Revista Ideia
-
Upload
rangel-sales -
Category
Documents
-
view
214 -
download
0
description
Transcript of Revista Ideia
Fotografia
Port
ifólio
Ilust
raçã
o
Portifólio:
Alberto Severo
Peter Jaworowski
Emba
lage
m
Ilustração:Experiência do
ilustrador Ericson Straub
Fotografia:Henri Cartier
Bresson
Embalagens Criativas
Edição n° 1Ano 2009
revista ideiaadidas CMYK
Design gráfico
Sum
ário
Expediente
Esta revista foi desenvol-vida com o objetivo de ser apresentada em um trabalho final da diciplina de diagramação.
Nome da revista:Ideia
Editora:Camila Antunes Pereira
Número de páginas:24
Edição:1°
Revista direcionada ao público da área de de-sign gráfico.
Embalagem
Artigos
Pré impressão
Impressão
Portifólio
Acabamento
Fotografia
Tipografia
Notícias gráficas
Criação
Ilustração
8
12
11
14
16
18
20
22
6
4
5
CMYK
revista ideia
4 Notícias Gráficas
Segundo o Glossário da ADG, produ-ção gráfica é:1. Tarefa de organização e supervi-são da realização de peças gráficas.2. Área de agência de publicidade ou empresa editorial (editoras e empre-sas jornalísticas) encarregada pela produção e pelo relacionamento com os fornecedores gráficos.
Assim, podemos dizer que a Produ-ção Gráfica é a atividade ou setor responsável por:1_Viabilizar, acompanhar e fiscalizar a confecção de matrizes, impressão e acabamento de peças gráficas2_Se relacionar com os fornecedores de serviços pertinentes à produção de peças gráficas (serviços de com-posição, editoração, fotolitos, cli-chês, gráficas, laboratórios fotográ-ficos, fotógrafos, ilustradores,
Devemos ressaltar que, em uma agência, o setor de produção gráfica se relaciona constantemente com os setores de criação e de mídia, para o desenvolvimento das peças gráficas.
Projeto gráfico “Planejamento das características gráfico-visuais de uma peça gráfi-ca, seja uma publicação, um folder ou um cartaz, envolvendo o deta-lhamento de especificações para a produção gráfica, como formato de papel, processos de composição, impressão e acabamento”. (Glossá-rio da ADG)O projeto gráfico é a preparação e o estudo prévio das condições ne-cessárias para confeccionar qual-quer impresso.O impresso nasce por exigências de caráter econômico, social e/ou cul-tural, e sua linguagem é o poder de
ordenar a comunicação visual e a expressão do pensamento do clien-te. Para isso, a tipologia, as ima-gens (vetor e/ou bitmap), o suporte e a tinta, nos dão margem para criar qualquer tipo de impresso, com sua linguagem correspondente.
De onde vem a
criatividade?Segundo Carlos Domingos, em seu livro Criação sem Pistolão (2003), criatividade é “encontrar saídas rá-pidas e diferenciadas para conven-cer alguém de alguma coisa”. O autor relaciona, ainda, uma série de atributos comuns ao profissio-nal de criação:ser sociável; disposição para tra-balhar; ter noção de negócio; estar bem informado; ser curioso; saber escrever; conviver com pressão, insegurança, ansiedade, frustração e ego; apaixonar-se pelo produto/serviço/empresa.
Lembre-se, muitas vezes o criador, diretor de arte ou designer é também o produtor gráfico!
Produção Gráfica
Teria passado despercebido na história da tipografia se a sua Helvetica não fosse hoje intensamente utilizada pelo mundo fora.
5 Tipografia
A Helvetica é uma família tipográfica
sem serifa (isto é, diferente da
Times New Roman, por exemplo),
considerada como uma das mais
populares ao redor do mundo.
A Helvetica foi desenvolvida por
Max Miedinger em 1957. Seu título
é derivado de Helvetia o nome latino
da Suiça. A fonte é baseada em
uma tipografia mais antiga chamada
Akzidenz Grotesk, criada em 1898.
A Helvetica, originalmente chamada
Haas-Grotesk, é uma fonte sem serifa
bastante limpa e um dos princípios de
seu projeto foi a máxima legibilidade.
A fonte tornou-se bastante popular
na década de 1960, sendo usada em
praticamente qualquer aplicação.
Devido ao seu sucesso, a expressão
“Se não souber o que usar, use
Helvetica” tornou-se famosa. Em
1983, a empresa Linotype lançou a
Neue Helvetica (nome alemão para
Helvetica
“Nova Helvetica”), um redesenho
otimizado da Helvetica original. Seu
sucesso fez com que se criasse um
documentário muito interessante a
respeito da história da Helvetica.
O objetivo da tipografia conhecida
hoje com Helvetica, era de criar um
tipo claro, sem significados culturais,
de fácil legibilidade e que pudesse
ser usado em diferentes tipos de
suporte: desde sinais de trânsito até
impressos em papel.
Helvetica é uma das fontes sem-serifa
mais usadas no mundo. Existem
versões para línguas derivadas do
latim, cirílico, hebreu e grego além
de versões especiais para hindu,
urdu, khmer e vietnamita. Variantes
dos sistemas de escrita baseado em
caractéres incluem chinês, japonês
e koreano foram desenvolvidos para
complementar a Helvetica.
revista ideia
revista ideia
6
Se observarmos com uma lente de aumento uma imagem impressa - por exemplo uma foto em uma revista, livro ou jornal - notaremos que ela é composta por uma sucessão de cen-tenas de milhares de pequenos pon-tos. Essa “rede” de elementos geomé-tricos é responsável pela composição das cores e dos degrades da imagem e é chamada retícula.
Nenhum dos processos de impressão usados atualmente pelas gráficas tra-dicionais tem a capacidade de depo-sitar quantidades diferentes de tinta
num grau de variabilidade suficiente para compor as variações de tonalida-des da imagem original. Seja o pro-cesso offset, silk-screen, rotogravura, flexografia, ou tipografia, as tintas são distribuídas sobre as matrizes de for-ma quase uniforme, ou seja, a mesma tonalidade de tinta e a mesma espes-sura de camada é aplicada sobre to-das as áreas das matrizes e, em segui-da, transferidas para o suporte (o ma-terial sobre o qual se está imprimindo - papel revestido, papel não revestido, tecido, plástico etc).
RetículaPontos de
Pré impressão
revista ideia
Em alguns casos é possível ao impres-sor fazer algum ajuste na distribuição das tintas atuando por “zonas” do tin-teiro da máquina impressora. Essas zonas são faixas paralelas que po-dem ser ajustadas para receber mais ou menos tinta. Esse recurso é usado para compensar o consumo diferen-ciado de tinta para imprimir-se, por exemplo, áreas muito escuras ou mui-to claras. No entanto essa regulagem nada tem a ver com todas as nuances e degradês que formam uma imagem realística.
O uso do recurso de reticulagem per-mite reproduzir essas nuances por meio de uma ilusão ótica. Os pontos da retícula variam em tamanho (ou quantidade) de modo que em áreas claras da imagem a superfície cober-ta de tinta será relativamente pequena em relação à superfície branca do su-porte. Em áreas escuras da imagem os pontos serão maiores (ou em maior número) de modo que haverá mais áre-as cobertas de tinta do que brancas.
Na impressão, todos os pontos da imagem reticulada receberão, em princípio, a mesma espessura de ca-mada de tinta (salvo os ajustes por zona mencionados acima). As dife-renças de tonalidade da imagem ori-ginal serão substituídas por diferen-ças no tamanho relativo das áreas de cobertura de tinta.
Não haverá, portanto, uma real varia-ção de tonalidades. A variação do tamanho dos pontos causa um efeito visual que imita essa variação. Esse efeito deve-se ao fato da nossa visão não distinguira olho nu e em distância de observação normal - os pequenos pontos que compõem a imagem reti-culada. A cor que visualiza mos é re-sultado de uma “mistura” entre a luz refletida pelo suporte de impressão e aquela absorvida pelos pontos impres-sos criando, no observador, a ilusão de variação tonal . A mesma análise realizada nos originais da reprodução impressa revelará imagens sem inter-rupção onde as diferenças de cores são obtidas por diferentes concentra-
ções de pigmentos (ou cristais de pra-ta no caso de fotografias). Na verdade essas imagens também se mostrarão descontínuas se observadas ao mi-croscópio quando então a estrutura dos grãos de pigmento será visível.
A reticulagem é feita quando se dá sa-ída ao arquivo da página. Um feixe de laser extremamente fino é responsá-vel por “desenhar”, ponto por ponto, a retícula que vai compor a imagem a ser impressa. A formação dos pontos é obtida pelo agrupamento de pontos ainda menores - os “dots” que resul-tam da exposição do laser sobre a mídia fotográfica nas imagesetters ou sobre o cilindro fotosensível das im-pressoras eletrostáticas.
As mesmas porcentagens de ponto podem ser obtidas com diferentes li-neaturas de retícula. Quanto maior a lineatura empregada maior é a quan-tidade dos pontos que formam a ima-gem e, portanto, maior é a sua reso-lução. Com uma lineatura de retícula maior os pontos serão menores quan-do considerados isoladamente, inde-pendentemente da proporção entre áreas impressas e intervalos. Maio-res lineaturas implicam, também, em maior proximidade entre os pontos.
As mesmas porcentagens de ponto podem ser obtidas com diferentes li-neaturas de retícula. Quanto maior a lineatura empregada maior é a quan-tidade dos pontos que formam a ima-gem e, portanto, maior é a sua reso-lução. Com uma lineatura de retícula maior os pontos serão menores quan-do considerados isoladamente, inde-pendentemente da proporção entre áreas impressas e intervalos. Maio-res lineaturas implicam, também, em maior proximidade entre os pontos.
7
Uma das formas mais utilizadas para
impressão é o sistema offset. Utilizado
para impressões de grande e média
quantidade, o offset oferece uma
boa qualidade e uma grande rapidez.
Entenda melhor como funciona a
impressão offset.
O offset é um dos processos de
impressão mais utilizados desde a
segunda metade do século XX. Ele
garante boa qualidade para médias e
grandes tiragens, além de imprimir em
praticamente todos os tipos de papéis
além de alguns tipos de plástico
(especialmente o poliestireno).
O offset faz uma impressão indireta:
a matriz (um cilindro com uma chapa
metálica que possue a imagem a ser
gravada) passa por um rolo de tinta,
que por sua vez “gruda” na imagem da
chapa e em seguida a matriz transfere a
imagem para um outro cilindro coberto
com borracha (a blanqueta) que por sua
vez imprime no papel. Ou seja, a matriz
imprime na blanqueta que imprime no
papel.
A expressão “offset” vêm de “offset
litography” (literalmente, litografia fora-
do-lugar), fazendo menção à impressão
indireta (na litografia, a impressão era
8 Impressão
Impressão
direta, com o papel tendo contato
direto com a matriz).
Uma imagem fala por mil palavras,
então abaixo fica explicado melhor.
O offset é ideal para grandes
quantidades de impressos pois o
papel corre pela máquina, e precisa
de nenhuma intervenção humana
enquanto o processo é feito. Mas não
pense que o humano não têm utilidade
nessa hora. Pelo contrário, a máquina
precisa de vários ajustes durante a
impressão, seja na quantidade de tinta
e água ou seja na hora em que um
impresso for ter mais de uma cor.
revista ideia
Off set
10
revista ideia
C M Y K
Ciano é a cor oposta ao verme-lho, o que significa que actua como um filtro que ab-sorve a dita cor (-R +G +B)
Magenta é a oposta ao verde (+R -G +B)
Amarelo é a opos-ta ao azul (+R +G -B)
O preto pode ser produzido mistu-rando os três pig-mentos primários, mas por várias razões, é preci-so adicionar tinta preta ao sistema
revista ideia
10
Os grampos apresentam restr ições quanto à espessura f i-nal do produto, a qual idade do arame e a capacidade do grampeador. Verif ique antes de produzir se o equipamento disponível para o grampeamento irá fornecer o resultado desejado. Os cabeçotes grampeadores disponíveis no mer-cado grampeiam em torno de 120 páginas de papel revestido com 90 g/m2. A colagem com hotmelt não possui nenhuma restr ição, além disso, o mercado oferece uma boa gama de equipamentos para pequenas produções. Uma alternativa para esta colagem é a apl icação de capas pré-coladas que são f ixadas ao miolo em equipamento apropriado. A l imita-ção deste processo é o custo da capa e a pouca variedade de modelos, mas pode ser uma alternativa interessante em trabalhos escolares. O cuidado que se deve ter na hora de elaborar um produto colado neste processo, é saber que sua vida úti l e resistência não são adequadas para uso acima de 30 dias ou com intensa manipulação por parte do usuário. Por melhor que seja a encadernação, as folhas vão se soltar e, se o papel uti l izado for revestido, o resultado será ai-nda pior. A solução para os produtos que exigem durabil i-dade e não podem ser costurados é uti l izar a colagem com PUR (pol iuretano reativo), com equipamentos já disponíveis no mercado. Por este processo, podem ser coladas folhas soltas ou cadernos dobrados com igual qual idade.
grampos
Colagem de
Acabamentos
revista ideia
11
Alberto Severo
Portifólio
Alberto Seveso, nasceu em Mi lão há 30 anos at rás, mas
e le tem v iv ido há mais de 20 na marav i lhosa I lha de Sardenha. Hoje
A lberto v ive em Roma, onde t rabalha como i lust rador f ree lancer.
Ele não estudo design e não teve aulas. Pessoalmente acha que este trabalho não requer um grau ainda quando as escolas de design são muito importantes.
Sua paixão por gráf icos nasceu há 15 anos at rás, in f luênciado por sua amiga, em que amava mui to. Entretanto mudou para o PC quando um amigo me mostrou o potencia l do Photoshop: “F iquei espantado e eu entendi o poder do sof tware, eu rea lmente me encante i com o photoshop”. A part i r daquele momento eu comecei o bás ico até at ing i r o n íve l dos seus t rabalhos atua is .
revista ideia
revista ideiarevista ideia
12 Portifólio
revista ideia
13
revista ideia
Peter JaworowskiEu sou o co-proprietário do
estúdio baseado em Varsóvia
criativo, Ars Thanea, onde eu
também sou diretor de design. Art
Debut para mim representa todo o
mundo na Espanha. Offline, você
poderá verificar o meu trabalho
em publicações impressas como
regular Computer Arts, IDN e
Photoshop Avançado .
revista ideia
14
Seu estilo vai cla-ramente contra o “menos é mais” e seus projetos são sempre ricos em detalhes e um re-buscamento na medida certa. Seu trabalho tipográfico impressiona pelo aspecto quase pal-pável. Ele mesmo diz que é “movido pelo desejo de constantemente se desenvolver”.
Criação e design
Designer Alex Trochut
revista ideia
15
Alex Trochut foi um dos primeiros designers confirmados a par-ticipar do TMDG 2009. Ele nasceu em 1981 em Barcelona e es-tudou design gráfico e em 2007 já começou seu trabalho como freelancer e ilustrador.O design é de família, já que ele é neto de Joan Trochut, que desenvolveu a fonte Super Veloz, a quem ele reconhece como grande influência.
Ideia - Como você começou em design e ilustração?
Alex Trochut - Comecei como qualquer estudante, querendo trazer minha criatividade em trabalhos comerciais, mas confes-so que não sabia nada de design até que comecei minha carrei-ra em Elisava, Barcelona.
ideia - Você já trabalhou com muitas grandes marcas, como é isso para você? A pressão e a liberdade são diferentes?
AT - Quando uma grande marca te liga, eles sabem exatamente o que eles querem de você porque, de alguma maneira, você já provou que é capaz de fazê-lo. Mas claro, é como uma grande prova, a pressão é muito diferente. Você deve estar aberto a mudanças e ser capaz de adaptar durante o processo. Acho que o mais importante é não desistir do resultado e não ficar muito “apaixonado” pela ideia que você teve, olhando para as sugestões de forma positiva, mas às vezes é difícil.
ideia - Você tem um processo criativo? Como você chega a formas tão coloridas e ousadas?
AT - É bem randômico meu processo. Às vezes baseio uma ideia somente na motivação visual, como um exercício de es-tética. O que me ajuda no momento de criação é ouvir música, especialmente eletrônica.
ideia - Como é a cena de design em Barcelona?
AT - É um ambiente muito condensado e intenso para uma pes-soa criativa. A cidade respira design, mas em condições duras, no entanto. Os clientes geralmente não dão nem tempo nem dinheiro e você tem que lutar para descobrir como eles vão per-mitir uma abordagem mais criativa nos projetos. É grande mix entre pessoas que desejam criar e a realidade da cultura do de-sign, mas temos criado designers muito competentes.
Designer Alex Trochut Entrevista
revista ideia
16 Fotografia
“Minha paixão nunca foi para a fotografia em si”, Henri Cartier-Bresson diz no docu-mentário “Henri Cartier-Bresson: The Eye Apaixonado”, de Heinz Butler. A paixão que ele descreve vez é para “a possibilidade de esquecer-se” ao tirar fotos, e “de captar em uma fração de segundo a emoção de um su-jeito e a beleza da forma. “
Fotógrafo
revista ideia
17
O homem pula sobre a poça d’água atrás da Gare Saint Lazare, es-
tação de trem no centro de Paris. Os pés roçam o espelho líquido.
Sua figura e a sombra projetada debaixo dele parecem repetir o salto
acrobático da bailarina no cartaz ao fundo. Essa fotografia de 1932
é, para muitos especialistas, a mais emblemática de Henri Cartier-
Bresson, o grande fotógrafo do século XX. Cunhou uma expressão –
“o instante decisivo” – e dela nunca mais se afastou. Naquela manhã
chuvosa, Cartier-Bresson levava no pescoço uma Leica alemã com
lente de 50mm. Fez o disparo a uma velocidade de 1/125. Um átimo
de segundo depois, ou antes, e a fotografia não existiria. Registrou,
como que a acompanhar uma frase de Carlos Drummond de Andra-
de a respeito de uma perda amorosa repentina, a cena “até o limite
das folhas caídas na hora de cair”. Derrière la Gare Saint Lazare é o
pivô de uma magistral exposição na Biblioteca Nacional da França,
a BNF. São 400 flagrantes de um gênio do jornalismo e da compo-
sição, em cartaz até 27 de julho. Tem a pompa destinada a nomes
como Picasso, Matisse, Chagall e Renoir. “Não quis mostrar apenas
uma seleção das melhores fotos de Cartier-Bresson”, diz o curador
Robert Delpire. “A idéia é apresentar o homem por trás do mito, sua
excepcional coerência”. Aos 94 anos de idade, há 30 distante das
máquinas, dedicado aos pincéis e às tintas, Cartier-Bresson ainda
cultiva refinada falsa modéstia. “A fotografia é apenas um instru-
mento mecânico, e o desenho, sim, é uma arte”, diz. “As fotos de-
vem ser vistas em livros, não nas paredes”.
Henr i Cart ier-Bresson cotidianoO poeta do
Fotógrafo
revista ideia
18 Ilustração
É impossível negar as facilidades
que a era digital trouxe ao design
gráfico. No entanto, quando
voltamos nossos olhos sedentos
de referências para a formulação de novos
conceitos estéticos no design gráfico,
percebemos que as infinitas possibilidades de
manipulação de imagens geraram um legado
Ericson Straub
revista ideia
19
I lust raçãoO design na
estética na criação gráfica. A era digital tornou possível utilizar
imagens fotográficas com mais freqüência, sejam elas originadas
de produções especialmente contratadas ou obtidas junto a
bancos de imagens disponíveis via internet e em CDs. Porém,
durante décadas o artista gráfico teve a ilustração como alicerce
de seu trabalho, fosse em anúncios ou rótulos, capas de livros
ou de revistas, pôsteres ou qualquer outro produto gráfico. À
medida que as tecnologias gráficas avançavam, os ilustradores
também aprimoravam suas técnicas.
Nos Estados Unidos - onde a publicidade iniciou seu processo
evolutivo por volta dos anos de 1930 - ilustradores como Norman
Rockwell retrataram o universo norte-americano de forma realista
em diversas peças gráficas. No Brasil, mesmo com atrasos
consideráveis em tecnologia gráfica, os ilustradores descobriram
uma forma interessante de reprodução, especialmente na
litogravura. Com a chegada dos anos de 1950, acompanhados
pelo avanço tecnológico brasileiro, o mercado passou a exigir
mais qualidade e realismo nos layouts eram apresentados
pelas agências de propaganda que, por sua vez, também se
espelhavam na qualidade dos trabalhos norte-americanos.
Este foi o período em que os ilustradores começaram a ter
importância no cenário publicitário brasileiro. Além de trabalhar
nos anúncios, também passaram a atuar na ilustração de vitrines
e nas lojas de departamentos que iniciavam suas atividades,
criavam cenários para as emissoras de TV que começavam a
surgir, elaboravam cartazes cinematográficos e desenhavam
histórias em quadrinhos. Foi exatamente naquele período que,
em Curitiba, Nilson Müeller começou a desenvolver seu trabalho
ainda durante a adolescência. Como toda criança, adorava
desenhar. Mas o que chamava a atenção era a fascinação
do jovem Nilson pelos quadrinhos. Aos 15 anos, enquanto
fazia estágio numa agência de publicidade, teve contato com
ilustradores, muitos deles vindos da Europa
tão sedutor quanto incômodo. Sedutor
por causa das inúmeras possibilidades
que as ferramentas digitais oferecem.
Incômodo por causa da animosidade
provocada por este novo caminho entre
os próprios designers.
A evolução digital da fotografia, sem dúvida
nenhuma, alterou significativamente a
revista ideia
20
O design de embalagens, como o próprio nome indica, é a área do de-
sign que se dedica à criação de embalagens para embala-gem e transporte de produtos. Inclui também a rotulagem da embalagem com os elemen-tos identificativos do produto, empresa manufactora e/ou que comercializa o produto e qualquer outra mensagem que seja considerada necessária.
Regra geral, a embalagem propriamente dita é de-senhada pelo designer de produto, ao passo que o rótulo da embalagem fica a cargo do designer gráfico.
Uma embalagem é mais do que apenas um recipiente ou caixa onde é introduzido um produto, ou onde este pode ser transportado com segu-rança até ao consumidor. Uma embalagem é a forma do con-sumidor identificar o produto que tem nas mãos, de obter informação necessária para saber se e ou não o produto
Embalagem
que deseja. É também uma for-ma de atrair o consumidor pela estética da própria embalagem e rótulo. Para além disso é uma forma do consumidor identificar uma determinada marca da sua preferência pelas cores e for-mas da embalagem. No fundo, uma embalagem é uma forma de comunicação com o consu-midor. Daí a importância do de-sign de embalagem. Um design equilibrado, com o produto cer-to na embalagem correcta para esse produto, um design gráfico atractivo contendo ao mesmo tempo as informação necessá-rias ao consumidor, faz com que o produto aumente as suas ven-das pelo facto de ser atractivo para aqueles que não conhecem o produto e seja facilmente iden-tificável, no caso de ser um pro-duto de uma empresa conhecida e já ter consumidor “fiéis” a esta marca em particular.
Por isso há muitos aspectos a ter em conta ao fazer o design de uma determinada embala-gem. Todos os outros princípios do design aplicam a esta área.
Embalagens Criação de
Fique por dentroAssim, a primeira coisa a ter em conta é o tipo de produto. De acordo com o tipo de produto (sólido, líquido) será necessário um tipo de embalagem diferen-te. Também a forma do produto influencia, é claro, o desenho da embalagem. Um ponto impor-tante é a forma da embalagem. Ou seja, pode ser necessário criar uma embalagem que per-mita ao consumidor manuseá-la facilmente. No caso de um produto alimentar o consumidor valoriza uma embalagem que permite utilizar o produto sem que este, por exemplo, “espirre por todo o lado”. Um exemplo disto é os molhos. A embala-gem deve ser fácil de arrumar sem o risco de espalhar o seu conteúdo. No caso de outros objectos a embalagem deve ser adequada à fragilidade ou peso do produto, para que não haja o risco do produto chegar ao con-sumidor danificado.
Não apenas a forma da embala-gem é importante. A embalagem tem de seguir as normas de se-gurança e higiene estabelecidas
revista ideia
21
por cada país. O material, atendendo às preocupação ambientais actualmente, deve ser sempre que possível reutilizá-vel ou reciclável. O material deve ter a resistência necessária ao transporte do produto sem riscos de extravasamento ou danificação do produto, não sendo uma embalagem demasiado pesada que aumento o custo do transporte do produto. Devem ser escolhidas as ma-térias-primas adequadas e que sejam economicamente viáveis, em termos de custos totais.
Por outro lado, também tem de ser dada atenção ao rótulo. Este deve conter a identificação do produto, assim como todos os elementos exigidos por lei. Também qualquer informação adicional que possa atrair o consumidor. Um rótu-lo pode ser muito estético, mas se a in-formação está de tal forma colocada no rótulo que é difícil ao consumidor ler, é pouco provável que este leve o produto por não ter a certeza que este é o produto que procura. Por outro lado, a quantida-de de informação deve ser equilibrada. Juntamente com os elementos absoluta-mente necessários, há que haver a quan-tidade de informação adequada ao con-sumidor. Demasiada informação faz com que o consumidor se disperse e muito pouca informação faz com que ele não saiba se este é realmente o produto que necessita ou quer.
Como em todas as áreas do design é ne-cessário ter em conta os aspectos estéti-cos, funcionais, económicos, culturais e políticos de um país para que se obtenha um produto, que sendo original, não dei-xa de ser desejado pelo consumidor..
revista ideia
22 Artigos técnicos
Princípios do bom design
Se preocupa com o meio ambiente
Essa “onda” de “design verde” não é de agora. Dieter Rams
se importava com a natureza desde os anos 60. Quando
criar uma embalagem, por exemplo, tente reutilizar tudo
possível. A embalagem abaixo faz um mínimo de cortes,
reduzindo assim os restos de papel, além de utilizar papel
reciclado na confecção.
Bom design é estético
De acordo com a Wikipedia, “(a estética) estuda o julgamento
e a percepção do que é considerado belo, a produção
das emoções pelos fenômenos estéticos, bem como as
diferentes formas de arte e do trabalho artístico; a idéia de
obra de arte e de criação; a relação entre matérias e formas
nas artes.”. Na câmera portátil abaixo, a estética permite que
destros e canhotos possam usar o aparelho sem problema.
Bom design faz um produto ser útilDe nada adianta fazer algo super bem bolado se ele não
for útil. Um exemplo é o relógio. É algo que não precisa
de muito mais inovação (quantas formas diferentes há
de mostrar a hora?) mas pode ser refeito para ser útil a
algum campo específico. Por exemplo, um relógio para
esportistas que, no calor do esporte, só podem olhar
rapidamente para seu pulso.
Canon, diga não as fotos escuras.
Agência
de m
odel
os
Mod
elo:
Car
ol G
reis
Ant
unes