Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

76
Distribuição gratuita Ano 5 - Edição nº 32 - Outubro de 2010 Especial Fisp 2010 Acesse o portal: Publicação

description

O mercado de equipamentos de proteção individuais e coletivos (EPIs e EPCs) fechou 2008 movimentando cerca de US$ 1 bilhão, com um crescimento em torno de 10% em relação a 2007. Consciente da importância do tema e do mercado em que está inserido, Mercado Empresarial dedica esta edição ao assunto, abordando questões que vão de legislação a economia do setor, tecnologia, gestão e comportamento.

Transcript of Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

Page 1: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

Dis

tribu

ição

gra

tuita

Ano 5 - Edição nº 32 - Outubro de 2010

Especial Fisp 2010

Acesse o portal:

Publicação

Page 2: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010
Page 3: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

expedienteCoordenação: Mariza SimãoRedatora: Sonnia Mateu - MTb 10362-SPcontato: [email protected] nesta edição: João LopesDiagramação: Lisia Lemes e Vladimir A. RamosArte: Ivanice Bovolenta, Cesar Souza, José Francisco dos Santos, José Luiz Moreira, Edmilson Mandiar, Gustavo Monreal.Distribuição: XVIII Feira Internacional de Segurança e ProteçãoImpressão: RR Donnelley

Matriz:São Paulo - Rua Martins Fontes, 230 - Centro CEP 01050-907 - Tel.: (11) 3124-6200 - Fax: (11) 3124-6273Filiais:Araçatuba - Rua Floriano Peixoto, 120 1º and. - s/ 14 - Centro - CEP 16010-220 - Tel.: (18) 3622-1569 Fax: (18) 3622-1309Bauru - Centro Empresarial das Américas Av. Nações Unidas, 17-17 - s 1008/1009 - Vila Yara - CEP 17013-905 - Tel.: (14) 3226-4098 / 3226-4068 Fax: (14) 3226-4046Osasco - R. Natanael Tito Salmon, 365 - 2º and. sls 1 e 2 - Cep.: 06016-075 - Tels.: (11) 3682-2865 / 3683-7868Piracicaba: Sisal Center: Rua 13 de Maio, 768, sl 53 - 5ª andar - Cep.: 13400-300 - Tel.: (19) 3432-1524 - Fax.: (19) 3432-1434Presidente Prudente - Av. Cel. José Soares Marcondes, 871 - 8º and. - sl 81 - Centro - CEP 19010-000 Tel.: (18) 3222-8444 - Fax: (18) 3223-3690Ribeirão Preto - Rua Álvares Cabral, 576 -9º and. cj 92 - Centro - CEP 14010-080 - Tel.: (16) 3636-4628 Fax: (16) 3625-9895Santos - Rua Leonardo Roitman, 27 - 4º and. cj 48 - Santos - SP - CEP.: 11015-550Tel.: (13) 3224-9326 / 3232-4763São José do Rio Preto - Rua XV de Novembro, 3057 - 3º and. - cj 301 - CEP 15015-110 Tel.: (17) 3234-3599 - Fax: (17) 3233-7419

O editor não se responsabiliza pelas opiniões expressas pelos entrevistados.

Mercado Empresarial

SEtOr dE SEgurAnçA nO trAbAlhO buScA dESEnvOlviMEntO

s dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre aciden-tes ocupacionais são alarmantes. Anualmente, cerca de 330 milhões de trabalhadores são vítimas de acidentes de trabalho em todo o mundo.

Além disso, constata-se anualmente cerca de 160 milhões de novos casos de doenças ocupacionais. Nos casos fatais, mais de 2 milhões de mortes são relacionadas ao trabalho: 1.574.000 por doenças, 355.000 por acidentes e 158.000 por acidentes de trajeto.

No Brasil, a região Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Mi-nas Gerais), responsável por mais da metade da produção econômica brasileira e com o maior número de trabalhadores inseridos no mercado profissional, também ganha em matéria de registros de acidentes de trabalho: 55% do total computado em todo o País. Em relação a óbitos, Mato Grosso foi o Estado que obteve a maior taxa de acidentes fatais por trabalhador.

Profissionais da área de prevenção queixam-se de que o governo brasileiro não investe na segurança do trabalho, tanto no que diz respeito à legislação e fiscalização, quanto às questões de prevenção e conscientização. Realmente, o País investe relativamente pouco em prevenção de acidentes e doenças do trabalho: por ano, não mais que R$ 15 bilhões, incluindo CIPAs, treinamento, EPIs, EPCs, profissionais da prevenção, como engenheiros e técnicos de segurança do trabalho, médicos e enfermeiros ocupacionais, higienistas, entre outras atividades. Mas, por outro lado, gasta muito: por insuficiência de in-vestimento e por falta de prevenção, o país perde cerca de R$ 50 bilhões com acidentes de trabalho, o que equivale a 1,8% do PIB. Entretanto, um passo importante está sendo dado com a possibilidade da aprovação, nos próximos meses, da nova proposta para a Norma Regulamentadora nº 109:000.00-001 (ABNT/CEE – 109), que se baseia-se na OHSAS 18000 e nos princípios da OIT de sistema de gestão, criando um regulamento próprio para as empresas brasileiras. Em paralelo, outras medidas fiscalizadoras estão sendo tomadas.

O mercado de equipamentos de proteção individuais e coletivos (EPIs e EPCs) fechou 2008 movimentando cerca de US$ 1 bilhão, com um cres-cimento em torno de 10% em relação a 2007. E após um recrudescimento no inicio de 2009, em 2010 o setor voltou aos valores atingidos em 2008. As expectativas para 2011 são de que o setor continue se ampliando a um ritmo maior que a variação do PIB brasileiro. Consciente da importância do tema e do mercado em que está inserido, Mercado Empresarial dedica esta edição ao assunto, abordando questões que vão de legislação a economia do setor, tecnologia, gestão e comportamento.

Boa leitura!

O

editorial 3mercado empresarialmercado empresarial

Page 4: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

sumário

Segurança no trabalho

Panorama do setor

trabalho

Saúde

comportamento

inovação

Qualidade

Meio AmbienteOpinião

Evento

destaque

Economia

Segurança e proteção no traba-lho e o aumento da consciência

Brasved: Soluções sob medida em retentores e anéis

Doenças e acidentes de traba-lho crescem no Brasil

Câncer relacionado ao trabalho é pauta prioritária do governo

Doenças ocupacionais respira-tórias: um grave problema de saúde pública

Depressão será segunda doença mais grave em 2020

A intuição como parte ativa no processo da inovação

Fórmula poderá prever engarra-famentos

Grupo BT: qualidade, rapidez e credibilidade em equipamentos de segurança

dicas de leitura vitrine

Automóveis e pedestres geram energia ao passar

Pesquisa sugere coleta de ener-gia do ar úmido

Computadores provocam acidentes do trabalho?

Real ganha espaço e vira alvo do mercado financeiro

Comércio mundial de mercadorias cresce 25% no primeiro semestre

Indústrias se preparam para um Natal forte

06

14

gestão

cases & cases

Novo código de ética médica traz maior segurança

Internet dos carros promete fim da irritação no trânsito

Projeto reduz vibrações e ruí-dos em aeronaves

22

2426

29

303 1

44

46

54

56

60

62 64

5052

18

19

2 120

Legislação está mudan-do, mas os números de acidentes continuam alarmantes

Fascículo Meio Ambiente - Vol. 6 BiodiversidadeNesta edição:

4

Page 5: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010
Page 6: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

panorama do setor

SEGURANÇA NO TRABALHO

odos os anos, cerca de 330 milhões de trabalhadores são vítimas de acidentes de trabalho em todo o mundo. Além disso,

constata-se anualmente cerca de 160 milhões de novos casos de doenças ocupacionais. Nos casos fatais, mais de 2 milhões de mortes são relacionadas ao trabalho: 1.574.000 por doenças, 355.000 por acidentes e 158.000 por acidentes de trajeto.

Os dados são da Organização Internacional do Trabalho (OIT), contidos no Anuário Estatístico do Trabalho ((Yearbook of Labor Statistics) e ob-tidos através de relatórios enviados periodicamente por grande parte dos países.

Infelizmente, esse não é o caso do Brasil, que só informa a OIT sobre emprego e desemprego, remuneração e carga horária de trabalho, entre outros pontos. Registros de acidentalidade, entre-tanto, não são mais fornecidos desde o ano 2000. Para a comunidade prevencionista, essa atitude demonstra descaso com as questões de saúde e segurança do trabalho (SST). >>

T

legislação está mudando, mas os números de acidentes continuam alarmantes

6

Page 7: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

panorama do setor

“O Governo brasileiro não investe em prevenção de acidentes”, afirma Raul Casa-nova Jr., diretor executivo da ANIMASEG (Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho). Se compararmos nossos dados de 30 anos atrás, quando atingíamos números alarmantes de 1.500.000 acidentes por ano, é claro que vere-mos algum avanço. Avanço esse, que acredito, deveu-se a um trabalho iniciado em 1978, com o então Ministro Arnaldo Prieto, que criou as Normas Regulamentadoras da CLT, profissio-nalizando o setor. Obviamente isto nos levou a uma conscientização maior e à diminuição dos acidentes. Mas ainda estamos muito longe do desejável e acreditamos que novos avanços somente ocorrerão se o Governo colocar novamente em sua pauta a prevenção de acidentes e investir recursos e esforços nesse sentido”, enfatiza o especialista.

Para Raul Casanova Jr., o principal problema do setor “é realmente a falta de políticas públi-cas, o que temos é uma legislação que apesar de adequada é seguida apenas pelas médias e grandes empresas, pois são as de fiscalização preferencial”.

Quanto ao peso que o nível de emprego com carteira assinada teria no sentido de me-lhorar a regulação e a fiscalização do setor, o especialista diz que “carteira assinada coloca os trabalhadores dentro das estatísticas, mas por si só não representa melhorias, pois os profis-sionais de segurança somente são obrigatórios em empresas com mais de 50 trabalhadores e notamos que são nestas empresas que as medi-das de prevenção são aplicadas. Apenas registrar um trabalhador e não oferecer a proteção aos riscos a que ele esta sujeito não evitará aciden-tes”, ressalta.

Fazendo um breve retrato do setor brasileiro de SST como um todo, Raul é enfático: “em-presas dinâmicas, mercado crescente, legislação exigente, falta de políticas de governo para a diminuição de acidentes, falta da abrangência universal da prevenção, falta de especialização da fiscalização”.

no brasilOs dados do setor pesquisados oficialmente

no Brasil são de 2008. Naquele ano houve um aumento de 13,4% dos agravos em relação a 2007. O salto foi de 659.523 para 747.663 casos de acidentes e doenças do trabalho - segundo o Ministério da Previdência Social, por meio de seu Anuário Estatístico da Previdência Social 2008 (AEPS 2008), publicado em outubro pas-

sado. Em compensação, o número de mortes relacionadas ao trabalho diminuiu em 3,2% de 2007 para 2008. Enquanto que no ano de 2007 foram registrados 2.845 óbitos, o último ano contabilizou 2.757 acidentes fatais entre os trabalhadores.

Há quem acredite que esses números não espelham a realidade. Argumentam que a nova metodologia da Previdência Social que correla-ciona as causas de afastamento ao setor de ativi-dade do trabalhador segurado, independente da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) feita pelo empregador, é o fator de maior peso na elevação dos acidentes de trabalho. Apesar de muitas críticas, o Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP), está fazendo com que muitos agravos saiam da invisibilidade e sejam incorporados à realidade ocupacional brasileira.

Segundo a revista Proteção, especializada no segmento, o primeiro resultado oficial da implementação do NTEP na identificação de acidentes e doenças do trabalho que antes eram registrados como não-acidentários saiu no AEPS atual. Isso porque na edição 2007, a Previdência só contabilizou os registros da nova sistemática de concessão de benefícios acidentários a partir de abril, mês em que o NTEP foi adotado. Ou seja, não havia, até então, uma estatística completa (de janeiro a dezembro) das notificações sem CAT regis-trada. Esse hiato de três meses pode explicar o aumento de 43,4% no número de notifica-ções sem CAT registrada de 2007 (141.108) para 2008 (202.395). Ao todo, os registros do NTEP representam 27,1% do total de agravos brasileiros em 2008.

Para o coordenador de Estatística, Demo-grafia e Atuária do Ministério da Previdência,

“O Governo brasilei-ro não investe em prevenção de aci-dentes”

Raul Casanova Jr., diretor executivo da ANIMASEG (Associação Nacional da Indústria de Material de

Segurança e Proteção ao Trabalho

Acidentes de TrabalhoQuantidade de ocorrências no país

Fonte: INSS

7mercado empresarialmercado empresarial

Page 8: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

Eduardo da Silva Pereira, a introdução do NTEP também repercutiu nos encargos do INSS com os auxílios-benefícios. “A nova sistemática fez aparecer os aciden-tes de trabalho que estavam escondidos

dentro do auxílio-previdenciário. Ou seja, o que antes entrava como Auxílio-Previdenciário, agora é visto como Auxílio-Doença Acidentário”, afirma Eduardo. De 2006 (pré-NTEP) para 2008

(pós-NTEP) houve um aumento de 152,7% no número de concessões acidentárias. Até agosto desse ano, o INSS já havia concedido 233.476 auxílios-doença acidentários, número esse que pode chegar à marca dos 381.293 benefícios (estimativa do Anuário Brasileiro de Proteção, baseada nos dados de janeiro a agosto de 2009, projetados até dezembro). Isso representaria um aumento de 7% no número de concessões acidentárias de 2008 para 2009.

No que se refere às despesas do governo com essas concessões, a mudança também é significativa. De 2007 para 2008, houve um aumento de 14,1% nos custos do INSS com as concessões de auxílio-doença e de 23,1% nas de auxílio-acidente.

Sobre a Inspeção em Segurança do Traba-lho, somente em 2008, entre janeiro e agosto, a Fiscalização realizou 101.886 ações fiscais, o que contemplou um universo de 13.253.462 tra-balhadores. Esse número, por si só, representa

um aumento de 85,3% no percentual de ações fiscais de 2008 para 2009.

números alarmantesResponsável por mais da metade da produ-

ção econômica brasileira, a região Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais) tem o maior número de trabalhadores inseridos no mercado profissional. Mais de 20 mil pessoas estavam devidamente empregadas em 2008, segundo dados da RAIS ((Relação Anual de Informações Sociais), sendo que deles, 57,45% (11.713.163) se encontravam no mer-cado de trabalho de São Paulo, principal centro industrial do país. A região também ganha em matéria de registros de acidentes de trabalho: 55% do total computado em todo o País.

Somente São Paulo notificou 263.613 novos casos em 2008, o que representa 35,2% dos agravos do Brasil (747.663). Nos últimos 19 anos, Santa Catarina contabilizou uma média de 2.661 acidentes para cada 100 mil trabalhadores, ficando na frente de São Paulo, com 2.535. Já em relação aos óbitos, o Espírito Santo é o es-tado da região Sudeste com o maior índice de mortalidade relacionada ao trabalho. A cada 10 mil acidentes, 151 trabalhadores perdem suas vidas. No Rio de Janeiro esse índice é um pouco menor: 101 mortes para cada 10 mil acidentes. Conforme os dados apresentados no AEPS 2008, o Mato Grosso foi o Estado que obteve a maior taxa de acidentes fatais por trabalhador.

panorama do setor

A maioria dos aci-dentes de trabalho tem ocorrido dentro da indústria da trans-formação, principal-

mente com funcioná-rios terceirizados

8

Page 9: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

A cada 100 mil trabalhadores, 21 morreram. A maioria dos acidentes de trabalho tem

ocorrido dentro da indústria da transformação, principalmente com funcionários terceirizados. Em seguida, vêm a construção civil, o transpor-te (especialmente, o segmento de motoboys), a produção de café e de cana-de-açúcar.

Os custos dos acidentes

Segundo dados divulgados pela ANIMA-SEG, o Brasil investe por ano em prevenção de acidentes e doenças do trabalho não mais que R$ 15 bilhões (incluindo CIPAs, treinamento, EPIs, EPCs, profissionais da prevenção, como Engenheiros e Técnicos de Segurança do Tra-balho, Médicos e Enfermeiros Ocupacionais, Higienistas, etc).

Por insuficiência de investimento e por falta de prevenção, o Brasil perde por ano, segundo o Ministério da Previdência Social, cerca de R$ 50 bilhões com acidentes de trabalho, o que equi-vale a 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de bens e serviços produzidos no país.

Os setores com mais ações são construção civil, indústria calçadista, de energia elétrica, agroindústria, metalurgia, mineração e indústria moveleira.

As empresas que têm registros frequentes de acidentes de trabalho por não oferecerem condições e equipamentos de segurança aos empregados estão na mira da Previdência So-cial. A Procuradoria Geral Federal já ajuizou 398

ações regressivas para cobrar dessas empresas o ressarcimento ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) do pagamento de indenizações e pensões por morte, aposentadorias por invali-dez e benefícios por acidentes de trabalho. O montante corresponde a 37% das ações desse tipo que foram ajuizadas desde 1991 e que somam mais de mil.

legislaçãoUm passo importante está sendo dado no

Brasil em relação à gestão da Saúde e Segurança no Trabalho. Trata-se do 2º Projeto de Norma Brasileira nº 109:000.00-001 de Sistema Gestão em Saúde e Segurança no Trabalho (ABNT/CEE – 109), que esteve sob consulta de em-presas e as entidades representativas até 13 de agosto último. Esta nova proposta de norma baseia-se na OHSAS 18000 e os princípios da OIT de sistema de gestão, criando um regula-mento próprio para as empresas brasileiras.

A CTPP (Comissão Tripartite Partidária Permanente), ligada ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), chegou a enviar, em março deste ano, um ofício para a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com posicionamento contrário a continuidade das discussões, pedindo a suspensão temporária do processo de construção da norma, enquan-to o assunto não for tratado em seu âmbito, evitando assim, divergências entre a norma ABNT e a nova Norma Regulamentadora que será instituída pelo MTE. A ABNT respondeu ao ofício, explicando que as normas brasileiras são desenvolvidas de forma voluntária por especialistas da área estudada, levando em conta padrões internacionais de normalização.

A ABNT afirmou ainda à CTPP que na oportunidade da primeira consulta pública o pro-jeto foi visualizado 2421 vezes e o resultado foram as seguintes recomendações: aprovar sem restrição: 132 votos; aprovar com observação de forma: 78 votos;e não aprovar com objeções técnicas: 41 votos.

FAP pode reduzir número de acidentes

O diretor do Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional, Remigio Todeschini, enfatiza a atuação do Ministério da Previdência Social na definição de ações e políticas preventivas de acidentes e doenças

panorama do setor

O Brasil investe por ano em prevenção de acidentes e doenças do trabalho não mais

que R$ 15 bilhões

9mercado empresarialmercado empresarial

Page 10: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

panorama do setor

do trabalho. Além do NTEP, ele cita como exemplo dessas iniciativas a aprovação em maio deste ano do Fator Acidentário de Prevenção (FAP), pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS).

A nova metodologia, que começou a ser aplicada em janeiro de 2010, irá conceder redução da taxa do Seguro Acidente para as empresas que registrarem queda no índice de acidentalidade e doenças ocupacionais. Por sua vez, as que apresentarem maior número de acidentes e ocorrências mais graves terão aumento no valor da contribuição.

“O fator acidentário será fundamental para avançarmos na cultura da prevenção e na diminuição dos acidentes de trabalho, já que as empresas serão estimuladas a investir em saúde e segurança em seus ambientes laborais”, destaca Todeschini.

Ele também acentua a importância da Comissão Tripartite de Saúde e Segurança do Trabalho – composta por representantes do go-verno, dos trabalhadores e empresários, que já escolheu os setores do transporte rodoviário de carga e da indústria da construção para, em um primeiro momento, ser alvo do trabalho de pre-venção de acidentes e doenças do trabalho.

Segundo a Classificação Nacional de Ativi-dade Econômica (CNAE), os três setores que

registraram maior número de acidentes em 2008 foram os de atendimento hos-pitalar (5,70%), administração pública (2,78%) e a fabricação de açúcar em bruto (2,78%). Essas três atividades foram responsáveis por 11,26% do total de acidentes registrados no ano.

inSS quer recuperar gastosNão são só as mudanças na legislação

do Seguro Acidente do Trabalho (SAT) que estão deixando as empresas apre-

ensivas. Além de terem que arcar com um aumento no valor da con-tribuição em 2010, elas correm o risco de responder na Justiça por ocorrências com os trabalhadores

(conforme citamos anteriormente). O Instituto Nacional do Seguro Social

(INSS) colocou um time de 140 procuradores federais em campo só para investigar acidentes e ajuizar ações regressivas para buscar o que foi pago aos segurados. Um total de 1.085 proces-sos está em tramitação. Causas que somam R$ 83,7 milhões.

A nova política de cobrança foi implantada pela Procuradoria-Geral Federal (PGF) - órgão

subordinado à Advocacia-Geral da União - em meados do ano passado. Até então, havia apenas iniciativas isoladas em algumas procuradorias locais. Os processos envolvem pensões por morte, invalidez e auxílio-doença - benefícios que absorverão este ano R$ 12 bilhões dos cofres da Previdência Social. São ajuizados quando há indícios de negligência por parte do empregador.

“Há um procedimento investigatório prévio. Se comprovada a culpa da empresa pelo aciden-te de trabalho, entramos com a ação regressiva”, diz o coordenador-geral de Cobrança e Recupe-ração de Créditos da PGF, Albert Caravaca.

Já foram proferidas 84 sentenças. Deste total, só 12 são desfavoráveis ao INSS. Em 72 casos, os processos foram julgados procedentes (66 ou 78,5% do total) ou parcialmente pro-cedentes (6 ou 7,1% do total). E muitos deles foram mantidos ou revertidos em segunda instância, segundo Caravaca.

As ações regressivas ajuizadas pela PGF estão fundamentadas no artigo 120 da Lei nº 8.213, de 1991, que dispõe sobre os planos de benefícios da Previdência Social. De acordo com o dispositivo, nos casos de negligência quanto às normas de segurança e higiene do trabalho, a Previdência Social deve propor ações regressivas contra os responsáveis. “As ações

O INSS colocou um time de 140 procu-radores federais em

campo só para inves-tigar acidentes e ajui-zar ações regressivas para buscar o que foi pago aos segurados

10

Page 11: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

panorama do setor

são uma forma de mostrar às empresas que é mais fácil investir na prevenção de acidentes”, afirma o procurador federal Albert Caravaca.

Nas defesas apresentadas, as empresas argumentam que é ilegal exigir um direito de regresso contra quem já paga um seguro - o SAT, criado para cobrir as despesas da Previdência Social com benefícios. “É um absurdo. Se as empresas tiverem que finan-ciar os benefícios, é mais fácil acabar com o SAT”, diz o advogado Rodrigo Arruda Campos, sócio da área previdenciária do escritório Demarest & Almeida, que defende dez clientes em ações regressivas ajuizadas pelo INSS. “Quando seu carro está segurado, a companhia seguradora não pode cobrar o conserto dele em caso de acidente. A menos que prove que houve dolo.”

Embora não tenha ainda atuado em nenhum caso, o advogado Marcelo Gômara, do escritó-rio TozziniFreire Advogados, tem alertado seus clientes dos riscos com a nova política adotada pelo INSS.

“Tudo indica que virá uma enxurrada de ações”, diz. Para ele, o SAT ganha cada vez mais o contorno de um seguro privado. Este ano, o governo reenquadrou as 1.301 ativida-des econômicas nas alíquotas do SAT - que variam entre 1% e 3% e levam em consideração

estatísticas de acidentes de trabalho, gravidade dos acidentes e custos para a Previdência - e criou o Fator Aciden-tário de Prevenção (FAP).

O mecanismo foi adotado para aumentar ou reduzir as alíquotas do SAT , com base nos índices de cada empresa. O FAP varia de 0,5 a dois pontos percentuais, o que significa que a alíquota de contribuição pode ser reduzida à metade ou dobrar. “É um autêntico seguro. É ilegal cobrar pela cobertura do acidente. É mais uma medida para tentar tampar o buraco da Previdência”, afirma Gômara.

O mercado de EPis e EPcs Os EPIse EPCs, equipamentos de proteção

individuais e coletivos, começaram a ser utiliza-dos no Brasil entre os anos 40 e 50, e, na época, a maior parte era importada da Europa. Além das dificuldades com a importação, era neces-sária uma grande adaptação dos equipamentos ao trabalhador nacional. Posteriormente, com o fato de multinacionais instalarem unidades no país, trazendo conhecimento, tecnologia, metodologias e o hábito e a exigência do uso dos equipamentos, esse mercado foi se expan-dindo internamente.

De acordo com o consultor empresarial Milton Dallari, a globalização contribuiu de forma definitiva para a evolução dos EPIs. “Os fabricantes buscaram novas parcerias e, ao associarem-se com empresas estrangeiras e in-corporarem novas tecnologias, o segmento evo-luiu em qualidade e diversificação”, analisa.

O consultor ressalta também a sintonia que existe atualmente entre os setores de segurança ocupacional e de ecologia, o que está levando os fabricantes a produzirem equipamentos que preservem o meio ambiente.

Calçados de segurança, equipamentos contra quedas, proteção auditiva, capacetes de segurança, cremes protetores, luvas de segurança, proteção respiratória, vestimentas de segurança, proteção de face e olhos, entre outros produtos, fazem parte do universo dos equipamentos de proteção. Trata-se de um setor que fechou 2008 movimentando cerca de US$ 1 bilhão, com um crescimento em torno de 10% em relação a 2007.

Segundo Raul Casanova Jr., diretor execu-tivo da ANIMASEG (Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho), “após um recrudescimento no

Os EPIse EPCs, equipa-mentos de proteção

individuais e coletivos, começaram a ser uti-lizados no Brasil entre

os anos 40 e 50

11mercado empresarialmercado empresarial

Page 12: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

inicio de 2009, em 2010 o mercado de EPIs e EPCs voltou aos valores atingidos em 2008. As expectativas para 2011 são de que o setor continue se ampliando a um ritmo maior que a variação do PIB brasileiro”.

Avanços tecnológicos nos produtos e servi-ços de segurança e proteção foram fundamen-tais. “Com a abertura de mercados da década de 90 as empresas brasileiras tiveram que competir com empresas provenientes de todo o mundo. Isto fez com que estas, ou perecessem ou se adequassem. Hoje, nossas empresas podem competir a nível mundial em, praticamente, todos os EPIs”, complementa o diretor da ANIMASEG.

Cálculos de dimensionamento do poten-cial do mercado para produtos de segurança (no estimado de usuários x consumo médio estimado x preço médio) devem considerar variáveis de alta ponderação, como a duração média dos equipamentos, o preço médio, o número de trabalhadores nos segmentos de usuários potenciais de EPIs. Na realidade, não há quase dados disponíveis sobre a re-ceita total gerada pelas empresas de EPIs e a discrepância das estimativas encontradas é grande e é um bom indicador das dificuldades de obtenção de informações sobre o setor. Nesse contexto, alguns consideram modestas as estimativas de que o setor de segurança no trabalho movimenta, no Brasil, em torno de U$ 1 bilhão anual.

Independentemente da divergência nos va-lores estimados, parece evidente a importância para as empresas que se situam nesse mercado

A Região Sul tem o melhor Índice de Valores Humanos (IVH) de Trabalho do país, com 0,84. O indicador mede a relação entre as vivências de prazer e as vivências de sofrimento da população no ambiente de tra-balho. No Brasil, o IVH-Trabalho é de 0,79. Os dados foram coletados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e integram o terceiro caderno do Rela-tório de Desenvolvimento Humano Brasileiro 2009/2010, divulgado em agosto último.

O Índice de Valores Humanos, que é inédito, varia de 0 a 1, sendo maior o valor mais próximo de 1. O cálculo é baseado em entrevistas feitas pelo Instituto Paulo Montenegro, ligado ao Ibope, com mais de 2 mil pessoas. A pesquisa foi feita de forma

Sul tem melhor índice dE vAlOrES huMAnOS nO trAbAlhO

panorama do setor

de investir em estratégias, ações e recursos que contribuam de forma efetiva para aproximar a demanda atual (traduzida nas vendas totais do setor) e o potencial previsto de mercado (em boa parte ainda não explorado), que pode tornar-se mais atrativo, considerando-se as possibilidades de exportação de produtos com desempenho e design adequados às especificidades de mercados particulares no exterior.

Proteção com confortoApesar da evolução dos equipamentos de

proteção, ainda há muita resistência ao uso. Para o engenheiro de segurança Sergio Peres, a conscientização da necessidade do uso é fundamental. Entretanto, para transpor a bar-reira da resistência, o ideal é garantir proteção proporcionando conforto. “O desafio é buscar equipamentos que, além de proteger, sejam con-fortáveis de se usar. “Estamos evoluindo nesse sentido. Basta ver a quantidade de produtos encontrados no mercado com essas caracterís-ticas”, diz ele.

Peres vai além. “Acredito que é a partir da cobrança dos usuários que os fabricantes de EPIs vão melhorar contínuamente sua quali-dade em termos de conforto e desempenho. A cobrança vai gerar pesquisas, o trabalho conjunto dos técnicos e fabricantes e a pró-pria participação dos trabalhadores, de modo a ser encontrada uma solução que satisfaça a todos.”

É a partir da cobran-ça dos usuários que os fabricantes de EPIs vão melhorar contínuamente sua qualidade em ter-mos de conforto e desempenho

Sergio Peres, enge-nheiro de segurança

Participação de cada um dos 09 sub setores de EPis no total do mercado, nos últimos 12 meses:

Representação noMercado de EPI - %

Sub-Setores

Fonte: ANIMASEG

Calçados de Segurança 48,8

Luvas de Segurança 25,9

Vestimentas de Proteção 8,8

Proteção Respiratória 8,7

Proteção Auditiva 2,2

Proteção dos Olhos e Face 2,0

Equipamentos Contra-Quedas 1,6

Capacetes de Segurança 1,2

12

Page 13: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

Sul tem melhor índice dE vAlOrES huMAnOS nO trAbAlhO

panorama do setor

novo cenário mundial do trabalho apresenta facetas como a da competição globalizada e a da ideologia do individualismo. A afir-

mação é do professor da Universidade de Brasília (UnB) Mário César Ferreira. Segundo ele, pela primeira vez, há uma ligação direta entre trabalho e índices de suicídio, sobretudo na França, em função das mudanças focadas na idéia de excelência.

De acordo com Ferreira, o que se observa no cenário atual é um processo de transformações aceleradas, como a interdependência dos mercados, a inovação tecnológica, a redução do ciclo de vida dos produtos, as redes globais de comunicação e o crescente conhecimento agregado dos funcionários. Em resumo: organizações mais enxutas ou as cha-madas empresas light, com um forte incremento da terceirização de serviços e do trabalho autônomo.

“A configuração do mundo do trabalho é cada vez mais volátil”, disse o professor. Ele destacou ainda a crescente expansão do terceiro setor, do trabalho em domicílio e do trabalho feminino, bem como a exclusão de perfis como o de traba-lhadores jovens e dos fortemente especializados. “As organizações preferem perfis polivalentes e multifuncionais.”

Desta forma, a escolarização clássica do tra-balhador amplia-se para a qualificação contínua, enquanto a ultraespecialização evolui para a multiespecialização.

A ideologia da economia espera que o novo trabalhador mantenha-se atualizado, maneje equipamentos altamente tecnológicos, relacione-se socialmente e lide com problemas menos estruturados, além de trabalhar em equipe, explicou Ferreira.

Ele ressaltou que as “metamorfoses” no cenário do trabalho não são “indolores” para os que trabalham e provocam erros frequentes, retrabalho, danificação de máquinas e que-da de produtividade. Outra grande con-sequência, de acordo com o professor, diz respeito à saúde dos trabalhadores, que leva à alta rotatividade nos postos de trabalho e aos casos de suicídio. “Trata-se de um cenário em que todos perdem, a sociedade, os governantes e, em particular, os trabalhadores”, avaliou.

Para a coordenadora da Diretoria de Cooperação e Desen-volvimento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Christiane Girard, a problemática das relações de trabalho envolve também uma questão: qual o tipo de desenvolvimento que nós, como cidadãos, queremos ter?.

Segundo Christiane, é preciso “articular” o econômico e o social, como acontece na economia solidária.

“Ela é uma das alternativas que aparecem e precisa ser discutida. A resposta do trabalhador se manifesta por meio do estresse, de doenças diversas e do suicídio.

A gente não se pergunta o suficiente sobre o peso da gestão do trabalho”, disse a representante do Ipea ME

de amostragem em 148 cidades. O índice pre-tende traçar o perfil da população brasileira nas áreas de saúde, educação e trabalho, segundo a percepção da própria população.

“O IVH mede as vivências positivas e ne-gativas no trabalho. Se for superior o número de vivências positivas, mais próximo de 1 o índice vai estar. Se prevalecerem as experiên-cias negativas, o índice ficará mais próximo de 0”, escclareceu Flávio Comim, economista do Pnud Brasil e coordenador do Relatório de Desenvolvimento Humano Brasileiro.

No Sudeste, o IVH-Trabalho é de 0,80; e de 0,78 no Nordeste. Já nas Regiões Norte e Centro-Oeste, os números correspondem a 0,74 e 0,68, respectivamente. “Quando falamos em trabalho não estamos tratando de emprego.

O trabalho não é apenas uma forma de subsis-tência, uma maneira de pagar as contas, é uma vivência. Uma experiência que pode ajudar o indivíduo, contribuir para sua realização pessoal”, diz Comim.

A vivência no trabalho, segundo levantamen-to do Pnud, melhora com o aumento da renda do trabalhador. A população que ganha até um salário mínimo tem IVH-Trabalho de 0,72; Já entre aqueles que ganham entre dez e 20 salários mínimos, o índice é de 0,86; e de 0,95 entre os que recebem mais de 20 salários mínimos.

A mesma relação se observa quando há aumento na escolaridade da população. Entre os analfabetos entrevistados, o índice é de 0,63. Já os pós-graduados registraram IVH-Trabalho de 0,96.

cOMPEtiçãO E individuAliSMO nO MErcAdO PrEjudicAM SAúdE dO trAbAlhAdOr

O

Com dados da Agência Brasil, Revista Proteção, Anuário Brasileiro de Proteção, Ministério do Trabalho, Ministério da Previdência Social.

Pela primeira vez, há uma ligação direta en-tre trabalho e índices de suicídio, sobretudo na França, em função das mudanças focadas na idéia de excelência

13mercado empresarialmercado empresarial

Page 14: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

evento

Segurança e

E O AuMEntO dA cOnSciênciA

A FISP é promovida pelo Grupo CIPA em parceria com a Associação Brasileira dos Distribuidores e Importadores de Equipamentos e Produtos de Segurança e Proteção ao Trabalho (ABRASEG), a As-sociação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho (ANIMASEG) e o Sindicato da Indústria de Material de Segurança (SINDISEG).

proteção no trabalho

14

Page 15: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

evento

egundo dados do Ministério do Trabalho e Em-prego (MTE), somente em 2008, no Brasil, foram registrados 747.663 acidentes de trabalho no setor

privado. Já as incapacitações de trabalhadores relacio-nados aos acidentes de trabalho foram mais de 12 mil. E é dentro desse cenário que, voltada para discutir a prevenção dos acidentes e doenças no trabalho e apre-sentar as últimas novidades do setor, acontece a 18ª FISP - Feira Internacional de Segurança e Proteção no Trabalho entre os dias 6 e 8 de outubro no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo.

O evento deste ano apresenta um recorde tanto em quantidade como em qualidade, pois ocupará 45.000 m2 (45% de aumento de área em relação à edição anterior, há dois anos atrás) e contará com mais de 800 expositores para mostrar itens de segurança, proteção e serviços que previnem acidentes. Números que resultam na expectativa de se ultrapassar os R$ 390 milhões em negócios gerados na edição de 2008.

Segurança e saúde do trabalho tem tido evolução continuada, com o aprimora-mento das normas, dos equipamentos, dos profissionais e a multiplicação do conheci-mento. Uma vistoria bem feita, um projeto de segurança baseado nas normas, uma instalação adequada e uma equipe treinada resultam em saúde e segurança seja em uma petroquímica, uma hidrelétrica, bancos, edifícios, depósitos, indústrias, áreas rurais e até automóveis.

É esta evolução que a FISP 2010, um espelho do setor, mostrará para mais de 50 mil visitantes previstos, entre os profissionais de segurança do trabalho, como médicos, en-fermeiros, auxiliares de enfermagem, psicólogos do trabalho, engenheiros e técnicos de segurança no trabalho, bombeiros, inspetores de risco, professores e outros. Mas, mais do que isso, o encontro debaterá, em seus eventos paralelos, como cursos, congressos e workshops, a questão da conscientiza-ção em relação à segurança – que vem aumentando, porém necessita avançar ainda mais.

“A FISP já comprovou sua consolidação no mercado, sendo considerada a maior do segmento na América Latina e uma das três maiores no mundo. É imprescindível promo-ver o debate sobre o assunto, reunir as novidades e serviços do segmento e difundir as novas certificações que o setor vem recebendo, o que mostra a preocupação na proteção do trabalhador. Os visitantes poderão conferir tudo gratui-tamente em um mesmo espaço e ampliar o conhecimento”, comenta José Roberto Sevieri, presidente do Grupo CIPA, que organiza o evento.

Desde 2008, o setor vem recebendo certificações do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (InMetro) nos produtos de proteção individual (EPI´s), o que garante maior confiabilidade e procedência do produto, entre eles: luvas isolantes de borracha, peça semifacial filtrante para partículas, máscaras descartáveis

capacete, e outros previstos para o final do ano.

Eventos integrados à Xviii FiSPParalelamente à FISP acontecerá a FIRE SHOW – IX

International Fire Fair, além da Planeta Expo – voltada para discutir temas sobre o meio ambiente e a preservação da vida e a Expo SAMU – com fornecedores dos serviços móveis de atendimentos de urgência.

Há, ainda, outros eventos integrados: CONASEMT - XVII Congresso Nacional de Segurança e Medicina do Trabalho (6 a 8/10); SINESC - IX Seminário Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho em Espaços Confinados (7/10); COBENI - XVIII Congresso Brasileiro de Enge-nharia de Incêndio (6 a 8/10); Segurança nos ambientes de manutenção industrial (5 e 6/10); Climatização de ambientes e ventilação industrial aspectos da qualidade do ar interno (5 e 6/10); SBV E DEA Suporte básico de vida e desfibrilador externo (6 /10); Seminário “O papel do INSS na prevenção e reabilitação” (6 /10); Operações de resgate em espaços confinados e ambientes complexos (6 a 8/10); Workshop Resgate em Ambiente Vertical, Espaço confinado e Acesso por cordas (6 a 8/10); Seminário dos Expositores (6 a 8/10); Curso “Gestão de brigada de incêndio e plano de abandono” (7 e 8/10); VI ENATEC – Encontro Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho (8/10); Seminário Normas ABNT (8/10); Cursos “Montando uma consultoria de segurança e saúde no trabalho” e “Ação Ergonômica na Empresa” (8/10); Curso “Checklist OCRA” (7 e 8/10); Encontro Internacional de Bombeiros Civis (7/10) ME

S

FISP 2008 - Vista Parcial

proteção no trabalho

Soluções e novidades para segurança e saúde no tra-balho, um setor que tem evoluído continuamente tanto no que diz respeito a normas como a equipa-

mentos e profissionais.

15mercado empresarialmercado empresarial

Page 16: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

opinião

urante muito tempo a segurança do trabalho foi vista como um tema que se relacionava apenas com o uso de capacetes, botas, óculos, cintos de segurança e uma série de outros

equipamentos de proteção individual.A evolução tecnológica se fez acompanhar de novos ambientes

de trabalho e dos riscos a eles associados. Muitos desses “novos” riscos são pouco ou nada conhecidos e demandam pesquisas cujos resultados só se apresentam após a exposição prolongada dos tra-balhadores a ambientes nocivos à sua saúde e integridade física.

O setor de segurança e saúde no trabalho é multidisciplinar e tem como objetivo principal as ações de prevenção, que devem ser aplicadas desde a etapa do projeto de um ambiente de trabalho.

A relação homem-máquina, que já trouxe enormes benefícios para a humanidade, também trouxe um grande número de vítimas, sejam elas os portadores de doenças incapacitantes ou aqueles cuja integridade física foi atingida. Entre as máquinas das novas relações profissionais, os computadores pessoais têm uma característica ím-par: nunca, na história da humanidade, uma mesma máquina esteve presente na vida profissional de um número tão grande e diversifi-

cado de trabalhadores.Diante desses fatos, mui-

tas dúvidas têm sido levanta-das sobre os riscos de aciden-tes no uso de computadores. Entre eles destacam-se os chamados riscos ergonômi-cos. A Ergonomia é uma ci-ência que estuda a adequação das condições de trabalho às características psicofisioló-gicas dos trabalhadores de modo a proporcionar um má-ximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.

A legislação trabalhista brasileira já reconhece a importância dessa ciência e dedicou ao tema uma Norma Regulamentadora específica (NR-17). Entre os riscos ergonômicos, aqueles que têm maior rela-ção com o uso de computadores são: exigência de postura inadequada, utilização de mobiliário impró-prio, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade. Além desses riscos, as condições gerais do ambiente fazem parte da ava-liação ergonômica do trabalho, entre eles o nível de iluminamento, temperatura, ruído e outros fatores que, após analisados no local, tenham influência na saúde e no conforto dos trabalhadores.

O conceito de acidente do trabalho é compreendi-do por um maior número de pessoas que já identificam alguns distúrbios funcionais com doenças relacionadas ao trabalho. A legislação previdenciária considera essas doenças como acidentes do trabalho.

A exposição do trabalhador ao risco gera o acidente, cuja consequência nesses casos tem efeito mediato, ou seja, ela se apresenta ao longo do tempo por ação cumulativa desses eventos sucessivos. É como se a cada dia de exposição ao risco, um peque-no acidente, imperceptível, estivesse ocorrendo. As consequências dos acidentes do trabalho desse tipo são as doenças profissionais ou do trabalho.

A maneira verdadeiramente eficaz de impedir o acidente é conhecer e controlar os riscos. Isso se faz, no caso das empresas, com uma política de segurança e saúde dos trabalhadores que tenha por base a ação de profissionais especializados, anteci-pando, reconhecendo, avaliando e controlando os riscos. Para padronizar uma parte desse trabalho foi estabelecida a obrigatoriedade de as empresas elaborarem um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, conhecido pela sigla PPRA. Esse pro-grama, objeto de uma Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho (NR-9), estabelece as diretri-zes de uma política de prevenção para as empresas, relacionado a agentes de risco que podem afetar a saúde dos trabalhadores, como é o caso do ruído,

* Ricardo Pereira de Mattos

D

A Ergonomia é uma ciência que estuda a adequação das condições de trabalho às características psi-

cofisiológicas dos trabalhadores de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desem-

penho eficiente.

PrOvOcAM AcidEntES dOCOMPUTAdORES

TRABALHO?

16

Page 17: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

radiações ionizantes, calor, produtos químicos em forma de gases, vapores ou particulados dispersos no ar. Porém, nem todas as ameaças à saúde estão contempladas nessa norma.

No caso específico dos profissionais que têm o computador como instrumento de um trabalho diário, a prevenção dos riscos ergonômicos relacio-nados ao seu uso deverá ser motivo de atenção e interesse, observando, entretanto, que a legislação e as normas técnicas estão inseridas no contexto maior de uma avaliação completa do ambiente de trabalho. Por isso, a norma regulamentadora NR-17, cujo tema é a Ergonomia, estabelece como obrigação das empresas a Análise Ergonômica do Trabalho. O bem estar físico e psicológico dos tra-balhadores reflete no seu desempenho profissional e é resultado de uma política global de investimento em segurança, saúde e meio ambiente.

A lesão mais conhecida por apresentar-se em conseqüência do uso de computadores é chamada de LER - Lesão por Esforços Repetitivos. É mister que fique claro que essas lesões (LER) não ocorrem apenas com o uso de computadores, mas em toda a atividade profissional que exija o uso forçado e repetido de grupos musculares. Uma das mais conhecidas mani-festações dessas lesões é a tenossinovite, inflamação nos tendões, com sintomas de muita dor. Não é nosso objetivo detalhar as características específicas dessas lesões, apenas registrar sua ocorrência e recomendar uma pesquisa específica sobre o tema se houver um interesse especial. No Brasil, a nomenclatura adotada pela área de saúde do trabalhor é DORT - Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho.

Dores de cabeça e irritação nos olhos também são sintomas associados ao uso de computado-res. Eles ocorrem após o trabalho prolongado e contínuo e são consequências da fadiga visual. A iluminação do ambiente é um fator fundamental para reduzir a incidência desses sintomas, principal-mente no que diz respeito a evitar reflexos na tela do monitor. Além disso, os olhos também requerem pausas regulares para descanso, da mesma forma que os pulsos, dedos, pescoço, enfim, as partes do corpo diretamente exigidas pelo trabalho.

O estresse físico e psicológico é outra consequên-cia de uma utilização sem controle do computador, vinculado a jornadas longas, trabalhos em turno ou noturnos. É interessante observar que a interface do programa que é utilizado também influi diretamente no desempenho e no estado geral do usuário. O trabalho intenso com um programa que tenha uma interface pouco amigável gera maior número de erros, o que é acompanhado de irritação, desconforto e cansaço. A Ergonomia também abrange estudos sobre esse aspecto da relação homem-máquina, ou seja, o de-senvolvimento ou o aperfeiçoamento da interface,

tornando-a cada vez mais intuitiva, direta e objetiva. Esses estudos envolvem o desenho das telas dos pro-gramas, a distribuição dos ícones, janelas e as sequências de comandos para se alcançar determinados objetivos.

A utilização de mobili-ário adequado é muito im-portante mas isso se constitui apenas em uma parte de um pro-cesso mais amplo que é a construção de um ambiente de trabalho seguro e saudável. O ambiente de trabalho precisa ser adequado ao homem e à tarefa que ele vai desempenhar. Quando se fala em mesas, cadeiras e teclados ergonômicos, entre outros itens, o que efetivamente os caracteriza é a sua flexibilidade, sua capacidade de se ajustarem às características específicas dos seus usuários, aqui compreendidas, em especial, a altura, peso, idade e atribuições.

O fundamental para os usuários de computadores é saber que há procedimentos básicos para se evitar acidentes no trabalho, mesmo quando esse trabalho se concentra em uma relação homem-máquina aparentemente amigável e isenta de riscos, desenvolvida em escritórios ou mesmo em casa. Apresentamos abaixo um resumo desses procedimentos:

O monitor deve estar com sua parte superior ao nível dos olhos do usuário. A distância entre o monitor e o operador deve ser equivalente à extensão do braço; o monitor deve ser ajustado para não permitir reflexos da iluminação do ambiente; os pés devem estar apoiados no chão ou em um suporte. Os pulsos deverão estar relaxados, porém sem estarem flexionados; se há entrada de dados, deve ser usado um suporte para documentos, para evitar os movimentos repetidos do pescoço; o usuário deve fazer pausas regulares para descanso, levantar, caminhar e exercitar os pulsos e pescoço com movimentos de flexão e extensão.

A adoção desses procedimentos irá contribuir para um trabalho mais seguro, desde que as condições do ambiente estejam adequadas ao tipo de trabalho que ali se desenvolve, entendendo essas condições como o controle dos níveis de iluminamento, ruído, temperatu-ra, umidade do ar e outros agentes cuja presença possa representar riscos ou desconforto.

Os grupos profissionais atingidos são cada vez mais diversificados. O que antes era uma preocupação para profissionais da área de processamento de dados e digitação, se estende agora para escritórios em geral, operadores de caixas de supermercados e de postos de teleatendimento ou telemarketing, apenas para citar alguns exemplos mais comuns.

Portanto, a utilização dos computadores no trabalho e em casa, requer controle e atenção. Pausas, mobiliário e ambiente adequados são condições mínimas para que essas máquinas não tragam as doenças que, respondendo a per-gunta inicial, são consideradas acidentes do trabalho ME

* Ricardo Pereira de Mattos ([email protected]) é Engenheiro Eletricista, Engenheiro de Segurança do Trabalho e professor convidado em vários cursos de pós-graduação. Sócio efetivo da SOBES - Socieda-de Brasileira de Engenharia de Segurança, e ex-Diretor da Sociedade de Engenha-ria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro. Mantém um portal de informações sobre segurança e saúde no trabalho no endereço www.RicardoMattos.com

opinião

O fundamental para os usuá-rios de computadores é saber que

há procedimentos básicos para se evitar acidentes no trabalho, mesmo quando esse trabalho se concentra em uma relação

homem-máquina aparentemente amigável e isenta de riscos

17mercado empresarialmercado empresarial

Page 18: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

economia

Nos últimos 14 anos, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita (por pessoa) do Brasil cresceu 21,7%, saltando de R$ 4.441,00 em 1995 para R$ 5.405,00 em 2009. É o que mostra o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em sua pesquisa “Indicadores de Desenvolvimento Sustentável”, referente ao ano de 2010. As maiores taxas anuais de crescimento do PIB per capita foram apuradas nos anos finais da série, com exceção de 2009, quando os efeitos da crise internacional afetaram o desempenho da economia brasileira.

O instituto revela que, em 2009, influenciado pela crise global, o PIB per capita do País caiu 1,17% na comparação com 2008, quando registrava R$ 5.469,00. Dados de 2007 disponibilizados pelo IBGE na publicação mostram ainda que a região com o maior PIB per capita do País é a Sudeste (R$ 19.277,00), seguida pelo Centro-Oeste (R$ 17.844,00), pelo Sul (R$ 16.564,00), pelo Norte (R$ 9.135,00) e pelo Nordeste (R$ 6.749,00).

Entre as unidades federativas do Brasil, o des-taque positivo ficou com o Distrito Federal, que tem o maior PIB per capita do País (R$ 40.696,00), quase o dobro do registrado no Estado de São Paulo (R$ 22.667,00), que obteve o segundo lugar. O Rio de Janeiro ocupa a terceira posição (R$ 19.245,00), seguido por Espírito Santo (R$ 18.003,00) e Santa Catarina (R$ 17.834,00).

Entre os destaques negativos, os piores resul-tados ficaram concentrados na região Nordeste. O Estado com o menor PIB per capita do País foi o Piauí (R$ 4.662,00), seguido por Maranhão (R$ 5.165,00), Alagoas (R$ 5.858,00), Paraíba (R$ 6.097,00) e Ceará (R$ 6.149,00). Agência Estado ME

PLANO dECENAL PrOPOStO PElO gOvErnO AtÉ 2019 É QuEStiOnAdO

impacto do custo da geração de energia para o consumidor, os entra-ves ambientais para a instalação de

usinas hidrelétricas e a ausência de projeto para a construção de novas termoelétricas foram as principais críticas realizadas ao Plano Decenal de Energia (PDE) 2010-2019, segundo a Agência Indusnet Fiesp.

O projeto foi apresentado em agosto último por José Carlos Miranda Farias, diretor de Estudos de Energia Elétrica da Empresa de Pesquisa Energética, entidade ligada ao Ministério das Minas e Energia, durante o 11° Encontro Internacional de Energia Fiesp/Ciesp, em São Paulo, com a participação dos debatedores João Carlos Neto, consultor; Ildo Sauer, presidente da Andrade & Canelas; e Dorel Ramos Soares, docente e pre-sidente da IEE/USP; sob a coordenação do diretor do Departamento de Energia da Fiesp, Marcos Augusto Nascimento.

O PDE incorpora a expansão da demanda e da oferta de recursos energéticos para um período de dez anos, definindo um cenário de refe-rência que sinaliza e orienta as decisões dos agentes deste mercado. Seu objetivo é assegurar a oferta energética sob o tripé da sustentabilidade técnica, econômica e ambiental. O planejamento decenal constitui base sólida para apoiar o crescimento econômico, visto que a expansão dos diversos segmentos produtivos requer oferta de energia com qualidade e confiabilidade. Para o consultor João Carlos Mello, a demanda de energia é significativa nos próximos anos nas esferas industrial, comercial, de serviços e residencial, mas, embora o governo esteja fazendo investi-mentos significativos na área, os impactos do custo na geração devem ser avaliados com cautela.

Farias rebateu a crítica informando que já está trabalhando no próximo plano decenal para o período de 2010 a 2020, e que todos esses aspectos estão sendo considerados. “O importante é que o plano vem sendo reavaliado anualmente”, pontuou o diretor de Estudos de Energia Elétrica.

cenário atualSegundo avaliação do governo, com relação ao ambiente econômico,

os indicadores do nível de atividade, tanto no Brasil quanto no exterior, ratificam que o pior da crise, que se estabeleceu nos mercados interna-cionais em setembro de 2008, já passou, o que traz a tona os gargalos energéticos.

Particularmente no caso brasileiro, o cenário de referência reflete a per-cepção, relativamente disseminada entre os analistas, de que novo ciclo de crescimento forte e sustentado da economia brasileira esteja se consolidando para os próximos anos, tornando a questão energética essencial ME

OImpacto do custo de geração para o consumidor é uma das preocupações

As maiores taxas de crescimento

do PIB per capita foram apuradas nos anos finais

da série

18

IBGE: PIB PER CAPITA dO brASil crEScE 21,7% EM 14 AnOS

Page 19: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

economia

O A moeda brasileira é uma das duas moedas

de emergentes que mais ganharam espa-ço no mercado mun-

dial de divisas

real passou a ser alvo das apostas do mercado financeiro internacional. Segundo levantamento do Banco de Compensações Internacionais

(BIS) - o “banco central dos bancos centrais” - o Brasil tem a maior expansão porcentual de contratos de de-rivativos nos últimos anos e o mercado de câmbio no País quase triplicou desde 2007, com o segundo maior crescimento entre todas as economias emergentes. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

O real, segundo o levantamento com dados oficiais e coletados em mais de 1,3 mil agentes financeiros, é uma das duas moedas de emergentes que mais ganharam espaço no mercado mundial de divisas nos últimos três anos. A moeda já é a 20ª mais trocada por esse mercado.

Segundo o BIS, o mercado mundial de divisas cresceu 20% entre 2007 e 2010, com contratos fechados em cerca de US$ 4 trilhões por dia. Há três anos, o volume chegava a US$ 3,3 trilhões. Apesar da expansão, ela não ocorreu no mesmo nível do período de 2004 a 2007, quando foi de 72%.

Entre as moedas de países emergentes, o real foi um dos

destaques, com o segundo maior cres-cimento em participação no mercado internacional, atrás apenas da lira turca. A

moeda brasileira, que em 2007 representava 0,4% do mercado de divisas, passou a representar 0,7% em 2010. Há 12 anos, a taxa era de apenas 0,2%.

A participação de 0,7% é pequena, principalmente em relação ao dólar, com 85%. Mas o BIS admite que a expansão chama a atenção pela velocidade. O levantamento mostra ainda que o Brasil foi o país onde o mercado de derivativos mais se expandiu nos últimos três anos. Entre 2004 e 2007, o volume negociado diaria-mente no Brasil caiu de US$ 900 milhões para US$ 100 milhões. Mas neste ano atingiu US$ 7,5 bilhões ME

REAL GANHA ESPAÇOE virA AlvO dO MErcAdO FinAncEirO

19mercado empresarialmercado empresarial

Page 20: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

economia

s fabricantes de produtos industrializados se preparam para um Natal forte neste ano, apesar da desaceleração do Índice de Confiança da Indústria (ICI) registrada

em agosto pelo terceiro mês consecutivo, apontam os indi-cadores da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transfor-mação da Fundação Getúlio Vargas.

No mês passado, 57,1% das 1.173 indústrias consultadas pela FGV informaram que esperam que a situação dos negó-cios em seis meses, período de agosto a janeiro, seja melhor que a registrada nos mesmos meses de 2009. Segundo a sondagem, apenas 3% esperam piora e 39,9% acreditam que vão repetir o desempenho do ano passado. Em agosto de 2009, quando a economia estava turbinada pelos benefícios fiscais, o cenário para os negócios em seis meses não era tão favorável: 44,1% das indústrias esperavam uma melhora nos negócios em relação ao ano anterior; 20%, piora e 35,9% apostavam na manutenção.

“Os dados sinalizam um bom fim de ano para produção industrial”, afirma o coordenador de sondagens conjunturais da FGV, Aloisio Campelo. Dois outros dados revelados pela enquete confirmam o cenário favorável para o fim de ano: a produção e o emprego previstos para três meses, isto é o período que vai de agosto a outubro, tido como o Natal para as fábricas. Segundo a sondagem, 30,6% pretendem contratar em três meses e 9,2% demitir. Em agosto de 2009, 23,6% das empresas planejavam contratações e 16,2% demissões. Para Campelo, a disposição da indústria de contratar já foi maior entre fevereiro e maio deste ano. “Mas se a indústria estivesse perdendo a confiança num horizonte mais longo, ela não estaria tão contratante”, observa o economista.

Quanto à produção prevista para o período agosto a outubro, os resultados de agosto de 2010 são praticamente

os mesmos de agosto do ano passado. Em agosto deste ano, 43,7% das empresas planejam uma produ-ção maior para três meses, ante 44,7% no ano passado. Já a fatia de empresas que programam redução na produção está neste ano em 12,1% e era de 13,1% em agosto de 2009.

ConfiançaPelo terceiro mês consecutivo, o ICI re-

cuou. Em agosto, o indicador ficou em 112,9 pontos, com queda de 0,6% na comparação com julho, nos dados com ajuste sazonal. Mas na comparação com agosto do ano passado, a alta é de 12,1%.

Mesmo com essa desaceleração, Campelo observa que o nível da confiança da indústria é bem próximo ao período pré-crise. Entre julho de 2007 e junho de 2008, o ICI ficou em 114,2 pon-tos. Agora está em 112,9 pontos. “Os resultados indicam crescimento moderado da produção.

Também o Nível de Utilização da Capaci-dade Instalada da indústria com ajuste sazonal recuou em agosto pelo segundo mês seguido, de 85,1 em julho para 84,9% no mês passado. Na opinião de Campelo, a queda reflete a ma-turação de investimento, já que os estoques das fábricas estão normais. Em agosto, a fatia de empresas com produto excessivo e insuficiente era idêntica. (O Estado de S. Paulo) ME

O

INdÚSTRIAS SE PrEPArAMPArA uM NATAL FORTE Pesquisa da FGV revela

que 57,1% esperam que a situação dos

negócios, em seis me-ses, seja melhor que a registrada nos mesmos

meses de 2009

20

Page 21: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

mercadomercado

O valor do co-mércio mundial de mercadorias nos seis primeiros me-ses de 2010 foi em torno de 25% mais alto que no mesmo período do ano passado, uma aceleração do crescimento que já começou no primeiro trimestre, segundo a Organização Mun-dial do Comércio (OMC). As informações são da Agência EFE.

De acordo com o relatório divulgado em se-tembro pelo organismo, as exportações mundiais aumentaram 7% no segundo trimestre de 2010, em comparação com os três primeiros meses.

No último período do primeiro semestre, as estatísticas mensais de 70 economias, que repre-sentam 90% do comércio mundial, mostram que as transações tiveram queda entre abril e maio, mas que voltaram a subir no mês de junho.

Na Ásia, tanto as importações quanto as ex-portações tiveram alta de mais de 35% nos últimos três meses de 2010, em comparação com o período correspondente de 2009.

Durante esse tempo, as exportações na África e no Oriente Médio subiram 35% com relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionadas pela demanda asiática e americana e pela redução dos preços.

Os antigos estados soviéticos, por sua vez, ala-vancaram suas exportações com uma alta de 44%, assim como o comércio efetuado pela UE com membros não comunitários, que foi mais dinâmico que o realizado dentro do espaço europeu ME

A BTicino, fabricante de comandos elétricos e sistemas de au-tomação para controlar energia e segurança residencial e comercial, realiza, até dezembro, uma série de palestras destinadas aos diversos profissionais da construção civil (arquitetos, designers, instaladores, construtores, projetistas e lojistas).

Ministrados na BTicino Concept Store, na Al. Gabriel Monteiro da Silva, em São Paulo, principal endereço de design e arquitetura do Brasil, a palestra e cursos apresentam as novidades em acabamen-tos, acessórios diferenciados e aparelhagem, além dos benefícios, tecnologias e métodos para instalação de automação em projetos na área residencial e comercial.

Os módulos vão abordar os novos comandos da Era Digital, soluções sustentáveis, de conforto e segurança, além da possibilida-de de personalização estética dos empreendimentos residenciais e comerciais com os diversos produtos e acabamentos oferecidos no mercado. Já o foco desses encontros com engenheiros e projetistas é avaliar como soluções e tecnologias de automação residencial podem valorizar projetos.

Diferente do conceito tradicional de showroom, a BTicino Con-cept Store privilegia o contato direto com o público. Por essa razão, todos os cursos e palestras serão seguidos de visitas guiadas, onde os participantes poderão conhecer todos os produtos e acabamentos das linhas BTicino e interagir com os cenários ambientados com o Sistema de Automação My Home. Assim, na prática, experimentarão comandar a iluminação, som, vídeo, persianas, telões, sensores, câme-ras de segurança e vídeo porteiros dos ambientes, num único toque. Navegarão também nos Displays Digitais interativos que permitem visualizar e controlar todas as funções elétricas da casa ou escritório, à distância através do celular ou computador via internet.

Para participar das palestras gratuitas, as inscrições podem ser feitas por e-mail ([email protected]) ou pelo telefone 3063 5537/ 5548 ME

COMéRCIO MUNdIAL dE MErcAdOriAS crEScE 25% nO Pri-MEirO SEMEStrE

As exportações mundiais aumenta-ram 7% no segun-

do trimestre de 2010, em compa-ração com os três primeiros meses.

BTICINO: PAlEStrAS grA-tuitAS SObrE AutOMAçãO rESidEnciAl

As palestras ocorrem de agosto a dezem-

bro, e têm como público-alvo os profis-

sionais do setor.

Divulgação

21mercado empresarialmercado empresarial

Page 22: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

gestão22

TRAz MAIOR SEGURANÇA Novo Código de ÉtiCa MÉdiCa

esde 13 de abril último está em vigor o sexto Código de Ética Médica reconhecido no Bra-sil. Revisado após mais 20 anos de vigência

do anterior, o novo Código traz novidades como a previsão de cuidados paliativos, o reforço à autono-mia do paciente e regras para reprodução assistida e a manipulação genética. Também prevê a ampliação de seu alcance aos médicos em cargos de gestão, pesquisa e ensino.

Outros temas que tiveram suas diretrizes revistas, atualizadas e ampliadas se referem à publicidade médica, ao conflito de interesses, à segunda opinião, à respon-sabilidade médica, ao uso do placebo e à interação dos profissionais com planos de financiamento, cartões de descontos ou consórcios.

Segundo o Conselho Federal de Medicina, foram dois anos de trabalhos, coordenados pela Comissão Nacional de Revisão do Código de Ética Médica, que contaram com a participação ativa de diversas entidades. O objetivo comum foi construir um atento aos avanços tecnológi-cos e científicos, à autonomia e ao esclarecimento do paciente, além de reconhecer claramente o processo de terminalidade da vida humana.

No seu processo de formulação, além de serem consideradas as mudanças sociais, jurídicas e científicas, os responsáveis pelo trabalho também analisaram os códigos de ética médica de outros países e consideraram elementos de jurisprudência, posicionamentos que já integram pareceres, decisões e resoluções da Justiça, das Comissões de Ética locais as resoluções éticas do CFM e CRMs editadas desde 1988.

Isso sem contar com 2.677 contribuições enviadas por médicos e entidades de todo o país. A democracia deu a tônica do esforço, balizado pela grande participação da sociedade e dos profissionais, e confirmada por meio de uma consulta online e por três conferências nacionais sobre ética médica. A principal dela foi a plenária da IV Conferência Nacional de Ética Médica, realizada em São Paulo, no dia 29 de agosto de 2009.

Neste dia, cerca de 400 delegados, entre conselheiros federais e regionais de Medicina, membros de sindicatos e sociedades de especialidades, além de representantes de várias entidades médicas, aprovaram as mudanças e colocaram fim a etapa de revisão. Ao final, produziu-se um documento amplo e atento ao exercício da Medicina brasileira no século 21. O Código de Ética Médica ora em vigor é composto por 25 princípios fundamentais do exercício da Medicina, 10 normas diceológicas, 118 normas deontológicas e quatro disposições gerais.

destaques do novo códigoA autonomia tem sido um dos itens de maior des-

taque. Já no preâmbulo o documento diz que o médico deverá aceitar as escolhas de seus pacientes, desde que adequadas ao caso e cientificamente reconhecidas. O inciso XXI determina que, no processo de tomada de decisões profissionais, “o médico aceitará as escolhas de seus pacientes relativas aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos”.

O novo Código reforça o caráter anti-ético da dis-tanásia, entendida como o prolongamento artificial do processo de morte, com sofrimento do doente, sem

D

Page 23: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

gestão

s laboratórios Alcon, Allergan, Johnson & Johnson, Libbs e Weleda foram os vencedores do III Prêmio Sindusfarma de

Excelência em Gestão de Segurança do Trabalho. Foram premiadas com menções honrosas as em-presas Astrazeneca, Biolab-Sanus, Pfizer (unidades São Paulo e Itapevi).

Concedido desde 2008 pelo Sindicato da In-dústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), o Prêmio Excelência em GST reconhece as iniciativas bem-sucedidas de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais no setor e o estrito cumprimento da legislação em Saúde e Segurança no Trabalho.

“Nossa obstinação seria adotar a utopia ‘zero acidente de trabalho’ e desenvolver ações no combate às condições inseguras e acidentes de tra-balho”, ressaltou Lauro Moretto, vice-presidente de Assuntos Regulatórios e Programas Sociais e Educacionais do Sindusfarma.

O superintendente regional do Trabalho e Emprego do Estado de São Paulo, José Roberto de Melo, elogiou a iniciativa. “Parabenizo o Sindus-farma pelo ineditismo da iniciativa. Ou assumimos uma cultura de prevenção da saúde do trabalhador, mudamos paradigmas, exigimos condições de tra-balho adequadas, ou vamos premiar sempre cinco empresas e temos no país mais de 300 mil”.

A Johnson & Johnson venceu na categoria de indústrias farmacêuticas com mais de 500 empregados e terceirizados. A Allergan ganhou pelo terceiro ano na categoria de 101 a 250 fun-cionários. A Alcon foi a vencedora na categoria de empresas com 251 a 350 empregados. A Weleda venceu na categoria de até 100 funcionários e a Libbs na categoria de empresas com 351 a 500 empregados ME

Alcon, Allergan, johnson & johnson, libbs e Weleda vencem iii Prêmio Sindusfarma em gestão de Segurança

O

Divulgação

23mercado empresarialmercado empresarial

perspectiva de cura ou melhora. Aparece aí o conceito de cuidado paliativo. O inciso XXII do Preâmbulo observa que “nas situações clínicas irreversíveis e terminais, o médico evitará a realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos desnecessários e pro-piciará aos pacientes sob sua atenção todos os cuidados paliativos apropriados”. A terapia genética é mencionada pela primeira vez. Está proibido criar embriões com finalidades de escolha de sexo ou eugenia. Já a terapia gênica está prevista. Ela é importante porque envolve a modificação genética de células somáticas como forma de tratar doenças, apresentando grandes perspectivas de desenvolvimento. Os artigos 15 e 16 do Capítulo III, sobre Res-ponsabilidade Profissional, tratam desse tema.

O Capítulo XIII, sobre Publicidade Médica, diz que, em anún-cios profissionais, é obrigatório incluir o número de inscrição no Conselho Regional de Medicina. Os anúncios de estabelecimentos de saúde também devem constar o nome e o número de registro do diretor técnico. O tema é tratado no artigo 118.

Quando docente ou autor de publicações científicas, o médico deve declarar relações com a indústria de medicamentos, órteses, próteses, equipamentos etc. e outras que possam configurar conflitos de interesses, ainda que em potencial. A determinação é estabelecida no artigo 119 do Capítulo XII, sobre Ensino e Pesquisa Médica.

Os conceitos das Resoluções CFM 1.836/2008 e 1.939/2010 foram agora incorporados pelo Código de Ética da profissão. A primeira delas diz que é vedado ao médico o atendimento de pacientes encaminhados por empresas que anunciem ou comercia-lizem planos de financiamento ou consórcios para procedimentos médicos. A 1.939/2010, por sua vez, proíbe a participação do médico em promoções relacionadas com o fornecimento de cupons e cartões de descontos. O artigo 72 do novo Código diz que é vedado ao médico estabelecer vínculo com empresas que anunciam ou comercializam planos de financiamento, cartões de descontos ou consórcios para procedimentos médicos.

A introdução do conceito de responsabilidade subjetiva do médi-co preconiza que esta não se presume, tem que ser provada para que ele possa ser penalizado – por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência. É o reconhecimento de que, na área médica, não se pode garantir cura ou resultados específicos para ninguém. O Parágrafo único do Art. 1º do Capítulo III sobre Responsabilidade Profissional, diz que “a responsabilidade médica é sempre pessoal e não pode ser presumida”.

O paciente tem direito a uma segunda opinião e de ser encami-nhado a outro médico. É o que diz o artigo 39, que proíbe o médico “opor-se à realização de junta médica ou segunda opinião solicitada pelo paciente ou por seu representante legal”. Ao mesmo tempo, o médico não pode desrespeitar a prescrição ou o tratamento de paciente determinados por outro médico, conforme preconiza o artigo 52. A exceção é quanto houver situação de indiscutível benefício para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico responsável.

É proibido usar placebo em pesquisa, quando há tratamento eficaz. É o que diz o artigo 106 do capítulo XII, sobre Ensino e Pesquisa Médica, que veda ao médico “manter vínculo de qualquer natureza com pesquisas médicas, envolvendo seres humanos, que usem placebo em seus experimentos, quando houver tratamento eficaz e efetivo para a doença pesquisada” ME

Page 24: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

cases & cases

magine um trânsito onde todos cooperam e ninguém precisa ficar irritado. E, mais do que isso, um trânsito no qual um sistema

computadorizado inteligente impede o “efei-to manada”, virtualmente acabando com os famosos “congestionamentos por excesso de veículos”. Engenheiros acreditam que isto não apenas é possível, como já está ao alcance da tecnologia. Tudo o que é necessário fazer é criar

a “internet dos carros”. A notí-cia é dada pelo portal Inovação Tecnológica.

Embora não possa contro-lar diretamente a irritação dos motoristas, a internet dos car-ros promete um sistema viário projetado a partir de tecnologias cooperativas, permitindo que cada elemento do sistema de trânsito - carros, motoristas,

semáforos, placas de sinalização - coopere pro-ativamente para criar um trânsito mais eficiente e mais seguro.

cenários Os cenários planejados pelos pesquisadores

são entusiasmantes. Tudo pode começar antes de você pegar o carro pela manhã, com seu ce-lular acordando-o 10 minutos mais cedo porque a chuva está tornando o trânsito mais lento.

Indo para o trabalho, antes que você esteja vendo ou ouvindo qualquer sirene, o painel de instrumentos do seu carro começa a emitir um aviso: “Veículo de emergência de passagem no próximo cruzamento!” Você imediatamente tira o pé do acelerador, porque o semáforo à sua frente muda a programação, passa para o ama-relo e, em seguida, para o vermelho. O carro de

bombeiros passa velozmente porque sabe que encontrará uma sequência de sinais verdes à sua frente até chegar ao local do acidente.

Mas você também não fica na mão: antes mesmo que o semáforo passe para o verde, o navegador do seu carro sugere um desvio para evitar a área do acidente, fugindo de qualquer risco de congestionamento.

Como o sistema é cooperativo, ao seguir as orientações você ganha bônus, uma espécie de “quilômetros ecológicos”, pontos concedidos aos motoristas cuidadosos e resgatáveis na forma de uma série de privilégios, como poder dirigir no centro da cidade, usar os corredores de ônibus fora da hora do rush e exceções nos dias de rodízio.

Ao entrar no estacionamento, seu co-piloto automático lê uma mensagem em viva-voz, transmitida pelo carro atrás de você. É seu colega, perguntando se você tem tempo para um café. Você provavelmente terá, graças aos minutos preciosos ganhos com a ajuda da in-ternet dos carros.

Sistemas de transportes inteligentes

Esse futuro sem irritação no trânsito, um futuro de trânsito amigável e motoristas coo-perativos, será possível graças ao que os enge-nheiros chamam de Sistemas de Transportes Inteligentes. Os Estados Unidos, o Japão e a Europa já estão trabalhando no desenvolvimen-to de sistemas assim.

“Em todos os continentes, uma parte do espectro tem sido reservada para os sistemas cooperativos, 5,9 GHz nos Estados Unidos e Europa, e 5,8 GHz no Japão, ou seja, os sistemas de transporte inteligentes estão mes-

intErnEt dOS cArrOS PrOMEtE FiM dA irritAçãO nO trânSitO

Pesquisadores estão desenvolvendo várias tecnologias para criar

uma internet dos carros totalmente

integrada.

I

24

Page 25: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

cases & cases

SOFtWArE dErEcOnhEciMEntO FAciAl

Hisco Latin America trouxe para o mercado brasileiro um novo o software de reconhecimento facial, o DVR Standa-lone MPEG-4, que além dos recursos de um DVR (digital

video recorder), oferece um sistema de controle de entrada e saída de pessoas cadastradas em um banco de imagens. “Em menos de segundos é liberada ou não a entrada de uma pessoa. Dependen-do do sistema que estiver integrado, é possível até mesmo abrir a porta assim que fizer a identificação. A pessoa não precisa aguardar para ter a liberação, é praticamente automático. Se o indivíduo não estiver cadastrado, o sistema logo avisa e o responsável pela segurança do local pode tomar a devida providência”, afirma o diretor superintendente da Hisco, Renato Maio.

O software é recomendado para bancos, edifícios comerciais ou residenciais, e outros lugares em que trafegam um grande número de pessoas e precisam de vigilância constante. O sistema arquiva aproximadamente mil pessoas e permite fazer classificações por grupos. “Também é possível realizar diversas operações simultâ-neas: gravação, reprodução, cópia, transmissão e espelhamento de HDD (hard disk drive), sem afetar o desempenho do produto”, diz o diretor.

Desenvolvido para operar de maneira autônoma e estável, sob altos níveis de variação de temperatura e umidade, o MPEG-4 é capaz de detectar imagens editadas e reinicializar o sistema au-tomaticamente em caso de falha, sem perda das configurações. Possui conexão para 16 e oito câmeras, visualização e gravação em 480 frames por segundo, no formato MPEG-4 (code). A Hisco fornece os recursos de programação API para integração com outros equipamentos ou sistemas.

Para atender clientes de pequeno e médio porte como comér-cios, residências, pequenas frotas e condomínios, a Hisco também está lançando a família de monitoramento DVR´s Stand-Alone. A venda dessa linha se destina para o varejo com a intenção que as soluções da Hisco atinjam todos os públicos. ME

mo chegando,” explicou Paul Kompfner, ao apresentar a proposta europeia para a internet dos carros.

A proposta europeia é utilizar uma platafor-ma aberta e capaz de operar em vários níveis, da comunicação automática entre os veículos e os sistemas de trânsito das ruas e estradas, até os dispositivos portáteis dos motoristas, como celulares e navegadores GPS.

O chamado Projeto CVIS (Cooperative Vehicle-Infrastructure System) já conta com a adesão de 62 parceiros, incluindo universidades, institutos de pesquisas e empresas.

código abertoCom um orçamento de 40 milhões de euros,

os pesquisadores estão desenvolvendo várias tecnologias para criar uma internet dos carros totalmente integrada e, mais importante, de código aberto (open-source), um elemento essencial para a sua adoção em larga escala.

Já está pronto o esboço de uma infraes-trutura completa de comunicações, incluindo especificação de hardware, protocolos de co-municação, middleware, interface para o desen-volvimento de aplicativo (APIs) e mecanismos para a integração interplataformas.

Na parte de comunicações a equipe do projeto CVIS desenvolveu uma plataforma que pode usar qualquer infraestrutura de comunica-ção conhecida, incluindo Wi-Fi, WiMAX, rádio, comunicação por satélite, DSRC (comunicação dedicada de curta distância), identificação por radiofrequência (RFID), microondas, 3G e até mesmo infravermelho.

Os testes iniciais estão sendo feitos em sete países europeus, em diferentes situações de uso. O ritmo do desenvolvimento encoraja Kompf-ner a afirmar que as “primeiras tecnologias da internet dos carros deverão ser adotadas a curto e a médio prazos” ME

A

Em menos de se-gundos é liberada ou não a entrada de uma pessoa.

Divulgação

Imagens D

ivulgação

25mercado empresarialmercado empresarial

Page 26: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

26

PROjETO REdUz vIBRAÇõES E RUídOS

EM AErOnAvES

ma parceria entre a Empresa Brasileira de Aeronáutica e a Universidade Federal de Santa Catarina tem o obje-tivo de aumentar o conforto das pessoas que utilizam

o transporte aéreo. Iniciado em 2006, o projeto investiga as vibrações e ruídos mais adequados para um passageiro durante o voo.

A equipe, composta por professores e alunos dos cursos de Engenharia Mecânica e de Fonoaudiologia, é responsável

ao longo desses quatro anos pelos testes e análises dos resultados que orientam a Embraer sobre as carac-terísticas que o ambiente interno do avião deve ter para ser mais agradável para o passageiro.

Funcionários da empresa realizam reuniões semanais com o grupo da UFSC, através de teleconferências, e aplicam os resultados obtidos desde os

primeiros anos da pesquisa. Foi a partir de 1995 que a universi-dade começou a parceria com a Embraer.

Simulação de vooOs testes são desenvolvidos no Laboratório de Vibrações

e Acústica da UFSC, através de uma simulação de voo. No segundo andar do setor, um interfone alerta que só é possível entrar com a permissão dos alunos. “As informações aqui são sigilosas”, brinca o professor Samir Gerges, coordenador do projeto e líder das pesquisas neste campo.

A equipe convida a comunidade para participar da si-mulação e contribuir com os testes. A experiência começa quando o participante entra no mock-up, um simulador de uma cabine de aeronave, modelo Embraer 145. O pedaço do

avião tem escala real. O mestrando em enge-nharia mecânica, Júlio Alexandre Teixeira, fez o projeto de vibração da estrutura da cabine como ela é hoje.

Há dois anos no projeto, ele conta que antes a estrutura era de madeira e apoiada no chão, porque os testes ainda estavam na primeira eta-pa, a de conforto acústico. Agora, na segunda etapa, a estrutura é compatível para a simulação de conforto vibratório. As poltronas, antes de ônibus, foram substituídas por de aeronaves; o piso é de compensado naval, o que garante uma maior resistência e impermeabilidade, e não fica mais no chão – agora está sobre molas.

Tudo isso para que as vibrações reproduzi-das na cabine sejam parecidas com as de um voo real. Há ainda uma próxima etapa, em que vibra-ções e ruídos serão testados em conjunto.

Dentro do simulador, o participante assiste a um vídeo com instruções sobre o teste, du-rante cerca de cinco minutos. Teixeira explica que esse período é fundamental para ambientar as pessoas e possibilitar compatibilidade nos resultados.

“As pessoas vêm de ambientes diferentes para realizarem nossos testes. Estiveram no carro, no ônibus ou vieram a pé. Esse tempo garante uma ambientação para que elas se adap-tem ao mesmo estímulo, independente do que fizeram antes”.

A poltrona e o piso em que o participante se acomoda transmitem as sensações de vibra-ção, programadas no computador. Tanto essas sensações, como os sons escutados através de um microfone, foram gravados em um voo real para, dentro da cabine, serem reproduzidos.

“Nessa etapa do projeto, utilizamos sempre o mesmo ruído, apenas a vibração é alterada”, confessa Ricardo Luís Schaefer, também mes-trando em engenharia mecânica e bolsista do projeto.

U

Os testes são desen-volvidos no Laboratório de Vibrações e Acústi-ca da UFSC, através de uma simulação de voo

cases & cases26

Page 27: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

Div

ulga

ção

cases & cases 27mercado empresarialmercado empresarial

Durante o teste, que dura em média 15 mi-nutos, o participante qualifica o conforto de cada vibração a que é submetido. Para quem está cola-borando com o estudo, a diversão termina assim que os testes são finalizados. Para os integrantes do projeto, as pesquisas continuam: é a vez de tratar as informações que cada pessoa forneceu.

De acordo com Schaefer, há duas partes da experiência ─ a física e a subjetiva. A primeira refere-se diretamente às vibrações estimuladas na cabine. A segunda, ao que os participantes sentiram quando foram submetidos a elas. O mestrando é responsável por identificar e ligar quais níveis dessas vibrações incomodam a “tri-pulação” para que, no futuro, essas deficiências da aeronave sejam corrigidas pela Embraer.

Parceria consolidadaO projeto tem previsão para continuar até

setembro de 2011. Mas a colaboração com a Embraer vai além dessa data. “Temos várias pesquisas acontecendo simultaneamente, todas em parceria com a empresa”, diz o professor Gerges.

Uma delas estuda meios de diminuir o ruído externo cau-sado pelas aeronaves. “A Embraer fabrica aviões pequenos, que voam nos centros das cidades, perto de residências”. O objetivo é reduzir a interferência na vida daqueles que residem nas proximidades de aeroportos. De olho no futuro, os pes-quisadores do Laboratório de Vibrações e Acústica também têm planos para os próximos quatro anos, com o início de um outro projeto para minimizar o ruído causado pelos jatos.

Além de influenciar o bem-estar de quem viaja de avião, a parceira traz oportunidades para os alunos pesquisadores. “A empresa contrata estudantes que trabalham nesse projeto. Ela quer mão de obra qualifica-da”, comenta Gerges. (Agecom) ME

Page 28: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

Pesquisadores esperam concluir os produtos

em dezembro e dispo-nibilizar para empresas nacionais a receita de

como fabricá-los

CAdEIRA dE ROdAS ElÉtricA FicArá

MAIS BARATA cOM PEçAS nAciOnAiS

ngenheiros do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Escola Politécnica (Poli) da

USP estão desenvolvendo módu-los de controle (placas eletrônicas) e instrumentos para cadeiras de rodas motorizadas com tecnologia nacional.

O custo de produção das peças nacionalizadas chega a ser dez vezes menor do que as importadas.

cadeiras de rodas eletrônicasCadeiras de rodas mais avançadas chegam a custar US$

15 mil, mais taxas de importação dos Estados Unidos e da Europa. Elas são capazes de controlar computadores e apa-relhos de controle remoto, erguer a pessoa verticalmente e descer rampas com conforto. Os módulos de controle são responsáveis por boa parte do preço, chegando a custar US$ 5 mil.

As fábricas brasileiras produzem cadeiras de rodas simples e importam as placas eletrônicas que as controlam. A direção das cadeiras é feita por meio de joysticks, que são adequados apenas para pessoas com pelo menos uma mão livre.

Quem perde o movimento das mãos precisa importar instrumentos para dirigir as cadeiras por intermédio de sopros ou usando os dedos, queixo ou punho. O preço do controle de sopro chega aos 1.400,00 euros, segundo os orçamentos encontrados pelo LSI.

cadeira de rodas elétrica nacionalO módulo que os pesquisadores da USP estão desenvol-

vendo deverá ter as mesmas funções que os mais caros do exterior. Porém, o custo de produção deverá ser cerca de R$ 300,00 e as configurações serão mais fáceis de entender. Os engenheiros também estão desenvolvendo controles de sopro, (custo esperado de fabricação: R$ 220,00), botões para apertar com os dedos (R$ 20,00) e punhos (R$ 75,00) e touchpad (R$ 65,00).

O LSI já produziu e está aper-feiçoando o módulo, touchpad e botões para os punhos e dedos. Falta tornar o módulo capaz de interagir com aparelhos eletrônicos e fazer ajustes de segurança. Também é preciso terminar o desenvolvimento do software que controla a cadeira e do que a configura.

O objetivo dos pesquisadores é concluir os produtos em dezembro e disponibilizar para empresas nacionais a receita de como fabricá-los e os softwares para programá-los.

A maior dificuldade do desenvolvimento tem sido escolher componentes baratos e fáceis de encontrar em lojas no País, explica Marcelo Archanjo, líder da equipe que trabalha no pro-jeto. Para atender essas exigências, o módulo de controle deverá ser um pouco maior do que seria se fosse produzido com os chips vendidos no exterior. Mas deverá ter a mesma qualidade.

Módulo nacionalA pesquisa é fruto de um convênio do LSI

com a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEDPcD). O inves-timento da secretaria foi de R$ 700 mil. “A Secretaria está investindo no desenvolvimento de um conjunto de produtos, abrindo caminho para que a indústria invista somente nas etapas de produção” diz Archanjo.

“O ganho não é simplesmente menor custo”, diz Marco Pelegrini, Secretário Ad-junto da SEDPcD. “O fato de ter um módulo nacional vai facilitar a adaptar a cadeira a cada paciente”.

Normalmente, precisam de cadeiras de rodas motorizadas pessoas com distrofia muscular, tetraplegia, paraplegia, síndromes degenerativas dos músculos, paralisia cerebral e amputações. (Inovação Tecnológica) ME

E

Marcos Santos/U

SPcases & cases28

O custo de produção das peças nacionalizadas para as cadeiras de rodas elétricas chega a ser dez vezes menor do que as importadas.

Page 29: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

destaque

espeitada no mercado pela tecnologia de ponta utilizada em seus produtos e, especialmente, pelas soluções sob medi-

da para cada cliente e a garantia que oferece, a Brasved é uma empresa em plena expansão.

Presente no mercado desde 1994, no de-senvolvimento e nacionalização de retentores, anéis o-ring, juntas, guarnições e gaxetas em borracha para o segmento de montadoras e dis-tribuidoras, com a entrada de novos parceiros a Brasved deverá crescer muito nos próximos anos. Os projetos de investimentos estão fo-cados na área de infra-estrutura, maquinário e qualidade. “Um deles, o certificado de gestão de qualidade ISO 9000:2008, já está em andamento e implantação”, enfatiza o Diretor Comercial, Carlos Tadeu Furner.

A empresa oferece produtos de alto nível de qualidade para aplicação nas linhas auto-motiva, industrial e branca (máquinas de lavar e tanquinhos), sendo que os carros-chefe são os retentores e anéis para linha branca.

infra-estrutura de ponta“A Brasved tem uma completa infra-estru-

tura, com os mais modernos equipamentos para a fabricação de suas linhas de produtos, o que nos permite fazer toda a produção in-ternamente. Alem disso, nossos técnicos são

especializados em cada etapa do trabalho e passam por constantes treinamentos e aper-feiçoamentos para atualização profissional”, comemora Furner.

Na área de lançamentos e ino-vação, o Diretor Comercial destaca os kits contendo dados unificados dos produtos para facilitar, aos consumidores, a aquisição dos mes-mos, trazendo rapidez, economia e praticidade.

Empresa preocupada com o meio ambiente, a Brasved investe em inovações constantes no seu processo de produção, visando o menor desperdício de matéria prima (borracha), o que permite resultados expres-sivos na diminuição da quantidade de refugo e dejetos que seriam destinados aos aterros industriais.

Segundo Furner, com a crise econômica glo-bal de 2009, o segmento em que a Bravesd atua “teve uma diminuição de até 30% no consumo dos produtos, porém com a diminuição do IPI houve uma recuperação, não muito constante. Para recuperarmos essas perdas (deficiências) seria necessária uma política de redução dos impostos para incentivar novos projetos”, conclui o executivo ME

REmpresa preocupada

com o meio ambiente, a Brasved investe em inovações constantes

no seu processo de pro-dução, visando o menor desperdício de matéria

prima (borracha)

BRASvEd SOluçõES SOb MEdidA EM RETENTORES E ANéIS

29mercado empresarialmercado empresarial

Page 30: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

dE TRABALHO crEScEM

lém dos acidentes de trabalho, as doenças decorrentes da ocupação, como os distúrbios

osteomusculares relacionados ao traba-lho (Dort), estão crescendo muito no Brasil por falta de equipamentos e in-fraestrutura adequados nas empresas. O alerta é do presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Amatra) da 1ª Região, André Vilella.

De acordo com os dados do mês de junho último do Ministério do Trabalho, foram emitidas 7,4 mil notificações e 143 acidentes foram registrados em todo o país. Na opinião do especialista, é importante que o empregador implemente em sua empresa equipamentos de prevenção individual no trabalho, que o Ministério do Trabalho faça a fiscalização, e, que o trabalhador procure um sindicato ou o Ministério Público do Trabalho para reivindicar seus direitos”, explicou o especialista.

A Justiça do Trabalho exige um laudo técnico para demons-trar a doença ou o dano sofrido pelo trabalhador, o que, pela falta de peritos para a elaboração do laudo, o processo torna-se muitas vezes bastante lento. “Temos de melhorar”, diz Vilella. O especialista acredita que é preciso conscientizar as pessoas que, em casos de acidente do trabalho, não é só a vida do trabalhador que precisa ser levada em conta, mas também os aspectos econômicos para empregado e empregador.

inSS não é comunicadoUm levantamento feito pelo

Ministério da Previdência Social revelou que cerca de 27 por cento dos acidentes de trabalho não são comunicados ao INSS. Os dados são de 2008 e representam mais

de duzentas mil ocorrências. Isso significa que esses trabalhadores não receberam o pagamento de benefício por acidente de trabalho.

Caso o trabalhador se machuque, a primeira providência a ser tomada pelo mesmo deve ser o de passar por uma perícia médica para com-provar sua situação. O auxílio só é pago depois de ficar caracterizado o acidente de trabalho.

Segundo a advogada Sonia Mascaro Nasci-mento, alguns trabalhadores acidentados não comunicam o acidente ao INSS porque não chegam a ficar 15 dias afastados. Sonia diz ainda que uma outra parcela dos trabalhado-res usam desse artifício para “não ter que cair no INSS”. “Eles ficam afastados por uns 12 dias, voltam a trabalhar e depois são afastados novamente”.

O registro no INSS é chamado de CAT - Co-municação de Acidente de Trabalho. (Radio2) ME

Somente em junho último, foram emitidas 7,4 mil notificações e 143 acidentes foram

registrados em todo o país

A

dOEnçAS E ACIdENTES

nO brASil

30 trabalho

Page 31: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

trabalho

câncer relacionado ao trabalho, uma das pautas prioritárias do governo, com apoio do PNUD, Íntegra Brasil, Interle-

gis, INCA e com a participação da Fundacentro, foi tema de debate no Senado Federal. Diante da relevância do assunto, foram convidados para promover o debate, gestores públicos e especialistas de instituições da Saúde, Trabalho e do Poder Legislativo, para juntos contribuírem na contextualização do tema, fornecimento de dados, retrospectivas e perspectivas na área da prevenção da saúde ocu-pacional e pública, bem como ajudar na identificação de solu-ções para a redução dos riscos.

Pesquisa da Organização Mundial da Saúde mostra o câncer como uma das principais causas de morte em 40% dos países em desenvolvimento. Segundo dados de 2006 do Datasus (banco de dados do Sistema Único de Saúde), quase 2 bilhões de reais são gastos em casos da doença.

De acordo com dados apresentados por Zuher Handar, representante da Organização Internacional do Trabalho, o panorama mundial dos acidentes de trabalho é de que 32 % das mortes estão associadas ao câncer, diante de 160 milhões de novos casos diagnosticados. A Convenção 139, ratificada pelo Brasil, em 7 de maio de 1990, coloca que onde haja a presença de agentes cancerígenos e que exponham os trabalhadores, deverão ser substituídas por substâncias ou agentes menos nocivos.

Nessa mesma linha de agentes nocivos, encontram-se os agrotóxicos no Brasil, 1º con-sumidor do produto no mundo.

A pesquisa da professora e doutora adjunta da Univer-sidade Federal de Minas Gerais, Jandira Maciel, intitulada: “Agrotóxicos no Brasil”, estabelece a relação entre cânceres e agrotóxicos e mostra que há um duplo perfil epidemiológico associado às classes sociais -, quanto maior o poder aquisitivo, menor a taxa de incidência, e quanto menor o poder aquisitivo, maior a taxa de incidência. “Precisamos pensar na ocupação das diferentes classes sociais, comparar o estilo de vida des-

sas pessoas, para então, estabelecermos critérios e compreendermos melhor a exposição às substâncias carcinogênicas”, observa Maciel.

Para ela, a grande preocupação é que quando se trata de câncer relacionado ao trabalho, há uma notificação compulsória, diferente do câncer, onde não há a presença de notificação.

O diretor técnico da Fundacentro, Jó-filo Moreira Lima, apresentou o trabalho que a instituição vem realizando, especial-

mente no combate ao câncer ocupacional, como é o caso do Programa Nacional de Eliminação da Silicose, coordenado pela entidade. Silvana Rubano do Instituto Nacional do Cân-cer, observa alguns desafios que se impõem para o combate ao câncer. Um deles, apontado pela pesquisadora, pode ser o controle da exposição ocupacional e a proibição quanto ao número de substâncias químicas proibidas, sendo que atualmente, somente 4 delas são vetadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Além disso, as neoplasias ocuparam a 2ª. causa de morte, representando 16.7% em 2007, ocupando o primeiro lugar, o câncer de pele; em segundo, próstata, em terceiro, mama; em quarto lugar, câncer de pulmão, em quinto, cólon e reto; em sex-to, estômago e em sétimo lugar, o câncer de colo do útero.

Ainda segundo dados abordados na pesquisa da espe-cialista em saúde coletiva, o câncer relacionado ao trabalho registrou 18 mil novos casos no Brasil nos anos de 2008 e de 2009. (Fundacentro) ME

O

Pesquisa da Organiza-ção Mundial da Saúde mostra o câncer como

uma das principais causas de morte em 40% dos países em desenvolvimento.

CâNCER RELACIONAdO AO TRABALHO É PAutA PriOritáriA dO gOvErnO

31mercado empresarialmercado empresarial

Page 32: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

trabalho

pós dois anos de estudos, o Comitê Brasileiro de Equipamentos de Proteção Individual (CB-32/ABNT) colocou oito normas sobre equipamentos de trabalho em altura em consulta pública. Destas,

apenas quatro (travaqueda deslizante guiado em linha flexível, travaqueda guiado em linha rígida, travaqueda retrátil e absorvedor de energia) pas-saram por uma reformulação, enquanto que as demais (talabarte de segu-rança, cinturão de segurança tipo abdominal e talabarte de segurança para posicionamento e restrição, cinturão de segurança tipo para-quedista e os conectores) foram criadas para facilitar a interpretação da legislação.

“Há, em vigor, apenas uma norma para cinto de segurança e talabar-te, sendo que ela é uma `salada’ de normas, pois engloba todos os EPIs correlatos. Isso provoca desentendi mentos no mercado, pois dá margem a muitas interpretações. Achamos por bem refazê-la, desmembrando-a em quatro normas independentes”, explica João Giória, coordenador da Comissão de Estudo de Travaqueda de Segurança e da Comissão de Estudo de Cinturão de Segurança.

Como base para esse projeto, o CB-32 optou pela utilização das Normas Europeias. “Queríamos uma norma mais funda mentada no resultado do equipamento. Além disso, procuramos uma normatização que fosse mais coerente com as características do material que é utilizado pelo mercado brasileiro”, salienta Giória.

No entanto, para atender o mercado nacional, algumas adaptações foram necessárias, sendo esse o caso da indicação de uso dos talabartes. No

projeto levado à consulta pública, cada talabarte deve exemplificar, em suas especificações, o correto emprego do equipamento. Outra mudança apresentada na nova norma de proteção em

altura se refere ao tempo de uso do produto. Pelo texto, será recomendado aos usuários desses equipamentos, com

exceção do travaquedas retrátil, que os substituam sempre após o aparelho sofrer o impacto de

uma queda. Até então, essa determinação não fazia parte da normatização dos

EPIs contra queda de altura. (Revista Proteção) ME

O SESI oferece gratuitamente às empresas indus-triais diversos ma-teriais educativos destinados à promoção de ambientes de traba-lho seguros e saudáveis. Práticos, modernos e auto-aplicáveis, esses instrumentos possibilitam que empresários e trabalhadores elevem seu ní-vel de conscientização sobre temas importantes, sempre com foco na promoção da saúde, pro-dutividade e competitividade. São mais de 300 materiais educativos, direcionados aos temas de Segurança e Saúde no Trabalho e Qualidade de vida. As séries educativas são:

• SST 2010 – Avaliação de Risco• SST 2009 – Com prevenção é que se faz !• De Bem com a Vida

Você pode receber todas elas gratuitamente na sua empresa: basta acessar o site www.sesi.org.br e no link qualidade de vida informar os dados cadastrais da sua indústria.

Atenção, você deve fazer um pedido para cada série educativa ME

TRABALHO EM ALTURA TEM NOvAS REGRAS

ASESI OFERECE MATERIAIS EdUCATIvOS dEStinAdOS à PrOMOçãO dE AMbiEntES dE trAbAlhO SEgurOS

Os materiais são fornecidos gratuita-

mente

32

Page 33: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

saúde

Um dos setores que mais crescem e contratam atualmente no mercado brasileiro, a construção civil encabeça a lista de áreas que mais registram acidentes de trabalho. No ano passado, foram registrados 472 aci-dentes nas obras brasileiras, segundo dados do Ministério do Trabalho.

Com a ampliação do nível de emprego no setor, os números crescem todo ano. Segundo o governo, em 2005, dos 1327 acidentes analisados, 265 ocorreram na construção. Em 2010, entre janeiro e maio, os acidentes já são 213 - quase a metade do registrado em 2009.

Os representantes dos trabalhadores afirmam que os acidentes acontecem, principalmente, por causa da negligência dos contratantes. Eles reclamam que faltam treinamento e equipamentos de segurança para os empre-gados e denunciam que muitas empresas não comunicam os acidentes à Previdência, para pagar menos impostos.

O Ministério do Trabalho alega que os acidentes aumentaram por causa do crescimento do setor e que, até novembro, vai contratar 230 auditores con-cursados para reforçar a fiscalização.

A construção civil deve contratar 70 mil pessoas neste segundo semestre, de acordo com estimativas do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo).

Apesar da quantidade de brasileiros que a constru-ção pretende empregar neste ano, o setor sofre com a ausência de mão de obra especializada. De acordo com o economista-chefe do sindicato, Celso Petrucci, encontrar técnicos e engenheiros está cada vez mais difícil e leva, no mínimo, seis anos para formar um profissional deste tipo.

Entretanto, o mercado não vai sofrer por falta de mão de obra, garante Petrucci. Para ele, a entrada da força de trabalho feminina nas obras e o treinamento das próprias construtoras nos canteiros de obra vão ajudar a amenizar o saldo negativo de mão de obra do setor. (R7) ME

E

No ano passa-do, 472 pessoas se machucaram enquanto tra-balhavam nas

obras brasileiras

CONSTRUÇãO lidErA rAnking

studo feito por um grupo ligado ao Hospital Moinhos de Vento e à Universidade Federal de

Ciências da Saúde, de Porto Alegre, revelou que a falta de comunicação entre médicos que atuam em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) pode elevar a taxa de mortalidade dos pacientes. A Amib (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) lançou uma campanha para aumentar a segurança nessas unidades. “Certamente a falta de comunicação é a primeira causa de eventos adversos em UTIs”, enfatiza o coordenador do estudo, Álvaro Réa-Neto.

A correria dos profissionais e um ambiente lotado de pacientes em estado crítico, que certamente contribuem para os altos níveis de estresse dos médicos que atuam na área, são alguns dos fatores que causam a falha na comunicação. Além disso, a falta de reuniões entre os profissionais envolvidos e a dificuldade que os membros mais jovens têm de questionar o mais velhos também prejudicam os internados.

Foram acompanhados durante um ano e meio 792 pacientes, divididos em três grupos, conforme a frequência de comunicação entre os médicos. A taxa de mortalidade do grupo que se comunica-va diariamente ficou em 13%, enquanto o grupo que se comunicava raramente essa taxa dobrou, com 26% de mortes.

Segundo a Amib, as principais causas da má comunicação apon-tadas pelos especialistas são:

cAMPAnhA viSA MElhOrAr

SEgurAnçA nAS utisA falta de comuni-cação pode ser a primeira causa de eventos adversos

em UTIs

• Personalidade: alguns profissionais não acham necessário discutir os casos

• Falta de tempo: as pessoas não conseguem passar infor-mações necessárias

• Diversidade: grande quantidade de profissionais, inclusive muitos “flutuantes”

• Rotina: falta de rotina padronizada para disseminar as informações

• Falta de reuniões: falta de visitas multidisciplinares diárias com todos os envolvidos

• Telefone “sem fio”: muitas vezes o médico não expressa a impressão exata que teve do paciente. Fonte: CREMESP

33mercado empresarialmercado empresarial

Page 34: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

Agilidade na solução de confl itos empresariais

Árbitros especialistas em cada questão;Rapidez na resolução de controvérsias;Absoluto sigilo da discussão;Sede fl exível: Câmara se desloca até as partes;Ferramenta de sucesso para as discussões comerciais e cíveis.

•••••

Câmara de Mediação e Arbitragem de São PauloAv. Paulista, 1313 - 8° andar - Fone: 11 3549-3240/[email protected] - www.camaradearbitragemsp.org.br

www.ciesp.com.br/redessociaisA indústria a serviço do Brasil

Câmara de Mediação e Arbitragem de São Paulo há 15 anos solucionando confl itos

Page 35: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

Meio Ambiente6Fascículo

Biodiversidade

avanço da tecnologia, da ciência e da medicina vêm proporcio-nando uma expectativa de vida e um conforto que a humanida-de jamais conheceu. Estaríamos

nos acostumando com essa nova realidade e perdendo a consciência de que existe um vín-culo entre a necessidade de conservação das outras espécies e a nossa? De que essa oferta de alimentos e medicamentos não deve durar para sempre, mantido o ritmo de destruição do meio ambiente e sua diversidade biológica? O homem não percebe o vínculo entre ele e as outras espécies. Apesar de ser parte inte-grante da natureza, ele a destrói. Por quê? Esta é uma pergunta que as futuras gerações vão nos cobrar.

O

Page 36: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

M e i o A m b i e n t e

uase metade de todas as espécies de primatas está em perigo de extinção. O volume de gelo no Ártico, nos últimos cinquenta anos, caiu quase à metade e, nessa velocidade, terá desaparecido totalmente no

verão de 2080. O ritmo do derretimento da cobertura de gelo da Groenlândia dobrou nos últimos dez anos. O nível dos mares subiu entre 10 e 20 centímetros no último século. O excesso de gás carbônico na atmosfera está tornando os oceanos mais ácidos, enfraquecendo os corais, viveiros do mar, e os plânc-tons, base da cadeia alimentar subaquática. O mundo perdeu uma área superior a dois Estados de São Paulo em florestas na última década.

Essa destruição, seja pelo avanço da fronteira agrícola ou pela exploração predatória de madeira, altera o clima das regiões e contribui para o aquecimento global. A umidade formada sobre a floresta diminui, afetando não só a região, mas todo o regime

de chuvas. As florestas estão ficando mais secas e sendo substi-tuídas por um cerrado mais pobre em biodiversidade.

Todos esses fatos estão relacionados e nos remetem à ques-tão da necessidade da preservação da biodiversidade.

A pouco conhecida biodiversidade Biodiversidade é o termo utilizado para designar a variedade

de seres vivos, animais e vegetais, existentes no planeta, refe-rindo-se também à diversidade de ecossistemas e à diversidade genética. A preservação da diversidade biológica do planeta é fundamental para a sobrevivência da própria espécie humana, já que condiciona não só a disponibilidade de matérias-primas e alimentos, como também a proteção do solo e o controle do clima.

Os cientistas ainda não conhecem todas as espécies de animais e vegetais do planeta. Estima-se que total pode chegar a um núme-

M e i o A m b i e n t e

O elo da vida

M e i o A m b i e n t e

Q

Page 37: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

Vo l .6

ro entre 5 e 30 milhões, mas só foram descritas pela Ciência 1,8 milhão delas, sendo que o mais alarmante é que, dessas, somente 2,7% (44.838 espécies) foram analisadas, o que demonstra o grau de desconhecimento que há sobre a biodiversidade na Terra.

Os invertebrados, especialmente insetos, são as espécies mais numerosas. Os bichos maiores, como os vertebrados, são os mais conhecidos.

Mais da metade das espécies vivas do planeta se encontram nas florestas tropicais. Estas cobrem cerca de 2% da superfície terrestre e formam um anel em torno da linha do equador, entre os dois tró-picos, cobrindo áreas sobretudo do Brasil, México, Indonésia, Zaire e Madagascar. Entretanto, a cada dia, cerca de 300km² de florestas tro-picais são eliminadas da face da Terra pelos desmatamentos, queima-das, extração de carvão vegetal, abate indiscriminado de árvores para obtenção de matérias-primas, pela agricultura intensiva, poluição, ur-banização desordenada. Por causa desses fatores muitas espécies de vegetais e animais desapareceram e estão desaparecendo (cerca de mil por ano), antes mesmo de serem descobertas pelo homem.

De acordo com relatório divulgado no ano passado pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Na-turais (IUCN, em inglês), mais de 800 espécies de animais e plantas já foram extintas nos últimos 500 anos e, aproximadamente, 17 mil espécies podem desaparecer.

O fato é que a taxa de extinção das espécies é estimada de 100 a 1000 vezes mais alta do que poderia ser considerado um ritmo natural, em uma velocidade nunca vista desde a última extinção em massa (a última foi denominada de K-T, mais conhecida pela extin-ção dos dinossauros, e que levou ao extermínio de 60% da vida na Terra). O que está acontecendo agora é a chamada extinção do Holoceno, com causas essencialmente antrópicas.

A megadiversidade brasileiraO Brasil tem posição estratégica, por se caracterizar como pri-

meiro, entre 17 países, em megadiversidade no mundo, o que cor-responde a até 20% das espécies. No país há, pelo menos, 627 espécies da fauna e na faixa de 1.100 de flora nativa ameaçadas de extinção (dados 2008), segundo a Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA - Ministério do Meio Ambiente.

Mudanças climáticas As mudanças climáticas têm um forte peso sobre a diminuição

da diversidade biológica. No Brasil, os problemas são ocasionados pelo aumento das temperaturas na região amazônica e pela inten-

“Biodiversidade é o termo utili-

zado para designar a variedade de

seres vivos, animais e vegetais,

existentes no planeta, referindo-se

também à diversidade de ecossiste-

mas e à diversidade genética.”

As principais ameaças As principais ameaças à biodiversidade, segundo a Lis-

ta Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Interna-cional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, em inglês), divulgada em 2009, são:

• A perda de habitat e degradação do meio ambiente são as principais responsáveis pela perda de biodiversida-de. Juntas afetam 86% de todas as aves ameaçadas, 86% dos mamíferos avaliados e 88% dos anfíbios ameaçados. (Exemplos de degradação do meio ambiente e perda do habitat são: abertura de grandes áreas para a implantação de pastagens ou agricultura convencional, o extrativismo desordenado, a introdução de espécies exóticas invaso-ras, a expansão urbana, a ampliação da malha viária, a po-luição, os incêndios florestais, a formação de lagos para hidrelétricas e mineração de superfície, entre outras).

• 99% das espécies ameaçadas estão em risco por conta da atividade humana.

• Introduções de espécies exóticas (acidentalmente ou intencionalmente).

• Superexploração de espécies. • Poluição e doenças (cinomose, parvovirose, gripe,

etc). • As mudanças climáticas, com inúmeras conseqüên-

cias na biodiversidade, como a alteração nos padrões de aves migratórias, degelo e branqueamento dos corais, entre outras.

Page 38: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

M e i o A m b i e n t eM e i o A m b i e n t e

sificação de períodos secos no semi-árido do Nordeste. Ainda há elevação no nível do mar na costa brasileira, que inviabiliza a fun-cionalidade dos recifes de corais, entre outros exemplos. Os ecos-sistemas, ao se modificarem por força dessas alterações, poderão provocar o desaparecimento de espécies hoje existentes.

O processo de extinção de algumas espécies, como o surgi-mento de outras, são eventos naturais. Mas, a aceleração dessas ocorrências (devido à degradação e à fragmentação de ambientes naturais), é que foge à normalidade.

Os ursos polares são um dos mais citados exemplos de como as mudanças climáticas afetam as espécies. Esses animais depen-dem de extensas áreas de caça. Entretanto, com o aquecimento, tem havido redução e fragmentação de áreas geladas no Ártico, com consequentes pressões negativas sobre as populações desses predadores.

Políticas globais Muitas das ideias defendidas por movimentos ecológicos da

atualidade, como o movimento de parques e áreas protegidas, o movimento da conversão de dívidas para a ação ambiental, o mo-vimento para o uso sustentável, o movimento para o direito dos agricultores e o movimento para a bio-prospecção, entre outros, assim como recomendações científicas e de políticas de vários gru-pos, surgiram nos anos 80, demonstradas através de trabalhos do Centro de Direito Ambiental da IUCN.

A ênfase em sustentabilidade e valor econômico da biodiversi-dade causou um impacto sobre o Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente (PNUMA), e, em 1987 o Conselho Diretor solicitou a convocação de uma série de reuniões de grupos de especialistas. As primeiras sessões, iniciadas em novembro de 1988, foram denominadas de reuniões do Grupo de Trabalho Ad Hoc de Especialistas sobre Diversidade Biológica.

O Conselho Diretor do PNUMA estabeleceu, em 1999, o Gru-po de Trabalho Ad Hoc de Especialistas Legais e Técnicos para elaborar um novo instrumento jurídico internacional para a con-servação e uso sustentável da diversidade biológica. O ex-Diretor Executivo do PNUMA, Mostafa Tolba, elaborou o primeiro projeto formal da Convenção sobre Diversidade Biológica, que foi (INC), em 1991. O INC reuniu-se outras quatro vezes, entre fevereiro de 1991 e maio de 1992, o que culminou na adoção do texto final da Convenção em Nairobi, em 22 de maio de 1992.

A Cúpula Mundial no RioA meta da Conferência das Nações Unidas sobre Meio-Ambien-

te e Desenvolvimento realizada em junho de 1992 no Rio de Janei-ro, a ECO-91 ou Rio-92, mais conhecida como “a Cúpula da Terra”, era alcançar uma compreensão de “desenvolvimento” que deveria ocorrer sem contribuir à contínua deterioração do meio-ambiente, e lançar os fundamentos de uma parceria global, embasados em necessidades mútuas e interesses comuns de países em desenvol-vimento e daqueles mais industrializados. Visando assegurar um fu-turo saudável para o planeta, os governos particpantes da ECO-92 adotaram dois acordos, voltados para mudanças nas abordagens tradicionais de desenvolvimento:

Page 39: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

Vo l .6

A Agenda 21 – um programa completo para a ação global em todas as áreas do desenvolvimento sustentável;

A Declaração do Rio sobre Meio-Ambiente e Desenvolvimen-to – uma série de princípios que definem os direitos e responsabi-lidades dos Estados. A Declaração dos Princípios florestais – uma série de princípios para embasar o manejo sustentável de florestas, mundialmente.

Como prova de seus compromissos aos acordos, os governos assinaram duas Convenções legalmente obrigatórias, a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima e a Convenção sobre Diversidade Biológica, e concordaram em negociar uma tercei-ra, a Convenção de Combate à Desertificação.

Convenção sobre Diversidade Biológica A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) é o primeiro

acordo mundial sobre conservação e uso sustentável de todos os componentes da biodiversidade, incluindo recursos genéticos, es-pécies e ecossistemas. Representa um compromisso legal. Foi tam-bém o primeiro a definir biodiversidade no contexto de questões sociais e econômicas além de outras questões ambientais.

A CDB foi aberta para assinatura dos governantes em 1992 e entrou em vigor em 29 de dezembro de 1993. Desde então já con-seguiu adesão de 187 países e um bloco regional, a União Europeia. Poucos países não ratificaram a CDB, entre eles os Estados Unidos, que assinou, mas nunca chegou a ratificar a Convenção.

Os governos que assinaram a Convenção sobre Diversidade Bio-lógica, no Rio, iniciaram as ações que iriam colocar os interesses da biodiversidade no centro de esforços globais, regionais e nacionais para o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza. Ao ratifi-carem a Convenção, as Partes comprometeram-se, em termos gerais, a implementar medidas nacionais e internacionais com o propósito de alcançar três objetivos explícitos: a conservação da diversidade bioló-gica, o uso sustentável de seus componentes, e a repartição equitativa dos benefícios resultantes do uso de recursos genéticos.

Esses três objetivos se traduzem em obrigações às quais as Partes estão sujeitas, descritos nos dispositivos contidos nos Artigos 6 a 20 da CDB. Existe, porém, um desequilíbrio entre esses objetivos. Enquanto a Conservação da Biodiversidade possui, dentro da CDB, muitos dispositivos de implementação, os outros dois objetivos ain-da engatinham.

Esses objetivos e principalmente a repartição de benefícios foram percebidos quando da concepção da Convenção, como promisso-res no sentido de fazer da CDB um instrumento da biodiversidade. Essas expectativas, entretanto, não se confirmam, a ponto de a própria Convenção reconhecer seu baixo grau de implementação e a necessidade de reequilibrar seus três objetivos.

A CDB reforça que a conservação da diversidade biológica é uma preocupação comum a toda a humanidade, mas reconhece que os países têm direitos soberanos sobre seus próprios recursos biológicos, e que precisarão abordar as prioridades de desenvolvi-mento econômico e social e a erradicação da pobreza.

Pela primeira vez um instrumento legal internacional reconhece a importância do conhecimento tradicional, a riqueza de conheci-mento, inovações e práticas de comunidades indígenas e locais que

são relevantes para a conservação e uso sustentável da diversidade biológica. Como resultado desses dispositivos e da luta organizada de representantes de comunidades indígenas e locais, na última dé-cada, os povos indígenas e locais criaram um espaço político consi-derável para participar e influenciar o processo da CDB.

COP da Diversidade BiológicaA Conferência das Partes (COP) é o órgão supremo decisório

no âmbito da Convenção sobre Diversidade Biológica – CDB. Ela é constituída por todas as Partes da CDB e se reúne a cada 2 (dois) anos, ou conforme for necessário, para rever o progresso de sua implementação, considerar ajustes ou protocolos à convenção, e consensuar programas de trabalho para atingir seus objetivos. Par-ticipam da reunião da COP delegações oficiais dos 188 membros da CDB (187 países e um bloco regional), na condição de observa-dores participam países não membros, organismos internacionais, ONGs e representantes de setores sociais, organizações acadê-micas, organizações não governamentais, comunidades indígenas e tradicionais e o setor privado. Embora a CDB seja um tratado internacional, cabe a cada Parte no nível nacional. Portanto, as de-cisões da COP representam orientações às Partes de como elas devem proceder na sua implementação da Convenção.

A Conferência mais recente ocorreu em Bonn, na Alemanha, em 2008, e, neste outubro de 2010, acontecerá a 10ª COP da Biodi-versidade, na cidade de Nagoya, Japão.

MOP (Meeting of Parties) - é a sigla utilizada, no âmbito da Con-venção sobre Diversidade Biológica-CDB, para designar a reunião das Partes, ou seja, Reunião das Partes Membros do Protocolo de

O processo de extinção de al-

gumas espécies, como o surgi-

mento de outras, são eventos

naturais. Mas, a aceleração

dessas ocorrências (devido à

degradação e à fragmentação

de ambientes naturais), é que

foge à normalidade.

Page 40: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

M e i o A m b i e n t e

Cartagena sobre Biossegurança (ou Protocolo de Biossegurança) é o único protocolo existente na Convenção. Ele entrou em vigor em setembro de 2003. O Protocolo busca proteger a biodiversidade dos riscos potenciais apresentados pelos organismos vivos modifi-cados (OVMs) resultantes da biotecnologia. Ele estabelece os pro-cedimentos para assegurar que os países recebam as informações necessárias para tomar decisões antes de concordar ou importar tais organismos para dentro de seus territórios. O Protocolo é pio-neiro por sua aplicação prática de abordagem de precaução: a ideia de que a falta de certeza científica absoluta não é uma razão para retardar ações para evitar riscos potenciais. Ele também promete fazer uma contribuição real para o acesso a informação pelos países em desenvolvimento.

A Conferência das Partes da Convenção também funciona como a Reunião das Partes do Protocolo e o Secretariado e o Mecanis-mo Financeiro estabelecidos pela Convenção cumprem as mesmas funções com relação ao Protocolo de Biossegurança. O Protocolo é apoiado por um Mecanismo de Intermediação de Biossegurança, elaborado para facilitar a troca de informações sobre organismos vivos modificados e ajudar os países na implementação do Proto-colo. O Protocolo conta atualmente com 107 Partes.

2010, Ano Internacional da Biodiversidade2010 foi declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU)

como Ano Internacional da Biodiversidade. A abertura oficial ocor-reu no dia 10 de janeiro, em Berlim, na Alemanha. E a partir daí foram iniciados movimentos em todo o mundo, visando a divulgação de informações, a proteção da diversidade biológica e o incentivo às

ações públicas, privadas, comunitárias e individuais que possam, de alguma maneira, promover a redução da perda da biodiversidade.

A ideia é que o problema global da perda da biodiversidade pos-sa ser reduzido com ações locais. Todas as parcelas da sociedade podem contribuir, cada fazendo a sua parte. A educação ambiental promovida por escolas, universidades e outras entidades e organi-zações pretende conscientizar a população de como cada um pode reduzir seu próprio impacto sobre o meio ambiente. Os governos e as ONGs, por sua vez, ficarão responsáveis em aplicar a legislação sobre a natureza a nível mundial.

Foram firmadas 975 parcerias em todos os setores para apoiar a sensibilização das pessoas em todo o mundo. Os planos de metas foram traçados junto com as instituições governamentais e ONGs que trouxeram as questões principais que foram discutidas na Agenda Global.

Destaques da 10ª. COP - Na 10ª COP da Biodiversidade, em outubro de 2010, em Nagoya, Japão, uma das discussões mais im-portantes será sobre a possibilidade de se chegar à construção de um Regime Internacional de Acesso e Repartição de Benefícios oriundos do Uso dos Recursos Genéticos, com caráter vinculante, ou seja, que faça com que todos os países signatários da CDB, que adotarem a medida, atuem de maneira coerente e coesa.

O Regime Internacional tem como objetivo a distribuição justa e eqüitativa dos lucros obtidos com a exploração da biodiversidade e do conhecimento de populações indígenas e tradicionais associa-dos a estes recursos genéticos. O Brasil tem papel relevante nesta discussão, pois é, desde 2008 (gestão de dois anos), presidente do Grupo dos Países Megadiversos, que busca levar, às negociações

M e i o A m b i e n t e

Page 41: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

Vo l .6

da CDB, a posição consensual destes países. Até agora, foram rea-lizadas três reuniões, que discutiram a construção das bases dessa proposta.

O Grupo dos Países Megadiversos reúne os 17 países mais ricos em biodiversidade no mundo: Brasil, África do Sul, Bolívia, China, Colômbia, Congo, Costa Rica, Equador, Filipinas, Índia, Indonésia, Madagascar, Malásia, México, Peru, Quênia e Venezuela.

Políticas públicas nacionaisDesde a Rio-92, as políticas públicas voltadas para a conservação

da biodiversidade tiveram importante impulso no Brasil, culminan-do com a instituição, em 2002, da Política Nacional da Biodiversi-dade (decreto nº 4.339).

SNUC - Entre as mais significativas dessas políticas públicas está a legislação que instituiu, em 2000, o SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, que hoje conta com 304 UCs - unidades de conservação federais. Neste contexto, o Brasil é o país que mais criou áreas protegidas em todo o mundo, entre 2003 e 2009, que resultou num acréscimo de 268.096 km2. Hoje, temos um total de 768.488 km2 de unidades. Há cerca de 10% de área protegidas no mundo, sob algum tipo de legislação – o que é fundamental para a manutenção da vida no Planeta.

ARPA - O programa de Áreas Protegidas da Amazônia - ARPA também é outra política importante. “Em sua primeira fase, apoiou a criação de 43 unidades de conservação, abrangendo uma área de aproximadamente 24 milhões de hectares e investiu US$ 50 milhões diretamente na consolidação de 62 unidades de conser-vação”. A iniciativa ainda resultou na criação do Fundo de Áreas

Protegidas – FAP, destinado à manutenção de unidades de conser-vação consolidadas com apoio do ARPA, em cerca de US$ 29,7 milhões. Durante a Fase II (2010-2013), há a perspectiva de apli-cação de cerca de US$ 120 milhões em investimentos diretos e indiretos.

Na última avaliação do sistema Prodes, que registra o desma-tamento no período de um ano, entre agosto de 2008 e julho de 2009, foi detectado o menor desmatamento dos últimos 21 anos, na Amazônia.

Segundo a Avaliação Global de Recursos Florestais 2010, realiza-da pela FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, 13 milhões de hectares anuais de florestas nativas foram transformadas em terras agrícolas ou destruídas por causas naturais, nos últimos dez anos. As maiores perdas ocorreram na América do Sul e na África, computando o total de 7,4 mi hectares. Já na Ásia, houve o reflorestamento de 2,2 mi hectares, principal-mente na China, Índia e Vietnã. No Brasil, o desmate caiu de 2,9 mi-lhões de hectares na década passada para 2,6 milhões nesta década. Mas esses resultados ainda não são suficientes para comemorações, visto que o Brasil ainda lidera o ranking de desmatamento, segundo o relatório.

Hoje temos políticas públicas que podem ser bons instrumentos para consolidar a proteção desses biomas, mas os governos isola-damente não conseguem dar conta dessa tarefa. Segundo estudio-sos do tema, é preciso que os diferentes segmentos da sociedade atuem para a consolidação das metas de conservação.

Além da Amazônia - Outro fator importante para a conservação da biodiversidade é que o monitoramento por satélite da cobertura vegetal brasileira não se limita mais à Amazônia. Em 2009, foram divulgados os primeiros resultados para o Cerrado entre o período de 2002 e 2008. No início deste ano, foram apresentados os dados do desmatamento da Caatinga e, até o final de 2010, está prevista a divulgação dos dados da Mata Atlântica, Pantanal e Pampa, refe-rentes ao mesmo período.

Lei da Mata Atlântica - Ações no campo da legislação, como a aprovação da Lei da Mata Atlântica e sua regulamentação, além da regulamentação de dispositivos da Lei de Crimes Ambientais, colaboram para as políticas públicas no setor. Com o Programa Mais Ambiente, também se pretende apoiar os proprietários ru-rais na regularização ambiental de suas propriedades. Já a Política de Preços Mínimos para os produtos do extrativismo, que agrega valor a esta importante atividade de comunidade locais e de povos indígenas entre outros, são alguns dos avanços recentes.

No âmbito das pesquisas na área de Ecologia e Biodiversidade, o Brasil tem uma produção de altíssimo nível, mas necessita de mais recursos de conhecimento científico, financeiros ou de ampliação da capacitação instalada. O setor ainda é marcado por uma profun-da assimetria regional, com perto de 70% das instituições e pesqui-sadores concentrados no Sul e Sudeste do país. Essa assimetria, por sua vez, é diametralmente oposta às grandes áreas que concentram a maior parcela da biodiversidade brasileira (Norte, Centro-Oeste e Nordeste).

Espécies ameaçadas - Há vários anos o Brasil possui listas (nacio-nal e de alguns estados) de espécies ameaçadas de extinção, tanto

A educação ambien-

tal promovida por

escolas, universidades

e outras entidades e

organizações pretende

conscientizar a popu-

lação de como cada

um pode reduzir seu

próprio impacto sobre

o meio ambiente.

Page 42: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

M e i o A m b i e n t e

da flora quanto da fauna. Em 2008, o MMA, em conjunto com vários parceiros, lançou o Livro Vermelho das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, que reúne informações científicas sobre todas as 627 espécies da fauna reconhecidas como ameaça-das de extinção por meio das Instruções Normativas MMA nº 3, de 2003, e nº 5, de 2004.

O documento apresenta dados sobre a biologia, a distribuição geográfica, a presença em unidades de conservação, principais ame-aças, estratégias de conservação, indicações de especialistas e de núcleos de pesquisa e conservação envolvidos com as espécies. No campo internacional, há a lista vermelha produzida pela organização União Internacional para a Conservação da Natureza .

Amazônia, ícone mundial da biodi-versidade

Conhecida em âmbito mundial como a maior floresta tropical do mundo - são 4,1 milhões de km2 de florestas somente em território brasileiro - e pelo Rio Amazonas (o maior do mundo em volume de água, com uma bacia de 7.3 milhões de km2 e 1.100 afluentes), a Amazônia é uma região vasta e rica em recursos naturais: possui grandes estoques de madeira, borracha, castanha, peixes, minérios e plantas, das quais se extraem óleos e essências para uso medici-nal, cosmético e alimentício, entre outros.

A densidade demográfica na região amazônica é baixa (dois ha-bitantes por quilômetro quadrado) e está concentrada, principal-mente, em poucas cidades ao longo dos rios. A riqueza cultural, proveniente das diversas etnias indígenas e das várias correntes mi-gratórias, inclui o conhecimento tradicional sobre os usos e a forma de explorar os recursos da floresta sem esgotá-los nem destruir o habitat natural.

A região apresenta índices socio-econômicos muito baixos e en-frenta dificuldades decorrentes da falta de infraestrutura urbana e serviços públicos - como transporte, água tratada e esgoto, energia, comunicação, escolas - bem como de tecnologia. Tais deficiências se traduzem em baixa qualidade de vida e falta de oportunidades para a população, ao mesmo tempo que elevam o custo da pro-dução, dificultam a agregação de valor e o escoamento e, por isso, reduzem a rentabilidade econômica. Nos últimos 40 anos surgiram novas ameaças, como o desmatamento (principalmen-

te devido a queimadas, conversão de terras para a agricultura), ocu-pação desordenada da terra, uso inadequado do solo e a execução de grandes obras (estradas, barragens, usinas etc) sem que tenham sido tomados os cuidados prévios para minimizar esse impacto.

Atuação das ONGs - Para mudar esse cenário, atuando parale-lamente às políticas públicas nacionais, ONGs nacionais e interna-cionais defendem a adoção de uma agenda em prol do desenvolvi-mento sustentável e da conservação da biodiversidade na floresta baseada no conceito ecorregional, que leva em conta a grande diversidade de paisagens do bioma e o impacto que qualquer ele-mento físico ou biológico tem sobre os demais. As prioridades são as florestas, os rios e lagos, com sua flora, fauna e os povos que ali habitam. A ideia básica é valorizar a vocação florestal e aquática da região, conservando e utilizando os recursos naturais de forma racional e duradoura para beneficiar todos os segmentos sociais da região amazônica em particular e do Brasil em geral. Ou seja, assegurar o desenvolvimento econômico e social da região e do país de forma continuada.

Um exemplo nesse sentido é o trabalho desenvolvido pela WWF-Brasil, em três linhas: 1. a conservação da biodiversidade e parques; 2. o uso sustentável dos recursos naturais; e 3. a edu-cação ambiental e a comunicação. Ao mesmo tempo, o WWF-Brasil utiliza uma abordagem ecorregional do bioma, e o trabalho é desenvolvido prioritariamente em duas ecorregiões: Sudoeste da Amazônia (que abrange os estados do Acre, Rondônia e parte do Amazonas) e Várzeas da Amazônia (terras baixas ao longo da calha dos rios Amazonas e Solimões, cober-tas por florestas que ficam inun-dadas durante o período das cheias).

O planeta continua perdendo sua biodi-versidade. O contexto dos desafios para a preservação da biodiversidade brasileira e no mundo demonstra que ainda há muito a fazer. Segundo especialistas, é preciso popu-larizar o conceito, para que sua compreen-são, pela maioria da nossa sociedade, revele e materialize em políticas públicas de outros setores a importância da conservação deste ativo para a nossa vida na Terra.

Fontes: WWF Brasil, Centro de Estudos de Integração e Desenvolvi-mento (Cindes), Wikipé-dia, Planeta Sustentável, Unep.

Page 43: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

Participe da maior entidade representativa da Indústria na América Latina

Centro das Indústrias do Estado de São Paulo - CIESP Das microempresas às grandes corporaçõeswww.ciesp.com.br | [email protected]

www.ciesp.com.br/redessociais

Prestação de ServiçosConvêniosCertifi cado de OrigemCursos e TreinamentosCapacitação Empresarial

Assessoria TécnicaComércio ExteriorApoio à Micro e Pequena Infraestrutura IndustrialMeio AmbienteTecnologiaResponsabilidade Social

Geração de NegóciosMissões InternacionaisRodadas de NegóciosFeiras e EventosEncontro de Negócios

JurídicoOrientação jurídica aos associados nas áreas:

Tributária - Trabalhista - Comercial - AmbientalDivulgação de temas jurídicosPleitos em prol dos associadosAções judiciais coletivasSuporte na solução de problemas jurídicos locais

Page 44: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

saúde

s doenças respiratórias ocu-pacionais no Brasil, embora muito frequentes, são pouco

conhecidas do grande público. Asma ocupacional, rinite ocupacional, do-ença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), câncer de pulmão e pneu-moconioses estão entre os principais problemas adquiridos ou agravados em ambiente de trabalho devido à ex-posição a agentes específicos, como a poluição do ar, gases, fumos ou partículas nocivas.

“As principais doenças respiratórias causadas pelo trabalho no Brasil são aquelas que afetam os brônquios e bronquío-los, como a asma relacionada ao trabalho, bronquite crônica e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), avalia o médico pneumologista Eduardo Algranti.

A asma e a DPOC, explica o especialista, têm causas múl-tiplas e podem ser desencadeadas por interações entre fatores do paciente (genéticos, hereditários), hábitos pessoais, como o tabagismo, ou ambientais, como a exposição a gases, vapores, fumos e poeiras no ambiente de trabalho. A mais frequente delas, aliás, é a asma relacionada ao trabalho.

“Estima-se que cerca de 10% dos asmáticos adultos apresentem asma relacionada ao trabalho”, avalia dr. Al-granti. As principais vítimas são trabalhadores de limpeza, de indústrias de plásticos, química, farmacêutica, calçados, metal-mecânica e eletrônica, pintores e trabalhadores expostos a poeiras de madeira. Geralmente, ainda jovens, estes trabalhadores têm repercussões clínica, social, econô-mica e legal de importância, pois não podem retornar para a atividade que gerou a doença por risco de perpetuação dos sintomas e piora gradativa.

dOENÇAS OCUPACIONAIS RESPIRATóRIAS: uM

grAvE PrOblEMA dE SAÚdE PÚBLICA

Agentes causadores

As exposições inalatórias em ambientes de trabalho englobam uma gama extensa de agen-tes, gases, vapores, névoas, neblinas e aerossóis com potencial de causar reações no sistema respiratório.

Até mesmo a DPOC, que tem como causa principal o tabagismo, tem parcela de casos atribuíveis a ex-posições ocupacionais a substâncias como gases clorados, fumos de diesel e poeiras como a sílica ou o carvão mineral. Nestes casos, o dano pode ser agravado em caso de fumantes, ainda que passivos.

O câncer de pulmão de causa ocu-pacional tem listados 19 causas com-provadas pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC/OMS)

e mais de uma centena de prováveis cancerígenos. Entre as substâncias químicas comprovadamente cancerígenas estão, por exemplo, o amianto, o cádmio, o cromo, o níquel, a sílica, névoas de vapores de ácidos fortes e alcatrões.

Pneumocosioses

Ainda que não sejam as doenças respira-tórias ocupacionais mais prevalentes, as pneu-moconioses, causadas pela reação do tecido pulmonar à presença de poeiras inaladas e depositadas, estão entre as mais graves.

De acordo com o dr. Algranti, a principal pneumoconiose no Brasil é a silicose, causada pela reação pulmonar à poeira de sílica cristalina.

“Casos de silicose ocorrem em diversos segmentos da economia, como mineração e transformação de minerais, indústria da cons-trução, cerâmica e vidros, metalurgia, artesanato de pedras preciosas e semipreciosas, garimpo, cavação de poços, indústria de cosméticos e produtos de limpeza, entre outros”.

Estima-se que cerca de 1.275.000 brasileiros tem asma causada ou

agravada por condições de trabalho e 900.000 brasileiros apresentam DPOC atribuível a fato-

res ocupacionais

A

44

Page 45: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

saúde

Minas Gerais é o estado que concentra o maior número de casos diagnosticados de silico-se no Brasil, pela intensa atividade de mineração de ouro, quartzo, garimpo, lapidação de pedras e outras atividades do setor mineral, explica o especialista.

Na região de Criciúma, Santa Catarina, tam-bém há centenas de casos de pneumoconiose resultante da inalação e deposição de poeiras em operações de mineração de carvão mineral.

Da região Sudeste, notadamente em São Paulo e no Rio de Janeiro, há dezenas de casos de aspestose relacionados à exposição ao amian-to em indústria de cimento-amianto e têxteis. Nestes casos, a asbestose deve-se à inalação e deposição de fibras de amianto (asbesto), mi-neral utilizado na fabricação de telhas, caixas d’água, pastilhas e discos de freios, isolamento térmico de máquinas e dutos e alguns tecidos não combustíveis.

Além da pneumoconiose, o amianto é can-cerígeno e sua exposição associa-se a aumento na incidência de câncer de pulmão e de Meso-telioma, este último podendo aparecer mesmo em exposições consideradas baixas.

PrevençãoA falta de medidas corretivas no ambiente é um

dos maiores complicadores. Além de prevenir tais problemas por meio de proteção coletiva eficiente e algumas condutas, como o controle em relação à exposição às substâncias nocivas, podem diminuir os riscos e também os danos de doenças já adquiridas.

“Em certos ramos de atividade econômica no país, as pneumoconioses são ainda prevalentes em níveis inaceitáveis pelo atual conhecimento de seus métodos de prevenção”, alerta dr. Eduardo.

O problema é ainda maior se considerarmos que a maior parte das exposições ocupacionais de risco são passíveis de controle. “Estima-se que no Brasil haja 15 milhões de asmáti-cos, entre crianças e adultos, e 5 milhões portadores de DPOC. Admitindo-se que metade dos asmáticos seja adulta e que a vasta maioria de pacientes com DPOC também, estima-se que cerca de 1.275.000 brasileiros tem asma causada ou agravada por condições de trabalho e 900.000 brasileiros apresentam DPOC atribuível a fatores ocupacionais. Isto significa que mais 1% da população brasileira é portadora de doença res-piratória obstrutiva atribuível ao trabalho”, conclui ME

Minas Gerais é campeã em casos;

região Sudeste também sofre

Fonte: Eduardo Algranti – Médico pneumologista, presidente da Comissão de Doenças Ambientais e Ocupacionais da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e chefe da Divisão de Medicina da FUNDACENTRO.

Acesse o portal:

45mercado empresarialmercado empresarial

Page 46: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

saúde

m 2020, a depressão pode pular do quarto para o segundo lugar no ranking da Organização Mundial da Saúde (OMS) das principais doenças que causam incapacidade para o tra-

balho. O estresse no trabalho pode ser um dos principais motivos para que a doença chegue a esse patamar. Atualmente, a depressão afeta cerca de 121 milhões de pessoas no mundo.

O National Institute for Occupational Safety and Health, dos Estados Unidos, mostra que o estresse no trabalho acontece quan-do as exigências não se igualam às capacidades, aos recursos e às necessidades do trabalhador.

Já a Enciclopédia de Saúde e Segurança do Trabalho da Orga-nização Internacional do Trabalho (OIT)

instituiu os estressores psicossociais e organizacionais para medir o grau de

estresse ocupacional: excesso de atividades, pressão de tempo e

trabalho repetitivo, conflito de papéis entre subordinados e

superiores, além de falta de apoio social.

Os estressores físi-cos também ajudam a identificar um quadro de estresse no traba-lho. A OIT destaca, dentre esses fatores:

produtos químicos, ru-ídos, altas temperaturas,

tecnologia de produção em série, processos de tra-

balho muito automatizados e trabalhos em turnos.

Tentar diagnosticar a de-pressão e tratar o trabalhador para que ele não precise se afas-tar de suas funções ainda é uma tarefa difícil. O médico do traba-lho e psiquiatra clínico e forense, Dr. Duílio Antero de Camargo,

afirma: “Ainda existe muito des-conhecimento e preconceito sobre

as doenças mentais associado à estigmatização, à vergonha e ao medo da exclusão social. Isso afeta o diagnóstico, o tratamento e, consequentemente, a evolução da doença”.

A depressão é uma doença que apresenta sintomas claros. A Classificação Internacional de Doenças registra que humor deprimido, perda de interesse, energia reduzida, concentração e atenção reduzida, auto-estima e autoconfiança baixas são alguns dos sinais da doença.

O tratamento ideal para reverter o quadro seria a combinação de medicamentos antidepressivos com a psicoterapia. A OMS estima que entre 60% e 80% das pessoas que são diagnosticadas logo no início da doença e recebem o tratamento adequado con-seguem se curar. A organização, porém, contabiliza que menos de 25% dos afetados pela doença — em alguns países a parcela chega a 10% — recebem o cuidado necessário.

O Dr. Duílio Camargo prevê que as empresas passem a investir mais no tratamento de doenças mentais relacionadas ao trabalho, como é o caso da depressão. “Parece que esse investimento tende a melhorar, devido principalmente ao alto grau de incapacidade produzido pelos transtornos mentais”, pondera. Os quadros de depressão não tratados podem levar ao afastamento das atividades e, pos-teriormente, à demissão. A baixa produtividade e o desinteresse pela rotina podem afetar a avaliação da empresa sobre o empregado.

Conhecer os transtornos mentais facilita a pre-venção e também o diagnóstico das doenças ligadas a esses distúrbios. Para isso, Dr. Duílio lembra que a Anamt promove cursos nessa área em diversas capitais. “A implantação de programas preventivos, que priorizem a intervenção precoce, é fundamental e, entre eles, podemos destacar o Programa de Saúde Mental e Trabalho”, frisa.

O trabalhador também pode se prevenir para que não tenha depressão. É importante, nesse caso, conhecer melhor o ambiente de trabalho e, assim, saber delimitar limites e responsabilidades. Outro passo importante é vencer o preconceito sobre os transtornos mentais, informando à empresa e ao médico quando surgir algum dos sintomas que os caracterizam. (ANAMT) ME

dEPRESSãO SErá SEgundA dOEnçA MAiS GRAvE EM 2020

E

O estresse no trabalho pode ser um dos principais motivos

46

Page 47: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010
Page 48: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

as 5,2 milhões de propriedades rurais do país, mais de 1,5 milhão utiliza agrotóxicos. Cerca de 56% dos que recorrem a produtos químicos na agricultura não seguem orientação

técnica e aplicam o veneno sem nenhum tipo de segurança. Os dados integram o 10º Censo Agropecuário - 2006, divulgado em setembro de 2009 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-tística (IBGE). Entre outros apontamentos, a pesquisa confirma a manutenção da concentração fundiária associada ao processo de expansão do agronegócio.

O uso indiscriminado dos agrotóxicos coloca em risco a saúde humana e animal, além de contaminar o meio ambiente e os alimen-tos. O Censo Agropecuário revela que apenas 21% das propriedades declaram receber instrução regular sobre o uso dos produtos quími-cos. Além disso, cerca de 21% das fazendas que aplicam pesticidas e outros não possuem equipamentos de proteção individual (EPIs) para os aplicadores, o que potencializa o risco de intoxicação. O Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos.

Na avaliação dos técnicos do IBGE, é possível identificar uma disseminação generalizada nos usos de agroquímicos no campo. “Com o passar dos anos, há uma tendência do agricultor se espe-cializar e lançar mão mais intensamente destas tecnologias, em de-trimento de outras, como, por exemplo, as praticadas na agricultura orgânica ou agroecológica”, afirma o documento. O Rio Grande do Sul é o estado que mais utiliza agrotóxicos. Ao todo, são mais de 273 mil propriedades adeptas a esse expediente. Já o Amapá tem apenas 235 estabelecimentos utilizando agroquímicos.

Para a aplicação, o equipamento mais comum é o pulverizador costal, que apresenta maior potencial de exposição. Ele é utilizado

em cerca de 70% dos estabelecimentos que usam agroquímicos. Além disso, os produtores também usam o pulverizador estacionário ou semiestacionário, equi-pamento de tração mecânica ou animal, aeronave, polvilhadeiras e matracas. Há ainda a ocorrência de aplicação manual, utilizando iscas formicidas.

De acordo com os dados do instituto oficial, práticas alternativas - que pode-riam contribuir para a redução da utiliza-ção de agrotóxicos - são pouco utilizadas. Exemplos como o controle biológico (1,3%), a queima de resíduos agrícolas e de restos de cultura (0,9%) e o uso de

prevenção

repelentes, caldas e iscas (7,8%) ainda são métodos incipientes no conjunto da produção agrícola.

“Facilitar o uso de químicos na agricultura é um dos pontos de maior ação das lideranças ruralistas. Associo isso também aos transgênicos. Houve nes-ses 10 anos um incremento da área de soja de mais de 6 milhões de hectares. Imagina o crescimento de herbicida da Monsanto [multinacional de bio-tecnologia]”, critica o agrônomo Gerson Teixeira, ex-presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra). O especialista elaborou uma análise dos dados agregados do setor apresentados pelo balanço do IBGE.

A soja foi a cultura que mais se expandiu na últi-ma década: alcança 15,6 milhões de hectares, grande parte na Região Centro-Oeste. Com o argumento em prol do aumento da produção, 46% dessas propriedades rurais que cultivam soja recorrem a sementes geneticamente modificadas, numa área de 4 milhões de hectares. Segundo o Censo, a imensa maioria das lavouras de soja faz uso de agrotóxicos (95%) e adubação química (90%).

“Ao contrário do que se dizia, o agronegócio cada vez demanda doses maiores de veneno para cumprir as exigências da soja, principalmente”, analisa Gerson. Além da expansão do agronegócio, o agrônomo também associa o aumento no uso de agrotóxicos ao crescimento do recurso do crédito rural para os pequenos produtores via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que também distribui pacotes químicos.

A destinação desses produtos é outro desafio. Mais de 126 mil proprietários declaram que deixam as embalagens vazias no campo. O número equivale a 9% do total. Além disso, cerca de 25% afirmam que os recipientes são queimados ou enterrados. Cumprindo o estabelecido por lei, 38% devolvem as embalagens vazias aos comerciantes. Em cerca de 10% das propriedades, as embalagens são reco-lhidas pela prefeitura, órgãos públicos ou entregue à central de coleta. O programa de recolhimento é gerenciado pelo Instituto Nacional de Processa-mento de Embalagens Vazias (Inpev).

D

Cerca de 56% dos que recorrem a

produtos químicos na agricultura não seguem orientação técnica e aplicam

o veneno sem nenhum tipo de

segurança

MAiOr PArtE dOS QuE APLICAM AGROTóxICOS nãO utilizAMPrOtEçãO

48

Page 49: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

dESCUIdO COM POSTURA POdE gErAr PrOblEMAS

Diante desses problemas, foi criado o Fórum Nacional de Combate aos Efeitos dos Agrotóxicos. A nova instância, organizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), pretende reforçar o controle social, aproximando a sociedade civil, empresas e governos no combate aos efeitos nocivos dos agrotóxicos. Por meio do novo Fórum, o MPT vai realizar audiências públicas e investigações, coleta de denúncias e Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) que visam a redução no uso de agrotóxico no limite permitido em lei.

Além do MPT e do Ministério Público Federal (MPF), o Fórum reúne organizações como a Co-missão Pastoral da Terra (CPT), a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Con-tag), a Federação dos Trabalhadores da Agricultu-ra Familiar do Brasil (Fetraf-Brasil) e a Repórter Brasil. Há ainda representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Ministério da Saúde (MS) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Agricultura orgânicaApenas 1,8% dos estabelecimentos rurais pra-

ticam agricultura orgânica. Dessa total, 42% estão ligadas a associações, sindicatos ou cooperativas. Essa é a primeira vez que o Censo Agropecuário investiga a adesão à prática. Na metodologia do IBGE, porém, não foram consideradas orgânicas as práticas agrícolas que, apesar de não utilizarem agroquímicos, não foram identificados como tal pelo produtor ou, ainda, se este desconhecia as normas técnicas exigidas pelas instituições certificadoras.

A agricultura orgânica no país se dedica, principalmente, à pecuária e criação de outros animais (41,7%) e às lavouras temporárias (33,5%). Aparece também na lavoura permanente (10,4%), na horticultura e floricultura (9,9%) e na produção florestal (3,8%). Ao considerar a proporção de estabelecimentos de orgânicos no total de propriedades, o Censo mostra ainda que a representatividade da agricultura orgânica é maior na horticultura e floricultura. (Repórter Brasil) ME

prevenção

Dados da Escola Nacional de Saúde Pública, instituição ligada à Fiocruz, apontam que 36% dos brasileiros são afetados por dores nas costas. Já a Orga-nização Mundial da Saúde estima que 80% da população mundial sofrerão com problemas lombares em algum momento da vida. As causas são as mais variadas, e vão desde pequenas lesões até a presença de tumores. Mas, pequenas atitudes do dia a dia podem revelar uma grande fonte do problema: a má postura.

Para profissionais cuja atividade exige, diretamente, esforço físico, evidentemente, os cuidados devem ser maiores. De acordo com o reuma-tologista Sergio Bontempi Lanzotti, nesses casos, a recomendação é fazer exercícios que fortifiquem a musculatura das costas, de modo que ela possa funcionar como uma proteção para a estrutura óssea. É importante evitar o trabalho contínuo por longos períodos sem intervalo.

A pausa é importante também para quem trabalha o dia todo sentado, sempre em uma mesma posição. A recomendação é levantar a cada 40 ou 50 minutos e caminhar um pouco, para destravar as articulações e relaxar a musculatura.

Confira abaixo outras dicas de como se prevenir de dores nas costas, elaboradas pelo reumatologista Sergio Lanzotti:

A orientação geral é não carregar peso. No caso de ser obri-gado a levantar um volume pesado, nunca se deve manter as pernas esticadas e curvar o corpo. Deve-se dobrar os joelhos que funcionarão como alavancas e manter o objeto o mais próximo possível do tronco quando for erguê-lo;

Motoristas de veículos pesados também estão no grupo de risco. Quem dirige carros mais velhos tem mais problemas de coluna do que quem dirige carros novos e em melhores condições mecânicas; Ver televisão jogado no sofá, com a coluna toda torta também é contra-indicado. O ideal seria sentar-se numa cadeira de braços que servissem de apoio na hora de levantar e bem de frente para a tela;

Um fator muito comum de dor na região cervical é assistir à televisão ou ler deitado. A pessoa fica numa posição forçada, às vezes, durante horas pressionando o disco. Quem faz questão de ver TV na cama deve providenciar um suporte para a cabeça e para o tronco, de forma a permanecer quase sentado e colocar o aparelho bem alto;

Para a coluna, a posição que oferece menor pressão sobre os discos é a de barriga para cima, com a cabeça apoiada num tra-vesseiro baixo para evitar a hiperflexão. Como nem todo mundo consegue dormir desse jeito, deitar de lado com joelhos flexionados e o travesseiro baixo colocado de forma a impedir que o corpo se incline para um lado ou outro é outra boa opção. Dormir de bruços, mesmo sem travesseiro, como regra geral, não é bom para a coluna. (Revista Proteção) ME

49mercado empresarialmercado empresarial

Page 50: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

meio ambiente

o passar sobre uma placa cerâmica embutida no asfalto, veículos estimulam o material e produzem energia. Energia que, por sua vez, alimenta a iluminação de

placas e dos semáforos da própria rua ou estrada. Essa é apenas uma das possíveis aplicações de uma pesquisa feita na Universidade Estadual Paulista (Unesp) que visa ao de-senvolvimento de um sistema de aproveitamento da energia piezoelétrica, isto é, gerada por pressão.

O trabalho, que tem apoio da Fapesp por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular, começou com o professor Walter Katsumi Sakamoto, do Departamento de Física e Química da Faculdade de Engenharia de Ilha Sol-teira, que utilizou sua experiência na construção de sensores de radiação e de umidade de solo para elaborar dispositivos piezoelétricos.

Essas tecnologias têm em comum a utilização de compó-sitos cerâmicos nanométricos em formato de filmes. O pes-quisador costumava importar alguns desses materiais, como o polifluoreto de vinilideno (PVDF), o poliéter-éter-cetona (PEEK) e o titanato zirconato de chumbo (PZT).

No entanto, para desenvolver o sensor piezoelétrico, decidiu encontrar similares nacionais. Foi quando convidou a professora Maria Aparecida Zaghete Bertochi, do Depar-tamento de Química Tecnológica da Unesp, em Araraquara, a participar do trabalho.

“O desafio foi desenvolver um material que apresentasse boa dispersão no polímero e, para isso, precisávamos en-contrar o tamanho e a dispersão ideal das partículas”, disse Maria Aparecida à Agência Fapesp. Bons resultados foram obtidos pela produção de nanopartículas de PZT preparadas por processo químico.

A fim de obter o material, o grupo de Araraquara desenvol-veu um novo método de síntese para a cerâmica. O convencio-nal, chamado de mistura de óxidos, exige altas temperaturas, além da submissão do material a um processo de moagem. Os pesquisadores conseguiram dispensar o tratamento térmico e a dispersão em meio aquoso e obtiveram o PZT a tempe-raturas de 180ºC. “Nosso método também promove menor contaminação ambiental por chumbo”, disse.

Já o compósito desenvolvido com a matriz PEEK suportou temperaturas de até 360º C e a nanocerâmica ficou bem dispersa, formando um filme compósito bastante homogêneo. O filme não precisa ficar na superfície do solo, o que torna o material apto a ser aplicado em condições severas. Os pesquisadores estimam que o dispositivo se manteria operante mesmo sob temperaturas inferiores a 0º C e sob água, como no caso de uma enchente, por exemplo.

Para gerar energia, o equipamento necessita de pressão intermitente, que seria exercida pela passagem dos pneus dos veículos. Essa força provoca uma deformação mecânica no material, que produz energia elétrica.

Sakamoto colocou o novo compósito entre duas placas de acrílico. O material gerou ener-gia toda vez que uma das placas foi apertada manualmente, o que foi comprovado com o acendimento de um LED (diodo emissor de luz) conectado ao dispositivo.

Passos que iluminam“Essa tecnologia poderá gerar energia em

áreas movimentadas e não somente a partir da passagem de carros, mas também de pessoas a pé”, explicou Sakamoto.

Segundo ele, shopping centers poderiam utilizar pisos especiais que transformassem

A

AUTOMóvEIS E PEdESTRES gErAM EnErgiA AO PASSAr

50

Page 51: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

meio ambiente

os passos dos frequentadores em energia para iluminar os corredores. Algumas estações de metrô no Japão já utilizam pisos desse tipo.

O advento recente das lâmpadas LED, que consomem bem menos energia do que as flu-orescentes e incandescentes, deverá, segundo Sakamoto, ajudar a impulsionar o uso da tecnolo-gia piezoelétrica. “Sem contar o ganho ambiental por se produzir uma energia limpa”, salientou.

“Dentro do próprio automóvel, poderíamos instalar geradores piezoelétricos que se alimen-tariam dos movimentos dos amortecedores, do

giro dos pneus e de outras peças móveis”, estima. A fonte alternativa pouparia o motor do carro, atualmente o responsável pela alimentação de seu sistema elétrico.

As aplicações são inúmeras. Um exemplo seria o uso de compósitos em solas de sapatos, capazes de gerar ener-gia suficiente para alimentar aparelhos celulares e outros eletrônicos portáteis enquanto seus usuários caminham.

Outro emprego da tecnologia piezoelétrica estaria na inspeção estrutural de materiais como, por exemplo, os usados na fuselagem de aeronaves. Sakamoto averiguou que o compósito foi bem-sucedido na detecção de microtrincas em placas de fibra de carbono presente nos aviões. Ao co-lar o filme compósito na superfície da placa, a presença de trincas é detectada. Isso ocorre porque as fissuras emitem sinais conhecidos como ondas de Lamb. Nesse caso, o PZT percebe a interferência e gera um sinal que pode ser lido em um osciloscópio.

Entre outras possíveis aplicações desses sensores tam-bém estão a detecção de vazamentos de raios X em clínicas e hospitais e a produção de implantes capazes de estimular o crescimento ósseo guiado, o que seria muito útil em trata-mentos ortopédicos e implantes dentários.

O grupo de pesquisa tenta agora o desenvolvimento de matrizes poliméricas mais moles, semelhantes à borracha. “Em teoria, quanto maior a deformação do compósito, maior é o sinal gerado”, explicou o professor da Unesp.

Os pesquisadores procuram parceiros que se interessem em investigar novos capacitores que consigam armazenar uma quantidade maior de energia do que os modelos atuais. A nova geração desses dispositivos, apelidados de supercapacitores, é alvo das pesquisas desse tipo de energia.

Sakamoto aponta que a resposta para esse obstáculo estará mais uma vez na nanotecnologia. “O desafio será de-senvolver outro nanomaterial com a propriedade primordial de acumular grande quantidade de energia em um tamanho reduzido”, disse ME

Energia que, por sua vez, alimenta a

iluminação de placas e dos semáforos da própria rua ou

estrada.

51mercado empresarialmercado empresarial

Page 52: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

meio ambiente

esquisadores da Unicamp (Universidade de Campinas) dizem ter encontrado um mecanismo para coletar energia elétrica do ar úmido. O coordenador do estudo, Fernando

Galembeck, apresentou a descoberta em uma reunião da Sociedade Americana de Química, em Boston. Segundo ele, a técnica explora um efeito atmosférico pouco conhecido.

O cientista brasileiro diz que metais poderiam ser usados para captar a energia, abrindo caminho para uma potencial fonte de energia em climas úmidos. Outros cientistas, porém, discordam sobre o mecanismo e sobre a escala do efeito relatado por Galembeck.

circuito“A ideia básica é que quando você tem qualquer sólido ou

líquido em um ambiente úmido, você tem a absorção de água na superfície”, disse Galembeck à BBC. “O trabalho que estou apresentando mostra como metais colocados sob um ambiente úmido se tornam carregados (de energia)”, afirmou.

Galembeck e seus colegas de pesquisa isolaram vários metais e pares de metais separados por um material não condutor de eletricidade e permitiram que nitrogêneo gasoso com diferentes quantidades de vapor de água passassem por eles.

O que a equipe descobriu é que os metais acumularam carga elétrica - em variadas quantidades, com carga positiva ou negativa. Os metais poderiam ser ligados periodicamente a um circuito para criar eletricidade que pudesse ser utilizada.

O efeito é muito pequeno - coletando uma quantidade de ele-tricidade equivalente a 0,000001% da produzida em uma mesma área por uma célula de energia solar -, mas parece representar uma forma de acumulação de carga que até agora era ignorada.

Galembeck sugere que com mais desenvolvimento, o princípio poderia ser estendido para se tornar uma fonte de energia reno-vável em áreas úmidas do planeta, como os trópicos.

debateApesar de a ideia de tirar energia do ar ser tentadora, a perspec-

tiva de se conseguir coletar uma quantidade suficiente para tornar o processo viável ainda é uma questão de debate.

Hywel Morgan, da Universidade de Southampton, no Reino Unido, diz que um efeito semelhante já é conhecido há algum tempo. Ele aponta que o carregamento triboelétrico - a geração de carga elétrica pela fricção de gotas de água sobre gotas de água - é a origem das trovoadas. “O que achamos que está acontecendo é que ele está jogando vapor de água através dos metais e, com isso, carregando triboeletricamente o vapor de água”, afirma.

Segundo ele, isso resultaria numa carga, mas não seria o mesmo que simplesmente tirar eletricidade do ar úmido.

Muito interessanteO físico Marin Soljacic, do MIT (Massachusetts Institute of

Technology), em Boston, criador de uma tecnologia de transmissão de energia sem fio conhecida como Witricity, discorda de Morgan. Ele classifica o estudo coordenado por Galembeck de “muito interessante” e “uma boa área de pesquisa”.

Ele concorda, porém, que a quantidade de carga acumulada nos testes iniciais sugere que pode ser difícil fazer bom uso da técnica. “Neste ponto, ainda é difícil ver como isso poderia ser usado em aplicações do dia a dia”, disse ele à BBC.

Segundo ele, são necessárias mais pesquisas para entender “todas as limitações e o quanto é possível avançar”. “(Morgan) está certo que um efeito semelhante e relacionado já é conhecido, mas estamos pressionados a encontrar novas fontes de energia renováveis, então acho que ainda é cedo para descartar esta pes-quisa”, afirma Soljacic.

Galembeck se diz acostumado com a polêmica que este tipo de trabalho gera, afirmando que as discordâncias sobre o meca-nismo por trás dele formam “o motivo principal para discussões acaloradas entre os cientistas”.

“Já houve muitas tentativas de coletar eletricidade da atmosfera, e a maioria teve final infeliz”, diz. (Folha SP) ME

COLETA dE ENERGIA dO AR ÚMIdOA técnica explora um

efeito atmosférico pouco conhecido

P

PESQuiSA SugErE

52

Page 53: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

A glicerina retirada do óleo de mamona pode ser utilizada na solução de futuros acidentes ambientais, como o vazamento de petróleo no Golfo do México. A pesquisa, feita pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, ainda está em fase de laboratório, mas sua grande vantagem é o uso de recursos renováveis na produção de material de baixo custo.

O projeto trabalha com a glicerina transformada em pó, jogada sobre a mancha de petróleo, que se ligam por terem compostos químicos parecidos. Ao adicionar substâncias magnéticas a este óleo mais concentrado, os pesquisadores usam um imão para retirada do material ME

A China, segunda economia mundial e primeiro emissor global de gases de efeito estufa, determinou o fechamento de milhares de fábricas poluidoras, antes de sediar, neste mês de outubro, uma conferência preparatória da Cúpula do Clima de Cancún. As autoridades chinesas querem mostrar-se responsáveis, embora continuem argumentando que o gigante asiático emite menos gases estufa por habitante do que os países desenvolvidos, segundo informações da France Presse.

A ordem de fechamento é “um gesto para mostrar que o país faz tudo o possível para alcançar seus objetivos”, disse à Andy Xie, economista independente radicado em Xangai. O governo chinês tenta, com estas medidas, “esverdear” sua imagem depois de ter se comprometido, durante a Cúpula do Clima em Copenhague, a reduzir em 45% sua intensidade de carbono, ou seja, suas emissões de CO2 por unidade do PIB até 2020, com relação aos níveis de 2005. Para alcançar este objetivo, o país investirá 738 bilhões de dólares na próxima década para produzir 15% de sua eletricidade a partir de fontes renováveis, sobretudo de origem hídrica e eólica.

No fim de 2009, a China reduziu sua intensidade ener-gética em 14%, mas durante o primeiro semestre deste ano, voltou a aumentar levemente (0,09%). Este foi o primeiro aumento desde 2006.

Para Yang Ailun, responsável do Greenpeace China, o fechamento de fábricas parece uma medida enganosa, uma vez que os problemas de poluição na China não param de se agravar nas três últimas décadas de crescimento econômico. “Estas fábricas devem fechar, mas seria mais conveniente para o governo tomar medidas de longo prazo agindo sobre os preços (da energia)”, disse a ecologista ME

meio ambiente

chinA MAndA FEchAr FábricAS POluidOrAS

Os problemas de poluição no País não param de se agravar nas três últimas décadas

O projeto trabalha com a glicerina trans-

formada em pó.

uFrj PESQuiSA SOluçãO PArA vAzAMENTOS dE PETRóLEO

53mercado empresarialmercado empresarial

Page 54: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

comportamento

intuição sempre será parte do processo inovador. Ela pode ter vários nomes, e ser chamada de idéia, inspiração, faísca, brilho, dentre outros. São substantivos que deixam

subentendidos que o processo inovador é dotado de qualidade e energia. Ele é uma parte natural de nossas vidas, e pode ocorrer com qualquer pessoa em diferentes situações.

O processo intuitivo é a habilidade que temos de saber algo diretamente, sem necessariamente, pensarmos analiticamente. Acredito que a intuição é uma aptidão pouco reconhecida. Ela não é ativada, estimulada ou valorizada, mas sim desperdiçada. Pois, nossa cultura é, basicamente, formada de inúmeras informações que requerem análises, que por sua vez devem ser medidas e verificadas constantemente, abdicando, assim, da intuição.

O pensamento analítico constata o que já é sabido, como dados e estatísticas baseados no passado. No entanto, o pensamento intui-tivo baseia-se em pouquíssimas informações analíticas e relaciona-se mais com tendências futuras, posturas positivas e acessa outros fatores, como se “visse uma luz no final do túnel”.

Você deve se lembrar de algumas vezes em sua vida, que sabia algo, mas não sabia o porquê deste saber. Não sabia a lógica disto. Você apenas queria seguir aquele caminho, pois tinha a ciência de que

daria certo, porém não conseguia explicar o porquê da sua escolha. Isto ocorre porque você não possui dados suficientes arquivados em seu conhecimento analítico para justificar esse tipo de atitude. Isto é intuição.

Ao parar para analisar, você encontrará diversas situações em sua vida, em que soluções, aparente-mente impensadas, resolveram problemas pensados em momentos completamente inesperados. Foi a intuição que trabalhou por você neste momento.

Infelizmente, passamos muitos anos de nossas vidas aprendendo a pensar analiticamente e pouco tempo aprendendo a pensar intuitivamente. Porém, a intuição pode ser treinada e desenvolvida, e, con-seqüentemente, incorporada ao processo inovador. Por isso, neste texto, você aprenderá alguns exercícios e algumas formas de intuição em que você possa se aprimorar, bem como quais são as qualidades para ser uma pessoa inovadora. O remédio é bom somente se for usado, então experimente...

A INTUIÇãO cOMO PArtE AtivA nO PrOcESSO dA INOvAÇãO

*Leila Navarro é autora de vários livros e uma das palestran-tes mais requisitadas do Brasil, ministrando palestras em todo o Brasil e na Europa.

A

*Leila Navarro

AlguMAS FOrMAS dE intuiçãO E cOMO EXErcitá-lAS

SincronicidadeA primeira pessoa que reconheceu os eventos

sincrônicos ou as coincidências significativas com uma relevância maior que tinham total relação com a nossa psique (mente) foi o psicólogo suíço Carl Gustav Jung (1875-1961). Jung afirmava que temos quatro funções básicas: razão, emoção, sensação e intuição. No nosso ser, geralmente, uma delas é a predominante. Mas, quando trabalhamos interna-mente na direção do equilíbrio, uma nova função é acrescentada: a sincronicidade.

A sincronicidade abre um caminho para você escutar a si mesmo e ativa sua intuição. O resto é com você. Às vezes, precisamos de muita coragem para abandonar estruturas antigas, que construímos durante toda nossa vida, e seguir por novos sinais que nos indicam novos caminhos.

Exercício: Mantenha um lugar em que você possa aglomerar vários cartões com pensamentos, fotos diversas ou até baralhos comprados. O intuito aqui é ter objetos ou pensamentos que provoquem e estimulem as pessoas a refletirem. No começo de uma reunião, articule uma questão e peça para que a equipe pegue um dos objetos ou uma carta aleatoriamente. Esta carta ou objeto será a mensa-gem intuitiva para tentar resolver àquela articulação que você fez anteriormente. A partir desta carta ou objeto, reflexões e respostas para aquela articulação fluirão, provocando um processo intuitivo e facili-tando o desenrolar da reunião.

54

Page 55: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

convicção por SoluçõesSabemos muito mais do que pensamos. Intuitivamente, podemos

saber a resposta antes mesmo de sabermos a pergunta. A intuição não requer corrermos atrás de uma pergunta. Pensamentos intuitivos são avaliados constantemente. Thomas Edson, que sempre esteve em busca de soluções para suas futuras invenções, soube intuitivamente que havia uma solução, ele só não sabia como resolvê-la. Foi sua convicção em relação à solução que o habilitou a continuar buscando uma solução para o problema.

Exercício: Elabore uma pergunta em relação a uma inovação e a coloque em um envelope. Coloque o envelope sobre o centro da mesa, e peça a cada membro da equipe presente, imaginar algo sobre aquele pedaço de papel, compartilhando seus sentimentos e imagens. Recorde todas as reflexões e então, abra o envelope e leia a pergunta. Discuta a relevância em relação às imagens e sentimentos.

imprevisívelNão temos a precisão de quando uma idéia intuitiva irá ocorrer.

Então, esteja alerta e aberto, pois suas intuições podem ocorrer a qual-quer momento. Aprenda a reconhecer intuitivamente as informações e entender a sua linguagem. Isto lhe ajudará a abrir seu canal intuitivo.

Exercício: Encoraje os membros da equipe a fazer um diário com seus pensamentos particulares. Peça-os para escrever seus sonhos, insights e sentimentos. Desses manuscritos surgem muitas idéias e soluções, que se não escrevêssemos e analisássemos posteriormente, jamais saberíamos. Seria interessante que esse diário fosse pequeno, para que a pessoa possa levá-lo aonde quer que seja.

comportamento

São qualidades que quanto mais você investir a desen-volvê-las, mais inovador você se tornará e, com certeza, garantirá mais resultados em suas metas profissionais e pessoais. São elas:

DesafiadorComo desenvolver: Seja insatisfeito e questionador.

Fuja da rotina e procure buscar sempre novas hipóteses, mas sem ser uma pessoa neurótica.

curiosoComo desenvolver: Explore ativamente o ambiente

o qual se encontra. Investigue novas possibilidades e busque sanar o medo e as dúvidas. Sempre faça pergun-tas às pessoas que encontra, ao invés de apenas dar res-postas (já ir falando da sua vida). Pois, as pessoas sempre nos ensinam algo completamente novo, e podem dar respostas as suas dúvidas, sem se darem conta disso.

AutomotivaçãoComo desenvolver: Trate as suas necessidades inter-

nas. Empreenda em novos projetos, independentemente da recompensa que possa vir por seu esforço.

visionárioComo desenvolver: Acreditar que o impossível é o

impensável já é um bom começo. Mantenha sempre uma orientação futura, e procure ter uma imaginação bem fértil. Honre sempre sonhos se sonhadores.

Flexibilidade e velocidadeComo desenvolver: Surpreenda-se a si mesmo. Pro-

cure ser veloz na sua capacidade de mudança e novas adaptações.

OusadoComo desenvolver: Nunca tenha medo do ridículo.

Arrisque sempre e experimente tanto as coisas confor-táveis como as desconfortáveis. E jamais se conforme com o fracasso.

PeregrinoComo desenvolver: “Ande” e “viaje” para obter

novos pensamentos. Interaja com os outros e mude sempre. Se julgar necessário, mude até o layout de seu ambiente de trabalho, obtenha novos ares e movimen-tos.

brincalhão e bem humoradoComo desenvolver: Deixe fluir a sua criança interior.

Não tenha medo de rir, ou de apreciar a incongruência ou a surpresa. Permita-se sonhar!

Inovar é renovar, é trazer novidades, é ampliar seus horizontes. É trazer a felicidade ao seu processo criativo, as suas metas, aos seus sonhos. A intuição independe de raciocínio, mas se você souber se atentar aos detalhes que ela lhe proporciona, só tem a ganhar em todos os aspectos da sua vida profissional e pessoal, você entrará em sincronicidade com o universo juntamente com seus planos, e como disse uma vez Gandhi “a felicidade é quando o que você pensa, o que você diz, e o que você faz estão em harmonia” ME

QUALIdAdES dE UM INOvAdOR

55mercado empresarialmercado empresarial

Page 56: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

inovação

egundo a agência de notícias BBC, mate-máticos do MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos Estados Unidos,

desenvolveram uma fórmula para prever o surgimento dos chamados congestionamentos fantasmas - engarrafamentos que surgem de uma hora para outra, sem motivo aparente, em vias com grande concentração de veículos. A equação poderá ajudar na criação de projetos para desenvolvimento de vias com menor po-tencial de congestionamentos.

O modelo descreve como e por que os engarrafamentos são formados. A análise inclui fatores à primeira vista pouco importantes, como freadas súbitas ou a circulação de veículos muito próximos uns dos outros.

“As equações, semelhantes às usadas para descrever a mecâni-ca de fluidos, levam em conta fatores como a velocidade de

trânsito e densidade do tráfego para calcular as condições para formação e expansão de congestionamentos”, diz Morris Flynn, o principal responsável pelo estudo.

Planejamento viárioO modelo não contribui para acabar com

congestionamentos já formados. Nesse caso, os motoristas continuam sem ter o que fazer, afir-ma Flynn. Mas a fórmula pode ajudar especia-listas em planejamento viário na determinação de limites de velocidade adequados.

O estudo também pode contribuir para identificação de locais com maior densidade de veículos e maior risco de acidentes.

às avessasPara o desenvolvimento das equações, os

cientistas do MIT se basearam, em parte, em um experimento conduzido por cientistas japo-neses. Na ocasião, motoristas foram instruídos a dirigir a 30 km/h e manter uma distância cons-tante do carro da frente em uma via circular. Rapidamente, o trânsito sofreu problemas.

Quanto maior a densidade de veículos, mais rapidamente os congestionamentos se formavam.

Agora, os cientistas do MIT pretendem come-çar a estudar como outros aspectos contribuem para a formação de congestionamentos, como, por exemplo, a quantidade de pistas das vias. ME

As equações levam em conta fatores

como a velocidade de trânsito e densidade

do tráfego.

S

A fórmula pretende prever os conges-tionamentos fantasmas, aqueles que surgem de uma hora para outra, sem motivo aparente.

PREvER ENGARRAFAMENTOSFórMulA POdErá

56

Page 57: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

ondres poderá ter os seus primeiros táxis com emissão zero, movidos a hidrogênio, circulan-do durante os Jogos Olímpicos de 2012. Os

táxis desenvolvidos pela Lotus, equipe britânica de Fórmula 1 e que também produz carros esporte, têm o chassis igual ao do atual Black Cab inglês e pesam as mesmas 2,6 toneladas.

Sua aceleração de 0 a 100 km/hora se dá em 15,5 segundos - lenta se comparada a maioria dos carros, mas sete segundos mais rápida do que um Black Cab comum. Sua velocidade máxima é de 128 km/h. Visto de fora, ele parece um táxi comum, mas as rodas traseiras são movidas por dois motores elétricos movidos por uma bateria de polímero de lítio - apesar de não ser um carro elétrico no sentido convencional.

híbrido elétrico-hidrogênioA principal fonte de energia do carro são células

de combustível que convertem energia de hidro-gênio - armazenado em um tanque sob o capô do carro - em eletricidade.

Os motores elétricos podem ser movidos pelo sistema de células de combustível, ou por bateria, ou por uma combinação dos dois. A bateria do carro é alimentada cada vez que o veículo é freado, tanto pelo excesso de eletricidade criado pelas células de com-bustível, como pela energia cinética capturada durante a frenagem e enviada para os motores elétricos.

Com as duas diferentes fontes de energia, o carro poderia ser considerado híbrido, apesar de que, nor-malmente, o termo veículo híbrido se refira a carros movidos a gasolina e eletricidade.

carro com emissão zeroO objetivo do projeto é criar um carro com

emissões zero. O táxi não tem cano de escapamento, porque só emite vapor d’água. Mas isso não quer dizer que se trate de um carro ecológico, já que o processo de produção do hidrogênio - que quebra a água em moléculas de oxigênio e hidrogênio - é um processo que exige muita energia e normalmente é feito a partir do gás natural, um combustível con-siderado fóssil e não-renovável.

Quando o processo é feito com a ajuda de fontes de energia renováveis, como turbinas de vento, o carro é ecoló-gico, mas na prática, o mais provável é que o hidrogênio seja produzido com o uso de combustíveis fósseis, como o gás.

“O Black Cab é uma boa ferramenta para demonstrarmos a tecnologia”, afirma Ashley Kells, diretor do programa da Intelligent Energy, a empresa que desenvolveu o sistema de células de combustível do veículo. “Enquanto você abastecer as células de energia, elas continuarão garantindo a energia do carro.”

Ferramenta de marketingNo caso dos táxis londrinos, eles serão abastecidos com

hidrogênio gasoso, e o tanque pode ser cheio em cinco mi-nutos. Segundo a empresa, um tanque cheio de hidrogênio daria ao veículo a mesma autonomia que um tanque de ga-solina, entre 250 km e 400 km - uma informação altamente questionável, já que nenhum outro experimento sequer se aproxima disso.

Apenas alguns táxis movidos a hidrogênio serão lançados para os Jogos Olímpicos de 2012. Até lá, deverá haver seis postos de abastecimento de hidrogênio na cidade e pelo me-nos cinco ônibus movidos a hidrogênio em circulação.

Na verdade parece ser mais de uma ferramenta de marke-ting, o que é negado por Kells, que afirma que o projeto oferece uma “uma solução tangível, real para 2020”.

Para os engenheiros da Lotus, acostumados a trabalhar com carros de estrutura bem mais leve, este é apenas o co-meço. Eles esperam conseguir que o projeto avance para que sejam desenvolvidos táxis mais leves e eficientes no futuro. (BBC/Inovação Tecnológica) ME

inovação

LPArA OliMPíAdAS dE 2012

lótuS lAnçATáxI MOvIdO A HIdROGêNIO

Londres poderá ter os seus primeiros táxis com emissão zero, movidos a hidrogê-nio, circulando durante os Jogos Olímpicos de 2012. [Imagem: Lotus Engineering]

57mercado empresarialmercado empresarial

Page 58: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

luz pode ter um “momento angular orbital”, uma espécie de rotação, mas que se parece mais com um planeta orbitando ao redor do Sol do que girando sobre seu próprio eixo.

Medir essa propriedade é complicado, mas no exemplar de 30 de Julho da revista científica Physical Review Letters, pesquisadores brasileiros mostram que dirigir um feixe luminoso através de um buraco triangular cria uma matriz triangular de pontos que indica diretamente a dinâmica orbital angular desse feixe.

A técnica, simples e elegante, é uma ferramenta importante para explorar uma propriedade incomum da luz, que poderá no futuro ser usada para codificar informações quânticas.

Momento angular da luzQuando um feixe de luz possui momento angular, esse momen-

to angular pode ter dois elementos. O momentum angular “spin” corresponde à polarização circular da luz para a direita ou para esquerda, o que significa que a direção do campo elétrico gira no

sentido horário ou anti-horário conforme a luz se move para a frente.

O momento angular orbital (OAM: Orbital Angular Momentum) - largamente aceito pela comunidade científica apenas nos últimos 20 anos - ocorre quando a direção do campo elétrico varia no interior do feixe. Por exemplo, imagine medir a direção do campo elétrico em cada ponto ao redor de um feixe de luz de grande diâmetro. Ele pode apontar para cima, para a à direita (às três

horas), para baixo, ou para a esquerda (às nove horas).Este feixe pode ter uma unidade de OAM - uma “carga topológica”

de um. O campo de um feixe de carga dois poderia dar duas rotações completas conforme você se move ao redor de seu contorno.

Os pesquisadores esperam aproveitar esta propriedade para transportar informações com a luz, exatamente como eles já fazem

brASilEirOS criAM tÉcnicA PArA MEdIR

ROTAÇãO dA LUz

com a polarização. E com uma grande vantagem: enquanto cada fóton tem apenas dois estados de spin distintos, há potencialmente infinitos estados OAM. O problema é que até agora não havia um método de distinguir os diversos estados OAM de forma eficiente.

Experimentos de difraçãoOs físicos já haviam descoberto como gerar

feixes que possuam momento angular orbital e usá-los para exercer torque sobre partículas, movimentando-as. Mas Jandir Miguel Hickmann e seus colegas da Universidade Federal de Alagoas, em Maceió, afirmam que há uma quantidade muito pequena de pesquisas que exploram o que acontece quando esses raios de luz passam por aberturas muito pequenas.

Esses experimentos de difração geram padrões de pontos que os físicos vêm usando há muito tempo para analisar as propriedades da luz comum - mas as técnicas para medir o OAM são poucas e mais complicadas.

Quando Hickmann e seus colegas simularam a difração de feixes de luz passando através de furos de variados formatos, eles descobriram que o uso de um triângulo isósceles traz um benefício inesperado: “Você pode simplesmente contar os pontos para descobrir a carga topológica”. Os pesquisadores também verificaram esta previsão experimentalmente.

Medição do momento angular orbital

A equipe calculou e observou que, uma vez que o feixe está centrado no furo, ele gera um padrão incomum: uma rede triangular de pontos. O brilho de cada ponto individual depende das contribuições combinadas da luz a partir de diferentes locais no buraco triangular.

Os cálculos prevêem que os pontos mais brilhan-tes formam um triângulo cujo tamanho (o número de pontos em cada um dos seus lados) é uma unidade maior do que a magnitude da carga topológica. Além disso, o padrão luminoso triangular é girado em 60 graus em qualquer direção em relação à abertura, com a direção dependendo do sinal da carga (o sen-tido de rotação da luz). Assim, a abertura triangular representa uma maneira fácil de medir a magnitude e o sinal do momento angular orbital.

Miles Padgett, da Universidade de Glasgow, na Escócia, comentando o artigo dos brasileiros, afir-mou que “Foi uma surpresa, pelo menos para mim, que haja uma relação tão simples e bonita” entre o número de pontos difratados, a orientação do padrão e a magnitude e o sinal da carga topológica. (Physical Review Focus) ME

tecnologia

Uma importante ferramenta que, no futuro, poderá ser usada para codi-ficar informações

quânticas

AIm

agem

: J. H

ickm

ann/

Fede

ral U

niv.

of

Ala

goas

58

Page 59: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

tecnologia

Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento, e a Inova Unicamp - Agência de Inovação

da Universidade Estadual de Campinas lançaram, em setembro último, um edital para a incubação de várias tecnologias. Os in-teressados em empreender novos negócios na Incamp, a Incuba-dora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp, em parceria com a Embrapa, poderão apresentar propostas para ingressar no processo de incubação.

O público-alvo são os empreendedores que demonstrem efetivo potencial para absorver conhecimento científico e/ou tecnológico e que queiram gerar empresas inovadoras, ligadas ao agronegócio.

Essa ação é coordenada pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Novas Empresas de Base Tecnológi-ca Agropecuária e à Transferência de Tecnologia - Proeta. Criado pela Embrapa, o programa busca estimular o espírito empreendedor e inovador pelo incremento da produção e comercialização pioneira de novos produtos, processos e serviços de base tecnológica voltados ao agronegócio.

Os principais objetivos desse lançamento são apoiar a criação de novas micro e pequenas empresas, ampliar o grau de sucesso comercial dos novos empreendimen-tos gerados, além de valorizar e fortalecer a cultura de interação universidade - empresa, a partir da formação de uma nova geração de empresários com vínculo com a universidade, desde a origem dos seus negócios.

Também busca colaborar para o desenvolvimen-to econômico e social do estado de São Paulo e das cidades da região de Campinas e contribuir para o desenvolvimento de empresas que ofereçam produtos e serviços que incorporem o conceito de sustentabilidade ambiental, social e econômica.

O edital está disponível na internet nos endereços www.incamp.unicamp.br e www.sct.embrapa.br/proeta.

benefíciosA Embrapa, a Unicamp e seus parceiros oferecem aos inte-

grantes da incubadora a possibilidade de instalação, em caráter provisório e desde que haja espaço físico, da sede da empresa a ser incubada como residente nas dependências da Embrapa Informá-tica Agropecuária ou em espaço autorizado na universidade.

A empresa residente terá infraestrutura para uso compartilha-do, tais como: recepção, secretaria, fax, telefone, acesso à internet e rede local de computadores, limpeza das áreas comuns, sanitários, copa, sala de reuniões e auditório.

Haverá possibilidade de interação com as unidades de ensino e pesquisa da Unicamp, para acesso às informações científicas e serviços tecnológicos, além do apoio na identificação de pesqui-sadores que possam colaborar no aprimoramento tecnológico dos produtos, processos e serviços.

Outros benefícios são assessoria técnica para elaboração e encaminhamento de projetos destinados à captação de recursos junto às agências de fomento e a investidores; assessoria para re-gistro de propriedade intelectual e para licenciamento de produtos junto aos órgãos governamentais.

As empresas também vão receber orientação para elaboração e/ou atualização do plano de negócios e apoio na participação em feiras e eventos. Além disso, o programa oferece capacitação na gestão empresarial.

As propostas serão julgadas pelo Conselho de Orientação da Incamp, conforme parâmetros de viabilidade técnica e econômica do empreendimento com potencial de crescimento e de conteúdo tecnológico e grau de inovação dos produtos ou serviços.

O prazo de incubação é de 12 meses, prorrogáveis, mediante termo específico, por até dois períodos de 12 meses, totalizando, no máximo, 36 meses. Mais informações também podem ser obtidas pelo telefone 19-3521-5012. ME

A

EMBRAPA E UNICAMP lAnçAM EditAl

PArA INCUBAÇãO dE TECNOLOGIAS

59mercado empresarialmercado empresarial

Page 60: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

qualidade

uando o mercado fala em agilidade e rapidez na entrega de equipamentos de proteção individual e manutenção industrial, um nome é imediatamente lembrado: o do

Grupo BT. Realmente esse é o maior diferencial competitivo do Grupo e a razão de, nos últimos anos, a empresa ter rea-lizado vários investimentos em estrutura logística, contando hoje com uma área própria de mais de 10.000 m2 para esto-que, além da frota personalizada e constantemente renovada. Mas a essas características, outras duas se agregam quando se trata do Grupo BT: qualidade de seus produtos e serviços e credibilidade junto ao mercado.

A empresa, que foi fundada em 1974 e tem como carro-chefe a distribuição de Equipamentos de Proteção Individual,

está em plena expansão. Atualmente, possui duas unidades de distribuição, estrategicamente localizadas nas cidades de São Paulo (no Tatuapé) e Tatuí, no interior de São Paulo, e atende todo o território nacional. Para garantir total qualidade nas entregas a equipe de logística, conta com softwares de última geração que podem rastrear encomendas a qualquer momento. A frota que re-aliza as entregas está equipada com GPS e rádio para comunicação com

a Central de Atendimento.“Dentro de um mercado competitivo e extremamente

concorrido em que atuamos, buscamos diferenciar-nos dos concorrentes oferecendo aos nossos clientes não somente produtos, mas um pacote completo de atendimento, onde contemplamos preços competitivos, rapidez nas entregas, atendimento diferenciado e personalizado, além dos trei-namentos técnicos ministrados por profissionais altamente treinados e capacitados”, enfatiza o Diretor Geral da empresa, Luiz Antonio Machado.

Ainda como uma forma de oferecer serviços e levar co-nhecimento técnico aos profissionais da área, já é tradicional a participação do Grupo BT em feiras como a FISP – Feira Internacional de Segurança e Proteção, além da realização

constante de seminários técnicos como o SIPROSOR – Simpósio de Proteção ao Tra-balhador de Sorocaba e Região, evento que em sua última edição reuniu mais de 130 Técnicos e Engenheiros de Segurança do Trabalho e é sucesso absoluto entre os profissionais locais.

“A repercussão foi bastante positiva, o que nos deixou muito satisfeitos e mais uma vez motivados a continuar realizando trabalhos semelhantes em nossa região”, comemora Machado. “A progra-mação reuniu excelentes palestrantes, que condu-ziram temas como Proteção das Mãos - Cremes de Proteção - Eng.ª Valdenise Ap. de Souza - 3M, Proteção Respiratória - Profº Maurício Torloni, Prevenção: Transformando Despesas em Lucro. Quanto custam os Acidentes? - Dr. Luiz Augusto de Bruin, entre outros. Para dar uma animada nos participantes, contamos também com uma companhia teatral, que fez com que todos ficas-sem bastante descontraídos e receptivos a toda a programação”, conta o Diretor.

Machado ressalta que “a nossa preocupação com a Segurança vai além do uso dos equi-pamentos, a Manutenção Industrial para nós também é de suma importância, por isso reali-zamos a cada dois anos eventos como o SIMAN - Simpósio de Manutenção Industrial, que teve sua primeira edição em 2008, tendo tido uma excelente repercussão entre os profissionais de manutenção de toda a região”.

QUALIdAdE, RAPIdEz E CREdIBILIdAdE EM EQUIPAMENTOS dE SEGURANÇA

GRUPO BT:

Q

“A nossa preocupação com a Segurança vai

além do uso dos equi-pamentos, a Manuten-ção Industrial para nós também é de suma

importância...”

60

Page 61: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

qualidade

Outros diferenciaisMas o Grupo BT se diferencia competitiva-

mente no mercado por outros fatores. Um deles é a realização de palestras para os clientes, além de treinamentos para técnicos de segurança e também manutenção industrial. “Nossos sim-pósios de segurança já são muito bem reconhe-cidos na região de Sorocaba, na qual atuamos pela unidade Tatuí, e neste ano, pela primeira vez, estamos trazendo o evento também para São Paulo, sendo que atenderemos num primei-ro momento a região de Guarulhos”, acrescenta Luiz Antonio Machado.

“Vender produtos, mas entregar qualidade, segurança e, principalmente, confiança, esta é a principal missão do Grupo BT”, complementa o Diretor Geral.

Equipe, o maior patrimônioConsiderando que o seu maior patrimônio é

o capital humano, e creditando a ele boa parte do seu sucesso, o Grupo BT também investe no treinamento, profissionalização e reciclagem dos seus mais de 100 colaboradores, e sem dúvida estes investimentos tem trazido impor-tantes resultados e reconhecimentos, não só da sua carteira de mais de 10.0000 clientes ativos, como também de seus fornecedores, parceiros e até de alguns concorrentes. Machado define

a equipe de colaboradores como o ‘nosso maior orgulho’ e enfatiza que a valorização dos funcionários é o principal diferencial da empresa, que valoriza o trabalho em equipe e a ética nos relacionamentos. A padronização em seu sistema de trabalho e a qualidade de atendimento renderam ao Grupo BT a certificação de qualidade ISO 9001: 2008.

Com foco no bem-estar dos seus colaboradores, o Grupo BT também procura investir em lazer e, desde 2006 mantém o espaço chamado BTzinho, um clube destinado à recreação dos funcionários e seus familiares, e que, em muitos momentos, é utilizado para animadas confraternizações com seus principais clientes, fornecedores e parceiros.

Na opinião do executivo, o setor de equipamentos de segurança e proteção no trabalho está em plena expansão, principalmente por conta da construção civil, que aquece a economia brasileira hoje. “E com os eventos esportivos trazidos para o Brasil, como Olimpíadas e Copa do Mundo

de Futebol, o mercado continuará aquecido nos próximos anos”, completa.

Segundo Luiz Antonio Machado, a crise econô-mica global não afetou o setor. “Não sentimos a crise devido à conscientização dos empregadores

em relação à segurança do trabalhador”, afirma.

lançamento do respirador AdvAntAgE 420

Em agosto, o Grupo BT realizou um evento especial em parceria co a MAS para o lançamento nacional do Respirador ADVANTAGE 420. A novidade foi apresentada, em um café da manhã, aos profissionais de Saúde e Segurança do Trabalho da região de Sorocaba, seguida de uma palestra sobre Prote-ção Respiratória. O produto será comercializado em todo o mundo e o seu lançamento está sendo feito simultaneamente nos países que a MSA atua.

O Respirador ADVANTAGE 420 poderá ser conheci-do também no estande da empresa (na rua 300) na XVIII FISP – Feira Internacional de Segurança e Proteção, onde o Grupo BT mostrará também outros lançamentos. Outras informações a respeito podem ser obtidas através do email: [email protected] ME

61mercado empresarialmercado empresarial

Page 62: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

Tópicos dE AdMinisTrAção AplicAdA à sEgurAnçA do TrAbAlho

As obra forbece subsídios básicos para iniciação em questões administrativas sobre segurança do trabalho, com apresentação das principais linhas teóricas sobre a matéria e a indicação de atribuições e responsabilidades dentro da empresa.

Autor: José da cunha Tavares

Editora: senac – 7ª. edição/2007

número de páginas: 164

Técnico dE sEgurAn-çA do TrAbAlho - os pArAdigMAs dE uMA profissão

Contemplando o universo do Técnico de Segurança no Tra-balho, o autor objetiva com esta

obra auxiliar profissionais e estudantes interessados no setor. Conteúdo básico: Regulamentação da Profissão; Formação e Qualificação; Exercício da Profissão; Desempenho; Gestão de Programas; Conduta Pro-fissional; Publicações e Políticas conjunturais, Cultura da saúde e segurança do trabalho e Harmonia da visão legalista com a prática de resultados. Armando Henrique é Técnico em Segurança do Trabalho com 36 anos de experiência na área de Segurança e Saúde no Trabalho, tendo atuado como coordenador em empresas nacionais e multinacionais, entre outras atribuições, e, atualmente, como presiden-te do SINTESP - Sindicato dos Técnicos de Segurança no Estado de São Paulo. O livro que foi produzido com recursos próprio do autor e está disponível para aquisição na sede do Sintesp - (11) 3362-1104.

Autor: Armando henrique

sEgurAnçA do TrAbAlho & gEsTão AMbiEnTAl

Este livro proporciona a oportunidade de conhecer e refletir sobre o desafio de tornar o ambiente de trabalho mais saudável e também mais produtivo - não somente pela obtenção de um maior volume de produção, mas também pela redução dos des-

perdícios e dos esforços despendidos para obtê-la. Apresenta os conceitos e aplicações das temáticas abordadas em lingua-gem simples e não tecnicista, na forma de textos reflexivos. Em seguida, fornece para cada texto vasta bibliografia na qual o leitor poderá apro-fundar os conhecimentos e discussões apresentadas. Trata-se de uma abordagem introdutória, em que os gestores de ambien-tes e de equipes de trabalho encontrarão subsídios para a melhoria da performance organizacional nesse fascinante mundo das relações entre o ser humano e o trabalho que desenvolve em seu cotidiano. O livro apresenta três diretrizes: o aspecto jurídico, que rege a vida social e que, portanto, faz parte inegável de nossas vidas; o aspecto técnico, que norteia a adequação das ações quanto ao atingimento dos propósitos, observada a dimensão legal; a constante necessidade de tomada de deci-são, que faz parte do processo de gestão. Ressalte-se que essas instruções ocorrem simultaneamente e são interdependentes e complementares.

Autor: Antonio nunes barbosa filho

Editora: Atlas / 3ª. edição - 2010

número de páginas: 336

dicas de leitura62

Page 63: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

gEsTão dE risco E sEgurAnçA hospiTAlAr

O gerenciamento de risco hospitalar é um processo inter e transdisciplinar que associa o conhecimento da administração, enferma-gem, medicina, farmácia, direito, odontologia, engenharia clínica e ambiental entre outros. O objetivo é perceber, notificar, tratar e monitorar os fatores de risco para prevenir eventos adver-sos, que podem causar danos às pessoas e ao hospital. Escrito por um grupo de especialistas, que têm dedicado parte de suas vidas ao estu-do das complexas relações entre a assistência, a segurança e controle de risco bem como a repercussão da prestação do cuidado. O livro propõe ferramentas, métodos e apresenta prá-ticas realizadas em hospitais sobre Gestão de Risco, para possibilitar ações de excelência e a superação das expectativas, garantindo a Segu-rança do paciente, visitante, profissional, do meio ambiente, comunidade usuária e imagem da organização de saúde.

Autor: feldman, liliane bauer

Editora: Martinari /2008

número de páginas: 376

sEgurAnçA E MEdicinA do TrAbAlho

Com layout moderno e conteúdo criteriosamente se-lecionado e organizado, a obra atende plenamente aos profissionais de segurança e medicina do trabalho e estudantes e professores de cursos técnico-profissiona-lizantes. Contém as Normas Regulamentadoras e toda a legislação correlata, incluindo a Lei 6.514 que alterou a

CLT e inúmeras portarias e instruções normativas do Ministério do Trabalho e Emprego e do Ministério da Previdência Social. Esta edição contém as 33 Normas Regulamentadoras e a legislação complementar acompanhadas de matéria sobre a promoção e a preservação da saúde laboral.

Editora: saraiva /2010 – 5ª. edição

número de páginas: 1000

MAnuAl práTico dE sAúdE E sEgurAnçA do TrAbAlho

Manual Prático de Saúde e Segurança do Trabalho pre-tende sanar dúvidas e direcionar os estudos de alunos e profissionais que buscam se aprofundar nesse campo do conhecimento. O livro visa implementar preceitos e valores de segurança, no esforço de integrá-los à quali-

dade do trabalho e do meio ambiente, à produção e ao controle de custos das empresas. É o fruto da experiência de diversos especialistas que se reuniram para passar informações aprendidas na prática para profissionais que buscam informações pelo caminho teórico, contribuindo com o segmento e a formação profissional. Uma obra que educa, motiva e incentiva ao mesmo tempo.

Autores: diversos

Editora: Yendis

dicas de leitura 63mercado empresarialmercado empresarial

Page 64: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

vitrine

m seu primeiro lançamento no Brasil, o grupo alemão HÖRMANN, Portas para Casa e Indústria, aposta no segmento de Portas Industriais Seccionais, e apresenta

ao mercado a SPU 40, prometendo o melhor custo benefício da categoria. O modelo, com automação de série e fabricado dentro dos rigorosos padrões de qualidade e sustentabilidade Hörmann, agrega o máximo em eficiência, durabilidade e se-gurança. O design diferenciado e as opções de acabamento da SPU 40 ainda permitem contemplar os mais exigentes estilos

da arquitetura industrial moderna. Entre os principais diferenciais da Porta

Seccional Hörmann SPU 40 estão a rapi-dez de abertura e fechamento (20cm/s), a alta resistência mecânica, perfeito ajuste ao espaço (mesmo com pé direito baixo) e os isolamentos acústico e térmico, pro-porcionados pela composição da folha de porta. Isso se deve à combinação de aço galvanizado a quente (painéis duplos- in-terno e externo) com preenchimento em

espuma rígida de Poliuretano de alta qualidade (totalmente livre de HCFC). A espessa pintura à base de poliéster finaliza o processo, que garante alta proteção contra influências at-mosféricas. É a combinação perfeita de materiais para longa duração.

O diretor da Hörmann Brasil, Flávio Pinto, aposta que a SPU 40 será o carro-chefe nas vendas da Hörmann no Brasil, já que substitui com muitas vantagens e preços similares as portas basculantes, ainda muito usadas aqui. “Essa porta é, sem dúvida, a opção mais vantajosa para o mercado nacional.

Enquanto a porta basculante tem abertura ma-nual, com o ultrapassado sistema de contrapeso, o que costuma gerar muita manutenção, a SPU 40 é automatizada. Além disso, possui eixo de molas projetado para 50 mil ciclos (abertura e fechamento), por isso o motor é pouco solici-tado, e uma série de outros elementos que não geram desgaste nem manu-tenção”, explica ele.

Segurança Os recursos de segurança

da SPU 40 incluem itens para evitar acidentes operacionais e arrombamentos. O siste-ma de abertura tem várias opções, como interruptor, controle remoto, sensor de movimento de piso, teclado codificado e leitor de im-pressão digital, todos com a tecnologia mais moderna e totalmente integrada à por-ta. Um sensor especial evita choques violentos e conse-quentes acidentes. Durante o fechamento, se encostar em algum objeto, a porta para no mesmo instante e abre novamente.

Os recursos de segurança da SPU 40 incluem itens

para evitar aciden-tes operacionais e arrombamentos

E

POrtA SEcciOnAl hörMAnn AcrEScEntA AutOMAçãO E SEgurAnçA A cuStO cOMPEtitivO

64

Page 65: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

vitrine

A5 Adesivos Especiais acaba de lançar no merca-do o SpriS, o mais avança-

do Protective Film feito no Brasil, um produto que promete revolu-cionar na questão da proteção da estética de carros, caminhonetes e caminhões.

O SpriS tem como matéria-prima o poliuretano, o termoplás-tico mais resistente que existe e o mais indicado contra abrasão. Trata-se do mesmo verniz que protege a superfície dos aviões a 900 km/h agora no formato para revestir carros. Ele pode ser esticado em até 400% do seu formato original: essa característica permite que, em caso de pequenos choques, o filme absorva o impacto sem danificar a pintura de partes do veículo.

Transparente e de fácil aplicação, o SpriS pode ser colocado em para-choques, espelhos retrovisores, capôs, soleira de portas, para-lamas, caçambas de pick-ups e toda superfície pintada su-jeita a impactos, seja através de pedriscos lançados por outros veículos, esbarrões (as famosas “encostadinhas” de um veículo em outro), quando o para-choque de um carro é forçado contra o de outro em manobras, quando o carro é estacionado contra uma parede ou quando as portas são abertas e se chocam com as de outro veículo ou com a guia das calçadas.

O SpriS tem a durabilidade de um ano, aproximadamente. E, quando retirado, não deixa marcas na pintura do veículo. Os kits SpriS Bate-Porta e SpriS Bate-Parachoque já estão sendo comercializados em concessionárias de veículos, revendas e lojas de acessórios e de colocação de insufilmes e som ME

O mesmo verniz transparente que

protege a superfície dos aviões a 900

km/h agora também no formato para revestir carros

A

Há possibilidade, ainda, de instalar um outro sensor opcional que impede qualquer tipo de choque, pois paralisa a porta antes de encostar no objeto. A SPU 40 também foi pla-nejada de forma a impedir o descarrilamento da folha e o entalamento de dedos. O Sistema Anti--intrusão, de série, impede a abertura forçada da porta, mesmo se houver falta de energia, o que evita a entrada de pessoas não autorizadas.

Opções de acabamentoO revestimento de acabamento pode ser o

Stucco (de série- menos suscetível a sujidades e riscos) ou o Micrograin (opcional- superfície lisa e estrutura linear). A superfície exterior da porta pode ser pintada em uma das 14 cores preferenciais disponibilizadas pela Hörmann ou, se solicitado como item opcional, em uma das 200 cores das escalas RAL e NCS. O lado de dentro da porta geralmente é em branco cinzento (semelhante à RAL 9002).

Além da grande variedade de cores, outros opcionais da SPU 40 são a Porta Integrada para pedestres, com soleira plana (praticamente no mesmo nível do solo, evita acidentes), os visores em Duratec (material sintético com alta visibilidade e resistência a riscos), grades de ventilação e uma grande variedade de itens de automação ME

SPriS, AvAnçAdO FilME trAnSPArEntE PArA PrOtEçãO dA PinturA dE cArrOS

65mercado empresarialmercado empresarial

Page 66: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

vitrine

Howard Leight introduziu em sua linha o QuietDose™, considerado um avanço importante no sentido de interrom-per a progressão da perda auditiva ocupacional e garantir a

aquiescência do funcionário com as regulamentações de segurança auditiva. Trata-se do único dosímetro que mede e registra a exposição real dos ouvidos ao trabalhar com ruído durante todo um turno de trabalho.

O sistema QuietDose consiste em um pequeno Dosímetro Exposure Smart Protector™ (ESP) que é usado pelos funcioná-rios no bolso da camisa ou na parte de trás do capacete; fones de proteção ou um tampão com microfones integrados que registram em tempo real os níveis de ruído nos ouvidos; e um cinturão de conexão. Um leitor de infravermelho permite que os gerentes de segurança recuperem dados do Dosímetro ESP no final de cada turno da semana de trabalho e analise os resultados em um computador pessoal.

QuietDose proporciona o máximo de precisão para avaliação do risco pessoal ao ruído do local de trabalho e permite aos geren-

tes de segurança criarem Programas de Preservação Auditiva mais personaliza-dos e eficientes para cada trabalhador ME

HDL, empresa brasileira do Grupo Le-grand, líder em interfonia e fechaduras elétricas, apresenta ao mercado soluções

inteligentes para segurança. Entre os produtos estão a linha completa de interfonia, com e sem vídeo; CFTV; fechaduras elétricas; automati-zadores de portões e centrais de comunicação para residências, condomínios, comércios, consultórios médicos, pequenas empresas e edifícios corporativos.

Produtos hdl DVR LINHA HM - Possui formato de

compressão H.264, painel Touch e acesso às imagens via internet e celular. Através do sof-tware EMS (acompanha o produto), é possível gerenciar vários equipamentos simultaneamente de um mesmo local. Disponível nas versões para até 16 câmeras.

CÂMERA HM54-IR - Além da câmera HM54-IR com alcance de 30 metros, já co-mercializada pela HDL, é lançado um novo modelo para alcance de 15 metros. Possui 20 leds infravermelhos que garantem uma imagem de qualidade mesmo em locais sem iluminação (ZERO LUX), e uma lente de 3.6mm que per-mite um maior ângulo de visualização. Pode ser instalada em ambientes externos sem a necessidade de caixa de proteção.

HMDV54-IR e HMDV54 D&N - O modelo HMDV54 D&N é uma derivação do tradicional modelo HM54 já comercializado pela HDL, com carcaça metálica, antivandalismo, com proteção IP66 e possibilidades de regulagem em três eixos. Já o modelo HMDV54-IR é a versão Dome do lançamento HM54-IR com alcance de 15 metros. Mantém a tecnologia infravermelha, com 20 leds obtendo imagem nítida, mesmo em condições crí-ticas de iluminação. Assim como a D&N, também é composta por uma carcaça em forma de dome, metálica, antivandalismo, com proteção IP66.

CÂMERA HM52-DN SUPER HAD II - A câmera HM52-DN conta com CCD de ¼ de alta sensibilidade “Sony Super Had II” o que a diferencia das demais existentes no mercado, pois garante uma imagem nítida e de alta resolu-ção. É indicada para os mais diversos ambientes como residências, condomínios e empresas. De pequenas dimensões, podem ser instaladas em

hOWArd lEight intrOduz O QuiEtdOSE™

A

A

Importante avanço no sentido de inter-romper a progressão

da perda auditiva ocupacional

hdl APrESEntA SOluçõES PArA SEgurAnçA

66

Page 67: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

vitrine

ambientes internos ou externos.

CÂMERAS PROFIS-SIONAIS HMPRO480L; HMPRO-500IR com alcan-ce de 20MT; HM-550PTZ- O modelo HMPRO480-L é uma derivação do tra-dicional HMPRO480 já comercializado pela HDL. A nova versão possui a facilidade de ter um mecanismo de lente embutida em sua carcaça metálica, reduzindo suas dimensões e facilitando sua instalação. As câmeras HM500-PTZ, nas versões com alcance de 15 ou 20 metros, são profissionais de 500 linhas de resolução, com um sistema de visão noturna composto de 20 leds. É composta por uma carcaça em forma de dome, metálica, antivandalismo, com proteção IP66 com possibilidades de regulagem em três eixos. Já o modelo HM-550-PTZ é uma câmera dome de 525 linhas com opções de zoom 324X (óptico 27X e digital de 12X). Possui os mais avançados recursos automáticos para facilitar a vigilância.

VÍDEO PORTEIRO SENSE - Projetado e fabricado no Brasil pela HDL, a nova linha de Vídeos Porteiros Sense tem design clean e tecnologia de ponta. Suas funções e ajustes são selecionados através de sensores capacitivos ‘‘touch’’. A linha é composta por quatro mode-los: Sense, Sense Viva Voz, Sense com Memória e Sense com Telefone.

C E N -TRAL 32P – Projetada com o propósito de

integrar o conceito de segu-rança e comunicação e atender as necessidades de pequenos condomínios. A nova central tem configuração fixa para atender 32 ramais e per-mite interligação para compor até 64 pontos. Compacta e de fácil instalação, permite o tráfego de imagem (VP sense com telefone) e possui códigos de programação compatíveis com as centrais da linha Flex HDL. Aceita qualquer tipo de aparelho telefônico padrão Anatel, tendo como diferencial a possibilidade de utilizar identificadores de chamada em todos os ramais.

PORTEIRO F12CD – Porteiro Eletrônico específico para instalação em Centrais de Comunicação HDL, ocupando po-sição de ramal. Fabricado em alumínio e plástico ABS, possui câmera colorida “pin-hole” embutida, teclado com tecnologia “Touch” (sensível ao toque) e display interativo com infor-mações aos usuários. A alta qualidade do áudio permite uma melhor comunicação entre os interlocutores.

PORTEIRO COLETIVO COM CÂMERA PIN HOLE - O Vídeo Porteiro Coletivo Modular para diversos pontos, com câmera “pin hole” colorida ou P&B, possui um circuito eletrônico de áudio, toque de chamada e acionamento da fe-chadura elétrica. Com dimensões compatíveis com a utilização em condomínios, permite o uso de monitores ou interfones (AZ01 ou LD01) nos ramais internos. O equipamento permite privacidade nas conversas ao atender os visitantes ME

Produtos antivanda-lismo e com avança-dos recursos auto-

máticos para facilitar a vigilância.

hdl APrESEntA SOluçõES PArA SEgurAnçA

67mercado empresarialmercado empresarial

Page 68: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

vitrine

Kaspersky Lab, empresa líder em soluções de administração contra ameaças na internet, anuncia os novos

Kaspersky Internet Security 2011 e Kasper-sky Anti-Virus 2011. Os produtos da linha 2011 apresentam uma série de ferramentas de proteção pessoais inovadoras e recém-aprimoradas inéditas quanto para a Kaspersky Lab quanto para o mercado de segurança.

Durante o desenvolvimento dos produtos 2011, a equipe de especialistas da Kaspersky Lab se esforçou em trazer para cada função uma utilização altamente intuiti-va. Com o novo Desktop Gadget, o usuário acessa, com um clique, as ferramentas de segurança, analisa arquivos “arras-tando e soltando” e consegue ver instantaneamente o status do computador pela barra de gadget do Windows.

Segundo pesquisas realizadas pela empresa de segurança, os ataques virtuais são mais bem sucedidos nas duas primei-ras horas em que se conecta a Internet. Para bloquear esta vulnerabilidade, o laboratório da Kaspersky desenvolveu uma variedade de tecnologias de proteção em tempo real contra ameaças conhecidas e emergentes. Um ótimo exemplo é o Desktop Seguro. Apromorado, ele funciona como “plata-forma virtual de testes”, ou seja, um ambiente totalmente protegido no PC para abrir programa ou páginas na internet desconhecidos ou arquivos suspeitos anexos em e-mail sem temer que um malware seja instalado em seu computador.

Já o System Watcher observa, monitora e registra o com-portamento de um programa desconhecido ou suspeito, pos-

sibilitando ainda reverter os prejuízos causados por arquivos maliciosos. O Safe Surf, acompa-nha websites de todo o mundo e bloqueia trans-missões de malware, mantendo um histórico de página da internet que já foram invadidos e que são suscetíveis a novos ataques, alertando os usuários a agir com cautela ao compartilhar dados com esses destinos. Ainda na questão internacional, para ajudar os usuários a evitar ser infectados por cybercriminosos internacionais, pois eles não respeitam fronteiras nacionais, a nova função Geo Filter bloqueia automatica-mente todos os tráfegos origens de países com histórico de criação de malware.

Um dos métodos virtuais mais conhecidos de roubo de identidade, a Defesa Proativa de Phishing dos novos produtos Kaspersky 2011 está combinada com o maior banco de dados

on-line do mundo de websites maliciosos. A ferramenta ana-lisa e verifica comportamentos típicos de phishing e bloqueado qualquer site suspeito, enviando automaticamente o endereço URL para análise da equipe de especialistas Kaspersky. Caso seja diagnosticado a ameaça, o site é adicionado ao banco de dados global.

Pensando no ambiente doméstico, onde há o compartilhamento de um mesmo com-putador, a Kaspersky aperfeiçoou a função de Controles para os Pais, visando evitar que crianças e internautas inexperientes sejam enganados, fornecendo informações que possam comprometer os membros de uma mesma casa.

Além de criar acessos personalizados para cada perfil de usuário, a nova ferramenta possibilita o controle de programas de mensa-gens instantâneas e redes sociais, bloqueando completamente ou limitando o uso às pessoas confiáveis. Permite ainda prevenir que infor-mações sensíveis – tais como números de cartões de crédito ou informações pessoais dos contatos – sejam compartilhadas nestas mídias ou em outros canais de comunicação on-line ME

kASPErSky AnunciA inOvAçõES EM SEgurAnçA AO uSuáriO FinAl

Novo aplicati-vo para desktop fornece funções inovadoras de segurança com

apenas um clique

A

68

Page 69: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

vitrine

urante a FISP 2010, a Instrutherm apre-senta novidades em dispositivos espe-ciais de medicação, como os medidores

de ruído e de estresse térmico, para assegurar a saúde e o bem-estar do trabalhador.

O carro-chefe da marca, o dosímetro de ru-ído DOS-500, é uma das principais atrações da empresa. O dispositivo detecta o nível de ruído – medido em decibéis - a que o trabalhador está exposto, podendo afetar a saúde do profissional. “Esse é um equipamento de configurações e tecnologia únicas da nossa marca. Sendo de for-necimento exclusivo da Instrutherm para atuar no mercado nacional. Oferecemos assistência técnica, garantindo a qualidade do produto, que passa por um rigoroso controle de qualidade”, observa Evair Menezes Caetano, gerente geral da Instrutherm.

O medidor de estresse térmico, modelo TGD-400, é outro produto que está sendo lan-çado pela Instrutherm. O instrumento fornece o IBUTG interno e externo (função comum neste tipo de equipamento), emite relatórios em forma de lista e de gráficos e possui função de anemômetro, um medidor de velocidade do ar para ajudar no cálculo da temperatura efetiva, característica que destaca o instrumento frente aos demais do mercado. O TGD-400 é especí-fico para profissionais que atuam em ambientes expostos ao frio ou calor insalubre ME

tilizado para o acompa-nhamento do fluído na tubulação de caminhões

tanques, o visor de acrílico da válvula de fecho rápido da Vla-dos – empresa líder no mercado de válvulas para transporte na América Latina – é um equipa-mento que possui grau de transparência superior a 92%, sendo quesito imprescindível para acompanhamento do descarregamento de material líquido-químico.

Ricardo Neukamp, diretor da Vlados, explica que a função do produto é auxiliar o operador a perceber se o produto que passa pela tubulação está saindo corretamente (suporte contra possíveis desperdícios), além de evitar contaminações no retorno do implemento à base de carregamento quando do término do abastecimento, através da visualização do mesmo.

“No descarregamento de combustíveis em postos, por exemplo, o cliente pode acompanhar se o mesmo possui a pureza exigida e se o processo está sendo efetuado de maneira correta, podendo, inclusive, evitar a contamina-ção, ocasionada quando há troca do abastecimento no poço de álcool por gasolina e vice-versa – o que é proibida por lei nos postos de combustíveis”, ressalta Neukamp.

Produzido com material termoplástico rígido e transparente, o polimetil-metacrilato (PMMA ou acrílico), considerado um dos polímeros mais modernos e com maior qualidade do mercado, pela sua flexibilidade em adquirir formas, leveza e alta resistência, permite também maior nitidez e transpa-rência.

Ainda de acordo com o executivo, outra característica técnica do visor de acrílico produzido pela Vlados é a resistência às agressões as quais ele é submetido, por conta dos ingredientes químicos presentes no tipo de produto que nele circula. “Isto porque é revestido internamente por um tubo de borosilicato, que possui um baixo coeficiente de dilatação, tornando-o resistente a grandes choques térmicos e ajuda a evitar a corrosão e escurecimento do visor causado pelos componentes do produto químico”, explica.

Com diâmetro nominal de 4’’, vazão de 136m3/h e pressão de trabalho até 24Kpa (0,24 kgf/cm²), o visor possui quatro furos para fixação, guarni-ção quadrada na cor branca e foi desenvolvido com o mesmo formato do flange da válvula de fecho rápido, o que facilita a instalação e operação. O produto está em conformidade com portaria Inmetro 101/2009, que rege as regras para o transporte de produtos químicos em geral ME

D U

inStruthErM lAnçA MEdidOrES ESPEciAiS

viSOr dE AcrílicO dA vlAdOS: MAiOr trAnSPArênciA gErA SEgurAnçA

Visor de acrílico da Vlados permite acompanhamento do fluído na tubu-lação e facilita o

processo de abas-tecimento

69mercado empresarialmercado empresarial

Page 70: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

vitrine

Rayflex apresenta ao mercado seu mais novo desenvol-vimento na linha de Portas: é a Frigo-Door com a nova manta X-Force e inovações que tornam sua operação mais

eficiente e econômica. Diferente das similares importadas, e ainda largamente utilizadas no mercado brasileiro, a Frigo-Door é uma Porta compacta, de enrolar, que ocupa espaço reduzido nas câmaras frias, deixando o vão completamente livre para o trabalho.

Desenvolvida com uma nova manta X-Force, mais grossa e porosa, mantém mais a temperatura entre ambientes e evita a formação de gelo na manta (o gelo se forma normalmente do lado quente da manta). Assim, a Frigo-Door permite a diminuição de custos com energia, aumenta a segurança dos produtos armazenados e atende uma forte necessidade do mercado, que até a bem

pouco tempo importava, em grande parte, portas automáticas para câmaras frigoríficas e outras áreas de frio das indústrias de alimentos e centros de distribuição que os armazenam.

A nova Frigo-Door possui resistência interna, que evita con-gelamento ou condensação na sua superfície interna, o que pode, inclusive, imobilizá-la ou dificultar sua abertura. Além disso, a porta pode receber um soprador de ar quente, que fica no mesmo espaço da porta, para secagem completa da manta (em portas similares esse opcional tem grandes dimensões).

Possui ainda um sistema crash que permite a recolocação fácil e rápida da manta nas guias da porta, em casos de colisão com carri-nhos, empilhadeiras, por exemplo, sem qualquer dano à manta.

Independente do acabamento da Porta Frigo-Door, quer seja em aço inox ou com pintura eletrostática, todos os seus componentes de

fixação são em aço inox, que evita corrosão e promete ter longa vida útil.

“Uma porta frigorífica tem que vedar bem o ambiente, impossibilitando a entrada de ar quente na câmara”, afirma Elenice Fernandes, Gerente de Marketing, da Rayflex.

A Frigo door com manta X-Force é dotada de um sistema detector de contato que comanda a abertura da porta caso venha a encontrar um obstáculo du-rante o fechamento, protegendo os usuários. Possui ainda um sistema automatizado de abrir e fechar, com acionamento automático periódico. É ideal como segunda porta, pois a porta original das câmaras pode permanecer aberta durante as operações e, trancadas, no período noturno, por exemplo.

Em centrais de armazenagem, supermercados e outros locais que necessitam preservação rigorosa de produtos armazenados a frio, a Frigo-Door funciona como barreira sanitária e garante que as áreas fiquem isentas de pós e quaisquer outros resíduos ME

nOvA FrigO-dOOr cOM MAntA X-FOrcE

A nova porta funciona como

barreira sanitária

A

o resgatar ou evacuar um trabalhador em altura, a segurança é essencial. Essa é a razão pela qual o Dispositivo de Resgate/Descida ELITE Miller SafEscape™ é um equipa-mento de fácil manuseio pelo usuário e pode ser usado para resgatar até duas pessoas.

Destinados ao auto-resgate e ao resgate assistido, também é projetado para várias descidas para permitir a evacuação de vários trabalhadores ou durante sessões de treinamento que requeiram usos repetitivos.

Fabricado com componentes altamente resistentes e leves (material de alumínio anodizado de alta qualidade), o novo Dispositivo da Sperian facilita o manuseio do equipamento durante as emergências. A posição e concepção da roda reduzem a oscilação durante as operações de elevação e facilitam os procedimentos de evacuação.

Essa nova solução global para resgate rápido e seguro atende a todos os padrões de segurança aplicáveis em todo o mundo. Única unidade no mercado com vida útil extendida, intervalo de 7 anos antes que uma unidade não utilizada precise de nova certificação, promete reduzir os custos de propriedade e aprimora a segurança ME

nOvO diSPOSitivO dE rESgAtE/dEScidA E dEtEctOr MultigáS dE últiMA gErAçãO

A

70

Page 71: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010
Page 72: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

brEndA trAnSPOrtES E dESEntuPidOrA

Desde 1993 a Brenda Transportes e Desentupidora, sob o comando dos pri-mos Esterivaldo Brito Santana e Crisval-do Ribeiro Caires, oferece a seus clientes os serviços de: Desentupimento de Pias e Ralos, Esgotos, Coletoras, Tanques, Colunas, Sanitários e Águas Pluviais. A empresa é especializada no serviço de Hidrojateamento e Transporte de Água Potável e Não Potável.

Com equipamentos de última geração renovados anualmente e mão de obra qualificada, atende 24 horas inclusive aos domingos e feriados.

Seus principais clientes são:Carioca Engenharia, Construcap,

Construtora Ferreira Guedes, Con-sorcio São Domingos-Hidrelétrica, Consorcio Gastau, Consorcio Vale Do

Aço, Construtora Oas, Construtora Passarelli Contern, Contrufert, Cr Almeida, Dmo Enge, Delta Construções, Emparsanco, Engemix, Galvão S/A, Gdk, Intech, M. Tabet, Mapsolo, Marca Drill, Construfert, Mnd, Nm Engenha-ria, Sial Engenharia, Silcon Drilling, Tb Servi-ços, Tsl Engenharia Ambiental.

www.brendadesentupidora.com.br(11) 3915-2200

[email protected]

release72

Page 73: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

73mercado empresarialmercado empresarial

Page 74: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010

índice de anunciantes

Adecil Comercial ................................................................05

Agente Uniformes .............................................................62

Beerre Assessoria Empresarial .........................................62

Betel Negócios Imobiliários ..............................................30

Brenda Desentupidora ......................................................72

BT Produtos Industriais ......................................................73

Casalimp Produtos de Limpeza e Descartáveis ..............30

CIESP / FIESP ...............................................................34/43

Cimin’s Confecções ............................................................51

Cristal Limpeza e Conservação .........................................27

Editora Epil ..........................................................................72

Handschuhe ........................................................................63

Histec Comercial ............................................................Capa

HR Dedetização e Desratização ........................................73

Império dos Metais Comercial..........................................51

LG Comércio de Equipamentos de Segurança ................32

Metalúrgica Luma ..............................................................63

MSA do Brasil ............................................................4ª Capa

Portal 123 achei .................................................................71

Renowa Tecnologia & Serviços ........................................19

Revesprim Ind Com ...........................................................32

Super Finishing do Brasil Coml .........................................47

Triunfo - Limpeza e Conservação .....................................45

Tuiuti Equip. de Segurança ................................2ª/3ª Capa

Vences Mix .........................................................................45

74

Page 75: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010
Page 76: Revista Mercado Empresarial - Fisp2010