Revista Nós Somos Um Só Edição 10

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10ª Edição tem em destaque a entrevista feita por nossa equipe com o grupo Consciencia humana

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Página 03 - Espaço do Poeta Página 04/05 - Morte de Chorão CBJ

Página 06 - Mostre a Mídia

Página 07 - Nossa Cultura H²

Página 08/17 - Entrevista com Consciência Humana

Página 18/20 - Garota Nós Somos Um Só - Raquel Pereira

Página 22/23 - Gangsta Paradise 5 - o Show que agitou o DF

Página 24 - Nosso Brasil - Charge

Página 25 - Espaço Casa Viva

Página 27 - Clássico da Edição - Filosofia de Rua

Página 28/29 - #HIPHOPBR

Página 30 /31 - Moda & Música - por Salisa Barbosa

Página 32/33 - Fragmentando “ O que será do nosso Futuro?”

Nós Somos Um Só Edição:10 Ano:02 Produção: AMH2P Associação do Movimento Hip Hop do Paranoá Responsavel: Tiago Santos (TG) Finalização: Tiago Santos (TG) Capa: Anderson Benjamim Fotos: Anderson Glock + Tiago Santos TG; Matérias: Anderson Glock Tiago Santos (TG) Negro Jonas Preto Radicalibres

Contatos [email protected]

9262-4488- Tiago Santos (TG)

Site: www.mh2p.k6.com.br

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NOVOS DIAS – Sérgio Vaz

“Este ano vai ser pior…Pior para quem estiver no nosso caminho.”

Então que venham os dias.Um sorriso no rosto e os punhos cerrados que a luta não para.Um brilho nos olhos que é para rastrear os inimigos (mesmo com medo, enfrente-os!).É necessário o coração em chamas para manter os sonhos aquecidos. Acenda fogueiras.

Não aceite nada de graça, nada. Até o beijo só é bom quando conquistado.Escreva poemas, mas se te insultarem, recite palavrões.Cuidado, o acaso é traiçoeiro e o tempo é cruel, tome as rédeas do teu próprio destino.Outra coisa, pior que a arrogância é a falsa humildade.

As pessoas boazinhas também são perigosas, sugam energia e não dão nada em troca.Fique esperto, amar o próximo não é abandonar a si mesmo.Para alcançar utopias é preciso enfrentar a realidade.Quer saber quem são os outros? Pergunte quem é você.

Se não ama a tua causa, não alimente o ódio.Por favor, gentileza gera gentileza. Obrigado!Os Erros são teus, assuma-os. Os Acertos Também são teus, divida-os.Ser forte não é apanhar todo dia, nem bater de vez em quando, é perdoar e pedir perdão, sempre.

Tenho más notícias: quando o bicho pegar, você vai estar sozinho. Não cultive multidões.Qual a tua verdade ? Qual a tua mentira? Teu travesseiro vai te dizer. Prepare-se!Se quiser realmente saber se está bonito ou bonita, pergunte aos teus inimigos, nesta hora eles serão honestos.

Quando estiver fazendo planos, não esqueça de avisar aos teus pés, são eles que caminham.Se vai pular sete ondinhas, recomendo que mergulhe de cabeça.Muito amor, mas raiva é fundamental.Quando não tiver palavras belas, improvise. Diga a verdade.As Manhãs de sol são lindas, mas é preciso trabalhar também nos dias de chuva.Abra os braços. Segure na mão de quem está na frente e puxe a mão de quem estiver atrás.Não confunda briga com luta. Briga tem hora para acabar, a luta é para uma vida inteira.

O Ano novo tem cara de gente boa, mas não acredite nele. Acredite em você. Feliz todo dia!

*do livro “Litertura, pão e poesia” Global Editora

Espaço do Poeta

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Chorão, vocalista da banda Charlie Brown Jr, foi encontrado morto no final da madrugada desta quarta-feira (6), no apartamento onde morava em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. O corpo do cantor –batizado de Alexandre Magno Abrão– foi levado para o IML (Instituto Médico Legal) para fazer necropsia e o laudo deve sair em 30 dias. O velório será realizado na cidade de Santos, mas ainda não tem horário confirmado.

Segundo o delegado Itagiba Franco, da Polícia Divisionária do Departamento de Homicídios, pa-ramédicos encontraram o músico de bruços no chão da cozinha, com um das mãos machucadas e já sem vida, sozinho em casa. O apartamento que fica no oitavo andar estava revirado, sujo e havia bastante vestígio de sangue. Bebidas e pó branco também foram encontrados no local, mas o delegado não confirmou se era droga. ”Vamos colocar isso no inquérito policial”, disse.

Itagiba ainda falou à imprensa que ainda é muito cedo para falar o que aconteceu. “Não vou des-cartar nada, mas aparentemente não se trata de homicídio. Ele parece ter se debatido, por isso o sangue na mão”. Segundo Sonia Abrão, prima do cantor que chegou no prédio por volta das 8h desta quarta,Chorão estava com problemas pessoais envolvendo divórcio da mulher, a estilista Graziela Gonçalves.

O delegado disse ainda que o motorista e o segurança do músico chamaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) por volta das 4h30 desta quarta, mas não se sabe a hora da mor-te, já que Chorão não atendia a porta nem o telefone desde o meio-dia de terça-feira. As investiga-ções, que estavam com a Delegacia de Polícia, foram repassadas para o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).

O baixista da banda, Champignon, também foi até a casa de Chorão e, abatido, falou à imprensa que tinha suas desavenças públicas com o cantor, mas que eles eram muito amigos e se conhe-ciam há 20 anos. Em setembro do ano passado, Chorão chegou a discutir com Champignon duran-te um show em Apucarana (PR), com duras críticas sobre a então saída do músico do grupo, em 2005. Os dois fizeram as pazes dois dias depois.

LUTO

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BiografiaO cantor –que completaria 43 anos no dia 9 de abril– liderava a banda que foi formada na cidade de Santos, no litoral de São Paulo, na década de 1990. Ele era o único integrante que permaneceu durante todas as fases do grupo.

A vida pública de Chorão foi marcada por uma série de desavenças entre os integrantes da banda e entre outros músicos, como a conhecida briga com Marcelo Camelo, integrante do Los Herma-nos, em 2007. Chorão agrediu o cantor na sala de desembarque do Aeroporto de Fortaleza e foi detido pela Polícia Federal.

Além da música, Chorão também escreveu roteiros, como do filme “O Magnata” (2007), dirigido porJohnny Araújo, e do longa “O Cobrador”, que ainda está em produção. Ele também era dono do Chorão Skate Park, em Santos, uma pista de skate indoor.

Ao longo de cerca de 20 anos de trajetória, o grupo vendeu mais de 5 milhões de discos. Em 2009, a banda ganhou um Grammy Latino com o álbum “Camisa 10 Joga Bola Até na Chuva”.

O último álbum da banda é o disco ao vivo “Música Popular Caiçara”, que saiu no ano passado e marcou a volta dos integrantes Marcão e Champignon à banda, que haviam deixado o grupo em 2005. A banda estava de férias e o retorno seria durante um show no próximo dia 22 em Campo Grande, no Rio de Janeiro.

Chorão deixa o filho Alexandre, de 23 anos.

RepercussãoChampignon, baixista da banda Charlie Brown Jr., esteve no apartamento de Chorão. O músico disse que, apesar das desavenças, ele e Chorão eram amigos. “A gente tinha uma relação pro

fissional. Apesar das muitas brigas, éramos amigos há mais de 20 anos”, falou. Aos jornalistas, o baixista dis-se que não iria comentar a possibilidade de overdose de drogas.

Você tem o direito de falar o que pensaMas não tem o direito de julgar quem não conhece liberdade de expressão é um direito de todos Mas em vez de falar, então faça algo que preste! C h o r ã o

“ “

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Nesta edição venho lhes trazer este “pequeno informe” informe-se por si só não direi oucitarei uma palavra situação abaixo fala por si só! Além de eu não estar com o vocabuláriode qualidade atualizado. A nossa missão você já conhece MOSTRAR A CARA DE QUEMLUTA PELO MOVIEMNTO É POR NÓS. E se ainda não teve a oportunidade de saber afundo reveja nas publicações anteriores. Aqui segue a indicação do mês.mas que deve

seguida com freqüência, quem gosta de RAP e quer ter acesso ao bom som e a boainformação deve acessar.

Por: Negro Jonas

Mostre a Mídia

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MC Marechal (esq.) fez participação especial no show de Marquinho, OSó-cio no "BBB13"Deu-se no sábado (9), no final do programa. Pedro Bial anunciou um show de Marquinho,OSócio, músico que ganhou projeção ao disputar o reality "The Voice Brasil". Ele abriu sua participação cantando "Sossego", sucesso de Tim Maia.

Marquinho estava no palco havia me-nos de dois minutos quando chamou o rapper MC Marechal, que começou a cantar, sob a base de "Sossego", uma música de sua autoria, chamada "Vamos Voltar à Realidade". A letra do rap critica a programação da televisão e cita, entre outros, o próprio "BBB".

"TV testa fidelidade, investe em falsa liberdade, te congela e fecha a ima-gem / Traz mensagem distorcida das festas e futilidade / Mas jamais vão expor quem chora, atrás dos restos de maquiagem, neguinho / Desperta-dor, Big-Brother, 9,8,4!".

A participação durou pouco mais de um minuto. Marquinho voltou, então, a cantar "Sossego" e o programa terminou. Marechal vestia uma camiseta branca estampada com as letras "#VVAR" – alusão ao título da música que cantou.

No programa de domingo (10), foi exibido um resumo do show de Marquinho, sem menção à participação de MC Marechal, o que deu margem à interpretação, por fãs do rapper, de que ele foi censurado.

Em sua página no Facebook, Marechal escreveu: "A Globo realmente não tinha noção do que eu ia cantar... tanto que cortaram da reprise". O músico escreveu, ainda, que não ganhou nada para participar do show. "Fui a convite do meu irmão Marquinho Sócio".

Não acredito que tenha ocorrido censura. Imagino que a edição tenha preferido exibir no domin-go trechos não mostrados no sábado. Mas no site oficial do programa não há uma linha sobre a participação especial de MC Marechal na festa.

Nas redes sociais, a participação do rapper foi festejada por fãs como uma "ação de guerrilha" e também como um "cavalo de Tróia" - um "ataque ao inimigo" por dentro.

Rapper critica o "BBB" em show no próprio programaMauricio Stycer - Fonte UOL

Nossa Cultura H²

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Dia 24 de Fevereiro de 2013 (um dia após a edição número 5 da festa Gangsta Paradise, festa essa realizada pela primeira vez em Brasília), manhã de Domingo. Nossa equipe saiu do Paranoá em direção à Vila Planalto para encontrarmos um dos grupos mais expressivos e influentes do cenário do RAP Nacional desde os anos 90. Um dos principais representantes do RAP de protesto brasileiro em entrevista exclusiva para a revista Nós Somos um Só. APLICK, Dj Luíz e W-GI... com vocês...

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C O N S C I Ê N C I A H U M A N A

Capa

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Dia 24 de Fevereiro de 2013 (um dia após a edição número 5 da festa Gangsta Paradise, festa essa realizada pela primeira vez em Brasília), manhã de Domingo. Nossa equipe saiu do Paranoá em direção à Vila Planalto para encontrarmos um dos grupos mais expressivos e influentes do cenário do RAP Nacional desde os anos 90. Um dos principais representantes do RAP de protesto brasileiro em entrevista exclusiva para a revista Nós Somos um Só. APLICK, Dj Luíz e W-GI... com vocês...

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C O N S C I Ê N C I A H U M A N A

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NSUS - Na opinião do Consciên-cia Humana, o que mudou noHip-Hop dos anos 90 para hoje?

W-GI: Na nossa opinião, o que mudou foi o seguinte “tio”, estilo de produção,os temas também das letras de RAP, também mudou um pouco! Não pra ruim,mas deu uma... mudou os temas, hoje o RAP fala um pouco de dinheiro, falaum pouco também de diversão também, tá ligado?! Antigamente, nos anos 90é mais radical a parada, tá ligado?! Hoje pelo andamento que está, né mano,esse tempo aí a gente vê assim: estilo de produção antigamente era samplea-do, mas hoje a gente não recorre mui-to ao sampler, cria mais as paradas, os timbres, cria mais os arranjos. Porque antigamente, o arranjo dasmúsicas eram samplers tipo do Isaac Hayes, Barry White, um Kurtis Mainfield e tal, hoje o nosso produtor aqui, o Luíz nesse disco “Firma Forte” mesmo,muitas das músicas, foram arranjos mesmo sem se inspirar em samplers, táligado?! Há samplers também no nosso disco, mas mais arranjos, o estilo deprodução hoje utiliza sub bass pra ca-ramba nas paradas, um clap, antiga-mente no RAP era mais um aro uma caixa, baixo, guitarra, hoje é uma outra parada!

NSUS - Qual a visão de vocês so-bre a relação RAP – Internet?Isso foi positivo para o Consciên-cia Humana?

W-GI: Fundamental pra caramba “tio”! Hoje, nós lá em São Paulo temos a 105(rádio 105 FM), que tem um programa diário das 18 às 19h e depois das 20 às0h, só que a internet pra gente é funda-mental porque a gente está próximo aofã, com o Facebook e tal, temos também a Paulinha (Paula Farias, jornalista eacessora do grupo) que está numa aces-soria da hora pra gente, que dá aquelainjeção também, entendeu?! Então pra nós, a internet é como se fosse uma se-gunda rádio, tá ligado?! E o contato com fã mesmo ali, o fã que nunca viu nós, nunca chegou perto e tal e hoje a gente tecla com o cara, tecla com a mina, dá uma atenção a mais, uma parada que pra nós foi ótimo, veio pra ajudar.

Consciência Humana

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NSUS - O que vocês acham dessa nova safra de ra-ppers que vem ganhando espaço na mídia, diferente do RAP dos anos 90?

APLICK: A nova safra é a continuidade, o RAP passou por di-ficuldades, esse é como você tá dizendo, é safra nova, vamos dizer que nós somos a safra antiga, os caras que “fundou” o RAP os caras pararam de trazer coisas novas e tal e veio essa nova geração trazendo a novidade pro RAP, trazendo esse lance que tá vindo aí agora. O RAP mudou, mudou muito com essa novageração, virou outras batidas, virou outro estilo de percussão através, de outra proposta, entendeu!? O RAP pegou muito fa-lando da polícia, falando de droga, hoje eles estão falando de amor, outros falando de carro, mas o RAP original continua ba-tendo em cima das teclas e essa nova safra não contando comessa ideologia de brigar, não abraçou a causa entendeu, nós abraçamos!! A nova safra tá com outro tipo de propósito, a pro-posta do RAP não é sátira, a gente tem o compromisso de estar brigando, a gente quer bater de frente com a polícia que tá ma-tando pra “caralho”, nós continuamos com essa tese, e nósvamos continuar porque nós começamos com esse RAP brigan-do por alguma coisa, não fiz pra fazer parte do mundo artístico, nós não somos artistas, somos militantes, de brigar por alguma, então essa geração que começou brigando vai sempre continuar brigando, agora essa outra geração já tem outras propostas, o universo da música vai se diversificando né!? Pra nós também é até bom, porque expande, o RAP vai conquistando novos espa-ços, vai conquistando outras pessoas que talvez através do RAP dos caras vai curtir o nosso RAP e talvez dar atenção pra causas né, então pra gente é (sinal de positivo com as mãos).W-GI: O RAP é uma árvore “nervosa”, nós, o Realidade (Re-alidade cruel), Racionais, Facção (Facção central) nós somos aquela parte da árvore que é um tronco, tá ligado!? Desse tronco a gente conseguiu expandir, fazendo com que ela abrisse, e nes-sa veio a rapaziada nova, os nomes que estão chegando agora, mas o RAP vai ser sempre assim “tio”, vai ter os caras que vão pegarpesado, como a gente pega pesado com polícia, política, violên-cia racial, os lances das mulheres que os caras “pá” (referência à violência doméstica) e tem o moleques também... a gente quer que os fãs entendam o seguinte, tem uma rapaziada mais con-servadora do RAP que não gosta da rapaziada nova, mas é o seguinte, só o fato daquele moleque novo estar ali e estar aqui já está falando do RAP. Falou do RAP, falou de nós logicamente, porque “nóis é RAP”, entende?! Então é o RAP, “tio”, ele é ecléti-co desse jeito, tem os caras “pesadão”, tem os caras que pegam leve, tem os caras que são meio termo, tem os caras românticos, a música é desse jeito, é evolutiva.DJ Luíz: Mas independente, acho que os caras levantam a ban-deira do RAP também, fortalece o cenário inteiro, entendeu?!W-GI: O fato de ter um batidão e o cara rimando é um RAP “tio”, os caras estão representando nós, mas nós também estamos representando os caras. DJ Luíz: Eu particularmente acho legal o jeito que os caras trabalham, os caras são muito bem organizados, muito bem es-truturados, entendeu?! Acho legal.

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NSUS - Tem um trecho de uma música de vocês que diz:“Se a mente reprimida resolver se rebelar, não vai ter pro exérci-to nem pra polícia militar”. O que falta para o povo se rebelar?

APLICK: Atitude, né mano?! Mas de certa forma o estado cala, você vai fazerum protesto sendo pacífico e os caras colocam a violência pra combater esseprotesto. Você vai pra rua porque os caras estão derrubando os barracos aí oscaras colocam o choque pra dar tiro de borracha, aí são milhões de pessoasprejudicadas, mas só tem cem pessoas brigando por essa causa, tomandobomba, entendeu?! Mas se todos tives-sem atitude de brigar pela sua causatalvez não atingisse... Milhões de pesso-as prejudicadas, mas só mil pessoaspreocupadas, aí vão pra rua e os caras colocam três mil “polícia” pra chegar láe intimidar os que estão e intimidar mais os que estão de longe prejudicados,aí você fica prejudicado, sem atitude e aqueles cem que estão tomando bombalá dos “polícia” estão brigando pela sua causa e você não tem atitude de ir lá ese unir com os outros e fortalecer mais a briga. Aí acaba ficando como? Fica lámil, brigando com três mil que estão ten-do aval para vir atirar em você porquevocê foi buscar o seu direito.NSUS: É como aquela coisa de 5 mi-lhões votando no BBB e só 1 milhãovotando na petição pela saída do Renan Calheiros, né!?W-GI: E o foda é que o povo paga por esse BBB, porque o cara tem o custo deligar lá, mas não sabe que tá gastando uma parada que é pros caras, tem essadisposição de ligar, gastar, imposto “tal, tal, tal”, mas não tem a disposição prafalar: “’meu’, Renan Calheiros tá dando maior ‘milho’, nós temos que tirar ocara de lá!” não tem essa disposição. Tem a disposição pro Big Brother, masnão tem a disposição pra tirar os cana-lhas que estão aí (Congresso Nacional).

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NSUS - Qual o diferencial que o Consciência Huma-na vê do DFem relação à SP no quesito produção, visto que to-dos os álbuns de vocês foram produzidos por pro-dutores do DF?

W-GI: Não, eu acho que o RAP hoje em dia mano, tanto DF, como SP, o Sul, o “bagulho” tá retomando novamente, deu aquela parada e tal mas agora o “bagulho” tá voltando mesmo, hoje em dia temos os empresários do RAP que estão dando mais uma atenção na “parada”. Hoje tá todo mundo mais ama-durecido, sabendo trabalhar o “bang” mesmo, os shows. Nós mesmos estamos nos estruturando, porque a gente deu uma parada, não vou dizer que a gente continua “a milhão”, porque a gente deu uma parada! Só que agora, se reestruturando! Hoje em dia a gente é selo, a gente é gravadora, tem estúdiopróprio e tal.APLICK: É geral, hoje SP e DF não tem essa diferença, o RAP amadureceu automaticamente, no geral. Hoje tem o RAP tanto aqui, quanto no RJ, SP, Ribeirão Preto e outras cidades onde está acontecendo o RAP. O RAP estácom uma estrutura mais avançada, hoje o RAP é totalmente independente, você tem estúdio na sua casa. Você escreve, você já produz ali e faz sozinho.O RAP está assim, geral, no Brasil o RAP está desse jeito. A gente precisa de que? A gente precisa de distribuidora, a gente não precisa ir lá e pedir pros caras fazeres pra nós, a gente já mostra pros caras o “bagulho” pronto. Ou se quero gravar um CD ainda, tô escrevendo nós não temos que pagar estúdio, pagar produção e tal, tá geral. Lá e aqui está desse jeito, os caras querem fazer o que? Tá aqui pronto, quer se aliar com ele? Às vezes os caras estão até procurando.W-GI: Assim né mano, antigamente como que era, antiga-mente a gente escrevia um som e ficava imaginando daqui há uns meses, 1 ano como que ia ser a base, hoje não, hoje a gente escreve a música e daqui a pouco oprodutor fala: “iai ‘tio’, vamos pôr voz na parada?!” ou então estou aqui escrevendo a música e ao mesmo tempo já estão fazendo a batida e você vai lá e já coloca a voz tá ligado?! Tá assim, igual os gringos, os gringos estão aliescrevendo no estúdio enquanto o produtor tá “a milhão” e nós estamos no mesmo ritmo, hoje o nosso RAP não deve nada pros caras, se pôr na balança tá na mesma “fita”!A onda nossa aqui no Brasil é que as nossas letras tem sen-tido, tem fundamento, não é que nem lá que os caras falam nada com nada e tem um batidão “nervoso” e já era! Nós não perdemos e essência e nem vamos perder,pois enquanto existir Consciência Humana, Realidade Cruel, Facção, Racionais nós vamos “tá”, Sistema Negro que são nossos irmãos, nós vamos vir pra “embaçar”. Vivemos pra “embaçar” e vamos continuar “embaçando”.

FIR MA FOR TE

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NSUS - Com o crescimento econômico do Brasil, vocês acham que algo melhorou em São Mateus?

APLICK:Não melhorou nada, mano! Não melhorou nada. Continua lá a droga matando à arma, falta de investimentos na educação, falta de investimen-tos na saúde, os hospitais continuam abandonados, os menores lá da rua apanhando dos “polícia” e se envolvendo com droga.W-GI: E hoje em dia os caras estão declarados, né “tio”. De dia o cara está de farda... (“aí a noite ele está de toca ninja na moto atirando.” completa APLICK.Inclusive matando gente do nosso meio mesmo, rappers... Dj Lah que foi nessa daí... e também né mano, o povo não tem como ficar acuado, tem umamúsica que a gente fala: “Qual é o leão acuado que não vai lutar até a morte?”, certo?! E nosso povo tá revidando também, porque ninguém vai ficar apanhando calado, os caras vem com repressão, então vai ter repressão também! É um dos motivos da pergunta lá também, imagina só, a mente é poderosa “tio”, se o cara imaginar: “aquele prédio vai cair!” aquele prédio cai.

NSUS - Na música “lembranças” vocês fa-lam a respeito de um parceiro que morreu “no crack”. Qual o principal causador doavanço da droga no país na visão de vo-cês?

APLICK: É o sistema né, a droga é a arma do sis-tema pra deixar a população em massa manipulável, porque a droga atinge diretamente o cérebro, então elajá te leva pra dentro de um ambiente... uma prisão sem muros, é a maior arma que o governo tem. Você pode ver que os caras não param as drogas nasfronteiras e os caras tem estrutura pra parar, mas não param! Por quê? Porque para os caras é inte-ressante, porque a maioria das pessoas consome e ficam manipuláveis, submissos ao governo, não tem atitude de brigar. (“tirando o lucro que eles tem tam-bém, né” complementa DJ Luíz).W-GI: Na visão de natureza, o leão é predador de alguma parada, tá ligado?!Já a droga é o predador da raça humana, ela vem predando, consumindo ali.Pra você ver, eu tenho lá próximo de casa o exemplo de uma mina que quando passava parava o quartei-rão e você vê a mina hoje, você não fala que eraaquele mulherão que parava o quarteirão debilitou ela de tudo, da beleza, do pensamento e se tornou uma pessoa fraca, inútil, perdeu o respeito, perdeutudo. O crack, principalmente o crack é o predador da raça humana, real.Passa na sua frente.

NSUS - Vocês aprovam a medida do governo de SP quanto a internação obrigatória de dependentes de crack?

W-GI: Os caras demoraram a pensar nessa “fita”, deixaram o “bagulho” virar uma doença, uma epidemia. Eles estão fazendo isso porque a copa está chegando, porque o “bagulho” é muito, “tio” (enfatiza com gesto que sugere lotação), aí os caras pensam: “pô, a gente vai ter uma ‘pá’ de gringos andando aqui, andando ali, circulando, aí vão ver essa ‘parada’ e vão falar: ‘iai mano, e esse país? Olha como esse país é!’“ então o que que os caras estão fazendo?Estão eliminando isso um ano, um ano e meio antes pra deixar tudo bonitinho para os caras que nem no car-naval. O carnaval lá no Anhembi, você vê o carnaval lá mano, o mundo todo ali na “parada” e do outro lado da marginal tem uma favela, aí o que que os caras fazem? Tampam tudo (“os caras metem um outdoor enor-me que tampa toda a favela, a favela tá atrás do outdoor, você passa e vê o outdoor mas você não consegue ver a favela, é um outdoor de não sei quantos metros de altura e de largura, de longe você vê o outdoor enão vê a favela do lado” complementa APLICK)

“Se o cara imaginar:

“aquele prédio vai cair!’ aquele

prédio cai.”W.GI

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Consciência HumanaNSUS- Aí eles vão reprimir pra deixar turista pra “comer” menininha.

W-GI: Certo, que é um segundo marketing dos caras né “tio”, porque a visão dos caras das mu-lheres daqui é pra transar, que o Brasil é uma zona. Você pode perceber que na televisão a gente vê um canal de canal debatendo sobre pedofilia, mas no outro canal de televisão já está mostran-do a mulher seminua lá. Então, como que vai ficar na cabeça do jovem, da mina mais nova, domoleque que está chegando? “Porra”, então a gente vê aí um conflito, uma guerra de contradição ao vivo.

NSUS – Qual o tema central do novo Cd do Consciência Humana?

W-GI: Firma forte “Tio”! “CH Firma forte.”DJ Luíz: Tem diversos temas, não tem um tema assim Central né!. O CD está bem diversificado.APLICK: É resistente né, falar assim, Firma forte porque nós viemos ai resistindo contra todo esse blackout! Todos esses ataques aí desse Sistema! Todos os ataques da mídia, entendeu?!NSUS: Não faliram ainda né?! (estão com o mesmo objetivo e a mesma essência).DJ Luíz: E nem vai falir. (“muito pelo contrário” complementa W-GI) APLICK: O CD vem abrangendo todas essas teses que a gente vem resistindo, que a gente estava conversando né! Saúde, Educação, Fa-mília, entendeu?!,Drogas, Polícia, nós viemos atacando a tudo isso daí! E quanto nós estivermos resistindo o caso central será a RESISTÊNCIA! W-GI: No caso, nesse CD, pra quem curte o CH no formato antigo nas ideias e tal! Na década 90, tem sons que a gente manteve a parada mesmo como texto ele ressurgiu. O sampler, a pegada, e quem curte o CH na linha Lembranças, Tá Na Hora! Tem também! E também a mo-dernização da parada né Mano! Que a gente vai acompanhou.APLICK:E mais a evolução! A evolução que o Rap não viu aqui, acho que essa é uma evolução que todo o Rap tem que acompanhar né! Essa é uma evolução que há nas outras músicas, umas batidas mais aceleradas e tal!

(uma pausa para boas risadas, com um comentário bem humorado de Douglas do grupo Realidade Cruel – que passava pela sala – sobre a semelhança demembros de nossa equipe)Retomando a entrevista...

NSUS – Terá alguma participação especial nesse CD?

DJ Luíz: Com certeza, tem sim! Boas!

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NSUS – Surpresa ou pode revelar alguma coisa aí pra gente?

APLICK: Podemos sim, SISTEMA NEGRO, vem em uma com “nóis” que éconexão 011 – 019, que é conexão Campinas e São Paulo.W-GI: O próprio Douglas do Realidade Cruel, na CONTA AS NOTAS. Tem Moisés A286, Laurem, Angel Duarte que é aqui do DF, e estamos para finalizar aí com o Edi Rock, tá ligado?! Detalhes e tal, da participação. TED do Extrema Opção, na música ADVOGADO BOM, né?! Que é um mole-que bom. E nós estamos fazendo de tudo para lan-çar ai, o moleque é bom. É um moleque quetem uma visão, está na missão! E também tipo, né mano, a metade “pá” de altas participação, porque a molecada quer ver a parada e a outra metade nós mesmo né mano! Tipo nós por nós e “vamo” que “vamo”.

NSUS – Como está sendo na visão do vocês a repercussão dos Singles lançados na in-ternet como “Advogado Bom”. Lançadono site Rap Nacional?

APLICK:Tá da hora, tipo a gente viu ontem (23/02/13) todo mundo cantando a música lá, quero dizer que isso ai pra nós foi bom, que a gente está vendo que a estamos no caminho certo. Soltou a música ali no site e ela já repercutiu, este é o primeiro show que a gente esta fazendo depois de ter lançado e a gente até estava conversando como é que repercutiu o som e se o pessoal vai cantar com “nóis” ou não, e nos surpreendeu porque a gente pensou que o público iria cantar, mas não tanto como cantou ontem.W-GI: O negócio que saiu há poucos dias e a galera já na letra, no refrão, tipo assim é difícil né! Uma músi-ca nova você chamar no refrão e deixar a galerair embora (levar o som sozinha). E aconteceu que a galera está antenada na parada mesmo, estou vendo que a galera está acompanhado a parada, entãovamos ver o que os caras estão fazendo e a cobrança também. Pô, durante esse tempo que a gente ficou nesse intervalo sem lançar disco. Tipo “e aímano! O CD Novo?!.”DJ Luíz: E aí a importância da internet, que é funda-mental nisso. Eu também digo isso das redes sociais né.APLICK:Em geral é a maior vitrine que a gente está tendo.DJ Luíz: O público vai direto no artista pra ver o que o cara esta fazendo, onde vai ter show, que música ele esta fazendo.

NSUS – Como vocês falaram aí da Lauren e Tal, gostaríamos que vocês falassem sobre a perda da Dina Di, que gravaram um som com ela né?! Ruas de Sangue!

W-GI: Pra nós foi uma grande perda né.APLICK: Tanto pra nós quanto pro RAP nacional em sim Entendeu! Porque a Dina Di fazia diferente né, ela mudava a página né, cada música que ela fazia você via que ela estava mudando a página, é uma fonte que secou você nãovai mais encontrar alguém com aquela mente, com aquela visão, com aquela disposição, que ela tinha de falar o que falava (da forma única), vai ser difícil achar uma mina próximo ao nível dela.W-GI: Mas nós temos pô! A Carol do Realidade (Realidade Cruel).DJ Luíz: É temos ela que chega próximo,mas nunca pode é se comparar né?!APLICK:É quem nem o Sabotage né mano! Você vê que tem vários Rappers,né mano! Mas ele era um cara único né, tem vários cada um com a sua visão,sua Psicolo-gia.

Consciência Humana

NSUS – Seria mais então a questão do lado TÉCNICO?

W-GI: No lado técnico a Dina Di era única!APLICK: Não tem nem como falar mal dela porque era uma pessoa que a gente tinha uma comunicação com ela assim do dia a dia, e perder uma grande letrista, uma gran-de artista, se for ver assim o que representa-va pra nós, agente perdeu muito. A Dina Di foi uma gran-de perca para o RAP nacional.

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NSUS – Mandem um Salve a para a galera aí que curte a Revista.

APLICK: Firmeza à rapaziada aí da revista Nós Somos Um Só, aqui nós somos um só mesmo, brigando por uma mesma ideologia que é o HIP HOP. E uma maré melhor para toda comunidade pobre. Eu dou um Salve de Paz aê! E agradeço a todos que compareceram no show GANGSTA PARADISE 5 com o CONS-CIÊNCIA HUMANA. Eu falo que fiquei gratificado pelo Show que vocês deram pra nós ontem! Salve de Paz aê! E agradeço à todos aqueles que acreditaram na Ideologia do CONSCIÊNCIA HUMANA, que nós nunca vamos parar não!W-GI: Até aonde a idade permitir a gente está chegando “tio”!DJ Luíz: até onde Deus permitir, estamos chegando.

NSUS – Antigamente acontecia e ocorre hoje também, demuitos grupos estarem focados numa linha de músicas parater referências. Qual é a referência de vocês nesse sentido debuscar inspiração?

APLICK: Aí são muitas Mano! Porque aqui é três mentes pensando.DJ Luíz: Cada um tem um Estilo assim né! A gente escuta tudo o que saiassim na “gringa” acompanha tudo não tem um estilo definido. Tem muitoCrunck, Dand Shout, o Trepping, que é um novo estilo que está vindo aí, quevai pegar.W-GI: E muita coisa também vem do cora-ção mesmo, da mente, da alma dainformação mesmo Tio! Aqui é assim é cria-ção mesmo.DJ Luíz: Tem músicas que a gente criou do zero no CD Firma Forte, não copiamos batida de ninguém harmonia 100% criação então acho que o estilo é nosso mesmo.APLICK: E letra, a inspiração é dia a dia, né meu! (“é o real da história.”Complementa W-GI)

“E nosso povo tá revidando também,

porque ninguém vai ficar

apanhando calado”

Confira a entrevista na integra acessando www.tvnsus.k6.com.br

W.GI

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Garota NSUS

Meu contato com a cultura hiphop foi através de amigos, sempre tive amigos que são do mo-vimento. Alguns Mc's, Dj's e dançarinosTrabalhando com projetos sociais fui me encantando com essa cultura linda. As crianças me fizeram gostar e até dançar. Em projetos sociais na Ceilândia, em umas famílias que se localizam em lugar no SIA e no Valparaíso as crianças me chamaram a tentar uns passos nas rodas de break que sempre rola nessas ações. Com a entrada no projeto Cabelo Que Deus me Deu onde a fundadora é uma Mc (Ninne Ribei-ro) e as voluntárias do projeto que não abrem mão de um bom HipHop na hora de confecções de bijuterias pra arrecadar fundos pro projeto e nas próprias ações, o hiphop sempre tocando e as crianças dançando e foi assim que me apaixonei por essa cultura, através do amor a crian-ças que me apresentaram ao hiphop.Hoje em dia não abro mão de ta sempre com um fone de ouvido tocando Dina Di, Sabotage, Racionais, BellaDonna, e os gringos 2Pac, Snoop Dogg, Nate Dogg dentre outros. Curto também um Cartola, Janis Joplin, e MPB antigo de preferencia, gosto de tudo um pouco, mas o prevalece é o hiphop.Me atrevo a da uns passos de ragga. E espero crescer e adquirir muito mais dessa cultura belíssima que faz parte do nossa historia.

Raquel PereiraIdade:20 anos.Cidade:Guará I,

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Garota NSUS

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Gangsta ParadiseNa noite do dia (23) de fevereiro no Minas Brasí-lia Tênis, foi montado o palco do Gangsta Paradi-se 05, um grande evento contando com a sonori-zação da Smurphies Disco Club e com alguns dos melhores grupos de rap nacional.

Sendo assim, aos poucos os manos e as minas foram tomando conta do espaço, e o potente equipamento de som da Smurphies Disco Club já estava batendo forte, anunciando que era apenas o começo de uma noite que faria a capital do país tremer literalmente.

E para começar a noite em grande estilo GOG, o poeta do rap nacional abriu a festa. E dessa vez a apresentação do poeta teve um momento de resgate ao passado, pois GOG, Japão e Dino Black, a formação que embalou a década de 90, cantaram juntos em um momento histórico.

Em seguida foi à vez dos manos do grupo Voz Sem Medo embalar o show, com o DJ Marola no comando dos toca-discos, Djalma e Chamas nos vocais e o público cantando junto, mostrando a força do rap brasiliense.

Na sequência formando a conexão SP-DF surgiu um mano mascarado, efeitos da fumaça no ar e di-retamente da zona leste de São Paulo, Consciência Humana que já começou o show com a nova mú-sica “Conexão 011 019”. Depois os grandes suces-sos como “Tá Na Hora”, “Lei da Periferia” ecoaram forte junto com a nova música “Advogado Bom”, que já está na ponta da língua do público.

Sem deixar o ritmo cair, em seguida foi a vez do grupo Guind ‘art 121, um dos grupos pioneiros do Distrito Federal fazer o público vibrar, com os sucessos “A Procura da Paz”, “Bom Malandro”, entre outros.

Já ao ritmo frenético do refrão “Olha Lá Quem Vem”, Realidade Cruel começou sua apresentação. Já os sucessos “Liga Nós”, “Depoimento de Um Viciado”, “Dia de Visita”, “Quem Sabe Um Dia” foram alguns dos clássicos cantados em coro pelo público. E como uma forma de homenagear aos manos e minas do DF, o sucesso “Entre o Amor e o Ódio”, uma das músicas mais tocadas nas ruas de Brasília, também foi cantada pelo grupo, em uma noite inspirada.

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Continuando no ritmo alucinante o grupo Pacifi-cadores, um dos grupos mais destacados na cena atual do rap brasiliense, subiram no palo e leva-ram os hits “Nariz Neva”, “Não Caio no Seu Jogo”, “Dela eu Sou Fã” agitando os fãs.

Em seguida foi o momento do grande retornou a Brasília, direto da zona sul de São Paulo o Deten-tos do Rap foram recebidos com muito carinho pelo público. E a retribuição veio em forma de músicas, “Ruas de Terra”, “A Lâmpada de Aladim”, novos e antigos sucessos cantados juntos pelo público.

Já na manhã de domingo o fenômeno de Brasí-lia, Tribo da Periferia levou o público ao delírio, “Terra de Piranha”, “Marciano”, “Ela Tá Virada” foram alguns dos sucessos que ecoaram forte, e a apresentação ainda contou com a participação da banca Kamika Z.

Depois foi a vez do Dexter com as participações de Gregory e Nego Jam finalizar o Gangsta Para-dise 05. A apresentação contou com os sucessos “Oitavo Anjo”, “Fênix”, ainda teve a música inédita “Transpiração”, do Gregory. E como não poderia faltar o poeta GOG fez uma participação espe-cial na música “Salve-se Quem Puder”, pra fechar Dexter desceu do palco e cantou “Sou Função”, no meio do público.

Site Rap Nacional - Fotos NSUS

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Eu falo pelos pais que perderam seus filhosPelos filhos que perderamSeus pais e nunca mais deram notí-ciasA ferida no peito nunca cicatrizaA procura foi em vãoViraram até destaque de televisãoA preocupação da mãe domina,Ela quer o filho de voltaJunta as mãos, ajoelha no chão, co-meça a rezarPede a Deus para ele voltar...O medo é forte, a pressão sobe, o choro escorreVejo e ouço aquela mãe em seu leito aos prantos..."Sofrendo, chorando..."Pelo seu filho que foi embora, não voltou até agoraO que aconteceu?Saiu pra ir a escola, jogar uma bolaE desapareceuE o cansaço venceuSeu filho perdeuFoi dado como desaparecidoNão foi encontrado, caso encerradoVirou arquivo de políciaEles não acham pistasVirou fracasso da lei, ibope pra mí-dia...Ele foi a principal notícia!

Todo sábado e domingoSabe Deus onde é que você vai... ( x2

Eu sinto a tristeza separando mais uma família...Olho em seu rostoE vejo o sufocoO luto causado pela tristeza de um dia...Horário marcadoTodo mundo arrumadoÉ mais do que combinado sábado e do-mingo são dois dias sagradosVisitar um amigo, rever a família,Dar um abraço apertado,Viver a vida com alegria, como se não houvesse outro dia...Fala: esta mensagemÉ dedicada a todas as pessoas que foram separadas pela linha da vida...Pessoas que se conheciam, pessoas que se amavam...Jovens, crianças, velhosPessoas que foram pegas desprevenidas pelo inevitável...Essas pessoas não se foram por completo.Elas ainda vivem graças a vocêQue as alimentaCom recordações, saudades, lembranças e muita fé.Elas estão vivas, sim.Elas moram perto de você.Elas moram num lugar guardado por ti a sete chaves.Num lugar muito íntimo.No seu coração...Paz !!!

Todo sábado e domingo,Sabe Deus onde é que você vai... ( x2)

Histórias do CoraçãoO coração aperta, o peito sufoca,Por que é que tem que ser assim?O que vai pegar?O que vai rolar?Quando será o fim?Há tantas coisas boas no mundo,Por que as pessoas fazem isso?Tiram a vida de quem tem tanto pra vida e pra quem fica a dor é indescri-tível...Eu não seiDe que lado está a leiMe encare, me olhe, me diga, me aponte a saída, qual é a alternativa?Acreditar em quem!?Em nossos corações ou na justiça?Esperar notícias de quem se foi e não deixou pistaNenhum sinal de vida, nenhum reca-do,Nem ao menos um último abraçoAcreditar que tudo que está se passan-do é apenas um sonho aondeTemos medo de acordar e ver que tudo é realidadeTudo verdade,Se sentir sozinho no meio da multi-dão...Não, não, não, não, não chore maisNão, não se sinta incapazA vida continua, realize os sonhos de quem você perdeuE que Deus ilumine o caminho teu

Todo sábado e domingoSabe Deus onde é que você vai... ( x2 )

Clássico da EdiçãoO Filosofia de Rua foi formado em 1991 por Ugli C.I., MC Don e DJ Man. Dois anos depois, Canhoto e Braiam se uniram e passaram a fazer parte do grupo, prevalecendo na formação atual, com a exceção de Don.[1] No mesmo ano, participaram da coletânea Movimento Hip Hop, que foi sucedida pelo álbum de estreia, chamado Valeu a Experiência, de 1994.Em 1996, veio o segundo trabalho, intitulado Da Rua, que trouxe o suces-so "Histórias do Coração".O videoclipe desta música permaneceu por longo tempo na programação da MTV. Em 1999, foi lançado Remixes, que como o próprio nome já diz, um disco com remixes das canções mais famosas até en-tão, além da música inédita "A Banca é Nossa".Em 2001 foi lançado em vinil o single "As Histórias Continuam"e no ano seguinte veio o último trabalho

do Filosofia de Rua, chamado Unificação.Após o lançamento, o grupo se desfez.Em 2009, sete anos depois, os mesmos integrantes do primeiro álbum - com a exceção de MC Don - se reuni-ram para decidir a volta do grupo. Esta foi selada com o lançamento da música "Malandro e não Ladrão", de fevereiro de 2010

música

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RPW comemora 20 ANOS com DVD inédito

Este ano começou com grandes novidades para o mundo do rap. Em comemoração aos seus 20 anos, o lendário grupo RPW lançou CD e DVD. O álbum é composto por clássicos dos anos 90, incluindo uma faixa que conta com a participação da eter-na Dina Di.

Já o DVD, conta com show comemorativo de 20 anos, documentário retratando passo a passo a história do RPW desde a década de 90, trechos de shows, bastidores, via-gens, depoimentos de artistas, admirado-res e fãs, até mesmo momentos íntimos do grupo.

Pesadelo Real prepara seu1º EP

O grupo Pesadelo Real esta preparando seu 1º Ep que terá 8 faixas. O álbum “Prazer em Conhe-cer” do grupo formado por AndersonGlock, Karlyn Prap e Negro Jonas será lançado no proximo mês de Junho.

PSICOATIVO: Novo disco, livro e filme são algumas da novidades de Mv Bill O ano de 2013 promete ser agitado para MV Bill, mas isso não assusta o repeiro, como prefere ser chamado. O novo EP “Vivo” deve ser lançado até abril e duas músicas, ambas com videoclipe, já foram divulgadas. O videoclipe de “O Soldado que fica”, que tem cenas reais e participa-ção de Kamila CDD, teve excelente reper-curssão entre o público, um dos melhores videoclipes do RAP lançado em 2012. Já na faixa-título do próximo EP, as rimas ficam mais afiadas contra quem ainda não se acostumou com o caminho trilhado por ele. “Muito pela saco batendo no peito e rejeitando convite que na verdade nunca foi feito

Fonte: rapnacional.com.br

Fonte: rapnacional.com.br

#HIPHOPBR

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Novo disco de Rael esta dispo-nível para download

O segundo álbum solo de Rael, vocalista do grupo Pentágono, foi lançado esta semana e já esta disponível na net para download gratuito. O disco, intitulado “Ainda bem que eu segui as batidas do meu coração”, foi produzido pelos norte-americanos Beatnick & K-Sallam, que já trabalharam com 50 Cent, Lauryn Hill, Mos Def, Nas e Lil Wayne. A dupla também é responsá-vel pela produção da mixtape Doozicabraba e a Revolução Silenciosa”, de Emicida.

Neste novo trabalho Rael contou com a parti-cipação de Mariana Aydar na faixa “Coração”, MSário em “Tudo Vai Passar” e de Emicida ePéricles (ex-Exaltasamba) em “Oya”. Rael considera esse disco mais maduro em relação aos lançados anteriormente. A evolução fica também por conta da produção gringa que chegou para enriquecer o trabalho de Rael, que evoluiu e inovou, mas não perdeu sua essência de mesclar RAP com outros estilos do Brasil, Jamaica e África

Rael também anunciou que agora não é mais “da Rima”. Segundo o rapper ele já estava cansa-do de sempre lhe pedirem para rimar em entrevistas, por conta do apelido que o acompanhava desde 1999. Naquela época ele já era o Rael e fazia rap, então quem não conhecia o gênero se

Agora é LEI !O governo do Distrito Federal, governado por Agne-lo Queiroz, aprovou a lei deº 5.073 que inclui o Hip Hop no calendario anual do DF. O projeto de autoria do Deputado Distrital Roberio Negreiros, visa proporcionar a cultura hip hop uma semana no mês de novembro, dedicado ao Hip Hop do Df, com palestras, workshop, show´s , amostras de grafites, batalhas de break e muito mais. A lei sendo levada a serio é uma grande conquista para o movimento hip hop do DF que cresce dia pós dia. Agradecemos ao governo do Distrito Federal e ao deputado Roberio Negreiros por esta lei. Por Tiago Santos

Fonte: rapnacional.com.br

#HIPHOPBR

Eduardo não é mais do Facção Central

O rapper Eduardo noticiou atraves de um video no Youtube, que não faz mais par-te do grupo Facção Central. Deixan-do claro que seguira carreira solo. O vi-deo Se espalhou pelo facebook,deixando muitos fãs tristes com a decisão

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FragmentandoO Que Será do Nosso Futuro?

Numa ensolarada tarde de sábado, em algum lu-gar do Paranoá-DF, Saí de minha casa em direção ao estúdio ARTEFATO com o intuito de gravar um novo som do meu grupo de RAP (Pesadelo Real). Por motivos irrelevantes não encontrei o nosso produtor nos estúdio naquele momento. Contato por telefone e logo soube sua localização, deci-di ir ao seu encontro. Até então, tudo normal. No local específico encontrei amigos em comum de nosso produtor e o próprio, conversávamos e ría-mos dos assuntos do qual falávamos. Tudo muito normal até que em determinado momento vi uma cena que me impressionou e chocou... A partir desse momento, vi que de fato, não era um dia para gravar, não era um dia para estar fechado num estúdio gravando em áudio meus pontos de vista, minha forma de pensar, mas acredito que, por algum motivo, era ali mesmo onde eu preci-sava estar, pois a realidade de tudo aquilo que tanto condeno estava prestes a se mostrar diante de meus olhos.Por volta das 18h, vi um grupo de aproximada-mente 10 meninos com idade entre 6 e 13 anos andando pela rua, com pedaços de madeira nas mãos. Até então nada fora do normal. Até que reparei a forma como seguravam os pedaços de madeira. Naquele momento, pude por alguns se-gundos, “penetrar” na mente daqueles garotos, e então percebi que eles não seguravam pedaços de madeira... Mas sim “armas”. Seguravam com a mesma segurança de uma daquelas crianças que atuam nas guerrilhas em vários países da África: As caras fechadas e os olhares de ódio.O mais velho e mais alto, trajado de camisa ver-de e um short preto, levava em suas mãos um pedaço mais longo de madeira, o que simboliza-va talvez um fuzil, com um detalhe também em madeira na ponta, o que simulava uma massa de mira de arma, o cabo preso com elásticos de estilingue e na cintura levava um pedaço menos de madeira, com um cabo feito no mesmo aca-bamento (elástico) o que simbolizava uma pisto-la. Ele gritava ordens aos demais, com uma voz imponente e todos com suas “armas” em punho o obedeciam sem pestanejar. Eu achava que es-tava vendo algo chocante... Até que a brincadeira começou de verdade! Um dos garotos correu para dentro de sua casa, logo o restante dos garotos chegaram correndo ao portão da casa e aponta-vam as armas para o rosto dele gritando: “sai filho da puta, bóra caralho, SOLTA A ARMA” ele saiu arrastado pela camisa por dois dos menores que cumpriam a ordem do mais velho. Ele hesitou em soltar sua “arma” e a gritaria aumentou: “solta a porra da arma, solta!” e ele soltou.

O deitaram no chão e um garoto de aproximadamente 7 ou 8 anos apontou sua “arma” para o rosto do outro ga-roto no chão, quando de repente veio a ordem do maior: “bóra porra, o que que você está esperando? mete bala na cara desse filho da puta!” o menor fez um som com a boca que simbolizava o disparo e o garoto do chão fingia morrer. Os outros, para o meu total espanto, comemora-ram a “morte” do outro. Não acreditava no que eu via, os detalhes, a forma como falavam, agiam, o modo como OLHAVAM, olhares de pu-roódio. Sinceramente, não conseguia enxergá-los mais como crianças. Talvez minha mente ultrapassada, de alguém literalmente do século passado não estivesse pronta para aceitar que crianças (crianças de verdade, de corpo e mente) teriam mentalidade para fazer uma “execução” com demonstrações de frieza e crueldade tão intensas e realistas.

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Alguns estudos apontam como um dos fatores causadores do desenvolvimento do comportamento agres-sivo a exposição materna a substâncias psicoativas. Segundo esses estudos, crianças expostas ao álcool durante a gestação por exemplo (o que é extremamente comum dentre as famílias de baixa renda), apre-sentam com maior frequência prejuízos significativos no funcionamento psicossocial, aumento na hostilida-de, impulsividade, além de maior envolvimento em delinquência. Mas nenhum fator é tão decisivo quanto o socioambiental, sendo apontados como principais determinantes adesigualdade socioeconômica, baixos salários, baixa renda familiar e a ausência de políticas públicas volta-das para a educação, saúde, segurança e moradia.Senhores(as), analisando os interesses de nossos governantes para com as causas da periferia e seus habitantes... só me resta finalizar essa matéria do mesmo modo como iniciei: “O QUE SERÁ DO NOSSO FUTURO?”

Por Anderson Glock

Mais uma vez me enganei ao achar que já tinha visto o bastante. Quando de repente apareceu mais um grupo de garotos em número equiva-lente na rua de baixo.Os garotos os quais eu observava antes se reuniram e ouvi um deles dizer: “Vamos tomar a boca (de fumo) deles”. Ou seja, conversavam como se fossem traficantes. Em seguida foram descendo a rua, em direção ao outro grupo, que subia. Ao se encontrar, “armas” apontadas de um lado, “armas” apontadas do outro e a gri-taria tomou conta da “brincadeira”. Um dos de-baixo estava montado numa bicicleta e aquele maior (da camisa verde, mais velho) puxou sua “pistola” da cintura, pôs na cabeça do garoto na bicicleta e falava: “desce daí, desce daí, isso agora é meu!” enquanto o puxava pela camisa. Depois correram para a outra rua, quando os perdi de vista. Minutos depois, um dos meno-res (aquele que “executou” o que foi jogado no chão) vinha passando pela rua e eu, não me contendo em minha curiosidade, o chamei e perguntei: “ei moleque, ‘chega aí’! vocês estão brincando de quê?” e ele respondeu: “de polí-cia e ladrão!” e eu, não satisfeito, perguntei: “e vocês são quem?” e ele respondeu: “a polícia!”Observei a “brincadeira” das “crianças” por cer-ca de uma hora e perdi as contas de quantas vezes fiquei embasbacado com as diversas ce-nas que vi, e o realismo com que que eram rea-lizadas. Mais chocante ainda, era perceber que distinguir quem era policial e quem era bandido na brincadeira das crianças era completamente impossível, pois ambos agiam com brutalidade, ódio, violência extrema, proferindo palavrões, ordens cruéis e até mesmo (pasmem) torturan-do.O que realmente me preocupa, é a origem de todo esse comportamento violento e principal-mente, o resultado disso num futuro talvez não tão distante.

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