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ENTREVISTA Rodrigo Ortiz D’Ávila Assumpção e a inclusão digital RECADASTRAMENTO Urna biométrica chega a 200 municípios CASOS E ARTIGOS Seis associadas relatam histórias de sucesso idigital - Revista da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificação Digital - Ano 02 - Número 07 - outubro/novembro/dezembro de 2011

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CASOS E ARTIGOS ENTREVISTA Urna biométrica chega a 200 municípios Seis associadas relatam histórias de sucesso Rodrigo Ortiz D’Ávila Assumpção e a inclusão digital idigital - Revista da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificação Digital - Ano 02 - Número 07 - outubro/novembro/dezembro de 2011

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PRÊMIO RECONHECE QUEM LUTA PELA CIDADANIA DIGITAL

ENTREVISTARodrigo Ortiz D’Ávila Assumpção e a inclusão digital

RECADASTRAMENTOUrna biométrica chega a 200 municípios

CASOS E ARTIGOSSeis associadas relatam histórias de sucesso

idigital - Revista da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificação Digital - Ano 02 - Número 07 - outubro/novembro/dezembro de 2011

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POR RESPEITO À CIDADANIA

DIGITAL: PRÊMIO RECONHECE

A ATUAÇÃO DE QUEM LUTA

POR UM BRASIL CIDADÃO

REVISTA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA EM IDENTIFICAÇÃO DIGITAL - ABRID

16. CAPA

8 . ENTREVISTARodrigo Ortiz D’Ávila Assumpção, presidente da Dataprev, analisa a informatização do país

12 . ICCYBERTodos contra o crime virtualWWWWWW

28 . JUSTIçA ElEITORAlTSE amplia acesso de eleitores à urna biométrica

34 . ICMEDIA

Especialistas discutem segurança e atuação forense

36 . CSI BRASIlEIROPolícia do DF é exemplo no uso da tecnologia

Natal é tempo de...

78 . PRA TERMINAR

40 . CASOS E ARTIGOS43 . 3MTecnologia AFIS auxilia no processo de Identificação em Los Angeles

47 . CERTISIGNDetalhando a cadeia de Certificação V2 na ICP-Brasil

53 . DATACARDComo personalizar um passaporte (segunda parte)

61 . GEMAlTOSaúde Eletrônica

65 . IMPRENSA OfICIAlImprensas Oficiais da América Latina debatem soluções de governo em certificação digital

69 . lASERCARDInovação no design e na fabricação de documentos de identidade de policarbonato

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O fim do ano chegou e, em 2011, temos um motivo

a mais para comemorar: a criação do Prêmio Cidadania

Digital. A entrega aconteceu justamente no primeiro dia

de dezembro, durante o Encontro Nacional por Respeito

à Cidadania, em Brasília.

A iniciativa é da nossa Associação, em parceria com

o Movimento por Respeito à Cidadania. E não podia ser

diferente. Quem, além de uma entidade que reúne as

principais empresas do país no ramo de tecnologia em

identificação digital, poderia ter o know-how exato para

homenagear os destaques do setor?

A intenção aqui, porém, é dar atenção aos indivíduos,

não às instituições. O foco é o ser humano, porque cida-

dania é assunto de gente de carne e osso, e só vale se o

conjunto da população estiver envolvido.

Falando em mundo digital, esse conceito de cidadania

fica ainda mais evidente. Em um país tão maravilhosa-

mente multicultural e grande como o nosso, claro que ha-

veria diferenças regionais. Mas se elas foram formadas

historicamente, não podemos simplesmente aceitá-las. É

preciso, sim, combatê-las, permitir que as brasileiras e os

brasileiros dos quatro cantos tenham acesso às mesmas

oportunidades.

Neste sentido, a tecnologia e a identificação têm pa-

pel chave. São iniciativas como o projeto do RIC que vão

transformar a face desse país. Aliás, já estão transfor-

mando. Chega de falar do país do futuro. O Brasil é o país

do hoje, do agora. Estamos no rumo certo!

E o Prêmio Cidadania Digital vem exatamente para

enfatizar o trabalho das pessoas que lutam por um Brasil

social e tecnologicamente mais justo. A elas, o nosso re-

conhecimento e a nossa homenagem.

É preciso ainda enfatizar que esta premiação é a base

de um projeto maior. O Movimento por Respeito à Cida-

dania vai, em breve, premiar a atuação de pessoas nas

áreas de Esporte, Meio Ambiente e Turismo.

Aliados à Tecnologia, esses são os quatro pilares, já

lançados, para colocar o Brasil definitivamente no lugar a

ele destinado: a liderança mundial no respeito ao cidadão.

Boa leitura e ótimas festas!

Célio Ribeiro, presidente da ABRID

idigital é uma publicação da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificação Digital (ABRID).

Presidente: Célio RibeiroDiretor de identificação digital: Edson RezendeReportagem: Iara Rabelo e Marcio PeixotoEditor: Marcio Peixoto MTB 4169/DFRevisão: Millena DiasTiragem: 2.500 exemplaresPeriodicidade: trimestralContato: (61) 3326 2828Projeto gráfico e diagramação: Infólio Comunicação - www.infoliocom.com - (61) 3326 3414(Os cases e artigos assinados não refletem o pensamento nem a linha editorial da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores)

PAlAVRA DO PRESIDENTE

EXPEDIENTE

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8 | digital

ENTREVISTA

Rodrigo Ortiz D’Avila Assumpção é ba-charel em história, mestre em ciências da comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) e trabalha com a te-

mática de inclusão digital. Ao longo da carreira, atuou como educador no Instituto Cajamar, foi coordenador de Governo Eletrônico da Prefei-tura de Santo André (SP)  e diretor do Instituto Florestan Fernandes e ONG sampa.org, ambas na capital paulista, onde realizou projetos de inclusão digital. Em 2003, assumiu o cargo de secretário-adjunto de Logística e Tecnologia da Informação, no Ministério do Plane-jamento, Orçamento e Gestão, e em dezembro de 2008 foi designado para a presidên-cia da Empresa de Tecno-logia e Informações da Previdência Social. Na Dataprev, Rodrigo As-sumpção trabalha para garantir a desmateria-lização dos proces-sos. Ele recebeu a idigital na sede da empresa, em Brasí-lia, para a seguinte entrevista.

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idigital: A desmaterialização de processos já está presente em vários setores do Estado brasileiro e isso envolve um grande número de pessoas. Como, culturalmente, estas pessoas envolvidas compreendem a desmaterialização dos processos?

Rodrigo Assumpção: As pessoas relutam mui-to em aceitar estes no-vos procedimentos. Em muitas vezes no desenho de um sistema é importante ter uma disciplina para voltar para o que está sendo tratado e não para o desenho do processo anterior, quando se está desmaterializando este processo. Por exemplo, quando se pega o desenho de um processo de uma atualização cadastral. Antigamente todo este processo era feito no papel. A pessoa vinha até um posto de atendimento, trazia toda a documen-tação comprovatória de sua documentação, era aberto um processo com um número e, após a tramitação, os dados eram incorporados ao cadastro a partir de uma decisão tomada, afetan-do todos os direitos do cidadão, como tempo de contribuição. Agora, o cadastro é o próprio do-cumento. O importante agora é ver se as informações estão entrando de forma fidedigna nas bases de dados, isso é relevante. No entanto, você convencer pessoas que estão há anos achando que em algum lugar tem uma pasta com papéis dentro que documentam as decisões e os processos sobre ela, explicar que não existe mais isso, é complicado. O foco é a essência da informação e

não a formalidade do processo. Esta é uma mudança cultural dentro da burocracia muito profunda.

id: Na desmaterialização é importante o mapeamento de processos. Como um processo pode ser afetado por esta prática?

RA: Isso faz com que frequentemen-te um sistema, ao tentar recriar di-gitalmente uma realidade material, seja extremamente ineficiente e ace-lere um processo que já é problemá-

tico. Este é um momento de revisar os processos antes de organizá-los di-gitalmente e aproveitar todas as pos-sibilidades que a tecnologia traz para não apenas acelerar processos ruins e defasados, mas criar processos novos e adequados a essa nova realidade.

id: O Estado brasileiro está pronto para a desmaterialização dos processos?

RA: O Estado brasileiro entrou na tecnologia da informação muito cedo, comparativamente a vários pa-

íses. Nós somos usuários bastante intensos, sofisti-cados e antigos de siste-mas de informação. En-tão, geralmente o que se tem feito é a atualização de sistemas antigos. E, ao se fazer isso, perde-se a oportunidade de fazer uma revisão de processos adequados. Uma coisa que é muito importante em um Estado tão gran-de quanto o nosso é a

gigantesca quantidade de demandas quase que idênticas e paralelas em diferentes órgãos. Temos problemas de cadastros, problemas de proces-sos similares que são feitos apenas como pequenas variações exigidas por determinado órgão. A questão da inversão do ônus da prova, que faz com que o Estado, após receber

um documento, o par-tilhe entre seus órgãos, e não que o cidadão tenha que ficar entregando estes documentos em diferen-tes órgãos.

id: O procedimento de desmaterialização e do paperless necessitariam de uma revisão mais profunda na sistemática do Estado no Brasil?

RA: Bom, eu não sei se ela exigiria uma revisão profunda disso, mesmo porque eu não acredi-to que haja possibilidade de se parar o Estado para se rever. É sempre um work in progress. O que eu acho é que às vezes se perde a oportunida-de de aprofundar algumas questões para se ter soluções mais eficazes e duradouras, mas soluções que alte-rem a forma. Vejamos, por exem-plo, o caso da tecnologia de votação

"CONVENCER PESSOAS QUE ESTÃO Há ANOS ACHANDO QUE

EM ALGUM LUGAR TEM UMA PASTA COM PAPÉIS DENTRO É

COMPLICADO. É UMA MUDANÇA CULTURAL DENTRO DA

BUROCRACIA MUITO PROFUNDA"

"O ESTADO BRASILEIRO ENTROU NA TECNOLOGIA DA

INFORMAÇÃO MUITO CEDO. NóS SOMOS USUáRIOS BASTANTE

INTENSOS, SOFISTICADOS E ANTIGOS DE SISTEMAS DE

INFORMAÇÃO"

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eletrônica. Há muitas tecnologias que acabam por digitalizar o papel na urna. A brasileira agregou uma camada importante, que é ter todo o processo na urna. Esse foi um tra-balho que tem foco no desenho do processo, alocando número ao can-didato, trabalhando a propaganda eleitoral para a sistemática do pro-cesso, do que propriamente a tecno-logia da urna, que é razoavelmente simples. Quando falo de revisão de processo, é essa oportunidade que temos que ver.

Id: Reduzir o uso do papel seria o item mais importante na desmaterialização?

RA: Desmaterialização de processos é muito mais que eliminar papel. Ele é apenas a ponta do iceberg. Você elimina passos do processo que fo-ram concebidos e têm sentido pela existência do papel e do carimbo. Passos que não têm mais sentido e necessidade quando não há o supor-te material do papel. Nesse proces-so de desmaterialização temos um grande gargalo, que é o de telecomu-nicações. Esse é o grande desafio.

Id: Todas estas mudanças estariam diretamente ligadas à green economy?

RA: Sim. Mas a economia verde não é só papel. Se eu não me desloco, eu diminuo a emissão de carbono, eco-nomizo energia e diminuo a pressão em sistemas de transportes. Di-minuo a pressão com a redução da poluição. Se ao invés de fazer cinco procedimentos, eu fizer apenas um, o processo sofre realocação de tem-po. E se economizo tempo, eu posso investir tempo em lazer, o que con-tribui com outro lado da economia que está ligado ao entretenimen-to. A green economy é mais que a

relação simplista de papel, floresta e eliminação de papel. A tecnologia é uma aliada desse processo.

id: A desmaterialização vai dar mais segurança aos processos e procedimentos?

RA: Acho que nosso conceito de segurança é um conceito antigo e equivocado. Não existe por defini-ção nenhum empreendimento hu-mano que seja perfeito ou completo. É sempre uma busca, é sempre uma tentativa e segurança precisa ser en-

ENTREVISTA : RODRIGO ORTIz D’AVILA

"COMO PESSOA FíSICA, ACHO QUE PRIVACIDADE já ACABOU. É ALGO QUE PERTENCE AO SÉCULO XX, NO SÉCULO XXI

NÃO EXISTE MAIS PRIVACIDADE"

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tendida dessa forma. É uma gestão de riscos, diminuição de falha. Nesse sentido, processos bem feitos, estru-turados e pensados podem contri-buir muito para simplificação, o que por si só aumenta a seguran-ça. Por outro lado, nós esta-mos vivendo um momento onde a definição de frontei-ras entre pessoas, entre orga-nizações e o escopo de cir-culação de informação estão sofrendo redefinições quase que diariamente. Toda nova tecnologia, as formas de in-teração, as redes sociais, fa-zem parte de um mundo em redefinição, que redefine re-gras, produtos e sistemas. E com isso redefine o conceito de segurança.

id: A privacidade também estaria sendo redefinida?

RA: Certamente. A privacidade tam-bém tem relação com segurança. Eu, como presidente da Dataprev, zelo pela privacidade dos dados dos meus clientes. E a Dataprev busca isso in-tensamente. Eu, como pessoa física, olhando o mundo da tecnologia e a sociedade moderna, acho que priva-cidade é algo que já acabou. É algo que pertence ao século XX, no século XXI não existe mais privacidade. E a gente está lentamente se adaptando a esta nova realidade. Se pudermos dizer que privacidade ainda existe, certamente não é a mesma fronteira do século XX. Que já não foi a mes-ma fronteira do século XIX. E essa perda é compensada por outros ganhos. À medida que temos a capacidade de conexão, de presença em diferentes locais, de comu-nicação tão intensa, você perdeu privacidade. E a mesma coisa acaba aconte-cendo com segurança.

id: Temos em andamento no Brasil, o projeto do Registro de Identidade Civil, que vai contribuir tanto para a identificação do cidadão e a

segurança dos processos, quanto com a desmaterialização. Como o senhor vê o RIC?

RA: O projeto do RIC mais atua-lizações de sistema poderiam atu-ar em um gargalo do INSS, que é a obtenção de benefícios e a fi-dedignidade da informação. Ele traria uma facilidade de cidada-nia se acompanhado de esforços intensos de inclusão digital para garantir que todos os cidadãos es-tejam incluídos no processo. Cer-tamente, seria uma contribuição do Estado para a disseminação dos direitos de cidadania gigan-tesca.

id: O Brasil e os brasileiros estão prontos para toda esta revolução tecnológica?

RA: O Brasil tem um dos processos de absorção tecnológica mais fáceis e acelerados do mundo. O brasilei-ro pensa que se é tecnologia é bom, nós nunca paramos para discutir os

enormes perigos que estão li-gados à tecnologia. Isto sim-plesmente não vem à mente do brasileiro, que adora tec-nologia. Há países que param anos para discutir se o avan-ço tecnológico vai mudar a vida das pessoas. O brasileiro já pensa que se o processo é mais simples, se veio de uma maquininha, ele é bom. A adoção é aceleradíssima. Te-mos absorção de tecnologias sofisticadas em todas as áreas. A disposição da cultura brasi-

leira em absorver tecnologia, não é obstáculo para os avanços tecnológi-cos. Os obstáculos seriam econômi-cos, sociais, distribuição de renda.

"NOSSO CONCEITO DE SEGURANÇA É ANTIGO E

EQUIVOCADO. NÃO EXISTE EMPREENDIMENTO HUMANO

QUE SEjA PERFEITO. É SEMPRE UMA BUSCA,

UMA GESTÃO DE RISCOS, DIMINUIÇÃO DE FALHA"

"DESMATERIALIzAÇÃO DE PROCESSOS É MUITO

MAIS QUE ELIMINAR PAPEL. ELE É APENAS A

PONTA DO ICEBERG"

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WWWWWW

Iccyber

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Oitava edição da ICCyber discute, com especialistas de várias partes do mundo, o combate à ação dos bandidos virtuais

JUNTOS CONTRA O CRIME CIBERNéTICO

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A capital catarinense foi o centro mundial do com-bate ao crime cibernético por três dias. É que de 5 a

7 de outubro aconteceu em Florianó-polis a VIII Conferência Internacional de Perícias em Crimes Cibernéticos, ICCyber. O evento trouxe ao Brasil gente de todo o mundo para debater o combate à ação criminosa on-line.

A ICCyber conta com patrocí-nio da ABRID – entre outras insti-tuições, é realizada pela Associação Brasileira de Especialistas em Alta Tecnologia (Abeat) e recebe apoio da Polícia Federal e do FBI – órgão si-milar à PF nos Estados Unidos.

Na edição 2011, a Conferência incluiu debates, entre muitos ou-tros, sobre estratégias de governo para combate a ataques cibernéti-cos, segurança em certificados digi-tais, fraudes eletrônicas no mercado financeiro e desenvolvimento da computação forense, além de segu-rança/privacidade na comunicação de dados e voz. As discussões conta-ram com especialistas e apresentação de cases de sucesso de vários países, como Brasil, Colômbia Espanha, Es-tados Unidos e Holanda.

Paralelamente à ICCyber, acon-teceu a VI Conferência Internacio-nal da Ciência da Computação Fo-rense, a ICoFCS 2011. A ICoFCS é uma espécie de braço acadêmico da ICCyber, abrindo espaço para estu-dos realizados em diversos pontos do globo sobre a pesquisa em com-putação forense. Os temas dos tra-balhos apresentados são variados, e incluem, por exemplo, métodos para

periciar telefones celulares ou uso da inteligência artificial em perícias. A IcoFCS é um complemento impor-tante aos debates feitos na conferên-cia, porque apresenta resultados dos estudos técnicos e antecipa o que está sendo pesquisado na área.

» CRImES BILIONáRIOSUm relatório produzido nos Es-

tados Unidos mostra bem o quão alarmante é a questão dos crimes virtuais, tema central dos debates durante a ICCYber. O estudo feito pela Symantec, denominado 2011 Norton Cibercrime Report (Rela-tório Norton do Crime Cibernéti-co 2011, em tradução livre), revela que no ano passado essa modalidade criminosa custou aos 24 países pes-quisados, incluindo o Brasil, nada menos do que US$ 388 bilhões. Ao todo, 589 milhões de pessoas foram alvo da ação de bandidos on-line.

O estudo faz duas revelações preocupantes: o mercado do crime virtual tem valor próximo ao do to-tal do narcotráfico e supera em 100 vezes o orçamento anual do Unicef – o fundo das Nações Unidas para a infância, responsável por iniciativas voltadas à proteção e pleno desenvol-vimento das crianças, especialmente nos países menos desenvolvidos.

Na comparação com o tráfico, o montante do crime cibernético su-pera o comércio mundial de cocaí-na, heroína e maconha, estimado em US$ 295 bilhões, e perde por pouco – cerca de 5% – para o total movi-mentado anualmente pelos trafican-tes, calculado em US$ 411 bi. Com

seus US$ 388 bi, a criminalidade mobilizou mais de 100 vezes o total gasto pela Unicef, que foi de US$ 3,65 bilhões em 2010.

A conta do crime virtual inclui duas variáveis, o custo direto e o tempo gasto pelas vítimas em decor-rência da ação dos bandidos. O pri-meiro item, que inclui valores rou-bados e os investimentos para defesa dos ataques pela internet, totalizou US$ 114 bilhões no ano passado. Já o tempo perdido por quem sofreu ataques pela rede foi calculado em US$ 274 bilhões.

No Brasil, o estudo mostra que a atividade criminosa envolveu US$ 15 bilhões em roubo direto e outros US$ 48 bi no tempo gasto em res-posta aos ataques. São números pre-ocupantes, mas bem menores do que os registrados nos Estados Unidos: US$ 32 bi em custo direto e US$ 108 bilhões em tempo perdido. Na análise comparativa, os custos bra-sileiros com os crimes cibernéticos foram equivalentes a 45% do total norte-americano.

O estudo foi feito em países clas-sificados como "mercados emergen-tes" – Brasil, Índia, China, Polônia, México, Emirados Árabes e África do Sul – e nos chamados "mercados de-senvolvidos": Reino Unido, Estados Unidos, França, Alemanha, Itália, Austrália, Canadá, Suécia, Japão, Es-panha, Nova Zelândia, Dinamarca, Holanda, Bélgica, Suíça, Cingapura e Hong Kong. Foram feitas 19.636 entrevistas em todo o mundo para elaboração do 2011 Norton Ciber-crime Report.

» SOLENIDADE DE ABERTuRA DA VIII ICCyBER

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Nos dias 5, 6 e 7 de outubro de 2011 foi realizada a VIII Conferência Inter-nacional de Perícias em Crimes Cibernéticos (ICCyber 2011), no Centro de Convenções CentroSul, em Florianópolis (SC), pela Associação Brasileira de Especialistas em Alta Tecnologia (Abeat), com o apoio e o suporte da Polícia

Federal do Brasil e do FBI (Federal Bureau of Investigation), dos Estados Unidos.Um dos temas centrais tratados nesta edição da conferência foi o combate às orga-

nizações e grupos criminosos, que fazem uso, entre outros meios, de redes de computa-dores infectados com códigos maliciosos, as chamadas botnets. Foram apresentados casos de sucesso em diversos países, além das estratégias de governo para prevenção e combate a ataques cibernéticos. Também foram feitas análises dos incidentes de segurança re-centes nas redes governamentais brasileiras, tanto por representantes de empresas quan-to do próprio governo.

Quando se trata do combate aos crimes cibernéticos, o consenso geral entre os par-ticipantes, que foi repetido por diversos palestrantes da conferência, é a importância da cooperação entre instituições. Cooperação fomentada na ICCyber, tanto através das pa-lestras, nas quais foram expostas as diferentes formas de atuação adotadas por instituições públicas e privadas, quanto em um debate e um painel, que reuniram um conjunto de instituições para tratar de assuntos de interesse comum.

O evento contou com exposição das novidades em produtos voltados para perícias em informática e segurança da informação, por um conjunto de empresas apoiadoras do evento, e foi realizado treinamento em alguns dos produtos expostos.

Nesta edição da conferência também foram apresentados resultados de algumas das últimas pesquisas em computação forense na trilha acadêmica do evento, a VI Confe-rência Internacional da Ciência da Computação Forense, a ICoFCS 2011. Os temas tratados são variados, passando pelo uso de técnicas de inteligência artificial em análises periciais, perícias em celulares, novos procedimentos para investigações e apreensões e

formas de análise de diversos tipos de vestígios digitais, entre outros assuntos.Os assuntos tratados durante o evento certamente contribuirão para o avanço da ciência da computação forense e para a melhoria

do trabalho das forças da lei, das instituições finan-ceiras e das demais organizações que atuam

no combate aos crimes cibernéticos.

» CONFIRA A CARTA DA ICCyBER 2011, DOCumENTO DIVuLgADO APóS A REALIzAçãO DO EVENTO

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CAPA

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ABRID e Movimento por Respeito à Cidadania promovem a primeira edição do Prêmio Cidadania Digital

RECONhECIMENTO DIGITAl

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Tem gente que luta pelo direito a uma identida-de civil segura e confiável. Tem

gente que defende o acesso universal à tecnologia. Tem gente que trabalha seriamen-te por uma relação limpa e transparente entre governo

e empresas privadas na área digital. Tem gente que é destaque na defe-

sa da inclusão de todo cidadão na era virtual.

E tem gente que reconhece o trabalho de todas essas pessoas.

É por isso que a ABRID, em parceria com o Movimento por Respeito à Ci-dadania, lançou o Prêmio Cida-dania Digital. A intenção é reco-nhecer a atuação de personalidades

que se destacaram no setor ao longo do ano.

A solenidade de entrega da pri-meira edição do prêmio aconteceu durante o Encontro Nacional por Respeito à Cidadania, realizado em Brasília em 1º de dezembro. O evento reuniu profissionais de tec-nologia em identificação digital do setor público e privado.

Para o presidente da ABRID, Célio Ribeiro, a iniciativa de criar a homenagem é uma forma de reco-nhecer o trabalho desenvolvimento por instituições e empresas que se destacaram na defesa da cidadania digital. "Esse momento é importan-te. Essa premiação é o reconheci-mento de toda a sociedade brasileira às pessoas que estão realizando, de

» Célio RibeiRo, pResidente da abRid, anunCia os venCedoRes do pRêmio Cidadania digital

» CéLIO RIBEIRO, ENTREgA PRêmIO

PARA EDSON REzENDE DIRETOR DE IDENTIFICAçãO DIgITAL DA ABRID

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» CéLIO RIBEIRO, PRESIDENTE DA ABRID, RECEBE PREmIAçãO SuRPRESA DAS mãOS DE SIDNEy LEVy

» PREmIADOS PRESTIgIAm

O EVENTO DA ABRID

forma geral, as principais iniciativas de cidadania por meio do uso de tecnologias", destacou.

O diretor de Identificação Digital da ABRID, Edson Rezende, destaca a importância do prêmio para todos que trabalham com identificação e certi-ficação digital. "É o reconhecimento pelo trabalho de todos no projeto do RIC, foram muitos anos de esforços por parte de todos para que o projeto che-gasse à fase atual", ressalta.

Na solenidade, o presidente da ABRID e ide-alizador do Movimento por Respeito à Cidadania, Célio Ribeiro, anunciou os 22 premiados em 2011, pessoas dos mais diversos segmentos da sociedade que contribuíram com seu trabalho para o setor de tecnologia em identificação digital. A entrega dos troféus ficou por conta dos representantes das empresas associadas da ABRID e de instituições públicas e privadas que estiveram presentes.

No Encontro Nacional por Respeito à Cidada-nia, Célio Ribeiro também deu o pontapé inicial ao Movimento Por Respeito à Cidadania. A iniciativa é baseada em quatro pilares: tecnologia, meio am-biente, turismo e esporte, e tem como finalidade o incentivo ao exercício da cidadania brasileira.

A surpresa da noite foi a premiação de Célio Ribeiro. O troféu foi entregue pelo presidente do Conselho Diretor da Valid, Sidney Levy. Para Ri-beiro, a homenagem foi uma grata surpresa. "Não esperava receber o prêmio esta noite, ainda mais das mãos do Sidney, que foi um grande parceiro na mi-nha carreira", afirmou.

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Da esquerda para direita: Célio Ribeiro, presidente da Abrid, Carlos Alberto Collodoro, consultor técnico do CONADI - Conselho Nacional dos Diretores dos Institutos de Identificação (premiado) e Kevin McKenna, vice-presidente de vendas para as Américas da Lasecard

Da esquerda para direita: Célio Ribeiro, presidente da Abrid, Carlos Cesar de Sousa Saraiva - presidente do CONADI - Conselho Nacional dos Diretores dos Institutos de Identificação (premiado) e Luís Carlos de Oliveira, assessor financeiro da Abrid

Da esquerda para direita: Célio Ribeiro, presidente da Abrid, Carlos Henrique dos Santos Pereira - diretor presidente do Detran do Mato Grosso do Sul (premiado) e Paulo Márcio, diretor da ICE cartões especiais

Da esquerda para direita: Célio Ribeiro, presidente da Abrid, Carlos Roberto de Oliveira - diretor vice-presidente de Tecnologia da Casa da Moeda do Brasil (premiado) e Luiz Felipe Denucci Martins, presidente da Casa da Moeda do Brasil

Da esquerda para direita: Célio Ribeiro, presidente da Abrid e Edson Rezende, diretor de identificação digital da Abrid (premiado)

Da esquerda para direita: Célio Ribeiro, presidente da Abrid, Giuseppe Dutra Janino - secretário de tecnologia da Informação do TSE (premiado) e João Rosa da Diretoria Técnico-Científica do Departamento da Polícia Federal

Da esquerda para direita: Célio Ribeiro, presidente da Abrid, Hugo Leal Melo Da Silva - deputado federal (PSC - RJ) (premiado) e Marcos Elias de Araújo, diretor do Instituto Nacional de Identificação

Da esquerda para direita: Célio Ribeiro, presidente da Abrid, Etelvina de Lana Encarnação - diretora do Departamento de Identificação do Espírito Santo (premiada) e Afonso Siqueira, diretor da Thomas Greg & Sons

PREMIADOSConfira os premiados e os responsáveis pela entrega dos troféus.

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Da esquerda para direita: Célio Ribeiro, presidente da Abrid, LUIZ PAULO TELES FERREIRA BARRETO - secretário Executivo do Ministério da Justiça (premiado) e Eduardo Lacerda, assessor do Diretor Presidente do ITI

Da esquerda para direita: Célio Ribeiro, presidente da Abrid, Mario Cesar Mantovani - diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica (premiado) e João Luiz Marques diretor da Akyama

Da esquerda para direita: Célio Ribeiro, presidente da Abrid, Iracilda Maria De Oliveira Santos Conceição - diretora do Instituto de Identificação Pedro Mello da Bahia (premiada) e Fernando Cassina Presidente da IAFIS do Brasil

Da esquerda para direita: Célio Ribeiro, presidente da Abrid, Mauricio Augusto Coelho - diretor de Infra-Estrutura de Chaves Públicas do ITI (premiado) e Marcio Nunes presidente da Valid Certificadora S.A.

Da esquerda para direita: Célio Ribeiro, presidente da Abrid, Narumi Pereira Lima - perita Criminal Federal do INC/DPF (premiada) e Sérgio Dawidowicz diretor da OVD Kinegram

Da esquerda para direita: Célio Ribeiro, presidente da Abrid, Ophir Cavalcante - presidente do Conselho Federal da OAB (premiado) e Sérgio Torres, assessor do Secretário Executivo do Ministério da Justiça

Da esquerda para direita: Célio Ribeiro, presidente da Abrid, Paulo Ayran da Silva Bezerra - secretário executivo do Comitê Gestor do SINRIC (premiado) e Fernando Castejon, Presidente da IntelCav

Da esquerda para direita: Célio Ribeiro, presidente da Abrid, Renato da Silveira Martini - diretor Presidente do ITI (premiado) e Newton Galpa, da Morpho Cards do Brasil

Da esquerda para direita: Célio Ribeiro, presidente da Abrid, Sidney Levy – presidente do Conselho Diretor da Valid (premiado) e Luiz Antônio, diretor da Montreal Informática

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22 | digital

FOTO FALA

"Este é um momento bastante importante na minha vida e,

depois de alguns anos trabalhando nesse mercado de projetos voltados à

mobilização de entidades públicas na área de segurança, tenho a honra

de receber uma homenagem dessa. Queria agradecer, particularmente, a iniciativa desse movimento que é muito importante para esse país."

Carlos Alberto Collodoro - consultor técnico do CONADI

- Conselho Nacional dos Diretores dos Institutos de Identificação

"Esta é uma grande iniciativa. Acredito que nosso país atravessa um momento muito oportuno para que a gente possa unir todos os nossos esforços, fazer com que o cidadão brasileiro seja inserido neste progresso. Parabéns por essa iniciativa, Célio Ribeiro, e que realmente outras pessoas, outras empresas, toda a sociedade em conjunto abrace essa causa."Carlos Cesar de Sousa Saraiva - presidente do CONADI - Conselho Nacional dos Diretores dos Institutos de Identificação

“O prêmio é o reconhecimento ao trabalho que o Governo do Estado e o

Detran-MS realizam com a intenção de aumentar a qualidade dos serviços, usando tecnologia de ponta. A captura e validação

biométrica aumentam a segurança do processo de obtenção da Carteira Nacional

de Habilitação em Mato Grosso do Sul resultando credibilidade ao órgão e

proporcionando comodidade aos usuários."Carlos Henrique dos Santos Pereira -

diretor presidente do Detran do Mato Grosso do Sul

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"Gostaria de agradecer a iniciativa do Célio Ribeiro e parabenizar todos os diretores da ABRID por terem me

indicado, e agradecer também a todos os parceiros. Este é um prêmio que compartilho com todos da Casa da

Moeda do Brasil."Carlos Roberto de Oliveira - diretor

vice-presidente de Tecnologia daCasa da Moeda do Brasil

"Todo mundo que me conhece sabe que eu não inicio nada sem acreditar de coração ou nada que realmente eu não tenha vontade de colaborar de verdade. O Movimento por Respeito à Cidadania foi uma ideia que nós tivemos para buscar em um determinado momento da nossa vida algo que pudesse fazer um pouco mais pelo nosso país."Célio Ribeiro – presidente da Abrid e idealizador do Movimento por Respeito à Cidadania

"É um reconhecimento pelo nosso trabalho e dedicação

nos últimos anos, tenho estado empenhado neste projeto desde

1995. Eu divido esse prêmio com a equipe da Abrid."

Edson Rezende de Oliveira - diretor de Identificação

Digital da Abrid

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FOTO FALA

"É emocionante demais receber um prêmio como este e ser lembrada em um evento de tamanha importância para o país. Gostaria de agradecer à equipe da ABRID, que nos impulsiona a fazer deste país um país realmente com pessoas identificadas."Etelvina de Lana Encarnação - diretora do Departamento de Identificação do Espírito Santo

"Gostaria de agradecer à ABRID, ao Célio Ribeiro, por

esse importante reconhecimento, esse prêmio que me deixa muito

honrado, mas estamos aqui representando uma instituição que

é a instituição Justiça Eleitoral, que se engajou num grandioso projeto

que visa mudar o cenário da identificação do cidadão brasileiro."

Giuseppe Dutra Janino - secretário de tecnologia da

Informação do TSE

"O projeto, a proposta do Prêmio é exatamente pelas vitórias coletivas, a busca por mais vitórias coletivas por meio do trabalho de todos com objetivo na coletividade. Parabéns ao Célio, parabéns à ABRID e deixo a mensagem de mais vitórias coletivas e menos interesses pessoais."Hugo Leal Melo da Silva - deputado federal (PSC - RJ)

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"Essa homenagem é o testemunho da importância dos institutos de identificação no processo de implantação do RIC. É uma contribuição para o povo brasileiro e para sua segurança. Pontuo a importância que foi o trabalho dessas pessoas, desses técnicos, para elevar o Brasil a ser um país com mais segurança para seus cidadãos e agradeço a participação nesse movimento que o Célio fez e a coragem e a força no empenho por esse movimento. Agradeço também a participação do Rezende e da sua equipe."Iracilda Maria de Oliveira Santos Conceição - diretora do Instituto de Identificação Pedro Mello da Bahia

"Gostaria de agradecer ao Célio, agradecer à ABRID por esse

reconhecimento, e a todos aqueles que se empenharam nesse projeto do

RIC para modernizar a identificação humana no Brasil, tornando-a mais

cidadã e mais segura."Luiz Paulo Teles Ferreira

Barreto - secretário Executivo do Ministério da Justiça

"Eu queria chamar a atenção de vocês para a importância que vemos hoje da comunicação digital, esse cyber espaço está fazendo uma cidadania que nós ainda não sabemos avaliar. E a cada chamada que a gente faz para a sociedade, a gente consegue hoje mobilizar gente como nós nunca imaginamos e eu espero que essa experiência da desmaterialização traga uma história diferente para que o nosso país possa ser realmente uma economia verde."Mario Cesar Mantovani - diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica

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FOTO FALA

"Queria agradecer de coração. É sempre muito bom sermos lembrados,

mas não seria justo da minha parte não fazer referência e compartilhar

esse Prêmio com os demais companheiros e os colegas do ITI.

Se o trabalho desenvolvido chamou atenção, mereceu este Prêmio, não foi feito isoladamente, sozinho por mim,

mas compartilhado com os colegas."Mauricio Augusto Coelho -

diretor de Infra-Estrutura de Chaves Públicas do ITI

"Obrigada. Queria agradecer, em primeiro lugar, à Polícia Federal por temos mantido essa interação com as indústrias nestes últimos anos, queria agradecer também às companhias porque sem elas nós não teríamos a informação para trabalhar, e tanto à Polícia quanto à Indústria por terem permitido ao Instituto Nacional de Criminalística fazer parte deste trabalho."Narumi Pereira Lima - perita Criminal Federal do INC/DPF

"Gostaria de agradecer ao Célio Ribeiro e também à ABRID por esse Prêmio,

que eu quero dividir com toda a advocacia brasileira e explicar o porque

de uma entidade de advogados estar recebendo um prêmio dessa natureza.

O Prêmio já se diz Cidadania Digital, cidadania tem tudo a ver com

advocacia. Cidadania está ligada ao acesso à Justiça. E quem promove o

acesso à Justiça é o advogado."Ophir Cavalcante - presidente do

Conselho Federal da OAB

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"Quero agradecer ao meu amigo Célio, e na pessoa dele, à ABRID

e a todos os seus associados. Esse Prêmio não é meu, é de todos nós

que nos empenhamos nesse grande projeto de Brasil que é o RIC."

Paulo Ayran Da Silva Bezerra - secretário executivo do Comitê

Gestor do SINRIC

"Eu quero agradecer o reconhecimento de uma entidade parceira como a ABRID e abraçar a todos os amigos, os companheiros, especialmente do ITI, onde há vários colegas que estão aqui, que são sem dúvida nenhuma os construtores do reconhecimento que temos hoje no cenário nacional."Renato da Silveira Martini - diretor Presidente do ITI

Para mim é uma grande satisfação estar aqui. Principalmente, por ser

uma pessoa muito antiga nessa área. Gostaria de agradecer a todos os

parceiros e empresas aqui presentes. Esta é uma grande alegria na

minha vida professional."Sidney Levy – presidente do

Conselho Diretor da Valid

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Recadastramento eleitoral permite o uso da urna biométrica e amplia a segurança da eleição brasileira - já considerada o maior pleito informatizado do mundo

AINDA MElhOR

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A meta é clara: em 2018, todo eleitor brasileiro vai votar em urnas biométri-cas, liberadas a partir da

identificação eletrônica da impressão digital do cidadão.

A eleição eletrônica, implantada em 1996, é um orgulho brasileiro. Nestes 15 anos de história, o país ofereceu consultoria a oito países da América Latina e foi procurado por mais de 50 nações interessadas no grande case de sucesso que virou a eleição no país. O reconhecimento não é apenas externo. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Sensus logo depois do pleito do ano passado mostrou que 94% dos entrevistados estão satisfeitos e acreditam no pro-cesso de votação.

O secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Giuseppe Janino,

credita esse altíssimo índice de apro-vação ao investimento feito para as-segurar dois aspectos muito caros ao processo eleitoral brasileiro: transpa-rência e segurança. "Para que a gente consiga conquistar a credibilidade, nós focamos basicamente nesses dois pilares, transparência e segurança. Então, a segurança é um pilar extre-mamente importante para o retorno da credibilidade. Este total de 94% é um índice extremamente impressio-nante e isso graças ao investimento que se faz continuamente na melho-ria destes dois pilares, que são segu-rança e transparência", reforça.

A tecnologia, constata o secre-tário, é essencial para manutenção desses pilares. "Nós atuamos assim também na questão da área de Tecno-logia da Informação, e considerando que hoje o processo eleitoral está to-talmente suportado pela tecnologia,

na medida em que nós, a partir de 1996, tornamos o processo de vota-ção, apuração dos votos e totalização totalmente automatizados, a tecno-logia tem uma participação muito forte, influencia muito nas diretrizes de um dos negócios institucionais do TSE, que é realizar eleições", observa.

E foi também com o foco nos pi-lares da segurança e da transparência que a Justiça Eleitoral resolveu inves-tir na biometria. "Vejo a biometria como um grande potencializador desses dois pilares, à medida que a digital do ser humano é única. Não existem no mundo duas pessoas que tenham as mesmas minúcias das di-gitais. Então, esse é um ponto extre-mamente importante para se garan-tir a unicidade e que aquela pessoa que está comparecendo à seção elei-toral é a própria, sem possibilidade de fraude", constata.

» REgISTRO FOTOgRáFICO DIgITAL é umA DAS FASES DO RECADASTRAmENTO

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» IDENTIFICAçãO, A PALAVRA-ChAVE

Janino enfatiza que a biometria é essencial para garantir a correta identificação do eleitor. "Em tese, a identificação do eleitor, antes da identificação biométrica implemen-tada, permite que haja a possibilida-de de uma pessoa passar por outra, desde que ela esteja, por exemplo, com documentos falsos, o título não tem foto, é um documento frágil, o próprio documento de identidade atual é um documento extremamen-te frágil", pondera.

Com a certeza de que era preciso melhorar a identificação do eleitor, o TSE passou a pesquisar alternativas. Por dois anos, a equipe técnica do Tribunal trabalhou no desenvolvi-mento de um novo modelo de título de eleitor. Foi aí, recorda Giuseppe Janino, que uma novidade surgiu: "Quando nós assumimos a Secretaria de Tecnologia da Infor-mação, resolvemos anali-sar o escopo desse projeto e entendemos que havia o projeto do RIC. Então, paramos o nosso projeto, fomos ao Instituto Na-cional de Identificação e começamos a estabelecer alguns entendimentos".

O Registro de Iden-tidade Civil veio com-plementar os planos da Justiça Eleitoral, já que o RIC tem mais de 15 itens de segurança e é o maior programa de iden-tificação civil do mundo. Em breve, os brasileiros terão em mãos um docu-mento praticamente im-possível de ser falsificado e ainda com a garantia da certificação digital.

Assim, em 2008 um termo de cooperação técnica foi firmado entre

o TSE e os responsáveis pelo proje-to do RIC. "Esse acordo viabilizou nós alinharmos o nosso projeto de melhorar a identificação do eleitor com o RIC. Nós sintonizamos a metodologia do nosso processo de identificação e a tecnologia adotada ao projeto RIC, que era exatamen-te a coleta dos dados biométricos, as digitais, com as digitais roladas, conforme estabeleceu o INI, e a foto dentro do padrão ICAO, conforme prevê o projeto RIC", recorda.

A parceria foi benéfica para to-dos. O TSE resolve a possibilidade de fraude na eleição com a biometria e um documento plenamente seguro e o projeto RIC ganhou um trunfo: o banco de dados da Justiça Eleitoral. "Nós tínhamos tudo aquilo que fal-tava para o andamento ou início do projeto RIC, começando pela base de dados. Nós temos a maior base de dados do Estado, onde estão ali mais

de 70% dos cidadãos brasileiros, e princi-palmente o cidadão acima de 16 anos, que é o cidadão ativo socialmente. Além disso, nós temos uma das maiores redes de comunicação do Es-tado, que permeia o

território nacional como um todo", detalha. O TSE conta com mais de três mil cartórios eleitorais em todas as 27 unidades federativas. As milha-res de unidades são interligadas por uma rede de comunicação e contam com pessoal capacitado e infraestru-tura adequada.

É exatamente esta rede que está sendo usada para fazer o recadastra-mento biométrico progressivo do eleitor. Neste aspecto, a Justiça conta ainda com mais um trunfo: o poder de convocação. O Tribunal Superior Eleitoral já é habilitado por lei a con-vocar os eleitores para se recadastrar. Quem perde o prazo fica sujeito a uma série de transtornos – já que não poderá votar, o que resulta em multa e dificuldade para acessar ser-viços públicos e privados.

» O RECADASTRAmENTOA programação do recadastra-

mento biométrico começou já em 2008, com três municípios: São João Batista (SC), Fátima do Sul (MS) e Colorado do Oeste (RO). O proje-to piloto já foi uma espécie de prova de fogo. "Foram cidades interioranas onde havia pessoas que trabalhavam na lavoura, na indústria de couro, na agricultura, justamente para se sondar ali o pior caso na questão da

» O kITBIO ADquIRIDO PELA JuSTIçA ELEITORAL TEm TODOS OS EquIPAmENTOS PARA FAzER O RECADASTRAmENTO DIgITAL DOS ELEITORES

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qualidade das digitais que nós po-deríamos encontrar pelo país afora", explica Janino.

O resultado foi muito satisfató-rio e no pleito municipal de 2008 cerca de 40 mil eleitores já votaram usando a urna biométrica, liberada após o eleitor pousar o dedo em um leitor ótico. "Foi o piloto que trou-xe um grande aprendizado para nós, que estávamos iniciando nessa área, inclusive com a participação do Mi-nistério da Justiça, de papiloscopis-tas atuando nesse piloto e colhemos ali um bom material para a primeira etapa do processo de implementação da identificação biométrica, que co-meçou em 2009", completa.

Aprovado o piloto, o projeto ganhou corpo e na disputa eleito-ral de 2010, 239 cidades fizeram recadastramento biométrico, com mais de 1,1 milhão de eleitores fa-zendo uso da digital para liberar a urna nos dias de votação. Agora, o TSE trabalha para permitir que 10 milhões de votantes usem a urna biométrica em 2012. Para garantir o cumprimento da meta, a Justiça

Eleitoral conta com uma forte parceria dos Tribunais Regio-nais Eleitorais. São os TREs quem apontam os municípios onde será feito o recadas-tramento biométrico.

Na verdade, o recadastramento de eleitores é periódico, e o TSE está aproveitando a chance para incluir a biometria. "É um procedimento que a Justiça Eleitoral faz a cada dois anos, onde se verifica a necessidade de fazer um recadastramento. Geralmente é uma análise do número de habitan-tes com o número de eleitores. Se esse número estiver muito próximo, é um indicativo de que há necessi-dade de convocar e todo eleitor deve comparecer presencialmente ao local, mostrar os seus documentos e se faz ali novamente o registro. Aqueles eleitores que não comparecem, per-dem o direito de votar. É uma forma de garantir a integridade do cadastro e nós introduzimos aí a biometria", confirma o secretário de Tecnologia da Informação do TSE.

O recadastramento biométrico para a dis-puta municipal de 2012 está a pleno vapor. São cerca de 200 municí-pios de onze estados: Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rondônia, São Paulo, Sergipe e To-cantins (confira infográ-fico na página 33). Há estados onde o procedi-mento está sendo feito em apenas uma cidade, como o Espírito Santo e Paraná, mas há outros em que todo o estado deve votar pela urna ele-trônica ano que vem. Este é o caso de Alagoas e Sergipe. A maior parte dos municípios selecio-nados para o recadastra-mento está no interior do país. Fora as capitais de Alagoas e Sergipe, as duas outras capitais incluídas são Goiânia

(GO) e Curitiba (PR). Nessas localidades, os eleitores

estão atendendo ao chamado da Justiça Eleitoral para fazer o reca-dastramento e confirmam a pesqui-sa Sensus apontando a credibilidade da urna eletrônica. Em Curitiba, Giovana Kowaski, gerente de uma pizzaria, acredita que a biometria é fundamental: "Significa mais se-gurança". Como Giovana, Henri-que Berg de Oliveira, chaveiro em Goiânia, aposta no uso da digital como o fim de qualquer possibili-dade de fraude na urna. "Quero ver alguém copiar meu dedo!", desafia. E de Aracajú a telefonista Ilda Nas-cimento convida quem ainda não fez o procedimento a procurar logo um posto eleitoral: "foi rapidinho e é importante para a cidadania".

» A POPuLAçãO DE CuRITIBA ATENDE

AO ChAmADO DO TRE-PR PARA O

RECADASTRAmENTO BIOméTRICO

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Dados do TSE, atualizados até novembro de 2011.

AlagoasMunicípios: TodosElEitorEs rEcadastrados: 49,4%

SergipeMunicípios: TodosElEitorEs rEcadastrados: 61%

Espírito SantoMunicípios: UmElEitorEs rEcadastrados: 75%

GoiásMunicípios: TrêsElEitorEs rEcadastrados: 35%

Minas GeraisMunicípios: TrêsElEitorEs rEcadastrados: 64,3%

São PauloMunicípios: DoisElEitorEs rEcadastrados: 50,9%

TocantinsMunicípios: OnzeElEitorEs rEcadastrados: 20,1%

ParanáMunicípios: UmElEitorEs rEcadastrados: 57,7%

Mato GrossoMunicípios: SeteElEitorEs rEcadastrados: 47,9%

RondôniaMunicípios: QuatroElEitorEs rEcadastrados: 34,1%

PernambucoMunicípios: SeisElEitorEs rEcadastrados: 59,9%

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TROCA DE EXPERIêNCIASEvento internacional reúne especialistas de todo o mundo para discutir a segurança e a atuação forense

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Mais de 60 pesquisadores de todo o mundo partici-param no Brasil do IEEE International Workshop

on Information Forensics and Security (WIFS’2011). O evento, realizado em Foz do Iguaçu (PR), contou ainda com a participação de 56 peritos criminais do Departamento de Polícia Federal (DPF) e foi organizado pela Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) com o apoio da Polícia Federal.

O WIFS, promovido este ano en-tre 29 de novembro e 2 de dezembro, é um dos mais prestigiados eventos mun-diais na área de informação voltada para os temas forenses e de segurança. Na edição 2011, o seminário foi patro-cinado pela ABRID e promovido pelo Comitê Técnico de Ciências Forenses e Segurança (IFS-TC) da Sociedade de Processamento de Sinais (SPS) do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE).

O encontro permitiu aos peritos e pesquisadores a chance de trocar know-how e apresentar estudos em de-senvolvimento. Um dos pontos altos do WIFS’2011 foi justamente a apre-sentação dos problemas em aberto da Criminalística pelos peritos da Polícia Federal. A intenção foi incentivar a pesquisa, o desenvolvimento e a inova-ção nas áreas de segurança eletrônica e criminalística.

Este ano, o WIFS incluiu também uma interessante interação entre pes-quisadores e peritos da Polícia Federal. Os representantes do DPF apresenta-ram 12 casos de desafios científicos en-frentados na atuação forense e também de vigilância.

O evento, realizado em inglês, in-cluiu ainda a apresentação de artigos aprovados em seis áreas: Biometrics; Computer and Network Forensics: In the Computer; Computer and Ne-twork Security: In the Network; Mul-timedia Forensics and Security: New Techniques; Signal Processing for Fo-rensics e Foundations for Forensics.

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Instituto de Identificação da Polícia Civil do Distrito Federal é referência mundial em ciências forenses

por carlos césar dE sousa saraiva, dirEtor do instituto dE idEntificação/pcdf.

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No período entre os dias 27 e 30 de agosto de 2011, aconteceu em Las Vegas, no estado de Ne-

vada – Estados Unidos, a conferência internacional 2011 AFIS Internet User Conference com a presença de delegações de vários países.

Na oportunidade foi apresenta-do o "Brazilian case", onde o Insti-tuto de Identificação da Polícia Civil do Distrito Federal pôde mostrar o trabalho desenvolvido, bem como os resultados alcançados.

Para a satisfação dos brasileiros, a Direção Geral da NEC/Japão de-clarou que o Instituto de Identifica-ção de Brasília é um dos órgãos mais bem sucedidos em todo o mundo na área das ciências forenses.

Nesse contexto, definitivamente, o Brasil entra para a história da perí-cia papiloscópica mundial, passando a ser referência para vários países.

Segundo o diretor-adjunto do Instituto de Identificação, Nadiel Dias da Costa, o sucesso da Polícia Civil do DF se deu não só pelo in-vestimento feito pelo governo do

Distrito Federal no órgão, mas pe-los excelentes recursos humanos que dispõem. "A cada 100 perícias pa-piloscópicas realizadas, em 25 delas emitimos um laudo pericial papilos-cópico conclusivo e positivo e entre-gamos à autoridade policial, o que ajuda sobremaneira na condução do inquérito", afirmou.

Atualmente, o Instituto de Iden-tificação tem descoberto em seus bancos de dados, por meio das im-pressões digitais, em torno de 350 casos por mês, firmando-se como um dos órgãos policiais que mais ajuda a elucidar crimes contra a vida e contra o patrimônio em todo o ter-ritório brasileiro. A meta para julho de 2012 é atingir o patamar de 35%.

Teoricamente se 25% dos casos geram um laudo positivo, então exis-tem ainda 75% de casos sem solu-ção? Essa é uma dúvida que muitos podem ter, mas isso não coaduna com a verdade. A cada 100 perícias papiloscópicas realizadas, cerca de 30% a 40% não se conseguem ves-tígios papiloscópicos, seja pela má preservação do local, seja pela pró-

pria qualidade do suporte onde a impressão foi depositada, e/ou pela qualidade das impressões papilares de quem toca o material.

Nesse contexto, se considerar-mos os fragmentos papiloscópicos recuperados em cena de crime em condições de pesquisa, a eficiência chega próximo a 50%. Quando atin-girmos a nossa meta em 2012, che-garemos perto de 80% de eficácia. É bom lembrar que todas as estatísticas apresentadas pelo Instituto de Iden-tificação têm como base a totalidade das perícias realizadas incluindo as que não produziram vestígios papi-lares por quaisquer dos fatores cita-dos acima.

Costa mostrou no congresso o Laboratório de Perícia Papiloscópi-ca Forense, apontado como um dos melhores e mais bem equipados do mundo - o que deve servir de orgu-lho a todos os policiais comprometi-dos contra a criminalidade que tei-ma assolar Brasília. Esse laboratório é utilizado na revelação de impres-sões digitais em objetos recuperados de cena de crimes. A experiência

» INSTITuTO DE IDENTIFICAçãO DO DISTRITO FEDERAL : um DOS mAIS BEm SuCEDIDOS Em TODO O muNDO Em CIêNCIA FORENSE

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mostra que os materiais processa-dos no laboratório físico/químico do I.I. permitem que se recupere de 300% a 400% a mais de fragmentos em condições de serem analisados devido a técnicas e tecnologias uti-lizadas. Vale lembrar que a primei-ra agência a utilizar um laboratório dessa natureza foi o FBI.

Foram investidos aproximada-mente R$ 25 milhões (cerca de US$ 17 milhões ao câmbio da época) na modernização do Instituto de Iden-tificação de Brasília. Dentre os equi-pamentos adquiridos, destaca-se a ferramenta AFIS-Automated Fin-gerprint Identification System que é capaz de pesquisar um fragmento de impressão digital dentre milhões de impressões digitais em um tem-po muito reduzido. Essa ferramenta ajuda os peritos em papiloscopia a acelerar a descoberta de criminosos em nossos bancos de dados e atingir números fantásticos. A parceria en-tre o Instituto de Identificação e as Delegacias de Polícia tem produzido muitos frutos. Com isso, ganham a Polícia Civil do Distrito Federal e a sociedade. Perdem os meliantes e todos aqueles que colaboram contra a paz social.

De posse dessa ferramenta, o Instituto de Identificação deflagrou várias operações para individualizar pessoas que deixaram suas impres-sões digitais em locais de crimes, sejam eles contra a dignidade se-xual, a vida e ao patrimônio (estu-pro, homicídio, roubo, latrocínio e furto), bem como a identificar pessoas que foram enterradas como indigentes. Assim surgiram as ope-rações: Hades, Katrina, Mãos de Ferro e Anjo da Guarda.

A operação Hades foi desenvol-vida em oito dias úteis de trabalho. O resultado foi a emissão de 111 lau-dos periciais papiloscópicos de casos de homicídio, estupro e latrocínio.

Na operação Katrina a pesqui-sa foi direcionada para os crimes de roubo e furto, chegando a um resultado de 411 laudos em vinte

dias trabalhados.A operação Mãos de Ferro tra-

balhou com crimes contra a vida e patrimônio, registrados entre os meses de janeiro e fevereiro de 2011, chegou-se a um resultado de 611 laudos em trinta dias.

Quanto à operação Anjo da Guarda o contexto foi diferente. O objetivo era identificar cadáveres en-terrados como indigente no período de 1996 a 2011. Conseguiu-se um resultado bastante expressivo com 17 casos solucionados. Essa operação teve dois vieses: o primeiro de resga-tar a pessoa desaparecida e entregar--lhe a sua família que, a partir daí, permitirá dar um enterro digno ao seu ente querido e buscar benefícios sociais, tais como: aposentadorias, seguros, inventários, etc. O segundo diz respeito à investigação policial. Nesses casos a polícia deixará de in-vestigar um caso de simples desapa-recimento, visto que a experiência mostra que a maioria dos casos de cadáveres encontrados em adiantado estado de decomposição foram víti-mas de algum crime – principalmen-te de homicídio.

A exposição das re-feridas operações foi o auge da conferência. Além disso, foram mos-trados também dados es-tatísticos extremamente significativos quanto aos resultados proporciona-dos pela modernização do Instituto de Identifi-cação que se dá dia a dia. Ou seja, ela ainda não terminou. Muito ain-da pode e deve ser feito para que melhores resul-tados sejam alcançados. Simplesmente parar na realidade ora alcançada, tem que ser vista como um retrocesso. Temos que ousar ainda mais. Lançar as redes em águas mais profundas (Lc 5, 4) deve ser para todos nós

uma meta, uma ambição."Em muitos casos emitimos um

laudo positivo em poucas horas, o que permite uma solução rápida do crime", afirma Costa. "Como, por exemplo, um crime de estupro, que recentemente ocorreu em Brasília, onde a 1ª Delegacia de Polícia con-seguiu solucionar o crime em ape-nas duas horas e 30 minutos após a perícia papiloscópica indicar o au-tor das impressões digitais apostas no veículo da vítima. O estuprador está preso com provas materiais sufi-cientes para mantê-lo na cadeia por muito tempo".

Desde pequenos furtos a gran-des roubos a bancos, os crimes são investigados e as perícias papiloscó-picas são feitas dentro de um padrão de excelência e técnica. Os casos são muitos, e a rotina do I.I. é fornecer o nome do suspeito no menor tempo possível, pois também entendemos fazer parte da investigação policial.

O Instituto de Identificação tem trabalhado com afinco para ajudar a Polícia Civil do Distrito Federal a proporcionar uma segurança pública mais humana, rápida e eficaz, sub-

sidiando Autoridades Policiais, Ministério Pú-blico e Poder Judiciário com provas incontes-tes, ajudando não só a condenar, mas também absolver quando for o caso.

» NADIEL COSTA, DIRETOR-ADJuNTO DO IIDF: O SuCESSO ESTá NA JuNçãO DE EquIPAmENTO E PESSOAL quALIFICADO

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CASOSE A R T I g O S

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Cada empresa tem uma história que reflete a forma única

encontrada por seus sócios, diretores e funcionários na busca

por soluções, pela implantação de processos e desenvolvimen-

to de tecnologias. É a soma de um conjunto de fatores que faz

de cada empresa, cada grupo, cada corporação um caso de

sucesso. Resumir todas essas histórias em um único texto não

seria justo para quem desenvolveu tudo isso, nem para o leitor,

que perderia conteúdo, a essência da história e a oportunidade

de apreender informações que podem provocar mudanças,

auxiliar na tomada de decisões, no planejamento

do futuro. É por isso que a revista idigital

abre espaço para que as associadas

ABRID dividam seus casos de

sucesso com você.

Boa leitura.

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42 | digital

rEsuMoA tecnologia é um facilitador importante. As

empresas a utilizam como uma ferramenta para criar eficiências, melhorar a produtividade e, em última análise, aumentar os rendimentos. As Agências de Perícias de Los Angeles precisavam de soluções rá-pidas e eficazes no reconhecimento de criminosos e nas combinações de imagem encontradas nas cenas dos crimes. Contratando a empresa 3M Cogent, lí-der de sistema automatizado de identificação de im-pressões digitais (AFIS) e soluções de biometria para impressão digital, em um ano foi implementado o Los Angeles AFIS (LAFIS), melhorando a precisão e a velocidade onde os criminosos são identificados e os crimes resolvidos. Baseado no sistema automa-tizado de identificação da palma da mão e de im-pressões digitais da 3M Cogent (CAPFIS), a 3M Cogent configurou o fluxo de trabalho, interfaces e o sistema geral para atender as necessidades especí-ficas da LACRIS (Condado Regional de Sistema de Identificação de Los Angeles)

palavras-cHavE3M Cogent, AFIS, identificação de criminosos,

agência de perícias, Los Angeles, impressão digital.

ABSTRACTTechnology is an important facilitator. Businesses

use it to create efficiencies, improve productivity and ultimately increase revenues. Los Angeles Law enforce-ment Agencies was looking for an accuracy and speed identified criminals and print-matching process. Hi-ring the company 3M Cogent, leading in automated fingerprint identification system (AFIS) and additio-nal fingerprint biometric solutions, within one year implemented the Los Angeles AFIS (LAFIS), impro-ving speed and accuracy where the criminals are iden-tified and solved crime. Based on the system for identi-fication of the palm and fingerprints of Cogent System (CAPFIS), Cogent configured th workflow, interfaces, and overall system to meet the LACRIS‘s ( Los Angeles Country Regional Identification System) specific needs.

KEYWORDS3M Cogent, AFIS, identify criminals, law enfor-

cement agencies, Los Angeles, Fingerprint.

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A tecnologia é um faci-litador importante. As empresas a utilizam para criar eficiências, me-

lhorar a produtividade e, em última análise, aumentar os rendimentos. As agências de perícias também a usam para ajudar a identificar e processar indivíduos, com rapidez e precisão. Uma das principais tecnologias utili-zadas nesses empreendimentos é um sistema automatizado de identifica-ção de impressões digitais (AFIS). O AFIS ajuda a capturar e armazenar eletronicamente as impressões digitais para uma identificação mais rápida. O AFIS tornou-se uma ferramenta cada vez mais importante na identifi-cação de suspeitos e ajuda a acelerar o processo de investigação.

As agências de perícias de Los Angeles, na Califórnia, Estados Uni-dos, dependem fortemente da tec-nologia AFIS. Representando apro-ximadamente 88 agências de perícia na área de Los Angeles, o LASD e LAPD processam todos os resultados de impressões digitais corresponden-tes à região. Então, quando chegou a hora de atualizar o sistema AFIS cen-tral, um comitê foi montado com re-presentantes das principais agências da região. Atualmente liderado pelo tenente Larry Bryant, do Departa-mento dos Xerifes de Los Angeles, o comitê identificou funcionalida-des críticas em cada agência. Tam-bém foi especificado que seria bom ter uma tecnologia de ponta. Com a tecnologia mudando rapidamente,

o comitê do Condado Regional de Sistema de Identificação de Los An-geles (LACRIS) queria estar à frente e trabalhar com um fornecedor que poderia mantê-los sempre no futuro.

Após um processo de RFP alta-mente competitivo e testes com os sistemas do fornecedor, o comitê do LACRIS decidiu que a 3M Cogent seria o fornecedor. Sediada no Sul de Pasadena, Califórnia, a 3M Cogent é o fornecedor líder de AFIS e solu-ções de biometria para impressão di-gital, atendendo governos, agências de perícias e outras organizações em todo o mundo. A 3M Cogent com-bina a propriedade de software de algoritmos com hardware otimizado por uma parceria com a IBM, para oferecer para as empresas líderes pre-cisão e desempenho.

Dentro de um ano, a 3M Cogent

TECNOlOGIA AfIS AUXIlIA NO PROCESSO DE IDENTIfICAçãO EM lOS ANGElES

CASO / ARTIGO

por Waldyr BEvilacqua Jr.

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implementou o Los Angeles AFIS (LAFIS), melhorando a precisão e a velocidade onde os criminosos são identificados e os crimes resolvidos. O LAFIS foi baseado no sistema au-tomatizado de identificação da pal-ma da mão e de impressões digitais da 3M Cogent (CAPFIS). Usando o CAPFIS, a 3M Cogent configurou o fluxo de trabalho, interfaces e o siste-ma geral para atender a necessidades específicas do LACRIS.

Talvez o maior desafio para 3M Cogent foi atender a necessidade do LACRIS, que era transferir cerca de 3,5 milhões de cartões de impres-são digital para registros eletrônicos em 1000 pixels por polegada (ppi). Até aquele momento, os scanners de alta velocidade só podiam fornecer a resolução de até 500 ppi. Greg Ho-chstetter, gerente de Programas da 3M Cogent, explica como a empresa abordou este desafio: "nós trabalha-mos com um parceiro que fornece tecnologia em digitalização, para desenvolver e testar um scanner que poderia fornecer imagens em 1000 ppi. Mas foi mais do que apenas desenvolver a tecnologia. Como os scanners usados no AFIS devem ser aprovados pelo FBI, nós trabalha-mos com nossos parceiros para ga-rantir que o novo modelo atendesse todas as exigências. Uma vez com a aprovação do FBI, estávamos à cami-nho do sucesso".

Outro desafio importante foi a

interface com os diversos tipos de sis-temas usados pelo LASD, LAPD e a justiça criminal de toda a comunida-de de Los Angeles. "Nós pesquisamos uma ampla gama de sistemas desde habilitação via web até sistemas lega-dos", explica Beatriz Calderon, super-visora de TI e coordenadora do pro-jeto do Sistema LAFIS para a LASD. "A 3M Cogent foi capaz de garantir o novo LAFIS, e seria capaz de garantir a mesma integração entre todos eles".

» LAFIS Em AçãOAs agências de perícias utilizam

o AFIS de duas maneiras. Primeiro, eles usam o sistema para identificar os criminosos. Mediante a prisão, as impressões digitais são coletadas e executadas através do sistema, ofe-recendo uma base importante de in-formações e antecedentes criminais. Para os estados com a lei "three stri-kes", que exigem prisão automática após três incidências criminais, o acesso imediato a estes dados é fun-damental. De fato, o comitê exige que essas pesquisas não demorem mais que quatro minutos. De acor-do com o tenente Larry Bryant, que agora lidera o projeto do Sistema de Identificação Regional de Los Ange-les, a 3M Cogent não só encontrou resposta para sua necessidade, mas superou a necessidade da agência. "Queríamos ver uma Identificação positiva de 10 imagens em quatro minutos. O LAFIS consistentemen-

te oferece resultados com um tempo menor", diz.

Na segunda forma de utiliza-ção, o AFIS é aplicado no processo de investigação da cena do crime. Imagens encontradas em itens na cena do crime (latente ou plana) são processadas, digitalizadas e enviadas para o sistema. O sistema faz então uma comparação entre as imagens encontradas e o banco de dados dos infratores. Na maioria dos casos, o AFIS procura as imagens latentes contra imagens laminadas, ou ima-gens tiradas durante o processo de reserva. O LAFIS, da 3M Cogent, está um passo adiante. "A 3M Co-gent busca latentes nas imagens la-minadas e flat", comenta Bryant. "Como resultado, nós tivemos 13% de aumento no número de visitas".

Enquanto a velocidade é um problema, a precisão é muito mais importante, especialmente quando se tenta procurar um suspeito com fotos que já estão no sistema. A 3M Cogent possibilitou o LASD melho-rar seus índices de precisão, o que reduz a necessidade de intervenção humana na comparação das fotos. E quanto menor a intervenção manual, menor os custos. "O padrão de preci-são na maioria dos sistemas é de 94% a 95%", comenta o tenente Bryant. "A 3M Cogent foi o único fornece-dor disposto a comprometer-se a uma taxa de precisão de 99% e em seu tes-te de aceitação atingiu 100 %".

Bryant continua: "O LAFIS é o único que opera desse modo. A maioria dos sistemas usa binning e filtragem de registros para fazer as comparações. A 3M Cogent usa um tipo de comparação altamente eficaz, que é muito mais precisa na manei-ra de combinar fotos". Hochstet-ter explica: "Ao oferecer este nível de precisão, nosso sistema melhora a eficiência em todo o processo de combinar fotos. Ele nos permite ofe-recer operações com ‘luzes apagadas’,

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ou seja, não é necessário intervenção humana para combinações com uma determinada percentagem de certeza na identificação de criminosos. No lado investigativo, a alta precisão reduz o número de candidatos que devem ser exibidos. Assim, nosso sistema aumenta a produtividade dos examinadores latentes e reduz os custos associados com o processo".

O LAFIS permite excepcional-mente às agências LACRIS cadastrar as impressões não compatíveis a um arquivo latente de casos não resolvi-dos. Assim, a entrada de 10 fotos de um criminoso é automaticamente processada contra este arquivo, aju-dando a garantir que os responsáveis pelos crimes sejam identificados. O LAFIS também é capaz de armaze-nar cópias múltiplas para o mesmo assunto, o que ajuda aumentar as chances de encontrar uma corres-pondência.

» PARCERIA DE SuCESSOComo uma solução agrupada,

o LAFIS oferece alta disponibilida-de e utiliza fortemente o hardware e software da IBM. O sistema inclui o LAFIS software executado no har-dware IBM pSeries e xSeries. Para

armazenamento de dados e gerencia-mento de dados, a 3M Cogent ala-vancou a SAN IBM (Shark), Linear Tape- Open (LTO) tape backup and Tivoli Storage Manager e, para mini-mizar o tempo de inatividade, a 3M Cogent incluiu o multiprocessador Cluster IBM de Alta Disponibilida-de (HACMP).

A tecnologia IBM acrescenta inúmeros benefícios para o LAFIS. Hochstetter detalha: "O poder e a disponibilidade da plataforma IBM faz dela uma escolha ideal para este tipo de aplicação. E implementando um sistema IBM, o LASD foi capaz de diminuir seu datacenter de im-pressão para 1/8 ocupado pelo siste-ma anterior".

Para satisfazer o hardware, sof-tware e serviços necessários da IBM, uma parceria da 3M Cogent foi feita com a Avnet Soluções. "A Avnet for-nece suporte de diversas maneiras, desde facilitar compra de produtos a fornecer assistência técnica", acres-centa Hochstetter. Neste caso parti-cular, a Avnet configurou a solução em seu centro integrado e enviados diretamente para o LASD.

» INOVAçõES AO LONgO DO SISTEmA

O LASD desenvolveu uma lista de características de ponta que gos-taria de aproveitar, não hoje, mas em algum momento no futuro próximo. A 3M Cogent ofereceu um projeto altamente inovador e de última ge-ração, recursos que permitiram a LASD incorporar essas característi-cas assim que a obtiverem. A funcio-nalidade sem fio é importante para o LASD. "Para ser capaz de execu-tar uma impressão digital por meio do sistema em um carro de polícia e obter rapidamente uma identidade é extremamente valioso", confirma o tenente Bryant. "Agora, estamos executando vários testes de progra-mas sem fio usando o LAFIS onde

temos sido capazes de identificar com precisão sujeitos no campo", completa.

A capacidade de integrar outros sistemas biométricos no LAFIS, tais como reconhecimento facial, é outra vantagem que o LASD espera usar um dia. Além disso, eles querem ser capazes de expandir as imagens cap-turadas para além impressões digitais e palmas, para incluir todas as partes da mão e dedos. O LASD também planeja fazer a interface com siste-mas adicionais externos, a fim de compartilhar recursos e melhorar o seu processo de identificação crimi-nal. "A 3M Cogent é uma empresa com visão de futuro. Eles nos for-necem novas tecnologias que irão nos ajudar a fazer o nosso trabalho com mais precisão e eficiência não só hoje, mas para o futuro", concluiu o tenente Bryant.

SOBRE O AUTORWaldyr Bevilacqua Jr. é bacha-

rel em Análise de Sistema e em Enge-nharia Química, mestre em Marketing e atuou como professor da Universida-de de São Francisco. Posteriormente, foi engenheiro de Processo na empresa Alcoa. Atualmente, é gerente da área de Inteligência em Segurança da 3M, onde trabalha desde 1993.

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rEsuMoDesde sua instituição, a ICP-

-Brasil vem ganhando notorie-dade a cada ano e hoje já conta com um volume mensal de apro-ximadamente 100 mil certificados digitais emitidos, segundo o ITI. Além disso, diversos processos crí-ticos são suportados atualmente pela ICP-Brasil, como o Sistema de Pagamento Brasileiro, os pro-cessos de assinatura digital de con-tratos de câmbio, as declarações de informações econômico-fiscais da Pessoa Jurídica, só para citar al-guns exemplos. Com isso, garantir a robustez da ICP-Brasil é funda-mental para todos os cidadãos e instituições, que se beneficiam da agilidade e segurança providos por essa infraestrutura.

palavras-cHavEICP-Brasil, certificado digital,

Sistema de Pagamento Brasileiro, algoritmo criptográfico.

ABSTRACTSince its establishment, the

ICP-Brazil has been gaining noto-riety every year and today has appro-ximately 100 000 digital certificates issued per month, according to the ITI. In addition, several critical processes are currently supported by the ICP-Brazil and the Brazilian Payment System, the digital signa-ture process on exchange contracts, the statement of economic and fiscal information of Legal, to name a few. Thus, ensuring the robustness of the ICP-Brazil is very important for all Brazilians, who benefit from the convenience and security provided by this infrastructure.

KEYWORDSICP-Brazil, digital certificate,

Brazilian Payment System, crypto-graphic algorithm.

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DETAlhANDO A CADEIA DE CERTIfICAçãO V2 NA ICP-BRASIl

por EdEr ÁlvarEs pErEira dE souza

» INTRODuçãO

A ICP-Brasil foi instituída em 2001 através da Me-dida Provisória 2.200-2, adotando o modelo de

raiz única. Com isso, através dessa raiz, o governo brasileiro, através do Comitê Gestor da ICP-Brasil, define medidas para coordenar o funciona-mento da ICP-Brasil, além de esta-belecer os critérios, políticas, proce-dimentos e as tecnologias que serão adotadas com o objetivo de garantir a robustez dessa infraestrutura.

Sobre o ponto de vista tecnológi-co, uma infraestrutura de chaves pú-blicas, como a ICP-Brasil, se beneficia da segurança dos diversos algoritmos criptográficos citados em suas resolu-ções e documentos normativos e esses padrões devem ser revistos frequente-mente com o objetivo de garantir que a segurança se perpetue e junto com a infraestrutura de chaves públicas, to-dos os documentos e processos que a adotaram.

Os algoritmos criptográficos são procedimentos matemáticos de co-

nhecimento público e a segurança das informações protegidas por esses procedimentos está na robustez das chaves criptográficas adotadas.

O ponto principal nessa questão é o elevado ganho de processamen-to que os computadores têm obtido devido ao desenvolvimento de novas técnicas de construção dos proces-sadores, ganho esse que possibilita a um simples computador doméstico testar uma grande combinação de chaves criptográficas por segundo.

Com isso, se o universo de cha-ves criptográficas disponíveis para uso for pequeno, as informações protegidas por esses algoritmos crip-

CASO / ARTIGO

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tográficos podem estar correndo um grande risco devido a facilidade em descobrir a chave utilizada para pro-teger essas informações.

Com isso, rever o universo de chaves criptográficas disponíveis, através do tamanho dessas chaves e até os algoritmos utilizados atual-mente é uma prática que deve ser adotada pelas entidades responsáveis pela segurança das infraestruturas de chaves públicas, papel desempenha-do no Brasil pelo Comitê Gestor da ICP-Brasil.

» A CADEIA DE CERTIFICAçãO ICP-BRASIL

Entre os diversos algoritmos criptográficos adotados pelo Comitê Gestor da ICP-Brasil e utilizados na cadeia de certificação atual, existem dois destinados ao processo de assi-natura digital dos diversos elementos existentes na ICP-Brasil, como os Certificados Digitais, as listas de cer-tificados revogados, os tickets OCSP, etc., são, o algoritmo criptográfico RSA e o algoritmo de hash SHA. To-dos os documentos aceitos na ICP--Brasil são apresentados no DOC ICP-01.01 que foi atualizado para a versão 2.0, impondo a necessidade de se criar uma nova cadeia de certi-ficação na ICP-Brasil, a cadeia V2.

Iremos nos prender nesses dois importantes algoritmos e detalhar os motivos e as principais mudanças.

» ALgORITmO ASSIméTRICO RSA

O algoritmo assimétrico RSA foi criado em 1977 por Ronald Ri-vest, Adi Shamir e Leonard Adleman

e apesar de ter sido patenteado, foi disponibilizado para uso público em 2000.

É um algoritmo largamente utilizando nas infraestruturas de chaves públicas com o objetivo de assinar diversos elementos ineren-tes ao universo de chaves públicas como certificados digitais, lista de certificados revogados, documentos inerentes da operação dessas infraes-truturas, etc.

Atualmente as chaves públicas e privadas utilizadas pelo algoritmo RSA na ICP-Brasil estão na ordem de 1024 bits e, com isso, possuímos um universo de 21024 chaves possíveis para uso e esse tamanho de chaves protegeu os documentos assinados desde a criação dessa infraestrutura de chaves públicas.

Contando com uma implemen-tação correta dos processos de gera-ção de chaves e criptografia, somente é possível adotar algumas técnicas com o objetivo de comprometer a segurança dos documentos protegi-dos por esse algoritmo e da infraes-trutura de chaves públicas.

Os dois ataques mais comuns atualmente são a fatoração da cha-ve pública e a busca exaustiva pela chave utilizada no processo cripto-gráfico. Falando sobre a fatoração das chaves, segundo o próprio site da RSA Labs, as chaves de 768 bits já foram fatoradas com sucesso por um time de pesquisadores em 2009.

Ainda considerando a lei de Moore, que diz que o número de transistores em um processador do-bra a cada dezoito meses, e a própria computação distribuída, que está

se tornando mais acessível através da internet, o poder computacional disponível para efetuar esses ataques está crescendo consideravelmente.

Outra consideração feita pela própria RSA Labs é que uma chave de 1024 bits RSA tem a mesma ro-bustez que uma chave de 80 bits uti-lizada em um algoritmo simétrico.

Com isso, o recurso adotado para continuar protegendo as infor-mações e a própria infraestrutura de chaves públicas é aumentar o tama-nho das chaves utilizadas pelo algo-ritmo em questão.

» ALgORITmO DE hASh ShA1O algoritmo SHA1 é um algo-

ritmo de hash desenvolvido pela NSA, publicado em 1995 através da FIPS PUB 180-1 pelo NIST e am-plamente adotado com a finalidade de garantir a integridade das infor-mações eletrônicas.

Através do uso desse algorit-mo, é possível gerar uma identida-de, também conhecida como hash, contendo um tamanho fixo, nesse caso 20 bytes, que irá ser alterada se houver qualquer modificação no conjunto de informações eletrônicas que o originaram.

Algumas vulnerabilidades já fo-ram publicadas, entre elas um ataque apresentado em 2005 em uma con-ferência de segurança e criptografia, onde seria possível produzir uma co-lisão em apenas 263 operações.

A colisão em um algoritmo de hash acontece quando outro conjun-to de informações distinta e previa-mente tratadas produz, através do uso do algoritmo de hash, o mesmo

» ILuSTRAçãO 1: CADEIA ICP-BRASIL CONTENDO AS AuTORIDADES CERTIFICADORAS DE 1° NíVEL

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resultado que o conjunto de infor-mações anterior. Com isso, seria pos-sível alterar as informações existentes no conjunto de informações ante-rior, tratar essas informações e não ter seu valor de hash alterado, e com isso, não detectar essas alterações.

» A NOVA CADEIA DE CERTIFICAçãO ICP-BRASIL V2

Conhecendo as vulnerabilida-des, os mecanismos de ataques atu-ais e olhando para esse novo cenário onde a computação distribuída está se tornando uma realidade, o Co-mitê Gestor da ICP-Brasil decidiu seguir um movimento internacional e atualizar os padrões de algoritmos criptográficos utilizados.

Esse movimento já foi adotado pela Microsoft, que há algum tempo publicou o seu plano para migração de chaves e algoritmos em seus pro-dutos.

Outra importante atualização aconteceu pelo Departamento de Defesa Norte Americano que, con-siderando as questões apresentadas, publicou um documento conhecido como Suíte B, onde são apresenta-dos os algoritmos reconhecidos e

exigidos pelo governo norte americano em aplicações utilizadas para lidar com infor-mações sensíveis desse governo. O documen-to SP 800-56A publi-cado pelo NIST cita os algoritmos SHA-256 e SHA-384 como os algoritmos exigi-dos nessas aplicações.

Considerando esse movimen-to internacional, o Comitê Gestor da ICP-Brasil, através da Resolução 65, publicada em Junho de 2009 aprova a versão 2.0 do documento contendo os padrões e algoritmos criptográficos da ICP-Brasil, DOC--ICP-01-01, e o plano para essa mi-gração teve sua última atualização publicada através da Resolução 68, publicada em Outubro de 2009.

Este documento regulamenta os padrões de hardware e os algoritmos criptográficos a serem empregados em todos os processos realizados no âmbito da ICP-Brasil, como geração de chaves criptográficas, geração de solicitações e emissões de certifica-dos digitais, geração e verificação das assinaturas digitais dos elementos

inerente a operação dessa infraestrutura e cifragem de mensagens.

Ainda segundo a Re-solução 65 em seu ane-xo I, são apresentados os novos algoritmos a serem adotados na ICP-Brasil. Segundo esse anexo, as chaves assimétricas para o algoritmo RSA a serem utilizadas pelas Autorida-des Certificadoras passa-rão a ser de 4096 bits ao invés dos 2048 bits atuais. Já as assinaturas digitais irão acontecer utilizando o novo SHA-512 ao invés do SHA-1 utilizado atual-mente.

Para os titulares dos certificados digitais tam-bém estão previstas mu-danças e, nesse caso, serão geradas chaves assimétri-cas para o algoritmo RSA de 2048 bits ao invés dos 1024 bits atuais. O algo-ritmo SHA-1 atualmente

utilizado no processo de assinatura dos certificados digitais também será atualizado, sendo agora solicitado no mínimo o algoritmo SHA-256 e permitido também o uso do SHA-512.

Além desses certificados digitais, diversos outros elementos gerados durante a operação dessa infraestru-tura de chaves públicas terão os al-goritmos de assinatura atualizados, como a lista de certificados revoga-dores e os tickets solicitados atra-vés do protocolo OCSP, que agora também serão assinados utilizando SHA-256 ou SHA-512.

Já o anexo II dessa mesma re-solução apresenta o plano adotado pela ICP-Brasil para efetuar essa mi-gração.

Segundo esse anexo, todas as Au-toridades Certificadoras deverão ter

» ILuSTRAçãO 2: CRONOgRAmA DE mIgRAçãO

DOS ALgORITmOS E ChAVES

CRIPTOgRáFICAS ADOTADO PELA

mICROSOFT

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50 | digital

suas chaves de 4096 bits geradas, os novos certificados digitais utilizando chaves assimétricas de 4096 bits e SHA-512 emitidos abaixo da nova cadeia de certificação e seus sistemas habilitados para emitir certificados digitais com chave assimétricas de 2048 bits assinados com SHA-256 ou SHA-512 até 31 de Janeiro de 2011.

A partir de 01 de Janeiro de 2012, nenhuma Autoridade Certifi-cadora credenciada pelo ITI poderá emitir certificados digitais utilizando os padrões criptográficos anteriores e a cadeia de certificação antiga, e com isso, só poderão ser emitidos certifi-cados digitais utilizando o novo pa-drão criptográfico e a nova cadeia de certificação.

Vale lembrar que os certificados digitais emitidos utilizando o padrão criptográfico e as cadeias de certifica-ção atuais serão válidas até atingirem a sua data de expiração.

» ImPACTO COm A OPERAçãO DA CADEIA DE CERTIFICAçãO V2

Diversos pontos deverão ser ava-liados em decorrência da operação dessa nova cadeia de certificação. O primeiro ponto está relacionado aos hardwares criptográficos utili-

zados atualmente para armazenar a chave privada e o certificado digital dos titulares. Diversos modelos de tokens criptográficos, SmartCards e até HSMs não estão preparados para gerar e armazenar chaves assimétricas de 2048 bits, sendo necessário a sua substituição no momento da renovação do certificado digital do titular. Com isso, no momento da solicitação de um novo certificado digital, se for o caso, o solicitante deverá verificar se o hardware criptográfico, que será utilizado para a geração e o armazenamento da nova chave privada e do novo certificado digital, está em conformidade com o novo padrão criptográfico adotado pela ICP-Brasil. Alguns fabricantes de Smartcards, por exemplo, estão inserindo uma identificação visual nesses Smartcards, alertando sobre essa compatibilidade. Provavelmen-te, se o SmartCard já está sendo utilizando a mais de um ano, sua substituição será necessária. Isso também vale para os HSMs, onde os modelos mais baratos e antigos não possuem tal compatibilidade.

Outro ponto importante a ser considerado são as aplicações que fazem uso das chaves assimétricas e algoritmos de hash para assinar

digitalmente docu-mentos eletrônicos e verificar a validade dessas assinaturas digitais. Essas apli-cações deverão estar habilitadas para uti-lizar chaves maiores durante o processo

de assinatura digital dos documen-tos eletrônicos, além de estarem pre-paradas para validar essas assinaturas digitais, os certificados digitais que compõem essa nova cadeia de certi-ficação e a lista de certificados revo-gados, que agora utilizarão chaves as-simétricas de 4096 bits e algoritmos de hash SHA-256 e SHA-512.

Com isso, avaliar a compatibili-dade das diversas aplicações existen-tes para assinatura digital dos diver-sos documentos eletrônicos com esse novo padrão criptográfico é funda-mental para garantir que nenhum processo de negócio seja interrompi-do inesperadamente, pois efetuando alguns testes superficiais, foi possível identificar algumas aplicações dis-ponibilizadas publicamente que não estão habilitadas para utilizar esse novo padrão criptográfico.

Está ciente dessas deficiências será importante no planejamento das correções, pois o esforço será implementar os algoritmos do novo padrão nessas aplicações ou até subs-tituí-las.

» CONCLuSãOA criação da cadeia de certifi-

cação V2 é uma necessidade e tem como objetivo garantir a seguran-ça da ICP-Brasil e conhecer e estar preparado para esse novo padrão irá garantir algumas boas noites de sono para todos os envolvidos com processos de negócio que se benefi-ciam do uso dos certificados digitais emitidos na ICP-Brasil. Essa infraes-trutura traz grandes benefícios como a desmaterialização e a agilidade dos processos de negócio, além da presunção de integridade e autenti-cidade. Garantir a segurança e per-petuação deste imenso avanço que é a infraestrutura de chave pública brasileira é uma atribuição do ITI e uma garantia de segurança para to-dos os cidadãos brasileiros.

Assinatura de certificados de AC

Normativo ICP-Brasil

DOC-ICP-01 - item 7.1.3 DOC-ICP-01 - item 7.2.3 DOC-ICP-05 - item 7.2.3

Suíte de Assinatura

sha1WithRSAEncryption sha512WithRSAEncryption sha512WithECDSAEncryption

Assinatura de certificados de usuário final

Normativo ICP-Brasil

DOC-ICP-01 - item 7.1.3

Suíte de Assinatura

sha1WithRSAEncryption sha256WithRSAEncryption sha256WithECDSAEncryption sha512WithRSAEncryption sha512WithECDSAEncryption

» TABELA 1: ALgORITmOS APROVADOS PARA uSO NA ICP-BRASIL ATRAVéS DA RESOLuçãO 65

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rEsuMoA primeira parte deste artigo,

publicada na edição 6, concluía que os critérios essenciais de de-sempenho a serem considerados quando se avalia tecnologias de personalização de passaporte são qualidade, segurança, durabi-lidade e custos. Ao comparar o desempenho de diferentes siste-mas em cada uma dessas áreas e revisar os resultados em relação a exigências prevalecentes de au-tomação e centralização, as auto-ridades emissoras podem tomar decisões bem-informadas sobre a tecnologia que melhor se encaixa em suas demandas e aspirações.

palavras-cHavEPersonalização de passaporte,

tecnologia inkjet e laser, seguran-ça, transferência de corantes e pigmentos, durabilidade.

ABSTRACTThe first part of this article,

published in issue 6, concluded that the key performance criteria to consider when evaluating passport personalisation technologies were quality, security, durability and cost. By comparing system perfor-mance in these areas and reviewing the results against prevailing auto-mation and centralisation require-ments, issuing authorities are able to reach informed decisions about the technologies that best meet their requirements and aspirations.

KEYWORDSPassport personalization, inkjet

and laser technology, security, dye and pigment transfer, durability.

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A primeira parte deste ar-tigo examinava as pre-ferências do mercado global por quatro tecno-

logias de personalização: jato de tinta, eletrofotográfica, gravação a laser e transferência térmica. Em seguida, o texto considerava o primeiro critério de seleção – a qualidade da imagem –, e concluía que cada tecnologia tem pontos fortes e fracos quando se trata da reprodução fiel e precisa de dados.

A segunda parte considera outras variáveis do sistema que causam im-pacto sobre a qualidade da imagem, e revê os demais critérios essenciais

de desempenho: segurança, du-rabilidade e custos (figura 1). Também discutiremos os desafios da automação e listaremos argumentos a favor tanto da emis-são centralizada quan-to descentralizada de passaportes. Finalmen-te, e igualmente impor-tante, vamos examinar as tendências de persona-lização de passaportes ao longo dos últimos sete anos, numa tentativa de prever o fu-turo com alguma precisão.

COMO PERSONAlIzAR UM PASSAPORTE (SEGUNDA PARTE)

CASO / ARTIGO

por nick nugEnt

Automação eCentralização

Cu

stoSegurança

Durabilidad

eQualidade

» FIguRA 1: OS quATRO CRITéRIOS ESSENCIAIS DE DESEmPENhO PARA SELECIONAR umA TECNOLOgIA DE PERSONALIzAçãO DE PASSAPORTES

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» SEguRANçAA segurança de um passaporte,

ou de qualquer documento de valor, depende de duas propriedades fun-damentais: ele deve ser fácil de veri-ficar e difícil de reproduzir (ou alte-rar). No final das contas, a segurança de um documento sofre o impacto de diversas variáveis, e a escolha da tecnologia de personalização de im-pressão é apenas uma delas. Para recapitular, quatro tecnologias de impressão costumam ser usadas na personalização de passaportes: jato de tinta, eletrofotográfica, gravação a laser e transferência térmica. Lami-nados e revestimentos de película ul-trafina têm um papel essencial na se-gurança e na proteção dos dados em três das quatro tecnologias de perso-nalização. Ainda que uma película fina e de alta qualidade, um lamina-do ou cobertura OVD (oticamente variável) sejam projetados para satis-fazer exigências contra falsificações e adulterações, um laminado ou co-bertura cria uma camada adicional, e como tal está sujeito a tentativas de remoção por meios mecânicos, tér-micos ou químicos. Se essa camada for rompida, a imagem e o texto pro-tegidos por ela podem ser alterados. O uso de tecnologias de impressão com disponibilidade restrita ajuda a aumentar a segurança. Mesmo em circunstâncias nas quais é impossí-vel proteger o processo de impressão propriamente dito, a segurança pode ser aprimorada com o uso de com-ponentes e materiais restritos.

Impressoras jato de tinta que aplicam tinta CMYK (ciano, magen-ta, amarelo e preto) comercial não são, por si só, seguras. Na verdade, esses sistemas são frequentemente considerados ferramentas para o fal-sificador. A incorporação de aditivos especiais à tinta, como materiais fluorescentes invisíveis, aumenta a

segurança – desde que esses aditivos sejam restritos, detectáveis, duráveis e estáveis. Trata-se de uma lista de-safiadora de características, mas ma-teriais fluorescentes coloridos foram recentemente lançados no mercado. Ao mesmo tempo em que as caracte-rísticas fluorescentes fornecem uma segurança sólida, elas são ocultas (nível 2), e não ostensivas (nível 1). Do ponto de vista dos responsáveis pela inspeção dos passaportes, uma característica ostensiva seria sem dúvida preferível. No entanto, para criar uma característica ostensiva, os sistemas jato de tinta costumam ser combinados a um laminado, ou a uma cobertura holográfica ou im-pressa com segurança.

Já se disse que a impressão jato de tinta é mais difícil de ser adulterada do que a de toner, uma vez que ela penetra o papel. No entanto, este é apenas um dos fatores em questão, e o design e a construção da cobertura são no mínimo igualmente impor-tantes do ponto de vista da segurança. Por exemplo: uma cobertura segura ultrafina (com menos de 10 mícrons) oferece mais segurança contra adulte-rações do que a escolha de jato de tin-ta em detrimento do toner. Sistemas eletrofotográficos de toner também estão amplamente disseminados, e seu uso não oferece desafio adicional para os falsificadores. Infelizmente, é tecnicamente muito difícil e comer-cialmente inviável incorporar aditivos ao toner – e por isso a atualização desses sistemas é mais complexa. Mais uma vez, laminados/coberturas OVD especiais ou impressas com técnicas seguras costumam oferecer segurança de nível 1.

Os sistemas de transferência de corante e pigmento, ainda que co-muns na impressão de cartões de plás-tico, só podem ser usados na impres-são de páginas de passaporte se forem

convertidos em sistemas de re-trans-ferência. Essa adaptação aumenta a segurança, principalmente quando se cria uma imagem ou texto de alta re-solução. A incorporação de pigmen-tos luminescentes de segurança está se tornando padrão nesses sistemas, e laminados holográficos ultrafinos costumam ser usados para acrescentar segurança de nível 1. Esses sistemas, baseados em fitas, são adequados para a impressão de interessantes efeitos de reflexo, iridescência e outras ca-racterísticas óticas. As partículas de pigmento que geram esse tipo de ca-racterística anti-cópia tendem a ter o formato de placas, e é virtualmente impossível imprimir esse formato de partícula de pigmento com sistemas jato de tinta ou toner.

A gravação a laser oferece o mais alto grau de segurança. Ela combi-na menor disponibilidade comercial com efeitos que não podem ser cria-dos utilizando as outras três tecno-logias. Essa é também a única tec-nologia de personalização capaz de gerar sua própria segurança de nível 1, graças à gravação de características de lente lenticular como MLI/CLI, ou ao uso de energia adicional do laser para perturbar a superfície da página e criar tatilidade. A segurança contra adulterações é especialmente parte desse processo, já que é mais difícil remover uma marca gravada do que uma impressão digital jato de tinta – que pode ser alterada por solvente. Aspectos holográficos, se-jam transparentes ou metalizados, também podem ser incorporados à página de policarbonato que contém os dados, e um grau adicional de se-gurança é atingido com a gravação através do dispositivo transparente.

Uma vez que a página de poli-carbonato gravada a laser não requer um laminado adicional, ela não sofre os impactos da fraqueza inerente aos

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sistemas baseados em laminados. A visão de especialistas em documen-tos é a de que uma página de dados de policarbonato gravada a laser, quando bem projetada e bem cons-truída, oferece o mais alto nível de resistência e segurança contra altera-ções, ainda que seja restrita ao mode-lo monocromático.

Mesmo diante das características exclusivas do policarbonato, como MLI/CLI, tatilidade e gravação por hologramas transparentes, o papel seguro também tem pontos positi-vos. Eles incluem marcas d´água de alta segurança gravadas no molde, e fios de costura seguros. Algumas características do papel foram intro-duzidas às soluções dos compostos papel/policarbonato. As soluções de passaportes de policarbonato foram adotadas por três países do Oriente, e será interessante observar a reação dos falsificadores daquela região, co-nhecidos como os melhores do mun-do, aos novos desafios impostos pela segurança da gravação a laser.

Uma estratégia para se manter à frente dos fraudadores será ofere-cer uma combinação de tecnologias de personalização. Recentemente os governos começaram a emitir docu-mentos personalizados por mais de uma tecnologia, criando uma com-binação de características superiores. Essa tendência deve ganhar impor-tância no futuro, e será abordada mais adiante neste artigo. Todas as tecnologias digitais aqui descritas podem ser usadas para criptografar códigos ocultos ou mensagens den-tro da informação visual.

Essas características secretas po-dem ser autenticadas com a utilização de aparelhos de nível 2. Um exem-plo são as lentes usadas para revelar impressão segura do tipo "scrambled indicia". Características forenses de nível 3, escondidas em um patamar

ainda mais profundo, também são possíveis, e incluem aspectos como marcas d’água digitais. Quanto maior a precisão da tecnologia de persona-lização para estabelecer os elementos que formam a imagem, mais sólida será essa característica.

» DuRABILIDADEPassaportes estão sujeitos a am-

bientes extremos, mesmo quando seu uso é normal. Também é im-portante lembrar que a maioria de-les é válida por 10 anos. Em outras palavras: qualquer impressão terá de aguentar os rigores do uso por um período prolongado de tempo. Quando textos ou imagens impres-sas sofrem alterações com o passar dos anos, as consequências podem ser graves. Empalidecimento, amare-lecimento, borrões e visualização de impressão invisível são questões que já causaram transtornos no passado. Além disso, laminados se mostra-ram suscetíveis a micro-rachaduras. No final das contas, qualquer tipo de deterioração complica o processo de autenticação de passaportes (quer seja manual quer automático).

As primeiras soluções em cores tinham tendência a sofrer algum grau de empalidecimento. A difu-são do corante e as impressões jato de tinta e toner de dez anos atrás tinham uma fixação leve, inferior à impressão segura – sendo que o ama-relo era o mais afetado. Desde aquele período, fatores como reformulação, uso de materiais de melhor qualida-de, substituição de pigmentos por corantes e a incorporação de absor-vedores de ultravioleta aos lamina-dos tiveram um papel importante no aprimoramento da estabilidade de luz dos sistemas de personalização em cores. Imagens gravadas a laser não sofrem deterioração, e até o mo-mento vêm se provando duráveis em

qualquer condição de ambiente.A primeira geração de cader-

netas, lançada em 1997, sofreu duramente com o problema das lombadas frágeis. As páginas de dados não aguentavam os rigores impostos pelo manuseio repetido e pelo movimento de abrir e fechar o passaporte, e acabavam se soltan-do. Novas tecnologias foram criadas para as lombadas das cadernetas, e atualmente os cerca de 40 milhões de passaportes de policarbonato em circulação são bem mais duráveis e oferecem um alto grau de proteção do chip. Ainda que muitas melho-rias tenham sido feitas na longevi-dade dos passaportes ao longo da última década, é sempre prudente que os governos exijam evidências da durabilidade dos documentos, que façam uso de organizações ca-pazes de realizar testes acelerados de envelhecimento (e ofereçam servi-ços objetivos de laboratório).

» CuSTOÉ difícil obter dados reais so-

bre o custo da compra, do uso e da manutenção das quatro tecnologias de personalização discutidas nes-te artigo. Não seria realista oferecer qualquer coisa além de comparações aproximadas de custos. O impacto da descentralização e da automação sobre os custos de um sistema de emissão complicam ainda mais a si-tuação: na ausência de dados sobre custos locais de mão-de-obra, taxas de produção, padrões de turnos de trabalho, custos de transporte seguro e níveis de desperdício, as compara-ções de custo tornam-se ainda mais subjetivas. A complexidade das ques-tões envolvidas e a relutância natural por parte de fornecedores e emissores em revelar dados sobre custos preju-dicam os governos no momento de tomar decisões bem-informadas.

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Observações gerais devem ser tra-tadas com cautela, uma vez que sem-pre há exceções. Tendo dito isso, vale a pena considerar os seguintes pontos:

Ainda que os aparelhos de im-pressão jato de tinta sejam menos caros que os de outras tecnologias, esse benefício pode ser anulado por uma alta taxa de substituição, prin-cipalmente quando o equipamento não é robusto o bastante. Sistemas industriais de jato de tinta são cada vez mais usados na personalização de passaportes, especialmente em siste-mas com alto volume de emissão.

Ao passo em que os sistemas ele-trofotográficos tendem a ser mais ro-bustos que os aparelhos jato de tinta, os custos de substituição também são altos. Da mesma forma, toner é mais caro do que tinta.

O custo dos produtos usados nos sistemas de transferência térmica e re-transferência é mais alto, já que a eficiência dos sistemas de fita é ine-rentemente menor que a de outras tecnologias de impressão digital.

Ao contrário de outras tecnolo-gias, a gravação a laser não requer o uso contínuo de produtos como tin-ta, fitas, toner ou materiais de cober-tura. No entanto, de certa forma esse benefício de custos é anulado pelo valor da página de policarbonato e pelos gastos de capital, que tendem a ser mais altos.

É importante ressaltar que dife-renças de custo são insignificantes quando comparadas a outros custos relacionados ao sistema (como ca-dernetas, mão-de-obra, produção e desperdício). A introdução dos pas-saportes eletrônicos, que incluem um chip e componentes estéticos caros, aumentou de forma signifi-cativa os custos de produção. Em geral a diferença de custos entre os sistemas digitais de personaliza-ção representa apenas uma peque-na porcentagem do custo total da emissão de um passaporte.

» AuTOmAçãO E EmISSãO Em mAIS DE um LOCAL

A escolha da tecnologia de per-sonalização pode impor limitações ao grau de automação e ao volume de produção – e, consequentemen-te, à eficiência do sistema em um ambiente centralizado ou descen-tralizado. Apenas como ilustração, a impressão eletrofotográfica – e, mais recentemente, a impressão jato de tinta – foi usada para per-sonalização manual de baixo volu-me, e também para personalização semiautomática. Essas soluções são

adequadas para sistemas descen-tralizados de emissão. Por oposi-ção, soluções de gravação a laser tendem a ser usadas em ambientes maiores, centralizados e de grande volume. É claro que existem exce-ções: recentemente, sistemas jato de tinta de grande volume e de gravação a laser de baixo volume emergiram como reação às deman-das do mercado.

A emissão de passaportes a par-tir de um local central ou de vários locais em um país costuma envolver uma decisão política. Já foram apre-

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Emissão de passaportes por país

2001 2008

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Foto co

lada, ou se

ja, Nenhum

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sentados muitos argumentos a favor e contra a centralização. Eficiência, segurança, atendimento ao clien-te e custos – todas essas considera-ções vêm sendo alardeadas como importantes. No entanto, no final das contas, não existe uma solução "tamanho único", que se encaixe em todos os casos. Cada autoridade emissora tem seu conjunto único e invariável de exigências, que reflete variáveis complexas como geografia, infraestrutura, processos de aplica-ção e questões políticas. É impossível negar que é mais fácil e menos caro

otimizar a segurança quando o sistema é cen-tralizado. Nesse contex-to, a segurança do local deve receber toda a ên-fase possível.

Uma quantidade significativa de recursos já foi in-vestida em características e sistemas de segurança que protejam os pas-saportes dos falsificadores. Entre-tanto, melhorias na segurança dos documentos andam de mãos dadas com um aumento no "valor real" dos produtos legítimos utilizados.

Há uma relação direta entre o custo de uma ca-derneta em branco, dos laminados e até dos da-dos legítimos e a atração que eles exercem sobre a comunidade criminosa.

A Icao recomenda um sistema centralizado de emissões, sob o argu-mento de que essa é a me-lhor maneira de "reduzir o número de locais onde documentos em branco e outros produtos de segu-rança são armazenados". O transporte desses pro-dutos também aumenta os riscos de perda, prin-cipalmente quando é impossível identificá-los e rastreá-los individual-mente. A Icao aconselha também que as caderne-tas dos passaportes se-jam perfuradas através da página, e que em algum momento seja incluída na MRZ (Zona de Leitura Mecânica) no momento da personalização.

A decisão de emitir passaportes a partir de um local central não desqua-lifica automaticamente qualquer um dos sistemas descritos neste artigo. To-das as quatro tecnologias podem ser utilizadas para emitir passaportes a partir de um único local, ainda que aparelhos de baixo vo-lume talvez tenham de ser

configurados para criar "fábricas de impressão". Garantir que os fluxos de trabalho resultantes sejam eficien-tes e seguros já é um desafio em si. Por outro lado, é perigoso depender apenas de um sistema de alto volu-me, que pode ficar suscetível a um único ponto de falha.

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Emissão de passaportes por volume, por ano (em milhões)

2001 2008

Jato

de tinta

Eletrofo

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o a lase

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lada, ou se

ja, Nenhum

» FIguRA 2: TECNOLOgIAS DE

PERSONALIzAçãO DE PASSAPORTE

ENTRE 2001 E 2008

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58 | digital

É preciso lembrar que poucos governos de fato emitem todos os documentos de viagem em um úni-co local. Na prática, embaixadas e consulados no exterior precisam ser capazes de emitir documentos, mes-mo que seja apenas para uso em si-tuações isoladas de emergência. Evi-dentemente, esses documentos pre-cisam cumprir as mesmas exigências em termos de qualidade, segurança, durabilidade e custos. Tendo dito isso, a introdução de passaportes eletrônicos significa que documen-tos emitidos por locais remotos não precisam ser idênticos aos documen-tos emitidos localmente, desde que o nível de segurança seja o mesmo.

O desenvolvimento contínuo de sistemas de personalização de pas-saportes resultou em níveis mais al-tos de automação. Quando grandes sistemas são usados, aspectos como Garantia de Qualidade, laminação e a ação de virar as páginas podem ser feitos in-line. Níveis mais al-tos de automação têm vantagens e desvantagens. Custos reduzidos de mão-de-obra, mais eficiência e uma produção mais consistente são con-trabalançados por gastos mais altos de capital e sistemas mais comple-xos. Os sistemas modulares e esca-láveis de personalização oferecidos por alguns fornecedores permitem às autoridades emissoras ajustar volu-mes e níveis de automação de acordo com suas necessidades.

Para resumir, o volume real de emissão, o grau de automação e cen-tralização variam de uma autorida-de emissora para outra. Nem todas as tecnologias de personalização são igualmente capazes de acomodar diferentes exigências de volume e automação, e é preciso levar esses critérios em consideração na hora de selecionar a tecnologia de personali-zação mais adequada.

» O FuTuROPara ter uma compreensão mais

clara do futuro das tecnologias de personalização de passaportes, vamos considerar o passado. Uma compa-ração dos dados de hoje com os de 2001 indicam a existência de uma revolução digital. Algumas tendên-cias bastante interessantes podem ser identificadas dentro desse cenário de desenvolvimento geral. As estatísti-cas mostradas na figura 2 mostram como a tecnologia de personalização de passaportes mudou desde 2001:

Em comparação com 2001, o nú-mero de passaportes emitidos anual-mente aumentou de 80 milhões para 120 milhões (um salto de 50%).

Em 2001, menos de um terço dos países emitia documentos digi-tais. Nesse meio-tempo, essa propor-ção aumentou para dois terços.

A popularidade das quatro tec-nologias de personalização discuti-das neste artigo não cresceu de forma equilibrada desde 2001:• O uso da tecnologia jato de tinta

aumentou drasticamente, em par-te devido à melhoria na tecnologia dos aparelhos de impressão.

• A participação de mercado dos equipamentos eletro-fotográficos caiu à proporção que as impres-soras jato de tinta avançaram no segmento de preços mais baixos.

• O uso da tecnologia de gravação a laser aumentou substancial-mente, e ultrapassou as frontei-ras europeias (onde sempre teve grande força).

• Ainda que o uso de sistemas de re-transferência esteja mais disse-minado, os números são distorci-dos pelo fato de que a produção de passaportes nos Estados Uni-dos aumentou três vezes (os pas-saportes americanos respondem

por mais de dois terços dos pas-saportes a usar re-transferência de corante/pigmento no mun-do). Ajustado aos 10 milhões de passaportes americanos adicio-nais emitidos anualmente (de um total de cerca de 17 milhões nos Estados Unidos), o crescimento dos sistemas de re-transferência térmica de corante/pigmento vem se mostrando relativamente estável desde 2001.

Para ser justo, é preciso dizer que uma dúzia de conclusões diferentes e até contraditórias poderia ser tira-da desses dados. A análise fica ainda mais complicada quando se considera que muitos países usam sistemas de segunda geração, baseados em tecno-logias diferentes. Além disso, alguns governos utilizam uma tecnologia para a emissão dentro do país e outra para as embaixadas. Entretanto, fica evidente o crescimento acentuado das tecnologias jato de tinta e de gravação a laser. Essa tendência se explica por-que ambas as tecnologias deixaram claras suas qualidades. Impressoras jatos de tinta conseguem produzir a mesma qualidade e durabilidade que os sistemas eletrofotográficos, e se transformaram na tecnologia preferi-da no caso de soluções de baixo cus-to e volume. A maioria dos sistemas de embaixadas e consulados é jato de tinta, e atualmente a maior parte dos vistos é personalizada utilizando uma impressora jato de tinta. Por oposi-ção, os sistemas de gravação a laser tendem a ser escolhidos para apli-cações de alta segurança, e também quando a emissão é centralizada.

Um estudo dos sistemas de per-sonalização de passaportes ao longo dos últimos dez anos mostra que as autoridades emissoras se afastaram dos sistemas manuais. Além de re-presentar custos mais elevados de mão-de-obra, sistemas manuais têm

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menos sucesso na produção de uma qualidade consistente e com boa re-lação custo-eficiência.

Mas então, o que o futuro re-serva? Mais do mesmo? Ou será que uma nova plataforma tecnológica vai atropelar tudo o que encontrar pelo caminho? Ainda que ao longo da última década os governos tenham abraçado a revolução da personali-zação digital, não há nenhuma nova tecnologia de impressão claramente identificável no horizonte. Mais do que isso: não há nenhum impul-so comercial evidente para que essa tecnologia se desenvolva. No final das contas, muitos fornecedores de sistemas de personalização temem que o formato dos passaportes ID3 não vá durar muito tempo. Quais são as perspectivas do surgimento de um cartão, um celular, ou algum tipo de token com um chip que dis-pense qualquer contato? A tecnolo-gia de identificação biométrica está se desenvolvendo a passos largos, e é possível que em breve os viajan-tes possam atravessar uma fronteira apresentado apenas o próprio rosto ou um dedo (ou seja, um resultado compatível de DNA).

Enquanto isso, a tecnologia de personalização provavelmente avan-çará em ritmo lento e cauteloso, como reação à demanda por uma segurança que apresente boa relação custo-eficiência. Com apenas alguns segundos para verificar um docu-mento, o oficial de fronteira está, a rigor, jogando uma espécie de "jogo dos sete erros" entre o documento apresentado e um documento ge-nuíno. Uma vez que os passaportes estão praticamente saturados de ca-racterísticas de segurança, esse setor terá de explorar cada vez mais uma tecnologia de personalização capaz de fornecer as características de nível 1 exigidas pelos oficiais de fronteira.

Será que alguma das quatro tec-nologias de personalização discuti-

das neste artigo é capaz de produzir as características ostensivas de segu-rança que os sistemas digitais comer-ciais não conseguem simular? Seria possível aprimorar o uso do laser e da segurança lenticular? Será que novos materiais podem ser aplicados por fitas térmicas ou tinta? Talvez os próximos anos testemunhem um uso mais disseminado de tecnologias combinadas – como, por exemplo, livretos personalizados com mais de uma tecnologia digital, aproveitan-do os pontos fortes de cada uma. A ICAO recomenda a adoção de um "conjunto equilibrado de caracterís-ticas ou técnicas de segurança", e o uso de mais de um método de per-sonalização certamente contribuirá para atingir esse objetivo.

» CONCLuSãOA indústria de passaportes está

vivendo uma revolução em duas frentes. Ao longo dos últimos dez anos, a personalização da impressão digital e a incorporação de chips biométricos mudaram radicalmente a produção, personalização, emissão e o uso dos passaportes. Dois fato-res serviram de impulso para esses avanços: os infindáveis expedientes dos falsificadores e criminosos, e o espetacular crescimento no número de passageiros.

Mas então, qual das tecnologias de personalização aqui discutidas ofe-rece a melhor solução? No final das contas, os governos devem considerar muitas variáveis na hora de escolher um sistema de personalização de im-pressão. O principal objetivo é pôr em prática um sistema seguro e com boa relação custo-eficiência – um objetivo que enfrenta complicações de produ-ção, qualidade, durabilidade, eficiên-cia; que tem de lidar com a existência de sistemas anteriores e atingir um grau adequado de automação e cen-tralização. Ainda que provavelmente cada governo vá selecionar apenas

um sistema para cumprir as exigên-cias do país, existem várias tendências relevantes para qualquer autoridade emissora de passaportes.

Dois movimentos importantes a serem considerados são o cresci-mento da automação e o aumento no uso de tecnologias combinadas. O recente surgimento de passapor-tes que contêm tanto dados biográ-ficos em cores feitos por jato de tinta quanto por gravação a laser oferece um sabor do que está por vir. Solu-ções híbridas costumam representar uma opção segura e com boa relação custo-eficiência.

Finalmente, e igualmente im-portante, é muito provável que os volumes de emissão cresçam. Ainda que alguns países tenham começado a emitir cartões de viagem – o que pode acabar reduzindo o número de cadernetas emitidas –, isso é contra-balançado pelo enorme crescimento no número de viajantes, especial-mente na China e na Índia. Tecno-logias capazes de acelerar a passagem de um país para outro sem compro-meter a segurança serão o cerne das soluções do futuro, e os sistemas de personalização de impressão digital para passaportes sem dúvida terão um papel importante ao longo dos próximos anos.

SOBRE O AUTORNick Nugent é formado em Quí-

mica Aplicada pela Politécnica de Lanchester, da Universidade de Co-ventry, Inglaterra. Ele trabalhou du-rante 23 anos na empresa De La Rue e entrou para a Datacard em 2007. Desde então, vem usando sua vasta experiência no mercado de segurança de documentos para orientar o desen-volvimento de produtos e prestar con-sultoria para confecção de passaportes e cartões de identificação eficientes do ponto de vista de custos.

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60 | digital

rEsuMoNas últimas duas décadas,

os sistemas de assistência mé-dica eletrônica (eHealthcare) - o termo guarda-chuva para os sistemas de TI que armazenam e compartilham dados do pa-ciente - tornaram-se cada vez mais sofisticados. O desafio que todos os países que os uti-lizam enfrentam agora é como criar um sistema integrado que seja não apenas eficiente em termos de custo, mas que, tam-bém, permita que pacientes e profissionais de saúde adminis-trem os dados de forma segura.

palavras-cHavESaúde eletrônica, desen-

volvimento, futuro, medicina, segurança,sistemas tecnológicos

ABSTRACTOver the past two decades,

eHealthcare systems – the um-brella term for IT systems that store and share patient data – have become increasingly so-phisticated. The challenge now facing every country that uses them is how to create an integra-ted system that is not only cost--effective, but also enables both patients and healthcare profes-sionals to manage data securely.

KEYWORDSeHealthcare, development,

future, medicine, security, Tec-nological systems

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Nas últimas duas décadas, os sistemas de assistência mé-dica eletrônica (eHealthca-re) - o termo guarda-chuva

para os sistemas de TI que armazenam e compartilham dados do paciente -

tornaram-se cada vez mais sofistica-dos. O desafio que todos os países que os utilizam enfrentam agora é

como criar um sistema integrado que seja não apenas eficiente em termos de custo, mas que, também, permita que ambos os pacientes e profissionais de

saúde administrem os dados de forma segura. O gerenciamento e

monitoramento remotos de pacien-tes através de smartphones, por exem-

plo, mostra como a assistência médica virtual pode ser aplicada praticamente até

mesmo nas regiões mais remotas.

por davE HoWEll

SAúDE ElETRôNICA

CASO / ARTIGO

outubro - novembro - dezembro 2011 | 61

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De fato, a evolução dos sistemas de Assistência Médica Eletrônica não é mais simplesmente uma ques-tão de TI; é um imperativo social. Falando no Fórum Global de Saúde Eletrônica, David Galler, membro do Conselho da Comissão de Qua-lidade e Segurança em Assistência Médica da Nova Zelândia, disse: "A Saúde Eletrônica desempenhará um papel significativo no apoio, ativação e criação de soluções de assistência médica sustentáveis para o futuro".

» ALTAmENTE CONFIDENCIALO governo do Gabão, na África

Ocidental, é um dos muitos a ter introduzido um esquema de cartão de saúde eletrônica, como parte de seu compromisso de ampliar a se-gurança social para cobrir todos os seus cidadãos. As pessoas podem usar os cartões para obter acesso à assistência em hospitais, farmácias e clínicas de saúde. O cartão de saúde eletrônica, portanto, ajuda a reduzir a fraude de benefícios, proporciona assistência médica às pessoas certas e garante que apenas profissionais médicos oficiais consigam acessar os dados dos pacientes.

Para garantir que esses dados permaneçam confidenciais, o siste-ma usa os serviços de personaliza-ção Allynis Issuance da Gemalto e um sistema de verificação de dados da identidade, enquanto o próprio cartão é feito de policarbonato, um material que oferece um elevado ní-vel de segurança e é resistente a con-dições climáticas extremas.

Os requisitos do Gabão desta-cam o fato de que a segurança está no coração da assistência médica eletrô-

nica. "Mais do que quase qualquer outro tipo de informação, os dados do paciente são altamente confiden-ciais", diz Peter Langkafel, diretor da Indústria, Assistência Médica, Euro-pa, Oriente Médio e África (Emea), na empresa fornecedora de software comercial SAP. "Portanto, a tecnolo-gia precisa garantir que somente as pessoas com autorização possam ver esses elementos de dados que devem ver para a sua função. "A base técni-ca é um conceito bem pensado que define claramente as funções e os res-pectivos direitos de acesso".

Assim, a assistência médica ele-trônica e a assistência médica móvel se desenvolveram em torno de pla-taformas, tais como a Mobile Clini-cal Assistant da Intel (integrada no dispositivo tablet C5), que oferece aos médicos o acesso baseado em hardware aos registros dos pacien-tes, e o terminal Sealys eHealth da Gemalto, desenvolvido especialmen-te para o mercado alemão. Depois, há os sistemas baseados em cartões inteligentes para Registros de Saúde Pessoais (PHRs) que oferecem aos governos uma maneira de rastrear

» O SISTEmA DE SAúDE SESAm-VITALE NA FRANçA FOI um SuCESSO

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e implementar demandas de assis-tência médica. Tais sistemas estão destinados a se tornarem comuns para os cidadãos em todo o mundo, que verão os benefícios práticos sob a forma de serviços mais eficientes, entregues a um custo menor e dire-cionados mais precisamente às suas necessidades específicas.

» quESTõES DE SAúDE móVELIsto é particularmente verda-

de nos países em desenvolvimento, onde os governos estão cada vez mais aderindo às tecnologias digi-tais: muitos países que viram os efei-tos mais amplos de transformação decorrentes da adoção da telefonia móvel estão agora expandindo o uso desta plataforma para gerenciar com segurança os dados do paciente, oferecer melhor atendimento e me-lhorar muito a infraestrutura de seus sistemas de saúde em geral - em ou-tras palavras, os esquemas de saúde móvel. Este esquema de tecnologia móvel para a saúde da comunidade funciona em Gana, que utiliza men-sagens de telefone móvel para for-necer informações relevantes sobre a saúde para gestantes e automatiza o processo de acompanhamento de pacientes que receberam assistência pré-natal ou pós-natal.

O mesmo ocorre no ocidente, onde o uso de dispositivos móveis - principalmente os smartphones mais recentes, liderados pelo iPhone da Apple - mostra como o gerenciamen-to remoto da assistência ao paciente pode ser realizado. Por exemplo, em novembro de 2010, a Tieto Heal-thcare divulgou um novo aplicativo para iPhone chamado iMi-Mobile, que fornece aos profissionais de saú-de acesso imediato a informações para assim otimizar processos, redu-zir tempos de espera, garantir o fluxo de informações e tomar decisões de alta qualidade.

» A ImPORTâNCIA DA INTEROPERABILIDADE

No relatório "Saúde Móvel para Desenvolvimento", da Fundação das Nações Unidas, Patricia Mechael, Consultora de Telemedicina e Saúde Móvel do Projeto Millenium Villa-ges, do Earth Institute na Universi-dade de Columbia, escreve: "Com a saúde eletrônica e a saúde móvel, recomenda-se uma abordagem ecos-sistêmica. Muitos dos aplicativos básicos e dispositivos existem e estão em uso, mas, agora, precisamos fazê--los se comunicar uns com os outros de uma forma que traga benefícios estratégicos".

A interoperabilidade é claramente um grande obstáculo. Peter Langkafel, da SAP, afirma: "Existem três barreiras principais, começando com as preocu-pações sobre a segurança dos dados e direitos individuais dos dados.

"A segunda é a transparência. Nem todo mundo está interessado em ser transparente, já que todos os pos-síveis erros e efeitos financeiros seriam transparentes também. Embora esta seja uma enorme mudança em termos de melhoria da qualidade e aumen-to da eficiência, alguns participantes vêem isso mais como uma ameaça.

"A terceira barreira é a padroni-zação. Os médicos não gostam de ser ‘padronizados’ - a sua percepção da função é que eles são mais parecidos com um artista, e não um proprietá-rio do conteúdo de uma parte espe-cífica do processo. Mas a padroniza-ção pode significar se livrar do caos e ter ainda mais liberdade e tempo para os pacientes, já que o tempo e a energia não são desperdiçados em tarefas desnecessárias".

SOBRE O AUTORDave Howell é consultor para pe-

quenas empresas e escreve sobre tecnolo-gia e informática há mais de 15 anos.

outubro - novembro - dezembro 2011 | 63

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rEsuMoEncontro realizado entre pre-

sidentes de Imprensas Oficiais da América Latina promoveu amplo debate sobre questões re-lacionadas a projetos de governo em Certificação Digital e sobre documentos eletrônicos com va-lidade jurídica.

palavras-cHavEDocumentos eletrônicos, as-

sinatura digital, autoridade cer-tificadora, governo eletrônico, transparência, segurança e pere-nidade, Redboa.

ABSTRACTMeeting held between Presi-

dents of Latin America’s Official Presses promoted wide debate on issues related to governmental projects in digital certificates and electronic documents with legal validity

KEYWORDSElectronic documents; digital

signature; certifying authority; E--government; transparency, securi-ty, continuity, Redboa

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outubro - novembro - dezembro 2011 | 65

Na primeira quinzena de novembro, presidentes das Imprensas Oficiais da América Latina es-

tiveram reunidos na Cidade do Mé-xico para a troca de experiências ad-ministrativas e tecnológicas, além do debate de temas de interesse comum. Participaram do encontro presidentes das Imprensas Oficiais da Argentina, Brasil, Chile, Guatemala, México, Pa-raguai e do Uruguai.

A Associação Brasileira de Im-prensas Oficiais (Abio) apresentou estudo elaborado por uma equi-pe de técnicos da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e aprovado

pelos demais integrantes da Asso-ciação. Com enfoque nas questões relacionadas a projetos de governo em certificação digital e documentos eletrônicos com validade jurídica, o estudo traz a análise de alguns aspec-tos e apresenta sugestões.

Entre as propostas estão ações que as Imprensas Oficiais podem adotar de forma a contribuir para a evolução da desmaterialização do documento físico para o eletrônico.

» DESmATERIALIzAçãO x PLATAFORmAS TECNOLógICAS

A desmaterialização e a conver-são do fluxo de trabalho em platafor-

mas tecnológicas vêm acelerando o processo produtivo. A mudança tem permitido agilidade na localização da informação, transparência e pere-nidade. A legalidade e a integridade das transações eletrônicas são garan-tidas com a utilização da Certifica-ção Digital e do seu suporte jurídico.

Como alicerce desta evolução está o certificado digital que funcio-na como uma carteira de identidade eletrônica, permitindo que transa-ções realizadas via internet tornem--se perfeitamente seguras, já que as partes envolvidas deverão apresentar mutuamente suas credenciais, com-provando as suas identidades.

A certificação digital traz inúme-ros benefícios para os cidadãos e para as instituições que as adotam. É pos-

IMPRENSAS OfICIAIS DA AMéRICA lATINA DEBATEM SOlUçõES DE GOVERNO EM CERTIfICAçãO DIGITAl

por João paulo foini E saulo MarquEs

CASO / ARTIGO

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66 | digital

sível utilizar a internet não só como meio de comunicação, mas também para tornar disponíveis diversos ser-viços com maior agilidade, facilida-de de acesso e substancial redução de custos, aliada a segurança.

Essa tecnologia agrega qualida-de, compromisso social e moderni-dade em benefício de todos e traz mudanças de paradigmas:

•Digital x manuscrito: a se-melhança da assinatura digital e da assinatura manuscrita restringe-se ao princípio de atribuição de au-toria a um documento. Na manus-crita, as assinaturas seguem um pa-drão, sendo semelhantes entre si e possuindo características pessoais e biométricas de cada indivíduo. Ela é feita sobre algo tangível, o papel, responsável pela vinculação da in-formação impressa à assinatura. A veracidade da assinatura manus-crita é feita por uma comparação visual a uma assinatura verdadeira

tal como aquela do documento de identidade oficial;

•Assinatura digital: nos docu-mentos eletrônicos não existe um modo simples para relacionar o do-cumento com a assinatura. Ambos são compostos apenas pela represen-tação eletrônica de dados, ou seja, por uma sequência de bits (0s e 1s), que necessitam de um computador para a sua visualização e conferência. Na assinatura digital, a assinatura ge-rada é diferente para cada documen-to, pois está relacionada ao resumo do documento;

•Autenticidade e integridade: apesar das diferenças, a técnica de assinatura digital é uma forma eficaz de garantir autoria de documentos eletrônicos. No Brasil, a medida pro-visória nº 2.200 garantiu a validade jurídica de documentos eletrônicos e a utilização de certificados digitais para atribuir autenticidade, integri-dade e validade jurídica aos docu-

mentos eletrônicos;•Validade: o certificado digital,

diferentemente de alguns documen-tos utilizados usualmente para iden-tificação pessoal, possui um período de validade. Só é possível assinar um documento enquanto o certificado é válido. É possível, no entanto, con-ferir as assinaturas realizadas mesmo após o certificado expirar.

» PORTAIS DE gOVERNO ELETRôNICOS

Compete aos governos a defi-nição de políticas de atendimento da sociedade em portais de governo eletrônico. O princípio básico para este serviço é que os envolvidos na relação apresentem suas credenciais com toda segurança no universo eletrônico, bem como tenham a ca-pacidade de efetuar suas assinaturas eletrônicas com todo o suporte jurí-dico. Isso só é possível com o uso do certificado digital.

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Tais demandas abrem oportuni-dades de desenvolvimento de soluções eletrônicas, tanto para a estruturação de processos dentro do governo, entre governos e principalmente para a so-ciedade. O uso da certificação digital está seguindo um ciclo natural, que está divido em três etapas:

• Primeira geração: Dissemi-nação do uso de certificados digitais para reconhecimento de pessoas físi-cas e jurídicas. Mais especificamen-te políticas, emissão de documentos eletrônicos (cartões), crachás de fun-cionalismo público etc;

• Segunda geração: Utilização em larga escala de documentos que deverão se perpetuar. Exemplo: es-critura de imóvel que deve perdurar por várias gerações de uma mesma família ou mesmo um registro histó-rico arquitetônico que identifica uma época. Dessa forma, as Imprensas Oficiais poderão prestar serviços de assinatura digital, cronologia, guarda

digital e localização de documentos eletrônicos gerados não só pelo go-verno, mas também por instituições representativas da sociedade;

• Terceira geração: Prestação de serviços eletrônicos ao cidadão – as Imprensas Oficiais poderão desen-volver sites de atendimento eletrôni-co baseados na utilização da Certifi-cação Digital.

As Imprensas Oficiais, responsá-veis pela transparência, segurança e perenidade das informações públi-cas, podem assumir estas atividades e desenvolver projetos na esfera pú-blica. Suas atuações podem abran-ger de um documento eletrônico até a implantação de soluções que via-bilizem integralmente que todos os fluxos de um processo ocorram no universo digital.

As Imprensas Oficiais podem promover a evolução do ciclo de uso de certificação digital atingindo um elevado nível de prestação de servi-

ços para a sociedade, solidificando o seu papel e assumindo um pioneiris-mo na prestação de serviços na era da informação.

SOBRE O AUTORJoão Paulo Foini, especialista em

interatividade digital, portais corporati-vos, certificação digital e soluções de go-verno eletrônico com 25 anos de atuação no mercado de Tecnologia da Informação. Atualmente é o responsável pela gerência de produtos de tecnologia da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

Saulo Marques, especialista em certificação digital, documento ele-trônico e soluções para diário oficial eletrônico com 15 anos de atuação no mercado de TI e pós-graduado em ges-tão de projetos. Atualmente desenvolve iniciativas para Diário Oficial do fu-turo e tem atuado em projetos de massi-ficação do uso da certificação digital no Governo do Estado de São Paulo.

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rEsuMoA necessidade de maior segu-

rança nos documentos de iden-tidade tem impulsionado uma série de mudanças significativas nos últimos anos. Documentos modernos de identidade devem suportar muitos tipos de ameaças, desde tentativas de alteração física a anos de manuseio descuidado em uma variedade de ambientes e condições climáticas. A fim de proporcionar os cartões mais se-guros, duráveis e resistentes ao cli-ma, a indústria está cada vez mais adotando o policarbonato.

palavras-cHavECartões de policarbonato, se-

gurança, durabilidade, resistência à adulteração.

ABSTRACTThe need for greater security

in identity credentials has driven a number of significant changes in recent years. Modern ID docu-ments are required to stand up to many types of stress, ranging from attempts at physical alteration, to years of inconsiderate handling in a variety of environments and we-ather conditions. To deliver the most secure, durable and climate--resistant cards, the industry is in-creasingly turning to polycarbonate as the material of choice.

KEYWORDSCards polycarbonate, safety,

durability, tamper-resistance.

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A necessidade de maior se-gurança nos documentos de identidade tem im-pulsionado uma série de

mudanças significativas nos últimos anos. Uma das mais significativas foi um maior nível de investimento, tanto nas próprias credenciais como nos sistemas de emissão do titular do cartão. Isso tem criado uma demanda por melhor retorno sobre o investi-mento, na forma de cartões mais du-ráveis e resistentes.

Documentos modernos de iden-tidade devem suportar muitos ti-pos de ameaças, desde tentativas de alteração física a anos de manuseio descuidado em uma variedade de ambientes e condições climáticas. Substituir os cartões danificados é algo caro. A fim de proporcionar os cartões mais seguros, duráveis e resis-tentes ao clima, a indústria está cada vez mais adotando o policarbonato.

» SEguRANçA, DuRABILIDADE E RESISTêNCIA à ADuLTERAçãO

O policarbonato possui proprie-dades exclusivas. Quando usado em sua forma pura, não combinado com outros plásticos, as diferentes cama-das de policarbonato que compõem o documento de identidade se fundem para formar um corpo unificado e sólido. Isso preserva a integridade do documento, evita a desmontagem e a retirada de componentes autênticos para fins de fraude e protege as ca-racterísticas de segurança que se en-contram sob a superfície do cartão, incluindo as informações personaliza-das irreversíveis gravadas a laser.

Além de suportar recursos de se-gurança tradicionais, como impres-são de segurança offset, tintas opti-camente variáveis ou fluorescentes, hologramas e dispositivos de ima-gem difrativa opticamente variável, o policarbonato também suporta

funcionalidades de segurança alta-mente resistentes a fraudes que são visíveis a olho nu. Estas característi-cas, que são facilmente autenticadas pelas autoridades competentes sem a necessidade de ferramentas ou leito-res especiais, incluem imagens a laser inalteráveis e informações personali-zadas gravadas a laser.

Além disso, a  natureza durável do policarbonato permite a produ-ção de documentos de identidade com longa vida útil, podendo durar dez anos ou mais. Ele pode compor-tar uma ou mais tecnologias legíveis eletronicamente, incluindo chips de contato, sem contato ou de interfa-ce dupla e marcadores de radiofre-quência (RFID).

O policarbonato conquistou a confiança de governos em todo o mundo e é hoje cada vez mais usado na produção de programas avançados de cartões múltiplos de identidade nacional, programas nacionais de passaporte e de habi-litação de condutor.

Inovação no desIgn e na fabrIcação de documentos de IdentIdade de polIcarbonatopor isMaEl dykMan

CASO / ARTIGO

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70 | digital

» EVOLuçãO NO DESIgN DE CARTõES DE POLICARBONATO

Apesar de o policarbonato estar emergindo como o material prefe-rido para identidades seguras, a La-serCard Corporation (agora parte da HID Global) foi pioneira no uso de policarbonato há mais de 25 anos, como resultado do desenvolvimento de sua tecnologia de mídia óptica de segurança em cartões de identidade. O policarbonato representa o meio ideal para suportar a mídia óptica de segurança devido à sua durabili-dade e propriedades ópticas. O uso mais extenso do policarbonato tem sido impulsionado pela seleção de cartões de policarbonato com mídia óptica de segurança para o cartão de residente permanente dos Esta-dos Unidos, o conhecido programa Green Card, no final da década de 90. Muitos governos e organizações nacionais seguiram o exemplo do Green Card, que comprovou sua du-rabilidade ao longo de mais de dez anos de vida útil.

São muitos os desafios associa-dos ao processamento de policar-bonato, um material com o qual é muito difícil de se trabalhar. Nos últimos anos, o policarbonato tam-bém tem sido utilizado em progra-mas multitecnológicos de identifi-cação, como o cartão de identidade nacional da Arábia Saudita, o cra-

chá de identificação dos Carabinieri (a força policial nacional da Itália) e, mais recentemente, a mais nova geração do Green Card dos Estados Unidos. Nesses casos, o processo de design e fabricação é exponencial-mente mais complexo, pois deve le-var em conta a durabilidade relati-va, espessura, tolerância ambiental e outras qualidades de diferentes tec-nologias, tais como a incorporação de marcadores de radiofrequência ou microprocessadores, garantir a integridade da estrutura do cartão, e seguir os padrões internacionais.

» quALIDADES DO POLICARBONATO

Com o tempo, a indústria de cartões passou de documentos em papel para uma ampla gama de ma-teriais, incluindo policarbonato, poliéster, PETG, PVC, ABS, Teslin e compósitos. Policarbonatos são um grupo de polímeros termoplás-ticos que são facilmente moldados, termoformados e não delamináveis. O policarbonato tornou-se um dos principais materiais utilizados em programas de documento de iden-tidade de alta segurança e está ra-pidamente se tornando mais e mais presente em uma ampla gama de aplicações. Isto acontece, em grande parte, porque o policarbonato supe-ra outros materiais, de longe, em três

atributos principais: durabilidade, expectativa de vida e estabilidade ambiental. Como pode ser visto na ilustração, o policarbonato excede em muito a vida útil e a faixa de tem-peratura operacional até mesmo do material de PVC mais sofisticado ou de compósitos de PVC utilizados na fabricação de cartões.

Devido às suas características de durabilidade, resistência a tempe-ratura e a impacto, o policarbona-to mantém-se extraordinariamente bem em condições meteorológicas e ambientais extremas, sendo prefe-rível a outros plásticos ou materiais compósitos usados em cartões de identidade avançados.

Em regiões com calor e umida-de extremos, cartões feitos de outros materiais plásticos podem facilmen-te derreter ou deformar com o ca-lor ou luz solar direta, efetivamente acabando com a vida útil do cartão bem antes de sua data designada de validade. O policarbonato, resisten-te ao estresse térmico, oferece uma alternativa que pode prolongar em muitas vezes a vida útil do cartão. Governos em algumas áreas que ago-ra reemitem carteiras de motorista a cada ano podem se beneficiar econô-mica e administrativamente através da emissão de documentos baseados em policarbonato que duram até 10 anos. Quando comparados com o

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custo de cartões mais baratos, que precisam de substituição frequente, os cartões de policarbonato podem oferecer vantagens econômicas e ad-ministrativas em longo prazo.

Fabricantes de carteiras de mo-torista e documentos de registro de veículos tradicionalmente usavam materiais menos caros para satisfazer as prioridades econômicas de agên-cias governamentais no mundo in-teiro. No entanto, as vantagens rela-tivas do policarbonato, bem como a sua relação custo-benefício, tornam--o um dos protagonistas do futuro nesta classe de documentos.

» PROTEgENDO ChIPS hABILITADOS PARA mARCADORES DE RADIOFREquêNCIA

O policarbonato também ofere-ce níveis mais elevados de proteção para marcadores de radiofrequência (RFID) laminados dentro da estru-tura do cartão. O poliéster, embora muitas vezes utilizado em diversos

cartões de RFID, pode descamar de forma relativamente rápida, assim sujeitando a RFID incorporada a uma falha prematura. Por outro lado, técnicas especiais de incorporação de RFID em policarbonato permitem agora uma proteção eficaz e de longo prazo para marcadores RFID.

A maioria das licenças compatí-veis com a WHTI (Western Hemis-phere Travel Initiative, ou Programa de Viagens no Hemisfério Ociden-tal, lei norte-americana que exige que todos os viajantes exibam um documento seguro válido em viagens aos Estados Unidos a partir do he-misfério ocidental) é construída com estruturas compostas. Uma opção melhor é soldar por calor a antena e o chip diretamente na estrutura da placa de policarbonato. O encapsu-lamento do chip totalmente em po-licarbonato evita o estresse induzido pelo uso de estruturas alternativas de encapsulamento composto, prote-gendo-o contra danos.

» DESAFIOS NA FABRICAçãO DE DOCumENTOS Em POLICARBONATO

O policarbonato, apesar de ser uma opção excelente para progra-mas de documentos de identidade devido à sua durabilidade e resis-tência à temperatura, apresenta de-safios significativos de engenharia e produção. A produção consistente de cartões de policarbonato é um processo difícil que requer conheci-mentos especializados. As empresas que têm superado os obstáculos mais significativos e que são capazes de estender os benefícios do policarbo-nato a uma ampla gama de clientes e programas de documentos de iden-tidade altamente seguros têm uma vantagem estratégica significativa.

Um desses desafios é a dificulda-de em se perfurar cartões de policar-bonato. Outro desafio é a personali-zação da difusão de corantes, quan-do estes devem ser especialmente formulados ou o policarbonato deve

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A n o s

- 4 0 ˚ C - 2 0 - 1 0 0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0 1 4 0 1 6 0 1 8 0 2 0 0 2 2 0

Policarbonato

PVC OPET

PETG-PVC

PVC High Vicat

PVC

Durabilidade e resistência à variação de temperatura dos materiais de cartão

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72 | digital

ser revestido com uma camada re-ceptora de corante ou ser laminado com uma camada de PVC.

Hoje em dia, apesar de a im-pressão de transferência de corante ainda dominar a base de cartões de identidade com emissão tradicio-nal, a indústria está cada vez mais adotando a gravação a laser. Com a transferência de corante, as tinturas podem desaparecer e as imagens são frequentemente sujeitas a indefini-ção pela migração dos corantes re-sultante da exposição à umidade ou a plastificantes em carteiras. As in-formações personalizadas que resi-dem na superfície do cartão podem ser removidas com removedor de esmalte, produtos químicos, abra-sivos ou outros meios fraudulentos de modificação, mesmo quando as imagens estão protegidas por um adesivo de durabilidade.

A vantagem da gravação a laser, por outro lado, é a durabilidade da imagem. A gravação a laser produz somente uma imagem em escala de cinza, mas essa imagem é criada pela carbonização do plástico e é invulne-rável aos efeitos da umidade, plastifi-cantes ou desbotamento na luz solar. Além disso, a imagem gravada a laser é queimada no corpo do cartão e não pode ser removida, proporcionando assim um maior nível de resistência à manipulação fraudulenta do cartão.

Mais ainda, a gravura pode ser tátil, não tátil ou uma combinação, de-pendendo das condições de gravação e da estrutura de cartão.

Em algumas aplicações, a fim de obter a resistência a fraude da grava-ção a laser combinada com a dispo-nibilidade de uma imagem colorida do titular do cartão, é usada uma combinação de gravação a laser e impressão de transferência de coran-te. Os fabricantes devem, portanto, ser capazes de trabalhar efetivamen-te com policarbonato para permi-tir tanto a transferência de corante como a gravação a laser a fim de atenderem as demandas do mercado de forma bem-sucedida.

» TESTES DE DuRABILIDADEAlém dos programas citados

acima, vários programas de identi-ficação em grande escala no mun-do inteiro confiam na construção de policarbonato. Uma das provas mais rigorosas de durabilidade foi fornecida pelo programa do Sistema Automatizado de Manifesto (AMS, na sigla em inglês) do Departamen-to de Defesa dos Estados Unidos. O sistema AMS de identificação seguro de carga usa documentos de policarbonato como a base de uma solução robusta e multifuncional de identificação que vem apresentando um desempenho confiável em al-

guns dos ambientes mais severos do mundo, incluindo zonas de guerra, ambientes em alto-mar e extremos de calor e frio durante um período de quase 20 anos.

Os cartões sobreviveram à expo-sição a 77 °C, foram mergulhados em água salgada por semanas a fio, sujei-tos a respingos de café forte da mari-nha e até atropelados por um veículo de infantaria Bradley - sem danos. Porta-vozes do Departamento de Defesa disseram: "Com uma taxa de falha de praticamente zero, este foi o meio mais durável e confiável visto em mais de 30 anos de experiência com a logística do Departamento de Defesa". Os cartões ainda estavam funcionando perfeitamente quando o programa foi encerrado em 2010 após uma migração para tecnologias de software e satélite.

SOBRE O AUTORIsmael Dykman, atuou, nos últi-

mos anos, como gerente de vendas gover-namentais para a América Latina de uma importante fornecedora de soluções de identificação. Ele conduziu o desen-volvimento e a venda de programas de identificação nacional em larga escala na Nicarágua e Guatemala e nos siste-mas de emissão de passaportes no Brasil. Dykman é vice-presidente da Smart Card Alliance Latin America.

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FlashEs

Cidadania digital FOTOS: wENDERSON ARAújO E jOSé AyRES

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78 | digital

Pra terminar...

natal É tempo de...

“Então é Natal…”.É o que diz a música. Aliás,

não só esta, mas todas que tratam do tema. O Natal é em geral retra-tado como um período doce e feliz, com famílias calmamente reunidas e aproveitando a chance para uma boa reflexão.

De onde, pelamordedeus, vem essa imagem? Quem foi o redator desse comercial? Não sei como é para você, mas o fim de ano é sempre uma

correria enorme para mim. Fa-mília, trabalho,

amigos, com-promissos e

mais com-promis-

sos.

Sobra agenda, falta calendário.Fato é que, ao longo dos anos,

adquiri uma visão quase que pessi-mista do período de festa do fim de ano. A origem é remota, lá da infân-cia baiana, das brigas de seu Fernan-do e dona Nilma sobre onde passar a ceia. Mainha, claro, queria na casa da própria mãe; painho idem, mas com a minha avó paterna. O re-sultado eram discussões eternas, as mesmas todos os anos. Eles ainda tentavam negociar o almoço do dia 25, mas o ‘X’ da questão era mesmo a noite da véspera.

Sobrevivi às brigas familiares na-talinas, mas agora é preciso conviver com a inexistência de tempo para tanta coisa. E olha que nem estou falando de compras não, viu? Isto já está resolvido, e muito bem. Vou es-tocando presentes a partir da Páscoa. Em dezembro, só entro no shopping para ir ao cinema ou comprar as lembrancinhas das diversas festas que tenho de atender.

Aliás, um dos momentos tensos desses dias é o tal do amigo-oculto,

que na Bahia a gente chama de amigo-secreto. Secreto é modo

de dizer, porque de reservado nada há. Se for celebração de

trabalho, então, a pos-sibilidade de sigilo é quase nula. É um

atestado desabonador dos bons ambientes

de trabalho um amigo, de fato, oculto. No gran-

de dia, na hora da ‘revelação’, tem gente

que sabe até o que o Douglas-da-con-tabilidade com-

prou para a Joana-da-informática. Não basta saber quem tirou quem, é preciso investigar quem comprou o quê para quem – e por quanto.

Nessa guerra (divertida, ad-mito) pela informação do amigo--coletivo – tai o verdadeiro nome da brincadeira – já tive a chance de ver o inusitado: gente oferecendo dinheiro para comprar o bilhetinho com o nome do chefe. E também o mais previsível: colegas imploran-do para trocar o papel com o nome do mandatário por qualquer outro. ‘Por favor, eu fico com o dedo-du-ro-do-almoxarifado, faço seus rela-tórios de janeiro e ainda te ajudo a pagar o presente do chefe...’. ‘Não, não, obrigadinha. O nome dele caiu em boas mãos, as suas!’.

É claro que nem tudo é problema em dezembro. Ao contrário, é sim um tempo de festa e alegria, sou ape-nas eu que preciso me organizar me-lhor para atender a todos os convites e ainda manter o ritmo de trabalho. E Natal, na publicidade oficiosa – quase um inconsciente coletivo –, é também tempo de recomeço. E aqui dá para acreditar.

O momento é, sim, para refle-xão. É a hora de fechar o balanço do ano. Que a gente possa fazer uma pausa na atribulada agenda para ver com mais calma o cotidiano, valori-zar quem está ao nosso lado e que, em 2012, estejamos cada vez mais conectados – e não apenas por meio de redes sociais.

Marcio Peixoto é editor da revista idigital.

"Pra terrninar..." é o espaço de crônicas da

idigital, aberto a colaborações de funcionários das associadas ABRID. Mande seu texto para

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