Revista IETEC - Edição 42

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1 Revista IETEC | Ano 8 | Abril/Maio de 2012 Augusto Espeschit CEO da ArcelorMittal Aços Longos América do Sul Ano 8 | nº 42 | Abril/Maio de 2012 revista ArcelorMittal, 90 anos de inovação e compromissos com a sustentabilidade Recursos humanos e sustentabilidade por Aileen Ionescu-Somers Engenheiros, cada vez mais necessários para o desenvolvimento do país Usiminas e outras empresas investem em cursos in company Confira encarte com a programação de cursos de curta duração do IETEC

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Publicação referente aos meses de abril e maio de 2012. Nesta edição, artigos de personalidades de renome do mundo acadêmico-empresarial, como Aileen Ionescu-Somers, diretora do Centro suíço para Gestão de Sustentabilidade Corporativa do Institute for Management Development (IMD-CSM); Mauri Fortes, PhD, Post-Doctoral e diretor geral do IETEC; Shigueo Watanabe Jr., mestre em física e diretor executivo do IBOPE Ambiental; Sérgio Viegas, vice-presidente de filiação e parcerias do IIBA-MG; dentre outros. Temos ainda matéria especial sobre a escassez de engenheiros que o Brasil vive atualmente, com depoimento do presidente do Confea, José Tadeu da Silva. Para fechar, a capa é uma entrevista exclusiva com o CEO da ArcelorMittal Aços Longos América do Sul, Augusto Espeschit. No depoimento, ele analisa o cenário macroeconômico, além de detalhar investimentos e ações de qualificação que o grupo realizará ao longo de 2012, quando completa 90 anos de Brasil.

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1Revista IETEC | Ano 8 | Abril/Maio de 2012

Augusto EspeschitCEO da ArcelorMittal Aços Longos América do Sul

Ano 8 | nº 42 | Abril/Maio de 2012

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ArcelorMittal,90 anos de inovação e compromissos com a sustentabilidade

Recursos humanos e sustentabilidadepor Aileen Ionescu-Somers

Engenheiros, cada vez mais necessários para o desenvolvimento do país

Usiminas e outras empresas investem em cursos in company

Confira encarte com a programação de cursos de curta duração do IEtEC

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PRESIDENTE | Ronaldo GusmãoDIRETORIA | Diretor Geral: Mauri Fortes / Diretor de Marketing: Paulo Emílio Vaz / Diretor de Operações e Produto: José Ignácio Villela Jr. / Diretora de Ensino: Wanyr Romero FerreiraCOORDENAÇÕES | Financeiro: Sérgio Ferreira / Administrativo: Marcelo Pereira / Comunicação Digital: Raquel Souza / Comunicação: Christiane Coradi / Ensino: Fernanda Braga / Gestão Integrada: Gislene Perona / Treinamento: Vivian Prado / Vendas: Sheyla Matos e Viviane Pereira / EAD: Juliana Mendonça / Talentos Humanos: Silmara PereiraCOORDENAÇÕES TÉCNICAS | Meio Ambiente: Luiz Ignácio Fernandez de Andrade / Sistemas Industriais: José Ignácio Villela Jr. / Mineração: Aline Nunes / Manutenção: José Henrique Egídio / Tecnologia da Informação: Alexandra Hütner / Telecomunicações: Hudson Ribeiro / Gestão de Projetos: Ivo Michalick / Gestão de Energia: Carlos Gutemberg / Responsabilidade Social: Helena Queiroz / Inovação e Criatividade: José Henrique Diniz / Sustentabilidade: Antônio Claret OliveiraCOORDENAÇÕES DE CURSO | Gestão de Negócios: Wilson Leal / Gestão de Projetos: Clênio Senra e João Carlos Boyadjian / Tecnologia da Informação: Antônio de Pádua Pereira / Engenharia de Planejamento: Ítalo Coutinho / Engenharia de Software: Fernando ZaidanREVISTA IETEC | Projeto Gráfico: G30 MKt e COM / Diagramação: tatiane Coeli / Jornalista Responsável: Harley Pinto (09013/MG) / Impressão: Paulinelli / Foto da Capa: Divulgação: ArcelorMittal Brasil

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Redes Sociais:

Opinião Capa Curtas

• Investimento em gestão de projetos tem retorno garantido por Clênio Senra de Oliveira

• ArcelorMittal completa 90 anos com grandes investimentos no país

• Contabilizando o capital natural por Shigueo Watanabe Junior

• Novas profissões para um mercado em evolução por Ana Mamede

Aconteceu no IETEC• Workshops técnicos atraem público qualificado ao Instituto• Cursos in company• Encontro na ABRATE

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Cenário

• Escassez de engenheiros compromete desenvolvimento do país

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Capacitação

Cursos nas áreas de: • Gestão de projetos• Gestão e tecnologia da informação• Responsabilidade social• Gestão e tecnologia industrial• Gestão da inovação• Meio ambiente• Manutenção • Mineração

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• A diferença entre teoria e prática é maior na prática que na teoria por Mauri Fortes

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• Alinhamento entre TI e negocio por Sérgio Viegas

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• Recursos humanos e sustentabilidadepor Aileen Ionescu-Somers

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A diferença entre teoria e prática é maior na prática que na teoria

A sua prática está de acordo com a realidade das empresas? Ou você é um teórico? No mínimo, você está treinando para a realidade das empresas.

e, em seguida, supõe que tudo em volta transforma essa teoria em realidade; esse é o mais perigoso inimigo da razão humana (Gilbert Keith Chesterton).

Afinal, o que é teoria e o que é prática? Vamos ser práticos e presumir que você sabe a resposta para esta pergunta. Mas, vamos dar exemplos:

Você é um teórico no sentido errado quando alguém o associa a conhecimento que não funciona, a teorias filosóficas, artísticas ou de conhecimento humanístico quaisquer.

Você é um teórico no sentido positivo quando seu conhecimento acadêmico resolve problemas práticos (engenharia, administração de empresas e mais um milhar de possibilidades). Também é positivo no sentido social se seu conhecimento for inacessível pela complexidade, mas tem fundo prático ou de impacto (relatividade de Einstein, por exemplo).

Você é um prático no bom sentido, quando é bem pago pelo que faz.

Você é um prático questionável, quando tem salário baixo.

Você é um profissional perfeito quando une conhecimento à experiência e é reconhecido profissionalmente.

A Estratégia de Negócios de uma Empresa define como ela compete com as outras. Há algo mais importante? Inovação é a palavra mágica da estratégia empresarial. Inovações ocorrem como invenções ou como adoções. São de muitos tipos e variam em complexidade e escopo. Surgiram inúmeras publicações acadêmicas (leia-se: teóricas) e práticas nos últimos anos, com uma enorme quantidade de informação sobre técnicas de inovação. Como criar inovação sem teoria, sem o estudo do que já existe e funciona? Como implantar e decidir sobre inovação, sem a experiência que só a prática garante?

No meu caso, não me preocupo com jargões; não me importa como nós atingimos a lógica aplicada. Pode ter sido pela prática simples, ou pela teoria. Mas, para afirmar de forma tão contundente sobre assunto tão complexo, estou protegido pela citação creditada a Maomé: A tinta do acadêmico é mais santa que o sangue dos mártires (Muhammad ibn ‘Abdullãh, o fundador do Islã).

Mas após esses pequenos desafios sobre teoria e prática, pode-se concluir que o ser humano escreveu sua prática em livros e a tem repassado no seu dia a dia. O melhor dos mundos e da compensação financeira ocorre quando, para aprender, práticos estudam e teóricos praticam.

O IETEC se preocupa com prática e teoria. Escolhe seus professores principalmente pela sua experiência prática em várias áreas, pela sua capacidade de ensinar e pela sua ética. Assim, neste texto, tento, de maneira muito suave, quase brincando, mostrar a importância da prática, sem desprezar a teoria.

Mas, o que é praticar algo? É um treinamento sistemático por repetição de uma técnica ou atividade, até o seu domínio. A prática vem desde o treinamento. Cumpre a você treinar com quem já é mestre em muitas práticas. Além disso, a prática para a qual você treina deve ser a mais eficiente.

Sei que você é prático e tem ou pretende ter o perfil que as empresas querem. Sei, também, que, de vez em quando aparece um teórico no seu caminho. Não se preocupe com eles. De fato, por pura pena dos teóricos – que também precisam de um emprego que lhes garanta o alimento – vou tentar expor, de forma ambiciosa, simplista e criticável, uma introdução de auxílio à sobrevivência de teóricos. Creio que você deveria se unir a mim e a muitos outros, a fim de tentar garantir a sobrevivência desta espécie em extinção, se não por responsabilidade social, econômica, cultural (teoria é cultura?), pelo menos por motivo ambiental. Se aceitar o desafio, você adicionará ao seu currículo a competência de saber lidar com os teóricos. Toda discussão sobre o tema de teoria e prática é polêmica. É impossível cobrir todos os seus aspectos, que são desafiadores. No máximo, pode-se tentar pincelar alguns aspectos do tema.

Teoria, prática e realidade. Devemos concordar sempre com o seguinte fato: se a realidade não estiver de acordo com a teoria, a realidade ganha e a teoria perde. Sempre. Isto é ciência. A sua prática está de acordo com a realidade das empresas? Ou você é um teórico? No mínimo, você está treinando para a realidade das empresas. Tome cuidado com a teoria escondida: - em teoria, não há nenhuma diferença entre teoria e prática. Mas, na prática, há (YogiBerra). Como você sabe, a prática leva à perfeição. E você deve sentir este avanço no dia a dia. Então, atinja a perfeição da prática, para ter como hobby ou diletantismo, o complemento pelo estudo de teoria útil (teoria de projetos, de gestão de macroempresas, de gestão de competências ou de inovação tecnológica etc.). Considere seu corpo como sendo uma empresa e faça uma reengenharia nele: todas as partes devem compreender o todo, o seu objetivo, devem conhecer a competição existente em volta, devem se desfazer de teoria inútil, devem estabelecer prioridades.

Efeitos da boa e da falsa teoria: Não há nenhum grande dano causado por um teórico que cria uma nova teoria para ajustá-la a um novo evento. Mas há o teórico que começa com uma teoria falsa

Mauri FortesDiretor geral do IETEC, PhD e Post-Doctoral Fellow (Purdue University-Indiana/EUA); mestre em Ciências e Técnicas Nucleares (UFMG) e graduado em Engenharia Elétrica (UFMG)

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Apesar da crise que abala a economia europeia, o Brasil segue em frente com seus investimentos. Se apresentando como uma das economias mais estáveis da América Latina, o Brasil tem atraído investimentos. Um exemplo é a indústria automobilística mundial, que já trabalha em projetos de novas fábricas ou de expansão e modernização das plantas atuais, além de projetos de mineração, siderurgia e energia, dentre outros. Basta uma simples pesquisa na internet com as palavras “vai investir em 2012”, para se ter ideia do volume de investimentos para este ano. O empresário brasileiro deve estar atento e preparado para aproveitar as oportunidades deste bom momento da economia, reforçado pelos investimentos que já estão sendo feitos para os grandes eventos esportivos que acontecerão por aqui.

Assertividade no planejamentoQualquer oportunidade deve ser bem analisada. Decidir por se fazer um investimento, seja ele de pequeno ou grande valor, precisa de um adequado estudo de viabilidade, indicando qual o retorno que o empreendimento dará após sua implantação. Valor presente líquido, taxa interna de retorno e pay back, são palavras chaves (números) para que um investidor tome a decisão acertada em fazer ou não o investimento.

Técnicas adequadas de planejamento garantirão a assertividade nestes estudos que antecedem a decisão. E, sendo aprovado o investimento, deverá ser elaborado um excelente plano de implantação, consistente e realista, para assegurar a obtenção das metas acordadas. Indicadores chaves de desempenho, relacionados a custo e cronograma de implantação, prazo para alcançar a capacidade de produção projetada e custo operacional, precisam também ser definidos, para avaliar o projeto durante e após sua implantação.

Método de trabalho adequadoPara que as equipes responsáveis possam alcançar altos níveis de assertividade no planejamento e na implantação de empreendimentos, é importante desenvolver métodos adequados de trabalho, padronizados e que facilitem alcançar os resultados desejados (principalmente prazo, custo e qualidade), com menor esforço e que também assegurem a agilidade necessária para se sair à frente de seus concorrentes.

Desenvolvimento de competênciasCompetência pode ser entendida como “saber por em prática o conhecimento” ou também como “conhecimento,habilidade e atitude, demonstrados pelos membros da equipe em todos os aspectos que envolvem um empreendimento”. Ou seja, é o entendimento prático de como fazer uma gestão de projetos eficiente e eficaz, desenvolvendo a confiança dos patrocinadores nas equipes de implantação.

Ao implantar um novo método de trabalho é importante que os profissionais saibam realmente como fazê-lo. A ferramenta sendo adequada e o profissional sendo competente e estando motivado para usá-la de forma adequada em um ambiente propício, certamente garantirá os resultados esperados. Isto consolida a base das equipes de alto desempenho.

O Investimento em Gestão de ProjetosMensurar os lucros após a implantação de um empreendimento se torna mais fácil quando se tem um bom controle de custos (e de receitas). Mas como mensurar o resultado com o investimento em gestão de projetos?

O custo com gestão de projetos é muito menor que a perda financeira que se tem com os atrasos e as falhas no planejamento e na gestão dos empreendimentos. Na implantação de empreendimentos industriais, a análise pode ser feita a partir da perda de receita, melhor dizendo, do lucro, a cada mês de atraso.

Por exemplo, em um projeto de expansão com lucro líquido projetado de R$100 mil/mês (ou R$1 milhão, ou muito mais do que isso, não importa o valor), esta será a perda do investidor a cada mês de atraso. E é certo: o investimento a ser feito no desenvolvimento de um método de trabalho adequado ao tipo de empreendimento e à realidade organizacional, incluindo o desenvolvimento de competências da equipe, será muito, muito menor que a perda devido à gestão inadequada do empreendimento.

É por isto que as melhores e mais competitivas empresas da atualidade estão investindo sistemicamente na gestão de seus projetos. Tem retorno garantido.

Investimento em gestão de projetostem retorno garantido

Clênio Senra de OliveiraMSc., PMP, engenheiro industrial mecânico e mestre em engenharia de produção; consultor em planejamento e gestão de empreendimentos e coordenador dos cursos de Pós-Graduação em Gestão de Projetos do IETEC.

O empresário brasileiro deve estar atento e preparado para aproveitar as oportunidades deste bom momento da economia.

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A fala é do CEO da ArcelorMittal Aços Longos América do Sul, Augusto de Almeida Espeschit. A empresa, que completa 90 anos de Brasil em 2012, possui uma série de programas de qualificação de seus colaboradores.

Na entrevista abaixo, Espeschit explica como funciona a qualificação profissional dos funcionários, a seleção de novos colaboradores, além de analisar o cenário econômico nacional, no que se refere a novos investimentos.

Abaixo, a íntegra da entrevista, concedida com exclusividade à Revista IETEC.

O que esperar da economia brasileira para os próximos anos?Estou otimista com a expansão da economia brasileira e de alguns países vizinhos da América do Sul onde atuamos, como a Argentina, Colômbia, Peru e Bolívia. Temos boas perspectivas de crescimento em vários segmentos econômicos, com destaque para a construção civil e o agronegócio, alguns dos setores onde atuamos. Os próximos cinco anos no Brasil nos permitem antever certo dinamismo econômico para o país. O Instituto Aço Brasil (IABr) prevê crescimento no consumo aparente de aços longos de 5% a 7% ao ano. Há muitos projetos em curso, como obras de infraestrutura, da Copa do Mundo, de portos e aeroportos, mas temos alguns problemas estruturais que ainda precisam ser resolvidos como a carga tributária excessiva, necessidade de maiores investimentos em infraestrutura, elevados custos de produção e de mão de obra.

ArcelorMittal, “empresa ágil, enxuta

e inovadora”

O principal, independente do momento econômico, é ser uma empresa ágil, enxuta, competitiva e inovadora para superar os momentos de dificuldade. Completamos recentemente 90 anos de raízes brasileiras e vivenciamos, em nove décadas, várias situações desafiadoras, o que mostra a nossa solidez e a capacidade de dar respostas a estes desafios.

Como o senhor vê as mudanças tecnológicas nos processos industriais no Brasil e no mundo atualmente?As mudanças tecnológicas fazem parte de processos de melhoria contínua num mundo em que os ambientes empresariais estão cada vez mais competitivos. Mas não basta a uma empresa ter tecnologia se não tiver a capacidade de reinvenção permanente como chave para sobrevivência no mercado. Para isso, o fundamental é investir, inovar, formar e capacitar as lideranças, que são vetores essenciais para multiplicar este processo.

É cada dia mais importante uma boa qualificação dos profissionais para atuarem na siderurgia e na mineração. Como a ArcelorMittal seleciona seus colaboradores?A qualificação profissional é essencial em qualquer ramo de atividade. No caso da ArcelorMittal, a empresa desenvolve avançadas políticas de gestão de Recursos Humanos. Dispõe de programas de atração, retenção e desenvolvimento de talentos, com remunerações e benefícios competitivos. Entre as iniciativas que desenvolvemos está o Programa Atração, que busca, nas escolas técnicas e universidades, talentos para os seus quadros.

“Não basta a uma empresa ter tecnologia se não tiver a capacidade de reinvenção permanente como chave para sobrevivência no mercado. Para isso, o fundamental é investir, inovar, formar e capacitar as lideranças, que são vetores essenciais para multiplicar este processo.”

Foto: ArcelorMittal Brasil

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Capa

As ações incluem oferta de estágios, acordos bilaterais, programas de intercâmbio e participação em seminários e feiras. Seu foco são as principais universidades do país, entre elas a UFMG, a Ufop, a USP, a Ufes, a UFRGS e a PUC Minas, além de escolas profissionalizantes, como Cefet e Senai. Internamente, a empresa conta com um programa online chamado Job Market para a divulgação de oportunidades internas em todas as unidades do grupo no mundo.

A ArcelorMittal realiza investimento na qualificação de seus empregados? Como se dá esse processo?A ArcelorMittal entende que seus empregados são fundamentais para o alcance de suas metas e o desenvolvimento de seus planos de crescimento. A Política de Recursos Humanos do grupo orienta as diversas ações junto aos colaboradores, que têm na empresa amplas oportunidades de desenvolvimento profissional e de crescimento pessoal. Os valores do grupo também direcionam a gestão de pessoas e os programas para o aprimoramento dos empregados.

A empresa conta com um conjunto de práticas destinado a assegurar o desenvolvimento profissional de seus empregados: entre eles alinham-se o Programa Transforma, voltado para a preparação e aperfeiçoamento de lideranças; o Global Executive Development (GEDP), que identifica talentos, recomenda reciclagens e ações direcionadas para elevar o nível de competência da organização, bem como é ferramenta para planejar carreira e sucessão.

Os programas da ArcelorMittal University, dentro da formatação de cursos presenciais e e-learning, permitem o acesso a cursos a distância em áreas como Recursos Humanos, Negociação, Finanças e Línguas, entre outros. Ao lado destes programas, os empregados contam com uma grade de qualificação em treinamentos técnicos. Nos últimos três anos a empresa investiu R$ 45 milhões em capacitação. A empresa também mantém convênios com escolas técnicas e entidades de formação profissional para qualificação de seus empregados.

Como a ArcelorMittal encara suas responsabilidades no que se refere à sustentabilidade?A sustentabilidade é um dos três principais valores do grupo, ao lado da liderança e da qualidade. O compromisso com o mundo que nos rodeia está além dos aspectos básicos e leva em consideração as necessidades das pessoas nas quais investimos e das comunidades que apoiamos e onde operamos. Esta abordagem de longo prazo se constitui no eixo central para nossa filosofia de negócios. A ArcelorMittal trabalha com as melhores práticas de gestão de pessoas e meio ambiente e tem a sustentabilidade como valor estratégico, que deve ser disseminada nos diversos negócios e níveis operacionais da empresa.

Ainda na área de meio ambiente, a atuação da ArcelorMittal é considerada benchmarking no setor. Em gestão de resíduos, por exemplo, o índice de reaproveitamento de resíduos e geração dos chamados coprodutos (resíduos industriais reaproveitados no

processo produtivo ou destinado a outros segmentos econômicos) alcança meta superior a 95%. As escórias de alto-forno são os principais coprodutos, destinados às indústrias cimenteiras e de construção.

Na área de responsabilidade corporativa, as comunidades localizadas no entorno das unidades da ArcelorMittal no Brasil são consideradas parceiras de suas ações. A empresa busca atuar de modo a contribuir para o desenvolvimento dos municípios e localidades onde está presente e direciona seus programas para as áreas de educação, saúde e segurança, promoção social, arte e cultura e meio ambiente, respeitando sempre as demandas e particularidades locais.

A empresa investe em ações de longo prazo, com foco nas crianças e adolescentes e define os investimentos de forma técnica e consistente. As ações de âmbito mundial são coordenadas pela ArcelorMittal Foundation e, no Brasil, são conduzidas diretamente pela Fundação ArcelorMittal Brasil ou por empresas controladas. Em 2011, os investimentos em programas sociais realizados pela Fundação ArcelorMittal Brasil totalizaram R$8,4 milhões, entre recursos próprios e incentivados. Mais de 500 mil pessoas em diversos estados foram beneficiadas pelos programas da companhia.

Práticas sustentáveis são cada dia mais necessárias, diante de um cenário de crescente competitividade. Como a companhia encara esse movimento de mercado?A inovação e a melhoria contínua estão integradas à nossa gestão. A empresa tem investido cada vez mais em processos inovadores. Muitas destas ações nascem de iniciativas suportadas pelas áreas locais e corporativas de pesquisa e desenvolvimento da ArcelorMittal, dos grupos globais de tecnologia (CTO’s) e também decorrentes das iniciativas de compratilhamento de informações entre as empresas do grupo, com ampla troca de boas práticas e transferência de know-how, contribuindo para a melhoria de resultados das unidades de negócios. Cada usina também reconhece e incentiva o talento dos seus empregados para aproveitar o que eles podem oferecer para as melhorias nas mais diversas áreas, como por exemplo, redução de custos e segurança das operações, qualidade e meio ambiente. Incentivamos a geração voluntária de ideias, premiando toda sugestão viável para ser implementada.

Formado em Engenharia Mecânica pela PUC Minas. Realizou cursos de pós-graduação na Kellogg Business School (EUA) e na Insead (França). Juntou-se ao grupo ArcelorMittal em 1980 na área de Manutenção da usina de Monlevade. Em 2006, tornou-se gerente geral da ArcelorMittal Monlevade e, posteriormente, diretor industrial da ArcelorMittal Aços Longos América do Sul, até assumir, em 2009, o cargo atual. Em maio de 2011, foi convidado a integrar o Comitê de Gestão da ArcelorMittal, grupo composto pelos 25 principais executivos da empresa que auxilia as decisões do board mundial.

Quem é Augusto Espeschit?

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Empresas necessitam cada vez mais de profissionais qualificados e profissionais qualificados necessitam cada vez mais de boas empresas para praticar e aprimorar seus conhecimentos. Na verdade, esta relação se constitui como uma via de mão dupla onde sempre são procurados os primeiros: a melhor empresa para se trabalhar, o funcionário mais capacitado para se contratar. A busca pelo profissional melhor qualificado leva os contratantes a uma procura criteriosa por características, aptidões e requisitos técnicos que descrevam com precisão cirúrgica o perfil que desejam para preenchimento de uma determinada vaga.

Em função desse cenário, alguns excessos são cometidos. As especificações de perfis tornam-se multidimensionais e como efeito colateral à complexidade crescente, ao mesmo tempo, tornam-se embaralhadas entre diferentes áreas de conhecimento. Os profissionais, por sua vez, passam a ter dificuldades em estabelecer o quê e o quanto devem saber para estarem aptos ao mercado, em suas áreas de atuação. Não raramente, são idealizados verdadeiros “ninjas” do mundo organizacional, misturando-se requisitos específicos de mais de uma, ou de várias áreas de conhecimento, encapsulados sob títulos definidos erroneamente, como consequência da busca pelo “profissional perfeito”. Na verdade, não se trata de títulos e sim, de rótulos.

Observe-se, por exemplo, o que ocorre com os profissionais que atuam em análise de processos de negócio e análise de negócios. Conforme orientado pelos guias que definem a metodologia e as melhores práticas para estas áreas de conhecimento BPM CBOK® - Business Process Management Body of Knowledge e o BABOK ® - Business Analysis Body of Knowledge, respectivamente, um analista de processos de negócio é o profissional qualificado para aplicar técnicas, métodos e práticas requeridos para o gerenciamento de processos de negócio e o analista de negócios é um profissional que esteja apto a executar as atividades de análise de negócios, mediante a aplicação de técnicas, métodos e práticas requeridos para este fim. Em ambos os casos, consideram-se as competências, de forma independente do cargo que o profissional ocupe na organização; desde que, esteja este profissional, efetivamente capacitado para exercer estas funções, em conformidade com a formação indicada para cada uma destas áreas de conhecimento. Mas, não é assim que o mercado recruta. Na maioria das vagas disponibilizadas,

Ana Maria Mamede especialista em gerenciamento de processos de negócio com Certificação CBPP (Certification for Business Process Professionals) da ABPMP Brasil (The Association for Business Process Management Professionals) e certificação MAKE (Most Admired Knowledge Enterprise) de Auditores em Gestão do Conhecimento da TKNBrasil (The Know Network Brasil).Professora do IETEC em Análise de Negócios e da Informação.

Novas profissões para um mercado em evolução

analistas de processos de negócio são recrutados mediante qualificação específica em TI e analistas de negócios são recrutados predominantemente, para atuação comercial. É necessário perceber que a expressão analisar processos não traz em si, a priori, nenhum requisito de conhecimento específico em TI. Antes disso, demanda a habilidade de identificar, analisar, transformar e gerenciar processos de negócio, quaisquer que componham a cadeia de processos de uma organização. Sejam estes processos essenciais, de suporte ou de gerenciamento.

Da mesma forma, analisar negócios é uma atividade mais ampla que a atuação em áreas comerciais. Estes profissionais têm como tradução de suas competências fundamentais, a capacidade de entender as reais necessidades do negócio por meio de métodos e práticas aplicados nas várias camadas da estrutura organizacional, considerando suas relações essenciais; internas ou externas. Isto não quer dizer que estas características e habilidades não possam ser complementadas, ser desenvolvidas em um único elemento por desejo, necessidade ou circunstância ou ainda, serem direcionadas às áreas comerciais e de TI. Apenas, não é uma premissa que seja desta forma.

É recomendável que o conhecimento profissional seja desenvolvido à luz da multidisciplinaridade e da transdisciplinariedade. Entretanto, a busca pelo conhecimento multidimensional, não deve sobrepujar, sufocar, inibir ou confundir habilidades que devam ser especificamente desenvolvidas a partir de áreas de conhecimento claramente definidas, com o objetivo de atender a perfis superdimensionados. Ao longo do tempo, este cenário poderá gerar um reflexo em efeito cascata nas instituições que são responsáveis pela formação específica destes profissionais, alimentando talvez, laços de retroalimentação de equívocos, que ao sobreporem competências profissionais, reduzem a diversidade que deveria estar disponível ao mercado. Diversidade essa, geradora de processos criativos, motores do processo de inovação, altamente dependente, por exemplo, de interações espontâneas entre os profissionais analistas de processos de negócio e analistas de negócios.

É preciso que o mercado, as organizações, as áreas de recrutamento e seleção, as empresas que intermediam recrutamentos e os próprios profissionais, parem, para refletir sobre a seguinte questão: Analista de Processos de Negócio e Analistas de Negócio; afinal, quem são estes profissionais?

Analista de processos de negócio e analistas de negócio; afinal, quem são estes profissionais?

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Programação de cursos:Cursos customizados de acordo com as demandas do mercado

Abril a Junho de 2012

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Conheça as diversas oportunidades de curso oferecidas pelo IETEC. Muito mais qualificação para sua equipe e muito mais retorno para sua empresa.

Confira a programação dos cursos no site www.ietec.com.br. Para mais informações: (31)3116-1000/ (31)3223-6251 - [email protected]

Curso Início Término HorárioLiderança em Equipes de Projetos 11/Abr 12/Abr Diurno

Implantação e Gerenciamento de Projetos 16/Abr 20/Abr Diurno

Curso Preparatório para Exame PMP/PMI 23/Abr 02/Jul Noturno

Gerenciamento de Projetos26/Abr26/Jun

27/Abr29/Jun

DiurnoNoturno

Gerenciamento de Projetos com a utilização do MS Project 2010 7/Mai 16/Mai Noturno

Gerenciamento de Crises e Conflitos em Projetos 15/Mai 18/Mai NoturnoNegociação em Gestão de Projetos 23/Mai 24/Mai DiurnoPlanejamento e Controle de Custos de Projetos 24/Mai 25/Mai DiurnoViabilidade Econômico-Financeira de Projetos 19/Jun 20/Jun DiurnoAnálise de Decisão com Utilização de Monte-Carlo 21/Jun 22/Jun Diurno

Gestão de Projetos

Gestão e Tecnologia da InformaçãoCurso Início Término HorárioGerenciamento de Projetos de Software com ênfase em Planeja-mento

2/Abr 11/Abr Noturno

Gestão de Serviços de TI - ITIL V3 16/Abr 18/Abr Diurno

Governança de TI na Prática - uma abordagem com base na ITIL, COBIT e ISO/IEC 20.000

7/Mai 9/Mai Diurno

Modelagem de Processos 7/Mai 11/Mai NoturnoBoas Práticas em TI Verde 17/Mai 18/Mai DiurnoGestão da Mudança em Projetos de TI 28/Mai 29/Mai DiurnoPlanejamento Estratégico de Tecnologia da Informação 4/Jun 5/Jun DiurnoMetodologias e Processos Ágeis de Projeto de Software 11/Jun 14/Jun Noturno

Segurança da Informação nas Organizações - Gestão e Implementação

11/Jun 14/Jun Noturno

Elaboração de Business Case e Análise de Roi em Projetos de TI 13/Jun 14/Jun DiurnoAnálise de Negócios: uma visão através do Guia BABOK 2.0 13/Jun 14/Jun DiurnoCOBIT 4.1 26/Jun 27/Jun Diurno

Responsabilidade SocialCurso Início Término HorárioISO 26000 25/Abr 26/Abr DiurnoResponsabilidade Social Corporativa 26/Abr 27/Abr DiurnoGestão do Voluntariado Corporativo 7/Mai 8/Mai DiurnoDiversidade e Inclusão nas Empresas 12/Jun 13/Jun DiurnoComunicação e Responsabilidade Social 14/Jun 15/Jun Diurno

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13Revista IETEC | Ano 8 | Abril/Maio de 2012

Confira a programação dos cursos no site www.ietec.com.br. Para mais informações: (31)3116-1000/ (31)3223-6251 - [email protected]

Gestão e Tecnologia Industrial

Meio Ambiente

Gestão da InovaçãoCurso Início Término HorárioGestão de Projetos de Inovação e Análise de Viabilidade 16/Abr 18/Abr Diurno

Proteção da Propriedade Intelectual e Transferência Tecnológica 18/Jun 19/Jun Diurno

Curso Início Término HorárioDrenagem Sup. e Profunda, Obras de Arte Correntes, Esp. e Taludes 10/Abr 13/Abr NoturnoLicenciamento ambiental 16/Abr 18/Abr DiurnoControle Ambiental da Mineração 25/Abr 27/Abr Diurno

Remediação e Gerenciamento de Áreas Degradadas 3/Mai 4/Mai DiurnoTratamento de Esgotos e Efluentes Industriais 10/Mai 11/Mai DiurnoMonitoramento Ambiental 17/Mai 18/Mai DiurnoIndicadores de Produção mais Limpa: Avaliação de Desempenho Ambiental dos Processos Produtivos 30/Mai 31/Mai Diurno

Avaliação de Impactos Ambientais 12/Jun 15/Jun NoturnoControle Ambiental na Indústria 13/Jun 15/Jun Diurno

Curso Início Término HorárioPlanejamento e Controle de Estoque 3/Abr 4/Abr Diurno

Mapeamento e Gerenciamento de Processos 9/Abr 10/Abr Diurno

Gerenciamento da Logística 10/Abr 11/Abr Diurno

CEP - Controle Estatístico do Processo 12/Abr 13/Abr Diurno

Gerenciamento de Contratos de Compras 12/Abr 13/Abr Diurno

Formação do preço de Vendas e Análise Tributária 16/Abr 17/Abr Diurno

Liderança em Equipes de Produção 23/Abr 24/Abr Diurno

Indicadores de Desempenho da Qualidade 7/Mai 9/Mai Noturno

Importação - Compras Internacionais 7/Mai 10/Mai Noturno

Custos Industriais - Formação do Custo do Produto 7/Mai 10/Mai Noturno

Benchmarking 10/Mai 11/Mai Diurno

Indicadores de Performance Logística (KPI´s) 14/Mai 15/Mai Diurno

Planejamento Organização e Execução de Inventários 23/Mai 25/Mai Noturno

FMEA - Análise dos Efeitos e Modos Falhas 11/Jun 14/Jun Noturno

Negociação em Compras 11/Jun 14/Jun Noturno

Sistemas e Técnicas de Troca Rápida de Ferramentas 11/Jun 14/Jun Noturno

Custos Logísticos - Apuração e Gestão 12/Jun 14/Jun Diurno

Inteligência Competitiva em Compras 13/Jun 14/Jun Diurno

Produtividade Ind-Medição e Gerenciamento através da OEE 18/Jun 19/Jun Diurno

Custos e Formação de Preços Industriais 21/Jun 22/Jun Diurno

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14 Revista IETEC | Ano 8 | Abril/Maio de 2012Rua Tomé de Souza, 1065 | Savassi | CEP 30.140-131 | Belo Horizonte / MG ietec.com.br | [email protected] | (31) 3116.1000 | (31) 3223.6251

Curso Início Término HorárioGerenciamento de Projetos de Mina Subterrânea 9/Abr 10/Abr DiurnoBombeamento de Polpas 23/Abr 25/Abr Diurno

Estrutura de Custos em Mineração 14/Mai 15/Mai Diurno

Otimização, Estabilidade e Segurança de Taludes em Cavas - Operacionais e Finais

11/Jun 13/Jun Diurno

Avaliação da Segurança de Barragens de Rejeitos 18/Jun 21/Jun Diurno

Separações Sólido-Líquido no Processamento de Minérios: Espes-samento e Filtragem

19/Jun 21/Jun Diurno

Curso Início TérminoGestão de Projetos - Metodologia FEL 12/Abr 15/MaiElaboração e Análise de Proposta Técnica Comercial 19/Abr 22/MaiPlanejamento e Controle de Manutenção 30/Abr 22/MaiGestão de Pessoas em Equipes de Projetos 9/Mai 5/Jun

Administração de Contratos 24/Mai 25/Jun

Cursos corporativos IETEC: o mercado reconhece.Grandes empresas já aprovaram os Cursos Corporativos IETEC para capacitar seus colaboradores. Com aulas voltadas para a realidade do seu negócio, os Cursos Corporativos podem ser customizados de acordo com a necessidade da sua empresa.

Mineração

Cursos a Distância

ManutençãoCurso Início Término HorárioEliminação de Acidentes e Perdas da Manutenção 19/Abr 20/Abr DiurnoGerenciamento Total de Equipamentos para a Produtividade - TPM 25/Abr 26/Abr DiurnoAuditoria em Manutenção 14/Mai 15/Mai DiurnoEliminação de Erros e Defeitos na Manutenção 21/Mai 22/Mai DiurnoGestão de Custos e Investimentos em Manutenção 28/Mai 30/Mai DiurnoGestão de Indicadores na Manutenção 18/Jun 20/Jun DiurnoManutenção Autônoma 21/Jun 22/Jun DiurnoGestão de Projetos de Paradas 27/Jun 28/Jun Diurno

NOVO

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15Revista IETEC | Ano 8 | Abril/Maio de 2012

Aconteceu no IETEC

Curta

s

No último trimestre, quase 300 pessoas se qualificaram através dos cursos in company do IETEC. A opção de curso se mostra acertada para as empresas, que não precisam deslocar seus colaboradores, além da possibilidade de customização dos conteúdos trabalhados, alinhados aos objetivos da companhia . Além disso, as equipes têm maior liberdade de discutir suas dificuldades com o instrutor. O tempo é racionalizado e não há interferência de outros alunos, como acontece no curso aberto.

A Usiminas foi uma das empresas que realizou cursos in company com o IETEC. Segundo a especialista de Recursos Humanos, Luciana Marques da Silva, o conteúdo trabalhado foi adequado à realidade da empresa. “Ficamos muito satisfeitos com o retorno obtido. O professor escalado dominava o conteúdo e todos os colaboradores conseguiram extrair o conhecimento que já estão empregando em suas áreas de atuação”, analisa.

A Vale foi outra empresa que contratou os cursos in company do IETEC. Foram oito no período de janeiro a março, realizados nas suas unidades em Vitória (ES), Carajás e Parauapebas (PA). De acordo com Helenilce Bruzaca Cruz, do departamento de Recursos Humanos da Gerência de Ensino Norte, o feedback do treinamento foi ótimo. “A opinião foi unânime em relação aos treinamentos. Os empregados saíram falando maravilhas sobre instrutores e conteúdos”, afirma.

Cursos in company

ABRAtE realiza encontro sobregerenciamento de manutenção

A ABRATE (associação constituída por oito grandes empresas de energia elétrica com ativos na rede de transmissão, responsáveis por 90% da extensão de linhas de transmissão da rede básica do Sistema Interligado Nacional, entre elas a CEMIG) realizou, nos dias seis e sete de março, encontro técnico com o tema “Os desafios para a manutenção da transmissão”. Profissionais das mais diversas áreas de atuação discutiram como promover o nivelamento dos conceitos de Planejamento e Engenharia de Manutenção, além de questões próprias da área, como subsidiar oportunidades de melhorias nos processos de manutenção e refletir sobre a eficácia dos atuais respectivos indicadores.

O coordenador técnico da área de manutenção do IETEC, José Henrique Egídio, foi um dos palestrantes convidados. De acordo o professor, o objetivo do evento foi “sensibilizar as empresas que constituem a ABRATE da importância da definição de indicadores de performance da manutenção”, analisa o engenheiro mecânico especializado em Qualidade e Produtividade.

Discussões técnicas atraem jovens especialistas ao IETEC

Workshops técnicos gratuitos atraem recorde de público

O IETEC se caracteriza como instituição de ensino que sempre primou pela disseminação de informações nas suas áreas de atuação: Gestão de Projetos, Inovação e Criatividade, Gestão e Tecnologia Industrial, Tecnologia da Informação, Manutenção, Gestão de Processos de Negócios, Energia, Sustentabilidade, Responsabilidade Social, Meio Ambiente e Mineração.

Pensando nisso, a instituição organiza anualmente série de workshops visando a divulgação de novos conhecimentos. No primeiro trimestre de 2012, foram organizados oito eventos, com a participação de mais de 200 especialistas. Alguns, inclusive, com lista de espera para a segunda edição, caso dos workshops de Construção e Montagem e de Custos e Orçamentos.

O coordenador técnico de ambas as áreas, Ítalo Coutinho, credita essa grande procura ao know how do IETEC no ensino de qualidade. “Os professores que palestram sempre nos dão feedback referente à qualidade dos participantes, normalmente pessoas que já conhecem o tema e procuram uma especialização e/ou complementação dos estudos”, analisa o professor, engenheiro industrial mecânico pós-graduado em Gestão de Projetos.

O retorno junto aos participantes também foi elogiado. Luciano Cenci Hila Busch, coordenador de TI do Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais, participou do Workshop de Engenharia de Software. Quando terminou o evento, sua impressão sobre os conteúdos era de que “para mim foi de grande valia, pois tive a oportunidade de enxergar o tema com outros olhos, além de conhecer profissionais bem gabaritados”, pontuou.

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e química, agrícola, de alimentos e de minas”, afirma o pos-doct e pesquisador Sênior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

O problema é tamanho que a Vale possui, há mais de seis anos, o ‘Programa de Especialização Profissional’. Por meio de parcerias com universidades, a companhia qualifica jovens engenheiros – com até três anos de formados – nas áreas que possui maior demanda: mineração, ferrovia, porto e projetos.

Em 2011, 120 profissionais passaram pelo programa, cujas aulas – com cunho acadêmico e visitas práticas às instalações – têm duração de três meses. De acordo com Maria Gurgel, diretora global de Recursos Humanos da Vale, esse número deve aumentar consideravelmente em 2012. “Não consigo precisar o número de engenheiros que passarão pelo programa. Isso depende das características de cada contratação, do currículo e das eventuais deficiências que identificarmos”, explica Gurgel, responsável por políticas de Recursos Humanos de uma das maiores empregadoras de engenheiros do Brasil, senão do mundo. Somente em 2012, serão contratados 800 desses profissionais pela companhia.

Em nenhum outro setor da economia a escassez de profissionais qualificados é tão perceptível quanto na engenharia, nas suas mais diversas especializações. Estudos variados comprovam esse cenário e até o governo federal já diagnosticou essa realidade.

O Brasil possui seis engenheiros para cada grupo de 100 mil pessoas, de acordo com estudos da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O ideal, de acordo com a Finep, seriam pelo menos 25 por 100 mil habitantes, proporção verificada nos Estados Unidos e Japão.

Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), mostra que dos 35.548 engenheiros que se diplomaram no Brasil em 2009, quase 20% (6.380) optaram pela engenharia civil. Por outro lado, setores como o petroleiro, de gás e biocombustível são os que mais sofrem com a escassez desses profissionais, por demandarem grandes investimentos por parte das escolas. Esse cenário é compartilhado pelo engenheiro eletricista e diretor geral do IETEC, Mauri Torres. “A maioria dos novos cursos são de áreas que demandam pouca tecnologia na sua criação, como os cursos de engenharia civil e de produção. Por outro lado, as que exigem altos investimentos por parte dos centros de ensino são relegados a um segundo plano. São os casos de cursos na área de tecnologia

A cada 100 mil brasileiros, seis exercem a profissão. O ideal são 25. Só formando mais profissionais o Brasil se desenvolverá

Vagas se multiplicam

Somente no Catho (www.catho.com.br), há quase cinco mil vagas para engenheiros, nas mais diversas áreas e níveis hierárquicos. Já no Curriculum (http://www.curriculum.com.br), são mais de seis mil.

Em ambos os portais de emprego, trata-se de uma das três profissões com mais cargos disponíveis.

“É fundamental que as organizações privadas se aproximem das universidades, firmando convênios e parcerias.”Jobson de Andrade, presidente do Crea-MG

ENGENHEIROS, escassos e pouco

atualizados

Cená

rio

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O presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), Jobson de Andrade, valida esse tipo de programa, já que “as empresas cumprem um importante papel nesse cenário”.

Segundo ele, “é fundamental que as organizações privadas se aproximem das universidades, firmando convênios e parcerias. Além disso, é necessário investir em qualificação continuada de seus colaboradores, tornando-os cada vez melhor qualificados”, analisa Andrade.

A parceria da Vale com órgãos públicos se estende a um convênio com o CNPq. Por meio da iniciativa, será publicado nos próximos meses edital para a oferta de 12 mil bolsas de iniciação científica destinadas a estudantes de graduação de engenharia, alunos do ensino médio (iniciação científica júnior) e a professores orientadores. Serão investidos na ação R$24 milhões, e se espera dobrar o número de bolsas hoje disponíveis (6 mil). Haverá oferta de bolsas em todo o país, preferencialmente em instituições das regiões Norte e Nordeste.

Países em desenvolvimento precisam de mais engenheiros

Por estarem realizando maior número de megaprojetos de infraestrutura, os países em desenvolvidos possuem maior demanda de engenheiros do que países que já possuem uma malha viária concluída, por exemplo. A realidade das estradas nacionais demanda maior cuidado e investimentos recorrentes, os quais geram maior gerenciamento e supervisão por parte de profissionais da engenharia. Este é apenas um exemplo. Mas a mesma realidade se estende para as ferrovias, portos,

fábricas e edifícios por fazer. O Brasil tem apresentado índices de crescimento superiores à média mundial. Essa realidade funciona como um motor que impulsiona investimentos. As obras começam a sair do papel – e aí os engenheiros e técnicos de alto nível passam a ser os personagens principais entre os agentes econômicos. Se a expansão da economia é um incentivador da demanda, o déficit de profissionais é um freio a esse processo. Levantamento do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) indica que o Brasil precisaria formar bem mais do que os cerca de 40 mil engenheiros divulgados pelo MEC. Pelas contas da entidade, precisamos de 60 mil novos graduados em engenharia, todos os anos.

De acordo com o engenheiro mecânico José Ignácio Villela Júnior, diretor de Operações e Produtos do IETEC, dois pontos afastaram os alunos dos cursos de engenharia: a falta de familiaridade com a matemática e, principalmente, a ausência de cursos na área. “Por muitos anos, era difícil encontrar cursos de engenharia, mesmo nas faculdades particulares. Hoje é que popularizou-se sua oferta. Esse movimento é recente e só veremos seus efeitos dentro de alguns anos”, enfatiza, para completar: “Também a oferta de emprego hoje é bem maior do que em outros anos. Além disso, penso que os engenheiros precisam aliar aspectos de gestão à sua qualificação, como forma de diferenciação de mercado”, diz o mestre em Administração.

Hoje, a realidade é bem diferente. A perspectiva de emprego certo é, sem dúvida, um estímulo e tanto para renovar o interesse dos jovens brasileiros pelos cursos de engenharia.

Governo investe no aumento de vagas

O país percebeu que a profissão é essencial para o setor produtivo e, assim, o poder público começou a traçar políticas que dependem do conhecimento dos profissionais dessa área. “É fácil entender a carência de profissionais: demanda elevada de engenheiros versus alto índice de engenheiros fora do mercado de trabalho e baixo índice de formação”. A análise é do engenheiro civil José Tadeu da Silva, presidente do Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia).A ausência de engenheiros disponíveis no mercado é tamanha

“É fácil entender a carência de profissionais: demanda elevada de engenheiros versus alto índice de engenheiros fora do mercado de trabalho e baixo índice de formação.” José Tadeu da Silva, presidente do Confea

Não faltam engenheiros.Eles só estão em outras ocupações

Na discussão sobre a escassez ou não de engenheiros no mercado, o presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), Jobson de Andrade, acha que a real discussão é outra. “A meu ver, com base nos números que possuo, não faltam engenheiros no mercado de trabalho. Numericamente eles existem, eles só não são atuantes. Precisamos resgatá-los, demonstrando a eles que o mercado está aquecido e que a demanda por força de trabalho não é um movimento passageiro, e sim uma realidade que veio para ficar”, opina o engenheiro civil.

Para ele, o número de vagas de engenheiros nas faculdades atende à expansão do PIB nacional. “Precisamos requalificar os engenheiros que se formaram, principalmente nos anos 80, e torná-los aptos a atuar nas vagas existentes atualmente. Agindo assim, agregaremos maior valor aos nossos profissionais, ao mesmo tempo em que resolveremos a um dos principais gargalos: o gerenciamento e supervisão de nossos projetos”, enfatiza.

Para Maria Gurgel, diretora global de Recursos Humanos da Vale, o problema não é o número de engenheiros no mercado, mas sim sua baixa qualificação. “Faltam ao Brasil engenheiros qualificados. Profissionais com esse perfil, infelizmente, estão em falta no mercado, o que dificulta e, muitas vezes, inviabiliza a realização de alguns projetos”, afirma.

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Tel: (31) 3223.6251 / 3116.1000 | R. Tomé de Souza, 1065 – Savassi – Belo Horizonte | ietec.com.br | [email protected] | twitter.com/ietec

Para se aprofundar no mercado de mineração, você precisa extrair conhecimento do lugar certo

• Gerenciamento de Projetos de Mina Subterrânea 9 e 10 de abril• Bombeamento de Polpas 23 a 25 de abril• Estrutura de Custos em Mineração 14 e 15 de maio• Otimização, Estabilidade e Segurança de Taludes em Cavas - Operacionais e Finais 11 a 13 de junho• Avaliação da Segurança de Barragens de Rejeitos 18 a 21 de junho• Separações Sólido-Líquido no Processamento de Minérios: Espessamento e Filtragem 19 a 21 de junho

Confira a programação

completa no site

Formam-se poucos engenheiros

O Brasil perde na formação de novos engenheiros até mesmo para outros países emergentes. Anualmente, graduam-se em engenharia 35 mil brasileiros. Na Coreia do Sul, 80. E na China, são 400 mil novos profissionais especializados em engenharia, todos os anos.

Além de poucos, o Brasil forma engenheiros em especialidades muito similares. Dados do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), demonstram esse quadro. Do total de profissionais registrados, 1.003.387, mais de 43% são formados em apenas três especialidades: engenheiro civil (201.290, 20,06%), engenheiro eletricista (122.066, 12,16%) e engenheiro mecânico e metalúrgico (109.788, 10,94%). Há, ainda, outros 401.431 técnicos industriais/agrícolas registrados no Confea, ou 40% do total. Ou seja, todas as outras especialidades seriam apenas 14,2% do universo de profissionais.

Com a concentração em poucas especialidades, o mercado fica ainda mais carente em outros nichos. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) diagnosticou que o Brasil precisa, especialmente, de engenheiros de minas, de petróleo e gás, navais e de computação.

Outro fator que favorece a carência de profissionais é a ausência de aprimoramento permanente, em curtos espaços de tempo. “O profissional que não tem uma atualização constante na sua área fica para trás. Então essa escassez de que se fala não é apenas resultado da falta de profissionais por si só, mas também do fato de que há profissionais que já não atendem a realidade atual da demanda”, afirma o presidente do Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia), José Tadeu da Silva.

que o governo se envolveu na questão e lançou, em 2011, o Pró-Engenharia. Elaborado por uma comissão de especialistas nomeada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o projeto prevê investimentos de R$ 1,3 bilhões.

O objetivo do projeto é ampliar o número de engenheiros formados no país – a partir de 2016 – e reduzir a taxa de evasão nos cursos de engenharia, outro problema apurado pelas instituições de ensino. Para conseguir tais objetivos, se pretende centrar as ações no tripé: aumento do interesse dos estudantes do ensino médio pelas engenharias, diminuição da evasão do curso nas universidades e melhoria da formação de futuros profissionais na área.

Até o momento, no entanto, apesar de todos os indicadores de escassez de engenheiros, o Pró-Engenharia ainda não saiu do papel, devido à discussões políticas dentro do próprio governo federal.

Outro dado que demonstra o baixo interesse dos jovens pelas carreiras da engenharia é o número de vagas preenchidas nas escolas de engenharia no Brasil. Das 235.340 disponíveis, apenas 126.086 estão ocupadas, de acordo com levantamento do Inep/MEC.

“A Engenharia não é mais um curso de cinco anos. São cinco para se formar e depois são outros 35 em que você precisa ficar se atualizando para atender a realidade do mercado”, opina o presidente do Crea-MG, Jobson de Andrade.

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19Revista IETEC | Ano 8 | Abril/Maio de 2012

Opin

ião

Em junho de 2012, representantes de mais de 190 nações estarão no Brasil para participarem da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. A Rio +20, como é amplamente conhecida, terá como um dos elementos centrais a discussão sobre a economia verde, considerada pela ONU um desafio novo e emergente em tempos de aquecimento global e crise econômica. A expectativa após 20 anos da ECO 92 é que passemos de formadores de compromissos ou signatários de convenções internacionais, como a de clima e de biodiversidade, para proponentes de modelos sustentáveis, atrelando economia e ecologia a fim de orientar o desenvolvimento de ferramentas e mecanismos de mercado compatíveis com as necessidades vigentes nessa nova ordem ambiental global.

Um novo conceito que vem ganhando força são os serviços ecossistêmicos. Trata-se, essencialmente, de atribuir um valor aos serviços prestados pelos recursos naturais, como o carbono, a água ou a biodiversidade. Por meio de métodos de valoração econômica, busca-se incorporar uma variável que ainda hoje é vista como uma externalidade ou falha de mercado por considerar esses serviços como gratuitos.

O primeiro documento de referência que apresenta os conceitos de serviços ecossistêmicos foi a Avaliação Ecossistêmica do Milênio (2005), coordenada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que os classifica em quatro categorias - serviços de provisão ou abastecimento (produção de alimentos, água, madeira e fibra), serviços de regulação (que contribuem para a estabilidade do clima, qualidade da água, controle de inundações e proliferação de doenças), serviços culturais (trata da relação das comunidades locais com o meio ambiente) e serviços de suporte (que se referem à formação dos solos, fotossíntese e ciclagem de nutrientes).

Iniciativas piloto no mundo todo estão demonstrando a viabilidade de se incorporar às políticas públicas e às estratégias de negócio o valor dos serviços ecossistêmicos. Isso consolida a tese sobre sua importância estratégica para a economia mundial, sobretudo em países detentores de florestas tropicais, como o Brasil, cuja atividade econômica é pautada por setores diretamente dependentes da biodiversidade e, consequentemente, podendo ser absolutamente afetados pela falta ou escassez desses serviços.

Na esfera pública, programas e projetos estão sendo articulados por meio de políticas que instituem mecanismos de pagamento por serviços ecossistêmicos, definindo, através de marcos legais, as dinâmicas existentes entre provedores e beneficiários desses serviços. A gestão ambiental também está se flexibilizando além das atividades de comando e controle, de caráter repressivo, de modo que haja um incentivo positivo à preservação em desestímulo à degradação. No âmbito federal, tramitam no Congresso Nacional projetos de lei que visam a instituir políticas e programas nacionais de serviços ambientais. O governo brasileiro criou recentemente o Programa Bolsa Verde, sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente, como um componente do Programa Brasil Sem Miséria. Já a Agência Nacional de Águas implementa o Programa Produtores de Água desde 2006.

O setor privado é um dos vetores da transição para essa nova economia verde em razão das oportunidades de negócios que surgem pela possibilidade de se atribuir valor aos recursos naturais. Atualmente, a discussão sobre o tema gira em torno da necessidade das empresas em identificar, evitar e mitigar seus impactos, em razão da utilização dos serviços ecossistêmicos na cadeia produtiva. Por sua vez, incorporam os serviços prestados pelos ecossistemas como fatores de decisão do setor privado.

Referência no assunto, o Projeto Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade para o Setor de Negócios Brasileiro (TEEB, na sigla em inglês) é uma iniciativa que tem orientado os setores da mineração, cosméticos e fármacos, agricultura, papel e celulose, químicos, financeiro, óleo e gás e varejo sobre as melhores práticas para suas operações.

Embora o desconhecimento sobre o tema no meio empresarial ainda seja considerável pelo fato da discussão estar concentrada em poucas instâncias, é crescente o interesse do setor por metodologias aplicáveis às mais variadas atividades econômicas. Recentemente, foi lançada a Parceria Empresarial sobre Serviços Ecossistêmicos (PESE) a qual o IBOPE faz parte e busca promover novas estratégias de negócios que aliem o desempenho empresarial à gestão sustentável dos ecossistemas.

Contabilizando o capital natural

Shigueo Watanabe Junior Bacharel e mestre em física pela Universidade de São Paulo (USP). É diretor executivo do IBOPE Ambiental e especialista em projetos de carbono.

O valor estratégico dos serviços ecossistêmicos para as empresas

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Já é lugar comum dizer que um dos melhores investimentos que se pode fazer é na qualificação profissional. Novos cursos, títulos e experiências agregam mais valor à carreira do que qualquer aplicação.

Um bom exemplo disso é o engenheiro eletricista João Carlos Araújo da Silva Neto, gerente da área de gestão de projetos da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). Ele é um dos poucos brasileiros – na verdade são apenas cinco – que possui a certificação em APMC (Advanced Project Management Certificate) pelo IIL (Institute for Learning): “um importante certificado na gestão de portfólios e programas de projetos, com difícil processo envolvendo seis módulos com assuntos diversificados dentro do conhecimento em Gerenciamento de Projetos”, explica.

A qualificação, para ele, sempre foi fundamental. “Ao longo da minha trajetória, sempre busquei alinhar muita teoria à prática. Dentro deste contexto, busquei fontes de teoria sobre o gerenciamento de projetos em cursos de pós-graduação, mestrado e certificações. Ao longo desta trajetória, tive a oportunidade de trabalhar com grandes investimentos dentro destas indústrias, o que foi fundamental para a consolidação do conhecimento adquirido”, pontua.

Na CSN, ele é o responsável pela Gerência de Gestão de Projetos. Essa gerência forma o PMO (Project Management Office) dentro da Mineração Casa de Pedra. Segundo ele, “a função principal da área é coletar e entender o ‘sintoma’ dos portfólios de projetos da companhia, traduzir este ‘sintoma’ em indicadores que sejam passíveis de controle e gestão”, diz.

Para Silva Neto, a qualificação possui outro viés relevante: a melhora dos resultados finais da empresa. Cada vez mais certos de que a produtividade compensa, empresários de todas as regiões do país têm apostado no treinamento de seus quadros. De acordo com ele, é fundamental esse tipo de investimento. “Para o desenvolvimento de uma carreira é vital um embasamento teórico através da busca por cursos qualificados. Costumo comparar a questão do conhecimento com a tecnologia: se hoje comprarmos uma câmera digital, ao se passar um ano, teremos com certeza uma nova versão com novas funcionalidades. O

Conhecimento Aplicado

Qualificação profissional alinhada a ascensão na carreira

Curta

s

mesmo acontece com o conhecimento: a cada dia surgem novas ferramentas para serem aplicadas na prática. Por isso a importância de se manter uma atualização teórica sempre alinhada a uma prática bem sucedida”, analisa o profissional, certificado PMP (Project Management Professional) desde 2008.

O engenheiro pontua, ainda, que não é necessário apenas o gerente de projetos possuir uma sólida formação. Toda a equipe precisa ter as qualificações, gerando, assim, maior produtividade. “Este quesito é de fundamental importância dentro de um PMO. Costumo dizer frequentemente para minha equipe que somos uma ‘escola’. Como identificamos diariamente ‘sintomas’ em projetos, a equipe acaba por se especializar na solução de problemas, o que gera a capacidade de atuar dentro do controle e gestão. Alinhado a prática, existe a importância contínua do treinamento e atualização, participando de congressos, cursos, comitês etc. como fonte de troca e aprendizado das melhores práticas”, afirma.

Um ensinamento importante que o experiente PMP, ex-aluno do MBA em Gestão de Projetos do IETEC e professor do Instituto compartilha diz respeito ao repasse de responsabilidades para sua equipe de trabalho. “Existe um ditado que diz: quanto mais livre você deixa sua equipe para tomar decisões, mais responsabilidade e conhecimento esta adquire. Procuro basear minha liderança nesse mantra, como fonte primária da promoção da qualificação da minha equipe de trabalho. Ao longo da rotina diária, os integrantes da equipe assumem funções de liderança em grupos de desenvolvimento de assuntos específicos. Isso acaba promovendo tanto o desenvolvimento da liderança quanto a absorção do conhecimento do campo de projetos”, afirma. Ele ainda complementa: “Além deste fato, é de fundamental importância a promoção contínua do trabalho em equipe como base para o compartilhamento progressivo de conhecimento. Posso dizer que temos hoje dentro do PMO uma equipe com grande coesão. Devido a esse fato, realmente nosso PMO se assemelha a uma ‘escola’ como fonte de aprendizado”, conta o profissional, que já atuou na coordenação e gerenciamento de projetos e engenharia em empresas como: Votorantim, Alcoa, Gerdau, FIAT, ABB, Vale e MMX, além de possuir experiências em países como Jamaica, EUA, Espanha, Austrália e África do Sul.

João Carlos Araújo da Silva Netogerente da área de gestão de projetos da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional).

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Opin

ião

Sérgio ViegasVice-presidente de filiação e parcerias do IIBA-MG (International Institute for Business Analysis); Presidente do ICCI (Instituto de Pesquisas, Ciências Cogntivas e Informações); Mestrando em Administração e em Gestão de Negócios; MBA em Gestão Empresarial e bacharel em Ciência da Computação. Professor do IETEC.

Alinhamento entre tI e o negócio

Na década de 90 surgiu um termo chamado “Desconexão” entre a área de Tecnologia da Informação e as outras áreas usuárias, principalmente no diálogo com o CEO (Chief Executive Officer), onde o problema se agravava na dificuldade de entendimento entre estes.

Mais técnico e sem muitos conhecimentos de administração alguns CIOs (Chief Information Officer), com foco maior na tecnologia, possuíam poucos conhecimentos sobre as informações que circulavam na empresa. Não totalmente por culpa deles, posto que existiam poucos cursos de MBA que pudessem complementar sua formação, advinda de cursos como os de ciência da computação, análise de sistemas e até engenharia. Da mesma forma, o CEO não tinha condições, nem muito interesse, em fazer cursos técnicos para entender melhor o que se passava nos CPD´s e nas cabeças dos CIOs. Como exemplo atual, médicos já fazem cursos de MBA para conseguirem gerenciar hospitais, uma facilidade não encontrada outrora.

Além destas novas oportunidades de aprendizado, a TI ficou mais soft, mais fácil, e esta desconexão vem diminuindo, não a ponto de satisfazer a dificuldade ainda presente. A TI se mantém como um corpo estranho em diversas empresas, talvez por descaso dos próprios CEO´s que entregam o comando da área a gerentes ainda técnicos, atuando de forma muito operacional, sem visão de negócios, onde falta o skill de líder, empresário, administrador.

O alinhamento entre TI e negócios se faz necessário para que a tecnologia não seja implantada meramente por ser nova, ou mais rápida, ou o padrão a ser seguido pelos grandes players, mas pelos resultados que podem ser obtidos com ela, se entregam valor para o negócio e se estão alinhados com o que a empresa precisa para atender seus clientes e/ou competir. Em algumas empresas a TI pode até ser a base para a formação da estratégia, mas na maioria das organizações ela apenas suporta as estratégias de negócios.

Uma visão mais ampla da TI vem sendo requisitada por diversas áreas dentro das organizações, que pedem uma “postura pró-ativa de TI”. Existe carência, nos dias atuais, de gestores de TI que realmente apoiem as diversas áreas, levando inovações que gerem valor em um modelo de PARCERIA entre a TI e as outras áreas. Na

maioria de empresas a TI é a vilã por demorar na entrega, por dizer NÃO a uma necessidade, enfim, adotam uma postura reativa de tentar fazer o que podem com os recursos disponibilizados e, sem conseguir explicar mais investimentos, recorrem às suas limitações.

Ocorre que o mercado é muito dinâmico e competitivo. Exige novidades, exige mudanças frequentes, e a TI pode se assemelhar, se mal planejada, a um enorme navio onde não se muda de rota tão facilmente. Algumas tecnologias mais novas como a Arquitetura Orientada a Serviços (SOA - Service-Oriented Architecture) se propõem a facilitar estas alterações, buscando agilidade através de uma visão top-down, orientada do negócio para a tecnologia, mas implantá-la não é de uma hora para outra, e demanda maturidade das empresas fornecedoras.

O Planejamento Estratégico de TI (PETI) é uma ferramenta que busca o alinhamento da TI ao negócio da empresa. Como parte de uma estratégia de alinhamento, não resolve por si só, mas sem ele o caminho é mais árduo. Porém, nem toda empresa possui um planejamento estratégico empresarial (PE) formal. Existem estratégias emergentes, não documentadas, mudanças de rota, fatores estes que podem ser usados como desculpa para não se trabalhar sobre um documento ou plano formal. Mera desculpa, as estratégias estão lá, basta buscar, documentar e alinhar.

Alguns fatores contribuem para este caminho, dentre eles cito alguns de extrema importância que se somam aos aspectos já abordados neste artigo: Que as áreas entendam a TI, assim como esta deve entender o negócio; que exista uma estratégia formal para identificação do portfólio de projetos de TI; que a análise de negócios seja implantada, eliminando as distâncias; que o discurso do CIO mude, se aproximando ao do negócio e seja menos técnico, voltado a benefícios e não a atributos da tecnologia; que o alinhamento seja dinâmico; que o PE e o PETI se façam presentes; que o CIO esteja presente nas reuniões de estratégia; que as boas práticas e modelos de maturidade sejam perseguidos; que se faça benchmarking com empresas concorrentes de mesmo porte; enfim, não buscamos esgotar todos os caminhos, mas que seja o pontapé inicial para um futuro alinhado e mais satisfatório.

Que as áreas entendam a TI, assim como esta deve entender o negócio; que exista uma estratégia formal para identificação do portfólio de projetos de TI; que a análise de negócios seja implantada, eliminando as distâncias...

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Opin

ião

No International Institute for Management Development (IMD), uma das escolas pioneiras em negócios no mundo, o Centro para Gestão de Sustentabilidade Corporativa (CSM) representa uma referência do pensamento de vanguarda da liderança em sustentabilidade empresarial. Após um período de mais de dez anos de pesquisas, o IMD-CSM encontra-se posicionado o suficiente para perceber uma grande mudança com relação à questão. Companhias globais ultrapassaram a fase da conscientização e, hoje, o tema tornou-se pauta estratégica da maioria. Essas empresas não mais se preocupam se a sustentabilidade deveria estar em pauta, mas como.

E como, portanto, as organizações transformam sustentabilidade em vantagem competitiva? Nossas pesquisas indicam que incorporar estrategicamente a questão significa, sobretudo, torná-la relevante para as práticas cotidianas de trabalho; preencher as lacunas de conhecimento entre gestores; e desenvolver mindset de longo prazo.

O departamento de Recursos Humanos em uma empresa desempenha o papel vital de trazer esse foco nas pessoas para uma estratégia de sustentabilidade corporativa. Em janeiro de 2011, o evento Mesa-Redonda em Recursos Humanos IMD-CSM reuniu peritos da instituição – professores Cyril Bouquet e John Weeks – e de organizações como o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) – Associação mundial formada por cerca de 200 empresas, de 35 países, para tratar exclusivamente de negócios e desenvolvimento sustentável – e a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), com altas perspectivas de Recursos Humanos e gestores em sustentabilidade de 26 empresas globais. O encontro resultou em um diálogo provocativo que gerou alguns “valores de cabeceira” e as seguintes conclusões sobre o papel do RH na promoção do engajamento e da liderança em sustentabilidade:

1) Incorporar estratégias em sustentabilidade às operações e atividades corporativas só é possível se orientadores e ações motivacionais estiverem alinhados em relação a premiações, contratações, práticas e políticas de desenvolvimento de talentos e lideranças;2) O RH tem um papel fundamental de assegurar consistência entre orientações estratégicas e ações corporativas diárias. O departamento pode atuar como uma “ouvidoria interna”, apontando inconsistências, e também ajudar a empresa a lidar com situações adversas;3) O RH também desempenha função importante na formação de “embaixadores internos” para estratégias em sustentabilidade e treinamento de funcionários durante processos de mudança;

Aileen Ionescu-SomersDiretora do Centro para Gestão de Sustentabilidade Corporativa do Institute for Management Development (IMD-CSM), na Suíça.

Recursos humanos e sustentabilidade

Companhias globais ultrapassaram a fase da conscientização e, hoje, o tema tornou-se pauta estratégica da maioria.

4) Quando se trata de levantar novos problemas no radar corporativo, a função da sustentabilidade é proporcionar conteúdo. E a do RH, oferecer suporte à implantação do conhecimento;5) A sustentabilidade pode ser aplicada com sucesso em processos de recrutamento e programas de capacitação de funcionários. Para diferentes graus, dependendo do setor, a previsão é de que encontrar talentos será mais difícil. E as empresas com visão em sustentabilidade que forem capazes de articulá-la muito bem e mostrar resultados transparentes quanto às boas práticas terão vantagens em atrair novos talentos.

As discussões do evento sinalizaram, ainda, alguns desafios para a área de Recursos Humanos. Primeiro, deve-se considerar que, em geral, as expectativas em relação ao RH são bastante elevadas, mas nem sempre o mesmo ocorre com sua reputação. Aumentar a credibilidade interna e “obter direitos básicos” são imprescindíveis para que o departamento possa cumprir um papel proativo em apoiar estratégias para a sustentabilidade. Além disso, o RH pode trazê-las para um nível mais humano, com o qual os gestores se identifiquem, e mais alinhado aos princípios do “conheça a si mesmo, seu negócio e sua equipe”.

Segundo, as pessoas costumam falar com entusiasmo sobre valores e princípios, mas revelam certa resistência quando precisam transformar palavras em ações e promover mudanças de comportamento. Os sistemas de RH têm potencial para ajudá-las a superar essas barreiras, desde que:

1) A mudança de comportamento seja posicionada em um grau estratégico pelo topo da gestão;2) O RH atue como um consultor interno em vez de mero executor;3) Os gerentes envolvam-se com as estratégias desde o início, já que as mudanças geralmente tornam-se reais e tangíveis quando coordenadas por gestores desse nível hierárquico;4) A iniciativa seja construída e sustentada por um trabalho de RH engajado, demonstrando que o progresso está acontecendo e que é parte natural do negócio;5) A integração da sustentabilidade no setor de RH dependa do alinhamento efetivo com o propósito corporativo.

Artigo originalmente publicado na revista Ideia Sustentável.

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