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1 Pesquisa realizada pela agência ID Comunicação mostra qual a opinião sobre a saúde pública no ABC paulista.

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Revista elaborada para mostrar o resultado de uma pesquisa realizada no ABC Paulista.

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Pesquisa realizada pela agência ID Comunicação mostra qual a opinião sobre a saúde pública no ABC

paulista.

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Introdução

O ABC foi pioneiro no Contrato Organizacional de Ação Pública (COAP). O objetivo é melhorar o acesso aos serviços oferecidos nas redes das cidades, além de mapear demandas e metas integradas. O governo federal estima que sejam firmados 415 contratos, similares ao do ABC, em todo o país. Além de mapear demandas e metas integradas, o objetivo, segundo a União, é melhorar o acesso aos serviços oferecidos nas redes de cada cidade. De 1996 até hoje, foram criados 215 novos leitos públicos, elevando São Bernardo à condição de líder em número de leitos hospitalares em geral no Grande ABC. Mesmo assim, a região ainda não terá autossuficiência, pois muitos tratamentos dependem da articulação com a capital de São Paulo para o tratamento.

O SUS (Sistema Único de Saúde) é considerado por especialistas um dos melhores planos de saúde do mundo, pois dá acesso igua-litário a todos os seus serviços. No ABC, além das UBS (Unidades Básicas de Saúde), CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), hos-pitais municipais e hospitais estaduais, existem entidades públicas formadas a partir de parcerias com universidades da região. É o caso da Fundação Santo André, que permite que os pacientes passem por consultas, cirurgias e outros serviços gratuitamente a partir de uma parceria feita com a FMABC (Faculdade de Medicina do ABC). Muitos pacientes são encaminhados diretamente de UBS para pas-sar por atendimento no local, que oferece tratamentos de alto custo gratuitamente em parcerias com outras entidades, como o Hospital Estadual Mário Covas, que fornece medicamentos (desde que seja apresentada a receita médica) à população carente.

São Bernardo do Campo tem 359 leitos públicos, ultrapassan-do o mínimo exigido pela Organização Mundial da Saúde, que é de um leito para cada mil habitantes. Em 2010, uma matéria elogiou o serviço prestado no Hospital Municipal de São Bernardo, deixando a população esperançosa quanto aos serviços na região. Em 2012, o prefeito da cidade, Luiz Marinho (PT – Partido dos Trabalhadores), construiu e reformou onze UBS (Unidade Básica de Saúde), sendo nove reformadas e duas construídas; oito UPAs (Unidade de Pron-to Atendimento), sendo duas construídas e seis reformadas; e seis CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), sendo duas construídas e quatro reformadas na região, muitas das quais se encontravam em estado de quase abandono. Além disso, o prefeito iniciou a constru-ção do primeiro Hospital das Clínicas na região. (DADOS GUIA DE SERVIÇOS DA PMSBC)

Em São Caetano do Sul, atualmente existem onze UBS e quinze Unidades Especiais de Atendimento entre Centros de Reabilitação, Saúde Oftalmológica, Saúde da Criança e do Adolescente, Saúde da Mulher, Centro Policlínico, Centro de Especialidades, laboratórios de análises clínicas, Ambulatório de Saúde Mental, Casa da Gestan-te, Centro Odontológico, Farmácia, Núcleo de Hemoterapia e Cen-tro de Prevenção e Assistência as Doenças Infecciosas.

Conforme artigo publicado em março de 2012, o Ministério da Saúde, com base no IDSUS (Índice de Desempenho do SUS), apon-tou a posição 606 para a cidade de Santo André, entre 645 cidades listadas, demonstrando necessidade de melhorias em serviços de emergência e agendamentos de consultas e exames. A cidade tem muito investimento e pouco retorno, ficando atrás de São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e ocupando uma posição baixíssima no ranking de São Paulo, mas apesar disso a população considera bom o atendimento da cidade.

Os principais desafios da área na região são a manutenção do sistema e fidelização dos médicos que trabalham nestes locais. Para isso necessita-se de parceiros considerados essenciais para o desen-volvimento da região, como a FUABC (Fundação ABC), que é man-

tenedora de doze hospitais, três AMES (Ambulatórios Médicos de Especialidades), três Prontos-socorros e uma Central de Convênios. Só na região, a FUABC é responsável pela gestão administrativa e clínica dos hospitais, Hospital Estadual Mário Covas, Hospital da Mulher em Santo André, Complexo Hospitalar de São Bernardo (Hospital de Ensino Anchieta, Hospital Municipal Universitário e Pronto-Socorro Central) em São Bernardo do Campo; Complexo Hospitalar de São Caetano (Hospital Márcia Braido, Hospital Maria Braido e Hospital de Emergências Albert Sabin), Hospital de Olhos de São Caetano e Hospital São Caetano, em São Caetano do Sul.

A partir de 2007, a FUABC iniciou um processo de adaptação com a Central de Convênios, quando todo o serviço de saúde presta-do fora dos hospitais obteria uma melhoria em sua qualidade, com a supervisão da Central de Convênios (CC). A Central entra também em parceria com todas as instituições vigentes da FUABC, tais como UPA, PSF (Programas Saúde da Família), CAPS, Agentes Comu-nitários de Saúde, Controle de Vetores, Farmácia Popular, SAMU (Serviço Móvel de Urgência), assim proporcionando um apoio e uma qualidade melhor para essas instituições.

Em 2010 foi concedida uma sede própria à Central em Santo André, trazendo como consequência um espaço físico próprio onde o trabalho pôde ser feito de uma maneira melhor. O ano de 2012 começou com 234 unidades públicas de saúde servidas pela Central de Convênios, reunindo 5,4 mil funcionários. Em função de sua pe-culiaridade de atuação, ou seja, montar equipes para trabalhar em planos específicos de saúde, a Central de Convênios acabou se tor-nando a maior entidade mantida pela FUABC, atuando em cerca de 40 planos de trabalho.

Nas mídias impressas, digitais e audiovisuais, quando o assunto é saúde pública as pessoas dizem raramente ver notícias elogiosas. Grande parte das matérias analisadas é de falta de infraestrutura, falta de médicos e enfermeiras, casos de erros médicos e descasos, falta de medicamentos e de investimento em tecnologia, sendo esse também um dos problemas enfrentados pela população que neces-sita da utilização dos serviços do SUS no ABC, fazendo então com que o foco dos meios midiáticos seja com a preocupação constante da melhoria da qualidade desses serviços na região.

Nota-se então que o ABC se preocupa em melhorar a qualidade dos serviços prestados e melhorar o déficit da área, buscando solu-ções para isso. Entretanto, ainda há muito que fazer para a região toda do ABC, abrangendo as três cidades, ser exemplo da área a ser seguido.

Saúde Pública no ABC em todos os setores para atingir a população

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Santo AndréAnálise Cidades

A cidade de Santo André é conhecida por ter diversos hospi-tais públicos, como é o caso do Hospital Estadual Mário Covas, que atende diversos pacientes que residem na região do ABC. Os hos-pitais públicos da região sempre estão lotados, para saber a opinião dos frequentadores das unidades de saúde, foi realizada uma pes-quisa na região.

Foi perguntado aos entrevistados o que eles acham da saúde em geral no ABC, avaliaram como é boa, mas precisa de melhorias, pois há muitas reclamações sobre a demora no atendimento como foi re-latado pelos outros entrevistados. Há uma grande diferença entre o sistema de saúde pública e privada, por causa do bom atendimento oferecido pelos convênios.

Há uma grande diferença entre os convênios, pois os mais ba-ratos oferecem serviços que estão quase no mesmo patamar do ser-viço público. Outra grande reclamação é as horas perdidas nas filas para serem atendidos e para receber o resultado de exames, além das reclamações nas horas de “pico”, como o atendimento péssimo e lotação nos locais.

Quando perguntados sobre a cidade que residem, os entrevis-tados disseram que a saúde no geral é boa. Se tratando da saúde publica é regular, pelo fato dos hospitais públicos e particulares não suprirem as necessidades da população. Outra reclamação é o mau atendimento aos pacientes da saúde pública, diferente da situação do particular.

Outros fatores levantados pelos entrevistados é a falta de in-vestimento e infraestrutura na área da saúde, sendo que há poucos hospitais e eles são precários. Os pacientes da classe C e D têm di-ficuldades em marcar consultas e receber os resultados dos exames, principalmente da área de emergência. O serviço do SAMU foi um dos pontos positivos levantados.

Já em relação aos pontos negativos, a demora e a precariedade no atendimento aos pacientes ganhou evidência. As filas que se for-mam por causa da demora no atendimento e as poucas unidades de saúde acabam gerando uma estrutura precária. As UBS não conse-guem fazer o complemento dos hospitais, por causa da sua estrutura limitada, às vezes faltam medicamentos gratuitos, há poucos médi-cos nos plantões, além da falta de comprometimento deles.

Saúde nas organizações públicas

Perguntados sobre o sistema público de saúde pública na região do ABC, os entrevistados disseram que tem uma péssima impressão a respeito do sistema. Alegaram que o sistema público está ruim por causa do mau atendimento, falta de hospitais, superlotação, falta de profissionais, escassez de aparelhos, lentidão na questão de exames e consultas marcadas.

Os entrevistados citaram que nos últimos anos, a região melho-rou um pouco com as entregas de novas UPAS e UBS na região, de-safogando os hospitais e prontos-socorros locais, mas essa melhora está em um ritmo lento.

Já em relação às cidades onde residem, os entrevistados conta-ram que a saúde pública na cidade é ruim, pela demora no aten-

dimento e infraestrutura precária, o que acaba fazendo com que a população procure um serviço particular, mesmo tendo quase o mesmo sistema que o público.

O que ganha destaque como ponto positivo na área da saúde é o atendimento oferecido para as pessoas que doam sangue nos hemo-centros da cidade, a população é bem atendida pelos profissionais que realizam o procedimento. Foi citado pelos entrevistados tam-bém os bons equipamentos, médicos capacitados, atendimento 24 horas, proximidade das bases de saúde das suas casas, atendimen-to dos hospitais em relação às gestantes no pré-natal. Os hospitais públicos da região, como o Hospital Mário Covas, que possui uma estrutura diferenciada, além dos medicamentos gratuitos e serviços oferecidos.

Em relação aos pontos negativos, se destaca a demora e o mau atendimento dos setores públicos. As UBS estão sempre lotadas, fal-ta de investimento e péssima infraestrutura das unidades de saú-de, carência de médicos especialistas e filas nas unidades de saúde também ganharam destaque. A falta de divulgação de informações sobre doenças comuns aos moradores, setorização para não sobre-carregar as unidades de saúde e precariedade do sistema como um todo também foi questionado pelos entrevistados.

Hospitais Estaduais da cidade são frequentados por moradores do ABC

Formação da opinião

Em relação à formação da opinião que têm sobre a saúde, os entrevistados disseram que formam a sua opinião a respeito da saúde pú-blica por meio de relatos de amigos e conhecidos, por experiência própria, presenciando o atendimento ao público nos locais e por meio da mídia (noticiários, redes sociais, jornais).

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São Bernardo do CampoAnálise Cidades

A cidade de São Bernardo é conhecida por ser polo industrial automobilístico e ser a cidade mais populosa da região do ABC. A agência ID Comunicação realizou uma pesquisa para saber como anda a saúde pública na região.

Percebe-se pela pesquisa que o sistema privado de saúde oferece bom atendimento à população e que a saúde pública fica a desejar pela falta de preparo dos profissionais, excesso de pessoas a serem atendidas, causando demora nos atendimentos. A falta de clínicas, postos de saúde em regiões afastadas e equipes médicas maiores nas unidades de saúde também foi citado pelos entrevistados.

Em relação à saúde em geral, os entrevistados disseram que a saúde é regular, os serviços de saúde pública oferecem bons servi-ços, mas a demora nos atendimentos é um fator que deixa a desejar. Elogiaram a variedade de laboratórios de análise, como Delboni e Tecnolab.

Sobre hospitais particulares, disseram que as unidades oferecem um atendimento regular. O Hospital São Bernardo é um desses hos-pitais, que segundo os entrevistados, possui atendimento péssimo, principalmente por ter profissionais mal instruídos para realizar a recepção.

O que ganhou destaque foram os postos de saúde, quase todos os bairros possuem uma unidade e caso não tenha, os bairros pró-ximos atendem os moradores vizinhos. O atendimento das UPAS e CAPS também foi citado como positivo, principalmente a qualidade de atendimento para gestantes no pré-natal. Já em termos gerais, a capacitação dos profissionais é ótima e o setor particular oferece vá-rias especialidades, mas precisa de mais unidades de saúde na região.

Entre os pontos positivos a população citou a rapidez no atendi-mento de emergência, principalmente para crianças e gestantes, os médicos capacitados, localização hábil de pronto-atendimentos e os remédios gratuito, além das farmácias populares venderem medica-mentos em conta. Outro fator que chama a atenção é o HMU, que oferece um bom atendimento as gestantes e os hospitais universitá-rios, como é o caso do Hospital Anchieta, foram muito elogiados, pelo bom atendimento e rapidez nos tratamentos e cirurgias.

Observando os pontos negativos percebe-se que a população de São Bernardo do Campo tem uma alta critica quanto a demora em ser atendido, a falta de profissionais capacitados, aparelhos, demora em receber os resultado dos exames e no agendamento de consul-tas feito pessoalmente nos postos de saúde, o que acaba tardando o atendimento a população, localização dos prontos-socorros, falta de medicamentos, falta de leitos na hora de internar, mostrando que os hospitais da região estão superlotados, demora para realização de exames, marcar consultas, poucas unidades de saúde, salário baixo dos funcionários públicos, a falta de capacitação de alguns funcio-nários. Outro fator citado é a logística em termos de medicamentos, pois melhorando a logística facilita um melhor atendimento e agili-za o processo de chegada deles aos médicos.

Para os entrevistados, pela potência econômica que São Bernar-do é na região, deveria ser melhor.

Formação de opinião

Foi notado que todos os entrevistados formam sua opinião por meio de suas próprias experiências e por presenciar atendimento. Além disso, conhecem por meio de relatos, como de pessoas mais velhas que utilizam o sistema e reclamam da demora das consultas, tem conhecimento igualmente por meio dos veículos de comunica-ção, como a internet, onde há vários vídeos do CAPS, por exemplo.

Mau atendimento e diversidade de UPAS e Postos de Saúde são os pontos observados em SBC

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Análise CidadesSão Caetano do Sul

A cidade de São Caetano do Sul é a menor da região do ABC Paulista, ela é conhecida pela sua boa administração que dura há anos, sendo um dos destaques dessa gerência o sistema de saúde na região. Para saber como estão as unidades de saúde pública, foi realizada uma pesquisa com o intuito de saber a opinião dos moradores da cidade.

Os entrevistados avaliam como ruim a saúde em geral no ABC Paulista, por causa do mau atendimento e a demora em ser atendido, além dos péssimos hospitais e poucos médicos para atender os pacientes. Em termos de saúde pública, os homens de 17 a 21 anos e as mulheres de 21 a anos acham eficaz.

Quando os entrevistados foram perguntados sobre a saúde na cidade, os entrevistados disseram que a saúde é considerada boa. Por causa de a cidade ser pequena, consegue atender os moradores, mesmo com diversas reclamações do atendimento, sendo um dos motivos da superlotação nos hospitais.

Os destaques na saúde são o Centro Odontológico e de Diagnós-

tico. A quantidade de hospitais e redes de diagnósticos, qualidade no atendimento aos pacientes, infraestrutura excelente e os hospitais particulares conveniados ao SUS também foram mencionados.

Os entrevistados comentaram que a demora nos atendimento é um dos pontos negativos. Hospitais lotados, fila no atendimento, falta de médicos e a falta de leitos são outros pontos negativos na área da saúde que os entrevistados citaram.

Em relação à saúde pública na região, foi observado que é consi-derada boa, mas como nas outras cidades do ABC, ela possui proble-mas como superlotação, demora no atendimento e má distribuição de hospitais na região. Eles disseram que a cidade possui uma boa administração e por ser a cidade menos populosa do ABC, atende a demanda que a população necessita em termos de saúde, mas como atendem pessoas das cidades vizinhas, acaba gerando grande movi-mento nos hospitais locais.

O que ganha destaque em São Caetano é o Centro Odontoló-gico e o Centro de Diagnósticos, que oferecem atendimento rápido e eficiente. Além dele, há um canal da prefeitura onde obtém in-formações dos serviços de saúde pública. Os hospitais particulares conveniados com a prefeitura para atender quem não tem convênio também oferece um bom atendimento para população.

Em São Caetano os entrevistados disseram que há poucos mé-dicos nos vários hospitais da cidade e a demora ao atendimento. Os entrevistados jovens entrevistados disseram que não tinham o que criticar.

Formação de opinião

Os entrevistados disseram que formam sobre os serviços ofe-recidos pelo sistema público por meio de relatos e por experiência própria após utilizarem o serviço.

A cidade “privilegiada” do ABC

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Opinião Pública

A mídia tem o papel de informar à população o que acontece na sociedade, sendo assim acaba formando algumas opiniões. Quando os meios de comunicação abordam assuntos complexos, como saú-de pública, o mesmo acaba mostrando para a população a situação das diversas unidades de saúde, sendo assim a população pode com-parar as informações com a situação atual deste setor.

Segundo a pesquisa realizada pela agência ID Comunicação, a mídia não influencia a formação de opinião a respeito da área de saúde no ABC, porém é importante o que os meios de comunicação noticiem o que vem sendo feito na região em menor proporção, pois a região do ABC Paulista não é muito comentada pelos grandes ve-ículos de comunicação.

Os veículos de comunicação da região, como o Diário do Gran-de ABC e o ABCD Maior são uns dos meios que expõem a área da saúde, veículos televisivos não retratam como é a saúde na região. Os entrevistados comentaram que não formam sua opinião pelo o pouco que veem nessas mídias, mas sim por situações vivenciadas por eles e por pessoas com quem convivem, filtrando assim as infor-mações e então formando suas opiniões. Ressaltaram que a mídia apenas mostra de forma sucinta o que realmente está acontecendo, “mascarando” a realidade da população.

Outro fator observado é que para os moradores da região do ABC a cidade de São Caetano acaba ganhando status de privile-giada. A população acredita que pelo fato da cidade ter o IDH me-

lhor comparado a Santo André e São Bernardo do Campo, além da boa administração na região, a verba que o governo repassa para a área da saúde acaba sendo satisfatória para implantar nos projetos da saúde pública na cidade.

São Bernardo do Campo e Santo André tem uma boa es-trutura se tratando de atendimento em seus hospitais universitários, além dos investimentos que vem sendo aplicados na área da saúde nos últimos anos, como é o caso de São Bernardo do Campo com a construção da Santa Casa de Misericórdia e implantação de UPAs na região.

Para finalizar a entrevista, foi perguntado aos entrevistados se eles já viram alguma divulgação sobre a saúde pública no ABC, eles disseram que raramente viram algo.

Os entrevistados comentaram que a divulgação sobre a saúde pública no ABC é insuficiente, escasso, o que sabem é por meio dos veículos de comunicação local, principalmente de jornais de bairros. Outdoors, panfletos, agentes da prefeitura, escola e divulgação na cidade são outros meios por onde tem conhecimento do assunto.

Por meio da televisão tem conhecimento de campanhas nacionais, como de vacinação, dengue e gripe. Outros assuntos que chegam a seu conhecimento são sobre a falta de médicos nas bases de saúde, porém existem críticas sobre o atendimento oferecido, re-formas e novas unidades de saúde em nível nacional.

Meios de Comunicação e Opinião PúblicaÉtica

Para muitos ética pode ser confundida com moral,mas a dife-rença está em seus fundamentos. Moral fundamenta-se em obediên-cia, hábitos, costumes, e daquilo que está com você desde pequeno.

Já a ética é formada pelos seus resultados, princípios morais, partindo de escolhas individuais, sendo reflexo daquilo que você é, ou seja, tudo aquilo que remete ao comportamento humano e que pertence ao seu caráter.

Com base em uma análise de pesquisa feita por estudantes de Relações Públicas sobre o tema “Saúde Pública no ABC”, foi possível realizar algumas reflexões sobre a ética na saúde e o comportamento da mídia em relação a isso.

Por meio das entrevistas, é possível obter re-ferências mediante a atual situação do sistema de saúde pública, em que percepções e opiniões so-bre o assunto foram manifestadas, mostrando-se influenciadas apenas pela concepção sobre os fatos vivenciados.

Em geral os entrevistados citaram como principais fontes de informações no dia a dia o jornal, televisão, rádios e internet, pois são meios que estão sempre mais atualizados, porém ficam receosos quanto à qualidade.

Quando a pergunta foi reformulada por onde buscam informações quanto ao tema saúde na região do ABC, ou na sua cidade, os entrevis-tados disseram que a divulgação é péssima, e por não ter uma emissora regional que fale sobre os prós e contra da saúde pública, torna o conheci-

Existe ética ao falar de Saúde Pública?suficientes para os moradores da região fazendo com que recorram à internet para ter informações mais detalhadas sobre o fato, mas afirmam que não é preciso pesquisar para saber o “saco” que é ir a um hospital.

Através das informações levantadas, é possível expor o compor-tamento ético do profissional na área da saúde que não são divul-gadas, apenas conhecidas pelos que vivenciam todas as vezes que necessitam de um atendimento médico, decorrendo as seguintes reclamações: a demora no atendimento, a diferença no atendimento de pessoas conveniadas e não conveniadas, a diferença do profis-

mento sobre a área cada vez mais escassa.Em geral as pessoas estão indo atrás de informações apenas

quando realmente necessitam, e variam essa busca de acordo com a necessidade do momento, caso contrário, sabem apenas o essencial como as situações do dia a dia, ou até mesmo tragédias televisiona-das por grandes emissoras sobre a saúde pública em geral, ocultan-do os aspectos positivos que a área pode oferecer como os centros odontológicos, a Central de Convênios que faz parcerias com hos-pitais universitários da região, postos de saúde que oferece medica-mentos caríssimos para os que não têm condições de comprar, entre outros aspectos incluídos no cotidiano dos usuários do serviço, mas que acabam passando despercebidas por não ter a divulgação e o reconhecimento adequado.

Alguns entrevistados tentam obter informações através da Se-cretaria da Saúde e outros pelo “boca a boca”, pois dizem que a área da saúde no ABC não é divulgada pela mídia, é raro ser reportado uma notícia completa, a não ser que seja algo trágico. Muitos ainda procuram notícias pelo jornal regional, Diário do Grande ABC, as quais são sempre superficiais, e as informações acabam sendo in-

Segundo o ministério da saúde, o SUS é um dos maiores siste-mas públicos de saúde do mundo, e foram criadas para dar maior assistência aos usuários do serviço público, auxiliando desde o mais simples atendimento até transplantes de órgãos, amparando mais de 180 milhões de brasileiros, além de vários outros serviços.

Com a falta de interesse político em manter a qualidade do SUS, em hospitais no geral, os profissionais ficam cada vez mais desmo-tivados, pois não têm o devido reconhecimento pelos cargos que exercem, as verbas são baixas, faltam materiais e equipamentos im-portantes, além da grande carência de profissionais capacitados no ramo. Refletindo assim, no péssimo atendimento dentro das áreas hospitalares.

Decorrente dessa análise vem às seguintes perguntas: Onde está a ética e a moral do profissional? Com que conduta ele carrega sua profissão? Independente do meio onde ele se encontra, seja médi-co, enfermeiro, político, gestor ou em qualquer outra profissão, ter um bom caráter, ética e conduta não deveriam ser somente virtudes, mas uma obrigação que envolve valores e conceitos que todos deve-riam e devem levar consigo.

sionalismo nos hospitais públicos e privados e entre outros.

Não é nenhuma novidade que o pré-con-ceito e preconceito existem em todos os luga-res, mas dentro da área da saúde isso passa a ser preocupante, pois a relação com os prestadores de serviço público começa a ser afetada para os que sofrem esse tipo de exclusão, dificultando o acesso e até mesmo prejudicando na qualidade de vida dessas pessoas.

Outro ponto mencionado que passa longe da mídia, é área das políticas sociais, sendo fá-cil notar o abismo que existe na relação entre a sociedade e a política pública com a falta de compromisso quando o assunto é o desenvolvi-mento da saúde e a qualidade do atendimento no SUS (Sistema Único de Saúde), prestado por médicos, enfermeiros e outros profissionais.

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Psicologia

A Psicologia na ciência humana é bastante influenciada por um fator chamado histórico-cultural, que se divide em duas partes: in-terna (do indivíduo ou indivíduos) e externa (meio social e cultu-ral). Esse fator implica na avaliação do pesquisador, pois há uma grande complexidade no momento de distinguir as variáveis que o entrevistado apresenta. A agência ID Comunicação, teve a mesma dificuldade por essa tal complexidade apresentada acima. Veja uma pequena metodologia sobre psicologia em pesquisas apresentada pela professora Elizabeth Batista Pinto do Instituto de Psicologia da USP (2004):

Um dos pioneiros aqui no Brasil que levou as teorias de Jacques Lacan (Filósofo e Psicanalista Francês; 1901-1981; e também intér-prete original das obras de Sigmund Freud) foi o professor brasilei-ro Luiz Carlos Nogueira. “Professor associado ao Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, defendeu seu doutorado em 1973 e apresentou sua tese de Livre-Docência em 1998. Seu interesse nos últimos anos foi à forma-lização da Psicanálise, levando em conta a linguagem como é tratada nesse campo, como cadeias de significantes que indicam o sujeito do inconsciente no processo de uma relação discursiva, tendo por base a obra de Jacques Lacan e suas articulações com a lógica simbólica, principalmente a Teoria dos Conjuntos.”

Psicanálise

Há muitos anos a psicanálise tenta decifrar o que as pessoas pensam e o que elas guardam dentro de si mesmas. Freud criou a teoria em que as pessoas têm três “pessoas” dentro de si, sendo o seu consciente, pré-consciente e inconsciente. Essas “pessoas” podem ser chamadas de ID, EGO e SUPEREGO, onde ID está relacionado a tudo que envolve desejo, sonhos e vontades; o EGO é o porta-voz do

indivíduo ele que transmite essas “pessoas” para o ambiente externo de uma forma adequada; e o SUPEREGO está totalmente voltado à moralidade, ao contrário do ID, portanto o conflito dentro do indi-viduo é inevitável. E surgem também os mecanismos de defesa do Ego que nada mais é do que uma contra-partida às manifestações das outras instâncias do indivíduo que são o ID e SUPEREGO, estes mecanismos são: Repressão, Formação Reativa, Projeção, Regressão, Racionalização, Negação, Deslocamento, Anulação, Introjeção e Su-blimação.

A ID Comunicação na pesquisa qualitativa entrevistou trinta pessoas na região do ABC, cujo o assunto é “Saúde pública na região do ABC” e fez uma análise psicológica em cima das respostas dos entrevistados com base nos conceitos citados acima.

Durante as análises das respostas foi identificado um conheci-mento sobre o assunto, mas também a falta de interesse em se apro-fundar veja o exemplo do entrevistado de nº 4:

Entrevistador: O que você acha do sistema de saúde pública no ABC? Por quê?

Entrevistado: Cara, deve ser péssimo! Eu nunca fui, mas não quero ter a experiência de ir.

E esse exemplo é o espelho da maioria das respostas, onde para a ID, por meio de estudos, conclui que as pessoas tinham o desejo de nos responder, mas somente a primeira pergunta como no caso acima. Quando eram indagados a se aprofundar, eles não tinham conhecimento ou se limitavam ao desejo de querer responder mais algumas perguntas.

A Racionalização e a Introjeção como mecanismos de defesa do EGO, foram os que mais se destacaram nas respostas, pois a Ra-cionalização tem como argumentos lógicos dentro de suas carac-terísticas e a maioria das pessoas usavam argumentos tais como “A saúde pública é ruim pelo fato de faltarem médicos para atender a população”, sem ao menos procurarem saber se esse é o real moti-vo para eles obterem essa opinião. A Introjeção tem como uma das suas características no indivíduo a transposição de personalidade, quando o individuo por alguma emoção toma a característica do outro para si próprio, ou seja, na pesquisa isso se encaixa quando as pessoas tomam opinião e frente a partir de experiências de terceiros.

Em uma análise geral da pesquisa, pôde-se observar que a maioria dos entrevistados não obteve muito desejo em querer falar, colocar tudo o que pensa a respeito sobre a saúde pública no ABC, somente o entrevistado de nº 20 que falou mais, mais se exaltou, colocou inúmeros exemplos e quis colocar nas respostas tudo o que pensava a respeito. Mas nas outras pessoas que foram entrevistadas, mesmo não tendo um discurso maior, observou-se também Racio-nalização e Introjeção de uma forma mais “seca”, mas não deixando a racionalidade de lado e nem os argumentos lógicos como citados acima.

Psicologia: O que influencia numa resposta?

Análise GeralOs moradores da região do ABC buscam informações por meio dos veículos de comunicação e por conhecidos, para saber como pro-

ceder nas unidades de saúde, já que por meio dos locais ele não obtém muitas. A internet acaba sendo mais usada que os outros veículos de comunicação de massa, principalmente pelos mais jovens e de todas as classes graças ao livre acesso às informações.

Com a falta de divulgação sobre a saúde no ABC, conclui-se que a opinião pública sobre o assunto é formada por meio das vivências na saúde pública dos entrevistados, principalmente dos de classe C e D, sendo assim, a mídia não tem grande interferência na sua formação de opinião. A agenda setting se baseia especificamente na grande São Paulo, não na região do ABC, os meios de comunicação local noticiam a população sobre o que acontece, mas não aprofunda no assunto.

Os veículos de comunicação de grande porte, como é o caso das emissoras de televisão e jornais, são mais usados pelas classes C e D e por pessoas mais velhas, eles acabam apenas noticiando matérias de grandes impactos, como em casos de tragédias na região. Com isso, a população sabe mais do lado negativo na área da saúde, como o péssimo atendimento em hospitais públicos, sendo que podem ocultar fatos que acontecem no cotidiano da região.

Outro fator também acaba sendo prejudicado, o sistema público de saúde possui unidades de saúde especificas que não acabam sendo devidamente divulgadas, como é o caso do CAPS, que atende pessoas com dependência química e com problemas psicológicos; a Central de Convênios que tem parceria com hospitais universitários da região e o Centro Odontológico, que oferece atendimento gratuito.

Mesmo com a pouca interferência da mídia na formação da opinião pública, a espiral do silêncio está presente no cotidiano dos entrevis-tados, eles reclamam muito do atendimento e não são escutados pelos sistemas públicos e órgãos veiculados.

Conclui-se então que a falta de comunicação e divulgação acaba sendo prejudicial para os usuários, pois as informações que eles recebem são deturpadas, o que acaba afetando tanto os usuários como os próprios profissionais, criando sempre uma imagem negativa, já que o que dá mais “IBOPE” é a parte ruim e as pessoas acabam ficando a mercê do “boca a boca”.

A ID Comunicação conclui que...

Com sua maioria unida desde agosto de 2011 e atual formação em agosto de 2012, a "ID Comu-nicação" toma forma em fevereiro de 2013, tendo como seu primeiro trabalho a pesquisa qualitativa em busca de informações sobre “a influência da mídia na formação da opinião pública dos mora-dores da região do ABC sobre organizações públi-cas no ABC e a Saúde”.

Conheça...