Revista Neuro Conquista
-
Upload
marcio-matos -
Category
Documents
-
view
234 -
download
6
description
Transcript of Revista Neuro Conquista
2 Revista Neuro Conquista
Cartaao leitor
Expediente
Assim como qualquer órgão do corpo, o cérebro precisa se
manter ativo para continuar saudável. Uma boa alimentação, horas de sono, atividades físicas
e recreativas são cuidados essenciais já conhecidos. Porém, além das tarefas do cotidiano, o
cérebro necessita de desafios para tornar a massa cinzenta mais eficiente.
Uma das maneiras mais valiosas de trabalhar o raciocínio está em um hábito que muitos de nós não temos: a leitura.
Através da prática, o lado esquerdo do cérebro é treinado para ter um melhor desempenho em exercícios que
exigem compreensão e concentração. Ter reservas de neurônios ativos beneficia a memória, além de prevenir o
declínio das funções cognitivas com o passar dos anos.
Ler entretém, instrui, faz refletir e educa. Forma, a longo prazo, cidadãos conscientes e participativos. Ampliar o
conhecimento em saúde, buscando referências confiáveis e especializadas, é uma forma inteligente de autocuidado
que caminha em direção oposta a automedicação. Pacientes bem informados são capazes de tornar a consulta
médica mais proveitosa, esclarecendo dúvidas e escolhendo o melhor tratamento.
A proposta da edição Iª da Revista Neuro Conquista é trocar ideias, funcionar como um remédio de uso contínuo
para a mente, sem contraindicação e que vale até recomendar para os amigos. Embora as próximas páginas não
tragam respostas definitivas nem receitas milagrosas, elas privilegiam a prevenção, o aprendizado para uma melhor
qualidade de vida.
Neuro ConquistaVitória da Conquista - Bahia
Responsável TécnicoDr. Luiz Rogério Sena Pereira - CRM 14665/BA
Jornalista ResponsávelCarolina Coelho Pinheiro – DRT 4373/BA [email protected]
Projeto Gráfico e DiagramaçãoMárcio Matos [email protected]
Fale Conosco www.neuroconquista.com.br | facebook.com/neuroconquista
Distribuição gratuita • Agosto, 2015.
Boa leitura!
Carolina Coelho,jornalista
3Revista Neuro Conquista
Alzheimertem tratamento
Com números já registrados acima de 47 milhões de pessoas, a
Organização Mundial da Saúde, OMS, alerta para os casos de de-
mência que podem triplicar até 2050. Associada à perdas cognitivas
importantes, a doença provoca desorientação em relação ao tempo
e ao espaço, alterações na memória, linguagem e raciocínio. Em es-
tágios mais avançados, é ainda responsável por mudanças no com-
portamento e impossibilidade de executar tarefas simples, evoluindo
para quadros de depressão.
As células presentes no hipocampo - parte do cérebro que estimula
o aprendizado - são as primeiras a serem danifi cadas pelo Alzheimer.
Este processo degenerativo dos neurônios, silencioso e progressi-
vo, se manifesta geralmente a partir dos 60 anos. Com causas ainda
desconhecidas para a ciência, o diagnóstico é feito basicamente por
avaliação clínica através de exames e entrevistas (anamnese) com o
paciente, sendo extremamente importante a participação da família.
Enquanto diversas pesquisas avançam na busca pela cura, o Alzheimer
já conta com tratamento. Quando bem otimizadas, as medicações
prolongam a atividade dos neurotransmissores, elementos que
fazem a comunicação entre os neurônios, e com isso, ajudam a
preservar por mais tempo as funções cognitivas do indivíduo. Outra
boa notícia é o “Programa de Assistência aos Portadores da Doença
de Alzheimer” (Portaria 703) onde alguns remédios são fornecidos
gratuitamente pelo Ministério da Saúde. Para ter acesso, basta
solicitar ao médico responsável o cadastramento do paciente através
do “Formulário 13” disponível na rede pública e privada.
Orientaçõespara os cuidadores
A demência é um processo complexo que interfere na qualidade de vida não apenas do paciente, mas daqueles que convivem com ele. Vários fatores podem desencadear o problema. O mais conhecido – e temido – é o Alzheimer, que responde por mais de 50% dos casos, com sintomas que jamais devem ser encarados como “coisas da idade”. Embora esquecer um compromisso ou um objeto seja natural, quando isso se torna repetitivo e compromete o dia a dia, é hora de procurar o neurologista.
ALZHEimER
Orientar o paciente durante ações é uma
forma de encorajá-lo a ser independente.
“Tire os sapatos. Tire a camisa, as calças.
Agora entre no chuveiro”.
Estimular o cérebro através de exercícios,
jogos, livros e novos aprendizados
previnem o Alzheimer e desaceleram o
processo degenerativo.
Recomenda-se que o portador de Alzheimer utilize um adereço com dados pessoais de identifi cação acompanhados das palavras “Memória Prejudicada”.
Lembretes espalhados pela casa como “apague a luz”, “feche a torneira”, “desligue a TV” etc. pode ajudá-lo bastante.
Reduzir as opções de escolhas é uma maneira gentil de simplifi car a rotina. Por exemplo, em vez de oferecer vários sabores de sorvete, ofereça apenas dois tipos.
4 Revista Neuro Conquista
5 Dicas para prevenir a insônia 1. Evite ingerir café, chocolates e bebidas alcoólicas à noite. Prefi ra chás de camomila, erva cidreira e hortelã.
2. Se acordar no meio da noite, o ideal é levantar e fazer algo relaxante para que a ansiedade vá embora.
3. Não assista televisão para dormir. A claridade, mesmo artifi cial, é interpretada pelo cérebro como luz solar e impede o estimulo da melatonina - hormônio que induz o sono.
4. Desconecte-se. Desligue o computador e o celular uma hora antes de deitar.
5. Não leve os problemas para cama. Pensar na agenda do dia seguinte também afasta o sono.
Cansaço persistente,falta de atenção, dores de cabeça
constantes e alterações intensas de humor - comportamentosfacilmente associados a
“preguiça” - podem, na verdade,esconder distúrbios
do sono.
A sonolência diurna exagerada é a principal manifestação de um problema crônico que pode ser descoberto através
de exames como a polissonografi a. O neurologista é um dos profi ssionais indicados para cuidar de distúrbios
comuns como pesadelos, insônia, síndrome das pernas inquietas e apneia obstrutiva do sono. O ronco, além de
incômodo, sobrecarrega o coração de trabalho e prejudica a saúde. Ao longo do tempo o indivíduo que ronca pode
fi car hipertenso, apresentar infarto do miocárdio ou derrame cerebral.
Ao dormimos, geralmente passamos por três estágios de evolução do sono até entramos na fase REM – marcada por
respiração profunda, ritmo cardíaco acelerado e pelos sonhos. Segundo os cientistas, é neste estágio que o córtex
cerebral, responsável pela aprendizagem, recebe sinais. Uma noite mal dormida muda o funcionamento das células
nervosas deteriorando as conexões entre os neurônios.
O cérebro necessita de repouso para organizar os pensamentos, exercitar a criatividade e descansar a mente.
Embora cada organismo siga seu ritmo, oito horas debaixo dos lençóis ainda é o padrão para acordar mais feliz.
Comovai oseu sono?
DiStúRBioSDo Sono
5Revista Neuro Conquista
Epilepsia tem cura?
A maioria dos casos de epilepsia inicia-se na infância, adolescência e terceira
idade. Através do uso correto da medicação, dietas específi cas e cirurgias alguns
pacientes alcançam a cura.
Durante uma crise epiléptica é preciso puxar a
língua para fora?
Esse é um erro comum e perigoso. A língua não enrola e o paciente não é capaz
de engoli-la. Por isso, não se deve introduzir qualquer objeto ou líquido na boca.
O correto é manter a calma, virar a pessoa de lado, protegê-la e deixar que a
saliva escorra.
A epilepsia é contagiosa?
A epilepsia não é uma doença contagiosa e a saliva não transmite a doença, como
muitos ainda imaginam.
O diagnóstico de epilepsia impede o sonho de ser mãe?
A epilepsia exige apenas cuidados especiais e não deve desencorajar a gestação.
Na mulher epiléptica a maternidade necessita ser planejada a fi m de minimizar
os riscos, porém a maioria vive uma gravidez normal com crianças saudáveis. O
acompanhamento médico é indispensável para controlar a medicação.
O paciente com epilepsia pode dirigir?
Pacientes com tratamento regular devem seguir a rotina normalmente. Porém
para tirar ou renovar a habilitação é necessário um parecer médico favorável.
EpiLEpSiA
Alvo de discriminação, a epilepsia é um transtorno neurológico que não se enquadra entre os distúrbios mentais
nem “sobrenaturais” a que já esteve associada no imaginário popular. A falta de informação é o principal motivo
para o preconceito que cerca as crises epilépticas - causadas por uma mudança repentina nos sinais elétricos que as
células do cérebro, os neurônios, enviam umas para as outras.
Três milhões de pacientes convivem com a doença, conforme estudos da Academia Brasileira de Neurologia no
país. As crises convulsivas costumam durar poucos minutos e podem se manifestar de formas diferentes: olhar fi xo,
ausência momentânea, salivação excessiva, movimentos involuntários e perda de consciência são alguns dos sinais.
Apesar disso, sete em cada dez pessoas respondem positivamente aos medicamentos e podem ir a escola, trabalhar,
praticar esportes, casar e ter fi lhos. Ou seja, levar uma vida normal, com pouca ou nenhuma limitação.
Epilepsiasem preconceito
6 Revista Neuro Conquista
Alertapara o AVC
O acidente vascular cerebral, popularmente chamado derrame, é um nome carregado de significados. Enquanto
“acidente” expressa um acontecimento inesperado que, na maioria das vezes, envolve dano e sofrimento, os termos
“vascular” e “cerebral” referem-se aos vasos do principal órgão do sistema nervoso. Simplificando, o AVC decorre
da insuficiência no fluxo sanguíneo em uma determinada área do cérebro. A gravidade do evento está diretamente
associada ao local afetado e a extensão do dano. Mas há um outro fator que pode fazer toda a diferença para a
sobrevida do paciente: o tempo entre o começo dos sinais e o atendimento inicial.
Exames de imagem – tomografia computadorizada e ressonância magnética – permitem ao neurologista identificar
qual o tipo de AVC. O isquêmico (cerca de 80% dos casos) ocorre quando o sangue encontra dificuldade de circular
pela artéria devido ao entupimento do caminho por um coágulo. Já o hemorrágico se caracteriza pelo rompimento do
vaso e tem uma evolução mais grave. Em ambos, os sintomas são semelhantes e aparecem de uma hora para outra
isolados ou em conjunto, intensos ou passageiros. Fraqueza em apenas um lado do corpo; perda da coordenação
motora e da força da musculatura da face; dificuldade de articular palavras, no equilíbrio e no andar; alterações na
visão; dor de cabeça súbita e intensa são alguns dos sinais mais comuns que indicam a necessidade do socorro
hospitalar imediato.
Pense rapidamente em seis pessoas
importantes para você. Agora imagine
o sentimento de perder uma delas
subitamente. De acordo com dados da
Organização Mundial de AVC (WSO), um
em cada seis indivíduos no mundo terá um
acidente vascular cerebral ao longo da vida.
Uma das principais causas de morte no
Brasil, com registros de 100 mil óbitos por
ano no país, é também uma doença com
sintomas desconhecidos para a maioria dos
brasileiros.
AVC - ACIDENTEVASCULAR CEREBRAL
7Revista Neuro Conquista
AVC no jovem
Acidente vascular cerebral é uma emergência médica
e tem tratamento. O diagnóstico ágil e preciso é
fundamental na escolha da terapia correta para cada
quadro. No AVC isquêmico pode ser administrado – até
4 horas e 30 minutos contados do início do evento –
um medicamento trombolítico que dissolve o coágulo,
normalizando o fluxo sanguíneo no cérebro. No
hemorrágico é necessário um rigoroso monitoramento
do paciente na UTI para que variáveis como a pressão
arterial, glicemia e temperatura sejam controladas.
Alguns casos se beneficiam ainda da neurocirurgia,
indicada para retirar o hematoma, aliviar a pressão
cerebral ou revascularizar artérias comprometidas.
A rapidez no atendimento é fundamental para a boa
recuperação do paciente, mas é na prevenção que
se espera diminuir o número de derrames. Pessoas
acima dos 50 anos e/ou que possuem histórico familiar,
apresentam maiores índices dentre os que sofrem um
acidente vascular. Porém, embora alguns fatores de
risco como idade e genética não sejam modificáveis,
alguns cuidados básicos de saúde podem diminuir
a incidência e valem para todos. É preciso controlar
a pressão arterial, o peso, os níveis de colesterol e
diabetes. Praticar atividades físicas regulares, ter uma
alimentação saudável, reduzir o stress, evitar o consumo
de álcool e não fumar, são medidas preventivas
igualmente valiosas.
Ao sofrer um AVC as chances de sobrevivência são maiores
quando tratado em uma unidade formada por médicos
especialistas, enfermeiros e terapeutas experientes. Acionar
o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e
informar-se sobre hospitais públicos e privados que contam
com este tipo de assistência é o melhor caminho na corrida
contra o relógio.
Jovem demais para ter um AVC? Pense duas vezes! O acidente vascular
cerebral não escolhe idade e pode ocorrer até mesmo na infância.
Dados do Ministério da Saúde apontam que o número de vítimas, com
menos de 45 anos, já ultrapassam 65 mil casos somente na última década.
Registros revelam ainda que a faixa etária foi um dos fatores para que os
sintomas fossem inicialmente ignorados em sua maioria. A hipertensão,
doença silenciosa, é uma das principais causas somada ao sedentarismo e
obesidade.
O consumo de drogas recreativas, uso de anabolizantes e medicamentos
para emagrecer merecem um alerta para os jovens. Combinações perigosas como álcool e energético, cigarro e anticoncepcional,
também podem ser indutoras de um processo isquêmico ou hemorrágico.
8 Revista Neuro Conquista
Muito além dos tremores involuntários, outros sintomas de Parkinson
merecem atenção. Fadiga, distúrbios do sono, sudorese excessiva,
alterações intestinais, disfunção sexual, risco de queda e engasgue, são
alguns dos problemas que podem comprometer ou ser ainda mais prejudiciais à
qualidade de vida do paciente.
O Parkinson é uma síndrome crônica, com degeneração progressiva do sistema nervoso central, caracterizado pela
perda de dopamina - neurotransmissor que facilita os movimentos simultâneos do corpo. Costuma-se instalar de
forma lenta, a partir dos 55 anos de idade, na maioria casos – mais de 200 mil somente no Brasil. Quando não
diagnosticada inicialmente, a evolução da doença atrapalha desde as tarefas habituais, como escrever (a letra fica
reduzida), manusear talheres e abotoar roupas, até o equilíbrio emocional.
Embora sem cura até o momento, e com causas ainda desconhecidas, a Doença de Parkinson não é considerada fatal,
contagiosa ou hereditária. O diagnóstico, essencialmente clínico, é feito por exclusão através de exames neurológicos
que confirmam a inexistência de outras enfermidades. Para auxiliar o tratamento, a Rede SUS nos Centros Especializados
em Reabilitação disponibiliza gratuitamente parte da medicação e oferece acompanhamento multidisciplinar com
neurologistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e nutricionistas que permitem ao paciente viver mais e
melhor.
Muitos são os portadores do mal de Parkinson que sofrem com a depressão. Para
reverter o quadro, é preciso que os familiares e cuidadores sejam
solidários e participativos, incluindo a pessoa cuidada nas atividades
domésticas e sociais. Ao paciente é recomendado manter as tarefas
normais da rotina, ainda que necessite de mais tempo. A prática de
exercícios físicos e recreativos auxiliam também no equilíbrio e
mobilidade. Outro recurso interessante na produção da dopamina é
a meditação, uma ótima saída para preservar a autoestima além do
bem-estar.
Viva bemcom Parkinson
CUIDE DA SAÚDE MENTAL
pARkinSon
9Revista Neuro Conquista
A Esclerose Múltipla é uma doença crônica que atinge
vários pontos do sistema nervoso central. Ela ataca
a bainha de mielina - uma espécie de proteção dos
neurônios, da medula espinhal e do nervo óptico - provocando inflamações. O curioso é que o ataque é feito pelas
células que deveriam proteger o organismo. Devido ao comprometimento dessa capa protetora, os impulsos se
dispersam e o indivíduo deixa de ter controle dos comandos do cérebro.
Autoimune e sem cura, é também considerada multifatorial. Envolve infecções virais, predisposição genética e
alterações ambientais como a ausência de vitamina D. Embora muita gente associe o termo “esclerose” à idade
avançada, em geral, os primeiros sinais da EM aparecem em indivíduos jovens, entre os 15 e 45 anos, sendo duas
vezes mais frequente em mulheres. O diagnóstico médico é baseado principalmente no relato de eventos transitórios,
como por exemplo: perda de visão fugaz, sensação de anestesia nos membros, tontura, desequilíbrio, formigamento
de um lado do corpo, dormência nas pernas e nos braços.
De evolução surto-remissão, os sintomas podem aparecer e desaparecer espontaneamente e levarem até mesmo
anos para se repetir. No entanto, necessitam de atenção e cuidados devido ao risco de sequelas graves. O tratamento
da Esclerose Múltipla é individualizado,conta com remédios que regulam o sistema imunológico na fase inicial ou com
anti-inflamatórios durante um episódio agudo. As medicações de alto custo são disponibilizadas pelo Sistema Único
de Saúde (SUS) mediante preenchimento de protocolo apropriado.
É precisosaber maisO diagnóstico da Esclerose Múltipla (EM) provoca
uma mudança brusca no estilo de vida dos pacientes.
Inesperado, muitos são os relatos dos que passaram
a dar mais importância para o que realmente vale a
pena depois da descoberta. Porém, estima-se que
apenas um terço dos 30 mil brasileiros que possuem
a patologia siga o tratamento correto. Pesquisas
sugerem que o seu desenvolvimento possa estar
relacionado, dentre outras razões, a períodos de
estresse físico e mental.
Diferente de outras doenças neurológicas como o
Parkinson ou o Alzheimer, a EM não é degenerativa.
É importante esclarecer que a inflamação acontece
em focos profundos e pequenos, mesmo o paciente
convivendo por décadas com o problema, raramente
ocorre alteração intelectual ou de comportamento. A
expectativa de vida também é normal, muitos podem
ter uma rotina ativa e produtiva, tanto no aspecto
físico, como no social.
A ESCLEROSEMÚLTIPLA ÉDEGENERATIVA?
ESCLERoSEmúLtipLA
10 Revista Neuro Conquista
ENXAQUECA: MITOS E VERDADES
Não é umasimples
dor de cabeça
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia, a enxaqueca - distúrbio neurovascular crônico e incapacitante - é o
tipo de dor de cabeça primária que mais afeta a população no país (cerca de 15%). A doença se caracteriza por uma dor
latejante, geralmente em um lado da cabeça, com duração de até três dias. Na medida da intensidade podem ocorrer
alterações na visão, náuseas, sensibilidade à luz, aromas e ao barulho.
A enxaqueca está associada a diversas condições como fadiga, distúrbios do sono, depressão e ansiedade. Em debate
na Academia Brasileira de Neurologia, os médicos defendem que é preciso estimular a ida ao neurologista e redobrar
a atenção sobre os riscos da automedicação, sobretudo o abuso de analgésicos. O aumento progressivo das doses
necessárias para alívio da dor podem desencadear um efeito rebote cujo resultado é o agravamento dos sintomas.
A dor de cabeça, ou cefaleia, é, antes de qualquer coisa, um sinal de que algo na saúde não vai bem. Embora seja
uma das queixas frequentes nos consultórios, boa parte da procura por atendimento acontece apenas durante
crises intensas, após meses de sofrimento. A ideia de normalidade atribuída ao problema além de perigosa, atrasa o
diagnóstico e o tratamento correto.
Enxaqueca é hereditária? Mito. Qualquer pessoa, independente da faixa etária, pode vir a sentir o incômodo, de modo esporádico ou freqüente, sem que existam membros da família com uma dor semelhante
Queijo, vinho e chocolate provocam crises.Verdade. Não é regra, mas alguns pacientes apresentam piora dos sintomas ao consumir alimentos com cafeína, gordura saturada e embutidos.
Enxaqueca não tem tratamento. Mito. Ainda não há cura, mas existem tratamentos com medicações preventivas e técnicas terapêuticas. A toxina botulínica é o mais recente método utilizado.
CEFALEiA
Problemas na visão e sinusite causam enxaqueca. Mito. Miopia, hipermetropia e presbiopia não provocam dor de cabeça. O antibiótico, e não a sinusite, pode ser o real motivo da crise.
Mulheres tem maior incidência.Verdade. Isso acontece devido às variações hormonais e sobrecarga emocional. Complicações, como um infarto, podem ocorrer principalmente entre mulheres fumantes que fazem uso de anticoncepcional.
Fazer sexo alivia a enxaqueca.Verdade. Assim como a prática de atividade física, o sexo libera endorfi na, hormônio responsável pelo prazer.
11Revista Neuro Conquista
DiCAS
Livros para toda família
Filmes Premiados
Quem, eu?Uma avó. Um neto. Uma lição de vidaAutor(a): Fernando AguzzoliEditora: Belas Letras
Ao ver a avó que o criou enfrentar o triste dia a dia de um portador de Alzheimer, Fernando Aguzzoli decidiu largar tudo que tinha - o emprego, a carreira, os es-tudos - para tentar amenizar o sofrimento com amor e muitas risadas. Convivendo com a divertida, bonachona e, claro, sempre esquecida vovó Nilva, Fernando, um jovem aspirante a filósofo com um talento epistêmico para a comunicação, aprenderá uma lição de vida que doença nenhuma poderá apagar.
A vovó virou bebêAutor(a): Renata PaivaEditora: PandaBooks
Sofia é uma menina de 7 anos. Ela mora com seus pais em uma vila e é pratica-mente vizinha de sua avó Dorinha, com quem gosta de passar bastante tempo. Mas um dia a vovó Dorinha começa a agir de maneira muito esquisita. Ela abotoa a blusa errado, esquece das coisas que es-tava fazendo e começa a precisar até de uma babá. Não demora muito para que Sofia perceba que existe algo de errado com sua querida avó. A vovó Dorinha tem Alzheimer, uma doença de causa e cura desconhecidas. Com a ajuda de sua mãe, a menina aprende mais sobre a doença e descobre que os melhores remédios para cuidar da vovó são paciência, amor e carinho.
Vovô teve um AVCAutor(a): Dori HillestadButlerEditora: Artmed
O que é um AVC? Por que o vovô não mexe o braço? Quem vai cuidar dele? Lu-cas adora sair para pescar com seu avô. Porém, quando ele teve um AVC, tudo mudou, Lucas ficou confuso, assustado e preocupado. ‘Vovô teve um AVC’ é um liv-ro para as famílias com filhos pequenos, oferece informações adequadas e abor-da os variados sentimentos das crianças, ajudando-as a manter os vínculos com os mais velhos. Ao final do livro, há uma nota explicativa que orienta os pais a lidarem com a situação.
Para Sempre Alice (2014)
Gênero: Drama
Direção: Richard Glatzer, WashWestmoreland
A Dra. Alice Howland (Julianne Moore) é uma renomada professora de linguistica. Aos poucos,
ela começa a esquecer certas palavras e se perder pelas ruas de Manhattan. Diagnosticada com
Alzheimer, a doença coloca à prova a união de sua família. Enquanto a relação de Alice com o
marido, John (Alec Baldwin), fragiliza, ela e a filha caçula, Lydia (Kristen Stewart), se aproximam.
Ilust
raçã
o: Io
nit Z
ilber
man
Foto
: div
ulga
ção
Foto
: div
ulga
ção
Foto
: div
ulga
ção
Foto
: div
ulga
ção
Amor (2013)
Gênero: Drama
Direção: Michael Haneke
Georges (Jean-Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva) são um casal de aposentados,
apaixonados por música, que moram em Paris. Após sofrer um AVC Anne tem no esposo o seu
cuidador e passam a enfrentar juntos o maior desafio de amor das suas vidas.
12 Revista Neuro Conquista
Ilust
raçã
o: L
an M
orai
s