Revista #Ficsabendo
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Conheça a Biblioteca Braille Josélia de Almeida Pág 04
Fic Sabendo o que é Sindrome de Tourette. Pág 08
Conheça a história de Evgar Bavcar Pág 06
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Superar obstáculos, conviver com preconceitos e integração na sociedade são coisas com as quais uma pessoa com deficiência precisa aprender a lhe dar diariamente. E é justa-
mente esse dia-a-dia de superações que tentamos retratar nas matérias a seguir.De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social: “deficiência - toda perda ou
anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano.”. Portanto, podemos dizer que uma pessoa portadora de deficiência é alguém que vivencia continuamente uma deficiência, em certos casos, amparados por legislações.
Pessoas com deficiência sofrem preconceitos continuamente por serem diferentes e em muitos casos precisarem de tratamento especial, assim, tendo que se esforçarem para con-viver em sociedade da forma mais aceitável possível. Por essas dificuldades, eles precisam ser inclusos na sociedade, em muitos casos tendo leis que garantam seus direitos. É dever
de todo cidadão aceitar e apoiar as diferenças que existem em todo ser humano.Sendo assim, essa edição do FIC Sabendo, traz para vocês historias e informações que
ajudam a esclarecer o assunto. Desejo a você uma boa leitura e espero que o que verá a seguir possa esclarecer duvidas e mudar conceitos.
EDITORIAL
JORNALISTAS: KAROLINA RODRIGUES, kAREN LIMACRIAÇÃO E ARTE: KAROLINA RODRIGUES, KAREN LIMA
FOTOGRAFIA: GOOGLE, KAROLINA RODRIGUESEDTORES: KAROLINA RODRIGUES, KAREN LIMA
AGRADECIMENTOS: DIEGO MORAES. EUGENIO FURTADO
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A APAE foi criada em São Paulo no dia 10 de novembro de 1962, com a finalidade de
melhor organizar o movi-mento apaeano, melhorando a disseminação e articulação de suas idéias. Sua missão e Promover e articular ações de defesa de direitos das
pessoas com deficiência e representar o movimento
junto a organismos nacionais e internacionais para melho-ria da qualidade dos serviços
prestados pelas APAEs que levem a inclusão social de
seus usuários. O movimento apaeano tem quatro níveis de atuação: APAE do Mu-
nicípio: são os pais e amigos que atuam no município em
que a entidade se localiza, assegurando os direitos dos portadores de deficiência. Coordenadoria Regional: todas as microrregiões do Brasil estão organizadas
em delegacias regionais. A comunidade apaeana de
cada região deve ter a pro-gramação dos eventos da sua
localidade. O delegado re-gional é eleito pelas APAEs da microrregião. Federação das APAEs do Estado: as APAEs
estão organizadas em feder-ações em cada estado. Estas entidades são responsáveis pelo trabalho de realização dos direitos dos portadores
de deficiência em âmbito estadual; pelos contatos
com determinados órgãos estaduais e pela promoção
de eventos como olimpíadas, festivais e congressos. Cada delegado regional é eleito pelas APAEs e faz parte do
Conselho de Administração. Federação Nacional das
APAEs: é a entidade respon-sável pelo direcionamento
das atividades do movimento no contexto nacional e lidera
a luta pelos direitos dos cidadãos com deficiência no País. Para tanto, estabelece
contatos com os órgãos competentes e promove
eventos nacionais necessári-os ao desenvolvimento das
atividades da área. A área de atuação da APAE e DEFESAS DE DIREITOS: inclusão dos direitos das pessoas com
deficiência em todas as políti-cas públicas. TRABALHO EM COMUNIDADE: estabelecer alianças estratégicas com
vários setores e segmentos sociais para a melhoria da qualidade de vida e para
a inclusão da pessoa com deficiência. PROMOÇÃO DA SAÚDE PARA O ENVELHECI-MENTO SAUDÁVEL: atenção integral da pessoa com defi-ciência, em todo o seu ciclo de vida. APOIO À FAMÍLIA: oferece informações para
que a família saiba lidar com o familiar deficiente. APOIO A INCLUSÃO ESCOLAR: atendi-mento educacional especiali-zado ao estudante com defi-ciência intelectual e múltipla
incluído na escola comum.ESCOLA ESPECIAL DA APAE: acolhimento aos estudantes com deficiência intelectual e múltipla nas séries iniciais do ensino fundamental, quando necessitam de apoio inten-sivo.INCLUSÃO NO TRABAL-
HO: articulação com os vários setores e preparação do
estudante/trabalhador para o processo de inclusão social.AUTOGESTÃO E AUTODEFEN-
SORIA: cria situações fa-voráveis ao desenvolvimento da autonomia da pessoa com
deficiência intelectual.
Logomarca da APAE
Caminhada realizada pela APAE
Inclusão de pessoas com deficiência na sociedade!
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O Sistema Braille é um código universal de escrita e leitura atraves do tato, usado por pes-soas cegas, inventado na França por Louis Braille, um jovem cego. Tem-se o ano de 1825 como o marco dessa importante conquista para a educação e a inte-gração dos deficientes visu-ais na sociedade. O Siste-ma Braille chegou ao Brasil pelas mãos de Álvares de Azevedo, com a criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, hoje Insti-tuto Benjamin Constant, no
Rio de Janeiro. Em Fortaleza temos
a Biblioteca Braille Josélia de Almeida que tem como objetivo facilitar e incenti-var o aprendizado de defi-cientes visuais. Com um ac-ervo que contem livros em Braille, falados em CD e fita K-7, ainda praticam di-versas atividades no intuito de desenvolver nos alunos
o gosto pela leitura. Reorganizada em
1996, a Biblioteca Braille Josélia de Almeida é a única biblioteca do estado do Ceará que contem um acervo total-mente voltado para deficientes visuais. Com o apóio da SAC (Sociedade de Assistência aos Cegos), atende aos alunos do Instituto Hélio Góes e incen-tiva o aprendizado deles atrás de diversas atividades volta-das para o estimulo a leitura.
Em seu acervo contem 3.870 livros em Braille, 4.320 livros de edição original, 1.711 Áudio/áudio-visual e uma brinquedoteca com 372 brinquedos, além de exem-plares dos jornais “ O Povo” e “Diário do Nordeste” impres-sos todos os dias na Imprensa
Braille Rosa Baquit.As atividades desen-
volvidas na Biblioteca Braille envolvem: Contação de his-torias, empréstimos de livros, pesquisas, composição criado-ra, sala de leitura, audioteca,
biblioteca virtual, videoteca, sarau, correios da amizade, sucatoteca, atividades extra-escolares, bate-papo e natal com Papai Noel. Além dessas atividades também são desen-volvidos os seguintes projetos: Viajando na Literatura (anual), Primeiro Livro (mensal), Con-curso de Poesia e Prosa (men-
sal), Brinquedoteca (anual), Histórias da Carochinha (bi-mestral), Voluntário Curu-mim (semanal), Academia de Letras e Artes da Sociedade de Assistência aos Cegos –
ALASAC (trimestral). Todos esses projetos e
atividades têm o objetivo de incentivar a leitura e escrita
Biblioteca Braille Joselia de Almeida
cação superior nos últimos 20 anos. Contudo, tem sido regra o fato de precisarem essas pessoas enfrentar individual-mente situações constrange-doras, primeiro nas provas vestibulares e depois nas au-las. Só conseguia ser bem-sucedido no vestibular quem tivesse necessidades especi-ais que não o atrapalhassem diante dos mesmos materiais de prova. E só permanecia no curso escolhido e nele formar-se quem conseguisse, de al-guma forma, conviver com as barreiras de colegas e profes-sores, as barreiras arquitetôni-cas da faculdade, as barreiras de comunicação oral dos com professores (no caso de alunos cegos, surdos ou com paralisia cerebral) e as barreiras técni-cas destes alunos (na hora de tomar notas, apresentar de-veres de casa etc.) Alunos que se locomoviam em cadeira de
rodas submetiam-se ao con-strangimento de serem carre-gados para cima e para baixo no prédio da faculdade, pela solidariedade de alguns cole-gas. Nos dias de hoje vemos cada vez mais a inclusão dess-es alunos de uma forma mais fácil. Com a ajuda de rampas e elevadores para deficientes físicos e ate mesmo placas em braile para os deficientes visu-ais. Ainda não é o suficiente, pois é muito limitada ainda à inclusão de deficientes audi-tivos, pessoas portadoras de Síndrome de Down e etc. O que esperamos e que futura-mente jovens deficientes ou não tenham direitos iguais nas
universidades.
Até o início da década de 80, poucas pessoas com deficiência chegavam à uni-versidade por motivos hoje superados em grande parte: não acesso à educação básica, não-acesso a serviços de rea-bilitação, não-acesso a equipa-mentos e aparelhos especiais, não-acesso a transporte cole-tivo, dificuldades financeiras, desconhecimento dos direi-tos pertinentes à deficiência e atitudes super protetoras da família, entre outros. Com a implementação do Ano In-ternacional das Pessoas Defi-cientes (1981) e da Década das Nações Unidas para Pessoas com Deficiência (1983-1992), esses motivos foram sendo alvo de intensos debates e de consequentes medidas repara-doras, o que permitiu que um número cada vez maior de pessoas com deficiência final-mente tivesse acesso à edu-
Aluna do Instituto Hélio Goes na biblioteca Braille
e desenvolver as habilidades desses alunos.Assim, atraves do aprendizado do Sistema Braille e de atividades de in-centivo, deficientes visuais tem mais oportunide de aprendiza-do e de incerção na sociedade.
Acessibilidade em Faculdades
Rampa de acesso do Campos Via Corpus-Estácio do Ceará
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Idealizado em 1993, pelo professor José Antonio Borges e por Marcelo Pimen-tel, o DOSVOX, é um sistema para microcomputadores que se comunica com o usuário através de um comando de voz, facilitando assim a uti-lização de computadores por
deficientes visuais.O DOSVOX realiza a
comunicação com o deficiente visual através de uma síntese de voz em português, mas que pode ser modificada para outros idiomas. Esse sistema agi de forma interativa esta-belecendo um dialogo amigáv-el com o usuário através de programas específicos e inter-faces adaptadas. O DOSVOX possibilita ler e escrever ca-tas, textos, livros e jornais; imprimir em negro e Braille; acessar recursos de multimí-dias fazer cálculos, cheques, formulários e apresentações; ter agenda de telefone e com-promisso; acessar e escrever página para a Internet, enviar mensagens e realizar bate-pa-
pos e outros.O sistema surgiu da
necessidade do na época es-tudante de Informatica da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Marcelo Pi-mentel, que por ser deficiente visual tinha dificuldades para
usar os microcomputadores. Sob a coordenação do Profes-sor Jose Antonio Borge, Mar-celo e outros integrantes do NCE (Nucleo de Computação Eletronica) conseguiram de-senvolver o DOSVOX. Como a universidade não teria con-dições de distribuir uma grande quantidade do produto, e nem dar assistência aos usuários, a TR/1 Sistemas (LAYCAB), indústria de eletrônica situ-ada no Rio de Janeiro, re-solveu acolher o projeto DOS-VOX e se propôs a fabricar e vender a preço muito baixo o sintetizador de voz. Luiz Cân-dido também deficiente visual se responsabilizou pelas repli-cação em disquetes, empacota-mento, distribuição e suporte à implantação do DOSVOX. O produto era distribuído com uma pequena margem de lucro, que era em parte revertida para o desenvolvimento do sistema. Em setembro de 1994, já havia mais de 200 pessoas na fila de espera pelo programa. Seis meses depois do lançamento, o DOSVOX já contava com mais de 500 usuários em todo o Brasil.Com o falecimento de Luis três anos depois, a tarefa de distribuição do DOSVOX passou a ser da cantora Katia, que continuou essa destru-ição até 2002, quando a Inter-
net e as placas de som tornar-em viável que o sistema fosse destribuido de forma complet-amente gratuita via Internet. Com o passar do tempo, per-cebeu-se que os usuários pre-cisavam de maior suporte no uso do sistema. Assim, com uma pequena verba da UFRJ e com o apoio do Núcleo de Computação Eletrônica (at-ualmente Instituto Tércio Pac-itti de Aplicações e Pesquisas Computacionais), foi criado o CAEC – Centro de Apoio Educacional ao Cego – que oferecia não são o suporte para os usuarios do DOSVOX, mas a todos os deficientes visuais
que precisassem de apoio.Em Fortaleza temos
o Centro de Estudo DOS-VOX Prof. José Antonio Borges, inaugurado em 14 de maio de 1997 na sede da SAC (Sociedade de Assistência aos Cegos) – Pioneira no apoio a deficientes visuais no Ceará – que disponibiliza um curso de DOSVOX para ensinar ao de-ficiente visual a utilizar o com-putador no dia-a-dia, para tra-balhar, estudar ou até mesmo
para diversão.
A tecnologia a serviço da humanidade
Idealizador do DOSVOX
usuarIos do DOSVOX
toestima e independência, el-ementos estes facilitadores na
sua interação social. Avaliação do aluno é
realizada de forma periódica. Inicialmente, o profissional elabora um plano de tratamen-to de acordo com o nível de orientação e mobilidade do cli-ente, onde a cada atendimento, este será avaliado de acordo com seu desenvolvimento. Ao
final do curso, é realizada uma avaliação final, com o objetivo de constatar realmente a habil-itação do aluno em orientação e mobilidade. O desenvolvi-mento dessa capacidade de locomover-se com independ-ência e segurança segue etapas que vão desde situações sim-ples a situações cada vez mais complexas, onde exige do ed-ucando uma maior atenção e
capacidade de tomar decisões diante de alguns fatos, ou seja, nunca poderemos passar de uma etapa para outra, sem que o aluno tenha o domínio de toda carga teórica e prática re-
cebida.
Orientação e Mobili-dade é a área da educação es-pecial voltada à educação e a reabilitação de portadores de deficiência visual seja por
problemas congênitos ou adquiridos.
A Orientação e Mobili-dade tem o objetivo de propor-cionar ao deficiente visual autonomia na locomoção, au-toconfiança, aumento da au-
Bengala legal !
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A maioria das pessoas acredita que fotografar algo é um privilegio apenas daqueles que enxergam perfeitamente. Porém, existem pessoas como Evgen Bavcar que com cria-tividade e superação consegue
provar o contrario.Nascido na Eslovênia,
Evgar Bavcar ficou cego aos 12 anos de idade, por causa de dois acidentes consecutivos. O primeiro acidente lhe tirou a visão do olho esquerdo quando perfurado pelo galho de uma arvore, já o segundo, aconte-ceu quando brincava com um detonador de minas que explo-diu e atingiu o olho direito. Em oito meses ele havia perdido
completamente a visão.Bavcar conheceu a
fotografia, por volta dos 17 anos, através de sua irmã que lhe emprestou uma câmera fotográfica para que ele foto-grafasse uma menina do colé-gio por quem era apaixonado. Desde então, afirma ter desc-oberto uma forma de exteri-orizar suas imagens interiores
e comunicar-se com os outros. Para a execução de suas fotos, conta com a ajuda de sua irmã e de técnicas desenvolvidas com o passar dos anos. Uma das características do seu tra-balho, é a composição da luz em contraste com ambientes
totalmente escuros.Doutor em História,
Filosofia e Estética pela Universidade de Sorbonne, na França, é poliglota, fala francês, espanhol, italiano, alemão, inglês, esloveno e ser-vo croata. Vive em Paris e via-ja o mundo mostrando seu tra-balho e dando palestras tanto para explicá-lo, como também para incentivar outras pessoas. Em uma dessas muitas viagens passou aqui pelo Brasil no fi-nal de 2010 e participou do congresso Arte Sem Barreiras,
em Belo Horizonte.Mesmo sem conseguir
enxergar, Evgar cria sua própria visão de mundo e in-spira muitos a seguirem seus sonhos e superarem os desa-
fios impostos pela vida.
Uma visão inspiradora
har ao português. A linguagem de sinais não é universal e podem ocorrer variações até em regiões diferentes de um mesmo país, dependendo da cultura do local, ela se adapta
ao seu regionalismo.Na comunicação geral,
para determinar o significado dos sinais, eles tem alguns parâmetros, como movimen-tação facial, localização das mãos em relação ao corpo, movimentações que podem ou não ser feitas na hora de repro-duzir os sinais, dentre outras. Porém, em alguns casos, como não existem sinais que repre-sentem certas palavras, então é preciso sinalizar letra por le-tra, já que como qualquer outra linguagem a Língua Brasileira de Sinais também tem um al-fabeto, sendo representado por sinais feitos com as mãos, o mesmo ocorre com o alfabeto
numérico.Para quem se interessa
em aprender essa língua, ex-
istem varias instituições que hoje oferecem cursos, muitas vezes gratuitos, para o aprendi-zado da linguagem de sinais, são também disponibilizados panfletos com o alfabeto. A LIBRAS ajuda na garantia dos direitos dos deficientes audi-tivos e na inclusão deles com
a sociedade.
A Língua Brasileira de Sinais ou LIBRAS é a linguagem utilizada por de-ficientes auditivos para se comunicarem entre eles ou com ouvintes aqui no Brasil. Ao contrario do que se possa imaginar, a LIBRAS não é apenas uma medida para se estabelecer um modo de co-municação com os deficientes auditivos, ela é como qualquer outra, uma língua natural e que tem estruturas sintáticas, semânticas e morfológicas. A única diferença é que ao invés de oral e auditiva ela é visual-gestual, ou seja, ao invés de sons ela utiliza imagens e ex-
pressão corporal.A LIBRAS é umas das
muitas Linguagens de Sinais existentes no mundo todo. Tem origem na Linguagem de Si-nais Francesa e foi trazida para o Brasil pelo professor francês Ernesto Huet, sofrendo modifi-cações para poder se assemel-
Comunicação na ponta dos
dedos!
Foto Evgar Bavcar
Alfabeto em Libras
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Veterans of América). Já na Inglaterra o alemão Ludwig Guttmann, neurologista e neurocirurgião, que cuidava de pacientes vítimas de lesão medular ou de amputações de membros inferiores, tiveram a iniciativa de fazer com que eles praticassem esportes den-
tro do hospital. Em 1948, Ludwig Gutt-
mann aproveitou os XVI Jogos Olímpicos de Verão e teve a idéia de criar Jogos Despor-tivos de Stoke Mandeville. Em sua primeira edição os jogos contaram com a participação de 14 homens e duas mulheres. Já em 52, os Jogos de Mandev-ille ganharam maiores propor-ções e tiveram a participação de 130 atletas portadores de deficiência. Depois disso aca-bou tornando-se um evento
anual.Em 1958, quando a
Itália se preparava para sediar as XVII Olimpíadas de Verão,
Antonio Maglia, diretor do Centro de Lesionados Medu-lares de Ostia, propôs que os Jogos de Mandeville do ano de 1960 se realizassem em Roma, após as Olimpíadas. Já com o nome de Paralimpíadas a competição teve o apoio do Comitê Olímpico Italiano, e contou com a participação de 240 atletas de 23 países. Após o sucesso das primeiras Paral-impíadas foi criado a Feder-ação Mundial de Veterano com o intuito de discutir normas e regras para a competição. As Paralimpíadas de 1968 e 1972 acabaram ocorreram em ci-dades diferentes da sede das Olimpíadas por problemas de organização, porém essas foram exceções, pois em 1988, em Seul, os jogos voltaram a acontecer na mesma cidade onde as Olimpíadas são dis-putadas. Hoje as Paralimpía-das são disputadas a cada qua-tro anos, nas mesmas cidades
em que ocorrem as Olimpíadas e são usadas as mesmas estru-turas. São 19 modalidades dis-putas por atletas portadores de deficiências, divididos em cat-egorias funcionais de acordo com a limitação de cada um,
para que haja equilíbrio.A participação do Bra-
sil nos Jogos Paralímpicos começou em 1972, nos jogos que aconteceram em Heidel-berg, na Alemanha. Depois disso muitos atletas brasilei-ros já conquistaram medal-has para o país. E em 2016 o Brasil irá, pela primeira vez, sediar os Jogos Paralímpicos. Por isso, em novembro do ano passado, durante o lançamento da logomarca dos Jogos Par-alímpicos de 2016, no Rio, o nome dos jogos perdeu a letra “o” e passou a ser chamado de Paralimpíadas a pedido do Comitê Paralímpico Internac-ional. Com intenção de igualar o nome ao uso de todos os
O esporte tornou-se para a maioria das pessoas com de-ficiência uma forma de superar seus limites, ganhar confiança, disciplina e mostrar a socie-dade que são capazes de fazer coisas extraordinárias, além de poderem dar o exemplo a pessoas que se martirizam por conta de suas deficiências. Um exemplo disso são os jogos Paralímpicos, que com o pas-sar dos anos vem crescendo e ganhando visibilidade perante
a mídia e a sociedade.O esporte adaptado teve
seu inicio oficialmente após a Segunda Guerra Mundial, quando muitos soldados volta-ram para casa mutilados. As primeiras modalidades com-petitivas surgiram nos Esta-dos Unidos e Inglaterra. Nos Estados Unidos foram feitas as primeiras competições de Basquete em Cadeiras de Ro-das, Atletismo e Natação, por iniciativa da PVA (Paralyzed
Motivação através do Esporte
Daniel Dias- Paralímpiadas 2012
Logomarca das paralímpiadas Rio 2016
outros países de língua portu-guesa: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, onde já se usava o termo Paralimpíadas. Além disso, a palavra "olimpíadas" é referente à outra organização esportiva, o Comitê Olímpico Internacional. Seja qual for o nome, o importante é que as Paralimpíadas estão ai para incentivar pessoas com defi-ciências e motivá-las a superar os obstáculos tanto no esporte
como na vida.
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a Síndrome de Tourette pode vir acompanhada de outras doenças a ela relacionadas, como Distúrbio de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDHA) e Transtorno Obses-sivo-Compulsivo (TOC). Ain-da não existem medicamentos especificos para o tratamento da Sindrome de Tourette, ela é tratada com o uso de medica-mentos que apenas amenizam
seus sintomas.Pela falta de conheci-
mento e divulgação, os porta-dores da Sindrome de Tourette na maioria das vezes acabam por sofrer preconceitos. Ten-do dificuldades para ingres-sar na vida escolar e no mer-cado de trabalho pela falta de compreenção das pessoas que acabam por se incomodar com os “tiques”. No Brasil as leis de proteção aos Portadores de Necessidades Especiais não se aplicam aos portadores da Sindrome de Tourette, o que dificulta ainda mais a inclusão dessas pessoas na sociedade.
Porém, existem pessoas como Gilberto Carvalheira que lutam pelos seus direi-tos. Formado e pós-gratuado em Jornalismo Cultural, Giba como prefere ser chamado, tem 42 anos, é jornalista, es-critor e músico. Autor do livro A Maldição de Tourette, uma autobiografia, que conta sua historia como portador da Sindrome de Tourette, e os obstaculos já enfrentados e sua vida.É também o re-sponsavel pelo Manifesto dos portadores da Sindrome de Tourette(Manifesto ST) en-contrado no Blog Laboratorio
Psicodelico, onde explica:“É preciso que se es-
clareça que não queremos ser reconhecidos como incapazes para o trabalho ou para cur-sar a escola regular, mas sim que temos limitações, ditadas pela própria conduta da socie-dade que se incomoda com os tiques, principalmente por des-informação e discriminação, o que nos impede de sermos
inseridos no contexto social. E é nesse contexto que gos-taríamos de ver reconhecida a necessidade de proteção es-pecial que possa afastar esses obstáculos à nossa inserção
social.”Através desse manifes-
to, Giba apenas visa garantir o direito dos portadores da Sin-drome de Tourette perante a
sociedade brasileira. O Manifesto ST, que foi
elaborado em 2012, teve até o momento como repercução, o post no Blog do proprio Gilber-to (Laboratorio Psicodelico), um video feito por ele para o youtube, uma repotagem para um programa de radio e uma nota em um jornal. Porém, Giba vê o manifesto apenas como um pontapé inicial, pois ainda será preciso vencer mui-tas batalhas nessa Guerra para que os Portadores da Sindrome de Tourette tenham seus direi-
tos reconhecidos.
Identificada em 1825, pelo médico francês Georges Gilles de La Tourette, a Sin-drome de Tourette é um tran-storno de origem neurológica que, segundo estudos recentes, se deve a anomalias geneticas que afetam o metabolismo dos neurotransmissores cerebrais, especialmente a dopamina. É caracterizada por “tiques” que são movimentos ou vocali-zações humanas involuntarias, subtas e repentinas. Os tiques motores são desde simples pis-car de olhos, balançar a cabeça e esticar a lingua, até os mais complexos que envolvem di-versos grupos musculares ( saltos, contorções). Já os vo-cais temos como exemplos dos mais simples assoviar, pigar-rear e fungar, até os mais com-pletos como latir, emitir grun-hidos, repetir continuamente palavras ou frases ou, em ca-sos menos frequentes, repetir insultos ou palavras obscenas (coprolalia). Podendo ter suas primeiras manifestações ainda em idade escolar. Geralmente
Você já ouviu falar em Sindrome de Tourette?
Provavel-mente não. Isso porque
a falta de conheci-
mento sobre a sindrome é gritante aqui
no Brasil.
as obras realizadas nos sete terminais fechados consid-eram a acessibilidade, com os terminais e pontos de parada que fazem parte do Trans-for já sendo construídos e in-stalados dentro dos padrões. Outra política pública que tem relação com a acessibilidade conduzida pela PMF e a Etu-for é a gratuidade para pessoas com deficiência e seus even-tuais acompanhantes no trans-porte público do município. A Lei Municipal que criou a referida gratuidade data de jul-ho de 2008, possibilitando que milhares de pessoas com defi-ciência, acompanhadas ou não, utilizem diariamente o cartão que dá direito ao benefício em seus deslocamentos pela cidade. Demanda histórica do segmento que virou conquis-ta por ser apresentada como proposta nas assembléias es-
pecíficas do Orçamento Par-ticipativo (OP), a gratuidade é conferida a pessoas com defi-ciência que se enquadram em determinados critérios socio-econômicos estabelecidos na legislação. Ao possibilitar o uso dos veículos e da infraes-trutura do Sistema de Trans-porte Público por parte de pes-soas com deficiência carentes e seus eventuais acompan-hantes, a gratuidade acaba por beneficiar toda a população fortalezense, pois provoca um ciclo de visibilidade que leva a mais inclusão e mais acessibi-lidade no conjunto do sistema.
Hoje desloca- se pela cidade de fortaleza esta mui-to mais fácil. A Empresa de Transporte Urbano de For-taleza (Etufor) esta cumprindo a determinação da prefeitura municipal no sentido de gar-antir esse direito básico para todo cidadão e cidadã, inclu-sive para as pessoas com defi-ciência e/ou mobilidade reduz-ida. E para garantir o ir e vir de toda a população fortalezense, independente de suas con-dições de mobilidade, a gestão municipal conduz uma série de políticas com o objetivo de tornar o transporte público da cidade cada vez mais acessív-el. Atualmente, há centenas de ônibus acessíveis circulando pelas ruas da cidade Os dois terminais abertos – Coração de Jesus e Praça da Estação – pas-saram por obras para torná-los fisicamente acessíveis. Todas
Coletivo Adaptado
Mobilidade é para todos!