Revista "Homem do Século XXI"

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Revista do Século XXI é um projeto dos alunos da 1a e 2a Séries do Ensino Médio do Colégio Termomecanica.

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Charge: Conhece-te a ti mesmoCréditos finais

O Homem e a EconomiaComo o mercado financeiro afeta o dia-a-dia dos brasileiros?Bitcoin: a moeda virtualEconofísica: uma complexa necessidadeO mercado financeiro e a EconofísicaCharge: a BolsaTecnologia nos esportes: benefício ou depreciação?Bastidores da CopaHow good is the technology for the students?Technology in academic student’s lifePuzzle¿Globalización?Entrevista com Manuel CastellsEconofísica

O Homem e a InformaçãoA vida gira em torno da tecnologiaA importância das rádios comunitáriasCinema como instrumento de difusão ideológica e culturalA sociedade da informação na internetO homem do século XXI e a informaçãoAs duas caras das telenovelasO uso do carbono 14 na datação de fósseisPara sempre seremos HistóriaTeaching and learning through means of communicationCharge: manipulaciónCharge: casamentoWhat every modern teenager should know

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O Homem e a CiênciaMatemática e músicaA evolução das tintasLeonardo da VinciO nascimento da Física modernaO nascimento da Física moderna e suas aplicaçõesPensadores: Isaac Newton e Galileu GalileiNanotecnologiaO fantástico número de ouroGlobalização e culturaO “não-humano”: desemprego em tempos de globalizaçãoErgoespirometriaTecnologia nos esportesEntrevista com Carolina Santana Fialho Militão

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O Homem e a ÉticaProblemas de consciênciaPatentes na indústria farmacêutica: Uma questão éticaBioética e as novas tecnologiasAs fraudes em alimentos: Mais um dilema século XXIGlobalização, Cultura e Relações InterpessoaisA sétima arte lucrativaA ética e os programas sensacionalistas de televisãoEncontre as obras roubadasOs benefícios do investimento em educaçãoSerá que o “jeitinho brasileiro” tem jeito?O histórico da corrupção no BrasilÉ possível haver ética em uma sociedade escravocrata?Miséria é miséria em qualquer época

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Créditos finais 91

Editorial Danielle Takase

Heloísa de OliveiraLaura Stocco Felicio

Lucas Vieira

DesignGuilherme Brighente

Isabella Carvalho JoaquimJoão Victor Batista Baracho

Tayna Wandeur Victor Fragoso

ColaboraçãoAndrés Calonge Méndez

Antonio Ive MarinheiroRenata Munhoz

CoordenaçãoÁlvaro Vieira Neto

DireçãoPedagógica

Cristina Favaron Tugas

Direção GeralValcir Shigueru Omori

Uma publicação dos alunos do Colégio Termomecanica

CENTRO EDUCACIONAL DA FUNDAÇÃO SALVADOR ARENA

Estrada dos Alvarengas, 4.001 -Bairro Alvarenga - CEP 09850-550

São Bernardo do Campo - SPwww.cefsa.org.br

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Se eu fosse um robô, as coisas seriam mais fáceis. Acho que esse seria o próximo passo da tecnologia. Já percebeu que fazemos tudo com ela? Nós acordamos com a tecnologia. Quem nunca quis jogar o despertador na parede? Eu até que faria isso, se ele também não fosse meu celular. Mas você deve agradecer, pois é o despertador que faz com que cumpra seus horários. Infelizmente, isso inclui não dormir até tarde. Sugiro que não coloque aquela linda música que lembra aquela pessoa como toque do despertador, porque você vai ficar com tanta raiva dela que em pouco tempo não vai querer ver a cara do ser humano. Mude essa melodia esporadicamente. Coloque metálica e faça um favor aos seus familiares e vizinhos impedindo-os de perder a hora também. Faça isso e sinta-se vivendo intensamente.

Acho que são muitos os problemas derivados de um despertador. Se eu fosse um robô, seria mais simples. Robôs não dormem.

Eu agradeceria se, ao invés de bombas nucleares e máquinas de guerra, os cientistas criassem uma maneira de transformar pessoas chatas em robôs; assim, quando elas começassem a me encher, eu as desligaria. É provável que algumas pessoas ficassem desligadas em tempo integral. E, como isso só seria aplicado a seres humanos, meus amigos seriam imunes a essa ideia.

Sou a favor de uma tecnologia que me permita assistir a meus sonhos na TV. Assim, quem sabe, eu não daria um jeito de continuá-los ou, pelo menos, criar possíveis finais, já que eles tendem a acabar na melhor parte. Essa possibilidade seria melhor que gastar esforços tentando clonar ovelhas. Robôs são mais simples.

Ao invés de atualizarem aparelhos celulares e reformarem seus serviços, que a Tim cumprisse seu slogan, acabasse com as fronteiras e me teletransportasse pro lado da pessoa com quem eu quero conversar. Assim, ao invés de um “oi” eu teria um “oi” e um abraço. E um sorriso. E um bom humor pra aguentar o fato de que quando eu mais precisasse, o celular estaria sem serviço.

Sinto que daqui a pouco, seres humanos serão confundidos com bolas. Pernas são inúteis quando se passa no mínimo três horas diante do computador, da TV ou do videogame. Mas, é claro, isso não é um vício. Eu posso muito bem encontrar meus amigos. No Facebook. Eu vou passar horas e mais horas conversando. No MSN! Vou seguir o conselho dos médicos e praticar esportes. No videogame!

Se não fosse a tecnologia, eu morreria de fome. Dá pra encontrar uma refeição inteira congelada no momento em que eu quiser. Bom, de qualquer forma, pode-se dizer que um dia, de um jeito ou de outro, nós iremos ser substituídos pela tecnologia, a menos, é claro, que tomemos uma atitude e deixemos de depender tanto dela, por mais que isso seja difícil. Nosso mundo não gira mais em torno do Sol; ele gira em torno da informação! Mas, chega de criticar a tecnologia. Eu preciso atualizar meu Facebook.

A vidA girA em torno dA tecnologiAO que seríamOs de nós sem ela?

Por: Carine Kathelyn, Amanda Carvalho, Débora Soares, Heloísa Barbosa, Guilherme Ramos, Jennyfer Vieira, Rafael da Silva.

Prof. Orientador: Nívea Farah. 1º EMV F

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A Importância das Rádios Comunitárias em um Mundo Globalizado

A globalização é, sem dúvida, a maior marca do século XXI. Acontecimentos globais influenciam os lugares mais remotos do planeta e o inverso também acontece. Por isso, quando pensamos em fenômenos que interligam as pessoas global-mente, como a internet, não podemos deixar de ressaltar a importância daqueles que integram as pessoas no nível local, como bairros, vilas ou pequenas cidades. É nesse contexto que as rádios comunitárias ganham, a cada dia, mais impor-tância.

As rádios comunitárias, diferentemente das rá-dios comerciais, não têm fins lucrativos. Seu ob-jetivo é transmitir uma programação de interesse social vinculada à realidade local, contribuindo para a ampliação da cidadania, democratização da informação e difusão cultural. Devem também abrir espaço para as manifestações da sociedade.

De acordo com o Ministério das Comunicações, a programação de uma rádio comunitária deve conter informação, lazer, manifestações culturais, artísticas, folclóricas e tudo aquilo que possa con-tribuir para o desenvolvimento da comunidade, sem discriminação de raça, religião, sexo, cor, convicções político-partidárias e condições so-ciais.

Segundo o professor do Instituto Municipal de Ensino Superior de São Caetano do Sul (IMES), Valdir Boffetti,“a ideia de rádio comunitária nasceu com o sentido de dar voz aos populares. Trata-se de uma pequena estação de rádio, que dá condições a determinada comunidade de ter um canal de comunicação in-teiramente dedicado a ela, pelo qual seus membros

vão divulgar suas ideias”.

Ainda de acordo com o professor Valdir Boffetti, a principal característica dessas rádios é a efetiva participação da comunidade. “É diferente de uma rádio comercial local, por exemplo. Na comunitá-ria, as pessoas podem participar na produção da programação e não ficar na mera posição de ou-vintes”.

Paralelamente às rádios comunitárias situam--se emissoras comerciais, cujas diferenças bási-cas entre elas são as leis que as regulamentam, o funcionamento, a programa-ção, a participação popu-lar e a audiência. As rádios comunitárias têm programação voltada para es-timular a inteli-gência, o debate e a integração da comuni-dade com a finalidade de resolver seus problemas e conflitos, en-quanto as rá-dios comer-ciais servem aos interesses financeiros de anunciantes e de gravadoras. A programação das rádios comu-

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nitárias estimula a participação de ouvintes como cidadãos e cidadãs; já as rádios comerciais tratam seus ouvintes como consumidores.

Há, no entanto, um problema de ordem legal. Mui-tas vezes, o serviço de radiodifusão comunitária vira um pretexto para encobrir as rádios clandesti-nas, também conhecidas como rádios piratas. Essas emissoras funcionam irregularmente, ou seja, sem a outorga do Ministério das Comunicações. De acordo com Geórgia Moraes, assessora de impren-sa da ABERT (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) “a rádio clandestina opera no canal e frequência que bem entender, interferin-do em outras emissoras regularmente autorizadas. Normalmente, têm ligações com políticos, grupos religiosos ou empresas e vendem espaço comercial a preços irrisórios, causando concorrência predatória às emissoras legalmente constituídas”.

As rádios clandestinas que operam sem autoriza-ção da Anatel são acusadas de causarem interferên-cia nos instrumentos de navegação de aeronaves, em aparelhos hospitalares, na frequência da polí-cia, do corpo de bombeiros e de ambulâncias.

Para o professor Valdir Boffetti, o problema é a fal-ta de agilidade do Governo para fazer com que as

rádios comunitárias se tornem legais. “Hoje, quando uma

associação entra com um pedido de con-

cessão no Governo

Federal, leva muito tempo para ser atendida. Acho que de dez mil pedidos, nem 900 são liberados. Isso é muito pouco”. Para ele, essa demora abre uma bre-cha para que as pessoas que querem usar desse mé-todo, usem-no da forma errada. Ele diz ainda que “é preciso um processo mais transparente e ágil”.

Além das rádios piratas, existem aquelas chama-das pseudo-comunitárias. Autorizadas a funcionar pelo Ministério das Comunicações e com o título de rádios comunitárias, vendem seus horários de programação para políticos, programas religiosos e comerciantes locais, que anunciam suas atividades e produtos, gerando lucros aos seus operadores.

Atualmente, no Brasil, estima-se ter mais de dez mil rádios comunitárias. De acordo com o profes-sor Valdir Boffetti, esse projeto das rádios é fan-tástico. “Nós sabemos que hoje quem tem poder é quem pode falar. A rádio comunitária muda isso e divide esse poder porque abre espaço para o cidadão comum, que faz parte de uma comunidade pequena, falar”.

Logo, podemos concluir que o homem do século XXI tem procurado diversos meios para expressar suas opiniões, valores e cultura. As rádios comuni-tárias contribuem para desfazer o mito de que no mundo globalizado os acontecimentos locais per-deram a importância em detrimento das ocorrên-cias globais. Desse modo, essas rádios têm muito a colaborar com esse novo homem, que pensa glo-balmente, mas não perdeu suas raízes locais.

Bibliografia:

• NOGUEIRA,DéboradeAlmeida.Rádioscomunitárias:Municipalizarparademo-cratizar.Disponívelem:<http://www.piratininga.org.br/artigos/2005/64/nogueira-campinas.html>.Acessoem:10desetembrode2012.• RÁDIOCOMUNITÁRIA.Disponívelem:<http://www.mc.gov.br/acoes-e-progra-mas/radiodifusao-comunitaria>.Acessoem:15desetembrode2012.• COSTA,RildoAlbinoda.AImportânciadasRádiosComunitáriasparaasComu-nidadesemqueestãoInseridas.Disponívelem:<http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/anagrama/article/viewFile/7507/6930>.Acessoem:5desetembrode2012.• DUTRA,RenataZawadzki.CitaçãoValdirBoffetti.Disponívelem:<http://www.colegioinovacao.com.br/cms/documentos/renata_musica_7a_serie_o_radio.pdf>Acessadoem:17deSetembrode2012.• CAVALCANTI,AnabelSilveira.CitaçãoGeórgiaMoraes.Disponívelem:<http://paginas.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/6o-encontro-2008-1/SONORIZACaO%20E%20TV%20MARE%20MANSA.pdf>Acessadoem:17deSetembrode2012.

Por: Lucas Eugênio, Victor Ribeiro, Beatriz Silvério, Jamili Késia, Luiz Fernando, Gustavo Garcia e Leonardo Ferri.Prof. Orientador: Antonio Ive Marinheiro. 1ºEMVD

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Cinema como Instrumento de Difusão

de Ideologias e Culturas Hegemônicas

Estudos arqueológicos demonstram que o interes-se do homem pela reprodução dos movimentos re-monta aos primórdios da humanidade. As pinturas rupestres encontradas em diversas cavernas espalha-das pelo mundo comprovam esse interesse. O coti-diano dos hominídeos era representado por meio de imagens rupestres aparentemente simples, mas que reproduziam a vida desses seres através de uma pers-pectiva primitiva. O interesse humano pelo registro e reprodução do movimento evoluiu com a espécie e, certamente, a produção cinematográfica é hoje um dos resulta-dos desse processo. O cinema surgiu em meados de 1895 e, nessa época, sua representação estava ligada a outras formas culturais, como o teatro, tendo raízes provenientes do jogo de sombras do teatro de ma-rionetes oriental e também da representação visual pictórica através de cores. O ápice do cinema aconteceu em 1915 e a produ-ção cinematográfica dos Estados Unidos contribuiu muito para isso com a produção hollywoodiana clássica, que, segundo Bordwell (1986), contou com indivíduos que se empenhavam em atingir um obje-tivo ou resolver um problema específico. Nessa sua busca, os personagens entravam em conflito com outros ou com circunstâncias externas. Mascarello (2006) afirma que o cinema faz parte de uma história mais ampla, que engloba não apenas as práticas de projeções de imagens, mas também o divertimento popular, os instrumentos ópticos e as pesquisas com imagens fotográficas.

Com isso, percebeu-se que o cinema não era somen-te um instrumento de entretenimento, mas também um eficiente meio de propagação de ideologias, va-lores e culturas. Um exemplo disso foi seu uso na época da Segunda Guerra Mundial, quando os pa-íses produziam filmes para fortalecer o sentimento nacionalista da população, entre eles, os ideais nazi--fascistas.

Um recurso comumente empregado nas produções cinematográficas, principalmente as de Hollywood, é o maniqueísmo. Trata-se de um termo da filoso-fia religiosa empregado para designar a luta do bem (Deus) contra o mal (demônio). O maniqueísmo ajuda a transmitir valores e ideolo-gias, fazendo com que o herói defenda ideais dese-jados pela sociedade (geralmente virtudes, valores morais e éticos, liberdade, democracia). Ao vilão cabe a dura tarefa de lutar contra esses ideais, luta essa quase sempre inglória. Em produções cine-matográficas estadunidenses, quase sempre os vilões são russos, chineses, latino-americanos ou árabes e o herói é sempre um ianque que busca “a verdade, a justiça e a liberdade”. As ideias transmitidas por meio desses filmes in-fluenciam nossa maneira de pensar. É comum con-siderar a cultura dos Estados Unidos superior às outras, por conta da sua influência e importância econômica para o mundo.

A históriA dA invenção do milênio e seu poder ideológico Ao longo dA históriA

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O filme Gladiator, dirigido por Ridley Scott, é um excelente exemplo da maneira como os filmes norte-americanos reproduzem e disseminam os valores e a cultura daquele país. Gladiador, na versão brasileira, foi uma obra cinematográfica muito bem recebida pela crítica no ano de 2000 e conta a história do general do exército romano, Maximus Decimus, que foi rebaixado à condição de escravo quando o ganancioso Commodus, fi-lho do Imperador Marcus Aurelius, assassinou o próprio pai e tomou-lhe o trono. Por meio de lutas entre gladiadores, Maximus vingou a morte de sua família e do falecido Imperador, do qual era fiel soldado, assassinando o covarde Commo-dus.

É um bom exemplo de como o cinema pode ser utilizado para transmitir determinadas ideolo-gias. O filme “Gladiador” foi produzido com mui-ta ação e efeitos especiais e concebido com base em uma visão maniqueísta. Os valores e ideais es-tadunidenses são defendidos pelo herói, o general Maximus Decimus, enquanto o vilão, usurpador do trono, assassino e moralmente fraco Commo-dus, representava o mal.

A guerra retratada entre romanos e bárbaros foi espelhada nas tensas relações entre os Estados Unidos e o Oriente Médio, que mais tarde origi-naram as guerras contra o Afeganistão e o Iraque. Nestes episódios, os romanos (estadunidenses) são os heróis que se julgam bons e prósperos, possuidores de uma cultura superior; os bárba-ros (árabes) são os vilões com uma visão restrita do mundo e com líderes que representam a figura absoluta do mal.

Com a vitória de Maximus contra Commodus, Roma voltou a ser uma república, o que histori-camente não ocorreu, simbolizando a vitória es-

tadunidense capitalista contra o terrorismo ára-be. Ou seja, a república democrática existente nos Estados Unidos defendeu a liberdade e a justiça para todos, vencendo o Oriente fundamentalista em seus conceitos.

O filme salienta os ideais dos Estados Unidos que, ao vencerem a guerra, se intitulam o mais forte e isso é representado quando o General Maximus diz: “Um povo deveria saber quando é conquista-do!”, ou então, quando indagado pelo Imperador sobre o que é Roma, Máximus responde: “Roma é a Luz”.Pelos valores cristãos, considerados valores ideais de conduta, que imperam ainda nos dias atuais, nota-se a admiração e até mesmo a submissão das mulheres ao herói, Maximus. Para Commodus, a situação é oposta: desprezado, foi caracterizado como uma pessoa fraca e subalterno à sua irmã.

No filme, as virtudes do homem, descritas por Platão, são apresentadas quando Commodus, ao contrário de Maximus, admite não possuí-las. Mais uma vez percebe-se a intenção do diretor em demonstrar que o povo estadunidense possui essas virtudes, enquanto outras culturas, menos-prezadas por eles, não as teriam.

O cinema pode ser considerado uma das maio-res invenções do milênio. Através de um filme, é permitido contar uma história; transmitir concei-tos; criar, formar e influenciar opiniões; retratar momentos; dar formas, cores e rostos a pessoas, locais, coisas e sociedades. O cinema permite recriar mundos passados, presentes, futuros ou imaginários, concede ao espectador uma nova experiência e um diferente modo de entender as coisas; entretanto, tem-se mostrado também um excelente instrumento de disseminação de cultu-ras hegemônicas.

Bibliografia:

KELLNER, Douglas. A Cultura da Mídia. 1.ed. Bauru, SP: EDUSC, 2001. Disponível em: <http://cogeae.pucsp.br/cogeae/curso/4326>. Acesso em: 02 jun. 2012, 15:30.MASCARELLO, Fernando. História do Cinema Mundial. 1ed. São Paulo: Papirus, 2006. Disponível em: <http://xa.yimg.com/kq/groups/18742890/1811618957/name/historia+do+cinema+mundial.pdf>. Acesso em 20 ago. 2012, 10:30.HISTÓRIA. Disponível em: <http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=15>. Acesso em: 17 maio 2012, 16:00.A NOVA DEMOCRACIA. Disponível em: <http://www.anovademocracia.com.br/no-39/159-os-mocinhos-sao-bandidos>. Acesso em: 17 maio 2012, 19:00.

Por: Letícia Soares, Isabella Fiuza, Juliana Cantarani, Júlia Hille, Lucas Pires, Gabriela Aguirre, Beatriz Pidone, Luiz Vasconcelos.

Prof. Orientador: Antonio Ive Marinheiro. 1ºEMVF

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A sociedade sempre se mostrou suscetível às mudanças que ocorreram no tempo e no espaço; tal se deve à natureza intransmutável de adaptação física e psicológica do ambos. Uma recente revolução que ocorreu foi a invenção da rede mundial de computadores interligados nomeada Internet.

A rede de computadores surgiu a partir de pesquisas militares na época da Guerra Fria, em que eram necessários quaisquer mecanismos e ferramentas para contribuir na disputa entre os dois blocos antagônicos, URSS e EUA. Entre essas inovações, o setor de comunicação detinha extrema importância, com tal objetivo os EUA criaram um sistema de compartilhamento de informações que permitissem sua descentralização. Com o desenvolvimento de tal tecnologia nasceu a internet.

A Internet surgiu como o resultado da passagem para a sociedade civil da ARPANET, um projeto de rede de comunicações militar dos Estados Unidos da America (1960). A “World Wide Web”, uma interface gráfica que é diversas vezes entendida como sinônimo da Internet, foi criada por Tim Berners-Lee em finais da década de 1980, início da década de 1990.

A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO NA INTERNET Por: Gustavo Nobre, Lucas Menezes, André Spirim, Felippe

Satoshi, Isabella Alcalai, Raphael Diacov, Victor Borges.Prof. orientador: Igor Franco 1ºEMV F.

Dados: http://www.ihu.unisinos.br/

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Tal invenção fez com que todos os acontecimentos fossem amplamente divulgados e interpretados tal como comentados por diferentes personalidades, o que evitou a dogmatização do status quo (que pode ser definida como a estagnação da realidade momentânea), deixando os dados expostos e promovendo a interação e discussão.

O mapa do ano de 2008 mostra, por país, o número de pessoas que utilizam a internet a cada 100.000 em sua população.

Um exemplo clássico e não menos atual foi a explosão repentina das revoltas árabes. “Os cidadãos de Túnis (capital da Tunísia) não precisavam do Wikileaks para conhecer o grau de corrupção dos governantes e em seu entorno, mas o impacto das informações incitou, sim, o mal-estar prévio nesse país, que foi o detonador das revoltas seguintes no mundo árabe, disse o diretor do El País, Javier Moreno, sugerindo como fator coadjuvante o papel essencial das redes sociais e das informações transparentes a elas vinculadas.

A velocidade com as quais quaisquer notícias se espalham é demasiadamente grande. Tal rapidez permite uma sensação de momentaneidade e remete a discussões e abertura de novos horizontes, o que é sempre essencial.Porém, como todo o objeto de uso, a rede mundial também tem efeitos colaterais, causados pelo uso excessivo e indevido. Iniciantes, neste espaço que pode ser por muitas vezes malicioso, podem ser facilmente manipulados por terceiros.

Outro uso negativo, este diretamente relacionado ao uso desnecessário de informações da internet: muitas vezes os usuários não têm muita intimidade com a tecnologia e se abstêm de utilizar ferramentas úteis; assim sendo, a internet perde sua essência e seu verdadeiro propósito.

Conclui-se que a internet tornou-se uma ferramenta necessária ao cotidiano, não somente de interação e imediatismo, mas também um instrumento revolucionário e, por vezes, revelador de uma verdade desconhecida ou ocultada pelas classes dominantes, além de obviamente garantir diversão e entretenimento ao usuário.

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Quando visitamos o nosso CDMR e vemos todos os documentos, fotos, arquivos de Salvador Arena, não imaginamos o processo químico e todas as técnicas de conservação existentes na história desses objetos. Não são nada fáceis os passos para que nós possamos ter esses fatos históricos até os dias de hoje. Por isso, a informação e o conhecimento sobre essas técnicas e os possíveis agentes de degradação se fazem necessários. Há quatro meios de deixar o documento “intacto” por vários anos:

• Preservação: meios de ordem administrativa, política e operacional que contribuem para a proteção do objeto a ser guardado.• Conservação: reconhecimento das causas de degradação, permitindo a adoção de medidas de prevenção. • Conservação preventiva: são intervenções objetivas, feitas com a finalidade de proteger o objeto, prevenindo possíveis danos e perda.• Restauração: medidas que visam a normalização ou a reversão de danos físicos ou químicos adquiridos pelo documento/objeto ao longo do tempo e do uso, de modo a não comprometer sua integridade e seu caráter histórico.

Os agentes de degradação podem ser internos e externos, dividindo-se em físicos (luz, temperatura e umidade relativa), químicos (poluição ambiental e poeira), físicos mecânicos (armazenamento inadequado, manuseio incorreto e desastres) e biológicos (micro-organismos, insetos, roedores e o ser humano). É de grande importância o conhecimento sobre esses agentes, pois assim nós podemos ter uma melhor conservação de nossos documentos pessoais.

Tomamos o papel como um exemplo de objeto degradado. Esse objeto, um livro ou folha de jornal talvez, é composto de celulose, que é um polímero, um polissacarídeo construído a

partir de monômeros de β-D-Glucose. A D-Glucose (C6H12O6) é um sacarídeo contendo cinco grupos álcool (OH) e um grupo aldeído (COH) no carbono 1. As fibras de celulose que possuem longas cadeias poliméricas são mecanicamente mais fortes e resistentes. As propriedades químicas da celulose dependem essencialmente das ligações glicosídicas (1”4), dos três grupos OH de cada unidade e do grupo aldeído situado no final de cada cadeia. A celulose é um composto hidrofílico e, agindo assim, estabelece um grande número de ligações de hidrogênio entre as diversas cadeias poliméricas. Aqui vemos a importância de altas percentagens de umidade durante o processo de degradação.

A ação do calor provoca uma decomposição da celulose que é intensificada pelo aumento da temperatura e pelo aumento do seu tempo de atuação. A cerca de 45º C começa por perder a umidade higroscópica que acaba por desaparecer por volta dos 105º C. A 120º C ocorre um amarelecimento intenso e, a 200º C, a decomposição é quase instantânea produzindo CO2 e H2O.

Os outros tipos de documentos e até mesmo o papel passam por vários passos de restauração, se necessário, até voltarem ao nosso acervo. Depois de estarem de volta, eles devem permanecer em uma sala climatizada, que mantém a umidade relativa do ar

PARA SEmPRE SEREmOS HISTóRIA

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entre 45% e 50%, para que não crie fungos nas telas, papéis, entre outros. A umidade é de extrema importância, pois, como sabemos, o nosso CDMR fica situado acima de banheiros, locais muito úmidos; assim, um aparelho umidificador fica ligado 24 horas por dia.

Outro fator de extrema importância são aquelas “paredes deslizantes” que fecham os arquivos em ambientes com pouca iluminação – o componente da luz que mais merece atenção é a radiação ultravioleta (UV); qualquer exposição à luz, mesmo que por pouco tempo, é nociva e o dano é cumulativo e irreversível –, e sem muito contato com os poluentes externos, principalmente o dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NO e NO2) e o ozônio (O3), que são gases que provocam reações

químicas, com formação de ácidos que causam danos sérios e irreversíveis aos materiais. O papel fica quebradiço e descolorido; o couro perde a pele e deteriora.

Esse trabalho de manutenção dos nossos arquivos é constante e diário, e faz toda a diferença para a perpetuação da história de nosso patrono, Salvador Arena, da história da nossa querida escola e, é claro, da nossa história, pois todos nós participamos daquilo que chamamos de CEFSA.O conhecimento sobre essas etapas e processos pelos quais os documentos passam nos faz capazes de perpetuarmos nossos próprios arquivos pessoais e, quem sabe, serem encontrados daqui a muitos anos por historiadores, tornando-nos fonte histórica da sociedade (se não é que já não somos).

Por: Geovana Nunes, Antonio Gilliard,

Fernando Sant’Anna, Juliana Bertolone, Norton

Moreira, Nathali Pontelli, Giulia Marquezini.

Prof. Orientador: Edson Camarini. 1°EMVD.

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Before talking about the teaching-learning process of a language through some means of communication it is necessary to define the term means of communication. The term means of communication refers to the instrument or to the content form used to communicate. It can be also considered as media. Means of communication are instruments that make easier the input and output of information.

Teaching and Learning Process of a Language through Some

Means of Communication

Every single day the communication becomes more and more important; through it we can express our ideas and feelings. We can say that the means of communication can help in the teaching process of a language in different ways.

Each day different technologies affect our lives. Computer is considered the greatest technological advance; it is used in the teaching and learning process by different schools – public and private ones. Of course, the latter use it more.

The relation computer and teaching-learning process has brought many questions and different points of view. Some people say that on one hand the computer can renew the teaching process and on the other hand computer is seen as a tool that makes the students want to learn more because they feel motivated.

According to Ponte (1992), many people who work with computer believe that it doesn’t let them more human; people become lazier and forget to think about what is presented to them. Although communicative language teaching is accepted by many applied linguists and teachers as the most effective approach among those in general use, there are still a number of misconceptions about what it involves.

The main means of communication that help in the teaching-learning process are: internet, radio, television. We can say that the internet can help or harm the learning process; of course, it depends on the way it’s used. Its use is growing in many schools and it requires of the teachers a reflection about the means of communication. According to Souza (2005), internet is a means to enrich the teaching-learning process in which new forms of organization and understanding of the world are encouraged in the

students. Some schools and universities make a good use of internet in the classrooms. Internet can help both teachers and students, to solve their problems. Some resources such as blogs can make easier the learning of a language; through social nets students can talk with people from all over the world. Translators, exercises online and learning online can help students progress in a language. We also find games that can help to learn a language – single-player and multiplayer are examples. Technologies which support a cognitive approach to language learning are those which allow learners maximum opportunity to be exposed to language in a meaningful context and to construct their own individual knowledge. Examples of these types of technologies include text-reconstruction software, concordancing software, and multimedia simulation software. The Internet is a powerful tool for assisting a sociocognitive approach to language teaching, and it is in fact this fit of the Internet with a sociocognitive approach which largely accounts for the new-found enthusiasm for using computers in the language classroom. The Internet is a vast interactive medium which can be used in a myriad of ways.

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Por: Thalia Silva, Thamires Nobre, Gabriel Pangonis, Yasmim Lopes, João Pedro Setúbal, Leonardo Utida.

Prof. Orientador: Assunta Aguena 1º EMV E.

Everybody can have access to the internet nowadays; people can be connected everywhere. It’s said that the internet helps the relationship between teacher and student. The internet makes students learn more and feel more comfortable in the classes. It makes part of students’ daily lives; they use it at home easily and perfectly. The internet helps in the self-learning process, the access to information is much easier. Teachers can suggest sites to help students learn more about any subject, to prepare themselves better to take “vestibular” for example, to learn some grammar rules, to improve vocabulary, to know the meaning of a word with some examples which becomes more meaningful. We can conclude that the internet can help teachers and students as we said before but if they know how to use it.

There are other ways to learn a language; music is an example of that. People can improve vocabulary, pronunciation, learn new expressions and slangs. MTV is a channel watched worldwide, it is very effective. Radio and television have a great influence on people’s lives, mainly when they are learning a language. We have many American series like Friends, Two and a Half Men , TV news, Discovery Channel with original sound in which people can learn a language.

Kenski (2001) mentions three roles of the teachers in the digital era; she sees them as agents of memory, agents of values and agents of innovations. The teacher has to be able to “make connections between the languages, spaces, time and happenings.” The teacher as agent of memory recovers attitudes, habits and values respected by the group, including the school culture, that is, the one learnt where the person lives. The teacher as agent of memory in digital society makes the learning dynamic; he must be open to new ways of learning. The teacher is responsible to direct his/her students to respect and learn in virtual or not virtual exchanges, with people from different cultures, languages and social reality. Teacher as agent of values must be able to promote the sociability with and among students, the definition of values and rules of living, attitudes and right behavior to interactions. In digital environment, the relation teacher-student is much intense; teacher needs to have rules of living in a peaceful, trustful, lovely and respectful environment, in a motivational way in which knowledge and ethical and moral values are built. The teacher as agent of innovation gets closer to the learner and to the news, directing the learner to learning, promoting discussions and motivating the reflection before the different sources of information.

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Por: Júlia Tetsuya, Victória Gomes, Bárbara Diniz, Esther Maria Ferreira, Karina Mie, Andressa Comte, Helena Guazzeli.

Prof. Orientador: Fernando Carvajal. 1º EMMB

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Por: Letícia Miwa, Daniela Rika, Luiz Guilherme Oliveira, Rafael Correia, Gabriela Hiromi, Camila Ferreira, Natália Matos. Prof. Orientador: Fernando Carvajal. 1º EMVE

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WhAT EvERy MODERN TEENAgER ShOulD kNOW

Nowadays, it’s very common for teenagers to communicate with their friends through the internet or through their mobile... and to make this communication faster, a new code has been created, the acronyms. Also known as abbreviations, they onyx a wide range of ideas in a fast, practical, short, efficient and fun way. Learn a few of them.

S2R - Send to receive (photo)ASAP – As soon as possibleBRB – Be right backB4 – BeforeB4N – Bye for nowBF – BoyfriendFYI – For your informationG2G – Got to goGR8 – Great!IC – I seeIMO – In my opinionJK – Just kiddingJJ – Just jokingLOL – Laughing out loud!

L8R – LaterMSG – MessageXOXO – Hugs and kissesRUOK – Are you OK?BFF – Best friends foreverCNC – SinceROTFL or ROFL – Rolling on the floor laughingTTYL or T2UL8R – Talk to you later2NITE – TonightU2 – You too?ZZZ – Sleeping, bored ou tired

vOCAbulARy

Por: Michelle Aragão, Luís Henrique de Oliveira, Hedelyn Inácio, Giulia Di Ruzza, Pedro Henrique de Paula, Maria Eduarda Conti.

Prof. Orientador: Paula Pedrosa. 1º EMM b

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Page 26: Revista "Homem do Século XXI"

Por: Áurea Hariki, Gabriel Mesquini, Júlia Kawamoto, Raí dos Santos, Luana Refundini, Lorena Colotta, Marília Pereira.

Prof. Orientador: Erivelton Bizerra. 1ºEMMA.

Assim como há tantas definições, há também muitos gêneros musicais: música erudita, popular, religiosa e folclórica. Nestes, há subdivisões que se tornam a cada dia maiores. E, além dos gêneros, há também diversas escalas musicais, como a cromática, a temperada, a pitagórica, entre outras.

Música é um conjunto. É a arte dos sons e dos ritmos, que combinados corretamente produzem melodias que despertam diferentes emoções em cada um. Desenvolveu-se desde os primórdios dos tempos, no qual há indicações e princípios da música.

44 Matemática e Música

Pitágoras, seguindo a teoria de que os planetas giram em torno da Terra, comparava o movimento celestial (dos planetas) a uma melodia que não podemos ouvir, pois é a própria música da vida. E, após tudo isso, podemos chegar a uma pergunta conclusiva: o que seria da música se não soubéssemos a boa e velha matemática?

Toda nota tem uma frequência diferente, um tom diferente. As notas mantêm na música o que chamamos de tom. Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si têm um diferença entre eles de, respectivamente, tom, tom, semitom, tom, tom, tom e semitom. Sendo assim, um Fá mais um tom é um Sol, mais dois tons um Lá e assim por diante. Mas o que seriam os # ou b depois uma nota? Eles servem para indicar os chamados acidentes. O # indica um acréscimo de meio tom a uma nota e o b um decréscimo de meio tom. Portanto, um Fá# é o mesmo Solb chamados, respectivamente, de Fá sustenido ou Sol bemol; um Mi# pode ser chamado de Mi sustenido ou simplesmente Fá.

A escala musical é construída através do emprego de razões numéricas calculadas

sobre o valor da frequência da nota inicial. Pitágoras, antigo matemático e músico, desenvolveu um instrumento baseado em relações aritméticas e, a partir dele, criou a escala pitagórica, que é basicamente a superposição de quintas (razão 3/2) e suas inversões, as quartas (razão 4/3). Porém, há uma sutil diferença entre as oitavas, fazendo com que as notas se organizem em uma espiral, não num círculo. Para voltar a um círculo, dividiu-se as notas de forma geométrica (ou logarítmica), gerando um som não natural. Desta forma, o fim de uma oitava coincide com o início da outra.

A escala temperada também é uma escala logarítmica que utiliza base 2 e expoente, sendo uma fração cujo denominador é 12.

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A Evolução das Tintas

Desde a Pré-História, nossos ancestrais já usavam frutas e sangue de animais para fabricar tintas com o objetivo de expressar sua arte.

Alguns relatos indicam que os chineses, em meados do ano mil, já dominavam as técnicas de fabricação das tintas.

A primeira receita dos chineses era constituída de negro de fumo, misturado com uma cola e água ou óleo de linhaça. Com o passar dos tempos, substâncias vegetais foram acrescidas a minerais e cargas, entre outros.

A seguir, o óleo de linhaça, que era a base da fórmula original, perdeu espaço para óleos sintéticos, que, por um período, foram extremamente tóxicos à saúde humana e eram usados nas pinturas à base de tinta a óleo. Essas tintas atacavam o sistema respiratório e causavam envenenamento quando utilizadas constantemente, como aconteceu com Cândido Portinari, (1903-1962), pintor brasileiro que, doente, foi aconselhado

por médicos a parar de pintar. Não parou e, como ele mesmo disse: “A condição de um artista é ser um homem sensível. Não é possível que as emoções mais altas do mundo não toquem um homem normal. A injustiça humana, a música, as crianças famintas são um grito tão grande que não pode deixar de ser ouvido”. Portinari morreu em 6 de fevereiro de 1962, quando preparava uma grande exposição de cerca de 200 obras a convite da Prefeitura de Milão, vítima de intoxicação pelas tintas que utilizava.

Hoje, a indústria produz tintas que secam com maior velocidade, por evaporação e até por ação infravermelha e ultravioleta. São constituídas por pigmentos que destacam o poder, tonalidade e intensidade de corante, e não causam mal algum à nossa saúde.

Hoje em dia, as tintas são tão comuns que nem pensamos sobre suas origens ou sua evolução – estão em nossas paredes, nas aulas de Artes, nos trabalhos de escola, em livros, etc. Mas desde quando elas estão presentes?

Por: Johner Lopes, Filipe Nobre, Thainá Torres,João Vítor Comar, Gabriela Kazuki e Victoria Grotti.

Prof. Orientador: Ricardo Saliba. 1º EMM B

Cândido Portinari

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Leonardo da Vinci۞1452

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Leonardo da Vinci escreveu várias fábulas que apresen-tavam uma moral e que da-vam grande destaque para o que ele considerava “o bem supremo da humanidade”: a liberdade.

Fábula “A Formiga e o Grão de Trigo”

Leonardo da Vinci fez di-versos projetos arquitetô-nicos e de planejamento urbano, considerados futu-rísticos, como o projeto aci-ma, pois mostra o resultado de estudos cartográficos e de Engenharia para trans-por as águas do rio Arno, evitando enchentes e auxi-liando na economia.

Projeto deTransposiçãodo Rio Arno

Os muitos inventos de má-quinas de Leonardo da Vinci refletem um grande estudo da Engenharia e da Física, aplicado em proje-tos de máquinas de guerra, máquinas de ar e voo, má-quinas civis e máquinas hi-dráulicas, como na foto, em que foi feito um protótipo do barco de pás do inventor, que objetivava tornar a na-vegação da época mais fácil e ágil.

Barco de Pás

Leonardo da Vinci representa o humano renascentista, pois desenvolveu-se em áreas como Pintura, Escultura, Anatomia, Arquitetura, Engenharia, Matemática e diversas outras ciências, inspirando-se nos valores da Antiguidade Clássica e criando seus próprios conceitos, que continuam a inspirar o ser humano do século XXI.O H

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Por: Ingred Fernades, Alex Estamato, Bruna Murbach, Gabriela Mazaia, Rebecca Rodrigues, Julia Tobias, Mateus Azevedo.

Prof. Orientador: Carmosina Monteiro. 1º EMV E

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Nessa obra, Leonardo da Vinci utilizou muitos pa-drões matemáticos para mostrar a perfeição do corpo humano. Ela é um símbolo da simetria, do al-goritmo matemático phi e da divina proporção, que foi um conceito da Antigui-dade Clássica, resgatado no Renascimento.

O Homem Vitruviano

Mona Lisa é a obra mais vi-sitada do mundo, atualmen-te. Mostra características da Pintura Renascentista de Leonardo da Vinci, como técnicas de luminosidade e profundidade, realismo e a Matemática integrada aos quadros em elementos dis-postos de forma geométri-ca.

mona Lisa

Leonardo da Vinci dissecou mais de 30 corpos humanos para fazer seus estudos de Anatomia. Ele fez desenhos considerados inovadores para sua época, pois utilizou conceitos como secções transversais, representação em plano e vista explodida, como pode ser observado nesse desenho, pois há elementos representados separadamente.

Estudo do Ombro e do Pescoço

Leonardo da Vinci

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A Física existe desde que o homem começou a visualizar fenômenos naturais de modo racional, deixando de lado as explicações místicas e divinas, que até o momento eram respostas para tais fenômenos. Foi na Grécia que houve o apogeu da Física antiga, graças principalmente a filósofos e matemáticos como: Sócrates, Tales, Platão, Arquimedes, Pitágoras, Aristóteles, os quais, mesmo tendo uma escassez de recursos experimentais, levaram a um grande desenvolvimento da ciência. No entanto,

toda essa ciência caiu no esquecimento e foi preterida na época da Idade Média, a chamada ‘’Idade das Trevas’’. A Física só ressurgiu no Renascimento durante o período da revolução científica, a qual se iniciou baseando-se nas ideias de vários cientistas. Entre eles, podemos destacar Galileu Galilei.

O NASCIMENTO DA FÍSICA MODERNA

Por: Felipe Becker, Fernanda Sousa, Gabriel Carneiro, Gabriela Herculano, Giovani Pinheiro, Lucas Tadeu, Renan Barbosa.

Prof. orientador: Rafael Cajano 1ºEMVD.

Galileu viveu no auge da crise do pensamento medieval. Ele tentava obter as explicações sem se apoiar em dogmas religiosos e Deus (es), e sim, na Matemática e na experiência. Dessa forma, Galileu deu contribuições significativas para a ciência, sendo o primeiro a combinar observação experimental com a descrição dos fenômenos e o primeiro a fazer estudos sobre o movimento uniforme. Era defensor do heliocentrismo, um princípio que defende um modelo de Sistema

Solar diferente do imposto na época pela igreja. O modelo defendido pelo heliocentrismo indica que os planetas giram em torno de uma estrela (que, no caso do nosso Sistema Solar, seria o Sol.) Como consequência de seus atos e pensamentos, acabou enfrentando resistência da igreja, pois seus estudos contestavam os dogmas religiosos. Essas e outras descobertas de Galileu abriram caminho para novos cientistas, como, por exemplo, Isaac Newton.

Ao observar uma maçã caindo de uma árvore, o britânico Isaac Newton começou a pensar que a força que havia atraído a fruta para a terra seria a mesma que impedia a Lua de escapar de sua órbita; descobria então, a Lei da Gravitação Universal, a primeira Lei da Física que foi aplicada tanto a objetos terrestres quanto a corpos celestes. Além disso,

Newton também formulou a teoria das cores e a teoria da refração da luz, descobertas que o ajudaram a inventar o telescópio Newtoniano. A Astronomia Matemática tornava-se, assim, uma das referências fundamentais para os estudiosos da ciência e permitiu que novas ideias e novos gênios surgissem no cenário mundial.

Galileu Galilei - (1564-1642)

Sir. Isaac Newton (1643-1727)

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Quase dois séculos após as teorias Newtonianas, A l b e r t E i n s t e i n ,

c o n s i d e r a d o a mente mais

brilhante do século XX,

criou a Teoria da Relatividade, que

se opunha à doutrina Newtoniana em alguns

fatores, como o de que tudo se encontra em movimento e nada tende

a permanecer em repouso; a teoria também explica que as velocidades dos diversos corpos em movimento no Universo são relativas umas às outras sendo que a única

exceção a essa relatividade do movimento é a velocidade da luz, a maior que conhecemos. Einstein, após muitas análises, também redefiniu a gravidade, algo que até aquele momento era indiscutível, tendo em vista que se tratava da tradicional Física clássica de Newton, que levava em conta somente a ação e a massa dos corpos. Além disso, a Teoria da Relatividade conseguiu provar (através de cálculos matemáticos muito avançados para a época em que seu criador viveu) que o tempo é uma dimensão e que ele pode ser acelerado e parado, associado com a luz e sua velocidade, e Einstein ainda chegou à conclusão de que matéria e energia estavam intimamente relacionadas, tanto quanto espaço e tempo. Com essa conclusão, surgiu a famosa equação: e = mc2 (Energia é igual à massa vezes a velocidade da luz ao quadrado).

Max Planck, por sua vez, desenvolveu a Teoria do Quantum, que descreve a troca de energia entre corpos e partículas atômicas, e a Constante de Planck, que representa a quantidade de energia que os corpos podem trocar entre si.

A mecânica quântica, como também pode ser chamada a Física Quântica, abriu possibilidades ao mundo da microtecnologia e, depois, da nanotecnologia; em outras palavras, podemos dizer que estes estudos culminaram no

desenvolvimento dos CDs, do controle remoto, da TV, do computador e de outras tecnologias de nosso cotidiano.

Durante o século XX, outros cientistas aprimoraram a mecânica quântica; entre eles, destacaram-se Erwin Schrödinger e Werner Karl Heisenberg, que elaboraram suas teorias de incerteza, segundo as quais não é possível calcular a velocidade e a posição exata de uma partícula simultaneamente.

Albert Einstein (1879-1955)

Posteriormente, em meados da década de 20, o físico Paul Dirac elaborou uma teoria que unia a tese de Schrödinger e a de Heisenberg em uma só equação, a Equação de Dirac, a qual descreve o comportamento relativístico do elétron.

As descobertas a respeito da Física Quântica não param; hoje,

cientistas estudam os quarks, os léptons e os bósons, as

menores partes conhecidas do átomo e tentam desvendar os segredos da matéria escura, a matéria de maior abundância no espaço, e da “partícula de Deus” ou o bóson de Higgs.

O físico Peter Higgs havia previsto, em 1960, a existência de uma partícula que teoricamente teria dado origem à massa de toda a matéria existente. A existência dessa partícula foi comprovada recentemente, no dia 4 de julho de 2012, através

de experiências do CERN

(Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) com a ajuda do acelerador de partículas chamado LHC (Grande Colisor de Hádrons).

Atualmente, os cientistas do CERN procuram a existência de partículas que complementem as teorias de Mecânica Quântica de Newton, Einstein, Planck, Dirac e outros, indicando que o avanço da ciência depende não só de novas descobertas, e sim, da associação dos estudos já comprovados com as novas descobertas.

Max Planck (1858-1947)

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No século XVI, Isaac Newton e Galileu Galilei estabeleceram o que seriam as bases para o estudo da Física, com a formulação de três leis

que demonstram a relação entre o movimento dos corpos e as forças sobre eles aplicadas, e a defesa da, então rejeitada, teoria heliocêntrica,

respectivamente. Então, no final do século XIX, os cientistas já acreditavam que o desenvolvimento da Física já havia atingido seu ponto máximo.

O Nascimento da Física Moderna e Suas Aplicações

Depois de anos, no século XIX, o

cientista alemão Albert Einstein revolucionou a Física com a sua explicação do efeito fotoelétrico, que lhe rendeu o prêmio Nobel em 1921.

No mesmo século, houve outras descobertas: Werner Heisenberg, com o princípio da incerteza, e Louis de Broglie, que desenvolveu uma explicação causal da mecânica ondulatória em oposição à visão probabilística. Max Born também utilizou a teoria quântica em sua interpretação das funções da onda, assim como Wolfgang Pauli em sua teoria do spin do elétron. Niels Bohr, com o apoio de outros cientistas, chamou a atenção dos estudiosos para o mundo microscópico, passando a estudar os fenômenos subatômicos, que mais tarde possibilitaram um grande avanço tecnológico e auxiliaram Paul Dirac nas suas contribuições para o desenvolvimento da eletrodinâmica quântica. Sem dúvida, uma das contribuições mais relevantes foi a de Max Planck, que apresentou à comunidade científica a Mecânica Quântica.

Com o desenvolvimento dessa Mecânica Quântica, descobriu-se o comportamento dual dos elementos atômicos e das ondas

eletromagnéticas, que ora se manifestam por partículas e ora com ondas, com massa e dimensões definidas.

A Física moderna tem se mostrado extremamente prestativa nos últimos tempos. Pode ser útil, por exemplo, na geração de energia através de materiais radioativos da energia nuclear. Apesar de ter desvantagens - como qualquer outra forma de geração de energia, diga-se de passagem - ocupa pouco espaço e pode ser gerada em quase todos os lugares. É este tipo de energia que praticamente sustenta alguns países, como, por exemplo, a França.

Existem exemplos um tanto mais próximos ao nosso cotidiano que utilizam a Física moderna, como o “raio-x”, utilizado em hospitais para a obtenção de radiografias, entre outras coisas, e também o forno de micro-ondas, que funciona de acordo com alguns princípios da Física moderna. O funcionamento dos atuais televisores planos de LED também se dá graças à Física.

A Física, portanto, está extremamente ligada ao nosso dia-a-dia. Os inúmeros avanços realizados em tantos anos ofereceram resultados que facilitam nossas vidas atualmente. Isso só foi possível devido ao trabalho de grandes nomes da Física, como Newton, por exemplo, que geraram uma base para o desenvolvimento da Física moderna e, dessa forma, foi aplicada ao nosso dia-a-dia, de inúmeras formas, gerando energia ou criando aparelhos de uso cotidiano, que antes eram inimagináveis, porém se tornaram possíveis. Apesar de tudo isso, ainda há muito a ser descoberto, a se desenvolver, a evoluir, pois a Física, assim como as demais ciências, não para, sempre irá buscar o novo.

Por: Beatriz Ascencio, Ana Luiza Carletti, Isadora Bove, JoãoÁlvaro, Leonardo Barbosa, Mariana Bellussi, Victor Pelosini.

Prof. Orientador: Rafael Cajano. 1ºEMMA

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Pensadores: Isaac Newton e Galileu Galilei

Parece que de dez em dez anos a sociedade é atacada por uma nova identidade, porém isso não se trata do caráter, e sim, de uma evolução natural dos tempos. Da Antiguidade até o séc. XVII a ciência e a filosofia formavam um todo (a ciência tinha até o nome de filosofia natural), muito controlado pela religião.

O Cristianismo limitava as investigações e, consequentemente, todo o progresso da ciência. Contudo, o aparecimento da Astronomia e da Física moderna faz diminuir progressivamente o controle da religião sobre a ciência, permitindo que esta se torne uma entidade autônoma e independente.Desse modo, a Ciência Moderna nasce (quando as sociedades ocidentais e a Igreja se viram confrontadas com a importância das descobertas que se faziam).O Renascimento cria uma profunda revolução científica que transtorna os conceitos e as ideias fundamentais da Natureza, do Homem, e do Universo, fazendo parte do cotidiano e desenvolvendo cada vez mais os avanços tecnológicos, os quais proporcionam uma

vida melhor em relação ao tempo que vivemos.

Dois grandes cientistas que contribuíram

para esses avanços foram: Galileu Galilei e Isaac Newton; algumas c u r i o s i d a d e s sobre seus trabalhos são:• Suas principais contribuições à

Física dizem respeito ao movimento dos corpos e à teoria da cinemática. Passou a ser um dos pais da Mecânica, parte da Física que estuda os movimentos e suas causas (Galileu).

• Melhorou significantemente o telescópio refrator e com ele acabou descobrindo as manchas solares, as montanhas da Lua, as fases de Vênus, os satélites de Júpiter, os anéis de Saturno, as estrelas da Via Láctea (Galileu).• A construção da balança hidrostática, sendo um tipo de compasso geométrico que permite medir ângulos e áreas, que era conhecido como o termômetro de Galileu (Galileu).• Através da observação das fases de Vênus, passou a enxergar embasamento na visão de Copérnico (heliocentrismo: o Sol como centro do Universo) e não de Galileu, em que a Terra era vista como o centro do Universo (Galileu).• O estudo sobre os fenômenos óticos que possibilitaram a elaboração da teoria sobre a cor dos corpos (Newton).• O estudo das leis dos movimentos, lançando as bases da Mecânica (Newton).• O desenvolvimento das primeiras ideias sobre a Gravitação Universal (Newton).• O desenvolvimento da série de potência de um binômio, que hoje é conhecido pelo nome de binômio de Newton (Newton).• A criação e o desenvolvimento do cálculo diferencial e do cálculo integral, que são ferramentas muito importantes para o estudo dos fenômenos físicos (Newton).

“Um olhar novo, diferente e crítico para uma sociedade que se formava”

Por: Rafaella Kudrik, Raquel Lanzarini, Layla Karine, Vinícius Honório, Felipe Macedo,

Ana Catelan, Kevin Konishi.Prof. Orientador: Pablo Fabiano. 1ºEMMC.

Dados: Infoescola e Brasil Escola O H

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um grande avanço em pequenas partículas

Nanotecnologia

O nome nanotecnologia surgiu para nomear vários itens de pequeno tamanho utilizados para construir componentes inteligentes de alta tecnologia. “O termo ‘nanotecnologia’ foi criado e definido pela Universidade Científica de Tóquio, no ano de 1974.” No ano de 2000, a nanotecnologia começou a se desenvolver em laboratórios. Nos últimos tempos, as pesquisas nessas áreas foram enfatizadas; atualmente se da muita importância para essa área tecnológica.

Não podemos deixar de citar que a nanotecnologia está presente em nosso dia-a-dia: o exemplo mais comum é o computador. ”Os processadores de computador são, provavelmente, os componentes eletrônicos que mais se utilizam da nanotecnologia”. A nanotecnologia, usada nos computadores está presente na microconstrução das peças, evidentemente.

“Além dos processadores, as placas de vídeo têm vários componentes nanoscópicos. Tanto NVIDIA como ATI possuem processadores gráficos (os famosos GPUs) elaborados com tecnologia nano.” Quanto mais essa tecnologia se desenvolve, mais potente seu processador fica, e cada vez menor. A nanotecnologia proporciona uma maior facilidade nas áreas tecnológicas.

Além dos computadores, um grande exemplo de facilidade e praticidade são os vídeogames, que necessitam da nanotecnologia para serem

tão práticos e famosos. Se não fosse usado esse tipo de tecnologia, provavelmente eles seriam enormes e esteticamente menos atraentes; porém, a nanotecnologia proporciona essa possibilidade de praticidade.

A nanotecnologia não surgiu somente para auxiliar na área da Informática; ela também está presente na Medicina. É esperado que essa tecnologia nanométrica ajude no diagnóstico das doenças, fazendo assim com que as ações contra essas doenças sejam tomadas mais rápido. A nanotecnologia nos traz esperanças de curas para doenças como a AIDS e o câncer, porém isso ainda depende de muitos avanços tecnológicos.

As expectativas são grandes. Espera-se que essa tecnologia se desenvolva tanto que se possa criar nano dispositivos de regeneração celular que poderão garantir a regeneração dos tecidos e a imortalidade.

Por: Andressa Soares, Giovanna Carpi, Gustavo Nobre, Matheus de Brito, Renan Kawamoto, Rodolfo Martins, Rubens Maroti.

Prof. Orientador: Pablo Fabiano. 1º EMV F.

Dados: Tecmundo

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O Fantástico Número de OuroHá matemática em tudoO número de ouro é um número que está presente como razão em diversas áreas do nosso cotidiano: ele vale φ ≈ 1,618033989.

Até hoje essa razão áurea, como também é chamado o número de ouro, é muito enigmática, porque podemos generalizar que o que é bonito, agradável aos olhos, tem essa razão, ou chega muito próximo dela.

Desde a Antiguidade, podemos observar esse número em alguns lugares, como nas pirâmides de Gizé, no Egito, e no Paternon, na Grécia. Até mesmo os pitagóricos fizeram uso dessa razão áurea quando criaram o símbolo da estrela pentagonal.

Esse foi o primeiro número irracional de que tiveram consciência. Curiosamente, ele foi reconhecido assim antes mesmo do π ≈ 3,1415927,

que encontramos e usamos quando fazemos contas relacionadas às circunferências.

A sequência que Fibonacci criou é um dos principais meios que temos para perceber essa razão áurea, (1,1,2,3,5,8,13,...) e assim por diante, sendo o número, a partir do segundo, a soma de dois de seus antecessores, e quando dividimos um pelo seu antecessor, ele se aproxima do número de ouro.

Leonardo Da Vinci fez uso desse número de ouro em diversas obras, como na Mona Lisa, onde o motivo das dimensões do quadro apresentam essa razão; no retângulo em volta de sua face, a razão é o número de ouro, e se, a partir desse primeiro plano fecharmos um retângulo nos olhos dela, a razão novamente será esse misterioso número. O Homem Vitruviano, também de Leonardo Da Vinci, apresenta em seu corpo diversas vezes essa razão áurea.

No corpo humano, podemos fazer algumas relações com esse número de ouro, tais como dividir a altura da pessoa pela distância do seu umbigo até o chão; a distância da testa ao queixo dividida pela distância da orelha ao queixo; o tamanho do braço dividido pela distância do cotovelo à ponta do dedo médio. Quanto mais próximo for o número obtido do número de ouro, mais agradável aos olhos será a fisionomia da pessoa.Para construir o Paternon, os gregos utilizaram os

conceitos do retângulo de ouro, que utiliza-se da razão áurea para ser formado.

Por: Guilherme Morita, Mirela Tomazini, Gabriel Diamantino, Fabio Fernandes, Renan Gottardo,

Heitor Valarini, Renato Koiti.Prof. Orientador: Erivelton Bizerra. 1ºEMMC.

Dados:Departamento de Matemática da UELO

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Mas, na prática, todos sabemos que a globalização não se restringe a apenas isso; é um termo com significados muito mais amplos e profundos do que o apresentado.

O grande geógrafo Milton Santos enfatiza que, a partir da globalização, o espaço geográfico ganhou novos contornos, novas características e definições. Os territórios passaram a sofrer uma compartimentalização generalizada, ou seja, a Terra deixou de ser fragmentada, passando a ser uma superfície como um todo, sem fronteiras, tornando-se funcional em relação às necessidades dos detentores do poder. Os homens passaram a viver num mundo onde a rapidez e a fluidez aparecem altamente vinculadas às nossas vidas. Tais fatos se dão pelo avanço das tecnologias de informação.

O processo de globalização permite hoje algo que, em linhas gerais, só era possível com a guerra e com o comércio: a aproximação de diferentes sociedades, com diferentes culturas e diferentes economias. Esta aproximação, por sua vez, acaba por gerar uma “Cultura da Globalização” e afeta as chamadas relações interpessoais.

Mas até que ponto a globalização é benéfica? E se em algum momento ela for benéfica, seriam todos beneficiados por ela, ou apenas uma pequena parcela da população? De que maneira esse fenômeno emergente afeta as relações entre as pessoas? Essas e outras perguntas serão analisadas neste texto, que possui a finalidade de expor a globalização não como um processo distante da vida pessoal, mas sim como algo presente e atuante em nossas vidas.

globalização e CulturaPor: Gustavo Toniatti, Gustavo Arruda, Giovanni Brogiato, Sabrina Gomes,

Gabriel Cadenassi, Renan Malbatan, Kadú Firmino. Prof. Orientador: Felipe Henrique. 1ºEMMC.

As mudanças comportamentais, socioculturais e econômicas que vêm ocorrendo ao longo do tempo são frutos do processo de globalização. E o que é globalização? Segundo o dicionário Aurélio, o termo globalização pode ser entendido da seguinte forma:

“1. Ato ou efeito de globalizar ou globalizar-se. 2. Fenômeno ou processo mundial de integração ou partilha de informações, de culturas e de mercados.”

Como seria estar em um mundo onde tudo é, em certo ponto, bem parecido? As culturas não se distinguem, pois há uma proximidade entre as informações, e a criação de conteúdo é livre e despreocupada, sem limites, e influenciada por grandes corporações; falaríamos demais sem termos nada a dizer. Imagine as consequências: ocorreria manipulação da informação em prol de interesses pessoais; a sociedade seria eficiente – obviamente para os poderosos; no ensino fundamental público, a maioria das crianças aprenderia apenas as quatro operações e a escrever o próprio nome, enquanto as crianças da minoria rica seriam “privilegiadas” com educação. Pois é esse o nosso mundo hoje: a desigualdade é sua palavra-chave, e a mídia encurtadora

de distâncias é o meio pelo qual as culturas se misturam em uma repressão à individualidade e à diferença.

Um exemplo desse cenário é o McDonald’s. As instituições outrora dominantes – Igreja, Estado – se enfraquecem e dão lugar aos produtos, às marcas. Os sujeitos não se classificam, em suas relações, de acordo com os horizontes das antigas instituições. Eles se identificam de forma variada, de acordo com gostos, preferências. É como se a

questão entre o Protestantismo e o Catolicismo se assemelhasse à competição entre Coca-Cola e Pepsi, entre Burger King e McDonald’s. É natural a percepção de gosto para o indivíduo, e sutil a influência que cria sua preferência.

Todo consumo cria uma identidade. Redefinimos-nos a partir de cada camiseta que compramos, de cada livro que lemos ou música que ouvimos. Isso demonstra que a perda de referências é um fator muito importante para a o contexto de busca de identidade no mundo capitalista globalizado.

O papel atual da globalização é vinculado também à mídia, entre outros aspectos, e está ligado ao controle exercido pelas empresas

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Obviamente, cada um é atingido de forma variada, mas todos apresentam certos sintomas, caracterizados por desigualdades entre as diversas localidades e as diversas condições sociais e políticas que se fazem presentes, como ocorre no vasto Brasil. Isso sim é a verdadeira globalização: aproxima distâncias, mas torna os ricos verdadeiros gurus espirituais através dos grandes meios de comunicação.

As novas tecnologias de informação e de comunicação interferem em todo o globo, criando um processo acelerado de união de ideias e moldando os interesses coletivos, onde o bem comum não é prioridade. É, portanto, um fenômeno mundial que se alastra assustadoramente há cerca de duas décadas, fazendo surgir uma nova espécie de colonialismo.

A informação é, sem dúvida, uma das mais importantes armas a serviço da globalização, pois é formadora de opinião e pode ser manipulada de acordo com os objetivos e interesses dos mais poderosos, propagando suas ideias e desejos através de uma manipulação um tanto sutil dos meios de comunicação. Para a mudança desta situação é necessário que a comunicação seja utilizada de forma consciente, com respeito às diferentes crenças, línguas, costumes e religiões que formam nosso mundo, o que começa individualmente. Isto é, sem dúvida, um objetivo difícil de ser alcançado, tendo em vista a quantidade de pessoas e de informações presentes neste sistema,

além de diversos fatores históricos referentes a cada povo.

A globalização não é definida, podendo assumir diversas formas, se tomada por diferentes pontos de vista. Imposta pela lógica capitalista, de grandes indústrias tecnologicamente integradoras, encurtadoras de distâncias, é alastrada pela repetição constante de seus benefícios, um mundo de imaginação fértil. Se tomarmos a globalização tal como é, ou seja, por seus efeitos no mundo de hoje, veremos que é árdua, excludente. Ela atinge a economia, por exemplo, tornando-a informal; atinge a cultura, criando uma miscigenação, veiculada principalmente pela internet. Faz-se crer que ela é unificadora, mas, na realidade, é o contrário: causa o desemprego crônico, altas taxas de pobreza e fome cada vez mais aceleradas, educação ainda mais elitizada, perda da qualidade de vida, maior competitividade, menor diversidade humana, imposição de normas e padrões completamente desfocados da cultura de cada povo em particular, entre outros tantos aspectos que realmente são consequências fiéis ao que se encaminha. O povo assume um papel de criador de identidade e de um sistema cultural, sendo a cultura uma forma de construir sentidos que levam ao entendimento do cidadão de si mesmo; a identidade individual é,

agora, coletiva.

A atual globalização, colocada em prática, é, como foi dito, perversa, mas, se vista com outros olhos, pode vir a ser solidária e realmente unificadora. Podemos, com uma sociedade sábia, utilizar recursos da rápida informação de forma consciente e de forma a abrir espaço para o crescimento de culturas e individualidades. É, portanto, necessário um olhar mais atento e ativo para o que deve ser a globalização, que crie a igualdade e a compaixão e esclareça novamente os valores e distinções interpessoais perdidos no mundo atual, cujas preocupações são, de certa forma, efêmeras. A globalização deve ser modificada, simplificar a vida e construir, quem sabe, uma utopia.

que criam o conteúdo que as interessa, por meio do qual propagam uma história hiperbólica de que “tudo está bem, as distâncias estão menores, os povos estão unidos e se desenvolvendo”. O que está acontecendo, de fato, é o aparecimento de uma nova civilização, certamente mais global e virtual, mas que é cada vez mais insensível às necessidades dos pobres, os quais estão agora excluídos pela inacessibilidade às tecnologias da “Sociedade da Informação”. Os efeitos da globalização são percebidos por todos, direta ou indiretamente, de forma boa ou ruim. É, na verdade, mais do mesmo: os ricos mais

poderosos e controladores, e os pobres cada vez mais pobres, almejando ter o que se oferece na propaganda.Analisando o Brasil, por exemplo, são evidentes os efeitos deste fenômeno em larga escala. O que se diz atender a todos, e assim ser global, como a expressão diz, se mostra ineficiente ou, o mais provável, indiferente com significativa parcela do povo. A estrutura política do Brasil não possui um histórico democrático, e sim, de ditaduras disfarçadas, nas quais o mais rico é quem manda. Isso, na verdade, é apenas um reflexo geral do que é esse efeito em cada país.

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O “NÃO-HUMANO”: DESEMPREGO EM TEMPOS DE GLOBALIZAÇÃODesde o advento da RevoluçãoFrancesa de 1789 e dastransformações tecnológicase econômicas provocadas pelaRevoluçãoIndustrial,ocapitalismomantém uma hegemonia que sereciclaemvárioscantosdomundo.Essa forma de sociabilidade temcomo uma de suas característicasintrínsecas a valorização do “ter”,em contraposição a um crescentevazio do “ser”, provocando, assim,uma extrema competição entre osindivíduos.

Com o desenvolvimento de má-quinas,aproduçãodaindústriasetornou mais rápida, diminuindo,dessemodo,anecessidadedemãodeobra.Essestrabalhadores,sendodesnecessários, seriam em grandepartedemitidos,nãotendodinhei-roparaconsumiroqueaindústriaoferecia. As revoluções tecnológi-cas intensificaramaindamais essasituação, mas, em contrapartida,criaram novos ramos, quemesmoassim não suprem o problema dodesemprego.

Essa substituição de homens pormáquinasfezcomqueotrabalhadorse transformasse em apenas umapeça que executa somente umafunção e que não sabe executaroutra,tornando,assim,maisdifícilsuareabilitação,casosejademitido.Com o crescente desemprego, amãodeobrasetornoumaisbaratae o trabalhador, que não têmnada a oferecer além de sua forçade trabalho, se vê obrigado a sesubordinaraosbaixossaláriosparaquepossasesustentar.

A globalização é o nome que se dá para a crescentemundialização do capitalismo que, ao se expandir,globaliza tecnologias, culturas e conhecimentos.Esse movimento provoca a evolução tecnológica e ainterdependência de mercados, fazendo com que asmudanças provocadas sejam cada vez mais rápidas,forçandoospaísesemdesenvolvimentoaacompanharoníveldeconcorrênciainternacional.

Nuncaahumanidadeproduziutantosbenseserviçosquanto na atualidade; em poucomais de 300 anos ahumanidade desenvolveu-se muito mais do que emtodo o período anterior de sua história. Entre essasgrandes produções estão as inovações nos camposda Informática, Telemática, dos novos materiais eda Biotecnologia impulsionando a transformaçãodo padrão do trabalho nas mais diversas atividadeseconômicas.

No entanto, esse movimento todo não está isentode contradições. A globalização apresenta efeitosbenéficos e perversos no mercado de trabalho.Algunsefeitospodemserperversos,comoaperdadaidentidade cultural; já outros podem ser positivos,como o aumento nos níveis de produtividade. OEstadoNacional,dessaforma,semantémcomopalcodedisputasedeconflitoscomrelaçãoaosinteresseserepresentaçõesdediferentesgrupossociais.

Nesse novomomento, as novas formas de produçãopassaram a ser

desvinculadas dopoder político.Crescemopoderdas grandesc or por a çõ e s

IMPACTOS DA GLOBALIZAÇÃO NO MUNDO DO TRABALHO

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Foram criadas novas tecnologiasqueacabaramcriandoumnovorit-modevidae,naturalmente,surgi-ramnovasformasdelutadepodere lutas de classes.Todavia, a socie-dade moderna mudou o mundo,deixando-o em constante processode transformação,mas não foi ca-pazdeinventarumafórmulamaisjustaparaaharmoniasocial.

Nãoédifícil saberarazãodacon-tinuidade da pobreza, da miséria,das injustiças sociais, apesar detodo o progresso da ciência e datecnologia,sabendo-sequeomododeproduçãocontinuaexatamenteomesmo.Eamarcaregistradadestemundoemquevivemoséaglobali-zação,sobretudoaglobalizaçãodaeconomia,aconcentraçãoderique-zaedepoder,nãomaisnumestadonacional,mas numnúmeromuitorestritodeempresasecorporaçõestransnacionais. Enquanto que asnações ricas ficaram ainda maispoderosas, a outra parcela da po-pulaçãomundialsentiuumagrava-mentoemsuascondiçõesdevida.Enomeiodestecenáriodeprimente,aspessoasqueacabamsendomaisprejudicadas sãoos trabalhadores.Milhões de pessoas pobres, queenfrentam jornadas de trabalhoexaustivas,vivendocommigalhas.Como vive hoje o trabalhador po-brenestanova erada tecnologia eda globalização?Oquepensa essesujeitosobreomundo,sobreavida,

sobrea liberdade, sobrea felicida-de?

Primeiro, vale lembrar que, antesdesertrabalhador,estesujeitoéserhumano, e como tal, está inseridoem todas as transformações cau-sadaspelaglobalização.Háaqueletipodetrabalhador,muitocomumnospaísesperiféricos,ditosdeter-ceiromundo.Nesteperfilseencon-traagrandemaioriadostrabalha-dores brasileiros, com salários ourendimentosentrezeroetrêssalá-riosmínimos.Comoqueganham,nãoépossíveltercasaprópria,veí-culopróprio,educaçãoesaúde.

Tais pessoas estão excluídas domercado de consumo dos produ-tosdequalidade,estãoexcluídasdomundo tecnológico. Consomem,evidentemente,assobras,osprodu-tosde terceira linha,os subprodu-tos.

Sofremhumilhaçãoparaconseguiro tão sonhado emprego, ou paramanter-se nele. São obrigadas aaceitar toda a espécie de autorita-rismo, de desrespeito, de pressão,para conseguir a continuidade dovínculoempregatício,aindaqueossaláriossejamdepequenovalor.

Esse trabalhador, quando empre-gado, não pode pedir aumentosalarial, não pode reclamar dascondições de trabalho, da falta de

equipamentosdeproteção,dasati-vidades e dos setores insalubres eperigosos,dotratamentoquerece-bedeseussuperioreshierárquicos,enfim,nãopode reclamardenadasobpenade serdemitido.Esse serhumanoseobrigaaficarcalado,avivercalado,semsaberoqueéali-berdade.Tododiaviveapressãoeomedodeserdemitido.

Este mesmomundo de angústia étambém frequentado pelo traba-lhador desempregado, que peram-bula de canto em canto à procuradeumemprego.Umsonhocadavezmaisdistante.

Nestemundorealetristevivemjo-vensqueprocuramoprimeiroem-pregoeaquelesqueforamtrocadosporumamáquina.Nalógicadessemundo, amáquina incomodame-nos,produzmuitomais,gastame-nosenãocobradireitos trabalhis-tas. Há também os trabalhadoresinformais,aquelesambulantesqueganham a vida gritando pelas cal-çadas,vendendomercadoriasclan-destinas,semqualquerproteçãodoEstado.

Assim,os trabalhadores, emprega-dos, não empregados, informais,ambulantes, todos, vivem por vi-ver, sem liberdade, sem felicidade,semfuturo,commedodohojeedoamanhã, nesta tão falada “Era daGlobalização”.

multinacionais. Os EstadosNacionais a elas se subordiname o direito do trabalho ficaestremecido.Osindicatodeveriaseroveículodenegociaçãoresponsávelpara suprir o desequilíbrionas relações empregatícias;no entanto, ele próprio andaesvaziadode trabalhadoresdevidoao seu histórico de traições e de

subordinação a interesses que nãosãoosdostrabalhadores.

No Brasil, têm sido justamenteos trabalhadores com maiorescolaridade os mais atingidospelo desemprego. Entretanto,não parece haver comprovaçãoempírica suficientepara fazer crerqueaelevaçãoeducacionalcoincida

necessariamentecomareduçãodasdesigualdadesderendimento.

Odesenvolvimentotecnológico,so-bretudonaáreadascomunicações,permite que tenhamos acesso amuitasinformações,eumaquestãoquemereceserestudadaéoseure-flexonaconstituiçãoenatransfor-maçãodoserhumano.

O TRABALHADOR E A GLOBALIZAÇÃO

Por: Nicolas Braghini, Mateus Cendron, Jésica Keli, Natasha Hechem, Victor Albano, Lucas Cavalcanti, Rafael Casa.

Prof. Orientador: Felipe Henrique. 1º EMV E.

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Nas últimas décadas, o esporte e a atividade física vêm sendo extremamente incentivados, pois, cada vez mais as pessoas estão começando a se preocupar com sua saú-de, tanto física quanto mental. Em se tratando do esporte profissional, o cuidado com os atletas requer uma atenção especial. Os testes físicos ajudam os técnicos e treinado-res a planejar a alimentação, conhecer melhor os atletas

e observar a evolução de performances físicas. Por meio de estudos e testes, médicos e estudiosos desenvolveram métodos para facilitar a avaliação da necessidade e do funcionamento de cada atleta na realização de exercícios. Um desses métodos é chamado Ergoespirometria, um teste realizado para avaliar a fisiologia do atleta.

Ergoespirometria: um Teste para Avaliar a Fisiologia de Atletas

Por: Jonathan Ferreira, Isabela Machado, Isabella Miranda, Luiza de Oliveira, Julia Costa, Gabriela Machado, Natália Picolo.

Profs.Orientadores: Gisélia Santana F. Lima e Wilson Rescigno. 1ºEMVD

O teste ergométrico, ou stress testing, estuda as atividades do coração du-rante os exercícios físicos, controlan-do a taxa de oxigênio que será neces-sária e as repercussões que o atleta terá que ter para que seja alcançada sua plena forma física. Os sistemas do corpo que são avaliados por esse teste são o cardiovascular e pulmo-nar, que são os responsáveis pela res-piração celular.

Esse teste permite conhecer o nível de oxigênio e o nível de gás carbôni-co que o corpo consome. Além disso, tem a função de determinar a capa-cidade funcional do atleta, medindo seus limites. É ele que determina a intensidade da atividade a ser reali-zada, levando em conta as especifici-dades de cada atleta.

O teste físico de Ergoespirometria avalia com precisão os gases envol-vidos nos processos cardiorrespira-tórios que acontecem durante uma atividade física. São eles:

-Ventilaçãopulmonar;-Consumodeoxigênio;-Produçãodedióxidodecarbono;-Razãodetrocasgasosas;

-Equivalentes ventilatóriosparaooxigênio (VEO2)edióxidodecar-bono(VECO2);-Pulsodeoxigênio;- Relação espaço morto ventilató-rio;-Volumecorrente;-Reservaventilatória;-Relaçãoconsumodeoxigênio;-Cargadetrabalho.

Os ajustes cardiovasculares são re-alizados para que haja maior fluxo sanguíneo no músculo utilizado. O aumento do uso do metabolismo requer maior taxa de oxigênio. Os neurônios se encarregam de realizar esses ajustes. Existem três hipóteses para explicar como essas informa-ções atingem o cérebro:

-Descargasdiferentesestimulamosneurônios;-Estímulossensibilizamosnervos,quepromovemaexcitaçãobulbar;-Fluxodegáscarbônicocomores-ponsável.

O limiar anaeróbico tem sido larga-mente utilizado no diagnóstico de aptidão física e na prescrição de trei-namentos para indivíduos sedentá-

rios e atletas das mais diferentes mo-dalidades. Tem se mostrado o melhor instrumento para avaliar o consumo máximo de oxigênio (VO2), o que possibilita também um diagnóstico preciso da natureza aeróbica e anae-róbica das mais diferentes modalida-des esportivas.

O limiar aeróbico pode ser definido como a intensidade de esforço, ou o consumo de oxigênio, acima da qual a produção de ácido lático supera sua própria remoção.

Acima de uma determinada intensi-dade de exercício há acúmulo de áci-do lático no sangue, acompanhado de um aumento na excreção de gás car-bônico e da ventilação. O exercício físico é acompanhado de aumentos proporcionais de consumo de oxigê-nio e da eliminação de gás carbônico até uma determinada intensidade.

A Ergoespirometria é, portanto, um método que cada vez mais acrescenta qualidade ao diagnóstico da aptidão física e ao programa de treinamento, permitindo o respeito à individuali-dade biológica do atleta.

Dados:Aplicações Práticas da Ergoespirometria no Atleta Dr. Turibio Leite de Barros Neto e colaboradores,Departamento de Fisiologia, Centro de Medicina

da Atividade Física e do Esporte da UNIFESP, São Paulo, Brasil.

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Tecnologia como forte aliada dos esportes

Tecnologia nos EsportesÉ explícita a enorme evolução da tecnologia de uns tempos para cá. Essa tecnologia contribuiu para a melhoria de diversas áreas, e uma delas, é claro, é o esporte.

Têm sido desenvolvidas novidades tecnológicas que podem implicar tanto a melhora do desempenho do atleta quanto a qualidade com que os telespectadores os assistem.

No nado sincronizado, o recurso de áudio faz grande diferença. É utilizado um som subaquático; assim, a música que é ouvida do lado de fora da piscina pode ser ouvida com a mesma perfeição do lado de dentro da piscina. Esse recurso ajuda os esportistas na hora de seguir a música.

Também há novas tecnologias na esgrima, para que os movimentos sejam mais bem detectados. Nos esportes de luta, os atletas aprimoraram a velocidade dos golpes; assim, muitas vezes, é difícil acompanhar

cada movimento com o olho humano.

Por isso, no

taekwondo, por exemplo, estão testando um colete eletrônico que sinaliza os golpes, validando ou não a pontuação.

Podemos citar também a tecnologia investida para ajudar os juízes e telespectadores a acompanhar melhor os detalhes de certa partida, competição etc.

É possível confirmar essa afirmação ao assistir um jogo de futebol pela televisão. Quando há dúvida se um gol foi impedido, a cena do chute é repassada várias vezes, com a demarcação do impedimento feita digitalmente.

Não podemos nos esquecer da tecnologia nos esportes para os deficientes. Nos dias, atuais tem sido cada vez maior a inclusão de deficientes físicos nos esportes. Para isso, foram criados projetos que ajudam essas pessoas a terem uma melhor integração nessas atividades.

Esses projetos, envolvem cadeiras de rodas especiais, membros artificiais, sistemas de som para deficientes visuais, entre muitas outras tecnologias que ajudam essas pessoas com necessidades especiais realizarem seus sonhos. E o melhor de tudo é que muitos desses projetos já foram postos em prática.

Portanto, é inegável que a tecnologia é uma forte aliada dos esportes; ela auxilia os atletas a superarem limites, além de contribuir para um resultado mais justo.

Por: Gustavo Miquelete, Letícia Vilela, Marcella Sulla, Raiza Benevidio, Alice Krauze, Jade Stoppa, Lais Nittolo

Prof. Orientador: Wilson Rescigno. 1ºEMMC. Dados: Revista Nacional InfoJovem

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Carolina Santana Fialho Militão foi nossa entrevistada para contar um pouco de sua rotina de atleta e como a nutrição auxilia na sua performance durante as provas longas de triatlo:

Quais são as adaptações necessárias na rotinaalimentardeumatleta?Carolina:A adaptação alimentar é de acordo com a rotina do atleta, seu ritmo de treinos, trabalho e vida social, mas sempre lembrando que o essencial da alimentação é ingerir carboidrato, proteína e gordura a cada três horas, evitando perda de massa magra.

Há diferentes dietas alimentares para diferentesesportes? Como o nutricionista avalia asnecessidades nutricionais de cada modalidadeesportiva?Carolina: É avaliado de acordo com o estado nutricional do paciente, seu objetivo, seu tipo de treinamento, visando a modalidade esportiva, volume de treinos e hábitos de bem-estar.

Existem alguns suplementos hormonais ouvitamínicos que são denominados “bombas”.Quaisosriscosqueoferecemàsaúdedoatleta?Carolina: Existem, sim, mas nos últimos meses, depois de várias ocorrências, a ANVISA está mais

severa na vigilância da comercialização desses produtos. Os riscos podem ser desde uma leve dor de cabeça momentânea, até morte súbita.

Você,alémdenutricionista,tambéméumaatleta.Como é atualmente sua rotina de treinos e suadietaalimentar?Carolina: Tenho uma rotina de treino bem desgastante, pois minha especialidade são as provas longas, o que requer um alto volume de treinos, conciliando com os estudos e o trabalho. Isso faz com que meus dias sejam bem corridos e, às vezes, acabo “pecando” na alimentação. Normalmente, faço o possível pra manter minha dieta de acordo com o objetivo do momento.

Comonutricionista,vocêachaquemúsculosbemtrabalhados sãomais fortes ou respondemmaisrápido?Quaisalimentosquepodemincrementara massa muscular? Há alimentos que possamprevenirlesõesmuscularesnoatleta?Carolina: Na verdade, um puxa o outro. Uma musculatura forte responde mais rápido. Nesse caso, temos sempre que priorizar a massa magra, com alimentos ricos em proteínas de alto valor biológico, os quais previnem lesões, como carnes magras, peixe e leite.

24 Anos, Nutricionista e Atleta de Triatlo

Entrevista com Carolina Santana Fialho Militão

Principaisparticipaçõesemprovas:MeioIronman (2000m natação / 90 km ciclismo / 21 km corrida)Ironman - Modalidade do Triatlo que compreende grandes distâncias (3800m natação / 180km ciclismo / 42km corrida)

Principaiscompetições:LongDistanceSP (2000m natação / 90 km ciclismo / 21km corrida)BrasileiroLongaDistância (Seletiva Mundial)IronmanBrasil (3800m natação / 180 km ciclismo / 42km corrida)

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Quais as diferenças entre uma dietaalimentar de uma pessoa comumquando comparada a uma dietaalimentardeumatleta?Carolina: A diferença vai do nível e objetivo do atleta se comparado a uma pessoa normal. Para simplificar, um atleta precisa de uma elevada quantidade de calorias por dia devido ao seu gasto energético diário. Um atleta, em média, consome cerca de 7.000 kcal/dia, enquanto uma pessoal normal gasta cerca de 1500 kcal a 2000 kcal por dia, levando-se em consideração a taxa metabólica basal e é isso que faz com que cada atleta tenha ou não tenha uma dieta individualizada e personalizada.

Qualaquantidadeaproximadadecaloriasgastaspor um atleta de triatlo em uma competição?Comovocêsepreparaparaumacompetiçãodessamodalidade?Carolina: A perda de calorias em competições depende de cada atleta e do grau de exigência de cada prova; em alguns casos a perda de calorias chega a 10.000 kcal. No meu caso, a preparação começa com treinamento meses antes da competição e faço algumas adaptações para o meu melhor condicionamento físico.

Oquedeveserindispensávelnocafédamanhã,noalmoçoenojantardeumatleta?Carolina: São necessárias seis refeições diárias (café, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar, lanche da noite), com especial atenção para a ingestão de carboidratos, proteínas e gorduras, mas tudo bem proporcional ao perfil metabólico e à individualidade de cada atleta.

Quais os fatores de risco para um atleta queconsome bebidas alcoólicas às vésperas de umacompetição?Carolina: Risco de uma desidratação leve a severa, alteração do sistema imunológico, com risco de doenças oportunistas, o que diminui o desempenho do atleta.

Como se encontra o mercado de trabalho donutricionista esportivo? Qual a remuneraçãomédiadeumprofissionaldessaárea?Carolina:Na minha cidade, Fortaleza, o mercado ainda é bastante restrito nessa área de nutrição esportiva. A remuneração média de um profissional é de R$ 5.000,00 a R$ 10.000,00, variando de acordo com o valor da consulta/retorno de cada profissional.

Por: Ricardo Gitti, Henrico Oliveira, André de Moraes, Gustavo de Castro, Iago Lopes, Danilo Arashiro, Murilo Shoji.

Prof. Orientadora: Gisélia Lima. 1º EMM B

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Diariamente, encontramos em diversos meios de comunicação, informações sobre a cotação do dólar, a alta ou baixa da bolsa de valores, crises financeiras internacionais e vários acontecimentos do mundo da Economia. A maioria de nós vê esses acontecimentos como algo comum e rotineiro, mas será que realmente sabemos o que significa a queda ou a alta do dólar ou então a crise financeira que assombra a Europa nos dias de hoje?

Como o Mercado Financeiro Afeta o Dia-a-dia dos Brasileiros?

Primeiramente, é necessário entender que a bolsa de valores nada mais é do que um meio de compra e venda de ações - partes de empresas regidas pelo Sistema Financeiro Nacional. De um lado, estão grandes empresas procurando capital para ampliar seus negócios e, do outro, pessoas e pequenas empresas querendo investir seu dinheiro.

Logo, quando existe uma maior oferta de ações que pessoas à sua procura, a bolsa fecha em baixa. Isso geralmente ocorre devido a crises financeiras que tornam a economia instável e fazem com que as pessoas prefiram ter seu dinheiro em mãos a investi-lo sem a certeza de um retorno. Em outros tempos, com a economia estável, a procura por ações cresce e isso faz a bolsa crescer.

Ao tomar como exemplo a Bolsa Dow Jones, situada em Nova Iorque, é nítido perceber a importância das bolsas de valores na economia mundial. Esta bolsa estadunidense é uma das mais importantes e, consequentemente, tem uma grande influência no valor do dólar. Este varia de acordo com a alta ou a baixa da bolsa de valores de cada país.

Aqui no Brasil, a principal bolsa de valores é a Bovespa, de São Paulo. Quando a bolsa norte-americana fecha em alta e a brasileira em baixa, é provável que o valor do dólar aumente; quando a americana fecha em baixa e a brasileira em alta, o valor do dólar tende a diminuir com relação ao real; e quando ambas se mantêm com acréscimo ou decréscimo parecidos, o valor do dólar, normalmente, se mantém estável.

Para o cidadão comum, a baixa do dólar pode parecer algo muito bom, e de fato é, mas apenas nos primeiros momentos. Isto se deve à queda dos juros, que acarreta preços mais baixos para o consumidor brasileiro de importados, como televisores, celulares, roupas, computadores, tablets, tênis, ou até viagens para o exterior. Além disso, as indústrias nacionais são obrigadas a reduzir os preços de seus produtos para que possam concorrer com os importados, que são mais baratos e, geralmente, de melhor qualidade. Entretanto, isso acaba afetando negativamente alguns setores brasileiros, como o têxtil, de calçados e de eletrônicos. Para proteger esses setores e assim evitar demissões, o governo aumenta os juros sobre os produtos importados, aplacando o efeito da crise sem modificar a cotação do dólar.

Já o dólar em alta acarreta muitos impactos na economia brasileira. Por exemplo, os preços das commodities, como alimentos e metais - que são cotados em dólar -, estavam começando a cair devido ao agravamento recente da crise, porém a alta da moeda americana anula esse efeito deflacionário. Além disso, os preços dos importados sobem, pois muitos produtos fabricados no Brasil, por terem peças estrangeiras, também ficam mais caros.

Agora, ao observar uma tabela como essa, será possível entender seu significado. Preste atenção nos noticiários e na alta e baixa do dólar, pois assim você saberá como administrar e investir seu dinheiro.

DowJones(NY) Ibovespa(SP) Dólar+0,76% +0,62% -0,22% R$ 1,759

Por: Natália Miranda, Amanda Bispo, Giovanna Trindade, Júlio César de Barros, Igor Tomé, Letícia Pontes.

Prof. Orientador: Horácio de Lucca Junior. 2ºEMMA.

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Num mundo sem instituições bancárias, Paulo acessa sua carteira virtual em seu smartphone para pagar a conta de mais um happy hour com os amigos. A transação finan-ceira, ausente de taxas, é realizada com uma moeda to-talmente digital, denominada Bitcoin, livre de qualquer alegoria, como as velhas cédulas monetárias.

Esse cenário torna-se possível à medida que a economia mundial aceita a moeda acima descrita. Por enquanto, o projeto Bitcoin está com poucos adeptos, mas seu valor já variou de um centavo de dólar em 2010 aos 10 dólares atu-ais. Nas palavras do economista Milton Friedman, ganha-dor de um Nobel: “Os pedaços de papel verde têm valor porque todos acreditam que eles têm valor”. Mesmo não se tratando de papéis, são precisos muitos crentes para que o dinheiro virtual prospere e o número de adeptos dessa ideia cresça. Bitcoins Dólares Reais

1,00 10,22 20,64

“Umaanálisesobreamoedadofuturo,oBitcoin”

Criado em 2009 pelo japonês Satoshi Nakamoto, o Bitcoin é a concretização do conceito de criptomo-eda. Cada unidade desta moeda consiste em um ar-quivo criptografado (codificado) gerado pelos usu-ários do servidor Bitcoin, que compartilham dados através do sistema ponto-a-ponto, como os familia-res torrents. Sendo assim, o diferencial está no fato de que não há um emissor central, diferentemente do real, que é emitido pelo Banco Central do Brasil.

Em uma economia que tem como canal Bitcoins, os tradicionais bancos se tornam desnecessários, uma vez que essas moedas são guardadas em carteiras virtuais que podem ser transportadas em qualquer unidade de memória, como pen drives, e as transa-ções financeiras são intermediadas pelo próprio ser-vidor Bitcoin. Quanto mais usuários, mais rápidas se tornam as negociações, pois a liberação dessas moe-das só pode ocorrer mediante a análise dos seus có-digos, para verificar se é um arquivo original, o que torna a criptomoeda muito segura.

Esse capital é obtido por um processo denominado mineração. Tal atividade consiste em gerar Bitcoins pelo processamento das informações contidas ne-les. Quanto melhor a máquina, maior a renda ge-rada. Porém, a potência do computador determina a quantidade de energia necessitada; por isso, é im-portante averiguar a relação entre gasto energético e ganho com a mineração.

Investindo cerca de cinco mil reais em um “super-computador” e deixando-o minerando 24 horas por dia, ao final do mês ele irá gerar 25 Bitcoins (o equi-valente a 516 reais) e, mesmo com o gasto de energia de 180 reais, o lucro seria de 336 reais, pagando todo o investimento inicial em 15 meses. Essa é apenas uma estimativa, já que o valor oscila muito, pois a confiança na moeda ainda é instável. Isso faz com muitas pessoas compartilhem servidores a fim de potencializar o processo e dividirem os lucros.

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O Bitcoin tem uma boa perspectiva para o futuro. Em 2013, mais da metade das moedas já estarão em circulação, e até 2017, ¾ do total já devem ter sido gerados. A partir daí, especialistas veem que o pre-ço do Bitcoin vai diminuir, mas, como a quantidade será muito alta, o mercado não sairá prejudicado. Em 2020, a moeda será reconhecida internacional-mente e se tornará um dos maiores meios de comér-cio mundial.

Com o sobe-e-desce do valor da moeda digital, mui-tos brasileiros se interessaram e investiram nessa volatilidade da inovadora ideia. O consultor em Tec-nologia da Informação e dono do câmbio brasileiro do Bitcoin, Leandro César, diz que mesmo sendo sempre uma moeda alternativa, o povo brasileiro gosta de inovação e informalidade e que por isso “... o Brasil será o país do Bitcoin”.

Já para o economista, sociólogo e professor da USP, Gilson Schwartz, a nova tecnologia deve ser usada com cuidado, pois muitos golpistas aproveitam-se das falhas de segurança dos sites de câmbio e de ven-da do Bitcoin para ganhar ilegalmente. Além disso, o professor explica que a instabilidade é muito alta, por ter controle descentralizado.

Como foi dito, a rede ponto-a-ponto não precisa de uma entidade administradora central e é indepen-dente de qualquer autoridade governamental ou pri-vada. Assim, o Bitcoin não sofre manipulação de va-lor nem inflação. Os impactos no mercado mundial são desconhecidos em sua totalidade, mas a ideia é de um sistema monetário virtual global, pensamento revolucionário.

Estante com 12 computadores

e 60 placas de vídeo

usadas para o processamento

de Bitcoins

Por: Thiago Marchesan, Victor Fragoso, Rafael Frederico, Matheus Broder, Victor Folgoni, Wesley Costa, Marina Middendorf.

Prof. Orientador: Pablo Fabiano. 2ºEMMC.

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A Econofísica, como o próprio nome indica, combina Economia (que integra as ciências sociais, mesmo que a Matemática seja essencial) e Física (uma das ciências exatas).

Desenvolvida em meados da década de 60 por economistas que usavam processos quase que aleatórios, mas dinâmicos, que conseguiam englobar várias das leis da Economia, surge com a finalidade de suprir uma necessidade que se tornava mais notável com o crescimento dos mercados, que era a de demonstrar leis gerais que conseguissem prever o modo como as bolsas de valores agiriam, já que no ano de 1929 uma grande crise abalou a infraestrutura econômica, tornando necessárias novas políticas e novos métodos de prover os países desenvolvidos. Surge então a Econofísica: a mistura entre os processos físicos, baseados em leis universais e que regem todos os eventos de forma unânime, e a Economia, ciência em sua maior parte social, totalmente imprevisível e instável.

Ao chegar à década de 90, sofreu uma explosão em relação a seu progresso com o início da era digital, na qual o gerenciamento de dados se tornou algo extremamente fácil e rápido, aumentando assim a eficiência e a comprovação de seus métodos, que, aliás, não eram e nem são nada simples. A maioria das fórmulas, são simples, se comparadas com fórmulas para calcular a força e a velocidade de um objeto qualquer, dentro das leis econofísicas, existe uma série de regras e de exceções, como o fato de toda fórmula econofísica ter que ser regida por um princípio chamado Gráfico de Gauss. Para resumir e simplificar, é um método de distribuição por meio de porcentagem, onde o centro fica mais alto e com uma curva, e nas laterais, mais baixo, em um formato de sino.

Em relação ao presente, cresceu notoriamente, mas ainda não conseguiu atingir seu auge e, ao que tudo indica, nem atingirá, pois há uma grande confusão sobre o ponto onde termina a Física Estatística e onde começa a Econofísica. Entretanto, não é apenas isto: o fato da área não conseguir acompanhar as grandes mudanças da população, como seu crescimento e

suas peculiaridades, fez com que esta área entrasse como mais um conteúdo abordado na Faculdade de Economia; mas o que não se pode esquecer é que a maioria dos economistas sabe que para prever os altos e baixos da bolsa de valores são necessários os processos empíricos que possam atuar em qualquer parte do mundo de forma organizada e fácil.

O futuro desta área é tão incomum quanto a área em si: as mudanças drásticas no modo de vida que estão por vir causarão uma grande instabilidade dentro da área, mas isto aumentará a importância deste campo como nunca visto antes, e uma prova disso são as recentes crises econômicas que estão acontecendo por todo o globo: países que antes eram a hegemo-nia do mundo estão começando a desmoronar len-tamente e suas economias estão virando de cabeça para baixo; enquanto isso o recente crescimento dos países de industrialização tardia, as adaptações rela-cionadas com o meio ambiente, as novas tecnologias e o desenfreado crescimento populacional, além de outros fatores, abalarão as estruturas da Econofísi-ca. Mas se seus processos forem mais exatos do que o previsto, talvez ela possa até resolver alguns dos problemas ditos acima, já que recentemente diversas teorias da Física têm sido aplicadas com sucesso em Economia, dando um considerável impulso às técni-cas modernas da computação de análise de dados e comércio.

Seus processos podem ser tanto específicos como também globais: com uma correlação entre as nações mundiais, entre as economias e todos os seus processos, cria-se um ciclo sensível e interligado, como que em efeito dominó.

Econofísica: uma Complexa NecessidadeO

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Isto ajuda a olhar cada processo de um modo mais geral, que pode ser usado em ciclos específicos. Um exemplo é vê-la tanto dentro do mercado mundial como na economia de um supermercado ou de uma cidade pequena; todos os processos descritos são regidos pelo princípio das leis de potência, que podem ser específicos ou globais, além de ser um equilíbrio bem sensível: quanto maior a fatia da economia de um lado, menor será a fatia restante. Ou seja, além de ser geral ou específica, é confiantemente previsível e imprevisível quase que ao mesmo tempo, já que tenta acompanhar as mudanças decorrentes no campo da Economia. Existe também um equilíbrio que comanda as regras, e este equilíbrio é regido por mais e mais equações muito complexas, porém confiáveis na maioria das vezes.

A Econofísica, apesar de ser considerada recente em comparação a outras ciências, já cumpre um papel econômico fundamental nas vidas de muitas pessoas. Por ser imprevisível, não há como saber do que será feito o futuro desta fascinante área, mas é notável o seu progresso, desde seus primeiros dias até hoje, e as mudanças causadas através de seu auxílio. O mundo inteiro está em processo de mudança, mudança que não sabemos se será benéfica ou maléfica. Ela também mudará e isso pode trazer ótimas consequências, pois, com seu avanço e com investimento, sua área de influência e importância será expandida e um novo arco de possibilidades será formado em relação ao futuro desta área.

Por: Fábio Henrique Kouno; Douglas Iino; Filipe Matias; Guilherme Andrade; João Victor Batista; Matheus Guilherme de Souza; Matheus Prudente.

Prof. orientador: Rafael Cajano. 2°EMVF.

Referências:CFTC (Centro de Física Técnica e Computacional) Prima: a luz da física.

UFABC (Universidade Federal do ABC). Núcleo de Cognição e sistemas complexos.TEIXEIRA, Alexandre D. Prosa econômica.

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Mercado Financeiro pode ser definido como o processo em que os recursos excedentes da sociedade (poupança) são direcionados ao financiamento de empresas e novos projetos, estimulando o crescimento da economia. Existem vários estudos que analisam o mercado com o intuito de aperfeiçoá-lo, controlá-lo e prever suas altas e baixas, e um deles é a Econofísica, um ramo não muito conhecido pela maioria das pessoas, que, inevitavelmente julga as ciências econômicas exclusivas do campo matemático.

Na verdade, não há “fenômenos físicos” dentro da Economia para serem estudados, sendo que os objetivos da Econofísica passam bem longe disso: através da aplicação dos métodos da Física Estatística, ela tenta explicar muitos pontos desse estudo que ficaram em aberto ao longo dos anos. Desses pontos, aqueles que parecem mais promissores são os que se originaram do estudo do ponto crítico, que é caracterizado por grandezas físicas que assumem valores atípicos através da interação entre vários elementos da Economia. A Física Estatística, aliás, é uma importante ferramenta da Econofísica, pois estabelece cálculos envolvendo grandes populações e aproximações.

Com tantos assuntos para a Física abordar, é estranho

pensar em Economia. Entretanto, isso faz ple-no sentido, já que a Eco-

nomia é a ciência social em que existem dados expe-rimentais em maior profusão

e detalhes, permitindo, com o auxílio do méto-

do científico, estudos detalhados de com-portamentos do mer-

cado e a elaboração de teorias empíri-cas com base em

regularidades e semelhanças.

O Mercado Financeiro e a Econofísica

Por: Guilherme Castro, Igor Oliani, Ana Carolina Silva, Júlia Cominato, Weslley Evaristo, Thalita Campregher, Matheus Henrique.

Prof. Orientador: Rafael Cajano. 2ºEMMA

O princípio mais básico dos mercados é a lei da oferta e da procura. Ela determina que, quanto mais escasso for um produto no comércio, maior o seu valor. Ou seja, quando nos referimos à compra e venda de ações, commodities e demais mercadorias pela especulação financeira, falamos que, nessas situações, uma maioria de pessoas perde dinheiro para que uma minoria ganhe.

A necessidade de uma maior compreensão desse sistema faz com que surja a Econofísica. Como se pode ver no gráfico, ela permite que se preveja a ação do

mercado de ações e produtos com antecedência, possibilitando planejamentos governamentais e particulares a prazos maiores, para o bem da saúde financeira – do Estado ou da empresa.

Por exemplo, a economia do nosso país depende bastante do preço do dólar, e, tradicionalmente, o governo tenta controlar a taxa cambial

através da compra e venda da moeda em grandes volumes e preços estratégicos. Entretanto, com o crescimento constante da complexidade do mercado, medidas como a citada acima podem não ter a eficiência esperada. Isso se deve principalmente à possibilidade de fenômenos completamente estocásticos, ocorridos em qualquer parte do mundo, terem forte impacto econômico sobre um sistema.

É nesse ponto que entra a Teoria do Caos, principal objeto de estudo da Econofísica. Ela estabelece que os mais diversos fenômenos ocorridos no planeta estão de alguma forma interligados, e propõe previsões para tais acontecimentos através de modelos empíricos e até por leis de comportamento dos átomos.

Há questionamentos diversos quanto à validade dos estudos propostos por essa nova ciência. Alguns dizem que ela não traz nada de novo, enquanto outros mencionam que, num futuro próximo, entender e operar o mercado apenas com conhecimentos tradicionais será impossível. Entretanto, todas essas controvérsias são naturais, e até benéficas. O meio científico sempre reluta em reconhecer novos métodos, e é isso que garante que a ciência esteja sempre progredindo.

Este gráfico mostra a variação do índice americano de empresas S&P500 ao longo dos anos, em comparação a uma estimativa

econofísica para o acontecimento.

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Charge: A Bolsa

Por: Guilherme Safrany, Matheus Brito, Igor Gabriel, Danrley Perez, Victor Mendonça, João Paulo dos Reis.

Prof. Orientador: José Fabiany Pinheiro 2ºEMMA.

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Os esportes são e sempre foram importantes na vida das pessoas. Não há como manter uma vida saudável na frente do computador e simplesmente deixar de lado as atividades físicas. Só que, por outro lado, o esporte não é só uma forma de levar uma vida saudável, como também é o trabalho de muitos profissionais nesse ramo, chamados atletas. Esses profissionais passam dias e dias treinando para que sempre alcancem os melhores resultados e batam recordes que antes eram considerados impossíveis de serem alcançados. Esses atletas recebem incentivos salariais que devem ser revertidos ao País que é por eles representado, uma forma nítida de trabalho. Até que ponto os recordes são exclusivamente frutos de um forte treinamento e esforço do atleta?

Tecnologia nos esporTes:Benefício ou Depreciação?

Analisando um pouco os fenômenos físicos que estão incluídos em determinados esportes, pode-se concluir que o homem, com uma noção sobre o funcionamento do mundo fisiológico pode, sim, interferir em certos resultados contando não apenas com todo o empenho e dedicação dos atletas; afinal, é a Física que impõe certas limitações aos atletas. A chamada “Tecnologia nos Esportes” carrega consigo uma série de segredos que também são responsáveis pelo sucesso dos grandes esportistas, pois, por meio dela, algumas condições dos esportistas são elevadas, tornando-os assim mais capacitados nas competições.

As Confederações Esportivas são muito cautelosas quando o assunto se refere à tecnologia nos esportes. Nem todas as ideias inovadoras são legalizadas pelas Confederações por dizerem que alguns benefícios tiram a competitividade, por não se tratar em muitos casos, apenas do esforço do homem, como é dito nas palavras de John Leonard, diretor executivo da WSCA americana sobre uma medida de proibição contra um maiô especial: “A medida de proibição visa evitar que a ditadura econômica influa no futuro da modalidade nos EUA e no mundo, pois um traje LZR da Speedo, por exemplo, custa R$ 500,00 e dura poucas provas”.

A Tecnologia nos Esportes não é só usada para melhorar rendimentos e resultados. Ela pode ser usada como uma forma de preservar o bem-estar e a saúde dos atletas. Com o excesso de treinamento nem sempre o físico do atleta é preservado e, com alguns estudos, produtos foram desenvolvidos a fim de melhorar o rendimento e garantir ao atleta melhores condições de preparação nos treinamentos.

Também pode ser constatado empenho na questão tecnológica em uma simples inclusão de atletas que não podem participar das olímpiadas oficiais, como é o caso dos atletas paraolímpicos, pois, por meio da Física, é possível construir ferramentas adequadas para que esses atletas possam competir entre eles, como é caso de bicicletas de mão. Até onde a Física pode incluir, beneficiar ou até mesmo burlar regras pré-estabelecidas?

nike + ipod sensor & receiver Kit

Com o Kit Nike + iPod Sensor basta ter um tênis da Nike e um sensor em um lugar específico para ele, localizado em baixo da palmilha compatível com o seu iPod, obter informações detalhadas sobre o desempenho da sua corrida e até mesmo compartilhá-la com outras pessoas no mundo . Essa inovação é capaz de cruzar informações sobre uma corrida ideal e personalizada com o objetivo que o atleta deseja alcançar em sua prática esportiva: perder peso, ser resistente ou efetuar uma corrida contra o tempo, que podem ser também benefícios para a prática regular de atividades físicas de não atletas.

As informações obtidas são por meio do tratamento dos dados com o uso de conceitos da cinemática, como velocidade média e deslocamento, ou seja, o sistema é captado por meio de conhecimentos físicos que ajudam que o atleta se organize com sua capacidade de corrida e em quais aspectos podem ser melhorados.

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Com o iPod e um Kit Nike, o atleta tem acesso, com muito mais facilidade, às suas informações pessoais, tomando conhecimento de algumas dificuldades específicas e podendo corrigi-las no decorrer dos treinamentos. A parceira entre as empresas Nike e Apple foi completamente inovadora pela praticidade de obtenção de dados. A Apple sempre corre atrás de inovações, assim como nas palavras do fundador da empresa, Steve Jobs: “Inovação se distingue entre um líder e um seguidor”.

É sabido que, em algumas modalidades, a natação é um esporte de velocidade e explosão, no qual o que realmente conta é o tempo em que os nadadores conseguem cruzar a piscina; quanto menor o tempo em que conseguirem essa proeza, melhores serão seus desempenhos diante de seus oponentes. Diante disso, os esforços nos treinamentos sempre são intensos ou de grande volume, pois visam sempre a melhor condição física para uma grande disputa.

Quando o atleta começa a nadar, seu movimento sofre com a ação de um fenômeno chamado atrito. Este atrito provoca uma força contrária ao movimento do atleta, tornando-o mais difícil de ser realizado. Partindo dessa premissa, foi o sonho de muitos, conseguir produzir

roupas especiais que fizessem com que o atrito entre o corpo do nadador e a água diminuísse. Era lógico que diminuindo o atrito a velocidade poderia aumentar consideravelmente.

Em 2000 surgiu então a tão polêmica tecnologia Fast Skin, um maiô que teve como fonte de inspiração a própria natureza. Os tubarões são animais velozes que não possuem uma hidrodinâmica tão avantajada; o segredo da velocidade desses grandes predadores está na sua pele, pois ela diminui o atrito com a água em virtude de possuírem escamas placóides que fazem com que a água escorra em meio à sua pele, diminuindo o contato e, consequentemente, a ação do atrito. Portanto, esses maiôs vinham com um propósito de diminuir ainda mais o atrito entre

o nadador e a água, obtendo assim maiores velocidades e tempos incríveis comparados com os até então alcançados. Exemplos dos resultados mais expressivos do que maiôs com a tecnologia Fast Skin são os desempenhos dos nadadores nas Olimpíadas de Sydney, de 2000, e o Campeonato Mundial de Natação no Japão, em 2001.

O uso do Fast Skin trouxe muita polêmica; para alguns, era considerado uma forma de trapaça. A partir disso, então, alguns pontos espalhados pelo mundo começaram a proibir o uso do Fast Skin, acusando-o de tornar a natação um esporte comprado, no qual quem tem dinheiro para comprar um Fast Skin será sempre melhor do que alguém que não tem.

Fast skin

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Há alguns anos, o Chip Timing tem se desenvolvido rapidamente como um suplemento comum às técnicas tradicionais de tempo de corrida em maratonas no mundo todo. Usado por corredores, ciclistas, triatletas e até mesmo os esquiadores, a tecnologia é extremamente precisa e capaz de enfrentar várias deficiências que são inerentes aos métodos tradicionais de cronometragem, como a cronometragem humana, em que o resultado sofre um pouco de influência do tempo de reação da pessoa que está responsável pelo cronômetro.Sistemas de ChipTiming exigem que atletas utilizem um chip, pequeno e leve, que os identifica quando cruzam em lugares estratégicos, eletronicamente mapeados. O chip é geralmente usado sobre uma tornozeleira, podendo variar se o sistema que é utilizado é o sistema de esteira de cronometragem,

onde os chips ficam em pontos estratégicos que marcam, sem especificidade de atletas, o tempo que eles passam pelo local determinado. O sistema é muito utilizado para marcarem o tempo dos primeiros colocados em mataronas oficiais.

O primeiro fabricante a introduzir essa tecnologia foi a AMB Identification & Timing, embora fosse utilizada em corridas motorizadas. Desde 1983 os transponders da AMB são usados em vários esportes motorizados, que vão desde corridas de RC (carros de controle remoto), até carros de corrida de alta velocidade, motocross, motociclismo, kart, entre outros. Desde 1992 a tecnologia também é usada em transportes ativos como corrida, ciclismo, corrida de cavalo e triatlo.

sistema de Transponder – chip Timing

Assim como em outros esportes, a inexatidão é um grande problema nas partidas de vôlei. Polêmicas frequentes, como saber se a bola caiu dentro ou fora da quadra e o lugar exato onde a bola quicou, levaram a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), junto à Penalty, fabricante de materiais esportivos, e à 3RCorp, empresa que trabalha com o sistema de monitoramento de diversas áreas, a desenvolverem uma tecnologia capaz de sanar essas questões: um chip dentro da bola de vôlei.

O chip da bola está inserido dentro de uma cápsula que fica entre uma câmera e o couro da bola. A bateria da bola dura seis horas e o carregamento é realizado por um fio que é introduzido pelo orifício que serve para encher a bola.

Inicialmente, quando houve a possibilidade do desenvolvimento desse tipo de sistema para bolas de futebol, a FIFA alegou que os rumores e discórdias ocorridos nos jogos geram polêmica e repercussão e, por esse motivo, não deveria permanecer, mas, recentemente, a entidade aprovou o uso do sistema em partidas oficiais.

Bola inteligente: a nova tecnologia das partidas de vôlei

Já no vôlei, pretendia-se que a tecnologia fosse implantada em jogos da categoria Super Liga do ano de 2008, porém, mesmo sendo aprovada pela CBV, a tecnologia não pôde ser aplicada nas quadras profissionais, sendo realmente testada apenas em 2009.

Atualmente, o projeto não possui muita voz, apesar de cobiçado, mas a previsão é que a demanda pela tecnologia cresça.

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É de conhecimento de todos que existem as paraolimpíadas, onde atletas que possuem alguma limitação física podem concorrer por medalhas. A inclusão social não está somente em aceitar, mas também em dar oportunidade. A Física trouxe a possibilidade de muitos atletas paraolímpicos competirem, mesmo com sua dificuldade específica. Um exemplo disso é a bicicleta de mão.

A bicicleta de mão é um veículo que se desloca a partir da força dos braços de seu condutor. Pode atingir a velocidade, em retas, de até 40km/h e, em declives, de até 80km/h. Há alguns anos já é utilizada em campeonatos paraolímpicos.

As bicicletas normais estão recheadas de inovação da Física. A bicicleta precisa de estabilidade e sustentação para que o ciclista não caia. Essas

bicicletas de mão possuem três rodas como se fossem triciclos para que sigam a regra da estática, e o ponto de sustentação fica localizado ao lado do atleta, o qual o controla com o quadril. Com isso, percebe-se que, com o conhecimento de Física foi possível colocar o sonho de tantos cadeirantes, que é pedalar, em prática.

Nas paraolimpíadas, as bicicletas convencionais podem ser usadas pelos deficientes cerebrais, ou triciclos, dependendo do grau de deficiência. Os deficientes visuais competem com a ajuda de um guia, já que a bicicleta é dupla, conhecida como “tandem”; sendo assim, o guia fica à frente, direcionando a bicicleta, e o atleta fica atrás a movimentando. Para os cadeirantes, a bicicleta é “pedalada” com as mãos: handcycling.

esporTe para ToDos

Por: Monique Maiane, Alessandra Silva, Gabriel Augusto, Enzo Lazzarini, Caio Eduardo, Felipe Dante, Jose Francisco Tezei, Vinicius Olino, Matheus Monaco,

Guilherme Rocha, Gustavo Grivol, Gustavo Ramos, Leticia Harumi. Prof. Orientador: Modesto Pantaleo Jr e Wilson Rescigno 2ºEMVD e 2ºEMVE.

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How good is the technology for the students?

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Por: Angela Carapunarla, Guilherme Lopes, Henrique Ramos, Henrique Rodrigues, Andressa Diniz, Bruno Andreeto.

Prof. Orientador: Keyla Binheli. 2ºEMMB.

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Por: Angela Carapunarla, Guilherme Lopes, Henrique Ramos, Henrique Rodrigues, Andressa Diniz, Bruno Andreeto.

Prof. Orientador: Keyla Binheli. 2ºEMMB.

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“Hay que tratar de explicar por qué el mundo de hoy, que es horrible, es sólo un instante en un largo desarrollo histórico, donde la esperanza siempre ha sido una de las fuerzas dominantes en revoluciones e insurrecciones y donde todavía siento esperanza en mi concepción de futuro.” - Jean Paul Sartre, 1963, Prefacio del libro “Los Condenados de la Tierra”, de Frantz Fanon.

En los tiempos de la colonización, los continentes eran separados por grandes porciones de tierra y agua insuperables. A partir de las necesidades, se desarrollaron medios de romper estos límites impuestos naturalmente y realizar relaciones comerciales, políticas, económicas y sociales entre diferentes países del mundo. Esta fue la primera forma de globalización.

Al final del siglo XX, el término “globalización” surgió para Designar el modo de interacción entre los países del mundo para contribuir para la disminución de las diferencias. Esto fue estratégicamente planeado para dar una falsa impresión de justicia e igualdad para aquellas naciones que eran desfavorecidos mundialmente.

Actualmente, en términos prácticos, la globalización resulta ser simplemente una ideología. Al proponer que todos vivamos en un mundo el que la economía permanece bajo la protección del neoliberalismo, no podemos ver una situación justa, ya que las grandes potencias se aprovechan de los países subdesarrollados y de los emergentes. Así, hacen con que estos disminuyan las tarifas aduaneras para facilitar la comercialización de sus productos. Pese a ello, los grandes países continúan con el proteccionismo.

En una entrevista al sociólogo español Manuel Castells, en el programa Roda Viva de la TV Cultura (cadena televisiva brasileña) se discutió la actual situación del capitalismo, que aplaza en muchos aspectos del capitalismo posguerra (década de 1950). En este periodo, la economía europea estaba destruida, y la estadounidense tenía todo para crecer más, o sea, los “amigos del norte” ya tenían el dominio de América como un todo, tanto político como económico, y pasaron a tener en las manos el mercado consumidor más aguzado del mundo, que necesitaba ser lapidado – tarea que no sería tan difícil frente a su deseo de “dominar el mundo”.

¿Globalización?Por: Felipe Siqueira, Felipe Cunha, Beatriz Ribeiro, Richard Margoni,

Júlio César, Douglas Martins.Prof. Orientador: Fernando Carvajal. 2ºEMMB.

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Se evidencia en dicha entrevista que los Estados Unidos de América son los mayores beneficiarios de la globalización, pero es posible decir también que ellos son los mayores beneficiados. Pero, la globalización es vista con importancia, pues es necesario “domesticar” toda una población, o sea: sin tomar partido, el pueblo infelizmente precisa ser manipulado. Es posible percibir que en la historia la población es vista como ganado ovino, en que el pastor es quien conduce a las direcciones, ya que “él sabe lo que es mejor para sus animales”, hecho explicado en determinados segmentos religiosos, como en la Iglesia Cristiana.

Manuel Castells defendió el capitalismo informacional, de forma humanista, o sea, un sistema social, económico y político que enfoca el lucro, movido por el capital, por la industria y por los medios de comunicación, pero de una forma que beneficie y genere buenas condiciones de vida.

Basado en datos y estudios estadísticos, el español presentó una tesis sociológica, en la sabatina, demostrando que tiene densidad y aparente discernimiento en relación a lo que defiende. El

hombre del siglo XXI se relaciona de forma injusta e incoherente con lo que lo rodea.

Desde pequeños recibimos una educación y adquirimos valores y objetivos semejantes, conformándonos a vivir en una sociedad basada en el capitalismo industrial. Trabajar, ganar dinero, casarse, tener hijos y morir. El teórico, por supuesto, cree en la utopía de la exploración moderna, o sea, “las condiciones suministradas por el Estado de educación, cultura y bien estar”. Rechaza y disminuye las insurgencias populares, la conciencia, los movimientos sociales y todo lo que sea organizado de manera horizontal.

Por lo tanto, aunque la globalización es un hecho presente e innegable, aún es un proceso mal interpretado por muchos, lo que fomenta más dificultades en el escenario mundial, como la desmovilización y homogeneización de los ciudadanos, pero con ella es posible la conexión entre diferentes culturas, ampliando las visiones personales del mundo

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El mundo globalizado en el que vivimos ha sido el blanco de duras críticas, ya sea en relación a la dinámica de los mercados internacionales, a menudo injustas, o incluso la dificultad de la subida de la multiculturalidad en los países denominados capitalistas, algunos se atreven a decir que actuamos de acuerdo con los patrones de pensamiento difundidos por los medios de comunicación internacionales. Para responder a estas dudas y preguntas, hay que tener en cuenta el pasado que nos trajo a esta realidad desigual sin perspectivas de mejora. El sociólogo Manuel Castells respondió a algunas preguntas esenciales para mejorar nuestro comportamiento ante este mundo nuevo y dinámico en el programa “Roda Viva” de la TV Cultura (cadena televisiva brasileña). Abajo les proponemos una transcripción basada en esta entrevista.

Entrevista con Manuel Castells“Análisis de las implicaciones económicas del mundo globalizado actual”

Entrevistador: Buenas tardes, Castells, es un placerhacerleunaentrevista.Manuel Castells: Buenas tardes, le doy las gracias por la oportunidad de responder a las preguntas y ayudar al pueblo brasileño con mis conocimientos, debido a que en un mundo globalizado los intercambios de experiencias son esenciales para llegar a acuerdos razonables para ambas partes involucradas.

Entrevistador: Bueno, para comenzar nuestraentrevista lehacemos la siguientepregunta: ¿Cuál essu opinión sobre el avance tecnológico y que afectaa muchas naciones en relación con el desempleoestructural?”Manuel Castells: En primer lugar, para examinar temáticas mundiales es importante mantener la cabeza fría y analizar la transformación del mundo desde fuera adoptando, en primer lugar, una posición ideológica, para no interferir en los resultados que se difunden y discuten. Las nuevas tecnologías no destruyen puestos de trabajo, no por principio, sino porque, empíricamente, se puede probar que no los destruyen. El desempleo y la destrucción del empleo son una realidad, pero las nuevas tecnologías, no sólo no destruyen los puestos de trabajo, sino que en algunos países los crea. Como ejemplo tenemos los Estados Unidos y Japón.

Entrevistador: ¿Pero entoncesno existe eldesempleoestructural?ManuelCastells: El desempleo es estructural, no a causa de las nuevas tecnologías, por el contrario, sin la nueva tecnología, los puestos de trabajo se ven perjudicados. ¿Por qué hay desempleo? Tomemos el caso de Brasil, por

ejemplo, hay un grave problema de desempleo, no tanto como anuncian algunos titulares, pero parece ser mucho menor, según el Instituto Brasileño de Estadística. Pero en cualquier caso, el desempleo en Brasil como en muchos otros países, está asociado a tres factores. En primer lugar, el factor de estructura de la población. La inclusión en el mercado de trabajo remunerado de jóvenes y de mujeres requiere la creación de nuevos puestos de trabajo, lo que no ocurre con frecuencia.

Entrevistador: Si no nos equivocamos, este es unproblemadereestructuracióndelaproducción,comoaleganalgunoseconomistas,¿verdad?Manuel Castells: Exactamente, esto ocurre sobre todo cuando un determinado tipo de industria y cierto tipo de producto se van agotando en el mercado, por lo que se necesitan desarrollar nuevas tecnologías que satisfagan las demandas de este mercado, pero por extraño que parezca, no es allí donde se crean puestos de trabajo, porque el gobierno no ayuda a estas personas en este momento de transición. Lo que realmente hacen las nuevas tecnologías es cambiar el tipo de relación laboral, para muchos países durante muchos años se creía que había una progresión predecible para sus industrias y muchas de ellas no estaban directamente involucradas en el mercado mundial competitivo. Por eso, enfrentan muchas dificultades para entrar en este mercado porque hay una falta de capital de inversión para crear nuevos puestos de trabajo en estos sectores. Por desgracia, la planificación a largo plazo no ha acompañado el avance de ese mercado en corto plazo, debemos invertir en la formación profesional y los llamados “puestos de trabajo flexibles”, que cumplan todas las exigencias.

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Entrevistador: Su opiniónsobre la política, precisamente,la democracia, es bastantecontrovertida, ya que atribuyela falta de sentido crítico dela población a los mediosde comunicación. Por favor,explíquenossupuntodevista.Manuel Castells: De hecho ahora hay una gran paradoja, la humanidad llega a la democracia política, pero se está vaciando de contenido y está perdiendo legitimidad. Las evidencias de esta pérdida son la falta total de confianza en la clase política en todo el mundo.

Entrevistador: Pero si existe estapérdidadelegitimidad,¿porquélagentevota?Manuel Castells: La gente vota en contra, no a favor. Hay personas que votan en quien creen que es el “menos peor” como un gesto de defensa ante

lo que pueda ser aún peor y también hay gente en muchos países, que vota menos y en diferentes opciones de los principales partidos del sistema político. El gran problema es que las personas tienen cada vez más problemas para creer que sus vidas pueden mejorar por la política, creo que este es el gran problema, que ya no crean en su propio derecho. Además de pensar que, en general, la clase política es corrupta, opinión claramente errónea, pero que es el sentimiento de la gran mayoría de la población en todos los países.

Entrevistador: Entonces, ¿hayalgunasolución?ManuelCastells: Sí, en mi opinión, la solución está directamente relacionada con los medios de comunicación, porque lo que ocurre hoy es que la política es una política de medios de comunicación. La

política depende totalmente de ellos porque la opinión de los ciudadanos se basa en gran medida en lo que estos medios determinan. . Y como los medios sólo consideran noticias, malas noticias, lo que se recibe como información política son, principalmente, aquellos elementos que hacen ilegítimo el ejercicio de la política. Así, cuanto más nos adentramos en un mundo de información, más loa ciudadanos están expuestos a una amplia gama de información en contra de la democracia. No estoy diciendo que los medios de comunicación deben denunciar y exponer los problemas, pero debe ser ante todo imparcial, para que las personas puedan construir y desarrollar sus puntos de vista, por sí solas, buscar más información para defender su opinión. Esto no es fácil, especialmente en tiempos de noticias y tecnologías rápidas.

Entrevistador: Por último, dado a la desigualdadcreciente entre la acumulación de capital y de lasociedad, ¿cree que las sociedades todavía puedenprogresar? ¿Le parece que un día la globalizaciónpueda homogeneizar las culturas y abrir el espacioparalamulticulturalidad?ManuelCastells:Todavía creo en el progreso, ya que hay proyectos políticos que tratan de negociar, tratando de reconstruir. Son pocos, pero existen. Yo creo que donde hay dominación, hay resistencia, y donde hay explotación, hay posibilidad de reorganizar la sociedad. Esta es la historia de la humanidad y tenemos que ver cómo se desarrolla en los próximos años. En cuanto a la cultura, veo que todo depende de cómo la información divulgada en los medios de comunicación es absorbida por las personas, ya que la principal causa de la estandarización global son las influencias de las principales marcas mundiales, por ejemplo. Es necesario darse cuenta de que para construir la historia hay que vivirla, cada uno a su manera, de acuerdo a cada cultura, para que luego nosotros, los sociólogos, la interpretemos.

Entrevistador: Dr. Castells, terminamos aquí. Nosgustaría darle las gracias por su amabilidad y suparticipación.ManuelCastells: Gracias, ha sido un placer.

Por: Karina Bonilha, Gabriela Faggioni, Dayane Luz, Raquel Malagó, Letícia Cristina,

Guilherme Gomes, Lucas Lima.Prof. Orientador: Fernando Carvajal. 2ºEMME.

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Economia ou Física? Os dois. Na verdade, Econofísica é a aplicação de métodos e modelos da Física Estatística e também da Matemática na Economia.

Estudos teóricos da Física, assim como a Teoria da Turbulência – estudo do “estado de instabilidade contínua” de um fluido - têm sido aplicados à Economia, dando impulso à área tecnológica da computação em análise de dados, mercados artificiais, macroeconomia e muitos outros.

Mesmo sendo uma matéria teoricamente “nova”, cursos de Economia já agregam a Econofísica, presente principalmente em cursos de pós-graduação em diversas faculdades do país como, por exemplo, USP e Fundação Santo André.

Sherlock Holmes, em “Um Escândalo na Boêmia”.

ComoaFísicapodeajudarnaEconomia?A Universidade Estadual Paulista, há mais de dois anos, publicou em sua revista interna, UnespCiência, uma matéria mostrando um grupo de físicos teóricos que vem trabalhando na elaboração de modelos que poderiam fazer previsões sobre o comportamento do mercado financeiro, na tentativa de intervir antes do colapso.

Tecnicamente...

A Econofísica trata da inserção da Física na Economia, com o objetivo de detalhar todos os subtópicos do assunto, permi-tindo um melhor conhecimen-to dos sistemas socioeconômi-cos por meio de analogias dos sistemas físicos.

É um campo do conhecimento que estuda a Economia através da Física utilizando conceitos de Mecânica Estatística nos conceitos financeiros. A nova vertente da Economia e, con-sequentemente, da Física, vem gerando novos estudos e apli-cações relacionados ao mun-do econômico, para facilitar e ampliar os conhecimentos da área.

Bolsas de valores, bancos, es-tudos sociais e estudos de ris-co: as principais aplicações da Econofísica estão relacionadas à Sócio- economia.

A ideia principal da Econofi-sica é observar, diagnosticar e prever problemas prestes a ocorrer na Economia.

Econofísica

“”

É um erro capital teorizar antes de se ter os dados. Invariavelmente,

começamos a torcer os fatos para se ajustarem à teoria, em vez de ser a

teoria a ajustar-se aos fatos.

Exemplo de aplicação da Econofísica

Por: Beatriz Mitsunaga, Isabella Fernandes,Júlia Nunes, Lucas Tatsuta, Amanda Bontempi,

Isabella Bin, Ana Carolina Correa.Prof. Orientador: Pablo Fabiano 2ºEMMF

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− Está aberta a sessão. – O juiz dá a palavra à acusação.

− Eu estava saindo da estação Brigadeiro, a caminho do escritório onde ia fazer a entrevista para o meu primeiro emprego, uma grande oportunidade, quando fui atropelado. Minha testemunha é a senhora que trabalha em uma banca de jornal próximo ao local.

− Eu estava trabalhando quando percebi um carro em alta velocidade, passando pelo semáforo que estava amarelo, enquanto o pedestre atravessava a rua com pressa e foi atropelado. O motorista, mesmo sabendo que não deveria acelerar, errou ao aumentar a velocidade, colocando em risco muitas vidas. Quando corri para ajudar o atropelado, o motorista pediu para que eu chamasse a ambulância, deu-me seu telefone e seguiu viagem.

− Muito bem. Agora passo a palavra para o motorista. – diz o juiz após os argumentos da acusação.

− Eu estava no carro com minha mulher, quando ela começou a entrar em trabalho de parto. Como era nosso primeiro filho, apressei-me, com medo de que ela tivesse o bebê fora do hospital. No momento em que eu acelerei, atropelei esse homem que atravessava a rua correndo. Não pude frear a tempo e atingi o pedestre. Peço a palavra para o policial que presenciou o ocorrido.

− Era um dia normal de trabalho. Eu estava observando as ruas quando vi o acidente. O sinal estava amarelo e o pedestre corria fora da faixa entre um carro e outro. Quando ele foi atingido, vi o motorista descer em desespero alegando que sua mulher estava em trabalho de parto naquele momento. Como a comerciante chegou para auxiliar e o pedestre estava lúcido, apenas com ferimentos leves, ele avisou para onde ia, deixou seu telefone e seguiu para o hospital.

Após os envolvidos defenderem seus testemunhos e todos falarem, o júri se reuniu para decidir quem deveria pagar pelo erro. Cabia a eles medir qual era a atitude mais justa: a de um pai com seu filho prestes a nascer, ou a de um homem atrasado com uma oportunidade única. Como o semáforo estava amarelo e o pedestre estava fora da faixa, ambos erraram. Nessa decisão, era necessário avaliar qual atitude foi a mais incorreta. É possível dar razão a um e erro ao outro? Há como dizer quem foi vítima e quem foi culpado, caros leitores?

PrOBlEMAS DE CONSCiêNCiAPor: Ana Carolina Navarro, Ana Caroline de Campos,

Beatriz Duarte, Bruno Benati, Bruno Vinícius, Carolina Bortolussi, Laís Hildebrand.

Prof. Orientador : Nivea Farah 2ºEMVD

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PATENTES NA INDúSTRIA FARmACêUTICA:UmA qUESTÃO éTICA

Patente é um acordo entre o inventor e a sociedade, no qual o autor torna pública sua invenção recebendo em troca, por um tempo determinado, o direito de “abusar” comercialmente, com exclusividade, daquela invenção. Esse sistema assegura a troca de conhecimento do inventor para outros interessados em produzir e comercializar aquele produto, uma vez que, após o “vencimento” da patente, qualquer um pode reproduzir o produto e fazer uso das informações que constam no pedido de patente. No caso dos remédios, quando um deles está sob patente, o medicamento não pode ser plagiado; porém, quando vence esse período, o remédio está “solto”, podendo assim, ter genéricos.

Em 1997, as patentes na área farmacêutica foram criadas para que, de maneira sutil, houvesse o equilíbrio entre ambos os lados e seus respectivos interesses, ou seja, os interesses pessoais dos próprios criadores de terem uma renda e um ganho financeiro sobre o medicamento, já que é um ponto de vista merecido, à frente de tantos esforços, pesquisas e tempo dedicado, e os interesses públicos, de tornarem o medicamento uma descoberta comum e benéfica a uma população mais carente e necessitada. Na indústria farmacêutica, o tempo comercial exclusivo é um período de 10 anos. Atualmente, segundo a Anvisa, o número de produtos patenteados no Brasil é de apenas 3% .

Frente à grande questão “Patente na indústria farmacêutica, é uma questão ética ou não?”, a especialista no assunto, Maria Sandra Matos, que fez o curso de Farmácia e Bioquímica da Universidade Nove de Julho- Uninove, esclareceu que: “A indústria farmacêutica é muito poderosa e consegue até burlar leis; compram parlamentos inteiros em troca da não aprovação de leis; portanto, é necessário reconhecer que há aspectos éticos a serem analisados sobre o fato de que existem populações que não têm condições econômicas de acesso às inovações que poderiam salvar, prolongar e melhorar a qualidade de vida.” Aspectos que têm que ser considerados seriamente devido ao seu aspecto humanitário. À luz disso, por que não reduzir esse prazo de patente? E por que deixar tantas pessoas, que não têm acesso a esses medicamentos, esperando 10 anos por um genérico apenas porque não têm condições de comprar o produto patenteado?

Por: Beatriz Bressani, Bruna Trindade, Carolina Victoria, Beatriz Sanciani, Júlia Christina, Bruna Peres, Júlia Falarini.

Prof. Orientador: Edson Camarini. 2ºEMVD

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Há aproximadamente oito mil anos, o homem sedentarizou-se graças à implementação de práticas agrícolas como forma de subsistência. Na época, plantar e colher eram uma atividade árdua, e as colheitas, pequenas. Desde então, a produção aumentou devido à industrialização, que trouxe novas tecnologias para auxiliar a humanidade. Porém, atualmente, a atividade industrial é muitas vezes alvo da ganância do empresariado.

AS FrAuDES EM AliMENTOSMais um dilema ético do século XXi

A partir de 1960, com o advento da Revolução Verde, o produto alimentício inseriu-se definitivamente no processo industrial. Desse modo, a produção agrícola aumentou e o consumidor ficou ainda mais distante do ambiente rural. Hoje, os produtos originários da agropecuária chegam aos compradores permeados de estratégias de marketing bem direcionadas e embalagens chamativas, fatores que podem levar a população a consumir acreditando na qualidade do produto baseada nas informações ilustradas nas embalagens.

O desconhecimento de grande parte da sociedade, principalmente habitantes do meio urbano, em relação à linha produtiva fornecedora de alimentos facilita a exploração do capitalista sobre os seus clientes. Alguns fabricantes, na ávida busca por acúmulo de capital, recorrem a fraudes alimentícias.

As fraudes em alimentos são recursos técnicos usados pelos produtores sem o consentimento oficial para, ilegalmente, gerar maiores lucros. As operações ilícitas no processamento alimentício são grandes ataques à coletividade, pois podem afetar a população financeiramente e também afetar sua saúde.

Um exemplo de crime vinculado à adulteração do alimento é a comercialização de leite impuro, fato constantemente reportado pela mídia. Os fraudadores atenuam a acidez natural do produto, mascarando-a com a adição de compostos químicos.

Segundo Porto (2007), em geral, utiliza-se bicarbonato de sódio e soda cáustica. Assim, o leite pode ser utilizado, pois, como eles neutralizam a acidez, o produto passa pelos testes e pode ser aquecido. O bicarbonato não faz mal, é usado como remédio para diminuir os sintomas da azia e gastrite. O problema é que o leite não poderia ser consumido, pois já está deteriorado e isso é disfarçado, aumentando o prazo de validade. Contudo, o resultado final é comprovadamente nocivo à saúde. Outra falsificação relevante é a injeção de água em carnes; além de aumentar o peso de diferentes cortes bovinos e suínos por meio de misturas à base de água e outras substâncias líquidas, como soro de leite. A mistura aumenta o peso da carne em até 50% (Dauguer, 2009); a água injetada na carne eleva o peso e, consequentemente, o preço.

Além das atividades ilícitas no ramo alimentício representarem fraudes financeiras e materiais, elas simbolizam a desvalorização da vida humana. No século XXI, o desejo por sucesso e lucro suplanta até mesmo o instinto mais básico da humanidade: o instinto de sobrevivência.

No reino animal, os indivíduos de uma mesma espécie participam de uma luta diária na tentativa de perpetuar a espécie, por isso os mais velhos protegem os mais jovens. Assim, o leão guarda os filhotes de seu bando, o macho alfa protege a alcateia e, por enquanto, o homem é o único que foge a esta regra da natureza.

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Ser capaz de transformar algo essencial à vida, tal como o alimento, em uma ameaça à coletividade é uma inversão dos valores que regeraram e possibilitaram a existência da espécie humana durante a História. As fraudes nas indústrias vão além da simples falsidade; elas evidenciam a degeneração da moral em prol do capitalismo, fenômeno próprio da sociedade atual.

Perante os desafios éticos que emergem durante a atividade produtiva, a ação dos órgãos fiscalizadores é de suma importância. Organizações como a Polícia Federal, ANVISA, INMETRO e PROCON se destacam na defesa dos direitos de quem consome previstos na legislação brasileira.

O artigo 6º da Constituição Federal garante a boa alimentação como direito social do cidadão. Diante das fraudes alimentares apresentadas, constata-se que tal direito não está sendo aplicado adequadamente na sociedade, uma vez que fraudes alimentares colocam em risco a saúde dos consumidores, visando produzir alimentos que aparentam melhor qualidade.

Cabe ressaltar que a Legislação Brasileira não diferencia os produtos adulterados ou falsificados, evidenciando a necessidade de atualização da legislação pertinente.

Infelizmente, o cidadão comum é geralmente alheio ao processo produtivo sendo vulnerável à ação criminosa dos fraudadores. Cabe à sociedade prestar atenção na hora da compra e, claro, contar com a competência das autoridades responsáveis.

Por: Ícaro Luís, Rodrigo Pagnoca, André Tunes, Arthur Ryoudji, Carolina de Oliveira, Gabriel Grisanti, Marrary das Chagas.Prof. Orientador: Maria Célia Reis dos Santos 2ªEMMB.

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Heterogeneidade, miscigenações. Quem nunca escutou, pelo menos de passagem, essas palavras tão usadas quando referidas a culturas ou nações? São elas que marcam os diferentes povos que integram o mundo tal qual se conhece hoje. Porém, posteriormente a um processo conhecido como Globalização, a situação passou a ser um tanto quanto diferente.

globalização, cultura e relações interpessoais

Tudo começa com a predominância da economia de mercado que se acentuou na época da Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra durante o século XVIII, demonstrando que esse processo não é proveniente dos dias atuais. Ele apenas se acentuou com o passar do tempo, com a criação das mais novas e diversas tecnologias.

Facilidade, esta é outra palavra-chave desse processo que integra o mundo. Produtos importados e nacionais contam com uma grande prontidão de acesso em praticamente todo e qualquer lugar do planeta. Porém, essa mesma facilidade como fator que beneficia diversos consumidores, também pode prejudicá-los. Isto se reflete nos níveis crescentes de desemprego que podemos acompanhar. Nota-se que, ao passo que as empresas se desenvolvem e utilizam cada vez mais tecnologias, há a gradual substituição da mão de obra por máquinas, tornando o processo de produção mais rápido e eficaz, podendo assim atender às gigantescas e crescentes demandas de seus produtos, que se tornam cada vez mais acessíveis.

A partir das novas tecnologias desenvolvidas, como a internet, por exemplo, o mundo se tornou cada vez menor, mas não em âmbitos territoriais. O que acontece é que hoje se vive em um mundo sem fronteiras, no qual as fragmentações de um planeta gigantesco estão dando lugar a somente um plano.Como já foi dito, são as características diferentes que definem as nações da Terra, cada qual com sua particularidade. A palavra cultura, proveniente do

Latim “colere”, que significa “cultivar”, é um conceito de várias compreensões possíveis.

Entre elas, uma das mais aceitas é aquela proferida pelo antropólogo britânico Edward B. Tylor, que dizia que a cultura de um povo é tudo aquilo que inclui o conhecimento, a arte, crenças, leis, moral e costumes adquiridos pelos homens conforme as suas vivências em grupos humanos, as sociedades.

Mas como há constantemente o encontro de todas as culturas, possibilitado especialmente pelas novas tecnologias especialmente, pode-se dizer que mudanças ocorreram nesses aspectos, que eram tão particulares para cada povo. Calças jeans, rede de fast food Mc Donald’s, refrigerantes Cola Cola, celulares, tablets Apple, além de tantas outras, são marcas da cultura norte-americana que hoje se encontram em praticamente todas as localidades terrestres.

Entretanto, todos estes exemplos citados, muitas vezes não são colocados somente como produtos, mas como um modo de vida, composto por costumes diferenciados oriundos dessa e de outras culturas que nos cercam cada vez mais. Este é um dos principais aspectos do assunto tratado. Até que ponto nossa cultura é capaz de se manter com todas essas influências externas?

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Até mesmo as relações familiares afetivas estão sendo abaladas como consequência deste processo. É sabido que muitos abdicam do momento com os membros da família para permanecer em frente a um aparelho eletrônico. Isso mostra que a globalização é benéfica, mas pode afetar as relações interpessoais e culturais de todo um povo, deixando cada vez mais intenso o isolamento dos indivíduos. O estreitamento dessas relações entre as pessoas por conta do uso da internet somado às telecomunicações, segundo o sociólogo Marshall McLuhan, ficou conhecido como Aldeia Global.

Além do fato de que, com a globalização, as relações entre as pessoas vêm se tornando cada vez mais efêmeras. Em tempos passados, quando se começava uma amizade, ela muito provavelmente era oriunda da escola ou do bairro e certamente duraria longos anos ou até mesmo uma vida inteira. Isso por conta da constante

presença de ambas as partes na vida uns dos outros, compartilhando momentos importantes que reforçavam estes laços estabelecidos. Já

nos dias de hoje, é possível conhecer pessoas do outro lado do globo, sem quaisquer dificuldades;

porém, na maioria das vezes, são amizades que não terão uma longa duração, a começar pela

impossibilidade de contato direto, dificultando que se conheçam melhor e criem intimidade

suficiente para desenvolver uma relação mais verdadeira e que seja capaz de superar barreiras para que possa manter-se durante bastante tempo, como deveria acontecer.

Este fato também pode ser percebido nas relações amorosas, quando, na maioria das vezes, não há um aprofundamento dessas relações. Com a chegada da tecnologia, e principalmente da internet e do celular, as relações se tornaram mais superficiais, pois essas facilidades, muitas vezes, fazem com que as pessoas poupem esforços para se encontrarem, visto que já se falaram através de um telefone, sem perceber que, na verdade, esse tipo de contato não substitui um encontro de fato, mantendo uma relação menos intensa, estreitando laços que se desgastam facilmente, constituindo uma das razões pelas quais vemos relações acabarem a todo o momento.

A defesa das culturas locais é fator importantíssimo para compor uma

sociedade, pois só assim elas são capazes de se diferenciarem umas das outras. No entanto, a cultura tão diferente presente em cada uma destas nações, ao ser influenciada por fatores externos, presencia uma invasão em seu patrimônio, causando perdas muitas vezes irrecuperáveis. Processo conhecido como massificação cultural, que se torna ainda mais visível em países pobres onde há uma maior subordinação aos países imperialistas.

Devido a essa massificação cultural, os países, aos poucos, estão perdendo a sua identidade. Atualmente, com o advento da globalização, cada vez mais os povos estão agindo da mesma maneira: as pessoas comem o mesmo tipo de comida, dirigem os mesmos carros, usam as mesmas roupas, etc. Deve-se levar em conta que é vantajoso conhecer outras culturas, mas deve-se haver um respeito para que as mais diversas formas de manifestações culturais não sejam reprimidas, como acontece constantemente.

Praticamente, a totalidade das imposições feitas sobre certos grupos segue os padrões estabelecidos pela americanização, constantemente vista em todo e qualquer lugar. A indústria cultural é a principal responsável por possibilitar esse processo. A qualidade do que é vendido por essa indústria é extremamente discutível, pois o objetivo dela é atingir o maior número possível de pessoas, para a obtenção de lucros, sem a preocupação do quanto isso será benéfico ou prejudicial para tais pessoas, o que resulta na proliferação de ideias prontas, que fazem com que as pessoas pensem cada vez mais da mesma forma, disseminando a chamada cultura de massa, ao passo que exprime e contradita o

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desenvolvimento de um senso crítico apurado. E é realmente esse o interesse de quem prolifera as ideias vistas em filmes, novelas ou mesmo músicas.

Conforme a população se deixa levar pelas informações totalmente manipuladas que chegam a ela, não encontra meios de contestar o que lhe é vendido,

mantendo um sistema onde quem domina os meios de comunicação domina praticamente todo um povo.

Outro conceito importante relacionado às sociedades é a alteridade. Baseia-se na capacidade de conviver com aquele que não faz parte da sua cultura e compreender as diferenças, aceitando que o outro possui os mesmos direitos. Quando estamos presos a uma única cultura, ficamos impossibilitados de reconhecer a importância de outras, nos fazendo cegos diante delas e míopes em relação a nossa. Por isso, é tão importante incorporar o ideal de alteridade, como forma de respeito e

reconhecimento às mais diversas formas de cultura.

Por: Gabriela Farias, Flávia Adalgiza, Guilherme Balbino, Carlos Júnior, Letícia Peixouto, Nicollas Candil e Érika Brassel.Prof. Orientador: Felipe Henrique. 2ºEMMC.

Uma outra questão relevante é o

imperialismo cultural. O termo geralmente é

visto de forma pejorativa e tem como base a imposição

de uma cultura sobre a outra, seja por repressão ou pacificamente.

Trata-se de uma “padronização” dos costumes que visa ampliar a esfera de uma influência geopolítica e cultural. Um exemplo desse processo é a americanização, tantas vezes já discutida; vários países seguem como exemplo a forma norte-americana de viver, seja na incorporação da maneira de se vestir, de se divertir ou de se alimentar. As tradições são afetadas pelos produtos e estilo de vida de um país dominante, desvalorizando potencialmente a cultura da sociedade e as diferenças, provocando a descaracterização do povo e destruindo o conceito básico da alteridade.

Contraditoriamente, a informação digital e a globalização são consideradas aspectos importantes para a democracia e reconhecimento das culturas,

uma vez que elas estão disseminadas e não mais limitadas a certos lugares específicos do planeta, o que possibilita sua compreensão e aceitação. Sendo assim, a defesa de uma cultura heterogênea e plural possibilitaria que países se integrassem mais facilmente, que as pessoas pudessem perceber as diferenças nos modos de vida existentes no mundo como algo bom e instigante.

Seria uma visão emancipadora, já dita por Z. Bauman: “A oportunidade de depor as armas, suspender as escaramuças de fronteira empreendidas para manter o estranho afastado, desmontar o minimuro de Berlim erigido diariamente e destinado a manter distância”.

Atualmente, as redes sociais atuam como marcantes disseminadoras de informações e atuantes do processo de globalização; tal fato proporciona a interpretação de visões antagônicas, algumas benéficas e outras que as contrariam, tornando assim muito importante a análise condizente a ambas.

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Criado pelos irmãos Lumière, no ano de 1895, o cinematógrafo representa um grande avanço para uma sociedade recentemente industrializada. A época pós-Revolução Industrial proporciona aos artistas uma maior utilização de recursos tecnológicos na produção de uma obra. Para entendermos melhor, um vídeo é produzido a partir de várias captações de cenas imóveis, que, ao serem organizadas e passadas em alta velocidade, permitem a percepção de movimento entre elas.

O cinematógrafo nada mais era do que a materialização rudimentar dessa ideia revolucionária. Com o passar do tempo, o cinema foi aprimorando-se e renovando-se, tomando cada vez mais espaço no cotidiano da população. O recente filme “A Invenção de Hugo Cabret”, de Martin Scorsese, reflete bem a recente história e evolução desse meio de comunicação.

Segundo dados do Sindicato das Empresas Distribuidoras Cinematográficas do Rio de Janeiro, mais de 112 milhões de pessoas frequentaram os cinemas em 2009, um aumento de 25% em relação a 2008. Com esse grande salto da indústria cinematográfica no Brasil, a quantia arrecadada durante esse período foi de aproximadamente 996 milhões de reais.

Desse modo, torna-se cada vez mais perceptível que o cinema tem potencial de influenciar a formação de uma sociedade, transmitindo diversos valores para o público telespectador. Os filmes de maior bilheteria tendem a massificar a audiência vendendo ideologias que incentivam o consumismo e mascaram a realidade.

A fim de revigorar e fortalecer o sistema econômico vigente no mundo, a invenção dos irmãos Lumière apresenta-se com forte caráter ideológico, influenciador e autopromocional. Ao fugir do conceito primordial da arte, que é refletir e propagar os sentimentos e as ideias de seu(s) reprodutor(es), a arte com fim lucrativo deve ser reavaliada, com o intuito de esclarecer a seus espectadores seus principais objetivos, e abolir qualquer estereótipo que venha a existir sobre manipulação e pleno interesse econômico nesse ramo artístico.

O cinema e os seus poderes ideológicos e lucrativos

A SÉTiMA ArTE luCrATiVA

Por: Ruth Rosário, Isabella Vilchez, Patrícia Mandú, Camila Fernandes, Camila Passi, Cássica Passarelli e Fernanda Ohashi.

Prof. Orientador: Ricardo Saliba. 2ºEMMB.

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A Ética e os Programas Sensacionalistas de

TelevisãoAo longo dos últimos séculos foi possível observar constantes transformações no campo jornalístico. Publicações, que até o século XVIII objetivavam conquistas políticas, depois da chegada da burguesia ao poder (Revoluções Burguesas, Revolução Industrial etc.), passaram a adquirir caráter elitista e voltado a atender interesses comerciais (ARBEX, 2002).

O desenvolvimento tecnológico fez com que uma maior quantidade de pessoas tivesse acesso àquilo que era publicado, atraindo anunciantes que viam no contato com o público uma forma de lucro. Essa relação econômica criou fortes laços entre os meios de comunicação e os anunciantes, pois o incremento de novas tecnologias passou a depender dos investimentos destas empresas.

Com o advento da globalização, meios de comunicação como a televisão e o rádio intensificaram o domínio do poder privado sobre a mídia. Esse oligopólio levou o jornalismo a abandonar o caráter crítico para atender a interesses privados. Tal fato permite a contestação de uma bandeira sustentada pela imprensa atualmente, que é a da neutralidade, haja vista que os interesses comerciais muitas vezes se sobrepõem aos interesses sociais.

A comunicação é um bem público e, como tal, é um direito de todos, ainda que, na economia atual esse bem tenha se transformado em um produto comercial. O aumento da influência de empresas privadas nas publicações jornalísticas trouxe à tona a necessidade da rediscussão da ética e da moral no campo das telecomunicações. De acordo com Costa (2008, p.17), “enquanto para determinados veículos de comunicação o respeito à privacidade e a preservação da vida são argumentos contra a publicação de notícias, para outros, argumentos semelhantes justificam a publicação”. A audiência é colocada acima de tudo; afinal, é dela que depende a venda de espaços na grade de programação das emissoras para os anúncios comerciais. A ética e tudo o mais tornam-se reféns dos interesses comerciais.

Os valores éticos são os que se destacam por terem o objetivo de orientar a forma de agir do indivíduo perante a sociedade. Segundo Aranha (2010), esses valores apresentam ainda um caráter de exigências e de imperativos absolutos. Tal fato ocorre porque a ética, palavra de origem grega, ethos, que denota hábito, estabelece os princípios, regras e valores que regem a ação humana objetivando o bem comum.

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Do ponto de vista filosófico, esses princípios, regras e valores são imperativos da consciência do homem como valor universal. Em outras palavras, a ética é o comportamento, a prática de um indivíduo que pressupõe análise do código de condutas e, desse modo, responsabilidade, já que o homem é a autoridade de suas decisões.

Esse código de condutas é o que qualifica a moral que, por sua vez, refere-se ao conjunto de regras que determinada sociedade construiu ao longo dos anos, que são assumidas pelos indivíduos livre e conscientemente com a finalidade de organizar as relações interpessoais segundo os valores do bem e do mal, ou seja, são as normas e as leis de um povo que exigem obrigação, mas, ao mesmo tempo, liberdade, pois depende de sua própria escolha obedecê-lhas ou não (ARANHA, 2010).

Entre os diversos meios utilizados pela mídia para transmitir informação, o mais comum e um dos que exerce maior influência na população é o telejornalismo. Através de programas frequentes, diversas emissoras de televisão transmitem notícias diárias e atualizadas de cunho regional, nacional e internacional.

Segundo o Decreto Lei 52.795, de 31 de outubro de 1963, 5% da programação diária de um serviço de radiodifusão deve destinar-se ao serviço noticioso. Fazendo uso deste meio de contato com o público, os telejornais e suas respectivas emissoras podem transmitir a informação de acordo com os seus ideais e a intenção de persuadir o público-alvo.

Sobre a demanda dos espectadores de mídia, há diferença do que é “interesse do público” e “interesse público”. Este último consiste no suprimento, por parte, principalmente,

do jornalismo de informações relevantes e indispensáveis ao contexto sócio-político-econômico, que envolve o espectador; em outras palavras, é o que eles devem saber. Já o “interesse do público”, termo associado ao sensacionalismo, é entendido como aquilo que desperta a atenção e supre a curiosidade do espectador e que, por isso, dá audiência, ou seja, é o que a massa quer saber. (SOUZA, 2009, p.5).

É fato que estes termos (interesse público e interesse do público) são consequências das ideologias praticadas por cada segmento informativo, e estas refletem-se no comportamento ético que praticam. É este comportamento que motiva as críticas feitas, principalmente ao jornalismo sensacionalista, que procura dar destaque ao “interesse do público” em busca de melhor audiência.

De acordo com o “Dicionário de Comunicação”, sensacionalismo é um “estilo jornalístico caracterizado por exagero da importância de um acontecimento, na divulgação e exploração de uma matéria, de modo a emocionar ou escandalizar o público”.

Portanto, o jornalismo sensacionalista é aquele que, através de instrumentos emotivos, tenta persuadir o público de acordo com seus interesses, e é esta característica o grande alvo das discussões sobre a ética desses programas sensacionalistas.

Podem ser usados como exemplos de situações que motivam a crítica ao sensacionalismo na mídia reportagens em que bandidos pobres e afro-descendentes são perseguidos por repórteres que os colocam como culpados pelo crime que cometeram antes mesmo de serem submetidos a um julgamento legal.

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Um caso atual que exemplifica a situação citada é o do programa “Brasil Urgente”. A repórter Mirella Cunha, jornalista da Rede Bandeirantes de Televisão da Bahia, ao realizar uma entrevista durante a reportagem “Chororô na delegacia: acusado de estupro alega inocência”, exibida em maio de 2012, acabou por ferir o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros.

Na 12ª Delegacia de Itapoã, ao entrevistar Paulo Sérgio, um preso acusado de estupro, a repórter acabou por humilhá-lo devido a sua falta de escolaridade e modo de pronunciar palavras que desconhecia, mostrando explicitamente sua opinião sobre o caso e tentando transmiti-la ao telespectador sem que o acusado tivesse sido julgado pela Justiça.

Segundo a carta aberta de jornalistas sobre abusos de programas policialescos na Bahia, de 22 de maio de 2012, que foi destinada ao Governador do Estado da Bahia, Jaques Wagner, à Secretaria da Segurança Pública do Estado da Bahia, ao Ministério Público do Estado da Bahia e à Defensoria Pública do Estado da Bahia, a jornalista acabou por ferir o artigo 6º do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros: “Deve-se lembrar também que pelo artigo 6º do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, ‘é dever do jornalista: opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos’. O direito à liberdade de expressão não se sobrepõe ao direito que qualquer cidadão tem de não ser execrado na TV, ainda que seja suspeito de ter cometido um crime” (GONÇALVES, 2012).

Em virtude dos aspectos mencionados sobre os programas sensacionalistas, é possível observar que no meio jornalístico existem diversas formas de exposição de informações. Algumas emissoras ou profissionais zelam pela observância dos valores éticos; já outras colocam a audiência acima de quaisquer outros valores. Isso dá ao telespectador o poder da decisão final, uma vez que o controle remoto está em suas mãos.

REFERÊNCIASARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia. São Paulo: Grupo Santillana, 2010. 48 p. v. 5.ARBEX Jr, José. Shownalismo: a notícia como espetáculo. 2. ed. São Paulo: Casa Amarela, 2002. COSTA, Caio Túlio. Moral provisória - ética e jornalismo: da gênese à nova mídia. 2008. 386 p. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.GONÇALVES, Vanessa. Jornalistas baianos repudiam repórter da Band-BA em carta aberta. Portal Imprensa, São Paulo, 22 maio 2012.OLIVEIRA, Jéssica. Repórter da Band BA “debocha” de entrevistado e é acusa-da de racismo na web. Portal Imprensa, São Paulo, 22 maio 2012. PEDRO, Antonio. LIMA, Lizânias de Souza. História da civilização ocidental. 2. ed. São Paulo; FTD, 2005. v. único.SOUZA, Anamaria Pereira Spaggiari. Jornalismo policial sensacionalista: entre a audiência e a função social. Congresso Brasileiro de Ciências da Comunica-ção, 32, 2009, Curitiba. Curitiba: Sociedade Brasileira de Estudos Interdisci-plinares de Comunicação, 2009. p. 15.SOUZA, Anamaría Pereira Spaggiari.Sensacionalismo: uma visão conceitual através das teorias de Danilo Angrimani, Lígia Lana, Márcia Franz Amaral e Rosa Nívea Pedroso. Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 33, 2010, Curitiba. Curitiba: Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares de Comunicação, 2010. p. 15.

Por: Cyndi Rodrigues; Helena Guerra; Laura Stocco; Leticia Nunes; Matheus Beserra; Tayna Wandeur.

Prof. Orientador: Antonio Ive. 2°EMVF

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Especialmente nas décadas que seguiram o pós-guerra, vários economistas tentaram explicar o grande desenvolvimento de alguns países da Europa e da Ásia, já que muitos haviam sido destruídos pela guerra, mas apresentaram rápida recuperação. Esse sucesso econômico foi considerado por diversos estudiosos consequência do investimento individual em educação e, desde então, começaram a surgir pesquisas sobre o impacto social das políticas educacionais visando ao desenvolvimento de países subdesenvolvidos.

Durante anos, a possibilidade de as habilidades dos seres humanos serem transformadas em um meio de proporcionar lucro (tanto para o próprio indivíduo quanto para a economia nacional) e os reflexos do aprimoramento dessas habilidades através dos estudos foi a base de teorias; no entanto, o pesquisador que nomeou a relação entre o desenvolvimento humano dos habitantes de um país e o crescimento econômico foi Theodore William Schultz.

Esse economista norte-americano recebeu, em 1979, o Prêmio Nobel de Ciências Econômicas, devido à grande influência de seus estudos sobre o desenvolvimento econômico (inicialmente voltados para a economia agrícola). É atribuída a ele a definição de Capital Humano, teoria que foi, mais tarde, analisada por outros economistas como, por exemplo, Gary Becker, e que foi de extrema importância para a análise do crescimento econômico e social dos países.

Para Schultz, quanto maior for o investimento do indivíduo em educação e saúde, melhor será seu rendimento e, consequentemente, maior a renda gerada para ele mesmo e para a economia de seu país. Desse modo, o termo Capital Humano foi definido por Filer, Hamermesh e Rees (1996) como “(...) Todas aquelas características adquiridas pelo trabalhador que o tornam mais produtivo”; por Gary Becker, em 1962, como “qualquer atividade que implique num custo no período corrente e que aumente a produtividade no futuro”, e também por Paulo Sandroni, em 1999, como sendo:

“o conjunto de investimentos destinados à formação educacional e profissional de determinada população. (...) O termo é utilizado também para designar as aptidões e habilidades pessoais que permitem ao indivíduo auferir uma renda. Esse capital deriva de aptidões naturais ou adquiridas no processo de aprendizagem.”

De acordo com essa teoria, a população é parte fundamental para aumentar a riqueza das nações, o que difere das concepções de riqueza nacional que eram vigentes na época das grandes navegações, quando um país precisava ter abundância de recursos naturais para ter previsões de crescimento econômico e ser considerado rico.

Entretanto, para essa nova concepção, era necessário um forte investimento nos indivíduos, pois, como afirma o economista Theodore Schultz: “Ao investirem em si mesmas, as pessoas podem ampliar o raio da escolha posto à sua disposição. Esta é uma das maneiras por que os homens podem aumentar seu bem-estar.”

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Os estudos relacionados ao Capital Humano tiveram grandes repercussões mundiais e, em pouco tempo, percebendo que a superioridade produtiva dos países desenvolvidos era decorrente dos investimentos humanos na aquisição de conhecimento e na melhoria dos serviços relacionados à saúde pública, vários governos e empresas privadas começaram a investir em educação.

O objetivo era então direcionar parte do dinheiro público ou privado para a especialização de professores e construção de centros educacionais e de pesquisa e, em alguns anos, o número de pessoas capacitadas para o trabalho seria grande, assim como os ganhos sociais e econômicos para aquela nação.

Contudo, fazendo uma análise da História mundial, observa-se que já na segunda metade do século XIX, no Japão, os investimentos em educação foram tomados como medida de desenvolvimento tecnológico e econômico, o que ficou conhecido como Revolução Meiji. Com a necessidade da rápida industrialização, os japoneses começaram a importar o conhecimento técnico-científico dos Estados Unidos e da Europa, retirando o país de sua condição de atraso. O grande investimento do governo em mão de obra qualificada teve como resultado um aumento do nível de escolaridade, o que tornou o país uma referência para as demais nações, como a China e a Coreia do Sul.

Segundo o professor de Economia e Ciências Políticas da Universidade de Berkeley, Barry Eichengreen, “o Brasil deveria seguir o exemplo dos Tigres Asiáticos e investir em educação para crescer.” Atualmente, mesmo com o grande número de crianças matriculadas nas escolas, o país encontra outras dificuldades e precisa aperfeiçoar o sistema de ensino para formar adultos com as qualificações necessárias para o mercado.

Em um país com uma desigualdade social acentuada como o Brasil, muitas pessoas optam por trabalhar ao invés de estudar, para sustentar a família, pois levam em conta suas necessidades momentâneas e a relação custo-benefício. Schultz leva em conta também, na sua análise, essas decisões, caracterizando o tempo de estudo e os salários não recebidos:

“Os estudantes estudam, o que é trabalho, e esse trabalho, entre outras coisas, ajuda a criar o capital humano. (...) Imagine-se, então, que, se não estivessem nas escolas, estariam empregados produzindo (outros) produtos e serviços de valor para a economia, pelos

quais teriam que ser “pagos”; há, por conseguinte, um custo de oportunidade em frequentar a escola”.

(SCHULTZ, Theodore)

A falta do investimento governamental adequado em infraestrutura e profissionais leva cada vez mais à evasão escolar, fato que também é agravado com a dificuldade de acesso às escolas nas zonas rurais. Logo, com a falta de mão de obra qualificada, torna-se necessária a importação de conhecimento técnico-científico em alguns setores da economia.

Pesquisas do IBGE apontam que, nos dias atuais, mais de 44,9 milhões de pessoas estudaram somente até o fim do Ensino Fundamental II. Essa formação pessoal não gera muitos custos já que corresponde a apenas nove anos de escola básica. Segundo a rede Todos pela Educação, em 2011 houve 43.053.942 de crianças matriculadas em estabelecimentos que fornecem educação sem cobrança de mensalidades; portanto, em teoria, a pessoa não gasta para ter o 1°grau completo.

Em contrapartida, houve 7.918.677 de matrículas em escolas particulares no país, cujas mensalidades, de acordo com levantamentos feitos pelo jornal Folha de São Paulo, variam de R$ 450,00 a R$ 2.256,00 para o período correspondente até o fim do Ensino Fundamental II. Por essas diretrizes, a pessoa gastaria, em média, R$ 146.124,00 para completar a educação básica.

Segundo reportagens do caderno Empregojá, do Diário de São Paulo, do período de 19 a 25 de agosto de 2012, a demanda de empregos que não exigem 2° grau completo tem crescido cada vez mais durante os últimos meses. Esses trabalhos são, em sua maioria, relacionados ao setor de prestação de serviços. Estabelecimentos como bares, restaurantes e até mesmo lanchonetes fast foods estão contratando mais de 2078 pessoas para ocuparem postos operacionais.

Poucos investimentos já garantem um pequeno espaço no mercado. Porém, os dados apresentados nas pesquisas de grandes jornais, como o citado

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anteriormente, mostram que o cargo nem sempre será muito reconhecido ou bem remunerado. Esse fato se deve justamente pela parca qualificação e especialização do trabalhador.

Como exemplos de profissões que demandam apenas o 1° grau completo, podem-se citar: pedreiros, auxiliares de limpeza, eletricistas, atendentes de balcão e operadores de telemarketing. Esses trabalhadores ganham entre R$ 683,88 e R$ 1.186,12 por mês. Conclui-se, então, que, em nove anos, mesmo período de tempo que uma pessoa leva para completar a formação do 1° grau, o trabalhador ganhará, em média, R$ 100.980,00, ou seja, mais de 31% a menos do valor que investiria em sua educação básica. Fazendo a comparação de custo benefício entre investimento educacional e retorno do capital, tendo como base um mesmo período de tempo, nota-se que o baixo custo de investimento acarreta uma posição desfavorável no mercado de trabalho.

É importante ressaltar que os dados apresentados acima foram tomados como média geral, e que variam de trabalhador para trabalhador. Para tal resultado, tem-se que levar em consideração a passagem da pessoa pelas instituições de ensino no exato tempo previsto, sua permanência e estabilidade no trabalho, entre diversos fatores. Dependendo dessas condições, a pessoa pode ter resultados ainda mais baixos e que não serão somente os salários inferiores, mas, na maioria das vezes, essa pessoa será submetida a péssimas condições de trabalho.

Uma reportagem recente do jornal Brasil de Fato, do dia 24 de agosto de 2012, edição impressa número 417, denunciou o abuso de uma rede de fast food com seus funcionários. Entre as infrações, foram citadas: não emissão dos Comunicados de Acidente de Trabalho (CAT); falta de efetividade na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes; licenças sanitárias e de funcionamento vencidas ou sem prazo de validade; prorrogação da jornada de trabalho além das duas horas extras diárias permitidas por lei; ausência do período mínimo de 11 horas de descanso entre duas jornadas e o cumprimento de toda a jornada de trabalho em pé, sem um local para repouso.

Os dados apontados anteriormente dialogam com a teoria de Theodore Schultz, pois mostram que o pouco investimento educacional não resulta em um maior aproveitamento a longo prazo, visto que a pessoa não terá condições de ganhar o necessário

devido ao seu baixo nível de conhecimento em áreas específicas.

A situação muda um pouco quando a pessoa investe em um período maior e estuda mais três anos, completando, assim, o ensino médio. O cumprimento do 2° grau do ensino permite ao cidadão um melhor posicionamento no mercado de trabalho. Ele poderá ser, por exemplo, eletricista de instalações, assistente administrativo, assistente de vendas e desenhista projetista de máquinas. Os salários mensais dessas profissões variam de R$ 851,12 a R$ 2.000,00. Calculando o ganho médio em 12 anos, período gasto para o cumprimento do 2° grau, obtém-se a quantia de R$ 205.280,64, 103% a mais do que uma pessoa ganha com apenas o 1° grau completo.

Mesmo com um gasto de R$ 194.832,00 com 12 anos de educação, o trabalhador com o ensino médio completo consegue reaver o dinheiro no mesmo período de tempo, ainda que com apenas 94% de lucro total.

Uma pesquisa da Globo, publicada na página eletrônica da rede no dia 7 de fevereiro de 2012 aponta que apenas 50% dos jovens brasileiros completam o ensino médio e que 40% dos que completam, param de estudar. Portanto, o Brasil tem uma grande porcentagem de seus trabalhadores inseridos nessa categoria.

Observa-se que apenas três anos a mais de investimento já valem a pena. Mesmo o cidadão tendo que gastar mais capital para a sua formação, o valor que receberá mensalmente também será elevado.

O diploma de ensino técnico aumenta ainda mais os números apresentados anteriormente, já que empresas internacionais e nacionais optam, na maioria das vezes, pela contratação de profissionais com um nível de conhecimento técnico e científico mais específico e direcionado para a área envolvida.

Segundo dados do Censo Escolar 2004 levantado pelo Inep, a parcela da população que cursa ensino médio técnico corresponde a somente 7,5% do número total de alunos do Brasil, ou seja, poucos jovens brasileiros têm a possibilidade de ingressar em grandes empresas tendo somente o ensino médio.

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Uma pesquisa divulgada na página eletrônica da Globo no dia 3 de julho de 2012 apontou que 74% dos alunos saem dos cursos técnicos já empregados com salário médio de R$ 2.045,18, ou seja, recebem 43% a mais do que os que possuem ensino médio simples.

A teoria do capital humano, elaborada por Schultz, explica esse fenômeno e, segundo suas bases, a pessoa que tem a oportunidade de ir além e investir em seu ensino superior, teria melhor retorno de capital. É exatamente isso que as pesquisas apontam.

Uma pesquisa feita com 160 alunos do ensino médio do Colégio Termomecanica, mantido pela Fundação Salvador Arena mostrou que as quatro áreas mais procuradas são: Relações Internacionais, Direito, Medicina e Engenharia. Profissionais desses segmentos ganham, no início de carreira, em média, de R$ 2.580,98 a R$ 9.000,00. Com o ganho de experiência ao longo dos anos esses números aumentam.

O piso salarial é muito maior do que os que possuem apenas o ensino básico, porém, os investimentos para completar o ensino superior também são maiores, especialmente se realizados em entidades particulares. Para Medicina, por exemplo, as mensalidades das faculdades particulares variam de R$ 2.280,00 a R$ 6.224,63. Levando em consideração que a pessoa necessitará de seis anos de estudos para se formar na área, mais os 12 anos de ensino fundamental I e II e o ensino médio, obtém-se a quantia de R$ 511.447,32 de investimentos na formação. Sabendo que um médico com um pouco

mais de experiência ganha, em média, R$ 8.284,00 por mês, ao final de 18 anos, tempo que levou para se formar integralmente, esse profissional terá gerado R$ 1.789.344,00, ou seja, 249% a mais do que gastou. Os números já mostram que o benefício supera o custo e que, quanto mais a pessoa investe, maior será seu salário mensal.

Comparando agora a estabilidade financeira entre aqueles que possuem diferentes níveis de educação, observa-se o mesmo que concluiu Schultz na década de 70. Aqueles que possuem o ensino superior completo ganham 481% a mais do que os que concluíram o ensino médio e 785% a mais dos que concluíram apenas o 1° grau.

A pesquisa realizada neste artigo dialoga com as ideias propostas e defendidas por Shultz na década de 40, visto que o aumento do investimento na educação individual proporciona o retorno mais favorável de capital a curto prazo. As pesquisas científicas elaboradas ao longo do texto mostraram diretamente o que apontava o economista norte-americano.

Além da análise do processo de melhoria no retorno do capital individual a partir da educação, observa-se também o desenvolvimento no âmbito coletivo. Sendo assim, o investimento apropriado na área educacional seria o melhor caminho para que países, como o Brasil, que, mesmo apresentando rápido desenvolvimento possuem a distribuição de renda desproporcional, conseguissem maior aproveitamento econômico para reduzir as desigualdades sociais.

Por: Bruno Garcia, Lucas Ricardo Sant’Ana, Carolina Sant’Ana, Guilherme Sales, Marina Ragi, Vitor Orlandi.

Prof. Orientador: Marilene. 2ºEMMC.

Referências:

Dados em Diário de São Paulo, EmpregoJá e Folha de São Paulo.

SHCULTZ, Theodore W., Investment in Human Capital: The

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Será que o “Jeitinho Brasileiro” tem Jeito?Imagine uma situação cotidiana. Você, na escola, em aula normal de Matemática. Então você percebe que esqueceu de fazer a lição. Quando o professor passa para vistar, você se pergunta: “Não tem como dar um jeitinho?” E você escapa de uma ocorrência. Esse é um típico exemplo do uso do “jeitinho brasileiro”: uma forma de “driblar” as regras e as normas de modo a não sofrer as consequências.

Por: Rafaela Afonso, Taynah Mayara, Anderson Almeida, Andressa Passarelli, Nicoli Lugli Horvath, Larissa Souza

Prof. Orientador: Gislene Barreto. 2ºEMVD

Dados: http://www.centrodebate.org/ Imagem: www.aec-tea.org/fabio/jeitinho.pdf

Nem sempre foi assim, um modo violador das normas sociais. Essa predisposição a infringir as regras surge na primeira metade do século XX, como uma forma de transpor a burocracia, agilizando as transações, quaisquer que fossem.

No entanto, com o passar do tempo, o brasileiro associou essa expressão com a ilegalidade, uma forma contrária à legislação, para levar vantagem sobre algo. Isso contribuiu – e continua a contribuir − para a criação de um estereótipo universal do brasileiro: alguém pronto a levar vantagem em tudo, mesmo que isso inclua passar por cima de outros.

A ética acaba sofrendo influência do “jeitinho brasileiro” na vida cotidiana, já que se cria um sentimento de insegurança nas relações pessoais, gerando desconfiança na população. O simples fato de se mostrar relutante ao próximo demonstra esse medo de ser enganado. A corrupção política e a crescente criminalidade são outros fatores que intensificam a dispersão desse conceito. Há situações em que o “jeitinho” é benéfico, como na agilização de um processo, mas, na maioria das vezes, é prejudicial.

De modo a acabar com essa visão errada e preconceituosa da sociedade brasileira, o Governo deve tomar medidas eficazes e imediatas para melhorar a imagem do Brasil no contexto internacional. Investir em educação de modo a formar indivíduos éticos é essencial; e também monitorar a legislação, aplicando as devidas penas quando ocorrerem infrações. Só assim pode-se dar um jeito no “jeitinho brasileiro”.

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Desde a descoberta do Brasil, a corrupção se fez uma prática corrente nas relações entre a Metrópole e a Colônia. É dessa época que a economia colonial, baseada na exploração de gêneros tropicais e minerais, deveria ser

fiscalizada por funcionários da Coroa, que, em sua maioria, caracterizaram-se por fazer uso de práticas ilícitas, retendo grande parte dos impostos que deveria ser destinada aos cofres portugueses. O

Estado Português, por sua vez, estava mais interessado em enriquecer a aristocracia colonial do que criar mecanismos para tornar mais eficiente a fiscalização.

Nem o processo de independência e o advento da República foram suficientes para reverter o quadro da corrupção no país; muito

pelo contrário, seria acentuado. Exemplo disso foi o tráfico de escravos que, mesmo proibido por lei, continuou

presente na sociedade, gerando enormes lucros a seus praticantes. O início da República, marcado por fraudes eleitorais e compra de votos por coronéis, é outro fator que evidencia a manutenção das práticas corruptas no país. Essa situação não se alteraria posteriormente.

O regime ditatorial também seria marcado pelos desvios de verbas para a construção de obras

faraônicas, como a Rodovia Transamazônica e a Usina Hidrelétrica de Itaipu. Estabelecida na década de 90, a

República Nova seria repleta de manifestações populares, como os “cara-pintadas”. A repercussão desse movimento foi

tão ampla que levou à deposição de Fernando Collor de Melo e à instauração de uma série de CPIs, que se perpetuam até hoje, numa tentativa de barrar a corrupção no país.

Todos os dias os noticiários insistem em mostrar a atuação de políticos que desviam dinheiro dos cofres públicos; dinheiro esse que deveria ser destinado a setores essenciais para a sociedade.

Será que essa não seria uma prática comum também nos países tidos como desenvolvidos? Ou a punição nesses países tem um destino mais

severo do que as brechas deixadas pela lei brasileira?

O que se verifica é que toda essa corrupção que presenciamos no Brasil não é tão acentuada e tão característica de nosso povo como se diz. Os

OHistóricodaCorrupçãonoBrasil

grandes veículos midiáticos ajudam a reforçar essa imagem que

é puramente ilusória e sensacionalista, fazendo com que a credibilidade da política seja

abalada e incitando o desinteresse da população em participar do processo eleitoral.

A corrupção está presente em diversos países e, em alguns, excedem à brasileira. Por que os grandes

feitos de honestidade brasileiros não são exaltados? Por que não valorizamos os exemplos que temos? A crítica

sem providências e ações leva apenas à omissão e quem se torna corrupto é o cidadão, que, frente a toda essa imagem de corrupção, opta pelo descaso e omissão.

Por: Caio Reis, Giovanni Almeida, João Pedro Holzer, Gabriel Ferreira, Jean Meneguelo, Pedro

Vinícius Gallo, Raphael Daineze.Prof. Orientadora: Gislene Barreto. 2ºEMMA

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Machado de Assis foi, sem dúvida nenhuma, o maior contista brasileiro do século XIX. Seus contos, como O Alienista e A Causa Secreta, são ícones do conto mundial.

Embora muitos críticos, como Hemérito dos Santos, Afrânio Coutinho, David Brookshaw, tenham escrito que Machado de Assis, sendo negro, não se envolveu nas discussões sobre o negro e a escravidão em sua vasta produção, negando, assim, sua origem, o renomado autor retratou várias histórias e cenas de escravidão em sua obra literária, mas não fez de sua obra um panfleto político.

Assim como outras personagens, o negro é narrado como um indivíduo da sociedade do século XIX, nem herói nem vilão, mas sujeito com um lugar histórico, pois, ao desnudar a sociedade de sua época, “revela uma sociedade em que a condição econômica define o indivíduo, determina sua exclusão ou aceitação. Uma sociedade que, sob uma fachada moderna e liberal, oculta as bases do sistema colonial, o escravismo e o clientelismo”, segundo Trípoli, apoiada na análise de Roberto Schawrz, no livro Ao Vencedor as Batatas.

É Possível Haver Ética em uma Sociedade Escravocrata?

Já O Caso da Vara conta o drama de Damião, um jovem que foge do seminário no qual fora estudar para se formar clérigo obrigado pelo pai, uma vez que não tinha vocação eclesial. Foge de lá e pensa para onde se dirigiria, uma vez que, se voltasse para casa, seria castigado pelo pai. Pensa, então, no padrinho, mas se recorda de que ele mesmo o levara ao seminário para cumprir as ordens do compadre. Por fim, dirige-se à casa de Sinhá Rita, levando em conta a influência que ela exerce sobre João Carneiro, seu padrinho, de quem ela é amante.

Lá, conta-lhe seu problema, que também é ouvido por Lucrécia, pequena escrava que costura para Sinhá Rita. Compadecida do rapaz, induz João Carneiro a conversar com o pai do menino e convencê-lo de que o seminário não é o caminho mais adequado para o jovem.

Enquanto o padrinho vai tentar negociar com seu pai a saída

do seminário, o jovem fica na sala e passa o tempo entre a apreensão da resposta paterna, modinhas e alguns chistes

E é levando em conta os aspectos utilizados na análise machadiana que pretendemos apontar como o tema da ética foi trabalhado em dois contos (Pai contra Mãe e O Caso da Vara), que têm como pano de fundo a sociedade senhorial do século XIX, as relações de poder entre senhores e escravos e o conflito de interesses pessoais.

O conto Pai contra Mãe retrata os problemas financeiros da vida de Cândido Neves, homem que ganha a vida capturando escravos fugidos. Há muito tempo, Candinho não captura nenhum escravo e tem grandes dificuldades para sustentar seu filho recém-nascido. Por isso, terá que levá-lo à Roda dos Enjeitados. No caminho para a Roda, Cândido encontra uma escrava fugida que estava grávida. Deixa o filho em uma farmácia e segue com uma corda atrás da escrava Arminda. Ao perceber que será capturada, a escrava implora ao homem que não o faça, permitindo que ela possa ter o filho em liberdade. Cândido reflete sobre o assunto e captura a escrava.

Entregue ao dono, a escrava, que resiste como pode, acaba abortando. Cândido consegue, pela entrega da escrava, cem mil réis e a possibilidade de continuar com seu filho.

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feitos com umas vizinhas que vieram visitar a casa, distraindo do trabalho a pequena escrava.

No fim do dia, o escravo do padrinho volta com uma resposta negativa. Sinhá Rita escreve um bilhete a João Carneiro ameaçando romper o relacionamento com ele, caso não conseguisse salvar Damião.

Antes da resposta definitiva do pai chegar, Sinhá Rita começa a fiscalizar os trabalhos das escravas. A única que não concluíra o trabalho fora Lucrécia. Disposta a castigá-la, Sinhá Rita segura a menina, que foge, mas é pega e trazida pelas orelhas. Receosa de que Lucrécia escape, ela pede a Damião que lhe dê uma vara que está próxima ao rapaz, que fica com a consciência pesada, pois sabe que a jovem escrava apanhará por sua culpa. Mesmo em conflito, Damião escolhe dar a vara para Sinhá Rita.

Os contos acima têm sido alvo de muitos estudos e abordagens diversas, como a questão da ética, das relações de classes, do universalismo presente, do caráter documental e também da questão da sociedade escravocrata.

Roda dos Enjeitados da Basílica da Misericórdia de Lisboa.

Localizada geralmente em instituições de caridade, consistia num dispositivo giratório de madeira. Metade ficava dentro da instituição, metade na rua, de tal maneira que fosse possível entregar uma criança sem ser visto. De origem medieval, a roda só foi extinta no Brasil em 1950.

Há críticos literários, como Domício Proença, que afirmam que mesmo tendo como pano de fundo o escravismo “[...] a literatura machadiana é indiferente à problemática do negro e dos descendentes de negro, como ele. Mesmo os dois contos que envolvem escravos, “O Caso da Vara” e “Pai contra Mãe”, não se centralizam na questão étnica, mas no problema do egoísmo humano e da tibieza de caráter […]”, cujas afirmações desejamos refutar parcialmente.

Por ter sido um pobre que ascendeu a extratos sociais mais elevados, Machado de Assis conviveu com pessoas de diversos níveis sociais, extraindo dessas vivências os mais variados tipos humanos nos quais pousaria seu olhar inquiridor, analisando-lhes a essência e a aparência, as sutilezas da natureza humana; daí deriva a universalidade de seus textos. Além disso, é importante apontar que a análise machadiana se faz em uma

Capa da edição original de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, publicada em 1881.

perspectiva contextualizada, ou seja, há que se considerar a relação do indivíduo com a sociedade à qual pertence; no caso de seus personagens, muitos conviveram no Brasil Império, no seio de uma sociedade escravocrata; outros no Brasil republicano.

Obras como Memórias Póstumas de Brás Cubas, o poema Sabina, diversos contos e crônicas atestam a aguda análise do escritor sobre o negro e a sociedade escravocrata na qual estava inserido. Uma crônica machadiana muito famosa foi publicada em 19 de maio de 1888, uma semana apenas após a abolição da escravatura, contando a história do escravo Pancrácio que, ao ser liberto por seu dono, opta por continuar trabalhando para ele por míseros seis mil réis, recebendo ainda alguns castigos físicos. Opondo-se à alegria dos abolicionistas que comemoravam o fim formal da escravidão, Machado, com ironia, antevia que a nova situação traria poucas melhoras aos ex-escravos, pois, sem formação, eles passariam a ser assalariados que, mesmo livres, não conseguiriam viver dignamente, pois contariam com um parco salário. O

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Assim como os exemplos acima, os contos a serem analisados só podem ser compreendidos em sua integralidade se levarmos em conta o contexto socioeconômico e político da época em que foram escritos. Para isso, nos propusemos a indagar se houve ou não ética na ação das personagens. Em primeiro lugar, cabe indagar se é possível haver ética em uma sociedade escravocrata, que coisifica as pessoas, reduzindo-as a uma categoria totalmente subalterna. Se houve, a que tipo de ética se vincula: universal, pragmática ou relativista?

Se levarmos em conta que a palavra ética vem do grego ethos, traduzida para o latim por mos, mores – moral – pode ser compreendida como uma parte da Filosofia que “[...] reflete acerca da influência que o código moral estabelecido exerce sobre a nossa subjetividade, e acerca de como lidamos com essas prescrições de conduta, se aceitamos de forma integral ou não esses valores normativos e, dessa forma, até que ponto nós damos efetivo valor a tais valores”. Acresce-se ainda que, por se relacionar com a subjetividade, a inconstância dos desejos humanos atrapalharia o convívio social, sendo necessária uma

“ética comum” que normatizasse a vida comunitária, que estabelecesse os limites entre o certo e o errado, entre o justo e o injusto, o tolerável e o inaceitável.

Se entendermos que a ética é um valor universal que pressupõe o bem-estar coletivo, a dignidade do ser humano, a igualdade de direitos, é óbvio que não se pode defender que as personagens tenham sido éticas, pois defenderam os interesses individuais sem levar em conta a violência física à Lucrécia e a desconsideração ao direito à vida do bebê da escrava, ambos menores e indefesos, o que aumenta a crueldade.

Contudo, se levarmos em conta que ética e moral podem ser consideradas conceitos sinônimos por alguns teóricos, a questão se torna mais problemática e tensa, pois se a moral é definida como aquilo que é aceito como norma para determinada sociedade, sabemos que elementos como abandono e violência podem ser compreendidos de maneira completamente diferente em cada povo e época e até legitimados pelos poderes estabelecidos, como era o caso da violência no Brasil oitocentista.

Na sociedade escravocrata do século XIX, a violência estava nas escolas, nas famílias, nas relações senhor- escravo. Portanto, era socialmente instaurada e praticada, como comprovam quadros de Debret, poemas de Castro Alves, de Bernardo Guimarães e de tantos outros artistas e autores que atestam a prática da violência contra o escravo em nosso país.

Entretanto, isso não significa que todos os seus membros compartilhassem desses valores ou introjetassem-nos como acontece com Prudêncio, em Memórias Póstumas de Brás Cubas, que, mesmo tendo sido escravo, ao se tornar livre possui outro negro como escravo e o espanca publicamente.Feitor castigando escravo, de Jean Baptiste Debret.

O próprio narrador de Pai contra Mãe afirma que “Há meio século, os escravos fugiam com frequência. Eram muitos e nem todos gostavam da escravidão. Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e nem todos gostavam de apanhar pancada. [...]”.

Assim, Damião, ao optar por dar a vara à Sinhá Rita, está tentando

proteger a relação de favor, na qual ele era o lado necessitado naquele momento. Analisando o gênio forte de Sinhá Rita, não é difícil de antever que se ele defendesse a escrava da violência física, ele não só perderia a momentânea aliada, como, provavelmente, seria ele a receber as pancadas do pai ou dos padres do seminário, ou de ambos, sem ter certeza de salvar a escrava. É óbvio que ele não faz toda essa

reflexão, mas subentende-se ao se perceber o conflito efêmero. Portanto, opta pela ação que lhe traz mais vantagens naquele momento. Percebe-se ainda nessa relação a transformação do sujeito em objeto, tanto no caso de Sinhá Rita, que tem escravos, quanto de Damião, que a utiliza para obter a saída do seminário, forma de relação muito comum na sociedade escravocrata.O

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Já em Pai contra Mãe deve-se considerar a dificuldade financeira pela qual passava Candinho, oriunda do fato de ele ser avesso ao trabalho que exigia estudo ou comprometimento na aprendizagem, além de argumentar que nunca recebia o salário justo pelos trabalhos. Tornou-se capturador de escravo como forma de ter um ofício, mas está, na escala social, apenas um degrau acima dele, pois também serve aos senhores escravocratas ao capturá-los e serve-se dos escravos de maneira indireta. Não podendo comprá-los, entrega-os mediante pagamento. Não demonstra nenhuma compaixão por Arminda nem gesto de doçura, como sugere seu irônico e branco nome.

No seu caso, não pegar a escrava grávida significaria levar seu filho à Roda dos Enjeitados, deixá-lo aos cuidados da congregação religiosa e nunca mais vê-lo, mas sua captura significou condenar à morte o filho de Arminda e entregá-la ao açoite e à escravidão. Ou seja, o destino de uma das crianças estava comprometido. Uma delas poderia ser privada do amor dos pais, enquanto a outra poderia ser privada da liberdade e da vida, como de fato ocorreu.

Em uma luta física e social desigual, a escrava luta inutilmente contra o preposto de seu dono, forma autorizada de algoz. Lutam por seus interesses dois marginalizados, o pobre e a escrava, colocando em debate as relações entre tipos sociais da excludente e autoritária sociedade escravocrata do século XIX.

É interessante ressaltar que em ambos os contos aparece a questão entre o “eu e o outro”, e este outro é sempre um negro escravo, último elemento de uma escala social; portanto, sempre aquele que não tem defesa, ainda que a mereça; aquele cujo destino e o de sua prole estão fadados ao açoite, à indignidade e à morte.

Em O Caso da Vara, dar a vara à mulher demonstra que o personagem agiu dentro da moral da época, ou seja, dos costumes aceitos, pois pensava em seu bem-estar e em seu futuro. Sendo filho de brancos e senhores, poderia defender seu destino por meio das relações de favor, mesmo não tendo compaixão da pequena Lucrécia, pois poderia arguir na defesa da pequena. Sinhá Rita também se revela coerente com os padrões de pensamento da época, pois defende o menino da injustiça, mas não poupa a menina, não se importando com sua idade ou fragilidade.

Essas atitudes nada mais são que um reflexo do modo como as relações de poder são tratadas na obra de Machado de Assis. A história por si só é uma metonímia da sociedade escravocrata do século XIX. Isso é representado, principalmente, pela figura do pai de Damião, em O Caso da Vara. Sua autoridade, característica da sociedade imperial e falocêntrica do século XIX, demonstra a submissão da família diante de qualquer decisão da figura paterna. Analisando as relações de poder mais profundamente, conseguimos perceber o poder que a Igreja Católica ainda exercia na sociedade, pois recrutava para seus quadros membros significativos da elite, sem se importar com sua vocação religiosa.

Damião está submisso, portanto, a essas duas representações que eram pilares da sociedade imperial escravocrata: o paternalismo e as relações de poder, baseadas em favores mútuos, como se percebe no fato de Sinhá Rita, mesmo sem motivos consistentes, ajudar o menino a “enfrentar” seu pai.

Ambos os contos representam a violência que era presente no século XIX. Em Pai contra Mãe, Machado inicia seu texto narrando diversos métodos de castigar os escravos. A própria escrava capturada no final da trama é espancada por seu dono, quando é devolvida. Em O Caso da Vara, vemos que as crianças também eram alvo de violência por parte de seus donos. Em Pai contra Mãe, o autor historia os ferros da escravidão, sinaliza as constantes fugas contra os métodos correcionais, os ofícios e as relações escravocratas que atingiam não apenas negros, mas colocavam como braço armado brancos pobres, como Candinho.

Portanto, pode-se comprovar que, apesar de tratar os indivíduos, do egoísmo, da fraqueza de caráter, revela que tanto Damião quanto Candinho confirmam, por meio de suas escolhas, a incorporação do ethos de uma sociedade desumana e cruel e, portanto, comprova-se que ambos os casos estão profundamente relacionados com o contexto escravocrata e o lugar social de cada um, principalmente o negro, vítima em ambos os casos, refutando, assim, a tese de que Machado de Assis não se importou com essa questão em suas obras.

Por: Lucas Carvalho, Jacqueline Ferreira, Vanessa Almeida, Mariana Ferreira, Amanda Lima, Estefani Martins, Camila Pereira.

Prof. Orientadora: Marilene Oliveira. 2ºEMMASCARPELLI, Marli Fantini. “Pai contra Mãe, de Machado de Assis: Anegativadasnegativas”. Belo Horizonte: UFMG.TRÍPOLI, Mailde Jerônimo.“ONegronaLiteraturaBrasileiranotempodeMachadodeAssis”. Campinas: Unicamp, 1997.SENA, Tatiana. “’Quantovaleouéporquilo? ‘: relíquiasmachadianasdeumBrasilantigo?”.

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Numa dessas noites, ao sentar no sofá, comecei a refletir a respeito de tudo o que ocorre no mundo ao meu redor, muitos dos problemas que me cercam. Liguei a televisão e comecei assistir às notícias. Como sempre, só é mostrado o que é de interesse da emissora. Quase nunca se vê notícias sobre o Movimento dos Sem Terra (MST), nem sobre a quantidade de crianças mendigando nas ruas. Informações sobre o julgamento do Mensalão são ofuscadas pelas fofocas das recentes novelas. Programas inteiros dedicados às futilidades, sendo que existe uma realidade cruel à nossa espreita. Pessoas que furtam para sobreviver, que vivem nas ruas das grandes metrópoles, corrupção desenfreada, crimes e crises, greves e alguns que buscam os direitos que imaginam ter.

Esse estado de coisa não é de agora. Os moradores de rua que vemos não são diferentes dos do século XIX, como Jean Valjean, por exemplo, personagem de “Os Miseráveis”, de Victor Hugo. Vivem desumanamente; não possuem moradia, tampouco condições para a subsistência. A diferença é que os de hoje mendigam nos semáforos; e os do século XIX, na praças e nos becos. Em vez de apelarem para um carro, era para uma carroça. É até estranho parar no semáforo e não ver ninguém do lado de fora do carro pedindo dinheiro, de tão corriqueiro que isso se tornou. Essa forma de viver é consequência de uma sociedade que necessita de reformas, tanto sociais quanto econômicas. Nos dois períodos, existem revoltas contra esse sistema social. Marius, o revolucionário da obra, tinha o mesmo ponto de vista de diversos pensadores atuais, que criticam a ideologia que lhes é imposta.

A miséria apontada no livro e a do século em que vivemos é a mesma desde o surgimento da propriedade privada, onde os proprietários exploram aqueles que nada possuem a não ser a sua força de trabalho. E, às vezes, a pobreza dos oprimidos é tanta que precisam obter bens alheios − às vezes comida − para a sobrevivência, e são punidos por seus atos. Enquanto isso, outros praticam a “filosofia do dinheiro fácil”, com a qual transgridem regras e pagam para serem absolvidos de suas infrações. Qual a diferença entre esses “miseráveis”? Digo a vocês que as mudanças foram somente no âmbito tecnológico e secular.

A obra de Victor Hugo é de 1862, mas sua ideia de justiça social para os menos favorecidos é atemporal. Isso mostra que o autor sempre esteve à frente de seu tempo, como se previsse o que aconteceria no século XXI. E, assim, comparando os fatos da vida de hoje com o livro “Os Miseráveis”, descubro mais uma vez que os livros transformam o ser humano. Hugo causou impacto em sua época, e sua obra ainda é de grande relevância social hoje. Como dizia nosso autor realista Machado de Assis: “Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução”.

MISéRIA é MISéRIA EM quAlquER éPOCA

Por: Beatriz Galeazzo, Ana Raquel Oliveira, Letícia Jordão, Michelle Gomes, Tamíris Andreotti, Bruna Pimenta, Sabrina Mendes.

Prof. Orientador: Ilvanita Barbosa e Felipe Henrique. 2°EMVF.

Charge ilustrando a classe oprimida e a economicamente dominante, dos séculos XIX e XXI.

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