Revista Nós Somos Um Só [12]

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Revista comemorando uma ano de existência, traz na capa o grupo Realidade Cruel + Sarau Maio Nosso Maio + #HipHopBR e muito mais...

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NÓSSOMOS

UM SÓAbril 2013 Ano II edição 12

Associação do Movimento Hip-Hop do Paranoá

HipHopBR#+REALIDADECRUEL A VOZ DO INTERIOR QUE ECOOU PELO BRASIL

Sarau Maio nosso Maio

Japão Viela17: 20de40

E muito mais...

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Página 03 - Espaço do Poeta Página 04/05 - NósSomosUm Só

Página 06/07 - Mostre a Mídia Página 08/12 -Viela 17 20de40

Página 14/23- REALIDADE CRUEL

Página 24/25 - Sarau Maio Nosso Maio

Página 26 - Nosso Brasil

Página 28/29 - Vovó do Rap

Página 30 /31 - #HIPHOPBR

Nós Somos Um Só Edição:12 Ano:02 Produção: AMH2P Associação do Movimento Hip Hop do Paranoá Responsavel: Tiago Santos (TG) Finalização: Tiago Santos (TG) Capa: Anderson Benjamim Fotos: Anderson Glock Anderson Benjamim Beto Severo + Tiago Santos TG; Matérias: Anderson Glock Tiago Santos (TG) Negro Jonas

Contatos [email protected]

9262-4488- Tiago Santos (TG)

Site: www.mh2p.k6.com.br

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Rebele-se contra o homem de ternoAs mesas se enchem de papéis,Ao falar o ego infla e todos parecem admirá-lo.Um terno e um capacho,Uma ordem e um recado,Um diploma, um burocrata e um anel.Não se pode dar ouvidos aos homens que vestem terno,Nem aos seus representantes.Eu me sinto incomodado,Eu me sinto incomodado.Quando burocratas caladosOlham o povo e seus capangas entendem o recado.Nada de doce,Nada de aplausos.Pau, balas e integrantes da suposta lei,Comandada por homens de terno.Todos têm o que merecemE o povo só merece ceder,Entregar-se as falsas verdadesDe quem só pensa em suas próprias vontades.

Uma mentira e uma urna,Uma campanha e dinheiro sujo comprando a alma de pobres infelizes.Eu quero ver...Exploda!Eu quero ser...Carrasco,De todos que tentam nos subjugar.Atenção para o toque de cinco segundos...5, Prepare o espírito para a revolta que aí vem...4, Humanos nasceram para serem iguais...3, Todo tipo de censura ou repressão é nociva.2, O terno não é mais moda no poder.1, Abaixo a burocracia que nos atravanca.0, Armas e explosões mudarão nossa história!

Diogo Ramalho

Espaço do Poeta

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Remessa Gratuita Abril 2012 - Ano I edição 1 04 Paginas

Entrevista

Nesta edição entrevista com a banda Lis Negra, musica forte, e muita qualidade. Confira PAGINA 03.

Levando o nome da cidade

Conheça o Festival que a Banda Ataque Beliz está Concorrendo você pode ajudar, fique sabendo como. PAGINA 03

NOSSA CIDADE, NOSSA CULTURA Você conhece a cultura do Paranoá? Você sabia que temos um grande numero de artistas que representa o Paranoá mais não tem o trabalho reconhecido pelos moradores da sua própria cidade? Confira na PAGINA 02

OS ATIVISTAS CULTURAIS QUE SE CANSARAM DE RECEBER MIGALHAS AGORA SE UNEM PARA FORMAR SUA ASSOCIAÇÃO CONHEÇA OS PLANOS DO MH2P – PAGINA 03 Cultura é o que

vale “ Confira nossa

Charge PAG.04

Divulgando Show´s e

Eventos PAG.04

“O dinheiro é uma felicidade humana abstrata; por isso aquele que já não é capaz de apreciar a verdadeira felicidade humana, dedica-se completamente a ele”

Arthur Schopenhauer (Filósofo alemão)

Frase da Semana

Nós Somos Um Só a 1 Ano Divulgando a Cultura Hip Hop O tempo esta passando tão rápido que chega a as-sustar, a 1 ano atrás dávamos inicio a este meio de comunicação e informação.Tudo começou com um pequeno fanzine, uma folha A4 dobrada ao meio produzido no Microsoft Word e ali falando um pouco da nossa cultura da nossa cidade (Paranoá/DF). Mais vimos que aquele espa-ço era pouco, uma folha dobrada ao meio é pouco demais para o tamanho de nossa cultura, no mês seguinte já aumentamos, 8 paginas tendo espaço para destaque de grupos da cidade, divulgando tra-balhos sociais, divulgando eventos e com entrevis-ta. A 3ª edição mesma pegada, grupo da cidade na capa, textos e mais textos produzidos, matérias e mais matérias sendo realizadas, mais faltava algo, o trabalho e o empenho que vinha sendo realizado merecia mais, um toque de profissionalismo, assim começamos com um toque de arte do Benjamim, um capa a altura do trabalho, seguindo isso veio a busca de aprender a trabalhar com recursos profissionais, deixar de trabalhar com Word e começar a trabalhar com INDESIGN e dar sequencia ao trabalho.

Nesse 1 ano, realizamos muitas matérias, aprende-mos muito a cada uma que era produzida, começa-mos a ser cobrados pelo atraso da edição mensal, e começamos a perceber que estávamos conquistan-do um espaço, que já tinha pessoas ali aguardando a edição do mês, para ver o poema ou saber mais sobre o grupo da capa, para viajar nos fragmentos ou mesmo para olhar e fala “estão melhorando!”.Nesse primeiro ano, além de uma responsabilidade conquistamos nosso 1º Prêmio de Literatura Margi-nal do Prêmio Hip hop Zumbi 2012, conquistamos um contato com grupos de rap, que crescemos ouvindo, como na 10ª edição uma troca de ideia ali de perto com Consciência Humana, aqueles caras que quan-do pivete nos ouvíamos ali nas fitas k7, e através da revista estivemos ali lado a lado trocando muita ideia e tendo eles na capa de nossa revista.Aquelas 4 paginas de maio de 2012 viraram 8 logo depois 16, hoje em dia já são 32 paginas divulgando nosso movimento, nossa cultura, e como o nome já diz NÓS SOMOS UM SÓ, pela cultura, NÓS SOMOS UM SÓ pela arte, NÓS SOMOS UM SÓ pela evolu-ção, NÓS SOMOS UM SÓ pelo movimento Hip Hop.

1 Ano de NSUS

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Revista

Como idealizador do projeto e por ver a evolução, só tenho a agradecer cada parceiro que chegou, que apoiou colocando suas matérias aqui, fazendo o projeto crescer a cada edição, Ander-som Benjamim, Anderson Glock, Preto Radicalibres, Negro Jonas, João Braga, Paula Farias, Higo Melo, Suenilson Saunier, Salisa Barbosa, Cristina de Souza, Luter Hip hop no Ar, Portal Rap Na-cional, e aos grupos que já foram capa das nossas edições, e a todos e todas que compartilham nas redes sociais nossa revista o nosso muito obrigado.Que venha mais anos pela frente e saúde para continuar a cami-nhada, NÓS SOMOS UM SÓ

Por Tiago Santos TG

1 Ano de NSUS

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NÓSSOMOS

UM SÓAbril 2013 Ano II edição 12

Associação do Movimento Hip-Hop do Paranoá

HipHopBR#+REALIDADECRUEL A VOZ DO INTERIOR QUE ECOOU PELO BRASIL

Sarau Maio nosso Maio

Japão Viela17: 20de40

E muito mais...

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Antes de apresentar o próximo trabalho des-te canal, quero agradecer quem faz parte da missão de levar ao público conhecimento, arte, consciência e outros valores morais, queremos parabenizar aos dois últimos canais que aqui foram publicados, o portal Rapnacional: http://www.rapnacional.com.br/ e a Radio Preta: http://www.radiopreta.com.br/ e também aos que já foram citados pela Nsus! Quero adiantar que na próxima edição vou tentar fazer uma re-trospectiva dando menção a todos que conosco colaboram. Na edição passada ganhamos o pre-sente da libertação musical com o conteúdo da RADIO PRETA, agora vamos dar seguimento a este trabalho só que no quesito visual. Na sema-na em comemoração ao dia do trabalhador, que ocorreu na Casa Viva, vi que a mulheres ali pre-sentes estavam exuberantes dentro de sua beleza e o que mais me chamou atenção é que não uti-lizavam “cabelos alisados, chapinha, escova” seja o que for, até comentei com o Preto Radicalibres a peculiaridade daquelas mulheres. Pois num mundo em que os cabelos esticados da Jennifer Lopez, e as ondas da Beyonce comandam, não seria normal ver aqueles lindos e maravilhosos cachos, cabelos volumosos fazendo parte da pis-ta e o melhor de tudo é que elas usam isso tam-bém no do dia a dia.

Mostre a Mídia

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Foi ai então que eu lembrei de uma amiga que faz questão se ser ela mesma e pôs os cachos a amostra, estou falando de Polliany Rodrigues, que no dia mais importante da vida e mais esperado por uma mulher ela deci-diu dar mais valor ainda ao Black que Deus lhe deu. Pois no dia do seu casamento apresentou nada mais nada menos que um lindo e maravilhoso cabelo cacheado. Como foi algo transformador para ela tenho certeza que será para outras mulheres também, pois a libertação de um sistema onde apenas as escovinhas nas mulheres e os topedes dos Luans e Gustavos da vida são aceito, então é hora de começar a cultivar e valorizar a cultura que é da nossa genética. Tenho o prazer de apresentar mais um canal de libertação para nós http://aumentevolume.blogspot.com.br/ la tem videos mostrando como dar volume ao cabelo e muitas outras coisas interessante. Pa-rabéns Polliany Rodrigues pela iniciativa. Vou finalizar com um jargão que o meu filho Jhonatha utiliza quando era bebê "PEGA NO BLACK NÃO!"

AtNegrojonas(Hoje mais Crente do que ontem)

Mostre a Mídia

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VIELA 17 APRESENTA: JAPÃO EM 20 ANOS DE CARREIRA COM O PROJETO 20 DE 40POR: Daniela Mara dos Santos

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VIELA 17 APRESENTA: JAPÃO EM 20 ANOS DE CARREIRA COM O PROJETO 20 DE 40

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Japão é rapper e ativista há duas décadas, tem em seu currículo 9 CD's, participou de 4 videoclipes, 4 documentários, sendo um deles premiadíssimo no festival de cinema de Brasília. Produziu 3 coletâneas e conta com diversas participações como o álbum dos grupos: Consciência Humana, Câmbio Negro, Riscando Um (Dj Marcelinho), Na Mira da Sociedade, Provérbio X, Sobreviventes de Rua, DJ Raffa 20 anos, Atitude Feminina…. lançou também 3 CD’s: O JOGO, O ALHEIO CHORA SEU DONO e LÁ NO MORRO como Viela 17. Rapper Japão e seu grupo Viela 17 está em estúdio preparando o 4º CD de sua trajetória como Viela 17, projeto intitulado "20 de 40"(referência aos seus 20 anos de carreira com seus 40 anos de idade), comemorando os 20 anos de sua trajetória. Durante o ano de 2012 disponibilizou do novo CD as faixas: AH TAH e 20 de 40 e em 2013 presenteia o público, com mais uma faixa de seu novo trabalho intitulada: AO SEU SERVIÇO que contou com a participação da paulistana DJ SIMMONE LASDENAS que tem presença garantida nas melhores festas do HIP HOP. Músicas essas que fazem parte do projeto "20 de 40" que tem a produção musical, masterização e mixagem do renomado DJ / Produtor Musical RAFFA SANTORO que dispensa apresentações. A previsão de lançamento do novo CD está para o segundo semestre de 2013.

Japão 20de40

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A música 20 de 40 leva o mesmo nome do CD e foi o ponto de partida para o novo projeto, seguida das gravações do videoclipe que aconteceram no mês de março e tem sua previsão de lançamento para maio de 2013. O videoclipe é uma sequência dos trabalhos que serão apresentados ao nosso público, como o videoclipe da música AH TAH (que já está disponível no youtube) e início dos shows JAPÃO 20 de 40 (VIELA 17) e Convidados na comemoração dos 53 anos de Brasília com MV Bill, Rappin Hood, X (Câmbio Negro), DJ Raffa Santoro, Marcão (Baseado nas Ruas) entre outros artistas da cidade - (vídeo dos melhores momentos estão no youtube).As comemorações dos 20 anos de carreira do Rapper Japão não para por ai, contará com muitas surpresas... aguardem...Canais e Redes Sociais:Site: www.japaoviela17.com.brSoundCloud: soundcloud.com/japaoviela17Youtube: Viela17Twitter: @viela17 @japaoviela17Facebook: Viela 17 / Japao (Viela17)*texto de Daniela Mara dos Santos (produtora cultural)

Japão 20de40

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Grupo formado em 1991 no interior de São Paulo gravou seu primeiro álbum em 1998, intitulado - Só sangue bom. Contendo 12 faixas onde se destacou o Hit, mas conhecido do grupo chamado: Dia de visita.Em 2000 o grupo lançou seu segundo álbum intitulado como - Entre o inferno e o céu. Destacando-se outro Hit mais conhecido como-Depoimento de um viciado.

Neste período de 1998 a 2000 o grupo fez shows em varias cidades e estados de todo Pais. Sendo consagrado como uma das maiores revelações da cena rap de todos os tempos. Atingindo os primeiros lugares na tão conhecida radio 105 FM.

Dentro do programa - Espaço RAP e participando dos maiores eventos realizados na época. Tais como: aniversário do espaço Rap, no Parque de Exposições, em sua passa-rela Anhembi, e do Millennium Rap, eventos estes que contaram com as participações e atrações internacionais.

Em 2002 o grupo lança o seu terceiro álbum intitulado: Mais cruel do que nunca. Onde teve a oportunidade de compartilhar neste álbum diverso rimas com grandes nomes da cena do rap, entre elas: Eduardo (Facção Central), e o renomado poeta do rap GOG.

Em 2005 chega às ruas o álbum intitulado: Quem vê cara não vê coração. Dando se-qüência ao trabalho solidificado e construindo ao longo desta carreira de sucesso e experiências valiosas dentro da cena do Hip Hop.

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2007 o grupo lança o álbum - Dos barracos de madeirite aos palácios de platina, algum este, duplo contendo 25 faixas. E dentre elas grandes sucessos como a musica: O res-gate, Quem sabe um dia, Quem é você, Vale da escuridão (parte 2), dentre outras mais.

2009 chega ás lojas a mix tape O Jogo lançada pelo seu dj ...Dj bola 8 ....com 14 faixas inéditas e em 2010 a mix tape...Sosinhos Nunca, Vários Aliados.....revelando uma gama de artistas novos, somados o grupo chega há uma média de quase 10 albuns lançados á contar dos álbuns e participações por todo o Brasil com os maiores nomes do seg-mento...

O grupo Realidade cruel ao longo desses 14 anos de carreira profissional, e no total 21 anos tem o acúmulo de vários prêmios de grandes referencias para o rap nacional prêmios como estes: Premio Hutus 2008, Melhor Grupo do ano, Melhor disco do ano, Premio Hutus 2009, Melhor Grupo da Década, Melhor Disco da Década, Premio HIP HOP Interior é Nós, Melhor Grupo de Rap do Interior de São Paulo premio Hip Hop Top 2004, Celebridade do RAP nacional.

Grupo hoje formado por: Douglas R.C., karol R.C., DJ bola 8 e Leonardo, Faz shows por todo o Brasil, e participa de inúmeras atividades tais como: debates, palestras e encon-tros organizados do movimento hip hop, discutindo políticas publicas para o seguimen-to e formação política de jovens agregados ao movimento rap, o grupo possui inúmeras musicas e vídeos disponíveis na rede YouTube , para acesso aos fãs e pesquisadores, musicas que já ultrapassam a marca de mais de 10 milhões de acesso.

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NSUS- Como vocês definem o Realidade Cruel hoje?

Douglas- DJ Bola 8, Douglas, Leonardo, Karol. O grupo de um tempo pra cá já de aproximada-mente 2 anos pra ca tem sido esta formação,(neh), antigamente agente tinha outras pessoas que trabalhavam com agente, como a Nicole,o Gregory,certo. Essas pessoas não fazem mais parte do nosso Cast assim, digamos que quan-do agente sai para fazer show, de ligar de fazer contato e tal, são Nossos amigos também, porem cada um seguiu sua caminhada. Hoje o Gregory está solo fazendo o disco dele. A Nicole tem um trabalho paralelo dela que vai vir com o disco solo, neh. E os demais componentes da banda que era o Keno, Flagrante, Bolha ele foram saindo ao longo dos anos ,do inicio do Realidade ate aproximada-mente uns seis anos atrás até 2006/7 eles foram se desligando, de la pra cá ficou essa formação que vc´s estão vendo hoje, EU, a Karol, o Leo e o Bola...Realidade é isso!

NSUS – Quanto a Ideologia, Como vocês definiriam?

Douglas – (hum...) Complicado falar de ideolo-gia neh! Parece que você seguimenta o grupo a somente aquilo do qual você acaba expressando neh, “nós somos gangsta então da impressão que é Gangsta e tem que ser só Gangsta e não pode ser outra coisa a não ser o Gangsta. Acho que agente faz musica, o realidade faz musica, um tipo de mu-sica que abrangede forma um pouco mais ampla , eh... os problemas da sociedade...certo. O estilo, assim musicalmente falando é semelhante ao Gan-gsta americano, semelhante não é dizer que é o Gangsta americano...certo, é semelhante, agente usa um pouco da nossa cultura musical brasilei-ra em algumas musicas, samplers,algumas ques-tões assim, mais ... o estilo por ser um pouco mais pesado, as letras um pouco mais contundente,no Brasil acaba tendo esse rotulo...certo. E agente se identifica com esse rotulo ai, porem, nós não esta-mos presos 100% a ele...certo faz questão de frisar isso ai que agente faz musica do mesmo jeito que agente esta falando de violência e problema so-cial pode vir falando de amor, como agente fala na musica da KAROL, no “Resgate”, tem uma musica que vai sair agor ano álbum novo que éuma musica que falo muito disso, sentimento..neh... Na própria musica “Tarde Demais” mesmo que eu gravei ano passado saiu no disco ao vivo, ela retrata isso, é sentimento também . Agente fala sentimento, de diversos sentimentos, acho que essa é a ideologia do Realidade hoje, fazer musica , falando de varias coisas sem ter um rotulo. É isso?(Douglas pede confirmação dos outros integrantes).

NSUS – Vocês usaram na musica o “Res-gate”, sampler do Roberto Carlos da mu-sica “Atitude”, o que mais vocês gostam de ouvir para ter inspiração?

Karol:Musica brasileira, gosto muito de Elis Re-gina, Adriana Calcanhoto, eu particularmente ouço todo tipo de musica de verdade mesmo, todo tipo de musica. Eu tento primeiro conhecer para depois eu dar uma opinião sobre, neh. Mais musica brasi-leira... Tim Maia, eu gosto muito de Samba, Samba Rock eu ouço bastante.LEO: Eu ultimamente de um tempo pra c ato ou-vindo mais melodia, mas eu costumo ouvir bastan-te samba, MPB direto, é isso.DOUGLAS:Ah eu de tudo também como eles fa-laram, Rap, bastante Rap, muito Rap, que é 90% das musica que eu escuto é de Rap, Rap ameri-cano, rap Frances, Rap nacional, muito Rap Na-cional. Gosto de saber o que esta acontecendo no Brasil dentro do Rap, me informar bastante, ver os grupos que estão chegando, os grupo que tem possibilidade de se manter no mercado, agente faz uma avaliação critica no nosso ponto de vista neh, ninguém é dono da verdade, dono da razão, dono de nada. Mas agente conversa entre agente (nehBola?”Esse grupo aqui é da hora, esse grupo é legal, esse grupo tem a mensagem que nem a de fulano”), bastante rap eu escuto. Escuto bastante musicas dos anos 70, musica ne-gra, bastante Funk, bastante Soul, pra inspirar na hora de produzir que nem você falou.

CAPA

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(Douglas) E evolução é claro né! Esta andando para trás não muito pelo contrario, esta andando pra frente, o rap avançou demais né mano, nós deixamos de ser marginais pra ser intelectuais né?! Antigamente quando falava de rap você era o que na periferia? Tido como marginal, desocupado, sem oficio né! Hoje não, você fala eu sou rapper, você já é... eu sou musico enten-deu? Nós quanto rapper´s , nós estudamos muita mu-sica, dentro do estúdio, como que você opera uma ma-quina eletrônica hoje, um computador e tal? Tem que ter o mínimo de conhecimento tecnológico pra isso!né? Agente não faz é ...são poucas as bandas que fazem o rap de forma acústica mesmo com banda e tal né, tudo é o eletrônico então você tem que ter um estudo né?! Agente estuda muito isso conhecer musica é...conhecer um pouco de tecnologia pra fazer a nossa musica, a evolução disso é que se você for parar pra analisar dos anos 90 pra cá , agente foi crescendo em quantidade dentro de um determinado tempo, determinado ponto parou nessa quantidade e depois veio fazendo a penei-ra na qualidade né?! Tanto que os que eram qualifica-dos, capacitados, permaneceram, os que não eram de certa forma eles bandearam.Tem muito cara que não cola nos shows, tem muitos caras que não gravam discos nem nada, mas são do rap. Eles estão ai de quebradinha acompanhando, a ideologia deles é do rap mas tem muitos caras que eram do rap que hoje já não são mais, não são mais então eu entendo que...hoje agente tem parceria com o poder publico... “retomando”...Agente avançou muito quanto ao poder publico hoje agente faz eventos pagos pelo governo, estruturas maravilhosas, prova disso foi o evento de ontem né?!( Douglas se referindo ao So-cial Festival de Hip Hop, realizado no mês de abril no Paranoá/DF).Então quer dizer, todo processo politizado que o rap tentou ao longo dos anos introduzir nas letras ele esta fazendo efeito agora porque a sociedade des-pertou e viu: “Olha o que esses meninos falam a muito tempo dentro dessas letras de rap que aparentemente parece ser violenta nada mais nada menos é do que o discurso político que a sociedade brasileira precisa ouvir certo!”O que o Willian Bonner e a Fátima Bernardes apresen-tam todos os dias nos jornais é o que agente cantava nas letras de rap certo?! Desvio de dinheiro publico, cor-rupção entendeu? Violência extrema por parte da poli-cia, desigualdade racial, social só que ao nosso modo, como agente né?! A periferia está aqui bem embaixo pequenininha, é grande em numero mas é pequenini-nha em poder. Automaticamente passava pra socieda-de uma imagem distorcida , esses caras estão falando um monte de asneiras, eles estão falando um monte de bobagem e era justamente o contrario, estávamos em um processo politizado a muito tempo né?!

Falando coisas da sociedade da realidade da so-ciedade a muito tempo, quando a política os go-vernantes vai se renovando né se ver uma safra nova de governantes chegando o pessoal engaja-do entrando na política eles já vem atentando pra isso né?! Então avançamos demais crescemos de forma muito positiva o nosso movimento.Hoje o grupo vai fazer letra de rap ele tem o poder de escrever naquela folha de caderno até mes-mo digitar no computador o que ele quiser certo! Porem ele tem o cuidado pra não ser julgado, an-tigamente não o cara falava que:”Eu estava na rua com dois ferros na cintura e eu era o rei da quebrada.”certo?!Então todo mundo oh! É isso mesmo e tal. Hoje não, todo mundo fala:”Opa perai a realidade não é bem essa, não é isso que quero que meu filho escute dentro de casa, não é isso que quero que minha mãe ouça dentro de casa, não é isso que quero.Então nos evoluímos ideologicamente demais cul-turalmente demais e politicamente demais tam-bém.

NSUS . O que vocês acham do ponto de vista de evolução do rap dos anos 90 pra cá, embora as mudanças o rap vem evoluindo ou regredindo?

NSUS. Ainda dentro desse critério de evolução como você definiria o Realidade Cruel do inicio até os dias de hoje?

Ideologicamente não mudou é a mesma fita desde o começo se você pegar o primeiro álbum agente fala as mesmas coisas até hoje. Você evolui é no fogo né?!na técnica , você vai se adaptando as mu-danças que o rap vai tendo né?! E vai aprendendo com os mais antigos com os mais novos também que vem chegando né?! Ter humildade pra reco-nhecer que tem muita gente nova boa fazendo rap no Brasil, rap bom né e isso também nos serve de inspiração porque eu já cansei de ouvir que nós servimos de inspiração que o “Realidade” serviu pra inspirar muitos grupos mas hoje nos também nos inspiramos em outros grupos né?!Antigamente todo mundo só falava: Os Racionais , o Facção o Realidade, hoje tem vários outros gru-pos também fazendo trabalho tem o Dexter, tem o Bill, tem o GOG... certo!A rapaziada nova esta chegando e vem ali batendo igual, é a tecnologia, a internet colocou todo mun-do numa linha horizontal,todo mundo igual certo?! Todo mundo igual no mesmo canal. E as idéias elas vão fluindo e vai havendo os debates e você vai ensinando e aprendendo, acho que é isso, pen-so que é isso.

CAPA

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Quanto aos grupos novos, eu particularmente não critico eu acho que sou mal interpretado e quando eu tento me expressar sobre algumas questões de grupos que tão chegando né?! eu penso que tem que ter postura porque o rap vive disso certo! Postu-ra, se não tem postura já não serve para estar no rap entendeu? O rap cobra mesmo você andar de ca-beça erguida o queixo um pouquinho mais elevado certo?!o peito pra frente mesmo estufado. Não pode chegar em um lugar murcho não, se não, não é nem do rap tio! O rap cobra mesmo de você pisar duro no chão certo?!chegar nos lugares bem apresenta-do entendeu? Se você chegar mal apresentado nos lugares, você já não é ninguém, já é difícil de ser notado como rap porque o rap é tão marginalizado então você tem que ter uma postura mesmo pra im-pactar mesmo, certo?! pra chegar no lugar e o povo falar ‘ Não, nem sei o que é, mais deve ser alguma coisa esses caras ai”, certo?!dentro dos aeroportos , dentro dos restaurantes , entendeu? Tem que ter uma coisa que choca mesmo, certo! E depois nós fazemos a revolução, você pode até não nos conhe-cer mais o seu filho conhece, já ouviu falar, certo?! Então é isso tem que ter postura, tem muito grupo novo de rap que não tem, certo?!tem muito grupo de rap novo que vem pro show de qualquer jeito, não se preocupa em ter boa aparência, não se preocupa em ter um bom discurso, certo?! e subir no palco e falar o que quer , entendeu?e mandar todo mundo tomar no ... que ta na festa como se fosse bonito e não é assim, você tem que ter responsa tem que ter uma postura.Então quando eu me refiro aos grupos ai é mais... trabalho dos grupos, eu praticamente não opino ta ligado irmão?!porque é muito particular do mesmo jeito que eu sigo uma linha de trabalho os outros tem o direito de fazer o que quer dentro dos seus próprios trabalhos, né?!mas a postura mesmo os que tentam nos representar cabe a nós cobrar deles, se foi na televisão se foi em tal lugar como rapper então você ta indo lá me representar certo?!se eu achar que sua postura não foi boa me representando eu tenho que cobrar de você, certo?!é isso!

NSUS. Qual a sua opinião a respeito desse pessoal que ta chegando, que faz o rap mais comercial , rap para a TV?Mídia e Hip Hop tem que ter, o que eu to fazendo aqui é mídia certo? Mesmo que seja comunitária para ficar na comunidade mais é uma mídia certo?! Talvez o vizinho que ouviu falar de rap mas nunca ouviu falar do R.C, então passou a conhecer, se você vai a globo então o Brasil inteiro passou a co-nhecer, o mundo todo. Tem que ter quem não é visto não é lembrado, tem que haver isso certo?! durante um tempo criou se um estigma que os grupos de rap não podiam ir na televisão porque a televisão é comercial, que ideologia não...Eu penso que se nós fazemos musica, se nós tra-balhamos, se nós queremos levar nossa mensagem nós temos que utilizar os principais meios de comu-nicação pra isso , tem que ter mídia, os grupos tem que sair de dentro de casa, tem que ta nos jornais, nos telejornais certo?! Pregando a cultura, tem que ta nas revistas , no site, tem que falar mais de perto com o publico que quer saber sobre...E eu fui no-tando isso ao longo do tempo fui percebendo que quando eu chegava em determinados lugares pra fa-zer show, tinha gente que chegava assim, até tocar para ver que era de verdade por incrível que pareça ta ligado!Tamanha a imagem que as pessoas as vezes fazem da gente, um dia eu sorri no camarim pra uma fã que estava ali no momento foi um baque, por que ela sempre acostumada a me ver com a cara fechada nas fotos e tal, o estilo de cantar também agressivo e tal, quando ela me viu sorrindo “-Nossa você ri” eu falei “lógico que eu dou uma risada” claro né!Então isso prova que é necessário ta mais perto do publico pro publico te conhecer melhor né! Tipo ver o ser humano também né! O seu lado cheio de falha todo mundo tem né! E eu sentia muita das vezes chegava em um lugar já me engessava com aque-la imagem montada de que os caras é, tinha gente que achava que agente era criminoso por causa do conteúdo das musicas certo! Você falava coisa muito contundente da rua de cadeia né?! de policia de ban-dido, “o cara é malandro também, é do corre”. Che-gava em vários lugares tinha essa imagem né?! e com isso, como eu falei com a própria evolução tec-nológica, internet e tudo isso foi se quebrando, todo mundo sabe que nós somos um grupo de rap, nós fazemos rap , fazemos musica chamada rap,né?! Então tem que ta na mídia sim!

“A rapaziada nova esta chegando e vem ali batendo

igual, é a tecnologia, a internet colocou

todo mundo numa linha horizontal,todo mundo igual

certo?!”

CAPA

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NSUS.O que vocês acham do papel da internet pra divulgação do rap?

(Douglas) Principal veiculo de divulgação hoje né?!primeira coisa que eu faço quando entro na internet é ir no Facebook, não vou mais nem nos sites, acho que os sites estão desatualizados demais, tipo os sites se atuali-zam pelo Facebook né?!tipo saiu uma coisa no FaceBook hoje, ai enquanto o site vai carregar aquela informação em sua pagina, no Face-book já tem 3 mil visualizações e no site ainda vai começar, ta ligado?!A internet ela é meu principal veiculo de co-municação, você não tem como estar na Globo todo dia, você não tem como estar na Record todo di, se você for lá uma vez por semana o trabalho vai decolar porque o cara tem um ca-nal que atinge o mundo inteiro certo?!Como você não tem como estar lá uma vez por semana, você tem a internet , então você faz esse trabalho na internet, hoje eu foco muito nisso né?! até cobro muito deles (Karol, Bola e Leo), e falo “ Oh meu, vocês postam fotos de vocês , mais não postam trabalho de vocês. Eu acho que é o meio principal de fazer as coisas acontecerem, é focar no trabalho e até mesmo eu as vezes esqueço, certo?Só que quando agente sai com um trabalho, meteoricamente a coisa deslanchaé porque eu foco muito eu pego 15 dias batido postando na minha página e debatendo e mandando para o blog e é isso!

NSUS - Você acha que compensa mais lançar um single na internet hoje do que um CD?

Douglas – O CD ele é um... Como que eu posso dizer assim... Ele registra a existência de algo material, tá ligado?! Como que eu vou falar pra vc... Ele legitima na verdade o trabalho material da banda, mas compensar gravar CD, hoje não compensa mais. O Realidade vai fazer o próximo disco, físico mesmo, o próximo álbum por questão de compromisso mesmo com o RAP, tem uns manos que ainda gostam de ter na prateleira o dis-co, o encarte com tudo e tal, certo?! É mais um roman-tismo mesmo, mas estamos caminhando pra extinção desse projeto e desse processo e já digo de antemão, não compensa, porque não vende! Você põe o CD pra vender na loja e o cara baixa na internet, entendeu?! A grande maioria! Então não compensa. O custo que dá, você gasta com estúdio, com mão-de-obra, por que você paga todo mundo, né?! Você paga gente pra ir tocar violão na sua música, você paga gente pra cantar no seu álbum, né meu?! Deslocamento, você pra ir até lá tem custo, pra se manter dentro do estúdio, você tem que... Enfim... Pagar o próprio estúdio, fabricar o ma-terial, tudo demanda muito custo. Na hora de você re-passarisso pro produto final e recuperar esse dinheiro você não recupera. Mas no caso realidade, pelos anos de história e tal, por ser um dos grupos mais populares, digamos assim, ainda vamos fazer por uma questão de legitimar nosso trabalho, mas compensar não compen-sa. Eu hoje diria aos grupos novos pra focar mesmo em fazer single, não guardar material dentro de casa. “Ha, vou fazer dez letras de RAP e gravar um disco” não solta uma por mês na internet, o resultado é bem melhor. Você lança o disco na rua, do seu disco 2 músi-cas, 3 músicas se aproveitam as vezes, se você soltar dez músicas pausadamente com intervalo de 45 dias, 2 meses o resultado acaba sendo melhor.DJ Bola 8 – Não só os grupos novos, mas os reno-mados também tem que soltar, tem muitos grupos aí renomados que tem 15, 1 álbum guardado na gaveta, o momento é esse, tem que acontecer.Douglas – Quem faz o momento é “nois”, né tio?! A verdade é essa, eu tô aqui hoje trabalhando acho que é por isso, né?! Fazendo música direto, pondo na in-ternet, as pessoas gostando e outras não, mas tá mo-vimentando, todo dia no estúdio, vivendo, respirando RAP. Trabalhando mesmo, então acho que trabalho, gera trabalho, né?!

“A imagem, ela é tudo... Não basta só ter áudio, certo?!”Douglas R.C

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NSUS – Ontem aconteceu isso, você passou e ti-nha2 minas assim e perguntaram: “ow que hora o RC vai cantar? Eles já chegaram?” e eu: “Olha a Karol aqui, mulher!” (risos)Douglas – Então, é isso, acho que falta mais apari-ção...NSUS – Da aproximação, né?!Douglas – Não, mas a idéia principal é quebrar um pouco isso, de que é intocável, que é de gelo, enten-deu mano?!Karol –Mostrar que a gente tem uma rotina normalDJ Bola 8 – Tem família, né meu?!Douglas – Mas tem gente que não quer. Vou falar a verdade heim, tem grupo que não gosta, tem gru-po que gosta de se manter lá num pedestal, distante. “vocês acham que eu sou artista? Então tá bom, eu não vou mostrar pra vocês que eu ando de ônibus, que eu como no “prato feito”, Não! Eu quero que vo-cês me vejam assim mesmo, certo?! Imaginando que eu só como camarão, que eu tenho motorista parti-cular, quando eu saio de casa tem até segurança!”. Tem cara que quer manter essa imagem, eu não vou negar. Porém, eu na contramão de alguns, não é o meu caso, não é o caso da Karol, nem do Léo, nem do Bola, a gente quer trazer o público mais perto. E irmão, vou te falar uma coisa, isso tem sido tão grati-ficante pra gente que eu tô começando a tocar... Pra você ter uma idéia, nós que somos caracterizados como um grupo gangsta, o Realidade cruel, nós es-tamos fazendo show no Brasil inteiro e cada vez que eu colo num show é um público diferente indo ver o nosso show, uma galera do skate, uns mano de ras-tafari, mulher então... Esse público não tinha antes, e eu acho que esse pessoal tá começando a se aproxi-mar mais porque viu que aquilo que eles imaginavam não era tudo aquilo que eles desenhavam na mente deles. “Pô mano, esses caras são simples também” entendeu?! Os caras também comem ovo e tomate , tá ligado “tio”?! Certo?! Não é só caviar e champanhe, como muito “pá” né meu?! É isso!

NSUS – Vi alguns comentários feitos por vocês a respeito de produção audiovisual, vo-cês mesmo dando opinião à respeito, falando que dá uma visibilidade maior pro grupo. Queria saber um pouco sobre os projetos futuros e os que vocês já estão executando no formato audiovisual.Douglas – Vou te dar um exemplo bem claro: Quantas pessoas conhecem o Emicida, mas não conhecem a letra dele? Muita gente... É um exem-plo claro! Por quê? Porque ele tem essa projeção visual, entendeu?! Uma hora está numa propagan-da, outra hora está ali num programa de TV (numa breve pausa, Douglas para ouvindo o barulho que vinha de fora do hotel e pergunta: “chuva?”. Sim, havia começado a chover, atípico para a época em Brasília)... Uma outra hora está numa revista, enfim. A imagem, ela é tudo... Não basta só ter áudio, cer-to?! Hoje com o avanço tecnológico, com a internet, com o Youtube, Facebook, isso e aquilo outro, tem que ter vídeo e o nosso próximo passo é isso, vir com uma “avalanche” mesmo de vídeos, nem que se for “aí mano, filma eu escovando os dentes”, mas tem que ter, certo?! Grupo de RAP tem muito isso – “Mostrar mais a cara.” acrescenta Karol – On-tem mesmo eu parei o carro do lado de duas minas que estavam conversando: “Ha, vai ter Realidade e Atitude Feminina, então eu vou!” E eu do lado das minas e as minas não sabiam que era eu! Do lado, eu ainda parei pra olhar assim e a mina olhou pra minha cara e continuou conversando. Quer dizer, ela não sabia que eu era do Realidade, conhecia o meu trabalho, conhecia minhas músicas mas não sabia quem era eu. Só depois que eu subi no palco elas devem ter pensado “Nossa, esse rapaz é aquele do carro que ficou olhando, achei até que ia roubar a gente” (risos). Eu achei legal eles se descontraindo ali na pista de skate e falando do evento e eu parei bem na hora, não era uma rotatória, eu tinha q parar mesmo, aí eu parei, fiquei olhando, elas olharam pra mim e nem “tchum”. Falei “huuuuum... se eu estives-se num outdoor bem grandão aqui no Paranoá, aí ela ia saber. Mas eu não tô, né?!Karol – Em Curitiba aconteceu um fato semelhante a esse, se lembra que pra ir pra entrada do palco a gente tinha que passar no meio do salão?! E tinha um pessoal assim na frente e eu pedindo licença, porque eu tinha que chegar no palco pra gente can-tar e as minas cruzaram os braços e não saíram da frente, depois que foram ver lá: “haaa, é a menina”

“O rap cobra mesmo você andar de cabe-

ça erguida o queixo um pouquinho mais elevado certo?!o peito pra frente

mesmo estufado. “

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NSUS – Continuando nesse mesmo assun-to, como vocês se definem individualmen-te fora do palco?

Douglas – Mano, eu e o Bola temos uma rotina muito parecida, né meu?! O Bola tem um trabalho político em santo André, eu também tenho na minha cidade. Embora agora eu esteja um pouquinho des-ligado, mas eu sou muito atuante na política, sempre fui, certo?! Música, muita música, né?! No estúdio, gravando, quando não está mexendo com o realida-de ele tem a Mixtape dele, ele tem a produtora, está com um projeto audacioso, muito bom mesmo que é criar um canal de... É como se fosse um canal de televisão mas é só pra internet a princípio. Tá lá com o estúdio montado, tá lá pilotando os projetos, fazen-do uns pilotos e tal. Eu acho que é mais ou menos família, né?! Esposa, filhosDJ Bola 8 – As festas, o Gangsta (Gangsta Para-dise), né meu?!Douglas – Há é, as produções dos eventos, por-que nós somos produtores culturais também, certo?! Então acho que eu e o Bola somos muito semelhan-tes. O Léo, mais família também fora do grupo né, tem filho, mulher. A Karol, também tem um trabalho paralelo, mãe de família também, chefe da casa. Eu acho que é uma vida bem normal, não é diferente dos demais, que gostam de ouvir nossas músicas. Do mesmo jeito que a pessoa levanta cedo pra ir tra-balhar, as vezes pra uma empresa, pra uma loja no shopping, ou até mesmo pra uma barraca de came-lô, a gente levanta cedo também pra fazer os “cor-res”, porque do céu só cai chuva, cara! E pra gente se manter, pra colocar comida no prato, pra honrar os compromissos, pra manter a dignidade intacta é assim, trabalhando muito e muito mesmo, a gente trabalha muito, cara!

NSUS - Karol, a gente te vê de vestido no palco, bem diferente. Alguns tem a mente fechada e acham que mulher do RAP tem que usar um bermudão e você a gente vê diferente (assim como a Lauren também do Visão de Rua), cantando RAP sem per-der a feminilidade. O que você acha sobre isso?

Karol – Eu fazia isso antes (risos). Então, antiga-mente eu gostava, de fato eu gostava de usar roupa larga, trança, tênis. Mesmo porque não era muito “permitido” a mulher no RAP – Tinha um preconcei-to, né meu?! Acrescenta Douglas – Enorme, enorme! Ainda mais eu, branquinha e tal, os outros nem olha-vam pra mim quando chegava no show com eles, eu ficava lá de canto, lá! E pra entrar no RAP a gente precisava entrar nessa postura de marra, de se im-por, porque senão você não conseguia. Mas eu gos-tava também! Mas depois que aconteceu, né... Essa fatalidade aí na minha vida (Karol cumpriu pena por tráfico de drogas e passou aproximadamente 2 anos afastada do grupo) e quando a gente fica privada, a gente sente falta de muita coisa. Por exemplo, coi-sas que você não dá valor, quando você não tem aí você vai ver que você sente falta daquilo, você sente falta. Na cadeia a gente não tem! A gente não tem um perfume, a gente não pode usar jóia, a gente não pode usar uma blusinha. Só calçona amarela e camiseta branca e meu... 2 anos assim, cara! Falei: “Não, quando eu sair daqui, meu, é brincos, anéis e eu quero tudo aquilo que eu não podia ter lá dentro! Eu quero usar salto e eu vou cantar RAP assim e vão ter que me aceitar”. E foi “da hora” e hoje as me-ninas cantam todas assim, você não vê mais mulher de calça larga, daquele jeito, parecendo um mole-que, eu parecia um moleque.

NSUS – Talvez hoje tenha mais mulheres curtindo o baile justamente porque hoje elas estão vestidas de mulher.

Karol – Também, mais à vontade! A minha irmã mesmo, minha irmã ela não ia exatamente porque dizia: “eu vou com essa roupa, por quê que eu não posso ir com a minha calça apertada?” porque ela era outro estilo e tal! “Por quê que eu tenho que me vestir assim pra ir lá? Eu vou continuar sendo eu!”. Mas naquela época, não adiantava você trocar idéia e provei que mesmo de salto, a atitude é a mesma, eu canto do mesmo jeito, eu faço a mesma coisa e hoje é até melhor, porque a gente amadurece, evo-lui.NSUS – E com a sua evolução evoluíram várias outras!Karol – (risos) E foi “puxando o bonde”, né?!

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NSUS – Na edição passada nós entrevistamos o Consciência Humana e estávamos fa-lando sobre as mulheres no meio do RAP e tocamos no nome da Dina Di também e co-mentaram: “pô, nunca mais vai ter uma mulher como a Dina Di no RAP!” e na hora o W-GI citou você, queria saber o que você acha dessa comparação?Karol – Nossa, é uma honra pra mim, porque quan-do eu comecei a escutar RAP, o Consciência Hu-mana pra mim, nossa... Eu era e sou, ainda adoro a música deles... Nossa, é uma honra mesmo, de verdade! Eu gosto do W-GI pra caramba, a gente conversa bastante, ele me apoia, eu tenho uma mú-sica ainda na Mixtapedo Bola, né Bola (olhando para o DJ Bola 8) e ele me dá “mó salvão” pra eu fazer a música, que ele acredita em mim, que ele gosta e tal... Nossa, só agradecer mesmo.Douglas – Inclusive, pegando um gancho, a gente está com um projeto da Karol...Karol – É né, de fazer a homenagem, ia falar isso agora. É fazer uma homenagem à Dina Di, nós va-mos fazer, o Realidade vai fazer, nos shows que a gente levar daqui pra frente a gente vai estar fazen-do, cantando uma música dela...Douglas – É, cantando uma música dela, só falta a gente fazer... A gente quer fazer a coisa certinha, pra não ter polêmica. Estamos tentando contactar a família dela, né?! O filho e o ex-marido pra informar. Música, você tem liberdade de você cantar, de você expressar, de você... Interpretar a música de outro artista, né?! Você colocar no seu Setlist uma música de outro artista, né?! Fazem muito isso no samba, você vê o Revelação cantando música do Jorge Ara-gão. O Zeca cantando música do Fundo de Quin-tal, entendeu?! E no RAP existe esse preconceito de grupo de RAP não cantar música de outro grupo de RAP. A gente precisa quebrar um pouco isso, en-tão por ela (Karol) ser mulher e pela dinadi ser um grande nome, pelo realidade ter tido obra com ela, porque a última obra que a Dina Di gravou foi comi-

Foi a última obra dela. Por a gente ter tido um re-lacionamento bacana, sempre teve. A Dinadi, pra vocês terem idéia, ela é minha amiga de campinas, muita gente imagina que ela é de São Paulo porque ela andava ali na zona Leste e com os caras do RZO também, Consciência Humana, mas a raiz dela mes-mo é Campinas, ela era minha amiga desde 1994. Eu conheço ela desde quase 20 anos atrás. A gen-te participou do primeiro concurso de RAP que ela ganhou lá da Disco Box com “Confidências de Uma Presidiária”, a gente participou desse concurso. Pra você ver como é o destino, o Realidade nem classifi-cado foi pra participar do disco de tão ruim que “nóis” era! (risos) Mas a gente já era amigo desde aquela época, sempre teve um relacionamento respeitoso, bacana, saudável, né?! Se trombava. E a gente fica muito tranqüilo em cantar uma música dela no show, certo?! Mas, até por uma questão de respeito à famí-lia, a gente vai contactar primeiro.DJ Bola 8 – Inclusive, só pra ressaltar ela tinha acabado de gravar “O RAP Pede Paz”, Na semana que ela ia pro estúdio ela teve os problemas dela e ela veio a falecer, né?! Inclusive, nós fizemos uma homenagem pra ela também, que foi o lançamento da Mixtape, em 2010 lá fora de São Paulo, né Karol? – Foi! Responde Karol– E ela ia participar, aí nesse gancho a Lauren veio, fez a parte dela.

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NSUS – Pegando o gancho sobre RAP do interior paulista, a gente vê que vem inva-dindo, né?! Temos aí Consciência X Atual, Inquérito, a própria Dina Di, Sistema Ne-gro, Face da Morte, A Família, que vem in-vadindo, mostrando que lá tem RAP cons-ciente e não só caipira, né?! Queria que vocês dessem uma ideia sobre isso.

Douglas – Mas assim, interior pra nós que somos de São Paulo, porque quando a gente chega pra cantar em outro lugar, muitas acham que somos DE SÃO PAULO, da capital. O Realidade, acho que já quebrou essa mística de ser um grupo do interior de São Paulo. Eu particularmente, sempre fiz ques-tão de exaltar o interior paulista nas letras de RAP, mas não mais hoje porque eu acho desnecessário... Você não tem que exaltar a quebrada, você tem que exaltar o país, você tem que exaltar os quatro can-tos, falar de forma bem mais ampla, né, não ficar muito bairrista, tá ligado?! Mas ali na nossa região ali, o Consciência X Atual é um pouquinho mais pra frente, tanto que o estilo deles é mais semelhante ao de Brasília do que ao próprio RAP de São Pau-lo! Quando eu falava que tinha um grupo do interior chamado consciência X Atual, ninguém conhecia... E aqui em Brasília, eles eram fenômeno! Porque eles já faziam um RAP mais, subindo pra cá, Minas, Goiás, chagando aqui. E nós fomos na contramão, nós quisemos invadir logo a capital. Entrar lá, “não vai abrir as portas? Então a gente vai derrubar!” e foi bem assim. No começo era um preconceito, porque era um grupo de interior e tal, né?! Só tinha como grande expressão o Sistema Negro, depois que veio o Realidade, Face da Morte e tal, depois já numa outra geração A Família, Inquérito. Mas a gente na nossa época, a gente sofreu um pouco de precon-ceito, sim, em São Paulo... Só que... Preconceito de poucos, pra adoração de muitos, quem que venceu? A adoração de muitos, né?! O respeito, o carinho de muitos, né?! Adora não, adorar acho que é uma pa-lavra muito forte e nós devemos adorar só à Deus, mas... Mas o respeito e o carinho de muitos foi o que prevaleceu, contra aquela panelinha de meia-dúzia de caras, contratantes de show que ficavam tentan-do excluir. Nossa música na 105FM era a mais pe-dida, foi assim com “Depoimento de um Viciado”, foi assim com “Dia de Visita”, foi assim com “Refém da Amnésia”. Era a gente colocar a música na rádio e a música emplacava e chegou uma hora que não teve como os caras segurarem e o Realidade – “Ficou Cruel” acrescenta um membro da equipe da NSUS, provocando risos .

NSUS – Um salve para os leitores da revista.

Douglas – O que eu tenho a dizer é muito obrigado à vocês por estar vindo até a gente, por reconhecer a gente (quando digo a gente, falo o Realidade, né?!) como um grupo que faz parte do cenário do Hip-Hop. Nós não somos mais do que ninguém, nós fazemos o nosso trabalho, procurando agradar à todos, cientes de que isso é impossível, certo?! Mas, de certa forma que-ro agradecer à todos pela presença, pela humildade de vir até nós e em nome de todos parabenizar o trabalho de vocês, que é um trabalho audacioso e muito positivo, muito bacana. Eu não conhecia, eu achava que existia o material impresso, mas como não existe, é só eletrô-nico é melhor ainda, porque muitas pessoas que talvez não são da mesma cidade, do mesmo estado acabam tendo acesso também, né, uma vez que é eletrônica! Então, desejar à vocês progresso, sucesso e que Deus abençoe todos nós e esse momento em especial.

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No dia 27 de abril aconteceu na Casa Viva mais um Sarau de Quintal. Música, poesia, vídeos e falas de protesto fizeram a cena da segunda edição do projeto, que desta vez teve como temática o dia do trabalhador.

Artistas, coletivos organizados, movimentos de trabalhadores do DF e o espaço cultural Casa Viva estiveram juntos na construção do sarau. Toda a renda foi revestida para ajudar no transporte dos trabalhadores e trabalhadoras para o grande ato de !º de maio na Samambaia.

O evento começou com a exibição do vídeo "Maio, nosso maio". Feito em Software Livre por meio de um processo coletivo, a animação apresentou de forma leve e compromissada uma leitura his-tórica que resgata o sentido original do Dia dos Trabalhadores.

Em seguida foi a vez de artistas e grupos se apresentarem na Galeria Popular Arte de Garagem da Casa Viva:Bozo (voz e violão), Vinícius Borba (poesia pelo Coletivo Radicais Livres - São Sebastião/DF), MC Luquinhas (RAP - Itapoã/DF), Izabel de Castro (poesia - Paranoá/DF), Beto Severo (RAP - Paranoá/DF), Grupo de Pesquisa Paranoá e Itapoã - GPPI, Coletivo Cultura de Classe (poesia e contação de história), Diga How e As Sementes do Amanhã (RAP - Paranoá e São Sebastião/DF), Cleudes Pessoa (poesia - Paranoá/DF), SINDÁGUA/DF, Higo Melo (integrante do grupo Ataque Beliz / RAP - Paranoá/DF), Martinha do Coco (Coco e ciranda - Paranoá/DF), Tambores do Paranoá - TAMNOÁ (maracatu - Paranoá/DF), Pesadelo Real (RAP - Paranoá/DF), Chico Nogueira (grupo Mambembrincantes).

Sem dúvida foi um grande evento, que destacou, mais uma vez, a força da organização de coleti-vos e movimentos em prol da diversão e da cultura de maneira conscientizadora!

Sarau Maio Nosso Maio

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Sarau Maio Nosso Maio

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De Quem É Essa MulherNdee Naldinho

Amigo Naldinho eu pergunto pra vocêde quem é essa mulher e o que vem aqui fazer?

Sexy a moda antiga usa ligadisfarçada de direita é uma tremenda bandidanuma briga violenta rasgou a minha cuecame chamou de sem vergonha, de he-man e ho-mem aranha

(2x) e essa mulher? de quem é?quem é o dono dessa porcaria

se fizer alguma coisa erradaele te chame pro cassete e já começa a dar por-radaxingo ela de piranha, de bico de galinhaDigo nunca de mulher meu bem

(4x) e essa mulher? de quem é?quem é o dono dessa porcaria aqui?

jogo do bicho, de baralho, loteria federalcheque sem fundo, contrabando, loto senae a até o Chico Anísio, Jô Soares,Ana Lima e o seu pai,Ari Toledo, samba-rock e samba-enredoela diz que é tolice que não está com nadae é uma tremenda bandida mal vestida e safada

(4x) e essa mulher? de quem é?quem é o dono dessa porcaria qui?

se o bicho pega e não me calo numa discussãoela me ameaça e vai dando de oitãodisco 190, diz que chamo a políciaestou salvo meu irmão ta chegando o camburãomas não adianta porque a safadavai pro motel com o delegadoe ele diz que sou culpadoe ela chega dando ordem pra quem tá no cam-burãoleva este sem vergonha algemado a prisão

(2x) e essa mulher? de quem é?quem é o dono dessa porcaria aqui?

Novamente Naldinho eu pergunto a vocêde quem é essa mulher e o que vem aqui fazer?

Sexy a moda antiga usa ligadisfarçada de direita é uma tremenda bandidanuma briga violenta rasgou a minha cuecame chamou de sem vergonha, de he-man e homem aranha

(2x) e essa mulher? de quem é?quem é o dono dessa porcaria

se fizer alguma coisa erradaele te chame pro cassete e já começa a dar porradaxingo ela de piranha, de bico de galinhaDigo nunca de mulher meu bem

(4x) e essa mulher? de quem é?quem é o dono dessa porcaria aqui?

jogo do bicho, de baralho, loteria federalcheque sem fundo, contrabando, loto senae a até o Chico Anísio, Jô Soares,Ana Lima e o seu pai,Ari Toledo, samba-rock e samba-enredoela diz que é tolice que não está com nadae é uma tremenda bandida mal vestida e safada

(4x) e essa mulher? de quem é?quem é o dono dessa porcaria qui?

se o bicho pega e não me calo numa discussãoela me ameaça e vai dando de oitãodisco 190, diz que chamo a políciaestou salvo meu irmão ta chegando o camburãomas não adianta porque a safadavai pro motel com o delegadoe ele diz que sou culpadoe ela chega dando ordem pra quem tá no camburãoleva este sem vergonha algemado a prisão

(2x) e essa mulher? de quem é?quem é o dono dessa porcaria aqui?

sou eu !!

Classico da Edição

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Foto: Anderson Benjamim

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De cabelos brancos, ela coloca o boné de aba reta e ajeita o bermudão com a palavra ‘hip hop’. A grossa corrente de prata também não pode faltar no figurino da ‘Vovó do Rap’ durante as apresentações. Aos 63 anos, Ludimar Gomes Molina descobriu o talento de transformar suas poesias em rap, e assim, levar uma mensagem de conscientização para os jovens de Praia Grande, no litoral de São Paulo.

Após a morte do marido, Ludimar tirou todas as antigas poesias do fundo do armário. O que antes era motivo de brigas entre o casal passou a se tornar o maior hobby dela. Para voltar a escrever e não cair na solidão, ela resolveu terminar os estudos. Durante o casamento, tentava aprender com os próprios filhos um pouco da língua portuguesa, já que o pai só deixou ela estudar até a 4ª serie e, mesmo após o casamento, o marido também não permitia os estudos. Por isso, aos 50 anos, Ludimar voltou para a 5ª série.

Pouco tempo depois, ela passou a fazer parte do grupos de poetas de Santos e Praia Grande e, finalmen-te, entrou na faculdade de pedagogia. Para vivenciar a profissão, começou a fazer trabalho voluntário nas escolas de Praia Grande. Na sala de aula, ela descobriu sua vocação: incentivar a poesia e transformá-las em rap. Assim, encontrou uma forma de usar suas rimas para se aproximar da sociedade e, principalmente, dos jovens.Ludimar descobriu esse talento por acaso. “Os meus amigos estavam fazendo umas poesias tipo Castro Alves, com um linguajar culto e eu era a quarta a falar. Mas a criançada não estava nem aí. Até a gente não entende direito algumas palavras. E como eu gosto de interagir e estava vendo um desinteresse muito grande, pensei que deveria inovar. Começou a vir uma poesia na minha cabeça, e que vinha com uma ba-tida diferente”, conta ela. Quando foi a vez de Ludimar, ela cantou poesia mais ritmada e o rap se formou. A plateia de alunos pediu bis e ela continuou. Daí em diante, Ludimar voltou a escrever poesias todos os dias e declamá-las em forma de raps. Ela se juntou ao Sarau das Ostras, um grupo de rap e hip hop de Praia Grande, e passou a fazer apresentações com os rappers, que a acolheram e passaram a chamá-la carinho-samente de ‘Vovó do Rap’. Para entrar no clima, ela aprendeu a usar boné, bermudão e camiseta larga para ‘combinar’ com os outros integrantes. “Onde tem evento eu vou com eles. Eles gostam de mim”, afirma ela.

Vovó do RAP

Fonte:Globo.com

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Poesias da Vovó do Rap

A ex-faxineira teve que esperar para poder divulgar suas poesias. Quando jovem, ela adorava escrever, mas o marido a proibia. “Ele tinha muito ciúme. Elas ficaram na mi-nha gaveta há muitos anos. A partir do mo-mento que ele faleceu, eu comecei a mos-trar as minhas poesias. Agora já são mais de 500. Já ganhei 35 prêmios, até de nível inter-nacional”, conta. A coleção de títulos está por várias partes da casa dela. São troféus, me-dalhas e livros, além de pastas e mais pastas de poesias.O sucesso incentivou Ludimar a seguir em frente com as composições. Uma notícia no rádio, uma coisa diferente na televisão, tudo é motivo de inspiração para Judimar escrever as letras dos próprios raps. “Às vezes, quan-do eu sento no computador e falo que eu vou escrever, aquilo começa a ‘jorrar’", diz. Além das poesias com temas do dia a dia, as preferidas de Vovó do Rap são as rimas que contam causos e tem um final inespera-do. Letras românticas e melosas ficam fora do seu repertório. “Gosto mais daquela que faz refletir, que causa impacto, que quando a pessoa lê a poesia, ela pense um pouco sobre aquilo”, fala.

Nos planos da ‘Vovó’ estão os projetos so-ciais que envolvem música, poesia e educa-ção. Ela quer continuar no voluntariado para ensinar a fazer poesia, ler e declamar. “Quero sempre fazer sobre temas novos, de tudo um pouco, conforme o ambiente. Mas sempre transformando tudo em rap”, fi naliza ela.

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Assista o novo Video Clipe do rapper Rapadura “Amor Popular”

Escrito por Marcelo Fonte: RapNacional.com.br

O rapper Rapadura acaba de lançar o videoclipe “Amor Popular” que foi gravado pelo cineasta Vras77.Neste novo trabalho o rapadura faz uma bela home-nagem ao Luiz Gonzaga, o Rei do Baião e ainda traz toda a beleza das festas juninas, que tem forte tradi-ção nordestina.Além disso, o clipe também integra o projeto Cada Canto Um Rap, Cada Rap Um Canto , documentário que demonstra como se dão as regionalidades brasi-leiras através do Rap. E por meio das diferentes ca-racterísticas que este tipo de música assume em cada região do país.

Compre já a Biografia Oficial do Sabotage e ajude a família do Maestro do Canão.

Escrito por MandrakeFonte: RapNacional.com.br

Compre o seu e colabore, parte da verba da venda dos livros será destinada a família do SabotageAcaba de chegar na Loja RAP NACIONAL, Um Bom Lugar, a Biografia Oficial de Mauro Mateus dos San-tos, o Sabotage, escrita por Toni C.

Sabotage é um artista que reúne a rara combinação da fineza e simplicidade de um papel de seda. Na seda bolava, acendia as ideias, compunha frases sol-tas e via surgirem seus versos. Filho de dona Ivonete e seu Júlio, era irmão caçula de Paulinho e Deda. A esferográfica o atraía mais que a bola no campinho na favela do Canão onde cresceu. Casou com Dalva, teve três filhos: Wanderson, Tamires e Larissa. Viveu em meio à criminalidade e a fama, o descaso e o su-cesso. Rap é Compromisso, de 2001, seu único disco em vida, é um marco para o Hip-Hop brasileiro. O Rap ele misturou com Samba, Rock, Eletrônico, gravou músicas ao lado de Charlie Brown Jr., Sepultura, Thaíde, RZO, Black Alien, BNegão, Rappin Hood, entre muitos outros. Atuou nos filmes O Invasor e Ca-randiru e colecionou prêmios. Foi violentamente assassinado em 2003 no auge de sua carreira . Dez anos depois, ressurge em filme, disco, quadrinhos, e nessa biografia, só para provar a frase que junto com ele se eternizou: “Rap é Compromisso, não é viagem!”

Vem aí o novo Filme sobre Feminismo NegroPostado por Mandrake Fonte:rapnacional.comO filme surge por conta da curiosa situação de existir uma data tão significativa para as mulheres, em nosso contexto político social, o 25 de julho e mesmo assim o dia 8 de março ainda é mais reco-nhecido e comemorado por nossas guerreiras terceiro-mundistas. Assim o documentarista Avelino Regicida, junto com a Do Morro Produções, este asno lança a proposta de desenvolver um docu-mentário/pesquisa que trate sobre a data e as questões que a cer-cam.

#HIPHOPBR

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Sobre a saída do “A 286”Agradeço “DEUS” e ao Portal Rap Nacional por mais essa oportunidade de poder transmitir ao FIEL PÚBLICO do “A 286 e Facção Central”, a responsabilidade que ora tenho em minha militância dentro do RAP, o que não podia ser diferente, uma vez que o público sempre me acolheu como sendo um dos que fazem parte do primeiro batalhão no Exército dos Excluídos do RAP COMBATIVO, anuncio mi-nha saída do “A 286” não como sendo o fim de um grupo e sim de um ciclo, quero aqui deixar claro que não há e nem nunca houve um agravante entre mim e meus com-panheiros de grupo, “IVAN e REINALDO”, o que houve é que o atual momento do “A 286” não condiz com a nossa realidade de vida, pra ser forte o “A 286” precisa de maior dedicação de seus integrantes, o que vinha se tornando algo muito difícil devido uma série de fatores, dentre eles a distancia devido nossas responsabilidades pessoais como trabalho, família, estudo, enfim curto espaço de tempo pra se planejar uma RESISTÊNCIA eficaz, o que pra nós sem-pre foi bem transparente, pois desde início concordamos que nossa vida particular sempre estaria à frente do gru-po, uma vez que não íamos visar lucros com o RAP e sim enfrentar muita luta pela frente, quem canta RAP só tem uma única certeza, que enquanto houver motivo a causa da favela deve ser defendida, a gente doa a parte da vida pro RAP sem esperar nada em troca, sem direito a seguro de vida e muito menos fundo de garantia, o que nunca foi um problema uma vez que o reconhecimento da FAVELA sempre foi e será o combustível que move o RAP, se DEUS chegasse hoje e me dissesse, que é necessário eu continu-ar em minha cadeira de rodas pra poder atingir outras vidas, em prol da melhoria do próximo, eu não atentaria para o fato com tristeza e sim com muita satisfação, na certeza de resgatar uma vida através da minha letra (RAP), eu adiaria sim o meu milagre diante de “DEUS”, quem realmente me conhece sabe da minha sinceridade e transparência, vivo cada dia que “DEUS” me permite lutando pela VITÓRIA DA FAVELA e tenho sim bem definido em minha vida, que pra fazer algo pelo próximo você precisa ter condições, senão passa a ser sacrifício e não luta, ao lado do “IVAN e do REINALDO” vivemos diversas experiências tanto no RAP quanto na vida pessoal, não tenho o que falar desses dois gigantes, assim como sei que não existe a possibilidade de conciliar a minha integral presença dentro de DOIS GRU-POS tão respeitados quanto o “A 286 e o Facção Central”, seria pretensão demais da minha parte querer assumir tal tarefa, embora meu coração até queira isso, mas se eu fi-zer isso o foco da luta estaria comprometido, eu sei que enquanto estivemos os três lado a lado, o “A 286” cumpriu o seu papel de ferramenta na luta pela causa do oprimido, eu costumo dizer que nós três juntos (MOYSÉS, IVAN e REINALDO), sempre desempenhamos nossas funções ati-vistas como o RAP nos exige, o que me conforta é saber que várias pessoas foram sinceramente alcançadas pelas nossas composições, o que hoje nos dá a real condição de já sermos “imortais” através das palavras e procedência de vida, enfim RAP NACIONAL, pra mim encerra-se meu ciclo no “A 286” e inicia-se outro ciclo no “FACÇÃO CENTRAL”.

Moysés anuncia saída do A286 e entra definitivamente no Facção CentralSobre a permanência no “FACÇÃO CENTRAL”Conhecendo bem os críticos de plantão no NOSSO RAP, talvez eu seja julgado pelo juízo de valores em relação a “A 286 e Facção Central”, quero adiantar que mesmo conhecendo a imensa e implacável dimensão de luta do “FACÇÃO CENTRAL” em relação ao “A 286”, nunca em minha vida imaginei tal acontecimento, ou seja, nunca al-mejei ser definitivamente integrante do “FC”, uma vez que a convite do próprio grupo eu tive a oportunidade de viver o luxo e o lixo no RAP, através dessas duas máquinas transformadoras de vida, respeito sim a força do “FC” mas sei muito bem o que significa a sigla “A 286” pra favela, ambos são e sempre serão verdadeiros veículos de comu-nicação formadores de opiniões, sempre soube o valor de dividir o palco com “Ivan, Reinaldo, Dum Dum e Eduardo” sem mencionar a banca de extraordinários “backings vo-cais” que tive a satisfação de estar lado a lado até hoje, jamais vou negar minha origem e muito menos a minha escola no RAP, de Erick 12 a Fabio Macari, cada um tem parte e contribuição na formação desse militante aqui, as-sim feito André A 286, Mandrake, Kbção NA CENA, Vi-dal Liberdade e Revolução, DJ Pantera, Anderson Heavy, dentre vários outros, muito obrigado RAP NACIONAL des-de os grupos de RAP até nosso inquestionável e sagrado público.Sobre cantar no “Facção Central” foi assim, na verdade sempre fiz parte né, o que houve foi um oficial e definiti-vo convite do meu irmão “DUM DUM” pra dividir os pal-cos com ele, agora com maior participação, vou compor e cantar, dividir tarefas e responsabilidades, assumir os compromissos do grupo, participar da política de funcio-nalismo, vou implantar minha verdade que não é diferen-te da “Dum Dum, Biel e DJ AR-15”, pois sofremos com os mesmos problemas, tanto o grupo quanto o público, enfim vou fazer a LINHA DE FRENTE DO FACÇÃO, sou o mesmo “MOYSÉS”, tenho minha própria forma de en-xergar a vida, não estou substituindo ninguém (que fique bem esclarecido), pretendo continuar VENCEDOR pois é assim que “DEUS” me fez, pra vencer meus dramas, o preconceito, a discriminação, a exclusão social e todos os obstáculos e pedras que eu encontrar pela frente, não tenho medo da morte e sim muito respeito pela vida, VIDA LONGA E DIGNA À FAVELA.

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