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ESPECIAL 5º FÓRUM & COFFEE DINNER O cenário mundial, as transformações, o mercado e as perspectivas para o café Revista do Café Centro do Comércio de Café do Rio de Janeiro Ano 92 - Junho 2013 - Nº 846

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ESPECIAL

5º F

ÓRUM & C

OFFEE

DIN

NER

O cenário mundial, as transformações, o mercado e as perspectivas para o café

Revista do CaféCentro do Comércio de Café do Rio de Janeiro Ano 92 - Junho 2013 - Nº 846

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Editorial

5º Forum & Coffee Dinner

Leste de Minas inaugura

armazem em Varginha

80 anos do Boletim

Carvalhaes

Cinquentenário da OIC

Operações Tempo de

Colheita e Broca: fiscalização

ou espetáculo?

As bodas de ouro de Alaerte

Barbosa

ES lança novas variedades

clonais de Conilon

Fazenda Sant’Anna

Estudo Econômico

Irrigação do Cafeeiro

Panorama

Eventos Cecafé

Domingos Martins

São Domingos do Norte

Estrela do Sul

Formaturas Projeto Produtor

Informado

Ponto de Vista: Um novo

cenário para o café

Sumário CoordenadoraAlessandra Rodrigues de Almeida

ReportagensEugênio Martins Júnior, Henrique Mori, Miguel Barbosa e Natália Fernandes.

ColaboradoresAfonso Celso Mattos Lourenço, André Luís Teixeira Fernandes, João Antonio Lian, Luiz Antonio Lima, Marco Antônio Milfont Magalhães, Leila Vilela Alegrio e Xico Graziano

Foto de CapaJosué Augusto Pancini, João Antonio Lian e Antônio Chinellato.

Crédito da CapaEduardo Cesar

Diagramação e ArteDaniel Borges DutraEduardo Heron Santos

Design e Projeto GráficoDaniel Borges DutraEduardo Heron Santos

Impressão Gráfica52 Gráfica e Editora Ltda.http://www.52grafica.com.br

Centro do Comércio de Café do Rio de Janeiro

Diretoria Biênio 2013/2015Presidente: Guilherme Braga Abreu Pires FilhoDiretor-Secretário: Batista ManciniDiretor-Tesoureiro: Alexandre PiresDiretor de Patrimônio: Ruy Barreto FilhoGerente Geral: Guilherme Braga Abreu Pires Neto

Sindicato do Comércio Atacadista de Café do Município do Rio de Janeiro

Diretoria Quadriênio 2010/2014Presidente: Guilherme Braga Abreu Pires FilhoSecretário: Batista ManciniTesoureiro: Guilherme Braga Abreu Pires NetoDiretor de Patrimônio: Ruy Barreto Filho

Conselho AdministrativoCSB Trading S/A Exp. e ImportaçãoWarrant Exp. Importação Ltda.Sumatra Comércio Exterior Ltda.Agropecuária São Francisco de Paula Ltda.GBP Consultoria EmpresarialUnicafé Comércio ExteriorEISA Empresa Interagrícola S/AStockler Comercial e Exportadora Ltda.Halley Exp. e Imp. Ltda.Três Aranhas Com. e Ind. Ltda.Valorização Empresa de Café S/AAgropecuária Pedra Lisa S/A

Rua Quitanda, 191 - 8º andar - Centro - CEP: 20091-000 Rio de Janeiro - RJ - Brasil Fone: (21) 2516-3399 / Fax: (21) 2253-4873 [email protected] / www.cccrj.com.br

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das para assegurar um fluxo ordenado de escoamento do produto, de atendimento aos mercados e de sustentação e valorização dos preços inter-nos, com reflexos positivos sobre as cotações externas.Como o crédito é o principal instrumento de política cafe-eira, esse volume de recursos tem significativa importância para interferir positivamente nos preços da safra, na renda do produtor e na colocação do produto. Porém, esses obje-tivos só serão atingidos com um direcionamento correto e assertivo. E a análise da dis-tribuição da verba alocada traz incertezas e grande pre-ocupação pela sua aparente ineficácia e pelos prejuízos que podem trazer ao conjunto do negócio café. A estrutura de organização das linhas de crédito aprovada guarda gran-de semelhança com o mode-lo aplicado no último Plano de Safra 2012/2013, no qual a política cafeeira foi orien-

tada, por inspiração do setor de produção, para a adoção de medidas de contração da ofer-ta interna, através das coope-rativas de cafeicultores, como forma de forçar altas.Os resultados dessa política, que remete ao passado, foram frustrantes e, em grande par-te, contribuíram – ao longo da safra que agora se encerra - para a situação de enfraque-cimento dos preços internos (de R$ 390,00 por saca de café arábica ao início da safra, para R$ 285,00 atualmente) e seus reflexos nas cotações exter-nas (com retração de 30% no mesmo período). O produtor perdeu renda, os estoques in-ternos cresceram, a exportação caiu de 33,5 milhões de sacas, em 2011, para 28,3 milhões, em 2012 e houve perda de par-ticipação do Brasil de 33%, em 2011, para 25%, em 2012, sobre as exportações totais dos países produtores de café.Abstraindo-se a questão da contração da oferta para ob-

O Fortalecimento dos preços do café depende de uma correta política de crédito

MUNDO BRASIL Part.(%)

2008 97.590 29.507 30%

2009 96.234 30.347 32%

2010 96.935 33.029 34%

2011 104.356 33.509 32%

2012 * 113.144 28.331 25%

Var.(%) 2012 x 2011 8,4% -15,5% -22,0%

EXPORTAÇÕES MUNDIAIS DE CAFÉ E PARTICIPAÇÃO BRASILEIRAMil sacas 60Kg

Fonte: OIC / CECAFÉ

* estimativa

O Conselho Monetário Nacional, em sua reu-nião de 18 de junho,

aprovou normas de financia-mentos para o café. Os recur-sos previstos chegam a R$ 3,16 bilhões, aos quais deve

ser adicionada a soma de R$ 900 milhões (valor aproximado dos finan-ciamentos de estoca-gem concedidos na sa-fra passada, que tiveram

os seus vencimen-tos alongados

em 12 me-ses). Esse p a c o t e robusto é s e g u r a -mente o maior já aplicado ao café ao início

da safra e mostra po-

tencial capaz de viabilizar ações volta-

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ter melhores preços e o con-sequente retorno à política do “guarda-chuvas”, o esquema financeiro ora aprovado prevê recursos para a estocagem que podem chegar ao valor de R$ 1,56 bilhão. Além da rolagem dos financiamentos de esto-cagem da safra passada, pas-síveis de prorrogação (cerca de R$ 900 milhões), e os va-lores do Custeio, que podem ser convertidos em estocagem (R$ 600 milhões). Restaram, para os demais agentes do mercado - comércio e indús-tria -, valores que permitem financiamentos de cerca de três milhões de sacas, o que significa apenas 6% da safra e 75% do volume mensal que tais agentes adquirem e utili-zam para suprir os mercados externo e doméstico.A enorme concentração e a desproporcionalidade dos re-cursos financeiros alocados na linha de crédito de estocagem, utilizada na sua quase totalida-de pelas cooperativas, são um equívoco. Isso porque a con-tração da oferta interna trazida pelas compras que as coopera-tivas realizam ou dos repasses dos financiamentos aos seus cooperados não necessaria-mente exerce efeitos sobre os preços e, além disso, ocasiona uma ociosidade de recursos.Essa situação - concentração e ociosidade dos recursos – gera falta de liquidez às demais ope-

rações internas, uma vez que os agentes do mercado, pela inexis-tência/insuficiência de recursos creditícios, são estimulados a “encurtar” os seus estoques de trabalho, com o inevitável afrou-xamento da demanda, que fica restrita ao desaparecimento (ex-portação e consumo interno).Desse modo, parece provável que a estocagem que venha a ser feita a partir das linhas de crédito ora aprovadas não dê sustentação aos preços. Isso porque a oferta típica de início de safra tende a ser superior à demanda da expor-tação e do consumo interno. Sem uma demanda adicional, que só virá a partir de uma situação de liquidez financeira capaz de es-timular a ativação dos negócios, os preços internos podem não reagir. E, assim, deve se repetir o que ocorreu em relação à safra passada. Ou seja, o Governo será confrontado ou com pedidos de novas prorrogações de venci-mentos ou, mais provável, para que compre cafés, através do sistema de opções, para a liqui-dação de posições das Coopera-tivas e/ou dos financiamentos de seus cooperados e, assim, evitar pressões sobre as safras futuras.Em resumo, a linha de estoca-gem deve ser vista como uma forma de permitir ao produtor organizar o seu fluxo de ven-das. Portanto, os recursos a serem alocados devem partir deste objetivo e não ser uti-lizados, como se fez na safra

EXPORTAÇÕES MUNDIAIS DE CAFÉ ARÁBICA E PARTICIPAÇÃO BRASILEIRAMil sacas 60Kg

35.178

2008 2009 2010 2011 2012*

23.95841%

outrospaíses

BRASIL

30.450

26.25446%

32.270

28.57347%

33.551

27.47145%

36.518

23.81839%

* estimativaFonte: OIC / CECAFÉ

passada e se pretende repetir, como mecanismo de forma-ção de estoques. Acreditamos que a criação de um cenário de fortalecimento dos preços internos e de incremento das exportações passa pela dis-ponibilização de linhas de crédito aos agentes comer-ciais internos, em condições e montantes que estimulem o alongamento dos estoques de trabalho. E, definitivamente, passa também por estímulos ao setor industrial, para que se comprometa com um progra-ma imediato de ampliação do uso de cafés arábicas nos seus blends industriais, estancan-do o processo de substituição de cafés arabicas por conillon que se observa, gerando um melhor equilíbrio entre oferta e demanda. Lamentavelmen-te, as linhas de créditos apro-vadas não contemplam estas questões fundamentais ao equacionamento dos proble-mas enfrentados pelo agrone-gócio café. Apenas traduzem o conceito de que a renda do produtor será buscada não na melhoria dos preços do mer-cado, mas nas transferências do Tesouro.

Guilherme Braga Abreu Pires FilhoPresidente do Centro de Comércio de Café do Rio de Janeiro

e Diretor Geral do CeCafé

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5º fórum & coffee dinner

O 5º Forum & Coffee Dinner reuniu a comu-nidade cafeeira, dia 28

de maio, em hotel de São Pau-lo (SP). O evento, realizado a cada dois anos pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), teve como tema “Como as Atuais Tendên-

cias do Consumo irão afetar o Suprimento Futuro”. O encon-tro encerrou-se, à noite, com jantar na Sala São Paulo.Uma das principais tendências do consumo que os participan-tes do Forum puderam constatar é o avanço do café solúvel, em particular no Leste da Europa e

na Ásia. Como os grãos robusta são aplicados em larga escala na fabricação solúvel, os espe-cialistas avaliam que esse tipo de café tende a ganhar espaço no mercado, em detrimento do arábica. A seguir, acompanhe alguns dos principais pontos abordados pelos palestrantes:

Fórum mostra Tendências no Mercado de Café

Panorama do Fórum

Mesa de aberturaHenrique Mori

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Fórum mostra Tendências no Mercado de Café

Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode crescer 2,8% este ano e 3,5% em 2014, mas os rumos do País con-tinuam dependentes do am-biente global e da superação de desafios domésticos. A avaliação é da economista Fabiana D’Atri, coordena-dora do Departamento de Pesquisas e Estudos Econô-micos (Depec) do Bradesco. Em sua apresentação, du-rante o 5º Forum & Coffee Dinner, Fabiana mostrou al-guns dados animadores. O Brasil está investindo mais, como revela a taxa de For-mação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que deve crescer 5,5% este ano e 6% em 2014. No campo, porém, apesar da safra recorde de 184 mi-lhões de toneladas de grãos em 2012/13, vem caindo a renda do produtor, em linha com a retração das cotações das commodities, informou

Fabiana. Depois de resul-tado negativo de 12,8% em 2008/09, por causa da crise global, a renda do setor al-cançou pico, subindo 41,8% em 2010/11, para recuar para 8,9% em 2012/13.

E vão mal as exportações do Brasil, que é um dos grandes fornecedores de alimentos para o mundo. O saldo comer-cial deve cair de US$ 19,43 bilhões em 2012 para US$ 9,14 bilhões este ano.Para complicar, assinalou Fa-biana, é intenso o debate no País em torno do combate à inflação. O regime de me-tas do Banco Central sugere 5,5%, mas este ano o IPCA já está projetado em 5,6%. O go-verno sinaliza com aumento dos juros para segurar os pre-ços. Já a estimativa do Bra-desco para o câmbio no fim do ano (R$ 2,05/US$) deve ser revista, com a recente alta da moeda norte-americana.No ambiente externo, o Bra-desco vislumbra bons dados: a zona do euro deve continu-ar em recuperação, com taxa de crescimento de -0,5% este ano e +0,6% em 2014, assim como os Estados Unidos, que devem crescer 2,0% em 2013 e 2,7% em 2014. A China ins-pira cautela, com a taxa de crescimento de 7,4% e 7,3%, respectivamente, depois de ter apresentado crescimen-to de dois dígitos em 2007 (14,2%) e 2010 (10,4%).

PIB pode crescer 2,8% este ano e 3,5% em 2014, projeta Bradesco

Fabiana D’Atri

créditos: erodi florencio

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5º fórum & coffee dinner

O consultor do mercado de café Carlos Brando, da P&A Marke-ting Internacional, considera que o consumo do produto solúvel deve registrar forte crescimento nos próximos anos. Segundo ele, o preço do café solúvel é atra-ente e, além disso, há inovações neste segmento, como a oferta de produto orgânico, sustentá-vel, capazes de contemplar to-das as faixas de renda.Outra tendência é o aumento do consumo de café em monodoses, ou sachês, assim como o que ele chamou de consumo “três em um”, modalidade na qual o consu-midor opta por um café misturado ao leite e já adoçado, ou choco-late. Brando informou que esses segmentos crescem pela conveni-ência e rapidez na operação. Em palestra no 5º Fórum & Coffee Dinner, Brando disse que esse tipo de consumo aumenta 20% ao ano no mundo, desde 2004.

Cresce consumo de Café Solúvel

Demanda firme impede formação de excedente global

O consultor também citou como tendência a abertura de novas lojas de venda de produtos de café. Ele mostrou como exem-plo a marca Coffee Day, na Ín-dia, que atualmente tem 1.400 lojas em 200 cidades no país, atendendo 400 mil consumido-res por dia. Também mencionou a tendência das marcas próprias de café, uma opção mais barata, e que tem encontrado boa acei-tação na Europa, apesar da crise no bloco. Ele citou Tesco, na In-glaterra; Carrefour, na França; e a marca Aldi, na Alemanha.De acordo com Brando, a de-manda por café avança na Eu-ropa Oriental e na Ásia, em particular China, Coreia do Sul e Índia. Por conta disso, deve crescer o consumo de café robusta, principalmente na forma de solúvel, a opção natural nesses novos merca-dos, em substituição ao chá.Carlos Henrique Jorge Brando

Judith Ganes-Chase

A consultora Judith Ganes-Chase, fundadora e presidente da J. Ga-nes Consulting, considera que não existe excedente global de café. Segundo ela, se fossem aceitos os números oficiais do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o esto-que global seria maior do que os maiores volumes já armazenados na história do Brasil o que, na opinião de Judith, é impossível conceber. Caso contrário, o mun-do veria esse café por aí (estoca-do), afirmou ela, durante palestra no 5º Forum & Coffee Dinner.Judith argumentou que os núme-ros de oferta de demanda global por café “não batem” porque o que pode estar ocorrendo é um consumo muito maior do que mostram as estatísticas. Ela citou a Indonésia, onde o consumo da bebida está em rápida expansão, crescendo 10% ao ano. A con-sultora explicou que os jovens

da Indonésia tomam café ao lon-go da noite nas ruas, como num piquenique, jogando cartas, sem cafeterias sofisticadas, num pro-cesso de socialização.Ela acrescentou que o consumo de café solúvel, produzido prin-cipalmente a partir de grãos ro-busta, tende a se expandir. Para a consultora, o consumo de so-lúvel deve avançar solidamente nos próximos três e cinco anos, com melhor desempenho nos mercados asiáticos.Judith afirmou, ainda, que a par-ticipação do robusta no mercado nunca foi tão grande como atual-mente: cerca de 39%. Os outros 61% são representados pelo grão arábica. Judith disse que a parti-cipação do robusta cresce com o aumento do consumo de café solúvel. E o solúvel cresce pela vantagem de preço mais baixo. Segundo ela, a médio prazo, esse cenário não deve mudar.

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Arábica lavado enfrenta “tempestade perfeita”

Neil Rosser

Coffee Break

A produção de café arábica sua-ve, cultivado principalmente na América Central e na Colômbia, enfrenta uma crise estrutural, agravada pela atual queda das co-tações do grão na Bolsa de Nova York. A constatação é do gerente de pesquisa da Olam Europe, Neil Rossner, que foi palestrante do 5º Forum & Coffee Dinner.Segundo ele, os países da América Central, prejudicados pelo ataque da ferrugem nas lavouras, não conseguiram responder ao desafio apresentado pelo Brasil e Vietnã, os maiores produtores mundiais do grão. A produção de grãos su-aves está estagnada em cerca de 40 milhões de sacas, desde 1990. Rossner acrescentou que o seg-mento de café arábica está em cri-se e a estratégia do café gourmet ameaçada, referindo-se ao aumen-to da produção de café robusta, que avançou de 40,8 milhões de sacas em 2005/06 para 62,2 mi-lhões de sacas em 2012/13. Tra-ta-se, na América Central, de uma ‘tempestade perfeita’, conforme

própria expressão de Rossner, com baixos preços, falta de inves-timento, alterações climáticas e, agora, a ferrugem.Para o gerente de pesquisa, a América Central tem sido inca-paz de competir com o Brasil, em termos de grãos de qualidade inferior. Por isso, os produtores foram levados a investir em mer-cados de nicho, como grãos certi-ficados. O problema é que os ren-dimentos não são proporcionais aos elevados custos de produção, principalmente com mão de obra.Rossner observou que a Colôm-bia, que também cultiva grãos suaves, tem mostrado um bom caminho, com um programa de renovação dos cafezais, iniciado em 2004, quando a safra colhi-da alcançou quase 13 milhões de sacas. Como o café carece de pelo menos 3 anos para iniciar a produção, a safra colombiana chegou a cair para 8 milhões de sacas em 2011. Em 2014, porém, a produção já deverá atingir qua-se 11 milhões de sacas.

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Grãos robusta ganham espaço no mercado

Edward Juzwiak

A Nestlé estima que o cresci-mento da oferta de café robusta deverá ser o grande responsável pelo suprimento da demanda em 2020. A participação do robusta no mercado global deve sair dos atuais 41% para perto de 48% em 2020. O café arábica deve perder espaço no período, pas-sando de 59% para 52%.A oferta global de café deve au-mentar dos atuais 135 milhões de sacas para 160 milhões de sacas de 60 kg em 2020, projeta a gigante suíça da alimentação. Os dados foram apresentadas pelo chefe de Compras de Commodities da Nes-tlé Brasil, Edward Juzwiak, duran-te o 5º Fórum & Coffee Dinner.Juzwiak informou que até 1960 o mercado de robusta era muito menor e dominado por origens africanas, principalmente Costa do Marfim, Angola e Uganda. Hoje, o café robusta é um gran-de mercado, dominado por três principais origens (Brasil, Vietnã e Indonésia), comentou, assina-lando que não há nenhum sinal de significativa recuperação da produção na África.

De acordo com estimativas da Nestlé, o mercado de café ará-bica lavado (em particular da América Central) está em declí-nio desde 1990. O volume deve cair um quarto até 2020/21, de atuais 40 milhões de sacas. Os naturais brasileiros podem salta de 42 milhões para 53 milhões de sacas. Mantida essa tendên-cia, a oferta mundial de arábica deve aumentar apenas 1 milhão de sacas, de 82 milhões para 83 milhões de sacas.O mercado de robusta, ao contrá-rio, deve apresentar forte cresci-mento, de atuais 65 milhões para 78 milhões de sacas em 2020/21, mesmo com o declínio na Áfri-ca, cuja produção deve recuar de 15 milhões para 10 milhões de sacas. Brasil, Vietnã e Indonésia devem aumentar a produção de 50 milhões para 68 milhões de sacas. Em um cenário de merca-do equilibrado, a oferta adicional de 15 milhões de sacas em 2020 provavelmente será dividida en-tre Brasil (5 milhões), Vietnã (5 milhões) e Indonésia (5 milhões, concluiu Juzwiak.

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Futuro do café continua no Brasil

Celso Vegro

O Brasil é um dos poucos países do globo com terras e tecnologia, entre outros atri-butos, capazes de atender a demanda futura por café. Há, porém, desafios pela frente, como estabelecer política de renda ao produtor e incre-mentar a oferta de grãos cer-tificados. A avaliação é do pesquisador Celso Luis Ve-gro, do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secreta-ria estadual de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.Em sua apresentação durante o 5º Forum & Coffee Dinner, Vegro ressaltou que a ofer-ta brasileira cresce com o aumento da produtividade, qualidade e certificação. De acordo com dados oficiais da Companhia Nacional de Abaste-cimento (Conab), o País tem cer-ca de 302 mil hectares de cafezais em formação. A área total com la-vouras de café no Brasil alcança 2,04 milhões de hectares.A cafeicultura nacional, se-gundo Vegro, é das mais he-

terogêneas, em termos de di-mensões dos cultivos, adoção de tecnologia e sistemas de produção. Isso confere ao País uma gama enorme de tipos de café arábica (naturais, descas-cados, lavados) e robusta.Além disso, os cafeicultores avançam no sentido da produ-ção de grãos especiais, sejam eles certificados, sustentáveis ou gourmet. Vegro considerou que o segmento de grãos espe-ciais tem espaço a ser explora-do. Ele salientou que trata-se de mercado demandante, para espresso e cápsulas, com cres-cimento anual de dois dígitos.Apesar das vantagens, o café brasileiro é cotado com des-conto na Bolsa de Nova York, em relação aos grãos lavados, principalmente da América Central e Colômbia. Ao mes-mo tempo, o setor carece de políticas de proteção da ren-da, que possam evitar os efei-tos cíclicos perversos de que-da dos preços do grão.

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Noite de Gala na Estação da Luz

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Noite de Gala na Estação da LuzUm grupo expressivo de empresários e

autoridades estiveram presentes à solenidade de premiação às personalidades e

empresas de maior destaque na cafeicultura em 2012

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Capixaba da cidade de Castelo, 53 anos, Renato Casagrande foi, antes de chegar ao Palácio Anchieta, se-nador da República, deputado Federal, vice-governador e deputado Estadual. Também já esteve à fren-te de cargos executivos como secretário de Estado de Agricultura, secretário municipal de Meio Ambiente da

Serra e secretário municipal de Desenvolvimento Rural do município de Castelo. É toda essa experiência que o tor-na uma natural liderança a frente de um Estado que ocupa menos de 5% do território brasileiro, uma área pequena, mas justamente onde está inserida uma das mais imponentes cafeiculturas do mundo, que totalizam 500 mil hectares e abrangem 60 mil propriedades. Essa produção coloca o Espírito Santo como o segundo maior produtor do Brasil. Mas quando se trata apenas do conilon, o Estado ocupa o primeiro lugar, com 78% da produção no Brasil e 20% do café robusta do mundo. Se fosse um país, o Estado seria o segundo maior produtor mundial, ficaria atrás apenas do Vietnã.

Renato Casagrande

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Tradicional produtor, nas suas áreas montanhosas, de café arábica de altíssima qualidade, o Espírito Santo vem despontando também com a alta qualidade de seu conilon. Esse é o resultado de mais de 30 anos de contínuas pesquisas e inúmeras ações no campo, sempre com o objetivo de disseminar novas tecnologias e tratos culturais que melhorem cada vez mais a qualidade do café produzido no Estado.Essa conquista também decorre da mobilização constante dos cafeicultores que o governo capixaba promove. São atividades simples, mas que geram enormes resultados. Um exemplo recente se deu no dia 14 de Maio, data que marca oficialmente o início da colheita do café. E para comemorar a data, o Governo do Estado lançou a Campanha de Melhoria da Qualidade do Café. Mais de mil ações serão realizadas até o final do ano, como cursos, visitas técnicas, dias de campo, encontros e simpósios.Pelas ações políticas que têm contribuído enormemente para o Estado do Espírito Santo que, em 2012, comemorou o centenário do plantio da variedade conilon, Renato Casagrande, um dos maiores expoentes da nova geração política brasileira, recebeu o troféu de Personalidade Nacional. Entregaram a premiação Luiz Antônio Polese, do Centro do Comércio de Café de Vitória, e Jair Coser, da Unicafé.

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A crise econômico-financeira da década de 1920 refletiu-se na produção e co-mercialização do café. Para aproveitar

a produção excedente, o governo brasileiro en-comendou à Nestlé do Brasil uma pesquisa, que acabou conduzindo à tecnologia do café solúvel. Inicialmente, o Nescafé foi lançado na Europa, nos EUA e na Argentina, em 1938 e, no Brasil, devido à forte pressão contrária dos produtores de café torrado e moído, só foi fabricado a partir de 1953.

Hoje, com 75 anos do Nescafé, cinco mil e quinhen-tas xícaras do café solúvel são consumidas no mun-do. O Nescafé evoluiu e, ao longo dos anos, passou de uma simples lata de café para um amplo portfólio de produtos e sistemas, a exemplo do Nescafé Dolce Gusto, lançado em 2006. A Nestlé do Brasil, maior indústria de solúvel do Brasil, foi líder nas exportações de café solúvel em 2012. Por este destaque especial, Edward Juzwiak - Chefe da Área de Commodities – recebeu das mãos do Conselheiro Fiscal do Cecafé, Urs Walter Weg-mann, o Troféu Empreendedores do Café.

Nestlé do Brasil

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A empresa Três Corações Alimentos S/A foi criada em 1959 por João Alves de Lima na cidade de São Miguel, no Rio Grande

do Norte, e era até 2010, conhecida como Café Santa Clara e tinha atuação praticamente absoluta nas regiões Norte e Nordeste.

Em 2005 e em 2006, entretanto, com a joint-ven-ture com a israelense Strauss e com a incorpora-ção da marca mineira três corações ao portfólio, respectivamente, veio a mudança do nome para Três Corações e a maior expansão para o Sul do país.

A empresa é, desde 1984, comandada pelos filhos de João Alves de Lima - Pedro, Paulo e Vicente. Um trio de empresários que vem imprimindo uma nova dinâ-mica à indústria, com novos e arrojados negócios.

Com 4 milhões de sacas de café torrados e moídos processados em 2012, a Três Corações é uma empresa que vem expandindo ano a ano. Gera mais de 4 mil empregos diretos em suas 8 unidades industriais.

Como a maior indústria de torrefação e moagem do Brasil, a Três Corações Alimentos S/A, representada por Pedro Lima, é premiado pela Vice-Presidente do Conselho Deliberativo do Cecafé, Jorge Esteve Jorge.

Três Corações Alimentos S/A

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A origem da Cooxupé data de 1932, com a fundação de uma Cooperativa de Crédi-to Agrícola, transformada em 1957 em

Cooperativa de Cafeicultores. Ao longo dos seus 80 anos de história, a COOXUPÉ vem também ampliando mercados, como o de cafés especiais e certificados, beneficiando os seus quase 12 mil cooperados, 96% deles pequenos produtores.

Atualmente conta com cerca de 12.000 cooperados e 1900 colaboradores , recebendo café produzido em mais de 200 municípios localizados nas regiões Sul de Minas, Alto Paranaíba (Cerrado Mineiro) e Vale do Rio Pardo, no estado de São Paulo.

Em 2012, a COOXUPÉ manteve a liderança con-quistada também em 2011, 2010 e em 2008. Embar-cou no ano passado 2 milhões, 118 mil, 593 sacas de 60 quilos, que tiveram como destino os principais importadores mundiais.

Carlos Alberto Paulino da Costa, presidente da Coo-xupé, recebe o Troféu Empreendedores do Café das mãos de João Faria, da Terra Forte Exportação e Importação de café.

Cooxupé

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Luís Norberto Pascoal se destaca por sua relevante atuação no agronegócio café, tanto na área de produção, quanto na co-

mercialização externa, além do seu pioneirismo nos temas da produção sustentável do café, na in-trodução da marca Daterra em diversos mercados mundiais, agregando valor ao produto brasileiro.

Tecnologia, pesquisa e atenção ao ecossistema le-varam a Daterra a ser conhecida como uma das melhores fazendas de café do mundo. Foi a pri-meira fazenda sustentável do Brasil: em 1999 foi certificada com o ISO 14001 e em 2003 foi a pri-meira a ser certificada Rainforest Alliance.

A equipe da Daterra trabalha com cientistas renoma-dos em pesquisas de agricultura sustentável e práticas ecológicas. A empresa também se empenha para me-lhorar a qualidade de vida do trabalhador e de suas famílias. Apóia também a Fundação Educar, uma ins-tituição sem fins lucrativos, destinada a promover a cidadania e a melhorar a educação entre crianças e adolescentes brasileiros.

Luís Norberto foi homenageado como produtor de Destaque na Cafeicultura Brasileira, recebendo a pre-miação através de Flávia Barbosa Paulino da Costa, da Exportadora Guaxupé

Luís Norberto Pascoal

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Fundada em 1989, a Microsoft Brasil pos-sui 14 escritórios regionais em todo o País e gera localmente oportunidades diretas na

área de tecnologia para mais de 18 mil empresas e 424 mil profissionais. Nos últimos nove anos, a empresa investiu mais de 150 milhões de reais em projetos sociais, levando tecnologia às escolas, uni-versidades, ONGs e comunidades de baixa renda. A participação da Microsoft no Programa de Res-ponsabilidade Social do Cecafé, Criança do Café na Escola, tem sido fundamental, pois ao conceder a licença dos seus programas, permitiu um grande avanço desse projeto que se baseia na montagem dos laboratórios, com computadores interligados

em rede e fornecimento de material didático. O resul-tado vem sendo mais que compensador: houve uma redução na evasão escolar e a tecnologia, desconhe-cida pela grande maioria, tornou-se uma aliada e uma facilitadora da aprendizagem, contribuindo na melhora do desempenho e do comportamento dos estudantes. Pela parceria no desenvolvimento e consolidação do Programa Digital Criança do Café na Escola, a Micro-soft do Brasil, representada pela Diretor de Assuntos Corporativa, Rodolfo Fucher, recebe o Troféu Empre-endedores do Café das mãos de Michael Timm, da Sto-ckler Comercial e Exportadora.

Microsoft do Brasil

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O Secretário de Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento do Estado de Minas Gerais, Elmiro Alves do Nascimento, foi homena-

geado pelo Cecafé pela relevância de sua atuação à frente desta pasta, onde se destacam as ações ado-tadas para ampliação da certificação de sustentabili-dade de pequenos produtores do Estado, através do Programa Certifica Minas, e pelo destaque que será conferido à cafeicultura brasileira em Belo Horizonte pela celebração do quinquagésimo aniversário da as-sinatura do Convênio Internacional do Café.Minas é responsável por mais de 50% da produção nacional de café – deverá colher na safra deste ano mais de 25 milhões de sacas. O Estado também se destaca pela altíssima qualidade de seus cafés, fato

que é reconhecido internacionalmente pelos profissio-nais que buscam grãos diferenciados para atender as exigências de seus mercados consumidores.O Secretário Elmiro Alves do Nascimento é empresário e produtor rural, formado em Administração de Empre-sas e especialista em Administração Rural. É natural de Patos de Minas, onde também foi prefeito de 1997 a 2000. De todos os cargos públicos, com certeza estar à frente da Secretaria de Agricultura do Estado de Minas Gerais é o que impõe maiores desafios, aos quais ele vem superando com muito êxito.Archimedes Coli Neto, presidente do Centro de Comér-cio do Café de Minas Gerais, entregou o troféu ao Se-cretário Elmiro Nascimento.

Elmiro Alves do Nascimento

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C om a presença de au-toridades e empresá-rios do café, Arma-

zéns Gerais Leste de Minas Ltda, empresa do Grupo Montessanto Tavares, es-pecializado em armazena-gem e rebenefício de cafés, inaugurou uma nova unidade em Varginha, sul de Minas Gerais. Este é o segundo ar-mazém da empresa instalado na cidade, polo cafeeiro da região que mais produz café no Brasil. Denominado Uni-dade Varginha II, a ideia é que o novo armazém tenha como foco principal as gran-des empresas que exportam os grãos. Este á e primeira etapa do empreendimento, na qual foram investidos R$ 32 milhões.

Numa área total de 78 mil metros quadrados, os galpões contam com 15 mil m² de área construída para o armazena-mento e embalagem de cafés, além de 1.800 m² para escri-tórios e demais dependências. Nesta etapa, será possível re-

ceber para depósito 450 mil sacas de cafés em big-bags (1.500 kg) e rebeneficiar 180 mil sacas/mês. Para os pró-ximos três anos, a empresa prevê novos investimentos na unidade, os quais permi-tirão ampliar a capacidade de armazenamento para 900 mil sacas de café. Segundo Marcelo Gomi-des, gerente geral do Arma-zéns Gerais Leste de Minas, com o novo empreendimento, a capacidade de armazenamen-to total da empresa passa a ser de 1.2 milhão sacas e rebenefí-cio total de 500 mil sacas/mês. Números que a coloca entre as maiores empresas privadas do país do seu segmento. “A Unidade Varginha II chega em um momento propício para o setor, uma vez que é percebido um grande déficit de estruturas para o armazenamento das sa-fras de cafés e do agronegócio como um todo no país”, diz o gerente.

Leste de Minas inaugura nova unidade em Varginha/MGFoco principal será armazenar e rebeneficiar grãos de empresas que atuam na exportação do café

Parque Industrial

diVUlGAÇÃo: xxxxxxxxxxxxxxx

créditos: fArilic tAVAres

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Os armazéns do grupo pres-tam serviços para o mercado cafeicultor em geral, aten-dendo às necessidade de ex-portadores e produtores de café. “Fazemos a padroniza-ção dos grãos por tamanho, eliminando as impurezas e selecionando-os de acordo com as exigências de qualida-de dos mercados consumido-res. Após esse processo, eles podem ser comercializados interna e externamente. Tam-bém fazemos apenas a arma-zenagem, quando necessário”, afirma ele, explicando que, ge-ralmente, os grãos que passam pelo rebeneficiamento são, logo em seguida, embarcados. A empresa, cuja sede está em Manhuaçu, com 15 anos de atuação, estima que, ao final de 2014, as quatro unidades fatu-rem, juntas, R$ 35 milhões.

Primando sempre pela me-lhoria e ampliação de suas atividades o Armazéns Gerais Leste de Minas Ltda vem in-vestindo substancialmente em sua infraestrutura, instaladas

em áreas polo do mercado cafeeiro: Zona da Mata (Ma-nhuaçu-MG), Cerrado Minei-ro (Patrocínio-MG) e Sul de Minas (Varginha-MG).

Homenagem dos Funcionários à

Família Tavares

Empresários presentes ao evento

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Em 121 anos, a história do porto de Santos se confunde com a história

da exportação do café no Brasil. Nas adjacências de sua margem direita, o café vem sendo co-mercializado por negociantes locais, na Rua XV e na Rua do Comércio, desde o Império.Um dos mais tradicionais e influentes negociantes de café é o escritório Carvalha-es de Corretagem. Fundado em 1918, sua história também se confunde com a das comu-nicações do país. Desde que criou um boletim informativo para seus clientes e mercado de café no geral, em 1933. Uma história de pioneirismo e visão que completou 80 anos em 05 de junho.Como diria um bom classifi-

cador de café, vamos separar as favas. A primeira fase do escritório começa no final do século 19, com um produtor de café da região de Monte San-to, em Minas Gerais, chamado Vicente Carvalhaes.Forte nos negócios, Vicente investe em seu sobrinho Hil-defonso Carvalhaes, envian-do-o ao influente Colégio Ca-raça, das Minas Gerais, com o intuito de fazer o primeiro doutor na família. Mas em uma passagem por Santos, Hildefonso conhece Adelina Hossmann e se encan-ta pela moça, casando e consti-tuindo família. “Foi assim que esse ramo da família Carvalha-es que é muito grande chegou a Santos”, conta Eduardo Car-valhaes Júnior que, junto com

os irmãos Nelson e Sérgio, é o atual responsável pelos negó-cios do escritório. Hildefonso fica e seu tio – tio-tataravô de Eduardo, Nelson e Sérgio – monta uma comissária exportadora em Santos, esten-dendo seus braços ao litoral. Vêm as notícias da Primei-ra Guerra Mundial e com ela a primeira crise do café. Por volta de 1914, o escritório é fe-chado e eles perdem muito di-nheiro. Porém, o café é a mola propulsora da economia brasi-leira, desde que sua produção explodiu a partir da construção da ferrovia São Paulo Railway. A família continua no ramo, aqui em Santos e no interior do estado. Dos onze filhos do casal, todos os homens trabalham com café e os cunhados também.

Família Carvalhaes: Nelson, Eduardo, Sérgio e Eduardo Jr.

Eugênio Martins Júnior

Boletim Carvalhaes há 80 anos na vanguarda da informação no mercado de Cafécréditos: lUAnA GArrido

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Boletim Carvalhaes há 80 anos na vanguarda da informação no mercado de Café

O nome escritório Carvalha-es nasce em 1918, com Ál-varo Hossmann Carvalhaes, jornalista de formação e filho de Hildefonso. Aos poucos os serviços vão sendo retomados e os negócios crescem, mas em 1929 uma nova surpresa: a quebra da Bolsa de Nova Ior-que arrasta os mercados ao fun-do mais uma vez. Nelson Carvalhaes, que tra-balhava com café em Franca, chega a Santos e em 1933 o escritório volta a ganhar for-ça. Nessa época os irmãos editam o primeiro número do boletim com o objetivo de se comunicar com o interior e com a praça de Santos. “As comunicações eram muito difíceis naquela época. O te-lefone mal havia chegado ao Brasil. Para fazer uma liga-ção ao interior você tinha de

marcar na noite anterior ou se comunicar por telegramas ou cartas”, diz Sérgio. A impressão do boletim era feita no mimeógrafo e a distri-buição era via correio, com a tiragem crescendo ao longo do tempo. No sábado de manhã os irmãos repassavam as notícias que eram escritas à máquina. “O curioso é que cada vez que erravam tinham de reescrever tudo. Em alguns boletins você pode ver que eles batiam os XXXXXX e continuavam a escrever. Então, a família toda ajudava a dobrar – que era a parte mais trabalhosa – selar e domingo de manhã estava no correio”, comenta Sérgio.A saga continua. Em 1945, fim da Segunda Guerra Mundial e do governo ditatorial de Getú-lio Vargas, o jovem Eduardo Hayden Carvalhaes (4ª gera-ção) chega ao escritório. Pai de Eduardo Carvalhaes Jr, Nelson e Sérgio e sobrinho dos fundadores do escritório, Edu-ardo Hayden vai para São Paulo com o objetivo de estu-dar engenharia no Mackenzie. Desiste após um ano e volta a Santos. Um dos tios lhe arruma uma vaga no Departa-mento Nacional de Café (DNC), mas como não entende nada sobre o assun-to, Hayden começa a trabalhar no es-critório Carvalha-es. Vem para nun-ca mais ir embora e quando seu tio, Nelson Carvalhaes, sofre com um pro-blema no coração, Hayden assume seu lugar. O boletim aumen-ta sua influência e suas notícias come-çam a aparecer nos jornais O Estado de

São Paulo, Folha de S. Paulo, A Tribuna de Santos e diversos periódicos nas regiões produto-ras de café. Naquele período os grandes produtores vendiam direto, através de seus corretores, aos exportadores no próprio por-to de Santos. Todos os escri-tórios de exportação tinham sede na cidade que era grande praça de comércio de café. A Rua XV, onde estavam os grandes bancos, era chamada de Wall Street santista.Os comissários vinham de São Paulo em um trem especial e chegavam por volta das 10 ho-ras da manhã, faziam negócio até às 15 horas e no final da tar-de voltavam para a capital.Nessa época, conta Eduardo, mandava-se um telegrama com a oferta de compra e três dias de-pois chegava a ordem de venda e aquela ordem valia por uma semana até chegar a próxima. O boletim dos Carvalhaes dava uma base a toda essa movimentação. Eduardo Carvalhaes

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Desde seu nascimento foi es-tabelecido que a linguagem seria simples para a leitura de todos e as informações sucin-tas para caberem em apenas uma página. “Dos anos 50 até pouco tempo atrás o prin-cipal executivo do escritório foi meu pai, Eduardo Hayden Carvalhaes, responsável pe-los negócios, com Fernando Carvalhaes responsável pela parte administrativa, então a troca de ideias sempre se fez necessária entre as duas partes para a elaboração do boletim”, lembra Sérgio. Nessa fase o periódico se ex-pande, ganhando a confiança de importantes agências inter-nacionais como Bloomberg, Dow Jones, Wall Street Journal e Financial Times no exterior e no Brasil no Valor Econômico.Ao mesmo tempo em que ga-nha notoriedade, o boletim passa a incomodar por algumas de suas posições em defesa do mercado do café, mesmo que isso contrarie pessoas impor-tantes ou governos.Eduardo lembra que em algum momento a partir do golpe de

1964, a opinião do boletim é contrária a do ministro da eco-nomia da época a ponto dele “mandar recados” pedindo para maneirar nas críticas.Ele lembra que por um perío-do nos anos 60, quando todos os jornais tinham um setorista apenas para cobrir o mercado de café, o boletim até chegou a ser publicado integralmente no jornal Folha de S. Paulo, de-pois passou a ser editado e, por fim, houve a interrupção da pu-blicação por motivos que não ficaram claros até hoje.Outra feita, por razão de uma intervenção federal no merca-do de café em 2000, os edito-riais dos jornais Folha de S. Paulo, Estado de São Paulo, Gazeta Mercantil seguiram a linha do boletim Carvalhaes contra decisões do governo. “Foi uma época em que se promoveu uma retenção de café no Brasil para tentar pu-xar o preço e os outros países aumentaram sua participação mundial em cima da gente, então marcamos uma posição contra isso. Nunca atacamos ninguém pessoalmente, sem-

pre defendemos nossa posição de forma independente e às vezes as pessoas não gostam. Mas muitas das nossas posi-ções se mostraram certas e é por isso que eu acho que nosso boletim sobreviveu a todo esse tempo”, afirma Eduardo. No final dos anos 70 e come-ço dos 80, Eduardo Hayden recebe o reforço dos filhos que trabalhavam fora do mer-cado do café, mas depois se interessam pelo assunto. Edu-ardo é engenheiro, de forma-ção, Sérgio é economista e Nelson é advogado.É a fase onde o boletim en-tra na modernidade, primeiro com o telex, depois o fax e hoje o computador.Atualmente as empresas de comunicação mais impor-tantes constam no mailing do Escritório Carvalhaes e o abastecimento de informações continua semanal. Com a velocidade e o volume de informações, Eduardo, que é quem lida com os jornalistas de todo o país, explica que o boletim passou de informativo para analítico. “Todas as sex-tas-feiras algum tema da se-mana é dissecado e acaba no site. Após três minutos é en-viado a todo o nosso mailing. É muito comum jornalistas me ligarem apenas para bater papo, com intenção de se in-formar sobre o mercado. Daí eles partem para buscar outras informações”.Até o começo de 2013, aos 88 anos, Eduardo Hayden Carva-lhaes trabalhou no escritório diminuindo suas atividades gradativamente. Segundo seu filho Nelson, não é por falta de capacidade, mas por causa das novas tecnologias e mudanças constantes no mercado. “Hoje o escritório Carvalhaes atua com corretagem, exportação, logística, análises e laudos”.

Eduardo Carvalhaes Jr.

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Embaixador Enio Cordeiro

Ministro Antônio Andrade

O MAPA e o Itamaraty pro-moveram no último dia 17 de junho o Seminário

de Comemoração dos 50 anos da OIC com o propósito de discutir a organização da Semana Inter-nacional do Café, a ser realizada em setembro, em Belo Horizonte.Durante o seminário, o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento, Antônio Andrade, destacou a importância do Bra-sil para o mundo do café e pa-rabenizou a iniciativa de trazer o mundo do café para Minas Ge-rais, proporcionando a oportuni-dade de valorização do produto e conquista de novos mercados.Estiveram presentes também o Diretor-Executivo da OIC, Robério Silva, o Subsecretário-Geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Embaixa-dor Enio Cordeiro, o Secretá-rio de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Ge-

Cinquentenário da OIC conta com apoio de representantes do governo brasileiro

rais, Elmiro Nascimento e ou-tras autoridades representativas da cadeia produtiva do café.Robério Silva aproveitou para agradecer e destacar a impor-tância do apoio do Itamaraty e dos Ministérios da Agricultura e Relações Exteriores. Desde que a OIC foi criada em 1963, a organização tem buscado for-talecer o setor cafeeiro global e promover a expansão sustentá-vel do mercado. Segundo Ro-bério, as mudanças nos termos de referência da OIC foram essenciais para que alcançasse objetivos como o equilíbrio en-tre oferta e demanda mundial de café, a melhora das flutuações dos preços e das condições de produção nos países produtores, a interlocução entre governo e setor privado, entre outros.Contudo, no mesmo ano que a OIC comemora seus 50 anos, o mercado vem passando por um período de grandes dificul-

dades. Para enfrentar esses de-safios a OIC tem atuado no de-senvolvimento de programas de financiamento, incentivos aos países-membros a adoção de procedimentos de segurança ali-mentar, promoção de transferên-cia de tecnologia e ampliação da capacidade produtiva dos peque-nos produtores. Se adaptando ao mercado dinâmico que é o café, a OIC demonstra a autoridade e experiência em lidar com ques-tões importantes do café.Para Enio Cordeiro, além de ce-lebrar o Cinquentenário da OIC, o evento será a oportunidade para o setor propor soluções, dis-cutir iniciativas de agregação de valor ao café e debater o comba-te à ferrugem que vem afetando os países Centrais Americanos. Assim, o café vive um momen-to delicado e promissor, e a OIC conta com apoio das instituições públicas e privadas brasileiras para a realização da Semana In-ternacional do Café, evento que deve reunir produtores, compra-dores internacionais, cooperati-vas, empresários, cafeterias, e profissionais do mercado.

Natália Fernandescréditos: sAmUel cArdoso

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Operações Tempo de Colheita e Broca: fiscalização ou espetáculo?

Completaremos no pró-ximo mês de junho três anos desde que a classe

cafeeira sofreu uma violenta agressão em suas atividades, quando foi desencadeada a Operação Broca. Todavia, o se-tor vem sofrendo investidas da Receita Federal do Brasil desde os idos do ano de 2007, com o desenvolvimento da Opera-ção Tempo de Colheita, cujos desdobramentos originaram a Operação Broca. Em especial, a deflagração da Operação Broca, por ter conta-do com a colaboração da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e dos fiscais da Receita Federal do Brasil, foi caracteri-zada pelo expressivo, e excessi-vo, apelo midiático.De acordo com a tese sus-tentada pela Receita Fede-ral do Brasil, houve fraudes em relação ao aproveitamen-to dos créditos de Pis e Cofins. Isso porque, conforme larga-mente noticiado nos veículos de imprensa, as empresas expor-

tadoras “turbinavam” (expressão utilizada

pela fiscalização) o aproveitamen-to dos referidos créditos por meio de interpostas em-presas atacadistas

(pseudoatacadistas). Em simples ter-

mos, a fiscali-zação en-

tendeu que o

verdadeiro vendedor da merca-doria era na realidade o produtor rural pessoa física e não as pes-soas jurídicas vendedoras que emitiam as notas fiscais.Nessa ordem de ideias, a Re-ceita Federal do Brasil, partin-do da falsa premissa de que a fraude existente na cadeia de produção do café (produtor/co-merciante/exportador) era aceita e incentivada por todas as em-presas do setor, passou a lavrar autuações fiscais, muitas das quais de valores astronômicos que fogem de plausibilida-de. Diante desse cenário, des-cortinou-se uma sucessão de eventos que exigiam a de-monstração inequívoca de que as empresas exportadoras praticavam fraudes no Pis e Co-fins, ainda que as práticas ho-diernamente utilizadas no mer-cado de compra e venda de café fossem as mesmas já emprega-das há décadas. De uma hora para outra, estes fa-tos passaram a ser interpretados pela fiscalização como uma de-monstração inequívoca de frau-de, colocando em xeque a ido-neidade e lisura de um incontável número de empresas atuantes no mercado de café que há várias décadas nada mais foram, senão bodes expiatórios das operações desencadeadas pela fiscalização nesses dois eventos. Algumas dessas empresas, inclusive, são referências indiscutíveis no mer-cado nacional e mundial de café.Por essa razão, não é exagero afirmar que o setor amargou, e ainda amarga, incalculáveis prejuízos, de ordem financeira, patrimonial, e até mesmo moral. A partir do apego a depoimentos genéricos e muitas vezes dis-torcidos, às “confirmações de

negócio”, e de suposta fraude generalizada no setor, imputou-se condutas ilícitas com base em meras e fluidas presunções, inca-bíveis no Direito Tributário.Chegou-se ao cúmulo de em-prestar a essas “confirmações de negócio”, documento sabida-mente informal, validade de pro-va cabal e irrefutável. Esqueceu-se que as tradicionais empresas exportadoras sempre adotaram um comportamento rigoroso no sentido de verificar a situação fiscal de seus fornecedores, uti-lizando os instrumentos dispo-níveis pelas Receitas Federal e Estaduais, por meio dos sites: http://www.receita.fazenda.gov.br/ e http://www.sintegra.gov.br/. Além disso, as empresas adquirentes sempre pagam seus fornecedores de forma regular e devidamente contabilizada.A responsabilidade do adquiren-te se restringe a, num ambiente de normalidade, no momento da celebração da compra e venda, verificar a documentação per-tinente ao próprio negócio, e à regularidade do alienante. A ve-rificação de eventual inidoneida-de incumbe ao próprio fisco, não podendo incidir o preceito do artigo 136 do Código Tributário Nacional, segundo o qual “salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária indepen-de da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato”. Ao que se sabe, não há demonstração inequívoca de que as empresas exportadoras não sejam adquirentes de boa-fé.Ainda que as empresas expor-tadoras tenham adotado as prá-ticas mais legítimas possíveis, sob os aspectos fiscais e finan-

créditos: AcerVo cccrj

Afonso Celso Mattos Lourenço

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Marco Antônio Milfont Magalhães

ceiros, acabaram por ser surpre-endidas pela fiscalização com declarações de que as empresas fornecedoras inexistiam de fato, inclusive emprestando efeitos jurídicos retroativos a esses atos. Tudo isso sem observância dos parâmetros já sedimentados na jurisprudência, como seguran-ça jurídica e confiança legítima. Um verdadeiro absurdo jurídico!Nada disso é compatível com as garantias constitucionais con-quistadas a duras penas. Nada disso é compatível com o Estado Democrático de Direito. Em verdade, há outros tantos aspectos sobre os quais as au-tuações devem ser analisadas. Contudo, os pontos abordados já são mais do que suficientes para se alertar, mais uma vez, dos excessos cometidos pela fiscalização.Diante do panorama traceja-do, é de se concluir que foi simplesmente menosprezada a importância secular das em-presas tradicionais do setor exportador de café para a eco-

nomia nacional, para a garantia do superávit primário, para o ingresso de divisas e desenvol-vimento da economia nacional.É bem verdade que a ativida-de tributária está intimamente relacionada à arrecadação de recursos a serem aplicados na manutenção dos serviços públi-cos essenciais e revertidos em benefício da sociedade.A aplicação da lei tributária pelo fisco traz, a reboque, tan-to interesses legítimos como oportunistas. De um lado, devem as autoridades tolher abusos, atuar na eficiência da

arrecadação tributária; de outro, devem observar os direitos e garantias funda-mentais dos contribuintes. É justamente por isso que cumpre também às autori-dades constituídas a con-tenção de eventuais abusos verificados na fiscalização.De fato, a questão aqui tra-tada ainda não foi pacifica-da no âmbito administra-tivo. Entretanto, já há um bom tempo, existe um rele-vante precedente judicial no Superior Tribunal de Justiça favorável aos contribuintes. O acórdão lavrado no jul-gamento do Resp. 1.148.444, publicado em 27/04/2010, manteve decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e, dentre outros pontos, de for-ma incisiva, conclui que “o ato declaratório da inidonei-dade somente produz efeitos a partir de sua publicação”. O precedente do STJ é relevan-te em vários aspectos, e há dois que devem ser destacados:

1- Sob o aspecto político, a decisão funciona como um fa-tor de dissuasão de eventuais abusos na fiscalização tribu-tária, pois sinaliza o entendi-mento contrário ao fisco, ain-da que a decisão diga respeito ao ICMS;2- Sob o aspecto prático, a decisão do STJ servirá como orientação geral para os tribu-nais pátrios, bem como para o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, com poten-cialidade de gerar anulações de diversos autos de infração lavrados sob o mesmo prisma.

Assim, o STJ já percebeu os desmandos e excessos come-tidos pelo fisco. Só nos resta aguardar a sensatez e a isen-ção das autoridades adminis-trativas de superior instância da Receita Federal do Brasil, mormente o Conselho Admi-nistrativo de Recursos Fiscais, na contenção do afã arrecada-tório e punitivo do Estado.Alguns contribuintes já consegui-ram trazer este entendimento para o âmbito do contencioso adminis-trativo, mas em verdade esta deve ser uma regra geral, face ao orde-namento normativo pertinente.A luz vem aparecendo; a ver-dade efetivamente se manifes-tando. Decisões administrativas obtidas também já reconhece-ram o crédito integral nas aqui-sições de cooperativas, assim como a inaplicabilidade da mul-ta isolada inerente ao considera-do aproveitamento indevido de créditos em compensações.Sem dúvida, ao final, a re-alidade dos fatos indiscuti-velmente prevalecerá, estan-do de todo caracterizada a INJUSTIÇA cometida sobre empresas com tradição secular na exportação de café.

Afonso Celso Mattos LourençoAdvogado – Sócio da Lourenço & Rodrigues Advogados Associados

Marco Antônio Milfont Magalhães Advogado – Sócio da Milfont Advogados Associados

De uma hora para outra, estes fatos passaram a ser interpretados pela fiscalização como uma demonstra-ção inequívoca de fraude

“ “

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No início da década de 60, o jovem Alaerte Telles Barbosa estava

insatisfeito com sua profissão de técnico em radiologia hospitalar. Ele fazia exames em pessoas em estado terminal e não conseguia dormir à noite. “Depois houve o caso de uma criança que nasceu prematura, e eu fui lá com um aparelho portátil, o bebê ainda estava ensanguentado. Aquilo

me deixou mal. Falei pra minha esposa: não é a profissão que eu queria. Foi quando encontrei um colega, que

trabalhava n u m a f i r m a

d e café, que era degustador.

Então ele me disse: Alaerte, vamos fazer um

teste sensorial pra ver se você tem aptidão pra ser um

degustador de café. Eu fiz preliminarmente um teste e ele achou que eu tinha capacidade, e me indi-cou para fazer um curso aqui no IBC, na Rodri-gues Alves.” “Aí eu fui ao IBC, fui aprovado no teste, fiz o curso. Depois de terminado,

para minha sorte, houve um con-curso para classificador e degus-tador, e eu fui o segundo coloca-do. O falecido Ademir Menezes, que jogava futebol, foi o primeiro colocado, mas ele exerceu a fun-ção de fiscal no IBC.”“Eu fui nomeado na época do presidente [do IBC] Nelson Ma-culan, que para mim foi um pai, uma pessoa espetacular. Mais tarde ele foi senador. Uma pes-soa de uma índole muito boa. Como não tinha vaga de classifi-cador e degustador aqui no Rio, me mandaram pra Vitória. Então fui exercer a minha profissão lá. Primeiramente eu comecei na agência de Vitória, na parte de compra de café, depois fui traba-lhar no porto, na mesma cidade. Após uns dois anos no porto, fui nomeado para chefiar a subagên-cia de classificação em Colatina, também no Espírito Santo.”“Fiquei lá até 1966, aí consegui minha transferência para o Rio. Vim pra sede, na avenida Rodri-gues Alves, e fui designado para trabalhar na Inspetoria de Café. Viajava junto com os inspetores, para avaliar as compras que o governo fazia de café. Como eu era um técnico, eu viajava jun-to com o inspetor, para avaliar se as compras estavam corretas ou não. Depois disso eu assumi várias chefias dentro do IBC. Permaneci no IBC por 30 anos.

Em 1990, o presiden-te Collor e x t i n -guiu o IBC e eu p e r m a -

neci ainda durante dois anos auxi-liando o inventariante a avaliar o patrimônio da instituição, prin-cipalmente os cafés estocados.”“Quando terminou esse período, eu pedi minha aposentadoria. Ao me aposentar, a princípio eu fui chamado para trabalhar na Bolsa de Gênero Alimentício, porque ela classificava todo produto de origem vegetal, seja milho, soja, feijão, etc, só não entrava no café que era uma atribuição do IBC. Com a extinção do IBC, ela passou a classificar também café. Eu ajudei a montar um centro de classificação de café na Bolsa. Essa bolsa funciona ainda em Ira-já, no mercado de São Sebastião.” “Após um ano, por volta de 94, o Paula Motta, da Abic, me con-vidou para ministrar cursos para os industriais de café. Fiquei na Abic uns oito anos. Depois des-se período, começou a escassear o número de industriais vindo participar do curso, então a Abic desativou o centro de treinamen-to. Quando desativou, conti-nuei recebendo muitos pedidos para continuar ministrando al-guns cursos. Foi quando vim conversar com Dr. Guilherme [Guilherme Braga, presidente do CCCRJ], que me convidou para montar um centro de trei-namento aqui no prédio [sede do CCCRJ, na rua da Quitanda]. Aí abri minha própria empresa, denominada Grão Mestre Café.”“O Centro de Comércio de Café de Vitória, através do senhor Otacílio Coser, também me con-vidou para ministrar cursos lá e eu fiquei durante uns cinco anos dividindo meu tempo entre o Rio

As bodas de ouro de Alaerte Barbosa

50 anos de amor e trabalho pelo café

diVUlGAÇÃo: xxxxxxxxxxxxxxx

Miguel Barbosa do Rosário

créditos: AcerVo cccrj

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e Vitória. Uma semana aqui, ou-tra semana lá. O curso em Vitó-ria era patrocinado pela Sebrae. Após cinco anos, houve mudan-ça no comando da Sebrae e desa-tivaram o centro de treinamento em Vitória. Aí eu fiquei só aqui [no Rio].”“Mas meu curso é itinerante. A gente ministra cursos em fazen-das de café, cooperativas. Duas vezes por ano, eu vou à Cocapec, em Franca [interior de São Pau-lo], ministrar cursos. Eu estive na Coopimac, na Bahia. Na Co-opinhal. Quase todas essas coo-perativas tem me chamado para treinar o pessoal na parte de clas-sificação da COB [classificação oficial brasileira]. Fora isso, al-guns fazendeiros de café também tem me convidado, para ministrar cursos aos funcionários. Eu tra-balho junto com Sérgio Béier, um rapaz que treinei na Abic. Hoje eu e ele somos sócios.”Barbosa informou que já concluiu um livro para transmitir à posteri-dade a sua longa experiência no campo da degustação. O projeto está em fase de revisão e deve ser publicado em breve. É sobre a profissão de degustador, não ape-nas de café. Degustador de vinho, cerveja, café... O título é “Degus-tador, profissão esperança”.O produtor do café Jacu, um dos mais premiados no país, partici-pou de um dos cursos de Barbo-sa e deu depoimento, ao livro, em que admite a importância fundamental das aulas de Barbo-sa em sua busca pela excelência do sabor de seu café. Nascido em 27 de junho de 1938, no bairro de Jacarepaguá, Alaerte Telles Barbosa, tem uma história de vida dedicada à ca-feicultura e à ciência da degus-tação. Acompanhou a evolução da qualidade do café com suas próprias glândulas. Em entrevista à Revista do Café, Barbosa falou sobre o velho mito segundo o qual o melhor café brasileiro era exportado, e o pior permanecia aqui. “O povão está habituado a tomar

o café de qualidade inferior. Por quê? É que ao longo dos anos, as pessoas ficaram acostumadas. Isso aconteceu também por cau-sa de ações do governo. Na épo-ca do IBC, a gente padronizava o café que era comprado, sepa-rando os cafés de melhor qua-lidade, melhor bebida, que era colocado nos entrepostos inter-nacionais. Tínhamos entrepostos em Beirute, em Hong Kong e Trieste. O governo fazia a cha-mada Operação Casada. Era um incentivo para que o importa-dor comprasse cafés do Brasil e tivesse algumas vantagens lá fora. Um exemplo, ele comprava uma partida de um exportador de café; a cada três sacas, ele tinha direito de comprar uma saca no entreposto de seu país, livre de sanções cambiais, de transporte marítimo. Esse incentivo tam-bém era dado para o exportador; havia um cálculo para incentivo tarifário. Quando se provava que o café, através de um documento alfandegário, havia chegado ao país de destino, o governo libe-rava um Aviso de Garantia, de 20 cents por libra-peso, para o ex-portador. Estes Avisos de Garan-tia eram papéis que valiam como dólar, na transação de café. Com esse papel, o exportador podia negociar café.”“Nessa época, a gente mandava

os melhores cafés para fora e os que tinham mais defeitos fi-cavam no mercado interno. Só que naquela época, o governo estipulava que o café negociado internamente deveria ser do tipo 8, com até 360 defeitos. O café inferior a este padrão não poderia ser comercializado no mercado interno. Com a extinção do IBC, isso ficou em aberto. Então mui-tas indústrias começaram a usar cafés com mais de 500 defeitos, e a qualidade piorou muito.”Esse verdadeiro “apagão” de qualidade causado pela extinção do IBC só começou a ser reverti-do, segundo Barbosa, com as ini-ciativas da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), para criar um sistema de autorregula-mentação do setor. “Foi quando foi criado o Selo de Pureza.” A partir daí, Barbosa notou uma tendência de melhora na quali-dade do café oferecido ao con-sumidor nacional Tendência puxada pela criação de prê-mios de qualidade, pe-los ágios pagos pelo mercado e pelo surgimento de consumidores interessados numa bebida mais sofis-ticada.

créditos: miGUel bArbosA

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Espírito Santo lança novas variedades clonais de café Conilon

‘Diamante Incaper 8112’, ‘Jequi-tibá Incaper 8122’ e ‘Centenária Incaper 8132’ foram novas va-riedades clonais de café Coni-lon, lançadas pelo Governo do Espírito Santo. Elas foram de-senvolvidas pelo Incaper, dentro do Programa de Melhoramento Genético, e possuem como prin-cipal característica a produção de café Conilon com classificação de ‘bebida superior’.Nessas variedades, caracterís-ticas como alta produtividade, uniformidade e ciclo de matura-ção, resistência à doença e a seca e adequada arquitetura de planta, se somam a atributos bioquími-cos como: níveis desejados de só-lidos solúveis, cafeína, açúcares, além da qualidade sensorial, que conferem sabores achocolatados, adocicados, frutados e caramelo, dentre outros.

A novidade faz parte das ações coordenadas pela Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) para melhorar indicadores técnicos da cafeicultura capixaba, am-pliar a renda e melhorar a quali-dade de vida dos produtores ru-rais, principalmente os de base familiar, e coloca o café Coni-lon definitivamente no ramo dos cafés de qualidade superior.“Essa é uma conquista de mui-tas pessoas, muitos técnicos, gestores e colaboradores, que começaram essa caminhada em 1985, o que tornou o Espírito respeitado mundialmente pelos avanços na pesquisa agrícola - e é uma alegria poder fazer a entrega das novas mudas aos agricultores, para que possam renovar as lavouras não pro-

dutivas ou iniciar novas áreas plantadas com um produto de qualidade”, afirmou o governa-dor Renato Casagrande.O governador também frisou que não há desenvolvimento equilibrado sem a agricultura. “A cafeicultura emprega 300 mil pessoas no Estado e, por isso, tra-balhamos constantemente para dar oportunidades para o homem do campo permanecer no interior, com qualidade de vida. Em bre-ve, a telefonia móvel e a internet chegarão aos distritos capixabas, temos mil quilômetros de rodo-vias sendo trabalhados e quase mil quilômetros de caminhos do campo entregues, além de equi-pamentos, incentivos, financia-mentos, dentre tantas outras fer-ramentas, sempre, voltadas para atender aos mais necessitados, em todas as Regiões”, disse.

diVUlGAÇÃo: dAniel dUtrA

Xico Graziano

Presidente do Incaper, Pesquisador Romário Gava Ferrão, Governador Renato Casagrande, Secretário Enio Bergoli

créditos: thiAGo GUimArÃes

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Aproximadamente 1500 parti-cipantes compareceram na Fa-zenda Experimental do Incaper, em Pacotuba, Cachoeiro de Ita-pemirim, para conhecer em pri-meira mão as novas variedades e na oportunidade, 1200 cafei-cultores já receberam mudas.“Com as novas variedades, inicia-mos um novo ciclo na cafeicultu-ra capixaba no qual a qualidade vai garantir adicionais de preços e mercado para mais de 80 mil famílias que por aqui cultivam o Conilon. E ainda, com ciclos de maturação diferenciados, os cafeicultores poderão escalonar a colheita, o que permite uma melhor gestão da mão de obra e utilização de terreiros e secado-res, resolvendo um gargalo que ocorre todos os anos”, come-mora o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli. “Estamos fazendo com o que há de mais moderno chegue as pessoas mais simples no cam-po. Ciência e tecnologia na sua aplicação prática. A nossa en-

trega para o café é completa, tornando a atividade economi-camente viável, de qualidade e sustentá-vel”, destaca o pre-sidente do Incaper, Evair Vieira de Melo.Para ter acesso às novas variedades, os produtores rurais e demais interessados devem recorrer aos Escritórios Locais de Desenvolvimento Rural do Incaper, presentes em todos os municípios capixabas. Viveiristas cadastrados no Mi-nistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estão multiplicando as mudas. Atual-mente a capacidade de produção é de 21 milhões de mudas por ano, mas a expectativa é que a quantidade chegue a 35 milhões.Além do Governo do Espírito Santo, por meio da Seag e do Incaper, o lançamento das novas variedades conta com partici-

pação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embra-pa Café), Consórcio Pesquisa Café, Nestlé, Instituto Agro-nômico de Campinas (IAC), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Conilon Brasil, Centro de Ciências Agrárias da Univer-sidade Federal do Espírito Santo (CCA – Ufes), Conselho Nacio-nal de Desenvolvimento Cien-tífico e Tecnológico (Cnpq) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes).

créditos: léo júnior

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fazendas

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Fazenda Sant’anna, uma verdadeira fazenda experimental de Café

Augusto de Souza Bran-dão, nascido em Can-tagalo, e formado em

medicina, em sua vida exerceu vários cargos públicos, como coronel da guarda nacional, subdelegado, juiz de paz e ve-reador, sempre ligado ao parti-do liberal, além de fazendeiro. Contudo, foi na política da re-gião que talvez mais lhe tenha oferecido prazer em atuar, e como não poderia deixar de ser vivia envolvido em grandes embates político, muitas vezes atacado pela oposição e defen-dido pelos seus pares.Por ocasião de sua declaração para o registro paroquial de ter-ras, exigida pela lei, em 1856,

declara que possuía “uma por-ção de terras que levará 16 alqueires de planta de milho mais ou menos”, localizado no lugar denominado ribeirão da Taquara. Fez ainda uma outra declaração na condição de “tu-tor dos menores filhos do fina-do João Baptista Lapér”, que contava com “600 a 700 braças de testada com meia legoa de fundos”. Interessante notar que os filhos menores do qual se declara tutor nada mais eram que seus enteados.Nos livros de registro de casa-mento da matriz de Cantaga-lo, consta que em 1846, João Baptista Lapér, havia se casado com dona Francisca Candida

de Gouveia, e foi com esta se-nhora já na condição de viúva que Augusto de Souza Bran-dão, veio a se casar. Do con-sórcio entre dona Francisca e Augusto nasceram apenas dois filhos, Augusto Junior e Honó-rio. É bem provável que foi a partir deste enlace que Augusto tenha começado a desenvolver sua fazenda de café, que pas-sou a dominar-se Sant’Anna, e é ainda curioso que o nome de Sant’Anna era o de uma fa-zenda vizinha as terras dos her-deiros do finado João Baptista Lapér, declarada por Modesto Alves Vieira em 1856.O café trouxe-lhe riqueza, e era sempre generoso nos seus do-nativos como para a construção da Casa de Caridade de Canta-galo, e da igreja matriz, como noticiado no jornal O Globo de 1875, contribuindo com dez contos de réis.Mas e o café? Talvez esta seja uma das partes mais interessan-tes na vida do médico, político e agricultor, que em 1881, en-viou ao Jornal do Agricultor, uma carta onde descreve as suas experiências com algumas variedades de café que havia plantado em sua fazenda e as-sim ele relata o café Marago-jipe, como sendo uma planta de rápido crescimento e frutifi-cação, sendo os grãos de café de maiores proporções quando comparado aos outros ensaia-dos em sua fazenda como o Java, que embora tivesse mui-ta aceitação na região, possuía frutos pequenos e tinha ainda o

créditos: leilA AleGrio VilelA

Sede da Fazenda

Profª Leila Alegrio Vilela

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43inconveniente de não susten-tar-se no pé depois de maduro, obrigando a uma colheita rápi-da sob pena de grandes preju-ízos. O Liberia, que segundo sua opinião sofria muito com as baixas temperaturas, dimi-nuindo a produção, o cafeei-ro Marta, que designou como ”um verdadeiro pigmeu da fa-mília”, e que demorava a fruti-ficar e para terminar ainda cita do café Amarelo, do qual ainda não podia tecer opinião, por ter sido recentemente plantado.Foi justamente nesta data que começa o infortúnio de Augus-to de Souza Brandão, quando ao Banco Predial, pede um empréstimo de quatrocentos e cinquenta contos de réis, dando a fazenda de Sant’Anna como garantia. Três anos mais tarde, ainda não podendo saldar a dí-vida contraída com o banco, e já tendo sido agraciado com o título de segundo barão de Cantagalo, faz um novo em-préstimo a João Miranda & Companhia, de mais de duzen-

tos e trinta e sete contos de réis. Nesta escritura, a descrição da fazenda surpreende, não só pe-las suas dimensões com uma superfície de vinte e um mi-lhões setecentos e oitenta mil metros quadrados, um milhão e quinhentos mil pés de café e duzentos e noventa e cinco escravos. Impressiona ainda a descrição de todos os edifícios e máquinas usadas para o bene-ficiamento do café, que poderia ser considerado como dos mais modernos para a época.O destino da família Souza Brandão apresenta uma lacuna na nossa historiografia, sabe-se que a baronesa de Cantagalo, veio a falecer em 1889, no en-tanto, o falecimento do barão é registrado pelos genealogistas em uma data provável entre 1889 e 1900, quanto aos dois filhos do casal, Augusto tor-nou-se médico como o pai, e Honorio, sabe-se que também foi fazendeiro, negociante e capitalista no Rio de Janeiro. Quanto aos filhos do primeiro

casamento da senhora barone-sa, existe o registro de batismo de um filho de nome João feito em 1848.Já a fazenda de Sant’Anna, em 1900, foi a leilão em praça pú-blica, e arrematada pela firma Monnerat, Lutterbach & Cia, firma situada no Rio de Janei-ro, que atuava como comissá-rio e ensaque de café, que tinha entre os sócios alguns mem-bros das famílias Monnerat e Lutterbach como: José Mon-nerat, José Constancio Monn-nerat Sebastião Monnerat Lut-terbach, Antonio Luterbach e o Dr. José Antonio Lutterbach, e outros pequenos associados. A fazenda de alguma forma pas-sa as mãos de Sebastião Mon-nerat Lutterbach, que embora continuasse com a plantação de café transformou a fazenda parte em produção de cereais e criação de gado leiteiro da raça Guzerat. A fazenda mantem-se na família de Sebastião sendo atualmente propriedade de um de seus bisnetos.

Engenho

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estudos econômicos

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Irrigação do Cafeeiro

A cafeicultura irrigada brasileira ocupa apro-ximadamente 260 mil

hectares, com a maior parte em regiões de Cerrado, representan-do mais de 10% da área planta-da e mais de 25% da produção de café do Brasil. Os sistemas de irrigação mais utilizados são de aspersão (convencional, em malha e pivô central) e os loca-lizados (gotejamento e modifica-dos). O clima é favorável à qua-lidade do café, pois, na época da colheita, ocorrem condições de baixa umidade relativa do ar e as chuvas se concentram no verão (FERNANDES et al., 2012). O benefício do uso da irriga-ção é mais evidente em regiões mais quentes, onde a temperatura média mensal dificilmente fica abaixo dos 19º C, como as novas fronteiras do café - Barreiras, Luiz Eduardo Magalhães e Cocos, na Bahia, além do norte de Minas Gerais. (SANTINATO; FER-NANDES; FERNANDES, 2008).

Investimento na irrigação

Em função de aspectos relacio-nados ao consumo de energia, exigência de mão-de-obra e outros aspectos operacionais, os sistemas mais viáveis de ir-rigação por aspersão têm sido o convencional (principalmente do tipo malha) e o pivô central. Já com relação à irrigação lo-calizada, os sistemas mais uti-lizados são o gotejamento, por suas características técnicas que permitem uma irrigação com grande precisão, econo-mia de água e energia, e as fitas de polietileno (sistema também conhecido como “tri-pa”), principalmente pelo me-nor custo de implantação. Os custos dos principais siste-mas de irrigação para o cafeei-ro são apresentados no Gráfico. Pode-se observar que, para irri-gar a lavoura, o cafeicultor tem opções que variam de 1200 a 3300 dólares por hectare.

Principais sistemas de irrigação para o cafeeiro

Basicamente, os sistemas de ir-rigação para o cafeeiro podem ser divididos em dois grandes grupos: sistemas de irrigação com aplicação da água em área total e sistemas de irrigação com aplicação localizada da água, que molham apenas parte da área onde a cultura está im-plantada.

Pivô central

Os primeiros pivôs centrais utilizados para café foram adaptados de outras lavouras, com irrigação em área total, ou seja, tanto nas linhas de café quanto nas entrelinhas. Apesar de viabilizar a cafei-cultura empresarial nas regi-ões de cerrado, o sistema pivô central “convencional” ainda apresentava o inconveniente da aplicação de grandes volu-mes de água e com irrigação das entrelinhas do café, exi-gindo controle mais intensivo do mato. A partir dessas dificuldades, surgiu uma inovação, adap-tada da irrigação de pomares de citros nos Estados Uni-dos, com emissores capazes de irrigar somente a faixa de absorção radicular das plan-tas de citros. A partir desta tecnologia, pesquisadores e consultores brasileiros desen-volveram uma técnica extre-mamente interessante para a irrigação do cafeeiro com o pivô central, com plantio rea-lizado em círculo, com emis-sores localizados sobre as linhas de café, denominados LEPA (SANTINATO; FER-NANDES, 2002), sigla que representa, em inglês, Low Energy Precision Aplication, ou seja: aplicação precisa de água com baixo consumo de energia, já que a pressão re-querida é menor.

Custos de instalação dos principais sistemas de irrigação do cafeeiro (Conversão: U$ 1,00 = R$ 2,15).

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Neste sistema de plantio cir-cular, é comum observar em áreas quentes, de alta insola-ção, que na direção sudoeste-nordeste, pode ocorrer escal-dadura de parte da folhagem, devendo o produtor garantir que as exigências da cultura (nutrição, tratos fitossanitá-rios e culturais) estão sendo cumpridas (Lima et al. 2007).

Aspersão convencional e em malha

Existem diferentes tipos de sistema de aspersão quanto à manipulação de seus compo-nentes (tubos, conexões e as-persores), sendo eles: portátil, semi-fixo e fixo. Uma inova-ção que tem apresentado bons resultados na irrigação do cafeeiro é uma adaptação no sistema convencional de as-persão, o sistema de aspersão em malha (os ramais são co-nectados em sua extremidade para aumentar a uniformidade da pressão na rede hidráulica). Inicialmente utilizado para ir-rigação de pastagens na região do Vale do Rio Doce (MG), o sistema tem como caracterís-ticas principais: a) a utiliza-ção de tubos de PVC de baixo diâmetro, que constituem as linhas laterais, que se ligam “em malha” e são enterradas; b) baixo consumo de energia, de 0,6 a 1,10 CV/ha; c) adap-tação a qualquer formato de terreno; d) possibilidade de di-visão da área em várias subá-reas; e) facilidade de operação e manutenção; f) possibilidade de fertirrigação; g) baixo cus-to de instalação e manutenção. Como limitações, este siste-ma apresenta: a) dificuldade de automação; b) maior de-pendência de mão-de-obra; c) abertura de grande número de valetas para acondiciona-mento dos tubos em malha. (DRUMOND, FERNANDES, 2004).

Autopropelido convencional

Consiste num aspersor tipo ca-nhão montado em um veículo equipado com mecanismo au-topropulsor que por meio da movimentação hidráulica de um carretel, enrola um cabo de aço capaz de deslocar o sistema ao longo da faixa de solo a ser ir-rigada.

Carretel enrolador

Mais moderno que o anterior, irriga uma faixa de terra conti-nuamente, pelo deslocamento de um canhão hidráulico mon-tado sobre rodas, conectado na extremidade de uma mangueira. Neste equipamento, apenas a mangueira é movimentada.

Tubos perfurados a laser ou “tripa”

Trata-se de uma combinação de aspersão convencional com irrigação localizada, onde jatos de água oriundos de pequenos orifícios (menores que 1 mm e perfurados a LASER na man-gueira), irrigam as faixas de solo. As “tripas” são colocadas próximas às saias dos cafeeiros (com apenas um orifício de sa-ída) ou no meio da entrelinha (dois orifícios de saída). Devido ao seu baixo custo de implantação, esse sistema tem sido largamente utilizado em al-gumas regiões do Brasil, como Araguari, no Triângulo Mi-neiro. O maior inconveniente desse sistema, apesar do baixo custo de implantação, é a ma-nutenção, pois a grande maioria dos projetos é feita com “tripas móveis”, que requerem uma re-posição anual da ordem de 30%. Alguns cafeicultores, para redu-zirem esses custos, optaram por sistemas fixos (mangueiras dis-poníveis em toda área irrigada), mesmo com o maior custo de implantação.

Pivô central convencional para café

Pivô central em plantio circular do cafeeiro

Irrigação de café com carretel enrolador

Irrigação de café com tubos perfurados a laser (tripa)

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Gotejamento

Efetua a irrigação sobre o solo, na área de maior absorção das raízes do cafeeiro, com goteja-dores de pequena vazão (1 a 10 litros/hora), porém, capazes de irrigar com alta freqüência (até mesmo várias vezes ao dia), mantendo a umidade do solo na zona radicular próxima à capa-cidade de campo, condição que facilita a absorção de água pelo cafeeiro (SANTINATO; FER-NANDES, 2012).

A água é pressurizada pelo sistema de bombeamento, e, antes que chegue aos goteja-dores, passa por um sistema de filtragem, prática essencial para o bom funcionamen-to desse sistema. Apresenta como principais vantagens: a) alta uniformidade de aplicação de água, de 90 a 95%; b) redu-ção de gastos de água, energia e mão-de-obra; c) aplicação eficiente de defensivos e fer-tilizantes; d) possibilidade de automação total do sistema. Como desvantagens, apresen-ta: a) alto custo de implanta-ção; b) riscos de entupimento de emissores se mal maneja-dos; c) concentração do siste-ma radicular em apenas parte do solo, onde se forma o “bul-bo molhado” do gotejador; d) possíveis danos e avarias das linhas laterais por trabalhado-res (enxadas) e animais (roe-dores). Para evitar problemas de van-dalismo, alguns produtores têm adotado a técnica de en-terrar os emissores, ação que deve ser cuidadosamente pla-nejada, pois a colocação de gotejadores muito distantes da maior concentração de ra-ízes do cafeeiro pode provo-car reduções expressivas de desenvolvimento vegetativo e da produtividade do cafeei-ro. Também requer a aplica-ção periódica de produtos ca-pazes de evitar a intrusão de raízes nos gotejadores. Como a qualidade da água pode afe-tar o funcionamento de gote-jadores, alguns produtores em regiões de água com alto teor de ferro, tem optado por instalar na mangueira, sob a copa do cafeeiro, pequenos sprays, denominados micro-jets.

Figura 6 – Irrigação de café com aspersão em malha

Figura 8 – Irrigação por microjets em café

Figura 7 – Irrigação por gotejamento em café

Referências

DRUMOND, L.C.; FERNAN-DES, A.L.T. Utilização da aspersão em malha na cafei-cultura familiar. Uberaba: Uni-versidade de Uberaba, 2004, 90p.

FERNANDES, A.L.T. et al. A moderna cafeicultura dos cer-rados brasileiros. Pesq. Agro-pec. Trop., Goiânia, v. 42, n.2, p.231-240, abr./jun. 2012. SANTINATO, R.; FERNAN-DES, A.L.T. Cultivo do cafe-eiro cultivado em plantio cir-cular sob pivô central. Belo Horizonte: O Lutador, 2002, 252p. SANTINATO, R.; FERNAN-DES, A.L.T. Cultivo do cafeei-ro irrigado por gotejamento. 2 ed., Uberaba: Autores, 2012, 388p. SANTINATO, R.; FERNAN-DES, A.L.T.; FERNANDES, D. R. Irrigação na cultura do café. 2. ed. Belo Horizonte: O Lutador, 2008, 476p. LIMA, L. A. ; SILVA, Antonio Carlos da . Produtividade do cafeeiro em plantios circula-res irrigados com pivo central. In: IX Simposio Brasileiro de Pesquisa em Cafeicultura Irri-gada, 2007, Araguari. Anais do IX Simposio Brasileiro de Pes-quisa em Cafeicultura Irrigada. Brasilia-DF: EMBRAPA, 2007. v. 1. p. 61-65.

André Luís Teixeira FernandesDoutor em Engenharia de Água e Solo

Professor da Universidade de Uberaba – Uniube

[email protected]

Luiz Antonio LimaDoutor em Engenharia Agrícola, Professor da Universidade Federal de Lavras, UFLA,

[email protected]

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panorama

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Fischer, da Nufarm, é empossado na Presidência do Sindag

O executivo Valdemar Fischer, presidente da Nufarm Indústria Química e Far-macêutica, assumiu a Presidência do Sindag – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola para o mandato de 2013 - 2016. “Assumo hoje um compromisso institucional de alta relevância para a minha atividade profissional e a minha carreira na indústria de defensivos”, salientou Valdemar Fischer. “Trabalharemos para manter intocada a união entre as em-presas associadas e dar continuidade aos esforços pela valorização do setor de agroquímicos, que é vital para o agronegócio e a economia brasileira”, resumiu.

DIRETORIA – EFETIVOSPresidente – Valdemar Luis Fischer – Nufarm Ind. Quim. e Farmacêutica S/A1º. Vice-Presidente – João Sereno Lammel – Du Pont do Brasil S/A2º. Vice-Presidente – Laercio Valentin Giampani – Syngenta Proteção de Cultivos LtdaDiretor Administrativo – Walter Henrique da Costa Júnior – FMC Química do Brasil Ltda.Diretor Financeiro – Milton Ossamu Hiramoto – Iharabras S/A Indústrias Químicas Presidente eleito

Valdemar Fischer

créditos: diVUlGAÇÃo sindAG

créditos: diVUlGAÇÃo cooxUpé

Perspectivas para o Café foi tema de mesa redonda no seminário perspectivas do Agrobusiness da BM&F Bovespa

Com o apoio e patrocínio da COO-XUPÉ, o Painel “Perspectivas do mercado de café”, que integrou a programação do 12º Seminá-rio Perspectivas para o Agribusi-

ness 2013 e 2014, realizado pela BM&FBOVESPA no dia 28 de maio, discutiu o setor cafeeiro

como um todo, com destaque para os preços da saca e o

crescente aumento do consumo da bebida

nos mercados in-terno e externos.

Na abertura do Painel, o pre-sidente da COOXUPÉ, Carlos Alberto Paulino da Costa (foto), destacou a importância do debate por conta do difícil momento que a cafeicultura vem enfrentando. Disse ainda que o preço míni-mo estipulado pelo governo não justifica os parâmetros utilizados para a atribuição do valor.Coordenado pelo jornalista Andre Reche, o encontro seguiu com a palestra de João Carlos Hopp Jr., diretor comercial da Exportadora

de Café Guaxupé e de Robério Silva, diretor executivo da OIC.Hopp afirmou que o efeito do

preço na safra brasileira é evidente, estimulando

b a i x a produtividade na lavou-r a . “Bons preços geram

maior produção”, afir-mou. Outro ponto abordado foi a eleva-

ção dos custos de produção e de mão de obra, sendo estes um dos fatores que estão desfavorecendo o cafeicultor brasileiro. “Além disso, temos a questão da expor-tação. Estamos exportando me-nos, ou seja, estamos carregando a grande parte do estoque mun-dial de café. É preciso aumentar a participação brasileira no mer-cado externo”, apontou. Para Robério Silva “Somos os maiores produtores de café do mundo e isso aumenta a nossa res-ponsabilidade. Mesmo o mercado cafeeiro tendo essa excelente no-tícia sobre a elevação do consumo no exterior, os países produtores, como o Brasil, tem uma lição a aprender. Não podemos meramente deixar de vender o café, por conta do preço mínimo da saca, é preciso ordená-lo”.

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48 18ª Festa do Imigrante recebe mais de 18 mil pessoasManifestações culturais, artís-ticas e gastronômicas de di-versas nações que povoam o Estado de São Paulo estavam representadas na tradicional Festa do Imigrante. O evento, organizado há 17 anos pelo Museu da Imigração, instituição da Secretaria de Estado da Cul-tura, tem papel fundamental no resgate da história dos mais de 2,5 milhões de imigrantes que passaram pela antiga Hospeda-ria de Imigrantes desde final do século XIX.manifestações Nessa edição da Festa, partici-param cerca de 80 comunida-des imigrantes, representando 35 nacionalidades. Foi disponi-bilizado para o público a “Esta-ção em Rede”, um espaço com terminais de consulta ao acervo digital do Museu da Imigração.

São mais de 250 mil imagens disponíveis para visualização e download gratuito. Além disso, lá foram coletados, du-rante o evento, depoimentos para o “Cosmopaulistanos”, projeto virtual colaborativo, que pretende mapear locais de tradições e vivências de imi-grantes e migrantes da cidade de São Paulo. Outro destaque da programação foi a “Sala de Conversa”, local destinado a discussões abertas sobre as principais questões re-lacionadas à imigração na atua-lidade como: direitos humanos dos migrantes, refúgio e tra-dições de diferentes culturas. Além de instituições e asso-ciações assistenciais, também participaram organizadores de grandes eventos culturais.

diVUlGAÇÃo: dAniel dUtrA

créditos: chris ceneViVA

créditos: chris ceneViVA

Grupo Paraguaio

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49Painel central da obra ícone de Benedicto Calixto retorna ao Museu do Café

O tríptico “A fundação da Vila de Santos em 1545”, do pintor e historiador Benedicto Ca-lixto, retornou do atelier de restauro para o seu lugar de origem: o Salão do Pregão do Museu do Café. A obra pertence a um con-junto maior, composto pelo painel central mais as duas telas “Porto de Santos em 1822 – Visto da Ilha de Braz Cubas” e “Porto de Santos em 1922 – Visto do Morro Pacheco”, produzido em 1922 para ornamentar o espa-ço mais nobre do Edifício da Bolsa Oficial de Café, onde aconteceriam negociações para definir as cotações diárias das sacas do produto.As telas passaram recentemente por um pe-ríodo de restauro, pois apresentavam certo grau de degradação ocasionado por antigos retoques de pintura e pela umidade ao lon-go desses quase cem anos. O projeto, que durou cerca de um ano, foi coordenado por Márcia Rizzo, experiente restauradora que já realizou outros trabalhos com produções de Calixto.

Já para o público infantil houve a “Tenda Faz e Con-ta”, onde um contador de histórias entreteve as crian-ças interpretando contos do mundo todo. O “Espaço Temperos do Mundo” foi mais uma novidade do even-to, local onde representantes das comunidades imigrantes ensinaram ao público pratos típicos, dando dicas de pre-paro das receitas.As oficinas e workshops fo-ram realizados durante os três dias do evento, que além do artesanato de várias nacio-nalidades, foram ministradas aulas de dança e música que ofereceram noções básicas dos principais ritmos de dife-rentes culturas.

créditos: chris ceneViVA

créditos: KArinA frey

Grupo Boliviano

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Exposição “Viagem, sonho e destino”

Escritórios de Advocacia se associam para defender o café

Os escritórios Lourenço & Rodrigues Advogados, responsá-vel jurídico pelo CCCRJ e que patrocina causas do CECAFÉ, e o escritório Rocha & Sodré Advogados, de Varginha MG, que atende o CCCMG, e Milfont Advogados Associados, de Vitória, todos com uma vasta experiência e larga tradição em questões cafeeiras, associaram-se e passarão a conduzir várias questões de café com uma coordenação comum.

O Museu da Imigração inaugurou na Esta-ção Júlio Prestes (CPTM), em São Paulo, a exposição “Viagem, sonho e destino”. A mostra que ficou em cartaz até o dia 14 de junho e a partir do mês de julho irá itinerar para as estações do Tatuapé, Barra Funda e Brás. Por meio de depoimentos e fotos do acervo da instituição e do Arquivo Pú-blico do Estado de São Paulo, a mostra conta os trajetos de cerca de 2,5 milhões de imigrantes e migrantes que escolhe-ram viver em São Paulo. Além de descre-ver a experiência da viagem, a exposição revela o funcionamento e os serviços da Hospedaria de Imigrantes do Brás, que acolheu mais de 70 etnias durante os seus 91 anos de funcionamento.

Esta conjunção de esforços procura aliar a experiência pro-fissional com a troca de informações na condução/solução das pendências principalmente inerentes ao PIS/COFINS, atuando inclusive junto ao CARF, tudo visando a efetiva solução das mesmas, no interesse da classe cafeeira.

Afonso Lourenço

Marco Antônio Milfont

Alyson Rocha e Adriano Sodré

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Rural faz 94 anos e homenageia Lázaro Brandão

A Sociedade Rural Brasileira come-morou seus 94 anos de fundação em evento que homenageou com o prê-mio “A Rural” o presidente do Con-selho de Administração do Bradesco, Lázaro de Mello Brandão.A premiação, que chega a 3ª edição, tem o objetivo de prestar homenagem

a grandes personalida-des da vida pública do País, que ao longo do tempo tiveram influência positiva nas ativi-

dades agropecuária, e agroindustrial.

Em seu dis-curso, o pre-sidente da

Rural, Cesario Ramalho da Silva, lembrou a relação do Sr. Brandão com o campo e o início de sua car-reira como escriturário na Casa Ban-cária Almeida & Cia.,

instituição financeira que posterior-mente se transformou no Banco Bra-sileiro de Descontos, hoje o Bradesco.O homenageado ressaltou que é um privilégio ter amigos em uma enti-dade que faz brilhante papel em um país agrícola. “É uma entidade que o Bradesco respeita, por ser nascido no interior e ser ligado ao setor”, disse.O evento reuniu as maiores lideranças do agronegócio brasileiro e persona-lidades políticas, entre elas, o ex-pre-

sidente Fernando Henrique Car-doso, o vice-governador do

estado de São Paulo e ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa Guilherme Afif Domingos, a se-nadora Kátia Abreu (presidente da Confe-deração Nacional da Agricultura – CNA), e

vários parlamentares e autoridades.

Comemoração foi marcada pela entrega do prêmio “A Rural” ao presidente do

Conselho de Administração do Bradesco, Lázaro de Mello Brandão

O grupo brasileiro Montesanto Tavares, que atua na comercialização de café verde, e a trading japonesa Itochu criaram uma joint venture, batizada de Cafe-brás - Cafés do Brasil S/A, com sede em Patrocínio, no Cerrado Mineiro. A nova companhia tem como meta ampliar as expor-tações de café verde de alta qualidade, principalmen-te para a Ásia, além de Europa e Estados Unidos. A Montesanto já possui, desde 2010, uma empresa na Flórida, a Ally, que exportou no ano passado 158 mil sacas de cafés especiais e prevê alcançar 300 mil sacas neste ano.

Montesanto Tavares e Itochu se unem para exportar café

créditos: diVUlGAÇÃo srb

Exposição “Viagem, sonho e destino”

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No Dia Nacional do Café foi realizado no cafezal do Instituto Biológico (IB) o já tradicional “Sabor da Colheita”, que sim-bolicamente marca o início da atividade em todas as lavouras do Estado de São Paulo. Localizado no bairro da Vila Maria-na, próximo ao Parque do Ibirapuera, este é o maior cafezal urbano paulista.O evento, aberto ao público, reuniu baristas, cafeicultores, representan-tes de cooperativas, de cafeterias e de indústrias, além de apaixonados por café. O objetivo foi, além de um momento de congraçamento entre todos os profissionais do agronegó-cio café, trazer para a metrópole um pouco do dia a dia das fazendas no interior e divulgar a história do café e o processo de produção da lavou-ra à xícara. Realizado desde 2006, o ‘Sabor da Colheita’ é uma iniciativa da Secretaria de Agricultura SP em parceria com o Instituto Biológico (APTA) e com o apoio do Sindicafé/SP e da ABIC.

Sucesso é atribuído à tecnologia de ponta, informação de maior oferta de crédito a juros mais atrativos, além da qualifica-ção do público visitante.O volume de vendas realizadas na 9ª Bahia Farm Show superou as expectativas. Em 5 dias de feira, foram contabilizados R$ 671 milhões em negócios pelos expositores, conforme levantamento feito junto às instituições financeiras representa-das no evento. Não estão incluídas nesse montante as vendas à vista ou financiadas por instituições financeiras das próprias montadoras de máquinas e implementos agrícolas participantes. O fluxo de 64 mil visitantes também superou as expectativas. “A feira já se consolidou como um evento fundamental na agenda dos profissionais, autoridades e empresários do setor. E os negócios pós feira são números que não conseguiremos obter, porém a maioria não levou de volta os maquinários que trouxeram para exposição”, conforme afirma o diretor da Bahia Farm Show 2013, Thiago Pimenta.Durante a Bahia Farm Show, a Tecon Salvador realizou uma palestra sobre o potencial do porto no escoamento da produção baiana. Foram destacados pontos, tais como, a menor distância das áreas produtoras e as vantagens competitivas do porto da capital baiana – redução do custo do frete rodoviário, menor risco de acidentes, entre outras.A Bahia Farm Show é uma realização da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia , Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Associação dos Revendedores de Máquinas e Implementos do Oeste da Bahia (Assomiba), Fundação de Apoio à Pesquisa e Desenvolvimento do Oeste da Bahia (Fundação Bahia) e Prefeitura Municipal de Luís Eduardo Magalhães.

No Dia Nacional do Café, teve colheita no Instituto Biológico

Bahia Farm Show 2013

panorama

Nathan Herskocwicz

Vista aérea do evento

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Considerada a maior feira do agronegócio café no Brasil e uma das principais difusoras de tecnologias no segmen-to, a EXPOCAFÉ, em sua 16ª edição, realizada em Três Pontas (MG), ofereceu a produtores e representantes da indústria a oportunidade de conhecer e adquirir novidades em máquinas, equipamentos e insumos. Dentre as novidades, a Colhedora de Café Vetor 12000, uma inovação tecnológica que permite a colheita em la-vouras de pequenos e grandes portes, cuja patente foi re-querida pelo Núcleo de Inovação Tecnológica da UFLA (Nintec), fruto de uma parceria entre um inventor inde-pendente e a Universidade. Construída para permitir a má-xima retirada dos grãos com mínimos danos ao cafeeiro,

José Sette assume o posto de Diretor Executivo do Comitê Consultivo Internacional do Algodão

Expocafé atrai participantes de todo o Brasil

O técnico José Sette, que nos últimos anos atuou como Chefe de Operações e Diretor Executivo interino da Organização Internacional do Café, foi escolhido, em processo seletivo que reuniu representantes de 26 países, como Diretor Exe-cutivo do Comitê Consultivo Internacional do Algodão, organismo fundado em 1939, sediado em Washington. O ICAC, na sigla em inglês, atua como referência para os produtores de algodão. O Itamaraty saudou a designação, destacando que “a escolha de José Sette é motivo de satisfação para o Governo Brasileiro”.

a colhedora tem como diferencial o formato em triângulo, que permite mais equilíbrio e facilita as manobras, mesmo em terrenos irregulares.Visitantes desta edição puderam também conhecer sete novas variedades de café, desenvolvidas pelo Programa de Melhoramento Genético da EPAMIG, durante as dinâmi-cas de campo que aconteceram na Fazenda Experimental de Três Pontas. São materiais resultantes do cruzamento genético de algumas cultivares já conhecidas pelos cafei-cultores, em fase final de pesquisa, que serão registradas no MAPA nos próximos cinco anos.

Visita no campo da Fazenda Experimental

Sec. Elmiro Nascimento na apresentação da colhedora de café triangular

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INCLUSÃO DIGITAL

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sustentabilidade empresarial | inclusão digital

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INCLUSÃO DIGITAL

produtor informado

Formaturas do Projeto Produtor Informado

Após 12 meses de muita dedicação, 34 produtores rurais de 03 municípios distin-tos concluíram o curso de iniciação à in-formática do Projeto Produtor Informado do Cecafé, que utiliza no período noturno os laboratórios digitais do Projeto Criança do Café na Escola.

As formaturas que contaram com a pre-sença do Diretor Administrativo do Ceca-fé, Ronaldo Taboada, foram realizadas na EMEB “José Inácio Diniz”, em São João da Boa Vista/SP, no Núcleo de Atendimen-to à Criança Prof.ª Leocádia Sobolewska Namén, em Santo Antonio do Jardim/SP e na Escola Municipal “Francisca Vilela Peça-nha”, em Andradas/MG, respectivamente.

créditos: lArA cArVAlho

São João da Boa Vista/SP

Santo Antônio do Jardim/SP

Andradas/MG

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| inclusão digital sustentabilidade empresarial

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INCLUSÃO DIGITAL

cRIANÇA DO cAFÉ NA EScOLA

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INCLUSÃO DIGITAL

CeCafé inaugura Laboratório Digitalcrédito: fotos GerAldo

Através de uma parceria com a Nicchio Sobrinho Café S/A, o Cecafé inaugurou o 122º laboratório di-gital na EMEF “Ananias Custódio”, em São Domingos do Norte/ES, que atenderá mais de 170 alunos com faixa etária de 06 a 12 anos.

Entre os presentes no evento de inauguração, Ronaldo Taboada e Luciana Alves, do Cecafé, o prefeito José Ge-raldo Guidoni, Jorge Luiz Nicchio, da Nicchio Sobrinho, acompanhado de seu pai, Odilon Nicchio, Onécimo Pas-te, do CCCV e a diretora Carmem Schneider da Silva.

| inclusão digital sustentabilidade empresarialcRIANÇA DO cAFÉ NA EScOLA

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sustentabilidade empresarial | inclusão digital

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INCLUSÃO DIGITAL

cRIANÇA DO cAFÉ NA EScOLA

crédito: mônicA nicKel

Laboratório digital em Domingos Martins/ESO Cecafé e a Cafenorte S/A Importadora e Expor-tadora, inauguraram na EMEF “Germano Lorosa” o 123º laboratório digital – sala “Jesus Menino”, pro-porcionando a inclusão digital de aproximadamente 120 alunos com faixa etária de 04 a 15 anos.

Participaram do evento: Ronaldo Taboada e Lucia-na Alves pelo Cecafé, José Eugênio Ruschi Tápias, presidente da Cafenorte, Onécimo Paste, Secretário Executivo do CCCV, Evair Vieira de Melo, do Incaper, o vice Prefeito Manoel de Oliveira Barcelos Júnior e Secretária de Educação Roseli Gonoring Hehr, e Ro-gério Manzoli, Diretor da Escola

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| inclusão digital sustentabilidade empresarial

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INCLUSÃO DIGITAL

cRIANÇA DO cAFÉ NA EScOLA

Interagrícola (EISA) inaugura Laboratório DigitalA Empresa Interagrícola (EISA) em parceria com o Cecafé inaugurou mais um laboratório digital, este no município de Estrela do Sul/MG. O Núcleo Edu-cacional Ovídio de Abreu, agraciado com o projeto, poderá proporcionar para cerca de 60 alunos à inclu-são digital.

créditos: fotos behioqUino

Presentes à inauguração Ronaldo Taboada, Diretor do Cecafé, Carlos Alberto Santana, Diretor da Interagrí-cola (EISA), o prefeito Lycurgo Rafael Farani, Haton Smith, da Royal Cup, Jon Stafenson da Atlantic Inc., Francisco Sérgio de Assis, Múcio Cardoso Monteiro e José de Alencar Branco Urtado, da Coocacer, Mário Dianin, da Montecredi.

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ponto de vista

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Um novo cenário para o Café

É importante destacar que o cenário mundial do café passa por um momento

singular. Transformações estão ocorrendo, novos protago-nistas surgem, com hábitos e preferências especificas, intro-duzindo novos conceitos e de-mandando inovações. Vejo neste novo ambiente, sem excesso de otimismo, fatores po-sitivos do lado do consumo. Os mercados tradicionais – Estados Unidos, Europa e Japão -, justa-mente os mais afetados pela cri-se econômica de 2009, mostram aumentos moderados no consu-mo. Outros países importadores de café, agrupados como emer-

gentes, segundo a Organiza-ção Internacional do Café, já representam um mercado consumidor de café estima-do em 26 milhões de sacas anuais e exibem taxas de crescimento anuais próxi-mas de 2,5%. E, ao mesmo tempo, os países produtores de café vêm expandindo de

forma significativa o consu-mo interno do produto. Repre-

sentam hoje, segundo a OIC, um mercado de 43

milhões de sa-cas anuais, com um volume de cerca de 12

milhões de sacas importadas de outros países produtores. Mas, do lado dos preços, é forço-so reconhecer a queda persistente observada nas cotações interna-cionais do café ao longo dos últi-mos dois anos, realidade que não podemos negar e que afeta drama-ticamente a renda dos produtores. Assim, confrontam-se, de um lado, o inegável potencial de crescimento do consumo em escala mundial e, de outro, um comportamento dos preços in-compatível com este cenário. Vários fatores podem levar a essa dicotomia. Não incluo entre eles a expansão da produção global, pois não creio que isto esteja ocorrendo estruturalmente. Incli-no-me mais pelo entendimento de que as transformações obser-vadas em anos recentes, princi-palmente no que se refere aos mercados do consumo interno dos países produtores e do bloco dos emergentes, impactaram o perfil qualitativo do suprimento gerando afrouxamento na de-manda do café arábica por subs-tituição pelo robusta, e não uma abundância súbita das ofertas da variedade arábica.Em resumo, ao mesmo tempo em que temos um mercado mun-dial mais amplo, temos também um novo mercado, com taxas elevadas de crescimento, com preferências diferentes. O Brasil é um grande exemplo dessa transformação: aqui, nos últimos quatro anos a participa-ção do café arábica no blend do consumo interno reduziu-se em 20%, ou seja, cerca de 4,0 mi-lhões de sacas anuais que dei-xaram de ser consumidas. A mudança do perfil qualitativo aconteceu por uma série de fatores e, na verdade, pouco fi-

zemos para reverter esse quadro. Sem dúvida, uma lição de casa que teremos de nos dedicar. De maneira geral devemos con-

centrar nossos esforços no senti-do de estimular, fomentar e gerar crescimento de consumo nesses novos mercados que estão se abrindo e se desenvolvendo, garan-tindo a presença do café brasileiro. Não há como enumerarmos um passo a passo. Mas, podemos, sim, enfatizar algumas linhas gerais desse caminho, a ser pavi-mentado por posturas pró-ativas, com ousadia e inovaçãoEm primeiro lugar, o setor pre-cisa pensar em longo prazo. Pre-cisa, também, trabalhar em con-junto e fazer com que o diálogo seja um compromisso definitivo e não uma peça de retórica dos discursos.Ao mesmo tempo, temos de ter consciência de que a atual polí-tica de destinação dos recursos do FUNCAFÉ para o setor ainda peca pelo caráter assistencialista e que faltam ações mais dinâmi-cas, práticas e com efetividade. Precisamos, sim, de mais geração de crédito para o desenvolvimen-to e ativação do mercado interno como forma de sustentação dos preços, para que toda a cadeia do café se beneficie, abandonando te-ses de que defesa dos preços se faz com contingenciamento da oferta.Precisamos, também, de campa-nhas que promovam o café bra-sileiro e evidenciem e mostrem aos consumidores os atributos da alta qualidade dos grãos e de uma produção alcançada dentro dos requisitos de sustentabilidade.Em uma frase, podemos con-densar nossas expectativas: o setor, como um todo, tem agora de se adaptar a essa nova reali-dade. E o Brasil, é fundamental afirmar, tem importância des-tacada e decisiva dentro desse novo contexto.

diVUlGAÇÃo: dAniel dUtrA

João Antonio Lian, é Presidente

do Conselho Deliberativo do CECAFÉ

e Diretor Presidente da Sumatra

Comércio Exterior Ltda.

crédito: cláUdio AroUcA

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MUSEU DO CAFÉDe segunda-feira a sábado, das 9h às 17h. Domingo, das 10h às 17h.

Rua XV de Novembro, 95 - Centro Histórico - Santos - SP / Tel.: (13) 3213-1750 / www.museudocafe.org.br

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