Revista idigital 19

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idigital - Revista da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificação Digital - Ano 05 - número 19 - outubro/novembro/dezembro de 2014 PALAVRA DE ASSOCIADA Infineon avalia os desafios da empresa CARTEIRA DE TRABALHO Nova versão da caderneta é digital DOCUMENTOSCOPIA Livro detalha o estudo dos documentos Associadas ABRID apresentam novas tecnologias aos militares em evento na sede do Exército SEGURANÇA PARA IDENTIFICAR A FORÇA DO BRASIL ANDRÉ GUSTAVO STUMPF

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CAPA: Associadas da ABRID apresentam novas tecnologias aos militares em evento na sede do Exército

Transcript of Revista idigital 19

  • idigital - Revista da Associao Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificao Digital - Ano 05 - nmero 19 - outubro/novembro/dezembro de 2014

    PALAVRA DE ASSOCIADA

    Infineon avalia os desafios da empresa

    CARTEIRA DE TRABALHO

    Nova verso da caderneta digital

    DOCUMENTOSCOPIALivro detalha o estudo dos documentos

    Associadas ABRID apresentam novas tecnologias aos militares em evento na sede do Exrcito

    SEgURANA PARA IDENTIfICAR A fORA DO BRASIL

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  • IDENTIFICAO DIGITAL

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    Sua empresano centro da identicao digital.

    ANUNCIE NA IDIGITAL

    [email protected] | (61) 3326 2828

  • Com apoio da aBRid, ExRCito pRomovE o ii WoRkshop dE inovaEs

    tECnolgiCas Em idEntifiCao. Enquanto as foRas aRmadas

    tRaBalham na ConstRuo da nova idEntidadE militaR, as assoCiadas tm a opoRtunidadE dE apREsEntaR o quE

    h dE mais modERno no mERCado

    REvista da assoCiao BRasilEiRa das EmpREsas dE tECnologia Em idEntifiCao digital - aBRid

    20 . CAPA

    Joerg Borchert, da Infineon, analisa os

    desafios da empresa para garantir

    avano tecnolgico com respeito

    sustentabilidade

    Ministrio do Trabalho lana

    verso digital da caderneta

    enquanto prepara a transformao

    no carto do trabalhador

    Peritos da Polcia Federal lanam

    livro que analisa aspectos cientficos, tcnicos e jurdicos

    da cincia da documentao

    Com apoio da ABRID, Diretoria

    Tcnico-Cientfica do Departamento

    da Polcia Federal promove seminrio

    internacional em Braslia

    14 . PALAVRA DE ASSOCIADA

    9 . CARTEIRA DE TRABALHO

    31 . DOCUMENTOSCOPIA39 . PASSAPORTE E BIOMETRIA

    48 . CASOS E ARTIgOS

    59 . gEMALTOJunte-se ao movimento

    55 . CERTISIgNCertificado Digital tambm soluo para a autenticao em lojas virtuais

    63 . VISION-BOxBiometria ao servio do Gerenciamento da Identidade do cidado

    66 . ARTIgOOs rgos oficiais de identificao na preveno e represso aos crimes de falsidade ideolgica

    outubro - novembro - dezembro 2014 | 3

  • Eventos 2015

    ABRIL

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    ABRIL

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    A DEFINIR

    a denira denir

    A DEFINIR

    a denira denir

    JUNHO

    1818

    www.abrid.org.br

    Cards, Payment & IdenticationTransamrica Expo Center So Paulo/SP

    III Seminrio Nacional de Certicao DigitalTransamrica Expo Center So Paulo/SP

    Encontro Nacional de Segurana Pblica e Identicao HumanaBraslia/DF

    13 CertForum/ RegionalBelo Horizonte/MG

    Workshop IMPABraslia/DF

    SETEMRBO

    23-2523-2513 CertForumBraslia/DF

    A DEFINIR

    a denira denir

    III WITAIDBraslia/DF

    JUNHO

    23-2523-25 ICMedia e ICCyberBraslia/DF

  • Novos documentos esto a caminho.

    Chegamos ao fim de 2014, um ano vitorioso, com boas promes-

    sas para o nosso setor em 2015. duas dessas novas possibilidades

    esto estampadas nas pginas desta edio da idigital.

    uma o novo documento de identidade dos militares brasilei-

    ros. o projeto grandioso e a aBRid participa desde o incio ofere-

    cendo consulta tcnica ao ministrio da defesa. nossa colaborao

    comeou em 2009, quando a associao passou a integrar o gru-

    po de trabalho criado para discutir o tema. o foco sempre foi dar

    orientaes profissionais e apresentar s autoridades do ministrio,

    e tambm da aeronutica, do Exrcito e da marinha, as diversas

    possibilidades disponveis no mercado.

    nesse sentido, a aBRid apoiou em outubro a realizao ii

    Workshop de inovaes tecnolgicas em identificao (Witaid), pro-

    movido pelo Exrcito no quartel general da corporao, em Bra-

    slia. Confira nesta edio toda a cobertura do evento, que contou

    com espao para as associadas apresentarem suas novidades aos

    militares.

    outra boa perspectiva na rea de identificao vem do minist-

    rio do trabalho e Emprego. a pasta lanou este ano a Carteira de

    trabalho digital. Com novos elementos de segurana, a caderneta

    amplia e agiliza as possibilidades de controle sobre as informaes

    e ainda combate fraudes em programas importantes, como o do

    seguro desemprego.

    ainda falando de documentos, confira a reportagem sobre do-

    cumentoscopia: aspectos Cientficos, tcnicos e Jurdicos, livro que

    acaba de ser lanado por peritos criminais da polcia federal. a pu-

    blicao mostra um importante trabalho de resgate histrico e de

    anlise tcnica de diversos pontos da cincia voltada para o estudo

    dos documentos. tudo isso feito, em grande parte, com a tecnolo-

    gia desenvolvida e disponibilizada por nossas associadas.

    J que citamos a pf, vale dizer que tambm apoiamos a reali-

    zao, em dezembro, do passports, Biometrics and identity mana-

    gement seminar, encontro internacional promovido pela diretoria

    tcnico-Cientfica do departamento depolcia federal. pessoas de

    pontos diversos do globo estiveram em Braslia para trocar experi-

    ncias sobre passaportes, biometria e gesto de identidade.

    E, dando continuidade seo inaugurada na edio passada,

    neste trimestre a palavra de associada foi concedida infineon.

    Joerg Borchert, vice-presidente da diviso de Cartes com Chip e

    segurana, faz uma anlise de mercado e tambm comenta os de-

    safios da empresa para garantir avano tecnolgico com respeito

    sustentabilidade.

    aproveite a leitura!

    idigital uma publicao da Associao Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificao Digital (ABRID).

    Presidente: Clio RibeiroDiretor de Identificao Digital: Edson RezendeDiretor de Projetos e Informao Tecnolgica: Fernando CassinaReportagem: Iara Rabelo e Marcio PeixotoEditor: Marcio Peixoto MTB 4169/DFReviso: Millena DiasTiragem: 2.550 exemplaresPeriodicidade: trimestralContato: (61) 3326 2828Projeto grfico e diagramao: Inflio Comunicao - www.infoliocom.com - (61) 3326 3414

    (Os cases e artigos assinados no refletem o pensamento nem a linha editorial da revista e so de inteira responsabilidade de seus autores)

    PALAVRA DO PRESIDENTE

    ExPEDIENTEr

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    SELO fSC

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  • Certicadora Digital

  • Ministrio do Trabalho digitaliza caderneta do trabalhador e prepara a transformao da

    carteira em um carto

    EM MODERNIzAO

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    Segurana documental e institucional. Estas so duas das novidades pre-vistas com o novo modelo da carteira de trabalho digital emitida pelo Ministrio do Trabalho e Em-prego (MTE) desde o segundo semes-tre de 2014. A novidade est sendo entregue aos trabalhadores do Cear, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, mas o MTE acredita que ser disponibili-zada em todo o pas a partir de janeiro de 2015.

    A pasta estabeleceu a meta de colocar todos os servios ao cida-do na era digital. Com isso, alm da carteira digital, tambm est im-plantando o sistema do Seguro De-semprego com biometria, a certido negativa de dbitos com o MTE e o Portal Mais Emprego, que permi-

    te a auto-intermediao de mo de obra, o acesso ao Pronatec (Progra-ma Nacional de Acesso ao Ensino Tcnico e Emprego) e a consulta s informaes do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Servio) e de outros cadastros do governo pe-los trabalhadores.

    Visualmente, a carteira digital ainda a tradicional caderneta em papel, mas agora com mais elemen-tos de segurana. O novo documen-to tem capa azul em material sint-tico mais resistente que o usado na verso anterior, confeccionado em papel de segurana e traz plstico autoadesivo inviolvel que protege as informaes relacionadas iden-tificao profissional e qualificao civil do indivduo. So justamente esses dados variveis os mais visados por falsificadores.

    H tambm uma tarja magn-tica e numerao nica para todas as vias e as informaes pessoais do trabalhador e sua fotografia (tirada na hora, e no mais entregue pelo cidado) so impressas na carteira no momento da emisso. Na anti-ga carteira manual, as informaes eram preenchidas mo. A inteno fazer a entrega do documento ime-diatamente.

    O ministro do Trabalho e Em-prego, Manoel Dias, avalia que essencial dar agilidade ao processo de entrega da Carteira de Trabalho e Previdncia Social (CTPS). Es-tamos empreendendo uma srie de reformas no ministrio, agilizando-o, informatizando-o. O trabalha-dor senta na cadeira e sai com ela [CTPS] pronta, com a assinatura digital, sem risco de perder o em-

    Ministro do trabalho, Manoel dias: nova Carteira de trabalho digital faz parte do proCesso de Modernizao da pasta

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    prego. H lugares em que realmen-te demora [a emisso da carteira] e, nesse meio tempo, a pessoa perdeu o emprego, explicou.

    O combate s fraudes contra o trabalhador e os programas sociais uma das melhorias decorrentes da carteira digital. Os dados agora so integrados a diversos bancos de dados do governo federal. O novo sistema da CTPS digital tem validao nacio-nal das informaes do cidado. Isto garante mais segurana ao documen-to e ao trabalhador, que tem todos os seus dados cruzados e analisados no ato na solicitao da carteira. Esta-mos investindo em projetos, como o da fiscalizao eletrnica e na reestru-turao da rede de atendimento. O lanamento da nova carteira digital mais um passo nesse processo, con-firmou o ministro.

    O cruzamento de dados permi-tido pelo sistema pode evitar golpes, por exemplo, no recebimento do Se-guro Desemprego ou da Bolsa Fam-lia. O trabalhador ainda tem a vanta-

    gem de ficar sabendo se o patro est recolhendo corretamente o FGTS e as contribuies previdencirias. O pagamento dos benefcios tambm ganha agilidade com a preciso das informaes.

    Embora ainda em fase de im-plantao, a carteira de tra-balho digital transitria. que o MTE j trabalha no projeto do carto do trabalhador. Os detalhes ainda no foram divulga-dos, mas o ministro Mano-el Dias quer ver a iniciativa em processo de implanta-o em 2015. Ns esta-mos preparando o terreno para a chegada do carto do trabalhador, que poder ser implantado a partir do pri-meiro trimestre de 2015. Segundo o ministro, o carto deve manter toda a simbologia da carteira de trabalho, to respeitada pelo trabalhador.

    EmIssO ITInERAnTE

    Para combinar com a segurana, a agilidade e a praticidade do novo do-cumento do trabalhador, a Prefeitura de Duque de Caxias, primeira cidade da Baixada Fluminense a emitir a carteira de traba-lho digital, decidiu ino-var. A gesto municipal implantou o servio de emisso em um nibus, vque percorre os bairros da cidade.

    O servio oferecido em um veculo da Fun-dec (Fundao de Apoio Escola Tcnica, Cin-cia, Tecnologia, Esporte, Lazer, Cultura e Polticas Sociais de Duque de Ca-xias), em parceria com a Secretaria Municipal de

    Trabalho, Emprego e Renda e De-senvolvimento Econmico.

    O prefeito Alexandre Cardoso acredita que a medida acelera a ob-teno de emprego pelo trabalhador. Estamos levando a todos os bairros

    de Caxias o nibus da Fundec, para que as pes-soas no precisem sair do bairro para obter o docu-

    eM duque de Caxias, rio de janeiro, a prefeitura Criou uM sisteMa itinerante para eMisso da Carteira de trabalho

    Moradores de Caxias soliCitaM Ctps

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    mento. O nosso desejo que o ca-xiense consiga as vagas de emprego.

    Segundo o secretrio de Tra-balho, Ezequiel Loureno, a ao beneficia principalmente os jovens. Constatamos que grande parte das carteiras emitidas so para os jo-vens que buscam o primeiro empre-go. Com o documento em mos, a chance de conseguir a vaga maior. A partir desses dados, temos manti-do contato com as empresas parcei-ras para contratar nossos jovens, tan-to que o nosso balco de empregos est sempre presente nessas aes, captando currculos e oferecendo cursos profissionalizantes, explicou.

    O programa lanado em julho de 2014 j emitiu quatro mil car-

    teiras, percorre sema-nalmente os bairros dos quatro distritos de Duque de Caxias, aten-dendo em mdia cerca de 100 pessoas em cada localidade. Para o presidente da Fundec, Elder Lugon, Duque de Caxias est dando um passo importante ao investir na carteira profissional digital. Com este modelo de carteira digital ser mais difcil a fraude, j que a pessoa estar cadastrada, e para obter uma segunda via dever apresentar, caso o documento tenha sido roubado, o boletim de ocorrncia registrado em um distrito policial, disse.

    Em outubro, a prefeitura promo-veu um mutiro para entrega de cartei-

    ras de trabalho digital, que beneficiou 1.500 pessoas que haviam requisitado o documento no nibus da Fundec. No nibus, a en-trega no imediata, leva 15 dias aproximadamente. Uma das primeiras pessoas a receber o documento foi Raissa Santos da Silva, de 19 anos, que tirou a pri-meira via da CTPS. Valeu a pena esperar. Esse docu-mento vem com muitas informaes sobre a pessoa e vai facilitar a vida da gen-te. Alm disso, no precisei sujar o dedo de tinta para

    tirar a impresso digital. Foi rapidi-nho. Todos esto de parabns por fa-cilitar a vida da gente.

    Quem j tem o documento no precisa se deslocar at as agncias do MTE para emitir uma nova carteira de trabalho. A antiga permanece v-lida. Somente no caso de uma segun-da via ou da emisso da primeira via que ocorre a impresso e validao pelo novo sistema.

    Com informaes do Ministrio do Trabalho, da Agncia Brasil e da Prefeitura de Duque de Caxias (RJ).

    registro de assinatura

    taMbM feito digitalMente

    A carteira de trabalho emitida pelo Ministrio do Trabalho e Emprego. possvel fazer o

    documento em todo o pas, nas Superintendncias Regionais do

    Trabalho, nas Gerncias Regionais do Trabalho, nos Postos de

    Atendimento ao Trabalhador ou nas unidades de atendimento ao

    cidado (criadas por governos estaduais) conveniadas com o

    MTE. Confira os requisitos:

    14+

    CPF

    Ter mais de 14 anos

    Documento de identidade RG, certido de nascimento ou de casamento

    Comprovantede residncia

    CPFCadastro de Pessoa Fsica

    Carteira de trabalho antiga em caso de segunda via

    Boletim de ocorrncia em caso de segunda via por roubo da primeira

    Dvidas? O Ministrio do Trabalho atende pelo telefone 158

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    o documento que todo trabalhador de-vidamente registrado possui no Brasil no novo. tem, na verdade, 82 anos. a carteira de trabalho foi criada pelo decreto 21.175, de 21 de maro de 1932, e regulamentada pelo decreto 2.035, de 29 de outubro do mesmo ano.

    a Carteira de trabalho e previdncia social (Ctps) registra a trajetria profissio-nal de cada brasileiro. Ela informa a data de admisso, tempo de servio, valor do sal-rio, pagamento do seguro desemprego e do pis (programa de integrao social), f-rias e data de sada do emprego. Ela virou documento obrigatrio para toda pessoa que venha a prestar algum tipo de servio a uma empresa ou a outra pessoa, seja na in-dstria, no comrcio, na agricultura, na pe-curia ou mesmo de natureza domstica.

    segundo o ministrio do trabalho (mtE), em funo dos dados que registra, a Ctps hoje um dos nicos documentos a reproduzir com agilidade a vida funcional do trabalhador. assim, garante o acesso a alguns dos principais direitos trabalhistas, como seguro desemprego, benefcios pre-videncirios e fgts.

    Em seus mais de 80 anos de existncia, a carteira de trabalho sofreu vrias modifi-caes. no incio surgiu como carteira pro-

    fissional, em 1932, sucedendo a carteira de trabalhador agrcola, instituda por decretos assinados nos anos de 1904 a 1906. J a atual Ctps, que substituiu a carteira profis-sional, foi criada pelo decreto-lei 926, de 10 de outubro de 1969. Ela contm informa-es sobre a qualificao e a vida profissio-nal do trabalhador e anotaes sobre sua filiao ao instituto nacional de seguridade social, o inss.

    a histria do registro do trabalhador, porm, mais antiga. Em 1891, o presi-dente da Repblica, marechal deodoro da fonseca, assinou decreto que permitia ao ministro Cesrio alvim exigir que as fbri-cas registrassem em um livro as matrculas de menores trabalhadores, contendo as primeiras informaes sobre esses jovens.

    agora, na nova carteira de trabalho di-gital emitida a partir de 2014 valorizada a segurana contra fraudes. as moderniza-es para proteger os dados como a tarja magntica e numerao nica em todas as vias deixaram, na avaliao do mtE, a Ctps parecida com o passaporte. na ver-dade, a carteira de trabalho no deixa de ser um passaporte para que o cidado te-nha protegidos direitos trabalhistas e pre-videncirios, como salrio regular, frias, dcimo-terceiro salrio, repouso remune-rado e aposentadoria.

    mais dE 80 anos dE histRia

  • palavra da associada

    EfICINCIA ENERgTICA, MOBILIDADE E SEgURANA

    Vice-presidente para as Amricas da diviso Chip Card & Security, Joerg Borchert, apresenta o trip de negcios da Infineon, que tambm atua para assegurar a sustentabilidade em todas as suas iniciativas

  • Idigital: O senhor engenheiro e tem PhD em economia. Como a

    viso a partir do conhecimento das duas reas distintas ajuda na gesto de uma empresa como a Infineon?

    Joerg Borchert: A forma-o de engenheiro certamen-te uma base importante para trabalhar em uma empre-saorientada tecnologia, comoa Infineon. Ao mesmo tempo,

    muito til teruma compreenso do cenrio completo em termos

    doambiente econmicoe como isso afetatantoo nosso negcio comoas perspectivas dos nossos clientes.Isto se torna cada vez mais importan-

    te quando olhamos para o im-pactoque os produtos Infi-

    neon tm em algumas das megatendncias globais que afetam os mercados que abordamos. A Infineon se con-centra em trs megatendncias - eficincia ener-gtica, mobili-dade e segurana que se entrela-am em muitas reas hoje. Ns

    temos um negcio crescente em in-fraestrutura de gerao de energia de alta tenso, incluindo energias renovveis e a eficincia energtica para milhares de produtos voltados eletricidade tanto na rea comer-cial, quanto de consumo. Em nosso ponto de vista, a mobilidade vai des-de sistemas eltrico-ferrovirios de grande escala ao aumento crescente da eletrnica tanto nos veculos de queima de combustvel quanto nos hbridos/eltricos. A terceira grande tendncia social que propomos a segurana, que inclui chips para pro-teger infraestruturas e produtos de identificao segura. A Infineon tem fornecido solues de segurana ba-seadas em chip por quase duas dca-das e hoje isso est emergindo como um fio condutor comum em muitas categorias diferentes do nosso neg-cio. Por exemplo, ns estamos adi-cionando segurana em camadas nas redes M2M e dispositivos que esto conectados na emergente internet das coisas. Nas reas de interesse para a ABRID, a identidade digital est desempenhando um papel cada vez maior na criao de um estilo de vida melhor para os indivduos, criando eficincia em ambas as ope-raes comerciais e governamentais. Isto muito emocionante para ns.

    Engenheiro mecnico e dou-tor em economia na Alema-nha, Joerg Borchert se mu-dou para os Estados Unidos, especificamente para o Vale do Silcio, em 1998, quando atuava na Siemens. J na Infineon, ele montou mundialmente o Departamento de Desenvolvimento de Negcios da empresa, o que incluiu o estabelecimento da Infineon Ventu-res/Mergers & Acquisitions enquanto a

    companhia preparava a primeira oferta pblica no mercado de aes.

    Agora, tem o desafio de liderar a diviso Chip Card & Security para as Amricas. Nesta entrevista, ele apre-senta os diferenciais da Infineon, des-tacando tambm a preocupao com a sustentabilidade e com a reduo da emisso de gs carbnico, e avalia as perspectivas da companhia para os mercados brasileiro e global.

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  • Id: Como a Infineon se posiciona atualmente no mercado brasileiro? E globalmente?

    JB: A histria da indstria de semi-condutores tem sido caracterizada pelo aumento constante tanto da ca-pacidade quanto das caractersticas do que pode ser oferecido em chips cada vez menores. Isso pode ser fa-cilmente visualizado considerando-se que um smartphone tpico usado hoje em dia muito mais poderoso do que os computadores de 50 ou 60 anos atrs, que ocupavam salas inteiras e usavam energia suficiente para abastecer uma pequena cidade. Em suma, a indstria agora constri sistemas inteiros em um nico chip. Isso particularmente verdadeiro na rea de chips de segurana. Hoje, um microcontrolador seguro da Infineon contm as funes de um computador avanado - incluindo processamento criptogrfico, mem-ria e comunicao sem fio de curto alcance - e capaz de operar utili-zando uma pequena quantidade de energia eltrica recebida de um ter-minal com ou sem fio. Isso afeta a maneira de como nos posicionamos. No encaramos o desenvolvimento de produtos e relacionamento com o cliente do ponto de vista de ser apenas um fornecedor de compo-nentes. Evoluimos de pensamento de produto para o pensamento sis-tmico: o que nosso cliente precisa para entregar um produto completo ao seu mercado final? Isto verda-de tanto globalmente quanto aqui no mercado brasileiro. Um gran-de exemplo disso a nossa soluo iKaffee, recentemente lanada. Comeamos com o controlador de segurana Infineon SLE 77, e ento pr-integramos um Sistema Opera-cional Java Card e applet VSDC. O projeto tambm conta com nosso Coil on Module (CoM), de fcil fabricao para conectividade de an-

    tena sem fio. Este um projeto pron-to para a produo de smartcards de pagamento para o mercado latino-a-mericano que recebeu total aprova-o de funcionalidade e segurana da Visa. Dois fornecedores brasilei-ros, IntelCav e Valid, j oferecem este projeto para clientes de cartes de pagamento no Brasil e na Amri-ca Latina. A viso sistmica das ne-cessidades do mercado e a maneira que podemos ajudar nossos clientes a terem sucesso requer uma estreita colaborao e compreenso das ne-cessidades do mercado regional. por isso que temos uma equipe dedi-cada segurana em So Paulo, que tem o compromisso de trabalhar em estreita colaborao com todos os participantes do mercado, incluindo os fornecedores comerciais, grupos industriais e rgos governamentais envolvidos com pagamentos e siste-mas de identificao.

    Id: Quais as perspectivas para o mercado nacional em 2015 e em mdio prazo?

    JB: Se eu pudesse prever com su-cesso quando o crescimento ser retomado em nveis mais fortes, eu provavelmente iria deixar a inds-tria de semicondutores e trabalhar em finanas. Falando srio, o baixo crescimento do PIB no Brasil um desafio para todos ns. Em tempos de economia apertada, os clientes comerciais e governamentais tm que considerar seriamente todos os gastos e s escolher investir em pro-jetos que possam demonstrar retor-nos positivos em termos de melhoria das estruturas de custos e maior efi-cincia. Tecnologias de chip, muitas vezes, so capazes de atender esses critrios, por isso trabalhamos com nossos clientes para avaliar comple-tamente cenrios de custo/benefcio e desenvolver abordagens para justi-ficar o investimento com bons retor-nos. Ns tambm estamos otimistas

    sobre as macrotendncias na regio. Enquanto a crise atual do petrleo pode diminuir o investimento na produo de recursos, menor custo de curto prazo pode estimular os gastos dos consumidores e tambm reduzir o custo de muitas operaes. No mdio e longo prazo, o cresci-mento contnuo da populao e da tendncia de melhoria da produtivi-dade pode ajudar no crescimento do PIB. A manuteno do alto perfil do Brasil no cenrio internacional tam-bm um fator positivo.

    Id: O Brasil, j h alguns anos, discute a implantao do RIC, um novo e moderno documento de identidade, mas j embarcou tecnologia em outros documentos, como o passaporte com chip. O pas est aderindo de fato modernizao dos documentos? Quais as tendncias no setor?

    JB: Estamos esperanosos de que a discusso sobre um sistema nacio-nal de identificao v continuar e, finalmente, levar a um projeto bem definido. Baseado na experincia com projetos nacionais de identifica-o em muitos outros pases, h be-nefcios claros na mudana de docu-mentos em papel para os chamados e-Documentos. O RIC um projeto enorme e importante para o Brasil. importante certificar-se que um pa-dro nacional para a implementao oferea o melhor equilbrio possvel entre segurana, os servios dispon-veis para a populao e custo total do sistema. Passaportes equipados com chip (e-Pass) servem como exemplo do valor/eficcia dos documentos eletrnicos. Olhando novamente para a experincia global, podemos ver o impacto positivo dos Docu-mentos de Viagem de Leitura Au-tomtica (Machine Readable Travel Documents - eMRTDs) com base em um padro comum, estabelecido pela Icao. Hoje, mais de 110 pases

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  • em todo o mundo emitem eMR-TDs, incluindo o Brasil. Este tipo de documento ajuda a acelerar a entra-da mesmo em pontos tradicionais de controle de fronteiras, onde a veri-ficao manual, atravs de agentes autorizados.

    Id: O sistema de controle de fronteiras um dos principais produtos da Infineon. Quais so as novas tecnologias que esto sendo desenvolvidas para aperfeioar este sistema?

    JB: Desde o incio, consideramos que a evoluo das especificaes da Icao resultar em cada vez mais da-dos pessoais de passageiros e hist-rico de viagens includos nos eMR-TDs, os documentos de viagem com leitura automtica. Em regies com alta taxa de transferncia de passa-geiros, comeamos a ver como os e-Gates, que permitem auto-scanning, conseguem tanto atender aos requi-sitos de segurana quanto agilizar as operaes. Outro desenvolvimento uma nova gerao de chips usados em eMRTDs. A Infineon comeou a comercializar chips que apresentam maior capacidade de memria e per-mitem leitura at quatro vezes mais rpida. A maior capacidade permite o armazenamento seguro de dados de identificao adicionais e hist-rico de viagem, como a informao do visto eletrnico e do carimbo de entrada e sada. O tempo de leitura reduzido, mesmo com a memria maior, diminui o tempo necessrio de atendimento de cada passageiro, consequentemente diminuindo o tempo de espera no embarque ou desembarque.

    Id: Falar em documento moderno logo traz a preocupao com a segurana, um dos principais problemas para a identidade do cidado hoje em dia. De que forma a Infineon trabalha

    para aumentar a segurana de documentos e cartes?

    JB: A constante melhoria na capa-cidade de semicondutores, que j falamos anteriormente, tambm vista no nosso avano do estado-da-arte em segurana para sistemas de identificao baseados em chip. Parte disso a ideia por trs do au-mento de memria e diminuio do tempo de leitura dos eMRTDs. Em outras aplicaes, tais como cartes de pagamento, a nossa avanada me-mria segura chamada Solid Flash permite a adio de informaes de identificao mais seguras, maior flexibilidade na insero de aplicati-vos e personalizao mais rpida do carto. A Infineon a nica empresa que oferece a tecnologia Solid Flash para sistemas de identificao e car-tes de pagamento. At o final deste ano, esperamos atingir a marca de 1,5 bilho de controladores usando este tipo de memria. A tecnologia Solid Flash est gerando mais neg-cios em comparao com tecnologias mais antigas, menos flexveis, pois reduz custos de produo, melhora o tempo de colocao no mercado e permite que os fornecedores respon-dam melhor demanda do merca-do mundial. Cartes e documentos de identificao baseados nesta tec-nologia tambm cumprem os altos padres de segurana atuais. Os controladores de segurana produ-zidos pela Infineon so certificados em padres Common Criteria at EAL 6+ (mais alto) e tm aprovaes EMVCo. A segunda frente de tecno-logia o que chamamos de Integrity Guard, que permite o processamen-to seguro de material criptografado. A Infineon fabrica os nicos contro-ladores de segurana em que todos os dados esto criptografados a todo momento. Tecnologias mais antigas ou alternativas usam a criptografia apenas quando movem dados dentro

    do chip e os descriptografam para processamento, o que os expem a riscos. A tecnologia tambm pareia dois processadores de segurana em um chip, para que possam verificar um ao outro e detectar qualquer si-nal de ataque que apresente risco. Alm do desenvolvimento de tec-nologia, a Infineon muito ativa na pesquisa sobre segurana. Mantemos equipes que desenvolvem novos m-todos para encontrar pontos fracos em chips de segurana e identificar melhorias. Esta abordagem bandi-do/mocinho nos fornece uma viso da mente dos bandidos que usa-mos para melhorar constantemente nossas medidas de segurana.

    Id: Muito se fala que os brasileiros gostam de tecnologia e no resistem tanto s novidades tecnolgicas, como parte dos europeus, por exemplo. Esse fato muda algo na forma como a empresa atua no pas e em outros mercados?

    JB: Na rea de segurana, eu no diria que os europeus so resistentes tecnologia. Em vez disso, h uma grande preocupao na UE em tor-no da proteo da privacidade pes-soal. Como resultado, as discusses sobre e-ID e implementaes de smartcard envolveram uma avalia-o muito rigorosa da proteo dos dados armazenados em e-Docu-mentos e smartcards. Isso realmente deu uma contribuio positiva para o desenvolvimento de sistemas que funcionam bem para todas as partes envolvidas, incluindo organismos emissores, rgos reguladores e con-sumidores. Esperamos que aquilo que aprendemos sobre o design do sistema, a partir da experincia na Europa e em outras regies, nos tor-ne um parceiro mais forte no Brasil, uma vez que podemos combinar o conhecimento adquirido em outras implementaes com as exigncias

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  • dos clientes tanto daqui, quanto do resto da Amrica Latina.

    Id: Atualmente, a sociedade est muito preocupada com sustentabilidade. Qual o grande desafio das tecnologias desenvolvidas pela Infineon neste aspecto?

    JB: Como empresa, a Infineon tem muito orgulho de ser reconhecida por seu compromisso com a susten-tabilidade em todos os nveis. Fomos listados no reconhecido ndice de Sustentabilidade Dow Jones por cin-co anos consecutivos (desde 2010). Este ranking baseado em uma am-pla gama de critrios de sustentabi-lidade, como a gesto da cadeia de abastecimento e tratamento de cen-rios de risco e de crise, bem como os desafios e fatores especficos do setor, como a qualidade do produto ou a satisfao das partes interessa-das. Ns tambm estamos conscien-tes do uso de recursos naturais em nossas operaes. Na mais recente avaliao de uso, em comparao com os padres utilizados na inds-tria de semicondutores, obtivemos resultados muito satisfatrios. O consumo de gua em nossos proces-sos de fabricao 20% menor que a mdia da indstria; consumo de energia eltrica 32% menor que o padro; e a quantidade de resduos gerados na fabricao 47% abaixo. Temos conseguido resultados igual-mente impressionantes na reduo das emisses de gases do efeito estufa e emisso global de carbono. Ten-do em conta esta histria positiva, o maior desafio que enfrentamos a necessidade de aperfeioamento constante. H sempre espao para fazer melhor.

    Id: A Infineon tem projetos que impactam mais de 75% da populao mundial. Como a empresa v a importncia social

    de suas aes?

    JB: Anteriormente apontei como a Infineon tem focado a sua atividade em torno de trs grandes tendncias na sociedade - eficincia energti-ca, mobilidade e segurana. Alguns exemplos so a melhor maneira de ilustrar como o trabalho que faze-mos tem ajudado a enfrentar os de-safios mundiais em cada uma dessas reas. Na indstria de computado-res cada sistema, desde as grandes fazendas de servidores, que so o back-end das empresas de internet, at os menores laptops exigem fontes que convertem a energia da rede el-trica (AC) em corrente direta (DC) que faz a mquina funcionar. Os chips de converso e gerenciamento de energia fabricados pela Infineon tm desempenhado um papel im-portante no aumento da eficincia destas fontes de alimentao que antes eram de apenas 50-60% para os atuais 90% ou mais. Multiplicado por centenas de milhes de sistemas utilizados em todo o mundo, isto representa uma enorme economia de energia e consequente reduo de carbono. Na mobilidade, temos uma longa histria no fornecimento de tecnologia de chip para melhorar a eficincia de combustvel, seguran-a e conforto em carros, bem como melhorar a eficincia em outros sis-temas de transporte, como trens el-tricos. Com a crescente popularida-de dos veculos hbridos/eltricos, o nmero de chips em um carro m-dio tem aumentado em duas a trs vezes. Uma vez que os chips podem afetar tanto o desempenho do carro, fundamental que eles operem com confiabilidade absoluta. Esta uma rea onde a habilidade de engenharia e excelncia na fabricao so funda-mentais, e a Infineon tem liderado os rankings de qualidade e confia-bilidade da indstria. No quesito segurana, todos ns sabemos que

    os ataques de bandidos, seja a nvel individual ou contra empresas e ins-tituies, so uma ameaa crescente, com impacto tanto nas reputaes quanto nas finanas. Somos fortes defensores do conceito de segurana baseado em hardware, o que propor-ciona a mxima proteo possvel como parte de uma abordagem de sistemas para proteger informaes vitais. Quer seja em plataformas para Trusted Computing, assegurando a internet das coisas, ou simples-mente protegendo informaes pes-soais individuais, a tecnologia da In-fineon tem um papel a desempenhar.

    Id: Qual o legado que a Infineon pretende deixar para o mundo em termos de tecnologia e sustentabilidade?

    JB: realmente parte da cultura da Infineon que todas as nossas aes ajudem o mundo a fazer o melhor uso de seus recursos. Mesmo em segurana, acreditamos que, quan-do dados pessoais, comerciais ou de governo esto a salvo de ameaas de mau uso, a sociedade pode concen-trar melhor os seus recursos em fazer coisas que melhoram a vida de cada cidado. claro que difcil medir o impacto de um conceito como a segurana. Quando se trata de sus-tentabilidade, ns temos um ponto de referncia: nosso objetivo que a reduo de CO2 nos produtos Infi-neon deve ser pelo menos 10 vezes mais elevada do que as emisses de CO2 geradas durante a fabricao de produtos finais. Em nosso ltimo ano fiscal, calculou-se que as ope-raes da Infineon geraram 1,4 mi-lhes de toneladas de gs carbnico. As redues de CO2 calculados na utilizao dos produtos finais foram de 14,4 milhes de toneladas, uma reduo de 13 milhes de toneladas de CO2. Estamos muito orgulhosos desta conquista.

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  • IDENTIfICAO MODERNA NO

    ExRCITO

  • Associadas ABRID participam do II Witaid e apresentam novas tecnologias de identificao aos militares brasileiros

    wenderson ArAuJo

  • Discutir a identificao segura, moderna e efi-ciente para os integrantes do Exrcito brasileiro. Este foi o principal objetivo do II Workshop de Inovaes Tecnolgicas em Identificao (Witaid), promo-vido em 21 de outubro pelo Exrci-to, com apoio da ABRID. O evento foi realizado no Quartel General da corporao, em Braslia, e fez parte da programao do IX Simpsio do Servio de Identificao do Exrcito, realizado de 21 a 24 de outubro.

    O coronel Calazans, que foi tambm o mestre de cerimnias, explicou que o II Witaid tem o objetivo de apresentar aos diversos rgos do Exrcito e convidados os conceitos e solues mais avan-ados no que se refere identifica-o de pessoas, controle de acessos,

    certificao digital e aplicaes dos smartcards. Segundo ele, o evento organizado pela Diretoria do Servi-o Militar, com apoio da ABRID, que h mais de cinco anos contribui com orientaes tcnicas ao projeto do novo carto de identificao mi-litar das foras armadas. A Associa-o apoia a iniciativa desde 2009, quando o Ministrio da Defesa ela-borou um grupo de trabalho para discutir o tema.

    A abertura do evento foi iniciada pelo diretor de Servio Militar, general Pedrosa, que enfatizou a necessidade de o Exrcito trabalhar em alinhamen-to com a tecnologia. Nosso intuito atualizar nossos conhecimentos, de-bater algumas questes inerentes ao aperfeioamento do sistema de iden-tificao e tambm conhecer sistemas, equipamentos de ltima gerao e no-

    vos conceitos, disse. Pedrosa reforou a importn-

    cia do simpsio, que agora reali-zado em conjunto com o Witaid. Vrias solues hoje implantadas no Exrcito brasileiro saram desta troca de informaes entre o pessoal do Exrcito, de outras foras e das empresas tambm que aqui esto representadas.

    Ele adiantou que o novo carto de identificao militar o atual car-ro chefe do Servio de Identificao. Ele traz uma srie de inovaes e est agora em fase de licitao. Te-mos a esperana de que no ano que vem todos os militares do Exrcito tenham posse desse carto. O gene-ral concluiu com um agradecimento especial ABRID e s empresas par-ticipantes pelo apoio para a realiza-o dos eventos.

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    Clio ribeiro detalha atuao da abrid no projeto da nova identidade Militar

  • J o chefe do Departamento Ge-ral de Pessoal, general Etchegoyen, lembrou que na dcada de 1920 o Exrcito foi pioneiro no lanamen-to de um carto de identificao quando, pela primeira vez, se criou um sistema nacional de identifica-o. Segundo ele, a sociedade avan-ou e ultrapassou a fora na inicia-tiva, e o Exrcito, em determinado momento, assumiu um vis contro-lador e burocratizante. Ns temos um frenesi controlador que no nos ajuda em nada. Basta ver a simplici-dade que tem o processo para obten-o do passaporte ou da identidade civil e a quantidade de idas e vindas que tem a concesso da nossa identi-ficao militar.

    Para Etchegoyen, o novo docu-mento da corporao essencial. E um passo fundamental foi dado pela convergncia de duas iniciativas, uma da Diretoria de Servio Militar, tirando da prateleira, uma espera de 19 anos, o carto de identificao que j estamos adotando experimen-talmente, e a outra a ao da Asso-ciao, que percebeu a oportunida-de, com talento e perspiccia, e nos ajudou a fazer. Ento, a ABRID tem uma participao muito importante no xito que alcanamos at aqui e certamente os empresrios da rea tero uma participao importante na continuao desse processo.

    Segundo ele, o Exrcito tem di-versos sistemas para identificar os mi-litares e eles no se comunicam entre si. Agora, prev o general, o novo car-to de identidade vai vencer o furor controlador e a paixo burocrtica antes vigentes no Exrcito. Nosso carto, o novo carto de identifica-o dos militares, da forma com que ele est sendo feito, ele um grande passo nessa direo. Esta a aposta que estamos fazendo para que a gente vena essas dificuldades e os controles exagerados, completou.

    Encerrando a abertura dos dois

    eventos, o presidente Clio Ribei-ro agradeceu a confiana deposita-da pelo Exrcito na ABRID. H alguns anos a ABRID vem traba-lhando com entidades do governo federal, dos governos estaduais ou entidades privadas justamente na busca das melhores solues, das melhores parcerias, na boa acepo da palavra, para que tenhamos mais tecnologia e mais segurana na rea de identificao.

    Segundo ele, a ABRID vem tra-balhando no apenas com o Exrcito, mas com a Aeronutica, a Marinha e o Ministrio da Defesa no projeto da nova identidade militar. O pilo-to est em fase de concluso, com a identificao de mais de quatro mil pessoas e j com o novo documento em mos. O produto final, a cartei-ra de identificao do militar, agrega muita tecnologia e faz parte de uma soluo, estamos tratando de solu-o tecnolgica, de soluo de iden-tidade. No adianta mudar de um pedao de papel para um pedao de plstico. No essa a ideia. A ideia mudar o processo, mudar a soluo para que aquele pedao de plstico do processo final seja altamente se-

    guro, adiantou.Ribeiro avaliou ainda que a

    identificao militar tem as mesmas caractersticas do projeto do Registro de Identidade Civil, que foi lanado em 2010 e j virou lei, mas no foi implantado porque passa por uma fase de reavaliao. Vo andar (as duas iniciativas), as coisas esto an-dando e eu sempre digo que o que do bem prevalece e o que do mal cai mais cedo ou mais tarde. Tenho certeza que a nova identificao mili-tar aquilo que se tem de melhor em tecnologia hoje no mundo, aquilo que se prope de melhor para a fina-lidade de identificao. No apenas um documento, um instrumento onde voc tem vrios aplicativos que podero ser ali inseridos, na rea de sade, controle de acesso, controle de material, enfim, um computa-dor porttil.

    O II Witaid tambm contou com demonstraes de equipamentos e servios oferecidos pelas associadas da ABRID. Participaram da mostra: 3M, NEC, Montreal e Soluti. Con-fira a seguir como foram as palestras oferecidas aos militares pelas empre-sas que fazem parte da ABRID.

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    general etChegoyen reConheCe o apoio da abrid Modernizao

    do doCuMento dos Militares

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  • Usos AvANAdos dA IdeNtIfIcAo MIlItArMontreal inforMtiCa - antonio Carlos Censi

    O representante da Montreal disse que a em-presa teve a chance de participar do projeto piloto do carto de identificao militar e previu que o documento, quando integralmente implantado, ser um importante item no esquema militar da defesa do Brasil.

    Para estabelecer uma comparao, Antonio Carlos Censi detalhou o uso feito da identifi-cao militar nos Estados Unidos. L, o CAC, Common Access Card, engloba: identificao visual na parte externa de um smartcard (de acordo com a Conveno de Genebra), certifica-dos digitais para criptografia, assinatura digital e acesso s instalaes, sistemas e equipamentos, e biometria embarcada para controle de acesso.

    O documento norte-americano fornecido aos integrantes de todas as foras Aeronuti-ca, Fuzileiros Navais, Exrcito e Marinha , mas tambm pode ser utilizado por prestadores de servio, dependentes e reservistas. Claro, h di-ferentes nveis de acesso, passando por classes e redes abertas, secretas e muito secretas.

    A Montreal ainda exemplificou aplicaes com a identificao militar dos EUA, como acesso a redes de computadores, comunicao por rdio, no teatro de operaes (os membros

    de um peloto, por exemplo, formam uma rede local, mesmo se estiverem no Afeganisto) e na operao de equipamentos de guerra. O resul-tado da implantao do CAC, iniciada no ano 2000, foi uma reduo drstica no anonimato no acesso, que passou a ser feito prioritariamen-te por certificao digital. Hoje, menos de 10% dos acessos so feitos apenas por meio de senha nas foras armadas dos Estados Unidos, que j emitiram 25 milhes de cartes.

    Avaliando as tendncias para o setor, Censi divulgou dados do grupo Gartner prevendo que at 2017 mais de 50% das pequenas e mdias empresas nos Estados Unidos vo usar servios confiveis de terceiros em suas necessidades de identificao. Outro dado do Gartner mostra que a biometria em dispositivos mveis ser usa-da por mais de 30% das organizaes em 2016.

    Ele disse ainda que os sistemas devem ser cada vez mais multibiomtricos, com a fuso de biometrias. A medida permitir adaptaes para atender s mais diversas necessidades dos clien-tes, como identificao civil, criminal, peniten-ciria e de menores infratores, controle de fron-teiras, de eleitores, de estudantes e de benefici-rios de programas sociais e servios financeiros.

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  • o qUe ApreNdeMos eM 20 ANos de certIfIcAo dIgItAl

    soluti - rodrigo sodr

    A Soluti convidou a parceira Esec, empresa que desenvolveu a Certillion, uma plataforma mvel de certificao digital, para fazer a apre-sentao. Rodrigo Sodr informou que a Esec est fornecendo a soluo de Autoridade Certi-ficadora para o Exrcito.

    Ele iniciou constatando a recente evoluo tecnolgica, dizendo que, em 1969, a Nasa levou homens lua com equipamentos que tinham o mesmo poder computacional de um simples game boy. A partir dessa evoluo, constatou os usos mltiplos da tecnologia atualmente.

    Tomando os smartphones como exemplo, ele detalhou o ranking, feito pelo grupo Niel-sen, dos aplicativos mais utilizados em celulares: jogos 64%, clima 60%, rede social 56%, busca 51%, msica 44%, notcias 39% e entreteni-mento 34%. Apenas na oitava posio dos apps mais usados aparecem os de finanas, com 32%.

    Neste contexto, Sodr explicou que 92% dos internautas confiam nos bancos, mas s 69% acham que eles protegem corretamente as informaes. Outros 84% acreditam nos ven-

    dedores on-line, porm, s 33% avaliam que eles protegem corretamente as informaes. No Brasil, diretamente, 57% dos correntistas no usam o banco on-line e, destes, metade no considera o modelo seguro.

    Ento, constatou, a segurana essencial para potencializar as transaes virtuais, e a iden-tidade digital ganha ainda mais importncia. preciso ter a certeza de que a pessoa do outro lado da ponta efetivamente quem diz ser. E a cer-tificao digital uma soluo segura para isso, porque conta com os atributos de segurana, a validade jurdica e a praticidade necessria.

    Para facilitar o uso do certificado digital, a Certillion, que gerencia o ciclo de vida do cer-tificado junto s Autoridades Certificadoras, re-cebe as solicitaes de assinatura dos sistemas da organizao via interface padro, gerencia comunicao com dispositivos mveis via SMS ou internet e verifica, de forma centralizada, a validade das assinaturas digitais armazenadas, entre outras funcionalidades. O servio funcio-na tambm em tablets e smartphones.

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  • IdeNtIfIcAo eM lArgA escAlA eM teMpo reAlneC - Marcos alberto de souza

    A palestra da NEC tratou das tecnolo-gias empregadas na identificao de pessoas em larga escala e em tempo real. Durante a apresentao, Marcos de Souza apresentou as novas tecnologias do setor e as tcnicas empre-gadas nos processos de identificao humana em grande quantidade.

    Entre as tecnologias apresentadas para a execuo deste tipo de identificao est o ana-lisador porttil de DNA, que pode ser utiliza-do em qualquer lugar, sem estar conectado a uma rede para a transmisso direta dos dados. O analisador apresenta trs modelos: amostra-gem, que pode ser usado para anlises rpidas; perfil swab, mais completo e no padro in-ternacional, com anlise em 60 minutos e 16 loci; e o modelo perfil SB/S/OT, tambm em padro internacional, que executa a anlise em 25 minutos e comporta 16 loci.

    A NEC tambm detalhou a aquisio de imagem a zero luz e a aquisio de imagem em frequncias de onda de terahertz. A novidade prev a captura de imagens com alta fidelidade em diferentes condies de iluminao e pode ser utilizada para o monitoramento de gran-

    des reas. Atualmente, o Brasil tem um acordo com o Japo para trabalhar com a tecnologia.

    J a tecnologia NeoFace traz a preciso na deteco de rosto e pontos nodais. Ela utiliza algoritmos neuronais proprietrios e capaz de fazer um recorte preciso da rea do rosto com efetividade e preciso. Assim, ela assegura a alta preciso da busca do rosto em um banco de dados contando com um sistema de codifi-cao que permite enfrentar as dificuldades de identificao de faces presentes no dia a dia.

    Por fim, a NEC mostrou o NeoFace Wat-ch, que identifica uma face em quatro passos: captura, anlise, comparao e ao. O mode-lo pode ser empregado nos setores de seguran-a, comercial e ainda na anlise de comporta-mento em multides. Em segurana, ele pode ser aplicado para a deteco de pessoas no desejadas, gesto de reas restritas, controle de permanncia e controle de acesso. J na rea comercial, o NeoFace Watch pode identificar clientes VIPs, monitorar filas e fazer anlise de fluxos e inteligncia de negcios. A anlise do comportamento em multides possibilita a preveno de crimes em grandes aglomeraes.

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  • solUes tecNolgIcAs pArA IdeNtIfIcAo: NveIs de segUrANA

    intelCav - Charles Mangeroti Capeletti

    A Intelcav abordou, entre os tpicos principais, estruturas de layers dos cartes, recursos de microtextos, fundo numism-tico, guilhoches, imagem oculta, box para DCN, tinta OVI, tinta antiscaner, tinta antistoke, box, foto, dados variveis, DOV, relevo ttil rea para MRZ, micro texto erro tcnico, tinta fluorescente, personaliza-o de segurana a laser, chip com contato e chip sem contato.

    Inicialmente, Charles Capeletti abor-dou as estruturas de montagem de carto em policarbonato em camadas. Um carto da Intelcav nesse modelo possui trs over-lays de policarbonato e mais uma layer de chip sem contato. Depois, so aplicados mais duas camadas e um MLI, que serve para gravao e proteo dos dados.

    Para segurana tambm h a presena de microtexto em cartes de identificao na linha da assinatura, alm de fundo nu-mismtico impresso em efeito tridimensio-nal ou de relevo. J os guilhoches esto pre-

    sentes em cartes de identificao que so compostos de linhas geomtricas. Eles po-dem formar imagens como o mapa do Bra-sil e dificultam a falsificao do documento.

    Ainda como item de segurana nos car-tes h a imagem oculta, no visvel a olho nu. Outro elemento a tinta opticamente varivel (OVI), que s pode ser usada em documentos de identificao ou cdulas. A tinta muda de cor de acordo com a posio e o ngulo de viso do carto.

    Capeletti tambm abordou as tecnolo-gias para impresso dos dados variveis, com tinta que impede a imagem de ser escaneada, a utilizao da foto do documento em modo degrad que se integra com o fundo do car-to e dificulta a reproduo dele.

    Para encerrar, aps abordar os elemen-tos de segurana presentes na frente e no verso do carto, o palestrante detalhou a personalizao do carto a laser e a presen-a de dois chips, um sem contato e outro com contato.

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  • tecNologIA e segUrANA de seMIcoNdUtores

    AplIcAdAs eM cArtes de IdeNtIfIcAo

    infineon - Marcelo luppe

    A Infineon demonstrou diversos tipos de ferra-mentas de segurana, nas quais referencial mun-dial no setor. Marcelo Luppe explicou que a em-presa lder do mercado de hardware de segurana, sendo referncia mundial no setor de memrias so-lids flashs, presentes nos pen drives. Um dos pilares da Infineon a questo da segurana, na qual est inserida a rea de chips cards voltada para os docu-mentos de identificao.

    A empresa conta tambm com o programa In-tegrity Guard, que um novo padro de segurana para e-government. Interfity Gard a nova gerao de sistema de segurana. O sistema tem duas CPIS para Sefl Chekcing System e conta com o padro de full hardware encryption.

    J o solid flash permite uma maior flexibilida-de para os programas e-government. Ele utiliza o chip SLE- 78 da Infineon que apresenta um melhor desempenho sem perda de funcionalidade, com se-gurana sustentvel com o uso do Integrity Guard.

    A Infineon conta tambm com outras tecnologias como o Slim One e Coil on Module. Estas tecnologias permitem a leitura do e-passaportee de maneira mais rpida, implementando assim controles de fronteiras mais efetivos e seguros em todo o mundo.

    crIANdo UMA verdAdeIrA cAdeIA de coNfIANA NA gesto dA IdeNtIdAde do

    cIdAdovision-box - natal da silva

    A Vision-Box apresentou a ltima palestra do II Witaid e iniciou detalhando o conceito integra-do de biometria. Posteriormente, Natal da Silva co-mentou o controle de fronteiras por biometria, que est presente em mais de 50 aeroportos internacio-nais, onde circulam mais de 20 milhes de pessoas por ano. A Vision-Box conta tambm com a tec-nologia de sistema de reconhecimento facial para o controle das fronteiras em aeroportos.

    Silva explicou os processos de cadastramento e de identificao para uso em sistemas de seguran-a. A Vision-Box usa sistemas automticos de da-dos biomtricos com mquina que j tm o padro ICAO, que um padro de segurana mundial-mente aceito, embutido.

    Entre outras tecnologias apresentadas estava o e-pass portable, que tem uma unidade integrada de leitura de documento, mvel com fcil transporte, e ainda pode operar sem rede para cadastramento.

    Os padres de identificao do software da Vi-sion-Box so os mesmos utilizados no mundo todo. A empresa trabalha com o conceito de um cidado, mltiplas identidades. Com um mesmo padro, a empresa busca simplificar e facilitar os diferentes nveis em que um cidado precisa ser identificado.

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  • DOCUMENTOSCOPIA AO ALCANCE DE TODOSGrupo de peritos da Polcia Federal lana importante livro que detalha o estudo dos documentos

  • Documentosco-pia a disci-plina que es-tuda, analisa e investiga, mediante metodologia e instrumental adequados, todo tipo de documento, com o objetivo de determinar sua autenticidade ou fal-sidade, neste caso, verificar em que consiste, bem como identificar as possveis alteraes e/ou manipula-es sofridas. Esta a definio da

    Diretoria Tcnico-

    Cientfica do Departamento de Po-lcia Federal e est logo nas primeiras pginas de uma importante publica-o que acaba de chegar ao mercado editorial brasileiro.

    Documentoscopia: Aspectos Cientficos, Tcnicos e Jurdicos, escrito por Erick Simes e Samuel Feuerharmel, um livro tcnico, mas que atende bem a todo e qual-quer interessado no tema. A pu-blicao analisa minuciosamente a questo da anlise de documentos. Como diz o ttulo, a obra tem a preocupao de investigar o assun-to por diversos ngulos, incluindo,

    alm dos pontos tcnicos, as questes jurdicas e as

    cientficas.Perito Cri-

    minal Federal desde 2003, Erick Simes da Camara e Silva gradu-

    ado em Enge-nharia Qumi-ca, bacharel em Direito, especia-lista em Direito Processual Civil, mestre em Qu-mica e mestre em Direitos Difusos e Coletivos. Tambm professor e conteu-dista da Academia

    Nacional de Polcia, da Polcia Federal. J Samuel Feuerhar-mel Perito Criminal Federal desde 2002 e tambm atua como professor e conteudista

    de curso de formao profissional e de especializao da Academia Na-cional de Polcia. Ele graduado em Farmcia e Bioqumica e especialis-ta em Docncia Universitria.

    A publicao foi oficialmente lanada em 7 de outubro na Livra-ria Cultura da Avenida Paulista, em So Paulo. Com prefcio de Jos Renato Nallini, Corregedor Geral de Justia no binio 2012/2013 (leia o texto na p. 36), o livro est disponvel nas principais livrarias do pas. Documentoscopia... faz parte da srie Tratado de Percias Criminalsticas, da Millennium Editora, organizada por Domingos Tocchetto. A obra conta com apoio da Hologram Industries, associada ABRID, e da Arjowiggins Security.

    O livro dividido em 12 cap-tulos, que tratam de temas como Grafoscopia: o Exame de Manuscri-tos, Anlise Qumica de Documen-tos, Estudo do Papel, Alteraes Documentais Materiais, Impressos Eletrnicos, Documentos de Segu-rana e Ferramentas Computacio-nais para Documentoscopia. Como anexo, a publicao ainda traz um detalhado quadro histrico com 14 pginas que comea com a origem da escrita cuneiforme, em 3500 a.C., e prossegue at os dias atuais.

    Erick e Samuel contaram com a colaborao de mais cinco Peritos Federais Criminais para finalizar a obra. Bruno Rodrigues Trindade, Jorge Jardim Zacca, Jos Roberto Riston, Narumi Pereira Lima e Si-mone Cabanelas Martinez usaram seus conhecimentos tcnicos para tratar de questes especficas dentro do livro.

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  • A unio do time de peritos mostra a im-portncia da atividade pericial e a necessidade de valoriz-la no Brasil. Existem reas que esto bem desenvolvidas, como as percias de laboratrio. Contudo, existem algumas reas que carecem de investimentos e estudos para aprimoramento, como o caso da documen-toscopia, confirma Erick Simes, que espera com a publicao ajudar a cobrir a lacuna de estudos sobre o assunto.

    O trabalho tambm ajuda a divulgar a atuao dos peritos no Brasil, que tm funo especfica, como explica Samuel Feuerharmel: O perito criminal tem a funo de produ-zir provas que iro auxiliar o magistrado em sua deciso sobre um processo criminal. O trabalho do perito feito com iseno, sem nenhum tipo de prejulgamento, e as provas

    evidenciadas pela percia podem servir tanto para a condenao quanto para a absolvio de uma pessoa.

    Avaliando a questo, Simes afirma que grande parcela da sociedade desconhece o tra-balho pericial, mas se diz otimista. Vejo me-lhoras, se compararmos com 10 anos atrs. As sries televisivas trouxeram para dentro da casa das pessoas o uso da cincia na soluo dos crimes, com o glamour hollywoodiano e, com isso, surgiu o efeito CSI. Por um lado hou-vegrande divulgao, mas a sociedade come-ou a acreditar que os exames eram feitosda-quela forma. Isso se deu em todo o mundo. A cobertura da imprensa aos casos de grande repercusso tambm auxilia a evidenciar as ca-ractersticas prprias da percia, em compara-o com os demais meios, conclui.

    sinopse: documentos-copia: aspectos Cientficos, tcnicos e Jurdicos re-ne consistente trabalho de pesquisa em uma das reas periciais mais instigantes e requisitadas - a anlise de do-cumentos. fundamentada em atualizada doutrina nacional e estrangeira, apresenta o estu-do sistemtico dos elementos de segurana e a evoluo dos exames em escritos e suas implicaes na elaborao da prova pericial. obra importan-te para peritos, operadores do direito e demais profissionais envolvidos com exames de documentos.

    fiCha tCniCa

    IsBN 8576252929

    Idioma portugus

    encadernao Brochura

    Altura 23 cm

    largura 16 cm

    peso 1,380 kg

    edio 1

    Ano de lanamento 2014

    Nmero de pginas 736

    preo a partir de R$ 110*

    (*) pesquisa feita em 09/12/2014 nos principais sites de venda de livros do Brasil. o maior valor encontrado foi de R$ 185.

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  • 1 doCumEntosCopia... uma oBRa dE flEgo, possvEl vER o invEstimEnto dE tEmpo Em sua pRoduo. Como foi o pRoCEsso?Todo o projeto levou cerca de dois anos e os trabalhos foram desenvolvidos

    durante as madrugadas e fins de semana. Precisvamos que o livro tivesse coe-rncia e unidade, mas sem perder o toque pessoal de cada um dos sete autores. Assim, lamos todo o material produzido e conversvamos com os autores para ento passar para a editora. Aps as revises da editora, eles retornavam com o material e ns lamos as modificaes sugeridas e somente ento repassvamos para os demais autores. Durante a editorao o trabalho desenvolvido pela edi-tora e o nosso, de reviso, tinha que ser realizado com muito cuidado e ateno e isso consumiu vrias horas. Contudo, o resultado foi gratificante.

    2 EmBoRa o livRo faa paRtE dE uma sRiE da EditoRa soBRE tRatados Em pERCia CRiminalstiCa, h CaRnCia dE ttulos na REa no BRasil?

    A publicao nacional sobre temas relacionados s Cincias Forenses mui-to baixa. Na documentoscopia o cenrio no diferente. As publicaes que existiam no acompanharam as inovaes tecnolgicas como, por exemplo, os elementos de segurana incorporados a documentos de identificao digital e os processos de impresso eletrnicos. Nossa inteno foi suprir essa lacuna. Sempre que tenho oportunidade procuro motivar todos os que pesquisam, estudam e trabalham com as Cincias Forenses a publicar e divulgar os resultados de suas pesquisas.

    3 qual a impoRtnCia dE uma oBRa Como a dE voCs paRa quEm tRaBalha na REa dE pERCias? quais os usos paRa os divERsos atoREs do CEnRio?

    O livro foi concebido para ser uma obra de referncia e que pudesse abordar a maior quantidade de assuntos afetos documentoscopia. Buscamos atingir pblicos diversos. No caso dos peritos e assistentes tcnicos, pretende-se que o livro sirva como referncia para a aprendizagem, alm de um livro de con-sulta. No caso dos policiais, magistrados, advogados e promotores de justia, a nossa inteno que tenham acesso, em linguagem acessvel, aos fundamentos da documentoscopia. Assim, evolumos mais um passo para diminuir os rudos de comunicao. Um dos papis do perito justamente servir de ponte entre o conhecimento especfico e o conhecimento jurdico. Da porque fizemos ques-to de tratar dos aspectos jurdicos da prova pericial, tema pouco abordado e de maneira quase sempre superficial pelos operadores do direito. Consideramos tambm como pblico os profissionais que lidam com o exame dos documentos, como os caixas de bancos e os funcionrios de cartrios.

    tRs pERguntas paRa ...

    ERiCk simEs

    divulGAo

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  • 1 dE ondE vEio a inspiRao paRa ConstRuiR uma oBRa Como doCumEntosCopia...?Este livro o resultado de um longo processo que evoluiu gradualmente. Incialmente, minha preocupao era adquirir conhecimentos para poder desenvol-ver um trabalho de qualidade em minhas atividades periciais. Muito cedo percebi que havia pouqussimos livros sobre documentoscopia em lngua portuguesa, sempre tratando o assunto de forma apenas superficial. Ento comecei a fazer pesquisas por conta prpria, inicialmente na internet, e depois em livros e artigos estrangeiros, es-pecialmente os de lngua inglesa. Foram vrios anos de estudos intensos, que propor-cionaram um amplo conhecimento sobre o assunto. Nesse perodo, surgiram alguns projetos relacionados ao tema, como o curso de Especializao em Documentoscopia do Departamento de Polcia Federal, do qual fui um dos criadores, junto com vrios outros colegas alguns deles coautores deste livro. Com o passar do tempo, as infor-maes compiladas tornaram-se to extensas que foi necessrio criar uma espcie de apostila, para que elas no se perdessem. Assim, quando surgiu o convite para escrever um livro sobre Documentoscopia, foi necessrio apenas organizar os conhecimentos e experincias que havia adquirido ao longo do tempo.

    2 Como Est o BRasil, Em RElao ao CEnRio intERnaCional, na quEsto das pERCias tCniCas?A criminalstica uma rea muito heterognea, pois engloba reas periciais

    muito diferentes entre si, como, por exemplo, as percias de locais de crime, as per-cias contbeis e as percias ambientais. Algumas reas esto bastante desenvolvidas, outras ainda carecem de melhorias. Creio que a documentoscopia se enquadre neste ltimo grupo. Mas eu diria que, nos ltimos dez anos, o nosso avano foi extrema-mente grande.

    3 dE quE foRma a tECnologia aJuda no tRaBalho dE pERCia?Na rea documentoscpica, a ferramenta mais importante ainda apes-soa. O conhecimento tcnico e a capacidade de observao so duas qualidades im-portantes que podem e devem ser desenvolvidas pelos profissionais que trabalham com essas percias. Por outro lado, bons equipamentos de ampliao e de captura de imagem so fundamentais para que se faa um trabalho de qualidade. Em casos especiais, importante poder contar com equipamentos espectromtricos que consistem basicamente de fontes de iluminao variadas, filtros pticos apropria-dos e um detector que enxerga muito alm do que nossos olhos so capazes. Tais equipamentos permitem, entre outras possibilidades, diferenciar tintas de canetas e tambm de algumas impressoras. Embora ainda sejam pouco conhecidos, os detec-tores de imagens eletrostticas j esto no mercado h algumas dcadas e permitem identificar o que se escreveu em uma determinada folha examinando-se as folhas que eventualmente estavam por baixo dela, como costuma ocorrer em blocos e em talonrios de cheques, por exemplo.

    samuEl fEuERhaRmEl

    divulGAo

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  • REpERtRio pRECioso E instigantE

    Os documentos fazem parte de toda vida humana. Sem o assento de nascimento, ningum consegue provar que nasceu. At morte, im-prescindvel documentar os atos de entrada e sada desta aventura terrena. Sem a certido de assento de bito, no se consegue provar que uma pes-soa j deixou o convvio e ingressou no mistrio transcendental.

    A seara jurdica depende estrita-mente da documentao. Os autos do processo representam, simplesmente, o acerto de documentos utilizados pelos interessados em reaver um direito perdi-do. Desde os romanos, sabe-se que o que no est nos autos no est no mundo. E isso no se alterou com o processo ele-trnico. A realidade virtual no deixa de ser a documentao informatizada com a qual se produz a prova, o convencimento e se realiza o justo concreto possvel.

    O tema documentoscopia poderia pare-cer destinado a especialistas, iniciados em percia, tcnicos habilitados a interpretar uma linguagem provida de singularidades que no interessaria a leigos. Mas os autores Erick Simes e Samuel Feuerharmel, com seu livro Documentoscopia Aspectos cient-ficos, tcnicos e jurdicos, produziram precio-so e isntingante repertrio de informaes que no s interessam, mas seduzem.

    Eu havia certa vez adentrado ao tema da falsidade documental, merc do magnfico es-tudo publicado pelo notvel desembargador Sylvio do Amaral, a quem tive a honra de servir como juiz auxiliar, quando exerceu a Corregedoria Geral de Justia do Estado de So Paulo no binio 1986-1987. Pude sentir o gosto de uma rea atraente, mas que na-quela obra se ateve a um territrio restrito: a falsificao. Agora, os autores se profundam e exploram um universo polimrfico, ofe-recendo um compndio completo e, simul-taneamente, agradvel sobre os aspectos de maior interesse para uma legio de profissio-nais de diversas reas.

    importante para o operador do direito, aqui includos juiz, promotor de justia, ad-vogado, defensor pblico, delegado de pol-cia e servidores desse vasto equipamento dos profissionais da rea jurdica. Mas no menos importante diria mesmo fundamental o estudo aqui desenvolvido para o perito, para o estudioso de outras cincias, para os psiquiatras, psiclogos e psicanalistas, para os terapeutas e para uma comunidade difusa de pessoas que muito ganharo ao penetrarem na realidade ora explorada.

    Os autores se esperaram ao abordar mi-nuciosamente os aspectos que o ttulo sugere: tcnicos, cientficos e jurdicos. Mas foram alm. Percorrem o mundo da escrita demons-trando a valia da palavra eternizada no supor-

    O livro Documentoscopia... conta com prefcio de Jos Renato Nallini, Corregedor Geral de Justia no binio 2012/2013. Confira o texto.

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  • te papel, sem descuidar da mutao ora em pleno curso, de sua virtualizao.

    A palavra escrita campo fecundo para elucubraes filosficas, antropolgicas, so-ciolgicas e, mais perto de ns, assume rele-vncia extrema para o direito. Com reflexos surpreendentes no processo judicial. E isso no novo. J o padre Antonio Vieira, gnio da lngua portuguesa, advertia:

    Quantos delitos se enfeitam com uma penada? Quantos merecimentos se pagam com uma risca? Quantas famas se escurecem com um borro? Para que vejam os que escrevem, de quantos danos podem ser causa, se a mo no for muito certa, se a pena no for muito aparada, se a tinta no for muito fina, se a regra no for muito di-reita, se o papel no for muito limpo.

    Escrever no apenas o ofcio dos escri-tores. o ofcio de todos os seres humanos. Pelos primeiros, fala o paulistano Mrio de Andrade:

    Se escrevo primeiro porque amo os homens. Tudo vem disso para mim. Amo e por isso que sinto esta vontade de escrever, me importo com os casos dos homens, me importo com os problemas deles e necessida-des. Depois escrevo por necessidade pessoal. Tenho vontade de escrever e

    escrevo. ...Mas mesmo isso psicologicamente pode ser reduzido a um fenmeno de amor, porque ningum escreve para si mesmo a no ser um monstro de orgulho. A gente escreve pra ser ama-do, pra atrair, encantar, etc.

    S que a escrita pode ser ques-tionada. A mensagem autntica ou no? Proveio ou no daquele autor? Aqui entra a tcnica, o tirocnio dos peritos, para apurar autenticidade ou falsidade. Falsidade que, segundo Ed-mund Burke, tem uma perene prima-vera, pois pode prosperar mais do que a verdade.

    Perscrutar o campo minado do ver-dadeiro e do falso legitima a relevncia da percia, pois o falso suscetvel de uma infinidade de combinaes, mas a verdade no tem seno uma maneira de ser (Jean-Jacques Rousseau).

    Impressionei-me com a pesquisa, a erudio e a consistncia desta obra. Recomendo sua leitura para todos os re-almente interessados em adquirir noes adequadas de documentoscopia. Desde logo prenuncia-se trajeto exitoso num mercado sequioso por bons livros, aqueles originais e cujo contedo surpreenda, para muito alm da mesmice e da artificialidade.

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  • Polcia Federal organiza em Braslia seminrio com representantes de diversos pases para discutir passaporte e biometria

    DEBATE INTERNACIONAL

  • Dois dias dedicados a dis-cutir questes voltadas para os passaportes, o uso da biometria e a gesto da identidade. Assim foi o Passaports, Biometrics and Identity Management Seminar, um evento in-ternacional promovido pela Diretoria Tcnico-Cientfica do Departamento dePolcia Federal(Ditec), com apoio da ABRID. Realizado em 4 e 5 de dezembro em Braslia, o seminrio contou com patrocnio das associa-das Gemalto e Infineon.

    O evento reuniu cerca de 40 pessoas dos mais diversos pases do mundo e foi realizado na sequncia do 12 encontro do Grupo de Tra-balho de Implementao e Capacita-o (ICBWG, na sigla em ingls) da ICAO, a organizao internacional da aviao civil, que aconteceu de 1 a 4 do mesmo ms.

    O diretor de Identificao Di-gital da ABRID, Edson Rezende, avaliou que eventos como esse so muito importantes para a disse-minao do conhecimento. Um encontro como esse realizado aqui em Braslia essencial para que os envolvidos na questo de identifi-cao de passageiros possam saber o que est acontecendo no mundo todo, trocando experincia e me-

    lhorando o controle em todos os pases, observou.

    A primeira palestrante foi a peri-ta criminal federal brasileira Narumi Lima. Ela apresentou um panorama do sistema de identificao dos cida-dos do Pas. Narumi lembrou que o Brasil uma federao e que cada estado responsvel por emitir as identidades dos moradores.

    Os estados so responsveis pe-las identidades e a maioria coleta as digitais em tinta, o documento fei-to em papel e no h comunicao entres os estados. Voc pode ter, le-galmente, 27 diferentes identidades. Legalmente!, disse.

    Narumi Lima enfatizou que o Brasil est tentando melhorar o pro-cesso de identificao dos cidados e afirmou que encontros como o seminrio podem ajudar no proces-so, com a troca de experincia entre os diversos pases. Ela adiantou que o Pas j tem um projeto mais mo-derno de documento de identidade, mas adiantou que h vrios detalhes a serem acertados por questes fede-rativas ou polticas.

    Na sequncia, Claudia Schwen-dimann, da autoridade austraca res-ponsvel pela emisso de documentos, comentou como digitalizar processos administrativos manuais na rea de documentao. Temos muitas infor-

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    CoM apoio da abrid, seMinrio internaCional da polCia federal reuniu CerCa de 40 representantes de diversos pases

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  • maes, o governo tem, mas so dis-persas e nem sempre fcil de juntar de forma eletrnica, reconheceu.

    Ela avaliou que h variaes de pas para pas, mas em geral h mo-mentos em que a identificao indi-vidual necessria, como no nasci-mento, na emisso de um documen-to pessoal ou passaporte, nas elei-es, em censos populacionais ou por obrigao.

    Schwendimann observou que, ao fazer a digitalizao, impor-tante coletar o mximo de dados possveis do cidado, como infor-maes pessoais, familiares, profis-sionais e contatos de emergncia, entre outros. Quanto mais dados voc coleta no incio, mais fcil conferir depois, porque voc tem mais informaes daquela pessoa. Ela admitiu, porm, que h ques-tes muito sensveis em alguns pa-ses. Na ustria, por exemplo, no h arquivo das digitais das pessoas. Elas so coletadas para a emisso do passaporte, mas depois de dois me-ses as imagens so deletadas.

    O representante do Departamen-to de Estado norte-americano, Bary Kefauver, iniciou citando uma decla-rao da comisso criada aps o aten-tado terrorista em Nova Iorque em 11 de setembro de 2001: Um passapor-te falso nas mos de um terrorista to perigoso como uma bomba.

    Segundo ele, a identificao dos viajantes um problema mundial, e no apenas de localidades atingidas por atos terroristas. Esse tipo de problema afeta o mundo, no apenas os Estados Unidos, Madri ou outras cidades que foram atingidas, mas todo o mundo.

    Kefauver enfatizou que, apesar dos notrios avanos na segurana dos documentos, ainda h o risco de fraude na identidade da pessoa o que tem feito a falsificao de docu-mentos se transformar na falsificao de identidades. Assim, concluiu, au-menta a presso sobre programas res-ponsveis por emitir os documentos para assegurar a identidade correta.

    A perita Narumi Lima voltou a palestrar, desta vez apresentou a evoluo da lei brasileira de registro civil, que se inicia com o decreto 9.886 de 1888, para o qual o regis-tro civil certifica a existncia de trs fatos: o nascimento, o casamento e a morte. Ela lembrou que, inicial-mente, os registros eram tradicional-mente feitos pela igreja catlica e s posteriormente passaram para a res-ponsabilidade do estado.

    Lima contou toda a histria do processo de legalizao do registro dos cidados e enfatizou: O Brasil um pas muito grande e precisamos regis-trar nossas crianas, por isso temos um

    tempo diferenciado para isso na lei. Outros pontos relevantes para o

    Registro Civil no Brasil foram a gra-tuidade a partir de 1997 e o estabele-cimento de um modelo de registro a partir de 2010, por meio de decreto presidencial. Para finalizar, Naru-mi Lima tratou das diversas fraudes existentes no registro civil no Brasil.

    Dion Chamberlain, integrante da Nova Zelndia no ICBWG, abor-dou o sistema de registro civil no pacfico, com foco em seu pas. O sistema pacfico uma rea gigante e envolve um grande nmero de pases e ilhas, que precisam ser precisamen-te identificadas nos sistemas de regis-tro, constatou.

    Chamberlain acrescentou que o registro civil uma das metas do mi-lnio da Organizao das Naes Unidas (ONU). A ligao entre re-gistro civil e a segurana da identida-de inquestionvel e reconhecida pela ICAO e outros organismos. Se-gurana um direito humano bsi-co, completou.

    Chamberlain ressaltou que o sis-tema de registro civil da Nova Zeln-dia tem grande parte do seu funcio-namento on-line, sendo 70% dos nascimentos e 90% dos bitos noti-ficados dessa forma. Ele ainda classi-ficou como desafios o sistema de re-

    Claudia sChwendiMann

    bary Kefauver

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  • gistro civil de Samoa e da ilha de Vanatu e os problemas como dete-riorao dos dados, duplicao de registros, m qualidade da informa-o coletada e dificuldade de manu-teno dos sistemas. Como soluo para os problemas foi adotado o Simplify, que buscou simplificar os processos e diminuir o nmero de barreiras encontradas para o registro civil na regio.

    Representando o Ministrio da Justia brasileiro, Sara Las Lenha-ro apresentou o projeto do RIC, o Registro de Identidade Civil. Ela res-saltou o cenrio atual da identifica-o: Temos de 5 a 7 documentos de identificao civil, que variam desde o carto de identidade, carteira de trabalho, passaporte, carteira de ha-bilitao, carteira funcional, ttulo de eleitor. O sistema de identificao no Brasil baseado em digitais, as-sinatura e fotografia. O desafio que temos adotar bases mais slidas e mais tecnolgicas de identificao..

    A palestrante apresentou vrios sistemas de identificao possveis e utilizados em diferentes pases, de onde houve referncia para a cons-truo do sistema de identificao brasileiro. Assim, aps anlise foi definido o padro RIC que tem 14 diferentes itens para identificao

    biomtrica do indivduo, dos quais seis foram selecionados para serem utilizados na identificao do brasi-leiro. Assinatura, face, digitais, ris, voz, veias da mo so os itens classi-ficados em trs categorias de acordo com a convenincia de uso.

    Para compor o RIC propria-mente dito, explicou, so seleciona-das apenas trs caractersticas biom-tricas: ris, impresso digital e face. Nestes itens so avaliados aspectos que variam desde a qualidade dos dados recolhidos ao tamanho dos ar-quivos gerados. Aps a avaliao foi comprovado que a ris e as impres-ses digitais demonstram os melho-res desempenhos como variveis e, combinados, excluem pouqussimas pessoas do programa, incluindo, 99,9992% da populao o que reduz a possibilidade de fraude.

    Claudio Reiff, da Infineon, abriu sua participao explican-do que a empresa focada em trs grandes reas, eficincia energtica, mobilidade e segurana. Para Reiff, quanto maior o nmero de cone-xes que as pessoas fazem, maior a necessidade de segurana. Quanto mais conexes temos mais necessita-mos de segurana. Assim, a Infineon produz semicondutores e soluo de sistemas focadas em trs necessida-des de nossa sociedade. A Infineon

    trouxe segurana para o mundo co-nectado, ressaltou.

    A rea de e-passaportee est na diviso de cartes e segurana. Rei-ff ressaltou que a prxima gerao de passaportes requer segurana, memria e alta performance. Em-bora muito do que se veja no pas-saporte atual esteja em papel, h um chip dentro do passaporte que pode ser utilizado quando neces-srio para os sistemas de seguran-a, afirmou. Para solucionar esta questo, a Infineon props o con-ceito de Integrity Guard, baseado em um sistema de dois processado-res que se checam continuamente para que haja maior velocidade no processamento das informaes e na busca por possveis erros.

    Reiff tratou tambm da impor-tncia da memria flash e de suas aplicaes em passaporte e seguran-a. Tecnologias modernas como es-tas esto sendo utilizadas na quarta gerao de e-passaportes, em que po-dem ser empregados e-visa, e-stamps com pequeno uso de memria. As novas tecnologias empregadas sero mais eficientes e rpidas nos contro-les de fronteiras e o que feito pela inspeo manual em 60 minutos para 600 passageiros ser feito em 18 minutos pelo sistema de e-gates jun-tamente com a tecnologia VHBR.

    Por sua vez, Rodrigo Tvora, engenheiro eltrico com mais de 10 anos de experincia de trabalho na Polcia Federal brasileira, apresentou o projeto RIC baseado em quatro grandes pilares, estruturas de docu-mentos, ecossistemas, sistemas de tecnologia e biometria.

    Ele disse que no Brasil h um modelo de identidade padronizado pelo Governo Federal, mas que emitido pelas 27 unidades da fede-rao e que conta com diferentes sistemas de base de dados. Para T-vora, implantar um nico sistema de banco de dados teria um alto

    sara las lenharo

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  • custo no Brasil, devido ao tamanho da populao, cerca de 202 milhes de habitantes. Todavia, a medida re-duziria o nmero de fraudes de identidades no Brasil.

    Ele apresentou as metas do RIC. O projeto tem grandes metas para serem alcanadas, entre elas o uso de verificao biomtrica automtica com ris e impresso digital, assim, aumentando a segurana contra fraudes em benefcios sociais e frau-des de ordem privada. Esse padro de identidade teria diferentes usos e aplicaes com a adoo de um smartcard com alto nvel de seguran-a, avaliou.

    O neozelands David Philip apresentou o contexto da emisso de identidade e de passaportes em seu pas. A Nova Zelndia tem trs mi-lhes de e-passaportes em circulao e h emisso em outros pases. A maior parte dos pedidos recebido por cor-reio. A emisso de passaportes na Nova Zelndia tem crescido e temos o desafio de aumentar a emisso sem aumentar custos e a equipe, admitiu.

    A soluo foi redesenhar o sis-tema de negcio para que seja mais integrado. J nos anos 90 e buscan-do melhorias no futuro, foi inves-tido em tecnologia para captao de imagens. Concomitantemente,

    foi desenvolvido um trabalho com o governo alemo, em 2002, para o reconhecimento de imagens e fa-ces. Ento, temos baixos nveis de fraudes detectados. Mas nosso pas tem muita coisa a fazer pela popu-lao e preciso repensar esse inves-timento. Assim, passamos a pensar em uma alternativa para solucionar este problema. O intuito facilitar a automao e produtividade nos processos e facilitar o uso de aplica-tivos com estes sistemas facilitando o acesso aos servios.

    Philip tambm tratou da prepa-rao da Nova Zelndia para o uso de FR (Face Recognition) e os mto-dos que tiveram que adotar, como a eliminao de imagens de baixa qua-lidade e mescla de dados duplicados. No pas h um sistema automatizado de e-passaportee com checagem de biometria facial.

    Abrindo o segundo e ltimo dia do evento, Tony Dean, da De La Rue International do Reino Unido, detalhou o processo de design de um passaporte. Segundo ele, o pas pre-cisa inicialmente definir as necessi-dades de segurana do documento. Primeiro decida o que voc quer de segurana, depois voc faz o design, seno voc corre o risco de estragar o design, disse.

    Dean observou que h trs nveis de elementos de segurana para pas-saportes. O primeiro nvel o que pode ser verificado a olho nu, como a marca dgua ou uma tinta que permite relevo. O nvel dois exige o uso de algum equipamento, mas no muito completo, para verificao por exemplo, a fluorescncia. Por fim, no nvel 3, a autenticidade tem de ser conferida em laboratrio, como microchips.

    Sobre o design do passaporte propriamente dito, Tony Dean afir-mou que o passo um definir o pa-dro de imagens sero tradicionais ou contemporneas? , seguido pelo clculo da relao complexidade/custo. O terceiro ponto a defini-o da fonte das imagens, e o melhor produzir as prprias imagens, para dificultar a falsificao. O ltimo passo definir como ser o leiaute das pginas da caderneta.

    J a representante do escritrio australiano de emisso de passapor-te, Janet Curran, iniciou com um breve panorama do pas, que tem 23 milhes de habitantes. A emisso de passaportes conta com 550 funcio-nrios na Austrlia, com unidades espalhadas pelo pas. H uma parce-ria com os correios, que tambm

    rodrigo tvora

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    outubro - novembro - dezembro 2014 | 43

  • aceitam os pedidos de documento. O passaporte entregue em trs se-manas, tanto na Austrlia quanto no exterior.

    Curran observou que trs pon-tos so essenciais para planejar o atendimento da demanda: previ-so, benchmarketing e modelagem. Prever, observou, significa definir quantas estruturas ou recursos sero necessrios. No benchmarketing feito o clculo de quanto esforo ser preciso para atingir o objeti-vo. E a modelagem permite definir quantos funcionrios sero utiliza-dos e onde, como e quando eles de-vem estar alocados.

    Ela enfatizou que preciso fazer planejamento de longo prazo e ter uma detalhada gesto de riscos para garantir o funcionamento do siste-ma. Temos de saber o que aconte-ceu no passado para planejar o futu-ro. Precisamos da previso de como ser a demanda por passaportes. Nos correios, por exemplo, segunda e tera-feira so os dias com mais pe-didos de documentos.

    Na sequncia, Stephen Cha-pman, que trabalha na emisso de passaportes no Reino Unido, iniciou com uma brincadeira: Minha apre-sentao, como a de Janet, tambm sobre planejamento, mas quando d

    errado! Ele relatou como o gover-no local est lidando com o grande aumento no nmero de pedidos de passaportes.

    De acordo com Chapman, o to-tal de solicitaes aumentou cinco vezes a partir de novembro de 2013. A avaliao de que mudou o nimo dos ingleses com a possibilidade de viajar. Na crise de 2008 caiu muito. Agora, as pessoas comeam a pensar em sair de frias. Somos um barme-tro, um indicador de para onde vai a economia. No fim de 2013, quase todo mundo que no tinha solicitado desde 2008 apareceu de uma vez s.

    Ele enfatizou que preciso ter planejamento e tambm estar pron-to para quando algo der errado. No caso do aumento brusco na deman-da, o sistema britnico no estava preparado e foi preciso adotar medi-das emergenciais, como aumentar o nmero de servidores, realocar fun-cionrios, chamar mais terceirizados e at aumentar o tempo de atendi-mento. Os escritrios passaram a fi-car abertos sete dias por semana, no mais cinco dias e meio.

    A representante do governo ca-nadense, Nicoletta Bouwman, co-mentou como utilizar as normas de segurana da ICAO para lidar com os passaportes. Ela adiantou que des-

    de 2009 atua no grupo de trabalho ICBWG.

    Ela lembrou que a ICAO foi criada em 1944, na Conveno In-ternacional de Chicago. O objetivo tentar gerenciar a aviao civil de uma maneira organizada e segura. A conveno contm 19 anexos sobre temas diversos, todos voltados para o funcionamento da aviao. Bouw-man destacou dois anexos, o 9 e o 17, que tratam, respectivamente, das normas para os documentos de via-gem e da regras de segurana.

    De acordo com Nicoletta Bou-wman, o ICBWG criou em 2010 um guia para usar as normas da ICAO. O documento, disponvel em ingls, francs e espanhol, contm 12 ca-ptulos que detalham pontos como passaporte, tratamento de materiais, segurana das instalaes, controle de acesso e tecnologia da informa-o. Ela observou que os passaportes usam cada vez mais padres de segu-rana, o que reduz as chances de fal-sificaes, no entanto, admitiu que sempre h a possibilidade de fraudes.

    As inovaes no passaporte bra-sileiro foram apresentadas por Juner Barbosa, chefe da Diviso de Passa-portes da Polcia Federal. Primeiro, ele detalhou o organograma da PF para os colegas estrangeiros, lem-brando que a Diviso responsvel

    janet Curran

    niColetta bouwMan

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  • pela emisso dos documentos de via-gem dentro do territrio brasileiro. No Brasil, o passaporte entregue ao cidado em at seis dias teis. Em outros pases, a atividade compete ao Ministrio das Relaes Exteriores.

    Barbosa enfatizou que em janei-ro de 2011 foi implantado o chip no passaporte brasileiro. Foi uma gran-de mudana para ns, constatou. Ele relatou que, no uso do passa-porte, constatou-se a necessidade de adequao para situaes de viagens de menores de idade. Agora, no do-cumento h tambm a filiao, no existente na verso anterior, e tam-bm campo para autorizao de via-gem internacional, seja desacompa-nhado, apenas com um dos pais ou nas outras formas previstas em lei.

    O chefe da Diviso de Passapor-tes ainda anunciou uma novidade: est sendo iniciado um projeto pi-loto em Braslia (DF) para emisso de passaporte de emergncia. Pela proposta, o documento, em casos especficos, vai ser personalizado e emitido na hora e ter zona de lei-tura mecnica (MZR), como prev a ICAO. A validade ser de apenas um ano. Outra meta aumentar para 10 anos a validade do passaporte regu-lar, que hoje de cinco anos.

    Completan