Revista Mundo Fiat 107

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REVISTA DO GRUPO FIAT DO BRASIL NÚMERO 107 - FEV/MAR 2011 A nova organização global do Grupo Fiat Betim comemora três milhões de veículos exportados Iveco investe em cadeia de fornecedores Máquinas da CNH nas obras da Copa Magneti Marelli ganha prêmio de sustentabilidade Comau diversifica atuação Fiat patrocina time do América Os campeões do Racing Festival As mulheres assumem o comando Empenho coletivo para ajudar as vítimas das chuvas Caravana Siga Bem chega a Sete Lagoas Alunos recebem o Prêmio Fiat de Educação Obras da bienal de arte percorrem o país MULHERES AO VOLANTE

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Colaboração: editora-executiva

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REVISTA DO GRUPO FIAT DO BRASILNúmERO 107 - FEV/mAR 2011

A nova organização global do Grupo Fiat • Betim comemora três milhões de veículos exportados • Iveco investe em cadeia de fornecedores • máquinas da CNH nas obras da Copa • magneti marelli ganha prêmio de sustentabilidade • Comau diversifica atuação • Fiat patrocina

time do América • Os campeões do Racing Festival • As mulheres assumem o comando • Empenho coletivo para ajudar as vítimas das chuvas • Caravana Siga Bem chega a Sete Lagoas

• Alunos recebem o Prêmio Fiat de Educação • Obras da bienal de arte percorrem o país

mULHERES AO VOLANTE

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por Cledorvino Belini*

o Brasil, sem dúvida, mudou de patamar nos últimos anos, consolidando os fundamentos de uma economia estável, promissora e atraente, combinados com uma política social ativa de redução da pobreza e de melhor distribuição da renda. O resultado deste processo virtuoso

é um país mais respeitado no cenário internacional e preparado para um ciclo de desenvolvimento sustentável, cuja extensão dependerá das prioridades que estabelecermos agora e formos capazes de implementar com eficiência nos próximos anos.

O estágio que já alcançamos foi sustentado no período recente por medidas de estímulo ao con-sumo, pelo incremento do crédito e retomada do investimento. Ocorre, porém, que tal estratégia en-contra seu limite nas deficiências ainda remanescentes na própria economia, que emite sinais de risco inflacionário em decorrência de seu aquecimento. O desafio que a realidade nos impõe é definir a via sustentável para a expansão da infraestrutura, do investimento, da geração de riqueza e do combate à pobreza. Trata-se de superar os traços de subdesenvolvimento que ainda aprisionam o Brasil.

O exemplo histórico de outras nações mostra que expandir a produção industrial e a produção agropecuária não são condições suficientes para a consolidação de um novo patamar de desenvol-vimento. O fator decisivo está na inovação e na disseminação de novas tecnologias, capazes de assegurar o progresso técnico em todo o tecido econômico. Esta foi a chave para a expansão dos países desenvolvidos a partir da Revolução Industrial e também para os casos recentes de sucesso de países asiáticos, entre os quais a Coreia do Sul e a China.

Assim, está na ordem do dia constituir bases inovadoras para pensar a inovação. É preciso criar novos paradigmas para estabelecer uma aliança estratégica entre governo, setor produtivo e geração do conhecimento, seja proveniente de universidades, institutos ou centros de pesquisa públicos e pri-vados. Pensar a inovação, porém, é mais do que desenvolver tecnologia. Seus efeitos são abrangentes e devem ser absorvidos em três níveis estratégicos: o setor produtivo, o governo e a sociedade.

Para o setor produtivo, a inovação, como motor do progresso técnico, é o fundamento da com-petitividade e, portanto, da capacidade de perpetuar-se, de gerar riqueza e de conquistar mercados mesmo em um cenário global altamente concorrencial.

No nível do governo, a prioridade é inovar na gestão do gasto público, na administração do custeio e do investimento, fazendo mais com menos. Não podemos perder de vista a necessidade de conciliar responsabilidade fiscal com os enormes desafios de investimento em infraestrutura, necessários à preparação do Brasil para a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Além de ca-pacidade administrativa, tal desafio requer talento para articular a escala de prioridades nos níveis federal, estadual e municipal, para que os investimentos públicos em curso deixem um legado de planejamento urbano, infraestrutura e equipamentos públicos de qualidade.

Finalmente, a sociedade deve apropriar-se da inovação, através do aprofundamento das políticas públicas de redução da pobreza e, sobretudo, de investimentos maciços na qualidade da educação pública, para que todos os cidadãos, independente de sua origem social e econômica, tenham acesso pleno às oportunidades de realização pessoal e profissional.

Este é o caminho do desenvolvimento sustentável.

* Presidente do Grupo Fiat para a América Latina

A superação do subdesenvolvimento

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EXPEDIENTE Mundo Fiat é uma publicação da

Fiat do Brasil S/A, destinada aos stakeholders das empresas do grupo no Brasil.

www.eticagrupofiat.com.br

FIAT DO BRASIL S/APresidente: Cledorvino Belini

MONTADORASFIAT AUTOMÓVEIS

Presidente: Cledorvino BeliniCASE NEW HOLLAND

Presidente: Valentino RizzioliIVECO LATIN AMERICAPresidente: Marco Mazzu

COMPONENTESFPT – POWERTRAIN TECHNOLOGIES

Superintendente: Franco CiranniMAGNETI MARELLI

Presidente: Virgilio CeruttiTEKSID DO BRASIL

CEO Nafta e Mercosul: Rogério Silva Jr.SISTEMAS DE PRODUÇÃO

COMAUSuperintendente: Alejandro Solis

SERVIÇOS FINANCEIROSBANCO FIDIS

Superintendente: Gunnar MurilloBANCO CNH CAPITAL

Superintendente: Derci AlcântaraFIAT FINANÇAS

Superintendente: Gilson de Oliveira CarvalhoSERVIÇOS

FIAT SERVICESSuperintendente: José Paulo Palumbo da Silva

FIAT REVISuperintendente: Davide Nicastro

FIDES CORRETAGENS DE SEGUROSSuperintendente: Marcio Jannuzzi

FAST BUYERSuperintendente: Valmir Elias

ISVORSuperintendente: Márcia Naves

ASSISTÊNCIA SOCIAL FUNDAÇÃO FIAT

Diretor-Presidente: Adauto DuarteCULTURA

CASA FIAT DE CULTURAPresidente: José Eduardo de Lima Pereira

EDUCAÇÃOFUNDAÇÃO TORINO

Presidente: Raffaele PeanoCOMITÊ DE COMUNICAÇÃO

Alexandre Campolina Santos (Fiat Services ), Ana Vi-lela (Casa Fiat de Cultura), Pollyane Bastos (Teksid), Cristielle Pádua (Fundação Torino), Cláudio Ra-wicz (FPT – Powertrain Technologies), Elena Mo-reira (Fundação Fiat), Fabíola Sanchez (Magneti Marelli), Fernanda Palhares (Isvor), Guilherme Pena (Fiat Automóveis), Jorge Görgen (CNH), Marco Antônio Lage (Fiat Automóveis), Marco Piqui-ni (Iveco), Milton Rego (CNH), Othon Maia (Fiat Automóveis), Renata Ramos (Comau) e Roberto Baraldi (Fiat do Brasil).Jornalista Responsável: Marco Antônio Lage (Diretor de Comunicação da Fiat). MTb: 4.247/MGGestão Editorial: Margem 3 Comunicação Es-tratégica. Editores-Executivos: Frederico Alber-ti e Juliana Garcia. Colaboraram nesta edição: Adriana Bernardino, Carlos Henrique Ferreira, Daniel Prado, Flávio Ilha, Frederico Machado, Frederico Tonucci, Helena Lima, Lilian Lobato e Michelle Leal. Projeto Gráfico e Diagramação: Sandra Fujii. Produção Gráfica: Ilma Costa. Impressão: EGL - Editores Gráficos Ltda. Tira-gem: 19.500 exemplares. Redação: Rua Oriente, 445 – Serra – CEP 30220-270 – Belo Horizonte – MG – Tel.: (31) 3261-7517.Fale conosco: [email protected] Para anunciar: José Maria Neves (31) 3297-8194 – (31) 9993-0066 – [email protected]

Estar ao volante sempre foi uma boa metáfora para o ato de assumir o comando, de traçar o próprio des-tino, escolher caminhos ou guiar a si mesmo. É um

sinônimo recorrente de liberdade e de capacidade de esco-lha. Até algum tempo atrás, entretanto, estar ao volante era uma imagem associada essencialmente ao universo masculino, como se as mulheres não pudessem gozar de plena autonomia em suas vidas ou não compartilhassem da paixão por automóveis.

Felizmente, estas concepções estão ficando para trás, desaparecendo no retrovisor. As mulheres ocupam espa-ço cada vez maior no universo acadêmico e profissional, no comando das famílias e dos negócios, nas decisões de consumo e na formação da opinião pública. Uma mulher, pela primeira vez na história, tem nas mãos o volante do Brasil, mostrando, principalmente às novas gerações, que estamos construindo um país em que as oportunidades de-vem estar democraticamente ao alcance de todos, indepen-dentemente de gênero.

A ampliação do espaço feminino é um dos temas desta edição de Mundo Fiat, que conta a história de mulheres apaixonadas por automóveis e de pioneiras que trabalham em oficinas mecânicas ou dirigem caminhões e máquinas agrícolas como profissionais exemplares.

No campo dos negócios, esta edição explica a nova es-trutura global do Grupo Fiat, desde o início deste ano di-vidido em duas holdings: a Fiat SpA e a Fiat Industrial. A primeira concentra o segmento de automóveis, comerciais leves, autopeças, componentes e serviços; a segunda reúne a produção de caminhões, máquinas agrícolas, de constru-ção e motores industriais. A nova estrutura não alterou a rotina das empresas no Brasil, onde o ritmo se acelera para responder ao mercado em expansão.

A Fiat deu início ao seu maior ciclo de investimentos em seus 35 anos de Brasil, que vai somar R$ 10 bilhões até 2014 e elevar a capacidade de produção de automóveis e comerciais leves dos atuais 800 mil para 1,15 milhão de unidades anuais. A Iveco trabalha para estruturar um condomínio de fornecedores estratégicos junto à fábrica de Sete Lagoas (MG), o que dinamizará seu processo produ-tivo, enquanto a CNH acelera seu ritmo no embalo das sa-fras agrícolas crescentes e das obras de infraestrutura esti-muladas pela Copa de 2014 e pelas Olimpíadas de 2016.

Boa leitura!

* Diretor de Comunicação Corporativa do Grupo Fiat

Mulheres na direçãopor MArCo AnTônio lAge*

06 Grupo Fiat GrUpo FiAt rEorGANizA-SE EM DUAS holDiNGS, FiAt SpA E FiAt iNDUStriAl A cisão dos negócios traz clareza estratégica e financeira aos dois grandes setores de atuação, contribuindo para seu desenvolvimento

11 Exportação MArCA hiStÓriCA Fábrica de Betim comemora a marca de três milhões de veículos exportados e investe no aumento da comercialização com o mercado internacional

1� Fornecedores CoNDoMíNio ivECo iveco investe em polo de fornecedores junto à fábrica de Sete lagoas

16 Equipamentos CNh NA CopA 2014 Equipamentos da empresa são utilizados pelas construtoras nas obras de reforma e construção dos estádios do mundial de futebol

22 Sustentabilidade GrEEN ENGAGEMENt Conceito Green Engagement vai nortear o trabalho na Magneti Marelli, aprofundando a união entre tecnologia e responsabilidade ambiental

28 Negócios CoMAU DivErSiFiCA AtUAção Empresa cria nova área de atuação de olho nas oportunidades em obras de infraestrutura no país

29 Negócios FiAt é A NovA pAtroCiNADorA Do AMériCA Fabricante e América celebram o maior contrato de patrocínio da história do clube, que em 2011 retorna à primeira divisão do futebol brasileiro

�� Esporte oS CAMpEÕES Do rACiNG FEStivAl Etapa de encerramento da primeira temporada da competição reuniu bom público no rio Grande do Sul

�6 Capa AS MUlhErES No CoNtrolE Cresce o número de mulheres nos volantes de automóveis, caminhões e máquinas agrícolas

60 Doações AjUDA hUMANitáriA Colaboradores das empresas Fiat se mobilizam na arrecadação de doações para regiões atingidas pelas chuvas

61 Direitos iguais FUNDAção toriNo trABAlhA pElA ACESSiBiliDADE há mais de uma década, a instituição desenvolve ações para facilitar a mobilidade de pessoas com necessidades especiais

62 Siga Bem CArAvANA SoCiAl EM SEtE lAGoAS projeto que percorre o Brasil realiza ações de conscientização e entretenimento aos colaboradores da fábrica da iveco

6� Educação prêMioS AoS AlUNoS ExEMplArES Em sua 14ª edição, prêmio Fiat de Educação distribui mais de r$ 600 mil aos filhos de funcionários com melhor desempenho escolar e acadêmico

70 perfil MárCiA tiBUri A filósofa e comunicadora Marcia tiburi analisa a questão do autoconhecimento em série de debates na Casa Fiat de Cultura

7� Cultura BiENAl DE ArtE pErCorrE o pAíS obras selecionadas da última bienal de arte contemporânea de São paulo serão expostas em 12 cidades brasileiras

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T Grupo Fiat reorganiza-se em duas holdings, Fiat SpA e Fiat industrialA cisão dos negócios traz clareza estratégica e financeira aos dois grandes setores de atuação, contribuindo para seu desenvolvimento

re, New Holland Construction, Steyr, Kobelco, CNH Parts & Service,  CNH Capital, Iveco, Iveco Irisbus, Iveco Astra, Iveco Magirus, Iveco Defence Vehicles e FPT Industrial.

Ambas as holdings passaram a ser cotadas separadamente na Bol-sa Italiana a partir de 3 de janeiro, primeiro dia útil do ano, e cada qual conta com diretoria própria. Comuni-cado do Grupo justifica que a cisão dos negócios traz clareza estratégica e financeira aos dois grandes setores de atuação, contribuindo para seu desenvolvimento.

A cisão do Grupo Fiat em duas holdings não afetou em termos ope-racionais a rotina das empresas no Brasil e na América Latina. A Fiat do Brasil S.A., constituída em 1947 e a empresa mais antiga do grupo no Brasil, é a representante, no país, da holding Fiat SpA e presta serviços em suas diversas áreas de atuação à Fiat Industrial SpA. A Fiat do Brasil S.A., presidida por Cledorvino Beli-ni, tem a função de representação institucional perante as autoridades governamentais, comunicação cor-porativa, auditoria interna, treina-mento, contabilidade, normatização e gestão das áreas fiscal e tributária, metodologia, folha de pagamento e outras atividades de suporte às ope-rações de 19 empresas, divisões, as-sociações e fundações.

A Fiat aumentou em janeiro sua participação no capital da Chrysler group llC de 20% para 2�%, em consequência de haver cumprido ple-namente o primeiro dos três Performance events previstos no acordo operacional de 10 de junho de 2009, que estabeleceu a aliança estratégica global entre ambos os grupos. A cada Performance event plenamente cumprido, a participação da Fiat na Chrysler group ascende �%. o aumento de parti-cipação decorreu da obtenção, pela Chrysler, das necessárias autorizações regulamentares para a produção dos motores Fire (Fully integrated ro-botized engine), com tecnologia Fiat, na fábrica de dundee (Michigan, estados Unidos).

o segundo compromisso da Fiat é ampliar as vendas da Chrysler group exteriores ao nafta (Ca-nadá, estados Unidos e México ), estabelecendo acordos de distribuição de seus veículos na Amé-rica do Sul. Finalmente, Fiat terá direito a receber a terceira tranche de �% do capital da Chrysler quando for homologada nos estados Unidos a produção de um automóvel baseado em platafor-ma Fiat com eficiência energética de pelo menos �0 mpg (milhas por galão), o equivalente a 17 qui-lômetros por litro de combustível.

o mesmo acordo também assegura à Fiat o direito de uma ulterior aquisição de participação equivalente a 16% do capital da Chrysler, por meio de mecanismo denominado “incremental equity Call option”, que resultaria no controle de �1% do grupo norte-americano.

Maior participaçãona Chryslero Grupo Fiat estrutura-se, desde

o início deste ano, com nova organização societária global

e passa a contar com duas holdings, a Fiat SpA e a Fiat Industrial SpA, que aglutinam as demais empresas operacionais e de serviços do grupo, conforme o setor de atuação.

A Fiat SpA compreende a produ-ção de automóveis e veículos comer-ciais leves, seus motores e componen-tes, bem como empresas de serviços. A Fiat Industrial SpA abrange o setor de caminhões, veículos industriais, máquinas agrícolas, de construção e seus respectivos motores e transmis-sões, e também motores de uso marí-timo e industriais.

Assim, a Fiat SpA passou, a partir de janeiro deste ano, a reu-nir as marcas da FGA – Fiat Gru-po Automobiles, que são Fiat, Fiat

Professional, Alfa Romeo, Lancia e Abarth, além das marcas Ferrari e Maserati. Esta holding também con-grega a Magneti Marelli (autopeças e componentes), Teksid (fundidos), Comau (automação e serviços) e FPT-Powertrain Technologies (moto-res e transmissões para automóveis e comerciais leves), além das empre-sas de serviços do Grupo. A aliança estratégica global estabelecida entre a Fiat e a Chrysler também está no âmbito da Fiat SpA, englobando as marcas Chrysler, Dodge, Jeep, Mopar e Ram Truck.

A Fiat Industrial SpA reúne a Ive-co, CNH-Case New Holland e a área de transmissões e motores para estes veículos e uso industrial da FPT, con-gregando globalmente as seguintes marcas: Case IH, Case Construction Equipment, New Holland Agricultu-

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As novas logomarcas

que identificam as duas

holdings do Grupo Fiat

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A Fiat Automóveis deu início ao maior ciclo de investimento de sua história de 35 anos no Brasil. Serão investidos R$ 10 bilhões entre este ano e 2014, sendo R$ 7 bilhões em Minas Gerais e R$ 3 bilhões em Per-nambuco. Ao final deste ciclo, a ca-pacidade de produção da Fiat no Bra-sil será aumentada em mais de 40%, dos atuais 800 mil para 1,15 milhão de automóveis e comerciais leves por ano, posicionando estrategicamente a marca em um mercado que deve continuar em expansão.

A fábrica de Betim, em Minas Ge-rais, terá sua capacidade de produção ampliada dos atuais 800 mil automó-veis e comerciais leves por ano para o

Fiat inicia maior ciclo de investimento no Brasil

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A capacidade de produção de Betim aumentará de 800 mil para 950 mil automóveis e comerciais leves por ano

patamar de 950 mil unidades. O acrés-cimo de capacidade significa, na prá-tica, o equivalente à implantação de uma nova fábrica no interior da plan-ta atual. Além disto, os investimentos alocados em Betim destinam-se ao desenvolvimento de novos produ-tos, processos e tecnologias. Já estão avançando os estudos para definição das obras físicas e dos sistemas tecno-lógicos a serem adotados nas novas instalações industriais de Betim.

Paralelamente, foi lançada a pe-dra fundamental da fábrica da Fiat no Complexo Industrial Portuário de Su-ape, na Região Metropolitana do Re-cife, a segunda planta da empresa no Brasil. A cerimônia oficial, em 28 de

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Grandes empresas são construí-das com grandes feitos. O mais recente alcançado pela Fiat foi

a expressiva marca de três milhões de automóveis exportados pela fábrica de Betim, comemorada em outubro do ano passado.

Desde a inauguração da unidade, em 1976, veículos foram vendidos para mais de cem países. Atualmen-te são 30 destinos na América Latina, Europa, África e Oriente Médio.

Um dos segredos do sucesso das vendas internacionais, conforme ex-plica o gerente sênior de Mercado Ex-terno da Fiat, Euler Teodoro Ervilha, é o empenho da empresa em conhecer a fundo e se adaptar às diferenças le-gais, econômicas e culturais de cada país. “Estamos sempre atentos às exigências locais e cuidamos de todo o processo. Acompanhamos desde

Fiat além das fronteirasFábrica de Betim comemora a marca de três milhões de veículos exportados e investe no aumento da comercialização com o mercado internacional

por FrederiCo MAChAdo

a nomeação do importador, que vai atuar no mercado local, até o pós-venda”, explica.

Por isso, os automóveis vendidos lá fora recebem adaptações que os diferenciam dos comercializados no Brasil, como os modelos destinados aos países que utilizam a “mão ingle-sa” (motorista fica do lado direito). Os veículos Flex, que hoje imperam no mercado nacional, são outro exemplo. Eles requerem uma calibração dife-rente porque, à exceção do Paraguai, os outros países só vendem gasolina pura, sem mistura de etanol.

Os veículos para exportação pas-sam pela mesma linha de produção dos voltados para o mercado interno. De Betim, eles são levados, em carre-tas, até os portos do Rio de Janeiro (RJ) e de Santos (SP). Por semana, três ou quatro navios deixam o Brasil.

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Euler Ervilha e Carlos

Eugênio Dutra: empenho

em conhecer a fundo

diferenças culturais,

econômicas e políticas de

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dezembro, reuniu o então presiden-te da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o CEO mundial do Grupo Fiat, Sergio Marchionne, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e o presidente da Fiat na América Lati-na, Cledorvino Belini.A fábrica terá capacidade de produção de 200 mil veículos por ano, a partir de 2014. Os investimentos abrangem a cons-trução de um Centro de Pesquisa & Desenvolvimento e a implantação de um amplo programa de treinamento de recursos humanos para operar o novo empreendimento.

Este ciclo de investimentos da Fiat no Brasil representa, segundo o CEO mundial do grupo, um passo muito importante dentro da estratégia de reforço internacional da empresa. “O Brasil, onde até 2014 pretendemos atingir uma volume de vendas de mais de um milhão de veículos por ano, é uma região estratégica para a nossa expansão. Nosso Grupo objeti-va também contribuir para o desen-volvimento econômico, tecnológico e industrial do Brasil, no qual estamos presentes com a fabricação de auto-móveis há quase 40 anos”, disse Ser-gio Marchionne. Ele acrescentou que o País é, hoje, um dos lugares do mundo

em que os investimentos encontram o ambiente mais seguro e promissor. “O Brasil tem sólidas bases econômicas, um mercado interno muito forte e tem demonstrado que sabe reagir com de-cisão e rapidez diante de uma crise internacional”, destacou.

O presidente do Grupo Fiat para a América Latina, Cledorvino Belini, assinalou que o maior ciclo de inves-timentos da Fiat no Brasil continuará a contribuir para o desenvolvimento industrial, econômico e social de Mi-nas Gerais, como vem ocorrendo há décadas, ao mesmo tempo em que também contribuirá para o desenvol-vimento regional de Pernambuco e do Nordeste, como eixo de um novo polo industrial. Trata-se de uma contribui-ção à desconcentração do desenvol-vimento e da indústria no território brasileiro, com reflexos positivos para toda a economia nacional.

Marchionne acrescentou que o Grupo Fiat sente o dever de promo-ver, juntamente com o crescimento dos negócios, também o crescimen-to da região e da sociedade na qual opera. “Esse é o único modo, em mi-nha opinião, em que os resultados econômicos têm realmente valor”, enfatizou.

O então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com o governador do Pernambuco, Eduardo Campos;Sergio Marchionne, CEO mundial do Grupo Fiat; e o presidente da Fiat na América Latina, Cledorvino Belini, no anúncio oficial da fábrica de Pernambuco

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linhA de FrenTeUma equipe de 30 pessoas cuida es-

pecificamente de gerenciar as exportações da fábrica de Betim e também de Córdo-ba, na Argentina, além da comercializa-ção de carros oriundos da Europa para os mercados importadores na América Latina e no Caribe. A chamada Área de Desenvolvimento de Negócios Mercado Externo trabalha em conjunto com ou-tros setores da empresa. E fazer negócios do outro lado do mundo requer atenção e preparo. Além do fuso horário e do idio-ma, é necessário respeitar a diversidade de cada mercado. “Buscamos entender a

cultura dos clientes estrangeiros, o que vai determinar o nosso comportamento em encontros e reuniões”, conta o ana-lista de Vendas, Paulo Lodi.

A empresa está atenta também às di-ferenças nas legislações para exportação de veículos pelo mundo. E para obedecer ao que está nas leis locais, a Fiat con-ta com profissionais da área de Servi-ços Técnicos Legislativos e Normativos (STLN), alocada em São Paulo. “Ainda que haja pontos em comum nessa legis-lação em alguns países, cada lugar tem suas características próprias”, explica Vilson Tolfi, especialista de Engenharia do Produto, que atua nas homologações dos veículos para o mercado externo.

O bom trabalho nesse setor tornou a Fiat base de informações consultada até por governos. “Nosso relacionamen-to com o governo chileno é muito bom. Prova disso é que eles buscam nosso res-paldo sempre que vão fazer alguma alte-ração na lei. A Itália também nos consul-ta para exportar carros para a América Latina e Caribe”, finaliza.

dePoiS dA TeMPeSTAde, nAdA de CAlMAriAO grande desafio da Fiat é chegar ao

número de cem mil carros exportados por ano. “Queremos firmar nossa presença como uma marca importante e consoli-dada, como é no Brasil, em outros países, principalmente na América Latina”, ex-plica o diretor de Planejamento e Estraté-gia do Produto e de Desenvolvimento de Negócios Mercado Externo, Carlos Eugê-nio Dutra. Para ele, a exportação é uma alternativa boa e viável para a empresa e a presença da fabricante nesses países possibilita que, em longo prazo, sua atu-ação seja intensificada.

Com o reaquecimento do mercado mundial após a crise econômica, no-vas oportunidades de exportação estão aparecendo. E para aproveitá-las, a Fiat criou, no ano passado, o Projeto de Com-petitividade Integrado (PCI) da Exporta-ção. Um grupo de quase 30 profissionais de diversas áreas estuda ideias para se alcançar a meta.

“Além de retomar o mercado, preci-samos incrementar novas estratégias co-merciais e de produtos, aproveitando esse momento para darmos um salto e con-quistarmos mais espaço”, revela Dutra.

E um dos veículos que pode alavan-car as vendas fora do país é o Novo Uno, que passou a ser exportado em setem-bro do ano passado. Além dos países da América Latina e Caribe, o Novo Uno será levado para o norte do continente africano, em especial Tunísia, Argélia e Marrocos. Outro mercado em vista é o Egito, país com o qual o Mercosul re-centemente assinou um tratado de livre comércio.

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para dinamizar o processo pro-dutivo e contribuir para a conti-nuidade da franca expansão da

fábrica de Sete Lagoas (MG), a Iveco Latin America passará a contar, até o final do ano, com um condomínio de fornecedores integrado ao seu com-plexo industrial.

Em uma primeira fase, o condomí-nio receberá 14 empresas de autopeças para montar subconjuntos e entregá-los no sistema just in time às linhas de

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iveco traz fornecedores para junto da fábricaobjetivo é diminuir a distância em relação às principais empresas fornecedoras, agilizando a entrega das peças

por liliAn loBATo

O diretor de Comunicação da em-presa, Marco Piquini, adianta que al-guns dos fornecedores já foram defini-dos, mas os contratos ainda não foram assinados. “Há no país um universo reduzido de empresas de autopeças e a escolha para a instalação no condo-mínio aconteceu de forma natural e, ao mesmo tempo, seletiva. Esse é um grande passo na criação de mais um polo automotivo em Minas Gerais”, afirma. Uma segunda fase já está pre-vista, mas ainda não foi definida uma data para ser implementada.

O condomínio será instalado em um terreno de 2,3 milhões de metros quadrados, área pertencente à Ive-co, na rodovia MG 238, que liga Sete Lagoas à Jequitibá. Na primeira fase, será demandada uma área de 156 mil metros quadrados, sendo 95 mil de área reservada às empresas que ade-riram ao projeto.

Segundo Marco Piquini, o condo-mínio de fornecedores é resultado de um acordo entre a Iveco e a Compa-nhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), que será responsá-vel pelas obras de terraplenagem, pa-vimentação, saneamento básico, dre-nagem das águas pluviais, redes de energia elétrica e de iluminação públi-ca e vias de acesso. A licitação para as obras deverá ocorrer no primeiro se-mestre de 2011 e a construção deverá durar cerca de oito meses.

“A implantação do condomínio será fundamental para o aumento da produ-tividade da Iveco. A fábrica fica a uma distância significativa dos fornecedores e, com a instalação das empresas ao lado da planta, as peças poderão ser montadas em Sete Lagoas, o que vai reduzir o tempo de espera dos produ-tos. Além disso, conseguiremos atender aos pedidos no momento em que serão feitos pelo cliente”, explica Piquini.

PlAno de exPAnSãoO diretor de Comunicação da Ive-

co ressalta que a ideia de construir o

condomínio está atrelada ao plano de expansão acelerada, traçado pela em-presa em 2007. “O planejamento teve como base o fato de que, ao ser inau-gurada, a fábrica de Sete Lagoas era capaz de montar apenas caminhões e comerciais leves, com capacidade combinada para 27 mil unidades por ano” lembra.

Com a otimização da produção nos anos seguintes, a fábrica pas-sou a produzir também caminhões médios, semipesados, pesados e fora de estrada. A capacidade cresceu em torno de 150%, passando para 70 mil unidades anuais, das quais 45 mil de caminhões Iveco e 25 mil de comer-ciais leves da marca Fiat.

De acordo com Piquini, a criação do condomínio de fornecedores repre-senta ganhos em sinergia logística e flexibilidade produtiva, que irão con-tribuir para aumentar a velocidade da Iveco em atender as demandas. “Com o condomínio poderemos atrelar ain-da mais nossa produção às necessida-des do mercado. Conseguiremos fazer as entregas de forma sequenciada e haverá ganhos em escala. Além disso, a planta ficará mais competitiva, pois reduziremos o desperdício e, conse-quentemente, o custo final do produ-to”, avalia.

produção da fábrica. As empresas serão responsáveis por realizar a montagem de painéis de instrumentos, chassis, pneus, rodas, eixos, bancos, chicotes elétricos e cardans, além de subcon-juntos de peças metálicas soldadas, sistemas de suspensão, exaustão, re-frigeração, injeção de peças plásticas e pintura de peças avulsas estampadas. O investimento dos fornecedores deve-rá chegar a R$ 60 milhões e gerar 600 empregos diretos.

Fornecedores serão integrados ao complexo industrial da Iveco, em Sete Lagoas

O Governadorde Minas Gerais,

Antonio Anastasia,e o presidente da

Iveco, Marco Mazzu, celebram o

acordo

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para que o Brasil faça bonito na Copa do Mundo de 2014, mui-tos projetos de infraestrutura

– estádios, aeroportos, estradas, hotéis etc – precisam sair do papel. E como o prazo para este tipo de obras é curto, é imprescindível que as construtoras utilizem equipamen-

A reestruturação do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ), já começou. As obras estão sendo executadas pelo Consórcio Maracanã Rio 2014, firma-do pelas construtoras Odebrecht, Delta Construções e Andrade Gutierrez. Uma retroescavadeira 580M e uma escava-deira hidráulica CX220B equipada com rompedor hidráulico estão sendo utili-zadas na demolição das arquibancadas do anel inferior do estádio.

A retroescavadeira 580M foi esco-lhida por oferecer maior capacidade produtiva, conforto, melhor visibi-lidade e baixo consumo de combus-tível. Já a escavadeira hidráulica CX220B dispõe de maior força de es-cavação e alta velocidade de giro que possibilita ciclos de trabalho mais rápidos. Além disso, o equipamen-to possui um sistema que otimiza a potência hidráulica instalada para

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NTOs CNh já está em campo

pela Copa 2014Máquinas da CNh são utilizadas pelas construtoras nas obras de reforma e construção dos estádios do mundial de futebol

por liliAn loBATo

obter o máximo rendimento com me-nor consumo. Segundo informações do Consórcio, a CX220B opera apro-ximadamente nove horas por dia e é uma máquina de grande mobilidade, que atende a todas às necessidades.

A previsão é que as intervenções no Maracanã durem aproximadamen-te três anos, mediante investimento superior a R$ 700 milhões. Com a reforma será possível atender as exi-gências determinadas pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) para sediar a final da Copa do Mundo sem modificar a arquitetura original do estádio – tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Na-cional (Iphan).

O estádio Vivaldo Lima, o Vival-dão, em Manaus (AM) também já conta com máquinas da CNH. No ano passado, toda a antiga estrutura foi

tos eficientes e de alta performance. Nesse cenário, foi escalada a Case New Holland (CNH), líder na Améri-ca Latina na fabricação de máquinas agrícolas e de construção, que está fornecendo inúmeras máquinas para a reforma de estádios nas cidades que sediarão partidas do mundial.

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Máquinas Caseatuam nas

obras de modernização

do Marcanã

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MUNDoFiAT18

demolida para dar início à constru-ção da moderna Arena Amazônia. No último trimestre, logo após o pe-ríodo de demolição, começou a lim-peza da área. A H.F. Construções e Transportes, responsável pela tarefa, utiliza duas escavadeiras hidráulicas CX220B na retirada de concreto, fer-ro, tijolos e terra, e já encomendou mais duas. Além das escavadeiras, outras onze máquinas da CNH, entre pás-carregadeiras, retroescavadeiras e motoniveladoras são utilizadas na re-construção do estádio. A obra, orçada em R$ 500 milhões e sob responsa-bilidade da construtora Andrade Gu-tierrez, está prevista para terminar em dezembro de 2012.

Conforme o diretor Comercial da CNH, Roque Reis, a execução de pro-jetos para a Copa do Mundo, como as reformas do Maracanã e do Vivaldão, bem como as diversas obras de infraes-

EquI

PAmE

NTOs

trutura que precisam ser realizadas no país, vão contribuir para que o merca-do de máquinas de construção registre crescimento contínuo entre 5% e 10% nos próximos dez anos. “Vários fatores influenciam essa previsão. A conjun-tura econômica favorável, a demanda por obras em todo o país, até então re-primidas, e os eventos esportivos que o Brasil vai sediar. A Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 exigem reformas nos estádios de futebol, nas estradas, aeroportos em todas as cida-des-sede dos eventos ou que vão rece-ber os convidados”, avalia Reis.

Segundo ele, a CX220B está entre os modelos de máquinas mais pro-curados pelas construtoras, pela sua agilidade e força. A escavadeira é ca-paz de operar, em média, 14 horas por dia, e encher de 30 a 40 caminhões com capacidade para até 24 toneladas de material cada.

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Mais de dezequipamentosCase trabalham nareconstrução doestádio Vivaldão,em Manaus

A demanda e a oferta mundial de alimentos estão aumentando cada vez mais. Por isso, os produtores terão de investir pesado na mecanização da agricultura. Com as novas colheitadeiras axiais 8120, 7120, 2799 e 2688, você tem o sistema de colheita mais avançado do mundo, garantindo a integridade dos grãos e mais produtividade na sua colheita.Colheitadeira axial é Case IH. As outras são só colheitadeiras.

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já afirmamos em outros artigos sobre se-gurança veicular que o cinto de seguran-ça é, ainda hoje, considerado por vários

especialistas no assunto em todo o mundo como o principal sistema de segurança vei-cular. A sua importância é decorrente, prin-cipalmente, de três fatores: primeiro ele atua em qualquer tipo de colisão (frontal, lateral, traseira ou capotamento); segundo ele retem o corpo dos ocupantes do veículo de modo a evitar que venham a colidir contra as par-tes internas do veículo; terceiro evitando que

os ocupantes sejam lançados para fora do veículo, situação de alto ris-

co. Vale lembrar que quando ocorre uma colisão o auto-móvel que viajava a uma determinada velocidade para repentinamente. Os ocupantes do veículo por sua vez, tendem a continuar a trajetória em que vinham ocasionando as colisões con-tra as partes internas do veí-

culo, situação evitada pelo uso do cinto de segurança.Ao transportarmos crianças den-

tro dos carros elas estão sujeitas aos mesmos fenômenos físicos e como os bancos dos car-ros não foram projetados para o tamanho e a estrutura das crianças, foram desenvolvidos três diferentes tipos de cadeiras para crianças em função da idade, que trazem os seus res-pectivos cintos de segurança.

De zero a nove meses é recomendado utilizar o bebê conforto que deve ser insta-lado no veículo ao contrário do sentido de marcha do veículo, o bebê deve ficar com as costas voltadas para a frente do veículo e é recomendado que seja instalado no banco traseiro. A recomendação quanto a posição contrária ao sentido de marcha do veículo é em função do corpo do bebê não ter uma es-

trutura ainda completamente formada, desta forma em caso de uma freada brusca ou uma colisão, todo o corpo do bebê estará apoiado no bebê conforto, distribuindo, assim, a força do impacto por todo o corpo do bebê.

Caso o veículo não tenha o banco trasei-ro, como no caso de picapes, é recomendado desativar o airbag passageiro, pois a sua atu-ação em conjunto com o bebê conforto agra-va os efeitos da colisão pois tende a jogar o bebê conforto para trás, movimento para o qual o mesmo não foi projetado.

De nove meses até quatro anos existem as cadeiras de crianças propriamente ditas que, assim como o bebê conforto, são fixadas ao banco do carro pelo cinto de segurança do veículo. A criança, por sua vez, é fixada à cadeira pelo cinto de segurança da própria cadeira de criança.

O terceiro tipo é denominado assento de elevação ou “booster” e é recomendado para crianças de quatro até sete anos e meio. A sua função é elevar a posição da criança de modo que o cinto de segurança de três pon-tos do carro passe pela clavícula da criança e não pelo pescoço como ocorreria em função da pouca altura da criança.

No Brasil levar crianças de modo cor-reto no carro é lei desde o ano passado, conforme a resolução 277/08 do contran, que prevê a utilização dos três tipos de dis-positivos citados.

Outro importante ponto que deve ser ob-servado é utilizar dispositivos certificados pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metro-logia, Normatização e Qualidade Industrial) conforme a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 14400.

Toda cadeira comercializada no Brasil seja ela importada ou produzida localmente deve apresentar o selo do Inmetro. Esta é a forma de garantir que no momento necessá-rio o dispositivo irá cumprir o seu papel.

levar criança no carro não é brincadeira

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por CArloS henriQUe FerreirA

Equipamentos homologados pelo Inmetro asseguram conforto e segurança

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MUNDoFiAT22 MUNDoFiAT 2�

o que era bom ficou ainda melhor. A Magneti Marelli, fabricante de componentes automotivos do

Grupo Fiat, que já desenvolve produtos ecologicamente corretos, lançou recen-temente no Brasil o conceito Green En-gagement. Com isso, a empresa reforça

seu compromisso em criar soluções in-teligentes para a mobilidade, segundo critérios de sustentabilidade, segurança e qualidade de vida. Mais que disponi-bilizar novas tecnologias ao mercado, a Marelli aprofundará seus esforços em produzir componentes que favoreçam a

redução do consumo de combustível e a emissão de poluentes.

Na avaliação do presidente do Grupo Magneti Marelli no Mercosul, Virgilio Ce-rutti, operar de forma sustentável, alian-do tecnologia a produtos competitivos e que sejam referência quando o assunto é qualidade, está entre os maiores desafios da empresa. Para ele, o Green Engage-ment vai ajudar a melhorar o direciona-mento interno em prol de processos cada vez mais ecológicos.

“A Marelli já trabalha, há alguns anos, com ações e produtos que seguem critérios de sustentabilidade. Ao criar o conceito, a empresa passa a intensificar essa atuação. É possível desempenhar as atividades com competência e menos impacto ambiental, de forma a garantir um planeta saudável às próximas gerações”, avalia.

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Magneti Marelli cria conceito para atuação sustentávelGreen Engagement vai nortear o trabalho na empresa, aprofundando a união entre tecnologia e responsabilidade ambiental

por liliAn loBATo

O Green Engagement é sustentado por três pilares. O primeiro reúne as tec-nologias eco-friendly, direcionadas para a redução do consumo de combustível e emissão de poluentes. Elas estão presen-tes, por exemplo, na navegação inteligen-te, inovação que conquista cada vez mais espaço no mercado por oferecer soluções que orientam o motorista a dirigir de for-ma consciente e econômica. Além disso, o sistema contribui para a diminuição do tráfego nos grandes centros urbanos. “Com o crescimento da frota de veículos em todo o país, os congestionamentos se tornaram cada vez mais recorrentes e foi preciso criar sistemas que disponibilizas-sem aos motoristas informações quanto ao trânsito em cada local. Dessa forma, as pessoas conseguem buscar caminhos alternativos e consomem um menor vo-lume de gasolina”, explica Cerutti.

O segundo pilar, com foco na exce-lência tecnológica, torna possível que tecnologias de ponta desenvolvidas para competições automobilísitcas sejam apli-cadas também em carros de passeio. Em sua divisão Motorsport, cujo maior potencial é o fornecimento de soluções para as competições em nível mundial, a Magneti Marelli tem um verdadeiro la-boratório para criar também tecnologias com apelo sustentável e aplicá-las poste-riormente em veículos comuns.

Um exemplo é o Kinetic Energy Reco-very System (Kers) ou Sistema de Recu-peração de Energia Cinética, atualmente em uso em alguns carros da Fórmula 1. A tecnologia capta e reutiliza a energia ciné-tica que seria desperdiçada no momento da desaceleração do carro. Atualmente, a Marelli trabalha em pesquisas para viabi-lizar o sistema em automóveis de rua.

Outro exemplo de sistema originário da Fórmula 1 é o Free Choice – sistema de automatização do câmbio mecânico, também chamado pela Fiat Automóveis de Dualogic – que contribui para maior conforto ao dirigir e para a redução do consumo de combustível.

Por fim, o terceiro pilar é a responsa-bilidade social, ambiental e econômica,

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A utilização de telhas translúcidasem todas as unidades tambémfaz parte das ações sustentáveis da empresa

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políticas de sustentabilidade que en-globam desde os processos ao com-portamento de cada funcionário.

Segundo Virgilio Cerutti, além de tornar a produção ainda mais susten-tável, o Green Engagement fará parte da rotina dos funcionários. A empresa irá intensificar as atitudes “verdes”, como a reutilização da água das chu-vas, o reaproveitamento de matéria-

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prima e os esforços em devolver ao meio ambiente, de forma pura, todo recurso utilizado na produção. Os resíduos que não podem ser tratados pela Marelli são recolhidos e envia-dos às empresas de tratamento.

A utilização de telhas translúci-das em todas as unidades também faz parte das ações sustentáveis da empresa, pois iluminar os ambientes com a luz solar reduz a necessidade de energia elétrica.

Por toda essa atuação sustentável, tanto na produção como na rotina dos funcionários, a Marelli foi condecora-da com o prêmio AutoData na catego-ria sustentabilidade. A premiação foi realizada em novembro do ano passa-do (veja matéria à página 25).

De acordo com o presidente do Grupo Magneti Marelli no Mercosul, todo o empenho tem gerado bons fru-tos à empresa, com reconhecimentos importantes do mercado. “O prêmio AutoData é um dos principais do setor automobilístico e consagrou a atuação da Marelli em 2010. A con-quista está entre as mais importantes e vem para ratificar que escolhemos o caminho certo”, conclui.

O green engagementfaz parte da rotinados funcionários

Para Virgilio Cerutti,operar de formasustentável é uma prioridade para a empresa

o Prêmio AutoData de “Melhor Empresa em Sustentabilida-de”, recebido pela Magneti

Marelli, no final do ano passado em São Paulo, destacou-se como uma das grandes conquistas do Grupo Fiat no Brasil em 2010. O AutoData represen-tou o reconhecimento público do se-tor automobilístico brasileiro à Mag-neti Marelli como modelo de gestão ambiental, devido às suas ousadas e criativas atividades em benefício da sociedade e do meio ambiente.

A empresa recebeu o AutoData em cerimônia realizada em São Paulo, em novembro passado, com a presença de mais de 450 convidados. O significado da premiação cresce pelo fato de a Mag-neti Marelli ter atingido e superado, em diversas de suas unidades no Brasil, várias metas de sustentabilidade esta-belecidas pela sua matriz, na Itália.

Após meticulosos levantamentos e análises, foram detectados 409 pontos de melhorias nas unidades paulistas de Amparo e de Mauá, com significa-tivas perdas de energia de máquinas, equipamentos e tubulações de ar com-primido. Após meticulosos levanta-mentos e análises, foram detectados 409 pontos de melhorias nas unida-des paulistas de Amparo e de Mauá, com significativas perdas de energia de máquinas, equipamentos e tubula-ções de ar comprimido. A consequente eliminação desses pontos gerou ga-nhos de mais de 870 mil kWh/ano.

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ADEMagneti Marelli recebe

prêmio de sustentabilidadeConcedido pela revista AutoData, prêmio representa o reconhecimento do setor automobilístico brasileiro à atuação sustentável da empresa

por dAniel rUBenS PrAdo

Esses avanços são frutos da evo-lução da política de gestão ambiental corporativa implantada pela Magne-ti Marelli desde 2004, consolidada após a obtenção da certificação in-ternacional ISO 14001 por todas as unidades. As unidades brasileiras da Magneti Marelli não apenas possuem a certificação como algumas já estão na terceira recertificação, como as fábricas de escapamentos em Ampa-ro e a de amortecedores em Lavras, Minas Gerais.

As metas mundiais da empresa implicam a redução do consumo de água em 20% até 2012; a redução de 15%, tanto no consumo de energia, quanto nas emissões de gás carbôni-co, até 2014; e a reciclagem de resídu-os sólidos acima de 80%.

Flavio Gussoni, diretor comercial

corporativo da Magneti Marelli

com o diretor corporativo do Banco do Brasil

Unidade de São Paulo,

Camilo Buzzi

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26 27

SUSTenTABilidAde ToTAlEm Mauá, do total de 4,8 mil

toneladas de resíduos gerados em 2009, 73,5% foram recuperadas, 4,9% enviadas para aterros indus-triais, e 21,5% foram co-processadas. A unidade de Lavras superou as me-tas: das 7,3 mil toneladas de resídu-os, 81,1% foram recicladas, e 1,4% seguiu para os aterros. O mesmo re-sultado foi alcançando em Amparo: 96,5% das 2,8 mil toneladas de resí-duos foram recicladas, e 2,9% envia-dos para aterragem. Outra unidade paulista, Hortolândia, também come-mora resultados superiores à meta: em 2009, reciclou 85,5% do total de 1,6 mil tonelada de resíduos gerados, e 9,8% foram enviados para aterros. Além disso, Magneti Marelli realiza outras ações decisivas, como o tra-tamento de efluentes líquidos, que possibilita a reutilização de água; a utilização de lâmpadas fluorescentes e LED com o objetivo de redução do consumo de energia; e programas de reciclagem de materiais. Produtos químicos só entram nas empresas do Grupo se atenderem os requisitos do

o novo Uno encerrou 2010 com vários prêmios no Brasil e no exterior. o modelo foi considerado o melhor 1.0 pela revista Car and Driver, que circula em nove países. Também foi eleito o “Carro do Ano 2011” e o “Carro do Ano 2011 pelo voto Popu-lar”, da revista Auto esporte; “Melhor Carro imprensa Automotiva”, “Me-lhor Carro nacional”, e “Melhor Carro Popular” pela Associação Brasileira de imprensa Automotiva (Abiauto); “Melhor Carro até 1.000cc” e “Me-lhor Carro de 1.000 a 1.�99 cc” pelo prêmio Top Car Tv; e “Melhor Carro

nacional” pela revista Car Magazine.o novo Fiat Bravo, eleito pela Car

and Driver como o “Melhor hatch Médio”, também recebeu o prêmio de o “Melhor de Auto Press 2011”. este último foi concedido por mais de 60 editores de veículos especializados em automóveis, integrados à agên-cia de notícias Auto Press. o Bravo venceu, entre outros concorrentes, o Audi A� e o Ford Focus.

o motor e.torQ da Fiat Powertrain também foi eleito o melhor do ano. o prêmio foi dado pela revista Motorshow.

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A tecnologia TwinAir, desenvolvida pela Fiat Powertrain e lançada em 2010 para equipar o Fiat �00, recebeu o prêmio Paul Pietsch dos melhores de 2011 pela revista alemã Auto Motor und Sport.

o TwinAir é uma tecnologia inovadora que, além de oferecer baixo consumo de combustível, reduz conside-ravelmente as emissões de gás carbônico na atmosfera, contribuindo ativamente para a preservação do meio ambiente.

A arquitetura do propulsor, com apenas dois cilindros, expressão máxima do conceito de carros compactos, permi-te manter a cilindrada e reduzir a fricção interna, assegu-rando simultaneamente baixas emissões e elevado prazer de condução ao motorista.

Regulamento da Comunidade Euro-peia para Restrição de Utilização de Substâncias Químicas (Reach), que estabelece restrições para o uso de substâncias tóxicas no âmbito dos países da Comunidade Europeia.

Com o desenvolvimento dessas ações, a Magneti Marelli preserva o meio ambiente e a sociedade como um todo, assumindo integralmente seu papel como empresa que transfor-ma a comunidade e contribui para o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas. Sua linha de atuação busca o desenvolvimento de sistemas inte-ligentes e soluções que contribuam para a evolução da mobilidade, com base em critérios de sustentabilidade e qualidade de vida no interior dos veículos. No Brasil, somente nos úl-timos quatro anos, o investimento acumulado pela empresa em práticas ambientais, apenas em processos pro-dutivos e ações nas fábricas, supe-rou os 15 milhões de Euros (cerca de R$ 33 milhões). Já os programas vol-tados à educação e cultura receberam aporte acima de 800 mil Euros (quase R$ 2 milhões) em 2009.

tecnologia twinAir é premiada na Alemanha

Bravo e Novo Uno entre os melhores do ano

MUNDoFiAT MUNDoFiAT

Page 15: Revista Mundo Fiat 107

MUNDoFiAT28

Depois de nove anos afastado da Série A do Campeonato Brasi-leiro, o América-MG conseguiu

retornar à elite do futebol nacional com uma campanha consistente na Série B do ano passado. Para coro-ar o grande momento e permitir que a equipe seja competitiva frente aos principais times do Brasil em 2011, o alviverde acertou com a Fiat, em de-zembro passado, o maior contrato de patrocínio da história do clube.

NEGó

CIOsFiat e América-MG celebram

contrato de patrocínioAcordo assinado em dezembro último vigora até 2012, quando o clube mineiro comemora seu centenário

por FrederiCo MAChAdo

Desde o início de janeiro, a mar-ca da Fiat está presente em todos os produtos e uniformes do time e nas placas de campo e do centro de trei-namento, entre outros materiais pro-mocionais. O contrato tem a duração de dois anos, o que significa que a fabricante também estampará sua marca em um dos momentos mais importantes da trajetória do Améri-ca, o centenário, que será celebrado em 2012.

Marcus Salum, presidente

do América e Afonso Celso

Raso, presidente do Conselho de

Administração do América,

junto ao vice-presidente do

Grupo Fiat, Valentino Rizzioli e Marco Antônio Lage, diretor de

Comunicação Corporativa da Fiat,

no anúncio oficial do acordo, em

dezembro

NEGó

CIOs

Diante do bom momento pelo qual passa a economia brasilei-ra e da necessidade de obras de

infraestrutura em todo o país, a Comau está investindo na diversificação dos seus negócios e está atuando também no ramo de construções, modificações

e montagens in-dustriais. A inova-ção se deu por meio da implantação da Unidade de Negó-cios Manufactur-ing, que nasceu para complementar os trabalhos desen-volvidos pelas Uni-dades de Negócios Service (manuten-ção e gestão de ativos) e Systems (desenvolvimento de soluções de au-tomação e robótica para a indústria automobilística e

de outros setores da economia), já bas-tante consolidadas no mercado.

“A Manufacturing surgiu de uma estratégia definida para a Comau em todo o mundo, que é a de dar suporte à Systems por meio da construção dos equipamentos utilizados nos proje-tos”, revela Lázaro Regonha, Gerente da Unidade de Negócios Manufactu-ring no Brasil. Segundo ele, anterior-mente os equipamentos precisavam ser adquiridos no mercado, o que di-

Comau diversifica atuação no mercado brasileiroEmpresa cria nova área de atuação de olho nas oportunidades em obras de infraestrutura no país

por liliAn loBATo

ficultava o cumprimento de prazos e qualidade que a empresa exige.

Apenas em 2011, a nova unidade, já em operação nas oficinas da Co-mau, vai demandar investimentos de cerca de R$ 1 milhão em melhorias na infraestrutura existente.

Conforme Regonha, a partir da Manufacturing, a Comau pretende consolidar uma forte parceria com as empresas do Grupo Fiat. Um dos fo-cos é o atendimento às necessidades de modificações e melhorias nos par-ques industriais das empresas Fiat Automóveis, Fiat Powertrain e Iveco Latin America.

Ainda de acordo com Regonha, a empresa também decidiu encarar o de-safio de atender o mercado externo no segmento de construções e montagem de instalações industriais. “A unidade ainda abre novas oportunidades de negócios em um setor cada vez mais demandado pelo mercado nacional. O objetivo é aproveitar a atual conjun-tura econômica e a grande demanda por obras nas cidades-sede da Copa do Mundo de 2014”, avalia.

Embora nova, a Unidade Manu-faturing já concluiu trabalhos para a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), TetraPak e General Motors. Além disso, projetos também estão em andamento na Dana e na Fires-tone. “Outros contratos deverão ser fechados em 2011 já que recebemos vários pedidos de orçamentos”, vibra Regonha.

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Lázaro Regonha: foco é o segmento de construções e montagemde instalações industriais

Page 16: Revista Mundo Fiat 107

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NEGó

CIOs “O incentivo ao esporte já é uma

marca da Fiat. Acreditamos no talento dos nossos atletas e no potencial dos principais clubes brasileiros. O Améri-ca é um grande time de Minas e nos-so respeito e carinho por este Estado, que é a nossa casa, será muito bem representado com este patrocínio”, ob-serva o presidente do Grupo Fiat para a América Latina, Cledorvino Belini.

O membro do Conselho Adminis-trativo do América, Olímpio Naves, também ressalta a importância do patrocínio para o clube. “A Fiat tem uma imagem consolidada, que faz parte da história de Minas. E agora entra com dois papéis importantes para o América: a questão financei-ra, que é uma necessidade básica, e o resgate da força do time, junto a uma empresa com alta credibilidade para os mineiros”, destaca.

reCUPerAçãoNesta década, o América passou

por momentos complicados, que não

condizem com sua tradição e glórias. A equipe chegou a disputar a Série C do Brasileirão e o Módulo II do Campe-onato Mineiro. Mas, logo, o time se re-estruturou e começou uma impressio-nante caminhada para voltar a figurar como destaque no cenário esportivo nacional. “Acertar um patrocínio com uma empresa do porte da Fiat só de-monstra toda a dedicação que a direto-ria tem tido com o América. Todos es-tamos juntos e empenhados em trilhar um caminho vitorioso, que já vem sen-do escrito há alguns anos”, diz o pre-sidente do Conselho de Administração do América-MG, Afonso Celso Raso.

O técnico do time, Mauro Fernan-des, destaca a importância da parce-ria firmada com a Fiat e projeta uma temporada de sucesso para o Coelho. “O acordo mostra a grandeza do clu-be, que vem melhorando a cada ano. Estamos todos satisfeitos com a en-trada da Fiat, uma empresa de poten-cial, que só vai fazer o América cres-cer ainda mais”.

SíMBolo dA SUPerAçãoNão há, no atual elenco, jogador

que conheça melhor o América que o atacante Euller, de 39 anos. Ele foi re-velado nas categorias de base do clu-be, no início dos anos 1990 e, após atuar por diversas equipes do país e do exterior, voltou ao América, onde tem vivenciando as tristezas e ale-grias dos últimos anos.

“É triste você ver um clube tão tra-dicional como o América passar por um momento tão difícil como passou nos últimos cinco anos, sem parceiros a altura e sem montar times compe-titivos. Com muita sabedoria nos re-erguemos e hoje voltamos à elite, a ponto de podermos ter um parceiro do porte da Fiat”, ressalta o jogador.

Experiente, Euller já rodou o mun-do da bola e sabe que, para competir de igual para igual com os grandes do futebol brasileiro, os patrocinado-res têm papel de relevância. “O clube precisa de patrocínios de primeira para fazer uma boa equipe. Nesse momento, de retorno à Série A, pre-cisamos de grandes parcerias. Prin-cipalmente quando se têm à frente clubes com investimentos altíssimos,

como os do eixo Rio-São Paulo. Se você trabalha correto e está ao lado de grandes parceiros, você tem tudo para fazer bonito”, conclui.

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Patrocínio da Fiat contribui para tornar o América mais competitivo

Euler: “Com muita sabedoria nos reerguemos e hoje voltamos à elite, a ponto de podermos ter um parceiro do porte da Fiat”

Page 17: Revista Mundo Fiat 107

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o piloto Cacá Bueno mostrou que conhece melhor do que ninguém os segredos da pis-

ta do Autódromo Internacional de Santa Cruz do Sul, no interior gaú-cho. O multicampeão contou com a ajuda do clima, venceu a segunda bateria do Trofeo Linea e se tornou o primeiro campeão da nova categoria do automobilismo brasileiro. A últi-ma prova foi disputada no dia 12 de dezembro. Para completar o domin-go vitorioso, Cacá chegou à marca de quatro vitórias no circuito Oswaldi-nho de Oliveira – as três anteriores foram pela Stock Car.

O Racing Festival reuniu um bom público em Santa Cruz para acompa-

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RTE Campeões comemoram

conquistas na primeira temporada racing Festivaltrofeo linea, Formula Future e categoria 600 hornet se consolidam no calendário nacional de competições

por Flávio ilhA*

* Com a colaboração de Gelson pereira

nhar as baterias finais da etapa deci-siva da primeira temporada da compe-tição, patrocinada pela Fiat e pela FPT – Powertrain Technologies. Foram, ao todo, seis baterias das três modalidades num domingo cheio de emoção. Além do Trofeo Linea, os pilotos também disputaram prêmios na Formula Futu-re Fiat – categoria que reúne monopos-tos de corrida importados da França – e na motovelocidade 600 Hornet.

Nem a chuva fina da manhã afas-tou o público, que pôde acompanhar decisões emocionantes nas três cate-gorias. Na Formula Future Fiat, o ven-cedor foi o piloto carioca Nicolas Cos-ta. Já nas motos, o campeonato ficou com o gaúcho Maico Teixeira.

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RTE Os campeões levantaram os tro-

féus graças à regularidade ao longo de toda a temporada. Ao todo foram seis etapas, com duas baterias em cada. As provas foram disputadas entre maio e dezembro no Rio de Ja-neiro, Londrina, São Paulo, Curitiba, Brasília e Santa Cruz do Sul.

A competição foi apadrinhada pelo piloto da Ferrari Felipe Massa. Seu pai, Titônio Massa, estava eu-fórico com a frequência do público - quase 80 mil pessoas no total – e os pegas durante as corridas. “A sen-sação é de dever cumprido. Sensação de sucesso para um projeto que co-

meçou a acontecer há três anos. É muito bom ver isso tudo realizado, os parceiros acreditando. A gente fica muito contente e agradecido, porque mostra a confiança que todos tiveram no evento”, disse.

Titônio e Felipe consideram o Ra-cing Festival uma competição conso-lidada no calendário do automobilis-mo nacional. “O primeiro ano sempre é o mais difícil e a gente passou super bem, então estamos motivados para 2011. Vamos voltar com força total”, disse Titônio após o encerramento da temporada.

asfalto seco, a direção de prova deu às equipes de todas as categorias cin-co minutos de boxes abertos antes do alinhamento no grid, para os pilotos se adaptarem à pista molhada.

Às 10h50 foi dada a largada para a primeira bateria da categoria 600 Hornet. Em poucas voltas, o pole Maico Teixeira foi atacado e ultrapas-sado por Cidalgo Chinasso, que lar-gou em terceiro e havia deixado Die-go Faustino para trás já na segunda volta. A água sobre a pista provocou várias quedas, entre elas a de Fausti-no, que teve de abandonar a corrida. Teixeira também perdeu o traçado e foi parar na grama, mas conseguiu voltar e terminar a prova em quarto, para delírio do público.

Chinasso foi o vencedor, com Fá-bio Peasson em segundo e Alan dos Santos em terceiro. Mas, mesmo fora do pódio, a quarta colocação garantiu o campeonato por antecipação para Maico Teixeira. Ele foi recebido por

diA deCiSivoNa sexta-feira, 10 de dezembro,

dia dos primeiros treinos da derra-deira etapa do Racing Festival 2010, já era possível ver grupos de amigos marcando lugar para montar suas barracas nos locais destinados a acampamento. O ingresso promocio-nal, que podia ser adquirido em tro-ca de um brinquedo, indicava que a presença do público poderia ser um dos destaques do final de semana. Porém, a previsão de chuva para sá-bado e domingo era o grande temor dos organizadores e dos pilotos.

No sábado, a chuva não apare-ceu com a intensidade prevista. Foi um dia de temperatura alta e ape-nas pancadas leves, que não atra-palharam os treinos classificatórios. Cacá Bueno, o líder da temporada até aquele momento, confirmou o favoritismo no Trofeo Linea e fez a pole position. Na Formula Future, o paulista Felipe Apezzato fez o melhor tempo no sábado e garantiu a pole no domingo. Nas motos da 600 Hornet, o gaúcho Maico Teixeira largou na ponta. Ele liderava o campeonato e contava com a torcida do público e de amigos que foram ao autódromo e acompanhavam o piloto nos boxes.

Se no sábado a chuva não apare-ceu como se previa, o domingo nu-blado já nas primeiras horas indicava que ela não iria demorar. E a chuva começou por volta das 8 horas, o que obrigou as equipes a repararem suas estratégias para vencer também a água. Nos boxes, carros e motos recebiam pneus especiais e, nas ar-quibancadas, as nuvens dispersaram o público. Alguns pilotos não escon-diam a ansiedade e a tensão porque a chuva, prevista durante toda a se-mana, colocava uma dose a mais de emoção nessa disputa. Considerado difícil, o circuito de Santa Cruz exi-ge ainda mais perícia para guiar em pista molhada. Como o treino classi-ficatório havia sido realizado com o

amigos e familiares nos boxes e quei-mou o pneu da sua Hornet no asfalto santa-cruzense para comemorar.

“Para mim, conquistar esse título em casa foi maravilhoso. A primei-ra bateria acabou sendo complicada, choveu, eu caí. Mas consegui esse quarto lugar, que foi suficiente para vencer o campeonato”, festejou o pilo-to, que destacou o grau de dificuldade da competição. “Foi muito disputada, vários pilotos ganharam provas. Fe-lizmente eu consegui abrir uma boa vantagem na pontuação. Na primeira etapa do ano eu conquistei as duas baterias, depois venci também em Londrina. Aí, vim somando resulta-dos muito bons até que consegui abrir uma vantagem de 35 pontos. Então, com a sequência que eu fiz, deu essa folga boa no final. Eu acho que em 2011 a categoria promete ser ainda competitiva”, avaliou.

Na Formula Future Fiat, o paulis-ta Felipes Apezzato caiu para quarto

Torcedores na área vip FPT assistem a preparação dos carros nos boxes antes do início da prova

Considerado difícil, o circuito

de Santa Cruz deixou acirrada a disputa entre

os pilotos

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na largada depois de sair em primei-ro, mas reassumiu a liderança pou-cas voltas depois. A chuva também insistia em proporcionar muitas tro-cas de posições, pois os pilotos ro-davam a toda hora na pista. A cada troca, a matemática do campeonato mudava e aumentava a tensão entre os torcedores e familiares dos pilotos. O pódio teve Apezzato no alto, com Francisco Alfaya em segundo e Johil-ton Pavlak em terceiro. Ao contrário das motos, a decisão entre os jovens talentos do automobilismo nacional ficava para a bateria da tarde.

A terceira corrida do dia contava com grandes pilotos brasileiros no volante de modelos Fiat Linea. O pole position e líder do campeonato, Cacá Bueno, havia dito, ainda na sexta-fei-ra, que torcia para que a chuva não aparecesse no domingo. Porém, a tor-cida do piloto carioca não adiantou – ele foi um dos mais prejudicados pela água. Seu carro dava claros indícios de que não estava rendendo bem na chuva. Logo na largada, Cacá perdeu a primeira posição e acabou a corrida em sétimo. O vencedor foi André Bra-gantini, que passou a ser o único com condições de tirar o título do carioca na segunda bateria. A diferença entre eles era de apenas nove pontos.

No intervalo de 30 minutos antes das baterias finais, as nuvens come-

çaram a se afastar e a pista secou. Os pilotos puderam arriscar mais. O cam-peão Maico Teixeira largou na ponta da 600 Hornet e sustentou a posição até a sexta volta, quando foi ultra-passado por Cidalgo Chinasso. Logo, Chinasso abriu uma boa distância e cruzou a linha de chegada em primei-ro, seguido por Diego Faustino e Mai-co Teixeira, que encerrou a temporada fazendo a festa da champanhe no pó-dio. Ele saiu carregado pela torcida.

Também com pista seca, os mo-nopostos da Formula Future Fiat arrancaram às 15h30min para a segunda bateria. Tensos, os pais de alguns pilotos não tiravam os olhos da pista e dos monitores que mos-travam o tempo de cada carro. A briga foi direta e emocionante entre o carioca Nicolas Costa e o gaúcho Francisco Alfaya, que contava com a maior parte da torcida.

As últimas voltas foram de tirar o fôlego. Nicolas aparecia em sexto e Alfaya em quinto. O gaúcho precisava tomar uma posição para conquistar o campeonato, mas não conseguiu se aproximar do terceiro colocado, Feli-pes Apezzato. Cruzando em sexto, Ni-colas trouxe o seu carro até os boxes, sempre com um dos braços para cima, comemorando o título por apenas um ponto de diferença. A vitória lhe rendeu uma vaga na Ferrari Drivers

É dada alargada paraa categoriamotovelocidade600 Hornet

Cacá Bueno, de macacão laranja,

se tornouo primeiro

campeãoda nova

categoria doautomobilismo

brasileiro

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TroFeo lineA

Fiat linea preparado para competição

Motor Fire 1.4l 16v t-jet com kit Desempenho (215 cv)

Câmbio sequencial seis marchas

Combustível Shell v-power Etanol

pneus 235/25 r16

velocidade máxima de 220 km/h

ForMUlA FUTUre FiAT

Chassi francês da marca Signatech

Motor Fpt E.torQ 1.8l 16v (160 cv)

Câmbio sequencial cinco marchas

Combustível Shell v-power Etanol

pneus dianteiros 53/23-16 e traseiros 54/13-22

velocidade máxima de 220 km/h

OS CARROS DO RACING FESTIVAL

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Academy, o projeto de formação de pilotos da escuderia, além da partici-pação na temporada 2011 da Formula Abarth italiana. Quando parou, tirou o capacete, subiu no carro e pôde, en-fim, soltar o grito de campeão.

A última prova do dia já contava com um bom público nas arquiban-cadas, já que a chuva havia cessado. Como a formação do grid era invertida (na segunda bateria, saem na frente os pilotos com pior desempenho na primeira), Cacá Bueno acabou largan-do na segunda colocação, enquanto André Bragantini caiu para oitavo. Logo na segunda volta, Cacá deixou o pole Ulisses Silva para trás partiu para a vitória. Bragantini ainda que-brou quando estava em terceiro, con-firmando o título do piloto carioca. Com a pista seca, Cacá não tomou co-nhecimento e apenas esperou a ban-deira quadriculada para festejar. “Só tive um pouco de problemas com o Ulisses, no comecinho. Depois, ainda foi uma prova nervosa porque acho que olhei mais para o céu do que para

o asfalto. Meu carro não estava bom na chuva e eu torcia para ela não vol-tar”, contou o campeão.

O vice-campeonato ficou com An-dré Bragantini. Alceu Feldmann termi-nou em terceiro e Christian Fittipaldi em quarto. “Nesta prova nosso carro não estava legal. Temos de pensar em algo novo para ganhar competitivida-de em 2011”, comentou Fittipaldi.

O título foi a notícia boa em um ano difícil para Cacá Bueno. O piloto perdeu a mãe no início de 2010 e, às vésperas da corrida final, recebeu a no-tícia da morte do avô. “Quero dedicar esse resultado a ele. Tenho certeza que foi o vô, lá em cima, que soprou as nu-

vens para longe do autódromo porque meu carro estava brabo no molhado”, disse. Uma semana antes, Cacá havia perdido o campeonato da Stock Car por apenas um ponto de diferença em rela-ção ao campeão Max Wilson.

Cacá fechou a participação no Tro-feo Linea com três vitórias e três poles em seis etapas. E encheu o campeo-nato de elogios, principalmente para o nível dos adversários. “André Bra-gantini é um monstro com carros de tração dianteira”, avaliou. Também sobraram elogios para outros pilotos. “Christian Fittipaldi, Giuliano Losacco, Alceu Feldmann, todos foram adversá-rios valorosos. O campeonato pegou e

tenho certeza que vai melhorar ainda mais com a chegada de novos pilotos em 2011”, projetou.

Além de conquistar o campeonato do Trofeo Linea, categoria estreante, ele confirmou o título de rei de Santa Cruz: foi a sua quarta vitória na cida-de – as outras três foram pela Stock Car. Quando o piloto ainda estava no pódio, comemorando abraçado na bandeira do Fluminense, seu time do coração, voltou a chover em Santa Cruz. Mas dessa vez ela serviu apenas para lavar a alma de quem assistiu aos pegas emocionantes que consa-graram os três campeões da primeira edição do Racing Festival.

Trofeo Linea Curitiba,

setembro de 2010. Ao todo

foram seis etapas que ocorreram

entre maio e dezembro

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Mundo Fiat – Como você define esse título?Cacá Bueno – É um título importan-te. Mais um título brasileiro para so-mar com os que eu já tenho, os três da Stock e o da Stock Light e mais o Sul-Americano. Então, é mais um troféu, mais um título que vem para mostrar que o trabalho, a dedicação, o esforço valem a pena. Eles são remunerados no final e é isso que a gente tem que ter de ensinamento, baixar a cabeça e trabalhar, trabalhar sempre muito para que as coisas deem certo.

MF – Qual foi o momento deter-minante para ganhar o título? Cacá – A chuva parar. O carro não rendeu bem na pista molhada, todo mundo teve problemas, por isso mesmo não dá para falar das outras etapas, da queima de largada em Londrina, de uma desclassificação que a gente teve em Curitiba, de um acidente no Rio. Porque se eu falar dos meus problemas, todos os outros pilotos também tiveram um monte de problemas. Aqui foi a competência de fazer a pole, a competência de con-seguir chegar em sétimo com o car-ro impossível de andar na primeira bateria. E a sorte tremenda de não ter chovido na segunda e da equipe ter me dado um carro para ganhar a corrida. Então, um título sempre vem nessas condições: é uma soma de vá-rios fatores. Hoje, deu tudo certo.

MF – Qual o segredo para ganhar em Santa Cruz, já que esta é a sua quarta vitória no circuito?Cacá – É verdade, é a quarta vitória em Santa Cruz, fora alguns segundos e terceiros lugares. É uma terra que me traz sorte e eu acho que pela pis-ta. Eu adoro a pista. É um circuito

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CACá buENO, CAmPEãO DO TROFEO LINEA

“Um título é a soma de vários fatores”Ele já havia cruzado a linha de chegada do circuito Oswaldinho de Oliveira em

primeiro lugar por três vezes, como piloto da Stock Car. E foi nesse bom retrospecto no Autódromo Internacional de Santa Cruz do Sul que Cacá Bueno se apoiou para conquistar o Trofeo Linea.

O final de semana já havia começado sorrindo para o carioca, que liderou boa parte da temporada. Ele foi o mais rápido nas duas sessões de treinos da sexta-feira (10 de dezembro) e se disse “sedento” por título, já que havia perdido o cam-peonato da Stock Car apenas uma semana antes.

“Santa Cruz sempre foi um dos meus circuitos preferidos. Hoje, mais uma vez deu para ver o porquê”, afirmou o experiente piloto depois da segunda bateria, vencida por ele. Na primeira bateria, sob chuva, Cacá amargou apenas um sétimo lugar. No cômputo final, vitória para o sorridente torcedor do Fluminense, que alguns dias antes já havia celebrado a vitória de seu clube no difícil campeonato brasileiro de futebol.

difícil, talvez o mais difícil da tempo-rada e que, por isso mesmo, dá muito prazer de dirigir.

MF – Como é pilotar um Linea na pista?Cacá – O Linea tem a proposta de ter um carro semelhante ao carro que o pessoal tem em casa, posto na pista com pilotos altamente tarimbados, excepcionais, como esses que disputa-ram o título: eu, o Christian (Fittipal-di), o Andrezinho (Bragantini), o Al-ceu (Feldman), o Lossaco (Giluliano). Então, o pessoal pode ver do que um carro desse é capaz. Não é para ser o carro mais rápido do mundo, não é a proposta. É para dar uma corrida emocionante e eu acho que a gente fez isso ao longo do ano.

Apesar dos problemas

com a chuva, Cacá Bueno

conseguiu manter a liderança

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Mundo Fiat – Como você avalia a temporada?Nicolas Costa – É o resultado de um trabalho de nove anos, desde o kart. A gente se comprometendo, sempre correndo atrás de recursos para cor-rer, minha família sempre se esforçou muito para eu ter uma oportunidade em um carro de corrida. E essa opor-tunidade foi em 2010, na Formula Fu-ture Fiat. Graças a Deus deu certo. E agora, ano que vem, rumo à Itália.

MF – Como estava a sua cabeça lá no carro, durante a última prova?Costa – A cabeça estava a mil. Não conseguia mais suportar o nervosis-mo. Eu estava implorando para acabar. Mas graças a Deus deu tudo certo no final e eu não poderia estar mais feliz.

MF – Dava para fazer as contas da classificação do campeonato?Costa – Eu fazia as contas. A partir do momento que o João (Jardim) rodou e que eu estava imediatamente atrás do Alfaya, vi que não precisava mais ata-car. O único momento de nervosismo foi quando ele chegou no (Felipes) Apezza-to, mas graças a Deus não conseguiu passar. Eu estava todo o momento fa-zendo as contas, vi que não precisava forçar muito para chegar nele, até por-que o carro estava bem difícil de guiar, não queria arriscar a dar uma errada ou rodada grande e perder mais uma posi-ção. Então, estava mais administrando para conseguir ganhar o campeonato.

MF – Onde você acha que ganhou esse campeonato?Costa – Acho que foi mais na cabe-ça. Por incrível que pareça, eu estive calmo o tempo inteiro, pensando nos meus atos, procurando terminar bem as corridas.

NICOLAs COsTA, CAmPEãO DA FORmuLA FuTuRE FIAT

“Ganhei esse campeonato com a cabeça”Foi de forma dramática, ao final de uma corrida angustiante pelas múltiplas possi-

bilidades de desfecho, que o carioca Nicolas Costa levantou o título da Fórmula Future Fiat – e, com isso, conquistou o direito de integrar a Ferrari Drivers Academy, o projeto de formação de jovens promessas mantido pela lendária escuderia da Fórmula 1, e uma temporada inteiramente paga na Fórmula Abarth italiana em 2011.

Com um quarto e um sexto lugares na rodada dupla decisiva, a primeira prova dis-putada debaixo de chuva e a segunda com pista seca, Costa superou o gaúcho Francisco Alfaya pela diferença mínima de um ponto. “Foi um final de semana de superação, como tem sido desde o início da minha carreira”, comemorou o piloto, de 19 anos. Segundo ele, as últimas voltas pareciam “eternas”.

Fechando o ano de forma brilhante, o piloto diz que agora quer comemorar o resul-tado com a família. “Eles têm 200% de importância em tudo que conquistei até hoje”, afirma o campeão nesta entrevista à revista Mundo Fiat.

MF – O título da Formula Future lhe dá muita responsabilidade para o futuro, por ser uma compe-tição grande?Costa – O peso é grande nas costas. Tem dois grandes nomes por trás de mim agora, que é a Ferrari e a Fiat. En-tão, com certeza, aumenta a respon-sabilidade. Mas desde o início do ano eu tenho feito um programa, tenho me especializado em outras línguas, inglês, italiano, tudo para representar bem a categoria lá fora. Eu acho que nós temos condições de representar a categoria bem e chegar no topo.

MF – Você estava confiante no tí-tulo?Costa – É melhor prevenir do que re-mediar, né? Mesmo que o título não acontecesse, é bom estar o melhor preparado possível. Aprender nunca é demais. Então, agora que o título veio, eu estou muito bem preparado para isso. Eu vou correr atrás para fa-zer um bom trabalho lá fora.

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Nicolas Costa: “Tem dois

grandes nomes por trás de mim

agora, que é a Ferrari e a Fiat”

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Desde que Apolo, deus da mitolo-gia greco-romana, cruzou os céus rebocando o Sol em um carro pu-

xado por cavalos de potência olímpica, o automóvel estacionou no inconsciente coletivo como coisa de homem. A ideia do veículo como objeto intrínseco ao univer-so masculino nasce, provavelmente, com a própria invenção desse meio de loco-moção sobre rodas. Ainda que parido por um homem, Karl Friedrich Benz, foi pelas mãos de sua mulher, Berta Benz, que a máquina com motor monocilíndrico dei-xou a poeira da garagem – sob críticas e olhares tortos para aquela carruagem barulhenta – e ganhou as ruas do sul da Alemanha em 1888 para mudar, definiti-vamente, a história da mobilidade.

Apesar da revolução acelerada por Berta, saltar do banco do passageiro para o do motorista foi às mulheres uma revolução que levou mais de um século para se consolidar. Transição lenta, mas irreversível. No século XXI, elas ganha-ram espaço em todo o ciclo de vida do automóvel, contribuindo com invenções – como a do para-brisa –, estando presen-te na linha de produção, na engenharia ou em cargos de direção, passando pela oficina mecânica, pelo cockpit de carros de corrida ou como consumidora final.

A internet também está colaboran-do para que o envolvimento da mulher com o carro seja ainda maior. Só no site WebMotors, 190 mil mulheres estão ca-dastradas na Agenda do Carro, um pro-grama de manutenção preventiva que

envia a elas alertas periódicos por e-mail; preocupação, até então, delegada aos homens da casa.

De acordo com pesquisa realizada pelo site Vila Mulher, eles têm de com-partilhar democraticamente não apenas o espaço terreno com heras, afrodites e todo o leque de deusas plurifacetadas, mas também ouvir a opinião delas antes de escolher o modelo que levarão para a garagem: 31% das mulheres decidem so-bre que carro comprar e 46% influenciam na decisão de compra de seus parceiros.

três mulheres sobre quatro rodas

por AdriAnA BernArdino ShArAdA

São muitas as histórias que ilustram a nova realidade. Escolhemos três delas para desenhar o passado, presente e fu-turo dessa promissora relação.

CondUzidoS Por MrS. dAiSyQuando Maria Stella Castellari Coim-

bra tirou sua carteira de motorista, não se viam muitas mulheres atrás do vo-lante. Estamos falando de 1962. Aos 92 anos de idade, esta ex-telegrafista jamais se questionou se, como mulher, era ou não merecedora de dirigir. Ela simples-

outrora coisa de homem, os automóveis atraem cada vez mais asmulheres. Elas ganham espaço nas linhas de produção, na engenharia, oficinas mecânicas, cockpits de carros de corrida e, claro, ao volante

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Maria Stella,92 anos:

“Meu carrome ajuda

a ir aondeminhas

pernas nãovão mais”

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mente dirigia. Antes mesmo de tirar sua habilitação, aos 12 anos ela guiava o caminhão do pai quando ainda viviam no interior de São Paulo. Até os 20 anos, entretanto, ela tinha dirigido apenas o carro de outros homens. A vez dela, e sua parcial independência da rotina de dona de casa, chegou com o nascimento de Rose, sua primeira filha. Dona Maria conquistou um modelo zerinho para aju-dá-la com as tarefas de casa. O carro, en-tretanto, tornou-se mais fonte de prazer que de obrigações familiares.

Passado 49 anos, ela perdeu a con-ta de quantos modelos teve. Batidas? “Apenas uma contra um caminhoneiro imprudente”, recorda. Hoje, dona Maria não imagina a vida sem carro, especial-mente porque sua capacidade de locomo-ção está reduzida. “Meu carro me ajuda a ir aonde minhas pernas não vão mais”, diz. “Mas não apenas as minhas”, ela faz questão de ressaltar. Desde que o mari-do a proibira de trabalhar – “coisa de ho-mem ciumento” – dona Maria ficara com a função de motorista da família: levar e o buscar os filhos onde e quando fosse necessário. A rotina, que ela adora, se es-tende também aos netos e bisnetos.

Os tempos em que não havia placas de limite de velocidade são motivo de saudade. “Hoje a gente tem de andar bem devagarzinho, não é? Tento não ultrapassar os 60 km\h para não tomar multa. Mas é muito chato”, ela diz com tom decepcionado e nostálgico. Mas nem sempre dona Maria é tão comporta-da. Às vezes, após as visitas de domingo à filha, o genro se oferece para seguir a sogra até em casa. “Ficamos preocupados de ela dirigir quando está muito tarde”, conta Joel Leite, jornalista especializado no segmento automotivo. Na maior par-te das vezes, entretanto, é Joel quem fica para trás e perde a sogra de vista. “Ela arranca e, de repente, desaparece. Quan-do finalmente estaciono em frente ao prédio dela, dona Maria já está tranquila em casa”, conta o genro.

Na sessão de produção de fotos para esta reportagem, em rua deserta, a ita-

liana matou a vontade e pisou fundo no acelerador do Punto 1.4, T-Jet. Pelo sorriso, essa senhora um pouco mais baixa que a porta do carro saiu de alma lavada. “Ah, como eu gosto de dirigir, sofro só de imaginar que uma hora terei de parar”, sussurra ela, mas sem mui-to tempo para lamentações. Os netos a aguardam para mais uma carona, con-duzidos por sua “Mrs. Daisy”.

de MUlhereS nUAS àS FloreSFabiana Guadani Dias estudava em

uma escola próxima à oficina mecâni-ca do pai, nos anos 1970, época em que as oficinas eram decoradas com pôste-res de mulheres nuas e apenas homens levavam seus carros para consertar. Indiferente ao ambiente inóspito para outras mulheres, Fabiana ia para lá to-dos os dias após o colégio acompanhar o trabalho do pai e dos irmãos. Ali, ela pressentia, estava seu destino.

O pai da menina tinha reputação no bairro, onde era conhecido como Alemão, o Bom, e via com bons olhos a presen-ça da filha entre os filhos mais velhos, também mecânicos. Não se incomodou nem quando Fabiana, atenta à ausência das mulheres como clientes, começou a impor sua feminilidade ao ambiente. “Eu ficava apertada de vontade de fazer xixi, mas não tinha coragem de entrar naque-le banheiro imundo. Imagine outras mu-lheres!”, conta. Começou pela faxina do banheiro, depois substituindo os pôste-res de mulheres nuas. Quando o pai e os irmãos se deram conta, a oficina parecia um consultório médico. A moça reivindi-cou até um banheiro exclusivo para elas, distribuiu quadros floridos e adotou um aquário com peixes coloridos.

Quando Fabiana começou oficial-mente a consertar carros, ser atentido por ela era, para alguns motoristas, como acender a fogueira em que se quei-maram sutiãs. Depois de se certificarem de que seria ela a mecânica do carro de-les, engatavam marcha à ré e iam em-bora. “Volto quando puder ser atendido por um homem”, diziam. Nenhum des-

CAPA

Para Fabiana Guadani não há satisfação maior

do que ver um carro consertado por ela sair

inteiro da oficina depois de chegar guinchado

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ocupantes pouco usuais das bo-leias dos caminhões, as mulheres vêm, gradativamente, descons-

truindo o mito de que a profissão de ca-minhoneiro é exclusividade masculina. Para isso, contam com o incentivo da família e de empresas como a Braspress Transportes Urgentes, parceira da Iveco que há mais de uma década aposta no talento feminino atrás do volante. Atu-almente, elas ocupam 40% dos cargos de motoristas da frota da empresa.

É o caso de Maria Nunes Campos, 54 anos. Quando foi contratada pela Bras-press, em 2002, ela já contava doze anos de experiência como motorista. Mesmo após uma década e meia na profissão, ela não esquece as dificuldades do co-meço da carreira. “Quando comecei, as mulheres não tinham tanto espaço como têm atualmente. Para se ter uma ideia, toda vez que ia entregar as mercadorias ao fornecedor, os funcionários ficavam observando possíveis erros durante as manobras. Isso raramente acontece nos dias de hoje”, recorda.

Embora o aprendizado tenha sido precoce – ela aprendeu a dirigir aos 15 anos de idade – Campos só conseguiu a carteira de habilitação bem mais tarde. “Desde a infância admirava as pessoas dirigindo. No entanto, somente tirei a carteira de habilitação na categoria B, para dirigir carros, aos 34 anos”, revela.

A autorização para dirigir caminhão surgiu logo depois, em um misto de necessidade e oportunidade. Precisan-

ses contratempos desencorajou a jovem. Resultado: os homens acabaram se ren-dendo à competência dela, e o número de clientes mulheres chega, hoje, a 70% do total da clientela. O pai, feliz, deu-lhe o apelido de Marcha Lenta, injusto ao ritmo de trabalho da moça, mas que ela nunca reclamou. Ao contrário, ela se orgulha de ser, ao lado dos irmãos Gasolina, Graxa e Rosca Fina, uma peça importante do time.

Fabiana não reclama para si o título de precursora na profissão nem de agen-te de transformação de oficinas mecâni-cas – hoje numerosamente mais clean –, mas sabe que tem seu lugar entre as que abriram caminho para a mudança. “Mi-

CAPA paixão pesada

No imaginário popular, as boleias de caminhões ainda são um reduto essencialmente masculino. Mas quem conhece a realidade da profissão sabe que a presença das mulheres nas ruas e rodovias brasileiras é cada vez maior

por liliAn loBATo

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ostanha maior felicidade é ver um carro sair

inteiro da oficina depois de chegar guin-chado. Não há satisfação maior”, diz.

PArA QUe CreSCer? PArA dirigir, UéAos três anos, Ana Carolina Yamaka-

wa representa uma geração que colo-cará por terra os padrões arquetípicos sobre homens e carros. Todos os dias, quando vai à escola, há uma mulher na direção. De sua cadeirinha, ela acompa-nha os olhos amorosos da mãe que zela por ela através do retrovisor. Talvez pela naturalidade desse exemplo cotidiano, ou simplesmente pelo prazer de andar de carro, Carol diz ter decidido o que fa-zer quando crescer. Um dia, antes que a mãe usasse a estratégia do aviãozinho para fazê-la comer, a menina adiantou-se à colher e pediu mais. “Quero comer um montão, mamãe”. Para quê? A mãe quis saber. “Para crescer logo”. E para que crescer logo? “Pra dirigir, ué!”. Ób-vio assim, “Ué!”

Em outra situação, depois de ver Carros no cinema (sim, ela pediu), Carol quis que os pais lhe comprassem uma casinha. Não a da Barbie, mas a do Re-lâmpago McQueen. Tinha de ter um Fer-rari estampado nela. No estacionamento da casinha, ela colecionaria carrinhos, bicicletas, motos e tudo o mais que se automove sobre rodas; inclusive um mo-delo vermelho que ela pode dirigir pelos corredores da casa. Para quem vê nisso uma tendência masculina, não se enga-ne: ela se veste de rosa, pinta as unhas, quer passar as maquiagens da mãe e ser a princesa do pai, como qualquer garota.

Quando Carolina finalmente tirar sua habilitação, é provável que a dualidade homem versus mulher ao volante este-ja obsoleta, e os carros saiam de fábrica com configurações cada vez mais pensa-das para elas ou mais customizadas. Mas é preciso não se esquecer das mulheres que teceram essa história de sucesso e igualdade, conquistada como numa cor-rida de bastão, passado de mão em mão por Bertas, Stellas, Fabianas e Carols.

Ana Carolina Yamakawa: paixão que vem do berço

Maria Nunes Campos,

caminhoneira há 15 anos:

“Quando comecei, as mulheres não

tinham tanto espaço como têm

atualmente”

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do melhorar a renda para ajudar na criação dos dois filhos e trabalhando como responsável pelo setor de entre-gas de um depósito de cargas, Maria Campos vislumbrou a chance de me-lhorar de vida se investisse em uma carreira que estava logo ali ao lado. “Como caminhoneira poderia contri-buir mais com as despesas de casa”, explica. Logo após ser aprovada no exame de habilitação da carteira espe-cífica para veículos pesados ela con-seguiu uma vaga na própria empresa onde trabalha atualmente.

vado para a limpeza da casa, estudos e, claro, um breve descanso”, lista. “É também no sábado que vou ao salão, arrumo os cabelos e faço as unhas. Entretanto, diariamente não deixo de passar um batom e cuidar da minha imagem”, explica.

A profissão de caminhoneira também se tornou sinônimo de re-alizações para Maria Campos. Além de ajudar nas finanças domésticas, ela conseguiu comprar seu primeiro carro zero quilômetro e pagar a fa-culdade – ela cursa o terceiro ano

CAPA Maria Campos ressalta que, no

início, o trabalho como caminhoneira teve forte impacto na família. Os filhos sempre foram grandes incentivadores e ficaram satisfeitos com o passo dado pela mãe. “Já meu marido não gostou muito da ideia, no começo. Ele ficou preocupado com a minha segurança, mas hoje me apoia e tem muito orgu-lho do trabalho que faço”, conta.

Segundo ela, conciliar o traba-lho com as tarefas de casa é um dos maiores desafios, e exige esforço e dedicação. “O fim de semana é reser-

de Letras. “É muito gratificante ad-quirir conhecimento e ter sabedoria para buscar o que desejo. Não tenho intenção de sair da empresa, mas almejo atingir cargos superiores. Preciso aproveitar as oportunidades dadas pela vida”, revela.

PrAzer eM FAMíliANa família de Alcione Mara da

Silva, 37 anos, o prazer de dirigir pa-rece estar no sangue. Ela descobriu a paixão pelos caminhões com o ma-rido, também caminhoneiro. “Eu o acompanhava em viagens a trabalho e acabei aprendendo a gostar da pro-fissão”, relembra Silva, que destaca também o desejo do filho de 20 anos de seguir o mesmo caminho. “Ele é motorista, mas trabalha com carros em função de não ter completado 21 anos. Entretanto, logo irá tirar a carteira de habilitação para dirigir caminhões. O amor pela direção é de família”, afirma.

Há dois anos na Braspress, ela diz estar satisfeita com a função. “Sou técnica de enfermagem, mas nunca me vi atuando na área. Como motorista me sinto realizada”.

Como a colega Maria Campos, Alcione Silva acredita que conciliar o trabalho com tarefas domésticas é o mais difícil em sua rotina. “Mas sempre arranjo um tempinho para sair para pescar com meu marido. É quando consigo me desligar da roti-na pesada”.

Os cuidados pessoais também não são deixados de lado pela motorista, que gosta de manter cabelos e unhas sempre arrumados. “Batom e o blush também estão sempre comigo no dia a dia”, destaca.

Para a caminhoneira, a profissão só pode ser destinada a pessoas que realmente têm prazer em dirigir. “Pre-tendo continuar na área e o próximo passo é fazer o exame de habilitação para dirigir carretas”, revela.

A caminhoneira Alcione Mara da Silva mantém em dia os cuidados com a beleza

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No dia 1º de janeiro deste ano, tomou posse a primeira pre-sidente mulher da história do

Brasil. A eleição de Dilma Rousseff mostra como a mulher vem vencen-do, a cada dia, antigos preconceitos e ocupando cargos antes restritos aos homens. E, na fazenda Itamarati, em Campo Novo do Parecis, no Mato

Grosso, não é diferente: um grupo de mulheres está no comando de tratores e outras máquinas agrícolas da Case IH, funções outrora desempenhadas apenas por seus maridos.

A iniciativa de empregá-las partiu da própria fazenda, que convidou 16 mulheres de trabalhadores para par-ticipar do treinamento preparatório

não daria conta. Mas hoje ele admira o que eu faço e tem muito orgulho de mim”, revela.

BoAS AlUnASAntes de assumirem o comando

das máquinas, as operadoras pas-saram por um curso de capacitação, em um projeto piloto idealizado pela fazenda, de propriedade do Grupo André Maggi, e realizado pela Case IH em parceria com a concessionária Maxxicase.

“Foi um desafio para nós, pois a maioria das mulheres não tinha fa-miliaridade com as máquinas. Nor-malmente os operadores que recebem os primeiros treinamentos já foram auxiliares ou apresentaram interesse em exercer a função. No caso do grupo feminino, que não tinha essa oportu-nidade, partimos do zero”, diz Ângelo Brochieri, da Case IH.

O curso começou com a parte teóri-ca e seguiu com a prática, que incluiu operações básicas com os tratores e direção em área demarcada por cones. No total, foram 30 dias de treinamento. A Case IH e a Maxxicase acompanham o trabalho das operadoras de tratores durante toda a safra e oferecem cursos de aperfeiçoamento anualmente.

Apesar da dificuldade inicial, os resultados de produtividade com as mulheres são melhores que os dos homens. “Elas apresentam um percentual de 17% de rentabilidade maior do que os homens, já que pa-ram menos durante o serviço e são mais cuidadosas, diminuindo o índi-ce de quebras das máquinas”, explica o gerente-geral de pós-vendas da Ma-xxicase, Mauri Queiroz.

E mais mulheres interessadas devem ser capacitadas. “Aqui não fa-zemos distinção de sexo quando há o desejo de trabalhar e produzir. Se formos procurados por mais mulhe-res, vamos dar todo o suporte para elas”, conta o gerente da unidade, Leonir Bertolini.

CAPA Elas estão no comando

Mulheres de fazenda no interior do Mato Grosso se capacitaram e agora operam máquinas agrícolas da Case ih ao lado dos seus maridos

por FrederiCo MAChAdo

para o cargo. Todas elas possuem ensino médio completo ou estão em fase final do curso, que também é oferecido pela fazenda. “Trata-se de um trabalho inédito em treinamento de mão de obra”, conta o coordena-dor do Centro Avançado de Suporte ao Cliente da Case IH de Cuiabá (MT), Ângelo Brochieri.

O idealizador do projeto, Sílvio Zômpero Sarlo, é gerente de produção da Fazenda Itamarati e relata os be-nefícios do treinamento de mulheres. “Abrimos uma oportunidade para elas no mercado de trabalho. A empresa forma mão de obra e também oferece qualificação, o que é bastante interes-sante, pois traz retorno tanto para os

funcionários, quanto para nós, pois eles aprendem de acordo com nossas necessidades”, explica.

Benigna dos Santos é uma dessas mulheres. Quando fez o curso, ela ain-da trabalhava na capina. Agora, opera máquinas agrícolas no plantio do al-godão. “Eu pensava que aquele tipo de trabalho era complicado demais, que só os homens conseguiriam fazer. Mas não podemos dizer que algo é di-fícil sem conhecer. Hoje, percebo que é tranqüilo e que nós, mulheres, pode-mos fazer sem problemas”, confessa.

Ela conta que, no início, seu mari-do, que também trabalha na fazenda, desconfiou um pouco da nova fun-ção. “No começo, ele achou que eu

A conquistada fundiçãoMulheres da Unidade Alumínio da teksid relatam como é trabalhar em meio a centenas de homens em um setor outrora exclusivamente masculino

por FrederiCo TonUCCi

Em uma olhada panorâmica da Unidade Alumínio da Teksid, nada parece se destacar na ro-

tina de uma indústria do setor de fundição: trabalhadores com seus

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Márcia Laranjeira

está há um ano na

linha de produção

da Unidade Alúminio da Teksid

Benigna dos Santos depois de 30 dias de treinamento opera máquinas agrícolas

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masculino. Sua rotina é a mesma de qualquer operário: chega no posto de trabalho, verifica os parâmetros dos equipamentos e inicia a produ-ção dos Machos. Ela exerce sua fun-ção na macharia, onde é responsável pela operação do equipamento e pela “rebarbação” dos machos de areia.

Macho: molde confeccionado em areia responsável por delinear as cavidades internas do cabeçote, como por exemplo as galerias de passagem de água e óleo.Esses cabeçotes são fabricados ex-clusivamente para montagem dos motores 1.0 e 1.4 que equipam o NOVO UNO.

Quando Márcia mandou seu cur-

rículo e foi chamada para a entre-vista de emprego, não passava pela sua cabeça trabalhar diretamente no setor de produção. “Eu nunca imagi-nei que ia realmente mexer nas má-quinas, coisa que não é brincadeira, é uma grande responsabilidade. Foi um desafio, mas estou adorando”, comenta. Para ela, a mulher pode exercer qualquer tipo de função, bas-

Mulheres na Escola teksid

desde que foi inaugurada, em se-tembro de 2007, a escola Teksid, que trabalha a formação de profissionais na área de fundição em parceria com o Se-nai-Mg, só atraía a atenção de rapazes. Mas em 2010 esse quadro mudou. Foi o primeiro ano em que o projeto recebeu mulheres entre seus alunos.

Uma delas é a jovem Patrícia Quin-tão, de 18 anos. ela faz o curso de Pro-cesso de Fundição eletroeletrônica e Automação, que tem a duração de dez meses. Patrícia diz que não vê a hora de se formar, em julho deste ano. “espero ser uma boa profissional, pois aqui re-cebo uma boa qualificação. Quero cres-cer na profissão, e, se possível, dentro da própria empresa”, comenta.

Segundo a analista de recursos humanos Cristiane Barboza, o fato de mais mulheres se inscreverem no proje-to é muito positivo para a Teksid, uma vez que elas acrescentam uma outra perspectiva à tarefa: “recebê-las só faz agregar valor aos cursos e a profissão”, avalia.

Patrícia soube do curso por intermé-dio do irmão, que já é funcionário da Teksid. “Sei que é uma grande empresa e que aqui posso crescer muito no mer-cado de trabalho”, afirma.

A escola Teksid é destinada a jo-vens de 18 a 22 anos, com ensino fun-damental completo. esses jovens têm aulas dentro da fábrica ou nos labo-ratórios do Senai, em itaúna (Mg) e Betim (Mg).

equipamentos de segurança, operan-do organizadamente peças e equipa-mentos pesados. Um observador mais atento, entretanto, pode perceber um detalhe ainda incomum no setor. É que naquele contexto aparentemente exclusivo do universo masculino, tra-balham também mulheres.

Não é novidade a ascensão das mulheres no mercado de trabalho. Uma pesquisa divulgada pelo IBGE, em 2010, mostra que elas represen-tam 45% da população ocupada no Brasil. Mas o que muitas vezes esca-pa aos olhos menos atentos é a pre-sença delas em funções anteriormen-te exercidas apenas por homens. No dia a dia de qualquer cidade lá estão elas dirigindo ônibus, dando manu-tenção em postes de energia, fazen-do a segurança de estabelecimentos comerciais. E o ano de 2011 provou essa tendência de maneira emblemá-tica, com a posse da primeira mulher presidente do Brasil.

Márcia Maria Laranjeira trabalha na Teksid há quase um ano. Ela é uma das quatro mulheres que atuam na Unidade Alumínio, que conta com mais de cem trabalhadores do sexo

ta força de vontade e dedicação para vencer as dificuldades.

Como toda mulher que traba-lha fora de casa e é mãe de família, Cláudia Gomes concilia as tarefas do-mésticas com as funções na empresa. Mãe de dois filhos, ela cuida da casa na parte da manhã e, após a jorna-da de 8 horas na Teksid, volta suas atenções para a família. Ela conta que quando foi contratada, seu mari-do, que trabalha como carteiro, ficou surpreso ao saber do novo emprego da esposa. “No início ele teve dúvidas no sentido de eu dar conta ou não do serviço. Ao longo do tempo ele foi se adaptando à ideia, e hoje ele assimila muito bem”, comenta.

Cláudia, que como Márcia trabalha na macharia, compartilha da mesma opinião da colega: “Hoje, com toda a tecnologia existente, a força física não é tão necessária. Por isso, nós mulhe-res podemos fazer as mesmas coisas que os homens”, afirma.

Por se tratar de um trabalho que exige cautela aos detalhes, os gesto-res têm passado a privilegiar cada vez mais as mulheres, por elas serem mais cuidadosas, detalhistas e caprichosas. “Foi quebrado um paradigma, princi-palmente no que se refere à fundição no Brasil”, conta o responsável de Produção da Unidade Alumínio, Olin-to Vargas: “Nós as colocamos numa área que precisa de bastante atenção, e a mulher tem esse diferencial em re-lação ao homem, é mais focada naqui-lo que está fazendo”, argumenta.

Em relação à rotina com os cole-gas, Márcia diz que impera na empre-sa o respeito e a igualdade. “Não se vê no olhar deles nenhum tipo de malda-de, nem mesmo de superioridade. Eles nos tratam sempre com muito profis-sionalismo”, argumenta. Olinto Var-gas reforça: “Não há diferenciação em relação ao serviço. Elas são cobradas da mesma maneira que os homens, e estamos bastante satisfeitos com o desempenho delas”.

CAPA

Mãe de doisfilhos, CláudiaGomes concilia atarefa domésticacom as funçõesda empresa

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A Iveco acaba de receber mais um prêmio AutoData, dessa vez como empreendedora do ano. Desde 2007, quando iniciou seu plano de expansão acelerada no Brasil, já foram 14 indicações e 6 troféus, sendo3 de Caminhão do Ano. Mais uma prova de que a Iveco investe cada vez mais para se superar e para colocar você sempre à frente.

A Iveco acaba de receber mais um prêmio AutoData, dessa vez como empreendedora do ano. Desde 2007, quando iniciou seu plano de expansão acelerada no Brasil, já foram 14 indicações e 6 troféus, sendo3 de Caminhão do Ano. Mais uma prova de que a Iveco investe cada vez mais para se superar e para colocar você sempre à frente.

CENTRO DE ATENÇÃO AO CLIENTE

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Acessibilidade é o nome dado ao conjunto de iniciativas voltadas para a eliminação de empecilhos

ao livre acesso e trânsito de pessoas portadoras de deficiências nos ambien-tes públicos e privados.

Na Fundação Torino, ações desta natureza são adotadas desde a criação do projeto de acessibilidade, em 1998. Hoje, a instituição é toda adaptada, com rampas de acesso, instalações sa-nitárias adequadas e corrimãos em to-das as rampas e escadas.

Daniela Mendes, diretora brasileira da Fundação, explica que, além de res-peitar o direito de ir e vir de todas as pessoas, o projeto busca humanizar as relações, ensinando valores de respei-to e igualdade aos alunos, professores, funcionários, famílias e todos os que fre-quentam as instalações da instituição.

Para ela, a inclusão social é impor-tante em todos os ambientes da socieda-

de e a escola deve estar sempre à frente promovendo mudanças. “É papel da escola garantir não apenas a acessibi-lidade em todos os seus espaços físicos, mas também trabalhar a convivência harmoniosa e respeitosa entre todas as pessoas, sejam elas portadoras de ne-cessidades especiais ou não”, ressalta.

Uma das ações de maior destaque aconteceu em 2009, durante os Jogos de Integração, a olimpíada interna da escola. Na ocasião, a Fundação recebeu uma equipe de esportistas composta apenas por portadores de deficiência física. O convite teve como objetivo mostrar aos alunos exemplos de supe-ração. “Os estudantes puderam conhe-cer um pouco da história e do dia-a-dia de cada convidado e perceber que as dificuldades do cotidiano só são ultra-passadas com empenho e perseveran-ça”, reforça Sílvia D’Arpino, coordena-dora da Scuola Elementare.

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sFundação torino trabalha pela acessibilidadehá mais de uma década, a instituição desenvolve ações para facilitar a mobilidade de pessoas com necessidades especiais

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Fundação Torinoensina valoresde respeito e

igualdade aosalunos

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õEs Esforço coletivo para ajudar

as vítimas das chuvasColaboradores das empresas do Grupo Fiat se mobilizam na arrecadação de doações para regiões atingidas pelas chuvas de janeiro

por FrederiCo MAChAdo

te”, revela o diretor de Recursos Humanos da Fiat América Latina, Vilmar Fistarol.

Além da ajuda com doações, mais de 50 empregados trabalharam como vo-luntários no envio do material arrecada-do. Alguns coordenaram o recebimento das doações nas portarias das próprias empresas e outros ajudaram na base da Cruz Vermelha, como o operador da Fiat Powertrain Elton Luiz Corrêa Alves. “A experiência foi muito gratificante. Mes-mo cansados, todos mantivemos o pique e a satisfação porque sabíamos que ha-via inúmeras pessoas esperando nossa ajuda”, conta.

As empresas também contribuíram. A Iveco, por exemplo, disponibilizou dois caminhões para o transporte das doa-ções; a Fiat Automóveis doou cinco mil cestas básicas, 1,5 mil brinquedos e três ambulâncias Fiorino e a CNH colocou máquinas à disposição do Exército nas operações de resgate e reconstrução das áreas destruídas.

MUNDoFiAT

A tragédia que atingiu o Rio de Ja-neiro, São Paulo e Minas Gerais no início do ano assustou o país e

despertou o lado solidário dos brasileiros. Pessoas em todo o país começaram a se mobilizar para ajudar. Nas empresas Fiat não foi diferente: empregados se uniram em uma corrente que trabalhou na arre-cadação de donativos e na organização para o envio do material recebido.

Durante quatro dias, foram instalados postos de arrecadação nas portarias das unidades da Fiat, Iveco, Fiat Powertrain, CNH, Comau, Teksid, Magneti Marelli e Fiat Services, nas cidades de Betim, Sete Lagoas, Nova Lima, Contagem e Itaúna. No total, foram arrecadadas 140 tonela-das de alimentos, água, roupas e artigos de higiene pessoal. “Esse grande número de doações por parte dos funcionários não nos surpreende totalmente, pois sabemos que eles compartilham essa mentalidade solidária da empresa. Incentivamos as campanhas e eles aderiram prontamen-

Colaboradoresse empenharamem ajudar osdesabrigadosdas chuvas dejaneiro

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A Caravana Siga Bem, maior ação social itinerante nas estradas da América Latina, esteve em

Sete Lagoas (MG), no dia 4 de feve-reiro, para um evento dedicado aos colaboradores da unidade industrial da Iveco. Promovido pelo Grupo Co-bram Comunicação Sem Limites, em parceria com a Iveco e a Petrobras, a caravana está em sua 5ª edição. A ini-ciativa percorre todo o Brasil levando cidadania, saúde e lazer a caminho-neiros dos quatro cantos do país.

Uma estrutura com três carretas e quiosques foi montada na entrada da fábrica e já recebia os funcionários desde as 10 horas da manhã. Ao lon-go do dia, cerca de 4,5 mil pessoas as-sistiram a shows, ganharam kits pro-

Caravana Siga Bem chega à ivecoprojeto que percorre o Brasil realiza ações de conscientização e entretenimento aos colaboradores da fábrica de Sete lagoas

por helenA liMA

profissão. Os profissionais que atin-gem os melhores resultados são sele-cionados para a prova prática, últi-ma etapa do prêmio Caminhoneiro do Ano. O vencedor ganha um veículo Stralis NR. “Através dos questioná-rios é possível mapear as necessida-des dos caminhoneiros e reverter os dados levantados em prestação de serviços de qualidade”, destaca Ale-xandre Côrte, presidente da Cobram. No evento em Sete Lagoas, os cola-boradores da Iveco simularam ava-liações para conhecer a pesquisa rea-lizada com os motoristas.

As atividades se estenderam até o final da tarde e, ao final, os funcioná-rios já comentavam o desejo de par-ticipar novamente da Caravana. “Foi um dia de muita diversão e aprendi-zado, por isso estou ansioso pelo pró-ximo”, disse Pedro Ivo Batista Júnior, estagiário na área de comportamento de produto e ganhador de uma das te-levisões sorteadas no evento.

A 5ª edição da Caravana Siga Bem, que teve início em outubro de 2010, continua a percorrer o país até abril. Em maio é divulgado o vence-dor do prêmio Caminhoneiro do Ano. “Parceira do projeto há três anos, a Iveco encontrou na Caravana uma forma simples e direta para ouvir os caminhoneiros, conhecer sobre seu dia-a-dia e, assim, poder atendê-los melhor”, afirma Marco Piquini, diretor de comunicação da empresa.

TrAjeTóriA de SUCeSSoHá cinco anos na estrada, a Ca-

ravana já percorreu mais de 120 mil quilômetros e realizou 500 dias de festas em postos e concessionárias em diversos estados brasileiros. A ideia é acompanhar as demandas do setor e desenvolver trabalhos de responsabilidade social por meio da conscientização de motoristas e pro-fissionais da área.

Uma das ações de maior impacto é o Siga Bem Criança, que estimula o

mocionais e participaram de sorteios, além de acompanharem palestras da Polícia Rodoviária Federal sobre segu-rança nas estradas. Para o operador de empilhadeira Leonardo Araújo, “o tra-balho promovido pela Caravana é in-dispensável no cotidiano de qualquer pessoa”. As atividades incluíram tam-bém orientações sobre doenças sexual-mente transmissíveis, cortes de cabe-lo, massagens e exames gratuitos de glicemia, colesterol e pressão arterial. “Ações como essa estimulam a vontade de fazer um bom trabalho”, diz Adeilto de Assis Dantas, operador de motores.

Em uma das carretas, equipada com dez computadores, os caminho-neiros respondem a uma pesquisa com questões ligadas à realidade da

combate à exploração sexual de crian-ças e adolescentes pelas estradas. Ou-tra campanha é o Siga Bem Mulher que orienta caminhoneiros sobre como acabar com a violência doméstica.

Além da estrutura disponibilizada para os eventos, a Caravana oferece test-drives em caminhões da Iveco. “Por meio da Caravana é possível que os caminhoneiros façam testes e co-nheçam melhor nossos produtos”, aponta Marco Piquini.

Segundo a organização, um mi-lhão de pessoas já participou dos eventos nas cinco edições do projeto. Cerca de 90 mil testes foram aplicados e 40 mil caminhoneiros cadastrados.

Para acompanhar a Caravana e obter informações, acesse o site www.caravanasigabem.com.br.

Fotos ignácio Costa

Para Adeilto Dantas (acima),

evento serve como estímulo

ao trabalho. Alexandre Cortês,

presidente da Cobram (abaixo),

diz que o foco é a prestação

de serviços de qualidade

Ao todo, 4,5 mil pessoas prestigiaram a caravana em Sete Lagoas

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Criado com o intuito de motivar jovens estudantes durante a vida acadêmica, o Prêmio Fiat

de Educação alcançou, em 2010, sua 14º edição, distribuindo R$ 640 mil em prêmios para filhos de funcioná-rios do Grupo Fiat que concluíram com louvor o ensino médio ou supe-rior em 2009.

O número de inscritos no ano passado foi de 324 estudantes. Des-ses, foram contemplados 30 estudan-

Grupo Fiat recompensa alunos exemplaresEm sua 14ª edição, prêmio Fiat de Educação distribui mais de r$ 600 mil aos filhos de funcionários com melhor desempenho escolar e acadêmico

por FrederiCo TonUCCi

tes do ensino superior, que receberam R$ 8 mil cada; e cem do ensino mé-dio, premiados com R$ 4 mil. Para a escolha dos vencedores, um corpo de jurados avaliou o histórico escolar de cada um dos concorrentes, do início à conclusão dos cursos.

O evento de premiação da edição 2010 ocorreu em dezembro, no Ex-pominas, em Belo Horizonte. Com o auditório repleto de funcionários e famílias ligadas ao Grupo Fiat, cada

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Ao todo, 130 estudantes foram premiados em 2010

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jovem ganhador foi chamado ao pal-co e, sob os aplausos da plateia e os olhares orgulhosos dos pais, recebe-ram o prêmio em cheque, entregue pelo presidente do Grupo Fiat para a América Latina, Cledorvino Belini. Ao final da cerimônia, os familiares se confraternizaram em um almoço, onde puderam comemorar ainda mais a conquista dos estudantes.

Em discurso, Belini destacou a satisfação pessoal de entregar os cheques e ressaltou a importância do prêmio para o Grupo Fiat. “Essa é uma iniciativa indispensável, que representa não só o reconhecimento a todos os premiados, mas também ao valor estratégico que nós do Gru-po Fiat damos à educação como vetor de mudanças para o progresso”, dis-se o presidente, que destacou as se-melhanças entre a atuação do Grupo e dos alunos vitoriosos. “Para chegar até aqui, tanto nós, na liderança de mercado, como vocês, destaques en-tre muito concorrentes, precisamos de anos de muito esforço, disciplina e força de vontade para conseguirmos nos superar”, acrescentou.

eMPenho reConheCidoPremiar a dedicação ao estudo

se mostra uma iniciativa motivado-ra para os jovens e de orgulho para os pais. Vencedor na categoria Ensi-no Médio, Jonathan Lopes, 18 anos, conta que dedica praticamente o dia todo para os estudos, e que um prê-mio desse tipo “é um incentivo para querer, cada vez mais, crescer na vida”. A mãe, Maria Aparecida Lo-pes, não esconde o sentimento de sa-tisfação em ver seu filho premiado: “Ele sempre foi um menino muito responsável, sempre se dedicou mui-to”, lembra. Hoje, o estudante cursa Ciência da Computação na faculdade Pitágoras de Belo Horizonte e diz já ter um destino certo para o prêmio conquistado: “vou usar o dinheiro para ajudar nas despesas do curso de pós-graduação”, vibra.

Cristian Ferraraccio, 18 anos, filho do empregado da FPT – Powertrain Technologies Julio Cesar Ferraraccio, lembra como soube que era um dos ganhadores: “Meu pai chegou com a carta, todo feliz, dizendo que agora eu tinha R$ 4 mil para fazer o que qui-ser. Ele ficou ainda mais empolgado do que eu”, comenta. Aluno de En-genharia Elétrica na UFMG, Cristian pretende investir o dinheiro em um computador mais moderno.

Evento de premiação

mobiliza as famílias dos estudantes

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MUNDoFiAT66 MUNDoFiAT 67

no BrASil e no MUndoO Prêmio Fiat de Educação foi

criado em 1997 pela Fiat SpA, que tem como sede a cidade de Turim, na Itália. A premiação ocorre nos países onde o Grupo atua e passou a ser distribuída no Brasil em 2001. Par-

ticipam do projeto várias cidades em Minas Gerais, Paraná e São Paulo.

A soma total de prêmios passa de R$ 5 milhões, beneficiando qua-se dois mil estudantes. A satisfação dos pais e filhos é a prova maior do sucesso conquistado pelo programa. Para Waldemar Teixeira Prado, funcio-nário da Fiat Automóveis, a iniciativa foi muito boa para sua filha, Luana Gomes Prado, uma das ganhadoras. “Ela recebeu hoje o prêmio do Ensino Médio e quer estudar ainda mais para concorrer ao do ensino superior”, con-ta emocionado.

É com essa intenção que a Fiat de-senvolve o programa, conforme apon-ta Cledorvino Belini. “No Grupo Fiat, a busca pelos resultados vem sempre acompanhada pelo comprometimento, pelo desempenho e pela responsabili-dade para com a ética. E é desde cedo que aprendemos todos esses elemen-tos, para superação dos desafios, que nos são impostos, todos os dias, ao longo das nossas vidas. O prêmio tem, no mundo todo, o mesmo objetivo: es-timular estudantes e trabalhadores a crescerem ainda mais”, justifica.

Para garantir transparência no processo de seleção e escolha dos ganhadores, a premiação conta com um corpo de jurados cuja trajetória no universo da educação é louvá-vel. Além do coordenador nacional do projeto, Alberto Vubrel, da Escola Formare, que atua na formação pro-fissional em parceria com a iniciati-va privada, compõem o júri o reitor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Marco Antônio Vasconcelos e o diretor de Relações Institucionais da PUC Mi-nas e professor do Cefet-MG, Djalma Carvalho, para quem o prêmio “es-timula os jovens do Ensino Médio a continuarem seus estudos e ajuda os alunos que se formaram no Ensino Superior num momento crucial em suas vidas: a inserção no mundo do mercado de trabalho”.

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Os prêmios foram entregues por dirigentes do Grupo Fiat

“Comprometer a sociedade e sucessivos governos com comportamentos éticos e

com o desenvolvimento justo e sus-tentável de suas cidades”. Esta é a missão definida pela carta de princí-pios da Rede Social Brasileira por Ci-dades Justas e Sustentáveis, lançada em 2008 e que hoje conta com a par-ticipação de mais de meia centena de cidades no país e na América Latina. Em 2010, Betim passou a integrar a rede por meio do Movimento Nossa Betim, inaugurado em dezembro pas-sado com a proposta de articular os diversos atores sociais para estabele-cer metas e soluções para a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvi-mento sustentável da cidade.

De caráter autônomo e apartidá-rio, o Movimento integra organiza-ções sociais, empresas, instituições de ensino e cidadãos de Betim. O secretário executivo do movimento, Luiz Guilherme Gomes, afirma que, com base nas premissas da Rede So-cial Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis, “o Nossa Betim vai rea-lizar estudos, construir indicadores e produzir diagnósticos sobre a cidade para a construção do Plano de Me-tas de Desenvolvimento Sustentável. Para isso, utilizará informações for-necidas também pelo poder público e que vão contribuir para a planeja-mento e avaliação dos resultados das políticas governamentais”, explica.

A Fiat é a principal impulsionadora

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Imparticipação e sustentabilidade na agenda de BetimFiat abraça Movimento Nossa Betim, que reúne setores da sociedade para discutir e atuar em iniciativas que visam o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida da população

por FrederiCo TonUCCi

do Nossa Betim. “A empresa se empe-nhou em conhecer formas de integra-ção e cooperação dos diversos atores que atuam em um território para tor-ná-lo melhor para todos. Nessa bus-ca, chegou à experiência das ‘cidades sustentáveis’, que serviu de inspira-ção para o Movimento Nossa Betim. A partir daí, além de participar de todas as discussões para a implantação do modelo na cidade, convida seus par-ceiros a fazerem parte do Movimento, reforça interface com o poder público e também investe financeiramente na manutenção do Movimento e na busca e análise de dados, que serão a base do trabalho do Nossa Betim”, explica a coordenadora das ações de relacionamento com a comunidade da Fiat, Ana Luiza Veloso.

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Integrantes do Movimento

Nossa Betim: trabalho pelo

desenvolvimento sustentável da

cidade

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Responsável por definir as me-todologias, diretrizes e prioridades a serem tratadas pelo Nossa Betim, O Grupo Impulsor é formado por 27 representantes de diversos segmen-tos da sociedade. “É responsabilidade desses representantes orientar os gru-pos de trabalho que serão criados ao longo de 2011 para definir e monito-rar indicadores de qualidade de vida nas áreas de educação, cultura, saú-de, mobilidade urbana e meio ambien-te, entre várias outras”, ressalta Luis Guilherme Gomes. “Ele tem também o importantíssimo papel de mobilizar a sociedade, as diferentes redes, ins-tituições e lideranças que atuam no município”, reforça.

Integrante do Grupo, Ana Veloso destaca a importância da Fiat se envol-ver em iniciativas como essa, que dá especial atenção à Betim, cidade que acolhe a fabricante. “A Fiat tem uma atuação social muito sólida em algu-mas regiões do município. O Movimen-to é um desafio e uma responsabilidade por participarmos de todas as etapas, no âmbito econômico, social, ambien-tal da cidade. Temos certeza que é uma grande oportunidade de buscarmos uma ação integrada dos diversos ato-res para o benefício público da maioria da população de Betim”, afirma.

o ProjeTo nA PráTiCAInicialmente, o Nossa Betim se mo-

biliza em torno de três eixos de atua-ção: Conhecimento, Fórum Empresarial e Comunicação e Mobilização. No que tange à área Conhecimento, o movi-

mento trabalha na criação do Observa-tório Nossa Betim, com o propósito de realizar pesquisas e diagnósticos sobre o nível de vida da população, além de propor metas de desenvolvimento, vi-sando à justiça e à sustentabilidade.

No eixo da Comunicação e Mobili-zação, o projeto prevê a criação de es-paços onde os grupos de trabalho dis-cutirão os diagnósticos e as metas de melhoria da qualidade de vida, além de realizar campanhas de conscienti-zação para despertar nos moradores a autoestima, a valorização do espaço público e responsabilidade pelo de-senvolvimento sustentável.

Já o Fórum Empresarial tem a fun-ção de articular as empresas no diálo-go sobre como elas podem contribuir para a construção de uma cidade justa e sustentável.

BeTiMApesar de ser a segunda econo-

mia de Minas Gerais e possuir um dos vinte maiores PIB per capita do Brasil, Betim se encontra apenas na 187ª po-sição no ranking do Índice de Desen-volvimento Humano (IDH) do estado, situação que mostra a necessidade de se buscar melhorias na qualidade de vida da população do município. Luiz Guilherme Gomes argumenta que a realidade atual é fruto do “fenômeno da urbanização acelerada e do cresci-mento não planejado, que atinge atu-almente principalmente as cidades de porte médio, como Betim”.

Na visão do secretário executivo do Nossa Betim, a democracia partici-pativa contribui para o controle social e para a existência de governos cada vez mais efetivos e transparentes. “O que o movimento pretende é despertar o sentimento de corresponsabilidade pelo desenvolvimento sustentável de Betim nos cidadãos e nos diferentes segmentos da sociedade, estimulando a criação de compromissos em torno de metas de desenvolvimento susten-tável para a cidade”, conclui.

Para Luiz Guilherme Gomes, a

democracia participativa

contribui para a existência de governos mais transparentes

Os atacantes Vinicius e Luan e os

zagueiros Gualberto e Leandro Amaro,

do time profissional do Palmeiras,

prestigiaram a festa de final de ano da

Bola da Vez

Bola da vez entra na lei de incentivo ao Esporteparticipação facilita repasse de doações por empresas e pessoas físicas. Associação espera aumento da arrecadação em 2011 e já planeja ampliar o atendimento às crianças de Sorocaba (Sp)

por MiChele leAl oliveirA

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A Associação Bola da Vez, entida-de que estimula, por meio do fu-tebol, a educação e a formação

cultural e social de crianças e adoles-centes de bairros carentes de Sorocaba (SP) ganhou um importante reforço em 2010: o investimento via Lei de Incen-tivo ao Esporte.

Por intermédio da lei, que permite a empresas e pessoas físicas apoiarem fi-nanceiramente projetos esportivos sem fins lucrativos, a entidade recebeu cer-ca de R$ 250 mil pelo programa Case Multiação no ano passado, montante de ajudou a financiar suas atividades ao longo do ano. Até então, o patro-cínio da Case era realizado por meio do Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente (CMDCA).

“Essa conquista da Bola da Vez é um reconhecimento do profissiona-lismo e qualidade desta associação. A Case sente muito orgulho de parti-cipar de um trabalho como este e de contribuir com a comunidade em So-rocaba”, aponta Roque Reis, diretor Comercial da Case Construction para a América Latina.

A entrada na lei facilita o repasse de doações, o que resulta em aumento da arrecadação de fundos para finan-ciar os projetos. Com a expectativa de crescimento da receita em 2011, a as-sociação já planeja ampliar o atendi-mento às crianças do município.

“Vamos investir no quadro de pro-fessores e estagiários e aumentar a carga horária e a frequência das ativi-

dades”, lista o dirigente da Associação, Marzukevicz Antonio Faria, o Kedão.

Faria adianta que a Bola da Vez pretende, ainda nos próximos meses, duplicar o número de alunos assisti-dos, de 550, para mil crianças e abrir três novos núcleos nos bairros Parque Laranjeiras, no Vitória Régia e na Vila Angélica. “Com as perspectivas para este ano, vamos trabalhar com mais qualidade e teremos um aumento significativo no número de crianças atendidas”, vibra.

Atualmente, a entidade conta com quatro núcleos espalhados pela Zona Norte de Sorocaba, uma das áreas mais carentes da cidade. Todas as crianças e adolescentes atendidas têm o compro-misso de frequentar regularmente a es-cola e comprovar o bom desempenho nos estudos e no comportamento.

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PERF

IL Um tempo para reflexãoA filósofa e comunicadora Marcia tiburi analisa a questão do autoconhecimento em série de debates na Casa Fiat de Cultura

por liliAn loBATo

MUNDO FIAT: Como foi a esco-lha do tema central do seminário: “A Filosofia e o Autoconhecimento - Diálogos com Marcia Tiburi”?

MARCIA TIBURI: A ideia teve como base a necessidade das pesso-as em se conhecerem, o que não é tão simples como parece. Como a questão filosófica se transformou em mercado-ria da indústria de auto-ajuda, é preci-so devolvê-la à reflexão. Ao discutir o assunto, foi possível fazer com que o público se auto-avaliasse e percebesse

“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo”. O lema, que orientou todo o

pensamento do filósofo Sócrates na

Grécia Antiga, ainda hoje referencia uma das principais e mais fascinantes investigações da história da humani-dade, o autoconhecimento.

Discutir essa viagem em busca da essência do indivíduo foi o objetivo do seminário “A Filosofia e o Autoconhe-cimento – Diálogos com Márcia Tibu-

ri”, que a Casa Fiat de Cultura, em par-ceria com o projeto Sempre um Papo, realizou entre outubro e novembro de 2010, em Belo Horizonte.

O seminário contou com a partici-pação de estudantes e profissionais de diversas áreas e foi uma oportunidade de desmistificar o autoconhecimento como mercadoria. É o que avaliou a fi-lósofa e mediadora do evento, Márcia Tiburi, que ainda ressaltou a impor-tância da discussão em um cenário de tantas modificações. “O que estamos fazendo da nossa vida? Quem sou eu? Muitas perguntas desse tipo são abordadas pelos livros de auto-ajuda, o que acaba transformando a questão filosófica em mercadoria. Na verdade, o tema não se esgota e estamos sem-pre nos conhecendo”, disse.

Nesta entrevista concedida à re-vista Mundo Fiat, Márcia Tiburi avalia o seminário e aproveita para discutir mais algumas questões ligadas ao au-toconhecimento:

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Seminário contou com a participação

de estudantes e profissionais de

diversas áreas

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poderiam ter sido abordados, mas selecionamos o que seria mais enri-quecedor para a ocasião. Esses temas são subconjuntos dentro do grande sistema do autoconhecimento. A im-portância é como a de um pilar em uma grande construção. Poderíamos ter escolhido outros pilares, mas sem esses o edifício não ficaria em pé.

MUNDO FIAT: O autoconheci-mento passou a ser uma das maio-res questões humanas. Qual a con-tribuição do seminário?

MARCIA: Há alguns anos o pú-blico brasileiro leigo busca informa-ções sobre a teoria filosófica e o au-toconhecimento. Atualmente, existe um maior interesse das pessoas em se descobrir e entender as transfor-mações que a sociedade passa. O seminário conseguiu mostrar que as relações humanas se modificaram, sobretudo pelos avanços da cultura digital, e novas questões passaram a ser levantadas. É preciso entender a nova situação da cultura, já que a ve-locidade das transformações é inten-sa e não temos domínio do tempo.

MUNDO FIAT: Você é mestre e doutora em filosofia e já escreveu diversos livros na área. Quando co-meçou o interesse pelo assunto?

MARCIA: Estudo filosofia desde a minha adolescência, mesmo antes de entrar para a faculdade. Já escrevi uma série de livros que são direciona-dos a todo tipo de público. Para se ter

o lugar de sua própria subjetividade em tempos de destruição da vida inte-rior, da liberdade, da autonomia e da singularidade.

MUNDO FIAT: Quais temas fo-ram abordados durante os encon-tros?

MARCIA: Primeiramente, com a palestra “Saber de si – Saber de Nin-guém” foi possível fazer uma aborda-gem em torno de o autoconhecimento ter se transformado em mercadoria. Mostrei como o narcisismo contem-porâneo é uma armadilha de autodes-truição. Forneci dois exemplos tirados do filme Fahrenheit 451, de François Truffaut, e de um vídeo de Andrew Huang – Doll Face. Em ambos, a te-levisão funciona como espelho narcí-sico e destrutivo daquele que a con-templa. O tema também faz parte do livro “Olho de Vidro”, que irei lançar em maio de 2011.

Já a palestra “Sobre Eros e Conhe-cimentos em Si”, da professora da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Imaculada Kangussu, mostrou a relação entre Eros e o autoconheci-mento. A ideia dessa apresentação foi avaliar o amor por si próprio, a partir do modo como nos relacionamos com amor e desejo.

O tema “A Invenção da Sincerida-de” foi apresentado juntamente com a professora Carla Damião e contribuiu para a discussão sobre a sinceridade como elemento da autobiografia.

Com o psicólogo e professor Marco Heleno Barreto foi possível debater o tema “Tornar-se o que se é” e analisar o princípio de individuação. Para fe-char o encontro, o escritor e filósofo Juliano Pessanha contribuiu para o debate “Sobre a Atualidade da Angús-tia” ou como conviver com um afeto que condiciona a vida humana.

MUNDO FIAT: O que orientou a escolha dos temas?

MARCIA: Outros tantos temas

uma ideia, recentemente foi lançado o “Filosofia Brincante”, que é uma obra de filosofia para crianças com o selo Galerinha, da editora Record. Além disso, também escrevi livros em parcerias, como o recém lançado Diá-logo/Desenho, que foi publicado pela editora do Senac.

CrítiCA DA rAzão E MíMESiS No pENSAMENto DE thEoDor ADorNo porto Alegre, EDipUCrS, 1995

AS MUlhErES E A FiloSoFiA Antologia. São leopoldo, Ed. Da UNiSiNoS, 2002

UMA oUtrA hiStÓriA DA rAzão São leopoldo, Ed. UNiSiNoS, 2003

FiloSoFiA CiNzA - A MElANColiA E o Corpo NAS DoBrAS DA ESCritA porto Alegre, Escritos, 2004

DiáloGo SoBrE o Corpo Co-autoria com ivete Keil. porto Alegre, Escritos, 2004

o Corpo tortUrADo Antologia. porto Alegre Escritos, 2004

MEtAMorFoSES Do CoNCEito - étiCA E DiAlétiCA NEGAtivA EM thEoDor ADorNo porto Alegre, Ed. Da UFrGS, 2005

MAGNÓliA rio de janeiro, Bertrand Brasil, 2005

A MUlhEr DE CoStAS rio de janeiro, Bertrand Brasil, 2006

FiloSoFiA EM CoMUM – pArA lEr jUNto record, 2008

MUlhErES, FiloSoFiA oU CoiSAS Do GêNEro EDUNiSC, 2008

MAriA toMASElli, 2009.

SEiS lEitUrAS SoBrE A DiAlétiCA Do ESClArECiMENto UNi-jUí, 2009

o MANto – orNitoMANCE DAS BErENiCES record, 2009

FiloSoFiA BriNCANtE record, 2010

DiáloGo/DESENho Senac, 2010

LIVROS DE mARCIA TIBURI

PERF

IL Encontros discutiram o autoconhecimento no mundo contemporâneo

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Uma seleção especial das obras apresentadas na 29ª Bienal de São Paulo, realizada no final de

2010, começa a percorrer o País com pa-trocínio da Fiat, como parte da política da empresa de investir na democratização da cultura e da arte.

A primeira parada é Belo Horizonte, onde a mostra 29ª Bienal de São Paulo – Obras Selecionadas fica em cartaz de 18 de janeiro até o dia 20 de março nas galerias do Palácio das Artes e no Cen-tro de Arte Contemporânea e Fotografia.

essência da coleção apresentada na 29ª Bienal, que valoriza e contextualiza a arte contemporânea.

AléM do eixo rio-São PAUlo“Minas Gerais e outros Estados te-

rão a oportunidade de receber uma mos-tra de nível internacional, com entrada franca, num trabalho de difusão da arte e da cultura para além do eixo Rio-São Paulo”, afirma o presidente da Fiat, Cle-dorvino Belini.

O mote central da mostra se concen-tra na ideia de que é impossível separar a arte da política. Daí o seu título Há sempre um copo de mar para um homem navegar, da obra Invenção de Orfeu, do poeta Jorge de Lima. Nela, o público terá a oportunidade de conhecer e interagir

obras selecionadas da Bienal percorrem o paísA começar por Belo horizonte, doze cidades brasileiras recebem mostra com o melhor da 29ª Bienal de São paulo

por dAniel rUBenS PrAdo

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com um rico acervo de pinturas, insta-lações, projeções em vídeo, fotografias, esculturas e ilustrações. Ícones interna-cionais como Artur Barrio, Hélio Oitici-ca, Jean-Luc Godard e Samuel Beckett compartilham o generoso espaço da ex-posição com artistas brasileiros, como a mineira Cinthia Marcelle. Em sua insta-lação, Cinthia coloca o espectador diante de um imenso quadro negro, borrado e coberto de palavras soltas, quase apaga-das. No chão, um amontoado de pó de giz descansa. A obra da mineira remete à memória, ao apagamento, aos vestígios deixados pela palavra dita, pelo que foi feito e desfeito. O público poderá conferir também as instigantes obras de outros mineiros, como Matheus Rocha Pitta, Ta-mar Guimarães e Rosângela Rennó, que

São 190 obras de 35 artistas, escolhidas entre os 850 trabalhos que compuseram a 29ª Bienal de São Paulo. Em Belo Ho-rizonte, a exposição tem a realização da Fundação Bienal de São Paulo, da Fun-dação Clóvis Salgado e do Governo de Minas.

As obras percorrerão ainda Salvador, Rio de Janeiro, Recife, Curitiba, Porto Alegre, Araraquara, Campinas, São Car-los, Piracicaba, Santos e Ribeirão Preto. Trata-se de uma iniciativa da Fiat para difundir, para várias regiões do país, a

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O público de 12 cidades poderá

admirar 190 obras de 35

artistas de todo o mundo, como esta da mineira

Cinthia Marcelle

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MUNDoFiAT76 MUNDoFiAT 77

FiAT drive lATAM 2010

A Fiat realizou, entre agosto e outu-bro de 2010, um concurso cultural para incentivar à realização de test drives e vendas de automóveis em suas concessionárias na América la-tina e Caribe. durante este período, os clientes que visitassem uma con-cessionária e fizessem um test drive podiam se cadastrar no site e parti-cipar da campanha respondendo a pergunta “Como imagina o futuro?” através de texto, foto ou vídeo. Ao todo, mais de 27� mil consumido-res acessaram o site. Foram cerca de dois mil test drives realizados e mais 700 veículos vendidos a partir da iniciativa.

FiAT PowerTrAin doA AMBUlânCiA PArA hoSPiTAl PeQUeno PrínCiPe

A Fiat Powertrain entregou, em janeiro, um Fiat ducato equipado como ambulância UTi para o Complexo Pequeno Príncipe, do Paraná, o maior hospital exclusivamente pediátrico do Brasil. o veículo doado será utilizado no hos-pital waldemar Monastier, do qual o Pequeno Príncipe é gestor. A unidade fica na cidade de Campo largo, na região metropolitana de Curitiba, onde a fabricante possui uma fábri-ca inaugurada há pouco mais de um ano. As chaves simbólicas da ambulância foram entre-gues por Alfredo Altavilla, então Ceo mundial da FPT - Powertrain Technologies, em junho, quando a unidade da Fiat Powertrain de Campo largo foi inaugurada oficialmente. A planta é res-ponsável pela produção da nova família de motores e.torQ, que equipam quase todos os veículos da linha 2011 da Fiat Automóveis. “Para uma empresa atualmente não basta ter produtos de alta tecnologia. é de fundamental importância colaborarmos com a sociedade em que estamos inse-ridos e investirmos no futuro não só de nossos motores, mas também destas crianças”, afirmou Marcelo reis, plant manager da Fiat Powertrain Campo largo à epoca da doação.

FiAT �00 no SAlão do AUToMóvel de deTroiT

recém-chegado ao mercado americano, o mo-delo Fiat �00 fabricado no México foi exposto pela primeira vez no país em janeiro, no nor-th American international Auto Show 2011 (naias), o Salão do Automóvel de detroit, o mais importante dos estados Unidos. Além do �00, a Fiat marcou presença na exposição com as marcas da Chrysler, Ferrari e Maserati. o encontro, promovido anualmente, reúne as melhores marcas do setor e apresenta tudo o que há de novo: desde lançamentos até no-vas tecnologias. em 2011, o naias apresentou mais de �00 veículos, representando os proje-tos mais inovadores do mundo automotivo.

NOTA

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faz um trabalho com imagens e recortes de poemas de Manoel de Barros.

Numa sala reservada, pode-se confe-rir a instalação Centro de Pesquisa sobre a Normalidade Brasileira, do norte-ame-ricano Jimmie Durham, um desconfortá-vel retrato do nosso país e suas contradi-ções. Recortes de jornais e revistas lidas pelos brasileiros se misturam a livros e citações de Sílvio Romero, Sérgio Buar-que de Holanda e Paulo Prado.

Quem aceitar o convite da Fiat e se aventurar pelas dependências dos locais de exposição irá percorrer um mundo sempre em construção, constantemente reinventado na arte e em sua dimensão política. Pois, como dizia o poeta que deu nome à Bienal, Jorge de Lima, em um de seus versos mais famosos, “móvel terra, céu incerto, mundo jamais descoberto”.

CuLT

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heróiS e MArginAiSUm dos espaços mais concorridos

nesta exposição é a Sala Marginal. Lá, o espectador encontra obras de Hélio Oi-ticica, Artur Barrio e uma entrevista da sempre surpreendente Clarice Lispector para a TV Cultura. Mas, pelo visto na mostra em São Paulo, uma das obras que mais chama a atenção dos visitan-tes é a série Inimigos, do pernambuca-no Gil Vicente, homônimo do grande dramaturgo e poeta português do sé-culo 16. Mesmo antes da 29ª Bienal de São Paulo, a série desse artista plástico já criava polêmica, a ponto de ocorre-rem tentativas de proibição da exposi-ção das imagens, sob alegação de que o trabalho do artista faz “apologia ao crime”. Gil criou diversos autorretratos nos quais aponta uma arma para per-sonalidades mundiais, como os ex-pre-sidentes George Bush (EUA) e Fernando Henrique Cardoso, o papa Bento XVI e a rainha Elizabeth, entre outros. Nem mesmo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva escapou.

Além das obras de artes plásticas, o recorte da 29ª Bienal de São Paulo apre-senta também uma mostra de filmes. São cerca de 30 obras - documentários, ficção, produções nacionais e interna-cionais - de nomes como Agnès Varda, Paul Chan, Eduardo Feller e o brasileiro Glauber Rocha.

A obra “Inimigos”, de Gil Vicente, foi uma das mais polêmicas da bienal de São Paulo

18 de janeiro a 20 de Março, 2011

locais: palácio das Artes (av. Afonso pena, 1537, Centro, Belo horizonte) Centro de Arte Contemporânea e Fotografia (av. Afonso pena, 737, Centro, Belo horizonte)

horário: terça a sábado: 9h30 às 21h / domingo: 16h às 21h

informações: www.fcs.mg.gov.br

entrada franca

29ª BIENAL DE SãO PAULO – OBRAS SELECIONADAS (BELO HORIzONTE)

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Belo horizonte entrega-se aos sentidos, à ino-vação e à beleza das formas. durante a �ª Mos-tra jovens designers, realizada no Ponteio lar Shopping de 16 de fevereiro a 1� de março, o público terá a oportunidade de contemplar e discutir o que se produz de melhor no design contemporâneo. Trata-se da maior edição da história do evento, que, em 2010, passou por São Paulo, Florianópolis e Brasília e reúne o tra-balho de 109 designers de �2 instituições e �2 projetos de autores de 10 estados brasileiros (São Paulo, rio de janeiro, Santa Catarina, Pa-raná, rio grande do Sul, Minas gerais, Amapá,

FiAT lineA – veíCUlo oFiCiAl dA volTA CiCliSTA do Chile

o dia 06 de fevereiro foi marcado pelo encerramento da competi-ção ciclística vuelta Chile. o gran-de evento esportivo internacional teve em 2011, pela primeira vez, o patrocino da FiAT. durante o percurso de 1,2 mil km, �7 lineas (veículo oficial da competição) e 6 Stradas foram usados pelas 19 equipes (10 Chilenas e 9 estran-geiras), juízes e pela organização do evento. A disputa começou dia 26 de janeiro na província de Arica e percorreu o Chile de norte a sul. Ao final das 10 etapas, os ciclistas passaram por 10 regiões do país e terminaram a prova na capital Santiago. Para mais informações consulte o site do evento: www.vueltachile.cl ou o site da FiAT no Chile: www.fiat.cl

ESCLARECImENTO – EDIÇãO 105, PÁGINA 136Pequenas atitudes, grandes mudanças – A foto publicada mostra larissa Santiago e juan dutra, estudantes do Istituto Tecnico Commerciale – iTC (instituto Técnico Comercial).

exPoSição de ChAgAll eSTá enTre AS CinCo MelhoreS de 2010

A exposição “o Mundo Mágico de Marc Cha-gall”, realizada pela Casa Fiat de Cultura de janeiro a março deste ano no MASP, com o patrocino da Fiat, está entre as cinco melhores mostras apresentadas em São Paulo na eleição do especial Melhores do Ano 2010, promovi-da pelo guia Folha. depois de passar por Belo horizonte e rio de janeiro, dentro da progra-mação do Ano da França no Brasil (2009), a mostra apresentou 178 gravuras de séries completas, como A Bíblia e ilustrações das fábulas de la Fontaine, além de uma série de litogravuras baseada no idílio pastoral de da-fne e Cloé. A exposição de Marc Chagall levou 112 mil pessoas ao Masp. já a 29a Bienal de São Paulo, também patrocinada pela Fiat Au-tomóveis, ficou com o 2º lugar, na categoria o melhor em museus e espaços culturais.

NOTA

s

Linha de Bolsas Cooperárvore: as peças, que aliam design e sustentabilidade, foram desenvolvidas a partir de resíduos de matérias-primas utilizadas na fabricação de cintos de segurança e estofados da Fiat Automóveis

Belo horizonTe reCeBe A �ª MoSTrA jovenS deSignerS

Paraíba, Maranhão e Brasília). A proposta de iti-nerância do projeto revela-se, justamente, como a principal ousadia da exposição se comparada às suas edições anteriores. realizada pela Casa Fiat de Cultura, em parceria com a origem Pro-duções e a Associação dos designers de Produ-tos (AdP), a �ª Mostra jovens designers possui patrocínio da Fiat Automóveis e apoio do Mi-nistério da Cultura. Sob curadoria de Auresne-de Pires Stephan, que também faz parte do júri que selecionou os melhores trabalhos, o evento busca apresentar a atual produção acadêmica de design de produtos no Brasil. “os projetos mostraram como os jovens profissionais do de-sign no País estão alinhados com a importância do desenvolvimento de produtos que levam em consideração questões ambientais e econômi-cas”, destaca Auresnede. Além do curador da Mostra, fazem parte do júri que selecionou os melhores trabalhos o diretor da Associação dos designers de Produtos (AdP), levi girardi, a sócia fundadora da origem Produção Cultural, Marici vila, o gerente do Centro de estilo da Fiat Automóveis, Paulo nakamura, a gerente do Senai São Paulo, Sheila Brabo, e a editora da revista ArC deSign, Maria helena estrada.

FUndAção Torino ConQUiSTA PrêMio AMBienTAl

o Econscienza, projeto de conscientização ambiental da Fundação Torino, recebeu, em dezembro, menção honrosa no i Prêmio Perfil de Sustentabilidade da revista Perfil nova

lima e o certificado vozes do Clima, do instituto okisigeno. “o prêmio quer promover mudanças nas atitudes e comportamen-tos, seja em nível individual ou coletivo, a partir de pequenos gestos e ações rotineiras. os alunos participam de ações que abrangem a economia de recursos, a reutilização de materiais e a reciclagem. A Fundação Torino fomenta a sustentabilidade no ramo da educação e os jovens são o nosso futuro”, co-mentou daniela Cavalcante, presidente da comissão técnica do prêmio.

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AsIL

eMPreSA: Fiat do Brasil S.A.

A Fiat do Brasil S.A., constituída em 1947, é a empresa mais antiga do Grupo Fiat no Brasil. é a representante, no país, da holding Fiat SpA e presta serviços em suas diversas áreas de atuação à Fiat industrial SpA.

A Fiat do Brasil S.A. tem a função de representação institucional perante as autoridades governamentais, comunicação corporativa, auditoria interna, treinamento, contabilidade, normatização e gestão das áreas fiscal e tributária, metodologia, folha de pagamento e outras atividades de suporte às operações do Grupo, prestando serviços a 19 empresas, divisões, associações e fundações.

loCAlizAção: tem plantas industriais nos estados de Minas Gerais, paraná e São paulo.

PreSidenTe: Cledorvino Belini

raio-x doGrupo Fiat no Brasil

www.casafiatdecultura.com.brCasa Fiat de Cultura

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Fiat revi

Fiat Services

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mEmó

RIA

vida longa ao DailyEm março de 1992, saía da fábrica da iveco em valladolid, na Espanha, a primeira unidade da linha de caminhões leves Daily, hoje uma das mais bem-sucedidas da empresa.

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