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NÚMERO 41 /// OUTUBRO 2013 FOLHA VIVA REVISTA DO CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA MATA DA MACHADA E SAPAL DO RIO COINA Prémio “Melhores Municípios para Viver 2013” A Lâmpada | O Mar é de Todos

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NÚMERO 41 /// OUTUBRO 2013

FOLHA VIVA

REVISTA DO CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTALDA MATA DA MACHADA E SAPAL DO RIO COINA

Prémio “Melhores Municípios para Viver 2013”A Lâmpada | O Mar é de Todos

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EDITORIALVivemos atualmente, mais um momento de mudança.

Neste momento, não poderia deixar de fazer um balanço de 6 meses como responsável pelo pelouro do ambiente e como vice-presidente do Conselho de Administração da S.energia.

Os Campos de Férias realizados no Centro de Educação Ambiental envolveram mais de 100 crianças, das quais 27 usufruíram da redução das tarifas criada para ajudar as famílias, e 33 crianças provenientes de instituições de cariz social. O balanço global foi muito positivo, quer do lado dos pais, quer do lado das crianças.

A Agenda de Atividades “Reserva o Verão” culminou com a Subida do Rio Coina, com cerca de 150 participantes. Incluíu 47 atividades diversificadas, com mais de 1300 participantes. Destaco algumas parcerias importantes na realização da Agenda, como a Escola de Fuzileiros, iBi-keBarreiro e Nuclio, através do Programa Ciência Viva.

Relativamente à Reserva Natural Local do Sapal do Rio Coina e da Mata Nacional da Machada (RNL), realizou-se a primeira reunião da Comissão Diretiva e iniciaram-se estudos complementares de levantamento da biodiversida-de, essenciais para a definição da estratégia para a gestão da RNL. Apenas conhecendo a fundo o nosso património natural se poderá definir o modo de preservação, não obs-tante a visitação e a criação de infraestruturas para tal, potenciando a implementação e consolidação dos objetivos definidos para a RNL.

Para além da atenção dedicada à RNL, o resto do concelho não foi esquecido, estando já a decorrer os trabalhos dedi-cados ao Plano de Redução do Ruído e o Mapa Previsional de Ruído, documentos importantes para o planeamento estratégico da cidade.

O meu mandato termina com a atribuição do Prémio “Me-lhores Municípios para Viver 2013 “, na área do Ambiente, ao projeto do Centro de Educação Ambiental da Mata da Machada. A candidatura realizada em setembro, à inicia-tiva do Intec em parceria com o SOL, teve como objetivo enaltecer e divulgar “o lado verde do Barreiro”, tendo sido publica no passado dia 11.

Para mim, pessoal e profissionalmente, esta foi uma ex-periência única, pecando por ser curta. Não só permitiu conhecer o funcionamento da autarquia internamente, trabalhar com uma equipa de técnicos extraordinária, como possibilitou o contributo efetivo para a melhoria da qualidade de vida dos barreirenses, tomar decisões com vista a uma cidade de futuro, sustentável, onde todos gostem de viver, trabalhar e passar tempo de lazer. No entanto, o mandato tem o seu término anunciado e, da minha parte, muito ainda gostaria de fazer e implemen-tar no Barreiro que, não sendo a minha cidade natal, é a minha cidade.

Não gosto de despedidas, por isso limito-me a dizer: “Até um destes dias”.

FICHA TÉCNICA

CÂMARA MUNICIPAL DO BARREIRORua Miguel Bombarda2834-005 Barreirowww.cm-barreiro.pt

CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA MATA DA MACHADA E SAPAL DO RIO COINA

Tel.: 211 919 362

Coordenação de Edição e Redação:Divisão de Sustentabilidade Ambiental

Design e Paginação: Rostos da Cidade EDIÇÃO DIGITAL Data de Edição: outubro de 2013

OLGA PAREDESVereadora do Ambiente da Câmara Municipal do BarreiroVice-presidente do Conselho de Administração da [email protected]

Os recifes de coral são um dos mais importantes ecossistemas do pla-neta, ideais para o desenvolvimento de grande parte da vida marinha. A biodiversidade que aqui encontramos só é comparada às florestas tropicais. A poluição costeira, o turismo descontrolado e a pesca estão, no entan-to, a ameaçar a maioria dos recifes, que poderão deixar de existir em cerca de 100 anos. A maior formação de recifes de corais do mundo, com mais de 400 espécies, e também uma das maiores reservas ecológicas é a gran-de Barreira de Recifes, situada a 150 km a nordeste da Austrália, com 2.012 km de extensão.

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ATIVIDADES DE VERÃO NO CEA“Reserva o Verão”, foi o desafio que o Centro de Educação Ambiental da Mata Nacional da Machada e Sapal do Rio Coina (CEA) lançou com a dinamização de mais uma Agenda de Atividades.

Entre 1 de junho e 14 de setembro, du-rante os fins de semana, realizaram-se cerca de 47 atividades diversificadas, que deram uso às potencialidades na-turais da Mata e atraíram diferentes públicos.

Mais uma vez a Agenda foi acolhida com grande satisfação pelos cerca de 1250 participantes que aderiram à

iniciativa, esgotando as inscrições na maioria das atividades, como Hortas de Varanda, Jardinagem com Crian-ças, Culinária Tradicional Sustentável, Volteio a Cavalo, Bushcraft - Artes do Mato, Workshop de Composição Fo-tográfica, Observação de Aves, entre outras.

A 8ª edição da Subida do Rio Coina encerrou esta Agenda, com chave de ouro.A bordo do Varino Pestarola, de kayaks ou outras embarcações, cerca de 150 participantes puderam desfrutar de um agradável passeio pelo Sapal do

Coina, observando esta área protegida de uma perspetiva menos habitual mas tão mais próxima deste habitat.

Só deste modo seria possível promover o contacto entre os participantes e al-guns dos valores naturais da Reserva Natural Local do Sapal do Rio Coina e Mata Nacional da Machada.

Esta atividade envolveu ainda a parti-cipação de grupos desportivos e asso-ciações do concelho, e contou com o apoio da Escola de Fuzileiros Navais e das duas corporações de bombeiros do Barreiro.

paisagens 3

Subida do Coina - Varino PestarolaSubida do Coina - kayaks

Subida do Coina - remo

Astronomia diurna

Click !!! Fotorreportagem

Cientistas loucos

Yôga As plantas e a saúde

Plasticina caseira comestívelAtividades radicais

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O Centro de Educação Ambiental (CEA) é o vencedor na área do Am-biente da distinção “Melhores Muni-cípios para de Viver 2013”.A distinção, promovida pelo Intec – Instituto de Tecnologia Compor-tamental, em parceria com o sema-nário SOL, foi o resultado de uma candidatura da Divisão de Sustenta-bilidade Ambiental (DSA), da Câmara Municipal do Barreiro (CMB), tendo como objetivo fundamental evidenciar as qualidades e valências naturais do Barreiro, assim como promover a imagem do concelho.

A DSA tem vindo a incentivar a li-gação da população barreirense aos valores ambientais do Município, no qual se destaca o papel da Reserva Natural Local do Sapal do Rio Coina e da Mata Nacional da Machada (RNL) e as atividades dinamizadas no CEA na Mata da Machada.

O contributo do CEA e da RNL no caminho da sustentabilidade do concelho do Barreiro foi decisivo e meritório na atribuição deste prémio, reforçando cada vez mais a imagem de um município orientado pelos prin-cípios da preservação da biodiversi-dade e dos recursos naturais.

A distinção será entregue numa ce-rimónia a realizar dia 28 de outubro,

na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, onde será também efetuada uma breve apresentação acerca da RNL e do CEA.

A CMB pretende continuar a difundir

e promover cada vez mais a Reserva Natural, dinamizá-la, potenciando o sentimento já existente de que este é um espaço de todos e que temos de o proteger, a bem das gerações futuras e da cidade do Barreiro.

PRÉMIO “MELHORES MUNICÍPIOS PARA VIVER 2013”

RNL presente no ObservanaturaNa sua 5ª edição, a feira Observanatura contou mais uma vez com a presença da RNL do Sapal do Rio Coina e da Mata da Machada.Nos dias 12 e 13 de outubro, a Herdade da Mourisca voltou a receber este certame, dedicado ao Turismo Ornitológico, uma modalidade do turismo de natureza com particular ênfase na observação de aves.

Foi uma ótima oportunidade para dar a conhecer esta área protegida, junto dos muitos visitantes deste espaço.

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No passado dia 18 de setembro, a Federação Portuguesa de Ciclismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) entregou os Prémios Nacionais de Mobilidade em Bicicleta. Entre os galardoados estava o IBikeBarreiro, na categoria de Cidadania. Este reconhecimento do trabalho feito ajudará a continuar a divulgação da nossa visão da bicicleta integrada na nossa cidade.

Há dois anos, pedalar no Barreiro era exótico. Era coisa de antigamente e de pessoas "diferentes". Mudou. Hoje é normal ver ciclistas de todas as idades, em família, em grupo, ou individualmente. Circulam no centro da cidade, nas estradas nacionais entre freguesias, e nos transportes. Se já era uma terra de ciclistas, está-se a tornar numa terra de bicicletas urbanas.

Este veículo vende-se por ele próprio e quem experimenta reconhece imediatamente as suas vantagens. O nosso objetivo é de que todos os barreirenses experimentem a cidade de bicicleta, e que a cidade experimente ser ciclável. O resto virá por si.

Ao longo dos últimos dois anos resultaram muitas co-laborações, com a própria FPCUB, a CMB, Soflusa/Transtejo, o associativismo, e o comércio local, com resultados concretos. E o movimento vive de quem tem

objetivos concretos, que com a disponibilidade possí-vel vai estando presente e dá o seu tempo a organizar e manter as iniciativas e persistentemente contactam entidades e autarquia.

Mas o prémio não é só do iBikeBarreiro, mas de todos os que descobriram que é possível e vantajoso andar de bicicleta no Barreiro.Boas pedaladas!

http://ibikebarreiro.blogspot.com www.facebook.com/[email protected]

Nos dias 20, 21 e 22 de setembro, a Au-tarquia, em colaboração com a S.energia – Agência Regional de Energia para os concelhos do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete ,voltou a assinalar a Semana Europeia da Mobilidade subordinada ao

tema “Ar Limpo - Está nas tuas mãos”, com a dinamização de atividades, no Eco-Moinho do Jim.

O Bikepaper, organizado com o iBi-keBarreiro, proporcionou um agradá-vel passeio pelo concelho, às várias equipas participantes. Foi uma manhã muito bem passada, que contou ainda com uma aula de ginástica com vista sobre o Tejo.No programa voltou a figurar o "Eco--trocas – Viagens a troco de lixo", que foi, mais uma vez, um sucesso, tendo sido muitos os munícipes que se deslocaram

ao Eco-Moinho para entregar resíduos para reciclar em troca de bilhetes para os vários operadores de transportes: CP - Comboios de Portugal; Soflusa; TCB - Transportes Colectivos do Bar-reiro e TST - Transportes Sul do Tejo.Nesta iniciativa da S.energia, foi entre-gue no concelho do Barreiro um total de 280 bilhetes.

Ainda no Barreiro, teve lugar o abas-tecimento da Pedalada da Mobilidade, já na sua 5ª edição, que juntou cerca de 90 participantes, que percorreram 80 km entre o Montijo e o Barreiro.

IBIKEBARREIRO RECEBE PRÉMIO NACIONAL MOBILIDADE EM BICICLETA 2013, NA CATEGORIA DE CIDADANIA

SEMANA EUROPEIA DA MOBILIDADE 2013

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PROJETO ESCOLA6

DIA DAS BANDEIRAS VERDES

QUINZENA DA EDUCAÇÃO –“A ESCOLA SOMOS TODOS NÓS”

A cerimónia anual de atribuição de Ban-deiras Verdes, como reconhecimento do trabalho realizado pelas Eco-Escolas do país, na área ambiental, no ano letivo 2012/2013, teve lugar no passado dia 27 de setembro, na Escola Salesiana de Manique, em Cascais.

Foram dez os estabelecimentos de ensi-no que representaram o nosso concelho:

Colégio “O Carinho”; Colégio Minerva; EB 2,3 Álvaro Velho; Escola EB 2,3 D. Luís Mendonça Furtado; Escola EB 2,3 Padre Abílio Mendes; Escola EB1 de Coina; EB1 Nº 6 do Barreiro; EB1 Nº 8 do Barreiro; Escola EB1/JI Nº 5 do Barreiro e Jardim Infantil Xi Coração.

Do ensino pré-escolar ao secundário, estas instituições, agora certificadas

formalmente pela Associação Ban-deira Azul da Europa (ABAE) como Eco-Escolas, têm responsabilidades acrescidas ao nível do seu desempenho ambiental, na gestão do espaço escolar e na sensibilização da comunidade.

A chuva veio alterar alguns pontos do programa, mas houve oportunidade para participar em muitos jogos e ateliês relacionados com a temática ambiental, assistir a vários espetáculos e explorar todos os recantos da eco-mostra.Também foi apresentado o balanço do programa Eco-Escolas 2012/13. Assim, foi publicamente revelado que, de entre as 1.346 escolas em 228 municípios que participaram na iniciativa, 86% (ou seja, 1.154) fizeram um trabalho de mérito.

Neste dia foi ainda lançado o projeto “O planeta limpo de Filipe Pinto”, destinado a consciencializar crianças e educadores para a importância de todos cuidarem do planeta, um momento abrilhantado com uma atuação ao vivo do cantor. Um dia em cheio, para celebrar a cons-ciência ativa de que uma escola pode sempre fazer melhor.

De 25 de outubro a 8 de novembro, a Câmara Municipal do Barreiro volta a promover a Quinzena da Educação - “A Escola Somos todos Nós” com uma série de iniciativas com e para a comunidade educa-tiva, tais como: visitas guiadas, campanhas de sensibilização, dra-matizações, seminários, encontros com alunos dos vários ciclos de escolaridade e desporto.

Esta quinzena pretende dar as boas-vindas a toda a comunidade educativa para o novo ano letivo, consolidar parcerias e envolver alunos, pessoal docente e não do-cente, pais e encarregados de edu-cação na definição de estratégias e de planeamento das políticas educativas locais, promovendo uma participação ativa no nosso concelho.

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REBENTOS8

O que é...A sobrepesca?

Na pesca são capturadas diferentes espécies de peixe. Quando uma espécie é apanhada numa quantidade tão grande que deixa de ser sustentável, damos o nome de “sobrepesca”.Isto é, tem de haver um equilíbrio entre a atividade da pesca e a natureza, pois a apanha de peixe em quantidades demasiadamente elevadas não permite que as espécies tenham tempo de crescer e de se reproduzir, pondo em risco os ecossistemas marinhos.

O Dia das Bruxas está aí! Torna o teu quarto mais assustador com estes fantasminhas!

Móbil de fantasmas

1 Guarda as cascas de ovo que usas para cozinhar, lava-as e seca-as.

3 Com cuidado, faz um pequeno furo no topo das cascas, com um objeto pontiagudo.

2 Com um marcador, desenha uns olhinhos nas cascas.

4 Pega num fio e dá um pequeno nó numa ponta.

5 Passa o fio pelo furo da casca e empurra-a até chegar ao nó. Este nó irá segurar a primeira casca.

Faz outro nó um pouco mais acima do primeiro e passa a segunda casca até chegar a este nó. Continua até não teres mais cascas…ou mais fio.

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REBENTOS 9

Sabias que...no dia 16 de novembro comemora-se o Dia do Mar? E porque é que o mar é azul?

A água do mar é transparente. Quando a luz do sol bate na sua superfície, grande parte das cores dessa luz é absorvida. O azul, no entanto, não o é, conferindo esta cor à água. Quanto mais fundo formos, menos cores vemos. A primeira que desaparece é o vermelho, já nos primeiros seis metros. A cor azul é a última a desaparecer. A partir dos 1.000 metros, a luz não entra no mar.

Já reparaste como alguns mares têm nomes curiosos?

O MAR VERMELHO

Acredita-se que tenha este nome por causa da cor dos corais que aparecem à superfície. Outra hipótese deve-se à presença de um microrganismo que cresce em grande quantidade na superfície da água e tem cor avermelhada. Também é possível que o nome derive das montanhas que existem ao seu redor, que são avermelhadas. A imagem refletida na água dá a impressão de que o mar é vermelho.

O MAR NEGRO

O nome deve-se provavelmente à falta de oxigénio nas suas águas, que não permite o desenvolvim-ento de micror-ganismos, dando um aspeto negro

à água. A uma determinada profundidade, a água torna-se tóxica e venenosa.Também pode ter este nome devido aos intensos nevoeiros que ali existem e absorvem a luz, dando uma tonalidade escura à água.

O MAR MORTO

É, na verdade, um gigantesco lago com grande quantidade de sal, que acaba por formar colunas. Devido a esta salinidade, nenhum peixe ou crustáceo consegue aqui viver. Também por isso, é difícil afundar no Mar Morto: todos boiam sem esforço!

Vamos Ler?PROCURA E TRANSFORMAClare YoungsMel Editores

Descobre uma série de traba-lhos manuais que utilizam materiais reciclados: um saco de plástico transforma-se na vela de um barco feito de casca de laranja; habitantes do bosque nascem das pinhas e sementes de papoila.A parte mais divertida é que terás de ser tu a procurar materiais para concretizar os proje-tos, e assim descobrires a natureza.

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A história da iluminação remonta aos primórdios da humanidade. Com a descoberta do fogo, o homem primitivo per-cebeu que, graças à luz que este emitia, a noite já não era tão pe-rigosa e diminuía a necessidade de se esconder ou lutar. Até ao sé-culo XIX, o fogo ainda era usado como meio principal de iluminação, utilizando óleo de baleia e outros materiais para manter postes de iluminação pública e lampiões acesos.Outra forma muito utilizada de iluminação foi a tocha, que permitia transportar a luz e o fogo, usada princi-palmente em áreas públicas. O mais curioso, é que o homem descobriu que quanto mais alta estava a tocha, maior era a área de iluminação. Assim, surgiu a ideia do castiçal.

Durante anos, outros artefactos foram criados para manter o fogo. Em 1783, o suíço Pierre Argand de-senvolveu a lâmpada de dupla corrente de ar, que era composta por um pavio inserido no interior de uma chaminé de vidro, por onde passava uma corrente de ar ascendente que auxiliava a combustão, produzindo uma chama estável, de forte intensidade e sem muito fumo. Era uma lâmpada a combustível.

Em 1792, William Murdoch, um engenheiro escocês, usou gás obtido pela destilação do carvão fóssil para iluminar a sua casa e a sua fábrica em Redruth. Esta forma de iluminação foi usada como iluminação pública.

Podemos dizer que as lâmpadas incandescentes fo-ram uma das maiores invenções de toda a história, pois vieram substituir os candeeiros a gás, que eram bastante perigosos, poluentes e apresentavam uma luminosidade relativamente limitada. O cientista inglês Humphry Davy produziu a primeira luz elétrica, conduzindo a eletricidade por uma faixa de platina, que a fazia brilhar. No entanto, a faixa ardia muito rapidamente e a platina era muito cara!

Então, inventou outra lâmpada, onde a corrente elé-trica saltava sobre um hiato, fazendo-o brilhar. Mas estas lâmpadas eram muito grandes e quentes para usar em casa.Em 1850, o inglês Joseph Swan usou um filamento carbonizado dentro de uma lâmpada cheia de vácuo (que evitava que os filamentos entrassem em com-bustão e ardessem rapidamente). Só passados 28 anos Swan patenteou a sua invenção, no mesmo ano em que o grande inventor norte-americano Thomas Edison começou a trabalhar num projeto semelhante. Ambos discutiram sobre quem tinha sido o verdadeiro inventor da lâmpada, mas foi Edison que superou o desafio de tentar manter o filamento incandescente durante a transmissão da corrente elétrica. Para isso, utilizou um filamento fino de carvão a alto vácuo. Mesmo tendo uma durabilidade limitada (os filamentos das lâmpadas de hoje em dia são elaborados a partir

do tungsténio) foi um grande progresso.

Se a invenção da lâmpada incandescente foi tão ge-nial, que ainda hoje é usada como símbolo de uma boa ideia, como tudo na vida, teve uma evolução, e surgiram novas opções mais eficientes.Em 1938 apareceram as lâmpadas fluorescentes, que gastam apenas 26% da energia usada por uma lâmpada incandescente comum para gerar a mesma quantidade de luz. As lâmpadas de vapores (1931), de alta potência luminosa, são utilizadas na iluminação pública. Em 1958 aparecerem as lâmpadas de halogénio e, final-mente o LED (diodo emissor de luz), que consomem menos energia e duram mais tempo (com 8 horas/dia de utilização, podem durar 24 anos).

Grandes invenções

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A lâmpada incandescente

A lâmpada

A lâmpada de Argand

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Morus alba L. é o nome científico da amoreira branca, uma árvore originária da China, onde começou a ser cultivada há 4000 anos para o fabrico da seda, tendo sido introduzida na Europa, no século VI, quando o Imperador Romano Bizantino Justiniano promoveu a cultura dos bichos-da-seda.

Esta espécie encontra-se naturalizada e amplamente cultivada em áreas de clima temperado quente, tropical, subtropical e mediterrânico, desde o nível do mar até aos 2000m de altitude.Adaptou-se facilmente ao clima mediter-rânico, e podemos encontrá-la de norte a sul do país.

Trata-se de uma árvore de folha caduca, de pequeno a médio porte, cuja altura pode atingir 15 a 20m. A sua copa é estreita e arredondada com ramos prin-cipais compridos e muito ramificados. Apresenta um crescimento rápido a médio e uma longevidade média.

A sua dispersão é feita essencialmente pelas aves através da ingestão do fruto e posterior excreção das sementes e, quando cultivada pelo homem, a propa-gação pode ser feita por semente, garfo ou estaca.

Quanto à morfologia, apresenta um tronco alaranjado no início de vida e acinzentado e gretado com o aumento da idade, sendo de realçar que a casca, se mastigada, apresenta um sabor ado-cicado. Possui folhas caducas, alternas, de cor verde e com 5 a 30 cm. Os frutos são as nossas conhecidas amoras, que tanto gostamos de colher no verão e que se apresentam carnudas, com cerca de 1 a 2,5 cm.

Quanto às exigências no que diz res-peito ao solo, é uma árvore que prefere solos do tipo húmico e húmido, com uma exposição de sol ou meia sombra.

Esta é uma árvore que estabelece simbi-ose com outras plantas, pode pois servir de suporte a videiras, fazendo com que assim as uvas fiquem sãs e livres de fungos. Associa-se também a micorri-zas - fungos geralmente microscópicos existentes no solo que penetram nas raízes de algumas plantas e as ajudam a obter nutrientes -, podendo reduzir, por exemplo, até 75% as necessidades de fósforo da árvore.

Como já foi referido, as suas folhas são utilizadas para alimentação de bichos--da-seda, mas também podem servir

para alimentar animais herbívoros, uma vez que folhas e ramos produzem uma forragem de alta qualidade. Os seus fru-tos fazem parte da nossa alimentação, mas também as gemas/gomos podem ser utilizados em infusões.

As amoreiras são muito utilizadas em jardins e em arruamentos nas nossas cidades, mas também para produção demadeira com diferentes aplicações.

São também frequentemente referidas as suas propriedades medicinais, espe-cialmente na Medicina Chinesa, em que todas as partes da planta são utilizadas, apresentando diferentes propriedades e concentração de substâncias benéficas ao organismo.

OBSERVATÓRIO 11

AMOREIRA BRANCA Morus alba L. CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA

Reino: Plantae

Divisão: Angiospérmica

Classe: Eudicotiledonea

Ordem: Rosales

Família: Moraceae

Género: Morus

Espécie: Morus alba

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impressoes coloridas

CHEIAS – PERIGO IMINENTEChegámos ao outono e com esta esta-ção o frio começa a espreitar, as folhas das árvores estalam por baixo dos pés e surgem as primeiras chuvas. A chuva é encarada por algumas pessoas como ouro vindo do céu, fundamental para a agricultura, para o enchimento das bar-ragens, para a qualidade e quantidade das águas subterrâneas, entre outros. Mas a chuva é também responsável por eventos catastróficos, como perda de vidas humanas e de bens, devido à ocorrência de cheias.

As cheias são fenómenos naturais que resultam da queda de chuva, podendo ocorrer quando a precipitação é mode-rada mas permanente ou quando se dão precipitações bastantes intensas num curto período de tempo, comumente conhecido por tromba-d’água.

Quando ocorrem estes fenómenos de precipitação, a água é absorvida pelo solo e encaminhada para o aquífero ou, no caso dos centros urbanos, para os sistemas de recolha de águas pluviais. Então porque se dão as cheias? Não existe resposta única; existem vários fa-tores que, isoladamente ou combinados entre si, podem conduzir a uma cheia.

• Após um período contínuo de chu-va, os solos deixam de ter capacida-de de absorver a água, começando a acumular-se à superfície. É um fe-nómeno muito associado às cheias nas áreas rurais, como nas Lezírias Ribatejanas.

• Nos centros urbanos, grande parte do território está ocupado com es-tradas, prédios, garagens, parques de estacionamento, ou seja, solo impermeabilizado. Nas situações de tromba-d’água ou de chuva con-tínua, não existe solo que tenha a capacidade de absorver estas mas-sas de água.

• Com o aumento da população nos centros urbanos, são ocupados terrenos pertencentes a leitos de cheia de rios ou ribeiras. Foi uma

das causas apontadas para a tra-gédia ocorrida na ilha da Madeira em 2010.

• Quando os sistemas de esgotos de águas pluviais estão a desaguar para um rio já sobrecarregado, irá desencadear a inundação das mar-gens e das áreas adjacentes.

• A combinação de solos impermea-bilizados, uma pequena percenta-gem de solo permeável e de siste-mas de drenagem pouco eficientes, é a fórmula certa para a ocorrência de cheias.

Assim, as cheias podem atingir todo o tipo de aglomerados urbanos, desde a pequena aldeia até a uma grande me-trópole, como Banguecoque ou Nova Iorque. Contudo, existem diferenças fundamentais entre as cheias urbanas e as rurais. Apesar de as cheias rurais atingirem áreas muito mais extensas e população com menores recursos, as cheias urbanas são mais onerosas e difíceis de gerir.

A Agência Europeia do Ambiente criou uma plataforma de mapeamento online, Eye on Earth, que tem como objetivo fornecer uma imagem cada vez mais precisa e real dos fenómenos do nos-so planeta. Nesta plataforma é possível consultar a percentagem de impermea-bilização das principais cidades, e veri-fica-se que Paris, Bucareste e Barcelo-na são algumas das cidades europeias

que possuem mais de 75% do seu ter-ritório impermeabilizado, aumentando a probabilidade de ocorrência de cheias em caso de precipitação intensa.

Em Portugal, em cidades como o Porto, Lisboa, Faro e Setúbal, as taxas de im-permeabilização encontram-se entre os 50 e 74%, segundo dados da Comissão Europeia.

Numa época em que as cidades conti-nuam a ser os grandes centros popula-cionais, em que as áreas urbanizadas têm tendência a aumentar e ocorrem mudanças climáticas extremas no nos-so planeta, o número de cheias irá segu-ramente aumentar e os seus impactes poderão ser devastadores.

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Altura atingida pelas cheias em Ponte de Lima em diversos períodos de tempo.

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São seis da manhã. Cansado, o pes-cador volta de uma madrugada na faina, com as mãos doridas e a pele da cara massacrada pelo frio. Na praia, uma senhora aproveita para passear o cão antes do trabalho e um surfista faz o aquecimento. No porto chega mais um cargueiro com mer-cadorias vindas de longe, movem--se camiões, preparam-se gruas. Ao largo está em missão um navio de patrulha da Marinha, em alto mar há mais de um mês. Da Universidade sai um grupo de biólogos, equipados com um pequeno barco, um par de garrafas de mergulho e placas de registo, sedentos de conhecimento sobre o funcionamento das comu-nidades marinhas. Este é o começo de um dia como tantos outros, um dia em que a vida de muitos gira em torno do mar.

Quem vive num país costeiro ha-bitua-se a ter o mar na paisagem. O mar faz parte, chega a tornar-se banal como a mobília da casa. Já nem se nota. No entanto, no dia em que não os temos é que notamos a falta que nos fazem estes objetos aparentemente banais. Pode ser só o cheiro do mar, podem ser os sons das ondas, pode ser a cor da água, um peixe grelhado. Algo deixa um vazio se nos tiram o mar. Sente-se a falta.

A dia 16 de novembro de 1994 entrou em vigor a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, onde se estabelecem, entre outras coisas, conceitos como o de “Águas Territo-riais”, “Zona Económica Exclusiva” e “Plataforma Continental”. São con-ceitos como estes que fazem com que o mar seja “nosso” do ponto de vista legal, algo que é celebra-do anualmente em Portugal, nesse mesmo dia 16 de novembro, Dia Na-

cional do Mar. É importante lembrar, no entanto, que o mar já era nosso antes desse dia de 1994, já era nos-so antes da escrita de qualquer tra-tado, já era nosso antes mesmo da invenção da escrita. O mar é nosso porque é de cada um de nós, do pes-cador, do peixe, da senhora, do cão, do surfista, do estivador, do militar, do biólogo. Todos partilham esta enorme massa de água salgada que os unifica, todos partilham também a responsabilidade de garantir que o valor deste mar estará presente no futuro, quando as próximas gera-ções lançarem as redes e os anzóis, lançarem as pranchas às ondas, se alistarem na Marinha ou se juntarem a uma equipa de investigação numa universidade.

Cada vez mais nos apercebemos que somos responsáveis pelo futuro do mar, que este depende da nossa ca-pacidade de gestão dos recursos, da nossa vontade de resistir à ganância e garantir uma utilização sustentá-vel. Longe vai a ideia primitiva de que o mar é uma fonte inesgotável de recursos, bem como um saco sem fundo onde podemos despojar-

-nos de tudo o que está a mais des-te lado. Os resultados dessa crença são hoje evidentes e chocantes em todo o mundo, o que tem levado a uma mudança de mentalidade. Se temos o poder para destruir, temos o poder para preservar. A escolha de qual deles usar é feita por uma única espécie, mas as consequências são para todas.

MIGUEL PESSANHA PAISBIÓLOGO MARINHO

CENTRO DE OCEANOGRAFIAFACULDADE DE CIÊNCIAS DA

UNIVERSIDADE DE LISBOA

O MAR É DE TODOS

PERFIL 13

FOTO

: Mig

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Praia da Arrifana, Aljezur.

Garoupa (Serranus cabrilla)no Parque Marinho

Prof. Luiz Saldanha (Sesimbra).

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Diga adeus aos pequenos sacos de plástico. Com algum material básico, pode criar um conjunto de recipientes para o lanche amigos do ambiente, mui-to giros. Protegem a comida, são fáceis de limpar e absolutamente grátis, portanto não há problema se se estragarem acidentalmente. Deixe os seus filhos decorarem as caixas com marcadores e autocolan-tes, para um efeito mais personalizado.

MATERIAL NECESSÁRIO:

CAIXA PARA SANDWICH:

•1garrafãodeleiteemplásticoidênticoao da fotografia •Marcadores•Tesoura•1pionés•Boladevelcroadesiva

CAIXA PARA SNACKS:

•Embalagemdesumooudeleite(podees-colher tamanhos diferentes) •Tesoura•Boladevelcroadesiva

RECIPIENTES PARA LANCHE

14 ECO-página

MODO DE FAZER:

CAIXA PARA SANDWICH

1Marque o garrafão de plástico limpo e vazio com um marcador,

como exemplificado na fotografia, e corte ao longo das linhas com uma tesoura. Será com a parte de baixo do recipiente que vamos trabalhar.

CAIXA DE SNACKS.

Use uma embalagem limpa de cartão de sumo ou leite. Retire o topo e corte os lados em forma de abas como na foto-grafia. Vinque as dobras com cuidado e adicione de seguida o fecho de bola de velcro adesivo. Está pronto a usar. Fácil não é?

2Para marcar os locais de vinco, use um pionés para furar uma

linha de pontos. Estes deverão ter intervalos com cerca de meio cen-tímetro ao longo de cada lado do garrafão e cerca de 8,5 centímetros acima do fundo.

3Dobre as abas pelo tracejado, depois abra e dobre no sentido

oposto ao longo das linhas. Isto fará com que estas fiquem mais fáceis de abrir e fechar. Feche a caixa e adicione a bola de velcro adesiva para funcionar como fecho. Estará pronto para começar a colocar o seu lanche ou o dos seus filhos para levarem para a escola.

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Destinos 15

Castelo de Vide encontra-se dentro das muralhas do século XIV, onde existe um bairro medieval que preserva uma atmosfera antiga.Esta vila alentejana foi um dos locais privilegiados de acolhimento das vá-rias migrações de judeus, provenientes dos reinos vizinhos, nomeadamente de Castela, que entraram pelo porto seco de Marvão durante os séculos XIV e XV. É aqui que encontramos a sinagoga mais antiga do país.

No entanto, vestígios arqueológicos, desde o paleolítico, comprovam a pre-sença do homem desde os tempos mais remotos da sua existência. Naquela área encontram-se monumentos como

o Menir da Meada, a Necrópole Mega-lítica dos Coureleiros, construções de falsa cúpula e várias antas.

Relativamente à fauna e flora, a diversi-dade das condições ecológicas aponta para a presença de numerosas comu-nidades. Devido à proximidade da serra e da planície, a variedade de habitats é bastante grande, podendo encontrar-se carvalhais, pinhais, soutos e olivais. Este facto reflete-se positivamente na diversidade de aves, fazendo desta vila um dos destinos ornitológicos mais interessantes de todo o Alentejo.No centro urbano, podem ver-se dezenas de andorinhões-pretos e, no meio deles, alguns andorinhões-

-pálidos. Subindo ao burgo medieval, entra-se no território do melro-azul, que pode frequentemente ser visto a cantar sobre as muralhas do castelo ou junto a alguma chaminé. Também o rabirruivo-preto é frequente neste local. A torre de menagem do castelo é o melhor local de observação.No Parque Natural da Serra de São Ma-mede, aves consideradas raras, como a águia-de-Bonelli e o grifo, repartem o território com gaviões, águias-cobrei-ras, peneireiros-cinzentos, milhafres e tartaranhões, havendo ainda a assinalar a presença do bufo-real e da coruja--do-mato. Para além das rapinas, é de notar a presença da cegonha-negra. No seu conjunto, as espécies referen-ciadas representam mais de metade das dadas como nidificantes no país.Dos mamíferos, o javali e o veado encontram-se em expansão, sendo o texugo, o toirão, o sacarrabos, a gene-ta, o gato-bravo, a raposa e o coelho, animais mais comuns.

As linhas de água sazonais são abun-dantes e as principais ribeiras (S. João, de Vide e de Nisa) irrigam os cam-pos, fazendo com que algumas zonas apresentem bons níveis de humidade durante a maior parte do ano, o que permite o cultivo de várias espécies hortícolas e a existência de boas zonas de pastagens.No subsolo encontram-se várias ja-zidas de cobre, ferro, chumbo e vol-frâmio. A qualidade dos seus níveis freáticos permite o aparecimento de muitas nascentes por todo o Conce-lho, destacando-se as propriedades das águas minero-medicinais (Vitalis e Castelo de Vide) exploradas mais a sul na zona de granitos.

CASTELO DE VIDE A vila de Castelo de Vide é uma das mais pitorescas localidades no norte alentejano, sendo também uma das mais bem preservadas vilas medievais de Portugal. Situa-se no distrito de Portalegre, na região do Alto Alentejo, e encontra-se na encosta de uma das colinas do norte da Serra de São Ma-mede. A abundância de vegetação, o clima ameno e a proximidade da Serra, tornou-a conhecida por “Sintra do Alentejo”.

Não pode deixar de...

Aventurar-se no percurso pedestre da serra de S. Paulo, que permite a pedestria-nistas e ciclistas percorrer esta Serra, sobranceira à Vila. Trata-se de um percurso panorâmico onde terá a oportunidade de descobrir a fauna e a flora desta área protegida, e ainda visitar os monumentos históricos que se encontram esparsos ao longo do trilho.

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Foto: José Porras

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Sugestões16

Para Ler WWW...

O LIVRO VERDE DA CASASarah Callard Everest Editora

Centrado nos temas domés-ticos, desde um melhor isola-mento a uma decoração com objetos reciclados, descubra 250 conselhos para criar um espaço vital em harmonia

com o meio ambiente, sem sacrificar o seu estilo de vida. Vai encontrar informação sobre como organi-zar o seu próprio sistema de reciclagem, reduzir a poluição interior e eliminar materiais nocivos do seu lar, ideias sobre iluminação, eletrodomésticos, trata-mento dos resíduos e bricolage. Estes truques sim-ples e eficazes permitir-lhe-ão contribuir, a nível particular, para reduzir o impacto no meio ambiente a grande escala.

www.eyeonearth.org

Toda a informação é apresentada num for--mato visual podero-so, que permite uma maior interação. Da qualidade do ar na sua cidade à qualidade da água na sua praia favorita, este site mostra-lhe todos os tipos de coisas sobre o seu ambiente.

http://lobo.fc.ul.pt

O Grupo Lobo tem por missão dar a conhe-cer o lobo ibérico, bem como promover ações que visem a preser-vação desta espécie.

Para receber o seu Folha Viva, ligue grátis para o número 212 068 042Ou envie os seus dados (nome, morada e e-mail) para [email protected]

AGENDA2 DE NOVEMBRO

RESERVA O SÁBADOCOGUMELOS DA MATA DA MACHADA

Local: Reserva Natural Local do Sapal do Rio Coina e Mata Nacional da MachadaInfo: 800 205 681 (Linha Verde do Ambiente – Gratuita)Passeio micológico com uma breve apresentação sobre o Reino dos Fungos 27 DE OUTUBRO

UMA AVENTURA COM… DARWINLocal: Museu Nacional de História Natural e da CiênciaInformações: www.mnhbc.ul.pt

ATÉ 6 DE JANEIRO EXPOSIÇÃO "PLANET OCEAN"Local: Oceanário de LisboaInformações: www.oceanario.pt

26 DE OUTUBRO NOITES NO OBSERVATÓRIOLocal: Observatório Astronómico de LisboaInformações: http://oal.ul.pt