Revista Bureau 15

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1 A revista de quem faz a pecuária nacional DISTRIBUIÇÃO NACIONAL - R$ 14,90 DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA ASTRO DO NELORE Zezé Di Camargo multiplica a genética de grandes animais e encara o desafio de promover um leilão inédito na trajetória de cantor e empresário de sucesso. Embalado pela produção de touros no sertão goiano o pecuarista revelação investiu em matrizes de ponta e oferece ao mercado embriões e animais elite em um curto espaço de tempo.

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Publicação voltada para o agronegócio.

Transcript of Revista Bureau 15

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A revista de quem faz a pecuária nacional

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ASTRO DO NELOREZezé Di Camargo multiplica a genética de grandes animais e encara o desafi o de promover um leilão inédito na trajetória de cantor e empresário de sucesso. Embalado pela produção de touros no sertão goiano o pecuarista revelação investiu em matrizes de ponta e oferece ao mercado embriões e animais elite em um curto espaço de tempo.

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Já imaginou investir em novos horizontes?Há 45 anos a Scopel transforma áreas em bairros planejados. Os

empreendimentos são legal izados, ambientalmente responsáveis e

contribuem para o desenvolvimento do município. Em plena expansão,

estamos presentes em mais de 15 estados e 70 municípios em todo

país, e queremos estar no seu também. Isto é abrir novos horizontes.

Este é o nosso negócio e pode ser o seu também. Acesse nosso site,

conheça melhor o que fazemos em todo o país e seja nosso parceiro.

Novos HorizontesOnde tem SCOPEL tem bons negócios.

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NOSSA CAPA

Zezé Di Camargo, em cena de fotosna fazenda É o Amor.

DIRETORESSérgio A Cano Garcia Ilmara de Paula Vieira

[email protected]@bureautv.com.br

FOTOSFábio Fatori

DIREÇÃO DE ARTEEverton Cunha

REDATORESSérgio A Cano Garcia - Ilmara de Paula VieiraThaís Pompêo - Priscilla Rios - Pilar VelasquezLuiz Pitombo

REVISÃOMarília Silva Vieira

ASSINATURABureau Propaganda e Publicidade Ltda.Rua Tenente João Figueiredo Nº 375 Bairro Taquarussu - CEP 790180-630Tel (67) 3331-4727 ou [email protected] Grande-MS

[email protected]

Queremos saber seus comentários, suas sugestões paraa pauta da revista, suas críticas. Assim poderemos levaraté você uma revista melhor, sempre! Escreva para nós:

VOCÊ FAZ O bureau

LEITOR

Peter Drucker, um dos maiores gurus de administração do século XX

Pode ser dito sem grande supersimplificação,que não há países subdesenvolvidos. Há apenas os subadministrados.

“Parabéns pela revista que está muito bonita e interessante. Gostei muito da matéria com o Jonas Barcellos. Um abraço!”

Paulo Golim

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STAFF

Ilmara de Paula VieiraCoordenadora

Sérgio A Cano GarciaCoordenador

Thaís PompêoJornalista

Priscilla RiosJornalista

Luiz H. PitomboJornalista

Pilar VelasquezJornalista

Fábio Fatori Zzn Peres Renata Miziara

FOTOGRAFIAS

Everton CunhaDireção de Arte

COLABORA

DORESRafael R. de Lima Filho Kátia Abreu Emílio Fanton

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EDITORIAL

Quando uma raça provada como o Nelore encontra um astro que atrai milhões de fãs em diferentes palcos do país, o resultado é maravilhoso, mesmo que alguns possam dizer que a raça não precisa disso, a fama e o talento aumentam a visibilidade do negócio. E o leilão que vai agitar a noite paulista será o primeiro de mais uma série de capitulos de sucesso da raça Nelore.

Nesta edição da revista bureau, percebemos que o Zezé Di Camargo é um criador por vocação. E o cantor explica como um menino simples se tornou um empresário de sucesso e apaixonado pelo Nelore. Chegou a ter 25 mil cabeças de gado no MT e GO e agora se dedica ao Nelore PO. Investir em genética é uma opção do cantor que, ao lado dos irmãos, tem participação em vários outros negócios.

E com foco em empreendedores, mostramos o trabalho de Rosana e Danilo Gamba, que transformaram as táticas do varejo na diversidade de produtos oferecidos pela Fazenda Farofa.

Lições como as de Alfredo Zamlutti Júnior que soube virar a página de uma história ainda nebulosa da economia brasileira para se tornar um dos grandes investidores de genética.

E para provar como aqueles que se dedicam ao Nelore têm seus nomes eternizados produzimos uma reportagem sobre os 50 anos de seleção de Cláudio Garcia de Souza – o Claudio do Totó, que prepara o lançamento de um livro com a trajetória de vida de um cidadão e pecuarista brasileiro.

Esta edição da revista bureau traz também o trabalho dos criadores de Senepol, uma raça introduzida no Brasil pelo visionário João Arantes. Um animal resistente ao calor que ganha terreno no Brasil e países vizinhos.

Aproveitem a leitura!

Sérgio A Cano Garcia

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16, 17 e 18 SETEMBRO

Chácara Mata Velha • Uberaba MGD U R A N T E A E X P O I N E L

Sexta-feira, sábado e domingo.

20h

Padrão de Qualidade

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Todo o ATUAL time de pista E DOADORAS Mata VelhA!

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bureau

Alfredo Zamlutti Júnior já foi um grande banqueiro mas foi na pecuária que encon-

trou segurança no período mais turbulento de sua vida. Agora, em uma nova etapa, o

pecuarista volta a investir nas fazendas da família e na genética da raça Nelore.

Lapidado pelo clima escaldante do Mar do Caribe, o Senepol é o taurino que veio para

incrementar a pecuária brasileira. Dócil, fértil e muito rústica, a raça já conquista espaço de respeito no meio de tradicionais criadores do país e alcança reconhecimento internacional.

Cláudio Garcia de Souza comemora 50 anos de seleção com o lançamento de

um livro autobiográfico com fatos e fotos que marcaram a trajetória de grandes

selecionadores da raça Nelore.

Conheça o trabalho da Fazenda Farofa, de Rosana e Danilo Gamba, uma seleção focada no varejo do

Nelore elite. Os empresários chegam a participar de 50 leilões por ano, comercializando cerca de 20 animais

e 30 prenhezes anualmente. Uma das principais fornecedoras de genética da raça no país.

RAÇA

PERFIL

TRADIÇÃO

EMPREENDEDOR

Centrais de semên apostam em um aumento de 20% nas vendas em relação ao ano

passado. Com a cria valorizada o mercado de touros também ganha força e os leilões

batem recorde de preço e liquidez.

MERCADO

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ÍNDICE

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Na fronteira agrícola dos estados de Pernambuco, Bahia e Minas Gerais, Newton Matsumoto fez brotar do solo árido a mais doce uva de mesa. O produto exporta 800 toneladas da fruta para Estados Unidos e Europa e conta o segredo da fruticultura sustentável em pleno Nordeste.

A amazona e empresária Heloísa Sá encontrou na força do country a inspiração para criar um espaço elegante, a Heloísa Sá Decor. Com peças de vários cantos do mundo, a loja traz uma curadoria muito charmosa para dar um toque sofisticado, seja na casa de campo ou da cidade.

O gramado do castelo de Windsor, na Inglaterra, recebeu o time brasileiro de polo para uma partida histórica: o centenário do Coronation Cup, o jogo mais esperado do calendário de polo do Reino Unido. O evento foi ciceroneado pelo Príncipe Philip, marido da rainha.

Em Avaré, interior de São Paulo, o jovem criador Felipe Belinatto transformou o Haras Santa Felicitá em uma referência nacional quando se fala na raça Quarto de Milha. Uma seleção formadora de campeões, o segredo ele revela nas páginas desta edição.

DECORAÇÃO

NEGÓCIOS

ESPORTE

CAVALOS

Zezé Di Camargo lança um novo sucesso, o Nelore PO “É O Amor”. Com lotação garantida, a estreia desse espetáculo de raça está previsto para outubro, no 1º leilão organizado pelo cantor. Confira a história de amor que levou à ascensão dessa marca, aos projetos de Zezé e aos carros-chefes do remate.

GENÉTICA

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bureau

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Eduardo Biagi Ademir Belinatto

Norival Bonamichi

Carlos Alberto da Silva

Abelardo Lupion

Jonas Barcellos

Felipe Picciani

Carlos Viacava

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bureau MERCADO DE TOUROS

HORIZONTE POSITIVO PARA A VENDA DE TOURINHOS E SÊMENLuiz H. Pitombo

Os preços do bezerro e da arroba devem dar suporte a uma boa comercialização para a estação de monta deste ano, onde a IATF dá sinais de que continuará a crescer.

O primeiro semestre de 2011 não apresentou uma va-lorização tão forte do bezerro como no ano passado, mas os preços também não andaram para trás, com

o cenário mantendo-se promissor para o setor de cria na pecuária de corte. A partir dessa avaliação, Hyberville Neto, analista da Scot Consultoria, de Bebedouro,SP, acredita numa boa movimentação do mercado de tourinhos para este ano.

Como normalmente acontece, o analista diz que os negó-cios na primeira metade do ano não aconteceram em grande volume, o que deve acontecer agora no segundo semestre. Em relação ao comportamento dos preços, aponta que o Nelore PO acompanhou a arroba e foi comercializado na média do primeiro semestre em torno de R$ 4 mil, ou 11% a mais que igual período do ano passado. Para o restante do ano, considera que os preços possam permanecer firmes no mesmo patamar médio do segundo semestre de 2010, que atingiu R$ 4,4 mil, ou mesmo mostrar uma pequena valorização, pois lembra que esses já trazem boas majora-ções de períodos anteriores.

Uma novidade destacada por Hyberville é que o governo estabeleceu, no Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012, uma linha de financiamento para a aquisição de reprodutores e

matrizes. Os recursos estão disponíveis no montante de até R$ 750 mil por produtor, com juros de 6,75% e carência de até 18 meses. Caso sejam realmente utilizados, diz que po-derão trazer reflexos favoráveis e que será mais um elemento a contribuir para a firme sustentação do mercado. Contudo, ressalva que esses recursos precisam chegar até o pecuarista e que a burocracia pode dificultar.

No último trimestre de 2010 e no primeiro de 2011, o analista comenta que ocorreu um aumento no abate de matrizes, mas diz que não acredita que esteja ocorrendo uma virada no ciclo de alta da pecuária de corte, pois iden-tifica a influência de aspectos pontuais. Apesar da cria estar numa boa fase, lembra que ao final do ano passado houve uma valorização da vaca gorda que atraiu pecuaristas que desejavam aproveitar os bons preços da categoria. Quanto ao início deste ano, atribui o fato ao descarte de fêmeas que não emprenharam na estação de monta anterior, que apre-sentou atraso nas chuvas com matrizes, mostrando uma recuperação de sua condição corporal abaixo da ideal, o que comprometeu as taxas de prenhes.

Calos Alberto Mestriner, da Agropecuária Ônix, de Birigui,SP, também não identifica uma inversão do ciclo pe-

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bureau

da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) tem trazido ao setor de corte, comentando que existem sinais de que sua utilização continuará em alta. Ele considera que a técnica tem provocado uma migração dos usuários da inseminação con-vencional, e não propriamente a adesão de novos produtores. Porém, espaço para crescer existe, pois estima que apenas 7% das matrizes de corte sejam inseminadas.

Um exemplo da animação que reina entre as centrais é o da ABS Pecplan. Vasco Beheregaray, gerente das raças europeias de corte, prevê para este ano um crescimento nas vendas de pelo menos 20% sobre o ano passado, um percentual que já foi conquistado no primeiro semestre. Ele salienta que contri-buiram para isso as boas vendas conquistadas no estado do Pará, impulsionadas pela IATF, e um esforço da própria equipe da empresa. Beheregaray reconhece que já esperava um bom desempenho para 2011, em função do valor dos bezerros e das boas perspectivas para o mercado da carne, confirmadas no recente Congresso Internacional da Carne, que aconteceu em Campo Grande, MS. Ele acrescenta que a recuperação do cruzamento industrial tem impulsionado as vendas do seu segmento nos últimos anos e que a raça Angus se mantém na liderança da comercialização, após superar a variedade

cuário, afirmando que a cria mantém seu bom momento. Ele cita como exemplo o resultado de remate que promoveu em junho na Exposição de Três Lagoas, MS, em conjunto com a Zeus Agropecuária, onde comercializou mais de 2 mil bezerros Nelore e de cruzamento industrial, com os machos saindo pela média de R$ 855 e as fêmeas por R$ 635, também na média. No mesmo evento, comercializou perto de 60 tourinhos Nelore pela média de R$ 6,8 mil.

Ao final de julho, em Araçatuba, SP, esses dois criatórios e o Nelore Jal realizaram outro remate, o 4º Especial de Touros, com a venda de 170 reprodutores Nelore, também com avaliação genética (ANCP), atingindo média perto de R$ 6,1 mil, valor similar ao mesmo evento do ano passado. Mestriner diz que esperava uma evolução de 10% nessa média, mas, que, mesmo assim, considera o valor atingido como muito bom e remunerador. Também destaca a liqui-dez da oferta, que foi 10% superior à versão de 2010, e a excelente distribuição das vendas, que atingiu dez estados.

Numa avaliação ampla desse mercado, acredita que a venda de tourinhos deva continuar com liquidez e preços firmes, podendo mostrar alguma acomodação de valores frente ao primeiro semestre pela maior oferta. Ele lembra

Hyberville Neto, analista da Scot Consultoria.

Gustavo Morales Brito, gerente do setor.Na área das raças zebuínas de corte da mesma central, a comercialização

também já avançou em 20% sobre o ano. Vermelha, que atualmente ocupa a segunda colocação.Na área das raças zebuínas de corte da mesma central,

a comercialização também já avançou em 20% sobre o ano anterior, com o Nelore na frente, embora o ano possa fechar com evolução ainda maior, como avalia Gustavo Morales Brito, gerente do setor. Um fato que contribuiu para impulsionar as vendas, como informa, foram novos animais que entraram em sua bateria de touros, gerando uma venda acima da habitual na Expozebu, em maio. Para o bom desempenho do ano, além da oferta de animais com avaliação genética positiva, também ressalta o impacto positivo na ampliação no uso da IATF.

O gerente conta que foi importado do Canadá um equi-pamento para a avaliação da eficiência alimentar de repro-dutores, num trabalho realizado em parceria com o Rancho da Matinha, de Luciano Borges. Os primeiros reprodutores Nelore assim avaliados devem ser apresentados em 2012, considerando que será um bom fator para estimular ainda mais os seus negócios.

que a categoria já sentiu uma boa valorização nos últimos anos e que os produtores de bezerros têm investido na ati-vidade buscando utilizar boas matrizes e reprodutores de qualidade. “A produção de tourinhos é um bom negócio, o mercado firme e gostoso de trabalhar”, diz Mestriner.

Maior volume de sêmen - Lino Rodrigues Filho, presiden-te da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), ao comentar os resultados do setor no primeiro semestre, afirma que “o pessoal está feliz com as vendas de sêmen, pois elas têm evoluído bastante”. Sobre o quanto teria sido este crescimento, conta que aguardava a conclusão de le-vantamento entre os associados da entidade, mas até que este esteja finalizado, mantém para 2011 a estimativa de um crescimento de 15% nas vendas sobre as 6 milhões de doses das raças de corte comercializadas no ano passado.

Rodrigues Filho destaca o impacto positivo que a adoção

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bureau MERCADO DE TOUROS

Em Rendenção, no Pará, Carlos Mafra, reuniu criadores para o seu primeiro Leilão de Touros Nelore Mafra Agropecuária no início do mês de agosto. O remate, que aconteceu no tattersal da fazenda, faturou mais de R$ 1,7 milhão - 116 touros Nelore PO obtiveram média de R$ 7,5 mil; 309 bezerras Nelore de corte alcançaram média de quase R$ 850; e os 460 bezerros Nelore de corte ficaram com quase R$ 1,3 mil de média. O lote mais valorizado foi Hamal 7 TE da Mafra, touro já contratado pela Central ABS Pec Plan. 50% dos machos foram vendidos por R$ 84 mil para Sebastião Huguinim Leal da Fazenda São Sebastião, de Xinguara, PA, que também foi o maior investi-dor do remate.

CARLOS MAFRA COMEMORA A ESTREIA DE SEU PRIMEIRO LEILÃO DE TOUROS NO PARÁ

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bureau

MEGALEILÃO CFM ATINGE R$ 7,5 MILHÕES

O 13º Megaleilão de touros Nelore CEIP da Agro-Pecuária CFM reúne mais de 700 pecuaristas e bate novo recorde de público e efetivação de ne-gócios, em três dias de negócios, na cidade de São José do Rio Preto (SP). O faturamento acumulado com a venda dos 701 touros e 463 fêmeas Nelore CEIP atingiu quase R$ 7.6 milhões, valor 26% maior que o registrado no evento de 2010, registrando liquidez total e grande interesse dos pecuaristas presentes. Ao todo foram efetivados 78 negócios distribuídos por 13 diferentes estados de todas as regiões do país. Segundo Luis Adriano Teixeira, coordenador de pecuária da CFM, o balanço do Megaleilão 2011 é extremamente positivo, pois participaram clientes novos e mais antigos, o que prova que a confiança no trabalho realizado pela CFM há mais de 32 anos se multiplica e se renova ano após ano. O preço médio registrado na batida do martelo do Megaleilão foi de mais R$ 10.1 mil para os touros e R$ 3.5 mil com lotes de fêmeas. Entre os 10 touros TOP do Teste de Progênie 3 centrais de Inseminação (CRV Lagoa, Semex e Alta) participaram da compra ou já contrataram os tou-ros, comprovando a importância da genética CFM para o mercado brasileiro. O principal destaque foi para “CFM Trunfo”, adquirido 50% em condomínio pela CRV Lagoa, pelo pecuarista Luis Otávio Matias e pela Agropecuária Santa Barbara e arrematado por R$ 112 mil. No geral, a média de preços dos touros TOP atingiu R$ 45.920.

TOURO CFM BATE RECORDE DE VENDA DE SÊMEN

No mês em que a central de genética bovina CRV Lagoa comemora 40 anos, o touro Nelore Backup, da sua bateria de reprodutores, atingiu a marca histórica de 463 mil doses vendidas e se torna o novo recor-dista de produção de sêmen da pecuária brasileira.

Com isso, Backup, que tem 10 anos, ocupa a posição que durante vários anos foi ocupada por seu pai, o touro nelore Fajardo da GB, que produziu 460 mil doses ao longo da vida. Ele morreu há dois anos. Backup veio do núcleo PO da seleção da CFM Agro-Pecuária, do interior paulista, e coleciona outro recorde em seu currículo: a comercialização de 20 mil doses em um único mês – maio de 2010.

O selecionador Cícero de Souza promoveu em julho o tradicional Leilão Reprodutores Nelore 42. O remate aconteceu na Estância Orsi, em Campo Grande, e reuniu 800 pessoas. Foram comerciali-zados 100 touros Nelore a campo a quase R$ 1,6 milhão, com a incrível média de R$ 10,25 mil. Os dois maiores compradores foram: o Grupo Agro Golin, de Paulo Golin, e Guttenbergue Machado. Entretanto, o lote mais valorizado foi arrematado por York da Silva Corrêa. O criador pagou R$ 33,6 mil para levar para casa Ulíaco FIV da 42, um filho do Helíaco da Java com a Hellen TE J.Galera.

Outro evento que atraiu importantes neloristas de Mato grosso do Sul aconteceu durante a Expotrês, em Três Lagoas. O Leilão Produção CS, de Cláudio “Totó”, um dos grandes selecionadores do país, movimentou

NO MATO GROSSO DO SUL, DOIS LEILÕES DE PRODUÇÃO ESQUENTARAM O TATTERSAL EM CAMPO GRANDE E TRÊS LAGOAS.

cerca de R$ 1,3 milhão na venda de 300 animais, entre eles fêmeas e tourinhos a campo. As fêmeas alcançaram média de R$ 3,7 mil e os machos R$ 5 mil. O lote mais valorizado foi o touro IAO FIV CS, um campeão de pista do estado. 50% dos reprodutores foram vendidos por R$ 35,7 mil para Valdomiro Mar-tinez Sanchas, de Três Lagoas.

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bureau MERCADO DE TOUROS

SAFRA DE BEZERROSRENDE 11,8 MILHÕESDa Redação

A Agro Santa Bárbara, o maior empreendimento pe-cuário a pasto do mundo, organizou com sucesso absoluto o 1º Megaleilão de Bezerros da fazenda. O

evento aconteceu em Redenção, PA e vendeu mais de 10 mil bezerros de corte em pouco mais de três horas, para 18 compradores.

Para agilizar o remate, foram separados em 48 lotes padronizados, cada um deles equivalente a sete cargas de 30 cabeças. Uma amostra de 30 machos foi apresentada no recinto e o restante, apresentado em vídeos, ficou na fazenda. O comprador pode optar por levar o lote comple-to (210 cabeças) ou permitir que o restante do lote (180 cabeças) voltasse ao pregão.

Foram ofertados animais disponíveis em seis localida-de diferentes, o que permitiu que os compradores de San-tana de Araguaia, Cumaru do Norte, Redenção, Xinguara, Marabá e São Felix do Xingu escolhessem os lotes mais próximos de suas fazendas, evitando gastos desnecessá-rios com frete.

Com liquidez absoluta dos lotes, o remate obteve média de quase R$ 1,2 mil.

Outro destaque do leilão ficou por conta da venda de 3.900 produtos de Inseminação Artificial (IA) com identi-ficação dos pais. “Todo o gado comercializado ficará no estado do Pará, já que os pecuaristas residentes de outros

estados adquiriram os animais para engordar em fazendas no território paraense”, explica Fábio Dias, coordenador do Programa de Melhoramento Genético da Agro Santa Bárbara.

Ao longo dos últimos cinco anos, a Agro Santa Bárba-ra realizou mais de 250 mil inseminações artificiais. Os bezerros comercializados têm como principais caracte-rísticas o rápido crescimento, excelente ganho de peso e a uniformidade, sendo, assim, excelentes para engorda.

Um novo recorde para a pecuária brasileira – um fa-turamento de R$ 11,8 milhões com bezerros de uma só safra e de uma só marca.

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bureau LEILÃO

E DEPOIS DO LEILÃO MATA VELHA....

A SELEÇÃO CONTINUA

Preparar um leilão sem precendentes na história do Nelore foi uma tarefa que envolveu os 82 funcionários da

Fazenda Mata Velha em uma interminável rotina. No escritório, em Uberaba, não há mais tempo para admirar flamulas e lem-brar as conquistas de quatro décadas de seleção. Mesmo a imponente e mais cobi-çada taça, de Melhor Criador da Raça Ne-lore, aparece solitária na sala de troféus. O trabalho intenso de organizar registros, do-cumentos e atestados reprodutivos de uma centena de animais, absorve o escritório em tardes sem fim.

Nas baias da fazenda, os tratadores também se concentram no cuidado e na toalete dos animais. Afinal, todo o time pista que levou a Mata Velha do topo do Ranking Nacional foi escalado sem reservas para o leilão. Mesmo aqueles que fizeram os tra-tadores derramar em lágrimas de emoção nas principais pistas do país. Nem a bezer-rada e os animais jovens com um futuro brilhante nas exposições, como a bezerra Cris FIV Mata Velha e o garrote Carreto FIV Mata Velha, escaparam da decisão do se-lecionador Jonas Barcellos de se retirar das pistas. “Na Expozebu deste ano, todos os nossos animais de pista foram premiados e essa geração mais nova conquistou os prê-mios mais importantes”, reforça o gerente de pecuária, Nilo Sampaio Junior.

Antes de enfrentar três noites de leilão, Jonas refletiu bastante. “Na verdade, há 3 anos eu já pensava em vender o gado de pista para me dedicar mais aos meus ne-gócios e a minha família, mas só este ano eu tomei a decisão”, confessa.

Além do time de pista, a Mata Velha também escalou as doadoras de parceria com outros criadores, principalmente aque-las que produzem os animais de baia. En-tre elas as campeãs nacionais, Parla AJJ, Elegance II, Dália, Nalisha FSI e a Suave Essencia Santarém candidata ao título de grande na Expoinel. “Seria muito fácil eu simplesmente parar com a pista e ficar com

O troféu de Melhor Criador da Raça Nelore, as

doadoras escaladas para o leilão e a equipe de baia da

Mata Velha

Por Sérgio A Cano Garcia

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esses animais na Mata Velha, mas isso se-ria egoísmo da minha parte”, explica Jonas.

Entre as doadoras é ainda mais difícil es-colher as melhores, já que todas são prova-das pela qualidade da produção, mas três fêmeas entraram na disputa, a Recordação FIV Mata Velha e a Varapa FIV Mata Velha, descendentes diretas das melhores famí-lias da seleção de Jonas Barcellos. Entre os animais de sociedade com outros criadores destaque para uma doadora que virou uma matriz maravilhosa, a Absoluta da Verdana. “Eu não poderia vender o gado campeão e ficar com as mães. Não seria honesto da nossa parte e só por isso decidimos vender essas doadoras maravilhosas”, confirma o selecionador.

Engano de quem pensa que a Mata Ve-lha está deixando o Nelore de maneira de-finitiva, até porque a fazenda investiu muito na aquisição e manutenção do gado POI na Índia. Os embriões importados no final de 2.009 estão começando a nascer e no gado PO a Mata Velha espera o nascimento de 1,2 mil embriões para este ano. “O merca-do precisa entender que a minha opção de deixar as pistas foi por uma necessidade pessoal, mas eu vou continuar com o me-lhoramento genético”, enfatiza Jonas.

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bureau EMPREENDEDORA

NELORE A VAREJOPor Thais Pompêo

Depois de trabalhar quase 30 anos na distribuição de bebidas, Rosana Gamba aplica o know-how varejista na pecuária elite.

“Nós temos uma gama muito grande de produtos em prateleira, das melhores famílias do Nelore nacional, à disposição e em larga escala. Queremos atender todo mundo, temos para todos os gostos”.

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A receita da Farofa é uma mistura de altos investi-mentos em qualidade e em estratégia somados a uma vasta experiência no comércio e na pecuária.

Ingredientes que garantem o sucesso do negócio, em que toda a liga vem da postura empreendedora dos empresá-rios Rosana e Danilo Gamba. “Quando nós estávamos à frente da distribuidora de bebidas da Schincariol, nosso maior foco era o varejo. Tínhamos que estar o tempo todo juntos; nós conhecíamos nossos clientes, suas necessi-dades e dificuldades. Na pecuária, estamos fazendo o mesmo trabalho”, conta a criadora.

Rosana é descendente de uma família de industriais italianos especializados no ramo de cervejaria e de refrige-rantes. A aptidão pelos negócios foi um talento transmitido pela genética e aperfeiçoado durante 12 anos de trabalho

na empresa do seu pai, Geraldo Guitti, a Refrigerantes Convenção, e em outros 15 anos na área de distribuição de uma das maiores cervejarias brasileiras, a Schincariol, que na época estava sob a direção do primo irmão do seu pai, Nelson Schincariol. Lá, comandava uma logística de guerra com um batalhão de 800 pessoas e 150 cami-nhões para distribuir de 15 a 20 mil caixas de cerveja ao mês para os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás.

Habilidade e talento que a empresária tem aplicado há mais de 15 anos em um outro tipo de negócio: a pe-cuária. Rosana, literalmente, saiu das areias da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, para calçar bota e chapéu e conquistar a elite do Nelore no interior do país. Ao lado do marido e sócio, Danilo Gamba, forma o casal mais as-síduo dos leilões de elite. “Eu estou sempre entre Ubera-

A antiga sede Fazenda Nova Índia, foi restaurada para abrigar a Fazenda Farofa.

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bureau EMPREENDEDORA

A fazenda estava dando tão certo nas mãos de Rosana e Danilo, que em 2006, eles mudaram o rumo dos negócios. Ven-deram suas partes na distribuidora de bebidas Schincariol e entraram forte em um outro ramo de distribuição – o de ge-nética melhoradora da raça Nelore. Um investimento de milhões.

A nova fase foi marcada com a com-pra sistemática de doadoras. Com um di-ferencial: todas tinham que ser filhas dire-tas das grandes matriarcas do Nelore. A Xavana da Baluarte, uma filha da grande Cakaya, foi a primeira delas. Atualmen-

te, as cocheiras da fazenda abrigam 50 doadoras que representam muito bem as principais famílias do Nelore, como: Maab Essência (Essência TE da Guada-lupe x Big Ben), Lila e Lajota – filhas da grande Betina MJ do Sabiá, Fadamy I TE J.Galera, Fernanda (filha da Tapira Zeb VR), entre muitas outras. Doadoras criou-las da Farofa também já incorporam o time de elite, uma delas é a Austrália FIV Farofa, que é Madri do Arrojo.

O resultado desse banco genético é uma vasta gama de acasalamentos. “Nós temos produtos em prateleira, à

disposição, em grande escala. Procura-mos atender todo mundo, temos para todos os gostos.”, avisa Rosana. Ao ano, a Fazenda Farofa promove em média quatro leilões, em parceria com a fa-zenda Joia da Índia durante a Expozebu, Feicorte, Expoinel e um quarto remate que acontece em Campo Grande, MS no mês de outubro. Isso sem contar a participação especial nos eventos que a MAAB promove na cidade de Ubera-ba durante a Expozebu e os outros 50 leilões em que participam como convi-dados em todo o país.

INJEÇÃO DE CAPITAL

ba, Rio de Janeiro e o resto do Brasil. Aliás, se você me perguntar onde eu passei a maior parte do meu tempo nos últimos meses, foi dentro de um avião (risos)... É que entre a Expoze-bu e a Expoinel o mercado aquece e, neste período, recebemos convites para participar de 15 a 20 leilões por mês! E nós fazemos o possível e o im-possível para estarmos presentes em todos eles”, conta Rosana que vende em média 20 animais e 30 prenhezes elite por ano.

A paixão pelo gado se mistura com a história de amor e cumplicidade do casal, já que começou junto o legado da Fazenda Farofa. “Eu e o Danilo nos encontramos muito cedo, ele foi meu primeiro namorado, eu tinha 12 anos e ele, 15. E, desde a época de namoro, a gente falava em mexer com gado, com o campo. Eu não sei exatamen-te de onde veio isso, é um amor pela natureza, uma identificação... Quem

sabe, estamos juntos para dar conti-nuidade a uma história com a pecuá-ria que começou em outras vidas...?”, reflete, sorrindo, a criadora.

Casaram em 1982 e dez anos depois adquiriram a Fazenda Farofa, localizada entre Carmo do Paranaíba e Patos de Minas, MG. Embora, nessa época, a pecuária não fosse a prin-cipal atividade empresarial do casal, os resultados já eram expressivos e saltavam aos olhos no campo.

A primeira grande aquisição e im-portante marco da seleção foi o touro Herói da Santa Marta, um macho ad-quirido no 5º Leilão da Naviraí, em 1994, do criador Cláudio Sabino Car-valho. Herói, filho do Ludy de Garça em vaca Endira da SM (Pakar POI OT), foi o primeiro touro de central da Faro-fa - eleito o melhor touro na Avaliação do Sumário da USP, contratado pela ABCS Pec Plan, onde ficou por mais de dez anos na central. Rosana e o marido Danilo Gamba

com Zeze Di Camargo.

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A popularidade nos tattersais é a pro-va do reconhecimento e do amadureci-mento da genética lapidada na fazenda. A busca pela perfeição é distribuída em duas frentes: Danilo é craque no papel, nos cruzamentos genéticos, acompanha o histórico dos indivíduos; Rosana tem um olho clínico, diferenciado para ava-liar a caracterização dos animais.

O gado elite da Farofa fica em Ube-raba, na segunda propriedade adqui-rida pelo casal. O imóvel é a antiga

Chácara Nova Índia, do Sr. Lucio Costa, que hoje também recebe o nome de Fazenda Farofa. Uma vitrine de quase mil hectares na rodovia do Zebu – a Br 050. Um dos principais pontos de encontro dos neloristas durante os eventos na capital do Zebu.

A fazenda funciona como uma in-dústria de genética. 25 funcionários fazem o manejo de cerca de 800 ca-beças - 50 doadoras, que estão ativas e produzem entre 1,5 mil e 2 mil em-

briões por ano, 500 receptoras (400 Guzonel e 100 cruzadas), 120 machos, o time de pista e os produtos que vão nascendo. “A gente gosta muito des-se trabalho, porque não é receita de bolo; de repente tem alguma coisinha que pode ser melhorada a cada novo cruzamento; e é muito bacana ver o resultado, depois de um ano. É raro nascer muito bem e depois não ficar um animal excepcional”.

Isso só é possível devido à forte

INDÚSTRIA NO CAMPO

As duas fazendas Farofa produzem em média 900 toneladas de milho, que geram em torno de 9 a 12 “Cilos- Bag” a cada safra, totalmente destinados ao consumo da fazenda. O sistema de cilagem é totalmente mecânico: as espigas de milho saem diretamente da moagem para as bisnagas e mantêm, em média, uma validade de até 3 anos.

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bureau EMPREENDEDORA

pressão de seleção. “Nós trabalhamos concentrado, não te-mos 10 mil cabeças, por isso eu consigo controle total das informações dos meus indivíduos. O que, basicamente, eu faço é ganhar tempo para o pecuarista através da seleção ge-nética como em um laboratório, ou seja, acelero o processo de abate do animal no campo. Minha acurácia e o meu descarte são muito altos. Faço diversos cruzamentos para chegar ao melhor patamar em diferentes características, como: habili-dade materna, ganho em peso, carcaça, etc. Eu tenho que acurar, porque o que eu vendo é o sangue pronto”.

Para garantir qualidade e precisão dos dados, todas as duas fazendas são totalmente informatizadas e os animais mapeados, desde o nascimento até o último estágio de vida,

através do Procam, da ABCZ, e do Geneplus Embrapa. Os dados são colhidos no curral e, via wireless e wi-fi, são trans-mitidos imediatamente, atualizando as informações da base de dados no escritório da fazenda, no escritório comercial, que fica no Rio de Janeiro, e também junto à ABCZ.

Cada detalhe recebe atenção especial para garantir a total satisfação do cliente da Fazenda Farofa. Uma empresa que traz para a pecuária um jeito novo de trabalhar e enxergar o negócio. “Não existe vitória sem trabalho duro. Tudo que a gente faz é sempre querendo ser o melhor. E sempre vai ter alguém que é melhor que a gente em algum momento; isso faz o progresso”. Uma receita executada com capricho e amor, reconhecida e aplaudida de pé por quem conhece a fundo a pecuária.

Fernanda TE Unimar

Maab Essência I FIVKaren TE da Santa Nice

“Minha acurácia e o meu descarte são muito altos.

Faço diversos cruzamentos para chegar ao melhor patamar em diferentes características, como:

habilidade materna, ganho em peso, carcaça e etc. Eu

tenho que acurar, porque o que eu vendo é o sangue

pronto” Rosana Gamba.

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Para comemorar sua 40ª edição, a Exposição Interna-cional do Nelore – Expoinel 2011 contará com muitas novidades para criadores, pecuaristas, estudantes e

profissionais do setor. O evento, que acontece entre os dias 15 e 25 de setembro no Parque Fernando Costa, em Ubera-ba (MG), contará com homenagens especiais para destacar aqueles que contribuíram com a realização e o sucesso da Expoinel ao longo desses 40 anos.

A entrada dos animais no parque acontecerá entre os dias 12 e 15 de setembro. A pesagem e a data base acon-tecem no dia 16 e os julgamentos acontecem de 18 a 25 de setembro, com a realização do Grande Campeonato nova-mente em um domingo. A Expoinel 2011 é exposição obri-gatória para o Ranking Nacional ACNB 2010/2011 e, nesta edição, seu resultado poderá ser utilizado na substituição

de um dos melhores resultados contabilizados nos campe-onatos dos Rankings Regionais Nelore. De acordo com o regulamento geral deste ano, para a Expoinel, o Índice de Bonificação, após apurado conforme o número de animais efetivamente submetidos a julgamento, será aumentado em 10%. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas até o dia 2 de setembro.

As principais atrações e iniciativas da ACNB realizadas nas últimas edições também serão mantidas, tais como o Projeto Saúde Brasil - Carne, que apresenta às crianças de ensino fundamental o funcionamento da cadeia produtiva da carne, a preservação ecológica e os passos para uma alimentação balanceada; a Cozinha Nelore Natural, que ofe-rece cursos ministrados pelo chef Paulo Ramos que ensina como aproveitar melhor a carne bovina e a preparar recei-

VOLTA DO MOCHO MARCA OS 40 ANOS DE EXPOINEL

Maior exposição brasileira da raça chega à sua 40ª edição repleta de novidades:inovação do ranking, homenagens especiais, novos leilões de touros e matrizesa campo, mostra científica, entre outras ações paralelas

EXPOINEL

Da Redação

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bureau

tas saborosas e nutritivas, e o Projeto Nelore Solidário, que pelo quinto ano seguido doará mais uma tonelada de carne bovina para instituições benefi-centes de Uberaba e região. Também estão confirmados o Craques da Pista e o Churrasco de Confraternização para os tratadores e colaboradores do Par-que Fernando Costa.

A programação da 40ª Expoinel con-ta com uma novidade: além dos tradi-cionais remates e shoppings promovi-dos pelos melhores criatórios do país, serão realizados dois grandes leilões de touros e fêmeas a campo. “É uma iniciativa para aproximar os pecuaristas com o foco na produção de gado comer-cial. São animais de ótima qualidade

genética e essenciais para melhorar o rebanho e a produtividade”, aponta Fe-lipe Picciani, presidente da ACNB.

A Expoinel 2011 é uma realização da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) e conta com o apoio da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Dow AgroSciences Pas-tagem e GTAG – Marcadores Molecula-res do Nelore. Mais informações podem ser obtidas pelo (11) 3293.8900 ou [email protected]

1ª Mostra Científica Expoinel – A Universidade do Boi e da Carne, uma iniciativa da ACNB, realiza nos dias 20 e 21 de setembro a 1ª Mostra Científi-ca Expoinel. O evento visa promover a interação entre o setor produtivo e cien-tífico, demonstrando a importância dos trabalhos científicos para a evolução da atividade no país, com base no desen-volvimento de temas de abrangência nacional, fomentando, assim, o inves-timento dos criadores.

O período de inscrições e entrega dos resumos teve início no dia 11 de julho e vai até o dia 26 de agosto. Serão distri-buídos prêmios aos três melhores pôs-teres e apresentações, nos valores de R$ 1000,00 ao vencedor, R$ 600,00 ao segundo melhor trabalho e R$ 400,00 ao terceiro (todas as premiações em di-nheiro). As normas de formatação e re-gulamento para a participação no evento estão disponíveis no site da ACNB. Mais informações com Rodrigo Dias através do telefone (11) 3293 8900 e e-mail [email protected].

Durante a próxima Expoinel, em Uberaba, o presidente da ACNB, Felipe

Picciani, fará o lançamento das novas regras para o Ranking Nacional ACNB 2011/2012, que começa na Exposi-ção de São José do Rio Preto, SP, em outubro próximo e marcará a volta dos criadores de Nelore Mocho aos julga-mentos e ao Ranking Oficial. “Os de-safios são grandes e as divergências foram superadas, agora vamos cami-nhar juntos nas próximas exposições”, afirma Felipe. Para o criador de Nelore Mocho, José Roberto Giosa, o acordo foi possível pela franqueza no diálogo com Picciani. “Todos ganham com o entendi-mento e estamos prontos a colaborar. O avanço genético do Mocho acompanha o Padrão e o mercado poderá analisar as duas variedades do Nelore em con-junto. É mais uma opção para os cria-dores”, conclui.

NOVAS REGRAS PARA O RANKING 2011/2012

Os expositores e animais Nelore Mocho poderão participar tanto do jul-gamento conjunto como do julgamento exclusivo do grupo Nelore Mocho, na mesma exposição, desde que os julga-mentos não ocorram simultaneamen-te, ou seja, um julgamento deve estar encerrado para iniciar o outro. Para o julgamento exclusivo do Mocho, a ex-posição deverá contar com um mínimo de 60 animais e de 6 expositores.

As pontuações conquistadas por animais Nelore Mocho em julgamentos conjunto com o grupo Nelore padrão se-rão contabilizadas tanto para os campe-onatos nacionais Nelore como para os campeonatos nacionais Nelore Mocho.

As pontuações conquistadas atra-vés dos julgamentos realizados entre animais do grupo Nelore Mocho so-mente serão contabilizadas para os campeonatos nacionais de Nelore Mocho.

Quando um animal Nelore Mocho participar, em uma mesma exposição, tanto dos julgamentos com o grupo Ne-lore padrão, como do julgamento reali-zado somente entre animais do grupo Nelore Mocho, será contabilizada para o campeonato nacional Nelore Mocho, a maior pontuação conquistada por ele na exposição, considerando as duas modalidades de julgamento.Felipe Picciani, presidente da ACNB.

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Informações: (11) [email protected]

Realização: Apoio:

Leilões:

16/9 •••• sex •••• 20h •••• Leilão Mata Velha

17/9 •••• sáb •••• 20h •••• Leilão Mata Velha

18/9 •••• dom •••• 13h •••• Leilão Matrizes Brumado

18/9 •••• dom •••• 20h •••• Leilão Mata Velha

19/9 •••• seg •••• 20h •••• Leilão Perboni

20/9 •••• ter •••• 20h •••• Leilão Seleções Expoinel

21/9 •••• qua •••• 20h •••• Leilão Pérolas do Nelore

22/9 •••• qui •••• 20h •••• Leilão Joias da Raça

23/9 •••• sex •••• 13h •••• Leilão Estrelas da Expoinel

23/9 •••• sex •••• 20h •••• Leilão Prenhezes Expoinel

24/9 •••• sáb •••• 13h •••• Leilão Reprodutores Expoinel

24/9 •••• sáb •••• 20h •••• Leilão Prenhezes EAO e Guadalupe

Shoppings:

15 a 25/9 •••• 8h às 18h •••• Shopping Casa do Zebu

15 a 25/9 •••• 8h às 18h •••• Shopping Sete Estrelas

DE 15 A 25 DE SETEMBRO UBERABA - MG. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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PARTICIPE

EXPOINELDA40 Programação:

11/7 a 2/9 12 a 15/9

16/9 17/9, às 11h

18 a 25/9 25/9

• • • • Inscrições• • • • Entrada de animais• • • • Pesagem e data-base• • • • Solenidade de abertura• • • • Julgamentos• • • • Grandes campeonatos

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23/9 •••• sex •••• 20h •••• Leilão Prenhezes Expoinel

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24/9 •••• sáb •••• 20h •••• Leilão Prenhezes EAO e Guadalupe

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bureau TRADIÇÃO

ANOS DO

NELORE CS50 Por Sérgio A Cano Garcia

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bureau

O selecionador Cláudio Garcia de Souza é um contador de histórias reais que ajudaram a formar o patrimônio da pecuária nacional. Imagine como era criar o gado

em uma época em que não existia nem sequer a Insemina-ção Artifi cial. E a imensa difi culdade que os criadores tinham para produzir um touro melhorador utilizando exclusivamente a monta natural. Pois bem, nem por isso eles desistiram do negócio e ainda deixaram para as futuras gerações uma lição de persistência e de seriedade com o negócio da pecuária. São inúmeros os personagens dessa mesma história, imor-talizados na obra que será lançada no dia 30 de setembro, em Três Lagoas (MS), pelo Claúdio do Totó.

Foram 50 anos dedicados à seleção do Nelore e que resultaram na confecção do livro de 420 páginas, com fo-tos ilustrativas dos melhores momentos do Nelore CS. Da aquisição das primeiras matrizes do Brumado, em 1.961, do inesquecível campeonato nacional do Vasuveda CS, em 1.986, fi lho da Rupia POI CS com o Chakkar, até a atual consagração das netas e bisnetas da grande Ortografi a CS como grandes matrizes do Nelore, o livro reúne detalhes preciosos que resgatam as vitórias e mesmo algumas frus-tações vividas ao longo de meio século de criação.

Como escreveu o próprio Cláudio, “meio século, cinco décadas, bodas de ouro ou qualquer que seja a forma usada para signifi car este espaço de tempo, é um período longo exercendo ininterruptamente uma mesma atividade. Perse-guindo o mesmo objetivo, procurando conservar e preservar o que de bom e de melhor pode ser feito, sem esmorecer diante dos desafi os do dia a dia, das intempéries da vida,

Cláudio Garcia de Souza reúne em livro inéditoa trajetória de uma vida dedicada à pecuária.

A comemoração em Uberaba na Expozebu 86, que consagrou o reprodutor Vasuveda POI CS como o Grande Campeão do Nelore.

A comemoração em Uberaba na

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bureau TRADIÇÃO

tentando acertar sempre, foi meta perse-guida durante este tempo todo. Se cheguei, são e salvo até aqui, foi contando com os amigos, os colaboradores incansáveis, a herança digna dos meus pais, e a minha família toda, pois a criação é uma atividade que exige dedicação, observação e paciên-cia, obedecendo regras, aceitando conse-lhos e trabalhando constantemente em prol desta raça maravilhosa que é o Nelore”.

São palavras generosas de quem recla-ma por uma recompensa singela, “só dese-jo que meus amigos venham até Três Lago-as e participem ativamente do lançamento do meu livro”. Não é pedir muito para quem dedicou a maior parte da vida ao melhora-mento do gado de maneira profissional e repleta de detalhes. “Nesse livro eu conto fatos desconhecidos de muitos criadores sobre minha trajetória de pecuarista e ci-dadão. Eu já toquei gado e acordeão, falei em inglês e francês e plantei as primeiras braquiarias no cerrado. Só faltava mesmo

Entre muitos talentos reveladosno livro, está a licença de piloto de avião.

Família de Cláudio do Totó recebe homenagem da ACNB no NeloreFest 2009.

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bureau

escrever um livro que ficará para sempre à disposição dos amigos e das próximas gerações”.

Realmente, não foram poucas as faça-nhas do Claúdio do Totó, tais como a pro-moção do Leilão Arca de Nóe, que marcou o início dos grandes eventos transmitidos pela TV. Ou ainda, a coragem de promover o maior leilão de redução de plantel da histó-ria do gado puro, em 1.986, quando foram vendidas em um único dia 1.000 matrizes PO prenhes e paridas.

O prefácio do livro é do selecionador Orestes Prata Tibery Jr., um grande ami-go que o Claúdio chama carinhosamente de “amarelo” e de “primo rico”. Em um trecho, Orestinho escreve que “se você começar a ler o livro do Claúdio não faça outro compromisso para não chegar atra-sado”. Em resposta ao prefácio, o autor confessa que “meu pai, o Totó, só criava gado de corte e nas minhas andanças com o Orestinho pelas exposições, nas-

Entre vários leilões de sucesso, a redução

de plantel de matrizes PO e o Arca de Noé,

marcaram a trajetória do selecionador.

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bureau TRADIÇÃO

ceu o desejo de criar o Nelore PO. Comecei comprando 20 vacas eradas do tio Rubico, depois do Nenê Costa e do Torres Homem”.

Cláudio admite que não tinha nenhuma pretensão literária ao escrever, mas é um pe-feccionista por natureza e levou um bom tem-po para reunir as fotografias, textos e poemas que ilustram o sentido de uma vida. “Fiz o que pude e espero a compreensão dos leitores. Procurei ser o mais real possível em uma lin-guagem coloquial, bem brasileira, da forma direta com que o sertanejo conversa. Afinal, eu sou brasileiro acima de tudo e amo este país”.

O livro será lançado no Recinto da Leiloa-do, na véspera do Leilão comemorativo que acontece no dia 1º de Outubro no mesmo lo-cal. Para o remate, a SAP Assessoria escalou pacotes de prenhezes especiais da família da Ortografia, e ainda de duas campeãs nacio-nais, a Parla AJJ, filha da Rinha CS, e da Abelha TE do Carmo. Das baias da CS foram aparta-dos os melhores animais de pista, incluindo a atual campeã da Exposicão de Três Lagoas. Uma festa digna do Claúdio do Totó, ou melhor, um banquete genético para comemorar os 50 anos do Nelore CS.

Calandra Fiv CS, filha da Ortografia CS com Bitelo SS, será um dos destaques

do leilão comemorativos dos 50 anos do Nelore CS

Ortografia CS, filha do Grande Campeão Nacional Vasuveda POI CS.

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bureau

rurais perdem renda porque não podem contar com sistemas adequados para o transporte da produ-ção agrícola. Perdem os produtores, perde o País. A maior parte das cargas que circula pelo Brasil (59,2%) é transportada por caminhões. A situação das estradas, no entanto, está longe do ideal: 70% são péssimas ou ruins, o que eleva os custos do frete. A preocupação aumenta quando comparamos a situação do Brasil com a de seus concorrentes no mercado internacional. Os Estados Unidos têm qua-tro milhões de quilômetros de rodovias asfaltadas. Na China, são 1,5 milhão de quilômetros asfaltados. No Brasil, apenas 196 mil quilômetros.

Nossos concorrentes também têm vantagens comparativas em relação ao transporte de cargas por hidrovias e ferrovias. Enquanto os Estados Uni-dos têm 41 mil quilômetros de hidrovias, a China tem 124 mil e a Rússia 102 mil. O Brasil conta com apenas sete mil quilômetros de hidrovias, apesar do grande potencial para navegabilidade dos rios brasileiros. Sem a construção de eclusas, estamos emperrando o crescimento do país, impedindo o transporte de cargas por modais que apresentam custos muito mais baixos. É prejuízo na certa. In-felizmente, o Brasil também está em desvantagem quando o assunto é transporte ferroviário.

Como se vê, as difi culdades são muitas, mas vamos superar cada uma delas. A Câmara dos De-putados aprovou, em maio, o novo Código Florestal brasileiro e, agora, o tema está em análise no Sena-do. Na sequência, vamos enfrentar os demais con-fl itos, sem perder o foco nos problemas estruturais. Precisamos de uma política agrícola nova e de uma logística adequada à realidade e ao poten-cial do agronegócio brasileiro. Solucio-nar estas questões será conquista do campo e do Brasil.

bureau ARTIGO

Senadora da República pelo Estado do Tocantins, presidente da Confederação da

Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)

É HORA DE SUPERAR OS CONFLITOSQUE EMPERRAM O CRESCIMENTODA AGROPECUÁRIA BRASILEIRASenadora Kátia Abreu

Responsável por 22,4% do Produto Interno Bruto (PIB), por 37% das exportações e por 1/3 dos empregos, o agronegócio bra-sileiro cresceu de forma sustentável, nos últimos anos, apesar

das inúmeras difi culdades enfrentadas pelo setor. A falta de uma defi nição clara na legislação brasileira sobre trabalho decente, a insegurança jurídica provocada pelas invasões de terras e as cons-tantes alterações da legislação ambiental são alguns destes confl itos que ainda impedem o Brasil de cumprir plenamente sua principal vocação: produzir alimento barato e de qualidade para abastecer o mercado interno e garantir excedentes de exportação.

Precisamos superar esses obstáculos e enfrentar os problemas estruturais cujas soluções defi nirão o ritmo de expansão e os ga-nhos de efi ciência e produtividade no campo. A defi nição de uma política agrícola moderna e efi caz, que atenda às demandas do setor agropecuário e considere as características de cada um dos cerca de cinco milhões de produtores rurais do País é um deles. As defi ciências da logística de transporte, que elevam os custos de frete e comprometem parte da competitividade dos produtos brasileiros, também representam um confl ito real que compromete o desempenho de todo o agronegócio.

Efi cientes da porteira para dentro das fazendas, os produtores

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bureau

ZootecnistaScot Consultoria

O PLANO AGRÍCOLAE PECUÁRIO 2011/2012Rafael Ribeiro de Lima Filho

O Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2011/2012 disponi-biliza R$107,2 bilhões para o fi nanciamento da pro-dução agropecuária. O valor é 7,2% maior do que os

R$100 bilhões disponibilizados na temporada 2010/2011. O maior aporte se deu em função da expectativa de

crescimento da safra brasileira na próxima temporada.Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CO-

NAB), a produção deve crescer 5% na comparação com 2010/2011, passando de 161,5 milhões de toneladas para algo em torno de 170 milhões de toneladas.

O destaque para o plano-safra vai para as questões relacionadas ao meio ambiente, cada vez mais presentes nas pautas das linhas de fi nanciamento. A ideia é oferecer condições para que o produtor continue expandindo a pro-dução agropecuária, mantendo o foco na sustentabilidade.

Através do plano, o Governo Federal pretende priorizar o setor sucroalcooleiro, a citricultura e a pecuária.

NOVIDADES DO PLANO

O Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), lançado em julho de 2010 e ainda com pouca visibilidade entre os pro-

dutores rurais, vai incorporar todas as atividades que incen-tivam a produção de alimentos com preservação ambiental.

Os recursos destinados a esta linha somam R$3,15 bi-lhões. A taxa de juros é de 5,5% ao ano e o prazo para pagar é de quinze anos.

Uma das novidades do novo plano é a criação de uma linha de crédito especial para a pecuária, onde os produ-tores poderão fi nanciar até R$750 mil para a aquisição de reprodutores e matrizes de bovinos e búfalos. O limite para custeio da atividade passará de R$275 mil para R$650 mil.

As operações de custeio de todas as atividades agrope-cuárias que tinham limites de crédito diferenciados tiveram seus valores unifi cados em R$650 mil por produtor.

A intenção é dar o mesmo tratamento dispensado aos exportadores de commodities aos produtores que abaste-cem o mercado interno.

Os recursos para custeio e comercialização da safra 2011/2012 serão de R$80,2 bilhões, aproximadamente 75% do valor total disponibilizado para a temporada. Desse total, R$64,1 bilhões terão taxas de juros controladas a 6,75% ao ano.

Para investimentos o governo disponibilizará R$20,5 bilhões. Isso signifi ca 14% mais na comparação com a safra 2010/2011. O foco é o investimento em tecnologia para ganhos em produtividade, gargalo para muitas cul-turas no país.

O Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (PRONAMP) terá recursos de R$8,3 bilhões, um aumento de 48,2% na comparação com os R$5,65 bilhões do ciclo anterior.

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento (MAPA), além dos R$5,2 bilhões previstos no or-çamento para apoio à comercialização, a serem aplicados em medidas para garan-tir renda ao produtor e o abastecimento do merca-do interno, o novo plano safra eleva os preços mí-nimos de alguns produ-tos, como o leite (em até 8,5%, conforme a bacia), por exemplo.

ARTIGObureau

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SENEPOLO TAURINO DOS TRÓPICOSDa Redação

12 anos após a primeira importação o Senepol vence a prova mais difícil paraum animal de origem taurina. Puros ou cruzados esses animais se multiplicam no calor do cerrado.

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O Senepol chegou a terras brasileiras em uma aven-tura patrocinada pelo saudoso empreendedor e pecuarista João Arantes, da Fazenda Nova Vida,

em Rondônia. Arantes importou um avião repleto de Se-nepol vindo dos Estados Unidos e das Ilhas Virgens (Saint Croix). O destino foi a própria fazenda Nova Vida, local onde montou, em parceria com a Vitrogen, um laboratório de FIV. André Dayan, presidente do grupo Vitrogen, relembra: “O projeto do João Arantes era grandioso - em dois anos, produzimos mais de 2500, o que aumentou o rebanho Senepol POI mundial em 50%, considerando volume do rebanho mundial da época”.

A aposta do visionário se concretizou. Hoje, o Senepol está inserido no país, sendo o Brasil um importante celeiro da raça. Tanto, que o maior criador dessa genética no mundo é o brasileiro Jair dos Santos, do Senepol Água Limpa, de Rondonópolis, MT. O pecuarista possui mil matrizes e 200 doadoras que produzem cerca de 1000 a 1500 prenhezes e 500 touros por ano. O Senepol Água Limpa comercializa genética para todo o Brasil e também já exporta para a Áfri-ca, país que tem grande interesse no Senepol pois é o único animal resistente à mosca Tsé tsé, que causa a doença do sono, e para Bolívia, que ano passado importou 250 prenhe-zes e se prepara este ano para adquirir mais 500.

“A demanda por touros e sêmen Senepol tem aumentado vertiginosamente - cresceu 300% ao ano de 2009/2010 para os dias atuais”, Jair dos Santos.

HBC HOTSTUFF 104F

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bureau RAÇAS

Roberto Coelho, da Fazenda São Francisco, em Miranda, MS, descobriu o Senepol quando selecionava o Mon-tana, composto formado por três ou mais raças. “Nós nos surpreendemos com a adaptação, padronização, peso na desmama e com a precocidade do Senepol. Tanto que depois de traba-lharmos com várias raças, hoje, esta-mos investindo mais intensamente na genética Senepol”, explica Dulcimar Menezes, gerente da Fazenda São Francisco.

O cenário positivo tem estimulado os selecionadores a se organizarem para garantir a qualidade da genética comercializada. Este ano, dois eventos organizados pelo Núcleo de Melhora-mento da Raça Senepol mobilizaram grande parte dos criadores: um con-vênio assinado com a Embrapa para a criação do Programa de Melhoramento Genético da raça é a maior prova de ganho de peso do Senepol, com mais de 120 animais, no Confinamento Ma-libu, em Campo Grande, MS. Prova que também é coordenada pelo Geneplus / Embrapa Gado de Corte.

Grande investidor e entusiasta da raça, Jair dos Santos também é vice-presidente da Associação Brasi-leira de Senepol e um dos fundadores do grupo Força Senepol, núcleo forma-do pelos criadores Adilson Reich, Ivo Reich, Roberto Coelho e parceiros. A cada leilão, o Força Senepol tem atraí-do novos criadores. Jair fala com satis-fação sobre o bom momento da raça: “A demanda por touros e sêmen Sene-pol tem aumentado vertiginosamente - cresceu 300% ao ano de 2009/2010 para os dias atuais”.

O cenário positivo confirma o bom desempenho do Senepol no campo: taurino de pelagem curta e de cor marrom, dócil, com genes de desta-que para maciez e com características semelhantes ao Zebu com relação à rusticidade, inclusive alta resistência ao calor. Por isso, ele tem energia para monta natural em temperaturas escal-dantes, uma opção para o cruzamento industrial, sem necessariamente a uti-lização de inseminação artificial.

OS PASSOS DO SENEPOL NO PAÍS

Touro Phenix

Bezerro fruto do cruzamento industrial do Nelore com o Senepol no Pantanal de Mato Grosso do Sul.

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bureau

Adilson Reich, do Senepol Luar, de Camapuã, MS, está parti-cipando do PGP do Senepol e já acumula títulos – o touro Phenix do Luar foi o campeão do CP CRV Lagoa ano passado, com índice CP= 14,81; destaque para ganho de peso, perímetro escrotal e tipo racial. Adilson explica: “A vitória no CP CRV Lagoa mostra que a nossa genética está despontando, que estamos no caminho certo. Nós entramos no negócio porque procurávamos uma raça taurina para o cruzamento industrial com adaptação ao clima tropical. Co-meçamos a selecionar em 2004, quando fomos a Rondônia ver de perto o Senepol do saudoso João Arantes é que nos convenceu foi ver os animais a 40 graus, tranquilos, sem estresse térmico”. Esse é o grande trunfo do Senepol, a parte que faltava para garantir o sucesso do cruzamento industrial nos campos do Brasil.

Adilson Reich, Felipe Berni, Ivo Reich e Roberto Coelho, do grupo Força Senepol.

Ilhas Virgens Americanas, Mar do Caribe, América Central. Palavras que sugerem imagens paradisíacas com praias de águas azuladas e muito sol o ano inteiro. Características ideais para uma temporada de veraneio, mas um grande desafio quando o as-sunto é pecuária.

Na ilha da Saint Croix, sob o sol escaldante dos trópicos e com pouca oferta de pastagem, nasceu o Senepol, uma raça originada do cruzamento dos taurinos: N’ Dama, uma genética mi-lenar bastante rústica, proveniente do Senegal, África, com o Red Poll, da In-glaterra, que produz uma carne de alta qualidade e maciez, por isso é também conhecido como ‘’a carne da rainha”.

O cruzamento deu muito certo e esse gado foi sendo multiplicado e selecionado por mais de 60 anos, fe-chado, na ilha. Atualmente, quase um século depois de sua criação, a raça Senepol se espalhou ao redor do mun-do em países como: Estados Unidos, Austrália, Paraguai, Colômbia, Vene-zuela, México, Filipinas, Zimbabwe, Brasil entre tantos outros.

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bureau RAÇAS

Ivo Reich, titular do Senepol CMI, endossa as pala-vras do irmão a respeito da rusticidade e desempenho do Senepol, em condições extremas de clima e pasta-gens: “Desde que começamos, tivemos oportunidade de vender touros, matrizes e embriões para todo o Brasil. Ficamos tranquilos, pois o Senepol se defende”. Ivo tem grandes parceiros, entre eles o cantor Almir Sater e Gui-lherme Bunlai, presidente da Nelore MS.

Fertilidade é outra virtude da matriz Senepol. Felipe Berni, gerente de negócios da Vitrogen, explica: “Nós estamos juntos desde o início da implantação da raça no Brasil, e sempre observamos altos índices de prenhez, equiparados ao Zebu, tanto em monta natural, insemi-nação artificial, bem como em FIV, nossa especialidade”.

Devido à sinergia Nelore e Senepol, a raça vem con-quistando criadores tradicionais de Nelore, como Luiz Epelbaum, Nelore Mezuza, que explica: “Fui apresentado ao Senepol através dos amigos Roberto e Ivo. Percebi a capacidade desta raça, em que Nelore e Senepol, juntos, podem participar com excelência da pecuária brasileira. Espero em poucos meses oferecer animais Senepol POI Mezuza ao mercado, junto, aos meus tradicionais Nelore PO e POI Mezuza”. Marcos Bendilati, diretor do frigorífico Tatuibi, também faz parte deste grupo: cria Nelore PO e Senepol. “Produzimos nossos próprios touros, que na idade de cobertura são enviados para as fazendas do grupo, principalmente para o Pantanal. Nesses anos to-dos, os índices de descarte de touros Nelore ou Senepol são similares, não havendo diferença entre as duas ra-ças, nos andrológicos que realizamos anualmente, bem como nas taxas de concepção”, afirma Bendilati.Guilherme e Adilson Reich.

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bureau PERFIL

A Alfredo Zamlutti Júnior tem boas histórias para contar do tempo em era presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, e outras que ele gostaria de

esquecer. Ele acaba de virar a página de uma demanda que se arrastou por 14 anos e terminou com um acordo milioná-rio. Herdeiro natural do antigo Banco Financial, foi um dos maiores do setor privado do país, ele viu o banco construído

pelo pai ser incorporado ao Bamerindus e depois ser liqui-dado em uma disputa que envolveu o ministro da Fazenda do governo FHC, Pedro Malan, e o ministro da Agricultura, José Eduardo Vieira.“Foram 14 anos de muita angústia mas graças ao gado que nós criamos há 70 anos no Pantanal conseguimos sobreviver com dignidade durante toda essa discussão”, conta.

NOVA ETAPAPor Sérgio A Cano Garcia

O pecuarista Alfredo Zamlutti Júnior inaugura uma nova fasede investimentos nas propriedades da família e a raça do Nelore ganha um parceiro entusiasmado e bom de bola.

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bureau

A pecuária surgiu na vida de Alfredo Júnior, no co-meço da década de 60, com um desafio. “Eu recebi do meu pai a missão de formar uma fazenda de 12 mil hectares no Pantanal da Nhecolândia. Não tinha estrada, fui num Cessna 170 e o piloto simplesmen-te me deixou lá, centenas de quilômetros no meio do nada. Confesso que me senti abandonado”. Mas, em poucos anos, o jovem pecuarista chegou a admi-nistrar 28 mil hectares e foi pioneiro na divisão das pastagens no Pantanal e no incremento da genética.

Alfredo Júnior foi chamado de louco quando re-solveu dividir as fazendas da família em pastos de mil hectares e trazer touros de Uberaba para cobrir a vacada no Pantanal. “Eu sempre defendi a ideia de que no Pantanal a gente precisa ter menos gado e mais qualidade. Naquela época, eu tinha uma média de 30 touros por ano, em Uberaba, até que de uma vez só eu comprei 300 touros controlados”.

O investimento em genética e manejo incremen-tou a produção da Agropecuária Zamlutti. Enquanto a produtividade no Pantanal não passava de 40%, nas fazendas da AZ o índice superava os 65%. “No Pantanal as distâncias são grandes e os touros du-ram pouco se não forem preparados. Eu resolvi o problema com um manejo de adaptação. Formei 1,5 mil hectares de pasto para receber os touros que chegavam de Uberaba e eles ficavam ali no pasto formado na mesma condição em que foram criados. Depois de um tempo, eram levados para o melhor pasto da invernada de capim nativo. Dessa maneira, no final de um ano e meio, os touros estavam plena-mente adaptados para cobrir a vacada no Pantanal.

AGROPECUÁRIA ZAMLUTTI

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Zamlutti é um dos maiores criadores de Búfalo no Pantanal da Nhecolândia.

Na fazenda Santa Mônica, em Corumbá, 400 matrizes PO produzem os tourinhos da AZ.

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bureau PERFIL

Discretos e com profundas raízes no cam-po, Júnior e os filhos Alfredinho e Geraldo montaram uma holding de participações com vários negócios, resgatando o perfil empreen-dedor da família Zamlutti. Mas a pecuária con-tinua sendo a principal atividade dos Zamlutti e os filhos assumiram a divisão de investimen-tos rurais em três propriedades localizadas no Pantanal de Mato Grosso do Sul, as fazendas Santa Mônica, Mutum e Sans Souci que juntas somam 40 mil hectares.

Alfredinho, o filho mais velho, também investe na genética do Nelore e sempre foi apaixonado pela seleção do gado elite. O in-vestimento no gado PO começou em 1.996 e ganhou fôlego nos últimos meses. Recente-mente, adquiriu algumas matrizes importan-tes do cenário nacional, como a Elegance 9 da Paraguaçu, a Brisa da Morro Vermelho e a Damaris da São Thomas, em um investimen-to total de R$ 800 mil. “Minha estratégia é comprar animais de exceção e doadoras pro-vadas em parceria com grandes investidores e criadores que agregam valor ao negocio”, revela Alfredinho que, entre outros criadores, já ficou sócio do cantor Zezé Di Camargo e do empresário Bruno Vicintim da Rima Agropecu-ária. O próximo investimento será a aquisição de uma vitrine, na região de Campo Grande, onde a família passa a maior parte do tempo.

ZAMLUTTI PARTICIPAÇÕES

Alfredo Júnior é um piloto experiente e sabe como é importante um avião na região do Pantanal.

O patriarca Alfredo Zamlutti chegou a ter 14 mil vacas arrendadas na região de Corumbá, MS.

Júnior ao lado do pai Alfredo Zamlutti em reunião com a diretoria do Banco Financial...... na Federação de Futebol de MS......

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Mergulhar no Porto de Beirute era uma questão de sobrevivência para o jovem Alfredo Zamlutti. Em 1910, aos 11 anos de idade, saiu de Corumbá (MS) e foi estudar em internato na capital libanesa. Com a primeira guerra mun-dial, o tradicional Colégio dos Jesuítas fechou as portas e os alunos foram abandonados nas ruas de Beirute. A sobrevivência dependia do mergulho em busca das libras esterlinas que eram lançadas ao mar pelos soldados ingle-ses. No início, parecia ser uma tarefa simples para o menino criado na beira dos corixos do Rio Paraguai, mas depois de semanas de es-forço contínuo, buscar as moedas no fundo cristalino do Mediterrâneo lhe custou a audi-ção de um dos ouvidos.

Aos 20 anos, depois de conhecer boa parte da Europa e do Oriente, onde aprendeu a fa-lar árabe, espanhol e francês, Alfredo decidiu voltar ao Brasil para trabalhar com a família no comércio de Corumbá. Mas o talento para as vendas levou Alfredo a montar o próprio negócio. Ganhou dinheiro vendendo sapatos de verniz e as inesquecíveis vitrolas e gramo-fones que fizeram o nome e a fortuna da Casa Venus, a primeira loja de eletrônicos de Mato Grosso do Sul. No começo dos anos 30, Alfre-do expandiu o comércio para outras regiões e também passou a emprestar dinheiro para grandes pecuaristas. Alfredo chegou a ter 14

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O BANCO FINANCIAL

e hoje, ao lado do primogenito Alfredo Zamlutti Neto, no escritório da fazenda. na Federação de Futebol de MS......

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bureau PERFIL

mil vacas arrendadas e recebia 15% em bezerros.Um fato histórico foi decisivo para o ingresso de Zamlutti

no mercado financeiro. Durante a marcha da Coluna Prestes pela região do Pantanal, em 1.927, o gerente do Banco do Brasil de Corumbá ficou apavorado com ideia de ser assal-tado pelos comunistas e pediu a ajuda de Alfredo para es-conder o dinheiro da agência. O comerciante, que tinha um relacionamento comercial muito bom na Bolívia, convenceu o gerente a levar todo o dinheiro para Porto Soares onde foram recebidos por um empresário por Dom Keller que gentilmente escondeu o dinheiro no alçapão de uma loja. Depois que a Coluna Prestes foi embora, Zamlutti devolveu todo o dinheiro para o Banco do Brasil e depois disso decidiu abrir a própria casa bancária.

Era o início de um grande negócio, mas que precisava ser legalizado. E quando Alfredo foi acusado de cobrar juros nos empréstimos, não teve outra escolha senão seguir a orientação de um amigo que era inspetor da Alfândega de Corumbá. Assim nasceu, em 1938, a Casa Bancária Alfredo Zamlutti, a primeira instituição financeira do único estado de Mato Grosso. Em 45 anos de atividade, possuiu 122 agências em 12 estados da federação, sendo considerado o maior banco privado do Centro Oeste. Em 1962, o banco ganhou um poderoso sócio, o pecuarista Laucídio Coelho, na época um dos maiores latifundiários do país. “Em todo o Brasil criou-se uma história de que a família Coelho, de

simples acionistas, seriam os verdadeiros donos do banco, mas como reza o ditado árabe: o que faz barulho na panela é o osso”, ironiza o filho do banqueiro.

Em 1942, surgiu à Casa Bancária Financial Ltda. e várias empresas foram criadas nos anos seguintes:• A Financial Bragança, uma companhia de crédito, finan-

ciamentos e investimentos com sociedade da família paulistana controladora dos Laboratórios Fontoura;

• A Financial DTVM, distribuidora de títulos e valores mobiliários;

• A Financial Companhia de Seguros;• A Financial Empreendimentos Florestais; • A Financial Planejamentos Rurais, empresa de reflores-

tamento e técnicas agrárias.• E a Fundação Financial.

Alfredo ocupou o cargo de presidente da instituição até o banco ser incorporado pelo Bamerindus, no ano de 1983. “Foi um período difícil, o banco teve problemas de administração, e o José Eduardo Vieira se desentendeu com o governo do Fernando Henrique. O banco foi perseguido, desacreditado e os clientes começaram a retirar todo o di-nheiro que tinham no Bamerindus. O ministro Pedro Malan promoveu a intervenção que foi a maior patifaria realizada no setor financeiro do país. O HSBC assumiu a parte boa do banco e deixou a parte podre para a massa falida”, finaliza Alfredo Júnior.

Com 37 anos dedicados ao sistema financeiro, Alfredo Júnior, foi de office boy a diretor do Banco Financial.

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Aos 70 anos, Alfredo Junior divide as funções de di-retor da Agropecuária Zamlutti com o de presidente da Associação Comercial e Industrial de Corumbá e de con-selheiro do SEBRAE/MS e da Acrissul. Um homem ativo e, antes de tudo, um grande desportista. Durante 6 anos, foi presidente da Federação de Futebol de MS, justamente na época em que os times do Comercial e do Operário estavam entre os clubes da elite nacional. “Eu fazia o ma-rketing do futebol e trouxe o João Havelange para cá em duas oportunidades e depois ficamos amigos. O segredo era criar a rivalidade entre os times na imprensa regional e isso dava certo. Na TV Campo Grande, tinha um programa de esporte comandado pelo Pedro Silva, hoje um grande produtor de shows, que era um bate-boca afiado e quase sempre ele descia o cacete em mim. Mas foi uma época maravilhosa, de grandes amizades e grandes pessoas, como o Sergio Dias Campos, o Jacaré, que era jogador do Operário de Dourados”. Alfredo Junior também montou o 1 Tribunal de Justiça Desportiva do Estado.

NELORE E FUTEBOL

Alfredo Zamlutti Júnior e então presidente da FIFA João Havelange.

Alfredinho comanda a nova fase de investimento da Agropecuária Zamluttina genética do Nelore.

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Goiania - GO Campo Grande - MSR. Engº Roberto Mange, 2002 CEP 79006-630Fone (67) 3331-1313

Três Lagoas - MSAv. Filinto Muller, 1051 Sala 03 - CEP 79600-003Fone (67) 3521 -2060

Cuiabá - MTR. Maranhão, 152CEP 78065-360Fone (65) 3634-6634

Presidente Prudente - SPR. Wenceslau Braz, 25 CEP 19014-030Fone (18) 9775-6457

Brasília - DFR. SCS - QD 06, Bl A - Lt 71 - Sala 301Edif. José Severo - Asa Sul - CEP 70326-900Fone (61) 9300-3247

São Paulo - SPRua Piauí, 1080 - SL 101CEP 124-1000Fone (11) 6585-6677

Uma nova relaçãoentre pessoas e meio ambiente

Grupo moRHenaLimpeza e Conservação Ambiental

Transporte, Transbordo e DIstribuiçãoLogística

Serviços de Mão de Obra EspecializadaLimpeza e Conservação

Coleta, Tratamento e Gestão de ResíduosColeta e Engenharia Ambiental

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bureau GENÉTICA

É O AMOR PELO NELOREPor Priscilla Rios

“Eu não vou negar você é meu doce mel / meu peda-cinho do céu / eu não vou negar...”, é fato, temos

provas, Zezé Di Camargo anda caidinho de amores pelo Nelore e esse trechinho da canção “É o amor” representa bem um momento especial na vida do cantor e nelorista. Firme em seus propósitos e em suas raízes, Zezé batizou suas maiores conquistas com o título da música que lhe deu a primeira visibilidade. “É o Amor” está na ponta da língua até dos menos conectados com a música sertaneja.

A canção virou hino em 1991 e sintetiza com simplicidade os esforços e sonhos de Zezé. Pois bem, a história da dupla Zezé Di Camargo e Luciano é conhecida, mas vale registrar que o título da música deu nome a fazenda, no município de Araguapaz, a pouco mais de duas horas de Goiânia. Lá, Zezé Di Camargo, em momento solo, cria Nelore PO; é onde também faz a cria, recria e engorda em 18 anos de trabalho com a pecuária.

Sem medo de explorar novos territórios, esse goiano

Na onda do sucesso, Zezé Di Camargo prepara um cruzeiro pela costa brasileira, onde os convidados terão direito à música sertaneja e a melhor genética do Nelore. Antes disso, ainda em terra firme, o cantor estreia na promoção de um megaleilão marcado para outubro na capital paulista.

FOTO

S: D

IVUL

GAÇÃ

O

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bureau

simples de Pirenópolis possui o dom natural das palavras e compõe um sucesso atrás do outro, na cidade e no campo. Depois de conquistar milhões de fãs em 20 anos de carreira ao lado do irmão Luciano, Zezé trabalha determinado a emplacar nas paradas de sucesso a sua marca no Nelore. Para isso, planeja um remate de estreia sem pre-cedentes, o 1º leilão É o Amor & Amigos.

Haja disposição e jogo de cintura para dar con-

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bureau

ta de ser o melhor em tudo o que faz, mas em plena forma, Zezé rima muito bem a longeva carreira de cantor ser-tanejo com a de nelorista revelação. E o mais importante: assim como na música, ele mostra que veio para ficar no que se refere a multiplicar uma ge-nética de ponta.

No rastro do Nelore Elite - Depois de liderar os mercados fonográfico e cinematográfico (leia-se aí o sucesso de bilheteria do filme biográfico Dois Filhos de Francisco), Zezé domina há 18 anos o solo do Zebu. “Comecei com o trabalho de cria, recria e engorda e cheguei a contabilizar 25 mil cabe-ças de gado nas duas fazendas que possuía, uma em Mato Grosso e ou-tra no Tocantins. Em 2005, optei pelo melhoramento genético do plantel e investi na compra de touros e matri-zes de fortes marcas. Hoje me dedico inteiramente à seleção de Nelore PO em Goiás”.

Dessa maneira, o amor que já mo-vimentou multidões em duas décadas como cantor, agora aproxima Zezé de novos fãs: criadores que se espelham no sistema de produção da fazenda É o Amor para também gerar qualidade e lucratividade em menor espaço de tempo.

De coração fraterno, Zezé abriu as porteiras da fazenda É o Amor para a revista bureau conferir de perto toda a qualidade da marca e, de quebra, revelar para você o que foi apartado para o primeiro leilão da fazenda.

Porteira adentro – ao pisar no ter-ritório dos Camargo o que se vê, além de genética e bom gosto, é algo muito próximo da perfeição, a preocupação com os mínimos detalhes, coisa de patrão exigente que sabe o que quer. Hoje, a fazenda abriga 1,2 mil animais elite. O plantel é encabeçado pela pro-dução premium de 15 doadoras, cinco delas recebem um tratamento focado na produção de tourinhos. “Nossa meta é produzir 500 touros por ano, hoje produzimos 150, estamos de olho não só no mercado regional, mas também no cenário mundial”, antecipa Zezé bastante animado com o proje-to. Todos os machos são avaliados em programas de melhoramento genético, com marcadores moleculares e pro-vas de ganho de peso.

As matrizes ficam confortavelmen-te abrigadas em baia com capacidade para 100 animais estabulados e são manejadas em 12 piquetes prontos para trabalhar ao redor da baia. A área de pasto também é farta e aten-de a lotação de 2 mil animais.

O gado carcaçudo da fazenda tem potencial para virar letra e música, é equilibrado, cheio de beleza, funcio-

nalidade e avaliado nos programas Nelore Brasil ANCP-USP e PMGZ - ABCZ (Programa de Melhoramento Genético do Zebu). A tecnologia de ponta aplicada está bem amparada pela genética. Nas raízes da seleção “É o Amor”, estão pesos pesados de sangue indiano, como Karvardi, Go-lias, Taj Mahal, Godhavari, Bazuá e 1646.

GENÉTICA

Zezé com Cícero de Souza e Marani JS BJ

Núcleo de Jovens Doadoras

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bureau

Na dianteira da marca, despontam atuais barrigas consagradas como Bu-careste BFSA, Elegance 9 em socieda-de com Valdir Figueiredo e Alfredo Za-mlutti, Ópera Jóia da Índia, em parceria com Clenon de Barros Loyola e Cícero de Souza e, ainda em parceria com a Marca 42, as belas Marani JS da BJ e Noite FIV MRA. Desse seleto time de matrizes, foram apartadas para o pri-

meiro leilão as dez melhores barrigas acasaladas com os melhores reprodu-tores da atualidade.

Quem cuida de tudo com o mesmo amor pelo Nelore é o sobrinho de Zezé, o zootecnista e diretor da Agropecuá-ria Camargo, Murilo Canedo, um dos braços “esquerdos” de Zezé como ele próprio costuma brincar: “vou à fazen-da a cada dois meses, devido a minha

agenda de shows e divulgação na mí-dia, e como sou canhoto, posso dizer que meus braços esquerdos são o Iris Canedo, administrador da fazenda, e o Murilo Canedo, diretor da Agropecu-ária Camargo. Além do meu irmão Em-manoel, que cuida de todos os meus negócios”. Trabalhando junto dessa família afinada, está a SAP e a POOL acertando os últimos detalhes nos bas-

Equipe É o amorFilha da Bucareste com o Rambo

Bala TE é o Amor

Bucareste BFSA

Nigeria Unimar

Entoada da DI Genio

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bureau GENÉTICA

tidores do leilão, mas o Zezé fez questão de participar ativamente da apartação e é disso que a gente fala nas próximas linhas.

É o Amor & Amigos – O show de raça tem dia e hora marcada, será em 11 de outubro no Citibank Hall de São Paulo com a oferta de 25 animais e de cinco embriões do anfi trião e de convidados.

Bom de prosa como o tio, Murilo Canedo abre o jogo sem falsa modéstia: “o perfi l do leilão é de doadoras reno-madas do cenário do Nelore elite; todos irão se surpreen-der. Posso antecipar que teremos embriões de doadoras que estão entre as cinco melhores do Brasil. Além de trazermos alguns animais raros de pista, premiadíssimos! Apresentaremos também jovens animais com futuro pro-missor em carreira de pista. É difícil conseguir animais dessa qualidade e retirá-los de seus donos, até porque são animais que fazem muita falta para a seleção tanto do Nelore É o Amor quanto para os outros plantéis”.

O carro-chefe do Leilão é a primeira grande aquisição elite de Zezé, e sai direto da base do plantel, a fêmea Bucareste. Essa máquina de matriz traz no currículo uma

“Não somos apenas vendedores de fêmeas e embriões, somos também fornecedores de reprodutores melhoradores, argumenta o homem de confi ança de Zezé, Murilo Canedo.

“Você é meu doce mel,Meu pedacinho de céu;Eu não vou negar...”

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bureau

TIJOLO POR TIJOLO

Sem fazer corpo mole para o trabalho, Zezé e Lucia-no compartilham além do sobrenome e do palco, uma bela sociedade. Estão juntos em dois grandes negócios na área da construção civil. A empresa Penta Incorpo-radora focada na construção de condomínios e imóveis residenciais, comerciais e industriais com faturamento de R$ 180 milhões.

Outro investimento certeiro é a Múltipla Log, com 180 funcionários empenhados na construção e locação de unidades comerciais. A empresa possui empreendi-mentos nos estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Rio Grande do Sul e planeja fechar 2011 com R$ 8 milhões de faturamento. Tijolo por tijolo, a dupla cons-trói a média de 50 mil metros quadrados ao ano e tem na cartela de clientes companhias do porte do grupo Votorantim Siderúrgica S/A, Luft Logística Armazena-gem e Transportes e Lojas Marisa.

O próximo cruzeiro É o Amor será de 3 a 6 de março de 2012. Roteiro: Santos/Ilha Bela/Búzios/Santos.

carreira de pista invejável e uma produção espetacular, como informa Canedo. “Com média de 11 prenhezes por aspira-ção, a Bucareste é considerada por muitos técnicos como a melhor filha do Jambo VII TE J. Galera. É com certeza uma futura matriz modelo nacional” prevê Canedo. Nessa mesma linha de qualidade, foram pinçadas descendentes diretas de famílias consagradas. Tome fôlego, porque não é pouca coisa não. O leilão contará com filhas da Essência, Bélgica, Itália IV, Marani, Parla, Hasta, Ryatna, Cancha, Oasse, Rinha, Vala, Betina, Big Salsa, Jarina Zeb VR, entre muitas outras. Tanta qualidade reunida em único evento deverá render uma cifra superior a R$ 3 milhões em faturamento.

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bureau

20 ANOS DE SUCESSO

GENÉTICA

“PLATÉIA NO GUINESS”

Em 1991, apenas seis meses depois de cantar pela primeira vez “É o amor” na rádio Terra de Goiânia, Zezé ganhava o disco de platina duplo por 750 mil cópias vendidas e, em pouco mais de um ano, atingia a casa de 1 milhão de cópias. Daí por diante, ele nunca mais saiu da casa dos milhões.

Acostumado com os fãs incondicionais que o acompanham há 21 álbuns, Zezé cumpre junto com Luciano uma agenda apertada de shows, 120 espetáculos por ano com média de 30 mil pessoas por apresentação. A resposta do público também vem em números expressivos: em duas décadas, foram 35 milhões de cópias vendidas. Esse reconhecimento posa modesto na estante da casa do cantor na forma de três estatuetas de Grammy Latino por Melhor Álbum de Música Sertaneja (2004) e por Melhor Álbum de Música Romântica (2005 e 2010), entre outros troféus, como o Prêmio da Música Brasileira 2011, rece-bido pela quarta vez consecutiva.

Para celebrar os memoráveis 20 anos no pal-co, Zezé irá reunir duas mil pessoas na gravação de um DVD especial, marcado para 13 de setem-bro no Golden Hall, em São Paulo. A noite reserva a apresentação de obras inéditas em um palco de 360 graus.

Tanto brilho não reflete uma carreira meteóri-ca e sim, muito batalhada, como retrata o filme “2 filhos de Francisco”. O longa-metragem que arrebatou 5,6 milhões de espectadores foi sim-plesmente o mais visto nos cinemas em 2005. Essa crônica da vida real entrou para o Guiness World Book ao reunir, em janeiro de 2006, 18 mil pessoas na Estação da Luz, no centro da ca-pital paulista e, em abril deste ano, o recorde foi superado com 21 mil pessoas na exibição no Complexo do Alemão, RJ.

Walter, Luciely, seu Chico, Zezé, dona Helena, Luciano, Marlene, Emmanoel e na frente Welinton. Família reunida no último dia de gravação do filme 2 Filhos de Francisco.

Natal na fazenda: Zezé com a esposa Zilu e os filhos Wanessa, Camilla e Igor.

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bureau

11 • Outubro • 2011 • Terça-feira • 21h Citibank Hall (Av. Jamaris, 213 - Moema) • São Paulo • SP

Após o leilão, Pocket Show com Zezé Di Camargo e Luciano

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bureau BRAHMAN

EXPOBRAMHAN COMEMORA O BOM MOMENTO DA RAÇADa Redação

Depois do sucesso do Congresso Mundial do Brah-man, que aconteceu pela primeira vez no Brasil ano passado, a associação da raça, a ACBB, prepara

uma Expobrahman surpreendente. A sétima edição do evento acontecerá em São José do Rio Preto, SP, entre os dias 10 e 16 de outubro no Recinto de Exposições Alberto Bertelli Lucato.

A ACBB estima a participação de mais de 500 exem-plares nos julgamentos, da categoria baby à senior – as inscrições podem ser feitas até dia 30 de setembro. No tattersal, três leilões vão garantir a democratização da me-lhor genética brasileira. Espera-se superar a movimentação financeira da última edição, que foi de R$ 4,2 milhões. Países da América do Sul, como Argentina, Paraguai e Co-lômbia já confirmaram participação, além do Panamá e dos Estados Unidos.

Desde a primeira edição da ExpoBrahman, o número

de animais da raça registrados pela ABCZ no país deu um salto: passou de cerca de 27 mil (entre 1994 e 2004) para mais de 181 mil exemplares (entre 1994 e 2011).

O presidente da ACBB, Wilson Roberto Rodrigues, ex-plica o bom momento da raça: “Durante a Expobrahman, iremos lançar a 2º bateria de touros do Probrahman, que é o primeiro teste de progênie da raça no mundo. Esse pro-grama é muito importante, porque há uma pressão muito grande do mercado com relação a machos. Tanto que os criadores não estão conseguindo atender à demanda. Eles têm vendido bezerro recém-desmamado na porteira da fazenda por R$ 2,5 mil, R$ 3 mil. Esse é o melhor momento da história do Brahman no país, uma evolução impulsiona-da pelo Congresso Mundial que aconteceu em Uberaba, MG, ano passado. Por isso é que precisamos colher os bons resultados do teste de progênie, para provar cada vez mais a eficiência do Brahman”.

AGENDA:

9 e 10 de outubro – recepção dos animais11 de outubro – pesagens 12 de outubro – Solenidade de abertura / início dos julgamentos16 de outubro – Grande Campeonato

REMATES13 de outubro – Leilão Organização Mamedi Mussi14 de outubro – Leilão Nacional Brahman15 de outubro – Leilão Noite de Gala

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EXPOBRAMHAN COMEMORA O BOM MOMENTO DA RAÇA

REMATES13 de outubro – Leilão Organização Mamedi Mussi14 de outubro – Leilão Nacional Brahman15 de outubro – Leilão Noite de Gala

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bureau RADAR

BRASIL

FACEBOOK DO CAMPO

A febre das redes sociais já chegou ao meio rural. A plataforma se chama Conectagro, um site de relacionamento voltado para os profi ssionais do agronegócio, que já conta com 1,2 mil pessoas. No site há espaço para compartilhar perfi l, fotos, vídeos, calendário de eventos, cursos e para criação de grupos segmentados, como os já formados reunindo confi nadores, agricultores, criadores de raças de corte, leite ou interessados em assuntos específi cos como reprodução, citrus, orgânicos, aquicultura, logística ou gestão de pessoas. Já existe inclusive uma comunidade específi ca sobre ‘Mulheres no Agronegócio´. Até o fi nal deste ano espera-se mais de 3.500 profi ssionais estejam conectados. Vá lá: www.conectagro.com.br .

O RECORDE DAS COOPERATIVAS

Nos sete primeiros meses deste ano, a

balança comercial das cooperativas brasileiras

apresentou saldo positivo de US$ 3 bilhões. O resultado é recorde e supera em 33,5% o do mesmo período de 2010. Segundo um estudo produzido pelo Ministério do Desenvolvimen-to, Indústria e Comércio (MDIC), as exportações das cooperativas brasileiras registraram crescimento de 33,1% sobre igual período de 2010, alcançando US$ 3,2 bilhões. A participação das cooperativas na pauta total de exportações passou de 1,9%, em 2005, para 2,3% em 2011. O levantamento aponta, ainda, que a China superou a Alemanha e tornou-se principal mercado das exportações das empresas brasileiras.

FERTILIZANTES GANHAM ESPAÇO

Durante o 1º Congresso Brasileiro de Fertilizantes realizado em São Paulo, em julho, discutiu-se o aumento da demanda mundial por alimentos e a necessidade de independência na produção de insumos, que estimula a implantação de novos projetos pelo país. Foi colocado que as empresas do setor têm traçado seus projetos de aumento da produção de fertilizantes e prevem que mais de US$ 12 bilhões serão investidos no país até 2015.

A HISTÓRIA DO CAFÉ

No ano diplomático da Itália no Brasil, o Museu do Café, em Santos, SP, apresenta a exposição “Qui si beve caffè”. A mostra apresenta um olhar sobre a in-fl uência italiana no Brasil sob o ponto de vista de uma paixão comum entre os dois países: o café. Utilizando objetos de época, a mostra passeia pelas transformações do tra-dicional cafezinho ao longo dos anos, contemplando ainda a revolução dos fi ltros de papel, o café solúvel, as cafeteiras italianas, até chegar às modernas máquinas de expresso caseiras. A exposição é uma realização do Governo do estado de São Paulo, com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste-cimento, e fi ca em cartaz até 29 de janeiro de 2012, na antiga sede da Bolsa Ofi cial do Café.

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CORDEIRO GALÊSGANHA FORÇA

Líderes do setor de produção de cordeiros do País de Gales estão

esperando aumentar o consumo nos mercados da Europa com um impor-

tante projeto de 4 milhões de euros (US$ 5,67 milhões). A promoção, que será feita

durante os próximos três anos, visa a quatro importantes mercados europeus - Reino Unido, Itália, França e Alemanha. O fi nanciamento visa promover as “qualidades únicas” da carne de cordeiro galesa - Welsh Lamb - aos consumidores através de publicidade impressa e digital, do estabelecimento de microssites individuais, materiais em pontos de vendas e cartões com receitas. A campanha também será apoiada por uma campanha de relações públicas em quatro países.

COMEDORES DE HAMBÚRGUER

O consumo de hambúrguer nos Estados Unidos está au-mentando consideravelmente desde 2009, de acordo com um novo estudo da empresa de pesquisa Technomic. Segundo o estudo “Burger Consumer Trend Report”, que avaliou o comportamento de mais de 1.500 consumido-res, quase metade dos consumidores de hoje consomem hambúrguer pelo menos uma vez por semana comparado com 38% há dois anos. Alguns dos motivos que teriam elevado o consume são: o valor do produto e a melhora com relação à qualidade e à saúde, como produto natu-ral, livre de hormônios, livre de esteróides e antibióticos.

CORDEIRO GALÊSGANHA FORÇA

Líderes do setor de produção de cordeiros do País de Gales estão

esperando aumentar o consumo nos mercados da Europa com um impor-

tante projeto de 4 milhões de euros (US$

APROXIMAÇÃO CHINA ARGENTINA

A porteira da China se abriu para os produtos bovinos da Argentina. Segundo o Ministério da Agricultura ar-gentino (Miangri), em julho, além do Protocolo Sanitário para a exportação de carne à China, foi fi rmado um acordo para exportação de sêmen e embriões bovinos ao país asiático. “Isso abre uma possibilidade extraordi-nária ao setor, para o desenvolvimento da genética e para a exportação de produtos com alto valor agregado, conhe-cimento e biotecnologia”, disse o ministro da Agricultura, Julián Domínguez. Há também grandes avanços nas negociações pela abertura do mercado chinês ao milho argentino, farinha de sangue e farinha de osso bovina.

EMIRADOS ÁRABES COM GOSTO DE BRASIL

A Brasil Foods, dona das marcas Sadia e Perdigão, construirá uma fábrica nos Emi-rados Árabes Unidos cuja produção vai responder por 60% da demanda local por

produtos da empresa. As matérias-primas serão fornecidas pelo Brasil, mas a mão- de-obra será do país árabe. O Oriente Médio é o maior mercado do frango brasileiro.

De acordo com o vice-presidente de Assuntos Corporativos da companhia, Wilson Mello, os investimentos previstos são de US$ 120 milhões, a capacidade de processamento da unidade será de 80 mil toneladas anuais e as operações devem começar no fi nal de 2012. A fábrica poderá ser em Dubai ou Abu Dhabi.

MUNDA porteira da China se abriu para os produtos bovinos da Argentina. Segundo o Ministério da Agricultura ar-

para a exportação de carne à China, foi fi rmado um acordo para exportação de sêmen e embriões bovinos ao país asiático. “Isso abre uma possibilidade extraordi-nária ao setor, para o desenvolvimento da genética e para a exportação de produtos com alto valor agregado, conhe-

bureauRADARbureau

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bureau CAVALOS

HARAS SANTA

FELICITÁPor Pilar Velasquez

Felipe Belinatto apresenta um plantel jovem baseado nos critérios de funcionalidade do cavalo mais versátil do mundo. Em poucos anos de seleção, o Haras Santa Felicitá, alcança uma posição de destaque entre as marcas consagradas do Quarto de Milha.

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bureau

Dash Tol Fame - Seus fi lhos já ganharão mais de U$ 13,9 milhões em corridas e mais de U$ 3,5 milhões em 3 Tambores.

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bureau RADAR

Em Avaré, no interior de São Paulo, o criador Felipe Belinatto descobriu na seleção do Quarto de Milha uma maneira de conciliar

os negócios da família com a paixão pelos animais. Não muito distante da empreitera comandada pleo pai, Ademir Belinatto, conhecido na região pelo en-tusiasmo e simpatia com os amigos, Felipe cons-truiu um oásis de genética e beleza racial. Gara-nhões e éguas das melhores linhagens de corrida do Quarto de Milha revelam toda sua exuberância nos piquetes do Haras Sanrta Felicitá Um ambien-te sofisticado, desde o paisagismo dos jardins até o acabamento das baias, todos os detalhes foram pensados para criar um haras singular e funcional.

A seleção SF teve início em 2002, quando Felipe adquiriu seus primeiros exemplares de Wilson Dosso, da WV Leilões. A motivação para esse começo se deu pela influência de amigos e admiração de Felipe pelos animais. “Comecei na raça Quarto de Milha e Paint Horse pelas boas amizades, frequentando leilões, participando de provas, conhecendo o mundo sen-sacional do cavalo mais versátil do mundo”, revela.

Sempre com os pés no chão e um objetivo de seleção focado no profissionalismo e na qualidade genética, Felipe fez compras certeiras. Investimen-tos que renderam ao Haras o status de um dos mais importantes do Brasil. “Meus objetivos peran-te a criação de quarto de milha são de criar animais

“Dedicação, disciplina e amor aos animais, são essas as receitas para obter sucesso na criação”. Felipe Belinatto

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bureau

Uma aposta do criador foi a linhagem Dash, uma das famílias mais premiadas em todos os tempos da raça Quarto de Milha. “Temos as cinco gerações desta lendária genealogia: Lasting Influence SI-88, First Special Girl SI-82, parceria com Roberto Cívita, Easy Project AA-85, Little Hottie, parceria com Ormeu Junqueira, e Go Alone For Me”, afirma Felipe.

E os exemplares de renome adquiri-dos ou nascidos no Santa Felicitá com-provam a nitidez dos investimentos fei-tos pelo jovem criador. O Haras abriga importantes doadoras como Pies Bunny Bulion e Sandy Skippy ZD, parcerias com a Agropecuária Romanelli, My Charday SI-84, Lady Fly Love VM e Uno Tiempo, par-

ceria com Thiago Sgarbi de Lolo e Liberty Signed. E os garanhões Dash Tol Fame, parceria com a Agropecuária Romanelli e a Estância 4M, e o Trouble Bid WA.

Atualmente a seleção é formada por cerca de 120 animais, sendo 70 exem-plares puros da raça Quarto de Milha. São 25 matrizes, dois garanhões e os demais são produtos nascidos por temporada. O Haras ainda conta com um plantel de 50

receptoras para realizar a Transferência de Embriões. Toda a criação é preparada para competições. “Temos animais em provas de Baliza e Tambor correndo pelo Brasil inteiro com ótimos resultados”, res-salta Felipe.

Para ele “todos os animais da proprie-dade são especiais, desde os potrinhos recém-nascidos, pois vemos o desenvol-vimento, acompanhamos todas as fases

A SELEÇÃO

com qualidade, perfeição. Gerar campe-ões, com genética, morfologia e discipli-na. Condicionando-os para terem uma boa índole e estrutura impecável. Nosso foco, no atual momento, são os animais de velocidade para competições de Ba-liza, Tambor e Corrida”, explica.

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bureau RADAR

“Dedico-me praticamente todos os dias à criação, vou ao Haras todas as manhãs, gos-to de andar nos piquetes, olhar cada animal, manter uma rotina, pois aprendemos muitas coisas todos os dias no campo”, revela o jovem selecionador. Felipe garante que os cuidados são especiais desde a descoberta da gestação até o fim da vida dos exemplares. “A partir do nascimento dos potros, a equipe do haras se preocupa dia e noite em garantir o desenvolvi-mento e crescimento desses animais. Assim, com disciplina, conseguimos atingir explorar e desnvolver a boa índole do cavalo”, explica. O

DEDICAÇÃO – GARANTIA DE BONS RESULTADOS

para que eles se tornem animais atletas, mesmo as matrizes que estão comigo nessa trajetória de quase 10 anos de criação”. Mas confessa que tem uma afinidade especial pelos animais da li-nhagem Signed To Fly. “Sua morfologia, o racial das matrizes é perfeito e ainda têm o diferencial de terem o sangue aberto para acasalamentos que foram comprovados nas pistas”, explica.

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O Haras Santa Felicitá possui várias formas de comercialização de seus animais. Venda di-reta e pelo site www.harassantafelicita.com.br. E ainda a participação especial de seus exem-plares em inúmeros leilões pelo Brasil. Este ano o selecionador protagonizou um evento em parceria com a Agropecuária Romanelli, um dos leilões mais importantes do Campeonato Nacional do Cavalo Quarto de Milha.

VENDAS

mesmo acontece com todos os animais novos que chegam ao Haras. Eles têm um período de maiores cuidados para se adaptarem ao sistema de manejo e criação.

Felipe acredita que o plantel do Haras San-ta Felicitá tem um papel fundamental na sua vida. “Vejo dois pontos muito importantes da seleção. O primeiro é a busca constante pela melhor genética da raça, em cada acasala-mento que faço junto com minha equipe e também com cada animal que adquiro nos lei-lões. E o segundo ponto são as amizades que fiz e que venho fazendo dentro deste mundo maravilhoso do cavalo”, ressalta.

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NACIONAL QUARTO DE MILHA FATURA 13,4 MILHÕESPor Pilar Velasquez

QUARTO DE MILHA

O evento atraiu mais de 1700 animais e movimento R$ 13,4 milhões em nove leilões

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O 34º Campeonato Nacional da Raça Quarto de Milha foi considerado pela organização, competidores e público o melhor evento

da história da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM). A competição aconteceu no período de 15 a 24 de julho, no Parque de Exposições Dr. Fernando Cruz Pimentel, em Avaré (SP). “O evento promovido 100% em pistas cobertas veio ao encontro dos anseios dos competidores e quartistas em geral. Um motivo de grande orgulho foi que em quase sua totalidade, recebemos os cumprimentos pela organização”, disse o presidente da ABQM, Paulo Farha.

O recinto de exposições foi transformado em uma “cidade de baias”. No local, foram alojados 1.750 animais em competições, 1.098 compe-tidores e 990 proprietários, num total de 4.434 inscritos (3.998 pela ABQM e 436 pela American Quarter Horse Association - AQHA). Foram distri-buídos, nas 18 modalidades, aproximadamente R$ 550 mil em prêmios e 900 troféus nas provas de: Apartação, Bulldog, Cinco Tambores, Laço de Bezerro, Laço em Dupla (Pé e Cabeça), Ma-neabilidade e Velocidade, Ranch Sorting, Seis Balizas, Rédeas, Team Penning, Três Tambores, Western Pleasure, Working Cow Horse, além do julgamento de Conformação e a nova modalida-de Performance Halter.

Uma atração à parte foi a participação de sete países nos dias 21, 22 e 23 de julho no IV

Brazilian Open Championship - Mundialito de Três Tambores. A disputa foi acirrada e o Brasil foi destaque, liderando todas as noites e vencendo com a média de 73s165, com os brasileiros André Coelho e Lauri Goulart. O 2º lugar ficaram com os Estados Unidos com 74s698; em 3º, a Itália, com 75s644; em 4º Paraguai com 78s975; em 5º Panamá com 78s975; em 6º Argentina com 79s413; e em 7º Chile com 82s167.

Os negócios bateram recordes. Nove lei-lões movimentaram R$ 13.485.840,00, sendo R$ 11.874.240,00 referentes à venda de 357 animais, proporcionando a média geral de R$ 33.261,17 e mais R$ 1.611.600,00 na venda de cotas de coberturas e coberturas individuais. E a Associação aproveitou o Leilão Oficial ABQM Criadores e Proprietários, realizado na noite de 17 de julho, para lançar um projeto inovador o Equoterapia ABQM. “Ele tem como finalidade pro-mover a reabilitação das pessoas por intermédio da prática da Equoterapia, buscando o aumento da capacidade e potencialidade física, psíquica, educativa e social”, explicou Celso Minchillo, su-perintendente da ABQM.

Durante os dez dias de evento, várias ações movimentaram o Parque de Exposições. Entre elas, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) realizou pesquisa sobre o “Im-pacto Econômico e Social do Cavalo Quarto de Milha no Brasil.

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bureau QUARTO DE MILHA

O Tattersal ficou pequeno para o aguardado Leilão Belinato & Romanelli, o evento promovido por Fe-lipe Belinato do Haras Santa Felicitá e Ilson Ro-

manelli, da Agropecuaria Romanelli, e seus convidados atingiu a melhor média entre os leilões promovidos na Nacional: R$ 40.325,58.

43 animais atingiram o faturamento de R$ 1,73 mi-lhão, além de 26 coberturas por R$ 86,5 mil dos gara-nhões: Dash Tol Fame, Gold O’lena Pep TMR, First Ic Morn e Trouble Bid WA.

Entre os vários destaques, duas fêmeas atingiram a

expressiva receita de R$ 168 mil cada. A primeira foi a baia amarilha, doadora de embrião, Hillary And SF, premiadíssi-ma em Laço Pé, com destaque para os títulos da Copa dos Campeões (Amador) e do Congresso (Aberta) 2007. Ela foi vendida por Aroldo B. Coelho do Haras Flamboyant para José Carlos Romanelli. A outra foi a reprodutora importada pela Fazenda Barrinha, Pies Bunny Bullion, reservada cam-peã 2008 de Houston Livestock AQHA Show de Três Tam-bores, que passou a fazer parte do condomínio formado pelos anfitriões da festa, Belinatto e Romanelli. Uma festa que mostrou a força do plantel dos promotores.

LEILÃO bELINATO & ROMANELLIDa Redação

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bureau CAVALO

VAQUEJADA ABSORVE 30% DO MERCADO DE QUARTO DE MILHAPor Pilar Velasquez

País é destaque no cenário mundial dos esportes equestres e conta com um grande número de mulheres praticantes.

O casamento entre o cavalo quarto de milha e a vaquejada foi perfeito. Criadores, competidores e todos os envolvidos no esporte creem que a

raça é mais adequada à modalidade e ainda proporcio-na evolução à vaquejada. Em contrapartida, acredita-se que os exemplares destinados ao esporte representam atualmente 30% de todo o mercado de quarto de milha no Brasil. “Nós tivemos a sorte de termos em nosso es-

porte um cavalo como o Quarto de Milha e para a raça a vaquejada é um esporte que está tomando conta do Brasil, com um crescimento em número de eventos e em premiações vertiginosos, o que tem feito com que o mercado do Quarto de Milha se mantenha em cresci-mento, com ótimos valores e muito aquecido” defende Rodrigo Loureiro, diretor da Agreste Leilões e membro da Associação Brasileira de Vaquejada.

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Para Rodrigo, os números em leilões este ano são surpreen-dentes. Ele acredita que o faturamento de 2011 deva superar em 30% os valores alcançados em 2010. “Só no Nordeste, por exemplo, já tivemos inúmeros leilões este ano que superaram a casa dos R$ 2 milhões de faturamento, alguns superando os R$ 3 milhões, e uma média por animal acima de R$ 45 mil, chegando a alguns casos a mais de R$ 50 mil de média, números nunca antes atingidos em nossa região” afirma.

Dois garanhões que ganharam destaque em leilões este ano foram Shady Steel SLN e Napoleon Sus. Shady Steel SLN é o número 1 do ranking de reprodutor Nacional de Vaquejada da ABQM. Ele teve 34% de suas cotas de co-berturas vendidas por R$ 400 mil no Leilão Natal Quarter Horse, em Parnamirim/RN, pelos criadores Junior Teixeira e Cleber Lucena. Outro garanhão que desponta é Napole-on SUS - campeão e produtor de campeões de Vaquejada. 23% de suas cotas de coberturas foram comercializadas a R$ 345 mil, no leilão Vitrine Integralmix, em Fortaleza/Ceará, por Marcos Lima, da Integralmix. Mas é o cavalo mais valorizado da raça, o campeão e produtor de campeões de vaquejada Silver Wild SLN. Roxão, como é conhecido, é uma lenda viva da raça e vencedor de todas as competições de que participou. E o melhor desse sangue, divisor de águas para a vaquejada, é que sua habilidade é transmitida para seus filhos que despontam nas provas. O seu passe está avaliado em mais de R$ 5 milhões.

Napoleon Sus - Filhos com excelentes resultados em pista.

Shady Steel SLN - Líder do ranking de Garanhões de Vaquejada.

Silver Wild SLN, o Roxão – fenômeno da história da vaquejada, avaliado em

mais de R$ 5 milhões.

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Eduardo Borba, diretor nacional de vaquejada da ABQM”.

A Vaquejada faz parte das raízes cul-turais da pecuária nordestina e desde 2001 é também esporte oficial da As-sociação Brasileira de Quarto de Milha – ABQM. Para Eduardo Borba, diretor nacional de Vaquejada - ABQM, “ela é um misto de manifestação cultural e es-portiva, fomentando a economia, geran-do emprego, renda e entretenimento”.

Segundo Borba, “a vaquejada tem

sua origem baseada no manejo do rebanho nos primórdios da criação de gado no nordeste. Os proprietários de animais da época criavam seus reba-nhos em grandes extensões de terra e de tempos em tempos necessitavam reunir os animais para execução de manejos corriqueiros. Esse feito quase sempre acontecia em clima de festa, sendo essas manifestações a semente

dos grandes eventos realizados no pre-sente”. E com o passar dos tempos, a profissionalização na organização dos eventos e o oferecimento de valiosos prêmios aos competidores, essa festa cultural evoluiu para esporte.

Em 2001 a profissão do peão de va-quejada foi finalmente reconhecida pela Lei nº 10.220, de 11 de abril, sancio-nada pelo então presidente, Fernando

VAQUEJADA - DE CULTURA POPULAR A ESPORTE NACIONAL

CAVALO

Quando perguntado sobre a atual força da vaquejada no país Rodrigo é contundente em dizer que não tem como se ter ideia da dimensão que o esporte alcançou. “Vou te explicar o porquê, o site Portal Vaquejada, um dos principais sites do nosso ramo, or-ganizador do Campeonato Nacional de Va-quejada, tem um cadastro de eventos com premiação acima de R$ 30 mil, e somente para este mês de agosto estão cadastradas, com essa premiação mínima, 52 eventos. Isso são números só de premiação! Portanto, alguém tem noção do quanto se movimenta direta e indiretamente em nosso esporte? Quanto se consome de ração? Quanto se tem de investimento em caminhões, cavalos , treinadores, competidores, juízes, shows, veterinários etc... ? A indústria da Vaquejada é de um poder, hoje, incalculável”, revelou Rodrigo Loureiro.

Meu sertão tem futebol, tem samba, tem farinhada, leilão, reizado e novena; mas nada disso me agrada. Meu fraco é cavalo e gado, cantoria e VAQUEJADA. Pedro Bandeira.

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Henrique Cardoso. Essa lei considera atleta profissional o peão de rodeio. “Entendem-se como provas de rodeios as montarias em bovinos e equinos, as vaquejadas e provas de laço, promovi-das por entidades públicas ou privadas, além de outras atividades profissionais da modalidade organizadas pelos atle-tas e entidades dessa prática esportiva”.

A cada dia, a modalidade ganha

mais adeptos e apaixonados pelo Brasil. O número de competidores é desconhe-cido e todos os finais de semana aconte-cem eventos simultâneos pelo país. As vaquejadas movimentam milhões de espectadores. Os órgãos responsáveis estimam que os eventos tenham movi-mentação financeira e frequentadores inferiores apenas ao futebol, superando todos os outros esportes.

Um dos eventos mais importantes e que arrastam multidões todos os anos é Potro do Futuro e Campeonato Na-cional da ABQM. “O Potro do Futuro e Campeonato Nacional é a vitrine onde todo criador, competidor e empresas da área querem estar, ser campeão do mais importante evento do Quarto de Milha na vaquejada sem dúvida grava o feito na história”, afirmou Borba.

9º POTRO DO FUTURO E CAMPEONATO NACIONAL

Existe todo um misticismo e expec-tativa para as provas do Potro do Fu-turo e Campeonato Nacional. A ABQM escolhe a cada ano um palco diferente para o campeonato e esta 9ª edição acontecerá em Campina Grande/PB, no Parque Ivandro Cunha Lima. A terra da maior festa de forró do país receberá o maior evento de vaquejada do ano entre os dias 29 de setembro a dois de outubro.

Este ano a Associação oferecerá uma premiação de R$ 185 mil, a maior de todos os eventos oficiais de Vaque-jada realizados pela entidade até hoje. Sendo R$ 60 mil para o Potro do Futuro e R$ 125 mil destinados ao Campeona-to Nacional. A novidade desta edição fica por conta do campeonato femini-no separado; “até então as mulheres competiam junto ao masculino”, afir-mou o diretor Nacional de Vaquejada da ABQM.

Outras informações podem ser ob-tidas pelos telefones: (81) 9104.0225 com Eduardo Borba; (81) 9304.3410 - Márcio Borba; e (83) 9959.9966 - Fábio Filmagem.

PAIXÃO DE SERTANEJO

Outro campeonato considerado um dos mais importantes do Brasil é o de Petrolina, em Pernambuco, realizado há 25 anos pela família de Geraldo Estrela. O evento é reconhecido não só pelo es-porte, mas é também considerado uma atração turística do estado.

A vaquejada é uma paixão que ultra-passa gerações na vida de Geraldo Es-trela. “A vaquejada está na minha vida praticamente desde o nascimento. Meu pai (Nelio de Possido Estrela) sempre amou a vaquejada e viu a possibilida-de de começar a realizar vaquejadas na cidade de Petrolina, sua terra natal. Juntamente com vários amigos, viabili-zou a primeira e depois não parou mais de crescer junto com o esporte” contou Estrela. O nome do parque da cidade foi uma homenagem de Nélio ao seu pai, parque Dr. Geraldo Estrela.

Com o mesmo nome do avô, Geraldo mantém a tradição da família e atual-mente é o presidente do Campeonato Pernambucano de Vaquejada e tam-bém membro da Associação Brasileira de Vaquejada. “Cresci vendo esse es-porte tomar um novo rumo, buscando sempre o profissionalismo. Hoje tenho o prazer de poder contribuir com esse crescimento e vejo na vaquejada uma grande alternativa de entretenimento e renda, onde conseguimos números surpreendentes de participantes e de valores”, releva Estrela.

O Campeonato Pernambucano de Vaquejada – CAMPEV existe há cinco anos. Os circuitos de provas no estado acontecem há mais de 15 anos, mas de acordo com o presidente, a marca CAMPEV foi criada para dar profissio-nalismo às provas e trazer inovações e incrementos ao esporte. “Cresci ven-do esse esporte tomar um novo rumo, buscando sempre o profissionalismo. Hoje tenho o prazer de poder contri-buir com esse crescimento e vejo na vaquejada uma grande alternativa de entretenimento e renda, onde conse-guimos números surpreendentes de participantes e de valores. Competir em uma pista de vaquejada é adre-nalina pura”, afirmou Estrela. Geraldo tem atualmente oito cavalos competin-do em vaquejadas. “Sou empresário, mas minha paixão vive na vaquejada, isto explica o grande envolvimento que tenho com o esporte. Hoje não pratico, mas vivo essa emoção do lado externo, acompanhando meu vaqueiro desem-penhar suas habilidades montando meus animais” explica.

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VAQUEJADA - DE CULTURA POPULAR A ESPORTE NACIONAL

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bureau INTERNACIONAL

FORÇA E BELEZA DO HIPISMO ALEMÃOLuiz H. Pitombo

País é destaque no cenário mundial dos esportes equestres e conta com um grande número de mulheres praticantes.

A população de equinos na Alemanha é estimada em cerca 1 milhão de animais, entre cavalos e pôneis, uma das maiores de toda a Europa, que em

sua totalidade conta com aproximadamente 6 milhões desses animais.

Tanto os praticantes dos esportes equestres como os animais alemães estão entre os melhores, figurando em posições de relevo nas competições internacionais. Considerando unicamente os Jogos Olímpicos realizados

no período de 1912 até 2008, o país conquistou 81 medalhas, sendo 37 de ouro e 19 de prata.

Dados de 2009 mostram que a Federação Equestre Alemã tinha nada menos que 748 mil membros, dos quais mais da metade eram do sexo feminino, o que atesta a popularidade desse esporte entre as mulheres germânicas.

Para municiar de informações e novidades o público interessado e os praticantes das várias modalidades, exis-

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tem cerca de 60 publicações especia-lizadas, entre jornais e revistas, além de farta literatura. É nesse país onde se realiza a mais importante mostra do setor, a Equitana, que em março deste ano atraiu mais de 200 mil visitantes e mil cavalos de 40 raças diferentes.

A criação e a seleção de cavalos é uma tradição na Alemanha, onde

é possível encontrar em plena ati-vidade e com mais de 500 anos de existência o centro equestre estatal Marbach, com sua conhecida linha-gem de cavalos da raça Árabe, entre outras. Lá existem aulas de equita-ção, provas, belos desfiles de char-retes e de garanhões.

O país foi o responsável pela for-

mação de importantes raças que se aprimoraram nos esportes olímpi-cos (salto, adestramento e concurso completo de equitação) como a Ha-noveriana, Hoslteiner, Oldemburgo e Westfalen, e que contribuíram para a formação de outras. Sem elas, é pra-ticamente impossível imaginar como seriam os esportes equestres.

A criação e seleção de cavalos é uma tradição na Alemanha, onde é possível encontrar em plena atividade e com mais de 500 anos de existência.

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GENÉTICA ESPORTIVA

Na área do melhoramento deste importante plan-tel, a Alemanha conta com a contribuição dos trabalhos de uma organização independente sem fi ns lucrativos conhecida pela sigla VIT, ou o equivalente a Sistema Unifi cado de Informação Animal, que igualmente atua junto a outras espécies animais. Ela está localizada em Verden, cidade que sediou, agora em agosto, o Campe-onato Mundial de Adestramento de Cavalos Novos, da Federação Equestre Internacional (FEI).

A VIT é encarregada de realizar anualmente a ava-liação genética dos animais para a Federação Equestre Alemã, com seu posterior uso pelas associações de raça. O foco da análise são os desempenhos no salto e no adestramento, com cada cavalo recebendo um mérito genético para essas características. Adicionalmente, para duas associações, entre elas a da raça Hanoveria-na, são realizadas análises que associam características de conformação levantadas pelos técnicos das raças com a performance desses animais.

Nos trabalhos do ano passado, segundo Kathrin Frie-derike Stock, da divisão de Avaliação Genética da VIT, a base de dados para as avaliações foi composta por 14,4 milhões de informações referentes ao desempe-nho de 400 mil cavalos, a maior parte delas de provas esportivas. Por limitações no levantamento de dados mais completos sobre os animais em eventos realizados no exterior, são considerados unicamente os resultados das competições que aconteceram na própria Alemanha, que possui um importante e forte calendário de eventos.

Além da atuação dos animais em competições de salto e adestramento, também são incluídos dados de testes de performance de éguas e garanhões e o seu pedigree. Esses testes podem ser realizados em haras especializados ou centros de treinamento, com a res-ponsabilidade de inscrição dos animais fi cando para os proprietários. No caso das éguas, os testes são or-ganizados pelas próprias associações de raça, e para os cavalos é a Federação Alemã. Dentre os aspectos analisados, estão o passo, o trote, o galope esportivo, a montabilidade, salto e o salto livre.

Kathrin Stock diz que até o momento não existe a aplicação da genômica nessa área na Alemanha, em-bora já estejam sendo desenvolvidas estratégias para a sua futura inclusão.

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FREIO DE OURO – EDIÇÃO 30 ANOS

Em uma disputa emocionante e de alto nível, foram decididos os campeões da prova que marcou os 30 anos do Freio de Ouro. Na ca-tegoria de macho, o Freio de Ouro foi para Feriado de Santa Edwiges, de propriedade do criador Daniel Anzanello, sob o comando de Milton Castro, o ginete que mais vezes ganhou a prova - esse foi o sétimo título de Castro, que também foi premiado como o Domador do Ano. Na categoria de fêmeas, a campeã foi RZ Reclusion da Carapuça, do selecionador Leandro Williams Purcallas, montada por Cezar Augusto Freire. Freire, assim como em 2010, também foi premiado com o título de Ginete do Ano. O Freio de Ouro é considerado a principal ferramenta de seleção da raça Crioula, por unir de forma efi caz o julgamento morfo-lógico ao funcional. A prova acontece todos os anos durante a Expointer, em Esteio, RS. Este ano reuniu mais de 900 exemplares da raça.

CENTENARIO HIPICA PAULISTA

Este ano a Sociedade Hípica Paulista está completando 100 anos de tradição. E, para comemorar a diretoria, sob o comando do presidente Francisco Leite, con-vidou amigos e associados para uma noite BlackTie, em agosto, na capital pau-

lista. A festa foi uma superprodução com apresentação da Orquestra Maestro Brazil, desfi le de moda com os principais estilistas da atualidade - todos os looks

foram criados na cor vermelha acompanhando a cenografi a desenvolvida pela Pazetto Events Consulting - e intervenções hípicas completaram a programação.

Muitas personalidades estiveram no evento, como: Fernanda Motta, Luciana Gimenez e Marcelo Carvalho, Cássio Gabus Mendes, Tato Gabus Mendes, e

Schynaider Garnero.

ENDURO ARABE

A Serra de Maracaju, em Mato Grosso do Sul, foi o cenário da etapa mundial de enduro equestre. O campeonato foi sediado no Haras do Engenho, do selecionador Laucídio Coelho Neto. A prova internacional integrou o calendário da Federação Internacional de Enduro (FEI), além de também ter sido a última qualifi catória para o campeonato mundial de jovens cavaleiros, que acontece em Abu Dabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, e última qualifi catória para o Pan- americano de Enduro, que será sediado no Chile. Participaram 42 conjuntos que percorreram 124 km. Rafael Salvador, que montou a SM la Turca, venceu a prova na categoria adulto com uma média de 15,84 km/hora. Fernando Delgado Maria Verzi venceu a categoria Young Riders, com a mesma média de 15,84 km/hora.

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de propriedade do criador Daniel Anzanello, sob o comando de Milton Castro, o ginete que mais vezes ganhou a prova - esse foi o sétimo título de Castro, que também foi premiado como o Domador do Ano. Na categoria de fêmeas, a campeã foi RZ Reclusion da Carapuça, do selecionador Leandro Williams Purcallas, montada por Cezar Augusto Freire. Freire, assim como em 2010, também foi premiado com o título de Ginete do Ano. O Freio de Ouro é considerado a principal ferramenta de seleção da raça Crioula, por unir de forma efi caz o julgamento morfo-lógico ao funcional. A prova acontece todos os anos durante a Expointer, em Esteio, RS. Este ano reuniu mais de 900 exemplares da raça.

CENTENARIO HIPICA PAULISTA

ENDURO ARABE

A Serra de Maracaju, em Mato Grosso do Sul, foi o cenário da etapa mundial de enduro equestre. O campeonato foi sediado no Haras do Engenho, do selecionador Laucídio Coelho Neto. A prova internacional integrou o calendário da Federação Internacional de Enduro (FEI), além de também ter sido a última qualifi catória para o campeonato mundial de jovens cavaleiros, que acontece em Abu Dabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, e última qualifi catória para o Pan- americano de Enduro, que será sediado no Chile. Participaram 42 conjuntos que percorreram 124 km. Rafael Salvador, que

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BRASIL DÁ SUAS TACADAS NA TERRA DA RAINHAPor Thais Pompêo

Na terra da rainha, Brasil x Inglaterra foi um espetáculo de sofisticação - um jogo para comemorar o centenário do Coronation Cup, a partida mais badalada e tradicional do polo no Reino Unido.

Uma festa com a mais alta sociedade do mundo, em um país onde a tradição convive em harmonia com a mo-dernidade. O Cartier International Day comemorou um

século de Coronation Cup, o dia mais esperado no calendário de polo do Reino Unido. A partida aconteceu no Guard’s Polo Club, em Windsor, a meia hora de Londres, e reuniu, em um dia ensolarado, a realeza britânica, entusiastas dos esporte, importantes empresários e celebridades.

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1.Comitiva Real2. A atriz Margo Stilley3. Interior da tenda da Cartier 4. Princípe Philip e Arnaud Bamberger, presidente executivo da Cartier no Reino Unido5. Luke Tomlinson, capitão do time inglês, e José Eduardo Kalil, do time brasileiro 6. A modelo Christie Brinkley7. Guarda real. 8. : Prince Phillip e José Eduardo Kalil

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Todos os anos, há um século, a Inglaterra convida um país para jogar contra seu time no Coronation. Criado em 1911 para homenagear a coroação do rei George V, avô da Rainha Eliza-beth II, o evento recebeu pela segunda vez o time de polo do Brasil. Para o jogo de comemoração do centenário, o

Príncipe Philip, marido da rainha, foi o representante Real no evento. O Duque Edimburgo, como também é conhecido o Príncipe Philip, é um verdadeiro fã do esporte: já foi jogador de polo, alcan-çando o topo do pódio no disputado Gold Cup Trophy em 1969.

A participação da seleção brasi-

leira foi um convite do presidente da Hurlingham Polo Association, Nicholas Colquhoun-Denvers, ao empresário e polista José Eduardo Kalil, do clube São José, durante a temporada da Argentina em 2010. “Depois de ven-cermos a Copa Oro Ellerstina na Ar-gentina ano passado, o presidente da

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Hurlingham Polo Association nos convidou para participar do Coronation Cup 2011. Uma chance maravilhosa, pela importância da data na Inglaterra e por podermos mostrar nosso nível no esporte”, comemora.

Para montar o time, foi preciso reunir jogadores fortes e que atendessem ao handicap do evento, – ou seja, a soma das médias de gols de cada jogador no último ano. “Como já havíamos jogado contra a seleção inglesa e sido campeões da Copa de las Naciones, em 2009, mantive-mos a mesma equipe”, conta Kalil, o capitão do time. A formação foi a seguinte: Rodrigo Andrade, handcap 8, João Paulo Ganon, handicap 8, Luiz Paulo Bastos, hand-cap 7, e José Eduardo Kalil, handicap 6. A equipe ficou 15 dias na Inglaterra para se aclimatar. Principalmente por-que os jogadores brasileiros não conseguiram embarcar seus cavalos e tiveram que se adaptar a novos animais.

Apesar do contratempo, as tacadas foram bastante disputadas entre Brasil e Inglaterra, com placar de 8 a 6 para os ingleses. José Kalil rompeu os ligamentos no ter-ceiro tempo (são seis tempos ao todo) e foi substituído por Luis Carlos Mello. Uma partida difícil, cheia de contusões, inclusive do lado inglês. José Kalil conta como foi: “Em termos de jogo, não deixamos nada a desejar. Acontece que, como não conseguimos levar nossos cavalos, o nosso jogo muda, as respostas das jogadas são diferentes, já que não conhecemos tanto os animais. Tenho que dizer, também, que a equipe inglesa estava muito bem montada, apresentando um jogo franco e entrosado”.

A premiação foi entregue pelo Príncipe Philip, que se mostrou atencioso. “Achei o príncipe muito simpático. Quando fui receber o prêmio como capitão, ele me per-guntou o que havia acontecido e como eu estava me sen-tindo”, relata. Nossos atletas receberam de Sua Alteza uma caneta da Cartier, comemorativa aos 100 anos do torneio. Um grande evento do verão inglês, abençoado pela rainha com direito a muito luxo, gente bonita e belas tacadas.

MELHORES TACADAS DO CLUBE SÃO JOSÉ POLO

José Eduardo Kalil criou e comanda um dos clubes de polo mais fortes do país, o São José Polo, em Indaiatuba, SP. Atualmente, o São José é o time brasileiro com o maior número de títulos no esporte. Segundo o empresário, tantas conquistas devem-se ao histórico sólido da equipe. O clube foi criado em 1995 e desde 2004 tem dado um salto em performance; é uma das raras equipes brasilei-ras que possui jogadores profissionais em sua formação. Entre as principais vitórias do clube, as mais especiais são: o 1º lugar na Copa de Ouro da Argentina em 2008 e 2010, “as duas foram uma emoção muito grande para a toda equipe”, conta José Kalil. O clube possui três campos de polo e cocheiras para 80 animais. O projeto prevê, ain-da, a construção de um Club House para receber polistas e convidados. Desde de 2010, o clube São José Polo é anfitrião do torneio Copa Ouro no Brasil.

bureau CAVALO

O time brasileiro, João Paulo Ganon, Luis Paulo Bastos, José Eduardo Kalil e Rodrigo Andrade.

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bureauCAVALO

ANIMAL ATINGE R$ 500 MIL NA NACIONAL DO

MANGALARGA MARCHADORDa redação

Na edição deste ano, a exposição obteve excelentes resultados nos negócios gerados nos leilões e shoppings de animais.

De 13 a 23 de julho, Belo Horizonte sediou, no Parque da Gameleira, a 30ª Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador, um dos maio-

res eventos equestres da América Latina. Organizada pela Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), a exposição teve como tema central “Os Grandes da Raça” e promoveu a interação entre os criadores e usuários dos quatro cantos do país.

Durante onze dias, a Nacional do Mangalarga Mar-chador recebeu a visita de 150 mil visitantes, entre eles, uma comitiva de criadores americanos, europeus e argentinos e movimentou R$ 10 milhões em negócios ocorridos nos leilões, shoppings de animais e vendas diretas entre os criadores. Um dos destaques dos re-mates foi a venda de 50% da fêmea Sevilha da Selva Morena, que atingiu R$ 500 mil.

Estiveram reunidos no parque 1.600 animais, que parti-ciparam de concursos de marcha, julgamentos, provas fun-cionais e sociais oriundos de todo o país. Um dos marcos desta edição foi a presença do “Encantador de Cavalos” Monty Roberts que fez quatro apresentações para 1.500 pessoas, incluindo a abertura ofi cial do evento.

As provas funcionais, realizadas na pista de areia do par-que, tiveram a participação de 700 conjuntos que disputa-ram as modalidades Três Tambores, Baliza, Cinco Tambores, Team Penning e Marchador Ideal.

Os Grandes Campeões Adultos da Nacional de marcha batida foram: Teorema da Morada Nova, de Cristiana Gutier-rez, Haras Morada Nova, Inhaúma, MG, e Taubaína do Rally, de Jaime Gomes, Rancho Rally, Saquarema, RJ.

Aqueles que não puderam comparecer ao Parque da Ga-meleira acompanharam a Nacional ao vivo pela internet. Durante a 30ª Nacional, os acessos ao site da ABCCMM atingiram a marca de um milhão de visitas.

Sevilha da Selva Morena.

Grande Campeão Nacional Adulto da Raça.

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1. Um potro chega a mamar 60 vezes ao dia e a égua no 4° mês de lactação, produz 20 litros de leite. A nutrição durante a gestação e depois do parto é fundamental para que isso aconteça.2. O ceco de um cavalo tem capacidade de 20 litros, enquanto que no homem é atrofi ado. É aquele “pedacinho” do intestino que provoca apendicite.3. O cavalo tem a pupila retangular e por isto, com a cabeça reta em relação ao corpo, enxerga para frente e para trás cobrindo uma área de 320°. Já a nossa pupila é redonda e cobrimos um campo de visão não mais que 180°.4. As “castanhas” mais observadas nas mãos dos cavalos correspondem ao nosso dedão da mão. A canela é o carpo ou o osso médio da palma da nossa mão. O joelho do cavalo seria o nosso punho.5. O fêmur é o osso que compõe o quadril do cavalo, coberto totalmente por músculos, e a rótula está muito próxima à barriga do animal.6. O canal lacrimal ou “do choro” desemboca do nariz. Quando entupido, a lágrima escorre pelo canto do olho, atraindo moscas e provocando infecções.7. O cavalo tem normalmente 40 dentes efetivos, podendo ter resquícios de mais quatro.8. Quando o cavalo aceita lamber seu dedo, isso indica uma consolidação e aceitação de sintoma e amizade.9. O coração do cavalo pode pesar até 6 Kg.10. A velocidade do cavalo chega a 72 Km/h.11. Os batimentos cardíacos saem de 40 e passam para até 240 por minuto.12. Em liberdade, ele anda 18 Km por dia, em média.

bureau MANEJO

Médico veterinário expert em nutrição animal e na

criação do Quarto de Milha. [email protected]

CURIOSIDADES SOBRE O CAVALOPor Emílio Fanton

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bureau DECORAÇÃO

O LADO CHIQUE DO COUNTRYPor Thais Pompêo

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Símbolo de força e sofisticação, o cavalo rouba as atenções dentro e fora da arena dos apaixonados pelas rédeas. Ícone que faz toda a diferença na loja de decoração da arquiteta e amazona Heloísa Sá.

O barulho dos cascos. As pernas fortes que levantam a poeira do chão. A crina ao vento. O cavalo evo-ca uma das mais puras sensações de liberdade e

beleza. Sua figura sempre fascinou os seres humanos e rende histórias de poder e amizade. Paixão que envolve famílias inteiras, como a da paulista Heloísa Sá, que soube traduzir esse sentimento em objetos que têm agradado cavaleiros e amazonas, dentro e fora das pistas.

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A história começou sob as rédeas do pai, Marcos Sá, que iniciou a seleção do Quarto de Milha de trabalho e corrida em 1975 no Haras Jota Sá, hoje, localizado em Presidente Prudente, SP. O investimento seduziu toda a família, que passou a dedicar boa parte do tempo livre aos cavalos. Heloísa, a filha mais nova, cresceu acompa-nhando os pais em exposições, leilões, provas e corridas.

Aos nove anos, já praticava hipismo clássico. Aos 20 anos, foi a primeira selecionada pelo The Bill Ver-dugo International Matching Challenge, programa da American Quarter Horse Association de incentivo a novos cavaleiros e durante três meses montou na Califórnia com o Don Murphy, campeão Mundial de Rédeas e Working Cow Horse. Heloísa relembra: “Nos Estados Unidos, vivi intensamente o cavalo. Aqui, o selador entrega o cavalo prontinho para montar. Lá, o cavaleiro tem que fazer tudo: escovar, arriar, desmon-tar, lavar, alimentar... E, com isso, acabei ficando mais próxima de todo o universo equestre”.

De volta a São Paulo, Heloísa dividiu seu tempo en-tre a Hípica Paulista, onde treinava salto diariamente, e a faculdade de arquitetura. Não tardou em assumir a direção da loja Cowboys, na capital paulista; empresa criada pelo pai, uma das lojas country mais tradicionais do país, que conta com três lojas, uma importadora e uma distribuidora de produtos de selaria nos Estados Unidos, que comercializa até com a Austrália. “A loja de São Paulo era mais masculina e básica. Quando assu-mi a administração, resolvi dar um ar mais feminino, trazendo roupas e acessórios. Bem nessa época, eu ouvia muitas pessoas falando, constantemente, que tinham ido para os Estados Unidos, para Austrália, e que queriam ter trazido muitos objetos de decoração, mas que, infelizmente, não cabiam na mala...”, conta a empresária.

Loja campeonato nacional QM.

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Foi então que Heloísa uniu seu profundo conheci-mento do life style country com a decoração e arqui-tetura estudadas na faculdade - criou a loja Heloísa Sá Decor para oferecer uma proposta diferenciada de decoração. “Nossa loja é country, porém com um toque refinado, leve e clean, na medida certa para decorar casa de campo, haras ou fazenda”, explica. Na lista de clientes VIP, estão cantores da música sertaneja, artistas globais e renomados criadores de cavalos e de gado de diversas raças.

A loja é uma casa charmosa de dois andares no bairro de Perdizes, ao lado do Parque da Água Bran-ca, tradicional reduto da maioria das associações de criadores de equinos. Entre os materiais, muita ma-deira de demolição para dar um toque rústico e de exclusividade aos móveis. Lá, o cavalo e seus símbolos estão em móveis, almofadas, abajures, castiçais, ta-ças, esculturas - peças muito especiais selecionadas mundo afora, como o banco trazido diretamente da Índia, trabalhado em madeira com as duas laterais de ferro fundido com a imagem de um cavalo.

Para atender à demanda dos clientes exigentes da capital paulista, a loja Heloísa Sá Decor também exibe uma linha contemporânea. Objetos e móveis que repre-sentam as melhores tendências e novidades de vários países como Estados Unidos, México e Tailândia, além do Brasil. “O movimento na loja não para. Quem conhe-ce sempre volta, porque, semanalmente, recebemos peças novas e também pela qualidade dos nossos pro-dutos, que são diferenciados”, conta Heloísa, fazendo uma observação: “Não são as mulheres os principais clientes da loja, são os homens”.

Para garantir as novidades, a Heloísa viaja quatro vezes ao ano para fora do país. Principalmente porque agora é a responsável por toda a importação que abas-tece as quatro lojas do grupo. Uma semana corrida para essa mulher de 28 anos, que vive entre São Paulo e Presidente Prudente. E, depois de uma longa semana de negócios, a empresária foge do escritório direto para a pista, para montar os três cavalos que mantém com o treinador Marinaldo Pegos em Martinópolis, SP, cidade próxima a Presidente Prudente. Para Heloísa, descanso é no lombo de um cavalo.

Salto Campeonato Brasileiro de Amazonas – Curitiba,PR

Aos nove anos, começou a praticar o hipismo clássico na Hípica de Presidente

Prudente, SP. Foram inúmeras vitórias em competições durante dez anos.

Heloísa Sá Décor:Rua Dona Germaine Burchard, 286, Perdizes, São Paulo, SP.Telefone: 11 3675-8923

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bureau EMPREENDEDOR

Secretário de Irrigação em Petrolina, Pernambuco, o agrônomo Newton Matsumoto presta consultoria especializada em irrigação e colhe bons resultados, orientando grandes empresas brasileiras.

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Por Priscilla Rios

O agrônomo Newton Matsumoto se fez valer da força da irrigação para implementar a fruticultura sustentável no sertão pernambucano. Desde então ele tem colhido safras fartas de uva e manga o ano inteiro, e ainda exportado 800 toneladas de uvas finas de mesa para Estados Unidos e Europa.

Sob o sol de lascar do nordeste, a irrigação tem matado a sede de crescimento da agricultura e da pecuária. Graças à forma-ção de pasto irrigado transformado em silagem de cocho, o

gado pode engordar em períodos de seca e dar retorno o ano inteiro. Fazendo frente à positiva realidade do gado irrigado, também a fruticultura irrigada encontra raízes profundas na produção a qual-quer tempo. Por trás da solução que hoje parece óbvia, pioneiros abriram caminhos rumo ao desenvolvimento. É no semiárido do sertão pernambucano que o empresário Newton Matsumoto colhe toneladas da ideia que plantou: uvas finas de mesa destinadas ao mercado nacional e internacional.

Desbravador do Vale do Rio São Francisco, Newton é agrônomo de nascimento e de profissão. Ele teve o primeiro contato com a terra ainda criança, aos 11 anos de idade, quando seus pais iniciaram a plantação de uvas de mesa. De origem nipônica, Newton só foi aprender a falar português aos 7 anos quando ele ainda tinha um longo caminho pela frente até se tornar um dos mais destacados exportadores de uvas do Brasil. O menino se fez homem e saiu do interior rumo a cidade grande para estudar e prestar o vestibular na concorrida Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) e aquilo em que poucos botavam fé aconteceu, o esforço de Newton garantiu uma vaga nos bancos da universidade. Terminados os es-tudos, retornou ao campo onde a prática lhe conferiu o mestrado e o doutorado em assuntos agrícolas.

A FORÇA DA IRRIGAÇÃO

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Engajado nas causas do campo, Newton se enveredou por um caminho tortuoso, porém não menos promissor. “Fui para a fronteira agrícola. Em 1987 entrei para a co-operativa de Cotia em Juazeiro do Norte, Bahia, cidade vizinha de Petrolina, em Pernambuco. Em 89, saí da coo-perativa para abrir uma loja de insumos, e para conquistar os clientes, eu oferecia assistência técnica. Um ano e meio depois de abrir a empresa fui trabalhar exclusivamente com assistência técnica e consultoria, não se conhecia nada de uva na época, era tudo muito inicial”.

Da consultoria ele nunca mais saiu, isso deu susten-tação para tocar em frente, em 93, o projeto semeado na infância, a plantação de uvas. Cinco anos depois já estava exportando as melhores safras para a Holanda. “Comecei com 2,5 hectares, hoje trabalho no total com 121 hectares de terra em Petrolina. Em 38 hectares, planto três variedades de uvas americanas, Sugraone, Thompson e Crimson, todas sem sementes, e exporto para os Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e Holan-da”. A plantação de manga veio depois. Newton sepa-rou 12 hectares para produzir 300 toneladas da fruta e atender à demanda do mercado interno.

Os planos sólidos para a uva continuam dando frutos, a meta do agrônomo é exportar 80% da produção. “Colhemos em média 1000 toneladas de uvas ao ano e esperamos exportar até dezembro 800 toneladas”.

A receita do sucesso o Newton passa adiante. Não é à toa que tem tantos amigos, é o “Newtinho” para os mais íntimos. O caso é que ele presta consultoria a grandes em-presas, como CAJ (Cooperativa Agrícola de Cotia), Secchi Agrícola, Tmabauba Agrícola, Coana, Special Fruit e Grupo Labrunier. “Minha consultoria inclui desde a implantação da cultura até o acompanhamento da fruta no exterior, se necessário”, explica.

A uva, natural de clima temperado e a manga, de clima tropical úmido, sob os olhos atentos de Newton, crescem aos montes em Pernambuco. Como Newton conseguiu domar a agricultura usando as águas do São Francisco? O substantivo que virou solução é um só: irrigação. “Comecei a plantar logo que entendi que poderíamos produzir o ano todo, derrubando todos os paradigmas sobre frutas temperadas”.

A irrigação, como o próprio Matsumoto explica, pode ser de diversos modos, como gotejamento, microasersão, difusor, canhão hidráulico, aspersão convencional e pivô central. “Eu utilizo a irrigação por difusor, e esse tipo re-presenta aproximadamente 30% aqui do Vale”, informa ele. Dessa mesma água bebe a pecuária, a que o agrôno-mo recomenda a utilização de pivô central, pico linear ou canhão hidráulico. “Já que não temos período frio aqui, com temperatura mínima em torno de 15 graus Celsius, a irrigação permite produzir capim o ano inteiro”.

Newton Matsumoto com o ex-governador de São Paulo, José Serra.

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Tanto na pecuária quanto na agri-cultura vale a mesma regra. Para fazer chover em plena seca, é preciso se preocupar com alguns detalhes, como combinar vento, tamanho de gota e tipo de solo. Isso irá definir o tipo de pivô a ser utilizado. Se escolhidos errados, os bicos aspersores que fazem, por exem-plo, o processo final da irrigação podem causar erosão ou compactar demais o solo e até reduzir a quantidade de oxigê-nio disponível para as raízes das plan-tas. Proteger o solo, atender à planta e providenciar o uso sustentável da água são a bandeira da fruticultura irrigada.

A boa adaptação das frutas ao cul-tivo irrigado sob o clima quente e seco do semiárido sanfranciscano rendeu pomares fartos e posicionou a região como a maior exportadora de uvas do país. Simplesmente 99% da exportação

de uva brasileira está concentrada no vale do São Francisco; somente ano passado foram 60 mil toneladas, geran-do uma divisa de mais de 150 milhões de dólares. Por conta disso, hoje a re-gião concorre com os principais centros produtores de vinho de mesa do mun-do como Califórnia, África do Sul, Chile, Grécia e, mais recentemente, o Peru.

A política da irrigação - pelos resulta-dos em irrigação, Newton foi convidado pelo prefeito de Petrolina, Julio Lossio, para assumir o posto de secretário de agricultura irrigada. “Na secretaria de irrigação, trabalho com programas so-ciais como o PAA do MDS e PNAE do Ministério da Educação, com agricultu-ra familiar e realizamos inclusive dis-cussões sobre estratégias de mercado internacional junto à classe produtora e exportadora”.

De fato, desde que entrou para a política, Newton tem regado o sector com ideias práticas e nada burocráti-cas. “Politicamente, o Vale precisa se fortalecer como classe produtora para que as ações políticas realmente se concretizem, mas esse problema não é só do Vale, mas sim de toda a classe produtora que via de regra não parti-cipa ativamente, criando entidades de classe forte, como ocorre nos Estados Unidos por exemplo”.

Sempre a procurar horizontes, Newton não se distancia da terra, vê poesia no vento que pastoreia suas vi-deiras. Na análise cotidiana da safra, ele segue com seu ritual de zelo, alisa as folhas com carinho, descarta a fo-lhagem seca e separa os cachos de uva com gentileza. Por essas bandas, o olho do dono adoça a safra.

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Em 14 dias, as uvas produzidasno Brasil e enviadas em containers por Newton Matsumoto chegam a Phyladelfia, nos Estados Unidos.Já para a Europa levam até 16 dias.

REGAR PARA CRESCER

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AGENDA

Congresso Nacional da Raça GirolandoAssociação Brasileira dos Criadores de Girolando, em parceria com a Embrapa Gado de Leite e o MAPA, realizará o seu 1º Congresso Brasileiro da Raça Girolando, que tem por objetivo discutir o futuro desta raça, uma das principais alternativas para produção de leite nos trópicos, suas oportunidades e seus maiores desafi os. Serão abordados temas importantes como o Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando, formação do banco de DNA da raça, uso de marcadores moleculares no programa de seleção, estratégias de cruzamentos, sustentabilidade da produção, pontos fortes dos animais Girolando, entre outros. O encontro será no Tauá Grande Hotel em Araxá, MG.

ExpobrahmanDepois de passar por Uberaba ano passado, a edição 2011 da Expobrahman vai acontecer na cidade de São José do Rio Preto, em São Paulo, no Recinto de Exposições Alberto Bertelli Lucato.

ExpoinelA 40ª Exposição Internacional do Nelore – Expoinel 2011 é exposição obrigatória e encerra o Ranking Nacional ACNB 2010/2011. O evento acontecerá no Parque Fernando Costa, em Uberaba, MG, é realizado pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, ACNB, e tem o apoio da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, ABCZ, Dow AgroSciences Pastagem, GTAG – Marcadores Moleculares do Nelore e Supra Nutrição Animal.

15/09 a 25/09

Interconf 2011Conhecida como palco das mais importantes discussões que permeiam a atividade de confi namento no Brasil e no mundo, a 4ª edição da Interconf deve ampliar ainda mais seus horizontes. O evento é promovido desde 2008 pela Associação Nacional dos Confi nadores, Assocon, para debater os temas mais importantes do setor. Em 2010, a Interconf reuniu em Goiânia 1.200 participantes com a missão de orientar confi nadores e demais profi ssionais sobre assuntos como tecnologia de campo, genética, sanidade e nutrição animal, política, administração e controle de manejo bovino, entre outros.

13/09 a 15/09

22/09 a 24/09

10/10 a 16/10

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Vaquejada Potro do Futuro e Nacional de VaquejadaOs dois eventos vão colocar em ação os melhores exemplares da raça Quarto de Milha do Nordeste no Parque Haras Ivandro Cunha Lima, Campina Grande, PB.

FeileiteA Feileite 2011 – 5ª Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite, maior evento indoor do setor da América Latina, já tem data defi nida. Será de 31 de outubro a 4 de novembro, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, capital. A feira terá a participação de animais de elite das principais raças leiteiras - Girolando, Gir Leiteiro, Simental, Jersey, Holandês, Guzerá, além de búfalos e caprinos - de 200 criatórios de vários estados. Além de julgamentos, concursos leiteiros e leilões, estão previstos mais de 100 eventos paralelos, entre palestras, workshops e cursos.

Congresso Brasileiro de Avicultura Em sua 22° edição, o tradicional evento da avicultura brasileira traz para o Centro de Eventos Imigrantes, em São Paulo, os vários elos da avicultura nacional em um grandioso Congresso. São esperados representantes dos mais variados segmentos– do produtor ao CEO da agroindústria, passando pelo fornecedor de insumos e equipamentos – além de políticos, técnicos, pesquisadores, consultores, economistas e líderes de organizações importantes e outras entidades ligadas ao agronegócio

25/10 a 27/10

29/09 a 02/10

31/10 a 04/11

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FOGÃO CAIPIRA

Por Thais Pompêo

A linguiça de Maracaju é uma das iguarias sul---mato-grossenses que já conquistaram fama por todo o Brasil. Feita artesanalmente, ela é

muito aguardada pelos criadores que frequentam os remates que acontecem no estado. No Leilão do Tunicão, evento tradicional que reúne cerca de 800 pessoas todos os anos em Maracaju, a lingui-ça é feita pela própria esposa do criador, Edinéa da Silva Lima. Tunicão explica a tradição do prato: “Desde que me entendo por gente, e olha que eu já tenho 73 anos, minha mãe já fazia a linguiça. Essa receita está na minha família desde a época dos meus meus bisavós, surgiu junto com a formação da região de Maracaju”. Há 47 anos, Edinéa assumiu o comando da cozinha da Fazenda Floresta, fundada em 1880: “Eu faço a linguiça para o leilão do meu marido e também para todos os grandes leilões de Campo Grande. Chego a comercializar mais de 120 quilos por semana. O grande segredo da linguiça é usar carne de primeira e carneada na hora. Isso garante que ela fique macia”. Edinéa revelou à re-vista bureau todos os segredos dessa linguiça com gosto de Mato Grosso do Sul.

LINGUIÇA DEMARACAJU

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INGREDIENTES:

- 10 quilos carne - 4 quilos de gordura de vaca - sal - alho- pimenta vermelha (bodinho ou dedo de moça)- limão- laranja azeda espremida - 2 copos - tripa de vaca

Pique a carne e a gordura de forma enviesada, meio desfiada. Não pode ser cortada de forma quadra-da, porque senão a carne fica dura. Tempere o sal com alho e torre no forno. Depois coe o sal com a peneira e tempere a gosto a carne picada. Deixe a pimenta de molho com o suco do limão e bata a mistura. Coe e acrescente à carne. Por último, misture o suco de laranja azeda. Encha a tripa com a linguiça e deixe escorrer no varal por 12 horas; se quiser, pode usar um ventilador para ajudar. A receita faz em torno de 6 linguiças de 1,2 metro.

Para encomendar a linguiça de Maracaju da Edinéa, ligue: 67 9647 8573.

Edinéa da Silva Lima e Antônio Carlos Corrêa de Lima, o Tunicão.

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