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1 Crescimento inédito Centro Paula Souza passa pela maior expansão da história, aumentando vagas e unidades Págs. 4 a 7 Técnicos bem remunerados Em meio à crise, formados pelas Etecs têm aumento real de salários, revela pesquisa Pág. 8 Ano 4 – Número 16 – Março/Abril de 2010 – www.centropaulasouza.sp.gov.br GOVERNO DO ESTADO INVESTINDO MAIS NO ENSINO PROFISSIONAL Revista do

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Crescimento inéditoCentro Paula Souza passa pela maior expansão

da história, aumentando vagas e unidades

Págs. 4 a 7

Técnicos bemremuneradosEm meio à crise, formados

pelas Etecs têm aumento real

de salários, revela pesquisaPág. 8

Ano 4 – Número 16 – Março/Abril de 2010 – www.centropaulasouza.sp.gov.br

GOVERNO DO ESTADO INVESTINDO MAIS NO ENSINO PROFISSIONAL

Revista do

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A Revista do Centro Paula Souza é umapublicação do Centro Estadual de Educação Tecnológica

Paula Souza, ligado à Secretaria de Desenvolvimentodo Estado de São Paulo.

Presidente do Conselho Deliberativo: Yolanda SilvestreDiretora Superintendente: Laura Laganá

Vice-Superintendente: César SilvaChefe de Gabinete: Elenice Belmonte R. de Castro

Reportagem e edição: Patrícia PatrícioReportagem: Fabio Berlinga e Luciene SoaresProjeto gráfico e editoração: Marta AlmeidaArte da capa: Ilustração de Jonathan Toledo sobre fundode CLUC (www.stockxpert.com/browse_image/profile/CLUC)Jornalista responsável: Gleise Santa Clara – MTB 12.464-4

Assessoria de Comunicação – AssComJornalistas: Bárbara Ablas, Dirce Helena Salles, FabioBerlinga, Gleise Santa Clara e Mayara de Souza (estagiária)Designers: Jonathan Toledo, Marta Almeida e Rafaela CostaBanco de Informações: Elaine Maia e Mariana NogueiraAuxiliar Administrativo: Danilo BrandãoSecretaria de Redação: Raul de Albuquerque

Redação: Praça Coronel Fernando Prestes, 74, Bom Retiro,São Paulo, SP , CEP 01124-060, Tel.: (11) 3327-3144imprensa@centropaulasouza.sp.gov.brwww.centropaulasouza.sp.gov.brImpressão: Imprensa Oficial – Tiragem: 9.000 exemplares

RápidasEditorial

Há três anos,o Governo

de São Paulo traçou uma políticapública voltada à educação profissional,para incentivar a geração de empregos,impulsionar a inovação tecnológica e ocrescimento do Estado. As metas propos-tas para o Centro Paula Souza, à época,foram ousadas: criar 100 mil matrículasno Ensino Técnico, duplicar o número deFatecs e aumentar o número de unidadesem todo o território paulista, com atençãoespecial aos bairros carentes da RegiãoMetropolitana de São Paulo.

Quanto mais ambicioso o desafio,maior o estímulo para realizá-lo. Isso ocor-reu graças ao esforço conjunto de equipesdedicadas. Também foram fundamentaisas parcerias com prefeituras, Secretariasde Estado, associações e empresas.Assim o Centro Paula Souza cumpre amissão de qualificar aqueles que buscamno estudo a ascensão social.

A reportagem de capa desta ediçãoapresenta um panorama do Plano deExpansão no Ensino Técnico, Médio eTecnológico. Mostra números que atestamum crescimento inédito nos 40 anos dessainstituição estadual que forma, comcompetência, profissionais preparadospara o mundo do trabalho.

Laura LaganáDiretora Superintendente

Cumprindoa missão

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Quer descobriros setores que maisempregam em suacidade ou região?Basta acessar o Sistemade Informações doCapital Humano, umanova página da internetque mapeia o mercadode trabalho paulista(por localização geo-gráfica e por setoresprodutivos) e fornece informaçõessobre a educação profissional gratuitano Estado de São Paulo. A gestão dosistema fica a cargo do Centro PaulaSouza, da Federação das Indústriasdo Estado de São Paulo (Fiesp) e doInstituto Federal de Educação, Ciênciae Tecnologia de São Paulo (IFSP). No fimde janeiro, o programa foi apresentadopela superintendente do Centro PaulaSouza, Laura Laganá; pelo vice-superin-tendente, César Silva; pelo presidenteda Fiesp, Paulo Skaf; pelo diretor regionaldo Senai – SP, Walter Gonçalves, e pelo

Capital humano na redereitor do IFSP, ArnaldoBorges. “Esse sistemaajuda a colocar asvocações profissionaisa serviço do cresci-mento econômicoe da ascensão socialdo cidadão”, afirmaLaura Laganá.

A tela inicial dewww.fiesp.com.br/capitalhumano dispõe

de um menu que inclui o mapeamentoda educação profissional no Estado deSão Paulo e dados socioeconômicos(do Ministério do Trabalho). Oferecetambém informações sobre númerode empregados e remuneração médianos 645 municípios paulistas, revela avariação de postos de trabalho trimes-tralmente e aponta os setores que maisempregam, de acordo com a localiza-ção geográfica. “Com essa ferramenta,sabemos onde está a demanda e aoferta. É um instrumento para maxi-mizar recursos”, ressalta Skaf.

Alunos do curso superior de Tecnologia em Gestãoda Produção Industrial (Calçados) da Fatec Jahu levaramos cinco primeiros lugares no 1o Prêmio de Design deCalçados Femininos “José Carrara”. Em primeiro lugar ficouClara da Silva. A seguir vieram, pela ordem: Adauto Caramano,Juliana Möller, Camélia Rossi e Juliana Laguna. A premiaçãoocorreu durante a feira Jaú Trend Show, que reuniu mais de7 mil pessoas no fim de 2009. Entre as atividades desenvol-

vidas durante o evento, houve exposições deprodutos, desfiles, palestras e mostras das tendências de moda

para os pés. O concurso foi destinado a alunos do curso de Calçadosda Fatec Jahu, Senac e Senai – participaram 40 concorrentes.

O estilista Walter Rodrigues integrou o júri da competição,que busca incentivar os estudantes a participarem de todas

as etapas do processo de criação de calçados. “É muitogratificante ver o bom desempenho de nossos alunos.

Este concurso foi um grande incentivo e umaoportunidade para os estudantes aplicarem

o conhecimento adquirido”, diz Célio Favoni,coordenador do curso de Calçados da Fatec.

De salto alto

Clara usou fibras no sapatovencedor (à esquerda)

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Aluna do curso de Design de Interiores da Etec Fernando Prestes,de Sorocaba, Karen Müzel venceu a 13a edição do Prêmio Novos Talentos,na categoria Inovação. O concurso éorganizado pela Associação Brasilei-ra de Designers de Interiores (ABD).

De fato, a criatividade da jovemde 25 anos alçou um voo surpreen-dente. Atendendo ao regulamento,voltado à aplicação de materiaissustentáveis, a estudante imaginouum móvel de câmaras de pneucom estrutura de alumínio recicladoe tampo encaixável de vidro (quevem dividido em quatro, como umapizza, para facilitar o manuseio).Suspensa por cabos de aço, a criaçãoprevê cinco regulagens, que funcionam com um mecanismo acionadomanualmente ou por controle remoto. Assim, a peça possibilita asseguintes versões: luminária de teto, bancada de bar, mesa de jantar,tabuleiro de jogos ou espreguiçadeira de pneus, com 2 m de diâmetro.“Fiz vários esboços e apresentei para a turma. Comecei com umaespreguiçadeira suspensa, depois imaginei uma mesa para notebook eaprimorei a ideia até chegar ao resultado final”, conta a futura designer,que pesquisou na internet para confirmar o ineditismo de sua proposta.Antes mesmo de saber o resultado do concurso, Karen passou a traba-lhar na área: foi contratada por uma empresa de revestimentos.

Ocupação

Rápidas

Entre as Etecs, Heliópolis é a primei-ra a ganhar um laboratório de idiomas:uma sala ambiente multimídia especial-mente destinada ao ensino de línguasestrangeiras. A fabricante de computa-dores Dell cedeu 40 micros para usodos docentes, a empresa Sanako doouo equipamento do laboratório. Nele,o aluno pode gravar a própria voz eouvi-la, e por sua vez o professor corrigeo educando caso necessário. A Epsonforneceu o projetor e a Smart Board,as lousas interativas. Recentemente,o portal educacional Clickideia venceuuma licitação para fornecer senhasaos estudantes e professores das Etecspara acessar seu conteúdo, voltado ao

Na ponta da língua

O governador José Serra acompanha aula de espanholna Etec de Heliópolis, ao lado do prefeito Gilberto Kassabe do secretário de Desenvolvimento, Geraldo Alckmin

Os tecnólogos formados pelas Fatecs, bem comoos futuros profissionais, podem comemorar. Além do

foco na formação e da alta empregabili-dade, os cursos superiores de Tecnolo-gia foram incluídos na ClassificaçãoBrasileira de Ocupações, do Ministériodo Trabalho. Agora, 81 categorias detecnólogos constam do sistema debusca em www.mtecbo.gov.br/cbosite.No site é possível conhecer o históricodessa classificação, que nasceu em1977 e foi aperfeiçoada em 2002.Também há informações sobre operfil da carreira, as competências,áreas de atividade e recursos detrabalho. “Isso valoriza o profissional e

informa o mercado”, comenta Vera Lúcia Camargo,da Coordenadoria de Ensino Superior do CentroPaula Souza. A Fatec Sorocaba participou daconsultoria para a descrição do curso de Tecnologiaem Mecânica – que está na família dos engenheirosmecânicos e inclui tecnólogos em Mecânica eProcessos de Produção. Da mesma forma, o tecnó-logo em Edificações é “irmão” do engenheiro civil.“Esse reconhecimento importante tem poucotempo, ocorreu no início de 2010”, relata Vera.

Um móvel,

Ensino Médio (e com conteú-do do Ensino Fundamental).Esse portal facilitará a pesquisae o reforço de conhecimentos.Para tirar o máximo proveitodesse material, 2 mil professo-res de Ensino Médio das Etecsserão capacitados ao longo de2010. Quanto ao laboratório deidiomas, também haverá umtreinamento do corpo docente,com a participação de equipestécnicas da Sanako e SmartBoard. “A instituição está inves-tindo em novas tecnologias,isso é ótimo, pois somos referência emEnsino Médio no Brasil”, afirma Rosana

Mariano, da Coordenadoria de EnsinoMédio (Cetec) do Centro Paula Souza.

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cinco utilidades classificada

Milton Michida

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Expansão nota 10

Matéria de Capa

educação profissional abre as portas para o emprego, o desenvolvimentosocioeconômico, a inovação técnico-científica e o aumento da produtivi-dade. O Brasil precisa caprichar nessa lição. Afinal, nos países desenvolvi-

dos o número de matrículas no Ensino Técnico representa mais de 30% do totalno Ensino Médio (37% na França, 38% na Espanha e 33% no Reino Unido). A médiabrasileira é de 7%, enquanto no Estado de São Paulo a proporção fica em 12%.

Pesquisa realizada entre 1995 e 2004 por Renato Pedrosa, do Institutode Matemática da Unicamp, revelou que cerca de 20% da população adultado Chile (entre 25 e 40 anos) estava matriculada em cursos tecnológicos,ante 8% no Brasil. Dos alunos graduados no País, 2% eram tecnólogos.O Chile contava com 23% e a Coréia, 37% – este país,referência em educação, multiplicou em 19 vezesos matriculados em cursos tecnológicosem apenas uma década.

“O governo paulista vislumbrou a necessida-de de formar profissionais qualificados para queo maior parque industrial do País se torne cadavez mais competitivo”, lembra Laura Laganá,diretora superintendente do Centro Paula Souza.As metas que o Governo de São Paulo estabe-leceu para o Centro Paula Souza no iníciode 2007 foram alcançadas.

Etec Paraisópolis fica ao lado de umCentro Educacional Unificado (CEU),

a zona sul de São Paulo

Aumentar 100 mil matrículas noEnsino Técnico. Duplicar as Fatecs,de 26 em 2006 para 52 em 2010.

Esse crescimento inédito na históriado Centro Paula Souza insere-se em

uma política pública que contribuipara multiplicar a oferta da

educação profissional gratuita e dequalidade no Estado de São Paulo

Matéria de Capa

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“Temíamos não atingiras metas, mas o grande desafiose reverteu em forte estímulo.Houve uma conjunção de esfor-ços das várias equipes e o resul-tado se mostra em númerossignificativos”, diz Laura Laganá.

Angelo Cortelazzo, coorde-nador de Ensino Superior doCentro Paula Souza, afirma queem 2010, as Fatecs oferecerãomais de 18 mil vagas. “Em gradua-ção, isto significa mais do queUSP e Unesp somadas”. Os jovenspodem escolher entre 47 cursossuperiores de tecnologia, distri-buídos em várias áreas do conhe-cimento – opções tão diferentes

como Alimentos, Silvicultura, Sistemas de Navegação e Análisede Sistemas e Tecnologia da Informação. Entre as novidades para2010 destacam-se os cursos de Gestão Comercial e ProduçãoFonográfica, o primeiro curso superior tecnológico no eixode Produção Cultural. Concebido em parceria com o Conser-vatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos”, de Tatuí,formará profissionais que dominam as tecnologias de gravação,as técnicas de mixagem, masterização e operação de som.

OS PASSOS DA MISSÃO

Como cumprir essa tarefa ambiciosa? Com planejamento,trabalho intenso e coordenação de toda a equipe de gestores,professores e servidores administrativos. Atingiram-se os resul-tados por meio de duas estratégias: otimização da capacidadeinstalada (recurso aplicado para o Ensino Técnico) e implantação

As Etecs cumpriram o objetivode ampliar 100 mil matrículas noEnsino Técnico até o final da expansão.No ensino superior tecnológico, serãoduplicadas as Fatecs, passando de 26em 2006 para 52 em 2010 (ver gráficos).Atualmente há 49 Fatecs em funciona-mento, e mais três previstas até o finalda Expansão: em Diadema, Taubatée na Capital (no bairro de Itaquera).

Etecs voltadas para a área agro-pecuária fortalecem economia

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Na área industrial, um dos cursos éMetalurgia, na Fatec Pindamonhangaba

Fatec Bauru (acima), que começouas atividades em 2008

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de novas unidades. Para a primeira, contataram-se as Etecspara verificar salas e laboratórios disponíveis. Além disso, par-cerias com prefeituras e secretarias de Estado foram essenciaispara ampliar o número de Etecs e Fatecs no território paulista.

Segundo a Assessoria Técnica da Superintendência doCentro Paula Souza, as adequações realizadas em imóveiscedidos pelas Secretarias Estaduais de Educação, Empregoe Relações do Trabalho, entre outras, representaramuma economia de R$ 280 milhões.

Coube ao Centro Paula Souza a aquisição de equi-pamentos e mobiliário para equiparas novas unidades, a contratação depessoal e o suporte técnico-pedagógico.

Matéria de Capa

• capacitação, especialmente aosprofessores recém-contratados;

• atualização curricular e ênfase noensino de idiomas. Incluem-se nestecaso os cursos de inglês e espanhola distância para alunos de Etecs eFatecs, oferecidos por meio doprograma Univesp. Os conteúdossão produzidos pela Casa ThomasJefferson (inglês) e pelo InstitutoMiguel de Cervantes (espanhol);

• material didático multimídia,desenvolvido em parceria com aFundação Padre Anchieta. Tambémos portais educativos representampapel importante no aperfeiçoa-mento continuado do ensino.

TÉCNICOS NAS ESCOLAS ESTADUAIS

Outra vertente do Plano deExpansão criou mais de 16 mil vagas noEnsino Técnico sem erguer uma parede.O segredo foi aproveitar a capacidadeinstalada nas escolas estaduais no pe-ríodo noturno. “O senso de oportunida-de se aliou à responsabilidade degoverno, utilizando um bem públicodisponível para oferecer mais vagas noEnsino Técnico”, afirma Almério Melquía-des de Araújo, coordenador de EnsinoMédio e Técnico do Centro Paula Souza.

A redução no número de alunosque cursam Ensino Médio à noitederiva de um fenômeno positivo:

UNIDADES EM 2010Local 1o sem

EE 93CEU 9

Total 102

VAGAS EM 2010Local 1o sem

EE 8.640CEU 660

Total 9.300

“O setor responsável pela aquisição setransformou para conseguir atender20 novas unidades por semestre”,exemplifica Aguinaldo Silva Garcez.“Desde o planejamento à especificaçãotécnica, passando pelo contato comfornecedores até chegar à licitaçãoe compra do material, o ritmo detrabalho é intenso e acelerado”.

Garcez relata que o cronograma detrabalho para o primeiro semestre de2010 inclui 18 novas Etecs, sendo 11 naCapital, e duas Fatecs (Osasco e Ipiranga).

ESTUDO MINUCIOSO

A decisão dos municípios a receberunidades passa por uma avaliação deta-lhada, com apreciação de uma dezena decritérios, entre os quais: população maiorde 40 mil habitantes (em caso de Etec)ou mais de 100 mil (para Fatec); númerode jovens de 18 a 24 anos com EnsinoMédio concluído; vocação econômicada região; disponibilidade de imóveladequado (por meio de construção,ou reforma). Priorizou-se o atendimentoà Região Metropolitana de São Paulo,especialmente bairros com alta densida-de demográfica e carentes de oportuni-dades de geração de emprego e renda.

Manter a qualidade na maior expan-são da história é um desafio. “Além deestarmos envolvidos com a implantaçãode novas unidades, laboratórios e cursos,as equipes pedagógicas precisam daratenção redo-brada ao desempenhoescolar”, aponta Laura Laganá. A super-intendente explica que para mantera excelência de ensino, o trabalho seorganiza em vários eixos, entre os quais:

Na capital, uma dasescolas estaduais comcursos técnicos à noite éa Ministro Costa Manso

Fotos: Gastão Guedes

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a defasagem idade-série vem diminuin-do. Tempos atrás era comum ver jovensde 20 ou mais anos iniciando o EnsinoMédio – e, por trabalharem, procuravamo período noturno. Hoje, cada vez maisestudantes de 15 anos estão na 1a sériedo Ensino Médio e procuram o períododiurno. Com as salas livres para o usodurante a noite, abriu-se o espaço paraimplantar o Ensino Técnico nas escolasestaduais, por meio da parceria firmadaentre o Centro Paula Souza e a SecretariaEstadual de Educação (SEE).

Os critérios que embasarama seleção das escolas estaduais foramtraçados em conjunto entre o PaulaSouza e a SEE. Além da demanda nobairro ou município, definiu-se queo Ensino Técnico não restringiria asatividades diurnas no Ensino Médio.Ou seja, os cursos técnicos nas

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Etec – Número de matrículas

escolas da SEE são oferecidos apenas noperíodo noturno. As opções disponíveis,como Técnico em Informática ou emAdministração, requerem apenas salasde aula e computadores (estrutura exis-tente numa escola estadual). Os jovensse beneficiam com essa oferta, que aten-de uma tendência de procura observadaao longo dos últimos Vestibulinhos.

Segundo Almério Melquíadesde Araújo, um exemplo bem sucedidono Eixo Tecnológico Gestão e Negóciosé o Técnico Jurídico, elaborado com oTribunal de Justiça. Começou com

uma turma e hoje se espalha emvárias classes descentralizadas.

A definição das habilitações foipartilhada entre diretores das Etecs edas escolas estaduais envolvidas. Essemesmo processo se deu na parceria coma Prefeitura de São Paulo, ao implantaros cursos técnicos noturnos nos CEUs(Centros Educacionais Unificados).O Centro Paula Souza investiu cerca deR$ 12 milhões para adequar 94 escolas,o que dá R$ 127 mil por escola. Implantaruma nova Etec ou Fatec custa em médiaR$ 6 milhões. “Não se trata simplesmente

de uma questão de economia.Com essa iniciativa

fazemos com que osjovens da rede públicade Ensino Médio seaproximem do ambien-

te de profissionali-zação oferecidopelo CentroPaula Souza”, frisa

Laura Laganá.

* os dados incluem ensinos Médio e Técnico nas Etecs eclasses descentralizadas, com escolas estaduais e CEUs – ** estimativa

1o sem.2007

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Fatec – Número de matrículas

** estimativa

1o sem.2007

1o sem.2008

1o sem.2009

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1o sem.2008

1o sem.2009

1o sem.2010

49 Fatecs emjaneiro 2010

26 Fatecs emdezembro 2006

Unidades nas RegiõesAdministrativas

126 Etecs emdezembro 2006

179 Etecs emjaneiro 2010

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Perigo

Oportunidade

Técnicos

Sinônimo deSabe-se que o ideogramade “crise” compõe-se deduas partes: perigo eoportunidade. Profissionaisqualificados pelas Etecs

lém de garantirem espaçono mercado, os técnicos estãoganhando mais, como indica o

último relatório do Sistema de Acompa-nhamento Institucional de Egressos(Saie) do Centro Paula Souza, divulgadoem dezembro de 2009. Participaram dapesquisa ex-alunos formados pelas Etecsem 2007. O objetivo do Saie é conhecera situação profissional dos técnicos umano depois da conclusão do curso.

Na pesquisa anterior, realizadaentre fevereiro e setembro de 2008,os ex-alunos tinham remuneraçãomédia de 1,8 salário mínimo. Agora,esse número é de 2,2 salários mínimos,uma elevação de 22%. Isso significaum incremento real nos salários, poisquando a pesquisa foi realizada – entrefevereiro e setembro de 2009 – a inflaçãoacumulada ficou na casa dos 4%.

Este período engloba a fase agudada crise internacional, iniciada com aquebra do banco de investimentosLehman Brothers, sediado em Nova York.O economista Arthur da Silva Filho,mestre pela Universidade de São Paulo(USP) e professor da Fatec Indaiatuba,afirma: “Desde agosto de 2008 o mundopassou a conviver com o fantasma darecessão. Sofremos os efeitos no Brasilaté o final do ano passado”.

Mesmo assim, a empregabilidadeentre formados pelas Etecs, 73,7%,continua na faixa das pesquisas ante-riores. O Saie demonstra ainda que87,7% têm vínculo formal de trabalho.“Os números evidenciam a importânciada educação profissional promovidapelo Paula Souza no desenvolvimento

socio-econômico do País. Mesmono cenário de crise internacional,nossos técnicos conseguirammanter os índices de emprega-bilidade e ainda apresentaramum considerável aumento deremuneração”, declara CésarSilva, vice-superintendenteda instituição.

Roberta Froncillo,responsável pela pesquisa,observa que o aumento daprocura por profissionaisqualificados em períodosde crise é natural e jáocorreu anteriormente.“Quanto ao índice deempregabilidade, o queimporta é manter oíndice ao redor de 75%,de maneira que três emcada quatro técnicosestejam empregados um anoapós a formatura”, diz Roberta.

O professor de Teorias e PráticasCambiais da Fatec Indaiatuba analisao fenômeno: “É no momento de crise,em que as equipes precisam ser maisenxutas, que aumenta a demanda porprofissionais qualificados. Por outrolado, existe investimento na capacita-ção do trabalhador dentro da fábrica,o que aponta um aceno para umaremuneração melhor”.

ONDE ESTÁ O EMPREGO

Pela ordem, os cursos técnicoscom maiores índices de empregabilida-de, em todo o Estado de São Paulo, são:

Eletrotécnica (88,8%), Segurançado Trabalho (87,4%), Mecânica(83,3%), Enfermagem (82,4%)e Edificações (82,1%). Habili-

tações da área de gestão, comoLogística (78,6%) e Secreta-

riado (76,9%), tambémconstam entre as dezque mais empregam.

A

oportunidadetiveram a chance de receber mais no contracheque, em plena turbulência financeira internacional.

Eis o que revela recente pesquisa do Centro Paula Souza

“De um modo geralessas habilitações mantêm

suas taxas de empregabili-dade e salariais, até porquehá uma regulamentação

profissional que determi-na o salário-base”,explica Roberta

Froncillo. “Houve umaumento de 6% na empre-gabilidade dos profissio-nais de enfermagem emrelação à pesquisa de2008, passando de 76,3%para 82,4%”, completa.

Dentre os setores que mais contratamtécnicos das Etecs, a indústria ocupa oprimeiro lugar, com 24,7%. Em seguidavêm serviços (18,8%), comércio (13,9%),saúde (10%), informática (7,8%), edu-cação (5,9%), construção civil (5%)e agropecuária (3,8%).

O grau de satisfação é alto:82,9% dos formados declararam queo curso atendeu às expectativas. “Osindicadores demonstram que estamosno caminho certo, respondendo aosanseios dos diversos setores produtivose, principalmente, dos jovens quebuscam um futuro melhor”, concluia responsável pela pesquisa.

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Pesquisa Fácil

O que pensamos alunos Projeto da Coordenadoria de Ensino Médio

e Técnico (Cetec) investiga como estudantesveem o espaço escolar. Na capital, a experiência piloto incluiu 2 mil alunos. Um software, criado por

professores do Centro Paula Souza, agilizou os trabalhos e poderá servir para novas enquetes

s jovens da geração digitaltêm prazer com a tecnologiae buscam na escola, além de

conhecimento, amizades. Esses dadosresultam de uma enquete, realizadapela Coordenadoria de Ensino Médio eTécnico (Cetec) com 2 mil alunos de Etecsem Pinheiros, na capital. “Se por um ladodetectamos pouca circulação na cidadee baixa frequência espontânea a biblio-tecas e museus, por outro notamos queos jovens querem ampliar seu repertóriocultural”, observa Judith Terreiro, respon-sável pelo projeto na Cetec.

Antes de começar a pesquisa comos alunos, Judith entrevistou 21 pessoas,entre elas a coordenadora estadual deProgramas para a Juventude, MarianaMontoro Jens. Também foram ouvidoscoordenadores e professores do CentroPaula Souza e diretores de duas escolasestaduais. Essas entrevistas mostraramque a escola deve promover, produzire divulgar a cultura. “É importante arti-cular, no espaço das escolas, educação,cultura, trabalho, ciência, tecnologia,esporte e lazer. Assim, naturalmentese eleva a qualidade do ensino”, afirmaa responsável pelo projeto.

A VOZ DOS ESTUDANTES

Ao ouvir os gestores de Educação,Judith concluiu que era importantesaber a opinião dos jovens sobre oespaço escolar. Começou selecionandouma pequena amostra, no bairro pau-listano de Pinheiros, rico em opçõesde cultura e lazer. Portanto, o universoincluiu jovens da Etec Guaracy Silveira,

além de suas extensões na Vila Madale-na e nas Escolas Estaduais Carlos Maxi-miliano e Alves Cruz. “Para desenvolveros trabalhos foi fundamental a cola-boração da diretora, Sônia Espíndola,e do coordenador da extensão VilaMadalena, Mauro Zuffo”, ressalta.

A pesquisa investigou como aescola é vista pelos alunos, inclusivenos aspectos relacionados à produçãode arte e cultura. “O bom profissional,em qualquer área, precisa ampliar

um software para facilitar a realizaçãoda enquete. Chamado Pesquisa Fácil,possibilitou aos discentes optarem peloanonimato e responderem por internet.O entusiasmo com o resultado foi tãogrande que o software, elaborado como apoio de alunos, foi apresentado na3a Feira Tecnológica do Centro PaulaSouza, em outubro de 2009.

Ao longo do primeiro semestre de2010, o programa será aprimorado pelosprofessores da extensão Vila Madalena,

seu repertório cultural. Não adiantaapenas se profissionalizar, para garantiro emprego e a ascensão social é impor-tante ter bom nível cultural”, defende.

PESQUISA NA REDE

Em um primeiro momento, o ques-tionário seria feito diretamente comos jovens. Quando Judith apresentou oprojeto ao corpo docente, os professoresde Informática para Web na Vila Madale-na se empolgaram tanto que criaram

para expandir o universo dessa primeirapesquisa e incluir mudanças no questio-nário. No segundo semestre está previs-ta uma videoconferência com diretorese coordenadores pedagógicos de Etecsem todo o Estado para que divulguema pesquisa junto aos estudantes, quedeverão responder a uma nova enquetedurante o segundo semestre. Até o finalde 2010 planeja-se a divulgação dosnovos resultados. “Com o desenvolvi-mento do software, será possívelinvestigar qualquer tema”, diz Judith.

Entre os 2 mil pesquisados nas Etecs, 84% acessam diariamente a internet

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é precisoEm Botucatu, Fatece Unesp somamconhecimentos

Diagnosticar

Artigo – Roberto Antonio Colenci

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exemplo do Centro PaulaSouza, que firma convênioscom prefeituras, Secretarias de

Estado, sindicatos, associações de classee empresas para aprimorar constante-mente a oferta de cursos profissionaisgratuitos no Estado de São Paulo, aFatec de Botucatu vem concretizandovárias parcerias com outras instituiçõespúblicas de Ensino Superior e empresas.Com essa prática do “ganha-ganha”,todos os participantes saem beneficia-dos e o grande vitorioso é o aluno,futuro profissional de sucesso.

Uma das ações bem sucedidasnesse sentido ocorreu com a Universi-dade Estadual Paulista Júlio de Mesqui-ta Filho (Unesp), por meio das seguintesunidades de ensino, localizadas nodistrito de Rubião Júnior: Instituto deBiociências (IBB) e Faculdade deMedicina de Botucatu (FMB).

Graças a um trabalho de equipemultidiscliplinar, foi criado no início de2009 o curso superior de Tecnologia emRadiologia, que nasceu com a relaçãode 7,98 candidatos/vaga e, em seuterceiro vestibular, realizado no primei-ro semestre de 2010, continua entre osmais concorridos da Fatec de Botucatu.

Criado de modo a atender acrescente demanda do mercado detrabalho, o curso prepara profissionaispara lidarem com equipamentosdiagnósticos de última geração.Multidiscliplinar, o currículo contoucom a participação de renomadospesquisadores das áreas de Radiologia,Urologia, Medicina Vascular, Ortopedia,Medicina Nuclear, Ultrassom, Resso-

nância Magnética, Tomografia Compu-tadorizada e Neurologia.

Para definir a estrutura curricular,os mais destacados profissionais daFMB nas especialidades mencionadasreuniram-se com os professores daFatec de Botucatu e os docentesresponsáveis pelas disciplinas de físicae proteção radiológica do departamen-to de Física Médica do IBB. Em conjun-to, as equipes da Unesp e da Fatecelaboraram um currículo que vemao encontro das necessidades destenovo mercado de trabalho.

O acordo firmado entre as faculdadesda Unesp de Botucatu e a Fatec prevêque o curso, pioneiro na região na áreade tecnologia voltada à saúde, tenha aduração de três anos e ofereça semestral-mente quarenta vagas para os estudan-tes interessados nessa carreira.

A parte teórica tem aulas minis-tradas no campus da Fatec Botucatu,situado no Jardim Aeroporto (zona norteda cidade) enquanto as disciplinaspráticas e estágios ocorrem nas depen-dências da FMB e do Hospital dasClínicas (no distrito de Rubião Júnior).

Uma característica desse curso superior é preparar o futuro tecnólogoem Radiologia para que possa atuar contribuindo com conhecimentosnas áreas de administração hospitalar e gestão de pessoas

Uma característica desse cursode graduação é preparar o futurotecnólogo em Radiologia para quepossa atuar como gestor de serviçosradiológicos e trabalhar em equipesclínicas, contribuindo com conheci-mentos nas áreas de administraçãohospitalar e gestão de pessoas.

Responsáveis pela coordenaçãodo projeto, a mestre Vivian ToledoSantos Gambarato (Fatec Botucatu),que desenvolve pesquisa em Radiologia,e o doutor Paulo Roberto de AlmeidaSilvares (Unesp) reúnem-se mensalmen-te para verificar a necessidade de ajustesno conteúdo pedagógico e alinhar operfil profissional às exigências domercado de trabalho.

Apara criar o curso superior de tecnologia em Radiologia. A evolução da medicina

diagnóstica exige profissionais aptos a lidar com equipamentos cada vez mais sofisticados

O curso atrai devido aos horizontesprofissionais vislumbrados nessa área,não só em Botucatu e região, mas emtodo o país. É importante destacar oapoio recebido da Reitoria da Unesp eda Superintendência do Centro PaulaSouza, que dispensaram todos osesforços para abrir a oferta de 40 vagassemestrais de Tecnolo-gia em Radiologia naFatec Botucatu.

Roberto AntonioColenci é doutor em

Agronomia pelaUnesp de Botucatu e

diretor da FatecBotucatu

Ilker

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Itineráriosda formação

Entrevista – Clara Magalhães

Formação inicial e educação continuada do Centro Paula Souzadevolve a quem mais precisa a capacidade de gerar frutos pelo trabalho

lara Maria Magalhães é adminis-tradora de empresas, começousua carreira na iniciativa privada

e migrou para a Rede Estadual de Educa-ção, como docente na área profissiona-lizante. Foi professora e coordenadoradas Etecs Martin Luther King e AprígioGonzaga (ambas na zona leste da capitalpaulista). Tomou gosto pelo trabalhosocial ao implantar com sua equipeda Prefeitura de Ribeirão Preto o projetode pedagogia de rua, entre 1992 e 1998.“Durante a gestão do superintendenteMarcos Monteiro (1996-2004) recebium convite da professora Laura Laganá,então chefe de gabinete, para ingres-sar na Unidade de Formação Inicial eEducação Continuada. Foi uma honrapara mim”, lembra Clara. Ao longo deuma década se envolve profundamentecom os programas de qualificação,voltados à população vulnerável noEstado de São Paulo: de jovens internosda Fundação Casa a trabalhadoresdesempregados que, de ponta a pontado Estado, buscam uma qualificaçãopara se reposicionar.

Como começou a parceria para qualifi-car os internos da Fundação Casa?

O Centro Paula Souza foi chamadoem 2006 para desenvolver um projetopedagógico em educação profissionalpara jovens em cumprimento de medidasocioeducativa de internação. Com arenovação contínua do convênio, apri-moramos os itinerários formativos, ouseja, os caminhos possíveis para ampliaro conhecimento e a profissionalização.Por exemplo, dentro da área de

alimentação é possível cursar panifica-ção e confeitaria; em construção civil,há opções como pedreiro. A cada novocurso, as adaptações em cada unidadesão feitas de acordo com as demandasde mercado, a vocação dos jovensinternos e a identificação das equipestécnicas da Fundação Casa e do CentroPaula Souza, que trabalham em sinergia.

Como vai o Programa Estadualde Qualificação?

Em 2008, o Centro Paula Souza co-meçou a desenvolver o PEQ, programada Secretaria do Emprego e Relações doTrabalho (Sert). Eram 35 cidades paulis-tas; hoje atendemos 140. Funciona assim:o candidato, desempregado e com idadeentre 29 e 60 anos, se inscreve no site doEmprega São Paulo. Se buscar a qualifica-ção, suas informações seguem para umbanco de dados, e a Sert passa o númerode interessados para o Centro PaulaSouza. Caso o desempregado não tenhanenhum benefício previdenciário ouseguro-desemprego, pode receber umaajuda de custo oferecida pela Sert.

Em quanto tempo é possível obterum certificado e buscar emprego?

Os cursos duram em média doismeses e meio. Muitas vezes, antes daconclusão os trabalhadores já retorna-ram ao mercado de trabalho. Além defortalecer a empregabilidade – ou seja,a possibilidade de conseguir trabalho –os programas despertam a “laborabili-dade”. Digo assim para ressaltar que,utilizando os conhecimentos adquiri-dos na capacitação, é possível empre-ender e gerar recursos para o sustento.Por exemplo, o curso de panificaçãoartesanal permite tanto o empregoformal numa padaria quanto a produ-ção e venda de alimentos para acomunidade.

No setor sucroalcooleiro, o PEQevitou centenas de demissões...

Todo fim de safra gera desempregosazonal. Aí entra a qualificação do CentroPaula Souza, preparando o público paraa mecanização da indústria da cana.É um projeto pioneiro e preventivo,que mantém a população empregadano campo. Os cortadores de canaaprendem a cuidar da manutenção deplantadeiras e colheitadeiras. As mulhe-res podem deixar o canavial e aprender,por exemplo, o serviço em uma cozinhaindustrial. Assim evitamos 336 demis-sões em 2009. Neste ano, 120 funcioná-rios das usinas Ruette e Virgolino deOliveira receberão treinamento paraMotorista de Veículos Especiais, Produ-ção de Açúcar e Álcool e Tratorista nascidades de Catanduva e Itapira.

Com prefeituras, quais as parceriasem qualificação profissional?

Em Osasco há dois programaspara capacitar os setores produtivosque mais crescem regionalmente,caso de construção civil e hotelariade negócios. Em Guararema, a muni-cipalidade bancou cursos na área dealimentação e gestão e serviços.As parcerias para a qualificação profis-sional são realizadas, em grande parte,com o apoio da Fundação de Apoioà Tecnologia (FAT).

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Arranjos Produtivos

Empregoengrenado

uando optou em estudarMecânica – Modalidade Projetosna Fatec Sorocaba, Rafael Bazzo

encurtou o caminho para o mercado detrabalho. Aos 21 anos, Bazzo está entre os1,2 mil alunos da unidade que encontra-ram boas perspectivas. Inicialmente nãoconhecia o curso, mas as boas referên-cias da instituição atraíram o rapaz, queestagia na Fatec. Depois de formado,Bazzo pretende manter-se na região eaplicar ali os conhecimentos adquiridos.

“Antes de ingressar na Fatec, desco-nhecia a força do setor de mecânica, masagora me sinto preparado e me impres-siono com a quantidade de gente que,como eu, faz estágio ou tem empregogarantido. Por isso, não quero e nãopreciso sair de Sorocaba. Acho que essaprocura por nós resulta de uma série defatores, entre eles os bons professoresatuantes em grandes empresas”, comen-ta o estudante. Tamanha confiançajustifica-se pelas perspectivas positivasna região. De acordo com o diretor daFatec Sorocaba, Antônio Carlos deOliveira, há perspectiva de criação demilhares de novos empregos até 2011,graças ao polo industrial local.

A unidade, a mais antiga do CentroPaula Souza, tem o primeiro curso deMecânica, criado em 1971, seguindoa vocação do município para o setor.Apelidada de “Manchester Paulista”,Sorocaba provocou a chegada da Fatecainda em 1969, quando foi erguido odistrito industrial na cidade, à épocafocado no setor têxtil. Três décadasdepois, o perfil econômico mudoupara metal-mecânico e novosdesafios entraram na pauta.

Os cursos superiores de Tecnologia em Mecânicaconsolidam-se como caminhos para o sucesso profissional.

a última pesquisarealizada pela AAI,destaca-se entre os dezcursos que propiciam aostecnólogos melhor remunera-ção. Em média, tecnólogos emMecânica de Precisão e Processos deProdução recebem seis salários mínimosmensais. Os formados na modalidadeProjetos recebem 6,8 salários mínimos.

O diretor da Fatec Mogi Mirim, AndréGiraldi, explica que o curso é procuradopor estar perto do polo tecnológico deCampinas, que requer profissionais emmetalurgia, automação e mecânica.Giraldi ressalta que a Fatec Mogi Mirimrecebe muitos profissionais da área, quebuscam aperfeiçoamento. Os alunos vêm,em sua maioria, de cidades vizinhas. Entreas metas deste ano está o investimentoem iniciação científico-tecnológica.

Com o Plano deExpansão promovidopelo Governo doEstado (saiba mais nareportagem de capa,que começa na pág.4),a Fatec espera ampliarainda mais o númerode alunos neste ano.

OPORTUNIDADESEM VÁRIAS REGIÕES

O curso de Mecânica emprega cercade 90% dos tecnólogos do Centro PaulaSouza. Nas três unidades que oferecemo curso superior de tecnologia – MogiMirim, São Paulo e Sorocaba – a médiade egressos trabalhando um ano apósa conclusão do curso é de 97,3% namodalidade Processos de Produção ede 93% em Projetos, de acordo com aAssessoria de Avaliação Institucional(AAI). Muitos desses tecnólogos ocupamcargos de liderança em empresas demédio e grande porte. “Não há precon-ceito contra os tecnólogos. Especial-mente na Mecânica”, aponta Oliveira.

O empresário Walmir Fogliene rati-fica essa percepção. Segundo Fogliene,a unidade (que já formou mais de cincomil tecnólogos) consolidou Sorocabacomo celeiro de bons profissionais.“A Fatec dispõe de uma estruturaexcelente. Por isso, hoje os 1,8 milempresários locais fazem questão decontratar tecnólogos”, defende.

Oportunidades semelhantes paraos profissionais da Mecânica surgem naFatec Mogi Mirim, que oferece o cursode Mecânica de Precisão. De acordo com

São oferecidos em três Fatecs: Sorocaba, Mogi Mirim e São Paulo

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“Quem entra na Fatec procuraboa formação acadêmica, garantia deemprego, complementação nos estudosou ainda progressão na carreira”, comen-ta Giraldi. O diretor acrescenta: “Quere-mos produzir na unidade conhecimentode qualidade, com um grupo depesquisadores de ponta”.