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REVISTA ON-LINE QUADRIMESTRAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE ANO III - N° 8 - JUNHO A SETEMBRO DE 2014 Santuário do Departamento de Carmo de Minas - MG - SGSM

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REVISTA ON-LINE QUADRIMESTRAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE ANO III - N° 8 - JUNHO A SETEMBRO DE 2014

Santuário do Departamento de Carmo de Minas - MG - SGSM

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O fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose, professor Henrique José de Souza, ensinou-nos que o processo eubiótico de iniciação não requer sacrifícios pessoais, porém exige a observância diária das leis da harmonia universal. Em outras palavras, devemos ter um cotidiano alegre, oriundo de uma adesão espontânea e consciente às leis da natureza e da evolução espiritual.

Assim, um dos primeiros compromissos do discípulo é com sua família, porque, segundo as leis do carma, ninguém nasce numa família errada. Existem sempre envolvimentos anteriores ao nascimento, resultados de tramas evolucionais articuladas em várias encarnações. Honrar pai e mãe em primeiro lugar, diz um Mandamento dos mais antigos da Face da Terra.

Da mesma forma que acontece com a família, estabelecemos também uma ligação cármica com a cidade, com a região em que nascemos e naquela em que vivemos. Esta soma de influências é responsável pela noção de herança nacional, cultural, laços sutis que nos ligam ao nosso país de origem.

O mesmo raciocínio pode ser aplicado a toda humanidade. Estamos imbricados física, psíquica e espiritualmente com os humanos seres desde os seus ancestrais mais remotos e, também envolvidos carmicamente com toda a evolução na Face da Terra. Mas temos que afastar destas noções de imbricamento a possibilidade de culpa, de responsabilidade total. Não podemos fazer nosso todo o peso da humanidade.

Daí decorre outra questão: qual responsabilidade nos cabe individualmente sobre a nossa vida pessoal, familiar, comunitária, como habitante deste país, deste planeta?

São medições impossíveis de serem feitas, por se tratar de matéria sutil, tênue, imensurável.

Mas a Eubiose nos aponta um antigo preceito da Sabedoria Iniciática das Idades, segundo o qual quanto maior o estado de consciência do discípulo, maior será a sua responsabilidade evolucional. Mas voltamos a insistir: responsabilidade evolucional não é colocar o peso do mundo sobre os nossos ombros. É participar com alegria do processo de evolução da humanidade, sendo parceiro com milhões de outros envolvidos na mesma senda divina.

E como estabelecer a harmonia entre projeto pessoal e projeto universal de evolução?

Com certeza existem centenas de maneiras.

Mas o caminho apontado pela Eubiose é o do diálogo com o seu Deus Interno, com aquela parte da consciência divina que habita entre todos nós. E estes canais de comunicação com o Deus Interno são ampliados através da meditação, das iogas, das práticas espirituais que nos aproximam, dia a dia, do divino que existe em nós e em todo o universo. Um dos seus nomes é Sol Central do Oitavo Sistema, donde se origina a Lei que a tudo e a todos rege.

EDITORIAL

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WALT DISNEY, o famoso criador dessa prodigiosa “tríade animal”, com o nome de Camundongo Mickey, Pato Donald e Cão Pluto – sempre a pregarem amistosas peças um ao outro – enveredou-se agora pelo campo iniciático dos Contos Infantis, a começar pelo de BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES, prometendo “dentro em breve trazer para o écran, todos quantos fazem parte da maravilhosa série das MIL E UMA NOITES (1001 OU 1010, se o quiserem, cujo termo numérico em simbologia arcaica, refere-se ao de ISIS, desde que se procure adicionar uma haste curva, nos dois zeros aí existentes, transformando-os em “S”). E isso, diz ele ainda, “para alegrar e instruir seus jovens fãs de toda parte do mundo”, embora que, dizemos nós, muitos jovens se façam velhos na maneira de pensar, enquanto os verdadeiramente anciãos, na maioria dos casos e pelas mesmas razões, se tornarem “crianças”... Haja vista, esses “velhos babões” que, enfileirados em nossa artéria principal, a Avenida Rio Branco, passam as tardes a dizer

EM TORNO DE BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES1

Henrique José de Souza

Iustra

ção

de M

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a Jún

ior

Desvendemos o que é falso para chegarmos ao verdadeiro. – Ragon

graçolas às senhoritas, que por ali transitam... em busca de outros frutos mais sadios.

Enquanto jovens de menos de 10 anos, assentados ao lado de uma elite intelectual digna do maior respeito, assistem às nossas aulas de ciências, filosofias, línguas e religiões comparadas, com uma atenção e facilidade interpretativa dos conhecimentos ministrados, que honram, de fato, o incomparável Trabalho em que a S. T. B. se acha empenhada há longos quinze anos, “em prol do engrandecimento físico, moral e intelectual do Povo Brasileiro”.

Não foi, entretanto, para dizer tais coisas que tomamos a deliberação de escrever tão despretensioso artigo; muito menos, para retrucar ao ilustre patrício que há bem pouco se manifestava pelas colunas de certo jornal carioca, defendendo uma tese ingrata, ou a “do plural de anão ser anãos, contrariamente a ‘anões’, como era o título do filme, que tanto sucesso causou em vários cinemas desta capital. Opinião, dizemos nós, que muito

1 No número anterior desta revista, prometemos aos nossos leitores publicar o artigo de nosso dirigente, estampado no “São Lourenço-Jornal” de 10 de janeiro de 1939, e agora cumprimos a promessa, certos de propiciarmos aos estudiosos da Teosofia aplicada ao fabulário iniciático da “literatura jina” de todos os povos, a mais perfeita interpretação do conto BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES.

E como o presente número de DHÂRANÂ seja dedicado à privilegiada estância hidromineral, onde a Obra em que a STB se acha empenhada, fez a sua espiritual eclosão (em 1921), o referido autor – depois de algumas modificações no seu iniciático estudo – resolveu que fosse o primeiro da série com que vai homenagear o povo são-lourenciano, de acordo com o Sumário publicado no anterior número da mesma revista. – Nota da Redação.

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Ilustração de Miranda Júnior

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desgostaria ao emérito professor do grande Rui Barbosa, ou seja, Carneiro Ribeiro, ao ensinar – em uma das regras de sua gramática de curso superior, “ser indiferente o plural da referida palavra”, na razão de outras tantas apontadas na mesma regra.

Repetimos, nada disso interessa ao caso, mas sim, o de nosso próprio afã em instruir a quantos desejam descobrir por baixo do véu diáfano da fantasia, a Verdade na sua original pureza, o que tanto vale pela mesma deusa ÍSIS, que se desvenda diante dos olhos dos sedentos de Luz, como “Sabedoria Iniciática das Idades”, por outro nome: TEOSOFIA.

Sim, porque, tanto a Walt Disney, como àquele nosso ilustre patrício dos “gramaticais melindres”, faltam os superiores conhecimentos teosóficos, com os quais poderiam ter corrigido o verdadeiro erro que ali existe, e já provém de nossos avós, quando nos embalavam com semelhantes contos.

Nesse caso, substituído deve ser o termo “anão” pelo de “GNOMO”, pois que, o primeiro não é mais do que um fenômeno de degenerescência glandular, produzido por hipofuncionamento da hipófise, enquanto o “gigante”, pelo hiperfuncionamento da mesma glândula. A medicina o sabe, e até já constatou inúmeros casos de pessoas normais que, pelo fato de terem sofrido um choque cerebral (queda, pancada etc.) começaram a aumentar de tamanho.

Assim, o verdadeiro título, tanto do filme como do iniciático conto infantil – bom que se saiba uma vez por todas: BRANCA DE NEVE E OS SETE GNOMOS.

Apresentemos outras razões, além de darmos as devidas interpretações teosóficas ou ocultistas, ao filme e conto, que serve de motivo ao nosso trabalho de hoje:

O termo gnomo tem por étimo, os sânscritos gnain, djin, JIM ou Jina, todos eles correspondendo em nosso idioma, ao de GÊNIO. Os mesmos GNANA o JNANA (sânscritos) são dados aos Conhecimentos Superiores, como Iluminação, Iniciação, Sabedoria Perfeita, Teosofia etc. Donde, por exemplo, a Gnana-Yoga para auxiliar a sua aquisição.

Três são as maneiras de conceber o termo Gênio: 1ª – em relação com os espíritos da natureza ou elementais,

inclusive, o de Gnomo, como guardião das florestas, dos tesouros subterrâneos, como no próprio filme, conduzindo eles as ferramentas adequadas para as pesquisas do ouro etc., na mesma razão daquele “ouro filosofal”, que outro não é, senão, o da mesma Verdade, à qual os gregos preferiram chamar: Teosofia2.

Nas mesmas escrituras teosóficas e ocultistas, os quatro elementos são relacionados, também, com os quatro pontos cardeais, dirigidos por seus respectivos Maharajas (grandes Reis). Para TERRA, os mesmos Gnomos, cujo chefe ou rei sendo Gob, com certeza, foi donde se originou o do “Deserto de Gobi”, que liga o Tibete à Mongólia

exterior. E isso, por ser considerado “lugar-jina”, ou onde habitaram e habitam ainda, misteriosos Seres, que muito influíram na evolução humana. Donde serem chamados Mahatmas ou “grandes Almas”3. Em relação ao Ar, Silfos e Sílfides, ou “as potestades do ar”, a que se referem alguns santos da Igreja, dentre eles, S. Agostinho. Quanto à Água, Ondinas ou sereias, em relação ao mar, e xanas, para os rios, lagos etc. E para o Fogo, Salamandras.

Nos rituais cabalísticos, a evocação é feita aos quatro elementos. E a própria Igreja (mesmo sem o saber), quando o sacerdote dirige o turíbulo ou incensório para os quatro cantos ou pontos cardeais, querendo imitar a cruz (nesse caso, a de braços iguais, e não, a fálica, onde se pretende ter morrido Jesus), reproduz o grande mistério, que já provém das mais antigas iniciações do Oriente etc.

Pode-se considerar como segunda maneira de expressar o termo “Gênio” (sentido figurado), em relação aos grandes vultos da História, a começar pelos das artes, das ciências etc., como fossem: Wagner, Beethoven, Miguel Ângelo, Newton, Pasteur e outros mais. Algo assim, como se se quisesse dizer que um Gênio, um Ser superior, houvesse inspirado a todos eles. O mesmo Sócrates possuía o seu daemon, que nada tem a ver com a opinião eclesiástica, mas, a que vimos explanando até agora.

“Ninho de águias”, Panteon de gênios etc. etc., denomina-se a qualquer academia, silogeu ou instituição de intelectuais. E isso, como representantes

2 As ferramentas apontadas, ou sejam: enxada, picareta, pá etc. todas elas com a conformação de um “7”, que é, justamente, o número dos referidos Gnomos. – Nota do autor.

3 De fato, é a região dos nadjorpos, dos ermitãos ou anacoretas etc.

Assim, o verdadeiro título, tanto do filme como do iniciático conto infantil – bom que se saiba uma vez por todas: BRANCA DE NEVE

E OS SETE GNOMOS.

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ou “expoentes máximos” da cultura de um Povo ou País. O mesmo Rui foi chamado “águia de Haya”. E ninguém pode negar que o termo “gênio” não lhe fosse aplicado.

Finalmente, a terceira categoria, que antes devera ser a primeira – desde que as outras duas dela procedem – a dos Mahatmas propriamente ditos, como Super-Homens, Gênios ou JINAS. Semelhante termo é empregado na Índia para os Grandes Seres de Sabedoria, como Guias ou Protetores da Humanidade. Os prosélitos de Gandhi lhe dão essa alcunha, embora que o mesmo – por maiores que sejam os seus valores – não pertença à semelhante categoria.

Na província de Casemira, ao norte da Índia, existe uma cidade com o nome SRINAGAR, cujo significado é: Sri, ou senhor e Nagar, naga etc., serpente. Nesse caso, o referido termo foi dado à velha cidade indiana, por causa de um Templo ou Colégio iniciático, ali existente, composto de Adeptos, Homens Perfeitos, Mahatmas, Gênios ou Jinas. “Ninho de águias”, de Homens-Serpentes, além do mais, pelo poder serpentino ou da manifestação de Kundalini, (o fogo cósmico, “o poder inflamado”, a grande força magnética ou fohatica latente no fundo da matéria etc.), que tem lugar em todos os seres dessa categoria.

O mesmo autor destas despretensiosas linhas, visitou o referido Colégio iniciático quando na sua juventude (16 anos ou “o adolescente das 16 primaveras”, como rezam as escrituras orientais...), através de acidentada viagem de S. Salvador (sua... terra natal) a Portugal, daí a São Lourenço de Gôa (não esquecer que em Portugal também existe um São Lourenço dos anciãos ou

ermitãos, adeptos, portanto, por sinal que, uma estância hidromineral), em seguida, rumando para Ceilão, depois a Calcutá, donde partiu para aquela localidade no norte indiano, tocando em Allahabad e outras cidades de parada, naquela época4.

E isso, em busca da Verdade, que hoje, a seu modo e mui humildemente, transmite a seus irmãos em Humanidade, a começar pelos filhos da privilegiada Pátria onde o mesmo nasceu (BRASIL), como “Terra do Fogo” ou da “brasa”. Por isso mesmo – como já teve ocasião de dizer – “Santuário da iniciação moral do gênero humano a caminho da sociedade futura”, que outra não é, senão, a civilização de elite, que fará seu surto nesta parte do Globo. E para cujo advento foi criada a “Sociedade Teosófica Brasileira”, como Colégio iniciático pelo mesmo dirigido.

Quando se diz, por exemplo, “lugares jinas do Brasil” – como sejam a Serra do Roncador, para onde se têm dirigido, digamos, inutilmente, diversas expedições, (sendo que a mais proveitosa... a do cel. Fawcett, acompanhado de seu filho, e que se tem como mortos etc.) pois, a última denominada “Bandeira Piratininga”, de todo infrutífera por não ter alcançado a referida “serra”; do mesmo modo, Vila Velha, próximo a Ponta Grossa, no Estado de Paraná; a mesma “Pedra da Gávea”, onde o Champollion brasileiro, que foi Bernardo Ramos, decifrou as suas reveladoras inscrições, como de origem fenícia; senão, ainda, o pouco que se sabe da “Lagoa encantada”, na Serra de Caparaó, cujo pico mais alto, o Pontão da Bandeira, possui 2884 metros. E onde,

4 Foi, ainda, em SÃO LOURENÇO (estância hidromineral sul-mineira), onde a Obra em que a S. T. B. se acha empenhada, fez a sua espiritual eclosão. E em uma Montanha Sagrada, que é sempre a origem histórica dos movimentos cíclicos da evolução espiritual da Humanidade. Haja vista: Monte Meru, Gólgota, Sinai, Moria, Líbano etc. etc.

O termo LOURENÇO – que tanta influência possui em nossa vida – por sua vez, provém do laurus latino, ou loiro, donde, também procedem outros tantos, como lauréis etc. E como se sabe, coberto de loiros, de lauréis, aureolado, etc. eram os heróis da antiguidade, e ainda hoje, os que mais se distinguem na vida por seus feitos heroicos, inclusive, como “gênios das artes, das ciências etc. etc.” – Nota do autor.

Lugares Jinas do Brasil: Roncador (MT) - Pedra da Gávea (RJ) - Vila Velha (Pr)

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segundo as lendas, “voga um cisne dourado, e em cuja margem, arrancados os capins, em vez de raízes, ostentam pepitas e filões de ouro”, dizemos, todos eles “lugares Jinas”, porque aí viveram outras gentes: “De Gentes del otro mundo”, como diria Roso de Luna. E tão sábias, que se tornaram dignas de tão precioso “título”.

Vasta, por sua vez, a etimologia do termo “cisne”, que em nada difere de quanto vimos apontando até agora, pois, o mais próximo que é o inglês Sween, provém do Kohan ou Chohan tibetano, que é dado aos “Sete Raios manifestativos da própria Divindade”, na razão dos Arcanjos da Igreja, e que deram nome aos sete dias da semana, que outros não são, senão, os mesmos astros que giram em torno do Sol, formando um sistema planetário: Miguel ou Mikael para domingo; Gabriel, segunda-feira; Samael, terça; Rafael, quarta; Saquiel, quinta; Anael, sexta e Cassiel, sábado, embora que seus nomes esotéricos sejam bem outros...

Kala-Hamsa, nas escrituras orientais, é o Cisne ou “Ave de Sabedoria”, a “chocar seus sete ovos de ouro”, na razão do mesmo sistema planetário, ou um Sol central e sete astros em seu redor.

Não tem algo de simbólico com o que vimos de enunciar, o conto e filme: Branca de Neve e os Sete Gnomos?

Do mesmo modo que o tem, segundo as teorias teosóficas, com uma Ronda completa, cuja é formada de 7 Raças-Mães, cada uma delas com sete sub-raças, ramos e famílias...

E como cada uma dessas raças represente um dos estados de consciências, que a Mônada tem de alcançar, através sua longa peregrinação pela Terra, quando alguém se distancia dos demais, pratica o que está contido naquele outro conto intitulado A Bota de sete léguas, pois, evoluindo mais depressa do que os outros, a estes poderá servir de guia na mesma caminhada ou peregrinação...

O LOHENGRIN wagneriano (extraído das lendas escandinavas) não é mais do que “o Chohan-Jina ou Jin”, ou o “genial cisne – como um Ser Superior, provindo de desconhecido e maravilhoso País, como prova, logo o obrigam a revelar seu verdadeiro nome e procedência (“meu reino não é deste mundo”, dizia Jesus...), tem que deixar o mundo dos mortais.

Não se deve esquecer de que, Lohengrin vem encontrar-se com Elsa (Eva ou a mulher humana),

vagando em uma gôndola, formato de concha, termo procedente do “chacra”, sânscrito, que quer dizer: roda, flor, loto etc., sendo que, como centro de força no homem, refere-se ao Muladhara ou raiz, situado no cóccix, bem semelhante ao de “coche”, carro, gôndola etc. como a de Lohengrin “puxada por um cisne branco” etc.

Da mesma lenda, a “taça eucarística ou do eucrístico”, esse mesmo “Eu” ou Consciência Imortal, que reside em todas as criaturas, como o afirmou o grande Iluminado, que foi Paulo, em Efesus, III, 16/17: “Todo ser bom pode falar ao Cristo em seu EU interno”, a que nós acrescentamos, seja budista, mulçumano, judeu, cristão etc., pois, quem faz o Homem não é a religião, mas o caráter.

Tal lenda assemelha-se ainda à do “Rei Artus e os Doze Cavaleiros da Távola Redonda” (os doze signos zodiacais, donde logo foram copiadas: Jesus e seus doze apóstolos; Carlos Magno e os doze pares de França etc., etc. ...). O termo Artus lido anagramaticamente, oferece-nos o tradicional Sutra sânscrito, como “o fio de ouro ou colar das 777 pérolas”, em relação

com as vidas ou encarnações da Mônada. Sendo que tal “fio de oiro”, o que liga a alma humana à Alma Divina, na mesma razão crística da taça desse nome, senão, ao próprio termo Mahatma, como um Ser que já alcançou semelhante união com o divino...

E a prova de que os termos Buda e Cristo não implicam personalidades distintas, mas, categorias iguais às enunciadas, a que todo Homem pode chegar, como o afirmou o apóstolo de Patmos. Donde, Gautama, o Buda; Jesus, o Cristo.

De fato, o termo Cristo provém do Krestus grego, que quer dizer: Ungido, Iluminado, Sábio etc. E Buda, tanto do Bodi sânscrito, com os significados “Iluminação, Conhecimento Perfeito, Sabedoria etc. (donde se dizer que “o Buda alcançou a Sabedoria debaixo da Árvore de Bodi), como do Bod tibetano, com os mesmos significados. E a prova de que, ao Tibete dá-se o nome Bod-Yul ou “País do Conhecimento”, da Sabedoria Perfeita etc.

Nesse caso, ignorantíssimo o cristão que ridicularizar um budista e vice-versa, porquanto, a origem de seus credos é a mesma.

E a prova a temos no que diz Frei Domingos Vieira, no seu Dicionário da língua portuguesa, quando trata

O LOHENGRIN vagneriano (extraído das lendas

escandinavas), não é mais do que “o Chohan-Jina

ou Jin”, ou o “genial cisne – como um Ser Superior,

provindo de desconhecido e maravilhoso País, como prova, logo o obrigam a

revelar seu verdadeiro nome e procedência (“meu reino não é deste mundo”, dizia Jesus...), tem que deixar o

mundo dos mortais.

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do termo Budismo: “No Cristianismo existem vários traços do Budismo na sua formação”... E o Budismo é anterior ao Cristianismo, mais ou menos, 645 anos5.

Quanto ao de “Teósofo” (procedente de Teosofia ou Theos-Sophia), nunca o significado que lhe dá a maioria, inclusive, as enciclopédias conhecidas, de “Sabedoria de Deus, divina etc.”, mas, “Sabedoria dos deuses”, dos super-homens, Mahatmas, Gênios ou Jinas.

Tudo na vida é Iniciação! O mesmo Voltaire caracterizou, em poucas palavras, os benefícios dos Mistérios, ao dizer que, “entre o caos das superstições populares, existia uma instituição que evitou sempre a queda do homem em absoluta animalidade: a dos Mistérios.

Do mesmo modo, H. P. Blavatsky: “O Teósofo não crê em milagres divinos nem diabólicos, nem em bruxos, augúrios etc., mas tão somente, em Adeptos (Mahatmas etc.) capazes de REALIZAR FATOS DE CARÁTER FENOMÊNICO, a quem julgar – por palavras e atos – dignos dos mesmos. O estudante de Ocultismo (Teosofia, melhor dito) não deve professar determinada religião, embora tenha que respeitar toda opinião e crença para chegar a ser um “Adepto da Boa Lei”. Excetuando, dizemos nós, os casos em que em jogo esteja a evolução ou progresso espiritual da Humanidade, pois são os mesmos Adeptos por Ela referidos, os primeiros a apontar semelhantes erros. Sine qua, non...

O Teósofo, continua a mesma H. P. Blavatsky, não deve sujeitar-se aos prejuízos e opiniões de ninguém, pois tem que formar as suas próprias convicções, de acordo com as regras da evidência, que lhe proporciona a ciência a que se dedica, sem atender a encômios de fanáticos sonhadores, nem a dogmatismos religiosos... Jesus pregou uma doutrina secreta, e “secreta” naquele tempo (como hoje, dizemos nós), significava: “mistérios de Iniciação, que foram repudiados e alterados pela Igreja.”

O mesmo Jesus – que a Igreja ignora onde esteve todo período dos 13 aos 30 anos, pois a própria Bíblia não o revela, sujeitou-se a várias iniciações, inclusive, entre os “nazarenos” ou “essênios”, cujo Colégio ficava próximo

ao Monte Moria.Daí, o termo nazareno não se

referir absolutamente à sua terra natal, mas à seita dos “nazar” (semelhante a “nagar, naga etc.” de que já falamos em outros lugares), ou que traziam os cabelos à altura dos ombros, como até hoje se denomina o referido penteado, mesmo entre senhoras.

O temo nazar lido anagramaticamente, dá-nos o razan de velhas línguas orientais, com o significado de “cortar”, aparar etc. Sendo que, o razor inglês, para navalha etc. procede do mesmo étimo.

Seu próprio nome, Jesus – já o temos dito inúmeras vezes – não concorda absolutamente com o verdadeiro, para não dizer desde logo, é falso, porque em arameu (no tibetano, no sânscrito etc.) não existe tal nome, e sim, Jeoshua Ben Pandira, que quer dizer: “o Filho do Homem”.

O que admira, entretanto, que os tais espíritos superiores, que se apresentam nas sessões de espiritismo, não estejam a par de tais conhecimentos,

e continuem a chamá-lo assim, além de esquecidos de que foi Ele mesmo quem ensinou “não evocarás as almas dos mortos”; do mesmo modo que Moisés, castigando severamente (como Manu ou dirigente de povo que era) os que ousassem fazê-lo.

Para se praticar o Bem, não há necessidade de evocar os nossos “Jinas” queridos. Para isso, fazemos inscrever sobre as suas campas: Recquiescat in pace.

O mesmo Kardec afirma que, “em cem comunicações, noventa e nove por cento são falsas”. E que, “toda falange de espíritos possui seu Guia”. Nesse caso, para que se sujeitar a enganadoras comunicações; muito pior, (mesmo que verdadeiras fossem), atraindo para o mundo das ilusões, aqueles que possuem no outro, Guias ou Instrutores? To be or not to be.

Os ensinamentos da Doutrina Arcaica (no grego Teosofia; no sânscrito, Gupta-Vidya, Brahma-Vidya, Sanatana-Dharma etc.) possuem origem divina, que se perde na noite dos tempos. “Origem divina” não quer dizer, entretanto, uma revelação partida de um Deus antropomorfo, sobre uma montanha, cercado de raios e trovões, mas, segundo o compreendemos,

5 Muito pior, quando os clubes carnavalescos apresentam em seus carros alegóricos a imagem do Buda (valendo pela do Cristo); quando se lhe toma ainda como marca de uma farinha, bem conhecida em nossa praça etc. E famosa cervejaria, quando se serve do de Brahma, embora se trate do mesmo Deus dos Cristãos, que não poderia, de modo algum, diferir dos das demais religiões. Ignorância, portanto, ou falta de “iniciação”...– Nota do autor.

O Teósofo, continua a mesma H. P. Blavatsky, não deve sujeitar-se aos prejuízos e opiniões de ninguém, pois tem que formar

as suas próprias convicções, de acordo com as regras da

evidência, que lhe proporciona a ciência a que se dedica, sem

atender a encômios de fanáticos sonhadores, nem a dogmatismos

religiosos...

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uma linguagem e sistema de Ciência comunicados à Humanidade primitiva, por outra Humanidade tão avançada, que parecia divina aos olhos da (humanidade) imatura.

A Teosofia é a lei fundamental da ciência oculta, de que a positiva ou oficial nada mais é do que uma tênue projeção e à qual já Blavatsky denominou de “unidade radical e última essência de tudo quanto se manifesta na Natureza, desde o átomo ao astro; do ínfimo infusório ao anjo ou deus mais elevado, tanto no mundo físico que conhecemos, como no psíquico, ou mesmo, espiritual, que não concebemos”, pois, como disse Platão na sua República, “somos durante a nossa escravidão desta vida ilusória, eternos prisioneiros que de costas para a Luz, tomamos como realidades as sombras que se projetam nas paredes de nosso cárcere”, o que tanto vale pelo “pote de argila” bíblico, senão, o mesmo “cárcere carnal”, como verdadeiro sentido do termo “cáucaso” onde se acha encadeado o Prometeu mítico, que é essa mesma Humanidade a que pertencemos, acorrentada nos grilhões de sua ignorância, pois que, um abutre devora as suas entranhas, na razão de não haver, até hoje, encontrado internamente (ou em seu Seio) a Centelha crística, búdica, o que quiserem, desde que, Iluminação da qual todo homem carece para alcançar o pináculo da glória, onde tremeluz o mágico triângulo da Iniciação.

Mais uma vez afirmamos: “A Teosofia começa onde a ciência termina”. E a prova que a Química de hoje, não é mais do que a Alquimia de outrora; a Astronomia, em lugar da Astrologia; a Medicina, substituindo a Teurgia. E assim por diante.

Por isso mesmo, SABEDORIA INICIÁTICA DAS IDADES, conservada na língua dos Mistérios ou das raças pré-históricas, por Seres Superiores (Mahatmas, Gênios ou Jinas) como excelsos Frutos de evoluções passadas, com o nome de Shuda-Dharma-Mandalan ou primitiva “Religião-Sabedoria”, da qual foram Portadores – de acordo com a evolução das respectivas épocas de seus aparecimentos na Terra – todos os Grandes Iluminados, como fossem: Ram ou Rama (na razão de “ramo racial”, manu etc.), Moisés, Buda, Platão, Pitágoras, Apolônio de Tíana, Confúcio, Lao-Tsé, Jeoshua etc. etc.

Theos, em grego, equivale a Movimento, Ação, Força espiritual; do mesmo modo que, Theoin foram chamados os astros, por seu eterno movimento.

Perde-se na noite dos tempos, a existência da Teosofia, razão de ser chamada: Doutrina Arcaica, Sabedoria Iniciática das Idades. Conheciam-na todos os grandes povos da antiguidade, assim na Ásia como na África, na Europa, América e Oceania, segundo o demonstram a unidade e universidade de seus símbolos gravados em caracteres indeléveis nos seus respectivos templos. E quem houver penetrado nas profundezas desta ciência, lerá sempre as mesmas verdades nos muros de Palenque, como nos de Luxor; nos pagodes lavrados na entranha da rocha na Índia, como nos restos ciclópicos de toda região mediterrânea e nos colossos que na ilha de Páscoa, nos revelam a existência de continentes submersos, como fossem os da Lemúria e da Atlântida.

Os brâmanes da Índia, do mesmo modo que os iogues do mesmo país, os hierofantes do Egito, os profetas de Israel, os Essênios cabalistas, os próprios cristãos da primeira hora (ou Gnósticos, de Gnose, conhecimento, Iluminação etc.); do mesmo modo que, todos os filósofos pensadores, possuíram sua Doutrina Esotérica, o que tanto vale pela excelsa TEOSOFIA, de que vimos nos ocupando até agora.

Para terminar: BRANCA DE NEVE, na sua alvura imaculada, tanto vale pela Branca ou Proveitosa Magia, que é a Sabedoria dos Deuses ou Super-Homens. Do mesmo modo que, a má rainha, ou de necromânticos desejos, sentimentos etc., a Magia Negra ou da Humana Ignorância das coisas superiores ou divinas. Razão por que consulta o “espelho mágico”, que nada possui de demoníaco, no sentido que lhe quis dar Walt Disney, autor do precioso filme. Trata-se, sim, da consulta que faz a feiticeira ou má rainha (pois que a Boa vale pela Raja-Yoga ou Yoga real, ou seja, a da união com o Eu Superior etc.) à sua própria consciência, algo assim, como a alma inferior ou animal, que ouve a Voz da Razão, e cuja lhe responde sempre contrariamente aos seus inferiores desejos. É ainda a voz do remorso, que a todos os homens, sem exceção alguma aponta os erros cometidos por

Por isso mesmo, SABEDORIA INICIÁTICA DAS IDADES, conservada na língua dos Mistérios ou das raças pré-históricas, por Seres Superiores (Mahatmas, Gênios ou Jinas) como excelsos Frutos de evoluções passadas, com o nome de Shuda-Dharma-Mandalan ou

primitiva “Religião-Sabedoria”, da qual foram Portadores – de acordo com a evolução das respectivas épocas de seus aparecimentos na Terra – todos os Grandes Iluminados, como fossem: Ram ou Rama (na razão de “ramo racial”, manu etc.), Moisés, Buda, Platão,

Pitágoras, Apolônio de Tíana, Confúcio, Lao-Tsé, Jeoshua etc. etc.

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Dhâranâ On-line junho a setembro - 2014 11

serem contrários à sua própria evolução, inclusive, essas ideologias absurdas, que se manifestam em diversas partes do mundo, todas elas incapazes de realizar o magno problema da Felicidade Humana, ou seja: o da Fraternidade universal da Humanidade, sem distinção de raça, crença, casta ou cor.

Nesse caso, simples ideia de Domínio, como o primeiro dos quatro cavaleiros apocalípticos: Domínio, Guerra, Fome e Peste.

O “escudeiro que se condói da sorte da jovem, em vez de matá-la, deixando-a abandonada na floresta” (como aquele outro do conto Genoveva de Brabant, tendo o mesmo proceder desde que todos os contos repetem sempre a mesma luta entre o Bem e o Mal, que se trava no “campo de Kurushetra”, que é o da vida, como o denomina o Bhagavad-Gîta), dizemos, a parte espiritual que falta na rainha e se manifesta através de outro ser mais compassivo...

“Floresta negra”, como a do Jungfrau das lendas escandinavas, senão, a do Inferno de Dante, onde vai ter o incauto que, ao invés de preferir o caminho da Direita ou da Magia Branca, do Bem etc., escolhe o da esquerda (“lei do menor esforço”, portanto) ou Magia Negra, do Mal etc. Por isso mesmo, indo ter ao infernal ou inferior

6 O número SETE é profundamente venerado pelos que conhecem o mistério de tudo quanto se manifesta no universo, inclusive, entre os brâmanes, em cujas escrituras se encontra:

Sapta-Rishis, os sete sábios da Índia (sete gênios como os de Branca de Neve) + Sapta-Pura, as sete cidades celestes; Sapta-Dvipa, as sete ilhas santas (continentes que o Globo terrestre deve possuir desde o começo até o fim de sua evolução; do mesmo modo que, globos das cadeias planetárias, já que uma coisa influi na outra, na razão hermética, de que “o que está em cima é igual ao que está embaixo”); Sapta-Saamudra, os seis mares; Sapta-nadi (os sete rios sagrados, e também, os sete centros de força ou chacras, no homem); Sapta-par-atta, as sete montanhas santas; Sapta-arania, os sete desertos sagrados; Sapta-Vruksha, as sete árvores celestes; Sapta-cula, as sete castas; Sapta-loka, os sete mundos superiores e inferiores etc.

Segundo os brâmanes, o número “sete” encerra, em seu sentido místico, uma representação alegórica do Deus imanifesto, da Tríade inicial e da Tríade manifesta: Zyaus, o deus irrevelado – germe imortal de tudo quanto existe; Tríade inicial, Nara-Nari-Viraj, porque Zvaus tendo dividido seu corpo em duas metades (o Pai-Mãe das escrituras, mas, em verdade, as partes solar e lunar no homem, que tanto vale, por polaridades positiva e negativa, que influem no pouco conhecido ainda, fenômeno endócrino, como também, no do sistema neurovegetativo, ou dos desequilíbrios, em alguns, entre o Vago ou lunar, e o Simpático ou solar etc. ...), macho e fêmea, Nara e Nari, produziu o Viraj, o Verbo Criador. Tríade manifesta, Brahmâ, Shiva e Vishnu, que tanto vale pela cristã, Pai, Filho e Espírito Santo, ou as Normas ou Parcas Mitológicas, com os nomes: Cloto, Laquesis e Atropos, como as três conhecidas forças: centrífuga, centrípeta e equilibrante.

A Tríade inicial, puramente criadora, transforma-se em manifesta, uma vez o Universo saído do Caos, para criar perpetuamente, conservar eternamente e consumar sem cessar.

Devemos lembrar, como um sinal indelével de origem, como os judeus deram, igualmente, um sentido misterioso ao número “sete”. Segundo a Bíblia: o mundo foi criado em SETE dias, as terras devem repousar todos os sete anos; o dia do jubileu sabático, volta todas as sete vezes, sete anos; o grande lustro de ouro do templo, possui sete braços, cujas sete chamas representam os sete planetas; sete sacerdotes fazem ressoar sete trombetas, durante sete dias, em volta de Jericó e as muralhas dessa cidade se desmoronam no sétimo dia, depois que o exército israelita deu sete voltas em torno da mesma.

Encontra-se no Apocalipse:As sete igrejas (sete religiões, melhor dito); os sete candelabros; as sete estrelas; as sete lâmpadas; os sete selos (ou sinetes etc.);

os sete anjos; os sete vasos; as sete chagas.Do mesmo modo, o profeta Isaías, querendo dar uma ideia do brilho da auréola, que cerca Jeová, diz: “Que ela é sete vezes maior

do que a Luz do Sol e semelhante à Luz dos sete dias reunidos (melhor dito, valor igual aos sete astros, que giram em torno do sol).Vem ainda, o chamado mal de umbigo ou de “sete dias”; o de certas doenças, com o fito, por exemplo, na razão de 7, 14, 21 etc.

A transformação das células orgânicas, que se dá de sete em sete anos, como prova a exigência da vacina em tais períodos. – E assim por diante. – Nota do autor

Portal, onde está gravada a trágica ameaça: LASCIATE OGNI SPERANZA, O VOI QUI ENTRATE...

E assim, os verdadeiros guardiães da floresta, os espíritos da natureza, os Gênios ou Jinas, em número de SETE, não só, na razão dos sete astros que giram em torno do Sol, como já o dissemos em outros lugares, mas também, como “os sete dons da Inteligência” 6, que são os mesmos do Espírito Santo, de que fala, de outro modo, a Igreja.

Esses mesmos “dons” ou privilégios fornecidos pelas Boas Fadas, que envolvem todos os contos infantis. Preciosos “dons”, como são aqueles dos “oito poderes do iogui”, mantidos no coração, mas desperdiçados, acontece aos imprevidentes de toda classe, a começar pelos que o fazem em detrimento do próximo, por isso que, declarados MAGOS NEGROS, muitas vezes com a capa hipócrita da “santidade”.

“Guarda os teus sidhis (poderes psíquicos) para a próxima encarnação”, já dizia, Gautama, o Buda, pois, o fato de os conservar, maior e melhor número de skhandas (tendências) teremos como lastro em nossa própria defesa, e de quantos de nós se acercarem em busca de remédio seguro aos seus males: a Luz ou Iluminação, que transcende de todos os Seres que jamais se afastam da LEI.

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Redenção, portanto, por esforço próprio, como o ensina o mesmo Jeoshua com estas mui conhecidas palavras, embora que mal interpretadas: “Faze por ti que Eu te ajudarei”. Sim, porque sendo Ele manifestação crística, ensina aos homens, que podem ser iguais ou Um com Ele. De outro modo, no Portal de Delfos: GNOSCE KEAUTON (Nosce te ipsum) ou “conhece a ti mesmo”, o que tanto vale pela oriental sentença: “Busca dentro de ti mesmo o que procuras fora”. O que bem denota não ser pagando a outros, que poderemos alcançar semelhante Superação, ou Redenção, se o quiserem.

E como Walt Disney tenha se servido de dois contos para o seu filme, ou seja Branca de neve e os sete gnomos e A Bela Adormecida no Bosque, de cujo truque bem poucos se aperceberam, não se deve esquecer de que, no segundo, a princesa encantada ou “adormecida” (A Humanidade envolvida pelos grosseiros véus da Matéria ou de Maya, como ilusão dos sentidos), só desperta quando misterioso príncipe, provindo de longínquo país, como o Lohengrin wagneriano, beija-lhe os lábios, onde se encontrava a maçã envenenada – ou o “fruto da árvore do Mal” (representado pela rainha feiticeira etc.), pois que o beijo daquele representa o próprio Hálito divino (“nas narinas de Adam”, como dizem as santas escrituras) capaz de fazer ressuscitar o Espírito adormecido no Seio da Matéria...

Simbolismo, igual ainda, ao de Prometeu à espera do Epimeteu libertador, na Tragédia de Ésquilo, pois que, “a natureza não dando saltos”, a Humanidade só poderá ser redimida aos poucos, na razão dos que estando à frente dos demais, ipsofacto, Guias ou Condutores se tornem dos que se acham mais atrasados na excelsa Vereda da Iniciação.

Verdadeira Lâmpada maravilhosa, de que era portador Aladim, pois que, este termo decompondo-se em Allah (Deus) e Djim (ou Jim, Gênio etc.), comprova que, deixam de ser fantasias para se tornarem REALIDADES, todas as nossas esperanças no sentido de espiritual progresso; desde que a própria Divindade, que é a “Luz da Lanterna” que dirige os nossos passos, nos encaminhará ao Porto Seguro de nossa própria Redenção.

Contrariamente, como o “cavalheiro da triste figura”, teremos que lutar contra “fantásticos moinhos de vento e pacíficos rebanhos de ovelhas”, que são todos

os obstáculos que se apresentam em nossa vida diária, mas... que tomamos como realidades embora capazes de nos arrancar lágrimas de dor e de desespero... “Castelo de cartas”, castelos no ar, senão, os mesmos que se formam com a fumaça de nossos cigarros!

“Cavalheiro da triste figura” ou D. Quixote, sim, o nosso eu inferior, que não quer aceitar os sábios conselhos de nosso “escudeiro-mor” (ou Sancho Pança, por ter um grande ventre, ou repleto de experiências como

a Voz da Consciência ou da Razão). Por isso mesmo, obrigando-O a ser manteado conosco, como o foi o da preciosa novela de Cervantes, por alguns camponeses, que se achavam na hospedaria onde os mesmos (peregrinos ou Oedipos, palavra grega que quer dizer: pés inchados, isto é, de tanto caminhar, sofrer etc. etc.) procuravam repousar da longa jornada... para um fim desconhecido, melhor dito, em busca da “Dulcineia de Toboso”, que no final de contas (nova “ilusão”) não era mais do que uma simples camponesa...

E quando se sobrepõe ao nome de D. Quixote, o de La Mancha, na razão dessa mesma mancha ou mácula (a da ignorância do Superior), que concorre para a grande infelicidade humana, pois que, as mesmas escrituras orientais afirmam “toda desgraça humana provém de Avidya (ou não conhecimento, contrariamente à Vidya)”.

E é assim que um simples conto infantil trazido para o écran (estropiado até no título, mas que, em boa hora fez rir à nossa petizada) serviu para iniciar os leitores de Dhâranâ, do mesmo modo que, futuramente, se vida tivermos, outros estudos mais profundos iremos dando, de acordo com o progresso de todos aqueles que nos quiserem honrar com a sua leitura, pouco importa a idade...

REFERÊNCIA:Dhâranâ - Ano XII - de outubro a dezembro de 1939 - nº 102

Imagem pág.6 - https://www.google.com.br/search?q=wallpaper+free+branca+de+neve+e+os+sete+an%C3%B5es&hl=pt-BR&rlz=1T4MXGB_pt-BRBR585BR585&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=Bf-EU6XBCtGKqAbu-4CYCA&ved=0CCsQsAQ&biw=1360&bih=566#facrc=_&imgrc=UPd2pcVpAQrjMM%253A%3B7n02dpsJPFV-VM%3Bhttp%253A%252F%252Fpt.best-wallpaper.net%252Fwallpaper%252F1680x1050%252F1105%252FSnow-White-and-the-Seven-Dwarfs_1680x1050.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Fpt.best-wallpaper.net%252FSnow-White-and-the-Seven-Dwarfs_wallpapers.html%3B1680%3B1050

Imagem pág. 8, 9, 10,12 - Wikipédia

... a princesa encanta-da ou “adormecida” (A Humanidade envolvida pelos grosseiros véus da Matéria ou de Maya, como ilusão dos senti-dos), só desperta quando misterioso príncipe, pro-

vindo de longínquo país, como o Lohengrin vag-neriano, beija-lhe os lábios, onde se encontrava a maçã envenenada – ou o “fruto da árvore do Mal” (representado pela rainha feiticeira etc.), pois que o beijo daquele representa o próprio Hálito divino (“nas narinas de Adam”, como di-zem as santas escrituras) capaz de fazer ressus-citar o Espírito adormecido no Seio da Matéria...

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Dhâranâ On-line junho a setembro - 2014 13

O que é o início, o meio e o fim e ao mesmo tempo o infinito? Espaço-tempo. O que era antes de ser, que será? Preexiste e permeia todas as coisas, está além de todas as coisas. Passado, presente, futuro, eterno. Incognoscível? Indefinível? Inominável, sem rosto?

Louvado história afora, no mundo atual. Desconhecido para muitos, temido por muitos, distante, muito próximo, invisí-vel? Está no átomo, nos quanta, nas células, moléculas, no ar. Nas árvores, nos pássaros, na mente e coração humanos.

Dizem que as crianças e os sábios lhes são mais próximos. Há, para lhe agradar - ou para acompanhar o seu cosmunismo con-creto -, que ser intemerato, manso, terno, rigoroso, bom e justo. Ajusta-se bem aos que se lhes propõem certa disciplina espiritual, para que não se afastem dos caminhos que levam a sua santa morada. A natureza da Natureza é a sua natureza. Crea (presente do verbo crear) geometrizando, gosta de matemática e música clássica. Não tem cor. Barbudo ou imberbe, macho, fêmea, suas cores preferidas são três: amarela, azul e vermelha.

Nem toda felicidade abrirá um sorriso em sua face, pois que não ama os excessos, está mais para o equilíbrio. Excesso de luxo, por exemplo. De vaidade. De erudição? Ex-cesso de prazeres físicos? Que pensaria dos poderosos, abomináveis? Dos ricos, explo-radores? De que seria feito seu reino, de ple-na justiça? Como alcançá-lo, em que alfar-rábios o encontramos, em que localidades? Há templos, mesquitas, sinagogas, igrejas, mas não vemos seus olhos por lá. Existem as sagradas escrituras, mas não a compreen-demos bem, melhor é deixar pra lá. Para que procurar por algo inexistente, sem forma, abstrato, apenas por que falam que existe e é forte, poderoso, maior que tudo e todos e concomitantemente é o nada? Um fato da inexistência, essência da existência?

DO TUDO E DO TODOLuis César de Souza

Seria apenas uma invenção das neces-sidades humanas? Quando cansado pega um disco-voador na estação das Plêiades, centro de uma de suas galáxias. De volta ao passado, dá uma volta, passa despercebido, toma um chá, dois dedos de prosa com au-xiliares feitos de fogo, dá uma olhada, mexe o dedo mínimo de Mercúrio, pronuncia a palavra mágica ou mantra ARSGALAKSHA – invocando a junção de Júpiter e Saturno, os poderes perenal e temporal - e retorna pela estação subterrânea na Serra do Ron-cador. Fica em seu lugar o que os tibetanos chamam de tulku, uma espécie de sócio, ou sósia. Este por sua vez possui 14 auxiliares arcangélicos encobertos mundo afora, sete nos mundos interiores e sete na face da Ter-ra, sem falar numa gama extensa de seres superiores que incessantemente trabalham por sua obra e a de seu irmão, incluindo-se o círculo de resistência. O que fica ingere fru-tas e mel e não gosta de andar nas ruas. Al-quimistas e guerreiros xavantes ajudam nas tarefas e o protegem dos olores terrenais.

De tão claro é obscuro. Em todos os lugares e em nenhum. Que diabolus é isso? Em cima da mesa e na profundeza dos abis-mos, no riso da monalisa, sua oculta beleza e mistério. O próprio bem e o próprio mal, que só existe porque assim o permite, o necessá-rio e o dos ignaros - com direito a livre-arbí-trio: a ganância, a violência, a ardilosidade, o engano, a mentira disfarçada de verdade. A verdade absoluta e as verdades relativas, o macro e o microcosmo, o yin e o yang; nega-tivo, positivo, neutro.

Que insondável, indecifrável, solar e luminoso como o dia, escuro e profundo como a noite. A fonte da criatividade, da paz e da alegria dentro de nós, a canção que fal-tava em nossa alma, o amor, a compaixão, a vida real sem recesso. Muito simples, muito complexo, o uni-verso.

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Dhâranâ On-line junho a setembro - 2014 14

À medida que meditava sobre como proferir essa palestra, ocorreu-me que ela poderia ser desenvolvida em três tempos, como, aliás, é tudo que compõe nossa existência: nascer, viver, morrer; aprender, depreender, ensinar; aceitar, negar, redimir; chegar, desfrutar, partir; o túnel, a luz no túnel, a iluminação; a vida humana, a Eubiose, a Obra; que se resumem em: PASSADO, PRESENTE e FUTURO.

E assim pensando, cheguei à conclusão de que a minha idade (75 anos, 55 dos quais dentro da SBE) dá-me o direito de me colocar no terceiro tempo: o redimir, o ensinar, a vida interna, a iluminação, o futuro, o partir, o morrer.

E assim meditando, vi-me componente de uma raça, de um povo, de uma família racial, pois somos conduzidos pelo Manu. E em mim, gritou o miscigenado sangue tupi, pois “tupis” todos nós somos, conforme bem

o disse Mennotti del Picchia, referindo-se aos Tapuias e aos Tupis na formação da raça brasileira.

“Os tupis desceram para serem absorvidos. Para se diluírem no sangue da gente nova. Para viver sub-jetivamente e transformar numa prodigiosa força a bondade do brasileiro e o seu grande sentimento de humanidade. O nacionalismo sadio, de grande finalidade histórica, de predestinação humana, esse é forçosamente tupi. O nacionalismo tupi não é intelectual. É sentimental. É de ação prática, sem desvios da corrente histórica. Pode aceitar as for-mas de civilização, mas impõe a essência do senti-mentalismo, a fisionomia irradiadora da alma”.

“O tapuia isolou-se na selva, para viver; e foi morto pelos arcabuzes e pelas flechas inimigas. O tupi so-cializou-se sem temor da morte; e ficou eternizado no sangue da nossa raça. O TAPUIA É MORTO, O TUPI É VIVO”.

SÃO LOURENÇO CAPITAL ESPIRITUAL DO MUNDO

“Foi, ainda, em SÃO LOURENÇO e em uma Montanha Sagrada, que é sempre a origem histórica dos movimentos cíclicos da evolução espiritual da Humanidade...”

Henrique José de Souza

Paulo Cardoso Nunes

PREÂMBULO

Vista do Templo da Eubiose, Praça da Vitória e cidade de São Lourenço

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Dhâranâ On-line junho a setembro - 2014 15

Chegaram, então, aos meus ouvidos os magistrais versos de Gonçalves Dias, no Canto do Piaga, quando convoca o seu povo, para ouvi-lo:

Ó Guerreiros da Taba sagrada, Ó Guerreiros da Tribo Tupi, Falam Deuses nos cantos do Piaga, Ó Guerreiros, meus cantos ouvi.

Por que dormes, ó Piaga divino? Começou-me a Visão a falar,Por que dormes? O sacro instrumento De per si já começa a vibrar.

E no Juca Pirama ele se apresenta como humano:

Sou bravo, sou forte,Sou filho do Norte;Meu canto de morte,Guerreiros, ouvi.

Para logo, exaltá-los a permanecer e continuar a luta, na Canção do Tamoio:

“Não chores, meu filho; Não chores, que a vida É luta renhida: Viver é lutar. A vida é combate, Que os fracos abate, Que os fortes, os bravos Só pode exaltar!»

Ficou claro para mim que eu não conseguiria excluir a minha experiência, a minha vivência dessa nossa conversa. Afinal, eu entrei para a SBE em março de 1959 (Peregrino – em BH) – Série Interna em 24 de fevereiro de 1963, ou seja, 55 anos de ininterrupta presença.

Muitos de vocês têm o direito de perguntar por que eu estou aqui. Por que eu estou fazendo esta “Palestra de Abertura”. A resposta é simples: a escolha não foi minha. Não estou aqui pelo meu querer, nem por minha vontade. Estou aqui pela vontade do Grão-Mestre que me convidou para esse trabalho. E eu aprendi que o “convite” de um membro do Apta, seja lá para o que for, deve ser entendido como uma convocação. Estou, pois, cumprindo uma “Missão para a qual fui convocado”.

Se vou me sair bem, ou não, não me compete analisar. O que devo pensar é que farei o que me for

Gonçalves Dias

possível fazer. As minhas palavras serão utilizadas no máximo das minhas possibilidades, mas também da minha coragem.

Mas além, de tudo, do meu dever. Os Iocanans (e não pensem que estou me julgando ser um deles, mas as suas lições devem nos servir de exemplo), falam o que precisa ser dito, ainda que as suas cabeças sejam cortadas posteriormente.

“O temor é o suplício dos covardes. Para evitá-lo, lançam mão de todas as infâmias”. Eu não temo.

ESPERO, PORTANTO, TRANSMITIR AQUILO QUE O

GRÃO-MESTRE ESPERA DE MIM.

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Dhâranâ On-line junho a setembro - 2014 16

ATO DE CONTRIÇÃO

Faço, assim, um ato de contrição. Por mais que a minha mente insista e se apresse em começar logo o que tenho a dizer, a minha alma grita e se debate, querendo participar. Afinal ela é a grande intermediária entre a inteligência espiritual e a inteligência física. É ela que molda a ideia e a apresenta ao mundo.

Foi isto que aprendemos, quando nos foi dito que nas nossas atitudes a paixão deve ceder lugar à razão.

E, para que isto ocorra, a participação da nossa consciência emocional não pode ser prescindida. Mas ela deve estar sob a inspiração da consciência espiritual.

E mais uma vez os inspirados vates do passado, através do genial Camões, apresentam-se com o soneto Sete Anos de Pastor:

Sete anos de pastor Jacó serviaLabão, pai de Raquel, serrana bela.Mas não servia ao pai, servia a ela,que a ela só por prêmio pretendia.

Todos conhecem a história de Jacó que, tendo se apaixonado por Raquel, filha de Labão, aceitou a exigência deste de trabalhar de graça durante sete anos para tê-la como esposa. Ao final dos sete anos, Labão, em vez de conceder a Jacó a mão de Raquel, impôs-lhe a mão da filha mais velha: Lia. Para ter Raquel, Jacó deveria trabalhar mais sete anos. E ele assim, o fez, por amor a Raquel.

Trabalhou 14 anos para ter aquela com a qual daria origem a uma nova estirpe do povo hebreu, como Manu e tronco de um autêntico Ramo Racial.

E o soneto assim se conclui:

Começa de servir outros sete anosdizendo: “Mais servira se não forapara tão longo amor tão curta a vida!

E aqui eu me recordo das palavras do Iocanan “Cafarnaum”, em 30 de março de 1951. Na época o nosso Mestre estava muito mal de saúde. Ele apresentou-se em frente ao Templo de São Lourenço e, entre outras

Luís Vaz de Camões

palavras, visando a salvar a vida do nosso Mestre, ele proferiu: “MIL VIDAS EU TIVESSE, MIL VIDAS EU DARIA”.

Pois bem, atendendo ao grito da minha consciência

emocional, da minha alma, reportando-me a este novo século, pensei:

•Os meus primeiros sete anos, o meu compromis-so de servo da Lei, sem visar recompensas, corresponde aos anos 2001 a 2007, quando tive o privilégio e o direito de residir na Capital Espiritual do Mundo: São Lourenço.

•O segundo setenário que corresponde aos anos 2008 a 2014, tive que cumpri-lo ausente desta Cidade.

Foram duas fases bem distintas:•No primeiro setenário servi ao TEMPLO;•O segundo foi de trabalho nos Departamentos como Instrutor: ESCOLA.• Mas não se faz nada disto sem a vivência no Mundo: TEATRO.

As conclusões cabem somente aos nossos pensamentos mais íntimos, mesmo porque a nossa Iniciação não se circunscreve, não se restringe a uns poucos anos de uma vida. Estes são apenas ciclos nos quais adquirimos experiência;

conhecimentos que devem se transformar em Sabedoria.

Importa, no entanto, o fato de estarmos em 2014, quando o equilíbrio se manifesta.

Mais do que nunca o momento exige que a ESCOLA, o TEATRO e o TEMPLO; a TRANSFORMAÇÃO, a SUPERAÇÃO e a METÁSTASE estejam em harmonia, em perfeita integração.

A palavra integração obriga-me a abrir aqui um parêntese. No início deste ano o Mestre da Ordem do Ararat – V. Jefferson Henrique de Souza - expediu um Edital determinando que os trabalhos daquela valorosa Ordem, em 2014, teriam como tema a “COOPERAÇÃO”.

Recordei-me, então, de um curso que fiz há muitos anos, quando nos foi ensinado que numa empresa deve

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Dhâranâ On-line junho a setembro - 2014 17

haver “Competição e Cooperação”, ou seja, os funcionários devem competir entre si, mas com cooperação. Ficava claro que em primeiro lugar deveríamos pensar na Empresa, no seu crescimento e no seu sucesso. E, somente depois, pensar no nosso crescimento pessoal.

Ora, na Instituição SBE, não pode haver COMPETIÇÃO entre os seus membros. Mas pode e deve haver INTEGRAÇÃO, ou seja, COOPERAÇÃO COM INTEGRAÇÃO. Em primeiro lugar deve estar a INSTITUIÇÃO, a OBRA. Depois, aí sim, poderemos pensar nos nossos problemas de ordem pessoal.

O ano 2014 - se não nos reserva muitas surpresas - será um marco na história das nossas vidas.

Não é por acaso que iniciamos o ano civil e o ano astrológico com dois Odissonais no primeiro mês: 1º e 30 de janeiro. 1º e 30 de março.

1. COMO TUDO COMEÇOU

A VINDA DE BADEZIRHá mais ou menos 850 anos a.C. Chegava ao

Brasil o Imperador Fenício: Badezir, acompanhado dos seus filhos Gêmeos Yet-Baal e Yet-Bel, além de um significativo séquito. Iniciada a implantação do Sistema Geográfico de Teresópolis - RJ, o trabalho sucumbiu em face de violenta manifestação das forças do mal que culminou com o sacrifício dos Gêmeos na Baía de Guanabara.

O PASSADO

Interpretação da inscrição fenícia da Pedra da Gávea (RJ) por Silva Ramos

Pedra da Gávea (RJ): alguns autores acreditam que seja uma esfinge fenícia.

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Dhâranâ On-line junho a setembro - 2014 18

A LENDA DE TERESÓPOLISMuitos anos depois, após a terrível batalha entre os

Caacupês (lunares da baixada) e os Gurupiras (solares, ou da Montanha), nasce o Prometido, Futuro Chefe e Guia dos Gurupiras: MORA-MOROTIN.

Vinte e um anos depois, quando MORA-MOROTIN alcançou a maioridade, ele conduz o seu povo à «região da fartura, da paz e da felicidade».

Era o ano 1.000 da nossa Era. Iniciava-se a preparação do SISTEMA GEOGRÁFICO SUL--MINEIRO, com a inauguração da Embocadura de AIURUOCA, ou a “Caverna da Luz”.

INAUGURAÇÃO DAS DEMAIS EMBOCA-DURASAno 1200 – Conceição do Rio VerdeAno 1500 – São Thomé das Letras – Descobrimento do BrasilAno 1789 – Maria da Fé – Revolução FrancesaAno 1800 – Carmo de Minas – Avatara de Serra de SintraAno 1883 – Itanhandu – Nascimento dos Gêmeos EspirituaisAno 1940 – Pouso Alto – Julgamento de Lusbel

Enquanto essas inaugurações ocorriam, a Montanha Sagrada estava sendo preparada por KADIR, que na tradição do povo local apresentava-se como um sublime e misterioso Ser que ficou conhecido na região como Josué Mateus.

Frase de JHS que finaliza este item, referindo-se às Sete Cidades em torno de São Lourenço:

“O silêncio, a quietude mística que envolve a todas elas, serão como gotas de orvalho caídas no coração do homem justo, sábio e bom, cujo coração é de fato, a corola de uma Flor estra-nha, a palpitar noite e dia, atendendo aos auri-fulgentes impulsos da Luz Divina, emanada do único e verdadeiro Sol: P A R A B R A H M Ã!”

“Aponta-o – na sua gigantesca e apoteótica magnificência: O DEDO DE DEUS.”

JHS – Dhâranâ nº 102 – 1939 – Referindo-se à Fundação Espiritual“Foi, ainda, em SÃO LOURENÇO e em uma Montanha Sagrada, que é sempre a origem histórica dos movimentos cíclicos da evolução espiritual da Humanidade. Haja vista: Monte Meru, Gólgota, Sinai, Mória, Líbano etc., etc. O termo LOUREN-ÇO – que tanta influência possui em nossa vida – por sua vez, provém do laurus latino, ou loiro, donde, também procedem outros tantos, como lauréis etc. ...”

“Para onde, senão para o Ocidente, anunciado por sibilas e profetas como berço das últimas sub-raças, a luz dessa Sabedoria teria ido? Para que parte do mundo, senão para a América – onde desde Cabral e Colombo se vêm recolhendo as mônadas de todas as raças para delas sair a raça sintética – teriam partido os deuses protetores da humanidade? Para que região da América, senão para o Brasil – a lendária terra da Promissão e cujo nome representa o Agni sagrado dos Árias – teria sido transportado o Sanctum Sanctorum do grande povo?

Gólgota - em relação com o CristoTabor - onde se deu a “Transfiguração do

Cristo”Sinai - em relação com MoisésMeru - em relação com KrishnaMória - em relação com os EssêniosHimalaia - Tibete – Buda Vivo da Mongólia.Líbano - Polidorus Isurenos e Mama Shaib,

de onde saíram os Gêmeos Espirituais, mais os Sete Egos que deveriam preparar o Mundo para a Missão de JHS.

JHS - Henrique José de Souza (1883/1963)

Fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose

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MOREB - A Montanha que vê. Será a últi-ma Montanha do Ciclo Ariano, que recolhe em seu seio as glórias das sete que a antecederam.

“Todas as glórias das Montanhas falarão por MOREB. É o sinal da Consolidação. Depois, quando todo o ciclo ariano estiver completo, um Portal abrir-se-á através de um vulcão, no Mon-te Moreb. Formar-se-á em São Lourenço um dos mais famosos vulcões do mundo, cujas lavas acumuladas formarão a mais alta montanha do Globo Terráqueo.”

MENSAGEM DE MONTE LÍBANO, ENVIADA A JHS POR POLIDORUS ISURENOS, em 18 de setembro de 1935:

“Dizem as prodigiosas Sibilas que o verdadeiro sinal da Era redentora do mundo mostrar-se-á pela BOCA DAQUELE que, falando de LA-DACK... explicará seu real sentido aos que se fizeram dignos dele. Mas, em primeiro lugar é necessário que os mais sagrados montes da Terra, iluminados pelos Deuses, alcancem a dignidade de mansão das almas redimidas por seus próprios esforços, ainda aureolados pela supracitada palavra LADACK.”...”Assim é o prodigioso marco do Monte Santo mais excelso, situado ao Sul, cujo nome não é conhecido, senão do mesmo Senhor decifrador da Palavra Perdida. Tal Monte Santo, de igno-rado nome e lugar, é a régia morada de Hélios e Selene, protótipos do Androginismo Perfeito, ainda que trazendo sobre seus ombros o pesado Cruzeiro do Sexo... A entrada, o Portal de tão

suntuoso Templo não foi aberto até hoje, aguar-dando o momento justo em que os fogos internos se dignem romper suas colossais e rochosas capas externas, lançando ao espaço... o ígneo selo J.H.S., como a síntese de todas as Sínteses espirituais”.

2. PROFECIAS - CITAÇÕES

VISHNU PURANA“E assim, na Idade Negra, a decadência moral continuará a sua marcha, até que a raça huma-na se aproxime da sua extinção.Quando o fim de tal idade estiver próximo, descerá sobre a Terra uma parte daquele Ser divino, que existe em sua própria natureza espi-ritual, dotado das OITO FACULDADES.Ele restabelecerá a Justiça na Terra; e as mentes dos que viverem até o fim serão tão puras como o cristal. Os homens assim transformados, serão como SEMENTES DE UMA NOVA RAÇA, que seguirá, as leis da Idade de Ouro ou da Pureza, para transformar o mundo. Dois elevados Seres, Dois DEVA-PIS, volverão à Terra para felicida-de dos homens”...

DO REI DO MUNDO“Então, enviarei um povo agora desconhecido que, com mão firme, arrancará as más ervas da loucura e do vício, e conduzirá aqueles que ficarem fiéis ao Espírito dos homens na batalha contra o mal. Eles fundarão uma nova vida so-bre a Terra purificada pela morte das nações...”“Então, os povos da AGARTA sairão das suas cavernas subterrâneas e aparecerão na superfí-cie da terra...”.

Nenhuma dúvida resta sobre esse tempo, após todos os horrores pelos quais vem passando o nosso Planeta desde o ano 1914, com duas Guerras Mundiais e outras tantas regionais que causam a morte e a infelicidade de milhões de Seres.

HERMÉS – O TRIMEGISTOCumpriu-se no Monte Moreb - no dia 28 de setembro de 1921 - a primeira etapa da profe-cia de Hermés ao seu discípulo Asclépias que “a cidade para onde afluiria o novo povo seria construída no Ocidente”.

Montanha Moreb - MG www.pa

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io.com

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ROSO DE LUNA – Capital Espiritual do BrasilA Cidade de São Lourenço foi erguida por

LOURENÇO Duarte da Veiga, às margens do rio Verde, em 1835.

O Dr. Mário Roso de Luna a cognominou, há muitos anos, de Capital Espiritual do Brasil. Ao morrer, rogava aos deuses o fizessem renascer no Brasil.

3. O BUDA BRANCO DO OCIDENTE

Não é possível falar de São Lourenço como “Capital Espiritual do Mundo”, sem falar da História da nossa Obra.

Assim, temos:

15 DE SETEMBRO DE 1883Nasce em Salvador (BA) – Brasil, uma criança do

sexo masculino que recebeu o nome de HONORATO JOSÉ DE SOUZA e que, futuramente, se apresentaria ao Mundo como HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA.

22 DE SETEMBRO DE 1883Com sete dias de vida a criança contrai varíola. É

desenganada pelos médicos. É salva por um misterioso Ser (um Adepto), com ervas milagrosas.

•O fato repercutiu no Mosteiro de Narabanchi-Kuri - na Mongólia - onde mãos invisíveis cobriram uma imagem do Buda, com um manto de folhas verdes, enquanto o BUDA VIVO perdia a visão física (ficou cego).

Existe no Mosteiro de Chigat-Sé uma galeria de Budas. São em número de sete, e o último possui a tez branca, para indicar que o “futuro Buda sairá do Ocidente”. Seria, pois o 32º, e sabemos bem quem ele foi.

“...Possui tez alva, olhos azuis e cabelos loiros, enquanto os demais, são todos escuros como os nascidos no Oriente”.

ANO 1899

HENRIQUE com 15 anos de idade. Chegara o momento de iniciar o seu preparo para a Missão para a qual viera para a Face da Terra. Deveria ser instruído pelos Mestres do Oriente, aqueles que constituíam, na época, o GOVERNO OCULTO DO MUNDO, ao mesmo tempo em que estaria se preparando para ILUMINAR O MUNDO A PARTIR DO OCIDENTE.

Em 2 de julho daquele ano HENRIQUE empreende uma fuga espetacular para o oriente, passando por Lisboa, Estreito de Gibraltar, Mar Mediterrâneo, Cairo, Canal de Suez, Estreito de Ormuz, Oceano Índico, Goa, Ceilão, Colombo, Calcutá, Allahabad, Delhi, Simlah, Srinagar, Leth.

Em Srinagar tiraram do jovem HENRIQUE um modelo (máscara) com a qual cinzelaram uma estátua expressando o BUDA BRANCO DO OCIDENTE. Essa estátua atualmente acha-se numa Praça daquela Cidade.

Foi inaugurada de uma maneira muito estranha:

No dia da inauguração convidaram para oficiar esse ato o excelso RIMPOTCHÊ. Para isso mandaram dois homens do povo irem buscá-lo numa liteira, uma vez que naquela época não havia melhor veículo na região. De súbito, viu-se RIMPOTCHÊ andando a pé. O povo Henrique e seu irmão Antonio

http://phoinixnagual.blogspot.com.br/2009_12_20_archive.html

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abriu alas e ele passou entre a multidão, encaminhando para a estátua do Jovem Ocidental. Quando se aproximou da referida estátua, surpreendeu a todos os presentes sumindo por ela adentro. E nunca mais foi visto.

Assim foi inaugurada a estátua de MAITREIA.

CR de 19 de abril de 1957

“Rimpotchê no Oriente, era o verdadeiro Dalai--Lama, razão pela qual, Ele entrou pela estátua de Maitreia adentro, em Lhasa. Como quem diz – alegoricamente – vem para o Ocidente onde se encontra o verdadeiro Maitreia Buda”.

Em 1999 - 100 anos depois - o V. Hélio Jefferson de Souza, acompanhado de um grupo de Irmãos, foi até Srinagar. O Sol nascido no Ocidente foi até o Oriente iluminá-lo. E assim ele foi visto, reconhecido e exaltado pelos Adeptos e outros Seres de Hierarquia que, de perto e de longe, o honravam.

Tive o privilégio de receber uma ligação telefônica do V. Hélio, quando já se encontrava em Nova Delhi – retornando ao Brasil. Nas palavras aparentemente

A estátua do Buda Maitreya em Thikse é de dois andares de altura.

http://en.wikipedia.org/w

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simples que ele me dirigiu, pude depreender que os Deuses não falam claramente, mas sempre deixam uma mensagem. O que percebi das suas palavras em relação aos locais visitados (Índia), referindo-se às dificuldades encontradas foi:

“Desci ao Muladara, ao Chacra-Raiz do Mun-do, onde dorme a Serpente Kundalini, a fim de despertá-la, para que a Terra se ilumine para receber Maitreia. No meu retorno para o Oci-dente espero que os nossos Irmãos percebam essa necessidade, e façam o mesmo, de forma que cada um seja uma imensa chama no traba-lho de preparo para a vinda do Grande Senhor”.

O TRABALHO NO OCIDENTE

28 de setembro de 1921 – Fundação Espiritual(Manoel Tenreiro Correia) – Dhâranâ nº 102 - 1939

“E, assim, naquele ano de 1921, nas proximi-dades do insignificante e desconhecido burgo, sobre o “morro da Esperança”, em cujo cume contemplamos hoje o grandioso monumento da FRATERNIDADE UNIVERSAL, o arregimen-tador das mônadas da nossa raça, assumia o compromisso, tendo por testemunha a Terra inteira, de construir a Barca de Salvação que servisse de celeiro às “sementes” da raça a que hoje pertencemos. E, de quebrada em quebrada, até eles chegou a voz do Oriente, clamando: CHEN-RAZI! CHEN-RAZI!

Hélio Jefferson de Souza em Srinagar

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Em visita ao nosso Mestre, em 15 de setembro de 1933, Dalma Dorge - Secretário particular do Buda Vivo - relatou-lhe a última visão deste. Sua Santidade, além de recuperar a visão física que perdera há muitos anos (1883), descreveu com detalhes os nossos Mestres, subindo a Montanha Moreb, no dia 28 de setembro de 1921, proferindo, entre outras, a seguintes palavras:

“Meus dias estão chegados!... Eis meus suces-sores a quem passo o meu madeiro!... Aquele é o meu sucessor!... mas, no país do Ocidente! So-bre ambos paira o Cavaleiro das Idades, mon-tado em seu Cavalo Branco. Mais acima está a majestosa efígie daquele que virá como Chen-razi, o Espírito Misericordioso da Montanha, cujo nome é MAITREIA BUDA, ou o CRISTO UNIVERSAL”.

Dhâranâ nº 102: “E São Lourenço, pequeno e insignificante bur-go afogado em lamaçais até o ano 1921, come-çou desde então a sentir a benéfica influência dessas Duas Augustas Presenças”.

O Progresso experimentado a partir de 1921“Protegida pelos deuses, sede dos JINAS do BRASIL, na cidade de São Lourenço, não podiam deixar de se manifestar todos os pode-res consagrados, por Leis, de cuja existência nossos infelizes antepassados não tinham a menor ideia. Daí aquele progresso vertiginoso e quantos encantos excepcionais com que eles se espantavam e nós, seus descendentes, achamos naturalíssimos...”

ECCE ORIENTE LUX - ECCE OCIDENTE LUX

Ano 1924 - O 31º Buda Vivo deixa a Face da Terra e muda-se para a Pedra da Gávea.

Ano 1928 – 28 de abril – HENRIQUE recebe o Bastão de Comando da Obra na Face da Terra.

O DEUS-HOMEM (HJS) torna-se o HOMEM-DEUS (JHS).

“EIS A LUZ NO OCIDENTE”

5. EFEMÉRIDES DA OBRA – EM SÃO LOURENÇO

28 de setembro de 1930 – Inauguração da Confraria Jina

No interior da Montanha Moreb pelos excelsos Gêmeos Espirituais, quando Estes visitaram a cidade de São Lourenço pela segunda vez.

8 de fevereiro de 1933 – Inauguração Círculo de ResistênciaPANTEON JINA DO MONTE SANTO LOURENÇO PRABASHA DHARMA - MONTANHA MOREB – 4ª VISITA DOS GÊMEOS.Livro de Presenças do Hotel Miranda(28 de agosto de 1933) –

“Antes de deixarmos o Hotel Miranda, onde estávamos hospedados o seu proprietário nos pediu para deixarmos no Livro de Impressões, as nossas sobre São Lourenço, seu hotel etc., etc.”.“A primeira vez que pisamos neste solo aben-çoado, foi em 1921, quando atendendo à Voz da Consciência, buscamos este recanto maravi-lhoso de nossa Terra, e onde a Natureza sempre

SÃO LOURENÇO

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em festa, não cessa de cantar os seus régios valores...”.“Mais adiante, ao nos referirmos à segunda vez que viemos a São Lourenço, ou arcano II...”. “Sim, foi neste privilegiado Lugar onde, há dez anos, o Fogo Sagrado se manifestando, como a Moisés, através da “Sarça ardente”, assim nos falou”:

“Detém-te aqui! Este é o Lugar santificado pelos Deuses invisíveis – os mesmos, que do-ravante, guiarão os teus passos pela excelsa Vereda que de há muito trilhas, mas que, em cada encarnação mister se faz que outros te façam lembrar quem és, donde vens e para onde vais... E contigo, o vultoso número de “almas peregrinas”, que devem seguir fielmente os teus passos.”“Para aqueles que te não compreenderem, este Fogo Misterioso, que outro não é senão, o do Verbo Divino, continuará apenas, como “o ígneo elemento”, que concorre para o assombroso metabolismo que se processa, no Seio da Terra, convertendo-se em “Águas miraculosas”, que curam ou aliviam os sofredores do corpo; en-quanto que o Outro, o Verbo Solar ou Divino, é o Mesmo que, através de privilegiadas Bocas, tanto no passado, como no presente e no futuro, hão de curar a quantos se achem maleficamente “doentes do Espírito”...

E a Voz do Ígneo elemento continuou:

“Toma as tuas preciosas Ferramentas de “Obreiro do Grande Edifício Humano”, pois que, dentro em pouco darás início à Constru-ção de mais outro, cujo inconfundível valor, no entanto, não te desobrigará de passares pelos mais dolorosos sofrimentos, mas, será um dia o orgulho do privilegiado País, cujos aurifulgentes destinos lhe darão o direito de abrir uma nova página na História Humana...”

“E os Deuses exultaram de contentamento, por verem assim realizados os seus próprios desejos, isto é, de que seria, esta parte do Globo, como Nova Canaã ou Terra da Promissão, donde todos os povos, acossados pelos terríveis venda-vais deste fim de ciclo, tomariam como abrigo seguro, em pleno momento e depois de tamanha devastação (sim, a guerra que alguns anos de-pois teve lugar e continua devastando o nosso planeta)”.

São Lourenço, 28.8.33 – H. J. Souza – Pres. da S.T.B.

21 de dezembro de 1933É INAUGURADA A VILA HELENA, EM SÃO LOURENÇO

A Chave de Pushkara é enterrada sob os 16 degraus da escada de entrada.

Nela (Vila Helena) se concretizam as mais profundas abs-trações filosóficas. Nela se encontram todas as ciências co-nhecidas e ocultas representadas por símbolos que passam despercebidos aos olhos dos profa-nos, mas revelam, a quem os saiba interpretar, quantos mistérios encobre a gênese Universal, sua evolução e seu fim. (Manoel Tenreiro Cor-reia - Dhâranâ nº 102 - 1939)

28 de setembro de 1940 – EXPOSIÇÃO DA CHAVE DE PUSHKARA

Exposição da CHAVE DE PUSHKARA no Santuário da STB – São Lourenço - durante 78 horas, depois de ter ela percorrido algumas ruas de São Lourenço.

Sob as ordens e orientações do Supremo Senhor Akbel, os Munindras de São Lourenço retiraram a Chave de Pushkara da Vila Helena, e, num significativo cortejo de automóveis perpassaram por várias ruas de São Lourenço – a Shamballah na Face da Terra – à guisa de uma tessitura de natureza cósmica.

Após esse percurso pela Capital Espiritual do Mundo, o precioso Objeto foi conduzido de trem até à cidade do Rio de Janeiro.

9 de setembro de 1942 – Inauguração do Templo do Caijah

Este Templo acha-se nos Mundos Interiores, logo abaixo do Templo de São Lourenço. Este se liga àquele através do Templo do Mecatulan.

15 de setembro de 1942 - MUDANÇA DOS GÊMEOS ESPIRITUAIS PARA SÃO LOURENÇO Mudaram-se exatamente seis dias após a inauguração do Templo do Caijah. Residiram em São Lourenço durante seis anos, tendo retornado ao Rio de Janeiro no ano 1948.

Inauguração da Vila Helena em 21.12,.1933

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28 de janeiro de 1944Transferência da Sede e Foro da SBE, da Capital

Federal (Rio de Janeiro) para a cidade de São Lourenço (MG) - Brasil. O Edital publicado no Diário Oficial, Secção I, de 26 de fevereiro de 1944, à página 3163.

6 de fevereiro de 1944NASCIMENTO DE HERMÉS JEFFERSON DE

SOUZA (São Lourenço). Último filho dos nossos Mestres e único nascido na Capital Espiritual do Mundo.

24 de fevereiro de 1949 - INAUGURAÇÃO DO TEMPLO DE SÃO LOURENÇO

Templo de São Lourenço - inaugurado em 24.2.1949

30 de junho de 1949 - É REVELADO O NOME DA MONTANHA SAGRADA MOREB

Meio século da Fundação Cíclica da Obra em Itaparica, o excelso Senhor Rabi Muni, no Ritual das 18 horas, revela o nome da Montanha Sagrada de São Lourenço: MOREB.

9 e 10 de março de 1955 – Mudança para São Lourenço

Dia da visita do Buda Celeste ao Templo. Nessa mesma data ocorreu a nova mudança dos G.E. (que residiam em São Paulo desde 17 de agosto de 1952), para São Lourenço. A mudança completou-se no dia 10.

6 de março de 1958 - MUDANÇA DOS “GE” PARA SÃO PAULO

Os Gêmeos que estavam residindo em São Lourenço desde março de 1955.

24 de fevereiro de 1962 – Fundação do 1º Quadrante Cósmico

Estiveram na Vila Helena, os Dois Budas da Era de Aquário, trazidos por Helena Iracy, além de Pio XII, como o “Vigilante Silencioso”.

25 de fevereiro de 1963 - CRIAÇÃO DO NOVO PRAMANTA

6. FATOS MISTERIOSOS – EM SÃO LOURENÇO

O nosso V. I. Toninho (Antônio José Silva - Jundiaí), relembrou-me, recentemente, de ter-lhe dito em certa época que “a Iniciação exige mistério”. Esse meu modo de pensar abrange a Iniciação, naturalmente, em todas as suas possibilidades, mas, sobretudo, no fato de que num Colégio Iniciático os conhecimentos devem ser conduzidos do Céu para a Terra (portanto de forma misteriosa), de modo que a Ciência Iniciática das Idades não seja substituída pela Ciência dos Homens (experimentadora) que, analisa, em primeira instância, os interesse pessoais de cada um.

Tudo na vida é Iniciação! Voltaire caracterizou, em poucas palavras, os benefícios dos mistérios, ao dizer que, “entre o caos das superstições populares, existia uma instituição que evitou sempre a queda do homem em absoluta animalidade: a dos Mistérios”.

Helena Jefferson de Souza, Henrique José de Souza e Antonio Castaño Ferreira

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Mas não é disto que quero falar, mas sim de mistérios em relação com a Cidade de São Lourenço, dos quais anotei quatro, sendo que três deles foram vivências minhas.

•O Mistério dos CiganosFalando de um Bairro que surgia em São Lourenço,

nosso Mestre registrou:Dhâranâ nº 124 - “Kara-Mara gigo Asgardi” (o POVO ELEITO expulso da Terra Santa).No dia em que fomos visitar os referidos ter-renos, divisamos do lugar onde estávamos um novo bairro, semelhante a um presépio, pela maneira com que estão arrumadas as casas, a cavalo do morro, formando uma curvatura à guisa de ferradura.Mas, como os seus residentes e proprietários entendam, de Cartomancia e Quiromancia, logo nos acudiu à memória, o esoterismo de tão estranho chalezinho. Nele, residem os chefes de um grupo de ciganos, que tomou S. Lourenço por apoteose final da sua existência...

Começamos por dizer que, faz parte do referido “mistério”, a escolha para habitação, e até, de preferência, para os seus acampamentos, etc. os lugares da “letra C”, ou que tinham o som de Q e K.Em S. Lourenço, por exemplo, não mais encon-traram lugar no “Bairro Carioca”. Então, os nossos “amigos ciganos”, preferiram os terre-nos da “Vila Carneiro” para fazer jus à letra “C”.

A história da nossa Obra registra que os ciganos de São Lourenço auxiliaram KADIR (Josué Mateus) a preparar a Montanha.

Um grupo de ciganos esteve na viagem de Henrique e Helena a Portugal e Índia.

Em fevereiro de 1962 - Antes da Fundação do Primeiro Quadrante Cósmico, esteve na Vila Helena um Grupo de 13 Ciganos e, mais tarde, outro grupo de 98.

•Legião de Anjos nos Céus de São Lourenço – 31 de julho de 2000

No dia da descida da V. Dona Helena, durante todo o dia o céu de São Lourenço cobriu-se de nuvens movimentando-se do poente para o nascente. Não era difícil perceber que se tratava de legiões de Anjos, saudando a Mãe Divina.

•Ritual na Montanha, em homenagem aos Três Reis dos Cavalos Alados

Num determinado ano, muito antes de assumir a função templária que exerci durante 20 anos, estava em visita a São Lourenço, e fui convidado pelo V. Renato Carvalho (Cel. Renato) para fazer uma saudação a AKDORGE, em referência a sua vinda de Oriente para Ocidente, juntamente com KADIR e AKADIR, fato que ocorrera no ano de 1963.

Iniciado o Ritual, eis que surgiram três cavalos vindos do matagal próximo, os quais se colocaram de frente para a Pedra, onde estávamos.

Ali permaneceram durante todo o Ritual. Findo, este, deixaram o local da mesma forma que vieram. Sem ninguém para conduzi-los.

•As duas crianças que entraram no Templo – Santuário

Eu residia em São Paulo. Domingo à tarde. Horário de visita ao Templo.

Estava juntamente com a minha esposa e mais o Antônio (Português), conversando no átrio do Templo. Subitamente passaram por nós em desabalada carreira, duas crianças de mais ou menos 6 anos, adentrando o Santuário. A corda que fica estendida para impedir que as pessoas acessem o Santuário não foi suficiente para barrar as duas crianças. Quando percebemos, elas estavam em torno da Pira, brincando com uma grande bola azul.

Pressurosos, e ao mesmo tempo temerosos de que elas pudesse atingir a Taça com a bola, fomos até elas, e delicadamente as retiramos dali.

Ao chegarmos do lado de fora, imediatamente surgiu um mulher que as levou do local.

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Dhâranâ On-line junho a setembro - 2014 26

Curiosidades:•As crianças aparentavam 6 anos de idade, a mes-

ma de quando os Budas adormeceram em 1955.•Uma era morena, vestia uma camiseta vermelha e

um calção verde (Buda Terreno).•A outra era loira, vestia uma camiseta verde e um

calção vermelho (Buda Celeste).• Conduziam uma bola azul (Globo Azul).

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O PRESENTE

Como era meu hábito, antes de viajar para São Paulo, naquela tarde fui até à Clínica São Lourenço, onde se encontrava o V. Vidal e contei-lhe o acontecido, na esperança de que ele me confirmasse ter presenciado a visita dos dois Budas ao Templo.

Para minha decepção, o seu comentário se resumiu a: “alegorias da Obra”.

E nada mais disse. Mas em mim a cena e o mistério ficaram gravados.

Chegamos ao ano 2014. Este ano 2014 pode ser simbolizado pelos DOIS BUDAS, com o valor de 7 cada um deles.

O BUDA CELESTE: LPD – na Montanha Moreb; O BUDA TERRENO: HJS – no Monte Ararat. Sim, o equilíbrio expresso no Arcano 14.

Mas há também o BUDA HUMANO: a Tríade JHS – Face da Terra.

Se pensarmos nos Três Teotrins: CELESTE, TERRENO e HUMANO, com o valor de 7 cada um, termos, Arcano 21.

PARA COMPLETAR OS MISTÉRIOS DOS 22 ARCANOS MAIORES: Laurenta, A Vitória, falta um, ou seja, a Instituição que está presente através da 66ª Convenção da SBE em São Lourenço que, por sua vez, remete-nos ao Arcano 12.

Ora, todas as vezes que a OBRA, na face da terra, NÃO vibra com os valores do Arcano 21 (dos Três Teotrins), mas sim com o inverso, ou seja, o Arcano 12, a Consciência de Obra tantas vezes exigida, e necessária, faz com que alguns sejam sacrificados, porque assumem o papel de Iocanans.

Eis o Equilíbrio que precisamos e devemos fazer funcionar neste ano que nos traz tantas esperanças, e exorcizar as sombras contidas o Arcano 12, para podermos alcançar o esplendor do Arcano 21, e os lauréis da Vitória do Arcano 22.

Sim, pois através daqueles que têm a

responsabilidade de conduzir a Obra dos Deuses na Face da Terra, e mantê-la vitoriosa, vibra o Sol Central do Oitavo Sistema, em torno do qual gira a vida em todos os planos. E isto se faz através dos Templos, através daqueles que estão nos Templos que continuam como local de santidade!

Há muito que os nossos atuais Supremos Dirigentes, Hélio-Selene-Jefferson, arcam com o sofrimento e a dor contidos nos mistérios do Arcano 12, perante a Obra, perante os Irmãos, perante o Brasil, perante a Humanidade.

Estão sendo sacrificados de mil e um modos, seja pela incompreensão dessa mesma humanidade, seja pela incompreensão dos próprios Irmãos da Obra!

E por que isto ocorre?

1. A FALTA DE CONVICÇÃO

A história de Parsifal

Quem conhece a obra Parsifal, sabe que além dele existiam outros personagens importantes:

Anfortas – O Rei do Graal, cujo Templo encontrava-se no Monte Salvat.Klingsor – O Senhor do Mal.Kundry – A Alma humana.

Anfortas trazia há anos uma chaga que não parava de sangrar e era causa de um sofrimento horrível. Como

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guardião do Graal, tinha sob a sua responsabilidade a guarda da Lança e a do Cálice (mistérios do Gólgota). Caiu nas tentações de Kundry, o que o obrigou a lutar com Klingsor, para quem perdeu a Lança com a qual foi ferido. Sua ferida somente se cicatrizaria quando chegasse um “Prometido” (Parsifal). Ao se defrontar com o Graal e com Anfortas, Parsifal deveria perguntar a razão da sua dor. O encontro aconteceu, mas Parsifal, na sua pureza (os puros não vêm o mal, mesmo quando são motivo dele, pois não há mal no seu coração) não fez a pergunta esperada, mesmo porque desde criança lhe fora ensinado que nunca fizesse perguntas.

Foi, então, expulso daquele lugar sagrado, e passou anos peregrinando (iniciação), até que adquiriu a consciência que lhe permitisse retornar ao Templo, quando, então, fez a pergunta que propiciou a cura da ferida de Anfortas e o direito de substituí-lo, como Rei do Graal.

•O reconhecimento do Graal. A aceitação. O com-promisso.

Há uma enorme semelhança entre nós (membros da Instituição SBE) e Parsifal. Com frequência – repetidas vezes - acontece conosco o mesmo engano cometido por Parsifal.

Fitamos o Graal, mas não o reconhecemos. E não o reconhecendo, não o aceitamos. E não o aceitando, permanecemos no Mundo como Peregrinos da Vida, até que a dor e o sofrimento nos conduzam novamente, à Capital Espiritual do Mundo, e, mais uma vez, às portas do Templo.

Quantos retornam? Só a Lei o sabe. O fato é que enquanto houver um só que seja fora do caminho, a ferida de ANFORTAS não se cicatrizará.

Quem carrega hoje a DOR DE ANFORTAS? Quem traz a ferida que não se cicatriza?

Resposta:O TEOTRIM HUMANO: a sublime TRÍADE JHS

que, na Face da Terra, sofre a dor da humanidade inteira. Carrega essa dor que, de tão pesada, faz-lhes sofrer o seu impacto nos membros inferiores: a pernas, já que os pés do Peregrino continua o seu caminhar infinito, procurando salvar a humanidade.

Quem, entre nós ignora esta realidade? A humanidade tem à sua frente os DISCÍPULOS

DA SBE, por deveres e direitos adquiridos que somente a MUNINDRAS é possível acontecer - pois nos

foram concedidos pelo CHACRAVARTI, e mediante COMPROMISSO NOSSO.

A nós, pois, em primeiro lugar, cabe a insigne RESPONSABILIDADE, a insigne MISSÃO, o insigne DEVER de não permitir que a CHAGA DE ANFORTAS se mantenha sangrando!

2. O CAMPO DE KURUSHETRA

O processo iniciático, ou seja, fazer parte da SBE, visitar ou morar em São Lourenço, conduz-nos a três tempos bem distintos:

•O PRIMEIRO TEMPO: O ENCANTOInicia-se quando entramos para a SBE. Ao

tomarmos conhecimento dos ensinamentos de JHS julgamos que somos deuses, começamos a NOS colocar acima da humanidade; sentimo-nos no Céu. Pensamos que somente os conhecimentos divulgados pelo Eubiose são verdades, enquanto que o resto é mentira. Somente nós nos salvaremos, mesmo porque nos foi dito que somos os salvadores da humanidade.

Parsifal“Fitamos o Graal, mas não o reconhecemos. E não o reconhecendo, não o aceitamos...”

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Situação idêntica acontece quando vimos morar em São Lourenço. Pensamos que penetramos no Céu, e surge em nós a mesma sensação de que somos Deus.

•O SEGUNDO TEMPO: O DESENCANTOManifesta-se a dúvida. Começa um sentimento

de que somos iguais a todos os demais seres da Terra e que em nós nada de novo aconteceu. Começamos a desacreditar nos ensinamentos recebidos, mesmo porque estes exigem elevação, renúncia, sacrifício, presença. E isto não é tão fácil. É melhor deixar para depois, mesmo porque nos Graus era mais fácil, pois havia os Instrutores que nos ensinavam e diziam como fazer isto ou aquilo. Agora somos nós mesmos que temos que fazer e não somos nada daquilo que imaginávamos.

Aqueles que vieram morar em São Lourenço, pensando ter vindo para o Céu, perceberam que apenas armaram uma barraca na porta do Céu, mas nunca penetraram nesse mesmo Céu.

Na fase do “Desencanto”, morando, ou não em São Lourenço, encontramo-nos no Campo de Kurushetra, o mesmo que Krishna, no seu Carro Celestial – acima da batalha que embaixo ocorria - mostra ao seu discípulo Arjuna.

Absolutamente, nunca, jamais eu estaria qualificando os Irmãos de Magos Brancos e Magos Negros; de Solares e Lunares. Somos todos Irmãos, de uma mesma categoria. E aqui cabem os ensinamentos contidos no Salmo que diz: “ramos de uma mesma árvore não podem dar frutos diferentes”.

•O TERCEIRO TEMPO: A REALIDADEO despertar e a compreensão dos dois tempos

anteriores. Viver a “Vida Interna”.É também o tempo do PERDÃO, ou seja, SABER

PERDOAR, para SER PERDOADO.

ENQUANTO A INSTITUIÇÃO PERMANECER NO CAMPO DE KURUSHETRA, PREVALECERÃO A DOR E O SOFRIMENTOCONTIDOS NO ARCANO 12.ENQUANDO A INSTITUIÇÃO PERMANECER NO CAMPO DE KURUSHETRA, A FERIDA DE ANFORTAS NÃO SE CICATRIZARÁ.

Revista Dhâranâ nº 124 – Ano 1945 - o Mestre escreve:

Na América do Norte foram construídos Tem-plos, de comum acordo entre as diversas reli-giões, para, nos mesmos realizarem as suas cerimônias religiosas. Um deles, é a Capela dos Sinos Amigos, em Ohio, como “símbolo da fraternidade entre os homens”, e onde oficiam católicos, protestantes, judeus etc., etc.”.

E continua o Mestre:Que diferença enorme para o que se passa em nossa própria Terra; onde as religiões em vez de seguirem tão magnífico exemplo, se dão comba-te mutuamente, quer do púlpito, quer nos seus jornais e panfletos distribuídos mensalmente...!Porém... os tempos são chegados. E ai daqueles que não aceitarem as novas diretrizes da aurora espiritual que começa a raiar no horizonte do mundo.

E eu me pergunto: que diria o nosso Mestre hoje, vendo a Instituição se debatendo no Campo de Kurushetra?

E na mesma revista, ELE planta dentro do nosso coração a ESPERANÇA, dizendo:

“Porque está escrito nas páginas dos mais altos e sagrados livros da humanidade, desde aque-les que codificam e eternizam as experiências divinas e filosóficas da Índia, as tradições de eternidade do Egito, até ao Velho e Novo Testa-mento, que rasgaram, no Ocidente, o proscênio da civilização cristã, que as hostes do mal tenta-rão sempre contra a alma humana e contra as legiões construtivas do Bem, mas que estas úl-timas hão de ser sempre vitoriosas, permitindo que o espírito dos homens faça surgir das trevas momentâneas novos dias luminosos para a evo-lução do pensamento e da vida”.

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Pois bem, o equilíbrio que tanto almejamos, que tanto sonhamos, que tanto esperamos somente se dará quando todos os PARSIFAIS da OBRA tiverem abandonado o CAMPO DE KURUSHETRA e retornado ao Templo, à Casa de Deus.

Quando todos - como ARJUNA - estiverem cavalgando no Carro de Krishna - o Arcano 7 – O Carro da Lei, a Mercavah Celeste que todos temos que alcançar um dia.

Aí, sim, estaremos como espectadores de uma ilusão que não é mais nossa, pois estaremos VIVENDO A REALIDADE, CULTIVANDO O PERDÃO.

Em determinado momento da História da nossa Obra, quando o nosso Mestre dizia que Roncador e Vila Velha se fundem em Niterói... com vistas, naturalmente à tragédia dos Bhante Jauls e à transferência do Governo

Espiritual do Mundo de Oriente para o Ocidente, via ele interminável fila de almas (Mônadas) peregrinas se dirigindo de todas partes do Globo para se encarnarem no Brasil.

É essa mesma REALIDADE a que me refiro que – no Ano 2005 - fez com que o mesmo fenômeno se repetisse, ou seja:

Almas (Mônadas), de todo o Globo um uma procissão interminável se dirigiam a São Lourenço, com vistas ao acontecimento que se daria no dia 28 de setembro daquele majestoso Ano.

Viram esse fenômeno todos aqueles a quem foi dada essa dignidade.

Quem somos nós para falar do futuro. Nem os Deuses puderam defini-lo com precisão. Podemos, no entanto, vislumbrá-lo, com base no que ocorre no presente, e com base no que nos foi ensinado, e, acima de tudo, CONFIANDO, ACREDITANDO e CONVICTOS naquilo que nos foi dito pelo SUPREMO REVELADOR.

São Lourenço – marca o fim do Itinerário de IO22 para 23 graus de Latitude Sul – Trópico de

Capricórnio

Este Itinerário foi cumprido em 2005. Iniciou-se um outro, mas já agora partindo de São Lourenço: MONTE MOREB, em direção ao Roncador: MONTE ARARAT, e que deverá ser cumprido nos próximos 1.000 anos, tendo Hélios e Selene à nossa frente, como nossos Manus e Condutores, mesmo porque, segundo nos foi ensinado, neles estarão os GÊMEOS ESPIRITUAIS através de oito encarnações que farão no referido período.

SÓ ENTÃO ACONTECERÁ, VERDADEIRAMENTE, O FUTURO.

Mas esse período, essa passagem de “presente para o futuro”, exige o semear das sementes, e o cuidar para que elas brotem, cresçam, floresçam e frutifiquem.

Todos os grandes Seres quando vêm a Face da Terra, trazem consigo a sua Corte. Assim aconteceu com o nossos Mestres. Assim acontece com os Vs. Hélio, Selene e Jefferson.

A corte hoje somos nós. Nós somos Vidal; nós somos Ferreira. A nós cabe hoje a responsabilidade de ajudar a conduzir a Obra até o futuro. Nós somos a Esperança do Mestre. Nós somos a esperança de HÉLIO-SELENE-JEFFERSON.

E não é por outro motivo, senão o da força do SANGUE DO MANU, que as novas sementes estão brotando com toda a pujança exigida pelo momento atual.

O FUTURO

Vs. Jefferson Henrique de Souza, Hélio Jefferson de Souza, Selene Jefferson de Souza

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Assim, vimos:

HÉLIO FILHO – tem feito um trabalho belíssimo, tentando consolidar a mentalidade e a consciência de uma política sã no nosso meio. Para isso incentiva com a sua presença, eventos os mais diversos, com o apoio e a participação de valorosos Irmãos que ouviram o seu chamado.

E mais, muito mais que isso, vem percorrendo o SGR, por anos seguidos,

consciente do significado dessa peregrinação. Os seus pronunciamentos não deixam dúvidas sobre a nobreza do sangue que corre em suas veias.

SÉRGIO HENRIQUE – A presença na política de São Lourenço, como fez o seu Pai em tempos passados, como membro da Câmara Municipal. Tem sido uma luta constante no anseio não só de dar dignidade àquele parlamento, como para cumprir um sonho do nosso Mestre.

NEUSA – Trabalho semelhante ao seu Irmão, Hélio - semelhante sim, mas perseguindo um outro objetivo. Também por anos seguidos percorre o SGI. Esforço que começa a esplender com a inauguração – em 2013 - da primeira sede própria, e respectivo Santuário - dos Sete que pretende construir - na Quarta Cidade, ou seja, Nazaré.

Para isto tem contado com o apoio dos Irmãos, e muito mais que isto, com a participação, esforço e denodo da sua irmã GLÓRIA HELENA que pouco aparece, mas que surge neste novo cenário exigido pelos novos tempos, com vitalidade admirável.

E há a presença, o sacrifício e o esforço daqueles que não estão em evidência, por que não lhes cabe, o trabalho de natureza

ostensiva, ou seja, atuam através de outras energias, em outro plano.

Estou falando dos filhos da V. Selene, cujos nomes tenho a honra e o privilégio de pronunciar bem alto: LIZIA, ANA MARIA e HENRIQUE. Da mesma forma que os filhos do V. Hermés: ALINA e ARIEL. E mais ainda a ANA CRISTINA, filha do V. HÉLIO. Quem com eles convive sabe do que estou falando.

Já o diz o Mestre Gulab-Sing (Kut-Humi): “No mundo existem diversos Seres de futuras rondas trabalhando a seu favor.”

OS TRÊS SISTEMAS GEOGRÁFICOS

Há muito nos foi dito que os Três Sistemas Geográficos precisam estar completos, precisam funcionar harmonicamente, da mesma forma que Corpo, Alma e Espírito. Qualquer dos três que não esteja bem, os demais sofrem a consequência. Assim, São Lourenço: Espírito. Itaparica: Alma e Xavantina: Corpo, precisam estar completos e em harmonia.

Sem os três Sistemas Geográficos em harmonia, o espiritual não se realiza.

Por isto disse JHS:

“Quem quiser encontrar a Verdade em nossos es-tudos, não deve fazê-lo através de um só... Acon-tece muitas vezes, que a resposta mais transcen-dente se acha em outro. Resta, arrancar o Véu espesso de Maya de diante dos olhos.”

E disse mais:

“Quanto à Flor de Lis ao candelabro das três velas à Viña (ou Lira) de Shiva à letra hebraica Shin representam uma só e mesma coisa... diga-mos, a Tríplice Manifestação do Logos Criador, tanto no Universo, como no homem. Finalmente, sua expressão terrena: o GOVERNO ESPIRI-TUAL (e oculto) DO MUNDO.”

Vs. Henrique, Ana Maria, Selene, Lízia, Alina, Ariel, Ana Cristina e Hélio

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UFANISMO?Temos, sim, que nos ufanar de sermos brasileiros e

de pertencermos às fileiras da SBE.

O Hino “Spes Messis in Semine”, assim nos ensina: “Nós Somos a Semente da Raça do porvir”. Sim, somos Semente de uma Nova Raça.

Não somos os melhores, como a nossa excelsa Mãe já o dizia – e eu tive a oportunidade de ouvi-la confirmar que: “NÃO SOMOS MELHORES DO QUE NINGUÉM; SOMOS APENAS DIFERENTES”. E isto nos dá uma enorme responsabilidade.

EXORTAÇÃOEu não saberia terminar essa nossa conversa, sem

uma exortação:Para isso escolhi palavras, ideias e imagens

iluminadas de seres que deixaram um rastro indelével, como luz a nos guiar:

Cecília MeirelesRenova-te.Renasce em ti mesmo.Multiplica os teus olhos, para verem mais.Multiplica os teus braços, para semearem tudo.Destrói os olhos que tiverem visto.Cria outros, para as visões novas.Destrói os braços que tiverem semeado,Para se esquecerem de colher.Sê sempre o mesmo.Sempre outro.Mas sempre alto.Sempre longe.E dentro de tudo.

Olavo Bilac Criança!Não verás país nenhum como este: Imita, na grandeza, a terra em que nasceste!

DaviSalmo 121Nas suas virtudes está dito:Quando reinam a justiça, a paz e a união, reina a prosperidade.E no versículo VI está escrito:Seja feita a paz no teu exército, / e abundância nas tuas torres.Enquanto que o versículo VII con-tém:Por causa de meus irmãos, e de meus vizinhos, / pedi eu a paz para ti.Salmo 132No versículo I está escrito:Quão suave é habitarem os irmãos em união!

JHSCarta-Revelação de 8 de novembro de 1956

“Irmãos, sede unidos, sede bons, ir-mãos e companheiros, uns para com os outros. O orgulho e a vaidade reti-ram a fama, sim, a fama da bonda-de e da inteligência. Fama que deve ficar para trás de nós, e não na nossa frente, para não haver vaidade e or-gulho...”

Carta-Revelação de 23 de fevereiro de 1959

“...Eu peço aos Irmãos... peço mesmo... a vere-da - como falei de manhã - a vereda é árdua, é dura. Há de haver em todo o tempo no caminho do Discípulo, seja ele qual for, muitos choques, e, para levar este juramento avante há necessidade de que haja muita compreensão entre os Irmãos, entre todos os Irmãos... Meus filhos!... Filhos de Allahmirah!... Se houve mal-entendido, má-goas, egoísmo, é difícil, é impossível que cheguem ao topo do nosso mastro. Por isso, quando encon-trarem as pedras do caminho: intrigas, as male-dicências, antes de fazerem um juízo, procurem sentir dentro de si a verdade, dentro de cada um, a Verdade dessa Obra única e verdadeira, para levardes avante o juramento que fizestes, já que não recuastes diante de Allahmirah, diante de MIM.”

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CONCLUSÃO

Poderão dizer: “falar é fácil; mas como realizar tudo isto”?

Não há dificuldade.

• Há, sim, desamor, vaidade, intolerância, orgu-lho, inveja.

• Há falta de coragem para dizer o que deve ser dito.

• Há falta de coragem para fazer o que deve ser feito.

SE NÃO SERVIMOS ÀS QUATRO ORDENS,ESTAREMOS SERVINDO A NENHUMA DELAS.

SE NÃO SERVIMOS AOS TRÊS IRMÃOS,ESTAREMOS SERVINDO A NENHUM DELES.

HAVENDO PAZ ENTRE NÓS,HAVERÁ PAZ NO MUNDO!

Por isso eu peço perdão à Lei;Peço perdão aos Vs. Hélio, Selene e Jefferson;Peço perdão a todos os membros do Apta;Peço perdão aos nossos Irmãos;Peço perdão aos meus Superiores e aos meus subordinados;Peço perdão aos meus iguais;Peço perdão aos meus amigos e aos meus ini-migos;Peço perdão à humanidade.

Pelo que fiz e pelo que deixei de fazer;Pelo que farei e pelo que deixarei de fazer. E se existir alguém que esteja necessitando do meu perdão, sinta-se perdoado!

VIVA SÃO LOURENÇO!VIVA O BRASIL!

VIVA A TRÍADE JHS!VIVA A NOSSA OBRA!

Templos: São Lourenço,(SGSM), Itaparica (SGI), Nova Xavantina (SGR)

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O tema vem a propósito de estabelecer um diálogo sobre conhecimento e governo no século XXI, como tema sociológico fora dos ciclos acadêmicos, porém inserido e aderente aos novos paradigmas antiglobalizantes da sociedade do conhecimento, principalmente difundidos a partir dos Fóruns Sociais- Mundiais ocorridos até então. Atualmente é muito comum ler as notícias alarmantes em torno das crises e desvios de governo, em que, regra geral, o contorno é firmado com a palavra sustentabilidade. Desenvolvimento Sustentável tornou-se moda na política institucional, e, a falácia em torno da sustentabilidade, uma moda na diplomacia de governo. Tem sido uma constante no marketing de governo, e, vem se repetindo quase que diariamente. A maior preocupação dos governos tem sido a de estabelecer bons objetivos para seus planos e ações, de modo que sejam bem assimilados e ingeridos pela maioria do povo, através da mídia pública.

É impressionante o fato de que os governos, quase sempre, não estabelecem consulta pública para seus temas mais polêmicos e estratégicos. Dessa forma, a ação de governo, a ação de Estado, são baseadas em um colóquio unidirecional, ou seja, do congresso eleito para a nação, aquele que o povo elegeu, o congresso deve deliberar com a anuência do presidente da República e demais órgãos dos três Poderes. De modo que não há um colóquio de mão dupla, digamos assim, bidirecional entre ideias, ações, planos e ações de governo e o povo, que é a massa de mercado que sustenta todo o estabelecimento, toda estrutura de Estado e de governo de uma nação. Enfim, o povo nunca é consultado sobre as demandas sociais e de governo, e, como tal, as questões e termos mais importantes e estratégicos, ficam portanto por conta da intelligentsia dos três Poderes. Acontece que a maioria fica isolada das decisões que vão impactar o futuro e todas as suas vidas, de seus filhos e gerações.

SINARQUIA PLANETÁRIA NO SÉCULO XXI: governo e a sociedade do conhecimento

“Um governo deve se fazer amar para ser respeitado. O governo que se faz temido não pode deixar de ser odiado. E a História o confirma, quer no passado, quer no presente, como o seria no futuro se as coisas caminhassem do mesmo modo. Tal governo é aniquilado por suas próprias mãos, não importa como, mas o fato é que nunca o deixou de ser.” (Pequeno

Oráculo - Prof. Henrique José de Souza)

“Em razão do estilhaçar da categoria social povo em um conjunto de indivíduos sem nexo forte; em razão da perda do poder de classe pela ausência, cada vez mais notória, da consciência e força de classe (que o “demos” = povo deteria), o que redunda em aliena-ção contínua de poder (porque se não exis-te mais essa consciência, ela não pode, sem conveniência hipócrita, ser utilizada para comprovar a justeza do regime atual em que todos almejam e dizem falar e agir em prol do bem geral, enfim, do povo) a Sinarquia, como reunião e acordo dos poderes indivi-duais, como libertação consciente desse po-der em forma de ação positiva, estabelece-se como um sistema filosófico-político-econô-mico não só viável como inovador em sua resposta coerente ao duplo desafio que as democracias de há muito impendem sobre o homem-cidadão: substituição de uma ca-tegoria política morta (“demos”) por uma categoria social emergente (o indivíduo em suas múltiplas ligações); ultrapassagem de um poder de classe enraizado que já nada significa, simplesmente por não se basear numa categoria social que o justifique, ou seja, que o torne operativo, por um poder real que dimana do próprio indivíduo, que tece sem preconceitos as combinações inte-rindividuais de poder possíveis a partir de uma elaboração sobre o seu presente e futu-ro sem restrições de índole forçada (falamos de todos aqueles agrupamentos que mais do que potenciar as faculdades individuais, as oprimem, ao ponto de cada um não agir se-não em função daquilo que pode ser e não daquilo que na realidade tenta ser e que no fundo é em potência).” (Wikipédia - Justi-ficação da Sinarquia)

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RONALDO LYRIO BORGO

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Outrossim, na contextualização da sustentabilidade versus insustentabilidade do planeta frente às mudanças climáticas globais, em meio à diversidade de crises cíclicas do capital, guerras e catástrofes bem atuais, surgiu das inventivas sociológicas e seus think tanks anglo-californianos a iniciativa para reafirmar o welfare da sociedade do conhecimento como a evolução civilizatória admissível para o século XXI fundamentada nas mais diversas tecnologias da informação e comunicação, ao modo de novo paradigma sociopolítico: o empowerment ou empoderamento dos cidadãos, ou a potencialização sociopolítica dos cidadãos em torno do conhecimento, uma vez que esteja consolidada uma cidadania em rede, intensamente baseada em redes sociotécnicas, ou redes sociais, por fim “redes humanas” interconectadas nas malhas web-mundo ou internet, como novo paradigma da sociologia fundamentada em uma horizontalidade de poder em todos os níveis da sociedade, com extensão de atribuição de poderes para a tripla hélice: governos, sociedade civil e corporações. Porém, regra geral os mecanismos de empowerment até hoje empregados, são mais “válvulas de escape” para impedir que grandes problemas sociais e psicológicos das massas submetidas a diversos processos político-sociais não se tornem um “caos generalizado” e desestabilizem os poderes constituídos.

Ao lado a ilustração da estatística de acesso domiciliar à rede Internet por gênero “masculino & feminino”, extraído do relatório “Medindo a Sociedade da Informação” da União Internacional de Telecomunicações - UIT/2010. Note-se que o termo utilizado Empowering Women refere-se ao empoderamento da mulher através do acesso à rede, ou inclusão digital pelo acesso a infraestrutura de tecnologias de informação e comunicação (TIC´s) da tal sociedade da informação. Note-se que a diferença porcentual de acesso à Internet entre os gêneros é pouca, e que no Brasil foi medido acesso em cerca de 35% dos domicílios em 2008, e cerca de 42% para ambos os gêneros em 2010.

Atualmente (2013) presume-se que este percentual chegue a 60%, e, com os vários programas de ciência e tecnologia para a inclusão digital e social do governo, boa parte da população urbana municipal tenha acesso à Internet através dos telecentros comunitários, infocentros e bibliotecas municipais no Brasil.

Valorizar a vida e a cidadania através da consulta pública estendida a todas as classes sociais é um processo que estabelece um grande conselho público, ou conselho indireto, ou consultoria da maioria, que certamente contribuiria sobremaneira para

consolidar esse governo através do empowerment do povo, e constituiria assim uma base sólida de nação, através de uma vida nacional estimulada e encorajada.

A democracia flaciosa despreza o princípio do empowerment do povo, porque remonta à velha prática da democracia americana pós-Roosevelt, ou do congressismo da elite dominante, centrada no Congresso como berço de

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“Defender a América e o Brasil é defender para a Humanidade a terra generosa de

onde brota a esplendente árvore de um novo e glorioso capítulo da civilização.”

(Pequeno Oráculo - Prof. Henrique José de Souza)

A visão de consulta pública na forma de campanhas de opinião pública, planejadas pelo governo juntamente com as organizações da sociedade civil e corporações diversas, que teriam a função primordial de esclarecer a todos sobre o tema sob consulta, e a importância de subsidiar o governo com a opinião do povo para tomar uma decisão conjunta, ou unida, a fim de promover a sustentabilidade socioeconômica, política, ambiental, não é provisionada, isto não está na ordem do dia, não está na ordem das ideias, melhor dizendo, não é ideologia de governo. A consulta pública, digamos que coloca o povo de uma maneira geral, suas classes, sua divisão de classe e associações diversas para pensar o país, pensar seus temas e problemas, refletir e subsidiar a tomada de decisão do governo, em vez de ficar submetidos às brigas medíocres de poderes, tem se tornado prática de governos tradicionalistas e até monárquicos. A consulta pública quase sempre é colocada como mecanismo de manuseio da opinião pública e não propriamente de construção de capacitação, de modo a promover na sociedade do conhecimento, um governo sustentado no empoderamento nacional, baseado na expressão da maioria consciente, da verdadeira representatividade da União que sustenta uma nação chamada democrática, com um governo democrático.

“Esta é a parte mais controversa do sistema paracientífico de Saint-Yves. Resultado da compreensão mais profunda do homem, da sua natureza intrínseca, é o conhecimento de que a Sinarquia é portadora. Esse conhecimento arvora-se num dado anterior à própria narrativa histórica, sendo ao mesmo tempo suscetível de observação empírica. Saint-Yves combina transcendente e imanente para conduzir à aceitação inequívoca da infalibilidade lógica e real das três funções humanas (física, social e cultural) com sua raiz profunda na própria natureza humana. A primeira (nutrição-reprodução) relaciona-se com a ordem econômica. A segunda (socialização) relaciona-se com a ordem moral e a justiça legal. A terceira (intelectualidade e ação derivada) relaciona-se com a ordem cultural simbólica e instrumental.

A partir desta premissa ao mesmo tempo lógica e real, Saint-Yves analisa a sociedade do seu tempo e conclui algo que pode muito bem ser transportado para os dias de hoje:

1. É comum separar a moral da política.2. É comum separar a ciência e a moral da dinâmica sociocultural.3. É comum separar a cultura da ética pessoal, social e profissional, relativizando a moral.

Para reverter estes erros propõe: 1. Submissão da política à moral. 2. Submissão do poder à autoridade. 3. Submissão da lei à vontade esclarecida dos mandantes que são também aqueles que obedecem”

(Wikipédia - Sinarquia como Representação)

Em resumo, promover um plebiscito, após ampla campanha e consulta pública, em torno de temas estratégicos para a nação, além de suportar as boas ações de governo, legitima o poder público nacional para tomar “a decisão” que irá impactar a realidade, mudar as perspectivas e rumos do país, garantir sustentabilidade e sociabilidade ao desenvolvimento. Indo mais longe, seria promover uma base para uma sinarquia para o Brasil. E aqui, nós nos detemos em um tema sensível, que é fundamental para a inicialização de projetos políticos que visem a uma sinarquia mundial, a partir do Brasil, e, todo o argumento lançado acerca do empowerment na sociedade do conhecimento para objetivar uma sustentabilidade desejada, vem à propósito de justificar uma pré-histórica sinarquia brasileira, baseada no alavancamento ou construção de um futuro governo de sábios, de um grande conselho de sábios para uma nação, que estaria na base do governo eleito.

poderes constitucionais, o status quo da intelligentsia com base nas velhas premissas de governo mediático entre povo e presidente.

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A LÓGICA

NA MENTE

SUPERIOR

EURÊNIO DE OLIVEIRA JÚNIOR

Por Aguscr (Espejo) - FLICKR

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O esoterismo esclarece-nos – e a Eubiose o faz de maneira minuciosa – que a mente humana, a qual provém da Mente Universal, agasalha duas posturas, expõe dois estados, na visão horizontal do processo. Uma atitude está voltada para o mundo das formas, o chamado “estado manifestado das coisas”; e outra, para a visão da unidade, de onde essa Mente Universal provém, atitude essa que é a probabilidade que nós, humanos, temos de conhecer e de reconhecer a nossa origem.

Na óptica vertical desse mesmo processo (e o entroncamento entre o horizontal e o vertical é que produz a Cruz do Mundo), o afastamento desse momento crucial (= fonte da cruz) é que ocasiona a formação dos polos do entendimento, os quais, quanto mais distantes desse ponto magno, adquirem o significado da dificuldade da reaproximação e da conciliação; gerando, por sua vez, novas e renovadas visões dessa irresignada dificuldade.

Neste torvelinho reside a mente concreta, pois que submetida ao grosseiro, como seja, aos pontos que substituem e não raro suprimem uns aos outros.

Já a mente superior acha-se imersa no abstrato, o campo sem polos, sem contraposições, que a todas as possibilidades, abarca.

Daí a notória distinção entre a fantasia e a abstração.

A fantasia é uma criação.

A abstração, uma constatação ou um estado.

Na fantasia, há uma formulação com seus desavisos. Na abstração, uma vivência por supressão da formulação fantasiosa que nos interdita e desvia-nos da real verticalização, a que se chega por partida daquele ponto crucial.

Certa feita, ouvi por explicação do professor Jorge Inácio Penteado da Silva Telles, de notável filosofia, um mote comparativo das figuras de Caim e Abel, filhos primevos do casal Adão e Eva. Sabemos que Caim matou Abel. E o fez por ciúme, pela desfeita que houvera recebido. Porque as oferendas dele, Caim, para o Senhor, geravam fumaça que se expandia na horizontal; e, as de Abel (el-ab, o primeiro), propunham-se à vertical, na diretriz do Alto. Muito plausível essa interpretação da passagem do Velho Testamento, a apontar os dois naipes de mente humana.

Contudo, bem entendendo esse procedimento, não precisamos fazer o nosso “caim” matar o universal “abel”. A Deus o que seja de Deus; e, a César, o que lhe pertence, embora com a provisoriedade dessas projeções materiais.

Vamos voltar à análise da face mental voltada para os efeitos, também nomenclaturada de concreta, raciocinante, positiva; e sempre em cotejo com a face aparentemente (tão só aparentemente) contrária, já que aspirante e participante do “outro lado” (?!!!) da nossa própria história.

A mente comum, ordinária (pelo convívio que com ela todos temos, quase que o tempo todo, enquanto vivos) conhece o mundo pela denominada “razão”.

Sem perquirições filosóficas, descabíveis nesta oportunidade, a razão sensaciona-se (e a rede das sensações cobrem, qual manto intrincado, as nossas vidas) pelos atributos da relação, da conexidade, da correspondência, do cotejo.

Daí o surgimento da tipologia lógica: como setor da filosofia que trata do pensamento na sua generalidade, seja por indução (concepções que saem do particular para o amplo), por dedução (caminho inverso, do todo para o entendimento singelo), por hipótese, por inferência (defluindo um entendimento de outro). Aqui campeiam os encadeamentos, as interdependências, e, também, as mutualidades.

Mutualidades a serem vistas como correspondências. A analogia, “o que está em relação com”.

Essa a proveniência das escolhas. Entre o certo e o errado, o bem e o mal, o quente e o frio, o claro e o escuro. E a contraposição de um com o outro, de um relativamente ao outro.

Tais são as escolhas lógicas do mundo, genericamente visto.

A fantasia é uma criação.A abstração, uma constatação ou um estado.

Por Bruno de aSSIS - FLICKR

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Essas as origens das extremações.

O que está “bem” deste lado, não comporta estar “bem” do lado oposto.

Contudo, o Oriente, partindo da China (não a atual, mas a histórica e vetusta China), legou-nos o símbolo perfeito a traduzir “o movimento do mundo”: o Yin/Yang.

Equivale dizer, um polo contém o germe do outro, do oposto. Não é puro. É, em realidade, apenas conceitual (apreciação que faço e adoto para mim).

Claro está que nesta área da mente lógica, quando um lado adquire enorme dimensão, o outro como que desaparece. O ódio “parece” não conter qualquer vestígio de amor; e este, nenhum indício de ódio.

No entanto, na mente que aspira à essência, ou ao espírito (a face iluminada e luminosa da mente de cada um), ambos os lados, detectados pela face mundana, são possíveis em existência; são coexistentes.

Logo, tenho a escolha: a que lado “me entrego”.

Todavia, para admitir, na minha vigília (estado de alerta), que sou detentor de “um outro lado” quanto aos raciocínios que tenho, eu devo passar por experimentações.

Tais experiências são, ou naturais, ou proporcionadas pelas circunstâncias do ambiente; sempre pendentes do estado a que me proponho.

Equivale dizer, uma proporção depende do voluntário (ação da vontade); outra proporção, do acontecimento, na maior parte por escolha. Este, de sua vez, pode ocorrer por deliberada magia, à qual me disponho a participar. O fato é que essa magia, se branca e mais especificamente teúrgica, vai gradativamente estabelecendo a perduração desse estado, por ressonância.

Eis como caminha, pouco a pouco, o estabelecimento das renovadas condições da mente abstrata, também dita superior; que, sob-rigor, é idimensional (fora das dimensões, ao menos as que posso imaginar, formar imagem). Assim como o espírito é idimensional.

Mas, do lado de cá (da mente mundana ou concreta), tenho também, embora de maneira sutil e fugidia mesmo, de admitir ou se quisermos, adotar, um conceitual. Porque enquanto cá estamos, não ideamos propriamente o lá: imaginamos (formamos imagem), mas não estamos no mundo da ideia – que será certamente mais amplo e rico que a mera imagem ou fantasia.

Ou seja, partimos de um conceitual: lá refoge ao aqui; lá é outra coisa.

Ao mesmo tempo em que nos dispomos a participar do lá, adotamos como ponto de partida o que de melhor temos aqui: o conceito sobre o lá.

Por onde concluímos que a admissão do abstrato, parte do lógico, pois é o lógico que formula e “entende” a coexistência de dois naipes mentais.

Apenas que este, que está aqui, o “raciocínio lógico”, não entende e não abarca o que está lá, e cujo start ou partida acha-se num “raciocínio sem lógica”, ilógico, portanto. Mas é, também, um raciocínio (advém da razão). E cujo oposto não constitui verdade, pois o “ilógico”, por ser mais, de cuja particularização advém o lógico, “entende” e agasalha este, o lógico.

Em suma, a mente superior igualmente guarda uma lógica; ao menos na sua admissibilidade, na fonte de sua existência para nós. Aqui, uma lógica mais fiel ao seu étimo, qual seja, a formulação do logos ou logoi (o Logos que nos é mais próximo), uma lógica, indene de dúvida, transcendental, que ultrapassa os limites da simples razão.

Essa lógica transcendental, atrelada à lógica do raciocínio, é que leva à realização na Terra.

Se livre, solta, meramente mística, pouco nos serve.

É aqui que temos de realizar os valores maiores de que nos damos conta.

Isto é evolução. O que o Logos espera de cada um de nós.

O que está “bem” deste lado, não comporta estar “bem” do lado oposto.

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