Revista Fale! Edição 63

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Revista de informação ANO VI — Nº 63 OMNI EDITORA www.revistafale.com.br R$ 9,00 00063> 9 771519 953002 A Caixa de Assistência dos Advogados do Ceará completa 70 anos no apoio aos profissionais do Direito no Estado. Saúde, transporte, previdência, serviços e programas de informática estão entre os benefícios POR DENTRO DA CAACE A CASA DOS ADVOGADOS Leandro Duarte Vasques n José Damasceno Sampaio n Valdetário Monteiro nFrancisco Ximenes de Albuquerque n Pedro Jorge Medeiros n Germano Belchior

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Revista Fale! Edição 63. História de Capa. A Caixa de Assistência dos Advogados do Ceará - CAACE, completa 70 anos no apoio aos profissionais do Direito no Estado. Saúde, transporte, previdência, serviços e programas de informática estão entre os benefícios

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Revista de informaçãoANO VI — Nº 63OMNI EDITORAwww.revistafale.com.br

R$

9,0

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00063>9 771519 953002

A Caixa de Assistência dos Advogados do Ceará completa 70 anos no apoio aos profissionais do Direito no Estado. Saúde, transporte, previdência,

serviços e programas de informática estão entre os benefícios

P OR DEN T RO DA CA ACE

A CASA DOS ADVOGADOS

Leandro Duarte Vasques n José Damasceno Sampaio n Valdetário Monteiro nFrancisco Ximenes de Albuquerque n Pedro Jorge Medeiros n Germano Belchior

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A revista de informação.Quem decide, lê.

A revista de informação.

A revista de informação.Os leitores da revista Fale! são decisores, pessoas que não

abrem mão de informação de qualidade. Política e Economia

são os principais temas da revista de informação.

A revista de informação.A revista de informação.A revista de informação.www.revistafale.com.br

anuncio_capas.indd 2-3 18/9/2009 16:07:24

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A revista de informação.Quem decide, lê.

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abrem mão de informação de qualidade. Política e Economia

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R E V I S T A D E I N F O R M A Ç Ã O

EDITOR&PUBLISHER LuíS-SéRgIO SANTOS

EDITOR SENIOR ISAbELA MARTIN

EDITOR ASSOcIADO Luís Carlos Martins EDITOR DE ARTE Everton Sousa de Paula Pessoa e Jon Romano DIRETOR COMERCIAL Paulo Sérgio Cavalcante ASSISTENTE DE ARTE Luís Sérgio Santos JR REVISÃO

Francisco gomes Segundo COLAbORADORES Roberto Martins Rodrigues e Roberto Costa IMAgEM Agência brasil, Reuters REDAÇÃO E PubLICIDADE Omni Editora Associados Ltda. Rua Joaquim Sá,

746 n Fones: (85) 3247.6101 e 3091.3966 n CEP 60.130-050, Aldeota, Fortaleza, Ceará n e-mail: [email protected] n home-page: www.revistafale.com.br Fale! é publicada pela Omni Editora Associados

Lltda. Preço da assinatura anual no brasil (12 edições): R$ 86,00 ou o preço com desconto anunciado em promoção. Exemplar em venda avulsa: R$ 9,00, exceto em promoção com preço menor. Números anteriores podem ser solicitados pelo correio ou fax. Reprintes podem ser adquiridos pelo telefone (85) 3247.6101. Os artigos assinados não refletem necessariamente o pensamento da revista. Fale! não se responsabiliza pela devolução de matérias editoriais não solicitadas. Sugestões e comentários sobre

o conteúdo editorial de Fale! podem ser feitos por fax, telefone ou e-mail. Cartas e mensagens devem trazer o nome e endereço do autor. Fale! é marca registrada da Omni Editora Associados Ltda. Fale! é marca registrada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Copyright © 2009 Omni Editora Associados Ltda. Todos os direitos reservados. IMPRESSÃO Halley n Impresso no brasil/Printed in

brazil. Fale! is published monthly by Omni Editora Associados Ltda. A yearly subscription abroad costs uS$ 99,00. To subscribe call (55+85) 3247.6101 or by e-mail: [email protected]

ISSN 1519-9533

Vem aí O Livro do Ano 2009-2010. A história é de quem faz.

O mais completo documento de 2009 e os cenários para 2010.Mais um lançamento da Omni Editora. www.omnieditora.com.br

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TORNADO Em SANTA cATARINACasa do pedreiro Valmir de Souza, onde mora a esposa Marizete seus filhos

menores, no município Senador Abelardo Luz (SC). Eles cobriram com uma lona o teto do barraco de compensado. O teto foi levado pela força do vento.

ImAgEm

FOtO de VALter CAmpAnAtO _ ABr

“Seria impossível imaginar que você vai controlar a internet. A internet é uma coisa que fugiu ao

controle de seu criador. lula”

ArenaPolíticaTalkingHeadsOnlineBrasíliaOffBlogosfera

S EÇÕ E S08 talking Heads10 Arena política12 Blogosfera

13 Online14 10 perguntas50 Artigo

38 A crise passou Com base em dados do PIB, é

possível afirmar que a crise é coisa do passado no Brasil, mas o país depende ainda da presença do Estado como estimulador da economia.

EcONOmIA

16A casa dos advogados Pouca gente sabe, mas a

classe dos advogados, no Ceará, conta inúmeros benefícios. Tudo promovido pela Caixa de Assistência dos Advogados do Ceará, ou CAACE, A Fale! foi conhecer a administração que está imprimindo ritmo forte à entidade.

32r$ 80 bi em ação Segundo orçamento prévio

apresentado por estados e municípios, as obras para a Copa de 2014 deverão chegar a quase R$ 80 bilhões, a maior parte dos investimentos serão feitos com dinheiro público.

POLÍTIcA

24deu no jornal O Jornal norte-americano The

New York Times cita caso de censura na imprensa brasileira e mostra como a América Latina vem sofrendo censura e restrições por parte dos governos de seus países.

26A voz da oposição Expoente da oposição, o

vereador Marcelo Mendes trava uma batalha contra o controle da gestão municipal sobre o trabalho dos vereadores em Fortaleza.

ESPEcIAL

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Às vezes, dentro de uma casa, é necessário que a gente saia para fazer a sua própria casa. Isso não significa que se está rompendo com o seu passado. Estou saindo para fazer outra casa, e para morar, talvez, na mesma rua.

Marina Silva, senadora ex-PT, ao assinar sua filiação ao PV em cerimônia, em São Paulo.

TalkingHeads

Marina implode candidatura de Dilma. Ciro GoMeS, sobre a possivel candidatura de Marina Silva à presidência da República pelo Partido Verde.

Como revolucionários, temos a obrigação de buscar as vias menos dolorosas para o poder.

afffonSo Cano, comandante máximo das Farc.

Já tivemos o nosso momento. Agora é a vez deles. luiz SérGio fonSeCa SoareS, ex-superintendente da Receita Federal em São Paulo, após pedir exoneração junto com outros 12 colegas. O ato foi em solidariedade à ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira.

Quando o Executivo não tem agenda, o Congresso fica menos ativo. E, quando fica menos ativo, questões que não deveriam ser importantes, ficam importantes.

fernando Henrique CardoSo, ex- presidente da República, atribuindo parcela de culpa da crise no Senado ao presidente Lula.

Ano de eleição sempre traz emoções, mas estamos falando de outro nível de emoção. A grande mudança foi a que ocorreu em 2002, quando subiu ao poder um partido aguerrido de oposição.

arMínio fraGa, ex-presidente do Banco Central e atual presidente do conselho de administração da Bovespa, afirmando não acreditar em turbulências no mercado devido as eleições de 2010.

O pacto não é para acabar com a crise. O objetivo é continuar um diálogo que vem sendo travado há bastante tempo.

MiCHel TeMer, presidente nacional do PMDB, após reunir-se com o presidente Lula.

Não acho que ajuda o PSDB, ajuda o Brasil. aéCio neveS, governador de Minas Gerais (PSDB) e presidênciável, sobre candidatura do Marina Silva, pelo PV.

A única coisa que eu desejo para a Marina é paz, tranquilidade, e que ela acerte na nova vida dela.

lula, presidente, comentando a saída de Marina Silva, durante visita ao Acre, terra natal da senadora ex-PT.

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Pela primeira vez, não vamos ter candidato (de direita). Não é fantástico, isso? Antes as campanhas tinham o de esquerda, o de centro-esquerda contra os trogloditas de direita.

lula, sobre a eleição presidencial de 2010

LiVRO. “Tive um marido que dizia o seguinte: ‘Não tenha medo das mulheres bonitas. Sempre tenha medo das mulheres feias, porque elas são mais hábeis’. A mulher bonita vai achar tudo fácil, a outra, não.”

ConSTanza PaSColaTo, no livro “Confidencial”, que acaba de ser lançado.

Não podemos sobrecarregar a escola com uma tarefa para a qual ela não está preparada, porque ela tem que focar seus objetivos num direito fundamental que é o direito de aprender.

fernando Haddad, ministro da Educação

A violência que acontece na sociedade entrou nas escolas. As escolas refletem o que ocorre no seu entorno e o que ocorre no seu entorno é uma desagregação dos padrões de convívio seguro.

TarSo Genro, ministro da Justiça

Vim buscar um novo começo entre os Estados Unidos e os muçulmanos, baseado no interesse e respeito mútuos e na verdade que a América e o islã não se excluem.

BaraCk oBaMa, em discurso na Universidade do Cairo

O PT se criou lutando contra o Sarney. Onde ficam a ética e a coerência?

Plínio de arruda SaMPaio, deputado que saiu do PT em 2005 e se filiou ao PSOl sobre o apoio do PT ao Sarney no Senado.

Não tenho vontade de ser parlamentar novamente. Foi bom, aprendi muita coisa, mas minha vontade é estar no Poder Executivo.

SoninHa franCine, ao confirmar a candidatura pelo PPS ao governo do Estado de São Paulo.

O Governo tem 190 projetos. Desses, 30% não são mais necessários.

leonardo PrudenTe, presidente da Câmara Legislativa.

S E Ç ã O

V i O L ê N C i A N A E D U C A Ç ã O

Estamos num momento diferente que o de 1997 quando se criou a Lei do Petróleo. Naquela época, o deus mercado estava em alta e qualquer intervenção do Estado era rejeitada.

luiz ináCio lula da Silva, presidente, no lançamento do marco regulatório do pré-sal

Eu subo hoje à tribuna para apresentar minha renúncia da liderança do PT em caráter irrevogável.

aloizio MerCadanTe, senador (PT-SP), anuncia a renúncia à liderança do PT na Casa, pelo endereço twitter/Mercadante

Pobre Mercadante: até para sair da liderança tem que pedir autorização ao Lula.

fernando GaBeira, deputado federal (PV-RJ), ironizando a não renúncia do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) da liderança do partido no Senado, pelo endereço twitter/fernandogabeira

Errei ao dizer que anunciaria uma renúncia irrevogável.

aloizio MerCadanTe, senador (PT-SP), afirma também pelo endereço twitter/Mercadante, que errou ao dizer que renunciaria seu cargo de líder do partido no Senado, tudo começou com o arquivamento de 11 representações contra José Sarney no Conselho de Ética do Senado.

Açúcar, ouro, cafe, indústria, etc, nossa história é feita de ciclos, promessas e ilusões.

CriSTóvaM Buarque, senador (PDT-DF), critica excesso de otimismo em relação ao petróleo da camada pré-sal, pelo endereço twitter/Sen_Cristovam

FOtO FABiO rOdrigues pOzzeBOm _ ABr

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C ONTRARIANDO A pROMEssA DE re-duzir despesas do senado, o seu presidente José sarney (pMDB-Ap), apresentou o orçamento da

Casa para 2010. A estimativa de gastos para o próximo ano sobe para R$ 2,75 bilhões, superando os R$ 2,742 bilhões de 2009. O projeto de Lei Orçamentária Anual (pLOA) prevê um aumento de R$ 13,5 milhões no orçamento, uma diferen-ça de 0,49%. “poderia ser de 0,1% que ainda seria injustificável”, avalia o sena-dor Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). O parlamentar pernambucano lembra que a diminuição dos gastos do senado foi uma das promessas de Sarney para che-gar ao terceiro mandato como presiden-te da instituição. para Jarbas, “a Casa é extravagante por natureza”, mas precisa mudar a imagem perante a opinião públi-

ca, e um dos pontos é reduzir os gastos. No auge da crise Sarney defendeu estudo da Fundação Getúlio Vargas que propôs ao senado reduzir as despesas em R$ 376,4 milhões por ano. “O senado tem que economizar e devolver o dinheiro para a saúde e educação”, afirma Valdir Raupp (RO), ex-líder do pMDB.

Já a Câmara, na proposta orçamen-tária, prevê redução de suas despesas, embora em percentual menor que o esperado. Deputados queriam cortar as despesas em 5% no ano que vem. A proposta mostra um corte de 3,63%. De R$ 3,7 bilhões em 2009, para R$ 3,4 bilhões em 2010, uma economia de R$ 128 milhões. porém, ainda este ano, deverão ser economizados R$ 298 mi-lhões com a redução da verba para pas-sagens aéreas, entre outras medidas.

SARNEY NãO CUMPRE PROMESSA

O promotor de Defesa do Consumidor do Ministério Público do DF, Guilherme Fernandes Neto, afirmou em audiência pública na Câmara, que as regras atuais sobre propaganda comercial por meio de mensagens (torpedos) para celulares não protege os clientes. “Se não houver uma sanção, a lei é ineficaz. Tem que ter uma sanção e tem que ter um órgão específico para aplicar uma sanção.”

O debate, promovido pela Comissão de Defesa do Consumidor, foi proposto pelo deputado Vinícius Carvalho (PTdoB-RJ), relator do Projeto de Lei 757/03, do deputado José Carlos Martinez, já falecido, que proíbe esse tipo de propaganda.

Seguindo o raciocínio do promotor, muitas leis em vigência hoje, no país, não atribuem punições. Por exemplo, Código de Trânsito Brasileiro, lardeado como exemplo de legislação

institui prazo de 30 dias para o julgamento do recurso interposto pelo infrator, mas não descreve qualquer punição no caso do prazo não ser cumprido por parte do orgão competente. É um cheque em branco para a morosidade das autorizades, que multa com destreza e julgam somente quando querem. Muitas outras leis não são cumpridas porque são permissivas ou omissas. Legislar é mesmo um jogo de interesses.

“Se não houver uma sanção, a lei é ineficaz”

José Sarney, recebe relatório da Fundação Getúlio Vargas sobre a reforma administrativa do Senado. Redução dos gastos ficou só no discursso.FOtO JAne de ArAúJO_AgênCiA senAdO

ArenaPolíticaDILmA ADOTA DIScURSO AmBIENTAL NO PT

Criticada por ambientalistas e responsabilizada pela saída da ex-petista Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, trocou os números do crescimento econômico pela de-fesa do meio ambiente, apenas, três dias depois da filiação da se-nadora Marina Silva ao PV. Como Marina é possível concorrente nas eleições presidenciais, Dilma resolveu ocupar o espaço antes que outro o faça.

“VOTE NUm cAREcA E gANHE DOIS”

Segundo o blog do jornalista Josias de Souza, é dada como certa que a vaga de vice na chapa tucana para a presidência da República será ocupada pelos Democratas. Em Brasília, o presidenciável José Serra, governador de São Paulo (PSDB), encontrou-se com o governador do DF, José Roberto Arruda (DEM). Na conversa com jornalistas Arruda, resolve descontrair sobre uma eventual chapa Serra e Arruda: “nós, carecas, estamos na moda”, disse o demo. Serra não ficou por menos: “se a candidatura fosse definida, o lema para a campanha seria: vote num careca e ganhe dois”.

PRé-SAL OU PRESSãO

Governadores não satisfei-tos com a divisão dos royalties do pré-sal, vão pressionar o Congresso por um projeto que não centralize os recursos nos Estados produtores. Vale lembrar que os parlamentares sempre devem muitos “favores políticos” aos governadores. O pré-sal vai jorrar com muita pressão.

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ACiDENTES AÉREOS EM ALTA

Frase do governador cid gomes sobre o Refis. “Entendo que a vulgarização desta prática de “refis” é

um desetímulo aos que honram os seus compromissos. Evitei até agora, trinta e dois meses de governo, fa-

zer refinanciamentos de impostos devidos (Refis).” twitter.com/cidfgomes em 17 de setembro de 2009

Dilma nos passos de Obama na Internet

O guru Scott Goodstein, responsável pela campanha de Obama nas redes sociais por meio de mídias móveis, foi contratado pelo PT. Com ele está Ben Self, que organizou a arrecadação, via internet, para a vitoriosa campanha. O contrato será fechado com a Blue Digital, empresa de Self e Goodstein.

A informação foi confirmada pelo presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, em sua página na rede Twitter: “Recebi, hoje, no PT, o Ben Self, que foi o principal elaborador das estratégias da campanha de Obama, na internet. Ele veio com João Santana... Que está trabalhando uma parceria da empresa dele com a Blue Digital, para campanhas no Brasil.” Trata-se de uma parceria de João Santana com o marqueteiro americano, e não do PT, diz Berzoini.

Self e outros estrategistas eleitorais de Obama, como Scott Goodstein, têm encontro marcado em um seminário realizado pela George Washington University, sobre as ferramentas usadas na campanha de Obama. O encontro reunirá lideranças políticas, profissionais das áreas de comunicação e marketing, estrategistas e cientistas políticos, além de especialistas em mídias digitais. Com abertura do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), será nos dias 15 e 16 de outubro, no Hotel Renaissance, em São Paulo.

C OM uMA MéDIA DE 24 aciden-tes aéreos fatais por ano na última década, o Brasil tem uma taxa de desastres cumu-

lativa quatro vezes pior que a média mundial.

No ano passado, a taxa no país ficou em 1,76 em cada um milhão de voos, enquanto a média mundial era 0,4, e da América do Sul, 1,04. Os números do relatório ainda sofrem o impacto dos acidentes com os aviões da Gol e da TAM. Os dados são do Relatório de Segurança Operacional 2008, da Agência Nacional de Avia-ção Civil (Anac).

Em números absolutos, os aci-

dentes vêm aumentando nos últimos anos, passando de 58 em 2005 para quase o dobro em 2008: 105. Neste ano, de janeiro a agosto, já foram re-gistrados 68 acidentes aéreos.

Na foto acima, detalhe do Corpo de Bombeiros trabalhando para reti-rar vítimas do acidente com o Airbus A320 da TAM, em São Paulo. No dia 17 de julho de 2007, um Airbus A320 sai da pista no aeroporto de Congo-nhs, se choca contra um edifício e pega fogo. Os 187 ocupantes morre-ram e 12 pessoas que estavam em terra. É considerado o pior acidente aéreo do País.

FOtO: AgênCiA Luz _ ABr

O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, sausou que a aprovação do uso livre da internet pelos candidatos nas eleições de 2010, é uma vitória da democracia. “Por isso, a

Câmara imediatamente acolheu essa hipótese”. Houve alguns avanços que são satisfatórios para esse novo pleito eleitoral”, diz Temer, ao se referir aos projetos votados. “As modificações foram examinadas

ontem e os deputados entenderam que só deveria haver uma modificação básica e fundamental, que é a internet. Eliminou-se a restrição, o que eu penso que foi um grande avanço para a lei eleitoral.”

Temer: “internet liberada é vitória da democracia”

FOtO AntOniO CArLOs _ CAsA CiViL

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n plugado...Revista Fale!twitter.com/revistafaleLúcio Alcântaratwitter.com/lucioalcHeitor Ferrertwitter.com/Heitor_FerrerTwitter Paquerawww.twitterpaquera.comXuxa Menegueltwitter.com/xuxameneghel

“Pegação” no TwitterO Microblog segue caminho do Orkut e vira ambiente de paquera. Com cantadas curtas – 140 caracteres, usuários vão em busca de pessoas “interessantes”. Depois de adicionadas é através de mensagens privadas que a “azaração” se desenvolve, assim evita-se a “interferência” de outros usuários. Logo a relação evolui para os comunicadores instantâneos – MSN, Google Talk etc. – e daí para os encontros reais. Para facilitar a abordagem, o site Twitter Paquera, permite que internautas enviem mensagens anônimas para usuários do Twitter.

E m um ano o microblog Twitter cresceu 1500%. Em junho de 2008, a rede social contava com 2,9 milhões de usuários e fechou junho de 2009 com 45 milhões. Destes, sete milhões se cadastraram apenas em junho deste ano e 45% deles estão nos Estados Unidos. Dados

do Google informam que o Orkut possui em todo o mundo 35 milhões de usuários norte-americanos. O fenômeno Twitter é tão grande que guias sobre sua utilização já foram criados e divulgados. Veja então 15 dicas do Internet Advertising Bureau – IAB, do Reino Unido, entidade que representa a indústria digital. Confira.1. Pare e pense: por que usar o Twitter? É por que é a coisa a fazer ou por

que vai acrescentar valor à sua estratégia de comunicação?2. Não seja “sequestrado” no Twitter. Alguém já pode estar usando uma

conta com o seu nome.3. Assegure que a comunicação seja correta, decente, honesta e confiável.4. Não exagere na quantidade de mensagens.5. Dedique o tempo considerado apropriado. Apenas cinco minutos não é

suficiente para o Twitter.6. Pense como vai medir o sucesso. Pode ser por número de seguidores ou

engajamento nas conversas, por exemplo.7. Seja rápido. O Twitter é imediato. Faça atualizações relevantes.8. Se você tiver um produto, serviço ou incentivo específico que pretenda

promover, crie uma conta separada do seu Twitter particular.9. Tente responder as mensagens diretas, especialmente aquelas

enviadas por usuários interessados em saber mais sobre você.10. Pergunte aos seus seguidores. Encoraje a interação.11. Abrace o “retweet”. Se você encontrar um post que vai interessar aos

seus seguidores, por que não recomendá-lo?12. Não tenha medo das críticas. 13. Monitore o que as pessoas dizem sobre você.14. Encoraje interações na vida real.15. Promova a sua conta. Não espere que as pessoas o encontrem.

Divulgue o seu Twitter. Use sua imaginação para aumentar a lista.

cOmO OS POLÍTIcOS USAm O TwITTERDepois de cair nas graças dos políticos, inspirados no presidente norte-americano Barack Obama, o Twitter tem se revelado uma verdadeira “tribuna virtual”. Desfiliações, brigas partidárias, pedidos de renúncia a cargos, e principalmente, divulgação das ações dos parlamentares e governantes. Existem também aqueles que aproveitam a ferramenta para “cutucar” adversários. Por exemplo, o deputado estadual Heitor Ferrer (PDT), publicou comentário reclamando de que o “rolo compressor” do Governo continua na Assembléia, rejeitando requerimentos de sua autoria. Logo o ex-governador Lúcio Alcântara (PR) sai em apoio ao pedetista, afirmando que no “meu governo não recordo de pedido de informação que não tenha sido aprovado e resposta que não tenha sido fornecida (sic)”, alfinetou.

Osucessoimediato do

O DESASTRE DE XUXA NO TwITTERComo muitas celebridades já perceberam, o Twitter permite um contato inédito com o fã. Mas Xuxa Meneghel, atraída pela nova mídia, mas sem traquejo, desistiu da ferramenta em menos de um mês. A apresentadora não conseguiu acostumar-se com as “regras” do mundo digital, muito menos com o assédio dos fãs, quase 100 mil seguidores. Irritada com críticas sofridas por ela e sua filha, devido a um erro cometido por Sasha em um texto. No perfil da mãe, Sasha escreveu a palavra ‘sena’, ao invés de ‘cena’. Com a chuva de protestos, Xuxa resolveu responder: “pra quem não sabe minha filha foi alfabetizada em ingles, vou pensar muito em colocar ela pra falar com vcs, ela não merece ouvir certas m... (sic)”, para em seguida dizer “fui vcs não merecem falar comigo nem com meu anjo”(sic). Depois Xuxa excluíu da página o comentário referente à educação da filha.

Passarinho pirataPara tentar orientar seus usuários, o Twitter criou um selo de autenticidade para os perfis de famosos. O selo “Verified Account”, colocado do lado esquerdo, acima do nome do usuário, indica que aquele perfil é verdadeiro.

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O QUE É NOVO

Online

Inspire-se e recicle os velhos disquetes. Uma dica bacana é usar os velhos disquetes como capa para um bloquinho de anotações. Ainda é possível transformar-los em porta-canetas, ou porta-copos. Revestido-os com feltro colorido, por exemplo, você dá um toque extra.

Transparência tem portal no TCMO tribunal de Contas dos Municípios no Ceará colocou no ar o Portal da Transparência no site www.tcm.ce.gov.br/transparencia/ com informações contábeis de todos as gestões municipais do Ceará. Os dados saõ fornecidos pelos Sistema de Informações Municipais e mostram o comportamento dos municipios em relação a gastos com folha de pagamentos, com fornecedores e outros. Há também informações sobre processos envolvendo os gestores.

O PERiGO É JESSiCA BiEL

Faça você mesmo. Caso você ainda lembre desses acessórios do computado.

FOtOs diVuLgAÇÃO_etsy

Para Time, Flickr é o melhor. Não deu para o Twitter, em 2009 o melhor portal da internet é o Flickr, na escolha da revista Time. O serviço da Yahoo

que compartilha fotos e vídeos venceu graças a sua facilidade em administrar conteúdo. Em segundo ficou o Califórnia Coastline, um site de fotografias cujo obje-

tivo é mostrar em detalhes a costa da Califórnia. O Twitter ficou em sexto, seguido pelo Skype. Google e You Tube ocupam, respectivamente, a 11ª e 12ª posições.

Internet banda larga na rede elétrica

As distribuidoras de energia elétrica já podem usar sua rede para transmitir internet banda larga. Agência Nacional de Energia Elétri-ca – Aneel, aprovou a regulamentação do PLC – Power Line Communications, que também permite fornecer sinal de TV por assinatura direto da tomada de sua casa. O processo legal para que o serviço seja oferecido deve levar cerca de 5 meses.

A Anatel já havia homologado em abril a tec-nologia. A nova forma de acesso à web já existe há cerca de dez anos e é vendida na Europa a uma velocidade de 4,5 Mbps, e que deve chegar a 14 Mbps até o final do ano. A principal vanta-gem dessa tecnologia, segundo os especialistas, é que fornecerá acesso à web pela tomada, assim aproveita uma estrutura já existente para chegar a regiões onde outras alternativas de acesso rápido ainda não estão disponíveis.

A BusCA pELA ATRIz JéssICA Biel, 27 anos, na internet, tem uma chance em cinco de en-contrar site malicioso. É o que

diz relatório da empresa de segu-rança de computadores McAfee Inc. Este é o terceiro relatório anual da McAfee, que declarou que em 2008 a celebridade on-line “mais perigo-sa” era Brad Pitt.

“Cibercriminosos também ficam de olho nas estrelas”, disse Jeff Gre-en, vice presidente sênior de desen-

volvimento de produto da McAfee. “Eles se aproveitam das celebridades mais populares para encorajar o do-wnload de software malicioso”.

Beyoncé, Jennifer Aniston, Tom Brady e Jessica Simpson seguem Biel segundo o relatório. A McAfee também notou que o presidente dos EuA e a primeira-dama do país, Barack e Michele Obama, são buscas surpreenden-temente seguras, ficando em 34º e 39º lugar, respectivamente.

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SETEMBRO dE 2009 | Fale! | 13www.revistafale.com.br

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laérciO cOnsentinOU

M DOs MAIOREs INVEsTIDOREs DO sETOR DE TECNOLOGIA DA Informação (TI) do Mundo e Ceo da Totvs, Laércio Cosenti-no, de 47 anos, é um defensor ardoroso do jornal impresso. Consolidada, a Totvs, oitava maior mundial desenvolvedora de sistemas de gestão integrada (ERp) é a primeira em paí-

ses emergentes e oferece soluções em tecnologia, consultoria e serviços, atuando em mais de 23 países. Trabalha fornecendo ao mercado solu-ções em quatro ramos de negócios: software, tecnologia, consultoria e serviços de valor agregado, garantindo maior competitividade e resulta-dos no atendimento.

Hoje, a empresa que conta com equipe especializada e inovadora, atua gerando um total de nove mil empregos. Nos últimos 12 meses, fa-turou mais de R$ 1 bilhão. No segundo trimestre de 2009, teve recorde de faturamento com R$ 240,3 milhões, o que representa um aumento de 15,6% em comparação ao mesmo período de 2008. O lucro líquido no primeiro semestre de 2009 foi de R$ 74 milhões, representando 17.8% a mais que o mesmo período de 2008.

A Totvs (Tudo ou Todo em latim) revolucionou o mercado de softwa-res ao lançar uma estratégica campanha publicitária em nível interna-cional, através de anúncios em mídias como TV, jornais, revistas, rádio, internet, além de marketing direcionado. A Totvs é líder absoluta no Brasil, com 38,03% de share de mercado — Por Lauriberto Braga

Fale! Brasília. Qual o perfil do cliente Totvs?Laércio Cosentino. São micro, pequena, média e grande

empresas. Todo esse processo de consolidação do mercado brasileiro que nós trabalhamos, buscamos fazer aquisições e fusões de empresas para que a gente tivesse uma solução completa para todo tipo de empresa nas regiões que trabalhamos. Então hoje temos software para médicos, pequeno va-rejo, pequenas, micros, médias empresas e temos

depois a segmentação, onde se tem software para manufatura, varejo, saúde, jurídica, construção civil,

projetos e educacional”.

Fale! Brasília. Qual o DNA da Totvs, o seu diferencial competitivo?Laércio Cosentino. é que nós traba-lhamos muito forte. é que somos

um grupo baseado em pessoas. Em 2000, 2001 nós lançamos

um conceito chamado geno-ma empresarial. Nós tenta-

mos identificar qual é a carga genética que uma companhia deveria ter. Que tipo de gene deve-ria ter para conseguir continuar crescendo,

expandindo e seguindo em frente com toda sua

trajetória. No momento nós

10PERgUNTASpara

definimos qual a carga genética da Totvs. E com isso a gente vem dissi-minando em cada uma das nossas re-giões, em cada um dos nossos negó-cios, e assim por diante. Em conjunto com isso nós buscamos o modelo de crescimento baseado por um forte re-gionalismo. Nós acreditamos que, no Ceará, a nossa operação tem que ser conduzida por cearenses. Na Bahia, por baianos. Em são paulo, por pau-

Cada vez mais o

jornalismo vai ter que se reinventar ou inovar e dizer assim: usar a mídia de internet naquilo que é muito rápido; e usar aquela mídia mais tradicional no que tiver opinião, discussão, na necessidade de um argumento maior.”

listas, No México, por mexicanos. Na Argentina, por argentinos e assim por diante.

Fale! Brasília. A que o Sr. atribui ao cres-cimento vertiginoso da Totvs? Laércio Cosentino. É preciso descobrir e fundamentar os valores da compa-nhia, sempre. O mercado deve perce-ber o valor de nossas empresas para tornar-se, de um lado, nossos clien-tes e, de outro, nossos acionistas. Os empreendedores devem compreen-der cada vez mais o que significa a palavra acionista. É preciso que o

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empreendedor tenha plena consci-ência do papel de cada um. Ele busca maximizar seu negócio, enquanto o acionista quer maximizar seu inves-timento, Assim, é necessário profis-sionalizar a empresa, saber dividir o poder e mostrar resultados, além de ter uma estratégia que faça sentido para o futuro.

Fale! Brasília. Qual o papel das chama-das mídias sociais no mundo dos novos negócios?Laércio Cosentino. é importante a gente salientar que são vários aplica-tivos que nasceram na Internet. Tem o Twitter, tem Facebook, o próprio Orkut e assim por diante. O grande desafio de todos esses mecanismos é de você ter segurança, credibilida-de naquilo que está colocado. Tem empresas que já estão utilizando algumas dessas ferramentas para divulgar produtos, para apresentar outras soluções,– e assim por dian-te. O que nós acreditamos é que são ferramentas válidas, mas vão ter que passar por um processo de profissio-nalização para que o mundo corpora-tivo coloque as informações de forma consciente dentro dessas ideias.

Fale! Brasília. Segurança na rede é uma ameaça ao negócio?Laércio Cosentino. é importante criarmos mecanismos de segurança, passwords, controles para que você possa gerenciar e coibir hackers [ras-treadores] evitando o vazamento de informações para dar segurança aos seus clientes. Então nós acreditamos que, com a grande troca de informa-ções, entre iniciativa privada e gover-no; entre governo e governo ; e inicia-tiva privada e iniciativa privada, cada vez mais o tema segurança estará na pauta de todas as companhias.

Fale! Brasília. O Sr. acredita que as no-vas mídias digitais determinarão o fim do jornal impresso?Laércio Cosentino. Não. A Internet é complementar aos jornais e revis-tas e assim por diante. Eu acho que cada vez mais existem dois tipos de jornalismo. Existe aquele jornalismo imediato, que está no mundo da In-ternet, hoje. Que tudo que acontece alguém vai lá e já escreve, já publica, já faz, põe no blog, sem ter um tempo para você maturar, para você pensar e escrever de uma maneira lúcida ouvindo outras pessoas para exibir opiniões diversas, porque sempre foi assim que o jornalismo fez.

Fale! Brasília. Qual o potencial do ensino à distância como negócio?Laércio Cosentino. Estamos investin-do bastante em EAD. Acreditamos que é uma forte ferramenta. A gente aposta muito e entende que a EAD, sem você trabalhar no aculturamen-te desse conceito, pode não trazer os resultados esperados. Quando você fala em EAD você fala de uma auto disciplina. De uma pessoa realmente não só receber o conhecimento, mas ela sair na busca do conhecimento. A gente acredita que desde que se trabalhe a cultura das pessoas, nós vamos ter EAD e ao mesmo tempo a gente cria modelos de transmissão de informação, através de Internet, atra-vés de computadores e a distância, a gente vai conseguir ter um resultado adequado.

Fale! Brasília. Essa pressa compromete a qualidade? Laércio Cosentino. Cada vez mais o jornalismo vai ter que se reinventar ou inovar e dizer assim: usar a mí-dia de Internet naquilo que é mui-to rápido; e usar aquela mídia mais

tradicional no que tiver opinião, dis-cussão, na necessidade de um argu-mento maior. E por outro lado, eu pessoalmente sou apaixonado por papel. Eu acho que não tem preço ler um jornal, ler uma revista. se esta-mos com raiva amassamos o papel. Um dispositivo eletrônico na sua mão não é a mesma coisa”.

Fale! Brasília. Como está a presença in-ternacional da Totvs?Laércio Cosentino. Estamos hoje em 23 países. Nós acreditamos que temos que avançar, colocando a Totvs, em outros países, em outras regiões; mas queremos ser muito forte em cada uma das regiões que nós nos propu-semos a fazer. Não acreditamos em expansão por expansão — entrar no mercado só para dizer que você está em determinado país. Nós acredita-mos que para entrar num país tem que crescer, consolidar, entregar, ter clientes satisfeitos e aí você irá am-pliando a sua participação no mundo.

Fale! Brasília. A Tecnologia da Informa-ção faz parte das preocupações do em-presariado brasileiro?Laércio Cosentino. sim. O empresa-riado brasileiro está plenamente consciente de que ele precisa real-mente buscar a Tecnologia da Infor-mação, para ele ser mais competiti-vo e inovar e, assim, mudar o perfil da sua empresa. Se compararmos o Brasil com o México, precisamos fa-zer um discurso para apresentar as soluções, para motivar que o empre-sariado mude de patamares e assim por diante. Isso no Brasil já está to-talmente resolvido. A decisão passa a ser relativa a valor financeiro. É uma questão do momento financeiro de se investir ou não. Mas que vai se investir, vai. n

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Pouca gente sabe, mas a classe dos advogados, no Ceará, conta com assistência de saúde, transporte, previdência, serviços e programas de informática, hospedagem, engraxate e, desde 20 de agosto, até com uma “Casa” sem quase nenhum comprometimento da renda desses profissionais. Ligada à Ordem dos Advogados do Brasil – seção Ceará (OAB-CE), a Caixa de Assistência dos Advogados do Ceará, ou CAACE, iniciou sua sétima década de atuação com um verdadeiro choque de gestão. Fale! foi conhecer a administração que está imprimindo ritmo forte à entidade.Por Adriano Queiroz

Especial

A CASA PARA 22 MiL

ADVOGADOSO

LhANDO DE FORA pARA O pRé-

DIO DA sEDE DA CAACE, EssE até pode parecer um órgão classista como qualquer outro. Mas essa impressão é desfeita logo nos primei-ros metros a se percorrer no interior da entidade. Ao

entrar, o visitante vê, do lado esquerdo, uma farmácia sortida e, do lado direito, clínicas de fisioterapia, fonoaudiologia e fisioterapia. Nada de tão estranho se não estivéssemos falando de uma insti-tuição ligada ao Direito, e mais especi-ficamente aos advogados cearenses. Le-vando a sério o termo “assistência”, que faz parte da sigla, a atual administração da Caixa de Assistência dos Advogados do Ceará conseguiu, no entanto, bem mais que instalar serviços de saúde em suas dependências. A modernização da CAACE culminou, em 2009, com a inau-guração da Casa do Advogado, que serve como um escritório para advogados com menos recursos financeiros.

CAiXA DE ASSiSTêNCiA DOS ADVOGADOS DO CEARá

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FOtO JArBAs OLiVeirA

GRuPO uNIDO. Sobre o comando do presidente Valdetário Monteiro, a CAACE cumpre com extremo sucesso sua função primordial: fornecer apoio profissional, social e logístico aos advogados cearenses

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Trimestralmente disponibilizamos no site da CAACE todos os balancetes para a conferência dos colegas, e posso orgulhosamente afirmar que

nossa gestão tem sido uma das mais dinâmicas da história desse órgão. A CAACE possui personalidade jurídica própria e autonomia administrativa, orçamentária e financeira.

ESPEcIAL

O espaço fica ao lado do Fórum Clóvis Bevilácqua e vai homenagear o ex-presidente da CAACE, Antônio Francisco de Albuquerque (que con-duziu a entidade entre 1967 e 1971). A Casa do Advogado oferece 12 es-tações de trabalho para os advoga-dos, com direito a secretárias e salas de reunião à disposição. Mas antes mesmo de inaugurar a “Casa”, a Cai-xa de Assistência dos Advogados já disponibilizava a “sala do Advoga-do” Francisco Carvalho de Oliveira, com o mesmo mote, mas em estru-

tura mais modesta. A “Sala” está situada no estacionamento do mes-mo Fórum cearense e já conta com equipamento de ar-condicionado, computadores, internet sem fio, TV por assinatura, entre outros itens de conforto. “A Caixa vive única e exclu-sivamente das contribuições presta-das pelos advogados. De tudo que é arrecadado pela OAB-CE, 20% é des-tinado à CAACE”, explica Valdetário Monteiro, presidente da instituição.

O valor pode até parecer razoável, mas Monteiro lembra que foi preciso

enfrentar sucessivas reduções de re-passe para conseguir preservar o ór-gão autônomo, do ponto de vista ad-ministrativo-financeiro. “O repasse já foi de 50% e até janeiro de 2008, de 27,5%, quando foi reduzido para o patamar atual”, esclarece. A perda relativa de receita, no entanto, só pa-rece ressaltar o êxito da gestão atual. “Trimestralmente disponibilizamos no site da CAACE todos os balance-tes para a conferência dos colegas e posso orgulhosamente afirmar que nossa gestão tem sido uma das mais

CAACE EM AÇÃO. Acima a Farmácia dos Advogados, à direita consultórios odontológicos e clinica de fonoaldiologia, algumas ações da CAACE que beneficiam 22 mil advogados no Ceará.

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JulhO dE 2009 | Fale! | 19

dinâmicas da história desse órgão”, diz, sem falsa modéstia, Leandro Vasques, Diretor-Tesoureiro da Cai-xa de Assistência dos Advogados do Ceará. De fato, um exemplo de que a satisfação da diretoria não carece de motivações é o fato de que a en-tidade encampou ao lado da OAB de São Paulo, a criação do sistema pre-videnciário OAB-Prev.

“A Previdência do Advogado é um marco histórico e teve a sua criação na nossa gestão. Nossa clas-se, há mais de trinta anos, falava sobre a criação de uma previdência própria para o advogado. hoje nós já temos mais de 1500 advogados cearenses contribuindo com a Pre-vidência e o sistema OABPrev, se mostrando uma iniciativa sólida e que vai dar descanso e tranqüilida-de para o advogado no seu envelhe-cer”, comemora Valdetário Montei-ro. Esse sistema previdenciário in-dependente movimenta o montante

de R$ 40 milhões, obtidos a partir das contribuições de advogados do Ceará, Maranhão, piauí, pernam-buco e São Paulo. Além da proteção previdenciária, os advogados cea-renses contam, através da CAACE, com planos médicos, odontológicos e até funerários, a custos reduzidos, via contribuições anuais. Outra se-gurança oferecida pela instituição é a de hospedagem. O advogado que estiver a serviço em uma das 9 sub-seções da OAB-CE (Crato, Juazeiro, Iguatu, Sobral, Quixadá, Aracati, Limoeiro, Itapipoca e Crateús), ou, em sendo oriundo do interior, na capital, tem custeadas as despesas de hospedagem, mediante pequena taxa anual.

Mas talvez a contribuição de efeito mais prolongado que a atual gestão da CAACE vai legar para o universo do Direito em nosso Esta-do é a aposta na modernização. “Nós implementamos o pROMAD, que

é o programa de Modernização da Advocacia, voltado para aqueles que têm mais de dois anos de formatura. Através dele o advogado recebe, de forma gratuita, um programa para administrar o seu escritório: contas a pagar, contas a receber, cadastra-mento de processos para geração de relatórios, etc.”, entusiasma-se o presidente da CAACE. No senti-do de contribuir com a redução da morosidade da justiça, e imprimir mais celeridade nos processos judi-ciais, a entidade ainda disponibiliza um sistema que permite aos advo-gados receberem, também de for-ma gratuita, publicações feitas nos diários oficiais e pesquisas jurídicas diversas, através de um cadastro com senha e caixa de e-mails indi-vidualizados. Nas próximas páginas o leitor vai conhecer um pouco mais do pensamento dos “cabeças” dessa verdadeira revolução na assistência à advocacia cearense. n

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ESPEcIAL

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O principal responsável pela transformação que marcou os últimos três anos do órgão que quase foi extinto no início dos anos 1970, é o advogado, natural de Arneiroz, Valdetário Andrade Monteiro. Ele é o atual presidente da CAACE e está bem cotado na disputa da presidência da OAB-CE, órgão do qual também já foi Secretário-Geral. Já foi também co-fundador e primeiro presidente da Comissão de Estudos Tributários da entidade, além de ter presidido a Comissão de Acesso à Justiça. Ele é formado em Direito pela Unifor, com pós-gradução na PUC-SP e não perdeu o contato com o mundo acadêmico, mesmo depois de sua ascensão como gestor. O advogado é professor da disciplina de Processo Civil I na Faculdade Christus. Confira a entrevista exclusiva.

Conceitualmente, o que é a CAACE e qual sua razão de existir?Valdetário Monteiro. A Caixa de As-sistência dos Advogados, a CAACE é um órgão de assistência da OAB. A mesma lei que criou a OAB (Lei Nº 8.906) previu a possibilidade de se ter um organismo de assistência e amparo ao advogado. O órgão tem várias funções: assistência à saúde, amparo ao advogado. Alguns desses benefícios estão previstos na legisla-ção de forma pré-determinada, mas como assistência é algo amplo, a di-reção de cada ‘Caixa’ pode, de uma forma organizacional, prever novos serviços. Então, por conta disso, ela se torna muito importante, porque nos momentos de dificuldade, e nas necessidades do advogado, ele tem um órgão especifico, de classe, para a sua assistência.

Quantos advogados existem hoje no Ceará? Desse total, quantos es-tão representados pela CAACE?Valdetário Monteiro. Nós temos cerca de 15 mil inscritos ativos, co-bertos pelos serviços da CAACE que está praticamente em todo o Estado do Ceará. O advogado pode até não utilizar o serviço, mas ele está lá à disposição. O sistema OAB é dividi-do em sub-seções, cada sub-seção abrange uma região do Estado, nós estamos em todas elas. um exemplo disso é que nós temos um serviço de UTI móvel, com uma ambulância própria e mais cinco ambulâncias de uma prestadora de serviços (que estende o serviço para 24 horas por dia) que faz a remoção do advogado em situações de emergência. Nós temos ainda o transporte do advo-gado com três vans: duas na capital e uma na Região do Cariri, que faz Crato, Juazeiro e Barbalha. As duas

da capital percorrem todos os fó-runs e todos os juizados especiais, transportando o advogado de forma gratuita e confortável.

Que pontos o senhor destacaria como as razões para o sucesso da atual gestão frente à CAACE?Valdetário Monteiro. Nós, quando assumimos a Caixa de Assistência dos Advogados, em 2007, tínhamos prometido à classe, um plano de ação que trouxesse o advogado para uma maior participação, uma efeti-va participação dentro da Caixa de Assistência. Nós começamos remo-delando o espaço físico da Caixa. Mudamos e realocamos uma farmá-cia que já existia, reconstruindo-a nos moldes de uma farmácia comer-cial, o que deu uma alavancagem nas vendas e uma maior variedade de produtos. A partir daí abrimos espaço para a construção de uma clínica de odontologia. Essa clínica está equipada com três consultó-rios, uma central de esterilização e uma recepção própria (indepen-dente da recepção da própria CA-ACE). Continuando nesse processo de aproximação do advogado com a sua entidade, nós construímos uma clínica de fisioterapia, com dois consultórios, também na sede da própria CAACE. Construímos ainda a fonoaudiologia e, assim, hoje nós temos uma verdadeira clínica inte-grada à ‘Caixa’ que funciona na sua sede, junto com os outros setores administrativos, como contabili-dade, administração propriamente dita, o setor de pesquisas jurídicas. hoje, a Caixa movimenta por dia cerca de 200 a 300 profissionais que por lá passam. Como o senhor avalia a Defensoria Pública no Ceará?

VALDETáRIO mONTEIROUmA AScENSãO SóLIDA A PARTIR DE IDEIAS cONSISTENTES

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O verdadeiro acesso à Justiça passa por uma advocacia forte e apoiada por seu órgão de classe. Com isso, ganha a sociedade

e a cidadania. Portanto, a recuperação da imagem do Judiciário vem a partir da celeridade na solução das demandas, com o apoio de uma advocacia altiva e cidadã.

Valdetário Monteiro

FOtO JArBAs OLiVeirA

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Valdetário Monteiro. um dos ór-gãos que mais avançou no Ceará e que é exemplo para o Brasil, é a Defensoria Pública. Se o material precioso, buscado pela sociedade no século XXI, é a Justiça, e nós vivemos num país de maioria po-bre, então é preciso ter um ampa-ro a essa camada da sociedade que clama por justiça e não tem meios financeiros, econômicos. A Defen-soria é fundamental nesse processo e, no Ceará, ela avançou muito. Nós cearenses temos uma Defensoria estruturada e muito bem organiza-da, com defensores capacitados e trabalhando com dignidade. Quan-to mais organizada estiver a Defen-soria melhor é o desenvolvimento do Direito no nosso Estado e mais pessoas vão poder usufruir desse bem magnífico.

Nacionalmente, qual a sua leitura do atual momento do Judiciário

brasileiro? Porque há tanta contro-vérsia?Valdetário Monteiro. Eu acredito que seja um momento político de instabilidade dentro do supremo Tribunal Federal. O sTF no Brasil

desempenha um papel não só ju-rídico, mas também um papel po-lítico. Ele decide desde questões processuais, que envolvem espe-cificamente um processo judicial, como questões políticas, como no caso da questão Raposa Serra do Sol. E todo tribunal, que é jurídico e também político, tem a tendência a ter picos em determinados mo-mentos. Em discussões sérias que envolvem uma conotação social muito forte, ele tende a ter esses confrontos de idéias. O que nós es-tamos vendo nesses últimos tempos é não só o confronto de idéias, mas também o confronto de pessoas, o que é ruim para a justiça e é ruim para a sociedade. Enquanto nós es-tivermos, tão somente, no confron-to de idéias, isso será o ideal para o crescimento do Direito e para o crescimento da sociedade. Eu que-ro crer que a partir de agora vamos passar por um tempo de calmaria e

A Previdência do Advogado é um

marco histórico e teve a sua criação na nossa gestão. Nossa classe, há mais de trinta anos, falava sobre a criação de uma previdência própria para o advogado.

GESTÃO VITORIOSA. Leandro Duarte Vasques, Francisco Ximenes de Albuquerque, Valdetário Monteiro, José Damasceno Sampaio, Pedro Jorge Medeiros, Germano Belchior

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OS OUTROS ‘cABEçAS’ POR TRáS DO SUcESSO DA cAAcE

n José Damasceno Sampaio, Vice-Presidente da CAACE

Natural de Palmácia, no Estado do Ceará, é advogado com longa experiência profissional; Pós-graduado em Direito Tributário e em Direito do Trabalho e Processual do Trabalho; especializado em Direito Empresarial. Parecerista, Palestrante, Damasceno Sampaio é autor de vários livros jurídicos. É também consultor de empresas e de entidades empresariais e sindicais, nos Estados do Ceará, Piauí, Maranhão, Pernambuco e São Paulo. Autor de diversas monografias e artigos publicados em revistas especializadas. Conselheiro da OAB/CE, por nove anos, e, ainda, o atual Coordenador do Colégio de Presidentes

das subseções da OAB Ceará.

n Leandro Duarte Vasques, Diretor Tesoureiro da CAACE

Advogado Criminal, Mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco-UFPE. Pós-Graduado em Processo Penal pela UNIFOR. Pós-Graduado em Direito Público pela Universidade Federal de Pernambuco-UFPE. Professor de Direito Penal e Prática Forense da Unifor.

n Francisco Ximenes de Albuquerque,

Secretário Geral da CAACENatural de Coreaú, graduado em direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC), ex-tesoureiro da Caixa de Assistência dos Advogados do Ceará (CAACE), atualmente exerce a secretaria geral. Atua na área de direito civil, família e comercial.

n Pedro Jorge Medeiros, Secretário Geral Adjunto da CAACEGraduado em Economia e em Direito pela UNIFOR. Pós-Graduado, em Direito Processual Civil pela UFC; Direito Constitucional pela UNIFOR; Direito Tributário pelo ICET - Instituto Cearense de Estudos Tributários; Direito Empresarial pela PUC – SP. Também fez Curso de Extensão de Política e Estratégia

na Escola Superior de Guerra (ESG) no Rio de Janeiro. Advogando desde 2005, hoje é sócio do escritório jurídico Medeiros Advogados Associados, que atua na área empresarial, principalmente no ramo do direito tributário.

n Germano Botelho Belchior, Suplente

Advogado, formado pela Unifor-Universidadade de Fortaleza. Empresário do ramo imobiliário, Diretor Superintendente da Alessandro Belchior Imóveis, empresa que juntamente com o irmão Alessandro fundou e dirige desde 1989. Membro da ABAMI Associação Brasileira de Advogados do Mercado Imobiliário.

que o sTF, até pela exposição que teve, tenha aprendido a lição e vol-te a se conduzir pelo combate, pelo fiel combate de idéias.

Como recuperar a imagem da Justi-ça Brasileira?Valdetário Monteiro. O verdadei-ro acesso à Justiça passa por uma advocacia forte e apoiada por seu órgão de classe. Com isso, ganha a sociedade e a cidadania. Portanto, a recuperação da imagem do Ju-diciário vem a partir da celerida-

de na solução das demandas, com o apoio de uma advocacia altiva e cidadã. . E às vezes, celeridade não significa pressa. Algumas pessoas confundem celeridade com pressa. A celeridade quer dizer que os ritos têm de ser cumpridos da forma es-tatuída pelo Código de Processo Ci-vil. Isso não significa dizer que nós vamos atropelar os prazos, que a justiça vai correr de uma forma de-sordenada, não. Rui Barbosa dizia que justiça tardia é uma forma de injustiça. Isso se aplica demais ao

momento que a gente vive no nos-so país. Às vezes, alguém tem um direito líquido e certo, amparado pela lei, mas a demora na presta-ção jurisdicional é tão grande que quando esse direito chega o sujei-to já faleceu e acaba se cometendo uma injustiça. Quem deveria usu-fruir daquele benefício, daquele di-reito, não vai usufruir e, às vezes, não chega nem a poder suceder aos seus herdeiros aquele ganho rea-lizado com tanta dificuldade e em tantos anos de luta judicial. n

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Numa democracia robusta não há a necessidade de defender a liberdade de imprensa porque simplesmente não entra na cebaça de ninguém a idéia de limitá-la, de alguma maneira. A idéia, transposta pelo maior escritor italiano vivo, Umberto Eco, em recente ensaio, não se aplica ao Brasil. Há aqui, em andamento, um hediondo caso de censura à imprensa perpe-trado por renomado membro da família sarney.

Política

para The New York Times a cen-sura ao jornal O Estado de S. Paulo é um dos símbolos do retrocesso da liberdade de imprensa na América Latina. Desde o dia 31 de julho, o jornal e o portal estadao.com.br estão impedidos de publicar repor-tagens sobre a Operação Boi Barrica, desencadeada pela Polícia Federal e que envolve Fernando, filho do sena-dor José sarney. Além de Fernando sarney sua mulher Teresa Murad foi indiciada pela PF por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e por operar instituição financeira sem au-torização. Fernando sarney é o res-ponsável pelos negócios da família no Maranhão. Ele figura com Teresa e com a filha, Ana Clara, como sócio das empresas do grupo, investigadas por suspeita de transações financei-ras ilegais no Estado.

“para a família de José sarney, presidente do senado brasileiro, a enxurrada diária de reportagens so-bre nepotismo e corrupção envolven-do seu nome não dava para aguentar” escreve o correspondente do NYT, Alexei Barrionuevo sobre a tentativa de Fernando sarney para bloquear as reportagens do jornal paulista. A proibição da publicação de textos

DEU NO

referentes ao caso acabou sendo au-torizada pelo desembargador Dácio Vieira.

A reportagem “Jornalistas la-tino-americanos enfrentam nova oposição”, enfatiza que censura ao jornal O Estado de S. Paulo exacer-bou o fato de que em governos po-

pulistas da América Latina “juízes continuam se curvando aos pode-rosos para censurar jornalistas”. O The New York Times cita o cerco aos veículos de comunicação na Ve-nezuela, como exemplo. “O que está ocorrendo na Venezuela pode ser visto em outras partes da América

Jornal americano cita caso de censura na imprensa brasileira e mostra como a América Latina vem sofrendo censura e restrições por parte dos governos de seus países. O caso brasileiro é o do jornal

O Estado de S. Paulo, proibido de publicar informações sobre as investigações contra Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) e investigado pela Polícia Federal

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O senador José Sarney

Latina”, diz Carlos Lauría, coorde-nador do comitê para proteção de jornalistas. O NYT diz que líderes da América Latina têm restringi-do a cobertura crítica da impren-sa e veem a mídia como o grande inimigo.

No começo de agosto, o New York Times já havia tratado do tema Sarney. Acreditava que o escândalo provocado pelas de-núncias contra o presidente do senado, José sarney, paralisaria o governo de Luiz Inácio Lula da silva.

“O líder do senado do Brasil está sob forte pressão para re-nunciar em meio a um escân-dalo de nepotismo e corrupção que ameaça paralisar o gover-no do presidente Luiz Inácio Lula da silva durante o último ano do seu mandato”, afirma a reportagem.

Na prática, o que se viu, foi um sufocamento da crise

pela força, com uma intervenção branca do Palácio do Planalto jun-to à bancada do PT. Até mesmo o senador Aloízio Mercadante, líder do Governo no senado, foi desau-torizado. E sarney saiu ileso no Conselho de Ética onde todas as de-núncias contra ele foram rejeitadas. A melhor tradução para esta crise interna no pT foi dada pelo jornal Correio Braziliense, um dia após a votação no Conselho de Ética, “Es-trela Estilhaçada. O arquivamento das denúncias, no dia 19 de agosto, confirmou tendência anterior. O sena-dor paulo Duque (pMDB-Ap), presi-dente do Conselho, já havia rejeitado as denúncias, mas houve recurso ao plenário do colegiado.

Lula bancou a continuação da aliança com o PMDB de Sarney para manter a “maioria magra” no Senado mas, principalmente de olho em 2010, onde o papel do partido será funda-mental para potencializar a candida-tura Dilma Rousseff. n

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O refrão funk “tá dominado, tá tudo dominado” parece cair como uma luva nos dedos da maioria dos vereadores na Câmara Municipal de Fortaleza onde a gestão municipal do PT tem o controle total da Casa, impedindo o trabalho de parquíssimos vereadores de oposição — não chegam a cinco, numa bancada de 41. isso é mais um desafio para o vereador Marcelo Mendes, o expoente da oposição. Por Lauriberto Braga

NãO há OBRA. NãO há TRANspA-rência. Não há projeto de gover-no. A cidade está largada e en-tregue a um vazio administrativo — é um cenário de absoluto caos. A opinião é do mais atuante ve-reador de Oposição na Câmara Municipal de Fortaleza, o ad-

ministrador de empresas e advogado Mar-celo Mendes (Partido Trabalhista Cristão — pTC), graduado pela universidade Estadual do Ceará e pela universidade de Fortaleza.

Atuante, Mendes tem experiência em admi-nistração como gestor da Regional VI — Gran-de Messejana e adjacências — em Fortaleza, uma

Política

MARCELO MENDE S

A VOZ DAOPOSiÇãO

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Page 27: Revista Fale! Edição 63

das áreas de maior densidade habi-tacional da cidade. Alí implantou projetos de amplo alcance social nas áreas de saúde, educação, meio ambiente e urbanização.

Também foi titular da Secretaria Regional do patrimônio da união — SRPU, quando colocou ordem na casa comprando brigas homéri-cas com empresas que invadiam o espaço público para realização de eventos privados.

Mendes é um voz rara na Câma-ra Municipal de Fortaleza, onde a prefeita Luizianne Lins construiu uma hegemonia a partir de uma heterodoxa estratégia de alianças, reunindo num mesmo saco até mesmo antigos inimigos políticos.

O que mais deixa Marcelo Men-des indiganado é o descalabro ad-ministrativo em Fortaleza, marca-do por omissões como a perda de prazos para cumprir contra-par-tida em projetos, grosseiros erros jurídicos e o inchaço na verba de gabinete da prefeita, que este ano vai para mais de R$ 70 milhões. “Isso facilita o aparelhamento e a cooptação”, diz.

Fale! É possível fazer Oposição num Parlamento, onde a prefeita tem a maioria esmagadora dos membros?Marcelo Mendes. sim, é possível. A questão não é ser Oposição ou ser

Governo, mas de apoiar ou res-peitar, aplaudir ou criti-

car o que é bom ou não é bom para a cidade. É preciso ser indepen-dente, tanto como

Base ou como Oposi-ção, e ter a sensibi-lidade de apoiar o que é melhor para cidade. Dentro desse princípio

de indepen-dência, pelo menos para mim, é muito fácil ser Opo-sição. é mui-to fácil ser um político independen-te. Devo lem-brar também que a minha eleição não teve nenhuma

ajuda da máquina federal, estadual ou municipal. Não faço parte, nem devo satisfação a qualquer grupo político. Isso, para mim é essencial. sou absolutamente independente e isto decorre do fato de que minha candidatura nasceu e amadureceu a partir de experiências outras que tive à frente da Secretaria do Patri-mônio da união, à frente da Regio-nal VI e à frente da Secretaria do Desenvolvimento Econômico. Foi algo natural, que veio depois de muitos anos como agente e gestor público. Mas compreendo e respei-to a delicada situação de outros que têm uma relação de dependência íntima com a máquina, seja ela do grau que for.

Fale! Quais são os maiores indícios de falta de transparência da gestão muni-cipal? Cartão corporativo em segredo de Justiça? Falta transparência na atu-al gestão municipal?Marcelo Mendes. Falta. E a maior prova disto não é sequer essa ques-tão que vem desde o mandato ante-rior, o cartão corporativo. A maior prova de falta de transparência dessa gestão é o fato dos vereadores de oposição não conguirem sequer aprovar requerimentos solicitando informações ao Executivo. Requeri-mentos que às vêzes, por ironia do destino, repetem solicitações que a própria prefeita Luizianne Lins fez enquanto vereadora como é o caso das informações sobre arrecadação no pedágio da ponte sobre o Rio Ceará. O que magoa a todos nós

O que mais magoa a minha

geração é que o PT, no exercício do poder, se revelou mais à Direita do que a própria Direita. Para ter acesso a informações da Prefeitura tenho que entrar com ações na Justiça.”

“que aprendemos a admirar o pT, em quem cheguei a votar no passa-do, quando o pT era de esquerda, é essa mudança de postura ética do partido. O que mais magoa a minha geração é que o PT, no exercício do poder, se revelou mais à Direita do que a própria Direita. Como vere-ador, já fui obrigado a patrocinar mais de trinta intervenções ao Mi-nistério Público Federal, ao Minis-tério Público Estadual e ao próprio Judiciário solicitando informações que me foram negadas pela prefei-tura. somente na 9ª Vara da Fa-zenda Pública tramitam três ações exibitórias de documentos, por mim patrocinadas, para que eu, como vereador, para que a Casa e para que a cidade de Fortaleza te-nhamos conhecimento de informa-ções que deveriam ser abertas, pú-blicas, como manda a Constituição — transparentes. A transparência é um dos princípios do Direito Públi-co, do Direito Administrativo.

Fale! Estas ações têm dado resultado?Marcelo Mendes. O Judiciário é mi-nha última esperança porque a de-pender da Câmara... Não adianta solicitar informações aos gestores públicos da Prefeitura de Fortaleza. Eles não respondem. E, pior, quan-do se traz o mesmo pedido de in-formações para votação em plená-rio, para que a Casa faça o pedido e repita a solicitação que o vereador individualmente fez, a maioria par-lamentar da prefeita vota contra. É incrível que o parlamento munici-pal cerceie um pedido de informa-ção de algo que deveria ser público. Isto é censura prévia. É compreen-sível que se vote contra uma tese, contra uma ideia. Agora, um ve-reador votar contra um pedido de informação de um colega, isso não é digno.

Fale! Trinta milhões de reais do orça-mento no Gabinete da Prefeitura em 2008 e agora em 2009, esse valor vai para setenta milhões, somente com pagamento de consultorias. Isso não é muito? Esse dinheiro é usado em quê? Marcelo Mendes. Isto só Deus sabe. Mas é objeto da uma das ações judi-ciais. Eu acionei o Judiciário e está na 9ª Vara da Fazenda Pública uma ação exibitória de documento para

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que a prefeitura informe quem são os membros desses tais conselhos. É conselho demais e ação de me-nos. É Conselho de Política Estra-tégica, Conselho de Administração Municipal, Conselho de Gerencia-mento dos projetos da Mulher, da Diversidade sexual. Os mais varia-dos Conselhos. Estranha o fato de a prefeitura não querer dizer quem são esses conselheiros, quanto ga-nharam e o que fizeram . Onde está o produto deste trabalho? Ora isso na verdade são recursos nossos. É dinheiro público, do cidadão forta-lezense, indo para o ralo.

Fale! Isso dificulta a ação parlamentar de fiscalizar a gestão de Fortaleza? Marcelo Mendes. sim. O Gabinete da Prefeita, gasta, como gastou no ano passado, quase trinta milhões de reais. Vejam bem. Não são obras. Não houve a execução de uma úni-ca obra. É pagamento apenas de consultoria. E por não entender o que são essas consultorias, para que servem e o que fazem é que en-trei com essa ação. Desconfio que esses tais conselhos servem para aparelhar. é um instrumento de aparelhamento da máquina — a serviço do grupo político da atual prefeita. Tenho a desconfiança que as mesmas pessoas fazem parte dos mesmos Conselhos. Assim como a Agência Reguladora Municipal foi alterada na calada da noite. Foram criadas várias diretorias e cargos e depois se descobriu que o próprio secretário de Governo [Waldemir Catanho] fazia parte da Agência re-cebendo salário como secretário de Governo e um outro como membro da Agência. Então, a ação exibitó-ria de documento que encaminhei pretende simplesmente dar trans-parência a tudo. Finalmente, uma

das ações que eu patrocino, das três, é para se ter acesso aos gastos do Gabinete da prefeita.

Fale! Quais os pontos positivos da atu-al gestão municipal?Marcelo Mendes. Eu não os encon-tro. Francamente, não os encontro. Não é uma gestão executiva. Não é uma gestão obreira, de fazer obras físicas, como foi a administração do ex-prefeito Juraci Magalhães. A gestão não investe na transparên-cia, na boa relação com a cidade, na boa relação com os canais de comu-nicação, com os vereadores, com a Universidade, com as lideranças comunitárias, com as associações. Se fosse uma gestão que se carac-terizasse por isso, pelo menos por conversar com as pessoas, ouvi-las, compreender o que a cidade quer, mesmo que não executasse as de-mandas, mas pelo menos ouvisse as pessoas, mas nem isso. A chefe do Executivo é uma figura ausente da vida da cidade. Não participa

de nada. Não vai a nada. é muito comum não se saber sequer o pa-radeiro dela. simplesmente sumiu nos primeiros 100 dias deste ano. Então isso é ruim. Não há obra. Não há transparência. Não há projeto de governo. A cidade está largada e está entregue a uma espécie de go-roroba administrativa — é um caos.

Fale! Então o cenário é totalmente ca-ótico.Marcelo Mendes. sim. O que o forta-lezense mais percebe e se aborrece, são vias públicas esburacadas, con-trariando uma anunciada operação tapa-buracos que não funciona. A gestão simplesmente não funciona. Mas há coisas bem mais graves do que isso.

Fale! Quais são essas coisas mais gra-ves da gestão municipal? Marcelo Mendes. Saúde e Educação. Estão aí os índices do Governo do Estado e do Governo Federal di-zendo que a Prefeitura tem, ao con-trário do que ela [prefeita Luzianne Lins] diz, investido cada vez menos em Educação. Na Saúde, não exis-te sequer projetos. Eu tenho um projeto de indicação que cria os Centros de Referência de Imagem — CRI. Um em cada Regional. Se-ria um espaço onde a população faria exames específicos de radio-logia, como mamografia, ultrasso-nografia, ressonância magnética. há mais de três mil fortalezenses em filas esperando por um exame dessa natureza. Essas pessoas vão morrer com nódulos, cânceres, com toda sorte de doenças, porque não serão atendidas. Mamógrafos não funcionam, apesar de Lei Federal dar direito às mulheres acima dos 40 a exames semestrais de mamo-grafia. Médicos? Material? Aqui na

Em 2008 o gabinete da

Prefeita gastou mais de 30 milhões de reais só em consultoria e eles se recusam a dizer quem recebeu esse dinheiro e qual serviço foi prestado com esse dinheiro. A meu ver serviu para politicagem.”

O vereador Marcelo Mendes apresentou na Câmara projeto de lei que proíbe fumar em ambientes públicos. “Na verdade a questão não é de restringir o direito individual dos fumantes. Não se quer que as pessoas parem de fumar. Não se quer restringir o direito individual e constitucional que as pessoas têm do seu livre arbítrio.” Ele diz que o

problema do fumo é uma questão de Saúde Pública. “O que se quer é que as pessoas que optarem por não fumar, e por não se envenenar, e por não morrer de enzima, de câncer no pulmão, não sejam obrigadas a aspirar uma fumaça que não é delas.”

Mendes lembra que o Ministério da Saúde, a rede Sistema Único de

Saúde (SUS) já comprovadamente apresentam números dramáticos. A União gasta bilhões de reais na sua rede de hospitais públicos na tentativa de salvar os brasileiros que fumam. O fumo traz prejuízos assim como o álcool também traz prejuízos gigantescos. Não só à capacidade de saúde, mas à capacidade de trabalho. n

VEREADOR QUER PRESERVAR DIREITOS DE NãO-FUmANTES

POLÍTIcA

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A chefe do Executivo é

uma figura ausente da vida da cidade. Não participa de nada. Simplesmente sumiu nos primeiros 100 dias deste ano. Então isso é ruim. Não há obra. Não há transparência. Não há projeto de governo. ”

“Câmara, todos os dias vereadores médicos como Iraugussu Teixeira e Ciro Albuquerque, têm trazido de-núncias gravíssimas. Os médico se obrigam a levar sabão, a levar tinta de impressora para imprimir suas receitas nos hospitais da Prefeitu-ra. Falta tudo.

Fale! Esse cenário que o Senhor vê contaminou toda a gestão, então. Marcelo Mendes. sim. se nós nos dermos ao trabalho de visitar al-gumas obras na cidade, já que es-tamos falando em saúde, os dois postos de saúde da Regional VI, por exemplo, estão com as obras paralisadas. A prefeitura não tem prestado conta das obras na Saúde. É muito fácil ao fortalezense loca-lizar e acompanhar este descaso. Está no site do siaf — sistema Inte-grado de Administração Financeira do Governo Federal.

Fale! A Prefeitura não tem prestado contas dos fluxos financeiros?Marcelo Mendes. Não. Vá ao site da Secretaria do Tesouro Nacional. Vá ao site dos convênios na Controla-doria Geral da união. Verifique o CAUC — Cadastro Único de Convê-nios, que é a Central de Convênios e análise na Caixa Econômica Fe-deral. A Prefeitura não presta con-ta de importantes obras e tem tido contratos cancelados. Eu próprio patrocinei, somente em julho, du-rante o recesso parlamentar, cinco ações por improbidade adminis-trativa porque a prefeitura perdeu recursos federais. Não pode assi-nar contratos e convênios. Perdeu dinheiro nas mais variadas áreas: habitação popular, construção de quadras esportivas, reformas para dar acessibilidade aos deficientes físicos nos terminais. Foram re-

cursos federais perdidos porque a prefeita não cumpriu obrigações fiscais básicas. A Caixa Econômi-ca cancelou os contratos porque a Prefeitura ainda não publicou os restos a pagar dos anos de 2005 e 2006. Vejam o caos, inclusive, fis-cal que nós estamos vivenciando.

Fale! As constantes idas da prefeita Luizianne Lins a Brasília têm dado re-sultado prático para a gestão? Marcelo Mendes. A prefeita deve es-tar indo a Brasília em busca desses recursos perdidos, que a própria gestão dela perdeu. Mas ela deveria ser mais eficiente porque ao con-trário do que se poderia imaginar, a situação não está melhorando. Pelo contrário. Cada vez mais, mi-nistérios, órgãos federais têm seus repasses comprometidos porque a Prefeitura não presta conta de suas ações. se ela está indo a Brasília; e se é mesmo a Brasília que ela está indo; e se ela está na busca desses recursos, as visitas e as idas não

têm sido exitosas. por aqui esse di-nheiro não está chegando.

Fale! O senhor acha que a Câmara de Vereadores de Fortaleza exerce de fato seu papel de fiscal do Executivo Municipal?Marcelo Mendes. Os vereadores ain-da não compreenderam o que é ser Oposição e o que é ser situação. Na verdade, o que temos que entender é que ser Governo ou ser Oposição é defender teses. é defender ideias. É defender projetos. Não acho dig-no que o vereador vote contra o di-reito de outro vereador de querer saber quanto a Prefeitura arrecada com a Contribuição de Iluminação Pública, por exemplo. Eu não acho correto que um vereador cale outro porque este requereu informações sobre prestação de conta da Pre-feitura na área da saúde, ou sobre multas de trânsito. Ter acesso a estas informações é um direito de todos. se um vereador não for in-cisivo na fiscalização, no acompa-nhamento dos gastos públicos, não estará cumprindo seu papel. E se a própria Casa, o próprio plenário não permite isso, seus próprios co-legas querem calá-lo, não há senti-do de estar aqui. Não passa pela ca-beça de ninguém que um candidato entre em guerra eleitoral, se eleja, e venha para uma casa legislativa cercear o direito à informação so-bre o erário. Não é justo constran-ger colegas que buscam jogar luzes sobre as contas públicas. Eu não acho isso correto.

Fale! Nessa sua linha, o slogan For-taleza Bela, usada pela Prefeitura, é totalmente irreal? Marcelo Mendes. Esse slogan virou uma piada. Já é objeto de piadas populares. Onde andamos, seja

FORTALEzA PODE SE TORNAR UmA cIDADE LImPAProjeto de Lei Complementar

de autoria do vereador Marcelo Mendes (PTC) tem como objetivo eliminar a poluição visual na capital cearense. Inspirado no exemplo de São Paulo, que entre dezembro de 2006 e junho de 2009, retirou das ruas, os excessos, em todos os tipos de publicidade externa, tais como outdoors, painéis em fachadas de

prédios, backlights e frontlights. Em três anos, o “Cidade Limpa”

gerou mais de 3 mil multas em São Paulo. O número representa pouco mais de 20% das irregularidades constatadas. Só no primeiro ano de vigência da Lei, a Prefeitura de São Paulo arrecadou mais de R$ 60 milhões em multas, e obteve 63% de aprovação da população paulistana.

Mas não é precisamos ir até São Paulo para ver o exemplo de uma cidade que disciplinou a chamada mídia exterior. Em Sobral, uma das principais cidades do Ceará, houve um enorme ganho na qualidade das fachadas com a despoluição e remoção de placas. Isso se deveu por uma decisão política do gestor com amparo legal, e iniciada ano 2000. n

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na praça do Ferreira, seja nos ter-minais de ônibus, no plenário da Câmara, nos corredores, na As-sembleia, esse slogan é motivo da chacota. Eu acho que insistir nes-se slogan é um escárnio. Fortale-za Bela — é fazer muito pouco da inteligência do fortalezense. Num primeiro momento, quando ela chegava ao poder e identificou que a cidade necessitava de um choque rápido, prometeu em 120 dias lim-par, pintar, tapar buraco, asfaltar, corrigir e transformar aqueles 120 dias numa operação de urgência. Mas nem isso ela fez. Adotou o slo-gan que, em tese, esperávamos que fosse temporário, como um slogan de gestão, de Governo, isso ultra-passou o primeiro mandato e agora no segundo mandato continua in-sistindo nessa Fortaleza Bela. For-taleza Bela virou uma brincadeira, e agora numa brincadeira de muito mau gosto.

Fale! A assessoria jurídica da Prefeitu-ra tem cometido falhas ou não é con-sultada. Dois vereadores do PSB [Elia-ne Novais e Elpídio Nogueira] foram

indicados para secretários quando legalmente não poderiam assumir.Marcelo Mendes. Esses são apenas dois exemplos, mas poderia citar uns três ou quatro por dia. por exemplo, nesta mesma época também foi con-vidada para ser ouvidora geral do Município, a ex-vice prefeita Isabel Lopes, que por ter filiação partidária também não poderia ocupar o cargo. Das duas, uma, e as duas coisas são muito grave: ou a prefeita tem uma excelente assessoria e não a ouve ou a prefeita ouve essa assessoria e esta é absolutamente incompetente. Não cabe na cabeça de ninguém, não é razoável, não é de se imaginar que por exemplo, uma prefeita altere a estrutura de uma agência regulado-ra e não encaminhe para a Câma-ra o projeto de lei criando cargos e salários. Me parece muito com a estória dos atos secretos do Senado. Porque criar cargos, dar salários e não dar publicidade a isso é ilegal. A prefeita não fez o envio à Câmara para a competente aprovação. Tudo ficou restrito ao Gabinete. A prefei-ta, em repetidas vezes, tem pratica-do erros primários, grosseiros, que

constrangem à administração e ao fortalezense. E o mais grave: deixa em todos nós a sensação de inse-gurança, de estarmos desprovidos da proteção estatal, sem comando. O fortalezense não se sente seguro, não se sente administrativamente protegido.

Fale! O caso do Marina Hotel, se apli-ca aqui?Marcelo Mendes. A ideia da prefeita de desapropriar o Marina hotel é um exemplo desse constrangimen-to e desconhecimento da legislação. O Marina é construído numa área que é terreno da união, é uma área federal. Onde já se viu um Municí-pio desapropriar uma área federal? Como é que a prefeita da quinta ci-dade do País vem a público para di-zer que tem a ideia de desapropriar um imóvel da união? para ser leva-da a público uma ideia dessa natu-reza deveria ter sido minimamente estudada. Mas não, fez-se a aberra-ção. A Câmara, os agentes políticos públicos, o cidadão fortelezense em todos os dias são presenteados com essas tolices. n

OPOSIÇÃO ATuANTE. Marcelo Mendes entre os veradores Dr. Ciro (PTC) e Plácido Filho (PV) à esquerda, e à direita Roberto Mesquita (PV). alguns do vereadores que formam o bloco de oposição na Câmara de Fortaleza

POLÍTIcA

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R$ 80 BiLhÕES EM AÇãO

O custo da Copa de 2014 no Brasil. Segundo orçamento prévio apresentado por estados e municípios, as obras para a Copa de 2014 deverão chegar a quase R$ 80 bilhões, a maior parte dos investimentos serão feitos com dinheiro público

Economia

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R$ 80 BiLhÕES EM AÇãO

Segundo levantamento feito pelo portal G1 o custo total das obras para a realização da Copa de 2014 no Brasil ficará em torno de R$ 80 bilhões, valor que supera em 30% o investimento da petrobras – maior empresa brasileira no ano de 2008, (R$ 53,8 bilhões), de acordo com dados da

própria estatal petrolífera. Para se adequarem aos encargos

exigidos pela FIFA as cidades-sede, precisam de grandes investimentos tanto na infraestrutura esportivas quanto em outras aéreas como trans-porte e telecomunicação. Projetos

modernos para estádios, ferrovias, aeroportos e pontos turísticos estão presente em todas as sedes.

Governos estaduais e prefeituras estão buscando recursos de varias formas para viabilizar seus planos,

principalmente com o Governo Fe-deral, seja com recursos do Plano de Aceleração do Crescimento – PAC, financiamento de bancos oficiais ou até mesmo por meio de emendas par-lamentares.

O ministério dos esportes afirma que não existe um valor fixo estima-do dos custos com as obras de infra-estrutura para a Copa do Mundo. Muitos projetos, como a reforma do Estádio Mineirão, em Belo horizon-te, não possuem valor estipulado de quanto será gasto neles, alem de ou-

REVISÃO. O projeto do estádio amazonense sofreu auterações para diminuir os custos, de R$ 580 milhões para R$ 400 milhões. Foi retirado do projeto o teto retrátil e o acabamento em granito. O Estado só possui um time que disputou em 2009 a quarta divisão do Campeonato Brasileiro. FOtOs diVuLgAÇÃO

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tros possíveis empreendimentos que nem mesmo a origem do dinheiro a ser investido foi definida pelos comi-tês organizadores locais.

Setores de infraestrutura como transporte e telecomunicações terão os maiores investimentos. Estão pre-vistas, em todas as sedes, a construção de diversas rodovias e ferrovias – de vários tipos: trem bala, metrô de su-perfície, etc. – sem falar nas reformas e ampliações de todos os aeroportos. É de fundamental importância a me-lhoria do serviço de telecomunicações no estádios, principalmente internet banda larga para os profissionais que trabalharão nas partidas.

Os estádios por sua vez são um verdadeiro caso à parte, 9 das 12 are-nas que sediarão as partidas do mun-dial de 2014 são de propriedade do poder publico, algumas delas como em Cuiabá, Manaus e salvador, se-rão demolidas para uma nova cons-trução. Em são paulo, porto Alegre e Curitiba, as melhorias na infraestru-

tura esportiva deverão ser bancadas pelos proprietários e seus parceiros, sem o dinheiro do contribuinte, se-gundo o presidente da Confederação Brasileira de Futebol – CBF, Ricardo Teixeira. Fato que o mesmo, em en-trevistas mais recentes, afirmara ser impossível, e que clubes como o São Paulo Futebol Clube já procurou o Banco Nacional de Desenvolvimen-to Econômico e Social – BNDES, para financiamento do estádio do Morumbi. As arenas esportivas que pertencem aos estados e prefeituras terão reformas e melhorias com di-nheiro público ou através de parce-rias com a iniciativa privada. Apesar do ministro dos esportes Orlando Silva afirma que não será colocado nenhum centavo do cofre do Gover-no Federal em estádios.

A demora do governo federal em promulgar decreto-lei que isente as cidades-sedes da Copa de 2014 do pagamento de impostos na compra de materiais de construção pode

Ricardo Teixeira admite necessidade de dinheiro público

Depois de afirmar, categoricamente, que a Copa do mundo seria toda custeada pela iniciativa privada o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Ricardo Teixeira mudou seu discurso. Em entrevista concedida ao jornal Estado de S. Paulo, o manda-chuva do futebol brasileiro coloca como impossível realizar um mundial sem a participação de recursos públicos.

Teixeira, que também preside o comitê organizador da Copa 2014, lembrou que a maioria dos estádios escolhidos é de propriedade dos governos estaduais e prefeituras, “Esses estádios são do governo. Necessariamente, (a reforma deles) vai ter que envolver governo” ponderou.

O ministro dos esportes, Orlando Silva, reiterou que não haverá dinheiro do governo federal na construção e reforma de estádios. Os governos estaduais, em contrapartida, reconhecem o uso de dinheiro de seus cofres para as obras.

A DINHEIRAMA DA COPA. Estado do Mato Grosso já gastou em torno de R$ 20 milhões sem que um tijolo tivesse sido colocado na cidade. Os recursos foram utilizados para elaboração dos dois projetos para o Estádio Verdão. O primeiro projeto da Castro Mello Arquitetos Ltda custou modestos R$ 500 mil, se comparado ao segundo, da GPC Arquitetura, R$ 14,2 mihões. Foi também contratada pelo Estado a Deloitte Touche Tohmatsu por R$ 4,2 milhões, para exercer a consultoria financeira do projeto. Por outra serviço de consultoria foi pago R$ 762 mil para a Exe Extrategy Turismo. Os contratos foram abrigados na Secretaria de Desenvolvimento do Turismo.

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comprometer a reforma do Estádio Beira-Rio, em porto Alegre. “se não houver isenção de impostos de im-portação, IPI, PIS e Cofins, o Inter- nacional deixa de se preocupar com a Copa, avisou Emídio Ferreira, vice de patrimônio do clube gaúcho.

Dirigentes do são paulo Futebol Clube fazem coro, e exigem do Gover-no Federal uma definição “sobre as regras” para financiamento das obras através do BNDES. O clube necessita de R$ 250 milhões para a reforma.

Os organizadores da Copa afir-mam que grande parte das obras será custeada pelas chamadas PPPs (parcerias pública-privada), mas que vem enfrentando dificuldade para “levantar” o capital necessário com parceiros. Muitos projetos estão sen-do questionados sobre sua viabilida-de e funcionalidade após a copa e po-dem não ter recursos aprovados.

Enquanto algumas cidades tra-balham para reduzir custos e viabi-lizar financeiramente seus projetos, Brasília joga pesado para assegurar a abertura da Copa e superar as con-correntes São Paulo e Belo Horizon-te. O Mané Garrincha, que terá 80% de sua estrutura reconstruída, é o es-tádio mais caro, estimado em R$ 700 milhões. A capital federal, por ser uma cidade planejada, possui poucos problemas urbanos para solucionar dentro do plano piloto, onde as ações da Copa devem se concentrar.

Em Fortaleza, o comitê organi-zador afirma que já possui R$ 5,8 milhões garantidos pelos governos Municipal, Estadual e Federal do to-tal de R$ 9,4 bilhões previstos para os investimentos que serão feitos na capital cearense. Mais da metade deste valor, praticamente todo vindo do poder público, será gasto na esfe-ra do transporte, um dos mais graves problemas estruturais da cidade.

É preciso lembrar que de acordo com a CBF, a cidade que não cumprir o cronograma exigido pela FIFA será substituída, sendo assim, governos municipais e estaduais desde já, cor-rem contra o tempo a fim de que toda estrutura saia do papel até o fim do prazo, para evitar transtornos como os que têm acontecido na África do sul, sede do próximo mundial em 2010, onde os operários entraram em greve atrasando todo o planeja-mento da FIFA e do comitê organi-zador sul-africano.

Os comitês locais das 12 cidades-sede participaram do II Seminário para as Cidades-Sede da Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014, foram três dias de reuniões no Hotel Windsor, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Cada cidade recebeu as orientações e pedidos de modificações para os projetos dos estádios.

Foram encontros individuais entre a comitiva da Fifa, membros do Comitê Organizador da Copa, e os comitês de cada cidade, com duração de mais de uma hora cada, com ênfase na apresentação pela Fifa dos elementos críticos em relação ao projeto definitivo dos estádios, incluindo aspectos econômico-financeiros.

Os homens da Fifa não pouparam críticas a alguns projetos, e a todos foram solicitadas modificações. A entidade está preocupada com as acomodações e condições técnicas para o trabalho da imprensa durante o mundial.

Para Fortaleza, o Secretário do Esporte, Ferruccio Feitosa, afirmou “que nenhuma das observações vai impactar fortemente no projeto, pelo contrário, são apenas pequenos ajustes”, assim o projeto do Castelão, considerado arrojado, não sofrerá atrasos, e o edital de licitação por ser publicado o mais rápido possível, e as obras inicias em fevereiro de 2010.

Já, o projeto do estádio da Arena da Baixada, por exemplo, passará por duas mudanças significativas. Para receber os jogos da Copa de 2014, o estádio curitibano deverá ter 41.700 assentos, 500 a mais que no projeto original, mas poderá dispensar a construção da cobertura, um dos itens mais caros da obra.

A outra mudança atinge a área de TV Compound, onde ficam os equipamentos de geração de imagens para televisão. Este setor será realocado, aproximando-o do estacionamento dos caminhões de transmissão. A mesma solicitação também foi feita ao projeto do estádio Arena das Dunas, em Natal.

Segundo estimativas da Fifa, a Copa da 2014 deve ser a mais assistida de todos o tempos, por

acontecer em um país que é sinônimo de futebol para o mundo. Vem daí tanta preocupação com a imprensa.

O estádio Vivaldão, em Manaus, não terá mais a cobertura retrátil, considerada muito cara. Ao invés disso para minimizar os danos de 400mm de chuva que chegam a cair na cidade por mês, o comitê investirá em um profundo estudo para otimizar a drenagem do gramado.

No estádio da Fonte Nova, em Salvador, a comissão da Fifa solicitou a criação de um acesso único para os times e entradas diferenciadas para áreas VIP e imprensa. Mas o projeto arquitetônico permanece inalterado. Uma das preocupações dos baianos é reconstruir o estádio – a Fonte Nova será totalmente demolida – com as mesmas características originais, como o formato ferradura, por exemplo. Para isso, durante o mundial, esta área deverá receber ações de receptivo e comércio ligado ao futebol.

O projeto do Morumbi, em São Paulo, se mostra até agora mais problemático para os especialista da Fifa. O estádio necessita de adequações especialmente em relação ao setor destinado à imprensa, áreas VIPS e zonas de hospitalidade destinadas aos patrocinadores da Fifa e ao público que vier pela empresa de turismo da entidade internacional.

São Paulo deseja sediar a partida de abertura do mundial, sendo o jogo que recebe atenção tão grande quanto a partida final. Assim, a Fifa exige para as zonas de hospitalidade, uma área de 85 mil metro quadrados, “Já temos 35 mil metros quadrados dentro do clube para isso. Vamos arrumar alternativas”, prometeu Caio Luiz de Carvalho, presidente da São Paulo Turismo – SP Turis, e coordenador do Comitê de São Paulo para o Mundial.

A próxima visita da Fifa ao Brasil será nos dias 28, 29 e 30 de setembro, quando acontecem, no Rio de Janeiro, as reuniões do presidente da Fifa, Joseph Blatter, com os presidentes das confederações de futebol, e as reuniões do Comitê Executivo da entidade.

FIFA pede mudanças em todos os estádios

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EcONOmI A& NEgócIOS

Page 37: Revista Fale! Edição 63

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250

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ões.

Page 38: Revista Fale! Edição 63

Sempre prudente em suas opiniões sobre macroeconomia, o ministro Mantega arrisca afirmar, com base em dados do PiB, que a crise é coisa do passado no Brasil, mas defende ainda a presença do Estado como estimulador da economia

O MINIsTRO DA FAzENDA, GuIDO MANTEGA, não pre-viu o início da crise mundial deflagrada nos Estados Unidos, a exemplo do economista Nouriel Roubini. Mas pare ele a crise financeira ficou para trás, no Brasil. O país está em processo “de franca” recupe-ração. “A economia brasileira já está crescendo de 4,5% a 5%”, comemora Mantega, para quem o su-

cesso brasileiro contrasta com as dificuldades enfrentadas pelas economias avançadas, que começam a dar sinais de retomada “lenta, difícil e gradual”. Um dos motivos da euforia de Man-tega é que o PIB do Brasil cresceu entre 1,8% e 2% no segundo trimestre deste ano, na comparação com os primeiros três me-ses de 2009. Por conta disso, ele espera um crescimento de 1% do pIB neste ano, e espera aumento de 5% em 2010. “Estamos no rumo certo, sem necessidade de correção.” Para reduzir riscos na economia global, o Brasil através de Mantega defendeu, em Londres, na reunião do G20 — grupo de países em desenvolvimento —, que a inter-venção do governo na economia seja mantida até que a recuperação glo-bal esteja consolidada.

Mantega não acredita na tese de possível recaída da economia mundial. segundo ele, a retomada vai ocorrer em ritmos diferentes e demonstrar que os países avança-dos “são os mais debilitados” e que precisam dos emergentes puxando o crescimento. “Quem vai puxar o crescimento somos nós. Pode haver

um ou outro país euro-peu que fique melindrado, aborrecido. Isso não vai im-pedir que o G20 se torne a instituição mais importante da economia mundial.”

O Brasil quer, e isso é consis-tente, a regulamentação do sistema financeiro internacional. “Não se consolidou ainda uma nova arquite-tura com regras mais claras, com li-

GUiDO MANTEGA

NO BRASiL, CRiSE FiCOU PARA TRáS

EcONOmI A& NEgócIOS

38 | Fale! | SETEMBRO dE 2009 www.revistafale.com.br

Page 39: Revista Fale! Edição 63

mites para a ação do capital especu-lativo. O Brasil já tem isso e eu vou apresentar uma proposta de como ter isso em escala internacional.” Nesta linha, estão as cobranças de aceleração no processo de reformas no Fundo Monetário Internacional (FMI) capitaneadas pelo Brasil num bloco de países emergentes. Por pressão do próprio grupo, a data da reforma foi antecipada de 2013 para 2011, mas Mantega quer que já fique claro, na reunião de Pittsburgh, nos Estados Unidos, que o percentual de cotas sairá das mãos dos países de-senvolvidos.

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3,50

Mercado acompanha otimismoO Banco Central informa mensalmente o resultado da pesquisa Focus, que constatou a evolução da expectativa do Produto Interno Bruto — PIB, após o susto do primeiro trimestre de 2009

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Segundo o Focus, a previsão ainda é para a retração do PIB em 2009, enquanto para 2010, governo e empresários apontam a total recuperação da economia no país. Quem mais deve sofrer com a retração do PIB é o setor industrial, que assim só voltaria definitivamente a navegar em mares menos revoltos, no próximo ano.

Guido Mantega está tão otimista com os números, que afirmou em entrevista a BBC, em Londres, que o Brasil pode se tornar a quinta maior economia do mundo na próxima década, e que foram criadas as condições para o país crescer anualmente 5% a 6% por vários anos.

Ainda é cedo para abandonar

a política anticíclica [quando o Estado gasta mais para estimular a economia]. O Brasil gastou 1% do PIB para reativar a atividade econômica, menos que os países desenvolvidos, e a economia ainda não tem condições de caminhar sozinha. ”

“Janeiro de 2011 é uma data boa, mas quero antecipar o início da dan-ça. propomos que 7% das ações que estão com os países ricos passem aos emergentes e que tenhamos igualda-de acionária”, disse. Ele acrescentou que, com isso, países como Brasil, Ín-dia e China podem pôr mais dinheiro no fundo. “sabemos que, mesmo an-tes dessa crise, o Bric [grupo forma-do por Brasil, Rússia, Índia e China] e emergentes, já estavam à frente do crescimento. Depois dessa crise, isso será ainda mais verdadeiro.”

Mantega acredita que o fortaleci-mento do G20 em detrimento do G8 — composto pelos sete países mais

industrializados do mundo e a Rús-sia — está vindo “espontaneamente”. “Nunca vi tanta reunião do G20. Já é o fórum mais importante da economia mundial e representa os países mais importantes do globo, mais de 80% do pIB [produto Interno Bruto, a soma de bens e serviços produzidos por to-dos os países do planeta] mundial.”

A má notícia é que a taxa de de-semprego nos Estados unidos subiu para 9,7% em agosto, o maior nível desde junho de 1983, quando atingiu 10,1%. A previsão dos analistas era de que a taxa ficaria em 9,5% em agosto. Em julho, a taxa de desemprego foi de 9,4%, dado que não sofreu revisão.

No bloco econômico do Bric — ex-pressão criada pelo Banco Goldman Sachs, para designar os quatro países emergentes com maior potencial de crescimento do mundo: Brasil, Rús-sia, Índia e China — Mantega defen-da a poposta do Brasil de substitui-ção do dólar por moedas locais no comércio entre os quatro membros do bloco. “Temos que amadurecer essa proposta, ou com troca em mo-eda local ou com swaps, créditos re-cíprocos em moeda local”. Estudos e projeções apontam que, até 2050, o Bric terá o mesmo peso dos paí-ses desenvolvidos (G6) na economia mundial. n

O relatório Focus é um informe que relata as projeções do mercado com base em consulta a instituições financeiras. As projeções referem-se às principais variáveis macroeconômicas brasileiras esperadas para os meses seguntes do, além dos dados projetados para o posterior.FOnte BAnCO CentrAL

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EDITORA

EcONOmI A& NEgócIOS

Em suas revistas de informação como Veja e Exame a Editora Abril defende o livre mercado, a concorrência limpa sem os truques do dumping ou da cartelização — dois crimes contra a economia popular. Na prática, ele quer dominar o mundo

A EDITORA ABRIL, QuE EDITA REVIsTAs COMO VEJA, EXAME e Playboy é reconhecida pelo seu grau de excelência edito-rial e pelo domínio de uma incrível logística de distribui-ção, dentre outras coisas. Mas, nos últimos meses, uma atitude da empresa tem chamado a atenção do mercado, principalmente dos pequenos editores. A Abril, que já é

dona da distribuidora Dinap, a maior do setor no Brasil, comprou a principal concorrente, a Fernando Chinaglia, formando clara-mente um monopólio e acendendo ao sinal vermelho no merca-do, principalmente junto a quem edita publicações concorrentes e depende de distribuição para chegar ao ponto de venda.

Há claramente uma concentração enorme de poder, embora os sábios do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) não vejam isto. Assim, no dia 26 de agosto, o Cade, aprovou por unanimidade a aquisição da Fernan-do Chinaglia Distribuidora, pelo Grupo Abril.

A fusão foi anunciada em setembro de 2007, com o objetivo de unificar logística e distribuição. Desde então, o Cade analisava o negócio. No dia 26 de maio deste ano, o Cade havia recomendado a rejeição do negócio, temendo uma concentração no setor de distribuição de revistas e publicações.

A Dinap — Distribuidora Nacional de Publicações —, do Grupo Abril, detém cerca de 70% do mercado, e a Fernando Chinaglia 30%. A transação manteve administração e operações das duas empresas funcionando separadamente. A quem as distribuidoras darão preferência na distribuição? À revista Veja, da Abril, ou às suas concorrentes IstoÉ, Época ou CartaCapital?

O gosto pelo monopólio é tão grande na Abril que redes de supermercados só distribuem revistas daquela editora, por força de contrato.

EDiTORA ABRiL

É MAiS QUE UM CARTEL

O Grupo Abril assegura que manterá sua política de não-exclu-sividade no serviço de distribuição de revistas para pontos de vendas, sejam distribuidoras regionais ou editoras. Douglas Duran, vice-pre-sidente de Finanças e Controle do Grupo Abril, diz que a resolução do Cade favorece o mercado como um todo.

Mesmo com restrições do Cade que proibe as distribuidoras de privilegiarem as revistas da Abril, há claramente uma concentração enorme de poder nas mãos daque-la editora.

A fusão entre Dinap e Chinaglia é um risco à democratização do se-tor. para Renato Rovai, editor da revista Fórum, distribuída pela Chi-naglia, se todo o mercado de distri-buição se concentrar nas mãos de uma única empresa, cria-se um “ris-co grandíssimo” de que ele seja ma-nipulado. “Sempre fizemos críticas à Veja. será que a empresa da Abril vai continuar distribuindo nossas revistas?”, questiona Rovai. n

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por roberto Costa

Autos&MáquinasAuDI A6. Chega esbanjando design, conforto, desempenho, segurança além de mais respeito ao meio ambiente.

AAuDI, uMA DAs MARCAs mais respeitadas em todo o mundo, chegou ao Brasil de forma avassaladora, tor-nando-se em pouco tempo a mais desejada, superando

de forma convincente outras mais conhecidas do mercado nacional. Tal desempenho cresceu principalmente com o advento da linha A4, fabricada em são José dos pinhais, no paraná. Com mudanças na distribuição e o encerramento da produção nacio-nal, a Audi passou por um momento vegetativo com uma participação no mercado oscilante e, praticamente,

limitada aos modelos mais tradicio-nais que apenas eram atualizados ano a ano. Mas o momento atual, por que passa no Brasil, mostra que tal comportamento já é coisa do passado e a liderança do mercado Premuim, conquistada na Europa recentemen-te, serviu de inspiração para que o mesmo ocorresse por aqui, após a implementação de uma forte mudan-ça na política comercial comandada por Paulo Kakinoff.

O desempenho atual fala por si e embora Kakinoff não tenha ofere-cido números reais, confirmou que até julho passado já haviam sido

comercializadas no Brasil a mesma quantidade de unidades de todo o ano passado, e a perspectiva é fechar 2009 com duas mil unidades, ou seja, quarenta por cento de crescimento. O Nordeste, mesmo não tendo distri-buidores em algumas cidades impor-tantes para a marca como Fortaleza e Natal, é a região que mais cresceu no seguimento Premuim, em particular pela performance de Salvador e Reci-fe onde a Audi lidera com folga. Mas para isto não só basta boa vontade ou uma marca forte. E partindo desta premissa a Audi além de implantar uma ousada política de marteking

É CLASSE A

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resolveu disponibilizar no Brasil pra-ticamente toda sua linha trazendo um novo modelo a cada dois meses, sendo a versão 2010 do Audi A6 a mais recente a desembarcar por es-tas bandas.

O novo Audi A6 chega esbanjando design, conforto, desempenho, segu-rança, além de mais respeito ao meio ambiente, impulsionado pelo novo motor V6, de três litros, com turbo compressor acionado por correia (blower) que oferece mais desempe-nho e conforto que os convencionais, pois trabalha suavemente sem os tra-dicionais “trancos” do sistema.

O câmbio é o Tiptronic, de seis ve-locidades, com programa dinâmico para troca de marchas e função Sport. Tem engates rápidos graças à dupla embreagem que mantém a marcha

seguinte pré-programada, gerando mais desempenho e auxiliando na redução do consumo de combustível que pode chegar a 9,6 km/l, em uso misto cidade/estrada. Ainda, segundo dados do fabricante o novo A6 acele-ra de 0 a 100 km/h em 5,9 segundos. Com este desempenho sendo superior a diversos V8 com até vinte por cento mais de potencia, sua velocidade má-xima está limitada eletronicamente a 250 km/h e sua pilotagem é facilitada pela tração integral Quattro

Visualmente, o novo Audi A6 traz uma esportividade pouco comum ao seguimento, e mesmo sendo um se-dan quatro portas, traz ares de cupê com frente baixa, onde a tradicional grade do radiador identifica facil-mente sua origem e se integrando os traços delicados de seu perfil com

poucas curvas, onde calotas ou rodas de liga leve no pacote Sport se so-bressaem. Na traseira, o porta-malas mesmo sendo amplo, pouco aparece com lanternas horizontais ilumina-das por leds.

Mas é ao entrar no A6, logo nota-se muito conforto e tecnologia para seduzir até o mais tradicional dos motoristas, notadamente pelo acaba-mento em materiais nobres e muito couro e acessórios diferenciados para o pacote Sport que inclui bancos, vo-lante que traz o sistema de troca de marchas por mini alavancas, estan-do entre os equipamentos de série o Keyless Entry no qual o condutor pode acionar abertura das portas e o motor com a chave no bolso e o MMI –Multimedia Interface- onde o condutor pode interagir com pra-ticamente todas as funções do carro, além de seis air bags, entre frontais, laterais dianteiros com proteção para a cabeça e traseiros.

Entre os opcionais se destaca o Adaptive Cruise Control, um piloto automático, que mantém velocidade e distância mínima, pre determinada para outro veículo, oferecendo segu-rança extra em locais de pouca visi-bilidade.

O novo Audi A6 pertence ao lu-xuoso mercado Premium, destinado a felizes abonados, dispostos a pa-gar R$ 279.700,00 na versão sport Quatto ou R$ 294.700,00 na versão sport plus Quattro.

Quem se habilita? n

AuDI A6. Visualmente o novo Audi A6 traz uma esportividade pouco comum ao seguimento.

Num ano com muitas novidades a Nova Saveiro é um dos lançamentos mais importantes da Volkswagen do Brasil. Além de ser um veículo inteiramente novo, a picape chega

Nova Saveiro cabine Estendida

com uma versão cabine estendida, opção que deverá atrair um maior número de consumidores. Totalmente renovada, a nova pick-up chega com a pretensão de atender

às exigências do uso comercial bem como daqueles que procuram um veículo para o lazer.A Nova Saveiro compartilha com o Gol e o Voyage o motor 1.6 VHT FLEX e a transmissão de cinco velocidades em suas duas versões: 1.6 e1.6 Trooper que podem receber o pacote Trend, onde diversos opcionais formam um kit estético. As verões com cabine simples e estendida foram desenvolvidas para proporcionar ao motorista e passageiro um melhor nível de conforto, com mais disponibilidade de espaço. Entre diversos itens incorporados estão: vigia traseira, com janela deslizante,estepe sob a carroceria que somente pode ser acessado abrindo a tampa da caçamba que dispõe de chave, além de sensor de estacionamento no para-choque traseiro.

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FOtO JArBAs OLiVeirA

fesTa DO anuárIOO GOVERNADOR DO CEARá CID GOMES e a prefeita de Fortaleza Luizianne Lins puxaram a lista de autoridades no lançamento da nova edição do Anuário do Ceará, uma das mais antigas publicações do Estado, tendo como anfitriã a jornalista Luciana Dummar, presidente do jornal O Povo e do Grupo de Comunicação O Povo

persona

www.revistafale.com.br44 | Fale! | SETEMBRO dE 2009

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anuário. personalidades cearenses compareceram à prestigiada festa de lançamento do Anuário do Ceará 2009, anfitrionada pela presidente do grupo de Comunicação O povo, jornalista Luciana dummar, no La maison dunas. FOtOs JOsé rOdrigues

Luciana Dummar, José Pimentel e Fábio Campos

José Antônio Parente, Cid Gomes e Luizianne Lins

Francisco Cordeiro, Honório Pinheiro e Eunício Oliveira

Julinho Ventura, Salmito Filho e Ernani Barreira

César Asfor, Luciana e Dummar Neto

Luciana recebendo Sérgio Machado Roberto Macêdo e Lúcio Brasileiro

Eneida e Álvaro de Castro Corrêa Cristiane e Ferruccio Feitosa

Cida Parente, LB, Sônia Pinheiro, Jocélio Leal e Valéria Cavalcante

personaL u i z C A r L O s m A r t i n s

Eunício Oliveira e jornalista Inês Aparecida

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reConHeCiMenTo. Faculdade de direito da uFC promoveu lançamento do livro estudos de direito Constitucional – teoria da Constituição, direitos Fundamentais e Jurisdição, organizado pelos professores paulo Bonavides, germana moraes e roberto rosas, em homenagem ao ministro César Asfor. FOtOs rOdrigues

Roberto Rosas, César Asfor, Paulo Bonavides e Germana Moraes

Napoleão Nunes Maia e César Asfor Rocha

Homenageado com Juliana e Jorge Pires

Autografando para Tales de Sá Cavalcante

César e Magda Asfor Rocha

Fernando Ximenes e Byron Frota

Obra para Paulo Régis Botelho e Fernando César Mesquita

personaL u i z C A r L O s m A r t i n s

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personaL u i z C A r L O s m A r t i n s

MériTo CulTural. pedro Henrique saraiva Leão presidiu cerimônia comemorativa dos 115 anos da Academia Cearense de Letras. no script: abertura das inscrições do prêmio Osmundo pontes de Literatura e entrega de diploma do mérito Cultural à diversas personalidades. FOtOs rOdrigues

Casais Pedro Henrique Saraiva Leão e Murilo Martins Lúcio e Beatriz Alcântara Edyr Rolim

Auto Filho e Luciano Moreno Mino entre Mana e Pedro Henrique, presidente da ACL Ednilo Soarez Lúcia e Ernani Aboim

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Produção CulTural. O ministro ubiratan Aguiar, presidente do tribunal de Contas da união, lançou seu quinto Cd, durante solenidade realizada na loja desafinado. FOtOs rOdriguespersona

L u i z C A r L O s m A r t i n s

Dimas Macêdo e Ubiratam Aguiar

Jorge Parente e Ubiratan Aguiar

Ministro e Estênio Campelo

Terezita com Ítalo Catunda e Silvana Frota

Ubiratan e Expedito Borges

Compositor e Humberto Cavalcante

Luis Gastão Bittencourt e Guedes do Ceará

Luiz Marques e Regina Aragão

Auxiliadora Henrique e Ariston Pessoa

Roberto Pessoa e Valmir Campelo

Marco Aurélio Aguiar e Ubiratan Aguiar

Ao lado de Falcão

Juarez Leitão na fila do autógrafo

Lúcio Alcântara

Terezita Aguiar com o personagem da noite

Ministra EllenGrace, Roberto D’Ávila, Lúciana Dummar e Ubiratan Aguiar

Page 49: Revista Fale! Edição 63

noiTe liTerária. O médico e artista plástico isaac Furtado lançou o seu livro “ mosáicos da santa Casa, nos jardins da maison tânia Jóias. na ocasião, ele apresentou uma exposição de trabalhos relacionados ao tema da obra. FOtOs AustOn

personaL u i z C A r L O s m A r t i n s

Isaac entre Marilena e Eduardo Campos

Anfitriões Isaac e Cheyla Furtado

Júnior Mano, Cheyla e Gabriela Mota Morgana e Manuel Linhares

Valmir Torres

Denis, Welbaneide e Dimitri Luna

Marisalva e Valmir Campelo

Dr.Evandro Studart e Dr. Ribeiro

Autografando paraMarcelo Feitosa

Karina Leite, Isaac, Riane Azevedo e Cícero Ivan

1008 – Etevaldo Filho, Roberta e Magno Nogueira

Gláucia Viana e Luiz Carlos Martins

Lêda Maria, Tânia Leitão e Dito Machado

Gerardo Bastos Filho e Daniela

Emmanuel e Luiza Furtado

Fernando Gurgel e Cristiane Vera e José Rêgo

Márcia e Jorge Furtado, Isaac e Cheyla Furtado e Igor Jucá

Walney Haidar, Isaac Furtado e Luiz Moura

Page 50: Revista Fale! Edição 63

O s condicionantes da qualidade do aprendizado escolar são múltiplos e alguns são de

difícil apreensão. Educação é uma dimensão complexa e, como sistema de ensino, envolve interesses diversos e conflitantes. A consciência sobre a complexidade do fenômeno levou o campo científico a desenvolver ferramentas estatísticas, capazes de isolar variáveis do desempenho escolar e estudar os seus efeitos. Há na literatura pedagógica inúmeros exemplos de pesquisas que trabalham nesta perspectiva.

Pelos resultados destas, sabe-se que os condicionantes referem-se às características dos alunos e ao funcionamento das escolas. Sobre os alunos, os fatores de mais impacto no desempenho são o seu nível socioeconômico e a escolaridade dos seus pais. As evidências empíricas mostram que familiares mais escolarizados atribuem maior valor à educação de suas crianças, acompanham e incentivam os seus filhos, inclusive em tarefas do cotidiano escolar. é evidente que uma criança ao conviver com familiares de alta escolaridade tem mais oportunidades de aprender satisfatoriamente.

O acompanhamento escolar por parte da família é uma das estratégias que melhor influenciam o aprendizado. Ademais, o acompanhamento é tão

importante que há evidências de que mesmo pais com baixa escolaridade, por vezes analfabetos ou iletrados, ajudam na melhora da proficiência dos seus filhos, quando demonstram interesse pelas atividades escolares e incentivam o sucesso. O que parece fundamental é o apoio emocional, a cobrança serena por resultados, a valorização e o incentivo aos estudos.

Os condicionantes do ambiente escolar dizem respeito ao trabalho do professor, ao estilo de aula, à competência da gestão escolar e ao resultado positivo do clima de aula, ou seja, das interações sociais e intelectuais entre alunos, professores e funcionários escolares. Por exemplo, escolas em clima de conflito, sejam por aspectos disciplinares ou de violência, seja por falta de

coordenação do trabalho docente, pouco contribuem para o bom aprendizado dos estudantes.

Os professores precisam dominar os conteúdos escolares, obedecer a um planejamento estruturado de aula, dominar algumas ferramentas de avaliação educacional, além de serem assíduos e projetarem expectativas positivas em seus alunos.

A despeito dos determinantes originados nas características individuais do aluno e de seu núcleo familiar, é possível melhorar a qualidade da educação por meio de uma orientação de política focada na escola, notadamente uma gestão voltada ao objetivo central de fazer com que a escola ganhe em eficiência de aprendizado, que seus alunos tenham sucessivos êxitos no desenvolvimento de habilidades e competências, a partir do conteúdo ministrado.

uma boa escola caracteriza-se por ser eficaz no ensino e atrativa aos alunos. A escola deve ser agradável, segura e dispor de insumos visando ao desenvolvimento físico, emocional e cognitivo dos estudantes (que vão desde a oferta de merenda escolar aos materiais didáticos adequados). n

Carlos Henrique Araújo é mestre em Sociologia, Consultor em Educação e ex-diretor do Inep-MEC. E-mail

[email protected]

Condicionantes da qualidade do aprendizadoPor Carlos Henrique araújo

uma boa escola caracteriza-se por ser eficaz no ensino e atrativa aos alunos.

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