Revista Neuro Conquista

12

description

Informativo ligado a neurologia, versão sobre AVC e outras doenças neurológicas.

Transcript of Revista Neuro Conquista

Page 1: Revista Neuro Conquista
Page 2: Revista Neuro Conquista

2 Revista Neuro Conquista

Cartaao leitor

Expediente

Assim como qualquer órgão do corpo, o cérebro precisa se

manter ativo para continuar saudável. Uma boa alimentação, horas de sono, atividades físicas

e recreativas são cuidados essenciais já conhecidos. Porém, além das tarefas do cotidiano, o

cérebro necessita de desafios para tornar a massa cinzenta mais eficiente.

Uma das maneiras mais valiosas de trabalhar o raciocínio está em um hábito que muitos de nós não temos: a leitura.

Através da prática, o lado esquerdo do cérebro é treinado para ter um melhor desempenho em exercícios que

exigem compreensão e concentração. Ter reservas de neurônios ativos beneficia a memória, além de prevenir o

declínio das funções cognitivas com o passar dos anos.

Ler entretém, instrui, faz refletir e educa. Forma, a longo prazo, cidadãos conscientes e participativos. Ampliar o

conhecimento em saúde, buscando referências confiáveis e especializadas, é uma forma inteligente de autocuidado

que caminha em direção oposta a automedicação. Pacientes bem informados são capazes de tornar a consulta

médica mais proveitosa, esclarecendo dúvidas e escolhendo o melhor tratamento.

A proposta da edição Iª da Revista Neuro Conquista é trocar ideias, funcionar como um remédio de uso contínuo

para a mente, sem contraindicação e que vale até recomendar para os amigos. Embora as próximas páginas não

tragam respostas definitivas nem receitas milagrosas, elas privilegiam a prevenção, o aprendizado para uma melhor

qualidade de vida.

Neuro ConquistaVitória da Conquista - Bahia

Responsável TécnicoDr. Luiz Rogério Sena Pereira - CRM 14665/BA

Jornalista ResponsávelCarolina Coelho Pinheiro – DRT 4373/BA [email protected]

Projeto Gráfico e DiagramaçãoMárcio Matos [email protected]

Fale Conosco www.neuroconquista.com.br | facebook.com/neuroconquista

Distribuição gratuita • Agosto, 2015.

Boa leitura!

Carolina Coelho,jornalista

Page 3: Revista Neuro Conquista

3Revista Neuro Conquista

Alzheimertem tratamento

Com números já registrados acima de 47 milhões de pessoas, a

Organização Mundial da Saúde, OMS, alerta para os casos de de-

mência que podem triplicar até 2050. Associada à perdas cognitivas

importantes, a doença provoca desorientação em relação ao tempo

e ao espaço, alterações na memória, linguagem e raciocínio. Em es-

tágios mais avançados, é ainda responsável por mudanças no com-

portamento e impossibilidade de executar tarefas simples, evoluindo

para quadros de depressão.

As células presentes no hipocampo - parte do cérebro que estimula

o aprendizado - são as primeiras a serem danifi cadas pelo Alzheimer.

Este processo degenerativo dos neurônios, silencioso e progressi-

vo, se manifesta geralmente a partir dos 60 anos. Com causas ainda

desconhecidas para a ciência, o diagnóstico é feito basicamente por

avaliação clínica através de exames e entrevistas (anamnese) com o

paciente, sendo extremamente importante a participação da família.

Enquanto diversas pesquisas avançam na busca pela cura, o Alzheimer

já conta com tratamento. Quando bem otimizadas, as medicações

prolongam a atividade dos neurotransmissores, elementos que

fazem a comunicação entre os neurônios, e com isso, ajudam a

preservar por mais tempo as funções cognitivas do indivíduo. Outra

boa notícia é o “Programa de Assistência aos Portadores da Doença

de Alzheimer” (Portaria 703) onde alguns remédios são fornecidos

gratuitamente pelo Ministério da Saúde. Para ter acesso, basta

solicitar ao médico responsável o cadastramento do paciente através

do “Formulário 13” disponível na rede pública e privada.

Orientaçõespara os cuidadores

A demência é um processo complexo que interfere na qualidade de vida não apenas do paciente, mas daqueles que convivem com ele. Vários fatores podem desencadear o problema. O mais conhecido – e temido – é o Alzheimer, que responde por mais de 50% dos casos, com sintomas que jamais devem ser encarados como “coisas da idade”. Embora esquecer um compromisso ou um objeto seja natural, quando isso se torna repetitivo e compromete o dia a dia, é hora de procurar o neurologista.

ALZHEimER

Orientar o paciente durante ações é uma

forma de encorajá-lo a ser independente.

“Tire os sapatos. Tire a camisa, as calças.

Agora entre no chuveiro”.

Estimular o cérebro através de exercícios,

jogos, livros e novos aprendizados

previnem o Alzheimer e desaceleram o

processo degenerativo.

Recomenda-se que o portador de Alzheimer utilize um adereço com dados pessoais de identifi cação acompanhados das palavras “Memória Prejudicada”.

Lembretes espalhados pela casa como “apague a luz”, “feche a torneira”, “desligue a TV” etc. pode ajudá-lo bastante.

Reduzir as opções de escolhas é uma maneira gentil de simplifi car a rotina. Por exemplo, em vez de oferecer vários sabores de sorvete, ofereça apenas dois tipos.

Page 4: Revista Neuro Conquista

4 Revista Neuro Conquista

5 Dicas para prevenir a insônia 1. Evite ingerir café, chocolates e bebidas alcoólicas à noite. Prefi ra chás de camomila, erva cidreira e hortelã.

2. Se acordar no meio da noite, o ideal é levantar e fazer algo relaxante para que a ansiedade vá embora.

3. Não assista televisão para dormir. A claridade, mesmo artifi cial, é interpretada pelo cérebro como luz solar e impede o estimulo da melatonina - hormônio que induz o sono.

4. Desconecte-se. Desligue o computador e o celular uma hora antes de deitar.

5. Não leve os problemas para cama. Pensar na agenda do dia seguinte também afasta o sono.

Cansaço persistente,falta de atenção, dores de cabeça

constantes e alterações intensas de humor - comportamentosfacilmente associados a

“preguiça” - podem, na verdade,esconder distúrbios

do sono.

A sonolência diurna exagerada é a principal manifestação de um problema crônico que pode ser descoberto através

de exames como a polissonografi a. O neurologista é um dos profi ssionais indicados para cuidar de distúrbios

comuns como pesadelos, insônia, síndrome das pernas inquietas e apneia obstrutiva do sono. O ronco, além de

incômodo, sobrecarrega o coração de trabalho e prejudica a saúde. Ao longo do tempo o indivíduo que ronca pode

fi car hipertenso, apresentar infarto do miocárdio ou derrame cerebral.

Ao dormimos, geralmente passamos por três estágios de evolução do sono até entramos na fase REM – marcada por

respiração profunda, ritmo cardíaco acelerado e pelos sonhos. Segundo os cientistas, é neste estágio que o córtex

cerebral, responsável pela aprendizagem, recebe sinais. Uma noite mal dormida muda o funcionamento das células

nervosas deteriorando as conexões entre os neurônios.

O cérebro necessita de repouso para organizar os pensamentos, exercitar a criatividade e descansar a mente.

Embora cada organismo siga seu ritmo, oito horas debaixo dos lençóis ainda é o padrão para acordar mais feliz.

Comovai oseu sono?

DiStúRBioSDo Sono

Page 5: Revista Neuro Conquista

5Revista Neuro Conquista

Epilepsia tem cura?

A maioria dos casos de epilepsia inicia-se na infância, adolescência e terceira

idade. Através do uso correto da medicação, dietas específi cas e cirurgias alguns

pacientes alcançam a cura.

Durante uma crise epiléptica é preciso puxar a

língua para fora?

Esse é um erro comum e perigoso. A língua não enrola e o paciente não é capaz

de engoli-la. Por isso, não se deve introduzir qualquer objeto ou líquido na boca.

O correto é manter a calma, virar a pessoa de lado, protegê-la e deixar que a

saliva escorra.

A epilepsia é contagiosa?

A epilepsia não é uma doença contagiosa e a saliva não transmite a doença, como

muitos ainda imaginam.

O diagnóstico de epilepsia impede o sonho de ser mãe?

A epilepsia exige apenas cuidados especiais e não deve desencorajar a gestação.

Na mulher epiléptica a maternidade necessita ser planejada a fi m de minimizar

os riscos, porém a maioria vive uma gravidez normal com crianças saudáveis. O

acompanhamento médico é indispensável para controlar a medicação.

O paciente com epilepsia pode dirigir?

Pacientes com tratamento regular devem seguir a rotina normalmente. Porém

para tirar ou renovar a habilitação é necessário um parecer médico favorável.

EpiLEpSiA

Alvo de discriminação, a epilepsia é um transtorno neurológico que não se enquadra entre os distúrbios mentais

nem “sobrenaturais” a que já esteve associada no imaginário popular. A falta de informação é o principal motivo

para o preconceito que cerca as crises epilépticas - causadas por uma mudança repentina nos sinais elétricos que as

células do cérebro, os neurônios, enviam umas para as outras.

Três milhões de pacientes convivem com a doença, conforme estudos da Academia Brasileira de Neurologia no

país. As crises convulsivas costumam durar poucos minutos e podem se manifestar de formas diferentes: olhar fi xo,

ausência momentânea, salivação excessiva, movimentos involuntários e perda de consciência são alguns dos sinais.

Apesar disso, sete em cada dez pessoas respondem positivamente aos medicamentos e podem ir a escola, trabalhar,

praticar esportes, casar e ter fi lhos. Ou seja, levar uma vida normal, com pouca ou nenhuma limitação.

Epilepsiasem preconceito

Page 6: Revista Neuro Conquista

6 Revista Neuro Conquista

Alertapara o AVC

O acidente vascular cerebral, popularmente chamado derrame, é um nome carregado de significados. Enquanto

“acidente” expressa um acontecimento inesperado que, na maioria das vezes, envolve dano e sofrimento, os termos

“vascular” e “cerebral” referem-se aos vasos do principal órgão do sistema nervoso. Simplificando, o AVC decorre

da insuficiência no fluxo sanguíneo em uma determinada área do cérebro. A gravidade do evento está diretamente

associada ao local afetado e a extensão do dano. Mas há um outro fator que pode fazer toda a diferença para a

sobrevida do paciente: o tempo entre o começo dos sinais e o atendimento inicial.

Exames de imagem – tomografia computadorizada e ressonância magnética – permitem ao neurologista identificar

qual o tipo de AVC. O isquêmico (cerca de 80% dos casos) ocorre quando o sangue encontra dificuldade de circular

pela artéria devido ao entupimento do caminho por um coágulo. Já o hemorrágico se caracteriza pelo rompimento do

vaso e tem uma evolução mais grave. Em ambos, os sintomas são semelhantes e aparecem de uma hora para outra

isolados ou em conjunto, intensos ou passageiros. Fraqueza em apenas um lado do corpo; perda da coordenação

motora e da força da musculatura da face; dificuldade de articular palavras, no equilíbrio e no andar; alterações na

visão; dor de cabeça súbita e intensa são alguns dos sinais mais comuns que indicam a necessidade do socorro

hospitalar imediato.

Pense rapidamente em seis pessoas

importantes para você. Agora imagine

o sentimento de perder uma delas

subitamente. De acordo com dados da

Organização Mundial de AVC (WSO), um

em cada seis indivíduos no mundo terá um

acidente vascular cerebral ao longo da vida.

Uma das principais causas de morte no

Brasil, com registros de 100 mil óbitos por

ano no país, é também uma doença com

sintomas desconhecidos para a maioria dos

brasileiros.

AVC - ACIDENTEVASCULAR CEREBRAL

Page 7: Revista Neuro Conquista

7Revista Neuro Conquista

AVC no jovem

Acidente vascular cerebral é uma emergência médica

e tem tratamento. O diagnóstico ágil e preciso é

fundamental na escolha da terapia correta para cada

quadro. No AVC isquêmico pode ser administrado – até

4 horas e 30 minutos contados do início do evento –

um medicamento trombolítico que dissolve o coágulo,

normalizando o fluxo sanguíneo no cérebro. No

hemorrágico é necessário um rigoroso monitoramento

do paciente na UTI para que variáveis como a pressão

arterial, glicemia e temperatura sejam controladas.

Alguns casos se beneficiam ainda da neurocirurgia,

indicada para retirar o hematoma, aliviar a pressão

cerebral ou revascularizar artérias comprometidas.

A rapidez no atendimento é fundamental para a boa

recuperação do paciente, mas é na prevenção que

se espera diminuir o número de derrames. Pessoas

acima dos 50 anos e/ou que possuem histórico familiar,

apresentam maiores índices dentre os que sofrem um

acidente vascular. Porém, embora alguns fatores de

risco como idade e genética não sejam modificáveis,

alguns cuidados básicos de saúde podem diminuir

a incidência e valem para todos. É preciso controlar

a pressão arterial, o peso, os níveis de colesterol e

diabetes. Praticar atividades físicas regulares, ter uma

alimentação saudável, reduzir o stress, evitar o consumo

de álcool e não fumar, são medidas preventivas

igualmente valiosas.

Ao sofrer um AVC as chances de sobrevivência são maiores

quando tratado em uma unidade formada por médicos

especialistas, enfermeiros e terapeutas experientes. Acionar

o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e

informar-se sobre hospitais públicos e privados que contam

com este tipo de assistência é o melhor caminho na corrida

contra o relógio.

Jovem demais para ter um AVC? Pense duas vezes! O acidente vascular

cerebral não escolhe idade e pode ocorrer até mesmo na infância.

Dados do Ministério da Saúde apontam que o número de vítimas, com

menos de 45 anos, já ultrapassam 65 mil casos somente na última década.

Registros revelam ainda que a faixa etária foi um dos fatores para que os

sintomas fossem inicialmente ignorados em sua maioria. A hipertensão,

doença silenciosa, é uma das principais causas somada ao sedentarismo e

obesidade.

O consumo de drogas recreativas, uso de anabolizantes e medicamentos

para emagrecer merecem um alerta para os jovens. Combinações perigosas como álcool e energético, cigarro e anticoncepcional,

também podem ser indutoras de um processo isquêmico ou hemorrágico.

Page 8: Revista Neuro Conquista

8 Revista Neuro Conquista

Muito além dos tremores involuntários, outros sintomas de Parkinson

merecem atenção. Fadiga, distúrbios do sono, sudorese excessiva,

alterações intestinais, disfunção sexual, risco de queda e engasgue, são

alguns dos problemas que podem comprometer ou ser ainda mais prejudiciais à

qualidade de vida do paciente.

O Parkinson é uma síndrome crônica, com degeneração progressiva do sistema nervoso central, caracterizado pela

perda de dopamina - neurotransmissor que facilita os movimentos simultâneos do corpo. Costuma-se instalar de

forma lenta, a partir dos 55 anos de idade, na maioria casos – mais de 200 mil somente no Brasil. Quando não

diagnosticada inicialmente, a evolução da doença atrapalha desde as tarefas habituais, como escrever (a letra fica

reduzida), manusear talheres e abotoar roupas, até o equilíbrio emocional.

Embora sem cura até o momento, e com causas ainda desconhecidas, a Doença de Parkinson não é considerada fatal,

contagiosa ou hereditária. O diagnóstico, essencialmente clínico, é feito por exclusão através de exames neurológicos

que confirmam a inexistência de outras enfermidades. Para auxiliar o tratamento, a Rede SUS nos Centros Especializados

em Reabilitação disponibiliza gratuitamente parte da medicação e oferece acompanhamento multidisciplinar com

neurologistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e nutricionistas que permitem ao paciente viver mais e

melhor.

Muitos são os portadores do mal de Parkinson que sofrem com a depressão. Para

reverter o quadro, é preciso que os familiares e cuidadores sejam

solidários e participativos, incluindo a pessoa cuidada nas atividades

domésticas e sociais. Ao paciente é recomendado manter as tarefas

normais da rotina, ainda que necessite de mais tempo. A prática de

exercícios físicos e recreativos auxiliam também no equilíbrio e

mobilidade. Outro recurso interessante na produção da dopamina é

a meditação, uma ótima saída para preservar a autoestima além do

bem-estar.

Viva bemcom Parkinson

CUIDE DA SAÚDE MENTAL

pARkinSon

Page 9: Revista Neuro Conquista

9Revista Neuro Conquista

A Esclerose Múltipla é uma doença crônica que atinge

vários pontos do sistema nervoso central. Ela ataca

a bainha de mielina - uma espécie de proteção dos

neurônios, da medula espinhal e do nervo óptico - provocando inflamações. O curioso é que o ataque é feito pelas

células que deveriam proteger o organismo. Devido ao comprometimento dessa capa protetora, os impulsos se

dispersam e o indivíduo deixa de ter controle dos comandos do cérebro.

Autoimune e sem cura, é também considerada multifatorial. Envolve infecções virais, predisposição genética e

alterações ambientais como a ausência de vitamina D. Embora muita gente associe o termo “esclerose” à idade

avançada, em geral, os primeiros sinais da EM aparecem em indivíduos jovens, entre os 15 e 45 anos, sendo duas

vezes mais frequente em mulheres. O diagnóstico médico é baseado principalmente no relato de eventos transitórios,

como por exemplo: perda de visão fugaz, sensação de anestesia nos membros, tontura, desequilíbrio, formigamento

de um lado do corpo, dormência nas pernas e nos braços.

De evolução surto-remissão, os sintomas podem aparecer e desaparecer espontaneamente e levarem até mesmo

anos para se repetir. No entanto, necessitam de atenção e cuidados devido ao risco de sequelas graves. O tratamento

da Esclerose Múltipla é individualizado,conta com remédios que regulam o sistema imunológico na fase inicial ou com

anti-inflamatórios durante um episódio agudo. As medicações de alto custo são disponibilizadas pelo Sistema Único

de Saúde (SUS) mediante preenchimento de protocolo apropriado.

É precisosaber maisO diagnóstico da Esclerose Múltipla (EM) provoca

uma mudança brusca no estilo de vida dos pacientes.

Inesperado, muitos são os relatos dos que passaram

a dar mais importância para o que realmente vale a

pena depois da descoberta. Porém, estima-se que

apenas um terço dos 30 mil brasileiros que possuem

a patologia siga o tratamento correto. Pesquisas

sugerem que o seu desenvolvimento possa estar

relacionado, dentre outras razões, a períodos de

estresse físico e mental.

Diferente de outras doenças neurológicas como o

Parkinson ou o Alzheimer, a EM não é degenerativa.

É importante esclarecer que a inflamação acontece

em focos profundos e pequenos, mesmo o paciente

convivendo por décadas com o problema, raramente

ocorre alteração intelectual ou de comportamento. A

expectativa de vida também é normal, muitos podem

ter uma rotina ativa e produtiva, tanto no aspecto

físico, como no social.

A ESCLEROSEMÚLTIPLA ÉDEGENERATIVA?

ESCLERoSEmúLtipLA

Page 10: Revista Neuro Conquista

10 Revista Neuro Conquista

ENXAQUECA: MITOS E VERDADES

Não é umasimples

dor de cabeça

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia, a enxaqueca - distúrbio neurovascular crônico e incapacitante - é o

tipo de dor de cabeça primária que mais afeta a população no país (cerca de 15%). A doença se caracteriza por uma dor

latejante, geralmente em um lado da cabeça, com duração de até três dias. Na medida da intensidade podem ocorrer

alterações na visão, náuseas, sensibilidade à luz, aromas e ao barulho.

A enxaqueca está associada a diversas condições como fadiga, distúrbios do sono, depressão e ansiedade. Em debate

na Academia Brasileira de Neurologia, os médicos defendem que é preciso estimular a ida ao neurologista e redobrar

a atenção sobre os riscos da automedicação, sobretudo o abuso de analgésicos. O aumento progressivo das doses

necessárias para alívio da dor podem desencadear um efeito rebote cujo resultado é o agravamento dos sintomas.

A dor de cabeça, ou cefaleia, é, antes de qualquer coisa, um sinal de que algo na saúde não vai bem. Embora seja

uma das queixas frequentes nos consultórios, boa parte da procura por atendimento acontece apenas durante

crises intensas, após meses de sofrimento. A ideia de normalidade atribuída ao problema além de perigosa, atrasa o

diagnóstico e o tratamento correto.

Enxaqueca é hereditária? Mito. Qualquer pessoa, independente da faixa etária, pode vir a sentir o incômodo, de modo esporádico ou freqüente, sem que existam membros da família com uma dor semelhante

Queijo, vinho e chocolate provocam crises.Verdade. Não é regra, mas alguns pacientes apresentam piora dos sintomas ao consumir alimentos com cafeína, gordura saturada e embutidos.

Enxaqueca não tem tratamento. Mito. Ainda não há cura, mas existem tratamentos com medicações preventivas e técnicas terapêuticas. A toxina botulínica é o mais recente método utilizado.

CEFALEiA

Problemas na visão e sinusite causam enxaqueca. Mito. Miopia, hipermetropia e presbiopia não provocam dor de cabeça. O antibiótico, e não a sinusite, pode ser o real motivo da crise.

Mulheres tem maior incidência.Verdade. Isso acontece devido às variações hormonais e sobrecarga emocional. Complicações, como um infarto, podem ocorrer principalmente entre mulheres fumantes que fazem uso de anticoncepcional.

Fazer sexo alivia a enxaqueca.Verdade. Assim como a prática de atividade física, o sexo libera endorfi na, hormônio responsável pelo prazer.

Page 11: Revista Neuro Conquista

11Revista Neuro Conquista

DiCAS

Livros para toda família

Filmes Premiados

Quem, eu?Uma avó. Um neto. Uma lição de vidaAutor(a): Fernando AguzzoliEditora: Belas Letras

Ao ver a avó que o criou enfrentar o triste dia a dia de um portador de Alzheimer, Fernando Aguzzoli decidiu largar tudo que tinha - o emprego, a carreira, os es-tudos - para tentar amenizar o sofrimento com amor e muitas risadas. Convivendo com a divertida, bonachona e, claro, sempre esquecida vovó Nilva, Fernando, um jovem aspirante a filósofo com um talento epistêmico para a comunicação, aprenderá uma lição de vida que doença nenhuma poderá apagar.

A vovó virou bebêAutor(a): Renata PaivaEditora: PandaBooks

Sofia é uma menina de 7 anos. Ela mora com seus pais em uma vila e é pratica-mente vizinha de sua avó Dorinha, com quem gosta de passar bastante tempo. Mas um dia a vovó Dorinha começa a agir de maneira muito esquisita. Ela abotoa a blusa errado, esquece das coisas que es-tava fazendo e começa a precisar até de uma babá. Não demora muito para que Sofia perceba que existe algo de errado com sua querida avó. A vovó Dorinha tem Alzheimer, uma doença de causa e cura desconhecidas. Com a ajuda de sua mãe, a menina aprende mais sobre a doença e descobre que os melhores remédios para cuidar da vovó são paciência, amor e carinho.

Vovô teve um AVCAutor(a): Dori HillestadButlerEditora: Artmed

O que é um AVC? Por que o vovô não mexe o braço? Quem vai cuidar dele? Lu-cas adora sair para pescar com seu avô. Porém, quando ele teve um AVC, tudo mudou, Lucas ficou confuso, assustado e preocupado. ‘Vovô teve um AVC’ é um liv-ro para as famílias com filhos pequenos, oferece informações adequadas e abor-da os variados sentimentos das crianças, ajudando-as a manter os vínculos com os mais velhos. Ao final do livro, há uma nota explicativa que orienta os pais a lidarem com a situação.

Para Sempre Alice (2014)

Gênero: Drama

Direção: Richard Glatzer, WashWestmoreland

A Dra. Alice Howland (Julianne Moore) é uma renomada professora de linguistica. Aos poucos,

ela começa a esquecer certas palavras e se perder pelas ruas de Manhattan. Diagnosticada com

Alzheimer, a doença coloca à prova a união de sua família. Enquanto a relação de Alice com o

marido, John (Alec Baldwin), fragiliza, ela e a filha caçula, Lydia (Kristen Stewart), se aproximam.

Ilust

raçã

o: Io

nit Z

ilber

man

Foto

: div

ulga

ção

Foto

: div

ulga

ção

Foto

: div

ulga

ção

Foto

: div

ulga

ção

Amor (2013)

Gênero: Drama

Direção: Michael Haneke

Georges (Jean-Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva) são um casal de aposentados,

apaixonados por música, que moram em Paris. Após sofrer um AVC Anne tem no esposo o seu

cuidador e passam a enfrentar juntos o maior desafio de amor das suas vidas.

Page 12: Revista Neuro Conquista

12 Revista Neuro Conquista

Ilust

raçã

o: L

an M

orai

s