I-95. As empresas Copa

Airlines, American e TAM têm tarifas a

partir de R$ 1.689. Valores pesquisados

para fevereiro, com taxas.

ONDE FICAR

W: Diárias a US$ 345. 401 N. Ft.

Lauderdale Beach Blvd.

starwoodhotels.com

Hampton Inn Las Olas: Diárias aUS$ 135. 250 N Andrews Avenue.

hamptoninnftlauderdale.com

PASSEIO

Fat Village: A Art Walk acontece

sempre no último sábado de cada mês,

das 19h às 23h. Confira as atividades e

os horários do evento no site

oficialfatvillage.com

Onde comer

American Social: De segunda a

quinta-feira, a partir das 11h30. Sábado,das 11h às 2h. Domingo, das 11h às 12h.721 E Las Olas Blvd.americansocialbar.com

Gran Forno: Todo dia, das 7h às 18h.1.235 E Las Olas Blvd. gran-forno.com

Cheese Culture: Todo dia, das 11hàs 23h. 813 E Las Olas Blvd.cheese-culture.com

The Royal Pig: De segunda-feira asábado, a partir das 11h. Domingo, das12h às 23h. 350 E Las Olas Blvd.

royalpigpub.com

Big City: Todo dia, a partir das 17h.

609 E. Las Olas Blvd.

bigtimerestaurants.com

Lobster Bar Sea Grille: Todo dia, a

partir das 17h. 450 E Las Olas Blvd.

buckheadrestaurants.com �

Programe Fort Lauderdale

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 29 - TURISMO

Page 30: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

A 37 kms de Miami, o balneário Fort Lauderdale

tem preços melhores do que vizinha famosa

Agência O Globo

Embora os murais de Fort

Lauderdale não tenham assina-

turas de grandes nomes interna-

cionais como em Wynwood,

também chamam a atenção.

O Andrews Living Arts pos-

sui um teatro com peças de van-

guarda a preços irrisórios, ban-

cado pelo aluguel da área dos

fundos, toda grafitada, para

eventos corporativos.

Os food trucks do centro e

de Miami já colocaram o Fat

Village no itinerário. Quem

aparece sempre por lá é o

Frankie Dogs, com salsichas

artesanais e opções vegetaria-

nas que incluem combina-

ções com jalapeño, chucrute,

queijo azul e cebolas carame-

lizadas por US$ 5.

Estados Unidos

Compras,cruzeirose vidaboa

Cheese Culture aluga cesta de piquenique abastecida de queijos, frutas, baguete e vinho, por 24 horas

TURISMO - 30 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 31: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

Os locais entendem do assun-

to e são apaixonados por veleiros

e iates em Fort Lauderdale.

Os extensos canais e as 148

marinas no condado de Bro-

ward contribuem para que a ci-

dade hospede uma das maiores

feiras de barcos do mundo e a

maior com embarcações ancora-

das, a Fort Lauderdale Boat

Show (Flibs).

O evento não é só para com-

pradores ou entendedores, pois

o afluxo de gente serve como

desculpa para as lojas e bares

funcionarem até mais tarde e

também para festas badaladas.

É como se fosse uma Art Ba-

sel de Fort Lauderdale, porém,

com mais gente bronzeada. Os

dois eventos, aliás, confluíram

dentro de um dos destaques na

Flibs de 2013, que ocorreu de

31 de outubro a 4 de novem-

bro: o iate de 70 metros Sea-

Fair, uma galeria de arte itine-

rante, com bar e restaurante.

Não só interessados em

comprar podem conferir a fei-

ra, embora muitos visitem com

o propósito firme de fechar ne-

gócio.

A edição de 2013 teve o

maior público desde 2006, e

28% a mais do que em 2012. Ia-

tes como o Ferretti 960, o

maior já construído pela empre-

sa italiana, chamavam atenção

assim como os “brinquedi-

nhos” à mostra: submarinos

Triton para até três passagei-

ros, que custam US$ 32 mi-

lhões e carros esportivos. A Fli-

bs 2014 será realizada de 30 de ou-

tubro a 3 de novembro. � (AG)

Humor: muralassinado por Smog

One, francês radicadona Flórida

Compras e bares em Las Olas, bela avenida arborizada

Versões vegetarianas e orgânicas de cachorro-quente no bairro

Fotos: Agência O Globo

Feira de barcos DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 31 - TURISMO

Page 32: Revista bem estar-20140112 sentimento humano

Paulo Coelho

A IMPORTÂNCIADO GATO NAMEDITAÇÃO

Escritor

Muitas regras que obedecemos não têm nenhum fundamento.

Mesmo assim, se desejemos agir

diferente, somos considerados ‘loucos’ ou ‘imaturos’

Tendo escrito um livro sobre

a loucura, vi-me obrigado a per-

guntar o quanto das coisas que fa-

zemos nos foi imposta por neces-

sidade ou por absurdo. Por que

usamos gravata? Por que o reló-

gio gira no “sentido horário?” Se

vivemos num sistema decimal,

porque o dia tem 24 horas de 60

minutos cada?

O fato é que muitas das regras

que obedecemos hoje em dia não

têm nenhum fundamento. Mes-

mo assim, se desejemos agir dife-

rente, somos considerados “lou-

cos” ou “imaturos”.

Enquanto isso, a sociedade

vai criando alguns sistemas que,

no decorrer do tempo, perdem a

razão de ser, mas continuam im-

pondo suas regras. Uma interes-

sante história japonesa ilustra o

que quero dizer:

Um grande mestre zen budis-

ta, responsável pelo mosteiro de

Mayu Kagi, tinha um gato, que

era sua verdadeira paixão na vida.

Assim, durante as aulas de medi-

tação, mantinha o gato ao seu la-

do – para desfrutar o mais possí-

vel de sua companhia.

Certa manhã, o mestre – que

já estava bastante velho – apare-

ceu morto. O discípulo mais gra-

duado ocupou seu lugar.

- O que vamos fazer com o

gato? – perguntaram os outros

monges.

Numa homenagem à lembran-

ça de seu antigo instrutor, o novo

mestre decidiu permitir que o ga-

to continuasse frequentando as

aulas de zen-budismo.

Alguns discípulos de mostei-

ros vizinhos, que viajavam muito

pela região, descobriram que,

num dos mais afamados templos

do local, um gato participava das

meditações. A história começou a

correr.

Muitos anos se passaram. O

gato morreu, mas os alunos do

mosteiro estavam tão acostuma-

dos com a sua presença que arran-

jaram outro gato. Enquanto isso,

os outros templos começaram a

introduzir gatos em suas medita-

ções: acreditavam que o gato era

o verdadeiro responsável pela fa-

ma e a qualidade do ensino de

Mayu Kagi, e esqueciam-se que o

antigo mestre era um excelente

instrutor.

Uma geração se passou, e co-

meçaram a surgir tratados técni-

cos sobre a importância do gato

na meditação zen. Um professor

universitário desenvolveu uma te-

se – aceita pela comunidade aca-

dêmica – que o felino tinha capa-

cidade de aumentar a concentra-

ção humana e eliminar as ener-

gias negativas.

E assim, durante um século, o

gato foi considerado como parte

essencial no estudo do zen-budis-

mo naquela região.

Até que apareceu um mestre

que tinha alergia a pelos de ani-

mais domésticos, e resolveu tirar

o gato de suas práticas diárias

com os alunos.

Houve uma grande reação ne-

gativa – mas o mestre insistiu. Co-

mo era um excelente instrutor, os

alunos continuavam com o mes-

mo rendimento escolar, apesar da

ausência do gato.

Pouco a pouco, os mosteiros –

sempre em busca de ideias novas,

e já cansados de ter que alimentar

tantos gatos – foram eliminando

os animais das aulas. Em vinte

anos, começaram a surgir novas

teses revolucionárias – com títu-

los convincentes como “A impor-

tância da meditação sem o gato”,

ou “Equilibrando o universo zen

apenas pelo poder da mente, sem

a ajuda de animais”.

Mais um século se passou, e o

gato saiu por completo do ritual

de meditação zen naquela região.

Mas foram precisos duzentos

anos para que tudo voltasse ao

normal – já que ninguém se per-

guntou, durante todo este tempo,

por que o gato estava ali.

E quantos de nós, em nossas

vidas, ousa perguntar: por que te-

nho que agir desta maneira? Até

que ponto, naquilo que faze-

mos, estamos usando “gatos”

inúteis, que não temos coragem

de eliminar, porque nos disse-

ram que os “gatos” eram impor-

tantes para que tudo funcionas-

se bem? �

32 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO