Revista Estilo - Março 2016

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GIRO Minas Gerais e a história do Brasil colonial Gente da Gente Educar Aprendendo: de volta aos bancos escolares Ano 06 Ed.01 Jan Fev Mar de 2016 “A maior prevenção contra o câncer é cuidar do corpo, da mente e do espírito” Dra. Paola Tôrres DESTAQUE

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“A maior prevenção contra o câncer é cuidar do corpo, da mente e do espírito”, diz Dra. Paola Tôrres.

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GIROMinas Gerais e a história do Brasil colonial

Gente da GenteEducar Aprendendo: de volta aos bancos escolares

Ano 06 Ed.01 Jan Fev Mar de 2016

“A maior prevenção contra o câncer é cuidar do corpo, da mente e do espírito”

Dra.

Paola Tôrres

DESTAQUE

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2 Revista Estilo Porto Freire

// EDITORIAL

Qual o melhor caminho para viver bem, para não adoecer? Quem responde é a onco-hematologista Paola Tôrres, que preside o Instituto Roda da Vida. Ela traz

informações valiosas que nos farão refletir sobre por que adoecemos e a importância de olhar para nós mesmos com a mesma dedicação de mãe zelosa.

A Giro convida a percorrer uma das mais belas regiões do país: as cidades históricas de Minas Gerais. De Sabará a Tiradentes, passando por Ouro Preto, o roteiro do Ciclo do Ouro descorti-na as cidades com seus ricos casarões, suntuosas igrejas e umas das mais expressivas artes, a Barroca.

Não precisa ser amante das motos para se apaixonar pelo emblemático Maturato Bar & Petiscaria. Com uma decoração inusitada, roteiro musical que muda a cada dia e petiscos deli-ciosos, o lugar atrai todas as tribos.

Sempre de olho na qualificação profissional, a Porto Frei-re avança nesse caminho com o projeto Educar Aprendendo, que traz de volta aos bancos escolares os colaboradores que há muito deixaram os estudos pelo meio do caminho.

Conheça a equipe do Setor de Inteligência da Porto Freire, órgão que, entre outras atividades, baliza importantes ações tomadas pelos departamentos da empresa.

Estreando nesta edição, uma nova seção, Bem Viver, com dicas da arquiteta Tatiana Medina para deixar a casa bonita e segura para os filhos pequenos. Não deixe de conferir.

Boa leitura!!

ExpedienteEstilo é uma publicação

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Editorial

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SUMÁRIO

Operários da construção voltam aos bancos escolares

Gente da Gente

Destaque04|Dra. Paola Tôrres Viver melhor e adoecer menos

A inteligência da Porto Freirea serviço do cliente

Maturato: Para motoqueiros e outras tribos À Mesa

Conheça as cidades histórias de Minas Gerais

Giro

Tijolo por Tijolo

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Sumário

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4 Revista Estilo Porto Freire

Paola Tôrres, onco-hematologista

// Destaque

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O bom de conversar com a médica Paola Tôrres é que passa-se a ser um pouco mais Paola Tôrres. Onco-hematologista cearense renomada internacionalmente, Paola mistura altivez com uma simplicidade e espontaneidade interioranas, fórmula irresistível para um bom papo, principalmente quando percebemos que as palavras da médica ecoam em nossos pensamentos e ações. Presidente do Instituto Roda da Vida, instituição que trata gratuitamente pacientes com câncer, Paola traz no discurso sem freios uma receita importante para tentar driblar essa doença. Às voltas com o lançamento do livro “Andei por aí - Narrativas de uma médica em busca da Medicina”, a médica conversa com a Estilo sobre vida.

Por Lucílio LessaFotos Jarbas Oliveira

PARA ONDE VOCÊ QUER LEVAR A SI MESMO?”

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6 Revista Estilo Porto Freire

Revista Estilo\\ Dra. Paola, qual a relação do que pensamos ou vivemos com a nossa saúde?

Paola Tôrres\\ Vou começar fazendo uma digressão filosófi-ca. Uma célula, que não é visível a olho nu, tem quatro metros de DNA enrolados dentro dela. Mas os pesquisadores desco-briram que o ser humano só tem 25 mil genes no seu DNA. A mesma quantidade de genes de um verme. É como se você, por analogia, achasse que o Google tem um computador quilo-métrico e aí alguém te mostra que o conteúdo dele está dentro de uma borracha de apagar. Você pensa: “como o ser humano pode ter cabelo, ossos, escrever uma sinfonia, como Beetho-ven, e pintar, com 25 mil genes, se um verme possui a mesma coisa?”. Isso virou uma incógnita para a ciência. A resposta está no silêncio do DNA.

RE\\ O que seria o silêncio do DNA?

PT\\ São as nossas experiências. É a relatividade. No momento em que você está tendo essa conversa comigo, vai usar, den-tro de você, elementos simbólicos que viveu, construindo e re-construindo o seu pensamento a partir da minha fala. Então, doenças como o câncer, por exemplo, são narrativas que con-tamos para o nosso corpo, consciente ou inconscientemente. O nosso corpo vai transcrevendo para dentro de nós mesmos es-sas doenças, porque a gente não nasce doente. Todo bebê que consegue nascer e respirar, está saudável. Se o bebê, na hora do nascimento, está todo normal, ele não tem doença nenhuma.

A música é um valioso instrumento na medicina integrativa

“Quanto mais coisas positivas você pensar e trouxer isso para o seu corpo, mais saúde você vai ter”RE\\ Doenças como o câncer surgem na perspectiva de um dano ao DNA?

PT\\ Sim. Hoje, a gente sabe que todo câncer é um dano ao genoma, a esse pa-trimônio genético. E de onde é que vem esse dano? É disso? É daquilo? É tudo. São dois buracos negros que se chocam e a onda reverbera muito tempo depois. As nossas células vivem de energia, de eletromagnetismo, de proteínas que se comunicam. Então, coisas vividas na in-fância e que a gente nem lembra, podem reverberar dentro do nosso DNA. Por isso, quanto mais coisas positivas você pensar, quanto mais você se apropriar de si mesmo, da sua vida, das suas experi-ências, e trouxer isso para o seu corpo, logicamente mais saúde você vai ter. Eu

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leio hoje a vida nessa perspectiva de relatividade, de experiên-cias que se constroem. Existe um mundo físico, palpável? Sim, existe. Mas não é uma coisa isolada. São vários fenômenos em conjunto que acabam num desfecho como o câncer.

RE\\ Qual seria o caminho a seguir para driblar isso?

PT\\ Eu diria duas coisas. Uma delas seria uma proposta utó-pica: nós nos reinventarmos enquanto sociedade. Intelectuali-dade, produção de conhecimento, tecnologia, não querem dizer humanidade. A humanidade ganhou em conhecimento tecno-lógico e regrediu em conhecimento humano, em humanismo, em partilha, em proteção do planeta, em proteção das nossas reservas naturais. Como eu posso dormir sabendo que existem milhões de refugiados numa terra de ninguém na Síria? No Na-zismo, não havia internet, televisão para o mundo ver. Agora, temos isso e continuamos sem fazer nada. Crianças morrendo e a gente continua sem fazer nada. Somos hipócritas. E tudo isso, na minha opinião é adoecedor. Fora isso, tem o que você pode fazer, também, por você mesmo. É necessário cuidar do corpo, da mente e do espírito. Mas cuidar mesmo. É um investimento. Não adianta nada você ter um plano de saúde, uma capitaliza-ção, uma previdência privada, se você não fizer isso. A pergun-ta é: em que conta você deposita o seu corpo?

RE\\ O que seria o certo a fazer e o que estamos fazendo de er-rado hoje?

PT\\ Todos os estudos mostram que exercício físico, cuidar do corpo, é o único denominador comum que melhora todos os tipos de câncer, por exemplo. A maior prevenção contra o cân-cer é cuidar do corpo, da mente e do espírito. E cuidar do cor-po significa uma dieta adequada, fazer exercícios, respeitar as horas de sono e descanso, respeitar os limites da gente. Cuidar da qualidade dos pensamentos que a gente tem, do que alimen-ta a mente da gente. Quantas vezes assistimos horas e horas de violência? Se as imagens que chegam são de violência, a gente se alimenta de violência. Deixamos crianças pequenas ficarem diante de videogames violentos por horas. Isso deveria ser proibido. Como é que seres humanos em formação são co-locados diante disso?

RE\\ A senhora falou em nutrir o espírito. Isso teria a ver, ne-cessariamente, com religião?

PT\\ O espírito, independente da religiosidade que a pessoa tenha, é o que é sagrado para ela. Mesmo o ateu tem alguma coisa sagrada para ele, como por exemplo a família, a nature-za, a sua obra acadêmica, enfim. Quanto tempo você dedica ao que é sagrado para você? Quando a pessoa está doente, no fi-nal da vida, faz um balanço e diz: “de 100% da minha vida eu doei 2% para o que é sagrado, e agora o que é sagrado é tudo o que me resta”. Aí você se pergunta: “onde eu depositei a minha conta (do que é sagrado)? Onde estão os meus 98%?”. Você

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tem que olhar para a sua vida, hoje, e dizer assim: “onde eu estou depositando as minhas fichas?”. É necessário olhar isso com muito cuidado, com muito carinho.

RE\\ O segredo, então, seria olhar mais para dentro, correto?

PT\\ Olhar para si mesmo como uma mãe zelosa olha por um bebê. A mãe pega o bebê no colo e vê o que ele precisa. A gente tem que olhar para si com esse zelo de mãe. A pergunta é: “para onde você quer levar a si mesmo?”. É comum a gente botar o pé no acelerador, como se a vida não tivesse uma fragilidade, uma delicadeza, uma terminalidade. E vivemos como se fôsse-mos eternos, mas não somos. A vida se traduz em nascer, cres-cer, envelhecer e partir. Que qualidade de vida você quer ter? Que fim você quer que seus entes queridos tenham? Você quer que uma pessoa querida sua parta numa UTI gelada, abando-nada, sozinha, ou você quer que ela parta cercada de quem ela ama, segurando, nessa hora, a mão de alguém que ela ama? Que partida você quer para você?

RE\\ Estamos menos contemplativos hoje em dia?

PT\\ A gente não faz o culto do que é. De que vale você ser ve-lho se não contempla a sua vida, os seus filhos, a sua família? Hoje, os velhos ficam sozinhos, abandonados. Antigamente, as pessoas viviam numa aldeia. O velho chegava no fim da tarde e, quando olhava para a praça, via aquele povo todo. Os velhos do interior se sentam nas calçadas, você sabe por quê? Para con-templar as outras pessoas e a si mesmos. Contemplar as próprias histórias refletidas nas outras pessoas. Ao ver isso da calçada,

Terapias do Instituto Roda da Vida

“[Deve-se] olhar para si mesmo como uma mãe zelosa olha por um bebê”

// Destaque

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Música, dança e alegria são compartilhadas durantes as terapias de grupo

eles enxergam a sua história acontecen-do. Contemplam a sua vida e partilham dela numa tribo que é a sua, o seu lugar, a sua referência. Mas o que a gente faz hoje? A gente se tranca em casa e acha que tem uma intimidade porque compar-tilha com os outros o roteiro da novela das seis. Quando nos sentamos com as pessoas, não falamos de nós mesmos, das nossas dores, decepções. As pessoas não veem os programas de televisão porque elas gostam. Elas assistem para terem o que partilhar com as outras pessoas. E na vida, quando estamos doentes, o que mais precisamos é de um ponto de conta-to com outro ser humano. Então, precisa-mos cultivar pontos de contato.

RE\\ No Instituto Roda da Vida, a se-nhora trabalha a Medicina Integrati-va. Qual a importância dessa aborda-gem de uma forma geral?

PT\\ A Medicina Integrativa resgata as tradições da medicina por meio das prá-ticas integrativas e complementares. Uma coisa importante de frisar é que a Organização Mundial da Saúde escreveu uma cartilha (publicada no site da OMS) recomendando as práticas integrativas e

complementares, pois resgatam os saberes tradicionais. Existe uma coisa chamada medicina baseada em evidência. E o que é uma evidência? É algo incontestável. É evidente. Por exemplo: chá de boldo, que existe há centenas de anos. Não tem evidên-cia maior. É o uso, a popularização. Lambedor de alfavaca; mel de uruçu, usado há centenas de anos como remédio; sebo de carneiro capado; as rezadeiras; enfim.

RE\\ A meditação é um outro exemplo disso, correto?

PT\\ A meditação é usada há milhares de anos. E é nada mais, nada menos, que você se familiarizar consigo mesmo. Veja: o tempo que você gasta para fora de você é enorme. Na medita-ção, você pega alguns minutos para se dedicar ao seu mundo in-terno e passa a observar para onde os seus pensamentos levam você. Vamos pegar como exemplo uma pessoa que tem síndro-me do pânico. O pânico é uma energia ótima, porque é muito forte, uma energia que, do mesmo jeito que te remete à morte, te traz à vida. Então, você deve olhar para aquela energia e usá--la. Como você aprende isso? Se familiarizando com esse pâni-co, porque fugir, se dopar, não adianta, esse pânico vai te pegar quando você menos esperar. Se você não conhece seu inimigo, ele pode te atacar a qualquer momento. Mas se você o transfor-ma em seu amigo? Se você se familiariza, ele vai perdendo a força de te capturar. Essa é a grande sabedoria da meditação. E há outras várias técnicas que podem ser utilizadas. A dança. A cantoria. Isso tudo faz com que as pessoas resignifiquem suas vidas, conheçam seu corpo, sua mente e seu espírito, e se apro-priem da sua saúde. Se eu sei o que me adoece, eu sou capaz de, pelo menos, ter o mínimo de defesa contra aquilo.

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Para a dra. Paola Tôrres, a sociedade precisa se reinventar“Trago todos

os meus elementos de vida para essa coisa muito mais profunda que se chama cura”

RE\\ Dra. Paola, neste mês de abril a senhora lança o livro "An-dei por aí - Narrativas de uma médica em busca da Medicina". Trata-se do fruto das suas experiências?

PT\\ A ideia foi reunir elementos. O livro é uma pesquisa minha de pós-doutorado. Uma reflexão sobre o meu fazer médico, sobre os elementos que constituíram minha vida, minha trajetória, as pessoas, as coisas que influenciaram mi-nha vida até aqui. O que aconteceu, porque eu tenho esse olhar, essa prática. Quando eu partilho esse livro com meus alunos, outras pessoas ou meus pacientes eu aproximo esses saberes, essa realidade. O livro é parte cordel, parte nar-rativas, e dentro dele também coloco o meu filme, porque faz parte da minha história (Paola lançou, em 2015, o filme “Caminhos da Cura”, em que conta as experiências de pa-cientes que sobreviveram ao câncer).

RE\\ Com toda a sua experiência, a senhora diria que a pro-cura maior do ser humano é dar um sentido à própria vida?

PT\\ Precisamos de sentidos para as nossas vidas. No fim, tudo o que a gente precisa é ter olhado para a vida e dado a ela um sentido. O ser humano aprende por sentido. Algo só deixa de ser uma informação para ser uma aprendizagem, uma habili-dade, quando você usa aquilo, quando você dá sentido ao seu fazer. Eu acho que o Instituto Roda da Vida deu mais sentido a mim como médica, porque eu uso não somente a questão da habilidade da medicina, mas levo a minha história de vida, os meus saberes, o ser cordelista, repentista, compositora, can-

// Destaque

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O Roda da Vida promove práticas interativas para pacientes com câncer, seus familiares, cuidadores e amigos

Para conhecer melhor o Instituto, acesse: www.institutorodadavida.org.br

tar, tocar violão. Trago todos os meus elementos de vida para essa coisa muito mais profunda que se chama cura. Por-que (o mais importante) é a cura da pes-soa, não só da doença. O que menos me incomoda no ser humano é a doença que ele tem. E o que mais me aproxima dele é aquela pessoa, aquele ser humano que olha pra mim. Eu tenho uma fotografia que é assim: um olho e um bebezinho sentado naquele lugar onde fica a pálpe-bra. E é assim que eu o vejo. Quando um paciente se senta na frente de um médi-co, ele sente aquela confiança, como um bebê que olha com expectativa. Então, o que me interessa é a pessoa que senta na minha frente. O mais importante é eu saber como posso ajudá-la.

O Instituto Roda da Vida, em Fortale-za, trata gratuitamente pessoas com cân-cer. A instituição não tem fins lucrativos e recebe pacientes vindos dos hospitais de referência do Estado para introdu-zir na vida deles a importância da for-ça interior, da meditação e da Medici-na Integrativa no combate à doença. A Medicina Integrativa combina os trata-mentos convencionais (quimioterapia e radioterapia) a terapias complemen-tares cuja segurança e eficácia tenham sido cientificamente comprovadas. Fortaleza é destaque nesse tipo de trata-mento, também pesquisado em univer-sidades do mundo todo, e que contem-pla meditação, yoga, práticas corporais, rodas de conversas e a utilização de florais. Ressalte-se que tudo isso é um complemento ao tratamento tradicional.

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Felipe Teixeira, coordenador de

Desenvolvimento Humano

// Gente da Gente

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Resgate da cidadaniaRECOMEÇAR É A PALAVRA DE ORDEM DO PROJETO EDUCAR APRENDENDO, QUE VEM GARANTINDO EDUCAÇÃO E AUTOESTIMA A PROFISSIONAIS DA PORTO FREIRE ENGENHARIA

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Antônio Dias, 58 anos, Edimir Tei-xeira, 41, e Antônio Neves, 43. Três operários da construção que, além

do trabalho na Porto Freire Engenharia, ago-ra compartilham o mesmo desafio: a volta aos bancos escolares. Graças ao projeto Edu-car Aprendendo, criado pela Porto Freire, eles e outros 30 funcionários da construtora abraçaram a oportunidade de concretizar o sonho de voltar a estudar depois de décadas longe de livros, cadernos e professores.

Agora, após o trabalho, eles sentam em suas carteiras, enquanto revivem o passado olhando para o futuro. “Sempre quis muito estudar. Por um tempão, tinha pesadelos que chegava atrasado no colégio. Parei no 6º ano, fiz até o finalzinho, mas precisava ajudar no sustento de casa”, lamenta Antônio Neves, para depois mostrar um brilho nos olhos ao afirmar que, desta vez, vai concluir os estu-dos. “Vou até o fim”, garante.

Tendo que conciliar o trabalho com a famí-lia, algumas residindo no interior do Estado, a frequência à escola se torna ainda mais de-safiadora. Mas, para a maioria, os obstácu-los não podem ser maiores que a vontade de vencer. “Nunca pensei em desistir. Todo dia chego para os meus colegas e digo: ‘Não pode-mos faltar’”, ressalta Edimir Teixeira.

CIDADANIA

“Observamos que a grande maioria dos nossos colaboradores de obras não possuía a escolaridade básica, o ensino fundamental e médio. A própria Constituição diz que dentro da cidadania está o direito à educação básica. Então, juntamos a necessidade de mer-cado com o objetivo de proporcionar cidadania a partir do acesso à escolaridade e criamos o projeto Educar Aprendendo em parceria com o SESI (Serviço Social da Indústria) ”, afirma o coordenador de Desenvolvimento Humano da Porto Freire, Felipe Teixeira. Segundo ele, a adesão é espontânea. Os funcionários são informa-dos sobre o projeto e convidados a tomar parte do programa. As aulas ocorrem de segunda a quinta-feira, das 17h30 às 19 horas, na Escola de Ensino Fundamental Walter de Sá Cavalcante, pró-xima ao condomínio Parque Del Sol, onde se concentra a maioria das obras da Porto Freire.

“Sempre quis muito estudar”, diz Antônio Neves

// Gente da Gente

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“A GENTE VAI ATÉ O FIM”

O resultado do programa já começa a ser sentido no depoimento dos alunos. Diz An-tônio Neves: “A minha vida mudou comple-tamente. Eu vejo as portas se abrindo, meus conhecimentos se aprimorando. Futura-mente, pretendo continuar aqui, terminar o ensino fundamental, imediatamente come-çar o médio e fazer um curso técnico. O que tiver para mim, eu pretendo fazer. Não vou parar. Eu, que nem lembrava o nome da mi-nha antiga professora e não tinha gravado nada do que vi na escola, hoje vejo que al-gumas coisas ainda estavam aqui, na minha cabeça. É bom aprender”.

Para Edimir Teixeira, a expectativas são boas: “Espero que as portas se abram cada vez mais e eu tenha condições de agarrar as oportunidades que forem surgindo. Às vezes, as pessoas começam as coisas e têm dificuldade para terminar. Por isso, fico incentivando cada um. Torço para que a gente possa concluir e fazer uma festa para agradecer essa oportunidade. Uma coisa eu garanto: a gente vai até o fim”.

“O Estado cedeu o espaço da sala de aula. O programa é do SESI, baseado na sistemática de ensino do EJA (Educação para Jovens e Adultos) ”, explica Felipe, acrescentando que a ideia é que, após a conclusão dos ensinos fundamental e médio, os alunos possam re-ceber cursos de qualificação técnica.

Um diferencial, de acordo com o coordenador, é que as matérias são ensinadas relacionando as informações com a realidade dos alunos. “A aula é feita de uma forma dinâmica, para que haja uma associação com o trabalho. Por consequência, isso vai aguçar mais a curiosidade deles, o interesse em descobrir mais coisas dentro do próprio trabalho”, destaca.

AUTOESTIMA

Para a professora Maria Ineuda de Andrade, o grande dife-rencial do projeto é que a aproximação com os estudos está sendo feita dentro do universo da escola. “Já trabalhei muito dentro de obras, mas aqui temos um diferencial, pois a obra veio para a sala de aula. É gratificante perceber o desenvolvi-mento deles, a autoestima sendo renovada. Alguns estavam há 40 anos sem estudar, achando que não seriam capazes de aprender”, diz.

“O projeto dignifica ainda mais o meu diploma”, ressalta a professora Vera Lúcia Pinheiro. Segundo ela, ver o esforço dos operários é gratificante. “Eles passam o dia trabalhando e vêm estudar essas duas horas na sala de aula. Uns só vão para casa, no interior, de quinze em quinze dias. Então, eles deixam até um pouco a família para tentar aprender aquilo que foi deixado para trás. A gente vê no olhar de cada um a vontade de aprender. E quando eles aprendem, a felicidade é plena. Dá para ver isso em sala de aula. Muitos estão servindo de exemplo para os filhos”, comemora.

“Estudar e ver as portas se abrirem”, dizem os estudantes

As professoras Maria Ineuda e Vera Lúcia comemoram o sucesso do projeto

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// Bem viver

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O BEBÊ CRESCEU, APRENDEU A ANDAR E AGORA CORRE PELA CASA, EXPLORANDO TODOS OS LUGARES. É HORA DE REPENSAR A DECORAÇÃO DOS AMBIENTES PARA ADAPTÁ-LOS À VIVACIDADE DESTE PEQUENO E IRREQUIETO MORADOR. A ESTILO TRAZ DICAS PARA TRANSFORMAR A CASA NO MELHOR LUGAR PARA O SEU FILHO, COM SEGURANÇA, SEM PERDER A BELEZA E O CONFORTO.

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criança

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//MÓVEIS FUNCIONAIS

O cuidado com a disposição e formato dos móveis nos ambientes da casa é fun-damental. Evitar excesso de mobiliário irá permitir que a criança possa circular livremente pela casa. “Móveis no meio do caminho podem ser um grande proble-ma. Como os pequenos vão estar sempre correndo e brincando pela casa, o ideal é manter o fluxo livre, evitando tropeços e esbarrões por parte da criança”, observa a arquiteta.

Os móveis de vidro, com quinas acentua-das ou pontiagudas, devem ser evitados. Dê preferência aos móveis de madeira, com cantos arredondados, que, de sobra, ainda dão um ar caloroso ao ambiente. “Se nós, que somos adultos, já vivemos esbarrando na quina dos móveis, imagina uma criança que está sempre agitada e não tem noção de perigo?”, afirma Tatiana, lembrando que, para os móveis da casa que apresen-tem quinas perigosas, pode-se utilizar pro-tetores para estas áreas, que são discretos, como os de silicone transparente.

Outra forma de evitar acidentes é colo-car sofá e móveis baixos longe das janelas, mesmo que estas tenham tela de proteção. Que criança não gosta de subir na janela e saltar sobre o sofá? Por falar em sofá, que tal impermeabilizar o tecido para protegê--lo das sujeirinhas inevitáveis provocadas pela criançada, que derrama sucos, refrige-rantes, restos de comida enquanto assiste ao seu programa favorito!

Tapete antiaderente impede que a criança “deslize”

Caixas de vários tamanhos mantêm o quarto arrumado

Decorar uma casa com criança não parece uma tarefa fácil, principalmente levando em conta que o item segurança tem que vir como prioridade máxima. Aí vem a questão: é pos-

sível deixar a casa segura sem perder o charme? A arquiteta da Porto Freire, Tatiana Medina, garante que sim e dá dicas para deixar alguns ambientes prontos para as peripécias dos pequenos sem riscos à sua segurança.

“Um ambiente seguro não precisa ser todo de plástico com cara de escola infantil. Sua casa pode ser bonita e confortável, onde as crianças sintam vontade de brincar livremente”, garante. Ela des-taca alguns itens importantes que devem ser observados na hora de adaptar a casa ao mundo infantil.

A atenção deve ser redobrada para os objetos de atração dos peque-nos, como janelas, tomadas e tapetes, e para os que representam riscos para acidentes graves, como quinas de móveis. A arquiteta lembra que, hoje, dispositivos preventivos de segurança para ca-mas, portas, armários e tomadas são facilmente encontrados em lojas e supermercados. Muito são discretos e não interferem na decoração ou são decorativos, como os protetores de tomada que vêm com desenhos e cores variadas e podem ser usados no quarto da criança.

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//CANTINHO PREFERIDO

O quarto é o principal refúgio da criança e onde, geralmente, ela passa mais tempo, principalmente quando o utiliza como local das brincadeiras. Daí, a necessidade de se dar mais atenção a este espa-ço, tanto na questão da segurança, quanto da comodidade e beleza.

Além do cuidado com as quinas dos móveis, a questão da altura deve ser observada. Pensando na segurança e conforto dos peque-nos, o mercado hoje oferece todo o mobiliário adequado à estatura da criança, desde a escrivaninha e cadeiras até o vaso sanitário. Na cama, que também deve ter altura acessível à criança, não esqueça a grade de segurança na lateral.

Invista em caixas grandes e decorativas para guardar os brinque-dos e incentive a criança a arrumar suas coisas no final do dia. Além de estimular a responsabilidade, evita que ela esbarre em algum brinquedo espalhado pelo chão, principalmente à noite. As estantes em forma de nicho no piso deixam o quarto mais bonito e facilitam o acesso da criança a livros e objetos de uso diário.

Os tapetes são um charme, mas também são acumuladores de poei-ras e fungos, além de causadores de acidentes. Se não quiser retirar este item da decoração, procure usar os antiderrapantes, para que a criança não ‘deslize’ sobre ele, correndo o risco de se machucar.

Para a arquiteta Tatiana Medina, os pais devem orientar os filhos sobre os riscos de determinados objetos e ambientes.

//PERIGO À VISTA

A arquiteta Tatiana Medina aconselha a evitar o transito de crianças em locais como cozinha e área de serviço. “São cômo-dos perigosos, pois oferecem riscos variados, como intoxicação por ingestão ou contato com produtos de limpeza, queda, se o piso estiver molhado ou engordurado, acesso à objetos cortan-tes e fogo”, ressalta.

Igual cuidado se deve ter com o banheiro. “É um ambiente com muita água acessível (torneira, chuveiro, vaso sanitário). O melhor é manter a porta sempre fechada, pois a criança pode se afogar com pouca quantidade de água. Além do risco de ingerir a água do vaso sanitário”. E faz mais um alerta: “Os medicamentos devem ser mantidos em locais altos, fora do alcance das crianças, prefe-rencialmente trancados”.

“Todos estes detalhes contribuem para deixar a casa mais segura para as crianças. Porém, é importante que os pais, desde cedo, orientem os filhos sobre os possíveis riscos e os devidos cuidados que devem ter com determinados objetos e ambientes”, enfatiza.

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20 Revista Estilo Porto Freire

Por Rozanne Quezado Fotos Bia Medeiros e Banco de Imagens

A Estilo convida você para uma viagem de volta ao passado. Uma época de grande riqueza e desenvolvimento. Vamos percorrer as cidades mineiras que nasceram no auge do Ciclo do Ouro e impulsionaram o crescimento econômico e político do Sudeste brasileiro. E, de sobra, conhecer de perto as relíquias da arte barroca e provar o tempero da tradicional cozinha mineira.

Nos passos BRASILCOLONIALdo

// Giro

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Igreja de São Francisco de Assis,em Mariana

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22 Revista Estilo Porto Freire

Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia, Ouro Preto

Vista de Ouro Preto com a Igreja N.Sra.

do Rosário dos Pretos

V isitar Minas Gerais é mergulhar em um dos períodos mais importantes e ricos da história do Brasil. Suas principais cidades foram erguidas durante o chama-

do Ciclo do Ouro, no século XVIII, e guardam ainda hoje as lembranças dessa época através dos seus casarões imponen-tes, suntuosas igrejas, fazendas preservadas dos tempos da colônia, e, principalmente, nos registros dos museus espa-lhados pela região.

Para fazer essa viagem no túnel do tempo, a sugestão é alugar um carro e, partindo de Belo Horizonte, fazer a rota das principais cidades históricas de Minas Gerais que abrigam as mais antigas construções do Brasil Colonial.

A maioria dos municípios tem proximidade entre si, o que permi-te fazer o circuito sem passar muito tempo na estrada. Começa-mos por Sabará, uma das cidades por onde passa a famosa Estra-da Real, caminho construído pela Coroa Portuguesa para escoar o ouro para o Rio de Janeiro, então capital do país.

Igrejas, como a de Nossa Senhora do Ó, e casarões formam com o Museu do Ouro um conjunto de construções históricas que vale a visita. Na vizinha Santa Bárbara se pode visitar o Santuário do Caraça, criado há mais de 240 anos. O núcleo histórico do local envolve, além de uma importante reserva natural, com trilhas e ca-choeiras, um museu que faz parte das ruínas do Colégio Caraça, que formou grandes personalidades da política e da cultura do país, e a Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens, com seu estilo neogótico. Pousada, restaurante e lojas integram o complexo. Portanto, é pos-sível pernoitar no local e na manhã seguinte seguir viagem.

A próxima parada foi a vila mais antiga e a primeira capital de

Minas: Mariana. O município, que no ano passado foi vítima de um grande desastre ambiental, possui o maior acervo barro-co do mundo, com obras de Aleijadinho e Athaíde. As bem preservadas construções do século XVIII, como a Catedral Basílica da Sé e a Casa da Câmara e Cadeia, fazem da cidade um museu a céu aberto.

Não deixe de visitar a Mina da Passagem, a maior mina de ouro do mundo aberta à visi-tação. As galerias subterrâneas são percorridas através de um trolley e o cenário impressiona.

//OBRA-PRIMA

Cercada por montanhas, Ouro Preto fas-cina à primeira vista. Declarada Patrimô-nio da Humanidade pela Unesco, a cida-de concentra um rico acervo arquitônico, com destaque para as belíssimas igrejas, como a Nossa Senhora do Pilar, com sua nave e altar adornados com 434 quilos de ouro, a Igreja de São Francisco, pro-jetada por Aleijadinho, e a Matriz Nossa Senhora da Conceição, onde está o túmu-lo do artista barroco.

// Giro

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Não deixe de visitar o Museu do Aleijadinho, o Museu da Inconfi-dência, com valioso acervo sobre o movimento pela independên-cia de Minas, e o Museu do Ouro.

O melhor passeio é caminhar a pé pela cidade, com a sensação in-descritível de estar dando uma volta no século XVIII. Com seus ca-sarios coloniais, ruas e ladeiras de pedras cheias de história, Ouro Preto é uma espécie de obra-prima criada por escravos e artistas.

E não vá perder o trem. Embarque no vagão da história que liga Ouro Preto a Mariana. Construído no final do século XIX, o trem possui seis vagões, sendo um panorâmico, que oferece uma visão completa das belas paisagens do trajeto, com montanhas, vales, rios e cachoeiras.

//OS 12 PROFETAS

Congonhas, a pouco mais de uma hora de Ouro Preto, é parada obrigatória. Lá estão os 12 profetas esculpidos por Aleijadinho em pedra-sabão. As esculturas ficam na Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos que, ao lado de seis capelas, integra o mais belo con-junto arquitetônico e paisagístico da cidade.

A cidade berço do mártir da independência, Tiradentes, é o pró-ximo destino. O passeio pelas ruas coloniais é feito de charrete, transporte tradicional para o turista. A visita pode começar pela Matriz de Santo Antônio, que abriga relíquias da arte barroca. Dê uma passadinha no Museu de Sant’Ana e conheça as quase 300 imagens da santa, entre eruditas e populares. No Largo das Forras estão concentrados os restaurantes e as lojas de artesanato.

Encerrando a viagem, deixe o carro em Tiradentes e dê uma che-gadinha a São João del Rei de Maria-Fumaça. A viagem é encanta-dora, com o trem margeando o Rio das Mortes. Além de visitar os monumentos religiosos e museus, não deixe de conhecer os ateliês dos santeiros, sineiros e carpinteiros da cidade.

Profetas Amós I e Abdias

Basílica de Bom Jesus de Marosinho e os 12 Profetas, em Congonhas

O Feijão Tropeiro é famoso na

culinária mineira

Alguns casarões de Ouro Preto se

transformaram em pousadas e

hotéis

//ONDE FICAR

Todas as cidades dispõem de boa estrutura hoteleira. Onde decida pernoitar, encon-trará uma simpática pousada ou um hotel aconchegante. Em Ouro Preto, o ideal é se hospedar nas imediações da Praça Tira-dentes, que fica perto das principais atra-ções, lojas e restaurantes da cidade.

//ONDE COMER

Em cada cidade se pode desfrutar de um restaurante que oferece as comidas tradi-cionais de Minas. Difícil é escolher entre as delícias do cardápio. Em Ouro Preto, vale conhecer o Conto de Réis e o Ouvi-dor, pela boa comida, preço acessível e óti-mo atendimento.

//SABORES MINEIROS

A cozinha mineira tem sabor de história. Com influências indígenas, portuguesas e africanas, ganhou um tempero todo pró-prio. Em cada cidade é possível provar um prato diferente. Do feijão tropeiro à galinha caipira com quiabo e angu, a lis-ta dos sabores mineiros é extensa. Os do-ces caseiros, o tradicional pão de queijo e o vinho de jabuticaba não podem faltar nesse roteiro gastronômico.

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maturatoNas cilindradas do

// À Mesa

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Assim como a Harley-Davidson não é considerada uma motocicleta, mas um “estilo de vida”, o Maturato, que no dicionário significa amadurecido, não pode ser conside-

rado simplesmente um boteco, mas um espaço de liberdade no me-lhor estilo rock’n’roll, tendo conseguido um alto nível de fidelida-de entre os seus frequentadores.

O texto acima é didático, mas para entender o Maturato Bar & Pe-tiscaria, é necessário sentar e curtir o local. E se engana quem acha que vai encontrar lá simplesmente um monte de motoqueiros, como também se engana quem acha que não. É que, embora pare-ça, o Maturato não é assim tão evidente. A verdade é que o lugar consegue mesclar, como poucos, públicos diferentes, em uma pro-posta de integração e respeito a todas as tribos.

Para entender o Maturato, basta dar uma olhada no shape do idea-lizador, sócio e relações públicas do bar, o Luís Neto, e em seguida levar dois dedos de prosa com ele. A barba comprida e a toca na ca-beça revelam seu lado underground. Já a camisa com referência à Bauhaus - escola alemã de artes -, os modos refinados e o jeito comu-nicativo, apesar de não querer sorrir para as fotos, quebram todos os estereótipos e mostram que o Maturato é, sim, a cara do dono.

“Começamos há seis anos como uma brincadeira para reunir os amigos, em uma região que ainda não era uma rota de bares, mas eu e minha noiva, Giulia, vimos que precisávamos expandir. En-tão, transformamos o lugar em uma empresa de verdade. Fomos o primeiro bar daqui”, diz.

COM CARA DE PUB, O MATURATO BAR & PETISCARIA TRAZ UM CENÁRIO DIFÍCIL DE AVALIAR EM UMA PRIMEIRA TENTATIVA.SE A IMPRESSÃO INICIALÉ QUE ELE REFLETE O LADO REBELDE DO MOTOCICLISMO, A PERSPECTIVA SE AMPLIAAO AVALIAR O PÚBLICO DIVERSO DA CASA.UM VERDADEIRO SOCIAL CLUB PARA PÚBLICOS DISTINTOS.

Equipe responsável pelo Maturato

Há a opção de mesas ao ar livre

Decoração inusitada

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Os sócios João Victor e Luís Neto Exposição e comércio de motos atraem visitantes

Desenhos expostosna galeria de arte

SHOWS DIVERSIFICADOS

Definido por Luís como um Social Club, o Maturato tem na sua programação um dos seus principais chamarizes. Todo dia há um estilo musical diferente, o que possibilita a diversidade de públi-cos. Funciona assim: às quartas-feiras, o som é ambiente e a progra-mação tem como destaque o Quiz, brincadeira de perguntas e res-postas entre as mesas. Quem vence, ganha uma rodada de bebida.

Quinta-feira é o dia de reggae ou das bandas que tocam o que o período pede, como as marchinhas, durante a época de carnaval, e o forró pé de serra no período junino. Sexta-feira é dia de quem curte o rock dos anos 80. Como nos demais dias, a banda começa o show por volta das 21 horas. Já no sábado, tem samba no período da tarde e, à noite, indie rock (ou rock independente), gênero sur-gido no Reino Unido e Estados Unidos, sendo comum a banda da noite tocar hits de grupos musicais como The Strokes e Oasis. De domingo a terça-feira, som ambiente.

ESTRUTURA MODERNA

A estrutura tem uma cara moderna e, ao mesmo tempo, alternati-va. Lá, mesas, sofás, palco e bar dividem espaço com motos Harley--Davidson, que ajudam a decorar o ambiente.

“Pela convivência com o motociclismo e com a marca, tentamos resgatar um pouco desse ar, seja nas cores, no uso dos metais apa-rentes no toldo, na questão das referências ao uísque Jack Daniels. Enfim, tudo tem o apelo do motociclismo, do americano. Então, puxamos para materiais como ferro, cimento e para a madeira, que dá essa aparência mais calorosa”, diz Luís Neto.

De quebra, o local também mescla outros serviços que ecoam na proposta do bar, como um estúdio de tatuagem, uma galeria de arte e, em breve, um sushi bar para o almoço e uma brauneria. Todos instalados em containers. “Agregamos outros mercados que têm a ver com o bar, mas que não são concorrentes”, diz.

A opção pelos containers tem relação com a proposta de sustentabilidade, deixan-do o Maturato com um design urbano--industrial, o que dá um charme todo especial ao lugar. A pegada sustentá-vel também ocorre nos procedimentos internos, como nas garrafas de bebida retornáveis e na doação de latas e óleo para instituições que reciclam esses produtos. “Nosso desperdício é quase zero”, explica Neto.

E como, mais uma vez, o local tem uma ligação forte com o motociclismo, o es-paço foi disponibilizado durante o dia para que os amigos motociclistas pos-sam comercializar motos. “Não inter-mediamos. Elas ficam expostas durante o dia e usamos como decoração à noite”, informa Luís.

// À Mesa

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O bolinho de feijoada fazsucesso

Os petiscos são os grandes atrativos da casa

CARDÁPIO

Para chegar ao menu do Maturato, Neto fez uma pesquisa em grandes centros e estu-dou gastronomia em Portugal, onde apren-deu desde criar drinks e cozinhar a forma-tar preços. “Criei o cardápio do zero, mas tive a ajuda, na época, do Fernando Barroso (chef consultor). Os cardápios de vários res-taurantes têm a assinatura dele. Para beber, temos uma cartela bem diversificada”, diz.

Os pratos têm uma proposta clean, servidos em porcelana, mas sem aquela arrumação da alface, azeitona. É que o Maturato pre-za não só pela qualidade, mas pela quanti-dade, pois os pratos são realmente grandes. “O grande desafio era o preço a ser cobrado. Aqui em Fortaleza, todo prato é caro, só é barato em locais que nem sempre têm a hi-giene necessária. Então, decidimos por pre-ços que não ficassem no nível dos demais empreendimentos da moda, mas que tam-bém não ficassem tão baratos que o local não fosse rentável”, considera. No Matura-to, tudo é feito de forma tradicional, mas na hora.

Uma das principais pedidas é a linguiça a calabresa finalizada com o melaço do mel de cana. Enquanto os demais bares ofere-cem o escondidinho de carne de sol com macaxeira, lá ele é servido com abóbora. Outro item com boa pedida é o Hot Wings, que custa R$ 29,00 e consiste em asas e so-breasas de frango temperadas com pimenta calabresa, fritadas e finalizadas com mela-ço de cana e batata frita.

Destacam-se ainda petiscos como a costela ao molho barbecue, por R$ 37,00, que pode vir acompanhada de batata recheada com carne de sol ou requeijão; casquinha de ca-ranguejo, por R$ 15,00; e o pastel de carne, R$ 14,00, com doze unidades. Já uma das primeiras receitas é o bolinho de feijoada, por R$ 15,00.

CONFIRA COMO É FEITO O BOLINHO:

Bolinho de feijoada

• São cinco bolinhos com 80g cada;• Uma calabresa inteira cozida na feijoada;• Após ser feita a feijoada completa, tira-se os ossos e joga-se tudo no liquidificador. Depois disso é feito o tutu;• Para finalizar, junta-se os bolinhos à cala-bresa frita, picada;O caldinho da própria feijoada, levemente apimentado, é uma opção para quem gosta do prato mais molhado;O petisco fica pronto em 15 minutos.

//SERVIÇO

Maturato Bar& Petiscaria(De domingo a domingo)Galeria de arte, estúdio de tatuagem e exposição de motos: a partir das 10hBar: a partir das 18hLocal: Av. Edilson Brasil Soares, 2201

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Responsável por transformar números em informação, o Setor de Inteligência da Porto Freire traça os caminhos que devem ser seguidos, baseados na análise de dados que movimentam toda a construtora.

A inteligência do setor

// Tijolo por Tijolo

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Equipe responsável por importantes dados que balizam ações da empresa

À medida em que planilhas vão surgindo em uma apresen-tação de estatísticas e estratégias na Porto Freire, uma pergunta é inevitável: que ser humano é esse que conse-

gue condensar todas essas informações e interpretar números de certa forma complexos? O segredo reside nos profissionais que for-mam o Setor de Inteligência da Porto Freire Engenharia.

Quem protagoniza esse importante departamento da construtora, nem de longe nos remete à figura clássica do Nerd. Pelo contrário. É com singular desenvoltura e articulação que o coordenador de In-teligência, Wenderson Nunes, a analista de Inteligência Gerencial, Geane Sousa, e o assistente de Inteligência gerencial, Egno Queiroz, dissertam sobre os trâmites que os permite mapear os caminhos que irão conduzir as ações comerciais e de marketing da empresa.

É à reboque das análises realizadas pelo setor que ocorrem desdo-bramentos e decisões com base na intepretação tanto do mercado quanto das ações dos demais setores da construtora. Quem explica a logística é Wenderson Nunes.

“A dinâmica é dividida em três focos: Geane fica com a parte de in-teligência voltada para o comercial, dados das vendas, valores, dis-ponibilidade e estoque. Coletamos esses dados para gerar informa-ção lá na frente. Já Egno fica com a inteligência voltada à solução de casos, como, por exemplo, alguém que comprou um apartamento para investir, mas deseja repassar o imóvel. É ele quem procura a

melhor solução para esse cliente. E eu fico com a parte da análise. De gerar a informa-ção”, resume Wenderson.

As informações colhidas e avaliadas são en-caminhadas à diretoria, a fim de que sejam tomadas decisões com relação aos dados in-ternos e de mercado. “Então, sempre esta-mos acompanhando índices externos para avaliarmos como está a Porto Freire dentro do nicho em que ela trabalha”, ressalta o co-ordenador. Trocando em miúdos, eles trans-formam as informações em ferramentas.

Nesse processo, Wenderson destaca, tam-bém, o papel dos consultores de vendas, pois, segundo ele, é a partir das informa-ções passadas pelo Comercial que é possí-vel chegar às análises necessárias. “Bus-camos também informação no mercado e em dados de outras instituições que fazem estudos. A partir daí, digo: “olha, a nossa situação é essa, a situação do mercado é essa. Então, verificamos quem está me-lhor ou o que podemos fazer para acom-panhar”, diz.

// Tijolo por Tijolo

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Setor acompanha índices externos para avaliar a posição da Porto Freire em seu setor de atuação

O SETOR EM DETALHES

Geane Sousa

Posicionada na “comissão de frente” do se-tor, Geane detalha como funciona a logística do seu trabalho. “Recebo, diariamente, as in-formações do comercial. Tenho a responsa-bilidade de fazer os relatórios e divulgar as vendas para toda a equipe, a fim de que to-dos tenham conhecimento. Então, acompa-nho e repasso uma análise de cadastro”, diz.

Quando a venda é lançada no sistema, Ge-ane emite os contratos e o consultor colhe a assinatura do cliente. “A partir daí volta para mim, pois, vou ver outra parte, que é passar informações para o relatório, para as pessoas que são responsáveis pela comis-são do consultor. Então, o SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) entra no atendi-mento, caso o cliente precise”, explica.

O coordenador Wenderson Nunes reforça as palavras da analista. “O primeiro conta-to do cliente com a empresa é o consultor. O segundo é justamente com Geane. É ela quem vai fazer com que o processo inicial do cliente reverbere pelo resto da vida dele com a Porto Freire. Então, todos os dados iniciais, até mesmo a análise de crédito, quem inicia é ela. A junção desses dados vai para a contabilidade, para o jurídico, para o financeiro. Daqui é que se inicia a análise de dados. Saber qual é o perfil do cliente que compra no Parque del Sol, por exemplo”, pondera.

Wenderson Nunes

Com os dados em mãos, Wenderson Nunes faz a análise qualitativa e elabora os rela-tórios em planilhas. “Vou juntando uma coisa com a outra e formatando a infor-mação a partir da solicitação da diretoria. Às vezes, antecedemos algumas coisas. Por exemplo: se virmos uma notícia interes-sante sobre o mercado imobiliário em São Paulo, nos reunimos e procuramos com-preender como isso poderá acontecer aqui, ou se não vai. Verifica-se o perfil de For-taleza naquela análise, para tentar dar um ponta pé antes da concorrência”, conclui o coordenador.

Egno Queiroz

Tão importante quanto comprar um apar-tamento em uma construtora de credibili-dade, é saber que essa empresa está lado a lado com você em todos os momentos. Daí a importância do núcleo de repasse do Se-tor de Inteligência.

“Digamos que o cliente compre conosco e, futuramente, queira se desfazer da unida-de, repassá-la. Pelo SAC, ele faz um cadas-tro dando exclusividade para nós. Seguido a isso, vou tratar essa unidade. Com as in-formações que o cliente nos dá em relação a valores, por exemplo, passo os dados para os corretores externos e internos, a fim de que seja realizada a venda. Nos casos em que há essa efetivação, agendamos um ho-rário para a sessão de direitos, com ou sem intermediários”, diz Egno.

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