Revista Incendio

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Entrevista Bombeiro Civil Adriano Martins – Comitês de Estudos Especiais de Vestimentas, Calçados e Capacete de Segurança para Combate a Incêndio Além de bons centros de formação, é preciso estabelecer atribuições claras e atualizar a legislação 122 ed. www.revistaincendio.com.br Ano XV _ R$ 15 setembro_2015 COMBATER PRONTOS PARA PRODUTOS DE QUALIDADE SÃO FUNDAMENTAIS PARA EXTINÇÃO DO FOGO EM ESTADO INICIAL. SERÁ QUE OS USUÁRIOS TÊM PLENA CONSCIÊNCIA DISSO?

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Entrevista Bombeiro CivilAdriano Martins – Comitês de Estudos Especiais de Vestimentas, Calçados e Capacete de Segurança para Combate a Incêndio

Além de bons centros de formação, é preciso estabelecer atribuições claras e atualizar a legislação

122ed.

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Ano XV _ R$ 15setembro_2015

COMBATERPRONTOS PARA

PRODUTOS DE QUALIDADE SÃO FUNDAMENTAIS PARA EXTINÇÃO DO FOGO EM ESTADO INICIAL. SERÁ QUE OS

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REVISTA INCÊNDIO - ANO XV - Nº 122 – setembro de 2015 é uma publicação mensal da Cipa Fiera Milano Publicações e Eventos Ltda. especializada na área de resgate, prevenção e combate a incêndio. As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião da Revista Incêndio. As matérias publicadas poderão ser reproduzidas, desde que autorizadas por escrito pela Cipa FM Publicações e Eventos Ltda., sujeitando os infratores às penalidades legais.

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EditorialESTAMOS PREPARADOS?

Nos últimos anos o Brasil tem se destacado como país receptor de vários acontecimentos mundiais, a exemplo da Copa do Mundo de Futebol e das Olimpíadas que se aproximam. Cidades importantes do país estão, cada vez mais, sendo

destino de turistas não só locais como de várias par tes de mundo. De uma forma amadorística, no entanto, esses eventos estão sendo transformados em polos de atração, sem o suficiente aparelhamento para garantir uma atividade de lazer sem riscos de acidentes.O Estado de São Paulo, em especial, concentra uma enorme variedade de feiras, congressos e eventos, como a grandiosa Festa do Peão de Boiadeiro, em Barretos. Todas essas situações pressupõem uma grande movimentação de pessoas, máquinas e equipamentos em situações por vezes precárias e temporárias que carregam consigo um forte risco de acidentes, representando perigo para os participantes.Será que estamos suficientemente aparelhados, tanto em pessoal treinado como em equipamentos, para fazer frente a essas ocorrências? Se realmente não estivermos, quais os prejuízos que podem advir dessas situações?Temos uma estrutura real de inspeção prévia para assegurar que os locais de grandes aglomerações estejam realmente dentro de parâmetros de segurança que garantam a integridade dos participante?De quem é a responsabilidade pela estrutura de pronta resposta aos incidentes? Do Poder Executivo, lastreado em recurso públicos, ou dos promotores dos eventos?Nosso país tem todos os atributos para se tornar um grande receptor de turistas e participantes de eventos, mas isso só se tornará realidade se realmente estiver preparado para enfrentar as vicissitudes que podem ocorrer em função de alguma falha de planejamento.Tudo isso deve fazer parte de um grande programa de preparação e análise de riscos dos eventos. Não se pode apenas delegar aos bombeiros a atuação nos sinistros que são gerados pela falta de planejamento. n

serviçosATENDIMENTO Edições anteriores, promoções, preços e alteração de dados cadastrais (endereço, número de telefone, forma de pagamento etc.).Fone: (11) 5585-4355Site www.fieramilano.com.br • E-mail [email protected]

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UMÁR

IOIncêndio na Rede 10 Cenário 12Entrevista 16 Adriano Martins, coordenador das CEEs relacionadas a combate a incêndio do CB 32 da ABNT

Produtos Químicos Perigosos 19Instrução 30Bombeiro civil precisa de boa formação

CAAML36Chamas que vêm do mar

Legislação42Código de Incêndio de São Paulo é referência

Planejamento 44Responsabilidade compartilhada

Especificação 48Bombas para sistemas de sprinklers

Destaque 52C.M. Couto celebra 45 anos no mercado Leitura Imperdível 54Vitrine 56Agenda 58

Extintores portáteisEquipamentos de uso manual para

combater princípios de incêndios

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NA REDEINCÊNDIO

Aumenta o número de incêndios no Paraná

O site de Incêndio informou, na seção “Notícias”, que houve aumento de 75% nas ocorrências de incêndio no Estado do Paraná no primeiro semestre deste ano, em comparação a igual período do ano passado. Ao todo, foram 711 casos, contra 534 contabilizados de janeiro a junho

de 2014. Os números são de levantamento realizado pelo Instituto Sprinkler Brasil, que desde 2012 monitora os reportes de incêndios estruturais veiculados na imprensa brasileira.

Oficina da operação corta-fogo

O site de Incêndio noticiou que no último dia 12 de agosto foi realizada, no Instituto Florestal de São Paulo, a III Oficina da Operação Corta- Fogo 2015. Contando com palestras das instituições centrais da Operação (Secretaria do Meio Ambiente, Polícia Militar Ambiental, Corpo de

Bombeiros e Defesa Civil Estadual) e apresentação de instrumentos e estratégias para implantação dos Planos nas Unidades de Conservação, a oficina teve como objetivo criar estratégias de prevenção e combate aos incêndios florestais. Saiba mais acessando a seção “Notícias”.

Bombeiros mineiros ampliam sistema on-line

O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais pretende expandir o Infoscip (Sistema de Informações do Serviço de Segu-

rança Contra Incêndio e Pânico), que agiliza processos de regularização de edificações, promovendo maior segurança às pessoas e diminuindo o risco de incêndios nesses locais. A ideia é integrar o sistema ao REDS (Registro de Eventos de Defesa Social), tornando-o parte do SIDS (Sistema Integrado de Defesa Social), e criar novos módulos que permitirão que as forças de segurança (Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros) acessem informações importantes de uma edifi-cação em tempo real, no local da ocorrência, diretamente de um smartphone ou terminal com acesso à internet. Desenvol-vido em parceria com a Prodemge, o Infoscip já é referência para órgãos de outros Estados. Mais sobre o assunto no site da revista, seção “Notícias”.

Escola investe em proteção e combate

A Escola Estadual Presidente Médici, localizada em Cuiabá (MT), receberá R$ 350 mil para implantar um projeto de proteção e combate a incêndio e pânico,

exigência do Corpo de Bombeiros para prédios com grande fluxo de pessoas. Estão previstas a reforma do elevador e a instalação de sistema de iluminação de emergência, sinalização, alarme e 12 hidrantes no interior e no pátio do prédio, além de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas. A demanda pela instalação de equipamentos para combater incêndio e pânico vinha sendo apresen-tada há anos pela escola, sem que providências fossem adotadas. A implantação do projeto também era uma cobrança constante do Corpo de Bombeiros, durante vistoria na escola. Leia mais na seção “Notícias” do site.

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SP: Curso de combate a incêndio em mata

Foi realizado no final do mês de agosto um treinamento de prevenção e combate a incêndios em vegetação na Estação Ecológica de Angatuba. Foram abordados os conhecimentos básicos sobre prevenção e combate aos incêndios, como equipamentos de proteção e

protocolos a serem seguidos em caso de ocorrência de fogo, devido a causas naturais ou à imprudência e descuido do homem.Após, uma operação prática foi realizada com supervisão do Corpo de Bombeiros de Itapetininga do 15ºGB.Cerca de 67 pessoas participaram do curso, sendo eles membros da Santa Casa de Angatuba, SAMU, prefeituras de Angatuba, de Guareí, de Campina do Monte Alegre, bem como Instituto Florestal, Laboratório Posto de Saúde e as empresas Resiflor, Klabin, SLB, Theoto e Grupo Alvorada.

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Encontro Regional de Bombeiros em Santa Catarina

A cidade de Rio do Sul (SC) sediou no dia 22 de agosto o 1o Encontro Regional de Bombeiros do Alto Vale do Itajaí, organizado pela 3ª

Companhia do 5º Batalhão BM. Cerca de 85 bombeiros militares e comunitários de quartéis da cidade sede, Ituporanga, Taió, Trombudo Central e Pouso Redondo participaram das atividades programadas. Divididos em oito equipes, os participantes foram desafiados em provas de combate a incêndio com extintor, montagem de estabelecimento, conhecimentos em atendimento pré-hospitalar e subida no cabo sisal – todas no padrão técnico das olimpíadas catarinenses de bombeiro. O evento visou promover a confraternização dos bombeiros do Alto Vale, bem como aperfeiçoar os conhecimentos técnicos e práticos nas áreas de atuação da Corporação, e preparar os participantes para a XVI Olimpíada Catarinense de Bombeiro (a ser realizada 17 de outubro, em Araranguá). A equipe “Rio do Sul B” obteve o melhor desempenho nas provas, sendo a campeã do evento. Informações: 2º Ten BM Bruno Golin Sprovieri – subcomandante da 3ª-5ºBBM

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Ajuda a vítimas de incêndio

A Cedec-SP (Coordenadoria Estadual de Defesa Civil) tem

prestado auxílio a 137 famílias que ficaram desabrigadas após um incêndio atingir uma comuni-dade em Santos (SP). Aproxima-damente 120 moradias da comu-nidade Caminho São José foram destruídas pelo fogo, que teve início na noite de sexta-feira (21 de agosto). As chamas se espalha-ram por uma área de 10 km² do bairro Rádio Clube. A Cedec-SP disponibilizou materiais de ajuda humanitária para as vítimas. No dia 23, foram entregues 50 ces-tas básicas, 150 colchões, mais de 300 kits com creme dental e es-cova de dente, além de sabonetes e 320 toalhas de banho. Os itens foram entregues pela Coordena-doria Municipal da Defesa Civil de Santos.Fo

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Bombeiros de São Paulo têm novo comandante

Desde meados de agosto, o coronel Rogério Bernardes Duarte é o novo comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo. Ele substitui o coronel Marco

Aurélio Alves Pinto.

Workshop do GSI

No próximo dia 15 de outubro será realizado, no Auditório Prof. Francisco Romeu Landi, do Edifício Mário Covas, na Escola Politécnica da USP, o 3o Workshop do GSI – Grupo

de Fomento à Segurança Contra Incêndio. Com o tema Confiabilidade do Sistema de Se-gurança Contra Incêndio no Brasil, o evento será dividido em cinco painéis de discussões: “Balanço das atividades na área 2014/2015”, moderado pelo coronel e doutor Walter Ne-grisolo; “Aprendizados do incêndio na Alemoa – Santos (SP)”, moderado pelo engenheiro Mário Nonaka; “O novo decreto estadual de segurança contra incêndio de São Paulo”, com moderação do engenheiro José Moacyr Freitas de Araújo; “Qualidade dos sistemas prediais de segurança contra incêndio”, com moderação do engenheiro doutor Alexandre Itiu Seito; e “Certificação de produtos, sistemas e serviços de proteção contra incêndio”, moderado pelo coronel e engenheiro Alfonso Antonio Gill. Cada painel terá relatos ou palestras e mesas redondas com a participação de acadêmicos, engenheiros, arquitetos, e representantes da Defesa Civil, da Polícia Científica, do Corpo de Bombeiros, do Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) e da ABSpk (Associação Brasileira de Spinklers), entre outras entidades. Inscrições até 30/9, mediante pagamento de taxa no valor de R$ 80,00 (50% de desconto para estudantes e servidores públicos). Informações e inscrições pelo e-mail [email protected].

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Queimadas urbanas: 741 ocorrências em dois meses no MT

Em quase dois meses, Cuiabá e Várzea Grande (MT) registraram 741 ocorrên-cias de queimadas urbanas. O momento mais crítico de combate a incêndios

urbanos teve início em 15 de julho, quando houve o registro de 432 casos em Cuiabá e 309 em Várzea Grande. A maioria das queimadas registradas pelo Ciosp (Centro Integrado de Operações de Segurança Pública) no MT ocorre em terrenos particulares e áreas públicas das duas cidades. Segundo informações da imprensa local, para ampliar o atendimento neste período do ano, o número 193 do Corpo de Bombeiros Militar está funcionando 24 horas.

Sistema de monitoramento de queimadas

Os focos de queimadas no Estado de Alagoas agora são monitorados pela equipe de fiscalização do IMA (Insti-

tuto do Meio Ambiente) para coibir a prática que pode ser considerada infração, caso não esteja autorizada ou aconteça de modo irregular. A ação será feita com a utilização do Sistema Georreferenciado de Monitoramento de Ocorrên-cias na Rede Elétrica, da Eletrobras. Por mieo da parceria firmada entre os dois órgãos, o acompanhamento é feito diariamente, bem como de análises mensais que mostram os locais e os riscos, além disso, ainda é possível verificar os municípios onde mais há focos. As imagens são geradas a partir de dados fornecidos pelos satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) . Além de ampliar e melhorar as ações de monitoramento, um dos serviços que as equipes de fiscalização estão elaborando para oferecer à população é um relatório mensal mostrando os focos de queimada no Estado, identificando aqueles que foram autorizados e os que acontecem de modo irregular.

Encontro de bombeiros em Minas Gerais

De 31 de agosto a 2 de setembro aconteceu em Belo Horizonte (MG), a edição 2015 do Ecobom (Encontro da Comunidade Bombeiro Militar). O evento reuniu todos

os comandantes das unidades dos corpos de bombeiros de Minas Gerais responsáveis pelo atendimento operacional e também pela definição de políticas para a corporação. Durante o encontro, houve apresentação de estudos de casos ocorridos em outros estados, como o da boate Kiss em Santa Maria (RS) e o incêndio no terminal da Ultra-cargo em Santos (SP). Bombeiros destes dois estados também participaram dos debates. Uma das novidades do Ecobom foi o lançamento de uma plataforma virtual dos GTO (Grupos Temáticos Operacionais) criados este ano, visando a especialização profissional dos bombeiros de Minas. A ferramenta, inédita no Brasil entre Corpos de Bombeiros, vai permitir a troca de informações entre profissionais de todo o Estado, promovendo o aperfeiçoamento e a especialização em atividades específicas de bombeiros, por meio de fóruns temáticos acessados pela intranet. Inovações tecnológicas, a padronização na formação profissional do Bombeiro Militar

Homenagens marcam os 104 anos do Corpo de Bombeiros de MG

O s 104 anos do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais foram marcados pela entrega da Medalha de

Mérito Profissional a 76 bombeiros de unidades da capital e do interior. A solenidade, realizada no dia 31 de agosto, reuniu bombeiros da ativa, da reserva e reformados para homenagear os companheiros e a corporação. A cerimônia foi presidida pelo comandante-geral, coronel Luiz Henrique Gualberto Moreira, com a presença diversas autoridades.

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ADRIANO MARTINSENTREVISTA

Proteção contra acidentes e doençasCOMISSÕES DE ESTUDOS DE EPI SÃO DETERMINANTES NA QUALIDADE DE VIDA E DIMINUIÇÃO DOS ACIDENTES

por Débora Luz

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Os EPI’s (Equipamentos de Proteção Individuais) têm papel essencial na redução de acidentes de trabalho em situações de risco. E embora se deva dar prioridade aos cuidados do ambiente

de trabalho, com a implantação de sis-temas de gestão de segurança e saúde nas empresas, a adequada utilização dos EPI é imprescindível.

O CB-32 (Comitê Brasileiro de Equi-pamentos de Proteção Individual), criado pela ABNT (Associa-ção Brasileira de Normas Técnicas) em 1996, tem o objetivo de centralizar e agilizar as normas do EPI, porque até então, as normas brasileiras sobre o assunto eram elaboradas em diversos comitês. Nestes anos, o comitê vem trabalhando com várias comissões de estudo que, por meio das normas técnicas, promove a melhoria de qualidade dos equipamen-tos oferecidos para os trabalhadores, colocando em contato os fornecedores de insumos, fabricantes e consumidores na mesma sala para discutirem assuntos em comum.

Nesse sentido, a revista Incêndio conversa, nesta edição, com o capitão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo, Adriano Martins, coordenador de três Comis-sões de Estudo Especial do ABNT/CB-32: de Vestimentas, de Calçados e de Capacetes de Combate a Incêndio para falar sobre os trabalhos desenvolvidos pelas comissões e a importância delas para a conjuntura atual de proteção contra o acidente e doença no trabalho no Brasil. Martins é formado em Administração de Segurança Pública (Academia de Polícia Militar do Barro Branco), em Engenharia Civil (Universidade de Guarulhos), mestre em Administração de Segurança Pú-blica. Atuou como chefe da Seção de Orçamentos e Custos, do Departamento de Finanças e Patrimônio do Corpo de Bombeiros de São Paulo, responsável pela elaboração de es-pecif icações técnicas e projetos básicos, e cotações iniciais para as aquisições do Corpo de Bombeiros no âmbito do Estado. Atualmente, atua como chefe da Seção de Controle de Bens Imóveis (regularização e obras em geral).

Há quanto tempo existem estas comissões e porque foram criadas?Essas Comissões foram instituídas em meados de 2009

inicialmente para criar uma norma bra-sileira para Equipamento de Proteção In-dividual para Combate a Incêndio, com base na ISO 11.613 de 1999, considerada por muitos como uma norma interna-cional, por envolver no mesmo texto requisitos da EN (European Standard) e da NFPA (National Fire Protection As-sociation), e que passava pela terceira tentativa de revisão. Para tanto, apesar de ser somente uma norma em questão, foram criadas três Comissões de Estudo Especial, cujas coordenadorias f icariam

sob responsabilidades de integrantes de Corpos de Bombeiros que haviam sido convidados: ABNT/CEE-131 – Comissão de Estudo Especial de Vestimentas para Combate a Incêndio, coordenado pelo Corpo de Bombeiros do Paraná, por meio do capitão Losso; ABNT/CEE-132 – Comissão de Estudo de Especial de Calçado de Segurança para Combate a Incêndio, coordenado pelo Corpo de Bombeiros de Brasília, por meio do capitão Tempesta; e ABNT/CEE-133 – Comissão de Estudo Especial de Capacete de Segurança para Combate a Incêndio, coordenado pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo, estando sob minha responsabilidade.Infelizmente, após diversos trabalhos e uma quarta tentativa de revisão, a norma ISO 11.613 não foi atualizada e os nossos esforços foram perdidos. Mas ainda tínhamos a necessidade de uma norma mais atualizada, para nortear a elaboração da norma nacional, pois desde de 1999, tanto a EN quanto a NFPA haviam sofrido revisões. Para tanto, a ISO (International Organization for Standardization) criou uma nova norma para estudos, a ISO 11.999, dividindo-a em 10 partes. Com isso, nossas Comissões, sob a batuta do CB-32, ficaram incumbidas de se basearem nessa norma para a criação de uma NBR-ISO para EPI de Combate a Incêndios. Atualmente, pela impossi-bilidade da participação dos colegas de outros Estado, atuo na Coordenação das três Comissões.

Qual o objetivo de cada comissão?É traduzir as partes da norma ISO 11.999 correspondente à sua área de atuação, adequando o texto ao vernáculo do segmento de segurança. Posteriormente, cada parte, transformada em NBR-ISO poderá ser publicada individualmente, da mesma for-ma que a ISO está tratando suas normas. Nesse ano de 2015 as quatro primeiras partes da ISO 11.999 já foram aprovadas

Na ausência de uma norma nacional, cada Corporação realiza suas aquisições com base nas Internacionais

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ENTREVISTA

e publicadas: Parte 1 – Geral; Parte 2 – Compatibilidade; Parte 3 – Vestimenta; Parte 4 – Luvas. Na sua opinião, qual a importância das comissões de estudos?Colocar em contato os fornecedores de insumos, fabricantes e consumidores na mesma sala para discutirem assuntos em comum, mas é uma pena que a maioria dos consumidores acabam não partici-pando ou não tendo interesse. Talvez os consumidores queiram somente o resultado final: a norma pronta e o produto na prateleira certificado conforme a norma.

Quais trabalhos estão em andamento?A CEE-131 já está finalizando a verif icação da parte 3 da ISO 11.999. O resultado f inal em breve será encaminhado para consulta pública. Essa mesma comissão também já iniciou a verif icação das Parte 1 – Geral e Parte 2 – Compatibilidade, no que lhe couber. Já a CEE-132 e a CEE-133 estão com a ve-rificação de suas partes em andamento, porém suas elas ainda se encontram com status de FDIS (Rascunho Final da Norma). Mesmo terminando a verif icação das traduções e realizando as adequações do texto, haveria a necessidade de aguardar a publicação definitiva das respectivas partes da ISO 11.999.

E quanto ao EPI para bombeiros? O EPI para bombeiros poderia seguir, in tese, as normas que estão sendo elaboradas. Acontece que, atualmente, na ausência de uma norma nacional, cada Corporação realiza suas aquisições com base em Normas Internacionais (Ex: NFPA, EN etc.).

E como estão os trabalhos quanto à Certificação de EPI para Bombeiro?Por enquanto as Comissões não tratam isso de forma direta. No início dos trabalhos, diversos laboratórios foram convidados para participarem de nossas reuniões. Muitos vieram, mas, atualmente, participam mensalmente das reuniões somente o Senai e o IPT. As Comissões têm consciência de que a montagem de um ma-quinário específico para os testes e certificação desses itens seria muito custoso e isso só ocorreria definitivamente após a criação de uma certa demanda. Sendo assim, é razoável a aceitação de

testes de laboratórios estrangeiros para as certificações iniciais, até porque a nossa nor-ma será NBR-ISO.

O que há de novidade em relação às vestimentas, calçados ou capacetes?Em relação às normas da ISO, pratica-mente não há nada de especial em novida-de, pois elas remetem índices e requisitos às normas EN e NFPA, que já são consa-gradas. As novidades tecnológicas f icam a cargo dos fabricantes e fornecedores

de matéria-prima, desde que submetidos aos requisitos das normas em questão.

Quais são as características de um capacete de combate a incêndio?Como falado anteriormente, a ISO 11.999, por ser considerada uma norma bastante abrangente, acaba tratando os capacetes, basicamente, como de dois tipos: Tipo 1, como sendo o ca-pacete fechado, tipo europeu, com todos os requisitos da EN 443; e Tipo 2, como sendo o capacete aberto, tipo americano, com todos os requisitos da NFPA 1971:2013.

Há normas brasileiras para EPI’s usados por Bombeiros?Não há normas brasileiras para EPI’s específicos de bombeiros, sendo que as empresas ou instituições acabam usando outras normas nacionais (riscos químicos, riscos térmicos etc.) ou normas internacionais.

Quais os desafios para a pesquisa em relação de EPI de Combate a Incêndio?O grande desafio está no estudo e na busca de novos itens tecnologicamente mais avançados, mas sem esquecer de ob-servar o custo-benefício da proposta e, principalmente, ob-servando a capacidade da Industria Nacional de se adaptar às possíveis novas exigências.

O que está previsto até o final de 2015?A previsão é de que as Comissões possam colocar as quatro primeiras par tes da ISO 11.999 já traduzidas, adaptadas e transformadas em NBR-ISO para consulta pública. n

ADRIANO MARTINSO grande desafio

está no estudo

e na busca

de novos itens

tecnologicamente

mais avançados

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PERIGOSOSPRODUTOS

ACETATO DE METILA

Propriedades: Líquido volátil, incolor ; miscível com a maioria dos hidrocarbonetos comuns.Origem: Aquecimento do álcool metílico e ácido acético em presença de ácido sulfúrico, seguido de destilação.Usos: Remoção de tintas; solventes para lacas; intermediário.Periculosidade: Altamente inflamável; risco de incêndio e explosão. Moderadamente tóxico por ingestão, inalação absorção através da pele.

ACETATO DE N-PROPILA

Propriedades: Líquido incolor ; odor agradável. Miscível com álcoois, cetonas, ésteres, hidrocarbonetos. Densidade: 0,887.Origem: Reação entre o ácido acético e o álcool n-propílico, na presença de ácido sulfúrico.Usos: Perfumaria; solvente de nitrocelulose e derivados, resinas naturais e sintéticas; lacas; plásticos; sínteses orgânicas; reagente de laboratório.Periculosidade: Inflamável, risco de incêndio. Moderadamente tóxico.

ACETATO DE SEC-BUTILA (acetato de butila secundária)

Propriedades: Líquido incolor.Usos: Solvente para nitrocelulose, lacas, esmaltes.Periculosidade: Inflamável, risco de incêndio. Moderadamente tóxico.

ACETATO DE TER-BUTILA

Propriedades: Líquido incolor.Usos: Agente antidetonante.Periculosidade: Inflamável; moderadamente tóxico. Risco de incêndio

ACETILANETO DE COBRE

(acetileto de cobre, acetileto cuproso)

Propriedades: Pó vermelho amorfo, um sal do acetileno.Origem: Reação do acetileno com soluções

aquosas de sais cuprosos.Usos: Detonadores e outros engenhos explosivos.Periculosidade: Grandes riscos de explosão quando submetido a choques ou aquecimento.

ACETILANETO DE PRATA (acetileto de prata)

Propriedades: Pó branco, um sal do acetileno.Origem: Reação do acetileno com soluções aquosas de sais de prata.Uso: Detonadores.Periculosidade: Grandes riscos de explosão quando aquecido ou submetido a choques.

ACETILENO

Propriedades: Gás incolor ; solúvel em álcool e acetona; levemente solúvel em água.Origem: a) ação da água sobre o carbeto de cálcio; b) craqueamento do petróleo; c) do óleo combustível pelo processo do arco modificado.Usos: Cloreto de vinila e vinilideno; acetato de vinila; soldagem e corte de metais; neopremo; acrilonitrila; aeilatos;

tricloroetileno; negro de fumo.Periculosidade: Altamente inflamável; grandes riscos de incêndio; queima com intensa chama; forma com o ar ou oxigênio uma mistura explosiva. Forma compostos explosivos com a prata, mercúrio e cobre.

ACETILETO DE COBRE

(ver acetilaneto de cobre)

ACETILETO CUPROSO

ver acetilaneto de cobre

ACETILETO MERCUROSO

Propriedades: Pó branco, um sal do acetileno.Origem: Reação do acetileno com solução aquosa de sais de mercúrio.Periculosidade: Grandes riscos de explosão quando aquecido ou submetido a choques. Altamente tóxico.

ACETILETO DE PRATA

ver acetilaneto de prata

(*) texto retirados do livro “Produtos Químicos

Perigosos”, de Gastão Rúbio de Sá Weyne e

Misael Antonio de Sousa.

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EXTINTORES

por Simone Alves

Se bem utilizados, equipamentos podem extinguir chamas em estágio inicial

PORTÁTEISEFICAZES

E

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incêndio _ setembro_2015 23

O País vive um processo de crescente amadurecimen-to no segmento de com-bate a incêndio. Ao apren-der com erros do passado, entendeu o verdadeiro

significado da prevenção e da conscientiza-ção, passando a caminhar em sinergia com a tecnologia. Hoje, é possível encontrar uma gama completa de produtos, na qual se destacam também os extintores portáteis, que são pequenos apenas no tamanho, mas grandes na sua contribuição para a proteção da vida e do patrimônio.

Apesar do mercado de extintores não ter sofrido expressivas mudanças, não há como não perceber a sua evolução no decorrer dos anos. O artigo “Sistemas de Proteção por Extintores Portáteis de Incêndio no Brasil”, do professor e doutor Ualfrido Del Carlo, Héctor Abel Almiron, coordenador da Comissão de Estudos de Extintores do Comitê Brasileiro de Segu-rança Contra Incêndio, e do engenheiro Waldir Pereira, publicado originalmente no livro “A Segurança contra Incêndio no Brasil”, relata que os extintores de incêndio surgiram de forma rudimentar no século 15, sendo constituídos de uma espécie de seringa metálica com dimen-sões exageradas provida de um cabo de madeira sem agulha.

No século 16, Jacob Besson inventou um extintor que era constituído de um grande recipiente de ferro montado so-bre rodas, provido de um enorme gargalo curvo, que podia penetrar nas aberturas dos edifícios em chamas.

Os extintores portáteis fazem parte do sistema básico de segurança contra incêndio em edif icações e devem ter como características principais portabi-lidade, facilidade de uso, manejo e ope-ração. A manutenção desses equipamen-tos, juntamente com o treinamento de pessoas, é de fundamental importância para um uso bem-sucedido.

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EXTINTORES

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portáteis e sobre rodas em edif ica-ções e áreas de ris-

co para combate a princípio de incêndio.A responsabilidade da ABNT, segundo

José Carlos Tomina, superintendente da ABNT/CB 24 - Comitê Brasileiro de Se-gurança Contra Incêndio, como organis-mo de normalização, é elaborar normas técnicas que apresentem orientações aos produtores e consumidores desses pro-dutos e, concomitantemente, aos órgãos públicos responsáveis pela f iscalização quanto à utilização e obrigatoriedade dos mesmos. Complementarmente, a ABNT também atua, em conjunto com o

Os princípios de incêndios variam con-forme a origem, que pode ser elétrica ou relacionada a materiais combustíveis. Para cada caso, exige-se o uso de agentes especialmente desenvolvidos, o que deu origem a um sistema de classificação.

Chama-se agente extintor a substância que é utilizada para preencher os cilindros. Já a capacidade extintora é um dado im-portante, pois é o que vai determinar o poder de extinção.

Os dados históricos e a prática mostram que a evolução na qualidade dos extinto-res ao longo dos anos foi significativa, sen-do que hoje temos equipamentos específi-cos para vários riscos como, por exemplo, extintores para fogos em líquidos e gases inflamáveis pressurizados e tridimensionais, e extintores em líquidos inflamáveis em áreas com obstáculos.

Os extintores portáteis de incêndio são equipamentos de uso manual para com-bater princípio de incêndio em classes de fogo A, B e C e, conforme a norma ABNT 15808-2013, a sua massa total não pode ultrapassar 20 quilos.

Segundo o especialista Héctor Abel Al-miron, todos os itens da norma são impor-tantes, porém, ele chama a atenção para o item 3.1 da norma ABNT NBR 12693: 2010 (Sistema de proteção por extintores de incêndio), pelo qual entende-se como capacidade extintora “a medida do poder de extinção de fogo de um extintor, obtida em ensaio prático normalizado”.

Para o usuário final, Almirón menciona que deverá ser implementada no sistema de proteção por extintor de incêndio a norma ABNT NBR 12693, que estabelece os requisitos exigidos para projeto, sele-ção e instalação de extintores de incêndio

Extintores portáteis são equipamentos de uso manual para combater princípios de incêndio classes A, B e C

Inmetro, na certificação desses produtos, que se constitui em mais uma ação para a melhoria da qualidade dos extintores e para apresentação de orientações técni-cas à sociedade.

CLASSES DE FOGODependendo do agente empregado, o

extintor de incêndio pode combater as classes de fogo A, B e C.◆ Classe de fogo A (fogo envolvendo ma-teriais combustíveis sólidos, tais como ma-deiras, tecidos, papéis, borrachas, plásticos termoestáveis e outras fibras orgânicas, que queimam em superfície e profundi-dade, deixando resíduos); ◆ Classe de fogo B (fogo envolvendo lí-quidos e gases inflamáveis ou combustíveis, plásticos e graxas que se liquifazem por ação do calor, que queimam somente em

José Carlos Tomina, superintendente da ABNT/CB-24

Classes de Fogo

Água Pó BC Pó ABC Espuma Mecânica

CO2 Halogenados

x xx x

x

x

xx x x

x xx

NOTA: As classes D e K não são mencionadas na tabela acima por ainda não estarem contempladas nas normas de fabricação de extintores de incêndio

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Notícias sobre prevenção e combate agora também na internet

na rede

www.revistaincendio.com.br

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EXTINTORES

superfície); ◆ Classe de fogo C (fogo envolvendo equipamentos e ins-

talações elétricas energizadas)

MERCADOSegundo Rogério A. Barbosa, gerente

comercial do grupo Metalcasty, voltado à fabricação e comercialização de equipa-mentos para combate a incêndio, a empre-sa possui uma linha de extintores leves e de fácil manuseio, importante opção para os profissionais de segurança que reque-rem uma resposta imediata, efetiva e segu-ra para proteção de vidas e do patrimônio. “Nossa linha de produtos é complementa-da por equipamentos que utilizam agentes extintores à base de pó BC, ABC, gás car-bônico e espuma mecânica.”

Considerando a demanda atual por extintores veiculares, consequência da nova resolução do Conatran (Conselho Nacional de Trânsito), os itens de maior destaque atualmente são: extintores vei-culares de pó químico ABC 0,900 quilo descartável e de pó químico ABC 2 quilos recarregável. “Os extintores portáteis que representam maior volume de comercia-lização são os modelos pó quatro quilos e seis quilos (BC e ABC) AP 10 lts, CO2-6 quilos”, ressalta Barbosa.

Os extintores automotivos fazem parte da categoria de equipamentos portáteis que possuem seu devido suporte de fi-xação na estrutura do veículo. Com as novas exigências, o extintor automotivo ABC tem adicionado em sua composição

a substância necessária para combater in-cêndios tipo “A”, como os iniciados nos estofado do carro.

Barbosa explica que o referido extintor tem validade de cinco anos e é descartá-vel, ou seja, não pode ser recarregado. Ao condutor fica a responsabilidade de verifi-car periodicamente se o extintor continua pressurizado, condição que possibilita que seja expelida a carga quando houver neces-sidade. Como adendo ele lembra que “não existe uma obrigatoriedade do proprietário do veículo para retirar o plástico que protege o extintor de incêndio. Porém, o recomenda-do é que seja retirado, pois, em caso de um eventual incêndio, o usuário poupa o tempo de desembrulhar o equipamento, podendo agir de forma mais rápida.”

Os extintores automotivos ABC, se-gundo Barbosa, devem ser fabricados de acordo com as orientações da ABNT, por meio da norma NBR 15808, que estabe-lece padrões de segurança que garantem a

qualidade e melhor ef iciência do pro-duto para o consu-midor. Ele também

destaca algumas orientações da norma que devem ser observadas pelos moto-ristas na hora da compra do material:◆ Todos os extintores devem ser providos de meios que impeçam seu acionamento acidental (trava de segurança);◆ Toda trava deve possuir um sistema de lacre que evidencie sua utilização;◆ O recipiente para o agente extintor deve ser na cor vermelha;◆ No quadro de instruções devem cons-tar, bem legíveis e de maneira indelével, entre outras informações: classes de fogo representadas por um conjunto de sím-bolos gráficos, razão social do fabricante,

Extintores de incêndio requerem certificação compulsória fornecida pelo Inmetro

Héctor Almiron, coordenador da Comissão de Estudos

Rogério Barbosa, gerente comercial do grupo Metalcasty

Extintores de incêndio Metalcasty

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incêndio _ setembro_2015 27

faixa de tempera-tura de operação (ex: Celsius), grau de capacidade ex-

tintora e instruções de operações;◆ O manual do usuário deve ser forne-cido com cada extintor, devendo conter as instruções necessárias, advertências e cuidados para o transporte, instalação pre-tendida, uso e inspeção do extintor.

CAPACIDADE EXTINTORAA capacidade extintora é uma das for-

mas de medir o poder de extinção de fogo de um extintor, sendo obtida por meio de um ensaio normalizado, de acordo com as normas ABNT NBR 15808. Na prática, são realizados ensaios de fogo em engra-dados de madeira, para classe de fogo A; ensaios de fogo em líquido inflamável, para classe de fogo B; e ensaios de condutivida-de elétrica, para classe de fogo C.

De acordo com Carlos Eduardo Zua-nazzi, gerente comercial da empresa Bucka, o grau de capacidade extintora é informado nos rótulos dos extintores de incêndio, em conformidade com a NBR 15808, juntamente com a lasse fogo à qual o equipamento se destina. “Um ex-tintor com capacidade extintora de classe 2-A:20-B:C, por exemplo, corresponde a um extintor capaz de combater incêndios de classes grau 2-A; grau 20-B e C. No caso dos fogos de classe C, não existe um número indicativo de capacidade, mas o importante é saber se o extintor utilizado é indicado para proteção de equipamentos elétricos energizados.”

Zuanazzi ressalta ainda a importância de não confundir capacidade extintora com carga nominal ou capacidade de carga do extintor (como quatro, seis ou 12 quilos, ou em litros, por exemplo), muito menos

com uma unidade extintora. “Existem dife-renças fundamentais entre esses conceitos.”

O sistema de proteção contra incêndio por extintores portáteis ou sobre rodas deve ser projetado de acordo com a NBR 12693, considerando-se: ◆ A classe de risco a ser protegida;◆ A natureza do fogo a ser extinta; e◆ O agente extintor a ser utilizado.

Em termos práticos, Zuanazzi ressalta que um projeto de proteção por extintores de incêndio dimensionado com base apenas na quantidade de agente ou a capacidade ex-tintora do equipamento não garantirá que o sistema seja realmente eficaz no primeiro combate a incêndio.

Na verdade, um projeto bem execu-tado, que garanta um combate eficaz no início de um incêndio, depende de todos os fatores expostos na NBR 12693 e da experiência do profissional que o efetua, além de diversos fatores, tais como treina-mento dos usuários, verificação constante dos extintores e carga incêndio no local, entre outros. “É importante ressaltar que o extintor de incêndio é um produto com certificação obrigatória pelo Inmetro”, des-taca Zuanzazzi.

TENDÊNCIAS Quanto às novidades, Rogério Barbosa

da Metalcasty menciona que, no decorrer dos anos, o mercado de extintores não costuma sofrer grandes e/ou expressivas mudanças e novidades substanciais em ter-mos de produtos. “Salvo momentos em que um fabricante ou outro disponibiliza ou agrega um novo item em seu escopo, temos um mercado equilibrado composto de itens voltados mais ao quesito aperfei-çoamento de processo e qualidade do que propriamente a destaques e novidades.”

Pontualmente, ele diz que podemos vi-venciar situações como a estabelecida pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito), na Resolução nº 333/2009 em seu Arti-go 2º, que prevê atualização e mudança

Carlos Eduardo Zuanazzi, gerente comercial da empresa Bucka

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EXTINTORES

na linha automotiva. “No mais, acredito que temos um mercado equilibrado e de certa forma constante. Lembrando que tal processo e trâmite de aprovação para linha automotiva tiveram início em 2004. Contudo, a medida foi derrubada e voltou a valer em 2009.”

Já em relação às tendências, diz que em decorrência até de um consumidor mais atento e exigente quanto aos pro-dutos e à qualidade, o mercado conta hoje com indústrias modernas e bem equipadas, tanto na parte de estrutura, máquinas e equipamentos, como no re-crutamento de pessoal. “Além disso, há uma preocupação com a escolha de bons fornecedores, desde a matéria-prima até os equipamentos”, diz Barbosa.

Ele ainda enfatiza que o próprio setor oferece e proporciona uma ampla gama de oportunidades no mercado interno e externo. “Falando em tendência de ne-gócios, podemos perceber uma mudan-ça gradativa e constante no que tange a substituição dos extintores portáteis Pó Químico BC e Água pela linha ABC.Podemos associar tal ocorrência à prati-cidade, qualidade e economia gerada ao

consumidor, uma vez que, adotando-se o extintor ABC, automaticamente o extin-tor AB torna-se não necessário.”

Já para Carlos Eduardo Zuanazzi, gerente comercial da Bucka, a preocupação com a vida e o patrimônio tem sido crescente nos últimos anos, principalmente após tragédias recentes, como o incêndio na boate Kiss, no Rio Grande do Sul. “Os órgãos de fiscalização têm sido mais rígidos e as normas também vêm sendo revisadas no intuito de garantir mais segurança às instalações de incêndio. Nesse contexto, entendemos que o mer-cado buscará cada vez mais produtos de qualidade comprovada, além de soluções específicas para cada risco.”

Hoje, uma das principais dificuldades é a conscientização de alguns usuários com a qualidade do produto adquirido. “Nes-se sentido, buscamos nos associar à Abiex (Associação Brasileira das Indústrias de Equipamentos contra Incêndio e Cilindros de Alta Pressão), juntamente com o Inme-tro, que verifica a qualidade e conformida-de dos extintores de incêndio e oferece também treinamentos para engenheiros, técnicos em segurança do trabalho e bom-beiros”, disse Zuanazzi. n

O mercado de extintores é estável, influenciado apenas por uma ou outra alteração na legislação

OS EXTINTORES DE INCÊNDIO PODEM SER CLASSIFICADOS COM BASE NO PRODUTO QUE UTILIZAM NO COMBATE ÀS CHAMAS:

Extintor de Água (H2O): a água é pressurizada para fora do extintor, em forma de jato ou neblina.

Extintor de espuma: o combate ao fogo ocorre por meio de espuma mecânica.

Extintor de gases inertes: gases quimicamente inertes (que não entram em combustão), como o gás carbônico (CO2) e o gás nitrogênio (N2) são utilizados.

Extintor com cargade pó químico: geralmente o bicarbonato de sódio (NaHCO3) é utilizado.

Extintor com carga de pó ABC:Monofosfato de amônia

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INSTRUÇÃO

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da Emília Sobral

Além de bons centrosde ensino, é preciso estabelecer atribuições claras e atualizar a legislação

BOMBEIRO CIVIL PRECISA DE BOA FORMAÇÃO

Garantir a capacitação dos bombeiros é saber que há profissionais preparados para salvar vidas e reduzir impactos danosos na hora da emergência. Mas, apenas

14 % das 5.570 cidades brasileiras têm Cor-pos de Bombeiros Militares. Cada corpora-ção militar dos Estados define a estrutura e procedimentos em relação ao conteúdo dos cursos teóricos e práticos. Ou seja, não há ainda a tão desejada padronização de pro-cedimentos em caráter nacional. Já os bom-beiros civis devem ter um papel importante, pois a sociedade também precisa deles, in-clusive em atividades privadas de alto risco e nos serviços municipais de emergências. Há campo de trabalho para todos, sejam militares, civis ou voluntários. Atualmente, a legislação específica de bombeiros civis é a Lei n0 11.901 de 2009. Porém, em nenhum momento, esta lei considera a NBR 14.608,

que é a norma técnica existente desde 1999, especificamente para a formação, capacita-ção e dotação de bombeiro civil.

Segundo Jorge Alexandre Alves, diretor técnico da Fire & Recue, o que falta é en-tendimento das atribuições e competências desses profissionais, conforme as suas áreas de atuação. A cultura de exclusividade dos serviços de bombeiros militares resulta de um grande equívoco, indisposições e até mesmo conflitos entre esses profissionais. Assim, os dispositivos legais para a formali-zação, inclusão e melhor aproveitamento de todos os profissionais bombeiros civis e mi-litares, com definições claras de quem pode atuar nas áreas privadas e públicas, devem ser atualizados e aprimorados pelo bem da população que precisa desses serviços.

CB-24 Alves participa da comissão da Associa-

ção Brasileira de Normas Técnicas (ABNT

/ CB-24), sugerindo alterações para as normas brasileiras

e legislações do Corpo de Bombeiros, que incluem a formação de bombeiros civis e re-gulamentações dos profissionais bombeiros e centros de formação. O comitê da ABNT (CB-24) tem trabalhado, em conjunto com as lideranças do setor, para aperfeiçoar e modernizar a legislação, estabelecendo um

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Jorge Alexandre Alves, diretor técnico da Fire & Recue

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conteúdo e uma carga horária para a forma-ção do bombeiro, militar e civil, independen-te do Estado da corporação ou mesmo os centros de formação de bombeiros civis. Em muitos municípios ou regiões do Brasil já há credenciamento de centros de formação de bombeiros civis.

“Com o melhor entendimento e quebra do paradigma da exclusividade dos bombei-ros militares, poderíamos evoluir nas legisla-ções, educação e cultura de proteção contra incêndios e atendimentos de emergências, havendo ainda o respeito e o reconhecimen-to entre todos os profissionais bombeiros

privados e públicos, civis, militares e voluntá-rios”, sugere Alves.

REFERÊNCIA DE CONTEÚDOHoje, a referência para o currículo do con-

teúdo do curso de formação de bombeiro civil continua sendo a norma brasileira NBR 14.608. Mas, por se tratar de uma norma técnica de referência, não é obrigatório o cumprimento desse currículo, seja em con-teúdo ou em carga horária, pelos centros de treinamento. “Na prática o que temos visto na maioria dos centros de treinamentos pelo Brasil são cursos ministrados com conteúdo

teóricos e práticos, baseados somente nas experiências prá-

ticas dos instrutores, sem referências técnicas ou científicas formais e atualizadas”, esclarece.

João Argolo Santos, professor e instrutor técnico do curso de formação de bombei-ros civis na Escola Técnica de Especialização e Profissionalização em Segurança do Gru-po Rocha, diz que a escola segue a Instrução

Douglas Kerche, oficial da reserva do Corpo de Bombeirosde São Paulo

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INSTRUÇÃO

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O bombeiro civil deve ser preparado para fazer atendimento interno nas edificações

Técnica n° 17 (IT) do Corpo de Bombei-ros de São Paulo, a

NBR da ABNT 14.608 e a Portaria do Corpo de Bombeiros que regulamenta a Lei Estadual (em São Paulo) n0 15.180/2013. Lá, o curso é dividido em quatro módulos, com carga horária de 400 horas, sendo 50%, teórico em sala de aula na zona Sul (próximo ao terminal Capão Redondo), e 50%, prático no campo de treinamento, em Itapecerica da Serra (SP). “Utilizamos laboratórios e visitas aos nossos parceiros comerciais para aplicação de exer-cícios práticos, bem como atividades relacio-nadas à formação”, afirma Santos.

CADA UM COM SEU PAPELO coronel da reserva do Corpo de Bom-

beiros de São Paulo, Paulo Chaves, ressalta que, enquanto o bombeiro civil deve ser preparado para fazer atendimento interno

nas edificações, o bombeiro militar deve ser preparado para atuar no atendimento público nas cidades.

Aparecido Cruz, bombeiro civil e profes-sor na Universidade Federal de Guarulhos (SP), confirma que, em relação à formação do bombeiro civil, o conteúdo programáti-co e as cargas horárias dos cursos do pro-fissional civil são diferentes da formação do bombeiro militar. “Um é servidor público, o outro é empregado de empresa privada, ambos regidos por legislações especificas e contextos totalmente diferentes. Como não há padronização, mas só a citação normativa, há escolas que cumprem 210 horas sugeridas pela NBR 14.608 e há outras que excedem este número de horas em até o dobro. No entanto, nem sempre a quantidade de horas significa que o curso e o aprendizado sejam eficientes”, diz.

Segundo Douglas Kerche, oficial da reserva do Corpo de Bombeiros de São Paulo, que possui uma escola de formação de bombeiros civis, um erro muito frequente é comparar serviço e ensino de bombeiro militar com o de bombeiro privado. “São duas coisas

distintas, pois um é voltado ao aten-dimento público e

outro, voltado ao privado. A própria lei que reconhece a profissão bombeiro civil deixa claro a prioridade de atendimento ao militar em detrimento do civil”, diz. Para ele, não há motivos e nem razão de se comparar currícu-los e cargas horárias de formação entre eles.

Segundo Alves, atualmente algumas le-gislações estaduais têm sido criadas com o objetivo de credenciamento desses centros e dos instrutores, porém, os cursos de forma-ção profissional devem ter os seus currículos e estabelecimentos de ensino regulamen-tados pelo MEC (Ministério de Educação e Cultura). “Apesar de existir o CBO (Código Brasileiro de Ocupação) para a categoria pro-fissional de bombeiro civil, ainda falta criar a regulamentação profissional e o conselho de classe que devem ser regulamentados pelo Ministério do Trabalho e Emprego”,

Aparecido Cruz, bombeiro civil e professor na Universidade Federal de Guarulhos

João Argolo Santos, professor e instrutor técnico de curso de formação de bombeiros civis

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considera. Para ele, o corpo de bombeiros militar é um agente executor do Estado, não tendo atribuição legal para a regulamentação de estabelecimentos de ensino de formação profissional, nem de regulamentação de pro-fissional da área privada.

Cruz também lembra que outra situação que causa muita confusão é a do bombeiro voluntario. Apesar de também ser um bom-beiro civil, fica a impressão de que segue o padrão de formação semelhante a dos bom-beiros civis das empresas, o que na verdade não ocorre. “Cada corporação voluntária vale-se dos recursos disponíveis, inclusive, algumas dessas fazem cursos em escolas de bombeiros militares”, conta.

Para ele, este seria o caminho inicial, se-guido de uma forte fiscalização e credencia-mento nacional pelos corpos de bombeiros estaduais. Para padronizar a qualificação dos bombeiros civis, Chaves também sugere apenas fazer uma revisão da NBR 14.608, estimulando o Corpo de Bombeiros Militar de cada estado a adotar procedimentos se-melhantes aos estabelecidos pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo, que, em sua IT 17, estabelece requisitos mínimos para avaliar, durante a vistoria para concessão do AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), os conhecimentos dos bombeiros civis que trabalham nas edificações ou plantas. “Se este

procedimento for adotado, todos saberão se aqueles bombeiros civis foram bem forma-dos ou não, e aí é só descobrir onde foram formados”, afirma.

Luciano Rodrigues da Silva, professor uni-versitário, oficial do Exército reformado e dono da SMART Academia de Bombeiros e Serviços, levanta uma questão preocupan-te: “Muitas escolas que receberam o aval do Corpo de Bombeiros de SP trabalham para beneficiar a indústria da ‘venda de certificados’. E as escolas que insistem em cumprir as nor-mas brasileiras têm tido sérios problemas para manter suas turmas e portas abertas”, revela.

As divergências e preocupações quanto à qualidade dos centros de formação de bom-beiros civis, no entanto, não impedem que o conjunto de lideranças do setor reconheça a necessidade de atualização da norma hoje utilizada como referência, além da edição de um Código Nacional de Segurança Contra Incêndio e Emergência, que contemple al-terações da Lei n0 11.901. É sabido que em diversas ocorrências, a população costuma agradecer aos bombeiros militares mesmo quando atendidos pelos civis. Assim, colocar cada um em seu lugar e com qualificações específicas, eliminando as disputas pela hege-monia no segmento, só ajudam aos que mais precisam ser amparados na hora que acon-tecem os sinistros: a população brasileira. n

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por Luciana Lana

Incêndios em embarcações requerem técnicas especiais de combate

CHAMAS QUE VÊM DO MAR

Em meio às águas turvas da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, resta, há mais de duas décadas, a carcaça do navio oceanográfico Ál-varo Alberto, uma das mais

modernas embarcações da Marinha no fim dos anos 1980, quando era utilizado para pesquisas, tendo participado da Operação Antártica e do Levantamento da Platafor-ma Continental Brasileira (Leplac). Um incêndio, que começou na praça de má-quinas, tomou conta do navio, na manhã do dia 16 de dezembro de 1992. Depois de mais vinte horas de esforço para salvar a embarcação, a própria água usada no combate ao fogo contribuiu para o nau-frágio, que, felizmente, não deixou feridos.

A perda do Álvaro Alberto é um marco na história da Marinha do Brasil, que não contabiliza um grande número ocorrências de incêndios ou alagamentos. “A frequên-cia com que acontecem esses acidentes é relativamente baixa, mas, como as perdas

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Chamas em embarcações precisam ser extintas com rapidez, o que demanda habilidades e conhecimentos específicos

podem ser muito significativas – equipa-mentos, vidas e o próprio navio – são de suma importância os adestramentos e a conscientização de todo o pessoal de bordo”, diz o comandante Felipe Porto da Silva, que atualmente responde pelo Grupo de Controle de Avarias do CA-AML (Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão), no Rio de Janeiro (RJ).

No Centro, diariamente há turmas de até 35 alunos – oficiais da Marinha – em treinamento para prevenção e combate a incêndios em embarcações. O Coman-dante Porto explica que, além de preparar as tripulações, é preciso estar apto a pres-tar atendimento em qualquer ocorrência: “nós somos responsáveis pela prestação de socorro no mar e temos que saber con-duzir o combate, o que requer técnicas bastante específicas”.

Uma das grandes diferenças do com-bate ao fogo no mar em relação às ope-rações em terra é a necessidade de minar imediatamente o foco do incêndio – “em terra, pode ser feita inicialmente a conten-ção; num navio, temos que entrar no com-partimento que está pegando fogo”, diz.

A tripulação ganha responsabilidades específicas para o caso de um incêndio – um grupo fica responsável pelo chamado “ataque” ao fogo, por exemplo; enquanto outro presta suporte. “As fainas de com-bate a incêndio podem enquadrar-se em duas situações distintas quanto ao tipo de ataque: quando os homens conseguem entrar no compartimento e atacar o foco do incêndio, chamamos de ataque direto; o ataque indireto é quando os homens podem ter acesso ao compartimento, mas não alcançam a base do fogo. Então é lan-çada a água em forma de neblina ou jato

sólido. A técnica de combate a incêndio é a utilização correta dos meios disponíveis para extinguir o fogo com maior seguran-ça”, resume o comandante.

No adestramento, os oficiais aprendem sobre ataque inicial, agentes extintores a serem utilizados, procedimentos para cada classe de incêndio, contenção do fogo e da fumaça, organização básica e funções dos membros do grupo de controle de avarias

nas fainas de combate a incêndio, transmis-são de informações, significado das marcas de classificação dos acessórios estanques, uso de equipamento de proteção indivi-dual, noções de primeiros socorros, entre outros tópicos.

“Ao todo são cinco tipos de adestra-mento voltados para cada particularidade vivenciada a bordo dos navios. Os alunos manuseiam os principais equipamentos de

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CAAML

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combate como: mangueiras de incêndio, extintores, roupas de proteção completas, máscaras autônomas de respiração, esgui-chos variáveis para combate com água e proporcionadores de espuma”, comenta Porto. Ele acrescenta que um aspecto fundamental nas operações de combate a incêndio é a liderança. “Na hora do in-cidente, é preciso haver ordem e quem estabelece é o líder. Liderança, conheci-mento e responsabilidade são determinan-tes do êxito de um combate a fogo”.

Segundo o Comandante, os incêndios mais frequentes nos navios são os das clas-ses B (decorrentes da presença de óleo combustível dos motores e caldeiras) e C

(decorrentes de falhas em circuitos elétri-cos). A prevenção, portanto, inclui o con-trole dos materiais combustíveis a bordo, manutenção e vistoria permanentes de instalações e equipamentos elétricos.

“É preciso retirar dos porões quaisquer trapos e estopas embebidos em óleo ou graxa e vasilhames que contenham com-bustíveis voláteis mal acondicionados. Também são importantes as inspeções em válvulas de recebimento, armazenamento e transferência de óleos combustíveis e lubrificantes para que sejam identificados vazamentos”, acrescenta.

O essencial, segundo Porto, é a conscien-tização da tripulação quanto à necessidade

de manter o navio seguro. “Evitar é a me-lhor forma de combater um incêndio”, ava-lia. “Esse é um trabalho feito diariamente”.

O treinamento de combate e preven-ção de incêndio do CAAML tem 30 horas de duração. A cada semana, cerca de qua-tro turmas participam. “E, nos cursos de carreira da Marinha são sempre incluídas lições referentes a esse tema”. Para o co-mandante Porto, houve, nas últimas déca-das, uma evolução significativa no combate a incêndios no mar, com maior conscien-tização das tripulações e mais investimen-tos em sistemas de detecção e alarme. “O intercâmbio entre nações amigas tem permitido uma importante troca de ex-periências e tecnologias com forças navais de países desenvolvidos”, acrescenta. Para melhorar o adestramento, o Comandante sugere que sejam feitos investimentos em novos simuladores, mais modernos.

EMBARCAÇÕES PARTICULARES

Se na Marinha os registros de incêndios em embarcações não são significativos, nas seguradoras do país o quadro poder ser considerado diferente: há registros de que, anualmente, ocorrem mais de 20 incidentes com perda total ou destruição considerável.

A maior parte dos incêndios tem origem no compartimento de motores, e em ge-ral, quando o fogo é percebido já tomou grandes proporções. A cozinha é também um local perigoso, por conta da manipula-ção de fogo. Os proprietários e os usuários das embarcações não costumam receber o treinamento adequado para combater incêndios e, por vezes, tomam iniciativas equivocadas, como a de abrir o tampão que dá acesso ao compartimento do mo-tor, permitindo que entre mais oxigênio e o fogo aumente. O ideal, nesses casos é procurar frestas por onde o extintor possa ser utilizado. Sistemas automáticos – acio-nados pelo calor – têm sido usados com sucesso em embarcações. n

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ARTIGO LEGISLAÇÃO

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CÓDIGO DE INCÊNDIO DE SÃO PAULOÉ REFERÊNCIA

Os incêndios ocorridos nos edifícios Andraus e Joelma, há mais de 40 anos, em São Paulo, impulsionaram mudanças expressivas na legis-lação de incêndio no Brasil. A constatação se baseia no fato de que, a partir do registro des-sas tragédias, teve início o desenvolvimento do conceito de legislação específica de proteção contra incêndio no País, sem estar necessa-riamente atrelada ao Código de Edificações, como ocorria até então.

No Rio de Janeiro, essa desvinculação tornou-se realidade em 1976 e o Código de Incêndio do Estado passou a ser referência para as demais unidades federativas naquele momento. São Paulo ganhou um Código de Incêndio em 1983 e, quase 20 anos depois, em 2001, chegou ao seu formato atual, passando a ser o novo padrão do setor para as legislações estaduais.

Por Marcelo Lima

Outro fato a ser considerado nesse contexto de mudanças regu-latórias é que, historicamente, grandes tragédias costumam influen-ciar mudanças nas leis de qualquer país. Quarenta anos depois dos marcantes incêndios em São Paulo, esse comportamento na área de segurança contra incêndio voltou a se repetir após a tragédia da boate Kiss, em 2013.

Apesar da percepção da sociedade de que nada (ou quase nada) foi feito após o incêndio em Santa Maria (RS), existem alguns avanços que precisam ser reconhecidos. Em 2012, o ISB (Instituto Sprinkler Brasil) realizou um estudo que mostrava a movimentação dos Estados brasileiros na adoção do Código de Incêndio de São Paulo, sendo que, àquela época, nove unidades federativas baseavam suas legislações neste regulamento.

Passados dois anos desde a tragédia da boate Kiss, o ISB atualizou o estudo e o resultado mostra, agora, um aumento de 100% no número de Estados brasileiros que baseiam seus regulamentos de

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incêndio no modelo de São Paulo, passando de nove para 18 uni-dades federativas. Os Estados que ainda não atualizaram suas legisla-ções na mesma base são: Acre, Amazonas, Amapá, Distrito Federal, Maranhão, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia e Santa Catarina.

AprimoramentoEmbora seja considerado uma referência para o setor, o Código de

São Paulo ainda requer melhorias, especialmente no que diz respeito à obrigatoriedade da instalação de sprinklers (chuveiros automáticos de incêndio).

O sprinkler é um equipamento capaz de controlar ou até mesmo de apagar um incêndio mais rapidamente, atuando no seu foco, e gastando de mil a 10 mil vezes menos água em comparação ao que seria necessário em uma intervenção por bombeiros. A ativação ocor-re por meio de um elemento termo-sensível que, quando atinge a temperatura de operação, de 68ºC a 74ºC, tem sua solda derretida, permitindo que o equipamento entre em ação sem necessidade de ação humana. Sob pressão, a água é descarregada pelo orifício do chuveiro, espalhando-se em formato de guarda-chuva sobre o foco.

O Código de São Paulo é favorável ao uso de sprinklers, mas há um entendimento entre especialistas do setor de que ele deveria ser estendido e seu uso teria que se tornar obrigatório a alguns tipos de

ocupações industriais e comerciais que seguem desprotegidas. É o caso da maioria dos edifícios industriais, para os quais a legis-

lação não exige o uso de proteção automática por sprinklers. Os dados publicados pelo Instituto referentes a incêndios cobertos pela imprensa indicam que aproximadamente 25% deles ocorrem em instalações industriais.

Por outro lado, o decreto é estratégico na medida em que oferece vantagens ao proprietário que instala sprinklers em seu edifício, ex-cluindo-se a obrigatoriedade de compartimentação do espaço. Isso é particularmente importante em grande depósitos e centros de dis-tribuição, onde a compartimentação excessiva pode causar dificultar e causar transtornos à movimentação de produtos.

ConclusõesA adoção do Código de Incêndio de São Paulo por 18 dos 27

Estados brasileiros comprova sua eficácia e a constatação de que ele está se tornando um código nacional, mas que ainda precisa de ajustes para garantir uma proteção segura contra incêndios que provocam perdas humanas e econômicas no Brasil. n

Marcelo Lima, diretor geral do ISB (Instituto Sprinkler Brasil)

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PLANEJAMENTO

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por Bruno Ribeiro

Planos de Auxílio Mútuo otimizam ações de prevenção e combate

RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA

O combate a incêndios de grande magnitude e a prevenção a vazamen-tos de gases ou outras substâncias inf lamáveis demandam diversos re-

cursos e um planejamento impecável. Embora muitas cidades brasileiras contem com o precioso suporte dos bombeiros, nem sempre a corporação, sozinha, é sufi-ciente para controlar acidentes de elevada gravidade, como os que podem ocorrer em áreas de intensa movimentação de produtos perigosos, entre os quais polos industriais, áreas portuárias ou grandes conglomerados urbanos. Por essa razão, surgiram os PAMs (Planos de Auxílio Mú-tuo), chamados também de planos de au-xílio a emergências ou contingências.

Baseados em ações integradas, por meio de intercâmbio de informações e recursos entre bombeiros, defesas civis, empresas e voluntários, os PAMs têm como objetivo assegurar o cumprimento das normas de segurança vigentes, o aprimoramento téc-nico e o conhecimento dos riscos envolvi-dos para articular estratégias de prevenção e combate adequadas.

No Brasil, o primeiro PAM foi instalado

em 1959, no Polo Petroquímico de Cuba-tão, formado pelas indústrias locais, pelo Corpo de Bombeiros e membros da Defesa Civil. As iniciativas ganharam impulso definitivo, porém, a partir de 1984, após o incêndio da Vila Socó, em Cubatão (SP), tragédia que resultou em 93 mortes (calcula-se, atualmente, em função da análise documentos omitidos à época, que o número de mortos pode ter chegado a 500).

ESTRUTURA E IMPLANTAÇÃODe acordo com informações da Secre-

taria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, os PAMs contam com esta-tutos próprios, registrados em cartório, além de CNPJ, conta em banco e direto-ria administrativa, geralmente composta por: um diretor-presidente, um diretor operacional, um diretor-secretário e um diretor financeiro. Mensalmente, os mem-bros dos PAMs se reúnem com o objetivo

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RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA

de discutir ações de segurança e possíveis aquisições de equipamentos.

Os membros voluntários dos PAMs recebem treinamentos de Brigada de In-cêndio ministrados pelos Corpos de Bom-beiros conveniados, que também realizam vistorias técnicas nas sedes das empresas participantes para orientação.

Um PAM pode ser organizado por qual-quer pessoa da sociedade civil ou militar, bastando reunir um grupo, elaborar um

estatuto (que pode ser baseado em esta-tutos de outros PAMs), registrar a entidade no CNPJ, identificar as necessidades re-gionais e traçar planos e metas para a me-lhoria contínua do sistema de emergência.

NA PRÁTICAPAM ZL - Constituído em 2012, o PAM ZL atua em um polo industrial na zona leste da capital paulista, com o objetivo de elaborar es-tratégias de combate e prevenção e melhorar

o tempo de resposta a emergências. Fazem parte do PAM a Companhia Nitro Química, a Votorantim Metais e a Viscofan Química, além da Distrital Leste da Ciesp (Centro das Indústrias), o Corpo de Bombeiros e a De-fesa Civil. “Em setembro de 2012 realizamos a primeira reunião e, a partir daí, começamos a nos reunir periodicamente e desenvolver as atividades do grupo”, explica o coordenador do PAM, Paulo Amaro da Silva.

Amaro af i rma que o Ciesp se

Benefícios do PAM1) Treinamentos teóricos mensais,

ministrados por um profissional especializado do Corpo de Bombeiros sobre Prevenção e Combate a Incêndio, Primeiros Socorros etc.;

2) Treinamento prático em campo específico para a brigada da empresa, realizado por profissionais do Corpo de Bombeiros;

3) Auxílio das demais empresas associadas em caso de emergência;

4) Redução no valor do seguro;

5) Visitas técnicas do Corpo de Bombeiros com o intuito de orientação (exemplo: renovação do AVCB) etc;

6) Integração com empresas da região;

7) Reuniões com a participação de convidados ligados ao meio de segurança para ministrar palestras e expor equipamentos úteis para o dia a dia das empresas.

Fonte: Secretaria do meio Ambiente do Estado de São Paulo

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PLANEJAMENTO

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responsabiliza pelas atividades financeira e administrativa do grupo, como a elabo-ração de atas e agendamento de reuniões, convocação para treinamentos e presta-ção de contas referente às taxas mensais pagas pelas empresas participantes. O Corpo de Bombeiros realiza o planeja-mento das ações e treinamentos, confor-me a necessidade das empresas filiadas: “Os treinamentos ministrados são, por exemplo, Prevenção e combate a incêndio e Comando de emergência em grandes eventos”.

As defesas civis de São Miguel Paulista e Ermelino Matarazzo acompanham as reu-niões e dão apoio aos membros do PAM; já as empresas filiadas disponibilizam suas instalações para as atividades e proveem um valor mensal para o grupo.

Embora ainda não tenha precisado atuar para combater uma situação de emergência real, Amaro conta que o grupo já realizou di-versos simulados e está preparado para atuar. Para que o PAM entre em ação, basta que a

empresa afetada solicite o apoio das outras fi-liadas, por meio de um telefone pré-definido, e dos bombeiros e defesa civil, por meio dos telefones convencionais. “Todavia, estamos avaliando junto a nossas respectivas diretorias o provisionamento de verba para a aquisição e implantação de um sistema unificado de comunicação”, revela o coordenador.

Ele afirma ainda que o grupo de aten-dimento a emergências é formado pelas brigadas de cada empresa, mas com a parti-cipação direta dos bombeiros e das defesas civis das respectivas regiões. “As equipes são formadas mediante cada cenário emer-gencial e procedimento próprio do plano de emergência de cada empresa, no qual deve estar inserido o acionamento do plano de auxílio mútuo regional”, explica.

Para a realização das ações de combate, o PAM utiliza os equipamentos definidos em uma lista que consta do estatuto do grupo, os quais devem ser adquiridos por cada em-presa participante.

De acordo com Amaro, além de

treinamentos simulados e ministrados, o gru-po já realizou atividades como visitas técnicas às empresas fabricantes de equipamentos de emergência e uma visita técnica à Escola de formação do Corpo de Bombeiros em Franco da Rocha. “Tudo isso visa melhorar o conhecimento técnico de equipamentos e técnicas de treinamentos para multiplicar-mos em nossas empresas”, conclui.

PAM Alto Tietê - Fundado em 23 de se-tembro de 1993 por empresas da região do Alto Tietê, em São Paulo, é administra-do pelo Ciesp Alto Tietê e composto por 12 indústrias e entidades públicas, entre as quais Comdec’s (Coordenadorias Mu-nicipais de Defesa Civil) de Suzano, Poá, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos e São Miguel Paulista, Hospital Luzia de Pinho Melo, Santa Casa de Mogi das Cru-zes, Hospital Brás Cubas e o 17º GBPMSP (Grupamento de Bombeiros da Polícia Mi-litar do Estado de São Paulo). “O PAM é um grupo de trabalho com o objetivo de estabelecer diretrizes básicas e conjugar esforços das indústrias, bombeiros, comis-são de defesa civil e órgãos oficiais a fim de assegurar maior eficiência no atendimento de situações emergências, como incêndios ou qualquer outro evento que possa acar-retar danos às pessoas, patrimônios e ao meio ambiente”, diz Marcio Manzini, coor-denador do Grupo e Supervisor de Servi-ço de Emergência/Bombeiros da Clariant, umas das indústrias integrantes do PAM, em Suzano (SP).

Segundo Manzini, além da estruturação de um sistema de segurança com equipes treinadas e recursos técnicos à disposição, o PAM traz como grande benefício a soma de experiências, concretizada por meio de treinamentos mensais e discussões sobre os

Os membros voluntários dos PAMs recebem treinamentos de Brigada de Incêndio ministrados pelos Corpos de Bombeiros conveniados

Os PAMs contam com estatutos próprios registrados em cartório, CNPJ, conta em banco e diretoria administrativa

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mais variados temas, como atendimento pré-hospitalar (APH), resgate em altura, espaços confinados (NR-33), técnicas de salvamento em situações de enchen-tes, sistema integrado de comando em operações de emergência (Sicoe) e ope-ração mata fogo, entre outros. “Os trei-namentos são ministrados e certificados pela Polícia Militar do Estado de São Pau-lo – Corpo de Bombeiros ou por outro órgão de competência, sob coordenação operacional do Comandante do 17º GB. Ocorrem também os simulados de emer-gência, que são realizados nas empresas ou entidades integrantes.” Só em 2014 foram realizados 10 treinamentos (1896 horas), com 237 multiplicadores designados.

Manzini revela que o PAM possui um manual de procedimentos para situações de emergência: “Basicamente, a empresa que necessita de auxílio emergencial acio-na o 17º GBPM pelo sistema de rádio do grupo que, a partir deste momento, tem a incumbência de administrar os recursos materiais e humanos disponibilizados pelo PAM, acionando cada empresa ou entida-de segundo a necessidade operacional”.

Segundo ele, cada empresa possui um kit mínimo de atendimento a emergências au-ditado periodicamente pelo 17ºGBPMSP, além de dois técnicos de emergência que devem responder ao chamados dos bom-beiros sempre que necessário.

Manzini revela que ainda não houve ne-cessidade de atuação do PAM em emer-gências, mas os bombeiros já solicitaram auxílio às empresas em situações especí-ficas, com o intuito de elaborar planos de gerenciamento de riscos compartilhados.

O coordenador do PAM destaca ainda que a sinergia entre as empresas e entida-des gerou aumento do número de pesso-as capacitadas para agir em situações de emergência, maior entendimento sobre prevenção de acidentes e maior envolvi-mento em conscientização da população das cidades do Alto Tietê.n

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ARTIGO ESPECIFICAÇÃO

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A correta escolha da motobomba de combate a incêndio é de extrema importância em qualquer instalação de sprinklers. Ela é o “coração” do sis-tema e, em eventual falha de funcionamento, toda a solução estará comprometida. Ainda que o pro-jeto e a instalação da rede de sprinklers esteja de acordo com as normas de incêndio, uma bomba mal dimensionada pode colocar em risco toda a edificação. Portanto, quando a empresa responsá-vel pela compra ou especificação das bombas do

projeto solicita ao fabricante uma proposta técnica e comercial, deve se atentar às informações a serem passadas para a correta seleção.

Motores e pressurizaçãoPrimeiramente, devem ser informados os tipos de motores que se-

rão utilizados (elétrico ou diesel) e se existirá bomba de pressurização (jockey). Na especificação do sistema de bombeamento, o projetista deve se atentar às exigências normativas relativas a essa escolha e, juntamente com o proprietário, considerar onde serão instaladas e a opção mais viável economicamente.

Por Enzo Sardano

A maioria das normas não solicita a instalação de duas bombas, principal e reserva. Mas, no caso de um motor elétrico, exige que a alimentação tenha autonomia e redundância para um eventual corte ou falta de energia. Nesse caso, muitas vezes opta-se por um gerador a diesel para essa segunda fonte de alimentação. Normalmente, o motor a diesel é mais custoso, mas outros itens são importantes para a verificação da viabilidade total, como, por exemplo, a alimentação redundante e bitolas de cabos que farão a alimentação e infraestru-tura, entre outros.

A bomba jockey (pressurização) é normalmente exigida para que seja mantida uma pressão constante na rede, de forma que, na neces-sidade de atuação do sistema de sprinklers, exista água na tubulação e o combate tenha início imediatamente, antes mesmo da partida das bombas principais. A jockey é uma bomba pequena e com custo irrelevante se comparado a todo o sistema de bombeamento.

Pressão e vazãoA vazão de trabalho e altura manométrica total (pressão total

na qual as bombas deverão trabalhar) são informações que de-vem ser calculadas previamente e informadas ao fornecedor no

BOMBAS PARA SISTEMAS DE SPRINKLERS

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ato da cotação. É importante salientar que variações de vazão e, principalmente, de pressão, podem acarretar variações despro-porcionais num orçamento.

Uma dúvida muito comum entre os projetistas e instaladores refe-re-se ao segundo ponto da curva da bomba: afinal, este é ou não de responsabilidade do projeto? A resposta é: não faz parte do projeto, porém, sim, é responsabilidade do fabricante dimensionar a bomba para que atenda dois pontos na curva da bomba. Ou seja, a pressão e vazão nominal e uma segunda relação de pressão e vazão, conforme estabelecido nas normas NFPA 20 e NBR 10897 (respectivamente, normas americana para bombas de combate a incêndio e norma brasileira sobre proteção contra incêndio por chuveiro automático).

Portanto, o fabricante deve garantir que a bomba fornecida atenda a esse segundo ponto da curva onde, a 150% da vazão de trabalho, a bomba assegure uma pressão maior ou igual a 65% da pressão nominal.

Quando o fornecimento necessitar de conjuntos motobomba que sejam listados pela UL e aprovados pela FM (entidades internacio-nais certificadoras da qualidade de sistemas de sprinklers), as vazões são predefinidas, basicamente, com variações de 500 GPM entre cada modelo. Por exemplo, se temos a necessidade de 400 m³/h, ou seja, 1761 USGPM, teremos que trabalhar com uma bomba que atenda à vazão de 2000 USGPM, ou 454 m³/h, pois este é o valor

imediatamente superior para uma bomba certificada. Uma bomba menor, provavelmente, não atenderia à necessidade do projeto, pois seria de 1500 USGPM ou 341 m³/h.

Nos casos de bombas aprovadas pela FM, o primeiro ponto é a vazão e pressão nominal já predefinidas e, a partir deste, um segundo deverá ser garantido. O projetista deverá verificar se o ponto neces-sário para o projeto está dentro da curva, entre esses dois pontos. Já para as bombas nacionais, o segundo ponto deverá ser calculado a partir dos dados de projeto, ou seja, vazão e pressão necessárias calculadas pelo projetista.

A AMT (altura manométrica total) deve ser informada de forma a evitar qualquer alteração depois de comprada ou instalada, pois existem casos nos quais uma pequena alteração na AMT altera total-mente o conjunto motobomba e inviabiliza o equipamento definido inicialmente. Isso porque as bombas também são definidas por ranges de pressão, por exemplo: um modelo de bomba pode ser listado UL e aprovado FM para a vazão de 2500 USGPM e AMT de 125 a 138 psi (pound force per square inch, unidade de medida de pressão por polegada quadrada); neste caso, somente o diâmetro do motor é alterado para atingir este range de pressão. Caso a alteração da AMT seja definida para 145 psi, todo o conjunto motobomba, outra bomba e outro motor diesel (potência consumida maior), deverá ser

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ARTIGO ESPECIFICAÇÃO

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Enzo Sardano, integrante do Comitê Técnico da Associação Brasileira de Sprinklers (ABSpk)

trocado. Quando esta alteração ocorre tardiamente, seja o equipa-mento comprado ou instalado, o prejuízo é bem grande.

Informações adicionaisA localidade da instalação da bomba também é um item muito

importante para especificação, pois o fabricante deve calcular e con-siderar as perdas de eficiência do motor quando combustão à diesel, em função da altitude e temperatura de cada cidade.

O volume do tanque de combustível será definido pelo fabricante da bomba baseado na potência nominal do motor diesel, conforme prevê a NFPA20, mas pode ser previamente calculado pelo projetista ou instalador, caso este saiba a potência para o modelo desejado, com o cálculo de um galão por HP de potência (5,07 L para cada kW). deve ser somado 5% deste volume para expansão do combustível e outros 5% para reserva, ou seja, o fundo do reservatório, onde se deposita as impurezas ou borras provenientes do combustível.

Por fim, também é de extrema importância prover toda infor-mação referente à parte elétrica do sistema, seja alimentação em caso das bombas elétricas ou sinais para comunicação com o painel de alarme. Para motores elétricos, é preciso informar a tensão de alimentação disponível, bem como definir o tipo de partida que de-verá ter este motor. As motobombas elétricas, normalmente com função principal no sistema, são de porte considerável em sistemas de sprinklers, e a forma como será realizada a partida elétrica - soft-start, estrela-triângulo ou, ainda, direta - terá muita influência no preço do painel elétrico e nas necessidades de energia da planta no cliente.

Para os motores elétricos, uma avaliação cuidadosa deve ser feita, pois a potência da bomba - juntamente com a tensão de alimentação,

forma de ligação e distância da subestação ou disjuntor dedicado mais próximo - impactará o dimensionamento dos cabos que serão interligados ao painel elétrico deste motor. Cálculo este que, muitas vezes, não é levado em consideração e acarreta custos anteriormente não previstos para a montagem da Casa de Bombas.

Quando houver necessidade de sinais extras a serem providencia-dos no painel elétrico, tanto para motobombas diesel como elétrica, estes devem ser comunicados ao fabricante antes da compra, pois os painéis normalmente são fornecidos com sinais de acordo com os descritos na NFPA 20. A inclusão de novos sinais após o painel instalado muito provavelmente não será possível sem a troca do equi-pamentos, gerando ainda mais custos e descontentamento ao cliente.

Os sinais solicitados pela NFPA 20 e também NBR 10.897, são:◗ Bomba funcionando◗ Falta de fase ou falta de corrente de comando(motores elétricos)◗ Partida em posição manual ou painel desligado◗ Falha no sistema◗ Sistema automático desligado◗ Baixa pressão de óleo no sistema de lubrificações◗ Aquecimento excessivo de água de arrefecimento◗ Falha na partida automática do motor

Em suma, com todas estas informações bem definidas, a seleção da motobomba será correta e evitará grandes problemas durante e após a instalação. n

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C.M.COUTO CELEBRA 45 ANOS NO MERCADODivulgação

GRUPO ATENDE APROXIMADAMENTE SETE MIL CLIENTES EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL

Em 1970, com o propósito de criar uma empresa de represen-tação, Célio Couto viajou para São Paulo trazendo na bagagem três representações: Costa Muniz (fabricante de mangueiras de combate a incêndio), Mecânica Reunida (fabricante de acessórios de combate a incêndio) e Correias Universais (fabricante de

correias em “V” para máquinas industriais). Com isso, foi fundada a Celio Moreira Couto Representações Ltda, no bairro de Pilares, Rio de Janeiro.

Com o passar das décadas, a empresa cresceu e transformou-se na C.M. Couto Representações e Comércio Ltda que, além de vender direto das fábricas, passou a ter um pequeno estoque de mercadorias. Devido à demanda, em 1976 foi aberta uma loja na Avenida Brasil, no bairro da Penha, também no Rio de Janeiro.

Em setembro deste mesmo ano foi promulgado o Decreto nº 897 do Corpo de Bombeiro do Estado do Rio de Janeiro e, com ele, a empresa pôde alavancar seus negócios, fazendo instalações de sistemas contra incêndio, principalmente em galpões e indústrias. No início da década de 80, a empresa passou a se chamar C.M. Couto Sistemas Contra Incêndio Ltda, permanecendo a razão social até os dias atuais.

“Nesta época já distribuíamos diversos produtos, tais como: man-gueiras de combate a incêndio do Grupo Resmat, líquido gerador de espuma do Grupo 3M do Brasil, entre vários outros”, disse o diretor-fundador Célio Couto.

Em 1999, a distribuição da Resmat foi cancelada, e a emrpesa passou a ser uma simples revendedora, “o que realmente não era o patamar no qual queríamos estar. A partir daí, resolvemos montar no Rio de Janeiro uma indústria de mangueiras de combate a incêndio”, revela o fundador da empresa.

No município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi ad-quirida uma área de 16 mil metros quadrados, onde foram construídos galpões e, com isso, fundada a Coutoflex Indústria de Mangueiras Ltda. “Nesta épo-ca implantamos uma oficina de recarga de extintores, considerada até hoje a maior do Brasil”, destaca Célio.

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Célio Couto, diretor-fundador

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Segundo ele, ao longo dos anos 2000 a empresa buscou diversifi-car suas atividades, oferecendo manutenção e inspeção de sistemas fixos e portáteis de combate a incêndio, prestação de serviços de bombeiro civil e treinamentos de brigadas de incêndio. Foi montada também uma fábrica de líquido gerador de espuma e uma fundição com usinagem própria.

Atualmente, o Grupo C.M.Couto Coutoflex mantém parcerias com grandes empresas internacionais:❖ AFT – Resposta rápida com alto poder de extinção (Alemanha)❖ FirePASS- Sistema de Prevenção a Incêndio por Ar Hipóxico (Suíça)❖ Stat-x - Sistema Aerossol para Supressão a Incêndio (EUA)❖ Grupo Leader - Ventiladores táticos de pressão positiva e negativa (França)❖ Bio ex – Líquidos Geradores de Espuma Especiais (França)

“Nosso mais novo projeto é o Rota Brasil 193, que surgiu em 2014, incentivado pela necessidade de nossos clientes de conhecer e testar novas tecnologias para prevenção e combate a incêndios”, ressalta Célio. O modelo de trabalho do projeto segue uma roti-na de visitas a clientes em diversos segmentos, como bombeiros, aeroportos, indústrias, mineração, portos, concessionárias de rodo-vias etc. Uma viatura especialmente construída para esta finalidade leva aos clientes o que existe de mais moderno em prevenção e combate a incêndios.

“Hoje conseguimos atender em torno de sete mil clientes em todo o Brasil, graças à colaboração dos nossos mais de 500 profissionais e dos representantes espalhados por todo Brasil”, comemora o diretor.

Para atingir as metas e os objetivos traçados na visão de futuro, o Grupo tem realizado investimentos no desenvolvimento dos profissionais, no aprimoramento dos procedimentos internos e no conhecimento das necessidades e anseios dos clientes, bem como nas tendências de mercado.

“Quarenta e cinco anos se passaram. Deixamos de ser apenas uma representação, para sermos a mais moderna unidade industrial existente no Brasil, com capital inteiramente nacional. Podemos esperar para as próximas décadas um horizonte próspero ao qual só chegaremos tendo uma equipe técnica comprometida e clientes cada vez mais satisfeitos”, diz Célio Couto.

Para ele, essas conquistas não seriam possíveis sem os familiares, fornecedores, colaboradores, clientes e parceiros. “E podem ter certeza que estaremos aqui, sempre, perto de você em todos os momentos”. n

Portfólio◗ Mangueiras de incêndio◗ Hidráulica de combate a incêndio◗ Sistemas Convencionais Contra Incêndio◗ Sistema Aerossol de Supressão a Incêndio◗ Sistema de Prevenção a Incêndio por Ar Hipóxico◗ LGE - Líquido Gerador de Espuma◗ Brigada de Incêndio◗ Manutenção: mangueiras/ extintores/ sistemas◗ Extintores◗ AFT - Resposta Rápida com Alto Poder de Extinção◗ Ventiladores táticos de pressão positiva e negativa

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LEITURA IMPERDÍVEL

Antes de ser um livro, Bombeiros Voluntários de Caçador - Uma História de Conquistas e de Amor à Comunidade é um relato de uma batalha na qual uma comunidade unida consegue realizar um trabalho que, antes de mais nada, configura-se como um real serviço técnico e de amor à sua coletividade.A obra é escrita pelo comandante Renato Vogel, que atua profissionalmente como professor na Universidade do Alto Vale do Rio do Peixe, regendo a cadeira de Geografia. Vogel é bombeiro voluntário desde setembro de 1995, tendo percorrido todos os cargos e, principalmente, atuado nos mais variados tipos de ocorrências.O livro é ilustrado com diversas fotos e relatos referentes ao trabalho desenvolvido pela corporação em benefício da cidade e, em especial, prestando socorros a cidades vizinhas quando solicitada.É, sem dúvida, um retrato de firme busca de soluções para os problemas do fogo. Um exemplo de como uma comunidade reunida em torno de um propósito nobre consegue atingir seus objetivos.Essa história pode servir de incentivo a que outras cidades, que se ressentem da falta de uma estrutura de prevenção e combate a incêndios, trabalhem para que esse problema seja resolvido de forma bastante coerente e, acima de tudo, serve para estreitar os laços que unem uma comunidade. n

BOMBEIROS VOLUNTÁRIOSDE CAÇADOR

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Detector portátil O Tetra 3 detecta até quatro gases (a especificar) CO, H2S, LEL, O2, O3, SO2, CO2, NH3. Resistente à água e à poeira, em conformidade com IP65/67, possui alarmes sonoros, visuais e de vibração. Com operação por apenas um botão, evita que qualquer parâmetro seja alterado em campo. Conta com registro para cumprimento das exigências das normas. www.generalinstruments.com.br

Centrais inteligentesAs centrais de alarme de incêndio endereçáveis (inteligentes) da SkyFire possuem capacidade de 32 até 2.500 endereços, de dois a 10 laços supervisionados, capacidade de até 250 dispositivos por laço, supervisão individual de cada dispositivo, novo e amplo display com iluminação backlight, facilidade de operação e programação por teclado ou software, indicação sonora de alarme e de falha distintos, memória não volátil dos últimos 999 eventos e impressora de eventos incorporada, comunicação com software de supervisão CRT por ModBus e interligação de até 29 centrais em rede. Em breve: envio de eventos por SMS e comunicação Ethernet com software supervisório. www.skyfire.com.br

ServiçosA Equipaeng oferece serviços que envolvem: projeto de incêndio (AVCB); instalação de

equipamentos de combate a incêndio; laudo de segurança contra incêndio; projeto e adequação de máquinas (NR-12); projetos em 3D; projetos elétricos; projeto e instalação de SPDA (para-raio); laudo de instalações elétricas; linha de vida para trabalhos em altura;

instalação de CFTV; perícias; laudos de insalubridade e periculosidade, e investigação de acidentes. www.equipaeng.com.br

Cinturão para arco elétricoO produto é um cinturão paraquedista abdominal confeccionado em fita retardante a chama, aprovado para uso em ambientes com risco de arco

elétrico. Possui cinco pontos de conexão, sendo dois frontais, um dorsal e dois laterais para posicionamento. Também conta com regulagem total e engate

rápido na cintura e nas costas. www.mgcinto.com.br

Repetidor de sinalO repetidor de sinal para sistemas de alarme de incêndio RSI 1000 oferece benefícios como: aumento da distância máxima de comunicação; aumento da confiabilidade (proteção contra curto no barramento); alimentação independente da central; indicação luminosa de status; re-teste automático de curto no barramento; espaço para bateria interna; e baixo consumo. www.jfl.com.br

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AGENDA

15 a 19 | set | 2015Seguriexpo Buenos AiresLocal: Buenos Aires (Argentina)Realização: Casel (Câmara Argentina de Seguridad Eletrônica), CAS (Câmara Argentina de Seguridad), IRAM (Instituto Argentino de Normalización y Certificación) e NFPA (National Fire Protection Association)Informações: (5411) 4779-2006 /4511-4114www.seguriexpo.com / [email protected]

23 e 24 | set | 2015Materiais de Acabamento na Segurança Contra Incêndio, Sinalização e Iluminação de EmergênciaLocal: São Paulo (SP)Realização: Ycon Formação ContinuadaInformações: (11) 3816-0441 / [email protected]

5 a 7 | out | 2015Fire India 2015 International Exhibition and ConferenceLocal: Mumbai (Índia) Realização: Services InternationalInformações: Tel. + 91 11 257 704 11+ 91 11 257 70212 | Fax + 91 11 257 788761psingh@servintonline

15 | out | 20153o Workshop GSI - Confiabilidade do Sistema de Segurança Contra Incêndio no BrasilLocal: Auditório Francisco Romeu Landi, Edifício Mario Covas, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) - São Paulo (SP)Realização: GSI - Grupo de Fomento à Segurança Contra IncêndioInformações e inscrições: [email protected]

27 a 30 | out | 2015A+A Trade FairLocal: Düsseldorf (Alemanha)Realização: Messe Düsseldorf

Informações: Messe Düsseldorf BrasilTel: (11) 2365-4313Email: [email protected]

11 a 13 | nov | 2015XV Senabom – Seminário Nacional de BombeirosLocal: Goiânia (GO)Realização: Corpo de Bombeiros Militar do Estado de GoiásInformações: Tel.: (62) 99274569 (Coronel Mateus) / [email protected]

2 a 3 | dez | 2015VII IEEE ESW - Electrical Safety Workshop BrasilLocal: Rio de Janeiro (RJ)Realização: IEEE - Instituto dos Engenheiros Eletricistas e EletrônicosApoio: Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade) Informações: www.ieee.org.br/eswbrasil

8 a 13 | jun | 2017Interschutz International Exhibition for Rescue, Fire Prevention, Disaster Relief, Safety and SecurityLocal: Hannover (Alemanha)Realização: Messe Managing BoardInformações: www.interschutz.de

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