Revista gerencial • volume 3 • novembro 2017

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Gerenci@l REFLEXÕES SOBRE TEMAS LIGADOS À GESTÃO NEPMARANHAO/MA • VOLUME 4 • NOVEMBRO DE 2017 ECOPONTO

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Gerenci@lR E F L E X Õ E S S O B R E   T E M A S L I G A D O S À G E S T Ã O

N E P M A R A N H A O / M A • V O L U M E 4 •   N O V E M B R O D E 2 0 1 7

A SOLUÇÃO PARA O DESCARTEIRREGULAR DE RESÍDUOS?

ECOPONTO

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CONTEÚDO

03EDITORIALDescarte ou desleixo é a base daabordagem da editora partindo daassertiva que no Brasil o costume éjogar fora onde "eu quiser", não onde"eu puder".

08ECO E PONTO OU...?Que a situação é difícil é fato! Mas, oque está em curso para mitigar a o descarte irregular dos resíduos sólidos? Um caso em observação: Ecopontos em São Luís, Ma. .

04TATEANDO NO ESCUROA falta de dinheiro é motivo citadoquando se trata de implantar planos eações socioambientais. É fato que odinheiro esta curto mas será que nãofata algo mais? Vamos refletir juntos?

10FALA GILSON!Entrevistamos Gilson José ChavesSantos que é um dos coordenadoresdo Ecoponto Renascença. Leia amatéria na íntegra porque estádemais.

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A palavra DESCARTE, por extensão significa

"ato ou efeito de se jogar fora alguma coisa

que não tem mais serventia ou não se deseja

mais".  O que não se deseja mais ou não tem

mais serventia pode simplesmente ser "jogado

fora"? Fora onde? Fora em qualquer lugar,

prática corrente? No Brasil o costume é jogar

fora onde "eu quiser", não onde "eu puder",

como determinam as leis e regulamentos, e,

diga-se antes, a legislação atual é bastante

rigorosa sobre o assunto. 

Já a palavra DESLEIXO tem como significado

"falta de cuidado, de atenção, de apuro, falta

de esforço, de ânimo, de atividade". Se

começarmos pela falta de cuidado é fato que

esta pode ser facilmente identificada quando

se trata do descarte de resíduos no Brasil,

evidenciando a falta de apuro entendido como

esmero, cuidado, requinte com o que é para o

uso por todos como rios, córregos, mares,

espaços, reservas, enfim, o que é próprio para

o convívio em sociedade. E por falar em

sociedade é preciso despertar o ânimo de agir

pensando no coletivo e abandonar o "jeitinho"

como maneira hábil, esperta, astuciosa de

conseguir algo, sempre entendido como "se

dar bem" mesmo que o outro seja prejudicado,

"farinha pouca..." e tantas outras expressões

que reforçam o individualismo à crueldade, o

mal costume, o passar por cima do outro,

valer-se da esperteza para conseguir

vantagens às vezes indevidas. À reflexão.

EDITORIAL ROSA GRAÇA LIMA BARRETO DOMINGUES

Descarte oudesleixo?

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Tateando no escuroDESCARTE OU DESLEIXO?

A gestão de resíduos sólidos no Brasil tateia no escuro

buscando saída viável e sustentável. Os "Planos

Estaduais de Resíduos Sólidos destinados a organizar e

dar as diretrizes gerais de gestão para os municípios

integrantes de cada Unidade Federativa" (portal MMA)

ainda não são realidade em todos os estados. Enquanto

escrevo esta matéria apenas Acre, Maranhão, Pará,

Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do

Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São

Paulo constam no portal do Ministério do meio Ambiente

como detentores de planos estaduais de resíduos, ou

seja, mais da metade dos estados sequer têm planos e,

referenciamos aqui a ausência de planos de estados 

NÃO SE DEVE FALAR SOBRE O QUE NÃO SE ENTENDE, PONTO!

importantes para a causa da preservação ambiental

como Minas Gerais (com três cidades entre as quinze

mais poluídas do Brasil, sendo Belo Horizonte que está

em terceiro lugar entre as dez cidades que mais poluem,

Betim e Ibirité; Bahia; Ceará; Amazonas; Rondônia;

Tocantins; Mato Grosso do Sul; Mato Grosso; Goiás e

Espírito Santo. E o Brasil também não está "bem na fita"

posicionado na 44ª posição entre os países mais

poluentes do mundo.

No portal do Ministério do Meio Ambiente consta ainda a

informação que o "conteúdo mínimo dos Planos

Estaduais de Resíduos Sólidos está previsto no art. 17,

incisos I a XII, da Lei nº 12.305/2010. Vale ressaltar, que

a PNRS, por meio de seu art. 16, combinado com o art.

55, estabeleceu que a elaboração de Plano Estadual de

Resíduos Sólidos, até 02 de agosto de 2012, é

condição para os Estados terem acesso a recursos da

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05 Gerenci@l

PRIMEIRO FOINECESSÁRIO CIVILIZAR OHOMEM EM RELAÇÃO AOPRÓPRIO HOMEM. AGORAÉ NECESSÁRIO CIVILIZARO HOMEM EM RELAÇÃO À

NATUREZA E AOSANIMAIS.

VICTOR HUGO, ESCRITOR

DESTAQUE

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União, ou por ela controlados,

destinados a empreendimentos e

serviços relacionados à gestão de

resíduos sólidos, ou para serem

beneficiados por incentivos ou

financiamentos de entidades federais

de crédito ou fomento para tal

finalidade". Como? Quer dizer que,

mesmo sendo requisito para acesso a

recursos federais o assunto não

interessa aos estados a ponto de

ocorrer a elaboração do plano de

resíduos? Há algo além disso e o que

será? Bem, na revista anterior o

Secretário do Meio Ambiente e

Recursos Naturais do Maranhão,

Marcelo Coelho explicou parcialmente

a razão porque os municípios não

implantam o plano de gestão de

resíduos ao afirmar: ..."o poder

econômico desses municípios, os

recursos que eles dispõem pra investir

nessa politica pública é zero... e as

políticas sociais do próprio município

que a gente sabe que existem pessoas

carentes, famílias passando fome,

desemprego grande, então, quando o

dinheiro chega para o gestor ele vai

pensar:

Tá faltandodinheiro?

DESCARTE OU DESLEIXO?

- O que é mais grave agora?

"Não adianta você fazer Lei e jogar de cima para baixo, pro município, onde

o prefeito não está conseguindo pagar o combustível de ambulância."

Marcelo Coelho, Secretário do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão

06 Gerenci@l

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01 Gerenci@l

DO PONTO DE VISTA DOPLANETA, NÃO EXISTE

JOGAR LIXO FORA:PORQUE NÃO EXISTE

“FORA”.AUTOR DESCONHECIDO

PENSAR

0207

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Eco e ponto ou...? DESCARTE OU DESLEIXO?

Numa tarde do mês setembro do corrente recebemos de

um divulgador, no trânsito, o flyer de comunicação da

inauguração de um Ecoponto o que nos despertou

imediata curiosidade. Guardamos o flyer e após duas

entrevistas com autoridades ligadas à responsabilidade

socioambiental, uma posicionada em nível estratégico

outra em nível tático chegou a hora de conhecermos o

que tem a nos dizer aqueles que executam, literalmente,

a política de resíduos sólidos. Escolhemos o Ecoponto

Renascença e para lá nos dirigimos. Fomos recebidos 

Que a situação é difícil é fato! Mas, o que está em curso para mitigar ao descarte irregular dos resíduossólidos? Um caso em observação:Ecopontos em São Luís, Ma.

por um jovem muito simpático, sorriso no rosto e falante

que foi logo nos estendendo a mão e dizendo: 

- Meu nome é Gilson José Chaves Santos, nome

completo, finalizou. 

Uma simpatia incrível, inquieto e visivelmente com

pressa, Gilson foi perguntando, de pronto, o que eu

precisava. Respondi que precisava conversar com o

responsável pelo local.

- Sou eu, aliás, eu e meu amigo ali, disse apontando para

um rapaz com a mesma farda que estava atendendo uma

jovem que chegara naquele momento para entregar

material para descarte.

Me apresentei, falei de que se tratava a minha presença

e perguntei se ele podia me conceder uma entrevista

sobre o funcionamento do Ecoponto.

- Claro, disse ele, me conduzindo para o pequeno

cômodo da administração.

08 Gerenci@l

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01 Gerenci@l

A PRIMEIRA LEI DAECOLOGIA É QUE

TUDO ESTÁ LIGADO ATODO O RESTO.

BARRY COMMONER, BIÓLOGO

PENSAR

0209

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ENTREVISTAMOS GILSON JOSÉ CHAVES

SANTOS, COORDENADOR DO ECOPONTO

RENASCENÇA.

NEP-MA: Gilson, o que é um ECOPONTO?

GILSON SANTOS: Bem, Ecoponto é um

local autorizado a receber resíduos que

não são recolhidos pela coleta convencional

como por exemplo os resíduos da construção

civil, vidro, madeira, papelão e plástico, além

de material de construção civil e restos de

poda e de capina, alguns recicláveis.

NEP-MA: Qual é o seu trabalho no Ecoponto?

Você é o coordenador? É isso?

GILSON SANTOS: Sim, trabalhamos numa

forma de apoio, somos dois e alternamos o

horário, eu entro às 7:00 e saio às 15:20 e o

meu parceiro entra às 11:00 e sai às 18:00, de

segunda a sábado. Não funcionamos domingos

e feriados.

NEP-MA: Em cada período quem fica é o

responsável pelo Ecopont?

GILSON SANTOS:É sim. Eu e ele somos os

responsáveis pelo Ecoponto Renascença.

NEP-MA: Vocês recebem muitos resíduos?

GILSON SANTOS: Sim. Estamos recebendo

muitos materiais, principalmente recicláveis,

estamos recebendo demais.

NEP-MA: E que destino vocês vão dar para

esses materiais?

GILSON SANTOS: Todo esse material, a parte

reciclável será encaminhado para duas

cooperativas: a ASCAMAR, que é a Associação 

FalaGilson!

É DESCARTE OU DESLEIXO?

0110

Gilson Santos, coordenador do EcopontoRenascença, São Luís, Ma

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Tudo junto e misturado?DESCARTE OU DESLEIXO?

de Catadores de Material Reciclável, localizada no

Ceprama, no centro da cidade, e a Coopres que é a

Cooperativa de Reciclagem de São Luís, que funciona

nas dependências da Universidade Federal do Maranhão.

NEP-MA: Esse material é separado antes da entrega ou

ele é colocado no caminhão do jeito que está e vai para

entrega nas cooperativas?

GILSON SANTOS: Ele vai separado. O caminhão é da

empresa, é nosso, da SLEA-São Luis Engenharia

Ambiental. Os Ecopontos são da SLEA que é a empresa 

Devemos sempre lembrar que "Nós não herdamos a Terra de nossos antecessores, nós a pegamos emprestada de nossas crianças." [Provérbio Índio Norte-Americano]

responsável pela limpeza urbana em São Luís. É uma

empresa terceirizada que presta serviços para a

prefeitura. Um carro da SLEA leva os recicláveis para a

Ascamar e para a Coopres. Esse carro passa em todos os

Ecopontos, são sete Ecopontos atuando no momento. Num

dia ele recolhe os plásticos já entregues, no outro dia

papel ou papelão, no outro dia é metal e assim por diante.

O vidro ainda não vai para as cooperativas. Ele é separado,

os caminhões vêm e levam os vidros, o entulho, restos de

madeiras e de móveis velhos para o aterro sanitário, já os

resíduos das podas vão para o aterro para compostagem,

servem para adubo e para aterro. A compostagem fica no

aterro sanitário.

NEP-MA: Este terreno onde está localizado o Ecoponto

pertence ao município? 

GILSON SANTOS: Acredito que sim. Não tenho certeza.

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NEP-MA: E os carroceiros que faziam o

descarte irregular no terreno onde está

localizado este Ecoponto? Vocês recebem

muitas carroças de resíduos ou continuam

descartando os resíduos em terrenos baldios e

locais ermos como era de costume?

GILSON SANTOS: Recebemos muitas

carroçadas de resíduos. Chegamos a receber

de dez a quinze por dia. Acredito que eles

estão mudando a forma de trabalhar. 

NEP-MA: Os materiais ainda vêm misturados

nas carroças ou não?

GILSON SANTOS: Vem. Ás vezes o material

vem todo misturado mas como o Ecoponto já

foi muito divulgado na internet, os carroceiros

estão mais informados e estão mudando a

forma de trabalhar porque eles sabem que o

entulho não pode vir misturado a outros

materiais senão não será recebido, então eles

separam antes da entrega. Vem quase tudo

certinho. A gente trabalha mostrando a

maneira correta de fazer, entregando os

folderes para as pessoas virem que o material

deve vir todo separado. Na parte de

reciclagem é comum as pessoas trazerem o

material todo misturado, no caso do vidro eu

percebo que eles já estão se adequando a

pegar um garrafa pet cortar e colocar o vidro

dentro para que o pessoal da coleta não venha

a se cortar, mas o mais importante é a gente

educar as pessoas para fazerem da forma

correta, isso sim é mais importante até que a

coleta.   

UmaCarroça deproblemas?

DESCARTE OU DESLEIXO?

"O mais importante é a gente educar as pessoas para fazerem da forma correta, isso sim é mais importante

até que a coleta."Gilson Santos, Coordenador do Ecoponto RenascençaO Ecoponto está gerando uma educação

não é? Finalizou.

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Parceria com os condomínios

DESCARTE OU DESLEIXO?

GILSON SANTOS: Seria ótimo! Bom demais! Talvez

começarmos a fazer a política da boa vizinhança e de

estímulo à reciclagem, visitando os prédios para

conhecer síndicos e moradores que são pessoas que

receberam boa educação as daqui do Renascença e que

sabem, é certo, que distribuir o material para reciclagem

é uma maneira de ajudar o ambiente. São muitos

condomínios aqui, cada prédio daqueles que a gente vê

daqui têm, pelo menos, vinte, trinta ou mais famílias, são

muitos apartamentos e como se fossem trinta casas 

NEP-MA: O bairro Renascença onde oEcoponto está instalado é tipicamenteum bairro de condomínios. Vocêspretendem fazer parceria comos síndicos?

em um prédio só. É muito material para reciclagem. No

momento não sabemos ainda a partir de quando a SLEA

vai passar a manter contato com os representantes dos

condomínios mas acredito que sim, deve ser uma

pretensão da empresa. Ela certamente vai adotar um

método e um meio de educar, criar projetos de educação

para a preservação ambiental, que leve aos condomínios

a mensagem de o que é o Ecoponto, como funciona, as

formas de entrega etc. A forma será provavelmente por

meio de visitas. Um bom exemplo seria com a presença

das crianças das escolas municipais, indo de casa em

casa com os professores, entregando material

educacional para a reciclagem, falando sobre como é

bom e importante fazer a reciclagem nos pontos de

coleta, os Ecopontos, principalmente na região onde ele

opera não é? Outra ideia é a criação de um projeto no

qual a SLEA, por meio dos funcionários

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Educando para a práticaDESCARTE OU DESLEIXO?

dos Ecopontos, estes se deslocassem até as

escolas e, uma vez na semana que fosse, cada

Ecoponto um funcionário, explicar aos alunos,

professores e administrativos, o que são os

Ecopontos, o que recebem e o que não recebem,

para as crianças e os demais envolvidos começarem

a entender o que são e como funcionam os pontos

de coleta.

O envolvimento das partes interessadas nas escolas é fundamental para o sucesso de qualquer projeto, ação ou política pública de responsabilidade socioambiental. Sem a educação para a prática nada acontece.

NEP-MA: Voltando à atuação dos carroceiros, no

que se refere à educação para a prática, vocês

fizeram, algum tipo de treinamento, palestra ou

qualquer outra forma de educação, já que é notória

a importância do trabalho correto destes para que

se evite o descarte de resíduos em terrenos baldios

gerando maior risco de doenças e pragas?

GILSON SANTOS: Bem, por enquanto não. Tivemos

cursos fornecidos pela empresa mas para os seus

empregados e sem o envolvimento dos parceiros.

Com certeza no futuro isto será feito com o apoio

dos empregados dos Ecopontos. Já pensou em cada

Ecoponto mais próximo, a empresa fazendo uma

grande evento de capacitação e confraternização

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CONTINUA.

GILSON SANTOS: envolvendo os parceiros de

coleta com o uso de carroças; os funcionários

da empresa realizando palestras, uma festa da

sustentabilidade? Seria bom demais para

todos, para a empresa, para os funcionários,

para os parceiros e para a cidade, não é

mesmo?

Quando inaugura um novo Ecoponto

geralmente o prefeito e a coordenadora do

conselho de limpeza selecionam os carroceiros

que melhor têm se adequado às normas da

empresa e, na oportunidade eles recebem

mais orientações sobre o trabalho, como será

realizado, e todos os representantes da

sociedade recebem orientações sobre como

vai funcionar o trabalho no ponto de coleta.

quais materiais serão recebidos no local. Já

existem carroceiros bem treinados, não todos,

mas alguns que já estão sabendo muito do

próprio trabalho.

NEP-MA: Gilson, você gosta de trabalhar com

materiais recicláveis?

GILSON SANTOS: Gosto. Gosto muito. É muito

bom. Dá uma sensação legal de saber que

estou ajudando o ambiente. Aqui trabalhamos

separando e coordenando a entrega e o

recebimento dos materiais recicláveis e

enviando para as cooperativas e, de algum

modo aprendemos a cada dia coisas novas

sobre reciclagem com a população. A gente

passa o que a gente aprendeu e eles nos

passam o que eles trazem como conhecimento

de casa, para nós, unindo empresa e

comunidade, sociedade. É muito interessante

mesmo. Eu moro no São Bernardo, um bairro

distante, mas às sete horas já estou aqui, 

Envolvendo a sociedade

É DESCARTE OU DESLEIXO?

O envolvimento das partes interessadas

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Bem protegido é o idealDESCARTE OU DESLEIXO?

começando o meu trabalho, recebendo material,

fazendo a minha parte, o meu trabalho. Acordo às

cinco.

NEP-MA: Quando vocês entregam às cooperativas o

material coletado estão ajudando a formar renda. 

O outro lado é a recepção nas cooperativas. Nem

todos os fornecedores de materiais recicláveis

A entrega dos materiais que podem ser reciclados nos pontos de coleta deve ser feita com todos os materiais separados e organizados por tipo e bem protegidos e acondicionados em sacos e similares.

entregam o material bem acondicionado. Muitas

vezes os materiais são transportados em veículos

abertos, caem pelas ruas ou são entregues soltos.

Estivemos na Ascamar para esta matéria e vimos

muitos materiais jogados por todo o terreno da

cooperativa, sacos plásticos e papéis voando ao

vento, poluindo o ambiente invés de promover a

melhoria, quando deveriam estar protegidos em um

local fechado. Encontramos muitos resíduos

jogados no chão. Como vocês entregam o material

que é coletado, já que o transporte é fornecido por

vocês?

GILSON SANTOS: Em nosso caso isso não acontece.

A gente coleta o material que pode ser reciclado e

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que algumas vezes vêm separados e outras

são entregues em sacolas ou sacos,

misturados. A gente separa e guarda em sacos

próprios. O papelão geralmente vem na forma

de caixas muito grandes e que não cabem nos

sacos, então a gente arruma, amarra, coloca

no caminhão. Garrafas tipo PET, vasilhames de

de água sanitária e outros, colocamos em

sacos e vai tudo ensacado para entrega. Nada

é entregue solto, jogado. O caminhão é

fechado, ele tem quatro portas que fecham,

não vão abertas, não tem como vazar lixo no

ambiente. Os motoristas são treinados para

entregar tudo direito. A entrega também é

feita por tipo de material e num dia papel, no

outro plástico, no outro metal, para não haver

mistura de materiais num incidente no trajeto

que possa vir a acontecer. Hoje mesmo

entregamos plástico e amanhã entregaremos

papel e depois metal. Nós temos um

controle rigoroso de entrega.

NEP-MA: Já devem ter dito à vocês o lado

positivo do trabalho que realizam.

O homem descarta muito lixo na natureza, já

degradou rios, matou e continua matando

animais, derrubando florestas, extinguindo

espécies e poluindo mares. Não prevenindo

pela educação fica mais difícil combater os

efeitos. Você quer deixar uma mensagem final

aos nossos leitores? 

GILSON SANTOS: Educação é importante para

que o nosso trabalho tenha impacto. Não

adianta receber todo o material do mundo e

as pessoas, quando não existir um Ecoponto

por perto, jogar os resíduos em qualquer

lugar.

EntregaLimpa

É DESCARTE OU DESLEIXO?

A importância do respeito pelos parceiros na entrega dos coletados

Educação é importante para que o nosso trabalho tenha impacto. Não adianta receber todo o material do mundo e as pessoas, quando não

existir um Ecoponto por perto, jogar os resíduos em qualquer lugar.

[Gilson Santos]

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01 Gerenci@l

NOSSA TAREFA DEVERIASER NOS LIBERTARMOS…AUMENTANDO O NOSSOCÍRCULO DE COMPAIXÃOPARA ENVOLVER TODAS

AS CRIATURAS VIVENTES,TODA A NATUREZA E SUA

BELEZA. ALBERT EINSTEIN, FÍSICO

PENSAR

0218

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REFERÊNCIAS

19

http://www.mma.gov.br/images/arquivo/80058/PERS/MA%20PERS%20Vol%202_

2012jul.pdf

http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos/instrumentos-

da-politica-de-residuos/item/10611

http://www.fragmaq.com.br/blog/saiba-sao-15-cidades-poluidas-brasil/

https://movimentomunicipalista.wordpress.com/tag/cidades-que-mais-poluem/

http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/blog-do-planeta/noticia/2014/05/dez-

cidades-com-o-bar-mais-poluido-do-mundob.html

www.greenpeace.org.br

https://movimentomunicipalista.wordpress.com/tag/cidades-que-mais-poluem/

http://www.pensamentoverde.com.br/reciclagem/o-isopor-e-reciclavel/

Observação: Todas as fotografias pertencem ao NEP-MA.

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Rosa Graça Lima Barreto Domigues

Administradora de Empresas, Pedagoga, MBA em Planejamento, Orçamento e Gestão Pública pela FGV/ISAN

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Está esperando o desfecho do tema de capa?

Não adianta esperar porque ainda não temos a resposta. O

tema exige ampla análise do cenário político e medições

às quais o cidadão não tem acesso ainda, tais como: o

custo-benefício da manutenção dos Ecopontos; as

propostas que estarão contidas nas propostas dos futuros

candidatos a prefeitos da capital e outros vetores

relevantes que continuaremos a pesquisar e acompanhar.

É preciso que se reflita uma "Fossa de Java" até que se

possa responder se a instalação de Ecopontos será

contínua e definitiva ou somente uma ação reativa.

E dai?