Revista Digital O Mirante Dorsey Rocha Ed. Março de 2015

7
Março - 2015 PARCERIA

Transcript of Revista Digital O Mirante Dorsey Rocha Ed. Março de 2015

Page 1: Revista Digital O Mirante Dorsey Rocha Ed. Março de 2015

Março - 2015PARCERIA

Page 2: Revista Digital O Mirante Dorsey Rocha Ed. Março de 2015

Editorial

O MIRANTE de março tem o tema PARCERIA como inspiração.Ainda que utilizada intensamente nas últimas décadas, a expressão (parceria) se refere mais à natureza do vínculo entre as partes (confiança, cumplicidade, reciprocidade) do que o objeto da contratação em si. Ou seja, trata das condições que garantem o sucesso da ação conjunta e que se alicerçam no quadro de princípios e valores dos diferentes protagonistas.

Também em março é celebrado o dia internacional da mulher – um movimento permanente que busca reduzir a assimetria nas relações entre os gêneros.

Nesta edição, a gestora no campo da saúde Andréia Camargo aborda o conceito de integração não só entre instituições e co-munidade, mas, sobretudo dentro da organização instigando atitudes coerentes entre discurso e prática de todo o quadro de colaboradores. Essa sintonia fina ocorre quando objetivos comuns são explicitados e a atuação conjunta torna-se imperi-osa. Quem se beneficia é a população que desfruta de serviços mais adequados.

O consultor Ivênio Carvalho recorre a estudos que estabe-lecem correlação entre a parceria de negócios e o casamento entre as pessoas.

Marta Castilho explora os ganhos de um contrato, entre chefe e subordinado, que confira autenticidade e grandeza na relação e suas consequências para o êxito do negócio.

Esperemos que aprecie a [email protected]

01 02Março 2015 - Parceria

Page 3: Revista Digital O Mirante Dorsey Rocha Ed. Março de 2015

1 Esteja aberto ao romance, mas faça a corte cuida-dosamente. Esperanças, sonhos e visões devem ser contrabalançados por avaliações realistas e objetivas.

2 Conheça a si próprio e valorize seus pontos fortes na parceria. As melhores alianças juntam forças com forças.

3 Procure compatibilizar valores e filosofias. Em um ambiente de rápidas mudanças, isso é mais impor-tante que acertos específicos em torno de compromissos imediatos.

4 Envolva a “família ampliada”. Incluir outros sócios e partes interessadas, além dos principais líderes de cada negócio, faz todos se sentirem vitoriosos.

5 Coloque os advogados em seus lugares. Parcerias e network fincam suas bases no bom relacionamento entre líderes. Estes não podem ser substituídos por terceiros, intermediários, mesmo sabendo que têm sua contribuição.

6 Trabalhe junto com seu parceiro até que as condições de negócio se incorporem à sua organização. Comprometa-se com um primeiro projeto para crescerem na relação e acompanharem a mudança.

7 Não se apoie apenas no contrato ou acordo de negócio. Documentos formais são importantes, mas não podem antecipar tudo.

8 Mantenha a comunicação face a face. Os assuntos e questões que envolvem a implementação da par-ceria são mais facilmente resolvidos quando as partes continuam conversando após o primeiro compromisso.

9 Amplie o envolvimento. Alianças começam com poucas conexões entre os líderes principais, contudo mais níveis e pessoas precisam fazer parte do processo.

10 Construa pontes e estruturas formais. A colaboração ativa acontece quando arranjos, processos e competências são criados para facilitar os relacionamentos.

11 Respeite as diferenças. As parcerias são mais vali-osas e úteis quando elas são reconhecidas. É preciso investir tempo para entendê-las e transcendê-las.

12 Ensine e aprenda com os parceiros. As pessoas envolvidas devem se tornar professores e alunos no processo.

13 Esteja preparado para mudar. Parceiros devem querer se influenciar mutuamente.

14 Ajude as pessoas a vencerem. A troca e reciproci-dade é a marca da colaboração organizacional.

15 Esteja próximo, mude o curso de ação ou saia com elegância.

Como todo sistema vivo, os relacionamentos evoluem. Mudanças devem ser esperadas. A melhor garantia que as organizações parceiras têm para estarem juntas no futuro é o sucesso naquilo que buscam alcançar hoje.

Elizabeth Moss Kanter, especialista com vasta história profissional em alianças empresariais, compara as boas parcerias estratégicas a casamentos bem-sucedidos. Ela resume sua experiência sobre o assunto em 15 etapas que sucintamente apresentamos a seguir.

arceiros estratégicos são aqueles que estão no cerne do negócio de uma empresa, aportando contribuições únicas nos campos de produto, tecnologia, processos, siste-mas, serviços. Nem tudo é possível fazer sozinho, nenhuma empresa é uma ilha. Por maior, mais sólida e mais competente que ela seja em seu segmento!P

03 Março 2015 - Parceria 04

Parcerias estratégicasou reflexões sobre o casamento

Ivênio CarvalhoSócio diretor Dorsey Rocha & Associados

Page 4: Revista Digital O Mirante Dorsey Rocha Ed. Março de 2015

I

05

niciei efetivamente na saúde em 2006, trabalhando na área de compras de uma organização sem fins lucrativos. Desde então ouço, com frequência, que os serviços de saúde precisam atuar de forma integrada – em todos os planos: nacional, regional e local. Hoje, em 2015, ainda é um dos principais temas de discussão em fóruns sobre o assunto.

Integração exige que os objetivos e metas expressem a própria razão de ser do órgão, ou seja, a qualidade da saúde da população. Integração sugere papéis claros e definidos, mas, sobretudo, a interdependência de todos e a construção do comprometimento com a nossa missão. Integração supõe métodos, sistemas e processos que evitem redundân-cias e superposições, tornando as operações fluidas e mais produtivas.

Parece não haver dúvidas a respeito da necessidade, mas constata-se que não há a ação convergente desejada dos vários atores envolvidos: poder público, institu-ições educacionais e, sobretudo, as comunidades envolvidas. No entanto, mais do que refletir sobre essas condições abrangentes, penso na integração dos diversos componentes da instituição na qual trabalho.

A integração se faz presente quando as pessoas têm consciência do fato que são elas, todas, que FAZEM a integração agindo de forma coerente com o discurso. Precisamos ter a clareza de que cada um deve fazer a própria parte em vez de apenas cobrar o outro.

Temos que sonhar, mas é a nossa própria ATITUDE que executa o que foi programado. Sem isso nossos sonhos serão transformados em delírios.

A melhoria da saúde depende do fortalecimento de parceria entre todos. Uma rede que integre profissionais técnicos, a comunidade, gestores, os funcionários, os parceiros e políticos. Temos muito trabalho pela frente.

Março 2015 - Parceria

Integraçãotornando o discurso uma realidade

06

Andréia CamargoGerente Administrativo

AME ASSIS OSS Santa Casa de Misericórdia de Assis

Page 5: Revista Digital O Mirante Dorsey Rocha Ed. Março de 2015

0807 Março 2015 - Parceria

Boas parcerias,

F icamos surpresos quando constatamos que a nossa autoimagem nem sempre corresponde àquela que as pessoas nos descrevem. Parece ser impossível que sejamos vistos de forma tão diferente.

E, já que a verdade sobre quem somos nos pertence, fica difícil, às vezes, acolher a opinião alheia, dando-nos a impressão que, como disse Sartre, o inferno são os outros. Quando a divergência é grande e negativa, o nosso entorno nos parece hostil por natureza.

É comum ouvirmos pessoas falando da dificuldade das relações interpessoais com o gestor direto. E a parceria que deveria existir com o objetivo de levar ao progresso da empresa e engrandecimento mútuo acaba comprometida. Fica difícil acreditar que o sucesso de um melhora o do outro, e vice-versa.

A questão essencial é: como processamos e absorvemos o que acontece em nosso en-torno. Como compreender a troca de sinais e tornar a comunicação uma interação menos subjetiva e mais fraterna. Bem interessante, mas é pena que não seja tão fácil. Viveríamos bem melhor, com mais generosidade, menos intrigas, e maiores resultados. Sim, as empre-sas mais prósperas são as que têm excelente clima organizacional.

Uma boa analogia para ilustrar as interações entre os seres humanos é o iceberg. A pe-quena parte visível (10%) representa o que conseguimos ver no outro e/ou mostrar. A maior parte, a submersa, contém nossos valores, tabus, preconceitos, experiências e diferentes aprendizados (90%). Estes ele-mentos facilitam ou dificultam nossa escuta. Esta parte subjetiva, construída ao longo da vida de cada um, resulta em uma sur-dez psicoemocional. Assim, nos apoiamos em “achos”, em julgamentos e concluímos que sabemos o que o outro pensa e sente. E quando não combina com a nossa con-clusão o carimbamos com rótulos.

Em um determinado momento passamos a não gostar de alguém e ele nos faz sentir raiva, desprezo, angústia e desconforto na interação. Isto nos leva a tomar decisões que nos afastam de nossa essência.

Esquecemos que comunicar é tornar algo comum entre uma ou mais pessoas. Se quisermos melhores resultados precisamos dar nossa contribuição para fortalecer as relações entre nossos parceiros, gestores, pares, equipes.

Você sabe como é percebido pelos outros? A dica é: AMPLIE O SEU AUTOCONHE-CIMENTO. JULGUE MENOS. OUÇA E OBSERVE MAIS.

Marta CastilhoConsultora Dorsey Rocha & Associados

Page 6: Revista Digital O Mirante Dorsey Rocha Ed. Março de 2015

IndicaIndica

Quem indica: Marta Castilho / Consultora da Dorsey Rocha & Associados

Por que indicou: Este livro levou-me à profunda reflexão. É atual na abordagem dos efeitos da simbiose (conceito da biologia, denota a relação com benefícios mútuos entre dois seres em busca da sobrevivência) e da ambigui-dade existente em alguns relacionamentos. Retrata uma parceria doentia na qual um se nutre da fraqueza do outro. Quando uma das partes recupera a “sanidade” a outra sente que “morre”. A necessidade de se submeter ao outro trata dos riscos do relacionamento simbiótico e da ambiguidade que existe entre o querer controlar / ser controlado versus a busca da alegria e da individualidade.

Sinopse: Considerado o melhor romance de Rochefort, narra, no melhor estilo realista, a história de Geniviève, uma mulher imersa em princípios humanitários que salva a vida de um alcoólatra suicida (Renaud). O homem decide que a partir de então ela é a responsável por cuidar dele - e ela submete-se a isto. Com o tempo ela perde a consciência crítica e quebra todos os laços que a prendiam à sociedade. Uma narrativa tensa, sobre o desespero e autoflagelação de uma mulher apaixonada por um indivíduo destrutivo. Livro de 1980.

09 Março 2015 - Parceria

PONTO DE

VISTA

Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844 – 1900)

O viajante e sua sombra. Editora Escala, 2013.

A habilidade de servir – Todos os homens que chamamos práticos têm uma habilidade particular para servir; é precisa-mente isso que os torna práticos, quer para os outros, quer para consigo mesmos.

Page 7: Revista Digital O Mirante Dorsey Rocha Ed. Março de 2015

O MIRANTE É UM PROJETO DORSEY ROCHA & ASSOCIADOS

Conselho Editorial:

Rodolpho RochaMarta Castilho

Ádrice Fernanda

Conecte-se conosco:

WWW.DORSEYROCHA.COM