Revista Mormaii #11

96
REVISTA MORMAII #11 NESTA EDIÇÃO: /// DESTINO AZUL /// BIG SUP HAWAII /// MARCOS GABRIEL MORMAII.COM.BR

description

A Revista Mormaii #11 apresenta uma edição cheia de cores e novidades feitas especialmente pra você. Confira o incrível desfecho de mais uma etapa do Projeto Destino Azul, com o retorno de Diogo Guerreiro e Flávio Jardim ao Brasil, depois de dois anos e meio de aventuras ao redor do mundo à bordo do veleiro Itusca. A performance de Alexandre Takeo no outer reef havaiano de Phantoms, onde ele botou pra baixo de stand up em algumas das ondas mais incríveis da temporada. E, por fim, a sagacidade do skatista Marcos Gabriel e sua vida regrada a manobras e bons momentos. Aproveite e se divirta com mais uma edição cheia de novidades e surpresas sobre tudo que está rolando no universo Mormaii.

Transcript of Revista Mormaii #11

Page 1: Revista Mormaii #11

REVISTA MORMAII #11NESTA EDIÇÃO:

/// DESTINO AZUL/// BIG SUP HAWAII

/// MARCOS GABRIEL

MORMAII.COM.BR

Page 2: Revista Mormaii #11
Page 3: Revista Mormaii #11
Page 4: Revista Mormaii #11
Page 6: Revista Mormaii #11

6

/// FRAME

/// NEWS

/// RRR

/// 1/365

//// COLUNA DO DR.

/// CONCHA ACÚSTICA

/// MORMAII SHOP

/// SECRET SPOT

/// DESTINO AZUL

/// SKATE NÃO TEM HORA

///BIG SUP HAWAII

/// MORMAII MODA

/// IMAGENS

/// ROOTS

/// MORMAII ARTS

/// EARLY DAYS

10

12

16

20

22

24

26

32

34

50

64

74

82

88

92

94

REVISTA MORMAII #11

FOTO CAPA:JAMES THISTED

///  Diogo  Guerreiro  contemplando  o  horizonte  das  suas  viagens.

Page 8: Revista Mormaii #11

8

PRESIDENTE

Marco Aurélio Raymundo

EDITOR

Felipe Fernandes

DIRETOR DE MARKETING

Gerson Vignoli Perrenoud

DIREÇÃO DE CRIAÇÃO

Carlos Carpinelli

DIREÇÃO DE ARTE

Rafa Rocha

DESIGN

Felipe Guimarães e Douglas Gomes

REVISÃO

João Paulo Fedele de AzeredoJonathan Parpinelli

CONTATO

[email protected]

COLABORADORES

James Thisted

Adriano Rebelo

Nicolas Malet

Diogo Guerreiro

Gilson Wiederkehr

Flávio Jardim

Marcos Gabriel

Marcelo Palma

Kento Kojima

Pablo Rocha

Fabiano Tissot

Julia Lang

Michele Cruz

Idário Araújo

Elton Souza

Álvaro Martins

Alexandre Takeo

Alex Ribeiro

João Henrique

Marina Speranza

Felipe Neb

Realização NOIZE Entretenimento Supervisão MXM Marketing

///  O  bote  e  o  veleiro  Itusca  (ao  fundo).  Os  dois  melhores  

amigos  de  Diogo  e  Flavio  nesta  louca  volta  ao  mundo.

Page 10: Revista Mormaii #11

FRAMEF o t o s : A r q u i v o D e s t i n o A z u lTe x t o : Fa b i a n o T i s s o t

///10

Page 11: Revista Mormaii #11

DIOGO GUERREIRO/// A mais recente façanha do Projeto Destino Azul foi completar a circunavegação do globo em bus-ca das melhores ondas do planeta, e o capitão Diogo Guerreiro se especializou em pegar alguns dos tubos mais longos e pesados da trip. Desbravando rasas bancadas de coral ele ficou cada vez mais à vontade no surf e mostrou que está com a técnica em dia para aproveitar os tubos ao máximo, curtindo de cabeça erguida todo visual que esse momento proporciona.

Page 12: Revista Mormaii #11

12 N e w s

#MORMAII #DESTINOAZUL

/// A CHEGADA DA VOLTA AO MUNDO

A tempestade deu uma trégua bem na hora em que o Catamarã Itusca se aproximava da Praia de Garopaba em Santa Catarina. Na beira do mar em frente ao Cafe Mormaii Beach Club, uma multidão se formou aguardando a chegada dos capitães Diogo Guerreiro e Flavio Jardim, que em agosto de 2008 saíram daquele mesmo local, com o objetivo de circunva-gar o globo terrestre. Passava das 18 horas quando a dupla desembarcou acenando para as quase 700 pessoas que os esperavam. “Não imaginava que teria tanta gente só para nos receber”, disse Flávio. Diogo, feliz com seu retorno, completou: “Foi necessário dar a volta no planeta para descobrirmos que o melhor lugar do mundo é aqui mesmo, em Garopaba”.

Foto

: Arq

uivo

Des

tino

Azu

l

Page 13: Revista Mormaii #11

w w w . m o r m a i i . c o m . b r13

Depois da vitória conquistada no Mormaii IWC, etapa brasileira do SUP World Tour, Leco Salazar, filho de uma lenda viva do surf nacional, foi convocado para disputar a última etapa do circuito mundial realiza-da no final de 2010 em Honoli´i Big Island Havaí. Com um honroso terceiro lugar na prova, ele fez por merecer o convite da organização e mostrou porque é conside-rado um dos melhores atletas de stand up paddle da atualidade.

Dois atletas da equipe Mormaii conse-guiram bons resultados, na abertura do Circuito Mundial de Stand Up Paddle, no Hawaii. Realizada em Sunset Beach, na Ilha de Oahu, a prova contou com altas ondas e o apoio da torcida brasileira que comemorou a conquista do quinto lugar obtido por Leco Salazar e a nona colo-cação de Alexandre Takeo, o Magrinho. Em setembro o Mormaii IWC receberá o SUP World Tour na Praia de Ibiraquera.

Preocupada com o futuro do planeta e em redu-zir o seu impacto ambiental, a Mormaii instalou em parceria com a Energia Pura dois aerogera-dores. Os equipamentos transformam o vento em eletricidade para a sede da empresa, locali-zada na cidade de Garopaba (SC). Estes equipa-mentos transformam o vento em energia limpa, renovável e de graça para a fábrica, reduzindo as emissões de CO2.

#MORMAII #AEROGERADORES

#MORMAII #LECOSALAZAR #ALEXANDRETAKEO #SUPWT

/// AEROGERADORES DE ENERGIA

/// SUP WORLD TOUR NO HAVAÍ

Foto

: Div

ulga

ção

Foto

: Jam

es T

hist

ed

Foto: James Thisted

Page 14: Revista Mormaii #11

14 N e w s

O projeto Karumbé (tartaruga em Guarani) atua desde 1999 na proteção das tartarugas marinhas e na conscientização do ser humano. A Mormaii fornece equipamentos para me-lhorar as condições de trabalho do grupo que tem pesquisadores e colaboradores em vários países. Uma das bases fica em Cerro Verde, localizada próxima da fronteira Brasil-Uruguai e desenvolve projetos nesta que é a primeira área marinha protegida uruguaia.Acesse www.karumbe.org

#MORMAII #PROJETOKARUMBE

/// PROJETO KARUMBÉ

/// LUCAS, O GAROTO PRODÍGIOAssim como aconteceu com outros garotos que um dia sonharam com uma carreira de surfista profissional, agora é a vez de Lucas Vicente, de apenas nove anos. Agora ele conta com o patrocínio da Mormaii: “Acho muito a legal a Mormaii patrocinar garotos das novas gerações. Isto me dá mais vontade de surfar” afirmou Lucas.

Foto

: Div

ulga

ção

Foto

: Jam

es T

hist

ed

Page 15: Revista Mormaii #11

w w w . m o r m a i i . c o m . b r15

Moda, beleza, comporta-mento e bem-estar em posts diários recheados de novida-des e com muita informação, tanto no site quanto na rádio Mormaii. Esportes, lazer e diversão também vão circu-lar por aqui. Enfim, a Mormaii criou este canal para atender especialmente aos desejos femininos. O Mormaii Pra Elas está só começando. Como qualquer espaço que tem mu-lherada reunida, assuntoé o que não vai faltar! E quan-to aos homens, fiquem à vontade pra curtir nossa praia. Tá liberado!

A décima edição do Campe-onato Mormaii Brasiliense de Surf rolou dias 29 e 30 de janeiro, num clima excelente, com muito sol e calor na Praia da Silveira, em Garopaba (SC). Entre a galera do cerrado, Thales Marques surfou muito e sagrou-se vencedor da catego-ria Open, mas quem levou o título de campeão brasiliense de surf em 2010 foi o atleta Lu-ciano Gatti, premiado com uma passagem aérea sem escalas

pras ondas peruanas. Também foram disputadas as categorias Júnior e Stand Up Paddle Surf e para todos os finalistas foram entregues troféus e produtos alucinantes da Mormaii. As ondas tinham meio metro e a competição rolou no meio da praia onde estavam as mel-hores condições. A realização do evento é uma iniciativa do Movimento dos Sem Praia, com patrocínio das lojas Mormaii de Garopaba e Brasília.

#MORMAII #BRASILIENSEDESURF

/// 10º CAMPEONATOBRASILIENSE DE SURF

/// MORMAII PRA ELAS

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Page 16: Revista Mormaii #11

16 F e n i x – E c o F r i e n d l y / R R R

/// Em 2011, a Mormaii produz os primeiros óculos reciclados com consciência ambiental, que neutraliza a emissão de carbono poluente (CO2). Não é novidade que a Mormaii se preocupa com a sustentabilidade do planeta e com ações de efeito prático em relação a preservação da natureza. Exemplos não faltam, como as sandálias Mormaii Neocycle, feitas com neoprene reciclado; o Solar Amazônia, produto no qual parte da verba ar-recadada é destinada a preservação da Floresta, ou até mesmo os Boardshorts PET, produzidos através de garrafas reaproveitadas. Não ob-stante, em uma parceria com a AMBIENS Con-sultoria Ambiental, o Fenix, novo modelo solar da Mormaii, além de ser produzido com matéria prima reciclada, vem inscrito no inédito programa de neutralização da emissão de carbono pol-uente, Carbon OK.

O objetivo desta iniciativa é neutralizar toda a emissão de gases de efeito estufa durante as atividades de produção, através de metodolo-gias internacionalmente reconhecidas e diretrizes recomendadas pela norma brasileira. Com cada um fazendo sua parte, teremos um planeta me-lhor para todos.

Acesse www.oculosreciclado.com.br e fique por dentro das novidades. Para mais dicas sobre sus-tentabilidade: www.projetoamazonia.com.br

#MORMAII #BLOGMORMAII #RRR #PROJETOAMAZONIA

FENIX ! ECO FRIENDLY

Page 17: Revista Mormaii #11

w w w . m o r m a i i . c o m . b r17 w w w . m o r m a i i . c o m . b r

Page 18: Revista Mormaii #11
Page 20: Revista Mormaii #11

20

1/365 UM DIA NA VIDA DE...NICO MALET

1 / 3 6 5 / N i c o M a l e t / F o t o s : A r q u i v o P e s s o a l

O jovem surfista uruguaio Nico Malet, de 11 anos, sempre que pode visita o Brasil para pegar umas on-das e rever os amigos.Acompanhe o relato que ele deu sobre seu dia em Santa Catarina.

/// “A viagem do Uruguai pra Floripa foi tranquila e ficamos hospedados em uma pousada perto da praia. Hoje

é meu último dia na Ilha da Magia, acordei cedo, tomei café e fui para Joaquina conferir as ondas na compa-nhia do meu pai. Além do surf, aproveitei pra rever uns amigos e, depois do almo-ço, partimos pra Garopaba. Descarregamos o carro e fui direto para água, com boas ondas rolando no canto nor-te. Mais tarde fomos visitar a fábrica da Mormaii e buscar

neoprenes e acessórios. Aproveitei para trocar uma idéia com o pessoal e dar uma volta de helicóptero. Retornamos para pousada, alonguei e fiz uma sessão de pilates. Tomei um banho, jantei e fui pro computador ver fotos de surf e conver-sar com meus amigos no Uruguai, pra terminar com chave de ouro mais um dia no Brasil.”

Page 22: Revista Mormaii #11

22

Desde tempos imemoriais alguns “bichos” passaram a se diferenciar no sentido de ter maior percepção sobre si mesmos, sobre o tempo e, consequentemente, sobre a morte. Alguns xamãs pregam que o maior conselheiro da vida é a morte, pois somente com sua constante presença, podemos valorizar e aproveitar este momento mágico que representa nossa vida.A grande diferença entre nós e outros animais é que podemos desenvolver em níveis muito altos a nossa consciência, e a nossa evolução sempre nos indicou esta direção. Não temos as melhores unhas, não temos os melhores dentes nem os melhores olhos, mas temos o melhor cérebro. As grandes perguntas que sempre nos “atormentaram” foram: quem somos, de onde viemos e para onde iremos?A resposta pode ser complicada ou muito simples. Se escolhermos a simples, somos o que somos, vie-mos de quem somos e vamos para onde sempre estivemos. Se filo-soficamente quisermos complicar, teremos inúmeros caminhos, mas fica fácil se enredar nas respostas ou pisar no próprio rabo!Aqui, hoje sentado em uma con-fortável varanda numa belíssima praia do Hawaii, vendo a matriz da maior parte da vida como conhe-

cemos, O MAR sendo banhado pelo grande catalisador O SOL, tento imaginar como na nossa TERRA elementos e energias se combinaram e se multiplicaram nesta abundância de criaturas que nos cercam. Como o UNIVERSO teve a grandeza de sonhar a criação daquelas bases que foram depois nossos criadores? Fico miudinho, um micro quase nada, e ao mesmo tempo me sentindo gigante por fazer parte, de uma forma ou de outra, deste processo maravilhoso.Talvez nós, como antenas avançadas deste mega projeto CÓSMICO, tenhamos a função de colher dados, informações, experiências, sejam elas boas ou ruins, para que num eterno sonhar, O TODO se retroa-limente, se recrie e com todo o seu eterno AMOR, possa nos dar em um futuro que não tem tempo, num mundo que talvez não este, ou numa dimensão na qual nem fazemos a menor ideia, a oportunidade de, sem a máscara do ego, nos sentarmos em alguma outra praia e, de mãos dadas com a VIDA, simplesmente contem-plarmos a VIDA. Alguém poderia querer mais do que isso? Depois desta “viagem” querer contar sobre as ondas maravilhosas que estou pegando por aqui junto com grandes amigos e familiares, fica meio “merreca”, vocês não acham? Um grande abraço a todos!

C o l u n a d o D o u t o r / P o r D r . M o r o n g o

PARA LER OUVINDO:JOHANN SEBASTIAN BACH.

DOUTORCOLUNA DO

Page 24: Revista Mormaii #11

24

/// A ideia que se faz da música eletrônica direcionada ao grande público não se aplica ao trabalho de Sylvio Muller. Nada de batidas pesadas, ou exagero de sintetizadores no projeto musical que o cara iniciou há 10 anos. Inspirado pelo sapo martelo, o buiu, a marita-ca e o tucano, Sylvio criou uma nova identida-de: o DJ Dumato.

Foi da reunião de sons e imagens originários da natureza, mixados a ritmos brasileiros como bossa, embolada, percussão afrobra-sileira e a electro grooves, que se originou o som de Dumato. Em parceria com a Mormaii e a Amazon Filmes o artista foi à Amazônia e,

acompanhado de uma equipe conhecedora do local, captou frequências incríveis que ins-piraram e foram base de suas remixagens.Músico desde os anos 70, Sylvio já remixou ar-tistas como RPM e Ritchie, mas o seu interesse pelo ecossistema e os elementos primitivos o trouxeram a um trabalho sócio-ambiental.

Junto com entidades como o Parque Estadual Turístico do Alto do Ribeira, o Instituto Ami-gos da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e a Associação Serrana Ambientalista, Dumato exerce uma divulgação descontraída do traba-lho de preservação da natureza e de culturas ao redor do mundo.

#MORMAII #CONCHAACUSTICA

/// DJ DUMATO

C o n c h a A c ú s t i c a / Te x t o : J ú l i a L a n gFo

to: D

ivul

gaçã

o

clique  e

escute

Page 28: Revista Mormaii #11

28 M o r m a i i S h o p

#MORMAII #SKATE

/// SKATES MORMAII

NOTA DO ATLETA /// ALEX RIBEIRO  

“Ele  é  bem  diferente  dos  outros  skates,  totalmente  semelhante  com  o  surf,  pois  somente  o  movimento  do  

Foto

: Div

ulga

ção

Mor

mai

i

/// O skate nasceu para imitar os movimentos do surf e, com a intenção de unir os dois ainda mais, a Mormaii lançou um modelo inovador que pos-sui trucks em liga de alumínio com mola torção. Esse sistema possibilita curvas em raios menores e adquire velocidade sem precisar por os pés no

chão. Com um shape feito de madeira marfim e resina epox, ele proporciona uma sensação única de liberdade nos movimentos, simulando os do surf. O skate Mormaii é perfeito para aliar treino e diversão em dias sem ondas.

Page 30: Revista Mormaii #11

30 M o r m a i i S h o p

#MORMAII #SUP

/// STAND UP PADDLE BOARDS

Foto

: Div

ulga

ção

Mor

mai

i

/// A Mormaii quer auxiliar o desenvolvimento do stand up paddle board para quem vive na praia, ou longe dela. Por isso, desenvolveu uma linha de pranchas que atendem, desde o surf, até pas-seios em águas abrigadas. Serão 3 tipos de pran-chas de SUP Mormaii, com materiais diferencia-dos de alta qualidade e com a melhor tecnologia.

Neste conceito, uma prancha maior impulsiona-da por um remo, amplia a original sensação de deslizar em pé sobre as ondas, lagoas, represas ou aonde a imaginação te levar.Em breve, nos melhores pontos de venda e nas lojas Mormaii.

Page 32: Revista Mormaii #11

SECRET SPOTF o t o : A r q u i v o D e s t i n o A z u lTe x t o : Fa b i a n o T i s s o t

///32

Page 33: Revista Mormaii #11

/// Era uma vez um tempo onde os ho-mens viajavam por lugares distantes procurando por ouro, especiarias ou tesouros escon-didos, imaginando que assim seriam felizes um dia.Muitos pros-seguem nessa busca, enquanto outros enxegam riquezas em lu-gares ainda mais exóticos. Momen-tos mágicos em que a natureza demonstra seus mais ricos deta-lhes, enchendo de energia nossos corações, saciando a sede de surf que ela mesma nos ensinou a sentir.

Page 34: Revista Mormaii #11

2 AMIGOS E

clique

para  ver  o  

vídeo  da  

matéria

1 DESTINO

Page 35: Revista Mormaii #11

Circunavegar o globo é ter experiências remotas, vivências simples sobre como vivem os seres humanos. Entrar e sair de um portal do tempo, onde a cada milha navegada, uma nova surpresa espera você. Desbravar o azul eterno do mar e ter a linha do horizonte

como companheira de viagem é um fato que, por anos, ajudou o homem no seu processo de auto-conhecimento, mas no caso de Diogo Guerreiro e Flavio Jardim foi algo ainda

melhor, pois contribuiu para que eles surfassem algumas das melhores ondas do planeta.

/// Fotos: Arquivo Destino Azul

Page 36: Revista Mormaii #11

36 D e s t i n o A z u l / 2 A m i g o s e 1 D e s t i n o / F o t o s : A r q u i v o D e s t i n o A z u l e J a m e s T h i s t e d

Lembro quando entramos num bar em Floripa e ouvimos um colega comentar com outro: “Esses caras (nós) não vão conseguir nem sair do píer”. Nessa época só tínhamos a vontade de dar a vol-ta no mundo, não tínhamos barco, dinheiro, nem experiência. Mas fomos ingênuos o suficiente

para acreditar que vontade é o bastante. Somos livres, pássaros migratórios que podem escolher se voam todos os anos na mesma rota ou se optam por um novo recanto deste surpre-endente planeta azul.A coragem que tivemos não foi para nos lan-

“SOMOS LIVRES, PÁSSAROS MIGRATÓRIOS QUE PODEM ESCOLHER SE VOAM TODOS OS ANOS NA MESMA ROTA OU SE OPTAM POR UM NOVO RECANTO DESTE SURPRE"

ENDENTE PLANETA AZUL.”

ACREDITE Por: Diogo Guerreiro

///  Diogo  Guerreiro  no  Itusca

Page 37: Revista Mormaii #11
Page 38: Revista Mormaii #11
Page 39: Revista Mormaii #11

w w w . m o r m a i i . c o m . b r39

çar ao mar infinito e solitário, mas de soltar as amarras que nos prendem a este trem que corre inerte em um trilho tão percorrido. Quanto mais vemos o mundo, menos orgulhosos ficamos do feito que fizemos. É uma lógica inversa. Desco-brir o máximo deste universo fantástico é a coisa mais óbvia a se fazer. Mas se com essa jornada veio um copo, quiçá um balde de experiência, compartilhamos ela da seguinte forma: “Que todos furem essa bolha que nos cerca e dancem suas asas para bem longe...”

Alguém disse que não podemos julgar o mundo pelo que vemos, pois aquilo representa apenas um fragmento de milésimo de segundo na his-tória, e nada de bom resultará nesta superficial avaliação. Se não devo julgar, posso, ao menos, observar e compartilhar esses detalhes que fazem da vida algo tão especial: no Atlântico os golfinhos acompanham mais o barco do que em outros oceanos. A água do Caribe é muito clara e a beleza exuberante, mas culturalmente as ilhas foram ficando parecidas. Fernando de Noro-nha não perde em beleza para nenhum lugar do mundo. Não existe diferença entre navegar sobre uma profundidade de 500 metros ou 10.000. Custa 600 dólares para cruzar o canal do Panamá e a travessia dura dois dias. Em travessias muito longas – nossa maior foram 28 dias entre Cidade do Cabo e Garopaba – a primeira semana e a última são angustiantes, mas as outras são muito gostosas. Lê-se muito e reflete-se ainda mais quando se está navegando num barco.

Quase todas as ilhas do mundo, mesmo as mais remotas, existem pessoas. O Facebook foi a me-lhor ferramenta para manter contato com outros velejadores que conhecemos na viagem. Nas ilhas remotas, existem pessoas, mas não existe internet, e por isso para rever esses amigos só voltando pra lá... Quase morremos envenena-dos por um palmito no Reino de Tonga, ele deve-ria ter sido cozido. O maior peixe que pescamos foi um Merlin de quase 100 kg, o segundo maior peixe pesava cerca de 40 kg.

Nas Ilhas Cook existe um atol isolado de tudo, aonde todos os habitantes são descendentes de William Masters. Ele desembarcou por lá no sé-culo XIX com três esposas e dividiu a ilha em três partes. Quando estávamos lá, isolados de tudo (para se ter uma idéia, eles só recebem barcos com suprimentos uma vez por ano), comemora-mos o aniversário de 18 anos de um habitante. Foi o evento mais cerimonioso que já presencia-mos, tudo minuciosamente controlado pelo tique do relógio. Uma incoerência com o local remoto.Na costa norte da Papua Nova Guiné deve-se tomar muito cuidado com as árvores! É que elas estão boiando no mar, vivem ali em cardumes! Acostuma-se com tubarões, mas não se acos-tuma com Dragões de Komodo. O olho arde depois de surfar por 10 horas no mesmo dia. A saudade não mata, mas incomoda.

A impressão que fica de toda essa viagem é a de querer mais. A sensibilidade e a percepção do mundo e, principalmente, das pessoas, aumenta. Pousamos no Brasil novamente, nossas asas des-cansam, mas ainda não se aposentaram.

Page 40: Revista Mormaii #11
Page 41: Revista Mormaii #11
Page 42: Revista Mormaii #11

42

Você sentiu que realizou seu sonho? Ou seja, a viagem foi realmente aquilo que você esperava ou foi ainda melhor?Minhas expectativas já eram altas, mas foi ainda melhor. Principalmente no que diz respeito ao surf. Encontramos ondas incríveis e talvez nunca surfadas.

Qual foi a melhor onda que encontraram no cami-nho?Foi num secret nos Estados Federados da Micronesia.

E a melhor comida?Foi o saigo, um tipo de pirão que comemos na Pa-pua Nova Guiné.

Qual foi a navegação mais difícil que tiveram?Da República Dominicana para o Panamá enfrenta-mos ventos de 40 nós durante 3 dias, e ondas com cerca de 5 metros.

Qual foi o sentimento da chegada ao ver tantas pessoas na praia esperando vocês?Foi muito emocionante rever aqueles rostos que se mantiveram em nossa memória por toda viagem. Ainda estamos num processo de readaptação em terra firme.

Esse projeto foi inédito por circunvagar o globo em busca de ondas, ou seja, transmitiu a todos que acompanharam a trip a pura essência do surf. Há planos para um reedição em busca de lugares não visitados dessa vez?Por enquanto nosso plano é ficar um pouco em terra firme e produzir os registros da viagem, textos, fotos e vídeos.

/// ENTREVISTA COM DIOGO GUERREIRO

D e s t i n o A z u l / 2 A m i g o s e 1 D e s t i n o / F o t o s : A r q u i v o D e s t i n o A z u l e J a m e s T h i s t e d

Page 43: Revista Mormaii #11
Page 44: Revista Mormaii #11

44

///  Flavio  averiguando  o  cardápio  do  dia.

Page 45: Revista Mormaii #11

w w w . m o r m a i i . c o m . b r45

/// ENTREVISTA COM FLAVIO JARDIM

Em algum momento vocês chegaram a imagi-nar que não completariam a circunavegação?Quando estávamos passando pelo norte de Madagascar e recebemos vários relatos de pirataria na região, pensamos que perderíamos o barco e até nossas vidas nas mãos dos piratas da Somália. Foram 15 dias de vigia e agonia constante.

Precisaram usar long em algum pico?Só para mergulhos de cilindro ou para proteger dos corais, a temperatura da água estava per-feita na grande maioria dos lugares.

Qual foi a navegação mais difícil que tiveram?Foi de Papua Nova Guiné até a Indonésia, com ventos e correnteza contrários. Perto da Linha do Equador o vento varia muito e não é tão agradável para velejar.

Se você pudesse escolher algum dos lugares visitados pra morar pelo resto da sua vida, qual seria?Cape Town, na África do Sul, por ser uma ci-dade que tem tudo e não é perigosa. Também tem um excelente velejo de wind e kite, assim como um ótimo surf.

Há planos para um reedição?Daqui um tempo adoraria ir conhecer novos lugares, novas culturas e ondas. Há a Namíbia, Marrocos, Nova Zelândia, Austrália, e muitos outros lugares com boas ondas que ainda não conhecemos. Mas acho que não somos bem vindos por aqui, pois todos só perguntam quan-do vai ser a próxima viagem (risos).

Page 46: Revista Mormaii #11
Page 47: Revista Mormaii #11
Page 48: Revista Mormaii #11

volta  ao  mundo  cheia  de  aventuras  e  histórias  pra  contar.

Page 49: Revista Mormaii #11
Page 51: Revista Mormaii #11

Criado em Florianópolis, Marcos Gabriel da Silveira respira e vive sobre o skate, e foi assim que ele via-

jou o mundo, fez muitos amigos e conquistou garotas por onde passou.

Saiba mais sobre a história do brasileiro Campeão Italiano de 2010, sua primeiras lembranças com o

carrinho e o sentimento que o mantém cada vez mais confiante na busca dos seus sonhos.

SKATENÃO  TEM  HORA

Page 52: Revista Mormaii #11

52 S k a t e n ã o t e m h o r a

Por: Marcos Gabriel

Não me recordo bem qual foi a primeira vez que vi um skate na minha vida. Desde pequeno, moran-do em Florianópilis, Santa Catarina, eu comecei a ver muita coisa ao meu redor e de alguma maneira sempre tive o surf e o skate por perto.

Meu primeiro contato foi com oito anos, ali eu co-mecei a andar e não parei mais. Pedia empresta-do porque não tinha grana para ter o meu, então pegava o dos meus amigos. Isso para mim nunca foi problema porque sempre tinha uma galera por perto e estávamos o tempo todo juntos, prontos para rodar por aí e nos divertir. Certa vez incomo-dei tanto a minha vó que ela foi no camelô e com-prou um com rodinha “rala coco”, com certeza o melhor carrinho do mundo para mim.

F o t o : R a f a R o c h a

F o t o : R a f a R o c h a

F o t o : R a f a R o c h a

Page 53: Revista Mormaii #11

w w w . m o r m a i i . c o m . b r53

F o t o : A r q u i v o P e s s o a l

Page 54: Revista Mormaii #11
Page 55: Revista Mormaii #11

F o t o : R a f a R o c h a

Page 56: Revista Mormaii #11

F o t o : R a f a R o c h a

Page 57: Revista Mormaii #11
Page 59: Revista Mormaii #11

w w w . m o r m a i i . c o m . b r59

“SKATE NÃO TEM HORA, LOCAL OU PADRÃO DE MANOBRAS, O QUE VALE É ANDAR COMO VOCÊ PREFERIR.”

Aquilo mudou muita coisa e foi um começo na mi-nha vida. Foi ele que me ensinou e me deu tudo que eu conquistei e conheci. Algumas coisas são assim, nascem de onde menos se espera.

Não importa se for half, bowl, street ou na rua descendo ladeira, a essência é andar em qual-quer terreno. Sempre optei por ir onde meus amigos estavam e a sessão pegava fogo, e foi isso que me tornou overall.

Skate não tem hora, local ou padrão de mano-bras, o que vale é andar como você preferir. O próprio surf é um exemplo disso e também ser-

ve de inspiração. Hoje em dia tem muita gente que está começando a andar e se esquece dessarelação, que é importantíssima. O skate veio do surf e eles sempre vão estar ligados.

E assim a história se renova. Quando eu vejo um molequinho iniciando, dando as primeiras canela-das, eu lembro como éramos, e de como é bomesse começo onde tudo é novidade e tu fica o dia inteiro só andando, sem preocupação. Com certe-za essa é a melhor sensação que existe e no fundo é ela que nos guia até hoje, andar de skate sem pensar em mais nada.

F o t o : A d r i a n o R e b e l o

Page 62: Revista Mormaii #11

F o t o : P i e t r o C a p a r r o t t aF o t o : P i e t r o C a p a r r o t t a

F o t o : A r q u i v o P e s s o a l

Page 63: Revista Mormaii #11

F o t o : A r q u i v o P e s s o a l

Page 64: Revista Mormaii #11
Page 65: Revista Mormaii #11
Page 66: Revista Mormaii #11
Page 67: Revista Mormaii #11
Page 68: Revista Mormaii #11

68 B i g S U P H a w a i i / F o t o s : J a m e s T h i s t e d

EM SEU ANO DE ESTRÉIA NO

ARQUIPÉLAGO, ALEXANDRE TAKEO

CONQUISTOU MUITO MAIS QUE UM NONO

LUGAR EM SUNSET, NA PRIMEIRA ETAPA DO

STAND UP WORLD TOUR DE 2011. GANHOU

O RESPEITO E A ADMIRAÇÃO DE TODOS

QUE ACOMPANHARAM SEU TALENTO E

DEDICAÇÃO PARA SURFAR, SEM MEDO,

ONDAS DE CALIBRE COMO OFF-THE-WALL

E, EM ESPECIAL, PHANTOMS.

/// O SUP é um esporte novo que, a cada dia, ganha adeptos de todas as gerações ao redor do mundo, evoluindo rapidamente e superando seus próprios limites, inclusive no universo das ondas grandes. Magrinho é a prova perfeita disso, kitesurfer por natureza ele come-çou a remar nos dias sem vento para melhorar seu preparo físico, mas logo pegou gosto pelos pranchões e virou atleta profissional.

Em 2010, na Praia de Ibiraquera, San-ta Catarina, durante o Mormaii IWC, Magrinho surpreendeu o Tour vencen-do o trials com uma linha progressiva, entrando pela porta da frente no evento principal e recebendo um convite exclu-sivo para correr a última etapa do ano na Big Island havaiana. Com um surf arro-jado ele foi até as quartas de final, onde bateu de frente com Kay Lenny (atual campeão do mundo).

///

Page 70: Revista Mormaii #11
Page 71: Revista Mormaii #11
Page 72: Revista Mormaii #11

72 B i g S U P H a w a i i / F o t o s : J a m e s T h i s t e d

Page 73: Revista Mormaii #11

w w w . m o r m a i i . c o m . b r73

Ademais, ao final desta tempora-da, Alexandre Takeo provou que vive definitivamente a vanguarda do esporte, competindo de igual para igual com a elite do World Tour e puxando os limites da evo-lução nas ondas grandes.

Se o Havaí é o cenário perfeito para o aprendizado e auto-co-nhecimento de um surfista, onde o medo e a coragem são postos à prova, Magrinho recheou sua bagagem com boas lembranças, confiança e espírito aloha.

“NO HAVAÍ, MAGRINHO RECHEOU SUA BAGAGEM COM BOAS LEMBRANÇAS, CONFIANÇA E ESPÍRITO ALOHA.”

Page 74: Revista Mormaii #11

ENSAIOMORMAIIF o t o s : M i c h e l e C r u zM o d e l o : L e t í c i a d e S o u z a

///74

Page 82: Revista Mormaii #11

IMAGENSF o t o : J a m e s T h i s t e d

///82

Page 83: Revista Mormaii #11
Page 84: Revista Mormaii #11

F o t o : J a m e s T h i s t e d

Page 85: Revista Mormaii #11

F o t o : J a m e s T h i s t e d

F o t o : J a m e s T h i s t e d

Page 86: Revista Mormaii #11

86 I m a g e n s / F o t o s : A r q u i v o D e s t i n o A z u l

Page 87: Revista Mormaii #11

w w w . m o r m a i i . c o m . b r87

Page 88: Revista Mormaii #11

88 ROOTSF o t o : A r q u i v o D e s t i n o A z u l

///88

Page 89: Revista Mormaii #11
Page 90: Revista Mormaii #11
Page 91: Revista Mormaii #11
Page 92: Revista Mormaii #11

92 M o r m a i i A r t s / A r t i s t a : F e l i p e “ N e b ”

MORMAIIARTS

FELIPE“NEB”

Felipe Neb tem desenhos inspirados nos elementos da natureza com atributos surreais,

relacionados a música e esportes de ação.

Atualmente, ele também desenvolve atividades paralelas, é proprietário de um

estúdio/produtora de shows chamado Green Room Studio e toca bateria na banda de

punk rock Pernalonga.

O processo criativo é natural, quando pinta a inspiração ele coloca um

som e mãos à obra. Apesar das influências externas, o que desenvolveu seu traço e estilo foi a inspiração nos cartoons e uma

revista em especial, chamada “Combate no Vietnã”, além do gosto por surf, som, punk,

skate e cultura psicodélica.

Page 93: Revista Mormaii #11

w w w . m o r m a i i . c o m . b r93

Para ver mais trabalhos do “Neb”,

veja  mais  artes

Page 94: Revista Mormaii #11

94

MORMAIIEARLY DAYS

/// Saindo do zero absoluto, o extremo nada, o Universo um dia se expandiu em um grande Big Bang! Foi crescendo até se tonar tudo isso que maravilho-samente nos rodeia. Portanto, nunca poderia ser surpresa que todos nós, partes deste mesmo Universo, tenhamos estes mesmos potenciais de “fazer as coisas acontecerem”. Esta foto é prova de que mesmo em uma casinha de madeira, sem água encanada e sem luz elétrica, poderemos

estar iniciando um projeto, um sonho ou mesmo um grande negócio. Apenas temos que ter a confiança, acreditar no sonho, viver o sonho e persistir no sonho. Ele mais cedo ou mais tarde vai se realizar. O Universo é mágica e misterio-samente “sonhado” todos os dias, ele é feito de sonhos e nós também não estamos vivendo, nada mais nada menos, do que aquilo que sonhamos para nós mesmos.

e sua ex-esposa

primeiras roupas Mormaii,

madeira à beira do mar,

E a r l y D a y s / Te x t o : M o r o n g o

Foto

: Arq

uivo

Mor

mai

i