Revista Mineira de Engenharia - 28ª Edição

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ano 6 | Edição 28 | Maio | Junho o futuro chEgou internet das co isas traz novos desafios à Engenharia atuação sME entrega documentos com propostas para o governo do Estado tEnDência Potencial de mercado para a área de certificação LEED EntrEvista teodomiro Diniz camargos Minascon 2015 sME terá estande e programação no maior evento da construção

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Revista Mineira de Engenharia - 28ª Edição

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ano 6 | Edição 28 | Maio | Junho

o futuro chEgouinternet das coisas traz

novos desafios à Engenharia

atuaçãosME entrega documentoscom propostas para o governo do Estado

tEnDênciaPotencial de mercado para a área de certificação LEED

EntrEvista teodomiro Diniz camargos

Minascon 2015sME terá estande e programação no maiorevento da construção

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No primeiro semestre de 2015 a En-genharia Brasileira ficou na berlinda.São partes dessa incômoda realidade,os fatos nacionais envolvendo grandesempresas do setor no âmbito da Ope-ração Lava Jato e, no plano local, aqueda do viaduto Batalha dos Guara-rapes, somada aos recalques em outrosviadutos recentemente construídos.Precipitadamente, alguns buscaramatribuir à engenharia a origem e arazão de todos os males. Ledo engano!Nada mais equivocado do que estepensamento. A Engenharia Brasileira ésomente a parte mais visível.

Claro que a Engenharia tem as suas di-ficuldades. Uma delas é o desafio decapacitar profissionalmente o grandecontingente de alunos despreparadosque estão deixando as escolas de En-genharia, principalmente após a massi-ficação do ensino em decorrência daproliferação de escolas privadas. Outraquestão é a tendência a valorização docomercial em detrimento da tecnolo-gia, o que gera novos problemas, comoé o caso da pouca intimidade dos pro-fissionais com as especificações técni-cas, com a utilização de materiais, comos procedimentos de ensaio e de con-trole tecnológico da obra, dentre ou-tros.

No entanto, quando falamos em obraspúblicas, as mazelas são bem conheci-das e nos afetam sobremaneira: falta deum planejamento integrado de ativida-des, prazos inexeqüíveis de obra fixa-dos por interesse político, aquisiçõespelo menor preço obtido a partir deprojetos básicos (com custos subesti-mados devido à falta dos projetos exe-cutivos) e o contingenciamento de

recursos financeiros que fazem comque a obra tenha início, sem que sesaiba se terá fim. Depois, na ocorrênciade problema, como por encanto, nadadisso importa e a culpa vai para o maisvisível: os engenheiros e suas obras. ASME, através do “Manifesto das Entida-des Independentes e Representativassobre o Momento que atravessa a En-genharia” conclama todos os profis-sionais a se somarem em Defesa daEngenharia Brasileira. Igualmente, ex-pressa a solidariedade da Entidade aoscolegas da SUDECAP que, por valida-rem etapas da obra, foram indiciadosde forma simplista no processo crimi-nal para a apuração de responsabilida-des na queda do viaduto Batalha dosGuararapes.

No primeiro semestre de 2015, a SMEprocurou colaborar com o novo Go-verno de Minas Gerais capitaneadopelo Governador Fernando Pimentel.Recebemos em nossas instalações parauma frutífera troca de idéias o Secre-tário de Desenvolvimento Econômico,Altamir Rôso. A SME vai oferecer su-gestões para o sucesso da iniciativa dese efetuar um planejamento econô-mico sustentável para as 17 regiõesdestacadas pelo Governo do Estado.Para o Secretário de Transportes eObras Públicas, Murilo Valadares, a SMEsugeriu ações detalhadas em torno detrês prioridades: trazer para Minas oCentro de Referencia e Excelência emEngenharia Ferroviária/CENGEFER, de-senvolver ações visando a reativar achamada Linha Mineira (ligação ferro-viária) e requalificar o transporte ro-doviário e ferroviário na RegiãoMetropolitana de Belo Horizonte. Emreunião com o Secretário de Meio Am-

biente e Desenvolvimento Sustentável,Luiz Sávio de Souza Cruz, a SME apre-sentou o documento “Contribuiçõespara o Diagnóstico e Modernização doLicenciamento Ambiental em MinasGerais”. O documento revelou-seestar em sintonia com o propósito doSecretário: formatar um novo licencia-mento ambiental no Estado, mais ágil eembasado em sólidos argumentos téc-nicos. De forma propositiva, a SMEtambém já se reuniu com o Presidenteda CEMIG e Diretores da COPASA,buscando uma atuação conjunta emprol dos engenheiros e da sociedade.

No mês de Junho, fruto de uma par-ceria com a FIEMG, a SME terá papeldestacado no MINASCON 2015,encontro realizada anualmente pelaCâmara de Construção Civil daquelaEntidade. À SME caberá a organizaçãode seminário sobre o “ConsumoConsciente de Água e Energia”, temasuperimportante e que afeta profun-damente as empresas e a população.“Cases de Sucesso” serão demonstra-dos durante o evento. Foram pre-vistas, ainda, diversas palestras e aapresentação de aplicativo para redu-ção do consumo de água e energia.

A SME tem se desdobrado em suamissão de defesa da Engenharia e deservir à sociedade. Fiel a uma tradiçãoque vem desde 1931 e, mesmo reco-nhecendo as dificuldades por que pas-sam as entidades civis sem recursosprevistos em lei, a SME está viva e con-clama os profissionais ao exercício dacidadania. A somarem-se nesse projeto,contribuindo para que a SME cumprabem sua missão institucional.

EDitoriaL | PaLavra Do PrEsiDEntE

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Destaques do primeiro semestre de 2015

Augusto DrummondPresidente da SME

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coMProMisso coM você!

A Sociedade Mineira de Engenheiros, por meio de suaequipe, tem desenvolvido uma série de trabalhospara atender cada vez mais e melhor a cada um dosassociados.

Em seus 83 anos de existên-cia, a SME trabalha para in-tegrar, desenvolver evalorizar a Engenharia, a Ar-quitetura, a Agronomia eseus profissionais, contri-buindo para o aprimora-mento tecnológico,científico, sociocultural eeconômico.

ProDutos E sErviços

Em nosso site há uma série de produtos e serviçoscomo cursos, palestras, seminários, eventos e umaextensa gama de convênios que você poderá des-frutar.

São descontos de até 20% em academias, empresasautomotivas, de artigos de decoração, buffets, clubes,consultórios, cursos de idiomas, empresas de turismo,faculdades, floriculturas, gráficas, informática, labora-tórios, óticas, planejamento financeiro, seguros, servi-

ços fotográficos, hotéis, beleza eestética, entre outros.

coMProMisso coM o futuro

Aprimoramento profissional e ino-vação tecnológica também têmsido uma das grandes bandeirasda SME para oferecer os melhoresprodutos e serviços para você esua família.

Por meio de nosso site, da revista, dos eventos e da par-ticipação nas redes sociais, a SME tem se tornado, cadavez mais, um canal aberto para ouvir suas sugestões epara representar seu interesse.

vEnha Para sME

Mais informações: www. sme.org.br - (31) 3292 3962 ou [email protected]

Augusto Celso Franco DrummondPresidente

Alexandre Francisco Maia BuenoVice-Presidente

José Ciro MotaVice-Presidente

Luiz Henrique de Castro CarvalhoVice-Presidente

Marita Arêas de Souza TavaresVice-Presidente

Virginia Campos de OliveiraVice-Presidente

Alexandre Rocha ResendeDiretor

Antônia Sônia Alves Cardoso DinizDiretora

Fabiano Soares PanissiDiretor

Humberto Rodrigues FalcãoDiretor

Janaína Maria França dos AnjosDiretora

José Andrade NeivaDiretor

Krisdany Vinicius Santosde Magalhães CavalcanteDiretor

Marcelo Monachesi GaioDiretor

Túlio Marcus Machado AlvesDiretor

Túlio Tamietti Prado GalhanoDiretor

CONSELHO DELIBERATIVO

Ailton Ricaldoni LoboPresidente

ConselheirosAlberto Enrique Dávila Bravo Carlos Eustáquio Marteleto Eduardo Paoliello

Fernando Henrique Schuffner NetoFlavio Marques Lisbôa Campos Francisco Maia NetoJorge Pereira RaggiJosé Luiz Gattás HallakJosé Raimundo Dias FonsecaLevindo Eduardo Coelho NetoLuiz Celso Oliveira AndradePaulo Henrique Pinheiro de VasconcelosRodrigo Octávio Coutinho FilhoWilson Chaves Júnior

CONSELHO FISCALCarlos Gutemberg Junqueira AlvimPresidenteConselheirosAlexandre Heringer LisboaJoão José Figueiredo de OliveiraJosé Eduardo Starling Soares Marcelo Aguiar de Campos

Coordenador EditorialJosé Ciro Mota

Jornalista ResponsávelLuciana Maria Sampaio MoreiraMG 05203 JP

Revisão EditorialJalmelice Luz - MG 3365 [email protected]

Projeto Gráfico / DesginBlog ComunicaçãoMarcelo Távora [email protected] (31) 3309 1036 | (31) 9133 8590

Depto. Comercial Blog Comunicação & [email protected] (31) 3309 1036 | (31) 9133 8590

Tiragem: 10 mil | BimestralDistribuição Regional (MG)Gratuita

Publicação | SMESociedade Mineira de Engenheiros Av. Álvares Cabral, 1600 | 3º andarSanto Agostinho | Belo Horizonte Minas Gerais | CEP - 30170-001Tel. (31) 3292 3962 [email protected] www.sme.org.br

ApoioPublicação

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18EntrEvista teodomiro Diniz camargos

22cErtificação LEEDconstrução eco sustentável

ManifEsto apoio à atividade e aos profissionais de engenharia

MEstrEs Da EngEnhariaUlderico Mandolesi, professor e diretor da EFEI

artigo | cDs/sMEcomitê de Desenvolvimento sustentável da sME

14rEPrEsEntativiDaDEsME apresenta sugestões aogoverno de Minas

32

36

forMação ProfissionaLEquipe da unifei é destaque em robótica dentro e fora doBrasil

Minascon 2015sME promove palestras du-rante o evento8

notas Do sEtor

6

JovEM EngEnhEiro igor Braga Martins

caPaa internet das coisas,o futuro chegou

46EnErgia & água soluções para otimizar o uso racional e sustentável

40

44

48

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NOTAS DO SETOR

72ª SOEA

A 72ª Semana Oficial da Engenharia e daAgronomia (Soea) será realizada, entre osdias 15 a 18 de setembro, em Fortaleza (CE).Para o Congresso Técnico Científico da En-genharia e da Agronomia (Contecc), que serárealizado durante a 72ª Soea, o prazo de ins-crições será até 14 de agosto. Mais informa-ções no site www.confea.org.br.

GESTÃO DE TEMPO

O Sindicato da Indústria daConstrução Civil de Minas Ge-rais (Sinduscon-MG) realizará,no dia 25/06/15, o WorkshopGestão do Tempo diante de altasdemandas. O objetivo é mostraranálises e ferramentas que podem ajudar a priorizar e focar noque mais impacta nos resultadosda empresa. O público-alvo: diri-gentes, gestores, profissionais dedesenvolvimento e interesse empromover o desenvolvimento depessoas. Mais informação no siteda entidade: www.sinduscon-mg.org.br

Com apoio institucio-nal da SME, será reali-zado no período de 17a 21 de agosto, no Riode Janeiro (RJ), o ABMWeek 2015, eventopromovido pela Asso-ciação Brasileira deMetalurgia, Materiais e Mineração (ABM) que aglutinará12 eventos tradicionais da entidade como 70º Con-gresso Anual, 52º Seminário de Laminação e outras ini-ciativas as áreas de Balanço Energético, Automação, AçoInoxidável, entre outros. O tema central será Tecnologiae Inovação para a competitividade. A programação desse

seminário contará ainda comdebates específicos e sessõestécnicas onde profissionais daindústria, pesquisadores e pro-fessores apresentarão os de-senvolvimentos científicos etecnológicos e as inovaçõesimplementadas nas empresas

para aumentar a competitividade. O ABM Week 2015é considerado o maior evento do setor de minerome-talúrgico da América Latina. As inscrições poderãoser feitas, a partir do dia 1º de junho, exclusiva-mente pelo Portal ABM. Mais informações no linkhttp://www.abmbrasil.com.br/abmweek2015.

Será realizado no dia 17 de setembro, em São Paulo (SP), o Semi-nário Nacional da Reciclagem de Resíduos da Construção Civil eDemolição que deverá reunir o poder público, empresas e terceirosetor no debate sobre a reciclagem, gestão e organização de todaa cadeia de reciclagem de resíduos da construção civil e demoliçãono Brasil. Organizado pela Associação Brasileira para Reciclagemde Resíduos da Construção Civil e Demolição – Abrecon, o eventocontará com a presença de representantes de usinas de reciclagemde resíduos da construção civil, aterros de inertes, ATTs, benefi-ciadores, indústrias de bloco e tijolos, concreteiras, clientes e for-necedores do setor. O evento contará com a participação dereferências mundiais na área da reciclagem de entulho e gestão emanejo dos resíduos da construção e demolição. Informações:http://acquacon.com.br/seminariorcd/apoioinst.php.

ENCONTRO REGIONAL

Será realizado entre os dias 6 a 8 deagosto/15, o I Encontro Regional dosEstudantes de Engenharia Civil, pro-movido pela Federação Nacionaldos Estudantes de Engenharia(Fenec) e com apoio da Universi-dade Federal de São João Del Rei,nos campus Santo Antônio e DomBosco. As inscrições estão abertas.

ABM WEEK 2015

CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

A 6ª GreenbuildingBrasil – ConferênciaInternacional e Expo– é a feira de negócios da construção sustentável noBrasil e reúne empresas nacionais e internacionais quefornecem tecnologia, equipamentos e serviços paraos tomadores de decisão da indústria da construçãosustentável, responsáveis por diversos segmentos,dentre eles, arquitetos, construtores e contratantes,engenheiros, prestadores de serviços, líderes de greenbuilding, entidades governamentais, arquitetos de in-teriores, incorporadores, instituições financeiras e as-sociações do setor.

RECICLAGEM DE RESÍDUOS

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CURSOS DE ENGENHARIA PARA ASSOCIADOS DA SME

O Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de En-genharia seção Minas Gerias (IBAP-MG) realizará, no períodode 28 de setembro a 2 de outubro, em Belo Horizonte, O XVIIICOBREAP - Congresso Brasileiro de Engenharia de Avaliaçõese Perícias. Serão mais de 100 palestrantes, escolhidos entre osmais renomados e atuantes das várias especialidades técnicas,debatendo, ensinando e aprendendo o que há de mais atual nas

Avaliações e Perícias de Engenharia. O congresso será distri-buído em workshops, painéis e apresentação de trabalhos iné-ditos, além de cursos pré-congresso, nos dois primeiros dias,para quem está começando ou quer melhorar seus fundamen-tos em temas específicos. Dentre os temas a serem abordadosno XVIII COBREAP estão as alterações introduzidas na ProvaPericial trazidas pelo PL 166/2010, conhecido como o NovoCódigo de Processo Civil, sancionado em março/15, que modi-ficarão de maneira significativas o dia a dia dos peritos que pres-tam serviço para o Poder Judiciário. Mais informações no sitehttp://www.cobreap.com.br/2015/.

CANTEIRO DE OBRAS

O "Sindicato da Construção Pesadano Estado de Minas Gerais - Sicepot-MG lançou o Manual de Sustentabili-dade no Canteiro de Obras,publicação da Comissão de Meio Am-biente que tem o objetivo de melho-rar o desempenho ambiental do setorda construção pesada. Mais informa-ções no site www. Sicepot-mg.com.br.

LANÇAMENTO DE LIVRO

O doutor em Geografia e me-teorologista Ruibran Januáriodos Reis, lançará o livro, duranteo Seminário “Consumo Cons-ciente de Água e Energia”, a serrealizado no Minascon 2015, in-titulado “O tempo nosso decada dia”. A publicação é uma coletânea deartigos com curiosidades sobre a meteo-

rologia. O autor informa os tex-tos são de fácil de leitura, numalinguagem direta, onde o leitorpoderá descobrir a origem daágua no planeta, qual a origemdos nomes dados aos furacões,como são feitas as previsões dotempo e a origem da Folhinha deMariana, entre outros assuntos.

O seminário está sendo organizado pelaSME/CDS.

XVIII COBREAP

No período de 14 a 17 de setembro, serãorelizados em Belo Horizonte, no Expominas,a 16ª Exposição Internacional de Mineração(EXPOSIBRAM) e o 16º Congresso Brasi-leiro de Mineração, promovidos pelo InstitutoBrasileiro de Mineração (IBRAM). Esses even-tos ocontecem a cada dois anos e são consi-derados os maiores do setor na AméricaLatina. Na última edição, em 2013, os organi-zadores informam que houve participação demais de 50 mil pessoas, entre expositores,congressistas e visitantes. Mais informaçõesno endereço eletrônico http://www.exposi-bram.org.br.

MINERAÇÃO MEDALHA

A SME participou da reunião para aescolha do engenheiro homenageadocom a Medalha Conselheiro Chris-tiano Ottoni 2015. Neste ano, o con-decorado foi o professor doutorBenjamim Rodrigues de Menezes, pre-sidente da Fundação Cristiano Ottoni.Graduado em Engenharia Elétrica pelaUFMG, em 1977, com mestrado pelaUniversidade Federal do Rio de Ja-neiro (UFRJ) e doutorado pelo InstitutNational Polytechnique de Lorraine,na França. Ele sempre se destacoucomo profissional nas áreas de enge-nharia, acadêmica e de pesquisa.Criada pela Lei 2.506/61 a Medalha é

concedida a um profissional que tenhase destacado no setor de engenhariae pelos serviços prestados à coletivi-dade. O presidente da SME, AugustoDrummond, entre outras autoridades,participou de entrega da Medalha e dacomemoração dos 104 anos de fun-dação da Escola de Engenharia daUFMG. Durante a homenagem o se-cretário de Estado de Transportes eObras Públicas, Murilo Valadares, de-fendeu mudanças na Lei de Licitações.O diretor da Escola de Engenharia daUFMG, professor Alessandro FernandesMoreira, integrante da Comissão Téc-nica da SME, conduziu a mesa diretiva.

foto: O

svald

o Afonso

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A Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) vai participar da

próxima edição do Minascon/Construir Minas 2015, que

acontece entre os dias 24 e 27 de junho no Expominas, em

Belo Horizonte. Além do estande institucional na Ilha da In-

fraestrutura da Feira Internacional da Construção (Construir

Minas), a entidade também integrará a programação do 12º

Encontro Unificado da Cadeia Produtiva da Indústria da

Construção (Minascon).

No dia 26, a SME vai promover o Seminário "Consumo

consciente de água e energia", com programação prevista, a

partir de 14 às 18 horas, na Sala Tiradentes. Serão apresen-

tados cases de sucesso de empresas como Odebrecht e

EPO e, também, uma palestra sobre a gestão dos recursos

hídricos, pelo meteorologista mineiro, Ruibran dos Reis.

Segundo o engenheiro eletricista e coordenador da evento,Fabiano Panissi, a participação da SME no Minascon 2015reafirma o compromisso da entidade com a Engenharia.“Neste momento, o compartilhamento de informações eexperiências bem sucedidas são fundamentais para que osetor encontre alternativas para enfrentar a crise energéticae os custos elevados com água e energia elétrica”, afirma.

sME promove palestras durante o eventofabiano Panissi,

engenheiro eletricista e

Membro da comissão de

consumo consciente de

água e Energia da sME

Minascon/construir Minas

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R E S P E I T O A O M E I O A M B I E N T E É U M D O S N O S S O S V A L O R E S .

Á G U A L I M P A E T R A T A D A É O N O S S O C O M P R O M I S S O .

A CBMM tem um grande respeito pela natureza e principalmente pela água que utiliza. Localizada em Araxá, a companhia recircula hoje 95%da água usada em seus processos de produção. Investindo continuamente em tecnologia e controle de qualidade, a CBMM espera alcançar a marcade 98% nos próximos dois anos. Esse é um compromisso com o meio ambiente e com o futuro. CBMM. Aqui tem nióbio. cbmm.com.br

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10

Além de apresentar das palestras técnicas, direcionadas paraengenheiros, a entidade também quer incentivar a mudançade comportamento da população. Para tanto, o estande di-vulgará o aplicativo SaveWater, que pretende estimular oconsumidor residencial a reduzir o tempo do banho e,consequentemente, o uso de água em 50% nas residências.

Para saber mais, basta comparecer ao estande da SME, ondehaverá uma série de eventos como lançamento de livros e aoportunidade de conhecer e conversar com membros da di-retoria.

Desenvolvido pelo engenheiro eletricista, pós-graduado emAnálise de sistemas com ênfase em Suporte Mainframe pelaUniversidade Federal de Minas Gerais e com MBA ExecutivoInternacional em Gestão de Negócios e Tecnologia da Infor-mação pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Luiz Henrique deCastro Carvalho, o SaveWater está disponível para Androide com download gratuito e versão para iOS.

“Atualmente, a média de tempo que as pessoas passam de-baixo do chuveiro é de 15 minutos e a meta é atingir o maispróximo possível de cinco minutos”, explica o engenheiro.

O evento

O Minascon/Construir Minas é o evento unificado da cons-

trução civil e ponto de encontro de sua cadeia produtiva. Pro-

movido pela Fiemg, vai oferecer um conjunto de mostras e

palestras que aborda os temas mais urgentes e atuais da cons-

trução civil e da sociedade brasileira. Um deles é a sustenta-

bilidade, um tema que está na ordem do dia para as empresas

do setor.

O Minascon também promove a capacitação profissional com

palestras de nomes conceituados, além de reunir diversos ór-

gãos, entidades e instituições profissionalizantes do setor. O

evento é aberto ao público - em geral formado por lojistas e

atacadistas; arquitetos, engenheiros, administradores de con-

domínio, profissionais da construção em geral, designers de

interiores, decoradores e paisagistas; construtores, empreitei-

ros e estudantes de áreas afins.

Tradicionais no Minascon, os concursos “A Ponte” e “Mãos à

Obra” são desafios propostos para estudantes. No primeiro,

são construídos protótipos de pontes com palitos de picolé

e cola branca.

No segundo, alunos de cursos das áreas de engenharia e ar-

quitetura inscrevem trabalhos acadêmicos como monografias,

estudos de caso, pesquisas, trabalhos de conclusão de curso

(TCC) ou projetos relacionados aos temas selecionados no

regulamento do concurso.

Para participar dos eventos, basta fazer o credenciamento no

site www.construirminas.com.br, no link Feira, ou comparecer

ao setor responável, na portaria do evento.

Luiz Henrique de Castro

Carvalho, engenheiro

eletricista

Minascon/construir Minas

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sEMinário SME CONSUMO CONSCIENTE DE ÁGUA E ENERGIAMinascon 2015 | 26 de junho | 14 às 18 horas | sala tirandentes

13:00 – CREDENCIAMENTO

14:00 – ABERTURA

Engº Fabiano Soares PanissiDiretor da SME e Membro da Comissão de

Consumo Consciente de Água e Energia

14:15 – SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUçãO

CIVIL, ESTUDO DE CASO PPP ESCOLAS BH

Engº Wanderson Ferreira de CarvalhoGerente de Saúde, Segurança do Trabalho e Meio

Ambiente da Construtora Norberto Odebrecht

15:00 – PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS NA INDúSTRIA

DA CONSTRUçãO CIVIL

Engª Juliana Costa Morais dos SantosEngenheira de Qualidade e Meio Ambiente do

Grupo EPO

15:30 – INTERVALO

15:45 – UMA ANÁLISE DA NOSSA

SITUAçãO HíDRICA

Engº Ruibran Januário dos ReisDoutor em Geografia, Meteorologista e

Professor da PUC Minas

16:30 – SAVEWATER

Engº Luiz Henrique de Castro CarvalhoVice-Presidente da SME

17:00 – DEBATE

Perguntas e respostas aos palestrantes

17:40 – ENCERRAMENTO

Confirmação de presença até

dia 22 de junho de 2015

e-mail: [email protected]

Tel. (31) 3292-3810

REALIZAÇÃO

PrograMação

Page 12: Revista Mineira de Engenharia - 28ª Edição

INFORMAçÃO DE QuALIDADEVOCê ENCONTRA AQuI.

Nosso compromisso é analisar os diversos cenários nacionais e internacionais do setor e

apresentar propostas para um futuro sustentável da Engenharia e para o bem-estar social.

QuEM Lê FAz A DIFERENçA.

Page 13: Revista Mineira de Engenharia - 28ª Edição

Leitor

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Page 14: Revista Mineira de Engenharia - 28ª Edição

A SME por meio da Diretoria, dos Conselhos, da Comis-são Técnica de Transportes e do Comitê de Desenvolvi-mento Sustentável/CDS, realizou reuniões com osSecretários de Desenvolvimento Econômico, de Meio Am-biente e Desenvolvimento Sustentável, de Transportes eObras Públicas, com a CEMIG e a COPASA, visando ofe-recer sugestões da entidade para o desenvolvimento eco-nômico e social do Estado, que tem ainda o viés depromover o fortalecimento da Engenharia e de seus pro-fissionais no Estado. A seguir um resumo das iniciativasque marcam esta aproximação.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Neste diálogo com o novo Governo de Minas, que tem àfrente o governador Fernando Pimentel para o mandato2015/2019, a proposta da SME é de colaborar na formu-lação de políticas públicas, influindo nas decisões de Go-verno. Em maio, visitou a SME o Secretário de

Desenvolvimento Econômico, Altamir de Araújo RôsoFilho. A discussão focou a iniciativa da SEDE de estruturarum planejamento econômico integrado, envolvendo 17 re-giões em que foi dividido o Estado. A proposta, que seráacompanhada pela SME, prevê o acesso a informações ediretrizes de valor agregado para os municípios. Trata-sede metodologia utilizada no Projeto do Master Plan, de-senvolvido pela Secretaria de Desenvolvimento Econô-mico de Minas Gerais e voltado para os municípios queestão na Região e Colar Metropolitano.

TRANSPORTES

Ao Secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas,Murilo Valadares, foi entregue e discutido um documentoelaborado pela Comissão de Transportes que tomou porbase trabalho anterior da SME intitulado “Proposta Inte-grada do Estado de Minas Gerais contendo as DemandasPrioritárias de Logística e Transportes em seus Diferentes

sME | rEPrEsEntativiDaDE

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SME apresenta sugestões aoGoverno de Minas

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23º Prêmio sME de ciência, tecnologia

e inovação

incrições abertas

Estudantes regularmente matricu-lados nos cursos de graduaçãodas áreas de Engenharia, arquite-tura e agronomia de instituiçõesde Ensino superior do Estado deMinas gerais.

os temas abordados são livres, prefe-rencialmente no segmento indus-trial. as soluções devem assegurar asustentabilidade do projeto, bem comoa comprovar a relação custo/benefício e amelhoria de resultados e produtividade.

PúBLico aLvo tEMas

inscriçõEs

aPoiorEaLização

as inscrições já estão abertas.Prazo final de inscrições seráem agosto de 2015.

inforMaçõEs

sME | sociedade Mineira de Engenheiros tel.: (31)3292 3810E-mail: [email protected]

Premiação em dinheiro do 1º ao 5º colocado.

PrêMio

www.sme.org.br

Uma parceria com a FIEMG

Page 16: Revista Mineira de Engenharia - 28ª Edição

Modos”. As ações sugeridas foram detalhadas ao secretáriopelos coordenadores da Comissão engenheiros GeraldoDirceu de Oliveira e José Antônio Silva Coutinho, em tornodas prioridades: trazer para Minas o Centro de Referenciae Excelência em EngenhariaFerroviária (CENGEFER),desenvolver ações visandoreativar a chamada LinhaMineira (ligação ferroviária)e requalificar o transporterodoviário e ferroviário naRegião Metropolitana deBelo Horizonte.

No primeiro caso, propõe-se a atuação da SETOP juntoao Ministério dos Transportes, no interesse imediato deMinas Gerais, visando à implantação no Estado do CENGE-FER. A implantação do Centro permitiria a constituição deuma rede inovadora de instituições especializadas em estu-dos, pesquisas e projetos de desenvolvimento tecnológicopara a indústria ferroviária em sua cadeia de produção, além

de incentivar a formação de novas gerações de técnicos eengenheiros para o setor.

Para a Linha Mineira propõem-se a atuação da SETOP juntoao Ministério dos Transportes no in-tuito de serem revistos os critérios daResolução Nº 4131 DE03/Julho/2013, da Agência Nacional deTransportes Terrestres (ANTT),quanto à devolução de trechos ferro-viários concedidos em Minas Gerais àFerrovia Centro Atlantica S.A. (FCA).O objetivo central é o de promovera recuperação e a reativação da cha-mada Linha Mineira, mantendo-a soba concessão da FCA, visando o trans-

porte de cargas e de passageiro.

A SME apontou alternativas de transporte ferroviário e ro-doviário, com a necessária captação de recursos junto aoGoverno Federal, que seriam imprescindíveis para a RegiãoMetropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

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Integrantes do Comitê de Desenvolvimento Sus-tentável da entidade (SME/CDS) e o presidente daSME, Augusto Drummond, reuniram-se, no dia 28 demaio/15, com o secretário de Estado de Meio Am-biente e Desenvolvimento Sustentável, Sávio de SouzaCruz, para a entrega do documento “Consideraçõespara Diagnóstico e Modernização do LicenciamentoAmbiental em Minas Gerais”. Diversos aspectos do li-cenciamento foram abordados com sugestões paraaprimorar e tornar esse instrumento legal mais ágil eeficaz.

O CDS é composto pelos (as) engenheiros (as) Virgí-nia Campos, Otávio Werneck, Adalberto Rezende,Paulo Ângelo de Souza, Cristiane Lacerda, Felipe Bor-ges Peixoto, José Augusto Tropia Reis, Silviano Azevedo,Eduardo Leopoldino de Andrade, Cláudio Marins,Mauro Santos Ferreira e Aloísio Sebastião de Aguiar

Um dos estímulos para a produção das propostas foi

a publicação, em março deste ano, do Decreto Nº

46.733 que cria uma Força-Tarefa aberta à participa-

ção de associações representantes da sociedade civil,

com a finalidade de alterar o funcionamento do Sis-

tema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

(Sisema).

No documento da SME/CDS são destacadas algumas

dificuldades nos procedimentos de análise das licenças

ambientais, como o complexo arcabouço legal vigente

com diversas normas editadas nos âmbitos municipal,

estadual e federal. Como resultado desse conflito, res-

salta-se a sobreposição de atos e, portanto, aumento

de recursos nas ações ambientais, nem sempre com-

patíveis e, mesmo sendo, não resultando em valor

agregado aos esforços empenhados.

LICENCIAMENTO AMBIENTAL ÁGIL E EFICAZ

sME | rEPrEsEntativiDaDE

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17

O CDS indica que, nos últimos anos, o licenciamentoambiental, por envolver um conjunto de variáveis com-plexas e alto nível de subjetividade, tem funcionado,em muitos casos, como uma barreira para a implanta-ção de novos empreendimentos, sobretudo de infra-estrutura, em Minas.

Durante muito tempo, para iniciar a construção deuma rodovia, uma usina elétrica, linha de transmissão,eram suficientes os estudos técnicos e econômicos e,em consequência disso empreendimentos foram im-plantados com mínimos ou quase nenhum cuidadocom o meio ambiente, em alguns casos com impactossociais relevantes, desalojando parcela significativa decomunidades. Entretanto, desde meados da década de1980, a implantação de um empreendimento de infra-estrutura, mesmo viável técnica e economicamente, sópode ser autorizada, depois de comprovada sua viabi-lidade ambiental, através de Licenciamento Ambiental.

O licenciamento é composto por três etapas auto-rizativas distintas, que acompanham o desenrolar doprojeto, sua implantação e operação. São elas: Li-cença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar doplanejamento do empreendimento ou atividade,aprovando sua localização e concepção, atestandoa viabilidade ambiental e estabelecendo os requisi-tos básicos e condicionantes a serem atendidos naspróximas fases de sua implementação; Licença deInstalação (LI) - autoriza a instalação do empreen-dimento ou atividade de acordo com as especifica-ções constantes dos planos, programas e projetosaprovados, incluindo as medidas de controle am-biental e demais condicionantes; Licença de Opera-ção (LO) - autoriza a operação da atividade ouempreendimento, após a verificação do efetivo cum-primento do que consta das licenças anteriores,com as medidas de controle ambiental e condicio-nantes determinados para operação.

No documento são destacados, entre outros pontos,os aspectos relacionados aos recursos humanos. A ele-vada rotatividade nas equipes de licenciamento doórgão Estadual, seja pela não permanência desses pro-fissionais nesse mercado de trabalho, seja pelo deslo-camento dos mesmos dentro dos próprios órgãosEstaduais, que dificulta e empobrece sobremaneira asdiscussões técnicas. Outra questão é a ausência de pa-dronização e clareza quanto ao conteúdo dos estudosambientais. O órgão ambiental não dispõe de Termode Referência (TR) específico a cada tipo de empreen-dimento, sendo adotado TR genérico utilizado paraqualquer atividade econômica, desconsiderando assimas tipologias e particularidades de cada uma.

A estrutura descentralizada adotada pelo Estado, atra-vés da Lei Delegada 178/2007 que instituiu as Supe-rintendências Regionais, embora louvável, pois a açãoaumenta a capacidade de número de processos emanálise, observa-se nos projetos mais complexos umefeito colateral: a adoção de procedimentos e “regras”diferentes sobre o mesmo tema, quando deveriam seriguais por se tratar da mesma tipologia de atividadeeconômica. Essa falta de padronização técnica e jurí-dica limita e retarda o avanço de melhorias contínuasdecorrentes do aprendizado objetivo.

Como pontos de convergência entre o atual Go-verno e a SME pode-se destacar a necessidade deestudar a melhor forma para compor a participaçãode outras entidades (IPHAN, ICMbio, CEAS, entreoutros) no processo, visando garantir a participaçãode forma integrada e sistêmica, respeitando-se acompetência de cada uma.Um tratamento diferen-ciado para a aprovação de projetos especiais e a va-lorização dos fundamentos técnicos para oembasamento das decisões quanto à viabilidade am-biental das atividades econômicas, importantes enecessários ao desenvolvimento sustentável do Es-tado de Minas Gerais.

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EntrEvista | tEoDoMiro Diniz caMargos

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Teodomiro Diniz Camargos,

vice-presidente da Fiemg e

presidente da Câmara da

Indústria da Construção

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A indústria da construção brasileiraexperimenta o segundo ano consecu-tivo de retração. Em 2014, o índiceficou em 2,6% negativo e a expectativapara este ano é ainda menos promis-sora, com 5,5% de queda.

Minas Gerais tem seguido a curva na-cional. Os últimos dados do PIB parao Estado, divulgados pela FundaçãoJoão Pinheiro (FJP), demonstram quea retração foi de 4,9% em 2014. Ante-riormente, o último resultado nega-tivo do setor foi registrado em 2009.

Essencial para o processo de desen-volvimento socioeconômico do Bra-sil, o setor tem sido frontalmenteafetado pelos efeitos da instabilidademacroeconômica nacional. Mas, so-mado a esse problema conjuntural, aatividade também convive com umambiente adverso de negócios, comdireito ao menor índice de confiançade empresários e investidores, inse-gurança jurídica, recuo de 4,4% dosaportes nacionais, mercado de traba-lho enfraquecido e burocracia quecorresponde a 12% do valor final doempreendimento.

“Depois das obras para a Copa doMundo de 2014 não teve mais nada”,

lamenta o vice-presidente da Federa-ção das Indústrias do Estado deMinas Gerais (Fiemg) e presidente daCâmara da Indústria da Construçãoda entidade, Teodomiro Diniz Camar-gos. Nesta entrevista, o dirigente quese destaca como forte liderança dosetor no Brasil, fala sobre as expec-tativas do setor e sobre possibilida-des de recuperação a partir de 2016.

Qual é a conclusão do estudo “OCenário da Construção Civil em2015 e perspectivas”, iniciativa da Câ-mara da Indústria da Construção?

Diante de um cenário onde a eco-nomia caminha para trás, a Constru-ção Civil apresenta redução em suasatividades. Os indicadores de em-prego formal, produção de materiaisde construção, mercado imobiliárioe PIB demonstram as dificuldadesvivenciadas. Em 2015, o setor de-verá apresentar retração em seudesempenho, pelo segundo anoconsecutivo. Uma situação difícil decompreender para um País carentede infraestrutura e que possui umdéficit habitacional muito elevado.

O ritmo atual das atividades daConstrução Civil reflete o ambientede desajuste da economia nacional,que sufocou os investimentos públi-cos e privados. Sempre é bom lem-brar que o setor é essencial para odesenvolvimento do País. É ele queconstrói as bases de um crescimentosustentado em qualquer economia,especialmente as emergentes, comoo Brasil.

O que explica os dois anos consecu-tivos de retração do setor?

O ano 2014 foi caracterizado pelofim das obras para a Copa do Mundo,pelas eleições, pelo incremento da in-flação e da taxa de juros, pela insta-bilidade macroeconômica e tambémpela redução da confiança de empre-sários e consumidores. Neste am-biente, o investimento nacionalrecuou 4,4%, depois de crescer 6,1%em 2013. A queda dos investimentoscertamente promoveu o arrefeci-mento das atividades do setor. Omenor ritmo de atividades na Cons-trução Civil está refletindo direta-mente em seu mercado de trabalho.

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Luiciana sampaio

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De acordo com o Ministério do Tra-balho e Emprego (MTE), no primeirotrimestre de 2015, observa-se que osaldo (diferença entre admitidos edesligados – série sem ajuste) estánegativo para o Brasil (53.757 vagas),para Minas Gerais (2.131 vagas) etambém para a Região Metropolitanade Belo Horizonte (RMBH) (996vagas). Os resultados demonstramque, neste período, o setor demitiumais que contratou.

Há 12 meses consecutivos, a produ-ção física industrial dos insumos típi-cos da Construção Civil no Brasilapresenta queda, de acordo com pes-quisa realizada pelo Instituto Brasileirode Geografia e Estatística (IBGE). Deacordo com a Associação Brasileira daIndústria de Materiais de Construção(Abramat), o faturamento real da in-dústria de materiais de construção re-

gistrou retração de 13,9% no primeirobimestre de 2015 em relação a igualperíodo do ano anterior.

Como reverter essa situação decrise?

As necessidades habitacionais eleva-das e o expressivo déficit em infra-estrutura do País sinalizam que aretomada do crescimento necessa-riamente deverá passar pela Cons-trução Civil. De acordo com estudorealizado pela Fundação GetúlioVargas (FGV), estima-se que até2024 o País terá 16,8 milhões denovas famílias, sendo 10 milhõescom renda entre um e três saláriosmínimos. Considerando o déficit ha-bitacional de mais de cinco milhõesde moradias, o País terá o desafiode proporcionar habitações adequa-das para mais de 20 milhões de fa-mílias até 2024.

Efetivamente aguarda-se que 2015seja um ano de transição do cená-rio econômico do Brasil. Mas o Paísprecisa urgentemente criar condi-ções favoráveis aos negócios. Aindahá muito que fazer. Reduzir a buro-cracia existente já seria um avanço.É necessário fazer as reformas es-truturais, como a tributária e a tra-balhista. A redução da taxa de juros,o câmbio mais equilibrado tambémsão medidas esperadas pelo setor.

É preciso retomar os investimentosem infraestrutura e resolver osproblemas de abastecimento deágua e de energia. Mas, antes demais nada, é preciso ter regras cla-ras para emitir sinais positivos paraos investimentos, sob o risco daeconomia continuar fora dos tri-lhos, comprometendo o desenvol-vimento futuro.

EntrEvista | tEoDoMiro Diniz caMargos

“ o País precisa urgentemente criarcondições favoráveis aos negócios.ainda há muito que fazer. reduzir aburocracia existente já seria umavanço. É necessário fazer as reformasestruturais, como a tributária e a traba-lhista. a redução da taxa de juros, ocâmbio mais equilibrado também sãomedidas esperadas pelo setor”

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Page 21: Revista Mineira de Engenharia - 28ª Edição

Em termos operacionais, como isso pode serfeito?

Diversos eventos têm discutido alternativas paraa indústria da construção civil nacional. As Parce-rias Público-Privadas (PPP), para projetos de âm-bito municipal e estadual são uma alternativa aser considerada. Há diversas iniciativas do gêneroem curso no Brasil.

Em Belo Horizonte, o sistema de construção dasUnidades Municipais de Educação Infantil (Umei)é um exemplo. O Paraná já abriu licitação paraque a iniciativa privada administre os 540 pátiosde veículos apreendidos do Estado. Em Vitória, aPPP em curso é para que uma empresa cuide doprojeto de iluminação do município, com instala-ção de um sistema inteligente que reduza os cus-tos com energia elétrica.

Esses projetos oxigenam as pequenas e médiasempresas que, hoje, estão experimentando umasituação de paralisia, em função de contratos in-terrompidos com grandes construtoras.

No âmbito federal, as concessões são a alterna-tiva mais viável. Há incertezas sobre o projetoMinha Casa, Minha Vida porque houve atraso nospagamentos e as margens são bem apertadas.

Acredito que é possível usar a iniciativa privadapara cooperar com a melhoria do serviço públicoe garantir a geração de emprego e renda. Portodos esses fatores, a cadeia produtiva da cons-trução tem essas duas oportunidades muito boas.

E no setor privado, onde o nível de confiança dosempresários chegou ao menor índice depois de13 meses consecutivos de queda?

No setor privado, a crise é de confiança. Além dosjuros altos e da redução das linhas de financia-mento, a burocracia é um fator que desestimulae dificulta os investimentos. Esse gasto corres-

ponde a 12% do valor final do empreendimentoe equivale a R$ 18 bilhões anuais, segundo o es-tudo “O Custo da Burocracia no Imóvel”, divul-gado pela Câmara Brasileira da Indústria daConstrução (CBIC).

A mudança da legislação uso e ocupação do solodas cidades é outro problema para os investido-res. No caso específico de Belo Horizonte, a pro-posta de alteração é feita a cada quatro anos e oempresário corre o risco de iniciar o empreen-dimento de acordo com uma regra e terminarcom outra, bem diferente.

O custo da mão de obra continua elevado?

Sim. Segundo estudo realizado pelo Sindicato daIndústria da Construção da Construção Civil noEstado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), os en-cargos previdenciários e trabalhistas no setor,acrescidos dos benefícios da Convenção Coletivachegam a 185,78% para obras, sem a desoneraçãoda folha de pagamentos. Considerando a desone-ração, o percentual continua alto, de 152,08%.

A regulamentação da terceirização é fundamentalpara o setor porque essa é uma prática que jáexiste. Se o projeto de lei nº 4.330 for aprovado,dará viés de confiança para o investidor.

A Operação Lava Jato tem, na lista de investiga-dos, grandes empresas do setor. Como o Sr. ana-lisa a condução desse caso?

Investigações muito longas criam dificuldades parao setor, já que as grandes empresas deixam degerar demanda para pequenas e médias empresas.Com isso, a cadeia produtiva fica paralisada.

É preciso preservar as empresas como máquinasde produção que são. As investigações devem tercomo foco as pessoas que são as grandes respon-sáveis pelos contratos e negociações feitos.

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Page 22: Revista Mineira de Engenharia - 28ª Edição

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cErtificação LEED

O Brasil oscila entre a quarta e asétima posições da lista de paísescom o maior número de edifíciosque buscam a certificação para oselo LEED (Leadership in Energyand Environmental Design), conce-dido pelo Green Building Council(GBC). Entre os empecilhos parao avanço desse sistema que baseia-se na sustentabilidade sócioambien-tal, mas tem forte viés econômico,estão a cultura das empresas dosetor de construção nacional e afalta de mão de obra qualificadapara projetar e construir empreen-dimentos com esse novo enfoque.

Nas primeiras posições estão Esta-dos Unidos da América (onde acertificação foi criada), Canadá,China e Emirados Árabes. Na Amé-

rica Latina, a liderança nacional é

inquestionável.

Mas isso é pouco. Embora anun-

ciada há mais de cinco anos, essa

tendência que ganha força no mer-

cado mundial ainda não foi assimi-

lada pelo mercado brasileiro, onde

já despontam grupos de consumi-

dores e investidores que conside-

ram a sustentabilidade um grande

diferencial, onde apenas 245 em-

preendimentos foram certificados

em um universo de 976 imóveis re-

gistrados. A maior concentração

está em São Paulo, com 542 regis-

tros, seguido pelo Rio de Janeiro,

com 181. Minas Gerais vem a se-

guir com 30 e o Espírito Santo com

apenas três.

O mercado mineiro ainda estáinexplorado. Dos 30 edifícios regis-trados, apenas 3 já possuem a cer-tificação LEED, sendo que oMineirão é o único localizado emBelo Horizonte. Apesar dessenicho de mercado em Minas aindaser incipiente, os edifícios susten-táveis estão aos poucos chegandona capital. Há três empreendimen-tos que estão finalizando o pro-cesso de certificação.

Na prática, o selo significa que oimóvel pode apresentar uma valo-rização na revenda de 10% a 20%,reduções de até 30% no uso deenergia elétrica, até 80% na emis-são de resíduos sólidos, até 50% nouso de água potável e de 33% a39% na emissão de CO2.

selo LEED é diferencial competitivo para o mercado brasileiro

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Segundo o sócio-diretor da em-

presa de Engenharia e Consultoria

em Construção Sustentável e Cer-

tificação LEED, Guido Petinelli,com

escritórios em Curitiba e Rio

Grande do Sul, a certificação foi

concebida como ferramenta para

incentivar o mercado da constru-

ção a adotar as melhores práticas.

Ele foi o primeiro profissional bra-

sileiro a adquirir a licença de certi-

ficador no País. “A certificação for-nece um mecanismo de medição erecompensa e estabelece critériostécnicos para avaliar o desempenhodas edificações, reconhece o es-forço daqueles que buscam inovare melhorar os processos construti-vos”, define.

Presente em mais de 130 países,esse movimento que incentiva aconstrução de empreendimentos

sustentáveis pode ser usado paracertificar edifícios novos e já exis-tentes. Na fase de projeto ou obra,o processo começa desde a con-cepção do empreendimento e seencerra com a entrega do imóvelaos clientes. Para imóveis já conso-lidados, a avaliação passa pelo mo-nitoramento do consumo eoperação por, no mínimo, 12meses.

Um dos pontos centrais da certifi-cação é o custo de um projeto sus-tentável. Segundo Petinelli, éimportante que os investidores sai-bam que o valor presente líquido deum empreendimento mais eficienteé maior que outro, que segue o pa-drão tradicional de construção. “In-felizmente, ainda não vemos essevalor refletir no preços desses imó-veis. Como sempre, há exceções,mas são raras”, argumenta.

No entanto, a certificação é um di-ferencial forte, desde que seja tra-balhado dessa forma. Para essesprojetos, o investidor em poten-cial é aquele que enxerga no seloum atributo positivo do produto eque se baseia nesse aspecto para atomada de decisão.

De acordo com o consultor, asempresas brasileiras que atuam nosetor ainda não avaliam um imóveldo ponto de vista do seu valorpresente líquido, considerando oscustos operacionais no fluxo decaixa gerado pelo aporte realizadoao longo de sua vida. Mas essa rea-lidade está mudando porque mui-tos investidores têm percebidoque essa distorção gera oportuni-dades para a aquisição de ativos,que têm preço de mercado infe-rior à sua capacidade de gerar re-ceita líquida.

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Guido Petinelli, sócio-diretorda empresa de Engenharia eConsultoria em ConstruçãoSustentável e CertificaçãoLEED

Page 24: Revista Mineira de Engenharia - 28ª Edição

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HÁ VAGAS

“A mudança do mercado está começando a acontecer no

Brasil. Por ser uma questão cultural, não será imediata. Mas

por menor que seja, há uma parcela da população que

toma as decisões de compra considerando também a sus-

tentabilidade do produto. Ainda mais quando se considera

que o imóvel é uma compra para a vida toda”, enfatiza Pe-

tinelli. Em suma, vai sair na frente a empresa/profissional

que apostar em inovação para atender a essa nova de-

manda do público.

No Brasil, apenas 236 profissionais acreditados para a cer-

tificação LEED no Brasil. Deles apenas sete atuam no mer-

cado mineiro, contra 146 em São Paulo e 25 no Rio de

Janeiro. No Espírito Santo, são dois. para projetar, executar

e acreditar empreendimentos ambientalmente corretos.

Nos Estados Unidos, são 175 mil profissionais com o tí-

tulo.

Além de arquitetos, essa área também está aberta para

engenheiros e demais profissionais da construção civil. O

pré-requisito básico é a habilidade para liderar a equipe e

acompanhar todo o processo de compatibilização, visto

que o sucesso da certificação depende de uma atuação in-

tegrada e multidisciplinar, desde a concepção do projeto.

Profissionais diferenciados recebem salários mais compe-

titivos. Como o projeto corresponde, em média, a 1% do

valor da obra e como os empreendimentos certificados

são geralmente grandes, isso pode indicar uma remune-

ração milionária.

Na esteira desse movimento, crescem a demanda e os sa-

lários pagos aos profissionais capacitados a executar cons-

truções ambientalmente responsáveis. Como o preço dos

projetos corresponde em média a 1% do valor da obra, e

como os empreendimentos certificados são geralmente

grandes, isso pode representar uma remuneração milio-

nária.

Ter acesso à certificação não é um processo burocrático.Ao contrário, o curso preparatório dura dois dias, minis-trado pelo GBC. Logo após, são realizadas avaliações paratestar os conhecimentos dos profissionais. O valor doexame varia entre US$250 e US$ 350, conforme a certi-ficação desejada. Para facilitar o acesso, desde o segundosemestre de 2014, as provas têm sido aplicadas, no Brasil,em português.

INCENTIVO PARA A MUDANÇA

A arquiteta e urbanista mineira Paula Rocha Leite tem es-pecialização em Sistemas Tecnológicos e SustentabilidadeAplicados ao Ambiente Construído e mestrado em Am-biente Construído e Patrimônio Sustentável pela Univer-sidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora doUni-BH, ela é sócia fundadora da empresa ARES Arquite-tura Ltda, especializada em eficiência energética, confortoambiental e sustentabilidade em edificações, com ênfasenas certificações LEED.

“O intuito de uma certificação ambiental é fomentar o de-senvolvimento da indústria da construção sustentável noPaís, através das forças de mercado, para conduzir a ado-ção de um processo integrado de concepção, implantação,construção e operação de edificações, o que proporcionaconsequentemente benefícios ambientais e socioeconô-micos para toda a população. O investimento em susten-tabilidade é uma tendência que deveria ser vista comoobrigação, afinal, a demanda por edificações mais eficientesé cada vez mais urgente diante do contexto da crise hí-drica e energética”, analisa a arquiteta.

A curto e médio prazos, empreendimentos que não agre-garem em seu escopo diretrizes de economia e sustenta-bilidade, tendem a perder seu valor de mercado etornarem-se obsoletos. A mudança do setor afeta toda acadeia produtiva. Os fornecedores, por exemplo, têm queapresentar laudos técnicos que demonstram a composi-ção dos materiais, certificação de madeiras, etc. Para asconstrutoras, o desafio é a mão de obra qualificada em

cErtificação LEED

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gestão e controle de qualidade paraconduzir projetos baseados na efi-ciência energética.

“É perceptível em Minas um mer-cado interessado no novo cenário,mas ainda não tão envolvido ou en-gajado. Isso se dá não só pela desa-celeração da economia que o paísvem vivenciando, mas principalmentepela visão imediatista do empreen-dedor mineiro, quando se trata deinvestimentos em novas tecnologias.Ele se preocupa principalmente como custo inicial, não levando em con-sideração o tempo de retorno doinvestimento e nem a economia ge-rada, durante a operação do edifício,muitas vezes, pelo investidor não sero usuário final e principal beneficiá-rio”, explica.

Segundo a professora, a certificaçãoLEED avalia sete dimensões nas edi-ficações: Espaço Sustentável, Eficiên-cia do Uso da Água, Energia eAtmosfera, Materiais e Recursos,Qualidade Ambiental Interna, Inova-

ção e Processos e Créditos de Prio-ridade Regional. Cada uma delas en-globa medidas que proporcionammenor impacto no ecossistema, umavez que incentivam de forma respon-sável e eficiente o aproveitamentodos recursos naturais, promovendoconsciência ambiental, aumento daqualidade de vida e economia noscustos de operação dos edifícios.

A adoção da Certificação LEEDimpacta minimamente no valor doempreendimento, em termos deacréscimo no custo final da constru-ção, de acordo com Paula Leite. OGBC estima que, para a obtenção doNível Certificado (nível mais baixo),o acréscimo varia entre 0,5 a 1% nocusto da construção em relação aum empreendimento convencional,enquanto para obtenção do NívelPlatina (nível mais alto) esse índicevaria de 4 a 7%.

Esses índices englobam custos rela-tivos à certificação junto ao órgãocertificador (registro, análise de pro-

jeto e análise da obra), consultoriade profissional especializado paratrâmites de toda a documentaçãojunto ao Conselho e investimentosem novas tecnologias e processosque venham a auxiliar na obtençãoda certificação.

Paula Leite reconhece que o pro-cesso de certificação muitas vezes émoroso para o empreendedor epassa a ser visto com um entrave du-rante as fases de projeto e obra. Noentanto, desde o processo de im-plantação, o GBC Brasil, por meio decomitês de avaliação dos créditos,desenvolveu um processo de “tropi-zalização” da certificação e adapta-ção às condições climáticas do País,através da adequação dos créditos àsnormas nacionais e incentivos à me-lhoria da cadeia produtiva.

A mais recente conquista foi em umdos pré-requisitos (EAp2) relativo àdimensão “Energia e Atmosfera”. Apartir de agora, esse pré-requisitopoderá ser comprovado medianteapresentação do Selo Procel Edificada Eletrobrás, em detrimento da si-mulação termoenergética exigida atéentão. Válidos para todo o territórionacional, os novos critérios de equi-valência têm como objetivo barateare facilitar o acesso às certificações,tornando-as mais permissivas eadaptadas à realidade brasileira.

Arquiteta e urbanista mineira, PaulaRocha Leite

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cErtificação LEED

aMBiEntais

• uso racional e redução da extração dos recursos naturais;

• redução do consumo de água e energia;

• implantação consciente;

• Mitigação dos efeitos das mudanças climáticas;

• uso de materiais e tecnologias de baixo impacto ambiental;

• redução, tratamento e reuso dos resíduos da construção e operação;

• redução na emissão de dióxido de carbono.

Benefícios de um empreendimento certificado LEED

sociais

• Melhora na segurança e priorização da saúde dos trabalhadores e ocupan-tes;

• inclusão social;

• capacitação profissional;

• conscientização de trabalhadores e usuários;

• aumento da produtividade do funcionário; melhora na recuperação de pacientes (em hospitais);melhora no desempenho de alunos (em Escolas); aumento no ímpeto de compra de consumidores(em comércios);

• incentivo aos fornecedores com maiores responsabilidades socioambientais;

EconôMicos

• redução dos custos operacionais;

• valorização do imóvel para revenda ou arrendamento;

• Maior competitividade da empresa no mercado;

• aumento na velocidade de ocupação;

• Modernização e menor obsolescência da edificação;

• redução de custos e riscos regulatórios com a sistematização processual (processo integrado de concepção,implantação, construção e operação das edificações).

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inovar épreciso

Em fase final de certificação LEED, oprédio da Fundação Forluminas deSeguridade Social (Forluz), na regiãoCentro Sul de Belo Horizonte, pro-mete revolucionar a paisagem da ca-pital. A Ecom Engenharia é aresponsável pelo projeto de instala-ções. Já a Agência Energia fez o pro-jeto do sistema de aquecimentosolar do edifício.

O edifício de 58 mil m2, 30 andares,tem a capacidade para abrigar 2.850pessoas é totalmente automatizadoe possui características únicas desustentabilidade e inovação. Segundoo engenheiro responsável e sócio daEcom Engenharia, Magno SouzaCosta, foram adotadas técnicas eprodutos que reduzem o consumode energia e o volume de água potá-vel utilizada. Além disso, o prédioserá gerido por um sistema de auto-mação que controlará desde o trá-fego de elevadores até os sistemasde irrigação.

Para o sistema de aquecimento deágua, foram adotadas as técnicasmais modernas disponíveis no mer-cado. De acordo com o engenheiroRodrigo Cunha Trindade, da AgênciaEnergia, o sistema solar vai promo-ver uma economia de mais de 63%.“Tivemos o cuidado de avaliar os

itens pertinentes à água quente exi-gidos na norma Ashare 90.1.2004,afim de que o projeto estivesseatendendo aos requisitos interna-cionais de desempenho solicitadospara certificação LEED”, disse.

A tarefa de elaborar os projetos desistemas prediais de uma das maisarrojadas obras arquitetônicas doPaís constituía um enorme desafio.Uma das maiores dificuldades, se-gundo Magno Costa, foi atender atodos os critérios estabelecidospela certificação LEED.

Foram investidos na obra cerca deR$ 300 milhões e estima-se umasignificativa economia de recursosnaturais, em razão das técnicas ino-vadoras utilizadas na construção.Entre elas, podemos destacar a

usina de coletores solares fotovol-taicos com uma área de 250 m²,capaz de gerar até 30% da energiaelétrica consumida pelo edifício.

Ainda no quesito energia, segundoRodrigo Cunha Trindade, foi insta-lado sistema de aquecimento solarpara fornecimento de água quente,uma usina fotovoltaica e grupos degeradores movidos a gás natural (emdetrimento ao óleo diesel), com sis-tema totalmente importado.

Um sistema de medidores de ener-gia individuais, por pavimento, per-mitirá um monitoramento efetivodo consumo. Para a climatização,também foi preciso recorrer a equi-pamentos de fora do Brasil, que dis-põem da melhor e mais eficientetecnologia disponível no mundo.

o empreendimento atende aos critérios ambientais e de sustentabilidaderequeridos pela norma americana de certificação de edifícios verdesLEED® for new construction v2.2, categoria ouro

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Para aumentar a eficiênciaenergética dos aparelhosde ar-condicionado, foraminstaladas vidraças dupla-mente laminadas, que pro-tegem o interior doedifício do excesso de

calor e, ao mesmo tempo,possibilitam iluminação na-tural em 75% em suasáreas internas. A meta deeconomia de energia seráainda complementada coma adoção de equipamentos

elétricos eficientes e lâm-padas de baixo consumo,que garantirão também oselo Procel Edifica para Efi-ciência Energética em Edi-ficações.

O sistema hidráulico reuti-lizará a água dos lavatóriose chuveiros – as águas “cin-zas” - para abastecer a des-carga dos vasos sanitários.Reservatórios receberãoas águas pluviais, água pro-veniente dos drenos do sis-tema de ar-condicionadopara abastecer o sistemade irrigação e também aprópria torre de ar, res-ponsável pela climatizaçãodo edifício.

Outro cuidado na hora daconcepção do projeto foina especificação de mate-riais, que foram escolhidos

levando em conta a possi-bilidade de reciclagem ebaixo índice de rejeitoscomo, por exemplo, a utili-zação de moldes pré-fabri-cados reutilizáveis depolipropileno em vez deformas de madeira.

De acordo com MagnoCosta, o custo de um pro-jeto como este é até 30%superior aos projetos con-vencionais. “A contrapar-tida ao aumento doscustos de construção éuma redução significativadas despesas de operaçãoe manutenção, durante operíodo de uso e ocupaçãodo empreendimento, emtorno de 6,4% e 8%. Istosignifica que, em até 15anos, essa economia rever-terá o capital total apli-cado”.

cErtificação LEED

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Rodrigo Cunha Trindade,

engenheiro da Agência

Energia

a certificação LEED existe no Brasil para edifícios residenciais, comerciais, core and shell, hospitais, armazéns e escolas

O custo de um projeto é até 30% superior aos projetos convencionaise a contrapartida ao aumento dos custos de construção é uma reduçãosignificativa das despesas de operação e manutenção, durante o períodode uso e ocupação do empreendimento, em torno de 6,4% e 8%

anaLisE E critÉrios DE cErtificação

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SUSTENTABILIDADE OLÍMPICA

A empresa mineira Lumens Enge-nharia desenvolveu o pacote de so-luções para os sistemas elétrico,eletrônico e hidrossanitário das ins-talações das Arenas Cariocas 1, 2 e3, onde serão disputados os jogosolímpicos e paralímpicos das moda-lidades de basquete, judô e lutas.

A empresa também é a responsávelpela elaboração dos projetos relati-vos aos sistemas eletrônicos de se-gurança para todas as entradas doParque Olímpico da Barra da Tijuca.

Sócio da Lumens, o engenheiro CarlosAlexandre de Freitas Jorge explica quefoi preciso estudar e implementar tec-nologias de ponta, com soluções deextrema qualidade e confiabilidade,que garantam total assertividade nofuncionamento. “Por se tratar de umevento assistido presencialmente pormilhares de pessoas, transmitido para

o mundo inteiro e visto por bilhõesde telespectadores simultaneamente,tudo foi pensado para não haver ris-cos de falhas”, afirma.

Para se ter uma ideia da complexidadedo projeto, o sistema elétrico é refor-çado por geradores e no breaks emonitorado por centros de controleatravés de links óticos, com armaze-namento em servidores físicos e vir-tuais, remotamente instalados, o queaumenta ainda mais a segurança dasinstalações e das operações dos jogos.

Para os projetos hidrossanitários, aLumens criou uma solução para ar-mazenamento de mais de 9 milhõesde litros de água em um sistema devasos comunicantes, onde cadaarena olímpica compartilha seus re-servatórios com as demais, para mi-nimizar os riscos de falta de água emqualquer unidade e otimizar o es-paço necessário para a preservaçãode água no Parque da Barra. “Talvez

seja o maior sistema vaso comuni-

cante já visto em instalações pre-

diais”, enfatiza o engenheiro.

A alimentação dos diversos pontos

de uso de água é realizada por meio

de pressurizadores com frequências

variáveis em função do consumo

instantâneo, minimizando assim o

consumo de energia e de água para

estas operações.

Outro desafio, de acordo com o en-

genheiro foi alinhar todas as deman-

das e necessidades de resiliência aos

requisitos estabelecidos pelas nor-

mas de certificação Leadership in

Energy and Environmental (LEED).

“Todas as arenas projetadas pela Lu-

mens seguem premissas de susten-

tabilidade e possuiem sistemas para

otimização do consumo de energia,

de água e dos demais recursos na-

turais necessários para construção

e operação dos jogos.”, enfatiza.

a Lumens criou uma solução para arena olímpica para armazenamento de mais de9 milhões de litros de água, em um sistema de vasos comunicantes, que compartilha

água em qualquer unidade, assim garante água em todo o Parque da Barra.

Page 30: Revista Mineira de Engenharia - 28ª Edição

Sou Arquiteta. Sou Engecred.

Sou Agrônomo. Sou Engecred.

Sou Engenheiro.Sou Engecred.

Sou Engenheiro e Empresário.Minha empresa também é Engecred.

A cooperativa de crédito que é a sua cara está de casa nova. engecred.com.br

NOVA SEDERua Martim de Carvalho, 701

Santo AgostinhoBelo Horizonte

NOVO PA MOCIbituruna Shopping

2º PisoMontes Claros

A cA cooA c

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a de cra de cra de cra de cra de créditéditédita de cra de crtivtiv

éditéditédito que é a sua o que é a sua o que é a sua o que é a sua o que é a sua éditédit

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Sou Arquiteta. Sou Engecred.

Sou Agrônomo. Sou Engecred.

Sou Engenheiro.Sou Engecred.

Sou Engenheiro e Empresário.Minha empresa também é Engecred.

A cooperativa de crédito que é a sua cara está de casa nova. engecred.com.br

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Santo AgostinhoBelo Horizonte

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Sananto Ao Agostinhogostinhogostinhogostinhogostinhogostinhogostinhogostinhoelo Helo Helo Helo Horizorizorizorizorizonontetonorizelo Helo HBB

o AtanS

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Page 33: Revista Mineira de Engenharia - 28ª Edição

Para que o mundo, no futuro, desfrute com segurança

de uma utilização sustentável da água, serão necessá-

rios muitos esforços, sobretudo visando assegurar a

da vida na terra, em todos os níveis.

De acordo com o Painel de Alto Nível sobre a Água

para a Segurança Alimentar realizado no Sétimo

Fórum de Água no Mundo em Daegu, Coréia do Sul,

em abril de 2015 (apoiado pela Organização para a

Alimentação e Agricultura das Nações Unidas-FAO e

pelo Conselho Mundial da Água-WWC), os recursos

hídricos serão suficientes para produzir os alimentos

necessários em 2050, mas muitas regiões terão de en-

frentar substancial escassez de água, restringindo a

produção agrícola, impactando os rendimentos e

oportunidades de subsistência de muitos residentes

em áreas rurais e urbanas.

A crescente competição pela água exige que sejam

revistas, imediatamente, as regras de sua utilização e

a criação de sistemas inovadores sobre os direitos

sobre ela, sua distribuição e gestão. Os formatos ori-

ginais de governança foram eficazes na gestão e dis-

tribuição de água enquanto em abundância, mas não

se mostram capazes de gerir e servir grupos mais am-

plos de usuários.

Há que se criar novos mecanismos de governança

que invistam em tecnologias direcionadas a mitigar os

impactos da crescente escassez de água, otimizando

sua utilização. As políticas públicas deverão engajar-se

em uma gestão global, capaz de calcular um ciclo vir-

tuoso de equilíbrio dos níveis das bacias hidrográficas

regionais. As estruturas de consumo, como a utiliza-

ção conjunta das águas subterrâneas e superficiais, o

armazenamento, captação e a reutilização de águas

residuais deverão garantir aos cidadãos do futuro, a

preços justos, o acesso à água limpa, ao saneamento,

à saúde. E que estes cidadãos, motivados pela educa-

ção, usem a água com sabedoria.

O artigo do Comitê de Desenvolvimento Sustentável

dessa edição é de nossa colega, a engenheira civil e

urbanista, Cristiane Silveira Lacerda que apresenta

aplicações práticas na utilização inteligente desse re-

curso cada dia mais escasso e distante.

cDs | sMECOMITê DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Virgínia Campos,Vice-Presidente da SME

e Coordenadora doCDS/SME

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UM FUTURO SEGURO PARA A UTILIZAÇÃO SUSTENTÁVEL DA ÁGUA

Page 34: Revista Mineira de Engenharia - 28ª Edição

Faz parte da disciplina dos grandes líderes e dos mestres vi-sionários antever problemas futuros e preparar-se para eli-miná-los antes mesmo que surjam. A crise de abastecimentohídrico surpreendeu várias lideranças na região sudeste doBrasil, pouco habituadas ao pensar estratégico para a questãoambiental, uma displicência que justificavam pela abundânciade recursos que até então julgavam disponíveis e ilimitados.

Questões como: se eu pago, então eu posso gastar à vontade;ou, o poço artesiano supre as nossas demandas infinitas; pas-saram a ser repudiadas pela sociedade que hoje observa a ca-rência da água para suprir necessidades básicas em váriasregiões do país. A seca que fazia parte apenas da realidade donordeste do país, um problema até então distante, chega aosudeste de forma bem contundente e provoca o repensar ea necessidade de novos hábitos a todos os públicos de inte-resse.

A abordagem visionária pauta também as novas certificaçõesde sustentabilidade construtiva, que vai além do atendimentoàs legislações vigentes, e apresenta uma série de requisitos emvárias áreas de interesse ao bem estar humano e aos cuidadosambientais. Independente da abundância ou escassez dos re-cursos, a certificação traça metodologias, e propõe metas paraa redução do consumo hídrico dos empreendimentos que seproponham sustentáveis.

Este foi o caso da NOVA LOJA TETUM, construída em BeloHorizonte e inaugurada em agosto de 2014, a loja busca a pri-meira certificação americana LEED de construção sustentávelpara lojas no Estado de Minas Gerais. Com 1.700 metros qua-drados de construção e diversas iniciativas de sustentabili-dade, no crucial momento em que atravessa a região sudestecom a crise hídrica, destacam-se algumas iniciativas de gestãoeficiente da água adotadas na loja que podem ser replicadasa qualquer outro empreendimento.

Nos banheiros

As torneiras possuem sensores que funcionam apenas noexato tempo de demanda do usuário, o que agrega tanto emconforto, como em economia e eficiência. Seria impensávelum banheiro destinado ao uso público ou a um grande nú-mero de usuários a aplicação de uma solução que não fosseinteligente, bonita e ao mesmo tempo econômica. Soluçãovastamente utilizada também em grandes shoppings centerspela economia que agrega.

Torneira com sensor e arejador de vazão

Outro destaque nas instalações hidráulicas, já muito presenteno cotidiano de todos, são as caixas acopladas com válvulasde descarga com duplo acionamento, ou seja, duplo fluxo para3 e 6 litros. A demanda neste caso é que paralelamente sejadisponibilizada uma informação precisa sobre o fluxo de acio-namento, para que o uso seja adequado à necessidade.

O avanço na inovação fica a cargo do mictório seco, selecio-nado para o empreendimento e que não necessita de água.O usuário não aperta a descarga, ou seja, é mais higiênico eprático. O mictório possui um sistema interno de vedaçãopor membrana e por isto não deixa odores. Limpo apenas

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EFICIÊNCIA HÍDRICA NAS CONSTRUÇÕES UM PASSO IMPORTANTE AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Cristiane Silveira de Lacerda*

além do sensor para acionamento, localizado na base da torneira.no bico da torneira também foi instalado um arejador de vazão, que

permite regular a vazão em 1,8 litros por minuto.

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uma vez ao dia com uma solução de água e detergente comPH neutro e um pano macio. Possui um anel superior com asseguintes funções: detergente, faz a limpeza da válvula e da tu-bulação; o dezodorizador mantém o ambiente livre de maucheiro e perfumado, sem a necessidade de aplicação de outrosprodutos (ex.: Pastilhas, naftalina, limão e gelo); informa aindaa hora certa de trocar quando perde a cor, e dura até 7.500ciclos.

A construção da caixa de água para o armazenamento de24.000 litros de água de chuva coletados nos telhados desti-nados a suprir 50% da demanda de água para a irrigação dopaisagismo é outro ponto alto do projeto. No momento emque o recurso água torna-se escasso, o empreendimento ga-rante a demanda de irrigação durante 6 meses do ano.

A redução dos custos de operação e manutenção do em-preendimento graças às estratégias de eficiência hídrica visounão somente o atendimento aos requisitos para a conquistada certificação, mas também a observância no dia a dia dosrequisitos para o bom funcionamento do empreendimento edos benefícios da sustentabilidade construtiva.

Acordamos com a notícia que o nível do Lago Baikal locali-zado no sul da Sibéria, na Rússia, a maior reserva de água docedo mundo, baixou para um nível considerado crítico. Contras-tando esta notícia, com outra, Bill Gates tomando a água deesgoto tratado. É clara a necessidade de mudança de cons-

ciência e mais do que isso de ações contundentes em prol deum futuro que nos permita um acesso adequado às necessi-dades básicas humanas, a fontes de águas puras e potáveis. Ficaentão o convite desde já para que as construções abracem aspossibilidades listadas acima e poupem o nosso recurso águapara usos mais nobres. Parabéns à TETUM que de forma vi-sionária antecipo-se às tendências anunciadas e hoje colhe osbenefícios sociais, ambientais e econômicos da sustentabili-dade.

* Cristiane Silveira de Lacerda é engenheira civil e urbanista,diretora geral da Ecoconstruct Brazil e professora Coorde-nadora do Mba Edifícios Sustentáveis: projeto e performanceda universidade fumec. www.ecoconstruct.com.br

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o equipamento foi o que mais contribuiu para que o empreen-dimento pudesse alcançar uma economia de mais de 40% noseu consumo de água.

• caixa de água com 24.000 litros para o armazenamento de água de chuva.

• filtro de alta performance para o armazenamento da água já limpa.

• irrigação automatizada e paisagismo sustentável.

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A Sociedade Mineira de Engenheiros(SME), o Instituto de Engenharia (IE),o Clube de Engenharia do Ceará(CE-CE), Clube de Engenharia doPará (CE-PA), Clube de Engenhariado Brasil (CE-Brasil), Instituto de En-genharia do Paraná (IEP) e Sociedadede Engenharia do Rio Grande do Sul(SERGS) assinam um manifesto emdefesa da Engenharia nacional.

O documento, divulgado no dia 24de abril deste ano, é uma respostadas lideranças que representam osprofissionais e da própria Engenhariaà Operação Lava-Jato, investigaçãoconduzida pela Polícia Federal e Mi-nistério Público Federal, desde 17 demarço de 2014. Mesmo com desen-

volvimento de ponta, tecnologia ecompetitividade excepcional, inclu-sive em âmbito internacional, a Enge-nharia “encontra-se sob o ataque dealguns setores, que buscam identi-ficá-la como a responsável pelos re-centes acontecimentos” e ainda osefeitos danosos da crise econômicanacional, com queda de investimen-tos e aumento de desemprego.

No entanto, as lideranças identificamas causas que favoreceram os des-vios cometidos – e agora investiga-dos - como a principal forma paraerradicar tais práticas. Dessa forma,falta de planejamento no setor pú-blico, a não utilização da Engenhariae a contratação de obras sem estudo

de projetos são apontadas como fa-

cilitadores dos crimes que têm sido

investigados em âmbito nacional.

“O projeto de Engenharia, contratado

previamente, tendo como parâmetro

a melhor solução técnico-econômica,

com prazo e preço adequados ao seu

desenvolvimento, embasados em es-

tudos de todas as suas circunstâncias,

é o instrumento básico para garantir

uma obra de qualidade, construída no

prazo e no custo adequado”, define.

Nesse sentido, a valorização dessa

etapa fundamental do empreendi-

mento é o “antídoto de que o Brasil

precisa para evitar desvios e obras

mal acabadas”.

EngEnharia | ManifEsto

Entidades que representam a Engenharia assinammanifesto de apoio à atividade e aos profissionais

Page 37: Revista Mineira de Engenharia - 28ª Edição

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A lei de licitação (lei nº 8666/1993)também deve adequada e específicaa contratação de obras e serviços deEngenharia. Segundo o documento, acontratação de projetos pelo menorpreço e sem distinção de qualidade,com prazos exíguos para o seu de-senvolvimento e preços inadequadosao seu detalhamento, sem a identifi-cação de interdependências e de in-terferências, entre outras questõescorrelacionadas, geraram e continua-rão a originar empreendimentos quenão saem do estágio inicial ou sãoparalisados, “como consequênciasdesse modelo equivocado e repetidoà exaustão pela administração pú-blica”. A eliminação da prática do“pregão” é outra medida urgente.

A interferência política nas contrata-ções de obras de infraestrutura, peloEstado, também é outro problema aser enfrentado, já que, em função docalendário social, os cronogramasdos projetos são alterados sem qual-quer referência às exigências técni-cas necessárias. O resultado dessetipo de abordagem irreal tem colo-cado em risco os enormes esforços,a tecnologia e os conhecimentosacumulados para a realização dasinúmeras obras de infraestrutura es-palhadas por este País e que repre-sentam capital inestimável para oBrasil e fatores imprescindíveis aodesenvolvimento e à competitividadeinternacional.

As entidades que assinam o mani-festo afirmam que “os desvios e prá-ticas nocivas ao interesse públicodevem ser corrigidos. Porém, em de-fesa dos interesses da sociedade, é

fundamental preservarmos a nossacapacidade tecnológica e empresa-rial, visando ao desenvolvimento denossa infraestrutura, a manutençãode empregos e da renda de milharesde brasileiros”.

Para tanto, são apresentadas propos-tas de mudanças para os procedi-mentos adotados até então pelosórgãos contratantes da administra-ção pública. A primeira delas é queas contratações sejam precedidas deestudos e projetos adequados. Emoutra frente, os estudos de planeja-mento, viabilidade técnica, anteproje-tos e projetos básicos e executivosdevem ser realizados até o nível sa-tisfatório para cada tipo de obra.

As licenças ambientais e exigênciaslegais devem ser atendidas e obtidascom antecedência. Para isso, é neces-sário que se façam previamentetodos os estudos ambientais, sociaise geofísicos necessários. Outro fatorimportante é a liberação prévia dasáreas atingidas pelas obras.

Os órgãos contratantes devem co-nhecer antes as condições comer-ciais e os preços a serem pagos pelosserviços que serão adquiridos. Noentanto, os pagamentos previstosserão realizados em dia e, em casode atrasos, os encargos financeirossejam assumidos pelo Estado.

Dessa forma, serão praticados pre-ços justos para os serviços e asobras terão garantia de conclusão, oque beneficia contratados, contra-tantes e os futuros usuários. Damesma forma, em caso de paralisa-ção de obras, por problemas dos

contratantes, que os custos fixossejam também indenizados às em-presas responsáveis pela execução.

Outra prática que deve ser evitada éa contratação por “pacotes” deobras, porém quando realizados poruma única empresa, é possível su-bempreitar para outras construtorasmenores, mas que sejam praticadospreços justos. Para isso, é precisoque os órgãos contratantes mante-nham equipes técnicas de elevadoconhecimento e capacitação, comofoi prática adotada no passado re-cente pelas estatais.

As entidades também ressaltam queé importante valorizar a história dasempresas e sua solidez financeira,evitando-se o direcionamento deobras, evitando-se o direcionamentode contratos ou exigências descabi-das para contratações de empreen-dimentos públicos.

Embora existam muitas empresas in-vestigadas, a paralisação dos projetosbásicos ou executivos em curso temse convertido em problema paratoda a cadeia produtiva do setor, quetambém enfrenta os efeitos da criseeconômica nacional.

“Essas são providências que poderãomelhorar os processos de contrata-ção, equalizar o custo das obras, evi-tar paralisações ou atrasos tãodanosos à sociedade e imprimirtransparência a todo o processo. E,ainda, que se faça um esforço emnível nacional para a solução daspendências e obras paralisadas paraque a sociedade possa delas se be-neficiar”, reivindicam as lideranças.

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EngEnharia | ManifEsto

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Entidades apoiam e defendem corpo técnico da suDEcaP

A Associação dos Profissionais Liberais de Engenharia, Ar-quitetura, Agrimensura e Agronomia da Prefeitura de BeloHorizonte (Aplena) presta sua solidariedade e apoio aosprofissionais que atuam na Superintendência de Desen-volvimento da Capital (Sudecap) que foram indiciados emprocesso criminal para a apuração de responsabilidadespelo desabamento da Alça Sul do Viaduto Batalha dos Gu-rarapes, na Avenida Pedro I, região norte da capital mi-neira, no dia 3 de julho de 2014, com três mortos e 23feridos. A alça norte foi implodida em 14 de setembro de2014.

Por meio de uma Carta Aberta de Apoio, a entidade escla-rece que se manifesta, antes de tudo, “pela valorização davida, através da valorização da Engenharia e da Arquiteturae Urbanismo, cuja razão de existir é a melhoria da quali-dade de vida de todos, não constituindo um panfleto denatureza corporativa”. Os autores do documento obser-vam que em grandes tragédias ocorridas na Região Metro-politana de Belo Horizonte (RMBH), nas últimas décadas,o Poder Público tirou lições que mudaram a postura frenteà realização de obras ou na autorização para a execuçãode empreendimentos particulares.

Mais que “procurar imputar responsabilidades pelo fato jáacontecido, buscou-se aprender como elas não voltassema acontecer, com o estabelecimento de procedimentosmais rígidos e detalhados de natureza técnica, na prospec-ção de sítios para a implantação de empreendimentos e naaplicação de normas de prevenção de combate de incêndioe pânico, desde as atividades mais preliminares relacionadasao licenciamento de edificações e de atividades”.

viaduto guararapes

Page 39: Revista Mineira de Engenharia - 28ª Edição

No caso do viaduto Batalha dos Guararapes, as falhas apon-tadas durante a execução das obras estão relacionadas à faltaou desencontro de informações e incapacidade de articula-ção dos agentes para a realização de determinada atividade.

Segundo o documento, para a falta de planejamento inte-grado da obra, o que se tornou muito comum nos âmbitosfederal, estadual e municipal, “nos quais esta atividade dei-xou de ser técnica e se tornou uma atividade política. É opolítico quem está planejando nossa economia e o am-biente urbano, estabelecendo prioridades de realização deprogramas e projetos segundo agendas como as da Copado Mundo e das Olimpíadas”.

Um efeito direto é a simplificação de procedimentos paraas licitações como os de pregão, carta-convite, ou o demenor preço, com a dispensa de comprovações, seguindocritérios de notório saber, que acarretaria novos proce-dimentos, cálculos, elevação dos custos, gerando aditivosde tempo e valores.

A Lei Federal nº 8.666/1993 prevê uma série de procedi-mentos nas licitações, que devem ser empregados deacordo com as boas práticas de execução, segundo crité-rios técnicos. É necessário um projeto executivo pronto,antes de iniciar a obras, que este instrumento esteja ela-borado e avaliado por todos os profissionais responsáveis.

Os integrantes da Aplena defendem que a cidade tenha umaagenda própria de planejamento contínuo. “A agenda políticadeveria ser uma janela de oportunidades para se executar aagenda da cidade. Só assim a agenda política pode alcançar seupotencial maior, deixando um legado para a cidade e se inte-grando a ela. Nem sempre os legados da agenda política são oslegados que a cidade precisa ou, ao menos, não do modo comoela precisa que eles se concretizem”, salientam.

“Não é o nome dos políticos que fica gravado nos projetos,mesmo porque eles têm prazos de mandatos estabelecidos elogo não mais nem estarão à frente do Poder Público para res-ponder por este poder. Servidores têm uma carreira no fun-cionalismo público e lá permanecerão, constituindo a memóriae sendo os responsáveis pelas obras executadas em nome destepoder. No entanto, não se dá voz a esses profissionais, sendoeles tratados apenas como aqueles que possibilitarão o cum-primento de uma tarefa”, adverte.

Em outro documento, a Associação dos Engenheiros da Sude-cap (A.E.S) solicita esclarecimentos públicos das autoridadesmunicipais sobre o corpo técnico da autarquia, “que estásendo desvalorizado, apresentado nos noticiários no papelde vilão”, sem qualquer manifestação da superintendênciado órgão ou da Secretaria Municipal de Políticas Urbanasà qual a autarquia está ligada.

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a alça sul do viaduto guararapes, naavenida Pedro i, região norte, desa-bou no dia 3 de julho de 2014. Duaspessoas morreram e 23 ficaram feri-das. Já a alça norte foi implodida em14 de setembro de 2014.

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Page 40: Revista Mineira de Engenharia - 28ª Edição

“Sempre me preparei para ser enge-nheiro de “chão de fábrica”, na linhade produção industrial. Mas, em1982, ano em que me formei, a re-cessão econômica estava grande edecidi aceitar o convite feito peloprofessor Ulderico Mandolesi, entãoDiretor da Escola Federal de Enge-nharia de Itajubá (Efei), para atuarcomo docente do curso no qual aca-bava de me graduar, na primeiraturma”, lembra o atual reitor da Uni-versidade Federal de Itajubá (Unifei).Dagoberto Alves de Almeida.

A partir daí, a carreira mudou derumo. Em 1986, ele concluiu o mes-trado em Ciências da Engenharia deProdução, pelo Instituto Alberto LuizCoimbra de Pós-Graduação e Pes-quisa de Engenharia da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro(COPPE/UFRJ). Em 1993, recebeu o

título de PhD em Engenharia de Sis-temas de Manufatura pelo entãoCranfield Institute of Technology,aualmente Cranfield University, naInglaterra.

Hoje, o engenheiro avalia que essafoi a melhor decisão que tomou emrelação à sua carreira. “Efetivamente,eu me realizei profissionalmentecomo docente”, afirma. Em relação àatividade, o respeito com que trata adocência e o empenho em manterum padrão de qualidade no que façosão aspectos fundamentais para aformação de novos profissionais epara pesquisas e projetos de expan-são que realmente agreguem valor àsociedade.

A candidatura ao cargo de reitor se-guiu a mesma linha de pensamento.Durante o Programa de Restaura-ção e Expansão das Universidades

Federais (Reuni), o professor seapresentou para garantir a consoli-dação e racionalização do projetotraçado para a Unifei.

Para o professor, a gestão de umauniversidade deve ser profissional,para o fortalecimento das boas prá-ticas e da administração dos recur-sos públicos da melhor forma. “Podeparecer algo óbvio, mas essa afirma-ção só se tornará uma realidade namedida em que for conduzida se-gundo os preceitos da ética e dacompetência”, enfatiza.

Por isso, os desafios do cargo sãoinúmeros. Além de questões opera-cionais, a gestão de pessoas tambémé um imperativo para que os objeti-vos da instituição estejam sempreem destaque, para todos os atoresenvolvidos.

40

a função social da universidade em primeiro lugar

MEstrEs Da EngEnharia

Page 41: Revista Mineira de Engenharia - 28ª Edição

Sobre os métodos pedagógicos usa-dos para formar novos engenheiros,o Dagoberto de Almeida é categó-rico. “Precisamos envidar mais esfor-ços para abordagens pedagógicasque favoreçam o ensino prático.Neste contexto, estamos criando,reestruturando e reformando labo-ratórios, para que os alunos da Unifeipossam ter o ensino onde a teoriaestá a serviço da prática e a práticacorrobora a teoria”, adianta. Comoexemplo, ele citou o Mapa Digital deLaboratórios, que ainda está emconstrução, mas já está disponívelpara acesso no site http://cglab.uni-fei.edu.br/

O processo de melhoria da institui-ção é contínuo. Entre os planos emcurso está a continuidade aoREUNI, que ainda está em fase de

consolidação na Unifei. “Estaremosentregando mais de 50% da áreaconstruída nos próximos anos,quando comparado a 2012. Alémdisso, devo destacar a construção docampus de Itabira, segundo o projetodo Escritório Gustavo Penna Arqui-teto e Associados, em comum com aPrefeitura Municipal de Itabira e amineradora Vale”, afirma.

Outra parte desse processo é atransformação do campus de Itajubáem laboratório de micro geração naárea de energia e variadas iniciativasque compreendem o foco mais cres-cente do alunato, na academia, noensino e na pesquisa.

“Diferente do passado, a atuação naárea de docência também pressupõeelevado preparo em pesquisa. Toda-via, os bons docentes que fazem a di-

ferença por contribuir na formaçãode inúmeras gerações de estudantessão aqueles que conseguem aliar, si-multaneamente, o ensino e a pes-quisa como instrumentos naformação dos profissionais que oBrasil tanto precisa”, recomenda aosprofissionais que pretendem ingres-sar na docência.

Entre os momentos especiais da car-reira, Dagoberto de Almeida regis-trou a homenagem recebida pelaUnifei, em sessão solene realizadapelo Senado Federal, pelo centenáriode fundação, comemorado em 2013.O sentimento do dever cumprido,em relação a cada aluno que finalizao curso e ingressa no mercado detrabalho com ética e competência,também são frutos do trabalho rea-lizado pelo mestre, há 32 anos.

41

Dagobertoalves de almeida, reitor da unifei

contribuir na formação de inúmeras gerações de estudantessão aqueles que conseguem aliar,simultaneamente, o ensino e apesquisa como instrumentos naformação dos profissionais que oBrasil tanto precisa.

Page 42: Revista Mineira de Engenharia - 28ª Edição

Há mais de 50 anos, a Eletrobras é a força que transforma um país inteiro.

Década de 60

A Eletrobras nasce com a missão de aumentara capacidade de energia do País.

Década de 70

Início da construção das usinas nuclearesde Angra I e Angra II.

Criação do CEPEL – Centro de Pesquisas de Energia Elétrica.

Década de 80 e 90

Inauguração das usinas Angra I, Xingó,Serra da Mesa, Itaipu e Tucuruí.

Criação do Procel, programa que contribuipara o uso eficiente da energia no país.

2000 até hoje

Instituídos os programas Luz para Todose Proinfa.

Início da construção de Belo Monte,Jirau, Santo Antônio, Teles Pirese retomada de Angra III.

Expansão das matrizes eólica e solar no Paíscom a viabilização de vários empreendimentos:Geribatu, Mangue Seco, Rei dos Ventos,Miassaba e MegaWatt Solar.

Até 2030

Objetivo de estar entre as dez maiores empresas de energia elétrica do mundo.

Somos a Eletrobras. Somos a energia do Brasil.

eletrobras.com

Tudo começou em 62. E a Eletrobras já nasceu impulsionando o país. Nas décadas seguintes, a gente continuou buscando chegar mais longe, construindo novas linhas de transmissão, novas usinas, investindo em tecnologia, investindo no futuro. Há mais de 50 anos, a história vem mostrando que superação é a marca da Eletrobras. Por isso, temos certeza: em 2030, vamos estar entre as três maiores empresas globais de energia limpa e entre as dez maiores em energia elétrica do mundo.

Page 43: Revista Mineira de Engenharia - 28ª Edição

Há mais de 50 anos, a Eletrobras é a força que transforma um país inteiro.

Década de 60

A Eletrobras nasce com a missão de aumentara capacidade de energia do País.

Década de 70

Início da construção das usinas nuclearesde Angra I e Angra II.

Criação do CEPEL – Centro de Pesquisas de Energia Elétrica.

Década de 80 e 90

Inauguração das usinas Angra I, Xingó,Serra da Mesa, Itaipu e Tucuruí.

Criação do Procel, programa que contribuipara o uso eficiente da energia no país.

2000 até hoje

Instituídos os programas Luz para Todose Proinfa.

Início da construção de Belo Monte,Jirau, Santo Antônio, Teles Pirese retomada de Angra III.

Expansão das matrizes eólica e solar no Paíscom a viabilização de vários empreendimentos:Geribatu, Mangue Seco, Rei dos Ventos,Miassaba e MegaWatt Solar.

Até 2030

Objetivo de estar entre as dez maiores empresas de energia elétrica do mundo.

Somos a Eletrobras. Somos a energia do Brasil.

eletrobras.com

Tudo começou em 62. E a Eletrobras já nasceu impulsionando o país. Nas décadas seguintes, a gente continuou buscando chegar mais longe, construindo novas linhas de transmissão, novas usinas, investindo em tecnologia, investindo no futuro. Há mais de 50 anos, a história vem mostrando que superação é a marca da Eletrobras. Por isso, temos certeza: em 2030, vamos estar entre as três maiores empresas globais de energia limpa e entre as dez maiores em energia elétrica do mundo.

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JovEM EngEnhEiro | igor Braga Martins

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Motivação é um sentimento comum entre os jovens pro-fissionais que ingressam no mercado de trabalho após con-cluir curso universitário. E não poderia ser diferente, já queessa nova e definitiva experiência dá um significado especialà vida.

Embora o momento econômico atual não seja dos maispromissores, é possível fazer planos e investir na carreiravisto que o mercado, mesmo em recessão, tem asseguradooportunidades para jovens engenheiros. “O Brasil é carentede infraestrutura e de projetos que melhorem a competi-tividade da indústria para atender as demandas internascom cultura de inovação e tecnologia consolidada”, afirmao engenheiro eletricista graduado pelo Centro Federal deEducação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), IgorBraga Martins, 27 anos.

Para ele, a Engenharia é uma atividade de destaque para odesenvolvimento do País, principalmente para profissionaisque apreciam desafios como a transformação de bens na-turais em produtos manufaturados, projetos de infraestru-tura nas cidades e áreas rurais ou mesmo no setor deenergia que demanda a aplicação dos conhecimentos ad-quiridos na sala de aula e na etapa de estágios.

Segundo o engenheiro, o mercado nacional tem aumen-tado o nível de exigência em relação aos jovens profissio-nais. Além da formação técnica, as empresas têm requeridoengenheiros que tenham expertise em outros idiomas, fa-cilidade de aprendizado, resiliência, atitude empreendedora,habilidade em lidar com pessoas, etc. Para tanto, muitas uni-versidades já têm incluído nos seus cursos, matérias sobreesses temas que já foram assimilados pelas organizações.

A experiência de estágio é um diferencial para estudantesque pretendem ingressar no mercado de trabalho na suaárea de formação. “É a partir do estágio que é possível fazera interação com profissionais experientes, clientes, forne-cedores e até mesmo concorrentes. Ter o contato préviocom o ambiente de trabalho e poder sentir, na prática, ainfluência da cultura de uma empresa, das relações inter-pessoais e das competências técnicas da equipe, é partefundamental da formação do engenheiro”, enfatiza.

No caso de Igor Martins, foram três experiências de está-gios. Uma na Companhia Energética de Minas Gerais(Cemig), na equipe de planejamento de redes de distribui-ção. No Banco do Brasil (BB), ele trabalhou com o setorde Engenharia – Obras). O último foi na mineradora Vale,na Diretoria de Energia – Projetos Eólicos.

Mercado oferece desafiospara engenheiros motivados

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Após a formatura, ele foi contratado como engenheiroeletricista na Ótima Empreendimentos e Construções, em-presa de construção civil que, juntamente com a Custo-miza Energia, ingressou no setor elétrico para atuar nasáreas de iluminação pública, eficiência energética e geraçãode energia renovável.

Para ele, a formação de um profissional tambémpassa pela participação em entidades de classe.“Através do associativismo, as pessoas compartilhamideias comuns, podem se reunir e formar grupos for-tes, criar relacionamentos virtuosos, realizar projetosem conjunto e trocar informações relevantes”, des-taca o engenheiro.

Na bagagem, ele tem uma participação no Crea-Minas Jú-nior, grupo de trabalho da entidade que tem como objetivoa valorização profissional e a divulgação do Sistema Con-fea/Crea e a formação de jovens lideranças. Entre os re-

sultados obtidos, ele destaca a expansão dessa iniciativapara 27 novas cidades do Estado.

Essa experiência também rendeu ganhos pessoais e pro-fissionais. “Pude desenvolver minhas habilidades interpes-soais, obter mais lucidez acerca da minha profissão,conhecer profissionais experientes, visitar empresas, entreoutros” exemplifica.

Martins já planeja incluir, no currículo, diplomas de especia-lista. “Sem dúvida, esses conhecimentos que possibilitarãoassumir novos desafios e responsabilidades, gerar mais re-sultados e melhorar a minha remuneração”, projeta. A áreade pesquisa também está entre os seus planos bem comoa sala de aula, como professor de cursos de Engenharia.

Solteiro, ele gosta de viajar nos finais de semana, escutarmúsica e nadar. Shows e festas estão entre os seus progra-mas favoritos para os momentos de lazer.

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“ “Através do associativismo, as pessoas compartilham ideias comuns,podem se reunir e formar grupos fortes, criar relacionamentos virtuosos,realizar projetos em conjunto e trocar informações relevantes

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Depois de 16 anos, o conceito de tecnologia limpa passoua merecer a atenção de empresas dos mais diversos seto-res. A crise energética e hídrica que ameaça o abasteci-mento das unidades produtivas e, na prática, aumenta oscustos tem motivado uma revolução que tem como focoa eficiência energética.

Reduzir o gasto com energia elétrica e encontrar soluçõesque possibilitem o reuso da água estão entre as principaismetas das companhias. A engenheira ambiental e de segu-rança e diretora técnica da empresa mineira de consultoriaambiental Verde Ghaia, Daniela Cavalcante Pedroza, explicaque os projetos de adequação das plantas industriais, pormenores que sejam, demandam investimentos considerá-veis cujo retorno é garantido a curto prazo, sem falar emganhos extras em imagem e reputação, por meio do mar-keting ambiental.

“Não há incentivos externos para que as empresas façamesse tipo de obra. No entanto, a adequação das unidadesindustriais é um diferencial que o mercado e, consequen-temente, os consumidores valorizam muito”, completa. Se,na década passada, a qualidade era o atributo mais impor-tante de um produto ou serviço, atualmente, os processosprodutivos adotados devem garantir a sustentabilidade am-biental do negócio.

Em relação aos resíduos gerados, a meta a ser atingida é omaior aproveitamento desse material, que pode ser trans-formado em coproduto para uso próprio, o que já reduzalgum gasto.

Entre as empresas que já incorporaram a eficiência tecno-lógica ao seu negócio, está a Embaré Indústrias AlimentíciasS.A. No ano de comemoração dos 80 anos de atividade, aempresa que tem sede em Lagoa da Prata, na região Cen-

tro-Oeste do Estado, está finalizando o projeto de amplia-ção da sua Estação de Tratamento de Resíduos Industriais(ETEI), inaugurada há 11 anos.

Segundo o gerente de Manutenção e Tecnologia da em-presa e engenheiro de Automação, Vinícius Rezende deMelo, foram investidos R$ 8 milhões nessa obra que, alémde melhorar a qualidade da água que a unidade devolve aomeio ambiente, vai aumentar a produção de biogás em300%, para a geração de energia para a unidade fabril. Ameta é atingir 4170 Nm3/dia.

O rejeito gerado pelo tratamento do efluente será usadopara a produção de biofertilizantes que terão uso interno.“Não é um projeto que tem retorno financeiro atrativo. Oque pretendemos é aumentar a sustentabilidade da nossaplanta e melhorar a qualidade de vida da comunidade doentorno”, explica.

Para a atividade industrial em si, a necessidade de otimizaro uso dos recursos naturais é medida necessária para ga-rantir a produção. “A Embaré está se antecipando mais umavez. A empresa está na lista da Organização das NaçõesUnidas (ONU) que se comprometeu a reduzir a emissãode gases de efeito estufa desde 2008”, explica.

Empresas investem em soluções para otimizar o uso de energia elétrica e água

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

vinícius rezende de Melo,engenheiro de automaçãoe gerente de Manutençãoe tecnologia da empresa

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A redução do consumo de água demandou diversos inves-timentos, por parte da Embaré, para a diminuir o volumecaptado do meio ambiente e, também, o descarte para osistema de tratamento de efluentes. No processo produ-tivo, a fábrica tem atingido níveis de excelência ao usar 1,38litro de água para beneficiar cada litro de leite, bem abaixoda média nacional que gira em torno de 4 litros.

O sistema de iluminação convencional foi substituído porluminárias de led para reduzir os níveis de poluição, o calore o consumo de energia em até 85%. Indiretamente, essainiciativa contribui para diminuir o consumo de produtosque usam metais pesados como mercúrio e chumbo poroutros, ecologicamente corretos. As caldeiras a óleo foramsubstituídas por outras cujo combustível é a biomassa.

Para o engenheiro, os resultados têm sido positivos. Em-bora o Brasil esteja em período de recessão, a empresaprojeta crescimento de 15% em 2015. Em nível de aprova-ção, a Embaré alcançou a marca de 98% em Lagoa da Pratana consulta popular realizada em 2014.

REUSO

O setor de Serviços também tem assimilado a cultura daeficiência energética. A baiana A Geradora – líder nacionalno segmento de locação de geradores de energia, torresde iluminação e compressores de ar - acaba de instalaruma central de tratamento que possibilita que a água usadana lavagem dos equipamentos seja reutilizada. Instalada naunidade de São Luiz, no Maranhão, a estrutura deve serampliada para outros Estados, nos próximos meses.

Segundo o coordenador da área de Qualidade, Saúde, MeioAmbiente e Segurança (QSMS), Ivo Rogério, a estação temcapacidade para tratar cerca de 2 mil litros/hora. O con-sumo diário na empresa é de 10 mil litros/dia. “A água quesai da área de lavagem dos equipamentos é contaminadapor poluentes, o que inviabiliza o descarte no meio am-biente. Antes, separávamos o óleo da água e a descartáva-mos devido à baixa qualidade que ela tinha para qualquertipo de reuso. Agora, realizamos um tratamento físico-quí-mico mais minucioso e conseguimos reutilizá-la para lavaros equipamentos da empresa. É um ciclo em que, pratica-mente, não há desperdício. Reaproveitamos quase 100% daágua que utilizamos na lavagem das máquinas para umanova limpeza e, assim, sucessivamente", explica.

Fundada em 1989, a A Geradora pretende faturar cerca deR$ 260 milhões neste ano. O montante é 7,4% superiorao registrado em 2014. A companhia deve investir cercade R$ 50 milhões até o fim do ano.

Estação de tratamento de resíduos industriais (EtEi)Máquina da

“a” geradora

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tEnDência

Na década de 1980,os inventores da in-ternet pretendiamconectar pessoaspor meio de uma

rede global de computadores interliga-dos. No segundo estágio, nos anos1990, foi criada a web, que trouxe a co-municação entre pessoas e processosque ocorriam em servidores.

No início do século XXI, a internet ga-nhou reforço extra ao se unir às tele-comunicações. Para acompanhar essecapítulo, os telefones celulares foramtransformados em smartphones, comrecursos quase que ilimitados e adap-tados para cada tipo de consumidor.Os tablets também são resultado desse

movimento que pretendeu – e levou –a conexão para todos os lugares.

A internet continua em evolução. Aonda tecnológica que está em cursoatende pelo nome de “Internet dasCoisas”, uma tradução da expressãoInternet of Things (IoT), um ecossis-tema composto por hardwares, soft-wares, serviços, conectividade esegurança que visa ampliar ainda maisa interatividade das pessoas com obje-tivos e serviços que começam a ser de-senvolvidos, a partir desse novo padrãode comunicação e do desenvolvimentoe pesquisa de equipamentos.

Na prática, essa nova tecnologia per-mite que, ao alcance da mão e de algumlugar do planeta onde exista acesso

para as redes wireless, um usuáriotenha acesso a informações estratégi-cas para a tomada de decisão, controlesistemas de diversos graus de comple-xidade remotamente.

“Cada vez mais, acentua-se a escassezde recursos naturais do planeta. Há ce-nários de escassez de matéria prima,água, energia, alimentos, mão de obra,espaços e a Internet das Coisas per-mite o uso eficiente destes recursos”,garante o analista de Sistemas e espe-cialista em Tecnologia da Informação,Marco Cordoni. Com a experiência dequem já atuou em segmentos como Te-lecom, internet, sistemas móveis enovas tecnologias, ele afirma que, ape-nas em 2015, 1 bilhão de dispositivos

a internet das coisas deve movimentar bilhões de reais nos próximos cinco anos

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(sensores) estarão conectados a Cida-des Inteligentes. Em 2020, esse númerosaltará para 10 bilhões.

As Cidades Inteligentes são áreas do-tadas de múltiplos sensores que inte-ragem entre si, formando uma basecom informações de vários setores eem tempo real para alcançar resultadossustentáveis através da eficiência. Osetor de maior crescimento de cone-xões da Internet das Coisas será o dailuminação de LED inteligente, quedeve passar dos atuais 6 milhões deunidades em 2015 para 570 milhõesem 2020.

“Os dispositivos de iluminação agrega-rão outras funções como, transmissãode informações de segurança, tempe-

ratura climática, níveis de poluição eserviços personalizados”, prevê. Dotarinteligência processos cotidianos comoo tráfego de veículos nas cidades atra-vés da instalação de sensores em ruase estradas, semáforos, permitirá oacompanhamento preciso do fluxo dotrânsito das cidades.

Segundo Marco Cordoni, os dadospodem ser enviados através de redessem fio à um computador central paraprocessamento e análise e permitemque as empresas responsáveis pelo trá-fego de veículos adotem medidas paragerenciar ainda melhor o fluxo, emtempo real. Outra vantagem deste sis-tema é o estacionamento inteligentecom sensores que permitem que veí-culos identifiquem espaços vagos emruas e estacionamentos.

Nas cidades, informações sobre a qua-lidade do ar, níveis de contaminação deesgotos, gerenciamento de resíduossólidos, gestão das águas com o con-trole de perda, segurança pública, aten-dimento à saúde e logística, são áreasque serão abrangidas pela Internet dasCoisas no futuro.

A área de mobilidade urbana já estáusando sistemas do gênero. A maioriados ônibus que circulam em Belo Ho-

rizonte usam equipamento de rastrea-mento por satélite e estão conectadospela internet ao computador central daBHTrans. A todo instante, os GPS dosveículos informam a localização de cadaunidade. Nos pontos de ônibus, os pai-néis luminosos também conectados aocomputador central calculam o tempode chegada de cada veículo ao ponto.

“Acredito que, em um futuro próximo,com o uso obrigatório do GPS emtodos os veículos, os órgãos fiscaliza-dores de trânsito poderão controlarremotamente infrações como estacio-nar em local proibido e ultrapassagemdos limites de velocidade sem sair asruas e estradas. Esta tecnologia jáexiste”, analisa.

Cidades inteligentes acabam influen-ciando o processo construtivo dascasas. Como todas as tecnologias, tam-bém a Internet das Coisas tem “efeitocascata”. “As casas se tornarão inteli-gentes, com um ambiente de serviçosintegrados que não apenas atribuirãovalor ao imóvel, mas também criarãoum ambiente individual e personali-zado. A casa será um espaço pessoalque proporcionará assistência aos seushabitantes.

A tecnologia da Internet das Coisas es-

Marco Cordoni, analista deSistemas e especialista em Tecnologia da Informação,

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tEnDência

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tabelece uma perspectiva totalmenteinovadora em produtos e serviços quepodem ser desenvolvidos. “Não há li-mite para a produção de sensores, dis-positivos e serviços capazes de seintegrarem a construção civil, desde aconcepção do projeto”, explica o espe-cialista. Assim, sistemas de coleta, filtra-gem e armazenamento de água dachuva, de filtragem e reuso de água dobanho, da cozinha e da área de serviçopodem ser incluídos no projeto.

Da mesma forma, paredes com isola-mento acústico e térmico, placas decélulas fotovoltaicas capazes de gerarenergia para a edificação e conexãoà internet, sensores de presença quecontrolam a segurança, temperaturae os níveis de iluminação já são partedessa tecnologia que já estão dispo-níveis. Há, ainda, os sistemas de aque-cimento solar que monitoram atemperatura da água e o clima eoutro que monitora o armazena-

mento, consumo e as condições da

água. Instalados no piso, esses equi-

pamentos podem regular o equilíbrio

térmico.

Os sensores de segurança em portas

e janelas, a leitura biométrica em

substituição às chaves e as câmeras

de segurança são itens que já foram

incorporados aos projeto residen-

ciais e corporativos, com sucesso.

Porém, essa tecnologia permite ir

além. Em países como o Canadá e

Estados Unidos, onde geração de

energia, reciclagem e reuso de água

e correta destinação de resíduos já

são práticas habituais nas residências,

a comercialização do excedente

pode ser canalizado para a rede da

companhia de energia. Se o gerencia-

mento for por meio da Internet das

Coisas, os ganhos com a redução de

custos e eficiência serão ainda mais

significativos.

Pesquisa realizada pela empresa de con-sultoria Gartner, as Casas Inteligentesrepresentarão o segundo maior mer-cado de serviços em 2017. Em 2020, ossegmentos de Fitness e Saúde Inteligen-tes deverão registrar crescimento deaproximadamente US$ 38 bilhões.

Para oferecer ao mercado tantas so-luções inteligentes, a indústria temapostado em inovação. Uma pesquisarealizada pela PwC, divulgada em2014, aponta que há diversos segmen-tos que já aderiram à Internet dasCoisas. Entre eles estão energia e mi-neração, onde 33% das empresas járealizam aportes no uso de sensores.

As verticais de utilities aparecem na se-gunda posição, com 32% das compa-nhias apostando em novidades dogênero. A seguir, a indústria automotivatambém demonstra forte interessenessa onda tecnológica, com 31% dasorganizações e fabricantes.

soluções sustentáveis,eficientes e sob medidapara tecnologia de auto-mação, áudio, vídeo,sistema de segurança jáé uma realidade

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segmento de Energiae mineração, 33% dasempresas já realizam aportesno uso de sensores

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A indústria contribuiu com 25%, seguidapor hospitality, com 22%. Saúde e varejofecharam com 20%. Negócios nas áreasentretenimento, tecnologia e finanças fi-caram com respectivamente 18%, 17%e 13% e completam a lista dos segmen-tos que mais possuem empresas comaportes em Internet das Coisas, umatecnologia que permite otimizar o tra-balho, aumentar a produtividade, reduzircustos e maximizar lucros.

No setor automotivo, as soluçõessão mais visíveis. Esse novo movi-mento tecnológico permite queveículos não se conectem apenas asi mesmos, mas ligam sensores aosistema para auxiliar o motorista adirigir. Dessa forma, o carro é capazde se ligar a internet via Wi-Fi ou porredes 3G e 4G, graças a inclusão dechips no seu hardware.

Muito embora não sejam exatamenteuma novidade como os dispositivos

vestíveis e a casa conectada, os carrosconectados são bons exemplos doque é possível fazer na Internet dasCoisas. Neste novo momento da in-dústria automotiva, o carro não seconecta apenas com ele mesmo, li-gando sensores ao sistema para aju-dar o motorista a dirigir. Agora, ocarro é capaz de se ligar a internetvia Wi-Fi ou por redes 3G e 4G gra-ças a inclusão de chips no seu hard-ware, de fazer melhor uso de seussensores, e também de entregar en-tretenimento ao ocupantes, comajuda da computação em nuvem.

Outra solução bastante interessanteestá nos espelhos. Câmeras instaladasao redor do carro se comunicamcom dois displays colocados no lugarde cada um dos espelhos retrovisor,entregando ao motorista uma visãomuito mais ampla, sem pontos cegos.O sistema de Infotainment, como échamado, também tem controle por

voz e se conecta a internet do pró-prio carro, sem precisar de umsmartphone para tal, criando umarede segura para o acesso de seusocupantes.

As áreas de energia e mineração sãoexemplos de setores que deverão in-corporar ainda mais essa tecnologia.Em seis anos, haverá oportunidade deUS$ 309 milhões em receita incre-mental aos fornecedores de produtosde Internet das Coisas, sendo que 80%do total será derivada de serviços.

Na prática, o que se almeja é que ocontrole de máquinas e ambientesseja auto suficiente e, por meio dacomunicação, controlado à distânciae com o menor índice de erro. “Nomundo da mecânica, diversos seto-res industriais já são totalmente ro-botizados. Sensores fazem todo ocontrole da produção, de forma au-tomática e autônoma”, pontua.

casas inteligentesrepresentarão o 2º maiormercado de serviçosem 2017

Em 2020, os segmentos de

fitness e saúde inteligen-

tes deverão registrar crescimento

de aproximadamente us$ 38

bilhões

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A automatização de processos, atra-vés de sensores e a Internet das Coi-sas não facilitará apenas a vida daspessoas, mas terá forte impacto naeconomia e na gestão dos negócios.Entre os diversos exemplos de utili-zação, destaca-se o monitoramentodas minas, o que torna essa operaçãomais segura. Nas montadoras, os sen-sores promovem o acompanhamentoe controle de todos os estágios daprodução, provendo informaçõessobre o status do produto.

Entre os continentes, a Ásia tem saídona frente, com a adesão de 24% dasempresas. A América Latina ocupa osegundo lugar, com 23%. A Áfricaentra com 22%, a Europa com 19% ea América do Norte com 18%.

INVESTIMENTOS

“Casas inteligentes e prédios comer-ciais inteligentes representarão 45% dototal de dispositivos conectados em2015 e 81% em 2020. Esse cresci-mento se deve aos grandes adensa-mentos urbanos, que pressionam osgestores públicos a buscar o equilíbrioentre os desafios da limitação de re-cursos e as preocupações com a sus-tentabilidade”, analisa.

Para avançar nesse sistema, o Brasildeve investir mais em redes móveis decomunicação, não só pela questão dodimensionamento adequado dos es-paços que darão suporte às transa-ções, mas para aumentar a receita dasempresas. No entanto, afirma Cor-

doni, no País, os aportes das operado-

ras de telefonia estão direcionados

para o setor industrial, enquanto o go-

verno avança em áreas de mobilidade

urbana, segurança pública e cidades di-

gitais.

Há estudos que preveem que até o

final de 2015, 130 milhões de dispo-

sitivos estarão ligados à Internet das

Coisas, o que corresponde a quase

50% das “coisas” conectadas na Amé-

rica Latina. E esse número deve au-

mentar quando a indústria colocar nas

lojas eletrodomésticos e eletrônicos

conectados à rede. “Isso não será luxo

ou futilidade. A conexão à internet

pode trazer mais agilidade à vida das

pessoas”, ressalta o especialista.

tEnDência

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30 bilhões de dispositivosirão formar uma

internet das coisas,em 2020

Em 2015,130 milhões de

dispositivos estarão ligados à internet das

coisas

96% das empresasdo setor varejista

estão prontas para ingressar na era da

internet dascoisas

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Leonardo Lima, diretor da empresa

mineira de TI Cabtec GTI, engenheiro

de Telecomunicações

Em ambientes internos como residências e empresas, asconexões de internet wireless (sem fio) provenientes debanda larga podem ser utilizadas para conectar as coisas,porém em ambiente externo serão necessários o desen-volvimento de novas infraestruturas de rede de teleco-municações dedicadas a Internet das Coisas. Enquanto asredes 3G e 4G das operadoras são dimensionadas parasuportar um grande volume de dados de voz e imagem,as conexões para a Internet das Coisas são dimensionadaspara suportar um fluxo muito pequeno de informações,como por exemplo o percentual de umidade do solo, a la-titude e longitude do veículo e etc.

Sensores conectados à rede 3G e 4G atendem perfeita-mente a demanda da Internet das Coisas, porém, o custode manutenção destas infraestruturas é muito alto. “Sãomodelos de negócios diferentes e que podem retardar amassificação deste processo no Brasil. Por outro lado,surge uma nova oportunidade de investimentos que é aconstrução de redes especificas para conectar 130 mi-lhões de dispositivos a curto prazo”, avalia Cordoni.

O diretor da empresa mineira de TI Cabtec GTI, enge-nheiro de Telecomunicações e MBA em Gerência de Tele-com, Leonardo Lima, enfatiza que a aplicação da Internetdas Coisas é variada. “Internet das Coisas, ou IoT, é umecossistema de tecnologias de monitoramento do estadode objetos físicos, capturando dados significativos, trans-mitindo estas informações através de redes IP para soft-wares e aplicações”, define.

No Brasil, o movimento de ingresso nessa nova tecnologiaé contínuo. Segundo o engenheiro, um estudo realizado

pela Forrester Consulting, a pedido da Zebra TechnologiesCorporation que aponta que 96% das empresas do setorvarejista estão prontas para ingressar na era da Internetdas Coisas. “Para os empresários e para os tomadores dedecisão de TI de quase 600 companhias globais entrevis-tadas, Internet das Coisas será a iniciativa tecnológica maisimportante da década. Um dado interessante que deve-mos nos atentar: a ABI Research, uma empresa de pes-quisa de mercado, diz que mais de 30 bilhões dedispositivos irão formar uma Internet das coisas em 2020.Tendência no mundo, mas no Brasil e em MG já vem setornando realidade”, comemora.

Há mercado a ser explorado. No caso da Cabtec, os se-tores contemplados com soluções de Internet das Coisassão mineração, logística, distribuição, transporte e siderur-gia. Mas o dialogo com a Engenharia não termina aí.“Quando um determinado objeto pode representar-se deforma digital, ele pode ser controlado de qualquer lugar.Esta conectividade significa mais dados coletados a partirde mais lugares, proporcionando assim outras maneirasde aumentar a eficiência e melhorar a segurança”, destaca.

Na prática, quando se liga um dispositivo que era previa-mente desconectado, pode-se alcançar uma mudança dra-mática no tipo e na quantidade de informações quepodem ser coletadas, nas formas como acessar e integraressas informações e também como e onde poderão sertomadas decisões com base nessas informações. “Isso éEngenharia e o papel de engenheiro é fundamental. Asvagas abertas nessa área comprovam que ainda há muitoo que fazer para aumentar a conectividade com a Internetdas Coisas”, conclui.

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tEnDência

Economia de recursos naturais no agronegócio

Uma equipe de profissionais graduados na Universidade Fe-deral de Itajubá (Unifei) acaba de receber um prêmio da Uni-versidade Singularity, que funciona no Centro de Pesquisa daNasa, no Vale do Silício, pelo desenvolvimento de um aplicativocapaz de reduzir em até 60% o consumo de água nas irriga-ções do agronegócio.

Sensores espalhados pelo campo medem a umidade do solo,a presença de pragas, as condições climáticas e, uma vez co-nectados pela internet ao computador central, controlam osistema de irrigação. Mariana da Silva Vasconcelos, 23 anos,graduada em Administração de Empresas, partiu da sua expe-riência com o cenário agrícola da região, que carecia de umsistema racional para a tomada de decisão, baseado em dadose análises, sem que o proprietário tivesse que estar na pro-priedade todo o tempo.

Para transformar a ideia em negócio, ela contou com três só-cios – também ex-alunos da Unifei - com habilidades técnicasem Engenharia e desenvolvimento de produtos. Os recursosforam provenientes de programas públicos de pesquisa. Dessaunião nasceu o Agrosmart. “Essa é uma solução que integrahardware e software. Partimos da realidade/necessidade decada propriedade para apresentar uma solução sob medida”,explica Mariana Vasconcelos.

Pelo celular, tablet, computador de torre ou notebook, o pro-prietário recebe informações sobre clima/necessidade de ir-rigação, previsão de doenças na plantação e, também,acompanha o desenvolvimento da cultura. É possível saber,ainda, qual é o melhor momento para o plantio e a colheita.

O engenheiro eletricista Thales Nicoleti, 25 anos, graduadopela Unifei, explica que a equipe multidisciplinar, com especia-listas em diversas áreas, foi fundamental para o desenvolvi-mento do Agrosmart. “A Engenharia e a Internet das Coisascasam bem. A Engenharia soluciona qualquer tipo de pro-blema e isso fica mais fácil com o novo sistema que permiteinteragir com os clientes em temo real por meio da conecti-vidade de hardware com as “nuvens”, enfatiza.

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Mariana da silva vasconcelos, mineira cria alicativo que poupa água e ganha bolsa em universidade da nasa

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Page 55: Revista Mineira de Engenharia - 28ª Edição

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inovação é essencial para a competitividade da construção civil

O movimento em prol da inovação na economia brasileiravem se intensificando nos últimos 15 anos. Até então a inova-ção era vista como algo restrito a setores de alta tecnologiacomo as indústrias de software, farmacêutica e automobilís-tica. Esse aumento do entendimento da necessidade de inovarem outros segmentos é fruto de mudanças estruturas e mer-cadológicas que tornam a busca contínua pela melhoria deprocessos, produtos e serviços como fator essencial para asobrevivência das empresas.

Segundo o estudo Inovação na Construção Civil – Tendênciase Oportunidades para 2015, realizado pela Innoscience Con-sultoria em Gestão de Inovação, não basta apenas inovar. Oque diferencia esse processo é a metodologia de gestão dossistemas para dar respostas aos desafios internos como pro-dutividade, qualidade e custos.

Atrair a atenção dos consumidores também requer uma oumais doses de inovação, já que há novos perfis de comprado-res e, com eles, exigências distintas para os imóveis. Fazerfrente à concorrência e se posicionar em relação ao macroambiente são fatores que beneficiam o negócio em si, peloaumento da competitividade.

Segundo levantamento do banco Credit Suisse, o custo deterrenos e outorgas deverá subir 40%, em média, em 80% nacidade de São Paulo em função do novo Plano Diretor. O re-latório calcula que isso represente perda de 8 a 10 pontosporcentuais na margem bruta dos projetos das incorporado-ras, havendo pouco espaço para repassar esses aumentos paraos consumidores finais em função da alta relação já existenteentre o preço dos imóveis e a renda disponível.

A NR 12 voltada para segurança do trabalho também trouxedesafios de produtividade na utilização de equipamentos nasobras e indústrias. Um levantamento realizado pela CNI

aponta que seria necessário investir mais de R$100 bilhõespara que todas as indústrias do Brasil se adaptem às novas re-gras. O setor da construção civil também está sendo impac-tado por essas demandas.

A nova Norma de Desempenho (NBR-15.575) estabelece pa-drões de qualidade em 5 diferentes áreas em uma residência:estrutura, sistemas hidros sanitários, pisos, vedações e cober-turas. Ela gera uma série de desafios do ponto de vista de ho-rizonte dos negócios, garantias, custos e controles quetambém precisam ser equacionados pelas empresas.

Não há dúvidas que todos os setores estão mais dinâmi-cos, ter um bom produto, serviço ou processos já não ésuficiente se esses não forem constantemente questiona-dos e melhorados. Um estudo realizado pela empresa In-nosight demostrou em números como os mercadosatualmente estão mudando com uma velocidade maior queno passado. Utilizou-se o índice S&P500 das maiores em-presas negociadas na bolsa de valores americana e compa-rou-se o tempo médio que uma empresa permanecia noíndice.

Na década de 60, em média, as empresas estavam pratica-mente há 60 anos no índice. Já nos anos recentes, uma em-presa permanece em média menos de 20 anos. Na prática oque se observou foi que no passado era muito mais fácil semanter no topo e na liderança em função de uma menor con-corrência e dos ciclos de vida dos produtos serem maiores.

Um dos maiores mitos relacionados à inovação é pensar ape-nas na dimensão produto. Naturalmente os produtos ou ser-viços são a parte mais visível dos negócios porém muitasoutras oportunidades existem em outras dimensões do ne-gócio. Uma das ferramentas existentes mais interessantes paraavaliarmos oportunidades é o Radar da Inovação. Ele apre-senta doze projetos para inovar.

Entre eles estão: certificações, design arquitetônico, diferen-ciação dos produtos,industrialização da indústria, oferta desoluções completas, uso de tecnologias como a das impres-soras 3D, gestão do conhecimento, novos canais de venda erelacionamento com o cliente.

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Entre os dias quatro esete de junho, os 33 inte-grantes da Uai!rrior, daUniversidade Federal deItajubá (Unifei) participa-

ram de mais um campeonato de ro-bótica. As provas da 11ª edição doWinter Challenge aconteceram noInstituto Mauá de Tecnologia, em SãoCaetano do Sul (IMT-SP). Como nosanos anteriores, os estudantes volta-ram para casa com prêmios na baga-gem: 3 ouros, um pentacampeonatoe um heptacampeonato entre eles,além de um terceiro lugar.

Desde 2001, quando foi criada, aequipe Uai!rrior tem reunido alunosdos cursos de Engenharia de Con-trole e Automação, Mecânica, Elé-trica, Computação e Produção, e,também de Administração de Empre-sas para um desafio: desenvolver má-quinas para combates entre robôs. A

coordenação dos trabalhos é do pro-fessor Dr. Tales Cleber Pimenta.

Quem participa desse projeto que,além de prêmios em competições,rende muito conhecimento para osfuturos engenheiros, não econo-miza elogios. “Nós costumamosdizer que aqui é a melhor sala deaula possível. Embora os alunos daUnifei tenham acesso a inúmeroslaboratórios, na Uai!rrior podemosaplicar os conhecimentos tantopráticos como teóricos em umnível acima do que o correspon-dente à ementa de alguns cursos”,explica o aluno do 5º período docurso de Engenharia de Produção ecapitão de gestão da equipe, Ri-cardo Otto Pracuch.

Com organização hierárquica e sis-tema de gestão semelhante ao deuma empresa, a Uai!rrior auxilia osestudantes a se organizarem para

os prazos para entrega de ativida-des e a desenvolver a comunicaçãopara facilitar o trabalho em equipe.“Como os alunos não recebem bol-sas, o trabalho é remunerado comos resultados em competições,quando você vê seu projeto dandoresultado passa aquele filme na ca-beça de tudo que você teve quefazer para naqueles três minutos deround para dar certo. Essa é a me-lhor recompensa de todas”, enfa-tiza.

Em abril, a equipe conquistou o tri-campeonato mundial na categoriaHokey e dois vice-campeonatos nascategorias de combate Middle-Weight e Lightweight, no Campeo-nato Mundial Robogames 2015,realizado na Califórnia (EUA), comequipes de mais de 30 países. Nabagagem, eles levaram os robôs Ge-neral e Federal M.T. “Para 2016,

forMação ProfissionaL

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Equipe de robótica da unifei é oportunidade de aprimoramento para futuros engenheiros

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nosso projeto será a construção deum robô para competir na catego-ria HeavyWeight (110 Kg) queainda não existe no Brasil”, adianta.

A oportunidade de se dedicar à pes-quisa aplicada é outro ganho para osestudantes que participam da equipe.Em especial, os futuros engenheiros.“Com certeza, esses profissionais pos-suem conhecimento para desenvolvertrabalhos nas mais diversas áreas. Umexemplo é o nosso robô Trekking T.B,que já serviu como robô protótipopara uma empresa desenvolver, emparceria conosco, uma pesquisa na áreade sensoriamento de trincas e desní-veis no asfalto de rodovias”, comenta.

Como outros membros da equipe, oestudante queria uma experiência di-ferente quando ingressou na Unifei.Logo na primeira semana, a universi-dade promoveu um evento de divulga-

ção dos projetos internos. Quando eleviu os vídeos da Uai!rrior não teve dú-vidas que ali seria o seu laboratório,nos próximos anos.

PROCESSO SELETIVO

Os candidatos passam por umprocesso seletivo onde é analisa-dos o perfil do estudante paraquatro áreas: Mecânica, Eletrônica,Gestão e Visual. Cada uma delastem o seu cronograma e respecti-vos capitães, que respondem aocapitão geral. Atualmente, o cargoé ocupado por Vinícius Su PeiCheni, carinhosamente chamadode China.

Geralmente, a experiência naequipe dura entre três e cincoanos. No primeiro, os estudantesaprendem a fazer as atividades. Nosegundo, começam a aplicar esses

conhecimentos em projetos com

maior grau de dificuldade. O pro-

cesso de substituição dos gestores

acontece no ano seguinte.

“Como membro e Capitão da di-

visão da Gestão, meu trabalho é

garantir que a equipe consiga

verba e material para conseguir

executar os projetos mecânicos e

eletrônicos, além de manter o bom

funcionamento da área. Trabalha-

mos em conjunto com a divisão do

Visual, que é a responsável por

editar os vídeos para divulgar o

nosso trabalho. Quanto mais pes-

soas tomarem conhecimento de

nós, maiores serão as chances de

conseguirmos apoio financeiro ou

fornecimento de material”, define

Ricardo Pracuch. Nesse ciclo de

aprendizado, os estudantes se tor-

nam colaboradores do projeto.

Equipe conquistou o tricampeonato mundial na categoria hokey e dois vice-campeonatos nas categorias decombate MiddleWeight e Lightweight, no campeonatoMundial robogames 2015,realizado na califórnia (Eua),com equipes de mais de 30 países.

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forMação

conquistas nacionais E MunDiaisDEsDE 2001, a EquiPE uai!rrior DE roBótica coLEciona PrêMios. confira a Lista

CAMPEONATO MuNDIAL ROBOGAMES 2015- 1º Lugar categoria Hockeybot

- 2º Lugar categoria Middleweight

- 2º Lugar categoria Lightweight

CAMPEONATO NACIONAL SuB-MARINO u.R.C. - CAMPuS PARTy2015- 1º Lugar categoria Lightweight

- 3º Lugar categoria Featherweight

CAMPEONATO NACIONAL WINTER - CHALLENGE 10 2014- 1º Lugar categoria Lightweight

- 1º Lugar categoria Hockeybot

- 2° Lugar categoria Featherweight

- 3º Lugar categoria Beetleweight

CAMPEONATO MuNDIAL uSATL -STEM TECH OLyMPIAD 2014- Best in Show Categoria Middle-weight

- Best in Show Categoria Hobby-weight

- 1º Lugar categoria Middleweight

- 1º Lugar categoria Antweight

- 3º Lugar categoria Beetleweight

- 3º Lugar categoria Hobbyweight

CAMPEONATO NACIONAL SuB-MARINO u.R.C. - CAMPuS PARTy2014- 1º Lugar categoria Middleweight

CAMPEONATO NACIONAL WINTER CHALLENGE 9 - 2013- 1º Lugar categoria Lightweight

- 1º Lugar categoria Trekking

- 1º Lugar categoria Hockeybot

- 3º Lugar categoria Middleweight

CAMPEONATO MuNDIAL ROBOGAMES 2013 - 1º Lugar categoria Lightweight

- 2º Lugar categoria Middleweight

- 2º Lugar categoria Hockeybot

CAMPEONATO NACIONAL SuMMER CHALLENGE 2 - 2012- 1° Lugar categoria Beetleweight

- 1º Lugar categoria Lightweight

- 1º Lugar categoria Hockeybot

- 2º Lugar categoria Middleweight

- 3° Lugar categoria Featherweight

- 4° Lugar categoria Hobbyweight

CAMPEONATO NACIONAL WINTER

CHALLENGE 8 - 2012- 2° Lugar categoria Beetleweight

- 1º Lugar categoria Hockeybot

- 2º Lugar categoria Middleweight

CAMPEONATO MuNDIAL ROBOGAMES 2012- 1º Lugar categoria Hockeybot

- 1º Lugar categoria combate autô-nomo

CAMPEONATO NACIONAL SuMMER CHALLENGE 1 - 2011- 2º Lugar categoria Middleweight

- 2° Lugar categoria Hobbyweight

- 2º Lugar categoria Hockeybot

CAMPEONATO NACIONAL WINTERCHALLENGE 7 2011- 1º Lugar categoria Hockeybot

CAMPEONATO MuNDIAL ROBOGAMES 2011- 1º Lugar categoria Hockeybot

CAMPEONATO NACIONAL WINTER CHALLENGE 6 - 2010- 1º Lugar categoria Hockeybot

- 3º Lugar categoria Middleweight

CAMPEONATO MuNDIAL

ROBOGAMES 2010- 2º Lugar categoria Hockeybot

CAMPEONATO NACIONAL ENECA 9 - 2009- 3° Lugar categoria Featherweight

CAMPEONATO NACIONAL WINTERCHALLENGE 5 2009- 2° Lugar categoria Hobbyweight

- 3º Lugar categoria Middleweight

CAMPEONATO NACIONAL WINTER CHALLENGE 4 - 2008- 3° Lugar categoria Featherweight

- 3º Lugar categoria Middleweight

CAMPEONATO NACIONALENECA 7 2007- 2° Lugar categoria Hobbyweight

CAMPEONATO NACIONAL WINTERCHALLENGE 1 2005- 2º Lugar categoria Middleweight

CAMPEONATO NACIONAL ENECA 4 2004- 3º Lugar categoria Middleweight

CAMPEONATO NACIONAL ENECA 3 2003- 1º Lugar categoria Middleweight

Para conhecer a uai!rrior

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