Revista BrOffice 015

8/7/2019 Revista BrOffice 015

1/31Edio Especial | Outubro | 20101| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revistaevista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Diagramado no BrOffice.org Draw

Ano 4 | N 15 | Outubro 2010

Revista

Artigo | Dica | e muito mais...

Neste ms, a comunidade Internacional OpenOffice.org comemora 10 anos de vida.

Est mais madura, consolidada e ciente da responsabilidade com os milhares de

usurios e empresas em todo o mundo, em uma via de mo dupla. O presente da

comunidade foi a chegada da The Document Foundation

LibreOffice:

Dica de instalao da

Verso beta e avaliao

Inicial do produto

Novidade:

The Document Foundation

A liberdade que faltava para

a comunidade OpenOffice.org

Entrevista:

Olivier Hallot conta tudo sobre

os bastidores do lanamento

da The Document Foundation
http://www.broffice.org/revistahttp://www.broffice.org/revistahttp://www.broffice.org/revistahttp://www.broffice.org/revista



Colaboradores desta edioRedao:Gustavo PachecoLuiz OliveiraWilliam ColenRaiumundo Santos MouraRui Ogawa

Traduo:Clvis TristoOlivier HallotPaulo Souza LimaRogerio LuzRui Ogawa

Diagramao:Duilio NetoEliane Domingos

Reviso:Fatima Conti

Capa:Duilio NetoEliane Domingos

Edio:Luiz [email protected]

Jornalista responsvel:Luiz Oliveira Mtb.31064

Coordenador Geral BrOffice.org:Claudio Ferreira [email protected]

Coordenadora Revista BrOffice.org:Eliane Domingos de [email protected]

Escreva para a Revista BrOffice.org:[email protected]

Edies anteriores: www.broffice.org/revista

O contedo assinado e as imagens que o integram so de inteiraresponsabilidade de seus respectivos autores, no representandonecessariamente a opinio da revista BrOffice.org e de seusresponsveis. Todos os direitos sobre as imagens so reservados aseus respectivos proprietriosO que o BrOffice.org o produto, ferramenta de escritrio multiplataforma, livre, em bomportugus, desenvolvido sob os termos da licena LGPL, compostopor editor de texto, planilha de clculo, apresentao, matemtico ebanco de dados, mantido pela comunidade e OSCIP, que trabalhapara a difuso do SL/CA no Pas.DesenvolvimentoEsta revista foi elaborada no BrOffice.org, editor de texto, planilha ele-trnica, apresentao e, diagramao. A reproduo do material con-tido nesta revista permitida desde que se incluam os crditos aos au-tores e a frase: Reproduzido da Revista BrOffice.org www.broffice.org/revista em local visvel.O BrOffice.org declara no ter interesse de propriedade nas imagens.Os direitos sobre as mesmas pertencem a seus respectivos

autores/proprietrios.O contedo da Revista Broffice.org est protegido sob a licena Crea-tive Commons BY-NC-SA, disponvel no www.creativecommons.org.br.Esta licena no se aplica a nenhuma imagem exibida na revista, epara utilizao delas obtenha autorizao junto ao respectivo autor.

|editorial

esse ms a comunidade internacional do OpenOffice.org

comemora 10 anos. Uma trajetria de sucesso, sem dvidanenhuma. a segunda sute de escritrios mais usada no mundo e

a primeira dentro do universo do Software Livre. Essa edio

especial foi idealizada com o objetivo de contar um pouco dessa

histria de sucesso. Entretanto, entre o planejamento e a

concretizao da revista uma novidade abalou toda a comunidade

open source com o anncio da The Document Foundation e o

produto LibreOffice, iniciativa apoiada pela comunidade BrOffice.org.

Seria uma crise sem precedentes entre as pessoas que fazem o

OpenOffice.org e seu principal patrocinador e detentor da marca, a

Oracle? Seria uma deteriorao do relacionamento a partir da

compra da Sun Microsystem que, na opinio de alguns analistas,era mais flexvel?

Nas prximas pginas muitos textos de gente que entende do

assunto analisando o cenrio atual com o intuito de minimizar a

corrente de especulaes acerca do tema e, de certa forma, mostrar

para o mercado e para todos os usurios que o resultado da

mudana pode ser lucrativo se levarmos em conta os nmeros

iniciais de adeso ao TDF e ao LibreOffice.

Vamos mesclar a comemorao do aniversrio com o lanamento

da TDF, jogando luz nos pontos mais obscuros desses dois

acontecimentos para vislumbrar os elos que os une e as fissurasque podem levar a uma bifurcao com o resgate, pela TDF, dos

princpios que nortearam o nascimento do OpenOffice.org. Esses

argumentos e anlises podero ser lidos na entrevista exclusiva

com o diretor da BrOffice.org e um dos fundadores da TDF, Olivier

Hallot, que analisa o novo cenrio e explica quais os objetivos e as

metas da Fundao.

Em outro artigo, Gustavo Pacheco relata quais foram as inovaes

apresentadas na Conferncia Internacional realizada em Budapeste.

Um percurso histrico do Vero e Cogroo, produtos da comunidade

brasileira, so mostrados pelos respectivos representantes dosprojetos. E tambm no poderia faltar uma dica interessante de

instalao e primeiras impresses da verso beta do LibreOffice que

em breve estar disponvel em sua verso estvel para todos ns.

Excepcionalmente, nessa edio no teremos o episdio do

RedBlade, mas a saga continua na prxima revista.

Boa leitura!!

Luiz Oliveira

NN
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Arquiv

opessoal

opinio|

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opessoal

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opessoal

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opessoal

A BrOffice.org Projeto Brasil em nome da

comunidade BrOffice.org sente-se orgulhosa

de ser parte integrante da The Document

Foundation. Nosso pas j possui importantes

investimentos no Open Document Format e

nas ferramentas de software que o suportam.

Apoiamos a The Document Foundation em sua

misso e viso e estamos prontos para juntar

foras ao processo de desenvolvimento do

LibreOffice e BrOffice.org.

Claudio Filho:Presidente da ONG BrOffice.org

O objetivo maior da BrOffice.org preservar a

qualidade do produto, honrando o

compromisso firmado com instituies e

usurios que utilizam a sute. A criao da TDF

e a associao da BrOffice.org a ela tambm

uma garantia de continuidade e inovao para

gestores que planejam adotar o aplicativo e o

formato ODF para documentos.Olivier Hallot:Integrante do Conselho Diretorda TDF e Diretor da BrOffice.orgProjeto Brasil



Arquivopessoal

Arquivopessoal

H muito tempo sabemos que existem diversas

implementaes prontas que no foram

aplicadas no OpenOffice.org porque seus

autores discordavam da poltica da Sun sobre a

propriedade do que eles desenvolveram.

Com a opo pela licena GPL feita pelo

LibreOffice, creio que isso satisfaa esses

colaboradores que desta forma no mais

oferecero resistncia incorporao de seus

aplicativos.

Somando-se isso ao grande apelo que est

sendo feito s comunidades de

desenvolvedores, tradutores, testadores, creio

que muito em breve, tenhamos um LibreOffice

bem frente do OpenOffice "proprietarizado"

pela nefasta Oracle.

Julio Neves:Analista de Sistemas, Ps-Gra-duado em informtica pelo IBAM,Engenheiro de Produo daUFRJ e Professor Universitrio.Trabalha com Unix desde 1980,quando fez parte da equipe dedesenvolveu o SOX, sistemaoperacional Unix-Like da CobraComputadores.

Esse texto est sendo escrito com o

LibreOffice. Eu acredito no potencial do

LibreOffice e apoio a iniciativa da The

Document Foundation. Com essa organizao

o desenvolvimento do software poder evoluir

mais rapidamente e no ficar dependente de

uma grande corporao, como era antes feito

com o OpenOffice.Ricardo Pontes

Analista de Sistemas, trabalhacom desenvolvimento web.Colaborador da comunidadeBrOffice.org

Arquivopessoal

A criao da The Document Foundation repre-

senta a maturidade da experincia colaborativa

desenvolvida pela comunidade OpenOffice.orge, mais do que uma simples mudana, garante

a possibilidade de avanarmos ainda mais no

desenvolvimento das aplicaes. O projeto

BrOffice.org, como protagonista dessa iniciati-

va, trabalhar incansavelmente pelo sucesso

da TDF.

Gustavo PachecoCoordenador de documentaodo projeto BrOffice.org e scio-fundador da AssociaoBrOffice.org Projeto Brasil.

Sobre: The Document Foundation

opinio|
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Em todo o mundo, os usurios, empresas e

governos esto migrando para solues verda-

deiramente livres baseadas em padres aber-

tos. O LibreOffice fornece o elo que faltava, e

quanto a Red Hat, estamos orgulhosos em

aderir a este esforo.

Jan Wildeboer:Evangelizador de Software Livreda Red Hat.

Estamos ansiosos para trabalhar com a TDF

para ajudar a desenvolver uma slida oferta de

software de documentos de cdigo fonte

aberto. Finalmente, ns esperamos que o

LibreOffice faa, para o mercado de

produtividade para escritrios, o que o Mozilla

Firefox tem feito para os navegadores.Markus Rex:Vice-Presidente Snior e GerenteGeral de Solues de Plataforma

Aberta da Novell

Acreditamos que a Fundao um passo im-

portante para a evoluo da sute, porque libe-

ra o desenvolvimento do cdigo e a evoluo

do projeto das restries representadas pelosinteresses comerciais de uma nica empresa.

Defensores do software livre ao redor do mun-

do tm a oportunidade extraordinria de juntar-

se ao grupo, como membros fundadores, para

escrever um novo captulo na histria do

software livre.

Sophie Gautier:Colaboradora da comunidadeOpenOffice.org e antigamantenedora do projeto delocalizao da lngua Francesa

A criao da Fundao um importante passo

para incentivar um maior desenvolvimento das

sutes de escritrios de cdigo aberto. O

Google se orgulha de ser um apoiador da

Fundao e de participar deste projeto.

Chris DiBona:Gerente de programas de cdigoaberto do Google Inc.


opinio|



Software de produtividade para escritrios

um componente fundamental. O Projeto

Ubuntu ter o prazer de incluir o LibreOffice em

verses futuras do Ubuntu. O gerenciamento

do LibreOffice pela Fundao fornece aos

desenvolvedores do Ubuntu um frum eficaz

para a colaborao em torno do cdigo que faz

do Ubuntu uma soluo efetiva para

computador em ambientes de escritrio.

Mark Shuttleworth:Fundador e acionista majoritrioda Canonical, fabricante doUbuntu.

Eu acho que vai melhorar porque os destinos

do OpenOffice.org/LibreOffice no estaro

mais nas mos de uma nica empresa. Mesmo

que a empresa seja bem intencionada a gente

nunca sabe o que pode acontecer, como foi o

caso da compra da Sun pela Oracle. Mas eu

acho que a comunidade OpenOffice.org est

muito grande, bastante consolidada e j tem

condies de achar um caminho mais indepen-

dente, mais autnomo daqui para frente. o

meu desejo, minha esperana.

Rubens Queiroz:Engenheiro eletricista, analistade sistemas, especialista emLinux, Unix e derivados, profes-sor de ingls certificado pelaCambridge University, escritor,palestrante e conferencista, ge-rente do Centro de Computaoda UNICAMP.

Tenho a convico de que a Document

Foundation ir, cada vez mais, traduzir em

gestos concretos um dos nossos maiores

anseios: a liberdade!

Marcelo Massao:Coordenador Incluso Digital Pre-

feitura Municipal de Silva Jardim Rio de Janeiro - Brasil


opinio|



reportagem |

O recente anncio do lanamento oficial da The Document Foundation, feito mundialmente na manh de 28 de Se-

tembro, foi uma das notcias mais comentadas do ano nas redaes de Tecnologia da Informao, em todos os cantos

da rede mundial de computadores, em eventos e palestras de TI. O Jornal Valor Econmico, um importante veculo de

economia do Brasil que aborda temas ligados s finanas, empresas e tambm investimentos pessoais deu destaque

notcia em sua verso impressa. Outro importante meio de comunicao no Brasil que deu destaque notcia foi a

Rdio CBN, na coluna Dois na Web de Cristina de Lucca, uma jornalista especializada em cultura digital. Os dois ve-

culos tm abrangncia nacional. Na internet a informao se espalhou muito rpido por blogs, sites de notcias e re-

des sociais.

Nesse primeiro momento, a Fundao ainda tinha a expectativa de que a Oracle apoiasse a iniciativa e fizesse parte

do projeto uma vez que a TDF fez um convite formal e solicitou a doao da marca OpenOffice.org para a comunida-

de. A nica resposta oficial da Oracle, entretanto, atravs de e-mail, foi a seguinte: A Oracle est investindo recursos

considerveis no OpenOffice.org (OOo). Com mais de cem milhes de usurios, acreditamos que o OOo seja a mais

rica e avanada soluo de cdigo aberto para escritrios do mundo e incentivamos, fortemente, a comunidade para

que continue a contribuir atravs do portal www.openoffice.org.A curta resposta da Oracle foi um sinal de que a empresa no tinha planos imediatos de apoiar a Fundao, muito

menos de transferir os ativos da comunidade, como a marca OpenOffice.org. Por esse motivo a TDF declarou que iria

continuar o desenvolvimento do software sob a marca LibreOffice.

Por Luiz Oliveira

A liberdade que faltava para a

comunidade OpenOffice.org

Kliefi
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LibreOffice, a liberdade que faltava para o OpenOffice.org | Por Luiz Oliveira

reportagem |

Passado o xtase inicial comearam a surgir perguntas;

parte delas j respondidas no site da The DocumentFoundation onde est disponvel, alm de uma relao de

perguntas frequentes, uma verso Beta do LibreOffice

baseada no OpenOffice.org 3.3, com melhorias

significativas. Na opinio de Gustavo Pacheco, algumas

novidades so demandas antigas, como por exemplo, um

milho de linhas no Calc e cores das guias de planilha.

Alm disso, h uma nova barra de ferramentas de

procura, opo de abrir o arquivo como somente leitura,

um novo formato dos dicionrios do usurio, alguns

ajustes de layouts e termos da interface. E por falar em

interface, o LibreOffice vem com implementaes iniciaisdo projeto Renaissance. Tambm tem um novo dilogo de

impresso com uma prvia das pginas em miniatura.

Particularmente, o que mais achei til foi a possibilidade

de incluir elementos da barra de desenhos dentro de um

grfico, diz Pacheco.

natural que empresas e usurios fiquem apreensivos

com uma mudana dessa magnitude, com a sute lder do

mercado entre as opes livres. Entretanto, h sinais

claros apontando para uma aceitao e at uma certa

euforia com a chegada do LibreOffice. A aposta da TheDocument Foundation se baseia no sucesso e no modelo

de negcios do kernel do Linux, cujo cdigo , ao mesmo

tempo, de todos e de ningum. Nesse modelo as

decises so tomadas de forma colaborativa, e os termos

de contribuio so bem definidas e claras. Quanto maior

o nmero de desenvolvedores individuais e corporativos

mais rpido o projeto cresce e atrai mais investidores.

Na opinio do Analista de Sistemas e Engenheiro

Eletrnico, Rubens Queiroz, no h o que temer uma vez

que a licena do OpenOffice.org livre. A esperana

que continue nesse caminho da liberdade, melhorando,aperfeioando cada vez mais. Nesse novo cenrio acho

importante que as empresas que usam o

OpenOffice/BrOffice possam devolver para a comunidade

parte dos recursos economizados com licenas e com o

aumento da produtividade apoiando financeiramente os

desenvolvedores atravs da The Document Foundation,

conclui Rubens.

Novos rumos, novas ideiasNovos rumos, novas ideiasNmeros iniciais reveladoresNmeros iniciais reveladores

Uma semana aps o anncio do lanamento do TDF a

verso beta do LibreOffice j contabilizava a marca de 80

mil downloads. A infraestrutura havia aumentado o

nmero de espelhos (mirrors) de 25 para 45, em 25pases, em todos os continentes, incluindo Ilhas no

Oceano Pacfico. Este nmero, apenas para se ter um

parmetro, quase metade dos espelhos alcanados

pela OpenOffice.org ao longo de dez anos de histria do

projeto. Na rea de desenvolvimento de cdigo, em

apenas uma semana, o LibreOffice j havia recebido

cerca de 80 contribuies. A movimentao em listas de

discusses, fruns, chats e redes sociais tambm foi

intensa. Duas mil pessoas se inscreveram na lista de

discusso @announce para se manter informados sobreas novidades do TDF. Nas redes sociais 600 pessoas

passaram a seguir o TDF no twitter; mais de 150 no

Identi.ca e mais de mil pessoas se tornaram fs no

Facebook. O trfego no servidor principal foi de cerca de

500 gb.

O que a The Document Foundation ?O que a The Document Foundation ?

The Document Foundation uma Fundao

meritocrtica, independente e autnoma criada por

lideres da antiga Comunidade OpenOffice.org. Elescontinuam a desenvolver na Fundao, os dez anos de

trabalho dedicado pela comunidade OpenOffice.org. A

TDF foi criada na convico de que uma fundao

independente, o ajuste adequado aos valores de

aberturas essenciais da Comunidade, transparncia e

valorizao das pessoas pela sua contribuio. Est

aberta a qualquer pessoa que concorde com os nossos

valores fundamentais e contribua com as nossas

atividades, e congratula-se com a participao das

empresas, por exemplo, atravs do patrocnio depessoas para trabalhar como iguais ao lado de outros

colaboradores da comunidade.

Misso:Misso:

Nossa misso facilitar a evoluo mundial da

comunidade OpenOffice.org em uma nova estrutura

organizacional, aberta, independente e meritocrtica nos

prximos meses. Uma fundao independente

corresponde melhor aos valores de nossos

colaboradores, usurios e apoiadores, e vai permitir que

a comunidade seja mais eficaz, eficiente, transparente e

inclusiva. Ns vamos proteger os investimentos do

passado, com base nas slidas conquistas de nossa

primeira dcada, encorajar a ampla participao, e

coordenar todas as atividades da Comunidade.

Informaes adicionais esto disponveis em:http://www.documentfoundation.org

Biografias e fotos dos membros fundadores:http://www.documentfoundation.org/foundation/.

Para quem deseja contribuir para o desenvolvimento do cdigo:http://www.documentfoundation.org/developers/

Listas de discusso:[email protected][email protected].
http://www.broffice.org/revistahttp://www.documentfoundation.org/http://www.documentfoundation.org/foundation/http://www.documentfoundation.org/developers/http://www.documentfoundation.org/developers/http://www.documentfoundation.org/foundation/http://www.documentfoundation.org/http://www.broffice.org/revista




reportagem |



entrevista|

nathancolquhoun

Olivier Hallot

A comunidade em perspectiva

Por Luiz Oliveira

Arquivopessoa

l

nathancolquhoun

Aqui no Brasil, a marca BrOffice.org permanece?

Sim. Por uma deciso dos associados da BrOffice.org, a

marca permanece. Foi levado em conta a fora da

BrOffice.org na comunidade e no mercado em geral. Por

isso a deciso para preservar a marca. Assim, BrOffice

representar o LibreOffice no Brasil.

Quem est usando o BrOffice.org verso estvel3.2.1, deve instalar o LibreOffice 3.3?

Via de regra, no recomendamos instalar produtos em

estgio beta nos ambientes de produo. Pode haver

interferncias entre os softwares e a instalao do usurio

pode ficar instvel. Para testar o LibreOffice 3.3, melhor

faz-lo em outro computador ou em uma mquina virtual.

Qual a previso para o lanamento do LibreOffice

estvel?

Estamos prevendo para a segunda semana do ms de

Novembro.

O Governo Brasileiro e empresas que j utilizam o

BrOffice.org se posicionaram em relao mudana

para The Document Foundation?

Fizemos muitos contatos com empresas e obtivemos

sinais positivos - a mudana bem vinda. Inclusive nos

recomendaram cuidar bem da marca BrOffice.org, pois h

muitos investimentos feitos pelas empresas e rgos de

governo na marca BrOffice.org.

Se olharmos do ponto de vista do gestor de TI que j tem

adotado o BrOffice.org, a chegada da Document

Foundation agrega mais uma opo de escolha e diminui

ainda mais os riscos mercadolgicos associados a

qualquer software.

Um dos motivos para a mudana foi a liberdade para

decidir os rumos da sute. Com isso, o usurio final

sai ganhando?

Com certeza. Essa foi uma deciso difcil. Mas chegou a

hora e no poderamos deixar para depois. O usurio finalsai ganhando porque ter uma sute de escritrio feita

com significativas melhorias, que no eram

implementadas pela equipe do OpenOffice.org.

Resultado de uma deciso difcil, mas muito bem amadurecida, a criao da Document Foundation inaugura uma nova fas e

para a comunidade da sute de escritrios de cdigo aberto mais usada no mundo. Em entrevista para a Revista

BrOffice.org, Olivier Hallot, diretor da BrOffice.org Projeto Brasil e integrante do comit executivo da Document Foundation,

explica em detalhes os motivos que levaram criao do LibreOffice, iniciativa da qual foi um dos idealizadores. A o

esclarecer dvidas sobre os rumos do projeto no Brasil e no mundo, Olivier destaca que a comunidade est mai s

independente para definir os seus prprios rumos e que o resultado beneficia os usurios, que tero disposio um

software mais prximo de seus anseios.
http://www.broffice.org/revistahttp://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.flickr.com/photos/nathancolquhoun/861771142/http://www.broffice.org/revista



Arquivopessoal

LibreOffice a comunidade em perspectiva | Por Luiz Oliveira

entrevista|

Quais eram os entraves para os desenvolvedores do

OpenOffice.org?

Eram estruturais. A organizao do projeto

OpenOffice.org, desde sua fundao, h dez anos,

privilegia, no seu estatuto, a participao majoritria da

Sun Microsystem/Oracle no seu conselho e deixa os

representantes da comunidade de usurios e

desenvolvedores externos em rgida minoria. No havia

como ter qualquer garantia que determinada demanda

fosse atendida e muitas coisas que no foram pedidas

apareceram nas verses do produto. Alm disso, o projeto

OpenOffice.org exigia a cesso da autoria do cdigo

ofertado para a SUN Microsystem/Oracle, o que, em

muitos casos, desagradava os desenvolvedores, muitos

deles funcionrios de outras empresas. Quando as

grandes corporaes demonstravam interesse em

contribuir surgiam discusses sem fim entre os

departamentos jurdicos delas e o projeto. Nada disso era

produtivo.

Como fica a questo da estrutura e financiamento do

projeto?

Ainda estamos discutindo essa questo. H uma forte

tendncia para que o projeto tenha um domiclio jurdico

na Alemanha ou em algum pas da Europa. Ser uma

fundao e estamos neste momento escolhendo o

modelo jurdico do estatuto. Do ponto de vista jurdico,

no creio que iremos inventar, e estamos analisando os

estatutos da fundao Apache, Mozilla, Gnome etc. Um

desses textos deve ser nosso arcabouo jurdico.Teremos depois de acomod-lo na legislao do pas que

acolher a Fundao.

Quanto ao financiamento, ele depende de nossa atuao

junto aos principais interessados no software LibreOffice e

seu mercado. Estamos em contato com empresas de

informtica e usurios empresariais para viabilizar uma

estrutura mnima de funcionamento. Essa estrutura ser

extremamente enxuta, porque pretendemos que o

LibreOffice seja desenvolvido por uma constelao de

empresas e entidades que contribuam com mo de obra

prpria para desenvolvimento do software.

Porque alguns lderes rejeitam o rtulo de fork para

o projeto LibreOffice?

Fork uma palavra que indica uma situao extrema e,

em geral, negativa em uma comunidade. Significa que os

seus integrantes no chegaram a um consenso sobre o

desenvolvimento do cdigo e duas ou mais vertentes

seguiro de forma independente. Isso prejudica muito o

desenvolvimento (diviso de recursos) e o entendimento

dos usurios que passam a produtos similares e

diferenas no perceptveis ou irrelevantes, a priori. Dito

isso, no desejamos um fork com o OpenOffice.org e

exatamente por isso, desde os primeiros passos nacriao da The Document Foundation, estabelecemos

claramente que convidaramos a Oracle Corporation a ser

parte da Fundao, como um membro igual a outro.

Entretanto, os sinais emitidos pela Oracle indicam que

eles querem continuar o OpenOffice.org do jeito deles e

pode ser que tenhamos um fork de verdade. Mas sou

otimista em crer que o mundo d suas voltas e, em

decises de cunho poltico, sempre temos de considerar

as mudanas de cenrios e deixar as portas abertas.

Qual a previso para termos o LibreOffice traduzido

para o Brasil?

Bem, essa parte me diz respeito afinal sou o principal

tradutor para o OpenOffice.org e BrOffice.org no Brasil.

De fato, vou agora trabalhar no LibreOffice e esse

software tem algumas pequenas variaes em relao ao

BrOffice.org feito pela Oracle. Sero pequenos ajustes.

ArquivopessoalSe olharmos do ponto de vista do

gestor de TI, que j tem adotado o

BrOffice.org, a chegada da Document

Foundation agrega mais uma opo de

escolha e diminui ainda mais os riscos

mercadolgicos associados a qualquer

software.



Arquivopessoal

LibreOffice a comunidade em perspectiva | Por Luiz Oliveira

entrevista|

Olivier Hallot - Consultor em sistemas de informao, diretor financeiro voluntrio e membro do conselho deliberativo da BrOffice.org

Projeto Brasil, e lder do time de traduo do software para o Portugus do Brasil. Em 2010, foi eleito Membro do Conselho Interna-

cional OpenOffice.org. Alm dessas atividades, participa do desenvolvimento do software em nvel mundial. membro do Comit

Executivo da The Document Foundation, tendo participado ativamente na sua criao.

Quais as principais melhorias que traz o LibreOffice

em relao ao OpenOffice.org?

Foi uma deciso sem muita discusso. O projeto

LibreOffice uma composio do projeto Go-OO,

patrocinado pela Novell, com o OpenOffice.org

patrocinado pela Oracle. Nossa base de cdigo o

OpenOffice.org 3.3, ao qual estamos agregando algumas,

nem todas, variantes introduzidas pelo Go-OO. O Go-OO

conhecido mais pelo mundo GNU/Linux, pois faz parte

das distribuies da famlia Debian, da famlia Mandriva e

da famlia Suse, para citar somente algumas. Entretanto,

ele no parte da famlia Red Hat, que prefere trabalhar

no OpenOffice.org. Assim, como temos desenvolvedores

de todas essas empresas e comunidades, foi combinado

uma acomodao das variantes, um denominador

comum.

Essencialmente, podemos antecipar que o LibreOffice 3.3

ter as caractersticas do OpenOffice.org 3.3. Em

particular, melhorias no tratamento de planilhas

gigantescas (at 1 milho de linhas), novos recursos para

grficos e melhorias em geral em relao verso 3.2.

O LibreOffice precisa do Java, inclusive uma

extenso importante desenvolvida no Brasil, o

CoGroo, depende muito do Sun-Java (JRE) para

funcionar. Poderemos ter problemas no futuro ou o

Java uma tecnologia livre?

Como foi a criao da The Document Foundation?

Como membro do Community Council do projeto

OpenOffice.org e com a fora da comunidade brasileira

do BrOffice.org, fizemos contato com alguns membros

importantes da comunidade internacional que no eram

ligados Oracle e comeamos a delinear as

necessidades das comunidades do OpenOffice.org em

todo o mundo. verdade que j existia um histrico deatritos ocasionados pelos interesses empresariais da SUN

versus os interesses das comunidades. Mas a nossa

viso era que no havia mais como postergar a criao

de uma entidade independente. Foram muitos

telefonemas, e-mails, chats; criamos uma lista e um wiki

de acesso restrito para, em equipe, criarmos as bases de

nossa viso comunitria. Na Conferncia Internacional da

comunidade OpenOffice.org, em Budapeste, nos

reunimos em separado e estabelecemos em um jantar as

bases, o cronograma, e as aes para criar a TDF. Logo,

nossa equipe dobrou de tamanho e, em 30 dias, criamosnome, marca, press release, wiki, site, infraestrutura. Foi

um trabalho digno de um time de primeira linha, com

recursos escassos, mas muita garra e energia.

ArquivopessoalO usurio final sai ganhando porque

ter uma sute de escritrio feita com

significativas melhorias que no eram

implementadas pela equipe do

OpenOffice.org.

A tecnologia Java tem grande valor para o mercado de TI

e a linguagem se consolidou, j faz tempo. No

BrOffice.org, o Java utilizado em assistentes, banco de

dados e tambm em algumas extenses como o CoGroo

ou Oracle Report Builder. At onde eu sei, muito da

implementao do Java da antiga SUN j era de cdigo

fonte aberto. Mas se houver complicaes em relao ao

que a Oracle resolver fazer com o Java, podemos

considerar o OpenJDK, que uma implementao em

software livre das especificaes Java.



artigo |

o dcimo aniversrio do projeto OpenOffice.org e a comunidade brasileira orgulhosamente participou de cada um

desses anos de histria. E como foi essa participao? Certamente, a colaborativa comunidade brasileira de usurios

est entre os seus protagonistas. E os projetos locais, que do suporte a todo o sucesso da sute de escritrio no Brasil,

merecem captulos especiais na histria do OpenOffice.org.

Seria um captulo para o projeto de localizao para o portugus brasileiro, outro para a Revista BrOffice.org,

considerada por muitos uma referncia para a comunidade internacional, um captulo para o corretor ortogrfico Vero,

outro para o gramatical CoGrOO e assim por diante. Aqui, o leitor vai conhecer o captulo sobre o corretor gramatical

CoGrOO, uma histria rica e que ainda est sendo escrita.

Uma histria em permanente

construo

A pr-histria do CoGrOOA pr-histria do CoGrOO

A ideia do projeto corretor gramatical surgiu em agosto de

2003, na Semana de Software Livre no Legislativo, no

Congresso Nacional. Em uma das palestras, o gestor de

Tecnologia da Informao Flvio Jos Fonseca de Souza,

do Ncleo de Informtica e Processamento de Dados do

Tribunal de Contas do Distrito Federal, disse que um

corretor gramatical associado ao OpenOffice.org era uma

carncia importante, sendo uma das principais causas de

resistncia migrao para software livre de seu parquecomputacional. Na plateia, estava o professor

universitrio Carlos Menezes.

Por William Colen

Com isso em mente, Menezes voltou para casa e

amadureceu a ideia. Junto com outros amigos,

pesquisadores e professores, submeteram uma propostade projeto para o desenvolvimento de um corretor

gramatical ao Edital de Software Livre da FINEP, uma

empresa pblica que financia projetos em vrias reas

estratgicas para o Pas.

Os trabalhos tiveram incio no comeo de 2004, antes

mesmo de o projeto ser aprovado. Quando a proposta foi

aceita pela FINEP, a iniciativa seguiu com fora total.

Nesta poca, trabalhavam no projeto o Prof. Jorge

Kinoshita, coordenador; a Prof. Lais Salvador, gerente de

documentao; e o Prof. Carlos Menezes, analista tcnicoe programador. Eles batizaram o projeto de CoGrOO,

nome que remete s iniciais de Corretor Gramatical para

o OpenOffice.org.



artigo |

Corretor gramatical OpenOffice.org: uma histria em permanente construo | Por William Colen

Desenvolvimento do CoGrOO 1.xDesenvolvimento do CoGrOO 1.x

Com a aprovao do financiamento do projeto, entraram

novos colaboradores. Em maio de 2004, comecei a

participar como desenvolvedor do ncleo de anlise

morfossinttica. Jos Fontebasso Neto tornou-se

responsvel pela integrao com o OpenOffice.org.

O desenvolvimento seguiu durante 2004 e 2005, sempre

bastante desafiador, em um laboratrio de pesquisa da

Escola Politcnica da Universidade de So Paulo

(EPUSP).

Na segunda metade de 2004, Marcos Yoshio OkamuraOku entrou para o time, colaborando no desenvolvimento

do ncleo do analisador sinttico. J em 2005, Jos Neto

deixou o grupo, e em seu lugar entrou Edgard Lemos Jr.,

que continuou o desenvolvimento da integrao com o

OpenOffice.org. Ainda na primeira metade de 2005,

juntaram-se Marcelo Suzumura, que atuou em diversas

partes do projeto, principalmente no mecanismo de

identificao de erros gramaticais, e a linguista Sueli

Uliano, que desenvolveu os padres de erros. Na

segunda metade de 2005, novas alteraes: saiu Edgard

Lemos e em seu lugar ficou Fbio Blanco no

desenvolvimento da integrao com o OOo. Para o time

do ncleo, entrou ainda Fbio Gusukuma.

No incio de 2006, tivemos a primeira verso do corretor

gramatical, pouco antes de terminar o tempo estipulado

pela FINEP. Esta primeira verso, apesar de bastante

primitiva, foi muito bem aceita e, desde ento, passou a

ter muito apoio por parte dos usurios do OpenOffice.org,

ou como era conhecido a partir de ento no Brasil,

BrOffice.org.

Havia muitas deficincias tcnicas que no poderiam ser

tratadas no prazo em que o projeto foi financiado pela

FINEP. Entre eles, o processo de instalao, que no era

amigvel. Alm disso, a integrao com o BrOffice.org era

problemtica e o arquivo de instalao tinha quase 30

megas.

No entanto, foi um grande aprendizado. Meses antes no

tnhamos nenhuma experincia, e ento estvamos com

o corretor gramatical funcionando no BrOffice.org. Foi um

grande sucesso! Mas um captulo dramtico estava por

vir: na mesma poca do lanamento da verso 1.0, nossolaboratrio foi invadido e um dos computadores de

desenvolvimento foi roubado. O prejuzo material no

foi grande, mas afetou o humor dos coordenadores, que

tiveram que repor o patrimnio do prprio bolso. Logo em

seguida, acabou o apoio financeiro e os bolsistas deixa-

ram o projeto.

Em 2006, o projeto passava por sua primeira crise por

falta de desenvolvedores. De um grande nmero de

pessoas envolvidas, passou a apenas alguns que

continuavam como voluntrios.

Foi ento que decidimos aproveitar o que aprendemosdurante o desenvolvimento do CoGrOO 1.0 no trabalho

de concluso de curso. Alm de mim, participavam do

grupo Fbio Gusukuma, Marcelo Suzumura e o novo

integrante, Diogo Pires. A coordenao era dos

professores Jorge Kinoshita e Carlos Menezes.

O CoGrOO foi reescrito do zero para tentar contornar os

problemas da primeira verso. Entre as mudanas, foram

usadas mais bibliotecas existentes e escolhemos a

linguagem Java por ser multiplataforma e mais simples de

integrar com o BrOffice.org. Foram feitas diversas

otimizaes para que o instalador tivesse apenas 6

megas.

Essas mudanas foram um sucesso e renderam meno

honrosa concedida pela comisso julgadora dos projetos

de concluso de curso da Engenharia da Computao da

EPUSP. No incio de 2007, os resultados foram

disponibilizados: era o CoGrOO 2.0.

Desenvolvimento do CoGrOO 2.xDesenvolvimento do CoGrOO 2.x

Google Summer of CodeGoogle Summer of Code

Paralelamente, dois antigos membros do CoGrOO

conseguiram bolsas do programa Google Summer of

Code. Bruno Sant'Anna teve uma importante participao

junto ao OpenOffice.org internacional. Ele desenvolveu a

primeira verso da correo interativa no Writer, que

evoluiu at o que hoje seria a cobrinha azul incorporada

ao prprio Writer e usada por corretores gramaticais de

diversos idiomas. Gabriel Bakiewicz, por sua vez,

contribuiu com o Abiword, integrando o CoGrOO a esse

popular editor de texto livre.



artigo |

Corretor gramatical OpenOffice.org: uma histria em permanente construo | Por William Colen

Graas ao apoio dos professores, o CoGrOO foi

incorporado a algumas disciplinas do mestrado em

Cincia da Computao do IME/USP. Na disciplina deDesenvolvimento de Software Livre, ministrada pelo prof.

Fabio Kon, os alunos de mestrado Edwin Gomez, Rodrigo

Zaccara e Victor Silva tambm se interessaram pelo

projeto. Escrevemos mdulos UIMA, baseados no

CoGrOO, com o objetivo de facilitar o uso do mesmo em

outras aplicaes que necessitassem de processamento

de linguagens naturais.

Outro trabalho que envolveu o CoGrOO foi o

desenvolvimento do Portal CoGrOO Comunidade na

disciplina Laboratrio XP do prof. Alfredo Goldman.Juntaram-se a ns os alunos Filipi Resina, Eduardo

Katayama, Robson Sousa, Thiago Batista, Wesley Seidel.

Os requisitos foram sugeridos por Carlos Menezes. O

Portal CoGrOO Comunidade continua em

desenvolvimento e tem o objetivo de aproximar os

desenvolvedores do corretor gramatical.

CoGrOO hojeCoGrOO hoje

CoGrOO 3.0CoGrOO 3.0

Entre 2007 e 2009, o desenvolvimento do projetopraticamente parou. At meados de 2007, ainda

contribua voluntariamente, junto com Marcelo Suzumura.

Chegamos a fazer grandes modificaes na arquitetura,

principalmente pensando na internacionalizao do

CoGrOO. Mas por diversos fatores, durante um tempo

trabalhamos apenas no suporte e resoluo de bugs

importantes.

Quando soube que, finalmente, o Writer incorporaria o

servio de correo gramatical, comecei a revisar o

CoGrOO, para que fosse compatvel com a verso 3.0 do

Writer. O CoGrOO abandonou a estrutura cliente /

servidor, simplificando o processo de instalao.

Finalmente, a integrao como o BrOffice.org se tornou

muito limpa e a experincia do usurio bem mais

interessante. O CoGrOO ficou simples de usar,

conquistou ainda mais usurios e foi baixado mais de 70

mil vezes. Este desenvolvimento rendeu o Prmio Voo

Livre, categoria Desenvolvimento, no IV Encontro

Nacional do BrOffice.org. Oferecido a cada dois anos, a

premiao representa o reconhecimento da comunidade

BrOffice.org a quem contribui para que o mundo se tornecada vez mais livre, permitindo ao BrOffice.org voar

mais alto.

O CoGrOO ganhou uma nova logomarca no lanamento

da verso 3.0. A ideia do desenvolvimento de um novo

logo veio de Claudio Filho, presidente da Oscip

BrOffice.org. A criao foi do artista Gonalo Ferraz.

O futuro do CoGrOOO futuro do CoGrOO

Nos prximos meses, o CoGrOO novamente passar por

grandes mudanas relacionadas a minha tese de

mestrado. O projeto prev o aprimoramento do CoGrOO,

com o objetivo de melhorar a experincia do usurio,

fazendo o corretor errar menos. Com a ajuda dos

usurios, atravs do CoGrOO Comunidade, esperamos

expandir muito a cobertura de regras gramaticais do

CoGrOO, tornando-o ainda mais til.

A prxima verso do corretor vai incorporar uma

funcionalidade que permitir enviar relatrios de erros

para o CoGrOO Comunidade. Em seguida, o projeto

passar a ser distribudo em lanamentos estveis e de

desenvolvimento. O ramo estvel sofrer atualizaes de

funcionalidades bimestralmente. J o de

desenvolvimento, quinzenalmente. Com isso, esperamos

entregar novidades com mais segurana, e usurios mais

entusiastas podero experimentar o ramo quinzenal e

colaborar para um desenvolvimento mais gil.

Milhes de pessoas fizeram desses 10 anos de

OpenOffice.org uma histria de sucesso. E com o

empenho da comunidade brasileira, a histria est scomeando e, certamente, os prximos 10 anos sero

ainda mais fantsticos.

Mesmo com o sucesso, em 2009 o CoGrOO contavaapenas comigo - como desenvolvedor voluntrio, e Carlos

Menezes como colaborador. O trabalho era insustentvel

por falta de pessoas, e ainda existia muito que fazer.

Ento, foi feita uma mudana em sua organizao.

Negociamos a incorporao do projeto pelo Centro de

Competncia em Software Livre do Instituto de

Matemtica e Estatstica da USP, o CCSL. Com esse

apoio, o projeto obteve mais divulgao, suporte de

professores e toda a infraestrutura oferecida pelo CCSL

Nesta mesma poca, submeti uma proposta de tese de

mestrado ao CNPq, juntamente com o Prof. Marcelo

Finger. O projeto propunha uma evoluo do CoGrOO e

foi aceito. Ento, passei a me dedicar exclusivamente ao

desenvolvimento.



artigo |

A trajetriaA trajetriade sucessode sucesso

de umde umprojetoprojeto

brasileirobrasileiro

O ano de 2005 foi marcante para o

Projeto OpenOff ice.org. Nascia al i a

verso 2.0 desta ferramenta de escri trio.

A semelhana com a sute mais

conhecida do mercado, a qual idade e a

faci l idade de interao, al iadas ao fato de

ser um produto gratui to, foram atrat ivos

para seduzir um grande pbl ico.

Bastante elogiado pela crt ica, o

OpenOff ice.org surgia como umaexcelente al ternativa aos pacotes

proprietrios. Desenvolvido em Software

Livre, atraiu a ateno de empresas,

inst i tuies e usurios em geral, que

viram nele a soluo de seus problemas.

O alto custo de l icenciamento e de

manuteno desses pacotes

inviabi l izavam seus oramentos e a

possibi l idade de substi tu- los por umasute gratui ta, de boa qual idade,

despertava-lhes enorme interesse.

Com esse propsito, Raimundo Moura,

gestor da ento Unidade Estratgica do

Sistema de Gesto Empresarial nome

pomposo que designava a Unidade de TI

da Companhia de Saneamento de

Sergipe DESO, resolveu testar o

produto.

Concludas as fases de anl ise e teste da

sute, ele resolveu levar ao conhecimento

da Diretoria Executiva da empresa que,

unanimemente, aprovou e autorizou sua

implantao imediata, dando incio ao

processo de migrao.

Por Raimundo Moura



artigo |

A trajetria de sucesso de um projeto brasileiro | Por Raimundo Moura

O nascimento do VeroO nascimento do Vero

Os obstculos superadosOs obstculos superados

a aprovao, o Projeto VERO comeou a trabalhar as

alteraes, pois o Brasil j havia estabelecido 2009 como

marco inicial para a vigncia da nova ortografia.

Dois meses foram necessrios para adequar as versesdo VERO (brasileira e portuguesa). Em julho de 2008,

seis meses antes do Acordo entrar em vigor, o VERO

lanou sua primeira verso adaptada s novas regras.

Evidente que as questes polmicas ficaram para

resoluo posterior e s foram dirimidas a partir de abril

de 2009, aps a divulgao de nota explicativa da ABL e

do VOLP Vocabulrio Ortogrfico da Lngua

Portuguesa, na sua 5 edio.

O cenrio era propcio. A estratgia de lanar o Verificador

Ortogrfico com o Acordo, em Software Livre,antecipando-se aos concorrentes, trouxe uma projeo

nacional sem igual para o BrOffice.org. A sute de cdigo

aberto ganhou a ateno da mdia, sendo referenciada

em jornais, revistas, televiso e internet, conquistando

milhares de novos adeptos.

Na fase de testes, Raimundo percebeu uma deficincia

que passou a incomod-lo. O produto era bom, porm overificador ortogrfico que acompanhava a verso

brasileira era muito fraco, pequeno e possua muitas

falhas, que no s chamavam bastante a ateno, mas

tambm desvalorizavam o produto. Os usurios da

verso brasileira, que pouco tempo depois passou a ser

chamada de BrOffice.org, tambm faziam crticas a esse

respeito.

Resolveu pesquisar em busca de soluo at que

descobriu como funciona a correo ortogrfica. A base

bem simples. So dois arquivos-texto: um de regras deafixos e outro com o lxico, que funcionam interligados.

Analisando documentos da empresa, criou um lxico

melhor que o distribudo no pacote OpenOffice.org e o

compartilhou pela internet motivando o interesse de

grupos de usurios. Logo comearam a chegar

contribuies de todo o Pas e no faltou quem quisesse

ajudar.

Pouco tempo depois, foi convidado por Claudio Filho,

presidente da Oscip BrOffice.org, a incorporar-se ao

grupo de coordenadores do projeto brasileiro. O Projeto

Verificador Ortogrfico, que h anos estava abandonado,foi reativado em janeiro de 2006.

A primeira verso contemplou 750 mil combinaes de

palavras. O novo Verificador conquistou a simpatia dos

usurios, atraindo colaboradores de todas as reas.

Estudantes, professores, escritores, poetas, linguistas,

advogados e outros profissionais aderiram ao Projeto,

dando valorosas contribuies. A lista completa dos

colaboradores est na pgina de crditos do Projeto

BrOffice.org http://www.broffice.org/?q=creditos.

Em 2008, o Projeto ganhou identidades visual e verbal,criadas respectivamente por Hlio Ferreira e Lucas Filho.

As selees foram realizadas atravs de votao junto

comunidade BrOffice.org e, ao final, o nome VERO foi

escolhido para identificar o Projeto.

O acordo ortogrficoO acordo ortogrfico

Aps 18 anos de idas e vindas, finalmente, o Acordo, que

visa unificar a forma como escrito o portugus nos

pases lusfonos, estava consolidado. Em maio de 2008,Portugal ratificou o Acordo antes dele j haviam

ratificado o Brasil, Cabo Verde e So Tom e Prncipe -

completando o nmero mnimo de pases necessrios

para se implantar a nova ortografia. Imediatamente aps

importante destacar o papel do Projeto VERO no mbito

do OpenOffice.org. Esse projeto responsvel pelacomposio do lxico no idioma portugus para o

BrOffice.org/OpenOffice.org. Existe uma ferramenta

motora, um aplicativo denominado Hunspell, que executa

os arquivos do VERO e estabelece comparaes com o

que digitado, grifando as palavras desconhecidas como

possveis erros de grafia. O conjunto desses dois

instrumentos forma o Corretor Ortogrfico. O Hunspell

um outro projeto gerido pela comunidade internacional.

Uma falha identificada desde o incio do Projeto, em 2006,

foi o no reconhecimento de termos compostos

hifenizados. As palavras eram verificadas separadamente,

dando margem criao de composies equivocadas.

Um exemplo j era citado desde ento na pgina do

VERO, o composto 'guarda-chuva' possibilitava

formaes como guardas-chuva e guardas-chuvas.

Essa falha se tornou mais evidente com o advento do

Acordo Ortogrfico, pois deixava a impresso de que o

lxico contemplava as duas formas, pr e ps-acordo.

Esse assunto, por muitas vezes, foi alvo de comentrios

na mdia. Felizmente, em 2010, a equipe do Hunspell

possibilitou a correo dessa falha e, com o lanamentoda verso 3.2 do BrOffice.org, modificaes foram

realizadas no VERO, solucionando a questo.



A translineao incorreta era outro problema que afligia os

usurios do BrOffice.org. Translineao a passagem de

uma linha para a outra, seccionando-se a palavra no final

da linha, ficando o resto no incio linha seguinte. Porpadro, os softwares usam o termo hifenizao para

definir este recurso. Os usurios constantemente

reclamavam da necessidade de se ter um instrumento

que executasse a translineao de forma correta no

BrOffice.org. Em 2009, o VERO assumiu essa

responsabilidade e criou o projeto DivSilab, incorporando-

o ao pacote do Verificador Ortogrfico. O DivSilab foi

desenvolvido com base no algortimo de Frank Liang, que

usa valores entre 0 e 9 para indicar pontos de ruptura ou

de agrupamento das slabas. Valores mpares indicam

possveis pontos diviso silbica e os valores pares(incluindo 0) indicam pontos que no devem ter diviso.

Os nmeros mais altos indicam uma maior magnitude do

"melhor" para os nmeros mpares, e pares, uma maior

amplitude do "pior". Desde a verso 2.0.3 o VERO tem

lanado o DivSilab em seus pacotes.

O Autocorreo foi, tambm, outro projeto incorporado.

Com uma base de quase 5 mil registros, tornou-se um

dos maiores arquivos de autocorreo do OpenOffice.org,

comparando-se com os dos outros idiomas. Nele esto

contempladas correes para os erros comuns de grafia,dos vcios do internets, das novas formas do Acordo

Ortogrfico e de algumas situaes de uso incorreto da

crase.

artigo |

A trajetria de sucesso de um projeto brasileiro | Por Raimundo Moura

Os prximos passos do projetoOs prximos passos do projeto

O VERO tem como prximo objetivo criar espaos dentro

do Projeto BrOffice.org para fomentar o surgimento de

fruns de debates em torno da lngua portuguesa, mais

especificamente sobre a ortografia, visando dar mais

qualidade ao trabalho desenvolvido e propiciar a

expanso do nmero de colaboradores. A ideia facilitar

o processo de sugesto de novos termos e mecanismos

para identificao e correo de falhas. O uso de

ferramentas como o Dicollecte no foi descartado pelo

Projeto.

A cada usurio novo uma vitriaA cada usurio novo uma vitria

O lxico do VERO abrange, atualmente, mais de 10

milhes de combinaes, incluindo-se flexes, derivaes

e conjugaes verbais. Sua estrutura bastante

compacta, usa menos de 1,3 MB, possui o menor ndice

de duplicidade de palavras, apenas 0,4%, sendo um dos

mais completos corretores ortogrficos do Pas.

Tem como principal misso tornar-se uma referncia

nacional em Software Livre ao contribuir para a

preservao e disseminao da ortografia da lngua

portuguesa, promover a incluso digital e auxiliar na

formao educacional. Periodicamente atualizado, est

sempre atento s transformaes da lngua escrita e, paraisso, conta com mais de 130 colaboradores voluntrios,

que esto em constantes buscas por melhorias para esse

Projeto.

Extremamente dinmico, emptico e participativo, o

VERO tem se consagrado como mais um projeto de

sucesso do BrOffice.org. Seus dicionrios tornaram-se

oficiais para outras aplicaes, como as baseadas em

ASPELL, e so tambm os no-oficiais de muitas outras

ferramentas Livres, devido abrangncia dos seus

lxicos. Com o VERO assim: voc s escreve errado sequiser, pois acertar, sim, humano.

Raimundo Moura Coordenador do Vero
http://www.broffice.org/revistahttp://documentfoundation.org/http://www.broffice.org/revista



artigo |

OOoConOOoCon2010, uma2010, uma

abordagemabordagem

tcnicatcnica

Por Gustavo Pacheco

Durante quatro dias, Budapeste foi o

local de encontro do projeto

OpenOffice.org. Pessoas dos maisvariados lugares do mundo estiveram

presentes para participar de diversas

atividades relacionadas ao presente e

ao futuro de um projeto que, em 2010,

completa dez anos.

A comitiva brasileira foi composta por

quatro integrantes do projeto: Carlos

Braguini, Claudio Ferreira Filho,

Olivier Hallot e eu, Gustavo Pacheco.

Alm de participarmos da conferncia,tambm tivemos a oportunidade de

palestrar sobre quatro diferentes

temas: eventos, marketing, migrao

e incluso digital.

Como participante do projeto desde

2002, meu interesse no evento foi

bastante amplo. Poderia escrever

aqui sobre o Projeto de

Documentao, sobre usos variados

do ODF ou sobre o contexto

estratgico do projeto em outros

pases, por exemplo. Todavia, escolhi

apresentar neste artigo um conjunto

de informaes que ser, em breve,

utilizado pelos usurios do

BrOffice.org. A partir da verso 3.3,

uma srie de novas funes estardisponvel e, como veremos, muitas

delas foram destaque na

OpenOffice.org Conference 2010.

Jrgen Schmidt apresentou a palestra

Wrap up of the latest Extensions Infra

Structure Features. Os tpicos

iniciais da palestra foram,

basicamente, introdutrios aos

conceitos de extenso do

OpenOffice.org. No decorrer daapresentao, no entanto, Jrgen

detalhou estruturas que comeam a

ser cada vez mais comuns em

extenses, como a utilizao da

pgina de opes, utilizada, por

exemplo, na extenso brasileira

SpeechOO, cuja primeira verso foi

apresentada no fisl11 (www.fisl.org.br

), em julho deste ano. Entre vrios

assuntos, o que me chamou mais

ateno na apresentao de Jrgenfoi a apresentao do Tool Panel,

cuja estrutura j conhecida do

usurio do Impress e nada mais do

que o Painel de tarefas, agora

disponvel para implementao nos

demais aplicativos do pacote.

Considero que essa possibilidade

ampliar muito o horizonte dos

desenvolvedores, principalmente se

pensarmos no uso desse recurso em

estruturas de pesquisa, validao ou

monitoramento de dados.

Jrgen Schmidt apresenta osnovos recursos paraextenses
http://www.broffice.org/revistahttp://www.fisl.org.br/http://www.fisl.org.br/http://www.broffice.org/revista



artigo |

OOoCon 2010, uma abordagem tcnica | Por Gustavo Pacheco

Um exemplo bastante interessante o da extenso

Watchingwindow (http://extensions.services.openoffice.org/pt-

br/project/watchingwindow), disponvel para usurios da

verso 3.3 beta. Essa extenso j incorpora o recurso doTool Panel para o Calc e permite monitorar os resultados

de frmulas na planilha. Na figura abaixo, possvel ver

que trs clulas esto sendo monitoradas. A vantagem

bvia: em planilhas complexas, a extenso

Watchingwindow permite o acompanhamento de diversos

clculos dependentes entre si, sem que o usurio tenha a

necessidade de percorrer suas planilhas para verific-los.

Com o Uno Grid Control, entretanto, possvel estruturar

adequadamente o contedo de dados. Note que a

aparncia do controle lembra a de uma planilha. O

controle permite cabealhos de linha e coluna,

redimensionamento de colunas, texto de ajuda para

clulas e entradas de texto e imagens.

Outra palestra interessante foi a de Mihaela Kedikova,

Using UNO AWT for creating GUIs in extensions, cujo

destaque foi a apresentao do Uno Grid Control. O

exemplo da prpria Mihaela, apresentado abaixo a partir

das telas dos slides da sua apresentao, demonstra a

utilidade do recurso.

Na tela abaixo, a palestrante apresentou um caso em que

um arquivo de texto estruturado, com campos separados

por traos simples, editado em um campo de texto.

possvel constatar que h dificuldade de identificar os

campos, alm da complexidade adicional de programar os

recursos de classificao e seleo dos controles do ladodireito.

Para quem quiser test-lo, um cdigo bsico em

OpenOffice.org Basic est disponvel no issue 103210.

Particularmente, fiquei muito contente com o recurso, pois a soluo ideal para a estrutura de preenchimento de

valores de campos do novo Edidoc, o gerador de

documentos padronizados do BrOffice.org. O novo Edidoc

j possui uma verso beta, atualmente em testes no

Tribunal Regional do Trabalho da 4 Regio. Abaixo,

possvel ver a tela de digitao de valores de um grupo de

campos, onde os campos so separados por ponto e

vrgula.



artigo |

OOoCon 2010, uma abordagem tcnica | Por Gustavo Pacheco

certo que na prxima verso do Edidoc

implementaremos esse dilogo utilizando o Uno Grid

Control, que permitir uma organizao muito melhor parao preenchimento dos dados pelo usurio.

Uma das palestras mais concorridas foi a de Eike Rathke,

um dos desenvolvedores do Calc. Eike apresentou as

novidades da verso 3.3, entre as quais a ampliao do

nmero de linhas at 1048576 (em vez das atuais 65536),

as guias de planilhas coloridas, a definio automtica de

filtros por intervalo (quando selecionada uma linha inteira)

e o arredondamento automtico de um nmero com

muitas casas decimais a partir da mudana da largura da

clula.

A apresentao de Eike foi agradvel e com um desfecho

bastante interessante para ns. Um issue (registro de

melhoria) recente e grave, relacionado a datas e

identificado na lista de usurios poucos dias antes do

evento, foi registrado por Olivier Hallot e extensamente

debatido no projeto de controle de qualidade do

OpenOffice.org (issue 114020). Eu tambm fiz uma srie

de testes relacionados ao problema antes da conferncia,

identificando a data limite a partir da qual o problema no

mais se manifestava: 02/01/1914. No entanto,

casualmente, eu e Olivier no tnhamos conversado sobreisso at a palestra de Eike Rathke. Logo aps a palestra,

Olivier apresentou o registro para Eike, que, com a

informao da data exata, identificou rapidamente o

problema, relacionando-o com o timezone utilizado. De

fato, como o desenvolvedor alemo apresentou, o

problema recorrente e j havia sido identificado em

outros cenrios similares. Quem desejar mais

informaes pode acompanhar o issue 114020 e,

tambm, o issue 105864, aberto pelo prprio Eike.

Acredito que este breve relato tenha contextualizado um

pouco do que foi a OpenOffice.org Conference 2010

quanto s novas funcionalidades. Muito mais pode ser

escrito, no s por mim, mas pelos outros participantes do

evento. Alm das questes tcnicas, os resultados

estratgicos da conferncia de aniversrio de dez anos do

projeto certamente indicaro o caminho que o aplicativo

seguir para os prximos anos. Nesse contexto, estamos

seguros de que o Projeto BrOffice.org ser uma pea

importante no que vir pela frente.

Verses anteriores

Verso 3.3

Esses recursos e as demais novidades das outras

aplicaes da verso 3.3 aparecero no Relatrio de

funcionalidades da verso 3.3, no qual j estou

trabalhando e que imagino pronto antes mesmo do seu

lanamento definitivo.

Eike Rathke demonstra a criao de filtros noCalc 3.3.
http://www.broffice.org/revistahttp://documentfoundation.org/http://www.broffice.org/revista



Por: Rui Ogawa

Arquiv

opessoal

dica|

Ao acessar a pgina de

encontrei pacotes apenas para as seguintes plataformas:

Windows x86

GNU/Linux x86 RPM

GNU/Linux x86-64 RPM

Mac OS X x86

Cdigo Fonte

Conseguindo os arquivos de instalao

Instalao e

primeirasimpresses



Arquivopessoal

LibreOffice 3.3 beta Instalao e primeiras impresses | Por Rui Ogawa

dica|

Senti falta, a princpio, de pacotes DEB tanto para x86 quanto para x86-64. Por deduo, copiei um dos links para

download e omiti o nome de arquivo, deixando a URL at o diretrio, como em:

http://download.documentfoundation.org/libreoffice/testing/

O download transcorria de forma tranquila e relativamente rpida, com taxa de transferncia emtorno de 200 Kbps. Resolvi cancelar o download via HTTP e experimentar via Bittorrent.

Possivelmente por falta de seeders, o download

se demonstrou terrivelmente lento. Retomei o

download via HTTP. Salvei o arquivo LO_3.3.0-

beta1_Linux_x86-64_install-deb_en-US.tar.gz

no diretrio que costumo salvar meus

instaladores e iniciei a instalao.
http://www.broffice.org/revistahttp://download.documentfoundation.org/libreoffice/testing/%22%20%5Ct%20%22_blankhttp://download.documentfoundation.org/libreoffice/testing/%22%20%5Ct%20%22_blankhttp://www.broffice.org/revista



Entrei como usurio comum no diretrio onde salvei o arquivo e descompactei-o

rogawa@akai:~$ tar zxvf LO_3.3.0-beta1_Linux_x86-64_install-deb_en-US.tar.gz

Depois disso, entrei no diretrio en-US/DEBS

rogawa@akai:~$ cd en-US/DEBS/

E em seguida instalei todos os arquivos .deb

rogawa@akai:~/en-US/DEBS$ sudo dpkg -i *.deb

[sudo] password for rogawa:

Em seguida, entrei no diretrio

rogawa@akai:~/en-US/DEBS$ cd desktop-integration/

E instalei os menus...

rogawa@akai:~/en-US/DEBS/desktop-integration$ sudo dpkg -i libreoffice3.3-debian-menus_3.3-9526_all.deb

Cliquei no item LibreOffice 3.3 Writer, e

a primeira surpresa veio com a tela de

splash. Achei ela muito bonita, limpa e

de muito bom gosto. Notei que o

LibreOffice demorou mais para carregar

que o BrOffice.org.

A instalao

Aps a instalao, as

entradas de menu foram

criadas em [Escritrio],

organizadas em ordem

alfabtica.

Abrindo o LibreOffice

pela primeira vez


dica|



A interface do usurio no sofreu grandes modificaes. A nica

diferena que notei foi a presena de uma barra de busca,

chamada [Find] ao lado da barra de ferramentas [Standard].

Uma surpresa agradvel foi notar

que a instalao j habilita cinco

excelentes extenses. Report

Builder, PDF Import, Presentation

Minimizer, Presenter Console e

Wiki Publisher.

Agora, ao acessar as propriedades do

documento em [File] > [Properties...] temos a

aba [Security]. Nela h as opes de

alteraes que esto tambm no menu

[Edit] > [Changes] como abrir o arquivo no

modo somente leitura, inserir uma senha e a

gravao de alteraes.

O LibreOffice Writer

Principais mudanas

Propriedades do arquivo

Esta ltima opo interessante, pois quando est habilitada ele registra as alteraes, quem a fez e em que

horrio. Excelente para trabalhos colaborativos.

A funao [Format] > [Change

Case] apresenta agora, alem

de [Uppercase] e [Lowercase],

as opes [Sentence case],

[Capitalize every word] e[tOOGLE cASE].

Caixa alta e caixa baixa


dica|



Agora, a tela [Print...] sofreu total reformulao. Todas as opes de impresso, que antes eram acessveis

pelo boto [Options...] agora esto todas numa nica tela, dispostas em quatro abas e com um elegante

preview no lado esquerdo.

Interessante notar que a segunda aba tem opes especificas do aplicativo. No Writer temos [Pagebackground] e [Hidden text] enquanto no Impress h [Slide name] e [Date and time], por exemplo.

Abri os outros aplicativos e, mesmo verificando cuidadosamente todos os menus e opes de cada um, no

encontrei nenhuma nova funcionalidade que pudesse receber destaque. As alteraes que esto acima seaplicam aos demais aplicativos.

Os demais aplicativos

Configurar impressora

Em [Printer Settings] houve a remoo das opes [Reversed] e [Create single print jobs]. Provavelmente por se

tratar de recursos pouco utilizados.


dica|


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Revista BrOffice 015

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