Revista EPRM nº 19

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ESCOLA PROFISSIONAL DE RIO MAIOR 10/11 Revista 19

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Revista com artigos diversos

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[ editorial ]

Ensino Pro� ssional e Empregabilidade

Dr. Luciano VitorinoProfessor / Director Pedagógico

Passados mais de vinte anos depois da publicação do

Decreto-lei n.º 26/89, que instituiu o ensino pro� ssional em

Portugal, o número de cursos e de alunos da via pro� ssiona-

lizante mais do que triplicou na última década, muito graças

à elevada taxa de empregabilidade e ao carácter qualitativo

assumido pela interligação escola-mundo do trabalho.

No entanto, em Portugal, a via pro� ssional do ensino secun-

dário ainda absorve menos de metade dos alunos, pelo que

estamos longe dos nossos parceiros europeus. Os países mais

industrializados têm 70% de alunos em cursos de formação

pro� ssional.

A taxa de empregabilidade dos cursos pro� ssionais vai desde

os 75% nos seis meses subsequentes ao � nal do curso, até

aos 90% no primeiro ano. E convinha que se formassem

ainda mais para dinamizar o tecido económico e social das

empresas que, sem jovens quali� cados, não terão grandes

possibilidades de a� rmação internacional.

À expressão “Ensino Pro� ssional”, prefere-se hoje a designa-

ção de “Educação e Formação Pro� ssional”, a qual deve ser,

evidentemente, de qualidade e quali� cante.

O paradigma, em vigor no ensino, durante muito tempo, era

o de que o professor ensina e os alunos aprendem, sendo

que muitas vezes os alunos só memorizavam e reproduziam a

informação recebida. Sabemos todos, hoje, que não deve ser

assim e que crianças, jovens e adultos só aprendem quando

eles próprios participam na construção dessa aprendizagem e

o fazem com o prazer de aprender. O ensino pro� ssional cons-

titui, neste início do novo milénio, um capital de conhecimento,

de práticas inovadoras, indispensáveis ao desenvolvimento e

sustentabilidade da economia portuguesa, sendo, por isso,

imperiosa a necessidade de estimular a produtividade e a

competitividade económica, de forma a permitir reduzir a

diferença que nos separa da média europeia. De facto, como

é público e reconhecido, a produtividade cresceu apenas de

40% para 44%, em relação à média dos Quinze, desde 1986,

enquanto o nível de vida subiu de 55% para 72%. Urge, então,

quali� car as pessoas, quali� car o per� l produtivo do nosso

tecido empresarial em relação às actividades e empregos do

futuro, quali� car a gestão empresarial.

Uma das funções do Estado é assegurar o bem-estar dos cida-

dãos, combatendo a exclusão social, o que implica a valoriza-

ção e expansão das quali� cações e competências escolares e

pro� ssionais da população, depreendendo-se, portanto, que

as competências a privilegiar, no futuro, serão a educação, a

investigação, a formação de técnicos altamente quali� cados

e especializados, imbuídos de espírito criativo e empreende-

dor, o que pressupõe interligação crescente entre educação

e formação

profissional,

sempre cer-

tificada, de

acordo com

os níveis co-

muni tá r ios

de qualifica-

ção e certi-

� cação. A população tem que perceber os novos tempos,

marcados pelo conceito de aprendizagem ao longo da vida,

já que uma grande percentagem do conhecimento produzido,

que ocupa os currículos e programas da maioria dos actuais

cursos, incluindo os universitários, estarão desactualizados

dentro de pouquíssimos anos.

Atendendo a este cenário, a EPRM procura estar na vanguar-

da, como instituição de referência que é, ao nível do ensino

pro� ssional, disponibilizando oferta formativa que visa suprir

as necessidades dum público-alvo muito vasto, quer no conce-

lho, quer na região envolvente em que se insere. Obviamente

que a missão da Escola Pro� ssional de Rio Maior privilegia a

Formação Inicial de Jovens - Cursos Pro� ssionais; mas não

pretende descurar a Formação Contínua de Activos, através

da Formação Modular Certi� cada; a Formação Especializada

– CET’s, por via da parceria com o IPL; as pós-graduações,

através da parceria com o ISLA. No próximo ano lectivo, es-

peramos reunir condições para oferecer Cursos de Educação

e Formação de Adultos (EFA’s), respondendo positivamente

ao repto lançado recentemente pelo Governo da República,

através da iniciativa para a competitividade e o emprego,

que visa elevar o patamar de escolarização e quali� cação

dos portugueses. Na EPRM julgamos que a chave para o

sucesso passa por uma quali� cação de qualidade, capaz

de estimular a inovação, o empreendedorismo, o espírito

criativo, entre outras características essenciais para singrar

no mercado de trabalho.

Assim, a EPRM evidencia estar ao serviço da comunidade,

procurando proporcionar, a todos, melhores condições de

acesso ao mundo do trabalho, bem como maiores níveis de

empregabilidade. Por outro lado, a Escola está, igualmente,

ao serviço do tecido empresarial, indo ao encontro das

necessidades formativas identi� cadas, contribuindo para

estimular factores tão importantes como a produtividade e a

competitividade, condições essenciais para sobreviver num

mercado cada vez mais exigente.

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[ ensino pro� ssional ]14

[ entrevista] 5

[ sumário ]

Editorial 3

Entrevista 5

Ensino Pro� ssional 12

A nossa Escola 20

Formação Pro� ssional 30

Entrevista 36

Em formação 41

[ � cha técnica ]

PROPRIEDADE: EPRM- Escola Pro� ssional de Rio Maior, Lda. |

DIRECTOR: Luciano Vitorino |

COORDENAÇÃO DA EDIÇÃO: Helena Coelho |

PAGINAÇÃO: Inês Sequeira |

CAPA: Inês Sequeira |

COLABORADORES: Ana do Carmo, Alexandra Sousa, Anabela

Figueiredo, Bruno Vargas, Carla Bernardes, Claudia Solange

Gomes, Issac Duarte, Inês Sequeira, João Inez Almeida,

João José Bentes da Silva, João Paulo Colaço, José Oliveira,

Luciano Vitorino, Luís Gonçalves, Maria João Maia, Pedro

Guedes, Sandra Costa, Sandra Rosa, Sérgio Gonçalves, Sónia

Costa, Sónia Duarte, Sónia Ferreira |

*os artigos publicados nesta revista são da responsabilidade dos seus autores.

GRÁFICA: rioGrá� ca- Tip. Santos & Marques Lda.|

TIRAGEM: 1500 Exemplares |

ISSN: 1646-9801 |

DEPÓSITO LEGAL: 275902/08 |

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

[ Conteudos ]

[ formação pro� ssional ] 38

[ a nossa escola ] 24

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[ entrevista ]

Luís Capucha é investigador do ISCTE, membro do CIES (Centro de Investigação em Estudos Sociais), Doutorado em Sociologia (2004), tem trabalhos publicados sobre Pobreza e Exclusão Social, Quotidiano e Qualidade de Vida; integra, no âmbito do CIES, projectos de investigação sobre desenvolvimento comunitário, urbano, trabalho e promoção da igualdade.

[ PERFIL ]

[EPRM] - Senhor Professor Doutor Luís Capucha, actual-mente Director da Agência Nacional para a Quali� cação, responsável pela Iniciativa Novas Oportunidades (INO), foi trabalhador estudante e operário metalúrgico antes de se licenciar em Sociologia. Em que medida, este percurso de vida contribuiu para o que é hoje? Que im-portância atribui ao papel da escola na sua formação?

[LC] Nós somos sempre o resultado daquilo que fomos e

também um pouco daqueles que nos antecederam. Mas eu

diria, antes de mais, que o facto de ter trabalhado e estudado

ao mesmo tempo me ajudou a compreender melhor a impor-

tância que o exercício de uma pro� ssão tem nas pessoas.

Embora considere que o trabalho precoce não é uma coi-

sa boa, a partir de determinada idade trabalhar faz bem,

completa-nos, faz-nos ter outra visão da vida, sentido de

responsabilidade, focalização em objectivos, disciplina, e

também nos obriga a “ginasticar” a cabeça de uma outra

maneira, diferente da matemática e do português, igualmente

importantes, mas que activam outra parte do cérebro. Isso

também me permitiu olhar para o que são hoje as áreas de

responsabilidade da Agência Nacional para a Quali� cação

de uma outra maneira, nomeadamente a compreensão da

importância do ensino pro� ssional e da educação e formação

de adultos.

[EPRM] - O ensino pro� ssional em Portugal foi, durante muito tempo, refém de opções políticas, remetido, por vezes, para um contexto alternativo, enraizado na esfera local, como motor e instrumento de apoio ao crescimento económico. A sua abertura e expansão no âmbito do sistema público de ensino colocou as vias pro� ssionalizantes como opção válida e legitima para os jovens. Que avaliação faz do ensino pro� ssional, tal como hoje existe? Que papel pode desempenhar no futuro de Portugal?

[LC] O ensino pro� ssional em Portugal tem uma história muito

antiga. As primeiras escolas pro� ssionais portuguesas são

muito mais antigas do que se pensa, remontando ao tempo

do Marquês de Pombal, que depois foram sendo fomentadas

à medida que se iam criando políticas de desenvolvimento

industrial. Deve-se notar que o conceito de desenvolvimento

local surge apenas nos anos 60 do século passado, existindo

nessa altura uma visão do nosso país como sendo um país

rural, e que assim se devia manter. A pressão para a indus-

trialização veio tarde e num contexto em que tinha começado

a guerra, o que manteve o nosso país afastado dos processos

de industrialização que, noutros países, já tinham começado

há imenso tempo.

Perspectivas sobre as actuais Políticas Públicas no Ensino e Formação

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[ entrevista]

Portanto, Portugal � cou imune a esse movimento, e só nos

anos 60 se dá um momento de expansão industrial, com a

criação da Siderurgia Nacional e da C.U.F; as industrias têxtil e

química ganham proeminência, começa a expandir-se a indús-

tria metalúrgica, nas regiões de Lisboa e Águeda, começam a

existir focos sérios de industrialização, que necessitavam de

mão de obra quali� cada que foi produzida por via da criação

das chamadas Escolas Técnicas. Inicia-se assim uma nova

fase do ensino pro� ssional.

As Escolas Técnicas têm muito pouco a ver com aquilo que é hoje o nosso ensino pro� ssional, embora mui-tas vezes oiçamos dizer que o abandonámos e que o ensino que se praticava antes nas escolas técnicas é que era bom, a verdade é que são diferentes. Há duas

razões: a primeira é que as escolas técnicas eram claramente

assumidas pelo sistema como vias secundárias ao ensino:

havia os liceus, dedicados às letras, às ciências e às artes e

as escolas técnicas, para formar pro� ssionais, normalmente

ligados ao que era predominante em cada uma das regiões

onde existiam. Depois, também tinham outras perspectivas,

que seriam hoje inaceitáveis, como por exemplo os concursos

distintos para rapazes e para raparigas: as raparigas iam para

os cursos comerciais, ou de lavores femininos e os rapazes

iam para outras áreas, como a Electricidade ou Serralharia,

cursos que na altura eram considerados exclusivamente para

rapazes. Ainda hoje faz sentido essa seriação de género na

distribuição das pro� ssões. Eram cursos claramente subor-

dinados aos cursos de primeira categoria, que eram cursos

dos liceus. Em segundo lugar eram cursos que também não

visavam a massi� cação do ensino (somando todos os alunos

que entravam nos liceus e todos os que entravam nas escolas

técnicas, daria no máximo 15% dos jovens não mais do que

isso, pois a esmagadora maioria � cava-se pela 4ª classe).

Depois do 25 de Abril houve uma crítica ao facto de haver um

ensino de primeira e outro de segunda: o ensino dos liceus e

o das escolas técnicas e, por isso, criou-se o ensino uni� cado,

que também não era para todos dado que só mais tarde é

que passa a haver ensino obrigatório.

Com o aparecimento deste ensino, desaparece durante al-

guns anos o ensino técnico. É essa a crítica que muita gente

faz. Há mais ou menos 30 anos sentiu-se a necessidade, por

parte das empresas, de integrar jovens quali� cados, pelo que

começam então a surgir as primeiras experiências, através

da criação de cursos inseridos no Sistema de Aprendizagem

do Instituto de Emprego e Formação Pro� ssional (IEFP), que

naquela altura eram cursos promovidos em grandes empre-

sas e que hoje são promovidos nos centros do IEFP, com a

colaboração das empresas no que respeita aos estágios.

Como esse movimento dos cursos do IEFP não respondia às

necessidades do mercado, nem em quantidade nem em diver-

sidade, houve então necessidade de criar cursos pro� ssionais

nas escolas pro� ssionais. Estes cursos tiveram um papel

importante. Foram eles os responsáveis pela recuperação

do ensino pro� ssional, com resultados muito positivos e com

o reconhecimento da sua qualidade e sucesso a nível dos

resultados de empregabilidade junto dos jovens, dado que

ofereciam uma oportunidade para os jovens que não queriam

prosseguir estudos, ou que queriam abandonar a escola.

Mas mantinham-se dois problemas: as escolas pro� ssionais

continuavam a estar fora do sistema escolar e o número de

alunos era muito reduzido. Ao mesmo tempo, tínhamos a

situação do abandono escolar precoce, que era um grande

problema no nosso país, dado que estávamos muito longe dos

números da União Europeia, em que as taxas de abandono

escolar precoce, na ordem dos 40%, eram mais do dobro

das dos restantes países. Os que estavam mais próximos, na

altura a Espanha tinha 30%, estavam portanto muito longe e

este era um problema gravíssimo porque estávamos a enviar

para o mercado de emprego jovens sem qualquer quali� cação

pro� ssional e sem terem completado a escolaridade obrigató-

ria, e dos outros que seguiam para o ensino secundário, uma

parte continuava a seguir estudos que lhe permitissem seguir

para o ensino superior, indo os restantes para o mercado de

emprego sem qualquer quali� cação pro� ssional.

Portanto, a decisão que se tomou foi a de implementar cursos

pro� ssionais nas escolas públicas, desa� á-las para modi� ca-

rem o seu projecto, sendo que isso teve dois grandes objec-

tivos: por um lado, aumentar a oferta de ensino pro� ssional,

aproveitando a rede que já existia e o modelo que já tinha

sido testado pelas escolas pro� ssionais e, por outro, colocar

o ensino pro� ssional ao nível das restantes ofertas escola-

res, melhorando a sua imagem, fazendo com que fossem as

escolas a promovê-lo. Aliás, foi também por essa razão que

se incentivaram as escolas a desenvolver Centros de Novas

Oportunidades, para também valorizarem as modalidades de

Educação e Formação de Adultos.

Curiosamente, tudo isto foi feito sem descapitalizar as escolas

pro� ssionais. A verdade é que nós hoje temos quase meta-de dos nossos alunos em vias pro� ssionais, o abandono escolar precoce está a cair e cresceram praticamente todos os segmentos do sistema de ensino. Quem perdeu

foram os cursos tecnológicos, mas até isso já era esperado,

dado que estes não eram bem cursos pro� ssionais, porque

não formavam para as pro� ssões. Hoje temos 120 cursos

pro� ssionais para oferecer por todo o país, sendo que o

cursos tecnológicos eram apenas 12. Serviam para pouco,

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não tinham estágios, a componente

tecnológica era muito fraca e tinham

uma taxa de abando muito elevado.

Esses cursos foram todos absorvidos

pelo ensino pro� ssional. É um exce-

lente resultado, embora ainda haja

muita coisa para fazer.

[EPRM] - Qual a sua opinião sobre a situação do ensino pro� ssional enquanto oferta privada e en-quanto oferta pública? Que ten-dências de evolução se per� lam neste momento nesta relação e que mais-valias apresenta o actu-al modelo de Ensino Pro� ssional?

[LC] Pois bem, foi o que eu já referi:

a oferta privada foi para nós a re-

ferência, dado que continuamos a

tentar replicar o que de bom foi feito

neste domínio. Aliás, continuamos a

trabalhar com a ANESPO, sobretudo

em áreas onde poderemos ainda

melhorar, como é o caso, por exem-

plo, do Observatório das Actividades

Económicas, que nos permite saber que dinâmicas existem

no mercado de emprego e assim planear melhor a oferta dos

cursos pro� ssionais de acordo com as necessidades actuais

e futuras, do mercado de emprego, da promoção de uma

metodologia para o desenvolvimento de projectos educativos

nas escolas e do desenvolvimento de um projecto comum de

orientação ao longo da vida, virado para a educação e para o

emprego, para colmatar algumas lacunas dos actuais serviços

de Psicologia e Orientação existentes nas escolas. Portanto,

para nós, as escolas pro� ssionais privadas são uma parte

importante e relevante da oferta, que estão a funcionar no

seu máximo e que nos poderão continuar a oferecer elemen-

tos relevantes da sua experiência, para assim se melhorar

a oferta dos estabelecimentos da rede pública de ensino.

[EPRM] - Numa época de crise generalizada, como pensa que irá evoluir a formação pro� ssional de jovens? Que perspectivas tem para o futuro da formação pro-� ssional de jovens?

[LC] A situação actual agravou-se, de facto. Mas nem tudo

está em crise, nomeadamente no caso do ensino pro� ssional,

onde teremos que fazer alguns ajustamentos que permitam

utilizar os recursos de uma forma mais racional, mas o objec-

tivo é claramente o de continuar a crescer. O governo aprovou

a lei que institui o aumento da escolaridade obrigatória até

aos 18 anos e nós temos plena consciência de que esse

objectivo só se cumpre se continuarmos a crescer nestes

domínios. O governo acabou de negociar com a ANESPO o

modelo de � nanciamento das escolas pro� ssionais e, no caso

das escolas públicas, iremos racionalizar um pouco mais o

processo, também aqui utilizando ajustamentos retirados da

experiência das escolas pro� ssionais privadas, nomeadamen-

te no que se refere à sua estrutura pedagógica.

Isto porque, tal como sucedeu com o lançamento da Iniciati-

va Novas Oportunidades, quando se iniciou, ninguém sabia

exactamente o que iria dar e o que sucedeu foi que nós

tivemos que contrariar muitas ideias feitas relativamente a

estes assuntos. Tivemos que provar que através da oferta de

oportunidades a sério, as pessoas até querem aprender e que

os jovens, se tiverem uma oportunidade nova para estudar,

aproveitam-na. E isto veio a con� rmar-se em muito pouco

tempo. Um exemplo concreto daquilo que vos estou a tentar

dizer é o facto de que a ideia de alargamento da escolaridade

obrigatória já está a ser interiorizada pelos jovens, o que con-

[entrevista]

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[ entrevista]

traria o tipo de pensamento que existia há uns anos, quando

os jovens pensavam exactamente que não valia a pena estu-

dar, dado que daí não tiravam qualquer vantagem, podendo

ter acesso ao emprego sem necessitarem de estudar.

Portanto, hoje em dia o que estamos a ver é que esta crise está a destruir em massa os empregos pouco quali� -cados. Os postos de trabalho que estão a desaparecer são exactamente os que exigem menos que o nível secundário e as pessoas já estão a perceber isto e, por isso, estão a aderir a esta nova mentalidade.Nesta medida, penso que o contexto de crise nos obriga a

investir ainda mais no ensino pro� ssional, porque se espera

que a crise passe e o que é preciso é saber como estaremos

depois: com um país com pessoas com poucas quali� cações,

onde não se quer estudar nem aprender, ou, pelo contrário,

iremos encontrar um país onde teremos jovens que querem

aprender, que querem ter sucesso, que demonstram que são

capazes, uma população quali� cada. Isto porque as empresas

quando decidem investir num determinado país têm que fazer

estas contas e por isso esta imagem é muito importante.

Portanto, quando nós sairmos da crise, o que nós queremos

é que o nosso país seja muito mais quali� cado.

[EPRM] - Assim sendo, considera que nós teremos con-dições para exportar mão de obra quali� cada?

[LC] Nós já estamos a exportar mão de obra quali� cada. A

exportar e a importar. Porque o mundo hoje está muito mais

aberto, e ainda bem! Já lá vai o tempo em que os portugueses

que tinham que ir trabalhar para o estrangeiro tinham que

o fazer “a salto”, e na altura eram os trabalhadores menos

quali� cados que aceitavam os trabalhos que mais ninguém

queria. E não eram só os emigrantes portugueses, sucedia o

mesmo com os de outros países. Agora são jovens com qua-

li� cações que estão aptos a competir em vários domínios, o

mesmo sucedendo com os jovens que vêm para cá. Portanto,

eu penso que o mundo vai ser cada vez mais aberto desse

ponto de vista e eu não vejo mal nenhum nisso. O que sucede

é que as quali� cações irão ter sempre alguma vantagem e

isso irá veri� car-se em todos os contextos.

[EPRM] - Depois de terminados os Fundos Comunitá-rios, como pensa que será efectuado o � nanciamento das escolas pro� ssionais privadas?

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[LC] Para já, não sei se os Fundos Estruturais vão acabar. Eu

já ouço falar do seu � m desde o primeiro Quadro Comunitário

de Apoio, e já vamos no quarto. Em minha opinião, se fosse

eu a decidir, tudo o que fosse despesas de funcionamento,

quer das escolas privadas, quer das públicas, deveria ser

remetido para o Orçamento do Estado. Já o � nanciamento da

União Europeia deveria ser canalizado para as despesas com

instalações e equipamentos, sobretudo nas áreas técnicas e

pro� ssionais. Ou seja: utilizar os � nanciamentos externos es-

sencialmente para as infra-estruturas e deixaria as despesas

de funcionamento para o Orçamento do Estado.

[EPRM] - O abandono escolar e a taxa de insucesso no ensino pro� ssional são factores de preocupação, aparentemente devido à forma como estes cursos são desvalorizados socialmente. Como se poderão valorizar estes percursos escolares?

[LC] É curioso que os cursos que nós nos habituámos a

classi� car como sendo os que têm mais prestígio, são os

que têm maiores taxas de insucesso. Os cursos do ensino pro� ssional e do sistema de aprendizagem, que são cursos que têm alunos com uma origem social mais desfavorecida, têm melhores resultados que a maioria das vias de ensino e formação. E a tendência é para que os

menos atentos pensem que é por facilitismo, porque é mais

fácil! E isso é mentira, porque por vezes até são mais difíceis,

com mais horas, com o desenvolvimento de competências

diversas, não é só estudar. O que têm é um método de traba-

lho diferente, que implica acompanhamento, mais trabalho,

mais horas e maior preocupação por parte dos docentes,

acompanhamento pessoal durante a componente tecnológica

e depois no estágio, relação entre a teoria e a prática, etc.

Também existem pro� ssões que são socialmente desvaloriza-

das, como é o caso da agricultura, onde por vezes se transmite

um ideia errada do tipo de tarefas desempenhadas, que estão

desfasadas daquilo que se faz num curso pro� ssional dessa

área. E por vezes, também depende do nome e das zonas. Por

exemplo, se � zermos um curso de pedreiro no sul, as pessoas

não aderem e se for no norte, possivelmente já será diferente.

Temos, portanto, que gerir estes aspectos simbólicos do nosso

sistema de organização, porque de uma maneira geral, os nossos jovens sabem muito pouco sobre o mundo das pro� ssões e têm ideias muito erradas sobre esse mun-do. Dou-vos um exemplo: sou professor do ensino superior

e costumo perguntar aos alunos o que fazem os seus pais e

eles sabem qual a designação da pro� ssão desempenhada

(médico, engenheiro, operário fabril, bancário, etc), mas não

sabem qual o conteúdo concreto dessa pro� ssão, nem o tipo

de tarefas, remuneração ou outros aspectos. Há um grande

desconhecimento desta realidade, de como são exercidas

as pro� ssões e uma grande desvalorização das pro� ssões

manuais, que hoje em dia já não faz sentido nenhum, porque

estas pro� ssões já exigem o domínio de questões de ordem

intelectual e as pessoas que têm pro� ssões intelectuais tam-

bém têm que “meter a mão na massa”, têm que trabalhar

como os outros.

Portanto, estas distinções começam a não ter sentido e o

principal instrumento para vencer estas barreiras, estas

falsas crenças e o instrumento da orientação pro� ssional

é uma outra coisa que deveria fazer parte da organização

pro� ssional e de toda a estrutura escolar, inclusive nos cur-

sos humanísticos, é o contacto com os locais de trabalho.

Era algo que valorizaria todos os cursos e todos os níveis de

ensino. Porque os alunos, mais tarde ou mais cedo, terão que

ir para as empresas e se não tiverem estes conhecimentos,

mais di� culdades terão em encontrar emprego, em integrar-

-se. Todo o nosso sistema de ensino deveria valorizar mais

estas componentes do mundo de trabalho, inclusivamente

nos cursos humanísticos.

[EPRM] - A iniciativa Novas Oportunidades é considera-da por alguns autores como uma “revolução silenciosa”, sendo actualmente objecto de um olhar diferenciado e entusiasmado por parte das agências internacionais (em termos de políticas públicas de educação e ensino). Enquanto decisor político e cientista social, como avalia este “fenómeno?

[LC] As instâncias internacionais olham normalmente para

o que se passa em Portugal com algum espanto e com al-

gum cepticismo, questionando-se “mas será que é mesmo

assim”, e só se convencem quando vêm ver. No caso da Ini-

ciativa Novas Oportunidades, nós temos sempre países que

querem saber o que aconteceu, como é que isto disparou,

como é que estamos a trabalhar, e portanto as instâncias

internacionais acompanham, fazem uma avaliação, vêm cá,

estudam, analisam as estratégias e detêm uma opinião sobre

o que está a acontecer e dizem-nos, de uma maneira geral

que, � nalmente, se está a fazer aquilo que já se deveria ter

feito há muito tempo. E em Portugal há um fenómeno que é

incontornável, é que os diplomas escolares, como eram raros,

tinham muito valor e a democratização do acesso a diplomas

escolares está a gerar uma reorganização social porque já

não há tanta diferença de estatuto entre quem tem e quem

não tem diploma. Portanto, quem tem, sente que, de alguma

[entrevista]

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[entrevista]

forma, está a perder o monopólio. E esse tipo de sentimentos

são aproveitados por pessoas que fazem parte de uma elite,

que nunca tiveram di� culdades para poderem estudar e que

tendem geralmente a desvalorizar outras maneiras de apren-

der, de ensinar, outras maneiras de demonstrar que têm co-

nhecimentos não consagrados por uma escola ou academia.

Esse é um factor a considerar, mas há outros, nomeadamente

a familiaridade que as pessoas têm com os processos, a

di� culdade que é explicar às pessoas que a� nal interessa

principalmente avaliar os resultados da aprendizagem e as

competências que as pessoas têm, e que isso é mais impor-

tante que levar as pessoas obterem aquelas competência

durante anos, isso não entra facilmente na mentalidade das

pessoas. Portanto há também muitas pessoas que, por razões

de falta de familiaridade com estes novos mecanismos têm

tendência para descon� ar das coisas novas. Quer dizer que

há aqui uma mistura do desconhecimento do que é novo e

do que não se compreende muito bem, e isto provoca uma

certa aleivosia, uma certa tentativa de conservar o monopólio

por parte de quem estava instalado sob os seus diplomas.

Mas eu também penso que, com o tempo, esta mentalidade

irá mudar, até porque eu tenho neste momento alunos na

universidade que regressaram agora à escola e o que acon-

teceu com eles foi que esse regresso lhes fez bem e que

descobriram as coisas que sabiam, o gosto de aprender outra

vez, descobriram que a� nal até sabem, que até são capazes

de ensinar os seus � lhos e depois já não querem parar. E isso

é o objectivo da Iniciativa Novas Oportunidades, não é só que as pessoas terminem um determinado nível de ensino, é criar um sistema de aprendizagem ao longo da vida no nosso país. E portanto, a maneira como reajo é aceitando que não há

sistemas perfeitos, todos têm imperfeições e por isso temos

que estar permanentemente a corrigir e a melhorar. Mas, de

um modo geral, o actual sistema funciona e é rigoroso. E a

razão pela qual os cursos pro� ssionais estão classi� cados

como cursos de nível 4 e os cursos cientí� co-humanísticos

classi� cados como nível 3 é porque se entende que os refe-

rências de competências-chave que se utilizam exigem maior

número, mobilização e diversi� cação de competências, que

os dos cursos cientí� co-humanísticos.

Em suma, respondo de duas maneiras: primeiro, que esta-

mos conscientes de que o sistema é valioso, que é sério, é

acompanhado e avaliado de muito perto; depois, que temos

noção de que nem todas as pessoas o compreendem e, dada

a sua dimensão, irá exigir algum tempo até que se limem

certas arestas e, tal como em outras situações, temos o

sistema e os seus inimigos, aqueles que não percebem que

as quali� cações são como o fogo, quanto mais se dá, mais

há, portanto ninguém perde e ganha o país.

[EPRM] - Neste âmbito (INO), e mais especi� camente no processo de Reconhecimento, Validação e Certi� -cação de Competências (RVCC), uma das críticas mais comuns é o facto de as pessoas serem avaliadas pelo que sabem e não pelo que aprenderam. Concorda? Muitos dizem que a iniciativa só serve para dar diplo-mas. É assim?

[LC] Não é verdade. Vamos ver isso por partes. Em primeiro lu-

gar, dizer que as pessoas são avaliadas por aquilo que sabem

não é propriamente mau. É preciso avaliar exactamente aquilo

que as pessoas sabem. Em segundo lugar, o que os estudos

de avaliação mostram é que, embora os RVCC estivessem ini-

cialmente vocacionados para que as pessoas demonstrassem

aquilo que foram adquirindo como conhecimento ao longo da

vida, acabam por produzir muitos novos conhecimentos que

as pessoas não tinham, quer porque a maior parte das pes-

soas acaba por fazer formação complementar, quer porque

há o fenómeno da própria consciencialização daquilo que se

sabe e não se sabe, levando as pessoas a procurar aprender

mais. Os estudos efectuados pela Universidade Católica,

coordenados pelo Professor Roberto Carneiro demonstram

claramente que há aumentos do conhecimento em quase

todos os domínios das competências básicas, quer de nível

básico, quer secundário. Sentem-se mais preparadas, e têm

de facto mais conhecimentos numa série de áreas.

[EPRM] - No actual contexto socioeconómico, parte das medidas estratégicas assentam em pressupostos (quantidade, qualidade, mudança e transformação) onde a dimensão e os efeitos de escala continuam a ter um papel preponderante. Que opções /saídas se poderão colocar num futuro próximo às populações jo-vens afastadas dos grandes centros urbanos, das zonas interiores, onde estes efeitos não são tão evidentes e onde a oferta educativa/formativa acaba por ter um custo acrescido? [LC] As escolas e as entidades formadoras têm que olhar para

aquilo que é a oferta de emprego da sua região e organizar a

oferta formativa em função dessas saídas pro� ssionais. Mas

não devem � car por aí. Porque teremos também que pensar

em termos de futuro e há pessoas que não vão rentabilizar

imediatamente aquilo que aprenderam, mas irão fazê-lo mais

tarde. Agora, obviamente que o problema da depressão das

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Revista EPRM # 19 | 11

zonas rurais é grave e não se pode pensar que se resolve só

com a educação.

A educação só dá um contributo, na medida em que ajuda a

quali� car as empresas que ainda lá existem, a criar uma ou

outra iniciativa empresária através da educação para o em-

preendedorismo, mas não se pode pedir à educação que faça

tudo. Nomeadamente não se pode pedir à educação que pare

a deserti� cação do meio rural. Já é um contributo fazer com

que alguns jovens � quem na sua terra, criem o seu próprio

emprego ou requali� cando as empresas que os pais tinham.

Mas eu não acredito que se continue a ter um povoamento

como aquele que temos tido até o momento, que é bastante

atípico; penso que a evolução se irá efectuar no sentido da

concentração urbana, tal como tem sucedido com outros paí-

ses. Penso que compete a cada escola e a outros agentes locais, como as autarquias e as empresas, decidir qual a oferta que devem promover em cada local.Não seremos nós, a nível central, que temos, de facto, estudos

exploratórios que nos dizem quais são as áreas que estão em

crescimento no país e as que não se justi� ca continuarem a

ser oferecidas no país, mas o trabalho que nós aqui fazemos

não substitui o trabalho que deve ser feito a nível local, por

quem lá está, sobretudo pelas autarquias, que podem ter um

papel muito importante neste domínio. No entanto, penso que

em Portugal, a área das comunicações e da energia estão

claramente em expansão, tal como a área de hotelaria / turis-

mo e serviços pessoais. Depois há um conjunto de pequenos

nichos, como é o caso da Nanotecnologia e da Electrónica,

que continuam a ser áreas necessárias em todo o lado, ainda

que não sejam áreas em grande expansão.

[EPRM] - Que mensagem gostaria de transmitir aos jovens que hoje frequentam a Escola Pro� ssional de Rio Maior?

[LC] Em primeiro lugar, que tenham orgulho na vossa terra,

na terra onde estudam, porque é uma terra muito simpática.

Em segundo lugar, que tenham consciência de que a vida não

está fácil, mas que também nunca esteve e que, ao contrário

do que algumas pessoas dizem, as competências e a escola-

ridade não dão tudo, hoje em dia não basta ter um diploma

escolar para que a vida � que logo resolvida, mas sem esse

diploma e sem esse esforço contínuo de continuar a aprender,

não se vai a lado nenhum e “não se passa da cepa torta”. O

que eu desejo é que estudem muito, trabalhem muito e já

agora, que se divirtam!

[entrevista]

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12 | Revista EPRM # 19

Num mundo cada vez mais

global, em que a mudança

é constante e inevitável, as

exigências do mercado de

trabalho são hoje substancial-

mente diferentes do que eram

no passado. Neste contexto,

coloca-se a questão: será

que estamos a ser capazes

de formar jovens com as

competências necessárias?

Esta é a questão que todas

as instituições de ensino se

devem colocar, de modo a de� nirem uma missão e uma

visão estratégica que vá ao encontro das actuais e futuras

necessidades.

O modelo das escolas pro� ssionais, hoje um modelo já ama-

durecido, tem provas dadas de que é capaz de criar valor,

formando e preparando jovens para o actual mercado de

trabalho. Sem qualquer dúvida, o nosso país precisa, e muito,

de técnicos intermédios com as competências adequadas

para exercer a sua pro� ssão de forma e� ciente e empenhada.

Não bastam apenas pessoas com formação dita ‘superior’.

Com o incremento das exigências do mercado de trabalho, em

que são as pessoas que fazem a diferença numa organização,

antes das competências técnicas, são cada vez mais valori-

zados os aspectos comportamentais, tais como motivação,

empenho, relacionamento interpessoal, carácter, integridade,

respeito pelo próximo e pela sociedade. Sendo valores que

advêm da proximidade e do acompanhamento que se faz a

cada aluno individualmente, são naturalmente um dos pilares

da formação existente neste modelo de ensino.

Não obstante, qualquer modelo de ensino para ser bem su-

cedido não pode estar fechado ao exterior. Qualquer escola

que queira formar jovens de acordo com as necessidades do

mercado de trabalho, tem de ter a capacidade e abertura de

chegar às empresas e de levar as empresas até si. É preciso

ouvir, captar, entender e discutir as suas necessidades,

sempre com a consciência de que a realidade de hoje não

será certamente a mesma de amanhã.

Com a actual conjuntura económica, em que a taxa de de-

semprego é cada vez mais elevada, não se pode correr o risco

de ministrar formação só porque sim! É preciso fazê-lo em

consonância com a realidade actual. Também aqui as Escolas

Pro� ssionais (e a Escola Pro� ssional de Rio Maior é disso

um excelente exemplo), têm demonstrado capacidade de

iniciativa e abertura para ter como parceiros de formação

as empresas da região em que se inserem, proporcionando

uma oferta formativa que tem em conta as necessidades

do tecido empresarial.

No entanto, neste âmbito é também fundamental que as

empresas estejam receptivas a colaborar, a dar opinião e a

participar! É importante não se esquecerem que a sua co-

laboração hoje, será com certeza recompensada amanhã,

com a possibilidade de recrutarem pessoas bem formadas,

com as competências técnicas adequadas e capazes de

contribuir para o desenvolvimento das instituições onde

trabalham.

Em jeito de conclusão, dois aspectos a relevar: 1) Formar

jovens não é só dar-lhes competências técnicas, é capacitá-

-los com as aptidões necessárias para desempenharem bem

uma função num mercado altamente competitivo, exigente

e em contínua mudança. 2) As empresas e as escolas têm

inevitavelmente de estar associados num projecto comum:

criar bons pro� ssionais.

Drª.Sónia FerreiraDirectora Financeira RodoTejo

O papel dos Estágios na Formação Tecnológica

[ ensino pro� ssional]

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[ ensino pro� ssional]

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14 | Revista EPRM # 19

Quando nos foi solicitado um artigo com este título, a nos-

sa primeira preocupação foi a de fazer um texto que não

se circunscrevesse a fazer referência aos diplomas legais

existentes.

Na medida em que todos os modelos de � nanciamento

provenientes do Estado têm o seu enquadramento legal, a

abordagem legislativa é incontornável. É ela que determina

a forma de apuramento dos montantes dos subsídios, os

momentos dos pagamentos e até a forma de as instituições

constituírem os seus dossiês pedagógicos e � nanceiros,

sendo estes sujeitos a inspecções para determinar sobre a

legitimidade dos subsídios atribuídos.

Esta norma obriga a uma permanente adaptação da organiza-

ção administrativa dos serviços para o integral cumprimento

dessas disposições e, assim, não correr o risco de, em caso

de incumprimento, ter de devolver subsídios recebidos, o que

seria grave, tendo em consideração que colocaria em causa

o equilíbrio � nanceiro da instituição e dele depende a sua

própria sobrevivência.

Tudo isto para tentar fazer o leitor perceber que a EPRM,

completando 19 anos de actividade em Outubro deste ano,

foi obrigada a adaptações aos vários modelos de � nancia-

mento, de complexidades variadas mas a que temos sabido

dar resposta apropriada.

Abstendo-nos de fazer o enquadramento de toda a legislação

a que estivemos sujeitos, não resistimos a deixar de fazer um

pouco da ‘nossa’ história:

Os cursos ministrados desde a criação da escola, no ano

lectivo 1992/1993, foram � nanciados pelo Fundo Social

Europeu e pelo Estado Português, através dos orçamentos

dos Ministérios da Educação e da Segurança Social. Durante

este anos, a EPRM foi � nanciada no regime de custos reais

(reembolso das despesas elegíveis) e os alunos tiveram di-

reito a apoios para a alimentação, transportes e alojamento,

embora tivessem de pagar propinas mensais.

A partir do ciclo de formação 2003/2006 as escolas da

Região de Lisboa e Vale do Tejo (RLVT), onde Rio Maior está

inserido, deixaram de estar abrangidas pelos fundos comu-

nitários. A EPRM passou a ser � nanciada exclusivamente

pelo Estado Português, através do orçamento do Ministério

da Educação, pelo regime de custos unitários, ou seja, sub-

sídios atribuídos por turma e por ano escolar e que variavam

consoante a tipologia

do curso. Por sua vez,

os apoios aos alunos da

EPRM � caram limitados

àqueles que são conce-

didos pela Acção Social

Escolar (acesso a refeitório público e apoio para aquisição de

material escolar por alunos carenciados), no entanto, também

deixaram de pagar propinas.

Já com o ano lectivo de 2010/2011 a decorrer, fomos sur-

preendidos com uma substancial alteração do modelo de

� nanciamento das escolas pro� ssionais localizadas nas NUT’s

do Oeste, Médio Tejo e Lezíria do Tejo.

A questão da redução do de� cit e do equilíbrio das contas

públicas levou a que o governo transferisse a responsabi-

lidade do � nanciamento destas escolas para o programa

comunitário designado por Quadro de Referência Estratégico

Nacional (QREN), através do Programa Operacional do Poten-

cial Humano (POPH), na Tipologia de Intervenção 1.2 - Ensino

Pro� ssional. Esta alteração envolveu grande complexidade

por ter obrigado a criar legislação especí� ca (1) que só � cou

concluída no � nal de 2010!

Estas alterações implicaram impactos a vários níveis na vida

da EPRM, que passamos a relatar:

a) O � nanciamento passou a ser assegurado em 70% por

fundos comunitários (Fundo Social Europeu), � cando a con-

tribuição pública nacional a cargo do Ministério do Trabalho

e da Solidariedade Social;

b) O montante dos apoios concedidos é calculado numa

situação mista de custos unitários (encargos gerais de fun-

cionamento) e de custos reais (encargos com os formandos);

c) Os custos unitários resultam de uma tabela de valores

(2) atribuídos por turma e por ano escolar e que variam con-

soante a tipologia do curso;

d) Os encargos com os formandos, que obrigaram à apresen-

tação de uma Candidatura para o ano lectivo (3), destinam-se

a apoiar � nanceiramente os alunos ao nível da alimentação,

transportes e alojamento. São suportados pela EPRM e

reembolsados com a apresentação de listagens de todos os

apoios pagos aos alunos.

Em jeito de conclusão, não podemos terminar este artigo sem

[ensino pro� ssional ]

Modelo de Financiamento POPH

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Revista EPRM # 19 | 15

[ ensino pro� ssional]

deixar duas notas que nos parecem de enorme importância

referir:

1.ª) Os apoios concedidos aos alunos não são obrigatórios,

ou seja, as instituições são livres de decidir sobre a sua

concessão. O Conselho de Gerência da EPRM, ciente das

di� culdades que o nosso País atravessa e que, infelizmente

são notícia de todos os dias, não quis deixar passar a oportu-

nidade de apoiar os alunos, contribuindo assim para amenizar

as suas di� culdades e até as das suas famílias. Repare-se

que, embora tratando-se de uma escola pequena, esta deci-

são permite injectar, num ano lectivo, mais de duzentos mil

euros nos orçamentos familiares e, consequentemente, na

economia local.

2.ª) No início deste ano foi publicado um diploma legal (4)

que vem efectuar alguns ajustamentos e alterações ao re-

gime actual revendo em baixa alguns dos limites de custos

máximos, considerando a conjuntura económica que o País

atravessa e a necessidade de assegurar a continuidade dos

apoios durante todo o período de programação 2007-2013.

Estes ajustamentos serão aplicados a partir do próximo ano

lectivo e terão os seguintes re� exos nos apoios concedidos

aos alunos:

• Subsídio de refeição: só será atribuído nos dias em que

o período de formação seja igual ou superior a três horas;

• Subsídio de alojamento e segundo subsídio de refeição: es-

tes subsídios, atribuídos quando a localidade onde decorra a

formação distar 50 km ou mais da localidade da residência do

formando ou quando não existir transporte colectivo compatí-

vel com o horário da formação, passam a � car condicionados

a uma autorização, caso a caso, da autoridade de gestão do

POPH e só será deferida no caso da inexistência das mesmas

ofertas formativas na região de origem dos formandos.

Os próximos tempos obrigarão a contenção de despesa por

parte de todos e a EPRM, como vemos, também será afec-

tada. São contingências a que teremos de dar resposta pela

positiva, ou seja, praticar a prudência na gestão para não

comprometer o futuro da nossa Escola.

João José Bentes da SilvaDirector Administrativo e Financeiro da EPRM

(1) Decreto Regulamentar 4/2010, de 15/10; Portaria 1009-A/2010, de 1/10;

Despacho do Ministério da Educação n.º 18173/2010; Despachos do Ministério

do Trabalho e da Solidariedade Social n.ºs 16738 e 18619/2010.

(2) Publicada no Despacho do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social

n.º 18619/2010.

(3) Aviso de abertura de candidaturas POPH n.º 20/2010, que decorreu entre

27/09 e 27/10/2010.

(4) Despacho Normativo n.º 2/2011 de 11 de Fevereio.

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16 | Revista EPRM # 19

[ensino pro� ssional]

Desde sempre, o Homem teve necessidade de comunicar.

Primeiramente, esta necessidade originou a linguagem falada

que mais tarde foi complementada com a expressão grá� ca.

Como se sabe, as primeiras tentativas de comunicação por

escrito � zeram-se por meio de desenhos. Estes desenhos

foram progressivamente sendo cada vez mais simpli� cados

e esquemáticos conduzindo a uma escrita ideográ� ca como

são exemplos os hieróglifos ou a escrita chinesa. Por sua

vez, estas escritas ideográ� cas cederam às escritas com

alfabeto pelo facto de estas serem mais práticas e de simples

aprendizagem.

No entanto, o Desenho não perdeu a sua posição de meio de

expressão e continuou a ser utilizado paralelamente à escrita

para exprimir muitas ideias. É o Desenho que, muitas vezes,

consegue uma e� cácia maior que a expressão falada ou es-

crita. Quantas vezes na exposição de um assunto recorremos

ao gesto, que não é mais que uma forma não concretizada de

desenhar? Ou até mesmo optamos por desenhar para tornar

a ideia mais clara?

O Desenho é uma linguagem, e como tal tem uma gramática,

uma ortogra� a e caligra� a próprias, cujo estudo é cada vez

mais necessário para quem pretenda ler e escrever correc-

tamente essa linguagem universal.

Podemos até falar de dois tipos de desenhos: o Desenho Ar-

tístico, que possibilita uma ampla liberdade de apresentação

e é subjectivo na sua abordagem e leitura e o Desenho Téc-

nico onde essa liberdade não existe e onde não é permitida

qualquer ambiguidade.

As regras do Desenho Técnico estão, por isso, bem de� nidas

e tiveram as suas origens há milhares de anos. Temos conhe-

cimento de desenhos de projectos dos povos Egípcios e Meso-

potâmicos assim como de inúmeros testemunhos Romanos

para construção de aquedutos, fortalezas e diversos edifícios.

O principal problema que permaneceu durante muito tempo

na execução destes Desenhos Técnicos foi a di� culdade de

representar com rigor a tridimensionalidade dos objectos. Só

no séc. XV, com os ensaios de Leonardo da Vinci (� g.1), esse

problema começou a ser ultrapassado não só com os estudos

efectuados mas também pelos seguidores que obteve. Pos-

teriormente foi Gaspar Monge que ao introduzir a Geometria

Descritiva lançou as bases dos sistemas de representação

que ainda hoje se utilizam quer seja no desenho manual ou

assistido por computador.

Os princípios de representação em Desenho Técnico visam

cada vez mais a uniformizarem-se nos diferentes países,

criando-se assim uma verdadeira linguagem internacional.

Esta linguagem internacional é marca do progresso mate-

rial da vida moderna e está intimamente relacionada com

o desenvolvimento da sociedade. Para

construir um automóvel é necessário não

só desenhar com todo o pormenor, mas

também desenhar a maquinaria onde vão

ser construídas as peças que o compõem. O

mesmo se pode dizer para o mais variados

objectos presentes no nosso quotidiano.

Quer façamos Pontes ou apenas Al� netes, o

Desenho Técnico será sempre a ferramenta

comum a todos. Quer sejamos Arquitectos,

Engenheiros ou Designers, o papel do Dese-

nho Técnico será sempre preponderante na

nossa vida e intervirá em todos os sectores

da actividade humana.

Anabela FigueiredoArquitecta

Desenho Técnico, Linguagem Universal

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Revista EPRM # 19 | 17

[ ensino pro� ssional ]

Empregabilidade e Quali� cação Pro� ssional

Os alunos do Ensino Pro� ssional têm maior garantia de em-

pregabilidade do que os estudantes que terminam o Ensino

Secundário pela via do prosseguimento de estudos e supe-

ram, mesmo, a taxa de emprego dos licenciados.

Para os alunos que, � ndo o 9.º ano de escolaridade, procu-

ram uma alternativa ao sistema regular de ensino, os cursos

pro� ssionais são o primeiro passo para ingressar no mercado

de trabalho, já que atribuem uma quali� cação nível IV, isto é,

quadro técnico intermédio.

O tecido empresarial português é composto, em grande par-

te, por pequenas e médias empresas, sobretudo nas zonas

interiores do país, que não têm capacidade para suportar

muitos pro� ssionais licenciados nos seus quadros. Estas

empresas necessitam de pessoas que saibam coordenar

as actividades e, simultaneamente, as saibam executar. Os

técnicos intermédios são os pro� ssionais mais adequados

porque sabem fazer ambas as coisas: coordenar e executar.

Contudo, o Ensino Pro� ssional carece, ainda, de uma acei-

tação plena da sociedade, dado que, não poucas vezes, os

pais ainda tendem a olhar este tipo de ensino como sendo

de segunda qualidade. Uma visão que é preciso alterar com

uma mudança de mentalidades.

Muitas vezes sonha-se com a carreira pro� ssional dos � lhos,

passando esta obrigatoriamente pelo ensino universitário, que

nem sempre é sinónimo de empregabilidade.

O Ensino Pro� ssional cumpre uma missão nobre na sociedade

portuguesa: evita o abandono prematuro da escola, por opção

ou por exclusão. Assim, é justo considerar o Ensino Pro� ssio-

nal como um veículo promotor do sucesso escolar, pois per-

mite aos alunos desenvolverem os seus talentos individuais e

contribuir para a diminuição das taxas de abandono escolar.

Em Portugal, a via pro� ssional do secundário ainda absorve

menos de metade dos alunos, pelo que estamos longe dos

nossos parceiros europeus. Os países mais industrializados

têm, em média, cerca de 70% de alunos em cursos de for-

mação pro� ssional.

9% de Abandono Escolar

No caso particular da EPRM, desde que abriu portas, em

1992, já registou 1.606 alunos inscritos, uma procura por

parte destes e das respectivas famílias muito superior à

oferta, o que � ca atestado pela capacidade de absorver

apenas 1.059 destes candidatos. Isto signi� ca que a taxa de

procura global, dos últimos 18 anos, foi de 152%. Registe-

-se, igualmente, que a taxa de abandono global, no mesmo

período, não chegou a atingir os 9%.

92,6% de Sucesso Escolar

Na EPRM, a � loso� a pedagógica passa por combater tenaz-

mente o absentismo, a exclusão e, consequentemente, o

abandono escolar que era, até há bem pouco tempo, um

verdadeiro � agelo local e nacional, capaz de envergonhar o

país, quando comparadas as estatísticas com as dos nossos

congéneres do chamado mundo desenvolvido. A perseve-

rança e a dedicação de todos os colaboradores da Escola

deram resultados pedagógicos bastante positivos, traduzidos

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18 | Revista EPRM # 19

[ ensino Pro� ssional]

através de um Sucesso Escolar inquestionável, atestado por

uma Taxa Global Média de 92,6%, isto é, desde a abertura

da Escola 92,6% dos módulos foram realizados com sucesso.

Até ao término do último ciclo de formação, o de 2007-2010,

dos 1331 alunos que haviam procurado a EPRM e se ins-

creveram, apenas 831 foram admitidos, distribuídos por 47

turmas de 21 cursos diferentes. Destes, 759 concluíram a

formação (91,3%), 551 dos quais como diplomados (72,6%)

91,3% de Empregabilidade

Dos 551 alunos acima referidos, que chegaram ao � m do

respectivo ciclo de formação diplomados, 381 estavam

empregados (69,2%), 122 tinham prosseguido estudos em

Cursos de Especialização Tecnológica (CET’s) ou para Ensino

Superior (22,1%) e 48 encontravam-se noutras situações.

Estes dados signi� cam que, na EPRM, a taxa de sucesso nas

saídas pro� ssionais é de 91,3%, incluindo aqui os alunos que

se dirigiram para o mercado de trabalho e os que optaram

por prosseguir estudos.

A EPRM tem como meta principal a formação e a quali� cação

de jovens para o ingresso na vida activa, procurando garantir,

em cada ano lectivo, a con� ança de toda a comunidade,

apresentando uma Oferta Formativa que vá ao encontro

das reais necessidades do tecido empresarial, bem como

corresponder aos anseios dos alunos e respectivas famílias.

A título de exemplo, todos os anos é aplicado um inquérito

de levantamento de necessidades formativas a uma amostra

de empresas e, no início do 2.º trimestre de cada ano lectivo,

leva-se a efeito um estudo junto dos alunos do 9.º ano de

escolaridade das escolas básicas da região. Com este tipo de

procedimento, a EPRM espera contribuir para o desenvolvi-

mento dos interesses económicos do concelho de Rio Maior

e da região envolvente.

Formação em Contexto de Trabalho

A Escola Pro� ssional de Rio Maior elege o estágio como prio-

ridade na Formação em Contexto de Trabalho (FCT). Como

modo elementar da FCT, o estágio permite a experimentação

e mobilização de competências num determinado ramo ou

área de actividade, fomenta o trabalho em equipa e remete

o aluno para uma perspectiva mais concreta do mercado de

trabalho, sendo uma forma, por excelência, de aquisição de

"saberes ser-estar-fazer" complementares da formação teóri-

ca. Assim, podemos dizer que a FCT é vista, na EPRM, como

um processo fundamental para a qualidade da formação

ministrada, como a consolidação da formação e a interligação

com o mercado de trabalho.

Os números da FCT na EPRM são os seguintes:

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Revista EPRM # 19 | 19

[ ensino pro� ssional ]

A Escola Pro� ssional de Rio Maior (EPRM) procedeu pela

primeira vez à inscrição no Programa Eco-Escolas.

Este é um programa internacional que pretende encorajar

acções e reconhecer o trabalho de qualidade desenvolvido

pela escola, no âmbito da Educação Ambiental/Educação

para o Desenvolvimento Sustentável.

O Programa é coordenado na escola, através do professor

coordenador Pedro Guedes, a Nível Nacional pela ABAE (www.

abae.pt), com o apoio da Comissão Nacional do Projecto e a

Nível Internacional (http://www.eco-schools.org) pela Funda-

ção para a Educação Ambiental (Fee).

A implementação deste programa prevê a realização e exe-

cução de sete passos: (i) criação do Conselho Eco-Escola que

tem como objectivos: assegurar que os outros seis elementos

são adoptados planeando a sua implementação; assegurar

a participação activa dos alunos no processo de decisão do

Programa; assegurar que as opiniões de toda a comunidade

escolar são tidas em consideração e, sempre que possível,

postas em prática; estabelecer a ligação com a estrutura

de gestão da escola e com a comunidade local; assegurar

a continuidade e qualidade do Programa. (ii) Auditoria Am-

biental pretende constituir uma ferramenta de diagnóstico

mas também de avaliação. Em primeiro lugar, procurar-se-á,

no inicio de cada ano, caracterizar a situação existente para

identi� cação do que necessita de ser corrigido e/ou melhora-

do. Só conhecendo a situação de referência (diagnóstico) se

podem de� nir objectivos realistas. No � nal do ano deverá ser

realizada nova auditoria, por forma a poder avaliar a evolução

relativamente à situação de referência evidenciando-se assim

os progressos efectivos, os pontos fracos e os pontos fortes.

Esta avaliação servirá simultaneamente de ponto de partida

para o Programa a desenvolver no próximo ano. Os resultados

da auditoria ambiental deverão ser divulgados na escola. (iii)

Plano de Acção deve ser encarado como um guia � exível de

implementação de um conjunto de acções articuladas de for-

ma coerente. Deve igualmente prever a forma de articulação

das actividades nos diferentes grupos-turma, constituindo por

outro lado a âncora de abordagem do Programa em termos

temáticos. (iv) Monitorização e Avaliação é uma componente

importante em todo o processo e é uma das tarefas que o

Conselho Eco-Escola deve coordenar. As metas estabelecidas,

quando atingidas, devem ser celebradas com entusiasmo.

As avaliações menos positivas servem igualmente para tirar

conclusões dos factores que a isso conduziram e reformular

estratégias. (v) Trabalho Curricular, ou seja, articulação entre

as actividades previstas e os diversos anos e currículos esco-

lares, de forma a coordenar a implementação do Programa

com o trabalho a desenvolver nas disciplinas. (vi) Informação e

Envolvimento da Escola

e da Comunidade Esco-

lar - quando informada

e sensibilizada para os

objectivos e trabalho

desempenhado no âm-

bito do Eco-Escolas, a

comunidade poderá constituir igualmente um recurso para a

execução do Programa. E por � m (vii) Eco-código que corres-

ponde a uma declaração de objectivos traduzidos por acções

concretas que todos os membros da escola devem seguir.

O Programa Eco-Escolas pwermite a selecção de temas base,

temas do ano e temas complementares, consoante os pro-

blemas e necessidades de cada instituição de ensino. Assim,

a EPRM considera mais urgente abordar a problemática de

separação de resíduos (muitos são considerados matérias

primas secundárias), energia, biodiversidade da escola e da

região, e por � m espaços exteriores.

A comunidade escolar que inclui a direcção, a direcção pe-

dagógica, os professores/formadores, os auxiliares de acção

educativa e os alunos, em conjunto com as entidades locais,

designadamente, o Município, a Freguesia de Rio Maior, a

GNR, a Valorsul S.A., a Associação Humanitária de Bombeiros

Voluntários de Rio Maior, Águas do Oeste e o Parque Natural

das Serras de Aire e Candeeiros aprovaram em Conselho

Eco-Escolas metas que se aspiram atingir este ano lectivo.

Assim, nos espaços exteriores ansiamos criar mais um

compostor, criar uma cortina arbustiva com a plantação de

uma sebe e melhorar o estacionamento no interior da EPRM

com a delimitação dos espaços e criação de uma cobertura

para sombra. Ao nível da energia, pretende-se sensibilizar e

diminuir consumos para melhorar a e� ciência energética na

EPRM, para além da participação em concursos nacionais de

“protótipos de energia” e “BD da energia”. Para os resíduos,

aumentar-se-á a taxa de separação das matérias-primas

secundárias de forma a reencaminha-las para reciclagem.

Por último, mas não menos importante, e porque o concelho

de Rio Maior é a porta sul de entrada no Parque Natural das

Serras de Aire e Candeeiros, pretende-se identi� car as plantas

no recinto e caracterizar as outras espécies que co-habitam

com a comunidade escolar no espaço da EPRM.

Estes objectivos deverão ser concretizados até ao próximo

mês de Junho, altura em que deverá proceder-se à candida-

tura ao galardão para posteriormente a EPRM poder hastear

a Bandeira Verde, símbolo do Programa.

Pedro GuedesCoordenador do Programa Eco-Escolas

Desempenho Ambiental na EPRM

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20 | Revista EPRM # 19

[a nossa escola – projectos e actividades]

A formação pessoal e o crescimento individual são indispen-

sáveis ao desenvolvimento de todos nós, inseridos num meio

familiar e social, numa cultura, numa escola.

As escolas devem formar crianças e jovens no sentido de

serem adultos competentes e responsáveis, que possam

vivenciar a sua liberdade em consciência.

A Escola Pro� ssional de Rio Maior (EPRM) tem procurado,

desde sempre, formar, informar e clari� car todos os jovens

que a frequentam, indicando-lhes caminhos e dando-lhes

opções, de modo a torná-los competentes, aptos e capazes

de assumir as suas escolhas.

A EPRM é uma escola com um ambiente saudável, onde “mo-

ram” adolescentes e jovens, num sistema aberto, capaz de

os ouvir sem recriminar, sem humilhar e especialmente sem

expor ao ridículo aquilo que é uma vida cheia de experiências

novas, escolhas e onde o afecto é primordial.

É neste contexto que surgem encontros cuja meta é o escla-

recimento e a informação aos alunos, no que diz respeito às

suas dúvidas e crenças relativamente aos seus problemas.

São di� culdades que afectam qualquer indivíduo mas que

começam a surgir na idade da adolescência. Assim, na EPRM,

acima de tudo, conversamos com os jovens, quando percebe-

mos que nos cabe falar e calamo-nos para os ouvir, quando

se impõe escutar para, posteriormente, esclarecer e suprimir

todas as incertezas, sempre com uma atitude assertiva.

Ponderar sobre o futuro e orientar é uma postura que a

escola promove constantemente. Mais uma vez, este ano

lectivo não foi excepção! Por isso, realizaram-se sessões de

esclarecimento sobre Sexualidade e Depressão e Suicídio,

na Adolescência.

Estas sessões tiveram como objectivos:

• Proporcionar aos alunos um ambiente saudável de diálogo,

com técnicos externos à escola;

• Propiciar aos alunos o “saber mais” dos temas abordados

(sexualidade, depressão e suicídio);

• Formar agentes de mudança no seio de comportamentos

cívicos mais correctos e adequados;

A temática destes encontros não surgiu ao acaso. Para

que os alunos tivessem

uma participação mais

activa nas referidas ses-

sões, e laborou-se um

questionário, que permitiu aferir as temáticas preferenciais

dos alunos e que gostariam que fossem abordadas em ses-

sões de esclarecimento.

Desta forma, surgiram questões como a Sexualidade e A

Depressão e o Suicídio na Adolescência; acrescentam-se

sempre as questões relacionadas com a Toxicodependência

e desde algum tempo a esta parte, as questões relacionadas

com Bulliyng.

No entanto, as sessões de esclarecimento sobre Sexualidade

e Toxicodependência fazem parte do plano de actividades

anuais da escola, estando portanto, pré-de� nidas.

As sessões

re lac iona -

das com a

To x i c o d e -

pendência

foram abor-

dadas em dois momentos distintos. Num desses momentos

esteve presente um elemento da Escola Segura que realizou

um colóquio para todos os alunos da EPRM.

Num segundo momento, com sessões turma a turma, esteve

presente, na escola, uma equipa de Técnicas do Centro de

Respostas Integradas (CRI) de Santarém.

Para abordar

a temát ica

da Sexual i -

dade, contá-

mos com a

presença da

Enfe rme i ra

Gabriela Sim-

Ao primeiro SINAL (in)Formar

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Page 21: Revista EPRM nº 19

Revista EPRM # 19 | 21

[a nossa escola- projectos e actividades]

plício (da Unidade de Cuidados na Comunidade de Rio Maior),

que aproveitou estas sessões para divulgar também o serviço

de atendimento que a Escola disponibilizou no Gabinete do

Aluno para esclarecimento de quaisquer dúvidas existentes.

Na opinião da Enfermeira Gabriela «O investimento na pro-

moção da saúde e estilos de vida saudáveis junto dos jovens

é uma das estratégias mais e� cazes para obter ganhos em

saúde a médio e longo prazo. Assim, como enfermeira de

Saúde Comunitária e integrando a Unidade de Cuidados

na Comunidade de Rio Maior, faz todo o sentido participar

e colaborar com a escola, realizando algumas sessões de

Educação para a Saúde, neste caso sobre a temática “Sexu-

alidade”. Procurei transmitir uma visão mais abrangente do

conceito sexualidade dando resposta às principais dúvidas

dos jovens, prestando informações sobre planeamento fa-

miliar (métodos contraceptivos), orientando os jovens para a

tomada de decisões conscientes e responsáveis, contribuindo

para a prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis e

para a prevenção da gravidez na adolescência, uma vez que

é normalmente nesta fase de desenvolvimento que surgem

as primeiras experiências sexuais.

Foi sem dúvida, uma oportunidade para esclarecer alguns mi-

tos e preconceitos que ainda persistem, procurando contribuir

para a aquisição de novos saberes, estilos de vida saudáveis

e reforçar a responsabilidade das opções de cada um.»

A Sessão de Esclarecimento sobre Depressão e Suicídio na

Adolescência foi um momento de extrema importância no que

diz respeito à formação que a EPRM proporcionou aos seus

alunos e contou com a mediação da Psicóloga Clínica Elsa

Correia, membro da Unidade de Cuidados na Comunidade

de Rio Maior.

Foram sessões bastante dinâmicas e interactivas, facultan-

do aos alunos o contacto com realidades mais ou menos

distantes das suas.

A Psicóloga Elsa Correia diz-nos que «foi bom perceber que

ainda há adolescentes interessantes e interessados em

aprender e re� ectir sobre temáticas que tanto lhes dizem

respeito. Foi menos bom perceber que entre tantos alunos

alguns se enquadram num quadro depressivo e que tal como

a teoria me ensinou, di� cilmente irão pedir ajuda antes de se

“perderem” no caminho sinuoso que é a vida. Porque cami-

nhar sozinho é mais difícil do que caminhar acompanhado».

O trabalho das sessões de esclarecimento na EPRM tem ainda

um longo caminho a percorrer, é necessário inovar no que diz

respeito aos temas já abordados, como os da Sexualidade e

da Toxicodependência e é fundamental ir ao encontro de ou-

tros temas, também eles de grande importância, enunciados

pelos nossos alunos. São assuntos que marcam a diferença

entre uma sociedade formada e informada, a questão do

Bullying, da Violência Doméstica e com Crianças, até mesmo

passando por questões como o Desemprego, a Crise, os Peri-

gos da Internet, entre muitos outros que vão surgindo todos

os anos com novos alunos e novas turmas.

Continuar, inovar, criar foram e serão sempre as ferramentas

de trabalho para organizar e realizar estas sessões formativas

e de esclarecimento da Escola Pro� ssional de Rio Maior.

Sónia DuarteTécnica do GAT

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22 | Revista EPRM # 19

[ a nossa escola ]

Ano Lectivo 09/10 em imagem

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Revista EPRM # 19 | 23

[ a nossa escola – projectos e actividades]

O conselho de delegados da EPRM é constituído pelos dele-

gados e subdelegados das dez turmas que integram a Escola

Pro� ssional de Rio Maior.

O conselho de delegados tem como objectivo principal dina-

mizar o ambiente escolar, promovendo actividades sempre

que possível, com o intuito de desenvolver o espírito de

entreajuda, amizade e boa disposição no seio escolar. Faz

parte dos objectivos deste conselho, defender os interesses

dos alunos e representá-los em todas as situações que seja

solicitada a presença deste organismo.

No ano lectivo 2010/2011, o conselho de delegados procurou

chegar mais perto dos alunos, fazendo assim representar-se

com a totalidade dos alunos constituintes, atribuindo-lhes

funções dentro deste Conselho.

A formação do Conselho de Delegados partiu da iniciativa do

corpo Docente e da Direcção Pedagógica da EPRM, no entan-

to, toda a hierarquia que a compõe foi estabelecida através

de votação por parte de todos os seus membros constituintes,

tendo sempre como valores de referência o sentido de res-

ponsabilidade e competências individuais. Este ano lectivo,

pela primeira vez, o Conselho de Delegados é composto por

vinte membros, sendo que apenas seis deles fazem parte

da lista principal e os restantes estão distribuídos em outras

áreas criadas com o propósito de ser mais fácil atender aos

objectivos traçados.

Presidente: Gonçalo Santos

Vice-Presidente: Pedro Pires

Secretária: Joana Faria

Tesoureira: Bárbara Costa

Vogal: Rute Santos

Suplente: Gonçalo Figueiredo

O Conselho de Delegados irá prosseguir com os seus objecti-

vos no presente ano lectivo, que se baseiam na dinamização

e desenvolvimento de cooperação e cidadania na Escola

Pro� ssional de Rio Maior, desenvolvendo acções de sensibi-

lização, com o intuito de promover o diálogo entre as várias

entidades ligadas à escola; difundir todo o tipo de informação

que seja do interesse dos alunos e útil para toda a comuni-

dade escolar, respondendo, igualmente, às necessidades

dos alunos, apoiando-os de uma forma exemplar. Queremos

com isto, atribuir o sentido de responsabilidade aos alunos

da EPRM e integrá-los de uma forma mais consistente na

comunidade escolar.

Ao longo do ano lectivo, o Conselho de Delegados, em con-

junto com a Direcção Pedagógica e com o apoio da Técnica

do GAT, Inês Sequeira, organizou diversas actividades entre

as quais a Acção de Sensibilização contra o Consumo de

Drogas, o 18º Aniversário da EPRM, o Dia de S. Martinho, o

Encerramento do 1º trimestre, com um torneio de inter-turmas

masculino e feminino e o tradicional Almoço de Natal, e ainda

o Encerramento do 2º trimestre com um torneio inter-turmas

de Futebol.

Ainda no decorrer do presente ano lectivo, o Conselho de

Delegados irá procurar dinamizar outras actividades de forma

a proporcionar um bom ambiente na comunidade escolar.

Aguardamos também pelas sugestões dos alunos e espera-

mos que tudo o que façamos seja do vosso agrado.

O Conselho de Delegados da EPRM

Conselho de Delegados da EPRM

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24 | Revista EPRM # 19

[ a nossa esco[ a no

O Grupo Disciplinar de Educação Física

da Escola Pro� ssional de Rio Maior orga-

nizou o primeiro grande dia dedicado às

Actividades de Exploração da Natureza.

Esta ideia surgiu, em primeiro lugar, para

servir de momento avaliativo do Módulo

de Actividades de Exploração da Nature-

za I e II e, em segundo lugar e não menos

importante, uma forma de proporcionar

aos nossos alunos novas experiências e

vivências num ambiente mais informal,

em pleno espírito de companheirismo e

camaradagem, com os demais colegas

e professores.

No passado dia 05 de Abril de 2011, o relógio marcava 08.20

horas, o sol espreitava por entre os ramos das árvores em

direcção à nossa escola, aquecendo todos aqueles que por

ali se encontravam, dando laivos de que iria ser um grande

dia. O encontro dos alunos das quatro turmas de 10º ano,

das três de 11º ano e professores foi feito na escola, para

que todos se pudessem preparar e organizar da melhor

forma. De seguida, todos nos dirigimos para os Autocarros

que nos levariam até Peniche (Praia da Gamboa), local onde

decorreriam as várias actividades de exploração da natureza.

Entre brincadeiras, cantorias e muita animação, a viagem

realizou-se sem qualquer percalço.

A agitação era muita e a adrenalina cada vez mais à � or

da pele, até que era chegada a altura da

divisão dos vários alunos em três grupos

para iniciarem as actividades programa-

das. Os alunos teriam que realizar as três

actividades, num sistema de rotatividade.

As actividades eram as seguintes: Corrida

de orientação - os alunos percorriam um

percurso com vários pontos marcados num

mapa, individualmente, em pares ou trios,

numa corrida contra o tempo; Canoagem (a

pares) e Jogos de Praia, com vários jogos

de dinâmica de equipa, testando a coesão

dos membros da mesma; e por último a

actividade de maior destaque, pela sua especi� cidade, di� -

culdade e de maior inacessibilidade, o Surf. Os alunos tiveram

uma aula de Surf, onde obtiveram conhecimentos teóricos

básicos (segurança e técnicos), para logo de seguida colocar

em prática, da melhor forma possível a “surfar”.

Do balanço efectuado pelos alunos e professores, podemos

a� rmar que a actividade correu da melhor forma possível,

atingindo-se os objectivos pedagógicos e sócio-afectivos,

previamente estabelecidos.

A visita de estudo contou com a participação de 120 alunos

(parabéns pelo empenho, dedicação e cumprimento de

normas) e 6 colaboradores (professores que ajudaram na

realização da actividade, que desde já agradecemos a vossa

colaboração - Obrigado!), para além dos

3 professores organizadores.

O Grupo Disciplinar de Educação Física

aproveita esta oportunidade para agra-

decer à Direcção da Escola Pro� ssional

de Rio Maior, pela forma audaz com que

aceitou esta proposta de visita de estu-

do e tudo fez para que fosse um sucesso

e também à Escola de Surf de Peniche

pela forma simpática e pro� ssional com

que nos receberam.

A todos o nosso sincero OBRIGADO.

O Grupo de Educação Física da Escola Pro� ssional de Rio Maior

OsNoVIWODNRo

Os Desportos de Natureza e a Nossa Escola: Simbiose perfeita!

[ a nossa escola – projectos e actividades]

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Page 25: Revista EPRM nº 19

Revista EPRM # 19 | 25

actividades]jectos e actividades]

Alexandre Nilo Fonseca, Director MKT Geral da Controlinveste,

responsável pelo Centro Educativo MEDIALAB – DN, a� rma

que «Numa época em que os Media proliferam e a tendência

é para os consumir de forma acrítica e, por vezes, irrespon-

sável, a tarefa de Educar para os Media torna-se difícil. Por

este motivo, o MediaLab considera fundamental municiar

os jovens com as ferramentas que lhes permitam entender

a importância dos jornais e websites, e � carem aptos a criar

os seus próprios meios de comunicação.»

Dando eco a esse desa� o, a Escola Pro� ssional de Rio Maior

proporcionou aos seus alunos do 11º ano, nomeadamente

dos cursos técnicos de Energias Renováveis - Sistemas So-

lares, Gestão e Design, participarem no programa educativo

promovido pelo jornal Diário de Notícias, mais propriamente

realizando o Workshop – “ Faz a tua 1ª Página”.

Os alunos e professores foram recebidos na galeria do Di-

ário de Notícias, para uma breve visita guiada aos painéis

de Almada

Negre i ros ,

p i n t a d o s

na Galeria

do histórico

edifício onde

nasceu há

145 anos o

grande ma-

tutino da ca-

pital. De se-

guida, num

m o d e r n o

auditório, to-

maram con-

tacto com a

história do

jornal, assis-

tindo a um curto � lme e onde lhes foi explicado como iria

decorrer a sessão.

Os alunos foram jornalistas e editores vivendo a experiência

de criar a 1ª página de um jornal. Seleccionaram e escreveram

as notícias, dispuseram os títulos, escolheram as imagens

e legendaram-nas e ainda argumentaram os critérios que

legitimaram a edição da Sua 1ª página � nal.

O Workshop terminou com a exibição das 1as. Páginas

construídas que posteriormente puderam visualizar no site

MediaLab Área "Galeria", assim como partilhá-las nas redes

sociais ou enviar a amigos.

À tarde, os alunos assistiram à representação da peça “Epi-

sódios da Vida Romântica” no auditório Orlando Ribeiro em

Telheiras. Com a adaptação de texto e encenação de Norberto

Barroca, a interpretação esteve a cargo de Vânia Formas,

João Loy e Paulo Oliveira.

O espectáculo teve como texto de base uma adaptação do

romance Os Maias de Eça de Queirós, editado pela primeira

vez, em 1888, evidenciando os ambientes e normas de civi-

lização da época, as � guras sociais inerentes e as principais

diferenças e relações entre o discurso literário e o discurso

teatral.

Através desta experiência, os alunos tiveram a oportunidade

de desenvolver as capacidades de observação e sentido crí-

tico, interagir de uma forma crítica e criativa com o universo

do texto dramático e com os universos � ccionais e ainda

desfrutar de um alegre momento cultural.

Helena Coelho

Docente de Português

portos de Natureza e a Escola: Simbiose perfeita!S DE ESTUDOSHOP – MEDIA LAB – eça “ Episódios da Vida tica”

WORKSHOP – Media Lab - DN Peça “ Episódios da Vida Romântica”

[ a nossa escola – projectos e actividades]

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Page 26: Revista EPRM nº 19

26 | Revista EPRM # 19

[a nossa escola - visitas de estudo]

A Escola Pro� ssional de Rio Maior possui como prática de sucesso, com vista a colmatar as di� culdades no acesso a conteúdos e experiências culturais, proporcionar aos seus alunos Visitas de Estudo que promovam o seu enriqueci-mento cultural e ao mesmo tempo fomentem as relações interpessoais.Com estes intentos, os Directores de Turma e de Curso da turma 12.º. C, Curso Técnico de Recursos Florestais e Am-bientais, desenvolveram um projecto que culminou, no dia 31 de Março de 2011, com a viagem rumo à Mata Nacional do Buçaco onde os alunos e professores puderam contactar com as espécies arbóreas e arbustos aí presentes, conhecer o historial da Mata e algumas medidas de protecção e gestão da mesma, através de um percurso pedestre, com visita guiada, que durou cerca de três horas. Ao longo de aproximadamente sete quilómetros, pôde desfrutar-se de um local extraordina-riamente rico no que diz respeito à � ora.Estes percursos botânicos foram traçados tendo em vista proporcionar uma boa imagem da diversidade arbórea da Mata, no entanto, não foi possível visualizar todas as espécies, pois existem pelo menos 400 autóctones e 300 introduzidas.Quando, no século XVI, os monges Carmelitas descobriram esta mata, encontraram no local uma grande diversidade de vegetação. As condições climáticas da região, nomeadamente a abundância de precipitação (1500mm/ano), favoreciam esta diversidade. Dada a sua cultura religiosa e a ligação à natureza, os monges contribuíram de forma signi� cativa para o aumento da diversidade existente, replantando e introdu-zindo novas espécies que dão ao espaço a magni� cência que apresenta. Depois de um longo dia e de um merecido descanso… No dia 1 de Abril de 2011, o destino foi a cidade do Porto, mais propriamente a Casa de Serralves, que para além de ser a sede da Fundação, constitui uma extensão importante do Museu de Arte Contemporânea, reservada à apresentação de exposições temporárias.

Originariamente concebida como residência particular, a Casa e o Parque - inspirados pelos modernistas - foram mandados construir pelo segundo Conde de Vizela, Carlos Alberto Cabral. Com fachada para a Rua de Serralves e entrada principal pela Avenida Marechal Gomes da Costa, a Casa de Serralves é um exemplar signi� cativo do estilo Art Déco e foi edi� cada nas imediações do Porto, entre os anos de 1925 e 1944. Quer em termos arquitectónicos, quer paisagísticos, a proprie-dade constitui um todo notável e harmonioso, peça única em Portugal e na Europa. Em 1996, considerando o seu relevante interesse arquitectónico, o património imobiliário de Serralves foi classi� cado como “Imóvel de Interesse Público”.Nesta Instituição, mais propriamente no Museu, pudemos proporcionar aos alunos a visualização de alguns dos traba-lhos da bailarina e coreógrafa norte-americana, aquela que foi uma reinvenção radical da dança nos anos de 1960-70, Trisha Brown, que propõe ao público um percurso pelo Mu-seu e pelo Parque de Serralves ao longo do qual vão sendo reveladas peças fundadoras da sua obra. Ainda na Fundação Serralves houve a oportunidade de realizar o percurso, em forma de visita guiada, ao Parque de Serralves com vista ao reconhecimento do seu valor paisagístico, eco-lógico e estético e a visita à Casa Rosa, última residência do Conde de Vizela, onde se usufruiu da exposição que apresenta pela primeira vez alguns dos trabalhos de António Areal (Porto, 1934 � Lisboa, 1978), Jorge Queiroz (Lisboa, 1966) e de uma das mais celebradas artistas portuguesas Paula Rego (Lisboa, 1935), pertencentes à Colecção da Fundação de Serralves.O confronto destes três universos, que em comum apresen-tam o recurso à � gura e à narrativa – ainda que a realidade seja neles subvertida pela possibilidade da � cção –, revela outros tantos imaginários que se puderam rever no espaço da Casa de Serralves, também ele fortemente � ccionado pela utopia do seu passado.Já da parte da tarde, visitou-se as caves da Real Companhia Velha – uma das principais produtoras de Vinho do Porto e Vinhos do Douro e proprietária de algumas das melhores quintas da Região, fundada a 10 de Setembro de 1756 por decreto do Rei D. João I.Foi-nos ainda proporcionada pela organização uma visita panorâmica à admirável cidade do Porto que é considerada a mais imponente cidade do Norte, classi� cada de Património Mundial, onde pudemos conhecer os principais pontos de interesse da cidade, os monumentos mais emblemáticos, assim como desfrutar de vistas magní� cas sobre as paisagens do Rio Douro.

Valeu a pena!

Helena Coelho/Sandra CostaDocentes de Português e de Área de Integração

Do Buçaco a Serralves...

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Revista EPRM # 19 | 27

[ a nossa escola –visitas de estudo]

EPRM na Futurália 2011

A FUTURÁLIA, Salão de Oferta Educativa, Formação e Empre-

gabilidade decorre anualmente no centro de exposições da

FIL durante o mês de Março.

Apesar de recente, este evento transformou-se rapidamente

na maior feira de referência em Portugal na área da Educa-

ção/Formação.

No presente ano, a feira decorreu entre os dias 16 e 19 de

Março e contou com a participação de um número conside-

rável de Entidades/Empresas e visitantes.

Uma vez que este evento é organizado em parceria com

Organismos e Instituições ligados à área da Educação,

Formação e Juventude, a Escola Pro� ssional de Rio Maior,

visando sempre a sua aposta na quali� cação técnica da sua

comunidade escolar, proporcionou no dia 17 de Março aos

alunos dos cursos � nalistas (CT de Serviços Jurídicos; CT de

Electrónica Industrial e Automação e CT de Recursos Flores-

tais e Ambientais) uma visita a esta feira de renome nacional.

O objectivo fundamental desta visita foi o de proporcionar a

obtenção de informação e aconselhamento personalizado aos

alunos que estão a terminar o seu curso pro� ssional, uma vez

que neste evento estão representados Universidades, Insti-

tutos e Escolas Superiores, Centros de Formação Públicos e

Privados, Institutos de Línguas e outras Entidades com oferta

de Formação e Inserção na Vida Activa.

A segunda parte desta visita constou na visualização de uma

peça de teatro interactivo dinamizado pela companhia de

teatro inglesa Interacting.

A introdução desta segunda actividade nesta visita não foi

aleatória, uma vez que o contacto com a língua inglesa numa

perspectiva quotidiana se pode revelar uma mais-valia para

estes alunos que estão, agora, a concluir a sua formação téc-

nica. Naturalmente que esta peça de teatro teve um carácter

lúdico, mas obrigou os alunos a entrar no espírito do enredo,

não tivessem sido eles (juntamente com alunos de outras

escolas que também estiveram presentes) os actores princi-

pais/secundários da War of the Worlds or is the World at War?

Por � m, não se pode deixar de ressalvar o facto de que o

aluno da EPRM que subiu ao palco é, curiosamente, um

aluno de Francês. O Lucas esteve à altura do desa� o deixando-nos a todos extremamente orgulhosos da sua actuação e compreensão dos actores que se expressavam exclusivamente em Inglês. Parabéns Lucas!

Sandra RosaDocente de Inglês

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Page 28: Revista EPRM nº 19

28 | Revista EPRM # 19

[ a nossa escola ]

A Fundação Manuel Leão foi criada em Janeiro de 1996 pelo

seu instituidor, Manuel Valente Leão, sacerdote da Diocese

do Porto. Os seus � ns principais são a promoção do bem

público nos domínios da educação, da cultura, da actividade

artística e da acção sociocaritativa. No domínio da Educação,

desenvolve, desde o ano lectivo 2000-2001, um Programa

de Avaliação Externa de Escolas (AVES).

O Programa AVES – Avaliação Externa de Escolas nasce como

um contributo para alcançar o objectivo de ligar, no terreno

de cada escola, a identi� cação dos factores que promovem (e

impedem) a qualidade do seu desempenho com as acções e

os projectos que, ainda em cada escola, se podem mobilizar

em ordem à melhoria deste mesmo desempenho social. O

Programa con� gura um modelo de avaliação de instituições

escolares que valoriza quer as dinâmicas de auto-avaliação,

apoiadas por mecanismos externos e independentes de

recolha e tratamento (inicial) da informação, quer uma visão

integrada dos processos avaliativos. Esta integração compre-

ende a consideração articulada do contexto sociocultural,

dos processos de escola e de sala de aula e dos resultados

escolares dos alunos.

Os principais objectivos do Programa AVES são conhecer os

processos educativos de cada escola assim como os resulta-

dos que obtêm os alunos, tendo em conta as características

da escola e o nível académico dos alunos e permitir que cada

escola e cada professor analisem os resultados obtidos e

os comparem com os de outras escolas de características

similares, desenvolvendo uma cultura de auto-avaliação e

estimulando o uso dos resultados para a tomada de decisões.

N e s t e p r o c e s s o a s Escolas têm as seguintes responsabilidades:

a) decidir acerca da sua participação no programa de avalia-

ção de escolas, de acordo com as suas normas de participa-

ção e funcionamento;

b) criar as condições necessárias – organizativas, materiais e

participativas – para poder levar a cabo a avaliação;

c) indicar uma pequena equipa de docentes que acompanhe

e coordene o processo na escola;

d) analisar e interpretar os resultados que derivam da aplica-

ção dos instrumentos, de forma que essa

informação de origem externa tome “corpo” dentro da escola

e que se reforce o carácter de autoavaliação que tem este

processo;

e) decidir o uso a dar aos resultados obtidos, com vista a

melhorar o desempenho da escola.

A recolha de informação decorre ao longo de três anos, a

duração de cada ciclo de formação. As características da

informação que se obtém são as seguintes:

- é contextualizada: recolhem-se os dados que

caracterizam social e escolarmente cada escola e controla-

-se o rendimento inicial dos alunos, assim como o seu nível

sócio-económico;

- é comparada: cada escola recebe os resultados que

obtém em todas as dimensões estudadas, em comparação

com a média dos resultados obtidos pelas escolas situadas no

mesmo tipo de contexto social e pela totalidade das escolas

participantes da rede;

- é con� dencial: a informação recolhida em cada

escola só será conhecida pela própria escola. A cada escola

são ainda dados a conhecer os volumes médios obtidos nas

diferentes variáveis pelas escolas que se situam no mesmo

tipo de contexto sócio-cultural;

- é objectiva: a informação que se proporciona procede

dos questionários e provas aplicadas, uns e outros devida-

mente testados e validados;

- é interpretada pela escola e pelos pro-fessores: a informação que se proporciona é analisada

exclusivamente em cada escola pelos responsáveis das diver-

sas áreas e pelos professores, em geral, pois são eles quem

pode melhor compreender os resultados obtidos e encetar os

processos necessários à melhoria do desempenho da escola;

a informação que se obtém não se refere exclusivamente aos

PROGRAMA AVES NA EPRM

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Page 29: Revista EPRM nº 19

Revista EPRM # 19 | 29

[a nossa escola]

resultados académicos dos alunos, mas, não ignorando a sua

importância, percorre áreas mais vastas relacionadas com

as atitudes, as estratégias de aprendizagem, os processos

educativos e os valores de

pais, professores e alunos;

- é formativa: pois a � nalidade da recolha e do trata-

mento da informação é a colaboração com as escolas para

que estas se conheçam melhor e possam estabelecer, autó-

noma e responsavelmente, as suas dinâmicas de mudança.

O modelo de avaliação está organizado em quatro níveis: entrada, contexto, processos e resultados.

O nível dos resultados centra-se principalmente nos alunos,

mas inclui também a opinião dos pais e dos professores.

Em relação aos alunos avaliam-se não só as aprendizagens

em algumas áreas curriculares (como Matemática e Língua

Portuguesa), mas também as competências metacognitivas,

as estratégias de aprendizagem e as atitudes. Além disso, os

alunos completam também um questionário no qual manifes-

tam a sua opinião sobre o funcionamento da escola, sobre

a preparação que recebem e sobre os seus professores e os

seus colegas.

A aval iação externa dos resultados dos alunos em nada interfere com os processos de avaliação, mais completos e contínuos, que cada professor realiza.

Apenas os completa e viabiliza a sua leitura mais contextua-

lizada.Os pais também expressam a sua opinião através de

um questionário sobre o funcionamento da escola, sobre a

atenção com que são recebidos, sobre a disciplina que há

na escola, sobre as classi� cações dos seus � lhos e sobre as

actividades extracurriculares. A avaliação dos professores

compreende a sua satisfação com o funcionamento geral da

escola e com as condições em que realizam o seu trabalho.

Fonte: www.fmleao.pt, adaptado

Resultados da implementação do Programa na EPRM

Em análise aos relatórios produzidos pela Fundação Manuel

Leão, no âmbito do Programa AVES, para a Escola Pro� ssional

de Rio Maior, referentes aos ciclos de formação iniciados em

2008/2009, 2009/2010 e 2010/2011, a equipa docente

da EPRM, a partir da interpretação dos dados resultantes da

avaliação das aprendizagens nas disciplinas de Matemática

e Língua Portuguesa, apresenta algumas considerações que

poderão facilitar a identi� cação dos problemas de modo a

corrigir ou manter as trajectórias previamente estabelecidas

e, assim, contribuir para o sucesso escolar e obtenção da

quali� cação pro� ssional dos alunos. Será utilizada a metodo-

logia também usada no Programa, em que os resultados são

comparados numa perspectiva especí� ca, de cada escola,

mas também contextual, tanto relativamente às escolas do

mesmo contexto sociocultural, como em relação ao total de

escolas que se encontram no Programa (e que ultrapassam

actualmente a meia centena).

Ainda que a interpretação dos resultados que aqui se apre-

senta incida apenas sobre as provas de conhecimento, não

deverá a análise realizar-se sem o devido enquadramento

da escola ao nível do contexto sociocultural, considerando a

sua in� uência nos resultados obtidos pelos alunos, pelo que

se começa por apresentar o enquadramento da escola neste

domínio, no âmbito do Programa.

Em relação ao contexto sociocultural o Programa estabe-

lece uma pontuação para caracterizar o contexto de cada

estabelecimento de ensino, o que permite não só conhecer

a sua identidade contextual, como também identi� car a sua

posição dentro do conjunto de estabelecimentos de ensino

aderentes ao Programa.

Os parâmetros usados para estabelecer essa pontuação são: as habilitações literárias dos pais, a pro� ssão do pai, as condições habitacionais, o número de veículos, os

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30 | Revista EPRM # 19

[ a nossa escola ]

hábitos de leitura, a frequência de leitura de imprensa e a existência ou não de ligação à Internet em casa.

Aquando da sua integração no Programa, em 2008, (na

altura com 23 escolas aderentes), a EPRM foi classi� cada

no contexto sociocultural médio-baixo, com uma pontuação

de 127,4242. (Fig.1) Também a distribuição dos alunos por

nível de contexto sociocultural incidiu sobretudo nos contextos

médio-baixo e baixo. (Fig.2)

(Fig.1)

(Fig.2)

Apresentam-se de seguida as principais conclusões relativas ao nível de conhecimentos/competências dos alunos à entrada do 1º ano dos Cursos Profissionais, nas provas de Língua Por tuguesa e Matemática.

No que diz respeito à Língua Portuguesa, os resultados glo-

bais revelaram-se insatisfatórios (com resultados inferiores a

50% em todos os parâmetros) ao longo dos três anos lectivos

em análise. Destacam-se os resultados negativos obtidos

nos parâmetros Interpretação, Aplicação de Conhecimentos

e Conhecimento Explícito, registando-se um decréscimo dos

resultados no estudo comparativo entre os anos 2008/2009

e 2009/2010. No entanto, a classi� cação � nal obtida pela

EPRM não se distancia signi� cativamente da classi� cação

das escolas com o mesmo contexto sociocultural, assim

como da classi� cação global das escolas que � zeram parte

do estudo. (Fig.3)

Os resultados obtidos no ano lectivo 2010/2011, embora

ainda se mantenham negativos, distanciam-se positivamente

dos obtidos nos anos anteriores, ainda que a leitura destes

resultados deva ter em conta que os parâmetros de análise

foram tratados de forma diferente.

(Fig.3)

Relativamente à disciplina de Matemática os resultados

globais revelaram-se igualmente insatisfatórios ao longo dos

três anos lectivos em estudo. Destacam-se os resultados

positivos obtidos nos parâmetros Estatística e Aquisição de

Conhecimentos, não se registando uma oscilação signi� cativa

dos resultados no estudo comparativo ao longo dos anos

lectivos em análise. (Fig.4)

Regista-se ainda que ao nível da Compreensão os resultados

apresentam-se num nível muito inferior ao veri� cado no pa-

râmetro Aquisição de Conhecimentos, facto que se justi� ca

pela di� culdade em utilizar a Matemática na Interpretação

e Intervenção em contexto real, revelando os alunos uma

capacidade de aplicação muito inferior aos seus saberes.

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Page 31: Revista EPRM nº 19

Revista EPRM # 19 | 31

[a nossa escola]

(Fig.4)

Contudo, e apesar da média da classi� cação � nal obtida ser

negativa, a EPRM destaca-se de forma signi� cativa, apresen-

tando resultados superiores quer em relação às escolas com

o mesmo contexto sociocultural, quer à classi� cação total das

escolas que � zeram parte do estudo.

Conclui-se, assim, que, relativamente aos alunos que

iniciaram o ciclo de formação nos anos lectivos 08/09,

09/10 e 10/11, o estudo apresentado evidencia, não só, as

di� culdades manifestadas ao nível da aquisição e aplicação

de conhecimentos, mas sobretudo as lacunas ao nível dos

pré-requisitos fundamentais ao processo de ensino - apren-

dizagem das disciplinas em análise, no sentido da obtenção

do sucesso escolar e consequente quali� cação pro� ssional.

Conscientes de que estes resultados deverão ser enquadra-

dos numa realidade de maior dimensão, ao nível das causas,

cabe à escola, na sua dimensão organizacional e pedagógica,

interpretá-los e a partir deles tomar decisões, corrigir insu� -

ciências, reforçar os aspectos positivos e estabelecer com-

promissos no sentido de garantir uma melhoria da qualidade

do seu papel na formação dos alunos.

A equipa docente da EPRM

BELTRÃO COELHO (RIBATEJO E OESTE, LDA.)Rua Professor Manuel Bernardo das Neves, 16 A/B - 2000-208 SANTARÉM

e-mail: [email protected] • www.beltraocoelho.pt

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Page 32: Revista EPRM nº 19

32 | Revista EPRM # 19

[formar em contexto de trabalho]

“Ver o que está à frente do nariz requer uma luta constante”

G. Orwell

Acções e Intenções

Vem de longe a importância atribuída à formação pro� ssional

de jovens, fenómeno actualmente associado ao imperativo

económico da empregabilidade, característica apetecível e

dependente dos ditames da economia, que os prepara para

a integração em � leiras pro� ssionais, descurando por vezes

as suas necessidades enquanto cidadãos. Por não concor-

darmos, nem professarmos tal desígnio, entendemos que a

formação deverá ser orientada de modo a assegurar uma du-

pla � nalidade: preparar os jovens para o trabalho, sem deixar

de propor estratégias que assegurem o seu desenvolvimento

integral e harmonioso.

Este processo obriga as entidades formadoras, sobretudo as

escolas pro� ssionais, a ir um pouco além das propostas tradi-

cionais, desenvolvidas em contexto de sala (enquanto espaço

e tempo de aprendizagens), alternando esta realidade com

momentos de formação em contexto de trabalho (enquanto

território de confronto com a realidade, de resolução de

problemas e de reestruturação pessoal e social dos jovens).

Sob a lógica da escola, a formação alternada teima em con-

trariar as propostas que valorizam a dinamização de tarefas

simples e repetitivas, que promovem o acesso a mão-de-obra

barata, quando não enquadradas no campo mais vasto do

conhecimento proporcionado pelas escolas. As possibilida-

des e potencialidades que decorrem das transferências que

se efectuam entre estes territórios fazem parte das nossas

preocupações pro� ssionais.

Sabemos das di� culdades na medição das relações que se

estabelecem entre a escola e as empresas, e vice-versa. Sa-

bemos também que as aproximações ao mundo do trabalho

não devem afectar a aquisição de conhecimentos gerais e

tecnológicos, nem o desenvolvimento de atitudes e competên-

cias que se concretizam em dimensões que estão muito para

além da escola (envolvendo aspectos como a negociação, a

ética e a cooperação, entre outros).

Por estes motivos, aproveitamos de novo a oportunidade

para analisarmos em conjunto, e a partir das impressões das

pessoas com quem trabalhamos, alguns dos dados que nos

deverão permitir saber como melhorar o funcionamento dos

nossos estágios. Desta vez, optámos por questionar alguns

dos participantes directamente envolvidos na realização de

estágios (alunos e entidades) privilegiando, como metodo-

logia de trabalho, o inquérito e a análise qualitativa. Reco-

lhemos dados junto de 45 alunos � nalistas e 16 entidades

de acolhimento, obtidos presencialmente (alunos) e on-line

(entidades). Os resultados permitem sinalizar propostas que

poderão apoiar eventuais estratégias de melhoria.

Das perspectivas das entidades de acolhimento

No entender das entidades de acolhimento, o estágio é, so-

bretudo, um bom momento de aprendizagem e uma forma

de complementar a formação teórica oferecida pela escola,

por via da sua adequação face à realidade que emana das

situações e dos contextos de trabalho. Neste domínio, e rela-

tivamente aos pontos críticos sinalizados, destacam-se i) as

fragilidades quanto à duração, dado que se considera “curto”

o tempo de estágio, com difícil rentabilização do investimento

dispendido; ii) a rigidez na distribuição temporal, com opções

pouco ajustadas e com pouca � exibilidade na distribuição dos

períodos de estágio (sempre na mesma altura; desajuste face

a algumas áreas de trabalho) e iii) as experiências de (des)

contextualização, com a oferta de actividades desfasadas

quer do contexto escolar, quer da realidade empresarial.

Dos aspectos valorizados pelas entidades de acolhimento

(que poderíamos aqui designar por competências-chave), foi-

-nos possível estruturar a matriz de competências e saberes

que constam da Tabela 1.

Embora simplista, poderá ser um instrumento interessante na

adequação das propostas de estágio, acautelando elemen-

tos associados ao per� l dos aluno(a)s e às expectativas das

entidades de acolhimento.

Da Teoria à Prática: ideias para melhorar o(s) estágio(s)

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Page 33: Revista EPRM nº 19

Revista EPRM # 19 | 33

[formar em contexto de trabalho]

Das perspectivas dos alunos

De acordo com as respostas obtidas junto dos aluno(a)s que

já terminaram o seu percurso formativo em contexto de traba-

lho, e no que diz respeito aos seus pontos fortes (Figura 1),

sobressaem aspectos ligados ao relacionamento interpessoal

(lidar com outras pessoas, tolerar a diferença, adoptar novas

perspectivas perante os outros), por via do conhecimento que

decorre do contacto directo com a realidade, com os dilemas

e desa� os com que se deparam os alunos. A consolidação de

parte dos saberes adquiridos na escola e o contacto com as

características do mundo do trabalho, nomeadamente nos

aspectos mais imediatos (respeito pelo horário, integração

na empresa, funcionamento interno, entre outros), são ele-

mentos valorizados pelos alunos que agora terminam este

ciclo formativo.

Já no que se refe-

re aos aspectos

críticos, ou pon-

tos fracos (Figura

2), a tendência

mais evidente

vai, a exemplo

do que que se

ver i f icou com

a s r e s p o s t a s

das entidades

de acolhimen-

to, para a dura-

ção dos estágios

(pouco tempo) e

para as caracte-

rísticas intrínsecas

a alguns locais

de acolhimento,

relacionadas com

a sua realidade,

cl ima e cultura

organizac ional ,

nomeadamente: a

desconfiança por

parte dos recursos

humanos face à inte-

gração do estagiário, a indiferença e a negligência perante as

suas propostas, atitudes e níveis de desempenho, a desres-

ponsabilização face aos objectivos e ao âmbito das propostas

de formação e os baixos níveis de organização de algumas das

entidades, cujo modo de funcionamento contribui, por vezes,

para a diminuição dos níveis de empenho e motivação dos

alunos. O espaço deste artigo não nos permite uma re� exão

em torno destas ideias, o que faríamos com muito agrado.

Paralelamente a estes aspectos, foram ainda sinalizadas refe-

rências signi� cativas quanto ao tipo de tarefas (quando pouco

ajustadas ao âmbito do curso) e quanto ao relacionamento

interpessoal durante o período de estágio (di� culdades na

relação e na comunicação com os colegas, recepção pouco

cuidada, etc).

Em suma, da avaliação efectuada pelos alunos é-nos possível

caracterizar o estágio como sendo um momento de formação

prática, com forte incidência na criação de competências re-

lacionais (lidar com os outros, perceber como são e como se

comportam em contexto de trabalho), competências técnicas

(aprender como e porque se faz) e competências pro� ssionais

(saber como funciona o mundo do trabalho, que aspectos

são valorizados, …).

Quando questionados sobre os aspectos mais importantes

do estágio, e afastando os dilemas e subjectividades naturais

de quem avalia (onde se vê um copo meio cheio, há sempre

quem pense nele como estando meio vazio), os alunos re-

forçam sobretudo o papel do estágio enquanto oportunidade

de crescimento e maturação pessoa e pro� ssional (Figura 3),

não só por aquilo que observam (“no contacto com o mundo

do trabalho”), mas também pelo que adquirem (“ser mais

responsável”; “ter novos conhecimentos”).

Aproveitando o � nal deste ciclo formativo, interessou-nos ain-

da saber o que, de facto, aprenderam os alunos ao longo dos

(Fig.1) - Pontos fortes componente da formação em contexto trabalho (estágio)

(Fig.2) - Pontos fracos da componente formação em contexto trabalho

(Fig.3) - A importância dos estágios na perspectiva dos alunos

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Page 34: Revista EPRM nº 19

34 | Revista EPRM # 19

[formação pro� ssional]

dois momentos de estágio e, em função disso, que propostas

poderão lançar junto dos colegas que agora iniciam um novo

percurso, visando-se deste modo a sinalização de ideias e

propostas que possam ser entendidas como um contributo

para a melhoria nos modos de funcionamento dos nossos

estágios. Relativamente às aprendizagens signi� cativas, os

alunos mencionaram três aspectos que merecem destaque:

i) “aprenderam a saber relacionar-se com os outros e traba-

lhar em equipa”; ii) “aprenderam a saber como funciona o

mundo do trabalho e das organizações” e iii) “aprenderam a

ser mais responsáveis”.

Na sua perspectiva, o estágio favorece claramente a pro-

moção de competências sócio-técnicas, presentes cada vez

mais na forma como reestruturam os seus comportamentos,

atitudes e valores enquanto futuros trabalhadores e enquanto

cidadãos. No fundo, reforça-se a tradicional ideia de que o

principal resultado do estágio é, para além da adequação

dos saberes obtidos em meio escolar, a produção de com-

petências que facilitem o acesso ao trabalho e ao emprego.

Regressa-se assim ao conceito de empregabilidade enquanto

denominador central neste domínio.

Contributos para as perspectivas dos novos estagiá-rios

Para os alunos que iniciam agora o seu percurso formativo,

as propostas lançadas pelos colegas que transitam para o

mundo do trabalho, ou para outros domínios de formação,

organizam-se em torno de quatro ideias-chave (Figura 4),

todas elas ligadas às percepções que se manifestam em fun-

ção do contacto com a realidade. De um modo geral, para se

construírem bons (ou melhores) estágios, há que, em primeiro

lugar, dar o melhor de si, manifestar responsabilidade perante

os outros e perante os locais de acolhimento, ser proactivo

e empreendedor. Uma tarefa difícil, mas seguramente ao

alcance de todos.

Em segundo lugar, aproveitar o momento (carpe diem), usu-

fruir das relações e das aprendizagens suscitadas no contacto

com o mundo do trabalho. Uma postura que poderá, no limite,

assumir a forma de atitude perante a vida, de estimulo orien-

tador em todos os seus domínios.

Em terceiro lugar, compreender as circunstâncias que poderão

levar ao respeito integral das regras e normas em uso nas

entidades de acolhimento. A possibilidade de aceder a experi-

ências de duração limitada (seis semanas) cria oportunidades

que não se coadunam com a provocação e o con� ito estéril.

Os alunos são os primeiros a reconhecer a importância de

uma experiência ajustada à realidade da escola (que exige e

avalia) e às condições da(s) empresa(s) (que acolhe e integra).

Por último, mas demasiado importante para ser considerado

mero acessório, os alunos reforçam uma das propostas mais

debatidas na componente de Formação em Contexto de Tra-

balho: anotar as actividades diariamente, escutar, perguntar

e ter calma. São referências essenciais, assinaladas pelos

alunos, que deverão ser tidas em conta por todos os que se

debatem com as preocupações de um novo estágio.

Em Jeito de Resumo …

A ocasião e o espaço não aconselham conclusões despro-

positadas. Regressemos, por agora, à questão inicial para

lhe darmos uma resposta simples: se quisermos melhorar

o funcionamento da componente de Formação em Contexto

de Trabalho, há que contar com as percepções, atitudes e

valores dos alunos à saída dos estágios. Eles são, pelas suas

características, pelo conhecimento e pela experiência que

carregam, não só o alvo destas propostas mas sobretudo um

recurso de fácil acesso quando se trata de identi� car elemen-

tos que nos permitam adoptar estratégias mais ajustadas no

confronto com a prática.

(Grandes dúvidas terá, decerto, frei Tomás. Mas essas, são

outras teorias!…)

João Paulo Colaço Técnico do GAT

(Fig.4) - Propostas para melhorar o estágio

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Page 35: Revista EPRM nº 19

Revista EPRM # 19 | 35

[formação pro� ssional]

A Associação de Produtores Florestais da Região

de Alcobaça – APFRA, desempenha um papel

activo no desenvolvimento social das populações,

no que diz respeito à formação e sensibilização

na esfera � orestal e educacional. Trabalhamos

na defesa dos interesses sociais, pro� ssionais e económicos

dos produtores � orestais através de mecanismos de gestão,

defesa e desenvolvimento das � orestas. Pretendemos ainda

ajudar a criar técnicos quali� cados no sector � orestal.

Foi neste sentido que temos desenvolvido parcerias, nomea-

damente com a Escola Pro� ssional de Rio Maior, acolhendo

os estagiários do Curso Técnico de Recursos Florestais e

Ambientais.

Com estes estágios curriculares, os alunos são colocados

num cenário real de trabalho sendo o nosso papel, como

associação, extremamente importante, uma vez que fazemos

a sua integração e damos a conhecer as necessidades de

mercado, fomentando dinâmica, capacidade de resposta e

espírito crítico. Pretendemos com estas acções reforçar o

sentido de planeamento e gestão nos hábitos de trabalho

dos alunos que escolhem a nossa instituição para estagiar.

Como técnicos da Associação, consideramos e sentimos que

esta experiência bastante enriquecedora para os propósitos

a que nos propusemos é de extrema importância para o

desenvolvimento pessoal e pro� ssional dos futuros técnicos

envolvidos, não só pelo desa� o na formação como também

no apoio e acompanhamento técnico nos diferentes sectores

� orestais.

Os compromissos que temos para com a � oresta passam pela

formação dos jovens, através da transmissão do nosso Know-

-how, fomentando assim o interesse em trabalhar na � oresta.

Eng.ª Alexandra SousaAssociação de Produtores Floretais da Região de Alcobaça

O outdoor do Ensino Pro� ssional -Formação em contexto de trabalho

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Page 36: Revista EPRM nº 19

36 | Revista EPRM # 19

[ entrevista ]

[EPRM] - Como surgiu a Riomagic?

[G G] -Em primeiro lugar, contarei um pouco da minha história

de vida para perceberem como é que surgiu a RioMagic. Eu

fui estudante tal como vós e ingressei na Marinha de Guerra

Portuguesa, onde permaneci quatro anos. Decorrido esse

tempo, considerei que a vida militar não seria o meu futuro.

Após sair da Marinha de Guerra Portuguesa, o meu irmão, que

é licenciado em Direito, motivou-me a tirar o curso de media-

ção imobiliária, convencendo-me que o meu per� l encaixava

na área do Comércio, que poderia ser, por exemplo, na área

de Agência de Viagens ou Mediação Imobiliária. A Mediação

Imobiliária entusiasmou-me e frequentei um curso no InCI

(Instituto da Construção e do Imobiliário), antigo IMOPPI

(Instituto dos Mercados de Obras Públicas e Particulares e

do Imobiliário), entidade que valida as licenças na mediação

imobiliária. Estive três anos em Lisboa a estagiar numa

agência imobiliária, na Pontinha, num sítio que não é fácil

e, com apenas 21 anos de idade criei a empresa Riomagic.

[EPRM] - Sendo a Riomagic uma das empresas com maior prestígio local no sector da Mediação Imobiliária, de que forma nos poderia apresentá-la, assim como os seus objectivos?

[G G] Eu não sabia que estava quali� cada dessa forma, não

tenho essa presunção pois na minha perspectiva todas as

empresas do ramo são importantes, todos fazemos o nosso

melhor. Posso dizer-vos que uma das principais bases numa

empresa é a motivação e a persistência. Para mim são parâ-

metros fundamentais. A política da Riomagic é considerar to-

dos os clientes de igual forma e encará-los com a importância

devida, sentimo-nos sempre “inferiores” aos nossos clientes.

[EPRM] - A actividade do mercado imobiliário tem vindo a sofrer um reajuste signi� cativo nos últimos anos. Nes-te momento, o país procura enfrentar as di� culdades com austeridade e contenção e, como consequência, os negócios e os cidadãos ressentem-se deste cenário. De que forma a RioMagic tenta contornar esta situação?

[G G] Antes de mais, é dever de cada empresário tentar

segurar as empresas atendendo às di� culdades que elas

estão a atravessar, tentando sempre contorná-las. Ora, se há

di� culdade na compra de uma casa, nós temos que motivar

o cliente talvez para o arrendamento. Se existe di� culdade,

por parte de um cliente, na compra de uma casa de cem mil

euros, nós temos de fazer um estudo � nanceiro para que

consiga comprar uma de noventa mil euros. Portanto, nós

temos que nos adaptar às di� culdades do mercado, de uma

forma correcta, sempre com sensibilidade, porque na media-

ção imobiliária nós lidamos de perto com a vida das pessoas,

com o compromisso, por vezes, que eles assumem, durante

quarenta anos com uma instituição bancária, e isso não pode

ser feito de ânimo leve, não pode ser encarado como vender

uma camisa, por exemplo. Todos os prós e contras têm que

ser ponderados e explicados ao cliente e, por vezes, realizar

um grá� co � nanceiro – económico. Porque, como já referi,

se um cliente comprar hoje um imóvel de cinquenta mil, não

vai � car com uma taxa de esforço muito elevada e amanhã

poderá conseguir adquirir um outro imóvel por cem mil euros.

Não se pode pensar apenas no valor da comissão a receber,

aliás, isso é a última coisa que pensamos, primeiro temos

de pensar no cliente.

Não se esqueçam que no tempo de crise há os que choram

e os que vendem lenços, queiram sempre ser aqueles que

vendem lenços. Foi nesta altura que ampliei o meu negócio!

[EPRM] - Quais as principais competências que consi-dera determinantes na formação e quali� cação pro� s-sional dos jovens?

[G G] Na minha perspectiva a pontualidade é um factor

determinante num bom pro� ssional. Depois considero que a

postura, especialmente no ramo da mediação, é igualmente

importante. A nossa imagem e comportamento são o cartão

de visita de qualquer empresa. Portanto, quem vai comprar

uma casa vai assumir um compromisso muito grande, e se

durante o negócio se apresenta uma postura muito des-

PARCERIAS ESCOLA/EMPRESAS

Gisela GermanoENTREVISTA COM A PROPRIETÁRIA DA RIOMAGIC

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Page 37: Revista EPRM nº 19

Revista EPRM # 19 | 37

[ entrevista ]

contraída, poderá dar ideia de ser uma brincadeira e não é.

Posso dizer que associados aos que já referi, a persistência,

humildade e honestidade, são também pontos fundamentais

na mediação e penso eu que em qualquer emprego.

[EPRM] - Considerando que recebe alguns alunos � na-listas da Escola Pro� ssional de Rio Maior para desen-volver a formação prática em contexto de trabalho dos cursos que frequentam, que avaliação faz do impacto da formação pro� ssional de técnicos intermédios no desenvolvimento local?

[G G] Considero uma parceria bastante positiva e importante,

não só para os alunos que têm oportunidade de contactar

com o mundo do trabalho através da nossa empresa, mas

também para nós, que aprendemos sempre com os estagiá-

rios. Eu aprendi imenso com os estagiários que já recebi e vou

recebendo na Riomagic. Gosto muito de receber estagiários,

aliás nunca neguei um estagiário, nem nego, a não ser que

seja uma pessoa que eu sinta que, embora involuntariamente,

possa denegrir a imagem que eu criei da Riomagic.

[EPRM] - Ser empresário é o sonho de muitos jovens no nosso país, no entanto, concretizar esse sonho é um processo com várias etapas e considerações. Considera fácil ser empresário hoje em dia?

[G G] Não é fácil ser empresário, como não é fácil ser funcio-

nário, nada é fácil, hoje em dia. Tudo se consegue com muito

esforço; ser empresário é ser persistente acima de tudo, um

empresário não pode pensar que cria uma empresa hoje e

que amanhã está a ganhar muito dinheiro, ou que está tudo

a correr bem, existem sempre contratempos e situações

menos positivas. No entanto, existem quatro factores, dos

quais eu já falei anteriormente, que são determinantes para

o sucesso de qualquer empresário: postura, persistência,

humildade e honestidade!

[EPRM] - Como responsável pela empresa RioMagic e tendo em consideração a difícil situação económica do país, face ao emprego, que conselhos deixaria aos jovens que frequentam a EPRM no que diz respeito às suas quali� cações pro� ssionais e às exigências do recrutamento das empresas?

[G G] Aconselho-vos a serem sempre muito pro� ssionais.

Quanto mais pro� ssionais forem, mais fácil será enquadra-

rem-se no mercado de trabalho. Como foi referido anterior-

mente criei a minha empresa, com a vossa idade e vinda “do

nada”, logo é muito importante vocês terem a noção que é

um processo difícil, é preciso muita calma e agir-se ponde-

radamente face aos objectivos que se pretendem atingir.

A disciplina é importante para qualquer mercado de trabalho.

Além disso, considero que a postura e a pontualidade deter-

minam a contratação de qualquer trabalhador.

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Page 38: Revista EPRM nº 19

38 | Revista EPRM # 19

[ formação pro� ssional ]

A Escola Pro� ssional de Rio Maior (EPRM) estabeleceu um pro-

tocolo de cooperação com a marca portuguesa Vulcano para

os próximos anos. No âmbito desta parceria, a Escola recebeu

um sistema solar térmico para aquecimento de águas sani-

tárias, que servirá de objecto de estudo para as sessões de

formação prática e ainda permitirá o aquecimento de águas

dos balneários e cantina da Escola, através de energia solar.

Esta iniciativa surge na sequência da necessidade de equipa-

mentos práticos nas o� cinas de apoio aos cursos de Energias

Renováveis. Através da instalação dos sistemas de aqueci-

mentos de água Vulcano, os alunos irão ter oportunidade de

conhecer de perto estas soluções mais amigas do ambiente

e de realizar testes e experiências com estes equipamentos.

Paralelamente, o sistema irá permitir que a água quente

necessária para os balneários e cantina da Escola seja as-

segurada através da captação de energia solar, uma energia

limpa, gratuita e inesgotável! Desta forma, a escola irá reduzir

o consumo de gás necessário ao aquecimento de água e

assim contribuir para a preservação do meio ambiente.

Os painéis solares térmicos estão instalados no Jardim da

Escola, onde será criada uma área, denominada “Ilha Eco-

lógica”, que pretende sensibilizar professores e alunos para

os benefícios da energia solar. Esta energia renovável, tão

abundante em Portugal, permite uma maior e� ciência ener-

gética e redução da emissão de gases nocivos ao ambiente.

No âmbito deste protocolo, os alunos terão ainda oportu-

nidade de visitar a Fábrica da Vulcano em Aveiro e � car a

conhecer todo o processo de produção dos painéis solares

térmicos, bem como de outros equipamentos destinados ao

aquecimento de águas.

A Vulcano é a marca portuguesa líder em soluções de

aquecimento de águas (esquentadores e caldeiras) e solar

térmico. Enquanto marca amiga do ambiente e da construção

sustentável, a Vulcano tem promovido várias iniciativas para

incentivar a utilização de energias renováveis e sensibilizar

para a importância de todos contribuirmos para a sustenta-

bilidade do planeta!

Energia Solar Térmica Vulcano na EPRM

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Revista EPRM # 19 | 39

Até o Solprefere a Vulcano.

www.vulcano.pt

O SOL ESTÁ AO SEU INTEIRO DISPOR, E A VULCANO TAMBÉM.

Beneficiar de uma poderosa fonte de energia renovável e de poupança, sem preocupações, é mais fácil do que parece. Para o seu conforto, a Vulcano desenvolveu soluções solares térmicas completas e versáteis, para água quente e apoio ao aquecimento da sua casa, de fácil e rápida instalação, com serviço especializado do primeiro ao último passo. Invista no futuro.Basta falar com o seu especialista de sempre.

a,

as uaro

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40 | Revista EPRM # 19

[ formação pro� ssional ]

Numa realidade onde as necessidades de mercado são cada

vez mais exigentes, há que saber optar e, a mim, parece-me

que a Escola Pro� ssional de Rio Maior tem todas as condições

para se tornar numa boa opção. Aliás, não só tem actualmen-

te como teve, no passado, aquando da minha escolha pelo

curso Técnico de Electromecânica, o qual me proporcionou a

aquisição de uma série de aprendizagens, bem como através

de estágios pro� ssionais, o contacto com o mundo do trabalho

e com a realidade pro� ssional.

O Curso Técnico de Manutenção Electromecânica pareceu-

-me ser a escolha mais correcta para um aluno dado mais

à prática do que à teórica, não deixando ainda assim de ter

capacidade, só por não gostar de estar fechado numa sala de

aulas a ouvir um professor “desbobinar” matéria. Eu precisava

de mais, precisava de contactar com o mundo real, com o

verdadeiro mundo do trabalho e isso foi-me possibilitado por

diversas vezes ao longo do meu curso.

Aquilo que sou hoje posso agradecer, em parte, à “minha”

escola que sendo “minha” é também de todos nós. A minha

turma e eu, em particular, não éramos o modelo dos modelos

nem de perto nem de longe mas ainda assim, hoje em dia,

somos trabalhadores considerados competentes. Aliás, neste

momento, já sou gerente de uma empresa vocacionada para

É preciso acreditar!as Energias Renováveis. Resolvi arriscar num projecto o qual

me pareceu credível e no qual acredito e acreditava desde

há muito tempo. A Maior Energia Unipessoal, Lda. ainda não

possui uma sede própria, mas tudo a seu tempo. Esse será

mais um sonho a realizar, mais uma etapa a alcançar.

Posso a� rmar que se eu consegui e vou conseguindo, também

outros jovens o conseguirão. É preciso acreditar e não deixar

de lutar pelos nossos objectivos. Arranjar estratégias, criar

novos produtos, apostar na diversidade, encarar a concorrên-

cia como uma mais-valia é a chave do segredo.

Para terminar, posso aconselhar-vos no sentido de nunca

deixarem de acreditar. Não deixem nada por fazer ainda que

tudo venha a ser um fracasso! Arriscar faz parte da vida e é de

pessoas aventureiras, quali� cadas, com iniciativa, criativas,

com vontade de mudar, de criar soluções e estratégias que

o nosso mercado de trabalho tem necessidade.

O futuro está nas vossas mãos!

Sérgio Gonçalves Gerente da Maior Energia Unipessoal, Lda.

MaiorEnergia, Lda.Clean energie

Estrada de Santarém | Gato Preto | 2040-335 Rio [email protected] Tlm. 925 964 240

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Revista EPRM # 19 | 41

[ em formação]

Quando me convidaram para escrever umas ”linhas” sobre

a Direcção de Curso, a primeira dúvida que me surgiu foi o

que dizer sobre uma função que sendo importante no con-

texto escolar, nada ou pouco diz quando olhada sob a forma

“jornalística”.

Descrever a função e o seu articulado regulamentar, respon-

sabilidades e actuação do Director de Curso seria o mais fácil,

mas o que menos acrescentaria a esta publicação em termos

de interesse por parte daqueles a quem especialmente se

dirige: os alunos. E é precisamente este alvo, os alunos,

que devem estar no centro de todas as acções, de todos os

objectivos da instituição Escola, porque é por eles e para

eles que ela existe.

É neste contexto que a Direcção de Curso ganha uma nova

dimensão, “usando-a” não apenas para as funções mais

ou menos burocráticas e organizativas, mas para uma in-

tervenção directa junto dessa população alvo, orientando,

aconselhando e incentivando, estimulando a sua criatividade.

Desta forma, anseio incutir aos alunos do Curso Técnico de

Instalações Eléctricas que iniciou na EPRM no presente ano

lectivo, os valores e ensinamentos que lhes proporcionarão

a tão desejada quali� cação pro� ssional, “ferramenta - chave”

para obtenção de um posto de trabalho na actualidade.

A Juventude foi, é e sempre será a fonte da contestação e da

impulsividade, mas é também o motor da mudança.

Saibamos, enquanto adultos e formadores, com o nosso co-

nhecimento e experiência, orientá-los respondendo às suas

ansiedades e objectivos.

Se não o conseguirmos, a falha não é deles, é nossa!

José OliveiraDirector de Curso

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS

Quali� cação Pro� ssional - “Ferramenta-Chave” para uma Futura Pro� ssão

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42 | Revista EPRM # 19

[ em formação ]

O Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Infor-

máticos é o pro� ssional quali� cado apto a realizar, de

forma autónoma ou integrado numa equipa, actividades

de concepção, especi� cação, projecto, implementação,

avaliação, suporte e manutenção de sistemas informá-

ticos e de tecnologias de processamento e transmissão

de dados e informações.

As actividades principais desempenhadas por este técnico são:- Instalar, con� gurar e efectuar a manutenção de com-

putadores isolados ou inseridos numa rede local.

- Instalar, con� gurar e efectuar a manutenção de perifé-

ricos de computadores ou de uma rede local.

- Instalar, con� gurar e efectuar a manutenção de estru-

turas e equipamentos de redes locais.

- Instalar, con� gurar e efectuar a manutenção de siste-

mas operativos de clientes e de servidores.

- Implementar e efectuar a manutenção de políticas de

segurança em sistemas informáticos.

- Instalar, con� gurar e efectuar a manutenção de apli-

cações informáticas.

- Efectuar a análise de sistemas de informação.

- Conceber algoritmos através da divisão dos problemas

em componentes.

- Desenvolver, distribuir, instalar e efectuar a manuten-

ção de aplicações informáticas, utilizando ambientes e

linguagens de programação procedimentais e visuais.

- Conceber, implementar e efectuar a manutenção de bases

de dados.

- Manipular dados retirados de bases de dados.

- Instalar, con� gurar e efectuar a manutenção de servidores

para a Internet.

- Plani� car, executar e efectuar a manutenção de páginas e

sítios na Internet.

- Desenvolver, instalar e efectuar a manutenção de sistemas

de informação baseados nas tecnologias web.

Esperamos que estes jovens, que iniciaram neste ano lectivo

o seu ciclo de formação, se mantenham motivados para o de-

senvolvimento e aplicação das suas competências, obtendo

em 2013 a certi� cação de Técnicos de Gestão e Programação

de Sistemas Informáticos com vista a dar resposta às neces-

sidades do mercado de trabalho na nossa região.

João InezDirector de Curso

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE GESTÃO E PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS

INFORMÁTICOS

GPSI - Futuros Técnicos Informáticos

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Revista EPRM # 19 | 43

[ em formação ]

A relação entre o Homem e o Meio

Ambiente é feita de contradições…tão

depressa o queremos proteger como

inventamos novas formas de o agredir.

Esta contradição conduz a inúmeras

situações de desgaste quer por parte

do ser humano quer por parte da Natu-

reza, que de uma forma ou outra, tem

vindo a demonstrar o desagrado na

forma como é tratada e considerada.

As populações crescem a um ritmo

frenético, e com elas crescem as

necessidades de espaço e recursos

que permitam manter as condições de

sobrevivência a que todos já estamos

habituados.

De há uns anos a esta parte, as cons-

ciências começaram a pesar e as

consequências de todo um conjunto

de actos, a surgir.

Parece que se ouve a Mãe Natureza

gritar:” CHEGA! Protejam, tratem e não

destruam!”

Eis que surgem todo um conjunto de movimentos relacio-

nados com as questões ambientais e a procura de novas

formas de produção de energia que sejam menos agressivas

ambientalmente e cujas matérias-primas não corram o risco

de desaparecer com a constante utilização.

As Energias Renováveis fazem parte deste conjunto de me-

didas, sendo as mesmas das mais diversas áreas e formas.

Num País onde o vento, o sol e as marés abundam é urgente

dar uso e proveito a essas fontes!

As Energias Renováveis Eólicas são um projecto que tem vindo

a ser implementado no nosso País (ilhas e continente) de

forma a dar resposta às necessidades energéticas existentes,

de um modo complementar.

Foi atendendo a esta necessidade e consequentemente à

necessidade de Técnicos formados na área, que surgiu o

Curso relacionado com as Energias Renováveis – variante

Sistemas Eólicos na Escola Pro� ssional de Rio Maior.

Vós, caros alunos, sois o futuro e, como tal, tendes que ter em

atenção que a formação e especialização são essenciais. Há

que apostar nas novas tecnologias e soluções!

Este é o vosso primeiro ano! Diferenças, apostas, sucessos e

desa� os ser-vos-ão colocados diariamente, para que um dia

ao saírem desta escola possam também contribuir de forma

positiva e motivadora na protecção ambiental e desenvolvi-

mento pro� ssional!

"A transformação pessoal requer substituição de velhos hábitos por novos."

(W. A. Peterson )

Claudia Solange GomesDirectora de Curso

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS / SISTEMAS EÓLICOS

Necessidade Eminente: Técnicos de Energias Renováveis

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44 | Revista EPRM # 19

[ em formação ]

A Escola Pro� ssional de Rio Maior abriu no presente ano

lectivo o curso de Técnico de Turismo Rural e Ambiental,

destinado a jovens que pretendem vir a trabalhar no sector

do turismo, tendo em vista quali� car pro� ssionais capazes e

motivados que prestem um serviço de excelência.

Num sector que representa cerca de 11% do PIB da Economia

Nacional e com uma quota de emprego em actividades ca-

racterísticas do turismo de 7,9%, o que ronda sensivelmente

os 406,6 mil indivíduos, segundo o INE, o objectivo a que se

propõe o sector é chegar aos 15% do PIB Nacional. Para tal,

além do investimento que é feito em promoção externa e

em estratégias de marketing é, de facto, necessário formar

jovens capazes de dar uma resposta adequada aos níveis de

qualidade cada vez mais exigentes do Turismo e da Hotelaria.

Hoje em dia vive-se verdadeiramente num mercado global

e a concorrência é cada vez maior, onde os vários destinos

mundiais competem de forma feroz entre si.

Num contexto regional, o concelho de Rio Maior tem vindo a

apostar neste sector onde existem importantes investimentos

privados e públicos, uns de maior escala, outros de escala

mais reduzida, mas todos eles importantes.

Podemos a� rmar que Rio Maior tem excelentes equipamentos

em diferentes áreas que se devem complementar entre si e

que permitem, em conjunto, criar uma oferta diversi� cada e

diferenciada. Neste momento, estão a ser discutidas as linhas

estratégicas de um plano de médio prazo que permita captar

mais investimentos e aumentar o � uxo turístico. Estão assim

criadas as condições para, em conjunto, o sector privado e

público unirem esforços no sentido de organizarem a oferta

turística. Este é o ponto fulcral da discussão - a organização

da oferta turística do concelho - dando-lhe uma identidade

própria e diferenciadora com estratégias de promoção con-

junta em que os equipamentos se complementem entre si;

para além disso, deve-se identi� car os recursos existentes e

transformá-los em produtos turísticos.

Só com esforço de todos os stakeholders será pos-sível criar sinergias de que todos bene� ciarão. A Es-

cola Pro� ssional de Rio Maior será também parte do processo,

servindo de “tubo de ensaio” através de projectos inovadores,

alguns deles já em desenvolvimento e em fase embrionária,

que devem merecer a atenção e o contributo de todos, pois

só assim é possível Quali� car, Inovar e Empreender!

Bruno VargasDirector de Curso

Quali� car, Inovar e Empreender …no Turismo

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE TURISMO AMBIENTAL E RURAL

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Revista EPRM # 19 | 45

[ em formação ]

A Necessidade de ter energia é fundamental para o desenvol-

vimento das sociedades. No entanto, a maior parte da energia

usada no mundo provém de combustíveis fósseis como o car-

vão, o gás ou o petróleo, cujas reservas têm vindo a diminuir.

Estes combustíveis fósseis aumenta a concentração CO2 na

atmosfera, contribuindo para o tão falado aquecimento global.

A utilização e� ciente da energia e a aposta nas fontes de

energia renováveis como o sol ou o vento podem contribuir

para a redução da pegada ecológica do homem.

O recurso às energias alternativas, em especial à energia

solar, constitui uma solução para muitos problemas sociais

associados ao consumo de combustíveis fósseis. O seu uso

permite uma melhoria do nível de vida, em especial nos países

sem reservas petrolíferas como Portugal, diminuindo a sua

dependência económica e reduzindo os impactos negativos

resultantes da queima de combustíveis na utilização e trans-

formação de energia.

A situação energética nacional traduz-se num subaproveita-

mento das energias endógenas. Uma das fontes endógenas

de extrema importância é a energia solar dado que o valor

anual da radiação solar global varia entre 1400 e 1800 kWh/

m2. Sendo esta uma fonte primária gratuita, não poluente,

abundante em Portugal e estando à disposição de todos, deve

ser aplicada em projectos de produção de energia eléctrica

e/ou térmica.

O curso de Técnico de Energias Renováveis iniciado no ano

lectivo 2009/2010 tem sido uma revelação. Ainda no primeiro

ano foram concluídos pelos alunos vários trabalhos na área

das Energias Renováveis, onde se destacam:

- Módulo térmico de aquecimento de ar - este protótipo

produzido com la-

tas de refrigeran-

tes usadas pode

ser usado para

aquecer pequenos

espaços como ten-

das de campismo,

auto-caravanas e

até quartos. Para

instalar/usar este

sistema basta ca-

nalizar o ar aqueci-

do para o espaço,

tendo o cuidado de

orientar o módulo

para o sol. Este sistema custa menos de 50€ e tem na saída

ar com mais de 130ºC sendo o caudal de aproximadamente

5 litros por minuto.

O Carrinho Solar, construído pelos alunos, participou no rali

solar, passando a eliminatória e marcando presença na � nal.

A prova consistia em realizar uma volta completa ao circuito

no menor tempo, usando exclusivamente energia solar.

Apesar de se tratar de uma prova de velocidade as técnicas

de construção e design também contavam. Este ano, nova

prova, nova vontade de ganhar.

Os alunos do C.T. de Energias Renováveis – Solar, no � nal dos

três anos, terão competências para assegurar a manutenção

dos sistemas solares térmicos e dos sistemas solares fotovol-

taicos, de acordo com os planos de manutenção de� nidos e

efectuar ensaios após intervenção, a � m de assegurar o seu

adequado funcionamento.

Terão ainda capacidades de coordenar e supervisionar o

diagnóstico de anomalias nos sistemas solares térmicos e

nos sistemas solares fotovoltaicos, procedendo ao controlo

do funcionamento de equipamentos e acessórios, de acordo

com as especi� cações técnicas dos mesmos. Será com a

ajuda da Escola Pro� ssional de Rio Maior que teremos já em

2012, dezanove novos Técnicos em Energias Renováveis.

Só desta forma investindo e criando novas formas de aproveitamento energético,

poderemos avançar no sentido de diminuir a dependência dos combustíveis fósseis.

Issac DuarteDirector de Curso

Futuro, mas com Energia CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS / SISTEMAS SOLARES

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46 | Revista EPRM # 19

[ em formação ]

Dizer que vivemos na sociedade do conhecimento já é um

lugar-comum. No entanto, e apesar de tão apregoado, nunca

é de mais reforçar a sua importância para o desenvolvimento

das organizações e dos seus pro� ssionais.

Durante muitos anos, as organizações foram orientadas para

trabalhar com um modelo de gestão baseado em hierarquias

rígidas. Com a globalização e as mudanças constantes que

esta estimula, a organização tem a necessidade de imple-

mentar um processo de gestão ágil, inteligente, que procure

capacitar os seus colaboradores através de um modelo de

aprendizagem contínua para que estes possam adquirir com-

petências, tornando-os capazes de dar resposta à mudança e

agir proactivamente, de forma e� caz e e� ciente. Os avanços

tecnológicos e o desenvolvimento das telecomunicações são

constantes e impulsionam as organizações a alterar os seus

modelos de gestão. Hoje, na chamada era do conhecimento,

houve uma mudança no modo de trabalhar, nos processos

de produção e no per� l do trabalhador, dando lugar à valori-

zação de um outro recurso, além dos � nanceiros e físicos, o

conhecimento. Esse novo recurso tem sido apontado como

um dos activos mais valiosos e importantes da organização.

Neste cenário, é preocupação constante de todos na Escola

Pro� ssional de Rio Maior e particularmente de todos os que

colaboram na formação dos futuros técnicos de gestão, fazer

com que eles adquiram os conhecimentos necessários e que

estes se transformem em competências efectivas, para que

possam desempenhar cabalmente a sua pro� ssão do ponto

de vista técnico e humano.

Após concluírem dois anos de formação nas áreas socio-

cultural, cientí� ca e técnica é chegada a altura de testar as

competências adquiridas através da realização do primeiro

estágio curricular em contexto real de trabalho. Assim,

durante o ano lectivo de 2010/2011, vão estagiar durante

seis semanas, de 18 de Maio a 28 de Junho. Este estágio

funcionará para a maioria como a primeira experiência no

mundo do trabalho. A selecção do local de estágio decorreu

durante o segundo trimestre e na maior parte dos casos, os

locais foram identi� cados pelos formandos de acordo com

as suas preferências.

Porque a vida é feita de aprendizagens, desejo a todos um

bom estágio e espero que no próximo ano lectivo, venham

mais enriquecidos do ponto de vista das competências mas

também ao nível das relações interpessoais.

Maria João Calado da MaiaDirectora de Curso

Aplicar Conhecimentos/Competências

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE GESTÃO

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Revista EPRM # 19 | 47

[ em formação ]

CURSO TÉCNICO DE DESIGN INDUSTRIAL

...e a� nal, o que é o Design?

Segundo o International Council of Societies of Industrial Design (ICSID) o Design é uma actividade criativa cujo objec-

tivo é estabelecer qualidades multifacetadas dos objectos,

processos, serviços e dos seus sistemas em ciclos de vida

completos. Assim, o design é o factor central da humani-

zação inovadora das tecnologias e um factor crucial de inter-

câmbio cultural e económico1.

Para o ICSID o design visa identi� car e avaliar relações estru-

turais, organizacionais, funcionais, expressivas e económi-

cas, com o objetivo de:

• enfatizar a sustentabilidade global e a protecção ambi-

ental (ética global);

• dar benefícios e liberdade para a toda a comunidade,

utilizadores � nais, produtores e protagonistas do mer-

cado (ética social);

• dar suporte à diversidade cultural, independentemente

da globalização mundial (ética cultural);

• gerar produtos, serviços e sistemas, cujas formas se-

jam expressivas e coerentes com sua própria complexi-

dade.

• dar aos produtos, serviços e sistemas formas que ex-

pressem e sejam coerentes com sua própria complexi-

dade.

Design diz respeito aos produtos serviços e sistemas conce-

bidos com ferramentas, organizações e lógica introduzidos

pela industrialização – não apenas quando produzidos por

processos em série. O adjectivo “industrial” acrescentado

ao design, deve ser relacionado com a indústria ou com o

seu signi� cado de “sector de produção” ou no sentido de

“actividade industrial”.

Assim, o design é uma actividade que envolve uma ampla

faixa de pro� ssões, das quais produtos, serviços, comuni-

cações grá� cas e arquitetura fazem parte. Juntas, estas

atividades deveriam elevar, de um modo harmónico e or-

questrado com outras pro� ssões, o valor da vida.

1 Tradução livre http://www.icsid.org/about/about/articles31.htm, consultado em 17 de Abril de 2011

Ana do CarmoDirectora de Curso

“Uma actividade de resolução de problemas orientada por objectivos”.Archer

“A solução óptima para o somatório das verdadeiras necessidades de um determinado conjunto de circunstâncias”.Matchett

“Um método de obtenção de componentes para atingir a melhor solução de um determinado problema”.Eames

“O designer é uma nova espécie de artista, um criador capaz de entender todas as formas de necessidades: não por ser um prodígio, mas porque sabe como abordar as necessidades dos homens de acordo com um método bem de� nido”.Gropius

“Cada ser humano é um designer. Alguns também ganham a vida através do design – em todos os campos que existem pausa e ponderação entre o conceber e uma acção, a forma a dar aos meios que nos permitem realizá-la é uma estimativa dos seus feitos.”Munari

+ DEFINIÇÕES DE DESIGN

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48 | Revista EPRM # 19

[ em formação ]

Hei-nos na recta Final…entre Relatórios de Estágio, Projectos de Aptidão Pro� ssional e últimos módulos.Quando olharmos à nossa volta, a azáfama acabou e acabou

também o vosso percurso formativo.

Para trás � caram as duras provas, onde mostraram capaci-

dade de resistência e sacrifício.

Para trás � caram dois estágios, em que a E.P.R.M. vos pre-

parou para a vida prática, ao permitir um contacto com o

mundo lá fora.

Para nós professores e para a Escola � ca o sentimento de

dever cumprido, � ca a forma irrepreensível de actuar, onde

todos saem valorizados, dado que o nosso método de ensino

permite um Maior e Melhor conhecimento teórico e uma Maior

e Melhor experiência técnica.

A vós, Técnicos de Serviços Jurídicos, pro� ssionais com com-

petências para preenchimento das necessidades de pessoal

com conhecimentos especí� cos na área do Direito, nomea-

damente civil, penal e societário, aguarda-vos empregos em

cartórios, conservatórias, tribunais (no âmbito da carreira de

o� ciais de justiça e técnicos de justiça), bem como prestação

de apoio a pro� ssionais do foro (advogados, solicitadores e

agentes de execução).

Para vós alunos, � cará para o Futuro uma mente pró-activa,

mais preparada para a vida prática e para o mundo do tra-

balho, capazes de se entregarem às tarefas mais vastas,

nomeadamente preparação e expedição de correspondência,

apoio ao pro� ssional em audiências e diligências, movimen-

tação de processos e cumprimento de prazos, realização de

expediente de cartórios e conservatórias, entre outros.

Não foi fácil chegar ao � m, muitas vezes deparamo-nos com

obstáculos que pareciam intransponíveis. Mas é deveras

grati� cante quando acaba bem; e no vosso caso, vai acabar

Muito Bem.

A todos Muitos Parabéns e Votos de um Excelente Futuro

Pro� ssional.

Carla BernardesDirectora de Curso

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE SERVIÇOS JURÍDICOS

Para o Futuro: Uma Mente Pró-Activa

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Page 49: Revista EPRM nº 19

Revista EPRM # 19 | 49

[ em formação ]

Os � nalistas do Curso Técnico de Electrónica, Automação e

Instrumentação da Escola Pro� ssional de Rio Maior têm pela

frente a conclusão dos projectos de PAP’s. Estes projectos

curriculares levam um grupo de alunos a desenvolver elec-

trónica para uma aeronave não tripulada de nome “PROSKY”.

As aeronaves não tripuladas, vulgarmente designadas por

Unmanned Aerial Vehicles (UAV) revelam cada vez mais

importância nos dias que correm, com a necessidade de pa-

trulhar a costa marítima, detectar incêndios � orestais, medir

parâmetros atmosféricos e até controlar o tráfego automóvel.

Esta necessidade tem motivado o aparecimento deste tipo

de aeronaves.

As missões efectuadas por este tipo de aeronaves são muito

mais e� cientes e muito menos dispendiosas, visto que não

têm necessidade de tripulação, logo consomem muito menos

combustível.

Este projecto ambicioso de electrónica está dividido em vários

subprojectos que vão desde a sinalização da pista, com infra-

-vermelhos, à aquisição de valores importantes de posição,

alturas, pressões e temperaturas. Este Robot irá numa primei-

ra fase voar com o auxílio de um comando de aeromodelismo,

desta forma pretende-se evitar riscos promovendo assim a

continuação da parte pedagógica na aquisição/instrumenta-

ção de sinais essenciais ao voo da aeronave.

Todo o conhecimento adquirido no projecto “PROSKY” tem

sido essencial para o desenvolvimento de um Robot móvel

que irá ser utilizado nas futuras provas do (FNR) Festival

Nacional de Robótica. O objectivo é criar um Robot total-

mente projectado e construído pelos alunos de forma testar

e consolidar conhecimentos adquiridos nas aulas teóricas. A

prova consiste na utilização de robôs móveis para identi� car

vítimas com rapidez e precisão em cenários de catástrofe que

são recriados arti� cialmente. Estes cenários vão aumentando

em complexidade até chegar a uma zona onde as vítimas são

colocadas aleatoriamente em campo aberto.

Estas actividades estão a motivar e preparar os nossos alu-

nos para o mercado de trabalho, cada vez mais exigente na

resolução de problemas a baixo custo. A electrónica embebida

(electrónica programada/embarcada) contribui bastante para

a redução de custos e simpli� ca as actualizações.

No entanto, e tendo em consideração que um Técnico em

Electrónica e Automação é o pro� ssional que, de forma

autónoma ou integrado numa equipa, programa, planeia,

executa e coordena projectos de instalações eléctricas e de

automatismos industriais, não podemos esquecer a impor-

tância da Automação.

Automação é a criação de um sistema que controla activida-

des sem a necessidade de interferência do homem.

A mão-de-obra passa a ser substituída pela mecanização,

tornando possível a realização de tarefas difíceis para o

homem, ou simplesmente realizando pequenas actividades

do dia-a-dia.

A automação pode estar presente em diversos ramos de

actividades, sempre com o objectivo � nal de gerar conforto,

tornar possível a realização de actividades, aumentar a produ-

ção, optimizar o tempo, reduzir gastos e oferecer segurança.

A automação residencial pode ser desenvolvida tanto em

sistemas simples, proporcionando o controlo de um único

elemento; como em sistemas so� sticados, que agregam o

controlo de diversas funções e a interação em equipamentos

diferentes.

Quer optem por Electrónica e/ou Automação não se esque-

çam que as empresas têm como necessidades básicas pro-

� ssionais quali� cados tecnicamente para que o desempenho

no seio da sua actividade seja cada vez mais próximo da

expectativa dos seus clientes.

Bem – hajam e Boa Sorte!

Luís Gonçalves e Isaac DuarteCT – Electrónica, Automação e Instrumentação

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE ELECTRÓNICA, AUTOMAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO

Electrónica e Automação na EPRM

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50 | Revista EPRM # 19

[ em formação ]

“Sabe-se que a Floresta contém uma valiosa fonte de riqueza

natural e que tem um papel chave na manutenção da biodi-

versidade na melhoria da qualidade de vida das populações.”

2011 foi identi� cado como o Ano Internacional das Flores-

tas e será também o ano que o Curso Técnico de Recursos

Florestais e Ambientais termina o seu ciclo de formação na

Escola Pro� ssional de Rio Maior. Durante estes três anos

(2008/2011) houve o empenho de diversas entidades e

personalidades em quali� car e formar técnicos intermédios

de nível IV que valorizassem os recursos e benefícios prove-

nientes da � oresta de uma forma sustentável.

Num concelho onde o Parque Natural das Serras de Aire

e Candeeiros associado à vasta área � orestal apresentam

grandes possibilidades de saídas para o mercado de traba-

lho, o Curso Técnico de Recursos Florestais e Ambientais

surge com o intuito de desenvolver de forma sustentável o

meio rural, nomeadamente, com a valorização dos recursos

endógenos e a optimização dos processos produtivos, com

a melhoria da quali� cação pro� ssional da população, com

o aumento da competitividade das actividades económicas

tradicionais, com o desenvolvimento de novas actividades

ligadas à � oresta, como seja a exploração dos cogumelos,

turismo de natureza e com o desenvolvimento sustentável

do concelho e da região.

O Técnico de Recursos Florestais e Ambientais é o pro� s-

sional quali� cado apto a intervir na construção e gestão

de uma empresa � orestal, no respeito pelas regras de

segurança e saúde no trabalho.

Os alunos e alunas que não pretendam seguir para o ensino

superior poderão desempenhar acções para coordenar equi-

pas de trabalho; intervir no domínio da actividade � orestal

através da produção, valorização e comercialização de bens

e serviços; gerir a produção sustentada e a rentabilidade da

� oresta, pelo uso racional dos seus recursos; conservar, pro-

teger e valorizar os espaços � orestais; fomentar a utilização

racional dos recursos naturais, tendo em conta o equilíbrio

bio-ecológico; sensibilizar as populações para o associati-

vismo � orestal, melhorando o desempenho das estruturas

organizativas locais; proceder a acções de vulgarização e

assistência técnica, promovendo o desenvolvimento regional

e a melhoria das condições de vida, de acordo com as po-

tencialidades e os programas de desenvolvimento � orestal.

Como formador e coordenador de curso pretendo que os

alunos possam terminar esta fase formativa da sua vida

com a realização das Provas de Aptidão Pro� ssional de uma

forma digna dos conhecimentos adquiridos e desejar muitas

felicidades a todos e que a EPRM tenha sido mesmo uma

Escol(h)a de Sucesso na suas vidas.

Pedro GuedesDirector de Curso

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE RECURSOS FLORESTAIS E AMBIENTAIS

A Regeneração de um ciclo

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