Revista do Grupo Cemig Ano 2 - Nº 7 - Setembro a...

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Revista do Grupo Cemig Ano 2 - Nº 7 - Setembro a Dezembro/2011 Novas tecnologias e o diálogo com as comunidades agregam mais eficiência à gestão de reservatórios Novas tecnologias e o diálogo com as comunidades agregam mais eficiência à gestão de reservatórios De olho no De olho clima clima no AQUISIçõES DO GRUPO CEMIG ABREM NOVOS CAMINHOS PARA O CRESCIMENTO AQUISIçõES DO GRUPO CEMIG ABREM NOVOS CAMINHOS PARA O CRESCIMENTO SUSTENTABILIDADE NO DNA: COMPANHIA ENTRA NO MERCADO DE CRéDITOS DE CARBONO SUSTENTABILIDADE NO DNA: COMPANHIA ENTRA NO MERCADO DE CRéDITOS DE CARBONO

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Revista do Grupo Cemig Ano 2 - Nº 7 - Setembro a Dezembro/2011

Novas tecnologias e o diálogo com as comunidades agregam mais eficiência à gestão de reservatórios

Novas tecnologias e o diálogo com as comunidades agregam mais eficiência à gestão de reservatórios

De olho noDe olhoclimaclima no

Aquisições Do Grupo CemiG Abrem Novos CAmiNhos pArA o CresCimeNto

Aquisições Do Grupo CemiG Abrem Novos CAmiNhos pArA o CresCimeNto

susteNtAbiliDADe No DNA: CompANhiA eNtrA No merCADo De CréDitos De CArboNo

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2 Universo Cemig

O papel utilizado neste impresso foi produzido com madeira de florestas bem manejadas, garantindo o respeito ao meio ambiente.

Companhia Energéticade Minas Gerais

Fontes MistasGrupo de produto provenientede florestas bem manejadase outras fontes controladas www.fsc.org Cert no.IMO-COC-029623 C 1996 Forest Stewardship Council

Filiado à Aberje

EXPEDIENTEDiretor-Presidente:Djalma Bastos de MoraisDiretor Vice-Presidente:Arlindo Porto NetoDiretor de Distribuição e Comercialização:José Carlos de MattosDiretor de Finanças e Relações com Investidores:Luiz Fernando RollaDiretor de Geração e Transmissão:Luiz Henrique de Castro CarvalhoDiretor de Gestão Empresarial:Frederico Pacheco de MedeirosDiretor de Desenvolvimento de Negócios:Fernando Henrique Schuffner NetoDiretor Comercial:José Raimundo Dias FonsecaDiretor de Gás:Fuad NomanDiretora Jurídica:Maria Celeste Morais GuimarãesDiretor de Relações Institucionais e Comunicação:Luiz Henrique Michalick

Universo CemigRevista institucional do Grupo CemigProduzida pela Superintendência de Comunicação EmpresarialPublicação da Companhia Energética de Minas Ge-rais – CemigAno 2 – número 7 – Setembro a Dezembro / 2011Av. Barbacena, 1.200 – 19º andarTel.: (31) 3506-4949/3506-2052Caixa Postal 992Belo Horizonte/MGe-mail: [email protected]. internet: www.cemig.com.brEditor responsável: Luiz Henrique Michalick - Reg. nº 2.211 SJPMGCoordenação de edição: Etevaldo Lucas Queiroz, Carlos Henrique Santiago e Jonatas AndradeProjeto Gráfico e Editorial: Press Comunicação EmpresarialProdução e edição: Beatriz Debien, Deca Furtado e Jeane MesquitaRede Comunicação de Resultado(Jornalista responsável – Flávia Rios/06013 JP)Redação:Deca FurtadoDesireé AntônioLucas ÁvilaPaulo PaivaRita CardosoTarsis Murad Revisão: Liza AyubEdição de arte e diagramação: Clayton Pedrosa (Rede Comunicação de Resultado)Impressão: Gráfica 101Tiragem: 24.000Foto capa: Usina Irapé (MG) / Arquivo Cemig

Em 59 anos, o Grupo Cemig investiu na diversificação e na qualidade de seus serviços, expandindo sua atuação no Brasil e na América do Sul. Confira onde a Companhia está presente e suas respectivas operações

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3Setembro - Dezembro/2011

EDITORIAL

Dentre os grandes desafios da Cemig está a meta de crescer e atender, cada vez melhor, seus milhões de clientes. Para que isso aconteça, é fundamental que a Empresa esteja preparada para receber e gerir novas demandas. Nesse contexto, uma área jurídica bem-estru-turada é fundamental.

Foi com essa proposta que a Cemig criou, em janeiro deste ano, a Diretoria Jurídica, responsável por gerenciar não só os assuntos da área jurídica da Com-panhia, mas também das demais em-presas do Grupo Cemig.

Com o objetivo de manter seus leito-res informados sobre os avanços implan-tados no Grupo, bem como sobre as ino-vações na gestão empresarial, a revista Universo Cemig dá início, a partir desta edição, ao acompanhamento permanen-te das ações da nova diretoria, que, em um curto espaço de tempo, já começa a mostrar resultados importantes.

Entender a importância da Direto-ria Jurídica passa, antes de tudo, por compreender a realidade de uma Em-presa tão grande como a Cemig, com seus mais de sete milhões de consumi-dores e as milhares de ações judiciais que são abertas e envolvem também grandes valores. É proposta da Direto-ria Jurídica agir de forma estratégica, dando andamento às ações que já exis-tem, bem como estar mais próxima do consumidor, agir preventivamente e trabalhar de forma corporativa. O con-ceito de advocacia corporativa remete

não só às necessidades de uma empre-sa, mas de todo o Grupo, para que se possa traçar estratégias conjuntas de solução dos problemas, otimização de custos e troca de experiências.

A aproximação com o consumidor e a implantação de um trabalho pre-ventivo representam grandes objeti-vos que possuímos e também desafios que pretendemos vencer. Queremos demonstrar que a Cemig está do lado de seus clientes, e não o contrário. Que a Empresa quer andar junto, e não bater de frente, sem transtornos para ambos os lados.

Nesta edição, os leitores da Univer-so Cemig poderão conhecer um dos primeiros resultados de sucesso deste novo momento pelo qual a Compa-nhia atravessa: a Semana de Concilia-ção Cemig, realizada em parceria com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em agosto deste ano. Uma oportuni-dade sem igual em que se buscou a conciliação de mais de 1.200 ações. Os consumidores da Empresa puderam resolver, em questão de minutos, de-mandas judiciais que poderiam trami-tar por anos.

A Diretoria Jurídica da Cemig tam-bém está aberta para parcerias com instituições de ensino jurídico do Es-tado, tribunais, entidades de classe, associações e Ministério Público. Tudo isso para fortalecer a transparência e o compromisso com a qualidade na pres-tação de serviços da Empresa.

CemigMaria Celeste Morais Guimarães Diretora Jurídica do Grupo Cemig

Advocacia corporativa na

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4 Universo Cemig

EditorialAdvocacia corporativa na Cemig

Comunicação InstitucionalImprensa brasileira elege a Cemig como uma das empresas que melhor se comunicam com jornalistas

AtendimentoCompanhia chega a 100% dos municípios da área de atuação atendidos e abre novos canais de comunicação com o público

Circuito CemigGrupo Cemig: uma organização premiada e reconhecida. Circuito Arborização mostra que é possível harmonizar a urbanização com as árvores

ExpansãoNovas aquisições vão fortalecer a presença do Grupo no setor energético nacional

CapaIntegração com as comunidades e investimento em novas tecnologias para enfrentar as adversidades climáticas

ComunidadeTransparência e agilidade na resolução de processos marcaram a Semana da Conciliação promovida pela Cemig e o TJMG

Mercado de AçõesPelo 12º ano, a Companhia comemora sua presença no Índice Dow Jones e o Cemig Day, na Bolsa de Nova York

SustentabilidadeEstreia no mercado de créditos de carbono e engajamento em prol da redução da emissão de CO2

RegionalismoEm Três Marias, moradores guardam na memória a história e a cultura de uma cidade que surgiu às margens da represa

Dicas CulturaisO longa Girimunho, filmado em São Romão, destaca-se nos principais festivais europeus

VitrineCiclovias e bicicletas começam a ganhar espaço na capital mineira

Com a PalavraAristóteles Drummond destaca empresários, intelectuais e políticos que marcaram a história da democracia brasileira

Retratos do Brasil A beleza microscópica da natureza

SUMÁRIO

Reservatório da Usina Irapé, entre os municípios de Berilo e Grão Mogol

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Comunicar-se bem com a imprensa é vital a qual-quer empresa. Uma resposta mal calculada ou a falta de retorno, a tempo e a hora, a um questio-

namento podem causar prejuízos à imagem corporativa. Na Cemig não é diferente. Transparência é um dos valo-res mais caros à companhia, sempre atenta às demandas dos jornalistas. Por isso mesmo, em promoção realizada pela revista Negócios da Comunicação, ela foi, junto à AES e à Eletrobras, uma das três ganhadoras do prêmio “As Empresas que Melhor se Comunicam com Jornalis-tas”, que ouviu mais de 2.500 periodistas de todo o País.

A Cemig é uma empresa de utilidade pública e se envolve com diversos atores sociais. O consumidor é um deles. Na verdade, ela deve informações a toda a socie-dade e reage às demandas que lhe chegam por meio da imprensa e de outros canais de comunicação. É esse trabalho que foi reconhecido. “Faz mais de 10 anos que a política de relacionamento da Companhia com a im-prensa é uma via de mão dupla: mandamos notícias da Empresa, mas atendemos bem quando nos demandam”, afirma Luiz Henrique Michalick, diretor de Relações Insti-tucionais e Comunicação da Cemig. “Nós temos a obriga-ção de não deixar a imprensa sem respostas, de não nos esconder quando ocorrem fatos desagradáveis. Foi o que fizemos, por exemplo, no episódio da tragédia de Bandei-ra do Sul, em Minas Gerais.”

Jornalistas elegem a Cemig como uma das empresas que melhor se comunicam com a imprensa

Com bons

olhos

COMUnICAçãO InSTITUCIOnAL

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Quem demanda:

Jornalistas entrevistados pela revista Universo Cemig confirmam a percepção que a imprensa mos-trou ter da companhia na pesquisa. Para Alexandre Canazio, editor do Canal Energia, site especializado no setor, “se peço alguma informação, a assessoria logo providencia a fonte para falar sobre o assunto. Se a Cemig considera a informação estratégica e, por isso, não fala sobre aquele aspecto, ela não enrola, diz logo. Isso é muito importante, pois tudo na im-prensa é para ontem”.

Rita Mundim não é jornalista, mas economista. E das mais conhecidas da praça, já que vai ao ar, três vezes por dia, na Rádio Itatiaia, onde prontifica sobre o sempre nervoso mercado de ações. “Lembro-me bem do 11 de setembro de 2001. A Cemig ia lançar ações na Bolsa de Nova York, mas, pouco antes, veio o ataque da Al Qaeda. Com aquela confusão toda, e mesmo com a pressão mundial para saber como a coisa ia ficar, fui atendida em tempo real e pude pas-sar as informações para o meu público. Isso marcou o meu relacionamento com a Cemig.”

O comunicador Eduardo Costa, também da Itatiaia, ressalta os cuidados que a Cemig toma com o que pensa o repórter: “Em 2009, todos os

superintendentes foram reunidos para que eu dissesse a eles sobre a minha leitura dos serviços prestados pela empresa. Dois anos depois, uma antiga sugestão minha e da Itatiaia, de unir Pre-feitura da capital e Cemig para um estudo apro-fundado das árvores da cidade, está acontecen-do”. Martha San Juan França, repórter do jornal Brasil Econômico, elogia o trabalho da assessoria. “É tudo muito profissional, o que não depende só da política da empresa, mas também das pesso-as. E elas têm sido maravilhosas comigo.”

Prêmio justo

Levantamento da assessoria mostra que o prê-mio é justo. Afinal, em 2010, foram atendidas 4.115 solicitações da imprensa. Nos seis primeiros meses de 2011, elas já tinham chegado a 2.296. “O prêmio não é apenas da Assessoria de Comunicação, e sim de todas as fontes da empresa. Evidentemente, só ganha esse prêmio quem tem credibilidade e respei-to. E isso nós temos, pois nos esforçamos para com-preender o jornalista, sua ânsia e pressa pela infor-mação. Fomos uma das primeiras empresas a adotar o plantão em fins de semana”, exemplifica Michalick.

38% Mídia impressa30%

TV

18% Rádio

7% Portais de notícias

7% Outros

De onde vêm as demandas:

84% mídia regional

15% imprensa nacional

1% imprensa estrangeira

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ATEnDIMEnTO

7Setembro - Dezembro/2011

Cemig atinge a marca de atendimento em 100% dos municípios onde atua e abre novos canais de comunicação com o público

Mais perto doconsumidor

Pelo Projeto Representatividade, foram instalados 777 PCFAs, em 774 municípios mineiros, como no Serro

Ao passar pelo centro de Itaguara, cidade localizada a 85 quilômetros de Belo Hori-zonte, percebe-se que a fachada da farmá-

cia Droga Lima está diferente. Ao lado do nome da empresa, há agora uma placa indicando que ali funciona também um Posto Cemig Fácil de Atendimento (PCFA), local onde os clientes da Cemig têm acesso a serviços como pagamento

de contas, transferência de titularidade e outras requisições ligadas ao fornecimento de energia elétrica.

A abertura do posto em Itaguara, realizada em setembro de 2009, integra o Projeto Repre-sentatividade, iniciativa que consiste na insta-lação de locais de atendimento presencial em todos os municípios onde a empresa atua. Os PCFAs têm a forma de agência, para as localida-des com mais de 10 mil unidades consumidoras (UCs), ou de posto de atendimento associado a outro estabelecimento comercial, como farmá-cia e padaria, para aquelas com menos de 10 mil UCs. “O Projeto Representatividade inaugura uma nova era de relacionamento com o cliente, na qual nos aproximamos mais dele, abrindo condições para que ele se pronuncie com mais facilidade perante a Cemig”, diz Ricardo Rocha, superintendente de Relacionamento Comercial com Clientes.

No total, foram instalados 777 pontos de atendimento nos 774 municípios da área de concessão da Cemig – sendo 156 agências e 621 postos, que receberam o nome de Cemig Fácil. A expectativa é de que, inicialmente, sejam feitos 20 mil atendimentos/dia em todo o Estado. O trabalho envolveu o esforço conjunto de todos os setores da casa e, mais diretamente, de uma equipe de cerca de 60 colaboradores da Gerên-cia de Suporte e Relacionamento Comercial com Clientes. O grupo, coordenado pelo gerente Elie-ser Corrêa, percorreu mais de 200 mil quilôme-tros, avaliando mais de 1.000 estabelecimentos e organizando cerca de 500 licitações para per-mitir a parceria com aqueles que receberiam os

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PCFAs.

A equipe também vai monitorar a qualidade dos serviços oferecidos nos postos e agências. “Ao fim do atendimento, o consumidor faz uma ava-liação de como foi atendido, através de um siste-ma automatizado. Com base nesses dados, se há problemas, agimos para saná-los”, explica Corrêa.

Além de mais praticidade e segurança para o consumidor, o Projeto Representatividade tam-bém contribuiu para o aquecimento da economia local: 1.200 empregos de atendentes foram gera-dos em todo o Estado e os comércios que partici-pam da rede de PCFAs já relatam incrementos em suas vendas. A presença da Cemig nos locais fun-ciona como um chamariz para o estabelecimento, já que, geralmente, quem vai tratar de questões relacionadas ao fornecimento de energia elétrica também aproveita para fazer alguma compra. Na Droga Lima, de Itaguara, por exemplo, as vendas aumentaram 30% ao mês desde o contrato com a Cemig. “Com o atendimento, eu trago o clien-te para fazer compras na minha drogaria”, revela Ederson Vilela, o proprietário.

Para todos os gostos Para quem tem hábitos mais modernos e pou-

co tempo no dia a dia, a Cemig oferece outras op-ções de atendimento remoto: por telefone, inter-

net e, agora, por mensagens de celular. Pioneira entre as distribuidoras de energia,

a Cemig disponibiliza ao cliente, desde 2008, o tridígito 116 para acesso gratuito ao Fale com a Cemig, sua central de teleatendimento. Disponí-vel 24 horas por dia e 7 dias por semana, o Fale com a Cemig dispõe de mais de 1.300 profissio-nais devidamente capacitados para prover aten-dimento aos seus clientes de forma ágil, eficaz e cortês. “Maior call center dentre as distribuidoras de energia do Brasil, o Fale com a Cemig realiza, diariamente, mais de 35.000 atendimentos”, diz o gerente das Centrais de Relacionamento com Clientes, Mauro Marinho.

Além do atendimento pelos profissionais, o cliente pode ainda resolver seu pedido pelo aten-dimento telefônico automatizado, por meio da Unidade de Resposta Audível (URA). Através dela, sem a intervenção humana, o cliente pode recla-mar da falta de luz, consultar débitos, solicitar a religação de imóvel cortado por falta de pagamen-to e informar a leitura de seu relógio de energia. Recentemente, a URA foi reformulada para tor-nar o atendimento mais simples e com um estilo mais próximo do cliente. Hoje, ela já realiza mais de 6.000 atendimentos/dia, de forma rápida e efi-ciente.

8 Universo Cemig

Os mineiros já contam com 156 agências e 621 postos de atendimento em estabelecimentos comerciais, que recebe-ram o nome de Cemig Fácil, como em Florestal

Ederson, da Droga Lima, teve suas vendas aumentadas com a instalação do Cemig Fácil em seu estabelecimento

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Aos mais adeptos à internet, uma boa dica é a Agência Virtual, um canal de atendimento pelo qual o próprio consumidor pode requisitar serviços como alteração de data de vencimento, segunda via de conta e reclamação sobre falta de energia, dentre outros. “Essa nova geração de consumido-res está muito familiarizada com esse tipo de tec-nologia, e a Cemig vem explorando isso para estar mais perto dela”, afirma Sergio Mourthé, gerente de Planejamento e Acompanhamento do Relacio-namento Comercial com Clientes. Atualmente, a Agência Virtual é responsável por 25% de todos os atendimentos, um número 3% maior do que no ano passado.

Fechando o rol de canais de atendimentos, que chegam a realizar mais de 2,4 milhões de atendi-mentos por mês, a distribuidora acaba de estabe-lecer mais uma via de comunicação: o Cemig Tor-pedo, que permite o contato com a empresa por meio de mensagens pelo celular enviadas para o número 29810. Gratuito, o novo serviço possibilita a solicitação de informações sobre débitos e in-formar a leitura mensal do padrão e sobre a falta de energia. Assim que a mensagem é enviada, o cliente tem o retorno da empresa com o número de protocolo para acompanhar a resolução. O pro-

jeto, que começou a ser implantado em caráter piloto na cidade de Sete Lagoas (MG), foi lançado em dezembro para todo o Estado. “Nós disponibili-zamos o mix de atendimentos, mas quem opta é o cliente, que tem a liberdade de saber o que é mais fácil para ele”, conclui Mourthé.

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http://atendimentovirtual.cemig.com.br

Setembro - Dezembro/2011

Digite “cemig luz”, o número do cliente e o número da instalação e envie para 29810. Esses números você encontra na conta de energia.

Digite “cemig leitura”, o nº do cliente e o da instalação, além do número da leitura e envie para 29810. Esses números você encontra na conta de energia.

Digite “cemig conta”, o número do cliente e o da instalação e envie para 29810. Esses números você encontra na conta de energia.

Serviços Cemig Torpedo

Faltou luz? Envio de leitura?Quer saber seu último débito?

A Agência Virtual está entre as tecnologias disponibilizadas pela Cemig para se aproximar mais do consumidor, facilitar e agilizar o atendimento

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Universo Cemig10

CIRCUITO CEMIg

Cemig entre as líderesA Cemig foi, mais uma vez, reco-

nhecida pelas boas práticas gerenciais e conquistou o segundo lugar entre as melhores empresas do setor energéti-co no prêmio “As Melhores da Dinheiro 2011”, promovido pela revista IstoÉ Di-nheiro. Dentro do setor, também con-quistou o primeiro lugar na categoria “Recursos Humanos”, segundo lugar em “Governança Corporativa” e tercei-ro em “Sustentabilidade Financeira”.

Todas as empresas foram ava-liadas sob os seguintes aspectos: financeiro, de responsabilidade so-cial, de sustentabilidade e meio am-biente, de inovação e qualidade e de governança corporativa. O resultado da premiação, que avaliou as 500 maiores companhias instaladas no Brasil, em 27 diferentes setores da economia, foi publicado no anuário da iniciativa.

A Cemig recebeu, pela segunda vez, o prêmio Marcas mais prestigiadas de Minas, da Ideia Co-municação Empresarial e do grupo Troiano de Branding. Ela ficou atrás apenas da Fiat. Nenhuma surpresa: são empresas de setores diferentes, que, entre outras coisas, se divulgam diferentemente, o que afeta o resultado final.

A novidade está no fato de que, em empresas de serviços, a marca vale, em média, de 5 a 6% do valor de mercado. A da Cemig vale 10%. Por quê? “A Cemig é um caso raro em todo o mundo. Sua marca tem apelo racional e emocional. A população per-cebe, por exemplo, que, além de servi-la, a Empresa cuida do desenvolvimento com sustentabilidade”, diz Gilson Nunes, da Brand Finance, especialista em marcas. “A reputação e o valor da marca Cemig se baseiam em pilares como a sua contribuição ao desenvolvimento da sociedade e a qualidade dos serviços. A consistência com que ela propõe esses temas nos seus relacionamentos é o que tem con-tribuído para seu reconhecimento em Minas”, diz Marcus Dias, do Reputation Institute.

A marca da Cemig não seria tão valiosa hoje caso, em 2004, os acionistas não aprovassem o Plano Diretor, visando ao crescimento além-fron-

teiras. Houve uma cisão, e o grupo, antes com cinco empresas, passou às 60 de hoje e se tornou mais poderoso. “Foi ali que começamos a estudar a nossa marca”, lembra Luiz Henrique Michalick, diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Cemig.

Então, não havia consenso sobre uma marca comum ao grupo. A pedido da Cemig, stakeholders ouvidos pela Troiano disseram que ela deveria ser única. Bastou colocar uma chancela, tipo Cemig Distribuidora, Cemig Geração, etc., pois a Compa-nhia já era vista, fora de Minas, não como mineira, mas brasileira – o verde e o amarelo da logomarca surgiram no Governo Itamar Franco.

Daí em diante, a marca se impôs de vez. Hoje se pode medir seu peso por episódios como o da sua entrada no consórcio construtor da usina de Belo Monte. Um dia após a divulgação do fato, o jornal Valor Econômico disse que isso significava governança, transparência. E explicou: o projeto, até então, era uma caixa-preta. Com a Cemig, to-dos os dados procurados, há tempos, pelos jorna-listas foram publicados já no comunicado. “Essas atitudes também ajudam a manter a reputação da Cemig em alta”, diz Michalick.

Reputação em altaPesquisa aponta marca da Cemig como uma das duas mais importantes de Minas Gerais

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11Setembro - Dezembro/2011

O esporte é uma atividade que estimula a in-clusão social, o respeito, a educação e o desenvol-vimento humano. A Cemig mostrou que está em dia com esse estímulo e foi reconhecida pelo Prê-mio “Empresário Amigo do Esporte”, do Ministério do Esporte. A Companhia ficou em primeiro lugar na categoria “Melhor Amigo do Esporte Regional” e em terceiro na categoria “Dedicação e Incentivo ao Esporte”. O prêmio reuniu os empreendedores que contribuíram com programas do âmbito es-portivo, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. “Um reconhecimento de que a Cemig busca to-dos os mecanismos possíveis, fiscais ou não, para apoiar bons projetos e continuar investindo na

melhoria da questão social”, comenta a analista de Projetos da Superintendência de Comunicação Empresarial, Cecília Bhering.

A Cemig destinou o investimento de R$ 3,7 milhões a projetos esportivos em 2010. Ao todo, seis projetos foram apoiados nas seguintes áreas: formação de crianças e adolescentes em atletas de futebol; realização de campeonatos de rugby; desenvolvimento da prática de esportes na Asso-ciação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Ipatinga (MG); e formação de crianças e jovens nas práticas náuticas, por meio do Projeto Versol, uma parceria entre a Cemig, Projeto Grael e a Pre-feitura de Três Marias (MG).

Amiga do esporte

O time do BH Rugby, um dos projetos esportivos apoiados pela Cemig

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Para integrar os conhecimentos sobre as técni-cas de plantio e cultivo de árvores com a urbaniza-ção em Minas Gerais, nasceu o Circuito Cemig de Arborização. Trata-se de uma das ações do Progra-ma Premiar, criado em 2009 pela Companhia, que visa ao manejo eficiente da arborização urbana, garantindo a harmonização entre árvores e redes elétricas e a qualidade do fornecimento de energia. Iniciado em março de 2011, o Circuito já percorreu várias cidades do interior de Minas: Juiz de Fora, Divinópolis, Varginha, Governador Valadares, Uber-lândia e também a capital mineira. O projeto refor-

ça o pilar de sustentabilidade da Cemig, levando para as cidades importantes informações que re-forçam o seu compromisso com o meio ambiente, a segurança e a qualidade de vida dos moradores.

Em setembro foi a vez de Belo Horizonte rece-ber o evento, com o lançamento do Manual de Ar-borização. A edição foi elaborada em parceria com a Fundação Biodiversitas e leva novas informações e conceitos sobre melhorias na convivência entre as áreas verdes e as redes de energia elétrica. O projeto terminou em outubro, na cidade de Montes Claros, no norte de Minas.

Boa vizinhança

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12 Universo Cemig

Destaque no setor

Nota do editor

A CemigTelecom, empresa de telecomu-nicações do Grupo Cemig, conquistou o reco-nhecimento de destaque do ano no Anuário Telecom, no segmento de serviços corporativos em 2010, e também uma posição entre as dez empresas mais rentáveis do ano passado. Além disso, garantiu o 55º lugar entre as 100 maiores empresas do ramo.

Esse reconhecimento é reflexo e resultado do projeto de ampliação da empresa, que levou suas redes para mais de 22 cidades e contava com infraestrutura em 61 municípios de Minas Gerais, até o fim de 2010. “Além dos bons resul-tados financeiros, a CemigTelecom também expandiu suas redes e abriu novas oportuni-dades de negócio”, comemorou o presidente Djalma Bastos de Morais.

O Anuário Telecom é publicado pela editora Plano Editorial e consiste na pesquisa e compa-ração dos resultados financeiros de empresas do mercado de telecomunicações no Brasil.

O diretor técnico da CemigTelecom, Sérgio Belisário, rece-beu o troféu de “Destaque do Ano no Segmento Serviços Corporativos” da diretora de Publicidade da Plano Edito-rial, Silvia Meurer

No último dia 21, a matéria “Ventos Cheios de Energia”, escrita pelo jornalista Roberto An-gelo e publicada na revista Universo Cemig nº4, recebeu Menção Honrosa do Prêmio Allianz de Jornalismo, que, em sua quinta edição, premiou as melhores matérias na área de comuni-cação corporativa sobre o tema sustentabilidade. A Universo Cemig chega a sua sétima edi-ção, provando que a decisão de produzir a revista foi acertada pois ela já alcança o objetivo de levar a mensagem de sustentabilidade para os seus leitores e o público em geral. A equipe da revista acredita que a seleção da matéria como finalista do Prêmio Allianz vai ajudar a ampliar ainda mais o alcance dessa mensagem. (Luiz Henrique Michalick)

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Sistemas de aquecimento solar em moradias de Divinópolis (MG) reduzem gastos com energia

Setembro - Dezembro/2011

ExpAnSãO

Novos negócios marcam mais um passo do Grupo Cemig rumo à meta de ser o segundo maior do setor energético no Brasil

Aquisições

Visão de mercado e planejamento para ex-pandir negócios. Com essa postura, o Grupo Cemig vem analisando oportunidades de

negócios e aquisições de organizações nacionais e estrangeiras do setor energético, especialmente da-quelas com atuação consolidada no ramo de fontes limpas e alternativas de energia. A estratégia visa à conquista da posição de segundo maior grupo do setor no Brasil, em 2020, mantendo-se como uma das empresas líderes em sustentabilidade em todo o mundo. Nos últimos anos, o Grupo tornou-se acio-nista da Light e da Taesa, que assumiram, há pouco, o controle da Renova e da Abengoa, respectivamen-te; passou a fazer parte do consórcio vencedor do leilão da Usina Santo Antônio, em Roraima; e adqui-riu, em outubro, 9,77% da Usina de Belo Monte, no Pará. A expansão, pois, vai bem.

Com a Usina de Belo Monte, deverá ir melhor ainda. A Light é a parceira do Grupo na compra de participação nesta hidrelétrica, a maior em constru-ção em todo o mundo – que, finalizada, terá uma potência assegurada de 4.571 MW médios. O início da operação está previsto para 2015. Ela tornará

possível um acréscimo de 818 MW ao parque gera-dor administrado diretamente pela Cemig, garan-tindo um aumento da participação de mercado de 7% para 8%, e um aumento de 280 MW ao da Light.

A Light, uma das mais tradicionais empresas de energia do País, dispensa apresentação. Pela sua localização geográfica e história, o Grupo Cemig enxergou um potencial enorme nela, logo após a aprovação do Novo Plano Diretor da Cemig, em meados da década passada. Não se enganou, pois uma completa a outra, e as sinergias não param. Por intermédio da Light, a Companhia comprou, ainda,

estratégicas

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a Renova Energias, talvez sua aquisição mais im-portante na área de fontes alternativas. “A Reno-va é o nosso veículo de crescimento em energias renováveis. Desenvolver expertise levaria tempo e queríamos crescer rápido nessa área”, justifica Fernando Henrique Schuffner Neto, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Cemig. “Numa empresa tradicional como a nossa, não se con-segue dar prioridade às energias alternativas. A Renova tem foco preciso”, complementa Paulo Ro-berto Pinto, diretor de Novos Negócios da Light.

O mar virou sertãoA empresa era um poço de boas vantagens.

Agressiva nos leilões e confiante no potencial eó-lico identificado em locais como Caetité, no sertão da Bahia, ela vendeu energia para entrega futura, certa de poder cumprir os contratos. Enquanto os competidores procuravam áreas à beira-mar, no litoral brasileiro, Pedro Pileggi, diretor de Relações com Investidores e Novos Negócios da Renova, res-salta que, “no sertão, de terras mais baratas, alguns fatores turbinam o desempenho dos parques eóli-cos”. A Renova optou por arrendar os terrenos em contratos de 35 anos, a fim de garantir a energia já contratada a longo prazo e de privilegiar o social: o arrendamento fixa o homem no campo e não con-tribui para o inchaço dos centros urbanos.

A energia da empresa beneficiará o Grupo. Por contrato, 40% do que a Renova gerar vão para a Light vender aos consumidores livres. Com isso, ela e a Cemig poderão conquistar novos consumi-dores – o Grupo já é, hoje, o maior vendedor de eletricidade no mercado livre, com 25% da quan-tidade de energia negociada. “Quando o nível dos reservatórios está mais baixo é que o vento sopra mais forte. Com a Renova, não corremos risco de não entregar o que vendemos. Ela nos garante contra prejuízos”, afirma Paulo.

A Renova também se beneficia: sua expertise foi unida à experiência em construção e compra de equipamentos do Grupo. “Já estamos colhen-do as sinergias. Toda vez que temos uma questão técnica a resolver na Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o corpo técnico dos nossos acio-nistas nos ajuda”, diz Pedro.

As benesses não cessam aí. Segundo a Cemig, o potencial eólico mineiro é de 39 GW. “Com 20% disso, já teríamos o equivalente à atual capacida-de da Cemig”, afirma Schuffner. Já a Renova possui um portfólio de mais de 2 GW em projetos eólicos só no Nordeste brasileiro.

Leite com rapaduraA ideia é somar a expertise da Cemig, pioneira

na geração de energia eólica com a Usina de Ca-

Pequena Central Hidrelétrica (PCH) de Lajes, no estado do Rio de Janeiro, foi construída pela Light, que, hoje, compõe o Grupo Cemig. A PCH é reconhecida por seu projeto de engenharia elaborado, com foco na preservação de um santuário ambiental

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melinho no Brasil, com o portfólio da Renova e reforçar o poder de barganha da caçula do grupo. A razão disso é o preço da energia eólica. Ele ten-de a se estabilizar em volta dos R$ 100 por MW/h (mais competitivo do que o das Pequenas Cen-trais Hidrelétricas – PCHs). Como parte dos equi-pamentos eólicos ainda precisa ser importada, e o dólar está muito volátil, as incertezas persistem, porém o número de fornecedores nacionais cres-ceu muito. A tendência é de acirramento da com-petição, e isso favorece quem compra. Logo, com menos investimentos para gerar energia, o lucro tende a aumentar.

Mas a eólica não é a única energia renovável. Por isso, a Renova poderá gerar também a partir da solar. “Estamos estudando o assunto”, revela Schuffner. De outro lado, ela gera, hoje, 42 MW via PCHs. Na Light, pensa-se em criar outro braço só para PCH, também uma energia renovável. “Na Renova, haverá um comitê de novas tecnologias que prospectará novos negócios. Apareceu? Esta-remos dentro”, diz Paulo.

Os primeiros parques eólicos da Renova des-pacharão energia em 2012. Quando da sua com-pra, a geração projetada era de 450 MW. Hoje ela tem contratos assinados para entregar, até 2015, mais de 1.000 MW. O investimento necessário, de até R$ 5 bilhões, já faz dela a maior do ramo. Por

tudo isso, a Renova, a única do setor de energias alternativas listada na Bolsa de Valores de São Paulo, valorizou muito e é bem-vista no mercado. “Se a vendêssemos hoje, estaríamos ganhando muito. Não faremos isso, o objetivo é gerar valor ao acionista”, diz Schuffner.

MandamentoA Taesa segue o mesmo mandamento. Com-

prada em 2009, ela, que já atuava em 11 estados, é o veículo de crescimento no setor de transmis-são. O “carro” já andou com a compra de ativos da Abengoa, em junho de 2011, pelo valor de R$ 1,1 bilhão – em troca ganhou mais 2% de participa-ção no mercado. Com a compra, a Taesa, que tinha 3.712 km de linhas e passou a 6.250 km – 68% a mais –, terá uma receita 33% maior. “E um au-mento no Ebitda próximo a 30%. Ou seja, nosso lucro cresce na mesma proporção”, diz Domingos Horta, diretor financeiro.

O mercado de ações viu a transação com bons olhos. Ainda mais porque a Abengoa, como todas as empresas do setor, é privilegiada pelo atual modelo do setor elétrico. A receita é protegida, e a tarifa, reajustada anualmente pelo Índice Ge-ral de Preços do Mercado (IGP-M). Seus ativos, de qualidade, ombreiam-se aos da Taesa. “Teremos nela o mesmo nível de eficiência que temos em

3º Rodeio dos Eletricistas da Light, promovido em outubro, no Centro de Treinamentos da Light, em Queimados (RJ)

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casa”, diz José Aloise Ragone, diretor-geral da Ta-esa. “As linhas de transmissão, espalhadas por todo o país, têm uma grande proximidade com as nossas. Teremos operação e manutenção con-juntas. Vamos cortar custos”, acrescenta Horta.

O corte dos custos vai valer ouro: no setor, de-vido à regulação, esse é um dos poucos jeitos de aumentar o lucro. A receita das empresas é limi-tada por um teto. Mas ele sofre um desconto se as linhas ficam inoperantes. “Nosso nível de efi-ciência já é de 99%”, diz Ragone. “É praticamente

impossível ter zero de desconto porque há a ma-nutenção, e ela é penalizada”, completa Horta.

A Taesa ainda não tem ativos em Minas Ge-rais, onde estão as maiores linhas da Cemig GT. No âmbito nacional do setor, sua missão é re-plicar a holding. “Estamos atentos às oportuni-dades. Queremos negócios que agreguem valor a nossa empresa”, diz Ragone. “A Taesa, que já é grande, quer crescer de maneira sustentável, prudente, mas de forma a ser, em breve, o maior player de transmissão privado do Brasil.”

Os primeiros parques eólicos da Renova estão em construção e despacharão energia a partir de 2012

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Uma das linhas de transmissão da Taesa, no trecho Rio das Eguas, em Bom Jesus da Lapa (BA), que faz a interligação entre as regiões Sudeste e Nordeste

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Cemig está preparada para enfrentar as adversidades climáticas e agregar mais segurança às populações vizinhas das represas

Na atualidade, parte do modo Cemig de ser é definido por inovação, pioneirismo e sustentabilidade. Ela inovou, por exemplo,

com o Plano de Integração, que a aproximou das comunidades ribeirinhas. A Empresa foi a primeira do setor elétrico, e até agora é a única, a comprar um radar meteorológico. Na questão sustentabi-lidade, suas ações visam garantir a continuação do negócio, mas com respeito ao meio ambiente e atendendo vários aspectos sociais.

Graças ao Plano de Integração, a Cemig está bem à frente quando o assunto é relacionamento com as comunidades. O Plano nasceu em 2006, após a Empresa ouvir centenas de pessoas do en-torno das usinas. Elas desconheciam os esforços da Companhia no controle das cheias. Vista como culpada, na verdade, a Empresa sempre atuou para minimizar o efeito das águas. O que faltava era comunicação. O Plano resolveu isso.

Boletins“Antes e depois das enchentes, passamos a infor-

mar a sociedade sobre os nossos passos”, diz Marce-lo de Deus, gerente de Planejamento Energético e gestor do Plano de Integração. Desde então, quando os reservatórios estão perto de uma situação mais crítica e se tem de liberar água, a Empresa emite bo-letins esclarecedores. Se as chuvas se intensificam, todos são alertados para dificuldades maiores.

Em eventos periódicos, formadores de opinião, como autoridades municipais, da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros, recebem informações para se-rem replicadas nas comunidades. A Cemig dá a eles treinamento e combina emitir alertas e avisos sobre as liberações de água pelo reservatório, para que orientem os ribeirinhos com antecedência.

Em 2011, 13 dos 66 reservatórios da Empresa receberam audiências públicas. Os assuntos abor-dados também são amplos. Operação de reservató-

vão rolaráguas

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Atenta a todos os aspectos da sustentabilidade, às mudanças de clima e às coordenadas geográficas, entre outros fatores, a equipe de hidrologia da Cemig monitora a profundidade dos reservatórios

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rios, por exemplo, sempre foi um tema discutido, desde o início. Porém, surgiram demandas, e o leque se abriu. Agora eles são os mais diversos. “Focamos vários aspectos, como a segurança das barragens. Mostramos até como se gera energia”, diz Marcelo, que intenta transformar o Plano em programa permanente para levar os eventos a to-dos os reservatórios da Cemig.

Usos da águaDa energia gerada pela Cemig, 98% vêm de

hidrelétricas. Portanto, é energia renovável, o que a obriga a gerir os reservatórios de forma susten-tável. “Temos de garantir os diversos usos da água e lucrar o máximo para a empresa”, resume An-dré Cavallari, engenheiro responsável pelo plane-jamento da geração. Para tanto, a Empresa tenta gerar sem abrir mão da sustentabilidade.

A água dos reservatórios, na seca e na cheia, é destinada à energia e ainda, entre outras finali-dades, à navegação e à pesca. Quanto mais água houver para geração, melhor para a Empresa. O Plano de Integração trabalha a favor da Compa-nhia ao buscar o convívio harmônico com os di-versos usuários da água. Nas audiências, procura--se também identificar eventuais conflitos entre

os usuários e a Cemig e, se possível equacioná-los. Essa harmonia favorece a implantação de novas usinas onde houver viabilidade ambiental e eco-nômica. “Portanto, o Plano visa também à conti-nuidade do nosso negócio”, diz Valéria Almeida Lopes de Faria, engenheira da Gerência de Plane-jamento Energético da Cemig.

Cadeia de comando O Plano de Integração está conectado a uma

cadeia de comando na Gerência de Planejamento Energético. A equipe desse setor, a fim de garan-tir os usos da água, tem de saber o tempo todo, o que acontece à jusante e à montante das usinas e quanto de água haverá nas próximas horas, no dia seguinte e nos meses subsequentes. “A deci-são sobre quanta água gastar em cada reservató-rio tem que ser certa e tomada a tempo e a hora. Se a postergamos, podemos ter errado e aí não há como corrigir”, diz Marcelo.

É preciso ter, ano após ano, muitas informa-ções sobre o clima. Daí a cadeia de comando co-meçar pelo meteorologista Arthur Chaves, o ho-mem do tempo da Cemig. Ele o prevê com dados de cem estações meteorológicas, que atualizam modelos matemáticos, cada vez melhores, de cli-

O radar meteorológico da Cemig vai potencializar a capacidade da Companhia de se preparar para as adversidades climáticas e alertar as comunidades ribeirinhas com relação à chegada das cheias

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ma e de tempo. Hoje, em uma hora, roda-se um modelo para dez dias de previsão. Há dez anos isso era inimaginável. “Quanto maior a capacidade de processamento – a da Cemig já é muito grande –, melhor é a técnica das previsões”, diz Arthur.

RadarCom o radar meteorológico, que entrou

em operação nas últimas semanas, em Ma-teus Leme (MG), tudo ficou mais preciso e rápido. Num raio de 200 km dali, ele mede a precipitação e diz se é líquida ou granizo. Acima dessa distância, e até 400 km, o ra-dar identifica a chuva, mas sem quantificar o volume.

Na prática, o radar acrescentou milhões de pluviômetros, que medem a quantidade de chuva, aos que a Cemig já dispunha. “Sabemos agora o quanto chove em todas as bacias hidro-gráficas dos reservatórios cobertos pelo radar e podemos estimar, com precisão, quanta água vai chegar até eles em poucas horas”, afirma Arthur.

A rapidez do radar será mais útil nos pe-quenos reservatórios. Ao contrário do de Três Marias, por exemplo, o de Peti, em São Gonça-

lo do Rio Abaixo (região central de Minas), en-che em pouco tempo. Com dados atualizados a cada minuto pelo radar, alertas serão emiti-dos mais velozmente, assim como as decisões sobre liberação das vazões, que serão atuali-zadas, e a operação ficará mais precisa.

O radar mede ainda a velocidade do vento, a variável que mais impacta o desligamento de redes de transmissão e distribuição. Com ele, será possível ter até três horas de alerta antecipado em Belo Horizonte, caso a tem-pestade se forme, por exemplo, em Divinópo-lis (MG), a 120 km da capital. É tempo suficien-te para minimizar prejuízos, alocando equipes nos locais mais sujeitos a dano severo.

HidrologiaA cadeia de comando se apoia também em

dados hidrométricos e hidrológicos coletados pelo departamento de hidrologia da Cemig – no Brasil, há dados dos últimos 80 anos. A hi-drologia tem modelos matemáticos que simu-lam o comportamento da água na natureza. Com eles, os hidrólogos imaginam o quanto a chuva caída dará de vazão no reservatório, uma informação de grande valia para a gestão.

Engenheiros de planejamento de sistema elétrico, como Marcone Borges, monitoram as informações emiti-das pelo radar, as quais possibilitam que usinas como a UHE Jaguara (à esquerda) minimizem as enchentes

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20 Universo Cemig

As informações são atualizadas constantemente – dependendo do reservatório, até a cada cinco minu-tos – e assim se decide a melhor maneira de manter o reservatório, cheio ou vazio. Se mais cheio, haverá mais energia gerada. Porém, com ele cheio, se chover muito, parte da água terá de ser jogada fora. Acontece que os reservatórios têm de ajudar a minimizar as enchentes.

Volume de espera Como compatibilizar isso? Esvaziando as barra-

gens no início das chuvas até o nível previamente estudado. Assim, é deixado um volume vazio no re-servatório, conhecido como volume de espera, para, se chegar uma enchente significativa, ser amorteci-da e solta posteriormente pela turbina ou, às vezes, pelo vertedor. “Enquanto a chuva não cai, gera-se energia com o menor vertimento possível. Começou a chover? A coisa muda. A nossa missão é operar o reservatório com técnica, garantindo a segurança do empreendimento e minimizando os riscos e impac-tos para a comunidade”, diz o superintendente de Planejamento e Operação da Geração e Transmissão da Cemig, Nelson Benício.

Cabe ainda à hidrologia controlar periodicamen-te o assoreamento, exigência ambiental imposta pelo Ibama. “Os sedimentos diminuem a vida útil dos reservatórios. Quanto mais a sociedade cui-dar deles, maior será a vida das represas”, explica o engenheiro de Planejamento do Sistema Elétrico, Marcos Geraldo de Castro. “O plantio de matas ci-liares, por exemplo, pode evitar que as enxurradas carreiem sedimentos”.

Atenta a todos os aspectos da sustentabilidade, a Cemig recém inspecionou o fundo do reservatório de São Simão. O técnico de planejamento hidroener-gético, Moretson Vasconcelos de Menezes, foi até lá

munido com um DGPS – aparelho mais preciso que um GPS comum – e instalou marcos cujas co-ordenadas geográficas e altitude foram anotadas. Ele mediu também a profundidade do lago em vários pontos. Os procedimentos serão repetidos em cinco anos nos mesmos locais. “Comparando os resultados, saberemos se o lago está ou não so-frendo assoreamento”, diz Moretson.

Conhecimento que vem dos mapasNos eventos do Plano de Integração, são distri-

buídos mapas dos rios, usinas e cidades e mostra-se como se gera energia in loco. Demonstra-se a até 450 pessoas de cada vez como é a operação e todos os as-pectos relacionados à gestão dos reservatórios, pois só assim a população se sente assistida.

Enéas Souza Filho, secretário de Governo de Timóteo, participou, em setembro, da reunião so-bre a usina de Sá Carvalho, subsidiária integral do Grupo Cemig, localizada no Vale do Aço (MG). “Vou repassar as informações e conscientizar o pessoal da cidade, e o da beirada do rio, a jogar lixo no local certo”, diz Enéas. Coordenador da Defesa Civil de Co-ronel Fabriciano (MG), Irnac Valadares da Silva tam-bém esteve no encontro. “Esta iniciativa é super im-portante para Timóteo, Coronel Fabriciano, Ipatinga e Santana do Paraíso, cuja Defesa Civil é conjunta. De posse das informações, ordenamos evacuações com até oito horas de antecedência e, assim, salva-mos a vida de ribeirinhos”, diz ele.

Aliada ao trabalho de gestão de reservatórios, a estratégia do Plano de Integração deu certo por to-dos esses aspectos listados por quem participa da iniciativa e porque a percepção das pessoas mudou, abrindo um canal de comunicação mais ágil e efi-ciente entre a Empresa e a população.

Para o secretário do Governo de Timóteo, Enéas, e o coordenador da Defesa Civil de Coronel Fabriciano, Irnac, as informações disseminadas nos encontros do Plano de Integração são importantes para planejar ações de prevenção junto às comunidades

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COMUnIDADE

O bacharel em direito Júlio César de Oli-veira enfrentava, desde o início do ano, um problema com sua conta de luz. Por

causa de um medidor adulterado, ele pagava um valor acima do normal em suas contas. Proble-ma parecido foi do aposentado Moacir Ferreira. Ao comprar um imóvel, foi surpreendido com um medidor adulterado. Ambos procuraram a Justiça e, junto a mais de 1.200 processos, pude-ram resolver seus problemas, com rapidez, na 1ª Semana de Conciliação, promovida de 19 a 23 de setembro, no Fórum Lafayette e no Juizado Espe-cial de Relações de Consumo, em Belo Horizonte.

Cemig e TJMG promovem Semana de Conciliação com consumidores para solucionar ações em tramitação na justiça, de forma rápida e pacífica

que otimiza processos

Transparência

Júlio e Moacir foram atendidos pela Cemig na Semana de Conciliação, tiveram seus processos resolvidos e se mos-traram satisfeitos com os resultados da iniciativa

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22 Universo Cemig

A iniciativa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em parceria com a Cemig, pôde concretizar, em cinco dias, inúmeros acordos, que representaram 49,4% dos mais de 1.200 proces-sos que levariam anos na Justiça comum. Em questão de minutos, Oliveira resolveu o problema relativo à sua conta de luz. “Além da conciliação com a Cemig, recebi orientações e pude esclare-cer dúvidas. Acho que a Semana representa uma preocupação a mais com o cliente”, conta. Ferrei-ra também saiu satisfeito. “A iniciativa é bastante válida, e acredito que deveria haver em todas as esferas de consumo”, ressalta. Para o gerente de Relações de Consumo da Cemig, Robson Ferreira dos Santos, o índice de acordos foi muito positi-vo. “A realização de acordos, como na resolução de conflitos, é um mecanismo em que todos ga-nham: o consumidor, a Companhia, o Judiciário e a sociedade em geral”, ressalta.

Além de irregularidades nos medidores de energia, a Semana da Conciliação atendeu a ca-sos de inadimplência, acúmulo de contas e re-negociação de débitos. Segundo a terceira vice--presidente do TJMG, a desembargadora Márcia Milanez, foram selecionados processos em que o acordo fosse possível. “A conciliação é uma al-ternativa de solução de pequenos conflitos sem passar pela Justiça comum, com mais agilidade e menos acúmulo de processos”, explica.

O volume das audiências realizadas duran-te a Semana representa cerca de um terço do número total de processos da Cemig ligados às relações de consumo. A Empresa é a primeira no País, do setor energético, que realiza um mutirão de conciliação como esse. O presidente da Cemig,

Djalma Bastos de Morais, também reforça que o convênio com o TJMG traz benefícios tanto ao consumidor quanto à Empresa. “Os usuários tive-ram seus problemas resolvidos de maneira rápi-da, a Cemig melhora sua imagem e seu desempe-nho, e a Justiça desafoga processos pendentes”, ressalta.

Para a diretora Jurídica da Cemig, Maria Celes-te Morais Guimarães, a iniciativa sinaliza a nova cara da Empresa. “Nossos clientes são parceiros e, por isso, vamos expandir a Semana de Conci-liação para outras cidades de Minas”, afirma. No interior, a Cemig já promove ações de aproxima-ção com o Judiciário, através de seminários para esclarecer a atual legislação. Este ano, além da capital, já foram realizados encontros em Uber-lândia, Ipatinga e Montes Claros.

Outras alternativasPara facilitar as negociações com os usuários,

a Cemig possui um escritório em Belo Horizonte, com profissionais especializados em débitos e ir-regularidades. Funciona de segunda a sexta-feira, na Rua Itambé, 114, das 8h30 às 11h30 e das 13 às 16 horas. Em parceria com o TJMG, a Cemig tam-bém irá implantar, em breve, o Juizado Especial para Consumidores de Energia Elétrica, no qual ocorrerá a conciliação pré-processual, para que os consumidores possam, antes de propor ações judiciais relativas ao consumo, buscar um acordo. Inédito no País, a intenção é agilizar todos os pro-cessos e evitar novos. “Dessa maneira, o consu-midor pode negociar diretamente com a Empresa e evitar o pagamento de um advogado”, afirma Maria Celeste.

Em cinco dias, a Cemig solucionou 49,4% dos mais de 1.200 processos avaliados nas audiências da Semana de Conciliação

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23Setembro - Dezembro/2011

Estar listada entre as empresas mais susten-táveis é motivo de orgulho para a Cemig. O Dow Jones Sustainability Index, índice que

é referência mundial e reconhece as empresas pelo desempenho econômico, social e ambien-tal, listou a Cemig entre as melhores compa-nhias do mundo.

A empresa completou o sucesso de 12 anos de participação no índice como a única do setor

elétrico da América Latina a fazer parte da sele-ção, fato que se repete desde a criação da lista, em 1999. Este ano, 2.500 empresas de 57 ramos industriais de 51 países diferentes tiveram sua gestão avaliada, e apenas 8 brasileiras entraram no ranking.

Essa relação passa por revisões anuais, com base em questionários que são enviados às em-presas, combinados com informações públicas

Cemig é listada, mais uma vez, no Índice Dow Jones, que reconhece as empresas mais comprometidas no mercado internacional

Entre as melhores

MERCADO DE AçõES

Fachada da Bolsa de Valores de Nova York preparada para as comemorações do Cemig Day, em 6 de outubro

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24 Universo Cemig

disponíveis na internet e em relatórios sobre suas atuações. O critério para seleção é conduzido pelo SAM Group - Sustainable Asset Management, em-presa independente de gestão de ativos, voltada para investimentos sustentáveis.

Luiz Augusto Barcelos Almeida, superinten-dente de Sustentabilidade Empresarial da Cemig, aponta os tópicos que destacaram a empresa: “Garantir retorno econômico aos acionistas, ter boas práticas de governança corporativa, boa postura frente à questão social e proteger o meio ambiente”. Ele ressalta que isso é resultado do es-forço de todos os colaboradores.

A sustentabilidade, com o desafio do equilíbrio entre as dimensões social, ambiental e econômi-ca, está no DNA da Cemig. Além da preocupação ética com as gerações futuras, a prática de ativi-dades sustentáveis posiciona as ações da Empresa entre as melhores do mercado internacional.

Cemig DayProva disso foi a homenagem realizada pela

Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), o Cemig Day, comemorado em 6 de outubro passado na metrópole americana. Nesse dia, representantes da companhia participaram do “Closing Bell”, ce-rimônia que marca o encerramento das operações de comercialização de ações.

Durante a ocasião, o presidente da Cemig, Djalma Bastos de Morais, reforçou a postura da Empresa como exemplo em governança corpora-tiva, ou seja, com transparência em suas políticas, procedimentos e resultados. “Em paralelo, traba-lhamos para pôr em prática um Plano Estratégico

de Expansão”, destaca o presidente, garantindo a realização de investimentos seguros e com visão de retorno para os acionistas.

O objetivo da homenagem organizada pela Nyse foi prestar um reconhecimento perante o mercado internacional da Cemig, uma das com-panhias brasileiras mais bem cotadas e negocia-das nas bolsas de valores. Essa foi a sétima vez que o Cemig Day foi realizado, com a presença de diversos investidores internacionais e da im-prensa especializada de todo o mundo. Este ano, o evento foi transmitido para mais de 200 milhões de telespectadores.

Marco histórico Dez anos se passaram desde os atentados de

11 de setembro nos Estados Unidos, que deixaram mais de 3 mil mortos e provocaram o fechamento da Bolsa de Nova York por uma semana. Em sua ses-são de reabertura após os trágicos acontecimentos, as ações da Cemig foram as primeiras do mundo a serem negociadas. “Todos sabemos dos conturba-dos tempos que vivemos naquela época. Porém, nossa decisão permaneceu inabalável pela con-fiança que temos no mercado dos Estados Unidos. Assim, mantivemos nossa decisão de seguir com o total suporte da Bolsa de Nova York”, afirma Djalma.

Os frutos dessa confiança mútua estão sendo colhidos. A intensa valorização das ações foi apre-sentada, no Cemig Day, pelo diretor de Finanças e Relações com Investidores da Cemig, Luiz Fer-nando Rolla. Nos últimos anos, os certificados de depósitos negociados na Nyse passaram do valor de US$ 5 para US$ 15. “Hoje temos 75% de contro-ladores internacionais, e isso possivelmente acon-teceu porque estamos aqui, na Bolsa de Valores de Nova York”, conclui Rolla.

www.cemig.com.br/Sustentabilidade

Durante o Cemig Day, o presidente e a diretoria da Companhia participaram do “Closing Bell”, cerimônia que marca o en-cerramento das operações de comercialização de ações

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Projetos do Grupo Cemig que visam à redução de emissões de CO2 fortalecem seu compromisso com a sustentabilidade

Preservar o meio ambiente é, hoje, o mais importante e crucial desafio mundial. A vida do planeta depende, basicamente, do sucesso das ações de empresas e da sociedade nes-se sentido. Ciente da importância da ques-tão ambiental, a Cemig, empresa global com ações negociadas no Brasil, Estados Unidos e Europa, vem desenvolvendo uma série de ações ligadas à sustentabilidade, como a re-dução de emissão de gases que provocam o efeito estufa, conservação de energia e uso de fontes energéticas alternativas e projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previstos no Protocolo de Kyoto.

A Usina Hidrelétrica de Baguari é, hoje, o melhor exemplo da visão ambiental da Cemig.

Instalada no leste de Minas, Baguari iniciou suas operações em 2009, comandada pelo consórcio Baguari Energia, que reúne Neo-energia (51%), Cemig (34%) e Furnas (15%). O diferencial é que a usina já foi especial-mente projetada para ser menos poluente e menos agressiva em relação ao meio am-biente, o que a capacitou, pelo Protocolo de Kyoto, a entrar no mercado de crédito de carbono. “Isso foi decidido já nas primeiras reuniões do consórcio, em 2006”, garante Arthur José Fernandes Braz, gerente de Ne-gócios de Geração da Cemig.

Baguari opera com um pequeno reserva-tório de água (16 km2), típico das hidrelétri-cas a fio d’água. Com isso, evita o alagamento

Na vanguarda da questão

ambiental mundial

www.cemig.com.br/saladeimprensahttp://sustentabilidadecemig.blogspot.com/

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SUSTEnTAbILIDADE

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www.cemig.infovest.com.br

Usina de Baguari, primeira hidrelétrica capacitada pelo Pro-tocolo de Kyoto a entrar no mercado de créditos de carbono

A PCH Cachoeirão também está sendo avaliada pela ONU para entrar no mercado de créditos de carbono

de grandes áreas, potencializa a geração de ener-gia elétrica e reduz a emissão de gases. “Este é o diferencial de Baguari: a relação entre a potência de geração pela área alagada”, frisa Humberto Pa-ganini, diretor da Baguari Energia.

A capacidade instalada de geração de energia da usina é de 140 MW. Pelas regras de Kyoto, a energia produzida pela hidrelétrica representa uma redu-ção anual de, aproximadamente, 65 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2). Cada tonelada corres-ponde a um crédito de carbono, que hoje é cotado a 10 euros nas bolsas mundiais ou para empresas in-teressadas. Portanto, Baguari poderá gerar (a partir de 2012) uma receita de R$ 9 milhões, nos próximos sete anos, somente em créditos de carbono – uma vitória ambiental.

O projeto de Baguari foi validado pelo governo brasileiro e pela Organização das Nações Unidas (ONU), a quem cabe a palavra final sobre se uma empresa está ou não capacitada a vender créditos de carbono (ou seja, se contribui ou não para a me-lhoria do meio ambiente). Outra usina da Cemig, a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Cachoeirão, também já está sendo avaliada pela ONU. A PCH Pipoca está em processo de validação do Project Design Document (PDD), e o projeto da PCH de Pa-racambi, em fase final de construção, encontra-se em elaboração. Há, ainda, um projeto da Efficien-tia (empresa do Grupo Cemig), em parceria com a siderúrgica mineira Siderpita, de aproveitamento dos gases emitidos pelo alto-forno, que também está em fase de aprovação pela ONU.

Iniciativas como essas – além dos investimen-tos em energia alternativa, como a eólica; do monitoramento das emissões de equipamentos

da rede de distribuição e transmissão; das Usi-nas Térmicas de Igarapé, Barreiro e Ipatinga; e da redução de 21,5% nas emissões do consumo de combustível da frota da empresa no período 2006/2010 (em comparação a 2009, a redução em 2010 foi de 8,27%) – colocam a Cemig na van-guarda da questão ambiental mundial.

Ambientalmente correta e transparenteA empresa foi selecionada, pela segunda vez

consecutiva, para compor o Índice Carbono Efi-ciente (ICO2), desenvolvido pela BM&FBovespa e BNDES. O indicador mostra para o mercado de ca-pitais brasileiro e internacional quais empresas es-tão alinhadas com as discussões sobre mudanças climáticas e praticam ações efetivas para redução de emissões dos gases causadores do efeito estu-fa. “Ao aderir ao ICO2, a Cemig torna pública sua gestão para reduzir as emissões de gases”, explica o gerente de Responsabilidade Ambiental e Social da Cemig, Ricardo Prata. A Cemig também com-põe o Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI World), da Bolsa de Nova York, há 12 anos e, desde 2007, responde ao Carbon Disclosure Project (CDP), integrando o maior banco de dados global em impacto climático corporativo.

“A Companhia é uma empresa de ponta, in-dutora, e está saindo na frente neste mercado de crédito de carbono. Isso contribui para sua repu-tação e boa imagem, alinhadas com processos de boa governança para organizações de capital aberto”, afirma Fernando Figueiredo, professor e consultor na área de Desenvolvimento Ambien-tal da Fundação Dom Cabral (FDC).

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Quando o pescador Norberto Antônio dos Santos, então com 11 anos de idade, e hoje com 63, chegou a Três Marias, em 1959, o local era um sertão só. O Brasil também era outro: menos ur-bano, mais rural e também cordial. “A mata era tão fechada que não dava pra ver o céu. Se alguém matava uma galinha na Rua 2, todo mundo da 16 ficava sabendo. Era tempo de lamparina e de so-car arroz no pilão”, diz Norberto. “Nessa mesma época, estavam começando a fazer o aterro para a barragem. O pessoal da obra morava na Vila da

Satélite. Lembro bem: eram 960 casas. Nossa di-versão era, toda sexta-feira, assistir filmes de fa-roeste ao ar livre, na praça da Vila”, rememora o saudosista “seu” Norberto, que morava e mora, até hoje, na Beira-Rio, a apenas “dez passos” do Rio São Francisco.

A construção da barragem de Três Marias teve início em 1957, durante o governo do então presi-dente da República Juscelino Kubitschek, visando regular o curso das águas do Rio São Francisco nas cheias periódicas, aumentar o potencial hidrelétri-

REgIOnALISMO

Nas águas da

A Usina Hidrelétrica de Três Marias vive em meio a um caldeirão efervescente de manifestações culturais, cenários turísticos, literatura e muitas lembranças

memória

Represa de Três Marias: o ponto de partida para uma história rica em cultura e preservada na memória dos moradores da cidade, batizada com o mesmo nome da usina e do reservatório

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co e melhorar a navegabilidade do rio. A conclu-são da obra se deu em janeiro de 1961. A usina, por sua vez, foi inaugurada em 1962 e, portanto, encontra-se às vésperas de completar 50 anos.

A 2.221 Km da foz rio acima, a barragem for-ma um reservatório para 21 trilhões de litros de água. Ela foi construída com recursos da Comis-são do Vale do São Francisco (CVSF) e da Compa-nhia de Desenvolvimento do Vale do São Francis-co (Codevasf), sendo administrada pela Cemig. Sua potência instalada, de 396 MW, fornece 80% da energia consumida na região norte de Minas Gerais. De tanto viver ali, “seu” Norberto ajuda a complementar os dados. “Sei de cor e salteado. A represa tem 1.042 Km2 de área inundada, o que dá 519 Lagoas da Pampulha e 7 Baías da Guana-bara. A barragem possui 2.700 metros de com-primento, 75 de altura e 30 de largura. Na crista, tem a largura de uma ‘BR’.”

A Usina Hidrelétrica de Três Marias funciona como um termostato, ou seja, um termômetro de regulação do volume de água. Ela garante uma vazão média de 500 m3/s e permite fluxo de água para o Lago de Sobradinho, na Bahia, e deste para outros, como o complexo de Paulo Afonso, em Pernambuco. Assim, possibilita uma melhor funcionalidade das usinas hidrelétricas instaladas e o aproveitamento do potencial de geração de energia que abastece o Sudeste e o Nordeste do País.

Atividade pesqueira Três Marias tem na pesca uma de suas prin-

cipais atividades econômicas. Novamente, “seu” Norberto é quem revela toda a capacidade do mu-nicípio: são mil famílias que têm o seu sustento na represa, e cerca de 500 que vivem da pesca no rio. Ele faz questão de diferenciar os pescadores de um local e de outro, deixando entrever um quê de riva-lidade dos grupos. “O pescador de represa precisa, no mínimo, de dois mil metros de rede. Pra nós, do rio, uma tarrafa, uma redinha e um barco já são su-ficientes”, conta.

Por falar em peixe, alimento abundante na região (são cerca de 156 espécies), a esposa de “seu” Norber-to, dona Maria José Delfina de Oliveira, ensina uma deliciosa receita de dourado recheado, cuja técnica de retirar a espinha fez fama (confira na pág. 30).

Cultura, turismo, literatura e memóriaFama também não falta à cidade, plena em

cenários turísticos e manifestações culturais. São vários lugares que merecem ser visitados: praia Mar de Minas, lago da represa, Rio São Francisco, Núcleo Histórico Igreja da Satélite (único bem que ficou da vila operária, demolida durante o regime militar), as cachoeiras Barreirama, Riachão e Guará e, ainda, o Museu Manuelzão e o Clube Náutico.

Entre as festividades mais importantes estão o Festival Canto das Águas, de música regional, que acontece a cada dois anos; o carnaval tem-

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Companheiro de Guimarães Rosa em suas viagens pela região, Manuelzão é um personagem admirado pela população de Três Marias, tendo sua história de vida guardada no museu criado em sua homenagem

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As lendas sobre o nome Três Marias A origem do nome Três Marias é, até hoje, fruto de muitas dúvidas e fonte de várias lendas que povoam o imaginário popular. Conheça algumas delas: • Origem astronômica: o nome se deve às três estrelas da constelação de Orion, facilmente vistas da região. • Origem geográfica: há referências de que o nome se deva ao número de ca-choeiras (três) existentes no local onde a represa foi construída.• Origem popular: na crendice popular, a denominação é, às vezes, atribuída às três irmãs Marias, que, conta-se, oravam à margem direita do rio. Outras vezes a história fala das irmãs trigêmeas que moravam no sopé de uma cachoeira extinta com a construção da barragem. Por fim, outra lenda cita a tragédia das irmãs Maria Francisca, Maria Geralda e Maria das Dores, proprietárias de hos-pedagem às margens do Rio São Fran-cisco, que teriam morrido afogadas.

porão, realizado em setembro; as cavalgadas; a Folia de Reis; a Festa do Peixe; os campeonatos de vela; e a Semana Cultural Festa do Manuelzão, que, este ano, completou sua décima edição. Para a secretária de Educação e Cultura do município, Cléria Maria de Oliveira Melo, por tudo isso dá orgulho morar em Três Marias. “É uma cidade jovem, progressista e acolhedora, com grande potencial turístico e muitas belezas. São veredas, cachoeiras, a usina, o lago e, sobretudo, a cultura sertaneja, que nasceu das barrancas do Rio São Francisco. Nossa maior riqueza é o nosso jeito de ser”, afirma.

Três Marias também é conhecida por causa do Grupo de Bordadeiras de Andrequicé, distrito onde residiu Manuelzão, capataz da viagem de Guimarães Rosa em 1952, acompanhando uma boiada. E é justamente o memorável autor que dá vida aos bordados que resgatam a temáti-ca encontrada na obra Grande Sertão: Veredas. Uma das bordadeiras, Maria Nardi, de 70 anos, é filha de Manuelzão. Sobre seu ofício, ela suspei-ta: “Acho que estou mostrando o nosso mundo pras outras pessoas”.

Maria tem lembranças quase vivas de seu pai e de Guimarães Rosa, de quem fala com muito ca-rinho. “O ‘seu’ Guimarães era um homem muito inteligente, mas também muito simples e bom. Ajuntava um monte de gente pra ouvi-lo contan-do suas histórias.” A família conheceu Guimarães

Rosa em 1952. “Meu pai tomava conta da Fazen-da Sirga, de propriedade do ‘seu’ Chico Moreira, primo do Guimarães Rosa. E aí ele pediu pra ficar de hóspede lá em casa porque precisava terminar de escrever umas coisas. Ele chegou até a juntar uma boiada com meu pai numa viagem que du-rava dez dias pra ir e dez pra voltar.”

Maria puxa ainda mais pela memória: “O pai, uma vez, encontrou um velho andarilho na beira do São Francisco. Ele ficou com dó e levou o ho-mem pra morar com a gente. O nome dele era Miguilim. E não é que o Guimarães fez um livro chamado Manuelzão e Miguilim?”, diverte-se a filha de Manuelzão.

Campeonato de Velas Em janeiro de 2012, Três Marias estará em

evidência no circuito turístico nacional por um motivo inédito: a cidade foi eleita para sediar o

O selo comemorativo dos 10 anos da Cemig homenageou a Usina de Três Marias, uma das mais antigas de Minas

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38º Campeonato Brasileiro de Vela da Classe Laser, categoria que já deu diversas medalhas olímpicas ao Brasil. O evento, geralmente promovido no lito-ral, pela primeira vez acontecerá em Minas Gerais e também em uma represa. A proposta, elaborada pela Prefeitura de Três Marias em parceria com a Ce-mig, envolve atletas das cinco regiões do País e con-ta com a participação de velejadores de 23 grandes reservatórios brasileiros. Para o secretário da Asso-ciação Brasileira de Classe Laser, José Carlos Reis, a realização do campeonato em Três Marias será uma grande oportunidade de incentivar a interiorização do evento. “Além disso, fomentará a prática em ou-tros locais além do litoral, exigindo mais técnica por parte do velejador”, acrescenta.

*Receita gentilmente cedida pela ribeirinha Maria José Delfina de Oliveira, da localidade Beira-Rio, em Três MariasIngredientes• 1 dourado de 3 Kg• 100 g de alho• 50 g de sal• 2 pimentões verdes• 2 tomates grandes• 2 cebolas médias• 200 g de bacon• 100 g de azeitona verde sem caroço

Modo de preparoDepois de limpar o peixe, tempere com alho e sal. Deixe em descanso por 30 minutos. Pi-que os pimentões, tomates, cebolas, bacon e azeitonas em uma vasilha. Misture e recheie. Amarre com barbante fino e leve para assar.

Tempo de preparo• Em fogão a lenha, 1h30. • Em fogão a gás, 2 horas.

Rendimento • 8 pessoas

Sugestão de acompanhamento• Arroz branco

Dourado recheado sem espinha

Muito procurado para a prática de esportes náuticos, o lago de Três Marias foi escolhido para sediar o 38º Campeonato Brasileiro de Vela Classe Laser

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DICAS CULTURAIS

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Uma linha tênue separa o real do imaginário, as pessoas dos persona-

gens, a lucidez da fantasia. Tudo aparece em igual medida e se funde na construção do enredo de Girimunho, longa-metragem mineiro que está dizendo a que veio no circuito europeu. “O fil-me revela uma tensão sutil en-tre a realidade e a invenção, en-tre a tradição e o modo de vida contemporâneo, entre a vida e a morte, o tempo passado e o tempo presente. A realidade foi o começo de tudo. E, nela, a fan-tasia está presente”, escreveram os diretores Helvécio Marins Jr. e Clarissa Campolina em nota pu-blicada no blog oficial do filme (www.girimunho.com).

Ambientado em São Romão e à beira do Rio São Francisco, o

filme mescla elementos como a regionalidade viva do sertão, as cores, o rio e o encantamento provocado por suas persona-gens, compondo uma produção de beleza única. A história – tan-to a real quanto a inventada – gira em torno da sonhadora Dona Bastu, 81 anos, que, após a morte de seu marido, busca recomeçar a vida, reencontrando-se no tempo atual e em meio às suas lem-branças. Toda essa transfor-mação se dá ao lado das netas – Branca e Preta – e de Maria do Boi, 83 anos, uma senhora que conta as tradições de seus antepassados pelo toque do seu tambor.

Cinema de exportaçãoA película, produzida pela Teia Produções em parceria com a

NosGirimunho, filme ambientado na mineira São Romão, é sucesso no circuito europeu com sua mistura de realidade e ficção

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GIRIMUNHO Brasil, Espanha, Alemanha | 2011ficção | 90 min | 35mm | cor Estreia no circuito comercial brasileiro: 2012

Dezenove Som e Imagens, é patrocinada pelo Filme em Minas (Edição 2009-2010 na cate-goria “Produção de Longa”; Edição 2011-2012 na categoria “Distribuição”). Girimunho con-tou, também, com investimentos da Espanha e da Alemanha para ser realizado.

O longa-metragem é cinema de qualida-de tipo exportação. Nunca antes o “estrangei-ro” esteve tão atento às produções brasileiras, sobretudo pelo olhar antropológico típico do cinema nacional – e tão peculiar a quem o vê “de fora”. O longa foi exibido na mostra Orizzonti, do Festival de Veneza, e ganhou o prêmio Interfilm, dedicado a reconhecer o fil-me promotor do intercâmbio entre os povos e que incentiva o diálogo entre as diversas ma-nifestações individuais e subjetivas no mun-do de hoje.

Na sequência, foi para Toronto e Espa-nha, no famoso Festival San Sebastián, e tem distribuição garantida em circuitos de arte da Alemanha, França e Países Baixos. “A pre-

sença do filme nos festivais internacionais é motivo de orgulho para todos nós. Não pos-so deixar de agradecer e dedicar o sucesso à equipe, pois, sem ela, esse filme não existiria”, diz Helvécio Marins.

Filme em MinasO Filme em Minas – Programa de Estímu-

lo ao Audiovisual busca fomentar as diversas formas de manifestação do setor audiovisual em Minas Gerais, contribuindo para o forta-lecimento do mercado no Estado. De periodi-cidade bienal, conta com patrocínio da Secre-taria de Cultura de Minas Gerais em parceria com a Cemig, com base na Lei do Audiovisual e na Lei Federal de Incentivo à Cultura. Já ocorreram cinco edições do programa, que contemplaram 143 projetos distintos, com investimento de quase R$18 milhões. Na última edição (2010-2011), foram con-templados 32 projetos, com valor total de R$4,5 milhões.

Os diretores de Girimunho, Helvécio Marins Jr. e Clarissa Campolina. Considerado cinema de qualidade tipo exportação, o longa-metragem mineiro faz sucesso entre os europeus

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VITRInE

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O uso de bicicletas traz benefícios quase incalculá-veis. Silenciosas, evitam a poluição sonora dos motores. Ecológicas, não emitem gases poluentes. Econômicas, não gastam combustível fóssil. E, de quebra, proporcio-nam ganhos em saúde e bem-estar aos ciclistas, que praticam um esporte e, ainda, reduzem o nível de es-tresse causado pelo trânsito.

Em Belo Horizonte, há tempos, a Prefeitura fez pla-nos para dotar a cidade com mais de 100 quilômetros de ciclovias, que hoje já são uma realidade. Em 2011, por meio do programa Pedala BH, a da Savassi, região Cen-tro-Sul, foi entregue à população em setembro. Ela tem 2,8 quilômetros de extensão e 2,4 metros de largura e foi precedida, em julho, pela da Avenida Risoleta Neves, que liga a já existente ciclovia da Avenida Saramenha à Estação BHBus São Gabriel, na região Nordeste. Ou-tras três rotas estão previstas ainda para 2011: Avenida Américo Vespúcio, Rota Leste e Estação Barreiro.

Quem opta pela bicicleta na capital mineira conta ainda com mais 22 quilômetros de pistas exclusivas. Uma delas é a da orla da Lagoa da Pampulha, com 11 quilômetros, que recebeu ilumi-nação da Cemig este ano. Ali a empresa investiu R$ 3,5 milhões em 176 postes de luz e 401 luminá-rias para levar segurança e comodidade aos usuá-rios do local.

Porém, não só as bikes comuns são boas al-ternativas de transporte. A Kasinski, agora parte do Grupo Cemig, oferece algumas opções desses veículos, mas com motores elétricos. São sete bi-cicletas de alto rendimento – como a Velle 1000 e a Velle 3000 –, que podem ser recarregadas em qualquer tomada e que serão produzidas no Brasil em 2012. Ideais para uso urbano, elas são silencio-sas e livres da emissão de poluentes. Veja mais in-formações em www.kasinski.com.br.

Ciclovias e veículos movidos a energia elétrica são excelentes para quem se preocupa com o meio ambiente

Pedaladas ecológicas

http://bhtrans.pbh.gov.br

A ciclovia da orla da Pampulha, de 11 quilômetros, recebeu, este ano, a implantação do projeto de iluminação da Cemig

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A Revolução de 30 revelou ao Brasil, em seus desdobramentos, uma excepcional safra de políticos, intelectuais, juristas e li-deranças sindicais, que marcaram a história brasileira até a virada do milênio. Getúlio Vargas teve, em Benedito Valadares, o go-vernador que só lhe deu alegrias e nenhuma preocupação. Contou com Antônio Carlos Ribeiro de Andrada nos momentos mais delicados vividos pelo seu governo e teve, em Francisco Campos, a inteligência que o ajudou a manter o Brasil afastado dos extre-mistas que dividiam o mundo em meados dos anos 30.

A redemocratização, em 45, surgiu do brado do Manifesto dos Mineiros, de 1943, que repercutiu de tal forma na consciência nacional que ninguém lhe nega a retomada da democracia, afastados os perigos radicais. Os signatários do documento eram alguns dos mais ilustres representantes do pensa-mento liberal dos inconfidentes, unindo em-presários, intelectuais e políticos.

Muitos desses notáveis se revelaram em mais de uma atividade, além da política. En-tre os da velha UDN, Oscar Correa, tribuno excepcional, foi grande professor de Direito e homem cuja cultura o levou à Academia Brasileira. Virgílio Melo Franco, que não che-gou aos 51 anos, deixou a marca da liderança política e da capacidade gerencial e empre-sarial. Afonso Arinos deu quase 60 anos de sua vida ao Brasil, no Parlamento e na lite-ratura, tendo galgado também a Academia Brasileira, e depois a Mineira, feito repetido agora por seu filho, de mesmo nome.

Magalhães Pinto, outro signatário do Manifesto, projetou-se na vida pública como presidente da Associação Comercial de Mi-nas, banqueiro e modernizador, com seu so-brinho José Luiz e os filhos Eduardo, Marcos e Fernando, do sistema bancário nacional. Foi

deputado e, como senador, presidiu a Câma-ra Alta, além de ter sido governador de Mi-nas e líder civil da Revolução de 64, quando mostrou, mais uma vez, que seu compromis-so público estava acima de tudo, pois arris-cou não só a carreira, mas uma potência do mercado financeiro de então.

Bilac Pinto foi outra admirável e com-pleta personalidade: deputado, presidente da UDN, bravo líder na oposição ao governo Goulart, editor da histórica Forense, embai-xador do Brasil na França e ministro do Su-premo Tribunal Federal. Teve sua biografia escrita por Murilo Badaró quando este se tornou presidente da Academia Mineira e personagem da vida pública, um pouco mais tarde. Badaró nos deixou ainda biografias de notáveis mineiros como Milton Campos, Gustavo Capanema e José Maria Alckmin.

A presidente Dilma Roussef, que é minei-ra de BH, mandou incluir, por decreto, na ga-leria dos ex-presidentes da República, Pedro Aleixo, talvez o mais admirado desta gera-ção. Homem da UDN e da luta contra Vargas, tinha entre seus grandes amigos JK e Fran-cisco Negrão de Lima, ambos do getulismo.

Neste momento, em que o panorama de nossa vida pública anda pobre, embora Mi-nas continue a se fazer bem representada, é preciso que estes exemplos e estas figuras não sejam esquecidas. Muito pelo contrário, só poderemos melhorar nossos padrões de presença política lembrando o passado, es-pecialmente quando o político também era empresário, intelectual, profissional liberal e participava das bancadas de seus estados por idealismo. O documentário sobre Tan-credo Neves está fazendo grande sucesso e exibe toda esta importância mineira nos destinos nacionais. Em breve, teremos o centenário de Ozanan Coelho, que foi outro exemplo positivo.

COM A pALAVRA

A propósito de mineiros ilustres

Aristóteles Drummond Jornalista e escritor, fez carreira no setor elétrico e faz parte do Conselho Fiscal da Cemig desde 1999

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RETRATOS DO bRASIL

Beleza microscópica: o que, no primeiro olhar, parece uma geleira é um pedaço de concha de um mexilhão dourado, do tamanho da metade de um fio de cabelo. A foto, produzida pelo Programa de P&D da Cemig, foi premiada no concurso A Arte por trás da Ciência, da Sociedade Brasileira de Microscopia e Microanálise

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