Revista Direcional Escolas - Ed. 76 - mar/2012

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A revista Direcional Escolas tem 7 anos e é dirigida a diretores e compradores de instituições de ensino particulares e públicas de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais.

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O Movimento Todos Pela Educação divulgou em princípios de fevereiro seu relatório anual de acompanhamento das cinco metas-chave que devem, segundo a organização não governamental, dar norte aos projetos educacionais no País: toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola; toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos; todo aluno com aprendizado adequado à sua série; todo aluno com o Ensino Médio concluído até os 19 anos; investimento em educação ampliado e bem gerido.

Baseando-se em censos demográfi cos e nos resultados da Prova ABC, o Todos Pela Educação apontou avanços tímidos nesses quesitos. E alertou que, a continuarmos nesse ritmo, nenhuma das metas estará satisfatoriamente cumprida até 2022. Entre os números mais dramáticos, encontra-se a defasagem entre o aprendizado dos estudantes e a série que concluem. Menos de 1% dos municípios brasileiros tem pelo menos 50% de seus adolescentes do 9º ano com aprendizagem adequada em Matemática. Em apenas 1,2% das cidades, 50% ou mais estudantes conhecem Português da maneira como deveriam. Os défi cits vão se acumulando progressivamente a cada passagem de ano e deságuam no Ensino Médio, em que apenas 11% dos estudantes terminam o ciclo com conhecimento sufi ciente em Matemática.

Priscila Cruz, diretora executiva do Movimento, disse em entrevista à Direcional Escolas que ter esses indicadores em mãos já é um grande passo dado - “saímos de uma era de escuridão, em que não sabíamos nada” -, mas “é preciso avançar”. Segundo ela, a educação deve ser vista de “forma transversal”, articulando-a com a saúde e a família, por exemplo. “Não existe mais a família de 50 anos atrás, a escola não pode mais marcar reunião em horário de trabalho, então tem que ter respeito à nova confi guração da família. É preciso ainda ter tratamento acolhedor pela família e esta, por outro lado, tem que entender seu papel na educação”, defendeu Priscila. Ou seja, “a escola precisa mostrar isso à família, é preciso aproximar a população da escola”.

Conforme especialistas entrevistadas pela reportagem especial desta edição (A Família na Escola), restou à escola o papel de fazer esse chamamento. Não se trata de substituir a família, mas de alertá-la quanto à sua responsabilidade, reorganizando, por outro lado, a agenda e os programas escolares de acordo com esse novo desenho familiar. A psicopedagoga Isabel Parolin destacou, em entrevista à jornalista Luiza Oliva, que a escola não pode substituir a família. “A escola é outro espaço, diferente da família, que propicia outras experiências e aprendizados, mas não substitui o quintal de casa e nem a atenção dos pais e parentes. Por isso o fi nal de semana é tão importante, assim como as férias: para que a família tenha tempo de retomar alguns laços, algumas rotinas e intimidades.” Mas se for preciso, continuou Isabel, a escola deve lembrar isso à família.

A questão é complexa e foi bastante comentada pelo público durante nosso 1º Direcional Educação, realizado em 2011, e nos inspirou para a realização do 2º Direcional Educação, agendado para o dia 13 de abril, no Memorial da América latina, sob o tema “Escola, Família e Você – Parceiros na construção do futuro”. Certamente nossos conferencistas – Mario Sergio Cortella e Emília Cipriano – muito irão contribuir para jogar luz sobre o assunto.

Um bom evento aos inscritos, uma boa leitura a todos,Rosali FigueiredoEditora

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Tiragem de 20.000 exemplares auditada pela Fundação Vanzolini, cujo atestado de tiragem está à disposição dos interessados.

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Tiragem auditada por

EDiToriALDIRETORESSônia InakakeAlmir C. Almeida

EDITORARosali Figueiredo

PÚBLICO LEITOR DIRIGIDODiretores e Compradores

PERIODICIDADE MENSALexceto Junho / JulhoDezembro / Janeiro cujaperiodicidade é bimestral

TIRAGEM20.000 exemplares

JORNALISTA RESPONSÁVELRosali FigueiredoMTB 17722/[email protected]

REPORTAGEMLuiza OlivaMTB 16.935Tainá DamacenoMTB 55465/SP

CIRCULAÇÃOEstado de São Paulo, Rio de Janeiro,Paraná, Minas Gerais

DIREÇÃO DE ARTEJonas Coronado

ASSISTENTE DE ARTEFabian RamosSergio Willian

ASSISTENTE DE VENDASEmilly Tabuço

GERENTE COMERCIALAlex [email protected]

DEPARTAMENTO COMERCIALAlexandre MendesFrancisco GrionPaula De PierroSônia Candido

ATENDIMENTO AO CLIENTEJoão MarconiJuliana Jordão

IMPRESSÃOProl Gráfi ca

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Conheça também a Direcional Condomíniose Direcional Educador

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SUMário

A FAMÍLIA NA ESCOLATema do 2º Direcional Educação, que acontece-rá no próximo dia 13 de março no Memorial da América Latina, em São Paulo, a parceria entre escola e família é peça-chave para a aprendiza-gem e a formação do aluno. Mesmo que escolas venham sentindo a ausência dos pais na edu-cação dos filhos e alertando para as dificulda-des criadas por esse cenário, duas especialistas ouvidas em reportagem especial da Direcional Escolas apontam que as instituições devem dar a partida para uma aproximação com a família, além de criar condições para essa parceria.

PARCERIAS E/OU TERCEIRIZAÇÃOContratos com terceiros, parceiros ou con-sultores contribuem e muito para que os gestores de escolas ganhem tempo para se dedicar ao foco de seu negócio, imprimir um plus à instituição e melhorar a qualida-de de alguns serviços. Entretanto, há regras fundamentais que devem ser seguidas, en-tre elas, não terceirizar a gestão do ensino, evitando sua “transferência” a um sistema didático, nem abrir mão do acompanha-mento dos trabalhos realizados por presta-dores de serviço.

PRIMA ESCOLA MONTESSORIUma escola com 31 anos de vida e quadro reduzido de alunos, que aposta em uma metodologia inovadora de ensino, voltada à conquista da autonomia e da correspon-sabilidade de crianças e adolescentes pela construção do conhecimento. A Prima Esco-la Montessori de São Paulo traz na ponta do lápis a gestão de sua porção empresa, lan-çando mão de quatro estratégias que têm ajudado suas mantenedoras a assegurar a sustentabilidade da instituição.

DICAS: LABORATÓRIOS - MATEMÁTICA 20ARMÁRIOS ESCOLARES 21BIBLIOTECAS – INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS 22

FIQUE DE OLHO: QUADRAS - PISOS E ACESSÓRIOS 24

13 ESPECIAL08 GESTÃO

CONFIRA AINDA

17 PERFIL DA ESCOLA

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17 PERFIL DA ESCOLA

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WWW.DirECioNALESCoLAS.CoM.Br

NO SITE DA DIRECIONAL ESCOLAS, vOCê ENCONTRA gRANDE ACERvO DE INFORMAÇÕES E SERvIÇOS QUE O AUxILIAM NA

gESTÃO ADMINISTRATIvA, PEDAgÓgICA E DA SUA EQUIPE DE COLABORADORES. ACESSE E CONFIRA.

vERSÃO COMPLEMENTAR DA EDIÇÃO DE MARÇO DE 2012

A FAMÍLIA NA ESCOLAProfessora livre-docente da Faculdade de Educação da Universidade

de São Paulo (USP), Leny Magalhães Mrech observa, em matéria exclusiva do site da Direcional Escolas, que expectativas muito elevadas em torno do desempenho do aluno têm gerado cada vez mais casos de crianças com estresse, ao mesmo tempo em que criam um quadro de exclusão. Já o Colégio Poliedro, em São Paulo, realiza, no Ensino Médio, um acom-panhamento mais individualizado do aluno e de seu familiar, conforme revela reportagem com a orientadora Anna Carolina Hirata Favilli.

Já a psicóloga clínica e educacional Elena Etsuko Shirahige, doutora pela Faculdade de Educação da USP, apresenta, em artigo exclusivo, os aspectos que envolvem a “A tarefa complexa de educar e criar filhos”. E o professor Rodrigo Abrantes da Silva faz uma abordagem histórica sobre as responsabilidades de pais e escolas..

A FAMÍLIA NA ESCOLA (2) Confira em reportagens publicadas anteriormente pela revista Di-

recional Escolas experiências empreendidas por instituições públicas e privadas que visam a aproximar pais e escolas. Confira nos links ao lado:

- http://www.direcionalescolas.com.br/gestao/gestao-participacao-dos-pais-na-vida-escolar- http://www.direcionalescolas.com.br/perfil-da-escola/perfil-da-escola-ee-aquilino-ribeiro- http://www.direcionalescolas.com.br/versao-on-line-ed-69/tuto-ria-uma-pratica-educativa-para-a-inclusao-social- http://www.direcionalescolas.com.br/da-redacao-escolas/legisla-cao-preve-participacao-mais-efetiva-dos-pais-na-vida-escolar.

COLUNALeia o novo artigo da psicopedagoga Jane Patrícia Ha-

ddad (“Quanto mais sabemos da Educação, menos estamos na Educação!”); e do novo colunista Rodrigo Abrantes da Sil-va, historiador e professor, sobre o Edmodo, rede social da comunidade escolar.

Acesse os links http://www.direcionalescolas.com.br/jane-patricia-haddad/quanto-mais-sabemos-da-educacao-menos-estamos-na-educacao e http://www.direcionalesco-las.com.br/rodrigo-abrantes/rede-social-da-comunidade-escolar-o-edmodo-coloca-a-sala-de-aula-na-nuvem

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GESTÃo: PArCEriAS E/oU TErCEiriZAÇÃo

O mercado das escolas privadas vive um processo de mudança, em que a retenção dos alunos tem sido maior nas instituições, gerando refluxo no movimento de novas matrí-culas. Pelo menos essa é a tendência observada por Christian Rocha Coelho, consultor em marketing e coaching educacional, com base nos resultados apresentados no final de 2011 pelos mantenedores que atende principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo. “O índice de matrículas novas foi o menor dos últimos três anos”, afirma Christian. O consultor estima que a tendência deva se manter, especialmente pela recuperação da escola pública, cenário em que “cada vez menos funcionarão as ferramentas de marketing”. “O que segura a escola é trabalho pedagógico”, assevera Christian.

Desta forma, não adianta o mercado apelar àquilo que ele chama de “marketing de coopetência”. Ou seja, “à tentativa de colar a marca da escola à outra (como a de um sistema de en-sino) para tentar decolar”. “É uma falha grotesca, em que se perde a identidade e se ganha um sócio”, pondera o consultor. No atual contexto, acrescenta, “a retenção torna-se cada vez mais importante, assim, não se terceiriza bens ou áreas de pri-meira importância. Não se terceiriza a gestão do ensino nem se transfere isso para o sistema didático”, defende. Para Christian, o sistema de ensino somente funciona se for encarado pelas escolas “como um conteúdo mais organizado”, dando-se, desta maneira, “liberdade para o professor trabalhar”.

Segundo Christian Coelho, existem três tipos de contratos com terceiros que, se bem conduzidos, ajudam a diminuir “o déficit de gestão”. No primeiro deles entra a parceria com um sistema de ensino que ofereça material didático enquanto fer-ramenta e apoio ao trabalho pedagógico - e que não deve se converter em transferência da gestão do ensino. No segundo, figura a terceirização de serviços e áreas que não sejam o foco principal da instituição. “Sou radicalmente a favor de terceirizar cantina e inglês, limpeza, segurança e transporte. Para manter a qualidade, contratam-se empresas que tenham competên-cias em atender a demandas específicas. Isso evita que a escola

tenha ‘um gasto calórico desnecessário’”, observa o consultor. Mas o gestor deve ficar atento aos serviços prestados, pois os índices mais baixos de satisfação observados por Christian di-zem respeito à cantina e transporte. “O pai os associa às escolas, mesmo que terceirizados.”

No terceiro tipo de contrato incluem-se convênios com consultores e empresas que possam conferir um plus às ativi-dades extracurriculares da instituição, em áreas como robótica, empreendedorismo ou projetos científicos especiais. A Escola Cidade Jardim PlayPen, localizada nos Jardins, em São Paulo, estabeleceu, por exemplo, uma parceria com empresa especia-lizada em ciências que desenvolve projetos extracurriculares específicos com os estudantes. Com período semi-integral, o PlayPen optou por terceirizar os cursos extraclasse que oferece após o término das atividades regulares. Há convênio com uma escola de esportes (em modalidades como futebol, artes, circo, capoeira e tênis), com uma de natação externa e também com a Escola Macunaíma de Teatro. Segundo a assistente de direção Daniela Almeida, profissionais externos dão ainda aulas de judô e balé. “Nosso público prefere que as crianças permaneçam den-tro da escola”, mas são serviços cobrados diretamente dos pais pelo próprio prestador de serviço, que repassa 30% à instituição em contrapartida pelos gastos com energia, limpeza e funcio-nários de apoio.

Já na Escola Viva, localizada na zona Sul de São Paulo, a mantenedora costuma recorrer a especialistas em áreas do co-nhecimento, que a auxiliam pontualmente no “alinhamento vertical disso, ou seja, na articulação entre as séries, tarefa em que a assessoria externa traz um grande ganho, pois ajuda a organizar o trabalho e proporciona segurança didática”, afir-ma Marta Campos, coordenadora de comunicação e de apoio pedagógico. Ela cita o exemplo de uma especialista em Língua Portuguesa que cuida da atualização contínua dos livros pa-radidáticos ou de outra em Linguagem Corporal que auxiliou a escola na implantação de projeto diferenciado de Educação Física para o Ensino Médio.

O QUE FUNCIONAE O QUE PODE REPRESENTAR RISCOS FUTUROS

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Do material didático aos cursos extracurriculares, passando por áreas como alimentação e transpor-te, os terceiros ou consultorias podem se tornar grandes aliados das escolas “para diminuir o déficit de gestão” e assegurar um plus aos seus projetos. Mas podem comprometer o próprio negócio caso se transfira a gestão do ensino. Confira.

Por Rosali Figueiredo

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GESTÃo: PArCEriAS E/oU TErCEiriZAÇÃo

O SISTEMA DE ENSINO COMO “FACILITADOR DA ESCOLA”

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Em entrevista abaixo, a mantenedora Loide Rosa, do Colégio Objetivo In-daiatuba (experiência bem sucedida retratada na edição de dezembro de 2011/janeiro de 2012 da Direcional Escolas) observa que as parcerias com os sistemas de ensino não substituem o processo de gestão pedagógica, mas contribuem para otimizar tempo, diminuir possibilidades de erro e agregar valor ao negócio. Confi ra.

Direcional Escolas – O que o gestor deve esperar de um sistema de ensino parceiro?

Loide Rosa - A maioria dos sistemas de ensino disponíveis no mercado se propõe a conveniar a instituição, ou seja, você passa a ser cliente desse sistema. Grande parte oferece a possibilidade de reuniões de esclarecimento, progra-mas de treinamento para docentes, sugestões para campanhas de marketing e alguns outros produtos. Entretanto, eles não interferem como o mantenedor dirige a sua escola. No dia a dia é o planejamento, a organização e a experiên-cia da instituição que farão a diferença. O sistema de ensino não é a solução para uma escola, é um facilitador que otimiza tempo, diminui a possibilidade de erro e agrega valor ao negócio. Acredito que devamos esperar do sistema de ensino que ele cumpra sua parte no acordo; entregue o material na data correta e que este material sofra constantes revisões e atualizações; respeite os seus conveniados dan-do suporte sempre que necessário; e, principal-mente, que invista no seu negócio e compartilhe com você o mesmo ideal: seriedade no trabalho e excelência na qualidade. Uma das facilidades do sistema de ensino apostilado é permitir ao coordenador acompanhar o desenvolvimento do professor na sua matéria, em cada sala, du-rante todo o ano.

Direcional Escolas – Em relação ao inglês, que tipo de parceria esta-belecer?

Loide Rosa - Nossa parceria com a escola de inglês foi de sucesso e prospera há mais de dez anos. Ter uma escola de inglês parceira, dentro da instituição, pressupõe compartilhar o mesmo ideal em todos os sentidos, como a qualidade do curso oferecido, os serviços agregados que ela oferece (grade horária casada com o horário das atividades extracurriculares, setor de intercâmbio e viagens internacionais, testes de profi ciência, custo mais barato para o pai, com o mes-mo material e com o professor da matriz), além de espaço destinado somente para escola de inglês com suas cores, sua marca. Isso é fundamental para o aluno perceber a mudança no espaço, caso contrário fi ca aquela situação de oferecer uma sexta aula com o aluno já cansado.

Direcional Escolas – Haveria alguma desvantagem nessas parcerias que a escola tenha que suprir de outra forma?

Loide Rosa - Se o parceiro não levar a bom termo o compromisso assumido irá comprometer o serviço da instituição. Não adianta o mantenedor dizer que é ter-ceirizado. Se ele ofereceu para o pai, colocou dentro de sua instituição de ensino, então é de responsabilidade dele também, razão pela qual deve haver uma conver-

gência de ideias e uma proximidade entre as instituições.

Direcional Escolas – Em relação aos demais serviços, quando, como, onde e por que terceirizar? Onde não tercei-rizar?

Loide Rosa - Acreditamos que serviços especializados, como o inglês, a natação e cantina valem a pena terceirizar, pois são negócios que exigem por sua especifi ci-dade uma demanda de planejamento, de investimento, o que irá afastar o mante-nedor de seu foco principal. Mas o Colégio Objetivo Indaiatuba não terceiriza setores que estão diretamente ligados à prestação de serviços educacionais, pois colaborado-

res que trabalham em parceria com o corpo docente, seja na limpeza do ambiente onde ocorre a aula, ou na portaria da instituição, precisam entender os princípios da formação integral do aluno, compartilhar das mes-mas diretrizes. (R.F.)

saiba mais

christiaN rocha [email protected]

daNiELa [email protected]

LoidE [email protected]@objetivoindaiatuba.com.br

marta [email protected]

Loide Rosa, mantenedora do Colégio Objetivo Indaiatuba

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ESPECiAL: A FAMÍLiA NA ESCoLA

Edições anteriores da Direcional Escolas relatam experiências de esco-las públicas e privadas em prol de uma aproximação maior e da parceria com os familiares dos alunos. Seja porque a relação, muitas vezes pautada por diver-gências, ocupe um lugar importante na aprendizagem (cabe à família estabele-cer o sentido e o estimulo à educação), seja porque as instituições observam que o compartilhamento das atividades no ambiente das escolas representa uma importante oportunidade para ampliar o tempo e a qualidade do convívio dos pais com as crianças e os adolescentes, espa-ço atropelado hoje pela correria e nova configuração da família.

Mas pensar a família na escola é um contexto que pede antes a definição sobre a educação, a escola e a escolari-zação que querem, aponta Leny Maga-lhães Mrech, professora livre-docente da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), doutora em Psico-logia Escolar. A pesquisadora observa uma situação bastante controversa na atualidade. Ao mesmo tempo em que grande parte das famílias abraça “paco-tes educativos”, fortemente baseados na

meritocracia e na capacitação do aluno para um mercado de trabalho que muda a todo o momento, “a educação pensa hoje o aluno no mundo”, compara Leny.

A professora da USP explica que “a educação superou a mera transmissão de conteúdos, o que fazia com que se pen-sasse de forma repetitiva. Agora temos que rever os papéis da própria educação, da escola, família, professores, alunos e da comunidade escolar”, aponta. O problema é que as escolas pertencentes ao que Leny define como “mercado do saber” não sa-bem manter uma interlocução que esteja

além da apresentação dos resultados de desempenho. Outras esbarram ain-da na dificuldade de pais e mães, mui-tas delas únicas provedoras do lar, em atender a uma agenda escolar restri-tiva em termos de horários e espaços de interlocução. Segundo observa a pesquisadora, a escola deve envolver-se em um trabalho sistemático “de inclusão dessas famílias” em seu con-texto, fazer “um chamamento à res-ponsabilidade de todos nesse processo, e, infelizmente, se a família não estiver fazendo sua parte, cabe à escola sim fazer essa cobrança”. E dentro des-ta nova realidade, a família não pode mais “ser simplesmente convidada a ir de vez em quando para a escola”, mas ajudar a instituição “a se repensar”.

Para isso, no entanto, é preciso que a proposta pedagógica vá além do “pacote educativo” e que as famílias passem a desejar uma escola que não se paute em processos de exclusão dos alunos que não consigam um desem-penho médio, pois, em geral, os que fi-cam acima ou abaixo da curva, acabam rejeitados. (Ver a reportagem completa no site da Direcional Escolas).

Afinando Objetivos,ajustando papéis

Duas especialistas indicam que as escolas podem ajudar os pais a retomarem a educação de base de seus filhos, de forma a lhes passar o valor e o estímulo pelo conhecimento. Mas que os papéis de ambos devem estar bem claros e que haja sintonia com a proposta pedagógica. As instituições precisam ainda estabelecer agendas adequadas ao ritmo de vida dos pais.

Por Rosali Figueiredo

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ESPECiAL: A FAMÍLiA NA ESCoLA

A psicopedagoga Isabel Parolin conhece muito bem família e escola, as duas instituições responsáveis para que crianças, jovens e adolescentes alcancem a tão sonhada aprendizagem. Pós-graduada em Psicodrama Pedagógico, Mestre em Psicologia da Educação, Isa-bel convive há anos com famílias em seu consultório em Curitiba e também corre o Brasil proferindo palestras a pais, alunos e educadores.

Da sua experiência, ela tira uma certeza: a escola não pode subs-tituir a família. Mas tampouco deve transferir algumas de suas res-ponsabilidades à família, como se observa em algumas situações. De qualquer forma, segundo Isabel, tem sido da escola a iniciativa de “clarear a diferença” entre esses papéis e é ela quem pode hoje auxi-liar pais e mães a “melhorar sua forma de ser família”.

Direcional Escolas – A aprendizagem formal é função da escola, mas a família tem delegado a ela outras tarefas. Como defi nir melhor os papéis atuais da escola e família?

Isabel Parolin – Essa linha divisória é tênue e requer mais que um “olhar competente” para distingui-la, requer a adição de uma boa dose de bom senso. O papel da família, dentre outros, é desenvolver o sentimento de pertença e autonomia, aprendizagens que promo-vem os sistemas autorregulatórios essenciais para que o aprendiz possa estar na escola de forma adequada. O papel da escola é, dentre outros, desenvolver e instrumentalizar o aprendiz frente ao conhe-cimento historicamente acumulado em nossa sociedade. Ambas as instituições, família e escola, têm a tarefa de promover desenvoltura, que é mais que conhecimento: é apropriação dos bens culturais para o desenvolvimento de um novo comportamento, que demonstre uma educação de melhor qualidade. Em outras palavras, a criança/adolescente precisa saber por que vai à escola e desenvolver bem o seu papel de aprendiz. Essas ações estão ligadas ao valor que a família reserva à escolarização e à construção do conhecimento.

A escola, parceira da família na construção do cidadão instru-mentalizado para ser feliz, tem estratégias diferentes para atingir o objetivo comum a ambas. São parceiras e complementares, contudo uma não substitui o papel da outra. A escola muito fará para a cons-trução do cidadão-aprendiz, no entanto, ela precisará de uma família atenta, disponível e presente. A linha divisória é construída no dia a dia e em relação direta com a família de seus alunos. Ambas deverão contratar como irão se relacionar e quais os limites de cada uma na tarefa de formação do fi lho/aprendiz.

Direcional Escolas – As escolas têm reclamado que as famí-lias estão abandonando e terceirizando a educação dos fi lhos.

Como fazê-las rever a importância de ensinar valores básicos às crianças?

Isabel Parolin – Alertando-as e apontando melhores caminhos, promovendo refl exões. Existe um desconhecimento importante das famílias brasileiras (será apenas desconhecimento?): que a es-cola educará seus fi lhos de forma integral. Quanto melhor os pais qualifi cam a escola, mais eles esperam que ela faça o que eles não fazem. Existe uma tendência, sim, de a família transferir para a es-cola tarefas que são suas: “Professora, me ajude a convencer fulano a comer verduras.” Ou “Ele não dorme cedo de jeito nenhum, você pode convencê-lo a ir dormir cedo?” Ou ainda “O que está aconte-cendo com esse menino? Anda muito desobediente e avoado. Você sabe alguma coisa, professora?” No entanto, a recíproca não é muito diferente. A escola tem uma tendência também, de transferir para a família tarefas que são suas: “Precisamos que a senhora tenha uma conversa séria com seu fi lho, ele anda muito bagunceiro em sala de aula.” Ou “Seu fi lho foi mal na avaliação de Matemática. Favor tomar providências para a recuperação que acontecerá na próxima sema-na.” Ou ainda “Seu fi lho não entregou o trabalho.”

Enfi m, apesar de algumas confusões e transferências de papéis, tem sido da escola a tarefa de clarear a diferença entre a educa-ção que a escola promoverá da que ela não conseguirá promover, e ainda, da que a família deve desenvolver. Quando ambas as insti-tuições não têm claro essa linha divisória, quem sai perdendo, certamente, é o aprendiz, pois começa um jogo de empurra e de transfe-rência de responsabili-dade desgastante para a escola, para a família e repercutindo na criança/jovem. A minha expe-riência tem mostrado pais muito atarefados, apressados e des-

Entrevista:ISABEL PAROLIN

Por Luiza Oliva

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ESPECiAL: A FAMÍLiA NA ESCoLA

ligados das minúcias da educação e que quando alertados, tornam-se mais presentes e conscientes. Por isso, sou tão favorável às reuniões de pais e à oferta de literatura específi ca objetivando relembrar valores, procedimentos e conceitos que favorecem melhores resultados. O fato é que a família tem tido, como grande parceira e conse-lheira, a escola de seus fi lhos e é nela que a família se alimenta e busca melhorar sua forma de ser família.

Direcional Escolas – É uma queixa comum, tanto na rede pública como pri-vada, a falta de comprometimento dos pais com reuniões e eventos na escola. Como levar a família para dentro da escola?

Isabel Parolin – Não acredito que exista uma fórmula infalível, mas sei de procedi-mentos que costumam dar certo. Vamos a alguns: vincular a entrega de pareceres ava-liativos com uma palestra; chamar os pais para assistirem ou participarem de um evento cultural de seus fi lhos (apresentação de poesias, bandas, danças, música) junto com uma palestra para pais; fazer um encontro só para pais com temas escolhidos por eles. Sei que não funciona mandar o convite pela agenda, pois os pais não costumam ler convites des-sa natureza. Eles comentam: “Eu não sabia que ia ter uma palestra...” Não sabia porque não leu na agenda. É preciso motivá-los, fazer barulho e movimento em torno do evento. Trabalhar com os alunos a importância dos pais virem às reuniões também funciona muito bem, pois os alunos fi cam “no pé” dos pais. É interessante ter uma atividade para o aluno (teatro, apresentação de fi lme, gincana etc.) concomitante com o evento dos pais. Cafés da manhã, fi m de tarde festivo com palestra, momentos de vivência em família, com tempo para trocas de experiências, também funcionam. Algumas escolas fazem reunião com os pais às 14h, reclamam seu não comparecimento e ainda os classifi cam de desinteressados! Bem, os pais trabalham e muitos deles não conseguem fl exibilizar seus horários (lógico que há os que não querem sair da zona de conforto). É preciso estar atento e repensar algumas práticas que fi caram obsoletas e que acabam interferindo, de forma negativa, no bom andamento do processo escolar.

Direcional Escolas – A escola tem difi culdades em lidar com os diversos for-matos atuais de família?

Isabel Parolin – Ela não tem difi culdade de lidar com o formato das famílias atuais, ela tem difi culdade de trabalhar, de forma competente, com as famílias de modo geral. Claro que as formas diferentes de ser família hoje agravam o quadro, mas a difi culdade existe, quer as famílias sejam tipicamente tradicionais (pai, mãe e fi lhos) ou de novos formatos (pais divorciados, mães sozinhas, casais homoafetivos etc.). Ainda se fala em fa-mília “desestruturada” e “estruturada” como causa do fracasso escolar. De que estrutura se fala e lamenta? Hoje se trabalha com o conceito de família funcional e disfuncional, independente da formatação da família. Quem diz que sustenta, realmente sustenta? Quem diz que cuida, cuida mesmo? O aluno reconhece a autoridade deles? A família é funcional se cada um dos componentes desenvolver o seu papel de forma adequada.

saiba mais

isabEL ParoLiNwww.isabelparolin.com.br

LENY magaLhÃEs [email protected]

LEia mais Em www.direcionalescolas.com.br, - Leia matéria completa com Leny magalhães mrech, professora livre-docen-te da Faculdade de Educação da universidade de são Paulo; - acompanhe como o colégio Poliedro, de são Paulo, realiza uma abor-dagem mais individualizada do aluno e da família, em reportagem com a orientadora do Ensino médio, anna carolina hirata Favilli;- confi ra o que a psicóloga clínica e educacional Elena Etsuko shirahige,doutora pela Faculdade de Educação da usP, diz sobre “a tarefa complexa de educar e criar fi lhos”;- E veja uma abordagem histórica do professor rodrigo abrantes da silva sobre assunto.

Por Luiza Oliva

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O cenário é instigante. Em uma sala ampla e arejada, tomada por armários e estantes em suas laterais, abastecidas por livros, jor-nais diários e revistas, adolescentes ocupam pequenas escrivaninhas especialmente produzidas para eles. Elas estão dispostas de maneira a formar o desenho de um cata-vento, ou seja, a cada composição, até quatro alunos fi cam próximos uns dos outros. Ali eles leem, fazem exercícios e recebem orientações dos professores, de especialidades diversas, que atendem individualmente ao estudante. Cada aluno possui um planejamento pedagógico próprio, e conforme avança no aprendizado, novos desafi os são lançados a ele. Tudo dentro dos pa-râmetros curriculares estabelecidos pelo MEC.

Neste ambiente, estão agrupados estudantes do Ensino Fun-damental II, ora cumprindo tarefas individualizadas, ora em grupo. Também na Educação Infantil e Fundamental I há ambientes únicos, que reúnem em um mesmo espaço o que seria correspondente às várias séries de cada ciclo. No Berçário e no Maternal, as instalações são próprias e separadas. Assim é a Prima Escola Montessori, que há 31 anos iniciou um trabalho inovador e ainda surpreendente para o contexto educacional brasileiro.

A fi losofi a, introduzida pela médica italiana Maria Montessori há cer-ca de 100 anos, elimina a fi gura clássica da sala de aula, na qual os pro-fessores adotam um padrão único de “transferência” do conteúdo para o coletivo, no tradicional fl uxo linear emissor-receptor, recorrendo a uma mesma abordagem para todos, independente das respostas que cada um venha dar ao conceito apresentado. Na Prima Montessori, pelo contrário, a interlocução é individual, não se vê professores recorrendo a tons eleva-dos de voz para serem ouvidos. Tampouco fi cam clamando pela atenção do aluno, já que a relação de ensino-aprendizagem deve fl uir como um processo natural.

“O maior investimento que a gente faz aqui é na conquista de autono-mia e independência do aluno para o manejo dos instrumentos de apren-dizagem”, pontua Edimara de Lima, diretora pedagógica e uma das três mantenedoras da escola. Ou seja, a perspectiva adotada é a do estudante como corresponsável pela construção de seu conhecimento.

A diretora explica que “o grande aprendizado” que uma escola pode oferecer à criança e adolescente no Fundamental está na alfabetização. Mas que, além disso, a metodologia Montessori contribui para “um ga-nho de autonomia”. “Além de ler e entender, o aluno tem que aprender a identifi car o índice de um livro, ler a orelha, saber se é a obra que procu-ra, manejar dicionário, construir uma frase na busca do Google, ou seja, delimitar uma pergunta que possa conduzi-lo a um resultado correto”, exemplifi ca Edimara. Neste processo, o estudante se prepara para lidar com diferentes situações e desafi os, entre eles as avaliações externas e os vestibulares. Edimara conta, por exemplo, que um estudante do 9º ano da Prima Montessori conseguiu acertar 48% das provas do último Enem, exame voltado aos concluintes do Ensino Médio.

FAMILIARES BUSCAM PROPOSTA DIFERENCIADA No entanto, apesar dessa relação mais humana e produtiva em ter-

mos de autonomia e aprendizagem, Edimara reconhece que os pais “as-sustam diante de uma escola bonita e diferenciada”. “A gente mexe com

ESTRATÉGIAS DE SUSTENTABILIDADE EM UM MERCADO DE NICHOCrianças e adolescentes organizados conforme grupos etários, em ambientes que dispensam a separação por classes; projetos pedagógicos aplicados de maneira in-dividualizada; elevado número de educadores per capita: a fi losofi a Montessori trabalha com sucesso a formação e autonomia do aluno, mas exige muito fôlego de seus implementadores, como na Prima Montessori. Suas man-tenedoras adotam quatro estratégias fi rmes de gestão para continuar fazendo história em São Paulo.

Por Rosali FigueiredoFotos Rita Barreto

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muita coisa em relação ao imaginário das pessoas, como o fato de a prova não ser o único instrumento de avaliação ou as salas serem agrupadas”, diz. Nessas pouco mais de três décadas de vida, a curva de crescimento do número de alunos da Prima Montessori estacio-nou. Com novas e modernas instalações físicas, a escola poderia aco-lher até 260 alunos, em vez dos 210 matriculados. Ela disponibiliza um educador a cada 7 estudantes, ou seja, há espaço e estrutura para agregar mais gente, mantendo uma proporção que permita aos professores e auxiliares conhecerem as especifi cidades de cada um no grupo em que trabalham.

Mas o mercado de uma escola diferenciada torna-se também diferenciado. Pesquisa contratada pela Prima Montessori em 2010 revelou que 99,5% dos pais e mães dos seus estudantes possuem (ambos) nível superior e atuam profi ssionalmente. “São pais muito preocupados com o perfi l da educação que está sendo oferecida, não querem o padrão de escola que tiveram, mas um lugar que ofereça algo além do conhecimento. Querem também mais contato com a direção, os professores e a coordenação, um trabalho personalizado”, analisa Edimara.

Com renda média mensal superior a 15 salários mínimos, muitos já tiveram experiência anterior com a metodologia Montessori no Ex-terior, pois são brasileiros que residiram fora ou famílias estrangeiras, revela a diretora. “São pessoas que valorizam muito a vida familiar e o conforto, mas sem luxo”, observa, destacando que os pais progra-mam atividades em que toda a família possa participar. “Eles estão preocupados com o excesso de consumo, têm uma visão de mundo mais consciente, às vezes não sabem como colocar isso em prática, mas já estão motivados.” Os valores das mensalidades da Prima Mon-

tessori estão próximos aos das escolas da região frequentadas pela classe média ou média alta.

Dentro deste perfi l, a interlocução da escola com os pais tam-bém segue uma dinâmica atípica para os moldes tradicionais. Há uma agenda variada de atividades com grupos de familiares, seja para promover a socialização e a refl exão, seja para apresentar rela-tórios periódicos sobre o desenvolvimento do aluno. Entre fevereiro e março, a escola programou dois encontros de “Diálogos com os pais” (para a Educação Infantil e o Fundamental I). No fi nal deste mês está prevista uma “Reunião de acompanhamento escolar” (RAE) para pais de adolescentes que estão em ciclos correspondentes ao 7º e 9º ano. São agendadas ainda reuniões individualizadas com o professor (sempre acompanhadas pelo coordenador ou a direção), bem como programados almoços comunitários aos sábados, seminários somen-te para os familiares adultos (também aos sábados), e o chamado “Trabalho conjunto”. Nesta atividade, aos sábados, o pai ou a mãe realiza junto com a criança algumas tarefas propostas pela escola. É uma oportunidade, segundo Edimara, para a família conhecer o estágio de desenvolvimento do fi lho.

AS CONTAS NA PONTA DO LÁPISToda essa estrutura exige investimento contínuo, paralelamente ao

acompanhamento minucioso de cada Real recebido e dispendido pelas mantenedoras. Edimara montou a Prima Montessori juntamente com Victoria Ayroza Saracchi, diretora administrativa e fi nanceira, e Maria Angelina Franceschini Brandão, diretora de marketing e atendimento. As três se reúnem todas as quartas-feiras, deliberam e tomam decisões conjuntas. Cada uma responde com autonomia por sua área, mas as três estão bem afi nadas em torno das quatro estratégias de gestão que a escola tem adotado para conseguir se manter sustentável mesmo diante de um grupo pequeno de alunos. Elas envolvem: negociação dos preços dos fornecedores e programação de compras; administração de recebimentos (para evitar atrasos ou inadimplência); constituição de caixa reserva para investimentos futuros; e formação e treinamento de profi ssionais.

No primeiro caso, Edimara conta que “tudo nesta escola tem três orçamentos”. Há uma gerente especialmente designada para atender as demandas do pedagógico, da cozinha, manutenção, do viveiro, da limpeza e secretaria. “Tem que aprender a centralizar compras, a dia-logar com fornecedor, porque o gestor tem que conseguir preço sem abrir mão da qualidade. Além disso, precisa aprender a diluir seu custo”, ensina Edimara, que frequentou vários cursos da área administrativa

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oferecidos pela Associação Comercial de São Paulo para poder fazer bem a lição de casa.

Outra forma de proceder à racionaliza-ção dos custos é montar uma “programação de compras”. Entre o final e o início do ano, por exemplo, a escola tem gastos elevados com limpeza, manutenção ou troca da tape-çaria e das almofadas, itens muito utilizados em seus ambientes. Também precisa refor-mar cerca de 30 a 40 peças das escrivaninhas customizadas. Tem ainda que encomendar cadernos com papel reforçado para os alu-nos em processo de alfabetização, já que eles costumam forçar muito o lápis (também especial) nesse ciclo de vida. “Há uma pro-gramação de prioridades”, tudo calculado na ponta do lápis.

Por outro lado, a escola se prepara para evitar situações de atrasos ou inadimplên-cia. Segundo Edimara, janeiro costuma ser um período crítico para as instituições da rede privada, pois é um mês em que ge-ralmente os familiares saem da rotina e

deixam alguns pagamentos para trás, jus-tamente em um momento de custos altís-simos. Assim, no ato da rematrícula, a es-cola já recebe um cheque pré-datado para o mês, emitindo boletos somente a partir de fevereiro. E em meio a esse movimento entre gastos e recebimentos, a Prima Mon-tessori conseguiu sedimentar o “hábito de poupar para depois investir”. Foi assim que pôde construir uma nova quadra. “Tínha-mos metade do dinheiro e a outra metade fomos tirando, ao longo dos meses, da par-cela que seria poupada”, conta. “A meta é manter uma reserva permanente em valor equivalente às despesas de um mês”, diz a mantenedora.

Finalmente, a Prima Montessori investe recursos e tempo na formação de seus edu-cadores, visto que trabalha com uma meto-dologia que exige muito preparo do profis-sional. “Está cada vez mais difícil contratar, o jovem que sai das universidades não está dando conta das necessidades básicas de uma

escola convencional, quanto mais de uma escola de segmento”, enfatiza Edimara. O programa de treinamento da Prima Mon-tessori envolve duas frentes: contratar estagiários e formá-los no dia a dia junto com seus educadores, reservando ainda aos estudantes seis sábados anuais para seminários de capacitação; e promover duas semanas pedagógicas anuais para professores e coordenadores, que se en-contram na escola durante cinco dias, em horário integral, especialmente para estu-dos e aperfeiçoamento. A Prima Montes-sori é uma das poucas escolas da rede pri-vada que conseguiu implantar um plano de carreira (Ver quadro ao lado).

Em relação ao cenário atual da edu-cação, Edimara de Lima avalia que não há alternativa às escolas senão trabalhar a for-mação dos profissionais, já que “a grande questão que está aí é como administrar o conhecimento. O foco mudou, continuamos a ensinar o conteúdo, mas o que a gente espera do aluno é diferente, é saber como, quando e porque usar o conceito.”

Localização: Jardim Prudência, zona Sul de São PauloCiclos escolares: Berçário, Educação Infantil, Ensino Fundamental I e IIRegime de aula: opções de meio período, semi-integral e integral para a Edu-cação Infantil; após o 2º ano do EFI, dois dias por semana têm horário integral, com alimentação fornecida pela escolaNo de alunos: 210 Equipe de educadores: 32 (Há um plano de carreira que contempla cinco ca-tegorias: estagiários, professor auxiliar, professor monitor e professor titular)Equipe gestora: 3 diretoras-mantenedoras e 3 coordenadoras Equipe de apoio: 8 funcionários e duas empresas terceirizadasMensalidades: entre R$ 1.241,00 (Educação Infantil, meio período) a R$ 2.114,00 (para o ciclo equivalente ao 9º ano). OBS.: a alimentação e todo o material pedagógico utilizado pelo aluno ao longo do ano são fornecidos pela escola, incluindo lápis, canetas e cadernos, e inclusos nesses valoresInstalações: 3.700 metros quadrados de área total, entre salas de aula, pátios, cozinha, refeitório, quadra, área de recreação infantil, viveiro etc. (apenas uma parte dos imóveis é alugada, outra é própria).

A ESCOLA

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Edimara dE [email protected]

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DiCA: ArMárioS ESCoLArES iNDiViDUALiZADoSDiCA: LABorATÓrioS - MATEMáTiCA

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O Conselho Nacional de Educa-ção (CNE) aprovou, em 4 de maio de 2011, novas diretrizes para a estrutura curricular do Ensino Médio. Na prática, a resolução, promulgada pelo Minis-tério da Educação (MEC) em janeiro deste ano, permite às escolas adotar um projeto político-pedagógico que contemple quatro eixos cognitivos comuns a todas as disciplinas: Ciência, Tecnologia, Cultura e Trabalho.

Uma das finalidades é sustentar um método de ensino que trabalhe menos com a memorização e priorize a capacidade de raciocínio do aluno. Nesse sentido, o enfoque é um apren-dizado permanente através da assimi-lação de conteúdos em situações de interesse sociocultural.

No caso da disciplina de Mate-mática, as novas diretrizes ditam que o ensino de operações e a resolução de questões devem transcender os cálculos em si, a fim de que os alunos tenham competências para solucio-nar problemas de qualquer natureza, e ainda, independente da circuns-tância, fazer escolhas, elaborar críti-cas e propostas.

Kátia Stocco Smole, especializada em formação continuada de profes-sores, expõe que a maioria das insti-tuições ainda tem por metodologia um ensino de Matemática clássico, pautado nas origens das primeiras escolas militares do País. ”O currículo é totalmente centrado em técnicas e exercícios simplificados, baseado ape-nas em memória de treino. É preciso avançar”, argumenta.

As professoras Juliana Rizzitano e Aline Dutra Ramos, e o coordenador Paulo Rota, do Ensino Médio da Escola Viva, situada na zona sul de São Paulo, acreditam que aulas regimentadas não constroem situações da vida real. Para um conceito ser efetivamente compre-endido, acrescenta Smole, é importan-

te aplicá-lo em diferentes contextos, e de preferência, complexos.

Nesse sentido, os educadores da Escola Viva dizem que para garan-tir a aprendizagem permanente, são imprescindíveis aulas dinâmicas, que contemplem a diversidade e promovam uma integração entre os conhecimen-tos já adquiridos e os novos desafios do cotidiano. “A tecnologia é uma das ferramentas mais eficientes para essa mediação”, ressaltam.

O novo método de ensino de Ma-temática, explicam, “incorpora experi-ências e mescla recursos utilizados ao longo do tempo, como ábaco e calcula-dora, lousa e Datashow, livro e compu-tador, compasso e GeoGebra (software gratuito e multiplataforma para todos os níveis de ensino, que combina geo-metria, álgebra, tabelas, gráficos, pro-babilidade e estatística)”.

O desafio é explorar as diferentes ferramentas tecnológicas a favor da aprendizagem. “É interessante as esco-las aproveitarem ambientes virtuais que possibilitem, por exemplo, tarefas online e o acesso a documentos utilizados na sala de aula”, opinam as professoras e o coordenador da Escola Viva.

No que diz respeito à adaptação de es-paço para comportar o novo método, eles sugerem como laboratório a própria sala de aula. “A Escola Viva está trabalhando na transformação do espaço da sala de aula, que pode ser desconstruída e reconstruída ao sabor de diferentes propostas pedagó-gicas”, complementam. (T.D.)

COMO ADAPTAR OS ESPAÇOSAO NOvO CURRÍCULO PARA O ENSINO MÉDIO

Kátia stocco [email protected]

PauLo [email protected]

Na Próxima Edição: Parcerias – idiomas

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DiCA: ArMárioS ESCoLArES iNDiViDUALiZADoSDiCA: LABorATÓrioS - MATEMáTiCA

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marcELo carvaLhowww.saoluis.org/contato.php

maria aParEcida [email protected]

Na Próxima Edição: sistemas de prevenção

contra incêndios

Segundo a Organização Mun-dial da Saúde (OMS), cerca de 80% da população em todo mundo já sentiu dor na coluna lombar, pro-blema que atinge, em média, 20% das crianças em idade escolar devi-do ao excesso de peso das mochilas. A fim de prevenir um problema de saúde pública e que envolve dire-tamente o bem-estar dos alunos, o uso de armários escolares indivi-dualizados, uma prática tradicional nos Estados Unidos e Europa, come-ça a crescer no Brasil.

Para Marcelo Carvalho, um dos responsáveis pela área de cursos ex-tracurriculares do Colégio São Luís, localizado no bairro de Cerqueira César, região central de São Pau-lo, além de oferecer comodidade, segurança e bem-estar, o uso de armários individuais também con-tribui para a organização da vida escolar do aluno. O São Luís, segun-do Carvalho, disponibiliza armários para estudantes desde o 5º ano do Fundamental I. “Acreditamos que alunos nessa faixa etária já têm ma-turidade suficiente para administrar o próprio espaço”, acrescenta. Já a assistente de direção Maria Apare-cida Schleier, do Colégio Sidarta, lo-calizado na Granja Viana, em Cotia, Grande São Paulo, concorda e afir-ma que a instituição oferece armá-rios a partir do 6º ano, “quando os alunos têm diferentes professores e um volume maior de material”.

Para utilizar armários escolares, o aluno precisa se preparar para trabalhar de forma planejada e com autonomia, enfatiza Maria Apareci-da. “É importante que ele aprenda a separar o material que usará em aula, para evitar o entra e sai da sala, e também saber organizar o que será levado para casa para fa-zer os deveres.” No que diz respeito à escolha do modelo, a assistente

aconselha fazer uma avaliação espe-cífica do layout da mobília, levando em consideração o ambiente onde será instalado e o tamanho adequa-do às necessidades dos estudantes. “Armários baixos costumam ser des-confortáveis para o manuseio dos alunos”, observa.

No Colégio São Luís, Marcelo Car-valho explica que os mais baixos são exclusivos para alunos do Ensino Fun-damental I. Ele recomenda modelos produzidos com material de aço, pois são mais seguros e resistentes, e ainda instalá-los em local que não prejudi-que a circulação dos alunos. O São Luís tem parceria com uma empresa espe-cializada em locação de armários di-retamente aos alunos, que pagam um valor único para utilizá-lo ao longo do ano letivo. Em relação à segurança, “os cadeados são importados e vêm com segredo, de forma que as senhas são individuais e enviadas para o e-mail de cada um”, diz. “A empresa oferece um seguro individual que cobre até o dobro do valor pago pela locação”, acrescenta Marcelo.

No Sidarta, os armários são fe-chados com chave. “Os próprios alunos, se preferirem, trazem cade-ados”, diz a assistente de direção. Ambos os colégios recomendam aos alunos deixar nos armários ape-nas materiais para consultas (como atlas, dicionários e livros que serão utilizados durante a semana), além de acessórios que serão utilizados nas aulas de esportes. (T.D.)

Contra o peso na moChilae pela organização do aluno

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DiCA: BiBLioTECA E SALA DE LEiTUrA

O cenário de adaptação das es-colas à Lei Federal 12.244/2010, que torna obrigatória a implantação de bibliotecas em todas as instituições de ensino no prazo de uma década, revela “desafios e carências” nas articulações necessárias a que a norma seja cum-prida no tempo determinado. “Um dos problemas é a falta de bibliotecários-educadores para atender à atual de-manda de mercado”, enfatiza Rosana Telles, que coordenou a Comissão de Educação do Conselho Regional de Bi-blioteconomia do Estado de São Paulo, Oitava Região (CRB-8), entre 2009 e 2011 (15ª Gestão).

Para a ex-coordenadora, outro en-trave é o modelo de biblioteca aplicado nas escolas, obsoleto há pelo menos 20 anos. “Ele se dedica somente ao incen-tivo à leitura, ao desenvolvimento de programas culturais. O espaço é visto apenas como depósito de livros. Tal conceito precisa ser ampliado”, diz. O ideal, orienta Rosana, é que a biblio-teca tenha relevância semelhante às matérias da estrutura curricular do Ensinos Infantil e Fundamental. “O uso da informação precisa começar a ser ensinado na escola”, acrescenta.

A presidente do Conselho Fede-ral de Biblioteconomia (CFB), Nêmora Rodrigues, afirma que o órgão tem empreendido esforços para modificar a situação. “Uma das próximas ações é conscientizar os dirigentes da área da educação sobre a importância da biblioteca escolar no contexto peda-gógico.” A Comissão de Educação da 15ª Gestão do CRB/8, comenta Rosa-na, desenvolveu várias iniciativas para disseminar um novo paradigma para a biblioteca escolar, que foca o espaço como centro de produção e compar-tilhamento de informação.

A biblioteca deve ser tratada como agência educadora de importância vital na comunidade, segundo a ex-

coordenadora do CRB. “Nesse sentido, a leitura deve deixar de ser um fim para ser o meio, como ferramenta essencial de acesso à informação e à compreen-são e geração de conhecimento”, ex-plica. Para atingir o propósito, detalha Rosana, o espaço deve ser planejado de forma a atender as competências tecno-lógicas necessárias para o aprendiz do século 21. “Laboratórios de informática para pesquisa online, salas equipadas com recursos audiovisuais, espaço de leitura e eventos para expor os trabalhos dos alunos são imprescindíveis.”

No que diz respeito ao acervo, a presidente do CFB afirma que “deve contemplar a diversidade de gêneros textuais e, além de livros, incluir revistas e outros materiais não impressos, como documentos sonoros, visuais e digitais”. Nêmora destaca ainda a necessidade de implantação do sistema de terminais de busca através de catálogos eletrônicos, que permitam localizar livros, DVDs e CDs.

O Conselho Federal, em parceria com o Grupo de Estudos de Biblioteca Escolar (GEBE) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), produziu recentemente um documento que estabelece as dire-trizes a serem seguidas pelas escolas – “Parâmetros para Bibliotecas Escolares” -, aprovado pelo MEC e regulamentado pela Resolução CFB no 119/2011. O ma-terial está disponível para consulta no endereço http://www.cfb.org.br/proje-tos.php. (T.D.)

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rosaNa [email protected]

Nêmora [email protected]

Na Próxima Edição: Psicomotricidade –

instalações e equipamentos

INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS

PARA O APRENDIZ DO SÉCULO XXI

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DiCA: BiBLioTECA E SALA DE LEiTUrA iNForME PUBLiCiTário

Imagine uma equipe em que todos sa-bem claramente o que devem fazer, estão comprometidos com os resultados dese-jados, planejam, buscam alternativas para atingir esses resultados e para completar de-monstram equilíbrio entre a vida profi ssional e pessoal. Se sua equipe é assim, parabéns! Você possui uma equipe de líderes. Se não é, você deve trabalhar para desenvolver seu time com o objetivo de chegar lá.

No mundo educacional do século 21, informação e tecnologia tornam-se cada vez mais acessíveis e apesar de serem funda-mentais, deixam de ser diferenciais. Já se foi o tempo em que as pessoas se impressionavam com isso e faziam escolhas baseadas em “essa escola tem internet”, “tem computadores na sala de aula”, etc. É claro que não vamos abrir mão da tecnologia, nem de uma boa estru-tura. Mas, o que vemos é que os diferenciais estão focados, felizmente, nas pessoas.

Pense comigo... A maioria das escolas hoje estão usando ferramentas como Face-book, Twitter e até tablets para atingir seu público alvo. Seu desafi o não está em como abrir uma conta ou como postar uma foto ou vídeo. Seu desafi o é: O que é interessan-te colocar? Qual linguagem irá atingir meu público? Por isso, precisamos de pessoas que pensem como líderes, desde o contato ini-cial com o aluno até as interações em sala de aula, passando pela secretaria, coordenação pedagógica e gestão da organização.

COMO CHEgAR LÁ?Antes de mais nada devemos entender

que liderança não é uma posição, mas uma

maneira de pensar. Sendo assim, podemos ter líderes em todas as posições. A partir daí, começamos nosso trabalho.

Todo processo de liderança passa por al-guns passos em comum: o líder tem uma per-formance destacada e naturalmente atrai se-guidores. Isso, apesar de ser um passo natural do processo, pode se tornar uma armadilha. Afi nal, o que fazem os seguidores? Seguem!

Em pouco tempo o líder se vê em uma situação em que tudo tem que passar por ele, as pessoas não tomam decisões, e no fi -nal, tem sua vida pessoal afetada por longas horas de trabalho, o celular tocando a todo momento, mesmo em períodos de férias, etc.

O desafi o do líder, portanto, é criar novos líderes. Se você não estiver trabalhando nis-so, irá cair nessa armadilha.

Para ter uma equipe de líderes de alta performance, coloque alguns pilares sobre uma base sólida – integridade, desejo de ser-vir e compromisso com os resultados.

Comece com o estabelecimento e comu-nicação de uma visão clara, que todos en-tendam e compartilhem. Sem compartilhar, nenhum profi ssional estará comprometido. Devemos entender que nosso foco deve estar nos resultados que desejamos, não somente em cumprir tarefas; seja claro, específi co, em relação ao que espera. Fomente o planeja-mento de ações de melhoria e realização de resultados específi cos no dia a dia. O papel do educador é, então, criar uma “rede de segurança” para que sua equipe e seu aluno sintam que podem errar na busca de melho-res resultados e que terão apoio nessa busca. Assim, teremos pessoas que sempre buscam

alternativas de melhoria. Passe uma boa parte do seu tempo trabalhando para desenvolver pessoas, com conhecimen-to, mas também apoiando uma maneira de pensar e agir que leve a crescimento.

Finalmente, entenda que líderes efi cazes são pessoas completas, que li-deram pelo exemplo. Isso passa pelo equilíbrio nas diferentes áreas da vida de uma pessoa. Quando estamos bem fora do ambiente de trabalho estamos mais preparados para enfrentar os desafi os dentro do ambiente de trabalho.

As gerações desse século trabalham para conquistarem realização pessoal. Quem não tem objetivos para si, nunca será um profi ssional de alta performan-ce. São pessoas que pensam: “Melhorar pra que? Estou contente assim...”

Colocar os pilares da liderança para trabalhar em sua vida pessoal, focan-do em objetivos de melhoria na área familiar, na sua vida social, tendo boa saúde, buscando novos aprendizados fará com que você esteja cada vez mais capacita-do para atingir seus objetivos.

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nicação de uma visão clara, que todos en-tendam e compartilhem. Sem compartilhar, nenhum profi ssional estará comprometido. Devemos entender que nosso foco deve estar nos resultados que desejamos, não somente em cumprir tarefas; seja claro, específi co, em relação ao que espera. Fomente o planeja-mento de ações de melhoria e realização de resultados específi cos no dia a dia. O papel do educador é, então, criar uma “rede de segurança” para que sua equipe e seu aluno sintam que podem errar na busca de melho-res resultados e que terão apoio nessa busca. Assim, teremos pessoas que sempre buscam

saúde, buscando novos aprendizados fará com que você esteja cada vez mais capacita-do para atingir seus objetivos.

Liderança na Educação

MARCIO gABAÉ o Licenciado Master para o Brasil da LMI – Leadership Management International (EUA), empresa líder mundial no desenvolvimento de Lide-rança, Produtividade, e Comunicação, com mais de 40 anos de existência. Atua em parceria com o Instituto Passadori – Educação Corporativa na condução de programas de Liderança de Alta Performance e treinamentos de Comunicação verbal.

Por Marcio gaba

Instituto Passadori | +55 11 3488-1200 | www.passadori.com.br | [email protected]. Paulista, 726 - 11º Andar - Conjunto 1103 - São Paulo - SP

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A nova Matriz de Referência para o Enem (Exame Nacional de Ensino Mé-dio), instituída pelo Ministério da Edu-cação (MEC) em 2009, ampliou o perfil da disciplina de Educação Física junto às escolas. E mesmo que as diretrizes digam respeito ao Ensino Médio, a nova confi-guração da matéria deverá valorizar as atividades relacionadas ao corpo e ao movimento em toda a educação básica.

Inserida no campo das Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, a Educação Física oferecida pelas mantenedoras de-verá propiciar ao aluno a competência de “compreender e usar a linguagem corporal como relevante para a própria vida, integradora social e formadora da identidade”. Isso inclui o desenvolvimen-to de diferentes habilidades por meio das mais variadas modalidades, entre elas, que o aluno possa “reconhecer a linguagem corporal como meio de inte-ração social, considerando os limites de desempenho e as alternativas de adap-tação para diferentes indivíduos”.

É preciso, portanto, se preparar e oferecer uma infraestrutura adequa-da às novas demandas, apostando nas soluções diversificadas oferecidas pelo mercado. Confira.

AMERICAN PISOS O ambiente em que costumam ser desenvolvidas as atividades físicas “exerce grande in-

fluência na aprendizagem e o revestimento correto contribui fortemente para criar espaços aconchegantes para seus usuários, além de atender às principais necessidades do segmento”, aponta Luiz Carlos Cavalcante, representante da American Pisos, empresa com mais de 20 anos de mercado. Portadora do selo “Revenda Mais”, do fabricante Tarkett Fademac, a Ame-rican Pisos tem os revestimentos vinílicos como seu carro-chefe. Eles se diferenciam por tipos e coleções, afirma a supervisora comercial Patrícia Brito. Há o Paviflex (nacional) e pisos em mantas, como o Pavifloor (importado), Absolute (nacional) e a linha Imagine Magic (tam-bém importada). Mas segundo Patrícia, o Paviflex continua o preferido das escolas, devido à relação custo e beneficio, e porque também apresenta boa solução para as quadras, pois ao combinar suas cores é possível fazer as demarcações exigidas por cada modalidade esportiva, “evitando repintura das mesmas”.

Luiz Cavalcante observa, por sua vez, que “áreas como salas de aulas, quadras, bibliotecas e brinquedotecas necessitam de revestimentos com extrema durabilidade e que proporcio-nem o conforto visual necessário à concentração e, na medida certa, sejam estimulantes visualmente”. A American Pisos atua com equipe própria, especializada e “artística – para confecção de desenhos e paginações”. Os pisos vinílicos representam ainda uma opção rápida e esteticamente bonita e lúdica para a reforma dos ambientes, pela grande variedade de modelos e cores do material.

Fale com a American Pisos:(11) 5581-0545 / [email protected]

A SUL PISOSA A Sul Pisos também trabalha as linhas de revestimentos vinílicos, “em placas do tipo

Paviflex (semi-flexível) ou em mantas (várias linhas totalmente flexíveis)”, descreve o gerente Ernesto Xavier Rodrigues. “Elas são ideais à área escolar, pois são produtos térmicos, ou seja, adaptam-se à temperatura ambiente, não são nem quentes nem frias, como as linhas cerâ-micas.” Ernesto Rodrigues destaca ainda a possibilidade de as mantenedoras utilizarem-se de vários desenhos ou paginações na montagem dos revestimentos das quadras cobertas, apro-veitando para estabelecer as linhas demarcatórias. O sistema, ressalta, dispensa a necessidade de pinturas periódicas que outros tipos de pisos exigem. Além desta versatilidade, facilidade de manutenção e praticidade, o gerente aponta outro benefício ao gestor escolar: os materiais são certificados e permitem sua reciclagem. Com dez anos de mercado, a A Sul Pisos lançará neste ano linhas com novas cores e “um melhor acabamento na parte superior do produto”.

Fale com a A Sul Pisos:(11) [email protected]

PREPARE-SE PARA UMA NOVA REALIDADE EM

Educação FísicaPor Rosali Figueiredo

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FiQUE DE oLHo: QUADrAS - PiSoS E ACESSÓrioS

MEgA REDES ESPORTIvASRedes, acessórios e pinturas de pisos compõem o principal mix oferecido pela Mega Redes Esportivas ao mercado escolar. ”Tra-balhamos com tabelas de basquete, poste de vôlei, poste de tênis, traves de futebol, redes para lateral e cobertura das quadras, alam-brado e pintura de piso”, descreve a diretora comercial Alessandra Valverde. “Por atuarmos no segmento esportivo há dez anos, nos-sos produtos são benéficos à prática do exercício físico e permi-tem às escolas manterem sempre equipamentos adequados”, diz. A diretora comercial destaca também o fato de a empresa trabalhar “somente com produtos de primeira linha, de fabricação própria”. “Por isso garantimos preços e prazos, somos uma empresa flexível em relação às condições de pagamento”, afirma. A Mega Redes Es-portivas atua em toda São Paulo, Grande São Paulo e Interior do Estado, “mas caso necessário também vamos para outros estados”.

Fale com a Mega Redes Esportivas:(11) 3624-7222http://www.megaredesesportivas.com.bratendimento@megaredesdeprotecao.com.br

gRAMASINTÉTICASRepresentantes de produtos nacionais e importados e também

com uma linha de fabricação própria, a gramasintéticas oferece ao gestor escolar 20 diferentes versões do produto para o revesti-mento das áreas esportivas e de recreação. “Nossa grama sintética é feita com fios importados, 100% em polietileno (grande diferen-cial, pois garante a qualidade do produto) e disponível em várias espessuras e volumes. Temos também em diferentes cores além da verde: vermelha, branca, azul, amarela e saibro”, destaca David Alvi-si, diretor do Grupo Multi Grama. A grama sintética é o carro-chefe da empresa, que trabalha ainda com pisos emborrachados (em EVA), asfáltico e epóxi (utilizados nas quadras), além de brinque-dos e móveis. Segundo Alvisi, o uso de grama sintética nas quadras e campos esportivos apresenta a vantagem de dispensar a rega e comportar um número ininterrupto de atividades, ao contrário da grama natural, que comporta apenas seis jogos por semana, o que “limita o uso do espaço”. A grama sintética pode ser lavada, rece-be tratamento contra raios UVA e UVB e antifúngico, completa o diretor. Desde 2004 no mercado, a empresa tem unidades em São Paulo (Capital), Bragança Paulista e Piracicaba e atende a escolas de todo País.

Fale com a gramasintéticas:(11) 3711-4448 / (19) [email protected]

POWER SPORTSNa Power Sports, o gestor escolar encontra uma ampla linha

de acessórios para as modalidades esportivas praticadas em suas aulas e atividades extracurriculares, como vôlei, futsal, basquete e handball, destaca o diretor comercial Cláudio Gonçalves. Mas o grande diferencial da empresa, diz, é que “por sermos fabrican-tes dos acessórios (trave para futebol, poste de vôlei, estrutura de basquete etc.) podemos desenvolver os produtos de acordo com a necessidade dos clientes, principalmente em relação ao espaço, que normalmente é reduzido nas escolas, com medidas especiais e proporcionais”. Mas além dos acessórios, outro forte da empresa é o variado portfólio de pisos sintéticos e flexíveis específicos para áreas internas, ou ainda os revestimentos para o ambiente externo, “que suportem os efeitos de intempéries”.

Cláudio Gonçalves ressalta que os materiais e acessórios são de fácil manuseio e manutenção, mas apresentam grande durabilida-de, e atendem às normas das federações e confederações espor-tivas. “Temos também materiais recreativos com medidas oficiais, que apresentam a mesma funcionalidade com um custo reduzido, atendendo aos estudantes e escolas de diversas classes sociais.” No mercado desde 1995, a Power Sports investe em Responsabilidade Social, através do patrocínio ao time de voleibol da Escola Estadual Dr. Carlos Augusto de Freitas Villalva Júnior. Desde 2008, o time Villalva/PowerSports tem sido campeão em diferentes competições do Estado de São Paulo, ajudou a revelar o aluno/atleta Matheus Gregório de Oliveira (que disputou pela seleção brasileira infantil o Campeonato Sul Americano no Equador em novembro passado), e tem ajudado sobretudo a formar cidadãos.

A empresa estabeleceu ainda uma parceria com a Prefeitura de Santana do Parnaíba para patrocinar os times de vôlei de quadra e areia que disputaram os Jogos Abertos do Interior (as equipes trou-xeram três títulos de campeões). A Power Sports atua em todo o Brasil e exporta para alguns países da América Central, Ásia e África.

Fale com a Power Sports:(11) [email protected]

Educação Física

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ACESSÓrioS, ALAMBrADoS, GESTÃo, iNForMáTiCA

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LABorATÓrioS, LoUSAS

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GráFiCA, MÓVEiS

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MáQUiNAS MULTiFUNCioNAiS, MÓVEiS, PiSoS

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MáQUiNAS MULTiFUNCioNAiS, MÓVEiS, PiSoS PLAYGroUNDS

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PLAYGroUNDS PLAYGroUNDS, QUADrAS, TErCEiriZAÇÃo

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