Revista Fidelidade Espirita Abril2009

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Sumário

26 com todas as letrasnome próprio admite plural

Importantes dicas da nossa língua portuguesa

4 chicofé na vanguarda

A luta para manter a harmonização no meio espírita

14 capamediunidade e autocrítica

12 mediunidadediretrizeS de Segurança

Questões sobre mediunidade

18 ensinamentoaS cinco alternativaS da humanidade

Preocupações com o futuro

6 estudoo eStranho mundo doS SuicídaS

Esclarecimentos e conseqüências

23 esclarecimentoo caSo do aprigio

Atitude nobre de um Espírito de luz

edição centro de estudos espíritas “nosso lar” – depto. editorialJornalista responsável renata levantesi (mtb 28.765)projeto Gráfico fernanda Berquó Spinarevisão zilda nascimentoadministração e comércio elizabeth cristina S. Silvaapoio cultural Braga produtos adesivosimpressão citygráfica

o centro de estudos espíritas “nosso lar” responsabiliza-se doutrinariamente pelos artigos publicados nesta revista.

10 mensaGemdentro do lar

Problemas familiares

centro de estudos espíritas “nosso lar”rua luís Silvério, 120 – vila marieta

13042-010 campinas/SpcnpJ: 01.990.042/0001-80 inscr. estadual: 244.933.991.112

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8 reFlexãocoragem moral

Enfrentamento das dificuldades para seguir o Cristo

17 históriaa mãe que reencarnou

As possibilidades da vida

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editorial

Muitos iniciantes, por vezes, demoram a entender algumas posturas e decisões que as Casas Espíritas assumem. Dizem, sem maldade, que o Centro é triste, que as pessoas só pensam em orações e estudos doutrinários.

A proposta das Instituições Espíritas será sempre a da transformação moral do homem pela prática da Doutrina.

Os que estão chegando às Casas de Espiritismo desconhe-cem, talvez, a singularidade desses núcleos. Não se resumem a edificações de concreto, elas se desdobram no mundo dos espíritos.

As entidades amigas costumam amparar espíritos de-sencarnados utilizando-se do ambiente do Centro. Daí, a preocupação de que toda e qualquer atividade doutrinária seja realizada com sentido religioso e santo.

Isso não significa que os espíritas andem pelo Centro, sisudos, cochichando, tristes. A seriedade a que se propõe é a seriedade da alma, de propósitos. O espírita tem por dever, ou quanto possível, a alegria de servir. Embora labore contente, não profana os ambientes sagrados com gargalhadas insanas, roupas inadequadas, assuntos fúteis ou mesquinhos.

Sendo assim, nossas Casas devem evitar qualquer comemo-ração que fira a ordem, o equilíbrio e a atmosfera espiritual, que poderá se perturbar pelos nossos pensamentos, sentimen-tos e ações desajustadas.

Vejamos a orientação transmitida pela Médium Yvonne A. Pereira, do espírito Ignácio Bittencourt, instruindo as Mocidades Espíritas:

(...) Não creio seja lícito (...) consentires que quem quer que seja leve para o Centro que diriges a profanação das festas mundanas, dele fazendo não mais um receptáculo das inspirações divinas, como devem ser os Centros Espíritas bem orientados, mas uma platéia heterogênea onde a mediocridade da arte apresentada fará atrair os pândegos e paspalhos do Invisível, em vez dos abnegados obreiros de Jesus (...)1.

Quando, porém, as tradições do mundo se levantarem, que os espíritas aproveitem para lecionar a essência ou adver-tência que as caracterizam.

Quando o carnaval chegar, por exemplo, aproveitemos para esclarecer historicamente nossos adeptos, instruindo sobre as conseqüências das nossas atitudes e a postura do espírita nas comemorações populares, que não é de proibição e sim de escolha, responsabilidade moral e espiritual.

Quando a páscoa se fizer presente, nada de coelhinhos pintados nos rostos das nossas crianças na evangelização, isso eles terão na escola. No Centro, deverão conhecer a história

1 revista reformador de agosto e outubro de 1959

da pessach, da passagem, a independência dos hebreus em relação aos egípcios. Como os israelitas lá chegaram, a história de José do Egito, os 400 anos de escravidão, o surgimento de Moisés, os últimos dias de Jesus na Terra e o significado da páscoa para os Judeus, os cristãos primitivos, os católicos (pela influência histórica dessa religião) e, principalmente, para os espíritas.

No natal, da mesma forma, que Papai Noel fique nas lojas! Que no encerramento das atividades infantis, seu nome nem seja citado (isso a televisão, as escolas, as ruas, os painéis se encarregarão de transmitir às crianças).

O nascimento de Jesus, o seu aspecto histórico e moral deverão ser exaltados pelas evangelizadoras em comemoração pacífica dos seus ensinos por meio do exemplo. Teatro, jograis, poesias em torno do tema, poderão e deverão ser preparados para o cultivo da mensagem de Jesus em ambiente digno e respeitoso.

Que nossas Casas não se ornamentem com árvores de natal, ou símbolos profanos. Nosso compromisso é com a mensagem espiritual, que é simples, sublime e dispensa símbolos materiais.

Não confundamos, portanto, o Centro Espírita, e suas graves responsabilidades de educar e socorrer as criaturas humanas, com os clubes de lazer que nada fazem pelo desen-volvimento espiritual da humanidade.

Quando, porém, sofredores, angustiados, atormentados espiritualmente, ou enfermos é no Centro que procuramos auxílio: o passe, a reunião de intercâmbio mediúnico; e se, em lugar da simplicidade, do respeito, do estudo doutrinário, do amor e do recolhimento espiritual, encontrarmos as co-memorações profanas, o comércio desenfreado e mesquinho, as rifas e bingos, os pândegos, as músicas agitadas (mesmo com temática espírita), dificilmente seremos auxiliados, pois que, os amigos espirituais, certamente não estarão presentes; e, se pela misericórdia divina, ainda estiverem no ambiente do Centro a tudo suportando na tentativa de renovação dos pensamentos dos encarnados, nada ou bem pouco poderão fazer, porque o ambiente favorecerá as festas e comemorações não mais a simplicidade e seriedade espirituais, condições essenciais para a atuação dos bons espíritos.

Casa Espírita é coisa Santa e suas práticas devem ser santamente mantidas!

O Editor

comemorações nas casas espíritas

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fidelidadeSpírita | abril 2009chico

fé na vanguardapor Suely caldas Schubert

10-9-1953

“(...) Formulo votos para que tenhas vencido valorosamente todas as ameaças de desarmonia que pairavam sobre o nos-so campo de ideal e de luta. Bady, Spinelli e Gomes Mattos estiveram aqui e as tuas notícias de que tudo vai bem me alegram muito. Louvado seja Deus!

As tuas informações acerca do “Ave, Cristo!” me trouxeram grande reconforto. (...)

Aguardo a transcrição de “Revue Spirite”, no “Reformador” de outubro próximo. Sei que a tua notícia aos irmãos franceses deve estar muito interessante.

Conheço o nosso amigo Dr. Canuto. Ele é realmente depositário de muitos tesouros de nossa Consoladora Doutri-na. Faço votos para que ele os divulgue, a benefício de nossa Causa. Lamento também não haver ficado à altura de nosso movimento a tradução de livros de Emmanuel para o inglês. (...)

Esperemos o tempo. Por aqui vamos seguindo sob a proteção de Jesus. Tudo marchando com a fé na vanguarda e lutas em todos os flancos.

(...) Meu caro Wantuil, na primeira oportunidade, enviarei o “Parnaso”. Emmanuel, porém, me disse que, consi-derando melhor as lutas do nosso campo de ação, seria interessante a reedição sem nada alterar, de modo a não oferecermos combustível à fogueira dos nossos adver-sários gratuitos. Que achas? Mais um abraço do Chico.”

Prosseguem as lutas de Wantuil para a harmonização do meio espí-rita.

Chico cita três confrades que o visitaram: Bady, Spinelli e Gomes de Mattos.

Bady Elias Curi, de Belo Horizon-te, Francisco Spinelli, do Rio Grande do Sul, e no terceiro nome parece haver um equívoco do Chico, pois tudo indica ser Simões de Mattos, também do Rio Grande do Sul, cujo nome completo é José Simões de Mattos.

Cita ainda o Dr. Canuto Abreu, de São Paulo, estudioso pesquisa-dor espírita, de grande cultura e erudição.

“Tudo marchando com a fé na vanguarda e lutas em todos os flancos”, diz Chico.

Quando existe a fé, a criatura humana torna-se capaz de vencer os obstáculos e agiganta-se na sua fragi-lidade para lutar denodadamente em busca do ideal a que aspira.

Da força da fé extrai a energia de que precisa para não ceder ante os obstáculos.

Na coragem da fé encontra o estímulo para prosseguir sempre.

Na luz da fé orienta-se para as realizações incessantes.

Chico coloca acima de tudo a força extraordinária da sua fé em

Fonte:

SCHUBERT, Suely Caldas. Testemunhos de

Chico Xavier. Págs. 316 - 318. Feb. 1998.

Jesus e o Ideal Maior que lhe norteia os passos.

Não a fé cega e improdutiva. Não a fé desorientada e radical. Mas, a fé espírita-cristã como ele mesmo gosta de dizer, que raciocina e age, que é razão e ação.

Toda a estrutura do seu trabalho repousa nos alicerces da fé, que lhe tem sido a alavanca propulsora para prosseguir e não esmorecer jamais.

Esse profundo sentimento é que lhe dá a certeza de que apesar de tudo vale a pena continuar. Vale a pena sofrer e chorar para conquistar o futuro de paz que se anuncia. Esse futuro que se vai tornando presente para Chico Xavier, pela constância e abnegação totais no trabalho do Bem.

A fé está na vanguarda. E a con-quista desse amanhã feliz, no hoje sombrio e sofrido, é a própria fé em ação.

As lutas serão vencidas sempre. Os anos dobraram-se e Chico Xavier caminha resoluto, entrando no futu-ro que para ele já amanheceu.

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abril 2009 | fidelidadeSpírita estudo

o estranho mundo dos Suicidas

por Yvonne a. pereira

O que sabemos é que o suicídio é infração às leis de Deus, considerada das mais graves que o ser humano poderia praticar ante o seu Criador

Freqüentemente somos procurados por inician-tes do Espiritismo, para

explicações sobre este ou aquele ponto da Doutrina. Tantas são as perguntas, e tão variadas, que nos chegam, até mesmo através de cartas, que chegamos à conclusão de que a dúvida e a desorientação que lavram entre os aprendizes da Terceira Revelação partem do fato de eles ainda não terem percebido que, para nos apossarmos dos seus legítimos ensinamentos, havemos de estabelecer um estudo metódi-co, parcelado, partindo da base da doutrina, ou exposição das leis, e não do coroamento, exatamente como a aluno de uma escola iniciará o curso da primeira série e não da quarta ou quinta.

Desconhecendo a longa série dos clássicos que expuseram as leis transcendentes em que se firmam os valores da mesma Doutrina, não somente nos veremos contornados pela confusão, impossibilitados de um sadio discernimento sobre o assunto, como também o sofisma, tão perigoso em assuntos de Espiri-tismo, virá em nosso encalço, pois não saberemos raciocinar devida-mente, uma vez que só a exposição

das leis da Doutrina nos habilitará ao verdadeiro raciocínio.

Procuraremos responder a uma dessas perguntas, de vez que nos che-gou através de uma carta, pergunta que nos afligiu profundamente, vis-to que fere assunto melindroso, dos mais graves que a Doutrina Espírita costuma examinar. A dita pergunta veio acompanhada de interpreta-ções sofismadas, próprias daquele que ainda não se deu ao trabalho

de investigar o assunto para deduzir com segurança da lógica. Pergunta o missivista:

- Um suicida por motivos nobres sofre os mesmos tormen-tos que os demais suicidas? Não haverá para ele uma misericórdia especial?

E então respondemos:— De tudo quanto, até hoje,

temos estudado, aprendido e obser-vado em torno do suicídio à luz da Doutrina Espírita, nada, absoluta-mente, nos tem conferido o direito de crer que existam motivos nobres para justificar o suicídio perante as leis de Deus. O que sabemos é que o suicídio é infração às leis de Deus, considerada das mais graves que o ser humano poderia praticar ante o seu Criador. Os próprios Espíritos de suicidas são unânimes em declarar a intensidade dos sofri-mentos que experimentam, a amar-gura da situação em que se agitam, conseqüentes do seu impensado ato. Muitos deles, como o grande escritor Camilo Castelo Branco, que advertiu os homens em termos veementes, em memorável comuni-cação concedida ao antigo médium Fernando de Lacerda, afirmam que a fome, a desilusão, a pobreza, a

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fidelidadeSpírita | abril 2009

Certamente que não haverá regra geral para a situação dos suicidas

desonra, a doença, a cegueira, qual-quer situação, por mais angustiosa que seja, sobre a Terra, ainda seria excelente condição “comparada ao que de melhor se possa atingir pelos desvios do suicídio”.

Durante nosso longo tirocínio mediúnico, temos tratado com numerosos Espíritos de suicidas, e todos eles se revelam e se confes-sam superlativamente desgraçados no Além-Túmulo, lamentando o momento em que sucumbiram. Certamente que não haverá regra geral para a situação dos suicidas. A situação de um desencarnado, como também de um suicida, de-penderá até mesmo do gênero de vida que ele levou na Terra, do seu caráter pessoal, das ações praticadas antes de morrer.

Num suicídio violento como, por exemplo, os ocasionados sob as rodas de um trem de ferro, ou outro qualquer veículo, por uma queda de grande altura, pelo fogo, etc., necessariamente haverá trau-matismo perispiritual e mental muito mais intenso e doloroso que nos demais. Mas a terrível situação de todos eles se estenderá por uma rede de complexos desorientado-

res, implicando novas reencar-nações que poderão produzir até mesmo enfermidades insolúveis, como a paralisia e a epilepsia, descontroles do sistema nervoso, retardamento mental, etc. Um tiro no ouvido, por exemplo, segundo informações dos próprios Espíritos de suicidas, em alguns casos poderá arrastar à surdez em encarnação posterior; no coração, arrastará a enfermidades indefiníveis no pró-prio órgão, conseqüência essa que infelicitará toda uma existência, atormentando-a por indisposições e desequilíbrios insolúveis.

Entretanto, tais conseqüências não decorrerão como castigo en-viado por Deus ao infrator, mas como efeito natural de uma causa desarmonizada com as leis da vida

e morte, lei da Criação, portanto. E todo esse acervo de males será da inteira responsabilidade do próprio suicida. Não era esse o seu destino, previsto pelas leis divinas. Mas ele próprio o fabricou, tal como se apresenta, com a infra-ção àquelas leis. E assim sendo, tratando-se, tais sofrimentos, do efeito natural de uma causa de-sarmonizada com leis invariáveis, qualquer suicida há-de suportar os mesmos efeitos, ao passo que estes seguirão seu próprio curso até que causas reacionárias posteriores os anulem.

No caso proposto pelo nosso missivista, poderemos raciocinar, dentro dos ensinamentos revelados pelos Espíritos, que o suicida po-deria ser sincero ao supor que seu

estudo

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abril 2009 | fidelidadeSpírita estudo

Fonte:

PEREIRA, Yvonne A. À Luz do Consolador.

Págs. 47 – 51. Feb. 1998.

suicídio se efetivasse por um moti-vo nobre. Os duelos também são realizados por motivos que os ho-mens supõem honrosos e nobres, assim como as guerras, e ambos são infrações gravíssimas perante as leis divinas. O que um suicida suporia motivo honroso ou nobre, poderia, em verdade, mais não ser do que falso conceito, sofisma, a que se adaptou, resultado dos pre-conceitos acatados pelos homens como princípios inabaláveis.

A honra espiritual se estriba em pontos bem diversos, porque nos induzirá, acima de tudo, ao respei-to das mesmas leis. Mas, sendo o suicida sincero no julgar que moti-vos honrosos o impeliram ao fato, certamente haverá atenuantes, mas não justificativa ou isenção de responsabilidade. Se assim não fosse, o raciocínio indica que have-ria derrogação das próprias leis de harmonia da Criação, o que não se poderá admitir. Quanto à mi-sericórdia a que esse infrator teria direito como filho de Deus, não se

trataria, certamente, de uma mise-ricórdia especial. A misericórdia de Deus se estende tanto sobre esse suicida como sobre os demais, sem predileções nem protecionismo. Ela se revela no concurso desvelado

dos bons Espíritos, que auxiliarão o soerguimento do culpado para a devida reabilitação, infundindo-lhe ânimo e esperança e cercando-o de toda a caridade possível, inclusive com a prece, exatamente como na Terra agimos com os doentes e sofredores a quem socorremos. Es-tará também na possibilidade de o suicida se reabilitar para si próprio, através de reencarnações futuras, para as duas sociedades, terrena e invisível, as quais escandalizou com o seu gesto, e para as leis de Deus, sem se perder irremissivelmente na condenação espiritual.

De qualquer forma, com ate-nuantes ou agravantes, o de que nenhum suicida se isentará é da reparação do ato que praticou com

o desrespeito às leis da Criação, e uma nova existência o aguardará, certamente em condições mais pre-cárias do que aquela que destruiu, a si mesmo provando a honra espi-ritual que infringira.

O suicídio é rodeado de com-plexos e sutilezas imprevisíveis, contornado por situações e con-seqüências delicadíssimas, que va-riam de grau e intensidade diante das circunstâncias. As leis de Deus são profundas e sábias, requerendo de nós outros o máximo equilíbrio para estudá-las e aprendê-las sem alterá-las com os nossos gostos e paixões.

Assim sendo, que fique bem esclarecido que nenhum motivo neste mundo será bastante honro-so para justificar o suicídio diante das leis de Deus. O suicida é que poderá ser sincero ao supor tal coisa, daí advindo então atenuan-tes a seu favor. O melhor mesmo é seguirmos os conselhos dos pró-prios suicidas que se comunicam com os médiuns: — Que os homens suportem todos os males que lhes advenham da Terra, que suportem fome, desilusões, desonra, doenças, desgraças sob qualquer aspecto, tudo quanto o mundo apresente como sofrimento e martírio, por-que tudo isso ainda será preferível ao que de melhor se possa atingir pelos desvios do suicídio. E eles, os Espíritos dos suicidas, são, real-mente, os mais credenciados para tratar do assunto.

A honra espiritual se estriba em pontos bem diversos, porque nos induzirá, acima de tudo, ao respeito das mesmas leis

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fidelidadeSpírita | abril 2009reFlexão

Um dos requisitos exi-gidos por Jesus, como condição indispensável

àqueles que pretendessem seguir-lhe as pegadas, é a coragem moral.

Eu vos envio, disse ele aos discípu-los, como ovelhas no meio de lobos. Esta frase é bastante eloqüente e, por si só, define muito bem a posição dos cristãos na sociedade do século.

“Sereis entregues aos tribunais por minha causa. Suportareis per-seguições, açoites e prisão. Haverá delações entre os próprios irmãos. Atraireis o ódio de todos. A vossa vida correrá iminente risco a cada instante.

“Todavia, não temais, pois até os cabelos de vossas cabeças estão contados. Nenhum receio deveis ter dos homens, cujo poder não vai além do vosso corpo. Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos. Portanto, nada de temores: o que vos digo à puridade proclamai-o dos eirados. Nada há encoberto que não seja des-coberto; nada há oculto que se não venha a saber. Por isso, aquele que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai celestial; e o que me negar diante dos homens, eu o negarei perante meu Pai que está nos céus.”

Tais expressões são de clareza meridiana. Para ser cristão, é preciso coragem, ânimo forte, atitude varo-

nil. “Seja o teu falar: sim, sim; não, não”. Não há lugar para composturas dúbias, indecisas, oscilantes. O cren-te em Cristo deve possuir convicção inabalável, têmpera rija, caráter positivo e franco.

Entre as virtudes, não há incom-patibilidades. A mansuetude, a cor-

dura e a humildade são predicados que podem (e devem) coexistir com a energia, com a intrepidez, com a varonilidade. Deus é infinitamente misericordioso e, ao mesmo tempo, é infinitamente justo.

O caráter do cristão há-de ser forjado de aço de Toledo e de ouro do Transvaal. Assim disse Amado Nervo: “Ouro sobre aço sejam a tua vontade e a tua conduta. Sobre o aço do teu pensamento há-de luzir o arabesco de ouro das formas

puras e gentis. Ouro e aço será tua vida, serão teus propósitos, serão teus atos.”

Abulia indiferença e marasmo não são expressões de bondade. “Não és frio, nem quente; por isso, quero vomitar-te de minha boca.” Passividade não é virtude. Entre o bem e o mal, a verdade e a impostura, a justiça e a iniqüidade não há lugar para acomodações, nem para neu-tralidade. O cristão se define sempre em tais conjunturas, confessando o seu Mestre.

“Ninguém pode servir a dois senhores.” Que relação pode haver entre Jesus e Baal? Dobrar os joelhos diante de todos os tronos, só porque são tronos; curvar-se perante todos os Césares, só porque são Césares; afazer-se às tiranias e às opressões, anuir direta ou indiretamente às tranquibérnias e vilezas da época; pactuar, enfim, com a injustiça de qualquer maneira e por quaisquer motivos, é negar a Jesus-Cristo no cenáculo social. “Não sejais escravos dos homens, nem das paixões; não sejais, igualmente, nem parasitas, nem bajuladores, nem mendigos” — disse o grande educador Hilário Ribeiro em um dos seus excelentes livros didáticos. Não se triunfa na vida, sem ânimo viril. E’ a covardia moral que faz o homem escravizar-se a outros homens; que o faz escravo de vícios repugnantes e de paixões vis

coragem moralpor vinícius

Deus é infinitamente misericordioso e, ao mesmo tempo, é infinitamente justo

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abril 2009 | fidelidadeSpírita reFlexão

e soezes. E’ ainda por pusilanimida-de e covardia que o homem bajula, mendiga e se torna parasita.

Sem boa dose de coragem (quase ia dizendo de audácia), o homem não cumpre o dever e menos ainda con-segue sair-se airosamente das emer-gências difíceis da vida. O suicídio, seja por este ou por aquele motivo, é sempre um ato de covardia moral. A sentinela valorosa jamais abandona o posto que lhe foi confiado.

Os altos problemas da Vida, consubstanciados na sentença evan-gélica — Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito — requerem ânimo forte e vontade irredutível para serem solucionados. Não é fugindo aos perigos e às dificulda-des que o homem há-de vencê-las; é enfrentando-as.

A coragem moral é a primeira virtude do homem de fé. Cumpre, porém, não confundir a verdadeira coragem com as caricaturas de co-ragem, que se ostentam por toda a parte. Estas são burlescas e vulgares, aquela é rara e cheia de nobreza. A coragem não consiste em atitudes violentas e belicosas. Nada tem de

comum com a temeridade. E’ serena e íntima. Não se ostenta em bracejos, ou gesticulações espetaculosas, nem em vozeios e frases ameaçadoras e ofensivas. Revela-se antes em su-portar, do que em repelir a ofensa recebida. Energia não significa agres-sividade. Ser franco não é ser ferino, nem, sequer, contundente.

Quanto maior é a coragem, tanto mais calmo age o indivíduo. A cons-ciência do valor próprio, aliada à fé no Supremo Poder, fêz o homem tolerante e sofrido, paciente e tran-qüilo. Tal foi a atitude invariável de Jesus diante das conjunturas mais embaraçosas de sua vida terrena.

Suportou todas as injúrias, todas as humilhações e iniqüidades que lhe foram infligidas, conservando imaculada e intangível a pureza do alto ideal por que se bateu até ao extremo sacrifício.

Tal é a coragem de que precisam revestir-se os seus discípulos de hoje, como souberam fazer os discípulos do passado.

Saulo, antes de ser Paulo, não denotou coragem nenhuma perse-guindo, aprisionando e consentindo

no assassínio dos primeiros adeptos do Cristianismo nascente.

Saulo tinha às suas ordens gen-darmes municiados; as altas au-toridades civis e eclesiásticas lhe conferiam poderes discricionários. Os perseguidos eram párias sociais, sem proteção, pobres e desarmados. A atitude de Saulo era daquelas que confirmam o velho brocardo: Quer conhecer o vilão? Ponha-lhe nas mãos o bastão.

Após o célebre dia de Damasco, em que Saulo se transformou em Paulo, a vilania daquele se converteu na coragem moral deste. De algoz, passou a ser vítima. A seu turno perseguido, tendo agora contra si as armas e o rancor das autoridades detentoras do poder; correndo os maiores riscos, suportando prisões e açoites, afrontando a morte a cada momento, Paulo caminha intrépido e destemido, na defesa da causa santa da justiça e da liberdade personifica-das no credo de Jesus.

O extraordinário Apóstolo das gentes nos oferece, em si mesmo, exemplos da falsa e da legítima cora-gem, antes e depois da conversão.

Convertamo-nos, pois, nós os espíritas, os néo-cristãos, como se converteu Paulo.

Provemos em nós mesmos, com a transformação radical de nosso caráter, a eficiência e o poder de Jesus-Cristo, como redentor da Humanidade, como libertador do homem, mediante o exemplo de coragem moral que nos legou como herança preciosíssima.

Fonte:

VINÍCIUS. Em Torno do Mestre. Págs. 59 – 62.

Feb. 1999.

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fidelidadeSpírita | abril 2009

dentro do larpor Joana de Ângelis / divaldo franco

Famílias-problemas!... Irmãos que se antagonizam... Cônjuges em lamentáveis litígios... Animosidades entre filho e pai, farpas de ódios entre filha e mãe... Afetos conjugais que se desmantelam torvas acrimônias... Sorrisos filiais que se transfiguram em rictos de idiossincrasias e vinditas... Tempestades verbais em discussões extemporâneas... Agressões infelizes de conseqüências fatais... Tragédias nas paredes estreitas das famílias... Enfermidades rigorosas sob látegos de impiedosa maldade... Mãos encanecidas sob tormentos de filhos dominados por ódios inomináveis. Pais enfermos açoitados por filhas obsidiadas, em conúbios satânicos de reações

violentas em cadeia de ira...Irmãos dependentes sofrendo agressões e recebendo amargos pães, fabricados

com vinagre e fel de queixa e recriminações... Famílias em guerras tiranizantes, famílias-problemas!...

mensaGem

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abril 2009 | fidelidadeSpírita

Fonte:

FRANCO, Divaldo Pereira. S.O.S. Família.

Págs. 48 – 51. Livraria Espírita Leal Editora.

1994.

É da Lei Divina que o infrator renasça ligado à infração que o caracteriza

É da Lei Divina que o infrator renasça ligado à infração que o caracteriza.

A justiça celeste estabeleceu que a sementeira tem caráter espontâ-neo, mas a colheita tem impositivo de obrigatoriedade.

O esposo negligente de ontem, hoje recebe no lar a amiga compa-nheira nas vestes da filha ingrata e maldizente.

A nubente atormentada, que no passado desrespeitou o lar, acolhe nos braços, no presente, o esposo traído vestindo as roupas do filho insidioso e cruel.

O companheiro do pretérito culposo se reivincula pela consan-güinidade à vítima, desesperada, reencontrando-a em casa como irmão impenitente e odioso.

O braço açoitador se imobiliza sob vergastas da loucura encarcerada nos trajos da família.

Desconsideração doutora, des-respeito da atualidade.

Insânia gerando sandice e crimi-nalidade alimentando aversões.

Chacais produzindo chacais.Lobos tombando em armadilhas

para lobos.Cobradores reencarnados junto

às dívidas, na província do instituto da família, dentro do lar.

Acende a claridade do Evan-gelho no lar e ama a tua família-problema, exercitando humildade e resignação.

Preserva a paciência, elaborando o curso de amor nos exercícios di-ários do silêncio entre os panos da piedade para os que te compartem o ninho doméstico, revivendo os dias idos com execrandas carantonhas, sorvendo azedume e miasmas.

Não renasceste ali por circuns-tância anacrônica ou casual.

Não resides com uma família-problema por fator fortuito nem por engano dos Espíritos Egrégios.

Escolheste, antes do retomo ao

veículo físico, aqueles que dividi-riam contigo as aflições superlativas e os próprios desenganos.

Solicitaste a bênção da presença dos que te cercam em casa, para librares com segurança nos cimos para onde rumas.

Sem eles faltariam bases para os teus pés jornadeiros.

Sem a exigência deles, não serias digno de compartilhar a vilegiatura espiritual com os Amorosos Guias que te esperam.

São eles, os parentes severos nos trajos de verdugos inclementes, a lição de paciência que necessitas viver, aprendendo a amar os difíceis de amor para te candidatares ao Amor que a todos ama.

A mensagem espírita, que agora rutila no teu espírito transformado em farol de vivo amor e sabedoria, é o remédio-consolo para tuas dores no lar, o antídoto e o tratado de armistício para o campo de batalha onde esgrimas com as armas da fé e da bondade, apaziguando, compre-endendo, desculpando, confiando em horas e dias melhores para o futuro...

Apóia-te ao bastão da certeza reencarnacionista, aproveita o pa-decimento ultriz, ajuda os verdugos da tua harmonia, mas dá-lhes a luz do conhecimento espírita para que, também eles, os problemas em si mesmos, elucidem os próprios enigmas e dramas, rumando para experiências novas com o coração afervorado e o espírito tranqüilo.

Joanna de Ângelis

mensaGem

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fidelidadeSpírita | abril 2009mediunidade

diretrizes de Segurança

por divaldo franco e raul teixeira

61. como deve processar-se a doutrinação dos desencarnados nas reuniões mediúni-cas?

raul - a doutrinação, ou esclarecimento, dirigida aos companheiros desencarnados, que se apresen-tam nas reuniões de intercâmbio mediúnico, deve ser processada dentro de um clima de entendimento e respeito, estando certo o doutrinador, ou esclare-cedor, de estar dialogando com um ser humano, cuja diferença mais notável é a estar o espírito despojado do corpo físico.

refletindo sobre tal verdade, o doutrinador não ignorará que o desencarnado continua com possibili-dades de sentir simpatia ou antipatia, de nutrir amor ou ódio, alegria ou tristeza, euforia ou depressão.

que ele pode ainda ser lúcido ou embotado,

zombeteiro, leviano, emotivo ou frio de sentimen-tos.

a doutrinação, a partir dessa reflexão, se desen-volverá como um diálogo com outro ser humano, quando pelo menos um dos conversadores é nobre e atencioso. assim, evitar-se-ão, por parte do doutri-nador, ameaças, chantagens, irritação ou desdém.

em tudo, o bom senso. o doutrinador deixa a entidade falar, dizer a que veio, o que deseja, e, daí, vai conversando, perguntando sem agressão, chamando o desencarnado à meditação, à compre-ensão, admitindo, contudo, que, nem sempre, será tarefa muito fácil ou imediata, como entre pessoas encarnadas que têm dificuldade de entender as coisas, por múltiplas razões, e passam longos me-ses ou mesmo anos, às vezes, para reformar uma opinião ou abrir mão de determinados costumes ou procedimentos.

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abril 2009 | fidelidadeSpírita mediunidade

Fonte:

FRANCO, Divaldo P. TEIXEIRA, Raul J.

Diretrizes de Segurança. Frater, 2002.

62. no atendimento a espíritos sofredores, o doutrinador deve, antes de mais nada, fa-zer o comunicante conhecer a sua condição espiritual?

divaldo - há que perguntar-se, quem de nós está em condições de receber uma notícia, a mais importante da vida, como é a da morte, com a se-renidade que seria de se esperar?

não podemos ter a presunção de fazer o que a divindade tem paciência em realizar. essa questão de esclarecer o espírito no primeiro encontro é um ato de invigilãncia e, às vezes, de leviandade, porque é muito fácil dizer a alguém que está em perturbação: você já morreu! é muito difícil escutar-se esta frase e recebê-la serenamente.

dizer a alguém que deixou a família na terra e foi colhido numa circunstância trágica, que aquilo é a morte, necessita de habilidade e carinho, preparan-do primeiro o ouvinte, a fim de evitar-lhe choques, ulcerações da alma.

considerando-se que a terapêutica moderna, principalmente no capítulo das psicoterapias, obje-tiva sempre libertar o homem de quaisquer traumas e não lhe criar novos, por que, na vida espiritual, se deverá usar uma metodologia diferente ?

a nossa tarefa não é a de dizer verdades, mas, a de consolar, porque, dizer simplesmente que o comunicante já desencarnou, os guias também

poderiam fazê-lo. deve-se entrar em contato com a entidade, participar da sua dor, consolá-la, e, na oportunidade que se faça lógica e própria, esclare-cer-lhe que já ocorreu o fenômeno da morte mas, somente quando o espírito possa receber a notícia com a necessária serenidade a fim de que disso retire o proveito indispensável a sua paz. do contrário, será perturbado prejudicá-lo gravemente, criando embaraços para os mentores espirituais.

63. será plausível que se desenrole a doutri-nação de desencarnados por meio de uma pequena palestra, em que o doutrinador possa expressar-se como quem faz uma conclamação?

raul – o doutrinador dispensará sempre os discursos durante a doutrinação entendendo-se aqui discurso não como a linha ideológica utilizada, mas, sim, a falação interminável, que não dá ensejo à outra parte de se exprimir, de se explicar

muitas vezes na ânsia de ver as entidades escla-recidas e renovadas o doutrinador se perde numa excessiva e cansativa cantilena, de todo improdutiva e enervante.

o diálogo com os desencarnados deverá ser sóbrio e consistente ponderado e clarificador, permitindo boa assimilação por parte do espírito e excelente treino lógico para o doutrinador.

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ca

pa

mediunidade e autocríticapor equipe fidelidadeSpírita

no caSo de eSpíritoS amigoS:

1) Verificar o ambiente fluídico:Observe se há alterações fluídicas, isto é, se

você sente algo diferente agindo ou reagindo sobre suas faculdades.

2) Avaliação:Avalie esse ambiente identificando a quali-

dade dos fluidos e a natureza da entidade que tenta se comunicar. Geralmente o médium sente um bem estar e uma sensação de felicidade intraduzíveis.

3) Tranqüilidade:Tranqüilize sua mente e verifique que pensa-

mentos lhe chegam. Envolva-se com as emoções e as palavras que lhe surgem com naturalidade. Não é necessário aplicar um tom soturno na voz,

use a sua mesmo, a não ser que ela, naturalmente, sofra a alteração da sua emoção sob o concurso dos espíritos. Mas, coisa estranha é notar um médium falando com voz fina e estridente só porque o espírito se sente feminino. Isso não é essencial para a validade da mensagem. O con-teúdo, esse sim, é essencial e validará ou não a instrução espiritual.

4) Transmita a mensagem com naturalida-de:

Caso não perceba com “clareza” o ambiente espiritual ou esteja com dificuldades de organizar as idéias que lhe chegam, melhor é aguardar nova oportunidade.

Lembre-se, a reunião mediúnica é sagrada, o tempo é precioso e não convém ocupá-lo com “comunicações” truncadas, vagarosas, repetidas com um sotaque ridículo e risível. Por isso, deve

Quem já não se viu constrangido nas reuniões mediúnicas com “mensagens” longas, can-sativas e sem nenhum conteúdo doutrinário moral? Ou ainda, atendimentos de espíritos sofredores ou obsessores que resvalam ao exagero ou ao animismo?

O intercâmbio espiritual é uma bênção que todos nós agradecemos. Quer para socorrermos espíri-tos necessitados ou haurirmos instruções superiores, o contato com o mundo dos espíritos é algo que respeitamos com fervor religioso e almejamos seja executado na mais absoluta pureza e simplicidade de propósitos.

É necessário estudarmos e orientarmos nossos companheiros médiuns para que estabeleçam uma espécie de “conduta espírita” para a mediunidade.

Sugerimos aos médiuns os seguintes passos antes de transmitir qualquer mensagem na reunião mediúnica:

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abril 2009 | fidelidadeSpírita capa

O mais importante é aprender e servir onde Deus nos colocou

o médium ter autocrítica e se ob-servar ao longo dos anos. Nossa presença lúcida, fraterna, atuante, doutrinariamente correta na reu-nião mediúnica já será uma men-sagem de qualidade e ética aplicada na prática com a mediunidade.

Atenção: Nem todos os mé-

diuns terão condições mediúnicas para transmitir mensagens, os que possuírem em grau de trabalho essa capacidade não serão, por isso mesmo, diferentes dos outros, a mediunidade é uma faculdade orgânica. O médium não será especial porque transmite essa ou aquela orientação espiritual. É no silêncio e na vivência do espiritis-mo, e das mensagens superiores que intercambiam, que os médiuns tornam-se tarefeiros dignos de ad-miração e amparo espiritual.

Sendo assim, não se entristeça caso não consiga transmitir mensa-gens na reunião mediúnica. O mais importante é aprender e servir onde Deus nos colocou.

no caSo de eSpíritoS SofredoreS ou oBSeSSoreS:

1) Sinto alguma entidade?Quer por recurso fluídico ou

vidência, verifique o que você per-cebe. Se há alterações emocionais, sensações físicas e se sua mente é invadida por pensamentos que você não cultivou durante o dia.

Caso você tenha visto um aci-

dente que o impressionou, assistido a um filme, um atendimento fra-terno que lhe tenha sensibilizado e essas lembranças surgirem em sua mente e você se sentir tentado

a transmiti-las como se fossem de espíritos, convém

meditar. Talvez q u e s e j a m

projeções naturais

da sua mente num processo natural de concentração. Quando busca-mos um estado de atenção, a mente custa um pouco a estabelecer a sin-tonia que desejamos e fará “saltar” todas as idéias ou situações que a sobre excitaram durante o dia.

Seria de bom alvitre não cultivar nenhuma dessas idéias, mas, se você achar que um espírito acom-panhou alguém que você amparou no atendimento fraterno, peça, em silenciosa oração, para que essa possível entidade seja atendida por outro médium. Assim, você se libertará daqueles pensamentos acalmando sua mente para o que efetivamente esteja programado.

2) Tenha calma!Ninguém está imaginando que

você é obrigado a dar alguma manifestação, intercambiar algum espírito. Você não é máquina de receber espíritos. Melhor uma comunicação em que o médium ofereça todo o seu equilíbrio e ins-trumental psíquico, possibilitando um atendimento efetivo, do que várias comunicações “superficiais”. Tranqüilize-se na prece aguardando o momento oportuno, quando você tiver certeza do envolvimento espiritual.

Dirigentes e doutrinadores têm de ter a sensibilidade de perguntar, antes do transe, ao médium se está ou não sentindo algo. Coisa mais desagradável é ser surpreendido pelo doutrinador sem que haja al-gum espírito para o atendimento.

Nesse caso, com naturalidade, o médium deverá dizer: obrigado, não estou envolvido.

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fidelidadeSpírita |abril 2009

medianeiro se desesperar o espírito sofrerá duplamente: sentindo o seu próprio pavor e, agora, o do médium que se desequilibrou sem nenhuma ajuda oferecer.

O papel do médium não é o de um simples repetidor. Ele deve ser elemento ativo pacificador, coope-rando com suas emoções equili-bradas e sua moral saudável para o atendimento dos desencarnados.

Observando, durante anos,

vários atendimentos, notamos que médiuns equilibrados, doutrina-

O medianeiro é uma espécie de socorrista que necessita estar bem para amparar

3) Durante o transe:Quando a sintonia se der, levan-

do o médium ao transe, a vigilância é necessária. O médium não é um boneco sem emoção, mas, também, não deve ser um desequilibrado mental que obedeça cegamente aos impulsos dos desencarnados.

Isso não é mediunidade!Mediunidade é equilíbrio!O medianeiro é uma espécie de

socorrista que necessita estar bem para amparar. À semelhança de um médico no hospital que não pode se apavorar no atendimento, o médium precisa oferecer recursos de equilíbrio para que o espírito sinta confiança e receba o atendi-mento.

4) Em relação ao espírito co-municante:

Da mesma forma que o mé-dium percebe o mundo íntimo do espírito, a entidade desencarnada percebe o mundo íntimo do mé-dium. Se o Espírito está com medo, dor, desequilibrado o médium não pode agir da mesma forma. Se o

riamente esclarecidos afetuosos, socorrem com maior competência espíritos sofredores e perturba-dores. Estando os médiuns num clima de amor e doação, numa sintonia superior e nobre, envol-vem os comunicantes num campo de equilíbrio que lhes pertencem, aos médiuns, conferindo uma espécie de tranqüilidade aos espí-ritos que, efetivamente, facilita o atendimento.

Quando alguém muito nervoso adentra a um ambiente favorecido pela calma, em que as pessoas falam num tom baixo, há uma espécie de contágio e a criatura acalma-se.

O medianeiro equilibrado, quanto possível, oferece esse clima de harmonia contagiando os espí-ritos necessitados, auxiliando no atendimento espiritual.

Esse parece ser o papel da me-diunidade com Jesus!

Do contrário, com médiuns desequilibrados, que se preocupam em ocupar o tempo com show, regado a gritaria e encenações, poderá haver comunicação, mas, dificilmente atendimento, fazendo com que nos envergonhemos pe-rante as equipes espirituais nobres e sérias.

Contudo, estendemos nosso reconhecimento aos grupos medi-únicos que, sob o lume da doutrina espírita, trabalham com amor e ho-nestidade construindo uma prática mediúnica de qualidade.

Que essas meras sugestões, portanto, sirvam de ref lexão e apoio ao trabalho daqueles que se consagraram ao mister com a mediunidade.

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uma publicação do centro de estudos espíritas “nosso lar” – campinas/Sp 17assine: (19) 3233-5596 uma publicação do centro de estudos espíritas “nosso lar” – campinas/Sp

abril 2009 | fidelidadeSpírita história

Desde a infância, Jenny Cockell tinha sonhos em que se via em outra

época e lugar. Sentia-se uma jovem mãe, assando pão numa pequena casa de campo, caminhando para a igreja, esperando por um bote no cais de madeira. Ou então, se sentia inerte no leito de morte, torturada por febre intensa, porque morrera de complicações do parto. E se sentia atormentada ao pensar que sorte teriam tido os oito filhos que tinha então.

Jenny cresceu, tornou-se arquite-ta, casou-se e teve um filho, Leigh. Mas não conseguia esquecer dos filhos da vida anterior. Eu tinha ne-cessidade de saber se eles estavam bem e não poderia tranqüilizar-me, até que isso fosse esclarecido.

Certa vez, observando um mapa da região de Malahide, ao norte de Dublin, Irlanda, ela sentiu, intuitiva-mente, que ali vivera com o nome de Mary. E notou como era semelhante aquela região com os desenhos que fizera de acordo com seus sonhos, na infância.

Jenny estava grávida da segunda filha, Alison, quando, com a ajuda do marido Doug Cole e de Leigh, começou os esforços para localizar os filhos sobreviventes da falecida Mary, o que conseguiu em 1990.

A busca não foi fácil. Começou pesquisando nos registros da igreja local a respeito de uma mãe de oito filhos chamada Mary e verificou que, de fato, na década de 1930, havia vivido e morrido em Malahide uma

certa Mary Sutton e suas crianças haviam sido entregues a famílias e orfanatos.

Continuando a busca, teve ajuda de jornais irlandeses, escreveu para igrejas, e, finalmente, localizou os seis filhos sobreviventes, que esta-vam agora na casa dos sessenta ou setenta anos: Sony, Cristy, Frank, Phyllis, Betty e James (este faleceu em 1992).

O primeiro contato de Jenny com a sua família da encarnação anterior foi com Sonny e por telefone, mas ela conseguiu convencer o filho, porque aludia a fatos que só as “crianças” poderiam saber e lembrar, como o fato de ele e a mãe terem libertado uma lebre que fora colhida numa armadilha.

Depois, também os outros filhos se convenceram de que Jenny era de fato sua mãe Mary Sutton, e a busca serviu para que a família voltasse a se unir, pois desde a morte de Mary não haviam se encontrado.

Curiosamente, como a Igreja rejeita a reencarnação, foi sugerido a Phyllis que o espírito de sua mãe estivesse falando através de Jenny, com a intenção de reunir a família. Preferem explicar o fato como uma comunicação mediúnica, mas Mary Sutton, reencarnada como Jenny, sabe que não é assim.

Quando desencarnou, preocupa-da com a sorte dos filhos, guardou o desejo de voltar para ajudá-los e ao reencarnar, vinte e um anos depois, conseguiu concretizar seu propósito de reunir a família.

Naturalmente, a BBC (estatal inglesa de rádio e televisão) não per-deu a oportunidade de investigar as lembranças de Jenny, em entrevistas especiais, constatando que ela sabia particularidades da casa de Mary, como só a própria Mary poderia conhecer.

Jenny Cockell contou a sua história no livro Across Time and Death (Através do Tempo e da Morte – Uma mãe em busca de seus filhos da Vida Passada), de 1994, e a Revista People, de 3 de outubro daquele ano, publicou uma reportagem que teve ampla repercussão na imprensa ame-ricana, reproduzida em parte pela Revista Internacional de Espiritismo, em fevereiro de 2001, de onde tiramos parte destas informações.

Em 2000, a CBS TV fez um filme, dirigido por Marcus Cole e estrelado por Jane Seymour, sobre essa emocionante história Verídica, sob o título: “Yesterday’s Children”, que tem passado na TV a cabo com o nome de “Sonhos de ontem”.

É interessante notar a foto dos filhos sobreviventes ao lado da mãe reencarnada. Ela, ao redor dos seus quarenta anos, e eles sexagenários ou septuagenários, mas unidos pelo amor que transpôs a barreira do tempo.

a mãe que reencarnoupor therezinha oliveira

Fonte:

OLIVEIRA, Therezinha. Na luz da reencarnação.

Cap. 10. CEAK. Campinas/SP. 2006.

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fidelidadeSpírita | abril 2009

as cinco alternativas dahumanidadepor allan Kardec

Bem poucos homens vivem despreocupa-dos do dia seguinte. Ora, se cada um se inquieta pelo que virá após o dia que está

transcorrendo, com mais forte razão é natural se preocupe com o que haverá depois do grande dia da vida, pois já não se trata de alguns instantes, mas da eternidade. Viveremos ou não viveremos, findo esse grande dia? Não há meio-termo; é uma questão de vida e de morte; é a suprema alternativa!...

Se interrogarmos o sentimento íntimo da quase universalidade dos homens, todos responderão: “Viveremos.”

Essa esperança constitui uma consolação. Entre-tanto, uma pequena minoria se esforça, sobretudo de algum tempo para cá, por lhes provar que não viverão. Fez prosélitos essa escola, força é confessá-lo,

e principalmente entre os que, temendo a responsa-bilidade do futuro, acham mais cômodo gozar sem constrangimento do presente, sem se perturbarem com a perspectiva das conseqüências. Essa, porém, é a opinião de uma pequena minoria.

Se havemos de viver, como viveremos? Em que condições viremos a encontrar-nos? Aqui, os sistemas variam, de acordo com as idéias religiosas e filosóficas. Podem, no entanto, reduzir-se a cinco todas as capitais alternativas, que passamos a sumariar, a fim de que se torne mais fácil a comparação e cada um possa escolher a que lhe pareça mais racional e melhor cor-responda às suas aspirações pessoais e às exigências da sociedade. As cinco alternativas são as que resultam das doutrinas do materialismo, do panteísmo, do deísmo, do dogmatismo e do Espiritismo.

ensinamento

doutrina materialiSta

doutrina panteíSta

doutrinadeíSta

doutrina dogmática

doutrinaeSpírita

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abril 2009 | fidelidadeSpírita

... o suicídio vem a ser o fim racional e lógico da existência...

1º - doutrina materialiSta

A inteligência do homem é uma propriedade da matéria; nasce e morre com o organismo. O homem nada é antes, nem depois da vida corporal.

Conseqüências. Sendo o homem apenas matéria, os gozos materiais são as únicas coisas reais e desejá-veis; as afeições morais carecem de futuro; os laços morais a morte os quebra sem remissão e para as mi-sérias da vida não há compensação; o suicídio vem a ser o fim racional e lógico da existência, quando não se pode esperar atenuação para os sofrimentos; inútil qualquer cons-trangimento para vencer os maus pendores; viver cada um para si o melhor possível, enquanto aqui estiver; estupidez vexar-se e sacrificar o repouso, o bem-estar por causa de outros, isto é, por causa de seres que a seu turno serão aniquilados e que ninguém tornará a ver; deveres sociais sem fundamento, o bem e o mal meras convenções; por freio social unicamente a força material da lei civil.

NOTA — Não será talvez inútil lem-brar aqui, aos nossos leitores, algumas passagens de um artigo que publicamos sobre o materialismo, na Revista de agosto de 1868.

“O materialismo, dizíamos, es-tadeando-se, como jamais o fizera em época nenhuma, apresentan-do-se como regulador supremo dos destinos morais da Humanidade, teve por efeito aterrorizar as massas pelas conseqüências inevitáveis das

suas doutrinas com relação à ordem social. Por isso mesmo, provocou, em favor das idéias espiritualistas, enérgica reação, que lhe há de pro-var quão longe ele está de possuir simpatias tão gerais quanto supõe e que singularmente se ilude se espera impor um dia suas leis ao mundo.

“Certamente as crenças espiri-tualistas do passado não satisfazem a este século: já não estão ao nível

intelectual da nossa geração; por muitos pontos, acham-se em con-tradição com os dados positivos da Ciência; deixam no espírito idéias incompatíveis com a necessidade do positivo que predomina na socieda-de moderna; cometem, além disso, o erro de se imporem por meio da fé cega e de proscreverem o livre-exame; daí, sem nenhuma dúvida, o desenvolvimento da incredulidade na maioria das criaturas. É de toda a evidência que, se os homens fos-sem alimentados, desde a infância, com idéias de natureza a serem mais tarde confirmadas pela razão, não haveria incrédulos. Quantos, recon-duzidos pelo Espiritismo à crença, nos hão dito: “Se sempre nos hou-vessem apresentado Deus, a alma e

a vida futura de maneira racional, jamais houvéramos duvidado.”

“Do fato de a um princípio dar-se má ou falsa aplicação, seguir-se-á que se deva rejeitá-lo? Ocorre com as coisas espirituais o que se verifi-ca com a legislação e com todas as instituições sociais. Faz-se mister apropriá-las aos tempos, sob pena de sucumbirem. Mas, em vez de apresentar alguma coisa melhor que o velho espiritualismo, o ma-terialismo preferiu suprimir tudo, o que o dispensava de pesquisar e lhe parecia mais cômodo àqueles a quem a idéia de Deus e do futuro importuna. Que se deveria pensar de um médico que, achando não ser bastante substancioso o regímen de um convalescente, lhe prescrevesse não comer absolutamente nada?

“O que causa espanto na maioria dos materialistas da escola moderna é o espírito de intolerância levado aos últimos limites, quando ao mesmo tempo reclamam incessan-temente o direito à liberdade de consciência!...

“...Há, neste momento, em certo partido, um levantar de broquéis contra as idéias espiritualistas em geral, nas quais, naturalmente, as do Espiritismo se acham envolvi-das.

O que esse partido quer não é um Deus melhor e mais justo, é o Deus matéria, menos embaraçoso, porque não se lhe tem de prestar contas. Ninguém contesta ao men-cionado partido o direito de ter sua opinião, de discutir as opiniões con-trárias; mas, o que não se lhe pode-ria conceder é a pretensão, singular, pelo menos, em homens que se dão como apóstolos da liberdade, de

ensinamento

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fidelidadeSpírita | abril 2009

Sem individualidade e sem consciência de si mesmo, o ser é como se não existisse

impedirem que os outros creiam a seu modo e discutam as doutrinas de que eles não partilham.

Intolerância por intolerância, uma não vale mais do que a ou-tra...”

2º - doutrina panteíSta

O princípio inteligente, ou alma, independente da matéria, é extraído, ao nascer, do todo uni-versal; individualiza-se em cada ser durante a vida e volta, por efeito da morte, à massa comum, como as gotas de chuva ao oceano.

Conseqüências. Sem individu-alidade e sem consciência de si mesmo, o ser é como se não existis-se. As conseqüências morais desta doutrina são exatamente as mesmas que as da doutrina materialista.

NOTA — Certo número de pante-ístas admitem que a alma, tirada, ao nascer, do todo universal, conserva a sua individualidade por tempo inde-finido e somente volta à massa depois de haver chegado aos últimos degraus da perfeição. As conseqüências desta variedade de crença são absolutamente as mesmas que as da doutrina panteísta

propriamente dita, pois de todo inútil é que alguém se dê ao trabalho de adquirir alguns conhecimentos, cuja consciência terá de perder, pelo ani-quilar-se após um tempo relativamente curto. Se a alma, em geral, se nega a admitir semelhante concepção, quão mais penosamente não haveria ela de sentir-se chocada, ponderando que o instante em que alcançasse o conheci-mento e a perfeição supremos seria o em que se veria condenada a perder o fruto de todos os seus labores, perdendo a sua individualidade.

3º - doutrina deíSta

O deísmo compreende duas ca-tegorias bem distintas de crentes: os deístas independentes e os deístas providencialistas.

Os primeiros crêem em Deus; admitem todos os seus atributos como criador. Deus, dizem eles, estabeleceu as leis gerais que regem o Universo; mas, uma vez estabele-cidas, essas leis funcionam por si sós e aquele que as promulgou de mais nada se ocupa. As criaturas fazem o que querem ou o que po-dem, sem que ele se inquiete. Não há providência; não se ocupando Deus conosco, nada temos que lhe agradecer, nem que lhe pedir.

Os que negam qualquer inter-venção providencial na vida do homem são como crianças que se julgam muito ajuizadas para se libertarem da tutela, dos conselhos e da proteção de seus pais, ou que pensam não deverem estes ocupar-se mais com eles, desde que os puseram no mundo.

Sob o pretexto de glorificarem a Deus, demasiado grande, dizem, para se abaixar até às suas criaturas, fazem dele um grande egoísta e o re-baixam até ao nível dos animais que abandonam suas crias à Natureza.

Essa crença é resultado do orgu-lho; é sempre a idéia de que estamos

ensinamento

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abril 2009 | fidelidadeSpírita

submetidos a um poder superior que fere o amor-próprio e do qual procuram eximir-se. Enquanto uns negam absolutamente esse poder, outros consentem em reconhecer-lhe a existência, embora condenan-do-a à nulidade.

Há uma diferença essencial entre o deísta independente, do qual acabamos de falar, e o deísta providencialista.

Este último, com efeito, crê não só na existência e no poder criador de Deus, na origem das coisas, como também crê na sua interven-ção incessante na criação e a ele ora, mas não admite o culto exterior e o dogmatismo atual.

4º - doutrina dogmática

A alma, independente da ma-téria, é criada por ocasião do nascimento do ser; sobrevive e conserva a individualidade após a morte; desde esse momento, tem irrevogavelmente determinada a sua sorte; nulos lhe são quaisquer progressos ulteriores; ela será, pois, por toda a eternidade, intelectual e moralmente, o que era durante a vida. Sendo os maus condenados

a castigos perpétuos e irremissíveis no inferno, completamente inútil lhes resulta todo arrependimento; parece assim que Deus se nega a conceder-lhes a possibilidade de re-pararem o mal que fizeram. Os bons são recompensados com a visão de Deus e a contemplação perene no céu. Os casos que possam merecer

o céu ou o inferno, por toda a eter-nidade, são deixados à decisão e ao juízo de homens falíveis, aos quais

é dada a faculdade de absolver ou condenar.

NOTA — Se a esta proposição final objetassem que Deus julga em última instância, poder-se-ia perguntar que valor tem a decisão proferida pelos homens, uma vez que ela pode ser infirmada.

Separação definitiva e absoluta dos condenados e dos eleitos. Inu-tilidade dos socorros morais e das consolações para os condenados. Criação de anjos ou almas privi-legiadas, isentas de todo trabalho para chegarem à perfeição, etc., etc.

Conseqüências. Esta doutrina deixa sem solução os graves proble-mas seguintes:

1º Donde vêm as disposições inatas, intelectuais e morais, que fazem com que os homens nasçam bons ou maus, inteligentes ou idiotas?

2º Qual a sorte das crianças que morrem em tenra idade? Por que vão elas para uma vida bem-aven-turada, sem o trabalho a que os ou-tros ficam sujeitos durante longos anos? Por que são recompensadas

ensinamento

As almas ou Espíritos progridem mais ou menos rapidamente, mediante o uso do livre-arbítrio, pelo trabalho e pela boa vontade

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fidelidadeSpírita | abril 2009

Fonte:

KARDEC, Allan. Óbras Póstumas. Págs. 193-

200. Feb. 1985.

sem terem podido fazer o bem, ou são privadas de uma felicidade per-feita, sem terem feito o mal?

3º Qual a sorte dos cretinos e dos idiotas que não têm consciência de seus atos?

4º Onde a justiça das misérias e das enfermidades de nascença, uma vez que não resultam de ne-nhum ato da vida presente?

5º Qual a sorte dos selvagens e de todos os que forçosamente morrem no estado de inferiorida-de moral em que foram colocados pela natureza mesma, se não lhes é dado progredirem ulteriormente?

6º Por que cria Deus umas almas mais favorecidas do que outras?

7º Por que chama ele a si prema-turamente os que teriam podido melhorar-se, se vivessem mais tem-po, visto que não lhes é permitido progredirem depois da morte?

8º Por que criou Deus anjos em estado de perfeição sem trabalho, ao passo que outras criaturas são submetidas às mais rudes prova-ções em que têm maiores proba-bilidades de sucumbir, do que de sair vitoriosas, etc., etc.?

5º - doutrina eSpírita

O princípio inteligente inde-pende da matéria. A alma indivi-dual preexiste e sobrevive ao corpo. O ponto de partida ou de origem é o mesmo para todas as almas, sem

ensinamento

exceção; todas são criadas simples e ignorantes e sujeitas a progresso indefinido. Nada de criaturas privilegiadas e mais favorecidas do que outras. Os anjos são seres que chegaram à perfeição, depois de haverem passado, como todas as outras criaturas, por todos os graus da inferioridade. As almas ou Espíritos progridem mais ou menos rapidamente, mediante o uso do livre-arbítrio, pelo trabalho e pela boa vontade.

A vida espiritual é a vida nor-mal; a vida corpórea é uma fase temporária da vida do Espírito, que durante ela se reveste de um envol-tório material, de que se despe por ocasião da morte.

O Espírito progride no estado corporal e no estado espiritual.

O estado corpóreo é necessário ao Espírito, até que haja galgado um certo grau de perfeição. Ele aí se desenvolve pelo trabalho a que é submetido pelas suas próprias necessidades e adquire conheci-mentos práticos especiais.

Sendo insuficiente uma só exis-tência corporal para que adquira todas as perfeições, retoma um cor-po tantas vezes quantas lhe forem necessárias e de cada vez encarna com o progresso que haja realizado em suas existências precedentes e na vida espiritual. Quando, num mundo, alcança tudo o que aí pode obter, deixa-o para ir a outros mundos, intelectual e moralmente mais adiantados, cada vez menos materiais, e assim por diante, até à perfeição de que é suscetível a criatura.

O estado ditoso ou inditoso dos Espíritos é inerente ao adian-

tamento moral deles; a punição que sofrem é conseqüência do seu endurecimento no mal, de sorte que, com o perseverarem no mal, eles se punem a si mesmos; mas, a porta do arrependimento nunca se lhes fecha e eles podem, desde que o queiram, volver ao caminho do bem e efetuar, com o tempo, todos os progressos.

As crianças que morrem em ten-ra idade podem ser Espíritos mais ou menos adiantados, porquanto já tiveram outras existências em que ou praticaram o bem ou co-meteram ações más. A morte não os livra das provas que hajam de sofrer e, em tempo oportuno, eles voltam a uma nova existência na Terra, ou em mundos superiores, conforme o grau de elevação que tenham atingido.

A alma dos cretinos e dos idiotas é da mesma natureza que a de qualquer outro encarnado; possuem, muitas vezes, grande inteligência; sofrem pela defici-ência dos meios de que dispõem para entrar em relação com os seus companheiros de existência, como os mudos sofrem por não poderem falar. É que abusaram da inteligência em existências pretéri-tas e aceitaram voluntariamente a situação de impotência para usar dela, a fim de expiarem o mal que praticaram, etc., etc.

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abril 2009 | fidelidadeSpírita

O coronel Cortes fora vítima de traiçoeiro golpe e agonizava sem esperança

esclarecimento

Quando cheguei ao leito de Alfredo Cortes, de-batia-se o velho entre

as raias da morte. Casa cheia. Afastei os populares que se

aglomeravam ao pé do quarto, e pedi garantias para examiná-lo severamente.

O coronel Cortes fora vítima de traiçoeiro golpe e agonizava sem esperança.

O punhal atingira o coração e, condoído, sentei-me, desarvorado.

Sobre os lençóis empapados de sangue, jazia o ancião inerte.

— Coronel — perguntei, ansioso —, quem lhe fez isso?

O moribundo buscou, em vão, mover os olhos na direção do grande cofre violado e ciciou uma palavra.

Colei o ouvido aos lábios quase imóveis, e, depois de muito esforço, escutei um nome:

—A... prí... gio...— Senti-me empolgado de hor-

ror. Aprígio era o rapaz que ele amava por filho. Naquele minuto rápido, lembrei-me da história dele. Fora enjeitado à porta de Cortes,

quando D. Alzira, a esposa, ainda estava na Terra. O casal sem filhos exultara. Muita vez surpreendera eu os amigos em passeio para distrair a criança. Aprígio crescera mimado, respeitado, protegido. Não quisera

cursar estabelecimento de ensino superior; entretanto, recebera ins-trução suficiente para desempenhar profissão respeitável. Costumava encontrá-lo, à noite, ao pé de amigos desocupados, quando de minhas visitas inesperadas aos casos de urgência. Nunca poderia suspeitar, porém, de que estivesse caminhan-do para semelhante loucura.

Não consegui, no entanto, mais largo tempo para a reflexão.

A vítima cravou em mim os olhos embaciados, conquanto lúci-dos, e estremeceu.

Chegara o fim. Emocionado, abri passagem,

de modo a cientificar meu aponta-mento à polícia, mas a sala contígua povoava-se de vozes ásperas.

Dei alguns passos e estaquei. — É ela! é ela! Madalena Leandro, pobre la-

vadeira do povo, era puxada pelos cabelos.

Aprígio estava à frente do grupo amotinado, gritando com veemên-cia.

Comuniquei o óbito ao chefe do destacamento policial e busquei agir com serenidade, tomando informes.

Madalena fora surpreendida no telhado, mostrando enorme aflição.

Acusada, não se defendera. Tudo inclinava a autoridade a crer fosse ela a homicida.

Intrigado, avancei para a infeliz, perguntando:

— Diga, Madalena! Confesse!

o caso do aprigio

por hilário Silva / chico Xavier

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fidelidadeSpírita | abril 2009

O sangue borbotava-lhe agora da boca trêmula e, revoltado, consegui acalmar os ânimos.

Foi realmente você? A desditosa mulher, em silêncio,

fixou em mim os olhos agoniados, à maneira de triste animal senten-ciado à morte.

— Foi você? Havia tamanho imperativo em

minha pergunta, que a mísera, como que hipnotizada, confirmou sob o pranto pesado a lhe, escorrer do rosto:

Sim... fui eu! — Assassina! Assassina! — clamou

Aprígio, colérico. — E o dinheiro? onde está o dinheiro?

Como a acusada não respondes-se, o moço precipitou-se de punhos cerrados e, a esmurrar-lhe o peito, bramia desesperado:

— Diga! diga! Maldita! Maldita! A infeliz tombou de joelhos e

rogou, súplice: — Piedade! pelo amor de Deus,

tenham piedade de mim!

Buscava debalde interferir, para sustar novo crime, quando o rapaz lhe aplicou um pontapé à altura dos pulmões e a lavadeira rolou, desgovernada.

O sangue borbotava-lhe agora da boca trêmula e, revoltado, con-segui acalmar os ânimos.

Não permitiria se alongasse a agressão.

esclarecimento

E ouvindo-me o arrazoado, o responsável pela ordem ponde-rou:

— Doutor, compreendemos a sua indignação, mas, afinal de contas, o pobre rapaz está possesso de angústia... Acaba de perder o pai e, sinceramente, no lugar dele, não sei se me comportaria de outra maneira...

Entendi que a hora não admitia réplicas e solicitei fosse Madalena conduzida à prisão, para as medi-das aconselháveis.

Inquieto, continuei de atenção voltada para o assunto.

Perseguida por Aprígio, a in-fortunada mulher foi submetida a inquirições humilhantes.

Sempre que interrogada, decla-rava-se autora do estranho homi-cídio, mas, se instada a dizer algo sobre o furto, calava-se, estremu-nhada e, com isso, experimentava maior punição.

Procurei o juiz indicado para o processo, em segredo amistoso, esclarecendo-o quanto à minha observação, em caráter de con-fidência. E após atender-me, o magistrado, gentil, promoveu acareações.

Aprígio foi chamado a depor, diante da ré.

E fazendo força para alcançá-lo na consciência não vacilei arrolar-me entre as testemunhas.

Percebendo-me, todavia, a ati-tude, explicara que o velho, em-bora pacífico, desde algum tempo mostrava sintomas de alienação mental evidente. Vivia desmemo-riado, agastadiço. Esquecia nomes familiares, truncava referências. E acentuava que não tinha dúvidas

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abril 2009 | fidelidadeSpírita

Fonte:

XAVIER, Francisco Cândido. Almas em Desfile.

Págs. 121 – 126. Feb. 2003.

quanto à culpabilidade de Mada-lena. Narrava, com ênfase, como a encontrara em telhado vizinho, ansiosa, a observar os efeitos da in-fâmia que praticara. Dois soldados e ele próprio haviam visto. Esguei-rara-se pelo quintal a fora, depois do crime. Decerto, enterrara o dinheiro roubado em algum lugar e, em seguida, espreitava, buscando possivelmente surripiar nova presa. A residência do coronel tinha jóias e alfaias, relógios e roupas finas. Madalena fora, em outro tempo, lavadeira da casa. Conhecia passa-gens e escaninhos.

A acusada ouvia, em lágrimas, silenciando... Se alguém pergunta-va, ao fim do interrogatório:

— Mas foi você? — Madalena chorava muda, fazendo um gesto confirmativo.

O sofrimento, contudo, alque-brara-lhe as forças.

Hemoptises apareciam, amiu-dadas.

Anotando-me o interesse pela

infeliz, a autoridade judiciária permitiu pudesse, de minha parte, hospitalizá-la para o tratamento preciso.

A acusada, entretanto, como se houvesse desistido da existên-cia, não mostrou qualquer reação favorável.

Ao cabo de vinte dias, provi-denciava-lhe o enterro de última classe.

A lavadeira não pudera esperar o julgamento definitivo.

E a vida continuou na marcha irrefreável.

Por muito tempo, demorei-me ainda entre os homens, e assisti à ascensão e à queda de Aprígio.

Dono da regular fortuna que herdara em testamento de Alfredo Cortes, prosperou a princípio, para cair, mais tarde, em descrédito, depois de largos anos em jogatina e dissipação. Findo vasto período de enfermidade e desencanto, morrera, ignorado, na sombra do hospício.

Um novo dia, entretanto, che-gou para mim também e vi-me de mãos vazias, no retorno ao plano espiritual.

A morte do corpo renovara-me a alma e, em pleno acesso a lutas diferentes, dentre os amigos que me vieram trazer o abraço afetivo, Madalena surgiu, nimbada de luz.

Conversamos, alegremente, e porque o passado me batesse em cheio na tela da memória, formulei a pergunta discreta... Afinal, onde estava a verdade? Não fora Aprígio o autor da tragédia?

A heroína, porém, fitando-me de frente, tudo elucidou, respon-dendo, calma:

— Doutor, nada pude falar, por-que Aprígio, o infeliz criminoso, era meu filho...

A morte do corpo renovara-me a alma e, em pleno acesso a lutas diferentes

esclarecimento

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fidelidadeSpírita |abril 2009

Fonte:

MARTINS, Eduardo. Com Todas as Letras. Pág.

131. Editora Moderna. São Paulo/SP, 1999.

por eduardo martins

com todas as letras

nome próprioadmite plural

Uma convicção arraigada de grande número de pessoas é a de que nome próprio não admite plural. O Formu-

lário Ortográfico, conjunto de normas que rege a grafia das palavras da língua portuguesa, determina, porém, que essa categoria de palavras está sujeita às mesmas regras vigentes para os vocábulos comuns e por isso tem plural, como estes.

Aliás, não é possível ignorar a prática dos escri-tores de língua portuguesa ou os próprios usos e costumes do País. Em Os Maias, Eça de Queirós pluralizou o sobrenome Maia. A cidade de Andra-das, em Minas, homenageia o clã Andrada. Mais um: a Rua dos Gusmões, em São Paulo, tem esse nome por causa da família Gusmão.

A instrução vale tanto para prenomes como sobrenomes, incluindo-se entre estes as formas estrangeiras aportuguesáveis: as Manas, as Tarsilas, os Josés, os Luíses, os Matarazzos, os Silvas, os Sil-va Jardins (nos nomes formados por mais de um elemento, convém pluralizar apenas o último), os Almeida Prados, os Monteiros de Carvalho (nome ligado por de segue a norma comum, ou seja, só se

pluraliza o primeiro termo), os Nobéis, os Papais Noéis, os Rafaéis do Louvre.

A situação mais complicada é a que envolve no-mes estrangeiros ou aqueles em que o plural soaria muito estranho. Em geral acrescenta-se apenas um s: os Kennedys, os Collors, os Portinaris, os Van Goghs do Louvre, os Clintons.

Vão ainda para o plural os nomes de entidades, órgãos públicos, empresas, veículos, armamento, aviões, naves espaciais e produtos industriais e co-merciais: os Detrans, os ltaús, cinco Vectras, dois Mirages, as Apollos, os Harriers, duas Coca-Colas, duas Brahmas, três Martinis, cinco Aspirinas.

Quando, porém, uma marca comercial está pre-cedida de outra palavra, fica invariável:

dois carros Santana, oito blindados Urutu, qua-tro aviões Boeing. A razão: consideram-se subenten-didas palavras como marca, modelo, tipo (dois carros marca Santana, cinco blindados modelo Urutu).

Nomes geográficos ou de vias públicas admitem igualmente o plural: os dois Mato Grossos, as duas Coréias, as duas Paulistas (avenida), as Augustas (rua) dos ricos e dos pobres, as várias Ruas Direitas.

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Emmanuel - Chico XavierVinha de Luz

“Antes crescei na graça e no conhecimento de Nosso Senhor e Salvador, Jesus-Cristo.” — Pedro (II Pedro, 3:18.)

Crescei

A situação de destaque preocupa constan-temente a idéia do homem.

O próprio mendigo, esfarrapado e faminto, muita vez permanece, orgulhoso, na expecta-tiva de realce no Céu.

Habitualmente, porém, toda ansiedade, nesse particular, é propósito mal dirigido objetivando crescimento ao inverso.

Não seria, propriamente, o ato de se desen-volver, mas de inchar.

Nessa mesma pauta, muitos aprendizes irrequietos pleiteiam altas remunerações financeiras, favores do dinheiro fácil, eleva-ção aos postos de autoridade, invocando a necessidade decrescer para maior eficiência no serviço do Cristo.

Isto, contudo, quase sempre é pura ilusão. Materializadas as exigências, transformam-se

em servidores rodeados de impedimentos. O Mestre Divino, que organizou a vida

planetária ao influxo do Eterno Pai, possui suficiente poder, e, para a execução de sua obra, não se demoraria à espera de que esse ou aquele dos aprendizes se convertesse em especialista em determinados negócios do mundo.

O crescimento, a que o Evangelho se re-porta, deve orientar-se na virtude cristã e no conhecimento da vontade divina.

Aprenda cada um a sua parte, na esfera de nossos deveres com Jesus. Atenda ao pro-grama de edificação que lhe compete, ainda que se encontre sozinho ou perseguido pela incompreensão dos homens e, então, estará crescendo na graça e no discernimento para a vida imortal.

Page 28: Revista Fidelidade Espirita Abril2009

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2º ano domingo 09h00 – 11h00 01/02/2009 restrito

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evangelização da infância Sábado 16h00 – 18h00 fev / nov aberto ao público

evangelização da infância domingo 10h00 – 11h00 fev / nov aberto ao público

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assistência espiritual: passes 4ª feira 14h00 - 14h40 ininterrupto aberto ao público

assistência espiritual: passes 5ª feira 20h00 - 20h40 ininterrupto aberto ao público

assistência espiritual: passes domingo 09h00 - 09h40 ininterrupto aberto ao público

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