Revista dos Bancários 13 - dez. 2011

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REVISTA DOS BANCÁRIOS 1 Leia as matérias completas em www.bancariospe.org.br DOS Bancários Revista Ano I - Nº 13 - Dezembro de 2011 Publicada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco Falta pouco para acabar 2011, um ano de muita luta, mas também de muitas conquistas e alegrias para os bancários UM GRANDE ANO PARA OS BANCÁRIOS RETROSPECTIVA 2011

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Revista dezembro

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REVISTA DOS BANCÁRIOS 1

Leia as matérias completas em www.bancariospe.org.br

DOS BancáriosRevista

Ano I - Nº 13 - Dezembro de 2011 Publicada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco

Falta pouco para acabar 2011, um ano de muita luta, mas também de muitas conquistas e alegrias para os bancários

UM GRANDE ANO PARA OS

BANCÁRIOSRETROSPECTIVA 2011

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2 REVISTA DOS BANCÁRIOS

Opinião Editorial

>>Para os bancários, rememorar o ano de 2011 é uma tarefa fácil e prazerosa. Isso porque o saldo das lutas e conquistas dos últimos doze meses foi extremamente positivo

Saldo positivo

DOS BancáriosRevista

Redação: Av. Manoel Borba, 564 - Boa Vista, Recife/PE - CEP 50070-00Fone: 3316.4233 / 3316.4221Correio eletrônico: [email protected]ítio na rede: www.bancariospe.org.br

Presidenta: Jaqueline MelloSecretária de Comunicação: Anabele SilvaJornalista responsável: Fábio Jammal MakhoulConselho editorial: Anabele Silva, Geraldo Times, Tereza Souza e Jaqueline MelloRedação: Fabiana Coelho, Fábio Jammal Makhoul e Wellington CorreiaProjeto visual e diagramação: Libório Melo e Bruno LombardiFoto da capa: Ivaldo BezerraImpressão: NGE GráficaTiragem: 10.000 exemplares

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco

ÍndiceRetrospectiva

Trabalho decente

Dia de combate à Aids

Entrevista: Fenando Duarte

Bancário artista

Dicas de cultura

Conheça Pernambuco

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Falta muito pouco para o ano de 2011 acabar. O clima festivo desta época já tomou conta das ruas da cidade e as pessoas começam a fazer o tradicional balanço do ano que termina e a listar os projetos para o ano que vem.

Para os bancários, rememorar o ano de 2011 é uma tarefa fácil e prazerosa. Isso porque o saldo das lutas e conquistas dos últimos doze meses foi extremamente positivo. Logo em janeiro, o Sindicato e os bancos assinaram um acordo inédito no Brasil para combater o assédio moral no ambiente de trabalho.

Depois, encaramos uma Campanha Nacional difícil, com 21 dias de greve, mas o resultado foi ótimo para

os bancários, como você poderá acompanhar nas próximas pági-nas, com a nossa retrospectiva 2011.

Foi um ano de muitas lutas e conquistas, mas também de come-moração. O Sindicato completou 80 anos e promoveu uma série de eventos para marcar a data. Enfim, foi um ano recheado de trabalho, mas também de muita satisfação.

Agora, é aproveitar as festas de fim de ano para entrar em 2012 com todo o gás. Novamente, não

será um ano fácil para os bancários. Como sempre, os bancos tentarão nos explorar ao máximo e pagar o mínimo. Mas os trabalhadores, juntos com o Sindicato, estarão atentos e prontos para defender os nossos direitos e ampliar as conquistas.

Mas, para isso, temos de colocar em prática os famo-sos versos do poeta Carlos Drummond de Andrade: Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo. Eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre”.

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Como sempre, este foi um ano de muita luta, de muitos problemas a enfrentar. Mas foi, também, um ano de muitas alegrias. Afi-

nal, o Sindicato comemorou, em outubro, oito décadas de existência. Para marcar a data, as conquistas são o maior presente. E a assinatura de um acordo de combate ao assédio moral, as vitórias na luta contra a insegurança e o sucesso de uma Campanha Nacional histórica, marcada por intensa participação dos bancários da rede privada, são algumas delas.

A negociação e a briga com os bancos não se restringiu aos tempos de Campa-nha Nacional. Graças a uma organização permanente, o Sindicato conseguiu evitar vários descomissionamentos no processo de reestruturação do Banco do Brasil; teve de brigar contra demissões, sobretudo no Itaú

e Santander; e obteve vários avanços na luta contra a insegurança nas agências bancárias.

Mas, nestes 80 anos, o Sindicato mar-cou sua trajetória pela atuação conjunta com outros movimentos, sindicais e sociais. E, em 2011, não foi diferente. O Sindicato teve presença marcante na luta pela equidade de gênero, pelo respeito às diferenças, pelo trabalho decente, contra

qualquer tipo de exclusão. As diretoras e diretores juntaram-se às várias Margaridas que marcharam para Brasília. Somaram sua voz ao Grito dos Excluídos. Na Parada das Diversidade, uniram-se em defesa da liberdade de orientação sexual. E ajudaram a construir as propostas de Pernambuco que serão levadas à Conferência Nacional do Trabalho Decente, em 2012.

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Retrospectiva 2011 Sindicato em ação

Solidariedade, alegria e luta

GRITO DOS EXCLUÍDOS

mARChA DAS mARGARIDAS

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Retrospectiva 2011 Sindicato em ação

Tempero da batalha é a alegria. E, nos oitenta anos do Sindicato dos Bancários, há muito a

ser festejado. O café dos apo-sentados, que acontece men-salmente desde o início do ano passado, cresceu a cada edição. Em fevereiro, para marcar o aniversário da atividade, mais de 150 aposentados fizeram a festa no Clube de Campo.

Para as mulheres, a progra-mação se estendeu durante todo o mês de março, com palestras, sessões de cinema e uma sema-na voltada para a saúde e beleza das trabalhadoras. O São João mereceu comemoração dupla: na capital, com festa no Clube de Campo dos Bancários, e no interior, com o Sindicato presente nas festividades de Arcoverde.

A programação especial dos 80 anos incluiu um Baile de Máscaras, no carnaval; o Cam-peonato dos Bancários, que este ano foi chamado de Copa 80 anos; e um Dia dos Ban-cários regado a muito samba. Quando esta página foi editada, os bancários se preparavam para mais dois eventos: o lan-çamento do vídeo e revista dos 80 anos e uma festa no Clube Líbano.

Festas marcam o ano de número 80 do Sindicato

CAFÉ DOS APOSENTADOS

SÃO JOÃO DE ARCOVERDE

BAILE DE mÁSCARAS

FESTA DAS CRIANÇAS

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Retrospectiva 2011 Sindicato em ação

Este ano, a Campanha Nacional dos Bancários teve um ingre-diente novo: a participação histórica do pessoal dos bancos

privados. A concessão de interdito proi-bitório para alguns bancos não impediu que o movimento alcançasse cerca de 40% de todas as agências de bancos privados do estado. Somando-se aos números dos bancos públicos, cerca de 70% das unidades foram fechadas.

A briga valeu a pena e garantiu aos trabalhadores aumento real de 1,5%, va-lorização do piso em 12%, melhorias na PLR (Participação nos Lucros e Resulta-

dos), além de avanços em questões como segurança e combate ao assédio moral.

A participação dos bancários do in-terior do estado ajudou a fortalecer o movimento. E, para isso, o Sindicato fez questão, durante o ano inteiro, de manter presença constante fora da capital, com a realização de visitas, reuniões e de um Encontro Estadual dos Bancários do Interior, em Salgueiro.

A segurança foi motivo de muitos em-bates e de algumas conquistas para os ban-cários pernambucanos. No Recife, onde uma Lei aprovada no ano passado exige mais segurança nas agências, o Sindicato

promoveu vários atos, audiências públicas e um Fórum sobre Segurança Bancária. Já no final do ano, uma boa notícia: a Justiça acatou pedido do Ministério Público e deu aos bancos um prazo, que termina no mês que vem, para cumprir a Lei de Segurança Bancária do Recife.

Outra conquista veio logo no início do ano, quando os bancários assinaram um acordo histórico com os bancos, de com-bate ao assédio moral. O acordo garantiu a criação de um canal específico para denúncias de assédio, com prazo definido para apuração, e acompanhamento por parte do Sindicato.

Mobilização e conquistas

CAmPANhA NACIONAL

CAmPANhA NACIONAL

ASSINATURA DO ACORDO DE COmBATE AO AASSÉDIO mORAL

SINDICATO NO INTERIOR

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Rumo à agenda do trabalho decenteSindicatos preparam suas propostas para levar à Conferência Nacional que discutirá ações para melhorar a vida do trabalhador

Representantes dos trabalhado-res, empresários e governo de Pernambuco definiram, em no-vembro, as propostas que serão

levadas à primeira Conferência Nacional do Emprego e Trabalho Decente, que acontece no próximo ano. As propostas aprovadas no evento nacional servirão de base para o governo federal em sua atuação junto aos trabalhadores.

“Acredito que esta é a conferência de maior importância para o movimento sindical, que precisa estar firme e orga-nizado para garantir a aprovação de suas reivindicações. Depois, o segundo passo é pressionar o governo para garantir que as propostas sejam cumpridas”, afirma a secretária de Formação do Sindicato, Te-resa Souza, que participou da conferência municipal e também da estadual.

Na etapa estadual, os trabalhadores mostraram força e conseguiram aprovar propostas como a ratificação da Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que proíbe demissão sem justa causa. Outros pontos polêmicos que tam-bém conseguiram passar pela fase estadual e serão levados à Conferência Nacional são a extensão para os trabalhadores do-mésticos dos mesmos direitos devidos aos demais; e a ratificação da Convenção 156 da OIT, que estimula a adoção de uma série de medidas para evitar que trabalhadores, de ambos os sexos, sejam prejudicados ou sofram discriminação por conta das responsabilidades familiares.

Uma das maiores vitórias da Confe-rência Estadual foi a decisão de implan-tar, no estado, uma agenda do Trabalho Decente, algo que, até então, só existia na Bahia. Uma comissão, formada por representantes dos trabalhadores, em-presários e governo, discutirá os temas mais relevantes para os trabalhadores em Pernambuco. Em caráter urgente, a comissão tem 150 dias para montar uma agenda de debate, análise e acom-panhamento dos grandes empreendi-mentos que estão sendo feitos no estado.

Segundo o secretário de Saúde do Sindicato, João Rufino, um dos re-presentantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) na comissão,

Pernambuco está recebendo uma série de empreendimentos que precisam ser avaliados e fiscalizados do ponto de vista do trabalho decente.

Além destas questões, existe, também, a preocupação em garantir que as pro-postas traçadas na Conferência também sejam trazidas para a responsabilidade do governo estadual. “Por exemplo, queremos que cada uma das gerências de Saúde do estado tenha, pelo menos, um Centro de Referência em Saúde do Trabalhador”, afirma Rufino. Ele ga-rante que a CUT já está se organizando, com reuniões periódicas, para ter uma atuação forte e articulada na Agenda Pernambuco do Trabalho Decente.

PERNAmBUCO TERÁ AGENDA DO TRABALhO DECENTE

As discussões foram divididas em qua-tro eixos: princípios e direitos fundamen-tais no trabalho; proteção social; trabalho e emprego; e fortalecimento do diálogo.

No primeiro eixo, foram tratados temas como a valorização do salário-mínimo, saúde do trabalhador e igualdade de oportu-nidades. No segundo, o foco foram questões como cobertura e assistência previdenciária, formalização dos trabalhadores, combate ao trabalho infantil e trabalho escravo, políticas de enfrentamento ao tráfico de pessoas. No terceiro eixo, discutiu-se investimentos, operações de crédito, qualificação de tra-balhadores e absorção de mão-de-obra. Por fim, o quarto eixo traçou possibilidades para

fortalecer o diálogo entre os envolvidos e garantir o cumprimento das propostas.

O embate entre trabalhadores, governo e empresários não foi fácil. Em certo mo-mento, os empresários até ameaçaram se retirar da conferência. Mas os trabalhado-res mostraram força e conseguiram aprovar muitas propostas polêmicas. “O Sindicato reconheceu a importância desta atividade e teve papel ativo em todas as etapas. Na Conferência Municipal, por exemplo, estávamos em plena Campanha Nacional. O encontro aconteceu no mesmo dia em que realizamos um protesto com o enterro dos banqueiros. Mesmo assim, marcamos presença com seis representantes”, conta.

Mobilização Emprego

TEREzA SOUzA

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EIXO I – Manter a política de valoriza-ção do salário-mínimo; reduzir a subnotifi-cação de acidentes e doenças ocupacionais, com aplicação integral do NTEP – Nexo Técnico Epidemiológico e atualização da lista de doenças relacionadas ao trabalho; melhorar e ampliar a Rede de Reabilitação Profissional; aumentar em 100% o número de Centros de Referência em Saúde do Trabalhador – Cerest; aumentar em 30% as taxas de participação e de ocupação das mulheres e da população negra através de políticas publicas de inclusão; aumentar em 100% o número de empresas que aderiram ao Programa Pró-Equidade de Gênero; garantir a ratificação da Convenção 156 da OIT, sobre trabalhadores com respon-sabilidades familiares; criar uma “lista suja” de empresas que praticam atos dis-criminatórios; assegurar aos trabalhadores domésticos os mesmos direitos previstos na CLT aos demais, com a ratificação da convenção 189; ratificação da convenção 158 da OIT, que proíbe dispensa sem causa justificada

EIXO II – Ampliar em 10% a cobertura previden-ciária e de assistência so-cial; aumentar em 50% a taxa de formalidade; garantir 100% dos tra-balhadores domés-ticos com carteira assinada e formali-zados; reduzir para 5% a contribuição do INSS para do-nas de casa, estu-dantes e outros que estejam na condição de serviço voluntário;

executar o II Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil; garantir a inclusão escolar obrigatória de 100% de crianças e jovens até 17 anos; ampliar o número de escolas públicas, com turno e educação inte-gral e inclusiva, educação fundamental até o ensino médio, ensino profissionalizante e equipe multifuncional; fiscalizar 100% das denúncias de trabalho escravo, com aumento do número de auditores e agentes públicos; adesão de 100% das empresas ao Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo; aprovar, em todos os es-tados, do Plano Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de pessoas; criar Serviços de Acolhimento às mulheres em situação de tráfico em todas as fronteiras

EIXO III – Aumentar em 50% os inves-timentos, crédito e estímulos fiscais para os setores estratégicos em mão-de-obra, exigindo de contrapartida o aumento dos postos de trabalho; aumentar em 60% o vo-

lume de operações de cré-

dito a micro e pequenas empresas, coope-rativas e empreendimentos de economia solidária, com redução dos juros; aumentar em 100% os investimentos públicos em qualificação profissional e intermediação de mão-de-obra; aumentar em 80% o nú-mero de trabalhadores jovens qualificados e colocados no mercado de trabalho; 85% das famílias com renda mensal inferior a meio salário mínimo por pessoa inscritas no Cadastro Único para programas sociais do governo; aumentar o investimento em infra-estrutura no interior dos estados; simplificar a forma de acesso aos créditos e estímulos fiscais; priorizar mão-de-obra local, esti-mulando a qualificação; prover assistência técnica qualificada à agricultura familiar

EIXO IV – Aumentar o número de agendas e Planos Estaduais, Municipais, Regionais e Setoriais de Trabalho Decente aprovados; capacitar todos os envolvi-dos na promoção e monitoramento das Agendas e Planos; definir mecanismos

e instrumentos de monitoramento da implementação das resoluções; criar ca-lendário semestral de acompanhamento, implementação e avaliação das ações;

estabelecer espaços tripartites de nego-ciação sobre mudanças tecnológicas e

organizacionais nos processos pro-

dutivos.

<< Propostas de Pernambuco para a Conferência

Mobilização Emprego

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Saúde Prevenção

Hoje, a doença não é mais uma sentença de morte para o soropositivo. Mas a conscientização e a prevenção sobre este mal ainda são grandes desafios

Aids, trinta anos depois

Há exatos 30 anos, foram con-firmados os primeiros casos de uma doença que viria a ser chamada de Aids. Três déca-

das depois, com 33,3 milhões de afetados pelo vírus HIV em todo o planeta, a Aids deixou de ser uma sentença de morte e passou a ser um mal controlável. Mas ainda apresenta grandes desafios.

Ednaldo Brandão, o Dino, tem Aids desde 1995. Naquele tempo, não havia medicação para os imunodeficientes e a perspectiva de vida era de um ano. Quan-do descobriu que era soropositivo, ele já tinha perdido vários amigos, que morre-ram por causa da doença. Mesmo assim, não se desesperou. Hoje, dezesseis anos depois, leva uma vida normal: namora, se diverte, controla suas taxas e tornou--se educador social. No GTP+, Grupo de Trabalho em Prevenção Posithivo, ele ajuda pessoas a reinventar a vida com a doença. E ensina outras a evitar este mal.

A instituição foi criada em 2000 por um grupo de portadores da Aids. Hoje, na pequena sede que funciona na Avenida Manoel Borba, desenvolve várias ações. No andar de baixo, funciona o restaurante Cozinha Solidária.

O restaurante nasceu de uma demanda dos próprios frequentadores do projeto: pessoas que necessitavam de uma alimen-

tação nutritiva e balanceada e não tinham dinheiro para isso. A qualidade da cozinha chamou a atenção de outras pessoas e as refeições passaram a ser comercializadas, a baixo custo, garantindo um aporte para a sustentabilidade financeira da entida-de e garantindo a inclusão de pessoas, cozinheiros e auxiliares de cozinha, que não conseguem mais trabalho por serem soropositivos.

É o caso de Cláudia, auxiliar de cozi-nha. Em depoimento publicado no por-tfólio da instituição, ela afirma: “Eu não tinha dinheiro para me alimentar como deveria por conta do coquetel. Então, em 2004, entrei em contato com o GTP+. Desde então, recebo comida e uma ajuda de custo por fazer parte da cozinha. E como auxiliar, tenho um objetivo e me sinto mais útil”.

No andar de cima do restaurante, fica o escritório da instituição. Lá se reúnem a equipe e os técnicos que trabalham em projetos como o “Mercadores de Ilusões” e o “Horas Posithivas”. Este último é um programa de acolhimento para pessoas soropositivas. A intenção é fortalecer a autoestima, através da criação de laços que ajudam a constituir cada participante como sujeito social e político. Paralela-mente, o grupo presta serviços de asses-soria jurídica.

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Saúde Prevenção

Já o “Mercadores da Ilusão” é volta-do para profissionais do sexo: garotos de programa, travestis e mulheres. Em minioficinas realizadas nas ruas, saunas masculinas e cines pornôs, eles tentam sensibilizar para a importância da preven-ção. Também com este propósito, eles tem um grupo de teatro, que visita es-colas, empresas e instituições públicas. “Eu não aprendi a usar preservativos. Hoje, existem mais informações. Mas ainda há quem acredite que a medicação que nós tomamos é a cura da doença. E não é. Por isso é tão importante continuar alertando para o uso do preservativo nas relações sexuais”, ressalta Dino.

PROGRAmA mODELO? Dino conta que o GTP+ já teve duas

sedes: em uma funcionava o restauran-te. Em outra, o escritório. Hoje, já não

há verba para isso. As organizações internacionais passaram a retirar o

apoio financeiro, já que o Brasil começou a ser reconhecido lá

fora como o melhor progra-ma de combate à Aids

do mundo. No en tan to , p a r a q u e m

c o n v i v e c o m a

d o -

ença, a realidade é bem diferente. “Não basta tomar os remédios. A população de baixa renda é a maior vítima da Aids. Mas não tem acesso à alimentação adequada para viver com a doença. São pessoas que não tem saneamento básico e nenhum tipo de instrução. Ou seja, ficam muito mais vulneráveis à doença. Sem falar que fal-tam leitos nos hospitais e acesso a medica-mentos para as doenças oportunistas, que aparecem por conta da imunodeficiência”, afirma o educador.

Ele denuncia, ainda, um outro proble-ma: a Previdência Social está revendo as aposentadorias por invalidez concedidas aos portadores de Aids. Não é o seu caso. Ele está inserido na chamada LOAS (Lei Orgânica de Assistência Social). Recebe um auxílio-doença, mas precisa se sub-meter à perícias constantes. “A questão não é se estamos aptos para o trabalho. O problema é que as empresas não estão pre-paradas para aceitar quem é soropositivo. Você é considerado um entulho e, quase sempre, elas arrumam alguma desculpa para te botar na rua. Imagina quem já tem uma idade avançada, que emprego vai conseguir? E essa geração de crianças soropositivas, como vai se encaixar no mercado de trabalho?”, questiona Dino.

RISCO DE TODOSHouve um tempo em que se falou em

grupos de risco. Logo que a Aids surgiu, as primeiras notícias falavam de “praga gay” ou “peste rosa”. As descrições eram as mais estapafúrdias. Na revista Veja de 1982, sob o título “Mal particular”, um

médico argumentava que a epidemia de Imunodeficiência dos gays americanos se-ria provocada pelo consumo exagerado de hormônios estrógenos. Outra causa possível seria a “promiscuidade” dos homossexuais, que levaria a um desgaste imunológico.

Durante vários anos a doença foi associada aos homossexuais. Mesmo depois que a ciência já admitia que a imunodeficiência independia da orienta-ção sexual, a Aids continuou recebendo o rótulo de doença dos gays. No entanto, entre 2003 e 2004, quando se registrou o maior crescimento da Aids na história, metade dos 4,8 milhões de novos casos era de jovens na faixa de 15 a 24 anos e, entre os infectados de todas as faixas etárias, as mulheres representavam quase 50%.

Para Dino, hoje, as pessoas começam a ter consciência de que não existe grupo de risco. “Uma das histórias que mais costumamos ouvir é a de donas de casa que descobriram a traição do marido no momento em que descobriram, também, que estavam infectadas”, diz.

Ele acrescenta que, nos últimos anos, outra parcela da população começou a entrar nos registros de novos casos da doença: os idosos. Segundo Dino, o medicamento Viagra melhorou a vida sexual destas pessoas. Mas isso não veio acompanhado de uma sensibilização para o uso do preservativo. “E é um grupo onde temos mais dificuldades de chegar para falar do assunto. Muitos acham que, na idade deles, não precisam mais se preo-cupar com prevenção”, afirma o educador.

Em 1987, a Assembleia Mundial de Saúde decidiu trans-formar o 1o de dezembro no Dia Mundial de Luta contra a Aids. Desde então, todo ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) escolhe o grupo social que registra o maior número de casos e define estratégias para uma campanha de sensibilização. Este ano, o foco são os jovens gays de 15 a 24 anos.

DIA mUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS

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‘O Sindicato foi uma experiência inesquecível’

Entrevista Fernando Duarte

Ao longo dos seus 80 anos de existência, o Sindicato dos

Bancários teve presença marcante na história política, cultural e social de Pernambuco. Dos quadros diretivos da entidade saíam parlamentares, artistas, intelectuais. Fernando Duarte, empregado do Banco do Brasil e ex-diretor do Sindicato, é um deles. Conhecido carinhosamente como “Brizola”, ele é, hoje, o secretário Estadual de Cultura. Em entrevista ao repórter Wellington Correia, concedida pouco depois de assumir o comando da secretaria, Fernando, que também é artista plástico, falou a respeito de seus planos, da sua militância no Sindicato e de suas atividades artísticas.

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REVISTA – Desde 2001, o senhor está envolvido com a política cultu-ral, seja na Secretaria de Cultura do Recife ou na Fundação de Cultura. Que balanço o senhor faz da cultura pernambucana nestes dez anos?

DUARTE – Estamos vivendo um momento ímpar. Se você pega o pop rock, por exemplo, as bandas mais cultuadas são da cena local. Você per-cebe isso, também, nas artes plásticas, no número de festivais de teatro, no reconhecimento de nosso São João e do carnaval pernambucano. Existe um coisa fundamental para isso que é a continuidade das políticas públicas. É, por exemplo, investir recursos em eventos que já vinham sendo feitos, mas garantindo que estes eventos se tornem inclusivos: que mais gente participe e que o público tenha uma diversidade maior.

REVISTA – Quais os seus projetos como secretário Estadual de Cultura?

DUARTE – Nós temos uma carac-terística forte em Pernambuco que é a execução dos três ciclos: carnaval, São João e natal. Poucos locais possuem estes três ciclos definidos. Então, pre-cisamos gerar uma política forte para

estes eventos. Fazer com que o estado tenha parcerias com as prefeituras e que essas parce-rias sejam feitas den t ro de um campo que for-taleça as nossas tradições. Outra proposta é fa-zer com que os equ ipamen tos

culturais - teatros, museus etc. - fun-cionem. Mas que também tenham uma dinâmica cultural. Um outro aspecto é a

questão das linguagens - cultura popu-lar, artes cênicas, artesanato, literatura, audiovisual. Queremos fazer com que todas essas áreas se articulem. O cui-dado com o patrimônio, com a memó-ria, os tombamentos também são uma preocupação. Aplicar bem os recursos do Funcultura (Fundo Estadual de Cul-tura), investir em comunicação, portais e articulação com as redes sociais e os movimentos. Em suma, a gente não precisa inventar a roda. A intenção é fazer a roda se mover. Para isso é preciso que tenhamos consistência das ideias e constância para que as coisas aconteçam sempre. A ideia é: luz nos artistas para jogar luz nas plateias. Até porque nosso povo é brincante. Não

gosta só de assistir. Gosta de participar.

REVISTA – Como é substituir o es-critor Ariano Suassuna na Secretaria?

DUARTE – Ao criar a Secretaria o governador Eduardo Campos deu status estratégico à cultura. O mestre Ariano era o secretário especial de Cultura. A Secretaria dispunha de uma estrutura pequena, com uma função quase de assessoria. Substituir Ariano é impossí-vel, o que estou fazendo é um trabalho em paralelo. Humildemente, eu diria que é uma honra ocupar esse cargo com o reconhecimento do trabalho do próprio Ariano, um mestre em todos os sentidos.

REVISTA – Quais os seus planos com relação a Fundarpe? Haverá alguma mudança?

DUARTE – Quando eu entrei na Secretaria, já havia um grande traba-lho sendo desenvolvido pela Luciana Azevedo e uma grande equipe. Parte dessa equipe permaneceu aqui conosco. As mudanças que eu pretendo fazer são mudanças básicas, comuns. No modo de fazer, de articular. Estamos num governo de continuidade e diferente ao mesmo tempo. Não vou fazer nenhuma grande mudança porque o fazer é que é mais importante: fazer os festivais, os ciclos, botar os equipamentos para funcionar.

Entrevista Fernando Duarte

<<“O movimento sindical é uma grande escola: um aprendizado de luta, de organização e de combatividade.Foi uma experiência que me auxilia muito hoje”

FERNANDO DUARTE NOS TEmPOS DE SINDICATO

CADERNO VISUAL DO ARTISTA

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REVISTA – O senhor é funcionário do Banco do Brasil desde 1982 e já foi diretor do Sindicato dos Bancários. Que recordações tem dos tempos de banco e do Sindicato?

DUARTE – Foi um momento riquís-simo de minha vida. Até porque meu pai era funcionário do Banco do Brasil, vários tios são funcionários, alguns aposentados, outros ainda na ativa. O banco foi uma grande escola e eu tenho muito orgulho disso. E o Sindicato foi uma experiência inesquecível: a orga-nização, as nossas batalhas, as nossas reivindicações, as questões coletivas. Uma experiência que nos fez perceber a importância de se articular, negociar, ter um organismo com potencial para fazer nossa defesa. Claro que, como qualquer organização humana, também tem problemas, divergências, diferen-ças. Isso é uma coisa normal. Mas essas duas experiências, de bancário e de sindicalista, me auxiliam muito hoje. O movimento sindical é uma grande escola: um aprendizado de luta, de organização e de combatividade.

REVISTA – Os bancários saíram

há pouco de uma Campanha Nacio-nal. O senhor, que sempre participou das greves, tem alguma história curiosa?

DUARTE – Muitas. Teve enterro, bloco de carnaval e uma infinidade de protestos bem humorados. Mas uma coisa que eu achei muito legal foi a “palhaçata”. Na época, as diretorias dos bancos federais não davam muita importância às nossas reivindicações e as negociações não estavam cami-nhando. Aí nós tiramos o tema: estão nos fazendo de palhaços. Rapaz, foi arretado viu?! A gente no meio da Con-de da Boa Vista, todo mundo vestido de palhaço... Depois, isso virou até uma tradição aqui. Mas na época foi um sucesso.

REVISTA – O senhor consegue conciliar o trabalho político com o de artista plástico?

DUARTE – É uma contradição arretada. Porque tem uma coisa do artista que é o tempo. Você lida com o tempo, você precisa maturar, você precisa pensar. Então, quando você vai executar um grande quadro, a execução

também é pensamento. Logo que eu en-trei na Prefeitura, eu marquei algumas exposições, porque aí me obrigava a me disciplinar. Depois comecei a fazer uns cadernos visuais, como se fos-sem os diários visuais. Hoje eu tenho em torno de 200 cader-nos , ce rca de 30 mil páginas desenhadas. E continuo com o atelier. Todos os dias faço meus cadernos. Como são pequenos, é como se eu pe-gasse meu ate-lier, dobrasse e levasse debaixo do braço. Pelo menos uma vez por semana, quando penso em trabalhar em algo maior, eu vou no atelier. Essas foram as maneiras que encontrei para tentar conciliar. Não estou fazendo exposições, até porque, para isso, precisaria de um projeto mais acabado. Mas também não estou parado. Continuo pintando o sete.

Entrevista Fernando Duarte

<<“A gente não precisa inventar a roda (na Secretaria da Cultura). A intenção é fazer a roda se mover. A ideia é: luz nos artistas para jogar luz nas plateias”

FERNANDO DUARTE USAVA SEU TALENTO PARA FAzER OS mATERIAIS DE CAmPANhA DO SINDICATO

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REVISTA DOS BANCÁRIOS 13

Suzana Moraes é bancária há quase dez anos. Foram seis anos no BNB e outros três na Caixa, onde trabalha até hoje. E foi

justamente como bancária que ela desco-briu um outro talento: a literatura, mais precisamente o cordel. “Foi um colega meu do BNB, o José Honório, quem me apresentou aos cordéis. Com ele escrevi meu primeiro folheto. Hoje, já tenho mais de 40”, conta a cordelista.

José Honório foi um dos talentos que abriram esta série de artistas bancários, na edição número 6 da Revista. Suzana foi sua parceira na fundação da Unicordel (União de Cordelistas de Pernambuco). Também junto com ele, classificou-se em quarto lugar na Recitata 2006, um prêmio para poetas recitadores, dentro da programação do Festival Recifense de Literatura.

Natural do Recife, a escritora une a tradição do cordel às novas tecnologias.

“Meu primeiro folheto foi escrito em parceria com Zé Honório através do MSN. E a maioria das minhas pelejas são criadas através de Internet e redes sociais”, conta. Não à toa, seus trabalhos estão sendo utilizados pela pesquisadora Maria Alice Amorim em uma pesquisa sobre a relação da tecnologia e literatura de cordel.

Em seus poemas, o universo feminino é presença constante. Sua formação, como historiadora, também aparece em alguns folhetos, com temas educativos. “Também estou gostando muito de trabalhar com temas infantis. E estas histórias estão sendo muito bem aceitas”, diz a artista.

Desde 2007, a poesia se expressa não apenas pelos escritos de Suzana, mas também pela voz. Junto com outras três grandes escritoras – Mariane Biggio, Silvana Menezes e Cida Pedrosa –, ela faz parte do grupo “Vozes Femininas”. Juntas, elas recitam versos em eventos, congressos, feiras literárias. “Também já recitamos para as detentas da Colônia Penal do Bom Pastor, em centros de readaptação para pessoas com necessidades especiais e vários outros lugares”, conta Suzana.

O próximo ano promete ser agitado para o grupo, que teve projeto aprovado no Fun-cultura (Fundo de Investimento em Cultura do governo do Estado). Há, pelo menos, vinte recitais previstos, além do lançamento do site do “Vozes Femininas”.

Mesmo com toda esta atividade, Suzana conta que é possível conciliá-las com seu trabalho no banco. “Até porque conto com o apoio de todo o pessoal da agência. Quando é necessário, a gente conversa e tenta flexibilizar alguns horários”, diz a bancária, que está lotada em Casa Amarela. Difícil mesmo é conciliar seus afazeres com a função materna. O marido tem, para isso, papel essencial. Mas, basta um tempinho livre para o pequeno João, de 2 anos, não desgrudar da mãe.

No meu nome sou BonitaSou Maria, sou a SantaLampião, meu companheiro,No meu pranto, ele cantaE se de noite ele choraCubro-o eu com minha manta (Sombras do Cangaço ou A versão de Maria Bonita – Suzana Moraes)

A voz feminina dos cordéisSuzana moraes

Cultura Bancário artista

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música eruditaEVENTOS

... para relembrar os antigos carnavais

A Orquestra Cidadã do Coque é uma das convidadas para o XIV Virtuosi - Festival Internacional de Música de Pernambuco. A programação vai de 06 a 18 de dezembro, na Igreja da Sé, em Olinda; Teatro de Santa Isabel, no Recife; em João Pessoa e, pela primeira vez, em Belém do Pará. Entre os artistas convidados, estão quase trinta musicistas de vários países, a exemplo do ucraniano Alexander Hrustevich, um dos maiores acordeonistas do mundo. A abertura acontece no dia 10, na Igreja da Sé. Mas, antes disso, a Livraria Cultura abriga o Virtuosi Diálogos: uma série de conversas com compositores nordestinos, entre eles Antonio Madureira, Eli-Eri Moura, Liduino Pitombeira e Nelson Almeida. Saiba mais em: www.virtuosi.com.br

LiteraturaRECOmENDADOS

Desde o mês passado, sábado é dia de ir à Praça do Arse-nal para relembrar os antigos carnavais. O Projeto Alegres Bandos junta 14 blocos líricos e, a cada encontro, um deles é homenageado. Em dezembro, as homenagens vão para o Trupe Lírico-Musical Um Bloco Em Poesia; Bloco Flor do Eucalipto; Bloco Cordas e Retalhos; e Bloco Confete e Ser-pentina. A partir de janeiro, o projeto sai da Praça do Arse-nal e vai para o Parque Dona Lindu.

A Guerra dos mascatesO livro de José de Alencar é um passeio pela his-

tória de Pernambuco. A iniciativa de relançar a obra, com algumas revisões, é de Paulo Santos - o mesmo que escreveu “A Noiva da Revolução”, que tem como pano de fundo a Revolução Pernambucana de 1817.

Wilson Freire Em seu livro “A mulher que queria ser Miche-

line Verunsky”, o escritor pernambucano Wilson Freire compõe a trajetória de uma mulher do cais em busca de si mesma. Poesia, prosa e até a música se misturam com delicadeza. Vale conferir.

Dicas Cultura

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Porto de Galinhas, Praia dos Car-neiros, Fernando de Noronha, Olinda.... Quando se fala em tu-rismo pernambucano, essas são

as primeiras localidades que vêm à mente. Mas Igarassu, no litoral norte do estado, também reserva centenas de atrações para turista nenhum botar defeito.

Pouco divulgada pelas agências de turismo, Igarassu – com suas belezas naturais e patrimônios históricos e cultu-rais – agrada a todos os gostos. A Praia dos Marcos, por exemplo, além de bela, guarda a história de Pernambuco. Foi lá que o fidalgo português Duarte Coelho desembarcou em 1535. Hoje existe uma réplica do marco divisório entre as capi-tanias de Pernambuco e Itamaracá, onde encontra-se o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco. Localizada no Canal de Santa Cruz, entre

Turismo Conheça Pernambuco

A beleza escondida

IGARASSU

o continente e a ilha de Itamaracá, a praia é apropriada para esportes náuticos.No distrito de Nova Cruz, o visitante encontra as praias da Gavoa, do Capitão e o

Zumbi Safári - um moderno centro ecológico e de lazer. Quem for conhecer o local não pode deixar de visitar o Mirante Natural, que possui uma das mais deslumbrantes vistas do litoral pernambucano. Mais abaixo, e próximo ao canal, está a singela Capela de Nossa Senhora das Dores, construída no último quarto do século XIX.

E por falar em capela, Igarassu abriga a Igreja dos Santos Cosme e Damião, consi-derada a mais antiga do Brasil. Reza a tradição que os portugueses, após derrotarem os índios Caetés em batalha ocorrida em 27 de setembro de 1535, graças à intercessão dos santos, começaram a erguer um templo para agradecer a vitória.

Os turistas também podem encontrar as ruínas das igrejas da Misericórdia e da Santa Cruz, ambas dos anos de 1500. Com tanta história, Igarassu também é generosa em museus, como a Pinacoteca e o Museu Histórico da cidade, além do conjunto de casarios construídos poucos anos depois do descobrimento do Brasil.

Voltando às belezas naturais, Igarassu tem, entre suas principais atrações, a ilha da Corôa do Avião. Localizada no distrito de Nova Cruz e com cerca de dois hectares de área, a ilhota chama a atenção não só pela sua beleza e excelente situação geográfica (fica bem próxima do continente e de fácil acesso), mas principalmente pela importância que tem no ciclo de vida de algumas aves migratórias.

Se você ainda não programou as próximas férias, Igarassu é uma grande dica. E, além de tudo, fica pertinho do Recife, a cerca de 30 quilômetros ao norte.

Pouco divulgada pelas agências de turismo, Igarassu tem uma variedade de atrações para visitante nenhum botar defeito

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Sindicato dos Bancários de Pernambuco

CAMPANHA DE SINDICALIZAÇÃO 2011

Ele jamaisseria derrotado se não tivesse lutado sozinho