Revista FNSE
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Fórum Nacional de Secretários de Estado para Assuntos de Energia
Fórum Nacional de Secretários
de Estado para Assuntos de Energia
Palavra Presidentedo
estes quase dois anos em que estive à frente do Fórum
Nacional de Secretários de Estado para Assuntos de Energia
(FNSE), tivemos muitos desafios. Foi um período intenso,
em que o setor energético esteve no centro da pauta política e
econômica do país.
Como interlocutores dos interesses dos governos estaduais, tivemos
de demonstrar firmeza junto ao governo federal. O exemplo mais
emblemático envolveu a Lei nº 12.783 – antiga MP 579 –, que tratou
da renovação antecipada das concessões do setor. Com as mudanças
aprovadas pelo Congresso e sancionadas pela União, os Estados
deixarão de arrecadar cerca de R$ 5,5 bilhões anualmente em ICMS,
por causa da diminuição das tarifas.
Na condição de presidente deste Fórum, estive algumas vezes em
Brasília para tentar negociar e garantir que não houvesse nenhum
ônus adicional às receitas estaduais. Com a mesma preocupação,
N
José Aníbal, secretário de Energia de São Paulo
fomos atuantes para tentar evitar as perdas dos Estados com a mudança na
distribuição dos royalties do petróleo. Demonstramos que o texto aprovado na
Câmara dos Deputados estendeu as novas regras às áreas concedidas
anteriormente, o que se configura em uma evidente quebra de contrato.
Ainda há muito a fazer. A União já dá sinais de que avançará rumo aos leilões
regionais e por fonte, o que eu julgo ser crucial para o desenvolvimento do
setor e para a competitividade dos Estados. No caso de São Paulo, esta ainda é
uma das principais travas para o desenvolvimento da cadeia sucroenergética.
Soluções conjuntas, diálogo e convergência devem pautar as políticas
energéticas. Que possamos nos manter firmes neste propósito, sempre tendo
em vista o desenvolvimento do Brasil e os reais interesses da população.
Presidente do FNSE participa de reunião da Comissão de Minas e Energia da Câmara e da Frente Parlamentar de Infraestrutura em outubro de 2012, em Brasília
Em Brasília, presidente representa FNSE em audiência sobre medida provisória que facilita a intervenção do governo federal em emrepsas do setor
elétrica em dificuldade financeira ou recuperação judicial
FórumO que é o �Fórum Nacional de Secretários de Estado para Assuntos de Energia foi criado em 1995 com a missão de contribuir para o
aperfeiçoamento da política energética brasileira.
De caráter plural e apartidário, o fórum é composto por representantes de 27 estados brasileiros, o que garante a sua
representatividade no cenário nacional.
Responsável por promover um amplo debate em torno das principais questões energéticas do país, o grupo atua como interlocutor
dos governos estaduais com o governo federal, com organizações empresariais e com instituições da sociedade civil organizada.
A articulação e o fortalecimento do trabalho das secretarias estaduais de energia, bem como a promoção de um diálogo permanente
com o governo federal estão entre as principais premissas defendidas pelo grupo.
Para atingir esses objetivos, foram definidos quatro eixos estratégicos que norteiam a atuação do grupo: Política energética;
Legislação do setor energético; Articulação institucional e Comunicação com a Sociedade.
No âmbito da política energética, entre outras atividades, o Fórum acompanha o planejamento e o marco regulatório do setor
energético. Na área legislativa, um dos objetivos é analisar e acompanhar a legislação pertinente ao setor energético.
Articular projetos estaduais e regionais de interesse comum na área energética e integrar as propostas do Fórum com iniciativas do
setor empresarial, de instituições do setor energético (públicas e privadas) e de organizações da sociedade civil, buscando soluções
para o suprimento energético no país são alguns dos objetivos buscados pelo eixo “Articulação institucional”.
iniciativas do setor empresarial, de instituições do setor energético (públicas e privadas) e de organizações da sociedade civil,
buscando soluções para o suprimento energético no país são alguns dos objetivos buscados pelo eixo “Articulação institucional”.
Já no que se refere à comunicação com a sociedade, o grupo busca promover seminários e workshops e disponibilizar informações.
Institucional
O
A cerimônia de posse de José Aníbal como presidente do FNSE foi
realizada no Rio de Janeiro em maio de 2011 e teve a presença do
ministro de Minas e Energia, Edison Lobão
Representantes do FNSE se reúnem em Brasília com José Sarney,
então presidente do Congresso Nacional, em setembro de 2012
para discutir projeto de renovação antecipada das empresas de
energia elétrica
Comissão de representantes do FNSE participa de reunião no
Palácio dos Bandeirantes com Geraldo Alckmin, governador do
Estado de São Paulo, em setembro de 2012
O Espírito Santo tem cada vez mais papel de
destaque no cenário brasileiro de petróleo e gás. As
primeiras ações voltadas à exploração de petróleo
em terras capixabas aconteceram apenas quatro anos após a
criação da Petrobras, que neste ano comemora seu 60º
aniversário.
Dez anos após a perfuração do primeiro poço em terra, em
1969, é descoberto o primeiro campo com condições
comerciais de produção. Coincidentemente, também dez
anos após a da perfuração do primeiro poço no mar, em 1978,
é descoberto o campo marítimo de Cação.
O pico de produção de petróleo ocorreu em 1984, quando o Espírito Santo produziu 25 mil barris por dia. Esse recorde perdurou até o ano de 2001. Em 2001, apenas dois anos após a perfuração do primeiro poço em águas profundas no Estado, é descoberto o campo marítimo de Jubarte. No ano seguinte, é iniciada a produção através de uma concepção pioneira, denominada Teste de Longa Duração (TLD), que consiste em interligar um poço a uma unidade de produção, com o objetivo de coletar informações de reservatório e de produção. Os resultados promissores levaram a Petrobras a concentrar esforços no mar do Espírito Santo, os quais culminaram com várias descobertas.
Petróleo e Gás
Tais empenhos tornaram o Espírito Santo o segundo maior
produtor brasileiro de petróleo, com uma participação de cerca
de 15% do volume nacional. O Estado também foi pioneiro na
produção de petróleo na camada pré-sal, com a primeira
produção nesta fronteira, em setembro de 2008, e a primeira
produção comercial no pré-sal, em julho de 2010.
Em fevereiro de 2012, o Estado atinge seu recorde de produção
com 360 mil barris de petróleo por dia e capacidade de entrega
de gás de 12 milhões de metros cúbicos por dia, assumindo um
papel cada vez mais importante no cenário brasileiro.
As descobertas já realizadas nas áreas denominadas Parque dos
Deuses e Parque dos Doces, no litoral norte do Estado, mostram
que ainda há muito para ser conquistado. Olhando a história, é
fácil perceber que no caso do Espírito Santo, pioneirismo e
perseverança fizeram toda a diferença.
No Brasil, o setor petróleo passa por profundas transformações,
seja com o início dos leilões na área do pré-sal ou com o
crescimento ver tiginoso do conteúdo nacional nos
equipamentos destinados a exploração e produção de petróleo e
gás.
NNery Vicente Milani de RossiSecretário de Desenvolvimento do Estado do Espírito Santo
No início dos anos 70, o Brasil optou por gerar
energia a partir de hidrelétricas, até mesmo
como estratégia para sair da dependência do
petróleo, uma vez que, na época, quase toda eletricidade
era gerada por termoelétricas. Daí a construção das
hidrelétricas da bacia do Prata, do São Francisco e na
Amazônia, graças ao projeto Radam, que estudou os
potenciais da região, cujo resultado, aliás, norteiam o
setor elétrico até hoje.
Foi quando se construiu a maior hidrelétrica do
mundo (Itaipu) e a maior do Brasil (Tucuruí), mudando, a
partir daí, a matriz energética, de térmica para hídrica. No
entanto, todas as hidrelétricas tinham os seus
reservatórios, que garantiam água para gerar energia por
um ano e meio, coisa que não está acontecendo hoje em
dia, devido ao aumento do consumo de energia, graças ao
aumento da população e da atividade industrial.
É obvio que para atender a esse crescimento,
teríamos que ter cada vez mais energia limpa nova no
Energia e Sustentabilidade
sistema. E não a temos. Pelo menos na quantidade que se
precisa. E a solução para o enfrentamento dessa realidade
foi a aquisição de termoelétricas, que deveriam ser
acionadas, apenas, em tempo de crise e nas horas de pico, e
não continuamente como se viu, agora, quando houve o risco
de racionamento de energia, lançando por mês na atmosfera
mais de 5 milhões de CO2, além de provocar um incremento
de mais de 1% na tarifa.
Enquanto isso, o governo só libera a construção de
novas hidrelétricas na Amazônia se forem a fio d'água, sem
reservatório. Isso levará essas usinas a não gerarem energia
no período da estiagem, o que, por óbvio, é um absurdo num
país que precisa de energia.
Na prática, em se tratando de sustentabilidade de
energia limpa, estamos voltando aos anos 60, quando o
Brasil dependia das termoelétricas e do petróleo.
Nicías RibeiroSecretário Extraordinário de Energiado Estado do Pará
O
tema das energias renováveis é deveras
abrangente, não só pela quantidade de novas
energias alternativas, mas também devido às
grandes aplicações e modos de utilização
existentes.
Diz-se que uma fonte de energia é renovável quando não é
possível estabelecer um fim temporal para a sua utilização. É
o caso do calor emitido pelo sol, da existência do vento, das
marés ou dos cursos de água. As energias renováveis são
virtualmente inesgotáveis, mas limitadas em termos da
quantidade de energia que é possível extrair em cada
momento.
O Rio Grande do Norte vem despontando no tema energia há
mais de três décadas, período em que ganhou relevância no
cenário nacional por se constituir em grande produtor de
petróleo no mar e terra e, à exceção do Rio de Janeiro, por ser
o maior produtor de petróleo em terra até o presente
momento.
Neste intervalo de tempo, o mundo conviveu com o
fenômeno do aquecimento global, que induziu as
autoridades a repensarem sobre o modelo que deveria ser
Energias Alternativas e Renováveis
adotado no Brasil para fazer face aos constantes aumentos da
demanda de energia que o crescimento da economia nos impõe.
O Brasil possui a matriz elétrica mais limpa do planeta, com mais
de 70% de sua geração advinda de fontes renováveis, tendo
como maior protagonista as nossas usinas hidrelétricas com
seus grandes reservatórios.
Devemos ter consciência que não poderemos contar somente
com a fonte hídrica para suprir as demandas futuras. Neste
contexto, vem ganhando força a utilização de fontes alternativas
para permitir a expansão da oferta de energia elétrica.
Desde o advento dos leilões de fontes alternativas, promovidos
pelo governo federal a partir de 2009, o Rio Grande do Norte
vem liderando o processo com a implantação de quase cem
parques eólicos, representando 40,4% de toda a energia eólica
comercializada no país. Não consideramos ainda a participação
da energia solar na matriz elétrica brasileira, pois aguardamos a
criação do mesmo ambiente que foi propiciado com o leilão
exclusivo para a fonte eólica.
Vislumbramos que muito em breve, na energia solar, mais uma
vez o Nordeste brasileiro demonstre seu potencial como grande
gerador de energia renováveis.
Rogério Simonetti MarinhoSecretário do Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio Grande do Norte
O
Brasil apresenta complexidades territoriais dignas
de continente. Quando se fala de geração de
energia, as particularidades geográficas são
cruciais para determinar a utilização de fontes.
Nossos rios, ventos, irradiações solares, biomassas e reservas
de petróleo e gás são elementos de situações regionais
d ist intas . Al iando-se ou contrapondo-se a essas
particularidades existem as questões administrativas e
socioeconômicas que concorrem para o desenvolvimento de
alternativas de geração.
Cada unidade da federação busca fomentar e atrair novos
investimentos para incrementar parques energéticos. Mesmo
convivendo numa realidade em que possuímos um sistema
elétrico interligado, parques de geração no centro do território
dos Estados fortalecem a segurança energética. Quanto maior
a proximidade dos grandes centros de consumo, menores os
riscos de apagões por quedas de linhas de transmissão.
É importante que seja instaurado um processo permanente de
discussões entre regiões de forma que discrepâncias,
demandas e empreendimentos regionalizados sejam
discutidos e levados ao conhecimento do FNSE. Com um
compartilhamento nacional, as questões podem ter um
Ações Regionais
tratamento adequado.
Para exemplificar, os secretários de Energia do Maranhão, Piauí,
Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia se reuniram, em Natal (RN),
para discutir e apresentar proposta à Sudene (Superintendência
do Desenvolvimento do Nordeste) e à presidente Dilma Roussef
sobre as dificuldades que empreendimentos eólicos enfrentam
pela falta de transmissão. É o caso de Alto Sertão I (294MW da
empresa Renova Energia), localizado em Caetité (BA).
No Maranhão, para evitar esse tipo de problema, a Secretaria de
Estado de Minas e Energia sugeriu à Bioenergy, investidora dos
50 parques eólicos em Tutóia e Paulino Neves (1.500 MW), que
ela própria construísse sua linha para interligar os parques à
subestação de Miranda 2, sem risco de desencontro de
cronograma das obras.
Assim como vários Estados nordestinos se reuniram, acredito
que em 2013 o FNSE conseguirá implantar uma agenda de
trabalho que viabilize encontros regionais capazes de reunir e
pôr em debate questões específicas de unidades aproximadas
por territorialidade e recursos de infraestrutura.
O que importa não é atender a uma mera divisão geopolítica,
mas sim a confluência de ambiências e demandas similares em
nosso país.
Ricardo GuterresSecretário de Minas e Energia do Estado do Maranhão
O
ão é por causa das condições hidrológicas
desfavoráveis, exigindo o despacho de todas as
térmicas, que o F N S E (Fórum Nacional de
Secretários de Estado para Assuntos de Energia)
vem defendendo a revisão dos critérios de planejamento
utilizados pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética). O
atual planejamento elétrico tem como objetivos a segurança
energética, a modicidade tarifária, a universalização dos
serviços, a diversificação da matriz com as fontes alternativas
e a eficiência energética.
Concordamos com esses enfoques, mas eles precisam de
maior flexibilidade para acompanhar os movimentos
econômicos e sociais, ainda porque os quilowatts já se
desgarraram do PIB (Produto Interno Bruto). A modicidade
tarifária deve ser considerada como um todo, no bolso do
consumidor, e não somente na geração.
Como não considerar o custo de transmissão da Amazônia
para o Sudeste? E o custo das Instalações de Transmissão de
Interesse Exclusivo de Centrais de Geração para Conexão
Compartilhada, necessárias para colocar usinas eólicas e de
biomassa no SIN (Sistema Interligado Nacional)? No final
Planejamento Energético
das contas somos nós que pagamos.
Se há perda de acumulação de água nos reservatórios,
decorrente das implicações ambientais, e as fontes alternativas
são na verdade complementares, por que não fazemos leilões de
energia de base (térmicas a gás natural, carvão ou nuclear)
separados das eólicas, solar e biomassa? Por que não fazemos
leilões regionais, quando o déficit é no Sul e o martelo bate
numa fonte no Nordeste, obrigando a construção de linhas de
transmissão mais extensas?
Se em janeiro de 2012 estávamos com 78% de armazenamento
no sistema e chegamos em dezembro com apenas 37%, isso
sinaliza a necessidade de maior entrosamento entre EPE e ONS
(Operador Nacional do Sistema Elétrico), pois um trabalha com
5% de risco de déficit e o outro, com zero.
Realmente falta participação democrática e transparência no
planejamento, razão pela qual defendemos transformar o
Planejamento Energético Federal em Planejamento Energético
Nacional, com a participação das Unidades da Federação na
definição das políticas e diretrizes que norteiam a elaboração do
PDE (Plano Decenal de Expansão de Energia) e do PNE (Plano
Nacional de Energia).
NGeoberto Espírito SantoPresidente da Gás Alagoas � ALGÁS
onfrontado com o fantasma de um novo
racionamento logo no raiar do novo ano, o setor
de energia terá em 2013 um período repleto de
desafios. Tendo ocupado uma cadeira no Conselho
Nacional de Política Energética nos últimos anos, reafirmo
a importância de um representante dos Estados nesse
fórum para garantir a amplitude das discussões.
O primeiro desses desafios é a retomada dos leilões de
áreas exploratórias de petróleo. Além do estímulo ao
crescimento da produção, os novos leilões movimentarão
a cadeia, gerando empregos e renda em todo território
nacional.
O segundo ponto trata dos preços competitivos que sofrem
ingerência direta do governo federal: o gás natural, que
teve sua competitividade comprometida por conta da
elevada oferta mundial do gás de xisto; a energia
comercializada, que ainda inibe investimentos; e a
disparidade dos preços dos combustíveis, que ameaça, por
exemplo, o uso do etanol.
Por fim, compõem o cenário de desafios, os investimentos
necessários, que envolvem tanto a regionalização da
distribuição de energia, quanto novas fontes de geração.
Predominantemente hidráulica, a matriz energética brasileira
só encontra disponibilidade de expansão dessa fonte na
Amazônia, sob dificuldade de licenciamento ambiental.
Em contrapartida, as alternativas de geração disponíveis
ainda necessitam de arremates. A energia eólica esbarra em
dificuldade de obtenção de licença das linhas de transmissão
para os projetos concluídos. Já a energia solar não teve
avanços consideráveis e possui ações ínfimas que a
estimulem.
O que se espera de 2013 na área de energia, não são somente
soluções mirabolantes para essas questões e avanços que
permitam o desenvolvimento econômico pleno dos novos
investimentos e do crescimento da população. Mas sim
encaminhamentos precisos, que tracem uma estratégia clara
para os próximos anos, embasadas em conceitos de eficiência
energética, melhor aproveitamento das fontes existentes,
competitividade do mercado e inovação tecnológica. Com
esse fermento, o bolo da economia só tende a crescer.
C
Estados e discussoes no Conselho
Julio Cesar Carmo BuenoRepresentante do FNSE no Conselho Nacional de Política Energética
Nacional de Política Energética~
uando olhamos para o futuro do setor energético vislumbramos
desafios, riscos e oportunidades. Seja em termos econômicos, seja
em termos ambientais, o fato é que vivemos uma era de transição
em que a eficiência, a competitividade e a sustentabilidade no aproveitamento
dos recursos energéticos se tornarão cada vez mais precondições do
desenvolvimento humano e da riqueza das nações.
Mas restam dúvidas sobre a capacidade dos gestores públicos de
implementar tais transformações. A participação das energias renováveis
na matriz mundial seguirá em expansão com o aperto fiscal nas grandes
economias? A produtividade agrícola permitirá que as bioenergias e a
produção de alimentos coexistam num mundo cada vez mais populoso?
Os custos crescentes da extração de combustíveis fósseis encontrarão
um limite operacional? Assistimos ao eclipse da energia nuclear?
No caso do Brasil, país pródigo em recursos energéticos, nossas
escolhas são menos dramáticas, mas nem por isso menos urgentes. Nos
próximos 10 anos temos de expandir em cerca de 50% a oferta de
energéticos. A discussão sobre o nível dos reservatórios das
hidrelétricas serviu para mostrar que a demanda por eletricidade anda
muito próxima da oferta. O desafio é expandi-la num período curto,
aproveitando potencialidades regionais, preservando a modicidade
tarifaria e reduzindo o impacto ambiental.
Alguns "tabus" terão de ser enfrentados, como a exploração hidrelétrica da
Amazônia e o futuro da energia nuclear. Também precisamos de uma
estratégia de longo prazo para o setor sucroenergético e demais
biocombustíveis, área em que o Brasil possui
inegáveis vantagens competitivas. Pilar central da
política energética, a Petrobras tem apresentado
resultados ruins. Como recuperar a eficiência e a
capacidade de investimento da estatal para a nova
fronteira do pré-sal? Como expandir a oferta de gás para
o setor produtivo? Qual o futuro da exploração do gás de
xisto?
Uma dos vetores centrais da ação do Fórum Nacional dos
Secretários de Estado para Assuntos de Energia (FNSE) diz
respeito à federalização do planejamento energético. Cada
estado possui suas potencial idades e s inergias
infraestruturais, além de rico e variado capital intelectual.
Como transformar este potencial em ganhos efetivos de
qualidade e eficiência? Como agilizar os licenciamentos
ambientais e as obras em infraestrutura de geração e
transmissão? Como tornar a regulação mais efetiva na defesa
dos consumidores? O modelo atual dos leilões é o mais
adequado para nossa conjuntura?
Estas e outras questões têm sido acolhidas e debatidas no
FNSE, fórum suprapartidário cujo foco é o desenvolvimento
do Brasil. As perspectivas são boas. Não nos faltam recursos
energéticos nem capital humano para um bom
aproveitamento das oportunidades. O poder de transformar
possibilidades em resultados depende da capacidade dos
gestores públicos de identificar prioridades e implentá-las.
O FNSE nada mais é do que a estufa onde este futuro está
permanentemente sendo gestado.
Perspectivas do setor
Q
energético brasileiro
Presidência
Presidente
José Aníbal
Secretário de Energia do Estado de São Paulo
Vice-Presidências
Petróleo e Gás
Nery Vicente Milani de Rossi
Atual Secretário de Desenvolvimento do Estado do Espírito Santo
Márcio Félix Carvalho Bezerra
Secretário de Desenvolvimento do Estado do Espírito Santo
Regulação e Concessões
Dorothéa Werneck
Secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais
Regional ou Ações Regionais
Luis Ricardo Sousa Guterrez
Secretário de Minas e Energia do Estado do Maranhão
Energias Alternativas e Renováveis
Rogério Simonetti Marinho
Atual Secretário de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Norte
Benito Gama – pedir p/Benjamin
Secretário do Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio Grande do Norte
Planejamento Energético
Geoberto Espírito Santo
Presidente da Gás Alagoas – ALGÁS
Energia e Sustentabilidade
Nicías Ribeiro
Secretário Extraordinário de Energiado Estado do Pará
Representante no CNPE (Conselho Nacional de Política Energética)
Julio Cesar Carmo Bueno
Secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do
Estado do Rio de Janeiro
Benjamin Valle
Secretário Executivo do Fórum Nacional de Secretários de Estado para Assuntos de Energia
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NS
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