Revista Elos . Novembro de 2012

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mais um ano Com muito fôlego e novas metas, Igreja do Recreio comemora seus 24 anos de fundação Publicação mensal da Igreja do Recreio | Ano 01 . nº04 . Novembro 2012 Distribuição gratuita e dirigida . Venda proibida | [email protected] Reportagem Summit tem números impressionantes Comportamento O triunfo do pau-d’água Ricardo Lobosco ‘Incomoda-me a popularidade do UFC’

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Publicação da Igreja do RecreioRio de Janeiro . BrazilDistribuição dirigida ao Recreio e bairros adjacentes

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mais um ano

Com muito fôlego e novas metas, Igreja do Recreio comemora seus

24 anos de fundação

Publicação mensal da Igreja do Recreio | Ano 01 . nº04 . Novembro 2012Distribuição gratuita e dirigida . Venda proibida | [email protected]

Reportagem

Summit tem números impressionantes

Comportamento

O triunfo do pau-d’água

Ricardo Lobosco

‘Incomoda-me a popularidade do UFC’

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Revista Elos | Edição 04 . Novembro 2012 | 1

Uma publicação mensal da Primeira Igreja Batistado Recreio dos Bandeirantes. É proibida a venda de exemplares. Distribuição gratuita e dirigida.

Diretor executivoWander Ferreira [email protected]

Editor de conteúdoUtahy Caetano dos Santos FilhoMTB [email protected]

PublicidadeCarolina [email protected]

RedaçãoCarolina CarneiroMarcelo BelchiorDhiego Almeida

Colaboraram nesta ediçãoGeorge Heinrichs; Paulo Moura; Karolyne ReisIsrael Belo de Azevedo; Edvar Gimenes Samuel Rodrigues de Souza; Evandro Vidor Sylvio Macri; Ricardo Lobosco; Virgínia Martin; Bento Souto; Marco Davi; Wesley Cavalheiro; Isaltino Gomes; Josias Bezerra Lécio Dornas; Dercinei Figueiredo

Conselho editorialTamar Souza; Daladier Carlos; Carlos Novaes;Adalberto Sousa; Lília Marianno

Projeto gráficoMarcelo [email protected]

CTP e GráficaGráfica Marc Print21. 2260.2613 | [email protected]

Tiragem10.000 exemplaresDistribuição dirigida aos moradores do Recreio,Barra da Tijuca e adjacências

InformaçõesIgreja do RecreioRua Helena Manela, 101 . Recreio21. 2437.3015 Ramais 220 a [email protected]

O conteúdo e informações contidos nas matérias e artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores. É necessária prévia autorização, e devida citação do veículo, para reprodução total ou parcial do conteúdo.

As publicidades veiculadas nesta edição são de responsabilidade exclusiva dos anunciantes.

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28Líder responsável se preparaO Summit é uma oportunidade ímpar de o líder se preparar bem para exercer sua função. Elos traz a cobertura completa do evento realizado em outubro na PIB Recreio.

42Faça da sua casa um lar Para se construir um lar é preciso investir em todas as esferas dos relacionamentos familiares. Entenda que nunca é tarde para se iniciar esse processo, até porque ele é duradouro e contínuo.

04À frente dotempoA PIB Recreio, no dia 20 de novembro, completa 24 anos. A festa de aniversário será grandiosa e, como parte das comemorações, Elos entrevista o pr. Wander Ferreira Gomes que está à frente desta comunidade há 23 anos.

18Dia do Teólogo A Teologia é o campo do conhecimento filosófico que compõe a Ciência de Deus.

40O triunfo do pau d’águaHá muitos anos, havia bêbados largados pelas ruas do Rio de Janeiro. Nada parecido com a epidemia de cracudos de hoje. Eram bêbados solitários, alvos do deboche da criançada. Estavam sempre meio trôpegos.

Arquivo . Comunicação

Reprodução internet

13Dia da Consciência NegraCada vez mais as pessoas estão compreendendo a necessidade de um dia para se reportar à história de uma parcela, a maioria por sinal, da população brasileira que traz consigo a marca de uma discriminação sistêmica que perdura até os dias de hoje.

Divulgação UFC

14Sobre homens e galos Considero um contrassenso total que, no Brasil, se proíba, sob a pena da Lei, briga de galos, mas se incentive, na televisão aberta, essa verdadeira afronta à dignidade humana.

Rosângela Guedes

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Brasil sem racismo?O Dia da Consciência Negra é lembrado, e reverenciado, somente por militantes de movimentos de afrodescendentes. Atentamos para atos explicitamente racistas e não percebemos (ou desculpamos) aquelas ações que, às vezes, intentam elogiar, mas, no fim, só revelam nosso preconceito.Circula no YouTube um vídeo com o ator Rodrigo Lombardi que mostra, claramente, esse tipo de atitude. Ele está fazendo um comentário no Programa do Faustão e diz, não exatamente com estas palavras: “Tem um cara que, junto com meu pai, me fez ser artista. Ele era negro, caolho, 1,50m de altura. Quando ele se apresentava, cantando e dançando, saía do palco como se tivesse dois metros, louro, de olhos azuis”. Lombardi quis elogiar e se embaraçou em seus preconceitos.Há negros que não se reconhecem negros, ainda hoje. Neymar disse, certa vez: “Não me considero negro, mas tenho o cabelo ruim e por isso faço tudo para disfarçá-lo”. É duro dizer que esta talvez seja a forma como grande número de negros se vê.Uma vez vi um balconista irritadiço quase brigar com um cliente que insistia em chamá-lo de moreno: “Moreno, uma Coca Cola”. “Moreno, não, negro”. E tiveram de segurá-lo para não bater no freguês.Elos tem ótimo texto do pr. Marcos David sobre a conscientização que precisamos desenvolver a fim de reconhecermos a importância dos afrodescendentes em nossa formação.O álcool é um flagelo. Mata implacavelmente quem bebe e aqueles que por azar cruzam o caminho de um cachaceiro ao

volante. Em casos extremos, o alcoólatra destrói sua vida e arrasa a existência da família. Um adulto bêbado é terrível; um adolescente embriagado é trágico. Em entrevista a Marília Gabriela, o ator Murilo Benício falou sobre seu filho adolescente. “Ele não é um adolescente normal. Não bebe. Eu não tenho moral para proibi-lo, gosto de uísque, mas se ele bebesse, diria: ‘Não é hora, você só tem 15 anos’”.O adolescente normal bebe, entorna, entra em transe. Não deve restar uma sombra de dúvida: a vida desregrada trará consequências funestas. Conversava com um jovem, 23 anos, que trabalha no conjunto habitacional em que moro. Ele me contava que tem três filhos. “Dois deles só soube que eram meus depois de fazer exame de DNA. Mal conhecia as mães. Tudo parada de baile. Só vivia doidão. O terceiro foi com minha esposa”. Leia a reportagem “O triunfo do pau-d’água” e dê sua opinião.Finalizando, peço uma atenção especial para os textos que tratam dos 24 anos da PIB Recreio. É graças à visão da liderança desta igreja que chegamos ao número 4 da revista Elos. Uma revista mensal, distribuída gratuitamente, só com textos opinativos e jornalísticos. Repare: não há publicidade no corpo de nossa revista. Ela é integralmente custeada pela PIB Recreio.A festa de aniversário da igreja começa dia 22. Não perca. “A igreja é receptiva”, diz o pr. Wander Ferreira Gomes na entrevista que se encontra neste número. E é mesmo. Venha nos conhecer e glorificar a Deus junto conosco.

Utahy SantosEditor de conteúdo . [email protected]

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editorial .

Cachorro é herói de guerraUm cachorro rastreador de explosivos foi homenageado dia 25/10, em Londres, com uma medalha póstuma, que o intitula como herói de guerra. Theo morreu no ano passado, junto com um soldado britânico, em uma operação no Afeganistão. A medalha Dickin é um reconhecimento britânico à dedicação de qualquer animal na tarefa de salvar vidas humanas durante conflitos bélicos.O animal morreu horas depois do militar Liam Tasker, que recebeu disparos de insurgentes no dia 1º de março de 2011, aos 26 anos, na província de Helmand, no Afeganistão. A dupla conseguiu localizar o número recorde de 14 bombas dos talibãs em um período de cinco meses. A mãe do militar falecido, Jane Duffy, disse que o cachorro era o melhor amigo de seu filho e que trabalhavam juntos 24 horas por dia no Afeganistão.Tasker servia como cabo no regimento veterinário da marinha britânica. Ele recebeu de maneira póstuma a Ordem do Império Britânico em setembro de 2011. “Liam já tinha sido reconhecido, por isso é muito lindo que Theo receba sua medalha e que seu valor também seja reconhecido”, disse Jane.Theo, da raça Springer Spaniel, é o 28º cachorro que recebe a medalha Dickin, entregue desde 1943 pela Associação Beneficente de Veterinários, fundada por Maria Dickin. (http://revistaepoca.globo.com/Mundo/noticia/)

ukforcesafghanistan.com

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Caillebotte . Paris 1877

Paris é uma festaNo Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), a exposição dos impressionistas do Museu d’Orsay de Paris faz sucesso. Em São Paulo formavam-se filas de quatro horas para entrar na mostra. Aqui no Rio de Janeiro, em meia hora, consegue-se apreciar os belos quadros expostos.Cora Rónai, em O Globo, fala sobre a mostra: “Os quadros da exposição do CCBB falam bem mais de uma cidade do que de um movimento artístico. Afinal, esta é uma exposição sobre Paris, que por acaso se conta através do impressionismo”.Edouard Manet, Renoir, Paul Cézanne, Toulouse-Lautrec, Edgar Degas e muitos outros pintores notáveis poderão ser vistos com

vagar e atenção na exposição caprichadíssima do CCBB. É excelente oportunidade para quem aprecia arte e para os que não têm muita familiaridade com o assunto. Se depois de circular calmamente pelas instalações do CCBB, vendo as obras de arte, nada acontecer com seu coração, ao menos você sairá de lá com a certeza de que artes plásticas não são a sua praiaA exposição fica em cartaz até 13 de janeiro com entrada franca. A visitação é de terça-feira a domingo, das 9h às 21h. O CCBB Rio fica na Rua Primeiro de Março, 66, no centro da cidade. Mais informações no site http://www.impressionismopariseamodernidade.com/

Só 48% dos americanos se dizem protestantes, hoje, nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo cresce para 20% o número dos que se dizem sem religião, nos EUA. Sem religião, no caso, não quer dizer somente ateu. Os sem religião abrigam os que dizem crer em Deus, mas não se importam em estar filiados a nenhuma instituição religiosa, e os ateus.Não há, atualmente, nenhum juiz protestante na Suprema Corte dos Estados Unidos. O Partido

Republicano enfrentou sua primeira eleição presidencial sem nenhum pré-candidato protestante. Mitt Romney é mórmon.

Protestantes já não são maioria nos EUA

Hipescience.co

mVocê é oneomaníaco? De acordo com O Globo, 8% dos norte-americanos sofrem de oneomaniaMarcelo Villa a cada seis meses troca seu telefone celular. Atualmente tem dois: um IPhone 5 e um Galaxy SIII. Gastou mais de R$ 4 mil comprando os dois aparelhos. Comerciário, entre salário e comissões Marcelo ganha cerca de R$ 2 mil por mês. Solteiro, morando com a mãe na Freguesia, Marcelo admite que se não fosse a ajuda dela já estaria com o nome no temido SPC. “Sei que não tem lógica, mas basta ver algum lançamento da área tecnológica sendo anunciado para eu ficar desassossegado, louco para comprar”, lamentou-se Marcelo.Marcelo pode ser fissurado em tecnologia ou portador de oneomania, a enfermidade do comprador compulsivo. Em reportagem de Gabriela Valente, de O Globo, lê-se opinião de Tatiana Filomensky, da USP: “Quem compra compulsivamente, sobrecarrega as finanças da sua família. Ela diz que a doença ainda é desconhecida no Brasil, mas pesquisas indicam que 8% da população têm a doença nos Estados Unidos: mais que a parcela com problemas com álcool e com drogas”.Talvez seja por isso que Selma, mãe de Marcelo, torça para que o filho se case logo.

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PIB Recreio Igreja à frente do tempo

A PIB Recreio, no dia 20 de novembro, completa 24 anos. A festa de aniversário será grandiosa e, como parte das comemorações,

Elos entrevista o pr. Wander Ferreira Gomes que está à frente desta comunidade há 23 anos. Na conversa com Claudio de Carvalho da

Silveira e Utahy Caetano dos Santos Filho, o pr. Wander lembrou o passado, mas falou, principalmente, sobre presente e futuro.

Vislumbrando o futuro, o que você pensa/planeja para a PIB Recreio?A igreja continuará seu ministério, sua vocação. Aqui as coisas são feitas para Deus, com excelência. Sempre estamos ampliando nossa visão. Se Deus nos dá um limite e chegamos nele, ele ampliará estas fronteiras. Estou como descrito na oração de Jabez: “Ah, abençoa-me e aumenta as minhas terras! Que a tua mão esteja comigo, guardando-me de vales e livrando-me de dores” (1Crônicas 4.10).Queremos ir mais longe. Não para meu proveito ou para satisfazer vaidades. Esse é o imperativo do Reino. O Reino de Deus tem de avançar. A ordem de Jesus é multiplicação. A igreja gosta de ver chegar gente nova. Pessoas que serão edificadas, resgatadas das drogas, terá a vida restaurada. A igreja tem de avançar, de lutar contra este mundo que jaz no maligno, é cheio de perversões e está totalmente fora da vontade de Deus. A igreja precisa ser a contracultura que faz a diferença na sociedade contemporânea.

Como chegar a esses objetivos?Trabalhamos em várias frentes.A primeira delas é a expansão de nossos pequenos grupos. Os PGs são a base de uma igreja grande. Eles unirão as pessoas, darão a elas senso de responsabilidade. Os PGs ajudarão no ensino e realizarão o processo de multiplicação, por meio da evangelização. Os PGs

são fundamentais no processo de crescimento.Outro projeto da igreja é a ampliação das obras sociais. Pensamos no homem de maneira integral. Assumimos como mãe do Projeto Cristolândia, no Rio de Janeiro. Estamos em busca de espaço

para construirmos um centro de recuperação de excelência. Traremos um pastor só para a área de dependência química, a partir de 2013. Aqui na igreja, realizamos o Celebrando a recuperação, um programa que ajuda pessoas com vícios comportamentais. Estamos ampliando nossas redes de crianças, adolescentes, jovens, adultos e terceira

idade e começaremos a ampliar nossa propriedade física para que haja estrutura logística para dar suporte a esse crescimento.A Igreja do Recreio tem de sair da posição em que está: uma posição maravilhosa. Iremos para uma posição ainda melhor.

A igreja faz 24 anos, há 23 você a lidera. Por que a igreja cresceu tanto?Quando cheguei a igreja tinha 24 membros. Estava localizada em uma propriedade que somava 1.260m2. Vi o bairro crescer e a igreja acompanhar esse crescimento. O bairro, praiano, foi se desenvolvendo numa velocidade impressionante ao longo desses 24 anos. Tornou-se

vi coisas maravilhosas aqui, verdadeiros milagres

na vida de centenas de pessoas. Restaurar vidas

é uma vocação da nossa igreja

Dhiego Almeida

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um bairro de muitas famílias, de muita gente. Gente de classe média, gente que emergiu socialmente na sociedade e veio morar aqui. A igreja sempre trabalhou para atender as necessidades do povo.A PIB Recreio sempre foi ágil. Nada nos amarrou ao longo de nossa história. Não ficamos travados no sistema. Temos Estatuto, mas não temos Regimento Interno. Nossas lideranças sempre mexeram no modo de fazer igreja conforme a necessidade. Sempre pudemos trazer projetos, ministérios e ideias novas. A igreja, por sua cultura, sempre teve por hábito experimentar o novo. Vi coisas maravilhosas acontecerem aqui. Verdadeiros milagres na vida de dezenas e centenas de pessoas. Gente arrebentada, destruída pelo casamento, destruída pelas drogas. E Deus restaurando. Essa é uma vocação da PIB Recreio: a de restaurar pessoas.Nos últimos anos a PIB Recreio tem se tornado referência em treinamento de liderança. Isso tem acontecido nos últimos cinco anos. Hospedamos o Summit, grandes congressos da denominação e importantes congressos de crianças. Temos o prazer em servir com nossa estrutura humana e física para que esses congressos sejam uma bênção visando ao treinamento de liderança.A história, o desenvolvimento e o nascimento da igreja são muito bonitos. Pretendo transformar tudo isso, se Deus quiser, em livro,

contando a história da igreja. Como fomos adquirindo as propriedades ao lado da igreja onde tínhamos a capelinha. O desafio de comprar uma propriedade depois da outra. A bênção da doação do Casacap, que hoje é um centro de ação social importantíssimo em Vargem Grande, que atende mais de 11 comunidades carentes naquela região. Nas enchentes de 2010, os moradores diziam que o Casacap era o refúgio que eles tinham. A única coisa com que eles podiam contar, naquele momento de dificuldade, era o Casacap.Tem sido uma bênção de Deus a visão da igreja para fora. Temos pregado há muitos anos sobre uma igreja que não está restrita às paredes do templo, mas que vai para as ruas, faz convênios com ONGs e com instituições envolvidas com assistência ao indivíduo de maneira integral.A igreja também possui uma veia missionária muito forte. A igreja sustenta dezenas de missionários de missões nacionais, de missões mundiais e de outras agências. É fantástico. Eu mesmo, uma vez por ano, visito os campos missionários. Da última vez estive no Leste Europeu, treinando pastores e líderes da Bielo-Rússia, da Ucrânia, da Polônia. Já fiz isso na Rússia, na China, no Japão e na Europa. É uma visão da igreja a de enviar o seu pastor para esses treinamentos. Outras equipes da igreja também

“tem sido uma bênção de Deus a visão da igreja para

fora. Temos pregado há muitos anos sobre uma

igreja que não está restrita às paredes do templo, mas

que vai para as ruas

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têm trabalhado na área missionária e julgo que esta é uma área muito forte da igreja.A igreja foi construindo sua visão. Visão é onde nós queremos chegar. Ela foi ampliando essa visão, à medida que ia crescendo sua responsabilidade ia aumentando. É como Jesus disse: “A quem muito se dá muito será cobrado”. Ele muito nos tem dado em 24 anos e sei que isso é uma grande responsabilidade para a igreja.

A igreja tem um Departamento de Comunicação. Qual o papel deste Departamento?É fundamental. São ferramentas que temos para a proclamação do Evangelho. Sabemos que a conversão é trabalho de convencimento do Espírito Santo, mas temos que fazer a nossa parte. A visão do mundo tecnológico de hoje leva a igreja a pensar estrategicamente sobre o assunto. Começamos há alguns anos, timidamente, com um boletim interno. Tivemos um jornal interno, também. Demos um salto grande com esse Departamento de Comunicação. Nossos cultos são transmitidos ao vivo pela Internet. Dominicalmente, há pelo menos 300 computadores ligados em nossos cultos. À frente de cada um pode ter duas, três pessoas. Isso é uma igreja on line.Entramos no rádio. Estamos na rádio 93FM, de 20 às 21h, aos domingos. Pelas pesquisas do Ibope,

já passamos de 30 mil ouvintes que reservam este horário para ouvir nossos cultos.No rádio tenho apresentado uma série sobre Avivamento. O que é o avivamento bíblico? A resposta tem sido boa. Pessoas têm ligado querendo conhecer a igreja. Há casos, inclusive, de pessoas que pensavam em suicídio e ao ouvirem o programa de rádio nos procuraram.A revista Elos vai para o quarto número. Ela é distribuída no bairro. Tem tiragem de 10 mil exemplares, mas pretendemos aumentar, ano que vem. Entraremos nos condomínios, nas casas, no comércio. É uma revista moderna, bonita, com assuntos da atualidade, sempre com roupagem cristã, mostrando os valores éticos e morais do Reino de Deus. A revista Elos também tem sido uma alegria para nós, um prazer muito grande.Agora, estamos sonhando com a televisão, com a possibilidade de Deus nos abrir as portas e de nos colocar na televisão. Não para sermos mais um, não para pedirmos dinheiro ou trazermos alguma coisa em benefício da própria igreja, somente. A televisão será um veículo missionário. Milhares serão alcançados pelo nome de Jesus.A área de comunicação tem

crescido muito, avançado. É a igreja cumprindo o ide. O ide começa em Jerusalém e vai até os confins da Terra. A internet vai aos confins da Terra e estamos trabalhando para que a comunicação do evangelho se expanda e que todos possam fazer isso. Seria maravilhoso se todas as igrejas pudessem estar expandindo sua área de comunicação a fim de que o Evangelho chegue a cada casa, a cada família, a cada lar.

Você é pastor e psicólogo. Qual o papel de sua formação acadêmica em seu ministério?A Psicologia tem sido uma ferramenta fundamental. Louvo a Deus por ter feito bacharelado em Psicologia, depois a formação clínica e o mestrado em Psicologia Social. A Psicologia tem me ajudado em várias áreas. A Psicologia tem muito a ver com o exercício da função pastoral, por causa dos atendimentos de gabinete, por exemplo. No atendimento dos gabinetes, a Psicologia me dá ferramenta de leitura do indivíduo e dos problemas com mais facilidade. Você amplia sua visão sobre as pessoas, sobre relacionamento humano. Igreja tem muito de relacionamento humano e a Psicologia é uma ferramenta que ajuda você a lidar com essas pessoas. Como agir em situações de conflito? Como tratar com

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a igreja é receptiva, por isso teve, e tem,

crescimento abençoado. A cada ano chega aqui muita gente nova e há

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A história de nossa igreja começa com a visão missionária da Convenção Batista Carioca, quando no dia 26 de abril de 1971, adquiriu dois lotes no Recreio dos Bandeirantes, visando à plantação de uma nova igreja. Os dois lotes mediam, juntos, 1.260m e custaram CR$ 260,00 (duzentos e sessenta cruzeiros). Foi um passo de fé! Naquela época, o Recreio não passava de um bairro de veraneio, com uma pequena população e profundas carências em termos de infra-estrutura. Os pioneiros contam que até para localizar os terrenos era difícil e que o trajeto foi feito a cavalo pelo meio do matagal. Alguns anos depois, a Convenção entregou os terrenos à Primeira Igreja Batista da Barra da Tijuca para que desse prosseguimento ao propósito de plantar uma nova igreja no Recreio. A igreja, imediatamente começou os trabalhos evangelísticos na região, concentrando sua estratégia no Condomínio Barra Sul. Sob a liderança do pr. Juracy Carlos Bahia e sua esposa, um grupo de iberistas (alunas do Instituto Batista de Educação Religiosa – RJ) e alguns líderes começaram a evangelização no bairro. O sucesso do trabalho levou o grupo a planejar a organização da igreja, porém, era necessária a edificação de um templo nos terrenos adquiridos pela Convenção. Começava

uma nova batalha! A Prefeitura e a Associação de Moradores do Recreio, que havia feito um abaixo-assinado contra a construção do templo, tentaram impedir que o edifício fosse levantado. Depois de longas batalhas judiciais e muita oração, a igreja recebeu a licença de construção. E agora? Não havia dinheiro para iniciar a construção! Inesperadamente, a congregação recebeu de irmãos norte-americanos a doação de uma singela capela de madeira, com capacidade para 150 pessoas. Eles não apenas doaram a capela, como, juntamente com irmãos da comunidade, ergueram-na em 40 dias, o que se tornou o primeiro templo da igreja. Assim, aos 20 dias do mês de novembro de 1988, com 24 membros, foi organizada a Primeira Igreja Batista do Recreio dos Bandeirantes. Neste momento, era hora de se pensar em um pastor que desse tempo integral no pastoreio da igreja. O pr. Juracy era funcionário da Junta de Missões Nacionais e não podia dar o tempo que a igreja precisava. Onze nomes foram pensados para assumir o pastorado, até que a missionária Maria Augusta foi ministrar um curso pela Junta de Missões Nacionais na Primeira Igreja Batista de Moça Bonita e lá conheceu o jovem pastor Wander Ferreira Gomes que trabalhava no Ministério

Jovem. Impulsionada pelo Espírito de Deus, Guta (como era carinhosamente chamada) indagou a ele se não gostaria de orar sobre a possibilidade de trabalhar na PIB do Recreio. O pastor admitiu a possibilidade. Num dia de semana, à tarde, o pr. Wander decidiu visitar o bairro do Recreio. Chovia tanto que o velho automóvel (Passat) quase ficou atolado no meio de tanta lama. Que decepção! O Recreio era um deserto e estava totalmente intransitável. Veio, então, o convite da Igreja para que o pr. Wander viesse passar um domingo no local para pregar e conhecer os irmãos. O pastor veio e pela manhã pregou sobre a missão da Igreja e à noite sobre a transformação do cego Bartimeu. Foi um domingo muito abençoado. Logo depois, a igreja decidiu convidar o pastor oficialmente para assumir o pastorado. Após profundos momentos de oração, pr. Wander decidiu aceitar o convite e no dia 1º de abril de 1989, ele foi empossado no pastorado da igreja. Já no primeiro ano, a igreja dobrou seu número de membros e, pela graça de Deus, se desenvolveu satisfatoriamente em todos os seus ministérios. A cada semana a pequena capela recebia inúmeros visitantes que vinham ouvir a Palavra e adorar a Deus. (continua)

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Alguns anos depois, veio o primeiro grande desafio: os proprietários do terreno vizinho colocaram uma placa com o número da licença para a construção de um prédio ao lado da igreja. Orientado por Deus, o pastor conseguiu convencer os proprietários a vender o terreno para a igreja. Ele desafiou a congregação e pela fé foram levantados os R$ 130.000,00 necessários para a compra do terreno. Ao longo de 12 anos, a igreja adquiriu outras três propriedades: uma casa do outro lado da avenida, que serviu à Escola Bíblica, à Escola de Música, às reuniões ministeriais e às festas de confraternização e dois terrenos atrás das salas e escritórios que somados perfaziam uma área de aproximadamente 4.000m. Quando a Igreja completou 10 anos de vida recebeu uma grande bênção. A família do irmão Carlos Alberto Pinheiro doou uma propriedade de 10.000m em Vargem Grande, onde foi construído o CASACAP (Centro de Ação Social Antonio Caldas Pinheiro) que iniciou suas atividades no dia 9 de junho de 2001: um baluarte do trabalho social batista no Rio de Janeiro, para a glória de Deus! Quanto à pequena antiga capela, após três obras de ampliação, deu lugar a um confortável templo com capacidade para 800 pessoas que serviu à igreja até a construção do

novo templo, inaugurado no dia 23 de fevereiro de 2008 na Rua Helena Manela (Recreio). Graças a Deus, temos dado, como igreja, um bom testemunho entre nossos vizinhos no Recreio dos Bandeirantes. Como Deus transformou o cego Bartimeu, assim também transformou a visão dos moradores ao redor de nossa igreja. Temos sentido o amor, o carinho e o respeito dos moradores. Isto tem se traduzido em vários gestos de consideração e o maior deles foi a moção recebida pela igreja na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro em 23 de abril de 1999, entregue pela Associação de Moradores do Bairro (AMOR), pelo reconhecimento dos relevantes serviços prestados à comunidade do Recreio dos Bandeirantes. Deus seja louvado! Queremos concluir esta síntese histórica agradecendo, principalmente ao nosso Deus por tudo o que Ele tem feito por nós, pela vida de cada irmão, de cada família que tem constituído a história da PIB do Recreio. Estamos estruturados e planejados para os próximos anos e esperamos que Deus derrame sobre nós suas mais ricas bênçãos a fim de que possamos cumprir como igreja os propósitos que Ele tem para nós até o dia de sua vinda. (Depto de História da PIB Recreio)

PIB Recreio . História (continuação)

lideranças difíceis? Como lidar com a inveja? Como ajudar pessoas complexas e até patológicas? Há muita patologia psicológica dentro da igreja. A Psicologia dá ao pastor uma ferramenta que o ajuda a “ler” esses problemas, a perceber essa realidade.Um líder sem esse conhecimento pode, muito facilmente, atribuir distúrbios mentais ao diabo. Já atendi casos ditos como de possessão demoníaca que eram alterações mentais. Por causa de processos bioquímicos, a pessoa tinha alterações, transfigurava o rosto e caía no chão. Uma delas apanhou dentro de uma igreja evangélica porque “o demônio” não saía de seu corpo. Claro, não era demônio. Era uma alteração mental que precisava de tratamento psiquiátrico.A Psicologia tem me ajudado muito a trabalhar a visão bíblica da restauração. O texto bíblico fala de restauração, da alma humana. O que é Psicologia? É o estudo da alma, do comportamento. Ou o estudo das reações, daquilo que não é dito, daquilo que está por trás da fala. E a Bíblia é repleta de exemplos maravilhosos. Quando você junta o conhecimento bíblico e a ferramenta da Psicologia há grande probabilidade de sair um bom sermão.Agradeço a Deus o privilégio que tive de estudar Psicologia. Percebo que tenho conseguido influenciar outros. Até pastores da minha equipe, por causa disso, resolveram estudar Psicologia. Desobriram a importância dessa ferramenta para o ministério.

Duas perguntas em uma. A PIB Recreio é uma igreja receptiva, amável? O que acontecerá aqui na festa dos 24 anos da igreja?A igreja é receptiva. Por isso teve, e tem, crescimento abençoado. A cada ano chega aqui muita gente nova e há muitos batismos. Um fato interessante: nunca, ao longo de 24 anos, tivemos um culto sem pelo menos um visitante. É uma

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Lugar perfeito para quem é imperfeitoRaquel Souza

Posso dizer que nasci neste lugar. Quando criança corria pelos corredores e pedia a meus pais que não fôssemos embora. Desde cedo aprendi a amar aqueles encontros aos domingos, as histórias e as músicas cantadas. Aprendi sobre um Deus que me ama não pelo que sou, mas por quem ele é, e à medida que eu investisse em um relacionamento com ele, meu caráter e meus valores seriam transformados; passaria a me importar mais com o que ele se importa.Hoje, 21 anos depois, meu amor só tem aumentado, e o sentimento de gratidão também. Fazer parte disso é um privilégio. Tenho visto o Senhor cuidar de mim mesmo em meio às dificuldades, ele tem me dado a direção para permanecer firme. Tem feito uma obra dentro de mim e também através de mim e me dado

a oportunidade de fazer parte dessa história.É o lugar perfeito para quem é imperfeito; lugar para quem é ser humano; lugar para quem deseja crescer, e crescer não é errar menos, é se limpar mais; lugar para quem não sabe como amar, não sabe como mudar, mas quer aprender; lugar para quem quer sempre começar de novo; meu lugar.

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igreja acolhedora, que sabe receber. Sabe receber no sentido de que respeita o indivíduo, tem os braços abertos para todo tipo de pessoas e de mazelas da sociedade. A igreja, como diz o dr. Bill Hybels, é a esperança do mundo. Nenhuma outra organização pode fazer tanto pelo ser humano quanto a igreja. No aniversário, teremos uma grande festa que acontecerá nos dias 22 até 25. Dia 22 abriremos com a presença da cantora Aline Barros e do pr. Jeremias Pereira, da 8ª Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte, conferencista internacional, homem de Deus, grande pregador. No sábado pela manhã, teremos nosso passeio ciclístico. Será uma manifestação da igreja contra as drogas. Todos estaremos uniformizados, com faixas, num grande movimento ciclístico proclamando que nos posicionamos contra as drogas.Sábado e domingo também teremos a presença da orquestra e coro da PIB de Curitiba, que nos trarão música de alta qualidade. Serão preletores o pr. Paschoal Piragine, presidente da Convenção Batista Brasileira; pr. Neil Barreto, da Igreja Betânia; e o pr. José Armando Cidaco, da IB de Barra do Imbuí, em Teresópolis. Será uma grande festa.

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Nos próximos anos teremos Copa do Mundo, no Brasil, e Olimpíadas, no Rio de Janeiro. Haverá trabalhos de cooperação com outras igrejas?Só no Recreio temos mais de 40 igrejas evangélicas. Estamos num tempo de ajuntamento, de quebra de barreiras. Devemos deixar de lado questões menores. Precisamos nos juntar para objetivos maiores: a proclamação de Jesus.Em relação à Copa do Mundo e às Olimpíadas, já surgiu um movimento que estamos liderando: o Ame Brasil. Será um projeto para a primeira semana da Copa do Mundo que envolverá igrejas de várias denominações da cidade. As igrejas farão trabalho social de impacto nos bairros, chamando mesmo a atenção da imprensa para que o povo veja que a igreja evangélica pode fazer diferença onde está. A ideia é as igrejas farão uma operação social forte, culminando com uma grande concentração evangelística no sábado da primeira semana da Copa. Para isso estamos pensando em três lugares: Quinta da Boa Vista, Aterro do Flamengo ou Sambódromo. Várias reuniões foram feitas. Fundamos a Associação Ame Brasil para cuidar das finanças e do projeto. No Rio estamos encabeçando o projeto, juntamente com a IB de Irajá e a Igreja do Nazareno. Outras igrejas, Assembleia de Deus, Presbiteriana, Metodista, Neopentecostal, estão envolvidas e esperamos um grande movimento da igreja do Senhor, no Rio, na Copa 2014, que se estenderá até as Olimpíadas.O legado que esperamos deixar será a unidade das denominações, unidade do povo de Deus. Estamos no mesmo time e trabalhamos para o mesmo Senhor. O problema de hoje é que temos muitas divisões. Falta unidade em nosso meio. Às vezes, falta respeito, bom comportamento ético entre uma igreja e outra. Precisamos lutar para acabar com isso. Devemos nos empenhar para conseguir a unidade e clamar ao Senhor por um grande avivamento em nossa cidade.

Onde tudo começouNo apartamento de Sonia Vasconcelos, Condomínio Barra Sul, aconteceram reuniões que originariam a PIB Recreio. Ou melhor, a PIB Recreio começou no lar de Sônia e Sergio Vasconcelos.Sônia faleceu na madrugada de 20 de outubro depois de uma luta de anos contra o câncer. Não lutou sozinha. A igreja lutou com ela; a família lutou com ela; o marido lutou com ela. Principalmente, esteve com Deus em todos os momentos.

Não perdeu a luta. Quem está com Deus jamais é derrotado. Sonia está no céu, ao lado do Criador, começando nova caminhada.

Família RecreioTamar Souza

Minha história de amor com a Igreja do Recreio começou em junho de 1990, quando, juntamente com meu marido e grávida da minha primeira filha, participei de um culto à noite na pequena capela azul de madeira localizada na Avenida Genaro de Carvalho. Estava uma noite quente, apesar de já ser inverno e me lembro que tive que dividir minha atenção com os mosquitos que rondavam minhas pernas durante todo o culto. Confesso que pensei em não voltar mais. A avenida não era asfaltada e havia muito mato, o que causava a proliferação dos insetos. Mas, isso tudo não foi mais forte do que o meu desejo de retornar e no domingo seguinte lá estava eu de novo para mais um culto. Desde então, meu marido e eu fomos convidados pelo pr. Wander Gomes a congregar nessa pequena igreja que, na época, contava com cerca de 50 membros. Eu morava no bairro da Piedade, Zona Norte do Rio, e “viajava” uns 30km todos os domingos para participar dos cultos e atividades da igreja.Hoje já faz 22 anos que sou membro da Igreja do Recreio. Agora moro

mais perto, aqui mesmo no bairro. Meu segundo filho nasceu em 1996 e toda minha família faz parte deste grande sonho: eu, meu marido, minha filha de 21 anos e meu filho de 16 anos. Ao longo desse tempo, tive o privilégio de ver a igreja crescer com a chegada de novos membros. Atualmente, somos cerca de 3 mil. Com certeza, a igreja passou por muitas mudanças, inclusive a de endereço, porém sempre manteve o seu ambiente acolhedor, amigo e simpático para com todos aqueles que se achegam a nós. Nesse mês do seu 24º aniversário, só tenho a agradecer a Deus por esse lindo presente que ele me deu: fazer parte desta maravilhosa Família Recreio!

Sonia e Sergio Vasconcelos

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O conhecido Dia Mundial de Ação de Graças resulta de um costume estabelecido na Nova Inglaterra de agradecer a Deus pelas boas colheitas anuais por meio de uma festividade familiar, razão pela qual acontecia, no calendário norte-americano, durante o outono, após o período de colheita. Uma dessas primeiras celebrações aconteceu em Plymouth, Massachusetts, promovido pelos colonos que fundaram a vila, em 1619. Após péssimas colheitas e um inverno rigoroso, os colonos tiveram uma boa colheita de milho no verão de 1621. Uma festiva celebração foi marcada, no início do outono desse mesmo ano, para comemorar o progresso das condições de colheita em relação aos anos anteriores. Foram servidos patos e perus, e todos comiam ao ar livre, em grandes mesas comunitárias. Mais tarde, tornou-se feriado em certos estados americanos, como Nova York, Massachusetts e Virgínia. Embora, em 1863, o presidente Abraham Lincoln tivesse instituído a última quinta-feira do mês de novembro como o Dia Nacional de Ação de Graças, o presidente Franklin Delano Roosevelt, em 1939, deliberou que a comemoração oficial aconteceria na terceira quinta-feira de novembro, com o propósito

de auxiliar o comércio, com mais tempo concedido a propagandas e compras antes do Natal. O Congresso americano, algum tempo depois, oficializou a quinta-feira da quarta semana de novembro como feriado nacional do Dia de Ação de Graças.O importante de tudo isso, porém, é o sentido da celebração, ou seja, o espírito de gratidão. E no que se refere à gratidão, convém lembrar três palavras estreitamente vinculadas a esse sentimento:A primeira é humildade. Sem humildade não há gratidão. A humildade abre a porta para a ação de graças, simplesmente porque o soberbo e autossuficiente não vê a necessidade de agradecer. Só sabe demonstrar gratidão quem tem conhecimento de que não pode tudo, não sabe tudo, não se basta. Só demonstra gratidão quem se vê como uma parte entre as partes, uma particularidade do conjunto, um membro do corpo. Só agradece quem, de alguma forma, reproduz a mesma postura do poeta Fernando Pessoa: “Quero ignorado, e calmo por ignorado, e próprio por calmo, encher meus dias de não querer mais deles. Aos que a riqueza toda, o ouro irrita a pele. Aos que a fama bafeja, embacia-se a vida. Aos que a felicidade é sol, virá a noite. Mas ao que nada espera, tudo o que vem é grato”.

A segunda palavra é reconhecimento. Só há gratidão quando sabemos reconhecer que as bênçãos têm uma única origem: a graça de Deus. Reconhecemos que as bênçãos não procedem de Deus por nosso próprio mérito, e sim porque Deus nos ama. Reconhecemos que o Senhor é bom. Que é o manancial das boas coisas que recebemos e conquistamos. No caso da semeadura e da colheita, por exemplo, sabemos que há coisas que não podemos controlar para além do plantio e do cuidado do terreno. Condições climáticas são essenciais para a frutificação acontecer, e está fora do nosso domínio. Assim é na vida: há coisas que não dependem de nós, ainda que nos sacrifiquemos e planejemos com antecedência. O bom resultado é bênção divina.A última palavra é solidariedade. Quem recebe procura distribuir e dividir com os necessitados. É pura hipocrisia a gratidão que, em seguida, não se torna desejo de abençoar outros por ter colhido bênçãos, que não busca alcançar desfavorecidos por ter recebido favores dos céus. A gratidão partilha e compartilha. O abençoado quer ser abençoador.No Dia de Ação de Graças deste ano, cultivemos todos esse sentimentos em nossos corações. Para sermos, de fato, agradecidos.

Ação degraças

Carlos NovaesPastor . [email protected]

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Ousar é preciso, sabemos.Quando não ousamos?

1. Não ousamos quando temos uma expectativa pequena na vida.Esta pequenez nos faz satisfeitos com a altura do degrau em que estamos ancorados, talvez há um bom tempo. Então, não nos interessamos por ousar.Esperando pequenas coisas, alcançaremos pequenas coisas. Esperando grandes coisas, alcançaremos grandes coisas.

2. Não ousamos quando tememos a crítica que o nosso gesto pode fazer nascer.Num grupo de dez pessoas, quando nos lançarmos a algo novo, a primeira nos aplaudirá, a segunda agradecerá pelo que fizemos, a terceira dirá que lhe servimos de exemplo, a quarta não se interessará pelo que estamos fazendo, a quinta esperará pelo que vai acontecer, a sexta torcerá para que nossa proposta dê errado e as outras quatro nos reprovarão, não importa o resultado de nossa iniciativa. Então, ficamos sem estímulo para ousar.Somos, antes, chamados a lançar o pão sobre as águas (Eclesiastes 11.1), tarefa para um ousado que acredita que, depois de muitos dias, mesmo contra as evidências, vai reencontrá-lo.Somos chamados, como Noé, a construir uma arca, quando não havia sequer sinal de chuva no firmamento.

3. Não ousamos quando temos medo de fracassar.Por alguma razão, talvez além de nossa

compreensão, elegemos o sucesso como meta, desde que alcançá-la não implique riscos, como se isto fosse possível. Por alguma razão, que a nossa memória guarda, clara ou implicitamente, n ão confiamos em nós mesmos, como se não fôssemos forjados à imagem-semelhança de Deus, Aquele que criou tudo, começando da primeira coisa, uma após outra, a partir do nada.4. Não ousamos quando o deus em quem cremos é pequeno demais.Muitos de nós cremos num deus menor, muito menor que o Deus verdadeiro revelado na Bíblia. Ignoramos o que Ele mesmo afirma:“Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os seus pensamentos (Isaías 55.9).Lembremo-nos que o próprio ato de crer é um ato de ousadia.Não é a fé “a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos” (Hebreus 11.1)?Não estivemos à beira do túmulo deixado v azio por Jesus, mas cremos que Ele ressuscitou.Não sabemos como será o céu, senão por metáforas, mas estamos caminhando para lá.Quem crê creu porque ousou.Ousamos nesta área.Ousemos nas outras.

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Da necessidade da

ousadiaIsrael Belo de AzevedoPastor . [email protected]

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Há alguns anos, quando se falava em Dia da Consciência Negra, muitas pessoas reagiam de forma grosseira ou indiferente. Na maioria das vezes, surgia descontentamento com a possibilidade de se separar um dia específico para falar com mais veemência sobre a população negra e sua história. Entretanto, mesmo que o Dia da Consciência Negra não seja um feriado nacional e, em alguns casos, ainda seja facultativo, já se tornou realidade na sociedade brasileira. Cada vez mais as pessoas estão compreendendo a necessidade de um dia para se reportar à história de uma parcela, a maioria por sinal, da população brasileira que traz consigo a marca de uma discriminação sistêmica que perdura até os dias de hoje.O Dia da Consciência Negra nos faz relembrar a história de escravidão dos negros no Brasil. Escravidão que durou cerca de 350 anos. Portanto, tivemos mais tempo de escravidão que de existência como nação. Logo, se faz necessário relembrar. Lembrar sempre para não esquecer. Mas, não relembrarmos para colocar os negros numa posição de coitados que não são capazes de se tornarem sujeitos de suas próprias histórias, mas, sim, lembrarmos para, além de não cometermos os mesmos erros,

responsabilizar o Estado brasileiro por anos de crueldade, exclusão e inferioridade social. Precisamos do Dia da Consciência Negra para que sejam exigidas, ao Estado, políticas públicas de reparação social por anos de discriminação e espoliação. Faz-se necessário, portanto, relembrarmos através deste dia para que vejamos como ainda estamos distantes de sermos um país sem racismo e sem discriminação racial. Obviamente, as dificuldades para alguns aceitarem esse dia em que refletimos sobre os problemas raciais no Brasil estão calcadas na ideia de que somos uma sociedade formada por um triangulo de raças onde o intermediário, o mulato, é valorizado em detrimento do negro e do índio (O que faz o brasil, Brasil?, de Roberto DaMatta, Rocco, 1986). Sempre temos uma infinidade de classificações que nos remetem à compreensão de que no Brasil há, na verdade, uma democracia racial da qual devemos nos orgulhar em comparação com outros países onde a dualidade entre as raças está mais presente. Essa democracia racial já tão defendida e, também, por vezes, debatida e ridicularizada, ainda permanece no imaginário coletivo da sociedade brasileira. Entretanto, mesmo que possamos ver diferenças entre o

que podemos chamar “mestiços” e aqueles considerados “mulatos” (Rediscutindo a mestiçagem no Brasil, de Kabengele Munanga, Autêntica, 2004) muitos acham que não há discriminação e racismo no Brasil e não vêm necessidade de se pensar as relações raciais. Este determinismo social fazia parte da compreensão científica do mundo e do Brasil, pois desde tempos passados os negros são vistos como um mal na sociedade (Os africanos no Brasil, de Nina Rodrigues, Madras Editora, 2008) e essa ideia racista perdura até hoje através da marginalização da população negra.Quando pensamos o Dia da Consciência Negra não estamos nos reportando a um dia para de festa em mais um feriado, mas, sim, estamos conclamando a nação brasileira para que se veja e olhando-se possa repensar o seu racismo, a sua discriminação. Entretanto, neste dia conclama-se a população negra a que se escute e se perceba como contingente de formação deste país, pois o Dia da Consciência Negra se faz um tempo de reflexão daqueles que não querem se ver esquecidos. Logo, o dia de se ter consciência de quem se é, de sua história e importância como gente é sempre, hoje, ontem e agora.

Marco Davi de OliveiraFilósofo, mestre em Ciências da Religião . [email protected]

Dia da consciêncianegraDia da consciêncianegraO dia daqueles que nãoquerem ser esquecidosO dia daqueles que nãoquerem ser esquecidos

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A sociedade ocidental é, em muito, subsidiária do legado romano. Direito, administração, engenharia e poesia são heranças importantes do império que dominou boa parte do mundo (chamado) civilizado na Antiguidade.Somos, por outro lado, semelhantes aos romanos (e não apenas a eles) no que tange ao apreço pela violência.Só para se ter uma ideia, o imperador Tito, em 80 d.C., organizou em Roma jogos em honra do Coliseu que duraram 100 dias. Num só dia, combateram três mil homens. Na geração seguinte, Trajano celebrou uma vitória militar com jogos que duraram 123, ao

longo dos quais se mataram 11 mil animais e combateram 10 mil gladiadores, segundo consta.O tamanho da multidão era proporcional à carnificina. O Coliseu de Roma tinha a capacidade máxima de 50 mil lugares, que se esgotavam rapidamente, sendo os espectadores homens e rapazes de todos os estratos sociais. As mulheres só eram permitidas na comitiva do imperador.Para a elite, os jogos constituíam uma espécie de festa chique, na qual viam um trampolim social. Os senadores, mas em particular os imperadores, competiam na organização dos eventos mais suntuosos e memoráveis.

A roupa-equipamento do gladiador revelava o corpo de duas maneiras sugestivas: a maioria dos gladiadores tinha a cabeça oculta pelo capacete, o que significava que o combate não era ocasião para se observar as expressões de angústia ou de triunfo; segundo, lutavam com o tronco nu – que servia, não para o exibir, mas como símbolo de bravura positiva. O gladiador derrotado tinha de expor o peito a fim de receber o golpe final. Não podia pestanejar, hesitar nem esquivar-se. Tinha, segundo Cícero, de receber o golpe “com o corpo inteiro”.Não bastasse toda a demonstração de poder pelo imperador na grandiosidade dos jogos, nada

Ricardo LoboscoProfessor . lengruber.spaceblog.com.br

Sobre homens e galosPesagem UFC 145 . Divulgação

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ultrapassava o fato de, no final do combate (ante o apelo do gladiador vitorioso), decidir se devia matar ou poupar o adversário. A multidão rugia dando sua opinião, e o imperador, mediante um sinal de mão (polegar para cima ou para baixo), decidia a sorte do derrotado. Havia, por certo, uma verdadeira contemplação da morte. Um misto de erotismo e violência. Vale, a esse propósito, observar a tela Habet! (de Simeon Solomon), que retrata de forma contundente o momento da morte de um gladiador refletido nas expressões de desejo e de poder por parte das mulheres.O que parece uma aula de História, todavia, tem se mostrado uma reprise (às avessas) de um fenômeno contemporâneo que tem feito muita gente dormir mais tarde. Nas madrugadas de sábado para domingo, temos sido prestigiados, no conforto do coliseu domiciliar, com sessões glamurosas de UFC.UFC (Ultimate Fighting Championship) é uma organização americana de artes marciais mistas (ou MMA - Mixed Martial Arts). As lutas envolvem uma mistura de estilos como Jiu-Jitsu, Boxe, Wrestling, Muay Thay, Karate e outras. Os lutadores combatem em três assaltos de cinco minutos cada em um ringue de oito lados (octógono) fechados por uma grade.Incomodo-me com a popularidade

o que faz tanta gente vibrar tanto com a

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Vitor Belfort, calção branco, em 1996, aos 19 anos, tornou-se o mais jovem lutador da história a vencer no UFC.

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desse (suposto) esporte. Pergunto-me o que faz tanta gente vibrar tanto com a exposição física e moral de seres humanos dilacerando-se mutuamente numa arena borrada de sangue.Curioso é que, em 1993, inspirado no vale-tudo brasileiro, o UFC foi o primeiro evento renomado da luta realizado nos Estados Unidos. Por permitir qualquer manobra entre os adversários (as únicas proibições eram morder e colocar os dedos nos olhos do oponente), o UFC apresentava lutas normalmente muito violentas, razão pela qual chamou a atenção das autoridades e foi banido de vários estados americanos.Não sei exatamente o que faz alguém delirar e torcer ao ver uma pessoa ensanguentada cair sobre a lona. Pior ainda: o que faz empresas renomadas investirem sua marca e seus recursos no patrocínio de tal atrocidade.Associar essa barbárie a esporte é um verdadeiro absurdo. Não vejo como os valores do esporte – especialmente a civilidade – podem ser vistos nessa rinha de homens. Afirmar que não há violência nisso tudo – como insistem “atletas” e “comentaristas” – é um acinte!

Considero um contrassenso total que, no Brasil, se proíba, sob a pena da Lei, briga de galos, mas se incentive, na televisão aberta, essa verdadeira afronta à dignidade humana.O pior de tudo é que essas lutas estúpidas são o tipo de atividade que não requer nada muito sofisticado: apenas truculência e falta de amor-próprio. Nada tão difícil de se encontrar, especialmente para uma juventude desprovida de oportunidades e que vê nos ídolos combatentes da tv um exemplo a ser alcançado para “vencer” na vida.

Reconheço, todavia, que deva haver, sim, um toque de erotismo nessa esculhambação toda. Do contrário, os romanos não proibiriam suas mulheres de ir ao Coliseu, tampouco haveria tanta popularidade, hoje, ao se testemunhar homens se agarrando erótica e ferozmente no octógono.Triste, porém, é saber que há tanta energia dispensada nessa brutalidade. Melhor seria que tivéssemos nos dedicado mais às outras heranças romanas: preferiria refletir mais sobre o Direito em vez de torcer pela vitória do mais forte; preferiria ler ou ouvir Poesia a presenciar a gritaria de uma turba ensandecida pelos gemidos da dor.Chega a ser deprimente (para não dizer risível) a cena final: de um lado, um nocauteado sangrando inconsciente no chão; do outro, um troglodita de mãos ao alto agradecendo a Deus pela vitória!Pelo menos, não há mais um imperador de polegar a postos para decidir sobre a vida e a morte. Afinal, os tempos são outros, e não seria politicamente correto desconsiderar a dignidade do esporte da rinha de homens!Resta, apenas, lamentar!

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associar essa barbárie a esporte é um verdadeiro absurdo. Não vejo como

os valores do esporte, especialmente a civilidade,

podem ser vistos nessa rinha de homens

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Tenho visto que o brilho de novas ideias tem se ofuscado pela insegurança. O que era para ser inédito e próprio, se torna repetitivo. E embora haja o anseio por um plano dar certo, este anseio vem acompanhado do medo e da incerteza de como fazer dar certo.Se existe um pensamento que ainda não está claro, se há uma incerteza, qual é o melhor caminho a seguir? Buscar soluções no que já deu certo? Encontrar uma resposta sem precisar de conselhos? Ou escutar antes de colocar em prática?Antes de qualquer coisa que sonhamos aconteça, é preciso que uma ideia nasça no coração daquele que sonha. Hoje em dia, é difícil enxergar uma ideia que não foi modificada com as influências e interferências. Talvez, o excesso de informações cause a confusão da mente, o que acaba, no final de tudo, tirando a essência da ideia inicial.Em meio a essa insegurança, é mais fácil reutilizar uma ideia que já foi usada anteriormente em outra situação, por outro alguém. Às vezes, não por maldade, mas porque deu

certo. Assim, mantemos nossos corações, a princípio, seguros de que, se seguirmos a receita, tudo saírá da maneira como queremos. A notícia, entretanto, é que não existe receita para que dê certo. O que existe é a ideia e o querer torná-la verdade e concreta. Quando falamos, transmitimos ao outro uma ideia que está em nossa mente, seja ela nossa ou não. Assim, também somos influenciados ao ouvir alguém que já teve sua própria experiência. Por isso, cada ideia é única, pois cada uma tem sua experiência, seu momento. A acomodação em copiar transforma em monótono algo que tinha de tudo para ser inédito.Deus é um só para todos, ama a todos de uma única forma. Mas existe apenas uma coisa que Ele faz de forma diferente para cada pessoa: falar. A forma como Ele nos diz, mostra, ensina algo é individual, por mais que a experiência das pessoas se pareça. Ele nos ensina que o medo de formar uma opinião não deve reinar se é desta opinião que avançamos e desenvolvemos. Seguir os outros é

fácil, mas a coragem de assumir uma ideia e fazê-la crescer é uma honra.Todos nós temos capacidade de pensar e transformar um pensamento em algo maior. Tanto o pensamento quanto a capacidade é individual. Assim, a forma de como transformar também é. Somos seres humanos, criados para sermos inéditos e para pensarmos. A influência em uma ideia é boa quando não tira sua própria essência. A crítica de algo imposto deve ser feita de forma sábia para não sermos manipulados e nem para não manipularmos. O silêncio não deve existir quando se tem uma ideia.O coração é o único lugar que nenhum homem conhece e é através dele que Deus fala conosco. Jamais apague e deixe morrer uma ideia que nasceu nesse lugar. Desevolva e expresse o que há na sua mente e veja que ter uma ideia própria dá certo. Existem horizontes que precisam ser descobertos e, talvez, ainda não foram porque a maioria insiste em observar a mesma paisagem que outros observam. Comece fazendo a diferença sendo você mesmo.

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O silêncio deuma ideia

Karolyne ReisEstudante e técnica em turismo . [email protected]

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Lília MariannoProfessora, teóloga e administradora . [email protected]

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Dia do Teólogo... e teólogo é profissão?

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Dia do Teólogo... e teólogo é profissão?

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Cada vez que alguém me pergunta, qual é minha profissão, eu prefiro responder administradora ou professora, porque nas vezes que digo “teóloga” a pessoa fica com aquela cara de perplexidade, decidindo se “perde a amiga, mas não perde a piada” ou se assume sua ignorância e faz a pergunta inevitável: “afinal de contas, um teólogo faz o quê? Vou tentar elaborar uma resposta objetiva. Um teólogo faz a mesma coisa que um filósofo. Ele pensa! E depois de pensar, exprime/elabora conceitos abrindo caminhos para a construção de diferentes epistemologias.E pensar, é profissão? Bem, se considerarmos que a sociedade contemporânea é extremamente imediatista, que adquire conhecimento “folheando” o touchscreen das novas tecnologias, e lembrarmos que o conhecimento “touchable” destas tecnologias não foi parar ali por acaso, antes, foi produto de bilhões de mentes pensantes e elaboradoras das informações disponibilizadas na rede, então, sim! Pensar é uma profissão!Pensar dá trabalho, suscita crises existenciais, leva o ser a um confronto consigo mesmo. Ponderação demanda tempo extensivo/exclusivo só para pensar até decidir. E quem quer entrar em crise? As pessoas estão cada vez menos dispostas a pensar, refletir, ponderar. Os pensadores deveriam ser muito bem pagos para pensar e tomar decisões por aqueles que não querem pensar e refletir, não seria uma boa ideia?A Teoria do Avanço do Conhecimento de Francis Bacon sugeriu uma estrutura de saberes dividida em três grandes áreas do conhecimento: Memória (História), Razão (Filosofia) e Imaginação (Poesia). Esta teoria foi a base para a taxonomia do conhecimento humano apresentada no frontispício do Dictionnaire

raisonné des sciences, des arts et des métiers, conhecido como a grande Encyclopédie, editada por Denis Diderot e Jean Le Rond d’Alembert e publicado no século XVIII EC. Ali a Filosofia encontra-se dividida em três blocos: Ciências Naturais, Ciências do Homem e a Ciência de Deus.

A Teologia é o campo do conhecimento filosófico que compõe a Ciência de Deus. O estudo das questões referentes ao conhecimento da divindade, de seus atributos e relações com o mundo e com os homens e à verdade religiosa, segundo o dicionário Aurélio. E o teólogo é o especialista em teologia, aquele que estuda teologia ou sobre ela escreve. Você pode considerar o teólogo um filósofo que, não satisfeito com a complexidade da existência humana, tenta respondê-la colocando-a em diálogo com as questões divinas. A teologia se apoia tanto no texto quanto no discurso sobre Deus, então ela sobrevive de palavras e de fenômenos. Boa parte do material de trabalho de um teólogo são os textos sagrados das diversas religiões. Por isso é tão comum encontrar teólogos que são conferencistas, pregadores, pesquisadores, escritores etc. Se ele não for um apaixonado pelas palavras, pode dizer adeus à função. Um teólogo precisa saber transitar gentilmente entre as diversas áreas

do conhecimento. Ele não trabalha com uma epistemologia, mas com várias, pois tudo que diz respeito à ação de Deus em relação ao ser humano lhe diz respeito. Ele tem que saber processar conhecimento de um jeito abrangente e sistêmico, que estabeleça relação com as várias áreas da existência humana, tem que ser interdisciplinar.Importantes desenvolvedores do conhecimento humano foram teólogos em sua formação essencial e muitos conceitos teológicos estiveram na configuração ética da cultura ocidental. O apóstolo Paulo, os “Pais da Igreja” em Antioquia (Atanásio, Gregório, Basílio, João Crisóstomo), os “Pais da Igreja” em Alexandria (Ambrósio, Jerônimo, Santo Agostinho, Gregório o Grande), alguns papas e fundadores de sistemas monásticos como Leão, o Grande, Benedito de Núrsia, ou reformadores como Anselmo de Canteburry, Francisco de Assis, Domingos de Gusmão, Teresa D’Ávila e João da Cruz também foram teólogos. Alguns teólogos acabaram inspirando a formação de outros segmentos cristãos não católicos como os Monofisistas, Donatistas, Pelagianos, Arianos, Nestorianos, Jacobitas e Ortodoxos. Outros teólogos acabaram inspirando segmentos que foram reputados como heréticos pela ortodoxia católica como os Marcionitas, Montanistas, entre outros.Certos teólogos sustentavam a ordem político-religiosa do Império Romano e/ou debatiam com ela, com foi o caso de Tomás de Aquino e Erasmo de Roterdã. Outros teólogos impulsionaram rupturas como os reformadores Pedro Valdo, John Wycliffe, Jan Huss, Martinho Lutero, Ulrich Zwinglio e João Calvino. Alguns teólogos assumidos dialogavam da ciência para a teologia e outros da teologia para a ciência: Blaise Pascal (matemático), Hugo Grotius (jurista), Baruch Spinoza (filósofo), Isaac Newton

as pessoas estão menos dispostas a pensar. Os

pensadores deveriam ser muito bem pagos para

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(físico), Georg F. Hegel (filósofo), Charles Darwin (naturalista), Soren Kierkgaard (filósofo), Friedrich Nietzsche (filósofo), Wilhelm Dilthey (pedagogo), Friedrich Schleiermacher (filósofo), Rudolf Otto (fenomenólogo), Karl Barth (filósofo), Paul Tillich (filósofo), Rudolf Bultmann (filósofo), Martin Heidegger (filósofo), Dietrich Bonhoeffer (filósofo), Paul Ricoeur (filósofo), Juan Luiz Segundo (filósofo), Gustavo Gutierrez (filósofo), Leonardo Boff (filósofo), Jungen Moltmann (filósofo), Hans Küng (filósofo), Gianni Vattimo (filósofo), Rubem Alves (filósofo). A maioria destes teólogos é de cristãos, mas a teologia não é exclusividade do cristianismo. Zaratustra (Zoroastro), Manes (Maniqueísmo), Maomé (Islamismo) e o Dalai Lama também são teólogos.Alguns cientistas de outros campos de conhecimento, ocasionalmente prestaram serviço à teologia, ainda que de forma combativa à teologia hegemônica. Quando um ateu elabora um discurso negativo sobre Deus, de alguma forma ele está atuando como teólogo. É uma teologia às avessas, mas é: Voltaire, David Hume, Russeau, Max Weber, Sigmund Freud, Carl Jung, Jacques Derrida, Edgard Morin.

Eu gastaria outro tanto de palavras descrevendo a diversidade de teologias (pastoral, bíblica, sistemática, católica, protestante,

negra, feminista, indígena, asiática, candoblecista, da retribuição, da prosperidade, liberal, da libertação, etc), todas elas são campos de trabalho de teólogos, entretanto quero gastar minhas últimas palavras para falar do teólogo mais extraordinário que o mundo já conheceu.Ele nasceu num contexto político-econômico muito conturbado, num país invadido por exércitos estrangeiros. Foi um homem simples, de família pobre, irmão

mais velho de muitos irmãos.

Trabalhou como carpinteiro e

morreu muito jovem. Mas este

homem possuía uma clareza tão

grande sobre quem é Deus e quem é

o homem, e era tão didático quando

estabelecia o diálogo entre estas

duas diferentes existências, que

seus conceitos cruzaram fronteiras,

inspiraram artistas e revolucionaram

lideranças por todo o mundo. Com

sua vida ele provou a existência de

um Deus acessível e próximo do ser

humano, um Deus que cura, liberta

e chama à existência aquilo que está

morto. Ele transmitiu uma noção

de Deus que dialogava com todas

as áreas do conhecimento e por

isso foi compreendida por pessoas

de todas as classes sociais e níveis

culturais. Ele influenciou tantos

filósofos depois dele que há mais de

dois mil anos sua corrente filosófica

continua convencendo inúmeros

seguidores. Estou falando de Jesus

de Nazaré, o maior teólogo de todos

os tempos. Seu jeito de compreender

o relacionamento entre Deus e o

ser humano revolucionou a história

da humanidade, é a única resposta

eficiente para aquela pergunta que

todos nós já fizemos um dia: “qual é

o sentido da vida?”

Saber das coisas“É melhor obter sabedoria do que ouro! É melhor obter

entendimento do que prata!” Provérbios 16.16

De vez em quando, entram na pauta da mídia reportagens sobre

pessoas que ganharam prêmios em loterias, venceram reality

shows, embolsaram fortunas e jogaram o muito dinheiro que

receberam pela janela.

Jogadores de futebol, saindo da adolescência, conseguem fazer

contratos milionários. Um exemplo: Robinho, no Manchester

City, da Inglaterra, recebia mensalmente o equivalente a R$ 1

milhão e 500 mil por mês (hoje, coitado, ganha um pouquinho

menos no Milan). Mesmo atletas irresponsáveis têm dificuldade

de dilapidar o exagero de dinheiro que ganham. Em contrapartida,

há aqueles que administram o dinheiro que recebem com inteli-

gência e generosidade. Sabedoria é melhor do que ouro. O ouro

acaba e pode ser muito mal usado. A sabedoria é útil para quem

a possui e fundamental para os que cercam o sábio.

Sabedoria não é a mesma coisa que cultura acadêmica. A sabedoria

é dom de Deus. Há pessoas sem cultura formal, donas de enorme

sabedoria. Em muitas culturas há respeito e consideração pelos

mais idosos. Ser idoso não é o mesmo que ser sábio, mas a expe-

riência de vida, inegavelmente, acrescenta saber.

No ambiente de trabalho, quase sempre há dois tipos de crente: o

caricato, aquele que se orgulha de ser um presepeiro cristão; e o

sóbrio, o que tem sempre algo a dizer e é ouvido porque não há

discrepância entre o que diz e o que faz. O primeiro tipo afasta as

pessoas, o segundo semeia o Evangelho.

Sabedoria e entendimento são as riquezas que devem ser almejadas

pelos crentes. Se as temos somos privilegiados. UCSFcotid

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lília marianno .

alguns cientistas de outros campos de conhecimento,

ocasionalmente prestaram serviço à

teologia, ainda que de forma combativa à

teologia hegemônica

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Desde pequeno me interessei pelas histórias das grandes descobertas, dos esforços dos cientistas na tentativa de entender e resolver algum problema. Por ter aptidão com a matemática virei físico. Pude sentir ao longo dos meus estudos a presença de Deus me orientando, dando sabedoria e mostrando o caminho: “Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes” (Jr 33.3).Porém, o mundo dos intelectuais é dominado por mentes arrogantes que pensam que sabem muito e que Deus é algo para as mentes ignorantes e loucas. Por um lado eles têm razão! Paulo já alertou que a fé em Cristo é loucura para os que tentam se guiar pela razão apenas (ver 1Co 1.18-31). No fundo, não tem lógica o Filho de Deus, todo-poderoso, vir à terra e ser humilhado e crucificado, jovem ainda, em vez de matar a todos que não acreditaram nEle! Isso porque a lógica de Deus é bem superior à lógica humana como já afirmou o profeta Isaías há 2.700 anos (ver Is 55.8-9).Portanto, é muito difícil conviver com quem se apoia somente em seu poder de raciocinar e nossa sociedade está cada vez mais cheia desse tipo de gente. No meio científico e em países mais avançados culturalmente há cada vez mais pessoas que não acreditam em Deus. Há duas razões para isso:1- O testemunho (tristemunho, como minha mãe fala!) dos cristãos que agem de uma forma igual ou pior que os não crentes. Nada pior para o reino de Deus que um crente hipócrita ou morno.2- O Diabo está utilizando os intelectuais para propagar a tese de que Deus não existe. Por exemplo, antigamente creditava-se um raio ou

uma doença ao humor de Deus. Com o tempo, o raio e algumas doenças adquiriram explicação científica. Seguindo esse raciocínio, tem aparecido vários livros promulgando uma tese ou teoria que a vida e o mundo apareceram ao acaso por mecanismo que ninguém conhece bem, mas sobre o qual se especula bastante. (Criação imperfeita – Marcelo Gleiser; O gene inteligente – Richard Dawks; além das ideias de Stephen Hawking).Os avanços tecnológicos indicam que estamos cada vez mais sábios. O que

ninguém diz é que, à medida que a ciência evolui, temos muito mais dúvidas sobre a natureza e o que somos do que na época da Grécia antiga. Digo que o conhecimento é como uma mancha de óleo no oceano: quanto maior ela é, maior é o seu limite. A fronteira do desconhecido só aumenta com o conhecimento, o que demonstra a nossa limitação diante de um mundo infinito. Várias mentes brilhantes perceberam isto, como o grande Isaac Newton, Johanes Kepler, Blaise Pascal, Emanuel Kant... Porém, admitir isto requer sabedoria e humildade e essa combinação de virtudes está cada vez mais rara em nossa sociedade! Cabe a nós, cientistas cristãos, denunciar essa mentira que Satanás está espalhando no mundo. A ciência não pode provar a existência ou a ausência de Deus! Isso porque o papel dela é estudar os fenômenos naturais e Deus é espírito, um ser transcendente à natureza e, portanto, à ciência.Precisamos ser sentinelas de Deus, refletir a sua Luz no poder do Espírito Santo para lutar contra as artimanhas do adversário que está levando milhões de pessoas para o inferno, para uma vida medíocre e superficial que produz insatisfação e depressão. Deus nos chama, cada um de nós, a realizar um trabalho porque “o campo é imenso, mas há poucos trabalhadores” (Lc 10.2). Todos, seja a dona de casa (como a mãe de John Wesley), profissional, comerciantes... todos temos um ministério individual importantíssimo aos olhos de Deus.Que Deus nos fortifique, nos dê sabedoria e flexibilidade para fazer a Sua vontade nas nossas vidas a fim de sermos seus servos úteis.

. evandro vidor

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Os desafios de ser um físico cristão

Evandro VidorCientista físico

Newscientist.com

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Reprodução internet

indiferentes ao aviso de permanecerem sentados e com os cintos afivelados, passageiros apressaram-se em formar uma longa fila em direção à saída, ávidos por se libertarem daquela prisão de intermináveis 80 minutos de voo. um desses passageiros ao lado do meu assento pergunta a uma senhora com um livro na mão, e aí que está achando da leitura, e ela responde, estou gostando muito. ele comenta, é uma leitura diferente, o autor não usa maiúsculas, aspas, interrogação, travessão, mas depois que a gente pega o ritmo da leitura fica tranquilo. a senhora já chegou na parte em que ele faz referência ao título do livro, perguntou. ainda não, comecei a leitura aqui no avião.ao ouvir esse diálogo não pude deixar de bisbilhotar para ver que livro era aquele escrito numa língua parecida com o português. descobri tratar-se de a máquina de fazer espanhóis, de valter hugo mãe, da editora cosac naify. esse autor nasceu em angola, em 1971; em 2007 recebeu o prêmio literário josé saramago, e foi elogiado pelo grande autor português, que comparou a experiência de lê-lo a assistir a um novo parto da língua portuguesa. valter é também poeta, artista plástico, dj, vocalista de banda de rock e editor.para o meu leitor ter um contato inicial com o livro, transcrevo dois extratos dele, o primeiro é como a

história começa, e diz, somos bons homens. não digo que sejamos assim uns tolos, sem a robustez necessária, uma certa resistência para as dificuldades, nada disso, somos genuinamente bons homens e ainda conservamos uma ingénua vontade de como tal sermos vistos, honestos e trabalhadores, um povo assim, está a perceber, pousou a caneta, queria tornar inequívoca aquela ideia e precisava de se assegurar de minha atenção. não tenho muita vontade de falar, sabe, senhor, estou um pouco nervoso, respondi. não se preocupe, continuou, a conversa é mais para o distrair e, se ficar distraído sem reacção, também não lho levo a mal. é o que fez a liberdade, acrescentou. o segundo extrato são as palavras que encerram o livro, finalmente, só acredito nos homens, e espero que um dia se arrependam. bastava-me isso, que um dia genuinamente se arrependessem e mudassem de conduta para que fosse possível acreditarem uns nos outros também. mais do que isso, sinto apenas angústia. a enfermeira entrou, aproximou-se de nós, perguntou, o que sente, senhor silva, e eu repeti, angústia, sinto angústia.não há aqui a intenção de abonar esta forma diferente de escrever, mas o propósito é apenas registrar que ela existe e está disponível para aqueles que de alguma forma venham a se interessar por

ela. ressalte-se também que o conteúdo da obra não é objeto de considerações nestas linhas. ao longo dos anos tenho ouvido muitas referências depreciativas ao nosso idioma. dizem que o português é uma língua muito complicada, com regras em excesso e inúmeras exceções, e aqui já veem um problema enorme, por que excesso com ss e exceção com ç, perguntam. mas as críticas não param por aí. o inglês, sim, é uma língua objetiva, simples, fácil, garantem. are you sure, pergunto, e a resposta são dois olhos arregalados. chegam até a afirmar que o português é a língua mais difícil do mundo. é possível que para esses, o livro de valter hugo mãe represente uma luz no fim do túnel. ou será um complicador a mais, pergunto.

Dicas: Verbos terminados em ‘ceder’ formam nomes com ‘ss’: exceder, excesso; proceder, processo; verbos em ‘uar’ formam nomes com ‘ç’: excetuar, exceção; atuar, atuação.

Adalberto SousaProfessor . [email protected]

. adalberto sousa

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usa

a máquina de fazerespanhóis

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. leia mais

leia

mai

s

Época de incertezasPóS-MODERNISMO: UM GUIA

PARA ENTENDER A FILOSOFIA DE

NOSSO TEMPO, de Stanley J. Grenz.

São Paulo: Vida Nova, 2008. 256p.

Vivemos em uma época de

incertezas, de transições. Época

em que os ideais pautados nos

princípios racionais da modernidade

perderam a vitalidade. Esses ideais

otimistas, que acalentavam o sonho

de construir uma sociedade mais

justa e igualitária, ruíram diante

das atrocidades das guerras e dos

regimes totalitários do século XX.

A esperança de que a racionalidade

conduziria o ser humano ao

progresso e ao conhecimento

das origens e causas do universo

tornou-se cada vez mais pálida ante

o pessimismo que se instaurou em

nossos dias.

A única certeza que temos é a de

que estamos entrando em uma nova

fase da história da humanidade.

Uma fase que apresenta uma

nova maneira de ver o mundo.

Que nova maneira é essa? O

que motiva esssa nova visão de

mundo? O que pregam os principais

expoentes intelectuais desse novo

tempo? Quais são os desafios

que se nos apresentam? Essas e

outras questões relativas a esse

novo tempo denominado “pós-

modernidade” ou “modernidade

tardia” serão cuidadosamente

analisadas por Stanley J. Grenz neste

livro. Sem dúvida, trata-se de uma

obra de referência indispensável,

recomendada a todos aqueles que

desejam compreender os contextos

ético, cultural e intelectual de nossos

dias. (Tamar Souza)

Divorciados curadosDivorciados, curados e bem

humorados é um livro destemido,

tem a proposta de mexer em

“sangue pisado”, proveniente de

feridas mal curadas de um processo

desgastante que atinge famílias: o

pós-divórcio.

No entanto, essa não é uma

publicação com teor amargo, assim

como a autora jamais se permitiu

ser. Ao contrário, escolheu manter

a ternura e o bom humor, porém,

sem abrir mão da contundência e

visceralidade com respeito ao tema.

Divorciados, curados e bem

humorados não ergue bandeira à

dor nem faz apologia ao divórcio.

Mas comprova que ele é real, apesar

de não ser ideal. Diante do crescente

número de divórcios no país, mais

urgente se torna a abordagem do

tema com todos seus detalhes,

sejam fáceis ou difíceis.

Virgínia Martin escreveu esse livro

com a proposta de que seja curador,

jamais em tom de lamento. Porque

sabe que aos que, com ou sem

coragem, precisaram encarar o novo

estado civil, foram dados grandes

desafios. Entre eles, resgatar a si

próprio, o que inclui autoestima,

saúde física e emocional, esperança,

capacidade de perdoar e, o melhor

de todos, a reconstrução da vida em

todas suas dimensões, sempre com

ajuda da graça de Deus.

Nesta obra, a autora faz questão

de dizer que não traz respostas ou

soluções, mas sim questionamentos

que podem provocar uma releitura

mais prática e mais humana do tema

sem o blá blá blá de sempre.

O livro, com 15 capítulos, também

é ferramenta para casados, pois

traz abordagens corajosas para

demandas urgentes de casais em

crise. Ou seja, pode ajudar quem

quer se manter casado. (Divulgação)

A autora apresenta palestras e o livro

pode ser adquirido por: (21) 8559 0701

divorciadoscuradosebemhumorados

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Livros

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Falar sobre fases desérticas pode não ser o tema mais atraente do mundo. Mas tem grande chance de render muitos lucros emocionais a médio e longo prazo. E se sua passagem pelo deserto inclui estar solitário, ou melhor, divorciado, eis aqui o seu lugar para dar uma pausa.Desertos! Ninguém quer passar por eles, seja com que munição for. Muito menos sem ela. Atire a primeira pedra aquele que deseja virar maratonista do deserto, fazer dele seu esporte predileto, seu hobby.Mas... muitos de nós têm lúcida consciência do quanto estas fases desérticas contribuem para um upgrade interior, faz de cada um de nós um ser superior. Sim! Superior ao que poderia ter sido de ruim e não foi. Porque foi superado!Enquanto só vemos a luz distante no fim do túnel, o melhor é ter certeza de que é possível reaprender a amar, seja Deus, seja um amigo, seja um homem ou mulher, seja você mesmo. Reaprender o amor é um milagre bem-vindo na vida de todos nós.O que menciono não é nenhuma novidade. Todo mundo sabe que tempos difíceis são ferramentas de construção pessoal. Faz bom uso dela quem pode. É na crise que crescemos e blá, blá, blá. Sendo assim, desertos também podem ser vistos com bons olhos. Mas é preciso encará-los de forma diferenciada.

Escolhi falar sobre o deserto por ser uma figura que nos revela a imensidão do nada, a sensação de vácuo em forma de grão, a impossibilidade quase absoluta de tudo.Diante do deserto, egos se dissipam. Todos os sentidos são aguçados, aperfeiçoados e, muitas vezes, deixamos de ser inumanos. Milagrosamente, somos içados a uma nova espécie de gente. Inacreditavelmente, nos tornamos monstros do bem, seres positivamente complexos e mais sensíveis. Por isso, desertos também podem ser bem-vindos na vida de todos nós, mortais combatentes. O problema é quando permanecem tempo demais.Cá para nós! Todos nós queremos ser como Jó. Afinal, ele recebeu o dobro do que possuía. Mas ninguém quer passar pelo que ele passou.Poucos sabem que Saint-Exupéry, conhecido autor do best-seller O pequeno príncipe, também teve seu período de estadia em areias escaldantes.Em 1935, ele que amava voar e escrever, acabou caindo com seu avião no deserto do Saara na rota de Paris para Saigon. Depois de alguns dias, foi resgatado por um beduíno quando já estava agonizando por desidratação. E foi assim, tendo sua experiência no deserto como referência, que Exupéry escreveu sua mais famosa obra. Foi o deserto que lhe deu material

emocional e lúdico para produzir uma rica aventura entre um piloto de avião e um principezinho no meio do que aparentava ser nada: o deserto.Estar no meio de um deserto, portanto, pode significar estar no meio do privilégio. Bem percorridos, desertos podem ser um santo remédio. Possuem a capacidade de curar. Como também podem ressuscitar. Ainda podem trazer de volta o valor e o melhor uso da palavra de Pedro, que a gente bem conhece, mas pouco experimenta: “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus para que a seu tempo vos exalte. Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade porque ele tem cuidado de vós” (1Pedro 5.6,7). Afinal, somos todos geração eleita!E como já disse a boa e velha publicidade esportiva: “no pain, no win” (sem dor, sem vitória). Creio que vale a busca. Não apenas pela conquista da superação, mas pela melhor forma de vivenciar um período de aflição. Se temos mesmo que passar por ele, que seja com o máximo de aproveitamento.Lembre-se de que estar em uma fase desértica não significa estar em uma corrida. É um processo. Trilhões de vezes, o que queremos é completar o desafio o mais depressa possível, como se fosse o rali Paris-Dakar. Resista a esta tentação!

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ínia

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Fasesdesérticas

Virgínia MartinJornalista e escritora

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Revista Elos | Edição 04 . Novembro 2012 | 25Revista Elos | Edição 04 . Novembro 2012 | 25

. daladier carlos

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dier

car

los

O sofrimento das guerras que angustiam e matam, a exclusão das vantagens econômicas, a proliferação da fome, além dos limites impostos pela desorganização estrutural dos governos, são para o senso comum os efeitos das diferenças entre nações ricas e pobres. Isto pode ser uma verdade para o consumo das mídias, podendo revelar ainda o caminho das conclusões mais óbvias e curtas. Todavia, penso que por trás das aparências convencionais da interpretação histórica, da análise percuciente dos economistas e das comunicações de compromissos de líderes e porta-vozes, há um forte potencial de emoção subjacente ao ato político.De plano, vamos chamar de ato político a toda manifestação de vontade que reúna um grande número de atores em torno de uma fonte de interesses. Assim, governos, organizações econômicas, instituições civis e militares, inclusive as religiosas são tais fontes, e às relações com os seus conteúdos, programas e perspectivas se somam as emoções, ou seja, a carga subjetiva que inspira mentes e corações ao trabalho de encontrar o resultado capaz de corresponder às particulares motivações.O mundo mudou de alto a baixo, em todas as direções, de modo que as visões ortodoxas das tradições e das culturas são hoje um monumental

acervo de pesquisas e estudos em todos os segmentos do saber. A globalização foi um passo importante para a abertura dos quatro cantos do mundo às variadas percepções dos valores da religiosidade, do papel da mulher na família e no trabalho, do avanço tecnológico a partir da inserção das mídias eletrônicas, do aumento das manifestações populares, estas por conta do desmoronamento de estruturas econômicas conservadoras.Então, ocorre nos nossos dias uma varredura sistêmica, ainda que não orquestrada simultaneamente, sobre o piso das convicções históricas. Ao lado, portanto, do uso dos mecanismos de intervenção política e econômica na sociedade, há uma espécie de massa emocional que vem crescendo entre as consciências, mesmo as mais simples, como se um gigantesco móvel de inspiração afetiva lograsse incentivar os milhares de atores espalhados pelo mundo à reivindicação de novas formas de tratamento e a um padrão de cidadania mais transparente e comprometido com respostas de eficácia mais imediata.Antes, os movimentos cívicos visavam à permanência da memória histórica, tais eram os que lembravam os direitos dos índios, o respeito aos cidadãos negros e às diversas minorias. De uma modernidade de jaez histórico e econômico, chegamos

à pós-modernidade emocional, estágio em que a cidadania se investiu da dupla função de operar a um só tempo o vasto arsenal tecnológico à disposição dos especialistas e de estabelecer uma saída para a autoconfiança, de modo que a crença num mundo melhor absorva não somente a intenção genuína da fé dos indivíduos na espiritualidade que os acompanham, mas na emoção que liberta, reitera o amor à liberdade e avizinha os contrários.As nações estão mais próximas, resultado não apenas das quebras de barreiras econômicas, via criação dos blocos econômicos, mas em razão da velocidade da informação e da extensão das influências culturais de toda ordem sobre o coletivo social. Os riscos às plataformas de segurança militar, por exemplo, já demonstraram que os sistemas de organização de força não são inexpugnáveis e, por isso, os seus mentores devem ter concluído que a paciência, a tolerância e o convívio submetido aos princípios do direito compreendem uma vantagem à higidez das emoções. Em suma, a evolução da natureza moral da cidadania não é tão somente operar uma identidade de caráter funcional, porém a de ir mais longe, ampliando as fronteiras da capacidade de pensar com emoção, agir com fé e avaliar com espírito público.

Daladier CarlosServidor público . [email protected]

As emoções na pós-modernidade e a noção de ato político

Revista Elos | Edição 04 . Novembro 2012 | 25

Agência Brasil

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Eu estava fazendo o check-out num hotel recentemente, quando um funcionário levou minhas malas e as de outros hóspedes, da recepção até o carro do hotel que nos levaria ao aeroporto. Depois de realizado o serviço, cada um que teve sua mala carregada deu uma gorjeta para o rapaz. Todos deram, à exceção de um senhor, grisalho, meia-idade que, mesmo sendo instigado pela esposa, recusou o gesto de cortesia. No carro, apoiada pelo olhar de todos, o hóspede ingrato recebeu severa reprimenda de sua esposa:– Que absurdo! O rapaz carregou as nossas malas até o carro!– E daí? – respondeu o pão-duro…Se você souber por onde anda a gratidão, avise, pois ela está sendo procurada. Há, inclusive, recompensa atraente para quem encontrá-la. Hoje as pessoas vivem na coluna do crédito. Estão sempre achando que os outros lhes devem algo, que têm sempre a receber. Então, por isso, instalou-se um clima de cobrança generalizado; a tal ponto de muitos simplesmente ignorarem coisas singelas, gestos pequenos que as pessoas fazem em seu favor, mas que eles sequer notam e, muito menos, agradecem.É alguém que lhe abre uma porta,

oferece um assento, apresenta uma pessoa estratégica, divide com você um sanduíche. Alguém que lhe dá uma oportunidade, oferece um trabalho, intermedeia uma grande experiência. Alguém que lhe ajuda numa prova difícil, num relatório complicado, numa tarefa desafiadora. Ou ainda alguém que lhe socorre numa hora de dor, faz uma visita, dá um conselho ou faz uma oração.Pode ser o cônjuge, o pai, a mãe, o filho, um vizinho, o patrão ou um funcionário. Pode ser um líder, um pastor, um irmão em Cristo ou um amigo. Também pode ser um desconhecido, alguém com quem você apenas falou ao telefone, sequer viu o rosto.É… Se você souber por onde anda a gratidão, avise, pois ela está sendo procurada. Há, inclusive, recompensa atraente para quem encontrá-la. Na parábola de Jesus, um dos 10 leprosos que foram curados voltou para agradecer; proporção reveladora. O Senhor deu pela falta dos outros nove; a ingratidão não costuma passar despercebida. A bênção, no entanto, restringiu-se ao que foi grato; o castigo do ingrato, não a imposição de infortúnios, mas a ausência da bênção (Lucas 17.11-19).

Que tal olhar para todas as pessoas que, de alguma forma, fizeram ou ainda fazem parte da sua vida, não como um credor, cobrando algo que entende lhe ser devido; mas como um cristão solidário, à procura de alguma atitude ou gesto, mesmo que pequeno e singelo, pelo qual você possa ser grato e demonstrar gratidão?Assim, quando você identificar algo de bom nessas pessoas, demonstre a sua gratidão, dê uma palavra, um telefonema, escreva uma carta ou mande um e-mail. Encontre uma forma de fazê-las entender que você é grato por suas vidas.Por falar nisso, se você souber por onde anda a gratidão, avise, pois está sendo procurada. Há, inclusive, recompensa atraente para quem encontrá-la.Seja uma pessoa grata! Não ceda à tentação de ser juiz implacável, credor incompassivo, alguém que está na vida para retirar dela. Procure ser uma pessoa cheia de gratidão, como aquele ex-leproso que voltou, prostrou-se e agradeceu a Jesus. É verdade: a gratidão está sendo procurada. Não seria maravilhoso vê-la sendo encontrada em você?

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Crise de gratidão

Lécio DornasPastor . [email protected]

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Revista Elos | Edição 04 . Novembro 2012 | 27

Nas Bodas de Caná (João 2.1-11), Jesus opera o primeiro sinal, o milagre ou o prodígio que aponta a natureza divina dEle. Parece que os contemporâneos de Jesus não sabiam que “Sua perfeita humanidade prova Sua divindade”. Ou será que sabiam ser impossível o reconhecimento da perfeição?O primeiro sinal não foi quando Jesus deu luz ao cego ou movimento ao paralítico. Nem quando algum indivíduo decidiu sair da multidão para caminhar como seu discípulo. E muito menos quando um pecador, como consequência da própria redenção, restituiu o que tirara do bolso ou do coração de alguém.O primeiro sinal não é operado em um templo ou em um culto, mas em uma festa! Todo mundo dançando, cantando, comendo, bebendo, bebendo, bebendo… O vinho acaba! Jesus, anonimamente, providencia a continuidade da

festa transformando água usada para limpeza, para abluções rituais, em vinho de qualidade ainda não provada por nem um dos convidados!É João quem eleva a transmutação da água em vinho à condição de sinal, o primeiro deles, e só ele o registra. Ou a história do primeiro sinal era pouco conhecida, ou era de algum modo considerado embaraçoso. Afinal de contas, ver o Filho de Deus manifestar seu poder em algo tão terreno deve ter soado como uma corrupção da mais alta expectativa davídica ou divina sobre o Messias, o Cristo.O “problema” é o humor do Cristo, humor genuinamente cristão. O Mestre não é um comediante apresentando seu stand up a uma peripatética plateia pouco exigente, mas ele é extremamente bem-humorado.Por exemplo, Jesus dá a impressão de ser rude e desrespeitoso

com Maria, mas pela fala dela, obviamente, ele não o foi. E atende ao pedido de sua mãe aproveitando para transformar não só a água em vinho, mas também um incidente mundano em um sinal.O humor não deve, necessariamente, fazer gargalhar, mas tem a obrigação de fazer refletir: “O homem é o único animal que ri, porque o homem é o único animal que pensa” (Umberto Eco).Sua vida não é uma festa, mas também não é um velório. Não é uma foto, é um filme. Cada quadro apresenta novas conexões e diferentes alternativas, e se em dado quadro o vinho acabar, a Graça pode tomar água imprestável, transformá-la em vinho da mais alta qualidade e estender seu filme por mais um dia, uma semana, um ano. Não importa quantos quadros terá sua vida, desde que seja um filme que valha a pena. Um filme que você pagaria para ver de novo.

Dercinei FigueiredoPastor . [email protected]

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28 | Edição 04. Novembro 2012 | Revista Elos

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O The Global Leadeship Summit apresenta-se como o maior evento mundial de liderança. Os números são impressionantes. Até o final de 2012, o Summit passará por 85 países, 420 cidades e terá a presença de 210 mil pastores e líderes.O Summit, pode-se afirmar, é fruto da visão do pr. Bill Hybels, fundador e pastor sênior da Willow Creek Community Church. Em 1995, Hybels criou a Associação Willow Creek, em Chicago, nos Estados Unidos. Neste mesmo ano, surgiu o Summit e da primeira edição até a de 2012 mais de 1 milhão e 600 mil líderes foram treinados.Todos os anos, em agosto, o Summit é realizado em Willow

Creek. A imponente igreja liderada por Hybels recebe líderes de todos os cantos da Terra que se deslocam para lá a fim de ouvirem preletores que formam a nata da liderança global. As preleções são reunidas em vídeos feitos com apuro profissional e circulam mundo afora nas diversas versões do Summit.Em Willow Creek, o Summit conta com a presença física de todos os palestrantes. Em outros lugares, o participante do Summit assiste à conferência por intermédio de vídeos, além de contar com a presença de preletores locais, sempre líderes de destaque. Na PIB Recreio, o Summit foi realizado nos dias 18, 19 e 20 de

outubro. Na quinta-feira, à noite, o preletor foi o pastor da Igreja Batista Central de Fortaleza, Armando Bispo, que utilizou versículos do primeiro capítulo de Marcos para discorrer sobre o Equilíbrio da alma. Armando Bispo foi um dos preletores que estiveram presencialmente no evento.O pr. Giovaldo Freitas, missionário da Sepal e coordenador nacional do Summit, funcionou como âncora e um dos facilitadores do encontro. Depois de cada preleção, um facilitador coordenava a discussão sobre a palestra que acabara de ser ouvida. Os cerca de 600 inscritos no Summit foram

Líder responsávelse prepara

O Summit é uma oportunidade ímpar de o líder se preparar bem para exercer sua função.

Pastores Ebenezer Bittencourt, Wander Gomes e George Heinrichs

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reportagem .

Pr. Bill HybelsCondoleezza Rice

divididos em pequenos grupos que debatiam animadamente os temas levantados pelos preletores.Na manhã do dia 19, o público ouviu a palavra inicial, em vídeo, do pr. Bill Hybels, que analisou Lucas 8.1-15 e ensinou lições óbvias. Descobrimos, então, que a parábola do semeador, tantas vezes ouvida por quem frequenta igrejas cristãs, pode trazer lições úteis, mas pouco destacadas. Hybels ressaltou que apenas 25% da mensagem pregada atinge o coração do incrédulo: aquela que cai em boa terra. O que fazer para melhorar essa estatística? Hybels respondeu: “Semear mais.” Se 100 ouvem a mensagem, 25 a aceitam. Se forem 1.000 a ouvi-la, teremos 250 a aceitando. “O líder tem de ser corajoso, curioso e sem temor de experimentar”.Outra lição valiosíssima dada por Hybels ocorreu quando, emocionado, relatou o processo pelo qual está passando: sua substituição como pastor sênior de Willow Creek. Perto dos 60 anos, ainda com boa saúde, mas com histórico familiar de doenças cardíacas, Hybels conta que sentiu o baque quando a diretoria da igreja destacou um bom amigo para uma conversa sobre o assunto com ele. O processo de substituição está sendo muito bem encaminhado e ainda

levará alguns anos para concretizar-se, porque Hybels estará junto ao novo líder que virá em um período de transição. O pr. Bill Hybels disse

que estão, agora, no momento de procurar seu substituto dentro de Willow Creek. Se não houver alguém pronto dentro de Willow Creek, não há nenhum obstáculo a se procurar este líder fora de lá.As lições que ficam desta palavra de Hybels: 1) O cuidado da igreja com o líder que por muitos anos conduziu a comunidade; 2) A tranquilidade da liderança em conduzir o processo cautelosamente; 3) O desapego do pr. Bill Hybels à posição de líder de uma megaigreja (igreja fundada por ele e que cresceu sob sua liderança).Ainda nesta manhã, tivemos a oportunidade de ouvir Condoleezza Rice, nascida em Birmingham, Alabama, em 14 de novembro de 1954. Foi a 66ª Secretária de Estado C

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Pastores Giovaldo Freitas e Wander Gomes

O público acompanhou o Summit com interesse

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dos Estados Unidos e serviu na administração do presidente George W. Bush, entre 2005 e 2009.Condoleezza é uma mulher impressionante. No cargo que ocupou, negro, antes dela, somente Colin Powell; mulher, só Madeleine Albright. A formação acadêmica sólida poderia levá-la a qualquer lugar, preferiu, no entanto, atender o chamado para colaborar com o Governo, primeiramente de Bush pai e depois de Bush filho.Condoleezza nomeou seu herói: o avô paterno, John Wesley Rice Sr. O Alabama era (talvez seja, ainda) um estado extremamente racista. Seu avô resolveu estudar e a única faculdade que o aceitou era dirigida por presbiterianos. No final do primeiro ano, Wesley percebeu que não teria como pagar os estudos. Soube que havia bolsistas na escola e foi informado que bolsistas eram aqueles que se tornariam ministros do evangelho. Nasceu naquele momento um pastor.Condoleezza é filha única de um pastor presbiteriano e uma musicista. Em sua palestra e na entrevista a Bill Hybels, falou sobre o tempo no governo Bush, algumas dificuldades que encontrou ao desempenhar seu papel, o amor pela diplomacia e a falta de inclinação pelo jogo político. Não pensa em ser candidata à presidência dos EUA e tem no controvertido ex-presidente George Bush um amigo.O sucesso do Summit está ligado, diretamente, à estrutura montada para “receber bem” os preletores. A edição do encontro na PIB Recreio foi um sucesso pelo desprendimento da liderança da igreja, capitaneada pelo pr. Wander Gomes, em fornecer todas as condições para que o evento acontecesse nas melhores condições possíveis. Um grande telão e outros dois menores permitiam que o público acompanhasse confortavelmente as palestras

de qualquer ponto do auditório. Som de alta qualidade e ambiente climatizado também ajudaram o público a se manter focado nas preleções. Não se pode esquecer a música de altíssima qualidade conduzida por Kleber Lucas e o grupo de louvor da igreja. A PIB Recreio organiza e estrutura o Summit na capital do Estado do Rio de Janeiro e já convida os líderes para a edição de 2013.Ainda na tarde de sexta-feira, ouvimos o presidente do Instituto Haggai, pr. Ebenézer Bittencourt, em palestra muito elogiada pelos participantes do encontro.Sábado, 20, na parte da manhã, dois destaques: a entrevista de Carly Fiorina a Bill Hybels e seu

testemunho e o depoimento de Pranitha Timothy.Fiorina foi CEO da Hewlett-Packard. Foi a primeira mulher a ocupar a presidência de uma empresa entre as 20 maiores da revista Fortune. Em 2005 foi despedida da HP e em 2007 falou no Summit sobre “Escolhas difíceis”. Em 2012 retornou ao Summit e deu um testemunho de vida bastante tocante.Entre 2007 e 2012, Fiorina teve câncer, perdeu uma filha e retomou sua vida. Passou por uma experiência de fé e se diz, hoje, uma mulher mais centrada e tolerante.Pranitha Timothy foi uma jovem tresloucada. Filha de dedicados missionários médicos na Índia, Pranitha disse que não suportava

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Pr. Luiz SayãoPr. Armando Bispo

Nas palestras o público era chamado à participação

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a religião que a mantinha afastada dos pais. Afastou-se, portanto, do Evangelho e viveu uma fase de menosprezo aos valores que seus pais lhe passaram. Os amigos a conheciam como pessoa fria e calculista. Ainda bem jovem, foi acometida por um câncer no cérebro. O tumor, apesar de enorme, era benigno. As sequelas: sempre sentiria dor e jamais voltaria a falar. As dores, ainda sente; a voz é um fiapo, ou como ela diz: “voz para os que não têm voz”.Pranitha dirigiu mais de 50 operações de resgate de pessoas mantidas em trabalho escravo e sempre depôs como principal testemunha nas audiências. Além do resgate, desenvolveu estratégia de cuidados pós-resgate da IJM que visam à restauração e reintegração de escravos que não têm noção do quanto são aviltados como seres humanos. Hoje, casada e mãe de uma menina, Pranitha segue em sua missão de resgate e arrisca a vida todas as vezes que cumpre seu trabalho missionário. “Nossas famílias estão mais seguras nas mãos de Deus do que nas nossas”, diz com seu sussurro tonitruante.À tarde, as mensagens do pastores Luiz Sayão e Bill Hybels se destacaram. O pr. Sayão, presente no Recreio, falou sobre Liderança segundo Jesus Cristo. Usou diversos textos bíblicos para desenvolver sua palavra e causou a costumeira impressão nos ouvintes. O pr. Sayão é um dos preletores mais estimados da atualidadeO pr. Bill Hybels encerrou a edição 2012 do Summit tratando de tema de grande relevância: Igreja local — a esperança do mundo. A mensagem “energizou” muitos líderes no plenário. Líderes que têm igrejas sob sua responsabilidade e vêm reafirmada a importância das comunidades que dirigem na condução da sociedade a um destino melhor.Em 2013, não perca o Summit, na PIB Recreio. Informe-se, prepare-se e venha.

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reportagem .

Houve muitos momentos de oraçãoPr. Giovaldo Freitas

Tudo o que foi dito no Summit tinha relevância

Pastores Ebenezer Bittencourt e Wander Gomes

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Todo mundo quer ser saudável. Os artigos mais procurados, os livros mais vendidos sempre são aqueles relacionados a como viver melhor, como viver mais, como ser mais jovem, etc. Existe uma quantidade enorme de revistas publicadas que tratam desse assunto. Não são somente as mulheres que buscam a fonte da juventude, os homens também. Aliás, quem não gostaria de viver muitos e muitos anos. Entretanto, a questão principal não é quanto tempo vivemos, mas de que forma vivemos. Não adianta viver muitos anos e não ter saúde para tal. O ideal é podermos unir as duas coisas: viver muito com qualidade. Quando falamos em saúde não estamos nos referindo somente à boa forma física. Homens e mulheres são seres integrais, ou seja, possuem uma vida física, emocional e espiritual. Portanto, o segredo é aprendermos a ter saúde em todas as áreas da nossa vida. Não é saudável ter somente um corpo sarado. Precisamos de uma mente e um espírito sarados também.

É possível ser uma pessoa saudável em todos os aspectos da vida? A resposta é sim. A fórmula é descobrir os princípios que nos levam a desenvolver uma vida completamente saudável e obedecê-los. Vamos tratar de alguns deles neste artigo.Em primeiro lugar, é necessário ter uma vida de paz: uma pessoa em paz é alguém saudável e que consegue viver bem. O atormentado não dorme, não come ou, às vezes, faz o contrário, come demais, e por aí vai. Ter paz é o resultado de uma vida que busca ter a postura correta, sejam quais forem as circunstâncias nas quais se vive. Uma vez, pediram a dois artistas plásticos que pintassem um quadro sobre a paz da maneira como eles a percebiam. Um pintou um lago parado, calmo, bem atrás das montanhas. O outro pintou uma cachoeira impetuosa e espumante sobre a qual se inclinava uma árvore com um pássaro repousando em um ninho em um de seus galhos. A verdadeira paz é aquela que funciona durante a tempestade, não na ausência dela.

Em segundo lugar, é necessário perdoar aqueles que fizeram algum mal a você e também perdoar a si mesmo. Temos uma dificuldade em perdoar aos outros e a nós mesmos. A mágoa, o ressentimento e a culpa são verdadeiros destruidores da saúde. Tudo o que nós guardamos ou escondemos em nosso interior tem poder sobre nós. Portanto, livre-se do ódio, do rancor e da culpa! Você não pode fazer mais nada pelo seu passado, mas pode fazer algo pelo seu futuro. Precisamos deixar para trás os erros que as pessoas cometeram contra nós, ou aqueles que cometemos contra nós mesmos. Eles podem ser de vinte anos ou de cinco minutos atrás. O que passou, passou. Nada vai fazer o tempo voltar atrás para consertar o que aconteceu de errado em sua vida. Sei que essa não é uma tarefa muito fácil, mas é necessária para se viver com saúde. A falta de perdão corrói a nossa vida por dentro e nada do que você faça pelo seu corpo será suficiente se o ódio e a culpa estiverem consumindo você.Em terceiro lugar, concentre-se

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Saúde é o que interessa

Tamar SouzaEducadora religiosa . [email protected]

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naquilo que é bom e direito. Em que você concentra sua mente? Essa escolha será determinante. As circunstâncias desfavoráveis podem roubar nossa saúde se permitirmos. Quando nos concentramos nas circunstâncias ruins, ficamos tensos, ansiosos. A ansiedade é um grande mal do nosso século, da nossa geração. Quando você passar por um problema, aquiete-se. Não em falsa quietude, porque isso pode trazer a você problemas físicos e emocionais e roubar sua saúde. Mas, a verdadeira quietude provém da confiança de que para tudo há um jeito e que, no final, tudo vai acabar bem. A maioria dos nossos problemas provém da nossa incapacidade de ficar calmos. A preocupação é uma emoção inútil, um desperdício. É absolutamente impossível preocupar-se e viver em paz ao mesmo tempo. O que você ganha por se preocupar? Rugas, cabelos brancos... Por que tanta ansiedade? Viva um dia de cada vez.Em quarto lugar, tenha amigos. Não falo daqueles que só estão ao nosso lado nos momentos alegres.

Falo daqueles amigos de todas as horas. Se não conseguir ter muitos, tenha ao menos um que seja fiel a você, um ouvinte incondicional para quem você pode descarregar suas dores, alguém que não fique estressado quando despejar nele todas as suas queixas, reclamações e principalmente, que não vai desprezar você por causa do que diz.Em último lugar e, para mim, o mais importante de todos os princípios: dê um lugar especial para Deus em sua vida. Ele conhece você e sabe quais são todas as suas necessidades. Ele quer cuidar de você.Certa vez, ouvi alguém dizer: “Deus, me dê serenidade e saúde para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar as coisas que posso e a sabedoria para conhecer a diferença entre elas”. Dê a Deus o controle da sua vida e você verá a mudança que irá experimentar. Que tal começar a mudar nesse exato momento? Isso fará realmente bem à sua saúde, pois, afinal de contas, saúde é o que interessa.

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Alunos populares tendem a receber maiores saláriosno futuroDa internetUm estudo realizado nos Estados Unidos revelou que os adolescentes mais populares na escola tendem a se tornar adultos mais confiantes, com salários melhores do que os colegas com menos desenvoltura para fazer amigos.Conduzida pelo Escritório Nacional de Pesquisas Econômicas (NBER, na sigla em inglês), a pesquisa ligou as facilidades de comunicação e de construir amizades comuns a crianças e adolescentes mais extrovertidos às habilidades necessárias para uma carreira bem sucedida no futuro.O trabalho foi baseado em um estudo prévio realizado em 1957, quando pesquisadores pediram que estudantes de escolas secundárias do Estado americano de Wisconsin nomeassem seus três melhores amigos.Mais de 10.300 adolescentes responderam à pesquisa em 1957 e novos dados sobre suas carreiras foram coletados em 1964, 1975, 1992 e 2004. Os resultados mostraram que os adultos que figuraram no topo da lista tinham salários até 10% maiores cerca de 40 anos depois.Na época, duas teorias foram estabelecidas para tentar dar conta dos dados. Uma indicava que as “conexões estabelecidas na escola são mantidas durante toda a vida e produzem um efeito positivo, tais como acesso privilegiado a algumas vagas de emprego”.No entanto, mais tarde descobriu-se que as pessoas que haviam deixado suas cidades natais e seus círculos sociais tinham construído carreiras mais bem sucedidas, o que desbancou a teoria inicial. (http://mulher.uol.com.br)

Day off . Divulgação

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Todos queremos justiça social, desde que a chegada dela não implique alterar nosso status quo. Isso porque justiça social implica não somente justa distribuição de renda, mas também de oportunidades, para que se tenha acesso à informação, aos cargos e funções decisórias, à educação, saúde, segurança, habitação e a transporte, por exemplo.No caso da igreja, a grande questão da não inclusão do tema justiça social em sua lista de prioridades, se deve ao fato de que não há como agir nesse campo sem que as diferenças político-econômicas se evidenciem, sem que os constrangimentos das desigualdades venham à tona e sem que se corra o risco de perder determinados privilégios.Se tem dúvidas quanto a isso, passe a observar quais são os temas relacionados à vida social que são abordados por nós. Pegue qualquer revista ou jornal de qualquer denominação evangélica ou até

mesmo faça um levantamento dos temas sociais abordados em congressos denominacionais e verificará que eles têm algo em comum: tratam de temas que não colocam a igreja em rota de colisão com os poderes políticos e econômicos estabelecidos. Até mesmo quando nos envolvemos na busca por um lugar nos parlamentos ou em cargos executivos eletivos, o fazemos pensando em ter alguém que defenda nossos interesses e não em pessoas que tenham visão pública e entendimento ético consistente.Optamos por tratar das questões do corpo, não porque seja o mais importante da vida humana, mas por sua generalidade e, consequentemente, por combater-se questões que não alteram as relações de poder estabelecidas (apenas aumentam a culpa individual e força-se uma maior dependência sacerdotal para que ela seja perdoada). O que

discuto aqui, não é a importância da ética da corporalidade, mas a “exclusivização”, absolutização até, dela em nossos discursos e ações, em detrimento das demais áreas, especialmente as políticas e econômicas.Entretanto, não há como agir em prol da justiça social sem que as relações de poder sejam revistas. E para serem revistas é preciso que sejam analisadas, avaliadas. E para que isso ocorra, é preciso relacionar teoria a casos concretos. E fazer essa relação nos coloca em rota de colisão. Daí, repito, raramente termos acesso, nos meios denominacionais evangélicos, a temas relacionados à ética na economia e na política, em linguagem “popular”.O que significa pra nós “orar pela Justiça Social no Brasil”? Um desencargo de consciência? Um ajuste à imagem institucional? Queremos mesmo nos envolver para que algo seja mudado?

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Justiça social no BrasilEdvar GimenesPastor

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O crescimento do segmento evangélico trouxe problemas muito sérios, como o surgimento de sincretismos, liderança hipócrita, crentes nominais, igrejas ritualistas, igrejas de massa onde quase ninguém é conhecido, e uma verdadeira indústria, uma espécie de “economia evangélica”, cujo espantoso aumento é notado pelos especialistas, principalmente na área editorial e na de entretenimento. Sob certo ponto de vista, uma “economia evangélica” é aceitável e necessária, pois os crentes também são consumidores. Há uma grande demanda de livros, revistas e jornais que eles possam ler, bem como gravações musicais que possam ouvir e filmes que possam ver, o que vem a dar também na necessidade de um sistema de comunicação (rádio, televisão, internet). O problema é associar isso com adoração, e a pergunta que não quer calar é a seguinte: Existe, de fato, adoração em atividades que visam claramente ao lucro financeiro e à promoção pessoal?Os chamados shows de cantores e bandas ditos evangélicos constituem a mais evidente dessas atividades. A palavra “show”, do inglês, quer dizer exibição, exposição. É claro que, por mais que as pessoas que se exibem sejam de fato crentes e éticas, por mais que falem de Deus e sua Palavra, tais shows visam a expor a sua arte (nem sempre é possível chamar assim) e obter compensação financeira por isso. Chamar um “show gospel” de

adoração é demais. Precisamos manter um distanciamento crítico que nos permita ver as coisas como de fato são. E para piorar, temos pelo menos mais dois problemas: primeiro, as exigências de mercado interferem no conteúdo e estilo das músicas gravadas, nivelando por baixo, com muita coisa de péssima qualidade (é preciso gravar o que vende). Segundo, a grande maioria dos autores tem um conhecimento doutrinário raso, daí se produzem verdadeiras heresias, que se repetem como mantras. Ou então suprimem-se temas que não agradam, como confissão de pecados, arrependimento, juízo final, etc. Mas a resposta à pergunta acima tem um desdobramento. Se os chamados shows evangélicos se restringissem aos ambientes adequados a eles, seria “menos pior”. O caso é que foram levados para dentro da igreja, a adoração praticada nos cultos passou a seguir seu modelo, e aí o problema tornou-se muito maior. Um show exige um grande ambiente e tecnologia pesada (instrumentos musicais, som, imagem, iluminação, fumaça, etc.), investimento que a maioria das igrejas não pode ou não quer fazer, e quando faz é em detrimento de coisas muito mais importantes como missões, evangelização, educação, serviço social e outras atividades (e isso também é adoração). Uma das principais características de um show é o alto volume do som,

coisa não somente insuportável por ser prejudicial à saúde dos ouvidos, principalmente de idosos e crianças, como também incompatível com um ambiente de culto. A música de adoração deve levar-nos à meditação, à reflexão e à comunhão com Deus, e não ao ensurdecimento e à agitação emocional.E mais, os shows evangélicos reproduzem o estilo dos shows mundanos, e isso, por tabela, veio também para dentro dos cultos. A postura dos músicos é de exibição, são usadas palavras de ordem e gestos para estimular o auditório, e coreografias (ou danças, como alguns preferem) que nos fazem sentir como se estivéssemos assistindo a um programa do falecido Chacrinha. Não temos as “chacretes”, mas temos as “gospeletes”.Por fim, mas não esgotando o assunto, o formato de show subverte o propósito de um culto de adoração, pois visa ao entretenimento. As pessoas vão a um show gospel para divertir-se e não para adorar a Deus. A música e mesmo a pregação, quando ela é admitida, é de molde a entreter o ouvinte. Nada de falar de pecado, de necessidade de arrependimento e transformação radical, de juízo final, etc. Faça um teste: quantos dos chamados cânticos espirituais que você conhece falam desses assuntos? Portanto, precisamos urgentemente banir o show de nossos cultos.

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Sylvio MacriPastor . [email protected]

A adoração pode ser um show?

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Procrustes é um personagem da mitologia grega que utiliza um método de tortura muito cruel. Quando algum desavisado aceita sua hospitalidade, ele o obriga a caber na exata medida da cama de ferro que tem para esse fim. Se o indivíduo for menor que a cama, é esticado até que tenha a mesma medida da cama. Se é maior, tem as pernas amputadas.O mito ilustra a atitude de forçar os outros a caber na “cama” que cada um de nós tem. Se o outro não tem a nossa medida, ou seja, nossa maneira de ver a vida, tentamos esticar sua mentalidade até caber em nossa forma mental. Se a pessoa é de mentalidade mais elevada, tentamos diminuí-la, amputando a qualidade de seu conteúdo. E fazemos isso acusando, julgando, condenando, maldizendo, etc.Esse tipo de atitude é extremamente prejudicial à saúde dos relacionamentos. Mas, no contexto da liderança é ainda pior, porque se liderança é essencialmente o exercício da boa influência, ao tentar esticar ou amputar os outros para que caibam em sua forma, o líder diminui sua influência, espalha medo, pavor e amargura. Assim, prejudica o desempenho da equipe, esvazia de afeto as relações e provoca a retração da produtividade da organização que lidera.

Por outro lado, a liderança de Jesus nos ensina a desenvolver um olhar generoso perante a vida e na direção dos outros. Ele disse aos seus

seguidores: “Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo terá saúde. Porém, se os seus olhos forem maus, todo o seu corpo estará em trevas” (Mt 6.3). Olho bom é olho generoso. Olho mau é olho maldoso. Quem olha a vida com generosidade, torna-se generoso no comportamento e colhe o fruto da semente que plantou: a generosidade. Mas, quem tem sempre um olhar maldoso, torna-se maldoso no comportamento, e colhe o fruto da semente que plantou: a maldade. Por isso, destaco sete dicas que, num contexto de trabalho em

equipe, podem facilitar, no líder,

o desenvolvimento de um olhar generoso:

1- Procure conhecer os pontos fortes e os pontos fracos dos

membros de sua equipeCada pessoa é dotada de pontos fortes e pontos fracos. Descobrir esses pontos é como obter um mapa para chegar ao coração do outro. Mas, em vez de concentrar suas atenção nos pontos fracos e apontá-los, em tom condenatório, concentre-se em mapear, reconhecer, desenvolver e maximizar os pontos fortes de cada membro de sua equipe. Ninguém é bom em tudo e ninguém é 100% bom, sempre. Mas, quando reconhecido por aquilo que faz com excelência, ou ajudado a maximizar aquilo que já faz bem feito, o indivíduo fará tudo para manter sua reputação. Por isso, é importante ter em mente que rejeição gera rejeição e quem é sistematicamente rejeitado um dia declara sua alforria e manifesta sua indignação.2- Procure conhecer seus pontos fortes e seus pontos fracosAutoconhecimento é uma das características principais de um líder emocionalmente inteligente. Concentre-se em atuar a partir de seus pontos fortes e não a partir de seus pontos fracos. Se você conseguir maximizar suas habilidades e diminuir

Josias BezerraPastor

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quando reconhecido por aquilo que faz com excelência, o indivíduo

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o impacto negativo de seus pontos fracos, já terá feito muito por si mesmo, bem como, por sua atuação como líder. Você não é, e nem precisa ser, bom em tudo, 100% o tempo todo. É um equívoco grave tentar provar para os liderados que você não é fraco numa determinada área, gastando energia e tempo para maquiar sua incompetência. Em vez disso, coloque o foco em melhorar ainda mais as suas competências já consolidadas. 3- Procure mapear a zona de satisfação de cada membro de sua equipeCada um de nós tem uma área sensível ao afeto. Quando essa área é ativada o nível de satisfação aumenta automaticamente. Há quem se derreta com um elogio. Há quem floresça ao receber um abraço. Há quem seja capaz de guardar para sempre na memória cinco minutos de atenção desinteressada, que é um olhar sem fins utilitários, um olhar que se importa. Enfim, cada um tem sua zona de conforto emocional. Parte de suas atividades diárias como líder deve ser alocada para facilitar, conscientemente, e com verdade, a ativação dessas zonas de satisfação nos membros de sua equipe. Você verá que, com o passar do tempo, o seu exemplo será seguido e passará a fazer parte da cultura da organização que você lidera, de modo que o nível coletivo de felicidade crescerá juntamente com produtividade e lucro.4- Procure mapear a zona de desconforto de cada membro de sua equipeCada um de nós tem também uma área de des-afeto, um lugar relacional de conflito, um porão

escuro na alma, enfim, um “espinho na carne”. Assim como uma pessoa não se esquece de um elogio, um gesto de cortesia ou uma palavra de agradecimento, menos ainda se esquece de quem chorou com ela na hora da angústia, de quem a escutou na hora de um desabafo, de quem manifestou cuidado na hora da confusão, de quem a acolheu no desamparo. Nessas horas, não queira apresentar logo uma solução. Aprenda a escutar, escutar, escutar, com os ouvidos, com o corpo e, sobretudo, com o coração.5- Procure mapear sua própria zona de desconfortoPor mais maduro que seja, você também tem sua área de des-afeto, seu lugar relacional de conflito, seu porão escuro na alma, enfim, seu “espinho na carne”. Você também precisa de escuta, de cuidado, de acolhimento e orientação. Encontre alguém de confiança que lhe possa servir de referência nesse sentido, seja ele um amigo, um pastor, um padre, um conselheiro, um psicoterapeuta ou qualquer pessoa que preencha os requisitos de uma boa escuta.Só desenvolvemos um olhar generoso quando a nossa mente tem saúde, pois a boca fala – e o corpo atua – a partir dos conteúdos mentais. 6- Reposicione sua equipePouca coisa é tão prejudicial num ambiente de trabalho, do que pessoas atuando em lugares errados por motivos errados. Como já vimos, cada um de nós tem pontos fortes e pontos fracos. Quando alguém ocupa uma posição que exige competências que não tem, ou seja, quando tem de atuar a partir de seus pontos fracos, sua produtividade cai, seu nível de insatisfação aumenta e a frustração da equipe cresce, porque outros, para realizarem seu trabalho, dependem da agilidade e qualidade do trabalho que ele desenvolve.Há hoje no mercado alguns bons testes de personalidade que levantam o perfil da cada um e recomendam áreas específicas de atuação, de acordo com as habilidades pessoais de cada um. De

preferência, nesse reposicionamento, não demita ninguém, mas, se for realmente necessário, para o bem da organização, faça a descolagem de maneira respeitosa, digna e, se possível, ajudando a pessoa a encontrar um novo espaço de trabalho onde suas competências sejam necessárias e aproveitadas.7- Reconheça seus erros, aprenda com eles e perdoe quando erraremReconhecer os próprios erros e pedir perdão é uma qualidade que todo líder deve cultivar. O líder arrogante, mesmo sabendo que errou, não reconhece o erro, não pede perdão. E quando pede, é um pedido político, por conveniência, que não vem do coração. Por isso, não é seguido, apenas temido.O líder humilde reconhece quando erra e não sente vergonha em pedir perdão. Assim, aprende com seus erros, torna-se mais generoso também consigo mesmo e recebe a admiração de quem o perdoou. Em vez de temido, passa a ser seguido. Seu nível de influência, em vez de diminuir, cresce. E como age consigo, age com os outros. Quando alguém o ofende, mas reconhece e pede perdão, ele o perdoa, ainda que a ferida permaneça, temporariamente, aberta. Ele sabe que perdoar é um princípio, um valor, não um sentimento. No mito, Procrustes prossegue torturando suas vítimas: esticando-as ou mutilando-as, até que fiquem do tamanho de seu olhar. Um dia, um conhecido herói chamado Teseu fez com Procrustes o mesmo que Procrustes fazia com os outros. E este foi seu fim: com a mesma medida com que mediu, foi também medido.Como líder, vigie sua mente e sua conduta para que atitudes procrusteanas não sejam dominantes em sua liderança. Desenvolva um olhar generoso perante a vida, perante os outros e voltado, também, para si mesmo, porque com a mesma medida com que você medir, você será medido. O fruto que colhemos é quase sempre da mesma marca da semente que plantamos.

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o líder humilde reconhece quando erra e não sente vergonha em

pedir perdão.

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No início de meu ministério na Cambuí, em Campinas, uma pessoa me disse ter mudado há pouco para a cidade e estava frequentando as igrejas, analisando-as e vendo o que cada uma tinha para lhe oferecer. Como pastor rodado, conhecedor dos vários tipos de membros de igreja, desejei que Cambuí não fosse a “agraciada”. Felizmente não foi. As pessoas que se supervalorizam e desejam que o mundo se encaixe em sua visão não são boas companhias. Geralmente azedam o ambiente por onde passam, e logo precisam mudar de ambiente. Não se pode contar com elas para projetos sérios que não tenham sua grife pessoal. Estão sempre indo ao shopping de igrejas escolher uma que lhe seja mais agradável.Nesta mentalidade, “igreja” deixou de ser a comunhão dos salvos, onde os remidos se reúnem para adorar a Deus e testemunhar de Jesus, e passou a ser uma prestadora de serviços. A idéia de muitos cristãos é esta: sua fé em Cristo lhes deu um cartão de crédito sem limites e elas cultivam a cultura do consumismo espiritual. Não foram salvas para servir a Deus e à igreja de Cristo, mas para serem agraciadas e servidas. Impressiona-me como as pessoas se queixam de igrejas! Na realidade, é o culto à vontade própria e a incapacidade de se relacionar com os outros que gera a maior parte dos queixumes. Sou reticente quando alguém briga em sua comunidade e quer vir para a

comunidade a que sirvo. Em vindo, será que não haverá o transplante de um problema? Porque pé de espinho é pé de espinho em qualquer canteiro… Não é a terra que produz espinho, mas a natureza da planta.O número de servos nas igrejas diminuiu e surgiram coisas como “adoradores extravagantes” (!). Aliás, muitos querem ser adoradores. Poucos querem ser servos. Por que, em vez de “adorador extravagante” a pessoa não almeja ser “servo incondicional”? Poucos querem servir, mas muitos querem ser servidos. Muitos têm expectativas sobre como a igreja deve servi-los. Deveriam pensar: “Qual é a expectativa de Deus para minha vida?”. Ou: “O que Deus quer de mim?”. Mas sempre dizem o querem de Deus. Com isto há um número elevado de evangélicos no Brasil, mas poucos estão servindo mesmo a Deus. Muitos servem aos seus interesses. Há massa, mas sem qualidade espiritual.Para muitos membros, frequência é opcional e a igreja não tem autoridade sobre eles. A igreja presta serviços, e elas, possuidoras de um cartão de crédito espiritual, escolhem qual lhes é mais adequada. Assim temos poucos engajados e muitos clientes. Gente assim se frustra, porque vida cristã não é isto. Gente assim não descobre a beleza de uma vida comprometida com Jesus. Prejudica a igreja local porque deixa de ser militante e passa a ser consumidor desengajado. E prejudica a obra de Deus porque é inútil. Não ajuda o reino.

A obra de Deus necessita de servos, não de clientes. De gente engajada e não de frequentadores episódicos e sem vínculos. A igreja precisa de quem a ame e não de quem a use. Ela é o corpo de Cristo na terra, e já foi bastante maltratada pelo mundo. Não deve ser pelos que dizem ser de Cristo.Não vá ao shopping de igrejas. Vá à arena, lutar pelo evangelho e pelo nome de Jesus. Seja servo e não dono da igreja. Seja mais um e não “O Cara”. Sua vida será grandemente beneficiada. Quem encontra seu lugar e serve a Deus ali é uma pessoa realizada. Não tem tempo nem vontade de se queixar. O reino de Deus também será beneficiado.

Shopping de igrejas

Isaltino GomesPastor

Reprodução

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Essa é a “des-graça” dos teólogos. Eles só conseguem enxergar em preto e branco. Toda vez que alguém quer discutir esse assunto comigo exige, isso mesmo, exige que eu escolha um lado. Eles querem porque querem que eu seja calvinista ou arminiano.Outro dia um simpatizante do Teísmo Aberto (NdaR: O TA é a teologia que nega a onipresença, a onipotência e a onisciência de Deus) me perguntou se eu cria que Deus controlava tudo. Quando eu disse que sim, ele me falou que não dava pra acreditar nisso. Então, eu contei pra ele da “viagem” de Einstein. Aquela em que Einstein dizia que se um Ser fosse tão grande, mas tão grande, que pudesse colocar

o calcanhar no Sol e o dedão do pé na Terra; se esse Ser visse o Sol se apagar, Ele veria, imediatamente, o que os habitantes da Terra só iriam ver oito minutos depois. Ou seja, para esse Ser, passado, presente e futuro seriam a mesma coisa...Daí, eu disse que se a mesma “viagem” de Einstein fosse feita com a constelação de Ursa Maior, o lapso de tempo entre Passado, Presente e Futuro seria de 80 anos... Lógico, se o Ser fosse “grande” o suficiente para cobrir as distâncias de todo o Universo, tudo, eu digo, tudo aconteceria ao mesmo tempo para esse Ser.Finalizando, eu disse que essa questão toda é apenas respondida com uma pergunta: de que tamanho é mesmo o seu Deus?

Esse meu amigo confessou que nunca havia visto a coisa dessa maneira...Mas isso não era novidade para mim. No início da minha caminhada de Fé, quando eu buscava entender o que seria a Onipresença de Deus, um amigo, sem muito conhecimento acadêmico, me apresentou a melhor ilustração que eu já vi sobre o assunto. – Não, Deus não está em todo lugar – disse-me ele. Daí, ele colocou uma caixa de fósforos na palma da mão e afirmou, olhando para a caixa de fósforos: – Tudo está na presença dEle!Daquele dia em diante entendi que a verdadeira questão era: qual é mesmo o tamanho do seu Deus?

Qual é mesmo otamanho do seu Deus?

Bento [email protected]

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Predestinação, livre-arbítrio e teísmo aberto

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Muitos anos atrás, havia bêbados largados pelas ruas do Rio de Janeiro. Nada parecido com a epidemia de cracudos de hoje. Eram bêbados solitários, alvos do deboche da criançada. Estavam sempre meio trôpegos. A garotada gritava: “Pudim de cachaça, pau-d’água...” E ouvia de volta a montoeira de palavrões. A bêbada da minha rua, há 50 anos, era chamada de Perereca. Acho que por causa dela tomei horror ao álcool.Na família, três tios foram alcoólatras. Destruíram seus casamentos, suas vidas, por causa do álcool. O álcool é droga permitida, anima os desanimados, “extroverte” os introvertidos, embeleza quem se julga feio, é adesivo social. Bebe-se muito, hoje. Pior, os bebedores mais desvairados são jovens. Ontem, o bebedor dizia: “Só bebo no fim de semana. Bebo socialmente”. Hoje, garotos e garotas se sentem orgulhosos em sair das festas carregados, quase em coma alcoólico.“O consumo de bebidas alcoólicas pode ser apontado como um dos principais fatores responsáveis pela alta incidência dos acidentes com vítimas. De uma maneira geral, em vários países, costuma-se considerar que entre metade e um quarto dos acidentes com vítimas fatais estão associados ao uso do álcool. Nos Estados Unidos, segundo dados do Relatório sobre o impacto socioeconômico dos acidentes de trânsito, apresentado pelo Departamento Nacional de

Trânsito, os acidentes são responsáveis por cerca de 41 mil mortes/ano, correspondendo a prejuízos de cerca de U$ 230.6 bilhões. Nesse Relatório, a influência do álcool responde por 40% de mortes, ou seja, cerca de 16 mil vítimas fatais, o que representa gastos em torno de U$ 50 bilhões” (O impacto do álcool na mortalidade em acidentes de trânsito: uma questão de saúde pública, de Angela Maria Mendes Abreu, José Mauro Braz de Lima e Thais de Araújo Alves).O álcool mata. É problema de saúde pública no ainda rico Estados Unidos e no pobre com potencial Brasil. A grande contradição é que seu consumo é grandemente estimulado pela sociedade. A maioria das pessoas vê no consumo do álcool um problema menor. Não é. Na minha juventude (década de 70), conheci dois irmãos. O mais velho era bancário, caretíssimo. Quase todo final de tarde jogávamos xadrez ao ar-livre, em frente a um bar, consumindo altas doses de Guaraná Antarctica. O mais novo, nunca vi sóbrio. Vinte e poucos anos, jamais soube seu nome. Nós o chamávamos Tiquinho. Mais pra frente, virou Botiquinho.Os olhos de Tiquinho viviam injetados, vermelhos. Fazia lambança atrás de lambança. Uma delas é contada como causo na Praça Seca. Jogávamos bola todo final de tarde em um campo do local. Um dia na semana, regularmente, o enfermeiro de um manicômio da Cândido Benício trazia meia-dúzia de lunáticos para jogar.

Jogavam com a gente 30, 40 minutos. Havia um acordo: quando a bola estava com um doido, ninguém tirava. O enfermeiro nos pedia: “Deixa os caras pegarem a bola e fazerem o gol. Depois disso recolho todo mundo. Eles ficam na maior alegria”. Com Tiquinho, ébrio, no gol não havia acordo. Ele se esforçava para defender todas. Perdíamos tempo de jogo pra valer e os doidos se impacientavam. No dia que o enfermeiro levou um maluco mais maluco que o normal e ruim de bola, a coisa esquentou. Na terceira tentativa frustrada do aloprado, o tempo fechou. Precisou vir a polícia.Jair, o irmão careta de Tiquinho, também virou um bêbado. Gostava de tomar chope nu no balcão do Chopão da Praça Seca, foi atropelado várias vezes e na última vez que o vi parecia um cadáver. Não há charme no álcool.“Depois do reinado das festas de rock, das festas dos anos 80 e das festas com DJ-celebridade, só para citar as últimas tendências da noite jovem carioca, o público assiste (boquiaberto) o advento das festas com drinking games. Não é difícil perceber esta mudança de perfil: nos flyers, o estilo de música muitas vezes nem é citado. Em letras garrafais, o destaque fica por conta das brincadeiras importadas de festas americanas (como o Beer Pong) e alemãs (como o Beerbong, usado nas Oktoberfest) — Revista O Globo, 21/10/2012, A turma do funil.Drinking games é forma lúdica de se encachaçar. Os vencedores das

Utahy SantosJornalista . [email protected]

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“brincadeiras” são premiados com álcool. Em festas assim, adolescentes e jovens são instigados a consumir bebida alcoólica em quantidade que faria o grande Obelix refugar. Entupidos de cana, meninos e meninas cometem erros que afetarão suas vidas. Houve um tempo que as pessoas se envergonhavam de ficar bêbadas. O Big Brother Brasil, programa de grande apelo popular e comercial, tem seus momentos de pico nas festas regadas a muito álcool. Devidamente calibrados, os participantes protagonizam cenas patéticas que divertem muito os espectadores do lado de cá da telinha e, parece, não lhes causam nenhum constrangimento. “O consumo de álcool mata 320 mil jovens e adolescentes por ano, sendo responsável por 9% das mortes de pessoas entre 15 e 29 anos no mundo, de acordo com relatório divulgado pela OMS (Organização Mundial de Saúde). No total, 2,5 milhões de pessoas perdem a vida por ano por causa do produto, que pode provocar ao menos 60 tipos de doenças e ferimentos. Esse número de mortes é maior do que o registrado para a Aids ou a tuberculose. O estudo indica que 4% das mortes no mundo têm o álcool como causa. A bebida aumenta os riscos de cirrose, epilepsia, intoxicação, acidentes de tráfego, violência e diversos tipos de câncer, diz a organização. O problema é gritante principalmente na população masculina: 6,2% das mortes de homens são relacionadas ao álcool, enquanto para as mulheres o índice é de 1,1%. Para homens de 15 a 59 anos, a bebida é a principal causa de morte” (http://noticias.r7.com/saude/noticias/ — 11/2/2011).Como já dito: álcool é problema de saúde pública. A hipocrisia e a tolerância impedem um combate mais efetivo ao álcool. Encontramos um bom exemplo de tolerância na reportagem da Revista O Globo: “O artigo 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) deixa bem claro: fornecer ou vender produtos

cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica à criança ou ao adolescente é crime, com pena de detenção de seis meses a quatro anos. Ainda assim, profissionais que trabalham no mercado de festas de aniversário de 15 anos relatam que são muito mais comuns comemorações com bebida do que sem. Pressionados pelos filhos, que não admitem o ‘mico’ de fazer uma festa sem álcool para os amigos, os pais acabam cedendo. Dependendo do tamanho e do grau de ostentação das festas, como as que abrigam mais de 500 pessoas em salões nobres de hotéis, a medida de precaução limita-se a uma ambulância alugada na porta.— Acho um absurdo. Todas as festas de 15 anos em que eu levei meus filhos este ano tinham álcool — conta a dona da empresa de festas infantis Animasom, Danielle Mendes para quem o fato também é um contrassenso: — Muitos pais não

deixam as filhas namorarem aos 14 anos, e aí, quando elas fazem 15, liberam uísque na festa. Danielle diz que é por este motivo que não organiza festas de 15 anos, apesar dos vários pedidos que recebe na Animasom. Ela percebe que está havendo um racha nos bastidores deste mercado, porque algumas empresas, para não perder o cliente, disfarçam ‘batizando’ as bebidas”.A pressão é grande. Como fazer festa para adolescentes sem álcool? É preciso firmeza. Pais e mães tendem a ceder aos apelos dos filhos. Aos vinte e três anos, resolvi fazer uma festa de aniversário. Convidei os amigos de trabalho, da rua e da igreja. Gastei uma fortuna. Os amigos de trabalho beberam até cair e vomitaram a casa toda; os da rua agarraram uma menina num dos quartos da casa; os da igreja fizeram guerra de bolo. Um fiasco que não mais repeti. Vomitadores e agarradores foram motivados pelo álcool. E sempre desconfiei que os atiradores de bolo, também.Não sou tão ignorante para desconhecer que há pessoas mais inclinadas aos diversos vícios que se apresentam. O alcoolismo é uma doença, ainda com causas desconhecidas. Por que despertar o monstro que talvez esteja dormindo dentro de você? Uma boa terapia para quem está se iniciando no vício da água de fogo é assistir a algumas reuniões dos Alcoólicos Anônimos. As histórias reais contadas por alcoólatras que perderam tudo na vida só não impressionam os de coração empedernido.Na Universidade em que estudei havia um pequeno centro comercial. Os bares serviam chope à vontade. A clientela mais fiel era constituída por estudantes de Medicina. Era difícil, sexta-feira, comer um sandubinha por ali. Até tapa na cabeça, eu, na época quarenta e poucos anos, 1,80m, 140kg, levei dos acadêmicos bêbados. De lá para cá tudo piorou. Parece que os paus-d’águas triunfaram.

álcool é problema de saúde pública. A hipocrisia e a

tolerância impedem um combate mais efetivo

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Paulo MouraPastor e Psicólogo . [email protected]

O Recreio dos Bandeirantes e adjacências estão repletos de construções. A cada dia surgem novos condomínios de casas e apartamentos e parece-me que esse crescimento está longe de acabar. Os moradores mais antigos e saudosistas lembram quando o Recreio era um bairro simples e composto na sua maioria de “turistas”, ou seja, aqueles moradores que só vinham para cá nos feriados, finais de semana prolongados e nas férias. Há quase três décadas a região era a preferida para abrigar casas de veraneio. Praia, natureza, tranquilidade, aquele ar interiorano em plena capital. Bons tempos que não voltam jamais.

Segundo constatou o Censo 2010 do IBGE, há uma forte expansão demográfica em direção aos bairros da zona oeste carioca. Em números absolutos, a população do Recreio dos Bandeirantes saltou de 37.572 para 82.240, entre os anos 2000 e 2010. Hoje as ruas ficam congestionadas de carros de passeio, vans e ônibus. O desenvolvimento chegou e com o alargamento da Avenida das Américas e a inauguração do BRT, novas oportunidades de negócio e empreendimentos foram abertas. Agora as construtoras e imobiliárias se esbarram para oferecer sempre os melhores lançamentos e, diga-se de passagem: tem muita coisa bonita

sendo construída e oferecida – o sonho de consumo para muita gente. Fico pensando nos novos moradores que se mudam e, consequentemente, nas novas situações que passam a experimentar: casa nova, nova qualidade de vida, novas amizades, novos prazeres, novos hábitos e daí, se não houver cuidado e planejamento, surgem também novos problemas, novas manias, novas dívidas e o que seria um sonho acaba virando pesadelo.Quando consideramos a possibilidade de construir, comprar ou alugar uma casa pensamos logo em escolher uma boa localização, um preço acessível e em oferecer conforto e segurança para

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a família. Todos sonham em morar em uma casa agradável, porém, uma nova moradia é muito mais do que um projeto material. Uma casa é feita com areia, cimento, pedra, tijolo, etc. Um lar é construído com paciência, determinação, empatia, coragem e muitas outras virtudes. Há uma sensível diferença entre casa e lar, e daí eu pergunto: Você mora em uma casa ou em um lar?A origem da palavra “lar” é bem interessante e sugestiva. Diz a tradição que ela vem do nome dado aos deuses romanos que protegiam um domicílio. Eles eram chamados de “Lares” relacionados ao local onde se acendia o fogo para cozinhar e aquecer. Daí vem a palavra “lareira”, lugar que aquece não só o alimento que comemos, mas principalmente o corpo, os sentimentos e as emoções. E quem não gosta de se aquecer perto de uma lareira, principalmente numa noite fria a chuvosa? Essa é a principal ideia de um lar e de uma família: lugar onde os corações se aquecem, se alimentam, permanecem juntos e são protegidos.Antes mesmo da mudança para uma nova casa, mudanças precisam ocorrer nos relacionamentos. Você pode até mudar de casa, mas nunca de lar. Você pode até morar numa casa nova, com móveis novos e utensílios domésticos de última geração, mas se não tiver um lar de nada valerá tanto esforço e investimento. Um lar pode ser encontrado numa mansão sofisticada ou debaixo de uma ponte, marquise ou abrigo de papelão; no asfalto ou no morro; na cidade ou no sertão. Um lar é muito mais do que uma casa para morar, é o lugar onde a família reside e se encontra, é o lugar onde há amor, fé, perdão, acolhimento e interação. É o lugar onde relacionamentos saudáveis são construídos e onde todos se aquecem. Fico às vezes me perguntando o porquê que muitos adolescentes não sentem o prazer de estar em casa e preferem se refugiar em outros lugares, no estranho desejo de pertencer ou de se sentir protegido por outros grupos.

Ou quem sabe aquele marido que adia a volta para casa, depois de um dia cansativo de trabalho ou a mulher que busca ocupações externas para fugir da rotina. Já o casal maduro, quando se depara com o ninho vazio e descobre que, junto com os filhos, o casamento também se foi. Talvez, embora morando em uma casa, falte a todos eles um lar. Portanto, da próxima vez que você sair para trabalhar, ir à igreja, à faculdade, à academia, ao shopping, visitar algum amigo ou viajar, lembre-se de que você está deixando temporariamente o seu lar. Daí você terá vontade de voltar logo. Para se construir um lar é preciso investir em todas as esferas dos relacionamentos familiares. Entenda que nunca é tarde para se iniciar esse processo, até porque ele é duradouro e contínuo. Talvez você ache isso muito difícil e nem sabe por onde começar. Se você está tendo dificuldades a esse respeito, vou deixar algumas sugestões muito práticas, dentre muitas, que lhe ajudarão a transformar sua casa em um lar.Seja otimista. Foque sua atenção nas coisas boas que existem na sua família. Evite se concentrar ou supervalorizar as queixas, reclamações e os pontos negativos, pois eles vão fazê-lo se esquecer das muitas virtudes e dos atributos positivos. Lembre-se que nenhuma família é perfeita. A grama do vizinho é tão verde quanto a sua.Aprenda a dizer “obrigado”. Dentro de uma casa, a gratidão pode parecer uma coisa desnecessária, mas isso significa muito para a pessoa que está ouvindo. Um sincero agradecimento dado até mesmo para as tarefas mais simples e rotineiras, bem como para as lembranças ou presentes recebidos é um incentivo muito eficaz.Não entre no jogo da retaliação. Muitas pessoas usam a seguinte desculpa: “Por que eu devo perdoá-lo quando ele não me perdoa?” Existe uma lei espiritual chamada de semeadura e colheita. Gálatas 6.7 diz: “Pois o que o homem semear, isso também colherá”. Se você quiser

receber coisas boas, comece a fazer o mesmo. Arrependa-se dos seus erros. O arrependimento pode ser difícil, principalmente se você foi o causador do problema, mas os erros e fracassos acumulados podem se transformar em sementes de ira e destruição. Dedique tempo para pedir perdão a Deus e peça para Ele lhe dar uma nova perspectiva acerca do seu cônjuge ou de outro familiar.Não seja um ranzinza. De fato, conviver com uma pessoa constantemente chata ou mal humorada, às vezes, torna um relacionamento quase que inviável. Em Provérbios 21.9 há um conselho muito eficaz: “Melhor é viver num canto sob o telhado do que repartir a casa com uma mulher briguenta”. A única guerra que vale a pena é a de travesseiro. Em um conflito familiar ou todos ganham ou todos perdem. Melhore seu humor e sorria mais.Apoiem-se mutuamente. Construir um lar também é apoiar uns aos outros. Receber apoio é uma necessidade humana e não um sinal de fraqueza. A partir do momento que percebemos que fomos feitos para completar um ao outro em vez de competir; que somos parceiros e não rivais; que jogamos no mesmo time e que vestimos a mesma camisa, vamos encontrar um lar mais feliz e saudável. Concluindo a sua maior mensagem, o Sermão do Monte, Jesus Cristo comparou o homem prudente àquele que ouve e pratica as suas palavras e que tem a casa alicerçada e construída sobre a rocha (Mateus 7.24-27). Esse é o melhor lugar para morar, capaz de enfrentar todas as forças contrárias, adversidades e ainda permanecer inabalável. Você tem a chance de fazer da sua casa um verdadeiro lar, onde Jesus Cristo seja o fundamento e faça nele morada permanente. Manter um lar dá trabalho, mas vale muito a pena edificá-lo e mantê-lo em Cristo. Você que é morador antigo ou recente do Recreio dos Bandeirantes e bairros próximos, faça da sua casa um lar e seja muito feliz. Que Deus lhe abençoe.

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Está na moda a alegria de viver bem. De viver bem e largamente. A ciência tem feito grandes progressos, ampliando o nosso tempo no mundo, pondo ao nosso alcance novos recursos para uma existência mais saudável. A vida ganhou em qualidade, prorrogando a juventude, sem com isso perder os benefícios da longevidade bem-vinda, que nos encontra com a cabeça boa e os cinco sentidos bem conservados (tato, audição, visão, paladar, olfato).Informa-nos os geriatras Marcos Prado, Paulo Caramelli, Sergio Ferreira, Martin Cammarota e Ivan Izquierdo, no artigo “A memória do idoso e a doença de Alzheimer”, na revista “A Terceira Idade”, fevereiro de 2008, do Sesc-SP, que “as pessoas não só estão vivendo mais, mas também envelhecendo de maneira mais sadia. Em estudo realizado há sete anos, nos Estados Unidos, 90% das pessoas de 65 a 74 anos afirmaram não padecer de nenhuma incapacidade, e 40% dos de mais de 85 anos foram consideradas completamente funcionais.Na verdade, as doenças degenerativas do cérebro (Alzheimer, Parkinson e outras), embora apareçam com maior frequência nos idosos, estão diminuindo sua incidência nestes, ano por ano da idade, em relação à que se observava cinco ou dez anos atrás; e essa incidência não aumenta depois dos 85”. É bem provável que isto se deva à melhor qualidade de vida comparativa dos idosos de hoje quando comparados com os de poucos anos atrás.É comum, nos dias de hoje, ver pessoas de mais de 65 ou 75 anos praticando exercícios físicos, se submetendo a exames médicos periódicos (check-ups) e cuidando de sua dieta de maneira bastante rigorosa. Nada disso era comum poucos anos atrás. A “eterna juventude” é um ideal fortemente presente em nossos tempos, buscado como um valor único e precioso: deveríamos ser e parecer sempre jovens! Assim, muitos de nós experimentamos grande ansiedade e muitas vezes obsessão por uma imagem sempre jovem, que não envelhece. Com isso, nos escapa a oportunidade de encontrar um sentido na velhice e um novo senso de

sabedoria para os novos tempos. O reconhecimento da pessoa idosa faz com que olhemos de forma positiva também para o nosso próprio envelhecimento.O Conselho Federal de Medicina Brasileiro proibiu a medicina conhecida como antienvelhecimento, com terapias hormonais contra o envelhecimento, por falta de evidências científicas que comprovem os métodos benéficos desse tipo de tratamento.Tendo em vista que proliferam no Brasil propostas de tratamentos que visam prevenir, retardar, modular ou reverter o processo de envelhecimento, bem como prevenir doenças crônicas e promover o envelhecimento saudável através de reposição hormonal, suplementação vitamínica e/ou uso de antioxidantes, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia também se posicionou contrariamente a esse procedimento de fazer com que as pessoas permaneçam jovens perpetuamente, sem jamais envelhecer, e designou um grupo de especialistas para realizar revisão da literatura com o objetivo de avaliar a eficácia e a segurança do uso dessas substâncias com os fins acima citados.De acordo com a geriatra Sílvia Pereira, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria, “a reposição de hormônio do crescimento deve ser indicada nos casos de deficiência clinica e laboratorialmente comprovada, pesando-se os riscos-benefícios. No caso de

Samuel Rodrigues de SouzaGerontólogo . [email protected]

Conselho Federal proíbe medicina antienvelhecimento

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indivíduos idosos e de meia idade saudáveis, está contraindicada a sua prescrição com o objetivo de reduzir os efeitos do envelhecimento, tendo em vista que, apesar de seus efeitos na constituição corporal, não existem evidências de que o hormônio do crescimento possa prevenir, retardar, modular ou reverter o processo de envelhecimento, reduzir a perda funcional da velhice, prevenir doenças crônicas ou mesmo contribuir para o envelhecimento saudável. Além disso, o hormônio do crescimento pode causar sérios efeitos adversos, principalmente nos idosos com doenças crônicas. Dentre esses efeitos, os mais importantes são diabete, síndrome do túnel do carpo e atralgias (Nível de evidência A)”. Deus tem nos dado a longevidade e nos abençoado com a salvação em Cristo Jesus, com a sua Santa Palavra ao nosso dispor continuamente, igrejas que tanto bem espiritual nos proporcionam, apartamentos e casas confortáveis, lindas famílias, viagens, excelente alimentação e conforto, planos de saúde, transportes excelentes, mas, nós, o que estamos oferecendo ao Senhor?Jesus Cristo proclamou: “E nenhum de vocês, por mais que se preocupe com isso, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida” (Mt 6.27), mas nós podemos valorizar cada dia de nossa vida que, aos olhos de Deus, é a nossa maior riqueza. A preocupação do idoso cristão deve ser em fazer a vontade de Deus em sua vida, buscando-o em primeiro lugar, não se glorificando a si mesmo por ter alcançado uma excelente qualidade de vida em sua terceira ou quarta idade, mas glorificando a Deus, por sua graça e favor, em toda a sua longevidade, acima de qualquer coisa.A Bíblia adverte: “A quem muito foi dado, muito mais será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido” (Lc 12.48b).

Criado em 1987, o Bandeira Azul tem o objetivo de incentivar a preservação de praias marítimas, fluviais e lacustres, além de marinas em todo o mundo. Em 25 anos, 3.203 praias e 646 marinas em 46 países já receberam o certificado, que precisa ser revalidado a cada ano. No Brasil, a primeira praia certificada foi a de Jurerê Internacional, em Florianópolis, em 2009, mas ela só manteve o selo por dois anos. A Prainha é a primeira praia do Rio a conquistar o título.

Hoje, no Brasil, apenas a Praia do Tombo, no Guarujá (SP) e a Marina Costabella, em Angra, têm o selo , que é concedido apenas a praias urbanas que atendam a critérios específicos, como boa qualidade da água e existência de projetos de educação e gestão ambiental no local.Em novembro, após nova fiscalização, a Prainha poderá ter a bandeira azul hasteada em suas areias. Símbolo de qualidade e preservação ambiental.

Familiares de premiê têm fortuna de US$ 2,7 bilhões

Prainha pode receber certificado internacional de excelência

Deu na Folha de S.Paulo

A família do premiê chinês, Wen Jiabao, 70 — que deve deixar o cargo no próximo mês, durante o congresso do Partido Comunista da China —, acumulou bens de ao menos US$ 2,7 bilhões (R$ 5,5 bilhões) depois de sua ascensão ao poder, segundo investigação do New York Times.De acordo com o jornal americano, os familiares de Wen (incluindo a mãe, os filhos, seu irmão mais novo e seu cunhado) podem ter se aproveitado do poder e da autoridade do premiê para acumular fortuna nos negócios.Os documentos obtidos na

investigação indicam que, em vários casos, os nomes dos parentes de Wen estão ocultos em meio a parcerias e empresas oficialmente chefiadas por amigos, colegas de trabalho ou parceiros de negócios.Na Fazenda dos Bichos, sátira ao stalinismo escrita por George Orwell, o sétimo mandamento criado pelos animais era: “Todos os animais são iguais”. Depois Napoleão/Stálin mudou-o para: “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros”.Uma vez no poder, locupletemo-nos todos, como quase disse Stanislaw Ponte Preta.

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Nunca precisamos enfrentar tanto as doenças do psiquismo humano como nos dias de hoje. Se não bastassem adultos com problemas emocionais, as crianças são cada vez mais atingidas, por tabela ou não, pelos problemas emocionais. Não é difícil abrir qualquer periódico e achar um texto relacionado aos problemas emocionais, até porque, segundo estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil está no ranking como país com maior prevalência de doenças emocionais em 2011, com 10,8% da população apresentando transtorno.A OMS estima que, no mundo, 121 milhões de pessoas sofrem de depressão. Entre os diversos “gatilhos” da depressão, as condições sociais revelaram-se como uma das maiores causas. O que nos surpreende é que, em países ricos ou entre os ricos, os jovens têm maior propensão ao desenvolvimento da doença, enquanto entre a classe média e baixa o risco só aumenta com a idade.David Kornfield define depressão como sendo o peso emocional

esmagador de sentir-se sem esperança e incapaz de lidar com a vida. Fato é que não apenas a depressão está em foco aqui, mas nossas emoções. Como seres humanos, fomos criados para viver em situações as mais diversas. O criador do homem sabia que precisaríamos de um hormônio chamado adrenalina, por exemplo, para em situações de estresse fazer com que nossos anticorpos agissem de maneira mais rápida e ativa. Em caso de estresse crônico, outro hormônio, o cortisol, que é imunodepressor, irá atrapalhar a ação dos anticorpos na defesa do nosso organismo. É comum, por isso, que pessoas deprimidas estejam sujeitas a outros tipos de doenças, também.Por mais que os seres humanos tentem separar a mente do corpo, todos os dias novos estudos surgem para provar o quanto a relação mente e corpo contribui no desenvolvimento ou cura de algumas doenças.Harmonia, equilíbrio e capacidade de administrar conflitos não são habilidades natas ou adquiridas de

modo cognitivo, pelo contrário, são desenvolvidas em resultado de uma série de eventos e decisões que cada ser humano deve tomar para si.Hoje em dia há muitos testes. Se você quer saber se está com isso, preencha este formulário; se quer saber se tem aquilo, preencha aquele outro etc. Ler as reações nem sempre irá ajudá-lo a espelhar seu mundo interior. Todos devem aprender a fazer esta leitura vital. Que tal então fazermos um diagnóstico do nosso mundo interior? Este é seu desafio: fazer um autodiagnóstico, isto é, analisar sua vida nos últimos anos, talvez no último ano.Hipócrates, considerado pai da medicina, disse em 460 a.C.: “É mais importante conhecer a pessoa que tem a doença do que conhecer a doença que a pessoa tem”. Isto se deve aplicar a cada um de nós. Não adianta tratarmos nossa vida pelos sintomas que temos apresentado: apatia, falta de sono, desmotivação pela vida etc. Temos de tratar as causas deste sintoma e só faremos isto conhecendo quem de fato somos. É neste mundo interior que

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George HeinrichsPastor . [email protected]

Como está o seumundo interior?

Como está o seumundo interior?

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quero convidá-lo a embarcar. Vamos?Em geral, como você se sente ao pensar no seu passado? Todos temos, em alguma medida, lembranças boas e ruins das coisas que passaram, uma dor, uma perda, o luto.Quais são as primeiras imagens que vêm a sua mente? Sucessos, fracassos, talvez um pouco dos dois. Lembrar-se das coisas difíceis por que você passou não caracteriza um mundo interior desajustado, mas o tempo que estas informações ocupam sua mente talvez possa ajudá-lo a discernir como as coisas estão em seu interior. É o caso quando, com frequência, relembramos as dores, isto é, como se a revivêssemos, como se passássemos por tudo novamente. O que fazer? O velho ditado diz: “Mente vazia, oficina do diabo”. Preciso ocupar minha mente. Como fazer isto? Trazendo de volta a esperança. Muitos confundem esperança com ilusão e deixam que o menor fio de esperança que surge em sua mente seja vencido pelo pensamento: “É só uma ilusão”.Quero lhe dizer que o fato de passarmos por provações, lutas

e, às vezes, tragédias não faz parte do plano original do criador. Fomos criados para perfeita paz, harmonia, alegria, mas nós violamos a lei de Deus e por isso sofremos consequências. A boa notícia é que há volta! Nenhum homem ou mulher conseguirá completar o vazio da sua vida se você não entender quem é o seu criador. A maldade, a tristeza, a impunidade e a injustiça não fazem parte dos planos de Deus para sua vida. Vamos ao médico e dizemos a ele os sintomas de nossa doença. Ele a diagnostica, nos medica e podemos nos recuperar. A vida interior é exatamente assim. Deus quer fazer novas todas as coisas.Quero lhe dar algumas dicas sobre como dizer ao seu passado que as coisas que o limitaram e o frustraram não precisam ditar sua forma de viver, hoje. Saiba que se alguém o traiu, Deus jamais faria, faz ou fará isto. Se alguém não respondeu ao seu amor, Deus responde, aliás, Deus o ama. Normalmente, as pessoas colocam pré-requisitos para amar uns aos outros, Deus o ama,

incondicionalmente. Talvez você pense por que Deus não impediu uma situação desagradável surgida de uma decisão precipitada sua. Por causa do seu amor, estranho? O fato é que ele o ama tanto a ponto de respeitar sua decisão. Embora ele já tivesse alertado sobre as consequências dos nossos erros há muito tempo. Isto mesmo, através da Bíblia. No entanto, escutar a voz de Deus é algo que nós, seres humanos, precisamos aprender.Você tem o desejo de conhecer mais de Deus? Ouvir sua voz? Ter o seu mundo interior transformado? Entregue sua vida a Ele, agora mesmo. Continuaremos falando sobre como viver uma vida harmoniosa nos dias atuais em uma próxima oportunidade.Quero convidá-lo a fazer parte de uma reunião semanal onde você irá cuidar do seu mundo interior. Visite-nos na Igreja do Recreio, veja o endereço nesta edição e venha a uma das nossas celebrações: domingos, às 10h30 ou às 19h30. Esperamos por você!

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A PIB Recreio comemora 24 anos neste mês de novembro. No dia 20, mais precisamente. O tempo passa rapidamente. Parece que foi ontem que assumimos o pastorado desta igreja. Quem chega, hoje, ao bairro do Recreio não tem dimensão da dureza que era conduzir uma igreja aqui há vinte e poucos anos. Ruas de terra, buracos, lama. A distância do bairro ao Centro parecia, ontem, ser muito maior do que é hoje. Sempre enorme.O terreno da igreja foi comprado pela Convenção Batista Carioca, em 1971. O Recreio era mato para todo lado, dizem os antigos. Louvo a Deus pela visão daqueles líderes que ousaram comprar a propriedade da Genaro de Carvalho que abrigou nosso primeiro templo: uma singela capelinha.Uma igreja, em 2012, com mais de 3 mil membros. No final da década de 80, quando chegamos, eram 24. Um grupo pequeno, mas valoroso, cheio de disposição e dependente da vontade de Deus.Estamos em festa, portanto. Comemoraremos nos dias 22, 23, 24 e 25 de novembro em altíssimo nível. Contamos com sua presença e a de seus familiares. O início de trabalho difícil foi plenamente compensado nesses últimos 23 anos. A igreja cresceu, é de um dinamismo impressionante e responde com presteza aos desafios que surgem à sua frente. Sinto-me feliz, abençoado por Deus, privilegiado por ser líder

deste grupo maravilhoso.Falei sobre desafios que a PIB Recreio não hesita em enfrentar, então darei mais um exemplo. Sempre pensamos em ter um espaço na televisão. Surgiram oportunidades, mas a liderança entendeu que não era a hora. Fazer um programa de televisão não é fácil. Há necessidade de profissionais especializados e de pessoas qualificadas para elaborar os programas. Não queríamos apresentar mais um programa. A PIB Recreio tem tradição de fazer sempre bem feito o que se propõe realizar. Não seria diferente se nos lançássemos na empreitada de realizar um programa de TV.Agora, a oportunidade surgiu e nós a seguramos. Graças a Deus temos profissionais gabaritados na igreja para fazer um bom programa. Dia 19 de novembro, às 7h30, de segunda a sexta-feira, na Band, começaremos nosso programa de TV. O acordo para a veiculação do programa de TV foi fechado horas antes do prazo final para o envio deste texto, por isso, futuramente, darei mais detalhes sobre esta grande vitória.Não poderia deixar de mencionar o sucesso desta última edição do Summit. Cerca de 600 líderes estiveram aqui em nossa

igreja. Três dias ouvindo o que há de melhor em liderança no mundo. Em conversas reservadas, alguns líderes me disseram que muito do que viram e ouviram no Summit será usado em seus ministérios. Essas declarações motivam a igreja a seguir investindo em encontros de alta qualidade que ajudam nosso povo a crescer. Neste mesmo espaço, mês passado, escrevi: “Só teremos uma boa liderança em qualquer esfera da sociedade, em qualquer negócio e em qualquer empresa se contarmos com líderes preparados, íntegros, que influenciem positivamente a vida de seus liderados e, consequentemente, de toda sociedade”. O Summit, mais uma vez, demonstrou que é uma ocasião muito propícia para todo líder que leva a sério seu preparo. Em 2013 teremos outra edição do Summit em nossa igreja, se Deus assim o permitir.Concluo lamentando o falecimento da irmã Sônia Vasconcelos. Lutou bravamente contra uma enfermidade e, em 20 de outubro, foi chamada por Deus. Sônia foi uma das fundadoras de nossa igreja. Antes de termos uma propriedade a igreja reunia-se na casa dela. A igreja fica triste com a ausência, mas Sônia está com Deus. Meus sentimentos de solidariedade à família.

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Wander GomesDiretor de Elos, pastor e mestre em Psicologia Social . [email protected]

A PIB Recreio na TV

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