Revista Engeworld Junho 2014

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Ano 2 Número 18 2014 USINAGEM Processo de fotocorrosão aplicado na gravação de chapas metálicas (pág.08) ENTREVISTA O engenheiro mecânico José Souza fala sobre segurança e o emprego de novos combustíveis na aviação comercial (pág.40) ENERGIA SOLAR A INSTALAÇÃO DE UMA USINA FOTOVOLTAICA NO ESTÁDIO DO MINEIRÃO O uso de filtros coalescentes na eliminação da contaminação submicrônica (pág.20) FILTRAÇÃO

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Revista Engeworld Tecnologia e Inovação para o seu Projeto Engenharia

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Ano 2 • Número 18 • 2014

USINAGEMProcesso de

fotocorrosão aplicado

na gravação de chapas

metálicas (pág.08)

ENtrEvIStA O engenheiro mecânico José Souza fala sobre segurança e o emprego de novos combustíveis na aviação comercial (pág.40)

ENErGIA SOLArA INStALAçãO dE UMA USINA fOtOvOLtAIcA NO EStádIO dO MINEIrãO

O uso de filtros

coalescentes na eliminação

da contaminação

submicrônica (pág.20)

fILtrAçãO

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A Copa do Mundo FIFA (Federação Internacional de Futebol Associado) começou, e deverá servir como uma espécie de termômetro da infraestrutura do país. Esta é a segunda vez que o Brasil sedia o evento, depois da Copa do Mundo de 1950. A principal diferença entre este e o primeiro torneio realizado no país são suas dimensões.

Em 1950, 13 seleções jogaram em seis estádios. Neste ano, serão 32 seleções, disputando em 12 estádios. Além de ter sido bem menor, o evento realizado 64 anos atrás também contava com menos demandas por parte da FIFA.

Hoje, as exigências para as chamadas estruturas temporárias são bem mais complexas e envolvem a construção, nas arenas e no entorno delas, de itens que vão desde geradores de energia elétrica e estrutura de telecomunicações até os centros de mídia e de voluntários, passando por áreas dedicadas à interação entre patrocinadores oficiais do evento e o público.

O torneio deste ano também deve trazer ao Brasil entre os meses de junho e julho, segundo a Embratur, cerca de 600 mil turistas estrangeiros – o dobro do volume de turistas que foram à África do Sul nos jogos de 2010. Há ainda a expectativa de que 3 milhões de turistas brasileiros deixem suas casas para a realização de turismo interno na época dos jogos.

O momento poderá fornecer dados importantes quanto à eficiência ou ineficiência não só das estruturas esportivas e de sistemas de transporte e distribuição de água e energia, mas também, dos nossos sistemas produtivos e construtivos, que poderão ser levados a um debate mais amplo: será que as deficiências detectadas são o reflexo de uma demanda alta e passageira para a qual não estamos preparados ou revelam problemas corriqueiros com os quais temos de lidar rotineiramente?

A colunista Daniela Atienza, que assina a coluna Segurança, exercitou este tipo de debate este mês. Sua coluna mostra que as mortes registradas nos canteiros de obras dos estádios que vão receber a Copa do Mundo de 2014 não resultam da preparação, às pressas, para o evento em território nacional, mas refletem as estatísticas da construção civil no Brasil. Cabe a nós cuidar para que tais problemas não continuem a se repetir.

Boa leitura

EdItOrIAL

copa ajudará a avaliar a infraestrutura do país

Sandra L. WajchmanPublisher

Ano 2 • Número 18 • 2014

USINAGEMProcesso de

fotocorrosão aplicado

na gravação de chapas

metálicas (pág.08)

ENtrEvIStA O engenheiro mecânico José Souza fala sobre segurança e o emprego de novos combustíveis na aviação comercial (pág.40)

ENErGIA SOLArA INStALAçãO dE UMA USINA fOtOvOLtAIcA NO EStádIO dO MINEIrãO

O uso de filtros

coalescentes na eliminação

da contaminação

submicrônica (pág.20)

fILtrAçãO

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A Revista Engeworld é uma publicação mensal e dirigida aos profissionais de projetos da engenharia brasileira

Publisher Sandra L. [email protected]

Editora e Jornalista ResponsávelGabriela Alves MTb 32.180 – [email protected]

ColunistasCynthia Chazin Morgensztern,Sérgio Roberto Ribeirode Souza, Daniela Atienza Guimarães e Eli Rodrigues

PublicidadeAlex MartinTelefone: (11) 5539-1727Celular: (11) [email protected]

Fernando PolastroTelefone/Fax: (11) 5081-6681Celular: (11) [email protected]

Débora GomesCelular: (21) [email protected]

Direção de ArteEstúdio LIA / Vitor Gomes

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notícias 25 coluna gestão

28 manutenção - artigo

34 coluna qualidade

36 coluna rh

38 coluna segurança

40 entrevista

46 infografia

civil - artigo

mecânica - artigo

sustentabilidade

usinagem química - artigo

energia solar - artigo

fire - artigo

Semelhanças e diferenças entre projetos e operações

Corrosão das tubulações

delineamento de experimentos – uma ferramenta fundamental no desenvolvimento de projetos – Parte 4

Inclusão de pessoas com deficiência: obrigação legal e respeito à diversidade

Acidentes em estádios da Copa ocorreram por falhas em projetos e obras apressadas

engenharia da aviação: as rotinas de hoje e as metas para amanhã

Processo de fabricação de cimento

A preparação de aglomerantes hidráulicos

Como os filtros coalescentes eliminam a contaminação submicrônica

Obra de revitalização rende certificação sustentável a edifício

Fotocorrosão aplicada a chapas metálicas

Fique por dentro do que acontece no mundo da engenharia

A instalação de usinas solares em estádios da Copa

O comportamento de lajes mistas e sua resistência ao fogo

ÍNdIcE

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Stanford converte co e água em etanolPesquisadores da Universidade de Stanford desenvolveram um catalisador de cobre que poderá converter monóxido de carbono (CO) e água em etanol de forma eficiente. O trabalho, ainda experimental, faz a conversão em duas etapas. Na primeira, o dióxido de carbono é convertido em monóxido de carbono a partir

lIfe tranSformará reSíduoS de eucalIpto em energIaO LIFE, uma iniciativa da União Europeia para dar suporte a ações ambientais, lançou o projeto Life Eucalyptus Energy, que tem como objetivo transformar resíduos de eucaliptos (folhas, ramos, madeira eliminada pela indústria, etc.) em energia elétrica e térmica por pirólise. O projeto terá duração de três anos, um orçamento de aproximadamente 1,7 milhão de euros e contará com a participação das entidades do centro tecnológico Cartif de Valladolid, CPL Industries, da Ingemas e da entidade espanhola Asmadera (Associação Asturiana de Empresários Florestais e da Madeira). Ele também prevê a construção até 2015 de uma planta-piloto com uma capacidade para a geração de 105 kW elétricos. Ela ficará instalada na região asturiana de Tineo, na Espanha.

NOtÍcIAS

de processos já existentes. Em seguida, o monóxido de carbono é transformado em etanol ou outros compostos à base de carbono usando um eletrolisador, que utiliza uma corrente elétrica para catalisar uma reação química, miniaturizando o sistema de produção do etanol. Os métodos para transformar o monóxido de carbono em combustível existentes são complicados, exigindo reatores muito grandes e altas pressões.A chave para o novo catalisador é preparar o cobre de uma forma nova que altera sua estrutura molecular. Até agora, os catalisadores de cobre produziram uma grande variedade de compostos à base de carbono, em vez de um único produto desejado e consomem uma grande quantidade de energia.O grupo de Stanford usa ar para aquecer o cobre, o que cria uma camada de óxido de cobre sobre ele. Esta camada superficial é quimicamente convertida de volta a cobre metálico. No processo, o cobre adquire uma superfície ativa para que ele funcione como um catalisador.Ainda serão necessários alguns anos para saber se um dispositivo baseado neste processo químico será comercialmente viável. Mas, se aperfeiçoado, poderá fornecer um incentivo econômico para a remoção do dióxido de carbono da atmosfera.

petrobraS aSSInou contratoS da 12ª rodada da anpA Petrobras assinou 41 contratos de concessão de blocos adquiridos na 12ª Rodada de Licitações promovida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). No leilão, realizado em 28 de novembro do ano passado, a Petrobras adquiriu, integralmente ou em parceria, 49 blocos, dos 50 que disputou. Dentre os blocos arrematados, 22 foram em parceria, sendo 16 operados pela Petrobras e seis operados por parceiros. Os oito contratos restantes serão assinados em junho. Os blocos oferecidos na 12ª Rodada de Licitações estão localizados em bacias de novas fronteiras exploratórias e em bacias maduras. A estratégia adotada pela Petrobras no leilão alinha-se aos objetivos da companhia de aumentar suas reservas e produção de gás natural nas proximidades de facilidades de produção existentes por meio da ampliação do seu conhecimento das bacias sedimentares brasileiras e da diversificação do seu investimento exploratório. A participação em consórcio visa fortalecer parcerias da Petrobras com empresas nacionais e estrangeiras para fins de integração de conhecimento e tecnologias utilizadas nas atividades de exploração e produção terrestre.

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NOtÍcIAS

petrobraS coloca em operação comercIal o maIor navIo regaSeIfIcador do mundoNo último mês de maio a Petrobras colocou em operação comercial, na Baía de Guanabara (RJ), o maior navio regaseificador de Gás Natural Liquefeito (GNL) do mundo. Construído na Coreia do Sul, o navio Experience tem capacidade para armazenar um volume de GNL equivalente a 104 milhões de metros cúbicos de gás natural.O Experience tem a função de armazenar o GNL, convertendo-o para gás natural por meio de uma planta de regaseificação, sendo também capaz de transportá-lo, podendo suprir outros terminais, se necessário. A frota de navios regaseificadores a serviço da Petrobras inclui ainda os navios Golar Winter (Bahia) e Golar Spirit (Pecém).Durante o comissionamento foi realizada uma operação de gaseificação e resfriamento dos tanques do navio até 160ºC negativos, preparando-o para receber o GNL. Essa operação é inédita na Petrobras e habilita a companhia a prestar esse tipo de serviço.O navio, afretado pela Petrobras, por um período de 15 anos, tem 294,5 metros de comprimento, 46,4 metros de largura e 61 metros de altura, sendo capaz de operar também nos terminais de regaseificação da Petrobras localizados na Baía de Todos os Santos, na Bahia, e no Porto de Pecém, no Ceará.

Setor de óleo e gáS deverá ter maIS fuSõeS em 2014De acordo com o Oil & Gas Capital Confidence Barometer, um estudo realizado pela EY (antiga Ernst & Young) que mostra a confiança e as perspectivas das empresas do setor, as fusões e aquisições em óleo e gás devem ganhar fôlego em 2014. Os dados deste estudo indicam que 30% dos executivos que atuam na área em todo o mundo esperam realizar uma operação nos próximos 12 meses. Para 72% dos empresários, grande parte do capital para aquisições será investido nos mercados emergentes – 41% só nos países dos BRICS. No Brasil, no entanto, as perspectivas mostram-se mais cautelosas. Segundo Carlos Assis, sócio líder do Centro de Energia e Recursos Naturais da EY, as políticas sociais e econômicas adotadas no país, somadas à grande intervenção do governo no setor, minaram as expectativas dos players para o futuro.“O principal desafio é aumentar a produtividade do trabalho e do capital social, bem como a competitividade da indústria local e ajustes no modelo regulatório, tornando-o mais atrativo ao capital internacional”, destacou Assis. Além disso, a indústria local sofre um grande déficit de mão de obra qualificada.A redução de custos operacionais segue no topo das prioridades, mas no Brasil, o aumento da produção tem um peso maior nas agendas da maioria das empresas, especialmente da Petrobras.Os motivos para o otimismo entre os empresários do restante do mundo estão em indicadores econômicos. A disponibilidade de crédito deve seguir estável ou aumentar para 87% dos empresários de diversos setores. O cenário macroeconômico também desempenha importante papel para a realização de negócios. Mais de 54% das empresas de óleo e gás acreditam que a situação econômica global está melhorando. Com isso, 86% dos entrevistados do setor esperam aumentar ou manter os postos de trabalho durante o próximo ano. As principais tendências que impactam as estratégias de aquisições das empresas são: recursos naturais, o futuro da mão de obra e transformações tecnológicas.

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USINAGEM QUÍMIcA

fotocorroSão aplIcada a chapaS metálIcaS

Setecentos e um anos antes de Cristo, o homem já tra-balhava os materiais bru-tos e praticamente todas as ferramentas eram execu-

tadas em ferro. Os primeiros metais co-nhecidos foram o cobre e o ouro usados na fabricação de armas e ferramentas já no fim da pré-história.

Estudos mais aprofundados sobre a usinagem começaram a ser realizados so-mente no início do século XIX e em 1900 o norte-americano F. W. Taylor descobriu o aço rápido, que diz respeito a um aço es-pecial, de liga resistente e afiado.

A usinagem química ou fotofabricação, também conhecida como fotocorrosão (photoetched) de alta complexidade, requer profissionais altamente qualifica-dos. Seu grande diferencial é que, ao con-trário da usinagem mecânica, a química requer pouco esforço físico-mecânico e mais de 50% do processo se dá de modo manual, sendo considerado um proces-so eficiente e artesanal por se tratar de um meio de usinar metais por ataque de água ácida ou básica. A única energia

artigo

José Carlos MartinsSócio-diretor da Smartins Comércio, Representação, Consultoria e Equipamentos de Medição

empregada se origina da reação química de uma determinada solução agressiva.

ConCeito de Corrosão químiCa

A corrosão consiste na deterioração dos materiais pela ação química ou ele-troquímica do meio, podendo estar ou não associada a esforços mecânicos. Ao se considerar o emprego de materiais na construção de equipamentos ou insta-

lações, é necessário que estes resistam à ação do meio corrosivo, além de apresen-tar propriedades mecânicas suficientes e características de fabricação adequadas.

A corrosão pode incidir sobre diversos tipos de materiais, sejam eles metálicos como os aços ou as ligas de cobre, ou não metálicos, como plásticos, cerâmicas ou concreto. A ênfase aqui descrita será so-bre a corrosão dos materiais metálicos. Esta corrosão é denominada metálica.

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• Bloqueiam a passagem do fluido de processo para o instrumento de maneira a permitir sua retirada para manutenção ou substituição sem a paralisação do processo.

• Permitem o acoplamento ao instrumento de padrões de calibração e bombas geradoras de pressão sem a sua retirada da linha, reduzindo sobremaneira o tempo de calibração.

• Permite a montagem do instrumento em diferentes posições em relação ao eixo da tubulação ou a montagem de dois instrumentos sem a necessidade de acoplamentos adicionais.

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Dependendo do tipo de ação do meio corrosivo sobre o material, os processos corrosivos podem ser divididos em dois grandes grupos, que abrangem todos os casos de deterioração por corrosão: cor-rosão eletroquímica e química.

De acordo com o tipo de material e o meio de ataque, a corrosão química as-sume formas muito diferentes. No caso dos metais, por exemplo, um ataque su-perficial uniforme (ferrugem do ferro) forma orifícios (profundos, isolados e finos como se fossem feitos por uma agulha) ou uma corrosão intercristalina.

A corrosão pode também progredir de-vido a sobrecargas de natureza mecânica.

Para a proteção contra a corrosão po-de-se aplicar um revestimento resistente, usando, por exemplo, metais (zincagem, cromagem e niquelagem), materiais vi-drantes (esmaltagem) ou tintas, as quais fornecem uma acentuada proteção con-tra a corrosão a partir da adição de pro-dutos especiais.

HistóriaEm pesquisas realizadas via internet

são encontrados relatos, informativos e hipóteses simples, porém contundentes, de que os pioneiros na utilização desse processo foram os artesãos nomeados pela realeza na época imperial como “gra-

vadores”, que faziam gravações rústicas e de pouca estrutura de brasões em arma-duras, escudos, espadas e até mesmo em placas de bronze e ouro. Essas evidências estão baseadas em documentários.

A técnica de fotocorrosão sofreu evo-luções consideráveis na Índia em tempos mais modernos e une computação grá-fica e as mais novas tecnologias. Ela dis-pensa o demorado e oneroso trabalho de confecção de matrizes, possibilitando quaisquer tipos de cortes nas chapas, além de altos e baixos relevos, e a transfe-rência de desenhos da tela do computa-dor para chapas de metal extremamente leves (de 0,3 a 1 mm de espessura),

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com riqueza de detalhes. Outra evidência significativa pode

ser encontrada no setor aeroespacial, que vem se beneficiando dos procedi-mentos de usinagem química para re-duzir o peso das aeronaves, eliminando quimicamente os metais desnecessários de determinadas peças, a fim de tornar eficiente a relação resistência/peso sem prejudicar sua resistência mecânica. A área médica também vem evoluindo com desenvolvimento de peças de im-plantes altamente precisas nos detalhes fabricados em titânio. Este é considerado um grande vilão já que as máquinas de usinagem química também são de titâ-nio, mas em meio às dificuldades, sem-pre há uma solução para a fabricação de itens por corrosão química.

O processo sofreu um grande boom na mecânica de precisão e recebeu im-pulsos adicionais da indústria eletrôni-ca, que demanda peças com alta resolu-ção e detalhes de cortes precisos como bordas em forma de “V” deitado sem-pre na diagonal, imperceptíveis ao olho nu, e peças miniaturizadas produzidas em série, tornando-o extremamente interessante quando se trata de redução de custo e tempo.

O conceito de usinagem química ou fo-tocorrosão contempla etapas que necessi-tam de cuidados específicos, uma vez que, durante o processo, o metal sofre perdas que descaracterizam sua forma original tornando-o impróprio para reúso.

Essas etapas podem ser divididas da seguinte forma:

análise do desenho técnico, amostra ou projeto;

encaminhamento do desenho técnico, amostra ou projeto para o setor de CAD para a verificação e/ou correção dos

detalhes dimensionais para adaptar o projeto ao processo de fotocorrosão;

inspeção e verificação da origem do metal para fins fiscais e da certificação do material com base nas normas ISO;

preparação e ativação da superfície obrigatoriamente plana do metal, sen-do que a limpeza de impurezas, partes oleosas e graxas deve ser realizada com o uso de fornos especiais sob tempera-tura controlada;

aplicação de um revestimento específi-co de uma camada ultrafina esmaltada e fotossensível, que garante a qualidade da resolução dos detalhes sobre a superfí-cie da placa metálica de fina espessura, que pode ser de latão, cobre, níquel, aço inoxidável, alumínio, etc.

após a aplicação do esmalte, são montados em ambos os lados da chapa um fotolito especial impresso em filme transparente. O conjunto é então colocado em uma câmara de raios UV, permitindo a gravação da imagem por meio do conceito norte-americano do fotolito sobre as placas metálicas sensibilizadas;

são verificados os detalhes e imperfei-ções. Esta etapa é importante para evitar o máximo possível de perdas;

as placas devidamente gravadas com detalhes protegidos contra corrosão química são então encaminhadas para o setor de produção.

Vantagens e benefíCiosO processo não danifica os detalhes das

gravuras, não provoca manchas, é isento de rebarbas, vincos e riscos, e mantém a alta qualidade da textura do metal.

Há a supressão do estresse em me-tais ferrosos e não ferrosos, e não há al-terações físico-químicas no material. A

estampagem, por exemplo, pode alterar o comportamento magnético e outras propriedades físicas das chapas, tais como a dureza e resistência de certos materiais. Na usinagem a laser, os deta-lhes de corte e gravação podem ser afeta-dos pelo calor. A fotogravação é prática e economicamente viável quando se trata de produzir detalhes geométricos com resoluções extremamente pequenas. Materiais frágeis sujeitos a quebras du-rante o processo de estampagem podem ser fotogravados sem dificuldade, assim como os metais com espessuras tão fina quanto 0,005 pol.

A fotocorrosão, conhecida também como fotogravura, é especialmente útil na fase da prototipagem, quando diver-sas variações de um novo projeto podem ser reproduzidas e testadas ao mesmo tempo com pouco custo adicional, mes-mo quando é preciso alterar totalmente o projeto inicial.

O processo de fotocorrosão em re-lação a outros meios se justifica econo-micamente, pois reduz custos, tempo, permite a produção de lotes seriados e a alteração rápida do foto-ferramental.

Por ser um processo altamente com-plexo e preciso, ele pode resultar em per-das de +/- 10%. Entretanto, o processo de confecção revela na prática 100% de aproveitamento das peças.

referênCiaPORTO EDITORA. Corrosão química. In: Infopédia. Porto: 2003-2014. [Consult. 2014-02-25]. Dis-ponível em <http://www.infopedia.pt/$corrosao-quimica>, s/d.

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fIrE

o comportamento de lajeS mIStaS e Sua reSIStêncIa ao fogo

Incêndios reais e ensaios em escala real têm demonstrado que as lajes mistas de aço e betão apresentam uma resistência ao fogo superior a do elemento estrutural isolado

trabalhando essencialmente à flexão. As grandes deformações provocadas

pela perda de resistência devido ao au-mento da temperatura favorecem o de-senvolvimento de esforços de membra-na nas lajes, responsáveis pelo aumento de sua resistência ao fogo. Contrariamen-te ao procedimento convencional de di-mensionamento, o uso de um método alternativo de cálculo, pode, em muitas situações, evitar a utilização de proteção passiva contra incêndio em uma grande percentagem de vigas secundárias, resul-tando em uma considerável redução de

artigo

custos, sem comprometer a resistência da estrutura ao fogo.

introduçãoA maneira mais simples de garantir a

resistência ao fogo de uma estrutura con-siste em assegurar que os seus elementos (vigas, pilares e lajes), trabalhando isola-damente, possuam a resistência ao fogo exigida. No caso das estruturas de aço, alguns países recomendam temperatu-ras críticas que não devem ser excedidas antes do tempo regulamentar. Em Por-tugal, por exemplo, o Anexo Nacional da parte 1-2 do Eurocódigo três estipula a utilização de uma temperatura crítica de 540ºC para elementos tracionados e para vigas nas quais a encurvadura lateral não é um potencial modo de colapso, e

de 500ºC para pilares ou elementos es-truturais que podem sofrer fenômenos de instabilidade. Este procedimento, habitualmente designado como aborda-gem prescritiva, é demasiado conserva-dor, conduzindo à aplicação de proteção passiva contra incêndio em todos os ele-mentos sujeitos à ação do fogo.

No entanto, ao considerar, o funciona-mento global da estrutura na verificação de sua resistência ao fogo e ao adotar uma abordagem baseada em desempe-nho, é possível reduzir as espessuras do material de proteção passiva utilizadas ou, até mesmo, evitar completamente a sua utilização. É o caso das vigas secun-dárias em muitas estruturas mistas de aço e betão.

Entre 1995 e 1996 ensaios re-

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alizados em escala real em um edifício de oito pisos, construído para a análise, no Cardington Laboratory of the Building Research Establishment (BRE), no Reino Unido, mostraram que, apesar das tem-peraturas atingidas pelas vigas não prote-gidas ultrapassarem 11.509ºC, e da ocor-rência de flechas elevadas nas lajes mistas não houve colapso da estrutura.

Em todos os ensaios realizados no BRE os pilares e as vigas periféricas do compartimento de incêndio estudado foram protegidos de acordo com os procedimentos habituais, mas as vigas secundárias foram mantidas sem prote-ção passiva contra incêndio. Concluiu--se que a reserva de resistência verifi-cada se deveu ao desenvolvimento de ações de membrana nas lajes mistas de aço e betão.

ações de membrana em lajes mistas de aço e betão

As ações de membrana em lajes de be-tão armado não são um conceito novo e seu estudo remonta à década de 1960. Estes estudos basearam-se na ocorrência de pequenos e de grandes deslocamen-tos. Na época, as aplicações práticas do efeito de membrana em lajes de betão armado foram limitadas à ocorrência de pequenos deslocamentos, devido às reduzidas flechas admissíveis na verifi-cação dos estados-limites de utilização. A investigação feita sobre o efeito de membrana em lajes de betão armado su-jeitas a grandes deslocamentos não teve, naqueles anos, grandes desenvolvimen-tos devido à dificuldade em identificar situações práticas de projeto em que eles pudessem ser contemplados.

Em uma situação de incêndio aciden-tal, no entanto, são admissíveis grandes

deslocamentos desde que não ocorra o colapso da estrutura. Assim, tendo sido identificada uma situação em que se podia tirar partido do desenvolvimen-to das ações de membrana associadas a grandes deslocamentos, a comunidade científica iniciou uma nova etapa de es-tudos tendo em vista o aperfeiçoamento de métodos analíticos existentes e a pro-posta de novos métodos de cálculo.

Tais investigações desenvolveram--se principalmente na Europa com o objetivo de aplicar a nova metodologia a lajes mistas de aço e betão, em que o contributo da chapa de aço perfilada para a resistência é ignorado sob altas temperaturas, mas cuja presença é be-néfica para prevenir o destacamento ex-plosivo do betão, tão frequente nas lajes de betão armado.

Quando sujeitas a pequenos desloca-mentos verticais e desde que a periferia das lajes não tenha deslocamentos ver-ticais nem horizontais, desenvolvem-se

esforços de membrana de compressão. O desenvolvimento das ações de mem-brana de compressão aumenta significa-tivamente a capacidade da carga das lajes quando comparada ao valor estimado, tendo em conta seu comportamento à flexão. Se, por outro lado, ocorrerem grandes deslocamentos, podem-se de-senvolver ações de membrana de tração desde que a periferia da laje não tenha deslocamentos verticais e esteja restrin-gida a movimentos horizontais.

No entanto, é possível que surjam ações de membrana de tração em lajes retangulares com armadura nas duas direções, desde que a periferia não so-fra deslocamentos verticais e não tenha restrições aos deslocamentos horizon-tais. Neste caso, a laje suporta o carre-gamento por meio do desenvolvimento de ações de membrana de tração que ocorrem na sua parte central e de ações de membrana de compressão, forman-do um anel comprimido na zona

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periférica da laje. Segundo as literatura este comportamento é análogo ao de uma roda de bicicleta, em que os raios representam as ações de membrana de tração e o aro corresponde ao anel de compressão que se desenvolve nas lajes sem restrição quanto aos deslocamen-tos horizontais.

teoria das linHas de rotura

A metodologia de cálculo utiliza a clássica teoria das linhas de rotura, larga-mente empregada no dimensionamento das lajes de betão armado. A teoria das linhas de rotura baseia-se no princípio de que o trabalho interno produzido na rotação ao longo das linhas de rotura é igual ao trabalho externo realizado pelo movimento das cargas aplicadas. Co-nhecido o padrão das linhas de rotura, que corresponde ao colapso da laje, fa-cilmente se determina a correspondente carga de colapso.

Comportamento das lajes mistas de aço e betão em situação de inCêndio

Para melhor compreender o compor-tamento de uma laje mista em situação de incêndio, considere uma laje retangu-lar simplesmente apoiada na periferia e em uma viga mista, não protegida, para-lela ao maior vão da laje.

Sob temperatura ambiente, as cargas aplicadas são suportadas pela laje mista, trabalhando na direção do menor vão. À medida que o fogo progride, a tempera-tura aumenta e a viga não protegida, as-sim como a laje, vai perdendo resistência e rigidez. A viga continuará a perder re-sistência formando-se uma rótula plásti-

ca a meio vão. Neste instante, formam-se linhas de rotura na laje com um padrão em leque, e as cargas, inicialmente su-portadas pela viga, são transferidas para as vigas periféricas. Conforme a viga perde resistência, as linhas de rotura passam a dispor-se em cruz. Com esta contínua perda de resistência, no final, praticamente toda a carga é suportada pela laje, cujo padrão das linhas de ro-tura corresponde ao que resultaria da aplicação da teoria das linhas de rotura em uma laje de betão, ignorando-se a presença da viga. A este padrão corres-ponde uma carga última da laje mista que, segundo a metodologia de cálculo demonstrada, é majorada para levar em conta o efeito das ações de membrana. Deve-se notar que a esta carga última, a metodologia de cálculo adiciona o eventual contributo das vigas.

metodologia de CálCuloNão cabe aqui apresentar detalhada-

mente a formulação analítica necessária ao cálculo das lajes mistas tendo em con-ta o efeito de membrana. Em situação de incêndio despreza-se o contributo da chapa perfilada de aço para a resistência da laje mista que é, assim, tratada como uma laje de betão armado.

O método de cálculo passa pelas se-guintes etapas:

definição dos painéis de laje a di-mensionar, adotando vigas de periferia protegidas e vigas secundárias interiores sem proteção;

majoração da carga última devido ao efeito de membrana para um desloca-mento vertical da laje admissível ao fim do tempo regulamentar de resistência ao fogo;

contributo das vigas para o valor da

carga última da laje; cálculo das cargas suportadas pelas

vigas periféricas e a determinação de suas temperaturas críticas.

Para uma correta aplicação desta me-todologia os pilares devem ser protegi-dos como habitualmente, sem a neces-sidade de proteger as ligações das vigas secundárias às principais da periferia.

ConClusõesPretendeu-se divulgar uma nova me-

todologia de cálculo de lajes mistas de aço e betão em situação de incêndio, considerando o efeito de membrana. Exemplos recentes da utilização desta metodologia têm mostrado que é possí-vel não proteger cerca de 40% das vigas sem comprometer a resistência das es-truturas ao fogo, com o uso de material de proteção passiva contra incêndio ape-nas onde ele realmente é necessário.

referênCiaC. G., BAILEY. Efficient arrange-ment of reinforcement for membrane behaviour of composite floor slabs in fire conditions. In: Journal of Cons-tructional Steel Research, 59, pp. 931 949, 2003.C. G., BAILEY. Membrane action of slab/beam composite floor systems in fire. In: Englneering Structures, 26, pp. 1691 1703. 2004. MACS+ Membrane Action in fire design of Composite Slab with solid and cellular steel beams – Valoriza-tion, Research Fund for Coal and Steel, 2012.Fonte: Portal Metálica

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ENErGIA SOLAr

a InStalação de uSInaS SolareS em eStádIoS da copa

Em junho do ano passado, a usina solar fotovoltaica (USF) instalada no está-dio Governador Maga-lhães Pinto, o Mineirão,

em Belo Horizonte, entrou em operação comercial. O Mineirão foi o primeiro dos estádios brasileiros para a Copa do Mundo de 2014 a ter uma USF. No final do ano passado, a Arena Pernambuco, localizada em São Lourenço da Mata, também teve sua usina solar inaugurada. Em ambos os casos, parte da energia ge-rada nestas usinas será consumida pelos próprios estádios, o restante será injeta-do na rede de distribuição.

usf mineirãoA usina fotovoltaica do Mineirão

possui cerca de 6.000 módulos fotovol-taicos e tem uma potência instalada de 1,42 MWp. Ela começou a ser montada em dezembro de 2012, quando os traba-lhos de preparação e impermeabilização da cobertura para a montagem das es-truturas metálicas de suporte das placas fotovoltaicas foram iniciados.

Na cobertura do Mineirão há 88 seg-mentos, dispostos de forma radial, e ne-les estão as placas solares. Esta instalação produz cerca de 80% de toda a energia elétrica que o estádio consome e é sufi-

artigo

ciente para abastecer diariamente mil e duzentas residências de porte médio.

Como durante o dia o consumo do es-tádio é pequeno, a energia não utilizada é destinada à rede de abastecimento da ci-dade. Em dias de jogos, principalmente à noite, a rede devolve a energia ao estádio. Toda a energia gerada será injetada na rede de distribuição da Companhia Ener-gética de Minas Gerais (Cemig) por meio da subestação de alimentação do estádio.

O Mineirinho também ganhará uma USF com potência de 1,1 MWp. Os empreendimentos fazem parte do Pro-jeto Minas Solar 2014 da Cemig. A ini-

ciativa de instalar uma central geradora de energia a partir dos raios do sol no Mineirão e no Mineirinho foi inspirada nos estádios de Freiburg, considerada a capital solar da Alemanha, de Berna, na Suíça, e nos estádios solares construí-dos para a Eurocopa 2008.

O projeto, que recebeu apoio signifi-cativo da Alemanha com empréstimos a juros reduzidos e serviços de consul-toria, faz parte da Temporada da Ale-manha no Brasil no setor de desenvol-vimento sustentável.

usf são lourenço da mataSituada em um terreno de 15 mil me-

tros quadrados, anexo à Arena Pernam-buco, a USF São Lourenço da Mata tem potência instalada de 1 MWp – capaci-dade suficiente para gerar 1.500 MW/h por ano ou o equivalente ao consumo de seis mil habitantes –.

A unidade será responsável por até 30% da energia consumida pelo estádio que será sede de cinco jogos da

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Copa do Mundo 2014.Este sistema é formado por 3.652

painéis fotovoltaicos que captam a ener-gia do sol. Assim como no Mineirão, a energia produzida é entregue ao sistema elétrico do estádio e a que não for utili-zada pela arena será injetada na rede de distribuição da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) e poderá ser utilizada pelos consumidores.

O trabalho foi feito pela Odebrecht Energia e pela Neoenergia (grupo con-trolador da Companhia Energética de Pernambuco), responsáveis pelo investi-mento de cerca de 13 milhões de reais. O projeto executivo e a instalação da usina solar fotovoltaica foram construí-dos sob responsabilidade da Gehrlicher Ecoluz Solar do Brasil, uma associação entre a brasileira Ecoluz Participações e a alemã Gehrlicher AG.

A USF São Lourenço terá um espaço dedicado a visitantes. Na área externa, o público poderá conhecer o processo de construção e funcionamento da usina. Internamente, será dotado de painéis informativos sobre a geração de energia solar fotovoltaica. Na sala, também será

realizado o monitoramento e a gestão de todo o sistema.

Ao lado do centro de visitação, foi ins-talada uma estação meteorológica com-pleta para monitorar as condições climá-ticas locais, como medição de radiação solar, índice pluviométrico, intensidade e direção dos ventos, temperatura, pres-são atmosférica e umidade relativa do ar.

outras ações sustentáVeisDurante a obra do Mineirão cerca

de 75 mil metros cúbicos de concre-to foram britados e reutilizados para pavimentação de ruas de municípios vizinhos. Cerca de 250.000 mil metros cúbicos de terra foram aproveitadas na recuperação de áreas degradadas em ca-vas de mineradoras na Região Metropo-litana e em outras obras do Estado.

Mais de 50 mil cadeiras foram doadas para ginásios e estádios do interior do Es-tado e toda a sucata metálica foi destinada para usinas recicladoras. Estima-se que 18 mil metros quadrados de grama foram replantados no PlugMinas, um centro de formação e experimentação digital, loca-lizado na capital mineira, gerando uma

economia de 130 mil reais para o Estado.Além disso, foram implantados

lava-rodas para limpeza dos caminhões na saída da obra para evitar sujeira no en-torno do estádio. O equipamento possui um sistema ecoeficiente, que reaproveita a água por meio de caixas de decantação e bombas, com economia média de 18 mil litros de água por dia.

A Cemig investirá, aproximadamente, 28 milhões de reais em empreendimen-tos de energia solar fotovoltaica dentro do Projeto Minas Solar 2014. As subes-tações Maracanã e Pampulha receberão novos equipamentos e serão ligadas ao Mineirão por mais de 11 quilômetros de rede subterrânea.

Para a Arena Pernambuco também foram planejadas iniciativas relacionadas ao aproveitamento de água da chuva, economia no consumo dos recursos e ao tratamento do esgoto.

Além do aproveitamento de uma fon-te renovável, os sistemas de geração solar reduzem perdas por transmissão e distri-buição, uma vez que a energia é consu-mida no local em que é produzida.

Fonte: Portal Metálica

Assim como no Mineirão, a energia produzida é entregue ao sistema elétrico do estádio e a que não for utilizada pela arena será injetada na rede de distribuição da Companhia Energética de Pernambuco

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cIvIL

a preparação de aglomeranteS hIdráulIcoS

Os aglomerantes são os ma-teriais ligantes, em geral pulverulentos, que ser-vem para solidarizar os grãos de agregados iner-

tes. São utilizados na obtenção das arga-massas e concretos, na forma da própria pasta e também na confecção de natas.

Os aglomerantes hidráulicos são aqueles que endurecem pela ação exclu-siva da água, como, por exemplo, a cal hi-dráulica e o cimento Portland, por meio de um processo chamado hidratação.

O calcário, quando contém uma certa quantidade de argila, produz cal hidráu-lica antes de ser aquecido. O material apresenta uma resistência intermediária entre a cal e o cimento. Ela é considera-da um aglomerante hidráulico, ou seja, endurece pela ação da água, e foi mui-to utilizada nas construções mais anti-gas, sendo posteriormente, substituída pelo cimento Portland. A cal pode ser utilizada como único aglomerante em argamassas para assentamento de tijo-los ou revestimento de alvenarias ou em misturas para a obtenção de blocos de solo/cal, blocos sílico/calcário e ci-mentos alternativos.

O cimento é um dos materiais de construção mais utilizados na constru-ção civil devido à sua larga utilização

artigo

em diversas fases da construção. Ele pertence à classe dos materiais classifi-cados como aglomerantes hidráulicos, que, em contato com a água, entra em processo físico-químico, tornando-se um elemento sólido com grande resis-tência a compressão, além de ser resis-tente à água e a sulfatos.

Os silicatos de cálcio são os principais constituintes do cimento Portland, as matérias-primas para a sua fabricação devem possuir cálcio e sílica em propor-ções adequadas de dosagem.

Os materiais que possuem carbonato de cálcio são encontrados naturalmente

em pedra calcária, giz, mármore e con-chas do mar, a argila e a dolomita são as principais impurezas.

A ASTM C 150 define o cimento Portland como um aglomerante hi-dráulico produzido pela moagem do clínquer, que consiste essencialmen-te de silicatos de cálcio hidráulicos, usualmente com uma ou mais formas de sulfato de cálcio como um produto de adição. O clínquer possui um diâme-tro médio entre 5 a 25 mm.

As propriedades físico-químicos do cimento Portland tem evoluído cons-tantemente, inclusive com o emprego de aditivos que melhoram as caracterís-ticas do cimento.

proCesso produtiVo do Cimento portland

O processo produtivo do cimen-to Portland se divide na produção do clínquer Portland e na produção de pozolana (argila ativada). Nas etapas do processo de produção do clínquer Portland, o calcário é extraído, britado e seco até atingir uma umidade residual máxima de 2%.

São adicionados ao calcário areia e materiais inertes como, por exemplo, carepa de laminação. Esses materiais são analisados quimicamente e essa mistura

Os silicatos de cálcio são os principais constituintes do cimento Portland, as matérias-primas para a sua fabricação devem possuir cálcio e sílica em proporções adequadas de dosagem

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proporcional é moída para a obtenção da “farinha”. Esta passa por um processo de homogeneização com ar comprimi-do e logo em seguida é estocada em silos.

A farinha homogeneizada é colocada em um forno rotativo sob uma tempera-tura aproximada de 1.450ºC, obtendo-se no final o clínquer Portland

Na produção da pozolana, a argila in natura é colocada no forno rotativo a uma temperatura de 750ºC, obtendo-se no final a argila calcinada (pozolana). Transcorrido todo esse processo, o clín-quer a pozolana mais gesso são moídos em proporções adequadas de dosagem de material para a obtenção do cimento

Portland.O cimento Portland pozolânico é um

aglomerante hidráulico, obtido da mis-tura homogênea e proporcional do clín-quer Portland e de materiais pozolânicos moídos em conjunto ou em separado. Durante o processo de mistura é permi-tido adicionar formas de sulfato de cál-cio e materiais carbonáticos nos teores indicados pela norma NBR 5736.

O cimento Portland composto de filler é um aglomerante hidráulico obtido pela moagem do clínquer Portland. Durante o processo de moagem é permitido adicio-nar formas de sulfato de cálcio nos teores indicados pela norma NBR 11578.

O cimento Portland composto de po-zolana é um aglomerante hidráulico, ob-tido pela moagem do clínquer Portland mais a adição de formas de sulfato de cálcio. Durante o processo de moagem é permitido adicionar materiais pozolâni-cos e carbonáticos nos teores indicados pela norma NBR 11578.

O cimento Portland resistente a sul-fatos é um aglomerante hidráulico que atente às condições de resistência dos sulfatos. Esse tipo de cimento é obtido pela moagem do clínquer Portland ao qual são adicionadas quantidades pro-porcionais de formas de sulfato de cálcio. Durante o processo de moagem é per-mitida a adição de escórias granuladas de alto-forno ou materiais pozolânicos e/ou materiais carbonáticos.

Texto publicado licença CC-BY (http://www.ecivilnet.com/artigos/aglomerantes_hidraulicos.htm)

O cimento Portland pozolânico é um aglomerante hidráulico, obtido da mistura homogênea e proporcional do clínquer Portland e de materiais pozolânicos moídos

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MEcâNIcA

como oS fIltroS coaleScenteS elImInam a contamInação SubmIcrônIca

A separação de contami-nantes sólidos e aerossóis em suspensão no ar é efetuada principalmente pela ação da gravidade.

As partículas contaminantes de tama-nho maior que 10 μm tendem a sair mais rapidamente quando o ar está em movi-mento. A maioria dos filtros coalescentes foi projetada para provocar a união de aerossóis extremamente pequenos em suspensão transformando-os em go-tículas maiores. Assim, essas gotículas estarão suscetíveis à ação da gravidade. Este processo de união é denominado “coalescência” e pode ser comparado às condições atmosféricas em atividade du-rante a formação de chuva – pequenas moléculas de vapor de água presentes no ar turbulento e carregado de umidade se condensam, formando aerossóis em suspensão que, por colisão, começam a formar gotículas de massas maiores, até que tenham adquirido peso suficiente para reagir à ação da gravidade e cair para a Terra em forma de chuva –. Os filtros coalescentes eliminam a contaminação submicrônica por meio de três proces-sos de ação simultânea, dependendo do tamanho do aerossol em suspensão.

artigo

difusão: partíCulas e aerossóis de 0,001 a 0,2 μm

do sistema. A taxa de atividade da difu-são aumenta com a elevação da tempe-ratura e da pressão.

interCeptação: partíCulas e aerossóis de 0,2 a 2 μm

Parker Hannifin Corporation

Partículas sólidas e aerossóis em sus-pensão, na faixa de tamanho de 0,001 a 0,2 μm, estão sujeitas ao movimento browniano rápido e aleatório, e movi-mentam-se totalmente independente da massa de ar, da mesma forma que as moléculas gasosas se movimentam em um fluxo de ar.

Este movimento provoca a migração dessas partículas para fora do fluxo de ar e sua colisão com superfícies filtran-tes expostas. Os contaminantes sólidos aderem permanentemente a essas super-fícies devido às forças intermoleculares (leis de Van der Waals). As gotículas lí-quidas, no entanto, migram pela ação da gravidade através das fibras até se unirem a outras gotículas e formarem massas lí-quidas maiores, que podem ser drenadas

Para contaminantes de 0,2 a 2 μm, a in-terceptação é o mecanismo coalescente predominante. Esses contaminantes se harmonizam com o curso do fluxo de ar e se tornam mais difíceis de serem remo-vidos, pois são capazes de contornar as fibras e escapar do filtro. De modo geral, a eficiência do mecanismo aumenta à medida que o tamanho dos poros (ou a densidade da fibra) diminui.

As fibras com diâmetro médio de 0,5 μm são utilizadas para otimizar o desem-penho dos filtros nesta faixa de contami-nante. Quando partículas e aerossóis em suspensão se aproximam de uma fibra

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medindo metade de seus diâmetros, suas forças inerciais são superadas e as partículas são capturadas.

impaCto direto: partíCulas e aerossóis aCima de 2 μm

Os filtros coalescentes modernos uti-lizam meios filtrantes de porosidade gra-duada, com fibras de borosilicato mais densas no interior e fibras menos densas na superfície externa. Variando a distri-buição da densidade das fibras no pro-cesso de fabricação dos filtros, torna-se possível atender a aplicações específicas.

Os elementos filtrantes coalescentes típicos apresentam uma porosidade de 8 a 10 μm na superfície interna, com uma redução para poros de 0,5 μm no interior do elemento, e um aumento para poros de 40 a 80 μm na superfície externa.

A tabela de poro mostra um poro tí-pico de um filtro coalescente em corte transversal. A superfície interna do ele-mento age como um pré-filtro, removen-do partículas contaminantes maiores, ao passo que os poros internos são suficien-temente pequenos para remover partí-culas submicrônicas sólidas e gasosas em suspensão encontradas no fluxo de ar. A densidade reduzida da superfície externa

promove a aglutinação das partículas em suspensão, por meio da união das go-tículas, transformando-as em gotículas maiores e, portanto, suscetíveis às forças gravitacionais. Os poros externos maio-res também permitem a passagem livre do fluxo de ar, minimizando a queda de pressão. Uma camada de drenagem con-duz o contaminante da superfície exter-na do elemento filtrante para um reser-vatório localizado no fundo da carcaça, de onde ele é drenado periodicamente. Os poros externos maiores do elemento reduzem a turbulência do ar e evitam a reentrada do contaminante no fluxo de ar. Outro fator importante do projeto dos filtros coalescentes é a relação entre o diâmetro externo do elemento filtran-te e o diâmetro interno da carcaça. O espaço entre essas duas superfícies deve ser dimensionado de forma que a velo-cidade do ar seja minimizada, reduzindo o arrasto de partículas em suspensão de água ou óleo.

Contaminantes de tamanho igual ou superior a 2 μm são removidos pelo mé-todo de impacto direto, pois apresentam massa e movimento inercial suficientes para sair do curso do fluxo de ar. Esses contaminantes colidem com o meio fil-trante e completam o processo denomi-nado inercial ou de impacto direto.

projeto e efiCiênCia dos filtros CoalesCentes

Os filtros coalescentes de remoção de partículas em suspensão são compostos de um conjunto de obstáculos projetados para maximizar o efeito dos três processos de coalescência. Ao contrário dos filtros convencionais de linha, os coalescentes direcionam o fluxo de ar de dentro para fora. Os contaminantes são capturados na malha do filtro e reunidos em gotículas maiores através de colisões com as micro-fibras de borosilicato. Por fim, essas gotí-culas passam para o lado externo do tubo do elemento filtrante, onde são agrupadas e drenadas pela ação da gravidade.

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SUStENtAbILIdAdE

obra de revItalIzação rende certIfIcação SuStentável a edIfícIo

O edifício Panorama Paulista Corporate, localizado na esquina da Rua Minas Ge-rais com a Avenida Pau-lista, coração financeiro

de São Paulo, passou por um retrofit para se tornar uma torre corporativa triple A e recebeu a certificação sustentável Leader-ship in Energy and Environmental Design (LEED) Core & Shell, concebida e conce-dida pela organização não governamental United State Green Building Council (US-GBC). Este foi o primeiro edifício do país a conquistar o selo gold a partir de uma obra de revitalização.

A avaliação da certificação LEED é realizada por meio de pré-requisitos e créditos a serem atendidos dentro das categorias: sustentabilidade do espaço, racionalização do uso da água, eficiência energética, qualidade ambiental interna, materiais e recursos, inovação e proces-sos de projeto e créditos regionais. Os pré-requisitos são condições mínimas a serem atendidas pelo projeto para que ele acumule pontos para a certificação, caso os pré-requisitos não sejam atendi-dos, o projeto não pode ser certificado.

Os créditos valem pontos que variam de 40 a 110. De acordo com esta pontua-

ção, a construção é certificada como silver (prata), gold (ouro) ou platinum (platina). O LEED Core & Shell diz respeito à estru-tura principal e ao revestimento de edifi-cações, cujos espaços internos são comer-cializados após as obras. Ele engloba a área comum, o sistema de ar-condicionado

e sua estrutura principal, incluindo caixa de escadas, elevadores e fachadas. Os de-talhes da ocupação, como por exemplo, mobiliário, não são considerados, tendo em vista a pluralidade dos futuros ocu-pantes, mas facilita a certificação posterior das salas comerciais.

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Inicialmente, a remodelação do pré-dio, construído na década de 1970 com projeto arquitetônico de Felipe Wro-blewski e cálculo estrutural de Kassoy e Franco, era simples e consistia na troca do sistema de ar-condicionado, da facha-da e das instalações prediais. No entanto, o projeto acabou sendo modificado para atender a novas necessidades do merca-do e a novas demandas.

Ao longo dos últimos 35 anos, o edi-fício de 12 andares e 5 mil metros qua-drados privativos, sempre foi locado para instituições no formato monousuário. Em 2010, quando o processo de revi-talização começou, o prédio acabara de ser desocupado pelo Ministério Público de São Paulo e o mercado imobiliário da época encontrava-se em ascensão. A expectativa de então era a de que este mercado cresceria entre 4 e 4,5% ao ano, alavancando a ocupação imobiliária.

A primeira medida adotada pela Gie-pece Administração e Participações, que detém o edifício, foi contratar um geren-ciador de projeto para garantir a compati-bilidade de todas as etapas da obra. Foram durante as inúmeras discussões realizadas acerca do projeto inicial que ele ganhou um corpo até então “inimaginável”, segun-do descrição de Greco Paolo, incorpora-dor imobiliário e sócio da Giepece. A em-presa optou por buscar uma certificação ambiental. O objetivo da certificação era dar maior destaque ao imóvel no cená-rio imobiliário da época e transformar o retrofit em um Green Building.

O projeto e sua adequação aos crité-rios de sustentabilidade exigidos pela USGBC para a obtenção da certificação LEED Core & Shell foi realizado pela

Otec. A gestão do projeto foi feita pela Par Arquitetura e a da obra, pela Intera-tiva Engenharia.

No processo de revitalização, 80% da estrutura principal foi mantida, com a conservação das lajes, vigas, pilares e elevadores. Para atender aos requisitos ambientais, a demolição parcial do imó-vel, na qual foram retirados banheiros, o contrapiso e as antigas lâmpadas, teve de dar destinação adequada aos resíduos gerados. Uma máquina retirou in loco o mercúrio das lâmpadas que foram enca-minhadas para reciclagem. Os concretos e o contrapiso foram encaminhados para aterros devidamente credenciados junto ao poder público. O gesso, que possui

material contaminante, também foi leva-do para uma recicladora especializada e a madeira foi triturada, gerando cavaco ou MDF. A demolição da antiga escada de incêndio do edifício, bem como a cons-trução da atual, precisou seguir critérios de planejamento e logística, porque estas obras só podem ser realizadas nos edifí-cios da região aos sábados.

O sistema de ar-condicionado foi subs-tituído por máquinas japonesas e de alto custo, desenvolvidas especificamente para apresentarem baixo consumo de energia. A nova fachada do edifício foi projetada considerando também a economia de energia. Para isso, a companhia optou pelo uso de caixillhos ou módulos

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unitizados. O sistema é composto por painéis modulares estruturados, fechados com vidro, sendo que os vidros seleciona-dos para a composição dos módulos têm a capacidade de refletir o calor e absorver luz. O item foi fundamental para a obra, pois garantiu a iluminação interna do edifício sem, no entanto, sobrecarregar o sistema de ar-condicionado. Cada andar também recebeu a instalação de um qua-dro de energia, para que os futuros usuá-rios possam determinar individualmente o seu próprio consumo energético.

A falta de absorção encontrada na área inviabilizou a instalação de um sistema de coleta da água pluvial. Por isso, os projetistas optaram por reali-zar a captação e o reaproveitamento de toda a água proveniente dos drenos dos equipamentos de ar-condicionado para fazer a rega das floreiras do prédio. Já as torneiras foram equipadas com reduto-res de vazão, e as bombas de sistemas de incêndio e de pressurização foram criteriosamente selecionadas de modo a apresentarem alto desempenho.

A execução do reservatório de água, posicionado no segundo subsolo, foi ou-tro grande desafio para o retrofit, pois não havia área para a vazão da água. Optou-se então pela construção de um reservatório escavado. No entanto, havia o temor de que a geração de uma carga excessiva no solo pudesse comprometer a edificação, que se encontra próxima das estações Consolação e Paulista do metrô. A com-panhia optou então por utilizar um reser-vatório de plástico reforçado com fibras, que é significativamente mais leve que seu similar fabricado em cimento.

Outro aspecto importante foi utilizar na edificação materiais de revestimento adquiridos junto a fornecedores posicio-nados geograficamente próximos da obra com o intuito de evitar a emissão prolon-gada de poluentes gerados pelo transpor-te dos fretes na entrega dos materiais.

Cada ação ambientalmente amigável rendeu ao edifício a pontuação neces-sária para a obtenção do selo gold. Com projeto assinado pelo escritório de ar-quitetura Athié Wohnrath, o prédio de

doze andares passou a contar também com uma cobertura após as obras de revitalização. A obra se encontra agora em fase de conclusão. Para Paolo, os re-sultados obtidos com a obtenção do selo deverá valer o esforço e o investimento empreendido, considerando que a Gie-pece Administração e Participações já recebeu inúmeras propostas para a ocu-pação do imóvel em um cenário mar-cado pela queda da demanda de novas lajes. Se a estimativa no início das obras era a de que o setor cresceria 4,5% ao ano, hoje, ela caiu para 1,5%. Segundo Paolo a companhia quer dar prioridade na ocupação do imóvel a empresas que já adotam políticas de gestão ambiental.

Todo o processo de revitalização do Panorama Paulista Corporate levou qua-se quatro anos para ser concluído. A fase de projeto levou um ano para ser elabo-rada e aprovação dele perante o poder público se prolongou por mais um ano. A demolição parcial do edifício foi inicia-da um pouco antes da obra, que demo-rou cerca de dois anos para ser finalizada. Sem a ocupação do prédio é difícil de-finir os ganhos com a revitalização, mas a estimativa da Giepece é de que tenha havido mais de 40% de melhora no de-sempenho geral do edifício.

O LEED é utilizado hoje em 143 paí-ses e pode trazer benefícios econômicos para as edificações na medida em que prioriza ações que visam a diminuição dos custos operacionais e de problemas regulatórios, além de estimular o uso racional de recursos naturais com a re-dução do consumo de água e energia, a diminuição, o tratamento e o reúso de resíduos da construção e da operação e o uso de materiais e tecnologias de baixo impacto ambiental.

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cOLUNA GEStãO

SemelhançaS e dIferençaS entre projetoS e operaçõeS

Nos últimos anos têm havido grande enfoque na área de gestão de projetos, suas particu-laridades e ferramentas.

Mas, embora à primeira vista pareça uma teoria completamente nova, a gestão de projetos é, na verdade, baseada nos mes-mos princípios da administração clássi-ca: planejar, monitorar e controlar.

Planejar é estabelecer a metodolo-gia de trabalho, ou seja, a sequência de etapas a seguir. Em um planejamento deve-se definir também os parâmetros que determinarão a conclusão de cada etapa, pois é por meio desses números que se faz o monitoramento.

O ato de monitorar nada mais é que verificar, periodicamente, os parâmetros de uma atividade, e esses parâmetros podem ser de desempenho, qualidade, custos, tempo etc.

Além de medir e calcular tendências, no monitoramento pode-se verificar, por exemplo, se os custos de produção estão aumentando e se poderão se tornar altos demais.

O controle trata das ações preventivas e corretivas a serem tomadas para man-ter a execução da metodologia dentro dos parâmetros planejados. Por essa perspectiva, tanto projetos quanto ope-rações funcionam exatamente da mes-ma forma.

É verdade que os projetos têm par-ticularidades, pois são temporários e únicos. Isso requer a construção de uma organização para comportá-los. Estabe-lecer uma nova organização temporária dentro de outra significa definir novas hierarquias, metas, custos, etc. Nas ope-rações, isso não é necessário, visto que o planejamento ocorre uma única vez, lembrando, porém, que todo processo de trabalho é vivo e pode ser constante-mente melhorado.

Quando vamos a um restaurante e pedimos uma refeição, a equipe de cozi-nha não planeja suas atividades naquela hora, pois não haveria tempo hábil para comprar os insumos para produzir os pratos. Este planejamento foi, portanto, realizado em um momento anterior ao lançamento do cardápio. Por isso,

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Eli Rodrigues, PMP, CSM . Atual Diretor de Negócios do grupo TAP4, Eli tem dezenas de projetos entregues nas áreas de consul-toria, infraestrutura e desenvolvimento de software. Vivência na coordenação de equipes em cenários globais, fábricas de software e desenvolvimento organizacional.

toda operação é considerada repetitiva em sua essência. Já quando se constrói um novo edifício, é preciso planejar es-pecificamente aquela obra, visto que o terreno será outro, bem como a planta baixa, as pessoas, os insumos, etc.

Na indústria, a metodologia é a pró-pria linha de produção e os parâmetros variam entre tempos médios, qualidade do material, índice de descartes, etc. Ao contrário, no mundo dos projetos, a metodologia é definida especificamente para alcançar o resultado desejado e os parâmetros são associados ao escopo, tempo, custo, qualidade, aquisições, re-cursos humanos, comunicação, riscos e stakeholders, que são as áreas de conheci-mento definidas no PMBOK.

Tanto em projetos quanto em opera-ções é preciso definir um objeto e um objetivo. O objeto é o que se espera construir (por exemplo, um carro, um prato do cardápio, um prédio, o resulta-do de uma pesquisa científica, etc) e o objetivo é o benefício que se deseja ob-ter com a execução daquela atividade (a cura do câncer, a obtenção de certa ren-tabilidade financeira, aumento de fatura-mento, etc). Enquanto os projetos termi-nam quando seu objetivo é atingido, as operações têm objetivos contínuos.

Se uma linha de produção entrega cem peças por dia e o concorrente en-trega 500, há algo errado. Pode-se iniciar um trabalho de melhoria produtiva por meio desse benchmark. Já nos projetos, é bem mais difícil fazer comparações, visto que cada um é único.

O alcance do objetivo é consequên-cia da conclusão do objeto, mas nem sempre há sucesso nesta relação. Se uma empresa planeja obter uma TIR (taxa in-terna de retorno) de 20% em um projeto

de construção civil, é bem possível que, devido aos problemas comuns às obras, ela simplesmente não alcance o objetivo. Da mesma forma, se uma empresa pro-dutora de blocos de concreto planeja realizar um lucro de 20% no mês, fatores como baixa produtividade, absenteísmo, aumento de preços dos insumos, redu-ção de demanda podem gerar o objeto sem o alcance do objetivo.

Nota-se então que tanto o gerente de operações quanto o gerente de projetos planejam e monitoram suas atividades. Será que ambos controlam também?

É comum o gerente de operações fi-

car disponível para a empresa 24 horas por dia, pois precisa resolver problemas (controlar) em atividades contínuas e a produção não pode parar. O gerente de projetos, por sua vez, tem picos e vales na carga de trabalho, pois suas atividades são planejadas.

Nos projetos têm-se como grande di-ficuldade o gerenciamento de expectati-vas dos stakeholders. Isso ocorre porque eles são diferentes a cada projeto e por-que tanto o objetivo quanto o objeto são definidos especificamente, aumentando a chance de equívocos em relação às ex-pectativas.

As operações, ao contrário, desempe-nham sempre as mesmas atividades, e as pessoas e os stakeholders geralmente so-frem variações mínimas. Mas, se a opera-ção precisar adicionar uma nova linha de produção, aumentar um índice ou trocar um insumo, tem-se um projeto, que gera uma nova condição operacional.

Projetos e operações são, portanto, muito similares e suas principais dife-renças residem na temporalidade e na exclusividade do resultado. Ao gerente operacional cabe o ônus da disponibili-dade contínua e o bônus da estabilidade de sua função. Ao gerente de projetos, a gestão de situações novas e a certeza de que não haverá estabilidade alguma em seu trabalho.

Se uma linha de produção entrega cem peças por dia e o concorrente entrega 500, há algo errado. Pode-se iniciar um trabalho de melhoria produtiva por meio desse benchmark

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MANUtENçãO

corroSão daS tubulaçõeS

Por serem enterrados e de difícil inspeção visual, os fundos dos tanques e as tubulações enterradas de uma fábrica, planta indus-

trial ou indústria petroquímica tendem a ser esquecidos pelos técnicos de operação e manutenção, que geralmente são surpre-endidos quando os primeiros furos causa-dos por corrosão começam a aparecer.

O diagnóstico seguro e econômico da corrosão em tubulações enterradas (linhas de incêndio, refrigeração, pro-cesso e utilidades), tanques metálicos enterrados e fundos dos tanques (parte externa) com base apoiada é feito com base na interpretação dos valores das resistividades elétricas, do pH do solo e na análise dos potenciais eletroquímicos tubo/solo e tanque/solo, que podem ser medidos em qualquer época, sem a ne-cessidade de escavações e com a fábrica em operação.

O estudo permite verificar as condi-ções de corrosão a que estão sujeitos os tanques e as tubulações e definir a neces-sidade ou não da instalação de um sis-tema de proteção catódica, que permite eliminar por completo a corrosão, sem interferir na operação normal da fábrica, mesmo que o processo corrosivo já este-ja adiantado.

Corrosão pelo soloO comportamento do solo como

meio corrosivo em uma planta industrial

é importante de ser estudado e depende de muitas variáveis como aeração, umida-de, pH, presença de micro-organismos, condições climáticas, heterogeneidades, presença de bactérias redutoras de sul-fato, presença de fertilizantes e despejos industriais, melhor ou pior qualidade do revestimento e contato bimetálico devi-do à malha de aterramento elétrico de cobre e correntes de fuga.

Essa grande quantidade de variáveis faz com que o solo seja considerado um dos meios corrosivos mais complexos que existem, sendo praticamente impos-sível determinar com exatidão sua ação agressiva para os materiais metálicos nele enterrados.

A agressividade do solo e os proble-mas de corrosão, podem, entretanto, ser diagnosticados com boa precisão, mediante a determinação e análise das seguintes variáveis:

resistividade elétrica do solo; pH do solo. valores dos potenciais das instalações

de aço ou ferro fundido, medidos em relação ao próprio solo;

conhecimento das características de instalação dos tanques, das tubulações enterradas e das malhas de aterramen-to elétrico (lay-out, comprimentos, diâmetros, tipo de revestimento e desenhos de instalação).

influênCia das resistiVidades elétriCas do solo

As resistividades elétricas do solo po-dem ser medidas por intermédio de um instrumento apropriado, pelo Método de Wenner ou Método dos Quatros Pinos, em todos os locais onde existem tanques de armazenamento ou tubula-ções metálicas enterradas.

artigo

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Quanto mais baixas forem as resistividades elétricas medidas mais facilmente funcio-narão as micropilhas e macropilhas de corrosão, sempre presentes nas superfícies enter-radas do aço e do ferro fundido, devido à variação da composição química, presença de inclusões não metálicas e tensões internas diferentes, causadas pelos processos de fabri-cação, conformação e soldagem dos tubos e tanques.

Dessa maneira, pode-se classificar a agressividade dos solos, sob o ponto de vista da resistividade elétrica medida.

obserVações importantes:a) Alguns autores apresentam graus

de agressividade diferentes, consideran-do, inclusive, que solos com resistividade elétrica superior a 10.000Ω.cm não são agressivos. A experiência mostra, entre-tanto, que os solos só podem ser con-siderados não agressivos quando apre-sentam resistividades elétricas bastante uniformes e superiores a, pelo menos, 200.000Ω.cm.

b) Mesmo em solos de muito alta re-sistividade elétrica, acima de 200.000Ω.cm, pode haver corrosão severa em tu-bulações metálicas enterradas, devido à ocorrência de outros fatores impor-tantes, como, por exemplo, a presença de correntes de fuga e a existência de pares bimetálicos causados por sistemas de aterramento elétrico. Dessa maneira, diagnósticos de ausência de corrosão não podem ser feitos apenas com base nos valores medidos das resistividades elétricas do solo.

C) Em solos com resistividade elétri-ca variável, o que é comum, o grau de

Essas medições são feitas com instru-mentos apropriados, normalmente voltí-metros eletrônicos de alta sensibilidade e alta impedância, complementados por uma meia-célula ou eletrodo de referên-cia de Cu/CuSO4.

Os valores dos potenciais tubo/solo e tanque/solo podem ser interpretados da seguinte maneira:

1) Valores da ordem de -0,50V a -0,60V, fixos e sem flutuações, dizem res-peito aos potenciais naturais de corrosão do aço ou do ferro fundido enterrados.

2) Valores da ordem de -0,20V, fixos e sem flutuações, significam o potencial natural do cobre enterrado, material usa-do nos sistemas de aterramento elétrico.

3) Valores entre -0,20V e -0,50V, muito comuns em plantas industriais, podem significar a presença de corrosão galvâni-ca, causada pelo par galvânico aço/cobre, devido às ligações elétricas diretas (caso dos tanques, que são aterrados eletrica-mente mediante ligação direta com a ma-lha de aterramento) ou indiretas (caso das tubulações, que são ligadas indiretamente à malha de aterramento pelos motores das bombas e outros equipamentos elétri-cos aterrados ou através de ligações com os próprios tanques).

4) Valores iguais ou mais negativos que -0,70V podem significar que os tan-ques ou as tubulações estão recebendo corrente de uma fonte externa de cor-rente contínua, que pode ser um sistema de proteção catódica ou um sistema de aterramento elétrico construído com anodos galvânicos de zinco – solução algumas vezes adotadas, especialmente em tanques, com o objetivo de evitar a corrosão galvânica causada pelo

resistiVidade elétriCa agressiVidadeAté 10.000 Ω.cm Alta

10.000 a 50.000 Ω.cm MédiaAcima de 50.000 Ω.cm Baixa

agressiVidade do solo em função de sua resistiVidade

corrosão é mais acentuado devido à presença das conhecidas macropilhas de corrosão ou de pilhas de resistivida-de elétrica diferencial.

influênCia dos potenCiais tubo/solo e tanque/solo

Potenciais tubo/solo ou tanque /solo significam a diferença de potencial que existe entre uma tubulação enterra-da ou um tanque de armazenamento e um eletrodo de referência em contato com o solo.

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par aço/cobre. Eletrodutos galvanizados enterrados, principal-mente quando novos, costumam apresentar potenciais dessa ordem ou até mais negativos, devido à influência do zinco usa-do no processo de galvanização.

5) Potenciais flutuantes, com a ocorrência de valores positivos ou menos negativos que -0,20V, significam a ocorrência de cor-rentes de fuga, com corrosão eletrolítica grave, forçada, causada pela influência de uma ou mais fontes externas de corrente con-tínua, tais como proximidade com estrada de ferro eletrificada (trem ou metrô), operação de máquinas de solda ou proximida-de com um sistema de proteção catódica de outra instalação.

6) Potenciais iguais ou mais negativos que -0,85V significam que as tubulações ou tanques que operam nessas condições estão protegidos catodicamente, e, portanto, livres de qualquer tipo de corrosão. Esta condição pode ser conseguida, em todos os pontos dos tanques ou das tubulações, mediante a instalação de um sistema de proteção catódica.

situação (pH x potencial)

ocorrência

pH igual ou menor que aproximadamente 8 e potencial menos negativo que -0,85V (Cu/CuSO4)

Corrosão: esta é a única situa-ção normalmente encontrada em plantas industriais

pH maior que aproxima-damente 8 e potencial menos negativo que -0,85V (Cu/CuSO4)

Passividade: o metal está passivado por um filme de óxido estável. A proteção nesses casos, normalmente é imperfeita, podendo haver corrosão localizada, situação verificada principalmente em meios contendo íons cloreto, comuns em solos

Qualquer valor de pH potencial igual ou mais negativo que 0,85V

Imunidade: o metal, nessas condições, está protegido catódicamente, não haven-do corrosão. A finalidade do sistema de proteção catódica é exatamente manter as tubu-lações enterradas e tanques de armazenamento operando com potenciais iguais ou mais negativos que -0,85V (Cu/CuSO4), qualquer que seja o pH do solo.

influênCia do pHAs medições do pH podem ser feitas mediante análise em

laboratório de amostras do solo colhidas em vários locais den-tro da fábrica.

Os valores do pH do solo, quando comparados a os valores dos potenciais dos tanques e das tubulações, permitem verifi-car se as instalações enterradas estão operando dentro da faixa de corrosão, de passividade ou de imunidade do diagrama de pourbaix (também conhecido como diagrama simplificado de potencial/pH ou diagrama Eh/pH). Embora seja válido para o ferro em meio aquoso, esse diagrama pode ser usado, na prática, por aproximação, para o aço e o ferro fundido enterrados.

influênCia do reVestimentoExiste uma crença generalizada, mesmo entre os técnicos,

que os revestimentos usados nas tubulações e tanques en-terrados ou nas camadas betuminosas usadas nos fundos (na parte externa) dos tanques de armazenamento são sufi-cientes para proteger aquelas instalações contra a corrosão. Os especialistas em corrosão sabem, entretanto, que esta crença é totalmente infundada, uma vez que os revestimen-tos externos aplicados nos tanques e tubulações enterrados possuem poros, falhas, absorvem umidade e envelhecem com o passar do tempo, permitindo o funcionamento das

VerifiCação da oCorrênCia de Corrosão de aCordo Com o diagrama simplifiCado de potenCial/pH (pourbaix)

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pilhas de corrosão.Dessa maneira, todas as instalações

enterradas, mesmo as bem revestidas, estão sujeitas à corrosão pelo solo e se corroem em pontos localizados, nas falhas e nos poros do revestimen-to, com maior ou menor intensida-de, dependendo das características do solo, dos valores dos potenciais tubo/solo e tanque/solo, da existên-cia dos pares galvânicos aço/cobre (malhas de aterramento elétrico) e da ocorrência de correntes de fuga (cor-rosão eletrolítica).

Quanto melhor a qualidade do re-vestimento, entretanto, menores serão os problemas de corrosão e mais sim-ples os sistemas de proteção catódica, que podem ser dimensionados, nestes casos, para densidades de correntes mais baixas.

todas as instalações enterradas, mesmo as bem revestidas, estão sujeitas à corrosão pelo solo e se corroem em pontos localizados, nas falhas e nos poros do revestimento, com maior ou menor intensidade, dependendo das características do solo

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proteção CatódiCaUma vez diagnosticada a ocorrência

de corrosão em tubulações enterradas e tanques de armazenamento de plantas in-dustriais, recomenda-se sempre, qualquer que seja o tipo de corrosão (pelo solo, gal-vânica, por correntes de fuga ou todas ao mesmo tempo), a instalação de um sistema de proteção catódica – única solução capaz de eliminar o problema, com baixo custo. O sistema de proteção catódica largamente utilizado em plantas industriais, por cor-rente impressa, consiste na instalação de um ou mais retificadores e anodos inertes de titânio ativado distribuídos dentro da planta e enterrados na profundidade de até

3,0 metros. Os potenciais tubo/solo e tan-que/solo, nestas condições, são mantidos com valores iguais ou mais negativos que -0,85V (Cu/CuSO4), e a corrosão é total-mente eliminada.

exemplo prátiCo realUma indústria petroquímica no Bra-

sil encontrava nos fundos dos tanques, tubulações da rede de incêndio e rede de água de refrigeração furos frequen-tes, situação comum de ocorrer em plantas industriais, após alguns anos de operação.

As medições de campo (resistividades elétricas, pH do solo e potenciais tubo/

solo e tanque/solo) realizadas apresenta-ram os seguintes resultados:a) Resistividades elétricas do solo:

As resistividades elétricas do solo, medidas em vinte pontos diferentes ao longo da fábrica, apresentaram os se-guintes valores:

20% dos pontos medidos eram inferio-res a 10.000 Ω.cm.

80% dos pontos medidos estavam na faixa entre 10.000 Ω.cm e 100.000 Ω.cm.

Estes valores mostraram que, sob o ponto de vista somente da resistivida-de elétrica, o solo da região apresentava agressividade variável, desde alta (valores abaixo de 10.000 Ω.cm) a baixa (valores acima de 50.000 Ω.cm), significando possibilidade de funcionamento de mi-cropilhas e macropilhas de corrosão e ocorrência de ataque corrosivo variando de severo a moderado, justificando, por si só, os problemas de corrosão observados.b) Potenciais tubo/solo e tanque/solo

Os potenciais tubo/solo e tanque/solo medidos apresentaram os seguin-

Uma vez diagnosticada a ocorrência de corrosão em tubulações enterradas e tanques de armazenamento de plantas industriais, recomenda-se sempre a instalação de um sistema de proteção catódica

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tes valores: 60% dos pontos medidos apresenta-

vam potenciais entre -0,2V e -0,5V. 40% dos pontos medidos apresenta-

vam potenciais entre -0,5V e -0,7V.Os valores entre -0,2V e -0,5V mostra-

ram influência da malha de aterramento elétrico, indicando a presença de corro-são galvânica devido ao par aço/cobre, contribuindo para o agravamento da corrosão pelo solo.

Os valores entre -0,5V e -0,7V são os potenciais naturais de corrosão do aço enterrado, indicando a ocorrência de corrosão natural pelo solo.

A ausência de potenciais positivos e a ocorrência de potenciais fixos, sem flutu-ações, mostraram que as tubulações en-terradas e os tanques de armazenamento não estavam influenciados por qualquer tipo de corrosão por correntes de fuga.C) pH do solo

As determinações do pH do solo, fei-tas em laboratório à partir de dez amos-tras colhidas na fábrica, apresentavam 100% dos valores com pH abaixo de 8, confirmando, mediante compara-ção com os potenciais medidos, que os fundos dos tanques e as tubulações en-terradas estavam se corroendo, uma vez que operavam na faixa de corrosão do

diagrama simplificado de potencial/pH d) Solução adotada

Para eliminar os problemas de corro-são verificados foi projetado e instalado um sistema de proteção catódica por corrente impressa, que está operando com eficiência há mais de dez anos.

Os tanques e as tubulações operam agora com potenciais tanque/solo e tubo/solo da ordem de -1,0V (Cu/Cu/SO4) e os furos por corrosão fo-ram totalmente eliminados. Cumpre destacar que a instalação do sistema de proteção catódica evitou a troca de trechos e chapas corroídas das tubula-ções e tanques, exigindo apenas sim-ples reparos das regiões perfuradas.

inspeção de fundos de tanques de armazenamento

Os fundos (parte externa) dos tan-ques de armazenamento com base apoiada podem ser 100% inspecio-nados com segurança e baixo custo mediante o uso de equipamentos mo-dernos de medição de espessura já dis-poníveis no Brasil, que funcionam com a tecnologia do fluxo magnético de alta resolução.

Este tipo de inspeção permite locali-zar com exatidão os pontos corroídos das superfícies externas das chapas dos fundos e programar a substituição apenas das chapas mais corroídas, com considerável economia.

A grande vantagem desse método consiste em permitir que a inspeção seja feita sem a necessidade de jatea-mento da superfície interna do fundo do tanque, ao contrário do método convencional, que utiliza a tecnologia do ultrassom e não apresenta resulta-dos confiáveis.

reComendaçãoPara plantas industriais em construção

ou já existentes, mesmo que os furos por corrosão ainda não tenham começado a aparecer, é recomendável adotar o pro-cedimento seguinte:

providenciar a execução dos serviços de medições de campo (conforme des-crito), a análise dos valores medidos e o diagnóstico da ocorrência de corrosão nas tubulações enterradas e tanques de armazenamento enterrados ou com base apoiada.

instalar um sistema de proteção catódi-ca, desde que recomendado com base no relatório de diagnóstico.

realizar a inspeção dos fundos dos tanques, com a tecnologia do fluxo magnético de alta resolução, para que se possa conhecer com precisão o estado de corrosão de 100% das superfícies externas dos fundos dos tanques, o que permite definir a necessidade e progra-mar a execução de reparos, garantindo a segurança operacional do parque de armazenamento. Fonte: Luiz Paulo Gomes para o Portal Metálica

As determinações do pH do solo, feitas em laboratório à partir de dez amostras colhidas na fábrica, apresentavam 100% dos valores com pH abaixo de 8

Os fundos (parte externa) dos tanques de armazenamento com base apoiada podem ser 100% inspecionados com segurança e baixo custo mediante o uso de equipamentos modernos de medição de espessura já disponíveis no Brasil

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cOLUNA QUALIdAdE

delIneamento de experImentoS

Na última edição, apresentamos os cálculos dos efeitos para as interações duplas (entre dois pa-râmetros) e afirmamos que os valores dos parâ-metros do nosso projeto que proporcionam o menor valor para o tempo de enchimento são:

∅ do pino retrator no nível (-): 2,8 mm; ângulo do cone no nível (+): 60º; altura da face de contato no nível (-): 8 mm.

Para poder fazer afirmações mais confiáveis sobre os valores calculados dos efeitos dos parâmetros estudados e das intera-ções entre eles, é necessário avaliar a significância estatística destes valores frente ao erro experimental.

O erro experimental pode ser entendido como a “variação entre os resultados de condições experimentais ditas idênticas” e pode ser estimado a partir da variância destes resultados. No experimento, as variâncias dos resultados de cada uma das con-dições experimentais são apresentadas a seguir:

Na quali = iésima condição experimental;γi = número de graus de liberdade da iésima condição experi-mental; = variância da iésima condição experimental.

No exemplo, o número de graus de liberdade em todas as condições experimentais é igual a 1, portanto, tem-se que:

= = 0,0781

A partir do valor do erro-padrão , pode-se calcular a vari-ância dos efeitos , com base na seguinte expressão:

= = = 0,0781 = 0,019525

Nota: N representa o número total de resultados experimentais.

Quando se afirma que um efeito é estatisticamente significati-vo, na verdade diz-se que ele é estatisticamente diferente de “zero” e, para buscar evidências estatísticas para tal afirmação, vamos assumir a seguinte hipótese, que chamamos de “hipótese nula”:

H0 = todos os efeitos são iguais a zeroIsso equivale a dizer que “todos os efeitos pertencem a uma dis-

tribuição normal com média µ = 0 e desvio-padrão σef. Grafica-mente, pode-se representar esta situação conforme a figura abaixo:

Uma ferramenta fundamental no desenvolvimento de projetos – Parte 4

O erro-padrão do experimento é de-terminado a partir da variância média Sp, que é calculada conforme a expressão:

Notas: (1): LI e LS representam os intervalos de confiança da média

µ = 0, e são calculados conforme a expressão “± tcrit x SEF”, em que tcrit = 2,306 e corresponde ao valor de t de Student para 8 graus de

fAtores resultAdos dos testes

P: ∅ pino retrator

A: ângulo do cone

H: altura da face contato Y1 Y2 Média Variância

1 2,8 45 8 3,90 4,10 4,000 0,020

2 3,1 45 8 5,40 5,00 5,200 0,080

3 2,8 60 8 3,00 3,80 3,400 0,320

4 3,1 60 8 4,90 4,70 4,800 0,020

5 2,8 45 12 3,00 3,40 3,200 0,080

6 3,1 45 12 6,10 6,50 6,300 0,080

7 2,8 60 12 2,60 2,40 2,500 0,020

8 3,1 60 12 5,90 6,00 5,950 0,005CoNd

IÇÕe

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tabela 1: Variância das condições experimentais

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Engenheiro mecânico formado pela Escola de Engenharia Mauá, Sérgio Roberto Ribeiro de Souza tem 28 anos de experiência no desenvolvimento de projetos para Gestão Empresarial, possui Certificação Bkack Belt pela ASQ (American Society for Quality) e é sócio-diretor da Quality Way Consultoria.

liberdade e 2,5% de margem de erro;(2): SEF é a estimativa do desvio-

-padrão dos efeitos e corresponde à raiz quadrada de , que é a variância dos efeitos.

Na figura, estão plotados os valores de cada um dos efeitos no eixo das abcissas e sua posição em relação a LI e LS pode ser verificada, chegando-se às conclusões:

Efeitos entre LI e LS: pertencem à distribuição cuja média µ = 0. Portanto, para estes efeitos, devemos aceitar a hipótese nula;

Efeitos fora do intervalo LI - LS: nestes casos, existem evidências que nos permitem rejeitar a hipótese nula H0 e,

portanto, afirmar com 5% de margem de erro que estes efeitos são significati-vamente diferentes de “zero”.

Assim, somente os efeitos de A (ângu-lo do cone), P (∅ do pino retrator) e da interação P x H devem ser considerados significativos e, portanto, utilizados para determinar os valores ideias dos parâme-tros do experimento.

A metodologia acima é uma forma simplificada de utilizar o erro experi-mental para determinar a significância dos efeitos. Outras metodologias mais robustas, como a análise de variâncias (ANOVA) devem ser utilizadas. Mas isso fica para outra ocasião.

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cOLUNA rh

IncluSão de defIcIenteS

Nilza Montanari é analis-ta de desenvolvimento organizacional em uma grande empresa do setor de energia e tem uma

deficiência física. Ela é cadeirante e, como qualquer outro indivíduo, apesar de suas limitações, consegue viver normalmente. É casada com um portador de deficiência física, que também é cadeirante, e ambos já realizaram muitos sonhos juntos como, por exemplo, viajar pela Europa para co-nhecer diversos países.

Muitas pessoas devem estar se per-guntando como isso é possível. Nilza se pergunta todos os dias como alguém pode pensar que isso não é possível para ela, que, com grande modéstia se sente igual a todos, quando, na verdade, ela é uma grande mulher.

Conheci Nilza por meio de um tra-balho de benchmarking que realizei na última empresa em que trabalhei. Eu cuidava do Programa de Inclusão de Pessoas com Deficiência e, por esta ra-zão, precisava pesquisar práticas atuais, diferenciadas, de empresas do mesmo setor. Naquele momento, nós sentamos e conversamos por algum tempo e foi extremamente produtivo.

Recentemente estive com Nilza no-

vamente e ela me inspirou a escrever a coluna deste mês. Aproveitei a boa von-tade e a disposição dela para lhe fazer algumas perguntas:

Em quais requisitos você acredita que a Lei de Cotas, para inclusão de pessoas com deficiência, favoreceu a sociedade?nilza – Acredito que ela abriu portas para o conhecimento e a vivência con-junta, além de permitir que as PCD (pessoas com deficiência) tivessem acesso ao mercado de trabalho que lhes seria vedado sem a Lei.

Na sua visão as empresas veem a inclusão de pessoas com deficiência somente como Lei, atitude obrigatória, ou entendem como ação social? nilza – Ainda só entendem como uma legislação a cumprir, como as demais obrigações trabalhistas, por exemplo. Al-gumas empresas começam a incluir em seus processos internos este modelo de gestão, mas na maioria, o paradigma ain-da não foi quebrado.

Quais os principais obstáculos que em sua opinião as pessoas com

deficiência, vivenciam ainda hoje nas empresas, após quase 30 anos da LEI? nilza – As maiores barreiras encontra-das pelas PCDs são comportamentais, pois com a tecnologia e normas de aces-sibilidade que temos hoje, as barreiras ambientais tornam-se superáveis.

O que você acredita que ainda pode ser melhorado? nilza – Em um mundo ideal a inclusão, seja do PCD, do negro, da mulher, do jovem, etc., seria um processo normal da sociedade, sem a necessidade de le-gislação que obrigasse. Mas, como não é possível ainda, as empresas deveriam investir em ações alternativas de regime de trabalho que auxiliasse na superação de barreiras reais existentes, como trans-porte e home office.

Segundo sua visão e experiência qual é a razão de ser considerada difícil a contratação de mão de obra de pessoas com deficiência? Existe realmente uma escassez? nilza – A grande dificuldade ainda decorre das atitudes excludentes. Mas, como você mesma disse, depois de tanto tempo da Lei, mal ou bem, hou-

Obrigação legal e respeito à diversidade

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ve a inclusão de PCDs no mercado, o que ocasionou a escassez de mão de obra qualificada.

Nilza é uma profunda entendedora do assunto e para ela alguns conceitos são corriqueiros, entretanto, é nítido para muitas empresas o desafio de acompa-nhar um programa de inclusão de pesso-as com deficiência, por se tratar de uma mudança cultural e de agregação de no-vos valores. A Lei Federal 8.213/91, que estabelece sobre planos de benefícios da Previdência Social e dá outras providên-cias, dispõe, em seu artigo 93, uma cota de pessoas deficientes e/ou reabilitadas que a empresa deverá manter em seu quadro de funcionários. Tal cota depen-de do número total de seus empregados. A quantificação segue a seguinte pro-porção: de 100 a 200 empregados, 2%; de 201 a 500, 3%; de 501 a 1000, 4%; e acima de 1.001 empregados, 5%.

Embora a Lei seja de 1991, muitos obstáculos ainda precisam ser supera-dos como, por exemplo, a forma como a pessoa com deficiência deve ser tra-tada e enxergada pelo restante da em-presa, especialmente pelas lideranças. Em contrapartida, a área de Recursos Humanos, em parceria com a alta ad-ministração da empresa, deve estabe-

lecer critérios de seleção condizentes com a realidade e cabíveis a qualquer natureza. É o caso de permitir pessoas com deficiência em qualquer cargo, não restringindo àqueles assumidos como “porta de entrada” para uma or-ganização. Este fato também pode ser considerado um ato discriminatório e passível das devidas penalidades.

Para finalizar o texto, disponho cinco pontos-chaves para auxiliar o processo de inclusão de pessoas com deficiência:

contrate consultorias especializadas para fazer todo o projeto de implanta-ção, como contratações e treinamentos;

procure o apoio dos membros da alta administração para fortalecer o tema;

promova atividades de integração entre os novos contratados, líderes e pares de trabalho;

consulte a lei constantemente para se manter atualizado e não sofrer multas por práticas indevidas;

trate o tema com naturalidade e com uma mensagem promissora e otimista.

Apesar de parecer complexo, o tema pode ser tranquilo se todos esti-verem engajados em sua tarefa e acei-tarem as diferenças, afinal de contas, ninguém é igual.

Boa sorte!

Cynthia Chazin Morgensztern — Consultora em gestão estraté-gica de pessoas e certificada pela Sociedade Brasileira de Coaching nas modalidades personal & professional coach e executive coach. Graduada em psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, além de pós-graduada em gestão estratégica de pessoas e MBA em gestão educacional. Possui dois cursos de educação continuada na Faculdade Getúlio Vargas nas áreas de administração estratégica e economia e acumula quinze anos de experiência em projetos na área de recursos humanos em empresas nacionais e multinacionais.www.genteemmovimento.com.br e [email protected]

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cOLUNA SEGUrANçA

acIdenteS em eStádIoS da copa ocorreram por falhaS em projetoS e obraS apreSSadaS

As nove mortes registradas até agora nos canteiros de obras dos estádios que vão receber a Copa do Mundo de 2014 não

resultam da preparação, às pressas, para o evento em território nacional. Os óbi-tos refletem as estatísticas da construção civil no Brasil: em 2011, a cada 5.839 trabalhadores em atividade no setor, um operário morreu no local de trabalho.

Os dados dos Ministérios da Previ-dência e do Trabalho mostram que as tragédias nas futuras arenas retratam um problema antigo no país. Na Grã--Bretanha, por exemplo, de acordo com o órgão de segurança e saúde dos traba-lhadores, foram contabilizadas 50 mor-tes no mesmo período. O equivalente a um caso letal a cada 50 mil operários. O índice brasileiro, na comparação, é quase nove vezes maior.

Segundo um levantamento feito com informações das construtoras e das se-cretarias extraordinárias da Copa, os números indicam que 35.371 operários passaram pelas obras dos 12 estádios brasileiros do mundial, desses, oito mor-reram. Proporcionalmente, o número de acidentes letais nas construções das are-nas aproxima-se da realidade nacional.

Uma das principais causas dos aciden-tes fatais é o atraso nas obras dos estádios, fator que aumenta substancialmente o ris-co de acidente com a aceleração do ritmo de trabalho. Além disso, como as obras es-

Com 10 anos de experiência como engenheira de segurança do trabalho, em empresas de grande porte, Daniela Atienza Guimarães é diretora adjunta da APAEST (Associação Paulista de Engenheiros de Segurança do Trabalho) e docente do curso de Engenharia de Segurança do Trabalho da FEI (Faculdade de Engenharia Industrial).

tão atrasadas, os operários trabalham por horas prolongadas e, muitas vezes, sem descanso, o que é o principal fator para reduzir os reflexos de uma pessoa.

A aceleração para o encerramento das obras aliada à pressão exercida pela Fe-deração Internacional de Futebol (FIFA) e pelos governos na entrega dos estádios são, sem dúvida, os principais pontos que levam as construtoras a dar sequência às operações sem dar o devido valor às ques-tões ligadas à segurança do trabalho e aos requisitos mínimos de projeto.

Se investigarmos a fundo muitas eta-pas que deveriam ser definidas em fase de projeto para que os acidentes fossem evitados, descobriremos muitas vezes que elas nem sequer foram discutidas ou coladas em pauta. Se foram, no mo-mento da execução foram desrespeita-das para que esses requisitos não fossem impeditivos para a aceleração das obras.

O último acidente, ocorrido até o encerramento desta edição, foi em 8 de maio de 2014, na arena Pantanal, onde um operário foi vítima de uma descar-ga elétrica ao instalar uma luminária no corredor de acesso aos camarotes do setor leste.

Se fizermos uma análise profunda em

todos os nove acidentes fatais, certamen-te perceberemos que as principais causas certamente foram falhas em projetos e/ou descumprimento de requisitos míni-mos de segurança.

Os números ainda não estão claros e se tentarmos realizar um levantamento sobre o total de acidentes sem morte ocorridos nas obras dos estádios e suas principais causas, não teremos acesso a essas informações. Porém, com as pou-cas informações divulgadas na mídia já é possível identificar falhas potenciais como: falta de treinamento, falta de tra-balhadores capacitados e habilitados, falta de medidas de proteção coletiva ou individuais nas execuções de algumas atividades, falta de cumprimento dos requisitos mínimos de projeto, excesso de horas trabalhadas sem descanso, fal-ta de equipamentos adequados, falta de planejamento das atividades, violação de direitos trabalhistas, etc.

Infelizmente, a segurança, o levanta-mento de riscos, os projetos iniciais e a preservação da integridade física de to-dos os operários que contribuíram para que um evento desse porte realmente pudesse acontecer no país, foram deixa-dos em segundo plano.

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engenharIa da avIação

O experiente engenheiro mecânico José Souza atua há mais de 28 anos no ramo da aviação. Em entrevista concedida à

Engeworld, Souza traça um retrato de sua rotina e fala sobre segurança, ocor-rências em solo e o emprego de novos combustíveis, fornecendo um amplo panorama do setor.

Souza é mestre em Engenharia Me-cânica de Projeto de Fabricação pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e técnico de manutenção aeronáutica pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e pela Federal Aviation Administra-tion (FAA), entidade governamental dos Estados Unidos responsável pelos regulamentos e todos os aspectos da aviação civil naquele país. Ele se espe-cializou nas aeronaves fabricadas pela companhia norte-americana Boeing, tendo estudado desde os aviões 727 até 787. Sua formação inclui cursos na área técnica, que variam desde reparos em estruturas de materiais compósitos como as matrizes reforçadas com fibras de vidro, carbono e aramida, até cursos na área gerencial.

engeworld – Como é a rotina de um engenheiro de aviação?josé – Imagino que não seja muito dife-

rente da de outros colegas em outras áre-as, exceto, talvez, pela rígida regulamenta-ção do setor aéreo. Há regulamento para tudo. E para quem trabalha com empresas estrangeiras, a documentação dobra.

Segundo a ANAC, os engenheiros são necessários para o projeto, a fabricação e a aeronavegabilidade de produtos ae-ronáuticos. Por exemplo, quando se faz algum “grande reparo” em uma aerona-ve ou em um componente aeronáutico, apenas um engenheiro aprovado pela ANAC pode “retorná-lo ao serviço”. No site da ANAC (www.anac.gov.br/certificacao/ReprCredenc/ReprCre-denc.asp) há uma lista dos profissionais credenciados pela entidade. Nota-se lá que não são muitos os autônomos. Eles atuam mais na aviação geral, de “peque-no porte”.

No caso de empresas aéreas ou de manutenção, o credenciamento é dado à pessoa jurídica e esta deve seguir um amontoado de regras, específicas para elas. Por exemplo, as empresas aéreas na-cionais seguem o Registro Brasileiro da Aviação Civil, RBAC 121; as empresas de manutenção, o RBAC 145, e assim por diante. Dentro de cada um deles está especificado como e quem pode assinar pelos serviços.

Na minha área (manutenção em em-presa aérea comercial), os engenheiros normalmente estão divididos nos capí-

tulos da Especificação “ATA 100”, publi-cada pela Air Transport Association. Este documento padroniza a organização da informação nos manuais aeronáuticos. Por exemplo, o capítulo 21 é sobre ar-

ENtrEvIStA

As rotinas de hoje e as metas para amanhã

No caso de empresas aéreas ou de manutenção, o credenciamento é dado à pessoa jurídica e esta deve seguir um amontoado de regras, específicas para elas

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-condicionado; o 36, sobre sistemas pneumáticos, etc.

Tanto faz se é um Jumbro B747 ou um pequeno Cessna. Então, por exemplo, um determinado engenheiro pode ser res-ponsável por sistemas elétricos (no capí-tulo 24), iluminação (no 33) e navegação (34) enquanto outro cuida de sistemas hidráulicos (29) e trens de pouso (32). Há também mais capítulos para estrutu-ras, motores, etc. – e mais engenheiros.

A propósito, e curiosamente, recente-mente a ATA se tornou Airlines for Ame-rica (A4A) e publicou o documento iSpec 2200: Information Standards for

Aviation Maintenance (Padrões para a Manutenção de Aeronaves), que deveria substituir o padrão “ATA 100”, mas pare-ce-me que novos manuais de manuten-ção (do B787, por exemplo) estão sendo republicados no formato antigo, devido, talvez, a uma dificuldade de adaptação dos atuais técnicos ao novo padrão de organização da informação.

engeworld – Quais são as princi-pais dificuldades da sua função?josé – Geralmente, tempo. Avião tem hora para sair, e a pontualidade, na avia-ção, só perde para o quesito segurança.

engeworld – Há de fato uma grande demanda por engenheiros aeronáuticos na área de aviação?josé – Aqui no Brasil, observa-se que aproximadamente um quarto dos fun-cionários da Embraer, por exemplo, são engenheiros, o que equivale a cerca de 4.000 profissionais. Além disso, temos também as empresas aéreas, de manu-tenção e de construção. Outra opção para os nossos engenheiros é irem para países como o Canadá, por exemplo, onde a engenharia aeronáutica é uma das profissões “em demanda” e pode-se imigrar legalmente para lá com um

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diploma. A Bombardier, concorrente direta da Embraer, publica novas vagas quase que diariamente.

engeworld – A oferta de voos na-cionais ou internacionais tem cres-cido bastante no país nos últimos anos. Só em 2013 essa oferta teve alta de 7,4% frente ao ano anterior. Esse crescimento tem impacto no seu trabalho?josé – Naturalmente. Tem-se notícia de que muitas empresas querem ope-rar em Guarulhos, com mais voos e/ou maiores aviões. O aeroporto e o país, como sabemos, não têm infraestrutura adequada para tal demanda. Isso gera au-mento do tempo de movimentação das aeronaves no pátio, exaure os poucos re-cursos disponíveis, o que acaba por pro-vocar atrasos em voos e dificulta ou até mesmo impossibilita que certos serviços de manutenção sejam executados aqui.

engeworld – Em janeiro deste ano dois voos foram interrompidos por suspeita de sequestro e bomba. Um deles, da American Airlines, fazia a rota Rio de Janeiro-Miami, e teve de fazer um pouso de emergência depois que o Sistema de Controle do Tráfego Aéreo, comandado pela Aeronáutica, identificou no radar de voo que o código de sequestro havia sido acionado por 17 segundos. O piloto nega ter acionado o código. A FAB investiga se houve erro. O outro voo, da TAM, foi interrompido por um falso alerta de bomba deixado no aeroporto de onde a aeronave ha-via partido. Com a Copa do Mundo, como a questão da segurança vem sendo tratada nos aeroportos brasi-

leiros? Vocês esperam mudanças em ações rotineiras?josé – Painéis de “Controle de ATC” de aeronaves podem falhar e falsas ameaças de bomba continuarão a ocorrer. Há uma série de documentos que regem estes as-suntos. Alguns são propositalmente restri-tos e o acesso ao seu conteúdo só é forne-cido aos profissionais que cuidam disso.

Depois do “9/11”, os protocolos de se-gurança ficaram muito mais rigorosos e há, por exemplo, pouquíssimos pontos de acesso ao pátio de manobras dos aeropor-tos, principalmente nos internacionais. Talvez devido às manifestações de rua do ano passado, tenham colocado um portão a mais aqui, uma cerca acolá, mas não diria que são só por causa da Copa.

engeworld – Segundo a Associa-ção Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), o querosene de aviação (QAV) responde por cerca de 40% dos custos de uma companhia no país, ficando entre os mais caros do mundo. Mas boa parte do QAV consumido aqui também é produzi-do aqui. A que você atribui um preço tão alto?josé – Esta não é a minha área, mas posso observar que o QAV é extraído de um produto cujo preço é definido internacionalmente. Desconfio

Tem-se notícia de que muitas empresas querem operar em Guarulhos, com mais voos e/ou maiores aviões. O aeroporto e o país, como sabemos, não têm infraestrutura adequada para tal demanda

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que nossos custos de produção e im-postos não ajudem muito. Semelhante coisa acontece com nossos carros, ele-trônicos, etc.

engeworld – Qual é o consumo médio dos aviões?josé – Para um avião do porte do Boeing B767, por exemplo, cada mo-tor consome aproximadamente 32.000 libras/h em potência de decolagem e 8.000 libras/h em potência de cruzeiro. São 300 litros por minuto, por motor, durante a decolagem e a subida inicial. Depois, vão mais uns 4.500 litros por hora, por motor, até o destino. Parece muito, não? Considerando, todavia, o número de passageiros, a carga trans-portada e a distância percorrida em um período relativamente curto de tempo, “a aviação é notavelmente econômica, con-tabilizando 2% das emissões de CO2 ao mesmo tempo em que adiciona mais de 7% ao Produto Interno Bruto mundial”, conforme li no site da United Airlines.

engeworld – Dados já divulgados pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aero-náuticos) indicam que 23,2% do total das ocorrências aeronáuticas registradas entre 2002 e 2011 foram tipificadas como falha de motor em voo. Acredita-se que boa parte desse percentual de falha de motor em voo possa estar relacionado a abastecimentos malsucedidos e ao uso de combustíveis contaminados por água, micro-organismos e ou-tros. Quais são os tipos de cuidados envolvendo o manuseio do QAV e o abastecimento de aeronaves?josé – Não estou familiarizado com

estes dados do Cenipa, mas acredito que se tratam, em sua maioria, de ocorrências com aeronaves de pequeno porte, com motores convencionais, “a pistão”.

te à procura de contaminação com água ou qualquer outro resíduo. Todo o abaste-cimento ou “destanqueio” é contabilizado, grandes quantidades são monitoradas, a densidade, a tonalidade e a transparência são medidas e comparadas às dos com-bustíveis bombeados para dentro dos tan-ques durante o abastecimento.

engeworld – A indústria da aviação comercial adotou metas de redução de emissões de CO2. O que vem sendo feito pelas companhias aéreas nesse sentido?josé – Companhias aéreas, fabricantes de aeronaves e de motores, operadores de aeroportos, fornecedores de combus-tível e governos se uniram com a meta de atingir uma redução no consumo de CO2 de, em média, 1,5% por ano até 2020, e de não haver aumento das emis-sões a partir de 2020, o que, até 2050 deverá resultar na redução de 50% em comparação às emissões de 2005.

Trabalha-se em várias frentes: energia, operações e tecnologia, com investimen-tos dos governos em combustíveis alter-nativos e modernização da infraestru-tura de controle de tráfego aéreo e com investimentos de empresas privadas em novas aeronaves e em motores mais efi-cientes, além da realização de parcerias entre governos e empresas para estudo, produção e teste desses produtos no dia a dia da aviação.

engeworld – Como você avalia o emprego do bicombustível na aviação?josé – Nosso Proálcool, do final dos anos 70 foi provavelmente o primeiro dos biocombustíveis, mas acredito que, pelos padrões atuais, não passaria pelo crivo de combustível sustentável.

Os motores “a jato” têm índices de confiabilidade da ordem de uma falha para cada 100.000 horas de voo. Por outro lado, tem-se notícias de aeronaves pequenas que foram abastecidas com combustível errado (QAV em vez de AVGAS) ou têm indicadores de quanti-dade de combustível defeituosos, etc.

Em Guarulhos só existe a opção do QAV, o JET-1A, que tem qualidade comparável aos melhores do mundo, comprovadamente, e os equipamentos e processos usados até que ele chegue às aeronaves é altamente regulamentado e exaustivamente auditado. As empresas aéreas, por sua vez, mantém um rigoroso programa de manutenção em que se dre-nam os tanques das aeronaves diariamen-

Para um avião do porte do Boeing B767, por exemplo, cada motor consome aproximadamente 32.000 libras/h em potência de decolagem e 8.000 libras/h em potência de cruzeiro São 300 litros por minuto, por motor,

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O etanol é renovável, mas provavel-mente não é “sustentável”, uma vez que pode impactar negativamente o supri-mento de alimentos, o uso da água, da terra, do ar, e, por último, mas não menos importante, pode impactar negativa-mente a distribuição de renda, então, seu valor socioeconômico parece não ser muito positivo.

O Roundtable on Sustainable Bioma-terials (RSB), uma entidade internacional responsável por um padrão global de sus-tentabilidade e um sistema voluntário de certificação aplicado à produção de bio-materiais, vê nos biocombustíveis mais oportunidades para pequenos produtores de plantações sustentáveis e tenta forne-

cer a eles as ferramentas de que precisam para acessar este mercado: conhecimento, habilidades técnicas e padronização.

Alguns destes biocombustíveis de primeira geração (provindos de planta-ções de alimentos e/ou energia), já estão aprovados para serem usados na aviação civil. Mas, segundo alguns artigos, à seme-lhança do que ocorreu com o Proálcool, a escala e a padronização da produção são ainda o desafio do biocombustível.

Por fim, tem-se notícia de que a avia-ção de pequeno porte, que ainda faz uso do AVGAS, deverá substituir a gasolina “100LL” por um material sem chum-bo. Um provável substituto para ela é a GL100UL.

O etanol é renovável, mas provavelmente não é “sustentável”, uma vez que pode impactar negativamente o suprimento de alimentos, o uso da água, da terra, do ar

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