Revista Edição 23
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Presidente do Sinduscon-BA traça panorama da construção civil no estado
Copa da Mundo: Boa para a Bahia, mas "nem tanto"
Edição 23Ano IVSet/Out 2014
ENTREVISTA TURISMO
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Em atenção à Lei Federal nº 4.591/64, informamos que todas as características e imagens deste empreendimento que estão nesta peça publicitária têm caráter meramente ilustrativo e promocional, por se tratar de bem a ser construído. Todas as ilustrações são representações artísticas, podendo sofrer alterações de cor, textura, acabamento e composição. Memorial de incorporação do empreendimento registrado na matrícula nº 2215 sob Nº R-5 do 7º Cartório de Registro de Imóveis de Salvador. Responsável técnico: Engenheiro Gustavo Barretto de
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4 Primeira Página
Caro Leitor,
Qual soteropolitano nunca passou pelo aperto de estar com horário marcado para um compromisso e ficar preso no trân-sito da capital baiana ou de sonhar ir para casa depois da jor-nada de trabalho e não conseguir chegar tão cedo ao destino por causa de algum engarrafamento? Especialistas concordam que a solução para a mobilidade urbana nas grandes metró-poles passa necessariamente por investimentos adequados no transporte coletivo. Os baianos, que esperaram mais de uma década por um metrô calça-curta, vibraram com a inauguração do novo modal de transporte, ainda que a plena operação do sistema vá demorar mais um pouco.
Desta vez, no entanto, a dificuldade não está nas acusações de superfaturamento da obra, mas, sim, na queda de braço entre o governo estadual e o municipal para ver quem fica com os louros do funcionamento do metrô. Aliás, desconfia-se que por trás da briga houvesse também a tentativa de prejudicar adversários políticos nas eleições deste ano. Enquanto isso, os moradores de Salvador convivem com um metrô que, além de curto, é “meia-boca”, já que só está funcionando parcialmente.
Para esclarecer os argumentos de cada esfera de poder sobre os prejuízos causados aos baianos, a Primeira Página traz uma matéria de capa especial com os representantes do estado e da prefeitura se acusando mutuamente. Leia e entenda os motivos de você ainda estar indo e voltando do trabalho de ônibus.
A entrevista desta vez é com o presidente do Sindicato da In-dústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA), Carlos Henrique Passos, que fala sobre a crise do setor no es-tado.
Esta edição traz ainda temas como saúde, turismo, franquias, transporte aéreo, indústria automobilística, energia e agrone-gócios. Tudo para você ficar bem informado sobre a economia brasileira, as oportunidades e as ameaças que rondam o seu negócio
Boa leitura!
EDITORIAL
Marivaldo Teixeira Diretor
5Primeira Página
22 28
08
Prefeitura e governo entram em impasse sobre a tarifa do metrô
Setor hoteleiro considera Copa do Mundo abaixodas expectativas
Carlos Henrique Passos fala sobre a situação da construção civil baiana
SUMÁRIO
MPT processa Eternit em R$ 2 bi por exposição ao amianto
4440 Consultoria fazprojeções para a safra de verão 2014/2015
Setor automotivo prevê queda de 10% na produção e 5,4% em licenciamentos
1412 Aeroportos baianos terão investimentos de R$ 548 mi até o fim do ano
26 Crise nos hospitais particulares deSalvador afetaatendimentos
Recessão técnica: a economia brasi-leira está realmente em queda?
38
6 Primeira Página
EXPEDIENTE
Revista bimestral, com distribuição dirigida aos meios empresarial e industrial
do estado da Bahia e de Sergipe.
Ano IV, Nº 23 | setembro / outubro | 2014
DIRETORMarivaldo TeixeiraDEPTO. JURÍDICO
Marcos Antônio da C. PintoGERENTE FINANCEIRASonia Mª. Cunha Teixeira GERENTE COMERCIAL
Viviane TeixeiraGERENTE DE MARKETING
Eliza TeixeiraGERENTE ADMINISTRATIVA
Soraya Teixeira Pinto JORNALISTA RESPONSÁVELJan Penalva (DRT/BA 3672)
REPÓRTERAlexandre Takei (DRT/BA2955)
PROJETO GRÁFICOGanesh BrandingDIAGRAMAÇÃO
Renato SouzaREVISÃO DE TEXTOS
Rita CanárioREVISÃO GERAL
Solon Cruz (DRT/BA 393)DEPTO. DE CIRCULAÇÃOJean Fabian Alves Silva
WEB DESIGNERAntonio Carlos da S. Sales
IMPRESSÃOJacográfica Serv. Gráficos Ltda.
CNPJ: 34.248.187/0001-69
A Revista Primeira Página é uma publicação bimestral, de propriedade daJacográfica Serviços Gráficos Ltda. Conceitos e opiniões emitidos em artigos
assinados são de inteira responsabilidade dos seus autores.
Próxima edição: dezembro 2014Para receber gratuitamente a revista Primeira Página, envie e-mail com o seu
endereço para [email protected]
Tel.: (71) 3288-0227 / (71) [email protected] | [email protected]
Av. Brigadeiro Mário Epinghaus, 33, Centro, Lauro de Freitas - Bahia. CEP 42.700-000
7Primeira Página
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8 Primeira Página
ENTREVISTA
Presidente do Sinduscon-BA traça panorama da construção civil no estado
O setor da construção civil passa por momentos delicados no Brasil, e a Bahia não é exceção: obras que se encerram sem novos lançamentos para manter o ritmo de crescimento e dimi-nuição do número de postos de trabalho dão o tom ao mercado imobiliário. Em entrevista exclusiva à revista Primeira Página, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA), Carlos Henrique Passos, fala sobre os desafios da atividade, que enfrenta um período de arrefecimento após uma crescente ao longo de anos.
Setor passou por arrefecimento no primeiro semestre
Foto
: Fo
tolia
9Primeira Página
Primeira Página – O setor da construção civil passou por um período de desa-quecimento no primeiro semestre de 2014. A que ra-zões o senhor atribui esse processo?Carlos Henrique Passos – Nós
atribuímos esse desaquecimen-
to, iniciado no segundo semestre
de 2012, ao encerramento de um
ciclo de crescimento iniciado em
2009/2010 e à redução de esto-
ques. Em 2014, houve o encerra-
mento de várias obras e muitos
projetos que deveriam ter sido ini-
ciados em 2013 foram adiados. Do
ponto de vista macro, o desempe-
nho da economia brasileira, com
crescimento negativo nos dois pri-
meiros trimestres deste ano, pro-
voca o desaquecimento do setor e
de toda sua cadeia produtiva.
No segmento de habitação social,
o programa Minha Casa, Minha
Vida também apresenta muitas
obras em fase final de acabamento
e conclusão. Como as novas con-
tratações de 2013 foram inferiores
às de 2012, haverá queda no volu-
me de negócios. Em 2014, o lança-
mento da terceira fase do progra-
ma traz boas perspectivas.
Quando analisamos o segmento
de obras públicas, percebemos o
início de muitas obras de infraes-
trutura, inclusive de mobilidade
urbana. São obras necessárias ao
desenvolvimento da Bahia, po-
rém, não são geradoras de tantos
empregos quanto as de construção
civil. O segmento de obras indus-
triais na Bahia, por sua vez, está
em baixa, devido à redução de ati-
vidades da Petrobras.
PP – Passados alguns me-ses do segundo semestre, quais as perspectivas para o restante do ano? CHP – O setor ainda não demons-
tra sinais de recuperação. As em-
presas de construção civil estão
lutando para manter o tamanho,
sem conseguir recuperar o que
perderam no primeiro semestre.
Embora a expectativa de aumen-
tar a perda de empregos não tenha
se consolidado, o que é um alento,
também não houve aumento da
atividade.
PP – Uma das grandes pre-ocupações da construção civil em Salvador é o seg-mento imobiliário, com muitas obras em fase de conclusão e sem novos lan-çamentos para manter o ritmo do mercado. Há pers-
pectivas de reverter essa si-tuação em 2015? CHP – Sim, há expectativas de re-
cuperação. Há um projeto de lei da
prefeitura que reduz as exigências
da Outorga Onerosa, decisão que,
ao diminuir o custo para novos
empreendimentos, poderá moti-
var as incorporadoras a fazerem
novos investimentos. Além disso,
o ano de 2014 deve ser encerrado
com estoque mínimo de imóveis,
o que levará o mercado a buscar
regular a oferta. Outro incentivo
ao setor é o IPTU Verde, cujo de-
creto está sob consulta pública,
que irá incentivar o investimen-
to em construções sustentáveis
com a possibilidade de ofertar aos
clientes imóveis com IPTU mais
baixo.
PP – É possível atribuir esse movimento a um pe-ríodo de desconfiança da população, que prefere não realizar investimentos vul-
O desempenho da economia
brasileira, com crescimento negativo nos
dois primeiros trimestres deste ano, provoca o
desaquecimento do setor e de toda sua cadeia produtiva.
Presidente do Sinduscon, Carlos Henrique Passos
Foto
: D
ivul
gaçã
o
10 Primeira Página
tosos, como a compra de imóveis? CHP – Claro que sim. Toda vez
que a economia demonstra risco
de baixo crescimento ou recessão
é natural que o consumidor fique
mais apreensivo e adie investi-
mentos com valores mais altos,
como no caso dos imóveis.
PP – Por falar em descon-fiança, o que o senhor acha do temor de uma possível bolha imobiliária no Brasil?CHP – De maneira nenhuma isso
ocorrerá. O equilíbro de mercado
foi realizado nesse tempo. Faltam
lançamentos, mas, ainda assim,
temos um sistema imobiliário to-
talmente diferente do que existe
nos Estados Unidos. Há um con-
junto de variáveis que contribuem
para que não haja no Brasil uma
bolha imobiliária: o alto déficit
habitacional, a legislação e as exi-
gências para concessão de crédito
imobiliário.
PP – E quais foram os im-pactos no setor imobiliário, nos últimos anos, ante os impasses jurídicos em tor-no do PDDU?CHP – O principal impacto foi a
própria insegurança jurídica, que
contribuiu para que praticamente
não houvesse lançamentos imobi-
liários em Salvador desde o segun-
do semestre de 2012. Essa situação
acabou impactando toda a cadeia
produtiva, passando pelas empre-
sas de projetos, fornecedores de
material e prestadores de serviços.
PP – Uma das críticas dos empresários do setor é que o custo da burocracia acar-reta grande aumento no preço final dos imóveis. Quais os principais entra-ves neste aspecto? CHP – No primeiro semestre des-
te ano, a Câmara Brasileira da
Indústria da Construção (CBIC),
entidade da qual o Sinduscon-BA
faz parte, a Associação Brasileira
de Incorporadoras Imobiliárias e
o Movimento Brasil Competitivo
apresentaram um estudo que ana-
lisou os gargalos burocráticos que
oneram e atrasam os empreendi-
mentos imobiliários no País. No
estudo, constatou-se que o exces-
so de burocracia chega a aumen-
tar em até 12% o valor final do
imóvel para o proprietário.
Esse acréscimo de custo repre-
senta desperdícios porque são ex-
cessos que irão elevar o preço de
venda do produto ou inviabilizar
a concretização do empreendi-
mento em face da incapacidade
do mercado absorver tais valores.
O atraso na aprovação de proje-
tos pelas prefeituras, a falta de
padronização dos cartórios, a fal-
ta de clareza nas avaliações das
licenças ambientais e mudanças
na legislação que atingem obras
O setor ainda não demonstra sinais de recuperação. As empresas de construção civil
estão lutando para manter o tamanho,
sem conseguir recuperar o que
perderam no primeiro semestre
Foto
: Fo
tolia
11Primeira Página
já iniciadas, como alterações nos
planos diretores e de zoneamento,
dificultam o desenvolvimento da
cadeia imobiliária.
Outro problema é a ausência de investimento das concessionárias estaduais de água e esgoto (no caso da Bahia, a Embasa), que ou inviabilizam o lançamento de em-preendimentos ou impõem custos em urbanização que oneram cons-trutores, incorporadores e, conse-
quentemente, consumidores.
PP – Qual a sua avaliação de desempenho do merca-do imobiliário no interior do estado?CHP – O mercado imobiliário
baiano ainda está muito localiza-
do nas cidades com mais de 100
mil habitantes. Com a chegada de
empresas de loteamentos nessas
cidades, houve um avanço para
municípios menores, mas esses
mercados enfrentam as mesmas
dificuldades da Região Metropoli-
tana de Salvador e sofrem com a
burocracia dos cartórios e a lenti-
dão dos licenciamentos.
PP – A respeito das obras do programa Minha Casa, Minha Vida, há perspecti-vas de novos contratos para 2015? Se sim, de quantas unidades?CHP – Sim, recentemente, em
reunião com a CBIC, o ministro
da Fazenda, Guido Mantega, e a
ministra de Planejamento, Miriam
Belchior, anunciaram a ampliação
do Minha Casa, Minha Vida em
mais 350 mil unidades a partir
de janeiro de 2015, garantindo a
continuidade dos investimentos e
a manutenção dos empregos. Ain-
da falta detalhamento do projeto
e a regionalização, para que as
empresas comecem a investir em
novos projetos.
PP – Existe algum receio dos empresários do setor quanto à continuidade do programa após as eleições? CHP – O setor acredita muito na
continuidade do Minha Casa, Mi-
nha Vida. Os três principais can-
didatos anunciaram metas para o
programa de pelo menos três mi-
lhões de unidades. Há o consenso
de que se trata de um mecanismo
que tem sido eficaz no combate
ao déficit habitacional brasileiro
e na manutenção de empregos.
Trata-se de uma questão social e
de potencial econômico em razão
de sua capilaridade na cadeia da
construção e em outros setores da
economia.
Há um conjunto de variáveis que contribuem para
que não haja no Brasil uma
bolha imobiliária: o alto déficit
habitacional, a legislação, as
exigências para concessão de
crédito imobiliário
12 Primeira Página
AVIAÇÃO
Aeroportos regionais baianos recebem R$ 548 milhões em investimentosOs governos federal e estadual investirão até o fim do ano R$ 548 milhões nas reformas dos aeroportos de Barreiras, Lençóis, Irecê e Teixeira de Freitas, além da construção de um aero-porto em Santo Antônio de Jesus. Os recursos fazem parte do “Programa de Investimentos em Logística: Aeroportos”, do governo federal, e contemplam os terminais aéreos que pas-saram pelas fases de elaboração de cenários por projetistas e análise de estudos técnicos, seguindo agora para a licitação das obras.
Segundo o governador Jaques
Wagner, as ações para qualifica-
ção dos aeroportos no interior já
resultaram na ampliação da oferta
do transporte aéreo em Vitória da
Conquista, que tem 12 voos diá-
rios, e em Barreiras, com quatro.
Sob a gestão do Banco do Brasil, o
programa prevê investimentos de
R$ 7,3 bilhões em 270 aeroportos
regionais de todo o País. A meta
é garantir que 96% da popula-
ção brasileira tenha acesso a voos
com distância máxima de 100 qui-
lômetros de seus municípios.
Na Bahia, o aeroporto de Bar-
reiras receberá investimento de
R$ 56,1 milhões. Em Lençóis se-
rão investidos R$ 17,3 milhões e
em Irecê, R$ 39,9 milhões.
Foto
: M
anu
Dia
s
Os investimentos fazem parte do “Programa de Investimentos em Logística: Aeroportos”, do governo federal
13Primeira Página
de recuperação da pista de pouso
e decolagem e requalificação do
terminal de passageiros. Para a re-
alização das reformas, o governo
estadual investiu R$ 5 milhões.
A Azul é a única empresa operan-
do nos dois aeroportos. Teixeira
de Freitas tem três voos semanais
para Salvador e Confins, em Mi-
nas Gerais. Além disso, os passa-
geiros podem viajar para outros 26
destinos, por meio de conexões.
A situação é semelhante em Feira
de Santana. O aeroporto da cidade
também conta com três voos por
Teixeira de FreitasOutros R$ 55,3 milhões foram des-
tinados à ampliação do terminal
de passageiros de Teixeira de Frei-
tas. Após a reforma, o aeroporto
passou a contar com sinalização
da pista de pouso e uma Seção
Contra Incêndio (SCI), auxiliada
por veículo, muro e cerca patrimo-
nial. Foram recuperados também
o balizamento noturno, as pintu-
ras das torres de iluminação do
pátio e o terminal de passageiros,
que foi completamente reformado.
Para os moradores, o terminal aé-
reo representa desenvolvimento.
“A população é beneficiada como
um todo. Teixeira de Freitas, que é
a décima cidade da Bahia, preci-
sa ser interligada a outras regiões.
Para o município, é um grande
avanço, muito bom para a indús-
tria e o comércio”, afirma o mora-
dor Djalma Ferreira.
Feira de SantanaO aeroporto de Feira de Santana
também já conta com uma nova
infraestrutura. Foram feitas obras
semana, para Salvador e Vitória
da Conquista, tendo o estado de
Minas Gerais como destino final.
Inicialmente a Azul fará apenas
transporte de passageiros. No en-
tanto, já está de olho no mercado
de transporte de cargas. “Temos
uma diretoria exclusiva para car-
gas, então, estamos trabalhando
fortemente para atender a esse
mercado. Certamente vamos ini-
ciar os trabalhos nesse segmento
também aqui em Feira de Santa-
na. A cidade tem potencial. São
aproximadamente 200 toneladas
de cargas transportadas por ano”,
pontua o porta-voz da empresa,
Ronaldo Veras.
IncentivosPara promover a expan-
são da aviação regional da
Bahia, o governo estadual
adotou uma política de in-
centivos, com redução do
ICMS cobrado no combus-
tível das aeronaves. As em-
presas aéreas que alcança-
rem dez ou mais municípios
no estado terão direito à alí-
quota do ICMS mais baixa,
de 7%. As demais alíquotas
seguem uma tabela gradu-
al, de acordo com o número
de municípios atendidos: a
alíquota fica em 10% para
empresas que chegarem a
oito ou nove municípios;
em 12%, para as que alcan-
çarem sete; e para as que al-
cançarem seis municípios, a
alíquota será de 14%.
A cidade tem potencial. São
aproximadamente 200 toneladas
de cargas transportadas por ano em Feira de
Santana”, pontua o porta-voz da
Azul.
Foto
: M
anu
Dia
s
14 Primeira Página
AUTOS
Indústria automotiva registra quedas consecutivas em produção e vendas
A indústria automobilística brasileira está em crise. A Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) prevê que o fechamento de 2014 registre uma retração de 5,4% nos licenciamentos, de 10% na produção e de 29,1% nas exportações. Especificamen-te no segmento de máquinas agrícolas e rodoviárias, a perspectiva é de queda de 12% nas vendas, baixa de 13,3% na produção e recuo de 10,3% com relação às exportações. Mesmo assim, o setor está surpreendentemente otimista.
A Anfavea prevê que 2014 termine com uma retração de 5,4% nos licenciamentos, 10% na produção e 29,1% nas exportações
Foto
: pe
ngyo
u92
- Fo
tolia
.com
15Primeira Página
“As turbulências que pairaram so-
bre o setor no primeiro semestre
estão sendo superadas e o viés
agora é de crescimento. As ques-
tões de financiamento pelo PSI
(linha de financiamento do Banco
Nacional de Desenvolvimento),
que travaram a comercialização
de veículos pesados e máquinas
autopropulsadas no início do
ano, foram resolvidas. O acordo
com a Argentina foi assinado e
já está em vigor. As alíquotas do
IPI foram mantidas até o fim do
ano. São fatores que nos fazem
ter a convicção de que o segun-
do semestre será melhor que o
primeiro”, afirma à Primeira Pági-
na o presidente da Anfavea, Luiz
Moan Yabiku Júnior.
O gestor lembra que o cenário
pode ser ainda mais positivo se
houver oferta de crédito: “Ainda
há um cenário de forte restrição ao
crédito, que se for minimizado po-
derá funcionar como catalisador
do desempenho”, complementa.
Tributos Sobre a prorrogação das alíquo-
tas do IPI, a Anfavea acredita que
se o governo tivesse optado pelo
aumento do imposto haveria re-
dução da venda de 165,2 mil ve-
ículos leves nos últimos seis me-
ses de 2014. De acordo com Luiz
MoanYabiku Júnior, “se o IPI fosse
elevado, o panorama previsto para
o segundo semestre poderia ser
comprometido, pois sobre cada
ponto porcentual de aumento do
imposto incidiria um aumento no
preço de 1,1% e impacto de 2,6%
de queda no mercado, além de
elevar a carga tributária no veículo
brasileiro, que já é uma das mais
altas do mundo”.
O estudo sobre a carga tributária
do veículo brasileiro mostra que
28,1% do preço de um automóvel
flex com motorização entre 1000cc
e 2000cc são de impostos. Esse
número é maior, por exemplo, do
que os 18% de um veículo similar
na Itália, 7% nos Estados Unidos
e 9,9% no Japão.
A carga tributária nesse patamar,
considerando não só o veículo, mas
também a cadeia produtiva e a pós-
-produtiva, torna a indústria auto-
mobilística uma das mais importan-
tes para a economia do País: mesmo
com o IPI reduzido em 2013, a ge-
ração de tributos do setor naquele
ano, segundo estimativas da Anfa-
vea, foi de R$ 178,5 bilhões, o que
representa cerca de 12% do total de
tributos considerados.
Ainda há um cenário de forte
restrição ao crédito, que se for
minimizado poderá funcionar como catalisador do desempenho
Presidente da Anfavea, Luiz Moan Yabiku Júnior
Foto
: D
ivul
gaçã
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A produção no segmento de caminhões retraiu 22,7% no acumulado do ano
Foto
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ekoh
o -
Foto
lia.c
om
16 Primeira Página
Resultados de agostoA produção da indústria automo-
bilística em agosto cresceu pelo
segundo mês consecutivo, de
acordo a Associação. Os 265,9
mil veículos fabricados em agos-
to apontam alta de 5,3% sobre os
252,6 mil de julho deste ano. No
comparativo com o mesmo perío-
do do ano passado, quando foram
fabricados 342,8 mil produtos, a
indústria automobilística apresen-
tou queda de 22,4%. No acumula-
do do ano a retração foi de 18%:
2,08 milhões em 2014 contra 2,54
milhões em 2013.
Na soma dos oito meses já trans-
corridos, o licenciamento mos-
trou decréscimo de 9,7%, quando
confrontadas as 2,23 milhões de
unidades deste ano com as 2,47
milhões de 2013. As vendas em
agosto deste ano, com 272,5 mil
unidades, recuaram 7,6%, quan-
do comparadas com julho, que
registrou 294,8 mil unidades. Já
na análise com agosto de 2013, o
emplacamento encolheu 17,2% –
foram 329,1 mil naquele período.
Para Luiz MoanYabiku Júnior, o
resultado de agosto foi menor que
a expectativa, pois o mercado re-
agiu mais em razão de questões
políticas do que com a atividade
econômica. “Os recentes aconte-
cimentos e discussões no âmbi-
to político geraram um ambiente
conturbado, com impactos na
confiança dos empresários, dos
consumidores e, consequente-
mente, na redução do fluxo nas
concessionárias. Além disso, as
medidas de aumento da liquidez
no mercado começaram a surtir
efeito apenas na última semana”.
As exportações de autoveículos
fecharam agosto com 31,7 mil
unidades, baixa de 7,5% ante as
34,2 mil de julho, e de 50,6% em
relação a agosto do ano passado.
No acumulado do ano, 235,4 mil
produtos saíram do País, o que
significa retração de 38,1% contra
as 380,5 mil de 2013.
Caminhões e ônibusO licenciamento de caminhões
no mês de agosto ficou 12,8%
inferior no comparativo com o
de julho – 10,8 mil unidades e
12,4 mil, respectivamente – e
18,3% menor do que de agosto
do ano passado, quando foram
comercializados 13,2 mil produ-
tos. O acumulado do ano aponta
recuo de 14,2%: foram 87,8 mil
este ano e 102,4 mil em 2013. A
produção nesse segmento retraiu
22,7% no acumulado do ano,
com 100,3 mil unidades em 2014
ante 129,7 mil do ano anterior.
Apenas em agosto, quase 12 mil
unidades deixaram as linhas de
montagem, representando uma
queda de 2,9% frente as 12,3 mil
Se o IPI fosse elevado, o
panorama previsto para o segundo
semestre poderia ser comprometido,
pois sobre cada ponto porcentual de aumento do
imposto incidiria um aumento no preço de 1,1% e impacto de 2,6%
de queda no mercado
Estudo mostra que 28,1% do preço de um automóvel flex com motorização entre 1000cc e 2000cc são de impostos.
Foto
: in
dust
rieb
lick
- Fo
tolia
.com
17Primeira Página
de julho e de 35% em relação às
18,4 mil de agosto de 2013.
Já as exportações em agosto, com
1,5 mil caminhões, representam
aumento de 19,6% frente as 1,2
mil de julho e baixa de 49,6%
contra as 3 mil do oitavo mês de
2013. De janeiro a agosto, as ex-
portações estão 26,3% inferiores:
foram 12,1 mil em 2014 e 16,4 mil
em 2013.
O segmento de ônibus apresentou
estabilidade no licenciamento, ao
se comparar agosto e julho, ambos
com 2,2 mil unidades. Na análise
com agosto de 2013, as vendas di-
minuíram 24,3%, quando foram
negociados 2,9 mil ônibus. O vo-
lume licenciado nos oito meses de
2014, de 17,8 mil unidades, mos-
trou uma baixa de 16,5%, quando
comparadas com as 21,3 mil do
ano passado.
A fabricação de chassis de ônibus
cresceu 44,7%, no comparativo de
agosto com julho deste ano – 4,1
mil unidades e 2,8 mil. Na análise
com agosto do ano passado, quan-
do 3,3 mil unidades foram fabrica-
das, a alta é de 25,4%. No acumu-
lado do ano, o setor produziu 26,2
mil ônibus, 8,4% abaixo das 28,6
mil do ano passado. Até agosto, a
indústria de autoveículos expor-
tou 4,5 mil ônibus, o que significa
redução de 23,8% em comparação
com as 5,9 mil do ano passado.
Máquinas agrícolas erodoviáriasAs 1,3 mil máquinas autopropul-
sadas exportadas em agosto repre-
sentam estabilidade com relação
ao mês anterior. Na comparação
com as 1,5 mil de agosto do ano
passado, a baixa foi de 13,4%. No
acumulado, a queda foi de 7%:
9,2 mil este ano e 9,9 mil no ano
passado.
Os recentes acontecimentos
e discussões no âmbito
político geraram um ambiente
conturbado, com impactos na
confiança dos empresários, dos consumidores e,
consequentemente, na redução do fluxo nas
concessionárias
Assim como as exportações, as
vendas internas de máquinas
agrícolas ficaram no mesmo ní-
vel, no comparativo de agosto
contra julho, com 6,5 mil, mas
apresentando queda de 17,1%,
na análise com o mesmo período
do ano passado, quando foram
vendidas 7,8 mil máquinas. O vo-
lume de produtos comercializa-
dos até agosto deste ano atingiu
45,8 mil unidades, significando
uma redução de 18,9% contra as
56,5 mil de 2013.
A produção no segmento ficou
8,4% abaixo em agosto contra ju-
lho: foram 8,1 mil e 8,8 mil uni-
dades. Decréscimo de 11,8% foi
apresentado nos resultados da
indústria neste mês, no compara-
tivo com agosto de 2013, quando
foram produzidas 9,1 mil máqui-
nas. Nos oito primeiros meses de
2014, a baixa foi de 14,6% – 57,3
mil este ano e 67 mil em 2013.
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18 Primeira Página
TRÂNSITO
Concessionária combate motorista que burla o pedágioO motorista que tenta burlar o pa-
gamento da tarifa de pedágio está
cometendo uma infração de trân-
sito grave, prevista no artigo 209
do Código de Trânsito Brasileiro
(CTB). A sanção para essa infra-
ção é a perda de cinco pontos na
carteira nacional de habilitação
(CNH) e multa de R$127. Além
das polícias rodoviária, estadual
e federal, vários órgãos possuem
autoridade para expedir autos de
infração do trânsito, como é o
caso dos departamentos de gestão
rodoviária e das secretarias muni-
cipais de trânsito.
Diariamente, a Concessionária Bahia
Norte (que administra as rodovias
do Sistema BA-093) flagra usuários
tentando evitar o pagamento da ta-
Bahia Norte passou a propor ações judiciais contra os motoristas que tentam evitar o pagamento da tarifa
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ivul
gaçã
o
rifa de pedágio, ao passarem pela
cabine de cobrança quase colados
ao fundo dos carros à sua frente. Há
também situações que acabam ge-
rando acidentes de trânsito.
Para coibir esse tipo de atitude, a
Bahia Norte passou a propor ações
judiciais contra os motoristas que
tentam escapar da tarifa.
De acordo com o assessor jurídi-
co da Concessionária Bahia Nor-
te, Francisco Ribeiro, “o Poder
Judiciário baiano já se mostrou
sensível ao tema, proferindo, li-
minarmente, decisões no sentido
de aplicar multas diárias aos usu-
ários que reincidirem nessa in-
fração de trânsito, usufruindo do
serviço público sem o devido pa-
gamento de sua tarifa”, explica.
As ações que estão sendo ajuizadas
visam não só reparar os danos cau-
sados, mas também servir como
medida educativa. No primeiro
momento serão propostas ações
contra os maiores reincidentes dos
últimos três anos, cujas passagens
foram registradas no sistema de pe-
dágio da concessionária.
Nos estado de São Paulo e no Pa-
raná, por exemplo, esse procedi-
mento já é comum. Em abril de
2013, a justiça paranaense reali-
zou uma audiência de conciliação
coletiva envolvendo 15 processos
contra 15 motoristas que fugiram
reiteradamente ao pagamento da
tarifa de pedágio.
19Primeira Página
Há 22 anos na busca de novos desafiosfocando a Excelência e a Qualidade na
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20 Primeira Página
ENERGIA
Brasil levará dez anos para superar atual crise do setor elétrico
O setor elétrico vive hoje não so-
mente uma, mas duas crises: uma
financeira e outra de seca nos re-
servatórios. Esta é a opinião do
vice-presidente da Associação
Brasileira dos Comercializadores
de Energia (Abraceel), Paulo Ce-
sar Tavares.
“O que vemos hoje é uma grande
explosão de preços. E os caixas
das distribuidoras estão quebra-
dos. Se somarmos os subsídios
dados em 2013 com os subsídios e
custos das distribuidoras em 2014,
os gastos chegam a aproximada-
mente R$ 56 bilhões, sendo que
os cerca de R$ 35,5 bi das distri-
buidoras vão ser repassados para
os consumidores em forma de ta-
rifa e os outros R$ 21 bi serão pa-
gos pelos contribuintes em forma
de impostos”, explica Tavares.
Para o vice-presidente da Abra-
ceel, o ideal seria que todos es-
ses gastos fossem repassados na
conta de energia, para promover
o uso racional da energia elétrica.
“Para se ter uma ideia, o Plano
Nacional de Eficiência Energé-
tica (PEE) é de R$ 400 milhões.
Quer dizer, 100 PEEs representam
aproximadamente R$ 40 bilhões,
ou seja, seria necessário um sé-
culo e meio de Planos de Eficiên-
cia Energética para se chegar ao
valor gasto até agora com a crise.
É preciso, no mínimo, uma dé-
cada para amortizar tudo”, diz.
“Em termos de preço, estamos
vivendo como se já tivéssemos
um racionamento de energia”,
complementa.
De acordo com o presidente da
Associação Brasileira das Empre-
sas de Serviços de Conservação de
Energia (ABESCO), Rodrigo Aguiar,
a desestruturação do setor elétrico,
seja na geração, transmissão e dis-
tribuição, é muito clara. “Indepen-
dentemente de quem seja o próxi-
mo presidente, será necessário usar
novas ferramentas para destravar a
situação em que o setor elétrico se
encontra hoje. E a eficiência ener-
gética é uma dessas ferramentas,
seja porque o custo de geração
é mais barato ou porque reduz a
carga do sistema elétrico, o que ga-
rante a possibilidade de redução do
custo da energia”, finaliza.
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21Primeira Página
EMPREENDEDORISMO
Micro e pequenas empresas já respondem por 27% do PIB brasileiroOs pequenos negócios respon-
dem por mais de um quarto do
Produto Interno Bruto brasileiro.
Juntas, as cerca de 9 milhões de
micro e pequenas empresas no
País representam 27% do PIB, um
resultado que vem crescendo nos
últimos anos. Os dados inéditos
foram revelados pelo Sebrae. “O
empreendedorismo vem crescen-
do muito no Brasil nos últimos
anos, e é fundamental que cresça
não apenas a quantidade de em-
presas, mas sua participação na
economia”, afirma o presidente do
Sebrae, Luiz Barretto.
Em 1985, o IBGE calculou em 21% a
participação dos pequenos negócios
no PIB brasileiro. Como não havia
uma atualização desse indicador
desde então, o Sebrae contratou a
Fundação Getúlio Vargas para, uti-
lizando a mesma metodologia, ava-
liar a evolução das micro e pequenas
empresas na economia brasileira.
Em 2001, o percentual cresceu para
23,2% e em 2011 atingiu 27%.
Micro e pequenas empresas são as
principais geradoras de riqueza no
Comércio no Brasil, respondendo
por 53,4% do PIB desse setor. No
PIB da Indústria, a participação
das micro e pequenas (22,5%) já
se aproxima das médias empresas
(24,5%). No setor de Serviços,
mais de um terço da produção
nacional (36,3%) tem origem nos
pequenos negócios.
“Os dados demonstram a impor-
tância de incentivar e qualificar os
empreendimentos de menor porte,
inclusive os microempreendedores
individuais. Isoladamente, uma
empresa representa pouco, mas
juntas são decisivas para a eco-
nomia”, considera Barretto, lem-
brando que os pequenos negócios
também empregam 52% da mão
de obra formal e respondem por
40% da massa salarial brasileira.
Segundo ele, os principais motivos
para o bom desempenho dos pe-
quenos negócios na economia do
País são a melhoria do ambiente
de negócios, o aumento da esco-
laridade da população e a amplia-
ção do mercado consumidor, com
o crescimento da classe média.
Presidente do Sebrae, Luiz Barretto
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22 Primeira Página
TURISMO
Copa do Mundo divulga a Bahia, mas fica aquém do esperado pelo setor hoteleiroDurante a Copa do Mundo de 2014, Salvador ganhou a fama de ser uma sede “pé-quente”, garantia de futebol de qualidade, já que a cidade registrou o maior número de gols do even-to (24), com uma média de quatro tentos por partida. Mas, passada a euforia futebolística, surge a questão: quais foram os ganhos duradouros para a cidade e o estado? Segundo o secretário estadual para Assuntos da Copa do Mundo (Secopa), Ney Campello, o legado vai muito além das goleadas. “O evento projetou a Bahia e o Brasil de forma positiva para o mundo inteiro, o que trará frutos para o turismo nos próximos anos. Ganhamos também em credibilidade, pois mostramos que somos capazes de assumir e honrar compromissos inter-nacionais com eficiência”, argumenta.
Arena Fonte Nova: Custo de R$ 591,7 milhões e maior aprovação entre os torcedores durante a Copa do Mundo
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23Primeira Página
Outro legado da Copa foram as
obras de infraestrutura e mobili-
dade, como as reformas do porto e
aeroporto de Salvador e a inaugu-
ração da primeira linha do metrô.
Segundo o secretário, também me-
receram destaque a revitalização
do Centro Histórico e da estrutura
esportiva do estado, com destaque
para a Arena Fonte Nova. O está-
dio custou R$ 591,7 milhões, dos
quais R$ 323,6 milhões foram fi-
nanciados pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômica e So-
cial (BNDES) e R$ 268,1 milhões
são recursos estaduais. Segundo
pesquisa feita pelo Portal UOL, a
arena teve a maior aprovação en-
tre os torcedores, com nota 9,7, de
um total de 10. O estádio registrou
um público total de 300.674 pes-
soas em seis jogos, uma média de
50.112 torcedores por partida.
Não obstante o sucesso da Copa
do Mundo, a cidade também foi
alvo de críticas nos meses que an-
tecederam o evento. A principal
queixa diz respeito aos atrasos na
entrega de obras de infraestrutu-
ra e mobilidade urbana, como o
porto e o aeroporto de Salvador,
este último com alguns pontos
ainda por concluir. “A Copa do
Mundo poderia ter trazido resul-
tados ainda melhores, em termos
de infraestrutura, se não tivesse
havido certa lentidão na realiza-
ção das obras. Faltou um pouco
mais de proatividade do governo,
em todas as esferas, para que o
planejamento fosse mais exito-
so”, admite Campello.
Impactos na hotelariaSegundo o presidente da Asso-
ciação Brasileira da Indústria de
Hotéis da Bahia (ABIH-BA), José
Manoel Cambeses Filho, foram
construídos nos últimos três anos
oito novos hotéis em Salvador,
que receberam um investimento
de aproximadamente R$ 150 mi-
lhões. Com essas obras, o setor
hoteleiro da capital ganhou 6 mil
novos leitos de um total de 9 mil
unidades criadas em todo o esta-
do. “Foi um evento importante,
pois tivemos a oportunidade de
nos mostrar para todo o mundo
enquanto destino turístico. Além
disso, adquirimos uma experiên-
cia que não possuíamos na orga-
nização de megaeventos interna-
cionais. Esse foi o grande legado
da Copa para o trade turístico
baiano”, opina.
De acordo com uma pesquisa da
Federação Baiana de Hospedagem
e Alimentação feita nos 31 gran-
des e médios hotéis de Salvador
durante a Copa do Mundo, a ci-
dade teve uma ocupação hotelei-
ra média de 63,37% no mês de
junho, melhor desempenho dos
últimos 14 anos. Apesar de se
mostrar contente com os resulta-
dos para a hotelaria, o presidente
da ABIH-BA afirma que esperava
números mais expressivos. “Nos-
sa estimativa era alcançar uma
média de 90% de leitos ocupados,
mas como o torcedor costuma
acompanhar seu time aonde quer
que ele vá, tivemos semanas mui-
to boas alternadas com outras nas
A Copa do Mundo poderia ter
trazido resultados ainda melhores em termos de
infraestrutura, se não tivesse havido certa lentidão na realização das
obras
Secretário da Secopa, Ney Campello
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VBA
24 Primeira Página
quais a cidade esvaziava por não
haver jogos. Este foi um fator com
o qual não contávamos”, assume.
Ainda segundo o presidente da
ABIH-BA, um revés com a Ma-
tch – agência de viagens oficial
da FIFA – contribuiu para que os
resultados da hotelaria baiana na
Copa do Mundo ficassem aquém
do esperado. Diversos hotéis de
Salvador firmaram contrato com
a empresa e reservaram parte sig-
nificativa dos seus leitos. No en-
tanto, em 20 de abril, data limite
para desistência, a companhia
devolveu grande parte dos quar-
tos reservados. “Em alguns casos
a desistência chegou a 50% do
número contratado. A solução en-
contrada pelos hotéis foi adotar
estratégias de marketing alterna-
tivas, como vender nas redes so-
ciais, além de oferecer preços mais
baixos. A Copa saiu relativamente
barata para muita gente”, afirma.
A Copa em números Ainda de acordo com a pesqui-
sa da Federação Baiana de Hos-
pedagem, dos 17.906 turistas
entrevistados, 9.766 (54,54%)
eram do Brasil e 8.140 (45,46%)
estrangeiros, vindos de 83 países
(18,9% dos EUA, 10,1% da Ale-
manha, 6,23% da França, 5,50%
da Suíça e 3,87% da Inglaterra).
Segundo dados do Ministério
do Turismo, em parceria com a
Fundação Getúlio Vargas (FGV),
a Bahia foi o terceiro estado que
mais emitiu viajantes durante
a Copa: foram 220.021 pessoas
entre turistas (que pernoitam no
destino) e excursionistas (que re-
tornam no mesmo dia). São Pau-
lo liderou a lista, com 858.825
viajantes, seguida pelo Rio, com
260.527 pessoas. Segundo a pes-
quisa, 95% dos turistas estrangei-
ros afirmaram que desejam retor-
Em alguns casos a desistência chegou a 50% do número
contratado. A solução encontrada
pelos hotéis foi adotar estratégias
de marketing alternativas, como vender nas redes sociais, além de oferecer preços mais baixos. A Copa saiu
relativamente barata para muita
gente
Presidente da ABIH-BA, José Manoel Cambeses Filho
nar ao Brasil em outro momento.
Durante a Copa do Mundo, a Se-
copa e a Bahiatursa promoveram
exibições públicas das partidas
em diversos bairros de Salvador,
pelos quais passaram um total de
82,4 mil pessoas. Além da capital,
outros 30 municípios baianos re-
ceberam estrutura para a exibição
dos jogos.
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Secopa e Bahiatursa promoveram exibições públicas dos jogos
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25Primeira Página
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26 Primeira Página
SAÚDE I
O fechamento do Hospital Espanhol no mês de setembro dá um diagnóstico claro: a saúde dos hospitais particulares de Salvador vai mal. Com a desativação da unidade, a capital per-deu de uma só vez 270 leitos, 60 deles de UTI e 12 de UTI neonatal. O imóvel foi transforma-do em bem de utilidade pública pelo Decreto Estadual 15.425/2014, uma maneira encontrada para evitar que seja utilizado para outros fins que não a saúde. Para o presidente da Associa-ção dos Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb), Ricardo Costa, pode-se falar em uma crise na saúde privada. “Nota-se uma piora gradativa nos últimos cinco anos, com consequências diretas para a população, como falta de leitos e emergências lotadas, com média de quatro a seis horas de espera para atendimento no pronto-socorro”, conta.
Hospitais particulares enfrentam crise econômica em Salvador
Com o fechamento do Hospital Espanhol, Salvador perde 270 leitos, 60 deles de UTI e 12 de UTI neonatal
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27Primeira Página
De acordo com Costa, a situação
não se restringe à Bahia e é ainda
mais aguda quando se trata das
maternidades, que tiveram cerca
de 3 mil leitos fechados em todo o
País nos últimos dez anos. O pre-
sidente da Ahseb destaca a baixa
remuneração dos planos de saúde
como um ponto determinante para
a atual crise da saúde particular.
“Todo ano eles fazem um reajuste
no valor do plano para o usuário,
mas não há repasse. Ano passado,
por exemplo, o reajuste para pes-
soa física foi de 9% e o nosso, de
6%. A média da remuneração dos
planos de saúde pela diária de en-
fermaria está em torno de R$100.
Com isso, temos que oferecer um
leito, cinco refeições, material ade-
quado, assistência profissional. É
complicado remunerar um hospi-
tal com tão pouco”, queixa-se.
Outro fator que representa um en-
trave para o setor é a falta de aju-
da governamental, sobretudo com
incentivos fiscais. O presidente da
Ahseb destaca ainda a falta de li-
nhas de crédito especializadas para
oferecer financiamentos aos hospi-
tais. Para ele, frente a este conjunto
de dificuldades, o empresariado se
sente relutante em investir na saú-
de privada. “É um setor importante,
que gera aproximadamente 100 mil
empregos diretos na Bahia. Hoje em
dia temos desconto de IPI para pro-
dutos da linha branca, indústrias do
setor automotivo que ganham terre-
no, isenção de impostos por 10 anos
e facilidades no financiamento, mas
a saúde não recebe nenhum desses
benefícios”, afirma.
Soluções à vistaO superintendente executivo do
Hospital da Bahia, Marcelo Zollin-
ger, faz coro à afirmativa de que a
saúde privada passa por um mo-
mento delicado, com desequilíbrio
entre a remuneração dos planos
de saúde e os investimentos ne-
cessários para manter e melhorar
a estrutura hospitalar. Destaca, no
entanto, que erros gerenciais em
algumas instituições contribuem
para piorar a situação. A solução,
por sua vez, passa diretamente
pelo diálogo com as partes en-
volvidas. “É preciso buscar uma
parceria com os planos e as ope-
radoras, no sentido de restabelecer
valores de diárias e taxas que com-
pensem o setor, além de um diálo-
go permanente com fornecedores,
trazendo-os para perto e buscando
alternativas conjuntas de sobrevi-
vência mútua”, defende.
Para o presidente da Ahseb, deve-
-se melhorar a comunicação entre
instituições de saúde e planos,
mas também é necessário sensibi-
lizar os governantes e obter ajuda
econômica junto ao estado, com
linhas de financiamento e incen-
tivos fiscais. Apesar de a saúde
particular se encontrar na UTI,
Costa se mostra otimista. “Acredi-
to que a situação vai mudar. Che-
gamos a um ponto tão ruim que
estamos perto do fundo do poço.
É preciso que os governantes en-
tendam que isso precisa mudar.
Um governante atuante deve fa-
cilitar a vida dos hospitais. Não
é justo que outros setores da eco-
nomia tenham tantos incentivos e
nós, não”, argumenta.
Nota-se uma piora gradativa nos
últimos cinco anos, com consequências
diretas para a população, como
falta de leitos e emergências
lotadas
Presidente da Ahseb, Ricardo Costa
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28 Primeira Página
TRANSPORTES
Tarifa e integração do metrô reacendem briga entre estado e municípioA disputa entre governo e prefeitura por conta do transporte público ganhou mais um capí-tulo: o adiamento da operação comercial do metrô devido à não integração do modal com o sistema de ônibus. De acordo com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano (Se-dur), o fato se deve à inobservância, pela prefeitura, das condições de contrato do programa e do prazo estabelecido no convênio intrafederativo firmado com o governo. “Tal fato, além de prejudicar a população que utiliza transporte público, ensejará diminuição significativa da demanda, o que pode comprometer a sustentabilidade do serviço. Assim, o Estado não pode autorizar, de forma responsável, o início da operação comercial”, afirma o secretário da Sedur, Manuel Ribeiro.
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29Primeira Página
O começo da operação comer-
cial, inicialmente previsto para o
dia 15 de setembro, foi marcado
para 31 de outubro, quando a co-
brança passa a ser adotada, em
caráter experimental, com tarifas
mais baixas, até a inauguração da
Estação de Pirajá. De acordo com
o secretário municipal de Urbanis-
mo e Transporte (Semut), Fábio
Mota, o Município tem cobrado
do governo estadual alguns dados
para viabilizar a integração. “Nós
ainda não obtivemos resposta do
governo nem da concessionária
CCR-BA sobre quantas pessoas as
estações de integração comportam
e quantos passageiros o metrô
pode transportar em cada estação.
São informações fundamentais
para fazermos o planejamento das
linhas de ônibus de forma integra-
da”, explica.
Tarifa é motivo de discussãoOutro impasse que ronda o metrô
de Salvador é o valor da tarifa. De
acordo com Mota, a administra-
ção municipal entende que o pre-
ço da passagem de metrô deve
ser proporcional ao tamanho do
trecho em operação. A tarifa de
R$ 3,10 para o metrô e R$ 3,90
para metrô e ônibus, prevista no
contrato, é considerada excessi-
va para o momento. “Nós temos
hoje um trecho muito pequeno
de metrô em funcionamento,
de aproximadamente 5,6 km.
Ainda não foi concluída sequer
a primeira fase do metrô, de 13
km, que liga as estações Pirajá e
Lapa. Em minha opinião, o me-
trô só deveria funcionar de for-
ma comercial quando chegasse
à estação Pirajá, mas estamos
dispostos a fazer a integração,
contanto que isso não cause pre-
juízos à população”, afirma.
A Sedur, entretanto, esclarece que
as tarifas de R$ 3,10 e R$ 3,90 se
referem ao sistema metroviário em
sua totalidade, com os 40 km pre-
vistos nas linhas 1 (Lapa – Pirajá)
e 2 (Lapa – Aeroporto). Até lá, a
proposta do governo é operar com
tarifas mais baratas. “A população
de Salvador poderá comprar um
bilhete no valor de R$ 2,20, sendo
R$ 1,10 para pagamento aos ôni-
bus e R$1,10 para o metrô. Assim,
o usuário que utilizar apenas o
metrô pagará a tarifa de R$1,10,
e quem utilizar o sistema integra-
do ônibus-metrô pagará R$2,20”,
afirma o secretário estadual.
Fábio Mota rebate afirmando que
a prefeitura aguarda receber a pro-
posta do governo em caráter ofi-
Nós ainda não obtivemos resposta
do governo nem da concessionária
CCR-BA sobre quantas pessoas
as estações de integração comportam e quantos
passageiros o metrô pode
transportar em cada estação
Secretário da Semut, Fábio Mota
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30 Primeira Página
cial e considera a tarifa de R$ 2,20
pela integração condizente com
o tamanho do metrô, mas ques-
tiona a forma como a tarifa seria
viabilizada no que diz respeito
aos ônibus. “A prefeitura não tem
subsídio nenhum na tarifa do sis-
tema rodoviário de Salvador. Pre-
cisamos saber mais detalhes sobre
essa proposta, pois não há como
bancarmos a remuneração dos
ônibus”, argumenta.
De acordo com nota técnica pu-
blicada no site da Sedur em 11 de
setembro, a integração será reali-
zada mediante bilhete único me-
tropolitano, já em discussão no
âmbito da Entidade Metropolita-
na, e haverá subsídio nas tarifas,
como já ocorre em outros estados.
Disputas anterioresA queda de braço dos transportes
entre município e estado começou
em julho, quando o governador
Jaques Wagner emitiu um ofício
à prefeitura pedindo a suspensão
do processo de licitação do Sis-
tema de Transporte Coletivo de
Salvador (STCO). A justificativa
foi de que o projeto não teria sido
levado à Entidade Metropolitana e
apresentava dez equívocos técni-
cos que deveriam ser revistos. Na
época, Mota afirmou não reconhe-
cer a entidade, posição que sus-
tentou em sua entrevista à revista
Primeira Página. “Nós entende-
mos que essa instituição, da forma
como foi constituída, não tem legi-
timidade para tratar dos interesses
de nossa cidade, principalmente
no que diz respeito ao transporte
público, que é assunto de compe-
tência dos municípios”, afirma.
O partido Democratas (DEM) en-
trou com uma Ação Direta de In-
constitucionalidade contra a lei
que criou a Entidade Metropoli-
tana e também com uma liminar,
pedindo urgência no julgamento
da ação. O ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF), Celso de
Mello, indeferiu a liminar e deu ao
governador Jaques Wagner e à As-
sembleia Legislativa do Estado da
Bahia um prazo de dez dias para
se manifestarem sobre o assunto.
“Com a decisão, o objeto irá a jul-
gamento pelo plenário em 2015.
Até lá, a Entidade Metropolitana
mantém sua condição legal, fato
reconhecido por onze dos treze
municípios da Região Metropolita-
na de Salvador e pelo Governo do
Estado da Bahia”, afirma Ribeiro.
A Entidade Metropolitana da Re-
gião Metropolitana de Salvador foi
criada em junho de 2014, com a
finalidade de instituir diretrizes
sobre o planejamento, a organi-
zação e a execução de funções
públicas de interesse comum dos
municípios que a compõem. Entre
as suas pautas prioritárias estão o
Plano Diretor de Desenvolvimen-
to Metropolitano, mobilidade e
transporte coletivo, saneamento e
habitação popular.
A Entidade Metropolitana mantém sua
condição legal, fato reconhecido
por onze dos treze municípios
da Região Metropolitana de Salvador e pelo
Governo do Estado da Bahia
Foto
: D
ivul
gaçã
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Secretário da Sedur, Manuel Ribeiro
31Primeira Página
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32 Primeira Página
População de Salvador está 47% acima do peso, diz pesquisaA pesquisa Vigilância de Fatores
de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefôni-
co, do Ministério da Saúde, reve-
lou que 47% dos soteropolitanos
estão acima do peso e 15% são
obesos. Mesmo com esse resul-
tado, Salvador ocupa apenas a
penúltima colocação no ranking
de obesidade entre as 27 capitais
brasileiras pesquisadas. A capital
baiana também aparece abaixo
das médias nacionais, que regis-
traram 50,8% de brasileiros acima
do peso e 17,5% obesos.
“Esses números refletem uma mu-
dança gradativa de consciência
dos soteropolitanos, que passaram
a incluir alimentos mais saudáveis
em suas dietas", destaca a nutri-
cionista Cláudia Facioli. Os dados,
entretanto, ainda não são conside-
rados ideais pela especialista: "O
brasileiro, de modo geral, conti-
nua comendo de forma inadequa-
da. A má alimentação e o seden-
Apesar do número expressivo de pessoas acima do peso e obesas, Salvador ainda está abaixo das médias nacionais
SAÚDE II
Foto
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ivul
gaçã
o
33Primeira Página
tarismo, aliados ao fator genético,
ainda são os principais responsá-
veis pela obesidade e pelo excesso
de peso", destaca Cláudia.
PrevençãoSobre os métodos de tratamento
da obesidade, doença associada a
males como diabetes e hiperten-
são, a nutricionista afirma que a
prevenção ainda é o melhor remé-
dio. "Existem intervenções, como
a cirurgia bariátrica, que são efi-
cazes no combate à doença. Mas
o melhor mesmo é evitá-la com
exercícios físicos, acompanhamen-
to médico e alimentação saudável.
Sempre recomendo consumir, em
porções dosadas, produtos orgâ-
nicos, shakes, sucos, chás, enfim,
alimentos com pouco teor de gor-
dura e que forneçam os nutrientes
necessários ao organismo", finali-
za a nutricionista.
Senado x AnvisaO Senado suspendeu em setembro
a resolução da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa)
que proibia a venda e prescrição
de medicamentos que contêm an-
fetaminas usadas no controle da
obesidade. Com a aprovação, o
projeto vai à promulgação. A re-
solução de 2011 da Anvisa proibia
a fabricação, importação, expor-
tação, manipulação, prescrição e
o comércio de remédios com as
substâncias femproporex, anfepra-
mona e mazindol na fórmula. Os
senadores aprovaram um projeto
de Decreto Legislativo sustando os
efeitos da resolução.
O líder do PT, senador Humberto
Costa (PE), posicionou-se contra e
defendeu a permanência da reso-
lução. “Essa resolução da Anvisa
não foi tirada do bolso do colete.
Ela surgiu após estudos profundos
e detalhados acerca desses medi-
camentos", disse Costa.
Já para a senadora Vanessa Gra-
zziontin (PCdoB-AM), integrante
da Comissão de Assuntos Sociais
do Senado, a Anvisa agiu de ma-
neira excessiva ao proibir a co-
mercialização e prescrição desses
inibidores de apetite. Ela defendeu
que, em vez da proibição, a Agên-
cia deveria editar uma norma mais
rigorosa para a prescrição e o uso
do medicamento. "Nós reconhece-
mos que o Brasil tem um consumo
exagerado, além do necessário,
desse tipo de medicamento. Isso,
obviamente, traz transtorno à saú-
de das pessoas, no entanto, há pa-
cientes que necessitam desse tipo
de medicamento e que são preju-
dicados com a proibição", disse.
A endocrinologista Rosana Rado-
minski, da Sociedade Brasileira
de Endocrinologia e Metabologia,
disse à Agência Brasil que a libe-
ração de emagrecedores ampliará
a lista de remédios disponíveis nas
farmácias e facilitará a identifica-
ção do mais adequado para o pa-
ciente. Ela explicou que a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) tirou do mercado remé-
dios consolidados, que eram uma
opção para obesos que não se da-
vam bem com outros tratamentos.
“Vamos ter mais opções de trata-
mento para os pacientes, o que é
muito bom, principalmente para
aqueles de baixo poder aquisitivo.
Há pacientes que não se dão bem
com os medicamentos tomados
como primeira opção e que ficam
sem ter um tratamento adequado”,
explicou a especialista, acrescen-
tando que os anfetamínicos cus-
tam em média de R$20 a R$25.
O brasileiro, de modo geral,
continua comendo de forma
inadequadaFo
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34 Primeira Página
Brasil caminha para a liderança mundial em número de empresas do setor
O cuidado com a boa forma é um mercado promissor no Brasil. Segundo pesquisa do Sebrae, o País caminha para se tornar líder mundial em negócios voltados para a prática de atividades físicas, com um crescimento de 29% no número de empreendimentos entre 2009 e 2012. O mercado brasileiro só fica atrás dos Estados Unidos, onde a atividade cresceu apenas 0,7% no mesmo período. “O setor não está tão vulnerável às oscilações da macroeconomia, graças a vários fatores, como a popularização da prática de esportes, a cultura brasileira, que valoriza a boa aparência e forma física, o aumento da expectativa de vida da população e a nova com-posição de classes socioeconômicas no Brasil”, explica o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.
ACADEMIAS
Número de empreendimentos cresceu 29% entre 2009 e 2012
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ção
35Primeira Página
O Brasil conta com 21.760 negó-
cios no ramo, com média de uma
academia para cada 9,1 pessoas,
desempenho superior ao estadu-
nidense, de um estabelecimento
para cada 10,5 pessoas. Para o pre-
sidente da Associação Brasileira
de Academias (Acad), Mario Villas
Boas, o fenômeno se deve a fato-
res como a relação entre qualidade
de vida e atividades físicas, além
do reconhecimento do profissio-
nal de Educação Física. “Também
é possível destacar a formação das
redes de academias, que impulsio-
naram o mercado e fizeram com
que os pequenos e médios negó-
cios tivessem de se profissionali-
zar”, argumenta Villas Boas.
Profissionalização do mercadoO mercado de academias movi-
menta R$ 2,45 bilhões por ano e
conta com outros números expres-
sivos: são 2,8 milhões de alunos
matriculados e 317 mil vagas de
emprego direto para profissionais
de educação física. Apesar do
crescimento, o Brasil ainda ocupa
a 10ª posição mundial em termos
de receita, o que o Sebrae interpre-
ta como baixo nível de maturidade
na gestão dos empreendimentos.
“O segmento de academias atende
apenas 1,4% da população bra-
sileira. Isso demonstra um gran-
de potencial de mercado, mas as
academias precisam se profissio-
nalizar”, afirma o presidente do
Sebrae.
De acordo com o consultor do
Sebrae-BA, Fabrício Barreto, um
dos desafios do mercado de aca-
demias no quesito produtividade
é a falta de planejamento ade-
quado, devido ao fato de muitos
empreendedores possuírem o co-
nhecimento técnico em educação
física, mas não terem a expertise
necessária em gestão de negócios.
“As pessoas imaginam que podem
montar uma academia e não de-
senvolvem um plano para avaliar
fatores como os custos do empre-
endimento em comparação com
sua capacidade no que se refere
a número de alunos e geração de
receita. Por isso, muitas vezes, o
resultado acaba sendo aquém do
desejado”, explica.
Desafios do setorO empresário Manoelito Maga-
lhães, da Academia Espaço 10,
foge ao perfil citado por Barre-
to. Administrador de empresas
e especialista em marketing, ele
formou com seu sócio, Vinícius
Galvão, educador físico e fisiote-
rapeuta, a combinação entre ges-
tão de negócios e conhecimento
técnico. O resultado da parceria
são duas academias em Salva-
dor, com aproximadamente 1.100
alunos. Para Magalhães, um dos
grandes entraves das academias é
a alta carga tributária, juntamen-
te com alguns fatores inerentes
à atividade. “Temos de trabalhar
com um grande quadro de funcio-
O segmento de academias atende
apenas 1,4% da população brasileira. Isso demonstra um grande potencial de mercado, mas
as academiasprecisam se
profissionalizar
Empresários do setor apostam em serviços diferenciados para agregar valor às academias
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ra
36 Primeira Página
nários e o alto custo de energia
elétrica, para funcionar nos três
turnos. O preço do aluguel dos
imóveis também é muito caro,
assim como de equipamentos de
qualidade”, contabiliza.
Já o presidente da Acad afirma
que o principal desafio do mer-
cado de academias no Brasil é
sensibilizar a sociedade sobre a
necessidade de praticar atividades
físicas sob a orientação de profis-
sionais da área. “No Brasil, país
tropical com muitas áreas de lazer
ao ar livre, as pessoas têm o costu-
me de praticar esportes e se exer-
citar sem o acompanhamento de
um profissional, como é o caso de
quem corre na praia”, exemplifica
Villas Boas.
Soluções criativasPara driblar os obstáculos da ati-
vidade, os empresários do setor
recorrem a uma série de alterna-
tivas. Uma das mais comuns é de-
senvolver séries de exercícios que
não necessitem da estrutura e cus-
tos operacionais de uma academia
tradicional. “Existem cada vez
mais métodos alternativos e ino-
vadores que acontecem nas ruas e
praias, como os clubes de corrida
e treinos funcionais. Hoje esses
grupos de trabalho personaliza-
do apresentam um grande valor
agregado, maior do que o modelo
tradicional e com menor custo”,
explica o consultor do Sebrae-BA.
Segundo Magalhães, na hora de
conquistar o cliente, vale ofere-
cer todo tipo de serviço: personal
trainer, acompanhamento de nu-
tricionistas e fisioterapeutas, pila-
tes, artes marciais e massoterapia
são apenas alguns exemplos. A
venda de produtos como roupas
para treino e suplementos alimen-
tares também pode ajudar a com-
plementar a receita do estabele-
cimento. “Também é interessante
desenvolver uma estrutura para
atender externamente a condo-
mínios e empresas com ginástica
laboral, por exemplo”, cita o em-
presário.
Demografia das academiasno BrasilDas 21.760 academias no Brasil,
99,75% são micro ou pequenas em-
presas. No total, 68% (14.805) das
empresas do ramo estão concentra-
das em seis estados, três deles da
região Sudeste (São Paulo, Minas
Gerais e Rio de Janeiro) dois no Sul
(Rio Grande do Sul e Paraná) e um
no Nordeste (Bahia). São Paulo é o
estado que possui o maior número
de academias no País, com 6.349
empreendimentos.
Temos de trabalhar com um grande
quadro de funcionários e o alto custo de
energia elétrica, para funcionar
nos três turnos. O preço do aluguel
dos imóveis também é muito caro, assim como de equipamentos
de qualidade
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37Primeira Página
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38 Primeira Página
ECONOMIA
Após queda do PIB em dois trimestres consecutivos, o Brasil está em recessão técnica?
O anúncio do PIB brasileiro no se-
gundo trimestre de 2014 dividiu
opiniões sobre o País estar ou não
em uma recessão técnica. Há um
consenso entre diversos econo-
mistas de que o termo se refere a
um período de dois trimestres con-
secutivos com retração do PIB, o
que aconteceu realmente. O IBGE
divulgou que no último trimestre
a economia brasileira teve uma
queda de 0,6% e revisou o de-
sempenho do primeiro trimestre
para uma queda de 0,2% (contra
uma leve alta de 0,2% anunciada
anteriormente). O ministro da Fa-
zenda, Guido Mantega, rechaçou
a tese de o Brasil passar por uma
recessão técnica e considerou que
o fato “é meramente efeito esta-
tístico”, pois um desempenho po-
sitivo no terceiro trimestre pode
influenciar uma revisão dos dois
anteriores.
É a primeira vez que o Brasil repe-
te o desempenho de dois trimes-
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otol
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39Primeira Página
tres consecutivos de retração do
PIB desde o final de 2008, quando
o fenômeno foi impulsionado pela
crise econômica mundial. Para o
presidente do Conselho Regional
de Economia (Corecon-BA) e di-
retor de Indicadores e Estatísticas
da Superintendência de Estudos
Econômicos e Sociais da Bahia
(SEI), Gustavo Pessoti, o Brasil
não passa por uma recessão téc-
nica. “Considerar dois trimestres
de PIB negativo como recessão
é uma análise muito simplória e
uma leitura extremamente pessi-
mista da economia. Recessão im-
plica grandes elevações na taxa de
desemprego, na alta da inflação e
na queda do consumo e dos inves-
timentos”, explica.
O gerente de estudos técnicos da
Superintendência de Desenvol-
vimento Industrial (SDI) da Fe-
deração das Indústrias do Estado
da Bahia (FIEB), Ricardo Kawabe,
afirma que o termo recessão técni-
ca é uma convenção, mas que não
chega a impactar profundamente
a vida das pessoas. No entanto,
o economista adverte que o fenô-
meno deve ser encarado como um
sinal de alerta. “A situação atual é
bem diferente de uma recessão de
fato, mas sinaliza que algo na eco-
nomia está indo errado e medidas
precisam ser adotadas para rever-
ter a curva descendente. Se a si-
tuação persistir, fatalmente resul-
tará em um impacto negativo no
emprego, na renda, no consumo
e, por fim, na produção, formando
um ciclo vicioso”, adverte.
Razões para o arrefecimentoDe acordo com Kawabe, a desace-
leração do crescimento no Brasil
pode ser atribuída a um momento
de desconfiança do empresariado
em relação à economia, que aca-
ba por refletir em todos os setores
da sociedade. Para o economista,
o pessimismo se deve a fatores
como a conjuntura internacional
desfavorável e o desânimo gene-
ralizado da população no que diz
respeito à classe política. “O clima
de desconfiança ocasionou uma
forte queda nos investimentos
este ano, com impactos que vão
Considerar dois trimestres de PIB negativo como recessão é uma análise
muito simplória e uma leitura extremamente pessimista da
economia
além: quando as empresas inves-
tem menos, elas também contra-
tam menos. Apesar de ainda não
haver aumento do desemprego, já
é possível notar uma redução no
surgimento de novos postos de
trabalho”, afirma.
Segundo Pessoti, o final de 2014
aponta para o início da retomada
do ritmo da economia, principal-
mente a partir do último semestre,
quando é estimada uma leve recu-
peração. Tal momento deve se es-
tender pelo ano de 2015, que para
o presidente do Corecon-BA, será
marcado pela cautela e por taxas
de crescimento moderadas. “Será
um ano de arrumação de casa, de
rever questões como a diminuição
de gastos públicos. Também há
previsão de elevação de tarifas pú-
blicas, aumento do preço da ener-
gia e dos combustíveis, o que pode
induzir ao aumento da taxa Selic,
o que, por sua vez, significa um
ambiente ainda não tão convida-
tivo para a retomada dos investi-
mentos”, projeta.
Diretor de Indicadores e Estatísticas da SEI, Gustavo Pessoti
Foto
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ivul
gaçã
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40 Primeira Página
AGRONEGÓCIOS
Estudo indica tendências na produção de grãos para 2014 e 2015
O bom e velho feijão com arroz de todo dia será menos farto na temporada 2014/2015 do agronegócio. Estudo realizado pela consultoria SAFRAS & Mercado indica que a produção brasileira das commodities deve encolher: a redução será de 20%, no caso do feijão, e de 1%, no caso do arroz. Entretanto, o IBGE aponta que o crescimento geral da safra de cereais, leguminosas e oleaginosas será de 2,8% em 2014, em comparação com o ano passado. Ainda de acordo com o IBGE, a área a ser colhida este ano deve ser de 56,2 milhões de hectares, um aumento de 6,4% em relação a 2013.
Consultoria SAFRAS & Mercado projeta retração para 2014-2015
Foto
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licas
41Primeira Página
Entre as regiões, três deverão ter
aumento da safra em 2014. O
Centro-Oeste deverá ter a maior
safra, com 81,3 milhões de tone-
ladas (3,6% superior a 2013). São
esperados crescimentos também
no Nordeste (43%) e no Norte
(3,4%). Sul e Sudeste devem so-
frer quedas na produção de 0,4%
e 12,6%, respectivamente.
SojaDe acordo com a SAFRAS & Mer-
cado, a área a ser plantada com
soja na temporada 2014/15 de-
verá crescer 4% na comparação
com 2013/14, ocupando 31,213
milhões de hectares. Se o au-
mento for confirmado e o clima
se mostrar favorável, a produção
brasileira na próxima temporada
deverá bater recorde, somando
94,451 milhões de toneladas, com
crescimento de 9% sobre o total
colhido em 2013/14, de 86,623
milhões de toneladas.
A tendência de aumento da área
a ser plantada se baseia na co-
mercialização com preços remu-
neradores da safra anterior. “A
soja tende a ganhar áreas do mi-
lho na maior parte dos estados,
devido a condições mais favorá-
veis de preço”, confirma o ana-
lista de SAFRAS & Mercado, Luiz
Fernando Roque.
O analista destaca ainda a opção
dos produtores da Região Norte de
apostar na soja, com áreas novas
e também ocupando áreas de pas-
tagem. “É importante lembrar que
em muitos estados a alternativa
dos produtores tem sido diminuir
a área de verão do milho e plantar
mais o cereal na safrinha. A soja
ocuparia este espaço”, acrescenta
Roque.
Há ainda um “sentimento” posi-
tivo com relação à produtividade
da safra 2014/15, o que contribui
para as expectativas favoráveis.
“O ano é de El Niño, quando os
rendimentos, normalmente, são
superiores”, completa o analista.
Milho: área de verão em quedaA área a ser plantada com mi-
lho no Brasil, na safra de verão
2014/15, deverá recuar 6,1% na
comparação com a temporada
anterior, ocupando 5,143 mi-
lhões de hectares. Contando com
uma produtividade de 5.605 qui-
los por hectare, acima da obtida
no ano passado (4.880 quilos por
hectare), a produção da primeira
safra brasileira poderá subir de
26,744 milhões para 28,827 mi-
lhões de toneladas, com aumen-
to de 8%.
Segundo o analista de safras, Pau-
lo Molinari, a confirmação da ter-
ceira temporada de queda conse-
É importante lembrar que em muitos estados a alternativa dos produtores tem sido diminuir a área de verão do milho e plantar mais o cereal na safrinha. A soja
ocuparia este espaço
A área plantada de milho deverá recuar em 6,1% na safra de verão 2014/2015
Foto
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OV
BA
42 Primeira Página
cutiva na área de verão é resultado
da tendência de o produtor plantar
menos milho na primeira safra,
preferindo a soja, e cultivar mais
milho no inverno, principalmente
no Centro-Oeste.
“A relação de preços favorece a
soja. Mesmo assim, há dificul-
dade para um corte maior no
plantio do cereal. Algumas regi-
ões apresentam limitações, pois
a área já é baixa. No Rio Grande
do Sul e em Santa Catarina, os
preços do milho ainda são bons”,
indica Molinari.
O levantamento indica uma que-
da de 1% no plantio da segunda
safra, que ocuparia 7,95 milhões
de hectares. A produção poderia
chegar a 43,5 milhões de tone-
ladas. A safra total brasileira em
2014/15 está estimada inicial-
mente em 77,99 milhões de to-
neladas, contra 75,95 milhões do
ano anterior.
Molinari também alerta para al-
guns fatores que podem influen-
ciar o resultado final da safra. “Os
altos custos de produção podem
afetar o nível de tecnologia e os
estoques altos de milho pressio-
nam a safra nova”, diz, ressalvan-
do que o El Niño poderá garantir
uma produtividade superior à re-
gistrada em 2014. “Além disso, a
necessidade de rotação de cultura
mantém o milho no verão, em al-
gumas regiões”, finaliza.
Arroz: projeção de leve quedaA área plantada com arroz no Bra-
sil, em 2014/15, deverá sofrer um
leve corte (0,5%), na comparação
com o ano anterior, passando de
2,452 milhões para 2,440 milhões
de hectares.
Levando em conta a produtivi-
dade de 5,012 quilos por hectare
– 5,036 quilos no ano anterior –,
a produção brasileira deverá cair
1%, totalizando 12,230 milhões
de toneladas. No ano anterior, a
safra somou 12,35 milhões de to-
neladas.
“Esse cenário de quase estabilida-
de de área está influenciado pelos
preços atuais, que se encontram
maiores, se comparados com o
mesmo período do ano passado”,
informa o analista de SAFRAS &
Mercado, João Gimenez Nogueira.
Ele ressalva que alguns estados,
como Santa Catarina, um dos
maiores produtores do País, pos-
suem uma tendência de ligeira
queda, devido ao receio de que as
chuvas atrasem o plantio.
Em Tocantins, como ocorreu nos
últimos anos, há uma expectativa
de aumento da área plantada e da
produtividade, devido à maior uti-
lização da tecnologia nas lavouras
tocantinenses.
O Rio Grande do Sul, maior produ-
tor do cereal no Brasil, com quase
67% do total da produção, deverá
apresentar uma queda pouco sig-
nificativa, em torno de 1,113 mi-
lhão de hectares, devido ao leve
Esse cenário de quase estabilidade
de área está influenciado pelos
preços atuais do arroz, que se encontram maiores, se
comparados com o mesmo período do
ano passado
Foto
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43Primeira Página
aumento dos hectares disponíveis para outras culturas.
Feijão: corte consistente na primeira safraA área plantada com feijão na pri-meira safra deverá recuar 13,7% no Brasil, em 2014/15, ocupando 1,006 milhão de hectares. Na tem-porada anterior, o plantio ficou em 1,166 milhão de hectares.
Apostando em uma produtividade 5,5% inferior, de 1.033 quilos por hectare, a produção da primeira safra deverá cair 20,5%, totalizan-do 1,013 milhão de toneladas.
“A projeção de queda, em grande parte, reflete o atual cenário do mercado, que não apresenta mui-tas expectativas de mudança, reti-rando muito mercado de feijão de menor qualidade e sendo menos atrativo para os produtores, que
deverão apostar em outras cultu-
ras”, explica o analista de SAFRAS
& Mercado, Jonathan Pinheiro.
A produção recorde de feijão da
segunda safra 2013/14 reduziu os
preços abaixo do mínimo, provo-
cando queda em todos os estados
produtores.
Algodão: área também deverá ser menorOs produtores brasileiros deverão
plantar menos algodão na tempo-
rada 2014/15. Levantamento de
intenção de plantio de SAFRAS &
Mercado indica que a área plan-
tada deverá ficar em 1,109 milhão
de hectares, com queda de 4,3%
sobre a temporada anterior, quan-
do o plantio ocupou 1,158 milhão
de hectares.
Se for confirmado o aumento de
4,3% na produtividade, a produ-
ção brasileira deverá permanecer
praticamente inalterada, em torno
de 1,7 milhão de toneladas.
A projeção de queda, em grande
parte, reflete o atual cenário do mercado, que não apresenta muitas
expectativas de mudança,
retirando muito mercado de feijão de menor
qualidade e sendo menos atrativo
para os produtores, que deverão
apostar em outras culturas
“As expectativas do cotonicul-
tor brasileiro para a situação
do algodão em longo prazo não
têm apresentado muitos pontos
positivos. A baixa demanda da
indústria somada ao vasto de-
créscimo nos contratos de plu-
ma com Nova York gerou queda
mais acentuada do que o previs-
to nos preços brasileiros em bus-
ca da competitividade”, explica
o analista de SAFRAS & Merca-
do, Rodrigo Neves.
Segundo o analista, o aumento
de estoques brasileiros deve ser
uma consequência direta desse
mercado em queda, fazendo com
que esses produtores busquem
comercializar em um momento
mais interessante financeiramen-
te. “Os níveis de exportação, que
já estavam abaixo dos anos ante-
riores devido à ausência da China,
apresentaram mais um viés nega-
tivo com a concorrência de preços
norte-americanos”, completa.
Foto
: D
ivul
gaçã
o
44 Primeira Página
JUSTIÇA TRABALHISTA
Eternit responde a processos no valor de R$ 2 bilhões por exposição ao amiantoA briga judicial entre ex-funcionários expostos ao amianto e a Eternit teve mais uma revira-volta. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter o processo do Ministério Público do Trabalho (MPT) contra a companhia, que pede R$ 1 bilhão em danos morais coletivos pela exposição de trabalhadores de uma fábrica (Osasco - SP) fechada em 1993. “Esta ação resgata o princípio da dignidade dos ex-empregados expostos e contaminados pelo amianto e, para a sociedade, representa a sensação de punição do poluidor ambiental pelos danos causados ao meio ambiente e à saúde humana” afirma o procurador do Trabalho, Luciano Lima Leivas.
Usado para a fabricação de telhas, o amianto causa diversas doenças pulmonares
Foto
: Sat
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otol
ia.c
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45Primeira Página
O processo tramita na justiça pau-
lista desde agosto do ano passado,
mas foi suspenso por uma liminar
em dezembro, após questiona-
mentos da companhia. Com a cas-
sação da liminar, além da indeni-
zação bilionária, o MPT também
pede o pagamento de tratamento
médico aos ex-empregados que
não estejam inscritos em plano
de saúde custeado pela empresa.
Segundo avaliação feita pela Fun-
dação Jorge Duprat Figueiredo de
Medicina e Segurança do Trabalho
(Fundacentro), com mil ex-traba-
lhadores, quase 300 adoeceram
por contaminação do amianto.
Desses, 90 morreram entre 2000
e 2013, número que, segundo o
MPT, pode ser muito maior, já que
a Eternit ocultou ou dificultou a
ocorrência de inúmeros registros.
De acordo com Leivas, entre as
práticas de ocultação realizadas
pela Eternit estão o não preenchi-
mento de Comunicação de Aci-
dente de Trabalho (CAT) e o não
reconhecimento de placas pleurais
como doenças de trabalho. O pro-
curador também destaca a assina-
tura de acordos individuais com
trabalhadores tendentes à renún-
cia de serviços de diagnóstico di-
ferentes dos serviços da empresa
e o não envio de listagem de tra-
balhadores expostos para o SUS. A
Eternit, através de sua assessoria
de imprensa, afirmou que prefere
não comentar o assunto.
Processos na justiça do RioEm agosto deste ano, o Ministé-
rio Público do Trabalho do Rio de
Janeiro também entrou com uma
ação civil pública contra a Eternit,
cobrando o valor de R$ 1 bilhão
pela exposição dos trabalhadores
ao amianto em sua fábrica na ca-
pital fluminense, desde 1984. A
ação também pede a interdição de
vestiários, reparação de máquinas
e equipamentos e a convocação de
ex-trabalhadores para exames, por
meio de anúncios na mídia. "O MPT
entende que a Eternit deve adotar
todas as medidas de segurança e
saúde no trabalho, além de substi-
tuir o amianto, pois já há tecnologia
disponível no mercado para substi-
tuição desse agente por outros pro-
dutos”, defende a procuradora do
Trabalho Janine Milbratz Fiorot.
A ação é fruto de um inquérito
aberto no MPT em 2008, onde foi
constatado que a planta localiza-
da em Guadalupe, Zona Norte do
Rio, desobedecia às normas de se-
gurança e mantinha máquinas mal
conservadas, que deixavam vazar
a poeira do amianto. A mesma
investigação concluiu que a em-
presa não emitia Comunicação de Esta ação resgata o princípio da dignidade dos ex-empregados
expostos e contaminados pelo
amianto
Procurador do Trabalho, Luciano Lima Leivas
Amianto em seu estado natural
Foto
: M
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ção
46 Primeira Página
Acidente de Trabalho (CAT), com
casos de trabalhadores que adoece-
ram na década de 80 e só tiveram o
documento emitido este ano.
O amianto na BahiaMuitos dos ex-trabalhadores da
planta da Eternit em Simões Filho
também buscam reparação na jus-
tiça pela exposição ao amianto. É
o caso de Belmiro Silva dos San-
tos, 70, ex-empregado da compa-
nhia e presidente da Associação
Baiana dos Expostos ao Amianto
(ABEA). Belmiro se aposentou por
invalidez no início da década de
90, devido a problemas respirató-
rios, e em 1999 foi diagnosticado
com placas pleurais, doença pul-
monar decorrente da exposição ao
material. “Trabalhamos lá sem ter
nenhum tipo de informação. Dor-
míamos na fábrica, em cima de
sacas de amianto, sem ter noção
do risco que estávamos correndo.
Mas a empresa já sabia”, afirma.
De acordo com ele, de 2003 até
março de 2014 foram contabili-
zados 63 óbitos de ex-trabalha-
dores da Eternit com suspeita de
doenças causadas pelo amianto,
sete deles de pessoas com ações
na justiça contra a empresa. A
maioria dos casos não obteve
confirmação da causa da doença
devido à falta de laudos médicos.
Segundo Belmiro, existem 33
processos de ex-empregados da
companhia na justiça trabalhista
de Simões Filho, tramitando em
diversas esferas.
Legislação sobre o amiantoNo Brasil, a extração, industriali-
zação, utilização, comercialização
e transporte do amianto crisotila
e dos produtos que o contenham,
em todo o território nacional, é
disciplinada pela Lei Federal nº
9055/95. O amianto é proibido
em 66 países (incluindo todas as
nações da União Europeia) e no
Brasil seu uso já foi banido nos es-
tados de São Paulo, Pernambuco,
Rio Grande do Sul e Mato Gros-
so, além de diversos municípios.
Na Bahia existe um projeto de lei
(16.035/2007) que visa proibir o
uso do material em todo o estado,
arquivado no dia 22 de maio de
2014.
Os riscos do amiantoO amianto é uma fibra natural
sedosa, ainda muito utilizada na
indústria devido a características
físico-químicas como resistência a
temperaturas, flexibilidade e dura-
bilidade. No entanto, sua inalação
por períodos prolongados faz com
as fibras se alojem nos pulmões,
causando diversas doenças. Entre
os males causados pelo amianto
estão as placas pleurais (espessa-
mento da pleura, membrana que
envolve o pulmão), a asbestose
(doença crônica pulmonar de ca-
ráter irreversível e progressivo) e
cânceres como o de pulmão, do
trato gastrointestinal e o meso-
telioma, que atinge a pleura e o
peritônio (membrana que cobre a
parede abdominal).
Trabalhamos lá sem ter nenhum
tipo de informação. Dormíamos
na fábrica, em cima de sacas de amianto, sem ter noção do risco que estávamos
correndo. Mas a empresa já sabia
Fábrica da Eternit em Simões Filho
Foto
: D
ivul
gaçã
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47Primeira Página
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FOTO E VÍDEO
48 Primeira Página
Design que faz a diferença na decoração
Presente na Casa Cor Bahia 2014, a Alfaiataria da Madeira prima por um trabalho requintado de marcenaria, utilizando material altamente sofisticado, capaz de conferir elegância e ex-clusividade aos mais diversos ambientes.
Quem não deseja ter uma resi-
dência com sua personalidade,
a começar por móveis exclusi-
vos? Conseguir imprimir a “nossa
cara” na decoração é uma tarefa
difícil, mas não impossível. Aliás,
é só dar uma conferida na expo-
sição Casa Cor Bahia 2014 e ter
acesso a dicas importantes de de-
coração para todos os ambientes.
A Alfaiataria da Madeira, marce-
naria que confecciona móveis de
madeira exclusivos e sob medida,
está com seus móveis expostos
na Sala de Jantar, todos assina-
ARQUITETURA E DESIGN
Foto
: Luc
as S
ilva
Escritório produzido pelos arquitetos André Figueredo e Alex Galletti para Empório FG
49Primeira Página
dos pelo arquiteto Wesley Lemos.
Criada em 2011, a Alfaiataria da
Madeira tem à frente a dupla de
arquitetos André Figueredo e Alex
Galletti, que criaram a marcenaria
a partir da necessidade de oferecer
aos clientes móveis sofisticados,
elegantes e diferenciados. Um dos
seus diferenciais é a assinatura de
grandes nomes do design e da ar-
quitetura baiana e brasileira.
Com uma equipe formada por téc-
nicos de ponta, a Alfaiataria da
Madeira se distingue de muitas
marcenarias pelo trabalho artesa-
nal apurado e pelo uso de material
de qualidade, como a laca – tin-
tura que deixa o móvel sem im-
perfeições, com a superfície lisa e
homogênea.
Os móveis da Alfaiataria da Madei-
ra são ideais para cozinha, closet,
painéis, home theater, home office,
varanda e área gourmet. Todos os
produtos da marcenaria são feitos
sob medida e com design con-
ceitual, trazendo tendências das
grandes mostras e dos salões da
decoração e arquitetura mundiais,
principalmente o Salão Internacio-
nal do Móvel de Milão.
Mais uma exclusividade é que
outros arquitetos, designers e de-
coradores podem desenhar seus
móveis para que a Alfaiataria da
Madeira os produza. “Nesse tipo
de serviço, nossos profissionais
entram como engenheiros da
peça. Sendo assim, o móvel sai
em completa harmonia com a
proposta, perfeito e sem avaria”,
pontua Galletti.
MaterialPara a produção das peças, a Al-faiataria da Madeira utiliza o MDF e a madeira de demolição. No acabamento são utilizados ma-deirados exclusivos da Duratex – padrão de qualidade em insumos –, cortados a laser, na medida de cada projeto. Outro diferencial de acabamento é o uso de espelhos, vidros laqueados, couros, camur-ças e laca com brilho ou fosca. A marcenaria não abre mão tam-bém do uso de sistema especial de abertura da Blum, marca alemã de alta qualidade e tecnologia.
“Nossas peças sempre trazem
detalhes que fazem da Alfaiata-
ria uma marcenaria de alto nível,
cujas peças são produzidas sob
medida, a exemplo dos puxadores
com swarovski”, enfatiza Galletti.
Dentre os móveis produzidos pela
Alfaiataria da madeira, o desta-
que vai para as peças home, como
aparadores, buffets, adegas etc.,
móveis de decoração que com
conferem charme e beleza incom-
paráveis às nossas residências.
Um dos seus diferenciais é a assinatura de grandes nomes do design e da
arquitetura baiana e brasileira
Info
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Publ
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Foto
: Luc
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ilva
Showroom de cozinha gourmet da Empório FG
Sala de reunião produzida pelos arquitetos André Figueredo e Alex Galletti para Empório FG
50 Primeira Página
RH reunidoOrgulho define o sentimento que tomou conta de
Ana Claudia Athayde, presidente da Associação
Brasileira de Recursos Humanos na Bahia, em
setembro. A executiva esteve à frente do IX Con-
gresso de Gestão de Pessoas – o mais importante
evento do setor no Norte e Nordeste. Esta edição
do congresso discutiu o tema “Gestão de Pessoas:
passado, presente e futuro... Onde queremos estar e
quem queremos ser nos próximos 25 anos?” e con-
tou com a participação de especialistas de diversas
partes do Brasil, confirmando, assim, a importância
da Associação e o prestígio da gestora.
Arquitetos fazem upgradena UPBSofisticação. Esta é a palavra que resume a nova
sede da União dos Municípios da Bahia. A institui-
ção resolveu dar uma repaginada no prédio onde
está instalada e acertou em cheio. Não é pra menos.
Os responsáveis pelo upgrade foram nada menos
que os badalados arquitetos André Figueredo e Alex
Galletti, sócios e donos das empresas Empório FG,
Alfaiataria da Madeira e 3A do Brasil Arquitetura.
Mais investimentos na indústria navalToshimi Deguchi, diretor da Daihatsu para a
América do Sul, já está mexendo os pauzinhos
para implantar uma fábrica da empresa no Bra-
sil. E o melhor: a unidade pode vir para a Bahia.
Ele se encontrou com o secretário da Indústria
Naval e Portuária da Bahia, Carlos Costa, para
assinar um acordo de intenções. “Estamos espe-
rando por novos negócios”, disse Deguchi.
NOTAS SOCIAIS
51Primeira Página
52 Primeira Página
Medalhistas baianosGustavo Gomes e Daniel Amaral encheram os baia-
nos de orgulho em setembro. Os dois ex-alunos dos
cursos técnicos do Senai conquistaram a medalha
de prata na Olimpíada do Conhecimento 2014, na
modalidade Mecatrônica. O evento é a maior com-
petição de educação profissional das Américas.
O torneio, promovido pelo Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (Senai) a cada dois anos,
reúne estudantes de cursos técnicos e de forma-
ção profissional do Senai e do Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial (Senac).
Reunião de VIPsA nata da economia baiana esteve reunida em Ca-
maçari, em setembro, para a inauguração de uma fá-
brica do Grupo O Boticário no município. Estiveram
presentes ao evento o governador Jaques Wagner, o
prefeito de Camaçari, Ademar Delgado, o presiden-
te do grupo O Boticário, Artur Grynbaum, o diretor
de Operações do grupo, Giuseppe Musella, além de
representantes de instituições empresariais e do BN-
DES. A unidade começou a ser construída em 2012 e
recebeu R$ 380 milhões em investimentos.
Direto de MarteA Universidade Católica do Salvador realizou
uma palestra “de outro mundo” em outubro. A
instituição convidou a engenheira Nagin Cox, do
laboratório de propulsão a jato da agência espa-
cial americana, NASA, para falar da sua trajetó-
ria profissional e do papel das mulheres na ci-
ência. Cox trabalha atualmente no Mars Science
Laboratory (MSL), responsável pelo desenvol-
vimento do veículo Curiosity Rover, usado para
pesquisas em Marte. O veículo está no planeta
desde 2012. Para essa missão ela trabalhou como
engenheira de bordo assistente e hoje coordena
a equipe operacional do veículo.
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54 Primeira Página
Ambientalista irremediável, o fotógrafo Bel Saffe re-
alizou uma belíssima exposição fotográfica no Sal-
vador Norte Shopping, em outubro. A exposição
Bahia Cantos e Encantos exibiu imagens do Farol e
do Porto da Barra, da Ponta do Humaitá, do Mer-
cado Modelo, do balneário de Praia do Forte e de
paisagens paradisíacas da linda ilha de Boipeba. Bel
tem se destacado internacionalmente por utilizar a
técnica HDR, que realça as tonalidades das cores e
os contrastes da imagem, deixando-as com aparência
cada vez mais real.
Cantos e encantos baianos
Claudio Solrac e Carlos Ribeiro andam esbanjando
bom humor! O motivo de tanta alegria não é segredo:
a Translogistics Tecnologia Ambiental, empresa que
atua na área de Gestão Integral de Resíduos Indus-
triais, é uma das cinco pequenas e médias empresas
que mais crescem no Brasil e a campeã do Nordeste.
O crescimento anual entre 2011 e 2013, foi superior
a 100%, o que comprova o talento e motivação da
equipe comandada pelos irmãos. Os empresários es-
tiveram em São Paulo recentemente, onde foram pre-
miados pela revista Exame PME e Deloitte, por seu
excelente desempenho.
Empresa baiana é a que mais cresce
Rogério de Faria decidiu colocar um pouco mais de
peso sobre seus ombros. Ele é o novo presidente
do Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aqueci-
mento e Tratamento de Ar do Estado da Bahia (Sin-
dratar-BA). Com 30 empresas associadas, o sindi-
cato tem como meta dobrar o número de filiadas
até o final do mandato, em 2016. “Pretendemos
sensibilizar empresas também no interior do es-
tado, destacando a importância do associativismo
para a defesa de interesses comuns”, ressaltou Ro-
gério, que tem quase 30 anos de atuação no setor.
Novos diretores tomam posse
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56
JÁ CAPACITAMOS MAISDE 200 MIL EMPREENDEDORES.
OU, PARA VOCÊ, CONCORRENTES.
O Empretec é uma capacitação desenvolvida por instituições ligadas
à ONU - Organização das Nações Unidas que possibilita melhoria no
desempenho empresarial para profissionais de cerca de 30 países. No
Brasil, o Empretec é realizado exclusivamente pelo Sebrae, com ótimos
resultados: contribui no preparo de metas e projetos dos negócios de 98%
dos participantes e ajuda a aumentar a renda das empresas em mais de
50%. Uma grande oportunidade para aumentar as suas chances de sucesso.
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