Revista bem estar-20140112 sentimento humano
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Editorial
“A compaixão tem pouco valor se permanece uma ideia; eladeve tornar-se nossa atitude em relação aos outros, refletidaem todos os nossos pensamentos e ações”. A frase, atribuída aDalai Lama, vai ao encontro da reportagem que sugerimos paraa capa desta edição. Como todas as virtudes humanas - acompaixão sendo talvez a mais valiosa entre todas elas -, épreciso que as consolidemos menos no discurso e mais naprática. E no caso específico da compaixão, essa práticarepresenta colocar-se no lugar do outro e, mais do que isso,engajar-se ativamente em seu favor. A compaixão é afinal umgrande ato de amor. 24
Gastronomia, cultura e compras quevalem a pena em Fort Lauderdale, nosul da Flórida
16
Mariana Xavier, a Marcelina do filme"Minha Mãe É Uma Peça", estreia naTV, na novela "Além do Horizonte"
3
Terapeuta cognitivo-comportamentalescreve sobre a força das crenças:“Sem acreditar em algo nada se inicia,e dificuldades e obstáculos surgirão”
Poesia
As pombasVai-se a primeira pomba despertada…
Vai-se outra mais… mais outra… enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada.
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada.
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem… Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais.
Raimundo Correia
ESPIRITUALIDADENova aparição da Virgem Maria em Rio Preto é agendada para estemês. “Ela encontrou muita receptividade”, diz monge Págs. 6 e 7
CORPO E MENTE“Gravity Power System”, acroyoga, yoga dance, thai yoga, bambuyoga... Conheça as novas modalidades da técnica milenar de equilíbrioe harmonização mas que não abrem mão da essência Págs. 8 e 9
ENTREVISTAAutora do livro “Mulheres às Avessas”, psicóloga Ligia Guerra fala deautocobrança, demandas e anseios femininos Págs. 10, 11 e 12
PAULO COELHOEscritor usa história da presença do gato no zen budismo para discutira falta de fundamento das regras que adotamos na vida Pág. 32
Agência O Globo/Divulgação
Agência Estado/Divulgação
Turismo
Guilherme Baff
Televisão
Um ato de amor
MarcelleVecchi
DIÁRIO DA REGIÃO
Diretor de Redação
Décio [email protected]
Editor-chefe
Fabrício [email protected]
Coordenação
Ligia [email protected]
Editor de Bem-Estar e TV
Igor [email protected]
Editora de Turismo
Cecília [email protected]
Editor de Arte
César A. Belisá[email protected]
Pesquisa de fotos
Mara Lúcia de Sousa
Diagramação
Cristiane Magalhães
Tratamento de Imagens
Edson Saito, Luciana Nardellie Luis Antonio
Matérias
Agência EstadoAgência O Globo
2 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
OPODER DASCRENÇAS
Artigo
Marcelle Vecchi
Se você acredita que pode ou acre-dita que não pode, de qualquer formavocê está certo!
Henry Ford
As crenças são generalizações
que fazemos a nosso respeito acerca
de outras pessoas e do mundo ao nos-
so redor. Elas são os princípios que
orientam nossas ações. Embora te-
nhamos crenças muito arraigadas e
importantes, também podemos ser
flexíveis naquilo que escolhemos
acreditar.
Possuímos uma infinidade de
crenças, algumas são de nosso conhe-
cimento, outras não. Elas provêm do
que escutamos desde a infância, de
pessoas próximas ou das que respeita-
mos as opiniões.
Temos crenças relativas à famí-
lia, ao trabalho, aos amigos, às nossas
capacidades, à vida afetiva, enfim, te-
mos crenças sobre todos os aspectos
de nossa vida.
Sobre algumas crenças temos co-
ragem de conversar com os outros,
sobre outras temos vergonha de di-
zer que temos, e outras nem temos a
consciência de tê-las.
A escolha das crenças certas é
que faz a diferença entre uma pessoa
fracassada e uma vitoriosa.
Nos esportes é fácil identificar
quando uma pessoa cultiva crenças
boas para seu desempenho ou não.
No tênis, por exemplo, quando o nos-
so Guga estava no topo do ranking
mundial, seu olhar, suas expressões,
seus gestos em quadra, tudo dava a
entender que ele cultivava crenças
de vencedor, ele acreditava em suas
capacidades.
Se algo inesperado, como uma le-
são, por exemplo, acontece com um
esportista profissional, é natural que
o mesmo sinta-se inseguro sobre
suas capacidades, e perca esse acredi-
tar que fazia a diferença.
Percebe como um acontecimen-
to na vida de alguém pode balançar
suas crenças? Por isso temos que ter
muito cuidado com aquilo em que
acreditamos. Isso pode fazer toda a
diferença.
Lembra-se de quando Ayrton
Senna era entrevistado logo antes
de correr? Ele se mantinha a mes-
ma coisa, percebíamos sua atitude
vencedora, e só dá para ter atitu-
des vencedoras se cultivamos cren-
ças vencedoras.
O mais importante de tudo isso é
que podemos escolher no que acredi-
tar, então por que não cultivar cren-
ças que nos trazem benefício?
Isso significa que quando temos
uma crença fazemos de tudo para
que ela se confirme, mesmo sendo
uma crença que não nos favoreça.
Exemplificando: vamos supor que al-
guém tenha a seguinte crença: “As
pessoas têm dificuldade para enten-
der o que eu falo, não consigo ser cla-
ro o suficiente”. Esta crença faz com
que esta pessoa realmente fale de for-
ma a não ser entendida, ela irá, de for-
ma inconsciente (pois não tem cons-
ciência do que faz) se comunicar de
forma difícil ou complicada. Isso tor-
na sua crença verdadeira. Outra pes-
soa tem a seguinte crença: “Quando
estou falando para uma plateia sin-
to-me inibido”, esta crença fará
com que ela aja perante o público
de forma inibida. De alguma for-
ma ela demonstrará sua inibição,
seja pela postura, pelo tom de voz,
pelos gestos, etc... e, sendo assim,
confirmará sua crença.
São inúmeros os exemplos de pes-
soas públicas que admiramos e perce-
bemos como constantemente de-
monstramsua autoconfiançae autoes-
tima. Eles só conseguem apresentar
esse quadro positivo porque acredi-
tamque possuemcapacidades para fa-
zeroquefazemouacreditamserapes-
soa mais indicada naquele momento
para fazê-lo. Portanto, nossa admira-
ção, na realidade, é um reflexo da per-
plexidade que sentimos ao constatar
suascrenças. Pode nosparecer impos-
sível adquirirmos crenças tão fortes
quanto às deles, mas não é.
Parece simplório afirmarmos
que tudo se inicia com a construção
de uma crença e que basta tê-la para
conseguir. Sem acreditar em algo na-
da se inicia e, com certeza, dificulda-
des e obstáculos surgirão, porém
quanto mais forte for a crença maior
será a possibilidade de não desistir.
Quando acreditamos com con-
vicção que alguma coisa é verda-
deira, é como se mandássemos um
comando para nosso cérebro de co-
mo representar esse fato como ver-
dadeiro, e ele o fará.
É a nossa crença que determina
quanto de nosso potencial seremos
capazes de liberar. As crenças podem
abrir ou fechar o fluxo de ideias.
Lembre-se de que toda experiên-
cia humana, tudo o que você já disse,
viu, ouviu, sentiu, cheirou ou degus-
tou está arquivado em seu cérebro.
Quando você diz congruente-
mente que não pode se lembrar, está
certo. Quando diz que pode, você dá
uma ordem a seu sistema nervoso, o
qual abre os caminhos para a parte
do cérebro que tem capacidade de
dar as respostas necessárias.
As crenças não se baseiam neces-
sariamente numa estrutura lógica de
ideias. Ao contrário, sabemos o quão
pouco elas reagem à lógica. Não se
pode esperar que elas coincidam
com a realidade.
Uma velha história contada por
Abraham Maslow serve como ilustra-
ção. Um psiquiatra estava tratando
de um homem que pensava ser um
cadáver. Apesar de todos os argumen-
tos lógicos do psiquiatra, o homem
persistia em sua crença. Em um mo-
mento de inspiração, o psiquiatra
perguntou ao homem: - Um cadáver
sangra? O paciente respondeu: - Que
pergunta ridícula! É claro que não!
Após lhe pedir permissão, o psiquia-
tra fez um furo no dedo do paciente,
de onde saiu uma gota de sangue. O
paciente olhou para o sangue com no-
jo e surpresa e exclamou:
- Nossa doutor, agora eu entendi,
não é que morto sangra!
Não subestime o poder de uma
crença! �
Marcelle Vecchi é terapeutacomportamentalneurolinguista
Podemos ser
flexíveis naquilo
que escolhemos
acreditar
Quem é
Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 3
Gisele [email protected]
Se olharmos atentamente, todos os
dias veremos milhares de voluntários
anônimos pelos quatro cantos do mun-
do que fazem a distribuição de roupas,
remédios e alimentos aos mais necessi-
tados; visitam creches, asilos, hospi-
tais onde levam uma palavra de confor-
to, orfanatos e lares sem nenhum recur-
so; arrecadam donativos para desabriga-
dos pelas enchentes, pela seca, terremo-
tos. Essas pessoas tentam, a todo custo,
minimizar o sofrimento alheio. Que sen-
timento é este que faz com que tantas pes-
soas deixem temporariamente suas vidas
de lado para se preocupar com estra-
nhos? Isso se chama compaixão.
Compaixão é reconhecer o sofri-
mento do outro e, ativamente, se enga-
jar por uma solução, como se esse sofri-
mento fosse de fato nosso. Não deve
ser confundida com empatia. Combi-
na um desejo de aliviar ou minorar o
sofrimento de outro ser.
“A compaixão pode levar alguém a
sentir empatia pelo outro. E essa virtu-
de não é eventual e não surge apenas
em momentos específicos. É um esta-
do de espírito que está inserido no co-
ração da pessoa. Não é ocorrente, é
permanente. Tem raízes profundas
e leva o ser humano a se preocupar
com o bem-estar do seu semelhante.
É uma forma de ‘ser’ e não uma for-
ma de ‘estar’. Ter sensibilidade pa-
ra se colocar no lugar do outro e in-
terpretar o sofrimento alheio depen-
de do desenvolvimento da percep-
ção. E a mente, uma vez expandida,
jamais retorna ao seu estado origi-
nal”, diz o psicólogo cognitivo-com-
portamental Alexandre Caprio.
Existem casos de pessoas que arris-
cam suas vidas para salvar a vida de
desconhecidos. Um policial do Havaí,
nos Estados Unidos, certa vez, quase
caiu de um penhasco ao se projetar no
vazio para agarrar um rapaz que tenta-
va o suicídio. Quando perguntaram a
ele porque tinha feito aquilo, simples-
mente disse: “Eu não teria consegui-
do viver mais um dia sequer de minha
vida se não tivesse tentado.”
“De acordo com o filósofo alemão
Arthur Schopenhauer (1788-1860) e o
estudioso norte-americano de mitolo-
gia e religião Joseph Campbell
(1904-1987), essa é a experiência meta-
física que nós somos todos um”, expli-
ca Caprio. “Faça mal ao outro e estará
se envenenando, pensando que todos
agem como você. Despreze aqueles
que precisam de sua ajuda e estará ne-
gando sua própria paz interior. Quan-
do fechamos os olhos àqueles que, de
uma forma ou de outra, precisam de
nossa ajuda, viramos as costas não pa-
A MAIS HUMANADAS VIRTUDESEntendaa compaixão,
sentimentonobre que
nos faz reconhecer o
sofrimentoalheio e
engajar na solução
paraaliviar ador
Autoconhecimento
4 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
ra ele, mas para nós mesmos.”
A compaixão é caracterizada por
meio de ações, em que uma pessoa,
agindo com espírito de compaixão,
busca ajudar aqueles pelos quais se
compadece. Considerada a maior de
todas as virtudes por religiões como
o hinduísmo e o budismo, nada mais
é do que a capacidade humana de
compartilhar os sentimentos alheios,
principalmente o sofrimento.
Diz a história que Buda viveu uma
vida protegida e, até os 29 anos, nunca
havia presenciado nenhum sofrimento
humano. Fora mantido por seu pai no
palácio e os guardas mantinham todo ti-
po de visão perturbadora longe dele.
Até que os deuses o confrontaram com
a presença de um velho, um doente e
um cadáver. Ele ficou tão chocado que
deixou sua casa na mesma noite, deter-
minado a encontrar uma solução para o
sofrimento humano.
“A compaixão talvez seja, entre as virtu-
des humanas, a mais humana de todas, por-
que não só nos abre ao outro, como expres-
são de amor dolorido, mas ao outro mais vi-
timado e mortificado”, diz o teólogo e escri-
tor Leonardo Boff no livro “Princípio de
Compaixão e Cuidado” (ed. Vozes). Segun-
do ele, pouco importam a ideologia, a reli-
gião, o status social e cultural das pessoas.
A compaixão anula estas diferenças e faz es-
tender as mãos às vítimas. “Ficarmos cini-
camente indiferentes mostra suprema de-
sumanidade, que nos transforma em inimi-
gos de nossa própria humanidade. Diante
da desgraça do outro não há como não ser-
mos os samaritanos compassivos da pará-
bola bíblica”, explica ainda na obra.
“Cultivar estados mentais positivos co-
mo a generosidade e a compaixão decidida-
mente conduz à melhor saúde mental e à
felicidade”, disse Dalai Lama, autoridade
máxima do budismo tibetano.
Mas compaixão está muito distante
da pena. Quem tem pena, muitas vezes,
não ama verdadeiramente. Compaixão
é um valor e se expressa através da nos-
sa percepção ou consciência do mundo
ao nosso redor, que conduz a nossa vi-
são, nossa atitude, nossos pensamentos,
palavras e ações. Os valores humanos
funcionam como amortecedores, que
tornam a vida mais prazerosa - elimi-
nando o impacto pesado e, por vezes,
desconfortável dos obstáculos que, ine-
vitavelmente, fazem parte do percurso.
“Por ser um valor, a compaixão co-
necta-se à minha grandeza e à grandeza
dos outros. É a minha habilidade de es-
tabilizar-me na minha essência plena e
me conectar com a essência dos outros e
das situações. E, assim, posso discernir
melhor como me posicionar diante de
cada cena, percebendo de maneira mais
ampla e, ao mesmo tempo, contextuali-
zada, qual é a resposta a ser dada naque-
le momento”, diz a jornalista Juliana Vi-
larinho Faria, professora de raja yoga
da Brahma Kumaris, entidade espiri-
tual fundada na Índia.
Vale lembrar que quando aborda-
mos o universo dos valores eles jamais
operam de maneira isolada. Quanto
mais somos capazes de nos estabilizar
na nossa essência de paz, amor, felicida-
de, verdade, equilíbrio, força interior,
pureza, ressalta Juliana, mais alimenta-
mos a fonte de cada um dos valores no-
bres de maneira que eles estejam dispo-
níveis em momentos de necessidade.
Sendo assim, apenas quando estamos
fortalecidos e estabilizados em nosso es-
tado de alinhamento interior podemos
efetivamente exercer a compaixão, bem
como outros valores.
A compaixão existe, explica Caprio,
porque o homem tem uma grande habi-
lidade: aprender. Podemos aprender
com a experiência alheia sem precisar
passar por uma situação similar. “Quan-
do vemos outra pessoa atravessando
uma dificuldade, procuramos imaginar
o que estaríamos sentindo se estivésse-
mos no lugar dela”, explica.
A escritora inglesa Karen Arms-
trong, autora do livro “12 Passos para
Uma Vida de Compaixão” (ed. Paralela),
diz que somos biologicamente programa-
dos para a compaixão, bem como para a
violência e o medo. “Mas tornar-se um
ser humano compassivo é um projeto pa-
ra a vida toda”, explica. Transcendendo
diariamente as limitações do egoísmo,
podemos não apenas fazer a diferença no
mundo, mas também ter uma vida mais
feliz e satisfatória. �
Respeite o próximo. Não
há compaixão sem respeito
Com empatia, você se
coloca no lugar do outro, mas
lembre-se que compaixão não
é sofrer pelo outro. Você não
sentirá exatamente o que a
pessoa está sentindo, mas
saberá como se sentiria se
lhe acontecesse o mesmo
Evite julgar a dor do outrobaseado em suposições
Evite aumentar aindamais o sofrimento alheio comcrítica e discriminação
Mantenha uma visãopositiva em relação àssituações em sua própria vida
Fortaleça o amor próprioe o amor ao próximo
Exercite a compaixão
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 5
Nova aparição
pública da Virgem
Maria em Rio Preto
é anunciada para o
dia 25 deste mês
Gisele [email protected]
Uma nova aparição pública da
Virgem Maria, Mãe de Jesus, tam-
bémconhecidacomoMãedaDivi-
naConcepção da Trindade, está
marcada para acontecer em Rio
Preto no dia 25 deste mês, em
evento ecumênico gratuito. O
local da manifestação ainda se-
rá anunciado. A aparição ocor-
re menos de dois meses após o
último evento, no dia 30 de no-
vembro do ano passado, quan-
do 2,5 mil fiéis e peregrinos de
diferentes estados e cidades da
região se reuniram na quadra
poliesportiva do Hospital Be-
zerra de Menezes.
A manifestação é semelhante
aoutrasqueacontecemdesdesécu-
los passados em cidades como
Lourdes (França) e Fátima (Portu-
gal) e, desde 1981 até os dias de ho-
je, em Medjugorje (Bósnia-Herze-
govina, ex-Iugoslávia), locais hoje
conhecidos mundialmente e que
recebemavisitademilharesdepes-
soais. Nas aparições mais recentes,
Nossa Senhora transmite suas ins-
truções aos presentes por meio de
três videntes, os uruguaios madre
Shimanie freiEliaseabrasileira ir-
mã Lucía, da ORDEM GRAÇA
MISERICÓRDIA.
Mas por que uma nova apari-
ção na cidade em tão curto espaço
de tempo? Madre Shimani afirma
que a Virgem encontrou em Rio
Preto muita receptividade e, como
ela declarou em sua mensagem, es-
pera que a cidade se consagre ao
seu Imaculado Coração. “Ela disse
ainda que veio até Rio Preto para
despertaraquelesquetêmumcom-
promisso interno com ela. E que
através da formação de grupos de
oração a cidade possa se consagrar
ao seu coração e desenvolver uma
tarefaimportanteparaoBrasil”,ex-
plicou a monja.
“Houve uma surpresa grande
até entre nós que estamos direta-
mente ligados ao trabalho, mas a
notícia foi recebida com muita ale-
gria, pois percebemos a resposta
que a comunidade local deu. As
pessoas acolheram o trabalho de-
senvolvido de uma maneira muito
especial”, diz frei Benedetto, mon-
ge consagrado e porta-voz da Asso-
ciação Maria, instituição ligada à
Ordem.Enaprópriaaparição, Ma-
ria mencionou que havia recebido
do Pai uma permissão especial pa-
ra retornar à cidade. Ele diz que o
distanciamento entre as datas das
aparições em um mesmo local nor-
malmente varia de seis meses a um
ano.“EmRioPreto,poralgummo-
tivo que não sabemos dizer, ela de-
ve ter visto a resposta nos corações
das pessoas como ela mesmo diz”,
explica. Segundo aspalavras de frei
Elias e irmã Lucía, Nossa Senhora
se apresentou com muita alegria e
transmitiu gratidão por todos te-
rem atendido ao seu chamado.
Enãosóospresentes,masoslo-
cais onde acontecem as aparições
se beneficiam da energia das ora-
ções,comogaranteJoanitaApareci-
daRibeiroSaturno,secretáriadadi-
retoria do hospital Bezerra de Me-
nezes,que cedeuanteriormente, de
graça, parte de suas instalações pa-
ra o evento em novembro passado.
“Os pacientes ficam mais calmos
quandosãofeitasasorações”,expli-
ca. O conhecimento que todos ad-
quiriramcomofenômenodaapari-
ção em Rio Preto, em novembro,
segundoela, tambémfoimuito im-
portante. Todos no local puderam
entender como a aparição ocorre,
sem vínculos religiosos. “Normal-
mente, nós fazemos nossos traba-
lhos mediúnicos no hospital (uma
instituição filantrópicaadministra-
da pela Associação Espírito Conso-
lador)eoraçõestodasasnoitese,so-
madas, as orações da aparição da
Virgem colaboraram muito, por-
Espiritualidade
REENCONTROCOM O DIVINO
Fotos: Sergio Isso 30/11/2013
6 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
que a doença psiquiátrica está foca-
da no espírito e a oração penetra
nas células e no perispírito, dando
mais equilíbrio para o paciente que
se beneficia dela, mesmo que não
acredite”, explica Joanita.
A Ordem Graça Misericórdia,
organizaçãodecaráter filosóficore-
ligioso, que propõe um viver mo-
nástico por meio da vida consagra-
da, temcaráter ecumênico.Esseé o
caminho que a Virgemtem indica-
do, assim como a necessidade de
união entre os povos, nações e reli-
giões. Em todas as aparições, ela fa-
la da importância das pessoas reza-
rempelapaz.Dizaindaqueatravés
das orações ela pode intervir pela
humanidade e pelo planeta e resol-
ver muitas situações criadas pelo
homem com sua incompreensão,
falta de fé e desconexão com o pro-
pósitodivino.“Quandooramos,so-
mos instrumentos para que algu-
macoisasecrie”,dizofilósofoespi-
ritualista José Trigueirinho. Quan-
do a oração é feita, pode ser usada
por seres que estão em outras di-
mensões como instrumento de tra-
balhoemoutrosplanos.“Umtraba-
lho que as consciências de luz, os
anjos e seres maiores se encarre-
gam de fazer”, complementa.
Nas mensagens extraordiná-
rias aos videntes em Rio Preto, a
Virgem se apresenta como San-
ta Maria Rosa Mística ao viden-
te frei Elias e como Maria, sua
Mãe e Rainha da Paz à irmã Lu-
cía. Na mensagem durante a
aparição ao frei Elias ela diz:
“Quero de São José do Rio Pre-
to um chamado profundo pela
paz e pelo bem, necessito, meus
pequenos filhos, que essa cida-
de se converta como outras on-
de já passei, em um paraíso de
paz, em um grande espelho de
oração, que começará através
de suas orações, principalmen-
te em suas grandes famílias,
para que a cura do Espírito
Santo possa irradiar em vossos
corações.”
Em cada uma das diferentes
aparições, Maria tem utilizado as-
pectos e nomes diferentes. “Ela
tem instruído o grupo que cada
face tem uma tarefa específica a
realizar e vem com um conjun-
to de símbolos, uma energia
própria para realizar essa tare-
fa. Pode ser que Rio Preto te-
nha uma tarefa especial nesse
sentido”, explica frei Benedet-
to. Na aparição anterior na cida-
de, frei Elias fez um relato:
“Nossa Senhora chegou como
Rainha da Paz, vestia um véu
branco, um manto celeste, uma
túnica rosa e um cinturão dou-
rado. Ela estava descalça. Che-
gou como um sol radiante, co-
mo o sol que conhecemos, mas
um sol mais luminoso. E ia in-
troduzindo seus raios dentro
de cada um. Antes da chegada,
os anjos lhe abriram as portas.
Quando chegou, o primeiro ges-
to que fez foi sorrir, afastar um
pouco o manto de seu peito e
mostrar seu Imaculado Cora-
ção. O coração que pulsava de
maneira forte.” �
Essas manifestações públicas no
Brasil e nas Américas Latina e Cen-
tral por meio dos monges da Ordem
têm acontecido desde 2011 e a peregri-
nação foi iniciada nos grandes centros
do Brasil no início do ano passado. As
aparições também já ocorreram no
Uruguai e Paraguai; Nicarágua, na
América Central, e Portugal, na Euro-
pa. Mas elas não envolvem fenômenos
físicos, o que dificulta a compreensão
pela maioria das pessoas, e sim níveis
interiores dos presentes. Ela não se
mostra visivelmente aos presentes. O
que todos relatam é um grande senti-
mento de paz e muitos falam de pro-
cessos de cura interior, perdão e recon-
ciliações a partir da experiência.
Um fenômeno comum durante as
aparições é a chuva, como ocorreu em
Rio Preto, no dia 30 de novembro. “A
chuva simbolicamente representa bên-
çãos. Sabemos que a água é um ele-
mento purificador e ela utiliza desse
elemento para um trabalho de limpe-
za, provavelmente em todos os níveis,
inclusive espirituais. É um fenômeno
que talvez reflita algo que ela está de-
senvolvendo nos planos internos”, ex-
plica frei Benedetto. Ela viu a manifes-
tação de fé das pessoas que, apesar da
chuva, foram acompanhar a manifesta-
ção. Alguns chegaram molhados, com
crianças no colo. “Acho que é um si-
nal de que as pessoas aqui se imbuí-
ram dessa tarefa e se uniram a ela,
mesma com toda a dificuldade que
se apresentou”, complementa. Essa
representação de fé dos presentes re-
percute de maneira positiva nos pla-
nos espirituais.
Apenas os três monges têm capaci-
dade para receber as mensagens da
Virgem, porque são pessoas que se
comprometeram a obedecê-la de for-
ma incondicional e irrestrita para
cumprir com todo os seus pedidos.
“De que serviria se uma pessoa pudes-
se ver a Virgem e não estivesse dispos-
ta a realizar as obras que ela necessi-
ta?”, questiona frei Benedetto.
O novo ciclo de manifestações pú-
blicas no Brasil e Uruguai teve início
no dia 18 de agosto de 2011, na Asso-
ciação Casa Redención, no Uruguai.
No Brasil, elas começaram no dia 9 de
setembro, na Comunidade Figueira,
conhecido como “Colina das Apari-
ções”, na zona rural do município de
Carmo da Cachoeira, em Minas Ge-
rais. A partir de abril de 2012, iniciou
uma série que ultrapassa 100 apari-
ções em diferentes cidades do Brasil.
Já ocorreram em Teresópolis (RJ),
Florianópolis (SC), Camboriú (SC),
Brasília (DF), Porto Alegre (RS), Car-
mo do Cachoeira (MG), Belo Horizon-
te (MG), Olinda (PE), Recife (PE),
Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), La-
vras (MG), São Francisco Xavier
(MG), São Carlos, Campinas, São Pau-
lo e Vitória (ES). As datas e os locais
das manifestações podem ser conheci-
dos no site www.divinamadre.org. As
aparições são acompanhadas pela in-
ternet, ao vivo, em mais 70 países. Na
página, podem ser encontradas ainda
as instruções espirituais, história, foto-
grafias e vídeos. (GB)
ServiçoAparição Pública de Maria Santíssima.Em Rio Preto. Dia 25 de janeiro. Contato:
(17) 99751-6161 ou pelo e-mail
Chuva é símbolo comum nas manifestações
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 7
Novas modalidades
de ioga ampliam
capacidade de
alcance da técnica
milenar sem perder
sua essência
Elen Valereto
A busca pelos benefícios da ioga direciona seus
praticantes a exercícios que exigem controle da respi-
ração e postural. Mas, sem perder sua essência, novas
modalidades de ioga estão sendo introduzidas e
atraindo mais adeptos para esta técnica milenar.
Uma delas é o “Gravity Power System”
(GPS), um método criado por um brasileiro. A
ideia do paulista Pedro Goulart de Andrade Fi-
lho foi unir os exercícios posturais e respirató-
rios de ioga com a força da gravidade.
Qualquer pessoa pode praticar, mas quem mais
sente os benefícios são as que têm dores na coluna e
nas articulações. Mais terapêutica, o GPS ajudou An-
drade Filho a tratar as dores de suas hérnias de disco.
Outra técnica é o acroyoga, uma associação
de acrobacias com massagem tailandesa (ou mas-
sagem thai). Além da interação de indivíduos, o
equilíbrio e a superação e percepção do corpo
também são estimulados.
Há ainda a prática de ioga na água, o chamado
“hidrovinyasayoga”.A terapeutacorporal e professo-
ra de ioga Lilian Cruz, também de Rio Preto, conta
que desenvolveu a técnica com uma aluna que é pro-
fessora de hidroginástica. “É uma associação de pos-
turas de ioga e respiração dentro d’água”.
A diferença, segundo ela, está no sentido do equi-
líbrio. “Algumas vezes, facilita ou dificulta a realiza-
ção das posturas, muda a gravidade. A possibilidade
da fluidez e resistência da água torna a atividade mui-
to prazerosa e, no final da aula, fazemos relaxamento
com técnicas de watzu. É muita brincadeira na água,
trabalhando tambéma parteaeróbica, resistência car-
díaca e força muscular”, destaca.
Outrasatividades e objetos tambémpodemseras-
sociadosà ioga.Dentre eles encontram-se oyoga dan-
ce, thay yoga e o bambu yoga – o bambu é usado co-
mo um catalizador de energia. Há ainda a interação
do doble yoga e o bambu, uso de paredes e cadeiras.
“Todos esses objetos ajudam nos ajustes das pos-
turas e na tomada de consciência.
SegundoDiogo Monteiro, fisioterapeutae profes-
sor especialista de ioga, de Rio Preto, existem algu-
mas modalidades que foram adaptadas à modernida-
de e, se estiverem sendo mantidas suas características
principais, tudo é válido. Mas pondera que a prática
de ioga vai além da atividade física.
Eleexplica quealgumas escolasde ioga pelomun-
do são mais tradicionais para preservá-la. Tudo isso
porque a prática precisa ser uma filosofia de vida.
“A pessoa deve praticar ioga porque primeiro ela
vai se conhecer. Depois,descobrirá suaspotencialida-
des e encontrará uma forma harmoniosa de encarar
os desafios da vida. Terá saúde física, emocional e
mental”, destaca Monteiro.
Independente da técnica, associada ou não a ou-
tros movimentos e objetos, a ioga tem como resulta-
do os mesmosbenefícios: alívio de dores, alinhamen-
to postural, conhecimento de si e do próprio corpo,
ganho de tônus muscular, relaxamento físico e men-
tal. As técnicas de respiração, chamadas de pranáyá-
mas, as posturais corporais (ásanas) e a meditação
(dhárana)são interligadas paraproporcionar esses re-
tornosbenéficos. Asposturas,por exemplo, são inspi-
radas em formas, movimento ou animais.
“Asposturas são uma verdadeira farmacopeia hu-
mana, uma medicina preventiva e curativa que os an-
tigos sábios e yogues (pessoas que praticam ioga) de-
senvolverampara que oser humano pudesse ter mui-
ta longevidade, para ter tempo de alcançar a sabedo-
ria”, explica Lilian Cruz.
Os exercícios posturais criam estímulos para o
equilíbriodo corpo humano: ossos,postura, fortaleci-
mento muscular, flexibilidade, agilidade, hormô-
nios, respiração e transpiração. “Trazem equilíbrio
para o corpo e a mente, aumentando o foco e a con-
centração, melhorando o estado de humor e muito
mais”, acrescenta Lilian.
Jáos exercíciosrespiratórios sãoessenciais, segun-
do a filosofia da ioga, para a expansão da energia vital.
“Existempranayamas para acalmar e relaxar, acordar
e estimular. Todos trazem uma ampliação da cons-
ciência, respiração e energia vital, purificam e desin-
toxicamo corpo, e controlama mente e ospensamen-
tos. São preventivos e curativos, já que o ar e o prana
(força que sustenta os seres humanos) são a fonte pri-
mordial de nossas vidas”, informa Lilian.
“Nesse caminho de autoconhecimento, a pessoa
descobre muitas potencialidades, passando a encarar
a vida de uma forma diferente. Boa parte dos benefí-
cios que a ioga proporciona vem de um autoconheci-
mento que é adquirido”, destaca Monteiro.
Corpo e mente
TRADIÇÃOREPAGINADA
8 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Efeitos no trabalhoÉ uma forma simples
de união
É arte e ciência
Viaja no tempo entreculturas e histórias
Doa e recebe contribuições,sem descaracterizar suas origens
Desenvolve a concentração,meditação, silêncio, dignidade eresponsabilidade
Fonte: Lilian Cruz, terapeuta corporal e
professora de yoga
Um exemplo do efeito posi-
tivo da ioga é a respiração de
uma pessoa estressada e outra
mais calma.
A primeira é mais rápida e
alta, ou seja, usa a parte alta do
tórax, prejudicando a oxigena-
ção e, consequentemente, o ra-
ciocínio e a estabilidade física.
A segunda, por outro lado, con-
segue controlar seu corpo, sem
tensões e com mais clareza na
resolução de seus problemas.
No ambiente profissional,
principalmente, a ioga também
pode ser praticada. Não somen-
te reduz o estresse, mas melhora
o relacionamento interpessoal,
diminui a incidência de Doen-
ças Osteomusculares Relaciona-
das ao Trabalho (DORT), au-
mentando ainda a produtivida-
de e a satisfação do profissional
com seu local de trabalho, afir-
ma Monteiro.
Para a terapeuta corporal Li-
lian Cruz, a ioga laboral é aque-
la que pode e deve ser praticada
dentro do ambiente de traba-
lho. “Para começar ou termi-
nar o expediente, melhorando
a condição da coluna vertebral
e a respiração. Um espaço para
o corpo se alongar, espreguiçar,
melhorando o humor e reduzin-
do o estresse físico e mental,
além de favorecer a união das
pessoas”, destaca. � (EV)
Iogaempoucaspalavras
Grupo de adeptos da iogapratica exercícios ao arlivre em Rio Preto. Novasmodalidades inserem“atrativos” sem abrir mãoda essência e tradição
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DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 9
Psicóloga Ligia Guerra mostra como a mulher pode se desprogramar de certos
padrões limitadores impostos pela vida moderna para ser mais plena e feliz
Gisele [email protected]
O tempo passa rápido de-
mais. Um dia você dorme meni-
na e, no outro, acorda mulher.
O hiato entre a infância e a vi-
da adulta se torna uma breve
lembrança. Algumas mulheres
são gratas ao tempo. Outras, se
sentem traídas por ele. Inde-
pendente das realizações que
conquistem ao longo da vida,
uma coisa é certa: elas sempre
parecem se sentir prejudicadas
em algum aspecto. Nunca são
belas o suficiente, competentes
como gostariam ou seguras co-
mo tentam demonstrar. E é jus-
tamente sobre isso que a psicó-
loga Lígia Guerra, poetisa, es-
critora e palestrante, trata em
seu novo livro “Mulheres às
Avessas”, que acaba de ser lan-
çado pela editora Sextante.
“Não é fácil viver carregando
rótulos, lutando para corres-
ponder às expectativas
alheias”, explica. Essa tentativa
tem deixado muitas mulheres
exaustas, infelizes e frustradas.
A juventude deixa as mulhe-
res apreensivas pelo futuro e an-
siosas pelo que ele trará. A ma-
turidade as angustia pela per-
cepção de que as horas lhe es-
correm por entre os dedos e pe-
la constatação de que há ainda
muito a conquistar. Enquanto
isso, o momento presente supli-
ca por ser vivido. “Como a
maioria das mulheres, você con-
seguiu o emprego dos seus so-
nhos, mas tem dificuldade de
equacionar o amor. Você reali-
zou o milagre de construir uma
carreira estável, porém não sa-
be como conciliar tudo com a
maternidade. Você se tornou
mãe, mas está longe de repre-
sentar o papel que tanto ideali-
zou”, diz no livro. Enquanto as
faltas reais a atropela, as imagi-
nárias a devoram. A mulher
não tem apenas a jornada dupla
da casa e do trabalho. Ela tem a
tripla, a quádrupla e quíntupla
do esgotamento físico, mental
e emocional.
A maioria ainda se coloca
no fim da fila e parece confortá-
vel com isso. Poucas são as feli-
zardas que se acham merecedo-
ras dos aplausos que recebem.
Sempre achamos que existe um
dedo apontando a “farsa” que
somos, acusando-nos de que po-
deríamos ter feito melhor. “Mu-
lheres. Tão amáveis, tão heroi-
cas e tão contraditórias. Capa-
zes de defender suas convic-
ções, seus amores e suas verda-
des com a própria vida. Mas
tão frágeis diante de sim mes-
mas”, diz Ligia.
Mas quando foi que tudo is-
so começou? Quando foi que o
mundo feminino foi invadido
por tanta autocrítica? Chegou a
hora de questionarmos nossa
necessidade de perfeição e apro-
vação. “Conquistamos muitas
coisas e ainda temos diversas
outras para buscar. No entanto,
devemos rever a maneira como
vamos conduzir essa busca da-
qui para frente”, diz a autora. É
necessário acolher as ansieda-
des e os medos em vez de rene-
gá-los. Eles enriquecem o pro-
cesso de autoconhecimento e
ajudam a iluminar sua expe-
riência profissional para mos-
trar que durante muito tempo a
mulher se desdobrou em mil,
se esforçando para ser excelen-
te profissional, ótima mãe,
amante perfeita e dona de casa
dedicada.
“Chegou a hora de abando-
nar esse papel de supermulher
e assumir que estamos cansa-
das”, recomenda. Não é fácil vi-
ver carregando rótulos, lutan-
do para corresponder às expec-
tativas alheias e se comparando
a padrões absurdos impostos
pela sociedade. Não adianta se
desdobrar em mil para ser uma
ótima mãe, excelente profissio-
nal e amante sensacional- afi-
nal, ninguém é perfeito.
O problema é que a maioria
das mulheres não aceita isso e
se cobra demais.
No livro, ela aborda temas
que fazem parte do universo fe-
minino como relacionamentos,
carreira, filhos, autoestima e be-
leza. Ela trata com naturalida-
de de assuntos considerados ta-
bus como frigidez, cirurgias
plásticas, decisão de não ter fi-
lhos e namoro com homens
mais novos. E ensina as mulhe-
res a lançar um olhar mais ter-
no e complacente para si pró-
prias, respeitando suas vonta-
des e limitações. “Para ser feliz,
não é preciso ser perfeita. Basta
aprender a ser você mesma.
Sem amarras ou obrigações”,
completa.
Coragem é a chave para en-
frentar tudo isso. As mulheres
precisam se vestir de coragem,
falar sobre aquilo que as pertur-
ba, expor suas fragilidades e an-
gústias sem medo de críticas
ou rejeições. “Revirar a alma fe-
minina pelo avesso é muito
mais do que um direito, é uma
necessidade. Devemos destinar
tempo e energia a refletir sobre
essas questões, para que possa-
mos nos libertar da prisão que
nós mesmos nos impusemos ao
longo da vida”, garante. Para is-
so, é necessário acolher as ansie-
dades e os medos em vez de re-
negá-los. Eles enriquecem o
processo de autoconhecimento
e ajudam a iluminar os pontos
obscuros da jornada pessoal.
“Atingir nosso destino signifi-
ca amar genuinamente a nós
mesmas e não abandonar, ex-
cluir, depreciar ou neglicenciar
aquilo que somos”, diz.
Sobre os assuntos tratados
no livro, Ligia Guerra falou
com exclusividade com a revis-
ta Bem-Estar.
Revista Bem-Estar - Qual amaior desafio de ser mulhernos dias de hoje?
Ligia Guerra - Acredito que
o maior desafio seja conseguir-
mos ter tempo para nós mes-
mas. Mas não só o tempo crono-
lógico, que podemos medir pe-
las horas, mas aquele tempo
emocional de conseguirmos
nos reconhecer nesse espaço
que vivemos. As angústias às
vezes são tão grandes e as cul-
pas tão controladoras que a mu-
lher acaba perdendo o próprio
norte e não sabe mais nem
quem ela é, o que deseja, por-
que vive em busca de corres-
ponder a uma demanda exter-
na. Por isso “às avessas”, para
que possamos justamente nos
enxergar por dentro.
Bem-Estar - Você fala no li-
vro que a maioria das mulhe-res ainda repete padrões deconduta, embora saiba queeles fazem mal. Quais são es-ses padrões nocivos?
Ligia - Por mais que a mu-
lher banque a irreverente, sem-
pre tem algumas coisas clássi-
cas do mundo feminino. Por
Entrevista
MULHERESÀS AVESSAS
10 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
exemplo, uma mulher passa
em frente a uma vitrine e muda
a postura. Ela muda a postura,
murcha a barriga, arruma o ca-
belo. O peso da estética e da be-
leza ainda é um incômodo para
nós, ainda queremos nos forma-
tar dentro de determinados pa-
drões, tanto que ainda compra-
mos as revistas femininas que
nunca colocam um ensaio de
moda com uma mulher mais
velha ou não use o manequim
38. Continuamos comprando
essa ideia e achando isso nor-
mal. Quando temos filhos, que-
remos ser as mães perfeitas e
onipresentes, que suprem to-
das as necessidades dos peque-
nos. Queremos ser a mulher
que dá conta da sexualidade,
do trabalho. Nesta dança dos
traços, queremos ser perfeitas
ao máximo. Isso pra mim é um
estereótipo.
Bem-Estar - Qual o risco detentar viver essa vida?
Ligia - Muitas frustrações e
a perda de vida real. Ficamos
presas a uma vida muito mais
imaginária, uma vida que cria-
mos como ideal. E, às vezes, até
quando atingimos o sonho
ideal nos frustramos porque ve-
mos que ele não corresponde
ao relaxamento, a
uma leveza.
Uma liberda-
de de poder
ser e pensar
d e a c o r d o
com o que a
gente quer. Mui-
tas mulheres reclamam que gos-
tariam de ter vidas mais sim-
ples, às vezes, mas entraram nu-
ma roda viva de consumo e de
necessidade de retroalimentar
tudo isso que fica difícil
voltar atrás.
Precisamos ler maisromances, brincar com ofilho na grama, sair comas amigas para pedalar,enfim, conseguirreconquistar pequenosprazeres que nos tornamgrandes pessoas
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 11
Ligia Guerra é psicóloga comespecialização em psicologiaanalítica e do trabalho. Poetisa eescritora, é criadora ecomentarista do quadro“Mulheres às Av3ssas”, naRPCTV, afiliada da Rede Globono Paraná. Além disso, atuacomo palestrante na áreacomportamental e consultorade empresas tanto no Brasilquanto em outros países daAmérica do Sul
Asangústias às vezes são tão grandeseas culpas tãocontroladoras que amulher acaba perdendo opróprionorte, porque vive embusca decorresponder auma demanda externa
Raio-X
Bem-Estar - Mas é possí-vel quebrar essas amarras?
Ligia - O que tem dado mui-
to certo é a reprogramação para
isso, tanto no quesito emocio-
nal quanto financeiro. É parar
e pensar: eu posso ou quero tra-
balhar menos? Como posso rea-
dequar minha vida? Eu quero
ficar mais tempo em casa para
cuidar dos meus filhos? Eu pos-
so sair do meu trabalho ou en-
contrar um com uma carga me-
nor? Ter um companheiro que
realmente me ajude mais? E
também no quesito emocional,
“diminuir” um pouco os olhos,
“encolher” essa necessidade de
estar sempre com o sapato da
última moda ou o carro do ano
e outras coisas que vemos co-
mo normais, mas que não são.
No quesito emocional, penso
que temos de ter mais tempo
de fato e priorizar dentro da
nossa vida um espaço, um tem-
po no dia pra fazer uma cami-
nhada, o curso que você quer
ou ler um livro, mas ter esse
tempo. Essa conexão com a es-
sência é o que nos torna mais
criativas, que nos permite que
escutemos as respostas que tan-
to buscamos.
Bem-Estar - O que sugerepara que as mulheres come-cem a sair desse círculo?
Ligia - Precisamos ler mais
romances, uma coisa mais lúdi-
ca como brincar com o filho na
grama, sair com as amigas para
pedalar, enfim, conseguir re-
conquistar pequenos prazeres
que nos tornam grandes pes-
soas. Vale cozinhar ou fazer
coisas que nos remetem ao
mundo feminino por puro pra-
zer. Ter um hobby gostoso que
nos “depressurize”.
Bem-Estar - Mas não exis-te a pressão de ser olhada di-ferente ao passar a viver àsavessas?
Ligia – Nós somos as pes-
soas que mais nos escraviza-
mos. À medida que você conse-
gue se ouvir, se libertar de um
padrão, você vai ter de enfren-
tar muitas barreiras. Terá de li-
dar com preconceitos, críticas,
fofocas e opiniões daquelas pes-
soas que não têm a sua coragem
de dar uma virada. Mas depois
iremos lidar com a admiração
de muitas pessoas e inspirar ou-
tras a fazer a mesma coisa.
Bem-Estar - Como é umamulher que vive às avessashoje?
Ligia - É uma mulher que
olha menos para fora e mais pa-
ra dentro, que não se preocupa
com moda, mas sim consigo
mesmo, que tenha um diferen-
cial no pensamento, que emita
uma opinião e não que fale ou re-
produza. É posicionada sem ser
arrogante. A frieza ou prepotên-
cia que certas mulheres desen-
volveram para se impor mais
afasta do que aproxima. Ser às
avessas é você se impor, ter fir-
meza, sem perder a doçura. Es-
pero que as mulheres consigam
conciliar essas diferenças. As
mulheres se afastaram tanto
com essa briga toda de “femis-
ta” e machista... Não sou contra
o feminismo, sou contra o “fe-
mismo”, uma posição diferente
da mulher que é a polarização
contra o homem, assim como o
machismo é contra a mulher.
Temos de lutar pelas nossas di-
ferenças, que são tão lindas. �
12 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Brasileira Isa Souza faz sucesso à frente de programa de culinária nos Estados Unidos
Agência Estado
A gaúcha Isa Souza, 38
anos, saiu do Brasil para fazer
carreira internacional em Direi-
to, mas acabou largando a advo-
cacia e se tornando uma chef
de programa de TV nos Esta-
dos Unidos.
Em março, ela lança a tercei-
ra temporada do “Isa, Vida y Sa-
bor”, no canal latino Mega TV.
Além disso, a brasileira acaba
de lançar seu primeiro livro de
receitas em espanhol. Agora,
seus olhos se voltam para o Bra-
sil, onde pretende colocar nas
livrarias uma publicação em
português. E Isa também já co-
meça a elaborar um projeto do
seu programa para oferecer aos
canais de TV paga do país.
Seu estilo não é ensinar a fa-
zer comidas típicas latinas e,
sim, valorizar a qualidade de vi-
da. “Fácil, saboroso e saudá-
vel. Tenho de fazer isso no
formato americano, mas o
projeto une sabor e bem-es-
tar. Não faço um show, como
a maioria dos chefs. Procuro
passar para as pessoas que co-
zinhar pode ser prazeroso”,
afirma a apresentadora.
Ela acrescenta que tenta pas-
sar a mensagem de que é possí-
vel comer de tudo, só que em
pequenas porções para não en-
gordar. “Dou truques para re-
duzir a porção ou sugiro a troca
de alimentos, o que reduz mui-
to as calorias de um prato e ain-
da engana os maridos, como pu-
rê de couve-flor que parece ser
de batata”, confidencia.
Isa passou por um grande
processo de mudança para al-
cançar seus sonhos. Ela estava
vivendo em Madri, na Espa-
nha, fazendo mestrado em Di-
reito Europeu quando uma pai-
xão a fez mudar de vida radical-
mente. Ela se mudou para Mia-
mi, nos Estados Unidos, e, por
não poder exercer o Direito em
solo americano, começou a fa-
zer de um hobby o seu novo
projeto de vida.
“Estava dando aulas e iria
lançar uma butique de massas,
quando um produtor de TV
quis gravar um programa co-
migo porque eu falava espa-
nhol muito bem”, conta Isa,
que topou gravar um progra-
ma piloto em sua cozinha.
“Nunca tinha feito televisão.
É outra tribo, outra situação,
outro tudo”, recorda-se.
Enquanto tudo isso aconte-
cia em sua vida, o homem que
ela amava pôs um ponto final
no relacionamento e voltou a
morar no Brasil. Isa o reencon-
trou dois anos depois e eles se
casaram, em julho do ano passa-
do, mas ela estava sozinha
quando abraçou esse mundo
novo que a tornou famosa na te-
levisão americana.
“Comecei a investir na no-
va carreira sem saber direito
qual era o meu negócio ali, mas
fui em frente. O direito me deu
disciplina para estudar e fazer
tudo da melhor maneira. Fui
atrás do conhecimento necessá-
rio para ser uma boa profissio-
nal de gastronomia”, conta.
Ela gosta de ressaltar que é
advogada por formação e chef
de cozinha por escolha e amor.
Isa conta que tinha o dom de
manipular alimentos e criar no-
vos sabores, mas não parou aí.
Ingressou em uma conceituada
instituição de gastronomia, a
French Culinary Institute
(atualmente chamada de Inter-
national Culinary Center), em
Nova York, depois de ter feito
a primeira temporada de seu
programa e ver que estava no
caminho certo.
“Não foi fácil chegar e ser
testada por um monte de gente.
É uma escola para profissio-
nais, mas eu queria me profis-
sionalizar e provei que poderia
estudar lá. Os chefs que estão fa-
zendo sucesso no mundo todo
passaram por lá”, orgulha-se.
Mãe e filha
Isa se casou pela primeira
vez muito nova, com apenas 14
anos. Quando foi morar fora,
Mariana, sua filha, ficou viven-
do com seu ex-marido. Hoje,
mãe e filha trabalham juntas.
Mariana, que tem 24 anos e es-
tudou cinema, atuou nos basti-
dores da segunda temporada de
“Isa, Vida y Sabor” e dirigiu a
terceira, que está sendo finaliza-
da para entrar no ar.
“Um filho sempre aponta o
seu defeito. Filho não é como
mãe, que passa a mão na cabe-
ça. Ela é muito crítica. Traba-
lhar com a Mariana faz com
que eu fique muito segura. Sem-
pre fui aberta a ouvir opiniões
e não foi diferente com ela”, co-
menta a apresentadora.
Isa Souza é a responsável pe-
la produtora que faz seu progra-
ma. Como advogada, ela mes-
ma analisa contratos e todos os
interesses comerciais da sua
marca, que tem o mesmo nome
da sua atração de TV.
A loira também diz que não
copia receitas e que, entre uma
temporada e outra de seu pro-
grama, dedica-se à pesquisa.
“Não repito receita. Mergulho
em um laboratório gastronômi-
co para poder criar tudo o que
vou apresentar. Isso exige tem-
po”, conta
No livro, ela destaca, entre
suas criações, um arroz verde
com semente de coentro. “Em
tudo existe uma história. Faço
laboratório para ir atrás de coi-
sas novas. Foi assim que desco-
bri que a semente de coentro é
bactericida. Na Índia, usam
muito esse tempero para com-
bater a salmonela (tipo de bac-
téria presente em alimentos).”
Isa gosta de ressaltar a diver-
sidade da culinária mundial
em seu programa. Por isso, já
gravou edições cozinhando em
vários países, como Argentina,
Itália, Tailândia, Filipinas e, é
claro, o Brasil.
Casamento
Em 2012, logo após ter sua
trajetória retratada em uma re-
portagem de uma popular revis-
ta americana, Isa Souza foi con-
vidada a dar entrevista no “Pro-
grama do Jô” (Globo).
Após falar em rede nacional
sobre o “fora” que levou do
amado, os dois voltaram a se co-
municar e, na virada do ano de
2012 para 2013, eles se reencon-
traram. Seis meses depois, Isa e
o advogado André Torres se ca-
saram. “Desisti de desistir. Mi-
nha família só soube que eu ia
me casar com ele quando rece-
beram o convite de casamento,
mas não quis ir contra mim.”
Agora, sua vida se divide en-
tre a sua casa em Miami e a do
casal, no Rio de Janeiro. “Sou
uma cigana”, conclui. �
Perfil
VIDA E SABORAgência Estado/Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 13 - TV
Com uma agenda lotada em 2014, Marcelo Médici fala de sua relação com o humor
Agência Estado
Dar sequência à novela das 18h da
Globo, estrear um novo espetáculo
no teatro, participar de um programa
humorístico na TV paga e ainda fil-
mar um longa-metragem. Neste ano,
a agenda de Marcelo Médici está lota-
da. Aos 42 anos, o intérprete de Joel,
do folhetim “Joia Rara”, diz que quer
aproveitar as oportunidades que têm a
ver com seu perfil.
Exceto a trama assinada por Duca
Rachid e Thelma Guedes, todos os seus
novos projetos envolvem Sanderson,
omotoboy paulistano que usa e abusa de
gírias para se comunicar. Popular no co-
meço dos anos 2000, quando Médici in-
tegrou o elenco de “A Praça É Nossa”
(SBT), o personagem continua ganhan-
do novas adaptações. Em abril, por
exemplo, o público poderá conferi-lo na
série “Vai que Cola”, no canal pago Mul-
tishow. Em seguida, virá o espetáculo
de teatro “Cada Dois com Seus Pobre-
mas” e um filme.
“Tenho de aproveitar porque já es-
tou com 42 anos e o Sanderson é um mo-
toboy velho”, diverte-se. A seguir, confi-
ra a entrevista com o ator.
Pergunta - Seu personagem em“Joia Rara” é supersticioso e parecefazer de tudo para ter o que deseja, in-cluindo atrapalhar casamentosalheios. Como você o vê?
Marcelo Médici - Na verdade, o
que o move é o amor absolutamente
incondicional por Aurora (Mariana
Ximenes), com quem está magoado.
Mas também acho que ele está se apai-
xonando pela Lola (Letícia Spiller).
A Aurora oferece um quê de Marilyn
Monroe e de diva, enquanto a Lola é
mais razão e predadora. Movido por
esse sentimento, que não está ligado
ao sexo propriamente dito, Joel acaba
fazendo muitas coisas para agradá-las
e tê-las por perto.
Pergunta - E você está se divertindo?Médici - Sim, muito. Sempre acon-
tecem coisas engraçadas nas grava-
ções. Outro dia, a gente foi gravar e o
Ângelo Antônio, que faz o monge
Tenpa, dizia as frases do personagem
dele no tom do Joel. Vários atores cos-
tumam fazer isso, porque Joel é muito
intenso, espalhafatoso e dramático (ri-
sos). A liberdade de Amora Mautner
(diretora), em dar espaço para os ato-
res improvisarem em cena, contribui
também. Além disso, 99% do prazer
de trabalhar vêm do texto de Duca Ra-
chid e Thelma Guedes, que chega re-
dondinho para a gente.
Pergunta - O público percebe um ladomuito cômico no comportamento de Joel.Personagens divertidos e bem-humoradossão, definitivamente, sua praia?
Médici - Sempre lidei com a comé-
dia numa boa. Mas tenho 25 anos de car-
reira e fiz muita coisa que não era comé-
dia. Um exemplo é meu trabalho na mi-
nissérie “O Canto da Sereia” (Globo),
no ano passado. Tuta tinha sua acidez e
seu bom humor, mas a função dele na
trama não era essa. Na minha vida pro-
fissional, o que acontece é que, desde
1999, trabalhos relacionados ao humor
surgiram com mais frequência. No en-
tanto, não me acho um cara engraçado o
tempo todo e não tenho essa cobrança
no que faço.
Pergunta - Na sua opinião, existeum preconceito entre “humor fácil” e“humor difícil”, como foi caraterizado
o programa “Junto & Misturado”, doqual você participou recentemente?
Médici - Teve gente que disse que
o “Junto & Misturado” tem um “hu-
mor difícil”. Isso é delicado. Existe
um preconceito. Mas é muito difícil
fazer o “humor fácil”. Sei porque tra-
balhei no programa “A Praça É Nos-
sa”,que tem o chamado “humor popu-
lar” e faz sucesso há décadas. Outro
dito “fácil” seria o “Zorra Total”
(Globo), no ar há anos, com audiên-
cia. Mas tudo é humor.
Pergunta - Por falar em comédia, oque você está achando dessa nova sa-fra de humoristas na internet, como oPorta dos Fundos?
Médici - São todos meus amigos.
Fui convidado por eles bem no come-
ço do site, mas não consegui partici-
par. Vejo que eles estão em um cami-
nho interessante. Muita coisa que es-
ses atores fazem na web não seria viá-
vel na TV. Mas a internet é meio ter-
ra de ninguém. Tem de tomar cuida-
do com o texto e com a qualidade da
gravação. Você pode, por exemplo,
gravar seu tio bêbado em um churras-
co, mas isso não é, necessariamente,
um produto. No caso do Porta, eles
criaram algo específico.
Pergunta - Para 2014, o que vocêdeve fazer de trabalhos? Como estásua agenda?
Médici - Em abril, “Joia Rara” aca-
ba e começarei a gravar minha partici-
pação em “Vai que Cola” (Mul-
tishow), no qual estarei em 15 episó-
dios dos 40. Nesse programa, vou in-
terpretar o Sanderson, que é um per-
sonagem meu desde a época de “A
Praça É Nossa”. Pretendo ajudar os
redatores, mas o texto não será meu.
Por sinal, vou levá-lo ao teatro, nova-
mente, com o espetáculo “Cada Dois
com Seus Pobrema”, no segundo se-
mestre. Além disso, quero fazer um
longa-metragem com ele. Mas ainda
não sei se o Sanderson vai aparecer
sozinho ou se estará ao lado de meus
outros personagens. �
‘Não me acho um caraengraçado o tempo todo’
Trabalhos
Agência Estado/Divulgação
TV - 14 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
HOJE“BIOGRAPHY ESPECIAL” APRESENTAHARRISON FORDO programa “Biography Especial” conta a história
de um dos maiores atores de Hollywood, narrando
fatos importantes como o momento em que o astro
pensou em desistir do cinema para ser carpinteiro.
A biografia mostra as atuações que consagraram
Harrison Ford em produções como “Star
Wars” (1977) e “Caçadores da Arca Perdida”
(1981). A atração começa às 18h, no The Biogra-
phy Channel.
MARATONA DE COMÉDIA NOUNIVERSAL CHANNEL
O domingo no Universal Channel será
dedicado aos filmes de comédia, com
três exibições do gênero. Às 18h, “Um
Conto Quase de Fadas” dá início à mara-
tona, que, na sequência, às 20h, apresen-
ta “Separados pelo Casamento”, com Jen-
nifer Aniston e Vince Vaughn. Para en-
cerrar, às 22h, Matt Dillon, Owen Wil-
son, Kate Hudson e Michael Douglas es-
trelam “Dois é Bom, Três é Demais”.
AMANHÃNICKELODEON TEMESTREIA SIMULTÂNEA“How to Rock” é o novo seriado
teen do canal Nickelodeon que es-
treia no Brasil, Colômbia, México,
Venezuela e Argentina. O progra-
ma é uma espécie de batalha de
bandas, com canções originais de
Cymphonique Miller. Na história,
Kacey Simon (Miller) é uma talen-
tosa adolescente que lidera uma
banda pop e entra em guerra com
outra banda do colégio, Os Per-
feitos. A atração vai ao ar de se-
gunda a quinta-feira, às 21h.
TERÇA-FEIRA
“BBB 14”ESTREIA COM 20PARTICIPANTESNesta terça-feira, o apre-
sentador Pedro Bial volta
mais uma vez ao coman-
do do “Big Brother Bra-
sil” (Globo) e apresenta
os 20 confinados que dis-
putarão o prêmio de R$
1,5 milhão. Para esta edi-
ção, nada de veteranos. Apenas novatos entram na
casa, que, no primeiro momento, não terá cama pa-
ra nenhum participante. Outra novidade na se-
mana de estreia é a participação de Valdirene,
personagem de Tatá Werneck em “Amor à Vi-
da”. O reality vai ao ar logo após a novela das
221h da emissora.
QUARTA-FEIRA“BARTER KINGS” ESTÁDE VOLTA AO A&EOs apresentadores Antonio Palazzola e Steve
Mchugh estão de volta para a terceira tempora-
da de “Barter Kings”, o programa da A&E que
mostra como fazer bons negócios mesmo sem
dinheiro, na base da barganha. No episódio de
estreia, eles querem trocar um item para cha-
mar a atenção para uma venda de garagem. O
programa vai ao ar toda quarta-feira, a partir
das 22h30, no canal A&E.
QUINTA-FEIRA“THE WALKING DEAD”RETORNA À TV ABERTAA Band retoma a exibição do seriado “The
Walking Dead”, em sua terceira temporada, nas
noites de quinta-feira, às 23h30. A história é cen-
trada na vida de Rick Grimes, um oficial de polícia
da pequena cidade de Cynthiana, no estado do
Kentucky, que se junta a outros sobreviventes de
um apocalipse zumbi. Sucesso absoluto de audiên-
cia nos Estados Unidos, o último episódio da ter-
ceira temporada foi assistido por mais de 12 mi-
lhões de pessoas.
SEXTA-FEIRAANTONIO FAGUNDES FALADA CARREIRAAntonio Fagundes é o convidado da semana no
programa “Viva o Sucesso”. Em entrevista descon-
traída, o ator da TV Globo conta como iniciou sua
carreira, como se prepara para interpretar seus per-
sonagens e revela o que o estimula, mesmo após
tantos anos, a continuar atuando. O programa co-
meça às 21h15, no Canal Viva. �
Destaques da TVAgência Estado
Foto
s:Agência
Esta
do/D
ivulg
ação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 15 - TV
Após se destacar como a filha de
Paulo Gustavo no filme “Minha Mãe
é uma Peça”, Mariana Xavier
começa a chamar atenção como a
Ana Rita em “Além do Horizonte”
Agência Estado
É difícil não se deixar contagiar pela ale-
gria da atriz Mariana Xavier, a Marcelina do
filme “Minha Mãe É Uma Peça” (2013), que es-
tá fazendo sua estreia em novelas com a perso-
nagem Ana Rita, de “Além do Horizonte”
(Globo).
Depois de fazer algumas participações na
TV e trabalhos paralelos à carreira artística,
Maria (como é chamada carinhosamente pelos
mais próximos) conta que nunca pensou em
desistir, apesar dos obstáculos que enfrentou
para se firmar como atriz.
Hoje, ela começa a colher os frutos do seu
esforço, mas sabe que o caminho a percorrer é
longo.
Com a agenda cheia, Mariana revela que,
ao terminar as gravações do folhetim de Carlos
Gregório e Marcos Bernstein, irá se dedicar ao
monólogo “De Repente Gorda”, com estreia
prevista para o primeiro semestre de 2014.
Além do projeto para o teatro, e para a alegria
dos fãs, vai gravar a sequência de “Minha Mãe
É Uma Peça”, programado para chegar aos ci-
nemas em 2015.
Pergunta - “Além do Horizonte” é a primeiranovela da sua carreira. Fazer um folhetim intei-ro sempre foi um objetivo a ser alcançado?
Mariana Xavier - Desde pequena, sempre
quis fazer TV. Até agora, tinha feito participa-
ções especiais em novelas, mas nunca uma tra-
ma inteira. Nunca pintava uma oportunidade.
Até que surgiu “Além do Horizonte” e foi me-
lhor do que imaginava. Hoje, contraceno com
importantes atores, que sempre admirei. Ou-
tra coisa bacana é que, na novela, não existe
guerra de egos. É um ambiente leve. Estou em
uma carreira difícil, em que poucas pessoas
conseguem dar certo. Faço o que amo e ainda
consigo me divertir com o meu trabalho.
Pergunta - Sente-se realizada?Mariana - Quando se consegue pegar um
trabalho grande, o maior erro é achar que é o
ponto de chegada. Não é! Na verdade, é o de
partida. Não é porque estou no ar hoje, em
uma novela das 19 horas, que já está tudo ga-
nho, seguro. Não é assim... Acho que isso vem
EntrevistaAgência
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ação
TV - 16 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
mais com a questão do amadurecimen-
to e não do deslumbramento.
Pergunta - Nunca pensou em desis-tir, procurar outro trabalho, já que nãoconseguia um papel em uma novela?
Mariana - Pensar em desistir não,
mas, há muito tempo, concilio a carrei-
ra de atriz com outros trabalhos. Preci-
so pagar as minhas contas, não dá para
ficar esperando um convite para o traba-
lho acontecer. Por isso, dei aula de dan-
ça, de gramática, de assessoria de marke-
ting. Não vou negar que, algumas vezes,
bateu aquele desânimo pelo fato de as
coisas não darem certo, mas, de repen-
te, vinha uma coisa do nada e me jogava
lá para cima.
Pergunta - O filme “Minha Mãe ÉUma Peça” foi um divisor de águas eabriu as portas para você se tornar co-nhecida do grande público. Esperavatodo esse retorno?
Mariana - É verdade... Muitas por-
tas se abriram depois que vivi a Marceli-
na no filme. Faço teatro desde os nove
anos, ser atriz sempre foi o que quis fa-
zer na minha vida. Quem me apresen-
tou para o grande público foi o filme. A
Marcelina foi a primeira oportunidade
de uma personagem grande. Foi um tra-
balho feito com muito carinho e que
deu certo.
Pergunta - Apesar de estar no arcom o folhetim das 19 horas, até hojeas pessoas quando lhe encontram narua comentam sobre a Marcelina?
Mariana - Com a novela, o retorno é
bem grande, mas o filme não fica atrás.
Ele alcançou muita gente. Os fãs sem-
pre falam com carinho da Marcelina,
principalmente as adolescentes. A visi-
bilidade da TV e do filme me surpreen-
deram. Nunca imaginei isso na minha
vida, de estar em um lugar e as pessoas
pararem para falar comigo. Teve um
momento em que me senti a própria Xu-
xa (risos). Na primeira vez que estive
no Projac (complexo de estúdios da Glo-
bo, no Rio de Janeiro), estava indo pe-
gar o carro quando me chamaram.
Olhei e, na mesma hora, veio uma nu-
vem de pessoas em cima de mim, mais
de 15, com todos me bombardeando de
perguntas (risos). Nunca achei que isso
pudesse acontecer, mas não reclamo
que estou com a vida corrida, que quero
ter mais tempo para mim. Na verdade,
estou procurando quem tem tempo pa-
ra me vender (risos).
Pergunta - Além de atuar, quais ou-tros prazeres você destacaria?
Mariana - Amo viajar. Já consegui ir
a lugares incríveis. Nova York foi uma
das cidades de que mais gostei. Mas
Londres, sem dúvida, foi a minha via-
gem mais fantástica. A cidade é de pi-
rar. Não vejo a hora de voltar. É uma
mistura de Paris com Nova York. Barce-
lona também foi incrível. As pessoas
têm o jeito, o estilo, do carioca. Viajar é
maravilhoso, o problema é juntar di-
nheiro para conseguir ir (risos). Já es-
tou tentando juntar para a próxima, que
eu adoraria que fosse Londres novamen-
te. Na verdade, não quero ter dinheiro
para comprar um apartamento maravi-
lhoso, um carrão do ano. Isso não sou
eu. O que, realmente, desejo é ter di-
nheiro para viajar e ser feliz. Na vida,
nada paga o que você ganha em termos
de cultura com uma viagem.
Pergunta - E tem lembranças des-tas viagens?
Mariana - No meu quarto, tenho um
quadro de imagens onde coloco as fotos
das minhas viagens. E tem também
aquelas com os meus amigos. Tenho
muitos amigos, bem acima da média. É
uma característica minha. Para você ter
uma ideia, tenho amigos da época do jar-
dim de infância (risos). E venho só so-
mando. Acho que, na vida, o nosso
maior tesouro são os amigos. Além da
família, claro!
Pergunta - Gosta de fotografar?Mariana - Adoro fotografar e gos-
to da foto em papel. Aquela coisa de
pegar as fotos nas mãos, ficar olhan-
do e me lembrar da viagem. Isso me
transporta para a época da viagem...
É maravilhoso. É diferente da pratici-
dade da máquina digital. Revelo as
minhas fotos porque fico com medo
de perder tudo.
Pergunta - Após o final de “Alémdo Horizonte”, tem algum outro traba-lho na fila para ser realizado?
Mariana - Vai ter o filme “Minha
Mãe É Uma Peça 2”, que deve ser lan-
çado em meados de 2015. Após a no-
vela, vou estrear, no primeiro semes-
tre de 2014, o meu monólogo “De Re-
pente Gorda”, que vai falar sobre a
eterna insatisfação com o próprio cor-
po. A peça vai abordar assuntos sé-
rios, com muitas reflexões. Mas é
uma comédia, tudo bem leve. �
NOVOSARESPARA‘MARCELINA’
Estouemumacarreira difícil,emque poucaspessoasconseguem darcerto. Faço oque amo eaindaconsigo medivertir com omeu trabalho
Nuncaimaginei issona minha vida,de estar emum lugar e aspessoaspararem parafalar comigo.Teve ummomento emque me senti aprópria Xuxa
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 17 - TV
Aos36 anos, 20 deles
dedicadosàcarreira artística,
VitorHugosedivideentre ator
denovelase teatroediretor de
produtora.NaTV, faz o vilão em
“PecadoMortal”
Agência Estado
Texto ágil, atores afinados e
produção de época impecável
são alguns dos ingredientes im-
portantes da novela “Pecado
Mortal”, da Record. Contudo,
é impossível citar o sucesso da
trama sem mencionar o traba-
lho do ator Vitor Hugo, o ho-
mem por trás do vilão Picasso.
Debochado e corruptível, o
policial acumulou, nesses três
meses de folhetim, uma lista ex-
pressiva de maldades contra o
mocinho Carlão (Fernando Pa-
vão), por quem nutre um (até
agora) inexplicável ódio.
“O Picasso é como um co-
ringa, porque transita por to-
dos os núcleos da trama e pode
ser qualquer carta no jogo”, de-
fende Vitor.
Na vida real, Vitor Hugo
não tem nada de seu vilão de
frases rápidas. Formado em Fi-
losofia pela PUC do Rio de Ja-
neiro, o ator de fala mansa culti-
va um olhar sensível sobre o
mundo. O sucesso tão pouco
Record
DE PICASSOA CORINGA
Agência
Esta
do/D
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TV - 18 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
veio de graça. Com 36 anos de
idade e mais de 20 de televisão,
o ator se desdobra entre novelas,
teatro e o cargo de diretor na pro-
dutora Agarina.
Estreou na TV ainda adoles-
cente, fazendo dois trabalhos na
extinta Manchete, a novela “A
História de Ana Raio e Zé Tro-
vão” (1990-1991) e a minissérie
“Na Rede de Intrigas” (1991).
Em 1992, por sua atuação na pe-
ça “Capitães de Areia”, de Jorge
Amado, recebeu o Prêmio Coca-
Cola de Teatro na categoria
Ator Revelação.
Curiosamente, outra monta-
gem da mesma peça lhe garanti-
ria, em 2005, uma indicação ao
Prêmio Shell na categoria Me-
lhor Diretor. “Tenho uma rela-
ção com o universo amadiano,
toca-me o fato de ele extrair poe-
sia da história de homens e mu-
lheres tão simples”, confessa.
Promessa de galã nos anos
1990, Vitor foi escalado pela
Globo para “Perigosas Pe-
ruas” (1992), “Sex Appeal”
(1993), “Corpo Dourado”
(1998), “Cabocla” (2004) e “O
Profeta” (2007) - seu último
trabalho na emissora.
Já na Record, passou por “Vi-
das Opostas” (2006), “Chamas
da Vida” (2008) e “A História de
Ester” (2010), antes de conquis-
tar dois personagens de desta-
que: o aleijado Mefibosete, de
“Rei Davi” (2012), e Judá, de
“José do Egito” (2013).
A seguir, o ator fala sobre o
futuro de Picasso, analisa a tra-
ma de “Pecado Mortal” e conta
seus truques para buscar inspira-
ção dentro e fora de cena.
Pergunta - Afinal, por que Pi-casso odeia tanto Carlão?
Vitor Hugo - Algumas explica-
ções sobre essa questão estão
para serem apresentadas, mas
acho legal manter o mistério.
O autor está trabalhando há
muito tempo para construir es-
sa trama (risos).
Pergunta - Mas você traba-lha com alguma hipótese?
Hugo - Nós, os atores, recebe-
mos apenas uma sinopse do per-
sonagem no início da novela. As-
sim como o público, vamos des-
cobrindo as coisas capítulo por
capítulo. Mas havia referências
no texto sobre o fato de o tema
pedofilia mexer muito com o Pi-
casso. Ele cresceu em um orfana-
to, dando a entender que pode-
ria ter assistido ou sofrido esse ti-
po de abuso. Como havia a acusa-
ção contra o Carlão de pedofilia,
eu trabalhei - na minha cabeça -
com esse dado. A raiva dele po-
dia vir daí.
Pergunta - O vilão tambémparece ter bastante inveja doCarlão, certo?
Hugo - O Carlão é um cara -
no meu ponto de vista - bem-su-
cedido na vida. Ele construiu
uma família, uma história com
uma mulher e tem uma boa rela-
ção com os filhos. Tudo isso
com muita honestidade e integri-
dade. O Picasso é o oposto, não
tem nem amigos. Há inveja, mas
também uma relação de amor e
ódio, de proximidade e repulsa.
Pergunta - E tem a questãodo domínio do jogo do bicho...
Hugo - O Carlão poderia ser
um cara rico se assumisse o jogo
do bicho com o pai, mas ele
abriu mão de tudo o que o Picas-
so mais ambiciona. É como se o
Carlão mostrasse para ele que é
possível seguir um caminho pe-
lo coração, porta que o Picasso
não consegue abrir.
Pergunta - Você se inspirouem alguém para compor o Pi-casso?
Hugo - O Picasso é um misto
do Iago, da peça “Otelo” (de
William Shakespeare), com um
coringa. Ele é meio Iago, porque
não suporta a felicidade dos ou-
tros, e coringa, porque não é
nem moral nem imoral. É amo-
ral. Ele mostra isso no corpo,
com seu riso sarcástico e na for-
ma de andar. Ele anda como se
estivesse dançando. Assim co-
mo um “joker” (coringa, em in-
glês), que tinha trânsito livre
por todos os cômodos do palá-
cio. O Picasso transita por todos
os núcleos da trama e pode ser
qualquer carta no jogo.
Pergunta - Você tem algu-ma preparação especial nascenas?
Hugo - Fiz um baralho com
14 cartas - todas de coringas -,
com diferentes imagens e risos.
Algumas imagens são de bara-
lhos bastante antigos, inclusive.
Levo esse baralho comigo no
bolso quando gravo a novela. Pa-
ra mim, é algo do personagem e
me ajuda a compor sua persona-
lidade e suas expressões.
Pergunta - O que espera pa-ra o Picasso na trama?
Hugo - Que ele se humanize.
Quando soubermos mais do seu
passado, saberemos mais da sua
dor. Acho que, nesse momento,
ele vai deixar de ser um coringa
para mostrar quem realmente é.
Pergunta - Tanto “PecadoMortal” quanto a sua atua-ção receberam elogios unâni-mes da crítica. Como é issopara você?
Hugo - Para mim, o mérito é
do personagem. O (Carlos) Lom-
bardi construiu um personagem
brilhante por si só. Minha única
tarefa é não ofuscar esse brilho
que o Picasso tem. Também me
sinto agradecido pelo convite
epela oportunidade.
Pergunta - O Picasso é umpersonagem marcante paravocê?
Hugo - Já tenho muitos anos
de estrada e é um caminho solitá-
rio Só a gente sabe os risos e lá-
grimas que deixamos pelo traje-
to. Mas, sim, esse está sendo um
momento muito especial na mi-
nha trajetória.
Pergunta - “Pecado Mortal”não é a primeira novela do Car-los Lombardi que você partici-pa, correto?
Hugo - Não, eu participei de
“Perigosas Peruas”, que foi o
meu primeiro trabalho na Glo-
bo. Era para ser uma participa-
ção especial: um garoto que ba-
tia à porta para dar um recado à
Natália Lage. Foi bacana por-
que eu e a Natália já nos conhe-
cíamos do teatro e ela torcia por
mim. O Lombardi gostou, o pa-
pel foi prolongado e acabei fa-
zendo o seu namoradinho.
Pergunta - A sua estreia naTV foi na minissérie “Na Redede Intrigas”, da extinta TVManchete. Tem alguma memó-ria especial desse trabalho?
Hugo - Sim, eu era garoto e
contracenava com o Leonardo
Brício, por quem tenho um cari-
nho imenso e com quem atuei
em “Chamas da Vida” e “Rei Da-
vi”, na Record, muito tempo de-
pois. Lembro que toda a minis-
série foi gravada fora da cidade
do Rio de Janeiro, em Arraial do
Cabo. Precisei ficar uns dias lá
sem meu pai e minha mãe, e to-
do o elenco me adotou. Outro
ponto era que a trama tinha uma
coisa mística, de ter fé, e acho is-
so simbólico. Algo como, se vo-
cê acreditar, pode ver seu sonho
realizado. Levei isso para a mi-
nha carreira.
Pergunta - Em “Rei Davi”,você interpretou Mefibosete,um personagem paralítico. Fezalgum laboratório?
Hugo - Sim. Em uma sexta-
feira, dirigi até o sítio da minha
família para ficar o final de sema-
na sozinho. Quando bati a porta
do carro, decidi que, até domin-
go, iria fazer todas as tarefas me
arrastando, que nem o persona-
gem. Foi um aprendizado pro-
fundo que não passou pela ra-
zão, mas pelas emoções.
Pergunta - Essa experiên-cia lhe ajudou em alguma cenaespecífica?
Hugo - Em uma gravação, o
diretor me perguntou por que
eu estava comendo com o dorso
das mãos, já que o personagem ti-
nha deficiência somente nas per-
nas. Contei a ele que, em uma
noite no sítio, fui matar um mos-
quito que estava no meu rosto.
Quando bati com a palma da
mão, sujei todo o meu rosto de
lama. Naquele momento, perce-
bi que as mãos eram as solas dos
pés de quem não poderia andar
naquele tempo, então, meu per-
sonagem precisaria comer com
o dorso das mãos, que era sua
única parte limpa.
Pergunta - Além de ser ator,você é um dos diretores da pro-dutora Agarina. Quais são osseus projetos para 2014?
Hugo - Estou adaptando
“Suor”, um romance pouco co-
nhecido de Jorge Amado, para o
teatro. Tenho uma relação com
o universo amadiano, toca-me
muito o fato de ele extrair poesia
da história de homens e mulhe-
res tão simples. Além disso, esta-
mos produzindo a terceira tem-
porada do programa “Aventuras
Reais”. Ele é apresentado pelo
Sandro Cardoso, que é atleta e
meu irmão. A primeira tempo-
rada foi exibida pelo Mul-
tishow e a segunda pelo Canal
Off. E quero me dedicar ainda
mais a “Pecado Mortal”. �
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 19 - TV
Canal TNT vai transmitir ao vivo este
mês as indicações ao Oscar 2014
Cinema
Agência Estado
No dia 16 de janeiro, a par-
tir das 11h, o canal por assinatu-
ra TNT vai transmitir ao vivo
e, com exclusividade no Brasil,
a cerimônia que revelará as pro-
duções e artistas que vão con-
correr ao Oscar neste ano. É a
primeira vez que a rede de tele-
visão paga fará a cobertura do
evento de nomeação da lista de
indicados direto do Samuel
Goldwyn Theater, em Beverly
Hills, nos Estados Unidos.
O Oscar será realizado no
dia 2 de março, também com
transmissão exclusiva pelo
TNT. A 86ª edição da
premiação será oficialmente
apresentada por Ellen DeGene-
res em Hollywood (EUA). Co-
mo a data cai em pleno domin-
go de Carnaval, a Rede Globo
não vai transmitir a cerimônia
para privilegiar a exibição dos
desfiles das escolas de samba
do Rio de Janeiro.
A dupla Fred Lessa e Sabri-
na Parlatore foram escalados
novamente pelo TNT para co-
brirem o tapete vermelho na
transmissão do Oscar A cerimô-
nia em si contará com os co-
mentários do crítico Rubens
Ewald Filho. A cobertura na
TV brasileira está prevista para
começar às 20h30 e deve durar
aproximadamente cinco horas.
O Oscar conta com 24 cate-
gorias, que compõem o tradicio-
nal prêmio da Academia de Ar-
tes e Ciências Cinematográfi-
cas. A cerimônia é transmitida
ao vivo na rede de televisão
ABC nos Estados Unidos e é te-
levisionada para mais de 225
países e territórios em todo o
mundo.
O evento de nomeação dos
indicados ao Oscar foi adiciona-
do à programação do TNT, que
costuma exibir os principais
eventos da indústria cinemato-
gráfica mundial, como se fosse
a la rgada para outras
premiações de 2014. A cerimô-
nia é feita por membros da aca-
demia e não conta com a parti-
cipação de celebridades.
A única produção brasileira
que estava na disputa pelo prê-
mio de Melhor Filme Estran-
geiro, o longa-metragem”O
Som ao Redor”, do pernambu-
cano Kleber Mendonça Filho,
não foi classificada. O filme es-
tava na lista dos elegíveis, com
outras 75 produções pré-sele-
cionadas, mas, no dia 20 de de-
zembro, a academia divulgou a
lista com os nove pré-indica-
dos na categoria, descartando a
produção brasileira.
Por enquanto, estão no pá-
reo: “The Broken Circle Breakdo-
wn” (Bélgica), “An Episode in
the Life of an Iron Picker”
(Bósnia), “The Missing Picture”
(Camboja), “The Hunt” (Dina-
marca), “Two Lives” (Alema-
nha), “The Grandmaster” (Hong
Kong), “The Notebook” (Hun-
gria), “The Great Beauty” (Itália)
e “Omar” (Palestina). �
EM BUSCA DAESTATUETA
Agência Estado/Divulgação
TV - 20 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
“Amo atuar, adorariadividir minha carreiraem 50% cantora e50% atriz”Sandy, cantora, em umaparticipação no “Video Show”, da Globo,sobre as novelas que já participou
“Sou otimista até natristeza. Quero que2014 seja perto dafamília e trabalhandono que gosto”Anderson Di Rizzi, ator, em entrevistaao site da revista “Contigo!”,sobre o que espera do ano de 2014
“Fico muito nervosono dia em que anovela vai ao ar. Em‘Além do Horizonte’eu assisti à estreiacom borboletas noestômago”Rodrigo Simas, ator, em entrevistaao site da revista “Quem”, sobreo que o deixa com ‘frio na barriga’
“Gostaria de termais. Na minhacabeça, já estoucronometrandose vou ter outracriança equando isso vaiacontecer”Drew Barrymore, atriz, em entrevista à revista
“Marie Claire” americana, sobre estar grávida do
segundo filho e já pensar no próximo
“É só uma fotoartística. Tudo ali émeu e nada é falso”Roberta Miranda, cantora, em comentário no
Instagram, sobre ter publicado em sua rede social
uma foto em que aparece tomando banho
“Hoje, sou mais gaydo que nunca,porque estou casadae quero viver portoda a minha vidacom Malu”Daniela Mercury, cantora, em
entrevista à revista “Quem”, sobre a sua
relação com a jornalista Malu Verçosa
“Já me perguntarammuitas vezes, mascontinuo hétero”Sam Alves, vencedor do “The Voice Brasil”,
em sua página no Twitter, respondendo
uma fã que questionou sua sexualidade
“Gosto de ter boasvibrações. Não gostode previsões, desaber o futuro. O quetiver que acontecerestá nas mãos deDeus”Juliana Paiva, atriz, em entrevista ao
site da “Contigo!”, sobre o ano de 2014
“O Brasil tratouNelson Ned a vidainteira como umanão de circo”Moacyr Franco, cantor e apresentador,
em entrevista ao “UOL”, sobre a morte
do amigo, o cantor Nelson Ned
“O vazio de suaausência é muitodoloroso”Vin Diesel, ator, no Facebook,
em novo desabafo na internet sobre
a morte do ator, e amigo, Paul Walker
Frases da semanaAgência Estado
Fotos: Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 21 - TV
MALHAÇÃO - 17H45
Segunda-feira a sábado – Não enviado pela emissora.
Segunda-feira - Thales consegue sal-var Natasha, mas Leila não escapado fogo. Lutero convence César a fa-zer novos exames. Paloma recebe anotícia da morte de Leila e fala comAmadeu. Natasha descobre que foisalva por Thales. Neide fica inconso-lável com a morte de Leila. Rafael pe-deparaErontirá-lodacadeia.Félixga-rante a Paloma que Aline será desco-berta.Nikopermiteque Amarilys pas-seie com Fabrício e Adriana. Eron eFélixdiscutemporcausadeNiko.Per-
séfone marca um encontro com Van-derlei. JudithavisaaAtílioqueelepre-cisa fazer uma consulta com um psi-quiatraantesde receber alta. Valdire-ne consegue entrar no Big BrotherBrasil. Aline teme que César descu-braseusplanos.Vanderlei pedeparaPerséfone garantir que quer realmen-te ficar com ele.Terça-feira - Félix conta para Palomaque incentivouNinhoa ficar comAlinepara se vingar de seu pai. Aline plane-ja viajar sozinha para o Exterior. Ma-
ciel avisaaPaloma quequer secasarcom Pilar. Márcia tenta convencer Fé-lix a ficar com Niko. Niko deixa Amari-lys sair novamente com Fabrício. Pér-sio e Rebeca se beijam. Priscila pen-sa em manter Jacques no hospital.Rubão se separa de Eudóxia para fi-car com Tamara. Edith termina o rela-cionamento com Wagner. Patríciaaconselha Perséfone a se decidir en-tre Daniel e Vanderlei. Neide se preo-cupacomoestadodeLinda.Amadeuvisita Rafael na cadeia. Félix alerta Ni-
kosobre Amarilys Atílio se transformaemGentildurantesuaconsultacomapsiquiatra.OrdáliaentregaaHerbertoendereçodo trabalho deElias.Quarta-feira - Paloma, Lutero e Rebe-ca vãoà casade César, e Alineé obri-gada a desistir de seus planos. Eroncobra uma resposta de Niko sobre aproposta que lhe fez. Amarilys deixaAdrianacomovida comseu comporta-mento. Aline é forçada a concordarcom a presença de Rebeca em suacasa.PalomafalaparaPilarqueainda
está muito magoada com Félix. AlineavisaaNinhopara ficaremsilêncionapresençadeRebeca. Félix nãoconse-gue conversar com Niko. Atílio contapara Márcia que não recebeu alta dapsiquiatra.Valdirenedescobrequeen-traráno BBB durante uma festa e ficaeufórica.Murilo voltaparacasaedes-cobre que Gigi vai se casar com Igná-cio. Aline se irrita com Rebeca. Palo-ma agradece a Bruno por cuidar dePaulinha.AlinemandaNinhovoltarpa-rao galpão.
JOIA RARA - 18H15
Segunda-feira - Franz fogecomoutrospresos. Cléo vai embora e deixa Joelno hotel. O delegado vai à casa deAméliaprocurarFranzePérola lhecon-taqueSilviaestáviva.Valtertentacon-vencer Laura a entregar Tavinho paraGaia e Toni. Ernest e Manfred discu-tem por causa de Franz. Joel não temcomo pagar o hotel e é obrigado a fa-zer faxina. Amélia arruma um empre-go de garçonete na casa de chá. So-nandecide fazer um retiro nas monta-nhas para esquecer Matilde. Auroraconsegue voltar para a pensão decharretee todos ficamaliviados.Auro-ra e Davi decidem se casar imediata-mente.Franzpedecomidaemumbarde beira de estrada e quase é reco-nhecido pelo dono, que lê um jornalonde está publicada a sua foto comofugitivo.
Terça-feira - Franz diz ao dono do barqueé caixeiro viajante e que foi assal-tado na estrada. Ernest fica desoladoaolerno jornalemqueFranzestásen-do procurado como fugitivo. Matildesonha com Sonan. Manfred procuraAmélianacasadecháemseuprimei-ro dia de trabalho e a convida para ocasamento dos pais. Manfred tam-bém manda um convite para Hilda eViktor. Rubens pede que Matilde mar-que logo a data do casamento deles.Franzpedecaronanaestrada,vêumablitz e foge. Toni eGaia contratamNu-noparaconseguiremaguardadeTavi-nho. Améliaproíbe Pérola de ir à man-são. Manfred se irrita ao ver Vences-lau chegando à festa. Pérola foge decasa e vai para o casamento. Améliaencontra Franz na rua.Quarta-feira - Amélia fica feliz ao ver
Franzeolevaparaocortiço.Pérolape-depara conversarasóscomErnest ediz ao avô que ele só vai parar de so-frer no dia em que conseguir amar opróximo.AméliabuscaPérolanaman-são e Ernest se casa com Gertrude.Sonan sonha com Ananda e desistede fazer o retiro. Ernest se recusa apassar a noite com Gertrude e Man-fred o ameaça. Bibiana e Eufrásiomostram o retrato de Franz para Sil-via, que tem pequenas lembranças.Viktor consegue um emprego na livra-ria. Aurora desmaia no meio do en-saio.Sonandiz aRigpaqueentregaráseus votos e voltará ao Brasil para fi-car com Matilde. O delegado procuraFranz no cortiço, mas ele se disfarçade idoso e consegue sair com Améliasemser visto.Quinta-feira - Mundo, Iolanda ePérola
conseguemdespistarodelegado.Ma-tildedizaSerenaquevoltaráparasuacidade natal para esquecer Sonan.Franz e Amélia combinam de investi-gar Pilar. Miquelina promete ajudar adescobrir o paradeiro de Kleber. Amé-liaprocuraPilarparasaberporqueelamentiu para o juiz. Manfred mandaVenceslau sair de seu apartamento.Pilar contaparaManfredqueeraana-morada de Heitor quando ele se apai-xonouporCatarina.Auroraficapreocu-padacomapossibilidadedeestargrá-vida. Sonan escreve uma carta paraMatilde declarando o seu amor. Dis-farçado, Franz segue Manfred e o vêconversar com Kleber. Odilon beijaBelmira. Miquelina procura o delega-doparaperguntarsobreKlebereArlin-do fica furioso ao vê-los. Franz segueKleber.Sexta-feira - Manfred segue Gertrude
evêquandoelaseencontracomVen-ceslau Toni e Gaia contam a históriadesuavidaparaTavinho,que fica fas-cinado. Rubens anuncia que Auroranãoestágrávida,paraatristezadeDa-vi. Pérola pede que Matilde esperepor Sonan e não se case com Ru-bens. Franz pede que Mundo e Fabrí-cioprocuremKleber.Manfredpressio-naGertrudeparasaberqualéasua li-gação com Venceslau, mas ela des-conversa. Kleber consegue fugir deMundo e Fabrício. Matilde prova seuvestido de noiva. Manfred vasculha oquarto de Gertrude e descobre fotosdelacomVenceslau.Serena intercep-ta a carta de Sonan para Matilde. So-nan entrega seus votos e passa ausar roupas ocidentais. Manfred, fu-rioso, pergunta a Gertrude se ela eVenceslau foramnamorados.Sábado - Nãoenviado pelaemissora.
Segunda-feira - Anita confronta Antô-nioeafirmaseuamorporBen.Mauradecidealugar oquartodeSidney.Her-nandez desconfia de que Caetanopossaarmarcontraele.Antônioseen-furece com a cumplicidade entre Bene Hernandez. Ben não dorme em seuquartinho, e Omar vai ao casarão àprocura do rapaz. Pedro vê os dese-nhos de Antônio, e Tita o alerta paraque não mexa nos pertences do ir-mão. Tita lamenta sua mudança paraa casa de Maura. Ben pede ajuda aMartin para checar documentos assi-nados por Hernandez para Caetano.Antônio pede para conversar comBen, que fica cismado. Serguei e Fla-vianadiscutemnafrentedeumaclien-te. Anitaafirma para Júlia quecobraráexplicações de Ben. João Luiz recrimi-na Raíssa por pensar em ter um filhocomFábio.
Terça-feira - Antônio deixa Ben desa-cordado na loja abandonada e saicom o celular do garoto. Antônio con-segue enganar o chaveiro e guardarsuamochilanoquiosquedoprofissio-nal. Anita se desespera por não en-contrar Ben. Tita questiona Hernan-dez sobre o caráter de Antônio. Pedroencontra um desenho detalhado dosplanos de Antônio e mostra para Ani-ta. Ronaldo e Vera ficam apreensivoscom a falta de notícias de Ben. Benacordana lojaabandonadaegrita porsocorro. Pedro, Frédéric e Anita aler-tam Ronaldo e Vera sobre os planosde Antônio e todos decidem procurarajuda. Ronaldo e Vera conversamcom um policial sobre as suspeitascontraAntônio, e João Luiz desconfia.Antônio observa toda a movimenta-çãode longe.
Quarta-feira - Antônio se prepara para
concluir seu plano. João Luiz, Vera e
Ronaldo pedem que todos deixem a
praça, e a polícia isola o local. Junior
comenta que viu Antônio perto da loja
abandonada, e Anita diz saber onde
é.Benvoltaagritarporsocorro.Micae-
la procura por Bruna, e Flaviana conta
para Sofia sobre a armação de Antô-
nio. Anita, Ronaldo, João Luiz e Tuni-
nho encontram Ben, que é resgatado
pelos bombeiros. Antônio é encontra-
do pelos policiais, que tentam nego-
ciar com o menino, mas ele exige a
presença de Ben. Luciana e Abelardo
avisamaHernandezqueAntônioestá
cercado pela polícia. Ben fura o blo-
queio dapolícia e tenta convencer An-
tônio a desistir de seu plano. Anita se
desesperaaoverBencorrendo risco.
Quinta-feira - Sem que Antônio perce-ba, Ben o atira sobre um pula-pulasuspenso e salva sua vida. Hernan-dez acompanha Antônio à delegacia.Na delegacia, Antônio pergunta sesuafotosairános jornais, imaginandoqueseu pai possa vê-lo. Flaviana sus-peita de que Antônio sofra de umadoença mental. Hernandez volta parao casarão sem Antônio, e Tita sofrepelo irmão. Antônio é internado. BendispensaAnita,eSofiapercebe.Mau-ra apoia Hernandez. Sofia apoia Anitae a convence a exigir uma explicaçãodeBen. Ben revela a Ronaldo que ter-minou o namoro com Anita. Sozinho,Benolhanocelular amensagemcoma chantagem e a exigência que termi-ne com Anita. Sem conseguir falarcomBen,Anitadecidevoltarparaaca-sadopai.
Sexta-feira - Ben revela para Sidneyque terminou com Anita porque estásendo ameaçado com um vídeo dosdoiseafirmasuspeitardeAntônio.Fla-viana tentaanimarSofia, queestáde-primida. Hernandez anuncia sua mu-dança para a casa de Maura. Tita so-fre, e Pedro a consola. Sidney sur-preende Maura e Zelândia com seunovo visual. Martin alerta Ben sobreos documentos que Hernandez assi-nouparaCaetano.Edgardanunciapa-ra Sofia que vai se casar com Fábia,que está grávida. Micaela ensaia suamúsica com Drica, Bruna e Amanda.Raíssa conta para João Luiz que Divaprecisou viajar e que Bárbara ficaráem seu lugar. Caetano tenta conven-cer as filhas de morar com ele, mas éignorado. João Luiz se irrita com Raís-saeVirgílio percebe.
Resumo das novelas
GLOBO
ALÉM DO HORIZONTE - 19H30
AMOR À VIDA - 21H00
TV - 22 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Segunda-feira - Stella volta. Carlão ar-macomOtávioedizquemataráPerfu-me. Carlão se assusta ao ver Doro-téiaePatríciana fazendinha.Dorotéiaabre a porta de Carlão com grampo etenta beijá-lo. Stella se desespera aover Otávio na boate e sai sem que elea veja. Donana descobre o plano deCarlão e tenta avisar Perfume. Otáviose oferece para ir no lugar do irmão,mas Carlão está decidido. Dorotéiadescobre que Carlão tentará matarPerfume e tenta convencê-lo a desis-
tir,dizendoqueelearruinarásuavida.Terça-feira - Otávio ficaaflitosemnotí-cias de Carlão e decide ir atrás deleem restaurante. Stella esbofeteia Do-nana e ameaça matá-la. Picasso vaiatrás de Carlão. Carlão pega arma evai ao encontro de Perfume. Carlãonão consegue atirar e dá uma coro-nhada no bicheiro. Patrícia fica ali-viada ao saber que Carlão não ma-tou Perfume. Perfume vai até fa-zendinha e diz que entregará bi-cheiros em troca de proteção pa-
ra o jardineiro. Baldochi mandaDonana cavar a própria cova.Quarta-feira - Carlão e Dorotéia se-guemcoma farsae fingem ter um ca-sona frentederepórter.Picassoaten-de pedido de Michele e vai até hospi-tal para vê-lo. Baldochi liberta Dona-na. Michele pede para Otávio que elese aproxime de Picasso. Sabonete eValdodescobremquePerfumeestávi-vo e temem que bicheiro os entreguea mando de Carlão. Carlão e Otávioconversam sobre plano para prejudi-
car bicheiros.Quinta-feira - Picasso planeja envene-nar Carlão. Dorotéia diz que destruirácarreira de Patrícia se Carlão não lhederumfilho.Picassocontaminacami-sa de Carlão com veneno. Stellaameaça matar Donana. Carlão senteprimeirossintomasdeenvenenamen-to.Carlãosesentemaletiraacamisaenvenenada. Otávio, Djalma e capan-gas cercam o armazém escondidos eesperam por Carlão para atacarem.Otávio fica preocupado com demora
deCarlãoedecideatacar.Sexta-feira - Patrícia se desespera aodescobrir que Carlão foi envenenado.Picasso troca tiros com motorista decarro,queatingepneusdocaminhão.Otávio freia e Picasso consegue atin-giratirador,queperdeadireçãodocar-ro. Picasso e Otávio fogem correndopela estrada. Dorotéia diz para Patrí-ciaquealguémpróximoaCarlãopodeser o culpado pelo envenenamento.Picasso e Otávio conversam amisto-samente.
Segunda-feira - Jaime afronta Leandro
com a ajuda de Bigode de Arame e
João. Leandro consegue escapar,
mas sofre um acidente decarro. Antô-
nia passa mal e desmaia. Oscar rece-
beumapassagemaéreaedinheiropa-
rasairdoSertão,mesmocontraasua
vontade. Antes de deixar a sua casa,
Oscar entrega um bilhete escondido
para Juca. Carolina procura Fortunato,
parasaberoparadeirodeLeandro.Jai-
memostraparaIsabeleAntôniaanotí-cia de que Leandro deu um desfalquenaempresaefugiuparaSãoPaulo.An-tônia ligaparaFortunatoealertasobrea suposta fuga de Leandro. Carolinachantageia Celeste para não mostraraCavalcanti a cópia dos e-mails troca-dos entre ela e Leandro. Antônia vai àcasa de Leandro e estranha a ausên-cia de vestígios sobre a sua viagem.JaimeeJoãovãoaolocaldoacidente.Terça-feira - JaimeeJoãocontamaBri-
tivaldoa versãodeles doacidente. Dedentro de seu carro, Fortunato acom-panha aconversa de Jaime como ins-petor. Britivaldo aceita a versão de Jai-meedáocasocomoesclarecido.Briti-valdo oferece hospedagem para Jai-meemsuacasa.Antôniacustaaacre-ditar que Leandro tenha fugido e reve-laumsegredoparaAnaClara.Fortuna-todesconfiaqueLeandroéquemesta-va no carro envolvido no acidente. Ce-leste pede ajuda à Isabel, que vai em
direçãoàcasadaamiga. Isabelatrope-laumrapazqueestádebicicletaeaca-ba se envolvendo com a vítima. Fortu-nato confronta João e Bigode de Ara-me. Isabel desmaia ao saber queLeandroé amante deCeleste.Quarta-feira - Antônio avisaà neta queCeleste pediu ajuda para Isabel e queela passou mal. João diz a Jaime queo plano foi descoberto. Antônio ques-tiona Celeste sobre a sua conversacom Isabel. João avisa a Jaime que
Fortunato irá à polícia. Isabel começaa balbuciar o nome de Leandro e to-dosconcluemqueela teveumenvolvi-mento com o sommelier. Antônia sedesespera com a revelação da mãe.Fortunato percebe que se expôs aoconfrontar João e Bigode de Arame etentaseesconder.Quinta-feira - Não enviado pela emis-sora.Sexta-feira -Nãoenviadopelaemisso-ra.
Segunda-feira - Juniorpedeaopaiqueconsiga a transferência da Dani parao Orfanato Raio de Luz. Carol liga praJosé Ricardo e diz que está na portadoorfanato.Carol garantequenão irásossegar enquanto ele não cumprirsua promessa. José Ricardo aceitadescer para falar com ela. No orfana-to, Cintia entrega uma relação de no-mesparaMatildepodersepassarpe-la irmã gêmea, Ernestina. Vivi conti-nua tentando esconder de Mathiasquemora noorfanato.Terça-feira - Érica chama Beto parasairanoiteediz quesópodeconvidaruma pessoa. Matilde confisca o celu-
lar de Vivi, que fica preocupada emnão poder avisar Mathias que poderámais ir. Ela resolve fugir. Vivi volta aoorfanato e Ernestina, que na verdadeéMatilde,mandaela limparacozinhainteira usando apenas uma escovade dente. Matilde diz pra Cintia queexisteumapassagemsecretanoorfa-nato, que ela ainda não sabe onde é.Carmen diz que castigar Vivi não fazsentido.Matilde rebateediz queaco-zinha precisa de uma faxina e comoela fugiu, decidiu resolver dois proble-masdeuma vez.Quarta-feira - Matilde se sentiu desa-fiada e ordena que todas as Chiquiti-
tas façam 100 flexões. Ernestina cor-ta a luz do orfanato ao anoitecer e dizquenãoquerouviravozdascrianças.Clarita segueBeto com aajuda deTo-bias. Ela vai até a balada e quer ver oque Éricaquer comBeto. Osdois sãobarradosnaentradadabaladaeClari-ta tem a ideia de Tobias se vestir deThomas Ferraz para entrarem no lo-cal. Tobias consegue entrar na bala-da, disfarçado.Quinta-feira - Amanhece e Chico en-contra Ernestina, que na verdadeé Matilde, desmaiada no chão. Aschiquititas ficam preocupadas. Er-nestina acorda e diz que as crian-
ças colocaram ratoeiras em seuchinelo. Clarita tira satisfaçãocom Beto, que não revela sobre obeijo e enrola a namorada. Éticachega atrasada e Clarita chamasua atenção. As chiquititas con-versam sobre a diferença no com-portamento Ernestina. Mosca dizque acha que ela pode ser um clo-ne da antiga Ernestina. Para sa-ber se ela é ou não clone, resol-vem testar os hábitos da zelado-ra. José Ricardo vai até a casa deCarol falar sobre a Dani.Sexta-feira - As chiquititas come-çam a achar que ela foi abduzida. Ca-
rol vai ao orfanato pra falar sobre atransferênciadaDaniparalá.Caroles-tranha o comportamento de Ernesti-na,quenaverdadeeMatildedisfarça-da. Carol pede para que todas as chi-quititas recebam bem ela. Dani conti-nuacomocomportamentomimadoemalcriado. Chico prepara um bolo es-pecial para a Dani. Carol conversacom Cintia na diretoria do orfanato epedeparaquepossavisitaraDaniporalgunsdiaseassimlheauxiliarnopro-cessodeadaptação.Cintianãoautori-zaesugerequeelaváfalardiretamen-te com José Ricardo, já que não con-cordacomsuadecisão.
Quinta-feira - Todos veem a entradade Valdirene no programa de TV. Cé-sar pede para Rebeca espionar a es-posa.Aline mandaNinho contar paraPaulinhaqueele vai para oPeru.Car-lito fica furioso com o comportamen-to de Valdirene no BBB. Aline dá umpresente para Rebeca e é carinhosacom César, que fica pensativo. Re-beca fala para Paloma que acreditanas intenções de Aline. Valdirene éeliminada do BBB. Carlito decidenão ficar mais com a mãe de sua fi-
lha. Amarilys foge com Fabrício. Pau-linha se encontra com Ninho. Adria-na pede socorro pela janela. Lindaprocura por Rafael, e Neide se preo-cupa. Eron manda Rafael ficar longede Linda. Niko descobre que Amari-lys sequestrou Fabrício. Valdirene écercada por fãs.Sexta-feira - Valdirene destrata osfãs, e Márcia a repreende. Carlitoprocura Valdirene. Niko pede ajudaa Félix. Amarilys chega à casa de In-grid em Angra dos Reis. Félix fala pa-
ra Silvia que Fabrício foi sequestra-do. Carlito decide ficar com Raquel,depois de levar um fora de Valdire-ne. Herbert procura Elias. Félix con-sola Niko. Lídia incentiva Natasha aprocurar Thales. Herbert oferece umpresentede casamento em dinheiropara Elias. Félix e Eron brigam nohospital, e Paloma repreende osdois.Márciamarcadiversoscompro-missos para Valdirene. Elias entre-ga o cheque de Herbert para asobras da igreja. Paloma pensa em
como fazer para confirmar que Ni-nho é amante de Aline. Herbert con-vida Edith para ir à sua casa. Rebe-ca ouve Aline falando com Ninho.Sábado - Félix eNikopartemparaAn-gra dos Reis atrás de Amarilys. Gigie Ignácio se casam. Rubão expulsaEudóxiadeseu apartamento e deci-de cortar o dinheiro do filho. Gen-til vai à casa de Márcia. Ingrid co-menta com Amarilys que recebeuuma ligação confirmando umaconsulta com ela e deixa a derma-
tologista desconfiada. Ciça voltapara a casa de Paloma. Aline pe-de para um cúmplice guardar di-nheiro para ela e marca um encon-tro com Ninho. César escondeuma faca e pede para Rebeca con-firmar se Aline tem um amante. Pa-loma fala para Eron ajudá-la a esco-lher um novo cirurgião-chefe para ohospital. Rafael procura Linda, masDaniel e Neide o impedem de vê-la.Gigi se desespera ao ter que voltara fazer quentinhas.
Resumo das novelas
PECADO MORTAL - 22H30
AMORES ROUBADOS - 22H30
CHIQUITITAS - 20H30
Continuação - AMOR À VIDA - 21H00
RECORD
GLOBO
SBT
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 23 - TV
Fort Lauderdale, a Veneza americana, apresenta novidades
investindo na cena gastronômica e cultural
Agência O Globo
Em Fort Lauderdale, a vida se passa à beira-
mar. Ou à beira-canal, digamos. São quase 40
quilômetros de faixa de areia banhada pelo
Atlântico na região do condado de Broward, e 13
vezes essa extensão só em canais, totalizando
500 quilômetros de hidrovias.
Não à toa, a cidade ao norte de Miami tem um
dos três maiores portos do mundo, o Everglades,
que recebe 3,7 milhões de passageiros ao ano, entre
embarques e desembarques.
Se a vida a bordo está mais do que consagrada na
Veneza americana, a vida em terra firme se dinami-
za inspirada pela vizinha mais famosa, transbordan-
do de novos visitantes ligados ao mundo da arte. �
Turismo
DO MAR PARAAS AVENIDAS
Hidrovias: os canais cortam aárea central da cidade
TURISMO - 24 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Em época deBoat Show, as
vagas da marinaficam lotadas
Fotos: Agência O Globo
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 25 - TURISMO
Mesas com torneiras de chope e molho de espinafre orgânico
com galinha caipira são novidades bem aceitas
Agência O Globo
Quando uma loja de vesti-
dos de noiva fechou as portas
em Las Olas Boulevard, os só-
cios Paul Greenberg e Rick Mi-
jares decidiram transformar o
lugar em bar. Aberto no ano
passado, o American Social
tem o estilo de um bar de espor-
tes, com 14 telas de televisão,
decorado com capas famosas da
revista Life e mesas rodeadas
por confortáveis sofás.
Mas o que o torna único, na
realidade, é a inspiração irlande-
sa. Do Reino Unido, os donos im-
portaram um sistema de tornei-
ras de chope para as mesas.
Cada uma tem quatro rótulos,
que são trocados frequentemente.
As torneiras contabilizam auto-
maticamente a quantidade de
chope entornado, e também da si-
dra, fermentado de maçã, que an-
da na moda por lá.
Há 46 rótulos na torneira, dos
clássicos europeus (Chimay, Hoe-
gaarden, Guinness) às já consagra-
das artesanais americanas, como
Magic Hat, Harpoon, Dogfish e
Sierra Nevada.
Quem quiser levar um barril-
zinho para o barco (já que esta-
mos na Veneza americana), pode
carregá-los numa outra estação
com rótulos da Cigar City, de
Tampa, na Flórida.
Aliás, quem fizer compras pa-
ra um dia no mar deve passar na
padaria Gran Forno. Eles forne-
cem pães aos melhores restauran-
tes e hotéis e têm uma variedade
de doces com base de fruta e
cookies integrais frescos.
Inclua mais uma parada nos
preparativos na Cheese Culture,
loja de queijos e vinhos que inclu-
sive aluga por 24 horas uma cesta
de piquenique (US$ 75), com em-
butidos, queijos, uma garrafa de
vinho, uma baguete e frutas.
Em uma das mais novas adi-
ções à noite de Las Olas, pode-se
provar a local Fort Lauder Ale or-
gânica, de uma microcervejaria
fundada há um ano na cidade.
O pub The Royal Pig se tor-
nou a melhor opção para quem
prefere música em volume me-
nos violento aos ouvidos. A carta
de cervejas e drinques convida a
uma prospecção cuidadosa - e o
mesmo se pode dizer do menu,
com uma proposta de comida de
pub que às vezes beira o saudável,
com peixe fresco grelhado, sala-
das, galinha caipira e espinafre or-
gânico de aperitivo, sem esquecer
as costelas de porco e hambúrgue-
res fartos.
Na cena gastronômica, a me-
lhor novidade é o Lobster Bar
Sea Grille. O destaque não são as
cervejas, mas os frutos do mar no
gelo, em cores intensas. A lagosta
dá nome ao restaurante, e é uma
aposta mais do que garantida.
Mas os mexilhões em molho
de vinho branco também valem a
pena. E outra ótima pedida na ca-
sa são os peixes - da Flórida, tem
o pompano e o red snapper - servi-
dos inteiros com couve, quinoa, li-
mão e alcaparras, deliciosos.
Estados Unidos
Comidinhas e cervejasde Fort Lauderdale
Obra de LaurenShapiro na
galeria TheProjects North
no Fat Village
O The RoyalPig é o
novo bar damoda
TURISMO - 26 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Umvagãodetremprateadoser-
ve de armazém para a nova unida-
de do Brew Urban Café, que nas
noites de sextas-feiras, sábados e de
jogos do Miami Heat se transfor-
ma em bar. As prateleiras guardam
cafés, cervejas e uma coleção de li-
vros.Era oque faltava noFat Villa-
ge - bairro que concentra empresas
de mídia, ateliês e galerias.
Quando os jornais locais noti-
ciaram a abertura da nova casa, o
comentário era “nem parece Fort
Lauderdale!” O dono, Miller, que
antes morava em Washington
DC, é um dos maiores defensores
do bairro. Já era um agitador cul-
tural, promovendo quase toda se-
manano seu estúdio sessões de fil-
mes por US$ 1 e churrascos.
O escritório também partici-
pa da Art Walk, que envolve boa
parte das empresas no bairro e
ocorre todo último sábado do
mês, quando estúdios empres-
tam seu espaço para palestras, ex-
posições e outras atividades.
O Fat Village (Flager Arts Te-
chnology) parece mesmo uma vi-
la, onde todos se conhecem e tra-
balham juntos. No início, a ideia
de Doug McCraw, que aluga as
áreas, era criar um bairro de em-
presas de tecnologia. Porém,
com a bolha da internet em 2001,
teve que repensar o projeto.
Viu o bairro de Wynwood se
desenvolvendo em Miami e deci-
diu fazer o mesmo em Fort Lau-
derdale: apostar em artistas.
Seuprimeiro inquilinofabrica-
va marionetes e se encantou pelo
espaço amplo dos galpões. Logo,
vierammaisartistas, galerias,grafi-
teiros e escritórios. Alguns pré-
dios residenciais nos arredores
contribuíramparaaumentar omo-
vimento nos fins de semana.
Outros escritórios que partici-
pam da Art Walk são o Cadence,
de arquitetura, e o Helium.
Uma das primeiras iniciativas
do Cadence, liderada pela arquiteta
Rebecca Bradley, foi um evento
chamado Better Block, que ocorre
em outras cidades americanas e
convidaasociedadeaimaginarma-
neiras de melhorar o bairro.
O Cadence encheu as ruas de
jardins temporários, convidou
DJs, foodtrucks e fez a festa. A
partir disso, surgiu um projeto
de jardim comunitário, que ga-
nhou um terreno da igreja lute-
rana e projeto do Candence,
lançado com apoio da rede de
supermercado Whole Foods. A
área verde não será dedicada só
a plantas ornamentais como
também a hortas dos moradores.
Rebecca lançou outro projeto
ano passado com vários pianos es-
palhados pela cidade, convidando
a tocar uma melodia no caminho.
Já os vizinhos do Helium to-
camumescritóriodedesigncomer-
cial onde só trabalham artistas. A
arte não-comissionada vai para as
paredeseganhavisibilidadenasart
walks realizadas a cada mês.
A galeria de maior destaque
na região é a The Projects North,
que em novembro montou uma
exposição para o mexicano Dia
dos Mortos com obras surrealis-
tas de artistas jovens. Também
tem a The Projects South e a The
Rolling Stock, esta, especializada
em arte de rua. � (AG)
Arte de rua em Fat Village
OnovoBrew UrbanCafé édecoradocom livrosegarrafas Em Las Olas, o bar Big City é um clássico
Uma dasobras do
artistaEduardo
Mendieta
Obra no murodo World andEye ArtsCenter, semassinatura
O escritório de design Helium promove exposições dos funcionários
Fotos: Agência O Globo
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 27 - TURISMO
Em 2009, o porto inaugurou o maior terminal de
cruzeiros do mundo para atender ao navio Oasis of the Sea
Agência O Globo
É cada vez mais comum que
as grandes armadoras ofereçam
minicruzeiros de dois ou três
dias, ainda mais dos portos de
Miami e Everglades (em Fort
Lauderdale), tão próximos das
ilhas caribenhas.
E quase todos os cruzeiros
que saem do porto Everglades
param nas Bahamas, o arquipé-
lago mais perto do Sul da
Flórida.
Uma única empresa, po-
rém, oferece o serviço de balsa
rápida entre Fort Lauderdale e
Grand Island Bahama para
quem quiser fazer passeios de
um dia até o arquipélago.
A espanhola Balearia come-
çou a operar em 2012 com o Pí-
nar del Río, que tem capacida-
de para 463 passageiros. As via-
gens de bate-volta custam a par-
tir de US$ 49, embora na alta
temporada, inverno nos Esta-
dos Unidos, os preços na classe
econômica cheguem a US$
121. Na primeira classe, há me-
nos poltronas e os passageiros
recebem aperitivos por ingres-
sos desde US$ 136.
As viagens saem de Fort
Lauderdale às 8h, chegam às
Bahamas às 11h. Retornam às
18h e chegam à Flórida às 21h.
A empresa costuma oferecer pa-
cotes que incluem day use em
alguns dos resorts da ilha.
Para os americanos, nem é
preciso apresentar o passaporte
na imigração. Na ida e na volta,
tem lojas de duty free e máqui-
nas caça-níqueis.
O porto de Everglades tam-
bém tem novidades de infraes-
trutura. Em 2013, finalizou
uma reforma de US$ 54 mi-
lhões dos antigos terminais de
cruzeiros 2, 19, 21 e 26, moder-
nizando as instalações e acres-
centando uma rede de wi-fi pa-
ra os passageiros.
Em 2009, o porto inaugu-
rou o maior terminal de cruzei-
ros do mundo para atender ao
então maior navio neste seg-
mento, o Oasis of the Sea, ope-
rado pela Royal Caribbean.
O Oasis continua tendo o
porto Everglades como base, as-
sim como seu gêmeo (um pou-
co maior), o Allure of the Seas.
O novo navio da Royal Carib-
bean com lançamento marcado
para 2015, Anthem of the Seas,
da classe Qantum, também cha-
mará Fort Lauderdale de casa.
Estados Unidos
Um dia pelasBahamas
Em três horas, abalsa Pínar delRío chega àsBahamas
Em dia movimentado,
navios dominam a
paisagem em Fort
Lauderdale
Fotos: Agência O Globo
TURISMO - 28 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
COMO CHEGAR
Fort Lauderdale está a 40 minutos do
Aeroporto Internacional de Miami
seguindo a I-95. As empresas Copa
Airlines, American e TAM têm tarifas a
partir de R$ 1.689. Valores pesquisados
para fevereiro, com taxas.
ONDE FICAR
W: Diárias a US$ 345. 401 N. Ft.
Lauderdale Beach Blvd.
starwoodhotels.com
Hampton Inn Las Olas: Diárias aUS$ 135. 250 N Andrews Avenue.
hamptoninnftlauderdale.com
PASSEIO
Fat Village: A Art Walk acontece
sempre no último sábado de cada mês,
das 19h às 23h. Confira as atividades e
os horários do evento no site
oficialfatvillage.com
Onde comer
American Social: De segunda a
quinta-feira, a partir das 11h30. Sábado,das 11h às 2h. Domingo, das 11h às 12h.721 E Las Olas Blvd.americansocialbar.com
Gran Forno: Todo dia, das 7h às 18h.1.235 E Las Olas Blvd. gran-forno.com
Cheese Culture: Todo dia, das 11hàs 23h. 813 E Las Olas Blvd.cheese-culture.com
The Royal Pig: De segunda-feira asábado, a partir das 11h. Domingo, das12h às 23h. 350 E Las Olas Blvd.
royalpigpub.com
Big City: Todo dia, a partir das 17h.
609 E. Las Olas Blvd.
bigtimerestaurants.com
Lobster Bar Sea Grille: Todo dia, a
partir das 17h. 450 E Las Olas Blvd.
buckheadrestaurants.com �
Programe Fort Lauderdale
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 29 - TURISMO
A 37 kms de Miami, o balneário Fort Lauderdale
tem preços melhores do que vizinha famosa
Agência O Globo
Embora os murais de Fort
Lauderdale não tenham assina-
turas de grandes nomes interna-
cionais como em Wynwood,
também chamam a atenção.
O Andrews Living Arts pos-
sui um teatro com peças de van-
guarda a preços irrisórios, ban-
cado pelo aluguel da área dos
fundos, toda grafitada, para
eventos corporativos.
Os food trucks do centro e
de Miami já colocaram o Fat
Village no itinerário. Quem
aparece sempre por lá é o
Frankie Dogs, com salsichas
artesanais e opções vegetaria-
nas que incluem combina-
ções com jalapeño, chucrute,
queijo azul e cebolas carame-
lizadas por US$ 5.
Estados Unidos
Compras,cruzeirose vidaboa
Cheese Culture aluga cesta de piquenique abastecida de queijos, frutas, baguete e vinho, por 24 horas
TURISMO - 30 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Os locais entendem do assun-
to e são apaixonados por veleiros
e iates em Fort Lauderdale.
Os extensos canais e as 148
marinas no condado de Bro-
ward contribuem para que a ci-
dade hospede uma das maiores
feiras de barcos do mundo e a
maior com embarcações ancora-
das, a Fort Lauderdale Boat
Show (Flibs).
O evento não é só para com-
pradores ou entendedores, pois
o afluxo de gente serve como
desculpa para as lojas e bares
funcionarem até mais tarde e
também para festas badaladas.
É como se fosse uma Art Ba-
sel de Fort Lauderdale, porém,
com mais gente bronzeada. Os
dois eventos, aliás, confluíram
dentro de um dos destaques na
Flibs de 2013, que ocorreu de
31 de outubro a 4 de novem-
bro: o iate de 70 metros Sea-
Fair, uma galeria de arte itine-
rante, com bar e restaurante.
Não só interessados em
comprar podem conferir a fei-
ra, embora muitos visitem com
o propósito firme de fechar ne-
gócio.
A edição de 2013 teve o
maior público desde 2006, e
28% a mais do que em 2012. Ia-
tes como o Ferretti 960, o
maior já construído pela empre-
sa italiana, chamavam atenção
assim como os “brinquedi-
nhos” à mostra: submarinos
Triton para até três passagei-
ros, que custam US$ 32 mi-
lhões e carros esportivos. A Fli-
bs 2014 será realizada de 30 de ou-
tubro a 3 de novembro. � (AG)
Humor: muralassinado por Smog
One, francês radicadona Flórida
Compras e bares em Las Olas, bela avenida arborizada
Versões vegetarianas e orgânicas de cachorro-quente no bairro
Fotos: Agência O Globo
Feira de barcos DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 / 31 - TURISMO
Paulo Coelho
A IMPORTÂNCIADO GATO NAMEDITAÇÃO
Escritor
Muitas regras que obedecemos não têm nenhum fundamento.
Mesmo assim, se desejemos agir
diferente, somos considerados ‘loucos’ ou ‘imaturos’
Tendo escrito um livro sobre
a loucura, vi-me obrigado a per-
guntar o quanto das coisas que fa-
zemos nos foi imposta por neces-
sidade ou por absurdo. Por que
usamos gravata? Por que o reló-
gio gira no “sentido horário?” Se
vivemos num sistema decimal,
porque o dia tem 24 horas de 60
minutos cada?
O fato é que muitas das regras
que obedecemos hoje em dia não
têm nenhum fundamento. Mes-
mo assim, se desejemos agir dife-
rente, somos considerados “lou-
cos” ou “imaturos”.
Enquanto isso, a sociedade
vai criando alguns sistemas que,
no decorrer do tempo, perdem a
razão de ser, mas continuam im-
pondo suas regras. Uma interes-
sante história japonesa ilustra o
que quero dizer:
Um grande mestre zen budis-
ta, responsável pelo mosteiro de
Mayu Kagi, tinha um gato, que
era sua verdadeira paixão na vida.
Assim, durante as aulas de medi-
tação, mantinha o gato ao seu la-
do – para desfrutar o mais possí-
vel de sua companhia.
Certa manhã, o mestre – que
já estava bastante velho – apare-
ceu morto. O discípulo mais gra-
duado ocupou seu lugar.
- O que vamos fazer com o
gato? – perguntaram os outros
monges.
Numa homenagem à lembran-
ça de seu antigo instrutor, o novo
mestre decidiu permitir que o ga-
to continuasse frequentando as
aulas de zen-budismo.
Alguns discípulos de mostei-
ros vizinhos, que viajavam muito
pela região, descobriram que,
num dos mais afamados templos
do local, um gato participava das
meditações. A história começou a
correr.
Muitos anos se passaram. O
gato morreu, mas os alunos do
mosteiro estavam tão acostuma-
dos com a sua presença que arran-
jaram outro gato. Enquanto isso,
os outros templos começaram a
introduzir gatos em suas medita-
ções: acreditavam que o gato era
o verdadeiro responsável pela fa-
ma e a qualidade do ensino de
Mayu Kagi, e esqueciam-se que o
antigo mestre era um excelente
instrutor.
Uma geração se passou, e co-
meçaram a surgir tratados técni-
cos sobre a importância do gato
na meditação zen. Um professor
universitário desenvolveu uma te-
se – aceita pela comunidade aca-
dêmica – que o felino tinha capa-
cidade de aumentar a concentra-
ção humana e eliminar as ener-
gias negativas.
E assim, durante um século, o
gato foi considerado como parte
essencial no estudo do zen-budis-
mo naquela região.
Até que apareceu um mestre
que tinha alergia a pelos de ani-
mais domésticos, e resolveu tirar
o gato de suas práticas diárias
com os alunos.
Houve uma grande reação ne-
gativa – mas o mestre insistiu. Co-
mo era um excelente instrutor, os
alunos continuavam com o mes-
mo rendimento escolar, apesar da
ausência do gato.
Pouco a pouco, os mosteiros –
sempre em busca de ideias novas,
e já cansados de ter que alimentar
tantos gatos – foram eliminando
os animais das aulas. Em vinte
anos, começaram a surgir novas
teses revolucionárias – com títu-
los convincentes como “A impor-
tância da meditação sem o gato”,
ou “Equilibrando o universo zen
apenas pelo poder da mente, sem
a ajuda de animais”.
Mais um século se passou, e o
gato saiu por completo do ritual
de meditação zen naquela região.
Mas foram precisos duzentos
anos para que tudo voltasse ao
normal – já que ninguém se per-
guntou, durante todo este tempo,
por que o gato estava ali.
E quantos de nós, em nossas
vidas, ousa perguntar: por que te-
nho que agir desta maneira? Até
que ponto, naquilo que faze-
mos, estamos usando “gatos”
inúteis, que não temos coragem
de eliminar, porque nos disse-
ram que os “gatos” eram impor-
tantes para que tudo funcionas-
se bem? �
32 / São José do Rio Preto, 12 de janeiro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO