Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

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Ano 3 | Edição 13 | MAIO ‐ JUNHO 2012 IMPRESSO ESPECIAL 991 22 55 307- DR/MG SOC. MINEIRA DE ENGENHEIROS DEVOLUÇÃO GARANTIDA CORREIOS CORREIOS IMPRESSO FECHADO PODE SER ABERTO PELOS ECT 32 RIO+20 60 ANOS CEMIG Uma história de eficiência e orgulho nacional JOSÉ ISRAEL VARGAS Chefe de delegação do Brasil na Eco-92 fala sobre sustentabilidade e da RIO+20 MEDALHA LUCAS LOPES Presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto é o homenageado pela SME Congresso Mundial do ICLEI | 24 Leia Mais 8 18 33 DEPOIS DO DISCURSO A PRÁTICA | 46

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Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

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Ano 3 | Edição 13 | MAIO ‐ JUNHO 2012

IMPRESSO ESPECIAL

991 22 55 307- DR/MG

SOC. MINEIRA DE ENGENHEIROS

DEVOLUÇÃO GARANTIDA

CORREIOS

CORREIOSIMPRESSO FECHADO PODE SER ABERTO PELOS ECT

32

RIO+20

60 ANOS

CEMIG

Uma história

de eficiência e

orgulho nacional

JOSÉ ISRAEL VARGAS

Chefe de delegação

do Brasil na Eco-92

fala sobre sustentabilidade

e da RIO+20

MEDALHA

LUCAS LOPES

Presidente da Eletrobras,

José da Costa Carvalho

Neto é o homenageado

pela SME

Congresso Mundial do ICLEI | 24Leia Mais

8 18 33

DEPOIS DO DISCURSO A PRÁTICA

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Compromisso com Você!

A Sociedade Mineira de Engenheiros, por meio de sua

equipe, tem desenvolvido uma série de trabalhos

para atender cada vez mais e melhor a cada

um dos associados.

Em seus 80 anos de existência, a

SME trabalha para integrar, desen-

volver e valorizar a Engenharia, a

Arquitetura, a Agronomia e seus

profissionais, contribuindo

para o aprimoramento tecnoló-

gico, científico, sóciocultural e

econômico.

Produtos e Serviços

Em nosso site há uma série de produtos

e serviços como cursos, palestras, seminários,

eventos e uma extensa gama de convênios que você

poderá desfrutar.

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faculdades, floriculturas, gráficas, informática,

laboratórios, óticas, planejamento financeiro,

seguros, serviços fotográficos, hotéis,

beleza e estética, dentre outros.

Compromisso com o F uturo

Aprimoramento profissional e

inovação tecnológica também

têm sido uma das grandes ban-

deiras da SME para oferecer os

melhores produtos e serviços

para você e sua família.

Por meio do nosso site: newsletters,

revistas, eventos e participação nas redes

sociais, a SME tem se tornado, cada vez mais,

um canal aberto para ouvir suas sugestões e para

representar seu interesse.

Seja um associado da SME

Maiores Informações: www. sme.org.br - (31) 3292 3962 ou [email protected]

PRESIDENTE Ailton Ricaldoni Lobo

VICE - PRESIDENTESRonaldo José Lima Gusmão

José Luiz Nobre Ribeiro

Victório Duque Semionato

Alexandre Francisco Maia Bueno

Délcio Antônio Duarte

DIRETORESLuiz Felipe de Farias

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Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz

Marcílio César de Andrade

Alessandro Fernandes Moreira

José Flávio Gomes

Fabiano Soares Panissi

Janaína Maria França dos Anjos

Normando Virgílio Borges Alves

Clemenceau Chiabi Saliba Júnior

SUPERINTENDENTE José Ciro Mota

CONSELHO DELIBERATIVOMarcos Villela Sant'Anna

Teodomiro Diniz Camargos

Jorge Pereira Raggi

Flávio Marques Lisbôa Campos

Rodrigo Octavio Coutinho Filho

Paulo Safady Simão

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Levindo Eduardo Coelho Neto

Fernando Henrique Schuffner Neto

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CONSELHO FISCALJosé Andrade Neiva

Nilton Andrade Chaves

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Alexandre Rocha Resende

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CONSELHO EDITORIAL Ailton Ricaldoni Lobo

Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz

Janaína Maria França dos Anjos

Fabiano Soares Panissi

José Ciro Mota

Ronaldo Gusmão

Coordenador EditorialRonaldo Gusmão

Jornalista Responsável Luciana Maria Sampaio Moreira

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3

Apesar de o País não correr riscos

de uma crise econômica como está

acontecendo com diversos países

europeus, a nossa economia será

afetada por alguns efeitos decorren-

tes do cenário internacional, espe-

cialmente os setores exportadores e

aqueles que competem com produ-

tos importados.

Para os setores industriais que

estão sofrendo desaceleração e, em

alguns casos, até risco de desindus-

trialização, devido principalmente à

concorrência predatória com os

produtos importados, notadamente

da China, o governo adotou medi-

das de estímulo que deverão trazer

algum alívio e melhorar as expecta-

tivas, neste ano, de crescimento

econômico do Brasil.

Embora, o governo brasileiro acene

com a adoção de medidas para

conter o processo de desindustria-

lização, muito deve ser feito. A

desoneração da folha deve ser

acompanhada de uma reforma nos

contratos de trabalho, desburocra-

tizando a relação empregador/em-

pregado, além da queda mais

significativa da taxa de juros e a

adoção do imposto único, o que re-

duzirá fortemente o custo adminis-

trativo, para que a indústria recupere

sua produção com lucratividade e

competitividade no mercado inter-

nacional.

Projeções feitas, já apontam que a

redução do custo do INSS de 20%

para 0% apenas para a indústria de

transformação terá impacto posi-

tivo. Isso porque o custo fiscal

dessa desoneração seria de R$ 1

bilhão para cada 1% de redução de

contribuição. Assim, a redução de

20% custaria R$ 20 bilhões ao ano.

Algumas medidas aguardadas pelo

empresariado para recuperar a com-

petitividade da indústria nacional, no

médio e longo prazos, seriam incen-

tivos e políticas voltadas para a ino-

vação, desenvolvimento tecnológico,

formação de recursos humanos, in-

fraestrutura, logística, entre outros.

No curto prazo são necessárias mu-

danças nos preços relativos, atuando

principalmente na tributação, para

que possa gerar um nível de câmbio

também competitivo.

A desoneração da folha de paga-

mento (custo fixo) é fundamental

para a indústria de transformação

brasileira, com a fixação de uma

alíquota adicional de COFINS, e a

criação de um mecanismo de cré-

dito tributário para a Indústria de

Transformação.

A criação desse mecanismo de cré-

dito tributário amenizaria as dificul-

dades enfrentadas pelo setor,

causadas pelas importações, princi-

palmente a chinesa. De outro lado,

para se ressarcir deste custo, seria

criada uma alíquota adicional de

COFINS, não cumulativa, de 9% a

ser aplicada para todo o setor in-

dustrial. Esta alíquota, com base na

arrecadação sobre os importado-

res, geraria recursos de aproxima-

damente R$ 27,3 bilhões.

A proposta de criação do crédito

tributário geraria no ambiente da in-

dústria resultados favoráveis a exem-

plo do aumento na competitividade

da indústria de transformação nacio-

nal; o estímulo ao emprego, a partir

da redução do custo do trabalho

interno. Além disso, promoveria a

equidade de tratamento entre o tra-

balho local e o trabalho externo; neu-

tralizaria a COFINS adicional para a

indústria de transformação nacional

via crédito tributário, impactando

positivamente a economia com

efeitos multiplicador e acelerador.

EDITORIAL | PALAVRA DO PRESIDENTE

Ailton Ricaldoni LoboPresidente da SME

A SME APRESENTA

PROPOSTA EM DEFESA DA

INDÚSTRIA NACIONAL

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4

Em uma abordagem mais ampla

relacionada aos objetivos do Plano

Brasil Maior, poderá ser estimu-

lada a formação de uma cultura

empresarial voltada para P&D (in-

vestimentos em pesquisa e desen-

volvimento tecnológico).

O setor aguarda que o governo bra-

sileiro, adote medidas cambiais que

tranquilizem o empresariado, princi-

palmente, quanto à possibilidade de

se estabelecer patamares mínimos

para o câmbio, em um regime de flu-

tuação cambial considerando uma

banda de R$1,90 à R$2,10.

Para o setor, a desvalorização cam-

bial provocaria um ajuste nos pre-

ços. Os empresários acreditam que

sob o regime de câmbio flutuante é

possível instituir políticas de con-

trole, do ponto de vista fiscal. O go-

verno possui instrumentos de

monitoramento e controle, po-

dendo impedir que o ajuste se

transforme em inflação inercial não

recorrente. Este seria o custo que

a sociedade pagaria para resolver o

problema do câmbio e de seus im-

pactos nefastos sobre a produção

industrial brasileira.

A proposta de aplicação do IOF,

como imposto regulatório, por ex-

celência, poderá atuar como um ini-

bidor de aplicações de curto prazo

e indutor de aplicações de longo

prazo, para residentes e não resi-

dentes no País. Para evitar a arbitra-

gem, toda conversão de US$ para o

R$ terá que ser tributada com o

IOF, sem exceção. De outra parte, a

restituição do IOF, por meio de cré-

dito tributário, ocorreria no caso

de receitas advindas da exportação

nacional e / ou Investimento Direto

efetivo, devendo ser comprovado

pela empresa e atestado pela Re-

ceita Federal. A Receita seria a fis-

calizadora desta política uma vez

que o BACEN não possui a infra-

estrutura necessária para este

tipo de ação.

Diante da força dessas medidas e

da certeza de sua eficácia, é natural

que sua implementação gere alguma

insegurança inicial. Portanto, torna-

se aconselhável que paralelamente

à revogação das medidas de IOF

aplicáveis à conversão do dólar para

o real hoje existentes, seja aplicada

uma alíquota do IOF relativamente

“inofensiva”, por exemplo, de 1%.

Esta será uma importante sinaliza-

ção para o mercado, indicando que

o governo está disposto a se valer

de um instrumento que não per-

mite rota de fuga e/ou contornos e,

portanto, de arbitragem. Em um se-

gundo momento, a alíquota do IOF

deverá ser ajustada até o nível de-

sejado de câmbio.

Para o empresariado mineiro, a me-

dida proposta de desoneração do

salário, que produziria um efeito

correspondente a quase 15% de

desvalorização cambial para a in-

dústria de transformação nacional,

terá um baixo impacto inflacionário

na economia. De forma comple-

mentar, a COFINS vigente, também

poderia integrar a política de deso-

neração/crédito tributário, caso

fosse necessário, entendendo-se

que a desvalorização cambial, dado

o seu impacto inflacionário, seria a

menor possível.

Em seu conjunto as medidas adota-

das pelo governo, representam um

estímulo de R$ 60,4 bilhões para

alavancar o desenvolvimento do

setor industrial. Aliadas aos investi-

mentos na infraestrutura do País -

que são crescentes, às concessões

e parcerias - nos aeroportos, por

exemplo, ao Programa Nacional de

Acesso ao Ensino Técnico - PRO-

NATEC, o projeto de implantação

de escolas técnicas e as aplicações

em ciência, tecnologia, inovação e

educação - ProUni e Ciência sem

Fronteiras, podemos afirmar que

superaremos o momento adverso

e voltaremos a ter uma indústria

nacional forte e competitiva num

futuro próximo.

Por fim, aproveitando o capital po-

lítico que detém a presidenta

Dilma, somando-se a isso, a contri-

buição das entidades civis organiza-

das com o propósito de elevar o

Brasil à condição de potencia tec-

nológica, certamente, em curtís-

simo prazo, a indústria brasileira

terá alcançado um patamar elevado

de competitividade.

EDITORIAL | PALAVRA DO PRESIDENTE

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6READEQUAÇÃO

CURRICULAR

SME promove debate

sobre o tema 8

ENTREVISTA

José da Costa Carvalho Neto,

presidente da Eletrobras

16 18CEMIG 60 ANOS

Uma exemplo de

gestão em energia

22 24

38

ENGENHEIRO EM FOCO

Fabiano Panissi, 38 anos,

engenheiro eletricista é

perfil do mês

44MILTON GOLOMBECK

A inversão de valores e a

importância da engenharia

MESTRES DA

ENGENHARIA

Ederson Bustamante

TRANSPORTE - VLT

Solução para BH

ICLEI

Prefeituras em prol da

proteção ambiental

RIO+20

Depois do discurso

a prática

SME | 12:30

Evento abre discussão

sobre atividade industrial

EM DEBATE

Mudanças prometem

fortalecer o CETEC

32

40

46 52CARREIRA

Oportunidades no mercado

profissional devem ser

equalizadas

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Page 6: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

A Sociedade Mineira de Enge-

nheiros (SME) recebeu o consul-

tor da empresa ThreeJoy

Associates e professor aposen-

tado da University of Ilinois at

Urbana-Champaign, David Gold-

berg, para uma palestra direcio-

nada a representantes de diversas

escolas de engenharia da cidade.

Ele veio a Belo Horizonte para

auxiliar a diretoria da Escola de

Engenharia da Universidade Fe-

deral de Minas Gerais (UFMG) a

elaborar um plano de readequa-

ção curricular que visa controlar

problemas como a evasão ou re-

tenção dos alunos. A iniciativa

também pretende dar uma visão

humanística à profissão, para que

os futuros engenheiros com-

preendam, desde a academia, que

têm um papel transformador da

sociedade.

De acordo com o vice-diretor da

Escola de Engenharia da UFMG e di-

retor da SME, Alessandro Fernandes

Moreira, as instituições de ensino de

Engenharia tem discutido temas

afins, por isso a iniciativa de demo-

cratizar o debate. Segundo ele, a

SME é um fórum independente o

que tornou possível a iniciativa.

“Apesar da necessidade de for-

mar engenheiros, o país não está

conseguindo atender a demanda

do mercado. Boa parte dos alu-

nos não forma ou não conclui o

curso nos cinco ou seis anos ha-

bituais por algum motivo. Sem

contar aqueles que saem da uni-

versidade e vão trabalhar em ou-

tras áreas como a financeira, por

exemplo”, explica.

6

Alessandro Fernandes

Moreira é vice-diretor da

Escola de Engenharia da

UFMG e diretor da SME

Escola de Engenharia da UFMG está elaborando projeto de readequação curricular

ENSINO | UFMG

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No caso da UFMG, uma universi-

dade pública, o problema de reten-

ção dos alunos está entre 20% e

30% do total de aprovados no ves-

tibular. Moreira afirma que não há

como mensurar esse atraso para

os cofres públicos. “Há o custo da

sala de aula e dos laboratórios e o

fator tempo também”, enumera.

Para o professor, a mudança no perfil

dos alunos que chegam às universi-

dades tem justificado a discussão

contínua da melhoria da metodologia

de ensino, seja para mantê-los moti-

vados em relação ao curso de Enge-

nharia ou mesmo para atrair novos

candidatos para a profissão. “Precisa-

mos trazer mais alunos para a enge-

nharia, torná-la mais interessante do

ponto de vista pedagógico”, ressalta.

A mudança curricular só se efetiva,

segundo Moreira, a partir de uma

nova metodologia de ensino e mo-

delo pedagógico. Tudo isso depende

da mudança de cultura do corpo

docente. A adoção de novas ferra-

mentas de aprendizado é parte do

processo e um desafio para todos

nós que, na formação, somos enge-

nheiros. “Os alunos que temos re-

cebido têm grande potencial de

aprendizado. Eles têm acesso a

todo tipo de informação, mas é pre-

ciso transformá-la em conheci-

mento, o que demanda a consulta

aos livros e horas de estudo tradi-

cional também”, explica.

Com essa mudança, o que se es-

pera é formar um engenheiro dife-

rente, que agregue o conhecimento

técnico, sempre indispensável, a ha-

bilidades e competências compor-

tamentais como a capacidade de se

relacionar, trabalhar em grupo, fazer

a gestão de pessoas e de projetos

e, ainda, da empresa/negócios.

Para o professor, o ideal é que o

processo de mudança curricular da

Escola de Engenharia da UFMG

também aconteça em outras insti-

tuições. “Não queremos competir

com ninguém. Se trabalhamos em

conjunto e na mesma direção, toda

a comunidade ganha”, lembra.

A presidente da Comissão de Edu-

cação em Engenharia da SME, coor-

denadora do Green Solar e do curso

de pós-graduação em Engenharia

Mecânica da Pontifícia Universidade

Católica de Minas Gerais, engenheira

eletricista Antônia Sônia Alves Car-

doso Diniz, as escolas de engenharia

estão em um momento crucial. “Não

conseguimos manter os alunos inte-

ressados usando os métodos peda-

gógicos antigos. A discussão é

sempre interessante porque traz

novas ferramentas para repassar o

conhecimento”, considera.

7

Antônia Sônia

Alves Cardoso Diniz

é engenheira eletricista e

Presidente da Comissão de

Educação em Engenharia da SME

David Goldberg é consultor

da empresa ThreeJoy Associates e

professor aposentado da University

of Ilinois at Urbana-Champaign

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8

No dia 11 de junho, a partir das 20

horas, na sede da Companhia Ener-

gética de Minas Gerais (Cemig), a

Sociedade Mineira de Engenheiros (SME)

promove mais uma edição da solenidade de

entrega da Medalha Lucas Lopes, honraria

concedida aos profissionais da Engenharia de

destaque no exercício da profissão no setor

de energia.

Neste ano, o engenheiro eletricista mineiro,

mestre em Engenharia Elétrica pela Universi-

dade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pre-

sidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho

Neto, será o profissional homenageado.

De forma especial, a cerimônia coincide com

datas significativas para três companhias de

referência em energia elétrica brasileira –

Cemig (60 anos), Eletrobras Furnas (55 anos) e

ENTREVISTA | JOSÉ DA COSTA CARVALHO NETO

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9

Eletrobras (50 anos) – que têm contribuído

para o desenvolvimento nacional e de Minas

Gerais e que o engenheiro conhece muito bem.

Atualmente, à frente da Eletrobras, maior

companhia do setor de energia elétrica da

América Latina, desde março de 2011, José da

Costa Carvalho Neto tem o desafio de man-

ter a rentabilidade, a competitividade, a inte-

gração e a sustentabilidade da empresa de

capital aberto controlada pelo governo bra-

sileiro para dar suporte ao processo de de-

senvolvimento nacional. Em 2011, a compa-

nhia registrou lucro líquido de R$ 3,733

bilhões em 2011, com alta de 66,1% em relação

ao apurado no ano anterior, de R$ 2,248 bi-

lhões.

Nesta entrevista, o engenheiro fala sobre

sua experiência profissional e sobre o desafio

do setor energético nacional no presente e

futuro.

José da Costa Carvalho Neto,

presidente da Eletrobras

recebe a Medalha Lucas

Lopes, honraria da SME

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10

Por que o Sr. escolheu trabalhar

para o setor de energia? Como

foi a sua trajetória profissional

até chegar a esse setor?

Escolhi a engenharia elétrica

ouvindo o conselho do presi-

dente Juscelino Kubitschek.

Quando ainda menino, o co-

nheci. Ele me disse que o Bra-

sil, para crescer, necessitaria

de engenheiros “para cons-

truir usinas e estradas”. Fui

admitido em 1966 como esta-

giário na Companhia Força e

Luz de Minas Gerais, e lá fi-

quei até 1973, quando a

Cemig a incorporou. Na

Força & Luz, trabalhei nas

áreas de geração, sub-trans-

missão e distribuição. Com a

incorporação, passei a atuar

na área de planejamento do

sistema elétrico. No final de

1973 voltei para a área de

distribuição como gerente da

Divisão de Planejamento de

Distribuição.

A Cemig me deu muitas

oportunidades de inovar e

aprender. Além da prática, fiz

mestrado em sistemas de po-

tência e cursos de especiali-

zação em engenharia e

gestão. Visitei empresas em

diversos países, aprendendo

as mais modernas tecnologias

e metodologias. Em 1991,

após ter sido gerente da Di-

visão de Planejamento e Qua-

lidade, do Departamento de

Engenharia de Distribuição e

superintendente de Desen-

volvimento e Coordenação

da Distribuição, me tornei di-

retor de Distribuição, acumu-

lando, por quase um ano, a

Diretoria de Produção e

Transmissão e a Diretoria de

Projetos e Construção. Em

meados de 1998 substituí

Carlos Eloy, com quem tive a

satisfação de trabalhar, na Pre-

sidência da Cemig e de seu

Conselho de Administração,

até janeiro de 1999.

Entre 1999 e fevereiro de

2011, antes de assumir a pre-

sidência da Eletrobras, traba-

lhei na iniciativa privada.

Qual o grande desafio do

setor hoje?

O maior desafio do setor de

energia elétrica hoje é suprir

o mercado com confiabili-

dade, qualidade, modicidade

tarifária, universidade e sus-

tentabilidade. Desta forma,

devemos trabalhar para am-

pliar ao máximo a participa-

ção de fontes limpas, como as

hidrelétricas, na matriz ener-

gética, além de investirmos

cada vez mais em fontes com-

plementares, como eólica e

solar.

Gostar ia de destacar que

poucas pessoas associam

as hidrelétr icas à energia

l impa, mas o fato é que se

trata de uma das melho-

res energ ias poss íve is a

ENTREVISTA | JOSÉ DA COSTA CARVALHO NETO

Gostaria de destacar que poucas

pessoas associam as hidrelétricas à

energia l impa, mas ofato é que se trata

de uma das melhores energias

possíveis a um mundocada vez mais

preocupado com asustentabil idade. Eo Brasil tem destaque

nesse cenário.

““

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um mundo cada vez mais preocupado

com a sustentabi l idade . E o Brasil tem des-

taque nesse cenário. Nossa matriz elétrica é

composta prioritariamente por fontes reno-

váveis, com 88% de participação.

Os investimentos do país em energia renovável

estão acompanhando o ritmo de crescimento

econômico/social do Brasil?

Sem dúvida. Diversos projetos de hidroeletrici-

dade estão sendo desenvolvidos no país. Além

disso, a energia eólica tem recebido cada vez

mais investimentos, o que tem tornado com-

petitivo o seu preço de mercado. É também im-

portante a participação de usinas com

biomassa. Os projetos de PCH tiveram um re-

torno de implantação bastante reduzido.

Julgo que alguma medida deva ser tomada para

sua revitalização. Ao mesmo tempo deve-se in-

crementar o estímulo a usinas solares, que

terão grande uso no futuro.

Outro aspecto importante é a continuidade da

construção de grandes hidrelétricas, especial-

mente na Amazônia, o que requer um entendi-

mento entre a área energética e a ambiental

para a implantação dos projetos de forma sus-

tentável, com o devido esclarecimento à socie-

dade dos benefícios proporcionados à nação

brasileira. Ressalto também como de funda-

mental importância, a integração energética

com os vizinhos da América do Sul, que pro-

porcionará o uso mais eficiente dos potenciais

energéticos renováveis da região.

A indústria alega que, entre os muitos custos da

produção, está a energia elétrica, considerada

uma das mais caras do mundo. Isso é realidade?

Na realidade existe um pouco de exagero

nesta afirmação. Por exemplo, em muitas com-

parações entre tarifas industriais, se excluem,

no Bras i l , os consumidores l ivres, que, se

incluídos, reduziriam o preço médio brasileiro.

11

José da Costa

Carvalho Neto

é presidente da Eletrobras

será homegeado com

a comenda “

Medalha Lucas Lopes”

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Page 12: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

De qualquer forma, a tarifa média brasileira é

superior a de muitos países por duas razões: a

grande incidência de tributos e encargos nas ta-

rifas e a grande dimensão territorial brasileira,

que fazem com que os custos de transmissão

e distribuição sejam superiores ao de outros

países com menor dimensão.

A boa notícia é que para o futuro poderemos

ter redução nesses valores, seja pela redução

dos tributos e encargos, seja pelo adensamento

do consumo e pela redução dos custos com a

renovação das concessões.

Como está a competitividade do setor de

energia brasileiro?

Julgo que temos um modelo bem competitivo

na geração e na comercialização, e convenien-

temente regulado na transmissão e na dis-

tribuição, que tem servido como paradigma

para d i ve r sos ou t ros pa í s e s do mundo.

É certo, que como qualquer modelo, são ne-

cessários algumas correções pontuais visando

sua otimização.

Qual o maior desafio da Eletrobras nesse cenário?

Nosso desafio é gerar, transmitir e distribuir ener-

gia, contribuindo para o desenvolvimento sustentá-

vel do país, garantindo a rentabilidade para nossos

acionistas. E mais, nós queremos ser o maior con-

glomerado global de energia limpa até 2020.

Acredito que são aspirações a altura de uma em-

presa que há 50 anos contribui para o progresso

do Brasil. Outro grande desafio é aumentar nosso

valor no mercado, mesmo levando em conta o

vencimento de algumas de nossas concessões

previstas no período 2015-2017.

O que representa para o Sr. receber a Medalha

Lucas Lopes?

É uma satisfação e orgulho muito grande rece-

ber esse prêmio. Dizem que ninguém é profeta

em sua terra, mas, homenagens como essas,

desmentem esse ditado. Afinal, eu nasci em

Minas Gerais e fiz praticamente toda minha

carreira no Estado. Agradeço a Sociedade Mi-

neira de Engenheiros e a Cemig. Sou muito

grato a esse reconhecimento de meus colegas.

ENTREVISTA | JOSÉ DA COSTA CARVALHO NETO

Tucurui

PARABARABPPA B

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Page 13: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

www.leme.com.br

“De estagiário, em 1966, a presidente da Cemig, em 1998”. Assim, José da Costa Carvalho Neto resumiu seu currículo em entrevista ao jornal Valor. De fato, a frase exemplifica a carreira invejável do engenheiro, homenagedo pela SME este ano com a Medalha Lucas Lopes.

Além de gerir a companhia mineira, foi também secretário adjunto de Minas e Energia de Minas Gerais, diretor-presidente da Arcadis Logos Energia e diretor da Orteng Equipamentos e Sistemas. Hoje, à frente da Eletrobras, tem papel determinante no fortalecimento e expansão da estatal, uma das maiores do mundo no setor de Energia e a maior da América Latina.

Através das subsidiárias da Eletrobras, estamos trabalhando juntos nas obras das usinas hidrelétricas de Belo Monte e Jirau e de vários sistemas de transmissão, projetos fundamentais para o crescimento e para a diversificação da matriz energética brasileira.

É por sua inegável contribuição ao setor de Energia e à engenharia que prestamos esta justa homenagem a José da Costa Carvalho Neto.

PARABÉNS A JOSÉ DA COSTA CARVALHO NETO

PELA MEDALHA LUCAS LOPES

Presidente da LEME Engenharia e da Tractebel Engineering América Latina

Flavio Marques Lisbôa Campos

A LEME Engenharia, parte integrante da Tractebel Engineering (GDF SUEZ),

é uma empresa com mais de 45 anos de experiência em engenharia

consultiva para projetos nos segmentos de energia e infraestrutura.

LEMEENGENHARIA

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Medalha Lucas Lopes.

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REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:52 Page 13

Page 14: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

A área de energia renovável

tem aberto vagas de trabalho

para engenheiros? Em quais

áreas?

Logicamente ao ampliar os in-

vestimentos, mais profissionais

são contratados, em especial

engenheiros. Dentre eles há

grande número de vagas para

engenheiros eletricistas, como

também para civis e mecânicos,

pois toda a cadeia produtiva é

afetada, inclusive a ampliação de

encomendas às fábricas de

componentes de usinas.

Como o Sr. analisa o setor de

energia brasileiro? Quais as

perspectivas de futuro para o

setor?

Analiso com muito otimismo

o futuro do setor. Afinal, com

a economia brasileira aque-

cida, o Brasil vai precisar de

muita energia. Além disso,

com a consciência de que o

progresso não deve ser ob-

tido a qualquer custo, mas

sim com respeito ao meio

ambiente, o papel da hidroe-

letricidade, principal fonte de

energia da Eletrobras, ganha

ainda mais relevância. Em úl-

tima instância, o futuro da

energia no Brasil e o futuro

da Eletrobras caminham de

mãos dadas em uma estrada

que vai ligar o desenvolvi-

mento a preservação ambiental.

E a energia nuclear? Onde

essa matriz se encaixa no

modelo energético brasileiro?

É bom que se destaque que a

energia nuclear é limpa, pois

a geração não produz gases

de efeito estufa. Considero

que o país não pode abrir

mão dessa importante fonte,

já que possui uma das maio-

res reservas de urânio do pla-

neta. A energia ainda é mais

cara que a hidrelétrica, mas

também pode ser uma ex-

celente complementação a

nossa matriz hidrotérmica.

E os projetos para as energias

eólica e solar?

Elas são importantes fontes

complementares a energia hi-

drelétrica. Temos um elevado

potencial de ambas no Brasil.

No caso da eólica, o potencial

“on shore” atinge cerca de

350 GW e o custo de gera-

ção já está competitivo com

outras fontes. No caso da

solar, como já mencionamos

anteriormente, o custo ainda

é elevado, mas para o futuro

deverá ser bastante competi-

tivo, principalmente com ge-

ração distribuída, o que

requererá sistemas de con-

trole tipo “smart grid”.

Itaipu

ENTREVISTA | JOSÉ DA COSTA CARVALHO NETO

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:53 Page 14

Page 15: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

Itaipu

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Page 16: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

16

MESTRES DA ENGENHARIA | EDERSON BUSTAMANTE

Ensina melhor quem conhece o dia a dia do mercado

Há sete anos, após cinco de “en-

saio”, o engenheiro mecânico

eletricista graduado pela Univer-

sidade Federal de Minas Gerais

(UFMG) e professor de Máquinas

Elétricas e de Acionamento Elé-

tr ico do Inst i tuto Pol i técnico

da Pontifícia Universidade Cató-

lica de Minas Gerais (PUCMinas),

Ederson Bustamante, 76 anos, de-

cidiu que aquele era o momento

de se aposentar da “sala de aula”.

Na atividade, foram 39 anos que,

para ele, deixaram lembranças feli-

zes. “Foi, sem dúvida, a experiência

que vivi que me deixou marcas

muito grandes e todas elas positi-

vas”, resume. Tudo começou em

1966 quando ele retornou à capital

do Estado, depois de trabalhar em

projetos em Ipatinga e Ouro Preto,

entre 1961 e 1965.

Ele recebeu o convite por ser um

jovem profissional que, em tão

curto tempo de carreira, já con-

seguia unir experiência prática e

habilidade para ensinar, já testadas

e aprovadas no Colégio Anchieta,

no antigo curso de Admissão e,

posteriormente, na monitoria de

Máquinas Elétricas na Escola de

Engenharia da UFMG. Por isso,

lembra, ser professor sempre foi

um trabalho prazeiroso.

Mas a carreira de engenheiro

corria paralelamente. Na volta

para Belo Horizonte, logo re-

cebeu o convite para lecionar.

“Naquele momento, a expe-

riência que eu já tinha adqui-

rido no mercado me ajudou

muito na sala de aula”, destaca.

E esse foi o caminho que ele se-

guiu para desenvolver no magisté-

rio uma carreira que nunca foi

menos importante que o exercício

da Engenharia. “Em Belo Hori-

zonte, trabalhei na Petrobras, che-

fiando a divisão de manutenção do

setor elétrico e, depois, a Divisão

de Engenharia. Acredito que essa

comunicação direta com o mer-

cado é muito importante para o

professor”, explica.

Para Bustamante, a vivência como

professor estimula o profissional

a não envelhecer no conheci-

mento, porque a carreira exige a

atualização contínua. O resultado

dessa conduta foi logo reconhe-

cido pelos alunos. Ao longo dos

39 anos de atividades, o professor

foi homenageado em todas as ce-

rimônias de formatura. Para Bus-

tamante, a quantidade imensa de

placas que ele guarda em casa é a

prova de que o magistério foi

sempre um prazer, um gosto.

“Respeito muito o conheci-

mento da academia e não pode-

ria ser de outra forma, aquele

conhecimento que adquiri atra-

vés do professor, livros, estudo

e vivência acadêmica é funda-

mental. Mas tendo oportunidade

de associar a esse conheci-

mento a vivência profissional

dentro da área, aí é “sopa no

mel”, resume.

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Page 17: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

17

Diferente do que se pensa, a

docência também ajuda o

profissional na sua atuação

junto ao mercado formal.

“O professor é uma pessoa

avaliada constantemente pelos

alunos. Ele já entra na sala de

aula e começa a ser avaliado”,

enfatiza.

Quando começou a pensar

em se aposentar, em 2000, re-

duziu as horas de aula para

começar a se acostumar inti-

mamente com a história que,

na verdade, inauguraria uma

nova fase da sua vida. Hoje,

apesar da saudade, ele brinca

que teve força extra para se aposentar quando escutou

dos colegas que “ainda era necessário”. “Aí eu pensei

que era melhor sair quando ainda era necessário que

depois, quando não fosse mais”, analisa.

Nesse meio tempo, ocupou a vice-diretoria do IPUC,

coordenou o curso de Engenharia Elétrica, criou o

curso de Engenharia de Controle e Automação e ocupou

cargo na Comissão Central

de Pessoal Docente, que ana-

lisa o desempenho dos pro-

fessores da instituição.

Estar fora da sala de aula não

significou muito tempo livre.

Hoje, ele que sempre teve

cargo no Conselho Regional

de Engenharia e Arquitetura

de Minas Gerais (CREA-MG)

em diversas câmaras, conti-

nua a assessorar a entidade.

“O trabalho voluntário foi a

forma que encontrei para

pagar os meus estudos ao

povo. Eu estudei no Colégio

Estadual e, posteriormente,

na Universidade Federal de Minas Gerais. Tenho que

devolver ao povo esse recurso”, ressalta.

Ele ainda tem tempo para trabalhar, também, como vo-

luntário na Fundação de Educação Artística, onde

deixa o técnico em segundo plano para fazer uma

coisa que sempre deu muito prazer: trabalhar com as

pessoas. Essa não é a essência da docência?

“Respeito muito o conhecimento da academia e

não poderia ser de outraforma, aquele conhecimento

que se adquire através do professor, livros e estudo

e vivência acadêmica é fundamental. Mas tendo

oportunidade de associar aesse conhecimento

a vivência profissional dentro da área, aí é

“sopa no mel”, resume.

““

Ederson Bustamante, 76,

engenheiro mecânico

eletricista graduado pela UFMG

e professor de Máquinas

Elétricas e de Acionamento

Elétrico do Instituto

Politécnico da PUCMinas.

Crédit

o - R

uben

s Távora

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Page 18: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

18

ANIVERSÁRIO | CEMIG

Maior empresa integrada do setor de energia

elétrica do Brasil e responsável pelo atendi-

mento de aproximadamente 30 milhões de pessoas

em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, a Compa-

nhia Energética de Minas Gerais (Cemig) está

comemorando, neste ano, 60 anos de

atividades.

Em abril, a Cemig alcançou

a posição de maior grupo

brasileiro do setor de

energia elétrica em

valor de mercado. No

Brasil, passou a CPFL

e a Eletrobras, na

América Latina o

valor já é maior que o

da Endesa, com o com-

promisso de continuar

trabalhando para prestar um

serviço cada vez melhor aos

clientes e contribuir para o desenvolvi-

mento de Minas Gerais.

A empresa atua nas áreas de geração, transmis-

são e distribuição de energia, além dos segmen-

tos de gás natural e telecomunicações. Hoje, é

referência na economia global, reconhecida por

sua atuação sustentável. Como um dos mais só-

lidos e importantes grupos do setor de energia

elétrica, a meta para 2020 é estar entre as duas

maiores do país. “Sabemos que o desafio é

grande, mas acreditamos que podemos ocupar

essa posição até o final desta década”, afirma o

presidente da Cemig, Djalma Bastos de Morais.

A Cemig é responsável pela operação da

maior rede de distribuição de ener-

gia elétrica da América do Sul e

uma das quatro maiores do

mundo. Ocupa, ainda, a po-

sição de maior comercia-

lizadora brasileira,

sendo responsável pelo

atendimento de 25%

do mercado de consu-

midores livres. Na área

de geração, a Cemig é a

terceira maior geradora,

com 7% de participação.

Responde também por 13% do

mercado no segmento de transmis-

são. Os percentuais devem chegar a 20%

em cada um desses segmentos.

O campo de atuação da Cemig estende-se a 23

estados brasileiros, com mais de 100 empresas e

participação em 15 consórcios. A estratégia de

expansão adotada permitiu ampliar a participação

no controle acionário da Light, distribuidora que

atende o Rio de Janeiro e outras cidades fluminen-

ses. Além disso, possuímos participação em

Cemig completa 60 anos debons serviços prestados ao desenvolvimento de Minas

A CEMIG tem a maiorrede de distribuição de

energia elétrica da América do Sul

4ª maior do mundo. 3ª maior geradora,

de energia com 7% departicipação.

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Page 19: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

empresas transmissoras de

energia elétrica (TBE, Taesa e

Abengoa), investimentos no seg-

mento de gás natural (Gasmig),

telecomunicações (Cemig Tele-

com) e eficiência energética (Ef-

ficientia).

Ainda conforme o processo de

expansão, o Grupo Cemig

anunciou parceria no controle

acionário da Renova Energia,

que há 11 anos atua no seg-

mento de pequenas centrais

hidrelétricas (PCHs) e usinas

eólicas. Por intermédio da

Light, a operação alcançou um

total de R$ 360 milhões. O

Grupo Cemig concluiu tam-

bém a compra de participação

em ativos no Brasil da trans-

missora espanhola Abengoa. O

negócio no valor de R$ 1,1 bi-

lhão ocorreu através da Taesa.

“A expansão nesses segmen-

tos, evidentemente, esta ligada

ao crescimento da economia

do Brasil. Mesmo com a crise

mundial, o Brasil surge como

uma opção segura de investi-

mento o que nos possibilita

prever que vamos continuar

crescendo. Dentro desse con-

texto, a energia elétrica é es-

tratégica para que o País

avance a sua economia”, res-

salta.

A Cemig detém a participação

no consórcio responsável pela

construção e operação da

Usina Hidrelétrica Santo Antô-

nio, localizada no rio Madeira,

em Rondônia, que será a sexta

maior do Brasil em potência

instalada e a terceira em ener-

gia assegurada. Em parceria

com a Light, concluíamos a

aquisição estratégica de parti-

cipação na Usina Hidrelétrica

de Belo Monte, equivalente a

9,77% do capital social da

Norte Energia, empresa que

detém a concessão. Localizada

na bacia do Rio Xingu, no Pará,

Belo Monte é a maior usina

atualmente em construção em

todo o mundo e, quando finali-

zada, terá uma capacidade ins-

talada de 11.233 MW.

Além disso, a Cemig desenvolve

pesquisas e projetos para pro-

dução e uso de biodiesel, gera-

ção de energia a partir de

resíduos sólidos urbanos, pro-

dução de células combustíveis

de alta temperatura e outras

tecnologias de geração distri-

buída. No ano passado, iniciou a

comercialização de energia ge-

rada por meio do biogás com-

posto por metano e gás

carbônico, produzido pela de-

composição de lixo de aterro

sanitário.

19

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Page 20: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

Neste momento, atua também

fora do Brasil com a Linha de

Transmissão Charrúa – Nueva

Temuco, no Chile. Em operação

desde 2010, a LT de 205 km é

resultado de parceria em con-

sórcio com a Alusa.

Até o final deste ano a empresa

deve investir R$ 1,819 bilhão,

totalizando R$ 3,333 bilhões

através do Programa de Desen-

volvimento da Distribuição

(PDD), que realiza ações de

manutenção, expansão, reforço

e reforma da rede em Minas

Gerais, além da substituição e

modernização do sistema me-

dição de energia. A Região Me-

tropolitana de Belo Horizonte

(RMBH) receberá 30% desse

investimento.

De 2004 a 2011, a Cemig levou

energia para 300 mil consumi-

dores da zona rural através do

Programa Luz para Todos. O in-

vestimento foi superior a R$ 2,5

bilhões, dos quais o Governo

de Minas, por meio da Cemig,

participou com 77%.

Para a Copa de 2014, a Cemig

está invest indo cerca de

R$ 500 milhões no reforço da

rede na RMBH, que passará a

contar com novas linhas de

transmissão e seis novas subes-

tações, entre as quais a SE

Serra Verde, que já está pronta.

A companhia também investirá

aproximadamente R$ 28 mi-

lhões em obras nos estádios

Mineirão e Mineirinho, além do

complexo olímpico CEU. As

SEs Maracanã e Pampulha rece-

berão novos equipamentos e

serão ligadas ao Mineirão por

mais de 11 km de rede subter-

rânea. Os outros R$ 20 mi-

lhões serão investidos na insta-

lação de painéis fotovoltaicos.

A expectativa é de que todo o

complexo gere por volta de 1

MW. A previsão é de que as

obras estejam finalizadas até

dezembro.

A Cemig está investindo R$ 65

milhões em redes inteligentes

ou smar t gr id , a través do

Projeto Cidades do Futuro. O

programa de Pesquisa e Desen-

volvimento (P&D) que desen-

volverá essa nova tecnologia

vai permitir o aumento da efi-

ciência energética, a redução

das perdas comerciais e melho-

ria na interação com o consu-

midor. O consumidor poderá

verificar o seu consumo de

energia em tempo real.

20

ANIVERSÁRIO | CEMIG

A Cemig contrata em torno de 700 profissionais de engenharia em Minas Gerais

“Mesmo com a crise mundial, o Brasil surge como uma opção segura de investimento o que nos possibilita

prever que vamos continuar crescendo. Dentro desse contexto, a energia elétrica

é estratégica para que o País avance a sua economia.

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Page 21: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

21

Em Minas Gerais, Sete Lagoas

foi cidade escolhida para os tes-

tes e contemplará aproximada-

mente dois mil consumidores.

No Rio de Janeiro, mil clien-

tes atendidos pela Light par-

ticipam dos testes. Uma usina

solar fotovoltaica de 3 MW

interligada à rede elétrica

será instalada em Minas Ge-

rais e será a maior instalação

fotovoltaica conectada à rede

elétrica do Brasil.Hoje, a

Cemig tem mais de 115 mil

acionistas em 44 países,

desde os mais tradicionais

como Estados Unidos e

Reino Unido até outros mais

distantes como Austrália e

países nas regiões da Ásia e

Oriente Médio. Há 12 anos

consecutivos, a CEMIG faz

parte do Dow Jones Sustaina-

bility World Index (DJSI

World), mantendo-se como a

única do setor elétrico da

América Latina. Fazer parte

do Índ i ce Dow Jones de

Sus tentabilidade reflete a

responsabilidade da Cemig na

condução de suas ações e o

compromis so para com a

geração atual e as gerações

futuras. A Empresa busca,

continuamente, o aprimora-

mento de suas práticas de

sustentabilidade empresarial,

alinhando-as às melhores prá-

ticas de gestão corporativa,

respeito ao meio ambiente e

ao bem-estar da sociedade.

Além disso, a Cemig foi sele-

cionada em 2011 pela sétima

vez consecutiva para compor

a carteira do Índice de Sus-

tentabilidade Empresarial (ISE)

da Bolsa de Valores de São

Paulo (Bovespa). Esse índice

reflete o retorno de uma car-

teira composta por ações de

empresas listadas na Bovespa

reconhecidamente comprome-

tidas com a sustentabilidade

empresarial. Também é a única

concessionária do setor elé-

trico da América Latina a fazer

parte do The Global Dow

Index. A Cemig ainda foi sele-

cionada pela segunda vez con-

secutiva para compor o Índice

Carbono Eficiente (ICO2).

Desenvolvido pela BM&FBo-

vespa e pelo BNDES, o indica-

dor sinaliza para os mercados

de capitais nacional e interna-

cional que o País e as compa-

nhias listadas estão alinhados

com as mais avançadas dis-

cussões sobre as mudanças

climáticas.

Djalma Bastos

de Morais é

presidente

da Cemig

FOTO

S AC

ERVO

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dial, ão segura ossibilitarescendo.

gia elétricaPaís

a.

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:53 Page 21

Page 22: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

22

ARTIGO | TRANSPORTE URBANO

Apopulação de Belo Horizonte ouviu no-

vamente que a ampliação do metrô e a

construção de novas linhas sairão do

papel. Depois de tantos compromissos

firmados e não cumpridos, fica cada vez

mais forte nos moradores da capital mineira a sensação

de que, novamente, o projeto não vai para frente,

considerando que essa novela dura mais de 30 anos.

Sem pontuar as nuances políticas da questão do metrô, é

preciso analisar as dificuldades técnicas e financeiras para

a sua implantação. Além de ter um preço de construção

consideravelmente alto, a topografia de Belo Horizonte

não é favorável a praticamente nenhum tipo de transporte

de massa. Então, o que fazer para solucionarmos o

problema do caos no trânsito da capital mineira que a

cada dia fica mais evidente?

Em um primeiro momento, temos que parar de sermos

simplistas e começarmos a pensar em soluções arrojadas,

que complementem os modais já instalados na cidade.

Uma opção de transporte pouco conhecida e que poderia

pôr fim aos crescentes problemas do trânsito da cidade

é o metrô leve, na modalidade monotrilho. O modal

trabalha com veículos leves com rodas de borracha, que

circulam em um único trilho, suspenso em concreto

armado, movidos por propulsão elétrica de maneira

automatizada, ou seja, não há a necessidade de conduto-

res, nem de ocupar o mesmo espaço de carros e ônibus

e o relevo não representa a menor interferência.

Um estudo do Instituto Federal do Espírito Santo

aponta que o metrô leve tem custo médio por quilô-

metro entre R$ 74 milhões e R$ 129,5 milhões, enquanto

o metrô varia entre R$ 148 milhões a R$ 222 milhões.

Além de apresentar um menor custo, o modal também

desapropria menos. Durante a implantação, as inter-

venções no sistema viário são pequenas, já que os

pilares ocupam menos de dois metros de largura nos

canteiros centrais. As vigas são pré-moldadas e

poderiam ser instaladas durante a noite , sem a

necessidade de interrupção do tráfego.

Solução para BH Por Luiz Otávio Silva Portela

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:53 Page 22

Page 23: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

2323

Para implantar o metrô leve em Belo Horizonte há vá-

rias possibilidades de rota e, obviamente, quanto maior

a rede, maior a eficiência. Porém, a melhor opção, no

momento, é começar uma linha na Lagoinha, passando

pelo Mineirão, Aeroporto da Pampulha, Cidade Admi-

nistrativa e chegando até o Aeroporto Internacional de

Confins.Trafegando por todo esse trajeto, o metrô leve

resolveria parte da carência de transporte na cidade,

com a vantagem de o trecho até o Mineirão ficar

pronto antes da Copa de 2014. Nem na projeção mais

otimista, o metrô teria essa distância com o mesmo

prazo, já que leva em média um ano para construir um

quilômetro de metrô, ao passo que durante esse

mesmo período, é possível construir cinco quilômetros

de metrô leve.

A suspeita é que a utilização desse modal seja ainda tí-

mida no Brasil em função da falta de arrojo no plane-

jamento de transporte do país. Várias cidades no

mundo têm metrô leve implantado e ele funciona de

forma brilhante. O maior exemplo de sucesso é

em Sidney, na Austrália, onde o metrô leve – por ser

tão eficiente, silencioso e não poluente – passa dentro

até mesmo de um prédio. São Paulo, a cidade com mais

problemas de trânsito no Brasil, já percebeu esse re-

curso e começou a implantar o modal. Isso porque o

metrô leve é capaz de atender 25 mil passageiros por

hora nos horários de pico em cada um dos sentidos.

É hora de apresentarmos uma solução eficaz para a

aplicação do dinheiro público. A população deve conhe-

cer outras soluções para conseguir se deslocar com

dignidade. Antes de usar todo esse valor em uma res-

posta pré-estabelecida, o ideal é abrir a discussão por

uma opção mais útil. Não dá para os belo-horizontinos

se frustrarem mais uma vez e continuarem a viver

refém de engarrafamentos e de metrôs ultrapassados

e lotados.

Luiz Otávio Silva Portela,

engenheiro e membro da Comissão

Técnica de Transportes da Sociedade

Mineira de Engenheiros (SME)

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:53 Page 23

Page 24: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

24

Um dos eventos pa-

ralelos à Rio+20 é

o 8º Congresso

Mundial do ICLEI

– Governos Locais pela Susten-

tabilidade, que terá Belo Hori-

zonte como sede entre os dias

14 e 18 de junho. O evento que

se repete a cada três anos, vai

acontecer pela primeira vez na

América Latina, reunindo prefei-

tos de diversas cidades do

mundo, bem como empresários,

acadêmicos, organizações não

governamentais (ONGs), órgãos

financiadores e pesquisadores

para apresentar projetos já imple-

mentados pelas administrações

municipais e, ainda, discutir estra-

tégias para os próximos anos.

O prefeito de Belo Horizonte,

Marcio Lacerda, enfatiza que um

encontro como este representa

uma oportunidade para que Belo

Horizonte adiante o seu ritmo

de desenvolvimento. “Com este

evento, que tem o apoio e a

parceria de várias entidades,

vamos trocar experiências e

nos preparar para a Rio+20,

com teses de interesse comuns

às cidades. Também vamos avan-

çar no processo de internacio-

nalização da de Belo Horizonte,

do nosso Estado e consolidar

os conceitos que estamos cons-

truído dentro do planejamento

de longo prazo da cidade, onde a

sustentabilidade é questão funda-

mental”, analisa.

O secretário municipal de Meio

Ambiente de Belo Horizonte,

Vasco Araujo de Oliveira, tam-

bém está empolgado com a

MEIO AMBIENTE | ICLEI

Congresso Mundial do ICLEI pretende engajar as prefeituras

Marcio Lacerda,

prefeito de

Belo Horizonte

Pela primeira vez na América Latina, evento esquenta discussão para a Rio+20

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Page 25: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

realização do congresso mundial

do ICLEI na capital mineira. “Esse

é um evento muito importante

para a cidade. Primeiramente,

pelo fato de a cidade ser a pri-

meira da América Latina a rece-

ber o congresso mundial do

ICLEI. Em segundo lugar, pela

vinda de representantes de todo

o mundo, hoje mais de 41 países

já tem membros confirmados.

Essa será uma grande oportuni-

dade de mostrar ao mundo as

ações de desenvolvimento sus-

tentável feitas pela PBH, além

de trocar experiências, receber

novas perspectivas e projetos

que nos possibilitem melhorar

ainda mais a questão ambiental

em nossa cidade”, comenta.

As previsões de contínua ur-

banização, nos próximos 40

anos, sobretudo em países

em desenvolvimento, devem

ser planejadas e desenhadas com

foco nas necessidades dos futuros

habitantes do planeta. Para a se-

cretária executiva regional inte-

rina do ICLEI – Secretariado para

América do Sul, Florence Karine

Lalöe, este é o momento de pas-

sar para uma sociedade de baixo

carbono, uso mínimo de recursos

e inclusiva.

“A realização deste primeiro

Congresso em nossa região re-

presenta o reconhecimento da re-

levância que as ações das cidades

latinoamericanas pela sustentabi-

lidade tem ganhado globalmente e

o caminho aberto para incorpora-

ção de agendas cruciais para nos-

sas cidades na pauta global, em

especial as relacionadas a inclusão,

coesão social e redução da po-

breza. Em preparação à Rio+20, fa-

remos um balanço sobre o que foi

feito nesses últimos 20 anos e

como devemos avançar”, explica.

O congresso mundial do ICLEI

também será oportunidade para

o intercâmbio entre as cidades e

o compartilhamento de conheci-

mentos, possibilitando assim, que

governos locais de vários países,

assim como os brasileiros, pos-

sam identificar oportunidades e

replicar ações para lidar com seus

desafios das próximas décadas.

De acordo com a secretária exe-

cutiva do Comitê Municipal sobre

Mudanças Climáticas e Ecoefi-

ciência (CMMCE), setor da Secre-

taria Municipal de Meio Ambiente

de Belo Horizonte (SMMA), Ana

Maria Louzada Drummond No-

gueira, o congresso já conta com

mais de 1 mil participantes con-

firmados que virão à capital de

Mineira para debater a questão

ambiental e sua interatividade

com os aspectos políticos, econô-

micos, sociais e culturais.

25

CLEI ituras

Vasco Araujo,

secretário municipal

de Meio Ambiente de

Belo Horizonte

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:54 Page 25

Page 26: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

26

O Congresso será dividido em oito

agendas: economia urbana verde, no

contexto do desenvolvimento sus-

tentável e erradicação da pobreza, ci-

dade sustentável, cidades eficientes

no uso de recursos, biodiversidade

urbana, cidades de baixo carbono e

carbono neutras, cidades e comuni-

dades resilientes, infraestrutura ur-

bana verde e, ainda, comunidades

felizes e saudáveis.

Haverá também temas adicionais:

eventos verdes, com foco na pre-

paração da cidade para receber a

Copa do Mundo de 2014 e, em se-

guida, os Jogos Olímpicos de 2016

e, ainda, segurança alimentar.

Entre os palestrantes já confirmados

estão o sócio fundador do The Next

Practice, membro do corpo docente

do Programa da Universidade de

Cambridge para a Liderança de Sus-

tentabilidade e líder da campanha

The Cities for Climate Protection,

Jeb Brugmann, que proferirá a pa-

lestra magna “A Cidade Produtiva”.

O coordenador executivo da

Rio+20 , embaixador da França

para as negociações de mudanças

climáticas e coordenador execu-

tivo da Conferência das Nações

Unidas para o Desenvolvimento

Sustentável, Brice Lalonde, falará

sobre “Últimas notícias e legado

da Rio +20”.

O fundador e membro do Conselho

da China para a Cooperação Inter-

nacional sobre Meio Ambiente e De-

senvolvimento e ex-secretário geral

do Clube de Roma, Winterthur,

Martin Lees, também, abordará o

tema “O Estado do Mundo”.

Outro palestrante é o diretor

executivo da ONG canadense

“8-80 cities”, Gil Peñalosa também

é presença confirmada, com a pa-

lestra “Cidades para Pessoas”.

A escolha de Belo Horizonte para

sediar o congresso do ICLEI em

Belo Horizonte pode ser explicada

por diversos fatores. O primeiro

deles é que a cidade é membro da

entidade desde 1993. Atualmente, a

cidade é parceira do ICLEI no pro-

jeto-piloto “Políticas de Constru-

ção Sustentável” (PoliCS), que

integra a Campanha Global Cida-

des pela Proteção do Clima (CCP)

e busca soluções para reduzir as

emissões de gases de efeito estufa

no setor da construção civil.

O município também é reconhe-

cido internacionalmente pela sua

forma de fazer políticas públicas, so-

bretudo no que se refere à meto-

dologia democrática que adota. No

âmbito nacional, Belo Horizonte é

a sexta maior cidade do País em

população, com 2,4 milhões de

habitantes e o quarto maior PIB. Há

que se considerar, ainda, que a capi-

tal tem uma porcentagem de área

verde por habitante acima do reco-

mendado pela Organização Mundial

da Saúde (OMS).

Segundo Ana Louzada, a Prefeitura de

Belo Horizonte, preocupada em es-

tabelecer políticas locais de mitigação

e adaptação, institucionalizou a

Política Municipal de Mitigação dos

Efeitos da Mudança Climática, co-

locando no seu planejamento estra-

tégico, a meta de redução das

emissões do município em 20%

(vinte por cento) até o ano de 2030.

Em maio de 2011, foi promulgada

a Lei nº. 10.175/11 que institui a “Po-

lítica Municipal de Mitigação dos

Efe i tos da Mudança Climática”.

A Política Municipal de Mitigação dos

Efeitos da Mudança Climática está

sendo implementada mediante a ela-

boração do “Plano Municipal de Re-

dução das Emissões de Gases de

Efeito Estufa”, que tem por objeto

o planejamento urbano-ambiental

orientado para a redução e mitiga-

ção dos gases de efeito estufa,

oferecendo, de forma propositiva,

um conjunto de iniciativas para a

adaptação do ambiente às mudan-

ças climáticas promovendo melho-

rias em sua infraestrutura de modo

a aprimorar a qualidade de vida

do cidadão belo-horizontino.

MEIO AMBIENTE | ICLEI

Maria Louzada Drummond

Nogueira é secretária

utiva do Comitê Municipal

bre Mudanças Climáticas

Ecoeficiência (CMMCE)

de Belo Horizonte

A energia eól

Você que teme quer consumgases causad

Entre em cont

comercializac

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REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:54 Page 26

Page 27: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

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Page 28: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

28

São tratadas várias questões afins

ao transporte, à energia, às cons-

truções sustentáveis, ao uso do

solo, à saúde, à educação para o

desenvolvimento sustentável, e

aos mecanismos econômicos e fi-

nanceiros. “Assim Belo Horizonte

se prepara para ajudar a atingir

metas climáticas nacionais e

promover o desenvolvimento de

uma economia de baixo carbono”,

afirma.

Com o objetivo de apoiar a imple-

mentação da política municipal da

Cidade de Belo Horizonte para as

mudanças climáticas, a capital mi-

neira conta com a atuação do

Comitê Municipal sobre Mudanças

Climáticas e Ecoeficiência –

CMMCE. Esse é um órgão cole-

giado e consultivo, tendo sido ins-

tituído em 2006, atuando na

articulação das políticas públicas e

da iniciativa privada para a redução

de gases poluentes na atmosfera e

na conscientização ambiental da

sociedade.

O Conselho é formado por re-

presentantes do Poder Público

Municipal e Estadual, da sociedade

civil, ONGs e do setor empresa-

rial e acadêmico, o que garante a

legitimidade da participação da

população em várias decisões re-

lacionadas à busca da sustentabili-

dade ambiental no Município, com

a coordenação do secretário

Municipal de Meio Ambiente.

Desde a sua implantação, o Co-

mitê tem aberto espaço para os

mais diferentes atores sociais,

registrando suas contribuições e

discutindo-as nos Grupos de Tra-

balho, cujos temas são: sanea-

mento (águas urbanas e resíduos

sólidos), eficiência energética e

energias renováveis e construções

sustentáveis.

A Prefeitura de BH reúne um con-

junto de iniciativas, ações e pro-

gramas que, de alguma forma,

contribuem para a mitigação e

adaptação aos efeitos das mudan-

ças climáticas, propiciando uma

melhor qualidade de vida do cida-

dão belorizontino. Entre eles a

coordenadora cita:

Selo “BH Sustentável”, O Programa de Certificação

em Sustentabilidade Ambiental;

Operação Oxigênio Estações de Monitoramento

da Qualidade do Ar;

Estação de Aproveitamento de Biogás Programa de Conservação de

Energia na Administração

Pública Municipal;

Projeto LEDProjeto de Eficiência Energética

da Sinalização Semafórica de BH ;

Programa Vila VivaPlano Municipal de Saneamento ;

Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Construção Civil

PlanMob-BH Plano de Mobilidade de BH;

Programa BH mais verde Concurso Cidade JardimInventário das Árvores dos

Logradouros Públicos de

Belo Horizonte;

Programa “Óleo Nossode Cada Dia”

Programa Drenurbs Programa de Recuperação e

Desenvolvimento Ambiental da

Bacia da Pampulha (Propam).

MEIO AMBIENTE | ICLEI PÓS-GAQUI VOCÊ A

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Page 29: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

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Page 32: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

32

Entre o final do século XIII e

meados do século XVII, o mundo

vivenciou a Revolução Renascen-

tista, que deixou os feudos no

passado, instituiu o sistema eco-

nômico capitalista, valorizou a

ciência, transformou as artes, os

costumes e a cultura europeia.

Hoje, com o aparato tecnológico

e de comunicação existentes, um

movimento do gênero não de-

mandaria tanto tempo para se

consolidar em todo o mundo.

Por que falar em revolução neste

início de século XXI? Porque a

mesma ciência exaltada pelo Renas-

cimento tem afirmado diariamente

que a sobrevivência do planeta Terra

e das mais de 7 bilhões de pessoas

que o habitam está em risco. Uso

crescente dos combustíveis de ori-

gem fóssil, má-gestão das águas,

fome, visão de curto prazo para in-

vestimentos e, ainda, falta de educa-

ção ambiental da população

mundial são alguns dos problemas

que justificariam tal mudança.

O que falta? Sair do discurso e

ter a coragem de agir preventi-

vamente para solucionar a crise

ecológica ou, pelo menos, mini-

mizar seus efeitos. Basta vontade

política e educação. Mesmo por-

que, nesse caso, todos estão “no

mesmo barco” e suscetíveis aos

prejuízos.

Essa é a grande expectativa de

cientistas e observadores em re-

lação à Conferência das Nações

Unidas sobre Desenvolvimento

Sustentável, que será realizada

exatos 20 anos após a Eco-92,

entre os dias 13 e 22 de junho,

no Rio de Janeiro. Para eles, a

confecção do documento final

que resumirá o evento e dará di-

retrizes futuras deve ter direcio-

namento prático.

Mais uma vez o Brasil ocupa

lugar de destaque na discussão

sobre o cuidado com o meio

ambiente e a sustentabilidade.

No entanto, o país também tem

dificuldades para fazer o para

casa e cumprir as metas assumi-

das para 2020. Basta acompanhar

o debate em torno do novo Có-

digo Florestal.

Segundo o físico, professor, ex-

ministro da Ciência e Tecnologia

dos governos Itamar Franco e

Fernando Henrique Cardoso e

chefe de delegação do Brasil na

Eco-92, José Israel Vargas, o des-

matamento da Amazônia au-

menta nos períodos de

crescimento do Produto Interno

Bruto (PIB) porque a indústria

da construção, a indústria move-

leira e as siderúrgicas precisam

de madeira. “Antigamente, para

abrir uma estrada, eles coloca-

vam fogo nas árvores. Hoje, des-

matam e vendem porque o

produto adquiriu valor de

troca”, enfatiza.

Diversos trabalhos científicos

atestam que o mundo ficou mais

pobre nos últimos 20 anos. Hoje,

a metade da população mundial

vive com até US$ 2 por dia. Em-

bora a produção de alimentos

tenha aumentado, a distribuição

ainda continua desigual.

No caso brasileiro, os recordes

sucessivos da safra anual de

grãos confirmam esse fenômeno.

Rio+20Encontro propõe que os países adotem

medidas práticas para economia verde

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL | RIO+20

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Page 33: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

33

No entanto, o ecossistema do

cerrado tem sido desmatado

para dar lugar às lavouras e fa-

zendas de criação de gado.

“Diferente dos rios da bacia

amazônica, em que boa parte das

águas provém da fusão das neves

e do gelo dos Andes, os cursos

d’água do cerrado, entre eles o

São Francisco, dependem exclu-

sivamente da chuva. Com a ex-

ploração agrícola do cerrado e a

impermeabilização do solo gra-

ças ao uso de fertilizantes, o vo-

lume de águas que saem das

veredas e riachos não chegam ao

São Francisco. Nesse ritmo, não

haverá água suficiente para a

transposição”, aponta.

E as áreas que não são mais usa-

das? O reflorestar desses espa-

ços “abandonados” que não

servem para agricultura e pecuá-

ria é uma medida a ser adotada.

Dessa forma, seria possível con-

sertar um pouco do estrago e

gerar recursos para o futuro.

O pior, avalia Vargas, é que a úl-

tima medição do volume de água

dos rios do Estado foi realizada

há 37 anos. Como não há um

acompanhamento sistemático,

não há como mensurar o que já

foi perdido em recursos hídricos.

Outra dicotomia vivenciada pelo

Brasil é a sua matriz energética.

Enquanto propagandeia que 47%

da energia que produz é limpa, o

país investe pesado no Presal.

Para o professor, embora o pro-

jeto seja uma grande oportuni-

dade de negócios a médio prazo

– com clientes interessados em

se livrar dos “humores” do

Oriente Médio – a perfuração a

5 mil metros de profundidade

para ter acesso ao petróleo re-

presenta um risco muito grande

de acidentes, como o que já

aconteceu no Golfo do México.

Em quanto isso, enfatiza Vargas, o

Brasil continua importando gaso-

lina e diesel. Já o álcool, um pro-

duto que poderia revolucionar o

uso de combustíveis no país,

ainda não é produzido na escala

necessária para abastecer o mer-

cado interno, apesar dos veículos

com motores flex, uma tecnolo-

gia nacional.

A produção da energia elétrica

também deveria ser repensada,

segundo ele. O projeto de uma

usina hidrelétrica como a do Rio

Madeira, tem uma linha de dois

mil km, que sai de Porto Velho

até Araraquara (SP) justifica des-

matamentos para abertura de

estradas para a manutenção da

linha e, com elas, a criação de nú-

cleos de desenvolvimento ou pe-

quenas vilas no meio da floresta.

Uma das áreas do conhecimento

que tem sido convidado a parti-

cipar da revolução ambiental que

se anuncia é a Engenharia. Evitar

o desperdício de materiais e o

retrabalho, por meio da implan-

tação de práticas sustentáveis do

uso de energia, são algumas das

ações que os profissionais da

área podem adotar no seu dia a

dia de trabalho. “Energia cara é

trabalho produzido caro”, define

Vargas. Os profissionais devem

ter em mente, também, que a es-

colha dos materiais que usam em

seus projetos não podem mais

impactar a natureza como em

outros tempos.

José Israel Vargas é físico,

professor e ex-ministro

da Ciência e Tecnologia

dos governos Itamar Franco

e Fernando Henrique

e chefe de delegação do

Brasil na Eco-92

FO

TO

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EN

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REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:54 Page 33

Page 34: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

34

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL | RIO+20

Os engenheiros não podem se esquecer, também,

que o uso da tecnologia tem efeitos positivos e

negativos. Portanto, tudo deve ser conduzido

com extremo cuidado para proteger o meio am-

biente e, consequentemente, as pessoas.

ECONOMIA VERDE

Entre 23 de abril e 4 de maio, em Nova York,

aconteceu a quarta e última reunião de negocia-

ção dos itens da Minuta Zero, que gerou o Ras-

cunho Um da Rio+20, documento que servirá de

base para os trabalhos e debates realizados du-

rante o evento. Em linhas gerais há três pontos:

o combate à pobreza, a mudança do modelo eco-

nômico marron (baseado no consumo de com-

bustíveis fósseis) para a chamada economia verde

e, ainda, uma nova governança global.

O engenheiro metalurgista formado pela Escola

de Minas (Universidade Federal de Ouro Preto –

UFOP) e especialista em Engenharia Econômica,

Milton Nogueira, trabalhou durante 20 anos na

ONU orientando governos sobre desenvolvi-

mento industrial. “Mas logo se viu que a indústria

tem forte relação com a natureza e as pessoas e

quem vai fazer as mudanças necessárias e urgen-

tes são os engenheiros”, analisa.

Por isso, a Rio+20 merece a atenção

dos profissionais e também das em-

presas de Engenharia, independente

do segmento em que atuam para im-

plementar mudanças gerais e rápidas

para reduzir e/ou minimizar os impactos

da atividade ao meio ambiente. “A

Engenharia atravessa os três temas

centrais da Conferência”, destaca.

Sem conhecimento tecnológico e de Engenharia

não há como fazer energia fotovoltaica, por

exemplo. Da mesma forma, é o engenheiro que

atuará, na prática, para melhorar a qualidade de

vida das populações mais pobres, ainda carentes

de serviços básicos como rede de esgoto, forne-

cimento de água potável e de energia elétrica. O

carro elétrico e outros produtos que usem ener-

gia limpa também estão na lista de projetos que

dependem da atuação dos profissionais

“Não há como reduzir a pobreza com o es-

quema atual de obras. Deve-se criar esquemas

de Engenharia simplificada para combater a po-

breza”, recomenda. E tudo isso deve acontecer

em poucas décadas. Na prática, é preciso rever

a escolha dos materiais, os processos e, tam-

bém, o conceito de conforto e comodidade que

os projetos “vendem” para seus clientes para

evitar o desperdício e o retrabalho.

O que é bonito em construção? E o que define um

empreendimento de luxo? Para Nogueira, é preciso

responder essas questões de forma diferente, sem

contar com o apelo da indústria de materiais para isso.

“Depois da segunda camada, as outras são desperdício

mas isso é feito para agradar o cliente”, afirma.

Milton Nogueira é

engenheiro metalurgista

formado pela UFOP

e especialista em

Engenharia Econômica

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:54 Page 34

Page 35: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

35

Enquanto isso, os efeitos do des-

respeito à natureza continuam a si-

nalizar para problemas causados

pelo consumismo, pelo individua-

lismo que coloca o coletivo em

xeque todos os dias. Secas em ter-

ras férteis em todo o mundo – in-

clusive no Brasil – é um exemplo

de que as ações do homem sobre

a natureza em pouco mais de um

século têm consequências. Muitas delas desas-

trosas.

Para o engenheiro, o que se espera da Rio+20 não

é um ajuste de sintonia, mas uma revolução que

afete os países, os investidores e as sociedades.

“O modelo econômico vigente aumenta a po-

breza. Precisamos de uma governança dos países

com vigilância recíproca para trazer formas de or-

ganização dos Estados, das empresas e da socie-

dade para socializar os bens produzidos”, aponta.

Essa mudança deve acontecer mesmo que o pre-

sidente dos Estados Unidos da América e outros

chefes de Estado não venham ao Brasil para a

Rio+20. Segundo Nogueira, as discussões come-

çaram há dois anos e o que importa é o docu-

mento final do evento e seu foco. Embora seja

uma reunião política, a Conferência é uma feira

de ideias que serão apresentadas por ativistas,

cientistas, empresários e representantes dos paí-

ses. Algumas delas serão transformadas em leis

que sozinhas não vão dar conta de fazer a revo-

lução que o mundo precisa vivenciar para man-

ter-se vivo.

A arquiteta e urbanista e presidente da Co-

missão de Meio Ambiente da Sociedade Mi-

neira de Engenheiros, Cláudia Pires, afirma

que, tudo começa na concepção do projeto,

a ferramenta de tomada de decisão. É nesse

estágio que se define se a obra será ou não

sustentável do ponto de vista ambiental. “Os

profissionais confundem projeto com dese-

nho. No Brasil, valoriza-se a construção mas

não o projeto porque o pensamento é de que

ele sempre pode ser mudado”, explica.

Por outro lado, ainda impera entre os profis-

sionais da Arquitetura e Engenharia, cabe ao

outro ser sustentável. Assim, não é preciso

mudar porque alguém já está fazendo isso.

“A visão de mundo das pessoas deve mudar

porque todas as decisões de consumo têm

consequências para a coletividade”, lembra.

Para a arquiteta, tanto os profissionais

quanto a sociedade devem prestar atenção às

discussões da Rio+20 para deixar a alienação

de lado para tomar as decisões condizentes

com a ética, a vida e o conceito coletivo de

sociedade.

Cláudia Pires é arquiteta

e urbanista e presidente

da Comissão de Meio

Ambiente da SME

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:54 Page 35

Page 36: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

Comissão Técnica de Educação em Engenharia – Neste primeiro semestre, a CT retomou com maior intensidade seus tra-

balhos com definição de agenda e eixos temáticos. De acordo com o integrante da comissão, professor Alessandro Moreira

a comissão vai trabalhar ao longo desse ano, temas como as experiências inovadoras no ensino da engenharia em Minas, de-

bates sobre o Programa Ciência sem Fronteiras, o sistema de cotas para o vestibular e qual o perfil profissional que o mercado

busca neste momento. Essas discussões serão realizadas em seminários, debates internos e worshop com a participação de

representantes de universidades de engenharia de todo o estado, além da produção de conferências nas quais a SME será o carro-chefe.

A presidente da Comissão Técnica de Meio Ambiente Urbano e Desenvolvimento Sustentável, Cláudia Tereza Pereira

Pires, afirma que essa comissão tem um papel muito importante na SME, junto com as demais CTs, ao analisar e contribuir

para que as ações e políticas públicas resultem em mais proteção ambiental e consolidação da sustentabilidade. A partir

das contribuições dos integrantes da comissão, ficou definido a realização de três estudos, alimentados por amplo debate

dentro da entidade, junto à sociedade e aos poderes constituídos. O primeiro, sobre as legislações referentes ao uso do

solo urbano e uso minerário; o segundo, que deve gerar uma análise dos impactos de vizinhança, que tem grande reper-

cussão na cidade, e o estudo da Política Nacional de Resíduos Sólidos e suas repercussões em Minas Gerais.

A Comissão Técnica de Transportes, presidida pelo engenheiro civil Geraldo Dirceu Oliveira tem redobrado

os esforços, com reuniões constantes, para debater a situação do transporte em Belo Horizonte e RMBH.

Algumas propostas consistentes e econômicas têm sido apresentadas, a exemplo do mono-rail, que trariam

grande desafogo no tráfego, a exemplo do que correu em grandes cidades de outros países. Há ainda a discussão

sobre a continuidade das obras das linhas do metrô, que estão atrasadas há três décadas, com a expectativa de

término do ramal: Pampulha/Savassi já projetado e a conclusão das obras das linhas para as BRTs.

Comissão de Construção Civil e Urbanismo foi constituída dentro das perspectivas do setor de construção civil e urba-

nismo, de forma a valorizar o profissional de engenharia e atender as ansiedades da população do Estado de Minas Gerais.

Entre os principais objetivos dessa CT estão: valorizar o profissional de engenharia, contribuir para o desenvolvimento da

sociedade; desenvolver ações que visem esclarecer a sociedade diante da realidade dos novos conceitos, práticas e tecno-

logias emergentes, realizar ações que possibilitem a valorização dos profissionais de Engenharia de Construção Civil e Ur-

banismo e trabalhar para que a SME, estabeleça um diálogo cada vez mais profícuo com a sociedade.

SME | CTs

Comissões

Técnicas

Para responder às demandas da sociedade e dos seus associados, a

SME constituiu várias Comissões Técnicas (CTs), que em reuniões

regulares, aprofundam os debates de questões importantes para a

sociedade, para Minas Gerais e o País. Compostas por profissionais

atuantes, as Comissões Técnicas, terão, a partir dessa edição,

um espaço na revista da SME para informar suas iniciativas.

COMISSÃO TÉCNICA DE EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA

COMISSÃO TÉCNICA ESPECIAL DE GESTÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS DA RMBH

COMISSÃO TÉCNICA DE TRANSPORTES

PARTICIPE VOCÊ TAMBÉM DAS COMISSÕES TÉCNICAS JÁ EXISTENTES OU PROPONHA NOVAS COMISSÕES À [email protected]

Comissão Técnica Especial de Gestão de Águas Pluviais da RMBH que está desenvolvendo intenso debate e elaboração

de propostas que possam contribuir para reduzir os efeitos da chuva na capital mineira e região metropolitana. O

presidente da CT, Paulo Maciel Júnior, afirma que as 25 propostas elaboradas durante um workshop serão analisadas

com maior profundidade, para que novos encaminhamentos sejam feitos com o objetivo, também, de uma ampla in-

terlocução entre setores da sociedade civil, governo, entidades, as prefeituras da RMBH, entre outros. Estão sendo

analisadas as mudanças de legislações e normas que tenham impacto na vida dos municípios, principalmente no

período chuvoso, os usos de tecnologias na engenharia.

COMISSÃO TÉCNICA DE MEIO AMBIENTE URBANO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

COMISSÃO DE CONSTRUÇÃO CIVIL E URBANISMO

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Page 37: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

TRANSFORMANDO VIDASDIRECIONAL ENGENHARIA

www.direcional.com.br

Criamos empreendimentos pensados para tornar a vida

de seus moradores em algo novo e melhor. Dos imóveis exclusivos

aos econômicos, planejamos todos com o intuito de gerar

desenvolvimento, conforto, segurança e conveniência. Filosofi a que

nos transformou, desde o início, na grande empresa que somos hoje.

Uma das 10 maiores construtoras do Brasil

Listada na BM&FBovespa

Mais de 46 mil unidades entreguesem várias regiões do país

Mais de 3,65 milhões de m2 em 9 estados

Mais de 12 mil colaboradores diretos

NÓS SOMOS A DIRECIONAL E HÁ 31 ANOS NOSSO TRABALHO

É TRANSFORMAR O SONHO DA SUA VIDA EM REALIDADE.

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:55 Page 37

Page 38: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

Desindustrialização, concorrên-

cia externa predatória, hiper-

valorização da taxa de câmbio

e estagnação da indústria de transfor-

mação foram os principais temas abor-

dados pelo diretor das áreas Financeira,

de Administração, de Operações Indire-

tas e da Secretaria de Gestão da Car-

teira Agrícola do Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social

(BNDES), Maurício Lemos e pelo presi-

dente da Associação Brasileira da Indús-

tria Elétrica Eletrônica, Humberto

Barbado, palestrantes da última edição

do SME 12:30. O evento foi realizado no

dia 25 de abril na sede social da enti-

dade, na região central de Belo Hori-

zonte.

O auditório cheio é prova de que o

evento já faz parte da agenda dos enge-

nheiros mineiros. O engenheiro eletri-

cista e diretor de Exportação da Toshiba,

José Humberto Rodrigues Pereira disse

que foi convidado para o evento onde o

tema obordado foi de grande importân-

cia para a empresa em que trabalha.

“Temos muitos problemas para expor-

tar agora devido ao câmbio, tributação e

gargalos logísticos. O produto brasileiro

está sofrendo a concorrência de corea-

nos, indianos e chineses”, destaca. Para

ele, a abordagem de temas do gênero é

sempre importante para os engenheiros.

O engenheiro eletricista e diretor da

Briskom, empresa da área de teleco-

municações, Adilson Carvalho Batista,

também marcou presença na última

edição do SME 12:30. “Achei ótimo,

primeiro pelo tema. Eu também tive a

oportunidade de encontrar muitos co-

legas”, comenta.

Embora as questões abordadas pelos pa-

lestrantes não afete a sua empresa, é

sempre interessante ouvir personalida-

des da área econômica brasileira.

Aluno do curso de Engenharia Elétrica

da Universidade Federal de Minas Gerais

(UFMG), Bernardo Afonso Salomão de

Alvarenga Filho, disse que teve uma

oportunidade impar de ouvir os dois pa-

lestrantes. “Não vejo esse tipo de tema

abordado na universidade. Como estu-

dante, acho que os pontos abordados

devem ser considerados já que estou me

preparando para entrar no mercado de

trabalho”, ressalta.

A solução para o processo crescente de

desindustrialização do Brasil passa, se-

gundo os palestrantes, pela mudança da

tributação e pelo incentivo às empresas

que geram empregos no País.

SME | 12:30Representantes do governoe da iniciativa privada falamsobre a atividade industrial

38

Maurício Lemos é diretor das

áreas Financeira, de Adminis-

tração, de Operações Indiretas

e da Secretaria de Gestão da

Carteira Agrícola do BNDES

Humberto Barbato é

Presidente da Associação

Brasileira de indústria

eletríca e eletrônica -

ABINEE

João Camilo Penna e Humberto Barbato

José Ciro Mota, Maue Ailton Rica

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:55 Page 38

Page 39: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

José Andrade Neiva, José Ciro Mota, Adilson Batista Carvalho e Samy Kopit

Ailton Ricaldoni, Maurí cio Lemos e João Camilo Penna Maurí cio Lemos e Vereador Tarcísio Caixeta

José Luiz Nobre Ribeiro e Aloi sio Vasconcelos João Camilo Penna e Ronaldo GusmãoMaurí cio Lemos, Ailton Ricaldoni

e Marcos de Assis MartinsJoão Camilo Penna e Humberto Barbato

José Ciro Mota, Maurí cio Lemose Ailton Ricaldoni Eduardo Paoliello, Maurício Lemos e Humberto Almeida Ronaldo Vasconcellos e Maurício Andrade

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:55 Page 39

Page 40: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

40

Formado pela Pontifícia Universidade

Católica de Minas Gerais (PUC Minas)

há 12 anos, o engenheiro eletricista

Fabiano Panissi, 38 anos, é aquele tipo

de profissional que acompanha o mercado e,

sobretudo, suas demandas e processos de mudança.

Para tanto, especializou-se em três áreas chaves –

Engenharia Ambiental, Manutenção e Segurança do

Trabalho – que têm dado a ele a oportunidade de

construir uma carreira completa que tem como

base a necessidade de adquirir conhecimento e ex-

periência. “Todas as especializações que fiz são

áreas afins. Manutenção e engenharia elétrica têm

grande afinidade. A engenharia ambiental é uma

tendência do presente/futuro e tudo, na engenharia,

envolve a segurança do trabalho”, explica.

Mas o estudo não é tudo na vida do engenheiro que

tem uma visão sistêmica da carreira que escolheu.

Para ele a formação desse profissional não começa

após a colação de grau, mas ainda na universidade,

seja por meio de estágios ou experiências que permi-

tam que o estudante se aproxime da realidade da

atividade. “Engenharia é trabalho em equipe. O meu

trabalho é um entre muitos que compõem uma en-

grenagem. Se faltar esse dente, trava tudo”, ressalta.

Foi a partir daí que ele decidiu abrir espaço na

agenda para a experiência associativista, em uma

entidade que representasse os profissionais do

setor de engenharia. A Sociedade Mineira de

Engenheiros (SME) acabou encantando o então

estudante que começou a frequentar a “casa” às

sextas-feiras, por causa das palestras gratuitas

sobre temas atuais que interessam aos engenhei-

ros, com direito a troca de experiências e debates.

Desse primeiro contato vieram outros. Ele descobriu

que na SME estava entre os seus iguais, mesmo sendo

estudante. “Comecei a interagir com os engenheiros já

formados e aprendi a discutir e debater engenharia.

PERFIL | FABIANO PANISSI

Engenheiro reservaespaço na agenda para aexperiência associativista

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:55 Page 40

Page 41: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

41

Aqui não tem chefe e nem a figura do estagiário. Todos

são tratados de forma igual”, analisa. Ao receber o

convite para se tornar sócio, ele não hesitou.

Primeiro, participou da Comissão de Energia e depois,

da que aborda temas ligados às Telecomunicações e In-

formática. Depois de ser Conselheiro Regional Do

CREA-MG pela SME e Coordenador do CREA-MG Jú-

nior em 2011, ele integrou a chapa da atual diretoria

da SME, onde ocupa o cargo de Diretor de Assuntos

Institucionais. Para Panissi, a experiência de conhecer

profissionais de renome no mercado tem sido muito

interessante para a sua formação como engenheiro.

“Antes de chegar à diretoria, tive 10 anos de partici-

pação e empenho”, afirma.

Para o engenheiro, é fundamental que os recém-for-

mados e jovens engenheiros se aproximem das enti-

dades que os representam. “Via SME eles conseguem

ter um “norte” para começar a carreira com o pé direito.

E isso fica ainda mais fácil quando se pode conversar

com colegas que já estão com 20, 30 ou 40 anos de

formados, que já acertaram e erraram e que têm co-

nhecimento suficiente para nos passar”, comenta.

Além da rede de contatos e da possibilidade de estu-

dar temas de relevância para a engenharia, a participa-

ção em entidades de classe também abre um leque de

oportunidades para os profissionais, independente do

estágio em que estão na carreira.

Para Panissi, a participação na SME é uma troca

de experiências única, já que envolve engenheiros de

diversas gerações e áreas. Os mais experientes ajudam

os mais novos a determinar o próprio rumo. Os mais

novos, que chegam com mais energia, aplicam os conhe-

cimentos que estão sendo repassados a cada encontro.

“A SME promove esse “casamento”, conclui.

Fabiano Panissi, 38 anos, engenheiro

eletricista, formado pela PUC Minas,

acompanha o mercado e, sobretudo,

suas demandas e processos de mudança.

FOTO

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BENS

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ORA

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:56 Page 41

Page 42: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

“A inversão de valores e a importância da engenharia

OPINIÃO | MILTON GOLOMBECKOPINIÃO | MILTON GOLOMBECK

42

Vivemos em uma sociedade na

qual são valorizados predominan-

temente as aparências e o gla-

mour. Modelos, cantores, atores

e atletas se sobrepõem, com seus

valores, a outros valores essen-

ciais ao progresso da condição

humana e à melhoria da quali-

dade de vida. Mas o problema

não é apenas brasileiro; é fenô-

meno universal, com algumas

raras exceções.

Não se pode esquecer que basi-

camente tudo o que utilizamos

em nosso dia a dia - meios de

transporte, tais como rodovias,

ferrovias, aeroportos, edifícios

residenciais, espaços para abrigar

hospitais, escolas, centros cultu-

rais etc., tudo isso são projetados

pela inteligência de arquitetos e

engenheiros. A engenharia, em

meu entendimento, é a maior

responsável pelo progresso da

humanidade em todos os campos

do conhecimento humano. O

futuro não depende das celebri-

dades, muitas das quais alegram e

satisfazem o nosso dia a dia, mas,

sim, dos cientistas, pesquisadores

em todas as áreas, tecnólogos e

engenheiros que continuam a

construir as condições para um

futuro melhor.

Na mesma semana em que os

jornais, revistas e TVs gastaram

páginas e horas para mostrar e

comentar as roupas e joias usa-

das na entrega do Oscar, foi dado

o prêmio Russ Prize - equiva-

lente ao Nobel de Engenharia -

para os engenheiros Earl Bakken

e Wilson Greatbatch. Contudo,

nenhum comentário apareceu na

mídia a respeito disso. E essas

personalidades, foram os inven-

tores do marca-passo. Graças a

elas, atualmente mais de 4 mi-

lhões de pessoas estão vivas. São

instalados mais de 400 mil

marca-passos por ano no mundo.

Na inauguração das grandes

obras de Engenharia costumam

aparecer as autoridades even-

tualmente de plantão. Mas os

nomes dos engenheiros e dos

projetistas que as projetaram e

construíram, invariavelmente são

negligenciados e esquecidos.

Quando muito, são divulgados

nos nomes das construtoras.

Nos folhetos de venda dos imó-

veis e coquetéis de lançamentos

aparecem os paisagistas, decora-

dores de interiores e imobiliá-

rias. Mas não aparecem os nomes

das empresas de Engenharia en-

volvidas nos projetos de estrutu-

ras, fundações e instalações.

Por Milton Golombeck

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:56 Page 42

Page 43: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

43

A engenharia é encarada quase

como um mal necessário. Só

somos lembrados quando ocor-

rem catástrofes e acidentes em

obras. Nestas horas, todos que-

rem identificar os engenheiros

responsáveis. É nossa, a responsa-

bilidade de mudar este quadro, va-

lorizando nossa profissão, fazendo

com que as conquistas da Enge-

nharia sejam reconhecidas e dei-

xem de ficar em terceiro plano.

Esta falta de reconhecimento e va-

lorização tem consequências dire-

tas nas remunerações dos serviços

de engenharia. As imobiliárias, que

não tem nenhuma responsabili-

dade pelas edificações, nem pelo

seu desenvolvimento, recebem 6%

do valor geral de vendas (VGV)

enquanto todos os projetos de en-

genharia da obra somados repre-

sentam no máximo 2% do VGV.

Pior: ninguém discute os gastos

com corretagem. Em compensa-

ção discutem os custos de projeto

e das soluções de Engenharia.

Trata-se de uma total e absoluta

Inversão de Valores! Com o cres-

cimento da economia no Brasil,

cada vez mais a nossa profissão

será necessária. Com mais de 40

anos de atividade, passando por

vários planos econômicos, posso

afirmar que escolhi a profissão ideal.

Precisamos de mais engenheiros e

tecnólogos urgentemente. A valo-

rização da profissão fará com que

mais estudantes se interessem em

entrar num dos campos mais desa-

fiadores e gratificantes das ativida-

des humanas: a engenharia!

Milton Golombek é presidente daAssociação Brasileira de Empresas deProjetos e Consultoria em EngenhariaGeotécnica (ABEG) .

Consultor de Fundações , com mais de

35 anos de experiência.Sócio-Diretor

da Consultrix, emprêsa líder na área

de Consultoria de Fundações, com 57

anos de existência, tendo projetado

mais de 10.000 obras em todo Brasil:

edificios, pontes, indústrias, shopping

centers, viadutos, obras especiais.

Presidente pela 3ª vez da Associação

Brasileira de Empresas de Consultoria

Geotécnica (ABEG).

“Milton Golombek

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:56 Page 43

Page 44: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

A Sociedade Mineira de Engenheiros – SME abre inscrições gratui‑tas para o Prêmio SME de Ciência, Tecnologia e Inovação para osestudantes regularmente matriculados nos cursos de graduaçãode instituições de ensino superior em Minas Gerais nas áreas deEngenharia, Arquitetura e Agronomia.

O regulamento está disponível no site: www.sme.org.br/premioou pode ser solicitado por e‑mail: [email protected]

21º Prêmio SME de Ciência,Tecnologia e Inovação

Inscrições até 10 de setembro de 2012

www.sme.org.br/premio

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Page 45: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:56 Page 45

Page 46: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

Minas Gerais viveu

nos anos 70 um

extraordinário e

bem sucedido

processo de Industrialização.

Muitas razões explicam esta ex-

plosão de desenvolvimento in-

dustrial. Uma delas, sem dúvida,

foi o aparato institucional de

apoio e promoção estruturado

pelo governo mineiro à época.

Com importância estratégica, o

CETEC se destacava neste apa-

rato, ao l ado do Banco de

Desenvolvimento de Minas Gerais

(BDMG), CEMIG, Instituto de De-

senvolvimento Industrial (INDI),

Companhia de Desenvolvimento

Industrial (CDI), Fundação João

Pinheiro (FJP) e o Centro de

Apoio à Pequena e Média Em-

presa – o CEAG, do qual se ori-

ginou o SEBRAE-MG.

Neste momento, a comemora-

ção dos 40 anos de fundação do

CETEC nos oferece a oportuni-

dade de refletir sobre a realidade

da indústria mineira e brasileira.

Na década de 70, especialmente

no Estado, o objetivo era acele-

rar o processo de fortaleci-

mento e diversificação de sua

indústria, o que, à exceção de

São Paulo, valia também para as

demais regiões do país.

Quatro décadas depois, o grande

desafio é frear e reverter o pro-

cesso de desindustrialização, que

fragiliza a indústria nacional, mina

a competitividade das empresas

brasileiras nos mercados interna-

cionais e escancara o nosso mer-

cado interno a produtos

importados das mais diversas

origens, sobretudo os de alta in-

tensidade tecnológica e, por-

tanto, de maior valor agregado.

É neste contexto que deve ser

considerada a união entre o

CETEC e o SENAI de Minas Ge-

rais. Estou convencido de que

esta parceria vai viabilizar a cria-

ção, no Estado, de um dos maio-

res e mais importantes centros

de inovação e desenvolvimento

tecnológico do País: o Centro de

46

PONTO E CONTRA PONTO | CETEC

Por Olavo Machado Junior | Presidente da FIEMG

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:56 Page 46

Page 47: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

Desenvolvimento Tecnológico do Brasil: o

CETEC-SENAI. Essa iniciativa conta com o

apoio incondicional do governador Antônio

Anastasia e dos secretários Nárcio Rodrigues,

de Ciência e Tecnologia, e Renata Vilhena, do

Planejamento. Nessa solidária parceira unem-

se, portanto, o governo do Estado e a indústria

mineira, representada pela Fiemg.

É, com certeza, a união de dois gigantes na área

da inovação, do desenvolvimento tecnológico,

da formação e qualificação de recursos huma-

nos em nível de excelência. É, também, um tra-

balho que começa imediatamente e se apóia,

sobretudo, na valorização do capital humano do

CETEC e do SENAI, um patrimônio de valor in-

calculável constituído por técnicos e cientistas

que se destacam entre os mais qualificados do

País. O compromisso maior é com a competi-

tividade de Minas Gerais e de sua Indústria.

A sinergia entre a indústria mineira, com o

SENAI, e o Governo do Estado, com o CETEC,

proporcionará o desenvolvimento de soluções

inovadoras, promoverá a difusão do conheci-

mento científico e tecnológico e garantirá a

formação de profissionais para suprir as em-

presas mineiras na demanda por soluções tec-

nológicas essenciais à sua competitividade. O

CETEC é um grande e importante patrimônio

a serviço da indústria de Minas Gerais e da so-

ciedade mineira e o seu bem mais valioso é

exatamente o seu quadro de colaboradores

formado por técnicos, especialistas e cientistas

de alta qualificação e que vêm somar-se aos

profissionais do SENAI de Minas Gerais.

A parceria CETEC/SENAI, que já produz efeti-

vos resultados, vai nos permitir intensificar o

processo de inovação tecnológica na indústria

mineira, influindo e interferindo na realidade

que ainda faz do Estado, predominantemente,

um produtor de commodities minerais e agrí-

colas. Estes, evidentemente, são setores funda-

mentais para Minas e também para o País como

fonte generosa de geração de divisas, mas o

fato é que Minas precisa diversificar e agregar

valor à sua indústria.

Olavo Machado

Junior é

presidente

da FIEMG

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:56 Page 47

Page 48: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

48

A parceria CETEC/SENAI tam-

bém vai estimular a consolidação,

no Estado, de uma indústria com

setores intensivos em inovação e

diferenciação de produtos, cons-

truindo base segura para saltos

na qualificação de nossos recur-

sos humanos, no aprimoramento

da produtividade e na agregação

de valor aos produtos mineiros,

com reflexos diretos sobre os

ganhos de mercado, mais expor-

tações, internacionalização da

economia e melhoria dos salários

e renda gerada na economia.

Minas Gerais tem potencial em

vários setores intensivos em

tecnologia e devemos explorar

mais esse caminho. Vale destacar

o crescimento da participação

da indústria mineira de máqui-

nas e equipamentos, máquinas e

material elétrico, e equipamen-

tos eletrônicos, de informática e

médico-hospitalares, entre ou-

tros, no Valor Bruto da Produ-

ção estadual. São sinais de que,

aos poucos, uma convergência

de fatores vem tornando o

Estado mais competitivo e atra-

t i vo para a produção nos

segmentos de mais alta intensi-

dade tecnológica.

A união CETEC – SENAI, sem

dúvida alguma, irá gerar uma si-

nergia ainda maior nessa dire-

ção, contribuindo para produzir

conhecimento e, assim, fortale-

cer setores capazes de diversifi-

car a pauta produtiva estadual.

Até nas cadeias produtivas dos

setores da mineração e metalur-

gia, nas quais Minas apresenta

vantagens competitivas espe-

ciais, há espaço para iniciativas

objetivas que podem melhorar

os processos produtivos e de

agregação de valor aos produtos

f ina i s . En f im, com abso luta

cer teza, a indústria de Minas vai

ganhar em compet i t iv idade

– e ganha muito - com a união

CETEC/SENAI.

Soma-se a esta importante par-

ceria a criação do Programa de

Apoio à Competitividade da In-

dústria Brasileira, anunciado re-

centemente pela Confederação

Nacional da Indústria. A inicia-

tiva irá investir R$ 1,9 bilhão de

reais na ampliação da base de

operação do Senai em inovação

tecnológica em todo o país. Esse

valor será destinado à constru-

ção de 23 institutos de inova-

ção, 38 institutos de tecnologia,

53 centros de formação profis-

sional, reforma, além da amplia-

ção de 250 escolas e a aquisição

de 81 unidades móveis. Com o

investimento, a oferta de vagas

oferecidas atualmente pelo

Senai irá praticamente duplicar,

passando dos atuais 2,5 milhões

para mais de quatro milhões de

vagas até 2014.

A boa notícia para os mineiros

é que o estado será o primeiro

a receber o aporte financeiro,

em um montante total de R$

260 milhões de reais. Esse valor

será destinado ao Cetec/Senai e

à construção de três institutos

de inovação, três institutos de

tecnologia, sete centros de for-

mação profissional e a aquisição

de outras quatro unidades mó-

veis, voltadas ao atendimento de

todas as regiões do estado. Esta

estrutura irá somar à mantida

atualmente pelo Senai, repre-

sentada por 86 unidades fixas,

31 unidades móveis e 30 labora-

tórios de prestação de serviços

para a indústria, 122 mil matrí-

cular anuais e mais de 200 mil

atendimento em serviços técni-

cos e tecnológico prestados às

empresas.

PONTO E CONTRA PONTO | CETEC

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:56 Page 48

Page 49: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

Étolice argumentar

sobre a importân-

cia da parceria Go-

verno/Empresa no

processo de desenvolvimento

do país. Experiências interna-

cionais já dirimiram dúvidas que

porventura pudessem existir.

Falta então, entender com cla-

reza, o sentido da palavra par-

ceria. Certamente não é

substituição de um parceiro

pelo outro nem tão pouco du-

plicação de esforços para alcan-

çar o desenvolvimento

econômico e social sustentável

desejado. Parceria, neste sen-

tido, almeja conjugação de es-

forços visando somar sinergia

de ambos os setores. Os gover-

nos, municipal, estadual e fede-

ral têm missão a cumprir nesta

parceria e não lhes é lícito ab-

dicar dela. Da mesma forma, a

empresa depende de um es-

forço conjugado para crescer.

Não deve e não pode desempe-

nhar papéis inerentes ao go-

verno. Não há como um

segmento substituir o outro

sem comprometer interesses

nacionais, com graves conse-

qüências para o bem estar dos

cidadãos ou a estagnação do

processo de desenvolvimento

econômico e social.

Teve ampla divulgação, na mídia

americana, a missiva ao Presi-

dente Clinton, assinada por de-

zesseis executivos de grandes

corporações americanas, aler-

tando-o para uma provável

perda de liderança tecnológica

do país caso se confirmasse

anunciada redução de orça-

mento para pesquisa. Este papel

de vigilância acontece naquele

país respaldado pelo volume de

recursos aplicados pela em-

presa americana em P&D. Só no

ano 2000 ela investiu mais de

cento e oitenta milhões de dó-

lares em pesquisa. Destes, 98%

nos próprios laboratórios das

Por Paulo Gazzinelli | Ex-diretor do Cetec

É melhor

estar aproximadamente certo

do que precisamente errado

J. J. Steiner - 1696

““

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:56 Page 49

Page 50: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

empresas. Aqui, a empresa na-

cional investe muito pouco em

pesquisa e os Governos não

têm a manutenção de seus labo-

ratórios como prioridade. Se

compararmos com outros esta-

dos do país Minas Gerais se

situa entre quinto e sexto luga-

res no que se refere a itens

como custeio em C&T em rela-

ção à receita estadual; ao nú-

mero de pesquisadores por

milhão de habitantes e à expor-

tação de produtos intensivos

em tecnologia; dentre outros.

Tudo que falamos até aqui tem

a ver com o Convênio assinado

em 2011 pela Direção do

CETEC e a Direção do SENAI

sob interveniência do Estado.

Criado em março de 1972, para

dar apoio ao Parque Industrial

local, o CETEC preencheu la-

cuna existente, diagnosticada

pelo INDI. No seu início de

operações o CETEC teve con-

tratos com clientes importantes

a exemplo da - VALE, ACESITA,

CBMM, FIAT, Cia Mineira de Me-

tais CEMIG, COPASA. dentre

outras. Projetos de grande im-

portância para o Governo como

a concentração do fosfato de

Araxá, estudos de uso da ma-

deira para fins energéticos, ga-

seificação de madeira e carvão

vegetal, projetos de pesquisa na

área ambiental e no Programa

Nacional do Álcool são apenas

algumas das inúmeras contribui-

ções do CETEC para a socie-

dade Acordos internacionais

fizeram do CETEC uma referên-

cia nacional e internacional.

Entretanto, devido à incapaci-

dade dos sucessivos governos

em perceber a sua importância

para o nosso desenvolvimento

tecnológico fez com que o

CETEC se esvaziasse nestes 40

anos de existência. Perdeu, pela

prática de política salarial não

condizente com o mercado, a

massa crítica necessária para a

produção e materialização do

conhecimento tecnológico em

bens e processos industriais e

para a busca de conhecimento

das potencialidades do nosso

Estado.

Resta então a pergunta: Como o

convênio com o SENAI poderá

ajudar o CETEC na sobrevivência

50

PONTO E CONTRA PONTO | CETEC

Paulo Gazzinelli

é ex-diretor do

Cetec e consultor

em planejamento

e gestão de C&T

REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ SME_edição 13 rio+20:Layout 1 01/06/2012 17:56 Page 50

Page 51: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

como uma entidade produtora de

inovações, suporte tecnológico

aos vários segmentos do Parque

Industrial do Estado e desenvol-

vimento de estudos de baixa

rentabilidade imediata, mas

grande potencial para oportuni-

dades futuras?

A FIEMG, mantenedora do

SENAI, é mantida por recursos

de contribuição dos Sindicatos

Patronais afiliados. Eles se senti-

rão propensos em investir em

projetos de cunho social como a

análise de água para hemodiálise

feita pelo CETEC para a rede

hospitalar mineira? E o elevado

custeio dos levantamentos de

potencialidades da nossa biodi-

versidade e riquezas minerais?

Como ficará a questão do sigilo

de desenvolvimentos tecnológi-

cos de interesse governamental

passando o CETEC a ser gerido

por entidade privada? Como se

dará o controle público de re-

cursos do Tesouro Nacional e

Estadual geridos por entidade

privada? O SENAI presta rele-

vantes serviços à nação na for-

mação de mão de obra técnica

para a Indústria, mas não tem

qualquer tradição em pesquisa

tecnológica. Treinar jovens em

disciplinas técnicas é muito dife-

rente de inovar para competir.

O Presidente da FIEMG, em re-

cente artigo, afirma que haverá

aporte de recursos para o

SENAI-MG de R$260 milhões

que permitirão, com o apoio do

CETEC, construir - o “Instituto

SENAI de Inovação”, três Institu-

tos de inovação, três de tecnolo-

gia, sete centros de formação

profissional e quatro unidades

móveis. E a quem caberá a sua

manutenção ao longo do tempo?

Isso significa que o Governo está

abdicando de seu dever constitu-

cional de promover o desenvol-

vimento tecnológico no Estado?

Para quem desconhece este

valor informamos: é o orça-

mento da FAPEMIG de apenas

um ano e mal dá para cobrir des-

pesas de pesquisa - sem contar

salários - que envolvem congres-

sos, bolsas, material de consumo

e equipamentos nas universida-

des públicas e Institutos de Pes-

quisa do Estado. Como se vê, as

perguntas são muitas.

O que a sociedade gostaria de

avaliar são planos e dados, quanti-

ficados com a necessária transpa-

rência para por fim à sensação de

que o patrimônio público, cons-

truído em quarenta anos não está

sendo transferido para as mãos de

alguns sindicatos patronais sem

benefícios visíveis para ela.

Paulo Gazzinelli

O SENAI presta relevantes serviços à nação na

formação de mão de obra técnica para a indústria, mas não tem

qualquer tradição em pesquisa tecnológica. Treinar jovens em

disciplinas técnicas é muito diferente de inovar para competir.

““

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ART | A Responsabilidade Civil do Engenheiro

ART-0086

LEMBRE-SE!

Ao preencher o campo

“entidade de classe” na ART,

escolha a SME através do có-

digo 0086. Assim, você ajuda

a SME a representar a enge-

nharia e oferecer os melhores

cursos, serviços, convênios e

produtos para você.

De acordo com a Lei Federal 6496

de 07 de dezembro de 1977, todo contrato

para prestação de serviços por engenheiro,

agrônomo, geógrafo e meteorologista, seja

ele profissional autônomo ou com vínculo

empregatício, está sujeito à Anotação de

Responsabilidade Técnica - ART.

O documento deve ser preenchido

e assinado pelo profissional e pelo seu con-

tratante, para registro no Conselho Regional

de Engenharia, Agronomia - CREA da região

onde os serviços serão executados.

Além de ser uma necessidade legal,

o profissional, ao registrar os projetos de

sua autoria no CREA ao longo da carreira,

forma um acervo técnico de propriedade

legal, reconhecido pelas empresas na análise

de seu currículo.

Parte da taxa recolhida para o regis-

tro da ART é destinada à entidade de classe

escolhida por opção do profissional, para

aplicação em projetos de valorização da pro-

fissão e do profissional e de outras ativida-

des associadas às suas atividades. O

formulário para preenchimento dos dados

está disponível no site do CREA-MG, mas o

registro pode ser feito pela internet.

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CARREIRA | MERCADO PROFISSIONAL Oportunidades no mercado

equalizadas com as expectat

Não há carreira que traduza me-

lhor o ritmo de crescimento eco-

nômico que a engenharia. Há cinco

anos a profissão voltou ao seu

lugar de origem – o topo – o que

tem se configurado como oportu-

nidades de trabalho rentáveis, não

apenas para quem está ingres-

sando no mercado, mas para aque-

les que já têm algum nível de

experiência adquirida, como técni-

cos ou gestores.

De acordo com o consultor da

Pricewaterhouse Coopers (PwC),

especialista em Recursos Huma-

nos (RH), Roberto Martins, embora

o mercado esteja demandando

cada vez mais engenheiros – com

direito a salários bem competitivos

– cabe ao profissional “tomar a

rédea” da gestão de sua carreira. E

isso começa com os jovens profis-

sionais. “O profissional que pre-

tende ingressar no mercado de

trabalho deve ter visão clara do

que ele espera da sua carreira e

qual o tipo de trabalho pelo qual

tem interesse. O trabalho tem que

agradar”, afirma.

As ofertas de vagas para recém-

formados e os anúncios sedutores

para programas de trainne cha-

mam a atenção dos chamados

“novos talentos”. Da mesma

forma, o engenheiro que pretende

melhorar seu desempenho tam-

bém fica interessado por oportu-

nidades e desafios. Afinal, em

algum momento, a perigosa “zona

de conforto” cansa.

É hora de enviar currículos atuali-

zados e participar de processos de

seleção nos quais a empresa vai

analisar a experiência e o perfil do

profissional para determinada vaga.

No entanto, o profissional não

pode se esquecer de que não está

se vendendo, mas a sua força de

trabalho.

Por isso, antes de enviar um currí-

culo, é importante pesquisar a em-

presa para saber se, apesar do

trabalho e do cargo importante, o

profissional terá identidade com a

cultura, o nível de pressão e os va-

lores que a companhia requer de

seus funcionários. “Buscas na inter-

net, conversas com a rede de ami-

gos e colegas de profissão podem

dar boas pistas para o candidato”,

destaca.

Depois de anos de carreira na

mesma empresa, o profissional se

pergunta se chegou ao topo, como

sonhou quando foi aprovado na-

quele teste de seleção dificílimo e

começou a trabalhar e a fazer cur-

sos de aperfeiçoamento patrocina-

dos pela companhia.

Segundo Miranda, as empresas têm

atuado para auxiliar os profissio-

nais a avaliarem as carreiras. Algu-

mas usam a velha receita de

promover os técnicos especialistas

em gestores de área. Mas esse não

é o único caminho, já que a car-

reira em Y, que permite que tanto

Roberto Martins é consultor da PricewaterhouseCoopers(PwC) eespecialista em Recursos Humanos

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os empregados da área técnica quanto

aqueles que têm perfil para gestão pos-

sam continuar crescendo. “No passado,

tinha-se a visão de que a pessoa só cres-

cia na carreira se fosse promovido a ges-

tor. Hoje, as companhias estão mapeando

suas próprias necessidades e criando um

modelo de carreira que abre possibili-

dade para os técnicos que podem chegar

a consultores”, exemplifica.

No comparativo com os gestores, esse

modelo permite que ambos tenham o

mesmo ritmo de ascensão salarial, inclu-

sive. Em termos de hierarquia, de-

pois de determinado momento, eles atingem

o mesmo nível.

Depois de anos de trabalho e com um

networking respeitável, o engenheiro

decide que chegou a hora de ter o

seu CNPJ. “Ser dono da própria

empresa requer novas compe-

tências que ele não usa

quando é intraempreendedor

já que tem suporte da compa-

nhia para entregar as metas pro-

postas”, lembra. Para Miranda, o

empreendedorismo particular vai

exigir do engenheiro maior com-

preensão e paciência já que, no iní-

cio, tudo será centralizado nele.

A carreira não acaba com a apo-

sentadoria. Com o aumento

crescente da demanda de

mercado por profissionais

experientes, muitas companhias não se

intimidaram em buscar os seniores. “A

visão da aposentadoria está mudando. O

engenheiro aposentado volta para o

mercado para dar suporte e transmitir o

conhecimento que acumulou em anos

de serviço, principalmente para os ini-

ciantes. Com essa operação, as compa-

nhias conseguem equalizar seu quadro

de funcionários, unindo profissionais de

diferentes gerações e saberes.

O importante, em todos os estágios da

carreira é o gosto pelo trabalho.. Para a

psicóloga, professora universitária e

coordenadora do Ibmec Carreiras, Jaqueline Silveira

Mascarenhas, esse é o profissional que vai sempre desta-

car sobre os demais.

Para tanto, basta responder a algumas perguntas. O que

eu quero para minha vida profissional? Qual é, para mim,

a melhor empresa para se trabalhar? Quais as competên-

cias eu preciso aprimorar para atender às expectativas da

empresa hoje e mais à frente? Do que estou disposto a

abrir mão ou não?

“Responder a essas questões é assumir e fazer gestão da pró-

pria carreira. É munir-se de conhecimentos técnicos e inter-

pessoais, através de cursos e especializações em instituições

de ensino que tenham programas acadêmicos sólidos e em

consonância com as exigências do mercado, mas sem perder

de vista as suas expectativas e anseios profissionais”, analisa.

Por isso, o principal é buscar aquela oportunidade que

mais agrada e desenvolver, aprimorar as competências

necessárias para atingir esse objetivo,lembra Jaqueline

Mascarenhas.

ades no mercado devem ser

com as expectativas dos engenheiros

shut

erst

ock

Jaqueline Silveira Mascarenhas é

psicóloga, professora universitária e

coordenadora do Ibmec Carreiras

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Para um pedestre, atravessaruma estrada movimentada em qual-quer lugar do mundo é uma atitudetemerária. Mas pode ser igualmenteperigoso fazer o mesmo numa rodo-via de pouco movimento como a BR040, na altura do trevo de Paracatu(MG), onde tudo aconteceu. Foi exa-tamente nesse ponto que, segundorelato do engenheiro Rodrigo Ger-mani, ocorreu o fato que passoagora aos leitores.

Numa bela tarde do ano de1988, quando o Dr. Rodrigo, que àépoca trabalhava para a Rio Para-catu Mineração, chegava à empresapara o turno de trabalho, o veículoque o transportava foi parado notrevo por um bloqueio da Policia Ro-doviária. Pela multidão de curiososque se aglomerava no local, ficavaóbvio que ocorrera um acidente,mas curiosamente não havia veículoenvolvido. Provavelmente um atro-pelamento.

O bando “sapos” quetentava se inteirar do acon-tecido era composto, nasua maioria, por fun-cionários da em-presa, à qual sejuntou o Dr. Ro-drigo minutosdepois, sem con-seguir abrir cami-nho até a vitima. Masesse problema para o

Dr. Rodrigo acabaria não sendopara o Otaviano, conhecido detodos os “sapos”, pois trabalhavahá tempos na empresa.

Otaviano era carioca, e comotal, exibia as características clás-sicas dos nativos do Rio de Ja-neiro: puxava o “esse”, erafalante, muito simpático, adoravaser animador de “fila”, mas noseu caso específico adicionavauma outra, muito própria: era tãocurioso quanto um arqueólogo.Por essa razão, sentiu-se tentadoa abrir caminho rapidamente atéa vitima, o que não foi difícil,dadas as “ombradas” aplicadasnos demais, que naturalmentelhe abriam passagem ao ouvir osbrados de “Dá licença! Sou parenteda vitima”!

A estratégia funcionou muitobem, como era de se esperar. Emsegundos, Otaviano chegou ao alvoda sua curiosidade. Para suagrande surpresa e espanto, ao invésde um pedestre, jazia no asfalto uminocente burro, desses puxadoresde carroça. Surpreso e desapon-tado, Otaviano abandonou a cena datragédia tipicamente “à francesa”,cabisbaixo e silencioso.

Os repetidos brados de “Sou pa-rente da vítima”, no entanto, nãoforam esquecidos pelos demais cu-riosos, que não o perdoaram. DeOtaviano, passou desse dia emdiante a ser chamado de “Parenteda Vitima”, alcunha que nunca maiso abandonou...

COLABORADORES DO CASO VERÍDICO

Rodrigo Augusto Campos Germani, 50 anos, graduado em Engenharia

de Minas pela UFMG, atualmente é Gerente

de Desenvolvimento de Negócios da SNC – Lavalin, Canadense.

Eduardo Rubens F. Távora, Médico, especialista em Nefrologia e Transplantes Renais; ex- Profes-sor Adjunto deClinica Médicada Faculdade de Medicina da

UFMG.

CAUSOS DA ENGENHARIA Por Eduardo Rubens F. Távora

“Dá licença! Sou parente da vitima”!

Participe e envie seu “causo” para [email protected]

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o Rubens F. Távora

Homenagem da Sociedade Mineira de Engenheiros. Por um Brasil melhor.

Com 60 anos de exemplo de comprometimento no setor de energiaelétrica, a CEMIG sempre se destacou na ousadia e no pioneirismo.A sua capacidade de gestão de qualidade aliada à sua competência técnicatranspôs os limites do estado e hoje a CEMIG torna‑se uma empresamultinacional trazendo orgulho e desenvolvimento para os Mineiros.

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O Sistema FIEMG acredita que uma indústria sustentável

se constrói através da competitividade, da inovação

e da responsabilidade. Ser sustentável é ser competitivo.

É produzir mais e melhor. É conquistar o mercado global e se preparar

para um mundo cada vez mais exigente. Ser sustentável é ser inovador.

É investir em novas tecnologias. É incentivar estudos e pesquisas

para o desenvolvimento de novos processos, produtos e serviços.

Ser sustentável é ser responsável. É fazer da economia verde e da

preservação da natureza uma realidade. É buscar processos de produção

cada vez mais limpos. É promover a educação em todos os níveis

e lugares. É investir em cultura, esporte, saúde e lazer. A sustentabilidade

é assim: está na maneira como pensamos o mundo. No caminho que

escolhemos para a nossa indústria.

Indústria sustEste é o nosso com

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Page 59: Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

Um investimento da indústria

entável

o

reparar

ovador.

sas

viços.

da

produção

is

tabilidade

o que

a sustentável.osso compromisso.

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