Revista de Jovens e Adultos da Convenção Batista...

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Pr. Hudson Galdino VERDADES INEGOCIÁVEIS (Doutrinas Batistas) Revista de Jovens e Adultos da Convenção Batista Fluminense Ano 16 - n° 60 - Janeiro / Fevereiro / Março - 2019

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Pr. Hudson Galdino

VERDADES INEGOCIÁVEIS

(Doutrinas Batistas)

Revista de Jovens e Adultos da Convenção Batista Fluminense

Ano 1

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LIÇÕESSUMÁRIO LIÇÕES

02CONGRESSO DA UNIÃO FEMININA MISSIONÁRIA BATISTA FLUMINENSE

03 PRIMEIRAS PALAVRASPR. AMILTON VARGAS

06ACAMPAMENTO ANUAL DAS ESPOSAS DE PASTORES BATISTAS FLUMINENSES

07 PALAVRA DO REDATORPR. MARCOS ZUMPICHIATTE MIRANDA

10 CONGRESSO DE MISSÕES ESTADUAIS 2019

09 CAPACITAÇÃO PARA ESCOLA BÍBLICA

11 APRESENTAÇÃOHUDSON GALDINO DA SILVA

FÉ: IMPORTANTE OU SECUNDÁRIA?12

BÍBLIA: LIVRO HUMANO OU DIVINO?16

DEUS: EXISTÊNCIA OU IMAGINAÇÃO?20

UNIVERSO: CRIAÇÃO OU EVOLUÇÃO?24

HOMEM: SENHOR OU SERVO?28

JESUS CRISTO: REALIDADE OU MITO?32

ESPÍRITO SANTO: PESSOA OU INFLUÊNCIA?36

PECADO: INVENÇÃO OU FATO?

40

SALVAÇÃO: OBRAS OU GRAÇA?44

ELEIÇÃO: SOBERANIA OU LIVRE ARBÍTRIO?48

IGREJA: INSTITUIÇÃO OU CORPO?52MINISTÉRIO: PROFISSÃO

OU VOCAÇÃO?56MORDOMIA: PRIVILÉGIO OU

OBRIGAÇÃO?60

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PRIMEIRAS PALAVRAS

COMO SAIR DO DESESPERO PARA UMA ESPERANÇA VIVA

Estamos vivendo um tempo de crise sem precedentes em nossa geração. O país e, de modo espe-cial, nosso estado tem enfrentado grandes dificuldades em todos os segmentos em que o poder público precisa atender às necessidades básicas das pessoas, como direi-tos essenciais. O Estado está fali-do e, segundo especialistas, só em 2028 conseguiremos restaurar o equilíbrio econômico financeiro. O desemprego, semelhante ao que ti-vemos 20 anos atrás, o achatamen-to do poder aquisitivo, mas agora agravado pela crise moral eviden-ciada por uma corrupção sistêmica e uma crise espiritual demonstrada pelo menosprezo à vida, são alguns princípios e valores que resultaram no aumento desenfreado da violên-cia e da criminalidade.

Nesses tempos difíceis, o ní-vel de endividamento do brasileiro cresceu e mais de 60% da popu-lação está endividada. Iniciamos esse ano com um novo presidente eleito, e pensamos: Como enfrenta-remos nossas crises? Certamente que não teremos soluções fáceis, mas há uma esperança viva com fundamentação espiritual.

Nesse cenário histórico trági-co, a vida do profeta Eliseu nos faz lembrar de uma situação similar re-gistrada em 2Reis 6.25-31: “Houve grande fome em Samaria; eis que a sitiaram, a ponto de se vender a cabeça de um jumento por oi-tenta siclos de prata e um pouco de esterco de pombas por cinco siclos de prata. Passando o rei de Israel pelo muro, gritou-lhe uma mulher: Acode-me, ó rei, meu senhor! Ele lhe disse: Se o SENHOR te não acode, donde te acudirei eu? Da eira ou do lagar? Perguntou-lhe o rei: Que tens? Respondeu ela: Esta mulher me disse: Dá teu filho, para que, hoje, o comamos e, amanhã, co-

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meremos o meu. Cozemos, pois, o meu filho e o comemos; mas, dizendo-lhe eu ao outro dia: Dá o teu filho, para que o comamos, ela o escondeu. Tendo o rei ouvi-do as palavras da mulher, rasgou as suas vestes, quando passava pelo muro; o povo olhou e viu que trazia pano de saco por den-tro, sobre a pele. Disse o rei: As-sim me faça Deus o que bem lhe aprouver se a cabeça de Eliseu, filho de Safate, lhe ficar, hoje, so-bre os ombros”.

Esse texto fala de um período na história do povo de Israel dos mais difíceis, pois a cidade de Sama-ria estava cercada pelos inimigos, havia fome, carestia e desespero. Olhando para aquela experiência dos personagens bíblicos aprende-mos COMO SAIR DO DESESPE-RO DA CRISE PARA UMA ESPE-RANÇA VIVA, o que exige que OS LÍDERES CORRIJAM SUA ATITU-DE ESPIRITUAL.

Naquele contexto de fome e miséria uma mulher grita e pede socorro ao rei, que responde com correção teológica: Só o Senhor pode lhe ajudar (v.26-27). Em um contexto de crise, onde não há mais recursos, só o Senhor pode dar livramento! Ao perceber a desgraça das mulheres, o desespero se revelou intenso, pois rasgou suas roupas (v.28) em sinal de angústia e sofrimento, seguindo o costume e tradição, vestiu-se de pano de saco (v.30). Rasgar a roupa e se vestir de pano de saco era uma maneira de demostrar

luto (Gn 37.34-35), desgraça (2Sm 13.30-31), indignação (Mt 26.65) e arrependimento (1Rs 21.27-29). Mas na crise precisamos mais do que correção teológica, precisamos de atitude espiritual correta. O profeta Joel no capítulo 2, verso 13, diz: “E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes; convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso e compassivo...”.

Embora o significado de rasgar as vestes e vestir trapos, ter o cabe-lo bagunçado ou raspar a cabeça e chorar alto, indicando o início de um tempo de sofrimento, a atitude es-piritual do rei estava errada. Ainda que a aparente humildade estives-se refletida na roupa e nas palavras, seu coração demonstrava revolta e ódio pelo profeta. Ainda que tives-se aparência de servo, seu coração não confirmava: “Disse o rei: As-sim me faça Deus o que bem lhe aprouver se a cabeça de Eliseu, filho de Safate, lhe ficar, hoje, sobre os ombros” (v.31). Nes-ta hora, a atitude espiritual do seu coração foi revelada: por fora tudo certo, mas por dentro tudo errado.

Infelizmente, às vezes, a única maneira de Deus nos mostrar o que está errado em nós é com o sofrimen-to. Sentimos ódio, ressentimento, re-volta, indignação e rebeldia, lutamos com as coisas e pessoas e contra os profetas, ou até contra Deus, o que é um erro. Precisamos da teologia correta, da liturgia correta, mas em todo o tempo, precisamos da atitude

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Pr. Amilton VargasDiretor Executivo da CBF

(Membro da PIB Universitária do Brasil)

espiritual correta. Derramar o cora-ção diante do Senhor, em rendição e submissão a Ele, esperando em sua graça, pois Ele é Senhor e só dele vem a bênção.

Talvez suas palavras sejam: “Es-tou vivendo a maior crise e não vejo a luz no fim do túnel”. Então não fale apenas sobre o que você crê, muito menos seja meramente cerimonia-lista, mas experimente quebrantar o seu coração diante do Senhor, buscando seus milagres. Submeta--se ao Senhor e clame a Ele. Ouça o profeta do Senhor, pois proclama a esperança. Mesmo que o sofri-mento também esteja batendo em sua porta, lembre-se: Deus não nos tira do sofrimento, mas permite que também o experimentemos para sermos mensageiros da esperança que só procede dEle.

A casa do profeta Eliseu era um lugar de comunhão com Deus, lugar de oração onde os líderes, fugindo do desespero do rei, podiam falar e orar com o mensageiro da esperan-ça. Todos nós estamos no meio de uma crise, daí termos a experiência e autoridade para falar. Como não estamos sós, o Espírito Santo conti-nuará agindo por nosso intermédio em meio ao sofrimento do povo, pois, para SAIR DO DESESPERO DA CRISE, PRECISAMOS SER ARAUTOS DA ESPERANÇA.

“Então, disse Eliseu: Ouvi a pa-lavra do SENHOR; assim diz o SE-NHOR: Amanhã, a esta hora mais ou menos, dar-se-á um alqueire de flor de farinha por um siclo, e dois de cevada, por um siclo, à

porta de Samaria. Porém o capi-tão, a cujo braço o rei se apoiava, respondeu ao homem de Deus: Ainda que o SENHOR fizesse ja-nelas no céu, poderia suceder isso? Disse o profeta: Eis que tu o verás com os teus olhos, porém disso não comerás”. (2Rs 7.1 e 2).

Não são só palavras, não é uto-pia, é promessa do Senhor, é o poder de Deus sendo proclamado. Que gigantesco contraste: diante do Rei, só desespero; mas diante do profeta, grande esperança. Em que time você atua? Desespero ou esperança? A sua casa se parece com a de Eliseu, sendo lugar de fé, ou se identifica mais com o vale da sombra da morte? Qual a mensa-gem que você tem compartilhado? Deus deseja derramar bênçãos so-bre a sua vida. Ele é o Deus da gra-ça e da misericórdia.

O profeta anunciou: “Amanhã a esta hora, Deus dará a abundân-cia” (v.1). Mesmo que o agente da descrença se manifeste, não perca a sua fé, pois Deus tem cuidado de você e continuará a fazê-lo!!! Lem-bremo-nos: PARA SAIR DO DESES-PERO DA CRISE PARA UMA ES-PERANÇA VIVA É PRECISO QUE OS LÍDERES CORRIJAM SUAS ATITUDES ESPIRITUAIS E TE-NHAM UM CORAÇÃO QUEBRAN-TADO, POIS SÓ ASSIM SEREMOS ARAUTOS DA ESPERANÇA.

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Pensando hoje sobre a rapidez com que o ano passou, lembrei-me de uma poesia de Olavo Bilac, so-bre o tempo. Ela diz:

PALAVRA DO REDATOR

AVANÇANDO PARA UM NOVO TEMPO

“Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço:

esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus

em Cristo Jesus” (Filipenses 3.13,14).

A chegada do Ano Novo traz para nós, muitas expectativas e esperanças de um tempo futuro melhor. As pessoas se cumpri-mentam desejando um feliz e PRÓSPERO ANO NOVO…To-dos querem ter um ano melhor!

O início de um ano novo pode ser uma boa ocasião para se fazer esse exercício de intros-pecção, é um momento oportu-no para que a gente possa falar de mudanças em várias áreas de nossas vidas. Por isso, quero formular 10 perguntas que po-deriam ajudar voc ê a crescer em sua vida espiritual. Diante de Deus, em oração, procure responder:

Sou o tempo que passa, que passa,

Sem princípio, sem fim, sem medida!

Vou levando as vaidades da vida!

A correr, de segundo em segundo,

Vou formando os minutos que correm…

Formo as horas que passam no mundo,

Formo os anos que passam e morrem.

Ninguém pode evitar os meus danos…

Trabalhe porque a vida é pequena,

E não há para o tempo demoras!

Não gaste os seus minutos sem pena!

Não faça pouco caso das horas!

(O tempo, de Olavo Bilac)1

1 - http://www.poesiaspoemaseversos.com.br/olavo-bilac-poemas/

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1 – Em que área da vida devocio-nal (oração, leitura da Bíblia, etc.) você acha que precisa melhorar este ano? O que vai fazer para realizar isso?

2 – Em relação à sua família, qual a coisa mais importante que você poderia fazer para melhorar a qualidade de sua vida familiar em 2019?

3 – Você teve algum relacionamen-to rompido? (com seu irmão es-piritual, familiar, amizade) O que você vai fazer para restaurar esse relacionamento?

4 – O que tem atrapalhado a sua vida espiritual? O que você vai fa-zer para retirar isso da sua vida?

5 – O que faz você desperdiçar o seu tempo? Como você poderia corrigir isso este ano?

6 – De que forma você poderia con-tribuir para que a sua Igreja fosse mais forte?

7 – Pela salvação de quem você orará intensamente durante este ano?

8 – Qual é a decisão mais importante que você precisa tomar este ano?

9 – Qual é o objetivo financeiro mais importante para este ano? Qual é o principal passo que você poderia dar para alcançá-lo?

10 – O que você poderia fazer este ano para enriquecer a herança espiritual que você deixará para seus filhos e netos?

Você pode tentar responder à lista inteira de uma só vez ou res-ponder uma por uma. De toda for-ma, seu esforço valerá a pena. Lembre-se, porém, que depende-mos dAquele que disse: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5) e que o nosso alvo é Cristo.

“… prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus…” (v.14). Te-nha alvos claros para este ano que entra. Ore a Deus, e peça que Ele o(a) ilumine dando a você direção sobre estes alvos.

Quem tem alvos de Deus deve ter também disciplina para alcançá-los.

Para ser vencedor, o atleta pre-cisa treinar diligentemente, e até mesmo se submeter a certos sacri-fícios.

Temos que ter meta, propósito, disciplina e objetivo na vida!

Na corrida da vida, é importante saber antecipadamente aonde de-sejamos chegar, e lutar para alcan-çar o alvo estabelecido. Para que o seu ano-novo seja o “Ano da Vitó-ria”, defina logo seus alvos, e inicie agora mesmo a sua caminhada!

Pr. Marcos Zumpichiatte MirandaRedator da Revista P&V

Diretor do Departamento de Educação Religiosa da CBF

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QUEM ESCREVEU

APRESENTAÇÃOVERDADES INEGOCIÁVEIS

O QUE É A VERDADE? Esta tem sido a pergunta que ecoa há muito tempo. O homem vem perguntando a si mesmo sobre a verdade. Esses últimos tempos, devido às mudanças e transformações na sociedade, alguns chamam de pós-modernidade, mas a sociologia já tem procurado outras expressões para conceituá-lo, dizendo que a pós-modernidade também já ficou para trás.

Na altermodernidade (Pós-moder-nidade ficou para trás) alguns conceitos continuam fincando postulados e um deles é que a verdade é relativa. Não existe “a verdade”, existem verdades. Não existe uma verdade por inteiro, existem pedaços de verdade que constroem uma verdade que também se desintegra. É a minha verdade! Assim, desta forma, a sociedade tem tratado do assunto. Nesse tempo desafiador para comunicar algo que possa ser absoluto, além de parecer não “cair bem” no meio acadêmico moderno, traz também enorme desconforto diante das chamadas mentes mais lógicas, algumas dessas encontradas em nossos arraiais evangélicos.

O que o escritor se propõe nestas lições é reafirmar, arraigar os ensinos que cremos de forma inegociável. Abrimos alternativas para o diálogo e conhecimento de vertentes diferentes, mas JAMAIS PARA NEGOCIAR O QUE ENTENDEMOS SER INEGOCIÁVEL. A Nossa base para não negociar está no livro Santo, a Bíblia Sagrada, que apresenta temas explicitados de maneira clara, relevante e que influenciam em nosso estilo de vida e proclamação.

HUDSON GALDINO DA SILVAP a s t o r

há 40 anos e secretá-rio geral da ABLF há 21 anos; pastor da Segunda Igreja Batista em Cabo Frio há 31 anos. Bacharel em Teologia pelo S e m i n á r i o Teológico Batista do Sul do Brasil, com convalidação pela Faculdade Sul Ame-ricana de Teologia; pós-graduado em Novo Testamento pelo Seminário Teoló-gico Batista de Niterói; mestre em Teo-logia pelo Seminário Teológico Batista Fluminense; graduado em Liderança Avançada pelo Instituto Haggai; Psi-canalista Clínico pela SPOB; membro da Associação de Mídias Evangélicas e Federação Nacional de Jornalistas; casado com Irene Gonçalves Garcia da Silva; pai de Alessandra, Vanderson e Vinícius; avô da Samira; sogro de Dal-ton, Karina e Anne.

A Igreja de Cristo, ao longo dos séculos, sempre se deparou com desafios teológicos. O neo-ateismo está presente em nossos dias e precisamos dar uma resposta. Não é uma tarefa fácil, mas necessária. Convido você, leitor, a acompanhar essas lições tão relevantes para reflexão, conhecimento e reafirmação do que cremos e que queremos fazer perpetuar.

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FÉ: IMPORTANTE OU SECUNDÁRIA?

LIÇÃO 1DATA DO ESTUDO

Texto Básico: Efésios 4.14-16

Certa vez, um jovem muito preocupado e desejoso em saber sobre as questões da vida foi a um renomado sábio, pois queria ouvir sua opinião para ajudá-lo em algu-mas questões. O sábio disse que queria saber do moço uma coisa e então lhe propôs uma situação imaginária. Disse: Imagine que você nunca seria pego, ninguém seria machucado e ninguém per-deria nada. Essas circunstâncias seriam garantidas. Você mentiria, negociaria por cinquenta mil reais? O jovem pensou, pensou e dis-se: se ninguém saberia, ninguém seria machucado, eu negociaria com a mentira. O sábio balançou a cabeça, e disse: Eu tenho outra pergunta. Você negociaria a ver-dade, mentindo por dez reais? O moço ficou furioso e indagou: Que tipo de pessoa você acha que sou para mentir por dez reais? O sá-bio respondeu: Eu já sei que tipo de pessoa você é. Estou apenas

tentando estabelecer e descobrir seu preço!

Que tipo de pessoa você tem sido diante dos ensinos da Pala-vra de Deus? Que tipo de crente somos? Dependendo do preço, da vantagem, das conveniências e das circunstâncias, trocamos a verdade pela mentira? Vamos nesta lição enfatizar sobre a im-portância da doutrina, do ensino e de nossa fé.

1 – FÉ E CARÁTERVivemos tempos trabalhosos

quanto à sã doutrina. Já existe co-michão nos ouvidos de muita gen-te (2Tm 4.3). O que podemos ob-servar é que os alicerces de nossa fé estão sendo grandemente aba-lados pelo descuido pastoral e ensinos diversos que hoje ecoam pelas Igrejas eletrônicas em todos os lugares e em todas as horas.

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Não basta alguém dizer e anun-ciar o nome de Jesus. É preciso que haja o entendimento e a verificação do que se tem dito sobre Jesus. Tem havido por parte de alguns, certa resistência à doutrina. Parece-me que esta palavra, por conveniência, tem sido riscada do vocabulário de pastores e irmãos que possuem a responsabilidade de ensinar a Pala-vra de Deus. Para alguns, doutrina é retrógada, é coisa do passado. Não faz parte da atualização eclesiásti-ca de nossos dias. A conveniência “política” é maior e mais interessan-te do que a convicção.

Não basta alguém falar que tem fé, é preciso conhecer o con-teúdo dessa fé. É pelo conteúdo que podemos avaliar e conhecer a fé. Não basta dizer em alto e bom som: Eu estou com Jesus, e isso é o que interessa. Engano! Ainda que o enunciado possa parecer razoá-vel, por si só é falho. Não podemos separar Jesus de suas palavras. Portanto, não posso separar a fé da doutrina (conteúdo da fé). Separar a fé da doutrina é o mesmo que jogar fora as palavras de Jesus. Pedro diz que precisamos estar preparados para explicar a nossa fé: “... estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós,” (1Pe 3.15).

Quando nos deparamos com o assunto doutrina, geralmente a encontramos sendo submetida a vários métodos de apreciação e aprovação dos postulados teológi-cos. São alguns: 1. O especulativo.

É o método que diante da revelação não se preocupa em saber o que Deus disse, mas procura entender o que Deus teria dito, portanto tor-na frágil a revelação do Senhor. 2. O deístico: Como crê que Deus criou, mas abandonou o universo, é o método que vê as Escrituras como histórias elaboradas pelos homens com menor importância como ex-pressão da revelação de Deus. 3. O racionalista: busca resposta e acei-ta o que pode ser provado, excluin-do o elemento fé, que é essencial para quem se aproxima de Deus. 4. O místico: desenvolve o concei-to de interpretar as Escrituras com ênfase nas emoções e intuições hu-manas. 5. O dogmático: acrescenta sobre a revelação conceitos que se tornam como verdades, com peso de revelaçao. Geralmente cada um com suas nuances ficam à margem das Escrituras e seu bom senso em ser examinada..

A palavra fé tem várias conota-ções no Novo Testamento. Aqui ela será usada no sentido de conteú-do do que cremos, a fé no sentido doutrinário. Os enunciados básicos, fundamentais em nossa crença; o que fundamenta nossa vida espiri-tual e religiosa. É a doutrina no seu sentido de ensino. Não podemos ser meninos inconstantes, levados pelo vento, sem firmeza, seguindo a conveniências.

2 – A FÉ E A SUA NATUREZAQual é a natureza de nossa

crença? O que é fé? – foi a pergun-ta de um professor da Escola Bíbli-

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ca Dominical na classe de juniores. Um menino muito esperto e falante não titubeou, respondeu logo: Fé é a gente acreditar numa coisa que sabe que não é verdadeira. Tem muita gente assim, achando que fé é um salto no escuro. Que ter fé é se filiar a uma mentira, a um enga-no. Algo que não é verdadeiro.

Hoje, não basta crer é preci-so saber por que se crê. Não é o crer que faz algo ser verdadeiro, e também o verdadeiro nem sempre é crido. Algo pode ser verdadei-ro independente se lança fé sobre ele ou não. Isso se aplica a tudo e não apenas ao aspecto religioso. É preciso que entendamos que não substituímos a fé pela razão, mas também não desprezamos a razão. A razão pode ser usada para o fun-damento de nossa fé. Por exemplo, eu preciso entender (razão) o que é pecado para poder confessá-lo. Eu preciso entender o porquê do sacri-fício de Jesus na cruz, para que eu possa me encaixar nesse propósito salvífico. Eu não posso provar em laboratório a existência de Deus, mas eu posso averiguar que este Deus que eu creio veio e entrou na minha vida através da pessoa de Jesus Cristo, real, tangível e com-provado. Jesus disse: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30). Disse mais: “Quem vê a mim, vê o Pai” (Jo 14.9).

Porém, é mais do que com-preensível que a revelação, a Pa-lavra, só poderá ser compreendida por ação e obra do Espírito Santo: “Ora, o homem natural não com-preende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucu-ra; e não pode entendê-las, por-

que elas se discernem espiritual-mente.” (1Co 2.14).

O que é fé? Existem diferentes tipos de fé nas Escrituras:

Fé natural – aquilo que nos faz acreditar em algo que entende-mos ser uma verdade; é a fé que todas as pessoas carregam desde o nascimento até a morte. Alguém nos conta algo e admitimos como sendo verdade. É um assentimento intelectual. Eu acredito em fatos da história, mesmo não tendo vivido esses fatos.

Fé temporal – nome derivado de Mateus 13.20-21. Quando eu coloco a minha confiança em Deus para as coisas deste mundo: minha saúde, meu emprego, minha família, minha casa, etc. Eu creio no cuidado de Deus, mas isso não significa que seja uma fé com raízes num co-ração regenerado. É a chamada fé temporária porque não se mantém diante da provação e perseguição.

Fé salvadora – quando transfiro para Jesus minha confiança de vida eterna. Deixo de acreditar em mim mesmo, minhas obras ou qualquer outra coisa para a salvação e passo a crer em Jesus.

Por fim existe a fé que é a ex-pressão de nossa crença. Fé como conteúdo. Fé como ensino. Fé como corpo doutrinário. É preciso seguir a verdade, não a mentira, o engodo, o engano ou qualquer tipo de fraudulência.

3 – A FÉ E O SEU VALORQual o valor de nossa crença?

O conhecimento teológico doutriná-

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rio tem valor porque ajuda na sis-tematização sobre a verdade que declaramos crer e proclamar. Exis-te hoje, por motivos diversos, uma grande tendência em esvaziar a im-portância do ensino. O sentimento tem estado acima do conhecimento e convicção. Para muitos, hoje, o mais importante é sentir e não crer. Ouve-se muito: O importante não é o que se crer e sim o que a pessoa sente. Colocam a experiência e o sentimento acima da fé.

Quando buscamos conhecer mais a verdade, isso de alguma for-ma serve de referencial para ava-liarmos e desenvolvermos nosso caráter cristão. Esse fato ocorre à medida que desenvolvemos nossa fé e buscamos este conhecimento. Nossas crenças precisam estar bem definidas para que nosso caráter cristão também esteja. Crença fir-me, nos princípios das Sagradas Es-crituras, revela caráter cristão firme.

É claro que o conhecimento, a verdade, a doutrina será sempre um gigante vencedor diante do erro, do equívoco: “Jesus, porém, res-pondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.” (Mt 22.29). A fal-ta de conhecimento das Escrituras leva ao erro. “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” (Gl 1.8). Paulo ad-verte de forma veemente! As Igre-jas da Galácia estavam trocando o Evangelho que tinham recebido, introduzindo na fé aspectos que ti-nham ficado no passado com práti-

cas judaicas. Tremendo erro! Paulo chama a atenção para que nenhum outro evangelho seja recebido e cri-do. O que Paulo está deixando cla-ro aqui é que o erro doutrinário, de ensino e de fé deve ser considerado de pouca ou nenhuma importância.

O conhecimento teológico dou-trinário é importante para quem deseja viver e ensinar a Palavra de Deus. Estudar a verdade e sa-ber que ela é inegociável é colocar em nosso entendimento o que nos foi dado por Deus para conhecer e viver. O valor do ensino da fé está exatamente no fato de que ela pro-porciona o crescimento sadio e ajustado no corpo de Cristo, que é a Igreja.

PARA PENSAR E AGIRA Igreja de Jesus precisa ser re-

conhecida não pela beleza de sua liturgia, ou de seu majestoso templo ou pela intensidade de suas emo-ções, mas por sua inconfundível firmeza doutrinária na defesa da fé. Precisamos fincar bem forte e firme as bases de nossa fé nesses tem-pos trabalhosos que já temos vivi-do. Não negocie sua fé!

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Efésios 4.14-16

Terça: Mateus 22.29

Quarta: Gálatas 1.6-7

Quinta: Gálatas 1.8-10

Sexta: Gálatas 1.11-12

Sábado: 1Coríntios 2.14

Domingo: 1Pedro 3.15

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BÍBLIA: LIVRO HUMANO OU DIVINO?

LIÇÃO 2DATA DO ESTUDO

Textos Básicos: 2Timóteo 3.10-17; 2Timóteo 2.15; Lucas 1.1-4

Uma mãe se preocupava muito com seu filho e o incentivava a ir à Escola Bíblia Dominical, mas ela mesma não ia. Era daquelas que dizem: “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Todos os domingos, na hora do almoço, perguntava ao filho como tinha sido a Escola Bíblica. Queria sa-ber de tudo e com detalhes. Certo dia, o menino já estava um pouco cansado e chateado com aquela “prova” de conhecimento e “teste” que a mãe o impunha, e ela mais uma vez perguntou: Como foi a li-ção hoje, meu filho? Respondeu: Mãe, uma coisa linda! Você preci-sava estar lá! A mãe, é claro, se

empolgou mais ainda. Conta, con-ta, quero saber! Pois, bem! Hoje a lição foi sobre Moisés e a saída do Egito. Sim! Conta, disse a mãe. Então, vou resumir. A professora disse que Moisés, o grande líder saiu do Egito com o povo de Deus, mas tinha diante deles o Mar Ver-melho. Não podiam atravessar. O que Moisés fez? Conta meu filho, dizia a mãe entusiasticamente. Então, a professora disse que Moi-sés pegou o celular e ligou para a engenharia de Israel. A mãe foi ficando assustada. Espera mãe! Você ainda não viu nada. Chega-ram então engenheiros, constru-tores, montadores, enfim, todos

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os profissionais e construíram uma moderna ponte sobre o mar e o povo começou a atravessar. Em se-guida, o exército inimigo vinha atrás para pegar o povo de Deus. Então Moisés novamente pegou o celular e ligou para o Ministério da Defesa de Israel, e em questão de segun-dos chegaram modernos aviões de guerra que jogaram bombas e destruíram a ponte e os egípcios. A mãe já estava em apuros. Es-pantada e com voz trêmula, disse: Eu não acredito que a professo-ra disse isso, meu filho! O menino respondeu: É minha mãe, se você não acredita que foi assim, se eu realmente disser como aconteceu e como ela ensinou, é que você não vai acreditar mesmo!

Afinal, cremos ou não cremos no que a Bíblia diz? A Bíblia é realmente a Palavra de Deus para você, ou não? Mais do que nunca estamos precisando de crentes que creem na inerrância da Bíblia. O mundo pode questionar. A ciência pode querer desfazer. O liberalismo pode querer desfigurar. Não impor-ta! Precisamos fincar bem firme e forte este fundamento em nossa vida. A Bíblia é a Palavra de Deus!

1 – A BÍBLIA: O LIVRO DA REVELAÇÃO DE DEUS ( 2Timóteo 3.16 )

Revelação é Deus dando-se a conhecer ao homem. Deus fez isso de várias maneiras e em vários mo-mentos. Paulo diz que as Escrituras

são divinamente inspirada. Deus inspirou pessoas a escreverem a Sua revelação. O escritor aos He-breus diz: “HAVENDO Deus an-tigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho” (Hb 1.1). Também encontramos a revelação de Deus na natureza, em sua obra criada, conforme o sal-mista diz: “Os céus manifestam a Glória de Deus e o firmamen-to anuncia as obras das suas mãos” (Sl 19.1).

A Bíblia é o registro da revelação. A Bíblia é a Palavra de Deus. Esta é uma premissa da nossa fé e prá-tica. Distorcer esse fundamento é o mesmo que esvaziar ou derrubar todo e qualquer postulado de nossa fé. O crente, antes de qualquer in-dagação sobre temas doutrinários e teológicos, precisa estar muito bem resolvido sobre o que ele crê sobre a Bíblia. Em termos de fé, existem vários tipos de autoridade às quais as pessoas se submetem. Existe a autoridade da razão – Só aceitam e fundamentam a crença sobre o que pode ser provado. Nossa au-toridade de fé é a Bíblia. A Bíblia tem autoridade porque é a Palavra de Deus. Quando lemos a Bíblia, a conclusão que temos é que este li-vro jamais poderia ter sido planeja-do por algum homem. É revelação de Deus! Deus revelou-se de ma-neira completa e suficiente para o homem em Jesus Cristo. As Escri-turas são o registro desta revelação.

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Seu aspecto divino é compreendido em sua unidade, sua atualidade e seu poder transformador.

2. A BÍBLIA: UM LIVRO HUMANO COM MENSAGEM DIVINA ( Lucas 1.1 )

Aproximadamente 40 homens, inspirados por Deus, escreveram a Bíblia durante um período aproxi-mado de 1600 anos. Esses homens receberam a capacitação para es-creverem a revelação. Os livros que compõem a Bíblia foram escri-tos em lugares diferentes, como de-serto, Egito, palestina, Ásia, Roma, etc. e em épocas diferentes. Alguns, há séculos antes de Jesus nascer; outros, no primeiro século já da era cristã. Os escritores eram de con-dição social e econômica diferen-tes, tais como: reis, pescadores, boiadeiro, etc. Deus se utilizou do conhecimento e da experiência de cada um para que estes, sob a di-reção do Espírito Santo, pudessem escrever a Palavra de Deus.

Apesar de toda a complexidade de sua formação, a Bíblia é um livro divino. Deus dirigiu sua composição para que tivéssemos de forma per-feita, harmoniosa e com tremenda unidade a comunicação escrita de sua vontade. A Bíblia é um livro hu-mano, no sentido de homens terem feito parte do projeto de Deus. Mas a Bíblia é um livro essencialmente divino, por se tratar da revelação do Senhor Deus.

3 – A BÍBLIA: UM LIVRO PARA SER BEM ENTENDIDO ( 2Timóteo 2.15 )

Pedro, o apóstolo, diz em sua carta que existem pontos difíceis de serem entendidos nas Escritu-ras (2Pe 3.16). Creio que o grande problema hoje é a hermenêutica. É perceptível como fazem da Bíblia uma colcha de retalhos mal cos-turada. Quando os retalhos são bem costurados, faz-se uma linda colcha. Mas quando não, fica algo muito esquisito.

Infelizmente a má interpretação da Bíblia tem criado esquisitices em nossos dias. As falácias hermenêu-ticas têm produzido crentes esqui-zofrênicos, espiritualmente falando. Tem criado práticas esdrúxulas. Os pregadores precisam ter cuidado, sendo mais zelosos com a inter-pretação bíblica. Não basta citar o texto. É preciso ler, meditar e inter-pretar com inteligência, sabedoria e dependência de Deus.

Pedro diz que ela não é de parti-cular interpretação (2Pe 1.20). Não é o que eu quero que ela diga. Não é para fundamentar meus pensa-mentos já pré-estabelecidos. Paulo diz que é preciso manejar bem a Palavra da verdade. É preciso sa-ber manusear a Palavra da verda-de e assim se tornar bom obreiro do Senhor. Manejar a Palavra da verdade é hoje o grande desafio do intérprete. Algumas indicações so-bre a interpretação nos indica que a Bíblia é a sua própria intérprete.

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A Bíblia interpreta a Bíblia, esse é um princípio hermenêutico. Os textos obscuros e mais difíceis pre-cisam ser interpretados à luz dos textos mais fáceis. Não se pode desprezar o contexto escriturísti-co, bem como o contexto cultural. Não são nossas experiências que determinam a interpretação do tex-to, e sim, a Bíblia que interpreta as experiências pessoais.

Nem todos os atos e atitudes de personagens bíblicos devem ser re-petidos por nós. É preciso saber se existe algum mandamento, princí-pio ou ensino que nos leve a repetir seus atos. É preciso que entenda-mos as promessas. São para todos, ou foram promessas particulares e já cumpridas? Enfim, é preciso que conheçamos as regras de interpre-tação e lidemos com cautela, pru-dência com o que temos de mais precioso: a comunicação divina que é a revelação do Senhor Deus, por amor a nós.

4 – A BÍBLIA: UM LIVRO PARA SER VIVIDO E PROCLAMADO ( 2Timóteo 3.10, 16,17 )

A Palavra nos foi dada com um objetivo: fazer-nos conhecer o pro-pósito de vida em Cristo Jesus. Existe a vida vegetal, a vida animal, a humana e a angelical. Deus está acima de todas as espécies de vida. Ele é a própria vida! Vida na expres-são máxima! Jesus veio para com-partilhar conosco a vida de Deus, isto é, a vida eterna. João escreveu

isto por ocasião da chamada ora-ção sacerdotal de Jesus: “Assim como lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eter-na a todos quantos lhe deste. E a vida eterna é esta: que te conhe-çam, a ti só, por único Deus ver-dadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (Jo 17.2-3).

PARA PENSAR E AGIRA Bíblia é a Palavra de Deus!

Negligenciar a leitura, meditação, estudo e obediência à Palavra é o mesmo que negligenciar e se afas-tar do próprio Deus que é o autor. Portanto, a Bíblia exerce função indispensável para a nossa santifi-cação, conhecimento e reconheci-mento da vontade do Pai.

Tenha um compromisso diário de buscar a Palavra. Ela lhe dará não apenas conhecimento, mas sustento para a sua fé. A fé vem pelo ouvir a Palavra do Senhor (Rm 10.17). É tempo de reafirmar-mos nosso compromisso com a Palavra de Deus. Não negocie sua convicção de que a Bíblia é a Pala-vra de Deus.

Leitu

ra Di

ária

Segunda: 2Timóteo 3.10-17

Terça: 2Pedro 1.20-21

Quarta: 2Pedro 3.15-18

Quinta: Mateus 4.4

Sexta: Romanos 15.4 e Isaías 34.16

Sábado: Lucas 1.1-4

Domingo: Salmos 119.105

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DEUS: EXISTÊNCIA OU IMAGINAÇÃO?

LIÇÃO 3DATA DO ESTUDO

Textos Básicos: Deuteronômio 6.4; Salmos 139; Êxodo 15.11-18; Isaías 40.13,14; Romanos 1.19-20

Um homem foi ao barbeiro para cortar o cabelo, como sempre fa-zia. Conversavam sobre vários as-suntos. Começaram a falar sobre Deus. O barbeiro disse: Eu não acredito que Deus exista como você diz. Você só precisa sair à rua para ver que Deus não existe. Se Deus existisse, você acha que existiriam tantas pessoas doentes, crianças abandonadas, dor e so-frimento? Eu não consigo acredi-tar em um Deus que permita todas essas coisas!

O cliente pensou por um mo-mento, mas não quis dar uma resposta, para evitar uma dis-cussão. O barbeiro terminou o trabalho e o cliente saiu. Neste momento, ele viu um homem na rua com barba e cabelos longos.

Parecia que já fazia um bom tem-po que ele não cortava o cabelo ou fazia a barba e estava bem sujo e arrepiado. Então o cliente voltou para a barbearia e disse: sabe de uma coisa? Barbeiros não exis-tem! Como assim eles não exis-tem? Perguntou o barbeiro. Eu sou um! Não! O cliente exclamou. Eles não existem, pois se existissem não haveria pessoas com barba e cabelos longos como aquele ho-mem que está ali na rua. Ah, mas barbeiros existem, o que acontece é que as pessoas não me procu-ram, e isso é uma opção delas. Responde o barbeiro. Exatamen-te! Afirmou o cliente. É justamente isso! Deus existe, o que acontece é que as pessoas não o procuram, pois é uma opção delas.

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1 – EVIDÊNCIAS REFLEXIVAS E RAZOÁVEIS SOBRE A EXISTÊNCIA DE DEUS ( Salmos 19.1 )

Não existe na vida pergunta mais intrigante e profunda do que esta: Deus existe? É real ou ima-ginação? Quem é Deus? A Bíblia também não tem o propósito de provar a existência de Deus. Se alguém pudesse provar cientifi-camente a existência de Deus, deixaria de ser Deus. Mas esta é a pergunta que acompanha a hu-manidade. Esta foi a indagação nos primórdios da existência humana. Jó dizia: “Porventura alcançarás os caminhos de Deus, ou che-garás à perfeição do Todo-Pode-roso?” (Jó 11.7). Encontramos na Bíblia pessoas buscando se rela-cionar com Deus e nunca buscan-do provas de sua existência.

A Bíblia ensina sobre a existên-cia de Deus e temos evidências na constatação feita pelo homem. Evi-dência da criação, que os teólogos chamam de evidência cosmológi-ca. Também consideramos o que chamamos de lei da causa e efeito. Nós, o mundo, a criação, somos efeito, razão porque defendemos a existência de uma causa não cau-sada, no caso, Deus. Existe a evi-dência teleológica, ou seja, existe uma finalidade nesse mundo criado. Também consideramos e admitimos a realidade de que existe um propó-sito, uma finalidade no universo que

aponta para um criador, no caso, a existência de Deus. Outra reflexão é o argumento antropológico. A natu-reza moral do homem evidencia a existência de alguém maior, no caso, Deus. O homem sabe que existe o caminho do bem e do mal. Esse co-nhecimento que o homem tem, cha-mamos de consciência, presente na vida do homem em todos os lugares e em todos os tempos.

Essas evidências principais são as que Paulo teria dito: “Porquan-to o que de Deus se pode conhe-cer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divin-dade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” (Rm 1.19-20). E também o salmista: “Os céus de-claram a glória de Deus e o firma-mento anuncia a obra das suas mãos.” (Sl 19.1).

2 – A PERSONALIDADE E AS QUALIDADES DE DEUS ( Salmos 139; 2Timóteo 2.15 )

Deus é uma pessoa e não uma imaginação. Na Bíblia, base de nossa fé, vamos encontrar Deus se apresentando como pessoa. Quan-do se apresenta de maneira que o entendamos em sua revelação a nós, em linguagem fácil, com mãos, fala, coração e braços não é para

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termos um entendimento humano dele, mas sim, para que entenda-mos que Ele é uma pessoa e não uma força, energia ou algo similar.

As qualidades de Deus, tanto morais como naturais, são reconhe-cidas em seu relacionamento com a criação. Chamamos de atributos, qualidades atribuídas a Deus, mas são qualidades presentes em sua natureza e caráter. Deus é infinito, eterno. Não teve princípio e nem fim. Não está sujeito às limitações do tempo e do espaço: “Antes que os montes nascessem, ou que tu formastes a terra e o mundo, mes-mo de eternidade a eternidade, tu és Deus.” (Sl 90.2). Deus é único: “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR.” (Dt 6.4). Deus é onipotente. Quando pensa-mos na onipotência de Deus preci-samos entender pelo menos duas coisas: Ele age de acordo com sua natureza; seu poder não contraria a sua natureza. Nada é impossível para Deus, mas Ele não contraria sua natureza. A outra coisa é o con-trole que Deus tem, com poder e sa-bedoria, sobre todas as coisas. “... Eu sou o Deus Todo-Poderoso...” (Gn 17.1b). Deus é onipresente. Ne-nhum espaço pode limitá-lo: “Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face?” (Sl 139.7). Deus é onisciente. Co-nhece todas as coisas. Não existe nada que não esteja sob o conhe-cimento de Deus. Ele não precisa pesquisar e nem conhecer gradual-mente algo. Seu conhecimento é

perfeito: “SENHOR, tu me sondas-te, e me conheces... ó SENHOR, tudo conheces. (Sl 139.1,4). Deus é santo. Absoluta pureza moral: “Porque eu sou o SENHOR vosso Deus... eu sou santo...” (Lv 11.44). Deus é justo. Justiça é uma atitude. Uma ação reta, correta em relação a outra pessoa. Tudo que Deus faz é justo: “Justo é o SENHOR em todos os seus caminhos...” (Sl 145.17). Deus é verdade. Ver-dade é o contrário de mentira ou até mesmo de aparência dela. Ver-dade de Deus significa a fidelida-de de Deus para consigo mesmo: “Se formos infiéis, ele permane-ce fiel; não pode negar-se a si mesmo.” (2Tm 2.13). Deus é amor. Quando falamos sobre o amor de Deus, inclui sua graça, bondade e misericórdia. O amor de Deus signi-fica que Ele busca o melhor para a sua criatura. Deus tem por si mes-mo o melhor interesse por sua cria-tura. E esta expressão de amor de maneira grandiosa ocorreu em seu plano e propósito de salvar. “Mas Deus prova o seu amor para co-nosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecado-res.” (Rm 5.8).

3 – A MANEIRA DE DEUS EXISTIR E SE MANIFESTAR

Deus é uno e ao mesmo tem-po triúno. É claro que podemos ter uma compreensão sobre a maneira de Deus existir e sua manifestação, mas vai além de nossa compreen-são plena. É querer entrar no segre-

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do da divindade. Mas a Bíblia traz para nós a compreensão devida para reconhecermos e aceitarmos a realidade da maneira de Deus existir. Temos um só Deus que exis-te em si mesmo de forma tríplice e se manifesta de forma trina em três pessoas distintas, inseparáveis e harmônicas. Não são três deuses. Jamais confundir com o politeísmo. É um só Deus que existe e se ma-nifesta em três: Pessoa do Pai, pes-soa do Filho e pessoa do Espírito Santo. É uma trindade de persona-lidade e não de três deuses.

Temos o Pai que é Deus: “... Graça e paz de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” (Rm 1.7). Um Filho que também é Deus: “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos sécu-los dos séculos...” (Hb 1.8). Tam-bém sobre o Espírito Santo é dito com referência de que ele é Deus no episódio de Ananias mentindo para os apóstolos. Vejam: “... para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade?... Não mentiste aos ho-mens, mas a Deus.” (At 5.3,4).

Alguns textos indicam essa reali-dade da Trindade. Na grande comis-são: “... batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;” (Mt 28.19). Na bênção apostólica: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito San-to seja com todos vós. Amém.” (2Co 13.13). No batismo de Jesus:

“... E, sendo Jesus batizado... viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.” (Mt 3.16,17). No ensino de Jesus: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Con-solador, para que fique convosco para sempre;” (Jo 14.16).

PARA PENSAR E AGIRDeus é. Deus existe. Não é ima-

ginação. A Bíblia Sagrada apresen-ta Deus com seus atos poderosos. Experimentamos à luz dos ensinos da Palavra a verdade e a realidade de Deus. Tirar Deus da nossa vida é o mesmo que tirar o ar que respi-ramos. É o mesmo que tirar o san-gue das veias e artérias. Tirar Deus da nossa vida é tirar a própria vida. A vida só tem sentido porque Deus é. Portanto, crer na existência de Deus e na possibilidade de se rela-cionar com Ele é uma verdade que não pode ser negociada.

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Deuteronômio 6.4

Terça: Salmo 139

Quarta: Êxodo 15.11-18

Quinta: Isaías 40.12-15

Sexta: Romanos 1.19-20

Sábado: Jó 11.7-9

Domingo: Gênesis 17.1

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UNIVERSO: CRIAÇÃO OU EVOLUÇÃO?

LIÇÃO 4DATA DO ESTUDO

Textos Básicos: Gênesis 1.1-25, Hebreus 11.1-3

Conta-se a história de que numa academia científica houve uma semana especial, em que vá-rios de seus membros apresenta-riam um debate sobre o universo. É claro que seria uma semana bas-tante relevante e cientistas ateís-tas, deístas e ateus se apresenta-riam. Havia no grupo um cientista muito respeitado por seus estudos e também um cientista cristão, muito temente a Deus e que diver-gia de seus colegas quando o as-sunto versava sobre a origem do mundo. Mas havia muito respeito entre eles, sabendo que o assunto é bastante polêmico na sociedade científica também.

Chegou o dia de o cientista crente discursar e falar de suas pesquisas e conceitos sobre o

universo. Ele levou uma maque-te do universo, cuja elaboração demorou meses. Foi detalhista. Conseguiu construir um mundo perfeito. Lá estava ele diante de todo seu material coberto. Todos pensavam que seria um discur-so, que apresentaria de forma matemática sua teoria e reflexão científica. Mas para a surpresa de todos daquela academia, o cristão descobriu o seu material e todos fixaram seus olhos admirados por alguns instantes e, em seguida, de forma espontânea, os aplausos ecoaram naquele nobre salão não muito acostumado com esse tipo de reação. Realmente o mundo construído pelo cientista era algo encantador. Todos os detalhes da natureza estavam ali.

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Logo começaram a surgir as perguntas: Quanto tempo levou para construir a maquete? Qual foi o custo de todo material? En-fim, de maneira cínica o construtor respondeu: Não posso responder a pergunta de vocês, porque eu não sei como isto surgiu. Só sei que eu estava em casa e de repente ouvi um estrondo. Um barulho tão grande que vinha da grande sala e corri pra ver o que tinha aconteci-do. Para minha surpresa, encontrei isso lá. Surgiu do nada. Só houve estrondos.

Sorrisos e gargalhadas mistu-raram-se com espanto. Muitos di-ziam: claro que não cremos nessa sua história. Impossível! Quando então o cientista cristão respondeu: Se vocês não creem que foi assim que surgiu esta maquete do uni-verso, como vocês querem que eu creia e aceite que foi assim que o mundo surgiu? Disse ele: eu creio que o mundo foi criado! E a partir daí apresentou sua proposta de re-flexão sobre o criacionismo.

O objetivo desta lição não é fomentar polêmica sobre o tema CRIAÇÃO, ainda que por si já o seja em suas mais variadas vertentes. O objetivo não é apresentar o criacio-nismo científico, defendido e apre-sentado por alguns. Mas reafirmar, para quem aceita a Bíblia como re-gra de fé, prática e revelação iner-rante de Deus, nossa convicção de que cremos que o universo foi cria-do por Deus.

1 – O CRIADOR É MAIOR QUE A CRIAÇÃO ( Gênesis 1.1 )

Já estudamos sobre quem é Deus. Mas cabe aqui o entendi-mento de que a crença no criacio-nismo baseia-se neste fato: Deus é maior que a criação. Deus (Elohim) cuja palavra é plural (deuses), mas empregada aqui com o verbo no singular (criou). Deus é plural em pessoa, mas singular em sua ação. Não existe contrariedade entre as pessoas divinas, porque é um só Deus. João escreveu: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele es-tava no princípio com Deus. To-das as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.1-3). Quando entendemos quem é Deus fica um pouco mais fácil entender e crer no criacionismo – Deus criou.

A melhor expressão para a pa-lavra céus e terra é universo. Algu-mas poucas palavras, tão simples, mas ao mesmo tempo com toda a sua grandeza têm ao longo dos anos desafiado os cientistas. Este é um axioma de nossa fé que não negociamos: “Deus criou.” A criação foi um ato de Deus.

“No princípio”, aponta para o tempo ou um começo inicial. Dife-rente do entendimento de princípio usado por João no início de seu Evangelho quando lá, é eternidade. O princípio de Gênesis, mesmo com todos os esforços, é impossível ser medido. “Criou Deus”, aponta tam-

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bém de maneira inequívoca o poder de Deus. Criar algo, por menor que seja, exige destreza, capacidade, domínio sobre o que está sendo fei-to. “Os céus e a terra”, aponta para a capacidade de criar do nada1; fa-zer existir o que nunca tinha existi-do. Perceba que não existia nada para que se utilizasse como meio. Deus não dependeu de nada. Ele é absoluto, grande. O ser humano não faz nada sem meios, mas Deus sim. Do nada criou o universo!

Que Deus grandioso! Vai além de tudo e de todos. Quando penso e creio nesse Deus, meu coração fica em paz, tranquiliza-se diante desse universo tão grande e possí-vel de ter sido criado, porque Deus é maior que o universo. O grande mundo aponta e mostra não ape-nas a maravilha da criação, mas o Deus que criou. Porque cremos nesse Deus grandioso é que pode-mos descansar nossa compreen-são na possibilidade de uma cria-ção tão grande. Deus é maior que a criação!

2 – A CRIAÇÃO TEM HARMONIA E OBJETIVO ( Gênesis 1.31 )

O texto bíblico diz “no princípio”. Não existe na Bíblia nenhuma data para a origem da terra. O ensino diz que aconteceu. Tem havido um fre-nesi em busca de uma data para o surgimento do mundo. Diferente das criações humanas, quando o ho-mem fabrica alguma coisa e deixa que sua obra passe para o domínio 1 - O verbo “criar” no original bíblico significa criar do nada e inclui necessariamente a capacidade de fazer existir o que

nunca tinha existido.

de outros, com Deus é totalmente diferente: Ele criou e continua tendo o mundo como sua possessão. Ele não transferiu. Ele não terceirizou. Ele estabeleceu leis da natureza e da física, mas é Ele quem sustenta sua criação. A Bíblia diz que Jesus Cristo tem também como missão sustentar o universo. O mundo sub-siste por causa dEle e por Ele. Diz Paulo: “E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsis-tem por ele” (Cl 1.17).

Deus deu ao homem o direito de dominar a terra, “... e domine so-bre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a ter-ra.” (Gn 1.26b), mas nunca deixou ou abandonou o mundo criado. De forma exemplar Deus criou, con-tinua sendo o dono, mas decidiu compartilhar o que é dEle conosco. Deus tem o domínio sobre o univer-so, mas o criou para compartilhar. O desejo mais profundo na criação foi o de compartilhar com a criatura sua comunhão. Não o fez por ne-cessidade própria, porque ELE é pleno e imensurável em seu Filho e no Espírito. Já havia harmonia e co-munhão nas três pessoas. Mas cria o mundo para compartilhar o seu Ser com a criação. Esse foi o obje-tivo maior em sua obra. O que a Bí-blia diz sobre Deus que é amor? Di-ferente de quem apenas tem amor ou aprende sobre o amor, Deus é o próprio amor e não poderia acon-tecer diferente. Esse amor faz com que Ele compartilhe o seu SER.

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Deus criou o mundo de manei-ra harmônica. Isso revela uma ma-ravilha na direção e coordenação da criação. Criou os reinos mine-ral, vegetal e animal. Nesta ordem, conforme o relato de gênesis. O primeiro servindo de sustentáculo para o seguinte. Linda coordena-ção, harmonia e objetivo dado por Deus em sua criação. O criacionis-mo está presente no ensino escri-turístico quando diz que cada um foi criado segundo a sua espécie, o que contraria qualquer tentativa de evolução e mutação das espécies.

A terra foi criada para habitação do homem. Todas as suas caracte-rísticas físicas e biológicas mostram isso. A terra é o único corpo no uni-verso capaz de proporcionar esse habitat natural ao homem e outros tipos de criação. O conceito de pro-pósito nos induz mais e melhor a admitir que o mundo foi criado.

3 – A BASE DO NOSSO ENTENDIMENTO DA CRIAÇÃO É A FÉ ( Hebreus 11.1-3 )

O escritor aos hebreus disse que pela fé cremos que o mundo foi criado. Optamos pela fé. A fé não desconsidera a razão, mas vai além dela. A fé ultrapassa as barreiras do impossível e incompreensível. A Bíblia diz ainda que a fé é o firme fundamento: “ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem” (Hb 11.1).

A Bíblia não fixa data para a criação do universo. Os estudos científicos e as meras tentativas de

encontrar uma data da origem tra-zem desconforto para muita gente. É preciso que se entenda que a Bíblia não é um livro de ciência. É um livro de fé. Revela Deus e seu propósito. O criacionismo é acei-to como ato de fé, conforme diz o escritor aos Hebreus: “Pela fé cre-mos que os mundos pela palavra de Deus foram criados” (Hb 11.3). O criacionismo, além de ser funda-mentado na fé, também a fortale-ce. Não é uma fé irracional, como imaginam alguns, mas uma fé que aceita a harmonia da criação e não o caos. É uma fé baseada numa es-colha pela observação dos fatos e pela Palavra.

PARA PENSAR E AGIRAgradecer e cuidar deste mun-

do criado por Deus precisa ser uma tarefa de todos nós, de maneira contínua e responsável. Não basta ser criacionista. É preciso cumprir nossa tarefa de cuidar da criação do Senhor. Deus fez tudo muito bom e bonito. E nós, temos preser-vado a beleza da criação? Destruir a criação é ofender o Criador. Não negocie sua fé de crer que Deus é o Criador.

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Gênesis 1.1-10

Terça: Gênesis 1.11-20

Quarta: Gênesis 1.21-23

Quinta: Gênesis 1.24-25

Sexta: Isaías 40.28

Sábado: Hebreus 11.1-3

Domingo: Salmo 8

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HOMEM: SENHOR OU SERVO?

LIÇÃO 5DATA DO ESTUDO

Textos Básicos: Gênesis 1.26-31; Gênesis 2.7; Romanos 9.20

Um homem estava andando numa floresta quando, de repen-te, viu uma luz forte, brilhante. A luz andava em sua direção. Ficou assustado e preocupado, mas é claro que também curioso. Nun-ca tinha visto algo igual. A luz se aproximou dele e ele ouviu, então, uma voz. Uma voz forte e firme que disse: Eu sou Deus! E tenho uma missão para você. Missão, mas que missão? Você já viu uma rocha que fica perto de sua caba-na? Sim, já vi. Aliás, vejo todos os dias. Então a sua missão é empur-rar todos os dias aquela grande rocha. Sim, Senhor, aceito com alegria esta missão. E assim foi. Todos os dias o homem empurra-va pela manhã e à tarde a rocha. À noite descansava e dormia. No dia

seguinte, fazia o mesmo, cumprin-do a missão.

Passado muito tempo, perce-beu que a rocha permanecia no mesmo lugar, não se movia. Pa-rou, pensou, começou a refletir e foi falar com Deus. Ele estava aborrecido com aquela missão, que para ele não estava tendo nenhum êxito. Ficou frustrado, procurou a Deus e disse: Desisto! O Senhor me fez de fracassado. Deu-me uma missão impossível. Há muitos dias estou empurrando a rocha e ela continua no mesmo lugar, nem um centímetro se quer se moveu. Então Deus respondeu àquele coração angustiado: Meu filho, quando conversei com você na floresta, qual foi a missão que lhe dei? Respondeu o homem:

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Empurra a rocha. Então, meu filho, falei para você empurrar a rocha e não para movê-la. Depois de tanto tempo, olha os seus braços: estão mais fortes. Você está mais prepa-rado. Não pedi você para mover a rocha, mas para empurrá-la! Quan-do for para mover a rocha, eu mes-mo o farei, disse Deus.

Deus nos deu uma missão ao nos criar, mas o homem não tem entendido bem qual foi a missão dada pelo Criador. Quem somos nós para replicar a Deus, não é ver-dade? Vamos continuar empurran-do a rocha, mesmo que ela não se mova. Fazê-la mover pode não ser a nossa tarefa. Somos servos e não senhores.

1 – ESCULTURA DIVINA ( Gênesis 2.7 )

O homem foi criado de manei-ra excepcional! Destaca-se en-tre todos os seres, pois foi criado de forma diferente. É bom notar e pontuar que para os demais seres sempre houve uma ordem divina: “produza a terra e as águas”. Deus sempre estabeleceu e exigiu que a terra produzisse os seres. A sua palavra criadora deu à terra as condições necessárias, úteis e im-portantes para que cumprisse sua determinação: “E disse Deus: Pro-duza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente está nela sobre a terra; e assim foi.” (Gn 1.11). Com

o homem foi diferente. Na criação do homem, Deus não lança mão de nada cooperativo que não seja a ação divina em sua essência. É dito: “Façamos...”.

Pensa no escultor fazendo a sua obra, imagina o oleiro produ-zindo um trabalho manual. Foi as-sim. Deus colocou as suas próprias mãos para criar o homem. O homem não é um prolongamento das vidas existentes. Mas é uma criatura nova, especial, diferenciada e que teve a ação direta, pessoal e escultural do Criador. Deus formou o corpo do homem. Para alguns, pode pare-cer uma infantilidade. Inconcebível. Historinha infantil. Impossibilidade racional. Mas Deus sempre usa o impossível do homem. A sabedoria de Deus é bem diferente da sabe-doria humana. Quem é o homem, criatura, para replicar o Criador? Para indagar ao Criador e discordar dele? Fomos feitos do pó da terra. A história infantil, para muitos, se tornou a obra escultural de Deus. Deus colocou as mãos na “massa”.

2 – IMAGEM DIVINA ( Gênesis 1.26 )

Era projeto de Deus na criação do homem, fazer um ser que tives-se relacionamento com a essência divina. “Criou o homem à sua ima-gem e semelhança”. Expressões que podem levar os pensadores a maiores especulações teológi-cas. Entende-se por imagem e se-melhança a grandeza de Deus, a

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essência divina e seus atributos morais sendo transferidos para o homem e os atributos naturais para serem admirados, respeitados e confiados pelo homem. Nenhuma outra criatura recebe a especiali-dade da imagem e semelhança do Criador.

A imagem de Deus no homem nos leva a pensar sobre a espiritua-lidade humana. Assim como “Deus é Espírito...” (Jo 4.24a), o homem é um ser espiritual. Espiritualmente, com as devidas proporções, o ho-mem é semelhante a Deus. Deus é Espírito e o homem é um ser espi-ritual. Essa espiritualidade dada por Deus fez do homem a essência da pessoa humana.

3 – SOPRO DIVINO ( Gênesis 2.7 )Depois de esculpir o homem

com a terra, Deus deu-lhe o fôlego da vida. Há nesse momento, o com-plemento e plenitude do projeto da criação do homem. A escultura de barro passa a ter vida. A escultura se transforma em carne e osso com o seu funcionamento vital, corrente sanguínea, respiração, células e todos os órgãos do corpo humano. O sopro dado na criação é perma-nente na preservação e provisão do funcionamento de nosso corpo. Quando olho para o funcionamento do meu corpo, reconheço e sinto o sopro de Deus em minha vida.

Mas esse sopro, que fez do ho-mem alma vivente, vai além de um corpo em funcionamento de ma-

neira linda, especial e harmonio-sa. Esse sopro que veio do próprio Deus, foi o Senhor compartilhando com o homem o seu espírito. Corpo, alma e espírito agora presente na vida humana: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente con-servados irrepreensíveis para a vinda de nosso SENHOR Jesus Cristo” (1Ts 5.23). O homem é um ser espiritual e isso o difere dos ou-tros seres. O homem, com o fôlego da vida, adquiriu razão, consciên-cia, livre arbítrio, conhecimento de si mesmo, de Deus e do mundo e a imortalidade da alma. Existe uma harmonia inconfundível no ser hu-mano e em estreito funcionamento o faz ser o que é, por criação divina. Corpo, alma e espírito interagem harmonicamente. Portanto, o ho-mem é um ser integral, indivisível. Se assim não fosse, não seria o que é.

4 – MISSÃO DIVINA ( Gênesis 1.28 )

Este ser, super importante e criado de maneira tão especial e milagrosa tem uma missão neste projeto da criação. A ele, Deus deu uma responsabilidade. Pois não existe liberdade sem responsabili-dade. Aliás, esse dualismo sempre foi um drama na vida do homem. Sempre quis ter privilégios desas-sociados de compromissos. Ao ser criado, o homem recebeu respon-sabilidades dadas por Deus.

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Dominar a terra e subjugá-la seria uma missão. Parece que com o tempo o homem foi distorcendo essa tarefa. Dominar, disse Deus, e não destruí-la conforme tem acon-tecido. A primeira missão seria a de ser o guardião de toda criação. Cuidar da obra de Deus. Parece-me que estamos, hoje, muito distantes dessa missão que Deus nos deu. A ganância humana e o progresso egoísta têm trazido males e destrui-ção à nossa terra, obra e criação de Deus. E o homem tem feito isso sob gargalhadas, aplausos e corrupção. E nós, filhos de Deus, temos sido cúmplices nesse processo destrui-dor do planeta.

O não cumprimento do cuidado da terra é uma forma de destruição não apenas da obra, mas da mani-festação da glória de Deus, porque a criação existe para manifestar esta glória. É preciso refletir e re-pensar sobre muitas coisas nesse aspecto missional dado por Deus ao homem quando o criou.

Outra responsabilidade foi a de povoar a terra. Multiplicar. Deus queria que o seu ato de criação es-pecial se perpetuasse. Cada nova vida seria expressão da grandeza de Deus na existência humana. Crescer e multiplicar seriam a per-petuação do ato nobre e especial de Deus. Infelizmente essa missão e responsabilidade tem sido distor-cida. Essa multiplicação precisa ser dentro dos ditames divinos. Deus planejou o mundo e a família dan-do compromissos e estabelecendo

princípios, pois Ele também quer preservar a vida. Mas homens com mentes malignas, leis perversas e campanhas inconvenientes tem sido aliados para que esta missão seja manchada. O aborto é um assassinato! Toda vez que se fala em aborto o foco principal e de-terminante precisa ser a vida. Não importa circunstâncias, gostos e vontades. A vida e sua perpetuação é vontade do Criador e recebemos dele esta missão. Nunca interrom-per a vida.

PARA PENSAR E AGIRNão podemos nos esquecer de

que somos criatura de Deus, e não criador. É preciso que entendamos que fomos criados. Existimos por obra das mãos de Deus. Isso repre-senta o maior privilégio entre toda a criação, mas também uma enor-me responsabilidade moral. Viver na condição de criatura especial de Deus nos submete ao compromisso de seguir os ditames daquele que nos fez. Se usarmos outro “manual de fabricação” não vai dar certo o funcionamento. Não negocie sua fé de que fomos criados por Deus!

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Gênesis 1.26-31

Terça: Gênesis 2.7

Quarta: Isaías 43.1-7

Quinta: Gênesis 2.18-25

Sexta: Romanos 9.19,20

Sábado: Salmos 8.4-5

Domingo: Jó 14.1-5

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JESUS CRISTO:REALIDADE OU MITO?

LIÇÃO 6DATA DO ESTUDO

Textos Básicos: Filipenses 2.1-11; Mateus 16.13-16

Um nadador tinha o costume de correr até a água e molhar os pés antes de efetuar o mergulho. Isso acontecia sempre. Era um hábito. As pessoas viam e ficavam impressionadas com o comporta-mento do nadador que não falhava em seu procedimento. Certa vez, alguém quis saber e perguntou ao atleta qual era a razão daquele hábito. Então o nadador sorrindo, respondeu. Eu era professor de natação há muitos anos atrás. En-sinava a nadar e a saltar do tram-polim. Certa noite, eu não conse-guia dormir e fui até a piscina para nadar um pouco. Quando eu esta-va no trampolim, vi minha sombra em forma de cruz refletida na pis-cina. Algo surpreendente. Naquele momento, fui tomado de uma pro-funda reflexão. Não era um cristão ainda, mas já tinha ouvido muitas vezes sobre Jesus e a sua cruz.

Desci a escada e então os meus pés tocaram o piso da piscina. Ela estava vazia. Tremi naquela hora. Haviam esvaziado a piscina e eu não tinha percebido. Se eu tivesse saltado teria sido o último salto da minha vida. Fiquei tão agradecido a Deus que me ajoelhei na beira da piscina, confessei meus peca-dos e me entreguei totalmente a Jesus, consciente de que foi numa cruz que Jesus morreu para me salvar. Naquela noite eu fui salvo duas vezes. A “cruz” me salvou.

Vamos estudar hoje sobre a pessoa de Jesus.

1 – QUEM É JESUS? ( Mateus 16.13-16 )

Que pensam os homens e vo-cês sobre mim? Perguntou Jesus. Pergunta básica do cristianismo. Quem é Jesus? Depois de tanta

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convivência ocular, auditiva e pal-pável com Jesus, chegou o momen-to dos discípulos verbalizarem e resumir quem era Jesus para eles. Os escribas e fariseus, indignados com o milagre realizado por Jesus, indagavam: “Quem é este...?” (Lc 5.20,21). Ao acalmar o mar, perguntaram sobre Jesus: “Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?” (Mc 4.41). Quando declara perdão à mulher conside-rada indigna, os observadores dis-seram: “Mas quem é este que até pecado perdoa?” (Lc 7.49). Por ocasião da morte trágica de João Batista, a autoridade indagava, re-ferindo-se a Jesus: “quem é este de quem tenho ouvido tantas coi-sas?” (Lc 9.9).

O cristianismo é mais do que postulados abstratos, filosóficos ou qualquer outra coisa semelhante. O cristianismo fundamenta-se numa pessoa: a pessoa de Jesus Cris-to. Por isso, a indagação “quem é este?” é relevante para nós hoje! A Igreja de Cristo deve ser Cristocên-trica e bibliocêntrica.

2 – JESUS COMPARTILHA O SEU SENTIMENTO ( Filipenses 2.5 )

O sentimento de Jesus em nós. Que sentimento é esse que Paulo diz que é de Cristo, mas que preci-sa ser achado em nós? Por certo, deve ser o mesmo. Não é um pa-recido, semelhante, copiado. Não! Paulo diz que haja em nós o mes-mo sentimento. A palavra “mesmo”

aqui é bem esclarecedora, porque significa que deve ser encontrada em nós, por meio de nós essa men-talidade de Cristo.

Devemos pensar corretamente a respeito de Jesus. De que manei-ra Ele expressou no plano humano, temporal, esse sentimento que de-vemos imitar? A Bíblia nos apre-senta o Deus que tomou a iniciativa por nós. Deixou seu trono de glória, humilhou-se e tornou-se homem. Paulo diz ainda sobre a humanida-de de Jesus: “...Jesus Cristo sen-do rico, por amor de vós se fez pobre, para que por sua pobreza vos tornásseis ricos”. (2Co 8.9).

3 – A DIVINDADE DE JESUS ( Filipenses 2.6 )

Jesus, sendo divino, não teve esta usurpação. Usurpar é apossar de algo pela força ou sem direito. Apropriar-se de algo indevidamen-te. Apegar-se a algo de forma de-sonesta. Jesus não usou de força para permanecer na forma de Deus, igual a Deus. Preferiu permanecer sendo Deus, mas agora em forma de servo. Ser Deus não foi por usur-pação, nem no princípio eterno e nem neste momento temporal.

É interessante a expressão de Paulo quando diz existindo ou sub-sistindo, que aponta para a sua preexistência. Jesus já existia an-tes de nascer em Belém. Ele era, é Deus e estava com Deus. João ensina isto em seu prólogo: “No princípio era o Verbo, e o Verbo

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estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.” (Jo 1.1). Quando le-mos Jesus existindo, somos leva-dos à visões da eternidade, ainda que de forma limitada por nossa in-suficiência, mas podemos, no míni-mo, admitir a eternidade de Jesus, que é Deus. Da mesma forma, dá a ideia de igualdade da essência divina. Jesus participa da essência divina porque Ele mesmo, em es-sência, é Deus. Lembremos que a teologia sadia é aquela que foca no essencial e nunca nas controvér-sias. O ponto central é este: Jesus é Deus! Não tem como negar, obscu-recer ou enfraquecer esta verdade. O ministério de Jesus aponta para sua divindade através da realização de milagres, que autentificavam sua obra e missão. Mas, acima de tudo, sua ação poderosa de perdoar pe-cados o distinguia de todas as de-mais ações sobrenaturais atribuí-das a Deus.

4 – A HUMANIDADE DE JESUS ( Filipenses 2.7 )

Jesus, em sua missão, volunta-riamente aniquilou-se. Deixou a sua glória com o Pai e entrou num mun-do de calamidade. Vamos encontrar aqui um aspecto da grandeza de Jesus, que foi o de esvaziar-se a si mesmo. Ele não julgou a si mesmo, como se não tivesse que abrir mão, abdicar de coisas que faziam par-te de sua natureza. Nunca perdeu, mas em função de sua missão e obra, abriu mão de usar, de manei-

ra espontânea e voluntária, a sua divindade. Jesus não achou que isso seria impossível, pelo fato de ser Deus. Pelo contrário, pelo fato de ser Deus é que assim poderia.

Tremendo poder de Jesus, de viver o esvaziamento de si pró-prio. Não se agarrou à sua situa-ção preexistente, mas adentrou na história humana para compartilhar sua glória com os homens, trazen-do salvação e vida. Tomou a forma de servo e passou por todas as experiências humanas, sendo até mesmo tentado em tudo, mas ja-mais cometeu um delito sequer. Ele mesmo declarou certa vez: “Quem me convence a pecar?” (Jo 8.46). O escritor de Hebreus refere-se a Jesus dizendo: “...suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.” (Hb 12.2).

Ao invés de explorar sua forma divina para tirar vantagens em seu ministério, preferiu a forma de ser-vo, despojando-se de si mesmo. Despojou-se por amor! Jesus des-pojou-se não de sua natureza divi-na, mas das prerrogativas da divin-dade. Ele não trocou sua natureza divina pela humana, mas demons-trou sua natureza divina em forma humana. Ao fazer-se semelhante ao homem, não significa que Je-sus que não teve humanidade real. João diz que Jesus veio em carne. “E o Verbo se fez carne, e habi-tou entre nós...” (Jo 1.14). “O que os nossos olhos viram, nossas mãos apalparam.” (1Jo 1.1). Paulo não tinha nenhuma dúvida da hu-

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manidade de Jesus e declarou em seus escritos: “...Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nasci-do sob a lei,” (Gl 4.4).

A expressão “fazendo-se” traz a ideia de que Ele nasceu. E “se-melhante” significa que exatamen-te como o homem é, Ele se tornou, porém sem pecado.

5 – A OBRA DE JESUS ( Filipenses 2.8 )

A nossa vida só tem sentido e só podemos interpretá-la à luz da cruz de Jesus. Sem a cruz a vida não tem sentido algum. Jesus é aquele que, por obediência, foi à cruz. Sua obra foi perfeita! Teve como base sua obediência ao Pai. Recebeu do Pai um nome para que estivesse acima de todo nome: “E em nenhum ou-tro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (At 4.12). Quando o anjo anunciou o advento do Messias, disse à Maria que o nome daquele que haveria de nascer seria Jesus, porque Ele sal-varia o mundo de seu pecado: E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. (Lc 1.31). Jesus significa “Jeová é salvação”. O “Eu sou” haveria de salvar.

A obra de salvação, por meio da morte e ressurreição de Jesus possibilita então ao homem, por meio da graça divina reconhecer-se pecador e curvar-se diante da ma-

jestade, glória e poder de Deus. Os joelhos se dobram diante da obra salvadora de Jesus e a boca procla-ma em confissão de fé que Ele é o Senhor: “... Com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação...” (Rm 10.10). Jesus é aquele que é digno de ser exaltado porque o Pai primeiramente o exaltou de manei-ra soberana, dando-lhe um nome. Exaltado, porque tem domínio e au-toridade de forma plena no céu, na terra e debaixo da terra. Exaltado, porque sua obra salvadora é reco-nhecida por aqueles que o confes-sam como Salvador e Senhor.

PARA PENSAR E AGIRJesus Cristo é o Filho de Deus

e único mediador entre Deus e os homens. Reconhecê-lo como Sal-vador e Senhor é a melhor escolha que alguém pode fazer. Não basta saber quem é Jesus. É preciso viver este conhecimento. Reconhecer, declarar e viver sob o senhorio de Jesus é privilégio, responsabilidade e desafio. Não negocie a sua fé de que Jesus é Senhor!

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Filipenses 2.1-11

Terça: Lucas 5.20-21

Quarta: Lucas 1.31

Quinta: Romanos 10.10

Sexta: Atos 4.12

Sábado: Gálatas 4.4

Domingo: Mateus 16.13-16

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ESPÍRITO SANTO: PESSOA OU INFLUÊNCIA?

LIÇÃO 7DATA DO ESTUDO

Textos Básico:s João 14.16-26; 15.26; 16.7-14

Três jovens, a fim de entende-rem melhor uma passagem bíbli-ca, chegaram para o seu pastor e perguntaram: – Pastor, a pa-lavra diz “enchei-vos do Espírito Santo”, mas estamos muito em dúvida: como se faz isso? O pas-tor lhes entregou uma peneira e disse: – Vão até o rio e encham essa peneira com água, quando conseguirem vocês terão a res-posta. Os três jovens foram ao rio um tanto quanto duvidosos e in-crédulos. Chegando à água, eles discutiram, mas não conseguiam pensar em alguma forma de en-cher aquela peneira de água. En-tão, dois disseram: – O nosso pas-tor está louco! Isso é inútil! Vamos embora, senão ficaremos o dia todo aqui feito bobos. Horas mais tarde o pastor foi até aquele rio

e encontrou apenas o jovem que não desistiu. Ao ver o pastor, ele disse meio triste: – Ah pastor, não consigo encher essa peneira de água! Já quebrei a cabeça, mas é impossível! Disse-lhe o pastor: – Você só conseguirá ter água nesta peneira, meu jovem, se a mantiver mergulhada no rio. As-sim também é para ser cheio do Espírito Santo. Só conseguirá ser cheio, se permanecer mergulhado n’Ele! Enchei-vos do Espírito!

O ensino bíblico sobre o Espí-rito Santo é vasto. Tanto no Antigo Testamento quanto no Novo en-contraremos elementos para uma boa abordagem sobre Ele. De ma-neira bem substanciosa, no Novo Testamento e mais ainda nas car-tas paulinas. Mas quero, nesta li-ção, apresentar o ensino de Jesus

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sobre o Espírito Santo, que servirá de norte para nossa compreensão em todas as demais citações, prin-cipalmente no Novo Testamento. Posso dizer que o ensino de Jesus sobre o Espírito Santo é como uma chave para todo entendimento nas demais partes das Escrituras.

1 – JESUS ENSINOU QUE O ESPÍRITO SANTO É OUTRO CONSOLADOR ( João 14.16 )

Jesus fez a promessa de que os discípulos não ficariam sozinhos. Haveria outro consolador. Quem é esse outro consolador? O Espírito Santo. Duas coisas aqui a observar e destacar no ensino de Jesus. Ele disse “outro”. Um que iria substi-tuí-lo. A palavra usada por Jesus, aqui, significa outro, mas não dife-rente do primeiro. Outro igual. Ou-tro, mas que seria da mesma es-sência. O Espírito Santo não é uma emanação, uma influência ou uma força. É uma pessoa! Tem atribui-ções de uma personalidade. Tem em si mesmo elementos de existên-cia pessoal. Sente tristeza, ensina, tem vontade, intercede, guia. Tem também a mesma essência divina, assim como Jesus.

Outra palavra que Jesus usa é “consolador”. A palavra usada signi-fica aquele que está ao lado, que dá força, que assegura vitória. Aquele que não deixa cair. Aquele que nos dá o suporte de vida e força. Este é o Espírito Santo na vida do discípu-lo. O amparo divino continuaria na vida daqueles seguidores de Cristo.

O Espírito Santo está em nós. Foi-nos dado como selo e garantia de nossa salvação. Paulo diz que se alguém não tem o Espírito, o tal não é de Deus: “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus ha-bita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.” (Rm 8.9).

2 – JESUS ENSINOU QUE O ESPÍRITO SANTO É O ESPÍRITO DA VERDADE ( João 14.17 )

Jesus se referiu ao Espírito San-to como sendo o Espírito da verda-de. O cristianismo foi fundamentado sob a verdade que o próprio Jesus declarou: “... eu sou a verdade...” (Jo 14:6). O “Espírito da verdade” porque faria com que os discípulos lembrassem, entendessem toda verdade de Deus em Cristo Jesus. O Espírito Santo seria aquele, na promessa e ensino do Mestre, que daria ênfase à revelação plena e completa de Deus, que é Jesus. A obra do Espírito no crente seria de enfatizar o que fora revelado, trazer luz e entendimento.

A Verdade de Deus, que é Je-sus, estava com os discípulos, por isso eles teriam este Espírito da verdade. Quem não tem a verdade, não tem o Espírito de Deus. O mun-do não o recebe porque não tem esse Espírito. É na experiência de conversão, ao nascer de novo, que recebemos a verdade que é Jesus e, por conseguinte, o Espírito da verdade. Toda obra ou compreen-

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são das Escrituras que se opuser à vida e obra de Jesus não é do Es-pírito da verdade. Jesus disse que o Espírito faria com que os discípulos se lembrassem de tudo que o Ele havia ensinado. “Mas aquele Con-solador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” (Jo 14.26). A obra do Espírito, aqui no ensinamento de Jesus, está relacionada com a obra e ensino dEle mesmo.

3 – JESUS ENSINOU QUE O ESPÍRITO SANTO TEM A MISSÃO DE CONVENCIMENTO DO PECADO ( Jo 16.8-11 )

Jesus ensinou que o convenci-mento do pecador é obra do Espíri-to Santo. Tamanha relevância essas palavras de Jesus naquele momen-to em que os discípulos dariam continuidade à Sua obra na procla-mação do Evangelho e no convite ao pecador para o arrependimento. Há momentos que nossa paixão é tão grande pelo pecador que nos dá uma vontade de convertê-lo ao Evangelho. Mas Jesus ensina que isso seria obra do Espírito Santo: “E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo. Do pecado, porque não crêem em mim; Da justiça, por-que vou para meu Pai, e não me vereis mais; E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.” (Jo 16.8-11). Precisamos deixar de querer realizar a missão

de convencimento, que não é nos-sa, e confiar no poder de Deus e na obra do Espírito.

Uma das obras do Espírito San-to no ensino de Jesus é a do con-vencimento. O Espírito Santo traba-lha no pecador, a fim de que este entenda e aceite que é pecador. Através da persuasão, o Espírito Santo cria uma certeza no outro. A Bíblia diz que todos pecaram. Crer em Jesus é resultado desse con-vencimento produzido pelo Espírito no coração do homem. O Espírito traz para o homem o entendimen-to de que o pecado é uma ofensa contra Deus. O que nos faz crer em Jesus é o reconhecimento de que somos pecadores. Jesus disse: “Convencerá o homem do peca-do porque não creem em mim.”

Jesus declarou que além de con-vencer o homem, o Espírito Santo também daria o entendimento do que é a justiça. O pecador precisa saber que a salvação não é resul-tado de sua própria justiça, mas da justiça divina. Não existe salvação por obra própria. Jesus Cristo é o centro da justiça de Deus e o peca-dor precisa ter este convencimento. Disse Jesus: “... da justiça, porque vou para meu Pai, e não me ve-reis mais.”

O homem precisa entender e estar convencido de que a cruz do Calvário trouxe o juízo. Satanás já está condenado e seus adeptos constituem o mundo perdido. A mor-te de Jesus na cruz estabeleceu o

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juízo de Deus. Esse entendimento e convencimento, diz o Mestre, que seria obra do Espírito da verdade. Jesus disse: “... e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado”. O juízo nos faz entender que o maior problema do homem já foi resolvido pelo triunfo de Jesus na cruz. O diabo já foi vencido!

4 – JESUS ENSINOU QUE O ESPÍRITO SANTO TEM UMA MISSÃO NA VIDA DO CRENTE E DA IGREJA ( Jo 15.26,27 )

É o Espírito que nos faz dar tes-temunho de Jesus. “Mas, quando vier o Consolador, que eu da par-te do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim.” (Jo 15.26). O crente e a Igreja não possuem uma missão própria, ori-ginada em si mesmos. A missão da Igreja é a missão de Jesus enfatiza-da na pessoa do Espírito na vida do crente e guiada à Igreja.

A Missão da Igreja e sua obra não são de marketing eclesiástico, nem mercantilismo pessoal. Muito menos de entretenimento. A mis-são da Igreja é ser conduzida, diri-gida e capacitada pelos dons, para que tudo redunde no testemunho de Jesus. Qualquer manifestação pessoal ou eclesiástica que venha chamar a atenção e focar mais as pessoas do que Jesus é areia mo-vediça, espiritualmente falando. É falácia de interpretação, vida e obra.

Tudo o que for secundário na vida da Igreja só tem relevância se convergir para o testemunho da vida e obra de Jesus e glorificá-lo. É tempo de pararmos de trabalhar na Obra buscando os holofotes e nossa proeminência. A glória é do Salvador. Jesus não pode ser um coadjuvante na Igreja. “Ele é o Se-nhor. E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o SENHOR, para glória de Deus Pai.” (Fp 2.11).

PARA PENSAR E AGIRConhecer e viver os ensinamen-

tos de Jesus sobre o Espírito Santo é essencial para a vida do crente e da Igreja. Toda experiência cristã, habilidades pessoais e capacida-des adquiridas terão pouco ou ne-nhum valor produtivo no Reino de Deus se a obra não for feita, condu-zida e orientada pelo Espírito San-to. Fazemos muito e produzimos pouco, porque muitas vezes faze-mos com a nossa força pessoal e autossuficiente.

Façamos a obra do Senhor con-duzidos pelo Consolador, pelo Espí-rito da verdade e pelo convencedor.

Leitu

ra Di

ária

Segunda: João 14.16-20

Terça: João 14.24-26

Quarta: João 15.26-27

Quinta: João 16.7-11

Sexta: João 16.12-14

Sábado: Atos 2.33

Domingo: Romanos 8.9

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PECADO: INVENÇÃO OU FATO?

LIÇÃO 8DATA DO ESTUDO

Textos Básicos: Gênesis 3; Romanos 5.12-21

Há uma história em que um homem estava totalmente decep-cionado com tudo e com todos. Até mesmo com a fé. Dizia ele que já durante anos havia feito vários pedidos a Deus e que nunca tinha obtido resposta como ele deseja-va. O sonho dele era ter uma gran-de casa, quase uma mansão, mas nunca conseguira. Decepcionado com sua vida espiritual, resolveu que mudaria de lado: passaria para o lado do diabo. E assim fez com o intuito de receber o que ele tanto queria e que não tinha con-seguido até aquele instante.

Fez então um pedido ao inimi-go: queria a casa dos seus sonhos. Então o diabo respondeu e disse que não daria apenas a casa, mas também um trabalho, fama, enfim,

tudo que o homem queria e algo mais. O homem ficou impressio-nado. Rapidez no atendimento e ainda acréscimo no que pedira. As coisas foram acontecendo e o pedinte cada vez mais maravilha-do. Um dia, o diabo o levou numa mansão. Uma casa para ninguém colocar defeito. Algo grandioso. E então disse: esta casa será a sua casa para fechar os seus desejos. Só tem uma coisa, disse o inimi-go, dou-lhe a casa, mas eu preci-so de uma coisa em troca. Qual? Perguntou o homem. Tudo aqui é teu: casa, móveis, decoração, enfim, tudo, tudo. Mas eu preciso de dois pregos na parede da sala e esses dois pregos serão meus e você não poderá mexer neles, muito menos tirá-los. O homem

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já seduzido e entusiasmado, disse: O que são dois preguinhos em com-paração com esta mansão. Negócio fechado! E assim foi.

O homem vivia um tempo de ex-trema alegria. A casa era tudo. Rea-lização praticamente total. Um belo dia, ele chega em casa e encontra pedaços de carne pendurados no prego. Naquele prego! Estranhou, mas achou que aquilo não tiraria a sua alegria. No dia seguinte, mais carne. No terceiro dia, já percebia um incômodo. As carnes pendura-das já estavam putrificadas. Esta-vam podres. O cheiro era insuportá-vel. Mau cheiro e insetos tomavam conta do ambiente que se tornou inabitável. Resolveu chamar o seu doador e reclamou. O diabo disse: cumpri o que disse que faria. Fize-mos um acordo. Dei-lhe a casa e disse que os pregos seriam meus e eu poderia fazer o que eu quisesse.

Um simples prego arruinou o am-biente da casa, trazendo mau cheiro e bichos insuportáveis. O pecado é assim! Cuidado com os “negócios” que fazemos na vida espiritual.

1 – A REALIDADE DO PECADO ( Romanos 5.12 )

O homem pode decidir entre o bem e o mal. A coisa mais extraor-dinária no ser humano não é exata-mente aonde ele vai quando é obri-gado a ir, mas quando ele faz bem a sua escolha ao ter a oportunidade de escolher entre o bem e o mal. No caso do homem da história contada

na introdução, ele escolheu o mal, escolheu pecar. O alvo do Criador de bem estar físico e espiritual foi desperdiçado pelo homem ao fazer sua escolha.

Se tudo que Deus fez foi muito bom, por que razão nos deparamos com tantas coisas que não são tão boas assim? Por que encontramos um mundo repleto de violência, dor, sofrimento, luto, etc? Por quê? Esta tem sido um das muitas perguntas inquietantes na existência humana. A resposta está em uma só palavra: PECADO.

O que é pecado? Existem várias maneiras de se considerar o peca-do. Em suma, pode ser dito como sendo tudo aquilo que desagrada a Deus, que ofende o caráter de Deus. A realidade do pecado que encontramos na Bíblia é uma expe-riência explicitada e evidenciada na vida humana: “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que to-dos pecaram.” (Rm 5.12). Mesmo assim, a tendência do homem tem sido negá-lo, amenizá-lo ou inter-pretá-lo de outras maneiras.

A nossa história comprova a existência do pecado. Mas tem ha-vido um esforço na elaboração de teorias como ateísmo, determinis-mo, hedonismo e outras, queren-do tirar ou atenuar a realidade do pecado. Argumentam: se não há Deus, não há pecado. O homem não é livre, não fez escolhas, tudo

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foi determinado. Segundo esses ensinos, o pecado é resultado de algo ditado por impulsos íntimos e circunstanciais, excluindo assim, a responsabilidade da escolha feita pelo homem.

Outros, enfocam que a vida é di-tada pelo prazer: o foco é o prazer, sentir-se bem, não importa o custo e os meios. O hedonismo tenta de todas as formas e argumentos es-vaziar o conceito de pecado como algo real; tenta, também, eximir o homem de responsabilidades em relação ao pecado e não apresen-ta suas respectivas consequências. Ensinam que o importante é o pra-zer e não importa se é certo ou er-rado. Esse ensino é muito presente na sociedade hoje.

A teoria da evolução, também, em certo sentido, além de outros distúrbios, esvazia o conceito de pecado. O que a Bíblia chama de pecado a evolução trata como sen-do herança da vida primitiva, vida animalesca.

2 – COMO O PECADO ENTROU NA VIDA HUMANA ( Gênesis 3.6 )

Ao ser criado por Deus, o ho-mem recebeu muitos “bens, muitas coisas boas”. Deus deu a ele um lar perfeito, o jardim do Éden, e ainda inteligência, domínio, matrimônio, enfim. Cercado de tantas coisas ma-ravilhosas, o homem recebeu tam-bém a liberdade, que é um dos bens mais preciosos na vida, ainda que mais sérios e com tremenda respon-sabilidade. Mas o homem não soube

utilizar a preciosa liberdade de esco-lha. Fez mau uso dela. Decidiu mal. Por influência externa, o homem es-colheu desobedecer a Deus.

A essência do pecado é a de-sobediência e o egoísmo: “E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu tam-bém a seu marido, e ele comeu com ela.” (Gn 3.6). Precisamos hoje ter cuidado. Satanás foi sutil e sagaz. O pecado sempre se apre-senta dessa maneira. É preciso ter cuidado! A Bíblia diz que o diabo procura a quem tragar: “Sede só-brios; vigiai; porque o diabo, vos-so adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar;” (1Pe 5.8). O diabo agiu com astúcia sugerindo ao homem refletir, colocando dúvi-das naquilo que Deus havia dito e fazendo sugestões.

A Bíblia diz: Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes con-tra as astutas ciladas do diabo. (Ef 6.11). É assim que acontece para que o pecado se desenvolva na vida humana. Ele usa métodos de convencimento. Podemos dizer, numa linguagem bem comum, que o diabo foi bom de papo. Até hoje ele é assim. Ele agiu e falou com sutileza, não com arrogância, im-posição ou medo. Mas com oferta indutiva. A Bíblia diz que ele é astu-to e o pai da mentira: “Quando ele profere mentira, fala do que lhe é

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próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.” (Jo 8.44). A sutileza de Satanás abre caminho para o dese-jo impuro, impulsiona a desobediên-cia e o egoísmo. Satanás levanta suspeita sobre a bondade de Deus, sobre sua retidão e santidade.

3 – AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA ( Gênesis 3.14-19 )

A queda do homem trouxe como consequência o juízo de Deus. Para a serpente: “... Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera... E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calca-nhar.” (Gn 3.14-15). Para a mulher: “Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu dese-jo será para o teu marido, e ele te dominará.” (Gn 3.16). E para o homem: “... maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida... No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; por-quanto és pó e em pó te torna-rás.” (Gn 3.17-19).

Quando Adão e Eva pecaram, eles se fizeram merecedores de pu-nição pela desobediência e trouxe consequências para todos os envol-vidos na queda. A Bíblia é clara e diz que: “O salário do pecado é a morte.” (Rm 6.23). O pecado gera culpa. A Bíblia diz: “Foram abertos os olhos e...” (Gn 3.7). Realmente

houve conhecimento, mas diferente do que eles imaginavam e espera-vam. Ao invés de se tornarem iguais a Deus veio sobre eles a punição.

PARA PENSAR E AGIRO pecado é real na vida huma-

na. A Bíblia ensina assim e cons-tatamos na experiência humana. O pecado precisa ser tratado como pecado. Trouxe as piores conse-quências para o ser humano, tra-zendo morte, sobretudo a espiri-tual, com consequência de morte eterna. Não deixemos que o diabo queira colocar pequenos “pregos” em nossa vida para pendurar imun-dície. O pecado é uma imundície na vida humana. Admitir que somos pecadores e buscar a solução em Deus é o caminho da vitória sobre o grande mal chamado pecado. Não subestime o pecado. Veja como algo sério a ser combatido com o sangue de Jesus. Não negocie nun-ca com ideias e conceitos filosófi-cos que querem esvaziar o sentido do pecado.

Pecado existe, sim. Viver no pe-cado, não!

Leitu

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ária

Segunda: Gênesis 3.1-5

Terça: Gênesis 3.6-7

Quarta: Gênesis 3.7-11

Quinta: Gênesis 3:12-23

Sexta: Romanos 5.12-21

Sábado: Romanos 6.23

Domingo: João 8.44

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SALVAÇÃO: OBRAS OU GRAÇA?

LIÇÃO 9DATA DO ESTUDO

Textos Básicos: Gênesis 3.15; Efésios 2.1-22, João 3.16

Conta-se que certo escultor tentou de todas as maneiras e formas aproveitar um pedaço de mármore para fazer uma escultu-ra, mas nada conseguiu. Passou a ser um desafio para outros escul-tores que entenderam que deve-riam também fazer algum esforço nesse sentido. Dias, horas, meses dedicados e nada. Depois de al-gum tempo no projeto, esses es-cultores esforçados também desis-tiram. Durante muito tempo aquele bloco de mármore ficou esquecido e rejeitado. Ficou num montão de escórias e restos de obra.

Um dia, passou por aquela ci-dade, Miguel Ângelo. Viu o már-more, apaixonou-se por aquela pedra informe, sem vida e que nada representada naquele es-tado. Admirou e amou as formas irregulares da pedra. Estava suja, cheia de defeitos. Irregularidades causadas pelos esforços de ou-tros que se diziam escultores. Mi-guel conseguiu levar a pedra para

seu local de trabalho. Olhava-a todos os dias. E cada dia ficava mais apaixonado pela pedra e via as possibilidades de transforma-ção. Começou a trabalhar naquele bloco com carinho, dedicação e amor. Resultado: daquela pedra mármore que parecia imprestável, desprezível e irregular esculpiu uma grande obra de arte conhe-cida no mundo, que foi a escultura de Davi.

O mundo em que vivemos é repleto de pessoas e seres consi-derados irregulares, desprezíveis, defeituosos, esquecidos, jogados ao lixo. Alguns, recebendo ape-nas seus próprios esforços para verem mudança. Outros, sendo “esculpidos” por pessoas que, na verdade, não podem fazer uma obra completa e eficaz. Só Jesus pode transformar uma pedra bru-ta, desprezível e irregular, como o homem, numa escultura admirá-vel. Só Jesus pode fazer a real e verdadeira mudança. Salvação é o

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que o homem precisa. Vamos estu-dar hoje sobre esta obra maravilho-sa de Jesus na vida do homem. Tão grande salvação em Cristo Jesus!

1 – PROMESSA IMEDIATA À QUEDA ( Gênesis 3.15 )

Logo após a queda do homem no Jardim do Édem, Deus tomou a iniciativa de buscá-lo, agora caído e envergonhado pelo seu pecado. “Adão, onde estás?” (Gn 3.9) – Deus iniciou a procura pelo homem. Claro que Deus, que sabe todas as coisas, sabia onde Adão estava, mas a indagação, como se diz hoje, era retórica. Era preciso que Adão soubesse que Deus o procurava e que, apesar do pecado, ele não fora abandonado. Naquele momen-to, Deus decidiu buscar o perdido e declarar a promessa de que viria Alguém para esmagar a cabeça da serpente. Nem tudo estava perdido, apesar da gravidade da situação. Com Deus, nada estará perdido em nossa vida.

2 – PREPARATIVOS PARA O CUMPRIMENTO ( Gênesis 12.1-3 )

Deus, o planejador por excelên-cia, tendo a história sob seu contro-le, prepara de maneira “apoteótica” o cumprimento de sua promessa. O que viria a esmagar a cabeça da serpente nasceria, viria em forma de homem e seria a grande expres-são do Divino. João diz que “o Ver-bo se fez carne” (Jo 1.1). Deus usa a história e a geografia como palco e atos desse preparativo. Um ho-

mem, Abrão, é chamado para for-mar uma nação: “E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome e tu serás uma benção.” (Gn 12.2,3). Desse povo, na plenitude dos tem-pos (Gl 4.4), Jesus nasceu, quan-do tudo estava pronto, preparado para o advento do Messias. Toda a região romana tinha um só idioma, o grego, o que facilitaria a comuni-cação do Evangelho. Além disso, os romanos tinham construído boas e muitas estradas que ligavam as ci-dades ao seu império, o que facili-taria os comunicadores da Verdade Revelada. Estava decretada a ma-nutenção da paz em toda a região, a chamada pax romana.

3 – O CARÁTER E A NATUREZA DA SALVAÇÃO ( Efésios 2.8-10 )

Jesus disse: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (Jo 17.3). A salvação acontece quando transferimos para Jesus Cristo nossa confiança de vida eter-na. O homem é incapaz de salvar a si mesmo. Nenhum planejamen-to, esforço ou ritual humano podem propiciar ao homem a salvação. São esforços em vão. Paulo aos efésios diz: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que nin-guém se glorie;” (Ef 2.8,9). A sal-vação não vem do homem, Paulo deixa isso claro. A salvação é um presente de Deus. Qualquer esforço ou participação humana anularia o

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ato de dar a salvação. Presente que tem um custo também para quem o recebe, deixa de ser um presente.

Com a salvação, ocorre o novo nascimento e nos tornamos novas criaturas com qualidade de filhos de Deus. O homem em Cristo, me-diante o arrependimento e a fé, re-cebe a salvação. Esses elementos fazem parte do primeiro aspecto dessa experiência de salvação. Pelo arrependimento o homem dei-xa o pecado; e pela fé o homem re-cebe e aceita o sacrifício de Jesus. E então começa um longo processo que revela a natureza da salvação:

3.1 Regeneração – É a nova vida que nos é dada. O “gene” se fez novo. O Novo Testamento fala da regeneração usando as pala-vras novo nascimento, lavagem ou outras semelhantes.

3.2 Conversão – É entendida como sendo uma mudança radical que envolve a mente, o coração e o comportamento, tanto no aspecto religioso como na vida moral, ética e social.

3.3 Justificação – É o ato de Deus tornar o pecador arrependido em Cristo, justo. Deus, o Pai, rece-beu a sentença de quitação de nos-sa dívida.

3.4 Adoção – É o ato de Deus nos fazer seus filhos. Fomos adota-dos como filhos.

3.5 Santificação – O que é san-tificação? “A santificação é o pro-cesso que, principiando na regene-ração, leva o homem à realização dos propósitos de Deus para sua vida e o habilita a progredir em bus-1 - Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira

ca da perfeição moral e espiritual de Jesus Cristo, mediante a pre-sença e o poder do Espírito Santo que nele habita”1.

3.6 Por fim, virá a glorificação, que é o estado final de nossa salva-ção, que se dará na vinda do nos-so Senhor Jesus, quem nos levará para a Sua Glória Eterna. Esses aspectos nos fazem entender a na-tureza da salvação.

4 – A SEGURANÇA DO SALVO ( João 10.28-29 )

O crente não perde a salvação. O ensino da perda da salvação é uma heresia que esvazia a eficá-cia do sacrifício de Jesus e agre-ga à obra salvadora o empenho e esforço humana. Jesus ensinou que ele mesmo dá a vida eterna. Salvação é um presente de Deus. É dado. É um dom, conforme Paulo disse aos efésios. Jesus disse que ninguém pode tirar das mãos dele. O salvo jamais, em hipótese algu-ma pode ser tirado das mãos de Jesus. Quem nasceu de novo não pode retroceder nesse nascimento. Quem recebeu a natureza de filho de Deus, não perde essa natureza. (Jo 1.12; 1Jo 3.8).

A segurança da salvação não pode ser analisada conforme os ca-prichos humanos, e sim de acordo com a ação de Deus e sua graça. Não merecemos a salvação, mas ela nos foi dada. Podemos não me-recer a continuidade da salvação, mas a graça é que a faz permane-cer. A segurança da salvação não tem como base a nossa vida, e sim

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a vida de Jesus. Jesus mesmo é quem dá essa garantia e seguran-ça. No Evangelho, João registrou estas palavras de Jesus: “E dou--lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arreba-tará da minha mão. Meu Pai, que me deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. Eu e o Pai so-mos um” (Jo 10.28-29).

A salvação é compreendida em três tempos: ato, processo e con-sumação. No ato, a pessoa é salva do poder do pecado; no processo, a pessoa está sendo salva do do-mínio do pecado e na consumação, ele será salva da presença do pe-cado. O ato e a consumação são totalmente divinos e o processo é divino e humano (Lv 20.8; Js 5; 1Jo 2.6; 1Pe 1.16,16).

5 – A RESPOSTA DO HOMEM ( Rm 10.9-10 )

Paulo, quando encontrou com Jesus no caminho para Damas-co, perguntou: “O que devo fazer, Senhor?” (At 9.6). Mais tarde, um carcereiro na cidade de Filipos per-guntou: Senhores o que devo fa-zer para ser salvo? (At 16.30) Em termos de providência e essência, o homem não pode fazer nada, mas em termos de resposta, sim. É pre-ciso responder se aceita ou não a oferta de Deus. Assim como o ho-mem exercitou a sua vontade para pecar, precisa também fazer a es-colha para a salvação.

Deus é o Deus das oportunida-des. O homem fraquejou no Éden e agora Deus, em Cristo, dá ao

homem a oportunidade de ser re-dimido. A resposta do homem é crer, receber, aceitar. Paulo dis-se: “A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o co-ração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.” (Rm 10.9-10).

PARA PENSAR E AGIRNão há escape para a vida do

homem sem Jesus e sem a sal-vação que Ele oferece. Por isso é preciso agradecer a Deus por tão grande salvação, conforme diz o escritor aos Hebreus. Sermos eter-namente gratos. Um dia vivíamos nas trevas, mas Ele nos trouxe para a sua maravilhosa luz. Um dia es-távamos mortos, mas Ele nos deu vida. Um dia estávamos condena-dos e Ele nos absolveu. Um dia estávamos perdidos e sem rumo, e fomos achados.

Vivamos esta salvação com gra-tidão e com proclamação. Portan-to, não negocie o conhecimento e a experiência que você tem com a salvação em Cristo. A salvação é uma verdade inegociável!

Leitu

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ária

Segunda: Efésios 2.1-22

Terça: João 3.16

Quarta: João 10.29-30

Quinta: Romanos 10.9-10

Sexta: Atos 9.1-9

Sábado: Atos 4.10-12

Domingo: Gênesis 12.1-3

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LIÇÃO 10DATA DO ESTUDO

Textos Básicos: Deuteronômio 10.17; 1Pedro 1.2; Gênesis 2.16-17; 2Pedro 3.9

Um enorme transatlântico dei-xa sua cidade, seu porto, e vai em direção a outro destino. A rota e o destino foram determinados pelas autoridades competentes. Nada pode mudar a rota e o destino da-quele navio. Dentro daquele na-vio há uma multidão de viajantes. O navio vai para o norte, mas as pessoas que estão dentro dele po-dem fazer suas escolhas. Podem caminhar em direção contrária ao navio, podem escolher a hora de dormir, podem escolher a comida para se alimentarem, podem es-colher ler, podem falar tudo que desejarem, enfim, as atividades delas ali naquele navio não foram determinadas. São livres para se movimentarem para lá e para cá conforme desejarem, de acordo

com sua escolha. Mas não podem mudar o curso do navio. O transa-tlântico está indo à frente.

A ilustração acima serve para observarmos a presença da so-berania e do livre arbítrio, sem ne-nhuma contradição.

Vamos procurar, nesta lição, entender um pouco sobre esse tema desafiador que é a eleição na perspectiva da soberania divi-na e do livre arbítrio humano.

1 – A SOBERANIA DE DEUS ( Deuteronômio 10.17 )

Soberania de Deus e livre arbí-trio não se opõem, não se contra-dizem. O grande transatlântico do propósito soberano de Deus man-tém seu curso através do oceano

ELEIÇÃO: SOBERANIA OU LIVRE ARBÍTRIO?

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da história. Deus age e comanda sem nenhum impedimento o rumo de seu propósito eterno, que Ele estabeleceu em Cristo Jesus antes da fundação do mundo.

Confundimos soberania quando a imaginamos como sendo apenas a manifestação da vontade de Deus. Quando assim pensamos, come-temos outros erros. Soberania de Deus envolve todo o seu ser. É tudo o que Deus é. Todos os seus atri-butos juntos, em harmonia. A ma-nifestação de Deus em eleger, com sua soberania, está relacionada ao seu ser: “Pois o SENHOR vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Soberano dos soberanos, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas;” (Dt 10.17).

A soberania dEle envolve a sua vontade e todos os demais atributos, inclusive amor e justiça. A vontade de Deus envolve seu propósito e o livre arbítrio do ho-mem. Deus predestinou o meio da Salvação, que é em Jesus Cristo, e isso não muda! Mas a vontade de Deus está em harmonia com sua retidão, justiça e amor. Desta for-ma, eis a sua vontade: “Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade.” (1Tm 2.4). Por isso, o texto áureo da Bíblia diz: “Porque Deus amou o mundo de tal ma-neira que deu o seu Filho unigê-nito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3.16).

2 – A LIBERDADE DE ESCOLHA ( Gênesis 2.16-17 )

O que é livre arbítrio? Em resu-mo, livre arbítrio seria a capacidade dada por Deus ao homem de fazer escolhas e agir em função delas. O homem tem livre arbítrio pleno, absoluto ou relativo? É claro que o livre arbítrio do homem é relativo, pois deve estar em consonância com sua natureza. Não pode ferir a sua natureza humana com seu po-tencial e suas limitações. Por exem-plo: Eu estou diante de um rio e pre-ciso atravessá-lo. Eu decido se vou atravessar andando pela ponte ou se vou atravessá-lo a nado, se te-nho essa aptidão. Mas jamais pode-rei escolher atravessar o rio voando. Não posso fazer essa terceira esco-lha, porque voar contraria a minha natureza. A minha natureza não permite voar, portanto, não tenho o livre arbítrio de escolher voar.

A finitude humana evidencia que a sua liberdade é finita, assim como sua capacidade de escolher. O ho-mem faz suas escolhas com liber-dade naquilo que é possível, den-tro do limite de sua natureza, mas quase sempre o homem não pode escolher as consequências de sua escolha, porque geralmente elas já estão agregadas àquilo que se escolhe. O homem, portanto, como um ser moral, exerce sua vontade. Vontade é a capacidade de esco-lher a ação e o modo de efetivar essa ação. A pessoa é quem deter-mina a ação.

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Deus disse que de toda árvore do jardim poderia comer, mas de uma não. O livre arbítrio existen-te deveria ser moldado, conduzido pela obediência. Pode comer de tudo, mas uma não convém porque teria várias consequências, como teve. Poder podia. A questão era: de-veria? O homem preferiu exercer a sua escolha para o mal e não para o bem: “Toda árvore do jardim pode comer livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás...” (Gn 2.16b-17a). O homem tinha plena liberdade de escolher, mas Deus disse que ele seria responsável por sua escolha e pelo castigo que foi imposto... O próprio homem também reconhe-ceu a sua responsabilidade, tanto que procurou desculpar-se.

Existem vários textos bíblicos que consolidam o ensino das Es-crituras sobre o livre arbítrio do ho-mem: “Se alguém quer vir após mim,” (Lc 9.23). “... quem quiser, tome de graça da água da vida.” (Ap 22.17). “... e estes não qui-seram vir.” (Mt 22.3). “... escolhei hoje a quem sirvais;... porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.” (Js 24.15). “... Que fa-remos, homens irmãos? E disse--lhes Pedro: Arrependei-vos,...” (At 2.37-38).

3 – MINHA LIBERDADE NÃO AFETA A SOBERANIA DE DEUS ( 2Pedro 3.9 )

O livre arbítrio do homem é re-sultado da soberania de Deus, logo,

Ele continua soberano mesmo ten-do o homem o seu livre arbítrio, por-que no exercício de sua soberania Deus criou o livre arbítrio. O Deus soberano estabeleceu leis naturais e morais e quis que o homem fosse assim. A vontade de Deus se reali-za naquilo que Ele fez e estabele-ceu. Assim como uma amendoeira não pode dar uvas, Deus exerce sua soberania naquilo que ele mes-mo estabeleceu.

Ao criar o homem, Deus lhe deu vontade própria. Deus não se limitou em sua soberania ao criar o homem assim. A glória da cria-ção está exatamente no fato de um Deus soberano ter criado o homem para fazer escolhas na condição de um ser moral. Deus exerce sua soberania sobre os seres morais livres, porque tem estabelecido um governo moral. Todos nós temos um relacionamento com esse go-verno moral de Deus que exerce sobre o homem, quer o homem es-colha Deus ou não.

A vitória final desse Reino de Deus já está predestinado. A cena final da história já foi estabelecida pelo Senhor. Mas essa predestina-ção, que é a teologia da história, não exerce fatalismo ou determinis-mo na vida individual do homem, capaz de fazer suas escolhas, sa-bendo que a soberania do governo moral de Deus é implacável, certa e vitoriosa: “... aquele que em vós começou a boa obra a aperfei-çoará...” (Fp 1.6). “... para que fôs-semos santos e irrepreensíveis diante dele em amor...” (Ef 1.4-5).

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Portanto, está predestinado que aqueles que escolheram a Cristo, tornar-se-ão semelhantes a Jesus.

4 – O QUE É ENTÃO ELEIÇÃO? ( 1Pedro 1.2 )

Já descrevemos aqui nesta lição o que é soberania e o que é livre ar-bítrio. Duas situações que sempre andam juntas, sabendo que a sobe-rania sobrepõe o livre arbítrio, pelo fato deste ter sido dado por aque-la. Jesus Cristo é a base de nossa fé e compreensão da revelação de Deus e de seu propósito. Jesus é tudo em todos, conforme diz Pau-lo: “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.” (Rm 11.36). A eleição, portanto, precisa ser entendida à luz da pes-soa de Jesus. A eleição é em Cristo, foi feita através de Cristo: “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.” (1Pe 1.2).

Deus exerceu sua soberania em Cristo e com base em sua presciên-cia elegeu. Ser soberano não signi-fica ser arbitrário. O livre arbítrio foi dado para o homem fazer escolhas morais. Se Deus fosse a causa de todas as ações humanas, então os seres humanos não seriam moral-mente responsáveis. Livre arbítrio não é contrário à graça, pois esta é um dom gracioso, não é imposta! A

doutrina da eleição ou da predesti-nação é perigosa, quando tomamos o rumo da eleição ou da predestina-ção seletiva, afirmando que Deus predestinou uns para salvação e ou-tros não. Usando uma boa herme-nêutica chegamos à conclusão de que isso não é o que a bíblia diz. Se-ria anular o livre arbítrio do homem.

PARA PENSAR E AGIRAinda que a eleição faça par-

te da soberania de Deus, ela está em perfeita harmonia, sintonia e consonância com o livre arbítrio do homem. São como os paralelos de trilhos da linha de um trem: in-dependentes e ao mesmo tempo coparticipantes, para que o trem chegue ao seu destino. Soberania e livre arbítrio caminham juntos, res-saltando que só existe o livre arbí-trio por causa da soberania.

Reconhecer, respeitar, honrar e se submeter à soberania de Deus é a forma mais digna de exercitar o livre arbítrio de maneira coeren-te e honesta. Soberania de Deus e livre arbítrio são dois basilares da eleição.

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Segunda: 1Pedro 1.2

Terça: 1Tessalonicenses 1.4

Quarta: Romanos 8.27-30

Quinta: Efésios 1.3-6

Sexta: Efésios 1.7-14

Sábado: 2Tessalonicenses 2.13-14

Domingo: 1Pedro 5.10

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IGREJA: INSTITUIÇÃO OU CORPO?

LIÇÃO 11DATA DO ESTUDO

Texto Básico: Mateus 16.13-19

Um crente estava muito revol-tado. Era experiente na fé ou, pelo menos, tinha algum tempo de cren-te. Mas depois de 30 anos como membro de uma Igreja entendeu e decidiu não mais frequentá-la. Dizia ele: “estou perdendo meu tempo, a Igreja está perdendo seu tempo e o pastor com a liderança

também. Não vejo nenhuma ne-cessidade de frequentar a Igreja, ir aos cultos, enfim. Perda de tem-po!” Ele estava bastante conflitivo, revoltado e decepcionado. “Devo ter ouvido uns 2000 sermões, mais um punhado de estudos bí-blicos e, para ser sincero, não me lembro de quase nenhum desses

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sermões, com exceção de um ou outro. Portanto, repito: estou per-dendo o meu tempo!”.

Publicou na rede social sua de-cisão, o que rendeu enormes vi-sualizações e muitos comentários. Alguns até concordando com o tal crente. Mas um comentário foi mui-to importante. Um comentário sim-ples, mas com uma observação sá-bia e cheia de graça: “Estou casado há 30 anos. Minha esposa deve ter feito mais de 2000 refeições. Mas, com exceção de algumas, não con-sigo lembrar-me de todas as co-midas que ela fez. Mas eu tenho certeza de uma coisa: as refeições fizeram muito bem para minha vida e de meus filhos. Deram-nos saú-de, força e vigor. As comidas feitas deram-nos nutrientes, vitaminas e fizeram com que nosso organismo naturalmente combatesse possíveis enfermidades. O que seria de mim e de meu trabalho, se não fosse as refeições feitas por ela? Da mesma maneira, o que teria sido da minha vida, de minha família se não tivés-semos frequentado a Igreja para ouvir as mensagens, estudar a Bí-blia e servir ao Senhor. Estaríamos desnutridos e mortos espiritualmen-te. Mesmo sem perceber, a Igreja e a Palavra de Deus recebida lá nos fizeram e nos fazem muito bem”.

A Igreja é o corpo de Cristo. Não há como alguém dizer que ama a Jesus, se não ama e não vive como Igreja. Nesta lição, veremos verda-des sobre a Igreja, idealizada por Jesus.

1 – IGREJA COMPROMETIDA COM A REVELAÇÃO DA GRAÇA DE DEUS ( Mateus 16.17 )

Jesus, diante da declaração de Pedro, disse que a sua fé, sua cren-ça e entendimento de quem era Je-sus fora algo do céu, revelado pelo Pai. A graça de Deus fez com que Pedro compreendesse, cresse e declarasse que “Jesus era o Cristo”. A partir daí, a declaração deixa de ser simplesmente ou tão somente algo da mente, do intelecto e passa ser algo da alma. Não um simples aprendizado ou coisa repetida pelo processo de aprendizagem, mas algo que vai além, que transcende.

O que Pedro disse era obra de Deus. Esse episódio do início da Igreja, pelo menos conceitual, dei-xa claro que a Igreja deve exercer a sua função de ensino, mas este precisa ser regado com a revelação divina que é a Palavra que nos foi dada. A Igreja de Jesus é compro-metida com a Palavra, fala do que é de Deus e tem suas convicções que vêm do Pai.

2 – IGREJA QUE SAIBA DISTINGUIR SEU VERDADEIRO FUNDAMENTO ( Mateus 16.18 )

A pergunta de Jesus foi: “E vós quem dizeis que eu sou?”. Quem sou eu? – foi a pergunta de Jesus a qual Pedro responde: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. A Igreja foi construída e tem seu fun-damento não na resposta de Pe-

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dro ou em sua declaração. A Igreja não foi construída sobre uma de-claração, mas sobre uma pessoa: JESUS, o Filho de Deus). Jesus é esta pedra firme, inconfundível, ro-cha (PETRA) e não qualquer pedra (petros) ou pedrinhas, mesmo que traga alguma aparência. Jesus per-guntou: Quem eu sou? A questão era a sua pessoa e não uma decla-ração simplesmente.

Não se pode colocar outro fun-damento ou trocar o fundamento posto. Paulo diz à Igreja de Corinto: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo”! (1Co 3.11 ).

3 – IGREJA QUE TENHA CONVICÇÃO DE SEU PERTENCIMENTO

Vivemos tempos em que institui-ções têm sido questionadas e de-sacreditadas. É preciso que haja a compreensão do que seja de fato Igreja. Nos dias atuais, temos igre-jas de marketing, igrejas concorren-tes, igrejas mercantilistas, e tantas outras. Igrejas que dizem ser o cor-po de Cristo, que Jesus é a cabeça, mas igrejas com “cara” de homens e, algumas, de homens maus.

O reconhecido líder Mahatma Gandhi disse que os cristãos não parecem com Cristo. Esse tem sido um dos grandes problemas hoje para a credibilidade da Igreja, num mundo que por si só tem questio-

nado a importância das instituições. Vivemos em meio a uma crise e um desafio de sermos Igreja aos mol-des de Jesus, e não ao nosso mol-de. Parece que o que mais quere-mos é formar e construir uma Igreja que tenha a “nossa cara”. Já ouviu alguém dizer “a Igreja que eu quero ou a Igreja que eu gostaria que fos-se”? Tudo isso baseado nos moldes e preferências pessoais sem, nem de leve, saber se suas preferências são, antes de tudo, as preferências do Senhor.

Jesus ensinou sobre Igreja di-zendo “a minha Igreja”. E nós preocupados em fazer da Igreja de Jesus, a “nossa Igreja”. Igreja com a “minha cara”. A Igreja precisa pa-recer com Cristo, porque ela é de Jesus. A Igreja é o corpo de Cristo! João declarou que aquele que rece-beu Jesus como Salvador e Senhor precisa “andar como ele andou” (1Jo 2.6). Somos Igreja do Senhor quando temos compromisso de an-dar como Jesus andou. Andar como Jesus andou nos identifica como sendo Igreja dEle.

4 – IGREJA QUE SAIBA SER IGREJA, ENQUANTO CUMPRE SUA MISSÃO

Em tese, poderíamos dizer que a Missão da Igreja é esta: conquis-tar as portas do inferno. Diferente de alguns que vivem achando que a Igreja existe para ficar acuada, recebendo todo tipo de ameaça, força e combate do inferno, a Igreja

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é que tem que avançar, “saquear o inferno”. Ou seja, sua missão é proclamar o Evangelho de tal for-ma, com veemência e vigor que as portas do inferno não prevalece-rão contra ela. A cada dia, vamos fazer com que menos gente entre pela porta infernal. Jamais a ação do pecado e do inimigo irá impedir que pessoas venham fazer parte do corpo de Cristo, que é a Igreja, na condição de salvo.

A missão da Igreja, enquanto Igreja de Jesus, é destruir as por-tas do inferno. Ou seja, a tarefa da Igreja é a mesma de Jesus. A Igreja não tem uma missão própria. A mis-são da Igreja é a Missão de Jesus e João entendeu perfeitamente a missão de Jesus, que é a missão da Igreja, quando registrou: “Jesus veio para destruir as obras do diabo” (1Jo 3.8).

A missão da Igreja não é pas-siva. Não é para ficar na defensiva melancólica, lamentando as perdas. A missão é ofensiva e agressiva. Com ousadia e intrepidez, sabendo que é na força e poder do Espírito: “E recebereis o poder do Espírito Santo que há de vir sobre vós (e ele já veio) e ser-me-eis minhas testemunhas...” (At 1.8). O grande problema é que algumas Igrejas usam de subterfúgios para subs-tituírem o poder do Espírito. Es-tão trocando o poder de Deus por programas de diversão nos cultos, festivais e gincanas sem propósito, músicas sem expressão e longe de

ser adoração, mais com o objetivo de agradar o público.

Não se prevalece sobre as por-tas do inferno sem o poder de Deus. Paulo disse que “o Evangelho é o poder de Deus...” (Rm 1.16).

PARA PENSAR E AGIRVale a pena estar na Igreja, sim.

Nesses tempos em que a Igreja pode estar sendo questionada, não deixe de entender e viver que você faz parte do corpo de Cristo, que é a Igreja. É nela que Deus irá edificar mais ainda a sua vida e fazer você desenvolver seus dons e talentos, para que também outros sejam edi-ficados.

Estar na Igreja é privilégio! A Igreja não é invenção humana, é obra de Jesus no resgate de vidas para o seu Reino. Cristo sim, e Igre-ja sim. Igreja como corpo de Cristo, organismo vivo é uma verdade ine-gociável. Não negocie seu conhe-cimento e pertencimento à Igreja de Cristo. Essa é uma verdade que não pode ser negociada!

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Mateus 16.13-15

Terça: Mateus 16.16

Quarta: Mateus 16.17-18

Quinta: Hebreus 10.25

Sexta: 1Timóteo 3.14-15

Sábado: Efésios 5.27

Domingo: Efésios 4.12

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MINISTÉRIO: PROFISSÃO OU VOCAÇÃO?

LIÇÃO 12DATA DO ESTUDO

Texto Básico: 1Timóteo 3.1-7, 4.6-16; João 15.16; 1Timóteo 5.17-18

Uma Igreja estava em suces-são pastoral. Num determinado momento, um membro da comis-são leu uma carta que recebera de um possível candidato ao mi-nistério pastoral daquela Igreja. Todos ficaram surpresos, mas re-solveram dar atenção àquele pro-cedimento e solicitaram a leitura da carta. A carta dizia mais ou me-nos assim: “Sabendo que a Igreja está sem pastor, resolvi escrever--lhes esta carta colocando-me à disposição para o ministério da Igreja. Tenho muitas qualificações, sou preparado, tenho sido muito abençoado em minhas pregações e plantações de Igrejas. Também exerço um trabalho como escritor e sou admirado pelo que escrevo

e ensino. Alguns crentes, porém, tem algumas coisas contra mim. Falando francamente, tenho mais de 50 anos, não fico no mesmo lu-gar, realizo um ministério itineran-te, tenho visão de Reino, ajudo ou-tras Igrejas e tive uma experiência no meu ministério em que precisei deixar o pastorado e a cidade por-que provoquei problemas, tumul-tos. Outra coisa que preciso dizer e confessar é que já estive preso algumas vezes. Mas não foi por más ações. Não sou criminoso. Não tenho boa saúde, mas consi-go trabalhar. Minhas experiências são com Igrejas pequenas, quase todas localizadas em grandes ci-dades. Mas tive conflitos com al-guns líderes religiosos dessas ci-

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dades. Enfim, se vocês desejarem me convidar, realizarei o ministério com muita alegria. Aliás, a alegria tem sido uma tônica em meu minis-tério, mesmo passando por várias tribulações e lutas”.

Depois da carta lida, foi feita a pergunta: temos interesse nesse candidato a pastor de nossa Igre-ja? Ouviu-se um não, bem alto e unânime. Esse tipo não serve para a nossa Igreja. Pastor doen-te, brigão, ex-presidiário, e tudo o mais! Apresentar esse candidato seria uma ofensa à nossa Igreja! Depois de comentarem a carta, alguém se lembrou e fez a per-gunta: Qual o nome desse candi-dato? Apóstolo Paulo!

Nossos critérios ou os critérios de Deus? Nossa avaliação ou a avaliação de Deus? Pastor, chama-do ou oferecido? Pastor, profissão ou vocação? Será que ainda pre-cisamos de ministérios vocacio-nados? Será que precisamos de pastores? O que de fato diferencia o pastor? Profissão ou vocação? Qual a expectativa que se tem, ou que se “cria” sobre o pastor. Nesta lição, vamos considerar alguns as-pectos relevantes sobre o ministé-rio que precisamos restabelecer ou restaurar.

O que é vocação? E o que é pro-fissão? Vocação significa chamado e profissão é um trabalho. Vocação é um convite especial de Deus. Pro-fissão é o exercício de uma ativi-dade sem compromisso intrínseco com um chamamento. É preciso ter

cuidado porque existe o pastor cha-mado e aquele que simplesmente é chamado pastor.

1 – ENTENDENDO A VONTADE DE DEUS ( 1Timóteo 3.1 )

Esta é a grande crise: como sa-ber a vontade de Deus? Como sa-ber e viver no centro da vontade de Deus? É o que Paulo diz sobre de-sejar uma excelente obra: “Esta é uma palavra fiel: se alguém dese-ja o episcopado, excelente obra deseja.” (1Tm 3.1). Existe a vonta-de soberana de Deus que está rela-cionada com o seu plano geral e a vontade moral de Deus que se refe-re às suas diretrizes, normas para a vida e para a nossa fé. Ninguém precisa orar e buscar saber a von-tade de Deus quando o assunto é a verdade, pois já está claro em Sua palavra. Faz parte da vontade moral de Deus para a vida do homem.

Mas existe a vontade específica de Deus, o que chamamos de pla-nos pessoais e individuais de Deus para aqueles que querem viver nessa harmonia com a vontade do Senhor. Para descobrir a vontade específica de Deus, é preciso re-conhecer que existe uma vontade soberana e também uma vontade moral. Como encontrar a vontade específica, se não cumprimos a von-tade moral? Nós só encontramos a vontade específica de Deus para a nossa vida quando colocamos em prática a sabedoria que Deus per-mite vivermos através do estudo da Palavra de Deus e da oração.

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2 – ENTENDENDO O CHAMADO PARA O MINISTÉRIO ( João 15.16 )

Será que existe chamado ain-da hoje? Ou o ministério tem sido composto por interesses pessoais? Escolher qualquer atividade ou es-colher um ministério é a mesma coisa? Creio que Deus ainda es-colhe e vocaciona pessoas para o ministério. O chamado se evidencia em três situações:

Precisa haver uma convicção pessoal, interior e subjetiva. Algo que envolve o ser. Envolve senti-mentos, emoções e convicção in-terior. Não é uma intuição, e sim convicção. Há um testemunho pre-sente, vivo no coração de quem é vocacionado por Deus: “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos no-meei...” (Jo 15.16a). Paulo disse: “Ai de mim se não anunciar o Evangelho”. (1Co 9.16).

Outro aspecto que evidencia o chamado é o testemunho da Igreja. A vocação precisa ser reconhecida pelas pessoas que cercam aquele que se diz ser chamado por Deus. A Igreja capacita seus membros e reconhece os que possuem voca-ção especial e específica. Saulo e Barnabé foram chamados pelo Es-pírito Santo e a Igreja de Antioquia reconheceu o chamado de ambos: “... Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra que os tenho chamado... pondo a mão sobre eles, os despediram. E assim es-tes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali nave-garam para Chipre.” (At 13.2b-4).

O chamado também precisa ter a confirmação das Escrituras. A pes-soa chamada tem maturidade? Tem sua vida pautada pela Palavra. As características prescritas na Palavra estão presentes ou sendo desenvol-vidas na vida do vocacionado? Mos-tra integridade? Tem a Palavra como parâmetro para seu caráter?

O apóstolo Paulo afirma: “Po-rém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, con-tanto que complete a minha car-reira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus.” (At 20.24).

3 – QUALIFICAÇÕES PARA O MINISTÉRIO ( 1Timóteo 3.2-5 )

O apóstolo Paulo apresenta as qualificações para o ministério, escrevendo a Timóteo. Como dito acima, esses requisitos fazem parte do teste do chamado. Precisa ter maturidade espiritual. Precisa ter os dons relacionados ao pastoreio. Precisa ter caráter em conformidade com os valores exarados na Palavra de Deus. Paulo diz ainda que precisa ser irrepreensível. Que não dê ou não suscite motivo para ser chamado atenção quanto à sua vida moral e ética. Precisa ser ilibado. Viver o propósito original de Deus quanto à família. Estar atento. Saber vigiar. Moderado em tudo. Não pode ser extravagante. Equilíbrio é essencial para quem exerce liderança. Precisa ser correto com suas coisas pessoais e do Reino de Deus. Integridade é virtude humana

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e precisa ser encontrada em grau mais elevado na vida do pastor e de qualquer outro líder. Saber acolher as pessoas é a marca de quem é hospitaleiro. Aquele que antes de receber em casa, recebe com o coração. O pastor acima de tudo é o ministro da Palavra. Para tanto, precisa ser competente para ensinar e manejar a Palavra da verdade.

4 – SUSTENTO MINISTERIAL ( 1Timóteo 5.17-18 )

A Igreja precisa encarar com amor e responsabilidade o sustento de seus obreiros, aqueles que são vocacionados e exercem o trabalho de conduzir o povo de Deus, seja na esfera pastoral, musical, educacional, etc. Tratar e falar sobre sustento ministerial é desafiador. Tem sido um assunto pouco considerado pelas Igrejas. O sustento ministerial não é invenção humana e, portanto, não pode ser pautado segundo os caprichos humanos. É preciso ser analisado à luz da Palavra e com a lucidez de uma Igreja que não seja avarenta ou desprezível para com a boa prática do cuidado ministerial.

Paulo diz que o ministério precisa ter um sustento digno: Quem milita à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta o gado e não se alimenta do leite do gado?... Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais? (1Co 9.7;11). A generosidade da Igreja deve ser demonstrada tam-

bém no sustento ministerial: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário.” (1Tm 5.17-18). O ministério não pode ser de torpe ganância, assim como não pode a Igreja ser avarenta e mesquinha.

PARA PENSAR E AGIRVivemos tempos em que muitos

aparecem e se dizem chamados para o ministério, o que de alguma forma é bom. Mas não podemos ser negligentes e não reconhecer o que significa ser vocacionado por Deus. Vivemos tempos em que aparecem muitos pastores ou líderes, mas continuamos com uma enorme crise de liderança espiritual sadia e comprometida, de fato, com a verdadeira vocação. Clamemos ao Senhor por obreiros para Sua Seara e não nos esqueçamos de averiguar se todos, de fato, são respostas às orações. Ser pastor ou outro tipo de líder não é difícil, mas ser conforme a vontade de Deus, não é fácil.

Leitu

ra Di

ária

Segunda: 1Timóteo 3.1-7

Terça: 1Timóteo 4.6-16

Quarta: João 21.15-17

Quinta: 1Timóteo 5.17-18

Sexta: 1Coríntios 9.7-11

Sábado: Atos 13.1-4

Domingo: João 15.16

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MORDOMIA: PRIVILÉGIO OU OBRIGAÇÃO?

LIÇÃO 13DATA DO ESTUDO

Textos Básicos: Mateus 25.14-30; 2Coríntios 8.1-5; Marcos 12.41-44

Certo pregador estava pre-gando numa Igreja em campanha de mordomia. Alguns anos atrás, era comum as Igrejas realizarem campanhas de mordomia que envolvia estudos, palestras, com-promissos, enfim. No final de uma das noites, o pastor visitante foi levado por uma família para sua casa, a fim de jantar. O pregador muito expansivo e conversador, depois de alguns assuntos terem sido compartilhados no trecho da viagem, disse: Depois dessa cam-panha não tem como deixar de ser um bom mordomo, inclusive entregando o dízimo! Não acha, meu irmão? O irmão que durante a viagem estava tão falante e ale-gre, emudeceu-se. Foi perceptível o semblante triste.

O pregador insistiu: Você é ou será dizimista depois desses estu-

dos? Respondeu o crente: vamos ver. Se sobrar, eu dou o dízimo. Se sobrar, eu entrego para Deus. O visitante ficou preocupado e pen-sativo sobre os resultados da con-ferência. Chegou à casa do irmão já um pouco constrangido. Uma linda, bela e farta mesa foi coloca-da. Fartura e variedade. Fizeram tudo para agradar o pregador vi-sitante. O anfitrião disse: Comam a vontade! E todos começaram a comer, menos o pregador. O dono da casa insistiu: Pastor, é para co-mer. O visitante respondeu: Não, não. Vocês da casa podem comer primeiro, se sobrar eu como. O que é isso, pastor! O Senhor acha que faríamos isso? Aqui os visi-tantes têm honra.

Muito bem! Se você não tem coragem de fazer comigo deixan-do comer o que sobrar, como tem

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coragem de fazer com Deus, entre-gando somente as sobras? O que pareceu ser um momento constran-gedor e inoportuno foi um momen-to de quebrantamento, choro, arre-pendimento e decisão.

Algumas vezes exercemos a mordomia com o princípio da sobra. Vamos então estudar e conhecer um pouco mais sobre o assunto.

1 – O QUE É MORDOMIA? ( Mateus 25.14 )

Palavra desgastada hoje é mor-domia. Tem sido mal compreendida devido sua aplicação em contex-tos em que ela tem sido entendida como gastos excessivos, recursos mal empregados, etc. Quando se fala em mordomia, vem logo à men-te de muitos, e porque não dizer a maioria, as palavras dinheiro e dízimo. Mordomia não é dá dinhei-ro para a Igreja. Esse conceito de mordomia é muito pobre e aquém do seu real significado. Entregar o dízimo é o mínimo de nossa mordo-mia. Inclui, mas não é tudo.

Mordomia é a riqueza de com-preender que tudo é de Deus. Nada é nosso. Somos do Senhor por di-reito de criação, redenção e preser-vação. O salmista disse: “DO SE-NHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele ha-bitam.” (Sl 24.1). Ao criar o homem, Deus o colocou no Jardim do Éden para cuidar e guardar. Deus não deu ao homem escritura de proprie-dade: “E tomou o SENHOR Deus

o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.” (Gn 2.15). Lavrar e guardar impli-ca em responsabilidade diante do Criador, responsabilidade diante da missão e responsabilidade diante de si mesmo para desempenhar bem a tarefa. Na parábola dos ta-lentos, Jesus disse que o senhor entregou ao servo todos os seus bens:. “... homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens.” (Mt 25.14). Mordomo, portanto, é aquele que administra a casa. O mordomo é aquele que assume a responsabilidade de ad-ministrar o que é do outro: “... Dá contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo.” (Lc 16.2).

2 – BASES TEOLÓGICAS DA

MORDOMIA ( 2Coríntios 8.1-4 )A mordomia nasceu no Éden,

alcançou os patriarcas, esteve pre-sente na lei, no tempo dos profetas, nos ensinos de Jesus e presente de maneira firme na vida da Igre-ja. Quando escreveu aos coríntios sobre a contribuição, Paulo deixou bem claro que a graça é a base de tudo: “... irmãos, vos fazemos co-nhecer a graça de Deus dada às igrejas... deram voluntariamente. Pedindo-nos com muitos rogos que aceitássemos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos.” (2Co 8.1-4). Não podemos exercer a mordomia pensando que estamos

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fazendo um favor para Deus. Pelo contrário, a mordomia, em todos os sentidos e também na contribuição, é um favor de Deus a nós. Infeliz-mente muitos ainda não alcança-ram esta compreensão. Deus nos dá a oportunidade, o privilégio inau-dito de cuidarmos do que é dEle. Mas por vivermos como “donos do mundo”, esta reflexão fica obscura em nossa prática de vida. Exerci-tar a mordomia em sua plenitude e inteireza é expressão de que ca-minhamos em conformidade com a vontade de Deus.

Outro aspecto que precisa ser corrigido na base da mordomia é o equívoco sobre o que é e o que não é espiritual. Criamos um dua-lismo perigoso e ofensivo. Para o mordomo, não pode existir espiri-tual e profano, sagrado e secular. Tudo é de Deus, portanto, tudo tem um sentido espiritual. Também é preciso reafirmar nossa compreen-são de que mordomia não exclui a questão econômico-financeira, mas vai além. Não exclui, mas também não se limita. Outra questão que firma nossa base da mordomia é a questão da generosidade.

3 – CARACTERÍSTICAS DO MORDOMO CRISTÃO ( 2Coríntios 8.5 )

O que encontrar naquele que tem o privilégio e responsabilidade de administrar o que é de Deus? O mordomo é aquele que já tem Cris-to como Salvador e Senhor. O mor-

domo é aquele que sabe que tudo é de Deus: “Eis que os céus e os céus dos céus são do SENHOR teu Deus, a terra e tudo o que nela há.” (Dt 10.14).

Descobrir e viver a vontade de Deus é outra característica do mor-domo. É nosso dever viver o pro-pósito do Senhor para a aplicação correta das coisas sob nossa ad-ministração: “E disse o SENHOR: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração? Bem-aven-turado aquele servo a quem o seu senhor, quando vier, achar fazen-do assim.” (Lc 12.42-43). O mor-domo é aquele que, antes de tudo, administra seu coração, colocando seu coração no céu, no Reino: “... esta pobre viúva deitou mais do que todos... Porque todos ali dei-taram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento.” (Mc 12.41-44). Por que aquela mu-lher, na observação de Jesus, fez mais do que aqueles que em quan-tidade depositaram? Por que ela deu-se a si mesma. O tudo aí não foi apenas todo o seu sustento, ou tudo que possuía. Mas tudo o que ela era. Ninguém entrega tudo, se primeira-mente não entregar-se a si mesmo. O mesmo ocorrera com os crentes que Paulo compartilha o exemplo e ensinamento: “... mas a si mesmos se deram primeiramente ao SE-NHOR, e depois a nós, pela von-tade de Deus.” (2Co 8.5).

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4 – BÊNÇÃOS DA MORDOMIA ( Mateus 25.21 )

Vivemos de forma que cresce-mos no conhecimento de que tudo é de Deus, a bênção do conheci-mento certo e coerente com uma vi-são do mundo dentro dos princípios do Evangelho. A mordomia faz com que exercitemos e desenvolvamos o nosso caráter. A mordomia de-senvolve a bênção da responsabi-lidade. Aprender a ser responsável é uma bênção a ser reconhecida: “...Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.” (Mt 25.21).

A mordomia traz e desenvolve a bênção da cooperação. Cooperar é uma virtude extraordinária. Fazer parte do todo no sustento da obra de Deus, seja no âmbito local ou mais abrangente. No caso espe-cífico do dízimo, por exemplo, que bênção saber que a fidelidade do crente na entrega do que é do Se-nhor, pode alcançar o mundo.

O dízimo é anterior à lei. Tan-to Abraão quanto Jacó foram dizi-mistas: “... E deu-lhe o dízimo de tudo” (Gn 14.20b). “... Certamente te darei o dízimo” (Gn 28.22b). O dízimo fez parte da lei: “Também todas as dízimas do campo... são do SENHOR...” (Lv 27.30). O dízi-mo esteve presente no tempo dos profetas: “Trazei todos os dízimos à casa do Senhor...” (Ml 3.10). E o dízimo esteve presente no ensi-no de Jesus e da Igreja iniciante:

“Ai de vós... pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.” (Mt 23.23).

No Novo Testamento, o que rege a contribuição é a graça e a sabe-doria da cooperação, que estão além da lei. Não é uma imposição de fora para dentro. Mas de dentro da alma, do coração, que envolve obediência. O crente precisa ter a vontade de contribuir: “... deram voluntariamente” (2Co 8.3).

PARA PENSAR E AGIRExercitar a mordomia é um privi-

légio e uma grande responsabilida-de. Quer queiramos ou não, somos mordomos do Senhor. A questão é: que tipo de mordomo estamos sendo em nossa vida? Não esque-çamos que em tudo o servo há de prestar contas ao Senhor de sua mordomia. Vivamos de tal maneira que sejamos encontrados na condi-ção de servos fiéis. Não negocie sua condição de mordomo do Reino!

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Segunda: Lucas 12.41-44

Terça: Gênesis 14.18-20

Quarta: Levítico 27.28-34

Quinta: Gênesis 28.22

Sexta: Malaquias 3.10

Sábado: Mateus 25.14-30

Domingo: 2Coríntios 8.1-24

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Revista da Convenção Batista Fluminense

Ano 16 - n° 60 - Janeiro / Fevereiro / Março - 2019

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Algumas Igrejas poderão estar recebendo mais revistas que o número de jovens e adultos matriculados na EBD ou em outro grupo de estudo bíblico. Por favor, avise a Convenção

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