Revista Eles & Elas - Outubro 2011
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Transcript of Revista Eles & Elas - Outubro 2011
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1
With English Text
2.50 (Cont.)Living and LifeStyLe
Vaidades & Verdades
Bárbara Norton de Matos
Uma mulher de desafios
Enlace aos 87 anos
Tourada Eles & Elas
Festas
Beleza
Arte
Casamentos
Alta Costura
Desporto& Cavalos, Barcos e Golfe
www.eles&elas.com.pt
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3Eles & Elas
A CAPA
Eles & Elas — Desde 1982
DIRECTOR
Maria da Luz de Bragança
PRODuçãO
César Soares
EDITOR PROPRIETÁRIO
Gabinete 1
Imprensa, Promoção,
Relações Públicas, Lda
Editor nº 211 326
DIRECçãO, REDACçãO, ADmInIsTRAçãO,
PRODuçãO
Rua Ramalho Ortigão, 43 A
1070-228 Lisboa
Tel.: 21 322 46 60 a 76 Fax: 21 322 46 79
PublICIDADE
E-mail:[email protected]
Tel.: 21 322 46 60
GRAfIsmO, PRODuçãO,
fOTOCOmPOsIçãO
sElECçãO DE COR E mOnTAGEm
Gabinete 1
E-mail:[email protected]
www.gabinete1.pt
ImPREssãO
Madeira & Madeira, Artes Gráficas, S.A.
DIsTRIbuIçãO
Logista
Alcochete
Telefone: 21 926 78 00
Fax: 21 926 78 45
TIRAGEm mÉDIA
60.000 exemplares
ISSN 0870-8932
Depósito Legal Nº 11035/86 - Publicação
registada na Direcção Geral da Comunicação
Social com o nº 109 161
Associação de Imprensade Inspiração Cristã
Nº268
2011
A sempre elegante Barbara Norton de Matos a viver um
momento alto da sua vida, revela em conversa com a
Eles & Elas como tem defendido a sua vida pessoal e o
que deseja para a sua carreira.
&
46moda Dior
56America's
Cup
26fernando
Pereira
40Isaboo
52festa brava
14Duquesa
de Alba
16Vitoria
da suécia
18Casamento
no mónaco
22Olimpo dos
Grimaldi
32Amy
Winehouse60
Hipismo
10Casamento
Zara Philips
3. Carta ao leitor.4. sumário.5. A Capa – Bárbara Norton de Matos.
10. Casamento Zara Philips – a neta
preferida de Isabel II de Inglaterra.
14. Duquesa de Alba – uma das mais ricas
mulheres de Espanha.
16. Victoria da suécia – Anunciou a
chegada do seu primeiro filho.
18. Casamento no mónaco – Charlene Wit-
tstock casou com Alberto II do Mónaco.
22. O Olimpo dos Grimaldi – Principado
do Mónaco.
26. fernando Pereira – O multifacetado
artista fala dos 30 anos de carreira.
30. Carlos do Carmo – interpretou Frank
Sinatra.
32. Amy Winehouse – o inesperado adeus
a uma das mais belas vozes do soul.
34. World monument’s fund – visita
Portugal para conhecer monumentos
portugueses.
36. finishing schools – As escolas de luxo
38. filipa Rebelo de Andrade – o rosto
português por trás do sucesso da
leiloeira Bonham’s em Portugal.
40. Isabo – uma estilista parisiense de
gema, amante do vintage e do burlesco.
46. moda Dior Outono-Inverno52. festa brava – A Corrida de Verão
Eles & Elas.
56. America’s Cup – Primeira Etapa em
Cascais.
60. Hipismo – 6º Grande Prémio de
Portugal.
66. Taça Portugal solidário – contou com
o patrocínio do Presidente Cavaco Silva.
70. festa do Ye-Ye – A mais chique e
tradicional das festas algarvias.
74. miss universo Portugal 76. Gala em marbella – O requinte das
festas de Verão.
78. Crónica de marta Aragão Pinto82. Crédito Agrícola. Inaugura exposição
"Um século em retrospectiva".
86. Crónica de batata Cerqueira Gomes88. Cinema – As Serviçais.
90. milu ferreira – Uma das responsáveis
pelo negócio das artes em Portugal.
95. sedas & Chitas.
96. Traduções.98. Horóscopo.
3Edito
Editor
Para todos, desde os grandes empresários
aos mais pequenos, manter-se em cima
é quase tão difícil, ou mais, do que subir a
escada. Maria de Bragança
4 0
5ELES & ELAS
Bárbara Norton de Matos por Maria Dulce Varela fotos Sérgio Matos
Uma mulher de desafios
Enche o ecrã das nossas televisões com aquele ar de menina, serena e delicada.
Falamos de Bárbara Norton de Matos, actriz, modelo e escritora. Tem 32 anos,
feitos em Julho, e é mãe da pequena Luz, já com 5 anos de idade. ➤
Capa
6
➤ Filha de Luís Norton de Matos, com que tem uma
ligação profunda, recorda a sua infância com carinho,
defende a sua privacidade a todo o custo, dá grande
importância aos valores que lhe foram incutidos des-
de criança e que, agora, transmite à filha. Elegante
q.b., gere bem a sua ligação com os media, que,
curiosamente, não a expõem demasiado.
O seu primeiro livro, que contou com a presença-
surpresa do pai na apresentação, é uma espécie de
catarse, talvez mesmo uma quase autobiografia.
lembro-me de a ouvir declarar que, desde meni-
na, se via a apresentar o telejornal. não foi bem
esse o caminho que seguiu, ainda que a televisão
faça parte integrante da sua vida, sem esquecer,
naturalmente, o teatro, o cinema, pontualmente a
moda e, mais recentemente, a escrita. Tudo isto
me leva a perguntar se se sente realizada profis-
sionalmente?
Profissionalmente, não me sinto a 100% realizada.
Ainda sou muito nova, tenho muito que aprender.
Acho, que na minha vida, tudo tem corrido natural-
mente, no timing certo. Tenho tido muita sorte nos
papéis que me têm sido oferecidos, tanto na televisão
como no teatro. No cinema foi muito pontual, mas
cada coisa a seu tempo. A escrita foi um desafio, que
já estou a continuar...
As câmaras continuam a assustá-la, apesar da
experiência que tem? Ou o “nervoso miudinho”
está sempre presente em cada nova experiência?
É sempre igual. Cada trabalho que eu faço, é como
se fosse a primeira vez. À medida que o tempo vai
passando, maior a responsabilidade que eu sinto,
maior o desafio e o desejo de corresponder, da
melhor maneira, em quem confia em mim e no meu
trabalho
Qual é o balanço que faz do seu último trabalho
na televisão?
“Sedução” não foi o trabalho que eu mais gostei, mas
também por isso foi um desafio. A personagem e o
seu desenvolvimento não me agradou, mas tentei dar
o meu melhor. Costumo “apaixonar-me” pelas perso-
nagens que interpreto e não foi este, sinceramente, o
caso.
mas, confesse lá, o centro da sua vida é, sem
sombra de dúvida, a sua filha, a pequena luz,
agora já com 5 anos. se eu disser que ela é a sua
prioridade, a”luz da sua vida”, estou errada?
Tem razão, é mesmo a “luz da minha vida” e a quem
quero proteger. A exposição pública é uma coisa
que me assusta em relação à minha filha. A mim,
essa exposição não me incomoda pessoalmente,
porque estou muito resolvida comigo própria. O meu
problema é a minha filha ser exposta a determinados
comentários e situações que não entende e com as
quais dificilmente pode lidar.
Criar uma filha, de algum modo, sozinha, é dificil
para si, ainda que mantenha uma boa relação
com o pai da sua filha, Gonçalo Pina e melo? ➤
Bárbara Norton de Matos
7ELES & ELAS
➤ Agora é mais fácil, mas, de início, foi muito difícil ser
mãe solteira, com uma criança que tinha apenas 3
meses. Criar uma criança é um trabalho de equipa e,
neste caso, não foi.
Hoje em dia, em que os valores que lhe trans-
mitiram em pequena estão em crise, a cair em
desuso, como encara a educação? É uma mãe
absorvente ou deixa crescer a sua filha com algu-
ma liberdade (sem ser permissiva), ainda que lhe
aponte caminhos a seguir...
O que eu tenho sentido é que a crise, no nosso País,
não é só económica. Acho mesmo que há uma crise
de valores. Honestidade, coerência, generosidade,
foram valores muito firmes que a minha família me
incutiu, para que eu fosse feliz. Que a minha felicida-
de não passasse por prejudicar os outros. Acredito
muito que, quando se consegue ajudar alguém, a vida
retribui-nos tudo de bom. Tento muito passar este ➤
8
➤ sentimento à minha filha, porque é fundamental.
Esta conversa sobre valores familiares, leva-nos à
sua relação com o seu pai, luís norton de matos,
há mais de dois anos a trabalhar no senegal. E
que lhe fez a surpresa de estar presente no lança-
mento do seu primeiro livro “Escrito nas Estre-
las”. Custa-lhe a suportar a sua ausência? Como
lida com ela?
Desde pequena que me custa suportar a ausência do
meu pai. Temos uma relação muito forte, mesmo que
ele esteja no outro lado do mundo. É um grande pilar
na minha vida e sinto-o sempre por perto.
E a sua filha, como é a relação da menina com o
avô?
É uma relação muito gira. O meu pai está comple-
tamente babado, como todos os avós. Ela adora-o,
puxa imenso por ele. Vejo, às vezes, o meu pai fazer
cambalhotas no chão com a Luz e acho a maior das
graças. Faço questão de cultivar muito essa relação.
A sua infância marcou-a de que maneira? O que
guarda no seu coração, no que toca a recorda-
ções?
Tanta coisa! Guardo, na memória, a minha quinta,
em Ponte de Lima (da parte paterna), brincar muito
na rua, ter uma liberdade que as crianças de hoje não
podem ter (por diversas razões, nem sempre as mais
agradáveis), o contacto com a natureza, que é tão
importante.
Podíamos falar aqui da sua ascendência, da li-
nhagem nobre, de política, de amor, etc... Até que
ponto isto é importante para si?
Há muitas conversas, a nível familiar, da responsabi-
lidade que eu tenho em função do meu nome. É uma
coisa intrínseca, uma responsabilidade e um respeito
que eu tenho de ter pelo meu nome e pelo que os
meus familiares fizeram, por exemplo, a nível políti-
co, como foi o caso do general Norton de Matos e o
marquês de Tomar. Enfim, mas é algo que faz parte
da minha natureza, do meu crescimento natural. Pode
dizer-se que aceito com naturalidade e orgulho!
mudando de tema – fale-nos da sua experiência
como escritora e como lhe surgiu a ideia de escre-
ver um livro, tarefa árdua durante nove meses, ao
mesmo tempo que tratava da sua pequena luz...
Acredite que nem calculava no que me ia meter. Ao
contrário do que se possa pensar, sou extremamente
tímida e, desde menina, era através da escrita que eu
me expressava. A Catarina Stilwell, uma grande ami-
ga, que estava a trabalhar na altura na Leya, lembrou-
se de me desafiar a pôr os meus diários em letra de
forma. A questão dos diários foi, desde logo, posta de
parte, mas acabei por aceitar escrever um romance,
usando, naturalmente, coisas da minha infância. Tive
a colaborar comigo a Raquel Palermo e, agora a con-
tinuar a escrever, vou manter a mesma equipa.
O seu livro foi uma espécie de catarse, um ex-
pressar de emoções, de gostos, de esperanças,
com um toque autobiográfico?
Foi, sem dúvida nenhuma. Depois do livro, não
preciso de psicólogo. Foi uma experiência muito mais
enriquecedora do que eu poderia ter pensado. E cor-
reu muito bem a nível de vendas. Já vai na segunda
edição, algo que eu não esperava mesmo.
Já disse que gostaria de ter mais filhos. E o casa-
mento, é ainda um sonho por realizar?
Eu sinto-me muito realizada como mãe, com a minha
filha Luz. Mais filhos, só mais pensado e se fizer
sentido. O casamento é ainda mesmo um sonho que
quero realizar, ao menos uma vez na vida.
E falemos de moda. É algo que lhe agrada em
especial? É uma mulher que dá importância à sua
aparência? Vemo-la, ora chique, ora descontraída,
consoante as ocasiões. Tem preferência por mar-
cas ou escolhe, simplesmente, o que acha que lhe
fica bem?
Eu visto-me muito de acordo com o meu estado
de espírito a cada dia que passa. Não ligo nada a
marcas e, para mim, é uma dor de cabeça pensar no
que vou vestir para uma festa ou uma apresentação...
Eu gosto de vestir como me apetece, como me sinta
bem. Sei que, às vezes, devia dar mais atenção à mi-
nha aparência, mas francamente não ligo muito. Faz
parte da minha essência ser assim. Não gosto, nem
quero ser escrava da imagem. Quero ser mulher, o
mais real possível, quero ser sempre assim.
se eu lhe pedisse que me descrevesse quem é a
bárbara norton de matos, como o faria?
Sensível, muito, lutadora, tímida, saudosista, conser-
vadora (ainda que não tanto quanto minha família
gostaria que eu fosse), impaciente, activa e sinto que
tenho imenso amor para dar.
A bárbara tem o curso de Comunicação Empre-
sarial do IsCEm mas, tanto quanto sei, nunca
seguiu essa via profissional. Por alguma razão em
especial?
Nunca segui esta via profissional, mas ao longo da
minha vida (recordo que tive um restaurante), tive
oportunidade de aplicar muitas coisas que aprendi ➤
Bárbara Norton de Matos
9ELES & ELAS
➤ no curso. Eu acabei a Faculdade, a família ficou
satisfeita... e depois segui aquilo que o meu coração
mandava – ser actriz.
lembro-me que foi apresentada à sociedade, na
festa do 20º aniversário da nossa Revista. Teve,
para si, algum significado especial, para além da
festa em si?
Teve, sem dúvida, um significado especial. Senti-me
uma princesa, passei de menina a mulher nesse dia.
E tenho pena que esses eventos não tenham criado
raiz no nosso País.
Apesar do seu ar discreto, algo tímido até, a bár-
bara gosta de se rodear de amigos e familiares.
Acha que é difícil para eles estar junto de alguém
que está sempre na mira dos media?
É verdade, ainda que não tenha muitos amigos, mas
os que tenho são bons, e um grande pilar na minha
vida, que é a minha família. Gosto muito de estar no
meu ninho. Mas, sim, é difícil para eles estar junto de
alguém que, por vezes, é tão magoado pelos media.
Isso é o que me preocupa mais, é que eles sejam
afectados com a minha exposição pública.
Projectos profissionais para o futuro? Pode
desvendar-nos alguns?
Vou acabar um novo romance até ao final do ano e,
em princípio, devo começar a gravar em Janeiro a
nova novela do Tó Zé Martinho, cujo nome ainda não
sei... Mas sendo criada por ele, eu confio que será
mais sucesso da TVI.
A terminar, quer deixar aqui uma mensagens aos
leitores da Revista Eles & Elas?
Para já, que a preservem bem, sendo a 1ª revista
social que apareceu, há 30 anos, no nosso mercado.
Que a acarinhem e apoiem, para que ela possa con-
tinuar em frente, vencendo dificuldades e desafios.
Na verdade, é a única revista verdadeiramente social
que temos em Portugal. E, já agora, uma palavra de
carinho para a Maria da Luz de Bragança, que tanto
tem lutado pelo sucesso e sobrevivência da revista
Eles & Elas. ■
10
Toda a sua vida foi pautada pela simpli-
cidade. Ocupando o 13º lugar na linha
de sucessão ao trono britânico, filha da
princesa Ana e de Mark Philips, talvez
mesmo a neta preferida de Isabel II (que
teve de dar a sua aprovação, para a
jovem não perder o seu lugar na linha
de sucessão ao trono), Zara Philips uniu
o seu destino ao jogador de rugby Mike
Tindall, na Escócia. E até nisso a noiva
foi original, anunciando que vai manter
o nome de solteira, alegando razões
profissionais (ela pratica hipismo profis-
sional há já muitos anos). Algo que não
escandalizou ninguém, pois todos estão
habituados à maneira de ser, descom-
promissada, da jovem Zara.
Por exemplo, a jovem princesa anunciou
o seu noivado na revista “Country Life”,
aparecendo com um simples conjunto,
avaliado em 70 euros, composto por
um polar e umas calças de ganga. Além
disso, Zara, que sempre foi considera-
da como uma “lufada de ar fresco” na
família real, posou ao lado de Storm,
o seu labrador de estimação e, mais
tarde, o casal posou na sua casa de
Gloucestershire para a fotografia oficial
do noivado. Aí, o protocolo foi mantido,
com a princesa a mostrar o seu anel de
noivado, lindíssimo – um solitário com
diamantes, oferecido pelo agora mari-
do. Mas não fossem os jornalistas (e a
casa real) habituarem-se mal, sempre
foi adiantando, na altura, que iria ser
vestida pelo designer Stewart Parvin,
um dos criadores predilectos da noiva
e da rainha. O que Zara não conseguiu
mesmo foi que a casa real a autorizasse
a vender o exclusivo do casamento a
troco de quase 700 mil euros. Também
não se pode ter tudo...
Mas, é bom que se diga, ainda que
quebrando alguns protocolos estabe-
lecidos na realeza britânica para este
tipo de eventos, os Windsor estavam
francamente felizes com esta união,
bem como os cerca de 300 convidados,
presentes na cerimónia.
Namorados há cerca de 7 anos, Zara
Philips e Mike Tindall eram a viva ima-
gem da felicidade, perante os olhares
sorridentes de todos os membros da
família real e dos escoceses, em geral,
que há cerca de 20 anos que não viam
um casamento real ocorrer nos seus
domínios.
Com um vestido de seda em tons de
marfim (criado, como dissemos já, por
Stewart Parvin), um véu em cascata,
feito de várias camadas de tule de seda,
preso por uma tiara de diamantes (uma
peça de joalharia grega que pertenceu
à mãe da princesa Alice, mãe do du-
que de Edimburgo), a noiva entrou na
igreja de Canongate pelo braço do pai, o
capitão Mark Philips. A noiva usou ainda
os brincos de diamantes, em forma de
lágrimas, que a princesa Ana, sua mãe,
usou numa produção para a revista
Vogue, no ano do seu casamento com
Mark Philips.
No altar, sorridente ainda que nervoso, o
noivo, ladeado pelo padrinho e seu cole-
ga de equipa, Ian Balshaw, e pelo irmão
da futura mulher, Peter Philips, espera-
va pela noiva. Diga-se, de passagem,
que o noivo (sobre quem se chegou
a especular que iria usar o tradicional
escocês, o que não se confirmou, pois
Tindall optou por um elegante fraque
azul-marinho) chegou à igreja (a mesma
em que a princesa Ana casou com o seu
actual marido, Tim Lawrence) uma hora
antes da noiva.
Os noivos e convidados seguiram de-
pois para o Palácio de Holyroodhouse,
a residência oficial da rainha Isabel II na
Escócia, onde decorreu uma animada
festa, em que a boa disposição imperou. ➤
Zara PhilipsUm casamento real, marcado pela simplicidade
Caras & Coroas
11ELES & ELAS
12
➤ Este casamento foi a formalização de
uma união de facto, que já durava há
vários anos, sempre dentro de uma lou-
vável discrição, que era do agrado de
todos. Agora, Zara Philips, que não tem
nenhum título, mas é membro da Or-
dem do Império (título com que a avó a
agraciou), realizou o seu sonho junto a
Mike Tindall, que declarou, recentemen-
te, que “Zara é o amor da minha vida”
e que não está, “de todo, nervoso”, por
ter entrado para a família real. O casal
já vivia junto num cottage, em Gatcom-
be Park, propriedade da princesa Ana.
Quanto à lua-de-mel, cujo destino não
se conhece, teve de ser adiada por
motivos profissionais dos noivos, que se
conheceram através do príncipe Harry,
primo da noiva. Os noivos, sabe-se já,
vão continuar com as suas profissões
desportivas, até porque Zara espera
que 2012 seja do ano da sua consa-
gração nas Olimpíadas como campeã
equestre.
Mas o que muitos não sabem é que será
também em 2012 que terminarão as
obras de construção do seu refúgio de
férias em Portugal, mais concretamente,
no CampoReal Golf Resort & Spa, na
costa oeste. ■
Zara Philips
14
Espanha espanta-seDuquesa de Alba vai casar...
O eleito é Alfonso Diez, um funcionário público que,
de há uns anos para cá, tem sido o companheiro
constante de Cayetana Fitz-James Stuart, condessa
de Alba, uma das mulheres mais ricas de Espanha e
a que mais títulos nobiliárquicos tem. ➤
Caras & Coroas
15ELES & ELAS
➤ A duquesa abdicou já de parte da sua
imensa fortuna, repartindo a herança pelos
seus seis filhos, para fazer este casamento
que, segundo a revista espanhola “Semana”,
se realizará a 5 de Outubro.
Uma vez salvaguardado o património da
Casa de Alba, tudo está encaminhado para
a concretização do enlace. Os filhos, Carlos,
Jacobo, Alfonso, Fernando, Cayetano e Eu-
genia são titulares dos bens da mãe desde o
passado 4 de Julho, mas a duquesa conti-
nuará a ter o usufruto desses bens, enquanto
for viva.
Desconhecem-se, de momento, quais os
bens doados pela duquesa e como foram
distribuídos. Para os que não acreditam que
esta decisão de Cayetana de Alba tenha
a ver com um casamento, a curto prazo,
com Alfonso Diez, outros asseguram que
a duquesa “está estupenda” no tocante à
sua saúde. O que se sabe, de fonte segura,
é que, para que a doação seja efectiva, os
filhos de Cayetana tiveram que aceitá-la. E
aceitaram, ao que parece, não só a doação,
como o próprio casamento, a que tanto se
opunham. Em todo o caso, dizem fontes pró-
ximas do casal, a relação familiar ainda não
é totalmente pacífica.
A totalidade do património da Casa de Alba
(de valor incalculável, uma vez que inclui
milhares de hectares de terreno, palácios e
valiosíssimas obras de arte) é gerida pela
Fundação, criada pela própria duquesa em
1975. Esse património é “intocável” e não
pode ser dividido. Para além disso, Dona
Cayetana continuará como presidente do
patronato da Fundação e chefe da Casa de
Alba, refere uma fonte próxima da família.
De acordo com o estabelecido, será o filho
mais velho a herdar o título e a fortuna, que
ele mesmo deverá distribuir, segundo o seu
próprio critério, pelos irmãos. De acordo com
o jornal El Pais, Carlos Fitz-James Stuart, o
filho mais velho, herdará o Palácio de Líria,
em Madrid, e o Palácio de Monterrey, em
Salamanca.
Os outros palácios e as terras serão divi-
didas pelos outros filhos e os oito netos da
duquesa.
Só que, desta vez, a duquesa decidiu, de
novo, romper com a tradição, como está à
vista. Com aquela força que todos lhe reco-
nhecem, a duquesa afirmou já, publicamen-
te, que “Alfonso não quer nada. Tudo o que
ele quer sou eu”. Contra factos não há, pelos
vistos, argumentos.
De momento, Cayetana e Alfonso Diez des-
frutam do seu último Verão como solteiros.
O casal gozou de uma romântica estadia
em San Sebastian, apenas com uma ida
aos touros em Santander. Agora, em fins de
Setembro, princípios de Outubro, tal como
anunciou a Semana, o par casará na pe-
quena capela do Palácio de Dueñas, numa
cerimónia muito restrita, salvo se houver
alguma alteração de última hora. Em princí-
pio, a cerimónia será celebrada pelo padre
Jiménez Sánchez-Dalp, pároco da igreja
sevilhana de La Asunción e amigo íntimo da
duquesa. Está já confirmado que os seus
seis filhos estarão, naturalmente, presentes
na cerimónia.
O segredo mais bem guardado é, natural-
mente, quem vai criar o vestido da noiva,
ainda que haja quem diga que os estilistas
andaluzes Victorio e Lucchino, amigos ínti-
mos de Cayetana, serão os escolhidos pela
duquesa.
Ainda que não tenha sido possível a confir-
mação oficial, diz-se que Alfonso Diez, ao
casar com a duquesa, ficará com o título
de duque de Alba consorte. Diz-se também
que, neste momento, Diez já está a conside-
rar a hipótese de abandonar o seu trabalho
de funcionário público, para se instalar no
Palácio das Dueñas, onde a noiva quer viver
depois de casada.
E vão ter lua-de-mel, pois então, tudo apon-
tando para as paradisíacas praias da Tailân-
dia. É esperar para ver... ■
16
Victoria da Suécia vai ser mãe...
A princesa Victoria da Suécia está grávida. A notícia foi dada,
através de um comunicado da Casa Real da Suécia,
que revela ainda que o nascimento do primeiro filho da herdeira
do trono sueco e do marido, o príncipe Daniel,
está previsto para Março do próximo ano.
No comunicado real, pode ler-se que Victoria e Daniel
estão radiantes com a chegada do seu primeiro filho,
adiantando ainda que não haverá, para já, mudanças na agenda
da princesa, pelo menos durante o próximo Outono. ➤
Caras & Coras
17ELES & ELAS
➤ Recorde-se que a princesa Victoria da Suécia
e Daniel Westling casaram-se a 19 de junho de
2010, após um conturbado namoro. Em 2002,
surgiram especulações na imprensa acerca de
uma possível ligação amorosa entre Victoria e
Daniel Westling, seu antigo professor de ginás-
tica e dono de uma academia, na qual se ins-
creveu. À época, Victoria apenas reconheceu
ser amiga de Westling. Em 2006, a especulação
continuou. Victoria e Daniel foram vistos várias
vezes juntos, tendo Daniel participado em alguns
eventos formais em que a princesa esteve pre-
sente. Finalmente, em Fevereiro de 2009, a corte
sueca anunciou que Victoria e Daniel estavam
noivos. O noivado fora, finalmente, aprovado
pela Câmara Baixa do país e o casamento real,
marcado para 19 de Junho de 2010, na catedral
de Estocolmo. Depois do casamento, Daniel
Westling passou a usar o título de S.A.R. prin-
cipe – duque de Västergötland. O anúncio do
casamento provocou, na altura, manifestações
antimonárquicas e grande mobilização, especial-
mente pela Internet. Muitos suecos consideraram
inaceitável que as despesas com o casamento
- estimadas em 3 milhões de dólares – fossem
custeadas com recursos públicos.
Mas já em 2005, durante uma visita à Expo 2005,
em Aichi, no Japão, durante uma entrevista con-
cedida ao jornal Yomiuri Shimbun, Victoria ad-
mitiu a existência de alguém na sua vida. Ao ser
questionada sobre o que pensava a respeito do
casamento de membros da realeza com pessoas
não pertencentes à nobreza, respondeu: “Creio
que, em geral, os suecos acreditam que a forma
moderna seja casar-se com quem se ama, não
importando de onde ele ou ela vem”. Recorde-se
que também a rainha Sílvia, mãe de Victoria, é
de origem burguesa.
Victoria nasceu dia 14 de julho de 1977 em Es-
tocolmo, Suécia, sendo a filha mais velha do rei
Carlos XVI Gustavo da Suécia e de sua mulher,
a rainha Sílvia da Suécia, pertencendo à Casa
Real de Bernardotte, como princesa da Suécia,
sendo designada como Princesa Herdeira em
1979, à frente de seu irmão mais velho, devido
à aprovação do Acto Sueco da Sucessão. Esta
reforma constitucional tornou possível que o
descendente mais velho do monarca sueco (no
caso, Victoria) fosse o herdeiro do trono, inde-
pendentemente do género. Graças a seu pai, um
primo de terceiro grau de Isabel II, ela ocupa o
205º lugar na linha de sucessão ao trono britâ-
nico. Existem alegações de que a reforma não
teria sido apoiada pelo rei, que pretendia que o
Príncipe Carlos Filipe fosse o herdeiro do tro-
no, mas nada foi confirmado. Assim, a princesa
Victoria foi solenemente investida como herdeira
do trono sueco numa cerimónia no Palácio Real
de Estocolmo, a 14 de Julho de 1995, dia do
seu 18ª aniversário, quando proferiu discurso no
parlamento. De então para cá, Victoria da Suécia
tem vindo a ser preparada para assumir o trono,
na devida altura, representando os reis em diver-
sas viagens e eventos oficiais.
O casamento de Victoria e Daniel Westling foi
descrito como “o maior casamento real da Europa”
desde o casamento de Carlos e Diana de Gales.
A música da cerimónia foi da responsabilidade de
Gustaf Sjökvist, organista da corte e da paróquia
da Catedral de Estocolmo e também responsável
pela música durante o casamento dos pais de Vic-
toria em 1976. Os oficiantes, escolhidos pelo rei,
foram o arcebispo Anders Wejryd, o bispo emérito
Lars-Göran Lönnermark,o bispo de Lund Antje
Jackelén e Dom Åke dy Bonnier.
Victoria usou um vestido de casamento branco,
com vários metros de comprimento, e usou a
mesma tiara com que a sua mãe se casou. Vic-
toria e Daniel passaram por debaixo de espadas
cruzadas após sair da catedral. A carruagem dos
noivos, em procissão, passou por uma grande
multidão de pessoas em Slottsbacken. Muitos
membros da nobreza internacional compare-
ceram ao casamento, entre eles os condes de
Wessex, em representação de Isabel II, a rainha
e os príncipes da Dinamarca, os reis da Jordâ-
nia, os príncipes de Orange, a rainha de Espa-
nha e os príncipes das Astúrias, entre outros.
Após o casamento, a popularidade da família
real explodiu. Uma pesquisa mostrou que 70%
dos suecos aprovavam a monarquia e apenas
16% gostariam de abandonar o regime monár-
quico.
Após seu casamento, a princesa e o marido
mudaram-se para o Palácio de Haga. Agora, é
tempo de preparar a vinda do herdeiro do jovem
casal. ■
M.D.V.
18
Alberto do Mónaco Afinal houve lua-de-mel...
Casou Alberto II do Mónaco, para grande alegria dos monegascos.
Mas não foi fácil, apesar de tudo. A noiva, Charlene Wittstock,
correu o risco de se transformar numa “noiva em fuga”, ao saber,
dias antes da cerimónia, através do jornal francês L’Express, da
existência de mais dois filhos do noivo, o que foi desmentido pelo
palácio, através de um comunicado oficial. Charlene não partiu
para a África do Sul e o casamento realizou-se finalmente, peran-
te a alegria de milhares de pessoas que aplaudiam e agitavam as
bandeirinhas do Mónaco e da Àfrica do Sul. ➤
Rewind
19ELES & ELAS
➤ Alberto do Mónaco e Charlene Wittstock
casaram, duas vezes, como sempre acon-
tece nas uniões reais – primeiro, pelo civil,
depois, no dia seguinte, pela igreja, numa
cerimónia celebrada pelo arcebispo do Mó-
naco, Bernard Barsi.
Visivelmente nervosa, até mesmo um pouco
triste, sem aquele brilho com que a vimos
nos últimos tempos, a agora já Primeira-Da-
ma do Mónaco entrou no Pátio de Honra do
Palácio do Mónaco (especialmente prepara-
do para o efeito), pelo braço do pai, Michael
Wittstock, no seu belíssimo vestido Armani
Privé, em seda natural em tons marfim, com
discretos bordados em forma de flores, 40
mil cristais Swarovski, 20 mil pérolas em for-
ma de gota e 30 mil contas de ouro incrus-
tadas. Crise é crise, mas no Mónaco já se
sabe como é. Belíssima a jóia que a noiva
usava para segurar o cabelo – uma grinalda
de flores em diamantes, que lhe foi empres-
tada pela princesa Stéphanie, visivelmente
emocionada, ela que foi, desde sempre, a
irmã favorita de Alberto. O véu da noiva,
com 20 metros de seda, tinha, sem dúvida,
um aspecto impressionante.
Se pusermos de lado a polémica que se
gerou antes do casamento, o nervosismo
de Charlene justificava-se, de algum modo.
Afinal de contas, ela conseguiu o que nin-
guém, até agora, conseguira – levar o sobe-
rano monegasco, já em muito boa idade de
casar, ao altar.
Muito emocionante para a noiva, que até
deu a mão errada para Alberto lhe colocar a
aliança (ainda que Alberto lhe tivesse dado
uma piscadela de olho, no preciso momento
em colocou na mão da noiva a aliança de
platina de 18 quilates, criada pela Cartier),
foi o momento em que Charlene, agora
Alteza Real, depôs o seu bouquet de frésias
no altar da Santa Devota, cumprindo assim
a tradição.
Presentes na cerimónia estiveram pratica-
mente todos os representantes das casas
reais europeias (os condes de Wessex
substituiram os duques de Cambridge, em
nome da casa real britânica), excepção feita
aos príncipes das Astúrias que, pelo menos,
até agora não deram qualquer explicação
para a ausência da representação espanho-
la. Diz-se que Filipe e Letizia se recusaram
a estar presentes, ainda ressentidos com a
maneira como Ernst de Hannover se portou
na catedral de Madrid, durante o casamento
do herdeiro espanhol e que o rei Juan Car-
los justificou a sua ausência, alegando estar
a recuperar da operação ao joelho. Presen-
tes, entre os 3500 convidados, estiveram os
duques de Bragança.
A cerimónia foi marcada por vários mo-
mentos musicais, entre eles, a actuação de
Andrea Bocelli, que interpretou, já no final
da cerimónia, a Avé Maria de Schubert. Mas
antes, a cerimónia contou com a colabora-
ção da Orquestra Filarmónica do principado
e o Coro dos Pequenos do Mónaco.
No centro das atenções estiveram também
Stéphanie (que surgiu de braço dado com
o filho, Louis Ducruet, seguida pelas filhas,
Pauline Ducruet e Camille Gottlieb) e Caro-
lina do Mónaco, que percorreu a passadeira
vermelha com a filha mais nova, Alexandre
(única filha do seu casamento com Ernst de
Hannover, que logicamente não foi convi-
dado) e Charlotte, Andrea e Pierre, os seus
filhos mais velhos.
Já casados, Suas Altezas Sereníssimas, os
príncipes Alberto e Charlene saíram para
a Praça do Palácio, tendo sido aclamados
pela multidão, debaixo de uma chuva de
pétalas brancas. Um momento que teve
uma impressionante banda sonora, digamos
assim, produzida pelas sirenes de nevoeiro
das embarcações atracadas na baía de
Montecarlo.
Os noivos, num Lexus híbrido descapotável,
seguiram em cortejo pelas ruas do Mónaco,
ovacionados pelos monegascos e por imen-
sos turistas, regressando depois ao palácio
para trocar de roupa, uma vez que para o
jantar, nos Terraços do Casino de Monte-
carlo e baile de gala, que se lhe seguiu na
Ópera Garnier, era exigido o traje de gala.
Jantar esse, em que estiveram apenas 450
dos 3500 convidados, e foi servido pelo
famoso Chef francês Alain Ducasse.
Mas não só as cabeças coroadas (Bélgica, ➤
20
➤ Suécia, Luxemburgo, Holanda, Dinamar-
ca, Noruega se fizeram representar pelos
príncipes herdeiros, lado a lado com a ex-
imperatriz Farah Diba) estiveram presentes
no casamento do soberano monegasco com
Charlene. Nomes ligados à moda, espec-
táculo, desporto e alta finança mundial,
sem esquecer Nicolas Sarkozy (sem Carla
Bruni, que está grávida de seis meses) e
Bernardette Chirac, estiveram presentes
na cerimónia, entre eles, Naomi Campbell
e Karolina Kurkova, Roger Moore (grande
amigo dos Grimaldi), Giorgio Armani e Karl
Lagerfeld, Nadia Comaneci e Henri Leconte.
Apesar dos rumores relativos à forma
como os noivos gozaram a lua-de-mel no
país natal de noiva, a África do Sul (diz-se
que em hotéis diferentes, o que, a confir-
mar-se, é uma forma estranha de estar em
lua-de-mel), a verdade é que o Palácio fez
sair um comunicado, em que rejeita total-
mente quaisquer problemas entre o casal,
mostrando, aliás, a sua indignação face
à polémica desencadeada. Enfim, com
os Grimaldi, sabemos nós de experiência
feita, as surpresas nunca faltam. Espere-
mos que, desta vez, Alberto II do Mónaco
seja um soberano à altura das suas res-
ponsabilidades para com o Principado e os
monegascos. ■
Alberto do Mónaco
22
O Olimpo dos Grimaldi por Maria Dulce Varela
Nos últimos dias, o Mónaco esteve particularmente em foco, na
sequência do casamento do casamento do príncipe Alberto II,
soberano monegasco, com Charlene Wittstock. Um casamento
que, como não podia deixar de acontecer, uma vez que se tratou
da família Grimaldi, com alguma polémica à mistura. Mas adiante.
Falemos, então, um pouco, do Mónaco. ➤
Destinos
23ELES & ELAS
➤ Depois do Vaticano, o principado do Mónaco é o
mais pequeno Estado soberano do mundo. Apesar
dos seus 195 hectares, tem o maior recorde de densi-
dade populacional e, sem dúvida, de milionários. São
alguns “pequenos pormenores” que distinguem este
Estado: o príncipe reinante, agora Alberto II, detém o
poder absoluto, tem laços privilegiados com a França
e continua a ser um paraíso fiscal. Et voilá!
Que ninguém diga aos monegascos que habitam
“num principado de opereta”, até porque eles são
especialmente patriotas e têm uma verdadeira
veneração pelos seus príncipes, a quem todas as
fraquezas têm sido perdoadas. Mais do que isso, têm
argumentos de peso, como por exemplo, lembrar aos
“provocadores” que o Mónaco é um Estado sobera-
no, membro da ONU, da UNESCO e da OMS. Para
além do mais, ninguém duvida que se trata de um
país próspero, facto que muito se deve ao 55 anos
de reinado do desaparecido Rainier (antes dele, mais
não havia que abrigos de pescadores e oliveiras, diz
quem viveu então no principado). Caberá, agora, a
Alberto (a quem o pai preparou de forma exaustiva)
assegurar que tudo continue nos mesmos termos.
À primeira vista (se for de helicóptero, claro está),
vindo de Nice, é-se confrontado com uma espécie
de Singapura sobre o Mediterrâneo, ponteada com
torres, ainda assim dispensáveis, dada a beleza do
maravilhoso céu azul e do mar, cheio de calhetas e
velas brancas inclinadas sobre as vagas. Mas depois,
à medida que nos aproximamos da costa, desco-
brimos, pouco a pouco, o Casino, o Hotel Paris e o
Hermitage, as suas cúpulas, coruchéus, balaustres,
fachadas de estilos surpreendentes (desde o barroco
ao rococó, passando pelo Segundo Império), o Ro-
chedo e as ameias do castelo principal, o velho bairro
de La Condamine, com os seus telhados rosados.
À sombra das palmeiras, dos hibiscos e das laran-
jeiras, podemos continuar a sonhar com contos de
fadas. O Mónaco é, realmente, um importante centro
financeiro, cultural e turístico, com importantes ban-
cos e o famoso Casino, hotéis magníficos, mansões
de sonho, enfim, um país, que se percorre rapida-
mente, mas que, apesar disso, não perde o encanto.
Claro que a sensação de que se está quase numa
espécie de paraíso não é fruto de um milagre. Por
detrás de todo este charme estão verdadeiros “faze-
dores de sonhos”, invisíveis para o turista, mas muito
reais e eficazes. Se pensarmos que a localização das
700 empresas industriais do Mónaco, das quais são
retiradas 12% das receitas fixas do principado, estão
localizadas em Fontvieille, sob a forma de prédios de
luxo e indústrias, que chamaríamos de adequadas
(cosmética, química ligeira), é fácil de perceber que
o choque normal, que se sente face a um tradicional
edifício industrial, não se verifica no principado. ➤
24
O Olimpo dos Grimaldi
O Louis XV, restaurante de Alain Ducasse no Hotel de Paris
Em primeiro plano, o Hotel Loew’s e, em segundo plano, o Casino de Monte Carlo O Bairro de La Condamine
No porto de Hércules
O mercado local
25ELES & ELAS
➤ Ruas estreitas, casas ocres e rosadas, jardins de
cores e aromas extraordinários, folhas verdes das
palmeiras espelhando-se num céu azul eléctrico,
uma vista profunda sobre o porto e, mais longe, um
imenso panorama de montanhas e mar. Pequenos e
requintados cafés, sombreados com toldos e cara-
manchões, fazem a delícia dos turistas. Diante da
entrada principal do palácio real, os carabineiros, de
uniforme branco, procedem ao render da guarda,
observados por mirones, talvez esperançados em ver
algum dos membros da família real. Encostado ao
porto, aos pés do Rochedo, o encontro inesperado
com o tudo o que nos é oferecido por uma verdadeira
aldeia provençal: o bairro La Condamine seduz-nos
com a traça geométrica de algumas ruas, silenciosas
nas horas de maior calor, casas em tons pastel, mar-
cadamente históricas, a dança dos mastros no porto
de Hércules. A Praça das Armas anima-se todas as
manhãs, com um mercado quase de bonecas, em
que o odor do peixe se mistura com o das especiarias
e das frutas. À noitinha, os marinheiros, de blazer e
gravata, saem dos seus iates de luxo para saborear
jantares requintados nos pequenos restaurantes de
La Condamine, verdadeiramente chiques.
Mas, em Monte Carlo, a vida continua e o sonho
também. A par de novos locais de moda, o Casino,
o Hotel de Paris e o Hermitage, admiravelmente
conservados, são factores indispensáveis à unidade
do sonho monegasco. Pelos corredores do Casino,
quase podemos imaginar a presença de príncipes
e reis sem coro, cortesãs excêntricas, milionários
efémeros, estrelas de cinema, estadistas, para quem
Monte Carlo continua a ser um “must”. Nas ruas de
Monte Carlo, os Bentleys e Jaguares substituíram
as caleches e, no terraço do Café Paris, cruzam-se
jogadores empedernidos, banhistas bronzeados e
velhos senhores aristocratas. Os visitantes param,
de montra em montra – Piaget. Hermès, Saint-Lau-
rent, Chanel, Dior e Vuitton são algumas das mar-
cas expostas, verdadeiras tentações, a que é difícil
resistir.
Os verdadeiros monegascos têm as suas tradições,
as suas festas, os seus lugares especiais de encon-
tro, onde se fala o monegasco, uma língua obrigatória
nas escolas primárias do principado.
Se depois de tudo o que lhe disse, não sentir uma
vontade irresistível de visitar o principado, é porque
o seu desejo de aventura e sonho se desfez na dura
realidade do quotidiano. ■A Catedral neo-romana
26
Desculpe-se a falta de isenção
do jornalista, mas Fernando
Pereira é, de facto, a “Voz de
Portugal” em todo o seu esplen-
dor. Desde 1982, o ano em
que se iniciou a sua activida-
de, que nos habituámos à sua
versatilidade e extraordinária
capacidade vocal, cantando
e e imitando as superestrelas
de todo o Mundo.Com classe,
surpreendendo o público.
Ao longo da sua carreira, obte-
ve vários discos de ouro e pla-
tina, assim como interveio em
centenas de programas para
televisão. Já se apresentou ao
vivo em mais de três mil espec-
táculos e esteve, desde sem-
pre, envolvido na criação de
todo o tipo de produções para
teatros, empresas, convenções
e eventos sociais, tendo sido
presença em destaque na festa
de aniversário da “Eles &Elas”.
Talvez faltasse assumir a sua
própria identidade, a chama-
da “cereja em cima do bolo”,
objectivo que poderá ter sido
alcançado no final do ano ➤
Fernando Pereira, por José Leite
A “Voz” assume a sua própria identidade e apresenta sugestão para o responsável da Cultura do novo governo:
“Tentava acabar com os lobbies e as capelinhas de chupistas”
Convidado Especial
27ELES & ELAS
➤ passado, ao editar o projecto
musical “A Sério”, um disco em
que pela primeira vez assume
integralmente o seu próprio
estilo, voz e personalidade en-
quanto cantor e intérprete.
“Este novo disco “A sério” é
um projecto que sempre ha-
bitou o meu imaginário pro-
fissional e já andava efectiva-
mente há alguns anos a ser
pensado”, sublinha Fernando
Pereira a propósito deste seu
último trabalho, acrescentando:
“Sou um artista da voz, ela é o
alfa e o ómega de tudo o que
faço musicalmente e consigo
usá-la das formas mais di-
versas, cantando e imitando
sempre centenas de cantores,
os registos e timbres mais
variados. Impunha-se, por isso,
apresentar um dia um trabalho
em que a personalidade vocal,
a alma e o som do verdadeiro
cantor que sou, absolutamente
despido de máscaras e carica-
turas, estivesse presente em
toda a sua plenitude. Esse dia
aconteceu, o projecto finalmen-
te saiu e tem sido uma expe-
riência fantástica. Muita gente
conhecia bem o “cantor de
vozes” mas nunca tinha ouvido
a voz o Fernando Pereira “ A
Sério”. Agora tem também esta
nova faceta, um artista e um
cantor ainda mais completos”.
Verdadeiro “animal” de palco,
é nossa convicção que Fer-
nando Pereira ainda não viu
reconhecido o seu mérito em
Portugal, contrariamente ao
que acontece no estrangeiro.
Questionámo-lo, por isso, se
acha que Portugal cultiva por
baixo os méritos dos seus artis-
tas de craveira, em detrimento
do chamado «lixo» musical,
mais popularucho, mas, prova-
velmente, mais rentável?
Diz-nos a esse respeito o
artista: “Vou completar para
o ano 30 anos de carreira e
já fiz tudo o que era possível
alguém ambicionar fazer em
Portugal: milhares de con-
certos ao vivo, centenas de
horas em televisão, discos
de ouro e platina, banhos de
multidão, infindáveis voltas
ao mundo e ao país real...
Experienciei, graças a Deus,
todas as formas possíveis de
sucesso, disso não me pos-
so realmente queixar. mas é
preciso compreender que a
nossa profissão, tal como a
vida em geral, é um proces-
so dinâmico, tem fases de
maior e menor exposição,
movimenta muitos interes-
ses, engrenagens complexas.
Gera tanto afectos, paixões e
aplausos como também inve-
jas, maldade e mesquinhez.
não há nada que se possa
fazer contra isso, é a nature-
za humana. Eu tenho os meus
valores éticos e estéticos,
uma imagem e postura artís-
tica da qual não abdico e não
vou nunca baixar o nível para
me tornar um “produto” mais
fácil e rentável. são opções”.
Em tempo de renovação gover-
namental e de políticas cultu-
rais - políticas que não implica-
ram a criação de um Ministério
que tutele esta área, talvez uma
lacuna no governo de Passos
Coelho - se Fernando Pereira
fosse o ministro da Cultura o
que faria?
“Eu tentava acabar com os
lobbies e as capelinhas de
chupistas profissionais, que
são sempre os mesmos, para
dar lugar a novos produtores
e aos verdadeiros criadores.
Apoiava a produção e autoria
nacional em todas as áreas:
teatro, música, cinema, artes
plásticas, literatura… Concre-
tamente em relação à música,
promovia e apoiava os dis-
cos em língua portuguesa,
baixava o IVA nas produções
de músicos e autores por-
tugueses, subindo, em opo-
sição, as taxas nos discos
estrangeiros ou em línguas
estrangeiras. baixava o IVA
e incentivava os espectácu-
los de artistas ou músicos
portugueses e criava depois
taxas especiais, muito gran-
des mesmo, para os músicos
e bandas estrangeiras que
viessem actuar em Portugal.
Esses fundos seriam de-
pois aplicados no apoio aos
jovens valores, aos autores
e à produção nacional. Obri-
gava as rádios portuguesas a
passar essencialmente músi-
ca portuguesa, com pesadas
multas e cassação da licen-
ça a quem não cumprisse a
lei… mas é melhor parar por
aqui antes que me dêem um
tiro…”.
Espectador atento da vida po-
lítica actual, o artista sustenta
que “sair desta maldita crise
não é apenas uma necessida-
de, é uma exigência nacional,
um imperativo de sobrevivên-
cia”.
E vai mais longe nas criticas,
propondo que os verdadeiros
responsáveis por toda a ganân-
cia e especulação financeira
que deram origem a este pro-
blema “deviam ser responsa-
bilizados e seriamente casti-
gados e também que a ➤
28
➤ “carga” de austeridade de-
veria ser melhor repartida”.
“Eu não me importo de pa-
gar mais impostos, se outros
também pagarem mais em
proporção, aliviando ou mesmo
isentando os idosos, os refor-
mados e as pessoas em geral
com menos recursos. Temos
todos que ser solidários, inte-
ligentes, eficientes, produzir
muito mais, trabalhar melhor,
consumir o mais possível em
Portugal e produtos portugue-
ses!”, sublinha.
Artista das mil vozes, ainda
haverá alguma que Fernando
Pereira gostasse de interpre-
tar?
“Há algum tempo entraram
no “elenco” a lady Gaga e o
mika, mas os grandes “clás-
sicos” irão sempre conviver
no espectáculo ao lado dos
“novos” valores. Há que estar
permanentemente actualiza-
do, sem nunca perder o ecle-
tismo e a universalidade”,.
refere
Não se lhe conhecem amores…
nem desamores. Talvez seja
uma questão estratégica salva-
guardar a sua vida privada?
“É realmente uma estraté-
gia, mas ao contrário do que
algumas pessoas possam
pensar, não sou um eterno
solteirão. moro sozinho, mas
não vivo sozinho, há sempre
alguém na minha vida, no
meu coração. Desde sempre.
na verdade, tudo o que faço é
público e a minha vida priva-
da é, de facto, a única coisa
que me resta e posso guardar
só para mim… mais do que
um direito, é efectivamente o
meu derradeiro refúgio, um
exercício de plena e verdadei-
ra liberdade individual”.
Para além deste novo disco “A
Sério, Fernando Pereira apre-
senta o espectáculo “Cantor de
Vozes” em permanente digres-
são.
A “voz” está no ar e recomen-
da-se… ■
“Sou um artista da voz, ela é o alfa e o ómega de tudo o que faço musicalmente
e consigo usá-la das formas mais diversas, cantando e imitando sempre
centenas de cantores, os registos e timbres mais variados.
Impunha-se, por isso, apresentar um dia um trabalho em que a personalidade
vocal, a alma e o som do verdadeiro cantor que sou”
Fernando Pereira
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30
Carlos do Carmo canta Frank Sinatra
Recordando "A Voz"
➤
31ELES & ELAS
Convidado pelo programa “Allgarve”, Carlos do Carmo juntou-se
a Claus Nymark Big Band, para um espectáculo verdadeiramen-
te imperdível, no Convento das Bernardas, em Tavira, durante o
qual interpretou alguns dos temas celebrizados por Frank Sina-
tra, perante uma plateia absolutamente rendida.
Aos 71 anos de idade e com mais de 45 de carreira, Carlos do
Carmo ainda surpreende quem assiste aos seus espectáculos.
Depois de inovar, abrindo novos caminhos ao Fado, foi agora
altura de dar a conhecer ao grande público a sua imensa versati-
lidade na música.
“Fly Me to the Moon”, “Cheek to Cheek” ou “Come Fly with Me”,
da autoria de compositores lendários e consagrados, como Cole
Porter, George Gershwin ou Irving Berlin, e celebrizados por
Sinatra, foram, desta vez, interpretados, de forma impecável, por
Carlos do Carmo.
Apreciador do cantor norte-americano desde os anos 60, quando
ouvia permanentemente os seus álbuns, Carlos do Carmo de-
senvolveu o gosto pelo repertório americano e pela inconfundível
interpretação deste lendário cantor. É curioso lembrar que, em
2008, Carlos de Carmo foi convidado para uma pequena inter-
pretação num concerto da Count Basie Orchestra, em que inter-
pretou “I’ve Got You Under My Skin” e “You Make Me Feel So
Young”. Mais tarde, em 2010, foi convidado para repetir a expe-
riência num espectáculo único e, em nome próprio, no Pavilhão
Atlântico, onde pode interpretar vários temas originais de Sinatra,
celebrizados por este cantor.
Carlos de Carmo, recordamos, foi uma das personalidades distin-
guidas, há alguns anos, pela revista ELES & ELAS, com o prémio
Estátua da Verdade. ■
32
“Pessoas loucas como eu, não vivem muito, mas
vivem como querem” – esta frase é da própria Amy
Winehouse, recentemente desaparecida, deixando o
mundo da música mais pobre.
Sem dúvida que Amy Winhouse não foi uma figura
consensual – ou se amava, ou se detestava. Mas o
que ninguém pode questionar é que o seu talento se
aproximava muito da genialidade. A sua voz soltava-
se, límpida, saída de dentro dela, com uma emoção
que se transmitia a todos os que a ouviam. Era,
sem dúvida, uma estrela, que viveu como quis, que
se atreveu a escrever música para se desafiar a si
própria, para entender qual era o seu limite. Ela que,
durante a sua curta existência (tinha apenas 27 anos),
ultrapassou todos os limites possíveis e se deixou
arrastar para o mundo das drogas, que acabariam por
a destruir.
Os seus concertos eram momentos especiais, quer
fossem de qualidade, quer mostrassem uma Amy
descontrolada, fora de si, pedindo desculpa, em pal-
co, aos seus fãs.
Com 13 anos, teve a sua primeira guitarra. Aos 16,
fez a primeira tatuagem e começou a fumar cannabis.
Simon Fuller, um dos mais importantes agentes musi-
cais britânicos, trabalhou, em segredo, um demo das
músicas de Amy, que lhe foi enviado por um namo-
rado da cantora. Apesar de ter já um contrato com a
EMI, Winehouse acabaria por assinar pela ➤
Amy WinehouseA Alma do Soul
Remembering
33ELES & ELAS
➤ Island/Universal. A 20 de Outubro de 2003 é
editado o primeiro disco de Amy, “”Frank”. No ano
seguinte é premiada com o Ivor Novello Award por
“Stronger Than Me”. Mas é, precisamente, nesta
altura, que surge na vida de Amy, Blake Fielder-
Civil, que ela conhece num pub, em Camden, Um
homem rodeado de companhias duvidosas, um
marginal que vende e consome droga. Desespera-
damente apaixonados, entram (pelo menos ela) no
caminho da autodestruição, com a dependência do
álcool e de cannabis a aumentarem de modo incon-
trolável. Depois de Blake a abandonar, Amy entra
em depressão, mas agarra-se à música, trazendo
a público, em 2006, “Black to Black”. “Rehab”,
momento musical autobiográfico, catapulta o álbum
para os top’s, tornando-se no álbum mais vendido no
Reino Unido, em 2007.
Depois foi a onda dos prémios – Brit Awards e
Grammys não paravam de lhe chegar às mãos.
Nesse mesmo ano, Blake regressa, em má hora, e os
dois casam em Miami, celebrando com uma festa de
estupefacientes, que durou três dias.
Amy começa então a sua fatal caminhada para o fim.
À beira da anorexia, foi destruindo os seus próprios
concertos, sempre intoxicada. Uma verdadeira des-
cida aos infernos (que a própria Amy não negava) e
que acabaria, sem surpresas para ninguém, com a
sua morte recente. ■
34
Uma delegação de dirigentes e mecenas do
World Monuments Fund realizou, recente-
mente, uma visita a Portugal para conhecer
monumentos portugueses e prestar home-
nagem a Paulo Lowndes Marques, que foi
presidente do WMF Portugal até ao seu
falecimento, ocorrido no primeiro dia do ano
de 2011.
No Palácio Nacional de Queluz foi descerra-
da uma lápide, assinalando a concretização
de um projecto de conservação e recupe-
ração dos jardins, lagos, fontes e jogos de
água deste importante monumento nacional,
incluindo as estátuas em chumbo do escul-
tor setecentista inglês John Cheere. Estes
trabalhos de conservação e restauro foram
coordenados pelo WMF Portugal, agora pre-
sidido por José Blanco, com o patrocínio de
várias empresas portuguesas e instituições
internacionais, entre as quais a Fundação
EDP, a Cimpor e o Grupo André Jordan.
No programa do evento foi incluída uma ➤
Delegação do World Monuments Fund visita Portugal
1. Bayão Horta, Jardim Gonçalves, Bertrand du Vignaud, andré Jordan, Christopher Ohrstrom, Rui Machete e
Francisco de Barros 2. André Jordan, José Blanco (presidente WMF Portugal), Joan Hardy Clark (WMF USA) e
Nancy Brown (WMF Usa) 3. Bonnie Burnham, Christopher Ohrstrom, José Blanco e Isabel Cruz de Almeida
1
2 3
Causas
35ELES & ELAS
➤ exibição da Escola Portuguesa de Arte
Equestre, dirigida por Felipe Graciosa. Em
honra do grupo de dirigentes e mecenas do
WMF foi ainda servido um jantar de gala na
Sala do Trono do Palácio Nacional de Que-
luz e oferecido um almoço no Belas Clube
de Campo.
Os trabalhos de conservação e restauro dos
jardins do Palácio Nacional de Queluz in-
tegraram a recuperação dos lagos e fontes
existentes, incluindo a implementação do
novo sistema hidráulico que lhes devolveu
o esplendor dos seus jogos de água. A par
do programa de reabilitação dos jardins,
o WMF promoveu a realização de alguns
workshops para formação em técnicas
de limpeza e conservação dos elemen-
tos pétreos. O sucesso destas acções de
formação ficou assinalado pela numerosa
participação de alunos oriundos de várias
regiões do Continente, das Ilhas, e também
de Espanha. ■
4. Jantar de Gala da Sala do Trono do Palácio de Queluz 5. Os trabalhos de conservação de
recuperação do Palácio Nacional de Queluz, incluindo as estátuas de chumbo
4
5
36
As “escolas de finalização de luxo” ou “escolas de
charme”, nome pelo qual também é conhecido este
tipo de estabelecimentos de ensino, são escolas
privadas para raparigas que consideram prioritá-
rias as actividades culturais e sociais. São, por
regra, escolas que as alunas começam a frequen-
tar após o término do período regulamentar de
escolarização e pretende-se que completem a sua
educação, dando um ênfase especial a tudo que
se relacione com etiqueta. Este tipo de formação
tanto é proporcionado durante um ou dois meses,
a um nível intensivo, quanto em cursos de um ano
ou mais. Mais recentemente, prestam também o
ensino regular a jovens entre os 11 e os 18 ou 20
anos, mas proporcionando algo extra em termos
extra-curriculares.
Embora as “finishing schools” sempre tenham exis-
tido na Europa e América do Norte, foi no final do
século XVIII que conheceram o seu maior desen-
volvimento e divulgação. Este facto ficou a dever-
se em parte à discussão, que se tornou premente
nessa época, sobre a importância da educação no
alcançar de uma sociedade melhor – pese embora
de acordo com os bem definidos estratos sociais
vigentes.
No início, estas escolas para meninas eram quase
exclusivamente divididas em função de classes
sociais, algo que continuou a ser normal até ao
século XX. As jovens das classes mais baixas,
quer fossem provenientes de cidades ou do cam-
po, tinham aulas rudimentares onde também lhes
eram incutidas as mais básicas regras de boas
maneiras; já as meninas das classes superiores e
aristocráticas recebiam um tipo de educação que
as preparava para o lugar que ocupariam na socie-
dade. Todavia, tanto no caso das classes sociais
mais baixas quanto das mais altas, um factor era
imutável: o proporcionar de um tipo de educação, ➤
“Finishings Schools”um segredo muito bem guardado
Educação
37ELES & ELAS
➤ que deixasse bem claro nas educandas a po-
sição secundária das mulheres na sociedade.
Contudo, a expansão da escolaridade para rapari-
gas no decorrer dos últimos duzentos anos trouxe
consigo inúmeras alterações: em primeiro lugar,
o aumento de escolas para raparigas aumentou
o nível de alfabetização no feminino e abriu as
portas a muitas mulheres para se tornarem profes-
soras. Por sua vez, este acréscimo de mulheres
no ensino fez com que o nível da educação femini-
na se equiparasse mais ao masculino. E foi assim
que, quando chegou a década de 80 do século
XX, a distinção entre raparigas e rapazes já tinha
praticamente desaparecido.
No entanto, apesar de estas uniformizações no
tocante à educação, existiu sempre por parte dos
pais das jovens a vontade de assegurar que às
suas filhas eram transmitidos alguns conhecimen-
tos especiais - em parte, uma vez mais, por forma
a poderem tornar-se melhores esposas e mães.
Precisamente por isso, as famílias com poder
económico suficiente optavam, e continuam a
optar, por enviar as suas filhas para escolas com
sistema de internato, em Inglaterra ou na Suíça,
para terminarem a sua educação. No caso inglês,
o mais frequente, é importante saber que entre os
dez melhores colégios britânicos 8 são colégios só
para raparigas e entre os trinta primeiros apenas
dois são colégios mistos. Entre estes destaca-se,
nos nossos dias, o St. Paul’s Girls School, que
começou nos princípios do séc. XX como colégio
feminino e apresenta, a nível do Reino Unido, dos
melhores resultados a nível académico.
Um outro exemplo disso foi a muito famosa Ros-
slyn House School que, ao longo de anos, foi
formando muitas das filhas das melhores famílias
inglesas mas também portuguesas e de muitas
outras nacionalidades. Outras escolas como a
St. Georges-Ascot, em Inglaterra, ou St. Surval
Mont-Fleuri, em Montreux, na Suíça, apresentam
também as melhores referências e, para além do
ensino normal, são excepcionais no âmbito dos
desportos, artes plásticas, música, moral, arte de
bem receber, etc.
Todavia, para todos aquelas que na sua juventude
não tiveram a hipótese de frequentar uma escola
deste género, ainda existe solução. Em Inglaterra,
na Suíça ou nos Estados Unidos têm surgido, nos
últimos anos, escolas de etiqueta e boas maneiras
que procuram recuperar o tempo perdido e propor-
cionar a todos sem excepção a educação primo-
rosa que, desde sempre, as “finishing schools”
disponibilizaram. Como referido por uma destas
escolas, a Final Touch, no Texas, “ajudamos todos
os nossos clientes a desenvolver os quatro pila-
res de uma imagem requintada: graça, elegância,
força e confiança. Qualquer uma destas qualida-
des está directamente ligada ao ser interior e nada
têm a ver com o tamanho da conta bancária de
cada um. Antes são qualidades que têm de ser
incentivadas e não podem ser compradas!” Se no
entanto preferir uma escola em Londres, mas que
possibilita aulas no Ritz da capital londrina, no Ritz
Carlton de Nova Iorque ou numa praia das Cara-
íbas, a escolha deve recair sobre a Beatons High
Society Secrets, na qual é proporcionada “uma
aprendizagem intensa de tópicos como etiqueta,
postura, estilo e elegância - contemplando até a
possibilidade de ensinar as mais incautas a cami-
nhar sobre saltos altos”… ■
I.P.
38
Filipa Rebelo de Andrade por Maria Dulce Varela, fotos Lígia Correia
Arte e profissionalismo de mão dada
Filipa Rebelo de Andrade é, desde Fevereiro deste ano, a representante
da Bonhams em Portugal, uma das maiores leiloeiras do mundo, líder de
mercado em diversos segmentos, nomeadamente vinhos, carros e armas.
Filipa Rebelo de Andrade sente-se feliz com este novo desafio, “até porque
os responsáveis da Bonhams acreditam que o seu trabalho irá contribuir
para o crescimento da firma em Portugal, que continua a ser um dos gran-
des depósitos de tesouros de Arte e Antiguidades da Europa”. ➤
Perfil
39ELES & ELAS
➤ Como foi o seu percurso profissional até
chegar aqui?
Sou licenciada em História de Arte, pela Universi-
dade Nova de Lisboa; fiz estudos de pós-gradua-
ção na Universidade de Manchester, trabalhando,
simultaneamente, na Sotheby’s, especializando-
me em Arte Oriental. Após uma passagem de 10
anos pela Fundação Oriente, em Lisboa, com as
funções específicas de adquirir arte no mercado
internacional, sempre na área da arte do Extremo
Oriente. Daí para a frente, movimentei-me sempre
no mercado internacional, na óptica do investidor
e do coleccionador. Entretanto, nunca deixei de
fazer aconselhamento para bancos e companhias
de seguros.
E a bonhams, como surge na sua vida profis-
sional esta empresa, que é uma das maiores e
mais antigas leiloeiras de arte e antiguidades
londrinas?
Foi de uma maneira relativamente simples. De
repente, foi-me formulado um convite, por Colin
Sheef, Chairman para a Ásia e a Europa. Este
convite surge na sequência de uma ligação pro-
fissional de longos anos, uma vez que Sheef tem
grandes ligações em Portugal de há 30 anos para
cá, nomeadamente com a Christie’s.
E, agora, como se processa a sua actividade?
Pretendemos que os investidores portugueses se
utilizem de nós para aconselhamento dos seus
investimentos em Arte, sendo que, operando à
escala global, a Bonhams é uma montra do mun-
do e para o mundo. Quem pretenda ver as suas
peças avaliadas, poderá fazê-lo gratuitamente,
beneficiando de toda a assessoria desta nova
representação e da “expertise” dos 56 departa-
mentos diferentes. Estamos, neste momento,
a instalar-nos, pelo que, em caso de interesse,
poderei ser contactada pelo telefone 919214778.
Não posso deixar de referir que, periodicamen-
te, visitarão Portugal os nossos peritos nas mais
diversas áreas, o que será oportunamente divul-
gado.
sempre sentiu que queria seguir este caminho
da História de Arte?
Acho que sim. Desde os 13 anos, depois de uma
viagem ao Egipto, em que fiquei perfeitamente
fascinada pelas pirâmides, eu senti crescer, cada
vez mais, dentro de mim, um grande apelo pelas
artes visuais e pela estética, algo que se tornou
ainda mais vincado pelo facto do meu pai sempre
me levar, ainda em criança, a visitar os grandes
museus do mundo. Lembro-me de ficar perplexa
a olhar para os quadros, a reflectir porque razão
eles eram tão diferentes uns dos outros...
E mais tarde, quando cresceu, concretizou
esse sonho?
Sim, sempre através da História de Arte e com
uma especialização específica no Oriente, ao
mesmo tempo que leccionava, como assistente,
na Faculdade, obviamente nestas áreas.
A filipa, tanto quanto sabemos, viaja muito...
Bastante, umas vezes em trabalho, outras vezes
em lazer. Neste momento, mantenho, desde há
muito, uma ligação especial com Londres, cidade
que considero como a minha segunda casa.
sendo casada, como gere o binómio família-
trabalho?
Sim, sou casada, tenho três filhos e faço questão
absoluta em despertar neles uma actividade, a
que eu chamo “contemplar”, que é diferente de
observar. Dada a minha actividade, confesso que
tenho pena que, no campo da educação do 1º
ciclo, não se contemple, com mais atenção, esta
força potenciadora e criativa que são, afinal, as
artes individuais, essenciais para o desenvolvi-
mento do ser humano e da própria sociedade.
Dada a crise actual, a sua actividade não deve
estar a ser muito fácil de concretizar, de imple-
mentar, pois não?
Sabe, o mercado funciona com dois polos – o
de quem compra e o de quem vende. Se, neste
momento, no mundo ocidental, assistimos a uma
depressão, não esqueçamos que, no Oriente e no
Médio Oriente, essas condicionantes não se fize-
ram sentir com tanto impacto. Existem, tanto no
Oriente como no Médio Oriente, mercados investi-
dores fortíssimos. Se eu tiver uma óptima pintura,
ou uma jóia, muito provavelmente eu conseguirei
colocá-la num desses mercados emergentes. Re-
cordo-lhe que, actualmente, a Bonhams é a casa
que mais artigos coloca para venda, tanto em
Londres como nos restantes centros espalhados
pelo Reino Unido, EUA, Suiça, França, Mónaco,
Austrália, Hong Kong e Dubai. Resumindo, o meu
papel é, objectivamente, o de acompanhamento
e assessoria dos clientes, que querem avaliar as
suas colecções, e encaminhá-las para o vasto
mercado internacional. ■
40
Isabo por Isabel Prates, fotos Lígia Correia
A moda da Dior por terras lusas
A estilista Isabo nasceu em França, mas foi por terras lusas
que encontrou a paz de que necessita para criar.
Graças ao seu trabalho, o melhor da alta costura parisiense
chegou e está para ficar em Lisboa, onde admite que a sua
próxima colecção seja inspirada no fado ➤
Atelier de costura
41ELES & ELAS
➤ Como é que chegou ao universo da moda?
A moda esteve presente na minha vida desde a
infância, pois os meus avós trabalharam desde
sempre para a casa Cardin. Os meus pais sem-
pre professaram a elegância como uma forma de
estar na vida e com a minha mãe aprendi as artes
da costura, do “tricot”, do “crochet”… Foi precisa-
mente por isso que fiz a minha educação na École
d’Arts Appliquée LISAA em Paris, onde me espe-
cializei em Design de Moda, Execução de Padrões
e Design Têxtil.
E que é que se seguiu à escola?
Logo após terminar a escola, em 1999, tive a sorte
de ir trabalhar com John Galliano, o que se revelou
uma experiência incrível por todas as razões –
quer em termos práticos quer no que toca a con-
tactos e a experiência profissional.
Essa colaboração durou quanto tempo?
Estive no seu atelier até 2005, altura em que con-
siderei que necessitava de alargar os meus hori-
zontes e parti numa viagem de quase um ano até à
Índia e ao Nepal.
Esse foi um passo muito arrojado. uma volta na
sua vida de 180 graus. saiu da sóbria Paris para
um universo desconhecido e multicolorido…
É verdade que sim, foi realmente uma grande
aventura, mas muito útil sob todos os aspectos:
gentes diferentes, formas de estar na vida diver-
sas, muitas cores, texturas novas e formas de
trabalhar alternativas. Foi, acima de tudo, uma
grande lição de vida.
mas que não chegou a ser suficiente para si,
pois acabou por vir viver para Portugal. Como é
que isso sucedeu?
Tudo sucedeu por mero acaso. Viajava com uma
amiga e um stopover acabou por se ir prolongando
quanto mais ia conhecendo a cidade de Lisboa.
Quando regressei a casa sabia que desejava viver
nesta cidade tão especial. Aliás, embora tenha
parecido uma loucura a muita gente, pois o cora-
ção do negócio da moda é, realmente, Paris, quem
me conhece bem, como os meus pais e alguns
amigos perceberam de imediato o que me levava
a dar este passo. Aqueles a quem ainda restavam
dúvidas quando me começaram a visitar em Lisboa
acabaram por perceber.
E porquê esta cidade? O que encontra aqui que
faltava noutros locais?
Lisboa é uma cidade encantadora. Come-se lin-
damente – tão bem como em Paris e tem uma luz
única e milhares de recantos diferentes e espe-
ciais. Confesso que adoro partir à descoberta da
cidade e poder, ao sair apenas poucos quilómetros
do centro, poder estar junto ao mar ou encontrar
pequenas vilas pitorescas. Nas minhas viagens por
Portugal, em particular pelo Norte do País, bus-
co muitas vezes em aldeias típicas artesãos cujo
nome fico a conhecer através da net e é simples-
mente delicioso parar num café, perguntar aos
presentes onde mora a “senhora tal”, ser levada
até ela e de imediato dar por mim a ver os seus
trabalhos e a tomar um café dentro da sua casa.
É muito refrescante este tipo de coisa ainda existir
em pleno século XXI!
E de que forma é que estas experiências e es-
tas viagens influenciam o seu trabalho?
São muito importantes para aquilo que faço, pois
são universos que transporto para aquilo que crio.
Já o fiz com dançarinos de flamenco, com cantores
ciganos, etc.
E para quando criações com influência portu-
guesa?
Creio que isso poderá muito bem acontecer.
Talvez mergulhando no fado. Em todo esse ritual
sombrio, vestido de negro, com os xailes… É bem
possível.
Como caracterizaria as suas criações?
Eu adoro, o bem vestir. Fui habituada com os
meus pais e os meus avós a fazerem da escolha
da toilette algo de muito sério. Por isso mesmo
adoro o vintage, os anos 30, 40, 50, 60, em que
era impossível ver sair alguém de sua casa sem
estar impecável, bem maquilhada, bem penteada.
Essas eram épocas em que se cultivava a elegân-
cia e é muito isso que eu procuro transpor para as
minhas criações. Se há algo que adoro é ver mu-
lheres, e homens bem vestido, com um ar distinto!
A primeira apresentação em Portugal do seu
trabalho decorreu recentemente em lisboa…
Sim, a convite do Lisbonne Accueil apresentei no
Terrazza Martini algumas das minhas criações –
um pouco daquilo que tenho feito ao longo dos
anos por forma a dar a conhecer o meu trabalho
sob uma perspectiva mais abrangente. Foi uma
noite fantástica e felizmente correu muito bem.
Vale a pena referir que aproveitei para pedir a
colaboração dos criadores da escola profissional
MAGESTIL, pois é muito importante dar a ➤
42
➤ conhecer o que os jovens estão a fazer.
E para quando um desfile de Isabo em lisboa?
Em Setembro vou passar a minha colecção em Pa-
ris, como é usual, e depois, no regresso a Lisboa
tenciono apresentar cá o meu trabalho – ainda não
sei onde, mas sei que o vou fazer e é algo em que
também estou a trabalhar.
uma área que a apaixona, e para a qual já traba-
lhou, é o teatro burlesco. Porquê esta atracção?
Porque a sensualidade está no ar. Porque existe
uma exigência extrema no que toca ao pormenor,
à elegância, à relação corpo-música-movimento
que é super-interessante. Em Portugal não existe
tradição de espectáculos de burlesco, mas quem
sabe se não consigo trazer até cá um bom show e
tudo isso muda?
uma das suas lutas mais intensas e da qual
não abdica é a defesa do “made in france”. O
que faz para defender os artesãos franceses e
os seus produtos?
Na verdade, faço tudo o que posso para alertar
para a mais-valia que é trabalhar com produtos
franceses. No meu caso, em todos as minhas
criações uso em exclusivo materiais produzidos
em França. Dos tecidos aos bordados, das ren-
das às lãs, das peles a tudo o resto de que possa
necessitar. È verdade que muitas vezes o produ-
to francês é mais dispendioso que o que ➤
Isabo
Fo
tos:
Isa
bo
43ELES & ELAS
44
➤ chega do Oriente ou dos países do Leste, mas
a França tem uma indústria de manufactura e de
artesanato que é ímpar na perfeição daquilo que
produz. Como tal, é indispensável que ajudemos
os artesãos a não perder as centenas de anos de
história e experiência que estão por trás de cada
peça executada. Já que o Governo francês não
apoia tanto os artesãos quanto deveria, temos de
ser nós, cada um de nós, a velar por esta heran-
ça de qualidade!
Gostaria de mudar a imagem alguma figura
pública em particular? E quando vai na rua
dá por si a “trabalhar” a imagem das pessoas
com quem se cruza?
Sempre! Quando olho para as mulheres com quem
me cruzo é quase impossível não pensar num ou
outro pormenor para mudar: um acessório que pode-
ria ser determinante, um penteado ou uma opção de
cor diferente… Quanto a figuras públicas não é um
tipo de desafio que me interesse particularmente.
E quanto a outros criadores? Existem alguns
cujo trabalho admire particularmente?
Claro que sim! John Galliano, o falecido Alexander
McQueen, Balenciaga, Jean-Paul Gaultier, Azze-
dine Alaia, Yves Saint Laurent, Madeleine Vionnet,
Madame Grès. ■
Isabo
46
Alta Costura
A passagem de Alta Costura assinada por Bill Gaytten
era esperada com ansiedade e muita curiosidade.
Era a primeira vez, desde há 15 anos,
que a casa Christian Dior não estava a ser
representada por Galliano.
Uma avalanche de magníficas criações,
repletas de texturas requintadas, estampados pop-art,
bordados, saias estruturadas, vestidos de baile
românticos, volumosos, em tons rosa e de efeitos
“mille-feuille”. Em tons vibrantes, sem faltarem os tons
suaves, a colecção foi um misto de referências,
que variaram entre o chique e o boémio, inspirada nos
anos 70 e até 80.O luxo e a voluptuosidade
foram uma constante.
Gaytten revelou que procurou inspiração
no trabalho do eterno Marc Bohan, para apresentar
uma colecção moderna.
Mais uma vez, a casa Dior foi muito aplaudida.
Gaytten não desiludiu. ➤
Christian DiorAlta Costura 2011/12
Casa Christian Dior recebe Gaytten
47ELES & ELAS
Alta Costura DiorOutono/Inverno
48
Dior
49ELES & ELAS
Alta Costura DiorOutono/Inverno
50
Dior
51ELES & ELAS
Alta Costura DiorOutono/Inverno
52
A Praça de Toiros das Caldas da Rainha, agora
chamada Manuel dos Santos, acolheu a Corrida de
Verão ELES & ELAS.
Uma corrida especial (era a 129ª tradicional Corrida
do 15 de Agosto), numa Praça totalmente cheia (em
que ninguém arredou pé, apesar da chuvinha “molha
todos” que teimou em cair), e em que se homena-
geou o toureiro Manuel dos Santos, na pessoa do
seu filho, Jorge. Assim, o local passou a chamar-se
Praça Manuel dos Santos, por iniciativa do novo
proprietário da praça, Nuno Alves. Também a rua
junto à praça passou a ter o nome de Manuel dos
Santos, um homem que teve toda a sua vida ligada
à tauromaquia, quer dentro das praças, em Portugal
e no estrangeiro, quer, mais tarde, como empresário
da Sociedade Campo Pequeno e como ganadeiro.
O seu percurso foi recordado nas Caldas da Rainha
e, na arena, o seu filho recebeu das mãos da direc-
tora da revista ELES &ELAS, Maria da Luz de Bra-
gança, um presente simbólico. Em praça estiveram
também Nuno Alves, o empresário Paulo Pessoa de
Carvalho e Mestre David Ribeiro Telles, que foi dos
últimos cavaleiros a lidar, em praça, lado a lado com
Manuel dos Santos.
O cartel era fantástico. A cavalo, lidaram António Ri-
beiro Telles e Manuel Telles Bastos. A pé, toureou ➤
Corrida Eles & Elas Nas Caldas da Rainha
1 2
3 4
Festa Brava
53ELES & ELAS
➤ Vítor Mendes. Os três acompanhados pelas
respectivas quadrilhas de bandarilheiros. O jovem
António Ribeiro Telles Bastos tirou alternativa de
bandarilheiro, mas as coisas não lhe correram muito
de feição.
Os toiros, da Ganadaria Coimbra, não facilitaram a
vida aos cavaleiros e ao toureiro, nem aos Forcados
Amadores de Santarém e Caldas da Rainha.
A corrida foi acompanhada pela Banda Comércio e
Indústria das Caldas da Rainha.
As lides a cavalo, tanto de António Ribeiro Telles
como de Manuel Telles Bastos, entusiasmaram os
aficionados, como aliás é hábito. Menos sorte teve
o jovem António Ribeiro Telles Bastos, que tirou a
alternativa de bandarilheiro mas, apesar do entusias-
mo do jovem, não chegou para chegar ao sucesso
pretendido.
Vítor Mendes, no toureio a pé, não foi feliz na
sua primeira intervenção (verdade seja dita que o
toiro não ajudou); já a sua segunda lide foi muito
boa. Como boas foram as pegas dos Forcados Ama-
dores de Santarém (os primeiros a entrar na arena e
que fizeram a melhor pega da tarde, tendo à cabeça
o forcado António Brito) e dos Forcados Amadores
das Caldas da Rainha, que estiveram muito bem e
foram muito ovacionados em pé pela assistência. ■ ➤
1. Manuel Telles Bastos na sua
lide
2. Vítor Mendes, na sua primei-
ra lide a pé, não foi muito feliz
3. António Ribeiro Telles
agradece ao público, a quem
dedicou a sua lide
4. Manuel Telles Bastos na
volta à praça
5. Grande pega dos Forca-
dos Amadores das Caldas da
Rainha
6. Bancada de honra, onde se
encontra o Presidente da C.M.
Caldas da Rainha, Fernando
Costa
6
5
54
8 9
10 11 12
13 14 15
16 17 18
8. Maria da Luz de Bragança entrega o prémio Eles & Elas ao filho do toureiro Manuel dos Santos, na presença de Nuno
Alves, Paulo Pessoa de Carvalho 9. O presidente da C.M. Caldas da Rainha anunciando a decisão de dar o nome da rua
circundante à praça de Manuel dos Santos 10. Nuno Gonçalo Duarte e António de Macedo 11. Filomena Moreira da Silva,
António Ponces de Carvalho e Alberto Ornellas e Vasconcelos 12. António Vilela 13. Maria Dulce Varela e Ana de Brito
14. Paulo Pessoa de Carvalho, Vítor Mendes e Nuno Alves 15. António Vasco Lucas e Nuno Alves 16. Alberto Ornellas e
Vasconcelos e José Reis 17. Rimpumpinho Neiva Correia, Leonor Baptista Coelho e Rita Sepúlveda 18. Rui Neiva Correia
e Ripumpinho de Bragança Neiva Correia
Corrida Eles & Elas
Estiveram lá...
55ELES & ELAS
19 20 21
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25 26
27
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29 30 31 32
19. Ana de Brito e António Alvim 20. Vítor Mendes, Nuno Alves e o filho de Manuel dos Santos, Jorge 21. Mestre David
Ribeiro Telles com o neto, Manuel Telles Bastos 22. Maria Fernanda Martins Correia e Paulo Costa 23. Teresa Pessoa de
Carvalho com Jaime e Ana Bessa com os filhos 24. Maria da Luz de Bragança e António Vieira da Luz Varela 25. Fanny
Novo Moura e Nuno Vaz Moura 26. Carlos Empis e Paulo Pessoa de Carvalho 27. Vítor Nobre e Maria Fernanda Martins
Correia 28. Infante da Câmara, Manuel Veiga e Manuel Coimbra 29. Maurício do Vale e a mulher 30. Miguel Alarcão Albu-
querque e Manuel Vale Domingues 31. Maria da Luz de Bragança, Mariazinha Veiga e Fernanda Canelas 32. José Soares
Albergaria
56
Emirates Team New Zealand vence Primeira Etapa da America’s Cup World Series em Cascais
O Emirates Team New Zealand venceu a
America’s Cup World Series Cascais, primeira
etapa da nova era da America’s Cup rumo a São
Francisco 2013. Os neozelandeses alcançaram
o triunfo, depois de uma recuperação incrível na
regata decisiva.
Com nove barcos à largada, a regata foi mui-
to disputada, sob condições muito instáveis de
vento. As mudanças de liderança foram uma
constante ao longo dos dias em que decorreu
a regata. O ORACLE Racing Spithill seguiu na
frente em grande parte da prova, mas não con-
seguiu proteger o primeiro lugar, porque Dean
Barker, o leme dos kiwis, conseguiu mais vento e
ultrapassou-o
“Para nós foi fantástico”, afirmou Barker. “Sabia-
se que a regata seria muito complicada, porque o
vento estava instável. Havia grandes “buracos” ➤
Nos mares...
57ELES & ELAS
➤ no campo de regatas, por isso a sorte foi estar
no sítio certo na hora correcta.”
O Artemis Racing teve a coragem e o saber para
chegar à segunda posição na regata, depois de
ter estado nos últimos lugares. O ORACLE Ra-
cing Spithill acabaria por ter de se contentar com
o 3º posto na classificação final.
“A tripulação fez um trabalho fantástico para
nos trazer de novo para a regata”, referiu Terry
Hutchinson, skipper do Artemis Racing, num dia
em que tiveram de recuperar da segunda metade
da frota para o segundo lugar: “Foi, provavelmen-
te, a nossa melhor prestação da semana. Foi um
bom final para o Artemis.
A surpresa chegou com os espanhóis do Green
Comm Racing. De últimos classificados, Vasilij
Zbogar e a sua tripulação de velejadores olímpi-
cos conseguiram entrar na prova na última perna ➤
58
➤ do percurso, para alcançarem um fantástico 5º
lugar. Um feito incrível da equipa de estreantes.
“Foi um dia fantástico. Fomos os últimos a che-
gar e últimos nas três primeiras regatas. Depois,
melhorámos todos os dias”, disse Vasilij Zbogar,
felicíssimo. “Fomos oitavos, depois sétimos,
sextos e agora quintos. Hoje, o espírito de equipa
ficou demonstrado – nunca desistimos. Luta-
mos até ao fim. Estamos contentes com o nosso
desempenho, mas ainda não estamos com o
resultado. Somos uma tripulação de vencedores,
por isso só estaremos satisfeitos quando ganhar-
mos”, disse ainda Zbogar.
Além do catamarã AC45, houve outra estreia
em Cascais, a dos convidados a bordo, em que
cada equipa levava um sexto tripulante. A lista
de VIP’s desta semana incluiu nomes como Yves
Carcelle, Chairman e CEO da Louis Vuitton, a
cantora Pop Little Boots, Cecilia Meireles, se-
cretária de Estado do Turismo, juntamente com
alguns nomes mais familiares do mundo da vela,
como John Bertrand, vencedor da America’s Cup ➤
1. A equipa vencedora - Team New Zealand 2. Dean Barker - Team New Zealand com Carlos Carreiras, Presidente da
Câmara Municipal de Cascais 3. Carlos Carreiras com os skippers
1
2 3
Emirates Team New Zealand
59ELES & ELAS
➤ em 1983, Paul Cayard, CEO do Artemis Racing
Torbjorn Tornqvist, armador do Artemis Racing,
e Larry Ellison, fundador e armador da ORACLE
Racing, que esteve a bordo do ORACLE Racing
Spithill na fase final.
“Fizemos uma boa largada, mas tanto o Arte-
mis como o Team New Zealand conseguiram
passar-nos. Estes barcos são assim,” explicou
Larry Ellison depois da regata. “Torna a vela
muito mais emocionante. Não se trata apenas
de largar à frente e ganhar a regata. Isto era
o que esperávamos quando nos decidimos por
multicascos para a próxima America's Cup…
É muito competitiva e é isso que as pessoas
querem ver. Querem regatas disputadas pelos
melhores velejadores, nos barcos mais rápi-
dos.”
A America’s Cup World Series viajou já para
Plymouth, no Reino Unido, onde as mesmas
nove equipas vão competir de 10 a 18 de
Setembro, antes de seguirem para San Diego,
Califórnia em Novembro. ■
4. Skippers com Patrick Monteiro de Barros, Carlos Carreiras e Richard Worth 5. Richard Worth, CEO America's Cup
Event Authority com Paulo Portas, Carlos Carreiras e James Spithill, Skipper Team Oracle 6. Jantar de Gala
4
5 6
60
Hipódromo de Cascais, palco de prestigiado evento hípico
O Hipódromo Manuel Possolo,
em Cascais, foi palco da 6ª edi-
ção do GCT – Grande prémio de
Portugal, etapa integrada no Glo-
bal Champions Tour, prestigiado
circuito de saltos internacional,
que contou com a presença dos
melhores cavaleiros do Mundo
e destacadas figuras do jet-set
nacional e internacional.
Christian Ahlman foi o vencedor
do Grande Prémio, uma prova
CSI 5 ***** estrelas. Desta vez,
subiu também ao pódio uma
portuguesa, Luciana Diniz, que
conquistou o segundo lugar. O
terceiro lugar pertenceu ao ho-
landês Ludger Beerbaum, ➤
1 2
3 4
1. João Pereira Coutinho 2. Pius Schwizer 3. Álvaro de Miranda 4. Athina Onassis
Hipismo
61ELES & ELAS
➤ actualmente primeiro classifica-
do no ranking GCT.
Entre os participantes desta
importante competição estiveram
Athina Onassis e o marido, Doda
Miranda (já presenças habituais
neste tipo de competição no
nosso País), Cayetano Martinez
de Irujo, Marta Ortega, Sérgio
Alvarez Moya, Mariana Frutuoso
de Melo e o sheik Bin Nahyan al
Nahyan.
Esta etapa portuguesa, que faz
parte daquele que é o circuito
internacional de saltos de obs-
táculos mais cotado do mundo,
que conta com a presença dos
30 cavaleiros mais bem ➤
5 6
7
5. Alexandre Mascarenhas de Lemos 6. Rodrigo Pessoa 7. O pódio com os vencedores, Christian Ahlman (1º lugar), Lu-
ciana Diniz (2º lugar) e Ludger Beerbaum (3º lugar)
62
➤ classificados do ranking mun-
dial, entre os quais os campeões
olímpicos, mundiais e europeus,
como Ludger Beerbaum (que se
classificou nesta etapa), Kevin
Staut, Billy Twomey e Denis
Lynch.
Esta sexta edição foi ainda
marcada por uma novidade:
o pequeno Grande Prémio. O
sucesso da estreia, na edição
passada, ditou, este ano, o
regresso da prova CSI Childrens,
que decorreu em paralelo ao já
consagrado Concurso de Saltos
internacional, e permitiu aos ➤
8 9 10
11 12 13
14
8. Carlos e Ana Carreiras e filhas 9. Carloto Beirão da Veiga, Sofia
e Duarte Nobre Guedes 10. Arlete e Patrick Monteiro de Barros
11. Madalena Bravo e Jose Maria Ribeiro da Cunha 12. Luis e
Sofia Nobre Guedes 13. Jose Rufoes e sua Mulher com amigos
14. Christian Ahlman (Vencedor)
Hipódromo de Cascais
63ELES & ELAS
➤ mais jovens cavalaieros parti-
lhar o palco do hipódromo com
os mais importantes represen-
tantes da modalidade.
Uma palavra especial para
os portugueses participantes.
Primeiro, para Luciana Diniz, 2º
lugar do Grande Prémio Turismo
de Portugal de Hipismo, para
António Carvalho Martins e João
Chuva, os grandes vencedores
das provas de 1,20 metros e 1,40
metros, respectivamente, vitórias
que confirmaram o domínio dos
portugueses que, ao longo dos
três dias de competição, ➤
15 16 17 18
19 «20 21
22
15. Gilberto e Pepa Jordan 16. Ana Paula Piedade e Domingos Piedade
17. Ana e Manuel Castelo Branco 18. Embaixadores Leonardo e Teresa
Mathias 19. Francisco e Ana Nobre Guedes com Isabel e Eduardo Peres-
trello 20. Isabel e Felipe Graciosa 21. Maria do Carmo Asseca e Peter Brito
e Cunha 22. Luciana Diniz (2º Lugar)
64
➤ estiveram sempre no primeiro
lugar do pódio das provas CSI 1*.
No segundo dia de provas, os
cavaleiros Pius Schwiser e Ro-
drigo Pessoa foram os grandes
vencedores das duas provas CSI
5***** estrelas. Já nas provas
CSI 1*, no mesmo dia, o vence-
dor do Grande Prémio, foi Ale-
xandre Mascarenhas de Lemos.
E finalmente, uma referência ao
jovem João Pereira Coutinho,
com o cavalo Theodora 4, que
se sagrou vencedor da primeira
prova CSI Children, tendo com-
pletado a prova de 1,10 metros,
com o tempo de 43,14’, perante
a manifesta satisfação de seu ➤
23. Marta Ortega e Sergio Alvarez Moya 24. Sergio Alvarez Moya 25. João Pereira Coutinho (pai e filho) 26. Álvaro de
Miranda e Athina Onassis 27. Vasco e Vanda Pinto Basto 28. Christine Lucas e Manuel Ferreira Enes 29. Joana Lemos
23 24
25
26 27 28 29
Hipódromo de Cascais
65ELES & ELAS
➤ pai, João Pereira Coutinho e de
seu avô, D.Diogo Pereira Coutinho.
Entre as muitas personalidades
que, como é habitual, costumam
estar presentes neste tipo de
eventos, estiveram para além da
família Pereira Coutinho, Arlete
e Patrick Monteiro de Barros,
Madalena Bravo, José Maria Ri-
beiro da Cunha, Marina e Jorge
Arnoso, Margarida Prieto, Luís
e Sofia Nobre Guedes, Duarte
e Sofia Nobre Guedes, Carloto
Beirão da Veiga, Ana e Manuel
Castel-Branco, Isabel e Eduardo
Perestrelo, Ana e Carlos Carrei-
ras com as filhas, Paulo Santana
Lopes, entre muitos outros. ■
30
31
33 34 35
32
30. Cayetano Martínez de Irujo (filho da Duquesa de Alba) 31. Carlos e Ana Carreiras e Sofia e Duarte Nobre Guedes
32. Jorge e Marina Arnoso 33. Rui e Conceição Carp 34. Rodrigo Pessoa (Campeão Olímpico em Atenas) 35. João Pe-
reira Coutinho, D. Diogo Pereira Coutinho e Diana Pereira Coutinho, Carlos Carreiras e Duarte Nobre Guedes com Carlos
Carreiras e Duarte Nobre Guedes
66
Mais uma vez, o Ocean Gof Course de Vale do
Lobo foi palco da Taça Portugal Solidário, já na
sua 5ª edição, que contou com o alto patrocínio
do Presidente da República, tendo os fundos
angariados revertido a favor da Associação de
Portadores de Trissomia 21.
No torneio, cujo vencedor foi a equipa da Unicer,
liderada por António Pires de Lima, participaram
cerca de 60 jogadores, representando as empre-
sas que contribuiram com verbas para o apoio
solidário à APATRIS 21.
A Golfecom e a Desafios Criativos, mentores e
promotores do evento que, juntamente com Vale
do Lobo, organizaram o torneio, conseguiram an-
gariar 45.000 Euros, provenientes dos apoios ➤
Presidente Cavaco Silva na Taça Portugal Solidário
1
2
1. Campo de golfe de Vale do Lobo 2. António Pires de Lima re-
cebe o prémio da equipa vencedora das mãos de Cavaco Silva
Golfe
67ELES & ELAS
3
4
3. Um belo swing de Diogo Gaspar Ferreira 4. Na cerimónia de entrega de prémios, o Presidente Cavaco Silva e Mário
Carvalhosa com os vencedores da Taça Portugal Solidário
68
➤ financeiros de empresas ás equipas participan-
tes. O cheque foi entregue por Cavaco Silva, du-
rante a cerimónia de entrega de prémios, a Maria
Augusta Pereira, presidente da Associação, a ser
utilizado nos diversos projectos da APATRIS.
O excelente tempo que se fez sentir, bem como
as condições em que o campo de golfe se en-
contra, fizeram deste evento uma data a assina-
lar de forma especial. A Unicer voltou a mostrar
(tal como no ano passado) como, em união, se
vence uma competição. A equipa era constituída
por André Roquette, Bernardo Sousa Coutinho,
António Pires de Lima e Tomás Mello Gouveia.
O vencedor individual Net foi Jorge Abreu, em
representação da Golfecom, com um extraordi-
nário resultado de 4 pancadas abaixo do par do
campo. ■
Presidente Cavaco Silva na Taça Portugal Solidário
5
6 7
8
5. O cheque de 45.000 euros foi entregue por Aníbal
e Maria Cavaco Silva à presidente da Associação de
Portadores da Trissomia 21, Maria Augusta Pereira, na
presença de Mário e Sofia Carvalhosa 6. Cavaco Silva,
José Pereira de Gouveia, Vasco Rocha Vieira com um
dos participantes 7. Mário Carvalhosa, Aníbal Cavaco
Silva e Diogo Gaspar Ferreira 8. Mário Carvalhosa com
Maria e Aníbal Cavaco Silva
70
É, neste momento, a festa, por excelência, do
Verão algarvio. Falamos da festa do Yé-Yé, já na
sua 14ª edição, que voltou a reunir, no sempre
requintado espaço do T-Clube, na Quinta do Lago,
muitas caras conhecidas da nossa melhor socie-
dade, de Lisboa e Porto.
É sabido que esta festa, que teve como anfitriões
Luís Ferreira de Almeida (NOW) e José Manuel
Trigo, tem sempre o sucesso assegurado, pois
os convidados fazem dela um ponto de encontro
certo em todos os Verões, nalguns casos, para ver
amigos de longa data que, durante o ano, não se
vêem.
Este ano, a festa teve uma característica diferente:
em palco, esteve GYP, numa interpretação-home-
nagem à recentemente desaparecida Amy Wi-
nehouse, naturalmente apreciada pelos presentes.
A música, durante toda a noite, foi, como sempre
fantástica, tendo a assegurá-la os DJ’s Pedro
Fajardo e Pedro Frazão, levando para a pista
todos os que ali estavam, dispostos a divertir-se
em grande.
Muita gente jovem acorreu também à festa, o
que se explica pelo facto da Trigonometria estar
encerrada. Uma noite divertidíssima, que é já
um tradição de Verão e se espera que continue
sempre. Luís Ferreira de Almeida voltou a estar de
parabéns. ➤
Yé-Yé no T-Clube homenageia Amy Winehouse
Verão quente
1
2
3
1. Festa em homenagem a Amy Winehouse 2. e 3. A nova geração Yé-Yé
71ELES & ELAS
4 5 6 7
8 9 10
11
12 13
14
15 16
4. Cristina e Luis Ferreira de Almeida 5. Piedade e Miguel Polignac 6. Antonio e Mariana Cardoso Ribeiro 7. Suzana e
Renato Arie 8. Lourenço Ferreira de Almeida e Lourenço Tamagnini 9. Paulina e Antonio Figueredo 10. José Luís Arnauth
e Maria Herédia 11. Marina Costa e Francisco Castelo Branco 12. Cartarina Feio e Salvador Guedes 13. Constança Pinto
Correia e Cipriano Pinto 14. Carmo Aranha e Carlos Vasconcelos e Cruz 15. Vera Roquette e José Manuel Trigo 16. Ana
e António Palha com Micas e Pedro Lima
Estiveram lá...
72
17 18 19 20
21
22
23
26
25
24
27
302928
17. Rita e Gonçalo Rebelo de Almeida 18. Ana e José Mattos e Silva 19. Martim Cabral com sua Mulher e filha 20. Heloisa e
João Proença de Carvalho 21. Antonio e Leonor Stock da Cunha 22. Joao Pedro Gomes, Eugenia Melo e Castro e Antonio
Castanheira 23. Teresa e Vasco Melo 24. Teresa e Francisco Champalimaud 25. Zé Tó e Joana Reymão Nogueira 26. Maria
e Francisco Lacerda 27. Tona e João Corte Real 28. Nuno e Isabel Cid Alvares, Cristina e José Pulido Valente 29. Aida e Joao
Mexia de Almeida 30. José e Leonor Melo Ribeiro
Yé-Yé no T-Clube
Estiveram lá...
74
Beleza
Foi uma angolana, Leila Lopes, de Benguela, de 25
anos, que venceu, em S. Paulo, Brasil, o concurso de
Miss Universo 2011. Uma jovem que admitiu, emocio-
nada, que a sua vida acabava de mudar e que preci-
sava de ter os pés bem assentes na terra.
Igualmente emocionada estava a representante de
Portugal, Laura Gonçalves, que se classificou num
honroso 10º lugar.
A portuguesa foi eleita, em Cascais, no Miragem,
durante um evento, em que o júri foi constituído por
Boanerges Gaeta, Joana Santana e Vanessa Veloso,
José Moutinho, Isilda Peixe e Mi e Tó Romano, todos ➤
Leila Lopes, Miss Angola, é Miss Universo
Leila Lopes
75ELES & ELAS
➤ ligados ao mundo da moda em Portugal.
Entre as 12 candidatas, vestidas em exclusivo pelo
estilista João Rolo, foi Laura Gonçalves a eleita, que
não escondeu a sua felicidade.
Antes da realização de um concurso, foi servido um
requintado cocktail aos muitos convidados, entre
os quais estiveram Teresa Stürken, António Vilar,
Fátima Vilela, Bebé e José Mesquita, Leila Nyrop e
Guy Defense, Gilda Paredes Alves, Jorge Correia de
Campos, Ana Paula Taborda, Helena Pedro Nunes,
Henrique Schiappa, Filipa Vicente Ribeiro e Luís Car-
doso Menezes, entre outros. ■
Laura Gonçalves, candidata de Portugal
76
A Grande Gala da Concórdia,
festa mais elegante do verão
de Marbella realizou a sua XVI
edição em Puerto Banus, no
Marbella Club, com a presen-
ça de 350 convidados, figuras
destacadas da melhor sociedade
internacional que escolhe este
local como residência ou para
veraneio.
A Gala da Concórdia, que tem
como fim obter fundos para a
luta contra a Sida, tem como
presidente a Rainha Sofia que
se faz normalmente representar
no evento pela Princesa Maria
Luisa da Prússia acompanhada
pelo seu marido Conde Rudy
von Schonburg. Receberam
entre outras personalidades as
Princesas Beatriz de Hohenlo-
he, descendente do fundador
do Marbella Club, Beatriz de
Orléans, Gunilla von Bismarck
Ortiz, Bea von Auersberg e tam-
bém Fernando Martinez Irujo,
Lamia Kashogghi, Sheik Ahmed ➤
Gala em Marbella
1. Animação de Mariachis durante o jantar 2. Lamia Kashogghi, Debbie Mace e Kristina Szekely e Paula Bobone 3.Fer-
nando Martinez Irujo com Paula e Vasco Bobone
1
2 3
Première
77ELES & ELAS
➤ Ashmavi ou Maya Swarovski.
Como já vem sendo habitual
Paula e Vasco Bobone estão
entre os convidados, tal como
José Fortes da Gama e altas fi-
guras do Brasil, o Presidente da
Câmara de Pirenopolis, Nivaldo
Melo e o representante do Insti-
tuto brasileiro de golf e turismo,
Durval Mota.
Este ano, o tema de animação
da festa foi, "Viva México", sen-
do que para o próximo ano será
o Brasil, já que do encontro dos
dois autarcas resultou a gemina-
ção das duas cidades. Começou
a ser celebrado com o patrocínio
do empresário Fortes da Gama
e o encontro foi ainda apadri-
nhado pela Princesa Maria Luísa
da Prússia, que ofereceu uma
recepção no Marbella Club, para
as personalidades portuguesas
e brasileiras. O Brasil será a
referência de animação na Gala
da Concórdia em Marbella no
próximo verão. ■
4. Vasco Bobone, Consul do Panamá e Conde Judy von Schonburg 5. José Fortes da Gama, Nivaldo Melo e Durval Mota
6. José Fortes da Gama, Princesa Maria Luisa da Prússia e Carla Antonelli 7. Gunilla von Bismark, Luis Ortiz e princesa
Maria Luisa 8. Paula Bobone e princesa Bea von Auersberg 9. Princesa Beatriz de Orléans e Vasco Bobone 10. A vedeta
televisiva Carmen Lomana e Paula Bobone
4 5
6 7
8 9 10
78
Crónica Eles & Elas
Marta Aragão Pinto
S. Martinho do Porto
São Martinho do Porto é uma fre-
guesia portuguesa do concelho de
Alcobaça situada na margem da baia
de São Martinho frente a Salir do
Porto, com 15,01 km² de área e 2 644
habitantes (2001). Densidade: 176,1
hab/km².
Foi vila e sede de concelho até 1855.
Era constituído inicialmente ape-
nas pela freguesia da sede e tinha,
em 1801, 932 habitantes. Em 1839
foram-lhe anexadas as freguesias de
Alfeizerão, Salir do Porto e Serra do
Bouro. Tinha, em 1849, 3 596 habi-
tantes.
A Baía de São Martinho do Porto é
um acidente geográfico que, pela sua
forma, em concha perfeita, é único no
país e na Europa.
Situada a 19 quilómetros de Alcobaça,
a Baía de S. Martinho do Porto é o
último vestígio do antigo golfo que se
estendia até Alfeizerão até ao século
XVI.
A antiga Lagoa de Alfeizerão seria na-
vegável desde o mar em S. Martinho
até Tornada, tendo existido um porto
de mar em Alfeizerão.
Hoje resta a concha de S. Martinho do
Porto, uma bacia marítima de forma
elíptica, com águas calmas e arvore-
do envolvente, constituindo um porto
natural de paisagem única. Possui
3 quilómetros de areal e uma barra
com 250 metros de abertura, entre os
Morros de Santana a sul e do Farol a
norte.
A povoação de S. Martinho do Porto
desenvolve-se em anfiteatro desde a
Capela de Sto. António até ao Cais e
à praia, seguindo pela Avenida margi-
nal até às dunas de Salir. Foi fundada
pelos monges do Mosteiro de Alcoba-
ça, no século XIII.
Até finais do século passado São ➤
A lenda de s. martinho
Martinho era um soldado romano, valente e valioso, que regressava de
Itália para a sua terra, em França.
Na viagem, cruzou-se com um mendigo que tremia de frio, devido à
chuva que caía com intensidade. Sentindo piedade daquela alma que lhe
pedia esmola, Martinho não hesitou em partilhar a sua capa militar.Pegou
na espada e cortou a capa ao meio.
Quando se preparava para seguir viagem, a chuva parou de cair, as nu-
vens fugiram e o sol começou a brilhar. Assim ficou o tempo durante três
dias. Diz-se que foi recompensa divina.
A tradição mantém-se e por isso se fala do Verão de São Martinho, para
lembrar que as boas acções não se devem esquecer.
1. 2. e 3. Pôr do Sol em S. Martinho
79ELES & ELAS
lenda do lago:
N'aquela tarde calma. Fora a pesca abundante,
Sant’António do seu nicho, assiste vigilante
À faina. Os pescadores largam já d’amarra
E, como o mar manso,lá vão de proa à barra
Alegremente em fila, o porto demandando.
O leme vai na orça, velozes vão passando
Na linha da “ carreira “. Em frente da capela;
O Santo vai contando, um por um, vela por vela.
O sol é posto já. Traiçoeiro a refrescar
O vento aflige o Santo e atormenta o mar.
Toldou-se o céu também, logo a terra escureceu
E no regaço o Santo Jesus adormeceu.
Já nas ondas envergam os novelos d’espuma
Mas, na conta das velas, inda falta uma!
Nos lábios d’António, trémulos d’amargura
Alguma praga ao mar, entre as preces se mistura.
Um ponto branco, ao sul, lá longe entre a procela,
Traz rumo aproado, à alvura da capela.
O bom do Santo ao ver, esse asa de gaivota
Que, tão audaz procura. A linha da derrota,
Empalidece, e treme, temendo-lhe o destino.
Não se atreve porém a acordar o seu Menino.
E murmura: “Jesus, Senhor! A vaga é tão alta”
“E aquela vela é, a mais pequena que me falta”
Enquanto Dura a luta, entre o mar e a vela
António nota já, não ser deserta a capela.
Uma pobre mulher, nos degraus ajoelhada
Cinge contra o seio, uma cabecita dourada;
No seu ardente olhar e nos olhos da criança,
O ponto branco brilha, como um farol d’esperança
E o pescador afoito, aproa sempre a vela
Ao vulto da mulher, à brancura da capela
O mar redobra a fúria, é um leão rugindo
E tranquilo Jesus, no regaço vai dormindo;
Mas avistando o pano, roto já p’la rajada
A cabecita d’ouro exclama apavorada:
“Ó mãe? Ó minha mãe?”
“É o meu pai, que lá vem?!
”N’isto; o Menino acorda e mui mal humorado,
O aio santo increpa, de sobrolho carregado;
“O que foi isto António?” – “Quem foi que se atreveu?
”O Santo aponta a medo, a vela, o mar, o céu.
Nos olhos da mulher, onde a vela é agravada
Uma lágrima... Uma pérola pendurada.
Desvairado ao vê-la, implora Sant’António:
“Senhor... fazei bonança... O mar é um demónio... “
Jesus serenamente, do nicho então desceu,
Com uma mãozita em concha, a pérola colheu,
O seu rosado braço, enérgico balança
E às ondas infernais, a humilde jóia lança.
Depois... sorriu ao Santo com divino afago
E no mar, defronte da capela, fez-se um “lago” .
Um Pescador
(o autor destes versos é desconhecido, sendo atribuído
a um pescador da época)
➤ Martinho do Porto foi um dos prin-
cipais portos do País mas, com o
aparecimento dos navios a vapor,
perdeu gradualmente a sua importân-
cia, sendo hoje porto de recreio e de
apanha submarina de algas.
Nesta Baía desagua o rio Tornada,
obrigando a cuidados especiais contra
o assoreamento e a poluição.
Do alto dos miradouros do facho e do
Cruzeiro ou da Capela de Sto. An-
tónio, pode observar-se a beleza da
paisagem.
Acabaram as férias de Verão e eu de-
cidi dedicar esta minha crónica a este
lugar especial na terra.Pelo menos
para mim.
Às vezes dou por mim a tentar ex-
plicar às pessoas o porquê de eu
sentir esta terra como minha, e penso
sempre, qualquer dia escrevo um livro
sobre S. Martinho, não vou escrever
um livro, mas uma crónica, acho que
é um bom começo.
“S. Martinho é um lugar que temos no
coração, praia , férias e o mar, são os
jogos de Verão.”
Este era o refrão do hino dos Jogos
de Verão, cantando pela Nucha e por
todos nós, Verão após Verão em S.
Martinho.
Há coisas que não se explicam, mas
o sentimento que me invade cada vez
que chego a S. Martinho é de uma
paz sem igual.Sinto-me em casa,
sinto-me bem, segura.
Muitas vezes dou por mim a vaguear
por ali, a observar a paisagem, a rua,
as pessoas, a sentir o cheiro de S.
Martinho.Muitas vezes durante o ano,
sinto um espécie de “chamamento”
para ir lá e lá vou eu, convenço a
família a vir comigo e lá vamos nós
dar um passeio, e isso muitas vezes
chega para recarregar baterias, para
que o mundo pareça cor de rosa outra
vez.
Sei que imponho ao meu marido e às
minhas filhas, todos os anos, que as ➤
80
➤ férias em família sejam lá.Sei que
as minhas filhas já ganharam o “bichi-
nho”, não porque as obriguem a nada,
mas porque já elas próprias ganharam
essa paixão.
Sei que elas lá se sentem livres, se
sentem donas do mundo.Sentem-se
também em casa, porque toda a gente
as conhece desde que elas nasceram,
porque reencontram amigos e família
que não veem durante todo o ano.
O meu marido, por mais que se queixe
do tempo, de que não há nada para
fazer, já se rendeu, rendeu-se ao
tempo em família, aos passeios, aos
petiscos e rendeu-se principalmente
por ver a mulher feliz, por ver a mulher
bem, e isso faz com que ele fique bem
também.
Gozam o ano todo comigo por eu
passar o Verão em S. Martinho e ter
que levar roupa de Inverno, por não ir
à praia por causa do mau tempo.E eu
já nem digo nada.Porque eu não vou
para S. Martinho atrás do calor e da
praia, isso graças a Deus temos em
muitos sítios na nossa costa, vou para
lá por causa de coisas muito mais
importantes, vou para lá por valores
e sentimentos muito mais nobres.
Até me podiam garantir que ia estar
sempre a chover, que eu iria para lá
na mesma.
O que torna as minhas férias espe-
ciais em primeiro lugar é o tempo que
tenho para quem gosto, que não tenho
ao longo do resto do ano, depois é
o tempo para as memórias, o tempo
para as recordações, o tempo para
me sentir reconfortada, e aquela terra
dá-me isso, a sua gente dá-me isso.
Viram-me crescer, sabem quem eu
sou genuinamente, sabem quem é a
minha família, conheciam os meus
pais.E agora conhecem as minhas fi-
lhas e o meu marido e receberam-nos
de braços abertos.
Sinto que os meus pais estão ali
comigo, pois também eles tinham esta
paixão.E sei que os deixa muito con-
tentes eu ter “herdado” este sentimen-
to por S. Martinho.
Adoro encontrar pessoas que tam-
bém sentem isto, porque é uma forma
de reforçar aquilo que eu sinto, uma
forma de mostrar a quem não percebe
que eu não sou maluca, que não é
uma paixão só minha, inexplicável e
sem nexo.
Quando oiço, como ouvi um primo
meu que também padece desta “doen-
ça”, a falar como eu falo, a dizer que ➤
4. A minha granny em S. Martinho
5. As 3 Princesas em S. Martinho
6. O meu avô Zé, em S. Martinho
Crónica Marta Aragão Pinto
81ELES & ELAS
➤ está com o sorriso “estúpido” na
cara só porque está em S. Martinho,
eu percebo tão bem o que ele quer
dizer, quando ele diz que se sente
novamente uma criança feliz e conten-
te, eu percebo tão bem o que ele está
a dizer...
Não sou fundamentalista ao ponto
de dizer que não gosto de mais lado
nenhum e a seguir fui em semana
romântica com o Filipe até Marbella,
onde já tínhamos estado o ano pas-
sado, mas este ano ele reservou um
hotel diferente, digno de Reis e Rai-
nhas, clássico, romântico, lindo. E aí,
sim, apanhámos Verão à séria,que
este ano não apareceu como deve ser
no nosso pais.
40 Graus de dia e de noite, chinelos
no pé 24h por dia, almoçar e jantar na
praia.Bom, muito bom.
E agora vou falar em aniversários!A
Mónica fez 9 anos e a Joana 3
anos!!Mais uma vez festas cá em casa
com a família!!
O meu Avô Zé fez 80 anos!E fez um
grande almoço para toda a família e
amigos na quinta dos meus tios em
Santarém.Foi maravilhoso ver a feli-
cidade e alegria do meu Avô, estava
como ele mais gosta de estar, junto da
família, sem horas, sem tempo conta-
do, sem pressas.
Eu e o Filipe Fizemos um ano de
casados!!!!E como as nossas 3 prince-
sas também “casaram” connosco tro-
cámos presentes uns com os outros,
passámos o dia juntos e depois fomos
jantar fora os dois sozinhos.
E Setembro é significado de regresso
ao trabalho e regresso às
aulas.Já regressei ao ac-
tivo com excelentes traba-
lhos e bons projectos para
o futuro.
Já estive na loucura da
compra do material escolar
e das fardas.E este ano vai
ter uma particularidade, é
o primeiro ano da Joana
no colégio.Vou ficar sem
bebés em casa...acho que
vou sofrer mais eu do que
ela, acho que vou ser mais
eu a puxá-la para fora do
colégio para vir comigo, do
que ela a puxar-me para
ficar com ela.É a lei da
vida, e o tempo passa e
elas vão crescendo.
Por falar nisso amanhã
faço 35 anos. ■ Marta Aragão Pinto
7. O nosso hotel em Marbella
82
A exposição “100 Anos do Crédito Agrícola em
Portugal, 1911-2011” está patente na sede da
Caixa Central, em Lisboa até ao final do mês de
Outubro, passando depois a exposição itineran-
te por diversas Caixas de Crédito Agrícola. Esta
iniciativa dá a conhecer a evolução da institui-
ção financeira e a forma como se adaptou ao
desenvolvimento do país ao longo dos anos e o
contributo relevante que tem dado ao desenvol-
vimento social e económico.
Estiveram presentes na cerimónia, várias figu-
ras ligadas à Instituição, membros dos órgãos ➤
Crédito Agrícola inaugura exposiçãoUm século em retrospectiva
Os Nossos Parabéns
83ELES & ELAS
➤ sociais do Grupo Crédito Agrícola, nomeada-
mente:
João da Costa Pinto, Presidente do Conselho
de Administração Executivo da Caixa Central;
Carlos Courelas, Presidente do Conselho Geral
e de Supervisão da Caixa Central e Francisco
Silva, Presidente da FENACAM – Federação
Nacional das Caixas de Crédito Agricola; e tam-
bém alguns dos membros da equipa de museo-
grafia, responsáveis pelo projecto da exposição,
tais como, Silvana Bessone, e Luís Pascoal.
Esta mostra está aberta ao público e oferece ➤
João da Costa Pinto
84
➤ aos visitantes, não só a riqueza dos elemen-
tos históricos, como também peças únicas que
possibilitam uma oportunidade para testemu-
nhar alguns dos períodos mais importantes da
história do Crédito Agrícola e do País. Dividi-
da em quatro áreas, a exposição começa por
dar a conhecer a história do CA em 16 painéis
ilustrados, com imagens das épocas a que se
reportam. Seguidamente é feita uma caracteri-
zação da instituição, demonstrando a dimensão
e alguns eventos marcantes da mesma.
Posteriormente, o visitante é convidado a
conhecer alguns documentos históricos, como o
decreto de constituição do Crédito Agrícola em
Portugal. No final, são apresentadas fotos de
todas as Caixas de Crédito Agrícola Mútuo, um
balcão antigo com os equipamentos usados na
época e uma tábua cronológica.
Esta mostra oferece aos visitantes, não só a
riqueza dos elementos históricos, como também
peças únicas que nos permitem conhecer me-
lhor, momentos marcantes da história do Crédi-
to Agrícola e o seu contributo para o desenvolvi-
mento sócio-económico de Portugal. ■
1. Silvana Bessone e João da Costa Pinto 2. Maria de Bragança, Isabel Matos e Carlos Courelas
3. Francisco Silva 4. Membros dos Órgãos Sociais do Grupo Crédito Agrícola
1 2 3
4
Crédito Agrícola inaugura exposição
85ELES & ELAS
A transmissão da tradição de valores familiares caracteriza as
famílias aristocráticas. A educação dada aos filhos acontece mais em
casa que nas escolas. Muito se passa na família que ainda atribui
maior valor à educação que à instrução.
Os aristocratas regem-se por valores do seu meio. Desejam transmi-
tir uma imagem como se fosse uma fotografia de grupo. A família é
para eles uma fortaleza que determina essa pertença ao grupo, uma
identidade colectiva ou melhor, mesmo um espírito de família.
A educação neste grupo social assenta na memória, da distinção e na excelência: saber conhecer a
história da família, as suas raízes e sociabilidade reforçada entre os seus parentes.
Distingue-se pela conduta, pelos gestos e certamente pela linguagem.
Existe uma estética e uma continuidade familiar bem como uma exclusividade social.
Os aristocratas têm formas próprias de pronunciar as palavras e um tom de voz diferente, resultan-
te da pertença de longa data à sua elite. Os de maior tradição mantêm ligações a valores morais e
espirituais. Isso faz parte da sua identidade.
O estilo de vida e as práticas sociais nem sempre são marcados pelo dinheiro.
Eles têm grande desenvolvimento no saber estar, como também na linguagem que vêm do peso da
memória e do desejo de distinção. Unidos pela mesma educação, modo de vida e pela sociabilidade,
têm portanto um sistema de valores comum que são a essência da própria aristocratização.
Normalmente são um grupo fechado, marcado por preocupações perfeccionistas dando uma ima-
gem exterior de unidade e solidez.
A sua identidade é sempre marcada pela presença de antepassados e por uma rede de alianças e
parentescos, são todos primos ou tios.
Existe uma coesão entre o grupo com obrigações, códigos, respeitabilidade e hierarquia.
Algumas curiosidades de referir, têm quando podem, criados ou empregados como hoje se diz,
usam papel timbrado com brasão gravado , o título ou alternativamente com a morada e apenas a
morada, nunca o nome, em papel de carta , cartões e envelopes.
Fazem festas de família, raramente com estranhos. Muitos ainda têm o hábito antigo de ter dias
certos para receber em casa os amigos mais próximos, para chás ou jantares.
Alguns membros de famílias mais desviantes, casam com pessoas de diferentes meios sociais, os
chamados casamentos hexogâmicos. Esses sofrem por vezes represálias e são objecto de exclu-
são e até corte com a família.
O catolicismo é essencial e é veiculado pela educação em casa ou pelos colégios, normalmente
de freiras. A memória destas famílias apoia-se no apelido, na nobreza ou títulos e ainda em armas,
retratos pintados, casas, objectos pessoais, arquivos e tradição oral. Tudo isto constitui a linhagem.
A aristocracia sempre deu importância aos sítios onde se passava a infância, às lembranças que
marcavam a memória. A terra , o campo, as boas casas, as quintas constituiam o tempo de lazer em
férias e a cidade era o regresso às aulas e à mistura com a burguesia.
Pode perguntar-se se nisto tudo não existe vaidade. Claro quem sim, mas fundamentada.
Há vários tipos de nobreza: a imemorial, de que se não conhece as origens, a feudal ou cavalheires-
ca, que remonta à Idade Média, a de cortesia que aqueles que frequentavam a corte e bem assim a
nobreza anterior e a posterior ao liberalismo.
Aristocracia ou nobreza são coisas do antigamente, mas constituem as raízes de muitas famílias que
do seu passado se orgulham. O fenómeno social tem sido copiado pela burguesia e até por popula-
res que têm ou desejam cultivar a notoriedade e desse modo reproduzem todos estes aspectos que
para eles constituem referência. Sempre assim foi. Continuará a ser? Quem sabe.
Etiqueta Social, por Paula Bobone
8º Fascículo
✂ página 15
Noblesse Oblige I
86
Crónica de Batata Cerqueira GomesEles & Elas no Twins
Com a chegada do verão temos,
como sempre, grandes festas e
eventos! Para nós têm sido uns
meses óptimos, sempre com
muito trabalho e novos projec-
tos. Ainda assim, tive algum
tempo de férias e tenho que vos
recomendar a Pousada do Gaio,
dos meus grandes amigos Cláu-
dia e Vasco Gallego, também
donos do conceituado restau-
rante XL em Lisboa. O sítio não
pode ser mais bonito, tem uma
paisagem muito relaxante e a
forma como somos recebidos
faz-nos sentir em casa.O am-
biente é muito acolhedor e a
comida fantástica não fosse o
Vasco um gourmet de primeira.
Passei lá um fim-de-semana
inesquecível.
Entre todos os eventos que a
BCG organizou, tenho que des-
tacar o cocktail de inauguração
da Marc by Marc Jacobs no Por-
to. Esta nova loja enquadra-se
no centro da baixa, num modo
de vida com um espírito reno-
vado, cheio de público jovem,
rodeado de bares de restauran-
tes da moda e do núcleo das
faculdades que tornam o lugar
único.
O cocktail de inauguração foi
um momento muito especial,
num fim de tarde fantástico,
com muita gente bonita e muita
animação.
A baixa do Porto tem cada vez
espaços mais bonitos e que vale
a pena visitar, no emblemático
Largo de S.Domingos o conceitu-
ado decorador Paulo Lobo abriu
uma loja de Artesanato Con-
temporâneo, a Lobo Taste com
peças feitas por artesãos que
nos fazem perder a cabeça.
Uma das festas mais diverti-
das foi o S.João, no Largo de
S.Domingos que já uma tradição,
a não perder.
Não faltaram as tradicionais
sardinhas, o caldo verde, o vinho
verde, a música do Paulo e muita
animação.
Como adoro petiscos, não posso
deixar de recomendar que pas-
sem pelo restaurante Rogério do
Redondo, onde o meu amigo Gero
os vai receber com a melhor ➤
87ELES & ELAS
➤ gastronomia do norte de Portugal!
Depois de 5 anos á frente do
grupo Twins é altura de novos
projectos, na próxima crónica
espero ter grandes novidades
mas para já o segredo é a alma
do negócio… e mais não posso
dizer para já! ■
Um abraço Batata
1. Aspecto geral da inauguração do novo espaço Marc Jacobs
2. Artur e Jaques Bec com Raquel Cerqueira Gomes 3. Um
grupo de elegantes junto à Marc Jacobs 4. Manuel Guedes,
Batata Cerqueira Gomes e Pedro Santos 5. Milhares de pes-
soas encheram as ruas dos porto para celebrar o S. João
6. A musica não faltou para animar a festa de Marc Jacobs
1 2
3 4
6
5
88
Baseado no livro de Kathryn Stockett, que alcan-
çou os tops de venda nos Estados Unidos, As
Serviçais, The Help, no original, é uma história de
amizade, resistência perante as injustiças e um
fiel retrato da segregação nos Estados do sul da
América nos anos 60 do século passado.
Tudo começa quando três mulheres normais de-
cidem tomar uma atitude extraordinária…
Skeeter, uma jovem de 22 anos regressa a casa
depois de se formar na Universidade de Ole
Miss. Embora tenha terminado uma licenciatu-
ra, o Estado do Mississipi no ano de 1962 não
é propenso a ver com bons olhos mulheres a
trabalhar. A sua mãe é da mesma opinião e não
parece descansar enquanto não vê a filha casa-
da – o destino habitual para todas as meninas
de boas famílias. Por regra, Skeeter procuraria
conforto nos braços de Constantine, a ama negra
que a criou, mas durante o tempo que passou
fora de casa esta parece ter desaparecido sem
deixar rasto.
Aibileen é uma criada negra, uma mulher sá-
bia e que se encontra a criar a sua 17ª menina
branca. Todavia, a sua forma de estar na vida
mudou depois de ter perdido o seu único filho
num acidente de trabalho, e Aibileen não conse-
gue esquecer o facto de que o jovem poderia ter
sido salvo caso tivesse sido auxiliado a tempo
pelos patrões, que se limitaram a ignorar a
situação. Devotada de alma e coração à menina
que está a criar, não deixa, no entanto, de sentir
no seu íntimo, que esta relação pode vir a ser ➤
Cinema
As Serviçais
89ELES & ELAS
➤ complicada para ambas.
Minny é a melhor amiga de Aibileen, é baixa,
gordinha e audaciosa. Cozinha como ninguém e
não consegue ficar calada perante uma injustiça
o que a leva a perder mais de uma vez o empre-
go. A solução acaba por passar por uma posição
em casa de uma recém-chegada à cidade que
ainda não teve tempo de ficar a conhecer a sua
reputação. Todavia, a sua nova patroa também
traz consigo os seus próprios segredos…
Aparentemente tão diferentes umas das ou-
tras quanto possível, estas três mulheres, uma
branca e duas negras, uma menina bem e duas
criadas, unem-se para levar a cabo um projecto
clandestino que as coloca a todas em sérios ris-
co de vida. Tudo isto porque o que as rodeia na
cidade de Jackson, Mississipi, todas as mentiras,
todas as perversões e as maldades de que são
vítimas, as faz sentir sufocadas e as torna sufi-
cientemente corajosas para enfrentarem tudo e
todos, para levantarem a voz a alertar o mundo
para esta realidade - ou pelo menos os outros
estados americanos para uma forma de vida que
já não é suportável.
Emma Stone, Viola Davis e Octavia Spencer dão
vida a estas três fantásticas mulheres, sendo
apoiadas no elenco pelas veteranas, Sissi Spa-
cek, Cicely Tyson, Allison Janney, Mary Steen-
burgen e secundadas por Bryce Dallas Howard
e Jessica Chastain, numa realização de Tate
Taylor, também responsável pelo guião. ■
I.P.
90
Milú Ferreira por Paula Bobone, fotos Lígia Correia
Triunfar nas artes
Arte
Uma mulher de cultura, bem conhecida no mundo das artes, fala-nos
do seu percurso e dos grandes nomes da pintura contemporânea.
Com galerias em Paris e Lisboa Milu Ferreira é a nossa convidada. ➤
91ELES & ELAS
➤ Paula bobone (Pb) – milú ferrreira é um nome
de referência em lisboa, Portugal, frança e não
só porque é do mundo das artes. mas milú fer-
reira não é só isso. Vamos indagá-la sob outros
pontos de vista: um deles é a mãe, a mulher, a
dona de casa, a mãe de família, a empresária; e
então sim, a mulher das artes. Iríamos começar
com a pergunta: afinal quem é milú ferreira: é a
mulher das artes ou é a mãe de família?
Milú Ferreira (MF) – Eu diria que sou as duas. Mas
há ainda uma outra situação: as artes começaram
por uma oportunidade que as pessoas pouco
conhecem que foi devida à minha vida política
enquanto assessora de Maurice Couve de Murville,
que foi Ministro de várias pastas antes e depois
do General De Gaulle até aos finais dos anos 70.
Ele era um homem apaixonado pelas artes. Inclu-
sivamente uma das suas casas é hoje património
municipal e alberga um Museu de Arte Contempo-
rânea no Sul da França. Tive a sorte de me inte-
grar num lugar daqueles e foi um grande privilégio
ter trabalhado com esse senhor.
Pb – mas tu és uma Portuguesa de gema. És
uma mulher de Cantanhede.
ML – De Cantanhede, e como eu costumo dizer,
da Bairrada!
Pb – A tua família é um núcleo muito forte, mui-
to afectuoso. O teu marido, Prudêncio ferreira,
desenvolve as mesmas actividades e sempre
te acompanhou nestes últimos trinta e quatro
anos apoiando-te nessa tua actividade, assim
como as tuas duas filhas.
ML – As minhas filhas neste momento, e em situa-
ções diferentes, querem também envolver-se neste
Mundo. A Patty, que é casada, já com um filho e
que já está envolvida no Mundo das artes. O bichi-
nho das artes infiltrou-se na família.
Pb – É uma empresa familiar. Tens um espaço
maravilhoso aqui nos Restauradores (lisboa)
que é o Espaço Arte livre num edifício antigo
perfeitamente preservado.A nós, no Eles &
Elas, não nos passa despercebida a figura de
milú ferreira.
Por uma razão: tem desenvolvido uma activida-
de que nos espanta a todos e em outros pontos
onde tem levado as suas colecções revela o
mais fino gosto e um critério de escolha ex-
traordinário. Quais são os grandes nomes da
pintura contemporânea, mas também da mais
antiga, com que tu trabalhas e pelos quais tu és
procurada?
ML – Há uma chave pela qual nós começámos
que será a daqueles pintores como Columbano,
Malhoa, Souza Pinto, Alberto Pinto, Silva Porto...
Todos aqueles que fizeram escola no estrangeiro,
que se internacionalizaram. Contudo existe muito
pouca documentação porque na altura não havia
a possibilidade de fazer catálogos como agora há,
de forma que tentamos encontrar vestígios destas
obras e encontramos algumas. Tive uma pessoa
fantástica a trabalhar comigo, que foi o Paulo Fer-
reira, um homem muito ligado às artes que muito
me ajudou.
Pb – E conheceu-o onde?
ML – Foi uma situação muito engraçada porque
acabei por encontrá-lo em Paris. Eu andava à
procura dele porque me foi indicado como uma das
pessoas que melhor percebia de pintura portugue-
sa, mas não sabia onde encontrá-lo. Eu, nos anos
60, ainda não estava muito integrada na parte por-
tuguesa. Estava mais com os franceses dos quais
tenho amigos de longa data como o infelizmente
desaparecido Manolo Ruiz-Pipo. O meu marido
estava muito ligado aos departamentos do mu-
seus que tratava do século XV ao XIX, de todas
as escolas mundiais e eu fazia-lhe a assessoria.
Para ele e para a Galeria Charles et André Bailly
que trabalhavam para todos os Museus. Colabora-
va com eles mas aos fins-de-semana e durante a
semana dedicava-me ao Ministro.
Nos anos 70, deixou de haver tantos árabes a
comprar e o mercado de arte de Paris entrou em
decadência. E foi aí que comecei a ficar mais liga-
da a Portugal.
Pb – Regressaste então em força para Portugal
tendo acabado a tua função junto do ministro?
MF – Não, isso foi uma situação paralela. Eu ainda
fiquei bastantes anos, mas fiz um acordo que, na
verdade, foi proposto pelo próprio Ministro, de a
partir de cada sexta e durante os fins-de-semana
me dedicar às artes. Ele é o homem a quem muito
devo.
Pb – É uma mulher que reconhece quem a
ajuda.
MF – Sim. E como ele houve outros, como o meu
padrinho João Pais de Sousa, que me serviu
durante quase catorze anos de pai. Até à morte foi
um segundo pai. Há uma coisa a realçar: é que o ➤
92
➤meu pai era um óptimo desenhador e me deixou
o bichinho das artes. Tinha um grande talento,
mas nunca o desenvolveu, uma vez que estava
nos Serviços Geográficos em Angola. Portanto não
tinha margem nem tempo para se dedicar às artes.
Pb – É engraçado notar que foram por razões
que te foram alheias que acabaram por te levar
à situação onde agora estás.
MF – Isso tem sobretudo a ver com o Charles
Bailly, que é o padrinho da minha filha Sara. Um
homem muito inteligente; um dos poucos no Mun-
do que enfrenta e diz aos Museus o que uma obra
é ou não é. Um verdadeiro expert, muito respeita-
do. Existem muitas obras nos Museus que foram
escolhidas e pesquisadas por ele. Quando eu tinha
21 anos, ele apercebe-se do meu gosto pelas artes
e incentiva-me.
Pb – mas como surge esse gosto assim tão
nova?
MF – Eu comecei por estudar Artes Plásticas mas
não segui. Fiz a preparação para a Universidade
mas interrompi para ir para Paris.
Pb – foste para Paris já casada?
MF – Não. Fui para Paris com 16 anos e meio. E
houve uma grande sorte. As pessoas conhecem-
me do mundo das artes mas eu passei também
pelo Mundo da moda e da política.
Pb – Começa a viver em Paris e onde é que
conhece o Prudêncio ferreira?
MF – Eu já conhecia o Prudêncio, mas não havia
uma aquela grande convivência. Foi muito engra-
çado a forma como começou. Havia um Baile de
Finalistas e eu, como não tinha ido ao Baile de
Finalistas em Portugal, eles insistiram que eu fosse
a esse Baile. Este baile não era o do Colégio onde
estive, onde fiz dança, teatro, artes plásticas...
Pb – sempre ligada às artes!
MF – O Baile de Finalistas foi em Santa Iria, numa
associação que ainda hoje apoio. Por graça fez
uma aposta que tinha que dançar comigo. Apos-
ta essa que é claro eu não soube. Fez tudo para
dançar comigo e ganhou a aposta.
Pb – A aposta e o seu amor...
MF – Foi uma situação um pouco embaraçante.
Porque os tempos eram outros e eu não via muito
bem aquilo, porque na altura tinha uma pessoa
comigo que viera de França. Vinha de sair de um
namorico...
Pb – mas eis que aparece o homem da sua vida.
MF – Exactamente. Ele ganhou essa aposta.
Pb – E tu aí não te sentes vencida?
MF – Nada, antes pelo contrário. Senti-me muito
realizada. Em vários níveis. Até nos meus estudos,
que continuaram de uma forma diferente, com
muita prática.
Pb – Conheceste os melhores nomes da Pintu-
ra portuguesa?
MF – Sim. Deixando de parte dos pintores do séc.
XVII e XIX, obviamente, tenho uma grande ami-
zade com os pintores com quem trabalho. Como
com o Júlio Pomar, a Graça Morais, o José de
Guimarães, a Vieira da Silva, o Eduardo Moniz,
o Manuel Cargaleiro... Conheci toda a gente! Em
parte graças ao Paulo Ferreira, que teve um papel
muito importante.
Pb – Editou-se um livro sobre ele, designado
Paulo ferreira, uma obra de referência
MF – Esse livro passa-se entre 1989 até aos nos-
sos dias.
Pb – Tens a sensação que estás só num eixo
Paris-lisboa? Pretendes alargar a outras partes
do mundo?
MF – O que acontece é que já fiz mais trajectos:
Luxemburgo, Macau, Brasil, Inglaterra... Portanto
acontece que, neste momento, continuo a ter os
mesmos apelos internacionais.
Pb – Trabalhas sozinha ou com galeristas inter-
nacionais?
MF – Normalmente as bases de saída são sempre
estatais. O que depois permite conhecer outras
pessoas e estabelecer contactos. Sempre pelas
vias oficiais.
Pb – O que é uma mais-valia. Então depois
estabeleces relações com os outros artistas.
És uma mulher privilegiada, mas isso devido
ao estatuto que já alcançaste nestes trinta e
quatro anos de carreira.
MF – Sim. E de alguma forma também me ajuda e
continua a servir as relações que adquiri durante
a minha actividade política, onde ainda se fala do
meu nome.
Pb – A tua carreira política marcou-te muito?
MF – Marcou-me e marca. Ainda as minhas filhas
são bastante respeitadas por essas razões. O
meu marido foi um protector das artes, um grande
coleccionador e, para mais, um homem de grandes
valores. Esteve muito ligado à aguarela, sobretudo
à inglesa. Lembras-te com certeza da conversa ➤
Milú Ferreira
93ELES & ELAS
➤ que tivemos com o Vasco Bobone, em que ele
dizia que admirava os seus livros. Quero aqui tam-
bém falar de um outro grande homem que muito
me ajudou, o Robert La Court Gauye, escritor da
Casa Branca, homem muito ligado à Política na
área da Economia, tanto em França como nos
Estados Unidos. Em França, chegou mesmo a ser
Ministro das Finanças. Era casado com a Condes-
sa e Marquesa de la Falle, que era também uma
grande senhora das artes, aguarelista de flores e
pássaros. E daí a envolvência com a aguarela.
Queria ainda falar de um outro grande homem,
muito importante na minha vida, o arquitecto
Sommer Ribeiro que trabalhou na Gulbenkian e
acabou a sua carreira na Fundação Arpad Szenes.
Uma pessoa muito sensível, com grande conheci-
mento da arte contemporânea e amigo lá de casa.
Ajudou-me muito e fomos comissários de algumas
exposições em conjunto.
Pb – A milú está também muito ligada a inter-
câmbios, certo?
MF – Exacto. Continuo a ser muito solicitada para ➤
94
➤ levar os nossos artistas ao estrangeiro. E se eu
posso fazer isto pelos nossos artistas, então é um
trabalho que eu devo fazer!
Pb – Para terminar: uma palavra de coragem
para os artistas emergentes.
MF – Digo-lhes para não baixarem os braços.
Temos grandes talentos que precisam de ser
divulgados. Digo sempre às pessoas que têm essa
responsabilidade para nunca esquecer os mais
novos.
Nós estamos a criar novas saídas. Estive a falar
com o Director do Salon des Grands et Jeunes
d’Aujourhui, que é uma Feira Internacional onde se
apresentam novos talentos, que depois são convi-
dados para outras situações. Nós servimos então
de intermediários para uma carreira internacional.
Pb – milú ferreira a Eles e Elas fica muito hon-
rada com a simpática entrevista que nos conce-
deu. Parabens.
MF – Eu é que agradeço. ■
Milú Ferreira
95ELES & ELAS
O Verão (se é que se pode chamar assim a esta
estação do ano, que andou a “fazer fosquinhas” con-
nosco durante estes três meses) já se foi. Um Verão
em que, cá dentro do nosso Portugal, tudo se espa-
lhou pelo Algarve, pela Comporta, pelo Porto Santo
e, nalguns casos, pela Costa do Estoril (aqueles a
quem a crise afectou muito e resolveram, por isso,
deliciar-se com os banhos na Linha e ficar por casa).
Um Verão que, para as Sedas e Chitas foi, agra-
davelmente, marcado pela Corrida ELAS & ELAS,
na Praça de Toiros das Caldas da Rainha, agora
Manuel dos Santos, o grande toureiro (já desapare-
cido), que foi justamente homenageado, na pessoa
do filho, Jorge, pela directora da nossa revista, Maria
da Luz de Bragança, e pelas autoridades locais.
Uma praça cheia, os Telles e Vítor Mendes, as-
sim como os Forcados Amadores das Caldas e de
Santarém, puseram os aficionados ao rubro. Festas,
essas foram mais que muitas, mas o que é curioso
é que, sabendo nós das muitas figuras conhecidas
que estiveram no Algarve, em tantos lugares, como
o Urban Beach, o Bliss (que trouxe Vilamoura, de
novo, ao cenário de festas), o Faces, o Manta Bea-
ch, o Sport Summer Sessions, em Portimão, etc... as
revistas cor-de-rosa só nos brindaram, praticamente,
com caras novas, algumas estrelas da televisão, e
pouco mais... Estranhámos. Ou será que os tempos
mudaram assim tanto?
Claro que os fiéis da Quinta do Lago assim continu-
aram, fiéis ao T-Clube e ao Gigi (sempre igual a si
próprio, e sua Leonor), Marcelo Rebelo de Sousa
(muito saudoso dos netos, este ano ausentes) e
Rita Cabral, Fernando Seara e Judite de Sousa, os
Damásios e muitos mais; no Ancão, João de Deus
Pinheiro com a família, aproveitou para grandes
banhos, alguns gelados e muito golfe, uma das suas
paixões. Maria e Aníbal Cavaco Silva ficaram na
sua casa de Albufeira; fiel a Vilamoura esteve, como
sempre, Marques Mendes. Os duques de Bragança
(que, além de Ferragudo, deram um pulo à Quinta
do Lago) e a família Pereira Coutinho, em Ferra-
gudo, aproveitaram em cheio as férias, dando um
pulinho ao Evaristo, onde as ameijoas continuam a
ser deliciosas e o peixe óptimo. Mas ao que me con-
taram (eu não tive tempo para tudo), o Porto Santo
esteve em alta este Verão.
Cá por Lisboa, e antes de fazer uma viagem ao
Mónaco, ainda estive na grande festa da vela que foi
a America’s Cup, Mas não resisto a dar esta notícia.
Sabem que o Diogo Quintela, um dos “Gato Fedo-
rento”, abriu uma padaria? Pois é, mas não é uma
padaria qualquer. É em Campo de Ourique e está
a ter o maior dos sucessos... Crise é crise e é bom
diversificar.
Mas este foi, apesar da chuva e das nuvens, um
Verão “quente”. Quente de amores e desamores,
de divórcios inesperados (quem diria que Isabel
Angelino se divorciaria?), outros menos inesperados
(o de Sofia Ribeiro e José Maria Tallon), namoros
desfeitos novas relações (a Raquel Rocheta anda
de namoro com Fernando Santos.
E com a crise a agudizar-se, lá segui para o Móna-
co... Que bom, chegar ao principado. Ali não chega
a crise e respira-se outro ar. Desta vez, estivemos
com Alberto do Mónaco e a princesa Charlene, que
tanto no Baile da Cruz Vermelha como, dias mais
tarde, no jantar do Variety Club, em Leeds (onde
também estive, com a mesma toilette, pois claro,
que a crise assim o obriga), mostraram uma grande
cumplicidade e carinho. Calcule-se que o soberano
monegasco até já usa aliança!
Dei depois um salto a Espanha, onde se aguarda,
ansiosamente, o casamento da duquesa de Alba,
marcado, em príncípio, para 5 de Outubro. O que
não a impediu de uma espécie de despedida de
solteira, em Ibiza, com uma amiga, usando um
moderno biquíni, apanhando sol (nós bem a vimos a
mergulhar nas quentes águas, sem falsos pudores).
Valente duquesa e bravos 84 anos! Ainda tive tempo
para dar um pulinho a Maiorca e vi parte da família
real (Don Juan Carlos está recuperar de uma opera-
ção ao joelho...), os príncipes das Astúrias, muito ca-
rinhosos (talvez para fazer esquecer a notícia, dada
pelos mentideros do país vizinho, de um encontro
de Felipe com a ex-noiva, Eva Sannum (lembram-se
dela?), numa ilha grega. O último rumor que corre é
de que Don Juan Carlos não quer abdicar a favor do
filho, porque não deseja que Letizia seja rainha tão
cedo...
da França... Será que é desta?
Já na nossa “santa terrinha”, vim encontrar tudo na
mesma. A crise some e segue e já nem a pílula es-
capa... Quer fazer amor? Pague a pílula por inteiro,
que o Governo não paga “vícios”! ■
Sedas & Chitas por Mimi Trancoso
95
96
Cover:
The elegant actress Bárbara Norton de Matos is
enjoying a special moment in her life and in a cosy
conversation with Eles & Elas she talks about her
personal life and her wishes career-wise
Contents:
page 97
World Monuments Fund In Portugal
Filipa Rebelo de Andrade
Art and Professionalism
Eles & Elas Bullfight in Caldas da Rainha
Yé-Yé party in Algarve’s T-Clube
Crédito Agrícola inaugurates exhibition
A Century in Review
Milú Ferreira
A Triumph in the World of Art
Summary
English Text
268
3. letter from the Director.
4. summary.
5. Cover. Bárbara Norton de Matos.
10. The wedding of Zara Philips. Queen Elizabeth II’s
favourite granddaughter got married to rugby player
Mark Tindall.
14. The Duchess of Alba. One of the wealthiest women in
Spainis about to marry Alfonso Diez, a civil servant.
16. Victoria of sweden. The heir to the throne of Sweden
has announced the arrival of her first child.
18. Wedding in monaco. Prince Albert II made all Mone-
gasques truly happy by marrying Charlene Whitstock.
22. The Grimaldi’s Olympus. Get to know a little better
one of the smallest and wealthiest countries in the
world, the Principality of Monaco.
26. fernando Pereira. This fantastic Portuguese artist
speaks about a career that will celebrate its thirtieth
anniversary in 2012.
30. Carlos do Carmo. the fado singer presented in Tavira
the songs from crooner Frank Sinatra.
32. Amy Winehouse. The unexpected goodbye to one of
the best singers of soul music.
34. World monument’s fund. this organization visited
Portugal in order to get to know some portuguese mo-
numents.
36. finishing schools. The luxurious schools that educate
young women into becoming proper young ladies.
38. filipa Rebelo de Andrade. the portuguese face behind
the sucess of Bonham’s in Portugal.
40. Isabo. A true Parisian designer, passionate for both vin-
tage and burlesque that chose Lisbon to live and work.
46. fashion. Maison Dior has presented some fascinating
proposals for the next Fall-Winter.
52. Tauromachy. The bullfighting ring of Caldas da Rainha,
renamed Praça Manuel dos Santos, was the venue for
the Eles&Elas Summer Bullfight.
56. America’s Cup. the Emirates Team New Zealand
won the First leg of the America’s Cup World Series in
Cascais.
60. Equestrianism. The Manuel Possollo Hippodrome was
the venue for the 6th Grand Prix of Portugal, part of the
Global Champions Tour.
66. solidary Portugal Cup. took place in the Ocean Golf
Course in Vale do Lobo and president Cavaco Silva
was in attendance.
70. Ye-Ye Party. the most refined and tradicional of all
Summer parties in the Algarve was a great success.
74. miss universe Portugal. this contest took place in
Hotel Miragem, in Cascais.
76. Gala in marbella. the charm of Summer parties
was present in the south of Spain, in Marbella, and
Eles&Elas wouldn’t miss it.
78. Chronicle by marta Aragão Pinto
82. Crédito Agrícola. Inaugurates exhibition
"A Century in Review."
86. Chronicle by batata Cerqueira Gomes
88. Cinema. The Help
90. milu ferreira – an interview with one of the great ladies
of the fine arts in Portugal.
95. sedas & Chitas
96. English Texts.
98. Horoscope.
97ELES & ELAS
english text
A delegation of leaders and patrons of
the World Monuments Fund has recently
undergone a visit to Portugal to learn about
Portuguese and monuments and pay
tribute to Paul Lowndes Marques, who was
president of the WMF Portugal until his
death, which occurred on the first day of
2011. At Queluz National Palace was
unveiled a plaque, marking the completion of
a draft conservation and restoration
of gardens, lakes, fountains and water in
this important national monument, including
the lead statues in the eighteenth century
English sculptor John Cheere. ■
Eles & Elas Bullfight in Caldas da Rainha
Eles & Elas promoted its Summer Bullfight in
Caldas da Rainha in the newly named Praça
Manuel dos Santos. This bullfight, that always
takes place on the 15th of August, saw this year
saw 129th edition and as usually was completely
full – in fact not even the rain that begun to fall
made anyone leave their seats. An homage to the
“matador” Manuel dos Santos took place, and his
son Jorge was there to receive the award from the
hands of Maria da Luz de Bragança. So being, the
bullfight ring got his new name with the blessing of
Nuno Alves, the owner of the venue. ■
Yé-Yé party in Algarve’s T-Clube
Filipa Rebelo de Andrade – Art and Professionalism
It is every year, par excellence, the party of
Algarve’s Summer. By this we mean
the always expected Ye-Ye party, this year in
its 14th edition, and taking place, as always,
in the exquisite space of the T-Club, in
Quinta do Lago. This Summer, as usual,
many familiar faces of our best society, both
of Lisbon and Oporto were in attendance. The
hosts, Luís Ferreira de Almeida (NOW) and
José Manuel Trigo, were as usual presenting
yet another big sucess, given that all those
that are lucky enough to be invited make
sure to be there in order to enjoy themselves
but also to make sure that they met up with
some friends that they only get to see in this
particular party. ■
World Monuments Fund In Portugal
Crédito Agrícola Bank inaugurated, on July 12,
the exhibition “100 Years of Crédito Agrícola in
Portugal, 1911-2011” which will remain available
to the public at the headquarters of the central
office, in Lisbon, until the end of the current
year. This initiative provides information on the
evolution of this financial institution and on how
they adapted to the country’s development over
the years but also to the important
contribution it made to its social and economic
development. Present at the opening ceremony
were several figures linked to the institution but
also many well-known figures both of politics and
society. ■
She is since February of last year the face of
Bonhams in Portugal. The famous auction house,
one of the most important ones in the world, arrived
in Portugal wanting to do business in different kinds
of segments, mostly wines, car and guns. Filipa
Rebelo de Andrade is truelly pleased with this new
challenge and is looking forward to good business
deals in the area of Art and Antiquities. ■
Crédito Agrícola inaugurates exhibition – A Century in Review
Milú Ferreira – A Triumph in the World of Art
Milú Ferreira is a household name in Lisbon,
Portugal, France and not just around the
art world. A mother, business woman
and homemaker, a woman connected to politics and
society but above all a woman of high capacities
and extraordinary determination. Currently the
responsible for the Espaço Arte Livre gallery, the
marchand has had the pride and joy of dealing
and working with some of the greatest masters
of contemporary painting and sculpture. ■
98
O dinheiro vai estar em alta na sua vida.
Mas cuidado, pois pode vir a fazer-lhe
falta no início de 2012. Ainda assim, é
importante que se divirta e passe tempo
com aqueles que lhe estão mais próxi-
mos. ■
Esta vai ser uma excelente época para
si! Aproveite para relaxar, e não se
preocupe – tudo vai correr da melhor
forma! Fará amizades que lhe serão
muito úteis e chegará à rentrée feliz e
renovada! ■
O melhor para o nativo deste signo é
não se preocupar muito com o futuro.
Vai ter de encontrar coragem para par-
tir em busca de uma aventura, pois o
que está para trás vai ficar mesmo para
trás. ■
A vida não tem estado fácil mas tudo
está prestes a mudar. Encontrará al-
guém especial e dará por si mais feliz
do que jamais esteve. Cuidado com
as poupanças, pois o Verão vai sair
caro! ■
Nesta altura o mais importante é passar
tempo com a sua família, pois ultima-
mente não lhes tem dado a atenção que
requerem. Inclua-os nas suas férias e vai
ver que se diverte muito mais que é ha-
bitual. ■
Vai aperceber-se de que tem procurado
o amor em locais errados, quando este
esteve sempre à sua frente. Ainda assim
não deixe de levar as coisas com calma
pois não vai querer perder um bom ami-
go. ■
Embora aprecie divertir-se o momen-
to é de trabalho intenso. Seja qual for
a sua área, porquanto trabalhe inten-
samente o sucesso estará assegura-
do. Não vai ser fácil, mas vai valer a
pena! ■
Ao contrário do que é habitual, vai ter
tempo à vontade para desfrutar com a
sua cara-metade. Divirtam-se a dois e
aproveite para recuperar, em grande, o
tempo que passou longe daqueles que
ama. ■
Evite compromissos sérios pois pode
vir a arrepender-se. Tome todas
as suas decisões com a maior das
calmas. De momento, lembre-se que
viver cada dia com paixão será a me-
lhor solução. ■
Não permita que a má disposição dê cabo
das suas vitórias tanto a nível emocional
quanto profissional. Aproximam-se dias
ainda melhores e parte dos seus desejos
serão concretizados desde que faça um
pequeno esforço nesse sentido.■
Vai estar perante a hipótese de fazer
dinheiro como já não lhe acontecia há
algum tempo. Aproveite e saiba que
os seus lucros vão depender do bom
relacionamento profissional com um
colega. ■
Está na altura de se libertar um pouco
das convenções e de não se preocupar
com pequenas coisas. Divirta-se como
se fosse de novo adolescente, e pode
ser que a felicidade o apanhe de surpre-
sa. ■
Astrologia
Carneiro21/3 a 20/4
Virgem23/8 a 22/9
Leão23/7 a 22/8
Touro21/4 a 20/5
Capricórnio21/12 a 19/1
Caranguejo22/6 a 22/7
Balança23/9 a 22/10
Gémeos21/5 a 21/6
Escorpião23/10 a 22/11
Peixes19/2 a 20/3
Sagitário23/11 a 20/12
Aquário20/1 a 18/2