Revista Indústria Capixaba n° 311

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Publicação Oficial do Sistema Findes • Março 2014 • Distribuição gratuita • nº 311 • IMPRESSO E mais: Cláudio de Moura Castro, fórum de petróleo e gás, cenário da produção industrial Sistema Findes anuncia investimento histórico para indústria capixaba

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Mar/2014. Uma publicação oficial do Sistema Findes.

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Publicação Oficial do Sistema Findes • Março 2014 • Distribuição gratuita • nº 311 • IMPRESSO

E mais: Cláudio de Moura Castro, fórum de petróleo e gás, cenário da produção industrial

Sistema Findes anuncia investimento

histórico para indústria capixaba

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4 Indústria Capixaba – Findes

Expediente

Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – FindesPresidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Manoel de Souza Pimenta Neto2º vice-presidente: Ernesto Mosaner Junior3º vice-presidente: Sebastião Constantino Dadalto1º diretor administrativo: Ricardo Ribeiro Barbosa 2º diretor administrativo: Tullio Samorini3º diretor administrativo: Luciano Raizer Moura 1º diretor financeiro: Tharcicio Pedro Botti2º diretor financeiro: Ronaldo Soares Azevedo 3º diretor financeiro: Antonio Tavares Azevedo de BritoDiretores: Alejandro Duenas, Flavio Sergio Andrade Bertollo, Egídio Malanquini, Benízio Lázaro, Gibson Barcelos Reggiani, Vladimir Rossi, Wilmar Barros Barbosa, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Leonardo Souza Rogerio de Castro, Mariluce Polido Dias, Luiz Alberto de Souza Carvalho, Ademar Antonio Bragatto, Edvaldo Almeida Vieira, José Domingos Depollo, Ademilse Guidini, Elcio Alves, Ortêmio Locatelli Filho, Rogerio Pereira dos Santos, Paulo Alexandre Gallis Pereira Baraona, Wilmar dos Santos Barroso Filho, Evandro SimonassiDiretor-executivo: Luis Carlos de Souza VieiraSuperintendente corporativo: Marcelo Ferraz

Conselho Fiscal Titulares: Elder Elias Giordano Marim, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Adonias Martins da SilvaSuplentes: Atílio Guidini, Sandro Varanda Abreu, Valkinéria Cristina Meirelles Bussular

Representantes na CNI Titulares: Marcos Guerra, Lucas Izoton VieiraSuplentes: Manoel de Souza Pimenta Neto, Ernesto Mosaner Junior

Serviço Social da Indústria – SesiPresidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Alessandro Luciani Bonzano Comper Suplente: Alcimar das Candeias da Silva Representante do Governo: Juliane de Araújo Barroso Representantes das atividades industriaisTitulares: Altamir Alves Martins, Sebastião Constantino Dadalto, Vladimir Rossi, Gibson Barcelos ReggianiSuplentes: Leonardo de Souza Rogerio de Castro, Mariluce Polido Dias,Valkinéria Cristina Meirelles Bussular, Houberdam PessottiRepresentantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: aguardando indicação Sesi/DN Suplente: aguardando indicação Sesi/DN Superintendente: Solange Maria Nunes Siqueira

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SenaiPresidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes das atividades industriais Titulares: Flavio Sergio Andrade Bertollo, Wilmar Barros Barbosa, Almir José Gaburro, Luciano Raizer MouraSuplentes: Ronaldo Soares Azevedo, Neviton Helmer Gasparini, Clara Thais Resende Cardoso Orlandi, Manoel de Souza Pimenta NetoRepresentantes do Ministério do Trabalho Titular: Alessandro Luciani Bonzano Comper Suplente: Alcimar das Candeias da Silva Representante do Ministério da EducaçãoTitular: aguardando indicação do MECSuplente: Ronaldo Neves CruzRepresentantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Sérgio Luiz GuerraSuplente: aguardando indicação Senai/DN Diretora-regional: Solange Maria Nunes Siqueira

Centro da Indústria no Espírito Santo – CindesPresidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Manoel de Souza Pimenta Neto2º vice-presidente: Ernesto Mosaner Junior 3º vice-presidente: Sebastião Constantino DadaltoDiretores: Cristhine Samorini, Ricardo Augusto Pinto, Paulo Henrique Teodoro de Oliveira, Altamir Alves Martins, Gustavo Dalvi Comério, Elias Cucco Dias, Celso Siqueira Júnior, Gervásio Andreão Júnior, Edmar Lorencini dos Anjos, Ana Paula Tongo da Silva, Paulo Alfonso Menegueli, Helcio Rezende DiasConselho de Administração: Adir Comércio, Almir José Gaburro, Álvaro José Bastos Miranda, Antônio César de Andrade, Augusto Henrique Brunow Barbosa, Benildo Denadai, Carlos Fernando Monteiro Lindenberg Neto, Dário Fernando Figueira Cruz, Durval Vieira de Freitas, Edson Fernando Sartório, Eduarda Buaiz, Emílio Walace Bicalho Nemer, Ennio Edmyr Modenesi Pereira, Francisco Rodrigues Rocha, Gilber Ney Lorenzoni, João Carlos Pedroza da Fonseca, João do Carmo, José Angelo Mendes Rambalducci, José Carlos Bergamin, Leonardo Jordão Cereza, Luiz Cláudio Nogueira Muniz, Maria Ângela Demoner Colnago, Mario Sérgio do Nascimento, Neviton Helmer Gasparini, Otacílio José Coser Filho, Patrícia Tristão Carvalho de Mendonça, Paulo Ferreira Alencar, Renato Bragança Domingues, Roberto Anselmo Kautsky Junior, Robson Brandão Neves, Romário José Correa de Araújo, Rusdelon Rodrigues de Paula, Sânte Dassie, Solange Maria Nunes Siqueira, Uriel Barcellos, Valdecir Torezani, Wanessa Nascimento Santos Buzatto, Wellington Simões Villaschi FilhoConselho Consultivo: Oswaldo Vieira Marques, Hélcio Rezende Dias, Sergio Rogerio de Castro, José Bráulio Bassini, Fernando Antonio Vaz, Lucas Izoton Vieira, Marcos GuerraConselho Fiscal: Marcondes Caldeira, Elson Teixeira Gatto, Tharcicio Pedro Botti, Joaquim da Silva Maia, Renan Lima Silva, Fausto Frizzera BorgesConselho de Sindicância: Arthur Carlos Gerhardt Santos, Chrisógono Teixeira da Cruz, Hélio Moreira Dias de Rezende, Helio de Oliveira Dórea

Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo – IdeiesPresidente da Findes e do Conselho Técnico do Ideies: Marcos GuerraMembro representante da Diretoria Plenária da Findes: Egídio MalanquiniMembro Representante do Setor Industrial: Benízio Lázaro Membro efetivo representante do Senai-ES: Solange Maria Nunes Siqueira Membro efetivo representante do Sesi-ES: Yvanna Miriam Pimentel Moreira Representantes do Conselho Fiscal - Membros efetivos: Tullio Samorini, José Carlos Chamon, José Domingos DepolloRepresentantes do Conselho Fiscal - Membros suplentes:José Ângelo Mendes Rambalducci, Luciano Raizer Moura, Houberdam PessottiRepresentante da Comunidade Científica Acadêmica e Técnica: João Luiz Vassalo ReisMembro representante do Sebrae/ES: Ruy Dias de SouzaDiretor-executivo do Ideies: Antonio Fernando Doria Porto

Instituto EuvaldoLodi – IELDiretor-regional: Marcos GuerraConselheiros: Solange Maria Nunes Siqueira, Maria Auxiliadora de Carvalho Corassa, Lúcio Flávio Arrivabene, Geraldo Diório Filho, Sônia Coelho de Oliveira, Rosimere Dias de Andrade, Antonio Fernando Doria Porto, Vladimir Rossi, José Bráulio BassiniConselho Fiscal: Egídio Malanquini, Tharcicio Pedro Botti, Almir José Gaburro, Loreto Zanotto, Rogério Pereira dos Santos, Luciano Raizer MouraSuperintendente: Fábio Ribeiro Dias

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Instituto Rota Imperial – IRIDiretor-geral: Marcos GuerraDiretores: Manoel de Souza Pimenta Neto, Alejandro Duenas, Paulo Henrique Teodoro de Oliveira, Vladimir RossiConselho Deliberativo Titulares: Baques Sanna, Alejandro Duenas, Fernando Schneider Kunsch, Maely Coelho, Eustáquio Palhares, Roberto Kautsky, Associação Montanhas Capixabas Turismo e Eventos, Instituto Jutta Batista da Silva, Adetur MetropolitanaSuplentes: Jorge Deocézio Uliana, Tullio Samorini, João Felício Scardua, Manoel de Souza Pimenta Neto, Adenilson Alves da Cruz, Tharcicio Pedro Botti, Henrique Denícoli, Helina Cosmo Canal, Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Região do Caparaó, Associação Leopoldinense de Turismo, Agrotures, Leandro Carnielli, Associação Turística de Pedra Azul, Fundação Máximo ZandonadiMembros natos: Lucas Izoton Vieira, Sergio Rogerio de Castro, Ernesto Mosaner Júnior, Aristoteles Passos Costa NetoConselho Fiscal Efetivos: Flavio Sergio Andrade Bertollo, Raphael Cassaro, Edmar dos AnjosSuplentes: Celso Siqueira, Valdeir Nunes, Gervásio Andreão Júnior

Câmaras Setoriais Industriais e Conselhos Temáticos (Consats)Coordenador-geral: Sebastião Constantino Dadalto

Câmaras Setoriais Industriais Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e Bebidas Presidente: Gibson Barcelos ReggianiCâmara Setorial das Indústrias de Base e Construção Presidente: Wilmar dos Santos Barroso Filho Câmara Setorial da Indústria de Materiais da Construção Presidente: Houberdam PessottiCâmara Setorial das Indústrias de Mineração Presidente: Samuel MendonçaCâmara Setorial da Indústria Moveleira Presidente: Luiz RigoniCâmara Setorial da Indústria do VestuárioPresidente: Paulo Roberto Almeida Vieira

Conselhos TemáticosConselho Temático de Assuntos Legislativos (Coal) Presidente: Sergio Rogerio de Castro Conselho Temático de Comércio Exterior (Concex) Presidente: Marcilio Rodrigues MachadoConselho Temático de Desenvolvimento Regional (Conder) Presidente: Áureo Vianna MameriConselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) Presidente: Sebastião Constantino Dadalto Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma) Presidente: Wilmar Barros Barbosa Conselho Temático de Micro e Pequena Empresa (Compem) Presidente: Vladimir Rossi Conselho Temático de Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec) Presidente: Luiz Alberto de Souza Carvalho Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt) Presidente: Haroldo Olívio Marcellini Massa Conselho Temático de Responsabilidade Social (Cores) Presidente: Jefferson Cabral (interino)Conselho Temático de Educação (Conedu)Presidente: Luciano Raizer MouraConselho Temático de Política Urbana (Copurb)Presidente: Aristoteles Passos Costa NetoConselho Temático de Energia (Conerg)Presidente: Nélio Rodrigues Borges

Diretorias RegionaisDiretoria da Findes em Anchieta e região Vice-presidente institucional da Findes: Fernando Schneider KunschDiretoria da Findes em Aracruz e região Vice-presidente institucional da Findes: João Baptista Depizzol NetoDiretoria da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e região Vice-presidente institucional da Findes: Áureo Vianna MameriDiretoria da Findes em Colatina e região Vice-presidente institucional da Findes: Manoel Antonio GiacominDiretoria da Findes em Linhares e região Vice-presidente institucional da Findes: Paulo Joaquim do Nascimento Núcleo da Findes em Nova Venécia e região Vice-presidente institucional da Findes: José CarnieliNúcleo da Findes em São Mateus e região Vice-presidente institucional da Findes: Nerzy Dalla Bernardina Junior Núcleo da Findes em Venda Nova do Imigrante e região Vice-presidente institucional da Findes: Adenilson Alves da Cruz

Diretores para Assuntos Específicos e das EntidadesDiretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical e da Representação Empresarial: Egídio MalanquiniDiretor para Assuntos das Micro e Pequenas Indústrias: Vladimir Rossi Diretor para Assuntos Tributários: Gibson Barcelos ReggianiDiretor para Assuntos do Meio Ambiente: Wilmar Barros Barbosa Diretor para Assuntos de Capacitação e Desenvolvimento Humano: Clara Thais Rezende Cardoso OrlandiDiretor para Assuntos de Marketing e Comunicação: Fernando Schneider KunschDiretor para Assuntos de Desenvolvimento da Indústria Capixaba: Leonardo Souza Rogerio de Castro Diretor para Assuntos de Inovação Industrial: Luiz Alberto de Souza Carvalho Diretor para Assuntos de Segurança, Saúde e Responsabilidade Social do Sesi e Senai/ES: Alejandro DuenasDiretor para Assuntos de Educação e Cultura do Sesi e Senai/ES: Flavio Sergio Andrade BertolloDiretor para Assuntos do IEL: Benízio Lázaro Diretor para Assuntos do Ideies/CAS: Egídio MalanquiniDiretor para Assuntos do Cindes: Paulo Alfonso MenegueliDiretor para Assuntos do IRI: Marcos Guerra

Sindicatos filiados à Findes e respectivos presidentesSinduscon: Aristoteles Passos Costa Neto | Sindipães: Flavio Sergio Andrade Bertollo Sincafé: Sergio Brambilla | Sindmadeira: José Domingos Depollo Sindimecânica: Ennio Modenesi Pereira II | Siges: João Baptista Depizzol Neto Sinconfec: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi Sindibebidas: José Angelo Mendes Rambalducci | Sindicalçados: Altamir Alves Martins Sindifer: Manoel de Souza Pimenta Neto | Sinprocim: Houberdam Pessotti Sindutex: Mariluce Polido Dias | Sindifrio: Elder Elias Giordano Marim Sindirepa: Wilmar Barros Barbosa | Sindicopes: José Carlos Chamon Sindicacau: Gibson Barcelos Reggiani | Sindipedreiras: Loreto Zanotto Sindirochas: Samuel Mendonça | Sincongel: Paulo Henrique Teodoro de Oliveira Sinvesco: Fábio Tadeu Zanetti | Sindimol: Almir José Gaburro Sindmóveis: Ortêmio Locatelli Filho | Sindimassas: Emerson de Menezes Marely Sindiquímicos: Elias Cucco Dias | Sindicer: Ednilson Caniçali Sindinfo: Luciano Raizer Moura| Sindipapel: José Bráulio Bassini Sindiplast: Neviton Helmer Gasparini | Sindibores: Silésio Resende de Barros Sinvel: Atílio Guidini | Sinconsul: Bruno Moreira Balarini

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Nesta Edição

Indústria Capixaba – Findes6

INDÚSTRIA Um montante de R$ 150 milhões. Com esse investimento recorde em sua história, o Sistema Findes promoverá o desenvolvimento da indústria capixaba. Saiba como esses recursos serão aplicados, como as Regionais serão impactadas e de que forma os diversos segmentos empresariais e sociais poderão se bene­ciar.

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ENTREVISTAAutor de mais de 30 livros e especialista no tema Educação, o economista Cláudio de Moura Castro é conhecido pela franqueza de suas opiniões. Em entrevista à Revista da Indústria, ele fala sobre os rumos da política educacional brasileira e seus desdobramentos para o mercado de trabalho no país.

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CENÁRIOApós um ano de queda na produção industrial, 2014 começa com muitas incertezas para os empresários do Espírito Santo. Nesse panorama de gangorra, planejamento e noção do momento certo para investir são características fundamentais para os empreendedores.

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42 INTERIORIZAÇÃOAmpliar o acesso da população aos serviços aéreos. Com essa premissa, foi lançado o “Programa de Investimentos em Logística: Aeroportos”. No Espírito Santo, quatro aeroportos regionais passarão por obras, orçadas em R$ 176,6 milhões. Conheça as vantagens para população e indústrias.

46 SUSTENTÁVELDebater o licenciamento ambiental com foco nas micro e pequenas empresas e iniciar o desenvolvimento de uma linha de atuação da Findes na Seama. Esses foram os objetivos de workshop realizado em Vitória.

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Conselho Editorial – Marcos Guerra, Manoel de Souza Pimenta Neto, Sebastião Constantino Dadalto, Ernesto Mosaner Junior, Luis Carlos de Souza Vieira, Ricardo Barbosa, Alejandro Duenas, Flavio Sergio Andrade Bertollo, Egídio Malanquini, Benízio Lázaro, Fernando Schneider Kunsch, Solange Maria Nunes Siqueira, Fábio Ribeiro Dias, Antônio Fernando Doria Porto, Lucas Izoton Vieira, Marcelo Ferraz, Cintia Dias e Breno Arêas

Jornalista responsável – Breno Arêas (MTB 2933/ES)

Apoio técnico – Assessoria de Comunicação da Findes Jornalistas: Evelyn Trindade, Fábio Martins, Rafael Porto e Milan SalviatoGerente de Marketing: Cintia Dias Coordenação: Breno Arêas

Depto. Comercial – Unirem/Findes – Simone Dttmann Sarti Tel: (27) 3334-5721 – [email protected]

Produção Editorial

Coordenação Editorial: Mário Fernando Souza Gerente de Produção: Elisângela EgertProdução editorial e diagramação: Fábio Barbosa, Jéssica Nonato e Thiara Nascimento Copidesque: Marcia RodriguesTextos: Ana Lúcia Ayub, Dainane Freire, Giordany Bossato, Gustavo Costa, Jussara Baptista, Vitor Taveira e Yasmin Vilhena Revisão de textos: Andréia Pegoretti Fotografia: Jackson Gonçalves, Renato Cabrini, fotos cedidas, arquivos Findes e Next Editorial

Impressão

22 INDÚSTRIA EM AÇÃO

60 FATOS EM FOTOS

62 CASO DE SUCESSO

64 CURSOS

NO SISTEMA Com o objetivo de integrar 19 entidades locais no debate sobre o setor petroleiro, foi criado e lançado na Findes o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás. Con�ra os desa�os do setor e como o Fórum pode organizar e estimular oportunidades para o Espírito Santo.

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ESPECIALOs apagões registrados recentemente apontam para um cenário preocupante no setor energético brasileiro. Veja a extensão do problema e como as empresas podem se preparar para evitar prejuízos em uma eventual escassez de energia elétrica.

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Publicação oficial do Sistema Findes Março – 2014 ▪ nº 311

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Edição nº 311 Março 2014

twitter.com/sistemafindes

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Editorial

8 Indústria Capixaba – Findes

I niciamos o ano de 2014 com resultados positivos. Anunciamos em janeiro o maior investimento da história do Sistema Indústria: um montante de

R$ 150 milhões, dos quais mais de 80% são destinados à educação, com foco maior na quali�cação pro�ssional. O valor será aplicado na reforma e ampliação da infraestrutura educacional do Sistema Findes. Ao todo, 60 laboratórios do Senai serão modernizados para atender às necessidades da indústria capixaba, além de investirmos em novos centros integrados, unidades móveis e agências de treinamento municipal.

Em fevereiro, inauguramos o Senai Centromoda Colatina e em março lançamos a série “Caminhos para o Desenvolvimento Regional”, uma coleção de 10 cadernos com informações sobre as nove Regionais da Findes, somados a um suplemento especial sobre o Espírito Santo. O material será amplamente abordado na próxima edição da Revista Indústria.

Vimos também em março, por meio dos primeiros dados divulgados pelo IBGE, que a indústria capixaba voltou a crescer. Alcançamos em janeiro um acréscimo de 2,3% na produção física industrial em relação a dezembro – número positivo, principalmente se lembrarmos dos 6,7% de recuo acumulados na produção capixaba em 2013.

Estamos otimistas e esperamos um avanço de 2,5% para a indústria neste ano, estimativa baseada em estudo realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies). Novos desa�os, porém, surgiram no horizonte da indústria capixaba.

Não bastassem a alta carga tributária, a excessiva burocracia, e os gargalos de infraestrutura rodoviária e portuária, enfrentaremos percalços no setor energético, que exigiram a elaboração de uma nota técnica pelo Conselho Temático de Energia (Conerg) da Findes – material detalhado em reportagem desta edição.

A nota técnica não adota um tom alarmista, nem busca provocar temor entre os industriais capixabas, mas reforça a importância de nos articularmos para garantir que nossas atividades não sejam prejudicadas pelas ingerências do setor energético brasileiro. Precisamos estimular o consumo consciente, a adoção de boas práticas de gestão em nossas indústrias, como a norma ISO 50.001, em busca de uma maior e�ciência energética.

Além das questões internas de infraestrutura, fatores externos têm in¥uenciado o desempenho das indústrias capixabas.

Boa parte de nossa produção ainda é representada por commodities, mas o Sistema Indústria está investindo na interiorização do desenvolvimento, explorando ao máximo o potencial de cada região do Estado, incentivando assim a diversi�cação e a geração de produtos de maior valor agregado, a �m de tornar nossa produção mais competitiva e menos dependente do mercado internacional.

Esta edição muito contribuirá para a orientação dos industriais e o fortalecimento da economia capixaba.

Uma boa leitura a todos!

Enfrentando novos desafios

Marcos Guerra Presidente do Sistema Findes/Cindes

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Indústria

Indústria Capixaba – Findes10

Serão R$ 150 milhões para ampliar os serviços de qualificação profissional, saúde e segurança do trabalhador, alavancando o desenvolvimento em todo o Espírito Santo

Indústria

Sistema Findes realiza o maior investimento de sua história

por Ana Lúcia Ayub

Indústria Capixaba – Findes10

D a Reta da Penha para o interior do Estado. Pela primeira vez os investimentos do Sistema Findes deixarão de ser concentrados na região da

Grande Vitória e serão distribuídos por todo o Espírito Santo, até 2017. Os recursos serão aplicados nos municípios de Colatina, Linhares, Anchieta, São Mateus, Aracruz,

Nova Venécia, Cachoeiro de Itapemirim, Venda Nova do Imigrante, Vila Velha, Serra, Cariacica e Vitória.

Segundo o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, o Estado realiza ao longo do ano a instalação e/ou conclusão de importantes plantas industriais, que giram em torno de R$ 24,88 bilhões. São 18 grandes projetos

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O Plano de Investimentos do Sistema Findes, o maior de sua história, tem uma visão estratégica do futuro e foi realizado de acordo com a demanda de cada região, apontando o tamanho da mão de obra necessária para trabalhar nas localidades e que tipo de pro�ssionais serão requisitados e que hoje não existem em quantidade su�ciente para atender à demanda. Ao investir na quali�cação dessas pessoas, o Sistema Findes propiciará novas oportunidades de trabalho, já que a prioridade de contratação será para quem mora na região. Para a elaboração do plano, de forma inédita, todas as Diretorias Regionais da Federação foram ouvidas democraticamente, as quais, por sua vez, levantaram as necessidades de suas regiões junto aos sindicatos e às indústrias locais. Os investimentos podem mudar a face das cidades e o panorama da indústria capixaba, provocando impactos econômicos e sociais positivos no interior do Espírito Santo.

que irão movimentar a economia e o mercado de trabalho capixabas. Até 2017, conforme levantamento da Federação, serão 44,5 mil novos postos de trabalho, sendo 24,8 mil na fase de implantação e 19,7 mil na de operação. Entre alguns desses empreendimentos estão a Oitava Usina de Pelotização da Vale, as obras do Estaleiro Jurong, em Aracruz, a fábrica de móveis da Bertolini, em Colatina, e a da Itatiaia, em Sooretama.

“Temos um desa�o enorme pela frente, que é quali�cara mão de obra a ser demandada pelos investi-mentos que estão chegando ao Estado. Vamos investir pesado na modernização dos laboratórios do Senai, na expansão da rede de prestação de serviços de educação básica, pro�ssional e corporativa, em saúde e quali-dade de vida do trabalhador, com reformas, ampliações e construções de novas unidades do Sesi, do Senai e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) em diferentes regiões do Estado”, destacou o presidente da Findes.

Guerra ainda relatou que a entidade tem atuado junto aos poderes públicos e grupos de investidores para diversi�car a indústria capixaba e diminuir a depen-dência em relação às commodities. “A vinda de indústrias que fazem uso mais intensivo de tecnologia – como a Weg, em Linhares, a Marcopolo, em São Mateus, e o Estaleiro Jurong, em Aracruz – agrega mais valor aos produtos, atrai novas empresas e, com isso, gera novas oportunidades para as empresas capixabas”, explicou.

“Temos um desafio enorme pela frente, que é qualificar a mão de obra a ser demandada pelos investimentos que estão chegando ao Estado” - Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes

Foto: Monica Zorzanelli

Distribuição dos investimentos

Laboratórios, oficinas, unidades móveis e equipamentos para Agências de Treinamento Municipais (ATMs) R$ 28,3 milhões

Grande Vitória R$ 60,7 milhões

São Mateus R$ 528 mil

Nova Venécia R$ 2,5 milhões

Linhares R$ 8,32 milhões

Colatina R$ 19,19 milhões

Cachoeiro R$ 16,62 milhões

Aracruz R$ 2,42 milhões

Anchieta R$ 11,45 milhões

28,3

16,62

19,19

8,32

2,50,528

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60,7

Valores em milhões (R$)

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“Queremos dar o suporte necessário para alavancar a indústria e consolidar a economia local” Manoel Antonio Giacomin, vice-presidente institucional da Findes em Colatina e região

Centro de inovação em moda em ColatinaEm Colatina, serão investidos R$ 19,19 milhões para

quali�car os trabalhadores e atender à demanda das empresas já instaladas e em fase de implantação, entre elas a ALX Indústria de Alumínio, a Bertolini e a Tecnovidro, na qual a expectativa é de que sejam criados 400 empregos. Outros 150 empregos serão gerados pela ALX, e mais 550 pela Bertolini.

Segundo o vice-presidente institucional da Findes em Colatina e região, Manoel Antonio Giacomin, na área sob in�uência de sua diretoria, que abrange 14 municípios, o levantamento para mapear as vocações regionais levou em conta o parque industrial dos municípios. “Com base nos dados levantados, a Regional subsidiou a Federação das Indústrias acerca das necessidades locais. Queremos dar o suporte necessário para alavancar a indústria e consolidar a nossa economia. Hoje, as empresas precisam de pro�ssionais quali�cados, comprometidos e dinâmicos. E quem se quali�ca obtém maior renda, maior qualidade de vida e contribui para o crescimento do município”, a�rmou.

De acordo com o prefeito Leonardo Deptulski, a demanda por quali�cação pro�ssional está intrinsecamente ligada a esses novos projetos anunciados. “Colatina está recebendo vários investimentos novos no setor industrial, comercial e de serviços. Além disso, já conta com um forte setor de vestuário e de rochas ornamentais, e os segmentos de construção civil e hoteleiro, que hoje estão em ascensão, também apresentam grande dé�cit de pro�ssionais quali�cados. Os investimentos do Sistema Findes irão contribuir para reduzir esse dé�cit e propiciar aos jovens novas oportunidades de trabalho.

Os recursos do Sistema Findes estão sendo aplicados na nova unidade do Senai Centromoda, que foi inaugurada no dia 20 de fevereiro, ampliação e reformas do Senai e do Sesi e investimentos em laboratórios. O Centromoda, que custou R$ 4 milhões, tem como destaque uma minifábrica têxtil que simula o ambiente industrial e oferecerá 400 vagas em 16 novos cursos nas áreas têxtil e de vestuário. Além disso, atenderá a toda uma cadeia produtiva, prestando serviços para as indústrias no desenvolvimento de artes de estampas, bordados e etiquetas. O Centro Integrado já ofertava 10 cursos, e com a inauguração do Centromoda serão 26. “A unidade vai criar várias oportunidades, principalmente para as empresas de pequeno porte, que não têm condições de manter uma estrutura própria de criação”, diz o prefeito Deptulski. O mesmo formato de centro já está em processo de licitação para ser instalado em Vila Velha, bene�ciando o polo de moda da Glória.

“Colatina está recebendo vários investimentos novos, em setores que

buscam mão de obra qualificada, que possa contribuir com o aumento da

qualidade dos produtos”

Leonardo Deptulski, prefeito de Colatina

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“O novo Centro Integrado de Anchieta será um importante marco na interiorização do Sistema Findes no Estado, levando mais oportunidades de aprendizado para jovens e adultos”Fernando Schneider Kunsch, vice-presidente institucional da Findes em Anchieta e região

Em Anchieta, R$ 12 milhões para revigorar o mercado de trabalho

Em Anchieta, cuja economia baseia-se no turismo e na pelotização e exportação do minério de ferro bene�ciado pela Samarco Mineração, serão investidos R$ 11,45 milhões na construção de um novo Centro Integrado Sesi/Senai/IEL e na modernização de laboratórios. A quali-�cação dos moradores visa a atender à demanda atual e a que será gerada com a Quarta Usina da Samarco, a ser concluída ainda este ano. Só em 2014, o Sesi e o Senai vão abrir 6.245 novas vagas em cursos na região.

O vice-presidente institucional da Findes em Anchieta e região, Fernando Schneider Kunsch, comemora o início das obras do novo Centro Integrado local: “temos uma grande expectativa de todo o setor industrial e das populações de Anchieta, Guarapari, Piúma, Alfredo Chaves e Iconha, cidades que compõem a Regional da Findes. Este será mais um importante marco na interiorização do Sistema Findes no Espírito Santo, levando mais oportunidades de aprendizado para jovens e adultos, proporcionando mão de obra quali�cada para atender às necessidades de crescimento do Estado”, disse.

Com o novo Centro Integrado, cujas obras devem �car prontas no 2º semestre de 2014, a expectativa é de que sejam oferecidas 12 mil matrículas por ano, voltadas para cursos pro�ssionalizantes e de educação básica e continuada, juntamente com laboratórios de Mecânica, Solda, Eletrônica, Informática e Construção Civil. Segundo Fernando Kunsch, a indústria local tem se dinamizado e precisa de mão de obra e cursos especializados para suprir as necessidades regionais.

“Até então, a instalação existente vinha cumprindo um importante papel, com uma média de 700 alunos diários frequentando os cursos, mas a oferta de novas vagas é fundamental, tanto para as novas áreas ligadas às tecnologias, como nos setores tradicionais da construção civil, metalmecânica, eletromecânica e caldeiraria. Sem dúvida, a competitividade da indústria aumentará muito”, explicou.

Para o prefeito de Anchieta, Marcus Assad, o investimento é muito importante para a diminuição do desemprego no município. “Além de atender à demanda das 41 indústrias e 1.632 empresas ativas na cidade, a iniciativa da Findes possibilitará ao contingente de 1.800 cidadãos de Anchieta hoje desempregados o ingresso no mercado de trabalho. A capacitação de mão de obra pode atrair novas empresas, que não vão precisar investir para quali�car os trabalhadores se já houver mão de obra disponível”, disse.

“O investimento da Findes é muito importante para a diminuição do desemprego no município”

Marcus Assad, prefeito de Anchieta

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Novo Centro Integrado em Cachoeiro de Itapemirim

A economia de Cachoeiro de Itapemirim estrutura-se na agricultura, pecuária e, principalmente, na extração e expor-tação de rochas ornamentais. Na indústria, sobressaem-se a produção de cimento, calçados e laticínios. Nesse polo regional, o Sistema Findes vai investir R$ 16,6 milhões em um novo Centro Integrado Sesi/Senai/IEL, com conclusão estimada para o primeiro semestre de 2015.

Segundo o diretor-adjunto da Regional em Cachoeiro de Itapemirim, Ubirajara Dias, as necessidades locais foram de�-nidas por meio de um amplo debate entre os empresários, sindicatos de vários segmentos e técnicos das três entidades do Sistema Findes. “A gestão integrada Sesi/Senai/IEL vai possibilitar a formação de um maior número de pro�ssio-nais quali�cados e prontos para serem inseridos no mercado de trabalho, tanto sob o aspecto da formação teórica quanto

prática, treinados em laboratórios de última geração, aptos a corresponder às exigências do mercado competitivo de hoje, que busca pro�ssionais com visão ampla e alta quali�cação técnica”, explicou.

Este ano o Sesi e o Senai vão abrir 21,4 mil novas vagas em cursos na cidade, com o objetivo de suprir a carência de trabalhadores quali�cados da região. Mas quando o Centro Integrado Sesi/Senai/IEL for inaugurado, além de labo-ratórios de Mecânica, Solda, Eletrônica e Automobilística, o número de matrículas/ano em cursos pode dobrar. Para o prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Carlos Casteglione, a quali�cação dos moradores vai gerar novas oportunidades de emprego não só para a cidade, mas para toda a região sul.

“O investimento é fundamental para nossa região, pois as cidades de Marataízes, Itapemirim e Presidente Kennedy vão se transformar em polos de petróleo e gás. É muito impor-tante que os moradores sejam quali�cados para entrar nesse mercado”, disse Casteglione.

De acordo com o prefeito, “com a quali�cação, o trabalhador vai operar melhor as máquinas das indústrias, hoje muito auto-matizadas, aumentar a produtividade nas empresas e ganhar melhor, propiciando um ciclo de desenvolvimento na cidade, com maior geração de renda e aumento nas receitas públicas”.

“Marataízes, Itapemirim e Presidente Kennedy vão se transformar em polos de

petróleo e gás e é muito importante que os moradores sejam qualificados

para entrar nesse mercado”

Carlos Casteglione, prefeito de Cachoeiro de Itapemirim

“As necessidades locais foram definidas por meio de um amplo debate entre os empresários, sindicatos de vários segmentos e técnicos das três entidades do Sistema Findes”Ubirajara Dias, diretor-adjunto da Regional Findes Cachoeiro

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Em Linhares, mais de 15 mil vagas em cursos

São Mateus se prepara para os novos empreendimentos

Em São Mateus, além de 12.977 novas vagas que serão ofertadas pelo Sesi e Senai em diversos cursos, serão investidos R$ 528 mil em o�cinas e laboratórios nas áreas de Elétrica, Hidráulica e Metrologia. De acordo com o vice-presidente institucional da Findes em São Mateus e região, Nerzy Dalla Bernardina Junior, a cidade, que começa a atrair a atenção de investidores de áreas diversas, terá a primeira montadora de micro-ônibus no Estado – uma unidade da Marcopolo – e um moderno terminal portuário, o PetroCity, voltado para atender à demanda o�shore (atividades no mar) das petrolíferas.

Segundo ele, os investimentos bene�ciarão essas e outras indústrias, como a TDB Produtos e Serviços, Vipetro Petróleo, hospital do Grupo Meridional, Bristol Hotel, Hill Park Hotel e a Oxford, fábrica de porcelana. “Com a modernização de máquinas e equipamentos, faz-se necessária a quali�cação dos trabalhadores em laboratórios modernos, para que possam acompanhar as inovações tecnológicas das empresas. Atualmente, o maior dé�cit de mão de obra é por pro�ssionais técnicos para atender aos setores de metalmecânica, automotivo e petróleo, temas que já estão na grade de cursos deste ano. A capacitação da mão de obra vai propiciar que as indústrias reduzam custos, em razão de menor desperdício de tempo e de material”, disse Dalla Bernardina.

“Com a modernização de máquinas e equipamentos, faz-se necessária a qualificação dos trabalhadores em laboratórios modernos, para que possam acompanhar as inovações tecnológicas das empresas” Nerzy Dalla Bernardina Junior, vice-presidente institucional da Findes em São Mateus e região

“A escassez de mão de obra qualificada prejudica a competitividade, resultando em potenciais problemas de qualidade, custos mais elevados e lucros menores”Paulo Joaquim do Nascimento, vice-presidente institucional da Findes em Linhares e região

Em Linhares serão investidos R$ 8,32 milhões para ampliação e reformas do Senai e do Sesi, previstas para o segundo semestre deste ano, abrindo 15.296 novas vagas em cursos para quali�car a mão de obra local. Segundo o vice-presidente institucional da Findes em Linhares e região, Paulo Joaquim do Nascimento, a escassez de mão de obra quali�cada prejudica a competitividade, resultando em problemas de qualidade, custos mais elevados e lucros menores. “Fizemos um levantamento para conhecer a carência regional, e a capacitação será realizada de acordo com as demandas identi�cadas nos setores industriais. O intuito é que os próprios moradores possam usufruir dos novos postos de trabalho e tenham condições de disputar em pé de igualdade os melhores salários e cargos disponíveis”, disse.

Além de Linhares, compõem a Diretoria Regional da Findes as cidades de Sooretama e Rio Bananal. As matrículas atenderão às empresas já instaladas e à oferta de empregos da Manabi, Itatiaia e Weg. “A Weg já está em operação e foi treinada mão de obra, pelo Senai, dentro da própria empresa”, explicou Nascimento. Já a Manabi deve gerar sete mil postos de trabalho até 2017. Em fevereiro deste ano, a empresa celebrou convênio com o Senai, Sesi e IEL para começar a quali�car mão de obra nos cursos de Auxiliar Administrativo, Inclusão Digital, Armador, Carpinteiro, Montador Elétrico, Montador Mecânico, Pedreiro, Operador de Equipamentos e Operador de Instalações.

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Escola para o setor de rochas em Nova Venécia

Oportunidade para moradores de Aracruz e região

Em Nova Venécia serão aplicados R$ 2,5 milhões na implantação do Núcleo Regional e na construção da escola Senai Pedreira. A unidade servirá para atender às demandas de formação de mão de obra das indústrias de seis municípios que compõem a Regional: Água Doce do Norte, Barra de São Francisco, Boa Esperança, Ecoporanga, Nova Venécia e Vila Pavão. “A implantação do Sesi/Senai na cidade irá melhorar a quali�cação da mão de obra local, principalmente em setores que têm maior demanda, como o de rochas, que é o de maior peso industrial na região. As unidades do Sesi/Senai mais próximas daqui são as de São Mateus e Colatina, o que di�culta o acesso à quali�cação e encarece os custos das empresas. Até então, só existia o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) para a formação técnica dos trabalhadores, mas o Sesi e o Senai têm um per�l mais adequado para quali�car os pro�ssionais da indústria”, diz o vice-presidente institucional da Findes em Nova Venécia e região, José Carnieli.

Segundo ele, o maior dé�cit pro�ssional atualmente encontra-se na área de automação. “Hoje, as indústrias já têm maquinário com evolução tecnológica, mas falta mão de obra para operá-lo. Com a implantação da escola, vamos viabilizar o treinamento desses pro�ssionais para suprir a carência”, explicou. Em Aracruz o investimento será de R$ 2,42 milhões,

com oferta de 14.765 novas vagas em cursos do Sesi e Senai, implantação de laboratórios nas áreas de Solda, Metalogra�a (estudo dos metais e ligas) e Automobilística e construção de uma quadra poliesportiva. Além de atender à demanda das empresas já instaladas, os cursos de quali�cação visam à futura oferta de emprego do Estaleiro Jurong, Imetame e Petrobras. Só o Estaleiro Jurong deve contratar 2,5 mil trabalhadores ainda na fase de implantação. “O investimento foi de�nido de acordo com a vocação industrial da região. Com a consolidação de todos os empreendimentos que estão se instalando no município, pro�ssionais como soldadores, caldeireiros, mecânicos montadores, eletricistas industriais, pintores industriais e instrumentistas serão muito demandados. Atualmente, os que existem no mercado não são su�cientes para atender à demanda. Também será ampliada a quali�cação nas áreas de soldagem e de construção naval. Isso diminuirá a contratação de pro�ssionais de fora da região”, relatou o vice-presidente institucional da Findes em Aracruz e região, João Baptista Depizzol Neto.

“Até então, só existia o Instituto Federal do ES (Ifes) para a formação técnica dos trabalhadores da região, mas o Sesi e o Senai têm um perfil mais adequado para qualificar os profissionais da indústria”José Carnieli, vice-presidente institucional da Findes em Nova Venécia e região

“A qualificação dos moradores diminuirá a contratação de profissionais de fora da região” João Baptista Depizzol Neto, vice-presidente institucional da Findes em Aracruz e região

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Risco social reduzido em Venda Nova

Investimentos na Grande Vitória

Em Venda Nova do Imigrante serão oferecidas este ano 1.336 novas vagas do Sesi em Educação Básica, Educação de Jovens e Adultos e Educação Continuada, além de oito o�cinas e laboratórios em diversos cursos para quali�car os moradores da região. De acordo com o vice-presidente institucional da Findes em Venda Nova do Imigrante e região, Adenilson Alves da Cruz, a economia local é predominantemente agrícola, com destaque para a agroindústria e com potencial para extração e bene�ciamento de rochas ornamentais. “Na indústria, o maior dé�cit atualmente é de pro�ssionais das áreas de metalmecânica e rochas ornamentais. A quali�cação dos moradores elevará o valor agregado e a competitividade da indústria local, pois aumentará a produção e reduzirá os custos das empresas. Por meio de uma pesquisa da Secretaria de Ação Social do município, �cou comprovado que o trabalho que vem sendo feito em parceria entre o Sesi e o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) nos últimos quatro anos já reduziu a vulnerabilidade e o risco social para os moradores, que, após a quali�cação, abriram pequenos negócios ligados ao agroturismo, como fabricação de biscoitos, bombons e artesanatos diversos”, explicou.

Além dos investimentos no interior do Estado, o Sistema Findes destinará R$ 60,7 milhões para reformas e ampliação de unidades do Senai e Sesi na Grande Vitória e construção de um novo Centro Integrado Sesi/Senai/IEL em Cariacica. Em Vitória, serão inaugurados o novo Instituto Senai de Tecnologia, na unidade do Senai na Avenida Beira-Mar, e o Espaço Cultural, que está sendo construído no topo do prédio da Federação das Indústrias.

Nos municípios que não contam com estrutura �xa das entidades de ensino pro�ssional, o Sistema Findes pretende expandir o projeto de Escolas Móveis e das Agências de Treinamento Municipais (ATMs), um modelo de treinamento mais rápido, barato e ¡exível para atender às demandas de cada município, o qual entra com o espaço físico e o custeio, enquanto o Senai e o Sesi disponibilizam docentes e sua experiência em educação pro�ssional. Em 2013, foram implantadas três agências – em Vitória (Sambão do Povo), Ibiraçu e São Gabriel da Palha –, além da primeira Escola Móvel, em Governador Lindenberg. O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, informou que estão sendo realizadas conversas com as prefeituras para a instalação de mais cinco agências, nos municípios de Castelo, Guaçuí, Santa Teresa, Vila Pavão e Itarana-Itaguaçu.

“O trabalho que vem sendo feito em parceria entre o Sesi e o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) nos últimos quatro anos já reduziu a vulnerabilidade e o risco social dos moradores da região”Adenilson Alves da Cruz, vice-presidente institucional da Findes em Venda Nova e região

Escola móvel: mais oportunidades para o ensino profissional

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A educação e a inovação ocupam atualmente papel fundamental no processo de desenvolvimento da indústria brasileira, cuja modernização tem re�exos sobre o modelo de educação. Exemplos não faltam, como o do eletricista, que hoje não lida somente com �os e instalações: ele tem que acompanhar processos, operar sistemas complexos e máquinas computadorizadas.

Com 8,3 milhões de estudantes no ensino médio, o Brasil tem apenas 6,6% desses jovens matriculados em cursos de educação pro�ssional. O índice, baixo em relação à média europeia de 40%, revela a perda de uma grande oportunidade para a educação e para o crescimento do país. De acordo com o Mapa do Trabalho Industrial, elaborado pelo Senai Nacional, o Brasil terá de formar 7,2 milhões de trabalhadores em nível técnico e em áreas de média quali�cação para atuar em pro�ssões industriais até 2015.

Esse quadro aponta que um esforço emergencial é necessário para enfrentar a escassez crescente de trabalhadores quali�cados em áreas estratégicas. No Espírito Santo, onde 84% dos recursos do Sistema Findes serão aplicados em educação, o Sesi, Senai e IEL já trabalham com uma meta arrojada para reduzir a carência de mão de obra. Somente em 2014, as três entidades vão oferecer 227 mil matrículas, sendo a maior parte – 156 mil – para o Senai, um recorde. Em 2011, para se ter ideia do avanço, foram 162 mil matrículas. Até 2017, serão quase um milhão de vagas disponíveis em diversos cursos nas áreas de Metalmecânica, Eletroeletrônica, Vestuário, Rochas, Automação e Controle, entre outros.

“A indústria brasileira está consciente de que é necessário promover um salto significativo na qualidade da educação básica, principalmente em relação à língua portuguesa e aos conceitos matemáticos”Solange Siqueira, diretora regional do Senai-ES e superintendente do Sesi-ES

“Com as exigências do mercado atual, o profissional que pretende se manter bem posicionado e alcançar novas oportunidades tem que buscar qualificação constante”Benízio Lázaro, diretor para Assuntos do IEL-ES

Educação: quase 1 milhão de matrículas até 2017

Para Solange Siqueira, diretora regional do Senai-ES e superintendente do Sesi-ES, a indústria brasileira está consciente de que é necessário promover um salto signi�cativo na qualidade da educação básica, principalmente em relação às competências e habilidades relacionadas à língua portuguesa e aos conceitos matemáticos.

“As novas tecnologias que fazem parte da cadeia produtiva requerem do pro�ssional domínio de conhecimentos e de sua aplicabilidade. Exigem também que interprete desa�os, resolva problemas e esteja preparado para analisar, calcular e avaliar riscos na correção de afazeres e antecipar decisões e escolhas. A indústria busca pro�ssionais que tenham bom senso, raciocínio lógico, habilidade e e�ciência na comunicação, que sejam capazes de buscar novos conhecimentos, preparados para trabalhar em equipe e que possuam o conhecimento técnico adequado. O conjunto de todas essas competências é fundamental para a competitividade da indústria, capixaba e nacional”, frisou.

Entre as 227 mil matrículas oferecidas este ano, 9,6 mil são do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES), que ministrará cursos para capacitação gerencial, atendendo a uma demanda do público executivo atuante fora da região metropolitana. Entre as formações oferecidas, estão o Programa de Capacitação de Líderes e Implantando o Programa 5S com Foco em Resultados (método que visa a obter um local de trabalho ordenado e limpo, ideal para a implantação de um sistema de gestão da qualidade na empresa, mostrando os cinco passos necessários para evitar desperdícios e organizar o trabalho).

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“Com as exigências do mercado atual, o prossional que pretende se manter bem posicionado e alcançar novas oportunidades tem que buscar qualicação constante. As empresas procuram pessoas que apresentem diferencial em sua maneira de atuar. O IEL contribui com essa formação por meio dos seus cursos de capacitação e pós-graduação, agora também presentes no interior do Estado”, informou o diretor para Assuntos do IEL-ES, Benízio Lázaro.

Apesar de o Espírito Santo ter registrado na última década melhorias nas condições de escolaridade de sua população, de acordo com a Pesquisa por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, apenas 12% dos trabalhadores locais possuem mais de 15 anos de estudo. Cerca de 10% têm até três anos de escolaridade, o que os caracteriza como analfabetos funcionais. Já 40% apresentam ensino fundamental, completo ou não.

De acordo com Flavio Bertollo, diretor para Assuntos de Educação e Cultura do Sesi/Senai, a educação para a indústria é fundamental para a sobrevivência das empresas. “Se o Estado contar com uma educação de qualidade, voltada às vocações

“Para crescer, a indústria precisa ter produtividade, inovação e investimentos em tecnologias modernas e isso é impensável sem gente capacitada”Luciano Raizer Moura, presidente do Conedu

industriais, o mercado vai se beneciar com trabalhadores mais bem preparados e comprometidos. Com isso, teremos menor rotatividade de funcionários, custos de produção reduzidos, maior produtividade e oferta de mão de obra qualicada. A educação é um dos pilares para que a indústria possa crescer, mas temos que aproximar as indústrias dos seus sindicatos e seus sindicatos do Sesi e Senai, pois são eles que lidam no dia a dia com as diculdades das indústrias locais”, disse.

Para o presidente do Conselho Temático de Educação (Conedu) da Findes, Luciano Raizer Moura, há uma relação direta entre o sucesso empresarial e o nível educacional das pessoas que atuam nas empresas. “A produtividade é a capacidade de se produzir mais com a mesma quantidade de recursos, sejam físicos, humanos, ou os dois. O crescimento do produto sem um correspondente aumento da quantidade de fatores produtivos (capital e trabalho) se dá pela inovação tecnológica e pela qualicação da mão de obra. Assim, quanto maior a qualidade do capital humano no setor, maiores as possibilidades de promoção e incorporação de inovações tecnológicas e aumento consequente da produtividade”, explicou.

Raizer destaca que a atuação do Sistema Findes para promover e oferecer educação para os trabalhadores da indústria capixaba, por meio do Sesi e do Senai, contribui para o crescimento do capital humano. “O crescimento da indústria é impensável sem gente capacitada. A qualicação da população é fator decisivo para o progresso tecnológico, a competitividade e o crescimento sustentável”. Ele conclui lembrando que a educação é a mola-mestra para o desenvolvimento do país e a alavanca para a sociedade avançar e para a indústria ser mais competitiva.

Oferta de matrículas em cursos em 2014

Senai 156.754

Sesi 60.873

IEL-ES 9.600

Total 227.227

“Se o Estado contar com uma educação de qualidade, voltada às vocações industriais, o mercado se beneficiará com trabalhadores mais bem preparados e comprometidos”Flavio Bertollo, diretor para Assuntos de Educação do Sesi/Senai

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Artigo

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O Fórum das Entidades e Federações do Espírito Santo (FEF) foi criado em 2008, com o objetivo de formular e articular ações comuns aos principais setores

econômicos do Estado, como indústria, comércio e serviços, agricultura e transportes, junto aos poderes constituídos e à sociedade civil organizada, em prol do desenvolvimento sustentável do Espírito Santo.

Fazem parte do Fórum as Federações da Agricultura e Pecuária (Faes), do Comércio de Bens e Serviços (Fecomércio-ES), das Empresas de Transportes (Fetransportes), das Indústrias (Findes) e o Espírito Santo em Ação. Neste ano, quatro temas foram estabelecidos pelo FEF para serem acompanhados e discutidos: capital humano; infraestrutura; meio ambiente; e qualidade das instituições. A nossa meta não é distinta daquelas traçadas anteriormente, pois sempre tivemos o cuidado de pautar os nossos trabalhos na sustentabilidade, no interesse coletivo e nos anseios da sociedade.

Por sua abrangência, seriedade e comprometimento das pessoas envolvidas, o FEF conseguiu participar e in�uir nas decisões econômicas e políticas que mudaram, para muito

melhor, a história do Espírito Santo. Felizmente, dispomos de um Governo Estadual e de uma classe política que, além de primarem pela postura ética, conseguiram construir um ambiente fecundo e propício ao desenvolvimento. O Espírito Santo melhorou muito, mas ainda tem inúmeros problemas. Para solucioná-los, sempre defendemos o uso permanente de uma ferramenta imprescindível: o planejamento. Para isso, contamos com o apoio e participação das representações da sociedade.

A classe empresarial, por meio do Fórum e de muitas entidades, participou da elaboração do Plano de Desenvolvimento ES 2030, uma atualização do Plano ES 2025, realizado em parceria com Governo do Espírito Santo, Espírito Santo em Ação, Petrobras, sociedade civil organizada, com apoio técnico da DVF Consultoria. Nessa nova versão, foram de�nidas metas e estratégias de forma estruturada e organizada para os próximos 16 anos. Algumas das prioridades projetam o Estado para uma nova estrutura de desenvolvimento, conciliando inovação e tecnologia, com priorização da educação, do fomento regional, e da infraestrutura de excelência.

O documento reposiciona o Espírito Santo com o intuito de transformar ações em efetivas oportunidades. Consideramos o novo Plano como balizador de ações futuras, um mapa de navegação para os rumos do Estado, assim como foi o Plano ES 2025. O Espírito Santo que agora tanto nos orgulha, e o Espírito Santo ainda melhor que queremos legar às futuras gerações, é uma construção coletiva.

E este é um trabalho contínuo, que exige de nós participação mais ativa. Até porque temos hoje uma ambiência positiva, que nos permite apontar problemas, conversar sobre eles e, juntos, planejar e efetivar ações para resolvê-los. Continuamos juntos e alinhados num mesmo objetivo, que é o desenvolvimento do Estado, com a geração de mais e melhores oportunidades para todos, para que as gerações futuras possam usufruir de um Estado inovador, dinâmico e sustentável.

Luiz Wagner Chieppe é coordenador do Fórum das Entidades e Federações do Espírito Santo

Planejar e agir na construção de um futuro melhor

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Indústria em Ação

O dia 20 de fevereiro �cará marcado na história da indústria do vestuário do Espírito Santo com a inauguração do Senai Centromoda Colatina.

O complexo com área de 775 metros quadrados possui um modelo inovador de minifábrica têxtil, o que permitirá aos alunos terem uma experiência bem próxima do ambiente real que encontrarão nas indústrias. Com um investimento de R$ 4 milhões, a iniciativa do Sistema Findes visa a aumentar a competitividade do arranjo produtivo local de confecções e suprir a carência de mão de obra quali�cada na região abrindo mais de 400 vagas em 16 novos cursos.

Senai Centromoda é inaugurado em Colatina

Totalmente estruturado, o novo complexo conta com labora-tórios de CAD/Design, Bordado, Estamparia, Processos de Lavanderia, Mecânica e Manutenção de Máquinas, Produção do Vestuário, Laboratório de Informática e Modelagem. Anexo ao Centro Integrado Sesi/Senai/IEL já existente no município, o espaço foi muito elogiado pelo governador do Espírito Santo, Renato Casagrande.

“É um investimento importante. É bom ver o ânimo da Federação das Indústrias em relação à educação pro�ssional, porque o nosso desenvolvimento passa pela formação pro�ssional. Nós, que buscamos sempre ter competitividade em relação aos demais Estados, além de uma inserção nacional e internacional, não temos nenhuma condição de sermos competitivos se não tivermos a educação como ponto principal desse trabalho”, a�rmou.

Além do governador, estiveram presentes na inauguração do Senai Centromoda o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra; a diretora regional do Senai-ES, Solange Siqueira; o prefeito de Colatina, Leonardo Deptulski; o vice-presidente Institucional da Findes em Colatina e Região, Manoel Giacomin; o deputado federal Paulo Foletto; o prefeito de Itaguaçú, Darly Dettmann; o vice-presidente da Findes, Constantino Dadalto; o vice-presidente Institucional da Findes em Aracruz e Região, João Depizzol; além de diversas autoridades locais.

Para o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, a iniciativa da Federação das Indústrias irá contribuir com o aprendizado. “Dos R$ 150 milhões que o Sistema Indústria investirá até 2017, no maior plano de

O Senai Centromoda

Colatina possui uma estrutura

inovadora de minifábrica têxtil

“O Senai Centromoda tem a proposta de ser

uma referência na formação de mão de obra e na descoberta

de novos talentos”Clara Thais Orlandi,

presidente do Sincofec

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investimentos da história da Findes, 84% estão destinados à educação. O Senai Centromoda é exemplo disso: traz um novo conceito de educação pro�ssional, que desperta o prazer de estar em sala de aula. Precisamos gerar satisfação nos estudantes, formando pessoas criativas einovadoras. É este o tipo de pro�ssional que queremos para o Espírito Santo”, detacou o presidente.

O Senai Centromoda Colatina leva o nome de Maria de Lourdes Almeida Vieira, pioneira na indústria de confecção de município. Para a homenageada, esse é o resultado de um árduo trabalho. “Esse é um momento muito especial na minha vida. Quero aproveitar para agradecer ao Marcos Guerra, que sempre foi nosso aliado e nosso companheiro de trabalho. Mesmo com todas as di�culdades enfrentadas no começo, nós chegamos aqui porque abraçamos o empreendedorismo inovador com muita honestidade e trabalho”, disse ela.

A presidente do Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas em Geral do Estado do Espírito Santo (Sinconfec), Clara �ais Orlandi, acredita muito no potencial do Senai Centromoda. “Toda ação voltada para o setor que venha a melhorar o desempenho e a competitividade é bem-vinda. O Senai Centromoda tem a proposta de ser uma referência na formação de mão de obra e na descoberta de novos talentos”.

De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Colatina e Região (Sinvesco), Fábio Zanetti, o novo local fará com que os produtos capixabas se tornem cada vez mais competitivos. “O Senai Centromoda chega para ser uma outra realidade de formação e quali�cação pro�ssional. A intenção é a de que ele seja referência e que, com isso, possamos difundir inovação e desenvolvimento em design para tornar os nossos produtos cada vez mais competitivos. Ele vem não só para suprir a carência, como também para servir de sustentação e de apoio a novos negócios que estão acontecendo na região. Colatina receberá ainda este ano a inauguração do maior shopping

de pronta-entrega do Estado, que será referência em nível nacional. Esse shopping demandará aproximadamente 2.500 novos postos de trabalho somente na indústria, e isso representa 30% a mais do que o quadro que existe hoje”.

Na avaliação do vice-presidente Institucional da Findes em Colatina e Região, Manoel Giacomin, o Senai Centromoda é extremamente relevante para sua área de abrangência. “Acredito que essa iniciativa irá alavancar e fortalecer o setor de confecção não só de Colatina, mas também de toda a região, como São Gabriel, Marilândia e São Domingos. Esse empreendimento trará muitos benefícios”, disse ele.

Cursos Novos Carga Horária

Confeccionador de Lingerie 160h

Confeccionador de Moda Praia e Fitness

160h

Alfaiate 160h

Supervisor de Produção de Vestuário 200h

Bordado Industrial 80h

Risco e Corte de Confecção Industrial 80h

Modelagem e Costura de Bolsas 80h

Ajuste e Regulagem de Máquinas Especiais

100h

Desenvolvimento de Matriz Serigráfica 40h

Efeitos Especiais em Estamparia 40h

Impressão Serigráfica 40h

Planejamento e Controle de Produção e Estoque (Lean Manufacturing)

80h

Cronoanálise e Cronometragem 40h

Moulage 80h

Desenho de Estampas em Corel Draw 80h

Mecânica e Manutenção de Máquina de Costura Industrial Eletrônica 80h

“Precisamos gerar satisfação nos estudantes, formando pessoas criativas e inovadoras”

Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes

A iniciativa do Sistema Findes se propõe a suprir a carência de mão de obra qualificada na indústria têxtil e do vestuário

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Indústria em Ação

M il profissionais da Educação reunidos em um ambiente estimulante e motivador, com música, teatro e palestras ministradas por especialistas de

renome nacional, como Marcelo Tas, José Carlos Garrafoli e Gil Giardelli. Foi nesse clima, efervescente, interativo e plural, que transcorreu a 9ª Convenção Sesi/Senai/IEL, realizada pelo Sistema Findes no dia 4 de fevereiro, no Centro de Convenções de Vitória.

O tema de 2014, “Educação para o Mundo do Trabalho”, foi analisado e debatido, sob múltiplos aspectos, com muita descontração e intercâmbio de ideias, abrindo o�cialmente o ano letivo com propostas e discussões para a educação do século XXI voltada para o mercado de trabalho e a in�uência das mídias digitais e mudanças comportamentais no ensino atual.

Na abertura do evento, o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, destacou que a educação é um dos principais pilares de sua gestão. “Este ano temos uma meta desa�adora: ofereceremos mais de 227 mil matrículas, mas tenho certeza de que com este time iremos

Novos modelos para a educação na 9ª Convenção Sesi/Senai/IEL

alcançar e superar todos os desa�os e encerrar 2014 com sucesso”, disse. Depois, agradeceu e parabenizou os pro�ssionais de educação do Sistema Findes pelo trabalho realizado até então.

A seguir, pro�ssionais do Senai Civit (Serra) executaram o Hino Nacional com base em ritmos brasileiros - bossa-nova, axé e baião -, antecedendo a palestra de Gil Giardelli: “E-agora: a educação em tempos exponenciais”. Considerado um dos maiores especialistas em inovação digital, ele traçou um panorama de como vê a escola do futuro. “Ser educador hoje é ser um empreendedor social, que pense ‘em rede’. O ensino hoje é um ‘código aberto’, em que todos podem contribuir e distribuir”, enfatizou.

A emoção tomou o público na apresentação seguinte, feita pela Companhia Brasilis de Playback ©eatre, de São Paulo, que se apresentou com um formato inovador de teatro interativo: o grupo convidou os professores presentes para contarem suas histórias, que em seguida os atores encenaram de improviso. Ao �nal, receberam muitas palmas da plateia, visivelmente tocada pelo espetáculo.

Evento reuniu mil profissionais de

Educação em Vitória

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Docentes e professores aprovam Convenção Sesi/Senai/IEL

Professoras de Educação Física do Sesi Jardim da Penha, Marta Curitiba Barros e Keila Raquel de Matos participaram de todas as convenções, desde a primeira. “Nós nos sentimos valorizadas com a convenção. É uma forma de começarmos o ano motivadas e empolgadas”, disse Marta. “A cada ano nos surpreendemos com a qualidade e o nível técnico dos palestrantes. Muitos conceitos apresentados aqui podem ser aplicados em sala de aula”, elogiou Keila.

Já Rita de Cássia, docente do curso Técnico de Marcenaria do Senai Araçás, participou de sua primeira convenção e destacou o conteúdo das palestras. “Estou muito surpresa e encantada com a riqueza de conteúdo dos palestrantes. Para nós, é muito importante começar o ano repensando os conceitos, buscando informações novas para levar para a sala de aula. Juntos, aqui, podemos enxergar a importância do conhecimento”, disse.

Lecionando Mecânica Industrial no Senai há 26 anos, o professor Ademir Pin afirmou que faz questão de estar presente em todas as convenções Sesi/Senai/IEL.

“Eu adoro a convenção, não apenas pelas palestras, mas também porque é um momento único e de grande emoção, em que posso reencontrar meus colegas de outras unidades, docentes que me deram aula e os meus alunos que se tornaram professores”.

Na sequência, a palestra do consultor José Carlos Garrafoli também foi precedida de uma apresentação artística: o projeto sociocultural Sesi Tambores, desenvolvido com os alunos do Sesi de Porto de Santana (Cariacica), pôs os presentes para dançar. Com a plateia motivada, Garrafoli falou sobre “Educação como fonte de poder e in�uência na formação de equipes de alto desempenho”, focando sua apresentação no trabalho em equipe e na busca pela excelência. “Ninguém in�uencia ninguém sem estar junto. Portanto, um bom gestor – e um bom educador – é aquele que participa, que acompanha o trabalho, que detecta e incentiva talentos. Como consequência, gera os melhores resultados”, ensinou. E demosntrou na prática a importância de uma equipe estar em sintonia, colocando o público para tocar uma “sinfonia” com baquetas de bateria.

Fechando com chave de ouro a 9ª Convenção Sesi/Senai/IEL, o jornalista, autor e apresentador de TV Marcelo Tas abordou o tema “Educação e Inovação: a criatividade na era digital”, falando das mudanças ocorridas na forma de ensinar até os dias atuais. E ressaltou: “temos uma grande mudança nas salas de aula, pois agora é o professor quem tem que aprender com os seus alunos”, disse, destacando o poder in�uenciador das mídias digitais – Facebook, Twitter, YouTube, blogs – e como isso pode ser trabalhado pelos educadores. Ao �nal de sua apresentação, o âncora do programa “CQC”, da Rede Bandeirantes de TV, respondeu às (muitas) perguntas da plateia.

“Ser educador hoje é ser

empreendedor social, que pense

‘em rede’. O ensino hoje é

um ‘código aberto’ em que todos

podem contribuir e distribuir”

Gil Giardelli, palestrante e

especialista na área de educação digital

“Temos uma grande mudança nas salas de aula, pois agora é o professor quem tem que aprender com os seus alunos” Marcelo Tas, palestrante, escritor e apresentador de TV

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Entrevista

Indústria Capixaba – Findes26

Cláudio de Moura Castro

C rítico feroz do Plano Nacional de Educação (PNE), que entre outras coisas destina 10% do PIB nacional à educação pública e deveria ter entrado em vigor desde 2011, mas ainda tramita

na Câmara dos Deputados –, o economista Cláudio de Moura Castro é conhecido pela franqueza de suas opiniões, muitas vezes polêmicas. Para ele, o PNE é uma “colcha de retalhos”, resultante do atendimento a reivindicações de diferentes grupos de interesses (desligados do que seriam as reais prioridades da educação) e garantia de problemas futuros. Concordando ou discordando de suas re�exões, o que não se pode negar é que Castro tem cacife para bancar o que diz: autor de mais de 30 livros, já escreveu diversos artigos sobre educação, tema que aborda com frequência em sua coluna na revista Veja, e desde 2000 preside o Conselho Consultivo da Faculdade Pitágoras, cujo modelo ajudou a implantar. Em entrevista exclusiva à Revista da Indústria, ele aponta algumas das incongruências da política educacional brasileira e seus re�exos sobre a sociedade e o mundo do trabalho. Con�ra a seguir.

O senhor tem afirmado que a má qualidade da formação dos alunos brasileiros tem origem na educação básica, que é deficiente. A massificação e a “melhora do fluxo” no ensino fundamental amenizam ou agravam essa situação? Existe uma receita para mudar esse quadro?

Massi�cação é um termo com uma carga valorativa e devemos evitá-lo. A universalização da matrícula inicial e a redução da repetência foram o grande salto positivo na educação das últimas décadas. Ademais, isso se fez sem perda signi�cativa de qualidade, o que foi ainda melhor. Mas isso afeta, sobretudo, o extremo inferior da pirâmide social. É um primeiro passo para melhorar a qualidade da mão de obra. Mas é pouco, não resolve a crise de qualidade nos escalões médios, sobretudo considerando que a qualidade educacional é e sempre foi muito ruim.

“Quem sabe de formação é o Senai e também o Senac, herdeiros de uma tradição germânica de formar gente que sabe trabalhar e tem orgulho do que faz”

por Ana Lúcia Ayub

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Saindo do ensino fundamental, os jovens ingressam no ensino médio, mas uma boa parcela deles não consegue concluir o curso – e, consequentemente, nem entrar no mercado de trabalho. O que está acontecendo nesse nível e como contornar o problema?

Falou-se na atração do mercado de trabalho, levando à deserção. Contudo, parece mais realista pensar que a rejeição à escola média, tal como existe hoje, parece ser muito mais importante. A atração do mercado só começa a ser um fator relevante após os 18 anos, quando o aluno já acumulou repetências e está muito atrasado e frustrado com a escola. Acima de tudo, o nosso ensino médio é um horror! A Prova Brasil e o Enem mostram níveis de aproveitamento inacreditavelmente baixos. Por quê? Isso é assunto para muitos livros, mas digamos apenas que há disciplinas demais, distância excessiva do mundo dos alunos, total ausência de relevância dos currículos e professores despreparados. Além de problemas graves de indisciplina.

Como essa situação se reflete na sociedade e na economia do país?

Da maneira mais óbvia possível. Fica desatendido esse meio de campo, onde estão os ofícios especializados, as pro�ssões que compõem o grande exército produtivo. O pedreiro aprende a assentar o tijolo, até bem, mas constrói a parede no lugar errado, pois não sabe ler a planta. O mecânico queima a sua máquina, pois não sabe ler as advertências no manual de instruções.

O “apagão” de mão de obra tem sido identificado em carreiras técnicas e também de nível superior, com destaque para engenheiros e outros profissionais da área de Exatas. Qual a origem do problema? Quais seus efeitos? Qual seria a solução?

São dois problemas diferentes. Quando a modéstia da nossa matrícula em Engenharia se encontra com uma economia superaquecida, faltam engenheiros. Fácil entender. Nas pro�ssões manuais quali�cadas, onde se observaram os maiores aumentos de salário, ao que tudo indica, com o atrativo de novos mercados de trabalho (serviços, informática e outros), cai o interesse por elas. Há uma rejeição desses ofícios, algo que vem da nossa cultura ibérica e escravagista, mas que se agravou com o aumento da escolaridade.

Ninguém quer ser carpinteiro, por exemplo. Como consequência, os salários para pro�ssões desse tipo podem ser mais altos que os de graduados de nível superior, sem que atraiam novos �gurantes para a pro�ssão.

As últimas atualizações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) quanto ao ensino profissional foram feitas em 2008. A seu ver, as diretrizes do Ministério da Educação nessa área continuam adequadas ao mundo do trabalho globalizado e às necessidades do Brasil?

Não continuam adequadas, porque nunca o foram. O mundo da formação para os ofícios se consolida na Idade Média e cria suas próprias tradições. O mundo da escola acadêmica é outro e jamais se cruzou com o primeiro.

Quando a LDB e seus desdobramentos entram nesse assunto, nada conseguem dizer. Felizmente, a falta de inspiração impede erros maiores. Quem sabe de formação é o Senai e também o Senac, herdeiros de uma tradição germânica de formar gente que sabe trabalhar com as mãos e tem orgulho do que faz. Mas o que se disse e se fez na LDB e no Plano Nacional de Graduação (PNG) passou longe da indústria e do Senai.

“Não é papel de órgãos patronais substituir o Estado na provisão de ensino regular. O que podem e devem fazer é pressionar politicamente o Estado para que cumpra corretamente o seu papel. Essa é uma ajuda mais crucial que quaisquer outras”

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Entrevista

Indústria Capixaba – Findes28

O senhor tem sido um crítico feroz do Plano Nacional de Educação, que deveria estar em vigor desde 2011 e agora tramita na Câmara dos Deputados. No plano, o Brasil terá de investir o equivalente a 10% de seu Produto Interno Bruto (PIB) na educação pública. Hoje o Governo Federal gasta cerca de 5% do PIB. O que se poderá esperar, lá na frente, como resultado de sua implementação?

Rigorosamente, nada. Muito bem, vamos gastar 10% do PIB. Mas vamos, quem? União, Estados ou municípios? E como forçar tais gastos se a Constituição proíbe aumentar gastos sem aumentar as receitas? É encrenca na certa que jaz à frente! O resto é uma colcha de retalhos de reivindicações de grupos de interesses, desarticuladas entre si e distantes das reais prioridades, hoje claramente compartilhadas pelas melhores cabeças que pensam a nossa educação. O que salva o plano são as metas tomadas emprestadas do programa “Todos pela Educação”. Pelo menos isso está lá, meio perdido no ruído da retórica, mas está. (Veja as metas no link: http://www.todospelaeducacao.org.br/institucional/as-5-metas/).

O senhor defende a construção de uma escola voltada às necessidades e interesses dos alunos, com currículos menores e mais objetivos, e aponta o Sesi/Senai como uma das instituições com capacidade para desenvolver e implantar esse novo modelo. Por quê?

Nosso modelo de escola sempre foi o Colégio Pedro II, do Rio, declaradamente, uma instituição para a elite da elite. Suas ambições são incompatíveis com o que pode alcançar um aluno brasileiro médio. Ao se querer de mais, alcança-se de menos. Precisamos de uma escola para o aluno comum. Quem irá fazê-la? As escolas privadas de elite estão calibradas para alunos no topo da pirâmide. Não têm razão para mudar. As outras, mais modestas, mal pagam as contas. A rede pública está atolada em crise após crise e tomada pelas utopias de esquerda.

Quem tem recursos, possibilidades de mobilizar as melhores cabeças e liberdade para mudar de rumo são as escolas do Sesi e Sesc. Se quiserem, podem ser as pontas de lança de uma grande revolução no ensino brasileiro.

A educação é a mola mestra para o desenvolvimento do país. Sem capital humano qualificado não será possível incorporar novas tecnologias ao processo produtivo das fábricas e não haverá inovação nem aumento de produtividade. No ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), o Brasil ocupa a 55ª posição, entre 65 países. Mas a indústria corre contra o tempo rumo à competitividade. É possível fazer algo em curto ou médio prazo?

Como as escolas tendem a ser muito ruins, sempre há providências relativamente fáceis e que trazem impacto de curto prazo. Esse é o lado positivo. O negativo é que o alívio que pode ser trazido por tais remendos é insu¢ciente. Temos que insistir teimosamente em melhorar o ensino, durante muitos e muitos anos. Assim ¢zeram todos os países que têm uma boa educação.

Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que aplica a prova para o Pisa a cada três anos, parte do problema está no investimento. O Brasil investe, em média, US$ 26.765 por estudante entre seis e 15 anos, contra US$ 83.382 de um terço da média dos demais países. Qual a relação entre o dinheiro aplicado na educação e a eficiência do ensino?

Essa é uma análise equivocada. Em primeiro lugar, não considera o poder de compra dos salários de diferentes países. Os suíços ganham mais, mas lá tudo é mais caro. Em segundo lugar, quando medimos custos educativos por unidades de renda per capita, o país não está tão mal assim. Em terceiro lugar, há um grande número de países que gastam menos do que o Brasil e têm ensino muito melhor. Na verdade, exceto quando se compara países escandalosamente diferentes, não há correlação entre gastos per capita em educação e qualidade do ensino oferecido.

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A Findes vai investir R$ 150 milhões na qualificação de mão de obra, saúde e segurança do trabalhador até 2017, para atender à demanda gerada pelos novos projetos que estão em fase de instalação no Estado. A seu ver, essas ações são suficientes para suprir a demanda do país ou é necessária uma ação mais eficaz do Governo? Governo e iniciativa privada, juntos, podem resolver a questão?

A Findes e outras associações patronais têm as suas agendas e os seus papéis. Em geral, tendem a identi�car corretamente as prioridades e suas demandas. Mas não é papel de órgãos patronais substituir o Estado na provisão de ensino regular.

Volto à minha proposta de que devem inovar, experimentar, abrir caminhos ou lidar com situações especiais. Mas nem é sua missão e nem têm recursos para fazer o papel do Estado. O que podem e devem fazer é pressionar politicamente o Estado para que cumpra corretamente o seu papel. Essa é uma ajuda mais crucial que quaisquer outras.

Países como a China e Coreia, que obtiveram forte crescimento econômico e tecnológico nas últimas décadas, incluíram educação e formação profissional como itens estratégicos de desenvolvimento em longo prazo. No Brasil isso não ocorreu. Como o empresariado pode contribuir com isso?

Os dois países citados têm uma tradição milenar de educação. Não inventaram ontem as escolas e sempre tiveram uma vida intelectual prestigiosa. Portanto, quando acabaram as grandes crises do século XX, era natural que retomassem as suas tradições nessa área. É claro, com os retoques e mudanças devidas. Por exemplo, no passado a escola era para poucos. Agora, é para todo mundo. O Brasil ainda precisa inventar essa tradição. Não pertence à nossa cultura, pois Portugal era particularmente frágil em educação. O empresariado pode ter um papel essencial em pressionar o governo para que melhore a educação.

Como o senhor vê a aproximação da tecnologia com a educação?

Historicamente, o uso do computador na escola tem mostrado resultados pouco animadores. A�nal, é meio século de tentativas e muito pouco para mostrar. Em casa, os alunos usam tecnologia e a usam bem. Na escola, a coisa empaca. Escolas técnicas e pro�ssionais são locais ideais para gerar tecnologias simples, que tanto resolvem problemas concretos da sociedade como preparam os alunos para continuar fazendo o mesmo em sua vida pro�ssional. Há uma excelente tradição do Senai de fazer isso.

Para finalizar, muita ênfase é dada à necessidade de formação nas áreas de Exatas, e é cada vez mais ralo o ensino humanístico. No entanto, nenhum país evolui sem bons pensadores, bons críticos da realidade e cérebros criativos que proponham rupturas e novas direções. Além disso, valores éticos e cidadania, tão escassos hoje, situam-se nesse campo. Qual sua avaliação sobre isso?

Quando desenhei o projeto da Faculdade Pitágoras, quase 40% do currículo eram de Humanidades e Ciências. A implantação foi feita sem maiores percalços. Seu abandono subsequente foi por razões puramente acidentais. Cito isso para mostrar minha convicção sobre a importância de uma formação mais ampla. Não obstante, é preciso saber o que e quando introduzir tais estudos. A universalização da Sociologia e Filoso�a no ensino médio é uma grande irresponsabilidade. São ensinamentos muito difíceis e nem todos podem se bene�ciar deles. Se fossem disciplinas eletivas, ou oferecidas para as clientelas certas, nada contra.

Para o �lósofo francês Luc Ferry, não há maturidade da parte dos alunos para cursos necessariamente abstratos sobre esses assuntos. Quanto à ética e cidadania, é possível pensar em cursos sobre o assunto – de fato, estou pessoalmente envolvido com um projeto do Sesi sobre Ética na Escola. Mas não nos esqueçamos que aprende-se ética quando a escola é ética. Seu funcionamento real tem mais impacto do que palavras vãs, embaladas em discursos grandiloquentes.

“Aprende-se ética quando a escola é ética. Seu funcionamento

real tem mais impacto do que palavras vãs embaladas em discursos grandiloquentes”

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30 Indústria Capixaba – Findes

Indústria em Ação

Um programa capaz de mudar a vida de jovens de 16 a 21 anos que viveram experiências de abuso ou exploração sexual e tiveram seus direitos violados. Esse é o ViraVida,

lançado no Espírito Santo pela Federação das Indústrias (Findes) no dia 29 de janeiro. O Espírito Santo é o 20º Estado a implantar a iniciativa do Sesi nacional, que oferece a esses adolescentes atendimento psicossocial e capacitação pro�ssional durante um ano, habilitando-os à inserção no mercado de trabalho. Em cinco anos, o ViraVida já matriculou 3,9 mil jovens, e a previsão é de que seja implantado nas 27 unidades federativas do Brasil.

O projeto foi idealizado pelo presidente do Conselho Nacional do Sesi, Jair Meneguelli, chocado com o intenso turismo sexual envolvendo crianças e adolescentes na Praia do Futuro, em Fortaleza (CE). “Eu vi essas crianças sendo tratadas como uma mercadoria pelos turistas estrangeiros. Como sou pai de três �lhas, coloquei-me de imediato no lugar das famílias dessas jovens e vi que precisava chamar a atenção para a questão do abuso sexual neste país”, disse ele no evento de lançamento, realizado na sede da Findes.

O consultor de Avaliação do ViraVida nacional, Miguel Fontes, destacou que o valor investido para cada jovem no projeto, em torno de R$ 1.550,00 por mês, tem retorno de

Projeto do Sesi ajuda vítimas de abuso a darem uma virada na vida

47%. “Na Fundação Casa (antiga Febem), que é basicamente um sistema de detenção, o valor é de R$ 5 mil por mês, sem retorno algum para a sociedade. No ViraVida, para cada R$ 1 investido, temos um retorno de R$ 1,47. Nós investimos um valor relativamente baixo para um jovem que sai com sua autoestima recuperada e totalmente inserido no mercado de trabalho”, ressaltou.

Durante o evento, o presidente da Findes, Marcos Guerra, destacou que o ViraVida é um programa agregador de valores humanos e de assistência social, e enumerou as ações do Sistema Findes já existentes nesse sentido e que podem se somar ao ViraVida – como, por exemplo, o projeto “Cristolândia”, fruto de parceria entre o Sesi-ES e a Junta de Missões Especiais da Igreja Batista de Vitória, que abriga dependes químicos em um prédio do Sesi localizado no Centro de Vitória.

“É um projeto que resgata a vida desses jovens que se perderam no mundo das drogas. Nós oferecemos quali�cação pro�ssional e atividades culturais e esportivas.Agora, com o ViraVida, vamos nos empenhar e transformarnosso Estado em referência nacional”, comentou o presidente da Findes.

Além do presidente do Conselho Nacional do Sesi, Jair Meneguelli, prestigiaram a cerimônia o diretor para Assuntos de Segurança, Saúde e Responsabilidade Social do Sesi/Senai; Alejandro Duenas; o secretário de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Helder Salomão; o juiz titular da 1ª Vara da Infância e Juventude de Vitória, Paulo Roberto Luppi; o presidente da Fetransportes/ES, José Antonio Fiorot; o diretor de Atendimento do Sebrae/ES, Rui Dias; o diretor técnico do Sebrae/ES, Benildo Denadai; o presidente do Conselho Municipal de Saúde de Vitória, Fausto Tancredi; a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Polícia Rodoviária Federal no Espírito Santo, Márcia Torres; a gestora de Educação Corporativa dos Correios/ES, Lucia Massuyama, além de diretores e executivos das casas que compõem o Sistema Findes e de representantes locais de entidades que já são parceiras em outros Estados. “Esse projeto é um braço social da indústria através do Sesi. O abuso de jovens é um problema muito grave e que gera um impacto terrível. E por meio do ViraVida a industria faz seu o papel social. O projeto contribui para o resgate da dignidade dessas pessoas, que passam a ver um novo futuro”, disse Alejandro Duenas.

O presidente do Conselho Nacional do Sesi, Jair Meneguelli, apresentou o projeto “Vira Vida”

“O projeto contribui para o resgate da dignidade dessas

pessoas, que passam a ver um novo futuro”

Alejandro Duenas, diretor para Assuntos de Segurança, Saúde

e Responsabilidade Social do Sesi/Senai

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32 Indústria Capixaba – Findes

Indústria em Ação

Expo Construções é lançada em Vitória

E ntre os dias 5 e 7 de novembro, o Carapina Centro de Eventos, na Serra, será palco da 1ª Expo Construções, criada para apresentar inovações e tendências para

um segmento que movimentará, apenas nos próximos três anos, investimentos da ordem de R$ 9 bilhões. O evento foi o�cialmente lançado no dia 13 de março, na sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), em Vitória. Além do presidente da entidade, Marcos Guerra, estiveram presentes no lançamento o vice-governador Givaldo Vieira; o secretário de Estado de Desenvolvimento, Nery De Rossi; presidentes de sindicatos patronais �liados à Findes; além de empresários do setor e convidados.

Voltado para pro�ssionais da área da construção, designers, gestores, lojistas e revendedores, a Expo Construções é uma realização da Findes, por meio da Câmara Setorial das Indústrias de Material da Construção, com correalização do Sindicato das Indústrias de Construção do Estado (Sinduscon-ES) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A organização está a cargo das empresas Milanez & Milaneze e Verona�ere. Até o momento, estão previstos 110 expositores durante a Expo Construções, que tem como parceiros 13 sindicatos ligados à indústria da construção. O evento será também palco de debates de assuntos relevantes ao desenvolvimento do setor, sustentabilidade e tecnologias, graças à incorporação da feira Qualicon (Qualidade, Inovação e Tecnologia na Construção Civil),

já consolidada no calendário capixaba. A realização conjunta possibilitará aos presentes uma importante oportunidade de ampliar e atualizar conhecimentos, bem como trocar experiências bem-sucedidas.

Para o presidente da Findes, Marcos Guerra, a Expo Construções servirá como uma grande vitrine para o trabalho realizado pelo setor no Estado. “Nosso objetivo é dar à Expo Construções visibilidade em nível nacional, garantindo o sucesso dos negócios encaminhados ou efetivados durante o evento. A cadeia deste setor é importantíssima, pois reúne 8.671 empresas, que geram 101.560 empregos em nosso Estado”, falou.

De acordo com Houberdam Pessotti, presidente da Câmara da Indústria de Materiais da Construção, o evento fortalece o setor como um todo. “A Expo Construções signi�ca a valorização da indústria capixaba. O segundo ponto positivo é que conseguimos parcerias muito interessantes, como a �rmada com o Sebrae. Sozinhos não chegamos a lugar algum, a união e o respeito são fundamentais. Teremos um evento técnico muito bom, em que micro e pequenas empresas poderão apresentar, por um custo pequeno, seus produtos e serviços. A Expo Construções é um evento que já nasce grande”, disse ele.

Para o presidente do Sinduscon-ES, Aristoteles Passos Costa Neto, a expectativa sobre a Expo Construções é de que fomente novos negócios para a cadeia produtiva da indústria da construção capixaba, apresentando ao mercado a força que tem essa atividade. “A construção é uma das molas propulsoras do desenvolvimento no país, com fortes e positivos impactos na economia. Acreditamos que essa feira venha agregar ainda mais valor ao segmento. Também teremos a oportunidade de debater novas tecnologias e inovação com excelentes pro�ssionais do setor, durante a Qualicon”, explicou.

Expo Construções já nasce grande: setor

reúne 8.671 empresas

“A Expo Construções significa a valorização

da indústria capixaba. Teremos um evento técnico

muito bom, em que micro e pequenas empresas poderão

apresentar, por um custo pequeno, seus produtos e serviços”

Houberdam Pessotti, presidente da

Câmara da Indústria de Materiais da

Construção

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Vitória Stone Fair reúne 25 mil pessoas

O mercado internacional de rochas ornamentais se voltou para o Espírito Santo no mês de fevereiro. Aconteceu entre os dias 18 e 21, no Pavilhão de Carapina, na Serra, a Vitória

Stone Fair-Marmomacc Latin America 2014. Considerada a maior feira da área na América Latina e a terceira maior no mundo, a Vitória Stone Fair foi prestigiada por mais de 25 mil pessoas e reuniu 420 expositores, que apresentaram tendências e novidades do setor.

Autoridades de diversas esferas não faltaram ao evento. Estiveram presentes, entre outros, o governador Renato Casagrande; o senador Ricardo Ferraço; o prefeito de Vitória, Luciano Rezende; o secretário de Estado de Desenvolvimento, Nery De Rossi; o vice-presidente do Sistema Findes, Manoel Pimenta; o superintendente do Sebrae-ES, José Eugênio Vieira; o diretor técnico do Sebrae-ES, Benildo Denadai; o presidente do Sindirochas,Samuel Mendonça; o presidente do Centro Tecnológico do Mármore e Granito (Cetemag), José Carlos Carlito; e o presidente do Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas), Geraldo Santana Machado.

Apoiador da feira, o Sistema Indústria contou inclusive com um grande estande, no qual divulgou todos os serviços oferecidos pelas suas entidades. O vice-presidente, Manoel Pimenta, fez questão de transmitir a admiração que a Findes tem pelo Sindirochas.

Os 10 mil empregos gerados pelo segmento industrial de rochas e a colaboração de 10% com o PIB capixaba foram alguns dos fatores destacados por ele. “A entidade continuará apoiando o setor e a feira para que o desenvolvimento do Estado se fortaleça ainda mais”, disse.

O Sindirochas, por sua vez, aproveitou a grande reunião de empresários e pro�ssionais envolvidos no setor para promover as indústrias do Estado. Durante a feira foram organizadas visitas guiadas às empresas para apresentar o modo de trabalho e a tecnologia existente para a extração de rochas. “Somente nesta edição, tivemos quase três mil visitantes de fora do Brasil que aproveitaram a feira para conhecer as pedreiras e as empresas do Espírito Santo. Então, o público não �cou restrito ao Pavilhão de Carapina, e isso é muito importante para o desenvolvimento do setor como um todo”, avaliou o presidente, Samuel Mendonça. Além da Vitória Stone Fair, a instituição também incentiva a Cachoeiro Stone Fair, seminários, treinamentos para colaboradores e outras visitas ao longo do ano para estimular o desenvolvimento do setor.

Ainda de acordo com o presidente, o número de parti-cipantes estrangeiros mostra o crescimento internacional da feira e o aumento da capacidade e competitividade do setor de rochas no Estado. “Das 420 empresas que participaram da Vitória Stone Fair-Marmomacc Latin America 2014, 300 eram nacionais e 120 internacionais, o que prova o desenvolvimento do setor de rochas e também do sindicato”, enfatizou Mendonça.

Para o governador Renato Casagrande, eventos como a Vitória Stone Fair mostram que o Espírito Santo se consolidou no setor de rochas. “Basta veri�carmos esse início de feira para ver quantas pessoas de outros países e quantos empresários importantes se encontram neste local, ampliando o Estado para fora de seu território”, falou ele.

Estande da Findes

apresentou os serviços voltados

para o setor de rochas

“A entidade continuará apoiando o setor e a feira para que o

desenvolvimento do Estado se fortaleça ainda mais” - Manoel Pimenta,

vice-presidente do Sistema Findes

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34 Indústria Capixaba – Findes

Indústria em Ação

D esde o dia 5 de fevereiro, Emílio Augusto Trinxet Brandão Júnior, Waldenor Cezário Mariot e Darcy Lannes Cometi estão representando a Federação

das Indústrias do Espírito Santo, respectivamente como conselheiros e conselheiro suplente, no Conselho Estadual de Recursos Fiscais (Cerf ), órgão da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) que tem a função de deliberar coletivamente e julgar, em última instância, administrativa, os recursos das decisões sobre o lançamento de tributos e das penalidades por infração à legislação tributária.

Presidido pelo auditor �scal da Receita Estadual João Antônio Nunes da Silva, o Cerf é composto por 12 conselheiros titulares e seis suplentes indicados pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e pelas federações da Agricultura, da Indústria e do Comércio. Todos são nomeados pelo governador do Estado. A solenidade de posse foi realizada no prédio central da Sefaz, e a nomeação dos titulares e dos suplentes para o biênio 2014/2015 foi publicada no Diário O�cial do dia 6 de janeiro, por meio do Decreto nº 03-S.

Também participam do colegiado quatro procu-radores estaduais (dois titulares e dois suplentes), designados pelo procurador-geral do Estado, com a função de zelar pela correta aplicação da legislação. Eles têm os mesmos direitos e prerrogativas dos conse-lheiros, exceto o de voto nos julgamentos.

Representantes da Findes integram Conselho de Recursos Fiscais do Estado

Composição do Cerf:

Conselheiros titulares:

• Representantes da Sefaz: Adaiso Fernandes Almeida; César Romeu Souza de Lacerda; Edésio Medeiros Assad; Gustavo Assis Guerra; José Adenis Pessin; Maria das Graças Bastos Lima.

• Representantes da Federação da Agricultura: Eduardo Antônio Santos Sampaio; Karla Renata Braz de Assis.

• Representantes da Federação do Comércio: Henrique Ângelo Denicoli Júnior; Thiago Nader Passos.

• Representantes da Federação das Indústrias: Emílio Augusto Trinxet Brandão Júnior; Waldenor Cezário Mariot.

Conselheiros suplentes:

• Representantes da Sefaz: Geraldo José Pinheiro; Rowena Rodrigues Fraga; Sérgio Pereira Ricardo.

• Representante da Federação da Agricultura: Karina Martins Buteri.

• Representante da Federação do Comércio: Maria Carmem de Freitas Coutinho de Souza.

• Representante da Federação das Indústrias: Darcy Lannes Cometi.

Conselho é formado por representantes da

Findes, Fecomércio, Federação da Agricultura

e Secretaria da Fazenda

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U ma competição que envolveu não somente conhe-cimentos de robótica, mas também o espírito de equipe e a interação com os outros participantes, foi o

palco para a estreia de uma equipe do Sesi do Espírito Santo na etapa nacional do Torneio de Robótica First Lego League, realizada entre os dias 21 e 23 de fevereiro, em Brasília (DF).

Distribuídos em 60 equipes, mais de 600 estudantes de 14 Estados do país, representando todas as suas regiões geográ�cas, participaram da disputa, cujo tema este ano foi a Fúria da Natureza. Entre outros desa�os, eles tiveram de montar, programar e operar robôs para solucionar, em três partidas de até dois minutos e meio, problemas com desastres naturais, como avalanches, deslizamentos de terra, enchentes, tsunamis e tempestades. Outras etapas do torneio incluíram pesquisas sobre desastres naturais, o design do robô e o trabalho de equipe.

Os seis estudantes da equipe Avalon, do Sesi de Cachoeiro de Itapemirim, apresentaram um projeto de pesquisa

Equipe do Sesi Cachoeiro tem participação inédita em torneio nacional de robótica

inovador chamado Inir – Indicador de Nível de Rio –, que visa a analisar e estudar o nível do rio para mapeamento de áreas sujeitas a alagamentos, e tratar o comportamento da bacia hidrográ�ca ao longo do tempo, por meio da utilização de um aplicativo para o celular criado pelo grupo. E, mesmo não conseguindo a classi�cação para as etapas mundiais, a serem realizadas em maio nos EUA, Canadá e Espanha, o resultado da participação capixaba foi considerado extremamente positivo.

“A participação de nossos alunos teve um resultado muito positivo, considerando ser a primeira vez que o Sesi-ES marca presença nesse tipo de torneio”, avaliou a analista de Programas Institucionais do Sesi/Senai-ES, Olívia Costa de Oliveira, que também coordenou toda a equipe do Sesi-ES no evento. “Trouxemos na bagagem: experiência, determinação, fortalecimento da equipe, conhecimento e a certeza de que o próximo ano será ainda melhor”, disse.

Conhecimento: estudantes apresentaram

projeto inovador

CAPIXABAS MARCAM PRESENÇA NA MOVELSUL

Uma comitiva formada por 15 associados ao Sindicato da Indústria Moveleira de Colatina (Sindmóveis) esteve na Movelsul Brasil, maior feira de móveis e complementos da América Latina. Os representantes do Espírito Santo puderam conferir todas as novidades do setor na feira, que aconteceu de 24 a 28 de março, em Bento Gonçalves (RS). Os organizadores do evento estimam que a edição 2014 possa gerar negócios da ordem de US$ 300 milhões por um período de 12 meses. O Movelsul Brasil foi focado na nova classe média, que respondeu por quase 50% dos R$ 50 bilhões gastos com mobili-ário em 2013.

LINHA GOURMET É TRUNFO DO SETOR DE CAFÉ PARA CRESCEREm virtude da crescente concorrência com bebidas prontas para o consumo, como sucos, achocolatados e bebidas à base de soja, o cafezinho teve em 2013 uma ligeira queda no consumo. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), a retração foi de 1,23%. Enquanto a penetração do café no consumo doméstico permaneceu elevada (95%), os outros produtos ou categorias novas cresceram acima de 20% - caso do suco pronto (25%) e das bebidas à base de soja (29%), segundo pesquisas da consultoria Kantar Worldpanel. Para o presidente do Sindicato da Indústria do Café do Espírito Santo (Sincafé), Sérgio Brambilla, o crescimento dos cafés gourmets ainda é o principal trunfo do setor. Em 2013, esses produtos tiveram avanço médio de 20% em relação ao ano anterior. “Esse desempenho se deve, além da quali-dade, à praticidade de se servir, principalmente quando falamos nos cafés em cápsulas, solúveis, cappuccinos e expressos”, disse. Brambilla destaca ainda que o consumo fora de casa vem crescendo anualmente e encerrou o ano passado superior em 4% ao ano de 2012.

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Inovação

Indústria Capixaba – Findes36

Na gangorra da produção industrialEmpresários se preparam para enfrentar ano de incertezas políticas e econômicas. Planejamento e investimentos ajudam a diminuir impactos e a encarar o futuro

Cenáriopor Vitor Taveira

O Espírito Santo fechou 2013 com uma produção industrial 6,71% menor do que a do ano anterior, de acordo com dados do Instituto Brasileiro

de Geogra�a e Estatística (IBGE). O segmento da transformação foi o que mais sofreu, como indicam os dados divulgados pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). A metalurgia básica acumulou, por exemplo, queda de 29,49% ao longo do ano, enquanto alimentos e bebidas somaram retração de 14,97% de janeiro a dezembro.

Antonio Fernando Doria Porto, diretor-executivo do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial

do Espírito Santo (Ideies), diz que a crise internacional afetou fortemente as empresas capixabas exportadoras de commodities, o que acabou causando uma reação em cadeia dos saldos negativos. Ele realça que não só a produção, mas também a produtividade da indústria tem oscilado nos últimos anos, no Brasil e no Espírito Santo.

No Estado, ambas cresceram de 2005 a 2008, recuaram em 2009, voltaram a avançar nos dois anos seguintes e fecharam 2012 e 2013 novamente no negativo. “O que acontece no Espírito Santo é uma queda da produtividade de um modo geral, causada pela retração na produção média e aumento do salário mínimo acima da in�ação, fazendo a produtividade cair”, esclarece.

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Para José Edil Benedito, diretor-presidente do IJSN, as oscilações da produção no Espírito Santo e no Brasil estão relacionadas tanto com a dinâmica interna como com o mercado externo. Ele destaca dois fenômenos importantes na economia internacional.

“O primeiro gera muitas incertezas e dúvidas, por conta da crise iniciada em 2008 e que afetou vários mercados, especialmente EUA e União Europeia, desacelerando o consumo nessas áreas e afetando os exportadores. Outro fator é a capacidade da Ásia, especialmente da economia chinesa, de gerar produtos industriais de baixo preço e entregá-los em todas as partes do mundo.

Essa concorrência externa também afeta a produção nacional”, a�rma.

Além disso, a concorrência interna no país vai gerar a expansão ou retração local de certos segmentos, contribuindo também para um ambiente de oscilações e volatilidade para o empresário industrial, de acordo com Benedito.

Almir Gaburro, presidente do Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Linhares e Região Norte-ES (Sindimol), con�rma as di�culdades sofridas pelas empresas para se adequarem às mudanças constantes do mercado. “Os custos de produção das indústrias se baseiam muito na sua produtividade e capacidade produtiva, e estas oscilações têm in�uenciado bastante na rotina das empresas”, explica Gaburro.

Planejar é fundamental

A grande dúvida que paira para muitos empresários é como atuar diante dessa situação. Como evitar ou amenizar os efeitos dessa imprevisibilidade? É preciso estar sempre atento e atualizado, alerta Gaburro. “Analisar constantemente cenários que permitam a previsão de ameaças e, assim, criar planos que possam reduzir esses riscos”, diz.

É fundamental ter clareza sobre o mercado e os objetivos da empresa. “Cada empresário deve fazer seu dever de casa, analisando seu mercado especí�co e qual a posição que almeja ocupar nele. Para atingir os objetivos, é necessário planejamento de decisões da empresa em relação aos investimentos que serão realizados, quais ajustes na produção deverão ser feitos, que tipo de treinamentos serão estimulados, entre outras ações”, a�rma José Edil Benedito.

Para Leonardo de Castro, diretor da Findes para Assuntos de Desenvolvimento da Indústria Capixaba,

“O que acontece no Espírito Santo é uma queda da produtividade de um modo geral, causada pela queda na produção média e aumento do salário mínimo acima da inflação” Antonio Fernando Doria Porto, diretor-executivo do Ideies

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Indústria Capixaba – Findes38

“Cada empresário deve fazer seu dever de casa,

analisando seu mercado específico

e qual a posição que almeja ocupar

nele” - José Edil Benedito, diretor-

presidente do IJSN

Cenário

o empresário deve estar ciente das oscilações de mercado e atuar da maneira mais condizente com o momento que se vive. “Todo mercado tem seu ciclo de altos e baixos e quem se preparar para o ciclo de alta vai usufruir mais dele”.

Ele opina que no planejamento anual é necessário sempre considerar a possibilidade de um resultado abaixo do esperado, assim como possíveis soluções para o caso de que isso realmente ocorra. “O empresário precisa ter um bom planejamento de seu negócio e sempre ter pensado um cenário alternativo que contemple as ações que podem ser tomadas caso as coisas não aconteçam como se esperava, com um plano alternativo de ajuste dos custos de produção”.

Almir Gaburro acrescenta que, mais do que pensar diferentes cenários, é necessário que se tenha uma visão holística, que permita não só identi�car oportunidades e ameaças, como também se as empresas estão estrutu-radas e preparadas para atuar em um mercado que está em constante mudança.

Na opinião do presidente do Sindimol, um bom planejamento para momentos de crise torna as empresas mais preparadas e traz uma diferença competitiva enorme diante de outras organizações, “mais vulneráveis”.

Para Atilio Guidini, presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário de Linhares (Sinvel), o acompanhamento constante dos resultados é fundamental para se evitar surpresas. “Hoje em dia é necessário ao empresário ter um bom software de gestão para oferecer sempre as

informações atualizadas dos números da empresa. Esse tipo de ferramenta vai permitir acompanhar se o planejamento está sendo bem executado. Caso haja mudanças de cenário, será mais fácil reajustar o planejamento”.

Já Leonardo de Castro sugere que o orçamento é o melhor indicador da empresa. “Acho que um bom orçamento, acompanhado de forma consistente, é o melhor instrumento de controle. Ele dá o cenário, e o orçamento o traduz em números, transforma as expectativas em valores econômicos”, a�rma o empresário.

O dirigente ainda alerta: “É preciso estar atento ao �uxo de caixa e observar muito o nível de inadimplência. Em momentos de pico de consumo, como as eleições e a Copa do Mundo, clientes podem comprar demais em meio à euforia e ter as vendas frustradas posteriormente, gerando inadimplência, o que afeta toda a cadeia”.

Tempo de crise, hora de investimentos

Pode até parecer contraditório, mas um fator apontado como fundamental por economistas e empresários para os momentos de crise é a realização de novos investimentos para modernizar a produção e aumentar a produtividade.

Almir Gaburro lembra algumas possíveis vantagens dos momentos de cenários menos favoráveis. “Nestes momentos, observa-se uma maior predisposição de fornecedores e agentes de crédito em atender à demanda das empresas, em face da queda no volume de operações. Assim, empresas que possuem um plano bem estruturado tendem a tirar proveito dessa situação”, a�rma.

Leonardo de Castro lembra que o investimento industrial é de longo prazo. Do momento em que se decide investir até que se comece a produzir em função destes investimentos,

“Sempre é necessário investir em novos modelos de gestão, de produção e de vendas. O objetivo é encontrar alternativas que permitam garantir a produtividade e a lucratividade das empresas de forma sustentada” Almir Gaburro, presidente do Sindimol

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podem se passar anos, no caso da indústria. “Por isso, mesmo com crises, a lógica é investir para se preparar para o ciclo de alta”, sugere.

Doria Porto acredita que o cenário para investimentos no Brasil poderia ser melhor se houvesse atuação mais decidida do poder público. “Ter clareza da política econômica é fundamental para motivar o empresário a investir. Mas o Governo aplica uma política muito errática, com in�ação em alta e crescimento do PIB em baixa. Com isso, cai a con�ança do empresariado, que investe menos”, lamenta.

Ainda assim, muitos empreendedores continuam assumindo o risco e investindo. “A atuação do empresário é de risco o tempo todo. O investimento tem que ser pensado em função do caixa e da expectativa de geração de caixa. O mercado continua oferecendo linhas de crédito de longo prazo. Existem linhas para minimizar e diminuir os riscos”, diz Leonardo de Castro.

João Baptista Depizzol Neto, presidente do Sindicato das Indústrias Grá�cas do Estado do Espírito Santo (Siges), considera importante manter a empresa com capital de giro para ter maior segurança ao atuar nos momentos de retração. “Quem se planeja e possui capital de giro pode aproveitar os momentos em que o mercado está em baixa para investir melhor, pois geralmente o preço dos equipamentos também cai. É um investimento com olhar para o futuro”

Como investirDe acordo com Atilio Guidini, todo investimento deve

ser feito a partir de um planejamento e com estudo de viabilidade, ainda que seja justamente nos momentos de crise que geralmente o empresário procure novos rumos para seu negócio. Já Leonardo de Castro acredita que deve

haver no empresário uma verdadeira “obsessão” por ganhos de produtividade, que poderiam vir principalmente por dois caminhos: adoção de métodos de gestão atualizados, que criam ambiente mais produtivo, e investimentos em equipamentos de alta tecnologia.

É a mesma opinião de Almir Gaburro: “Sempre é neces-sário investir em novos modelos de gestão, de produção e de vendas. O objetivo é encontrar alternativas que permitam garantir a produtividade e a lucratividade das empresas de forma sustentada”, diz.

A tecnologia é considerada cada vez mais um fator preponderante para a competitividade. “A indústria que não investe está fadada à obsolescência e ao fracasso. Os ciclos tecnológicos estão muito curtos, e as empresas precisam se atualizar sempre, para não ‘perderem o bonde’”, enfatiza Castro.

Atilio Guidini concorda: “O melhor investimento em momentos de crise em uma empresa é a procura por novas tecnologias para reduzir custos e aumentar a produção, criando novos produtos e procurando novos mercados”.

Doria Porto também observa a importância dos novos investimentos, não só em novos equipamentos e tecnologia, mas também para quali�car a mão de obra utilizada – o que, a médio prazo, pode facilitar prever e amenizar os efeitos dessa oscilação na produção. Ele comenta que no Espírito Santo, apesar da signi�cativa redução do ritmo de crescimento, não se registrou queda na taxa de desemprego, pois a maioria das empresas optou por reter os funcionários, esperando novas oportunidades e aproveitando a capacidade ociosa para desenvolver novas habilidades e investir na capacitação dos trabalhadores, para que gerem resultados ainda melhores no futuro.

“Todo mercado tem seu ciclo de altos e baixos e quem se preparar para o ciclo de alta vai usufruir mais dele” Leonardo de Castro, diretor da Findes para Assuntos de Desenvolvimento da Indústria Capixaba

“O associativismo permite uma grande troca de experiências, por meio da participação em feiras, eventos, palestras e outras atividades, o que possibilita vislumbrar oportunidades para aumentar a produtividade e expandir as vendas para novos mercados”

João Baptista Depizzol Neto, presidente do Siges

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Indústria Capixaba – Findes40

Cenário

do IEL e de projetos como a Escola Móvel e as Agências de Treinamento Municipais.

Utilizar esses projetos e participar ativamente do associativismo é outro fator que não pode ser esquecido na preparação da organização para o mercado, como destaca Depizzol. “Quem não participa das associações empresariais di�cilmente vai conseguir acompanhar para onde vai o mercado, quais as novidades em termos de tecnologia e trabalho. O associativismo permite uma grande troca de experiências, por meio da participação em feiras, eventos, palestras e outras atividades, o que possibilita vislumbrar oportunidades para aumentar a produtividade e expandir as vendas para novos mercados”. Expandir e diversi�car os mercados de atuação permite uma maior segurança e proteção em casos de crise.

As oscilações da produção industrial, por mais difíceis e imprevisíveis que possam parecer, serão sempre menos dolorosas para o empresário que se prepara, utilizando um planejamento minucioso e não se abalando com as di�culdades, mantendo um olho no presente de crise e outro num futuro que certamente será de prosperidade se realizar os investimentos corretos, no tempo adequado.

Tanto o Governo do Estado como a Findes têm ampliado signi�cativamente seus investimentos para a capacitação pro�ssional. A Federação vem oferecendo importante apoio para os empresários, por meio do Senai e

“É de grande importância

fazer um bom planejamento anual,

contemplando os fatores e períodos

que possam influenciar na

diminuição da demanda”- Atilio

Guidini, presidente do Sinvel

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42 Indústria Capixaba – Findes

Interiorização

C om o objetivo de ampliar o acesso da população brasileira aos serviços aéreos, o Governo Federal lançou, em dezembro de 2012, o “Programa de

Investimentos em Logística: Aeroportos”. Atualmente, o projeto encontra-se em fase de estudos e editais de obras. Serão 270 terminais regionais reformados e ampliados em todo o Brasil – 45 nesta primeira fase, cujas obras têm previsão de serem concluídas até 2016.

No Espírito Santo, quatro aeroportos passarão por reformas, nos municípios de Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares e São Mateus, com investimento total de R$ 176,6 milhões. Ao �nal das obras, população e indústrias poderão se bene�ciar com mais uma forma de transporte e�ciente, tanto de cargas quanto de passageiros.

Segundo a Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República a aviação possui importância estratégica em um país grande como o Brasil. O objetivo das reformas e ampliações é fazer com que 96% da população estejam a menos de 100 quilômetros de distância de um aeroporto.

Ainda de acordo com a Secretaria, no Espírito Santo encontra-se na fase de “elaboração o programa de necessidades de investimento e de projetos conceituais e termos de referência de equipamentos”. De qualquer forma, vale questionar: haverá benefícios para as indústrias das regiões em que os aeroportos receberão investimentos?

Cachoeiro de ItapemirimDistante 139 quilômetros de Vitória, a “capital” do sul do

Estado tem uma população superior a 200 mil habitantes. Com uma indústria diversi�cada, que atua desde a agropecuária ao serviço de petróleo e gás, mas em que se destaca o arranjo produtivo de rochas ornamentais, toda a região deve ser bene�ciada com a ampliação do aeroporto.

“Hoje temos uma grande di�culdade de mobilidade pela BR-101. O trânsito é muito intenso e perigoso. Certamente a chegada de um aeroporto com boa capacidade para cargas e passageiros irá ajudar na atração de novos investimentos – não só para Cachoeiro, mas para todas as cidades próximas, como Castelo, Vargem Alta e Muqui, entre outras. Acredito que as indústrias de rochas ornamentais, petróleo e gás e a agropecuária vão ser imensamente bene�ciadas”, disse o vice-presidente institucional da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e região, Áureo Vianna Mameri.

Da mesma opinião compartilha o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Ricardo Coelho. “Cachoeiro de Itapemirim é uma cidade polo da região sul, com um raio de abrangência sobre uma população de 500 mil pessoas, que seriam bene�ciadas diretamente com a ligação aérea comercial regular. Com um volume expressivo do turismo de negócios, movimentado principalmente pela cadeia produtiva de rochas ornamentais, essa ligação trará um incremento no intercâmbio comercial com nossas vocações econômicas e nossos polos de serviços de saúde e educação”, analisou.

Investimentos em aeroportos do

Estado superam os R$ 176 milhões

Cronograma do Programa de Investimentos em Logística: Aeroportos no Espírito Santo

Conclusão dos estudos: entre 17/02/2014 e 30/05/2014

Edital de obras: entre 28/02/2014 e 01/11/2014

Conclusão das obras: entre fevereiro de 2015 e dezembro de 2016.

Fonte: Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República

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Mais oportunidades de negócio com aeroportos regionaisProposta é reformar e ampliar quatro aeroportos regionais no Espírito Santo

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“Tudo isso é importante para

as confecções da cidade,

metalmecânica, medicamentos,

entre outros investimentos que

ainda poderão chegar” - Fernando

Cezar Valverde Vieira, secretário

municipal de Desenvolvimento

Econômico e Turismo de Colatina

“Certamente a chegada de um aeroporto com boa capacidade para cargas e passageiros irá ajudar na atração de novos investimentos” Áureo Vianna Mameri, vice-presidente institucional da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e região

Já Samuel Mendonça, presidente do Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Estado do Espírito Santo e empresário do setor de rochas no sul do Estado, lembra que a melhoria aeroportuária também pode ajudar a aumentar a participação na Cachoeiro Stone Fair. “Atualmente recebemos na Cachoeiro Stone Fair cerca de 20 mil visitantes. Acredito que com o aeroporto recebendo voos regulares, esse número poderia aumentar consideravelmente, já que as pessoas não teriam que chegar a Vitória para só depois vir para Cachoeiro”, avaliou o proprietário da MM2 Mármores e Granitos.

ColatinaA “Princesa do Norte” tem uma população de aproximada-

mente 120 mil habitantes e indústria voltada para o setor de confecções. “Colatina tem recebido investimentos em diversas áreas, e a disponibilização de um terminal de qualidade vai atrair outros tantos investimentos, porque o aeroporto hoje é muito pequeno e sequer possibilita voos durante a noite”, disse o vice-presidente institucional da Findes em Colatina e região, Manoel Antonio Giacomim.

Ainda segundo o dirigente, o aeroporto da cidade deve bene�ciar, principalmente, as empresas do polo de confecções de Colatina. “Seria muito interessante se as pessoas pudessem utilizar o avião para chegar em menos tempo à cidade e aproveitar o dia fazendo compras, em vez de precisar sair da cidade mais cedo, já que precisam se preocupar com o tempo gasto no trânsito”, avaliou.

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Colatina, Fernando Cezar Valverde Vieira, lembra que a população bene�ciada pode chegar a 260 mil habitantes. “Colatina tem 120 mil moradores, mas se considerarmos as cidades que �cam a até 80 quilômetros de distância, a população

aumenta para 260 mil. Tudo isso é importante para as confecções da cidade, metalmecânica, medicamentos, entre outros investimentos que ainda poderão chegar”, concluiu.

De acordo com o sócio-administrador da Confecções Merpa São Paulo Ltda em Colatina, Lourival Paulini, a ampliação do aeroporto é um grande incentivo às indústrias e ao setor hoteleiro da cidade. “Uma cidade que tem aeroporto é vista de outra forma por investidores. Na Merpa, por exemplo, poderíamos utilizar o aeroporto para facilitar a locomoção dos nossos vendedores que �cam fora do estado. Além disso, nossos mostruários são enviados por avião, mas hoje precisamos ir até Vitória para fazer este serviço”, relatou.

LinharesA cidade com o maior território do Estado é um grande

polo moveleiro e, ultimamente, tem recebido muitos investimentos na cadeia do petróleo. Empresas como a Weg, Brametal, Leão Alimentos, Librelato, Petrobras, entre outras, poderão aumentar seus investimentos na região com a ampliação aeroportuária no município.

“A ampliação tende a trazer mais investimentos e melhorar também o setor de serviços. Por exemplo, as empresas terão uma facilidade muito maior para a manutenção de máquinas grandes – tanto as peças quanto os mecânicos poderão chegar com mais facilidade ao município. Além disso, melhora muito o escoamento dos materiais produzidos na cidade”, avaliou o vice-presidente institucional da Findes em Linhares e região, Paulo Joaquim do Nascimento.

“A ampliação do aeroporto é de extrema importância para a consolidação do polo industrial e comercial local, pois a existência de voos regulares, bem como maior infraestrutura aeroportuária, tornaria o ambiente de negócios mais célere e variado. Notadamente, o aeroporto de Linhares também será uma opção para os usuários da Grande Vitória, pois, como veri�cado nas cheias de dezembro próximo passado, Linhares foi o único aeródromo do Estado a funcionar

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44 Indústria Capixaba – Findes

Interiorização

plenamente durante todo o período”, explicou o secretário de Desenvolvimento, Indústria e Comércio do município, Rodrigo Paneto.

O proprietário da Cimol Comércio e Indústria de Móveis Ltda e diretor da Findes, Ademilse Guidini, lembra a importância do “novo aeroporto” para o deslocamento de pessoas. “A maior parte do deslocamento de pessoas de outros Estados é feito por meio do aeroporto de Vitória. Então, são, no mínimo, mais duas horas que a pessoa precisa passar na estrada até chegar a Linhares”, disse Guidini.

São MateusA cidade mais ao norte do Estado que vai receber os

projetos da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República também tem nos investimentos em petróleo e

Objetivos do “Programa de Investimentos em Logística: Aeroportos”

Fazer com que 96% da população brasileira estejam a menos de 100 km de distância de um aeroporto.

Aperfeiçoar a qualidade do serviço prestado ao passageiro.

Agregar novos aeroportos à rede de transporte aéreo regular.

Aumentar o número de rotas operadas pelas empresas aéreas.

turismo o ponto forte da economia. Ambas sairão ganhando com a melhoria do aeroporto local.

“A expectativa é que essa ampliação do aeroporto venha melhorar muito a indústria e o comércio de São Mateus e da região. Com ela, o número de empresários na cidade pode aumentar muito, porque, atualmente, as pessoas que vêm de fora precisam pousar em Vitória e enfrentar mais de quatro horas pela BR-101 para chegar a São Mateus. Essas obras também podem ajudar a desenvolver muito o turismo na região. Com mais dinheiro circulando pela cidade, a prosperidade começa a bater à porta das pessoas e o desenvolvimento local aparece como consequência dessas melhorias”, acredita o vice-presidente institucional da Findes em São Mateus e região, Nerzy Dalla Bernardina Junior.

O município, nos últimos três anos, vem se preparando para receber mais investimentos, e essa melhoria na logística tende a bene�ciar tanto as indústrias quanto os serviços locais. É isso que garante o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico de São Mateus, Luiz Fernando Lorenzoni. “Estamos trabalhando para fortalecer e diversi�car a nossa indústria. Tenho certeza de que a reforma e ampliação do aeroporto irá contribuir com o que temos feito. Estamos com investimentos nas áreas automobilística, metalmecânica e gás-química. Todas essas atividades, além do turismo, serão bene�ciadas com esses investimentos previstos”, concluiu o secretário.

Ainda em São Mateus, o empresário Clóvis José de Araújo, proprietário da Avulcatec – Araújo Vulcanização Técnica Ltda, lembra que os terminais regionais precisam receber as grandes empresas aéreas nacionais, caso contrário, a demanda continuará toda em Vitória. “Já houve uma linha aérea ligando São Mateus a Vitória, mas, como não havia concorrência, o preço das passagens era muito alto. Caso o aeroporto consiga receber as empresas nacionais, as passagens tendem a diminuir e a utilização, a aumentar. Se isso acontecer, vai ser muito bom para as indústrias de toda a região”, �nalizou Araújo.

“A maior parte do deslocamento de pessoas de outros estados é feito por meio do aeroporto de Vitória” Ademilse Guidini, proprietário da Cimol Comércio e Indústria de Móveis Ltda e diretor da Findes

Projeção da população beneficiada do ES

Mais de 1,4 milhão de pessoas serão beneficiadas pela reforma e ampliação dos aeroportos regionais no Espírito Santo.

Cachoeiro de Itapemirim e região – 542.470 hab*

Colatina e região – 260.219 hab*

Linhares e região – 363.795 hab*

São Mateus e região – 254.570 hab*

* População num raio de até 77km de distânciaFonte: Censo IBGE 2013

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Março 2014 ▪ 311 45

ARTIGO

É notória a preocupação em nosso país, especialmente no Espírito Santo, com a oferta/demanda de energia e com ações que promovam a diversi�cação da

matriz energética, a segurança no fornecimento, seu uso e�ciente e renovável.

Com essa visão, a Agência de Serviços Públicos de Energia do Estado do Espírito Santo (Aspe) vem buscando ampliar e tornar viáveis projetos de e�ciência energética que contribuam para dar mais segurança ao fornecimento de energia e ainda levem à criação de uma cultura mais racional no uso desse recurso.

Dentro dessa linha de incentivar formas de otimizar o uso das fontes de energia e melhorar e organizar as ações de e�ciência energética no âmbito do Estado, foi publicado o Decreto nº 3272-R, de 2 de abril de 2013, alterado pelo Decreto nº 3452-R, de 6 de dezembro de 2013, que dispõe sobre a criação do Programa Estadual de E�ciência Energética e de Incentivo ao Uso de Energias Renováveis – Proenergia. O programa tem por objetivo fomentar, entre os órgãos, entidades ou instituições estaduais públicas e privadas, a busca por medidas que proporcionem a utilização de energias renováveis e metas para redução

de consumo, por meio de gestão de ações pertinentes de e�ciência energética em suas áreas de atuação.

Sob a coordenação da Aspe, buscou-se construir parcerias tanto para a elaboração do Proenergia quanto para sua execução, visto que somente o engajamento de todos os setores garantirá à sociedade capixaba maior excelência a todos os usuários dos serviços prestados na área de energia. Nesse programa, as entidades envolvidas propõem ações e metas, que visam, entre outras ações: a disponibilizar linhas de crédito no Banco de Desenvolvimento Estadual (Bandes); à gestão de compras de materiais e equipamentos mais e�cientes no uso de energia para os órgãos públicos; a ações voltadas para e�ciência energética para o meio rural; a incluir critérios de e�ciência energética e de sustentabilidade em projetos de obras públicas; à participação de esforços dos municípios; e a tornar disponíveis aos atores envolvidos informações relevantes.

Tudo para que o Espírito Santo venha a ter, em futuro próximo, um uso mais racional e e�ciente da energia e menor dependência de importação desse insumo vital, pelo aumento da geração de fontes renováveis. Com o Proenergia, o Estado passa a ter um importante

instrumento para incentivar e consolidar a prática da e�ciência energética em todas as ações possíveis, tanto no setor público quanto privado, incluindo o segmento residencial, assim como uma utilização mais intensiva de energias renováveis: solar, hídrica, eólica e da biomassa, por exemplo.

Tais medidas ajudarão a diversi�car a matriz energética estadual e diminuir impactos socioam-bientais, pela redução do consumo de energia, o que signi�cará diminuir a busca por fontes não renováveis, especialmente; e, com isso, mitigarão a emissão de gases de efeito estufa, levando, assim, o desen-volvimento estadual a ter maior sustentabilidade, competitividade e preocupação permanente com inovação, estimulando a modernização tecnológica do setor capixaba e promovendo inclusão social.

Luiz Fernando Schettino é diretor-geral da Agência Estadual de Serviços Públicos de Energia do Espírito Santo (Aspe) e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)

Eficiência energética e energias renováveis: o caminho do futuro

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Sustentável

Indústria Capixaba – Findes

por Vitor Taveira

Workshop discute licenciamento ambiental para empresas

Sustentável

N o dia 25 de fevereiro, a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) promoveu um importante evento para o fortalecimento de uma discussão

bastante relevante para o setor empresarial: o licenciamento ambiental com enfoque nas micro e pequenas empresas. Foi realizado um workshop com a presença de diversos representantes do setor público e da iniciativa privada responsáveis por essa área.

Participaram da atividade convidados de outros Estados: Irineu Roveda Júnior, assessor da Presidência da Fiep, do Paraná; Arlinda Coelho, gerente de Desenvolvimento Sustentável do Sistema Fieb, da Bahia; José Lourival Magri, presidente da Câmara de Qualidade Ambiental da Fiesc, de Santa Catarina. Também compareceram Shelley Carneiro, secretário-executivo do Conselho

Participantes debateram questões ambientais de

micro e pequenas empresas

“Começamos um novo momento, utilizando um modelo inovador e participativo, baseado no formato de parcerias” Wilmar Barbosa, presidente do Consuma.

Iniciativas de vários Estados foram apresentadas e discutidas na Findes

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Temático de Meio Ambiente da Confederação Nacional da Indústria (Coema/CNI), além do presidente e do vice-presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente da Findes (Consuma), Wilmar Barbosa e Roosevelt Fernandes, respectivamente.

O objetivo do encontro foi dar início ao desenvolvimento de uma linha de atuação da Findes junto à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama). “Foram convidados três Estados, em estágios bem diferentes nesse quesito, o que foi uma escolha proposital, porque temos que trazer informações de outros lugares, discuti-las e colocar nosso contexto dentro desse processo”, explicou Roosevelt Fernandes. Ele lembra que se as grandes empresas possuem estrutura própria para encaminhar e resolver os trâmites necessários, as micro e pequenas empresas muitas vezes enfrentam di�culdades técnicas e de recursos para lidar com as leis e trâmites exigidos.

A representante baiana, Arlinda Coelho, apresentou as inovações realizadas em seu Estado que, segundo ela, enfrenta um momento de insegurança jurídica por conta da revisão do arcabouço legal – que, entretanto, pode ajudar a dar celeridade aos processos de licenciamento.

“Estamos criando materiais e manuais que podem servir como instrumentos para que os micro e pequenos empresários possam ter um roteiro que lhes dê maior autonomia para se adequar e atuar em conformidade com os requisitos legais”, disse, destacando também a realização de cursos e workshops com os empresários, além da utilização de um portal na internet para disponibilizar este material.

Para Irineu Roveda, o intercâmbio de experiências promovido em Vitória é um bom caminho para trazer melhorias em relação ao tema. “Foi um evento fabuloso. A iniciativa da Findes de compartilhar experiências é muito boa. Observamos que estamos mais adiantados em algumas coisas e menos em outras, além de conhecer boas iniciativas desenvolvidas. No Paraná, não temos uma forma de licenciamento muito dinâmica em comparação com outros Estados. Por outro lado, estamos bem adiantados na relação com os órgãos ambientais, que é algo que o

Espírito Santo está apostando em fortalecer neste momento”, disse Roveda.

José Lourival Magri destacou a particularidade de seu Estado, Santa Catarina, onde as indústrias de menor porte compõem uma quantidade bastante signi�cativa do PIB industrial. “A discussão do licenciamento ambiental para pequenas e médias empresas é especialmente importante para Santa Catarina, que tem 97% de sua indústria formada por empresas de porte micro e pequeno. Essa discussão aqui no Espírito Santo nos permite apresentar um pouco de nosso processo e, principalmente, observar o diferencial que vem se desenvolvendo aqui, especialmente em termos de prazos e exigências para licenciamento”.

Shelley Carneiro ressaltou a importância de eventos como o que aconteceu na Findes para o objetivo da CNI de promover este debate em diversos locais do Brasil e até construir uma proposta integrada, em nível nacional, que possa ser maximizada politicamente junto ao governo federal. “As grandes empresas só vão conseguir ser competitivas hoje se as pequenas e médias estiverem crescendo, desenvolvendo-se e aprimorando-se para fornecer melhores produtos e serviços, com qualidade e custos menores, de uma maneira sustentável e criando uma liderança na região em que atuam”, destacou o representante da CNI.

O resultado desse primeiro encontro foi considerado um grande sucesso pelo presidente do Consuma, Wilmar Barbosa. “Começamos um novo momento, utilizando um modelo inovador e participativo, baseado no formato de parcerias. O workshop foi montado com foco qualitativo e conseguiu reunir representantes de todos os municípios que licenciam no Estado, do Sebrae, pequenas e grandes indústrias e de membros do Consuma e do Conselho Temático de Micro e Pequena Empresa (Compem). Um público muito representativo e quali�cado”, celebrou.

“Foram convidados três Estados em estágios bem diferentes nesse quesito, porque temos que trazer informações de outros lugares, discuti-las e colocar nosso contexto dentro desse processo”

Roosevelt Fernandes, vice-presidente do Consuma

“As grandes empresas só vão conseguir ser competitivas hoje se as pequenas e médias estiverem crescendo, desenvolvendo-se e aprimorando-se para fornecer melhores produtos e serviços” Shelley Carneiro, secretário-executivo do Conselho Temático de Meio Ambiente da CNI

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Indústria em Ação

FEIRAS VÃO AGITAR AS INDÚSTRIAS DO SETOR DE BORRACHA

Agenda movimentada para o Sindicato da Indústria de Borracha e da Recauchutagem de Pneus do Espírito Santo (Sindibores) neste primeiro semestre. Entre as ações já programadas, está con�rmada a participação em dois eventos importantes. Em abril, entre os dias 23 e 25, ocorre a 11ª edição da Feira Internacional da Indústria de Pneus, a Pneu Show Recaufair, em São Paulo. Já em julho, o sindicato participa da 7ª Feira da Metalmecânica, Energia e Automação, a Mec Show 2014. De acordo com o presidente do Sindibores, Silésio Barros, a expectativa é grande para ambas as feiras, em especial para a Pneu Show Recaufair, uma vez que esse é o principal evento do setor no país. “Mais que fazer negócios, nosso objetivo é absorver ideias, informações de novos produtos e tecnologias que possam ser implantadas de acordo com a nossa realidade”, enfatizou.

NOVAS TECNOLOGIAS NO ENSINO TÉCNICO DE FABRICAÇÃO DE MÓVEISNovidades em 2014 para os alunos do Curso Técnico em Móveis, do Senai de Araçás, em Vila Velha. O Sindicato das Indústrias de Madeira e Atividades Correlatas em Geral da Região Centro-Sul do Estado do Espírito Santo (Sindmadeira), junto com o Senai, está concluindo a aquisição do novo maquinário, o Controle Numérico Computarizado (CNC). Além da compra da máquina, o sindicato também já encaminhou nove licenças educacionais para softwares importados. Com o CNC em operação, o funcionário poderá fazer várias atividades diferentes – como furos, rasgos e cortes diretamente na madeira – de forma quase simultânea. Segundo o presidente do Sindmadeira, José Domingos Depollo, a ideia do Sindicato é preencher a lacuna de pessoas capacitadas em tecnologias de ponta presentes no mercado atual. “O setor precisa se modernizar e, com esses investimentos, acredito que teremos um salto de qualidade na formação desses alunos, uma vez que eles acrescentam a prática à teoria”, disse.

Foi lançada pela Findes, no dia 30 de janeiro, a cartilha “Re�s Moderno - Oportunidade Para as Empresas”, que contém uma síntese das principais conquistas consolidadas no Programa de Parcelamento Incentivado de Débitos Fiscais publicado no Diário O�cial do Espírito Santo em 30 de dezembro de 2013, na Lei nº 10.161/2013. O objetivo desse material é subsidiar os empresários que necessitam repactuar seus débitos �scais junto ao Estado. O Re�s-ES foi uma das conquistas da Federação das Indústrias do Espírito Santo - Findes -, com o apoio de outras federações, junto ao Governo do Estado, concretizada por meio da Secretaria da Fazenda. A publicação traz os prazos previstos na lei e uma cópia do termo de adesão ao Programa de Recuperação Fiscal (Re�s-ES), permitindo que as empresas interessadas tenham um breve painel das vantagens e das exigências básicas para a adesão. O documento pode ser baixado gratuitamente no site da Findes (www.sistema�ndes.org.br).

CARTILHA SOBRE REFIS É LANÇADA PELA FINDESFoi lançada pela Findes, no dia 30 de janeiro, a cartilha “Re�s Moderno

- Oportunidade Para as Empresas”, que contém uma síntese das principais conquistas consolidadas no Programa de Parcelamento Incentivado de Débitos Fiscais publicado no Diário O�cial do Espírito Santo em 30 de dezembro de 2013, na Lei nº 10.161/2013. O objetivo desse material é subsidiar os empresários que necessitam repactuar seus débitos �scais junto ao Estado. O Re�s-ES foi uma das conquistas da Federação das Indústrias do Espírito Santo - Findes -, com o apoio de outras federações, junto ao Governo do Estado, concretizada por meio da Secretaria da Fazenda. A publicação traz os prazos previstos na lei e uma cópia do termo de adesão ao Programa de Recuperação Fiscal (Re�s-ES), permitindo que as empresas interessadas tenham um breve painel das vantagens e das exigências básicas para a adesão. O documento pode ser baixado

IS É LANÇADA PELA FINDES

- Oportunidade Para as Empresas”, que contém uma síntese das principais conquistas consolidadas no Programa de Parcelamento Incentivado de Débitos Fiscais publicado no Diário O�cial do Espírito Santo em 30 de dezembro de 2013, na Lei nº 10.161/2013. O objetivo desse material é subsidiar os empresários que necessitam repactuar seus débitos �scais junto ao Estado. O Re�s-ES foi uma das conquistas da Federação das Indústrias do Espírito Santo - Findes -, com o apoio de outras federações, junto ao Governo do Estado, concretizada por meio da Secretaria da Fazenda. A publicação traz os prazos previstos na lei e uma cópia do termo de adesão ao Programa de Recuperação Fiscal (Re�s-ES), permitindo que as empresas interessadas tenham um breve painel das vantagens e das exigências básicas para a adesão. O documento pode ser baixado

IS É LANÇADA PELA FINDES

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PEQUENOS E MÉDIOS FRIGORÍFICOS GANHAM FINANCIAMENTOO Sindicato da Indústria do Frio do Estado do Espírito Santo (Sindifrio-ES) celebrou a notícia sobre a solicitação de abertura de uma linha de financiamento específica para pequenos e médios frigoríficos, nas modalidades de capital de giro e capital fixo, feita pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) ao Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). De acordo com o presidente do Sindifrio, Elder Marim, essa solicitação animou o setor no Espírito Santo. “O crédito pode ajudar as empresas do setor a se adequarem com maior facilidade ao cumprimento das novas legisla-ções, que demandam altos investimentos em modernização de equipamentos”, explicou ele.

NO SEMINÁRIO REDINDÚSTRIA, FINDES CONTRIBUI PARA A AGENDA LEGISLATIVA 2014 A relação entre as decisões tomadas no Congresso Nacional e a competitividade da economia brasileira esteve no centro do debate promovido nos dias 4 e 5 de fevereiro, em Brasília, no 19º Seminário RedIndústria. Organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o evento contou com a participação de cerca de 300 empresários das 27 federações estaduais da indústria e de 70 associações setoriais, que discutiram as prioridades da indústria no Poder Legislativo em 2014. Nesta edição, os presentes avaliaram a agenda à luz do ano legislativo estrangulado pelo calendário eleitoral e pela realização da Copa do Mundo.A Federação das Indústrias do Espírito Santo esteve representada por uma comitiva coordenada pelo presidente do Conselho Temático de Assuntos Legislativos (Coal), Sergio Rogerio de Castro, e composta também pelo diretor para Assuntos Tributários, Gibson Reggiani; o vice-presidente da Findes, Ernesto Mosaner; o diretor para Assuntos de Meio Ambiente, Wilmar Barros Barbosa; o presidente do Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt), Haroldo Massa; e a coordenadora-técnica do Consurt e do Coal, Rachel Piacenza. No dia 28 de fevereiro foi encerrado o período de envio de sugestões à CNI para a elaboração da Pauta Mínima da Agenda Legislativa 2014. Até o fechamento desta edição da Revista da Indústria, havia 14 proposições consideradas prioritárias para o desenvolvimento da indústria, dentro de um total de 135 projetos que interessam ao setor. Entre elas estão a nova lei de licitações, a extinção do adicional de 10% do FGTS, a redução da jornada de trabalho e o projeto que prevê a prorrogação do Reintegra até 2016. Desde 1996 a CNI faz a Agenda Legislativa da Indústria. Ela é considerada importante instrumento para o diálogo sistemático e transparente da Indústria com o Congresso Nacional, Governo Federal e a sociedade civil. O documento retrata proposições que impactam a competitividade do setor produtivo nacional e o ambiente de negócios.

Findes foi representada por comitiva

PRODUÇÃO CAPIXABA DE CELULOSE ATINGE CAPACIDADE MÁXIMA

Um estudo divulgado recentemente pela Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) indicou crescimento de 7,3% na produção de celulose no Brasil em 2013. De acordo com José Braulio Bassini, presidente do Sindicato da Indústria de Papel e Celulose no Estado (Sindipapel), o aumento no Espírito Santo foi menor, já que a principal produtora opera em capacidade máxima. “O aumento no Espírito Santo foi pequeno, mas, de qualquer forma, tem in�uência no preço da celulose, já que este varia conforme a demanda internacional. Com mais oferta, o preço pode diminuir”, avaliou Bassini.

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Especial

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O s apagões dos últimos meses já deram o sinal de alerta: há algo de errado com o nosso suprimento energético. E esse sobreaviso está sendo repassado para a indústria

capixaba. Sem alarmismos, é uma recomendação da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). E não é por acaso: os gargalos estruturais do setor elétrico implicam riscos ao desenvolvimento das atividades econômicas do segmento no Estado. E, por isso, toda cautela é necessária nesse momento.

“Não devemos adotar um tom alarmista entre os capixabas, mas precisamos nos articular para garantir que a indústria não seja prejudicada pelas ingerências do setor energético brasileiro”, destaca o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra. “Precisamos estimular o consumo consciente e a adoção de boas práticas de gestão em nossas indústrias. A busca pela e�ciência energética será essencial para não comprometer o desenvolvimento de nossas ações”, completa.

De acordo com Nélio Rodrigues, presidente do Conselho de Energia da Findes (Conerg), acendeu-se uma luz amarela para as indústrias com relação ao risco de um racionamento.

Para evitar o pior, a ordem no momento é aplicar outra palavra bem parecida: racionalizar. Essa situação, segundo Rodrigues, não é uma novidade, pois é bastante parecida com o que ocorreu em 2001, quando foi preciso decretar um corte de 25% no consumo industrial.

“As chuvas esperadas não ocorreram e a previsão é de que os estoques das hidrelétricas não sejam repostos. Mesmo que volte a chover, o risco de que haja desabastecimento está muito mais elevado”, ressalta Rodrigues. Para ele, no entanto, o fato não é motivo para pânico entre os industriais, mas sim um ponto de atenção quanto aos impactos econômicos da atual situação e a oportunidade para cada um rever os seus conceitos acerca da forma como utiliza a energia – e, assim, sobreviver às más previsões.

O primeiro passo é procurar o Senai, que está preparado para orientar o empresariado sobre ações de e�ciência energética e conservação de energia nas instalações de suas indústrias, colocando em prática as alternativas de racionalização possíveis.

Especial

por Jussara Baptista

Sinal amarelo para eventual escassez de energia elétricaFindes orienta medidas de prevenção, como a adoção da norma ISO 50.001

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de aproveitar as sinergias entre os per�s hidrológicos de cada região, o sistema leva a distorções entre a oferta e a demanda em uma determinada região, com a utilização da malha de transmissão para compensar o dé�cit regional. Bem no seu início, esse revezamento ocorria apenas entre as regiões Sul e Sudeste; ou seja, quando a hidrologia era ruim para a geração de energia numa das regiões, a outra fazia a compensação. Com o passar do tempo, esse mesmo sistema foi mantido, mas abrangendo áreas e distâncias cada vez maiores, como as que são feitas, atualmente, do norte ao sul do país, por exemplo.

Apoio técnicoO alerta é para as indústrias buscarem a racionalização do

consumo de energia elétrica e a blindagem de seus balanços contra os re�exos econômicos da possível crise. Uma das alternativas, segundo Carlos Jardim Sena, membro do Conselho de Energia da Findes e autor da Nota Técnica publicada em 13 de fevereiro deste ano, que alerta o setor industrial a respeito da escassez energética, é a adoção da norma ABNT ISO 50.001 (Sistema de Gestão da Energia). “A situação é crítica. Estamos jogando dados com São Pedro. Não basta chover, tem que chover no lugar certo”, resume Sena.

A norma ISO 50.001, publicada em 2012, orienta acerca de uma série de procedimentos a serem observados pelas organizações, fornecendo uma espécie de mapa para identi�car os gargalos na utilização dos insumos energéticos em todas as etapas do negócio. “Ela disponibiliza as ferramentas que ajudarão a promover uma melhor gestão energética, focada na otimização e e�ciência dos usos da energia. Quem adotar a norma terá condições de identi�car, quanti�car e se prevenir dos eventuais riscos inerentes à utilização dos insumos”, alerta Sena.

Os exemplos para racionalizar o uso das energias nos processos industriais vão desde simples medidas a intervenções de grande porte. Trocar lâmpadas incandescentes de 60 Watts pelas �uorescentes de 11 Watts, por exemplo, é um primeiro passo bem fácil de ser dado. As indústrias também podem estudar intervenções em seus processos produtivos, substituindo, por exemplo, motores de baixo desempenho ou com capacidade superdimensionada por equipamentos mais e�cientes e adequados às suas necessidades, bem como elaborar planos de manutenção mais e�cazes e intensi�car ações preventivas.

Há casos, ainda, em que o empreendimento pode investir na geração própria de energia, por meio do reaproveitamento de gases resultantes do processo industrial ou outros insumos energéticos disponíveis e normalmente descartados, o que é conhecido como cogeração de energia.

Segundo Sena, as fortes chuvas no Espírito Santo no �nal do ano passado não ajudaram muito, pois caíram no lugar errado. O técnico explica que os volumes de precipitação não encheram os reservatórios das usinas hidrelétricas localizadas na Região Sudeste, sobretudo no Triângulo Mineiro e no nordeste de São Paulo.

De acordo com o especialista, parte do problema está na exaustão do modelo de abastecimento de energia adotado no Brasil. Implantada na época do governo militar com o objetivo

Sinal amarelo para eventual escassez de energia elétrica

“Estamos jogando dados com São Pedro. Não basta chover, tem que chover no lugar certo”

Carlos Jardim Sena, membro do Conselho de Energia da Findes

Números reveladores

Acompanhe a variação dos níveis dos reservatórios entre novembro de 2013 e março de 2014, quando deveria ocorrer o reabastecimento dos estoques nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, que, sozinhas, respondem por 70% da capacidade de todo o sistema:

Nível dos Reservatórios por Região

Capacidade Máxima Sul SE/CO Norte NE

Capacidade Máxima (MWmês) 19.873 201.861 14.812 51.815

Armazenamento ao final do dia (MWmês) 14.502 84.0101 4.935 11.496

Armazenamento ao final do dia (%)

73 41,6 33,3 22,2

Variação em relação ao dia anterior (%)

-0,5 0 0,1 0,1

Variação acumulada mensal (%)

-20,8 -3,4 -3,1 -3,2

Fonte: IPDO/ONS – 30/11/2013

Nível de Armazenamento por Região

Energia Armazenada Sul SE/CO Norte NE

Capacidade Máxima (MWmês) 19.873 202.290 14.812 51.815

Armazenamento ao final do dia (MWmês) 8.938 73.390 10.445 22.036

Armazenamento ao final do dia (%)

45 36,3 70,5 42,5

Variação em relação ao dia anterior (%)

-1,3 -0,4 0,3 -0,1

Variação acumulada mensal (%)

-12,6 -4 9,7 -0,1

Fonte: IPDO/ONS – 30/11/2013

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Especial

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Os sinais atuais de esgotamento do sistema de fornecimento de energia nacional se devem, além das políticas implementadas e atrasos nas obras, ao aumento do consumo de energia incentivado pela política de redução de tarifas, implantado a partir da publicação da MP 579, em setembro de 2012. Some-se a isso, ainda, o acesso a bens de consumo eletro e eletrônicos, como o ar-condicionado, pelas classes C, D e E. “O problema existe, e ninguém admite que já é hora de buscarmos racionalizar o consumo de energia elétrica, ao invés de incentivá-lo”, desabafa Sena.

Se as tarifas de energia baixaram para os consumidores residenciais, as grandes e médias indústrias vêm amargando prejuízos com os altos custos do insumo energético no Mercado Livre. De tão alto, para algumas empresas já pode ser economicamente mais interessante paralisar as suas atividades e vender no Mercado Livre a energia adquirida para atendimento às suas necessidades do que continuar a produzir.

Outras fontes

A geração de energia elétrica por meio de fontes alternativas, apesar de amplamente incentivada e bastante discutida, ainda não apresenta uma capacidade instalada expressiva no parque gerador disponível no país. Se, por um lado, o impacto ambiental e o custo da energia gerada por usinas eólicas e usinas hidrelétricas à �o-d’água (sem reservatório) são menores em relação à geração termelétrica, por outro lado, existe a impossibilidade do controle do momento de seu funcionamento e a imprevisibilidade da quantidade da energia elétrica que será por elas produzida. Em outras palavras, dá para se produzir energia em tempo de sol e vento, mas e quando essas fontes não estão em condições favoráveis?

Além disso, as alternativas de geração �rme (aquelas em que se controla o funcionamento e a quantidade da energia produzida) vêm sendo preteridas, nos últimos anos, por serem mais caras, mais poluidoras ou pela inexistência de uma oferta �rme do insumo principal, como é o caso da geração a gás. Se nada for mudado, tudo indica que o Brasil continuará a passar, periodicamente, por crises no abastecimento de energia, com um sistema complexo e de custos elevados.

Quanto mais longo o caminho pelo qual trafega a energia, maiores são as probabilidades e mais diversas são as causas para que um evento externo dê origem a um apagão. O técnico explica: “Quando ocorre o desligamento de uma linha em razão da queda de um raio, uma queimada ou outro fator externo, a energia precisa encontrar caminhos alternativos. Nesse cenário, outras linhas de transmissão podem ter sobrecarga, desencadeando desligamentos em cascata e o apagão.

Como o intercâmbio de energia entre as regiões se encontra maximizado, em razão da atual situação hidrológica e em função do atraso na conclusão de obras de novas linhas e usinas, a frequência dessas ocorrências tende a ser maior. Existe um gargalo no setor elétrico”.

E completa: “As declarações das autoridades quanto à capacidade de nosso Sistema Elétrico Interligado Nacional (SIN) merecem uma análise mais aprofundada, pois existem, sim, riscos reais, que já afetam diretamente os custos produtivos e as perspectivas de investimentos para o segmento industrial”.

Indústria contabiliza prejuízos Para Sena, não há dúvidas: os baixos níveis nos reservatórios

das usinas associados aos “apagões” de fevereiro passado tiveram re¡exos econômicos no segmento industrial. E isso se deu, em grande parte, pela perda de produção, mas, também, pela elevação do preço da energia no chamado Mercado Livre, onde as grandes empresas obtêm contratos para suprimento de energia.

“A sociedade organizada deve se mobilizar para que, no futuro, o planejamento do setor elétrico faça com que cada região alcance a sua autossu�ciência energética, trazendo, com isso, uma maior segurança de abastecimento para todo o sistema”, completa.

Aqui é mais graveO cenário energético no país não é dos melhores e, aqui no

Estado, a situação é mais delicada. Sem grandes aproveitamentos hidrelétricos em seu território, o Espírito Santo tem sido uma grande vítima da atual política de planejamento da expansão do sistema elétrico.

Segundo Sena, o Estado vivenciou, recentemente, uma grande frustração com o insucesso da implantação de usinas termelétricas a gás em seu território – projetos esses que, além de trazer novos empregos e a sonhada autossu�ciência na geração local, transformariam o Estado em polo exportador para a Região Sudeste.

Diante das di�culdades de �nanciamento encontradas pelos empreendedores, duas dessas usinas foram instaladas no Maranhão, e o restante teve as suas autorizações canceladas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com a perda da possibilidade de vir a se tornar um polo exportador de energia elétrica, o Estado se viu, novamente, em uma situação de dependência de suas interligações de transmissão com Minas Gerais e Rio de Janeiro.

“As chuvas esperadas não ocorreram e a previsão é de que os estoques das hidrelétricas não sejam respotos” Nélio Rodrigues, presidente do Conerg

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No Sistema

Fórum de Petróleo e Gás é lançado em Vitória

No Sistema

por Gustavo Costa

Há 11 anos, o Governo Federal instituiu, com a coordenação da Petrobras, o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural

(Prominp), que tem como meta a participação da indústria nacional como fornecedora da cadeia de petróleo e gás. E com a ­nalidade de integrar 19 entidades locais no debate acerca do desenvolvimento do setor petroleiro, foi criado e lançado na Findes, no dia 4 de fevereiro, o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás. Estiveram presentes, entre gestores, autoridades, empresários e pro­ssionais da área petroleira, o presidente da Findes, Marcos Guerra; o titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento (Sedes), Nery De Rossi; e o gerente-geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Petrobras no Espírito Santo, José Luiz Marcusso.

Guerra abriu o encontro falando a respeito da importância do Fórum para fortalecer a cadeia de petróleo e gás em terras capixabas. “Com a extinção do Fórum Regional do Prominp, as ações antes coordenadas pela Petrobras foram

Gestão do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás

Comitê Estratégico

Coordenação Executiva

Membros

Sedes, Petrobras e Findes

Sistema Findes

Entidades e organizações parceiras

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entregues ao Governo do Estado, por meio da Sedes, e à Findes, e a partir de algumas reuniões propusemos a criação do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás para institucionalizar, estruturar e articular ações das organizações que atuam no setor com a meta de potencializar os resultados”, frisou.

O secretário de Desenvolvimento, Nery De Rossi, aproveitou para dizer que o Fórum veio para organizar todas as contri-buições do segmento, possibilitando que se coloque em prática o que existe de melhor na criação de oportunidades para o Espírito Santo nessa área. “A intenção é fazer com que o universo que nos rodeia esteja em constante crescimento, por meio de estra-tégias que permitam a atração de novos empreendimentos e a construção de melhor qualidade de vida para todos”, disse.

Nery lembra que os principais desa�os do setor estão relacionados nas estratégias levantadas pelos participantes do Fórum, como o fortalecimento da imagem do Espírito Santo para atração de investi-mentos, o incentivo ao desenvolvimento de novos produtos e serviços que atendem ao setor, a geração de oportunidades para as

empresas locais e a capacitação e quali�cação de pro�ssionais para trabalhar na cadeia de petróleo e gás no Estado. “Para contribuir com melhorias, o Comitê Executivo vai estudar e formular propostas que deverão ser colocadas em prática visando a ampliar as possibilidades do segmento no Espírito Santo”, a�rmou.

De acordo com diretor de Inovação da Findes, Luiz Alberto Carvalho, a instalação do Fórum congrega todas as ações da cadeia e bene�cia o setor como um todo. “O Fórum é de fundamental importância para o desenvolvimento da indústria capixaba, visto que o maior volume de investimentos do Brasil está nesse setor. E o Espírito Santo, como segundo maior produtor de óleo e gás, ocupará posição de vanguarda tecnológica quando se fala em Arranjos Produtivos Locais (APLs)”, explicou.

No �nal do evento, os empresários, os executivos da Petrobras e os membros das instituições e do Governo debateram algumas sugestões para aprimorar ainda mais as propostas do Fórum. As reuniões da Coordenação Executiva serão mensais, enquanto os encontros do Comitê Estratégico acontecerão a cada três meses.

Cenário de investimentosAinda em 2013, a Petrobras deu início ao Plano de

Negócios e Gestão (PNG) 2013-2017, que determina para os próximos quatro anos investimentos de US$ 236,7 bilhões. O PNG 2013-17 foi pautado pela manutenção das metas de produção de óleo e gás natural e a não inclusão de novos projetos. Produzindo com celeridade, a empresa quer dobrar a atual produção de petróleo até 2020, alcançando a marca de 4,2 milhões de barris por dia (BPD). Para chegar a esse resultado, apenas no último ano foram entregues nove plataformas, com capacidade de produção somada de um milhão de BPD. Além disso, a companhia tem contratadas 28 sondas de perfuração marítimas para águas ultraprofundas, que estão sendo, pela primeira vez, construídas no Brasil, e começam a ser entregues em 2015. Para levar o petróleo até a costa, a Petrobras encomendou 49 navios de transporte, dos quais cinco já foram entregues.

A empresa, aliás, vive a expectativa de recuperação. Após um bom início de 2013, quando registrou lucro líquido de R$ 13,894 bilhões (aumento de 77% em relação ao semestre anterior) e crescimento de lucro operacional de 23% no 1º semestre, a Petrobras enfrentou no terceiro trimestre números abaixo do esperado pelo mercado. Por conta do descompasso entre os preços da gasolina e diesel vendidos em território brasileiro e os preços internacionais, a companhia fechou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 3,39 bilhões, redução de 45,3% em relação ao segundo trimestre. É tempo de retomada do crescimento, e o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás terá grande importância no debate dos caminhos rumo a esse objetivo.

“Propusemos a criação do Fórum para institucionalizar, estruturar e articular ações das organizações que atuam no setor, com a meta de potencializar os resultados”

Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes

“Entendo que o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás tem as melhores condições de identificar vocações e potencialidades para o atendimento às necessidades de bens e serviços desse setor da indústria”José Luiz Marcusso, gerente-geral da UO-ES

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Indústria Capixaba – Findes56

No Sistema

Com uma média mensal de 310.725 barris de petróleo e 12.099 m³ extraídos diariamente em mar e terras capixabas, o Espírito Santo foi em 2013, mais uma vez, destaque na produção, �cando atrás apenas do Rio de Janeiro. Apostando no pré-sal, a Petrobras registrou no Espírito Santo o recorde na produção estadual em maio do ano passado, com média mensal de 322 mil e 700 barris. O volume superou o recorde anterior, que era de dezembro de 2011. A produção de petróleo de todos os campos da empresa no país atingiu, também em maio de 2013, a média de 1,892 milhões de barris diários.

DesafiosMesmo que o cenário para o setor de petróleo e gás no

Estado seja promissor, alguns desa�os ainda precisam ser superados. É isso que a�rma José Luiz Marcusso, gerente-geral da Petrobras no Espírito Santo.

“Acredito que existam dois grandes desa�os. O primeiro é identi�car e priorizar as reais vocações do Estado, atuando para potencializá-las. Essa atuação envolve desde capacitação e quali�cação pro�ssional até eventual ajuste da estrutura tributária. O segundo grande desa�o é balancear essas vocações do Estado com as potencialidades da indústria, de forma a atender às necessidades da cadeia fornecedora de bens e serviços do setor de petróleo e gás em todo o país”, opinou Marcusso.

O segundo desa�o diz respeito à possibilidade de as empresas capixabas estenderem a sua atuação para além dos limites estaduais, já que existem operações de exploração e produção de petróleo e gás na Amazônia, no Nordeste e em todo o litoral brasileiro. “É preciso registrar a necessidade crescente de conteúdo nacional nos novos empreendimentos. Então, as empresas fornecedoras de bens e serviços da cadeia de petróleo e gás do Espírito Santo têm condições de atender a uma demanda muito maior do que as atividades no Estado”, a�rmou o gerente-geral.

Dessa maneira, o lançamento do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás na estrutura atual é um marco muito importante para o Espírito Santo. “Entendo que a estrutura do Fórum, que é liderado por um Comitê Estratégico formado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento, pela Federação das Indústrias do Espírito Santo e pela Petrobras, com a coordenação executiva da Findes, legitima os atributos de cada um desses atores no desenvolvimento da cadeia de fornecimento de bens e serviços no setor de petróleo e gás. Desse modo, entendo que o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, da forma que está estruturado e com a participação de várias instituições, tem as melhores condições de identi�car vocações e potencialidades para o atendimento às necessidades de bens e serviços desse setor da indústria”, concluiu José Luiz Marcusso.

“A intenção é fazer com que o universo que nos rodeia esteja em constante crescimento”Nery De Rossi, secretário de Estado de Desenvolvimento

“O Espírito Santo, como segundo maior produtor de óleo e gás, ocupará posição de vanguarda tecnológica quando se fala em Arranjos Produtivos Locais (APL)”Luiz Alberto Carvalho, diretor de Inovação da Findes

Entidades que fazem parte do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás

Bandes CDMEC ES em Ação Fapes Findes IBP/Onip-ES IEL (PDF e Prodfor) Ifes Inova/Findes Petrobras

Redepetro Sebrae-ES Sectti Sedes Senai-ES Sindifer Tec Vitória Ufes UVV

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58 Indústria Capixaba – Findes

Indicadores

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) do Espírito Santo, elaborado pelo Instituto de

Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), sob a coordenação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), registrou em fevereiro de 2014 um aumento de 1,8 ponto, em relação ao mês anterior e se manteve na faixa superior a 50 pontos (53,1 pontos). O acréscimo, impulsionado pelo indicador de expectativas, já que o indicador de condições atuais recuou, sinaliza que o industrial capixaba está con�ante, entretanto em menor proporção que na maioria dos meses de 2013, que só registrou três índices menores que esse. Em relação a fevereiro de 2013, cujo indicador era de 57,9 pontos, o ICEI registrou uma queda de 4,8 pontos.

O ICEI da indústria nacional apresentou recuo em fevereiro de 2014, frente ao mês anterior (-0,7 ponto), o terceiro consecutivo, porém se situou acima da linha divisória de 50 pontos (52,4 pontos). De acordo com a CNI, a queda na con�ança no segundo mês do ano se deve aos industriais das

empresas de maior porte, sobretudo as grandes, pois o ICEI das médias empresas diminuiu e o das pequenas manteve-se praticamente estável. Em relação a fevereiro de 2013, cujo índice era de 58,1 pontos, o ICEI decresceu 5,7 pontos.

O ICEI do Brasil é composto pelas informações de Condições Gerais da Economia Brasileira, Condições Gerais da Empresa, Expectativas da Economia Brasileira e Expectativas da Empresa. O ICEI do Espírito Santo inclui mais duas questões: Condições Gerais do Estado e Expectativas do Estado.

ÍNDICE DE CONFIANÇA (ICEI) Fevereiro de 2014

Percepção do Empresário Industrial: condições atuais

Aumenta a confiança do industrial capixaba

Indicadores

O indicador de condições atuais, que é apurado com base na percepção dos empresários da indústria capixaba em relação à economia, ao Estado e à própria empresa, apresentou um decréscimo de 3,1 pontos em fevereiro de 2014 em

comparação ao mês anterior e continua situado na faixa inferior a 50 pontos (41,3 pontos). A queda foi impactada pelos itens: condições da economia brasileira (-8,0 pontos) e condições da empresa (-2,8 pontos), já que o indicador de

Índice de Confiança do Empresário Industrial ICEI Espírito Santo e Brasil

Tabela 1

Set/13 Out/13 Nov/13 Dez/13 Jan/14 Fev/14

Brasil 54,2 53,8 54,5 54,3 53,1 52,4

Espírito Santo 55,1 53,2 54,3 55,8 51,3 53,1

Fonte: Findes/Ideies/CNI – Elaboração: Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC

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Março 2014 ▪ 311 59

Percepção do Empresário Industrial: expectativa para os próximos seis meses

- Em janeiro de 2012, as empresas da amostra foram reclassificadas segundo a CNAE 2.0, os portes de empresa foram redefinidos de acordo com a metodologia do EuroStat (mais informações www.cni.org.br/icei) e a série histórica do ES foi recalculada retroativamente a fevereiro de 2010.- O ICEI varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam empresários confiantes.- A pesquisa, cuja amostra é selecionada pela Confederação Nacional da Indústria – CNI, contou nesse mês com a participação de 99 empresas capixabas (31 pequenas, 52 médias e 16 de grande porte). Dessas, 22 empresas pertencem à indústria da construção.

Notas

Indicador de Expectativa para os próximos seis meses

Tabela 3

ESPÍRITO SANTO BRASIL

Jan/14 Fev/14 Jan/14 Fev/14

EXPECTATIVA 54,6 58,8 57,2 56,5

Com relação à:

Economia Brasileira 45,7 47,6 49,8 48,3

Estado 49,7 52,1 - -

Empresa 58,4 63,1 61,0 60,6

condições do Estado aumentou (+1,0 ponto). Todos os indicadores se posicionaram abaixo da linha divisória de 50 pontos: condições da economia brasileira (32,8 pontos), condições do Estado (39,7 pontos) e condições da empresa (43,6 pontos).

As condições atuais da indústria brasileira pioraram em fevereiro de 2014, em relação ao mês anterior (-0,8 ponto), tendo o indicador permanecido abaixo da linha divisória de 50 pontos (44,2 pontos).

A queda foi in�uenciada tanto pelo item “condições da economia brasileira” (-0,9 ponto) quanto pelo item “condições atuais da empresa” (-0,7 ponto). Ambos se situaram na faixa inferior a 50 pontos.

Os empresários da indústria do Espírito Santo continuam otimistas em relação aos próximos seis meses, pois o indicador de expectativas cresceu 4,2 pontos em fevereiro de 2014, relativamente ao mês anterior, e permaneceu acima da linha divisória de 50 pontos (58,8 pontos). Todos os itens de expec-tativas que compõem esse indicador aumentaram: em relação à economia brasileira (+1,9 ponto), ao Estado (+2,4 pontos) e à empresa (+4,7 pontos). Dois indicadores se posicionaram acima da linha divisória de 50 pontos: expectativa em relação ao “Estado” (52,1 pontos) e da empresa (63,1 pontos). A exceção é o indicador de expectativa em relação à “economia brasileira”, que se posicionou em 47,6 pontos.

O indicador de expectativas da indústria nacional mostrou queda em fevereiro de 2014, em comparação ao mês anterior (-0,7 ponto), porém se manteve na faixa superior a 50 pontos (56,5 pontos). Decresceram os itens “com relação à economia brasileira” (-1,5 ponto)

e “com relação à empresa” (-0,4 ponto). Apenas o segundo se situou acima da linha divisória de 50 pontos.

Indicador de Condições Atuais Tabela 2

ESPÍRITO SANTO BRASIL

Jan/14 Fev/14 Jan/14 Fev/14

CONDIÇÕES ATUAIS 44,4 41,3 45,0 44,2

Com relação à:

Economia Brasileira 40,8 32,8 38,8 37,9

Estado 38,7 39,7 - -

Empresa 46,4 43,6 48,1 47,4

Fonte: FINDES/IDEIES/CNI – Elaboração Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC

Fonte: FINDES/IDEIES/CNI – Elaboração Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC

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Fatos em Fotos

Indústria Capixaba – Findes60

Senai Centromoda ColatinaInaugurado no dia 20 de fevereiro, o Senai Centromoda Maria de Lourdes Almeida Vieira servirá como um

centro de inovação, design e formação pro�ssional. Com a simulação de um ambiente industrial, o novo espaço visa a suprir a carência de mão de obra quali�cada e apoiar o fortalecimento das indústrias do setor de vestuário. Anexo ao Centro Integrado Sesi/Senai/IEL, o complexo teve sua apresentação prestigiada por diversas autoridades e empresários locais.

1 - A diretora-regional do Senai e superintendente do Sesi, Solange Siqueira; a homenageada da noite, Maria de Lourdes Almeida Vieira; e o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra 2 - O 3º vice-presidente da Findes, Constantino Dadalto; e o diretor-executivo do Senai Cetiqt-RJ, Marcus Fonseca 3 - O governador Renato Casagrande 4 - O vice-presidente Institucional da Findes em Colatina e Região, Manoel Giacomin; a homenageada da noite, Maria de Lourdes Almeida Vieira; e o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra 5 - O deputado federal Paulo Foletto; a gerente de Relações com o Mercado da Findes, Simone Dttmann; e o prefeito de Itaguaçu, Darly Dettmann 6 - O presidente do Sindimecânica, Ennio Modenesi, e o presidente do Sinvesco, Fábio Tadeu Zanetti 7 - A presidente do Sinconfec, Clara Thais Orlandi e a empresária Martha Colodetti Albernaz 8 -O presidente da Câmara Setorial do Vestuário da Findes, Paulo Roberto Almeida Vieira, ao lado do irmão, o conselheiro da regional da Findes em Colatina, Edvaldo Almeida Vieira 9 - A homenageada Maria de Lourdes Almeida Vieira e família 10 - O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, e sua esposa, Giane Guerra

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Março 2014 ▪ 311 61

Vitória Stone FairReunindo 420 expositores nacionais e internacionais, a Vitória Stone Fair-Marmomacc Latin America 2014 trouxe

muitas novidades para o público este ano. O evento, que foi realizado entre os dias 18 e 21 de fevereiro, no Pavilhão de Carapina, na Serra, contou com a presença de visitantes de todo o mundo. Com um novo posicionamento no mercado internacional, a edição ocorreu pela primeira vez em conjunto com o grupo italiano VeronaFiere.

1 - O diretor técnico do Sebrae-ES, Benildo Denadai; a conselheira da Milanez & Milaneze, Samanta Berdin; o superintendente do Sebrae-ES, José Eugênio Vieira; o diretor da Milanez & Milaneze, Ilson Milaneze; o vice-presidente do Grupo VeronaFiere, Guidalberto Di Canossa; o gerente da Unidade de Acesso a Mercados do Sebrae-ES, Rafael Nader; e o conselheiro da Milanez & Milaneze, Alessandro Giolai. 2 - O governador Renato Casagrande e o prefeito de Vitória, Luciano Rezende 3 - O senador Ricardo Ferraço e o 1º vice-presidente da Findes, Manoel Pimenta 4 - O diretor para Assuntos de Marketing e Comunicação da Findes, Fernando Kunsch; e o vice-presidente institucional da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e região, Áureo Mameri 5 - O diretor de Administração e Finanças do Bandes, Luiz Carlos Ciciliotti; e o secretário de Estado de Desenvolvimento, Nery De Rossi 6 - O economista Haroldo Correa Rocha; o deputado federal Cesar Colnago; e o vice-prefeito de Castelo, Eutemar Venturim 7 - O secretário de Turismo, Trabalho e Renda de Vitória, Leonardo Krohling; e o prefeito de Vitória, Luciano Rezende 8 - O diretor da Milanez & Milaneze, Ilson Milaneze; o presidente do Sindirochas, Samuel Mendonça; o vice-prefeito de Castelo, Eutemar Venturim; e o presidente do Cetemag, José Carlos Carlito 9 - O vice-prefeito de Castelo, Eutemar Venturim, e o deputado Glauber Coelho 10 - O vice-cônsul comercial dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, Joel Reynoso; e o diretor-executivo da Amcham-RJ, Rafael Lourenço

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Entrevista

Indústria Capixaba – Findes62

P ode-se dizer que há 25 anos ela “descobriu o caminho das pedras”. Literalmente. Em 1989, a empresária Cecília Milanez percebeu que o setor de feiras no Espírito

Santo ainda era novidade e criou a Feira do Mármore e Granito, em Cachoeiro de Itapemirim, colocando o Espírito Santo no centro da indústria de rochas ornamentais do Brasil e do mundo. Hoje, o município é o principal polo de bene�ciamento de mármore e granito do país.

Após o evento e com apenas três funcionários, Cecília resolveu fundar a empresa Milanez & Milaneze. “A estratégia era atender a eventos corporativos e começamos como uma empresa pequena, atuando nos mercados de Cachoeiro, Colatina e Linhares. Havia muitas di�culdades na época, principalmente em relação à mão de obra especializada. Não existiam fornecedores para o mercado de feiras. Hoje, esse gargalo está superado”, disse Milanez.

A feira acabou ganhando status internacional, sendo a pioneira no segmento de rochas ornamentais na América Latina. Em 2003, numa decisão conjunta com as entidades do setor, a Milanez & Milaneze passou a realizar uma nova edição do evento, em Vitória: a Vitória Stone Fair. Com isso, o setor passou a contar com dois grandes eventos anuais. “Cada edição tem suas características. A Vitória Stone Fair tem um per�l mais exportador e a Cachoeiro Stone Fair é mais voltada para a indústria e o polo bene�ciador”, explica Milanez.

Em 2007, a empresa começou a realizar a Mec Show, uma feira voltada para o segmento de metalmecânica, energia

e automação, que está na sua sétima edição. Desde então, a empresa realiza três grandes eventos anuais, que, juntos, têm a participação de mais de 820 expositores por ano, sendo 20% internacionais, e atraem um público de mais de 70 mil visitantes de 65 países.

No �nal de 2012, a Milanez & Milaneze fechou uma parceria com a VeronaFiere, gigante italiana responsável pela organização de mais de 50 exposições em oito países. “O que muito me ajudou a atingir o reconhecimento pro�ssional fora do Espírito Santo foi a participação em entidades associativas”, diz a empresária, que também é diretora da União Brasileira de Promotores de Feiras (Ubrafe). Com o acordo, a empresa italiana passa a gerir 60% da capixaba Milanez & Milaneze e constituirá uma subsidiária no Brasil, denominada de co-VeronaFiere do Brasil. Marcando essa união, a feira de Vitória foi rebatizada como Vitória Stone Fair/Marmomacc Latin America.

Novos planos já foram traçados para 2014: em novembro, será lançada a feira Expo Construções, no Pavilhão de Carapina, em parceria com a Federação das Indústrias (Findes), o Sebrae e o Sinduscon-ES, reunindo 13 sindicatos e voltada para o mercado da construção. O evento tem como objetivo atrair novos fornecedores e potencializar a cadeia produtiva da construção civil no Estado, um mercado que prevê mais de R$ 9 bilhões em negócios até 2017, segundo o Sinduscon-ES. A feira será integrada com a Qualicon, que anualmente reúne players do mercado em debates e palestras sobre assuntos de interesse do setor.

Cecília Milanez: 25 anos na produção de eventos

Consolidada sob o comando da executiva, a empresa de eventos Milanez & Milaneze agora parte para a internacionalização

Caso de Sucesso

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64 Indústria Capixaba – Findes

Cursos e Cia

A Rede Sesi de Educação é uma referência em educação inovadora e voltada para o futuro pro�ssional dos alunos. Além das aulas de

Empreendedorismo, que fazem parte do currículo desde 2005, a escola também oferece ensino de Robótica, desde 2006, e Educação Financeira – adicionada à grade curricular no ano passado, com o objetivo de estimular a responsabilidade e o bom uso dos recursos �nanceiros.

A disciplina de Empreendedorismo é oferecida desde a educação infantil até o ensino médio. Até o 9º ano, a matéria entra na grade curricular com uma aula semanal. Já no ensino médio, aparece com ações estruturadas no projeto chamado Ações Empreendedoras. “As ações são desenvolvidas de acordo com as disciplinas relacionadas durante todo o ano letivo”, explicou a superintendente

Sesi é destaque em educação inovadora do Sesi no Espírito Santo, Solange Maria Nunes Siqueira. As aulas de Educação Financeira, no primeiro ano do ensino fundamental, são trabalhadas com livros paradidáticos da DSOP – organização dedicada à disseminação da educação �nanceira no Brasil e no mundo. Além disso, os professores são capacitados anualmente para o trabalho com as crianças. Do 2º ao 9º ano, os trabalhos de Educação Financeira fazem parte do material utilizado na disciplina de Empreendedorismo, que foi revisado em 2012 e 2013 para melhor atender às questões relativas ao tema. “Lidando com esses assuntos desde cedo, os alunos se tornam pessoas mais bem preparadas para o mundo do trabalho, para a vida e para as oportunidades pro�ssionais”, avaliou a superinten- dente do Sesi.

Foto: Fabio Martins

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Programação de cursos IEL

Vitória

Curso Período CH

Liderando uma Equipe de Sucesso 07 a 10/04 16h

Compreendendo Pessoas e Seus Comportamentos 07 a 11/04 20h

Web – Mídias Sociais 14 a 17/04 16h

Gestão de Custos Empresariais 14 a 18/04 20h

Atitude Faz Toda a Diferença 22 e 23/04 8h

Interpretação da NBR ISO 9001:2008 05 a 08/05 16h

Capacitação em Sustentabilidade Ambiental 07 a 11/05 24h

Impactando Através da Sua Apresentação Profissional 12 a 15/05 16h

Como Reduzir Custos e Otimizar Resultados na Logística de Compras e Estoque

12 a 16/05 16h

O Gestor de Pessoas com Foco em Resultados 12 a 16/05 20h

Otimizando a Capacidade Gerencial 12 a 16/05 20h

Formação de Auditor Interno de Qualidade

26 a 30/05 24h

Administração de Pessoal e Rotinas Trabalhistas 26 a 30/05 20h

E toda essa preocupação com o futuro dos alunos é reconhecida pelos pais. “O retorno dos pais é muito positivo, visto que as aulas possuem uma proposta de trabalho diferenciada. Os alunos são desa�ados e envolvidos ativamente no desenvolvimento das atividades. Os pais reconhecem o trabalho devido aos resultados observados e elogiam a iniciativa do Sesi”, garante Solange.

É assim, estimulando o estudante a desenvolver seu lado empreendedor e habilidades como o trabalho em equipe, liderança e autonomia desde a educação fundamental até o ensino médio, é que o Sesi prepara os alunos para o futuro. “Incentivamos o protagonismo em nossos alunos e formamos pessoas que farão a diferença no mundo do trabalho”, concluiu.

Programação de Cursos Senai

Vitória

Curso Período CH

Preparatório Cequal Mecânica 07/04/2014 160h

Eletricidade Básica 12/04/2014 60h

Eletricista de Manutenção Eletroeletrônica 14/04/2014 220h

Reciclagem de NR-10 19/04/2014 16h

Soldador no processo MIG/MAG (noturno) 22/04/2014 240h

Soldador no processo MIG/MAG (matutino) 28/04/2014 240h

Eletricista Industrial 28/04/2014 220h

Informações e inscrições:

Edifício Findes – Tel: (27) 3334-5755/5756/5758 • Inscrições e informações também pelo site www.iel–es.org.br Senai Vitória – Tel: (27) 3334-5201 • Mais informações sobre os cursos no site: www.es.senai.br

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Artigo

66 Indústria Capixaba – Findes

H á dois extremos quando tratamos de inovação no mundo das organizações: de um lado, estão as startups de tecnologia, empreendimentos em estágio inicial

de operação que em geral desenvolvem produtos e serviços com forte grau de inovação e baixo custo. Do outro lado, �cam as empresas já estabelecidas e de variados portes, que investem altas cifras, mas com resultados mais tímidos do que as anteriores. De acordo com levantamento da Harvard Business Review (HBR), em colaboração com empresas multinacionais de diversos setores, projetos de inovação nas companhias do segundo grupo não produzem os resultados esperados em, aproximadamente, 70% das vezes. Uma das razões apontadas é a falta de recursos para o desenvolvimento de produtos, serviços ou processos inovadores. Por recursos, entende-se a tríade tempo, recursos (humanos e �nanceiros, principalmente) e cultura favorável à inovação.

Por mais alarmante que a estatística possa parecer à primeira vista, é interessante observar que dois terços dos projetos não vingam por motivos de escassez de recursos - uma situação enfrentada de forma diferente pelas startups, onde investimentos e riscos são compartilhados e a inovação acontece. Nesse contexto, startups e pequenos ou médios negócios podem, sim, inspirar e ajudar na formatação de modelos pragmáticos para que empresas maduras e de maior porte executem inovação no dia a dia.

Na Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio do trabalho desenvolvido pela Mobilização Empresarial

pela Inovação (MEI), cultiva-se um fórum fértil de trocas entre empresas que estão na fronteira da inovação brasileira, nos mais diversos setores. Em 2013, a MEI mapeou e documentou 22 casos inovadores de sucesso que mostram comportamentos organizacionais virtuosos em relação à inovação, reverberados por toda a cadeia produtiva. Em todos os casos, para estimular uma reação em cadeia, a inovação precisa de ideias que funcionem como entidades voláteis, nutridas, aprimoradas e discutidas para evoluir e produzir projetos inovadores.

Em geral, a inovação pode surgir da execução de processos, de visitas a clientes, em reuniões com fornecedores e com a equipe. Para isso, mecanismos de aproveitamento e conversão de boas ideias em projetos palpáveis são fundamentais. Da mesma forma que inovação depende de ideias, as ideias dependem de criadores. Por isso, recursos humanos quali�cados são essenciais nessa história. A partir dessa premissa, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientí�co e Tecnológico (CNPq), lançou, em 2013, o programa Inova Talentos, que busca conectar empresas com projetos inovadores a trainees capazes de responder aos desa�os propostos por esses projetos.

Os trainees são bolsistas recrutados e selecionados pelo IEL por meio do projeto RHAE (Recursos Humanos em Áreas Estratégicas) do CNPq. Aberto para todas as áreas de graduação, o Inova Talentos está disponível

aos que estão prestes a concluir o ensino superior, os com até três anos de formados ou com título de mestrado. Cada um tem contrato de até um ano, recebe bolsa mensal entre R$ 1,5 mil e R$ 2,5 mil, e tutoria de pro�ssional da empresa contratante. A empresa, em contrapartida, investe R$ 20 mil por trainee. Atualmente, mais de 200 empresas fazem parte do programa.

Essa é uma das iniciativas concretas por um ambiente favorável à inovação. Porém, essa é uma agenda mais complexa. Superar desa�os depende da obstinação nas ações de combate a antigos problemas e nas medidas que ajudem o país a se �rmar como uma das principais economias do mundo. Os desa�os são muitos, e a nossa capacidade de vencê-los depende da ousadia em inovar.

Paulo Mól é especialista em políticas públicas e gestão governamental. Atualmente é superintendente nacional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e diretor de Inovação da Confederação Nacional da Indústria

Inovação é a mola para a competitividade

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