Revista Literária do Educandário Roberto Figueira Santos - Ano 02

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1 REVISTA LITERÁRIA PRATA DA CASA E.R.F.S ANO 02 IRAPORANGA-BAHIA 2012

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REVISTA LITERÁRIA

PRATA DA CASA

E.R.F.S ANO 02

IRAPORANGA-BAHIA

2012

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EDUCANDÁRIO ROBERTO FIGUEIRA SANTOS

PROFESSORA: SUZANA DURÃES VIANA

REVISTA LITERÁRIA

PRATA DA CASA

IRAPORANGA

2012

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

Ser diferente é normal.....................................................................07

Aline Pereira, Irla de J. Santos, Irlana de J. Santos, Lucimária S.

Santos e Vanessa de S. Almeida

O homem que perdeu tudo

A princesa fada

Geisiane Oliveira Souza

Inteligência com resposta

Em busca da felicidade

Amar é viver

Você e a vida

Igor Marciel de Jesus Lima

Juntinho de você

Vamos sorrir

Vamos pensar antes de xingar

Meu cordel

Itamária Aquino Alves

O preconceito não pode nos impedir de realizar nossos sonhos

Laís Jesus de Souza e Micaele de Santana Santos

O barco

Você

Contratempos

Tempos

A cada dia

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Mágoa

Um olhar

Indiferenças

Gabriel

Marcelo Duarte da Costa

Soneto ao país

Prazeres do poeta

Jeitinho todo nosso... brasileiro!

Romaro Veloso Viana Santos

Selma Magalhães de Souza Oliveira

Salve o Educandário Roberto Santos

A máquina de lavar

Palavra mágica

Diferenças

Suzana Durães Viana

Lembranças

Família e trabalho

Infância

Waldenir Novaes da Silva

MENSAGEM.........................................................................................66

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APRESENTAÇÃO

"Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina

com um ponto final. No meio você coloca as ideias."

(Pablo Neruda)

“Sabe-se que um dos principais problemas na educação da atualidade

é a dificuldade que os estudantes têm de ler e produzir textos. Essa é

uma reclamação constante não só pelos professores da disciplina de

Língua Portuguesa, mas de toda a categoria docente.

A leitura proficiente tem infinitas possibilidades. Ela começa pelos

olhos, mas vai além deles, pois necessita de um elemento

fundamental para a compreensão, que é o conjunto de conhecimentos

prévios relacionados ao assunto do texto lido. Por isso, a capacidade

do ser humano de compreender os textos depende da relação entre o

cérebro e os olhos.”

É necessário envolver os alunos na produção de textos de diversos

gêneros para que passem a compreender o processo de leitura de

modo integral. E qualquer que seja o objetivo de uma leitura é

importante levar em consideração que ninguém vai ler algo com

atenção se não vê uma utilidade nessa leitura, pois lemos e

escrevemos sempre para atender a uma necessidade pessoal.

Por isso, no desenvolvimento do trabalho de Produção de Texto do

nível médio de ensino, optou-se por trabalhar a montagem de uma

revista, pois além de ser um dos suportes que carrega uma variedade

de gêneros, é também um dos materiais de leitura mais apreciados

pela maioria dos estudantes.

Então, para este projeto, a tarefa principal é promover a produção

escrita individual e pessoal de estudantes e professores do ERFS.

Nosso principal objetivo é mostrar o que o estudante do Roberto

produz. É também conscientizá-lo sobre o ato de ler; desenvolver

amplamente o gosto por leituras e produções literárias.

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ALINE PEREIRA, IRLA DE J. SANTOS, IRLANA DE J.

SANTOS, LUCIMÁRIA S. SANTOS E VANESSA DE S.

ALMEIDA

Alunas do 9º ano A. Estudantes da comunidade do Esconso.

SER DIFERENTE É NORMAL

Ser diferente é normal

Em todo lugar você vai ver

Um cego, surdo ou mudo.

Só parar e perceber.

Somos excluídos da sociedade

Porque somos especiais

Nos tratam diferentes

Mas nunca normais.

Todo mundo é diferente

Ninguém é igual

A vida foi feita pra viver

Você sendo diferente ou normal.

Aprendemos com a vida

Ela vem nos ensinar

Que todos os deficientes

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Devemos respeitar.

Eles são importantes

E também vitoriosos

Participam de olimpíadas

E ganham medalhas de ouro.

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Daniela A. dos Santos e Ysiane Alves Pereira

Alunas do Educandário Roberto Santos. Moram no Alto da Lagoa em

Iraporanga, Bahia. Gostam de ler e escrever poesia, histórias e

mensagens. Daniela participou da primeira edição dessa Revista Literária.

CORDEL DE ESTUDANTE

Eu sou Daniela

Estudo no 8º ano A

Gosto muito da leitura

Porque me ajuda a pensar.

Eu sou Ysiane

Estudo no 6º ano C

Gosto muito da leitura

Que me ajuda a aprender.

O meu nome é Daniela

Eu gosto muito de ler

A escola é um ambiente

Que nos ajuda a crescer.

O meu nome é Ysiane

E vou falar pra você

Sempre leia bons livros

Vai te ajudar a vencer.

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A leitura é importante

Nunca a deixa pra trás

A gente ler um livro

E muito se satisfaz.

Nunca leia livro

Que te ensine a fumar

Pense na educação

Que nunca deixa de brilhar.

Na vida tem que estudar

Na vida tem que aprender

Na vida tem que saber

A ler e a escrever.

Os professores gostam de ensinar

Os alunos de aprender

Eles querem ser alguém

Como nós queremos ser.

Eu e Ysiane

Queremos te avisar

Que a melhor coisa do mundo

É aprender e estudar.

Nós ficamos por aqui

Com amor e alegria

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Esperamos que vocês

Leiam sempre todo dia!

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GEISIANE OLIVEIRA SOUZA

Nasceu no dia 17 de fevereiro de 2000. Mora com os seus pais,

Gerciano Conceição de Souza e Ediná Rosa Oliveira no bairro do Gato

em Iraporanga. Tem dois irmãos, Eveni e Gustavo. Estudou no Grupo

Escolar Odilon Torres, e este ano estuda o 7º ano do Ensino

Fundamental no ERFS. Gosta dos professores. Brinca com suas

amigas de futebol, baleado e outras coisas. Gosta de fazer poemas,

de ler e escrever e de aprender artesanato. É muito alegre.

O HOMEM QUE PERDEU TUDO

Era uma vez um homem muito rico, que vivia em uma mansão

sozinho e não gostava de ninguém por perto da casa dele. Ele era um

homem muito ruim, pois não dava nem um centavo para os pobres.

Um dia, um senhor o chamou para uma aposta de toda sua

herança e ele fez a aposta, mas não perdeu, ele ficou muito contente.

Certo dia, uma mulher muito pobre passou por perto da mansão,

ela bateu no portão, entrou e perguntou se ela poderia trabalhar como

empregada, então ele deu aquele emprego. Um dia ela estava

arrumando a sala e viu o homem ligando para outro rico se ele queria

fazer apostas em todo seu dinheiro, o homem perguntou o que ela

estava fazendo lá e ela disse que iria arrumar a sala. Então ela disse

se ele fazia apostas, ele disse que fazia ela perguntou se ele queria

fazer aposta na sua herança, mas ele falou que não ia fazer aposta

com uma empregada, que ela ia perder tudo. Ela falou quem iria

perder tudo era ele, que se ele perdesse virava empregado dele, mas

ele não acreditou.

Passou alguns dias e ela o chamou para apostar, ele falou,

então apostaram e quando receberam o resultado e quem foi, foi a

empregada, que ficou com tudo. O homem virou empregado da

mulher. Então, ela ficou muito feliz.

Geisiane 7º ano B

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A PRINCESA FADA

Era uma vez, uma mulher viúva que tinha duas filhas, a caçula

era muito má só desejava o mal para os outros e era igual a sua mãe,

a mais velha era igual ao seu pai, muito boa e ajudava as pessoas.

Um dia sua mãe e sua irmã fizeram a irmã mais velha ir ao poço

mais próximo pegar água. Então ela foi e chegando lá ela viu uma

velha tentando pegar água, então ela ajudou pegar água, ela pegou e

a velha se transformou em uma fada, a menina levou um susto, a

velha disse que ela era muito boa e iria ficar muito rica e a cada

passo que ela dava uma moeda de ouro caia sobre sua mão. Então ela

foi aconteceu a coisa ela chegou lá em sua casa cheia de moeda de

ouro e sua mãe tomou da sua mão e pegou para ela.

No outro dia foi e a velha estava lá, ela falou para ela ir a uma

floresta escura, mais ela não queria ir a fada colocou ela lá, ela ficou

com muito medo e caminhou, caminhou até se cansar ela deitou em

uma pedra, um príncipe que passava viu ela e falou que ela estava

muito cansada e levou para seu reino próximo da floresta, quando ela

acordou viu gostou muito dele. Eles se casaram e foram felizes para

sempre.

A irmã caçula e a mãe ficaram com muita raiva ao saber e as

duas se mataram.

Geisiane 7º ano B

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IGOR MARCIEL DE JESUS LIMA

Mais conhecido como Igor, reside em Iraporanga. É considerado o

poeta do ERFS, pois adora escrever poemas e mensagens.

INTELIGÊNCIA COM RESPOSTA

Se no meu saber eu encontrasse tudo, nada seria difícil.

Se da sabedoria nascesse a inteligência, poucos venceria o mundo.

Se você tentar desvendar o mistério que é a vida, é querer explicar o

inexplicável.

No saber eu percebi que a vida é feita de encontros e desencontros, e

é passando pelos desencontros, que chegará exatamente ao seu

encontro.

A sabedoria e a inteligência estarão comigo, sempre onde eu estiver,

mas existem grande diferenças.

Por que, que sempre a vida sabe mais?

Por que, que ela quer sempre nos ensinar?

Por que, que com ela também aprendemos?

Será que existem respostas para todas as perguntas?

Saiba de uma coisa, a vida lhe ensina e você pode aprender, mas ela

nunca vai lhe dar uma resposta. A resposta é você que tem que

encontrar.

Se você quer que exista, faça existir, só assim verás que você

consegue!

Mas se não quer que exista, não subestime, não encorajem, não dê

forças nem motivos para que venha existir.

Querer realmente viver, que seja feliz.

Igor Marciel de Jesus Lima.

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EM BUSCA DA FELICIDADE

Se um dia tudo se transformasse em brilho? Será o mundo dos

sonhos?

Se um dia sentir realmente felicidade? Será sonhos sendo realizados?

Se na distancia estiver perto! Será amor?

Se por um só momento errar profundamente? Desistiria?

Se um dia conseguir o que mais deseja, o que mais quer ter? Será um

fim, um começo ou um recomeço?

Se um dia tiver que quebrar regras, ou ultrapassar os limites,

continuaria?

Viva buscando e nunca desista, por que chegará o momento de

encontrar. Quando encontrar seja feliz, por que a felicidade espera

por você.

AMAR É VIVER

Se amar levasse-nos à riqueza, todos realizariam sonhos.

Se amar estivesse só no passado, nunca viveríamos o presente.

Porque a vida pra mim é assim, se eu vivesse no passado um grande

amor, o presente na minha vida não existiria.

Você pode estar se perguntando, por que eu entendo tanto sobre esse

sentimento? Como eu entendo tanto sobre o amor.?

Eu não achei, não encontrei e não ganhei, eu descobri vivendo,

gostando, buscando em mim próprio.

Hoje eu mim pergunto: Será que a vida tendo um sentimento tão

precioso, tem um significado?

O que significa vida? Será que existe essa resposta?

Igor Marciel de Jesus Lima.

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VOCÊ E A VIDA

A quem você mais agradece? Por que além de fazermos as perguntas

nãos buscamos as respostas?

O que sou é um presente da vida, o que serei será o meu presente

para a vida.

Um dia olhei o meu reflexo no espelho, e vi uma pergunta nos meus

lhos, mas naquele dia eu não pude ler como era aquela pergunta. Dias

se passaram, então olhei novamente o meu reflexo no espelho e ali

estava novamente aquela mesma pergunta no meu olhar, mas naquele

dia eu pude ler aquela pergunta, então eu perguntei a mim mesmo:

Quem sou eu realmente? Naquele mesmo dia eu não ouvi a resposta,

mas sabia que em outro momento, Deus mim daria aquela resposta.

Quando você faz uma pergunta a si mesmo, veja se a resposta está

em você ou espere em Deus a sua resposta. Saiba de uma coisa, se

você tentar buscar essa resposta em outro alguém, é como querer

que o fogo não queime, algo totalmente impossível. Eu aprendi que

não se deve também, esperar uma resposta da vida, porque ela não

pode lhe dá, se você parar pra pensar, a vida pode lhe ensinar, mas

ela nunca vai lhe dá uma resposta. Eu agradeço muito a Deus pelo

meu conhecimento e peço que mim faça cada dia mais humilde, para

que eu continue buscando e para que um dia eu encontre.

Eu percebi que em qualquer busca você pode encontrar e que é

importante você ir alem do que imagina. Saiba que ver a realidade, é

um pequeno passo para um grande começo. Eu aprendi que pra

conhecer o mundo, para encontrar respostas difíceis, deve conhecer

a si mesmo, com o objetivo de ir e de não desistir, afinal não podemos

mandar no começo de nossas vidas, mas podemos enfrentar o fim

com coragem, no final veremos que para a invencibilidade, depende

de uma boa defesa, mas a possibilidade de vitória depende de um

grande ataque.

Igor Marciel de Jesus Lima.

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ITAMÁRIA AQUINO ALVES

Itamária tem 19 anos, mora no Alto da Lagoa, em Iraporanga. Aluna

do 1º ano do Ensino Médio, turma A, turno matutino. Gosta de ler e

também adora escrever mensagens, versos e pensamentos.

JUNTINHO DE VOCÊ

Você me pergunta se estou bem, como ficar bem estando longe

de você, se não sou capaz de te esquecer, se ouço tua voz a cada

instante, tua imagem gravada na memória e você faz parte da minha

história e no meu coração desfila exuberante. Já tentei te esquecer,

mas não consigo, as lembranças que guardo aqui comigo são doces

memórias para mim, são recordações que nunca terão fim e fizeram

do meu ser o seu abrigo. Se quiseres recorda-los ao meu lado com

ternura preciso lhe dizer as palavras que vem do coração ficar bem do

juntinho de você.

Itamária A. Alves

VAMOS SORRIR

Às vezes ficamos tristes por um simples motivo, o mau humor

vai começando por dentro, aí ficamos distantes de tanta gente que

ama, afastando-os e os ignorando.

Não se esqueça de que a vida é a coisa mais bela do mundo,

sorria sempre, pois às vezes quem nos ama precisa-se de um sorriso

nosso para se sentir alegre e jamais desista de lutar. Se fracassar,

não desanime levante-te e comece tudo de novo, pois os tropeços que

encontramos e para que começamos com mais inteligência e nos

tornarmos pessoas cada vez mais fortes.

Itamária A. Alves

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VAMOS PENSAR ANTES DE XINGAR

Loucura- brigar com sua mãe por um simples motivo.

Idiotice- eliminar amizades verdadeiras porque uma delas te traiu.

Palhaçada- odiar o mundo porque muitos ficam maus de você.

Uma injustiça- ficar chateada com o nosso criador, porque ele levou

alguém especial.

Lembre-se sempre- mãe é só uma só se perdê-la perdeu tudo, tem

amizade que vale mais que ouro.

Não o deu o mundo a vida é tão bela para se viver e jamais se

esqueça, ninguém nasce para semente só o nosso pai sabe o que faz.

Itamária A. Alves

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MEU CORDEL

Eu me chamo Itamária Alves

Tenho 19 anos de idade

Não vivo sem fazer poesias

E também minhas mensagens

Não vivos sem fazer isso

Isso é uma das minhas qualidades.

Adoro inventar poesias

Isso me faz muito bem Não me esqueço dos poemas

E das mensagens também

Elas nos fazem viajar

Além do universo e do além

A literatura nos transmite

Muita paz e harmonia

Além de descobrir coisas novas

Ela nos traz alegria

Não esqueça do que eu falo

Vamos lê todos os dias

A literatura é uma coisa gostosa

Boa de fazer

Quando tiver um tempo vago

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Pegue o livro e comece a ler

Você vai viajar

E também vai aprender.

Tem gente que acha poesia chata

Eu não acho isso não

A poesia é uma maneira de aliviar os corações

Pois as vezes a vida é dura

E a poesia é como canções

Para você que não pega em um livro

Vamos começar a ler

Além de aprender a falar melhor

Elogio irá receber

Que tal começar agora

E aprender melhor a ler

Para você que lê poesias

Eu dou os meus parabéns

A poesia é como um hino

E não faz mal a ninguém

Pra você que nunca leu

Experimente, ela agradará a ti também.

Itamária A. Alves

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LAÍS JESUS DE SOUZA E MICAELE DE SANTANA

SANTOS

Alunas de 14 e 15 anos. Moram no bairro do Gato em Iraporanga. Elas

cursam o 8º ano do Ensino Fundamental, turma A, matutino. Gostam

de ler, de escrever e de fazer artesanato.

O PRECONCEITO NÃO PODE NOS IMPEDIR DE

REALIZAR NOSSOS SONHOS

Era uma vez, quatro amigas que se chamavam Tyfany, Naty-

Helly, Thalya e Roberta, elas eram românticas, mas sofriam bastante

na escola com o preconceito e o racismo porque eram morenas, elas

não davam muita ousadia por que tinha uma frase que elas gostavam.

“Nós temos orgulho da nossa cor, de nossa raça”.

Elas sonhavam em ser alguma coisa que agradece todas as

pessoas que debocharam delas. Elas queriam ser cantoras ou autoras

mais ainda não tinham decidido.

Um lindo dia de segunda-feira, elas se encontraram na escola e

foram direto para a biblioteca, era o único lugar que ninguém as

encontraria, chegando na biblioteca, Tyzany pegou um livro para ler

em casa e foram para a sala.

Na hora da aula a professora estava perguntando a todos os

alunos o que eles queriam ser quando se fossem adultas, quando

chegou a vez de Naty-Heley ela disse?

_ Naty o que você quer ser?

_Eu quero ser autora.

Depois perguntou a Roberta:

_ Eu também quero ser autora.

Depois perguntou a Thalya e a Tyfany:

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_ Ah professora nós também queremos ser autoras. Foi o que

elas disseram que queriam ser, mais ao mesmo tempo desistiram,

porque todo mundo começou a rir delas até mesmo a professora. Elas

saíram da sala e foram embora chorando, cada uma pra sua casa.

Thyfany, muito triste começou a ler o livro quando um colega

dela ligou e disse:

_ Alô Thyfany!

_ Soueu mesmo.

_ Fiquei sabendo que você ta querendo ser autora com a cor que

você e suas amigas têm ninguém vai ler a capa do livro que vocês

escreverem há, há, há.

Thyfany desligou o telefone e começou a chorar. Quando de

repente ela passou a pagina do livro e estava escrito “nunca desista

dos seus sonhos, erga a cabeça e siga em frente, você tem que

confiar em você mesmo, não nos outros, mesmo que debochem de

você, acredite que você pode vencer todos os obstáculos e siga em

frente”.

Isso mexeu muito com ela que logo em seguida ligou para as

amigas e marcou um encontro no parque.

Ela passou essa mensagem para suas amigas. Elas juntaram as

mãos e disseram:

_ Nunca vamos desistir.

Assim elas começaram a ter ideias de escrever um livro, o titulo

era “O preconceito não pode nos impedir”. Assim elas foram até à

livraria e publicaram o livro. Na hora de entregar elas disseram com o

divulgador.

_ Você não vai nos julgar, né?

_ Claro que não, amanhã todos estarão lendo o livro de vocês.

E foi mesmo, no dia seguinte em todas as bancas estava o livro

delas e na escola todas as trataram bem, fizeram muitas perguntas

principalmente essa.

_ Vocês pretendem divulgar outros livros?

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Claro que sim. E vai se chamar “A fama”. Todo mundo as

consideraram como eles gente importante.

Laís e Micaele 9º ano B

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MARCELO DUARTE SOUZA

Marcelo Duarte Souza nasceu sem 07 de fevereiro de 1975 em

Salvador, filho de Helinoel Nicolau de Souza, natural de Iraporanga-BA

e Railda Duarte Souza, natural de Salvador-BA. Sempre gostou da vida

no interior e vivia aguardando ansiosamente as férias escolares para

poder viajar para Iraporanga, até que em 1981, seus pais mudaram-se

definitivamente para lá. Viveu praticamente toda a sua infância nesta

pequena Vila e compartilhou das travessuras inesquecíveis da vida no

interior. Foi estudante e mais tarde professor no Educandário Roberto

Figueira Santos. Estudou Administração e atualmente mora em São

Paulo e sempre que pode volta pra visitar a sua tão encantada Vila de

Iraporanga.

O BARCO

Um Barco, ao navegar, por mais simples que seja a sua viagem,

atende a todos os princípios da sua jornada. Seu mastro, velas, leme,

lastro... E principalmente o seu Comandante compartilham de

extrema cumplicidade e extraordinária sintonia. E assim, alcançam o

seu destino glorificado pelo seu belo desempenho e aprendizado...

Caso alguma das funções não correspondesse às suas obrigações,

certamente o destino seria o caos e o Barco afundaria, esquecido no

imenso oceano... Assim, a lição que às vezes se pode tirar de

pequenas coisas, pode ser de uma enorme valia para a nossa jornada

na vida, onde a DISCIPLINA e o PLANEJAMENTO são também

importantes Mestres...

VOCÊ

... Não me interessa as questões relativas aos seus defeitos, mesmo

porque não sou ninguém a altura de julgá-los... Mas as suas virtudes,

suas qualidades em si, isso sim é o que me fascina e o que desejo

focar...

(Macho)

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CONTRATEMPOS

... E guiado por um Colibri de plumagem negra, percebi que as vezes é

preciso tirar um tempo pro mundo natural, esquecer as mazelas

cotidianas e apreciar um pouco mais os detalhes que nos passam

quase que invisíveis... Que fiz então, segui-o e resolvi observá-lo

durante um longo e belo período... E quanto aos deveres do dia, deixa

pra lá, quem sabe eles não se resolvam sozinhos... Nem sempre

somos tão necessários quanto pensamos...

(Macho)

TEMPOS

Tempos... Dentre todos os tempos, o que mais me intriga é o

Presente, pois quando falamos no Passado refletimos sobre as

experiências que não voltam mais, sejam boas ou não... Quando se

fala no Futuro, é lógico que esperamos a realização dos nossos

sonhos e mesmo que a nossa realidade não seja tão favorável, ainda

assim, esperamos o melhor... Mas o que falar do Presente?? Que

atitudes podemos tomar agora para que nossos sonhos se realizem no

Futuro?? Que fazer agora para não cometer novamente os erros do

Passado?? Diante desta incógnita, presumo então que o Presente é o

grande Mestre dentre os Tempos e os atos de hoje escreverão nossa

história... E sendo assim, podemos dizer que o Passado deixou lições

para que agora, no Presente, possamos construir um Futuro ao menos

um pouco melhor, em todos os campos de nossas vidas...

(Macho)

A CADA DIA

O Tempo é o melhor aliado na evolução da vida... Pois quem é bom

pode ser melhor, quem errou pode recomeçar e tentar fazer o certo,

quem chorou pode voltar a sorrir, quem caiu pode levantar-se e seguir

novamente, quem feriu pode pedir desculpas e reconquistar o que foi

perdido... E assim o TEMPO torna-se indispensável para o nosso

crescimento, nos dando novas possibilidades e novas oportunidades...

(Macho)

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MÁGOA

Envergonho-me às vezes, em algumas situações, por estar perto de

alguns que se acham sábios o bastante para julgar o comportamento

alheio sem ao menos perceberem que precisam antes atentar-se ao

próprio umbigo... E ainda queres que não me afaste???

(Macho)

UM OLHAR

... Quem sabe aquela indiferença não signifique um mero desprezo,

mas sim um medo aterrorizante de não resistir aos seus encantos e

cair na tentação dos seus braços...

(Macho)

INDIFERENÇA

... Pois eu, não pretendo e nem desejo diferenciar-me dos demais pelo

que tenho ou pelo que venha a possuir... Desejo mesmo é diferenciar-

me de alguns pelo que sou e pelo estilo de vida que escolhi viver...

Simples e livre de preceitos moldados, que na maioria das vezes

não...

GABRIEL

Ser Matuto me faz bem,

andando de jegue ou de trem...

Ser Matuto é ser da roça,

andando de carro ou numa carroça...

Ser Matuto é uma alegria,

seja noite ou seja dia...

E ninguém pense que é só farra,

de besta aqui só tem a cara...

E nessa me lembrei do Cordel,

do meu Compadre Gabriel...

(Macho)

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ROMARO VELOSO VIANA SANTOS

Nasceu em 27/03/1986 na cidade de Seabra-BA, filho de Suzana

Durães Viana e Ronilson Vieira Santos. Passou toda a infância e

juventude em Iraporanga (Parnaíba)-BA. Sempre gostou de ler,

escrever (em especial poesias) e observar o comportamento das

pessoas por onde quer que fosse. Sonhara em ser escritor (artigos,

teatro, poesia, afins), começou a estudar o curso de Letras na UNEB,

porém, abandonou o curso no segundo semestre por não gostar de

Pedagogia, apesar de ter gostando de ter dado aula por três meses na

escola em que se formou. Depois de abandonar o curso na UNEB foi

morar em São Paulo. Em São Paulo começou a cursar Técnico em

Administração na ETEC (Escola Técnica do Estado de São Paulo),

saindo devido as constantes mudanças de horário no trabalho, mais

tarde entrou novamente na ETEC desta vez para cursar Técnico em

Contabilidade, curso também abandonado pelo mesmo motivo.

Começou Gestão Comercial na UNINOVE, não concluindo pelos

mesmos motivos anteriores. Se encantou pela área de finanças

pessoais, investimentos e economia e atualmente estuda Gestão

Financeira na UNINOVE.

Ainda escreve algumas coisas no seu blog pessoal

(www.parnaibando.blogspot.com.br), nome este em referência ao

nome da vila onde viveu praticamente toda a sua vida.

SONETO AO PAÍS

Por saber o que sei, não saberei

Impossível de viver sempre calado

Dores de cabeça provocarei

Se é pra saber, não fico conformado.

Sempre, muito menos, me calarei

Sempre direi verdades exaltado

Pela pátria amada assim viverei

Aí sim, raios fúlgidos no céu olharei

Algo tem que ser no fundo mudado

Sairá de mim algo já vivenciado

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Salve, salve, Brasil, sempre te amei...

Então retumbante será o meu brado

Só sentir o prazer do que lutei.

Velô Viana

PRAZERES DO POETA

Não há melhor que viver,

Triste, sofrendo, apaixonado, desprezado,

Para tal fazer.

Pois sendo já não sente,

Tal como finge,

E por mais da dor que se tinge,

O pranto jamais será o seu.

Velô Viana

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JEITINHO TODO NOSSO...BRASILEIRO!

Lá se vai Marvin para mais um dia de vida, sabedoria, esperteza,

trabalho e tudo o mais que o torna o mais esperto de todos. Ele sai

de casa rumo ao ponto de ônibus, é preciso trabalhar...já no ponto eis

a espera de 30 minutos 'normalescos' e cotidianos, ele se irrita: "-

Essa porra que não chega logo, e ainda vão aumenta o preço e o

serviço continua a mesma bosta! Chega o ônibus, e lá se vai ele...dá 5

reais ao cobrador, este por sua vez te dá de troco 7 reais(passagem

custa 3 reais), Marvin percebe o erro, pensa consigo mesmo cheio de

orgulho,"-Pelos menos uma coisa boa nisso", e assim continua sua

viagem cheio de orgulho da sua esperteza. Chegando ao trabalho um

pouco mais cedo ele toma café, olha o ponto, ainda faltam 15

minutos, mas ele passa o crachá e espera chegar as 8 horas para

começar a trabalhar,(pensa, tô precisando de dinheiro, umas extras)

logo chega a hora e ele sobe e começa o dia reclamando da empresa,

emprego, colegas de trabalho, tudo ali é uma merda. É chegada a

hora de ir embora, 17 horas de uma sexta-feira, e agora trabalhar só

segunda...ah, mas ficou algo pra terminar ainda, mas Marvin quer ir

embora, hoje é sexta-feira esqueceram?!, -depois dá-se um jeito, diz

Marvin ao seu colega de trabalho o convencendo a ir embora e lá se

vão. Chegando em casa o nosso protagonista, realiza as tarefas de

casa, faz sua janta, é ele mora sozinho, paga aluguel, o salário não da

pra pagar uma diarista, bem chega a noite e tudo feito ele se deita em

sua cama e assiste a sua novela e seu reality show, e encerra o seu

dia junto com o programa, estão os dois programados para serem

desligados à meia-noite. Sol, claridade invade aquela casa,

quarto/cozinha, ele desperta...tem que preparar o seu café, lavar as

suas roupas e uniformes...tarde...noite...Eduardo, amigo de Marvin,

liga pra ele e o convida para ir numa balada, afinal é sábado, Marvin

claro, aceitou...na balada...regada a noite de muitas cervejas,

energéticos, destilados, mulheres e amigos, e desconhecidos

também...uma noite regada ao som de "Ai se eu te

pego...delícia,delícia"...e ele se delicia naquela noite...já são 6 da

manhã, e lá se vão todos para suas respectivas casas...Marvin dorme

até as 15 horas...acorda muito mal...faz vômitos até não aguentar

mais...Marvin resolve ir ao médico, se arruma, e se dirige ao

ponto...ah, hoje não demora 30 minutos, são 50 minutos de espera,

domingo né, e chega o ônibus super-lotado, Marvin olha e resmunga

consigo em voz baixa "-Mas nem domingo"...mais 50 minutos e chega

ao posto de saúde...ele entra e pega uma senha...espera...30

minutos...para fazer o cadastro...e mais...20 minutos, até ser atendido

pela triagem do posto...agora se dirige a outra sala, espera...mais 20

minutos...enfim, atendido...sai da sala do médico e vai pra outra

Page 29: Revista Literária do Educandário Roberto Figueira Santos - Ano 02

29

sala...agora...mais 15 minutos de espera e ele é medicado...agora

volta a sala anterior...mais 10 minutos e o médico o reexamina e o

libera...ah, sim, tem...um atestado de horas...ele sai reclamando pra si

mesmo, "- só de horas, sacanagem!" Marvin pega o ônibus de volta

para casa, chega em casa, bem, já passa das 21 horas...ele resmunga

e diz que perdeu o domingo por causa daquele posto lento. Nosso

caro artista da vida comum janta e deita pra assistir o seu reality

mais uma vez, mais uma vez são desligados ao mesmo

tempo...segunda...5 da madrugada...o ciclo se repete...e o Marvin

chega no trabalho reclamando como sempre, de tudo...no almoço ele

conversa com os colegas e comenta que sexta-feira é pagamento, já

vai dar pra fazer um rolê... o amigo de Marvin reclama que tem que

pagar o IPVA, MATRÍCULA, IPTU, FATURA DE NOVEMBRO E

DEZEMBRO, todavia, é também carnaval, e parece que veio bem na

hora pra esfriar os ânimos de tantas contas, e depois a gente dá um

jeitinho, já que por aqui nada funciona nesta época, mas nada

mesmo...na sexta será publicado o aumento do valor da passagem do

ônibus e a segunda começará um pouco mais cara...mas, Marvin

prefere falar da Páscoa...e quando vir a Declaração do Imposto de

Renda, bem, aí se falará de São João, as juninas e até a

julinas...aumentam-se os impostos, do leite e da indústria de

cigarros,...Marvin muda a marca do leite, e toda vez que vai comprar o

mesmo, é sempre a mesma reclamação do absurdo do preço...e o

nosso Marvin trabalha feito um Titã pra pagar todas as contas do

lar...talvez o Zeus e os seus deuses olímpicos estejam no Planaltos da

vida, ou dentro de si mesmo...mas, Marvin, a vida é pra valer, e o seu

destino...

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30

ANTONIO GUNES VIANA

Professor de Matemática. Atualmente é vice-diretor do ERFS. É

compositor e poeta. Aprecia a música e gosta muito de cantar.

Publicou seu primeiro livro, VERSOS METEOROLÓGICOS, em outubro

de 2010.

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MARIA MOREIRA DE SOUZA NETA E SILVA

Licenciada em Letras Vernáculas pela UNEB e pós-graduada em

Língua e Sociedade pelo ISEGO. Tem 25 anos de docência. Foi

diretora por 12 anos do ERFS, escola onde hoje leciona Língua

Portuguesa e Literatura Brasileira.

GRATIDÃO

Quantas vezes durante a nossa vida nos sentimos realmente gratos ao

universo pelas graças recebidas?

O que é ser grato? É simplesmente dizer muito obrigada? É fazer uma oração

mecanicamente antes de dormir?

A gratidão deve ser uma virtude moral que transcende a simples retribuição por

bons modos expressos em regras de conduta social que dão o verniz da

civilização.

Depois que passamos por situações adversas que não estão sob nosso

controle e que envolve questões como, por exemplo: vou continuar vivo? Como

vou viver a partir desse momento? Vou depender de quem ou de quê para

sobreviver? É que vemos a profundidade do que é existir e o reconhecimento

que não temos o controle de nada pois somos só mais uma partícula a compor

a grandiosa obra criada por um Ser Superior.

Faz-nos refletir que dependemos não só da proteção desse Ser superior, mas

de todas as frações orgânicas e inorgânicas que compõem a natureza.

Acredito-me, e agora mais que nunca, (após esse momento adverso em minha

vida: uma cirurgia), o quanto a medicina desde Hipócrates até os dias de hoje

tem evoluído para a preservação e uma melhor qualidade da vida. Quantas

dores têm aliviado, quantas vidas têm salvado!

E nós agradecemos aos médicos, enfermeiros, aos hospitais? Ou pensamos

que eles são apenas profissionais que têm a obrigação de fazer aquele

procedimento, pois ganham para isso? Somos gratos aos seres espirituais

(anjos, santos, Jesus, Deus etc.) que nos assistem e velam por nós? Aos

nossos familiares e amigos por amenizarem as nossas dores?

Como somos pequeninos diante de tanta grandeza. Ainda bem que de vez em

quando aparecem adversidades em nossa vida para nos fazer ver que não

somos Deuses. Necessitamos uns dos outros! Precisamos olhar ao nosso

Page 32: Revista Literária do Educandário Roberto Figueira Santos - Ano 02

32

redor e descobrir o quanto somos ricos por termos uma família, amigos,

inteligência, dons e que nos falta sabedoria para entender que o universo

inteiro conspira ao nosso favor quando nos voltamos para o entendimento da

nossa existência.

Vamos agradecer mais, abraçar, elogiar, cuidar, beijar e respeitar os nossos

companheiros de jornada compreendendo e acreditando sempre na

transitoriedade da matéria e na imortalidade do espírito!

Em tudo dai graças!

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PALAVRAS

Descortina- se diante de nós mais um cenário, armado ou não, para a próxima corrida

ao palco das ilusões. Trocam-se atores, alguns amadores, outros veteranos, mas todos

lutando por uma causa nobre: A SUA SOBREVIVENCIA. Pois desde os primórdios o

HOMEM luta para sobreviver. E nessa arena, os duelos, os sofismas, e os sofistas vão

tomando conta de todos: candidatos e eleitores. E as palavras são usadas para tentar

convencer, e a maioria é convencida, de que TAL Plano Desenvolvimentista é o

MELHOR. Como seria bom se esse momento fosse só isso, Partidos e Partidários

defendendo sua Plataforma Política. Infelizmente o que vemos fica longe disso, salvo

algumas exceções, porquanto as palavras são usadas na sua maioria para denegrir e

maltratar as pessoas. Contratos, tratos e distratos são feitos a partir do principio de

que quem puder agrupar mais, vale mais. E a disputa pelo poder corre célere, pois os

envolvidos não podem perder tempo. Famílias são separadas, amizades são desfeitas,

grupos vão sendo formados e as palavras vão sendo proferidas... Discursos para lá,

discursos para cá, e nós pobres mortais às vezes por invigilância nos vemos envolvidos

nessas forças que nos arrastam para os debates, em muitas ocasiões, desnecessários.

Precisamos acreditar na força que possui as nossas palavras. Elas produzem tanto

energias boas como más. Como dizia Cecília Meireles “Ai palavras, ai palavras que

grande potência é a vossa”.

“Sabe-se hoje cientificamente, que a boa palavra proferida com entusiasmo, faz que o

cérebro e o hipotálamo secretem uma substancia denominada endorfina, que atua na

medula e bloqueia a dor, tal como ocorre na acupuntura”. Por isso é cientifico e

estratégico reconhecer a força da palavra.

Vamos usar as nossas palavras para edificar, elogiar, trazer alegrias e encantamento às

pessoas e não desencanto, sofrimento e dor. E assim deveria ser em todos os setores

de convivência social: na família, no trabalho, no grupo de amigos, com as pessoas que

cruzamos na rua, enfim. Que possamos utilizar desse instrumento que pode produzir

tantos fluidos salutares, a palavra, para o engrandecimento e para a defesa de nossos

princípios sem que para isso necessitemos maltratar de quem de nós se aproximar,

pois somos responsáveis pelo que falamos e fazemos e indubitavelmente seremos

atingidos pelas energias que produzimos.

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VIVER BEM OU BEM VIVER?

“O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela”. Fernando Pessoa

Quanta sabedoria encerra estas palavras do poeta português!

E nós na nossa cultura ocidental em cada aniversário comemoramos mais um

ano de vida!

E como vivemos?

A nossa civilização nos faz viver de uma forma a não querer nem imaginar que

somos seres mortais, que o dia terminado é menos uma oportunidade de

estamos na terra e mais próximos estamos do fim carnal. Procuramos no nosso

dia a dia nos ocupar de um busca incessante do nosso bem estar físico, social,

e material, nos envolvendo em questões principalmente de ordem política, pois

todos somos seres políticos, porquanto sempre escolhemos alguma coisa em

detrimento de outra. Buscando o TER e não o SER. E quanto sofrimento essa

busca traz para o ser humano, pois na grande ilusão do poder nos

desequilibramos e nos sentimos “deuses” capazes de sermos os porta –vozes

de todos os saberes. E nos esquecemos que somos seres frágeis , carentes ,

necessitados de desenvolvermos a nossa consciência emocional e nos permitir

buscar o real sentido da vida, a nossa capacidade de amar e ser amado.

O que gera essa situação é a retórica contemporânea de crescimento e

desenvolvimento econômico, capitalista que reforça intensamente a tendência

das pessoas para a competitividade e a inveja; para o isolamento.

Mas a natureza é Sábia e ela nos impulsiona mesmo a contragosto para as

transformações necessárias rumo à nossa evolução espiritual. E a busca pelo

TER vai perdendo espaço para o SER. O Individuo vai sentindo o vazio e o

novo homem vai tomando conta do seu verdadeiro eu, de sua realidade mais

profunda. Surge o ser social, globalizado, preocupado com a fragmentação que

tantos males tem causado a toda humanidade. E é nesse momento que

percebemos o quanto somos capazes de produzir, amar, compartilhar, sofrer,

sorrir e crescer. Crescer de uma forma que nem imaginávamos capazes. Um

ser humano completo buscando o seu real objetivo como espírito imortal: estar

em sintonia com as energias superiores, com o planeta, com o universo.

E esse processo acontece quando nos conectamos com o nosso mundo

interior, com a espiritualidade maior: Deus, Cristo, Santos. Anjos etc, com o

Page 35: Revista Literária do Educandário Roberto Figueira Santos - Ano 02

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autoconhecimento das fraquezas e forças que cada indivíduo possui e com a

grande certeza de que as diferenças existem e a descoberta do bem viver, e o

sentimento de alteridade farão de nós seres mais felizes, livres e completos.

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O PODER

"Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder."

(Abraham Lincoln)

Como devemos nos relacionar com o poder?

Será que ter poder não é apoderar-se de algo que não lhe pertence? Ou vai

possuir provisoriamente?

Ninguém detém o poder. Ele nos é dado ou tirado à nossa revelia. (MICHEL

FOUCAULT , grifo meu)

Será que não perdemos tempo e energia dando poder a quem não tem?

Queremos a todo custo e se possível, de uma forma mais rápida, nos investir

de poder ou nos apoderarmos de alguma coisa. Esse apoderamento só

acontece quando alguém, ou muitos nos enche de autoridade.

Estamos preparados para termos poder? O que nos faz seres poderosos? A

inteligência? A sabedoria? O dinheiro? A facilidade de lidar com a palavra? O

amor que dispensamos a quem estimamos? O conhecimento?

São tantos os caminhos e elementos que nos favorecem o poder que às vezes

nos perdemos no emaranhado de ilusões criados por nos mesmos ou por

outros. E nesse momento nos sentimos DIVINDADES com toda arrogância

peculiar ao domínio construído, não pela autoridade competente e sim pelo

autoritarismo e deslumbramento.

Quão perigoso pode ser o poder quando ele tem por companheiro o orgulho, a

prepotência, a vaidade e a cegueira da ignorância. Faz-nos acreditar que

somos insubstituíveis, donos de uma única verdade e que estamos acima das

leis. E esse conjunto de fantasias nos arrasta cada vez mais para um labirinto

de alucinações que só traz sofrimento e dor para nós e para aqueles que estão

à nossa volta.

Quanto poder existe no homem que subjuga sua companheira, no patrão que

desrespeita o seu servidor, nos pais tiranos, no amigo, no vizinho e outras

tantas relações sociais que se mantém através do domínio autoritário! E esse

poder se esvai no momento em que o dominado se liberta pelo conhecimento e

descoberta de um ser que também tem potencialidades e tem possibilidades de

caminhos diferentes. É nesse momento que o poder constitucional ou individual

acaba.

Page 37: Revista Literária do Educandário Roberto Figueira Santos - Ano 02

37

Vimos isso há pouco nos resultados das eleições municipais em todo país.

Quantos viram o poder escapando de suas mãos e outros tantos recebendo

(de muitos) o tão almejado PODER.

E agora? O que fazer do poder perdido e do poder conquistado? Terão esses

indivíduos ou grupos, equilíbrio para lidar com a vitória ou a derrota? Só o

tempo dirá.

“Na natureza nada se cria tudo se transforma”. (Lavoisier).

Esperamos que as transformações sejam para o progresso material, moral e

espiritual de todos nós que acreditamos ou não, que tudo é transitório, flexível,

mutável e transferível. E nada acontece sem a permissão do nosso maior

coordenador do planeta: Jesus Cristo.

Que os próximos gestores municipais tenham a sabedoria necessária para lidar

com os novos desafios, que com certeza não serão pequenos.

Muita paz a todos.

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SUZANA DURÃES VIANA

Natural da vila de Iraporanga, município de Iraquara-BA, onde reside.

É graduada em Letras Vernáculas e pós-graduada em Língua,

Sociedade e Educação pelo ISEGO e atua como professora de Língua

Portuguesa e Produção Textual na rede pública. Apaixonada por livros

e artesanato. Publicou na Antologia de Poetas Brasileiros

Contemporâneos, pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores.

Atualmente publica seus textos nos sites Recanto das Letras e O

melhor da web. Gosta de escrever poemas e cordéis.

SALVE O EDUCANDÁRIO ROBERTO SANTOS

O Educandário nasceu

Seu nome é Roberto Santos

Governador da Bahia

Semeou em nossos campos

A semente do saber

Educação em cada canto.

Desde a sua fundação

O Roberto mantém firme

O propósito de educar

Seu alicerce persiste

Instrução pra nossa gente

Para isso de fato existe.

Lembrar seus pioneiros

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Nossos mestres de valor

Tanta gente competente

Por esta escola lutou

Honro Robinson e Maria Torres

Com apreço e louvor

Tanto fez Dona Maria

Sua vida dedicou.

Foram tantos os personagens

Participantes deste enredo

Alunos, hoje, professores,

Funcionários tão cedo

Que abrilhantam este colégio

Com trabalho e amor

Levando o Roberto Santos

No voo alto do condor.

Lembremos Maria Neta

Quanto soube conduzir

Época de muito brilho

Fez o Roberto luzir

Com uma equipe fiel

Cuja garra suplantava

As dificuldades existentes

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40

Não importa o que faltava

Tantos outros diretores

Também honraram a casa.

Os alunos do passado

Quanta diferença há

Interesse e respeito

Vontade de estudar

Participavam com gosto

Desse nosso labutar

Hoje em carreiras diversas

Vale a pena ressaltar.

Foram tantos os eventos

O Roberto apresentou

Nestes 35 anos

De muito suor e labor

Desfiles e muitas feiras,

Que a muitos agradou

Hoje falta autonomia

Manter o que conquistou.

Nos últimos quatro anos

Vem sofrendo opressão

Page 41: Revista Literária do Educandário Roberto Figueira Santos - Ano 02

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Arrocho pra todo lado

Causando muita tensão

Ele não desiste nunca

Pois esta é sua missão.

Não percamos a esperança

Unamos as nossas mãos

Pra reerguer nossa escola

Mudar a situação

São muitos anos de história

De luta e construção.

Defendê-la é um dever

Ajamos com gratidão.

Obrigada, Educandário,

Desde o início me acolheu

Como aluna dedicada

Minha ignorância rompeu

Me ensinou a respeitar

E honrar o saber meu

Busco aqui retribuir

Pelo muito que me deu.

Saudemos o Educandário

Page 42: Revista Literária do Educandário Roberto Figueira Santos - Ano 02

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Louvemos sua bandeira

Brindemos a esta escola

Em educação pioneira.

Deixo aqui o meu recado:

Olhem com mais devoção

Roberto Santos tem nome

Reconheça a tradição

Nossa escola merece

Mais respeito e atenção.

Page 43: Revista Literária do Educandário Roberto Figueira Santos - Ano 02

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A MÁQUINA DE LAVAR

O caso é engraçado

De fácil composição

Contado por uma amiga

Colega de profissão

Cujo registro merece

A nova conotação,

Vivida por Valdetina

Lá bem longe do sertão.

Viajou para São Paulo

Em férias com o maridão

Levando na bagagem

Também o filho João

Em visita a parentalha

Essa foi a decisão,

Vivida por Valdetina

Lá bem longe do sertão.

Depois de muito passeio

E grande celebração

De hospedagem gratuita

Na casa de um irmão

Eis a hora de ajudar

Page 44: Revista Literária do Educandário Roberto Figueira Santos - Ano 02

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Surgiu a ocasião,

Vivida por Valdetina

Lá bem longe do sertão.

Antes de ir trabalhar

Assim disse o rapagão

- Um cesto de roupa suja

Escondido no porão,

Você faz a gentileza?

Expôs a situação,

Vivida por Valdetina

Lá bem longe do sertão.

Um pedido como aquele

Não receberia um não

Lavaria com prazer

Alegria e sabão

Ele disse: - Use a máquina!

Causando apreensão,

Vivida por Valdetina

Lá bem longe do sertão.

A máquina estava ali

À espera da ação

A mulher admirada:

Page 45: Revista Literária do Educandário Roberto Figueira Santos - Ano 02

45

- Nunca vi tanto botão!!

- E agora o que eu faço?

Surgiu a indecisão,

Vivida por Valdetina

Lá bem longe do sertão.

Apertou um vermelhinho

Saiu água de montão

Ela colocou a roupa

E também muito sabão

A bermuda do marido,

Sobrava satisfação,

Vivida por Valdetina

Lá bem longe do sertão.

O aparelho girou

Fazendo um barulhão

- Será que ele quebrou?!

Perguntava em aflição

Mas depois veio o silêncio,

Fruto da programação,

Vivida por Valdetina

Lá bem longe do sertão.

Em seguida acelerou

Page 46: Revista Literária do Educandário Roberto Figueira Santos - Ano 02

46

Era a centrifugação

- As roupas estão sumindo!!

Questionava o maridão.

- E minha bermuda nova?!

Veja a consternação,

Vivida por Valdetina

Lá bem longe do sertão.

Terminada a lavagem

Depois de tal confusão

A mulher viu que a roupa

Não tinha sumido não

- Elas estavam secando!

Disse com admiração,

Vivida por Valdetina

Lá bem longe do sertão.

Quando tudo se acalmou

Ela contou ao irmão

Dos apuros que passou

Frente à situação

Muitas risadas marcaram

Aquela agitação,

Vivida por Valdetina

Lá bem longe do sertão.

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47

E eu fico agradecida

Pela boa ocasião

De ouvir mais uma história

Da amiga em questão

Para registrar o fato

Num cordel de gratidão.

16\03\2012

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PALAVRA MÁGICA

“Uma Formiga foi à margem do rio para beber água, e, sendo

arrastada pela forte correnteza, estava prestes a se afogar.

Uma Pomba que estava numa árvore sobre a água, arrancou uma

folha, e a deixou cair na correnteza perto dela. A Formiga subiu na

folha, e flutuou em segurança até a margem.

Pouco tempo depois, um caçador de pássaros, veio por baixo da

árvore, e se preparava para colocar varas com visgo perto da Pomba

que repousava nos galhos alheia ao perigo.

A Formiga, percebendo sua intenção, deu-lhe uma ferroada no pé.

Ele repentinamente deixou cair sua armadilha, e isso deu chance para

que a Pomba voasse para longe a salvo.

“O grato de coração sempre encontrará oportunidades para mostrar

sua gratidão.”

Fábula

A formiga e a Pomba. Esopo.

Os fabulistas eram grandes observadores da natureza humana.

Escreviam com a finalidade de fazer o homem enxergar a si próprio.

Para isso usavam os animais como personagens, a quem atribuía

características e sentimentos tipicamente humanos. A fábula da

Formiga e a Pomba evidencia o sentimento de gratidão.

”Obrigada, meu Deus, por mais um dia!”. Esse é o ritual de toda

manhã assim que acordo. Durante o dia nem sempre retribuo em

ações o meu agradecimento. Isso é fato.

Agradecer deveria ser uma prática constante em nossas vidas. A

gratidão não é apenas um gesto de educação, mas um sentimento de

reconhecimento e validação. Ela gera contentamento em ambas as

partes. Se eu agradeço, eu valorizo o outro. Ser grato é retribuir a

tudo que recebemos. É reconhecer o quanto o próximo é generoso

com as nossas limitações.

Geralmente reclamamos mais e agradecemos menos.

Quem não é grato fecha as portas para novas bênçãos, porém

aquele que agradece atrai para si situações positivas, afinal as

energias salutares geradas por este sentimento retornam à pessoa

em forma de novas realizações. Eis a magia da palavra! Quando a

atitude é de gratidão reduz-se a negatividade, melhora-se o humor e

consequentemente, a saúde e as relações.

Que tal praticarmos? Comecemos a agradecer por estarmos vivos.

Viver a experiência terrena é uma grande oportunidade, e não pode

ser desperdiçada. Sejamos gratos pelo ar que respiramos, pela água,

pelo alimento, tudo tão vital à nossa sobrevivência. Agradeçamos

pelo corpo, mente e espírito. Pela família que nos acolheu, os amigos,

Page 49: Revista Literária do Educandário Roberto Figueira Santos - Ano 02

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os companheiros; todos, que de alguma forma têm contribuído para o

nosso amadurecimento, ainda que, às vezes, essa contribuição seja

amarga. Na intimidade, agradeça o prazer vivenciado, a troca, a

gentileza. Agradeçamos a todos os seres da natureza pelas lições de

sabedoria.

Praticar esse sentimento não nos custa nada. Não faltam motivos

para tal.

Qual foi a última vez que você pensou nisso? Neste momento não

vem à sua mente algo que precisa de agradecimento? Pense. Sinta.

Expresse. Dê um telefonema, envie um email, faça um comentário,

mas não perca a oportunidade de dizer “Obrigado”. Arrependo-me de

todas as vezes que as deixei passar. Hoje procuro estar mais atenta.

Se decidirmos agir com gratidão de forma consciente e sincera

com tudo aquilo que nos cerca, certamente atrairemos situações e

relações que nos trarão mais equilíbrio e realização. A escolha está

em nossas mãos. Gratidão é atitude. Por isso, aproveito esse

momento para agradecer à minha família, aos velhos e novos amigos

carnais e espirituais, aos ex-companheiros. Enfim a tudo e a todos

que povoam meu pensamento agora.

A intenção aqui não é ditar modelo de conduta, mas repensar

valores. Que cada um crie suas próprias ideias através do estudo ou

da experiência.

Obrigada por esta leitura!

Page 50: Revista Literária do Educandário Roberto Figueira Santos - Ano 02

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DIFERENÇAS

Tem gente que usa os pés

Tem gente que precisa de rodas

Tem gente que usa os olhos

Outros só veem quando tocam.

Tem gente que é solidária

Tem gente um tanto mesquinha

Tem gente que é nuvem negra

Outros têm alma limpinha.

Tem gente que usa as mãos

Gente que pinta com os pés

Tem gente que sonha e delira

Outros são cheios de fé.

Somos todos diferentes

Basta sentir para saber

Igualdade não existe

Diversidade se vê.

Ser diferente é normal

O normal é ser diferente

Seja, pois, sem preconceito

E respeite toda gente.

Suzana Durães

03.11.2011

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FARINHAS DO MESMO SACO

Nos últimos meses o cidadão iraquarense vem assistindo a cenas de amor e cortesia

entre pessoas que deveriam se odiar. Bom, pelo menos se odiavam há poucos anos.

Gente que caluniou, feriu, desonrou. Gente que humilhou, enxovalhou reputações e

cuspiu na cara. É a mesma gente que agora se abraça e se elogia. Andam de mãos dadas

e sorri para o povo. E eu cá com meus botões, “sujeito volúvel é o tal político...”.

Há alguma cartilha que ensine esse estranho modo de agir? Por certo, se não há manual,

modelos não faltam para serem copiados. O que temos por aqui são cópias infiéis dos

velhos paradigmas do Planalto Central? Brasília é escola. Bastam lembrar-se das

guerras declaradas entre os ex-presidentes Lula, Collor e Sarney em momentos diversos,

cujas alfinetadas e ofensas renderam muitas matérias jornalísticas. Pouco depois, lá

estava a tríplice aliança. Os melhores amigos do mundo trocando gentilezas. E nada

mudou por lá. Para a manutenção das tais bases aliadas, conchavos continuam sendo

feitos, memória curta em nome das alianças. E nós, brasileiros comuns, indignados,

desinteressados de política e políticos, resumindo tudo numa palavra feia: descaração.

Mas os ‘entendidos’ dizem que isso é apenas a busca por governabilidade. Certamente

discordo. E para as bandas de cá? A mesma safadeza ou serve a explicação governista?

Sinceramente, o que querem os políticos na capital do país, na Chapada Diamantina ou

qualquer outro canto dessa nação se resume numa coisa só: apropriar-se da máquina

pública. O que importa é deter e manter-se no poder. Para tal se ama e se odeia; se cospe

e se beija; se morre e se mata.

Mas, e a tal fidelidade? Levanto essa questão porque ainda há quem a cobre. Vejam a

incoerência! Infiéis mercenários consideram-se no direito de exigi-la de seus

compatriotas. Já estão à cata de antigos votos na vã esperança de que o eleitor

permaneça o mesmo. Fiéis eleitores... Isso ainda existe? Façam-me o favor! Quem não

servia no passado, hoje já serve? Tantos defeitos apontados se transformaram em

virtudes. Milagres? O mundo gira, funcionários do povo! O público de hoje não é mais

o dantes. Muitos já roeram- a duras penas - a corda de seus pescoços. Já queimaram os

cabrestos. O povo lê pouco, mas lê; assiste TV, se informa, conhece mais os seus

direitos. Não o trate como imbecil. Não sejam também. Atos dizem mais que mil

palavras e o cidadão está atento aos fatos. Convencer o eleitor de que jiló agora é doce

fica difícil.

Em Brasília, Salvador ou Iraquara todos veem quem reza a cartilha das manobras

governistas. Quem atende aos interesses da população. Se é que alguém atende. Vejam

o que fizeram os deputados baianos com as conquistas de tantos anos dos professores de

nível médio. Sabe-se lá o que acontecerá com os outros. Já pus minha orelha de molho...

Seja no Planalto Central ou nessas brenhas de meu Deus, o interesse político-partidário

é o mesmo: dinheiro. Seja em forma de empregos, verbas, fundações, licenças,

licitações lucrativas, ONGs., etc., etc. – tudo que puder arrancar da máquina pública.

Aliado ou oposição, lados da mesma moeda. Basta o sabor de ventos interesseiros para

que se alterem as posições.

Moral da história: Farinhas do mesmo sac

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WALDENIR NOVAES DA SILVA

Nasceu em Riacho do Mel, Município de Iraquara - BA, em 17 de Abril

de 1972. De uma família de lavradores, estudou no Educandário

Roberto Santos, Iraporanga – Iraquara – BA.

Foi para São Paulo tentar melhores recursos de vida, onde decidiu

ingressar em uma faculdade, em 2003 formou-se em Pedagogia pela

Universidade de Santo Amaro (UNISA), seis meses depois regressou

para sua cidade natal com o objetivo de seguir carreira como

professora, iniciando como professora no Educandário Roberto

Santos, no povoado de Iraporanga na cidade de Iraquara.

Em 2005 nascem os seus filhos gêmeos Ramiro e Radija.

Em 2010 formou-se no curso de pós-graduação em Psicopedagogia

pela Faculdade de Salvador.

Em 2012 ingressa na universidade para o Curso de Letras

LEMBRANÇAS

Lembro-me muito bem quando o meu pai ficou doente, eu era

ainda uma criança de apenas dez anos de idade. Recordo como se

fosse hoje, a minha mãe cuidava com dedicação e carinho levando-o

no hospital aqui mesmo em nossa região, o médico pediu para que a

família o levasse para fazer o tratamento em São Paulo, lá moravam

os meus irmãos mais velhos e resolveram vir buscá-lo acreditando

que haveria solução para aquele problema, más, infelizmente foi

diagnosticado que o meu pai estava com câncer de garganta, pois o

ele fumava muito, todos acreditavam que haveria cura para aquela

doença tão cruel e traiçoeira, não teve jeito a doença já estava em

processo avançado, três meses depois o meu pai veio a falecer.

A partir daí comecei a perguntar, o que é a vida? O que é viver e

morrer? Por que existe a morte?

Minha mãe continuou com os trabalhos na roça, porque naquela

época não tinha os benefícios do governo que temos hoje, o meu

irmão mais novo não deixou que tudo se acabasse, enfrentou com

muita garra os trabalhos pesado da lavoura. Eu e minha irmã caçula

precisávamos estudar, então a minha mãe ia para roça depois que

nós chegássemos da escola, com toda dificuldade não deixou que

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ficássemos sem escola porque esse era o seu lema “educação é o

alicerce da vida, sem estudo não somos nada”.

Anos depois o meu irmão que ajudava na roça precisou ir para

São Paulo trabalhar e a minha mãe já não trabalhava mais com tanto

afinco na lavoura, foi quando minha irmã e eu ingressamos na escola

Educandário Roberto Santos para estudar na 5ª série, pois no nosso

povoado só estudava até a 4ª série do fundamenta I, lembro-me como

se fosse hoje, tinha o carro para transportar os estudantes, mas tinha

dias na semana que precisávamos ir andando até Iraporanga, hoje

não existe mais isso, os alunos têm o ônibus à disposição e mesmo

assim não tem mais aquele interesse pelos estudos. Muitos entram no

ônibus para ir à escola e do nada resolvem descer, outros dizem que

vão para escola, mas não entram na mesma, para cumprir o dever de

aluno. Que saudade do meu tempo de estudante na Escola Roberto

Santos, onde tínhamos a fome por aprender e sede de vencer.

Estudei junto com a minha irmã até o 1º ano do ensino médio,

minha família resolveu nos levar para São Paulo juntamente com a

nossa mãe, lá continuamos os estudos, nossa mãe sofria de coração

e estava fazendo tratamento, já no ano da nossa formatura mais uma

decepção em nossas vidas, a morte outra vez nos pregou uma “peça”,

perdemos a nossa mãe. Fiquei um tempo sem estudar, dediquei

apenas ao trabalho. Em um belo dia pensei:

- Por que viver em São Paulo sem nenhuma expectativa de vida? Por

que não voltar para a minha terra?

Só que para voltar para a minha terra eu precisava me preparar.

Com o apoio de toda a família, resolvi ingressar na universidade para

fazer graduação em Pedagogia, terminando a graduação resolvi voltar

para a minha terra natal, os meus sobrinhos e amigos acharam que eu

estivesse perdendo o juízo, pois para eles aqui na Bahia não haveria

meios de vida melhor do que em São Paulo, más nada me fez desistir

do meu objetivo.

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FAMÍLIA e TRABALHO

Chegando, em Riacho do mel descobri o verdadeiro amor,

momentos bons e difíceis em minha vida, pois não foi aceito pela

minha família, sofremos com o preconceito e racismo, as pessoas

decidiram que eu não deveria viver esse amor, que momentos tristes

pelo qual passei! E mais uma vez ergui a cabeça e disse. Eu não vou

desistir de ser feliz, mergulhei de “cabeça” nesse amor. Decidi viver o

momento bom que a vida estava me proporcionando, que é amar,

amar sem pedir nada em troca, o amor não tem cor nem idade e o

fruto desse amor não poderia ser melhor, Deus preparou um grande

presente, os meus filhos gêmeos.

Quando os meus filhos estavam com dois anos de idade, fui à

procura de emprego, muitas portas se fecharam para mim, más eu

não desisti e continuei a bater, até que uma das portas se abriu, a

Secretaria de Educação de Iraquara me deu a oportunidade de

trabalhar como educadora na Escola Roberto Santos, o destino

proporcionou-me mais essa alegria, naquele momento só consegui

dizer um muito obrigado meu Deus por ter me concedido a honra de

começar a minha carreira de educadora na Escola Roberto Santos.

Obrigada Iraquara! Obrigada Iraporanga. Obrigada a todas as

pessoas que direto ou indiretamente não me deixaram desistir de

lutar. Obrigada família do Roberto Santos e Odilon Torres por me

receberem de braços abertos sempre. Obrigada, meu Deus, pela

família que tenho. Obrigada, meu Deus, por mais um ano de trabalho.

Obrigada meu Deus pela vida.

Waldenir Novaes

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INFÂNCIA

Oh! Que saudade que tenho

Do meu tempo de infância

O meu pai trabalhando na roça

Com minha mãe ao seu lado.

Eu e minha irmã brincando

Pois não tínhamos com quem ficar

Saiamos da escola mais cedo

Para a minha mãe acompanhar.

Naquela época não tinha

Luz elétrica, televisão

Mas fazia lição de casa

À luz do candeeiro.

Oh! Que saudade que tenho

Da minha infância querida

Embaixo de um pé de manga

Para as provas estudava.

Na luz do candeeiro

O meu cabelo sapecava

Mas eu não estava nem aí

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Eu queria mesmo era estudar.

Hoje nossos filhos têm tudo

E não encontram tempo para estudar

Com tanto luxo e desinteresse

Aonde nós vamos parar.

Waldenir Novaes

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MENSAGEM

Escrever o que pensamos e o que sentimos nos liberta, nos conforta e

nos atrela àqueles que nos leem.

Que a edição desta Revista Literária seja o primeiro passo para que

tantos outros estudantes que apreciam não só a leitura, mas também

a escrita, desenvolvam cada vez mais o seu potencial criativo e que

sejam reconhecidos.

O nosso objetivo é dar visibilidade a esses escritores anônimos do

Educandário Roberto Santos.

Agradecemos a todos e todas que colaboraram para que este trabalho

acontecesse.

Parabéns aos escritores e escritoras PRATA DA CASA presentes

nesta 2ª edição.

Organização: Suzana Durães Viana.

Iraporanga

2012

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