Revista Europa em foco #4

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EUROPA em foco A EVOLUÇÃO DE GARETH BALE Veja por meio de estatísticas e mapas de calor, a evolução do jovem galês. De lateral a winger. E MAIS: Uma biografia de Aurelia De Laurentiis, presidente do Napoli O Campeonato dos Emirados Árabes. (sabemos que não fica na Europa) Os bastidores da crise no Real Madrid As relações entre futebol europeu e a música O poder da Udinese Edição4 01/02/2012 Venda proibida E MUITO MAIS!

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Revista Europa em foco #4

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EUROPAem foco

A EVOLUÇÃO DE GARETH BALEVeja por meio de estatísticas e mapas de calor, a evolução do jovem galês. De lateral a winger.

E MAIS:

Uma biografia de Aurelia De Laurentiis, presidente do NapoliO Campeonato dos Emirados Árabes. (sabemos que não fica na Europa)Os bastidores da crise no Real MadridAs relações entre futebol europeu e a músicaO poder da Udinese

Edição401/02/2012Venda proibida

E MUITO MAIS!

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ÍNDICE

UM PRESIDENTE “DIFERENTE”

Leia mais sobre Aurelio De Laurentiis, o ilustre presidente do Napoli.PÁG 16

6 O PODER DA UDINESE10 A IMPLICÂNCIA COM CRISTIANO RONALDO12 O CAMPEONATO DOS EMIRADOS ÁRABES14 UM PRESIDENTE “DIFERENTE”17 OS PROBLEMAS DO CHELSEA21 CRISE NO REAL?24 A IRREVERÊNCIA DE MARIO BALOTELLI26 O FUTEBOL EUROPEU E A MÚSICA

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BIBLIOGRAFIA:ladobdofutebol.comgoal.com wikipedia.org

32 OS DOIS LADOS DA MOEDA: RVP E FERNANDO TORRES

36 cADÊ O FUTEBOL, THOMAS MULLER?38 A EVOLUÇÃO DE GARETH BALE

Crise no Real? Veja os bas-tidores na PÁGINA 22

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o

EQUIPECRIADOR:João Pedro Almeida (@tdsobreocalcio)

DIAGRAMADOR:João Pedro Almeida (@tdsobreocalcio)

REVISÃO DE:João Pedro Almeida (@tdsobreocalcio)

COLABORADORES:Luis Felipe Mendes (@luismendes_98)Rodrigo Moraes (@rdrmoraes)João Pedro Almeida(@tdsobreocalcio)Caio Dellagiustina(@caio03)Afonso Canavilhas(@afon5o)Eduardo Rocha (@rochaedu)Gabriel de Jesus (@GabrielJesusSFC)

AUTORES CONVIDADOS:Victor Mendes(@VictorMendes8)Pedro Lampert(@PedroLampert)Felipe Silva (@felipesilvafc)Felipe Ferreira (@felipepf13)

Para bom usufruto da revista digital, é sugerido que leia em tela cheia, o que é possível apenas clicando em qualquer lugar do retângulo no qual a revista está contida. Caso já tenha feito isso, é possível dar ainda mais zoom clicando em qualquer lugar da revista. Para passar as páginas, bas-ta clicar no botar com uma seta, que simula o folhear de uma verdadeira revista. Em baixo, a revista dispõe de um menu com miniaturas de todas páginas e suas respectivas numerações.

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A Revista Europa em Foco vem se firmando como uma das prin-cipais revistas digitais do cenário nacional. Em suas primeiras 3 edições bateu recordes e visitas e foi muito bem aceita pela crítica, especializada ou não. Jornalistas famosos já elogiaram nosso tra-balho, que vem sendo divulgado pelo país inteiro.

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O PODER DA UDINESE

Como o time com poucos títulos e pouca tradição vem encantan-do a Itália e fazendo performance espetacular na Seire A. Confira o perfil de seu maior artilheiro e um resumo da histórica campanha da equipe de Údine.

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ITÁLIA

O ETERNO ARTILHEIRO DE ÚDINEApesar da idade considerada avançada para o futebol, An-tonio Di Natale segue sendo um dos mais cobiçados ata-cantes da Europa.

POR JOÃO PEDRO ALMEIDA

Aos 34 anos, Antonio Di Natale é um garoto. Pode não aparentar, mas o ata-cante, que foi o artilheiro das últimas duas edições do Campeonato Italiano, ainda possui a forma física invejável e que supera a de muitos jovens jogadores do país.

O faro de gol do jogador vem desde a base. Revelado aos 19 anos pelo Empoli, o ainda jovem Antonio, pas-sou um tempo emprestado para acumular experiência.Após passagens por Iper-zola, Varese e Viareggio, o

goleador foi reintegrado ao elenco de seu primeiro time. Ao brilhar com cerca de 50 gols em 150 jogos, o atacante conseguiu uma transferência para a Udinese, onde achou seu lugar ao sol. E como!

Logo em sua primeira tem-porada nos friuli, Di Natale já conquistou a titularidade do ataque, ao lado de Iaquin-ta e Di Michele. Foi muito bem sucedido e seguiu como titular nas temporadas se-guintes, nas quais formou uma das mais bem sucedidas duplas da história recente do clube, com Fabio Quagliare-la.

A partir daí, só melhoras:

em 2007, ganhou a faixa de capitão da equipe e marcou 17 gols na temporada. E en-quanto ia ficando “velho” para o esporte, Di Natale foi contrariando expectativas e melhorando seu desempen-ho. Na temporada 2009/2010 foi artilheiro da Lega Cal-cio, feito que foi repetido na temporada seguinte. Com 34 anos, vive o auge de sua carreira e é cobiçado por grandes clubes da Europa, como o Chelsea.

E não é para menos, em 503 jogos na carreira, ele já mar-cou 202 gols, cerca de um gol a cada 2,5 jogos. Só na Udi-nese, a média é a cada 2 jo-gos. Parece que ele é eterno!

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POR CAIO DELLA-GIUSTINA

Uma das grandes sensa-ções da temporada euro-péia, a Udinese vive um processo um tanto quanto curioso. A cada tempora-da se vê na necessidade de vender um jogador, que geralmente é o grande destaque do time, muito em função da política do clube. Foi assim com Ia-

mente deixa de apresen-tar um eficiente e bom futebol. E isso se deve ao técnico Francesco Guido-lin. A cada temporada consegue armar o time de maneira que fique consis-tente na zaga e tenha um bom ataque.Após perder Sanchez, Guidolin abandonou o 3-4-3 da última tempo-rada para usar um 3-5-1-1/3-5-2, apenas com o

uinta, Quagliarela, Asa-moah Gyan, Muntari e mais recentemente, Alex-is Sanchez. E quem espera grandes contratações, se decepciona. Tradicional-mente só contrata “apos-tas” e jovens promes-sas que, curiosamente se adaptam com facilidade.

Porém, mesmo se desfa-zendo dos seus grandes jogadores, o time dificil-

O PODER DA UDINESE

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último craque restante, Di Natale, como atacante, mas com as freqüentes chegadas dos alas Basta e Armero e do apoiador Torje o time tem um excelente contra-ataque.

Nem mesmo a elimina-ção nos playoffs da Uefa Champions League para o Arsenal desanimou os bi-anconeri que fazem uma espetacular temporada, es-tando atualmente no ter-ceiro posto da competição (até a 21ª rodada), estando

Alemanha.

Contando com os gols de Di Natale, as grandes defe-sas de Handanovic e ao co-mando de Guidolin, a Udi-nese se vê bem credenciada. Independente de conquis-tas, o time já pode se con-siderar uma bela surpresa, já que antes do campeonato começar, ninguém esperava muito dos bianconeri.

entre as primeiras posições desde a primeira jornada.

Apesar da espetacular tem-porada há quem não cre-dencie o time do norte como favorito. Mesmo com Juventus e Milan na ponta (com apenas dois pontos de vantagem para a Udinese) e a Inter chegando com força, a Udinese tem ple-nas chances de alcançar ao menos a vaga na Liga dos Campeões, que nesse ano ficou mais difícil, devido a perca de uma vaga para a

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A IMPLICÂNCIA CHATA COM CRISTIANO RONALDOPOR VICTOR MENDES

Marrento. Polêmico. Craque. Estes são alguns dos adjetivos que são atri-buidos diariamente a Cris-tiano Ronaldo. Filho ilus-tre da Ilha da Madeira, teve o nome dado por sua mãe Dolores em homenagem ao então presidente dos EUA, Ronald Reagan. Com pouca idade, perdeu seu pai, Dinis Aveiro, e cresceu muito liga-do aos seus irmãos Hugo, Cátia e Elma. Uma infância de muitas dificuldades, mas repleta de sonhos. Hoje, o que Cristiano Ronaldo faz em sua vida pessoal vira notícia. Mas, muita das vez-es, negativas. A implicância da mídia para com o portu-

a 1, também é criticado. O fato é: o que Cristiano Ron-aldo toca vira ouro. São pi-cuinhas desnecessárias para criarem certo tipos de notí-cias. Querem de Ronaldo uma pessoa semelhante a Messi. Esqueçam. Sua per-sonalidade é forte e isso é problema dele. Seu brilho ninguém tira. Cristiano Ronaldo é a fantasia obje-tiva.

O talento já brotava nos campinhos do Funchal e no Andorinha, clube em que deu seus primeiros chutes. Dali, despertou os olheiros do Nacional, que descobri-am grande talento. Aos 11 anos, o desafio de ir para as divisões de base do Sport-ing, um dos maiores clubes

guês começa a extrapolar.

Se ele, a pedido de Mourinho, resolve não via-jar a uma premiação onde não será o ganhador em prol de uma preparação es-pecial para um duelo de-cisivo, foi o egocentrismo que falou mais alto. Se sua equipe não joga bem con-tra o Barcelona, apenas ele é taxado de pipoqueiro. Se ele marca três gols e resolve, dessa vez, criticar quem o critica, é taxado de chato. Se ele marca seu 21º gol numa competição onde é o artil-heiro disparado, a ponto de deixar o melhor jogador do mundo quatro gols atrás, e não comemora, justamente por ter sido o quinto gol de uma partida que foi 5 a

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de Portugal. Foi ali que ele cresceu e amadureceu, de-ixando de ser promessa e se tornando realidade. Foram seis anos encarando os sacrifícios de sua ousada escolha. Mas ele seria rec-ompensado. No jogo de es-tréia do Estádio Alvalade Século XXI, entre Sport-ing e Manchester United, o abusado meia-atacante simplesmente levou os ing-leses à loucura, com dribles desconcertantes. Foi o sufi-ciente para que os próprios jogadores do time britânico pedissem sua contratação ao técnico Alex Ferguson. A negociação foi 12 mil-hões de libras (cerca de R$ 41 milhões).

A partir de 2003, Ronaldo surgiu para o estrelato com a camisa dos Diabos Ver-melhos. Desde então, co-leciona casos polêmicos, como envolvimento com prostitutas e o acidente com sua Ferrari novinha. Em campo, porém, não há como negar seu sucesso. No clube britânico, foram sete títulos e atuações memoráveis, que

quero mais. Uma lesão no tornozelo o tirou de dois meses da temporada e dois cartões vermelhos man-charam sua temporada.

Em 2010/2011, o gajo foi extraterrestre. Pulverizou recordes. Foram 40 gols na Liga, tornando-se recordis-ta de gols em uma única edição de Liga BBVA. Na temporada, foram 53 gols, tornando-se recordista de gols em uma única tem-porada pelo Real Madrid. De esquerda, de direita, de falta, de cabeça, de pên-alti. Teve gols de tudo que é forma. Para trás, nada mais nada menos que Púskas, Zarra. A história foi escrita. Cristiano Ronaldo tem uma história rica no futebol. Podem chamá-lo de tudo: prepotente, marrento, ar-rogante, chato, pipoqueiro. Porém, o garoto da Madeira driblou, literalmente, todas as batalhas da vida e já es-creveu seu nome na gale-ria dos grandes craques da história do futebol. Quei-ram ou não.

que levaram José Mourinho, à época, a chamá-lo de “o filho de Van Basten”, em alusão ao grande atacante holandês do fim da década de 80. Atuações de galas e com um prêmio de melhor do mundo na bagagem le-varam o português da cami-sa sete ao sonho de infân-cia: atuar pelo Real Madrid, “maior clube da história”, segundo o próprio.

Na capital espanhola, Ron-aldo se consolidou de vez. Chegou, em apenas 2 anos e meio, a 112 gols em sen-sacionais 112 jogos. Uma marca absurda: média de um por jogo. Conseguiu, a efeito de comparação, ultra-passar Ronaldo Fenômeno mesmo não jogando com Figo, Beckham e Zidane. Detalhe: o brasileiro conse-guiu 101 gols em cinco anos. Os 94 milhões de euros pa-gos por Florentino Pérez em junho de 2009, que tornou a transferência mais cara da história do futebol, são rec-ompensados a cada jogo. Na primeira temporada como merengue, um gostinho de

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SABE COMO ESTÁ O CAMPEONATO

POR CAIO DELLA-GIUSTINA

Os Emirados Árabes se tornaram, nos últimos anos, um verdadeiro cen-tro de atletas internacio-nais, principalmente para os brasileiros. São deze-nas que rumam atrás dos petrodólares dos sheiks. Porém, você já ouviu al-guma vez de como anda o campeonato por lá? Che-gou a hora de descobrir.

O líder é o Al Ain, detentor do maior número de títulos nacionais, que pertence ao dono Mohammed Bin Za-

italiano Walter Zenga, mas que já foi treinado por Wagner Mancini e Joel San-tana, tem no elenco dois brasileiro, Rodrigo Careca (que começou no Corin-thians) e Léo Lima vem embalado por três vitórias consecutivas, uma, inclu-sive sobre o líder Al Ain na última rodada.

Colado no Al Nasr, com um ponto a menos está o Al Jazira, time comandado por Mansour Bin Zayed Al Nahyan, que não tem tan-ta tradição, mas é o atual campeão. Conta com os brasileiros Baré (que pas-sou por Grêmio mas fez

Zayed Al Nahyan, irmão do atual dono do Manches-ter City. Por incrível que pareça, não há nenhum brasileiro no time, mas já passaram por lá Émerson (Corinthians) e Valdívia (Palmeiras). A atual estrela do time é Asamoah Gyan. O ganês de tanto suces-so, conhecido por perder o pênalti nos últimos in-stantes da prorrogação das quartas de final da Copa do Mundo de 2010, está em-prestado pelo Sunderland. Com 27 pontos em 12 jo-gos, tem apenas dois de vantagem para o Al Nars.

O time do treinador italia-

DOS EMIRADOS ÁRABES?

ESPECIAL

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sucesso no futebol japonês) e Ricardo Oliveira, é esse mesmo sempre tão especu-lado aqui no Brasil.Um pouco distante dos lí-deres, três times estão mui-to pertos na tabela. Al Sha-bab, do técnico brasileiro Paulo Bonamigo, do meio Júlio César (ex-Sport) e do atacante Ciel (ex-Flumi-nenses), Al Wasl, do téc-nico Diego Maradona e Al Wahda, dos brasileiros Hugo (ex-São Paulo), Fer-

nando Baiano e Magrão (ex-Inter) estão separados por apenas dois pontos, mas vêem cada vez mais longe as chances de título.Abaixo deles, os outro seis times só estão para cum-prir. Dubai, lanterna com apenas seis pontos, Emir-ates, com sete e Sharjah, com nove são os favoritos ao rebaixamento.

Porém, ainda faltam dez rodadas para o final do

campeonato emiratense e ainda vai rolar muita água, ou melhor, muita areia para que seja decidido tanto o campeão, quanto os re-baixados. Lembrando que apenas o campeão partici-pa da Copa dos Campeões da Ásia

Confira a classificação abaixo:

1º Al Ain – 27 pontos2º Al Nasr – 24 pontos3º Al Jazira – 23 pontos4º Al Shabab – 20 pontos5º Al Wasl - 18 pontos6º Al Wahda – 18 pontos7º Al Ahli Dubai – 17 pontos8º Ajman – 15 pontos9º Bani Yas – 13 pontos10º Sharjah – 9 pontos11º Emirates – 7 pontos12º Dubai – 6 pontos

ARTILHEIROS: Ibrahima Touré (Ajman) e Ricardo Oliveira (Al Jazira) – 5 gols

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ITÁLIA

UM PRESIDENTE “DIFERENTE”POR JOÃO PEDRO ALMEIDA

Na Itália, De Laurentiis é um sobrenome muito fa-moso. A família detentora deste é quem monopoliza a indústria cinematográfi-ca da Velha Bota. Seu mais famoso membro é o já fa-lecido Dino De Laurentiis, famoso diretor que tem em seu currículo a direção de vários filmes, entre eles o clássico Conan, o Bár-baro, estrelado por Arnold Schwarzenegger. Só para

exemplificar a importân-cia do diretor, ele foi um dos homenageados na cerimômina do Oscar de 2001.

Porém, com sua morte, o membro que vem ocu-pando algumas manchetes na Itália (e no mundo) é seu sobrinho, o produtor cinematográfico Aurelio De Laurentiis. Isso porque além de seu trabalho com a sétima arte, Aurelio tem pa-pel importante no mundo futebolístico, já que o atual

presidente do Napoli.

Polêmico, De Laurentiis é um dos mais ilustres presi-dentes da Itália. Com suas atitudes polêmicas e ir-reverentes (só às vezes), é figura muito conhecida no mundo do calcio.

Mas por que o aparente-mente simpático presiden-te é uma figura polêmica? Bom, essa é uma pergunta não tão difícil de ser respo-dida, tendo em vista suas atitudes e frases.

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Dentre suas atitudes irrever-entes e engraçadas, destaca-se uma performance para lá de especial na apresentação da principal contratação napolitana para esta tempo-rada: o meia suíço Gokhan Inler (foto). Na tal apresen-tação, o presidente colocou uma máscara de leão no meia e dançou junto com ele ao som de uma paródia de Thriller, feita pelo cantor napolitano Luca Sepe (que já fez paródias para Lavez-zi, Maradona e Cavani), em sua homenagem.

Mas a vida de De Laurentiis

não é feita só de paródias e apresentações engraça-das. Muito pelo contrário, o presidente é mais conheci-do pelas confusões e frases polêmicas.

Ele é autor de famosas e repercutidas frases como: “Messi é um cretino” ao ser perguntado sobre o que achava de o craque largar o Barcelona para diputar a Copa América. “Eu vou sair do futebol, você são todos uns m*rdas”, ao sair de uma reunião que definiu que Milan e Napoli se enfren-tariam em plena semana de

Champions League. “Eu não vou bater em você porque você é um velho”, durante discussão com Edoardo Reja, técnico da Lazio. E por último e não menos impor-tante: “Europa League, es-tou pouco me f*dendo para essa competição”. A frase é auto-explicativa.

Mas enfim, as polêmicas não param por aqui, mas não há espaço para registrar todas. Apesar de tudo isso, a gestão de Aurelio é uma das melhores da história do Napoli. Boa economia e bons resultados.

Europa League?! Es-tou pouco me f*dendo para essa com-petição

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PAROU NO TEMPO?!

OS PROBLEMAS DO CHELSEA DE ANDRÉ VILLAS-BOAS

POR LUIS FELIPE MENDES

O sucesso no futebol é temporário. O craque de hoje é o passado aman-hã. As equipes de sucesso também não duram muito tempo, a não ser que vivam se renovando taticamente e melhorando tecnicamente. Para isso, a maior parte do elenco tem de ser jovem,

Abramovich assumiu o clube, os Blues estão na quarta colocação da Pre-mier League, a treze pon-tos de distancia para o líder Manchester City. Na Champions League, o time se classificou com sofri-mento decidindo apenas na última rodada da fase de grupos. Agora o time enfrenta o bom time do Napoli nas oitavas.

como o Barcelona de Pep Guardiola. Se essa juven-tude não está presente, os nomes têm de mudar. Ficar preso aos velhos craques faz com que seu time ande para trás e perca espaço fr-ente aos concorrentes.

É exatamente isso que vem acontecendo com o Chel-sea. Potência financeira desde que o russo Roman

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Apesar de muitos aponta-rem o novo técnico André Villas Boas como o prin-cipal culpado, não dessa forma. Grande parte do elenco que atuava sob o co-mando de José Mourinho permanece no clube e, por força natural do tempo, não está mais no auge de suas carreiras. Nesse exemplo se enquadram Cech, Ashley Cole, Terry, Essien (con-stantemente machucado), Lampard (foto), Malouda e Drogba.

A esses, somam-se Iva-novic, Mikel, Cahill, Ramires e Raul Meireles, bons jogadores que podem fazer parte do elenco mas não tem qualidade para serem protagonistas. Bos-ingwa e Kalou são exceções e já deviam ter ido embora há muito tempo.

E qual foi a renovação dos últimos anos? Quase nada. Além de Meireles, chega-ram Mata,David Luiz e Fer-nando Torres, enquanto o jovem Sturridge ganhou espaço entre os mais expe-

rientes. A única contrata-ção de impacto foi o es-panhol Mata. David Luiz pode ser um dos principais zagueiros da Liga, mas ain-da tem alguns pontos para evoluir. Torres parece que desaprendeu a jogar fute-bol e Sturridge demonstra ter muita qualidade, mas ainda é uma aposta.

Pela força do elenco, o Chelsea tem tudo para fi-car entre os quatro pri-meiros da Premier League e ser um adversário duro no mata-mata da Cham-pions League. Porém, para ser campeão de um destes torneios, precisa de joga-dores acima da média e no auge de seus rendimentos.

Isso, atualmente, o Chel-sea não tem. Enquanto a renovação não desembar-car em Stanford Bridge, os Blues serão coadjuvantes. Riquíssimos coadjuvantes.

MAS AFINAL...VILLAS BOAS É A SOLUÇÃO?Quando contratado no iní-cio da temporada por nada mais nada menos que 15 milhões de euros, sob o sa-lário de 5 milhões de euros anuais, o torcedor do Chel-sea acreditou que a chega-da do técnico André Villas-Boas ao time de Stamford Bridge, ainda mais após o português ter tido uma es-

INGLATERRA

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esplendorosa temporada frente ao Porto, tinha mui-to a somar ao time e ren-der uma crescente enorme. Porém, as expectativas não atenderam e até mesmo a queda do treinador já foi especulada.

Nos primeiros 21 jogos no comando dos Blues, Vil-las-Boas obteve 11 vitórias, 4 empates e 6 derrotas, se não bastasse isso, os torce-dores convivem com as ruins e irregulares atuação da equipe, que cambaleia na Premier League, já caiu fora da Carling Cup, pega o QPR na FA Cup e encon-trará diversas dificuldades na UEFA Champions League pegando o Napo-li nas oitavas. De fato, tal temporada é de longe um mar de rosas para o torce-dor do Chelsea, mas uma coisa é muito bom ressal-tar, o buraco não é tão su-perficial assim e o time já se vê com dificuldades em todos os setores.

A defesa é o setor mais preocupante. Nas primei-ras 13 partidas de Premier

mas, poucos, demonstram a mesma tranquilidade do ganês, sem contar o fato de que nenhum deles encon-tra facilidade na criação de jogo,restando o tra-balho para o irregular Frank Lampard, que vem oscilando muito, nova-mente. Mata consegue en-caixar uma boa sequên-cia de jogos, mas não se mostra em condições de ser a maior referência no meio-campo. Malouda perdeu espaço desde a chegada de Villas-Boas e

League, os comandados de André Villas-Boas já sofreram 17 gols. Na tem-porada 2004/05, ano em que Mourinho conquistou o campeonato nacional, o Chelsea deteve a marca de apenas 15 gols contras em 38 partidas, mostrando que a fama de sólida defesa não é mais a mesma.

Os problemas defensivos nessa temporada vão mui-to da dupla de zaga, Terry e David Luiz, não exprimem extrema confiança, sem contar as falhas de ambos, que vão desde a saída de bola (problema de Terry) até as saídas constantes ao ataque (problema de Da-vid Luiz). A lateral-direita segue como uma incóg-nita, muito em função de que um nome de confian-ça não foi encontrado até hoje, na esquerda, Ashley Cole não é mais o “porto-seguro” que demonstrava ser de seus primórdios em Stamford Bridge.

Sem Essien, o Chelsea tem opções de sobra para usar na condição de volantes,

Sturridge é um dos poucos que se salva no ataque dos Blues

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uma carta fora do baralho. Somado a tudo isso, vem o fato de que o treinador português ainda não en-controu a maneira ideal de armar tal setor.

O ataque é o que menos preocupa, mas também vem a causar dor de cabeça no técnico que ganhou tudo com o Porto na última temporada. Daniel Stur-ridge, após ter tido uma boa passagem por emprés-timo pelo Bolton, ganhou espaço, não vem decep-cionando e é um dos pou-cos que se salvam em uma equipe tão pouco elogiada.

a diretoria e a torcida, mui-to em função de não ter correspondido o seu alto salário, André Villas-Boas vem sendo ameaçado e, mesmo dizendo que deve seguir até o fim da tempo-rada, a sombra de Gus Hid-dink vem seguindo o por-tuguês, que caso não venha a convencer, não demorará a ser sacrificado.

A incógnita é o parceiro de Sturridge, Torres nunca convenceu, porém,segue sendo o queridinho de Villas-Boas. Drogba, com números superiores, foi titular em algumas partidas mas não fez nada demais e pode acabar até mesmo por deixar a equipe, pelo fato do português ter certo receio em lançar dois atacantes de força. As demais opções são Kalou, que é de longe um brilhante atacante, e o jovem Lukaku.

O buraco do Chelsea pode ser mais embaixo. Talvez por ainda não ter

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CRISE NO REAL?

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ESPANHA

“Você me matou na zona mista”POR EDUARDO RO-CHA

Pintou crise no Real? Mourinho que se cuide.

Segundo o jornal Marca da Espanha o clima não anda dos melhores em Madrid. José Mourinho um dos treinadores mais badala-dos no momento começa a ser questionado, curio-samente não pelos críticos, mas sim internamente por seus jogadores. Mourinho possui autoconfiança el-evada e confia no seu po-tencial, quando defronta o Barcelona tudo muda, re-tranca contra Messi e Cia, típico de time do interior que se apequena contra o grande.

Recentemente a série de derrotas frente ao Barce-lona não tem agradado aos jogadores, um possível cli-

ima de contradições es-taria rachando o vestiário merengue.

Seria o inicio de uma crise no Real? Tenho certeza que Mourinho irá sair caso não se sinta à-vontade com o grupo de jogadores. Muito se deve desta suposta crise a um elefante azul e grená que insiste em ficar como pedra em sapato. Curio-samente o problema é ex-tracampo, pois dentro das quatro linhas o time sabe resolver.

Mourinho que não deixa o olho da gateada pretear, pois nunca mais ira tomar as rédeas to time.

Não que o jornal Marca não tenha credibilidade, mas devemos desconfiar destas informações. Porém vale o antigo ditado, “onde há fumaça há fogo”

Capa do Marca com a suposta briga entre Mourinho e Ser-gio Ramos. Crise em Madrid?

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Mourinho (dirigindo-se a Sergio Ramos na presença de todo o elenco e comissão técni-ca): “Você me matou na zona mista”.Sergio Ramos “Não ‘mister’. Você só leu o que a imprensa noticiou, e não tudo aquilo que dissemos”.Mourinho “Claro que como os espanhóis foram campeões do Mundo, os seus amigos da imprensa os protegem... Como acontece com o goleiro (referindo-se a Iker Casillas, que está a 30 metros do local da conversa, exercitando-se com os outros goleiros).

Casillas grita de onde está: “’Mister’, aqui as coisas se dizem cara a cara, não?”

Mourinho“Onde você estava no primeiro gol, Sergio?”Sergio Ramos“Marcando Piqué”.Mourinho“Mas tinha que marcar o Puyol”.Sergio Ramos “Sim, mas estava de costas para o Piqué e decidimos mudar as marca-ções”.Mourinho “Agora você é treinador?”Sergio Ramos “Não, mas dependendo da situação de jogo às vezes temos que mudar a marcação. Como você nunca jogou futebol não sabe que às vezes estas situações ocor-rem”.

dos clássicos entre Real e Barça, mas autorizou Pepe a gravar um vídeo se descul-pando do pisão que deu na mão de Messi na última quarta. As informações são do Globoesporte.

No texto da reportagem, o “Marca” revelou ainda que outros titulares reclama-ram com Mourinho sobre a política do treinador de proibir entrevistas dos atle-tas. Ao dizer que ele é quem teria que encarar os jor-nalistas após o jogo contra o Bilbao na coletiva, um joga-dor levantou a voz:

- Claro, ‘mister’, é você que

não nos deixa falar. Nem dar exclusivas e nem cole-tivas.

Um atleta espanhol também reclamou do tratamento diferenciado que Mourinho dá a alguns jogadores. E dois casos foram citados: o técnico criticou Casillas por ter pedido desculpas a Xavi após uma confusão em um

Discussão entre Ramos e Mourinho (e até Casillas) foi divulgada pelo Marca epiorou ainda mais o clima no clube.

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BALOTELLI DANDO DIVERSÃO AO MUNDO DO FUTEBOLPOR FELIPE FER-REIRA

Não há como negar que o mundo do futebol está fi-cando cada vez mais chato. Tomando proporções prag-máticas, os jogadores não podem demonstrar um pouco de irreverência e/ou fazer algumas loucuras que a imprensa já os condena. Acabando por obrigá-los a seguir uma certa noção de comportamento, como se os atletas fossem robôs e não jogadores de futebol.

tal atitude, foi à igreja. Co-mum? É óbvio que não.

No Natal, o italiano saiu vestido de Papai Noel pelas ruas de Manchester distri-buindo dinheiro para mo-radores de rua. Mostrando que apesar de tantas loucu-ras, tem bom coração.

Se não bastasse estas ati-tudes, Mario sempre se mostra em posição mar-renta, chegando até mesmo a dizer que apenas Messi era melhor que ele. Sem contar

Contudo, um jogador vem mudando tal estigma e dan-do graça ao mundo do fute-bol. Este é o mais do que irreverente Mario Balotelli, irreverente pra uns, polêmi-co pra outros, idiota para muitos e gênio para poucos.

O italiano, que chegou em 2010 ao Manchester City, coleciona atitudes, no míni-mo, estranhas. A última de-las é mais do que curiosa. Super Mario pagou uma ro-dada de 1000 libras pra toda a galera no bar e depois de

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o fato de ter ido visitar um hospital com seus compan-heiros em um dia e no outro ter saído no tapa com Mi-cah Richards em um treino.

Em meio a todas estas ações, o atacante do Manchester City ainda arranja tempo para desrespeitar ordens de Roberto Mancini. Entre es-tes desrespeitos, vale ressal-tar o fato dele ter tentado um gol de letra quando era pra ter chutado em um amisto-so de pré-temporada, além de certa vez ter desacatado o técnico italiano ao deixar a concentração para jantar com seus amigos e dançar em uma boate.

Por fim, uma das mais mar-cantes. No clássico do dia 23 de outubro, em que o City enfiou 6 a 1 no United, o jogador fez dois gols e ao comemorar um dos gols (seu primeiro), ergueu sua camiseta e em baixo havia outra peça de roupa com a inscrição: “Why Always Me?” (Por que sempre eu?), isto, em alusão aos prob-lemas que arrumava e acaba

por levar a culpa, sem con-tar o fato de estar sempre estar marcando gols e que-rer colocar sua tradicional marra em campo.

Ainda se deve citar o fato de Balotelli ter incendiado sua casa após soltar rojões den-tro dela, ter sido flagrado traindo sua namorada. De fato, um jogador MUITO diferente dos demais.

Bem, Mario Balotelli pode ter muitos defeitos e fazer muitas loucuras, porém, vem em uma boa fase e é importante para seu time. Além de que, ele merece uma salva de palmas por não seguir a noção de com-

comportamento, manter seu jeito louco e irreverente. E tudo isso faz com que to-dos os amantes de futebol se divirtam no chato mundo futebolístico.

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QUANDO DOIS MUN

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DOS SE ENCONTRAMPOR JOÃO PEDRO ALMEIDA

A ligação entre música e futebol já é algo muito conhecido pela popula-ção mundial. O mundo da música e o mundo futebolístico se encontram constantemente mesmo que sem que-rer (ou não).

Desde relacionamentos entre “pop-stars” e jogadores de futebol até a letra de uma música estampada no escudo de um dos mais famosos clubes euro-peus, as duas artes são estritamente ligadas.

E é isso que pretendo mostrar com essa matéria: a presença da música no futebol e do futebol na música. E isso acontecerá por meio de curiosas histórias e curiosos acontecimentos que unem notas musicais a bonitos gols.

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ESPECIAL

O FUTEBOL EUROPEU EM NOTAS MUSICAISpartida do time em 1964, a principal ligação dos Reds com a música vem de outra banda, bem menos conhe-cida que os Beatles. Gerry & The Pacemakers tinham em comum com o quarteto britânico a cidade de origem e o empresário Brian Epstein, conhecido como “o quinto Beatle”. Apesar de não terem deixado um grande legado, fizeram relativo sucesso du-rante a época da “Beatlema-nia”. A música “How do you do it” ficou um bom tempo em primeiro lugar das para-das e chegou a ser interpreta-da pelos próprios Beatles. Mas não foi essa música que ficou como parte da história do clube de Liverpool. A canção “You’ll Never Walk Alone” ficou quatro semanas em primeiro lugar nas para-das e foi rapidamente adota-da pela torcida do Liverpool.

O título da música já é um pouco, digamos, incentiva-dora. “Você nunca vai andar sozinho” começou a ser a

frase mais entoada pela torcida no Anfield.

Com o passar do tempo, a música e sua mensa-gem começaram a fazer parte da história do clube. A identificação foi tanta, que no portão do clube, há uma placa com os dizeres(foto na página ao lado). E, principalmente, no escudo (foto abaixo), onde a frase passou a fig-urar, logo acima do nome “Liverpool”, em uma placa azul que se assemelha à do portão. Talvez o Liverpool seja o time mais identifica-do com a música

Indubitavelmente, as semel-hanças entre as duas artes são muitas, mas as vezes, estas acabam passando des-percebidas.

Por exemplo, se falarmos da ligação do Liverpool com a música é bem provável que pense nos Beatles. Afinal, o quarteto foi formado na ci-dade de nome idêntico ao clube. Apesar disso, o que dizem por aí é que o time de coração de Paul McCart-ney era o Everton, mas há registros de uma “virada de casaca” durante os anos 70, quando os Reds viviam uma época de ouro. Já John Lennon apesar de nunca ter demonstrado, era torcedor do clube mais conhecido da cidade. Enquanto George Harrison assumidamente ig-norava o futebol, Ringo Starr era torcedor do Arsenal.

Apesar de tudo isso, e do fato de os torcedores do Liver-pool já terem entoado “She Loves You” durante uma

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Mas não é só na sede do Liverpool que há uma liga-ção forte com a música. No estádio do Fulham, o Craven Cottage, há uma exagerada homenagem ao seu torcedor mais ilustre.

Mohammed Al Fayed, presidente do clube lon-drino era dono da luxu-osíssima loja de departa-mentos Harrods quando encomendou uma estátua de Jackson, logo após sua morte. Depois que deixou a loja, não tinha mais onde colocá-la, o que o levou à brilhante ideia de colocar

Insatisfeito com a reprova-ção de sua atitude, o multi-milionário (foto) mandou todos os que reclamaram do monumento ao inferno.

Falando em presidente maluco e ligação entre fute-bol e música, não há como não citar Massimo Cellino. O presidente do Cagliari, da Itália, é conhecido pela sua falta de paciência e pelo fato de não pensar antes de demitir algum técnico. Em praticamente 20 anos na presidência do clube, Cel-lino já trocou de técnico mais de 30 vezes.

Mas esse seu estilo Rock and Roll não se resume ao seu estilo de administra-ção. O manda-chuva dos rossoblu também é bem

nos arredores do estádio.

Junto com a inauguração, vieram as críticas, prin-cipalmente porque o Rei do Pop só visitou o está-dio uma vez em sua vida, a convite do próprio Al Fayed, seu amigo pessoal.

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Massimo Cellino e sua guitar-ra: o presidente mais Rock and Roll do mundo futebolístico

Esse sujeito barbudo, além de zagueiro e ídolo, também era um competente músico

ligado ao estilo musi-cal fora do clube. O milionário(primeira foto ao lado) é também o guitarrista da banda italiana Maurilios, que é responsável por covers de músicas antigas de Rock.Músicas de Pink Floyd, Roll-ing Stones e Jimi Hendrix estão incluídas em seu vasto repertório.

A banda normalmente se reúne para shows beneficen-tes na Sardenha. As apresen-tações já tiveram participa-ções especiais de famosos roqueiros como Ian Paice (Deep Purple), Cris Salde (ACDC), Michael Schenker (ex-Scorpions), entre outros.

90.

Após disputar as Olimpía-das em 1992 e a Copa do Mundo (em casa) em 1994, o zagueiro, com sua raça e determinação, se tornou “xodó” da torcida americana e um dos grandes ídolos do esporte no país. Inclusive, quebrou um tabu: foi o pri-meiro americano a disputar a Serie A italiana, o que ocorreu logo após a Copa do tetra brasileiro.

Mas foi em 1996, na sua vol-ta aos Estado Unidos, que ele demonstrou, de fato, sua forte ligação com a música. Ele e sua banda, “The Gyp-sies”, lançaram seu primeiro CD, que, para o que se es-perava, fez um sucesso bem razoável, devido à canção Crash, o grande hit do ál-bum.

A partir daí, sua carreira futebolística não decolou, assim como a musical, mas conseguiu emplacar alguns sucessos e ir para a Copa de 98, onde não jogou.

Apesar de tudo, ele foi a grande prova de que é pos-sível ser bem sucedido em ambas as artes, mesmo que por pouco tempo.

Xerifão do RockSe você acha que é estranho um presidente de um clube ser roqueiro nas horas vagas, o que acha de um zagueiro fazendo o mesmo? E o pior, sendo bem sucedido!

Esse é Alexi Lalas, o barbu-do da foto no canto direito da página. Apesar de não aparentar, Lalas é americano e foi um dos grandes nomes do “soccer” durante os anos

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Mas a prova de que tudo pode dar errado é o homem retratado na foto acima. Youri Djorkaeff foi até bem sucedido no futebol, já que estava no plantel campeão do mundo em 1998 e marcou um gol épico em sua passa-gem pela Inter de Milão.

Porém, na música não podemos dizer o mesmo. Djorkaeff resolveu lançar um rap (ou sei lá o que que foi aquilo). O resultado não foi bom: um clipe horrível, com uma música pior ainda e uma grande mancha na carreira do atleta. Pífio.

Gallagher foram os vocalis-tas da banda Oasis, respon-sável por um sucesso estron-doso até hoje com músicas como “Wonderwall” e “Don’t Look Back in Anger”.

Mas qual a ligação deles com City? A ligação é que ambos são tão fanáticos pe-los citizens, que chegam a fazer parte da história do clube. Liam foi o modelo da apresentação de um dos úl-timos uniformes do City e o simpático Noel já xingou Gary Neville (duas vezes) e tentou aliciar Nilmar para o City quando o jogador mar-

cou aquele épico gol pelo Inter. E xingou Neville por citar uma música dele no Twitter e pedir um autográfo para ele. Simpático, não?

Mas enfim, as ligações entre futebol e música ainda vão muito além. Podem ser en-contradas desde o namoro entre Piqué e Shakira até o cabelo de Neymar, adotado pelos punks nos 70. Tudo isso comprova que as duas atividades se ligam o tempo todo, de formas perceptíveis ou não.

Os irmãos de Man-chesterKolo e Yaya Touré? Não. Os irmãos mais famosos do lado azul de Manchester se-quer entraram em campo uma vez em suas vidas.Os irmãos Liam (foto) e Noel

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OS DOIS LADOS DA MOEDA

POR JOÃO PEDRO ALMEIDA

Londres é o palco de gran-des rivalidades. Chelsea e Arsenal, por exemplo, tem suas sedes na capital ingle-sa e não vivem momentos muito distintos na atual temporada.

Apesar disso, é inegável que

a temporada dos Blues é melhor. Mesmo com ambos nas oitavas da UEFA Cham-pions League, os Gunners estão cinco pontos atrás de seus rivais.

Porém, nem tudo é o que aparenta. O que acontece na tabela contrasta com o que acontece no ataque de ambas as equipes. Enquan-

Fernando Torres, contrata-ção megalomaníaca, vive um jejum que parece inter-minável, Robin Van Persie, há sete anos no clube, vive seu melhor momento na carreira, com a artilharia da Premier League.

Confira nas próximas pági-nas um comparativo entre os dois atacantes.

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INGLATERRAA HORA E A VEZ DE ROBIN VAN PERSIEPOR LUIS FELIPE MENDES

Van Persie! Este vem sendo nome do Campeonato Inglês 2011/2012. O atacante do Ar-senal vem decidindo para os Gunners, com 19 gols marca-dos em 13 jogos diferentes de-stas 22 rodadas. Sem duvidas a equipe de Wenger não estar-ia brigando por vaga na Liga dos Campeões se não tivesse o artilheiro holandês em seu elenco. Uma estatística im-pressionante é: Subtraindo os gols do RVP, o Arsenal teria marcado apenas 20 gols nest-es 22 jogos inciais.

As defesas dos times ingle-ses, aliás, vem surpreendendo negativamente nesta tempo-rada com direito a goleadas absurdas como 5 x 1 para o City contra o Tottenham, 6 x 1 do Manchester City sobre o United, 8 x 2 do Manchester United sobre o proprio Arse-nal e 5 x 3 do Arsenal sobre o Chelsea (com direito a 3 gols de Robin Van Persie naquela

Van Persie não desfruta de muita técnica, como outros artilheiros como Wayne Rooney, Sergio Aguero, Luis Suarez ou Fernando Torres, mas possui qualidade e faro de gols para ajudar o Arse-nal a voltar a brigar pelas primeiras posições para a alegria dos torcedores do terceiro maior clube da Inglaterra, em números de conquistas no país.

E tentar os melhores dias para o artilheiro holândes na Premier League.

partida). E isso tem fei-to melhor para os cen-troavantes, melhor ainda para o atacante Van Persie.

A ascendência do Arse-nal que saiu das últimas posições para alcançar a quinta colocação, faz acreditar que, a equipe de Londres pode chegar ao menos à Liga dos Campeões. Quanto à dis-puta pelo titulo, os própri-os jogadores sabem que é muito difícil se igualar ao City e ao United, por ex-emplo, e não estou falan-do de pontos.

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PIOR (QUASE) IMPOSSÍVELPOR JOÃO PEDRO AL-MEIDA

Pelo menos por enquanto, Tor-res é tido como uma das piores contratações da história de fute-bol, tendo em vista o custo-bene-fício. Foram 58 milhões de euros extremamente mal gastos, que le-varam, inclusive ao desligamento do extremamente competente Frank Arnesen do clube. Arne-sen foi um dos idealizadores da negociação, o que queimou seu filme.

Ele havia sido o responsável pelas aquisições de Kalou, Malouda e Mikel e tinha muito prestígio, já que, em passagens por outros clubes, revelou jogadores Jaap Stam, Ruud Van Nistelrooy e Ar-jen Robben.

Porém, o fracasso e o prejuízo foram tão grandes que nem Arnesen resistiu e rumou para o Hamburgo. E não foi sem moti-vos. 28 jogos e 3 gols. Para uma contratação de 1 milhão de euros isso seria ruim. Então imagina

para uma de 58, uma das mais caras transa-ções da história do es-porte bretão. Os mais de 25 jogos evidenciam que chances não faltam.

Aliás, durante os jo-gos chances não faltam. Torres não é aquele in-justiçado que nunca recebe um passe. São em média umas 3 chances perdida por peleja.

Mas cada vez mais a situação do espanhol pi-ora. Seu jejum se torna cada vez mais resultado de um azar absurdo do que de incompetência. Apesar de ter uma mé-

dia de um gol a cada dez jogos praticamente, apre-senta lampejos do futebol que apresentara no Liver-pool, onde sua média bei-rava um gol a cada dois jogos. Um voleio espetac-ular que bate no travessão e depois na coxa de Lam-pard antes de entrar é o melhor exemplo que te-mos.

O azar o persegue, assim como sua incompetência. Parece inexplicável o fato de “El Niño” ter ido do céu ao inferno. Mas uma coisa é certa: aconteça o que acontecer, não valeu o investimento.

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IDADE PREÇO (em milhões) GOLS(TEMPORADA) (CARREIRA)* (SELEÇÃO) MÉDIA DE GOLSPOR JOGO(TEMPORADA) (CARREIRA)* (SELEÇÃO)

TORRES RVP

COMPARANDO...

*só são contados os gols marcados por clubes, excluindo as seleções

27 £58

415027

0,10,40,3

28 £2,75

2310025

0,80,40,4

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POR LUAN CLAU-DIO

Uma das maiores últi-mas revelações de craques da escola alemã, revelado pelas categorias de base do Bayern, Muller estreou ofi-cialmente no time profis-sional em agosto de 2008, e rapidamente se tornou titu-lar, e um dos destaques, do time bávaro. O meia, hoje

titular do Bayern de Mu-nique e da seleção, onde “herdou” nada mais, nada menos, que a camisa 13, que foi de Michael Ballack, grande ídolo nacional, não vem repetindo o bom des-empenho das temporadas anteriores, na temporada atual.

Mas muitos podem per-guntar: “Muller deu 8 as-

sistências na Bundesliga, é o melhor no quesito, o que há de errado?” Sim, o número de assistências é ótimo, mas se levarmos em conta as atuações, Thomas não vem fazendo grandes jogos já há algum tempo e marcou apenas 2 gols na at-ual temporada da Bundes-liga, sendo que o zagueiro Van Buyten, companheiro de clube, marcou 4 tentos

MULLER, CADÊ O FUTEBOL?ALEMANHA

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até aqui. Na Copa da Ale-manha também marcou duas vezes e na Champions League, não foi às redes em nenhuma oportunidade até agora.

Se olharmos o desempenho de Muller nas temporadas passadas, os números as-sustam. Em 2009/2010, ele jogou 34 partidas e marcou 13 gols. Na temporada se-guinte, na qual o Bayern foi

campeão, jogou o mesmo número de jogos e marcou um gol a menos. Com Van Gaal, o camisa 25 do Bay-ern, buscava mais vezes as finalizações ao gol.

Nesta temporada o treina-dor Jupp Heynckes, que es-cala o Bayern em um 4-2-3-1, já usou Muller em todas as posições da linha de três meias, mas o jogador tem sido menos decisivo e bus-cado menos as finalizações, ao invés disso, vem servin-do e bem os companheiros de ataque.

Após a Copa do Mundo de 2010, onde se destacou, Muller renovou contrato

to com o Bayern de Mu-nique até 2015. O jogador também foi indicado ao prêmio “Bola de ouro” da FIFA, no ano de 2011, fi-cando entre os 20 melhores e sendo o melhor jogador alemão da lista.

Enfim, a temporada 2011/2012 só está na metade e Muller terá todo o segun-do turno da Bundesliga e o mata mata da Champions League para voltar a mar-car gols e ser decisivo, para levar os bávaros a conquista de mais títulos.

CADÊ?Onde está AQUELE Thomas Muller que foi artilhiero da Copa?

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Gareth Bale no início da carreira, como lateral-esquerdo, apoiando bastante o ataque.

Começo da afirmação de Gareth Bale no Tottenham, ainda como lateral-esquer-do, aproveitando período de lesão do titular Benoit Assou-Ekotto.

Tottenham 0-0 Hull City (16-01-2010)

Chelsea 1-1 Tottenham (31-08-2008)

A EVOLUÇÃO DE GAPOR PEDRO LAM-PERT

Além da afirmação que o levou a ser um grande jogador, nos últimos me-ses Gareth Bale vem evolu-indo como jogador, se tor-nando um atleta cada vez mais completo e versátil.

Há alguns anos, Gareth era apenas um jovem lateral-esquerdo com bastante talento, principalmente na hora de atacar. As dificul-

dificuldades defensivas que prejudicam a si próprio e a sua equipe o transforma-ram em um winger (extre-mo, meio-campista lateral, como queiram). Até aí, tudo normal, até porque alguns jogadores possuem essa facilidade para pas-sar a jogar no meio-campo devido as suas qualidades ofensivas como um later-al. Entretanto, com Bale, a situação é diferente. O galês vem evoluindo a cada dia e se transforman-

INGLATERRA

A EVOLUÇÃO EM

Após o começo detular no lado esquedo Tottenham. Rese limitava a ficar

Tottenham 3(13-03-2010)

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Gareth Bale como ti-rdo do meio-campoparem como ele aindacolado a linha lateral

RETH BALE

MAPAS DE CALOR

transformando cada vez mais em um grande joga-dor completo.

De apenas um left winger (extremo-esquerdo) com grande velocidade, Bale foi evoluindo seu passe, drible e finalização, passando a jogar alguns minutos no lado direito do meio-cam-po e, mais recentemente, participando mais dos jo-gos, não apenas pelos la-dos, mas também pelo centro do gramado, mar-

cando mais gols, inclusive.

Abaixo, uma sequência de heat map’s (mapas de cal-or) com essa evolução de Gareth Bale. Créditos das imagens ao site da ESPN.

Princiapl atuação do galês com a camisa do Tottenham, quando, atuando como left winger, destruiu o brasileiro Maicon pela Liga dos Campeões. Ainda bastante limitado às jogadas laterais pela esquer-da.

Aí já podemos ver um Gareth Bale mais versátil. Nessa partida, contra o West Brom, ele frequentemente trocou de posição com Aaron Lennon, por isso o heat map mostra a sua presença nos dois lados do meio-campo, além de também participar um pouco do jogo pelo centro

Tottenham 3-1 Inter de Milão (02-11-2010)

West Brom 1-3 Tottenham (26-11-2011)

-1 Blackburn

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MAS...

BALE SEM LENNON ESTÁ PARA ROMEU SEM JULIETA

POR FELIPE SILVAMuitas pessoas, principal-mente as que acompanham poucos jogos da Premier League, estão surpresas com a grande campanha que faz o Tottenham na temporada 2011/2012. Na campanha passada, os Spurs conquis-taram 62 pontos, ficaram na 5ª colocação e por con-ta disso o time não dispu-ta a atual edição da UEFA Champions League. Aliás, o desempenho na UEFA Europa League foi pífio e a eliminação, precoce. Porém, bem-vinda, pois o objetivo do time desde o princípio era se livrar desta competição que não inter-essava tanto para poder dar mais atenção ao campeona-

fora de apenas de um jogo (vitória por 1 a 0 sobre o Sunderland em casa na 16ª rodada), marcou 8 gols e deu 8 assistências. O camisa 7 marcou presença em ape-nas 10 partidas (contusões impedem que ele tenha se-quência), mas já anotou 2 gols e deu 3 passes decisi-vos. O Tottenham deixou de marcar apenas na estre-ia, quando perdeu por 3 a 0 para o Manchester United. Nos outros 18 jogos, 36 gols foram anotados.

Eles são bons, né? Entretan-to, na maioria das vezes só funcionam bem quando jogam juntos. Basta olhar para esses cinco jogos da equipe na EPL:

to nacional.

O próprio escritor deste texto não apostava em uma sequência tão boa da equi-pe comandada por Harry Redknapp, que obteve 31 pontos de 33 possíveis entre a 4ª e a 14ª rodada. As duas derrotas iniciais foram to-talmente aceitáveis: afinal, o time londrino enfrentou a dupla de Manchester, que começou a temporada em-baladíssima. Porém, será que alguém parou para pensar quais são os pila-res do Tottenham Hotspur Football Club?

Bale e Lennon são peças fundamentais para os Spurs. O camisa 3 ficou de

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Tottenham 1-0 Sunderland - apenas Lennon esteve em campo. Resultado: vitória ap-ertada com gol de Pavlyuchenko em assistência de Van Der Vaart.

Tottenham 1-1 Chelsea - apenas Bale esteve em campo. Resultado: empate em um jogo onde o Chelsea dominou o 2º tempo e mereceu sair vencedor.

Norwich 0-2 Tottenham - apenas Bale esteve em campo. Resultado: vitória confortável com atuação brilhante de Bale. Os gols saíram em jogadas pelo meio.

Swansea 1-1 Tottenham - apenas Bale esteve em campo. Resultado: empate em mais um jogo onde o time não fez nada no 2º tempo e foi engolido pelo adversário.

Tottenham 1-0 West Bromwich - apenas Bale esteve em campo. Resultado: vitória ap-ertada, onde os Spurs fizeram o gol e dormiram em campo. Faltou competência ao WBA para empatar.

Falta ao Tottenham um outro winger de qualidade no elenco. Walker e Ekotto são jogadores no máximo bem razoáveis em termos ofensivos — nunca se sabe quando eles vão arreben-tar ou não. Foi uma coisa ridícula ver o time tentan-do atacar pelo meio contra o West Bromwich, sendo que o adversário estava to-talmente fechado. Bale foi o único jogador de lado de campo escalado no meio-campo e a equipe da casa não tinha a alternativa de pressionar pelas laterais. Numa das raras vezes em

provavelmente não conse-guirá disputar as outras 19 partidas.

que isso aconteceu, saiu o gol, no 2º tempo, através de Defoe.

O Tottenham não pode jogar com Van Der Vaart improvisado pela ponta, porém não há ninguém no elenco, exceto Lennon e Bale, para fazer a função. Pelo bem da equipe, ao me-nos um jogador da posição tem que ser contratado nes-ta janela de transferências. Giovanni dos Santos e Pien-aar são pontas, wingers, mas não atuam com frequência. As pernas de Lennon não estão aguentando e Bale

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IBRACADABRA!

POR RODRIGO MORAES

Sueco, quase dois metros de altura, um nariz de dar inveja a um bando de ta-manduás-bandeira e um sapato tamanho 50. Com esses atributos, o que lhe vem a cabeça? Não, não es-tamos falando de mais um novo aspirador de pó, com base, que são vendidos na

muito atacante franzino. Estamos falando, obvia-mente, de Zlatan Ibrahi-movic. O atual camisa 11 do Milan, desde seu surgi-mento para o futebol, traz consigo a pecha de melhor produto da Suécia desde os machados e elmos dos Vi-kings.

Ibracadabra iniciou sua carreira profissional no

madrugada, em um dess-es canais de venda 24 hrs. Muito menos da nova es-trela do basquete na NBA. Dificilmente alguém pen-saria em um dos melhores atacantes em atividade no mundo atualmente.

O Big swede do futebol mundial, o poste nórdico com mais mobilidade nas quatro linhas do que mui-

ITÁLIA

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Malmö FF. Com 40 par-tidas oficiais e 16 gols no total, não demorou muito para que os olheiros de um grande clube encontrassem o promissor avante. Em 2001, Zlatan se transfer-iu para o Ajax, onde per-maneceu até 2004. Tendo em seu time as compan-hias de Stekelenburg, Max-well, Chivu e Rafael Van der Vaart, o Godenzolen, e Ibahimovic, conquistou a Eredivisie nas temporadas 2001/2002, além da Copa da Holanda nesta tempo-rada, e 2003/2004. Com impressionantes 35 gols marcados em 74 partidas oficiais, Ibrahimovic nova-mente parecia ser grande demais para o clube em que jogava.

O futuro do sueco estava na Itália, no maior clube da Península: a Juventus de Turim. Ibra chegou a la Vecchia Signora no começo da temporada 2004/2005, a pedido do recém contrat-ado Fábio Capello. A pri-meira temporada com a camisa juventina foi ex-

celente, conquistando o Scudetto pelo time de Turim. A temporada se-guinte, 2005/2006 não foi das melhores para o sue-co, mas outro Scudetto foi acrescido ao seu currículo. No fim das contas, com o escândalo do Calciopoli, os títulos conquistados pela Juventus foram retirados e a equipe foi rebaixada. As-sim como várias estrelas, Ibra abandonou o barco, e rumou para Milão.

Em sua nova casa, a In-ternazionale, a carreira do sueco chegou ao ápice. Em 3 temporadas com a cami-sa nerazzurra, Ibrahimovic conquistou 3 Scudetti e duas SuperCopas italianas. Todavia, nem tudo foi bom na passagem pela Inter. Com sucessivos fracassos e atuações apagadíssimas nos torneios continentais, por todos os times que pas-sou, o atacante sueco segue com a fama de um sucesso nas ligas nacionais, e uma dececpção a nível interna-cional.

Essa situação poderia ter mudado quando Ibrahi-movic se transferiu para o todo poderoso Barcelo-na, em 2009/2010. Nova-mente, um título de liga ca-seira, dessa vez La Liga, foi conquistado e, para com-provar o enorme pé frio do sueco nas competições continentais, a Internazio-nale venceu o Barça de Ibra na semifinal, e seguiu para a conquista do título da UCL 2009/2010. Ao final da temporada, após alguns desentendimentos com Pep Guardiola, e sua total falta de adaptação a filoso-

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ternacional, ainda pairam muitas dúvidas sobre Ibra. E, nessa temporada, pelo Milan, ele pode eliminar algumas delas, ante ao Ar-senal, tão dependente de um atacante (Van Persie) quanto o time vermelho de Milão.

filosofia culè, Ibra se mu-dou novamente.

Zlatan chegou ao Milan em 2010/2011. Arrumou o ataque milanista (que dependia de Pato e Borri-ello) e, junto de um novo técnico, Allegri, quebrou a sequencia de títulos da In-ternazionale e conquistou sua 7ª liga nacional em se-quência (sem contar as da Juventus, lógico), dando o 18º Scudetto ao rossonero de Milão. Enquanto isso, no âmbito internacional, a saga de fracassos continu-ou, com a desclassificação ante ao Totteham, nas oi-tava de final da UCL.

Nesta temporada, Zlatan Ibrahimovi segue jogando em alto nível, sendo a prin-cipal peça do ataque do Milan. O técnico Allegri considera o sueco o único insubstituível do time. Em números, são 23 jogos no total, com 21 gols até o mo-mento. Artilheiro da Serie A, com 15 gols e outros 4 gols em 4 partidas disputa-das pela UCL 2011/2012.

Aos 30 anos, Ibrahimovic não tem o provar em li-gas caseiras. A piada é que o Campeonato Italiano é a disputa entre 20 clubes e vence quem tem Ibra no elenco. Agora, em nível in-

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MAL-ACOSTUMADOS

POR GABRIEL DE JESUS

Estão assim os tifosi bian-coneri nessa temporada, desde maio sem perder em jogos oficias (última rodada da temporada passada), a equipe comandada por An-tonio Conte faz a primeira boa temporada desde o re-baixamento em 2006. Além de fazer boa campanha, tem um time muito equilibrado, zaga que tomou apenas 13 gols na competição e só no jogo contra o Napoli em San Paolo e contra o Genoa em Turim a equipe tomou dois gols ou mais, três a três

O meio-campo com três ho-mens está perfeito Tem Pir-lo que é o cérebro; Marchi-sio que nessa temporada passou de ‘eterna promessa’ a realidade e jogador dife-renciado; E Vidal é o típico jogador juventino, o colírio dos olhos do Conte, Arturo é o jogador que tem a garra do meio-campo.

Os atacantes que jogam ab-ertos, Vucinic pela esquer-da e Pepe pela direita, vêm ajudando muito a marcação do meio-campo e a puxar os contra-ataques para mu-niciar Matri ou Quagliarel-la, mais dois jogadores de

Estão assim os tifosi bian-coneri nessa temporada, desde maio sem perder em jogos oficias (última rodada da temporada passada), a equipe comandada por An-tonio Conte faz a primeira boa temporada desde o re-baixamento em 2006. Além de fazer boa campanha, tem um time muito equilibrado, zaga que tomou apenas 13 gols na competição e só no jogo contra o Napoli em San Paolo e contra o Genoa em Turim a equipe tomou dois gols ou mais, três a três e dois a dois, respectiva-mente.

ITÁLIA

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qualidade desse bom elenco juventino.

Falando em centroavantes, a Juventus não pode se queix-ar, tudo bem que eles têm Borriello, mas em compen-sação tem Quagliarella, ar-tilheiro do time temporada passada, mesmo depois de se lesionar, e o atual artil-heiro do time, Alessandro Matri. E que temporada faz o Matri, hein? Começou muito bem, teve um peque-no jejum na temporada, mas depois da partida contra o Lecce, voltou a fazer boas partidas e é cotado para es-tar na seleção de Prandelli para a Euro-2012, já que seus titulares Giuseppe Ros-si e Antonio Cassano não

e vitórias convincentes em jogos importantes contra Milan, Inter, Lazio e Udi-nese.

Sinceramente, não acho que a Juve vá terminar a temporada invicta, mas se no começo da temporada quase ninguém ninguém apostava nos bianconeri e até agora o time não per-deu, no mínimo a Copa da Itália deve ganhar, já que o Milan não vai com força máxima para a semifinal. E mesmo se não ganhar algum título, a torcida tem de comemorar ao menos a volta de um time competi-tivo, e ver a Vecchia Signora brigando pelas primeiras posições de novo.

irão participar.

Fora isso, o banco de reser-vas que Conte possui tem bastante peças de qualidade como Eljero Elia, Estigar-ribia, Giaccherini, o jovem Luca Marrone, sem contar com o camisa e ídolo supre-mo da torcida, Alessandro Del Piero. Conte ainda con-ta com Milos Krasic e De Ceglie, titulares da Juventus na temporada passada.

Passados 22 jogos na tem-porada (até a data em que escrevi esse texto, 31/01/12) a Juventus coleciona 14 vitórias e 8 empates, 39 gols marcados e 14 sofri-dos, contando Campeonato Italiano e Copa da Itália, e