REVISTA HORTIFRÚTI

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Diretora Administrativa Luíza Arlete Bittencourt [email protected] Diretora Financeira Joana D’ark Olímpio [email protected] Diretora de Jornalismo Ana Maria Vieira Diniz - MTb 5.915MG [email protected] Coordenador Executivo Fransérgio Almeida Leão [email protected] Jornalistas Editora: Miriam Lins Oliveira - MTb 10.165MG [email protected] Repórter: Luize Hess Brito - MTb 13.800MG [email protected] Estagiária: Gabriella Leandro [email protected] Núcleo de Arte Aline Costa [email protected] Assistentes Comerciais Karen Lorrayne [email protected] Juliana Nunes Cézar [email protected] Comercial Renata Oliveira Tufi [email protected] Departamento Financeiro Rose Mary de Castro Nunes [email protected] Vanessa Paniago [email protected] Revisor Rafael Abrahão de Sousa Assinatura Beatriz Prado Lemos [email protected] Daniela Martins Urias [email protected] Fabiana Felix [email protected] Marília Gomes Nogueira [email protected] [email protected] Representantes Agromídia Desenvolvimento de Negócios Publicitários Tel: (11) 5092-3305 Essiê Publicidade e Comunicação Ltda Tel: (11) 3057 2547 [email protected] • www.essie.com.br Foto Capa: Embrapa Projeto Gráfico/Diagramação Diagrama Studio ® (34) 3226-9937 Pré-Impressão: Registro Bureau Impressão: Gráfica Brasil Rua Bernardino Fonseca, 88 - B. General Ozório Uberlândia-MG - 38.400-220 www.revistacampoenegocios.com.br (34) 3231-2800 EDITORIAL U ma epidemia se alastrou entre as lavouras brasileiras. As hor- taliças, que são cultivos mais sensíveis, foram as mais atingidas pelo vira-cabeça, que se tornou um pesade- lo para muitos produtores. Só para você saber, vira-cabeça é o nome dado à doença causada por um complexo de vírus composto, principal- mente, por quatro diferentes espécies de vírus denominados Tomato Spotted Wilt Virus (TSWV), Tomato Chlorotic Spot Virus (TCSV), Groundnut Ringspot Vi- rus (GRSV) e Chrysanthemum Stem Ne- crotic Virus (CSNV), pertencentes ao gê- nero Tospovirus, família Bunyaviridae. São eles os responsáveis pelas per- das na produção de tomate, alface, pi- mentão, jiló, berinjela, cucurbitáceas, cubiu, em plantas ornamentais, em cul- turas de amendoim, fumo e em hospe- deiras da vegetação espontânea. Então, qualquer tempo perdido pode ser prejuízo na certa. Assim, além de monitorar sua lavoura de pertinho, é preciso que você leia a matéria de capa dessa edição, que traz todas as infor- mações que você precisa saber, de for- ma detalhada. Enquanto isso, no Informe Técni- co é possível conferir novidades sobre a vagem, uma cultura que, apesar de estar listada entre as de pequeno porte, tem muito a agregar à sua rentabilidade. E não deixe de conferir também as novidades que trouxemos da Horti- tec. Nossa equipe esteve por lá e trouxe tudo em primeira mão, para você não perder nada. Fique conosco, e até julho! Miriam Lins Oliveira Editora 0,90 Ano VIII Nº 109 - JUNHO 2014 Nossos parceiros nesta edição Siga-nos em nossas redes sociais e fique por dentro das novidades: C C T T O Grower Consultoria, Comércio e Representação Vivaz

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Page 1: REVISTA HORTIFRÚTI

Diretora AdministrativaLuíza Arlete [email protected]

Diretora FinanceiraJoana D’ark Olí[email protected]

Diretora de JornalismoAna Maria Vieira Diniz - MTb [email protected]

Coordenador ExecutivoFransérgio Almeida Leã[email protected]

JornalistasEditora: Miriam Lins Oliveira - MTb [email protected]órter: Luize Hess Brito - MTb [email protected]ária: Gabriella [email protected]

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www.revistacampoenegocios.com.br

(34) 3231-2800

EDITORIAL

Uma epidemia se alastrou entre as lavouras brasileiras. As hor-taliças, que são cultivos mais

sensíveis, foram as mais atingidas pelo vira-cabeça, que se tornou um pesade-lo para muitos produtores.

Só para você saber, vira-cabeça é o nome dado à doença causada por um complexo de vírus composto, principal-mente, por quatro diferentes espécies de vírus denominados Tomato Spotted Wilt Virus (TSWV), Tomato Chlorotic Spot Virus (TCSV), Groundnut Ringspot Vi-rus (GRSV) e Chrysanthemum Stem Ne-crotic Virus (CSNV), pertencentes ao gê-nero Tospovirus, família Bunyaviridae.

São eles os responsáveis pelas per-das na produção de tomate, alface, pi-mentão, jiló, berinjela, cucurbitáceas, cubiu, em plantas ornamentais, em cul-turas de amendoim, fumo e em hospe-deiras da vegetação espontânea.

Então, qualquer tempo perdido pode ser prejuízo na certa. Assim, além de monitorar sua lavoura de pertinho, é preciso que você leia a matéria de capa dessa edição, que traz todas as infor-mações que você precisa saber, de for-ma detalhada.

Enquanto isso, no Informe Técni-co é possível conferir novidades sobre a vagem, uma cultura que, apesar de estar listada entre as de pequeno porte, tem muito a agregar à sua rentabilidade.

E não deixe de conferir também as novidades que trouxemos da Horti-tec. Nossa equipe esteve por lá e trouxe tudo em primeira mão, para você não perder nada.

Fique conosco, e até julho!

Miriam Lins OliveiraEditora

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Ano

VIII

Nº 1

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Nossos parceiros nesta edição

Siga-nos em nossas redes sociais e � que por dentro das novidades:

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Grower

Consultoria, Comércioe Representação

Vivaz

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nesta edição

06 CoMPo expõe na Hortitec

24 surto mundial de vira-cabeça exige controle

08 Gotejo enterrado em tomate

10 enxofre melhora sabor da cebola

12 Plantio de inverno exige híbridos

14 o que você precisa saber da curva de absorção

16 Manejo de produção do jiló

18 Bacillus subtilis contra nematoides

22 organominerais têm mais benefícios

32 ozonização contra fitopatógenos

34 indutores de resistência contra doenças

36 avocado é mais nutritivo

37 informe técnico da Vagem

46 dalneem mostra solução biológica

48 Hidroponia garante melhor pós-colheita

50 novo manejo da septoriose

52 Ácidos húmicos aumentam enraizamento

54 desvendando o fosfito

63 Balanço Hortitec

56 novidades no controle do cancro cítrico

58 nitrato de potássio induz quebra de dormência

60 as novidades do Cubiu

04 JUNHO 2014

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A COMPO é uma empresa ale-mã, com 50 anos, e produtora de fertilizantes especiais, pre-

sente na Europa, Ásia e América, ten-do o Brasil em destaque no seu mercado de atuação, Geraldo Friedrich, gerente geral da COMPO nas Américas, rela-ta que, quando a empresa iniciou suas atividades no Brasil, estava focada em fertilizantes foliares, mas evoluiu, com produtos especiais que vieram da Euro-pa, e agora tem um portfólio amplo com vários produtos para diferentes cultivos.

“Temos em nosso portfólio uma média de 60 itens, dentre os quais pro-dutos solúveis e granulados, foliares e de lenta liberação. Os diferenciais da nossa linha são a qualidade e a tec-nologia desenvolvida na Europa e na

evento

COMPOPresente nO dia a dia dO PrOdutOrA COMPO participou da Hortitec, mostrando sua linha de fertilizantes especiais. Os diferenciais da linha são a qualidade e a tecnologia desenvolvida na Europa e na América Latina

América Latina”, considera o gerente da empresa.

Evolução

A agricultura, horticultura e silvi-cultura estão em fase constante de evo-lução no Brasil, e por isso requerem produtos especiais. Assim, a COM-PO decidiu investir em fertilizantes cada vez mais eficazes, com tecnolo-gia aprovada em outros países, incor-porando-a aqui.

Divulgação

Para o visitante da Hortitec, as tec-nologias da COMPO cada vez mais tem ganhado força pelos resultados que apresentam no campo. Mas, Geraldo Friedrich faz questão de frisar que a empresa está no evento justamente para consolidar os resultados já conhecidos no exterior. “No Brasil é onde a COM-

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Temos em nosso portfólio uma média de 60 itens, dentre os quais produtos solúveis e granulados,

foliares e de lenta liberação

Na Hortitec, a COMPO apresentou sua linha de fertilizantes especiais

06 JUNHO 2014

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PO tem mais força, devido à sua equipe grande, forte e dinâmica. Temos, in-clusive, o apoio de um centro de pes-quisas especializado na Europa, com técnicos em cada país, desenvolvendo pesquisas locais”, pontua.

Ele exemplifica que, nacionalmen-te, a empresa tem um departamento técnico com três pessoas que continu-amente fazem ensaios e testam os pro-dutos, quanto à quantidade e forma de

evento

aplicação, buscando a melhor forma de aproveitamento para o agricultor.

“De todos os produtos que temos em nosso portfólio, temos elaborado estratégias para melhor direcioná-las à horticultura. a Hortitec é um palco para apresentarmos cada um deles, e, porque não, compartilharmos ideias”, conclui Geraldo Friedrich. •

Equipe COMPO presente na Hortitec 2014

Geraldo Friedrich, gerente geral da COMPO na América

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tomate

gotejo enterrado aumenta produtividadeExistem inúmeras influências ex-

ternas na agricultura, como mer-cado, volatilização de preços e va-

riação climática, as quais têm forçado o setor a pesquisar e se adaptar às tecnolo-gias mais avançadas.

Há uma tendência e necessidade de se programar estratégias de geren-ciamento mais eficientes e, ao mesmo tempo, continuar lutando para sobre-viver em um ambiente altamente com-petitivo no mercado.

O uso de sistemas de irrigação sub-terrânea por gotejamento traz mais oportunidades para que se irrigue de forma mais eficiente e, ainda, se au-tomatize todo o sistema. Com isso, o fato de todo o sistema de campo es-tar enterrado abre novas possibilida-des para a total mecanização do pro-cesso produtivo.

Entre um e outro

Existem muitas diferenças entre os projetos de irrigação por gotejamento de superfície e enterrada, sendo que o sistema subterrâneo permite o uso de sistema de saneamento de água para fins de irrigação.

Iron de Lima Rodrigues é produtor de tomate industrial na Fazenda Ale-gre, localizada no município de Itaberaí (GO). No total, ele cultiva 600 hecta-res, sendo 73 deles por sistema de gotejo enterrado e o restante, por pivô central.

O produtor conta que resolveu in-vestir no gotejo enterrado pelo fato de o tomate não tolerar água nas folhas, o que atrai doenças. “O melhor é jogar água na raiz. E o sistema de gotejo en-terrado me permite isso e a aplicação dos defensivos, tanto fungicidas quan-to inseticidas”, relata.

Iron salienta ainda como vantagem do gotejo enterrado o fato de ter um

produto de melhor qualidade, possibi-litando adubar a planta com mais fre-quência, por meio da fertirrigação. O reflexo são frutos com menos contami-nação por agroquímicos, que são todos aplicados diretamente na raiz, sem ter nenhum contato com os frutos, direta-mente. “Em função de tudo isso, me-lhorei o manejo e, consequentemente, a produtividade, que aumentou de 20 a 30%”, garante.

Produção

No plantio passado, Iron produziu 136 toneladas de tomate por hectare na área de gotejo enterrado, enquanto nos pivôs, geralmente, a média é de 85 a 90 toneladas. “O custo de implantação do projeto é quase o dobro do investimen-to para a implantação do pivô central. Entretanto, aproveitei alguns equipa-mentos do pivô, como adutora e casa de bomba, e por isso meu custo ficou me-nor”, informa o produtor.

Segundo ele, no pivô o investimen-to necessário é de R$ 7 mil por hectare, enquanto no gotejo fica em R$ 12 mil a R$ 13 mil/ha. “Com a diferença de produtividade, em dois anos o investi-mento se paga”, pontua.

“O investimento valeu a pena, pois aproveito a área que antes não dava para ser irrigada com o pivô. São mui-tas as vantagens do gotejo, inclusive o aproveitamento das áreas que são pro-dutivas, mas que o pivô central não atinge por ser circular e exigir solo pla-no”, justifica.

Projetos

Iron tem área disponível para ins-talar mais dois projetos de gotejo enter-rado em sua fazenda, sendo que o pró-ximo deve iniciar em 2015. O objetivo

é colocar gotejo enterrado até mesmo nas áreas de pivô, usar o equipamento somente enquanto a planta estiver no estágio inicial, como no pegamento das mudas, e entrar com o gotejo quando a planta estiver maior e com frutos.

Todo o sistema é automatizado, sen-do que, na fertirrigação, a única etapa manual é na manipulação dos produtos a serem aplicados. “Estou muito satis-feito com o resultado. Há três anos es-tou com o gotejo enterrado e até agora não tive problemas. Aplico fungicidas, inseticidas e todos os produtos sistêmi-cos pela raiz, via gotejo, sempre que as plantas precisam”, conclui. •

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08 JUNHO 2014

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enxofre melhora o sabor da cebola

nutrição

O enxofre (S) é um macronu-triente essencial para as plan-tas, constituindo aminoácidos

(cisteina e metionina) presentes em to-das as proteínas vegetais. Esse nutrien-te também apresenta funções em rea-ções enzimáticas, como na fotossíntese e na Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) pelas plantas leguminosas.

Algumas espécies possuem alta exi-gência de enxofre, a exemplo das famí-lias de plantas leguminosas (soja, feijão), brássicas (repolho, couve-flor) e liliáce-as, às quais pertencem as culturas da ce-bola e do alho.

Para a cultura da cebola, além do as-pecto nutricional, o enxofre tem papel fundamental na qualidade dos bulbos, no odor e no sabor característicos dessa espécie. A quantidade de compostos à base de enxofre determina a pungência da cebola, definida como a quantidade de compostos voláteis que conferem as características dessa espécie.

Claudinei KurtzEngenheiro agrônomo, mestre e doutorando em Ciência do Solo na Universidade Federal do Paraná (UFPR)Pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina – Estação Experimental de [email protected]

Falta ou excesso

Normalmente, a deficiência de en-xofre ocorre em solos com baixo teor de matéria orgânica, arenosos, intensiva-mente cultivados, sem reposição do nu-triente e com o cultivo de plantas exi-gentes, a exemplo da cebola.

As condições que afetam a minera-lização da matéria orgânica, como bai-xas temperaturas e déficit hídrico, tam-bém podem reduzir a disponibilidade do elemento, pois mais de 90% do en-xofre do solo estão ligados à matéria orgânica.

Sua absorção pelas plantas ocorre na forma de sulfato (SO4

-2), presente na solução do solo e que pode ser fa-cilmente lixiviado para camadas mais profundas pela percolação da água pro-veniente de chuva ou irrigação.

Realidade brasileira

Nas últimas safras, especialmente em 2013, diversas lavouras de cebo-la de Santa Catarina, principal esta-do produtor dessa hortaliça, apresen-taram sintomas da carência de S. Os sintomas nas plantas se caracterizam por amarelecimento das folhas mais novas, que se tornam finas e tortas, re-dução drástica no crescimento da par-

te aérea e radicular, bulbificação pre-coce e morte das plantas afetadas após alguns dias.

Em áreas de semeadura direta, o problema tem ocorrido com maior fre-quência e reduz a população pela mor-te das plantas, mas a carência também foi observada em áreas no sistema de transplante de mudas.

Atenção redobrada

Estudos realizados em casa de ve-getação, com a supressão de nutrientes e em lavouras deficientes, diagnostica-ram a deficiência do enxofre. Se a adu-bação corretiva com o S não for reali-zada de imediato, as lavouras afetadas com a deficiência desse nutriente po-dem ter redução drástica de produtivi-dade (superior a 50%), mesmo com a adoção de um bom padrão tecnológi-co nas lavouras.

A inobservância da deficiência de enxofre em lavouras, até pouco tempo atrás, se deve provavelmente à reposi-ção do elemento por meio de formu-lações – nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) – de adubos, as quais normal-mente continham o elemento na sua composição.

Com vistas a reduzir os custos de produção dos adubos minerais, as in-dústrias de fertilizantes têm comercia-lizado a maioria das formulações sem

Visão geral da lavoura com deficiência de enxofre e linhas com perda de estande pela morte de plantas afetadas

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10 JUNHO 2014

Page 9: REVISTA HORTIFRÚTI

Em 2014, a Cooperbatata rea-lizará a 7ª edição de seu Dia de Campo, voltado para a cul-

tura de batata. O local escolhido foi Vargem Grande do Sul / Casa Bran-ca (SP), a partir das 8 horas do dia 29 de junho.

O plantio começou em abril e, nes-te ano, também terá duas fases para apresentações dos resultados, assim como no ano passado: a vegetativa e a indoor. A fase vegetativa ocorrerá no campo, onde os produtores poderão ver de perto os resultados alcançados com o manejo da cultura a partir dos produtos e serviços ofertados pelas di-versas empresas participantes.

Enquanto isso, a fase indoor será realizada para apresentar o processo evolutivo e o desempenho no manejo da cultura por meio de vídeos, gráfi-cos e books de informações.

Acesse o site da Cooperbatata para ficar por dentro de todas as notícias do Dia de Campo 2014. •

Dia De Campo Cooperbatata agita o setor

evento

o nutriente. Outro fator que também contribui para o aparecimen-to da deficiên-cia é o aumen-to sucessivo de produtividade das principais culturas, como cebola e grãos.

Isso pro-move grande exportação do nutriente pelas colheitas, tor-nando inevitá-vel a sua repo-sição.

A correção do enxofre

Para corrigir a deficiência de en-xofre, quando diagnosticada na fase de lavoura, recomenda-se repor o nu-triente via solo (a lanço) com fórmu-las de adubos solúveis, como o sulfa-to de amônio (22% de S; 20% de N), facilmente encontrado no mercado e que apresenta alta concentração do ele-mento. Também podem ser usadas ou-tras fontes, a exemplo do gesso agrícola (sulfato de cálcio) (~ 16% de S; ~ 20% de Ca), do sulfato de potássio (15% de S; 50% de K2O), do sulfato de mag-nésio (11% de S; 10% de Mg) e de ou-

tras formulações comerciais contendo o enxofre.

A reposição do nutriente também pode ser realizada por ocasião do plan-tio ou semeadura, usando formulações de adubos mistas que contenham NPK + S ou formulações simples, como su-perfosfato simples (13% de S; 18% de P2O5), enxofre elementar (95-100% de S) e gesso agrícola.

Custo-benefício

O gesso agrícola normalmente tem custo baixo, por ser um resíduo indus-trial da fabricação de adubos fosfata-dos. A adubação foliar com o enxofre, embora possa auxiliar na recuperação das plantas deficientes, não é eficaz na

correção da ca-rência, por ser um nutrien-te exigido em quant idades relativamente altas.

No que concerne à ade-quada reco-mendação de S para cebola, ainda são escas-sos os resulta-dos de pesqui-sas no Brasil. No entanto, as

doses recomendadas para as diversas re-giões e culturas ficam, em média, entre 30-40 kg/ha. Resultados de pesquisa in-dicam que a exportação de enxofre, por meio da colheita da cebola, gira em tor-no de 30 kg/ha.

Diante disso, o produtor deve planejar a adubação com S em função da disponibilidade das fontes citadas e dos custos de aquisição dos produ-tos no mercado regional. Os custos da adubação com o S normalmente são menores em relação ao NPK pela menor quantidade exigida pelas plan-tas e por ser um nutriente acompa-nhante de outros elementos usados na adubação.•

O enxofre (S) é responsável pelo sabor e aroma da

cebola. Ele é essencial ao crescimento e desenvolvimento dos organismos vivos, por sua

participação na síntese de proteínas e aminoácidos

Detalhe de plantas normais e afetadas pela carência de enxofre

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11JUNHO 2014

Page 10: REVISTA HORTIFRÚTI

melhoramento

Atualmente, a escolha por beterra-bas híbridas é uma demanda do mercado que a cada dia está mais

exigente com relação à qualidade dos ali-mentos. Sendo assim, fez-se necessário que, até mesmo os produtores que a prin-cípio não abraçaram a ideia das beterra-bas híbridas, migrassem para essa cultura em busca de qualidade e altas produti-vidades.

Segundo Lucas Perdoná, consultor técnico de vendas especializado em hor-taliças, o inverno é uma época favorá-vel ao cultivo de beterrabas (salvo algu-mas regiões com climas específicos), por proporcionar condições climáticas que não são favoráveis ao desenvolvimento de diversas pragas e doenças que ata-cam essa cultura, além de boas condi-ções para que ela se desenvolva com boa performance.

Dessa forma, a possibilidade de con-seguir produzir altos volumes com um custo reduzido é maior. Com a pressão de doenças sendo menor, fica mais fácil manter a quantidade e qualidade das fo-lhas, em comparação ao cultivo de ve-rão, proporcionando uma boa proteção da parte superior da raiz, o que confe-re melhor qualidade da pele que fica na parte externa do solo.

“É importante salientar que a dispo-nibilidade de água para irrigação é um fator extremamente importante, ainda mais nos anos atípicos que estamos atra-vessando”, avalia Lucas Perdoná.

Cultivo de inverno

Entre as características exigidas para um plantio de beterraba híbrida no in-verno estão: boa retenção foliar, para que seja possível a comercialização em maços; adaptabilidade a alterações cli-máticas; pele muito lisa; ausência de anéis internos brancos; coloração roxa

Plantio de inverno exige beterraba híbridaA beterraba híbrida é uma excelente opção para o plantio de inverno, garantindo maior produtividade e qualidade final do produto

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12 JUNHO 2014

Page 11: REVISTA HORTIFRÚTI

melhoramento

escura, tanto interna quanto externa; formato arredondado e uniformidade.

Produtividade

Em boas condições e com uma boa condução da lavoura, Lucas Perdoná ga-rante que é possível chegar a altas produ-

ções. “Na safra de inverno, em São Paulo, temos regis-tro de até três mil caixas por hectare”, informa.

No Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, Diego

Horan do Carmo, consultor técnico de vendas, e Christiano

de Oliveira Veiga, consultor téc-nico de desenvolvimento, confir-mam tais produções.

Investimento em híbridos

O investimento necessário para a aquisição da beterraba híbrida é maior; entretanto, segundo Lucas Perdoná, isso não significa que a semente seja cara. “Com o volume de produção e a alta qua-lidade obtidos, a semente corresponde a uma pequena parcela no custo total da la-voura”, justifica.

Agregado de valor

O valor de mercado conseguido pelo

produtor com a beterraba híbrida é, se-guramente, melhor, sendo a alta qua-lidade do produto a principal respon-sável por isso. De acordo com Lucas Perdoná, existem variações de preços no decorrer do ano, mas, sem dúvida alguma, o valor da beterraba híbrida sempre é maior que o de uma beterra-ba de polinização aberta (OP).

Custo-benefício

Uma lavoura de material OP difi-cilmente será absorvida pelo mercado, mesmo sendo comercializada por um valor menor. “Temos como exemplo o Nordeste, que era uma região onde ain-da se cultivavam áreas com materiais OPs e que já está migrando para os hí-bridos, devido às diferenças de qualida-de e produtividade. Hoje podemos di-zer que o custo com a semente é uma das menores parcelas que compõem o gasto com a lavoura de beterraba hí-brida, senão a menor”, conclui o espe-cialista.•

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Page 12: REVISTA HORTIFRÚTI

Curva de absorçãode nutrientes Com a genétiCa da semente

nutrição

O plantio de sementes genetica-mente modificadas tem mui-to a contribuir para os pro-

dutores de hortaliças em geral, no que diz respeito à produtividade das cul-turas. Embora a genética tenha que-brado o seu habitat natural (genótipo), a nutrição dessas plantas tem melho-rado o desempenho produtivo das se-mentes.

No processo de produção, tem mu-dado bastante o estado nutricional das hortaliças, melhorando o seu desempe-nho, a qualidade de clorofila da plan-ta e a obtenção de resultados favoráveis destinados à resistência ao ataque de pragas e doenças e à estiagem em de-terminadas regiões do Brasil.

Melhoramento x nutrição

A semente geneticamente modifi-cada vem sendo cada vez mais planta-da devido às suas vantagens em relação às demais sementes convencionais, em se tratando de produtividade e custo.

Segundo Elizandro Lima de Mo-rais, técnico agrícola em Assistência Técnica e Extensão Rural, o manejo nutricional estabelecido deve ser ado-tado em determinado estado vegetati-vo da cultura. É preciso observar o seu desenvolvimento naquela fase, pois os nutrientes a serem aplicados seguem a curva de absorção e precisam ser apli-cados de maneira parcelada, verifican-do a progressão em determinado está-gio da cultura.

Uma vez estabelecido o manejo ade-

quado, deve-se respeitar a quantidade ideal de macro e micronutrientes que a planta realmente necessita, lembrando sempre que o excesso de nutrientes na planta acarretará em distúrbios fisioló-gicos, causando perdas e consequências devastadoras na lavoura.

Dicas úteis

O manejo nutricional ideal para a produção de hortaliças precisa tra-zer o melhor custo-benefício, com resultados satisfatórios, utilizando técnicas adequadas ao processo de aplicação de determinados nutrien-tes (macro e micro). “Deve-se sempre aplicar a quantidade certa, não des-perdiçando nenhum produto, sendo que as aplicações podem ser feitas, de modo parcelado, em pequenas quan-tidades e em curto período. O mais importante é que as necessidades das plantas sejam supridas”, detalha Eli-zandro Lima.

Quando o produtor utilizar qual-quer produto de natureza sólida ou lí-quida, ele deve sempre fazer a amorti-zação dos dois produtos, verificando a viabilidade na nutrição das hortaliças, pois há opções em produtos de reação mais rápida ou que se perdem mais ra-pidamente por lixiviação, volatilização e evapotranspiração.

Para não errar, o profissional indi-ca que, sempre que possível, o produtor procure um técnico ou agrônomo com conhecimento na área para ter infor-mações mais detalhadas, inclusive de

produtos que favoreçam uma boa pro-dutividade.

Resultados

O sucesso de qualquer cultivo de-pende de vários fatores, sendo a nutrição mineral um dos principais. O conheci-mento do processo de absorção e extra-ção de nutrientes, em diferentes fases de planta, fornece subsídio para a aplicação racional dos fertilizantes, utilizando-os nas fases e dosagem corretas.

Nesse sentido, os nutrientes mine-rais desempenham função essencial e específica no metabolismo das plan-tas; um papel estrutural, constituin-te de enzimas e ativadores de reações enzimáticas, afetando assim a veloci-dade de muitas reações do metabolis-mo vegetal.

A curva de absorção de nutrientes estabelece precisamente a programa-ção de uso dos adubos e fertilizantes nas culturas, de acordo com o estágio fisiológico de máxima absorção de nu-trientes, objetivando uma produtivida-de maior no processo produtivo de hor-taliças.

A nutrição e a genética estão caminhando juntas, rumo às altas produtividades

14 JUNHO 2014

Page 13: REVISTA HORTIFRÚTI

nutrição

A adequada aplicação de fertilizan-te implica em menores perdas de adu-bos e potenciais riscos tóxicos provoca-dos por elevadas concentrações salinas, além de minimizar os danos ambien-tais, levando sempre em consideração o fator qualidade do produto final.

Investimento

O investimento, avalia Elizandro Lima, será maior para aqueles que não utilizam as técnicas de análise de solo da área, um método indispensável para obter a direção a ser tomada com os in-sumos a serem empregados no local. “Só assim pode ser feita uma progra-mação da aplicação alternada de in-sumos, e o resultado disso é a econo-mia de insumos. Mas, sem a análise de solo, o custo será afetado imedia-tamente, pois não haverá parâmetros para aplicar os nutrientes, os quais po-dem ser utilizados em excesso ou escas-sez”, alerta o técnico agrícola. •Sh

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Page 14: REVISTA HORTIFRÚTI

Manejo de produção do jiló

cultivo

O Sindicato Rural de São Go-tardo realiza a 3ª edição da Fenacampo nos dias 15 e

16 de julho, no Parque de Exposi-ções de São Gotardo (MG). “A cada ano, nossa feira cresce mais e con-centra o que há de melhor no mer-

FenacaMpo - a Feira de negócios do alto paranaíbacado agrícola da região. A Fenacampo acontece, estrategicamente, numa das regiões de maior potencial agrícola do país e concentra produtores e forne-cedores num ambiente favorável para a realização de bons negócios. Em 2013, a Fenacampo reuniu 48 empre-

sas expositoras e mais de 200 pro-dutores rurais da região. A expec-tativa é receber 300 produtores; 60 expositores e um volume de negó-cios em torno de R$ 20 milhões”, diz Sabrina Miyazaki, assessora de Comunicação do evento. •

O jiloeiro é cultivado nomeada-mente na região Sudeste do Brasil, em que Rio de Janeiro

e Minas Gerais são os principais produ-tores. Os estados de São Paulo e Espíri-to Santo também apresentam expressiva produção no contexto nacional. As pro-dutividades médias nessas regiões va-riam de 20 a 60 t/ha.

O mercado dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janei-ro prefere cultivares de frutos alonga-dos e coloração verde-clara, enquanto os consumidores de São Paulo optam por frutos redondos e de coloração ver-de-escura.

O jiloeiro pertence à família Sola-naceae e apresenta frutos de casca fina, formato oblongo, redondo ou alongado e sabor amargo bastante característico. É cultivado basicamente na primavera-verão; no entanto, o cultivo nessa época favorece a incidência de insetos e do-enças que podem, muitas vezes, com-prometer a produção.

Manejo

João Marcos Junqueira Ribeiro, en-genheiro agrônomo e extensionista agro-

pecuário da Empresa de Assistência Téc-nica e Extensão Rural (EMATER), explica que o plantio de jiló pode acon-tecer o ano inteiro, mas, de preferência, em épocas mais quentes.

Uma planta de jiló produz por qua-tro meses. Depois de plantada, ela pre-cisa de 90 dias para começar a produzir e permanece por quatro meses dando frutos. “O jiló tem que ser estaqueado, e o produtor precisa fazer adubações de plantio e de cobertura com o solo bem corrigido. Se o plantio for de ve-rão, é importante que o produtor faça uma irrigação suplementar e, se o plan-tio for de inverno, é essencial a irriga-ção”, esclarece.

Adubação e transplantio das mudas

João Marcos tem um tipo de “recei-ta de bolo”, no que diz respeito à aduba-ção do jiló, para quem não faz a análise de solo, técnica mais precisa e confiável. “O ideal é, no adubo orgânico, três litros de esterco de curral em cada cova, e, no adubo químico, a fórmula 4-14-8. É im-portante também aplicar boro e esperar

pelo menos cinco dias, depois de colo-car o adubo na cova, para transplantar a muda. Quanto à adubação de cobertura,

Com orientação técnica, cultivo de jiló pode ter qualidade e produtividade aumentadas

Luiz

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16 JUNHO 2014

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A nova linha especial de to-mates Sêneca e Verônica, desenvolvida pela Isla Se-

mentes, já está disponível em Por-to Alegre (RS) nos supermercados Zaffari Ipiranga, Bourbon Ipiranga, Bourbon Wallig, Higienópolis, As-sis Brasil e Bourbon Country.

Essa linha de tomates é a primei-ra de um moderno projeto desenvol-vido pela Isla, que irá disponibilizar produtos diferenciados, de alta qua-lidade e alto valor agregado, direta-mente para a mesa do consumidor. Tais produtos são comercializados em modernas embalagens, com de-sign diferenciado, e contam com tec-nologia de rastreabilidade e controle de produção.

Os produtos dessa linha especial de tomates são diferenciados: são for-necidos por produtores selecionados, que atendem a rigorosos requisitos, e controlados durante todo o processo de produção, desde o cultivo prote-gido até as boas práticas de manejo.

Sêneca e Verônica têm como ca-racterística a pouca quantidade de água. Portanto, são saborosos toma-tes de muita massa, que podem ser consumidos em saladas e, especial-mente, em molhos. A ideia do proje-to é buscar parcerias com outras re-giões produtoras, mantendo o mesmo padrão de qualidade, para garantir o fornecimento nas demais épocas do ano e nas outras regiões do país. •

Isla lança lInha de tomates especIaIs

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ção

podem ser feitas cinco aplicações, cada uma com 20 gramas do adubo 12-06-12 ou do 10-05-10 por planta”, indica.

A primeira cobertura deve ser fei-ta com 30 dias de plantio, e, as demais, a cada 20 dias. As mudas precisam ser levadas para o campo quando estive-rem com cinco ou seis folhas bem defi-nidas, ou, ainda, com 15 cm de altura.

Irrigação

O sistema de irrigação ideal para o jiló é a aspersão ou o gotejo com fer-tirrigação, sendo indicada, em alguns casos, a aspersão.

Pragas e doenças

Em relação às pragas e doenças, o jiló é mais rústico que o tomate. En-tretanto, a cultura enfrenta problemas com a mosca-branca, exigindo pulve-rizações a cada 15 dias, pelo menos. Outros problemas que podem atingir a cultura são oídio, pinta preta e an-tracnose.

Para o controle, João Marcos in-dica que o produtor utilize sementes e mudas de empresas idôneas, certifica-das e com resistência a algumas pra-gas e doenças.

Custo de produção

Comparado ao tomate, o custo de produção do jiló é cerca de 30% me-nor, devido à menor exigência nutri-cional. Já o preço de mercado está, em média, R$ 20,00 a caixa. “O jiló é um prato barato, que tem maior demanda como tira-gosto, sendo que, no inver-no, a venda desse produto é mais aque-cida”, avalia João Marcos. •

Alternativa de produção

Joaquim Sobrinho Alves da Cruz produz um pouco de cada cultura no sítio Batizal Correia de Almeida, na região de Barbacena (MG). O jiló en-trou como mais uma opção. “O bom de produzir jiló é porque o custo de produção é baixo e a produtividade, alta. Separei meio hectare para essa cultura, e neste ano cheguei a vender a caixa por R$ 35,00 e R$ 40,00. Em algumas safras, produzi 250 caixas de jiló, o que me rendeu um bom lucro”, revela o produtor.

Para irrigar e adubar a lavoura, ele investiu na fertirrigação, via gotejo e aspersão, o que reduz a mão de obra e aumenta a produção. “Se não inves-tir, não tem retorno. Por isso, tam-bém sigo à risca as recomendações dadas por agrônomos quanto à adu-bação, à irrigação e ao controle fitos-sanitário”, afirma.

lançamento

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BIOLÓGICOS

Bacillus suBtilisBiocontrolador de nematoides em hortaliçasRodrigo Vieira da SilvaEngenheiro agrônomo e doutor em Fitopatologia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), professor do IF Goiano – Câmpus [email protected] Brenda Ventura de Lima e SilvaEngenheira agrônoma e mestre em Fitopatologia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), professora substituta do IF Goiano – Câmpus Morrinhos

As áreas cultivadas com horta-liças no Brasil são geralmente submetidas à prática de culti-

vos intensivos, onde se faz a irrigação e o uso contínuo do solo durante todo ano. Este sistema favorece a multiplica-ção dos nematoides, tendo como conse-quência grande prejuízo devido ao seu parasitismo.

Nematoides parasitos de planta

Os nematoides constituem-se num dos mais antigos microrganismos capa-zes de causar doenças em plantas. No entanto, estes ainda continuam desco-nhecidos por grande parte dos agricul-tores pelo fato de viver todo, ou parte de seu ciclo de vida, escondido no solo.

Os nematoides parasitos de plan-tas são vermes filiformes, quase transpa-rentes, minúsculos, geralmente medindo menos de um milímetro de comprimen-to, sendo necessária a utilização de mi-croscópio para a sua visualização. Apesar disso, os mesmos causam grandes preju-ízos à agricultura, em função de infectar praticamente todas as plantas cultivadas.

Dentre os nematoides, os formadores de galhas radiculares, pertencentes ao gê-nero Meloidogyne, constituem-se no prin-cipal grupo de nematoide para a agricultu-ra. Isto se deve a sua capacidade de infectar e causar prejuízos econômicos em prati-camente todas as espécies de plantas cul-tivadas, com destaque para as hortaliças.

Sintomas

Os nematoides infectam principal-mente os órgãos subterrâneos, como ra-ízes, bulbos, tubérculos e rizomas, onde pode ocorrer uma diminuição drástica das raízes finas, engrossamentos, racha-duras, escurecimento e degradação dos tecidos corticais.

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BIOLÓGICOS

Os sintomas da parte aérea são se-melhantes aos causados por deficiên-cia nutricional, subdesenvolvimento, folhas pequenas e amareladas. Porém, pode ocorrer também: murcha, necrose foliar, queda de folhas, declínio geral, causando redução na produção e depre-ciação do produto comercial e, em caso de alta densidade de nematoide, pode até levar à morte da planta.

Controle

Para o controle de doenças causa-das por nematoides, o uso de nematici-das tem sido evitado, por ser uma prá-tica muitas vezes ineficiente, de custo elevado, que impõe riscos ao aplicador e ao ambiente, além de destruição da microflora do solo e contaminação do lençol freático.

A rotação de culturas apresenta al-gumas limitações e a utilização de cul-

tivares resistentes, apesar de eficiente, esbarra no fato de existir poucos ma-teriais resistentes a nematoides, prin-cipalmente ao se tratar das hortaliças.

Portanto, explorar outras estraté-gias que permitam minimizar a ação do patógeno faz-se necessário. Nos úl-timos anos intensificaram-se as pesqui-sas por métodos alternativos eficientes e ambientalmente seguros para o ma-

nejo de fitonematoides em culturas de interesse econômico, tal como o con-trole biológico.

Controle biológico

Este método de controle visa à redu-ção da população de determinado pató-geno por meio de outro organismo vivo. Este pode ocorrer naturalmente na área

Sintomas de nematoides em pimentão

IAC

Page 18: REVISTA HORTIFRÚTI

infestada pelos nematoides ou serem se-lecionados e introduzidos pelo homem. Dentre os inimigos naturais dos nema-toides encontram-se os fungos, bacté-rias, nematoides predadores, protozo-ários, ácaros, colêmbolas e tardígrados.

Os microrganismos da rizosfera, conhecidos como rizobactérias promo-toras de crescimento de plantas, têm proporcionado defesa contra o ataque de patógenos de solo em plantas, inclu-sive de fitonematoides. Isolados sele-cionados de B. subtilis foram relatados como antagonistas de diversas espécies de nematoides, inclusive de Meloidogy-ne, podendo ser utilizados no manejo deste patógeno em culturas de impor-tância econômica, tais como as horta-liças.

Controle biológico com Bacillus subtilis

O gênero Bacillus está entre os agen-tes mais utilizados em biocontrole de doenças de plantas, devido a seu rápi-do crescimento em meio de cultura lí-quido, à ausência de patogenicidade, ou seja, não causam doenças.

Vale ressaltar outros fatores, como a capacidade de formação de esporos, denominados de endósporos que, por sua vez, apresentam maior tolerância à temperatura, bem como condições ex-tremas de pH e tempo de estocagem.

Esta bactéria é amplamente encontra-da no solo, pelo fato de crescer em uma vasta gama de temperaturas e apresentar alta velocidade de crescimento, além da capacidade de se mover.

Diante desses fatores, é o gênero com maior destaque, sendo que em produtos à base de Bacillus, a espécie Bacillus sub-tilis representa cerca de 62% dos produ-tos comercializados no mundo.

Promoção de crescimento em plantas

A espécie B. subtilis é uma bactéria gram positiva com forma de bastonete, habitante natural do solo, produz anti-

bióticos, enzimas e fitormônios que pro-porcionam benefícios para as plantas.

A promoção de crescimento oca-sionada por B. subtilis é consequência do aumento da fixação de nitrogênio, solubilização de nutrientes, síntese de fitormônios e melhoria das condições do solo, além dos benefícios indiretos pela supressão deste ambiente contra microrganismos maléficos.

Adicionalmente, a associação be-néfica proporciona o aumento fisioló-gico de metabólitos que desencadeiam a sensibilidade do sistema radicular às condições externas, proporcionando a facilitação da absorção de nutrientes. Além disso, esta bactéria também tem a capacidade de conduzir a regulação hormonal de plantas, onde controla o crescimento radicular pela síntese de auxina, giberelina e citocinina.

Estes mecanismos promovem o cres-cimento da planta, proporcionando a rá-pida germinação, emergência de plân-tulas e incremento no desenvolvimento vegetativo e reprodução. Estes fatores favorecem uma maior tolerância ao ata-que de agentes causadores de doenças e às condições adversas do ambiente.

A título de exemplo, a inoculação

de B. subtilis em plantas de tomate pro-porcionou um aumento da emergência e peso seco das mudas de 29 a 33% em relação às plantas cultivadas na ausên-cia da bactéria.

Modo de ação de Bacillus subtilis nos nematoides

Esta bactéria pode ocupar nichos ecológicos distintos em associação com plantas, estabelecendo-se na rizosfera, rizoplano, filoplano e nos tecidos inter-nos, onde se multiplicam, sobrevivem e se protegem da ação antagonística do restante da microflora autóctone.

No caso do B. subtilis, uma média de 4 a 5% do seu genoma é direcionado para síntese de antibióticos, sendo capaz de produzir mais de 20 compostos antimi-crobianos. A bactéria produz endotoxi-nas que interferem no ciclo reprodutivo dos nematoides, reduzindo a produção de ovos e inibindo a eclosão de juvenis.

Além disso, a bactéria interfere na produção dos exsudatos radiculares que causa a desorientação dos juvenis do ne-matoide, que é a fase infectiva, dificul-tando que este encontre e infecte a raiz.

Em razão dos múltiplos mecanis-

Para a cebola, a técnica também tem expressivos resultados na

sanidade das plantas

BIOLÓGICOS

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mos de ação atribuídos a B subtilis, a mi-crobiolização de sementes de tomateiro com esta bactéria pode ser uma alter-nativa para diminuir a infecção de ne-matoides nas raízes das plantas. Ainda apresentam as vantagens de, associado a estas características, os produtos à base de B. subtilis não necessitarem de perí-odo de carência, podendo aplicar até a colheita, com baixa toxidez, o que per-mite entrar na área tratada quatro horas após a aplicação; e compatibilidade em misturas de tanque com produtos regis-trados, tais como cobre, enxofre e mi-cronutrientes, inseticidas e fungicidas.

Ação sobre outros patógenos

Além dos nematoides, os isolados de B. subtilis apresentam ação contra outros importantes microrganismos que causam doenças em hortaliças, tais como os fungos e as bactérias.

O antagonismo direto exercido con-tra fitopatógenos apresenta o envolvi-mento dos conhecidos mecanismos de antibiose, como a síntese de substân-cias antimicrobianas, o parasitismo e a competição por espaço e nutrientes e a síntese de compostos, como lipopeptí-

deos e outras substâncias voláteis que atuam no mecanismo indireto de ati-vação do fenômeno de resistência sistê-mica em plantas.

Manejo da bactéria no solo

A correção do pH, a manutenção da umidade adequada, a rotação de cul-turas, a adubação equilibrada, além da incorporação no solo de substâncias or-gânicas e inorgânicas também têm co-laborado para o manejo de B. subtilis no solo.

Além de componentes da popula-ção microbiana do solo, o rizoplano e filoplano das espécies cultivadas no lo-cal influenciam no nível populacional desta bactéria.

Benefícios para o solo

A atividade de B. subtilis no solo tem colaborado para a mineralização da ma-téria orgânica, além de contribuir no controle de microrganismos patogêni-cos. A elevação da disponibilidade de fósforo solúvel no solo tem sido também relacionada com o metabolismo desta bactéria no solo, o que contribui para o maior desenvolvimento das plantas pelo aumento na absorção desse elemento.

A inoculação da semente com isola-dos de B. subtilis aumenta a taxa de solu-bilização do fósforo, além de aumentar a produção de algumas enzimas, tal como a nitrogenase, quitinases e glucanases.

Produtos comerciais

Em função das vantagens propor-cionadas pelo uso de B. subtilis em plantas, alguns bioformulados levam em sua rotulagem a característica de amplo espectro contra fitopatógenos, além do efeito adicional de promotor de crescimento.

No mercado internacional existem diversos produtos com registro de uti-lização em plantios de hortaliças da fa-mília das cucurbitáceas, hortaliças fo-lhosas, crucíferas, pimentão, cebola, tomate, cenoura, entre outras.

No Brasil existem alguns produtos à base de B. subitilis sendo comerciali-zados para fins de controle de doenças

de plantas, ou como condicionadores de solo, entretanto sem registro no MAPA. Isto se deve principalmente à dificuldade encontrada no registro dos agentes bio-controladores, pois a legislação é a mes-ma utilizada para os agrotóxicos.

Viabilidade técnica e econômica

O custo de aquisição e aplicação de formulados a base de B. subtilis para o controle de nematoide é mais barato do que a utilização de agro-químicos sintéticos. No entanto, o nível de controle está na ordem de 30 a 60%.

A viabilidade econômica de um sistema de produção representa um fator que interfere diretamente na opção do agricultor e quem sabe deva ser o principal fator a ser considera-do para a melhor aceitação do con-trole biológico.

Quando há viabilidade econômi-ca no método, faz com que ocorra também o estímulo para a utiliza-ção do produto biológico por parte do produtor. Neste contexto, a uti-lização do produto biológico à base da bactéria promotora de crescimen-to B. subtilis deve ser integrada na fi-losofia do manejo integrado de ne-matoides, sendo utilizada como uma das estratégias de controle.

Tendência

A utilização do controle biológico dentro da filosofia do manejo integrado de doenças de plantas é uma necessida-de da agricultura atual do terceiro mi-lênio, pois o uso constante e exagerado de grandes volumes de agroquímicos agride cada vez mais o meio ambiente e interfere no equilíbrio do ecossistema.

O uso das rizobactérias promoto-ras de crescimento de plantas, tal como B. subtilis apresenta-se como uma ex-celente estratégia de manejo de fitone-matoides para a agricultura atual, sen-do eficiente e segura ambientalmente, reduzindo a dependência de defensi-vos químicos sintéticos que agridem o meio ambiente e a saúde dos aplicado-res e consumidores. •

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BIOLÓGICOS

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FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS TÊM MELHOR CUSTO-BENEFÍCIO

VANTAGENS

O fertilizante organomineral pos-sui como diferencial a presença de matéria orgânica bioestabi-

lizada como preenchimento da fórmula. Enquanto os adubos químicos são cons-tituídos na sua totalidade por elementos minerais, o organomineral carrega con-sigo o benefício dos fertilizantes minerais e a potencialidade agronômica da maté-ria orgânica.

Os efeitos positivos da matéria or-gânica para os solos podem ser dividi-dos em físicos, químicos e biológicos. Em relação aos efeitos físicos, ela me-lhora a estrutura dos solos, evita perdas elevadas de água e nutrientes em solos arenosos e, em solos pesados e compac-tos, promove o arejamento do solo e o aproveitamento da água, ocasionando maior resistência às secas.

Efeitos químicos

Quanto aos efeitos químicos, a ma-téria orgânica auxilia na regulação do pH, neutralizando solos ácidos e alca-linos, reduz a disponibilidade de subs-tâncias tóxicas no solo, é rica em subs-tâncias minerais e orgânicas essenciais ao desenvolvimento das plantas, con-verte elementos nutritivos em formas disponíveis para a planta absorver e atua como agente quelante em íons me-tálicos em condições alcalinas, promo-vendo a sua absorção pelas raízes.

Já em relação aos efeitos biológicos, estimula o crescimento e a proliferação de microrganismos bené� cos no solo, sendo estes responsáveis pela produ-ção contínua de húmus e pelo melho-ramento da estrutura do solo; estimu-la o crescimento radicular, permitindo uma absorção melhor dos nutrientes; e aumenta a respiração e formação de raízes.

Dessa maneira, o uso dos fertili-zantes organominerais pode propiciar maior sustentabilidade à produção agrí-cola, na medida em que diminui em até 10% a utilização de fertilizantes quími-cos. Além disso, pode haver um ganho de produtividade de 10 a 20%, ao mes-mo tempo em que a e� ciência pode ser 15% maior.

Adubos granulados

No caso do produto granulado, tem-se a vantagem de ser inodoro, além de

poder ser aplicado junto com o adubo convencional de uma só vez, o que re-presenta economia de trabalho e óleo diesel.

Os fertilizantes organominerais gra-nulados contribuem ainda para a repo-sição de carbono no solo, retirando-o da camada de ozônio. Há um efeito cumu-lativo no decorrer dos anos; logo, o agri-cultor soma esse carbono no solo, o que melhora os níveis de fertilidade – os fer-tilizantes tradicionais não têm essa ca-pacidade.

Como aplicá-lo A adubação deve ser baseada na aná-

lise de solo e seguir orientação técnica de um pro� ssional com experiência na cultura. A aplicação é realizada da mes-ma forma que um adubo químico con-vencional. No entanto, à medida que a microbiota do solo é ativada pela maté-ria orgânica presente no fertilizante or-ganomineral, os minerais vão sendo li-berados gradativamente para as plantas. Esse processo garante expressiva redução da perda do mineral, seja por volatiliza-ção de nitrogênio, � xação de fósforo ou lixiviação de potássio e nitratos.

Diego Henriques SantosDoutor em Agricultura e engenheiro agrônomo da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (CODASP)[email protected]

Diego Henriques Santos, doutor em Agricultura e engenheiro agrônomo da CODASP

22 JUNHO 2014

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vantagens

Resultados para as hortaliças

O uso de fertilizantes organomi-nerais é uma das alternativas para pro-piciar maior rendimento às hortaliças em geral, além de melhor qualidade. Os trabalhos desenvolvidos por univer-sidades e institutos de pesquisas têm relatado essa melhoria de produção e qualidade em diversas hortaliças.

Em trabalho realizado pela Univer-sidade Federal de Uberlândia (UFU) com alface, foi avaliada a produção de mudas e a produção comercial em fun-ção da aplicação foliar de fertilizantes organominerais líquidos.

As mudas tratadas apresentaram maior altura, número de folhas e mas-sa fresca da parte aérea. Foi verifica-do que as mudas tratadas proporcio-naram maior massa das raízes. Para a produção comercial, constatou-se que as plantas tratadas com os fertilizantes organominerais líquidos tiveram maior diâmetro, maior massa fresca da par-te aérea e da raiz, quando comparadas com a testemunha.

Outros trabalhos apontam resulta-dos positivos também para outras cul-turas, como rúcula, coentro, ceboli-nha, hortaliças-frutos (como tomate e pimentão) e hortaliças-raízes (como

beterraba, cenoura e batata), com re-sultados positivos em relação a núme-ro de folhas, altura das plantas, mas-sa fresca e seca da parte aérea e raízes.

Enquanto isso, a pesquisa desen-volvida pela Universidade Estadu-al de Maringá (UEM) com a cultura do repolho, comparando um fertili-zante organomineral comercial com a adubação mineral convencional da cultura, apontou um custo da mine-ral de R$ 770,00 por hectare, sendo a organomineral pouco superior: R$ 800,00/ha.

O estudo levantou as rendas bruta e líquida de cada um dos usos, e os resul-tados revelaram que a adubação mine-ral (convencional) apresentou liquidez de R$ 32.697,00 por hectare, enquan-to a adubação organomineral foi de R$ 41.592,00/ha. Dessa forma, houve uma rentabilidade de 17,2% para o mineral e de 49,1% para o organomineral, dei-xando clara a grande vantagem do fer-tilizante organomineral em relação ao custo-benefício.

Custo-benefício

A relação custo-benefício é mui-to positiva já a partir do segundo ci-clo de uso, aumentando cada vez mais em longo prazo. Isso acontece porque o adubo organomineral devolve vida ao solo, incentiva a proliferação de mi-crorganismos e reestrutura o solo, que absorve melhor os nutrientes aplicados. Em geral, após quatro anos de uso do adubo organomineral, é possível apli-car até metade da quantidade que esta-va sendo utilizada inicialmente.

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24 JUNHO 2014

CAPA

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Surto mundial devira-cabeça deixaSetor em alerta

Entre as culturas mais afetadasestão o tomate e a alface, que já amargam prejuízos de 100%, devido à morte rápida da planta

Vira-cabeça é o nome dado à do-ença causada por um complexo de vírus composto, principal-

mente por quatro diferentes espécies de vírus denominados Tomato Spotted Wilt Virus (TSWV), Tomato Chlorotic Spot Virus (TCSV), Groundnut Rin-gspot Virus (GRSV) e Chrysanthemum Stem Necrotic Virus (CSNV), perten-centes ao gênero Tospovirus, família Bunyaviridae.

Todas essas espécies causam sinto-mas típicos de bronzeamento das folhas mais jovens, podendo ocorrer, também, sintomas de clorose e paralisação do de-senvolvimento da planta. “As folhas fi-cam distorcidas e pode haver lesões ne-cróticas no limbo e no caule das plantas afetadas. Os sintomas podem variar de acordo com a idade, as condições nu-tricionais, a variedade e as condições ambientais, sendo sempre mais severos quando a infecção ocorre em plantas jo-vens”, alerta Addolorata Colariccio Tre-visan, pesquisadora do Laboratório de Fitovirologia e Fisiopatologia do Insti-tuto Biológico (IB).

A doença pode ocasionar, tam-bém, necrose da parte apical da plan-ta, o que resulta em posterior tomba-mento do ponteiro, sintoma que deu origem à denominação de vira-cabeça, em tomateiro, para essa doença.

Os sintomas também se manifes-tam nos frutos, sendo que no tomatei-ro e no pimentão os frutos apresentam sintomas de anéis concêntricos, al-ternados com manchas amareladas e anelares, que podem ser cloróticas ou necróticas. Em folhosas, entre elas a alface, ocorre a paralisação do cresci-mento da parte interna das plantas.

Transmissão

O vírus é transmitido de modo cir-culativo persistente não propagativo, por insetos vetores popularmente denomi-nados tripes. Esses insetos pertencem a três gêneros diferentes: Frankliniella, Scirtothrips e Thrips.

Addolorata Colariccio informa que o inseto adquire o vírus durante o perí-odo da alimentação, obrigatoriamente na fase de larva, o qual irá circular e re-plicar no corpo do inseto que, por sua

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25JUNHO 2014

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vez, permanecerá infectado por toda a sua vida.

A eficiência da transmissão está re-lacionada à polifagia e à reprodução. Isso quer dizer que os insetos produ-zem um grande número de ovos, du-rando o ciclo de vida dos insetos de 10 a 25 dias, sendo mais curto em tem-peraturas mais altas. Isso propicia um maior número de gerações e, portanto, a maior disseminação do vírus.

Existe, ainda, a predominância de um dos gêneros, conforme a região em que se localiza a cultura. Em São Pau-lo, por exemplo, predomina a espécie Frankliniella shultzei.

O surto dos últimos tempos

Para a pes-quisadora Ad-dolorata Co-lariccio, o que provavelmen-te provocou o surto de vira-cabeça foram as condições cli-máticas, tem-peraturas ele-vadas e baixa umidade. “Outro fator pode estar as-

sociado ao material genético que vem sendo usado pelos agricultores, sem re-sistência genética”, relata.

No Brasil, tem sido diagnosticada a ocorrência do TSWV e do TCSV. Desse modo, as variedades com resis-tência ao TSWV podem não apresen-tar resistência ao TCSV, provocando o surto dos últimos tempos.

O TSWV predomina no Distrito Federal e no Paraná; o TCSV, em São Paulo e no Rio Grande do Sul; o GRSV, em Minas Gerais e na região Nordeste do Brasil; e o CSNV teve sua ocorrência relatada somente em São Paulo.

Culturas afetadas

A epidemiologia do vira-cabe-ça está associada ao amplo círculo

de hospedei-ros. O TSWV pode infectar mais de mil espécies de plantas. Ini-cialmente foi identificada na cultura do to-mateiro, mas, com o desen-v o l v i m e nt o dos métodos

de diagnóstico, foi constatada em ou-

tras culturas de olerícolas, tais como al-face, pimentão, jiló, berinjela, cucurbi-táceas, cubiu, em plantas ornamentais, em culturas de amendoim, fumo e em hospedeiras da vegetação espontânea, nomeadamente as que pertencem aos gêneros Solanaceae e Asteraceae.

Prejuízos

Segundo Addolorata Colariccio, es-ses vírus sempre causam sérios prejuí-zos econômicos aos agricultores, devido ao fato de os sintomas se manifestarem em todas as partes comercializáveis das plantas, tornando inviável a comerciali-zação dos produtos obtidos. Em alguns países da Europa e nos Estados Unidos, foi chamado de peste negra.

Publicação recente do Centro de Estudos Avançados em Economia Apli-cada da Escola Superior de Agricultu-ra Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (CEPEA-ESALQ/USP), no mês de abril, sobre folhosas, destaca o enorme prejuízo ocorrido nas princi-pais lavouras paulistas de alface devido à ocorrência de vira-cabeça.

No sul de Minas, relata o enge-nheiro agrônomo e consultor em alfa-ce americana, Sílvio Calazans, produ-tores dessa cultura amargaram perdas de até 100% de suas lavouras devido ao surto epidêmico do vira-cabeça, que foi

As temperaturas elevadas que ocorrem durante o verão favorecem a

disseminação dos insetos vetores

Sintomas de Tomato chlorotic spot virus

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26 JUNHO 2014

CAPA

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altamente favorecido pela interação de vários fatores: longo período de estia-gem, quando o clima quente e seco fa-voreceu a multiplicação do tripes e de-bilitou as plantas; plantios consecutivos na mesma área (alface depois de alface); grande gama de plantas daninhas hos-pedeiras alternativas do tripes e/ou ví-rus, especialmente a corda de viola e a fruta-de-lobo; produção de mudas de alface em viveiros abertos muito próxi-mos da lavoura dessa folhosa; proximi-dade dos campos de alface com as ro-ças de tomate infectadas com o vírus; e plantio da alface no mulching, onde a incidência do tripes é maior quando comparada ao plantio sem ele.

Isso acontece por não ser revolvido o solo nas três primeiras safras de al-face e porque o mulching ajuda a pro-teger o tripes. “O resultado da inte-ração desses fatores foi um surto de vira-cabeça que nunca havia ocorrido nos plantios de alface americana na re-gião de Três Pontas, sul de Minas, com perdas significativas de produção em

virtude do difícil controle dessa doen-ça, associado ao fato de que não exis-tem cultivares com resistência ao vi-ra-cabeça, ao contrário da cultura do tomate, que já dispõe de híbridos com resistência a essa enfermidade”, relata Sílvio Calazans.

Condições para o ataque

As temperaturas elevadas que ocor-rem durante o verão favorecem a disse-minação dos insetos vetores, sendo que muitas plantas suscetíveis da vegetação espontânea atuam como reservatório do vírus e colonizadoras dos insetos, facilitando a ocorrência e a dissemina-

A alface é uma das culturas mais atacadas pelo vira-cabeça

Abobrinha atacada pelo Tomato chlorotic spot virus

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CAPA

Page 26: REVISTA HORTIFRÚTI

ção do vírus dentro da cultura. “É bom lembrar que, após a entrada do vírus, não há mais como erradicá-lo”, alerta a pesquisadora do IB.

Atenção redobrada

Em cultivos jovens, é importan-te averiguar a presença de clorose nas folhas mais jovens, além de anéis concêntricos cloróticos ou necróticos no limbo e no caule. Também é es-sencial verificar a presença de tripes, principalmente nas flores e no ápice das plantas.

Nas plantas mais velhas, deve-se observar a presença de tripes nas flo-res, uma vez que estes são atraídos pela coloração creme até amarelada. A in-festação nessa fase resulta no compro-metimento dos frutos, sobretudo nas culturas de tomate, pimentão, jiló, pe-pino, abobrinha, entre outras.

Manejo integrado

Primeiramente, destaca Sílvio Ca-lazans, deve-se ter em mente que ne-nhuma medida isolada será eficiente no controle do vira-cabeça em alface. “É preciso adotar o manejo inte-grado, em que o sucesso no controle dessa enfermidade está na rapidez da adoção de práticas pró-a-tivas; logo, não se pode espe-rar o apareci-mento de mui-tas plantas com sintomas de ví-rus do vira-ca-beça para co-meçar a agir”, ensina o consultor.

Ele indica, como primeiro passo, levar para o campo uma muda sadia produzida em viveiros com telas antia-fídeos, que impedem o contato das mu-das com o inseto vetor (tripes).

O viveiro de mudas também deve estar localizado distante das lavouras

de alface. Caso as mudas sejam pro-duzidas em locais abertos, sem prote-ção de telas e próximas às lavouras de

alface conta-minadas com o vírus, é mui-to provável que a muda, quan-do transplan-tada para o lo-cal definitivo, já tenha sido inoculada com o vírus.

Nesse caso, os sintomas podem sur-gir logo após o transplantio. Por isso, Sílvio Calazans reco-

menda que as mudas sejam “vacinadas” dois dias antes do plantio com produ-tos neonicotinoides, aplicação que deve ser repetida sete dias após o plantio no campo via drench ou por gotejamento.

Além disso, a erradicação das plantas daninhas hospedeiras do tri-pes e/ou vírus deve ser feita ao redor

de toda a lavoura de alface, evitando o plantio da alface próximo de lavouras de tomate, pimentão e pimenta, que são reservas naturais do vírus e do tri-pes. “É preciso retirar (rouguing) do canteiro as plantas de alface com sin-tomas de vírus e eliminá-las por meio do enterrio, pois são fonte de inóculo para as plantas sadias. No caso especí-fico de plantio de alface no mulching, deve-se proceder (após a colheita) ao seu arranquio e rebater o canteiro dei-xando exposto ao sol por sete dias para eliminação de ovos e formas jovens do tripes. Somente depois do revolvimen-to do solo que se deve colocar o mul-ching para o próximo plantio”, deta-lha o consultor.

Ele enfatiza que o controle quími-co feito por pulverizações foliares para manejar o tripes tem eficácia duvido-sa, além de ser oneroso, mas existem produtos registrados para a alface. Por fim, caso a infestação traga prejuízos financeiros, o melhor é plantar outra cultura (rotação) ou partir para o cul-tivo protegido de alface (estufas tela-das com telas antiafídeos).

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A aplicação preventiva de inseticidas que controlem esse inseto desde a fase de canteiro até a lavoura é

fundamental, assim como o uso de barreiras para evitar

a migração dos insetos vetores

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Formas de controle

A aplicação preventiva de inseti-cidas que controlem esse inseto desde a fase de canteiro até a lavoura é fun-damental, assim como o uso de bar-reiras para evitar a migração dos inse-tos vetores, o plantio em épocas menos favoráveis à incidência do vetor, a es-colha de áreas de plantio em maio-res altitudes, a rotação de culturas não suscetíveis ao vírus, tais como milho e couve-flor, a seleção de local apropria-do, situado a certa distância de lavou-ras suscetíveis, a retirada dos restos da cultura anterior, que favorecem a pre-sença do vírus e do vetor no local da nova cultura, a eliminação das plan-tas da vegetação espontânea do entor-no da cultura, o emprego de material

genético com resistência ao vírus, o plantio de barreiras vivas, como mi-lho ou crotalária, e o uso de painéis refletores colocados antes do plantio para desorientar o tripes.

Prevenção

Não existem cultivares resistentes a essa doença; sendo assim, devem ser adotadas medidas preventivas, princi-palmente em áreas com histórico da doença. “Para preveni-la, é importan-te eliminar plantas hospedeiras do tri-pes nas áreas próximas de canteiros e da lavoura. Os tripes podem se manter em várias espécies de plantas da vege-tação espontânea”, ressalta Addolora-ta Colariccio.

Ainda segundo ela, o produtor tem como alternativas:

¾ Escolher áreas de plantio em regi-ões sem histórico da doença;

¾ Utilizar mudas isentas de vírus; ¾ Dar preferência a cultivares resis-tentes, quando houver;

São grandes os prejuízos causados por essa doença, que se manifesta em toda a planta

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¾ Fazer a aplicação preventiva de inse-ticidas para controlar o vetor.

A realidade de um produtor

Humberto Luz de Araújo Brito é produtor de alface americana há 15 anos, na fazenda Xangrilá, em Três Pontas (MG), em 4,5 hectares. São duas áreas de plantio que são constan-temente rotacionadas.

Atualmente, a produtividade está em 24 mil quilos por hectare, a céu aberto. Antes ele plantava com túneis de prote-ção, mas, como surgiram variedades re-sistentes para o cultivo de verão, o produ-tor optou por simplificar o sistema.

Humberto enfrentou problemas com vira-cabeça em sua lavoura. “Os insetos que normamente incidem no período de seca aproveitaram a opor-tunidade para atacar na estiagem que aconteceu, no início de 2014, em gran-de parte da região Sudeste do Brasil.

Fizemos o controle com inseticidas e tudo mais, mas não foi suficiente para o controle do mal, que atacou de forma muito descontrolada”, lembra.

O prejuízo chegou a R$ 130 mil. “Fiquei mais de um mês sem produ-zir, em março e parte de abril de 2014”, lamenta.

O que foi feito

Para controlar o problema, a primei-ra coisa que Humberto fez diz respeito à limpeza do campo, retirando todas as plantas com os sintomas da doença. “Vi-mos que as aplicações foliares apresen-taram ineficiência de controle, e, então, começamos a reencanteirar as quadras, quando sentimos uma melhora conside-rável na redução da infestação. Usamos tantos inseticidas que não sei falar qual deles foi eficiente. O mesmo aconteceu com meus vizinhos, que também en-frentaram esse problema”, relata.

Essa foi a primeira vez que Humberto teve problemas com vi-ra-cabeça em sua produção, segun-do ele, devido à seca. Isso porque a chuva é um importante fator de con-trole do vira-cabeça, que não aconte-ceu de janeiro a abril. “Não estamos livres dessa situação porque a seca está instalada na região. Se o cli-ma continuar assim, teremos com-prometimento da produção de hor-taliças na região”, antecipa.

De modo preventivo, o produtor monitora constantemente suas lavou-ras, para evitar que a doença entre. Se aparecer o sintoma, o hospedeiro é eli-minado imediatamente, com aplicações foliares e até reencanteiramento. “Per-cebemos que, com o rencanteiramento, o inseto é soterrado e não procria. Essa foi a profilaxia encontrada por nós no campo – não deixar restos de culturas. Não tem muito o que fazer além dis-so”, conclui. •

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CAPA

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OzOnizaçãO TecnOlOgia cOnTrOla fiTOpaTógenOs em hOrTifrúTis

As doenças pós-colheita em fru-tas, hortaliças e grãos ocasio-nam perdas qualitativas, quan-

titativas, e, em consequência, perdas econômicas. Devido a tal fato, a saniti-zação adequada desses produtos torna-se uma das etapas mais importantes, seja em packing houses, silos, armazéns ou in-dústrias de processamento de vegetais.

Nesse contexto, a ozonização tem por objetivo minimizar a deterioração e a contaminação dos produtos por mi-crorganismos.

Opções

Dentre os sanitizantes mais usados na indústria de alimentos para fins de

NOVIDADE

Caroline Corrêa de S. CoelhoEngenheira agrônoma e estudante de Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)Otniel Freitas-SilvaEngenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Agroindústria de AlimentosRodrigo da Silveira CamposEngenheiro agrônomo e analista da Embrapa Agroindústria de [email protected]

higienização, incluem-se os compos-tos clorados. Entretanto, a redução da eficiência microbiológica, aliada à al-teração sensorial e à eventual formação de compostos clorados cancerígenos, aponta para a necessidade de produtos alternativos ao cloro, visto que os con-sumidores estão cada vez mais preo-cupados e conscientes, buscando por produtos mais seguros que gerem me-nores impactos ao ambiente e à saú-de humana.

O ozônio destaca-se justamente nes-sa frente, pelo seu elevado potencial de oxidação, o que o torna um forte agen-

te de desinfecção e esterilização, agindo como um poderoso agente microbicida. Nesse sentido, possui ação no produto em menor tempo de contato e concentra-ção, quando comparado com os demais sanitizantes disponíveis no mercado.

Segurança

A tecnologia de produção e apli-cação do ozônio é considerada segu-ra, uma vez que não deixa resíduos no ambiente e nos alimentos. Isso a tor-na uma vantagem tanto para o consu-midor como para o produtor e as in-dústrias, posto que não é necessário aguardar o período de carência para a comercialização pelo fato de não ha-

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NOVIDADE

ver risco para a saúde do consumidor. Diante disso, a produção comercial

do ozônio é realizada pelo processo de descarga elétrica. Este é também cha-mado de processo corona, no qual um gerador de ozônio que utiliza esse pro-cesso é constituído por dois eletrodos submetidos a uma elevada diferença de potencial.

O gerador de ozônio é acoplado a um cilindro de oxigênio, e o gás O3 é gerado pela passagem de ar ou oxigênio puro entre os dois eletrodos. Essa rea-ção dissocia, “quebra” o oxigênio (O2) que, então, reagirá instantaneamente e formará o ozônio (O3).

Aplicação e benefícios

A tecnologia de ozonização vem sendo muito utilizada na agropecu-ária. O ozônio pode ser aplicado, na forma gasosa, em depósitos, câmaras de armazenagem de frutas e silos para proteger e preservar grãos, assim como dissolvido em água, na etapa de mani-pulação, processamento e lavagem de frutas e hortaliças.

Além disso, tal tecnologia garante a higiene do processo e melhora a cor, odor e o aspecto visual desses produ-tos. Estudos demonstram que o ozônio vem sendo empregado como alterna-tiva no controle de fungicidas sintéti-cos, evitando o uso de produtos quími-

cos prejudiciais à saúde do consumidor. Quando o ozônio é aplicado para

lavagem utilizando-se água ozonizada, a concentração do ozônio e o tempo de aplicação são menores no comparativo com a aplicação do ozônio gasoso em câmaras de armazenagem.

Porém, observa-se que o resultado da sanitização, quando se faz uso des-sa tecnologia, é dependente do tipo de alimento, da dose do ozônio e do tem-po de exposição do produto.

De fato, são necessários estudos mais amplos em detrimento das re-postas diferenciadas na inativação dos diversos patógenos que afetam a con-servação pós-colheita de frutas, horta-liças e grãos, bem como seus efeitos so-bre as propriedades e os parâmetros de qualidade das espécies tratadas.

Sabe-se que o forte efeito oxidativo do ozônio pode afetar a qualidade nu-tricional e sensorial dos produtos sub-metidos a esse tratamento. Outra ca-racterística interessante apresentada pelo uso do O3 é o seu potencial de re-tardamento do processo de amadure-cimento de frutas e vegetais por meio da reação química com o etileno, re-movendo este composto produzido na-turalmente pelo processo respiratório.

Assim, o ozônio também pode ser utilizado não somente como um agente sanitizante, mas como uma ferramen-ta para aumentar a vida útil de muitas frutas e vegetais na etapa de armaze-namento, uma vez que minimiza o po-tencial de infecções pós-colheita, so-bretudo as ocasionadas por fungos e, consequentemente, aperfeiçoa sua lo-gística de distribuição.

Contra pragas e doenças

Fungos, bactérias, vírus e parasitas constituem os microrganismos conta-minantes de vegetais. Os fungos são a principal preocupação relativa à fitossa-nidade, sendo que alguns fungos de ar-mazenamento apresentam potencial de produção de micotoxinas (toxinas pro-duzidas por fungos que, quando ingeri-das em altas concentrações, podem ser cancerígenas ou teratogênicas) – esse é, portanto, um problema à saúde pública.

Com isso, a ozonização tem se tor-

nado uma tecnologia promissora para o controle dos fungos que trazem ris-cos à comercialização e segurança de diversos produtos agrícolas.

A inativação dos microrganismos pela ozonização se dá pela ruptura ou desintegração de sua membrana celular e consequente perda de conteúdo celu-lar. Tal processo é mais eficaz do que desinfetantes convencionais, os quais necessitam atravessar a membrana ce-lular para serem ativos.

O ozônio gasoso é um forte agen-te sanitizante e fumigante, podendo ser usado para desinfetar alimentos em câmaras de armazenagem; duran-te o transporte, para prevenir o apare-cimento de bactérias, mofos e leveduras na superfície dos alimentos; e para con-trolar o desenvolvimento de fungos e o ataque de insetos em silos graneleiros.

A aplicação da água ozonizada é de suma importância para o controle da qualidade microbiológica de fru-tas e vegetais, objetivando a redução significativa da presença de patógenos nos produtos in natura e minimamen-te processados.

Nesses termos, a eficácia da tecno-logia tem sido confirmada por diversas pesquisas, apresentando largo espectro antimicrobiano, com eficiência no con-trole de fungos, bactérias, vírus e pro-tozoários, além de esporos de fungos e de bactérias.

Investimento

A implementação da tecnologia em pequenas empresas e casas de emba-lagens pode até trazer preocupações em relação ao custo do investimento. O maior gasto se refere à aquisição do gerador de ozônio, o qual deve estar bem dimensionado ao volume de pro-dutos a serem tratados.

Quanto aos cálculos necessários para saber o retorno do investimento, é fun-damental considerar a economia em re-agentes químicos necessários para a sa-nitização. Hoje, eles têm impactado nos custos de operação. Por esses motivos, o Brasil se tornou um dos mercados mais promissores para adotar a ozonização como ferramenta de controle de patóge-nos pós-colheita. •

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Os agentes indutores, capazes de ativar ou induzir qualquer resposta de resistência nas

plantas, são chamados elicitores. Eles podem apresentar natureza química variada, como oligossacarídeos, gli-coproteínas, olegopeptídeos ou ácidos graxos, o que demonstra a não existên-cia de característica estrutural única na atividade elicitora.

Nesse sentido, os indutores de re-sistência em plantas não atuam do mesmo modo que os fungicidas, ma-tando o organismo alvo do produto em questão, mas sim ativando os mecanis-mos de defesa latente nas plantas.

Por mais que não possuam siste-ma imunológico, como os animais, as plantas podem reconhecer estímulos e responder a eles, se defendendo tan-to para estresses bióticos quanto para abióticos.

DOENÇAS

INDUTORES DE RESISTÊNCIA NO CONTROLE DE DOENÇASA indução de resistência envolve a ativação de mecanismos de defesas latentes e existentes nas plantas em resposta ao tratamento com agentes bióticos e abióticos

Segundo o consultor técnico Ed-son Zuquetto, a Resistência Induzida (RI) pode ser ativada em plantas por uma série de substâncias, evitando ou atrasando a entrada e/ou a subsequen-te atividade do patógeno em seus teci-dos, por meio de mecanismos de defe-sa próprios.

A resistência induzida é um fenô-meno biológico complexo que envolve a ativação de vários processos, incluindo a hipersensibilidade, barreiras estrutu-rais, aumento da síntese de � toalexi-nas e acúmulo de proteínas relaciona-das à patogênese, como a hidrólise B 1,3-glucanase, que degrada paredes ce-lulares de patógenos fúngicos, além de quitinases.

Contra as doenças

Entre as doenças que os indutores

abióticos. Segundo o consultor técnico Ed-

son Zuquetto, a Resistência Induzida (RI) pode ser ativada em plantas por uma série de substâncias, evitando ou atrasando a entrada e/ou a subsequen-te atividade do patógeno em seus teci-dos, por meio de mecanismos de defe-sa próprios.

Edson Zuquetto, consultor técnico

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Os indutores de resistência em plantas não atuam como os fungicidas, matando o organismo alvo, mas sim ativando os mecanismos de defesa latente nas plantas

controlam estão as fúngicas e bacteria-nas, como Ramularia, Phytophtora, Col-letotrichum, Alternaria, Fusarium, oídio, Verticillium, Xanthomonas, entre outras. Entretanto, os indutores de resistência também são utilizados visando o con-trole de pragas, como algumas espécies de nematoides e insetos.

Culturas beneficiadas

Os indutores de resistência po-dem ser utilizados em diversas cultu-ras, como tomate, cebola, batata, bana-na, mamão, pimenta, pimentão, alface, maracujá, gérbera, morango, café, ca-na-de-açúcar, manga, goiaba, caram-bola, romã, citros, soja, milho, feijão, algodão, trigo, arroz etc.

“As recomendações de uso seguem parâmetros técnicos, essencialmen-te de forma preventiva. Seguem inter-valos de aplicações variando, em mé-dia, de 15 a 30 dias via pulve-rizações folia-res”, indica Ed-son Zuquetto. Ainda segun-do ele, alguns produtos são recomendados, como trata-mento pós-co-lheita (imersão na calda), e em fertirrigação.

Dosagens

As dosa-gens são variá-veis de produ-to a produto, mas, em mé-dia, seguem padrões de 0,5 a 1 litro ou quilo por hectare dos pro-dutos comerciais (1 a 2 mL ou gra-ma por litro de água), sempre respei-

tando a orientação do fabricante ou consultor.

Quanto ao custo de aplicação, Ed-son Zuquetto afirma que é variável de acordo com as dosagens recomendadas e o número de aplicações durante o ci-clo das culturas. “Os custos atuais va-riam de R$ 30,00 a R$ 70,00/ha, por aplicação”, calcula.

Vale a pena?

Partindo do princípio de que gran-de parte desses indutores de resistência

é atóxica e na-tural, podendo reduzir signi-f icativamente a incidência de doenças e pra-gas nas cultu-ras utilizadas, consequente-mente, há um incremento na produtividade, chegando, em alguns casos, a diminuir o uso de agroquími-cos. Dessa for-ma, a relação custo-benefí-cio é bastante satisfatória.

Vale lem-brar, inclusi-ve, que alguns

produtos apresentam certificações de aprovação para uso de cultivos orgâni-cos, como a IBD. •Sh

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DOENÇAS

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frutas

Com forte demanda no exterior, o avocado é considerado a fruta mais nutritiva da natureza: indi-

cado na maioria das dietas, é rico em vi-taminas antioxidantes como A, C e E, e contém três vezes mais vitamina B6 que uma porção de banana. Oferece 14 mine-rais e 11 vitaminas, além de conter 10% menos calorias que o abacate comum con-sumido no Brasil. Fonte de fibras, podero-so antioxidante e auxiliar na prevenção de diversas doenças, o avocado ainda é pouco conhecido entre os brasileiros.

A fruta chegou ao Brasil em 1975, quando o engenheiro agrônomo Paulo Roberto Leite de Carvalho começou a cultivar diversas variedades de abacate e iniciou as atividades da Jaguacy Brasil em

AvocAdoA frutA mAis nutritivA dA nAturezAO avocado é uma variedade do abacate originada da Califórnia. Encontrado predominantemente no tipo Hass, ele se diferencia por ter casca dura, menos água e ser rico em óleo

Bauru, no interior de São Paulo. Hoje, a empresa é especializada na produção, no fornecimento e na exportação do avoca-do. A Jaguacy vende cerca de quatro mil toneladas da fruta por ano e detém, jun-to com seus parceiros, 85% do merca-do nacional.

Apenas 10% da produção da empresa são voltados para o mercado interno, que exporta o avocado para mais de 20 países e concorre com gigantes da área, como Peru e África do Sul. Os diferenciais da Jaguacy Brasil são o forte investimen-to em alta tecnologia e a certificação de seus produtos, e, por isso, a empresa tem posição de grande destaque no mercado.

O empresário conta que seu produto é bem aceito devido às boas práticas de

produção, certificadas por Tesco e Glo-balgap, estando, agora, em fase de apro-vação o BRC. “No mercado interno, o consumo tem evoluído ano a ano. Des-de 2011, o investimento em ações mer-cadológicas, como divulgação do fruto e conscientização nutricional do avoca-do, tem ajudado a impulsionar o consu-mo”, confirma.

A produção

A maior parte da produção está cen-tralizada na cidade de Bauru (SP), mas também existem pomares no noroeste do estado de São Paulo, norte do Paraná e sul de Minas Gerais.

Paulo Carvalho diz que a fruta exige um manejo diferenciado. “O pomar deve ser podado adequadamente para venti-lar e ensolarar a parte central (miolo) da planta. Também é preciso fazer o mane-jo adequado de fungicidas e o combate às pragas, com o objetivo de possibilitar que o fruto não tenha defeitos na casca, e, consequentemente, não haja a depre-ciação do fruto”, ensina.

Quanto à nutrição, as normas apli-cadas são as mesmas de um pomar bem conduzido.

Agregado de valor

O avocado tem um diferencial com relação ao abacate – ele possui menos água que o abacate comum, sendo que tal “concentração” nutricional é o seu gran-de valor agregado. Como curiosidade, o Guiness Book (livro dos recordes) ele-geu o avocado como a fruta mais nutri-tiva da natureza. •

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Produção de feijão-vagem no Brasil

O feijão-vagem, feijão-de-vagem ou simplesmente vagem, como é conhecido, é um alimento

consumido em diversos países. Estima-se que a produção mundial esteja em tor-no de 6,5 milhões de t/ano (FAO, 2010), sendo a China o principal produtor, se-guido por Indonésia e Turquia.

Produzido principalmente por pequenos produtores, o Brasil produz 57 mil toneladas de feijão-vagem

No Brasil, ocupa a sexta posição em volume produzido, com 56 mil t/ano e consumo de 0,7 kg/pessoa/ano (SI-DRA, 2006; CEASA, 2010). O fei-jão-vagem pertence à mesma família e espécie botânica do feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) e é uma horta-liça da qual são consumidas as vagens

ainda imaturas. A região Sudeste do Brasil produz

cerca de 37 mil t/ano de feijão-vagem, sendo o estado do Rio de Janeiro res-ponsável por 21% dessa produção. No Rio de Janeiro, a média de comerciali-zação de feijão-vagem, somando-se to-das as unidades de revenda da Cen-tral de Abastecimento (CEASA) é de, aproximadamente, 600 t/mês (CEA-SA, 2010).

Portanto, a demanda é maior que a oferta. Isso indica que o cultivo de fei-jão-vagem é uma opção rentável para os pequenos produtores do norte e nor-deste fluminense.

De fato, o feijão-vagem é uma boa alternativa para ser usada no período de entressafra de outras olerícolas, tan-to em ambientes protegidos como não protegidos, pois, além de aproveitar as estruturas de tutoramento e a aduba-ção residual, serve para quebrar o ci-clo de algumas doenças, constituindo uma boa oportunidade para diversifi-car a produção.

Produtividade

A maior produtividade dessa hor-taliça é favorecida por temperaturas do ar na faixa de 18 a 30 °C durante o ci-clo de desenvolvimento, não tolerando temperaturas elevadas, nem geadas. No período entre a diferenciação dos bo-tões florais e o enchimento dos grãos nas vagens, as altas temperaturas re-duzem o número de vagens por planta, devido à esterilização do grão de pó-len com consequente queda das flores.

Embora algumas pesquisas este-jam sendo desenvolvidas no Brasil, re-fletindo em melhorias no manejo e na produtividade dessa cultura, o melho-ramento de características de interes-se agronômico e de qualidade do grão An

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tem sido praticado, de certo modo, em-piricamente.

Características próprias

O feijão-vagem é planta originária do México e da Guatemala. Para al-guns, a Ásia tropical também é aceita como local de origem dessa espécie. O que diferencia o feijão-vagem dos ou-tros feijões é o fato de o grão ser colhi-

do ainda verde e ser consumido junta-mente com a vagem.

É uma leguminosa da família das Fabaceae, assim como o feijão-fradi-nho, a ervilha, a soja, o feijão-preto e a fava italiana. A exploração comercial consiste no aproveitamento direto das vagens ainda tenras que são consumi-das in natura ou industrializadas.

O uso mais comum da vagem intei-ra ou picada, após ligeiro cozimento, é a

salada temperada com óleo, sal e vina-gre. Mas pode ser usada também em sa-ladas mais elaboradas, juntamente com folhas verdes ou, ainda, numa salada de maionese, bem como em tortas, sopas, refogados, cozidos e omeletes.

As vagens, além de serem fontes de vitaminas A, B1, B2 e C, são ricas em fósforo, potássio e fibras. Por se adap-tarem a clima seco e quente, preferindo temperaturas entre 15 e 30 °C, os pre-ços mais elevados do produto ocorrem, normalmente, de junho a setembro.

Escolha correta da área e análise do solo

Recomendam-se áreas não cultiva-das com espécies da mesma família bo-tânica nos últimos anos. Preferencial-mente, é necessário utilizar solos leves e profundos, com mais de 3,5% de ma-téria orgânica e com boa drenagem. A análise do solo precisa ser feita com an-tecedência para conhecimento da ferti-lidade do solo. Com base nessa análise, o técnico do município poderá fazer a recomendação adequada da acidez do solo e adubação orgânica.

A vagem é uma boa alternativa para ser usada no período de entressafra

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Época de semeadura

A temperatura média ideal para o crescimento e a polinização é de 18 a 30 °C e 15 a 25 °C, respectivamente. Em temperaturas abaixo de 15 °C, as vagens ficam em forma de gancho. Temperatu-ras acima de 30 °C durante a floração le-vam ao aborto de flores, enquanto tem-peraturas entre 8 e 10 °C paralisam o crescimento.

A planta não resiste a temperatu-ras abaixo de 0 °C. Os ventos durante o florescimento podem prejudicar a poli-nização ou causar a queda de flores por desidratação.

Semeadura e espaçamento O cultivo do feijão-vagem é realiza-

do por semeadura direta em sulcos ou covas, feita manualmente ou com seme-adora de tração mecânica ou manual. O espaçamento deve ser de 1,20 a 1,50 m entrelinhas por 40 a 50 cm entre plantas.

Irrigação

Recomenda-se, a céu aberto e no

cultivo protegido, irrigar por goteja-mento, e fazer o controle da irrigação para não encharcar o solo e propiciar a entrada de doenças de solo. Deve-se realizar a irrigação somente pela ma-nhã, principalmente no outono.

Adubação de cobertura e manejo de plantas espontâneas

A adubação de cobertura, quando necessária, precisa ser feita com base na análise do solo e nos teores de nu-trientes do adubo orgânico, aos 20 e 40 dias após a germinação. A fase crítica da competição das plantas espontâneas com a cultura do feijão-vagem ocorre da germinação até os 40 dias. Nesse perío-do, se houver necessidade, deve-se ca-pinar na linha de plantio, mantendo-se uma cobertura de plantas espontâneas ou plantas de cobertura nas entrelinhas.

Desbaste

O desbaste é uma tarefa manu-al que consiste em retirar o excesso de plantas na fila de plantio. Realiza-se essa operação aos 20 dias após a seme-

adura, deixando duas plantas por cova.

Tutoramento

O tutoramento é necessário para evitar doenças, ordenar o crescimen-to das plantas e facilitar a colheita. Po-de-se tutorar o feijão-vagem com varas, bambu, ráfia e tela agrícola. Para per-mitir maior ventilação entre as plantas, uma boa alternativa é o tutoramento vertical, sendo recomendado, sempre que possível, o uso do sistema de su-cessão de culturas tomate/vagem para aproveitamento do tutor.

Colheita

A cultura do feijão-vagem, normal-mente, atinge seu ponto de colheita com 50 a 60 dias e entre 70 e 80 dias após o plantio, para as variedades de cresci-mento determinado (rasteiras) e inde-terminado (tutoradas), respectivamente.

O ponto de colheita ocorre cerca de 15 dias após o florescimento, estando as vagens com 20 cm de comprimen-to, tenras e quebradiças. É preciso evi-tar a colheita nas horas mais quentes do dia, para que não ocorra a murcha prematura. As vagens são colhidas ma-nualmente e acondicionadas em caixas plásticas de colheita; nesse momento, devemos ter o cuidado para não dani-ficar as plantas ou machucar as vagens.

Classificação e embalagem

As caixas são levadas para um local onde são feitas a classificação e a emba-lagem do produto. Esse local deve ser à sombra e ventilado. O feijão-vagem é comercializado nas Ceasas do país em caixas do tipo “k”, de 15 kg, e nos sacos de ráfia, com 10 kg. Mais recentemen-te, embala-se o produto em bandejas de plástico ou de isopor (500 g a 1 kg). •

Fontes: Novo Manual de Olericultura - Fernando Antônio Reis Figueira / Centrais de Abastecimento (CEASA) / Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF).

Só a região Sudeste do Brasil produz cerca de 37 mil t/ano de vagem

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luz

Entre as pragas mais comuns na produção de vagem estão a mos-ca-branca, o ácaro e a vaquinha,

que incidem com mais frequência nas épocas em que o clima se encontra com umidade baixa e temperatura alta.

Assim, como medida essencial, Rodri-go Nunes Pelegrini, consultor em hortali-ças da Cia da Terra Agronegócios, aponta o monitoramento diário na lavoura.

As pragas citadas anteriormente po-dem provocar danos que variam de 50 a 70% da produção, podendo chegar a 100%, dependendo da alta infestação.

Medidas de controle

Para o controle eficiente das pragas, Daniel Ferrer, produtor em Amanhe-ce, distrito de Araguari (MG), adota o acompanhamento diário do desenvol-vimento da cultura e medidas preven-tivas, a exemplo do Manejo Integrado de Pragas (MIP).

Em contrapartida, com a doença ins-talada na cultura da vagem, Rodrigo Pele-

Pragas e doenças que atacam a lavoura de vagem

grini recomenda, como medida curativa, o uso de defensivos químicos. “Porém, não tendo muito sucesso, é necessário adotar medidas mais bruscas, como o arranquio das plantas infectadas”, ressalta.

Inovações

Hoje, o mercado tem pesquisado a eficiência de produtos biológicos não

agressivos ao meio ambiente e à hu-manidade, com excelentes resultados, quando a técnica é intercalada com pro-dutos químicos.

“Para ter sucesso na colheita da va-gem, os produtores da região optam por plantios em períodos de umidade eleva-da e temperaturas mais baixas, que não favorecem o desenvolvimento de fun-gos”, conclui Rodrigo Pelegrini. •

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Manejo de irrigação para vageM

Originário da América (Mé-xico ou Peru), o feijoeiro do-mesticado (Phaseolus vulgaris)

adaptou-se bem às condições de solo e clima brasileiros e caiu no gosto popu-lar, sendo cultivado e consumido nos quatro cantos do país.

Seu consumo é caracterizado por costumes e preferências regionais, sen-do a sua cor uma das variáveis consi-deradas pela escolha em cada região. Alimento rico em proteína (20 a 25%), forma uma dupla imbatível com o ar-roz no prato do brasileiro.

Os grãos maduros e secos são con-sumidos diariamente em forma de en-sopado, mas servem também como in-grediente fundamental de vários pratos típicos, como feijoada (RJ), feijão empa-monado (MT), feijão tropeiro e tutu de feijão (MG), baião de dois (CE), acara-jé (BA) etc.

Outra opção é consumi-lo junta-mente com a vagem e os grãos verdes, recebendo, nessa forma, o nome de fei-jão-verde, feijão-vagem ou simplesmen-te vagem, ideal para o consumo in na-tura em saladas, conservas, refogados, cozidos, sopas e outros acompanhamen-tos para carnes e peixes. É um alimen-to rico em fibras, ferro, cálcio, vitaminas do complexo B, carboidratos e proteína.

Opções

Praticamente todos os cultivares de feijão podem ser consumidos verdes no estado de vagens. Para essa finalidade, existem vários cultivares adaptados que fornecem vagens maiores, mais tenras e macias, lisas e de sabor mais adoci-cado. Para a escolha da melhor varie-

dade, o agricultor deve recorrer à assis-tência técnica especializada.

A vagem é tipicamente uma cultura de cinturão verde, cultivada em peque-nas áreas por agricultores familiares ou microempresários rurais. Ela deman-da muita mão de obra, principalmente para tutoramento durante a condução da lavoura no cultivo em espaldeira.

Plantio

O plantio se dá, preferencialmente, por semeadura direta com duas a três sementes por cova em fileiras simples ou duplas. O ciclo pode variar de 80 a 120 dias, com início da colheita duas a três semanas após a floração, esten-dendo por um período de 30 a 50 dias.

A produtividade média esperada é de 10 a 15 mg/ha, podendo atingir 30 mg/ha, quando cultivada em condições ideais. As vagens comerciais possuem comprimento de 15 a 30 cm e diâme-tro de 5 a 10 mm. Alguns cultivares podem produzir vagens mais alonga-das, alcançando até 100 cm de compri-mento – elas são popularmente conhe-cidas como feijão-de-metro ou feijão macarrão.

Existem vagens coloridas (roxas ou amarelas), mas a preferida é a de co-loração verde típico e uniforme, sem manchas ou feridas provocadas por do-enças, insetos ou tratos culturais.

Irrigação

O feijão vagem é uma cultura que responde bem à irrigação, e, em regi-ões com disponibilidade de água, pode ser cultivada o ano todo. Prefere solos úmidos, mas não encharcados, em que os índices de umidade devem perma-necer próximos à capacidade de campo.

A quantidade de água requeri-da para um ciclo completo de cultivo

pode oscilar entre 400 e 600 mm, de-pendendo de fatores como variedade, espaçamento, estande, clima, solo, ci-clo, disponibilidade de água etc. A de-manda hídrica diária fica em torno dos 6 mm nos períodos de maior consumo, caracterizados por floração, formação e crescimento das vagens.

Convém salientar que a cultura se adapta a qualquer método de irriga-ção. Porém, por ser geralmente culti-

Tadeu Miranda de QueirozEngenheiro agrícola, doutor em Irrigação e Drenagem e professor da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)[email protected]

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vada em pequenas áreas, os métodos mais empregados são a irrigação por sulcos, a aspersão convencional, a mi-croaspersão e o gotejamento.

De fato, o sistema de sulcos é o mais barato e o gotejamento, o mais caro. O principal componente do cus-

to variável da irrigação fica por conta do consumo de energia para o bombe-amento. Por isso, o agricultor irrigan-te deve ficar atento aos horários de ta-rifa reduzida na sua região.

Métodos de irrigação

A irrigação por sulcos está em de-sacordo com os indicativos de sustenta-bilidade, e o seu uso em declínio, ape-sar de ainda ser utilizada no mundo todo. No Brasil, esse método é mais comum em perímetros públicos de ir-rigação, abrangendo parte do norte de Minas e a região Nordeste do país.

Diante disso, a eficiência de distri-buição de água também é baixa, o que pode levar a uma produção desunifor-me. Apresenta como vantagens o fato de demandar pouca tecnologia, ser ge-ralmente de baixo custo e não molhar a parte aérea da cultura.

A irrigação por aspersão conven-cional é um dos métodos mais difundi-dos no país, sendo que apresenta baixo custo, facilidade de operação e boa uni-formidade de distribuição. A principal desvantagem para o cultivo da vagem é o fato de molhar toda a parte aérea das plantas, contribuindo para a prolifera-ção de doenças, especialmente aquelas provocadas por fungos.

Enquanto isso, a microaspersão pos-sui características semelhantes à asper-são convencional, agregando como van-tagem a melhor eficiência de aplicação. Porém, demanda maior investimento no sistema de distribuição de água, o qual deve ser dotado de dispositivo de filtra-ção (filtros de areia e disco) para evitar entupimentos.

A irrigação por gotejamento é a que reúne as melhores vantagens técnicas, distribuindo a água na medida certa, gota a gota, requerendo maior inves-timento inicial e especial atenção com a salinização do solo. Cumpre ressal-tar que ela evita o molhamento da par-te aérea e mantém a zona radicular em condições ideais de umidade.

Recomendações

O intervalo entre irrigações (Turno de Rega – TR) pode ser fixo ou variá-vel. A maioria dos agricultores prefere trabalhar com TR fixo, pois assim con-segue planejar e executar os tratos cul-turais com mais eficiência. Por se tratar de cultura de pequeno porte e de sis-tema radicular pouco profundo, o in-tervalo entre irrigações não deve ultra-passar uma semana.

O momento certo de irrigar (mane-jo) pode ser definido por vários méto-

Com disponibilidade de água, a vagem pode ser

cultivada o ano todo

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tro de Bourdon é menos comum, sendo o tensiômetro para leitura por punção, com o auxílio de um tensímetro digital, o mais prático e recomendado.

Quanto custa?

A mensuração de custos e receitas é muito variável em função da época do ano e da região. No entanto, quaisquer que sejam o equipamento de aplicação de água e o método de manejo utiliza-dos, a irrigação da vagem é economi-camente viável.

Nesses termos, a novidade no cul-tivo de vagem irrigada, em regiões com pouca disponibilidade de água, diz res-peito à irrigação com dé� cit. Nela, bus-ca-se maximizar o lucro, e não a produ-tividade. Vale lembrar que o dé� cit não deve prejudicar a qualidade, tornando-o impróprio para a comercialização.

Com uma produtividade de aproxi-madamente 10 mg/ha, o custo de pro-dução da vagem não deve ultrapassar R$ 1,00/kg, dos quais 3 a 5% são rela-tivos aos gastos com energia de bom-beamento de água para irrigação. Atu-almente, a vagem chega ao consumidor � nal na faixa de R$ 3,00 a R$ 6,00 por quilo. •

dos, sendo a estimativa da evapotrans-piração da cultura e o monitoramento da umidade do solo os mais comuns.

Para estimar a evapotranspiração, utiliza-se um conjunto de equações e coe� cientes baseados em medidas de variáveis climáticas (estação meteoro-lógica) ou tanque de evaporação Clas-se A. Esses métodos estimam a eva-potranspiração de referência (ET0), a qual deve ser corrigida por uma cons-tante (Coe� ciente de Cultura – kc), com vistas a determinar a evapotrans-piração da cultura (ETC) para cada es-tádio de desenvolvimento.

Obstáculos

Há poucas informações especí� -cas para o feijão-vagem, uma vez que as recomendações feitas para o feijão grão atendem satisfatoriamente a vagem. A principal diferença está na fase � nal do ciclo, quando o feijoeiro destinado à pro-dução de grãos começa a secar, enquan-to a vagem mantém seu desenvolvimen-to.

A di� culdade de acesso aos dados de uma estação meteorológica o� cial ou a aquisição de uma estação meteo-rológica própria muitas vezes inviabi-

liza a utilização desse método. Mesmo o uso do Tanque Classe A, considera-do um equipamento simples, é pouco difundido.

Outra opção de manejo da irrigação é o monitoramento da umidade do solo por métodos indiretos, sendo a tensio-metria o principal deles. Pela medida do potencial matricial, pode-se estimar a umidade do solo por meio da curva de retenção de água no solo, também cha-mada de curva característica.

O irrigante deve encaminhar amos-tra representativa da área irrigada para um laboratório de solos, a � m de se de-terminar a curva característica. Para a faixa de utilização recomendada para o tensiômetro (0 a 80 kPa), o agricul-tor pode utilizar uma equação potencial simples, ao passo que, para as aplicações mais precisas, o modelo mais utilizado e recomendado é o de Van Genuchten; todavia, para o uso diário no campo, tal método pode se tornar inconveniente de-vido à complexidade de cálculo.

Nesse contexto, o potencial matri-cial para o feijão-vagem deve variar na faixa de 30 a 50 kPa, para evitar exces-sivo estresse hídrico. Há, no mercado, diversos modelos e marcas de tensiô-metros. O tensiômetro com vacuôme-

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Entre as vantagens da pulveri-zação tratorizada estão: a di-minuição do número de pesso-

as envolvidas na operação; evitar que muitos funcionários tenham contato com defensivos; o melhor controle da aplicação dos defensivos (pular aplica-ção ou fitotoxidade por excesso de con-centração); favorecer as aplicações em horários em que as temperaturas se-jam muito altas (ex.: final de tarde e início da noite).

MECANIZAÇÃO

Pulverização tratorizada no tomate é PossívelO uso de pulverização tratorizada na tomaticultura estaqueada é uma novidade e exige diversas adaptações, mas se mostra muito viável

Adaptações

Várias adaptações foram feitas pe-los tomaticultores no sistema tratoriza-do, como mostra o engenheiro agrônomo João Roberto do Amaral Junior:

Æ Espaçamento para a entrada do tra-tor com pulverizador; ÆAdaptações de pulverizadores utiliza-dos em café e laranja, quanto à pres-são empregada; ÆAdaptação de barras no alto com pin-gentes longos para cobrir toda a área fo-liar em alguns tipos de equipamentos; ÆAdaptação de altura em pulveriza-dores autopropelidos, para passar por cima do estaqueamento (inviável pelo alto custo do equipamento); ÆMudanças nos equipamentos de irri-gação localizada para o pulverizador passar por baixo, em alguns casos de equipamentos.

O que muda

Segundo João Roberto, as mu-danças acontecem no espaçamento da cultura, dependendo do tipo de equi-pamento empregado. “A área a ser utilizada poderá determinar o tipo de equipamento adequado, pois cer-tas topografias dificultam o emprego de barras. Assim, há a necessidade de enterrar o encanamento de irrigação ou suspender acima do pulverizador”, pontua o agrônomo.

O principal motivo que levou à mecanização da etapa foi a escassez de mão de obra. Depois, veio a se-gurança na aplicação, por haver me-nos pessoas envolvidas na pulveriza-ção e, por f im, favorecer a aplicação fora do horário de trabalho dos fun-cionários que realizam outros tratos culturais. •

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A torta de neem, por ser rica em giberelina e auxina, regula-dores de crescimento que têm

papel fundamental em várias fases do vegetal, tem mostrado grandes resulta-dos quando usada na adubação de base na proporção de 3-5% do peso do adu-bo, e em toda adubação de cobertura.

Os reguladores de crescimento

EMPRESA

Dalneem Destaca benefícios Da torta De neem

Simone RibeiroTécnica agrícola da Dalneem também são utilizados no campo para

obtenção de diversos efeitos, tais como promover ou inibir o florescimento, au-mentar a frutificação efetiva, provocar o raleio de frutos, controlar a matura-ção e senescência, promover o enrai-

zamento e quebrar a dormência de se-mentes e gemas, entre outros.

No caso da torta de neem, após seu uso observou-se maior brotação, en-raizamento e produtividade, podendo substituir o fotoperíodo em condições de dias longos, incentivando assim a fase vegetativa da planta e sua produ-ção constante.

Também influencia na partenocar-pia, no desenvolvimento de frutos, na produção do etileno e definição sexual, resultados atingidos pelo teor de auxi-na natural. Já no caso das giberelinas, reguladores de crescimento com efei-to semelhante às auxinas, temos os re-sultados observados na indução floral, crescimento geral da planta e germina-ção de sementes.

Em campo

Em testes realizados a campo, ob-servamos um aumento na produtivi-dade de 40% em tomates, morangos e pimentões, realizando uma aplicação semanal de 3-5% da dose do adubo na adubação de base e cobertura.•

Em testes realizados a campo houve um aumento na produtividade de 40% em tomates que receberam neem

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As hortaliças cultivadas no siste-ma hidropônico têm uma dura-ção pós-colheita muito maior do

que as plantas cultivadas no sistema tradi-cional, pois na planta há a presença contí-nua do hormônio denominado citocinina, que ainda perdura por um período poste-rior à colheita. Isso favorece o prolonga-mento da ação dessa substância natural e reduz a degradação de clorofila e pro-teínas, aumentando, por consequência, o tempo de pós-colheita ou de prateleira.

Com isso, a manutenção das raízes, além de servirem para a identificação das hortaliças cultivadas em sistema hidro-pônico, mantêm a qualidade e a maior conservação das plantas.

A hidroponia e a pós-colheita

A hidroponia tem influência direta na maior durabilidade pós-colheita devido à manutenção do sistema radicular na pós-colheita de hortaliças folhosas cultivadas sem solo. Nesses termos, a durabilidade está em função da síntese de um hormô-nio chamado de citocinina, que é de ocor-rência natural nos vegetais. Tal substância é produzida nas raízes das plantas.

O conhecimento da relação entre cito-cinina e auxina é importante por ser de ca-ráter fundamental para o estabelecimento do vegetal, tanto no seu desenvolvimento inicial (crescimento e acúmulo de massa) quanto nos estádios posteriores do seu de-senvolvimento, a exemplo do estabeleci-mento de drenos (flores e frutos, no caso de hortaliças frutíferas). Vale ressaltar que não existem plantas que tenham a síntese inibida para esses dois hormônios.

HidroponiaMaior duração das HortaliçasGlaucio da Cruz GenuncioDoutor em Nutrição Mineral de Plantas [email protected] ZontaDoutor em Fertilidade dos SolosElisamara Caldeira do NascimentoTalita de Santana MatosMestres em Fitotecnia

A citocinina é sintetizada a partir de uma base adenina que será transformada em piruvato, e, logo após, em uma zea-tina, por exemplo, forma de maior ocor-rência natural nos vegetais. Após a sua síntese, dar-se-á o seu transporte atra-vés do xilema, juntamente com água e nutrientes, para a parte aérea das plantas.

Seus principais efeitos na planta são: induzir a multiplicação celular da parte aérea e das raízes; regular, juntamente com as auxinas, o ciclo celular da plan-ta, com atuação na organogênese dos te-cidos; e estabelecer os drenos.

Também atua, de forma primordial, na dominância apical, a partir do estímu-lo ao crescimento de gemas laterais, as-sim como na manutenção de clorofilas e enzimas (proteínas) e, principalmente, na redução da senescência foliar, proces-so favorecido pela geração de etileno, por posterior amarelecimento e queda das fo-lhas. Os dois últimos efeitos são os fatores determinantes para a ampliação do tempo de prateleira das hortaliças hidropônicas.

O mais interessante nesse contexto é que, ao se colher uma hortaliça hidropô-nica (folhosas), o local de síntese da cito-

cinina é mantido em comparação às hor-taliças colhidas nos demais sistemas de cultivo (convencional e orgânico), visto que, nessas plantas, culturalmente se re-tiram as raízes.

Com isso, a manutenção do sistema radicular garante um tempo de pratelei-ra maior dos produtos hidropônicos em comparação àqueles cultivados nos de-mais sistemas.

Mais vida

De modo geral, a durabilidade pós-colheita fica entre sete e 10 dias para as hortaliças hidropônicas, mas há relatos de 15 dias, quando mantidas em temperatu-ras adequadas (5 a 6 °C). A umidade rela-tiva próxima a 70% também é essencial; logo, ao adquirir uma alface hidropônica, por exemplo, o seu armazenamento den-tro de um recipiente lacrado (vasilha plás-tica) ou mesmo numa embalagem fechada é importante e, até mesmo, indispensável para que as folhas não percam qualidade, uma vez que dentro da geladeira a umi-dade não é totalmente adequada na ma-nutenção da turgidez foliar. •

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TÉCNICA

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FOLHOSAS

NOVO MANEJO DA SEPTORIOSE EM ALFACE

A septoriose (Septoria lactucae) atinge inicialmente as folhas mais velhas da alface, forman-

do lesões marrom-claras, de bordas ir-regulares, que podem se juntar (coales-cer) e formar lesões maiores, secando e destruindo toda a “saia” da planta. A doença normalmente se inicia por meio de semente infectada ou com o inóculo vindo de restos de cultura ou de culti-vos mais antigos.

É possível observar numerosos pontos de cor preta no centro da le-são (picnídios), nos quais são forma-dos milhares de esporos que se disse-minam para outras folhas e plantas por meio do vento e de respingos d’água. Na ausência da planta hospedeira, os picnídios funcionam como estrutu-ra de sobrevivência do fungo no solo, contribuindo para a instalação do fun-go na área.

Severidade da doença

A importância da doença se deve às lesões no tecido foliar que prejudicam a qualidade do produto � nal e, conse-quentemente seu valor comercial. Sob infecção severa, a alface pode murchar, secar e morrer.

Os prejuí-zos são maio-res princi-palmente em épocas chuvo-sas ou em cul-tivos irrigados por aspersão, aliados a um clima ameno (20-25 °C) – essas condições são ideais para o de-

Carlos Eduardo [email protected] Simões JuniorEngenheiros agrônomos e viveiristas

senvolvimento do patógeno. As regiões Norte e Nordeste são, portanto, me-

nos suscetíveis à septoriose, devido às altas temperaturas.

Controle

Para um controle mais efetivo reco-menda-se, de maneira geral,

o manejo integrado das doenças envol-

vendo todos os princípios e medidas disponíveis e viáveis de controle, como:• Plantar sementes e mudas certifi ca-

das, devido à possibilidade de con-taminá-las quando compradas sem critérios;

• Plantar em solos bem drenados, so-bretudo no período chuvoso, evitan-do o acúmulo de água no solo, o que seria uma condição ótima para o de-senvolvimento do patógeno;

• Plantar em espaçamento que per-mita boa aeração entre as plantas, principalmente no verão;

• Irrigar somente o necessário, se pos-sível por gotejamento, evitando o encharcamento do solo;

A rotação de culturas por pelo menos um ano é importante meio para

prevenir a doença

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FOLHOSAS

• Adubar com base em análise desolo,evitandooexcessodenitro-gênio;

• Fazerarotaçãodeculturaporpelomenosumano(asculturasmaisin-dicadassãomilho,repolho,berin-jela,couve-flor,beterraba,feijão-va-gemecenoura);

• Eliminarrestosculturais(enterrar,queimarouretirardaárea),nomea-damenteasfolhasbaixeirasatacadaspeladoençaeasqueforemretiradasduranteatoalete,poisopatógenosobrevivetantoemsementesquan-toemrestosculturais.Taismedidassãoessenciaispara

evitaradisseminaçãodopatógenonaárea e/ou controlar a doença, dimi-nuindoasperdasnaprodução.•

Plantar sementes e mudas certificadas faz parte de um

manejo preventivo da doença

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folhosas

ácidos húmicos beneficiam o enraizamento da alface hidropônica

As substâncias húmicas, que agre-gam os ácidos húmicos e fúlvi-cos, afetam a produtividade das

plantas porque, entre outros fatores, me-lhoram as propriedades físicas e biológi-cas dos solos e colaboram com a forma-ção de compostos fisiologicamente ativos. Com isso, elas influenciam o desenvolvi-mento das raízes e a absorção de nutrien-tes, favorecendo a produtividade vegetal.

Considera-se que os efeitos po-

Nilva Teresinha TeixeiraEngenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora do Curso de Engenharia Agronômica do Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal (UNIPINHAL)[email protected]

sitivos dos ácidos orgânicos sobre as plantas são justificados pelo estímulo no transporte de íons, na absorção iô-nica, na taxa respiratória e nas reações enzimáticas do ciclo de Krebs. Os áci-dos orgânicos apresentam grupamentos auxínicos em sua estrutura que ativam as bombas de H+-ATPase da membra-na plasmática.

Esse fato promove a acidificação do apoplasto e o consequente aumento da plasticidade da parede celular, resul-tando no incremento da área e do com-primento radicular. Vale ressaltar que tais substâncias promovem incremen-to no conteúdo de clorofila, ácidos nu-cleicos e proteínas.

Refere-se, também, que ácidos hú-micos absorvidos pela planta, em está-gios avançados do seu desenvolvimen-to, são uma fonte de polifenóis que funcionam como catalisadores da res-piração. Como resultado, há o aumen-to da atividade metabólica do vegetal; a aceleração dos processos enzimáti-cos e da divisão celular; o crescimen-to mais rápido da raiz; e o aumento de matéria seca.

Vantagens

Na literatura, é relatado o bene-fício do uso das substâncias húmi-cas em espécies vegetais cultivadas

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folhosas

em hidroponia, estimulando a pro-dução de raízes. Entretanto, deve-se enfatizar que o cuidado com as do-ses é importante.

No Curso de Engenharia Agronô-mica do Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal (UNIPI-NHAL) foi estudado, em sistema hi-dropônico, o comportamento de alfa-ce cultivada com doses crescentes de

ácidos húmicos e fúlvicos, na forma de formulado comercial.

Os tratamentos foram:

1 – Controle; 2 – 10 g/1.000 litros de ácido húmico;3 – 20 g/1.000 litros de ácido húmico; 4 – 30 g/1.000 litros de ácido húmico.

As plantas de todas as parcelas re-

ceberam a solução nutritiva padrão para a cultura. As Figuras 1, 2 e 3 mostram os resultados da avaliação de massa verde e seca das raízes e da par-te aérea e, também, do comprimento de raízes.

Nota-se que, conforme todos os critérios de avaliação, a inclusão dos ácidos húmicos e fúlvicos beneficiou o desenvolvimento das plantas – parte aérea e sistema radicular. Entretanto, é possível inferir que, nas condições do ensaio, 20 g/1000 litros de solução foi a melhor dose.

Ainda nas instalações de hidro-ponia do Curso de Engenharia Agro-nômica do Unipinhal, em Espírito Santo do Pinhal (SP), foi conduzido um ensaio com dois formulados co-merciais, contendo ácidos húmicos e fúlvicos. Nele, avaliou-se a produção da massa verde e seca de raízes e da parte aérea.

A Figura 4 mostra os resultados. Constate que ambos os formulados be-neficiaram o desenvolvimento das ra-ízes e da parte aérea das plantas, não ocorrendo diferenças entre os produ-tos empregados. •

Figura 4. Produção de massa verde e seca da parte aérea, em g/planta. Médias de 10 repetições.

Figura 1. Produção de massa verde e seca da parte aérea, em g /planta. Médias de 10 repetições.

Figura 2. Produção de massa verde e seca de raízes, em g/planta. Médias de 10 repetições.

Figura 3. Comprimento de raízes, em centímetros. Médias de 10 repetições.

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Os ácidos húmicos aumentam o enraizamento da alface

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empresa

Quando pensamos em nutrição mineral de plantas, lembramo-nos de imediato dos três ma-

cronutrientes primários: nitrogênio, fós-foro e potássio. Quanto ao fósforo, nota-se uma possível confusão já na nomencla-tura. Afinal, fósforo, fosfito e fosfato são termos corretamente aplicados como nu-trientes de plantas? Definitivamente, não. Apesar da semelhança na escrita, fosfito não é fonte de fósforo.

Então, qual é a função desse tipo de produto? Quais benefícios o produ-tor tem ao aplicar fosfito via folha? Fun-ciona?

O que é o fosfito

Conforme citado, o fosfito não é fonte de fósforo. Ele é a “Ferrari” que transporta, para dentro da planta, o nu-triente que estiver a ele associado. É ra-pidamente absorvido e translocado pela planta através do xilema e do floema (sis-

DesvenDanDo o fosfitoDaniela VittiEngenheira agrônoma, doutora em Ciências e coordenadora técnica da Biosoja

têmico), pelo mesmo mecanismo do fos-fato; porém, não existem evidências que mostram que o fosfito é ativamente me-tabolizado.

Em trabalho desenvolvido na Es-cola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Pau-lo (ESALQ/USP), comprovou-se que o fornecimento do micronutriente por meio dessa fonte é mais rapidamente ab-sorvido que cloreto, aminoácido, sulfa-to e EDTA, diferindo estatisticamente e provando essa característica do produ-to de maneira definitiva.

Sendo mais eficiente na absorção, as doses empregadas de fosfitos devem ser menores que as utilizadas com ou-tras fontes.

Fosfito como indutor de resistência

Existe um sério problema técnico quando nos referimos ao produto como in-dutor de resistência, já que o registro dele é como fertilizante foliar, e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) considera esse tipo de afirmação como desvio de uso, sujeito a penalidades.

Apesar disso, existem alguns traba-

lhos na literatura que mostram o inegá-vel efeito do ânion fosfito na indução de resistência, promovendo, por exemplo, o aumento de fitoalexinas em citros.

E o que são fitoalexinas? São subs-tâncias de defesa das plantas sintetizadas em condições de ataque de patógenos ou quando as plantas são submetidas a algu-ma condição de estresse; logo, são como os anticorpos produzidos pelos animais quando do ataque de alguma doença.

Porém, diferentemente dos animais, as plantas não possuem um mecanismo de “memória” bioquímica, que as tornem imunes durante todo seu ciclo. A plan-ta precisa de constantes estímulos para a produção desse “exército” de defesa quí-mica. Por isso, as recomendações são de doses parceladas e constantes de fosfitos associados aos micronutrientes.

Fosfito com efeito fungistático

Muitos trabalhos foram realizados para provar a sua ação como fungicida, matando diretamente o fungo, ou como fungistático, paralisando o desenvolvi-mento desse organismo. Em oomice-tos, principalmente Phytophthora, a ação dos fosfitos, de maneira geral, é absolu-tamente consolidada.

Outro exemplo de defensivo que se utiliza da característica de carreador do ânion fosfito é o glifosato (fosfito de me-til-glicina). Ele aproveita a carona com o fosfito para absorção, transporte e redis-tribuição da molécula de interesse den-tro da planta.

Recentemente, o Mapa finalizou as discussões, com as indústrias produto-ras de fertilizantes com base em fosfi-tos, para decidir em qual categoria esses produtos seriam enquadrados, uma vez que englobam inúmeras e inegáveis ca-racterísticas.

Definiu-se que ele continuará sen-do um fertilizante foliar. Assim sendo, é incorreto utilizá-lo para qualquer ou-tra função que não seja o fornecimento de nutrientes. •

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Defensive & AgrovAnt

evento

Durante a Expocitrus, o grupo Defensive & Agrovant pro-moveu uma palestra técni-

ca com o pesquisador da Universida-de da Flórida, doutor James Graham, que falou a respeito do cancro cítrico na Flórida, EUA, e de suas implicações no Brasil.

A Fabricante Nordox é uma em-presa norueguesa presente em mais de 50 países, que trabalha com o co-bre premium, chamado no Brasil de RedShield. A empresa Agrovant dis-tribui exclusivamente o produto para todo o país, contando com serviços de apoio técnico e de venda que represen-tam bem a qualidade do produto.

“Todos querem atuar no merca-do agrícola brasileiro, um setor pro-missor que cresce a cada ano. Como a Agrovant trabalha com um produ-to altamente técnico, a empresa pre-cisa de uma equipe que esteja alinha-da com esse perfil, para distribuir e divulgar o trabalho”, afirma Asbjorn Stromberg, gerente de Exportação da Nordox.

Ampliação da linha de trabalho

Além das grandes culturas, a Nor-dox tem uma linha de produtos para culturas como café, hortaliças e frutas em geral, presente em todo o mundo.

A participação mais expressiva do grupo Defensive & Agrovant está na região Sudeste, com técnicos qualifi-cados para atender a região. “Atende-mos a citricultura em São Paulo, a ca-feicultura em Minas Gerais, cereais e hortifrúti no Sul, Nordeste e Centro-Oeste”, informa Luis Antonio Busa-to, coordenador de Pesquisa e Desen-volvimento da Defensive.

Asbjorn Stromberg elogia o gru-po Defensive & Agrovant e destaca os ótimos resultados apurados pela em-presa. “Eles estão em muitos lugares,

executando um trabalho difícil e atu-ando em seminários voltados para a citricultura e cafeicultura, com pales-trantes da África do Sul, dos EUA, da Espanha, do México e da Austrá-lia”, diz.

Expocitrus

Durante a Expocitrus, o grupo De-fensive & Agrovant realizou uma pa-lestra que atraiu muitos visitantes. Para o gerente de Exportação da Nordox, Asbjorn Stromberg, essa é a maior feira representativa do setor no Brasil e ofe-rece um importante suporte à Agro-vant. “Os tempos estão difíceis, mas entendemos que aqui é uma oportuni-dade para estarmos próximos ao agri-cultor. Trouxemos um pesquisador da Universidade da Flórida, o doutor Ja-mes Graham, que ministrou uma pa-lestra a respeito do cancro cítrico na-quela região. As pessoas se mostraram interessadas no tema e acredito que co-lheremos bons frutos daqui”, avalia As-bjorn Stromberg.

O palestrante mostrou resultados

com diferentes produtos à base de co-bre em teste nos Estados Unidos, va-riando também as doses, a fim de mos-trar o efeito positivo de RedShield para a citricultura. Tal produto apresentou os melhores resultados com as meno-res doses, devido à qualidade única de RedShield.

E o gerente da Nordox garante: “Trabalhando com uma empresa séria como a Agrovant, com produtos tecni-ficados e bom custo-benefício, o retor-no para o produtor, mesmo em época de crise, será positivo. Isso porque a Agro-vant não só faz a venda, como também o pós-venda, o que é muito importan-te para garantir a comercialização do ano seguinte. Dessa forma, mantemos o cliente fiel ao produto, tornando essa aliança muito positiva”, conclui. •

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PioneirAs em esPeciAliDADes AgrícolAs e ProDutos Premium

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nitrato de potássio foliar induz à quebra de dormência em fruteiras

Lourenço NyssenTimo Van de LarEngenheiros agrônomos e doutores em [email protected]

frutas

A aplicação de nitrato de potássio foliar em fruteiras, além de ser fonte de nutrientes, tem um

efeito bastante interessante: a indução da quebra de dormência, em que são estimuladas as gemas de plantas frutí-feras após estas terem completado a sua diferenciação. Isso significa que a gema estaria apta a produzir flores e frutos.

Após o período de diferenciação, a planta inicia a fase de repouso em que acumula reservas (carboidratos) para que, no início da brotação, tenha a capacidade de florescer e frutificar. A aplicação de doses altas de nitrato de potássio foliar provoca a quebra de dormência antecipada, gerando a bro-tação, a florada, a frutificação e, con-sequentemente, a colheita.

Essa é uma ferramenta de manejo muito interessante, pois permite uma melhora nos rendimentos do produtor, antecipando a colheita, quando geral-mente os preços estão melhores. Tam-bém fideliza o mercado, oferecendo produtos por um período maior.

Vantagens do nitrato de potássio via foliar

A vantagem da aplicação foliar de nitrato está na rápida resposta das plan-tas, tanto na indução da quebra de dor-mência quanto na nutrição ou correção de deficiências nutricionais. Outro be-nefício da aplicação de nitrato de potás-sio foliar na pré-colheita é o seu efeito na melhora da coloração dos frutos e o Sh

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FRUTAS

aumento do teor de Brix (açúca-res ou sólidos solúveis).

O nitrato de potássio pode ser utilizado para melho-rar a resistência das frutíferas contra danos de frio, a exemplo do chilling (es-curecimento) em bananeiras e outras frutas. Também é utilizado na véspera da ocorrência de geadas, aumentando a concentração de sais nas células, além de reduzir a sensibilidade para até -1°.

Quando aplicar

A quebra de dormência deverá ser fei-ta pelo menos 60 dias antes da brotação normal das plantas. Para a melhora da coloração e do

sabor, o produto deve ser aplicado de 20 a 30 dias antes da colheita, e, para efeito do frio na véspera da entrada da frente fria, 24 a 48 horas antes do frio ou da geada.

Erros

Os maiores erros são relacionados às doses. Isso porque doses excessi-vas podem causar danos à produção, com � totoxidez, o que pode até com-prometê-la. Com doses baixas, não se obtêm os resultados esperados, con-denando a aplicação por não ter fun-cionado.

Geralmente, esse é o maior erro en-contrado em consequência da falta de orientação e do desconhecimento pro-fundo da técnica.

Custo

O custo depende do valor da com-pra por quilo e da dose utilizada, que, nesse caso, geralmente é signi� cativa, pois o nitrato de potássio deve ser apli-cado em altas doses para se obter os re-sultados esperados.

Em todas as recomendações e nas diferentes técnicas, o benefício é mui-to maior que o custo da aplicação. Uma colheita antecipada pode melhorar bas-tante o preço médio de venda, sendo que a melhoria de qualidade dos frutos em cor e sabor tem aumento no preço � nal dos frutos. Perder ou não uma sa-fra em geada leve signi� ca muito, em se tratando de ganhos � nanceiros para o produtor.•

A aplicação de nitrato de potássio foliar em fruteiras estimula a gema a produzir

flores e frutos

Timo Van de Lar, engenheiro agrônomo e doutor em Fruticultura

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O cubiu (Solanum sessiliflorum Dunal), também conhecido como tomate de índio, maná,

tupiro, topiro, cocona, orinoco apple e peach tomato, apresenta ampla varia-bilidade genética, tanto de suas carac-terísticas agronômicas quanto na com-posição mineral e de frutos.

Essa hortaliça-fruto representa um recurso genético importante para a agroindústria e para programas que vi-

fruta

Cubiu é novidade no merCadoMarcelo de Almeida GuimarãesProfessor de Olericultura do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal do Ceará (UFC)[email protected] Rodrigues Costa Feitosa Engenheiro agrônomo do Departamento de Fitotecnia da UFCJean Paulo de Jesus TelloManuel Filipe Nascimento GarciaCientistas agrário e ambiental do Departamento de Fitotecnia da UFC

sem, em curto espaço de tempo, à me-lhoria da alimentação das pessoas. O cubieiro apresenta potencialidades para a agricultura moderna devido à rusti-cidade, à boa capacidade de produção e às múltiplas possibilidades de apro-veitamento dos frutos. Suas proprie-dades nutricionais podem se constituir em grande atrativo para a população, os produtores agrícolas e o mercado de hortaliças.

Classificação

Apesar de os frutos de cubiu serem comercializados em várias regiões do Brasil, ainda não foi estabelecida uma norma técnica de classificação. Portan-to, frutos de diferentes formatos e es-tádios de maturação podem ser encon-

trados dentro das mesmas embalagens, fato recorrente em mercados e feiras de rua que comercializam o cubiu no es-tado do Amazonas. Em Manaus, Ta-batinga e Benjamin Constant, o qui-lo da fruta chega a ser vendido por até R$ 3,00.

Composição mineral e de vitaminas

Em cada 100 gramas de polpa de cubiu, pode-se encontrar a seguinte composição mineral e vitamínica mé-dia: caloria (41%); água (88,5%); prote-ína (0,9%); fibra (9,2%); cinzas (0,7%); cálcio (16 mg); fósforo (30 mg); ferro (1,5 mg); caroteno (0,18 mg); tiamina (0,06 mg); riboflavina (0,1 mg); niacina (2,25 mg); e ácido ascórbico (4,50 mg).

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Formas de consumo

O cubiu pode ser utilizado com dife-rentes finalidades. Nesse sentido, os fru-tos são utilizados como alimento, o suco como cosmético, e as folhas e raízes, como medicamentos.

O fruto tem como parte comestível a polpa. Devido ao seu sabor e aroma agra-dáveis, o cubiu pode ser consumido in na-tura como aperitivo (tira-gosto), na forma de saladas, doces e geleias, sendo aprecia-do também como condimento no tempe-ro de pratos à base de carnes vermelhas, peixe e frango ou em molhos mais api-mentados.

Os japoneses têm comprado frutos de cubiu para a extração de pectina, substân-cia utilizada no processamento de outros tipos de frutas para se atingir o chamado “ponto de geleia”.

O consumo de frutos de cubiu em die-tas com alimentos integrais e elevada con-centração de fibra solúvel tem importante

efeito no trânsito intestinal, já que a pec-tina, presente neles, pode se ligar a ácidos biliares, atuar na troca de cátions, influen-ciar no metabolismo de lipídeos e glicí-dios, e, ainda, alterar a biodisponibilidade de minerais. Como cosmético, é utiliza-

do na limpeza e para o brilho dos cabelos.Vale ressaltar que as folhas macera-

das podem ser utilizadas na cicatrização de ferimentos causados por picadas de ara-nha e inibição de bolhas em caso de quei-maduras.

Clima

o cubieiro é uma espécie que se desenvolve muito bem em regiões com alta umidade relativa do ar (média anual de 85%) e quentes, com médias de temperatura variando entre 18 e 30° C. Em geral, produz mais à plena luz do que em condição de sombra. Pode ser cultivado desde o nível do mar até 1.500 metros de altitude; porém, acima dos 1.000 m, é possível observar redução na produtividade.

Solo e seu preparo

os frutos de cubiu podem ser produzidos em solos de diferentes classes e com variadas propriedades químicas e físicas. Entre-tanto, são mais produtivos em solos arenoargilosos ricos em nutrientes, com pH levemente ácido, próximo a 6,5 ou acima. So-los ácidos de baixa fertilidade, com textura que pode variar de arenoso a argiloso, bem como os solos de várzea (húmicos), em geral ricos em matéria orgânica, podem ser utilizados para produção. o cubieiro nunca deve ser plantado em solos encharca-dos, já que apresenta dificuldades para se desenvolver, além de apresentar maior risco de incidência de doenças. Para a deter-minação das características químicas e físicas do solo a ser utilizado para o plantio dessa espécie, aconselha-se a análise química do solo, o que também possibilitará determinar a concentração dos nutrientes essenciais ao desenvolvimento da cultura. Se-gundo Silva Filho et al. (2014), bons rendimentos de fruto têm sido obtidos com a aplicação, no momento do transplantio, de 2 kg de composto orgânico, 70 g de superfosfato triplo, 50 g de cloreto de potássio e 10 g de ureia por planta. De acordo com os mesmos pesquisadores, 15 dias após o transplantio, 10 g de ureia devem ser aplicados por planta, procedimento repetido mensalmente até o início da maturação dos frutos.

Produção de mudas

Para o cultivo comercial do cubieiro, sugere-se a produção de mudas em bandejas plásticas (162 células) ou de isopor (72 a 128 células), preenchidas com substrato terra/areia/esterco de frango (1:1:1). A semeadura deve ser feita na superfície do substra-to utilizado para o preenchimento. Pode-se colocar uma fina camada de terra sobre a semente semeada, sendo que essa cama-da não deverá ser superior a 0,5 cm de profundidade. Após esta etapa, é preciso transferir as bandejas para local sombreado (não mais de 30% de sombreamento), tomando-se o cuidado de manter o substrato de preenchimento próximo da máxima capacidade da célula, ou seja, com o máximo de hidratação possível, para evitar qualquer processo de dessecação da semen-te e, consequentemente, a baixa eficiência na produção das mudas. Ao seguir todas as recomendações, as mudas deverão es-tar prontas para o transplantio entre 40 e 60 dias após a semeadura, podendo haver alguma variação de acordo com as condi-ções climáticas do local de cultivo.

Transplantioo transplantio pode ser feito em covas (20 x 20 x 20 cm) abertas sobre leiras (solos pesados e com risco de encharcamento) ou em sulcos de cultivo (solos friáveis, ricos em matéria orgânica), sendo que as mudas deverão ser transplantas quando apre-sentarem de quatro a seis folhas definitivas.

Espaçamentoo espaçamento a ser adotado no cultivo dependerá da etnovariedade a ser cultivada. Para aquelas de porte mais alto (acima de 1,5 m) e folhagem mais abundante, indicam-se espaçamentos de 1,0 x 1,5 m ou maiores. Para etnovariedades de porte menor, trabalhos de pesquisa têm mostrado boa eficiência produtiva em espaçamentos de 0,5 x 1,0 m e 1,0 x 1,0 m.

Irrigação

Por se tratar de uma hortaliça-fruto, da família das solanáceas, indica-se a irrigação por gotejamento durante a condução da cul-tura, já que evita o molhamento das folhas e, consequentemente, a manifestação de doenças ao longo do ciclo. Contudo, ex-periências recentes de cultivo em regiões de clima seco (UR abaixo de 40%), como no Nordeste brasileiro, têm indicado a ir-rigação por aspersão como fundamental para viabilizar a produção.

Condições ideais para o Cultivo

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Doenças

Em fase de produção de mudas, a “mela” é a doença mais recorrente, sen-do causada principalmente pelos fun-gos Rhizoctonia solani e Pythium sp. Em geral, esse problema ocorre por meio da associação de três fatores principais: Ø O substrato ou qualquer outro mate-

rial utilizado para a produção de mu-das está contaminado; Ø O elevado adensamento de plantas

por área; e Ø O ambiente está muito úmido.

Outras doenças podem acometer plantios de cubiu, sendo provocadas por fungos (pintas e manchas foliares, ane-lamento do caule e oídio), vírus (mosai-co e clorose das partes mais novas) e ne-matoides (galhas nas raízes).

Os fungos podem ser combatidos com defensivos naturais como as cal-das à base de enxofre. Para o controle de viroses, é preciso tomar ações pre-ventivas contra os vetores (tripes, pulgão e mosca-branca) e remover da área res-tos de cultura e plantas contaminadas. Já para os nematoides, pode-se fazer a solarização do solo com plástico trans-parente por até 90 dias, ou, então, o re-volvimento das camadas mais profun-das do solo, que deverão ficar expostas ao solo por pelo menos 30 dias.

Pragas

As pragas podem causar danos di-

retos e indiretos à cultura do cubieiro. Danos causa-dos aos frutos são chamados de diretos; já os que pro-movem redu-ção de pro-dut i v idade devido à al-teração na arquitetura, no compor-tamento ou nos órgãos da planta, à exceção do fruto, e que resul-tem em redução de produtividade, são considerados indiretos.

Colheita

Para as etno-variedades mais precoces, em condições ideais de cultivo (Ama-zônia), a colheita geralmente é ini-ciada aos seis me-ses após o plantio, podendo se esten-der por até seis meses em lavou-ras sadias e bem

cuidadas. Em condições de clima mais seco, a exemplo da região Nordeste do Brasil, a colheita pode ocorrer de forma ainda mais precoce, mas com produtivida-des menores e por um período reduzido.

Os frutos devem ser colhidos sema-nalmente, quando suas epidermes apre-sentarem coloração totalmente amarela. A colheita pode ser feita por arranquio ma-nual ou com tesoura de poda. Convém salientar que frutos marrom-avermelha-dos já estarão em estádio mais avançado de amadurecimento.

Após a colheita, os frutos devem ser levados para local fresco, sombreado e are-jado. Se conservados nessas condições, em temperatura variando entre 16 e 20° C, os frutos de cubiu poderão ser conservados por até 30 dias sem perder suas principais qualidades organolépticas. •

O cubiu pode ser utilizado com diferentes finalidades. Nesse

sentido, os frutos são utilizados como alimento, o suco como

cosmético, e as folhas e raízes, como medicamentos.

O cubiu pode ser utilizado com diferentes finalidades

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27.389 pessoas de todas as regiões do Brasil e de diversas partes do mun-do marcaram presença na 21ª edi-

ção da Hortitec, Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Cul-turas Intensivas, que aconteceu no pavi-lhão da Expoflora, em Holambra (SP), de 28 a 30 de maio.

A maior e mais importante mostra da horticultura brasileira superou as expecta-tivas mais otimistas, ao reunir 410 empre-sas expositoras. A secretária de Agricul-tura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, e o depu-tado federal Junji Abe percorreram os es-tandes da mostra.

O diferencial da Hortitec esteve, mais uma vez, no nível técnico do públi-co que a visitou. Isso porque grande par-te dos convites foi distribuída pelos pró-prios expositores aos seus clientes atuais e potenciais.

Como somente visita o evento quem

21ª Hortitec supera expectativasPúblico ultrapassou as expectativas mais otimistas, e o volume de negócios atingiu os R$ 100 milhões previstos pela organização

tem real interesse no setor, a Hortitec tornou-se um evento indispensável para produtores rurais e profissionais de agri-business interessados em conhecer as ten-dências do mercado de flores, frutas, hor-taliças e florestais, trocar experiências, participar de capacitação técnica, fazer e programar negócios a curto, médio e longo prazos.

Seleção

Com o seleto público e a grande pre-sença de profissionais e empresas de di-versas partes do mundo, a edição de 2014 consolidou a Hortitec como um evento internacional, o maior e mais importan-te da América Latina.

Estufas, telas, ferramentas, emba-lagens, vasos, defensivos, fertilizan-tes, irrigação, sementes, mudas, bulbos, substratos, climatização, biotecnologia, assessoria técnica e em comércio exterior, literatura e produtos importados estavam entre os itens expostos aos visitantes.

Como em 2014, devido à Copa do Mundo da FIFA, a Hortitec foi antecipa-da para maio, em 2015 a mostra hortifru-tícola volta ao mês original e acontece de 17 a 19 de junho, também no Pavilhão da Expoflora, à Avenida Maurício de Nas-sau, 675, em Holambra (SP). •

A Apex, distribuidora de insu-mos agrícolas, tem à frente da direção Amaury Diniz Pau-

lo e Gercindo Zarpelon. Situada em Valinhos (SP), a empresa tanto produz quanto distribui insumos agrícolas. Com sete anos de atuação, a Apex tem abrangência nacional, com uma equipe própria de 14 vendedores.

“Somos distribuidores exclusivos da Jisa no Brasil há cinco anos, uma empre-sa espanhola representada pelos direto-res Vicent Jong e Gregorio Murillo. E a Hortitec, para nós, tem um motivo es-pecial, pois a Jisa celebra, em 2014, 25 anos de empresa a nível mundial, tendo convidado seus clientes da América La-tina, Bolívia, Chile e Equador para par-ticiparem do evento”, comenta Gercin-do Zarpelon.

Gregorio Murillo informa que a Jisa está em aproximadamente 20 países e ex-porta para o norte da África, Marrocos, Argélia, Egito, Irã, Síria, Turquia, Ásia, Europa, Grécia, Itália, Coreia, Portugal, Brasil, Chile e Equador.

Linha de produtos

Os produtos são específicos para fruticultura, horticultura, cereais e flo-res. “São produtos especiais que contêm aminoácidos, ácidos húmicos, hormônios naturais e/ou extratos de algas da famí-lia Ascophyllum nodosum”, informa Ger-cindo Zarpelon.

O evento

A Apex participa da Hortitec há qua-tro anos, antes em parceria com seu distri-buidor local, a Agrototal. Quanto à Jisa, é a primeira participação no evento. Grego-rio Murillo diz que a Apex preza por tra-balhar com produtos de qualidade e ino-vação. “Nosso diferencial são produtos de qualidade e específicos para cada cultivo, para que a planta responda melhor aos nu-trientes”, ressalta.

É a primeira vez que Gregorio Mu-

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parceria que deu certorillo participa da feira, tendo se mostrado absolutamente surpreso por vários moti-vos, primeiro pela quantidade de empre-sas presentes, e depois pela organização e beleza da Hortitec. “As pessoas aqui en-volvidas são muito hospitaleiras e pro-fissionais. Estou encantado e satisfeito por ter participado desse evento”, elogia.

Gercindo Zarpelon já participou de outras feiras, mas, segundo ele, a Horti-tec é especial devido ao público altamen-te qualificado presente, como produtores de hortaliças, flores, frutos etc. “O evento está muito bom; percebemos que houve um upgrade em relação ao ano passado, e tanto o nosso estande como o de outras empresas estão melhorando a cada ano. A organização está melhor também, e para nós a feira está perfeita”, opina.

Amaury Diniz Paulo concorda com Gercindo. “A Hortitec é o que há de tec-nologia hoje, e todas as empresas aqui presentes se consolidam no mercado. Também é um momento que permite divulgar novas tecnologias e produtos. A informação lançada aqui chega às ou-tras regiões do Brasil de forma muito rá-pida”, conclui.•

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Guarany participa da 21a edição da Hortitec

A Guarany, empresa brasileira com 90 anos de tradição no merca-do, que exporta para mais de 60

países e desenvolve sua própria tecnolo-gia, apresentou na 21ª edição da Horti-tec as últimas novidades em soluções de equipamentos para uma hortifruticultu-ra tecnificada. O mais importante evento da América latina para este setor, focado no cultivo de frutas e hortaliças, além de olericultura, reuniu nos três dias da fei-ra agricultores familiares de todo o país. “A Hortitec é a oportunidade de estar em contato com nossos principais clien-tes, descobrir suas necessidades e apre-sentar os últimos lançamentos da Gua-rany desenvolvidos especialmente para este produtor, por isso a nossa participa-ção no evento é imprescindível”, explica o Gerente Nacional de Vendas – Divi-são de Equipamentos da Guarany, José Alexandre loyola.

Entre os destaques da empresa está o Aplicador Costal de Granulados, conhe-cido também como adubador. O equipa-mento, vencedor do prêmio IDEA/Brasil 2014 de design, oferece alto desempenho e conforto na aplicação de granulados, tais como: fertilizantes, adubos, insetici-das etc. Seu tanque possui um design úni-co e inovador que possibilita a aplicação do produto até o último grânulo, sem ser mo-torizado. Durante todos os dias do even-to o público pôde experimentar o equi-pamento e comprovar a sua facilidade na aplicação dos granulados. Cabe ressaltar, ainda, a mais completa linha de atomiza-dores costais motorizados, reconhecidos internacionalmente pelas soluções inova-doras e pela alta performance, para todos os tipos de aplicações e cultivos. São três modelos com capacidades de seis, 12 e 18 litros para aplicação de líquidos, pós e pro-dutos granulados com design diferencia-do, proporcionando melhor ergonomia, maior eficiência na operação e excepcio-nal alcance.

Lançamento

Outra grande novidade da Guarany na feira foi o lançamento de um pul-verizador costal profissional, que tem a ergonomia como foco, propiciando maior conforto e durabilidade. Pensan-do no produtor que privilegia a quali-dade para um melhor resultado, o novo Pulverizador Costal de Alavanca 12l PRO oferece uma qualidade premium, assinatura da Guarany no mercado, e traz características exclusivas, aliando alta tecnologia e design diferenciado.

O pulverizador começa inovando na capacidade e qualidade com um tanque de 12 litros reforçado e feito de polie-tileno, o que o torna extremamente re-sistente, diminui a possibilidade de va-zamento e trincas. Outro diferencial do produto é o sistema exclusivo de correias acolchoadas com regulagem de três al-turas.

Outra característica exclusiva da linha de costais Guarany é o sistema de filtragem progressivo que reduz a possibilidade de entupimento do equi-pamento, utilizando quatro filtros. E, para garantir maior segurança ao usu-ário, a tampa do pulverizador possui um copo dosador acoplado, que facilita a dosagem e diminui o risco de contato do operador com os defensivos.

Mas o grande diferencial do Pulve-rizador Costal de Alavanca 12l PRO é a garantia. Este equipamento é o único do mercado que conta com cinco anos, comprovando a qualidade dos produ-tos e o comprometimento que a Gua-rany tem com seus clientes.

Preocupação com o agricultor

O grande número de visitantes e o interesse demonstrado pelas máqui-nas e acessórios da Guarany não se deu apenas pelas novidades apresen-

tadas. “O produtor é carente de in-formação e tecnologia, e na Hortitec temos a oportunidade de informar e oferecer soluções adequadas às necessi-dades deles”, explica loyola. Com este objetivo distribuímos, durante o even-to, uma cartilha do produtor responsá-vel, elaborada para tornar mais eficien-te e sustentável as atividades no campo, por meio de práticas corretas, visando reduzir custos e proteger o operador e o meio ambiente.

Após os três dias de evento, loyo-la faz o balanço da Hortitec com muito otimismo. “Mais uma vez encerramos um evento com muito sucesso, gran-des possibilidades de negócios e a con-firmação de que nossos clientes estão cada vez mais satisfeitos com nossos produtos”, conclui. •

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GOURMET

agristar lança novas variedades de sementes e portal web

A Agristar, líder no mercado na-cional de sementes para horti-cultura, participou da Horti-

tec. A empresa apresentou ao mercado as novidades de alta tecnologia das li-nhas profissionais de sementes Topse-ed Premium e Superseed.

Neste ano, as variedades Agrião H100, Cebola Lucinda, Repolho Ve-loce, Rúcula Roka e Tomate Candieiro, da Topseed Premium, foram os desta-ques da Agristar no evento. Os pro-dutos da Linha Especialidades, como os minipimentões coloridos, a mini-berinjela Milan, o Tomatoberry, mi-nitomate em forma de coração, os to-mates tipo grape nas cores “chocolate” (ricos em licopeno), amarela e laran-ja, e miniabobrinhas verdes e amarelas Ball Squash (redondas) também cha-maram a atenção dos visitantes.

Outro destaque em exposição no estande da Topseed Premium foi a mi-niestação de cultivo hidropônico para a linha de folhosas, com alfaces, rúcu-las, agrião e minialfaces. A linha pro-fissional expôs ainda os resultados dos tomates Vento, Caribe e Predador, lan-çados em 2013.

Já a Superseed apresentou os re-sultados de campo do Tomate Ága-ta e relançou no mercado o substrato

Sunshine. A Cenoura Érica, a Alface Americana Laguna, a Abobrinha Irit e as variedades para maçaria também foram destaques da linha profissional na feira.

Open Field Day

Além de expor na Hortitec, a Agris-tar promoveu, nos mesmos dias do even-to, o tradicional Open Field Day (Dia de Campo) na Estação Experimental de Santo Antônio de Posse (SP), localizada a 8 km de Holambra.

Neste ano, o Dia de Campo trou-xe como novidade a exposição de pro-dutos voltados para o cultivo protegi-do, com destaque para a hidroponia. “A cada ano temos recebido um públi-co maior e em busca de novas técnicas, tanto na Hortitec como no Open Field Day”, diz o gerente de Marketing da Agristar, Marcos Vieira.

Novo portal web

Para interagir mais com clientes e parceiros e fortalecer o relacionamen-to com eles por meio da plataforma di-gital, a Agristar também lançou, du-rante a 21ª Hortitec, o seu novo portal digital.

Entre os destaques do novo site es-tão o conteúdo dinâmico, o layout mo-derno, a fácil navegação, a busca de in-formações, a interatividade com outras mídias sociais e a adaptabilidade de acesso por dispositivos móveis, como smartphones e tablets.

A nova página da Agristar na web apresentará informações de todas as li-nhas de sementes, seus produtos, no-tícias, depoimentos e eventos, além de uma área de atendimento ao usuário. Acesse www.agristar.com.br •

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A Agro Wiser avalia como mui-to positiva sua participação na Hortitec em 2014, pois recebeu

várias visitas de seus clientes em seu es-tande, como comenta Luiz Belem, dire-tor comercial da empresa. “Como sempre visitamos nossos clientes em suas casas, essa é a hora de sermos visitados. Gos-tamos muito de eles terem vindo à nos-sa casa, na Hortitec”, ressalta.

Participando há mais de 15 anos consecutivos no evento, a empresa aproveitou a ocasião para fazer o lança-mento oficial de novos produtos, como também para estreitar o relacionamen-to com os clientes vindos de norte a sul do país. Outro aspecto importante do evento é o intercâmbio com pesquisa-dores e parceiros comerciais, sem dei-

Agro Wiser - NestA você pode coNfiArxar de salientar os contatos com mui-tos estudantes de várias instituições de ensino ligadas ao agronegócio, com destaque para a visita de mem-bros do Grupo de Apoio à Pesquisa e Extensão, liga-do à Escola Supe-rior de Agricultu-ra Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (GAPE/ESALQ/USP), de Piracicaba.

Durante o evento, foi lançado ofi-cialmente o Glucona de Cobre, um co-bre complexado com aminoácidos que já está no mercado há seis meses. “Entre as novidades, foram apresentados o Ce-ratrap, uma proteína hidrolisada para o monitoramento de mosca-das-frutas; o Optimus, um produto à base de amino-ácidos associado a um fosfito, para nutri-ção e indução de resistência às plantas; e o Terra-Sorb Complex, um aminoácido com 20% de aminoácidos livres”, infor-ma Luiz Belem.

Diferencial

O diferencial da Agro Wiser são os aminoácidos, que não são originários de síntese, mas sim extraídos por hidrólise enzimática, o que proporciona a obten-ção de todos os aminoácidos livres para a planta.

A Agro Wiser fornece, por meio de uma equipe altamente treinada, produ-tos de alta qualidade que atendem às ne-cessidades e aos desejos de seus clientes, contribuindo para o aprimoramento da produtividade agrícola, do agronegócio e da qualidade de vida, tudo isso com mui-to respeito ao meio ambiente.•

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A SAS do Brasil é uma empresa que trabalha para desenvolver, fabricar e comercializar produ-

tos associados a soluções agrossustentá-veis e rentáveis para o cuidado nutricio-nal e da saúde dos cultivos.

Essa empresa foi pioneira há mais de 25 anos na aplicação do conceito de soluções sustentáveis para a agrono-mia. Por esse motivo, canaliza os esfor-ços para a obtenção de conhecimentos e recursos imprescindíveis para avançar na investigação, no desenvolvimento e na comercialização de produtos para o setor da nutrição e da saúde vegetal.

Atualmente, a SAS é uma empre-sa global com presença em mais de 40 mercados dos cinco continentes. Suas raízes encontram-se na Espanha, no centro de uma das zonas agrícolas mais tecnológicas e de alto rendimento do sul da Europa e do mundo.

Ao cumprir a finalidade de dar res-posta às exigências dos seus mercados, a SAS apresenta e renova constantemen-te a gama de soluções agrossustentáveis. “Nosso objetivo é fornecer ao produtor soluções para obter o máximo rendi-mento da cultura com produções de ele-vada qualidade”, define Maria José Lis, area manager da SAS no Brasil.

Atuação

A SAS tem, entre suas linhas de produtos, Coda, Forcrop e Plandak. No Brasil, a empresa está completando mais de dez anos de atuação. “Vimos a necessidade de criar uma filial no país para atendermos melhor o mercado. Há um ano trabalhamos com a filial. For-necemos fertilizantes especiais que são

sas do brasilsoluções para uma agricultura sustentável

baseados em ácidos orgânicos, aminoá-cidos e diferentes tipos de extratos vege-tais, com vistas a complexar o nutriente que está sendo fornecido para a planta”, explica Maria José.

Controle de qualidade

Os produtos da SAS do Brasil são garantidamente de alta qualidade, pois suas matérias-primas são cuidadosa-mente selecionadas e, em seguida, pas-sam por controle de qualidade, etapa im-portante para assegurar um produto final de qualidade e rendimento elevados no campo.

“A Linha Coda é completa para co-brir todas as necessidades do agricul-tor no campo, desde o tratamento de solo, para manter as condições ótimas ao desenvolvimento da planta, até o tra-

tamento das raízes e da área vegetativa, visando melhores frutos e todas as fa-ses fisiológicas do vegetal”, pontua Ma-ria José.

A feira

A SAS do Brasil participa da Horti-tec há seis anos. “Para nós, a importân-cia de estarmos aqui se refere à aproxi-mação e ao contato com novos clientes, para atingirmos estados que não estão sendo trabalhados pela SAS do Brasil, além de atender os nossos distribuido-res importadores localizados no Nor-deste e em São Paulo”, justifica a area manager da empresa.

Segundo ela, essa edição da Hortitec se mostrou mais movimentada e profis-sional. “Fizemos muitos contatos e fica-mos felizes com os resultados”, conclui.•

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hidrogood horticultura mais que moderna

Há 15 anos a Hidrogood parti-cipa da Hortitec. “É grande a importância de estarmos nes-

se evento, que é o maior da horticultu-ra. Aqui mostramos as novidades que temos desenvolvido ao longo dos anos. A Hortitec 2014 esteve bem movimen-tada, a feira cresce a cada ano e a orga-nização é impecável, o que facilita bas-tante o nosso trabalho”, avalia Carlos Banho, administrador da Hidrogood.

Modernização

Neste ano, a Hidrogood apresentou o novo desenvolvimento para o con-trole automatizado da solução nutritiva em hidroponia. O sistema de contro-le da solução nutritiva é composto por um painel com sensores que medem constantemente a CondutividadeElé-trica (CE) no reservatório onde fica a solução nutritiva.Em qualquer necessi-dade de correção, seja de mais água ou de mais soluções concentradas, o sis-tema faz o acerto adequado”, explica Carlos Banho.

Quando o nível atinge seu limite mínimo, o sistema enche novamente o

reservatório com a solução, sempre con-trolando a condutividade. Desse modo, ele oferece maior segurança e tranquili-dade para o produtor, que pode realocar o funcionário para outra função.

Mais novidades

Outra novidade está na forma de emenda dos perfis em bancadas mais longas. “Estamos com um novo siste-

ma para emenda de perfis, do qual, de-senvolvemos uma máquina para fazer a termofusão nessas emendas, o que vai facilitar o trabalho e evitar perdas no encaixe de uma emenda com outra”, ex-plica Thiago Orlandi, diretor comercial da Hidrogood.

Com o encaixe sempre se perde de 3 a 5cm na linha; isso pode não pa-recer muito, mas, em grandes instala-ções, representa uma série de metros perdidos por encaixe.

Enquanto isso, o chamado HFS é um sistema de cultivo de tomate, tam-bém automatizado, apresentado pela Hidrogood. Trata-se de uma linha com uma lâmina no fundo, na horizontal, onde a planta fica com a raiz parcial-mente de fora para poder respirar.

“O painel com sensor de conduti-vidade controla dois reservatórios, um com água e outro com solução.Nesse

Equipe da Hidrogood presente no evento

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painel pode-se determinar uma fai-xa de operação de forma que, quando chegar ao limite máximo de conduti-vidade por evaporação ou consumo ex-cessivo de água, será liberada água por meio de uma válvula, visando diluir a solução. Já no sistema inverso, quando a condutividade está muito baixa, é li-berada a solução nutritiva para manter sempre o sistema dentro de uma faixa de operação”, esclarece Carlos Banho.

Para supermercados

A Hidrogood apresentou, tam-bém, o produto chamado Horta Viva, um display para supermercado em que as plantas são colocadas em perfis por onde corre água, de forma a mantê-las vivas dentro do mercado. “Dessa for-ma, o consumidor final colhe a plan-ta ainda viva, fresquinha, tirada do pé

na hora de ser consumida. O sistema já vai com a bombinha e com todo o sis-tema de lavagem. A receptividade tem sido muito boa”, relata o administra-dor da empresa.

Bancadas

Por último, e não menos importan-te, as bancadas móveis também são no-vidade nas versões manual e com motor elétrico. As partes de cima se deslo-cam, de forma que em uma estufa é possível ter todas as bancadas, uma ao lado da outra, eliminando corredores e deixando apenas um. “Como o opera-dor não circula em todos os corredo-res o tempo todo, no corredor que ele precisar trabalhar é preciso apenas mo-vimentar a parte de cima da bancada, abrindo o corredor, e assim por dian-te”, explica Carlos Banho.

A vantagem, além da qualidade no trabalho, é o maior aproveitamento do espaço dentro da estufa, que pode ser 30% superior. “Na instalação hidropô-nica, o item mais caro que temos é a estufa. Então, quanto mais espaço eu aproveitar dentro da estufa, melhor”, pontua o especialista.

Mesa de germinação

A mesa de germinação é um mo-delo novo, automatizado, com timer e bomba. Ela já é vendida comple-ta para subirrigar e manter a umida-de das mudas sem encharcar. “Desen-volvemos ainda um sistema para os pés dos cavaletes das bancadas, que passa-rão a ser encaixados num vergalhão, o que vai agilizar e facilitar bastante a montagem do sistema”, garante Car-los Banho.•

Máquina de emenda através de termofusão

Painel para automação da solução nutritiva Sistema HFS (frutos) Horta viva

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formicidas mirex-so melhor no controle das formigas

A Atta-Kill é uma empresa do Grupo Agroceres, voltada ao desenvolvimento de tecnolo-

gias para o controle de formigas corta-deiras. Ela une conhecimento de van-guarda, experiência e alta tecnologia, para o melhor resultado em controle, por meio de modernos conceitos em produção de produto, harmonizando eficiência em campo e respeito am-biental.

Líder absoluta do mercado nacio-nal de iscas formicidas, com as marcas MIREX-S e MIPIS, a empresa con-solida a liderança em modernidade de produtos e abrangentes programas de serviços de atendimento aos clientes, na busca de melhores resultados.

Atta-Kill é compromisso com a competitividade e a evolução do agro-negócio brasileiro, em identidade to-tal com os valores do Grupo Agroce-res: Tecnologia e Inovação, Qualidade, Confiança, o melhor Atendimento e Resultado.

O evento

Segundo Ana Carolina Celidonio Zoia, analista comercial & Marketing da Atta-Kill, nesta edição da Hortitec o estande da empresa teve grande vi-sitação de usuários de seus produtos. “Em nosso estande, o público foi em busca de informações e até com po-sicionamentos interessantes de que o Mirex-S realmente é o melhor produ-to para controlar formigas nas lavou-ras. Isso nos deixa bastante orgulho-sos, pois é resultado de um excelente trabalho em campo de nossos profis-sionais”, diz.

A equipe Atta-Kill também teve a oportunidade de boas conversas com seus canais de vendas que por ali pas-saram, consolidando a forte parceria de

distribuição nesse segmento. “Em sín-tese, tivemos um balanço muito positi-vo na exposição de marca e relaciona-mento”, considera.

Novidades

A novidade ficou por conta da gran-de procura por informações do mate-rial lançado no ano passado para o setor agrícola – o Mipis Evolution. “Trata-se de um serviço de nosso produto Mirex-S Max que, na sua concepção e concei-to, é um invólucro protetor e dosador es-pecífico das iscas Mirex-S Max, com a vantagem econômica de que o usuário não perde a aplicação, nem o produto por chuvas ou umidades no ambiente. Ainda confere maior agilidade opera-cional por conter doses de acordo com a recomendação por distribuição, de 10 ou cinco gramas, o que leva à otimiza-ção de doses a serem jogadas, sem des-perdício”, observa Ana Carolina.

Na Hortitec, a Atta-Kill apre-sentou, também, os produtos po-sicionados para o mercado profis-sional agrícola: Mirex-S Max, nas embalagens de 500 g e de 4 kg, e Mirex-S, com posicionamento para o mercado amador de parques e jar-dins. “Os posicionamentos se dife-renciam e estão devidamente auto-rizados pelos órgãos competentes”, garante a analista.

Diferenciais

A Atta-Kill, junto com a marca Mirex-S, se alinham como duas mar-cas respeitadas e as mais lembradas na agricultura brasileira. Junto aos seus clientes, elas visam o melhor resulta-do ao usuário de seus produtos, além de priorizarem as melhores ações de aten-dimento em campo, levando tecnolo-gia e inovações a todos os segmentos da agricultura nacional.•

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A Rigrantec esteve, mais uma vez, presente na Hortitec. Esse evento, para Vinícius Py

Camargo, gerente de produtos, apro-xima a empresa de seu público consu-midor e consegue fazer um elo entre empresa e produtor, facilitando a co-municação e a troca de informações, com resultados na negociação de tec-nologias e produtos.

“O público se mostrou muito inte-ressado, assim como as empresas expo-sitoras que estão entrando nesse mer-cado, todos reunidos em prol de um objetivo comum – a difusão de tecno-logias”, registra Vinícius Camargo.

As algas marinhas, os aminoácidos, os ácidos húmicos e fúlvicos estiveram entre os temas que chamaram a aten-ção dos visitantes.

Novas tecnologias

A Rigrantec, diferentemente de ou-tras empresas, trabalha há bastante tem-po com matérias-primas para tecnolo-gias de aplicação, nutrição e colheita, tratamento de sementes, corantes, pai-sagismo e especialidades.

“De um tempo para cá, em cima do que já foi pesquisado, quisemos mos-trar que um mais um pode ser mais que dois, por meio da potencialização de tecnologias e diferentes produtos. Assim, trouxemos as algas combina-das com ácidos húmicos e fúlvicos, por meio do produto BioGain Max Plus; e uma combinação de extrato de algas marinhas mais NPK 5-26-5, com o produto Horus, que atua como anties-tressante após o transplante das mudas, tanto para hortaliças quanto para ou-tras culturas”, relata Vinícius Camargo.

A Rigrantec possui vários pro-dutos combinando diferentes tecno-logias, como os quelatos que já têm,

rigrantectecnologias para cultivos agrícolas

comprovadamente, maior eficiência do que outras fontes de micronutrientes. A novidade são os quelatos ligados a aminoácidos e algas, completando a li-nha que garante maior retorno em pro-dutividade.

Diferencial

Em relação aos concorrentes, a Ri-grantec sai à frente com seu amplo co-nhecimento acerca do trabalho que realiza, tanto no que diz respeito às cul-turas quanto aos seus devidos manejos.

Há, ainda, a questão da matéria-pri-ma utilizada, como a alga marinha Sar-gassum, que se mostra mais equilibrada e, devido à sua composição, apresenta melhores resultados; e os ácidos húmi-cos e fúlvicos, que têm como fonte a le-onardita, permitindo o uso em menores doses e com melhores resultados, pois são mais concentradas e eficientes.

Resultados

No Rio Grande do Sul, a Rigrantec testou seus produtos em soja, com re-

sultados de quatro a cinco sacas a mais em relação aos seus concorrentes. Fo-ram utilizados enraizadores, como a alga CoMo+ e amino CoMo, para evitar a fitotoxidez causada pelos her-bicidas.

Vinícius Camargo também desta-ca o AlgaAmino, uma combinação de aminoácidos e algas que funcionam como estimulantes e antiestressan-tes para a planta, usada em pré, pós-transplante e em eventos traumáticos para a planta, que podem ser desde a geada a uma chuva de pedras. Já Ami-no K é um complexo de aminoácidos mais potássio, empregado no final do ciclo como um carreador, fazendo com que as plantas produzam mais grãos e frutos melhores.

Por fim, a Rigrantec disponibili-za ao produtor um pacote tecnológi-co com excelente custo-benefício, re-fletindo diretamente na produtividade. “Nossos produtos são um seguro para a lavoura, pois, além de suplementarem na hora certa, preparam a planta para eventos de risco, protegendo-a”, con-clui Vinícius Camargo. •

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Novos produtos, novos pro-jetos e novas ações, além de uma consagrada linha

de produtos profissionais. Tudo isso foi conferido no estande da Isla Se-mentes, durante a 21ª edição da Hortitec. A Hortitec é a maior e mais importante feira de horticul-tura do Brasil e uma das mais im-portantes da América Latina no se-tor.

Para a Isla, a participação no evento vai além da realização de negócios e da oportunidade de ex-por as qualidades e os diferenciais dos produtos da empresa. “A Hor-titec possibilita analisar as tendên-cias e necessidades, contribuindo para as ações em busca da satisfa-ção dos nossos clientes”, comenta Diana Werner, diretora-presiden-te da Isla.

Neste ano, a empresa apresen-tou os principais cultivares da li-nha PRO, direcionados ao mer-

cado profissional. As novidades ficaram por conta do lançamento de uma grande variedade de produ-tos, como: as alfaces Prado, Carmi-nia, Cacimba, Joaquina e Palmas; a abóbora Glória; as berinjelas Tet-ti, Niobe e Morella; uma beterra-ba híbrida; o manjericão Gennaro de Menta; pepinos pré-comerciais; os pimentões Talento e Bárbaro; a linha de minipimentões coloridos; tomates com novas resistências e formatos.

Outro lançamento divulgado no evento é a implantação de um moderno projeto que vai disponi-bilizar produtos diferenciados, de alta qualidade e alto valor agrega-do, diretamente para os supermer-cados e para a mesa do consumi-dor. Dentro desse projeto, a linha especial de tomates Sêneca e Verô-nica já está sendo disponibilizada nos supermercados da rede Zaffa-ri, de Porto Alegre.

Isla sementes Inova na HortItec 2014

A Taminco é uma empresa belga que atua no ramo de químicos. No Brasil, trabalha com o Bu-

nema (antes distribuído pela Chemtra), um desinfetante e fumigante de solo.

A Hortitec

A Taminco participa da Hortitec desde 2007, o que, em algumas edições, foi feito por meio da empresa Chemtra. “Os principais pontos de participação na Hortitec são o contato com os clientes, a difusão da marca, do produto, a abertu-ra de novos mercados, os novos contatos e o diálogo com clientes que já temos. O produto está há 16 anos no mercado, mas é preciso aparecer e demonstrar a marca, com resultados no campo”, jus-tifica Christian Bock, responsável téc-nico pela Taminco do Brasil.

Segundo ele, os resultados são po-sitivos para o controle de nematoides e de fungos de solo, refletindo no me-lhor rendimento das lavouras de cenou-ra, batata e tomate. “Há, ainda, a possi-bilidade de reaproveitamento de áreas,

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A evolução dA AgriculturA

com bom potencial de produção. Após o uso do Bunema, conseguimos que áreas com problema de nematoides voltassem a produzir, devolvendo o rendimento e a rentabilidade para o produtor”, afirma.

Resultados garantidos

Christian Bock garante que o pro-dutor que utiliza o Bunema tem tido de 95 a 98% de controle dos nematoides, e outros 90% de controle de fungos de solo. “O solo tratado com Bunema fica virgem novamente, como se nunca ti-vesse sido plantado nele”, diz, acrescen-tando ainda que a produtividade se tor-na compatível com a qualidade do solo.

Aplicação

A aplicação do Bunema é simples. Christian Bock explica que o produto

pode ser utilizado em qualquer sistema de irrigação ou incorporado via rotati-va no solo, numa dose única pré-plan-tio. “O solo já estará pronto para plantio 15 dias depois, sem nenhum residual, pois Bunema é um produto de contato de choque. Com uma incidência de ne-matoides e fungos de solo que provoque perdas de produtividade em torno de 10 a 20%, o produtor já paga o investimen-to”, pontua.

Para o responsável técnico pela Ta-minco, o movimento da feira foi muito bom, com grande divulgação do produ-to e realização de contatos promissores com os visitantes da Hortitec. •

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A Tropical Estufas participa da Hortitec desde a primeira edi-ção, um evento direcionado

para o tipo de trabalho da empresa. “A Hortitec é uma das grandes feiras do mundo voltadas para o cultivo intensivo de hortaliças, sendo a que mais atende o nosso setor. É uma das melhores feiras que participamos, em termos de negó-cios”, afirma Nelson Nardy, diretor co-mercial da Tropical Estufas.

Demanda

De acordo com o empresário, neste ano a procura por novas tecnologias foi maior. Na mesma medida, também au-mentou a oferta em cultivo protegido, pelos fabricantes. “O setor está próspe-ro; por isso, deixamos todos os lança-mentos para serem apresentados aqui na Hortitec”, diz Nelson Nardy.

A Tropical Estufas saiu à frente e demonstrou no evento suas estufas com o tutoramento de plantas. “Em outras estufas, se o produtor fizer o tutora-mento, que é a amarração da planta na estufa, a estrutura perde a garantia. Mas, com as nossas estufas, o agricul-tor continua com a garantia, pois o tu-

Tropical EsTufasculTivo proTEgido E inTEnsivo

toramento é feito na mesma estrutura da estufa, eliminando o uso de bam-bus”, explica o diretor comercial.

Outra novidade é a estufa com sis-tema dente de serra, considerada uma abertura diferenciada. Indicado prin-cipalmente para a cultura do tomate, o sistema se mostra eficiente contra a mosca-branca, um grande obstáculo não só no Brasil como no mundo.

“O que controla a mosca-branca é a tela antiafídeo, uma malha muito fe-chada que não deixa passar esse inse-

to. Em contrapartida, como ela segura a ventilação, a estufa aquece. Chega-mos à conclusão de que, para contraba-lancear a falta de ventilação, é preciso subir o pé direito da estufa. Assim, já são comuns estufas com cinco metros de pé direito até a altura da calha”, re-lata Nelson Nardy.

Como funciona o dente de serra

O dente de serra visa facilitar a saída do ar quente de dentro da estufa. “Quan-to maior for essa boca de saída, maior é a ventilação. Quando usávamos a malha aberta, não era necessária tanta abertura porque a ventilação entrava pela lateral e saía pelo topo. Por isso, acredito que o dente de serra é um sistema que veio para ficar. Essa é uma necessidade de merca-do que já é muito utilizada no México”, conta o diretor comercial.

A Tropical Estufas já trabalha com o sistema dente de serra há quatro anos e disponibiliza, a partir de agora, todas as garantias necessárias ao mercado.•

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A equipe da Tropical Estufas mostrou os benefícios do modelo Dente de Serra

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nutrisafra qualidade sem limites

A Nutrisafra esteve, novamente, presente na Hortitec, para expor sua tecnologia aos visitantes e fa-

zer novos contatos de distribuição, além de divulgar a marca. “Consideramos a Hor-titec uma feira interessante por ser a maior do segmento, atraindo muitas pessoas in-teressadas em relação ao que mostramos”, justi!ca Heitor Takahashi, gerente do De-partamento Técnico da Nutrisafra.

FocoNesta edição, o foco da Nutrisafra foi

a divulgação dos organominerais de plan-tio, com marcas já consagradas, e o lan-çamento de dois nitrogenados de cober-tura – N Total (nitrogênio com inibidor de uréase) e Sulfamin (sulfato de amônio enriquecido com aminoácidos).

Heitor Takahashi explica que o N Total é uma ureia tratada com AgRho N Protect, um inibidor de uréase que minimiza a volatilização do nitrogê-nio, aumentando o aproveitamento des-se nutriente. As perdas de nitrogênio por volatilização da ureia convencional podem chegar a 70%. Já o Sulfamin é um sulfa-to de amônio, fonte de nitrogênio e en-

xofre enriquecido com aminoácidos, que tem efeito bioestimulante para a planta e atua nas propriedades físicas e biológicas do solo.

A Hortitec“Neste ano, a Hortitec estava muito

movimentada, o que nos permitiu fazer vários contatos. Entretanto, nossa presen-ça foi somente institucional, sem negocia-

ção de produtos”, conta Heitor Takahashi.O que chamou a atenção dos visitan-

tes foi que, além de a parte nutricional dos produtos Nutrisafra ser mais e!ciente que seus concorrentes, eles atuam nas proprie-dades física e biológica do solo. “Temos vários resultados em diversas culturas, e nossa equipe estará à disposição dos pro-dutores, no pós-feira também, para escla-recer cada uma de suas dúvidas”, !naliza o gerente de departamento da empresa.

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ginegar polysackTecnologia máxima em filmes plásTicos

A equipe Jacto participou da 21ª HORTITEC – Exposi-ção Técnica de Horticultura,

Cultivo Protegido e Culturas Intensi-vas - que aconteceu em Holambra (SP), entre 28 e 30 de maio.

A empresa levou para o evento in-formações sobre bicos de pulverização e pulverizadores da linha costal.

A Koppert participou da Hor-titec mostrando o que faz de melhor – o controle biológi-

co. Na oportunidade, a empresa lançou o inseticida biológico Diplomata®, que controla a lagarta Helicoverpa, dotado de uma tecnologia que tem como subs-tância ativa o vírus núcleo-poliédrico Helicoverpa armigera (HearNPV).

JacTo parTicipa da 21a HorTiTec

kopperT – o alvo cerTo

Desde 1998 a Ginegar Polysack participa da Hortitec, o prin-cipal evento do setor de culti-

vos protegidos, que é sua área de atuação. Neste ano, a empresa aproveitou a opor-tunidade para lançar o Suncover Blue, um filme plástico inédito no mundo voltado para a cobertura de estufas, com benefí-cios diferentes dos plásticos tradicionais.

Alessandro Lavandeira Mangetti, gerente comercial da Ginegar Polysa-ck, relata que o Suncover Blue é fabrica-do pela própria empresa em Israel e tem a capacidade de selecionar comprimen-tos de ondas específicos para que a plan-ta se desenvolva melhor e faça mais fo-tossíntese, mediante o fornecimento de um tipo de luz ou de comprimentos de ondas que as plantas têm mais eficiência fotossintética.

Esse plástico também tem ação anti-vírus, o que diminui a incidência de in-setos vetores de virús dentro das estufas e tem capacidade de reduzir a tempe-ratura interna dos ambientes protegidos de forma mais eficiente no verão quan-do comparado a outros tipos de filme, condição importante para o Brasil, que apresenta climas quentes na maior parte de seu território.

Recomendações

Suncover Blue é indicado para qualquer cultura, com exceção de al-faces roxas e rosas bicolores, sendo que o único cuidado é mantê-lo limpo nas regiões de baixa luminosidade ou alta nebulosidade, pois esse plástico oferece uma menor transmissão de luz quando comparado aos outros filmes da própria Ginegar. Esse fator pode fazer com que no inverno os seus benefícios sejam mi-nimizados, o que é visto e recupera-do de maneira muito intensa quando voltamos nas épocas mais quentes e de mais intensidade de luz. O efeito anti estático ( proporcionado por aditivos especiais que garantem menor deposi-ção de poeira) ajudam a diminuir essa questão.

Assim, Alessandro Mangetti reco-menda Suncover Blue principalmente para regiões quentes e de alta intensida-de luminosa, onde as altas temperatu-ras são fatores limitantes de produção, e para culturas em geral que exigem me-lhor qualidade de luz para que a planta se desenvolva de forma ideal.

“As rosas são um bom exemplo de cul-tivo que é beneficiado por esse plástico,

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pois seu preço se dá em função do ta-manho do botão e da haste, característi-cas nas quais o Suncover Blue influencia diretamente, por comprimentos de on-das específicos enviados para a planta. Assim, o produtor terá um produto fi-nal de melhor qualidade e, por conse-quência, mais rentável”, destaca o geren-te comercial.

Investimento

Suncover Blue tem um valor médio de 12 - 15% superior em relação aos ou-tros plásticos da própria Ginegar Polysa-ck. Por outro lado, ele oferece maior ga-rantia (três anos), maior durabilidade e, por fim, maior precocidade em algumas culturas, melhor qualidade, maior peso de plantas e tamanho de haste. Assim, Ales-sandro Mangetti garante que os benefí-cios que o produtor tem em função dessas tecnologias agregadas são muito maiores que o valor inicial de investimento maior.

Além da área de floricultura, Sun-cover Blue mostra resultados em hidro-ponia, produção de mudas de eucalip-

to, frutos de tomate, pepinos, folhosas em geral,pimentões, entre outros, do Sul ao Norte.

A empresa

A Ginegar Polysack é líder mundial no desenvolvimento de filmes plásticos e mulchs para a agricultura e tem por ob-jetivo lançar constantemente tecnologias para o Brasil que tragam algum benefício para o cliente final, independente de sua

cultura e região em que está estabelecido. O objetivo sempre é atingir maior qua-lidade e produtividade, resultando em maior rentabilidade para o cliente final. “Nós estudamos a necessidade do clien-te antes de apresentar uma solução, ava-liando as dificuldades que ele tem e os fa-tores limitantes à produção. Assim, tudo o que lançamos até hoje é precedido de um estudo agronômico, para nos desta-carmos frente às empresas concorrentes”, conclui Alessandro Mangetti.•

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to A BASF percebeu que, para alcan-çar altas produtividades e melhor qualidade de fruto, não basta fa-

zer apenas o controle fitossanitário. “Sabe-mos que uma planta melhor nutrida con-segue se proteger melhor contra pragas e doenças, além de suportar os estresses cli-máticos”, diz Murilo Soares de Souza, co-ordenador de Marketing HF da BASF.

Pensando nessa direção, a BASF en-tra no segmento de nutrição vegetal com a linha Librel®, de micronutrientes espe-cializados, principalmente no mercado de especialidades, como tomate, batata e uva. Os produtos são importados da Inglater-ra, um mercado extremamente exigente em agricultura.

Portfólio

A linha é composta pelos produ-tos Librel® Magnésio, Librel® Zinco, Librel® Cobre, Librel® Manganês, Li-brel® Mix AL, Librel® Cálcio e Librel® FeLo, voltada para o segmento hortifrú-ti e dirigida às culturas de tomate, batata, uva, maçã, melão, cebola, alho e folho-sas como alface, escarola, rúcula, agrião, entre outras.

Murilo Soares explica que todos os fertilizantes Librel® são formulados a partir de microgrânulos dispersíveis em água para aplicação foliar ou fertirriga-ção. Além disso, são 100% quelatizados

BASF lAnçA FertilizAnteS pArA hortiFruticulturAS

com EDTA. Entre os benefícios estão o aumento da produção e da qualidade do produto final; o equilíbrio nutricional da planta; a eficiência em ampla faixa de pH; a alta estabilidade em soluções nutritivas; e a maior resistência ao estresse.

“Librel® é uma marca mundial de fer-tilizantes especiais que vem agregar uma nova categoria de produtos e, consequen-temente, permitir que ofereçamos solu-ções mais completas ao mercado agríco-la”, afirma Murilo Soares.

Mais novidades

Outro destaque, durante a Hortitec, ficou por conta do Sistema AgCelence®

HF, totalmente desenvolvido no Brasil. Ele proporciona ao agricultor qualidade e integridade aos produtos finais, além de alta produtividade, características im-portantes para elevar a competitividade do agricultor nesse mercado.

Para as culturas de tomate e batata, o sistema integra a aplicação sequencial dos fungicidas Cantus™ e Cabrio ™Top. Já na cultura de uva, os fungicidas Collis™ e Cabrio™Top são empregados em diferen-tes etapas no manejo do cultivo. Esse mo-delo permite o maior teor de graus Brix, que torna a fruta mais doce e palatável.

Para o controle de pragas, a BASF apresentou na feira os inseticidas Pirate® e Regent™Duo. O primeiro é registrado para atender aos cultivos de tomate, ce-bola, batata, couve, alho, crisântemo, ma-mão e maracujá.

O produto age sob diferentes ácaros e insetos por meio de ingestão e contato, permitindo alta eficácia com amplo espec-tro de ação. Já o segundo é voltado para a cultura da batata. Em sua composição, há dois ingredientes ativos: o Fipronil e a Alfapermetrina, que permitem um efeito de choque e residual, com controle efetivo para a larva-alfinete, principal praga sub-terrânea que atinge o tubérculo. •

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Equipe da Basf presente na Hortitec 2014

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A SementeS Piraí partici-pa da Hortitec há 11 anos. “a importância da feira em si é o

encontro com o produtor desse segmen-to diferenciado de olericultura e fruticul-tura”, observa José aparecido Donizete Carlos, diretor comercial.

ele faz um balanço positivo do even-to, que reúne produtores realmente inte-ressados em soluções de alta tecnologia.

Nutrição do solo

Os produtores têm mostrado difi-culdades quanto à nutrição do solo e ao adubo verde ideal para recuperar a área, sobretudo em relação às pragas e aos ne-matoides, dúvidas que foram soluciona-das no estande da Piraí.

Há 19 benefícios da adubação verde, comprovados tanto na pesquisa quanto na prática, ao longo do plantio até o ma-nejo da biomassa. entre eles, José apa-recido enumera os seguintes:- adubação e proteção do solo contra

erosão;- Controle de plantas daninhas;- Sistema radicular rústico, que recicla

os nutrientes;- Descompactação do solo;- equilíbrio biológico;- aeração e estruturação do perfil.

O diretor da SementeS Piraí compara a adubação verde a um descanso

SementeS Piraíadubação verde fazendo a diferença

para o solo, já que a agricultura conven-cional demanda muitos defensivos que debilitam a parte microbiológica da ter-ra, desequilibrando-a.

Abaixo do solo

abaixo do solo, a adubação verde traz a fixação de nitrogênio pelas leguminosas. “a Crotalaria juncea, por exemplo, fixa até 300 kg/ha de nitrogênio. isso indica de r$ 500,00 a r$ 700,00 por hectare que se deixa de gastar com ureia, ao passo que são gastos apenas r$ 250,00 com a adu-bação verde, uma economia considerável”, expõe José aparecido.

entretanto, segundo o diretor comer-cial da Piraí, esse nem é o maior dos be-nefícios. O que mais tem atraído os pro-dutores para a adubação verde é o controle de nematoides, uma praga de difícil eli-minação. Há também o controle eficien-te de fusarioses, cercosporioses, entre ou-tras que têm o ciclo quebrado na rotação de culturas com adubo verde.

Outra finalidade interessante é a fi-torremediação, que é a desintoxicação do solo de excessos de nutrientes e metais pesados ou de ingredientes ativos, como herbicidas e inseticidas. “temos estu-dos que comprovam a atuação do adu-bo verde nesse sentido, com resultados muito promissores. todos os benefícios ocorrem ao mesmo tempo”, garante José aparecido, lamentando pelos produtores que ainda não aderiram a essa realidade.

Segundo ele, é preciso que o agricul-tor pense na adubação verde como um caminho para continuar produzindo, e não como uma pausa de plantio comer-cial sem retorno financeiro. “O retorno virá no restabelecimento do solo, que não é uma fonte inesgotável de vida. É preci-so cuidar dele, sempre”, conclui. •

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microquimicatecnologia e inovação em nutrição

A Acadian esteve presente na Hor-titec demonstrando os resulta-dos da alga marinha Ascophyllum

nodosum em diversas culturas, principal-mente os efeitos na produtividade e maior vigor das hortaliças.

A empresa tem o compromisso de entregar extratos de algas premium, derivados de Ascophyllum nodosum, que comprovadamente estão envol-vidas em manejos de sucesso. “Nos-sos insumos vegetais e culturas são projetados para aumentar a produti-vidade agrícola e hortícola, além do vigor das plantas, baseado na nutri-ção equilibrada”, diz Marcos Betti-

acadian - alga ascophyllum nodosum atrai olhares

A Microquimica participa da Hortitec, uma feira importan-te para o segmento de horti-

cultura. “Essa é uma ótima oportuni-dade para termos contatos com vários e novos clientes, pois aqui estão presen-tes pessoas de todo o Brasil. Por isso, pretendemos continuar participando dessa feira nas próximas edições”, diz Roberto Berwanger Batista, engenhei-ro agrônomo e diretor técnico da Mi-croquimica.

Novidades

A Microquimica atende clientes de todas as regiões e, durante a feira, de-monstrou suas inovações, as novidades, os resultados e as possibilidades para a agricultura.

“Em 2013 lançamos o produto Vo-rax, que continua sendo nosso foco neste ano. Trata-se de um fertilizante orgâni-co, inovador e diferente, pois contém ni-

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ni, engenheiro agrônomo da Acadian. A empresa vem crescendo no Bra-

sil e hoje já conta com uma equipe de 15 colaboradores. •

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trogênio com 30% de aminoácido (áci-do L-glutâmico), associado a um extrato de alga e à glicina betaína”, relata Ro-berto Batista.

Os resultados de Vorax, além do efeito fertilizante, são o aumento do

teor de clorofila, pigmento fundamen-tal para a fotossíntese, e o aumento na atividade de algumas enzimas, como a redutase de nitrato, ligada diretamen-te à assimilação do nitrogênio. Isso re-sulta em maiores índices de brotação e resistência a estresses abióticos e, por consequência, elevadas produtividades.

As culturas em que os resultados já foram comprovados são batata, toma-te, alface, beterraba, orégano, repolho, couve-chinesa e soja. “Esse produto tem um potencial muito grande, sen-do que estamos buscando novos alvos com ensaios agronômicos em institui-ções oficiais para posicioná-lo melhor nessas culturas”, considera Roberto Ba-tista.

Custo-benefício

Com Vorax, o produtor terá uma

relação custo-benefício interessante, já que se exige uma dose baixa do produ-to para que os efeitos sejam verificados. Em soja, por exemplo, Roberto Batista recomenda de 50 a 200 mL por hecta-re; logo, um litro faz 20 hectares.

Além disso, o produto é de fácil aplicação, sem efeito residual ou fi-totóxico ao ser humano. “O produ-to pode ser usado em todas as cultu-ras, com amplos benefícios”, garante o agrônomo.

A Hortitec

É a quarta participação direta da Microquimica na Hortitec, e a equi-pe ficou satisfeita com os resultados. “O balanço é positivo e a qualidade do público, excelente. Esse é um di-ferencial que nos atrai: agricultores de alto nível tecnológico, que buscam novidades e têm interesse em aumen-tar as produtividades e a qualidade de sua produção”, finaliza Roberto Ba-tista.•

Equipe da Microquimica

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daymsa

A Daymsa participou de todas as edições da Hortitec, uma fei-ra que a empresa utiliza como

meio para atender melhor e de forma mais próxima seus clientes. “Para isso, trazemos nossa equipe de forma mais estruturada para assim cobrir mais re-giões, com um atendimento mais perso-nalizado para várias culturas”, esclarece Fredy Yano, gerente geral da empresa.

Foco

Sem se esquecer do restante da li-nha, a Daymsa destacou, neste ano, os bioestimulantes, aminoácidos e produ-tos com ação hormonal, visando à qua-lidade dos frutos e à melhoria da pro-dutividade.

“A princípio, a Daymsa tinha como foco apenas o segmento de hortifrú-ti. No Brasil, a diversificação agríco-la é grande, e por isso a empresa está ampliando sua atuação”, detalha Fre-dy Yano.

Ainda segundo ele, os bioestimu-lantes trazem melhor produtividade para as culturas, com qualidade na co-lheita e pós-colheita, com otimização no desenvolvimento de frutos, pois ex-plora o máximo potencial produtivo da cultura.

“Se uma variedade de tomate tem como característica produzir frutos grandes e pesados, vários fatores con-tribuem para dificultar esse processo. Os produtos da Daymsa agem justa-mente nesse momento, possibilitando que a planta atinja o máximo poten-cial”, discorre o gerente geral da em-presa.

Linha de produtos

O destaque ficou por conta da Li-nha Naturfruit; de Naturamin WSP, que é um bioestimulante com formula-ção específica; e de Raiza, voltado para

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Bejo sementes destaca qualidade em hortaliças

Essa é a 14ª edição que a Bejo Se-mentes participa da Hortitec. “Quisemos estar presentes para

mostrar ao produtor as opções que temos em plantio de hortaliças de qualidade e alta produtividade”, diz Carlos Amano, gerente comercial da Bejo.

A empresa quis, também, fazer con-tatos com os diversos produtores presen-tes, de várias regiões do Brasil.

Linha de produtos

A Bejo levou para a Hortitec sua li-nha de cebolas de dias curtos, com três opções – Pirate e Maragogi, para plantio no cedo, começando em fevereiro e com ciclo de 120 a 130 dias; e Alvara, mais tardia, indicada para o semeio a partir de maio, com 140 a 150 dias de ciclo.

Pirate e Maragogi têm como van-tagem não coincidir com a colheita da cebola argentina, que é importada para o Brasil, culminando numa margem de preço melhor para o produtor.

Também foram apresentadas as ce-nouras de verão, que serão lançadas em 2015, e, por isso, ainda não têm nomes definidos. Como características, todas elas são cilíndricas, possuem pele lisa, são altamente produtivas e, principal-mente, resistentes aos problemas ine-rentes ao verão, como as chuvas. Além disso, as folhas são bastante sadias, re-fletindo diretamente na alta produtivi-dade no verão.

Para Carlos Amano, a Hortitec teve balanço positivo, com a visitação de um público bem diversificado de todo o país, interessado na produção de hortaliças.•

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presença marcante na hortiteco enraizamento e que leva, em sua com-posição, um teor elevado de extratos de algas.

Os produtos Daymsa são desenvol-vidos para serem aplicados em momen-tos específicos da cultura, com objetivos já determinados, um diferencial em re-lação aos seus concorrentes.

A Hortitec

Fredy Yano elogia a participação

maciça de produtores na Hortitec 2014, assim como o interesse e o direciona-mento do público que esteve atento às tecnologias apresentadas. “Para nós, é um desafio acompanhar as exigências e a modernização do setor. Temos con-seguido cumprir essa tarefa com êxito, a partir dos resultados agronômicos de nossos produtos”, afirma o gerente da Daymsa.•

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Equipe Daymsa na Hortitec

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A edição 2014 da 3ª Jornada Pro-dutiva FLV (frutas, legumes e verduras) da Syngenta chega

ao fim com uma série de motivos para comemorar. Após o último dia de vi-sitas, todos os plantios que serviram para exemplificar a qualidade superior do portfólio de produtos e soluções da empresa para esse segmento foram co-lhidos e destinados à organização não governamental ADRA Brasil – Agên-cia Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais. “A colheita foi realizada na manhã do dia 1º de ju-nho e contou com a participação de 300 alunos voluntários da UNASP (Centro Universitário Adventista de São Paulo). Colhemos 52 toneladas de produtos como melancia, milho doce, tomate, abobrinha e pepino. São 19 culturas de alta qualidade cultivadas especialmente para a Jornada”, expli-ca Tércio Tosta, gerente de Marketing da Syngenta.

Para reverter toda essa produção a cerca de mil famílias assistidas pela ADRA, a estratégia de distribuição inclui uma feira solidária na UNASP,

DiDática, científica e soliDáriaUma jornaDa exemplar

consumo no refeitório da mesma insti-tuição (tudo com renda revertida para a compra de cestas básicas) e parceria com a CEASA – Campinas, que, para evitar perdas, comercializou imedia-tamente a maior parte da produção e depois, ao longo de 52 semanas, re-

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passará alimentos frescos às famílias beneficiadas.

Visitação

A edição deste ano também foi marcada pela primeira vez em que um dia do evento foi dedicado exclusiva-mente ao consumidor. Foi em 26 de maio, quando aproximadamente 2,8 mil pessoas, entre estudantes e públi-co interessado em geral, visitaram as instalações da Jornada.

E, de 28 a 30 de maio, milhares de produtores de FLVs e representantes dessa cadeia prestigiaram o evento. No Brasil, o segmento de FLV é responsá-vel pela ocupação de ao menos um mi-lhão de agricultores de pequeno porte.

O impacto social e econômico des-sa atividade é, portanto, muito expres-sivo e está vinculado aos compromis-sos globais estabelecidos pela Syngenta no The Good Growth Plan, que inclui promover o aumento de produtividade do pequeno produtor.•

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A Oasis estreia na Hortitec com o produto Grower, que já existe há 40 anos nos EUA. Eduardo de

Sousa Fortes, gerente geral da Oasis, ex-plica que o Grower é um substrato agrí-cola à base de resina fenólica, que já vem com pH ideal em sua formulação, não sendo preciso adicionar nenhum produto químico à sua utilização para isso.

“Somos a única empresa no mundo que fabrica substrato agrícola à base de resina fenólica com pH ideal”, ressalta Eduardo.

Vantagens

Entre as vantagens da espuma Oasis estão a retenção de 50% de água (o mer-cado comumente usa com 80%), a menor densidade na espuma e a facilidade no en-raizamento, principalmente na hidropo-nia, fazendo com que, ao semear a planta, não haja dificuldade de penetração na raiz.

Como a função do substrato é ape-nas oferecer a base para o enraizamento, as plantas se tornam mais sadias e fortes. Assim, quando vão para a canaleta, elas conseguem se desenvolver mais rapida-mente, resultando numa colheita ante-cipada em relação às demais.

A empresa

A Oasis existe há 60 anos no mun-

oasispioneirismo em substratos agrícolas

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Equipe Oasis na hortitec

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do, tendo inventado a espuma floral e o Grower, substrato agrícola. Fundada em Ohio, a empresa já conta com 18 filiais no planeta, inclusive no Brasil, e é líder em espuma floral e substrato agrícola à base de resina fenólica.

A Hortitec

Neste ano, Eduardo de Sousa desta-ca que a Hortitec está muito mais voltada para o comércio e a indústria. “Nos ou-tros anos não tivemos estande, mas vie-mos como visitantes e pudemos ver que o mercado está mais focado no produtor e no revendedor. Com certeza, voltare-mos nos próximos anos”, conclui. •

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É o segundo ano que a DalNe-em participa da Hortitec. “Essa feira é, para nós, um excelente

meio de contato, de mudanças culturais e de difusão de ideias inovadoras. Por isso, aqui apresentamos nossos traba-lhos e produtos sustentáveis, 100% or-gânicos, mas com alta eficácia no con-trole de doenças e afins”, diz Carlos Mota, sócio-proprietário da DalNeem.

A empresa

A DalNeem é uma empresa volta-da para produtos sustentáveis e insu-mos ecologicamente corretos. Eles são totalmente eficientes no propósito de controle de doenças e aumento de pro-dutividade, destinados especificamen-te ao agronegócio brasileiro.

DalNeemalta eficiêNcia No coNtrole De DoeNças

“Nosso foco são os produtos deri-vados do nim indiano, que podem ser utilizados na agricultura para o con-trole de pragas do solo e de insetos, au-mento de produtividade, produção de mudas, floricultura, e, ainda, na pecu-ária, para o controle de ectoparasitas”, enumera Carlos Mota.

Existem estudos nos EUA, na Eu-ropa e Índia que mostram resultados dos derivados de nim para a produção de medicamentos cicatrizantes, cosmé-ticos e outros produtos.

O nim é uma cultura de mais de mil anos em todo o mundo. No Brasil, sua utilização está voltada para a agricul-tura; no entanto, a DalNeem está am-pliando suas pesquisas para registrar ou-tros usos no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). •

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A Nutriplant participa da Horti-tec há 10 anos, segundo Mario Luis Crof, gerente comercial da

Nutriplant no Brasil, pelo fato de essa ser a melhor feira do Brasil. “Embora o foco seja HF, somente, aqui se encon-tram pessoas do país inteiro, proporcio-nando uma visibilidade fantástica. Segu-ramente, em minha opinião, é a melhor feira do Brasil e uma excelente oportuni-dade para mostrarmos os produtos Nu-triplant voltados a todas as culturas”, diz.

Produtos focados

A área de hortifrúti trouxe como meta, para a Nutriplant, o crescimen-to em sua área de atuação. Isso porque a empresa trabalha com produtos di-ferenciados, os quais são produzidos o ano inteiro, diferentemente dos cere-ais, que são sazonais. “Neste ano enfa-tizamos a nossa linha à base de amino-ácidos, ácidos húmicos e fúlvicos, além

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Nutrição de primeira liNha

das algas, enfim, toda a parte de nutri-ção”, expõe Mario Luis.

Dário Pauletto, engenheiro agrô-nomo e consultor, relata que, na linha Nutriplant, um produto complementa o outro. “Temos uma linha completa de fertilizantes e sais solúveis que rea-lizam a nutrição em si, e os ácidos hú-micos, os aminoácidos e as algas são componentes orgânicos. A união des-

ses produtos se torna um terceiro ele-mento fundamental, que completa toda a nutrição da planta”, afirma.

O diferencial da Nutriplant, segun-do ele, está na capacidade da empre-sa em posicionar o produto em cada cultura. “Nossa linha atende a todas as culturas, desde hortaliças a florestas. É o mesmo produto, sendo que é a nossa equipe técnica que o direciona com a

recomendação ideal”, ressalta.

Público

Na opinião de Mario Luis, neste ano o público da Hortitec foi maior do que em 2013. “Para nós foi muito bom, com bastante contatos de vários produ-tores do Brasil inteiro, como já aconte-cia nos anos anteriores”, avalia. •

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floral atlanta novidades em espumas para diversos cultivos

A Floral Atlanta atua em dife-rentes segmentos, com produ-tos exclusivos, sempre com a

mesma qualidade, pronta entrega, pre-ços competitivos e excelência no aten-dimento, focando a satisfação total dos seus clientes.

Há 15 anos a Floral Atlanta parti-cipa da Hortitec, uma vitrine para ex-por a mais alta tecnologia. “Trouxemos nossa linha tradicional, composta pela espuma fenólica, e algumas novidades, como a proposta de uma espuma com estrutura de célula mais reforçada, e, em destaque, o pH neutralizado, uma solução para o produtor em termos de produção, produtividade e ganho de tempo”, expõe Fábio Viccino Pupp, gerente comercial da Floral Atlanta.

A Floral Atlanta trabalha, tam-bém, com a linha para o segmento flo-restal, cuja espuma fenólica se conso-lida na produção de mudas florestais. “Trouxemos para o mercado as novi-dades e os produtos para atender no estande as pessoas que temos contato durante o ano todo”, relata o gerente.

Novidades

A maior novidade para o mercado de cultivo hidropônico voltado para es-puma fenólica é a neutralização do pH da espuma, com a linha Green-up. Com ela, foi eliminada a etapa de lavagem da espuma antes do uso. “Foi feita uma revisão na matéria-prima. O fabricante da matéria-prima, junto com a Atlan-ta, providenciou uma nova formulação e

chegou a uma resina que ajudou bastan-te nesse processo, resultando nessa es-puma que já vem pronta para uso”, de-talha Fábio Viccino.

Entre as vantagens do novo material está a redução de mão de obra total, ga-nho de tempo e de custo, refletindo na melhora da muda. Além disso, as per-das na produção são reduzidas a níveis muito baixos, visto que, no material an-terior, a acidez em determinados pon-tos permanecia quando a limpeza não era feita adequadamente, interferindo na germinação da semente.

O evento

Para a Floral Atlanta, a Hortitec vem crescendo a cada ano em termos de visitação e prospecção de novos mer-cados e distribuidores. “Tudo isso faz com que o produtor fique mais próxi-mo de nós, nos incentivando a trazer mais novidades para surpreender tanto em relação ao mercado quanto ao pro-duto”, conclui Fábio Viccino.

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