Revista de Jovens 1_Trim.2016

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CONFERÊNCIASDE ESCOLA DOMINICAL

2016REGIÃO SUDESTE

25' CONFERÊNCIA DE ESCOLA DOMINICAL24, 25,26 e 27 de março de 2016

REGIÃO NORTE

26aCONFERENCIA DE ESCOLA DOMI21, 22,23 e 24 de julho de 2016

REGIÃO SUL

27' CONFERENCIA DE ESCOLA DOMINICAL22,23, 24 e 25 de setembro de 2016

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I otrimestre 2016

JUSTIÇA E GRAÇA

Um Estudo da Doutrina da Salvação

na Carta aos Romanos

Comentarista: Natalino das Neves 1° trimestre 2016

Lição 1

Conhecendo a Carta aos Romanos   3

Lição 2

A Necessidade dos Gentios 10

Lição 3A Necessidade Espiritual dos Judeus 18

Lição k 

A Necessidade Universal de SaLvação 25

Lição 5

A Justificação pela Fé 32

Lição 6

Bênçãos da Justificação AOLição 7

Adão e 0 Pecado   kl 

Lição 8

Cristo e a Graça   Sk 

Lição 9

Mortos para o Pecado 62

Lição 10

0   Jovem e a Consagração   v69

Lição 11

0  Jovem e a Comunidade   76

Lição 12

0   Jovem e o Estado 83

Lição 13

0  Jovem e a Lei do Amor    90

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DA REDAÇAO

C&D

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ASSEMBLEIAS DE DEUS

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Comentarista

Natalino das Neves

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JUSTIÇA E GRAÇA  Um Estudo da Doutrina 

da Salvação na Carta aos Romanos

Neste trimestre, estudaremos a res

peito da Epístola aos Romanos. Paulo

de forma brilhante revela como Deus

nos Libertou, em Jesus Cristo, do poder

do pecado e do jugo da lei.

Ao ler a epístola você vai perceber

que o objetivo de Paulo era refutar os

judaizantes, pois estes, erroneamente

ensinavam que os gentios deveriam

obedecer a lei judaica. Então Paulo

mostra que em Jesus estamos livres da

lei e do poder do pecado.

Nossa salvação não é resultado da

observância da lei, do esforço humano,

mas é o resultado da graça de Deus.

Recebemos a salvação por meio da fé,

da bondosa graça de Deus, Somente

pela fé o homem pecador pode ser

justificado diante de Deus.

Paulo faz na Carta aos Romanos, uma

des crição detalhada do nosso “alvaráde Liberdade cr istã”. Sim, Jes us Cristo

já nos libertou de todo jugo. Em Cristo

somos livres. O pecado já não tem mais

domínio sobre nós, pois já morremos

para o mundo e ressuscitamos com

Cristo para a vida eterna.

Que Deus o abençoe,

Até o próximo trimestre.

Com unique-se com a ed itora da

revista de JovensPor carta: Av. Brasil, 3 4 4 0 1 - Bangu

CEP: 21852-002 - Rio de Janeiro/RJ

Por e-maiL [email protected]

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03/01/2016

CONHECENDO A CARTA

AOS ROMANOSTEXTO DO DIA

“Porque nele se descobre ajustiça de Deus de fé em fé,

como está escrito: Mas o justoviverá da fé”(Rm 1.17).

SÍNTESE

A epístola do apóstolo Pauloaos romanos é leitura indis-

pensável para entendermos 0plano de salvação gratuita deDeus, revelado no evangelho

de nosso Senhor Jesus Cristo.

AGENDA DE LEITURASEGUNDA -R m 1.1,5Paulo justifica suas creden-

ciais de apóstoloTERÇA - Rm 1.130 apóstolo já havia tentado ira Roma

QUARTA - At 18.1-3Priscila e Áquila já conhecia Paulo

Q U IN TA -R m 16.1-2Febe, uma diaconisa da igreja

de CencreiaSEXTA - Rm 116Paulo não tinha vergonha doevangelho de Cristo

SÁBADO - Rm 1170  Evangelho revela a justiçade Deus

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OBJETIVOS

C O N H E C ER a autor ia, data e local da escr ita da Epís

tola aos Romanos;

M O S T R A R o s d e s t i n a t á r i o s e o p r o p ó s i t o d a C a r t aaos Romanos;

C O M P R E E N D E R a g ra tid ã o de P a u lo e m f a v o r da

com unid ad e cr istã em Roma.

INTERAÇÃO

Carola) professor(a), vamos iniciar um novo trimestre comum dos escritos com maior profundidade teológica e, ao

mesmo tempo, com o cuidado pastoral do apóstolo Paulo.

Nesta epístola vamos perceber a paixão do apóstolo pela

pregação do Evangelho, nunca satisfeito com os resultados,

sabendo que podia oferecer sempre mais pelo Reino de Deus.

Durante a caminhada deste trimestre, convido você a se co

locar no lugar do autor e vive nciar cada momento ao estudar

os textos bíblicos. Que este não seja simplesmente mais umtrimestre, mas que faça a diferença em sua vida cristã e na

de seus alunos. Aproveite cada aula, cada momento para se

aproximar mais de Deus, reconhecer sua justiça e seu amor

para com o ser humano. Caminharem os juntos por 13 lições,

por isso, esperamos que seja agradável e produtivo para você.

O comentarista do trimestre é o pastor Natalino das Neves.

Ele é mestre e doutorando em Teologia pela Pontifícia Uni

versidade Católica do Paraná - PUC.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor(a), sugerimos que você faça a leitura de toda a

epístola aos Romanos e todas as lições desta revista. Na se

quência estude a lição específica que vai lecionar, destacando

os principais pontos. Se possível, consulte literaturas quefalem sobre o assunto e prepare um esboço sobre a lição,

destacando os pontos principais de cada tópico em forma

de frases.

Durante a aula, não leia a revista com os(as) alunos(as), mas

apresente os pr incip ais pontos e incentive a participação de

todos. Estimule os(as) alunos(as) a estudarem previamente

a tição em suas casas.

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TEXTO BÍBLICO

Romanos 1.1-7, 8,13,16,17

1 Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado

para apóstolo, separado para o evangelho de Deus,

2 o qual antes havia prometido pelosseus profetas nas Santas Escrituras,

3 acerca de seu Filho, que nasceu dadescendência de Davi segundo a carne,

4 declarado Filho de Deus em poder,segundo o Espirito de santificação,pela ressurreição dos mortos - Jesus

Cristo, nosso Senhor,

5 pelo qual recebem os a graça e oapostolado, para a obediência da féentre todas as gentes pelo seu nome,

6 entre as quais sois também vós chamados para serdes de Jesus Cristo.

7 A todos os que esta is em Roma,

amados de Deus, chamados santos:Graça e paz de Deus, nosso Pai, e doSenhor Jesus Cristo.

8 Primeiramente, dou graças ao meuDeus por Jesus Cristo, acerca de vóstodos, porque em todo o mundo éanunciada a vossa fé.

13 Não quero, porém, irmãos, que ignoreisque muitas vezes propus ir ter convosco(mas até agora tenho sido impedido)para também ter entre vós algum fruto,

como também entre os demais gentios.16 Porque não me envergonho do evan

gelho de Cristo, pois é o poder de Deuspara salvação de todo aquele que crê,primeiro dojudeu e também do grego.

17 Porque nele se descobre a justiça deDeus de fé em fé, como está escrito:Mas o justo viverá da fé.

COMENTÁRIO

r   INTRODUÇÃO

Neste trimestre estudaremos a respeito da primeira epístola do cânon pau-

lino, que apesar de ter um enfoque pastoral, é a mais longa e mais teológica

de todas su as epístolas. Movido pela paixão que tinh a pe la evangelização

dos gentios e o desejo de conhecê-los pessoalmente, 0 apóstolo escreveu,excep cionalme nte, para um a igreja que ele não havia fundado. Paulo pre

cisava au x i liar a com unidade, formada em sua m aior ia por gentios e um a

minoria de judeus, que enfrentava confl i tos com relação aos requis itos

ne ces sários p ara a justificaç ão diante de Deus. N esta epístola 0 apóstoLo

apresenta um espe tacular tratado para d em on strar que a just i f icaç ão se

dá por meio da fé e não petas obras.

I - PRIMEIRAS QUESTÕES1. Autoria, data e loca l da escrita. A

autoria paulina da Epistola aos Romanos

não é colocada em dúvida. Entretanto,

desta vez, Pauto não escreveu com suas

próprias mãos, mas ditou a carta ao co

pista Tércio, provavelmente conhecido

dos irmãos da igreja de Roma, pois ele

aproveita para enviar-lhes saudações

(Rm 16.22). A epístola foi escrita durante

os três meses que o apóstoLo esteve em

Corinto, hospedado na casa de Gaio,

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em sua terceira viagem missionária,

aproximadamente no final do ano de 56

e início de 57 d. C. Paulo movido pelo

ardor missionário de aLcançar a Espanha

(Rm 15,24), após levantar ofertas para as

igrejas gentílicas para ajudar a comu

nidade de Jerusalém, anuncia que fará

escala na igreja de Roma, com a certeza

de que seria abençoado e abençoaria

a igreja romana com a mensagem do

Evangelho (Rm 15,25-29).

2. A cidade de Roma. Para Roma

afluíam pessoas de todas as partesdo Império Romano por meio de um

moderno sistema de estradas, Pesqui

sas arqueológicas demonstram que

era habitada desde a Era do Bronze,

cerca de 1500 a. C, neste período foi

submetida a invasões de vários povos

como os gregos, etruscos e outros.

Portanto, na cidade de Roma, devidoa essa miscigenação, havia as mais

diversas religiões e filosofias da época,

Na área religiosa, era famosa pelo seu

politeísmo e superstições. Os deuses

do panteão grego foram adotados pelos

romanos, todavia seus nomes originais

foram trocados. Entre os principais

deuses romanos estão: Júpiter, Juno,

Apoio, Marte, Diana, Vénus, Ceres e

Baco. Quando o apóstolo Paulo chegou a

Roma, cerca de 60 d. C„ encontrou uma

população diversificada e cosmopolita.

Os monumentos públicos lembravam

aos visitantes o poder, as tradições e

a amplitude do Império Romano. Notempo do apóstolo em Roma havia cerca

de um milhão de habitantes.

3. A comun idade jud aica em Roma.

Judeus de todas as classes sociais viviam

em Roma ou a visitava. Arqueólogos

descobriram nas ruínas romanas várias

inscrições com nomes das mais varia

das origens e também nomes judaicos,

inclusive as inscrições nas catacum bas

judaicas indicam que a metade dos

judeus tinha nomes latinos, provavel

mente obtidos por emancipação da

escravidão. A comunidade juda ica era

bem representada na capital do império,

a ponto de no primeiro século consti

tuir o maior centro judaico do mundo

antigo, tendo pelo menos 13 sinagogas

na cidade. Os judeus contavam com a

simpatia da população. Isto se refletia

na prática judaica de fazer prosélitos,a ponto de terem como convertidos ao

judaísmo pessoas como Fúlvia, esposa

de senador; Pompeia, esposa de Nero:

e Flávio Clemente, primo de Domiciano,

entre outros. Entre os prosélitos no dia

de Pentecostes, provavelmente estavam

vários romanos.

O P e n s e !“A Epístola aos Rom anos é o prin -

cipal livro do Novo Testamento e o mais puro Evangelho, tão valio-so que um cristão não só deveria  saber de memória cada palavra dela, mas têla consigo diaria-mente, como o pão cotidiano de 

sua alma"(Martinho Lutero).

O Ponto Importante A comunidade jud aica em Roma era forte e provocava conflitos na comunidade cristã po r meio da influência sobre judeus converti-

dos ao cristianismo.

II - OS DESTINATÁRIOS E O PROPÓSITO DA EPÍSTOLA1. Endereço e saudaç ão (Rm 1.1-7).

A epístola de Paulo tinha um en dereço

certo: a comunidade cristã em Roma.

Ele inicia com uma apresentação se

melhante às demais epístolas que

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escreveu, entretanto, como ele não

conhecia a comunidade cristã em Roma.

acentua suas credenciais de servo,

apóstolo e escolhido de Deus (Rm

1.1- 7), se igualando aos profetas do AT

(Am 3.7; Jr 25.4; 1.5). Em sua saudação,

argumenta que o Evangelho que ele

conhecera já havia sido predito pelos

profetas. Na sequência, aborda a ação

da Trindade, enfatizando a encarnação

de Cristo, demonstrando sua humani

dade, bem como sua divindade sob a

ação do Espírito Santo. Defende seuapostolado, como recebido de Deus

para a salvação das pessoas chamadas

à obediência. Estimula a comunidade,

afirmando que eles faziam parte desse

povo escolhido.

2. A comunidade cristã em Roma.

Aproximadamente cinco anos depois

de escrita a carta, o apóstolo chegaà Roma. Mais tarde do que planejado

e em condições (transporte de prisio

neiros) que não imaginava na época da

escrita. A comunidade cristã em Roma

provavelmente foi fruto da facilidade de

locomoção proporcionada pelo comércio

mundial e a diáspora judaica, como os

romanos que estiveram no Pentecostes

(At 2). A igreja em Roma era constituída

por jud eu s e gentios, sendo que estes

últimos foram se tornando a maioria. Esta

diferença foi mais acentuada depois do

decreto do Imperador Cláudio que baniu

osjudeus de Roma, aproximadamente

em 49 d.C, incluindo Áquila e Priscila (At18.1- 3). A composição da igreja pode ser

percebida na lista de Rm 16.1-5, maioria

de gentios e presença feminina (11 mu

lheres e 18 homens).

3. O propósito da epístola. A paren

temente não tinha um único propósito,

Pelo menos quatro podem ser identifica

dos: a) missionário: evidente sentimento

paulino de que o trabalho missionário na

Ásia e na Grécia já estava completo (Rm

15.19,20) e tencionava levar o Evangelho

até a Europa; b) doutrinário:  exposição

de forma didática e compreensiva

das verdades centrais do Evangelho,

provável deficiência devido à ausência

de um líder apostólico; c) apologético: 

argumentação sobre a justificação pela

fé não parece ser simplesmente informa

tivas, mas uma oposição aos judaizantes

que estavam atuando na cidade (Rm14-15); d) didático:  principalmente na

seção de prática geral, sobre a moral

e a conduta cristã (Rm 12-15), que tem

por alvo ensinar, informar e iluminar, e

não meramente resolver determinados

problemas.

O Pense!0  apóstolo Paulo depois de fazer  um grande trabalho na Ásia e na Grécia, não se deu por satisfeito e começa novo projeto para alcan-çar almas para Cristo em regiões distantes como Roma e Espanha. 

 Jovem, você está satisfeito com o que já fez peto Evang elho? Você 

pode fazer mais e melhor?

O Ponto Importante A com unidade cristã em Roma não foi fundada por Paulo e na época da escrita não tinha nenhum dos principa is Líderes da igreja para orientálos. Por isso, o apóstolo dedica uma epístola  

com profundidade doutrinária para orientar e defendera men-sagem do Evangelho.

III - A GRATIDÃO DE PAULO E AJUSTIÇA DE DEUS REVELADA1. Paulo agrad ece a Deus pela co

munidade cristã em Roma (Rm 1.8-15).

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Após as saudações (1.1-7), Paulo faz

uma oração de agradecimento pelos

cristãos romanos, demonstrando seu

interesse pela comunidade (Rm 1.8-15).

O fato de Paulo não ser o fundador

da igreja não o impediu de orar e

reconhecer a fé e o trabalho de seus

membros. Seu exemplo evidencia que

o interesse coletivo deve estar acima

dos interesses pessoais. Ele nos dá um

exemplo de como deve ser conduzi

das as atividades no Reino de Deus.

A comunidade em Roma deve ter sesentido amada, pois o apóstolo tem o

cuidado de manifestar o seu desejo

ardente de estar com eles, bem como

informar que já havia tentado estar

com eles, porém sem sucesso. Muitas

pessoas são maltratadas por meio de

interpretações teo lógicas antibíblicas

que intimidam e provocam pavor, diferente do apóstolo Paulo que fortalece

e encoraja o grupo, sem descu idar da

verdade do Evangelho.

2. Paulo era testemunha da jus tiça

de Deus revelada pelo poder do Evan

gelho (Rm 1.16), O apóstolo reconhecia

a situação em que estava diante de

Deus antes de conhecer a Jesus e a

mudança que o Evangelho fez em sua

vida, após o encontro no caminho de

Damasco (At 9). Da mesma forma que

os jude us e alguns judeu-cristã os que

não conseguiam se desvincular de

forma definitiva do jugo da lei judaica,

ele havia dedicado grande parte de suavida em defesa dessa religião e tentado

impor o peso destas doutrinas e crenças,

pensando estar na direção e vontade

de Deus. Convicto de sua justificação

peta fé e não pelas obras, testifica o

seu amor ao Evangelho, a ponto de

afirmar: “Porque não me envergonho do

evangelho de Cristo, pois é o poder de

Deus para salvação de todo aquele que

crê”(Rmi.16). No século atual, enquanto

muitas pessoas estão se identificando

como cristãos evangélicos para tirar

vantagem, outros continuam negando

sua fé por temer as represálias. Jovem,

defenda a bandeira do Evangelho.

O Pense!Um versículo da Epístola aos Romanos (Rm 1.17) foi a mola propulsora para transformar a 

realidade da humanidade, mudou a história ocidental por meio da Reforma Protestante.

© Ponto ImportanteO apóstolo Paulo deu um grande 

exemplo de quem valoriza o coletivo e não os interesses pessoais. Uma vida verdadeira-

mente transformada pela justiça  de Deus revelada por meio da Epístola aos Romanos.

SUBSÍDIO

“O escrito que mais se aproxima

d e um a a pr e se n ta ç ã o te ológ i c asistemática é a epístola aos Romanos, a única epístola, entre as seis,escrita para uma igreja que Paulo nãofundou. Todavia, o foco, mesmo nocaso de Romanos, não é a teologiaem geral, mas a apresentação da

mensagem da sa lvação. Embora

Paulo não tivesse visitado a igreja,ele esperava ser bem recebido comoapóstolo de Deus e encontrar apoiopara seus planos de plantar igrejasnas regiões ocidentes do ImpérioRomano" (ZUCK, Roy B. Teologiado Novo Tes tam en to í.ed. Rio deJaneiro: CPAD, 2008, p. 271).

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ESTAN TE DO PROF ESSOR

CABRAL, Elienai. Romanos: O evangelho da justiça de Deus. led.

Rio de Janeiro: CPAD, 1986.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de Matthew Henry, i.ed.

Rio de Janeiro: CPAD, 2002.

ZUCK, Roy B, TeoLogia do Novo Testamento, í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

CONCLUSÃO

Nesta lição aprendemos que a epístola foi escrita por Paulo, por volta de 57 a.C, na

cidade de Corinto, durante a terceira viagem m issionár ia de Paulo. A comunidade cristãde Roma não foi fundada por Paulo, mas ele se ocupou em reforçar para a comunidade

a revelação da justiça de Deus por meio da fé, tema central da epístola e fundamento

para o desencadeamento da Reforma Protestante do Século XVI.

HORA DA REVISÃO

1. Segundo a lição quem foi o autor, qual a data e o local da escrita da Epístola aos

Romanos?A EpístoLa aos Romanos foi escrita pelo apóstolo Paulo, em 57 d.G, na cidade de

Corinto, durante a sua terceira viagem missionária.

2. Quais eram os principais deuses romanos?

Entre os principais deuses romanos estão: Júpiter, Juno, Apoio, Marte, Diana,

Vénus, Ceres e Baco,

3. Quando e por quem os jud eu s foram banidos de Roma? Qual casal estava entre

os jude us banidos?

O imperador Cláudio baniu os judeu s de Roma em 49 d.C„ por meio de um d e

creto, Entre os judeus banidos estava Áquila e Priscila (At 18.1-3).

4.0  apóstolo Paulo foi o fundador da comunidade cristã em Roma?

Não.

5. Qual o versículo da Epístola aos Romanos influenciou a teologia de Martinho

Lutero, o principal protagonista da Reforma Protestante?

Romanos 1.17.

Anotações

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A NECESSIDADE

DOS GENTIOSTEXTO DO DIA

“[...] os quais, conhecendo a jus-tiça de Deus (que são dignos

de morte os que tais coisaspraticam), não somente as fa-zem, mas também consentem

aos que as fazem" (Rm 1.32).

AGENDA DE LEITURA

SÍNTESE

A obra da criação revela0 conhecimento natural eracional de Deus. Por isso,

0 ser humano não temcomo a legar desco nhecer a

existência de Deus.

SEGUNDA-Rm 1.18

A ira de Deus

TERÇA - Rm 1.20A criação revela as coisas invisíveis

QUARTA - Rm 1 .21-22É loucura não reconhecer aglória de Deus

QUINTA - Rm 1-23-27A Bíblia condena a prática da

relação sexual entre pessoas domesmo sexo

SEXTA - Jo 16 .8-110 Espírito Santo é quem conven-ce do pecado e da justiça de Deus

SÁBADO - Rm 1.32

0 consentimento da injustiça  À

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r OBJETIVOS

R EC O N H EC ER que o conhecimento natural e racional

de Deus não é suficiente para a salvação;

C O N S C I E N T I Z A R d e q u e a i d o l a t r i a ( d e s p r e z o p e l aglória de Deus) induz o ser humano à perversão;

R E C O N H E C E R q u e s o m e n t e o c o n h e c i m e n t o e x p e -

r ien cial de Deus l iberta da i ra do Todo-Poderoso.

INTERAÇÃO

Caro(a) professor(a), dentre os assuntos a serem abordadosna lição de hoje, tem um polêmico. É o que trata da relação

de pessoas do mesmo sexo (homoafetivas). Prática que tem

sido incentivada pela mídia e pelos meios sociais, com vistas

à tolerância e disseminação pela sociedade. Falar sobre esse

assunto até nas igrejas que tem a Bíblia como regra de fé

e conduta, tem sido rechaçada por algumas pessoas como

uma prática discriminatória. Outras desejam tornar em lei a

proibição de se falar do assunto nos púlpito. Portanto, o temadeve ser tratado com cuidado e, acim a de tudo, alicerçado na

Palavra de Deus e abordado com amor e bom senso.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em geral, os professores de Escola Dominical, adotam o

modelo trad iciona l de ensino. Os alunos ficam sentados unsatrás dos outros, em fila. O modelo mais moderno e eficiente

para o processo de ensino aprendizagem, em especial para

um grupo de jovens, é a disposição das cadeiras em círculo

ou semicírculo. Professor(a) que fica no mesmo nível e en

volvido entre os alunos facilita a reLação e o aprendizado. Se

a estrutura da sala de aula permitir, experimente usar esta

formação e dar oportunidades para que os jovens participem

com suas considerações. Seja receptível às ideias, mesmo que

sejam contrárias à sua opinião, pois os jovens precisam ser

convencidos por argumentos e não por imposição. Certamente,

se sentirão mais envolvidos e importantes. Com isso, serão

os principais promotores da Escola Dominical.

JOVENS 11

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TEXTO BÍBLICO

Romanos 1.18-27

18 Porque do céu se manifesta a ira de

Deus sobre toda impiedade e injustiçados homens que detêm a verdade eminjustiça;

19 porquanto o que de Deus se podeconhecer neles se manifesta, porqueDeus lho manifestou.

20 Porque as suas coisas invisiveis. desde a criação do mundo, tanto o seueterno poder como a sua divindade,

se entendem e claramente se veempelas coisas que estão criadas, paraque eles fiquem inescusáveis;

21 porquanto, tendo conhecido a Deus,não o glorificaram como Deus, nemlhe deram graças; antes, em seusdiscursos se desvaneceram, e o seucoração insensato se obscureceu.

22 Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.23 E mudaram a glória do Deus incor

ruptível em semelhança da imagemde homem corruptível, e de aves, ede quadrúpedes, e de répteis.

24 Pelo que também Deus os entregouàs concupiscências do seu coração,à imundícia, para desonrarem o seucorpo entre si;

25 pois mudaram a verdade de Deusem mentira e honraram e servirammais a criatura do que o Criador, queé bendito eternamente. Amém!

26 Pelo que Deus os abandono u àspaixões infames. Porque até as suasmulheres mudarqrn o uso natural, nocontrário à natureza.

27 E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher,se inflamaram em sua sensualidadeuns para com os outros, varão comvarão, cometendo torpeza e receben

do em si mesmos a recompensa queconvinha ao seu erro.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

A história da humanidade demonstra que 0 ser humano sempre buscou aDeus, m as falhou porque 0 busca da form a errada. A pro cura pe los interesses

pessoais e atendimento aos desejos pecam inosos d om inaram os povos. No

texto a ser estudado o apóstolo argumenta que todo ser humano, criado à

imagem e sem elhança de Deus, tem c on sciência da existência divina, pois

a próp ria naturez a é a prova desta existência. Mesmo reconh ecendo a ex is

tência, se faz necessário um relacionamento mais estreito com este Deus.

I - CONHECIMENTO DE DEUSPARA SALVAÇÃO (Rm 1.18-20)1. As injus tiças provocam a ira de

Deus (v. 18), O texto (perícope) começa

com o testemunho dos céus, demons

trando a observância divina sobre tudo

o que acontece na terra. A atenção

é para as práticas de injustiças que

são praticadas, principalmente, pelas

pessoas que detêm o poder sobre os

demais seres humanos, oprimindo-os

na busca do benefício próprio. Estas

práticas provocam a “ira de Deus", que

é uma linguagem antropopática para

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que o ser humano em sua Limitação

possa entender e reproduzir o agir di

vino. O Deus de justiça não pode ser

conivente com práticas de injustiças e

desumanização. O termo “ira de Deus”

não é compreendido por muitas pes

soas, alegando que Deus é amor e não

poderia agir com atos de vingança ou

rigorosos. As expressões “Deus é amor"

e “Deus éjustiça”não são contraditórias,

pois um Deus de Amor deve proteger

os injustiçados por meio da justiça. Toda

injustiça é pecado (1 Jo 5.i7a-ARA) e aspráticas de injustiça serão julgadas por

Deus, no tempo determinado por Ele.

2 .0 conhecimento natural e racional

não liberta da ira de Deus (v. 19,20a).

O conhecimento natural e racional de

Deus é acessível a todo ser humano. O

apóstolo argumenta que as coisas visíveis

criadas por Deus são do conhecimentode todas as pessoas e representam

as coisas invisíveis, que podem ser

deduzidas pela lógica. Para Paulo não

existe o ateu em estado puro, pois pelas

coisas criadas é possível se descobrir

Deus. Como explicar o funcionamento

do universo, com milhares de galáxias,

além das conhecidas, e a harmonia entre

elas? O reconhecimento de um Deus

que governa tudo isso pode se explicar

racionalmente. O caminho da descoberta

de Deus está aberto a todos. Todavia, o

conhecimento experiencial é somente

por meio da fé e é manifesto mediante

a produção de frutos de justiça. O autoresclarece o tema da justificação por meio

da fé nos capítulos 3 e 4 da epístola.

3. A falta de conhecimento experien

cial de Deus é indesculpável (v. 20b).

Os argumentos do subtópico anterior

demonstram que o ser humano não

tem como justificar suas práticas de

injustiças por não conhecera Deus. Por

outro lado, o fato de reconhecer a exis

tência de Deus não caracteriza que esta

pessoa praticará a justiça. Na época do

apóstolo, como nos dias que vivemos,

existem muitas pessoas que se dizem

religiosas e praticantes da Palavra, mas

infelizmente sdgsjiráticas não condiziam

com o Evangelho que era ensinado peLo

apóstolo. Dessa forma, a carteira de

membro ou de ministro do evangelho

não serve para se justificar diante de

Deus, mas sim uma vida coerente como evangelho e que manifesta o fruto do

Espírito na vida, No meio pentecostal,

a cultura que predomina é de que as

manifestações dos dons espirituais são

sinônimos de espiritualidade e santidade.

Tal enfase leva-ndfe a desprezar o fato

de que a santidade é evidenciada pelo

fruto do Espírito (GL 5.22).

O Pense!Romanos demonstra que o Evan-

 gelho revela a jus tiça de Deus por meio da fé, porém também evidencia a ira de Deus sobre o pecado.

O Ponto ImportanteQuando a Bíblia menciona anecessidade do conhecimentode Deus, não é o conhecimentoteórico, mas 0 conhecimento experiencial, isto é, conhecer sobreDeus com Ele.

II - RECONHECIMENTO DA GLÓRIA DE DEUS (Rm 1.21-27)1. A falta do reconhecimento da Gló

ria de Deus induz à ingratidão (vv.21,22).

O versículo 21 usa a expressão “tendo

conhecido a Deus, não o glorificaram

como Deus", ou seja, aqui trata de uma

pessoa que reconhece a existência de

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Deus por meio do conhecimento natural,

mas não o reconhece como Senhor. Uma

coisa é reconhecer a existência, outra

é reconhecer adequadamente a Deus.

Algum as pessoas, mesm o sabendo da

existência do Criador, têm como motiva

ção seu interesse pessoal, priorizando a

busca do poder, do prazer e da zona de

conforto, mesmo que para conquistar

precise praticar a injustiça. Esta prática

é denominada por algumas pessoas

como “ser esperto". Como diz o apóstolo,

“dizendo-se sábios, tornaram-se loucos",pois agir desta forma é loucura para Deus.

Por isso, a necessidade de reconhecer

a glória de Deus, ser grato por tudo que

Ele tem nos proporcionado e, em tudo.

glorificar ao nome do Senhor. Jovem,

você tem sido grato a Deus?

2. O antropocen trism o am bicio

na transformar a Glória de Deus emobjeto (v.23). Quando o ser humano

passa a ser o centro de todas as coisas

(antropocentrismo), Deus é considerado

como se fosse um objeto à disposição

da vontade daquele. O apóstolo critica

a prática d e tentar transformar a glória

do Deus incorruptível em objetos de

imagem de criaturas (v. 23), como se

fossem sagradas e capazes de atender

os desejos pessoais (Sl 103.20; Jr 2.11).

Aqui, precisamos conceituar idolatria

como tudo aquilo que o ser humano

coloca no lugar ou antes de Deus e para

sua própria glória. Algumas pessoas por

não se prostrar diante de uma imagemde escultura pensam não praticar ido

latria. No entanto, quando as pessoas

não reconhecem Deus como único

Absoluto, acabam por substituí-lo por

coisas (status social, cargo ministerial,

bens, entre outros) ou pessoas. O fato

de não termos imagens de escultura em

nossas igrejas não garante a ausência

de idolatria. Jovem, o que você tem

priorizado em sua vida? Qual o lugar

de Deus?

3. O antropocentrism o perverte o

plano original para a sexualidade (vv.

24-27). Às pessoas que não reconhecem

a glória de Deus. o apóstolo afirma que

Deus os entrega às suas próprias concu

piscências, Estas pessoas são inclinadas a

buscar sua satisfação pessoal e uma das

formas citadas é a relação sexual entre

pessoas do mesmo sexo, diferente doprojeto original de Deus (Gn 1.27; 2.18).

No mundo greco-romano da época do

apóstolo a pederastia era estimulada e

inclusive vista como perfeição sexual.

Contudo, Paulo condena essa prática,

que tem se tornado cada vez mais po

pular nos dias atuais. Por isso, devemos

estar preparados para tratar do assunto edas pessoas com esse comportamento

sexual, quer fora, quer da própria igreja.

É a nossa obrigação falar-lhes do amor

de Cristo.

O Pense!0 ser humano que não se entrega 

à vontade de Deus, o Criador o entrega à sua própria vontade.

O Ponto Importante A idolatria ocorre quando  colocamos outras prioridades antes de Deus.

III - O CONHECIMENTO EXPE-RIENCIAL DE DEUS QUE LIBERTADO PODER DO PECADO (Rm1.28-32)1. O desprezo pelo conhecimento

exp erien cialde Deus conduz à perver

sida de (v. 28-3 ia). O apóstolo amplia os

atos de perversidade que as pessoas que

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não se importam em buscar o conheci

mento experiencial de Deus. A pessoa

que tem o conhecimento experiencial

com Deus, sente a presença dEle cons

tantemente, pois o Espirito Santo tem

liberdade para orientá-la, bem como

adverti-la quando estiver propensa a sair

da vontade do Pai, mantendo-a na fé de

Cristo. Essa é a grande diferença entre

aquele que conhece a Deus e aquele que

não conhece. Existe um ditado popular

que diz “fulano não tem nada a perder".

Aqueles que não conhecem experien-cialmente a Deus pensam não ter nada

a perder e se entregam às suas próprias

con cup iscênc ias, “estando cheios de

toda iniquidade" (v. 29). Entretanto, o

apóstolo afirma que serão juLgados

sob a ira de Deus. Portanto, todos têm

“muito a perder".

2. O desprezo pelo conhecim ento

experiencial de Deus torna o ser hum a

no irreconciliável (v. 3ib-3 2a). A pessoa

que se entrega à perversidade e não dá

ouvidos ao Espírito Santo, o meio que

Deus proveu para nos convencer do

pecado, da justiça e dojuízo (Jo 16.8-11).

Desse modo, se torna "irreconciliável",

pois rejeita o único meio de se religar 

com Deus. Entretanto, isso ocorre por

que ele não se importa com Deus e não

o contrário. Esta pessoa sozinha não

consegue vencer sua tendência para a

prática do pecado e da injustiça. O fato

é que nem todas as pessoas vão chegar

ao conhecimento da verdade. Por mais

que essa afirmação nos incomode, as

pessoas são livres para aceitar ou não

o Caminho. Não podemos mudar as

pessoas, elas mudarão somente se

quiserem e derem abertura ao Espírito

Santo. Quem rejeita o projeto de Deuspara salvação abraça o projeto que torna

a mentira em verdade.

O Pense!“O que me preocupa não é nem o 

 grito dos corruptos, dos violen-

tos, dos desonestos, dos sem  caráter, dos sem ética... 0 que me preocupa é o silêncio dos bons’ (Martin Luther King Júnior).

O Ponto ImportanteTodas as pessoas estão sujeitas ao erro e ao pecado, mas aquelas  que se submetem a Deus e se im-portam com a sua vontade, dão 

ouvido ao Espírito Santo e não se comprazem na vida de pecado.

Quando as pessoas não reconhecem

Deus como único Absoluto, acabam porsub stituí-lo por coisas (status social, cargo

ministerial, bens, entre outros) ou pesso as.

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SUBSÍDIO 1

“Paulo já era cristão há mais de 24

anos. Durante esse tempo, passara por

muitas experiências e grandes decep

ções. Sua mente, porém, abría-se para

Jesus como uma flor se abre ao soL Ama

durecera na vida cristã, e o Evangelho

de Cristo era-lhe, mas que nunca uma

preciosa realidade. Em sua carta, Paulo

decidiu proclamar o Evangelho em sua

plenitude. Suas palavras, ditadas a Tércio.

visavam convencer os romanos de quetodos, gentios ou judeus, precisavam

da salvação provida por Deus em seu

Único Filho. Deus a oferecia como um

dom; bastava ao homem recebê-la de

graça. Homem algum pode, por esforço

próprio, ser reto e aceitável a Deus" <BALL,

Charles Fergunson. A Vida e os Tempos

do Apóstolo Paulo. Rio de Janeiro: CPAD,1998. p, 150).

Caro professor, o pecado e a injustiça, que desfiguram

a so cieda de e tornam a vida tão

penosa, têm como resultado o divino

julgamento sobre a humanidade

por rejeitar a Cristo e optar pela

imoralidade. O crime e a injustiça

expressam a natureza pecaminosa

do homem e se constituem numarepresentação dojulgamento divino

do pecado" (RICHARDS, Lawrence

O, G uia do Leitor da Bib lia: Uma 

análise de G ênesis a Apolocalipse 

capítulo por capitulo.  i2.ed. Rio de

Janeiro; CPAD, 2012, p, 737)-

SUBSÍDIO 2

“Tod os fazem m ais ou me nos

o que sabem que é mau e omitem

o que sabem que é bom, de modoque ninguém se pode permitir ale

gar ignorância. O poder invisível de

nosso Criador e a divindade estão tão

claramente manifestados nas obras

que têm feito de modo que até os

idólatras e os gentios maus não têm

desculpas. Eles seguiram de maneira

néscia a idolatria, e as criaturas racionais trocaram a adoração do Criador

glorioso por animais, répteis e imagens

sem sentimento. Se apartariam de

Deus até perderem todo o vestígio da

verdadeira religião, se a revelação do

Evangelho não os houvesse impedido.

Os fatos são inavegáveis, quaisquer

que sejam os pretextos estabelecidosquanto à suficiência da razão humana

para descrever a verdade divina e a

obrigação moral, ou para governar

bem a conduta. Estas coisas mostram

simplesmente que os homens deson

ram a Deus com as idolatrias e suas

superstições mais absurdas, e que se

degradaram a si mesmo com os mais

vis afetos e obras mais abom ináveis”

HENRY. Matthew. Comentário Bíblico

de Matthew Henry.ied. Rio de Janeiro:

CPAD, 2002, p. 925).

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ESTAN TE DO PROF ESSOR

BALL, Charles Fergunson. A Vida e os Tempos do Apóstolo Paulo.i.ed.

Rio de Janeiro: CPAD, 1998.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de Matthew Henry. í.ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2002.

Ê m C ONC L US ÃO ................ „....

Nesta lição aprendemos que a criação é uma prova evidente da existência de Deus, o

ser soberano que se ira contra as práticas de injustiça. Para não ser consumido pela

ira divina é preciso ter um conhecimento experiencial de Deus, pois o conhecimento

natural e racional não é suficiente para salvação.

HORA DA REVISÃO

1. De acordo com a lição, algumas pessoas afirmam que a expressão “Deus é amor"

é conflitante com a expressão “Deus é ju st iça ”. De acordo com a lição estas ex

pressões são contraditórias?

As expressões “Deus é amor”e “Deus é just iça ”não são contraditórias, pois um

Deus de Amor deve proteger os injustiçados por meio da justiça.

2. As igrejas evangélicas não possuem em seus templos imagens de esculturas.

Esta atitude garante a ausência de idolatria na igreja?

O fato de não termos imagens de escultura em nossas igrejas não garante a

ausência de idolatria, pois a idolatria é tudo aquilo que você coloca no lugar, ou

antes, de Deus.

3. Os cristãos evangélicos afirmam que a Bíblia condena a relação entre pessoas

do mesmo sexo. Qual a base bíblica no Novo Testamento para tal afirmação?

A base bíblica está na afirmação do apóstolo Paulo em Romanos 1.26,27: “Pelo que

Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram

o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os varões,

deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para

com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos

a recompensa que convinha ao se u erro”.4.  De acordo com a lição, quando uma pessoa pode se tornar irreconciliável com Deus?

A pessoa que se entrega à perversidade e não dá ouvidos ao Espírito Santo, o

meio que Deus proveu para nos convencer do pecado, da justiça e do juízo Uo

16.8-11) se torna “irreconciliável”, pois rejeita o único meio de se religar com Deus.

5. Segundo a lição, o apóstolo Paulo afirma ser suficiente não praticar a injustiça?

Não. O apóstolo ensina que consentir com a injustiça também se constitui uma

prática injusta.

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LIÇÃO

317/01/2016

A NECESSIDADEESPIRITUAL DOS

JUDEUS

TEXTO DO DIA

“Mas é judeu 0 que 0 é no

interior, e circuncisão, a que é

do coração, no espírito, não naLetra, cujo Louvor não provém

dos homens, mas de Deus”

(Rm 2.29).

SÍNTESE

Os jud eu -cristão s por terem

recebido a reveLação direta de

Deus e se dizerem cumpri

dores da Lei desprezavam os

gentios, mas Paulo demonstra

que a Lei e a circuncisão não

justificam 0 ser humano.

AGENDA DE LEITURA

S E G U N D A - R m 2.1

Quem julga e faz o mesmo con

dena a si mesmoTE R Ç A-R m 211Deus não faz acepção de pessoas

QUARTA - Jr  3 133Deus tem aliança com quem

tem a Lei escrita no coração

QUINTA-Rm 228

O ritualismo não justificaninguém

SEXTA - Gn 12.1-3A promessa da bênção a Abraão

SÁBADO - Rm 221-24

Quem ensina a Palavra e não prá

tica desonra 0 nome de Deus

18 JOVENS

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OBJETIVOS

•DEFENDER a afirmaçao de que a Lei nao foi suficiente

para a justificação do ser humano;

•M O STR AR que quem ensina e não pratica o que ensinaé um hipó crita e está debaixo da ira de Deus;

•DE M O N STR AR que o ritual serve apenas como um sinal

externo, como exemp lo da circuncisão, e não jus tifica o

ser humano diante de Deus.

INTERAÇÃO

Caro(a) professor(a), um tema que precisa de uma atençãoespecial é a hipocrisia. Não é possível, como diz um ditado

popular, "tapar o sol com a peneira". Infelizmente, existem, no

meio cristão evangélico, pessoas com atitudes semelhantes

as dos judeus citados por Paulo. Elas querem impor sobre as

demais normas e regras que a Bíblia não exige, um jugo pesado

e impraticável. Pessoas boas de discurso, que falam de forma

bonita sobre o Evangelho, mas que não se comporta adequa

damente na igreja, no lar, trabalho, escola e na sociedade em

geral. Crentes que têm envergonhado o Evangelho e a Igreja.Um debate bem conduzido sobre o assunto poderá contribuir

para uma sensibilização, para a necessidade de se viver uma

vida íntegra e coerente diante das pessoas e de Deus.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Sugerimos que você faça uma atividade em grupo para exem

plificar o ensino do tópico II desta lição. Para isso, solicite doisvoluntários ou duas voluntárias. Enquanto as demais pessoas

assistem, coloque uma venda nos olhos de um(a) voluntário(a)

e peça para o(a) outro{a) voluntário(a) para guiá-lo(a) numa ca

minhada pela sala ou pátio, não permitindo que retire a venda,

como se fosse uma pessoa cega. Na sequência, coloque a venda

nos olhos do(a) outro(a) voluntário(a) e peça para um guiar o

outro, aLternadamente. Após a atividade, peça para cada volun-

tário(a) expressar qual o sentimento que teve nas duas funções

exercidas, bem como a opinião do público que presenciou aatividade. Depois de ouvir a todas as pessoas, explique que os

judeu-cristãos se achavam perfeitos e queriam guiar os gentios

por acharem que eram cegos, mas que Paulo esclarece que os

judeus também eram cegos. Na realidade era um cego tentan

do guiar outro cego. Os judeus se achavam superiores, porém

diante de Deus estavam condenados como os gentios que não

reconheciam a Deus. Tanto judeus como gentios precisavam da

misericórdia e graça de Deus para se justificarem diante dEle.

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TEXTO BÍBLICO

Romanos 2.1-11

1 Portanto, és inescusável quando julgas,

ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquiloem que julgas a outro: pois tu, quejulgas, fazes o mesmo.

2 E bem sabemos que o juízo de Deusé segundo a verdade sobre os quetais coisas fazem.

3 E tu, ó homem, que julgas os que fazemtais coisas, cuidas que, fazendo-as tu,

escaparás ao juízo de Deus?

4  Ou desprezas tu as riquezas da suabenignidade, e paciência, e longanimidade, ignorando que a benignidadede Deus te leva ao arrependimento?

5 Mas, seg undo a tua dureza e teucoração impenitente, entesouras ira

para ti no dia da ira e da manifestaçãodo juízo de Deus,

6 o qual recompensará cada um segundoas suas obras,

7 a saber: a vida eterna aos que, comperseverança em fazer bem, procuramglória, e honra, e incorrupção;

8 mas indignação e ira aos que são contenciosos e desobedientes à verdadee obedientes à iniquidade:

9 tribulação e angústia sobre toda alma

do homem que faz o mal, primeiramente do judeu e também do grego;

10 glória, porém, e honra e paz a qualquerque faz o bem, primeiramente ao judeue também ao grego;

11 porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Paulo se dirige aos jud eu -cristã os de Roma, jude us que haviam se convertido ao

cristianismo, m as que ainda estavam marcados pelo poder da Lei e não se sentiam

à vontade (devido a opressão do jugo da Lei po r longa data) com a me nsag em da

justificação p or meio da fé. O comportame nto dos jud eu -cristã o s colocava-os,

da me sm a form a que os gentios citados na lição passada, debaixo da ira divina,

pois tamb ém desprezavam a salvação gratuita ofertada por Deus e m Cristo.  A

I - OS JUDEUS NECESSITAVAMSE LIBERTAR DO JUGO DA LEI(Rm 2.1-16)1.0 julgamento mediante a Lei provoca

a ira de Deus (w. 1-10). Os judeu-cristãos,possivelmente, ficaram satisfeitos com

as palavras que Paulo dirigiu aos gentios

(1.18-32). Agora, o comportamento deles é

questionado. Eles, influenciados pela cultura

que os gerou, tinham o hábito de julgar as

pessoas por não cumprirem a Lei judaica. O

que preocupa é que eles haviam deixado 0

judaísmo para se inserirem no cristianismo,

mas continuavam no legalismo como os

gáLatas (Gl 3,1-5). O apóstolo afirma que da

mesma forma que os gentios provocaram

a ira de Deus pela sua conduta pecaminosa, os judeus também estavam sob o

julgamento da ira divina pelo legalismo. Na

realidade, a causa era a mesma, a busca

da glória para si por meio da manifestação

das obras (antropocentrismo/egocentris-

mo). Eles queriam impor um jugo sobre as

pessoas, que nem mesmo Deus requeria.

20 JOVENS

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Jugo que somente Jesus poderia libertar

(Ver Mt 11.28-30).

2. Deus não faz acepção entrejudeu e

gentio (v. 11). Deus sempre vai primar pela

justiça. Alguns cristãos evangélicos tem

uma tendência em pensar que Deus privi

legia osjudeus em detrimento aos outros

povos. Isto é um engano. Um bom exemplo

é a atuação dos profetas, que profetizavam

a justiça de Deus tanto para as nações

inimigas como para o seu próprio povo,

em especia l os líderes civis e religiosos.

O parâmetro utilizado é a culpabilidade,ou seja, o julgamento é sobre a prática da

injustiça e não a nacionalidade ou a origem

das pessoas. Este comportamento de

discriminação, comum ao ímpio, às vezes

está presente na comunidade evangélica,

onde o critério não é a justiça, mas sim a

origem ou outros fatores que privilegiam

uns em detrimento de outros. Deus nãoage assim, “porque, para com Deus, não

há acepção de pessoas" (v. 11). Jovem, você

tem feito acepção de pessoas?

3. Os gentios que não conhecem a Lei

serãojulgados pela sua consciência moral

(w. 12-16). Um questionamento comum

é como será o julgamento das pessoas

que nunca tiveram a oportunidade de

conhecer o Evangelho. Paulo nesta pas

sagem nos traz uma explicação didática

quando se refere ao julgamento sobre

os gentios que não conheciam a Lei. Ele

afirma que “quando os gentios, que não

têm lei, fazem naturalmente as coisas

que são da lei, não tendo eles lei, para simesmos são lei”, ou seja, seriam julgados

não pelo conhecimento da Lei, mas pela

prática da Lei, sem mesmo a conhecer.

As pessoas geralmente priorizam a fé em

Cristo, isto é bom e louvável, mas será

que o mais importante para o ser humano

não seria ter a fé de Cristo, mesmo não o

conhecendo? Por exemplo, uma pessoa

que tenha nascido em um ambiente sem

oportunidade de ouvir falar de Jesus, mas

a sua consciência moral, como criatura

formada à imagem de Deus, pratica o

que Jesus ensinou, em especial o amor,

deveria ser julgad a e conden ada? Um

judeu-cristão da época de Paulo diria que

sim. Jovem, e você, o que diz?

© Pense! Jovem, como podemos ter a Paiavra de Deus em nosso interior, 

escrita em nosso coração?

O Ponto ImportanteDeus não dá um tratamento dife-

renciado aos judeus, mas os julga da mesma maneira que julga os 

 gentios, pelas suas atitudes.

II - O S J U D EU S N ECESSITA V A MABAN DON AR A HIPOCRISIA (Rm

2.17-24)1. O sjud eu s se achavam superiores

por terem recebido a Lei (vv. 17,18). Os

judeus, numa linguagem jovem, “acha

vam que estavam podendo”por terem

“por sobrenome judeu”. Afinal de contas,

segundo a tradição, foi o povo de Israel

por meio de Moisés, seu grande líder,

o receptor da Lei dada diretamente por

Deus. Este povo poderia ter no mínimo

duas atitudes: a) se sentir superior aos

demais povos pela revelação exclusiva

de Deus: b) se sentir privilegiado, mas

acima de tudo, responsável pela transmissão, de forma humilde, da revelação

recebida para o bem coletivo, Osjudeus

escolheram a primeira opção, se sentiam

como insubstituíveis. Quantas pessoas

que se dizem participantes do povo de

Deus que imitam o comportamento dos

judeus? Fechadas entre quatro paredes

JOVENS 21

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se sentem como os únicos abençoados

por Deus e julgam as pessoas que não

fazem parte de seu grupo. Jesus advertiu

que seremos julgado s com o julgamento

com que julgarmos (Mt 71-5). Jovem, o

que você acha de pessoas que vivem

julgando as demais?

2. Os jud eus ensinavam a teoria, mas

não viviam o que ensinavam (w. 19-23).

Existe um treinamento vivencial para lide

res em que as pessoas colocam vendas

nos olhos, simulando uma vida de cego

para perceber as dificuldades que elestêm, enquanto outro companheiro o guia

entre alguns obstáculos, Quem está sendo

conduzido precisa confiar no seu guia, e o

guia precisa ser comprometido para não

tirar vantagem, mas cuidar com carinho da

pessoa que está guiando. O apóstolo afirma

que osjudeus se achavam em condições

de conduzir os gentios, para eles cegos, pornão receberem a luz da revelação. Todavia,

o apóstolo assevera que eles também

eram cegos e não estavam credenciados

para conduzir ninguém. Paulo aponta a

evidência, o comportamento hipócrita

dos judeu-cristãos, que ensinavam a Lei,

mas não praticavam e não conseguiam ser

exemplo. A atitude judaica faz lembrar o

ditado popular “faz o que eu mando, mas

não faça o que eu faço", O que faziam bem

era julgar os gentios.

3. Osjud eus envergonhavam o nome

de Deus (v. 24). Neste verso o apóstolo trata

da consequência das atitudes dosjudeu-

cristãos citadas no subtópico anterior. Aspessoas estão atentas para o comporta

mento das outras, principalmente, quando

estas professam uma fé diferenciada e se

vangloriam de fazer parte de determinado

grupo. Como o comportamento dosjudeus

era hipócrita, eles acabavam sendo os

piores diante de Deus. O texto diz que os

gentios blasfemavam contra Yahweh de

vido ao comportamento repreensível dos

judeus. No meio das comunidades cristãs

evangélicas também existem pessoas com

comportamento parecido ao dosjudeus

(Mt 13.24-30; 36-43), Por isso, precisamos

estar constantemente nos examinando,

assim como nos exorta o apóstolo em

outra epístola (1 Co 11.28-32), acerca de

não desonrarmos a Deus e não sermos

julgados com o mundo.

© Pense! Jovem, você tem saído das quatro paredes para evangelizar outras 

pessoas ou, como os judeus, tem se comportado como se a salvação 

fosse exclusiva para você?

O Ponto ImportanteOs judeu cristã os por se acharem 

superiores aos gentios os despre-zavam, viviam uma vida hipócrita 

não praticando o que ensinavam 

e, por isso, Paulo afirma que os  gentios blasfemavam de Deus.

III - OS JUDEUS PRECISAM SELIBERTAR DO RITUALISMO (Rm

2.25-3-8)

1. O sjud eu s exigiam a circuncisão,

mas eram incircuncisos de coração

(2.25-29). A circuncisão, uma operação

cirúrgica que remove o prepúcio, uma

peLe do órgão sexual masculino, um sinal

externo que representa a fidelidade do

judeu com sua fé e sua nação. Esse ritual

era tão relevante para identificar ojud eucom sua fé, que na época do Império

Grego muitosjudeus apóstatas, para ga

rantir a fidelidade aos gregos, reverteram

a circuncisão por meio de cirurgias. A

circuncisão para ojudeu era obrigatória

e motivo de vanglória por pertencer ao

“povo escolhido”. Mas o apóstolo afirma

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que a fidelidade não se evidencia pelo

exterior e por ritualismo, como defendiam

os judeus, mas a evidência era interna, no

coração. Entretanto, isso não significava

que o exterior não é importante, mas sim

que o interior do ser humano que trans

forma seu exterior e não o contrário. Jesus

disse que o ser humano é contaminado

pelo que está dentro do seu coração e

não no seu exterior (Mt 715).

2. Osjude us não souberam aprovei

tar o privilégio de receber a revelação

divina (Rm 3.1,2). A leitura descuidada daepístola pode dara impressão que Paulo

desmerece o privilégio do povo judeu de

receber a revelação de Deus. Entetanto,

esse não é o caso. Ele tem como precioso

o privilégio judaico, mas reprova a atitude

de não saberem valorizar esta prerrogativa.

O recebimento direto da revelação divina, a

Palavra escrita, bem como a representaçãoda circuncisão é considerado como um

favorecimento honroso. Na realidade, Deus

escolheu o povo de Israel para abençoar

toda a humanidade. Eles foram colocados

como intermediários das bênçãos de Deus,

para que a promessa de Abraão de que

por meio dele seriam benditas todas as

nações da terra (Gn 12,3), alcançasse não

somente os seus descendentes, Como

têm se comportado os membros de nossa

igreja ao se verem como receptores das

bênçãos de Deus? Existe alguma relação

com a atitude dos jud eus?

O Pense! Algumas pessoas tentam manter as aparências, valoriza a exterioridade e o ritualismo. Deus valoriza o que está no mais íntimo dos corações.

@   Ponto Importante A tradição é importante, mas não pode sobrepor ao poder da Palavra.

SUBSÍDIO

“Por que haveria Deus de sepreocupar com o homem perdido,incrédulo, ingrato e desobediente?

Por que haveria de prover a expiaçãodo pecado desse homem, que Lhedeu as costas, preferindo ouvir a vozda antiga serpente, quando todos osmeios para sua felicidade estavamà sua d isposição? Somente peLa

Bíblia, a Palavra de Deus reveladae inspirada, é que podemos obter

a lgumas respostas consistentes,A expiação foi necessária por doisgrandes motivos: a santidade deDeus e a pecaminosidade do homem. O pecado do homem, faceà santidade divina, provocava a ira

de Deus. Alguns conceitos precisamser identificados para entender-semelhor o significado da expiação.

Diz a Bíblia: Tu és tão puro de olhos,que não podes ver o mal e a vexaçãonão podes contempLar; por que, pois,olhas para os que procedem aleivosamente e te calas quando o ímpiodevora aquele que é mais justo doque ele?’ (Hc 1.13). O pecado causoutremenda perturbação à relação do

homem com Deus, afrontando suasantidade, de tal modo que a ira deDeus exige sua condenação. A Biblia

diz que ‘sem derramamento de sangue não há remissão' (Hb 9.22), ou ohomem seria morto, derramando seupróprio sangue, ou alguém teria demorrer em seu lugar. No Antigo Tes

tamento, os animais inocentes foramsacrificados aos milhões em lugar dohomem pecador. Mas o sangue dosanim ais ap ena s ‘cob riam ’ (expiavamde forma imperfeita) o pecado dohomem" (RENOVATO, Elinaldo. Deuse a Bíblia, i.ed. Rio de Janeiro: CPAD,2008, p. 56).

JOVENS 23

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ESTAN TE DO PROF ESSOR

RENOVATO, Elinaldo. Deus e a Bíblia. í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

CONCLUSÃONesta lição aprendemos que os judeus que se achavam perfeitos e privilegiados por

serem os receptores da revelação de Deus e portadores da Lei, diante de Deus estavam

na mesma condição que os gentios que não reconheciam ao Senhor como deveriam.

Portanto, ambos os grupos acabaram injustificados. Para alcançar a justificação os

judeus precisavam abandonar a vida de hipocrisia, baseada em ritualismo e sinais

externos, bem como os gentios precisavam se converter.

HORA DA REVISÃO

1. Segundo a lição, por que o apóstolo Paulo afirma que os judeus estavam na

mesma condição dejulgamento do que os gentios?

O apóstolo afirma que da mesma forma que os gentios provocaram a ira de Deus

pela sua conduta pecaminosa, os jud eu s também estavam sob o julgamen to da

ira de Deus pelo legalismo.

2. Com o se daria o julgamento dos gentios que não conheciam a Lei?

Os gentios seriam juLgados não pelo conhecimento da Lei, mas pela prática daLei, sem mesmo a conhecer.

3. Qual era a evidência de que os judeu-cristão s também eram cegos, assim como

julgavam os gentios?

A evidência era o comportamento hipócrita dos judeu-cristã os, que ensinavam

a Lei. mas não praticavam e não conseguiam ser exemplo.

4 .0 que é a circuncisão e o que representa para os jude us ?

A circuncisão é uma operação cirúrgica que remove o prepúcio, uma pele do

órgão sexual masculino, um sinal externo que representa a fidelidade do judeu

com sua fé e sua nação.

5. Qual 0 exemplo dado na lição para explicar que, às vezes, Deus transforma a

maldade humana em bênção para o ser humano?

O exemplo dado é o relato de José. Quando ele, após ser vendido como escravo

para os egípcios pelos próprios irmãos, Deus o acompanha e o transforma no

segundo homem do Egito. No reencontro deste com seus irmãos, após a morte

de seu pai, ele os tranquiliza, dizendo que o mal que intentaram contra ele, Deushavia transformado em bem (Gn 50.15-21).

Anotações_________________________________________

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LIÇÃO

42^/01/2016

A NECESSIDADEUNIVERSAL DE

SALVAÇÃOTEXTO DO DIA

“Ora, nós sabemos que tudoo que a lei diz aos que estão

debaixo da lei o diz, para quetoda boca esteja fechada e

todo o mundo seja condená-vel diante de Deus”(Rm 3.20).

SÍNTESE

Todo ser humano estava con-denado pela Lei, que aponta0 pecado humano. SomenteDeus poderia apresen tar um

meio alternativo para a neces-sidade universal de salvação.

AGENDA DE LEITURA

SEG UN DA -Rm 3-9Judeus e gentios estão na

mesma condição diante DeusTERÇA - Rm  3.10 

Sem a graça de Deus, não hánenhum justo

QUARTA - Rm 3-11-170  pecador que não ouve 0Espírito Santo

QUI NTA - Rm  3.19

A Lei não justificaSEXTA - Rm 3-24-25A lei serve apenas para apon-tar a solução

SÁBADO - Rm  3-20

0  ser humano não tem como se 1

justificar por meio de suas o bra s^ J

JOVENS 25

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OBJETIVOSia :......

M O STR AR que os judeus e gentios necessitam de um

meio eficaz para salvação;

R EC O N H EC ER que a humanidade necessita encontraro caminho da paz;

E X P L I C A R q u e a h u m a n i d a d e n e c e s s i t a d a s o l u ç ã o

para o pecado.

INTERAÇÃO

Caro(a) professor(a), precisam os cam inhar lentamente junto

com o apóstolo Paulo. Perceba a paciência e o cuidado de um

bom mestre nas Lições que estudamos até aqui, o que con

tinuará também nas lições posteriores. 0   apóstolo começa

com a saudação, apresentando suas credenciais, elogiando

o que os membros da igreja de Roma tinham de positivo,

incentivando-os a continuarem no Caminho. Ele demonstra

seu carinho e a vontade de estar com eles. Testemunha o poder

do Evangelho em sua vida e a importância de perseverar nele,

de fé em fé. Em seguida, ele começa apresentar a condição de

indesculpabilidade dos gentios e judeus até chegar ao momentodesta lição atual. Neste estágio do comentário do apóstolo, por

meio de forte argumentação, ele demonstra que todos nós,

independente de raça, cor, gênero, classe social, entre outros,

estamos na mesma situação (mesmo barco) e necessitamos

de um a mesma solução para a justificação diante de Deus.

— ^ ^ O R I E N T A Ç Ã O P E D A G Ó G I C A

Para exemplificar a situação de igualdade entre judeus e gentios

e da humanidade, sugerimos que utilize a figura de uma canoa

com algumas pessoas dentro. As pessoas devem estar em lados

opostos. Diga que as pessoas do lado oposto da canoa simbolizam

os judeus. Os gentios estão em lados diferentes, mas ambos na

mesma canoa. Diga que a canoa apresenta um furo em um dos

lados e se a situação atual continuar é inevitável o naufrágio. No

entanto, os personagens que estão do lado que não apresenta o

furo se sentem protegidos, não correndo o risco de morrerem

afogados. Estes são como cegos, por não querer ver que estão

na mesma canoa, sujeitos a mesma sentença: morrerem afoga

dos. Esta era a atitude dos judeus que se julgavam protegidos

pela Lei e a circuncisão, mas que Paulo demonstra estarem na

mesma condição dos gentios, injustificados e condenados à ira

de Deus. Judeus e gentios no mesmo barco e em situação de

risco fatal, pois o barco está furado.

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TEXTO BÍBLICO

Romanos 3.9-20

9 Pois quê? Somos nós mais excelentes?

De maneira nenhuma! Pois já dantesdemonstramos que, tanto judeuscomo gregos, todos estão debaixodo pecado,

10 como está escrito: Não há um justo,nem um sequer.

11 Não há ninguém que entenda; não háninguém que busque a Deus.

12 Todos se extraviaram e juntamentese fizeram inúteis. Não há quem façao bem, não há nem um só.

13 A sua garganta é um sepulcro aberto:com a língua tratam enganosamente;peçonha de áspides está debaixo deseus lábios;

14 cuja boca está cheia de maldição eamargura.

15 Os seus pés são ligeiros para derramarsangue.

16 Em seus caminhos há destruição emiséria;

17 e não conheceram o caminho da paz.

18 Não há temor de Deus diante de seusolhos.

19 Ora, nós sabemos que tudo o que a leidiz aos que estão debaixo da lei o diz,para que toda boca esteja fechada etodo o mundo seja condenável diantede Deus.

20 Por isso, nenhuma carne será justificadadiante dele pelas obras da lei, porquepela lei vem o conhecimento do pecado.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Nas lições anteriores vimos que nem os gentios com seu conhecimento na

tura l e racional, nem os jude us com a Lei e a circun cisão, foram justificad os

diante de Deus. Co m o o conceito de mun do juda ico se divide entre jud eu s e

gentios, 0 apóstolo apresenta a realidade de que todos são indesculpáveis e

pre cisam de um m eio eficaz de salvação. Para isso, ele prim eiro reforçará oconceito de que tanto judeus como gentios eram indesculpáveis, em seguida

demonstrará 0 estado pecaminoso do ser humano no sentido universal e

esclarecerá que a Lei era insuficiente para justificação e salvação de qualqu er

ser humano, apontando para Cristo como a saída.

I - OS JUDEUS E GENTIOS NECESSITAVAM DE UM MEIO EFICAZ

PARA SALVAÇÃO (Rm 3 9)1. A filosofia humana não apresentou o

caminho da salvação. “Pois que?", o início

do versículo demonstra que o apóstolo

está dando continuidade a üm assunto

anterior, a indesculpabilidade dos gentios

e judeus. Os gentios, influenciados pela

filosofia grega, buscaram chegar ao co

nhecimento de Deus e da salvação por

meio do raciocínio humano. Os filósofos

trouxeram grandes contribuições tantopara a ciência como para a teologia,

basta ver a influência destes nos Pais da

Igreja. Entretanto, a revelação divina está

acima do raciocínio humano, que apenas

consegue obter “lampejos" da revelação

maior, que somente é possível por meio

do Espírito Santo. A filosofia levou muitas

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pessoas a acharem que o ser humano

pudesse, por meio de sua competência

intelectual, entender Deus e sua obra.

Por exemplo, no século passado um

movimento que sobressaiu foi o cienti-

ficismo que, influenciado pelo avanço da

tecnologia, entendia que poderia resolver

o problema da humanidade. Infelizmente,

a resposta foi as duas guerras mundiais.

2. A lei e a circuncisão não libertaram

o jud eu. Conforme visto na lição anterior,

osjudeus se achavam superiores aos

gentios por serem os receptores da Lei eque mantinham sua identidade e exclusi

vismo por meio da circuncisão, um ritual

obrigatório e que apenas aumentava mais

a arrogância e a hipocrisia dosjudeus. Eles

também não obtiveram êxito na justificação

diante de Deus. A religiosidade não salva.

Algumas pessoas buscam a religiosidade, a

manutenção de uma aparência de pureza,espiritualidade e santidade, ou seja, uma

vida hipócrita que não liberta ninguém.

A Bíblia recomenda que congreguemos

e que vivamos uma vida de amor, com

objetivos comuns, a não termos uma vida

de religiosidade baseada no legalismo.

Jovem, você é um religioso ou um ver

dadeiro discípulo de Cristo?

3. Sentença igual para todas as p es

soas. O apóstolo continua o versículo com

uma pergunta interessante: “Somos nós

mais excelentes?" Ele agora se dirige a

Igreja de Cristo, formada por um único

corpo e vários membros, coloca todas

as pessoas “no mesmo barco", debaixoda mesma sentença (Rm 2.1). A pergunta

chama todas as pessoas que se dizem

discípulas de Cristo a refletir. ELe mesmo

responde: “De maneira nenhuma!”Nós,

como membros da igreja, não somos

melhores ou piores do que os gentios e

judeus da época de Paulo, mas estamos na

mesma condição, humanamente falando,

indesculpáveis diante de Deus. O apóstolo

vai desenvolvendo, cuidadosamente, uma

abordagem para que os membros da igreja

reconheçam sua condição de pecadores

e dependentes da graça de Deus, por

meio de Jesus. Eles precisam aprender

que, mesmo salvos, precisam manter o

“velho homem”sob controle.

O Pense!Não adianta recorrerás filosofias 

humanas nem à religiosidade ou 

ao legalismo para alcançara paz.

O Ponto ImportanteNão adianta ter pressa para 

apresentara solução sem antes analisar o problema.

II - A HUMANIDADE NECESSITA

ENCONTRAR O CAMINHO DA PAZ(Rm 3,10-18)1. Não há nenhum justo sequer (vv.

10-12). A partir deste versículo o autor faz

vários recortes do Antigo Testamento,

chamando assim, a escritura judaica para

testemunhara culpa universal, tanto de

judeus como dos gentios. Inicia citando

Salmo 14 para demonstrar que toda hu

manidade estava corrompida pelo pecado.

Conforme já vimos, ninguém consegue

ser justo por si mesmo, pois nossa natu

reza é má. Por isso, devemos entender

que ninguém é melhor do que o outro e

adotarmos uma posição de humildade

e misericórdia. O único justo por méritopróprio foi Jesus. Postura de superioridade

por se considerar espiritualmente menos

falível, como osjudeus, conduz à ruína.

Jesus, em diversas ocasiões, criticou a

hipocrisia dos mestres da lei e fariseus,

e se coLocou ao lado dos excluídos da

sociedade. Como discípulos de Jesus,

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devemos compreender que o evangelho

é boa nova de salvação e não de hipo

crisia e superioridade. Jovem, você tem

se considerado superior ao seu próximo?

2.0

ser humano, sem Deus, não consegue vencer o poder da carne (w. 13-16).

O autor prossegue citando os SaLmos 5.10

e 1404 para falar sobre o perigo da língua

e das trapaças. Para discorrer sobre este

assunto, Tiago 3.1-12 é leitura obrigatória.

Tiago destaca como um membro tão

pequeno pode causar tantos males. O

ser humano que consegue domar tantosanimais, tecnologias, entre outras coisas

não consegue domar sua língua, pois o

autor diz que quem consegue é perfeito.

O apóstolo continua citando o Salmo 10.7

e Isaías 59.7 para falar sobre a boca cheia

de maldições e de amargor e os pés

velozes para derramar sangue e causar

ruína e desgraça. Por isso, o cuidado quetemos que ter com o que dizemos, em

vez de amaldiçoar que sejamos fonte

de bênçãos para as demais pessoas,

Assim, como também com as atitudes

de impiedade e injustiça, denúncia que

o autor cita aqui e que perpassa toda a

epístola, Com essa exortação fica claro

que todos necessitamos constantemen

te nos submeter ao Espírito Santo para

vencermos o poder da carne,

3. A hum anidade não alcan ça a paz

a não ser em Cristo (vv. 17,18). Paulo fa

zendo referências ao Antigo Testamento

(Is 59.8; Sl 36.2), destaca a busca sem

sucesso da humanidade pela paz pornão terem aprendido a temer a Deus. O

Livro de Provérbios tem como um dos

temas centrais o temor do Senhor como

o princípio de toda a sabedoria. Esta vida

de sabedoria é possível somente com a

fé de Cristo, aprendendo com o exemplo

que Ele deixou, Não é servir a Deus por

ter medo de ir para o inferno, mas sim

ter um conhecimento experiencial tão

profundo com Ele, que o ser humano não

se vê vivendo de outra forma, a não ser

servindo a Ele. Este é o caminho da paz,que não significa uma vida sem conflitos,

mas a paz apesar dos conflitos e aflições

(Jo 16.33). Quando sou questionado: “tudo

tranquilo?", eu costumo dizer: “tranquilo

não, mas em paz. A tranquilidade não

depende de mim, mas a paz sim".

O Pense!Você tem vivido em paz? A paz que excede todo entendimento, que pre-

valece mesmo nas tempestades?

O Ponto ImportanteOs judeu s davam muito valor aos escritos do Antigo Testamento, onde se apegavam para justificar  

suas crenças e atitudes.

III- A HUMANIDADE NECESSITADA SOLUÇÃO PARA O PECADO(Rm 3.19,20)1. A lei tem a função de mostrar ao

ser humano sua condição de pecador

(v. 19). No versículo 19, o autor justifica o

porquê da utilização dos textos do AT:

“Ora, nós sabemos que tudo o que a lei

diz aos que estão debaixo da lei o diz, para

que toda boca esteja fechada e todo o

mundo seja condenável diante de Deus"

(v. 19). Fica evidenciado qual o propósito

da epístola até este momento, ou seja.

demonstrar que toda a humanidade, judeuou gentia, tem uma dívida pelo pecado

que é impagável. Dessa forma, abre-se

o caminho para apresentar a grande

revelação de Deus para a humanidade

que é apresentada na epístola, as boas

novas da salvação para uma humanidade

em pecado e que não têm como pagar

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sua dívida. Aqui é apresentada a função

específica da Lei que é conscientizar todo

ser humano de que e le é um pecador e

carece da graça e misericórdia de Deus.

2. O ser humano não pode se just i

ficar pelas suas próprias obras (v. 20a).O apóstolo, então apresenta o motivo

da culpabilidade da humanidade citada

anteriormente: “Por isso, nenhuma carne

será justificada diante dele pelas obras da

lei". O ser humano pode se gloriar de suas

obras perante as demais pessoas, mas

perante Deus não encontrará justificativa,

pois nem mesmo Abraão alcançou por

méritos (Rm 4.1-3). Se houvesse um só

ponto ou característica do ser humano

que o pudessejustificar, existiriam outros

caminhos para se alcançar a justifica

ção além do caminho da morte e cruz

apresentado por Jesus, e certamente

os homens escolheriam o caminho maissimples. Paulo descarta qualquer possibi

lidade de o ser humano se gloriar diante

de Deus e, semelhante à prática usual de

Jesus, usou da autoridade da Escritura

para esta afirmação. Mas, como se dá a

justificação será assunto da próxima lição.

O Pense! Jovem, se todas as pessoas são iguais perante Deus, com tendên-

cias a pecar e não tendo como se  justificar petas suas obras, porque existem tantas pessoas nasigrejas, dizendose discíputas de Cristo, que se vangtoriam e agem como se fossem melhores e mais 

santas do que as outras?

O Ponto Importante0  fato de a Lei não ser suficiente  para jus tificar o ser humano, não quer dizer que ela não teve uma função específica. Segundo Paulo, ela serviu como “aio"para condu-

z ir o pecador até Cristo.

SUBSÍDIO

“!...] Falsos mestres dizendo-secristãos ensinavam que depois dorecebimento da salvação, o cristão

tinha de obedecer a todas as normas e regulamentos da Lei do AntigoTestamento. Paulo entrou em açãopara corrigir este falso ensino. Elemostrou que a salvação é um domgratuito de Deus, recebido mediante afé na obra expiatória de Jesus Cristo,dom esse gratuito, proveniente da

graça de Deus. Para serem salvos osgálatas não dependiam das obras, etambém não dependiam disso paracontinuarem salvos. A lei do AntigoTestamento não podia evitar que o serhumano, não importando quão bomfosse, praticasse o mal: entretanto,esta mesma lei o declarava culpado.A decisão para obedecer ou desobe

decer à Lei era responsabilidade decada pessoa que a recebia. Se alguémescolhesse desobedecer à Lei teriade arcar as inevitáveis consequências.Lendo a história da nação de Israelno Antigo Testamento, vemos queo povo escolhido de Deus desobedeceu à Lei muitas vezes e sofreu

por causa da desobediência. Deussabia que o homem por seu próprio

esforço não podia cumprir a Lei. Eispor que Ele concedeu-lhe que oferecesse sacrifícios substitutos comoexpiação pelo pecado. Tais sacrifícioseram repetidos continuamente, porserem imperfeitos, mas quando veio

o Senhor Jesus Cristo, o sacrifícioperfeito, Ele ofereceu-se uma vezpara sempre como nossa expiação ecumpriu todas as exigências da justalei divina" (GILBERTO, Antônio. O Frutodo Espírito:  A plenitude de Cristo na 

vida do Crente,  i.ed. Rio de Janeiro:CPAD, 2004. pp.147-148).

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ESTAN TE DO PROF ESSOR

GILBERTO, Antônio. O Fruto do Espírito: A píenitude de Cristo na vida 

do Crente.  í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

CONCLUSÃO

Nesta lição aprendemos que toda humanidade esta na mesma situação de culpabili

dade diante de Deus, pois nem a Lei, circuncisão nem a filosofia puderam justificar o

ser humano.

HORA DA REVISÃO

1. Conforme a lição, somos melhores ou piores do que os judeus e os gentios da

época do apóstolo Paulo?

Estamos na mesma condição. Nós, como membros da igreja não somos melhores

ou piores do que os gentios e jud eus da época de Paulo, mas estamos na mesma

condição, humanamente falando, indesculpáveis diante de Deus e dependentes

da graça de Deus, por meio de Cristo Jesus.

2. Ouem foi alvo de crítica de Jesus por hipocrisia religiosa?

Jesus, em diversas ocasiões, criticou a hipocrisia dos mestres da lei e fariseus.3. Cua is os textos do Antigo Testamento utilizados pelo autor para falar sobre o perigo

da língua e trapaças e qual leitura do Novo Testamento, segundo o comentarista

da lição é obrigatória?

O autor cita os Salmos 5.10 e 140.4 para falar sobre o perigo da língua e das tra

paças. Para discorrer sobre língua, Tiago 3.1-12 é uma Leitura obrigatória.

4.  Oual o versículo que o autor da Epístola aos Romanos utiliza para justificar a

utilização de textos do Antigo Testamento?

O versículo ig: “Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo

da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável

diante de Deus" (Rm 3.19).

5. Oual era a função da Lei?

A função da Lei era dar consciência tanto a jud eus como gentios de sua culpabi

lidade e conduzi-los à Cristo, a solução para o pecado da humanidade.

Anotações

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LIÇÃO

531/01/2016

A JUSTIFICAÇÃO

PELA FÉTEXTO DO DIA

“[...] isto é, a justiça de Deuspeia fé em Jesus Cristo

para todos e sobre todos osque creem; porque não hádiferença”(Rm 3.22).

SÍNTESE

Abraão foi a figura didática ade-quada para a explicação paulina

da justificação pela fé, pois foijustificado antes da circuncisão

e da lei, sem obras meritórias,mas somente peta fé.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA - Rm 3.21Somos justificados peta fé

T E R Ç A - G l 16,9Alguns dos gálatas depois dejustificados, foram tentados aretroceder

Q U A R T A - R m 4 .1-8A justificação de Abraão foi umpresente de DeusQUINTA - Rm 4.9-16  

Abraão foi justificado antes dacircuncisão e da lei

SE XT A -H b 1 1.18  Abraão acreditava que Deuspoderia ressuscitar Isaque

SÁBADO - Gn 121-9

A justificação de Abraão foium protótipo da fé cristã

32 JOVENS

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OBJETIVOS

• APRESENTAR a doutrina da justificação pela fé;

• CONSCIENTIZAR da insuficiência da lei para a justificação;

• EXPLICAR porquê Paulo utilizou a figura de Abraão

para esclarecer a doutrina da justificação pela fé.

INTERAÇÃO

Chegamos ao ponto central da Epístola aos Romanos, o momento

em que Pauto cuidadosamente preparou para apresentar a grande

novidade, a revelação da verdadeira justiça de Deus, que se cons

titui na doutrina da justificação pela fé, já indicada em Romanos1.17. Até este momento, Paulo teve o cuidado para demonstrar

que o judeu e o gentio estavam em situação de igualdade, que

todos pecaram e destituídos estavam da glória de Deus. Ele cons

cientizou seus destinatários da dependência de uma alternativa

para salvação, de outra forma, estariam condenados. No auge da

expectativa, apresenta a solução, a salvação somente é possível

por meio do sacrifício de Cristo, pois os sacrifícios do Antigo

Testamento foram transitórios e somente encobriam os pecados.

Qual o preço então? Paulo afirma que o ser humano precisa

apenas ter fé e aceitar 0 pagamento de sua dívida por Cristo. Para

comprovar aos judeu-cristãos ou cristãos judaizantes, utiliza o

maior argumento deles, a figura de Abraão. Ele era utilizado pelos

judeus como modelo da justificação pelas obras, mas, com base

em Gênesis 15.6, Paulo demonstra que Abraão não foi justificado

pelas obras, mas pela fé, antes da circuncisão e da lei. Com isso,

o apresenta como pai de todo aquele que crê como ele, no Deus

do impossível e com poder para ressuscitar (Hb 11.18). O capítuloq é uma obra prima do apóstolo.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Sugerimos a simulação de um júri. Para isso, você precisará dedicar

pelo menos uns 25 minutos de sua aula. Os alunos devem ler a

parábola do fariseu e do publicano que se encontra em Lucas

18.9-14. Divida a turma em dois grupos, um grupo para defender

os argumentos do fariseu e 0 outro para defender os argumentos

do publicano. Dê uns 5 minutos para os grupos se organizarem

e definirem um representante de cada grupo para defender (ad

vogado) seu personagem escolhido (fariseu ou publicano) diante

do juiz, que será você professorfa). Dê oportunidade para que

cada um argumentar e depois contra-argumentar. No final dê 0

veredito final conforme registrado em Lucas 18.9-14. Aproveite

para explorar os conceitos da doutrina da justificação pela fé.

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TEXTO BÍBLICO

Romanos 3.21-31

21 Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a

justiça de Deus, tendo o testemunhoda Lei e dos Profetas.

22 isto é, a justiça de Deus pela fé emJesus Cristo para todos e sobre todosos que creem; porque não há diferença.

23 Porque todos pecaram e destituídosestão da glória de Deus,

24 sendo justificados gratuitamente petasua graça, pela redenção que há emCristo Jesus,

25 ao qual Deus propôs para propiciaçãopela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça peta remissão dospecados dantes cometidos, sob apaciência de Deus;

26 para demo nstração da sua justiçaneste tempo presente, para que ele

seja justo e justificador daquele quetem fé em Jesus.

27 Onde está, logo, a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não!Mas pela lei da fé,

28 Concluímos, pois, que o homem éjustificado pela fé, sem as obras da lei.

29 É, porventura. Deus somente dosju-deus? E não o é também dos gentios?

Também dos gentios, certamente.

30 Se Deus é um só, que justifica, pelafé, a circuncisão e, por meio da fé, aincircuncisão,

31 anulamos, pois, a lei pela fé? De maneiranenhuma! Antes, estabelecemos a lei.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Nesta lição, irem os estu dar a do utrina da justifaca ção pela fé, que foi 0 grande

fundamento teológico util izado por Lutero na Reforma Protestante. Paulo

vai esclarece r 0 que ele já h avia indicado no pr im eiro capítulo (Rm

I - A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ (Rm 3 21-26)1. O qu e é a doutrina da ju stif ica

ção pe la fé ? A doutrina da justificação

pela fé é o cerne da teologia paulina,

utilizada especialmente quando em

confronto direto com o ensino jud aicoou dos judeu-cristãos, que defendiam

que o homem encontra a graça de Deus

quando cumpre a vontade divina por

meio da lei judaica. Paulo contra-ar-

gumenta que basta ao ser humano

ter fé na eficácia do sacrifício de Cristo

na cruz para Deus o declara r justo. Os

gálatas são chamados à atenção por

Paulo por desprezar este sacrifício e

misturar a justificação com a santifi

cação, confiando nas obras de justiç a

(Gl 1.6,9), o que Paulo chama de “outro

ev an ge lho ”. Martinho Lutero quando

traduziu Romanos 3.28, acrescentou“somente" para d ar ênfase, ficand o

assim o texto: “[...1pela fé somente". Do

ponto de vista linguístico, Lutero tinha

razão de traduzir assim, pois apesar de

o fato das pa lavra s “so m en te” e “só ”

terem sido omitidas, esse é realmente

o sentido do texto.

34 JOVENS

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2 .0 aspecto forense da doutrina da

justificação peta fé. O termo forense

está relacionado ao sistema e práticas

judiciais. Neste caso, tem a ver com o

conceito da d eclaração jud icia l divina,

Para facilitar o entendimento, vamos

ilustrar a figura do supremo tribunaL de

Deus. Neste tribunal, toda a humanidade

tem uma dívida impagável. Entretanto,

Cristo por meio de sua morte na cruz

deposita no “Banco do Céu”o valor

suficiente para saldar a dívida de toda

a humanidade. Desse modo, individualmente, quem reconhece o depósito

efetuado por Cristo, pela fé, requisita

a Deus, o Supremo Juiz, a absolvição

pelos pecados (dívida) cometidos,

indicando para pagamento o depósito

feito por Jesus. O juiz divino, ciente do

depósito realizado, credita na conta do

réu (Gn 15.6) e o declara justo. Assim,aquele(a) que inic ialmente estava

condenado(a) pela ira de Deus, com

a justificação, passa a ter a sentença

divina retirada, reconciliado com Deus

gratuitamente, em Cristo.

3. Jesu s e a doutrina da jus tifica

ção pe la fé. A doutrina da justificação

pela fé está presente na mensagem

propagada por Jesus, como pode ser

constatada em diversas parábolas e

também no seu próprio estilo de vida.

Paulo apresenta uma compreensão

da mensagem de Jesus maior do que

quaLquer outro autor do Novo Testa

mento. Um ensinamento tão crucialcomo a doutrina da justificação não

poderia estar ausente nos ensinamen

tos do “Mestre dos m estres”, o Senhor

Jesus Cristo. Os conceitos permeavam

toda sua pregação do evangelho. Um

dos exemplos clássicos é o relato do

encontro de Jesus com o ladrão que

estava ao seu lado na cruz. Por meio

de sua fé em Cristo, o ladrão recebeu

a promessa de que estaria com Ele no

paraíso (Lc 23.43), sem exigir nenhum

sacramento, obra ou ritual para quealcançasse a justificação. Outro exemplo

é a parábola do fariseu e do sam arita-

no (Lc 18.9-14). que será analisada no

tópico seguinte.

O Pense! A doutrina da just if icação peia 

fé foi o princípio fundamental da Reforma.

© Ponto Importante Apesa r de Jesus não fa lar  especificamente ou de forma sistematizada sobre a doutrina da justificação pela fé. seus con-

ceitos permeiam seus ensinos e 

modo de vida.

II - A INSU FICIÊN CIA DA LEIPARA A JUSTIFICAÇÃO (Rm3 27-31; Lc 18.9-14)1 . A ju st iça do homem é como

trapo de imundícia (vv.27-30). Como

poderia um pecador, um ser humano

decaído e miserável, sobreviver diante

do tribunal de um Deus absolutam ente

santo e justo? A justiça inerente do

homem é insuficiente para a justifi

cação, considerada como trapos de

imundícia (Is 64.6; Fp 3.8,9), sendo

necessária uma justiça superior que

está fora do homem e que Lhe sejaatribuída. A essência da justificação

é de que o homem é perdoado com

justiça, entretanto, é preciso entender

que taljustiça alcançada por Cristo por

sua perfeita obediência e o sacrifício

de si mesmo, sendo posteriormente

atribuída ao crente. Essa justificação traz

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como efeito o perdão, a paz com Deus

e a certeza da salvação. As boas obras

não são consideradas como causa, mas

como consequências da justificação.

Antes da justificação, Deus é um juizirado que mantém a condenação da

lei, mas após ajustificação inocenta e

trata o pecador como filho.

2. A parábola do fariseu e do pu-

blicano (Lc 18.9-14). Os fariseus ob

servavam os mais rigorosos padrões

legalistas com jejuns, orações, esmolas

e outros rituais que excediam as leiscerimoniais mosaicas. Jesus apresenta

por meio da parábola algo que chocou

seus ouvintes: colocar um cobrador de

impostos, considerado, traidor pelos

judeus, em melhor posição, quanto à

justificação, do que um fariseu. A lição

de Jesus é clara: O publicano reconhe

cia que sua dívida era muito alta e não

tinha condições de pagá-la, a única

coisa que poderia fazer era rogar pela

misericórdia de Deus. Não recorreu a

obras que havia realizado, nem ofereceu

fazer nada, simplesmente rogou que

Deus fizesse por ele o que ele próprio

não podia fazer, somente baseado nafé e misericórdia divinas. Por outro

lado, o fariseu demonstrou arrogância,

confiando que os jejun s realizados,

dízimos e outras obras consideradas

justas, o tornariam aceito por Deus.

Uma cobrança de retribuição. Porém

Jes us afirma que dos dois, som ente o

pub licano foi justificado.3. Ajustificação pela fé e a santi

ficação (v. 31). O apóstolo tem o cui

dado para não ser entendido como

um Libertino, sem regras e disciplina.

Ajustificação peta fé não significa que

uma vez justificado, o crente pode fazer

o que bem entender. Precisa-se tomar

c u i d a d o c om a lg um a s a f i r m a ç õe s

teológicas, como por exemplo, a que

ensina que "uma vez salvo, salvo para

sempre". Ajustificação, como já vimos,

é imediata, instantânea. No entanto,uma vez justificado, o crente deve

manter sua vida de comunhão com

Deus e desenvolver a santificação,

que é progressiva. Alguns críticos da

Bíblia afirmam que Paulo contradiz

Tiago, porque este assegura que a fé

é comprovada pelas obras. Isto é um

equívoco, pois eles tratam de momentosdiferentes da saLvação. Paulo fala da

justificação, que é mediante a fé e acon

tece instantaneamente na conversão

(ato estático), enquanto Tiago fala da

santificação que vai sendo desenvolvida

após a conversão (processo contínuo).

O Pense!Jovem, já pensou em quão gran-

diosa é a misericórdia de Deus e quão infinito é seu amor, a ponto de dar seu único fiLho para mor-

rer e pagar 0 preço pela dívida que era sua?

© Ponto ImportanteNão se pode confu ndir jus tific a-

ção com santificação.

III - ABRAÃO COMO EXEMPLODA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ (Rm

4.1-25)1. A jus tificaç ão de Abraão não foi

por obras meritórias (vv. 1-8). Paulonão evita o campo escolhido pelos

seus adversários, mas refreia os judeus

que se gloriavam por serem filhos de

Abraão. Ele cita Gênesis 15.6 por fazer

parte da Escritura hebraica, totalmente

aceita pelos judeus, para demonstrar

que Abraão foi justificado, pela fé e

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não por qualquer obra efetuada. Paulo

passa a trabalhar com o significado de

“creditar" usado pe la primeira ve z na

epístola para demonstrar que Abraão

foi justificado não porque tinha crédito

com Deus, mas porque a fé demons

trada de qu e D eus pod e just ificar o

impio gratuitamente foi creditada em

sua conta, o suficiente para sua jus

tificação. Para reforçar o argumento,

Paulo utiliza também a figura de Davi,

citand o o Sa lm os 32.1,2 Portanto, a

justificação vem a nós gratuitamente

como um presente.

2, A just ificaç ão de Abraão não foi

por meio da circuncisão (vv. 9-16). Um

dos argumentos mais fortes utilizados

pela epístola aos Romanos é da pater

nidade de Abraão de todos aqueles

que creem, desenvolvido em Romanos

4 9-12. O período em que Abraão foidec larado justo pela sua fé na palavra

de Deus, conforme descrito em Gênesis

15.6, correspondia a uma época bem

anterior à sua circuncisão. Se a fé e a

justificação de Abraão ocorrem antes

da circuncisão, ele também é pai dos

gentios, que creem independentes

de circuncisão. Os versículos 13 a 16

trazem um novo elemento, a antítese

entre a lei e a promessa. Esclarece que

a lei mosaica foi estabelecida depois

da p romessa e justificação de Abraão

pela fé (430 anos depois). Portanto,

não influenciou na justificação. Dessa

forma, Abraão foi justificado antes da

circuncisão e do estabelecimento da

Lei, por não serem requisitos neces

sários para a justificação .

O Pense! Abraão demonstrou uma fé ainda maior, pois creu na res-

surreição de seu filho (Hb 11.18),  mesmo antes de haver qualq uer  menção de ressureição na Bíblia.

O Ponto Importante

Se tivesse alguém que pudesse  se r justificado por obras, Abraão o seria, com toda certeza. Mas o apóstolo contrapõe a jus tific a-ção pelas obras citando o livro  de Gênesis 15.6 que afirma ter  sido Abraão justificado pela fé, e não pelas obras.

Ajust ificaç ão pela fé não significa que

uma vez justificado , o crente pode fazer

o que b em entender.

JOVENS 37

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SUBSÍDIO

Caro professor, "Deus

nos ordena que ensinemos os jovens.Os jove ns de hoje são os líderes de

amanhã. Eles estabelecem metas,

fazem escolhas e vivem a vida le

vando em conta suas decisões. O

ministério de ensino de jovens deve

ser excelente.

Os jovens encontram -se numa

encruzilhada. As pessoas que estãoem contato com as crianças de hoje

têm a sensação agourenta de uma

crise acelerada e problemática. Algo

deve ser feito. Há uma urgência

sobre o ministério da mocidade, e

aqueles que a consideram de baixa

prioridade.

Ensinar os jovens é importantepara a nossa igreja, por causa do

período em que se encontram na

vida. Decisões cruciais são tomadas

à medida que passam para a maiori

dade. Nós os ensinamos, não apenas

para amp ará-los como jovens, mas

também para ajudá-los a se tornar

líderes adultos.

Procuramos formar neles as

qualidades e características da maio

ridade cristã. Nosso mais profundo

desejo é que o andar cristão dos

jovens torne-se um estilo de vida, no

conhecimento da Palavra de Deus

e de Jesus Cristo, nosso Salvador.Os jovens procuram respostas,

e, na maioria das vezes, seguem

seus líderes”(GANGEL, Kenneth O;

HENDRICKS, Howard, G. ManualdeEnsino para o Educador Cristão í.ed.

Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 149).

“Por Jesus Cristo, somos libertos daantiga lei, para andarmos 'em novidade

de vida' (Rm 6.4; veja também Jr 31-31-34)-

O que quer isso dizer? Que por estarmoslivres da Lei, podemos viver como bemquisermos? Certamente que não! Significaque agora o Espírito de Cristo em nóshabita e que a nossa nova natureza daparte de Deus está no controle. Esta novanatureza nada tem a ver com a satisfação de desejos maus ou egoístas; seu

propósito e prazer é obedecer e agradara Deus. A nova natureza possibilita aocrente obedecer a Deus e viver uma vidaque agrada ao Senhor. U. Quanto mais ocrente viver e andar segundo o Espírito,e tendo a Palavra de Deus como a suaregra de fé e modo de proceder, ele viverávitoriosamente neste mundo, vitória estasobre os adversários de nossa alma, a

saber: o pecado, o mundo, nós mesmos(a carne) e o Diabo e seus poderes (vejaGl 5.16-18,25; Rm 8.1-16). [J Resumamoso que isto significa: 1) A pessoa que ésalva pela fé em Jesus Cristo e assimpermanece já não está sob o jugo da leido Antigo Testamento; 2) A partir de sua

conversão a Cristo, o Espírito Santo passa

a habitar no crente e lhe comunica umanova natureza espiritual; 3) Enquanto ocrente entrega incondicionalmente ocontrole de sua vida ao Espírito Santo,ele vive uma vida cristã vitoriosa sobreo pecado, o mundo, o Diabo e o 'eu'; 4)O que determina a conduta do crentedoravante é o controle do Espírito sobre

sua vida, à medida que ele o permite.Em Cristo, o crente, como nova criaturaespiritual, não está mais sob o domínioda Lei, nem da velha natureza e suasinclinações”(GILBERTO, Antônio. O

Fruto do Espírito: A plenitude de Cristo na vida do crente.  i.ed. Rio de Janeiro:

CPAD, 2004, p. 148).

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ESTAN TE DO PROF ESSOR

GILBERTO, Antônio. O Fruto do Espírito:  A ptenitude de Cristo na vida do 

crente,í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

CONCLUSÃO

Aprendemos que a justificação peta fé é uma doutrina bíblica que acertadamente

exclui a necessidade de obras meritórias para a salvação do ser humano, porém não

abre possibilidade para 0 antinomismo e precede a santificação.

HORA DA REVISÃO

1.Conceitue a da doutrina da justificação pela fé.

A doutrina da justificação pela fé é o cerne da teologia paulina, utilizada especial

mente quando em confronto direto com o ensino judaico ou dos judeu-cristão s,

que defendiam que o homem encontra a graça de Deus quando cumpre a vontade

divina por meio da lei judaica.

2. De acordo com a lição, qual é a situação final da pessoa que está condenado pela

ira de Deus e reconhece o sacrifício vicário de Cristo e requisita sua justificação

ao Supremo Juiz?Aquele(a) que inicialmente estava condenado(a) pela ira de Deus, com a jus

tificação é retirada a sentença divina (declarado justo), reconciliado com Deus

gratuitamente, em Cristo.

3. Cite uma parábola de Jesus que demonstra que a lei e as obras são insuficientes

para a justificação diante de Deus,

A parábola do fariseu e do samaritano (Lc 18.9-14).

4. Explique quaLa diferença entre a justificação e a santificação (Paulo x Tiago).

A justificação se dá mediante a fé e acontece instantaneamente na conversão (atoestático), enquanto a santificação que vai sendo desenvolvida após a conversão

(processo contínuo).

5. Por que Paulo utilizou a figura de Abraão para exempLificar a doutrina da justifi

cação pela fé?

Porque o exemplo de Abraão demonstra que ele foi justificado antes da circuncisão

e da lei, e sua fé constitui um protótipo da fé cristã, por crer incondicionalmente

em Deus e no seu poder de ressuscitar.

Anotações

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07/02/2016

BÊNÇÃOS DA

JUSTIFICAÇÃOTEXTO DO DIA

“Porque, se nós, sendo in im i-gos, fomos reconciliados com

Deus pela morte de seu Filho,muito mais, estando já recon-ciliados, seremos salvos pela

sua vida”(Rm 5.10).

SÍNTESE

A justificação por meio da féé acompanhada de muitosbenefícios, 0 que motiva o

crente a manter sua fidelidadea Deus, independente das

circunstâncias.

AGENDA DE LEITURA

S E G U N D A - R m & lA justificação e a paz com Deus

TERÇA - Rm 52Firmes pela graça de Deus

QUARTA - Rm S3 A

A justificação proporcionagozo na alma

Q U I N T A - R m S5A justificação nos garante

esperançaS E X T A -R m 5.8 A justificação assegura a certezado amor de Deus por nós

SÁBADO - Rm 5 1 1  A justificação certifica a nossareconciliação com Deus

40 JOVENS

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OBJETIVOS

■MOSTRAR as bênçãos da paz com Deus;

■ANALISAR a bênção do regoz ijo na tribulações;

• EXPLICAR a bênção da salvação passada e presente.

INTERAÇÃO

Esta lição é um marco na epístoLa aos Romanos. A justificação

traz consigo alguns benefícios que são concedidos por Deus,

dentre estes benefícios está a bênção do regozijo nas tribula-

ções, o que pode parecer contraditório para alguns. Há quemdiga que não é uma bênção, mas uma apologia ao sofrimento.

Por isso, a dificuldade de algumas pessoas lidarem com si-

tuações adversas, às quais todas as pessoas inevitavelmente

estão sujeitas. Jesus afirmou que teríamos aflições (Jo 16.33).

Um relato que alguns leitores da Bíblia têm dificuldade de

entender é que logo após a ascensão de Jesus, os discípulos

que foram perseguidos e maltratados pelo amor ao Evangelho

se diziam alegres e glorificavam a Deus por se acharem dignosde sofrerem por amor ao nome de Jesus. Talvez, essa seja a

maior dificuldade de aceitação para alguns, as demais bênçãos

são mais fáceis de aceitação e entendimento.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Sugerimos que nesta aula você separe três grupos. Cada grupoficará responsável para analisar um dos tópicos e você atuará

como orientador destes grupos. Nos grupos geralmente têm

alguns líderes naturais que poderão conduzir a conversa nos

respectivos grupos, você pode designar os líderes ou deixar

que escolham entre si, 0 que seria m ais apropriado. A primeira

atividade será o estudo de cada tópico pelos grupos, você

pode dar aproximadam ente uns 15 minutos para a tarefa. Na

sequência, cada grupo deverá apresentar seu assunto, abrindo

para os demais para uma ponderação geral. Sugerimos utiliza r

algo em torno de 30 minutos para essa atividade. Você deverá

ser o moderador da turma e fazer as considerações finais. O

tempo sugerido serve apenas como referência, você deverá

adaptar de acordo com 0 tempo disponibilizado pela sua

superintendência de Escola Dominical.

JOVENS 41

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TEXTO BÍBLICO

Romanos 5.1-11

1 Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz

com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo;2 peto qual também temos entrada

pela fé a esta graça, na qual estamosfirmes; e nos gloriamos na esperançada glória de Deus.

3 E não somente isto, mas também nosgloriamos nas tribulações, sabendoque a tributação produz a paciência;

4 e a paciência, a experiência; e a ex

periência, a esperança.

5 E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramadoem nosso coração pelo Espírito Santoque nos foi dado.

6 Porque Cristo, estando nós ainda fracos,morreu a seu tempo pelos ímpios.

7 Porque apenas alguém morrerá por

um justo; pois poderá ser que pelobom alguém ouse morrer.

8 Mas Deus prova o seu amor para

conosco em que Cristo morreu por

nós, sendo nós ainda pecadores.

9 Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos porele salvos da ira.

10 Porque, se nós, sendo inimigos, fomosreconciliados com Deus pela morte

de seu Filho, muito mais, estando járeconciliados, seremos salvos pelasua vida.

11 E não somente isto, mas tambémnos gloriamos em Deus por nossoSenhor Jesus Cristo, pelo qual agora

alcançamos a reconciliação.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

A justificaçã o se dá por me io da fé no po der regen erador da m orte de Jesus.

A pa rtir deste m ome nto, o cristão ressurge em novidade de vida de forma

sim ilar à ressu rreição de Cristo. A justificação elim ina a culpa e rec on cilia 0

ser humano com Deus. Esta nova situação traz alguns benefícios, reforçadospelo correto sentimento motivador do amor de Deus, que não envergonha

0 crente na sua esperança e nem nos sofrimentos em nome dEle.  À

I - A BENÇÃO DA PAZ COM DEUS(Rm 5.1,2)1. Paz com Deus. O ímpio não tem

paz porque vive na prática do pecado (Is

57.21; S l 73.3). Diferente da pessoa just ificada, cujos pecados não lhe são mais

imputados, portanto reconciliada com

Deus (2 Co 5.18,19). Esta reconciliação

traz a paz com Deus, pois o castigo ao

qual estávamos condenados é imputado

sobre Jesus, que nos traz a paz (Is 53.5).

O sacrifício de Jesus derruba a parede

que separa o ser humano de Deus (At

10.36; Ef 2.14), sendo “religado”(signifi

cado de religião) com Deus. Existe uma

diferença entre estar em “paz com Deus”

e ter a “paz de Deus". A paz com Deus ésomente para aqueles que conservam

sua vida em constante comunhão com

Deus (Is 26.3; Jo 14.27; Fp 4.7). Diferente

do incrédulo, o salvo vive no Espírito e,

assim como o Espírito é eterno, eterna

será a sua paz com Deus. Jovem, você

está em paz com Deus?

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2. A bênção do acesso à graça de Deus.

Somente em Jesus pode ser evidenciada

a gratuidade da justificação, pois somente

Ele pode redimir o pecador de sua condição

no tribunal de Deus (Rm 3.24). A vida de

pecado é uma vida que conduz à morte,uma vida de opressão debaixo da culpa e

da solidão espiritual, mas na justificação se

aplica ajustiça para a vida eterna por meio

de Cristo (Ef 2.5-8, Rm 5.21), Semelhante

mente à vitória de Cristo sobre a morte

por meio de sua ressurreição, as pessoas

justificadas vencem a morte que traz o

pecado e ressurgem vivificadasjuntamente

com Cristo, tudo pela graça de Deus (Ef 2.6),

Esta graça de Deus, acessada somente

pela fé (Ef 2.18; Rm 412; Hb 4,16), fortalece

o crente por não estar mais debaixo da lei,

nem do domínio do pecado (Rm 6.14,15).

Somos o que somos pela graça de Deus

(1 Co 15.10), por isso devemos ser gratos aEle por tudo.

3. Esperança da glória de Deus. As

pessoas justificadas são bem-aven

turadas, pois nelas repousa a grande

esperança da manifestação da glória

de Deus (Tt 2.13). Muito diferente de

uma pessoa que leva sua vida à mar

gem da Bíblia, alimentada de alegrias emotivações efêmeras e passageiras. Os

justificados são transformados de glória

em glória (2 Co 3.18), ou seja, se tornam

já participantes da glória de Deus como

herdeiros juntamente com Cristo, para

também com Ele serem glorificados

(Rm 8.17). Esta é a grande diferença

entre ser criatura e ser filho de Deus.

A primeira condição é genérica, sendo

característica natural de tudo e todos

os seres criados, a segunda é somente

para as pessoas que foram justificadas.

A Bíblia informa que ainda não sabemos

como haveremos de ser, mas clarifica

que seremos semelhantes ao Cristo

glorificado e adverte-nos a manter esta

condição, possível somente por meio da

manutenção da obediência (1 Jo 3.1-3).

Jovem, guarda o que tens!

O Pense!Jovem, você já pensou no valor  de estar em paz com Deus?

O Ponto Importante A velocidade da dissem inação do conhecimento, o consumismo 

acirrado e a valorização exacer-bada do ter em detrimento do ser, têm tirado a paz da maior  parte da humanidade. Enquanto isso, aquele(a) que é justificado(a) desfruta da paz com Deus, bênção da justificação pela fé.

II - BÊNÇÃO DO REGOZIJO NAS

TRIBULAÇÕES (Rm 5.3-5)1. As tribulações conduzem à matu

ridade. No caminho para a glória, citado

anteriormente (Rm 8.17), as tribulações

são inevitáveis. Jesus não prometeu uma

vida sem conflitos, mas afirma categori

camente que passaríamos por aflições

(Jo 16.33). Ele não engana para ganhar

seguidores. Na própria história do povo

de Israel podemos ver as tribulações que

serviram para a maturidade espiritual (Dt

8,15,16). Nossa caminhada não é diferente,

Paulo assevera que as tribulações nos

levam à perseverança, à experiência

(caráter aprovado), e à esperança que

não confunde. Portanto, quando você

pede a Deus mais experiência e espe

rança, mesmo que inconscientemente,

você está pedindo por mais aflições,

que o levarão à experiência, que por sua

vez lhe trará esperança. Um processo

contínuo de causa e efeito. Tiago afirma

que é motivo de alegria o passar por

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várias provações, pois por meio delas

se obtém experiência, com vistas a al

cançar a coroa da vida, prometida aos

que amam a Deus (Tg 1.2-4,12).

2. O crente, nas tribulações, tem a

certeza do amor de Deus. Um texto bem

conhecido da epístola aos Romanos é

o do capítulo 8, versículos 35-39, Neste

texto vemos o apóstolo relacionar uma

série de intempéries indesejáveis na vida

de um ser humano, mas conclui que

mesm o estas coisas não são suficientes

para separar uma pessoa salva de Deus,Quantos exemplos existem na Bíblia de

pessoas que abriram mão de praticamen

te tudo de valor que tinham ou poderiam

ter, inclusive da própria vida, constran

gidas pelo amor de Deus. Basta lermos

Hebreus 11, na galeria dos heróis da fé,

para constatarmos isto. Quem mantém

sua fidelidade à Deus, independente dascircunstâncias, pode perceber o amor

de Deus, a exemplo do grande Mestre

Jesus, Ele no Getsêmani, sentindo a dor

do cálice a ser tomado, questiona este

“abandono", m as ao final se submete à

vontade de Deus por saber que tudo era

por amor, inclusive sua morte.

3. O amor de Deus é provado pela

morte vicária de Cristo. O Espírito Santo

nos faz perceber o amor de Deus para

conosco (v.5). Amor que pode ser evi

denciado pela doação de Deus, mesmo

sabendo que não tínhamos possibilidade

de retribuir esse amor por sermos fracos

(v, 6). O apóstolo afirma que morrer poralguém justo não seria considerado algo

tão incomum (v. 7), pois ao longo da

história há vários registros de pessoas

que deram sua vida por uma pessoa

amada, um líder carismático ou uma

causa maior; mas um justo morrer pelos

injustos pecadores, isso nunca havia sido

visto. Por isso, a grande demonstração

de amor de D eus pela humanidade é o

fato de Cristo ter morrido por nós, "sendo

nós ainda pecadores”(v,8). Devemos ter

em mente este amor, principalmente

nos momentos de tribulações, saben

do que muito maior sofrimento Jesus

passou para que fôssemos justificados

e participantes da glória presente e da

glória que haveremos de ter.

O Pense!“O ju sto tem paz em sua reLação com Deus, mas aflição em sua re-lação com o mundo porque vive no Espírito’ (Martinho Lutero).

O Ponto Importante A paz com Deu s não significa  ausência de conflitos e tribu-lações, mas ter paz mesmo nas 

adversidades.

III - A BÊNÇÃO DA SALVAÇÃOPASSADA E PRESENTE (Rm 5.9-n)1. A saLvação no passado. Com o é

grande a satisfação de saber que um

dia no passado tivemos o privilégio de

experimentar a justificação mediante a

fé em Jesus Cristo pregada por Paulo.O que seria de nós se não tivéssemos

feito esta dec isão? Onde nós estaríamos

hoje? Quem nós seríamos? Estaríamos

vivos ou não? Certamente não seríamos

melhores do que somos e, acima de tudo,

continuaríamos na condição de pecado

res, condenados ao julgamento da ira de

Deus, na condição de inimigos dEle (v. 9;

Rm 2.5; 3.5). O apóstolo afirma que fomos

reconciliados com Deus quando ainda

éramos seus inimigos devido aos nossos

pecados, mas fomos reconciüados gratui

tamente, sem nenhuma condição prévia

a não ser a fé em Jesus. Algumas pessoas

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se esquecem das bênçãos do passado.

Seja grato a Deus e não se esqueça de

nenhum de seus benefícios do passado.

Esta lição veio para lembrar você disso,

assim como os autores veterotestamen-tários, repetidamente fizeram com Israel.

2. A salvação no presente. Nos escri

tos do apóstolo Paulo fica evidenciada a

gratidão peta mudança que o encontro

com Cristo provocou em sua vida. A

mudança deu a ele uma convicção que

o ajudou a superar as dificuldades do

dia a dia. Antes de conhecer a Cristoele tinha uma posição privilegiada no

ambiente judaico, uma posição almejada

por muitas pessoas. Quando escreveu a

Epístola aos Romanos, ele já não tinha

mais aquele status, mas a experiência

da justificação o libertou do domínio

do pecado e deu-lhe a segurança que

nunca havia conquistado com sua vidareligiosa pregressa. A garantia da salva

ção presente e da comunhão com Deus

proporcionavam ao apóstolo a convicção,

pouco antes de sua morte, de ter comba

tido um bom combate e guardado a fé (1

Tm 4.6,7). Segurança garantida somente

às pessoas, que por meio de uma vida

devotada e de santidade, mantêm seu

ideal de obediência e gratidão a Cristo.

O Pense!0 que Leva as pessoas que já conheceram 0 Evangelho a abrir  mão das bênçãos decorrentes da 

 ju stificação?

SUBSÍDIO

Romanos 5“Resumo do capítulo. O crente agora

se posiciona num relacionamento único

com Deus que promove uma novaperspectiva sobre toda a vida (5.1-5).Essa perspectiva tem a sua origem naconvicção de que um Deus que estavadisposto a abrir mão de seu Filho paraenviá-lo a nós, sem dúvida, trabalharáem nós, agora que somos seus (vv. 6-11).

DESTAQUES

‘Pois’ (5.1). Como cristãos, todosnós nos deleitamos com o que Pauloestá prestes a explicar, a dependênciado sacrifício de Cristo por nós e nossafé nele.

Uma litania de bênçãos (5.1-5). Observar em especial: 1) a paz com Deus:2) o acesso a Deus e à graça; 3) a alegriaem nossas perspectivas futuras; 4) umanova perspectiva sobre o sofrimentoe, 5) uma esperança segura em Deusque paga dividendos presentes numasensação contínua do seu amor por nós.Jamais despreze o verdadeiro cristianismo. O relacionamento com J esus écomo a mesa farta de um banquete,de uma festa que podemos usufruir

aqui e agora”(RICHARDS, Lawrence O.Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse Capitulo por  Capitulo.  í.ed. Rio de Janeiro: CPAD,

2012, p. 741).

O Ponto Importante A justificação pela fé não garante a salvação de uma vez por to-

das, mas traz benefícios que nos auxiliam a nos mantermos firmes nas promessas de Deus, gratos pela salvação, desfrutando e aguardando a glorificação definitiva com Deus.

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ESTAN TE DO PROF ESSOR

RICHARDS, Lawrence O Guia do Leitor da Bíblia: Uma a nálise de Gênesis a 

 Apocalipse Capítulo por Capitulo,  í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

CONCLUSÃO

Nesta lição, aprendemos que a justificação, além de ser gratuita, traz consigo muitas

outras bênçãos como a paz com Deus.

HORA DA REVISÃO

1. O que derruba a parede que separa o ser humano de Deus?

O sacrifício de Jesus derruba a parede que separa o ser humano de Deus (At

10.36; Ef 2.14), sendo “religado”(significado de religião) com Deus.

2. Qual o conselho dado por Tiago em Tiago 1.2-4,12?

Tiago nos aconselha a nos alegrarmos quando passarmos por várias provações,

pois por meio delas obtém experiência, com vistas alcançar a coroa da vida,

prometida aos que amam a Deus.3. Segundo a Epístola aos Romanos, como Deus demonstrou seu amor pela huma

nidade?

A grande demonstração do amor de Deus pela humanidade é o fato de Cristo

ter morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8),

4. Segundo a lição, quando um crente pede por mais experiência e esperança, o

que na realidade ele está pedindo?

Quando o crente pede a Deus mais experiência e esperança, mesmo que incons

cientemente, ele está pedindo por mais aflições, que conduzirão à experiência,que por sua vez lhe trará esperança, Um processo contínuo de causa e efeito,

5. Segundo a lição, o que proporcionava ao apóstolo a convicção de ter combatido

um bom combate, pouco antes de sua morte?

A garantia da salvação presente e da comunhão com Deus proporcionava ao

apóstolo a convicção, pouco antes de sua morte, de ter combatido um bom

combate e guardado a fé (1 Tm 4.6-7).

Anotações_________________________________________

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ADÃO E O PECADO

TEXTO DO DIA“Pelo que, como por um homem

entrou o pecado no mundo, e

pelo pecado, a morte, assimtambém a morte passou a todos

os homen s, por isso que todos

pecaram" (Rm 5.12).

AGENDA DE LEITURA

SÍNTESE

A ofensa do pecado deum ser humano trouxe 0

juízo de Deus sobre toda ahumanidade e demandou

uma solução universal para 0pecado, Jesus Cristo.

S E G U N D A - R m 5 1 20  pecado de uma pessoa

influenciou negativamente 0destino de toda a raça humana

TERÇA - Rm 3.23 Todos os seres humanos sãopecadores

QUARTA - Rm 5.12 O pecado gera a morte

Q U I N T A - R m s i4Adão é 0 primeiro e único tipode Cristo

SE X TA -Rm 5-20A lei veio para majorar o pecado

SÁBADO - Rm 5J21A graça de Cristo reina pela ju stiç ^ J

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OBJETIVOS

• MOSTRAR que o pecado de Adão suscitou a morte;

• SABER que a Lei serve para evidenc iar ainda mais o

pecado;

• ENTENDER como o pecado de uma pessoa resultou

no juízo de Deus sobre toda a humanidade.

INTERAÇÃO

Nesta Lição a ênfase será dada à relação de Adão com o pecado por

meio de sua desobediência à vontade divina Na próxima Lição o

enfoque será na justiça gratuita oferecida por Deus por meio do

sacrifício de Cristo. Por isso, é importante tomar o cuidado para

não antecipar o enfoque da próxima Lição, mas fazer a transição

entre as duas Lições nas considerações finais (conclusão) para

que o aluno possa diferenciar os enfoques dados, bem como se

motivar a estudar antecipadamente a próxima Lição.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, uma das questões a serem tratadas na Lição é a

proliferação do pecado a partir de Adão para toda a huma

nidade, isso mediante a influência cultural que herdamos e

que moldam nossa cosmovisão de mundo (valores, crença,

costumes, entre outros). Desse modo, sugerimos que após a

conclusão do primeiro tópico da lição, promova um debateem grupo. Como sugestão, você poderá utilizar os seguintes

questionamentos:

-Se você tivesse nascido em um país distante e com cultura

diferente, como por exemplo, o Irã, qual ser ia a sua visão de

mundo?

-No que, possivelmente, você acreditaria?

-Qua is, provavelmente, seriam suas práticas rotineiras?

Após o debate em grupo, abra para um comentário geral entre

os grupos. Se tiver dificuldade quanto ao tempo, o debate

poderá ser aberto diretamente ao grupo como um todo.

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TEXTO BÍBLICO

Romanos 5.12-20

12 Pelo que, como por um homem entrouo pecado no mundo, e pelo pecado, amorte, assim também a morte passoua todos os homens, por isso que todospecaram.

13 Porque até à lei estava o pecado nomundo, mas o pecado não é imputadonão havendo lei.

14   No entanto, a morte reinou desdeAdão até Moisés, até sobre aqueles

que não pecaram à semelhança datransgressão de Adão, o qual é a figuradaquele que havia de vir.

15 Mas não é assim o dom gratuito comoa ofensa; porque, se, pela ofensa deum, morreram muitos, muito mais agraça de Deus e o dom pela graça,que é de um só homem, Jesus Cristo,abundou sobre muitos.

16 E não foi assim o dom como a ofensa,

por um só que pecou; porque o juízoveio de uma só ofensa, na verdade, paracondenação, mas o dom gratuito veiode muitas ofensas para justificação.

17 Porque, se, pela ofensa de um só, amorte reinou por esse, muito mais osque recebem a abundância da graçae do dom da justiça reinarão em vidapor um só, Jesus Cristo.

18 Pois assim como por uma só ofensaveio o juizo sobre todos os homens para

condenação, assim também por um sóato de justiça veio a graça sobre todosos homens para justificação devida.

19 Porque, como, pela desobediência deum só homem, muitos foram feitospecadores, assim, pela obediênciade um, muitos serão feitos justos.

20 Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado

abundou, superabundou a graça;

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

0  pecado entrou no mu ndo p or m eio do prim eiro ser huma no e como co n

sequ ência veio também à morte. O pecado se proliferou e gerou conseq u

ências para toda a raça hum ana. O exemplo de Adão d em onstra a carência

humana da graça de Deus.

I - O PECADO DE ADÃO SUSCITOU MORTE1. O pec ado entrou no mundo por

meio de Adão (v. 12). Nos dois primeiros versículos, Paulo não menciona o

nome de Adão e muito menos o de Eva,

mas para ele, o cuLpado pela entrada

do pecado no mundo foi Adão. Não

adiantou Adão transferir a culpa para

Eva, assim como tem sido uma prática

comum aos seres humanos, transferir

suas culpas para alguém ou algum

acontecimento, em vez de assumir a

responsabilidade pelos seus atos. Neste

texto, Paulo não demonstra preocupaçãocom a origem do mal, mas sim com a

forma que o pecado entrou no mundo.

A transgressão de Adão é explicitada

no relato da Queda (Gn3), quando ele

rejeitou seguir o caminho traçado por

Deus para seguir seu próprio caminho,

o resultado foi a condenação. Adão

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tinha uma recomendação: não comer

da árvore do conhecimento do Bem e

do Mal. Uma oportunidade de desobe

decer que desen cadeou uma vontade

de transgredir. O livre-arbítrio do ser

humano, qualidade que o distingue dos

demais seres viventes, pode ser exercido

' até mesmo na desobediência a Deus.

2. A morte entrou no mundo por

meio do pecado (v. 12). Adão foi a porta

de entrada do pecado no mundo e o

pecado por sua vez, a porta de entrada

para a morte. Neste texto, a interpretação para a morte se refere tanto a morte

física como espiritual, como punição pela

desobediência humana, uma referência

a Gênesis 2.17 e 3.19. Toda causa tem

sua consequência. As pessoas, às vezes,

confundem o perdão com a repercussão

da consequência dos atos falhos. Uma

pessoa que se rende a Cristo e deixa avida de pecado, como já vimos em lições

anteriores, é imediatamente justificado

diante de Deus (declarado justo), mas

as consequências pelos erros já co

metidos ele continua responsável. Por

exemplo, vamos supor que esta pessoa

tenha cometido um assassinato antes

da conversão, com o arrependimento

e abandono da prática Deus a perdoa,

mas não assume a responsabilidade

de livrá-lo de uma prisão. O que Deus

garante é estar com ele na prisão. Em

outras palavras, todo pecado tem sua

consequência.

3. A morte sobreveio para toda ahumanidade porque todos pecaram (v.

12). Paulo continua abordando a relação

entre o pecado e a morte, agora com uma

abrangência maior, referindo-se todos

os seres humanos, uma vez que todos

pecaram (Rm 3.23). Existe uma discussão

teológica se todos pecaram em Adão, ou

seja, o pecado de Adão foi transferido

para toda a humanidade ou se o pecado

é de responsabilidade individual de cada

ser humano. Seguiremos a linha de que,

contaminados pelo pecado de Adão,

todos os demais seres humanos também

pecaram, sendo cada um responsável

pela sua própria desobediência. Em

resumo, podemos dizer que o pecado

original de Adão levou-nos ao pecado

experimental, afastando-nos de Deus.

O Pense!Jovem, você tem assumido suas responsabilidades? Tem reconhe-

cido as consequências naturais de seus atos falhos ou tem ques-

tionado a Deus?

© Ponto Importante A vida, muitas vezes, acaba se n-

do uma relação de causa e efeito.

II - A LEI DE STA CA O PECADO

(vv. 13,14)1 . 0 pecado existia antes da lei (vv.

13,14). Paulo afirma que o pecado existia

antes da lei. Todavia, será que existe na

história do mundo, algum local onde

não tenha havido nenhum tipo de lei?

Certo que a lei mosaica realmente ainda

não existia neste período, mas regras já

existiam antes desta lei. Como já visto, o

próprio Adão recebera recomendação

(regra) de como proceder no jardim do

Éden, a ordem de não comer do fruto

da árvore do conhecimento do bem edo mal. Paulo já havia falado a respeito

da ausência de lei no capítulo 2, quando

falou sobre os gentios. Deus não deixa a

conduta do ser humano sem uma régua

de medir, independente da lei mosaica

há a lei da própria consciência (Rm 2.14-

16). Esta lei escrita no coração testifica

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“juntamente a sua consciência e os seus

pensamentos, quer acusando-os, quer

defend en do -os”. Portanto, não significa

que as ações antes da Lei não eram

julgadas. Por isso, a afirmação “a morte

reinou desde Adão até Moisés" (5,14).

2. A lei desponta o ser humano em

sua fraqueza (v.14). Onde existe lei, existe

transgressão. No relato da Queda, vemos

a tendência do ser humano em buscar

atender seus interesses. O exemplo de

Adão demonstra certa inclinação do

ser humano para a desobediência. Estainclinação aumenta quando se impõe

regras. Existe um ditado popular que

diz: “Aquilo que é proibido acaba sendo

mais desejado". O que é proibido chama

a atenção das pessoas, por isso a difi

culdade do ser humano em cumprir a

lei. No entanto, como já visto em lições

anteriores, a lei tem uma função, apontaro pecado do ser humano, a sua fraqueza.

Quando se identifica o pecado e se re

conhece a necessidade de correção, se

faz necessário uma solução redentora. A

solução no Antigo Testamento foram os

sacrifícios, que eram soluções transitórias

e paliativas. Mas, eles também tiveram

sua função, apontar para o sacrifício

perfeito de Cristo.

3. Adão, um tipo antagônico de Jesus

(v.14). Pela primeira e única vez a Bíblia

cita explicitamente um personagem

com o tipo de Cristo “o qual é a figura

daquele que havia de vir" (v. 14). Adão

como figura de Cristo com resultadoscontrários, Enquanto, Adão representa os

efeitos negativos pela sua desobediência

à vontade de Deus, Cristo representa os

efeitos positivos pela sua obediência

incondicional a Deus. Os efeitos positivos

de Cristo serão abordados na próxima

lição. O ato de Adão, representante da

humanidade, exemplifica a aplicação da

correção sobre o pecado, independente

da lei, como citado por Paulo: “porque,

para com Deus, não há acepção de

pessoas. Porque todos os que sem lei

pecaram sem lei também perecerão:

e todos os que sob a lei pecaram pela

lei serão julgados" (Rm 2.11,12). Todavia,

como já citado, com o advento da Lei

de Moisés o pecado foi ainda mais evi

denciado. Isso não significa que ele já

não existia, mas é como se o "holofote"

estivesse direcionado para outro lugar.

© Pense! Jovem, como está sua consciência?

O Ponto ImportanteNão existe na história, Lugar  ou data, um tempo em que não existisse regra, escrita ou não, para orientar o comportamento humano.

III - A OFENSA DE ADÃO ACARRETOU NO JUÍZO DE DEUS SOBRE TODA HUMANIDADE (vv.15-21)1. A sentença divina proferida sobre a

ofensa do pecado (v. 15-19). A sentença

dada por Deus a Adão é extensiva a todos

os seres humanos que seguiram o seu

exemplo, ou seja, cada pessoa se tornou

pessoalmente pecadora e, portanto, des

tituída da glória de Deus (Rm 3.23). A trans

gressão de Adão foi sua desobediência a

uma ordem divina expressamente reveladapor Deus, o que diferencia o pecado de

Adão dos demais. A ofensa foi majorada

com a promulgação da Lei Mosaica, pois

quanto mais evidente for a manifestação

da lei, maiores serão as transgressões (Rm

5.20). Ultimamente, tem sido difundida na

mídia condenações e aplicações da pena

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de morte em países que tem esta prática

normatizada. Se a ampliação do rigor da

lei realmente funcionasse, nestes países

não haveria transgressão. Para a “pena

de morte espiritual”existe uma saída, o

renascimento proporcionado pela justi

ficação por meio da fé em Cristo.

2. A morte reinou por causa da ofensa

do pecado (v. 20). Existem três conceitos

básicos sobre a morte: a) a morte física,

a qual toda humanidade está sujeita; b)

a morte espiritual, que ocorre quando o

ser humano vive na prática do pecado;c) a morte eterna, a pior de todas, pois

ocorre quando não há mais possibilidade

de mudança de situação, trata-se da

condenação da separação eterna de

Deus. Estas mortes são consequências da

transgressão humana, a relação de causa

e efeito. De modo geral, as pessoas têm

dificuldade para lidar com a morte devidoà tendência natural pela vida. Os crentes

geralmente afirmam que querem estar

com Deus, mas se possível sem precisar

passar pela morte. Ao longo da história

da humanidade existem relatos da busca

pela vida prolongada ou eterna. O Evan

gelho aponta o caminho para esta vida,

com ou sem a presença da morte, Jesus.

@   Pense!Você também estava condenado a mesma sentença do injusto, a morte eterna, mas peia graça de Deus sua sentença foi revertida em bênção e vida eterna com 

Deus, Jovem, o quanto você tem sido grato a Deus por isso?

SUBSÍDIO

“Em Rom anos 1— 3, Paulo arg umentou que toda humanidade estáperdida nas garras do pecado, tanto

jud eu s com o gentios. Em Romanos 4,ele mostrou que a justificação pela fétambém está universalmente disponível a todos aqueles que creem queDeus manterá a promessa que fez noevang elho — tanto para os gentioscomo para os judeus.

Agora, Pauto dá um passo atrás,

apenas por um momento, para perguntar como pode ser isso. Como todosos homens tornaram-se pecadores? Ecomo a vida pode ser oferecida a todos?

Como contexto, precisamos entender uma coisa importante sobreo relacionamento entre 'pecado' e'pecados'. Enquanto 'pecados' sãoatos de iniquidade ou transgressões

à Lei de Deus, o 'pecado' é algo diferente. Ele se refere àquele defeitoessencial da natureza humana quedistorce o caráter moral do homem,obscurece sua inteligência e o incitaem direção ao mal. De acordo com aterminologia bíblica, esta condição éfrequentemente mencionada como

'morte', não no sentido biológico, masespiritual”(RICHARDS, Lawrence O.Comentário Histórico-Cultural doNovo Testamento.i.ed. Rio deJaneiro:

CPAD, 2014, p. 300).

O Ponto ImportantePara PauLo, a condição humana caracterizase peia rejeição a Deus e sua revelação, além de ser  marcada peia hostilidade rotinei-ra em relação a Ele" (Roy Zuck).

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ESTAN TE DO PROF ESSOR

RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento.

í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2014,

ZUCK, Roy B Teologia do Novo Testamento. í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

CONCLUSÃO

Nesta lição, aprendem os que o pecado entrou no mundo por meio de um ser humano

e como consequência veio a morte e a condenação.

HORA DA REVISÃO

1 . Qual a recomendação que Deus deu a Adão e ele desobedeceu?

A recomendação dada por Deus a Adão foi de não comer da árvore do Conhe

cimento do Bem e do Mal.

2. Quando Deus perdoa o pecado de alguém Ele também retira as consequências

naturais do pecado? Explique.

Não. Quando uma pessoa se rende a Cristo e deixa a vida de pecado é imediata

mente justificado diante de Deus (declarado justo), mas as consequências pelos

erros já cometidos ele continua responsável.

3. Paulo diz no versículo 13 que o pecado não é imputado não havendo lei. Na se

quência diz que o pecado surgiu antes da lei. Como explicar que a morte reinou

de Adão até a Lei (v. 14)?

Paulo menciona a lei colocada na própria consciência do ser humano (Rm 2.14-

16), e por essa lei as pesso as eram julgadas. Por isso, a afirmação “a morte reinou

desde Adão até Moisés”(v. 14).

4.

 Paulo aponta Adão como um tipo de Cristo. Explique:Adão é um tipo antagônico de Cristo. Enquanto, Adão representa os efeitos ne

gativos pela sua desobediência à vontade de Deus, Cristo representa os efeitos

positivos pela sua obediência incondicional a Deus.

5. Segundo a lição, qual a solução para a “pena de morte espiritual”?

A solução é o renascimento proporcionado por meio da justificação pela fé

em Cristo.

Anotações

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LIÇÃO

CRISTO EA GRAÇA

TEXTO DO DIA“Pois assim como por uma só

ofensa veio o juízo sobre todos

os homens para condenação,assim também por um só atode justiça veio a graça sobre

todos os homens para justifi-cação de vida’’(Rm 5.18).

SÍNTESE

A condenação eterna veio pela

ofensa de um ato de desobedi-

ência do primeiro Adão, porém

0 dom gratuito da salvação

veio de um ato de obediência

de Cristo, que justifica toda

pessoa que nEle crê.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA- R m s i5Peta desobediência de Adão a

morte passou a reinarTERÇA - Rm 14.17 Pela obediência de Cristo veio

um novo reino de justiça

QU AR TA -Rm 5.16 O dom gratuito da salvação

QU INTA-At 9 4O apóstolo antes de conhecer a

graça de Cristo perseguia a igreja

SEXTA - Rm S20A lei veio para que a ofensa do

pecado abundasse

SÁBADO - Rm 10 4Jesus é 0 fim da lei

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OBJETIVOS

• EXPLICAR que a graça de Cristo porporcion a justiça

e vida;

• MOSTRAR o que é a graça de Cristo;

• SABER que a graça de Cristo reina pela justiça para

a vida eterna.

INTERAÇÃO

Caro(a) professor(a), esta lição é uma continuidade da lição

anterior, que enfatizou a desobediência de Adão, e suasconsequências, pecado-condenação-morte. O assunto desta

tição é ma is “agradável”, pois a ênfase está na graça de C ris

to. Ao lermos a respeito da condenação sobre o pecado de

Adão e sua descendência, podemos não entender o objetivo

da criação do ser humano, se considerarmos que não tinha

como se justificar. Todavia, uma questão reLevante e pouco

explorada nos estudos sobre o tema é o fato de Deus ter

retido o julgamento sobre a humanidade até que a basepara absolvição no julgamento fosse providenciada, a morte

expiatória de Cristo. O que torna ainda m ais interessante é a

iniciativa proativa de Deus de ter planejado a solução, antes

da fundação do mundo (Ef 1.4; 1 Pe 1.20; Ap 13.8; 17.8). Motivo

suficiente para nos mobilizarmos contra a prática do pecado

e sermos gratos pela misericórdia e graça de Deus.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professorfa), para a aula de hoje sugerimos uma dinâmica.

Você vai precisar providenciar uma cópia da tabela abaixo,

mas somente a coluna à esquerda com os dados referentes

a Adão. Os alunos vão preencher a segunda coluna. Para a

realização desta atividade, reserve alguns minutos no final da

aula para 0 preenchimento e também para que façam algumas

considerações. O propósito é revisar o conteúdo aprendido.

RELAÇÃO TIPOLÓGICA ENTRE ADÃO E CRISTOADÃO CRISTO

Transgressão Justiça

Desobediência Obediência

Condenação Justificação

Pecado Graça

Morte Vida

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TEXTO BÍBLICO

Romanos 5.15-21

15 Mas não é assim o dom gratuito comoa ofensa; porque, se, peta ofensa de

um, morreram muitos, muito mais agraça de Deus e o dom peta graça,que é de um só homem, Jesus Cristo,abundou sobre muitos.

16 E não foi assim o dom como a ofensa,por um só que pecou; porque o juízoveio de uma só ofensa, na verdade, paracondenação, mas o dom gratuito veiode muitas ofensas para justificação.

17 Porque, se, peta ofensa de um só, amorte reinou por esse, muito mais osque recebem a abundância da graçae do dom da justiça reinarão em vidapor um só, Jesus Cristo.

18 Pois assim como por uma só ofensaveio o juízo sobre todos os homenspara condenação, assim também por

um só ato dejustiça veio a graça sobretodos os homens para justificação devida.

19 Porque, como, pela desobediência deum só homem, muitos foram feitospecadores, assim, peta obediênciade um, muitos serão feitos justos.

20 Veio, porém, a tei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado

abundou, superabundou a graça;

21 para que, assim como o pecado reinouna morte, também a graça reinassepeta justiça para a vida eterna, porJesus Cristo, nosso Senhor.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Ao estudarmos Romanos 5 .1 -1 1 nós vimo s que os crentes são justificados e

reco nciliados com Deu s por m eio da fé no sacrifício de Cristo. Este conceito da

certeza da salvação po r meio de Crist o é reforçado no texto que vam os e studar

nesta lição (Rm 5.15-21), com a informação pa ulina de que a graça de Cristo vai

além do que mera anu lação do pecado, pois ma is do que simp lesme nte an ularos efeitos do pecado, outorga ao crente a vida etern a com Deus.  A

I - A GRAÇA DE CRISTO PROPORCIONA JUSTIÇA E VIDA (vv. 15-19)1. A graça de Cristo abundou so

bre todos os que creem (v.15). Neste

momento o apóstolo não faz mais uso

da dicotomia entre judeus e gentios, a

abordagem da história da redenção é

realizada em um escopo universal. A

dicotomia agora é entre o relacionamento

de dois homens: o primeiro e o segundo

Adão (Cristo). A parte da humanidade que

se relaciona com o primeiro Adão está

debaixo da sentença de morte por causa

da desobediência e pecado, enquanto

a outra parte tem a segurança da vida

eterna por causa da obediência e graça

de Cristo, que abundou e desfez os efei

tos do pecado. Em Cristo a humanidade

renasce para uma vida plena com Ele. A

graça tem muito mais a oferecer, o tempo

da graça é eterno, portanto, infinitamente

maior do que o tempo da escravidão no

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pecado e morte espiritual A participação

na morte (justificação) e na ressurreição

de Cristo (glorificação), faz-nos passar

da morte para a vida.

2. O dom gratuito da salvação veio

de muitas ofensas parajustificação (vv.

16,19). O apóstolo chama o pecado de

Adão de ofensa para contrastar com a

palavra "dom". Enquanto o pecado de

Adão trouxejulgamento e condenação

para muitos, a obra de Cristo na cruz foi

abundante sobre muitos, aqueles que

reconheceram seu sacrifício pela fé,sendo justificados. Se a condenação

daqueles que estão em Adão é certa,

muito mais garantida é a vida eterna por

meio da graça e do dom da salvação

para as pessoas que estão em Cristo. O

contraste entre a condenação introduzida

por Adão e a justificação assegurada

por Cristo, traz de volta o tema centralde que a justificação está disponível

para “todo s os que c reem ”(Rm 3.22).

Como vimos a justificação é exclusiva

para os que creem e não para “todos",

como afirmam alguns que defendem o

universalismo (salvação para todas as

pessoas, justas ou injustas).

3. A graça de Cristo trouxe um reino

dejustiça (vv. 17-19). Pela desobediência

de Adão a morte passou a reinar, enquan

to Cristo pela sua obediência trouxe um

novo reino dejustiça, paz e alegria no

Espírito Santo (Rm 14,17). Desse modo, é

inconcebível que os que conheceram a

Cristo e se dizem cristãos salvos deixemde se esforçar em benefício do reino

de Deus e pela justiça, como PauLo vai

enfatizar nos próximos três capítulos

(Rm 6-8). Quem pertence a Cristo deve

observar sua vida de obediência como

vem os em Filipe ns es 2.8: “ach ado na

forma de homem, humilhou-se a si

mesmo, sendo obediente até à morte e

morte de cru z”. A obediência de Cristo

à vontade revelada de Deus envolve

uma vida toda, assim também o crente

deve e nvo lver-se no reino da justiça,

obedecendo à vontade revelada de

Deus em sua Palavra.

© Pense!“Que um único erro de alguém deveria ser respondido com 

 julgamento, é perfeitamente compreensível: que o acúmulo 

do pecado e da culpa de todas as eras deveria ser respondido 

com o livre dom de Deus, esse  é o milagre dos milagres, muito além da compreensão humana" 

(Granfield).

O Ponto Importante A graça de Cristo está disponível 

a todos, mas somente as pesso-as que creem na obra de Cristo  a desfrutarão, pessoas que se 

submetem de forma contínua à vontade revelada de Deus.

II - A G RA ÇA DE CR ISTO (v. 20)

1. Paulo era testemunha viva de

alguém que havia sido privado pela

lei. A ênfase muda, agora não é mais

a dicotomia entre Adão e Jesus, mas a

lei. O apóstolo tinha propriedade para

faLar sobre a privação daqueles que

estavam debaixo da Lei. Certamente

ele tinha em mente a rejeição de Jesus

pelos jud eu s, a lém de o terem entre

gado aos romanos para ser crucificado.E o próprio Paulo, quando motivado

pelo rigor da lei perseguia os cristãos,

pensando estar fazendo um favor para

Deus. Paulo e os jud eu s de sua época,

pela lei, afundaram no pecado. O que

disse Jesus com relação aos jude us e

seus algozes, durante sua crucificação?

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Foram somente palavras de perdão e

misericórdia “Pai, perdoa-lhes, porque

não sabem o que fazem”(Lc 23.34a).

Para Paulo, no caminho de Damasco,

Ele disse: “Saulo, Sau lo, por que me

persegues?" (At 9.4). A graça de Cristo

superabundou para Paulo e de m aisju -

deus que creram nEle. Paulo não podia

deixar de testemunhar da liberdade que

ele alcançou em Cristo.

2. Paulo e seu relacionamento com

os crentes judaizantes. Novamente

o ensino apostólico entra em conflitocom a doutrina de redenção sinagogaL

judaica, pois para os crentes judaizantes

o cumprimento concreto da lei constitui

o homem justo diante de Deus. O cum

primento da lei, segundo o ensinamento

judaico, garante ao judeu um tesouro

para a absolvição no dia do julgamento.

Os judeus não conheciam outra formade salvação a não ser pela lei, este era o

cerne da doutrina judaica. O zelo d em a

siado fazia com que eles confiassem em

suas próprias obras e impedia que eles

alcançassem a justificação para qual a lei

aponta. Os judeus deveriam ter deixado

de procurar estabelecer a sua própria

justiça pela prática da lei porque por

ela ninguém será justificado, visto que

todos, judeus e gentios, estão debaixo

do pecado. PauLo, mesmo não havendo

consenso pleno, jamais rompeu com os

apóstolos jude u-cristão s. Contudo, o

apóstolo entendeu seu chamado e spe

cial, evangelizar aos gentios, conhecidoscom o “os sem lei", mas justificados por

meio de Cristo Jesus.

3.0 legalismo na Igreja de Cristo. O

conteúdo histórico-redentor da doutrina

de Paulo demonstra que a única base

para a justificação é a morte e ressurrei

ção de Cristo, sendo que Jesus é o fim

da Lei para justificação de todo aquele

que crê (Rm 10.4). Com isso, é possível

compreender nossa insuficiência, culpa

e dependência da graça de Deus. O

problema do legalismo não é somente

algo dojudeu, mas está presente como

uma tentação para os cristãos também. É

comum hoje encontrar crentes legalistas

que não se dão conta da incoerência de

sua s posições, e les afirmam confiar em

Cristo como Salvador, mas sentem que

precisam fazer algo para merecer a sua

salvação. Pastores se debatem contra olegalismo de suas ovelhas. Problemas

de depressão espiritual têm, por vezes,

como raiz uma apreensão defeituosa e

distorcida da justificação pela fé, Ademais,

na evangelização do povo brasileiro é

imprescindível focalizar que Cristo põe

fim à tendência humana de pensar que

se pode “comprar" com obras a eternasalvação.

O Pense!Pelo pecado de Adão veio a lei  para demonstrar a incapacidade de o ser humano se salvar.

O Ponto Importante0 apóstolo Paulo havia “bebido"do exclusivismo da lei judaica, mas uma vez experimentado a graça de Cristo e liberto, dedica prati-

camente todo o período de seu ministério para pacientemente esclarecer os cristãos judaizantes  que a salvação ocorre por meio da 

fé em Cristo, gratuitamente.

III - A GRAÇA DE CRISTO REINA PELA JUSTIÇA PARA A VIDAETERNA (v. 21)1. Deus faz justiça. A base para absol

vição no julgam ento divino é a morte de

Cristo e, antes da primeira vinda de Jesus,

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Deus fazendo justiça, não havia dado o

castigo devido pelos pecados de todas

as gerações anteriores. Portanto, reteve

seu julgamento e fez de Cristo o meio de

propiciação mediante sua morte, após

ter ajuntado os pecados do mundo e

lançado sobre Cristo. Na morte de Cristo

Deus demonstra ojulgamentojusto e na

sua ressurreição a prova de sua justiça.

Conforme já visto, a ideia legal de um

ambiente forense é demonstrada no fato

de Cristo ter sofrido a morte de cruz em

nosso lugar, Ele que sem pecado, foi feitopecado por nós, para que nEle fossemos

feitos justiça de Deus. Aqueles que estão

em Cristo, pela fé, são absolvidos no

julgamento de Deus.

2. A absolvição pela fé em Cristo.

Cristo realizou aquilo que é impossível

aos homens, para obter-lhes a justiça, a

qual ele lhes oferece gratuitamente pela

fé, à parte das obras da lei. Os judeus

deveriam, portanto, ter compreendido

que Cristo, para aquele que crê, põe um

fim a esta maneira errônea de buscar a

jus tiça peLas obras da lei. Conforme já

parcialmente mencionado, Paulo não

está afirmando que a lei foi abolida, eleestá tratando a partir da perspectiva da

experiência dos crentes, do problema

do legalismo dos judeus: Cristo, para

o crente, é o fim do legalismo. A graça

de Deus é dada sem lei, ou seja, é

uma experiência caracterizada pela

alegria que causa, pois não exige de

quem recebe nenhum pressuposto

ou preparo, simplesmente é um puro

presente que jorra de Deus sobre sua

criação humana. Uma vez justificado,

basta ao crente manter sua fé obediente

em Cristo para ter uma vida eterna com

Deus, não descuidando de sua salvação,seu bem mais precioso.

O Pense! Jovem, que vida você tem escolhido? A vida da desobedi-

ência à vontade de Deus, como o exemplo de Adão, ou a vida de obediência, como o exemplo de 

Cristo?

O Ponto Importante0   fruto da desobediência humana 

só pode desfrutar do complexo  gerado a partir de Adão: pecado 

condenaçãomorte. Mas todas as pessoas que seguirem o exemplo 

de obediência de Jesus desfruta-

rão da salvação completa: justiça  justifica çã ovida eterna.

A única base para a justificação é a

morte e ressurreição de Cristo, sendo queJesu s é o fim da lei para justificaç ão d e

todo aquele que crê (Rm 10.4).

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SUBSIDIO 1

“!...] Jesus é o segundo Adão, ofundador de uma nova raça de homens e mulheres nos quais a vida foi

restaurada. Ao estabelecer novo relacionamento, através de Jesus Cristo, oFilho de Deus, nos afastamos do reinodo pecado para o reino da justiça e davida, onde reina a graça. Somos finalmente capaze s de nos tornar aqueleque, segundo a intenção de Deus, ahumanidade sempre teria sido.

Aplicação. É dificil entender a razãoexata por que ou como tudo isso éverdade. No entanto, não podemosduvidar que o pecado de Adão causou uma grande mutação em nossaraça. e se tornou a fonte inesgotáveldo pecado e do sofrimento. O pecadode Adão mudou seu relacionamentocom Deus, e também modelou nossa

inata atitude em relação ao Senhor.No final, 'pecado' e 'morte', e tam

bém 'vida' e justiça' são todos termosrelacionais, pois seu significado maisprofundo reflete a verdade sobre anatureza de nosso relacionamento comDeus. Não é somente o que fazemosque nos transforma em pecadores;

é o fato de estarmos alienados deDeus. Não é o que fazemos que nossalva, pois o que pode salvar é orelacionamento com Ele. E no evangelho, através de Jesus Cristo, isto setornou agora disponível a todos nós"(RICHARDS, Lawrence O. ComentárioHistórico-Cultural do Novo Testamento. i,ed. Rio de Janeiro: CPAD,

2014, p. 301).

SUBSIDIO 2

“GraçaO conceito de graça é multiforme

e sujeito a desdobramentos nas Es

crituras Sagradas. No AT, hen,  favor,é o favor imerecido de um superiora um subalterno. No caso de Deus edo homem, hen é   demonstrado pormeio de bênçãos temporais, emboratambém o seja por meio de bênçãosespirituais e livramentos, tanto nosentido fisico quanto no espiritual Ur

31.2; Êx 33.19). Hesed, benevolência, éa firme benevolência expressa entreas pessoas que estão relacionadas,e particularmente em alianças nasquais Deus entrou com seu novo povoe nas quais sua hesed  foi firmementegarantida (2 Sm 7.15).

Na literatura grega a palavra charis tinha os seguintes significados: (1) Era

usada para aquilo que causava atração,tal como a graça na aparência ou nafaLa. (2) Era usada quanto a um favor.

Mas foi somente com a vinda deCristo que a graça assumiu seu significado pleno. O seu auto-sacrificio éa graça propriamente dita (2 Co 8.9).Essa graça é absolutam ente gratuita.

Quando recebida pelo crente, elagoverna sua vida espiritual com pon do favor sobre favor. Ela capacita,fortalece e controla todas as fases davida. Consequentemente, o cristão dágraças (charis) a Deus pela riquezasda graça em seu dom inefável (2 Co9.15)" (Dicionário Bíblico Wycliffe i,ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p, 876).

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ESTAN TE DO PROF ESSOR

RICHARDS, Lawrence O. Com entário Histó rico-Cu ltural do

Novo Testamento, í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

RICHARDS, Lawrence O, Guia do leitor da BíbLia: Uma análise de Gênesis aApocalipse Capitulo por Capítulo. í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

CONCLUSÃO

Nesta lição, estudamos a relação tipoLógica entre Adão e Cristo (segundo Adão) e foi

possível constatar 0 que eles trazem de similar é o fato de ter 0 ato de cada um, deso

bediência e obediência, respectivamente, implicado em consequências para os grupos

que pertencem a eles, morte eterna separada de Deus ou vida eterna com Deus.

HORA DA REVISÃO

1. Por que o apóstolo cham a o pecado de Adão de “ofensa”?

O apóstolo chama o pecado de Adão de ofensa para contrastar com a palavra dom.

2.0 que defende o universalismo?

O universalismo defende que no julgamento final todas as pessoas serão salvas,

independente de terem sido justas ou não durante sua vida terrena.

3 .0  que Jesus disse durante sua crucificação com a respeito dos judeus e seus algozes?

Jesus disse somente palavras de perdão e misericórdia: “Pai, perdoa-lhes, porque

não sabem o que fazem”(Lc 23.34a).

4-Qual era o cerne da doutrina jud aica ?

A crença de que o cumprimento da lei garante ao judeu um tesouro para a absol

vição no dia do julgamento. Os jud eu s não conheciam outra forma de salvação

a não ser pela lei, este era o cerne da doutrina judaica.5. Explique a frase: Deus faz justiça, uma vez que não julgou o ser humano antes

da morte de Cristo.

A base para absolvição no julgamento divino é a morte de Cristo e, antes da

primeira vinda de Jesus, Deus fazendo justiça, não havia dado o castigo devido

pelos pecado s de todas as gerações anteriores. Reteve seu julgamento e fez de

Cristo o meio de propiciação.

Anotações

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28/02/2016

MORTOS PARA

0 PECADO

TEXTO DO DIA“De sorte que fomos sepulta-dos com ele pelo batismo na

morte; para que, como Cristoressuscitou dos mortos pelaglória do Pai, assim andemosnós também em novidade de

vida’’(Rm 6.4).

SÍNTESE

0 crente uma vez justificado,

morre para 0 pecado e passa

a ter a mente de Cristo, que

conduz sua emoção, sua

vontade e seus membros para

a prática da justiça de Deus.

AGENDA DE LEITURA 

S E G U N D A - R m 6 .1^0 crente não pode abusar da

graça de DeusT E R Ç A -R m 6.70 crente morre para 0 pecado

na justificação

Q U A RT A -Cl 2.12 0 crente é sepultado no batis-

mo nas águas

QUINTA - F l 3-27

0  crente é batizado em Cristo

SEXTA - 1 Co 1554:1  Ts 4.16-18 A glorificação de Cristo com sua res-

surreição é a garantia que o crente

satvo terá um corpo glorificado

S Á B A D O -C l3.1-3; Ef 2.6 0  crente é ressuscitado com C ris to ^

62 JOVENS

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[•

i OBJETIVOS

• CONSCIENTIZAR de que após a justificação o crente

deve manter uma v ida de santificação;

• SABER que após a justificação o crente assume umanova posição diante de Deus;

• RECONHECER que após a justificação o crente deve

viv er em novidade de vida.

*

INTERAÇÃO

Paulo inicia esta perícope com um questionamento: "Que

diremos, pois?”. Este questionamento parece ser um a formade pressentimento de objeções que pairavam no ar sobre a

doutrina da justificação pela fé. Às vezes, ao ler a epístola,

tem-se a impressão que Paulo está sendo muito repetitivo,

mas se olharmos atentamente chegaremos a conclusão de que

ele está solidificando pontos que são importantes e que não

podem ficar com dúvidas, pois se não for assim, os prejuízos

poderiam ser grandes.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓ GICA ^

Professorfa), para comentar sobre a luta constante que o ser

humano tem entre mortificar o desejo da carne de pecar e

fortalecer o espírito fazendo a vontade de Deus, sugerimos

que utilize a ilustração abaixo, bem conhecida e disponível

nas redes sociais:

Uma noite, um velho índio falou ao seu neto sobre o combateque acontece dentro das pessoas. Ele disse:

- Há uma batalha entre dois lobos que vivem dentro de todos

nós. Um é Mau - É a raiva, inveja, ciúme, tristeza, desgosto,

cobiça, arrogância, pena de si mesmo, culpa, ressentimento,

inferioridade, orgulho falso, superioridade e ego. O outro é

Bom - É alegria, fraternidade, paz, esperança, serenidade,

humildade, bondade, benevolência, empatia, generosidade,

verdade, compaixão e fé.

0 neto pensou nessa luta e perguntou ao avô:

- Qual lobo vence?

O velho indio respondeu:

- Aquele que você alimenta.

Aproveite a ilustração para aplicar o tema desta lição, en

fatizando que o cristão somente conseguirá morrer para o

pecado se deixar de alim entar as obras da carne em sua vida e

alimentar sua alma, fazendo a vontade de Deus, como fez Jesus.

JQVENS 63

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 TE X TO BÍBLIC O

Romanos 6.1-8

1 Que diremos, pois? Permaneceremos

no pecado, para que a graça seja maisabundante?

2 De modo nenhum! Nós que estamos

mortos para o pecado, como viveremos

ainda nele?

3 Ou não sabeis que todos quantos fo

mos batizados em Jesus Cristo fomos

batizados na sua morte? 7

4  De sorte que fomos sepultados com

ele pelo batismo na morte; para que, 8como Cristo ressuscitou dos mortos

pela glória do Pai, assim andemos nós

também em novidade de vida.

5 Porque, se fomos plantados juntamentecom ele na semelhança da sua morte,

também o seremos na da sua ressurreição;

6 sabendo isto: que o nosso velho ho

mem foi com ele crucificado, para que

o corpo do pecado seja desfeito, a fim

de que não sirvamos mais ao pecado.

Porque aquele que está morto está

justificado do pecado.

Ora, se já morremos com Cristo, cremosque também com ele viveremos;

COMENTÁ RIO

INTRODUÇÃO

No texto a ser estudado, Paulo ap resenta u m problem a que pode sur gir

dependendo da interpretação da nova posição diante de Deus, perdoado

gratuitamente e l ivre em Cristo. Nesta l ição vamos refletir a respeito das

mud anças que ocorrem com o crente após a just i f icação. Veremos que

após a justificaçã o, o salvo: deve m o rre r para o pecado e oc up ar um a nova

posição d iante de Deus, andando em no vidade de vida.

I - O JUSTIFICADO DEVE MOR

RER PARA O PECADO (vv.l-4, 6,7)1. A má interpretação da justificação

pela fé (v.i). A doutrina da justificação

pela fé não era tão fácil de ser assimilada

por alguém que viveu anos debaixo do

jugo da Lei. Imagine um judeu que viveu

a vida toda sendo ensinado que a observância da Lei deveria ser rigorosa, pois

era o único meio para se justificar diante

de Deus. Coloque-se no lugar dele. De

repente, aparece um judeu que há pouco

tempo havia se convertido para uma

nova religião (cristianismo), anunciando

que Deus enviou o seu Filho como ser 

humano, permitindo que Ele morresse

em uma cruz, levando a maldição de toda

a humanidade sobre si e oferecendo o

perdão gratuito a todas as pessoas que

o reconheça como Deus, Praticamente

tudo o que ele havia aprendido e tentado

praticar é colocado por terra. Considere,

então, ele aceitando esta pregação doEvangelho. Alguns conversos ao cristia

nismo, considerando a “facilidade”da vida

na graça, continuavam ou acham que

poderiam continuar na prática do pecado,

confiando no perdão imerecido de Deus.

2. Advertência contra o abuso da

graça (v.2). O comportamento libertino

64 JOVENS

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apontado no tópico é a preocupação

do apóstolo: “Que diremos, pois? Per

maneceremos no pecado, para que a

graça seja mais abundante?”(v.i). Este

problema não é exclusivo da época daIgreja Primitiva, ainda hoje alguns cristãos

interpretam equivocadamente a ação

da graça de Cristo, Estes afirmam que

uma vez justificados pela fé em Cristo,

justificados para sempre. Para eles, a

vida que a pessoa leva não interferirá

mais em sua salvação, pois Deus não

retiraria o dom da salvação já dado aocrente. Paulo é incisivo em sua resposta:

“De modo nenhum!" (v. 2). O fato de ser

justificado gratuitamente não dá o direito

de abusar da graça de Cristo (Gl 5.1,13),

contrariamente, devem os ser cada vez

mais grato pela sua graciosidade e se

espelhar no seu exemplo de vida. A

liberdade que Cristo nos dá não é para

fazermos o que quisermos, mas para

viver uma vida genuinamente cristã.

3. Justificados e mortos para o pe

cado. Conforme já visto anteriormente,

o crente em Cristo é declarado justo no

tribunal de Deus, mas ao mesmo tem

po o velho homem morre legalmente,

crucificado com Cristo, e ressurge como

uma nova vida em sua ressurreição

(2 Co 5.17). Na morte de Cristo Deus

demonstra o julgam ento justo e na sua

ressurreição prova sua justiça. Algun s

teólogos defendem que o crente morre

e ressurge no batismo nas águas, como

um sacramento obrigatório para salvação, entretanto o crente é crucificado

e morto na justificação (v.7). O batis

mo nas águas é um ato público para

atender uma ordenança que formaliza

simbolicamente o que já ocorreu, seu

sepultamento (Cl 2,12). Entretanto, aqui

não se trata especificamente da obra

do Espírito Santo (1 Co 12.13: Gl 3,27). 0

salvo não pode mais servir ao pecado,

pois a morte do escravo o liberta de sua

escravidão (v. 6).

© Pense!0 fato de estarmos justificad os  peia graça de Cristo, não nos dá 0 direito de abusarmos da Uberda-

de em Cristo, mas sim seguirmos 

0 exemplo de vida de Jesus.

O Ponto ImportanteO apóstolo Paulo parece ser  repetitivo no ensino sobre a doutrina da justificação pela fé, entretanto, o que pode ser per-

cebido é a dedicação do apóstolo  para não deixar brecha para más 

interpretações ou abusos dos crentes.

II - MORTOS PARA O PECADO(vv. 3-11)

1. Con hecend o a nova posição em

Cristo (vv. 3,5-7,9). O batismo nas águas

já citado, é uma bela representação da

nova posição do salvo em Cristo (v.3),

morto para o pecado (debaixo da água)

justificado e reconciliado com Deus (ao

sair da água). O crente justificado sendo

sepultado pela morte para o pecado e

surgindo para uma nova vida em Cristo,

uma nova disposição na relação com

Deus. Esta nova posição assegura a

vida eterna com Deus, mas também

exige uma aproximação com a vida de

obediência de Cristo, não priorizando asi mesmo e seus desejos, mas o bem

da coletividade, o Reino de Deus. Uma

nova identidade, não mais relacionada

ao primeiro Adão, mas da descendência

de Cristo, o segundo Adão, e membro de

sua família. Esta nova vida, não significa

que o crente nunca mais irá pecar, mas

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que não viverá na prática do pecado,

como seu escravo. Portanto, uma vez

justificados (instantaneamente), sigamos

a santificação (processo continuo) durante

toda a vida ou até o arrebatamento da

Igreja.

2. Vivificados em Cristo (w.8-11). A

nova vida com Cristo é uma vida separada

e de intimidade, vivida com o propósito

de nunca mais morrer espiritualmente.

Identificados com a morte de Cristo,

da mesma forma que Ele sofreu pelo

evangelho, o salvo também passarápor aflições (Jo 16.33). Todavia, acima

de tudo, também identificados com sua

ressurreição (v.5-7), em que teve a vitória

decisiva sobre o pecado e retorna com

o corpo glorificado de igual modo ga

rante ao salvo a transformação do corpo

corruptível em um corpo incorruptível,

como 0 de Cristo (1 Co 15.54; 1 Ts 4.16-18).

Mas a promessa não é somente para o

futuro, 0 presente também é contempla

do, pois a nova vida não é conquistada

pela própria força, mas pela graça de

Cristo que sustenta o fiel, até o ponto de

suportar as diversas adversidades (Rm

8.35). Como instrui a palavra do apóstolo

para Timóteo, quando este se achava só

no ministério: “fortifica-te na graça que

há em Cristo Jesus" (2 Tm 2.1).

3. Embaixadores de Cristo na Terra.

Cristo cumpriu sua missão e retornou

ao Pai, porém, como Igreja não nos

retirou do mundo (Jo 17), mas deixou-

nos para representar-lhe, anunciandoseu evangelho, Morto e vivificado com

Cristo, o cristão vive agora guiado pelo

Espírito Santo, como embaixador de

Cristo, conforme Paulo afirma à igreja de

Corinto: “isto é, Deus estava em Cristo

reconciliando consigo o mundo, não lhes

imputando os seus pecados, e pôs em

nós a palavra da reconciliação. De sorte

que somos embaixadores da parte de

Cristo, como se Deus por nós rogasse.

Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo

que vos reconcilieis com Deus”(2 Co

5.19,20). Quem era condenado e sem

esperança, passa a ser embaixador de

Deus, anunciando o poder do Evange

lho, revelação da justiça de Deus que

transforma o ser humano e o prepara

para a vida eterna.

O Pense!Você tem sido grato pela sua 

nova posição diante de Deus?

O Ponto Importante0  batismo é a formalização públi-

ca que simboliza o sepultamento 

do crente, que já morreu para o 

pecado em sua justificação.

III - MORTO PARA O PECADO E

EM NOVIDADE DE VIDA (vv, 12-14).

1. Que m reina na nova vid a não

é mais o pecado (v. 12). O cristão ao

receber a nova natureza durante o

processo da justificaçã o não aceita

mais o reinado do pecado, não sente

mais prazer em se submeter aos seus

próprios desejos, mas sua consciência

é orientada pelo Espírito Santo que o

convence do pecado, da justiça e do

juízo (Jo 16.8-11). Na época do apóstolo,

se dizer cristão era risco de morte e de,

no mínimo, preconceito, Atualmente, tem

se tornado em determinados meios até“chique”se dizer evangélico ou “go spel”.

Algumas pessoas têm se infiltrado na

comunidade evangélica, se dizendo

convertidas, mas com propósito de

explorar as ovelhas do aprisco de Jesus.

Fazem toda a pose teatral nas igrejas,

mas fora delas continuam com a mesma

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vida de antes. No entanto, a orientação

bíblica é que, uma vez justificado, o

crente deve andar em novidade de vida,

embora ainda com o corpo de pecado

e morte (Rm 6.11; 7.24).

2. Libertando os mem bros do cor

po do domínio do pecado (vv. 13,14a).

A intimidade com Cristo leva a uma

mudança de mentaLidade, em que as

coisas que agradam a Deus são as que

passam a orientar a vontade e as atitu

des do crente. No nosso corpo físico,

os membros atendem os comandos docérebro (mente). No sentido espiritual

não é diferente, pois uma vez tendo

a mente de Cr isto conduz-nos por

completo à vontade de Deus. A pessoa

que tem a mente de Cristo discerne as

coisas espirituais, mesmo no mundo

material e usa os membros do corpo a

serviço da justiça (2 Co 2.14,15). O “velhohomem" tinha uma mente insubmissa

ao Espírito Santo e entregue ao domínio

do pecado, mas o salvo submete sua

mente ao controle do Espírito Santo,

assim a paz de Deus, que excede todo

entendimento, guarda seu coração e

seus sentimentos (Fp 4.6-7) e, conse

quentemente, conduz seus membros

para a prática da justiça.

O Pense!Quem está reinando em sua vida? 

 Ao analisaras características de quem vive uma vida vitoriosa debaixo da graça, você consegue 

se incluir nesta forma de vida?

@   Ponto Importante A mente do crente justificado é renovada e dirigida pela intuição do Espírito, que passa a conduzir  

a emoção, a vontade e os mem-

bros do seu corpo físico para a prática da justiça.

SUBSÍDIO

Romanos 6

“Vv.1,2. 0  apóstolo é muito completo

ao enfatizar a necessidade da santidade.

Não a elimina ao expor a livre graça do

Evangelho, mas mostra que a conexão

entre justificação e a santidade é inse

parável. O pensamento de continuar em

pecado para que a graça abunde, deve

ser aborrecido, Os crentes verdadeiros

são mortos para 0 pecado, portanto, não

devem segui-lo. Ninguém pode estar

vivo e morto ao mesmo tempo. Néscioé quem, desejando estar morto para

o pecado pensa que pode viver nele.

Vv. 3-10, O batismo ensina a ne

cessidade de morrer para o pecado, e

viver em relação a toda a obra ímpia e

iníqua como se tivesse sido sepultado,

e ressuscitar para andar com Deus em

uma nova vida, Os professos ímpiospodem ter o sinal exterior de uma

morte para o pecado e de um novo

nascimento para a justiça, mas nunca

saíram da família de Satanás para a

família de Deus.

A natureza corrupta, chamada ve

lho homem, porque derivou de Adão,

o nosso primeiro pai, em todo crente

verdadeiro esta crucificada com Cristo, pela graça derivada da cruz. Está

enfraquecida e em estado moribundo,

mesmo que ainda lute pela vida, e até

pela vitória. Porém, todo o corpo do

pecado, seja o que for que não con

corde com a santa lei de Deus, deve

ser abandonado para que o crente não

seja mais escravo do pecado, mas vivapara Deus e encontre alegria em seu

serviço" (HENRY, Matthew. Comentário

Bíblico de Matthew Henry í.ed, Rio de

Janeiro: CPAD, 2002, p. 931).

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ESTANTE DO PROFESSOR

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de Matthew Henry. í.ed.

Rio de Janeiro: CPAD, 2002.

CONCLUSÃO

Nesta lição, aprendemos que o apóstolo tinha uma preocupação que o incomodava:

a possibilidade de má interpretação da doutrina da justificação peLa fé e a prática da

libertinagem. Por isso, reforça a necessidade da santidade.

HO RA DA REVISÃO

1. Qual a preocupação do apóstolo quanto à má interpretação sobre a doutrina da

justificação pela fé expressada em Romanos 6.1,2?

A preocupação do apóstolo é qu e as pessoas, em espec ial os judeu-cristãos,

pudessem entender que a “facilidade" da justificação pela fé, sem obras, liberasse

o crente para pecar, confiante no perdão gratuito de Deus.

2. A nova posição do crente justificado significa que ele não mais pecará? Explique:A

nova posição do crente justificado diante de Deus não significa que o crente nunca

mais irá pecar, mas que não viverá na prática do pecado, como seu escravo.

3. Qual o texto bíblico em que Paulo afirma que somos embaixadores de Cristo?

Paulo afirma que somos embaixadores de Cristo em 2 Coríntios 5.20: “isto é, Deus

estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus

pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embai

xadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois,

da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus".

4. De acordo com a lição, o que acontece quando uma pessoa tem a mente de Cristo?

A pessoa que tem a mente de Cristo, permite que o Espírito Santo conduza suaemoção, sua vontade e os membros do corpo físico. A pessoa discerne as coisas

espirituais, mesmo no mundo material e usa os membros do corpo a serviço da

justiça (2 Co 2.14-15).

5. Qual a orientação dada na lição para as pessoas que querem viver uma vida

vitoriosa debaixo da graça de Cristo?

Quem quer viver uma vida vitoriosa debaixo da graça de Cristo precisa aprender

a primar por um bom testemunho (Cl4.5), seguira paz com todos, santificação e

sem raiz de amargura (Hb 12.14-15), perdoar (Ef 4.32), amar com amor fraternal edar honra aos outros (Rm 12.10), dentre outras atitudes incentivadas pela Bíblia.

Anotações

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0 JOVEM EA

CONSAGRAÇÃOTEXTO DO DIA

“Rogo-vos, pois, irmãos, pelacompaixão de Deus, que

apresenteis o vosso corpo emsacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso

culto racional”(Rm 12.1).

AGENDA DE LEITURA

SÍNTESE

O culto que agrada a Deusnão é mecânico e rotineiro,mas o culto espiritual, que é

oferecido no dia a dia da vidado crente.

SEGUNDA - Rm 12.1

O culto a Deus não pode ser

uma simples rotinaTERÇA - Rm 12.2

0 jovem não pode ser moldadopelo mundo

QUARTA - Hb 103 

0   sacrifício do AntigoTestamento era limitado

QUINTA - U o 5.190 mundo jaz no maligno

S EX TA -Pv 237A maneira como vemos omundo

SÁBADO - Rm 12.12

Uma mente renovada  À

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OBJETIVOS

EXPLICAR a necessidade do cuidado com o corpo

para a consagração a Deus;

DESCREVER a importância da renovação da mentepara o crente não ser moldado pelo padrão do mundo.

INTERAÇÃO

Caro(a) professorfa), de forma geral em nossas igrejas, quando se

ouve algum comentário a respeito do texto bíblico de Romanos

12.1,2, a ênfase é dada para a liturgia do culto, destacando o cuLtoonde há bastante movimento com o culto mais racional e inte

lectual. Nesta lição iremos perceber que o ensino de Paulo vai

além, desmistificando a cultura do Antigo Testamento de que

o único local para oferecer o culto a Deus é no Templo. Paulo

esclarece que o culto deve ser espirituaL e oferecido em todo

momento e envolve todas as áreas do ser humano. Portanto,

o nosso culto de domingo começa logo após o seu encerra

mento, ou seja, não tem fim. Devemos estar constantemente

oferecendo-nos como culto espiritual a Deus, assim poderemos

verdadeiramente experimentar qual é a boa, agradável e perfeita

vontade de Deus.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professorfa}, a Lição de hoje abre espaço para que você trabalhealgumas questões pouco comentadas e ensinadas em nosso

meio, mas que são fundamentais para a vida cristã bem-su

cedida. O primeiro tema é a respeito da mordomia do corpo

{primeiro tópico), subtópico 3, a consagração do corpo a Deus.

Em geral os crentes não recebem orientações a respeito da

necessidade de termos uma aLimentação saudável e dos cui

dados que devemos ter com a nossa saúde. Infelizmente, nas

cantinas e comemorações de nossas igrejas, geralmente não

há muitas opções saudáveis, como por exemplo, frutas e sucos

naturais. A falta de cuidado com o corpo tem consequências

terríveis. Os problemas de saúde impedem que as pessoas

trabalhem em prol do Reino de Deus. Outro tema importante

e com respeito a identificação da vontade de Deus. Muita

vezes, o fazer a vontade divina está cercado de misticismo,

prejudicando muitos crentes.

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 TE X T O BÍB LIC O

Romanos 12.1,2

1 Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão

de Deus, que apresenteis o vosso corpoem sacrifício vivo, santo e agradável aDeus, que é o vosso culto racional.

2 E não vos conformeis com este mundo,

mas transformai-vos pela renovação

do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável

e perfeita vontade de Deus.

COMENTÁ RIO

INTRODUÇÃO

Nesta Lição, vamos refletir a respeito de como você pode consagrar um

culto racionaL a Deus, como pode ter uma mente renovada e como pode

ex pe rim en tar qu al seja a boa, perfeita e agradáv el von tade de Deus.

I - A CONSAGRAÇÃO DO CULTO

RACIONAL1. Consag rando o corpo como sa

crifício vivo. No Antigo Testamento, a

liturgia tinha como uma das práticas

principais o sacrifício de animais. Estes

rituais serviram para apontar para Cristo

e encobrir os pecados, mas não eram

eficazes para removê-los (Hb 10.3,4).

As pessoas justificadas passam a ter

acesso ao sacrifício único e perfeito

realizado por meio de Cristo, porém, isso

não elimina a liturgia e a consagração

a Deus, pelo contrário, exige-se uma

consagração autêntica e não simples

mente algo mecânico e repetitivo. Paulo

esclarece como entrar em comunhãocom Deus, uma vez que os antigos

rituais não eram mais necessários. O

culto agora deveria ser realmente es

piritual, onde o adorador entrega sua

própria vida, seguindo o exemplo de

Jesus, o corpo do crente passa a ser o

lugar de encontro e da comunhão, lugar

privilegiado na adoração, o templo do

Espírito Santo (l Co 3.16; 6.19).2. Consagrando o corpo em san

tidade. O apóstolo orienta o crente a

oferecer o corpo como sacrifício vivo,

mas ele acrescenta que deve ser um

corpo santo. No AT a santidade era

preocupação dos sacerdotes. O povo

era responsável por levar o sacrifício

a ser oferecido, mas era o sacerdote

que o oferecia, ele que deveria tomar

as precauções previstas na lei mosaica,

tanto para quem oferecia como para

o sacrifício em si (Êx 28.1-4; Lv 4.3; 21;

23.12; Hb 8.7,8). Devido à sua limitação,

o sacrifício deveria ser repetido várias

vezes (Hb 10.3). Na nova aliança, o crentenão precisa mais de intermediário, pois

cada crente possui um sacerdócio santo

para oferecer o sacrifício espiritual e

agradável a Deus (1 Pe 2.5). O crente

passa a adorar a Deus por meio de seu

próprio corpo, de forma integral (corpo

e alma). Oferecer um corpo santo é ofe

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recer corpo e alm a de forma exclusiva

(separada) para Deus, o culto espiritual,

3. Co nsa grand o o corpo de forma

agradável a Deus. Deus se interessa

pelo interior das pessoas, onde está

o verdadeiro eu, mas é inegável que o

interior reflete no exterior. Desse modo,

como devemos cuidar do templo do

Espirito Santo?

Esta lição é um bom momento para

refletirmos sobre a mordomia do corpo,

para que possamos consagrá-lo a Deus

de forma agradável Dentre vários cuidados, pode ser citada a alimentação

saudável (Pv 23.2; Gl 5.22,23). Alguns

crentes levam uma vida desregrada e

quando as consequências deflagram

no corpo eles correm para Deus, como

se Ele tivesse obrigação de curar. No

entanto, devemos oferecer o melhor

ao nosso corpo para que estejamosprontos para o serviço do Mestre. Isso

é agradável a Deus.

O Pense!“Cristia nism o não é apenas ir à  igreja aos domingos. É viver  24horas por dia com Jesus Cristo"(Billy Graham).

O Ponto ImportanteO crente na nova aliança não precisa mais oferecer sacrifícios de animais, mas deve apresentar  seu corpo como sacrifício vivo, seguindo 0 exemplo de Cristo.

II - A RENOVAÇÃO DA MENTE (v.2a)1. A mente renovada não se acomoda

ao padrão estabelecido pelo sistema

dominante do mundo (v. 2). A cultura

tem um poder expressivo na formação

da cosmovisão e no comportamento das

pessoas. O sistema dominante do mundo,

que segundo a Bíblia “jaz no maligno" (1

Jo 5.19), tem seus meios para manter sua

ideologia e controle sobre o comporta

mento das pessoas. A educação, a mídia,

a televisão, os jornais, entre outros meios

de comunicação tornaram-se ferramen

tas eficazes para moldar o pensamento

dominante de acordo com os interesses

do poder dominante. Por isso, o crente

deve estar atento, conhecendo a Bíblia

e mantendo uma vida de comunhão

com Deus para ser influenciado pelas

coisas que são de cima (Jo 3) e não pelas

forças que dominam o mundo secular,sem Deus. Os jovens pela sua rede de

relacionamentos estão mais expostos

a esta influência, dessa forma precisam

ser fortes para influenciar e não serem

influenciados.

2. A me nte renovada pelo Espírito

Santo (v. 2). Só o Espírito Santo por

meio da Palavra é capaz de renovar anossa mente, mas esse processo não

acontece de forma passiva. O Espírito

Santo nos auxilia, mas nós temos de

querer e buscar uma mente renovada

permanentemente, Antes do Evange

lho, a mente da pessoa é alimentada

pela sua natureza pecaminosa, mas

depois do Evangelho, sua mente deve

se ocupar das coisas de Deus (Fp 4.8),

pois recebe o poder de discernir as

coisas espirituais (1 Co 2.14-16). As

maiores batalhas espirituais acontecem

no campo da mente. O Espírito Santo

orienta o ser humano sobre a vontade

de Deus. A diferença é que a pessoaque ainda não se rendeu a Deus não dá

ouvidos ao Espírito Santo e procura agir

de acordo com sua vontade, buscando

ter vantagem em tudo. Jesus disse que

onde estiver o tesouro do ser humano

ai estará também o seu coração e sua

mente (Mt 6.21-24).

72 JOVENS

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3. A mente renovada transform a o

modo de vida (v. 2). Enquanto as pes

soas sem Deus vivem de acordo com

o padrão estabe lecido pelo mundo, os

crentes devem viver uma vida de formaque tudo o que fizerem seja para a glória

de Deus (1 Co 10.31). O que se espera

de uma pessoa que teve um encontro

com Cristo é que viva de maneira digna,

(para não ser oprimido pela sua própria

consciência), e que seja irrepreensí

vel. Essa recomendação não é para o

crente se excluir do mundo, rejeitar osamigos, se isolar dos relacionamentos,

mas mudar a conduta, demonstrando

o impacto do Evangelho em sua vida.

Apesar da natureza corrompida e de

viver em um m undo q ue “ja z no ma

ligno", o crente precisa ter uma vida

consagrada a Deus. A maneira como

vemos o mundo interfere na maneiracomo agimos (Pv 23.7), por isso devemos

seguir a vida no Espírito, a fim de que

tenhamos “força, amor e moderação" (2

Tm 1.7), sendo fiel a Deus independente

das circunstâncias (Fp 4.11-13).

© Pense!“0 que mais precisamos hoje em dia não é de mais Cristianismo, e sim de mais cristãos verdadei-ros" (BiLly Graham).

O Ponto Importante0  crente não deve amoLdarse ao mundo.

SUBSÍDIO 1

“Uma coisa é crer na mensagemdo Cristianismo; outra coisa é ser umcristão. Uma coisa é crer que Jesusé o Filho de Deus, que morreu e ressuscitou ao terceiro dia; outra coisaé fazer dEle o Senhor da sua vida.Uma coisa é citar passagens bíblicas;outra coisa é viver de acordo com aPalavra de Deus. [...] Jesus espera queos seus seguidores dêem muito fruto.Para darem frutos, os ramos (cristãos)

devem estar ligados à videira (Jesus).U Para vivermos uma vida justa e

consistente, precisam os examinar decontínuo os nossos corações. Quando

o nosso coração ou a nossa menteestão envolvidos com pensamentospecaminosos, estes podem facilmentetransformar-se em desejo ardente.

Uma vez que estamos emocionalmente envolvidos, em geral agimos deacordo com os nossos pensamentos.É em nosso coração ou mente que abatalha é travada. Precisamos buscar a Deus de todo o nosso coração.Quando agimos dessa forma, o EspíritoSanto nos lembra do que precisamosfazer para vivermos uma vida que seja

agradável ao Senhor”(TRASK, ThomasE.; GOODALL, Waide I. Um retornoà Vida Santificada: De volta para a  Palavra: um chamado à autoridade  da Bíblia.  í.ed, Rio de Janeiro: CPAD,2001, pp. 187-205).

O Espírito Santo nos auxilia,

mas nós temos de querer e

buscar um a m ente renovada

permanentemente.

JOVENS 73

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SUBSÍDIO 2 SUBSÍDIO 3

Rogo-vos, pois, irmãos' é um apelosentido e desejoso de alguma coisa.Depois de Paulo haver apresentado

os pontos doutrinários acerca da salvação para gentios e judeus, agora sepreocupa em exortar a igreja quantoaos deveres cristãos. A expressão‘rogo-vos, pois irmãos1é um conviteespecial, em vista de tudo o que Deusé capaz de fazer por seu povo.

'...pela paixão de Deus’. Este trecho

é, em outras versões, traduzidos por'misericórdia'. A saLvação é baseadanessa misericórdia de um Deus grandioso e justo, cuja ação mediadora, navida do crente, possibilitou a nossasalvação. É, por ela e por causa dela,que Paulo apela: ‘...que apresenteisvossos corpos'.

1 2 . 1 que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus'. Que podemos entender por'apresentar vossos co rp os? É atravésdo corpo e dos seus membros que anossa natureza interior se manifesta.O apelo de Paulo é um apelo à consagração. O ato de consagrar algum acoisa implica em dedicar e separar

essa coisa.Oferecer os nossos corpos em sa

crifício vivo implica em reconhecer que

Deus está pronto a abençoar. Porém,quando o apelo vem com 'apresenteis'indica o que o crente pode fazer paracumprir e fazer o que Deus quer quefaça. A consagração envolve dois atos:

o de Deus e o nosso. O nosso ato éapresentar-nos: o de Deus é tornar-nos aptos para pôr em prática a suavontade" (CABRAL, Elienai. Romanos:0  Evang elho da Justiça.  8,ed. Rio de

Janeiro: CPAD, 2005, pp. 134,135)-

"12.1... 'sacrifício vivo’. Não significaum sacrifício físico literal, mas espiritual. No AT os sacrifícios eram literais.

No NT, a ordem dos sacrifícios coti-nua, mas dentro de uma pespectivaespiritual.

'12.1... que é o vosso culto racional'.

Isto é nossos atos e serviços a Deusdevem ser feitos conscientemente. Apalavra culto aparece no original gregotatreio  que significa serviço.  O termo

'racional' é o mesmo que razoável,inteligente, isto é, que saiba o que

está fazendo, para que e como fazeresse culto. Não significa que devamoscultuar a Deus dirigidos pela nossamente, mas devemos dispor a nossamente para que o Espírito Santo dirijae oriente o nosso culto a Deus.

'12,2 e não vos conformeis com

este mundo'. A que se refere? A palavra mundo no grego é kosmos,  quesignifica: ordem de coisas; sistema.A palavra século no grego é aion  esignifica 'o pensamento predominanteda época. Os dois termos 'mundo' e'século' estão interligados nos significados. Porém, o conselho de Paulo: 'É

não vos conformeis com este m undo’significa não entrar na forma do mundo,mas na forma de Deus. A forma domundo é o sistema espiritual satânicoque domina o mundo das criaturashumanas" (CABRAL, Elienai. Romanos:O Evangelho da Justiça.  8.ed. Rio de

Janeiro: CPAD, 2005, p. 135>-

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ESTANTE DO PROFESSOR

GABY, Wagner Tadeu cios Santos As doenças do Século ie d Rio de Janeiro: CPAD. 2008.

TRASK, Tho mas E ; GOODALL, Waide I. Um retomo à Vid a Santificada In:

De volta para a Pa lavra Um cham ado à autoridade da Bíblia.ied.

Rio de Janeiro: CPAD, 2001, P. 187-205.

CONCLUSÃO

Nesta lição nos aprendemos que atualmente muitas pessoas ainda têm 0 templo como

0 Local mais importante de adoração (cultura do AT), mas Paulo derruba esse conceito e

diz que o culto espiritua l que agrada a Deus é continuo na vida do crente. A renovação

da mente vem com a conversão, mas como um processo, uma luta constante contra anatureza decaída do ser humano. 0 crente precisa fazer uma entrega completa para

ser trabalhado pelo Espírito Santo (Rm 8.1-4).

jH ^ ^ H O R A DA REVISÃO ,

1. Ajustificação pela fé elimina a necessidade de consagração? Explique.

Não. Os justificados passam a ter acesso ao sacrifício único e perfeito realizado

por meio de Cristo, porém isso não elimina a liturgia e a consagração a Deus,pelo contrário, exige-se uma consagração autêntica e não simplesmente algo

mecânico e repetitivo.

2. Segundo a lição, qual foi função dos sacrifícios do Antigo Testamento?

Os sacrifícios do AT serviram para apontar para Cristo e encobrir os pecados, mas

não eram eficazes para removê-los (Hb 10.3-4).

3. Segundo a lição, 0 que se espera de uma pessoa que teve um encontro com Cristo?

O que se espera de uma pessoa que teve um encontro com Cristo é que viva de

maneira digna, para não ser oprimido peta sua própria consciência, ser irrepreensíveL4. Uma pessoa justificada tem sua mente renovada automaticamente e de forma

permanente? Explique.

Só o Espírito Santo por meio da Palavra é capaz de renovar a nossa mente, mas

esse processo não acontece de forma passiva. O Espírito Santo nos auxilia, mas

nós temos que querer e buscar ter uma mente renovada permanentemente.

5. 0 crente tem como discernir o que é agradável a Deus? Qual a base bíblica?

Sim. A Bíblia nos exorta a aprender como discernir o que é agradável a Deus em

Efésios 5.10.

Anotações_________________________________________

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0 JOVEM EA

COMUNIDADE

TEXTO DO DIA“A m ai-vo s cord ialmen te unsaos outros com amor frater

nal, preferindo-vos em honrauns aos outros”(Rm 12.10).

AGENDA DE LEITURA

SÍNTESE

A comunidade cristã é

constituida de diversidade,

tanto de pessoas como de dons,

e para conviver e valorizar as

diferenças é preciso priorizar o

amor fraternal.

SEG UN DA - Rm 1230 jovem deve saber o que convém

TERÇA - Rm 12.100 jovem deve honrar aos demais

QUARTA - Rm 12.150 jovem deve se alegrar com

os que se alegram

Q UIN TA -Rm 12.5Em Cristo, somos muitos

SEXTA - Rm 12.4Nem todos os membros do

corpo tem a mesma função

SÁBADO - Rm 12.18

No que depender de você, te

nha paz com todas as pessoas

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OBJETIVOS

• MO STRAR que em Cristo somos um só corpo;

■SABER con viver na comunidade cristã, sendo con-

duzido pelo amor fraterno.

INTERAÇÃO

Caro(a) professorla), a comunidade da igreja de Roma era cons-

tituída por pessoas que pertenciam à classe rica, como altos

oficiais, bem como pessoas da classe mais pobre da sociedade,

os escravos. Aliado a isso, ainda temos a distinção entre judeus

e gentios, entre outras diferenças, como a diversidade de dons e

funções distribuídas entre a comunidade cristã de Roma. A reco-mendação do apóstolo não foi sem pretensão ou como que sem

destinatários específicos. Mesmo sendo uma comunidade cristã,

seus membros tinham dificuldade de lidar com a diversidade. A

advertência de Paulo para que os membros se considerassem

como um único corpo, que se amassem fratemalmente, que não

devolvessem mal por mal, mas que tratassem uns aos outros

com honra e humildade.

ORIENTAÇÃO PED AGÓGICA

Para exemplificar a obtenção de melhores resultados quando o

trabalho é realizado em grupo e não individualizado, sugerimos

a utilização da dinâmica das varinhas, pois é simples e objetiva.

Material: Um feixe com aproximadamente 15 varinhas {pode

ser de churrasco ou outra varinha improvisada).

Atividade: Solicite 4 voluntários(as) entre os alunos;

Solicite que um(a) dos voluntários(as) quebre uma das var i-nhas (atividade fácil). Solicite que o(a) segundo(a) voluntário(a)

quebre os dois pedaços das varinhas que foram quebradas

pelo(a) voluntário(a) anterior, um de cada vez (tarefa fácil para

demonstrar que mesmo com tamanho diferentes, a varinha

sozinha da mesma forma pode ser quebrada facilmente);

Solicite que o(a) terceiro(a) voluntario(a) quebre 3 varinhas ao

mesmo tempo (tarefa possível, porém com mais dificuldade);

Solicite que quarto(a) voluntário(a) quebre 10 varinhas ao mes-

mo tempo (tarefa praticamente impossível de ser realizada).

Após as atividades colher as percepções dos alunos e alunas

da sala sobre as Lições que podem ser extraídas da dinâmica,

considerando 0 tema da lição. Ao final, você como professor(a)

faça as considerações finais, enfatizando a importância do

trabalho em conjunto, mesmo na diversidade (tamanho da

varinha), para obtenção de maiores resultados, bem como para

fortalecimento e proteção da comunidade.

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TEXTO BÍBLICO

Romanos 12.3-11

3 Porque, pela graça que me é dada,digo a cada um dentre vós que nãosaiba mais do que convém saber, masque saiba com temperança, conformea medida da fé que Deus repartiu acada um,

4 Porque assim como em um corpotemos muitos membros, e nem todosos membros têm a mesma operação,

5 assim nós, que somos muitos, somos

um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dosoutros.

6 De modo que, tendo diferentes dons,segundo a graça que nos é dada: se é

profecia, seja ela segundo a medidada fé;

7 se é ministério, seja em ministrar: seé ensinar, haja dedicação ao ensino:

8 ou o que exorta, use esse dom emexortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; oque exercita misericórdia, com alegria.

g O amor seja não fingido. Aborrecei omal e apegai-vos ao bem.

10 Amai-vos cordialmente uns aos outros

com amor fraternal, preferindo-vos emhonra uns aos outros.

11 Não sejais vagarosos no cuidado;sede fervorosos no espírito, servindoao Senhor;

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Nesta l ição vamos refletir a respeito dos seguintes assuntos: a formação

da comunidade em um só corpo; o compartiLhamento do sofr imento, a

alegria em com unidade e a necessidade de um a atitude pacífica, tolerante

e benevolente na comunidade cristã.

I - UM SÓ CORPO (Rm 12.3-8)l . Saiba respeitar os l im ites nos

relacionamentos sociais (v.3). O após

tolo, antes de iniciar com as orientações

doutrinárias, relembra os destinatários

sobre a autoridade de seu apostolado,

recebido pela graça de Deus e a serviçodo Reino de Deus. Paulo podia chamar

atenção para seu ministério, pois por mais

responsabilidade que Deus havia colo

cado sobre ele, seu comportamento era

de servidão e humildade. Seu exemplo

constrangia seus destinatários a receber

seus ensinamentos. Em seguida, ele

adverte os crentes romanos a não ir além

do que a capacidade e a vocação dadas

por Deus permitem. Provavelmente, entre

a comunidade havia pessoas que ultra

passavam seus limites no relacionamento

interpessoal. Esta é uma característica

mais comum entre os jovens, às vezes,movidos pela ansiedade, que causa a

impaciência excessiva, vão além dos

limites estabelecidos, extraviando-se.

Você tem respeitado os limites nos

relacionamentos?

2. Valorize e use o seu dom para

benefício da coletividade (vv. 4,5)- Paulo

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dá continuidade às suas orientações,

demonstrando o motivo da advertência

quanto aos limites no relacionamento.

Evidencia que a comunidade é um

corpo social, em que Deus imprime sua

marca especial, a diversidade. Paulo,

para ilustrar esta ação inclusiva e gra

ciosa de Deus, utiliza a figura do corpo

humano, como faz também de forma

mais detalhada em i Coríntios 12.12-27.

Cada parte do corpo tem a sua função,

mesmos os considerados mais fra

cos ou menos honrosos, funcionandocomo engrenagens interdependentes,

trabalhavam harmoniosamente. Neste

conjunto, se uma das engrenagens

não fizer seu papeL ou avançar em seus

limites prejudica o resultado como um

todo. Paulo tem por objetivo demonstrar

que na igreja o funcionamento é idêntico,

os membros recebem os mais diversos

dons de Deus, que devem ser utilizados

para o benefício da coletividade e não

para proveito próprio.

3. A sinerg ia traz m ais ben efício

(vv. 6-8). Na sequência, o apóstolo

começa a relacionar a diversidade de

dons na igreja. O primeiro dom citado

é o da profecia, que deve ser segundo

a medida da fé, sem excesso. Dife

rente do que vemos muitas vezes nas

comunidades pentecostais, em que as

pessoas não se satisfazem de entregar

o que Deus manda, mas preferem im

provisar ou dizer o que Deus não disse.

Na seq uên cia aborda sobre o ministro,o educador, o conseLheiro, assistente

social, o administrador e quem assiste

aos doentes, idosos, deficientes, entre

outros (misericórdia), enfatizando que

devem exercer seu dom com dedicação

e não buscando projeção pessoal, mas

visando atender a necessidade coletiva,

com simplicidade e humildade. Uma

recomendação perfeitamente aplicável

aos nossos dias. Que bênção seria se to

das as pessoas que receberam dons ou

ocupam cargos em nossa comunidade

simplesmente exercessem seu papel.

O Pense!Se quiser chegar rapidamente a 

seu objetivo pessoal, vá sozinho. Mas, se quiser ir longe, chegar  

com segurança e obter melhores  resultados, caminhe junto com 

seus irmãos e irmãs na fé (co-munidade cristã). Melhor é che-

 gar mais longe, com segu rança e 

contribuir para a coletividade.

O Ponto ImportantePor mais que nas igrejas tenhamos 

pessoas de variadas classes sociais, 

talentos e dons, Paulo afirma que 

em Cristo todas as pessoas fazem parte de um único corpo.

II - OS MEMBROS DA COMUNI

DADE (vv. 9-16)

1. A com unida de cristã se constitui

por meio do amor fraterno (vv. 9-13).

Paulo passa a dar orientações para que

o corpo social (comunidade cristã) se

mantenha em comunhão e saudável.

Ele adverte que o amor não pode ser

hipócrita, mas fraternal, honrando uns

aos outros. Será que havia hipocrisia

entre os crentes romanos? Se Paulo

estava recomendando, certamente

havia. O maior probLema de estar forada vontade de Deus é quando a pes

soa não reconhece suas falhas, pois

ass im não poderá corrigir a “rota” Não

podem os perder o caminho do céu por

caprichos pessoais. Na época de Paulo

as igrejas passavam por várias dificulda

des, tanto externas como internas, isso

JOVENS 79

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devia estar acabando pouco a pouco

com a esperança de alguns, bem como

os distanciando da comunidade. PauLo

sabia que o caminho da vitória seria a

comunhão, aproximação e a comunica

ção das necessidades entre eles e entre

eles e Deus. Aproximação necessária

em nossas comunidades ainda hoje,

principalmente nos grandes centros.

2. Participe dos sofrimentos e das

aLegrias uns dos outros (v. 15). O após

tolo procura atacar dois sentimentos

reprováveis, respectivamente, a invejae a desumanidade. Há quem diga que

alegrar com os que se alegram é mais

difícil do que chorar com os que cho

ram, devido à inveja que domina alguns

corações, mesmo nas comunidades

cristãs. Há pessoas que não conseguem

se alegrar com a felicidade do irmão,

pois o vee m como um “concorrente"em qualquer área da vida (sentimental,

profissional, ministerial, pessoal, etc).

Por outro lado, tem pessoas que não se

dedicam a dar um ombro amigo quando

alguém está passando por situação de

calamidade. Momento este em que um

simples abraço, ou mesmo a companhia

silenciosa, pode significar muito. Todavia,as preocupações da vida têm deixado

alguns cristãos desum anos em relação

ao sofrimento alheio.

O Pense!Como acontecia na igreja de Roma, uma das qualidades que 

têm feito falta nas igrejas de hoje é a capacidade de trabalhar com a diversidade e manter o amor  fraternal entre a comunidade.

O Ponto ImportanteQuando os membros da comuni-

dade fazem dos dons um fim em si mesmo, ela deixa de ser um corpo.

SUBSÍDIO 1

"Diversidade (1 Co 12.14-20). Todaessa escritura mostra com nitidezque o corpo, sendo um, tem muitosmembros. A Igreja é uma diversidade na unidade. O apóstolo Paulo,preocupado com as dissensões quesurgiam no seio da igreja em Corinto,exortou-a com estas palavras: 'Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nomede nosso Senhor Jesus Cristo, quedigais todos uma mesm a coisa e que

não haja entre vós d issensões; antes,sejais unidos, em um mesmo sentidoe em um mesmo parecer’ (1 Co 1.10).A diversidade no corpo não rouba aunidade que deve existir nele. Todosos membros funcionam obedecendoà mesma cabeça, e nenhum membro

faz qualquer coisa independente ou

isoladamente. Outrossim, a variedadede igrejas cristãs, independente dospontos de vista, são o Corpo de Cristo.Cada igreja local em sentido particularé o corpo de Cristo; não uma parte deCristo em toda a terra, independentede seus costumes regionais, e sim umapluralidade (diversidade), uma unidade.Na volta do Senhor entenderemos

melhor esse mistério. As liderançasna igreja local devem conscientizaros crentes do papet importante eindispensável que cada qual tem nocorpo, para que o mesmo não sofraatrofia espiritual.

Mutualidade (1 Co 12.21,25,26). O que

significa mutualidade? Nada mais que

permutação, troca, reciprocidade. Esta escritura de Paulo destaca o papel de cadamembro do corpo que deve funcionar,mas precisa dos demais membros paraum funcionamento eficiente”(CABRAL,Elienai. Mordomia Cristã: Aprenda como Servir Melhor a Deus. ted. Rio de Janeiro:CPAD, 2003, p. 156).

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SUBSÍDIO 2 SUBSÍDIO 3

A vida em comunidade exigeconduta pacífica, tolerante (Rm12.14,17-21)

A ninguém pagueis mal por mal(v. 14,17-18). As palavras d e Je sus em

Mateus 5.44 são repetidas por Paulo: "Bendizei os que vo s m ald ize m ”.

Será que alguém, além de Jesus, jáconseguiu cumprir integralmente

esta recome ndação? Mesmo no meio

cristão existe uma grande dificuldade

para bendizer (falar bem) das pessoasque falam mal a seu respeito ou fazer

o bem aos que lhes fazem mal.. Ima

gine o impacto para as pessoas que

convivem com você, se presenciarvocê falando bem de alguém que temprocurado te prejudicar. Isso é cristia

nismo genuíno. Pelo contrário, qual

seria o impacto negativo presenciaruma m aldade contra alguém que lhefez o bem? Devemos procurar a paz

com todas as pessoas, ainda que emmuitas situações não seja possível,

como deixa transparecer o próprioapóstolo quando diz: “Se for possível,

quanto estiver em vós, tende paz com

todos os homens" (Rm 12.18).

Os que se vingam são vencidospelo seu sentimento (v. 19). Paulo

afirma que a vingança pertence aDeus e que não devemos vingar anós mesmos (v.19; Dt 32.35). Outra

recomendação difícil e semelhantea anterior, pois a fonte da dificulda de

é a mesma, o amor desordenado a simesmo e a intolerância com os errosalheios. Isso é comum acontecer em

ambientes de disputa acirrada por

cargos, posição ou privilégios. Nestecontexto, geralmente, as pessoas nãomedem as consequências para atingir

seus objetivos. A Bíblia recomenda “nãodeis lug ar ao diabo”(EF 4.27). Pauloordena, mas dai lugar a ira (v. 19), que

neste contexto significa entregar-sepacientemente e suportar a ira de

quem cometeu o erro, assim, Deus ovingador, entrará com seu socorro. Deoutra forma, mesmo sendo ofendido,

se tomar a vingança para si não deixarálugar ao socorro divino, e trará juízosobre si. Jovem, não se vingue, mas

dê lugar ao socorro divino!Vença o mal com o bem (vv. 20-21).

Provérbios 25.21 nos ensina qu e “seo que te aborrece tiver fome, d á-lh epão para comer; e. se tiver sede, dá-

lhe água para b eber”. A orientação épara tratar o inimigo (aquele que nutre

inimizade por você) com bondade, pois

isso poderá envergonhá-lo a ponto dese arrepender do que fez e buscar areconciliação. Este gesto faz lembrar a

figura materna, filhos que são ingratose desobedientes à mãe. esta retribui

com carinho e cuidado aos filhos, quese sentem constrangidos e pedemperdão à sua mãe.

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ESTAN TE DO PROF ESSOR

CABRAL, ELienai. Mordomia Cristã: Apren da como Servir Melhor a Deus.  led.

Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

» C ON C LU SÃO

Nesta lição aprendemos que as pessoas devem respeitar os limites nos relacionamentos

interpessoais e fazer uso do dom recebido em benefício da coletividade, pois unidos,com certeza, os resultados são mais positivos.

HORA DA REVISÃO1. Segundo a lição, com o Deus imprime sua marca especial na comunidade cristã?

Deus imprime sua marca especial na comunidade cristã por meio da diversidade.

2. Qual a figura que Paulo utiliza para demonstrar a importância de trabalharmos

harmoniosamente com a diversidade na igreja?

Paulo utiliza a figura do corpo humano.

3. Por que algum as pessoas afirmam que é mais dificil alegrar com os que se a le

gram do que chorar com os que choram?Para algumas pessoas é mais difícil alegrar com os que se alegram devido à

inveja que os domina. Pessoas que não conseguem se alegrar com a felicidade

do irmão, principalmente se for considerado, de alguma forma um concorrente

em qualquer área da vida.

4. Segundo a lição, havia hipocrisia entre os crentes romanos?

Sim. A igreja passava por várias dificuldades.

5. Segundo a lição, o que Paulo quis dizer quando recomenda para dar lugar à ira?

Significa entregar-se pacientemente e suportar a ira de quem cometeu o erro,assim, Deus o vingador, entrará com seu socorro.

Anotações

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0 JOVEM EO ESTADO

TEXTO DO DIA

“Porque os magistrados nãosão terror para as boas obras,

mas para as más. Queres tu,pois, não temer a autoridade?Faze o bem e terás Louvor dela"

(Rm 13.3).

SÍNTESE

Todas as autoridades sãoconstituídas por Deus para

proteger 0 bom cidadão.Os jovens cristãos devem

submissão a elas, desde quesuas ordens não sobreponham

aos principios bíblicos.

AGENDA DE LEITURA

S E G U N D A - R m 13 .1As autoridades constituídas

TERÇA - Rm 13.2 Quem resiste as autoridades

QUARTA - Rm 13 4  Os magistrados são constitu-ídos para punirem os maus

QUINTA - Rm 13.5 0 respeito às autoridades

S E X T A -S l 62O poder é propriedade exclu-siva de Deus

SÁBADO - At 5.29É melhor obedecer a Deus

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OBJETIVOS

MOSTRAR que todas as autoridades são constituídas

com a perm issão de Deus;

EXPLICAR que a submissão às autoridades constituídas,desde que não seja contra os princípios divinos é bíblica;

SABER que precisamos ter uma atitude responsável

diante das obrigações com as autoridades e o Estado.

INTERAÇÃO

A recomendação de Paulo foi para que os cristãos de Roma

fossem su bm issos às autoridades do Estado, pagassem os

impostos e tributos estabelecidos e que a igreja mantivesse

um bom relacionamento com o Estado para manter a paz re-

lativa existente, bem como a liberdade religiosa. Os conceitos

bíblicos continuam os mesmos, o respeito pelas autoridades

e o pagamento rigoroso dos impostos e tributos, entretanto o

contexto brasileiro é diferente do contexto do Império Romano

na época do apóstolo Paulo. Dessa forma, devemos incentivar

o compromisso com os conceitos bíblicos, mas também umaparticipação maior dos membros das igrejas da gestão pública,

com bom senso e contribuindo para um a sociedade mais justa.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Para esta aula sugerimos a utilização da dinâmica chamada de

“brainstorming" ou “tempestade cerebral“, para os mineiros “toróde palpites". Para aplicar à dinâmica, utilize o quadro abaixo:

RELAÇAO IGREJA E ESTADO NO SÉCULO XXI

VANTAGENS   DESVANTAGENS

O quadro acima poderá ser reproduzido conforme as suas

possibilidades. Reserve pelo menos uns 10 minutos da aula

para a atividade. Solicite que os aluno s deem suas sugestões

sobre quais as vantagens e desvantagens da relação entre

igreja e Estado na atualidade, mas antes oriente que ninguém

poderá criticar a ideia de outra pessoa, todas as sugestões

deverão se r aceitas e anotadas. Após a rodada de sugestões,

juntamente com o grupo selecione quais sugestões são mais

apropriadas e reflita sobre elas.

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TEXTO BÍBLICO

Romanos 13.1-7

1 Toda alma esteja sujeita às autoridades

superiores; porque não há autoridadeque não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus.

2 Por isso, quem resiste à autoridaderesiste à ordenação de Deus; e osque resistem trarão sobre si mesmosa condenação.

3 Porque os magistrados não são terrorpara as boas obras, mas para as más.

Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela.

4  Porque ela é ministro de Deus para

teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme,pois não traz debalde a espada; porqueé ministro de Deus e vingador paracastigar o que faz o mal.

5 Portanto, é necessário que lhe estejaissujeitos, não somente pelo castigo,mas também pela consciência.

6 Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus,atendendo sempre a isto mesmo.

7 Portanto, dai a cada um o que deveis: a

quem tributo, tributo; a quem imposto,imposto; a quem temor, temor; a quemhonra, honra.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃONesta Lição vamos refletir a respeito dos seguintes temas: o estabeleci

mento de todas as autoridades por Deus; as autoridades como ministros

a serviço de Deus e a submissão às autoridades pelo jovem cristão.

I - AS AUTORIDADES SÃO ESTA

BELECIDAS POR DEUS (Rm 13.1,2)1. A relação da igreja de Roma com

o Estado. Quando Paulo escreveu a

Epístola aos Romanos, havia relativa

paz entre o Estado e a igreja. Entretanto

devido este texto estar no final desta

epístola, alguns teólogos sugerem ha

ver pelo menos algum sinal de rebeldia

por parte de alguns membros da igrejaem relação ao Estado. O imperador na

época era Nero (54-68) e, neste período,

por todo o império surgiam rebeliões

contra o imperialismo romano, que

eram sufocadas pelas legiões roma

nas. Alguns anos antes da escrita da

epístola foram deflagradas algumas

insurreições como a dos jude us de

Alexandria, que influenciou no decreto

do Imperador Cláudio em 49 d. C„ que

expulsou os judeus de Roma, incluindo

Priscila e Áquila. Na data da escrita da

epístola, o decreto já havia caducado e

os dois já estavam entre os m embros

da comunidade cristã em Roma. A

principal questão das revoltas eram

os impostos e tributos obrigatóriospelo império.

2. Tod as as autoridades são co ns

tituídas por Deus (v.i). Considerando o

histórico citado no subtópico anterior, bem

como a tradição do Antigo Testamento

que apresenta o poder como propriedade

exclusiva de Deus (Sl 62) e a autoridade

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política como instrumento de Deus tanto

para proteção como para o castigo Ur 27;

Is 10.5,6; 41.1-7; 44.28). Por isso, apóstolo

procura incentivar a manutenção da

relação de paz entre o Estado e Igreja.

Paulo usa do bom senso e afirma que

todas as autoridades estão debaixo da

ordem divina e foram constituídas por

Deus. Por isso devem ser respeitadas.

No entanto, a afirmação de Paulo não

significa uma obediência absoluta, pois

iria contra os princípios éticos cristãos e

sua própria afirmação em Romanos 1.18,em que previa a ira de Deus sobre práticas

que eram comuns ao império ditatorial

romano. Veremos em tópicos posteriores

que Paulo orienta o respeito às autorida

des, mas desde que suas ordens e ações

não fossem contraditórias à autoridade

maior que é a Palavra de Deus.

3. A insubm issão às autoridadestraz condenaçã o (v. 2). Paulo age com

prudência, procurando evitar um mal

maior, como ocorreu com a perseguição

de Nero em 64 d. C. Os judeus eram tes

temunhas disso. Eles tinham privilégios

expressivos no Império Romano, pois

a religião jud aica estava legalmente

registrada entre as permitidas. Algu

mas práticas e rituais judaicos estavam

garantidos por lei dentro das muralhas

de Jerusalém, como a dieta alimentar,

a lei do sábado, proibição de imagens

de escultura, inclusive o império rati

ficava a lei judaica de pena de morte

para quem violasse os átrios internosdo Templo de Jerusalém. Todavia,

quando comunidades judaicas foram

insubmissas às autoridades romanas,

elas foram massacradas como já ci

tado anteriormente. Paulo não queria

isso para a igreja, por isso orientou os

membros a terem boa relação com o

Estado para garantir a liberdade pessoal

e de cultuar a Deus.

O Pense!“Uma pergunta crítica em nossos 

dias gira em torno de com que rigor nós, cristãos, devemos aplicar o princípio de Paulo de sujeição aos governantes" (Lawrence Richards).

O Ponto importantePaulo demonstrou ter bom senso ao lidar com as autorida-

des de Estado, visando sempre o bem estar das pessoas e a liber-dade religiosa para os cristãos.

II - AS AU TOR I D AD E S D O E S TA

D O E S TÃO A S E RV I ÇO D E D E U S

(Rm 13 .3-5)l. As autoridades são constituídas

para proteger os bons cidadãos (v.3). Paulo recorre a tradição do Antigo

Testamento e se baseia em textos

como Provérbios 8.15,16 e Isaías 11.1-

g, que afirmam a constituição das

autoridades por Deus para o exercício

da justiça e manutenção da ordem

na sociedade. Conforme já c itado,

devemos considerar o contexto de

Paulo na época da escrita da carta,

em que havia relativa paz no império

em relação à igreja. Neste período a

igreja era vista como uma ramificação

do judaísmo, uma religião permitida.

Devido a esta confusão, o cristianismo

não era incomodado. Desse modo,sendo uma religião “legalizada", todo

cuidado seria importante para não

perder essa prerrogativa e liberdade. A

maior dificuldade da igreja, na realidade,

era com os judeus que perturbavam

o exercício do ministério do apóstoLo

devido ao legalismo. Portanto, neste

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contexto, os cristãos eram protegidos

legalmente pelas autoridades romanas.

2, As autoridades são constituídas

para punir os maus cidadãos (v. 4). O

versículo anterior (v. 3) termina com a

frase: “faze o bem e terás louvor dela".

Os cristãos não se envolvendo em ne

nhum delito não seriam incomodados

pelos magistrados, antes seriam vistos

como bons cidadãos, que mereciam

ser protegidos. Uma vida sossegada,

conforme o conselho de 1 Timóteo 2.1,2:

“Admoesto-te, pois, antes de tudo, quese façam deprecações, orações, inter

cessões e ações de graças por todos

os homens, pelos reis e por todos os

que estão em eminência, para que te

nhamos uma vida quieta e sossegada,

em toda a piedade e honestidade”. No

entanto, as pessoas de fora da igreja,

ainda dominadas pelo pecado, tinhama tendência de descumprir as leis de

ordem estabelecidas pelos magistra

dos. Para estes não haveria proteção,

mas sim a punição prevista em lei e,

consequentemente, a falta de paz, com

o Estado e com Deus, devido aos seus

delitos e pecados.

3. A submissão não deveria ser por

medo do castigo (v.5). Paulo introduz

um conceito que demonstra a supe

rioridade da verdadeira moralidade

cristã, que é motivada não pelo medo

do castigo, mas por algo muito maior,

O cristão verdadeiro não serve a Deus

por ter medo de punições humanas oude ir para o inferno, mas pelo amor e

gratidão à Deus pela sua justificação

por meio da fé no sacrifício vicário de

Cristo. Diferente do ímpio, que poderia

deixar de cometer delitos, mas por

medo da punição das autoridades cons

tituídas, o que não demonstra atitude

interior. A recomendação paulina era

uma submissão com foco em Deus e

não somente na lei humana. O jovem

cristão deve ter uma consciência pura

e honrada (2 Tm 1.5; At 24.6: Hb 13.7:1Pe.1.6), não fraca (1 Co 8.7.12), nem má

(Hb 10.22: Tt 1.15) ou cauterizada (1 Tm

4.2). Agindo assim, viverá em paz com

Deus e com as autoridades constituídas.

O Pense!Por que você tem se submetido 

a Deus? Por medo de ir para o inferno ou po r am or a E le e pela  gratidão ao sacrifício de Cris to?

O Ponto Importante As autoridades são constituí-

das por D eus para proteger os bons cidadãos e para punir as práticas de injustiça dos maus 

cidadãos.

III - O JOVEM CRISTÃO DEVE SESUBMETER ÀS AUTORIDADES(Rm 13.6,7)1. Os jovens cristãos devem pagar os

impostos e tributos (v. 6). O pagamento

de impostos é uma medida necessária

para manutenção da ordem, infraestru-

tura e outros recursos necessários para

sustentabilidade da sociedade. Contu

do, este pagamento era um problema

para uma série de grupos judaicos,

dos menos radicais (fariseus) aos mais

radicais e revolucionários (zelotes), que

entendiam ser um crime, uma ofensa àsua religião e ao Deus de Israel, pagar

impostos para um povo estrangeiro e

dominador do povo israelita. Isto não

parecia ser uma preocupação de Je

sus, que incentivou o pagamento (Mt

22.21: 17.25-27: Lc 20.20-25), nem de

Pauto, que recomenda o pagamento,

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reforçando que é para suportarem fi

nanceiramente os "ministros de Deus"

para manutenção da ordem e proteção

dos bons cidadãos, como os cristãos.

Na época do apóstolo o imperialismo

romano não dava ao povo oportunidade

de participar da gestão pública.

2. Os crentes devem pagar a todos o

que é devido (v.7). A ênfase paulina para

estas questões monetárias (impostos e

tributos) denota alguns pontos de atenção

para a comunidade de Roma, não poderia

ser por acaso. Provavelmente, Paulo sabiadas práticas de alguns membros da co

munidade que Lhe preocupava, temendo

alguma consequência não somente de

forma individual como também para a

igreja. Pauto vai além, afirmando que

devemos pagar os tributos e impostos,

mas também o temor e a honra. Nos

escritos de Paulo, quando se refere ahonra, tem origem na palavra grega

time,  que também pode ser traduzida

por “respeito, estima e consideração", e

é sempre atribuída a pessoas. Enquanto,

que a palavra grega fobos, traduzida para

temor, é atribuída a Deus e a Jesus (Rm

3.18; 8.15; 2 Co 5.11; 7,1; Ef 5.21). Devemos

respeitar as pessoas, mas temer a Deus,

a fonte de toda autoridade.

O Pense!“A forma como Deus controla homens  maus é pondo homens maus sob controle" (Martinho Lutero).

O Ponto ImportantePaulo afirma que os cristãos também deveriam cumprir com suas obrigações como cidadãos e honraras autoridades. Porém, enfatiza que, acima de tudo, deveriam temer e adorar a Deus, a fonte de toda autoridade.

SUBSÍDIO

“O princípio de Paulo para se relacionar com o governo secular é essencialmente o dos jud eus babilônios.

A ordem: Toda alma esteja sujeita àsautoridades superiores' (13.1-7) é claroparalelo à expressão: A lei do soberano é a lei para nós'. Paulo, porém,é cuidadoso ao apresentar uma baseteológica para a sujeição às autoridadesseculares (13.1). Ele argumenta que opróprio Deus ordenou o governo. Isto

não significa que Deus tenha ordenadoum governo em particular, tal com o

'governo dos Estados Unidos'. O quePaulo está dizendo é que Deus estruturou o mundo de seres humanos detal forma, que haverá autoridades esubmissos, governantes e cidadãos.Aquele que se considera c idadão

deve responder apropriadamente aogoverno, caso contrário violará a ordemda sociedade divinamente ordenada.

Aquele que faz isso se achará emrebelião contra Deus. Paulo continuaexplicando por que Deus ordenou este

estado de coisas (13.3,4). Ele o fez parapromover a paz pública. A missão deum governo é ‘portar a espada'. Nisto o

governo é o ‘ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o maL’. Istonão sugere que o governo seja o servoconsciente de Deus, ou que o governoseja responsável por estabeLecer leisque estejam em conformidade com ospadrões bíblicos. Em vez disso, Pauloargumenta que a própria natureza

que o sistema de governo-governadoque Deus criou Leva os governantes apunir aqueLes que fazem o m al - embenefício dos interesses da própriasociedade." (RICHARDS, Lawrence O.Com entário H istór ico-Cu ltura l doNovo Testamento. í.ed. Rio de Janeiro:

CPAD, 2014, p. 321).

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ESTAN TE DO PROF ESSOR

RICHARDS, Lawrence O, Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento.

í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

..............  CONCLUSÃO ^

Nesta lição, aprendemos que todas as autoridades são constituídas por Deus e que a

insub missão a elas traz incômodo, pois elas foram estabelecidas para proteger os bons

cidadãos e punir os maus.

HORA DA REVISÃO

1. Na época da escrita da epístola, qual era a situação da relação entre a igreja e o

Estado?

Quando Paulo escreveu a Epístola aos Romanos havia relativa paz entre o Estado

e a igreja.

2 .0 que provocou o decreto do imperador Cláudio em 49 d. C, em que foram ex

pulsos os jud eus de Roma, inclusive Priscila eÁ qu ila?

Alguns anos antes da escrita da epístola foram deflagradas algumas insurreições,

como a dos judeus de Alexandria, que influenciaram no decreto do ImperadorCláudio em 49 d. C.

3- Segundo a lição, qual o embasamento de Paulo para afirma que as autoridades

são constituídas por Deus?

Paulo recorre a tradição do AT, com embasamento em textos como Provérbios

8.15-16 e Isaías 11.1-9, que afirmam que as autoridades são constituídas por Deus

para praticar a justiça e para manter a ordem na sociedade.

4. Paulo afirma que a submissão não deveria ser somente para evitar o castigo

romano, mas também pela consciência. Explique:

O cristão verdadeiro não serve a Deus por ter medo de punições humanas ou de

ir para o inferno, mas pelo amor e gratidão à Deus pela sua justificação pela fé

por meio do sacrifício vicário de Cristo.

5. Considerando que Deus é quem estabelece todas as autoridades, qual a maneira

providenciada por ele para as autoridades executivas e legislativas no Brasil?

No Brasil, atualmente, Deus estabelece as autoridades por meio do voto de cada

cidadão brasileiro, que tem o direito de eleger os cargos executivos e legislativos.

Anotações__________________________________

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0 JOVEM EA LEI

DO AMOR

TEXTO DO DIA

“A nin gu ém devais coisa

alguma, a não ser o amor com

que vos ameis uns aos outros;porque quem ama aos outros

cumpriu a lei”(Rm 13.8).

SÍNTESE

Paulo, a exemplo de Jesus,

resume o cumprimento da lei

na prática da lei do amor.

AGENDA DE LEITURA

SEG UN DA -Rm 13.8aO cristão e as dívidas

TE R Ç A -Rm 13.8bA única divida recomendada é

0 amor 

QUARTA - Êx 2225 ; Dt 23.190 judeu e seu próximo

QUINTA - Dt 15.1-8 ; 23.200 judeu não considerava 0

estrangeiro como seu próximoSEXTA - Lc 1021-21

O ensino de Jesus a respeito do

próximo

SÁBADO - Rm 13.9-10Toda a lei se resume em amar

ao próximo

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OBJETIVOSi   ■r ' ■<rrniiiin>iiii rimimjii» ■ rmftii» ’Ma— ha.', n i rifrifr

• MOSTRAR como realizar um planejamento económi-

cofinanceiro para evitar a contração de dívidas;

• CONSCIENTIZAR da necessidade de exercitar o amorincondicional.

INTERAÇÃO

A leitura do Sermão do Monte (Mt 5-7) irá contribuir de forma

significativa para o entendimento da lição. O conteúdo deste

sermão, provavelmente, era muito popular no meio cristão, ainda

que pudesse provocar sentimentos de aversão pela profundidade

de seu ensinamento para a vida cristã verdadeira. Dentro de umcontexto em que a lei continuava sendo exigida pelos judeus e

influenciava os judeu-cristãos, bem como do conflito que gerava

na comunidade cristã formada por judeus e gentios, a mensagem

de que toda a lei se resumia em uma frase: “Amarás ao teu próximo

como a ti mesmo”, causava certo incômodo.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Sugerimos a utilização da dinâmica conhecida como “desejar aopróximo 0 que deseja a si mesmo”. Divida a turma em grupo. So

licite que cada grupo elabore algum tipo de atividade que gostaria

que o outro grupo realizasse. A atividade terá melhor resultado

se ela for primeiro escrita em um papel e, depois de solicitado

pelo(a) professorfa), ser lida em voz alta para que todos possam

ouvir. A próxima etapa é você dizer para as pessoas o nome da

dinâmica, sugerimos a seguinte frase: “Neste momento, antes de

vocês executarem a atividade, quero lhes informar qual é 0 nomedesta dinâmica: Desejar ao próximo o que deseja a si mesmo”.

Não é necessário executar a atividade sugerida pelos partici

pantes, pois a simples citação é o suficiente para uma reflexão.

0 resultado desta dinâmica, geralmente, é que se não todos, um

dos grupos, irá sugerir uma atividade complexa ou que exponha

o outro grupo ou pessoa. Porém, se as pessoas forem coerentes e

amorosas, facilitando a atividade para o próximo, o grupo deverá

ser parabenizado pela atitude. Entretanto, independente do resul

tado está dinâmica proporcionará algumas reflexões para 0 grupo.Como sugestões, nós destacamos os seguintes questionamentos:

Se você soubesse que o seu próprio grupo fosse executar a ati

vidade, teria sugerido a mesma?

Qual 0 nosso comportamento como cristãos na nossa rotina diária?

O resultado desta dinâmica foi semelhante ou difere o mandamento

de Jesus para amar ao próximo como a ti mesmo?

Conclua a atividade fazendo suas considerações finais e apli

cação para a lição estudada.

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TEXTO BÍBLICO

Romanos 13.8-10

8 A ninguém devais coisa alguma, a não

ser o amor com que vos ameis uns aosoutros; porque quem ama aos outroscumpriu a lei.

g Com efeito: Não adulterarás, nãomatarás, não furtarás, não darás falso

testemunho, não cobiçarás, e, se háalgum outro mandamento, tudo nestapalavra se resume: Amarás ao teu

próximo como a ti mesmo,

10 O amor não faz mal ao próximo; desorte que o cumprimento da lei é oamor.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Nesta l ição, vamos refletir a respeito dos seguintes assuntos: o problema

da dívida e sua relação com a lei do amor, a dívida do amor com base no

exemplo de Jesus e 0 cumprimento da lei por meio do amor.

I - NÃO DEVA NADA A NINGUÉM

(Rm 13.8)1. A dívida no Antigo Testamen

to. "A ninguém devais coisa aLguma”

(13.8a). A dívida incomodava muito o

povo judeu, desd e os tempos antigos.

Nos tempos bíblicos, Israel tinha uma

economia predominantemente agrícola

e os empréstimos, quando realiza

dos, tinham o objetivo de auxiliar os

camponeses em momentos de crise

financeira. A lei protegia os judeus que

estivessem nessas condições, visando

coibir a exploração da desgraça de

um compatriota (Êx 22.25; Dl 23.19; Lv

25.35), enquanto que aos estrangeiros

era permitida a cobrança de juros (Dt15.1-8; 23.20). Para tomada de emprés

timos eram exigidas garantias como

penhor pela dívida, que poderia ser

um objeto pessoal (Dt 24.10; Jó 24.3),

hipoteca de uma propriedade (Ne 5),

fiança de um financiador (Pv 6.1-5). Em

não havendo garantia, não sendo pago

a dívida, o deved or era vendido com o

escravo (Êx 22.3; 2 Rs 4.1; Am 2.6; 8.6),uma das co ndições m ais humilhantes

e desumanas do mundo Antigo,

2. A dívida no Novo Testamento. No

Antigo Testamento o em préstimo tinha

mais um caráter de fiLantropia. Todavia,

pouco antes do Novo Testamento, no

períodojudaístico com Hilel, começaram

as mudanças no procedimento devido

a ampliação da economia comercial em

Israel, principalmente com adaptação

para não cumprimento integral do ano do

jubileu, em que todas as dívidas tinham

que ser perdoadas a cada sete anos (Dt

15,1). Na época do Novo Testamento, a

falta de pagamento passou a ser punida por meio de prisão (Mt 18.23-35;

Lc 12.57-59) o que não estava previsto

no código levítico. Jesus aconselhou

atitudes amigáveis e hospitaleiras, o

bom senso, para busca de solução dos

problemas de dívidas, em vez de coer

ção legal (Mt 5.25,26). O conhecimento

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da relação devedor e credor nos ajuda

a entender a condição do ser humano

pecador/devedor que fora liberto em

Jesus, gratuitamente (Rm 6.18-22; 1 Co

6.20; 723; Tt 2.14).

3. O jove m cristã o e a dívida . O

conflito gerado pelo relacionamento

entre devedor e credor, leva Paulo a

se posicionar contra a contração de

dívidas (Rm 13.8a), A igreja hoje não

vive mais naquele contexto do Antigo

Testamento, em que a liberação de

empréstimos se caracterizava maiscomo uma atitude de caridade com

quem tinha menos poder aquisitivo,

as condições econômicas são bem

diferentes, pois o que se prioriza não

é a ajuda mútua, mas o lucro a todo

custo. No entanto, as consequências

do endividamento não são tão dife

rentes daquele contexto, pois muitaspessoas têm prejudicado sua vida

pessoal, conjugal, bem como a vida

espiritual pelo descuido nesta área.

Não tem como desconsiderar este

contexto na citação de Paulo no início

do versículo 8. Como está sua vida

financeira? Seja prudente!

O Pense! Jesus, utiliza várias vezes a figura da dívida para expressar  a condição do ser humano, o devedor sem condições de quitar  a dívida, diante de Deus, o credor  compassivo.

O Ponto Importante0  entendimento do contexto so cioeconômico da época de Paulo, que foi construído ao longo da história do povo de Israel, auxilia  no entendimento da mensa-

 gem do apóstolo, bem como do Evangelho.

II - A ÚNICA DÍVIDA RECOMENDADA É O AMOR (Rm 13.8b)1. Jesus, o maior exemplo da lei do

amor. Durante o estudo dos capítulos

anteriores da epístola ficou evidenciado

a condição dos seres humanos diante

de Deus, condenados por uma dívida

impagável. Condição alterada para todas

as pesso as justificadas gratuitamente

pela fé no sacrifício de Cristo, que foi

motivado unicamente pelo am orà hu

manidade pecadora (Rm 5.8), passando

a condição de livres da dívida e do pecado (Mt 6.12; Rm 4; 6.23). O ser humano

ingrato e pecador tem Jesus como fiador

de sua dívida, conforme Hebreus 7.22

“de tanto melhor concerto Jesus foi feito

fiador”. Dessa forma, a dívida d e quem

é salvo em Cristo não é com a lei e a

carne, que exigem servidão (Rm 8.12),

mas a Deus, não por obrigação e sim porgratidão pelo amor revelado em Cristo,

por meio da obediência voluntária (Mt

18.27; Lc 7.41,42). Jesus deu o exemplo

a ser seguido.

Quem é servido deve amor a quem

serve. Paulo foi servido pelos judeu-

cristãos de Jerusalém, a quem ele

era grato e ao escrever a Epístola aos

Romanos demonstra a retribuição do

amor para com a igreja em Jerusalém ,

levando donativos para socorrê-Los no

momento da dificuldade (Rm 15.26,27). O

apóstolo não se sentia devedor somente

aos de Jerusalém de quem recebera o

Evangelho, mas de todas as pessoas,conhecidas ou desconhecidas, inde

pendente da origem: “Eu sou devedor

tanto a gregos como a bárbaros, tanto

a sábios como a ignorantes" (Rm 1.14).

A dívida que Paulo reconhecia deve ser

a mesma a ser reconhecida por todo

cristão justificado gratuitamente pela fé

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no amor de Deus, retribuindo ao Senhor

por meio do serviço ao próximo para

que alcancem os mesmos privilégios

recebidos, a salvação e a vida eterna

com Deus.

2. O perdão de Deus é uma dívida

de amor ao próximo. Paulo aponta

para os cristãos de Roma, o que serve

para a igreja de todos os tempos, a

grande dívida do cristão salvo para

com Deus, a ser paga com o amor ao

próximo (v, 8b). O uso metafórico do

pecado como dívida era uma práticacomum dos jude us e Jesus também

faz uso dela, não para reforçar e cobrar

o ser humano pela sua dívida, mas

para enfatizar a grandiosidade da

graça de Deus (Lc 741.42), bem como

o dever de quem foi perdoado por

Deus (verticalmente) também perdoar

quem o ofendeu (horizontalmente).

O perdão ao próximo (na horizontal),

após a justificação, é colocado como

uma condicional para o perdão de

novas dívidas (na vertical; Mt 6.12; Mt

18.21-35). Algumas, senão a maioria

das pessoas, estão despercebidas

da realidade da mensagem na oração

do Pai Nosso: “Pe rdo a-no s as nossa s

dívidas, assim como nós perdoamos

aos nossos devedores" (Mt 6.12).

O Pense!

Você tem servido da mesma for-ma que as pessoas 0 servem?

O Ponto ImportanteDeus ama as pessoas de tal 

maneira, que as perdoa gracio-

samente e as justifica, mas exige de quem recebeu esta graça a 

mesma atitude de perdão para 

com o próximo.

Quem ama não deseja o mal a outra pessoa (v. 10). Viver

o evange lho do am or proposto pelo c ristianismo é gerar

no coração das pessoas, que antes apenas enxergavam

afronta, miséria e morte, a compaixão pelo próximo, Atransformação da vida dos romanos pelo evangelho os

conduziu para a ajuda mútua, amizade e a cum plicidade

de orar uns pe los outros. E les receberam a espera nça de

uma nova realidade permeada pelo amor divino impreg

nado nas pessoas, diferente da antiga fé imprecatória

que buscav a a morte dos inimigos. A dívida co ntraída

pelo amor é uma dívida que nunca poderá ser liquidada,

portanto, a ação de amar e fazer o bem para as pessoas

nunca poderá cessar. A prática do amor une as p essoas

na mesma esperança de construir um mundo mais justo,

cada vez melhor para se viver. Esta é a “verdadeira reli

gião" (o que religa co m Deus) defen dida por Cristo, a do

amor, que não deseja o mal para o próximo.

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SUBSÍDIO 1 SUBSIDIO 2

“Os cristãos devem evitar os gastosinúteis e ter o cuidado de não contrairdívida que não podem pagar. Também

devem se afastar de toda a especu lação aventureira e do s com promissosprecipitados, e de tudo o que possaexpô-los ao perigo de não dar a cadaum o que é devido. Não devais nada aninguém. Dai a cada um o que lhe fordevido. Não gasteis convosco aquiloque deveis ao próximo. Contudo,

muitos dos que são muitos sensíveisaos problemas pensam pouco sobre

o pecado de endividar-se.O amor ao próximo inclui todos

os deveres da segunda tábua (dosmandamentos). Os últ imos cincomandamentos se resumem nesta leireal: “Ama rás ao teu próximo como ati mesmo": com a mesma sinceridade

com que te amas a ti mesmo, aindaque não na mesma medida e grau.O que ama o seu próximo como a simesmo desejará o bem estar de seupróximo. Sobre este se edifica a regrade ouro; fazer o que queremos que osfaçam. O amor é um principio ativo de

obediência a toda a lei. Não somente

devemos evitar o dano às pessoas,aos reLacionamentos, à propriedadee ao caráter dos homens, mas também não devemos fazer nenhumaclasse nem grau de maio a ninguém,e devemos nos ocupar em ser úteisem cada situação da vida’ (HENRY,Matthew. Comentário Bíblico de

Matthew Henry. íe d . Rio de Llaneiro:CPAD, 2002, p. 943).

Quem ama como Jesus amou cumprea lei (v. 8c). A mensagem do amor incondi

cional de Jesus é reforçada pelo apóstolo

Paulo, um verdadeiro consolo aos cristãosem Roma, diante de uma realidade marcada pelo desafio de vivera sua fé em meioao imperialismo romano, uma sociedadenorteada pela guerra, pela ambição e peladisputa de poder. A mensagem do evangelho aproxima ricos e pobres, senhorese escravos, Do amor dependem toda a

lei e os profetas (Mt2240).Jesus ensinouqual abrangência do amor ao próximocom a parábola do bom samaritano (Lc1027-37):um amor não limitado às pessoas da própria nação, da mesma religião,da liderança, mas também as pessoasdistantes, inclusive inimigas. Diferente doconceito que o judeu tinha de “próximo"(Lv 19.18,34; Mt 543). Os judeus buscavam

atender o aspecto externo e jurídico da Leie, por isso, nunca conseguiram cumpri-la.Quem ama o próximo cumpria a lei emsua plenitude (Rm 13.8C-10).

O resumo dos Mandamentos é “amarásao teu próximo como a ti mesmo’ (v, 9). Jesusfd questionado sobre qual seria o maior ou

prindpaldos mandamentos e S e apresenta

dois. o primeiro relacionado ao amora Deuse o segundo fòi “amarás o teupróx íT iooorno

a ti mesmo’ (Mt 736-40; Mc 1228-34), umacitação de Levitico 1918. Jesus utilizando amesma fonte utilizada pelos judeus para

justificar a aplicação do aspecto externoejurídico da Le i destaca o sentido moralda Lei, harmonizando o Antigo e o Novo

Testamento (Mt 517-48). Paulo parece tertido acesso ao conteúdo do Sermão doMonte proferido por Jesus, implidto em suaafirmação em Romanos 13.9, deixando daroque quem ama não tira o que é do outro ouo prejudica de alguma forma. Da mesmaforma Paulo resume o cumprimento da leipara os cristãos da Galácia O 514).

JOVENS 95

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ESTAN TE DO PROF ESSOR

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de Matthew Henry. í.ed.

Rio de Janeiro: CPAD, 2002.

 î ùCONCLUSÃO

Nesta lição, aprendemos que o cristão deve ter um cuidado especial com sua vida eco

nôm ica e financeira, evitando con trair dívidas. A ún ica dívida recomendada por Paulo

é a dívida do amor, contraída por todas as pessoas que foram justificadas mediante a

fé em Cristo, pois o amor de Deus nos constrange a amar o próximo.

HORA DA REVISÃO

1. Quando um judeu precisava de empréstimo e não tinha garantia, qual era o

procedimento adotado?

Em não havendo garantia, não sendo pago a dívida, o devedor era vendido como

escravo (Ex 22.3; 2 Rs 4.1: Am 2.6; 8.6), uma das condições mais humilhantes e

desumanas.

2. Q ual a importância de conhecer a relação devedor e credor (dívidas) no AT e N T?

O conhecim ento da relação devedo r e credor (dívidas), além de dem onstrar asrelações entre devedor e credor, ajuda a entender a condição do ser humano

pecador/devedor que fora liberto em Jesus, gratuitamente (Rm 6.18-22; 1 Co

6.20; 723; Tt 2.14).

3. Quem foi o fiador do ser humano, uma vez que tinha uma dívida impagável e não

tinha nada em garantia para entregar? Qual a base bíblica?

O ser hum ano teve Jesus como fiador de sua dívida, conforme Hebreus 7 22 “de

tanto m elhor concerto Je sus foi feito fiador”

4. Qual a lição que a oração do Pai Nosso traz sobre o perdão?O perdão ao próximo (na horizontal), após a justificação, é colocado como uma

condicional para o perdão de novas dívidas na vertical (Mt 6.12).

5. Segundo Paulo, quem cumpre a lei em sua plenitude?

Quem ama o próximo cumpre a lei em sua plenitude (Rm 13.8c).

Anotações

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 Armínio e seus escritos

As doutrinas bíblicas e teológicas, com opassar do tempo, foram desenvolvidas eaperfeiçoadas, de tal forma que a teologiaque temos hoje é fruto de um longo processode pesquisa bíblica, meditação e debates nabusca do que o homem entende ser aquiloque Deus realmente falou em sua Palavra.

Uma das mais importantes doutrinas teoló-gicas é a da Salvação. A Reforma Protestantetrouxe luz aos debates da salvação pela fé,e homens como Lutero, Calvino e Armínioprocuraram estudala com afinco. No Brasil,prevalece o entendimento da teologia deArmínio no tocante à Salvação, respaldado

nos seguintes pontos:

• A Palavra de Deus não oferece qualquerargumento que afirme que Deusdetermina quem vai para o céu ou não;

• Cristo morreu por todos indistintamente,

mas apenas aqueles que crerem serãosalvos;

• A pessoa que vai ser salva depende dagraça de Deus, pois por si mesma, nãotem a capacidade de crer;

• O pecador possu i o livrearbítrio deaceitar ou não a salvação.

Obra: ARMÍNIO, Jacó. As Obras de Armínio.Rio de Janeiro: CPAD. 2015

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C O N F E R Ê N C I A M U N D I A L P E N T E C O S T A L

S Ã O P A U L O - B R A S I L

60 ANOS DECELEBRAÇÃONAFAMÍLIAPENTECOSTAL

7 ^ ’ tsC t e i a i e s