Revista Espelho Gráfico

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1 tipografia helvética, o filme portfólio thiago barbosa photografia 10 dicas para uma boa foto ano 1 ::: número 1 ::: primeira edição ::: 28 de setembro de 2009 ::: r$ 7,90

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Projeto gráfico e diagramação: Thiago Barbosa. Direção de arte: Rangel Sales. Trabalho de conclusão da disciplina Diagramação. Senai Cecoteg - BH - MG - Brasil

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tipografiahelvética, o filme

portfóliothiago barbosa

photografia10 dicas para uma boa foto

ano 1 ::: número 1 ::: primeira edição ::: 28 de setembro de 2009 ::: r$ 7,90

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titulos u b t i t u l o

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titulos u b t i t u l o

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sumárioe x p e d i e n t e

04 notícias gráficas, icsid.05 tipografia. helvética, o filme.06 pré-impressão, perfis de cores.08impressão, offset.10 acabamento, hot stamping.11 portfólio, thiago barbosa14 criação e design, ed fella.16 fotografia, 10 dicas.18 ilustração, thiago barbosa20 embalagem, por sarah torres22 artigo técnico, por caroline fülep

direção de arte: thiago barbosaredator: thiago barbosadiagramação: thiago barbosafotografias: thiago barbosa, sa-rah torresrevisão: carolina leal, thiago bar-bosa, jani ribeiro, matheus ribei-ro, ruy barbosa e rangel salescoordenação e supervisão téc-nica: rangel salesprojeto gráfico: thiago barbosafonte: sanskrit helvetica e sanskrit helvetica boldsuporte miolo: couchê fosco 140gm².suporte capa: couchê fosco 230gm², laminação foscatiragem: 20.000 exemplaresgráfica: impress ltdaeditora ocêswww.espelhografico.com.brwww.editoraoces.com.br

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notíciasg r á f i c a s

Icsid World Design CongressVai dos dias 23 a 27 de novembro o Icsid World Design Congress. A edição de 2009 acontece em Singapura, em colaboração com a Bienal Singapore Design Festival.Realizado a cada 2 anos pela ICSID, Con-selho Internacional das Comunidades de Desenho Industrial, o congresso reúne profissionais de todas as partes do mun-do com o objetivo de compartilhar idéias, discutir possibilidades e apontar novas ten-dências para a área.Em comemoração aos seus 50 anos, o encontro conta com uma programação especial, com reflexões que vão além do mercado de trabalho. Abordando questões relacionadas à educação, sustentabilidade e demais desafios para o futuro dos países, o evento busca lançar um novo olhar sobre o design como agente transformador de di-versos campos da vida social.Além dos tradiconais debates e mesas redondas, o congresso destaca em sua agenda o “Design2050 Studios”, simpósio interativo comandado por criativos mun-dialmente renomados como Chris Bangle da Chris Bangle Associates e Stefano Mar-

zano da Philips Design. Cada designer irá liderar um time formado por 4 a 6 pessoas de diversas áreas de atuação para criar uma proposta de Design2050 imaginando, conceitualizando e vislumbrando soluções para o futuro da área e do planeta.Durante o encontro, cada grupo irá apre-sentar e discutir os possíveis cenários ela-borados. O público poderá contribuir com suas idéias durante a abertura das seções “ringside crowd-sourcing” e os fóruns de midias sociais online.A ICSID, organização internacional não-go-vernamental voltada para profissionais da indústria do design, existe desde 1957 com o objetivo de estabelecer a cooperação entre profissionais associados, institutos de educação, governo e sociedade. Atual-mente, o grupo conta com mais de 150.000 membros de mais de 50 países.

Informações: Evento: “World Design Congress” Data: 23 a 27 de novembroSite: Icsid Congress Local: Singapura

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tipografiah e l v é t i c a , o f i l m e

Helvetica, o filme, é um do-cumentário que dismistifica muita coisa sobre a fonte considerada a mais famo-sa no mundo. Assistindo as entrevistas você começa a entender facilmente quan-do iniciou a necessidade de usar Helvetica e quando ini-ciou o ódio a tudo que traz essa fonte.Mostrar que a fonte foi cria-da por Max Miedinger e Eduard Hoffmann em 1957 e não só por Miedinger foi essencial para dar os de-vidos créditos a Hoffmann. Miedinger e Hoffmann cria-ram-na para a Haas Type Foundry em, Münchenstein, na Suíça, sendo comerciali-zada pela Linotype em 1961 no mundo todo. O nome da fonte é derivado de Helve-tia, a denominação em latim para Suíça.O filme não é destinado apenas a pessoas envolvi-das de alguma forma com design, é recomendado para qualquer um. O design como arte está presente na vida de todas as pessoas, desde que nascemos. O nosso berço tinha um deter-minado design, a mamadei-ra, o sofá da sala, a mesa, a estante da tv, os eletrodo-mésticos da cozinha, os car-ros, as placas e a escolha das fontes para os letreiros. E é isso que o documentá-rio Helvetica mostra com perfeição, as infinidades de placas, letreiros, sinais de aviso, todos escritos com Helvetica.No Brasil, não podemos afir-mar que a Helvetica tenha

tanta força, muito menos tamanha presença como tem no exterior, isso porque o sistema operacional mais usado no nosso país é o da Microsoft, que desenvolveu a fonte Arial baseada na Helvetica. Nos países onde os designers só trabalham com Macs, a fonte suíça é muito mais frequente.A fonte Arial, bastante di-fundida pelo mundo devido ao fato de ter sido distribu-ída pela Microsoft em vá-rias edições de seu sistema operacional costuma ser as-sociada à Helvetica, embo-ra seja criticada como uma cópia inferior. Uma maneira fácil de identificar as duas fontes é através da compa-ração das letras “R” e “G” maiúsculos e das letras “a”, “e”, “r” e “t” minúsculas.Criada para ser uma alter-nativa à então popular Akzi-denz Grotesk (nascida em 1896), a Helvetica alcançou o sucesso rapidamente, e no começo dos anos 80 passou a ser uma das 4 fon-tes incluídas junto aos inter-pretadores Postscript origi-nais, bem como ser default no Mac OS, por exemplo.Já a Arial, foi projetada pela Monotype em 1982 à partir da Grotesk, mas tomando cuidados especiais para ter exatamente as mesmas proporções e peso da Hel-vetica.Mas quando a Microsoft adotou definitivamente o pa-drão TrueType (no Windows 3.1), ela não seguiu a trilha da Apple, e preferiu adquirir o direito de distribuir a mais

barata Arial, do que a origi-nal Helvetica. Certamente ela sabia que a maioria dos usuários não perceberia a diferença. Hoje o clone se tornou muito mais conhe-cido, e certamente há pes-soas que, ao se depararem com a Helvetica, invertem o sinal, e acreditam que ela seja parecida com a Arial.

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prép e r f i s d e c o r e s

O que é um perfil ICC?Um perfil ICC é um arquivo que descreve as capacidades e limitações dos disposi-tivos que geram cor. Ele pode ser usado em conjunto com a tecnologia ColorSync da Apple e aplicações como por exemplo o Adobe Photoshop para corrigir imagens de cores, igualar cores tão próximo quanto possível do scanner ao monitor e à impres-sora e provas, e também simular a aparên-cia de imagens de máquinas impressorasICC significa International Color Consor-tium – Consórcio Internacional de Cores, o qual é um grupo de fabricantes lideres de produtos de imagem digital que inclui Ado-be, Agfa, Apple, Fuji, Microsoft e outros. O ICC tem desenvolvido especificações para descrever como os dispositivos criam cor e esta informação está incorporada na estru-tura de um perfil ICC.

Porque perfis personalizados?Dispositivos diferentes criam cores dife-rentemente. Mesmo duas impressoras do mesmo modelo e marca irão requerer ajus-tes ligeiramente diferentes para produzir a mesma cor (e irão produzir cores ligeira-mente diferentes com os mesmos ajustes). Perfis personalizados (feitos sob enco-menda) tomam muitos fatores em conta incluindo cor do papel, textura, ajustes de impressora além de outros. A única forma de assegurar que você está recebendo a mais exata e fiel imagem possível é usar um perfil que foi criado especialmente para seu equipamento, papel, tintas e ajustes.Pelos motivos acima, os “perfis genéricos”, que algumas vezes acompanham os dis-positivos de geração de cores ou sendo oferecidos isoladamente por empresas ao mercado, não irão garantir a equalização na cor.

Que informações estão contidas no perfil da impressora?Um perfil ICC de impressora contém um es-pantoso montante de informações. Quando sua impressora está caracterizada no pro-cesso de levantamento de perfil, todos os aspectos do processo de impressão são

tomados em consideração. A seguir apre-sentamos uma lista que serve como uma ilustração de alguns itens capturados pelo perfil da impressora. É importante notar que se houverem mudanças em um dos ingredientes da lista, o perfil pode tornar-se inválido e o dispositivo pode necessitar ser recalibrado ou um novo perfil ser criado. Também é importante o controle do proces-so de impressão em máquinas impresso-ras offset, flexo e rotogravura, em especial o densitométrico, pois a variação da carga das tintas impressas pode invalidar o perfil criado.Algumas das informações contidas no per-fil ICC: Ganho de ponto; Registro; Tintas; Substrato, Temperatura; umidade; UCR; GCR; Reticulação; Resolução; Ajustes do Driver e de Aplicações; Calibração; Ajustes de arquivos de imagens, etc...

As cores serão exatas com a aplica-ção do ICC?Não se deve esperar uma igualação abso-luta entre o monitor (o qual precisa, natu-ralmente, ser de boa qualidade, não muito antigo, e apropriadamente calibrado) e o perfil impresso. Isto é devido a diferenças físicas entre o monitor e a saída de impres-são. Entretanto, quando o impresso é vis-to sob condição de iluminação padrão de 5000º K (D50) a aproximação pode ficar bem maior.Da mesma forma não deve se esperar uma exatidão absoluta entre a prova de contrato e a impressora digital, devido a diferenças físicas nos suportes e diferenças na tinta e papel usados na impressora. Os materiais de consumo para impressoras desktop não são necessariamente produzidos para tole-râncias profissionais de lote a lote. O resul-tado, entretanto, pode ficar bastante próxi-mo, se a comparação for feita sob condição de iluminação padrão de 5000º (D50).

Como eu uso meus perfis?Perfis são bastante versáteis e podem ser usados em muitas diferentes formas. Eles podem ser usados para igualar cores de forma que a imagem produzida no scanner

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impressãop e r g u n t a s e r e s p o s t a s

da imagem em detrimento de outras.

Como eu posso calibrar e impor um perfil ICC em meu monitor?Cada monitor originalmente apresenta co-res diferentes para os mesmos números RGB. A solução mais econômica é utilizar as possibilidades de seu sistema. Tanto o ColorSync 2.5 ou superior da Apple como o Adobe Photoshop (Mac e Windows) in-cluem um calibrador visual que leva você através do processo de calibração visual e de imposição de perfil do monitor.Entretanto a exatidão do resultado depen-de do olho do operador, que pode variar de um dia para outro ou com diferentes pesso-as quanto à percepção.Assim, o ideal é a compra de um calibrador de monitor (Ex.: O Spectrocam que é forne-cido pela ITG) e de um software para perfis ICC em monitores, os quais são simples de se usar e razoavelmente econômicos.

Como eu posso impor um perfil para meu scanner?Um perfil de scanner é também relativa-mente fácil de criar além de que scanners não descalibram com facilidade. Alguns scanners (Ex.: Linocolor e Agfa) incluem software e padrões de teste para criar per-fis.

Eu uso Windows – posso continuar a usar perfis ICC?Todos os perfis ICC, se construídos apro-priadamente, podem ser usados em com-putadores Mac ou Windows. Sua capa-cidade para usá-los depende mais das suas aplicações do que do sistema ope-racional. A maioria dos produtos Corel e Adobe usam perfis em ambas plataformas de computador. Para outros produtos nós sugerimos que você consulte seus manu-ais e o fabricante. Também, assegure que você teste suas aplicações do uso de perfis cuidadosamente. Nem todas as aplicações usam perfis corretamente.

pareça correta no seu monitor e seja im-pressa corretamente. Perfis de maquinas impressoras e outros dispositivos de saída podem se usados pelo designer para simu-lar a aparência de uma imagem tanto no monitor como na impressora. Em alguns casos os perfis podem também ser usados para corrigir problemas de cores nas ima-gens. Perfis são usados cada vez que uma ima-gem é transformada de um formato para outro. Então quando você faz uma sepa-ração de um arquivo RGB para CMYK no Photoshop 5.x, um perfil RGB de origem e um perfil CMYK de destino são usados para calcular a separação.

Quantos perfis de impressoras eu preciso?Se você sempre usa as mesmas tintas e exatamente o mesmo papel, você pode precisar apenas de um perfil. Mas cada vez que você usar diferentes tintas ou papel, você deverá usar um perfil diferente.Lembre-se que perfis são intencionados para caracterizar o processo de impressão. Se você mudar qualquer parte do processo e ele tiver um efeito nas cores produzidas, você necessitará de um perfil diferente.

Por quanto tempo o perfil é válido? O perfil permanecerá válido até que algu-ma coisa ocorra mudando a forma como sua impressora irá produzir cores. Mudar o papel, trocar a cabeça impressora, ou com-prar suas tintas de um diferente fabricante podem invalidar seu perfil e requerer a fei-tura de um novo.

Os perfis podem ser ajustados pos-teriormente a sua construção?Acontecem casos em que o cliente deseja aproximar ainda mais algum aspecto do re-sultado a um original, e para isto pode haver um ajuste no perfil após a sua construção – por exemplo, para ressaltar a luminosidade ou para aumentar a saturação mantendo o balanceamento das cores assim como reduzir diferenças sutis entre o impresso e o original. Entretanto, este ajuste no perfil pode, eventualmente, beneficiar uma parte

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impressão o f f s e t

Uma das formas mais uti-lizadas para impressão é o sistema offset. Utilizado para impressões de grande e média quantidade, o offset oferece uma boa qualidade e uma grande rapidez. En-tenda melhor como funcio-na a impressão offset.O offset é um dos proces-sos de impressão mais uti-lizados desde a segunda metade do século XX. Ele garante boa qualidade para médias e grandes tiragens, além de imprimir em prati-camente todos os tipos de papéis além de alguns tipos de plástico (especialmente o poliestireno). O offset faz uma impressão indireta: a matriz (um cilindro com uma chapa metálica que possue a imagem a ser gravada) passa por um rolo de tinta, que por sua vez “gruda” na imagem da chapa e em se-guida a matriz transfere a imagem para um outro cilin-dro coberto com borracha (a blanqueta) que por sua vez imprime no papel. Ou seja, a matriz imprime na blanqueta que imprime no papel.A expressão “offset” vêm de “offset litography” (lite-ralmente, litografia fora-do-lugar), fazendo menção à impressão indireta (na lito-grafia, a impressão era dire-ta, com o papel tendo conta-to direto com a matriz).

Uma imagem fala por mil palavras, então abaixo fica explicado melhor.O offset é ideal para grandes quantidades de impressos pois o papel corre pela máquina, e precisa de nenhuma intervenção humana enquanto o processo é feito. Mas não pense que o humano não têm utilidade nessa hora. Pelo contrário, a máquina precisa de vários ajustes durante a impressão, seja na quanti-dade de tinta e água ou seja na hora em que um impresso for ter mais de uma cor.“E como um impresso por offset pode ter mais de uma cor, se no cilindro apenas vai uma?”. Oras, caro leitor, isso é simples: como os im-pressos são geralmente feitos com o siste-ma CMYK (ou “Europa”) de cores, cada cor é impresso separadamente. Utilizando-se das retículas (como eu expliquei no artigo sobre o que significava CMYK), todas as cores são impressas separadamente e mais tarde nos-sos olhos é que vão ver a cor planejada.

A produção da chapaAs chapas podem ser produzidas por foto-gravura com a utilização de fotolitos ou por gravação digital. Na produção por fotogravu-ra, a chapa de alumínio virgem é colocado na gravadora, ou prensa de contato sob o fotolito. O fotolito é como se fosse uma trans-parência positiva de uma das quatro cores (CMYK). O fotolito, aderido a chapa por vá-cuo, é exposto a luz por algum tempo. A luz possibilita que as imagens do fotolito sejam impressas na chapa – essa etapa chama-se gravação ou sensibilização. Nesta etapa, a luz “amolece” a emulsão na chapa. Tudo que foi exposto a luz, irá passar a atrair a umi-dade, enquanto a área que não foi exposta (no caso, a área que será impressa no pa-pel mais tarde) “endurece” e passa a atrair gordura. Em seguida, a chapa é lavada com químicos específicos que irão reagir com as áreas expostas à luz tanto quanto com as

áreas não expostas, etapa que leva o nome de revela-ção.

Tipos de impressorasNa impressão offset, as im-pressoras podem ser planas ou rotativas. Isso quer dizer que pode utilizar folhas sol-tas (planas) ou bobinas de papel (rotativas). O sistema de bobinas, por exemplo, é utilizado na indústria da produção de jornais por ser muito mais rápido – em mé-dia 30.000 cópias por hora – porém a qualidade é menor que nas impressoras offset planas, que por sua vez são mais usados para imprimir cartazers, livros, folhetos, folders, etc. Existem tam-bém impressoras rotativas de alta qualidade, dispo-níveis apenas em gráficas muito grandes e usada prin-cipalmente para impressão de revistas de alta tiragem.

LitografiaDesenvolvido em fins do século XVII, foi muito utili-zada no século seguinte na Europa, especialmente para impressão de partituras mu-sicais, gravuras e até mes-mo livros e revistas. Quando criada, a litografia se utiliza-va de uma matriz de pedra polisda pressionada contra o papel, com os elementos para reprodução registra-dos na pedra por substân-cias gordurosas. Quando

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umedecida com tinta, a gordura que tinha na figura absorvia a tinta. Em seguida, a pe-dra era “lavada” com água para tirar a tinta desnecessária. O que sobrava era a tinta grudada na gordura que tinha a forma dese-jada. Em seguida, era só pressionar o papel contra a pedra que a tinta imprimia no papel. Anos mais tarde, a litografia passou a ser em metal, podendo ter uma forma cilíndrica e tornando o processo rotativo, dando origem à litografia industrial. Quando a blanqueta foi introduzida entre a matriz e o suporte (a mí-dia no qual a informação era impressa, o pa-pel por exemplo), surgiu o offset. A litografia é utilizada hoje para fins artísticos.“Mas Canha, por que a litografia não é tão usada quanto a offset? Não sairía mais ba-rato?”. Técnicamente, não. A inclusão da blanqueta no processo offset evita os bor-rões e excesso de tinta que um sistema de impressão direto cilíndrico (como a litografia cilíndrica) podem dar. A blanquenta ao en-costar na chapa absorve a tinta melhor, e permite que nem toda a tinta seja transfe-rida ao papel. Se o papel for muito fino, por exemplo, a tinta em excesso pode enrugar a folha ou até mesmo atravessar a folha. Além do mais, o atrito entre a borracha e o pa-pel é melhor do que entre o metal e o papel. Tente passar um objeto metálico por cima do papel; viu como ele desliza facilmente? Já a borracha, não. Ou seja, o papel está mais propenso a borrar quando impresso di-reto da chapa do que quando impresso pela blanqueta.

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acabamentoh o t s t a m p i n g

Hot Stamping é um sistema de transferência a quente, a seco. É composto por três camadas, cujas superiores são de lacas protetoras, as intermediárias de tinta ou imagens e as cama-das inferiores são de adesivos. Estas são aplicadas sobre um suporte de poliéster.Durante o processo de aplicação, a combinação do calor com a pressão faz com que o pacote formado pelas 3 camadas se separe do suporte, aderindo perfeitamente a superfície de ma-neira permanente. Esse tipo de acabamento é direcionado à pequenas áreas de impressão, sendo bem aplicado em deta-lhes que valorizam o produto. Pode ser aplicado em suportes variados, como plástico, couro, papel e papelão.

Rolos de Hot Stamping

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portfólio t h i a g o b a r b o s a

“Na escola eu bri-gava para poder desenhar. Hoje me obrigam a dese-nhar! Posso que-rer coisa melhor que trabalhar com o que gosto?” Thiago Vinícius Ribeiro Barbosa nasceu em Belo Horizonte, capital mineira, em 9 de novembro de 1985. Desde pequeno sem-pre gostou de desenhar seus automóveis e máquinas. Na escola era foco de problemas e reclamações dos professores, pois até deixava de se relacionar com os colegas, fazendo trabalhos em grupo, para imaginar e criar seus sonhos.Hoje, aos 23 anos, ele está no último mó-dulo do curso de Técnico em Design Grá-fico que faz no Senai Horto, em Belo Hori-zonte.Além de desenhista por natureza, quase formado em Design Gráfico, Thiago tam-bém é contra-baixista do grupo de música instrumental Quarteto Guandu, do qual faz parte desde seu início, em 2007.Ainda fora do mercado de trabalho, seja por falta de oportunidade ou por simples timi-dez, ele tem já alguns trabalhos circulando pelas ruas de Belo Horizonte.

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titulos u b t i t u l o

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t r a b a l h o s

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titulos u b t i t u l o

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p h o t o g r a f i a s

A capa da “possível” revista Veja surgiu numa aula de fotografia, cuja proposta era criar uma capa de revista a partir de uma foto feita na disciplina, seguindo os passos de produção e técnica ao capturar a ima-gem.Nosso convidado gosta muito de criar com-posições tipográficas, como podemos ver nesse belo cartaz, que convida aos fãs de jazz e música instrumental para um show de sua própria banda.Seguindo pela veia tipográfica, apresen-tamos também outro cartaz, feito para a disciplina de Criação de Identidade Visual, matéria pela qual surgiu a marca A Mão Design, que atualmente é utilizada como contato para trabalhos free lancer. Essa composição contem o significado de mão, além de várias palavras relacionadas à mão, que parecem flutuar pela imagem e o fundo negro.Também trabalho de fotografia, o postal card seguiu as mesmas orientações da capa de revista, mas agora com uma pro-posta diferente. Consiste na propaganda do lançamento de uma nova linha de ins-trumentos de corda.Essas fotos têm como tema a tipografia. Foram feitas pelo próprio Thiago, num lugar muito especial. Elas fazem parte de uma grande coleção pessoal, muitas delas feitas no mesmo lugar, mas com propostas com-pletamente diferentes. O lugar especial em questão é a casa de uma amiga, do qual seus pais são donos e verdadeiros colecio-nadores de história. Thiago espera compor um livro de fotografias, e claro, foto prove-nientes dessa fantástica fábrica de idéias irão colorir as suas páginas.

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criaçãoe d

Ed FellaEdward Fella, nasceu em 1938 na cidade de Detroit nos Estados Unidos da América, onde praticou de-sign durante 30 anos, de 1957 a 1986. Em 1987, conclui o mestra-do em design pela Acade-mia de Arte de Cranbrook, desde então integra o qua-dro de professores do Insti-tuto de Artes da Califórnia. No ano de 1993, Fella cria a Fellaparts, conjunto de 170 ilustrações aplicadas como caracteres, e também a fon-te OutWest, para a empresa de design Emigre. Já em 1997, recebe o pres-tigiado Prémio de Design Crysler. Dois anos mais tarde, re-cebe o título honorário da Detroit College for Creative Studies, CCS. Em 2000, Edward publica o seu primeiro livro. Intitulado de “Letters on América”, o livro consiste numa coleção de fotos da famosa câmera fotográfica Polaroid. Em meados de 2007, é no-meado para a lista de vence-dores da Medalha de AIGA. Ed Fella trabalha também para o Museu Nacional do Design e para o Museu de Arte Moderna, MOMA, dos Estados Unidos.

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designf e l l a

A Essência de Ed FellaO Desconstrutivismo opõe-se às regras, não tem com-promisso com a racionalida-de nem lógica construtivista, é radical e leva a estética ao extremo. Ele, como designer des-construtivista, procura sem-pre uma nova estética e ideias diferentes que se oponham às que estão em prática. Essa busca cons-tante começou na década de 80, o que faz dele um dos pioneiros e mais importante ainda, um ícone no Design de Comunicação Descons-trutivista. As decomposições, descen-tralizações, descontinuida-des e disjunções dos seus posters, das suas fontes e das suas ilustrações, são re-ferência para muitos novos designers.

“O futuro do de-sign pertence aos

meus alunos, e estou absoluta-

mente à vontade com isso. Não te-

nho qualquer direi-to sobre o futuro. Vim de uma era

do meio do sécu-lo passado. Prati-co design desde

1957. Não faz par-te do meu papel

criticar o que não compreendo.”

Ed Fella

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photo1 0 d i c a s p a r a

Tirar fotografias não é uma tarefa tão sim-ples. A habilidade em fotografar vai muito além de apenas apertar um botão. Veja a seguir algumas dicas básicas para melhorar suas fotos.

1) Enquadramento: Tente fugir do clichê de colocar o assunto sempre no meio da foto. Deslocar o objeto principal da imagem pode fazer toda a dife-rença para deixá-la mais interessante. Divida mentalmente o visor da câmera em três colunas e três linhas, como em um jogo da velha. As intersecções das linhas são os pontos mais interessantes da sua foto. As li-nhas em si também mostram pontos de des-taque, para colocar os olhos de uma pessoa ou o horizonte, por exemplo.

2) Flash desnecessário: Uma das coisas mais complicadas na foto-grafia é aprender a usar o flash de forma cor-reta. Usar o flash muito em cima pode deixar a foto toda clara, e muito longe, escura. Lembre-se que o flash tem um alcance limi-tado, de normalmente três a cinco metros, às vezes um pouco mais. Não adianta dei-xar o flash ligado em uma foto onde o foco é um objeto a 30 metros. Um bom exemplo de mau uso do flash são shows. Em linhas gerais, não é necessário luz extra alguma nesse caso. A luz do palco é mais do que suficiente para sua foto. Usar flash só vai iluminar as cabeças de quem está na sua frente, fazendo sumir o resto.

3) Flash necessário: Um ambiente escuro não é o único lugar onde o flash é um acessório necessário. Em uma foto contraluz, por exemplo, o flash pode ser usado como preenchimento. Quando você for tirar uma fotografia de al-guém com uma fonte de luz ao fundo, como

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o sol, por exemplo, você pode notar que o sol vai fi-car brilhante e somente a silhueta da pessoa vai apa-recer. Neste caso o flash irá suprir a falta de luz, deixan-do ambos visíveis.

4) Cuidado com o fun-do: Tenha muito cuidado ao se-lecionar o local onde você vai tirar um retrato. A esco-lha do que aparece ao fun-do é tão importante quando o que vem em primeiro pla-no. Cores vibrantes, linhas e ou-tros objetos podem interferir ou tirar a atenção do foco. Um erro engraçado, porém muito comum, é tirar foto de uma pessoa em frente a uma árvore onde os galhos parecem formar chifres so-bre sua cabeça.

5) Retratos: Aproxime-se. Quando o as-sunto é uma pessoa, o que se quer mostrar é, oras, a pessoa. Não tenha medo de chegar perto. Se quiser, pode até cortar um pouco da parte de cima da cabeça. A esta distância é possível reparar em detalhes como sardas e cílios. O que não pode acontecer é aque-le monte de nada na volta e um pequeno sujeito no meio.

6) Olhe nos olhos:

Tire fotos na altura dos olhos da pessoa. Para tirar foto de criança fique de joe-lhos, sente, atire-se no chão. Faça o necessário para ficar ao nível dela.

7) Fotos verticais: Muitos assuntos exigem uma foto vertical. Se o foco tiver mais linhas verticais, como um farol ou uma es-cada, vire a câmera.

8) Aproveite a luz: Não há luz mais bonita que a luz natural do sol. Sempre que puder, aproveite-a. Po-sicione-se de forma a deixar a fonte de luz à suas costas, aproveitando assim a ilu-minação. É impressionante quanta diferença pode fazer um simples passo para o lado. A luz difusa de um dia nubla-do é excelente para realçar cores e suavizar contornos, sendo excelente para tirar retratos. É preciso de muito cuidado ao usar o flash. A luz dele, além de forte, tem uma cor diferente a do ambien-te. Uma luz dura vai deixar rugas e imperfeições mui-to mais aparente. Já notou como sempre se fica feio em foto 3x4? Eis a resposta.

9) Cor:A maioria das câmeras di-gitais vêm com controle de cor, ou White balance. Esse

controle de cor faz com que o branco seja realmente branco sob determinada fonte de luz. Mas as configu-rações pré-selecionadas da câmera nem sempre são as mais indicadas para quem quer fidelidade. A configuração para dias ensolarados, normalmente indicada por um pequeno sol, dá um tom mais ama-relado às fotos. Essa tona-lidade dá uma sensação de calor e afeto, tornando a foto mais interessante sob determinados aspectos. Experimente bastante o controle de cor até acertar o que mais se ajusta ao que você quer.

10) Experimente: Não há melhor dica do que esta: experimente. O segre-do da fotografia está na ten-tativa e erro. Leia de cabo a rabo o manual da sua câ-mera, para saber tudo que ela é capaz, e tente todas as configurações possíveis. A fotografia é muito subje-tiva, não há regras. O mais importante é aprender a dominar a luz e sua câme-ra, para depois fazer o que quiser.Agora pegue sua câmera, aproveite as dicas e produ-za.

grafia u m a b o a f o t o

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ilust h i a g o

A composição acima foi feita para mostrar e estudar a reação e influência dos pontos na construção de uma imagem. Essa ilustração é composta por cinco folhas no formato A4 ocupadas por círculos de tama-nhos variados, porém próximos, que ocupam no mínimo 70% da área do papel.

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traçãob a r b o s a

O trabalho apresentado abaixo é também composto por cinco folhas no formato A4, ocupadas em 90% de sua área total. Dispostas na horizontal, as imagens desenhadas e coloridas à mão, inclusive as áreas brancas, fazem parte de uma proposta de continuidade e ligação de um desenho a outro seguindo um mesmo tema.

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embap o r s a r a h

Sim, somos apaixonados por embalagens.Há 10 mil anos as pessoas utilizavam cascas de coco e conchas como recipientes para be-ber e guardar alimentos. Com a evolução foram surgindo outras formas de armazenar produtos como tigelas de madeira, cestas de fibras natu-rais, bolsas de peles de animais, potes de barro e várias outras coisas. No Brasil as primeiras embalagens utilizadas foram os cestos e balaios criados pelos índios. Com a chegada dos portugueses, barris e cai-xotes passaram a fazer parte do cotidiano de quem vivia por aqui. Vidro mesmo, só chegou em 1637 com a invasão holandesa no Recife.

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lagemt o r r e s

Pois bem, depois de cocos, conchas, cestos e balaios hoje as embalagens encantam, impres-sionam e nos deixam morrendo de vontade de tê-las. Vai me dizer que você não tem nenhuma caixa ou garrafa que, de tão bonita, você não teve coragem de jogá-la fora?De meras coadjuvantes as embalagens passa-ram a ser protagonistas determinando muitas vezes a opção de compra dos clientes. Aqui postamos algumas embalagens sensa-cionais que foram premiadas no Festival de Cannes deste ano. Tudo bem que o festival já passou mas, a beleza e a criatividade delas… Essa não dá para deixar passar.

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titulos u b t i t u l o

artigot é c n i c o , p o r c a r o l i n e f ü l e p

O mercado hoje está longe de ser o paraíso, pois nem sempre paga bem e o clien-te ainda precisa ampliar sua percepção sobre o valor do design para os negócios. Vale o desejo ou é melhor ser pragmático?Posso falar da minha área de formação com convic-ção: desde sempre não é nada fácil ser designer no nosso país. Porém, sempre ouço falar de tantas outras áreas profissionais distan-tes que fiz um balanço para começar mais um ano.As queixas mais comuns dos designers são muito conhecidas e semelhantes. O mercado não é educado com os profissionais. Nós ainda herdamos a árdua tarefa de fazer o mundo pós-revolução industrial compreender para que ser-ve um designer gráfico, es-pecialmente aqui, na nossa Terra Brasilis em eterno de-senvolvimento.Que seja, isso é um capítu-lo à parte. A questão agora é: por que ser um designer e não ganhar a vida de ou-tro jeito? E garanto, há mil maneiras de ganhar a vida mais rápido do que sendo um designer. Isso vale para quem está escolhendo o curso da faculdade, ou para quem está se questionando diante das agruras do dia-

a-dia. E a resposta se resume em duas pa-lavrinhas: paixão e talento..Há alguns anos, os formados em engenha-ria civil, por exemplo, saíam das faculdades direto para bancos. E não era para construir os edifícios, mas para lidar com a rotina fi-nanceira mesmo. Isso aconteceu num mo-mento que o mercado estava desabando de tantos engenheiros. Como consequên-cia imediata, a nova geração de aspirantes à esta profissão mudou de rumo diante da escassez de emprego. Agora, tempos de-pois, a engenharia está superaquecida, e onde estão os engenheiros? Para quem optou pelo que realmente gostava, há ex-celentes oportunidades hoje em dia.São ciclos. Um dia é do engenheiro, outra quem sabe do designer. Este é o momento do jornalista. O curso foi o mais procurado na Fuvest. Faço o que eu gosto ou faço o que dá dinheiro? O famoso dilema me pa-rece bem claro diante deste cenário.Para aqueles momentos inundados de dú-vidas, alguns caminhos para quem real-mente gosta e acredita no design gráfico.Para quem escolheu ser um designer, pesquise as possibilidades de trabalho no mercado antes de mergulhar. Importante, informe-se quanto recebe em média um de-signer nos diversos setores. Isso pode aju-dar, a saber, quanto se gosta de uma pro-fissão. Além disso, passar uma temporada dentro de uma agência de design antes de cursar uma faculdade facilita a decisão. O dia-a-dia dos projetos é muito menos cria-ção, e muito mais exaustão.Espiar os mercados vizinhos (moda, produ-to, fotografia, decoração, publicidade, etc). Como são e como trabalham estes profis-sionais? Há sempre o que aprender, ou até migrar para uma das profissões afins.Investigar os mercados distantes. Quem

trabalha em outra área pode sempre contar uma maneira diferente de enca-rar situações similares: pro-jetos, clientes e administra-ção, por exemplo.Para quem está atuando, analise o porquê dos erros de tempos em tempos. Co-loque no papel. Crescemos demais com as nossas fa-lhas, desde que perceba-mos que elas acontece-ram.Experimente de vez em quando ver o projeto pelo lado de lá. Olhos de clien-te. Projeto personalizado tem que atender o objetivo do cliente. Não adianta só ser lindo de morrer. Artistas plásticos ficam em outro departamento.Relembre, ou estude, semi-ótica, arquitetura da infor-mação, comportamento do consumidor, gestalt, ma-rketing. Tudo que agregue mais valor ao projeto gráfi-co é bem vindo. Você vai se dar conta, e saber justificar, que o amarelo está ali com o vermelho não só porque são cores legais.Um dia a procura por de-signers gráficos pode ser grande e portanto, muito valorizada. Enquanto não for, nos divertimos com o prazer de trabalhar todos os dias com o que gosta-mos de fazer.

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ORIGINALBALA SABOR ABACAXI

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