Revista Brasil Paraolímpico n° 22

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www.cpb.org.br À toda prova Atletismo brasileiro mostra sua força no mundial da Holanda Circuito de Porto Alegre tem dois recordes mundiais quebrados Logomarca do Parapan é lançada no Rio Agosto a outubro de 2006 n22 Esporte paraolímpico alcança escolas e universidades

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Edição número 22 da revista oficial do Comitê Paralímpico Brasileiro - CPB.

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À toda provaAtletismo brasileiro mostra sua força no mundial da Holanda

Circuito de Porto Alegre tem dois recordes mundiais quebrados

Logomarca do Parapan é lançada no Rio

Agosto a outubro de 2006n22

Esporte paraolímpico alcança escolas e universidades

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NO PÓDIO 02 Terezinha Guilhermina 20 Rodrigo Feola37 Jane Karla

HUMOR05 Tirinha da Turma da Monica e caricaturas de Tako X

PARAPAN06 Lançamento da logomarca dos Jogos

ESPECIAL08 Circuito Porto Alegre

NOTÍCIAS14 Mundial de ciclismo15 Aberto de hipismo16 Mundial de tênis de mesa17 Mundial de bocha31 Brasileiro de basquete32 Esporte escolar e universitário

CAPA23 Mundial de atletismo

ADRENALINA34 Rally dos Sertões

BASTIDORES42 Curiosidades do movimento paraolímpico

CULTURA44 Pintores com a boca e os pés

OPINIÃO46 Ministro Orlando Silva

PRIMEIROS FRUTOSFindo o expressivo ciclo de Atenas, em 2004, o ano passado foi todo traba-

lhado em função do preparo e cultivo de novos espaços no fértil campo parao-límpico brasileiro. A manutenção da parceria com as Loterias Caixa significou o combustível vital para se obter a tranqüilidade do planejamento de estratégias e ações a médio e longo prazos. Neste período, surgiu o Circuito Brasil Parao-límpico, hoje um modelo de competição democrática e profissional.

Agora, no último trimestre de 2006, é chegada a hora de colher os primeiros frutos, como as 25 medalhas e 20 vagas para Pequim-2008 conquistadas durante o Mundial de Atletismo Paraolímpico, na Holanda, reportagem de capa desta edição. Vale ressaltar que mais vagas para o atletismo, neste caso, estarão em jogo no Parapan-americano Rio 2007, o que certamente representará um salto em relação à última paraolimpíada, quando 17 atletas da modalidade estiveram em Atenas.

Com a frondosa árvore do circuito de atletismo e natação já bem enraizada nos quatro cantos do país, o CPB volta seus esforços para a implementação de campeonatos brasilei-ros de outras modalidades, como ciclismo, halterofilismo e tiro esportivo (pág. 41). Por en-volverem diferentes áreas de deficiência, tais esportes são de responsabilidade do Comitê Paraolímpico Internacional e dos respectivos Comitês Nacionais. Por isso, o CPB assume diretamente o fomento de modalidades com estas características.

Outro novo foco de investimento está no esporte escolar e universitário para estudantes com deficiência, por meio da realização de campeonatos nacionais e do projeto Paraolímpi-cos do Futuro, ousada iniciativa de levar a prática do esporte paraolímpico para dentro das escolas (pág. 32).

E assim seguimos em 2006: planos futuros, trabalho presente e consciência da impor-tância do caminho trilhado até aqui pelo movimento paraolímpico brasileiro, que, sem dú-vida, reconhece seu jardim mais esplendoroso a cada dia.

Boa leitura!

VITAL SEVERINO NETOPresidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro

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Com brilho nos olhos cegos, Terezinha Guilhermina esbanja motivação e desponta como uma das melhores velocistas do mundo

Por Julia CensiFotos Pedro Teixeira

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LUZ

“Desde que eu pisei na pista eu queria ser a melhor do mun-do. Depois de seis anos acon-teceu: hoje eu sou a melhor do mundo”. Determinação é a pa-lavra que melhor define a vida de Terezinha Guilhermina. Aos 28 anos, a atleta vive um mo-mento único em sua carreira esportiva: é hoje a grande pro-messa brasileira para a Parao-limpíada de Pequim em 2008. Terezinha nasceu com menos de 10% da visão nos dois olhos. Com mais cinco irmãos com problemas de visão, ela apren-deu a tirar proveito das peças que a vida lhe pregou. Sua in-fância difícil, com a ausência da mãe, que faleceu quando ela tinha apenas 9 anos, não a desviou de seus objetivos. A grande virada aconteceu jus-tamente quando Terezinha perdeu todo seu resíduo visual em 2005. Cega, ela passou da categoria T12 para a T11 e ala-vancou seu desempenho.

Há um ano a atleta treina com Jorge Luiz Silva, o Cho-colate. O guia, que hoje é um amigo inseparável, conhece Terezinha desde Atenas quan-do ela conquistou a medalha de bronze nos 400 metros rasos para atletas com baixa visão. Morando atualmente em Cuia-bá, os dois treinam cerca de seis horas por dia. “O Choco é um presente que Deus me deu. Ele é os meus olhos. Não é só um guia, é um amigo, é quem me dá forças, quem me faz querer ser melhor”, conta Terezinha.

própria Uma das novas atletas patrocinadas pelas Loterias Caixa em 2006, Terezinha é bastante requisitada nas etapas do Circuito Brasil Paraolímpico e justifi cou o investimento com um ouro e duas pratas no Mundial de Atletismo, na Holanda.

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Sem medo de mudanças, Terezi-nha traçou um plano arriscado assim que voltou da Grécia. A decisão de trocar as provas longas pelas de ve-locidade foi dolorosa, mas acertada. “A prova de 400 metros é a minha grande paixão, eu brinco que é o meu marido, meu amante. É uma prova que eu adoro correr! Mas eu também aprendi a gostar dos 100 e dos 200. São provas diferentes. Nos 100 me-tros não podemos errar, tem que sair tudo direitinho”, explica.

E ela não costuma errar. No Bra-sil, ganhou com tranqüilidade todas as provas que disputou no Circuito Brasil Paraolímpico de Atletismo e Natação. E a concorrência é forte. A principal adversária de Terezinha é a velocista Ádria Santos, maior meda-lhista brasileira em paraolimpíadas. “É muito bom para o nosso país ter as duas melhores velocistas do mundo. A disputa tem que ser dentro da pista e tudo conta nessa hora: o emocional, o físico, o psicológico”, comenta Te-rezinha, com propriedade.

Ela cursa o segundo ano de Psi-cologia em Cuiabá. Apaixonada por livros, tem certeza de que está no curso certo. “Eu adoro estudar! Ul-timamente, contudo, não tenho tido muito tempo, mas sou muito dedica-da, quero me formar. Além do mais, o curso me ajuda a lidar com as mi-nhas dúvidas, faz muito bem para mim”, diz.

A futura psicóloga conta que mu-dou muito seu comportamento com

tudo que tem aprendido. Antes, ela fazia questão de ser “duas pessoas diferentes”. A Terezinha atleta, que não tinha amigos, que estava ali só para treinar, e a Terezinha pessoa, feliz, comunicativa com parentes e familiares. Hoje, ela tem muitos amigos no movimento paraolímpico. Cada etapa do Circuito é uma opor-tunidade para reencontrá-los, princi-palmente a medalhista paraolímpica Roseane dos Santos, a Rosinha. “A Rosinha é minha mãezinha, ela cuida de mim, faz café, faz comida quando a gente viaja juntas. Ela me paparica muito”, brinca Terezinha.

Outro grande amigo é novato no esporte e começou a correr por in-sistência de Terezinha. Lucas Prado, de 21 anos, ficou cego há três anos, quando trabalhava em um banco e teve descolamento de retina. A ami-zade é tão forte que os dois compe-tem com o mesmo guia.

“A Terezinha é muito especial para mim. Ela me dá muita força. Às vezes eu não estou muito bem e ela me incen-tiva, me dá apoio. Ela é um exemplo, dentro e fora das pistas, uma amiga maravilhosa”, diz Lucas emocionado.

E é com simplicidade e determina-ção que Terezinha traça seu caminho. Caminho que ainda vai trazer muitas vitórias e muitas lições. Mas a maior delas Terezinha já aprendeu e faz questão de repetir diariamente: os li-mites existem para serem quebrados. “O atletismo, para mim, não é um

esporte individual. São dois correndo com um objetivo: vencer. Sou eu e o Cho-colate, o Chocolate e eu.

Não pode ter dúvidas. Cada conquista minha é dele também,

por isso eu me cobro tanto porque enquanto eu chegar em pé é sinal de que ainda posso melhorar”, finaliza.

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Turma da Mônica

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Os três atletas da seção No Pódio desta edição estiveram nos mundiais de suas respectivas

modalidades: Terezinha Guilhermina, do atletismo (pág. 2), Rodrigo Feola, do ciclismo

(pág. 20), e Jane Karla, do tênis de mesa (pág. 37).

Divirta-se!

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Visita do Comitê Paraolímpico Internacional ao Rio de Janeiro marca o lançamento da logomarca

dos Jogos Parapan-americanos do Rio 2007

Integraram a comitiva o presidente do CPB, Vital Severino Neto (primeiro à esquerda), e o ministro do Esporte, Orlando Silva (quarto).

Texto e fotos: Bruna Gosling

Durante três dias consecutivos, no final do mês de agosto, repre-sentantes do Comitê Paraolímpi-co Internacional (IPC) puderam conhecer de perto as instalações dos Jogos Parapan-americanos de 2007. Na primeira visita de inspe-ção às obras do evento, o diretor-geral do IPC, Xavier Gonzalez, e o diretor de esportes do IPC, David Grevemberg, tiraram dúvidas e tro-caram informações com membros do Comitê Organizador Rio 2007 (CO-Rio) e do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), além de presen-ciarem o lançamento da logomarca que tomará conta da cidade duran-te os Jogos Parapan-americanos de 2007, entre 12 e 19 de agosto.

Em 28 de agosto, a menos de um ano para o início da competição, Xa-vier Gonzalez e David Grevemberg chegaram ao Rio de Janeiro e, após uma reunião com o secretário-geral do CO-RIO, Carlos Roberto Osório, e o subsecretário de operações, Ma-rio Cilenti, fizeram questão de visi-tar as obras no Complexo Esportivo de Deodoro, onde acontecerão as competições de futebol de 5 e fu-tebol de 7. No mesmo dia, também conheceram o Clube Marapendi, local das disputas de tênis em ca-deiras de rodas. “Esta visita é mui-to importante para que saibamos quais os aspectos da organização que ainda podemos melhorar”, co-menta Carlos Roberto Osório.

No dia seguinte, foi a vez de che-car o andamento da construção, já bem avançada, do Estádio Olímpico João Havelange, onde acontecerão as provas de atletismo e as cerimô-nias de abertura e encerramento do

OBRAS A TODOVAPOR

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“O modelo que se está criando no Rio vai ter impac-to mundial. É um passo adiante muito importante para o que todos nós queremos: igualdade e inclu-são dos atletas com deficiência”.

Xavier Gonzalez, secretário-geral do IPC

Parapan 2007, além de visitar as ins-talações do Centro de Convenções Rio-centro, local das competições de judô, levantamento de peso, tênis de mesa e voleibol sentado. O diretor-geral do IPC, Xavier Gonzalez, gostou do que viu e fez questão de elogiar a iniciativa do Brasil. “O modelo que se está crian-do no Rio vai ter impacto mundial. É um passo adiante muito importante para o que todos nós queremos: igualdade e inclusão dos atletas com deficiência”.

A Cidade dos Esportes foi o último local de competição do Parapan 2007 a ser inspecionado pela comitiva. Acom-panhados do presidente do Comitê Pa-raolímpico Brasileiro (CPB), Vital Se-verino Neto, os representantes do IPC e do CO-Rio passaram toda a manhã do dia 30 de agosto passeando pelas futu-ras sedes das disputas de natação e de basquete em cadeira de rodas. Famoso por demonstrar grande preocupação com a acessibilidade, Xavier Gonza-lez foi apelidado de “Homem-Rampa”, mas afirmou que neste quesito, e em muitos outros, a organização está de parabéns. “O balanço destes três dias de averiguação é positi-vo. Ficamos impressionados com as construções e as instalações das obras”.

Durante a tarde, o momento mais esperado. A comitiva visitou um modelo de quarto adaptado na Vila Pan-americana e, em segui-

da, participou da solenidade de lança-mento da logomarca do Parapan 2007, quando também foi assinado o contra-to de sede para os Jogos Parapan-ame-ricanos Rio 2007 entre o CO-RIO e o IPC. “O governo tem orgulho de dar mais este passo no fortalecimento do esporte paraolímpico. O Circuito Bra-sil Paraolímpico aumentou a competi-tividade. O Parapan vai dar mais visibi-lidade aos atletas brasileiros”, enfatiza o ministro Orlando Silva.

Quem também demonstrou orgulho pela iniciativa foi o presidente do CPB, Vital Severino Neto. “Seguir o exemplo olímpico e paraolímpico, com uma or-ganização única, é mais uma prova de que a pessoa com deficiência não dei-xa de ser um cidadão com direitos ple-nos”, comenta Vital, após conhecer e aprovar a logomarca exclusiva do Para-pan 2007, apresentada nesta edição da coluna. O desenho sugere uma estrela, bem colorida, composta por cinco bra-ços que fazem alusão ao Pão de Açúcar, cartão postal do Rio de Janeiro.

Cerimônia de lançamento da logomarca do Parapan 2007.

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Por Leandro FerrazFotos Pedro Teixeira

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Recordes mundiais de Odair Ferreira e André Brasil dão a tônica da terceira etapa do Circuito Loterias Caixa, em Porto Alegre

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O misto de relaxamento e dever cumprido de Odair Ferreira após a longa e extenuante

prova dos 10 mil metros é quase pro-fético. André Brasil, mais pragmáti-co, busca no placar eletrônico, que já havia falhado um dia antes, a certeza do triunfo maior para qualquer atle-ta: a quebra de um recorde mundial.

Ambos são os protagonistas da terceira etapa do Circuito Loterias Caixa Brasil Paraolímpico de Atletis-mo e Natação, realizada em 16 e 17 de setembro, em Porto Alegre. Além do sol, que andava escondido, o circuito trouxe à capital gaúcha coadjuvantes de luxo, como os medalhistas brasilei-ros do Mundial de Atletismo, recém-chegados da Holanda (ver página 23), e três norte-americanos também com medalhas frescas da disputa na Eu-ropa, convidados pelo Comitê Parao-límpico Brasileiro para comporem o Superdesafio Loterias Caixa.

Com seus recordes mundiais, An-dré e Odair entram para o seleto gru-po de atletas brasileiros atuais deten-tores das melhores marcas do mundo em provas do programa paraolímpico, juntando-se a Antonio Delfino, André Garcia, Rosinha dos Santos e Ádria Santos, no atletismo, e Clodoaldo Sil-va e Fabiana Sugimori, na natação.

“Esse título me deixa ainda mais motivado e confiante”, afirma André Brasil, que estipulou o novo recorde nos 50m livre em 24s64, na manhã de domingo, dia 17. “No Mundial da África do Sul quero melhorar meus tempos e garantir uma vaga para o país na Paraolimpíada de Pequim. E em janeiro já começo a treinar para o Parapan do Rio, onde terei minha fa-mília me assistindo e torcendo”, conta

o nadador carioca, que teria mais um recorde quebrado no sábado, caso o placar eletrônico não falhasse. Ele completou os 100m borboleta em 59s04, tempo suficiente para supe-rar o recorde atual de 59s54.

O feito de Odair, também no domingo, emocionou o público pre-sente, que o assistiu estabelecer o novo recorde mundial nos 10 mil metros com 31m39s89. Há menos de 15 dias, ele participara do Mun-

dial de Atletismo em Assen, Holan-da, onde conquistou três medalhas (ouro, prata e bronze). “Fisicamen-te, eu sabia que tinha condições de alcançar essa marca, mas não es-perava fazer isso hoje. Esse título é importantíssimo para mim, ines-quecível”, comemora Odair.

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Às 10 horas do sábado, o parque esportivo da PUC-RS parou para as-sistir ao primeiro Superdesafio Lote-rias Caixa programado para a etapa de Porto Alegre. De um lado, repre-sentando os EUA, Danny Andrews, Brian Frasure (T44 - amputados de perna) e Josiah Jamison (T12 - baixa visão). Do lado brasileiro, Antonio Delfino, Yohansson do Nascimento (T46 - amputados de braço) e Pedro César Moraes (T12 - baixa visão). Vindos do Mundial de Atletismo, eles participaram da prova de exibição nos 100m rasos, vencida por Delfino com 11s49.

“É muito importante correr uma prova assim. Vencer então é melhor ainda. Toda essa energia positiva só me deixa mais motivado”, assinala Delfino, que deixou para trás Jami-son, com 11s53; Pedro César, 11s65; Frasure, 11s91; Yohansson, 12s34; e Andrews, 12s40. Brian Frasure, que na Holanda ganhou ouro, prata e

bronze, elogiou a iniciativa do CPB. “É a primeira vez que corro uma prova de mistura de classes com atletas tão velozes. É uma grande idéia porque incentiva a participação do público”, comenta o norte-americano.

Na segunda prova do Superdesa-fio, os 200m, mais uma vez Delfino não deu chance aos adversários. Venceu com o tempo de 22s32, seguido do compatriota Pe-dro César, com 22s36. “O melhor é superar a si mes-mo e ver que o esporte pa-raolímpico cresce cada vez mais”, completa Delfino.

Superdesafio Loterias Caixa

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Dois recordes mundiais, um para atletismo e outro para natação. Cinqüenta e um recordes brasileiros, 25 para natação e 26 para atletismo. Além da profusão de novas marcas, a etapa de Porto Alegre apresentou um peculiar equilíbrio entre as modalidades constantes do circuito. Fru-to do desenvolvimento crescente de ambas, na opinião do coordenador técnico de atle-tismo do CPB, Ciro Winckler. “Temos o atletismo no ápice da preparação para este ano, voltando de um mundial, e a natação à beira de seu próprio mun-dial”, explica Winckler, considerando ainda o salto de qualidade dado pelos atletas após o surgimento do Circuito Loterias Caixa, no ano passado.

Para o coordenador técnico de natação, Gustavo Abrantes, os números mostram o grande avanço do esporte paraolímpico no Brasil. “Temos a semana de treinamento e avaliação, quando tra-tamos, além de aspectos técnicos, da integração do grupo para que ele entre forte psicologicamen-te no mundial”, diz referindo-se aos 25 nadadores convocados para o Mundial de Natação do IPC, que será disputado de 27 de novembro a 9 de dezem-bro, na África do Sul.

Em outras provas do atletismo, os atletas res-ponsáveis pela boa campanha brasileira no mundial mostraram por que estão no topo do esporte. André Garcia, Rosinha dos Santos, Leonardo Amâncio, Moisés Vicente Neto e Indayana Martins, por exem-plo, ganharam ouro, sendo que Indayana quebrou dois recordes brasileiros, nos 200m e 400m rasos. Outro destaque foi Terezinha Guilhermina que ven-ceu todas as provas que disputou na etapa (100m, 200m e 400m), travando um emocionante duelo com Ádria Santos nos 100m ao cravar 12s91 contra 12s93 de Ádria. “É um privilégio para os gaúchos assistirem às melhores velocistas cegas da atualida-de”, afirma Terezinha. “Tenho treinado muito para obter esses resultados e, com certeza, estarei ainda melhor no Parapan do Rio e na Paraolimpíada de Pequim”, completa.

Recordes

Na piscina, recordes também para Clo-doaldo Silva nos 200m livre, Genezi Al-ves, nos 50m costas e 200m livre, e Ana Clara Cruz, nos 50m costas, 50m borbo-leta e 100m livre, entre outros (veja os resultados consolidados das duas modali-dades em http://www.cpb.org.br/circaixa/terceira.asp).

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Atividades divulgamcircuito em Porto Alegre

As tradicionais ações pro-mocionais antes da competição em si levaram o conhecimento do esporte paraolímpico a Por-to Alegre. Clínica de judô e pa-lestra a estudantes na PUC-RS, além de jantar com lotéricos e autógrafos em agência da Caixa e em shopping incrementaram o clima na cidade.

Acompanhado dos judocas deficientes visuais Hélio Passos, campeão brasileiro, e Giovana Pilla, dona de diversos títulos gaúchos, o tricampeão paraolím-pico e atual campeão mundial Antônio Tenório mostrou golpes e técnicas do esporte a um grupo de crianças do projeto social Ma-rista e a estudantes da PUC.

Apesar da experiência nos tatames, Hélio Passos demons-trava emoção por lutar com Te-nório. “Ele é um cara em quem eu me espelho, me inspiro mui-to”, afirma o atleta, que perdeu

a visão após ser atingido por uma bala perdida há três anos. “A gente não aprende só derru-bando, mas também com a que-da. É uma honra cair pelas mãos do Tenório.

Para o técnico de judô da Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (Acergs), Darci Campani, o encon-tro com Tenório é fun-damental para mostrar que a pessoa com defi-ciência pode viver com qualidade. “A sociedade, por vezes, tende a isolar o defi-ciente, imobilizá-lo. Esse conta-to direto com Tenório prova que a realidade é outra”, cons-tata Campani.

Colaborou Andréa Martins

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Uma das principais competições rumo à Paraolimpíada de Pequim no universo do ciclismo contou com a participação de seis atletas do Brasil. As histórias vividas por eles durante o Mundial de Ciclismo Paraolímpico, rea-lizado entre os dias 9 e 18 de setembro, em Aigle, na Suíça, podem ser resumi-das em duas palavras: luta e coragem.

Cada um garantiu sua vaga duran-te a Prova Ciclística Internacional 9 de Julho, realizada no autódromo de Interlagos, em São Paulo. Prova em que Rodrigo Feola e seu guia Leandro Ferreira conquistaram duas vitórias importantes na categoria Tandem (para atletas com deficiência visual) e Geral, assegurando a vaga no Mun-dial. Os atletas, que treinam há ape-nas dois meses na ADD – Associação Desportiva para Deficientes, celebra-ram a primeira chance de participar de uma competição como essa.

Os destaques da prova de Inter-lagos foram convocados pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro para integrar a seleção nacional. Heliziário dos San-tos (handbike), Rafael Sillman (LC1), Roberto Carlos Silva (LC1), Flaviano Eudoxio de Carvalho (LC3), Rodrigo Feola Mandetta e seu guia Leandro Ferreira (Tandem) carimbaram o passaporte para a Suíça e aproveitaram bem a oportunidade.

Heliziário dos San-tos, o Motorzinho, competiu na catego-

ria em que se utiliza bicicleta espe-cial impulsionada com as mãos para ciclistas paraplégicos e conquistou a 17ª colocação na prova, a 8 minutos e 20 segundos do primeiro colocado. “Para mim é um verdadeiro orgulho saber que estou entre os 20 melhores do mundo. Essa competição foi um aprendizado muito grande, já que foi a primeira vez em que participei de um mundial”, comemora o ciclista. O ale-mão Stefan Baeumann venceu a prova completando os 46,40 km em 1 hora, 22 minutos e 10 segundos, com média de 33,88 km/h.

Rafael Sillman e Roberto Carlos Silva disputaram juntos a categoria LC1. Rafael conquistou a 21ª coloca-ção a apenas 9 segundos do vencedor. A competição teve 81,2 km. Mais uma vez, a vitória foi da Alemanha, com Wolfgang Sacher, que fechou a prova em 1 hora, 59 minutos e 19 segundos, a uma média de 40,83 km/h.

Na categoria LC3, na qual os com-petidores pedalam com apenas uma das pernas sem o uso das próteses, Flaviano Eudoxio de Carvalho trouxe a 14ª colocação para o Brasil comple-

tando os 69,60 km em 1 hora e 59 segundos, a apenas 2 segundos do campeão. Quem levou o ouro desta vez foi a França. Laurent Thirionnet finalizou a prova em 1 hora, 58 minutos e 58 se-gundos com média de 35,10 km/h.

ria em que se utiliza bicicleta espe-cial impulsionada com as mãos para ciclistas paraplégicos e conquistou a 17ª colocação na prova, a 8 minutos e 20 segundos do primeiro colocado. “Para mim é um verdadeiro orgulho saber que estou entre os 20 melhores do mundo. Essa competição foi um aprendizado muito grande, já que foi a primeira vez em que participei de um mundial”, comemora o ciclista. O ale-mão Stefan Baeumann venceu a prova completando os 46,40 km em 1 hora, 22 minutos e 10 segundos, com média

SPRINT FINAL

Por Carol Coelho

No acirrado Mundial de Ciclismo, atletas brasileiros chegam bem perto dos campeões

e sonham com a Paraolimpíada de Pequim

Entenda mais sobre a classificação funcional• LC - Locomotor Cycling (ciclismo

para deficientes de locomoção)• LC1: Atletas com pequeno prejuízo

em função da deficiência. Normal-mente nos membros superiores.

• LC2: Esta classificação se aplica aos atletas com prejuízo físico em uma das pernas. Pode ser uti-lizada prótese para competição.

• LC3: Os competidores pedalam com apenas uma perna e não podem utilizar próteses.

• LC4: É a categoria que apresen-ta os atletas com maior grau de deficiência. Normalmente pes-soas com amputação em um membro superior e um inferior.

• Tandem: Para ciclista com defici-ência visual. A bicicleta tem dois assentos e ambos ocupantes pe-dalam em sintonia. Na frente, vai um ciclista não-deficiente visual e no banco de trás vai o atleta com deficiência visual.

• Handbike: Para atletas paraplé-gicos que utilizam bicicleta espe-cial impulsionada com as mãos.

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Hipismo paraolímpico brasileiro participa do Aberto da Bélgica e garante elegibilidade para Pequim

Hipismo paraolímpico brasileiro participa do Aberto da Bélgica e garante elegibilidade para Pequim

Por Luciana PereiraFoto: Divulgação CPB

O hipismo deu o primeiro passo para o desenvolvimento como es-porte paraolímpico. A participação da delegação brasileira no Aberto da Bélgica, em setembro, mostrou que o trabalho desenvolvido na mo-dalidade, mesmo ainda tão recente – são menos de quatro anos de ex-periência – começa a dar frutos. Dos seis integrantes da delegação, três conseguiram percentual mínimo de aproveitamento (60%) na competi-ção, o que torna o país elegível para a Paraolimpíada de Pequim. Dois do Distrito Federal: Sergio Froes Ribei-ro Oliva, com o cavalo Ringo Star Pio-neiro, e Marcos Alves, o Joca, com o cavalo CPHG Potencial, e um de Mi-nas Gerais, Paulo Roberto Menezes, com a égua Bye Bye. “Provamos que estamos habilitados a tentar a vaga e

que estamos no caminho certo já que 50% da delegação tiveram um bom aproveitamento”, vibra Marcela Pi-mentel, chefe da equipe.

Os adversários diretos do Brasil são os países das Américas, princi-palmente Canadá, Estados Unidos, Argentina e Bermudas, pois a clas-sificação é feita por região, além dos ingleses, os melhores do mundo no esporte. “Fechamos a competição na frente da Argentina, em primei-ro lugar na América do Sul tanto por equipe como individual”, conta Marcela. A competição reuniu 123 atletas de mais de 30 países. O Bra-sil viajou com seis atletas – Marcos Alves, o Joca (DF), Elisa Melaran-ci (DF), David Salazar (DF), Sergio Froes Ribeiro Oliva (DF), Dante da Silva Rodrigues (SP) e Paulo Rober-

to Menezes (MG) – três cavalos e oito pessoas do staff.

Esta prova foi a segunda das três competições que servem de qualifica-tória para Pequim. A primeira acon-teceu no início do mês em Vancouver e a próxima será o Mundial, em julho de 2007, em Hartury College, na In-glaterra, para onde o Brasil levará quatro atletas. Em dezembro haverá mais uma qualificatória para definir a seleção. O Aberto da Bélgica foi a primeira vez que o Brasil viajou com uma delegação expressiva para uma competição internacional e com os próprios cavalos. “Essa competição foi de extrema importância para os nossos atletas porque puderam ter uma bagagem internacional e apren-deram a lidar com o nervosismo, adaptação climática, todas essas va-riações que contam em uma grande prova”, explica Marcela.

No hipismo, os atletas são divi-didos em cinco graus de acordo com o nível de mobilidade: 1a, 1b, 2, 3 e 4. Vale a regra de quanto maior o comprometimento, menor o grau do atleta. Atualmente, o hipismo para-olímpico é praticado em 40 países e a pista é adaptada para oferecer níveis de segurança maiores do que as pistas convencionais. A areia, ao contrário do adestramento conven-cional, é compactada para facilitar a locomoção do cavaleiro; as letras de posicionamento são maiores; é necessária uma sinalização sonora, importante para orientar o atleta cego; o local de competição preci-sa ter uma rampa de acesso para os cavaleiros montarem nos cava-los. Homens e mulheres competem juntos nas mesmas provas, sem dis-tinções. Outra peculiaridade do es-porte é que tanto os competidores quanto os cavalos vencedores rece-bem medalhas.

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Se aparentemente o Mundial de Tênis de Mesa Paraolímpico reali-zado em setembro, em Montreux, na Suíça, não trouxe grandes vi-tórias ou medalhas para o Brasil, a competição, segunda em impor-tância, com fator de pontuação 80, perdendo apenas para a paraolim-píada, foi fundamental para o de-senvolvimento da modalidade, uma das pioneiras no esporte para pes-soas com deficiência no Brasil. “Só de conseguir a vaga para o Mundial o atleta já deve se considerar rea-lizado. É uma chance única de vi-venciar o esporte de alto nível, de enfrentar atletas muito bons como os europeus e os asiáticos, o que só traz benefícios para o país”, avalia Edílson Alves, diretor técnico do Comitê Paraolímpico Brasileiro e chefe da delegação.

É o caso da goiana Jane Karla Ro-drigues, que pela primeira vez foi para um mundial. Orgulhosa por ter conseguido a vaga e a chance de estar frente a frente com atletas de ponta, a mesatenista da classe 8 voltou ain-da com mais vontade de treinar. “O nível é muito alto e meu técnico até perguntou se eu ia desistir. Desis-tir? Imagina. Agora é que eu quero treinar mais ainda, me aperfeiçoar e mostrar para todo mundo que o Bra-sil tem mesatenista de ponta”, pro-mete a atleta.

A delegação, composta por 18 atletas, e o Comitê Paraolímpico Brasileiro tinham como principal objetivo nesta prova melhorar po-sições no ranking. Cada vitória em

qualquer prova valia 240 pontos na classificação internacional. “Sabía-mos que qualquer vitória seria um salto e que os nossos adversários seriam muito fortes”, destaca Alves, adiantando a possibilidade de um in-tercâmbio proposto pela França du-rante o Mundial entre mesatenistas brasileiros e franceses.

No tênis de mesa paraolímpico, homens e mulheres com paralisia cerebral, amputados, cadeirantes ou deficientes mentais disputam os torneios em jogos individuais, em du-plas ou por equipes. Como em todos os esportes paraolímpicos, os atletas também são divididos em classes de acordo com a mobilidade física. Da classe 1 até a classe 5 estão agrupa-dos os cadeirantes. Da classe 6 a 10 estão os mesatenistas andantes. A classe 11 é disputada pelos deficien-tes mentais. Quanto maior o número da classe, menor é o comprometi-mento físico do atleta.

Roberto Alves, atleta do tênis de mesa e presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa Parao-límpico, acrescenta que o objetivo maior é o Parapan-americano do Rio de Janeiro, que acontecerá em 2007. “Vai ser o caminho mais curto para Pequim. O Mundial teve um nível muito alto e enfrentamos atletas da França, Alemanha, China e Taiwan, nossos maiores adversários. Mas o Brasil também está crescendo na mo-dalidade, com os campeonatos brasi-leiros. Aos poucos, estamos criando uma tradição no tênis de mesa para-olímpico”, orgulha-se.

NO RIT MODAS CORTADASBrasil vivencia esporte de alto nível no Mundial de Tênis de Mesa e agora só pensa no Parapan 2007

Por Luciana PereiraFotos: Divulgação CPB

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Acostumados a acompanhar compe-tições de surfe, vôlei de praia e outros esportes com a cara do Rio de Janeiro, os cariocas tiveram a oportunidade de conhecer uma modalidade diferente: a bocha paraolímpica. De duas a três mil pessoas passaram diariamente pela arena montada nas areias da Praia de Copacabana, um dos cartões-postais da cidade, para acompanhar o 12º Campeonato Mundial de Bocha Para-olímpica, que reuniu 300 atletas de 36 países no Rio entre 6 e 15 de outubro.

“Um mundial como este é extrema-mente importante não apenas para a cidade, mas para o movimento parao-límpico. Mostramos que temos capaci-dade de realizar eventos desse porte, tanto em termos esportivos quanto em termos de logística e transporte”, afir-ma Ivaldo Brandão Vieira, presidente da Ande (Associação Nacional de Des-porto para Deficiente) e do Comitê Or-ganizador do Mundial.

A delegação brasileira teve 11 atle-tas: Silvia de Paula (BC1), José Carlos Oliveira (BC1), Raphael Amaro Gre-gório (BC1), Maciel de Souza Santos (BC2), Eder Vieira Nogueira (BC2), Daniele Martins (BC3), Gefferson Teixeira da Rosa (BC3), Roberta No-gueira Vilela (BC3), Valmir Araújo de Souza (BC4), Eliseu dos Santos (BC4) e José Roberto da Silva (BC4). Ao final da competição, todos os atletas brasi-leiros receberam da organização kits com as bolas profissionais da bocha, o que facilitará o treinamento para as

próximas competições. “O Brasil demonstrou crescimento

no esporte. O resultado foi muito posi-tivo, com atletas chegando às quartas de final. Isso é muito expressivo e mos-tra que temos um bom potencial. Ago-ra vamos nos preparar para melhorar as colocações no ranking mundial e garantir uma vaga para Pequim”, ava-lia Brandão.

A próxima competição interna-cional da delegação brasileira será em maio de 2007, em Vancouver, no Canadá, na Copa do Mundo de Bo-cha Paraolímpica. O 12º Campeonato Mundial de Bocha Paraolímpica foi re-alizado pela Ande (Associação Nacio-nal de Desporto para Deficiente), com a chancela do CP-ISRA (Cerebral Palsy – International Sports and Recreation Association), do IBC (Internacional Boccia Comission) e do CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro).

Mundial reúne 300 atletas em um dos cartões-postais da cidade

BOCHA PARAOLÍMPICA INVADE AS AREIAS DO RIO DE JANEIRO

Por Luciana PereiraFotos: Divulgação Ande

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Page 22: Revista Brasil Paraolímpico n° 22

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Confiança e sincronia

Com garra e perseverança,

o atleta com deficiência visual

Rodrigo Feola deixa o triathlon

para se dedicar exclusivamente ao

ciclismo

Por Carol CoelhoFotos Ivan Storti

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Confiança e sincronia

O paulista Rodrigo Feola não tem como esconder a sua paixão pelo ci-clismo. Com 31 anos e 13 de triathlon ele escolheu apenas uma modalida-de para treinar firme e competir. O ciclismo agora é o grande objetivo desse atleta. Rodrigo tem deficiência visual congênita. Nasceu com ape-nas 5% de visão e a prática esporti-va ficou marcada na sua vida desde a infância. Aos três anos de idade ele ganhou a sua primeira bicicleta de presente e aos cinco anos começou a praticar natação e nunca mais parou.

Feola chegou a treinar natação fora do Brasil em cidades como a Fló-rida, onde conheceu o triathlon, aos 18 anos. Competiu em dois mundiais da modalidade, passou por impor-tantes disputas em vários países e se tornou o brasileiro deficiente visual pioneiro da categoria. “Sempre gos-tei de atividades físicas. Eu acho que é uma maneira de superar meus limi-tes diariamente”, conta. Ele chegou a competir com atletas sem deficiência porque não existia a categoria para deficientes visuais na época.

Depois de muito se dedicar ao tria-thlon, Feola escolheu o ciclismo e bri-lhou em Interlagos. Na corrida 9 de Julho foi campeão e garantiu a vaga para o Mundial de Ciclismo 2006, na Suíça, local em que o nosso guerreiro mostrou ser um exemplo de coragem. No mundial, outros cinco atletas com-pletaram a delegação brasileira, mas Rodrigo e o seu guia Leandro Ferrei-ra voltaram com uma história mais do que especial.

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Page 24: Revista Brasil Paraolímpico n° 22

Foi o nosso primeiro mundial de ciclismo e nós sen-timos que estamos em condições de lutar de igual para igual com os atletas que têm tradição na mo-dalidade.

Leandro Ferreira, guia de Rodrigo Feola

Ambos disputavam a prova de estrada na categoria Tandem (nesse caso a bicicleta tem dois assentos: o guia vai na frente e o ciclista com de-ficiência visual no banco de trás) e na reta final da prova, quando faltavam 20 metros para a chegada e a dupla encontrava-se entre as três primeiras colocadas, Rodrigo sentiu uma pan-cada na sua bicicleta, se desgovernou e caiu a cerca de 60km por hora.

Rodrigo se machucou, ficou esten-dido no chão durante oito minutos e

foi atendido pelo posto médico da competição, que não queria deixá-lo retornar à prova. Mas Rodrigo levan-tou-se e subiu descalço na bicicleta para terminar a competição. “Quero fechar a prova!”, dizia. E o corajoso ciclista cruzou a linha de chegada ainda em 32º lugar. Entre 49 partici-pantes, o feito de Feola pode ser con-siderado uma grande vitória.

O guia Leandro disse que chegou a se emocionar. “Foi o nosso primei-ro mundial de ciclismo e nós senti-

mos que estamos em condições de lutar de igual para igual com os atletas que têm tradição na mo-dalidade, como os europeus. Se não fos-se a queda estaríamos entre os primei-ros, mas isso para mim já foi uma vitória”.

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Por Julia CensiFotos Pedro Teixeira

À TODA PROVAAtletismo brasileiro conquista 25 medalhas no mundial da Holanda e 20 vagas para Pequim-2008

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O espetáculo de luzes e cores é captado com deslumbramento pela

estreante em mundiais Indayana Martins. O fato de possuir ape-nas 10% da visão não é empeci-lho para que sinta na pele a res-ponsabilidade de representar o país, junto com outros 29 atletas, no Mundial de Atletismo do IPC 2006, na Holanda. “É tudo um aprendizado. Estou ansiosa, é verdade, mas me preparei muito para chegar até aqui”, comenta Indayana durante cerimônia de abertura da competição na noite de sábado, dia 2 de setembro.

O desfile de apresentação contou com cinco atletas de cada uma das 72 delegações partici-pantes. O Brasil foi representa-do por Indayana, Sonia Gouveia, Yohansson do Nascimento, Ed-son Cavalcanti e André Garcia. “Agora começou realmente”, comemora o medalhista parao-límpico André. “É muito gratifi-cante carregar a bandeira brasi-leira, mas vou ficar muito mais honrado se conquistar uma vaga para o nosso país. Aqui já é meio caminho para Pequim. O nível é muito alto, como se fosse uma paraolimpíada”, completa.

Durante o mundial, cada pó-dio conquistado (com exceção das provas de revezamento), e também o quarto lugar, vale-riam uma vaga para Pequim-2008, não sendo consideradas repetições de atletas. Confira agora, dia a dia, a performance dos 30 guerreiros brasileiros, que levaram a alegria, a técnica e a explosão verde-amarelo à pe-quena cidade holandesa de As-sen. E atenção para não perder as contas de medalhas e vagas.

Assen recebeu cerca de 1300 atletas de todo o mundo, que fi caram acomodados na bucólica vila da cidade.

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Mais duas vagas para Pequim no segundo dia de competições. André Garcia ganhou bronze na final dos 200m, categoria T13 (atletas com bai-xa visão). “Cheguei ao pódio mais uma vez. Não deu para ser ouro, mas vou batalhar para voltar lá”, diz Garcia. A outra foi conquistada por Suely Guimarães, que ficou em quarto lugar no lança-mento de disco, na categoria para biamputadas de perna. No mesmo dia, Terezinha e Ádria avan-çaram para a final dos 100m. “Classificar para a final de um mundial é uma honra, um privilégio. É emocionante representar o Brasil, lutar por uma medalha”, vibra Terezinha.

O grande show do dia, contudo, foi do sul-africano Oscar Pistorius. Biamputado das per-nas, tem apenas 19 anos e já desponta como um fenômeno do esporte paraolímpico. Na final dos 400m, Oscar bateu o recorde mundial com o tempo de 49s42 e saiu aclamado da pista como o atleta amputado mais rápido do mundo. “Estou muito feliz com a corrida. Entrei bastante tranqüilo, re-laxado mesmo nes-sa prova”, afirma Pistorius, que der-rubaria o recorde mundial também nos 100m, além de levar ouro ainda nos 200m.

Estréia com medalha

Um bronze e mais vagas para o Brasil em Pequim 2008Um bronze e mais Um bronze e mais vagas para o Brasil em Pequim 2008em Pequim 2008em Pequim 2008em Pequim 2008vagas para o Brasil em Pequim 2008vagas para o Brasil vagas para o Brasil em Pequim 2008em Pequim 2008em Pequim 2008em Pequim 2008vagas para o Brasil em Pequim 2008vagas para o Brasil

A primeira medalha brasi-leira e, de quebra, a primeira

vaga do país nas Paraolimpía-das de Pequim vieram no lança-

mento de disco, com a pernambuca-na Rosinha dos Santos, que conquistou a prata com a marca de 29m67. A chuva constante atrapalhou um pouco a atleta, que é recordista mundial na prova com 33m67. “Choveu muito forte e os discos estavam molhados, escorregadios. Mas só tenho a agradecer por essa medalha de prata e pela vaga, que não é da Rosinha, mas do Brasil”, diz Rosinha.

Na pista, duas velocistas cegas brasileiras inicia-ram um conhecido duelo, que traz bastante emoção ao Circuito Loterias Caixa Brasil Paraolímpico des-de 2005. Terezinha Guilhermina e Ádria Santos garantiram vaga nas semifinais dos 100m ao vence-rem sua provas, em baterias diferentes. Além disso, outros brasileiros também passaram adiante: Anto-nio Delfino, Zezé Alves, Yohansson do Nascimento e André Garcia (200m), Lucas Prado, Carlos Bar-to, Emerson Oliveira e Indayana Martins (400m), Odair Santos (800m) e Carlos Barto (1.500m).

EstrEstrEstrééEstréEstr ia com éia com émedalhamedalhamedalhamedalha

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Page 28: Revista Brasil Paraolímpico n° 22

As mais veloz do mundo As mais veloz As mais veloz do mundo As mais veloz As mais veloz do mundo

Duas pratas e novas vagasDuas pratas e Duas pratas e novas vagasnovas vagasnovas vagasnovas vagasDuas pratas e Duas pratas e novas vagasnovas vagasnovas vagasnovas vagas

Dobradinha brasileira nos 100m rasos, categoria T11 (cegas). Ádria Santos garantiu o ouro com 12s70. A prata ficou com Terezi-nha Guilhermina, a apenas três décimos da compatriota.

Mais duas medalhas de bronze fecharam o dia para o Brasil. Antonio Delfino competiu os 200m da categoria T46 (amputados su-periores) e terminou com a marca de 22s62, atrás do australiano Heath Francis, 22s32, e do marroquino Mohammed Dif, 22s55. So-nia Gouveia, por sua vez, se superou no lan-çamento de disco e terminou com a terceira melhor marca. “É uma felicidade muito gran-de ganhar essa medalha. Em Atenas eu não consegui e hoje estou realizando um sonho. Fiz minha parte e agora é lutar para estar na próxima paraolimpíada”, diz Sonia.

Chegando à metade do cam-peonato, que foi disputado até o dia 10, Antonio Delfino e Leonardo Amâncio levam mais duas pratas para o país. Delfino competiu nos 400m e chegou em segundo com 50s01, tendo como com-panheiro de prova Emicarlo Souza, que terminou em quarto com 50s28. Não conseguiu a sonhada medalha, mas garantiu mais uma vaga para o Bra-sil. “É bom competir com um conterrâneo. É uma chance a mais para o Brasil em cada prova”, cons-tata Emicarlo.

A outra prata veio do lançamento de disco com Leonardo Amâncio, o “Gigante”, que fez a marca de 52m35. O recifense, que começou a competir a partir de um convite da amiga Rosinha dos Santos, não conteve a emoção com o resultado. “Essa me-dalha é muito importante para mim. Treinei muito e tenho certeza de que é o primeiro passo para Pe-quim. Dedico às pessoas que sempre me ajudaram, ao meu técnico e à Rosinha”.

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Em dia repleto de eliminatórias para o Brasil, Terezinha Guilhermina garantiu a única medalha do dia, uma prata nos 400m. Antes, ela carimbou seu passaporte para a final dos 200m junto com Ádria Santos. Com o melhor tempo das semifinais, 25s96, Terezinha igualou o recorde da competi-ção, estabelecido pela espanhola Purificación San-tamarta, na França, em 2002. Logo depois, ainda no dia 8, Terezinha correu a semifinal dos 400m. “Estava muito cansada. Corri duas outras antes e não entrei inteira para essa final. Mas foi um bom resultado, fiz 58s42 e da próxima vez vou dar tra-balho para a francesa”, afirma Terezinha referin-do-se a Assia El-Hannouni, que levou o ouro nos 400m com 57s62.

No masculino, Delfino disputou os 100m e con-seguiu o segundo melhor tempo da prova, 11s37, contra 11s24 do australiano Hetah Francis, avan-çando mais uma fase. Na mesma prova, para atle-tas com baixa visão, Pedro César Moraes e Julio Cé-sar Souza passaram para as semifinais com 11s47 e 11s60, respectivamente.

Rotinas de medalhasé mantidaRotinas de medalhasRotinas de medalhasé mantidaRotinas de medalhasRotinas de medalhasé mantida

Novo duelo brasieliro à vist aNovo duelo Novo duelo brasieliro à vist aNovo duelo Novo duelo brasieliro à vist a

Mantendo a rotina de medalhas, o 7 de setembro dos brasileiros na Holanda teve como destaques Zezé Alves e Rosinha dos Santos, que conquistaram dois bronzes: nos 200m T12 (baixa visão) e no arremesso de peso F58 (cadeirantes). “Encerro minha partici-pação aqui com duas medalhas. Agora a meta é apri-morar a forma para chegar ao Parapan ou quebrando recorde mundial ou bem perto da marca para que eu garanta logo minha vaga em Pequim”, diz Rosinha.

Em poucos segundos Zezé Alves experimentou sensações opostas na final dos 100m. Ela completou a prova em 13s26, atrás das três outras adversárias: a ucraniana Oxana Boturchuk, a búlgara Volha Zincevi-ch e a inglesa Elizabeth Clegg. A inglesa, porém, foi desclassificada após o término da prova, pois seu guia passou antes da atleta na linha de chegada, invalidan-do o resultado. “Foi tudo inesperado”, comenta Zezé. “Uma surpresa maravilhosa. Na minha cabeça, con-quistar a vaga para as finais dessa prova já tinha sido uma grande vitória porque estava lesionada, compe-tindo no esforço. Essa medalha tem sabor de ouro. É a medalha da superação e da sorte também”, finaliza.

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Page 30: Revista Brasil Paraolímpico n° 22

Chuva de medalhas e r orde mundialChuva de medalhas Chuva de medalhas e r orde mundialChuva de medalhas Chuva de medalhas e r orde mundial

No penúltimo dia de competições, o Brasil desencan-tou. Foram duas medalhas de ouro, com Odair Santos e Terezinha Guilhermina, três de prata, com Antonio Delfino, Pedro César e o revezamento 4x100m, e mais três de bronze, com Ádria Santos, Carlos Barto e Pedro César novamente.

Odair venceu os 1.500m. E para não deixar dúvi-das cravou o tempo de 3m50s66, quebrando o recorde mundial que pertencia ao tunisiano Maher Bouallegue, de 3m51s09. “Não tenho palavras para descrever a emoção de ganhar ouro em um mundial, ainda mais na primeira vez em que participo e com recorde mundial”, extravasa Odair. “Foi uma prova difícil. Os espanhóis ditaram o ritmo, saíram muito forte, mas eu consegui acompanhar. Ontem não me sentia muito bem, mas a comissão técnica me incentivou bastante e eu vim com tudo. Precisava dessa vitória”, conclui o atleta, que dei-xou para trás seus principais rivais, os irmãos espanhóis Abel e Inácio Ávila, com 3m52s49 e 3m56s38.

O segundo ouro veio dos 200m para cegas. Foram precisos 26s32 para Terezinha tornar-se campeã da acirrada disputa. A prata ficou com a chinesa Wu Chun-miao, seguida da brasileira Ádria. “É o meu sonho! Des-de que pisei na pista, queria ser a melhor do mundo. Depois de seis anos aconteceu: hoje eu sou a melhor do

mundo”, comemora Terezinha, bastante emocionada.

Emoção sobrou tam-bém no revezamento 4x100m para deficientes visuais. Felipe Gomes, André Garcia, Lucas Prado e Julio César fizeram uma disputada final contra portu-gueses, espanhóis e alemães. A vitória apertada dos portugue-ses, com apenas 4 centésimos de vantagem, não tirou o brilho da prata brasileira. “O objetivo era o ouro, mas não conseguimos. Todos treinamos muito para fazer o melhor. É uma vitória do grupo e temos que agradecer principalmente aos guias. Sem eles, não conseguiríamos esse resultado”, lembra Lucas, imbuído do espírito de equipe.

Pedro César garantiu mais duas medalhas: a pra-ta nos 400m e o bronze nos 100m. Delfino correu a última prova do dia e chegou em segundo nos 100m, garantindo sua segunda prata no mundial, além de um bronze.

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Page 31: Revista Brasil Paraolímpico n° 22

O último dia do Mundial Paraolímpico de Atletismo ganhou as ruas de Assen. E os holandeses presenciaram toda a força dos bra-sileiros. Tito Sena liderou os 42km da maratona, prova mais tra-dicional do atletismo, que encerrou o campeonato. A festa acabou com três brasileiros no pódio, dois da mesma categoria.

Tito foi o primeiro geral a cruzar a linha de chegada e levou o ouro na categoria T46, para atletas com compro-metimento de membro superior, com o tempo de 2h33m. Ozivan Bonfim ficou com a prata na mesma classe ao completar a prova em 2h41m. “Passei por momentos difí-ceis aqui e sei como essa vitória é importante. É indescri-tível a emoção de chegar com tanto aplauso. Estou muito feliz”, comemora Tito. Entre os atletas com baixa visão, o veterano Aurélio Guedes levou 2h46m para completar o percurso e colocar no peito a medalha de bronze.

Durante a cerimônia de encerramento e premiação, a recompensa por tanto esforço. Ao som do hino nacio-nal, o Brasil se despediu da Holanda com o saldo de 25 medalhas (4 de ouro, 11 de prata e 10 de bronze) e 20 vagas para a Paraolimpíada de Pequim, número que ainda pode ser estendido com os Jogos Parapan-ameri-canos do Rio 2007.

Em comunicado oficial ao Comitê Paraolímpico Bra-sileiro, o ministro do Esporte Orlando Silva elogiou a de-

legação brasileira pela atuação em Assen. “É com satisfa-ção que parabenizo os notáveis atletas paraolímpicos, que tão bem representaram nosso país no Mundial Paraolím-pico de Atletismo com uma expressiva atuação e qualificado desempenho, conquistando honrosas medalhas. A toda equipe o meu

abraço emocionado e os melhores votos de que continuem trilhando o caminho

da glória, promovendo, por onde passam, um espe-táculo com efeitos sur-preendentes”, assina o ministro no comu-nicado.

Colaborou Leandro Ferraz

Hino brasileiro na d pedida de A en

O último dia do Mundial Paraolímpico de Atletismo ganhou as ruas de Assen. E os holandeses presenciaram toda a força dos bra-sileiros. Tito Sena liderou os 42km da maratona, prova mais tra-dicional do atletismo, que encerrou o campeonato. A festa acabou com três brasileiros no pódio, dois da mesma categoria.

Tito foi o primeiro geral a cruzar a linha de chegada e levou o ouro na categoria T46, para atletas com compro-metimento de membro superior, com o tempo de 2h33m. Ozivan Bonfim ficou com a prata na mesma classe ao completar a prova em 2h41m. “Passei por momentos difí-ceis aqui e sei como essa vitória é importante. É indescri-tível a emoção de chegar com tanto aplauso. Estou muito feliz”, comemora Tito. Entre os atletas com baixa visão, o veterano Aurélio Guedes levou 2h46m para completar o percurso e colocar no peito a medalha de bronze.

a recompensa por tanto esforço. Ao som do hino nacio-nal, o Brasil se despediu da Holanda com o saldo de 25 medalhas (4 de ouro, 11 de prata e 10 de bronze) e 20 vagas para a Paraolimpíada de Pequim, número que ainda pode ser estendido com os Jogos Parapan-ameri-canos do Rio 2007.

sileiro, o ministro do Esporte Orlando Silva elogiou a de-legação brasileira pela atuação em Assen. “É com satisfa-

ção que parabenizo os notáveis atletas paraolímpicos, que tão bem representaram nosso país no Mundial Paraolím-pico de Atletismo com uma expressiva atuação e qualificado desempenho, conquistando honrosas medalhas. A toda equipe o meu

abraço emocionado e os melhores votos de que continuem trilhando o caminho

da glória, promovendo, por onde passam, um espe-

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nicado.

Colaborou Leandro Colaborou Leandro Ferraz

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Page 32: Revista Brasil Paraolímpico n° 22

CONFIRA TODAS AS MEDALHAS BRASILEIRAS

Nº. AT LETA COLOCAÇÃO PROVA CLASSE

1 Odair Santos Ouro 1500m T12

2 Tito Sena Ouro Maratona T46

3 Terezinha Guilhermina Ouro 200m T11

4 Ádria Santos Ouro 100m T11

5 Terezinha Guilhermina Prata 100m T11

6 Rosinha dos Santos Prata Lanç. de disco F58

7 Odair Santos Prata 800m T12

8 Carlos Barto Prata 1.500m T11

9 Leonardo Amancio Prata Lanç. de disco F58

10 Antonio Delfino Prata 400m T46

11 Antonio Delfino Prata 100m T46

12 Terezinha Guilhermina Prata 400m T11

13 Pedro Cesar Prata 400m T12

14 Lucas, Felipe, André e Julio Prata Rev. 4x100 T11-T13

15 Ozivan Bonfim Prata Maratona T46

16 Antonio Delfino Bronze 200m T46

17 André Garcia Bronze 200m T13

18 Aurélio Guedes Bronze Maratona T12

19 Sonia Gouveia Bronze Lanç. de disco F53

20 Odair, Gilson, Carlos e Pedro Bronze Revez. 4x400 T11-T13

21 Rosinha dos Santos Bronze Arremesso de Peso F58

22 Zezé Alves Bronze 200m T12

23 Carlos Barto Bronze 800m T11

24 Ádria Santos Bronze 200m T11

25 Pedro César Bronze 100m T12

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CONFIRA TODAS AS MEDALHAS BRASILEIRAS

Nº. AT LETA COLOCAÇÃO PROVA CLASSE

1 Odair Santos Ouro 1500m T12

2 Tito Sena Ouro Maratona T46

3 Terezinha Guilhermina Ouro 200m T11

4 Ádria Santos Ouro 100m T11

5 Terezinha Guilhermina Prata 100m T11

6 Rosinha dos Santos Prata Lanç. de disco F58

7 Odair Santos Prata 800m T12

8 Carlos Barto Prata 1.500m T11

9 Leonardo Amancio Prata Lanç. de disco F58

10 Antonio Delfino Prata 400m T46

11 Antonio Delfino Prata 100m T46

12 Terezinha Guilhermina Prata 400m T11

13 Pedro Cesar Prata 400m T12

14 Lucas, Felipe, André e Julio Prata Rev. 4x100 T11-T13

15 Ozivan Bonfim Prata Maratona T46

16 Antonio Delfino Bronze 200m T46

17 André Garcia Bronze 200m T13

18 Aurélio Guedes Bronze Maratona T12

19 Sonia Gouveia Bronze Lanç. de disco F53

20 Odair, Gilson, Carlos e Pedro Bronze Revez. 4x400 T11-T13

21 Rosinha dos Santos Bronze Arremesso de Peso F58

22 Zezé Alves Bronze 200m T12

23 Carlos Barto Bronze 800m T11

24 Ádria Santos Bronze 200m T11

25 Pedro César Bronze 100m T12

Pré-convocados para o Parapan 2007Alex Gomes Alves (AEDREHC/SP), Anderson Carlos Silva Ferreira (Águias/

SP), Augusto Henrique Santiago (ADA/GO), Eliberto Alves (Águias/SP), Eric Epaminondas da Silva (CADE/SP), Everaldo Caetano de Lima (CADE/SP), Gle-be Cândido da Silva (CEFR/PE), Irio Francisco Nunes (CEFR/PE), José Marcos da Silva (ADREC/SP), José Ricardo Leal da Silva (FUNAD/PB), José Soares da Silva (ADDF/PE), Leandro de Miranda (Águias/SP), Luis Paulo Salasario Pin-to (CEPE/SC), Marcos Cândido Sanches da Silva (ADA/GO), Moisés Domingos Batista (CEDE/PR), Natanael Alexandre da Silva (ADDF/PE), Nilton Divino Alves Pessoa (Águias/SP), Sérgio Estevão de Barros Alexandre (CEFR/PE), Thiago Fernando de Oliveira (Magic Hands/SP) e Vitório da Costa Araújo Filho (ADFEGO/GO).

Presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro e ministro do Esporte prestigiam abertura da competição

Por Carol Coelho Fotos Divulgação

Muita emoção na final do mais importante evento do calendário nacional do basquete em cadeira de rodas. O Águias da Cadeira de Ro-das (SP) venceu o Clube Esportivo Leões sobre Rodas (PE) por 50x34 e sagrou-se campeão. O 10º Cam-peonato Brasileiro de Basquetebol em Cadeira de Rodas – Primeira Divisão teve patrocínio do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) e do Ministério do Esporte e ocorreu de 25 a 28 de setembro, em Recife. Com a derrota de Pernambuco, os dois estados se igualaram em títu-los conquistados: ambos acumulam três ouros no brasileiro. A outra representante pernambucana no torneio, a Associação Desportiva de Deficientes Físicos (ADDF), que estava na briga pelo terceiro lu-gar, também foi superada por uma

ÁGUIAS VENCE BRASILEIRO DE BASQUET EBOL

EM CADEIRA DE RODAS 2006equipe de São Paulo, CAD/SP, com um placar apertado de 51x56.

Os cerca de 200 atletas que par-ticiparam da competição tinham um objetivo em comum além de vencer: garantir vaga nos Jogos Parapan-americanos Rio 2007. No evento, aberto pelo presidente do CPB, Vital Severino Neto, e pelo ministro do Es-porte, Orlando Silva, as 12 equipes inscritas foram recebidas com muita festa. De acordo com a presidente da Confederação Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas, Naíse Pedrosa, o campeonato contou com a presença de observadores da comissão técni-ca da seleção brasileira, que ficaram encarregados de compor uma lista de pré-indicados para a seleção em 2007 (veja lista no quadro).

Para o presidente do CPB, Vital Severino Neto, a maior visibilidade do

esporte paraolímpico nos últimos anos deve-se à atuação conjunta com o Ministério do Esporte. “Os nossos atletas estão cada vez mais empenhados e determinados, já que em toda história do esporte nacional nosso segmento nunca foi tão valo-rizado”, afirma.

O ministro do Esporte, Orlando Silva, dividiu os méritos. “A atuação dos atletas, a constituição e a con-solidação do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CBP), a determinação da Confederação Brasileira de Basque-te em Cadeira de Rodas (CBBC) e o desejo do Ministério do Esporte em realizar no Brasil o Pan e o Parapan 2007 são mostras do empenho co-letivo e de quanto espaço o esporte paraolímpico brasileiro conquistou no cenário nacional e internacio-nal”, destaca o ministro.

A presidente da CBBC, Naíse Pedrosa, entre o ministro do Esporte,

Orlando Silva, e o presidente do CPB, Vital Severino Neto.

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Page 34: Revista Brasil Paraolímpico n° 22

Texto e fotos Leandro Ferraz

CPB inicia projetos de

base voltados à área escolar

e universitária e lança

campeonatos paraolímpicos

brasileiros para estudantes com

deficiência

ESPORT E PARAOLÍMPICO

também seaprende naescola

Campo Grande/MS recebeu o primeiro seminário de capacitação de professores de educação física do projeto

Paraolímpicos do Futuro que, além de aulas teóricas, ofereceu oficinas práticas aos participantes.

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CAMPEONATO UNIVERSITÁRIO SERÁ DISPUTADO EM UBERLÂNDIA, EM NOVEMBRO

A Lei N° 10.264/2001, mais conhecida como Lei Agnelo/Piva, destina 2% do montante arrecadado com as apostas nas Loterias da Caixa Econômica Federal ao esporte brasileiro. Deste recurso, 85% vão para o Comitê Olímpico Brasileiro e 15% para o Comi-tê Paraolímpico Brasileiro. Do valor total que o CPB recebe, a lei determina que 15% sejam investidos no esporte estudan-til, sendo 10% no esporte es-colar e 5% no universitário.

Tamanho incentivo pos-sibilita, por exemplo, que o CPB se responsabilize por custos referentes a passagem aérea, alimentação e hospe-dagem a todos os inscritos, tanto no campeonato escolar como no universitário. Este último, que conta com a par-ceria do Ministério do Esporte e da Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU), ocorrerá de 10 a 12 de novembro, em Uberlân-dia/MG, junto com a quarta etapa do Circuito Loterias Caixa Brasil Paraolímpico. A competição é aberta a univer-sitários com deficiência re-gularmente matriculados em

curso de graduação ou pós-graduação de ins-

tituições de ensino superior, públicas ou privadas.

Os números refletem as dimen-sões grandiosas do país. As metas, a ousadia articulada de um projeto sem precedentes de divulgação e promoção do esporte paraolímpico dentro das escolas. Assim nasce o projeto Paraolímpicos do Futuro, ini-ciativa que visa incentivar a prática de atividades físicas por crianças e adolescentes com deficiência na es-cola, além de identificar e preparar futuros campeões.

Em um universo de mais de 34 mi-lhões de alunos do ensino fundamen-tal matriculados no Brasil, distribuí-dos por cerca de 210 mil escolas nos 5.550 municípios dos 26 estados e do Distrito Federal (Fonte: INEP-MEC), o projeto irá atingir em 2006 cinco es-tados, um por região (MS, CE, SC, PA e MG), com expansão gradativa até capacitar pelo menos dois professo-res de educação física de cada municí-pio do território nacional até 2008. E

já neste ano foi realizado o I Campeo-nato Paraolímpico Escolar Brasileiro de Atletismo e Natação, de 24 a 27 de outubro, em Fortaleza, com parceria do Ministério do Esporte e apoio da Secretaria de Esporte e Juventude do Estado do Ceará (Sejuv) e da Univer-sidade de Fortaleza (Unifor).

De acordo com o coordenador geral de esporte escolar do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), Va-nilton Senatore, o campeonato será o primeiro evento organizado pelo CPB destinado a estudantes com de-ficiência, que competirão sob as re-gras oficiais das modalidades ofere-cidas. “Em 2006, trabalhamos com dois projetos que se complementam: o Paraolímpicos do Futuro, que leva-rá o conhecimento e a prática do es-porte paraolímpico para as escolas, e o Campeonato Paraolímpico Escolar, que servirá como um termômetro de tudo o que for aprendido pelos alu-nos”, explica Senatore.

A parceria com o Ministério do Esporte irá permitir que estudan-tes do ensino fundamental e médio elegíveis para o esporte paraolím-pico possam pleitear, em 2007, sua inclusão no programa Bolsa-Atleta do governo federal. “A partir desse campeonato oficial do CPB, pode-remos criar um ranking para que possamos escolher os estudantes que fizerem juz à bolsa por meio de seus resultados”, afirma o mi-nistro Orlando Silva.

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Paulo Polido dá a volta por cima em um acidente que o deixou paraplégico há oito anos e enfrenta o Rally dos Sertões

Levantando

Por Carol Coelho

Foto:

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Fotos: Douglass

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Foto: Tompapp

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A maior prova off-road da América Latina con-tou com uma participação mais do que especial em sua última caravana. O Rally Internacional dos Sertões foi uma verdadeira prova de que o espírito aventureiro está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas com deficiência. Esse desafio do piloto Paulo Polido, de 27 anos, se tornou um exemplo para milhões de brasileiros de que tudo é possível.

O piloto começou a carreira praticando mo-tocross. Com muitos prêmios acumulados, Paulo Polido foi campeão Sul Paulista de enduro de velocidade, duas vezes vice-campeão paulista de enduro e vice-campeão paulista de motocross. Ele estava em um ótimo momento profissional quando um acidente lhe tirou o movimento das pernas aos 19 anos.

Durante uma corrida extra-oficial, no inte-rior de São Paulo, o piloto de motocross caiu e fraturou a coluna gerando um quadro de para-plegia. Mas o otimismo e o bom humor dribla-ram o destino de Paulo, que acabou realizando um sonho antigo: participar de um rally como este. “Na realidade o meu objetivo foi mostrar às pessoas com necessidades especiais que elas po-dem fazer tudo o que elas quiserem, desde que elas acreditem”, conta o piloto emocionado ao lembrar da realização de participar da prova.

Foram nove dias de pura aventura ao lado do pai, Alcides Polido, seu navegador especial. Paulo passava cerca de 8 horas diárias acele-rando nas estradas de terra, enfrentando obstá-culos como erosões, pedras, travessias de rios, além de muita poeira, lama e calor. Quase nove anos depois do acidente, o nosso piloto fala da superação de seus limites. “O esporte teve um papel fundamental para a minha reabilitação. As atividades me trouxeram condicionamento físico, disciplina, força de vontade e coragem para superar as dificuldades nas competições e lidar com o novo desafio”.

O Rally não é a única aventura do nosso pilo-to radical, que também anda de jet ski, barco e quadriciclo, sendo que o grande guerreiro tirou carteira de todos esses veículos após o acidente. “É incrível dizer isso, mas essa queda mudou a minha vida, e para melhor. Eu encarei como um começo o que meus amigos achavam que ia ser o fim de tudo. Eu me metia em muita confu-são quando mais novo. No instante em que caí e não senti mais as pernas, algo me dizia que a brincadeira havia terminado e as coisas ficariam sérias. Encarei o pessimismo dos médicos como um desafio”, afirma Paulo, relembrando a força que teve ao aceitar o acidente.

É incrível dizer iss o, mas a queda mudou a minha vida, e para melhor. Eu encarei como um começo o que meus amigos achavam que ia ser o fi m de tudo.

Foto: Doni

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A largada da 14ª edição do Rally Internacional dos Sertões ocorreu no fi m do mês de julho, em Goiânia (GO), e os competidores percorreram 3.878 quilômetros, sendo 1.986 de especiais, o que representa 51% do percurso. De Goiânia, o rali seguiu para Minaçú (GO), Palmas (TO), Alto Parnaíba (MA), Corrente (PI), Barra (BA), Seabra (BA), Brumado (BA), Cândido Sales (BA), chegando em Porto Seguro (BA), no dia 4 de agosto.

Mas esse atleta não pensa só em velocidade e prêmios. Como as coi-sas ficaram sérias mesmo, ele trocou suas empresas pela responsabilidade social. O piloto - que acompanhou de perto as necessidades e as inúme-ras dificuldades burocráticas, ideo-lógicas, estruturais ou financeiras enfrentadas por muitos deficientes para ter acesso aos grandes centros de reabilitação - fundou a VIQUI, que significa Viver com Igualdade, Quali-dade e Integridade, uma associação que luta pelo bem-estar das pessoas com deficiência.

Os atrativos da corrida transcen-dem a sensação de adrenalina e desa-fio que envolve a difícil competição. Paulo Polido objetiva chamar a aten-ção para a superação dos limites de todos os deficientes. “Quero mostrar que os deficientes podem ter uma vida normal e dizer a eles: se eu consegui desafiar os sertões, por que você não pode sair de casa?” - diz em entrevis-ta à Revista Brasil Paraolímpico.

O homem que gosta de se aven-turar sobre a cadeira de rodas teve acesso ao estudo de Terapia Celular em 1999 por meio de um ortopedista

especializado na área e acabou se en-volvendo com os estudos sobre célu-las-tronco. “Através dele fui informa-do sobre o tratamento experimental com as células adultas, em lesionados medulares. Houve um processo de triagem e fui um dos 30 seleciona-dos”, lembra.

Hoje, ele já recuperou a sensibi-lidade em parte das pernas e se mo-vimenta com a ajuda de andadores dispensando, por vezes, a cadeira de rodas. Mas Paulo explica que apesar da esperança é preciso ter cautela. A sua recuperação se deu também em função de outras ações de reabilitação adotadas, como ár-duas horas diárias de fisioterapia. “Mesmo que estejamos esperan-çosos, precisamos ter cautela. Não devemos criar expectativas antes da hora”, avalia Polido.

O carro 237 de Paulo Polido supe-rou o desafio do Rally. Com a equipe Igualdade Nos Sertões, o primeiro deficiente físico a enfrentar essas trilhas ficou na 33ª colocação geral e fala que seu grande sonho é angariar mais recursos para pesquisa com as células-tronco adultas.

Foto: Andre-Chaco

Foto: Andre-Chaco

Foto: TheoRibeiro

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São apenas três anos de esporte e Jane Karla já pode se orgulhar de ser uma das melhores mesatenistas para-olímpicas do país. Em setem-bro, ela esteve na Suíça inte-grando a seleção brasileira no Mundial de Tênis de Mesa paraolímpica, realizado em Montreux. Foi a primeira participação de Jane em uma competição desse porte. “O nível é muito alto, mas me serviu de lição. Agora estou com mais vontade ainda de treinar e aprimorar minhas técnicas. Na pró-xima competição, vou mostrar para todo mundo que no

Amor àprimeiraraquetadaMesatenista há apenas três anos, a goiana Jane Karla chega a sonhar com as bolinhas e cortadas

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Brasil também tem mesatenista para-olímpico de ponta”, promete.

Jane conheceu o tênis de mesa apenas em 2003 e se apaixonou pelas raquetes e bolinhas. “Eu nunca ima-ginei que fosse me adaptar tão bem a um esporte”, lembra a atleta que já havia tentado a natação, aos 18 anos, na Adfego. A carreira rápida e cheia de vitórias que a fizeram chegar ao Mundial incluem o Parapan-Ameri-cano de Mar Del Plata, a Copa Tan-go, em Buenos Aires, e o US Open, em Las Vegas, todas em 2005, que deixaram Jane Karla em sexto lugar no ranking. Abusada, como ela mes-ma se define, Jane compete também com atletas sem deficiência e divide o pódio com eles. Em 2005, ficou em primeiro lugar no ranking brasi-leiro feminino.

“É muito gostoso, sempre curto muito todas as conquistas. E às vezes, custo a acreditar que é ver-dade, que é real”, diz empolgada a atleta que guarda como uma relí-quia o primeiro troféu conquis-tado, no circuito brasileiro, em Porto Velho, no início de 2004.

As vitórias são resultado de um trabalho que inclui seis horas de treino diá-rias, quatro na Adfego e mais duas com um professor particular. Conhecida no clube como a “fominha dos treinos”,

Jane conta que mesmo em casa conti-nua na mesa com o marido, o também mesatenista paraolímpico Lincoln de Souza Lacerda, da classe 4 (mesatenis-ta cadeirante), ou até mesmo com um robô que lança bolinhas, comprado em uma das viagens.

“As crianças dormem e vamos trei-nar. Eu chego até a sonhar com o tênis de mesa. Tem horas que acordo dando um pulo na cama, sonho que estou dando uma cortada”, diverte-se.

Outro sonho também vem sendo freqüente na vida dessa goiana, que recebe a bolsa-atleta internacional

“Não tem jeito, a defi ciência sempre deixa a gente mal no primeiro momento. Com o porte, a minha vida se transformou e ganhei auto- tima. Aprendi a buscar meus obj ivos com mais d erminação e hoje não tenho a menor dúvida de que poss o conseguir tudo que eu quero”

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Page 41: Revista Brasil Paraolímpico n° 22

do Ministério do Esporte e vende produtos de beleza nas horas vagas: estar na seleção que vai participar do Parapan, no Rio de Janeiro em 2007, e na Paraolimpíada em Pequim, em 2008. “Tudo que estou fazendo ago-

ra é pensando nessas duas compe-tições. Tem que se dedicar de ver-dade ou a gente fica meia-boca”.

A deficiência física apareceu aos seis anos de idade,

quando Jane Karla teve poliomieli-

te que a deixou com seqüelas

nos membros inferiores.

“Minha mãe sempre fez de tudo para que eu levasse uma vida normal, igual aos outros”, lembra Jane que hoje compete na classe 8 (mesate-nistas andantes) e tem dois filhos: Lucas, de sete anos, e Letícia, de 4. O esporte para ela foi fundamental não apenas na reabilitação física, mas na recuperação da auto-estima.

“Não tem jeito, a deficiência sem-pre deixa a gente mal no primeiro mo-mento. Com o esporte, a minha vida se transformou e ganhei auto-estima. Aprendi a buscar meus objetivos com mais determinação e hoje não tenho a menor dúvida de que posso conse-guir tudo que eu quero”.

No pouco tempo de dedicação ao esporte, Jane Karla acumula vitórias nacionais e internacionais, chega a seu primeiro mundial e quer disputar o Parapan Rio 2007 e a Paraolimpíada de Pequim 2008.

"As crianças dormem e vamos treinar. Eu chego até a sonhar com o tênis de m a. Tem horas que acordo dando um pulo na cama,

sonho que tou dando uma cortada”

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TEREZINHA GUILHERMINA E ANDRÉ BRASIL ASSISTEM À PROVA DA STOCK CAR EM BRASÍLIA

PARAPAN GANHA MAIS UM DIA DE COMPETIÇÃO

MOVIMENTO PARAOLÍMPICO É REPRESENTADO EM CERIMÔNIA NO PALÁCIO DO PLANALTO

O presidente do Comitê Paraolím-pico Brasileiro, Vital Severino Neto, e o nadador Clodoaldo Silva partici-param em 21 de setembro de cerimô-nia no Palácio do Planalto em come-moração ao Dia Nacional pela Luta da Pessoa com Deficiência. O evento teve a presença do presidente da Re-pública Luiz Inácio Lula da Silva, que assinou o decreto de regulamentação da Lei do Cão-Guia (11.126/2005), estabelecendo assim o direito ao acesso dos deficientes visuais com seus cães-guias em locais e transpor-tes públicos.

Ainda como parte das comemora-ções, ocorreram reuniões de comis-sões permanentes, com a presença de integrantes do governo, além de ministros, secretários e conselheiros estaduais, federais e nacionais.

O Comitê Organizador dos Jogos de Pequim (Bocog) apre-sentou, no dia 6 de setembro, a mascote da Paraolimpíada, que acontecerá entre 6 e 17 de setembro de 2008. Fu Niu Lele, que significa “felicidade”, é uma simpática vaquinha e representa a cultura chinesa e também a força, coragem e determinação dos

atletas paraolímpicos.Lançada em cerimônia na Grande Muralha, a

colorida Lele será a embaixadora dos Jogos e terá a missão de receber o público e atletas que estarão em Pequim durante a Paraolimpíada. Cerca de quatro mil atletas de 150 países, sete a mais do que na úl-

tima edição dos Jogos, em Atenas, disputarão as 20 modalidades paraolímpicas em Pequim.

Os atletas paraolímpicos Terezi-nha Guilhermina, medalha de ouro nos 200m no Mundial de Atletismo da Holanda, e André Brasil, recordis-ta mundial dos 50m livre, conhece-ram outra pista em 24 de setembro: a da Stock Car. Patrocinados pela Loterias Caixa, eles estiveram em Brasília para acompanhar a oitava etapa da competição, realizada no

autódromo Nelson Piquet, na capital federal. Ambos foram acompanha-dos pelo repórter Regis Rösing, da T V Globo, que os apresentou em um flash ao vivo antes da prova e tornou-os personagens da matéria exibida no domingo seguinte, 1º de outubro, no Esporte Espetacular.

Terezinha, sempre acompanhada de seu guia Jorge Luiz de Souza, o

Chocolate, e André assistiram à cor-rida do camarote da Caixa Econômica Federal, patrocinadora de uma das equipes. Além de conhecerem pilotos como Chico Serra, vencedor da pro-va, e Christian Fittipaldi, patrocina-do pela Caixa, os atletas foram convi-dados para uma volta rápida na pista e puderam sentir toda a adrenalina dos pilotos.

MASCOTE DOS JOGOS PARAOLÍMPICOS DE 2008 É LANÇADA NA CHINA

O Conselho Executivo do Comitê Organiza-dor dos Jogos Pan-americanos Rio 2007 (CO-RIO) aprovou a proposta de aumentar em um dia de competição os Jogos Parapan-america-nos Rio 2007. Com a mudança, o evento passa a ocorrer de 12 a 19 de agosto.

O intuito da iniciativa é possibilitar uma melhor distribuição das finais das provas ao longo da semana. Como o Parapan acontece fora do período de férias, a inclusão do domingo, dia 19, valoriza ainda mais o evento multiesportivo e possibilita o aumento natural de es-pectadores e da cobertura de T V.

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CPB institui Brasileiros de Ciclismo, Halterofilismoe Tiro Esportivo

Brasil estréia em Mundial de Remo Paraolímpico

Esporte tradicional no país, o remo levou sua primeira seleção brasileira a um mundial paraolímpico, disputado na Inglaterra, de 25 a 27 de agosto. Competindo em três classes (single skiff, double skiff e quatro com), os sete atletas com deficiência, mais o timoneiro, não ganharam medalhas mas podem ser considerados os precursores da modalidade para-olímpica do Brasil no exterior.

Segundo o chefe da equipe no mundial, Celby Vieira dos Santos, todos foram bastante motivados e conscientes de que fazem parte do desenvolvimento do remo adaptado no país. “A classificação feita aqui no Brasil foi fundamental, pois a Comissão de Avaliação e Classificação Funcional da competição apenas ratificou o trabalho das classificadoras do CPB, inclusive com detalhes”, ressalta.

A Fisa – Fédération Internationale dês Sosiétés d’Aviron (Federação Internacional da Associações de Remo) – intro-duziu o remo adaptável no Mundial de 2002, na Espanha. Desde então a categoria só vem crescendo em todo o mundo, tanto que, em abril de 2005, o Comitê Paraolímpico Inter-nacional anunciou a inclusão do remo no programa dos Jo-gos Paraolímpicos de 2008, em Pequim.

O Comitê Paraolímpico Bra-sileiro anuncia para novembro a realização de campeonatos brasileiros de Ciclismo (10 a 12 - São Paulo), Halterofilismo (11 e 12 - Uberlândia) e Tiro Espor-tivo (15 a 19 - São Paulo).

A novidade é que os atletas que se destacarem poderão pleitear a Bolsa-Atleta, pro-grama de incentivo do governo federal, na categoria nacional.

Apace é campeã da Copa Brasil de Futebol para Cegos

A equipe da Associação Paraiba-na de Deficientes Visuais (Apace), de João Pessoa, foi a campeã da Copa Brasil 2006 de Futebol para Cegos, realizada de 2 a 8 de outubro, em São Paulo. Na final, a Apace venceu por 2x0 a Associação Matogrossense de Cegos (AMC). O terceiro lugar ficou com a Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (Acergs), campeã do ano passado.

A competição, que envolveu 12 equipes de 10 estados brasilei-ros, elegeu como artilheiro, com 9 gols, João Silva (Adevibel). Também foram premiados Ricardo Alves (Acergs), como melhor jogador, Fá-bio Vasconcelos (Ceibc), melhor go-leiro, e Nelson Glock, de Curitiba, melhor árbitro.O jogador da Apace, Severino Gabriel, comemora mais um gol de seu time.

Foto: Reginaldo Castro

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Por Leandro FerrazFotos: Pedro Teixeira

LEONARDO AMÂNCIO, O GIGANTE, E SHEILA REFORÇAM O CLIMA DESCONTRAÍDO DA DELEGAÇÃO ANTES DA COMPETIÇÃO.

LONGE DE CASA, DUAS SEMANAS NA HOLANDA ENTRE TREINOS E DISPUTAS NO MUNDIAL DE ATLETISMO, O GRUPO BRASILEIRO SÓ PODE FICAR MAIS UNIDO. TEREZINHA GUILHERMINA, MARLETE VICENTE, SHEILA FINDER E INDAYANA MARTINS (DEITADA EM BERÇO ESPLÊNDIDO) QUE O DIGAM.

ROSINHA, SEMPRE DISPONÍVEL, NÃO SE INTIMIDA COM A BICICLETA E AINDA FAZ GRAÇA EM FOTO COM O TAMBÉM AMPUTADO DE PERNA VANDERSON ALVES.

COM MÁ FORMAÇÃO CONGÊNITA NOS MEMBROS SUPERIORES, A CALIGRAFIA DO ALAGOANO YOHANSSON DO NASCIMENTO É QUASE UMA OBRA DE ARTE.

Brasil na Holanda

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Page 45: Revista Brasil Paraolímpico n° 22

BELEZA E SIMPATIA

SÃO A MARCA REGISTRADA

DOS JANTARES OFERECIDOS AOS

LOTÉRICOS.

SE ESTIVESSE EM CAMPANHA, O BOM BAIANO MARCELO COLLET TERIA UM ELEITORADO GARANTIDO.

O PRESIDENTE DO CPB, VITAL SEVERINO NETO (À DIREITA), E O VICE-PRESIDENTE FINANCEIRO, SÉRGIO GATTO, PRESTIGIAM O EVENTO, CONSCIENTES DE SUA REPRESENTATIVIDADE ENQUANTO DIRIGENTES ELEITOS DEMOCRATICAMENTE PARA DITAREM OS RUMOS DO MOVIMENTO PARAOLÍMPICO NO BRASIL.

INDAYANA E TEREZINHA REEDITAM EM PORTO ALEGRE, DESTA VEZ NA COMPANHIA DE SIRLENE GUILHERMINO, TODO O CLIMA DE AMIZADE E RESPEITO ENTRE OS ATLETAS.

Alegria na capital gaúcha

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Desenhista gráfico e apai-xonado por esportes, o carioca Marcelo Cunha não perdia as maratonas de rua, fazia via-gens de bicicleta e chegou a participar de duas corridas São Silvestre, em São Paulo. Até que um mergulho em uma ca-choeira mudou a vida do jovem de 21 anos. E se, por um lado, Marcelo perdeu os movimen-tos das mãos e pernas, ganhou uma grande oportunidade para crescer. O novo estilo de vida deu a Marcelo a chance de desenvolver uma maneira úni-ca de desenhar e pintar: uma técnica de pintura em peque-nos riscos que, lado a lado, se transformam em imagens sur-preendentes.

“Tive que aprender a me mexer de outras maneiras e estabeleci novas “maratonas” diárias. Ficar dez minutos pa-

rado para mim era muito difí-cil. Ainda é. Mas precisamos usar o imprevisto para cres-cer”, conta o artista, que che-ga a passar 16 horas por dia na frente da tela.

Atualmente, Marcelo faz parte da Associação de Pin-tores com a Boca e os Pés, a APBP (www.apbp.com.br), instituição presente em 64 países que tem como objetivo ajudar artistas que não podem utilizar as mãos, através da organização de exposições, participação em feiras, re-produção dos trabalhos em cartões-postais e calendários. Fundada em 1956 por Erich Stegmann, um pintor alemão que não tinha movimentos nos braços devido a uma poliomie-lite, a APBP reúne 500 artis-tas em países como Brasil, África do Sul, China e Japão. A

MãosPara Quê?Pintores com a boca esbanjam

sensibilidade e técnica e dão vida a quadros de rara beleza

Por Luciana Pereira

Telas de Gonçalo Gomes, membro da APBP há 36 anos.

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filial brasileira fica em São Paulo, no bairro de Moema.

“Nós focamos no talen-to e não na deficiência. Queremos ajudar pessoas que tenham amor pela arte e querem ter seu traba-lho reconhecido”, explica Paula Regina Raboni, ge-rente de comunicação da Associação e, como ela se define, “parte dos 5% não deficientes da empresa”.

A Associação auxilia os pintores com bolsas mensais que variam de 400 a 1500 francos suí-ços (cerca de R$ 700 a R$ 2.600 mil) dependen-do da característica artística do pintor: se ele faz cópias ou desenha as figuras, se pinta só com a boca ou usa boca e pés e ainda pelo tempo de pintura. Todos os anos, os 500 artistas “bolsis-tas”, como são chamados pela Associação, en-viam suas melhores obras para a Suíça, onde é feita uma seleção. O resultado são cartões e ca-lendários, vendidos em todo o mundo via correio. Para 2007, 40 quadros de pintores brasileiros já foram pré-selecionados e devem estar nos kits que, no Brasil, são vendidos em média a R$ 30.

Já a venda de quadros é feita diretamente com cada artista, sem intermédio da Associação. E alguns são concorridos como a paulista Danie-la Caburro, de 35 anos, tetraplégica desde os oito meses devido a uma poliomielite. Daniela tem pouco movimento na mão direita e desco-briu que, com a boca, poderia colocar nas telas o sentimento de liberdade, através dos seus an-jos e dos retratos, pontos fortes de sua obra. Um quadro da artista custa em média R$ 600.

“Estou há três anos na Associação e hoje con-sigo me sustentar com a pintura”, orgulha-se a artista que já pintou mais de 300 quadros em dez anos.

A conta que Daniela ainda consegue fazer Gonçalo Gomes já desistiu depois de 46 anos pintando com a boca e também com os pés. O artista é um dos membros, uma espécie de só-cio, da APBP há 36 anos e participa das reuni-ões internacionais da associação. Gonçalo tem má-formação congênita devido a uma rubéola contraída pela mãe durante a sua gravidez, começou a pintar não por reabilitação, como tantos, mas por alento. Muito sério e determi-nado, Gonçalo se incomoda ao ser chamado de exemplo.

“Sofri preconceito sim, mas hoje não mais. Te-nho voz. Respondo com o meu trabalho”, resume.

Para Quê?

Daniela Caburro vende seus quadros a R$ 600 em média.

Marcelo Cunha e sua técnica apurada.

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*Orlando Silva Jr. é Ministro de Estado do Esporte

Orlando Silva Jr. *

Foto:

Divu

lgaçã

o COB

O espetáculo do esporte paraolímpico brasileiro

Nós, amantes do esporte bra-sileiro, vivemos a expectativa da realização dos Jogos Parapan-ame-ricanos Rio 2007. E quando eu digo “nós”, me incluo entre os fãs, admi-radores, gestores, atletas e profis-sionais do esporte no Brasil: é com muito orgulho que sediaremos os primeiros Parapan-americanos nos moldes olímpicos, acontecendo na mesma cidade-sede e logo em se-guida aos Jogos Pan-americanos.

O governo federal compreende a magnitude desse evento e está financiando a realização dos Jogos Parapan-americanos Rio 2007. Se-rão cerca de R$ 60 milhões inves-tidos na Vila Pan-americana e em infra-estrutura de equipamentos esportivos totalmente adaptados.

Mais do que receber, vamos abra-çar os atletas que vêm ao Brasil mos-trar seu espetáculo dentro das qua-dras, campos e piscinas - já que os recompensados seremos nós, espec-tadores do desporto paraolímpico.

Os Jogos Parapan-americanos se-

rão transmitidos para todo o mundo e a imagem que vamos mostrar é a da fraternidade e da superação pes-soal. Enquanto o mundo mostra guerras, conflitos e re-fugiados, mostraremos competições pacíficas, com be-los lances e o especial desempenho de nossos atletas.

O Ministério do Esporte tem trabalhado para ofe-recer, neste Parapan, toda a estrutura necessária para os nossos atletas repetirem este feito. Mas o nosso es-forço vai além: queremos garantir o desenvolvimen-to do esporte nacional em todas as suas dimensões e batalhamos pela rápida aprovação da Lei de Incentivo Fiscal para o Esporte, que tramita no Congresso Na-cional. Aproveito a oportunidade para convidar todos os atletas a se mobilizarem pela aprovação da lei ain-da este ano.

Destaco também a realização do I Campeonato Paraolímpico Escolar Brasileiro de Atletismo e Na-tação, que será disputado de 24 a 27 de outubro, em Fortaleza. Pela primeira vez, uma competição espor-tiva destinada a estudantes do ensino fundamental e médio com deficiência é realizada na América Latina - demonstrando o apoio que o Ministério tem dado ao esporte para pessoas com deficiência.

Os nossos atletas paraolímpicos já nos encheram de orgulho em Atenas. Todos lembramos dos 98 atle-tas da delegação brasileira que trouxeram 33 meda-lhas para nosso país - uma conquista inédita para nos-sa nação de atletas. Os Jogos Parapan-americanos Rio 2007 são uma grande oportunidade para eles brilha-rem novamente - só que desta vez aqui mesmo, bem pertinho da torcida verde-amarelo.

Foto: Leandro Ferraz

O coordenador geral do desporto escolar do CPB, Vanilton Senatore, o presidente do CPB, Vital Severino Neto, e o ministro do Esporte, Orlando Silva, durante assinatura de convênio para a realização do Campeonato Paraolímpico Escolar.

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LOCAL

Confi ra o calendário dos mundiais de modalidades e do Circuito Loterias Caixa até o fi nal de 2006

Cartas para esta seção no endereço eletrônico [email protected]. Os textos poderão ser editados em razão do tamanho ou para facilitar a compreensão.

EVENTO DATA

No Brasil e no mundoSou acadêmico do curso de educação física da Universi-dade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e trabalho como gestor municipal em um programa de distribuição de ren-da do governo federal. Em primeiro lugar, sou um grande acompanhador dos programas do CPB, através principal-mente das notícias veiculadas no site. Junto ao CPB nós, acadêmicos de educação física, podemos ficar antenados com o que acontece no mundo dos esportes paraolímpicos. Parabenizo-os pelo grande trabalho executado. Espero que, com o passar das experiências, o CPB possa se tornar cada vez mais fonte de conhecimento e divulgação de in-formações no Brasil e no mundo.

Cristiano de Oliveira

10 a 12/11

11 e 12/11

11 e 12/11

15 a 19/11

22/11 a 1/12

27/11 a 9/12

ITAPETININGA DA SERRA/SP

UBERLÂNDIA/MG

UBERLÂNDIA/MG

SÃO PAULO/SP

ARGENTINA

ÁFRICA DO SUL

Brasileiro de Ciclismo

Circuito Loterias Caixa (4ª etapa)

Brasileiro de Halterofilismo

Brasileiro de Tiro Esportivo

Mundial de Futebol de 5

Mundial de Natação

EngajamentoÉ com imensa satisfação que visito o site do CPB e com gigantes-co orgulho que me apresento como empresário lotérico, radicado no sul do ES, na cidade de Alegre. Além de parabenizar o Movi-mento Paraolímpico Brasileiro, fico feliz por ajudar a desenvolvê-lo e a incrementar ainda mais nossa contribuição a esse brilhan-te trabalho. Os vídeos que apresentam atletas em competição emocionam qualquer pessoa.

Adryan Macedo Rangel

Page 50: Revista Brasil Paraolímpico n° 22

Publicação bimestral do CPB5.000 exemplares

PresidenteVital Severino Neto

Vice-presidente FinanceiroSérgio Ricardo Gatto

Vice-presidente AdministrativoFrancisco de Assis Avelino

Assessora Especial para Assuntos Institucionais

Ana Carla Thiago

Secretário GeralAndrew Parsons

Diretor FinanceiroCarlos José Vieira de Souza

Diretor AdministrativoWashington de Melo Trindade

Diretor TécnicoEdilson Alves

Coordenador Geral do Desporto Universitário

Renausto Alves Amanajás

Coordenador Geral do Desporto EscolarVanilton Senatore

Editor ChefeAndrew Parsons

SubeditorLeandro Ferraz

Jornalistas ColaboradorasLuciana Pereira

Carol CoelhoJulia Censi

Bruna Gosling

Capa e EditoraçãoLer Comunicação

Foto da CapaPedro Teixeira

AtletaTito Sena (ADFEGO-GO)

Execução GráficaGráfica Brasil

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