Revista ozren design
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ozren design
Saiba preparar suas impressões
Kuat e a nova identidade visual
Helvetica fonte mais usada no mundo

Philip B. MeggsTradução: Cid KnipelEdição revista e atualizada por Alston W. Purvis
Fundamental na formação de várias gera-ções de designers em todo o mundo, His-tória do design gráfico, de Philip B. Meggs (1942-2002).
Lançamento
ARTE . LITERATURA . ARQUITETURA & DESIGN . CINEMA & TEATRO . ENSAIO FOTOGRAFIA . MODA . MÚSICA & DANÇA . LANÇAMENTOS . EVENTOS . INFANTIL
História do design gráfico

3
sumário . ozren design
sumárioexpediente
Projeto gráficoMiriam Mendes
DiagramaçãoMiriam Mendes
RevisãoMiriam Mendes
CoordenaçãoHangel Sales
Tiragem
1 exemplar
Impresso na
Futura express em
papel couche 120 gr
Guaraná Kuat e a nova
identidade visual
14
Design da embalagem
20
6 dicas para uma boa
wfotografia
16
O misterio das cores
22
As ilustrações de Catarina
Gushiken
18
notícias / eventos -Manual prático
de produção gráfica04
Pré-impressão
Saiba preparar suas impressões06
Acabamento especial10
A fonte que todo designer deve
conhecer e deveria possuir05
Rotogravura / Serigrafia08
Portfolio com Joshua Davis11

4
ozren design . notícias gráficas
Manual práticode produção gráfica
Praticamente de cada capítulo deste li-
vro é possível fazer um só livro, porque
são abordados temas complexos como:
a preparação dos ficheiros para a im-
pressão; a avaliação e a escolha dos
originais; a escolha correta das cores; a
prevenção do ganho de ponto; a ava-
liação e a correção das provas de cor;
a escolha do processo de impressão; a
escolha dos suportes adequados para
imprimir e os acabamentos indicados;
a descrição de um trabalho, a escolha
da gráfica e, finalmente, dou algumas
dicas sobre alguns problemas com que
me deparei na minha experiência como
produtora gráfica. Com este manual
gostaria de conseguir que todos aque-
les que estão envolvidos no processo
criativo - desde clientes a accounts ou
criativos - se tornem mais participativos
na produção, principalmente no senti-
do de perceberem um pouco mais de
artes gráficas, de forma a que ninguém
mantenha falsas expectativas relativa-
mente aos impossíveis desta profissão,
então ficarei com a sensação de dever
cumprido: todos falando a mesma lin-
guagem.
Atualmente há 2 grandes circuitos que
um trabalho gráfico pode seguir: o circui-
to digital e o circuito convencional. Para
decidir exatamente qual deles devemos
seguir, há que considerar vários fatores:
tiragem; qualidade; prazo e preço. Há
que conhecer muito bem todos os pro-
cessos de impressão convencionais e
digitais para tomar a decisão certa.
Este livro pode ser compra-do em qualquer livraria, na Loja das Maquetas www.lojadasmaquetas.com ou através da editora www.principia.pt
eventosPixel Show 2009
Quinta edição do evento reali-
zado pela Zupi traz dois pales-
trantes internacionais. Confira
os preços promocionais.
exposiçõesExpo fotográfica aceira trabalhos
Universo do Conhecimento
inaugura galeria de artes com
expo fotográfica e seleciona
trabalhos para comporem novo
espaço.
eventosIcsid World Design Congress
Congresso aborda tendências
do design mundial com foco em
soluções de sustentabilidade.
eventosSP Photo fest
Primeira edição do evento in-
ternacional de fotografia toma
conta do Museu da Imagem e
do Som entre os dias 10 e 13
de setembro.
eventosDr. Sketchy’s Anti Art School
Movimento artístico criado pela
artista Molly Crabapple chega
ao Brasil. Dia 26 de junho.
eventosParaty em Foco
Fotógrafos e amantes da arte
do click se reúnem na cidade
histórica em setembro.

tipografia . ozren design
A fonte que todo designer deve conhecer e deveria possuirEm 1957, Max Miedinger criou a fa-
mília tipográfica chamada Neue Haas
Grotesk, que foi comprada por Eduard
Hoffman para a empresa Haas’sche
Schriftgiesserei de Münchenstein,
Suíça. Em 1960 a fonte foi renome-
ada para refletir o nome do país em
latim – Helvetica. Espalhado como
um símbolo de tecnologia-de-ponta
suíça, Helvetica se tornou reconheci-
da mundialmente.
O objetivo da tipografia conhecida
hoje como Helvetica, era de criar um
tipo claro, sem significados culturais,
de fácil legibilidade e que pudes-
se ser usado em diferentes tipos de
suporte: desde sinais de trânsito até
impressos em papel. Helvetica é uma
das fontes sem-serifa mais usadas no
mundo. Existem versões para línguas
derivadas do latim, cirílico, hebreu e
grego além de versões especiais para
hindu, urdu, khmer e vietnamita. Va-
riantes dos sistemas de escrita base-
ado em caractéres incluem chinês,
japonês e koreano foram desenvolvi-
dos para complementar a Helvetica.
Entre as empresas mais famosas que
usam Helvetica nas suas marcas in-
cluem a 3M, American Airlines, a rede
de jornalismo BBC News, Boeing,
Jeep, linhas aéreas Lufthanse, Mi-
crosoft, Panasonic e muitos outros.
A fonte está até impressa nos ôni-
bus espaciais da Nasa, além de ter
seu próprio filme. Helvetica do diretor
Gary Hustwit é um longa-metragem
independente sobre tipografia, design
gráfico e cultura visual global. Ela olha
para a proliferação de um tipo de le-
tra (que comemorou seu aniversário
de 50 anos em 2007) como parte de
uma grande conversa sobre como o
tipo afeta as nossas vidas. O filme é
uma exploração dos espaços urba-
nos em cidades grandes e do tipo
que habita-las, e uma discussão flui-
da com designers de renome sobre
o seu trabalho, o processo criativo, e
as escolhas e estética por trás da sua
utilização do tipo.
Helvética:
5

6
ozren design . pré-impressão
Saiba preparar suas impressões
Para qualquer prestador de serviços,
oferecer um produto empecável para o
cliente é fundamental. No caso do design
impresso, a preparação de uma impres-
são é parte integrante de um job de su-
cesso. Se um trabalho de design é uma
corrida de 1500 metros, a pré-impressão
consiste nos 500 metros iniciais. Trope-
çar nesse trajeto pode comprometer todo
o trabalho, custando muito ao seu estúdio
em termos de tempo, gastos e, o pior de
tudo, colocar a confiança do cliente em
jogo. O ponto de largada para um bom
projeto impresso é assegurar que ele terá
as cores que você e o cliente escolhe-
ram. Ao contrário do que muitos podem
pensar, o gerenciamento de cor não é
um assunto tão árido quanto pode pa-
recer: hoje, com um bom monitor e um
calibrador de impressora, você está bem
protegido contra erros.
Depois de adquirir o hardware adequado,
a etapa seguinte é selecionar aplicações
que façam a leitura de cor mais realista
possível. Felizmente, a parte mais difícil do
trabalho já foi feita pela Periodical Publi-
shers Association (PPA), que padronizou
o processo de pré-impressão em alcan-
ce global. O objetivo do guia pic4press é
melhorar a previsibilidade e a consistên-
cia das imagens digitais no intercâmbio
entre fotógrafos, editoras e gráficas.
O guia mostra como otimizar os progra-
mas da Adobe Creative Suite para lidar
com perfis de cor no formato ICC, entre
muitas outras coisas.
Já o guia pass4press, também da PPA,
fala sobre um dos aspectos mais impor-
tantes do trabalho impresso: a criação
de PDFs para os mercados publicitário
e editorial. Também é possível baixar
presets para QuarkXPress, InDesign e
Acrobat Distiller, além do próprio guia, em
www.pass4press.com.
Padrões de PDF
De acordo com o guia pass4press, o
padrão PDF/X-1 a é o que mais facili-
ta a troca de arquivos entre designers
e gráfica. Contudo, o que o pass4press
não explica é como eliminar quatro gran-
des problemas que costumam ocorrer
na geração de PDFs: a não-fixação de
fontes, espaços de cor em RGB, ima-
gens faltando ou erros como overprint e
invasão de cor. Apenas a pré-impressão
poderá identificar esses problemas antes
que eles cheguem nas mãos do cliente.
O Adobe Acrobat Profissional(que se en-
contra na versão 9.0) é a aplicação ideal
para abrir PDFs, além de conter proprie-
dades extremamente úteis para os de-
signers. A ferramenta Preflight, presente
na versão 9.0(menu Advanced>Preflight)
analisa o conteúdo de um PDF para de-
terminar se ele está válido para a impres-
são, inspecionando o arquivo por meio
de um conjunto de valores ou ‘perfis’ de-
finidos pelo próprio usuário. Também há
inúmeros perfis de pré-impressão padrão
construídos com base no Ghent PDF
Workgroup(www.gwg.org), um comitê de
experts dedicados a formular especifica-
ções para melhores práticas na arte grá-
fica e no design.
Problemas de pré-impressão podem custar muito em termos de tempo, dinheiro e reputação. Compreender a preparação de impressos é essen-cial para evitar tropeços

7
pré-impressão . ozren design
Melhore a sua imagem para impressão
Mesmo na fotografia profissional, o resultado da impressão pode decepcionar.
É aí que entram as ferramentas de melhoria de nitidez do Photoshop. É importante lembrar que esses recursos não podem me-
lhorar uma imagem que está focalizada de modo incorreto.
A ferramenta Smart Sharpen proporciona um campo de edição mais amplo. mesmo assim, faça sempre uma série da mesma
imagem com tolerâncias diferentes antes de mandar o trabalho para a impressora.
01. 04.
05.
02.
03.
Antes de aplicar qualquer melhoria, lembre-se
de otimizar o tamanho da imagem. Se me-
lhorar a nitidez dos pixels e depois reduzir a
imagem, perderá todos os detalhes editados.
A melhoria da nitidez ocorre com ampliação
dos pixels claros e escuros que estão próxi-
mos uns dos outros. Escurecendo os pixels e
vice-versa, cria-se uma borda definida.
Com o Radius em 2.4, conseguirei uma borda
nítida assim que os pixels estiverem reduzidos
e compactados. Agora posso reduzir a por-
centagem de Amount, o que vai restaurar a
quantidade de fragmentação dos pixels. Um
bom jeito de checar as alterações na sua cai-
xa de diálogo é segurar a barra de espaço.
Assim você pode arrastar o preview e fazer
com que a imagem volte ao estado original.
O último ajuste a ser aplicado é Remove.
Posso usar o Motiom blur para corrigir uma
fototremida e o Gaussian blur em imagens
escaneadas. Costumo evitar o More Accurate,
pois ele pode bagunçar a granulação da foto.
Depois, melhoro áreas como os olhos usando
Sharpen com pouca opacidade.
Para abrir a caixa de diálogo SmartSharpen,
vá Filter > Sharpen > SmartSharpen. Clique
em um ponto e foco na imagem. mantenha a
dialog view em 100%, mas deixe a imagem
do fundo com 50% do tamanho para ter uma
idéia do resultado da impressão. Você pode
mudar a escala da imagem de fundo pressio-
nando Ctrl - ou Ctrl +.
Começo colocando 500% no valor do Amount
para ver o quanto meus ajustes de Radius
precisam ser aperfeiçoados. O Radius é a
grossura das auréolas que o Photoshop traça
ao redordas bordas de uma imagem. Para ver
o que isso significa, aumente bastante os va-
lores. Mantenha os valores baixos, mas, como
o que estou vendo na tela não se traduzirá na
impressão, consulto tanto a imagem de fundo
quanto a pré-visualização na caixa de diálogo.
Ajuste o valor para 2,4 px.

8
ozren design . impressão
Rotogravura: Sistema de impressão Encavográfico
Difere-se dos outros métodos pela ne-
cessidade de que todo o original tenha de
passar por um processo de reticulagem,
incluindo o texto. A impressão é rotativa e
se dá em diversos tipos de superfície.
O primeiro projeto de uma máquina com
matriz de impressão apresentando o gra-
fismo gravado, foi patenteada em 1784
por Thomas Bell. Porém, o primeiro pro-
jeto de um equipamento rotativo de im-
pressão a utilizar deste tipo de processo
data de 1860, e deve-se a Karl Klic, que
é considerado pai da Rotogravura.
Na Rotogravura, a impressão aplica quan-
tidade de tintas em diferentes partes do
impresso. Isso é possível graças à grava-
ção de células em um cilindro revestido
com cobre e cromo. A gradação das to-
nalidades da imagem é determinada pela
profundidade das células: as profundas
contêm mais tinta, assim imprimem tons
mais escuros; as rasas, com menos tin-
ta, resultam em tons mais claros. Depois
de ser gravada no cilindro revestido com
cobre, a imagem é recoberta com cromo
para dar maior durabilidade.
O sistema de pré-impressão consiste
nas etapas necessárias para confecção
dos cilindros de Rotogravura. O cilindro
é a unidade básica de impressão, isto é,
para cada cor de impressão corresponde
um cilindro de Rotogravura. O processo
final da pré-impressão é a gravação de
cilindros. Este tipo de impressão é feito
em máquinas rotativas, que podem ser
alimentadas por folhas ou por bobinas.
A alimentação por folhas é utilizada para
pequenas tiragens e reproduz trabalhos
de arte. A alimentação por bobinas é
projetada para rodar a altíssimas velo-
cidades, sendo ideal para trabalhos de
elevada tiragem.
No processo de impressão, o cilindro é
instalado na máquina (normalmente com
8 cores) é imerso num tinteiro que con-
tém tintas e solventes de secagem rápida
(por evaporação).
Existe depois uma raclete instalada no
início que entra em contato com o pa-
pel que visa remover o excesso de tinta.
Depois de estar devidamente entintado,
entra em contato com o papel (plástico,
papelão...), que em pressão com o cilin-
dro compresso vai imprimir.
Sua vantagensImpressão de walta qualidade e alta tira-
gem em branco, preto e colorido;
Qualidade uniforme em toda tiragem;
Pretos mais ricos e gama mais ampla de
tonalidades em relação a todos os outros
processos de impressão;
Mais econômicas nas altas tiragens e
altas velocidades. No entanto, com pre-
paração cuidadosa e atenção para os
detalhes, as pequenas tiragens podem
ser feitas a um custo competitivo;
As chapas e cilindros, embora durem
mais, custam mais que os tipográficos ou
em offset.
Trata-se de um processo de impressão direta, cujo nome deriva da forma cilíndrica e do princípio rotativo das impressoras utilizadas.

9
impressão . ozren design
Serigrafia: Popularmente chamada de silk-screenDesde os tempos mais remotos, existe,
no Oriente, o estêncil (pl. estênceis, em
inglês stencil) para a aplicação de pa-
drões (modelos, espaços seqüenciais)
em tecidos, móveis e paredes.
Na China os recortes em papel (cut-
papers) não eram só usados como uma
forma independente de artefato, mas
também como máscaras para estampa,
principalmente em tecidos.
No Japão o processo com estêncil al-
cançou grande notabilidade no período
Kamamura quando as armaduras dos
samurais, as cobertas de cavalos e os
estandartes tinham emblemas aplicados
por esse processo. Durante os séculos
XVII e XVIII ainda se usava esse tipo de
impressão na estamparia de tecidos.
Aos japoneses é atribuída a solução das
“pontes” das máscaras: diz-se que usa-
vam fios de cabelo para segurar uma
parte na outra.
No Ocidente registra-se no século pas-
sado, em Lyon, França, o processo (de
máscaras, recortes) sendo usado em
indústrias têxteis (impressão a la lyon-
naise ou pochoir) onde a imagem era
impressa através dos vazados, a pincel.
No início do século registravam-se as
primeiras patentes: 1907 na Inglaterra e
1915 nos Estados Unidos, e o números
de impressos comerciais cresceu muito.
Na América, os móveis, paredes e ou-
tras superfícies eram decorados dessa
maneira.
Foram raros os artistas que utilizaram o
processo como ferramenta para a exe-
cução de gravuras, ou de trabalhos grá-
ficos.Theóphile Steinlein, um artista suíço
que vivia em Paris no início do século
(morreu em 1923) é um dos poucos
exemplos do uso da técnica.
No fim da segunda guerra mundial,
quando os aviões americanos aterriza-
ram em Colónia (Alemanha), com suas
fuselagens decoradas com emblemas e
comics em serigrafia, surgiu o interesse
europeu pela técnica.
Serigrafia ou silk-screen é um processo
de impressão no qual a tinta é vazada
– pela pressão de um rodo ou puxa-
dor – através de uma tela preparada.
A tela, normalmente de seda, náilon ou
poliéster, é esticada em um bastidor de
madeira, alumínio ou aço. A “gravação”
da tela se dá pelo processo de foto-
sensibilidade, onde a matriz preparada
com uma emulsão fotosensível é colo-
cada sobre um fotolito, sendo este con-
junto matriz+fotolito colocados por sua
vez sobre uma mesa de luz. Os pontos
escuros do fotolito correspondem aos
locais que ficarão vazados na tela, per-
mitindo a passagem da tinta pela trama
do tecido, e os pontos claros (onde a luz
passará pelo fotolito atingindo a emul-
são) são impermeabilizados pelo endu-
recimento da emulsão fotosensível que
foi exposta a luz.
É utilizada na impressão em variados
tipos de materiais (papel, plástico, bor-
racha, madeira, vidro, tecido, etc.), super-
fícies (cilíndrica, esférica, irregular, clara,
escura, opaca, brilhante, etc.), espessu-
ras ou tamanhos, com diversos tipos de
tintas ou cores. Também pode ser feita
de forma mecânica (por pessoas) ou
automática (por máquinas).

10
ozren design . acabamentos
Acabamento especial
Há inúmeras finalizações disponíveis para destacar um trabalho impresso muitas vezes elas são mais importantes do que a própria impressão.
Conheça algumas das finalizações:
As facas consistem no pro-
cesso de cortar e moldar
usando um bloco de metal.
O bloco é utilizado para cortar
partes especificas do design
de modo a criar um efeito tátil
e decorativo.
Como o alto relevo, o baixo
relevo cria imagens tridimen-
sionais por meio de uma de-
pressão na impressão.
O envernizamento em UV é
um dos processos que mais
destacam as cores. Elas ficam
mais ricas e fortes, especial-
mente se o verniz é aplicado
em apenas alguns elemen-
tos.
Esse tipo de estampa envolve
um filme que é pressionado
no material impresso usando-
se uma faca.
O alto relevo permite a criação
de um design tridimensional
por meio da pressão de calor
no papel.
Overprint é o simples proces-
so de imprimir uma cor em
cima da outra de modo que
ela se interseccionem.

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portfolio . ozren design
Joshua DavisPortfolio
“Gosto de bagunçar tudo o que fiz e começar do zero. Um caminho diferente resulta em novas aventuras, novos erros e também em novos triunfos”

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ozren design . portfolio
Pioneiro na abstração dinâmica, forma de arte gerada por
computadores, o artista, designer e tecnólogo nova-iorquino
Joshua Davis já trabalhou para BMW, Nike e Motown Recor-
ds, exibiu trabalhos em galerias como a Espeis Galery, em
Nova York, EUA, a Maxalot, e Amsterdã, Holanda, e também
em museus como MoMA, em Nova York, e o Guggenheim
de Bilbao, na Espanha. Além de ser professor na School of
Visual Arts de Nova York, Joshua da palestras memoráveis
em conferências.
Em 2001 o artista ganhou um prêmio do Prix Ars Electroni-
ca na categoria Net Excellence.

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portfolio . ozren design

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ozren design . criação e design
Guaraná Kuat Nova identidade visual
O guaraná Kuat, da Coca-Cola, que
completa dez anos de vida no final des-
te ano, decidiu arregaçar as mangas e
promover algumas ações com o objeti-
vo de conquistar novos consumidores e
uma participação mais polpuda dentro
de seu mercado.
A estratégia da companhia vai começar
por uma grande mudança na identida-
de visual do Kuat.
A idéia é se apropriar da cor que carac-
teriza o refrigerante, adotando o dourado
como cor predominante, diferentemente
dos tradicionais verde e vermelho da
categoria, estabelecendo uma evolução
dentro do segmento de guaranás pre-
mium. Além de mais moderno, o grafis-
mo de Kuat também está mais icono-
gráfico: a letra K do logotipo ficou mais
longelínea e a imagem do fruto, verme-
lha, dá lugar a uma discreta esfera, na
mesma cor.
Criada pela agência Santa Clara, a nova
identidade visual tem um simbolismo
especial na construção da nova postu-
ra, mais ousada, de Kuat, que pretende
inspirar as pessoas a “buscar sempre a
evolução em suas vidas”.
“A mudança visual é apenas o começo
de um novo e envolvente caminho.
As novas embalagens marcam o início
da evolução também da nossa comu-
nicação com o consumidor”, explica
Andréa Mota, diretora de marketing da
Coca-Cola Brasil.
As novas latas de Kuat são totalmente
douradas, com exceção do logotipo em
verde e vermelho.
Já Kuat Zero traz pequenas frisas bran-
cas alternadas ao dourado.
Nas garrafas - tanto as de vidro quanto
as de PET, a solução para ressaltar o
dourado foi simples: embalagens trans-
parentes substituíram as verdes, fazen-
do com que o líquido se encarregue de
dar o tom dourado à embalagem. Vale
ressaltar que a marca Kuat é líder no
segmento guaranás em importantes ca-
pitais, como Salvador, Fortaleza e Teresi-
na, cidades onde vem se distanciando à
frente de seu principal concorrente.

15
criação e design . ozren design

16
ozren design . fotografia
Exercitar o olhar é fundamental para se obter boas fotosAs câmeras fotográficas digitais, tradicio-
nais ou em celulares - estão em toda
parte: nas ruas, no ônibus, no metrô, no
avião, no restaurante, na balada, no colé-
gio ou na faculdade e até em ambientes
de trabalho. Não há dúvida, nunca se
fotografou tanto como hoje. Assim como,
jamais se mostrou tanto o que se clica.
Por fim, em tempo algum o fotógrafo foi
tão protagonista de suas próprias ima-
gens. Esses dois últimos exemplos, por
sinal, são uma clara cortesia da internet e
suas múltiplas redes de relacionamento.
Alguns pesquisadores, como o indiano
Ramesh Raskar do MediaLab, laborató-
rio de mídia do Instituto de Tecnologia
de Massachusetts (MIT, na sigla em in-
glês), nos EUA, um dos principais cen-
tros da vanguarda mundial de pesquisa
em novas tecnologias, têm se dedicado
ao estudo do tema. Para Raskar, o que
estamos testemunhando é o surgimen-
to de uma “cultura da câmera” (camera
culture, em inglês).
Raskar defende que não se trata apenas
de uma mera expansão quantitativa das
imagens. O fato novo é o relacionamen-
to entre as pessoas, mediado pela inter-
net e baseado cada vez mais no registro
e no desejo de se consumir imagens.
O digital mudou tudo - ou quase - na
fotografia. “A fotografia extrapolou suas
fronteiras com o digital. E o mercado
expandiu de tal forma que hoje todo
mundo tem interesse nesse assunto”,
observa Duda Escobar, show manager
da PhotoImage Brazil, maior evento do
setor da América Latina, que começou
ontem (11) em São Paulo.
É preciso experimentar - De um jeito ou
de outro, a boa notícia é que não im-
porta qual a câmera que você tem ou
pretende comprar. Ela é capaz de tirar
boas fotos. A opinião é do pelo renoma-
do fotógrafo Klaus Mitteldorf, que costu-
ma tirar belas fotos até com os seus ce-
lulares, e ao idealizador e curador-geral
do tradicional Prêmio Porto Seguro de
Fotografia, Cildo Oliveira, que sempre se
preocupou em abrir espaço para novas
plataformas de pesquisa da imagem
na premiação (neste ano as fotos feitas
com celulares ganharam uma catego-
ria própria). Para você acertar no clique,
preparamos um guia com dicas simples
que podem ajudá-lo nesta missão. A pri-
meira - e talvez mais importante dica - é:
tire muitas fotos, muitas mesmo.
Experimente todos os ajustes e opções
de comandos que encontrar na máqui-
na e observe atentamente aos resulta-
dos deles. Em suma, explore e exercite
seu olhar.
É claro que uma câmera mais sofisti-
cada trará mais recursos e, com eles,
mais possibilidades. Mas isso não quer
dizer que ela é garantia de uma boa foto.
“Uma boa câmera sempre ajuda, mas o
olho do fotógrafo é fundamental na ima-
gem”, observa Oliveira. “O bom fotógrafo
é aquele que sabe usar o seu equipa-
mento, seja ele de boa ou má qualida-
de”, pondera Mitteldorf.
Apesar da revolução trazida pelo digital e
do filme fotográfico ter virado quase item
de museu, o negócio de revelar fotos
(imprimir imagens em papel fotográfico),
que há pouco tempo parecia ter sido
sepultado, têm prosperado e movimen-
ta, em todo o mundo, cerca de US$ 1
bilhão. Quer dizer, muita gente percebeu
que a melhor forma de ver fotos ainda é
no bom e velho - e analógico - álbum.
Ironias do mundo digital.
Tente fugir do clichê de colocar o as-
sunto sempre no meio da foto. Desclo-
car o objeto principal da imagem pode
fazer toda a diferença para deixá-la mais
interessante.
Lembre-se que o flash tem um alcance
limitado, de normalmente três a cinco
metros, às vezes um pouco mais. Não
adianta deixar o flash ligado em uma foto
onde o foco é um objeto a 30 metros.
Cores vibrantes, linhas e outros objetos
podem interferir ou tirar a atenção do
foco. Um erro engraçado, porém muito
comum, é tirar foto de uma pessoa em
frente a uma árvore onde os galhos pa-
recem formar chifres sobre sua cabeça.
01 02 03

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fotografia . ozren design
Tire fotos na altura dos olhos da pes-
soa. Para tirar foto de criança fique de
joelhos, sente, atire-se no chão. Faça o
necessário para ficar ao nível dela.
Muitos assuntos exigem uma foto verti-
cal. Se o foco tiver mais linhas verticais,
como um farol ou uma escada, vire a
câmera.
Sempre que puder, aproveite a luz do
Sol. Posicione-se de forma a deixar a
fonte de luz à suas costas, aproveitando
assim a iluminação. É impressionante
quanta diferença pode fazer um simples
passo para o lado.
04 05 06

18
ozren design . ilustração
Ilustração Catarina Gushiken
ozren: Como foi sua trajetória no merca-
do de trabalho?
Comecei a trabalhar com 16 anos,
como assistente de arte na revista Show
Bizz. No ano seguinte, fui para Cavalera,
onde trabalhei por sete anos. Comecei
como estagiária e depois assumi a co-
ordenação de estilo. Hoje aos 26 anos
tenho o meu próprio studio, onde de-
senvolvo projetos de design. As roupas
são suportes maravilhosos como tantos
outros. A diferença é que amo criar as
roupas assim como criar as estampas.
Aqui no studio desenvolvo peças e es-
tampas exclusivas e o cliente pode levar
enquadrado o desenho da sua roupa.
ozren: Como você define seu estilo?
Quais são suas fontes de inspiração?
Referências orgânicas distorcidas, com
uma cartela de cores e um movimen-
to que faz com que tudo pareça vir de
um sonho, onde a sensualidade está
implícita em cada traço. A leveza e a se-
gurança que os meus amigos e minha
família me trazem são minha maior fonte
de inspiração!
ozren: Quais as técnicas que utiliza em
seus trabalhos?
Uso aquarela, nanquim, pastel seco,
tinta de tecido, tinta acrílica de parede,
misturo tudo, depende do suporte.
Gosto de desenhar à mão e não utilizo
recursos gráficos.
ozren: Você prefere ter temas definidos
ou livres?
Gosto de ter uma direção de trabalho
bem definida, mas com liberdade de
criação. Agora se não é trabalho, gosto

19
ilustração . ozren design
de ser livre, não penso em nada quando
estou desenhando.
Não formulo histórias. O desenho vai
acontecendo à medida que traço. Tudo
vem do subconsciente.
ozren: O que você ainda espera realizar
dentro do mundo da moda?
Desde que comecei a trabalhar, uma
coisa sempre me projetou para outra e,
para minha alegria, a outra sempre me
fez crescer. Espero realizar muitos pro-
jetos e concretizar muitos sonhos. Não
vou parar de pensar em realizações
nunca. Trabalho intensamente amando
tudo o que faço e tenho ao meu lado
pessoas maravilhosas.
ozren: De que trabalho você sente mais
orgulho em ter realizado?
O de montar meu studio com a minha
identidade visual.
ozren: Qual a sua visão a respeito do
mercado da moda hoje?
O mercado da moda está se profissio-
nalizando cada vez mais.
A Zoomp é um exemplo disso.
Desde 2006 a marca é controlada pelo
grupo HLDC e anunciou a criação de
um grupo de gestão de marcas de
moda chamado Identidade Moda (I’M),
além da compra de quatro grifes: Clu-
be Chocolate, Fause Haten, Cúmplice
e Herchcovitch; Alexandre. Isso já havia
acontecido na Europa há muito tempo,
o estilista Marc Jacobs, por exemplo, fez
o faturamento para a Vuitton triplicar, e
foi consagrado como mago das tendên-
cias e dos lucros, por isso o presidente
da LVMH (um grupo que possui várias
marcas) renovou o contrato com ele por
10 anos.
Os valores do negócio são guardados
a sete chaves, mas já dá pra imaginar
porque este grupo comanda a Christian
Dior, Givenchy, Guerlain, Moët et Chan-
don, nomes de prestígio, universalmente
conhecidos, sinônimos de luxo, de qua-
lidade e refinamento.

20
ozren design . embalagem
Design da embalagem:Composição e apresentação da embalagem
Dando vida ao projetoPonto em que o designer passa a inter-
ferir no projeto;
A composição deve atender a todas as
premissas do projeto;
Encontre o ponto de maior relevância e
trabalho prioritariamente nele;
Deve ser decidido se a ênfase será por
meio da cor, imagem, texto, forma, com-
posição. Defina o foco do trabalho.
Hierarquia da composiçãoConceitos de diagramação chamado
Grid design( ou malha), desenvolvidos
pela escola suíça de desenho para o
estilo internacional de design(1950);
Crie uma hierarquia clara na compo-
sição para aplicar a ênfase, definindo
uma ordem de importância para as in-
formações; O consumidor confia mais
em embalagens que apresentam uma
ordem hierárquica;
Focalizando o desenvolvimentoTrabalhe “em linha reta”, executando uma
atividade após a outra, seja objetivo;
Não questione as definições antes do
boneco da embalagem estar montado;
Inicie pelo desenho ou pela planta téc-
nica, depois, vá colocando todos os de-
mais elementos.
A forma É o principal elemento de diferenciação,
provendo identidade ao produto;
Deve ser o ponto relevante para pro-
dutos com personalidade, de entidade
complexa e sofisticados.
A corPrincipal elemento de comunicação que
provoca estímulos visuais que podem
influenciar na percepção;
Fique atento ao sentimento que a cor
transmite;
Produtos com a cor como ponto rele-
vante da embalagem são facilmente
reconhecidos e acabam tendo algo em
comum na categoria;
Faça a pergunta:
De que cor é o produto?
-se a resposta não for clara e objetiva,
alguma coisa está errada.
Utilizando fotosÉ o ponto de relevância mais trabalhoso;
Para imagens de produtos alimentícios:
- Tem que explorar o apetite
- Utilize um ângulo simulando uma pes-
soa vendo o produto a sua frente na
mesa;
- Trabalhe sempre com a ajuda de um
produtor de alimentos.
Ao utilizar pessoas:
- Só use modelos se possuirem empatia;
- Evite focar diretamente os rostos, de
ênfase ao produto.
Procure dar movimento a cena;
Utilize efeitos gráficos apenas para ge-
rar um clima ou significado de estilo ao
produto.
Utilizando ilustraçõesIlustrações possuem uma mística pró-
pria que atribuem em toque humano
e artístico ao produto; Desenhos hiper-
realistas podem dar ênfase; Desenhos não
realistas podem provocar a imaginação
do consumidor e o estilo do desenhista
agrega personalidade ao produto.

21
embalagem . ozren design
Assinatura do produtoÉ o elemento-chave da identidade do
produto;
O logo do produto deve expressar uma
personalidade e seus atributos significa-
tivos, enfatizando seu diferencial;
O estilo do logo deve ser exclusivo do
produto e jamais ser aplicado em outro;
Nunca utilize um tipo comum.
Se usar, altere;
Preveja como esse logo será utilizado
no material promocional.
TipografiaPode agregar valor e significado ao produto;
Deve manter uma unidade com o logo-
tipo do produto;
Todo material deve ser relacionado:
-logotipo;
-descritivos, textos legais e obrigatórios
- material de ponto de venda
- material promocional
Não se deve abusar na utilização de fa-
mílias de tipos, apenas uma com suas
variações (negrito, light, etc);
Tipos compactos (futura condensed)
funcionam melhor em embalagens com
pouco espaço;
Para massa e peso visual, funcionam
melhor: Franklin e Helvetica heavy
Sempre utilize alto contraste.
Fundo da composiçãoOs elementos de fundo da embala-
gem geram um clima ou um ambiente
para o produto;
Pode ser um elemento coadjuvante ou
parte expressiva do conjunto.
Elementos visuais de apoioSão componentes que promovem uma
interação entre as informações do pro-
duto e sua identidade.
Permitem dar mais ênfase e significado
a uma determinada informação; Podem
ser compostos por ícones ou símbolos
culturais; Podem estar impressos na
embalagem ou inseridos.
Composição e diagramaçãoDeve ser estudado o peso necessário à
função de cada elemento;
O elemento relevante precisa agrupar
em sua volta os demais elementos; De-
ve-se agrupar os elementos por blocos
informativos e significantes, criando uma
unidade entre eles; Os elementos pe-
riféricos devem sempre contribuir para
elevar e destacar o elemento relevante;
Não devem competir pela força de co-
municação visual.
Finalizando o designCrie uma boneco da embalagem o
mais fiel possível;
A planta técnica deve ter descrita todos
os detalhes sobre o projeto;
Confronte uma gôndola com varias
embalagens para observar o agrupa-
mento em massa.
Apresentação do designDeve ser considerada como uma etapa
do projeto, em que se deve verificar se o
design aponta para o caminho certo
Monte uma apresentação com a sequ-
ência de informação necessária ao en-
tendimento do projeto;
Deve seguir o passo a passo do proje-
to, apresentando primeiro as pranchas
e estratégia de design, enfatizando os
objetivos estabelecidos;
Demonstre com clareza como os objeti-
vos foram atingidos pelo desenho;
Exiba o passo a passo da montagem da
embalagem e seu estudo em gôndolas;
As duvidas devem ser resolvidas em
conjunto com o cliente, nunca encami-
nhar layouts para ser aprovado;
As pranchas e os protótipos devem ser
entregues ao cliente, pois fazem parte
da historia do produto.
Considerações finais Dificilmente uma embalagem é aprova-
da completamente na 1° apresentação.
Sempre existiram ajustes e sugestões
para serem avaliadas;
O bom design não precisa ser defendi-
do com teorias ou retóricas explicativas;
Um bom design faz sentido e conquista
o entusiasmo do cliente;
Um designer nunca deve se comportar
como um competidor pela aprovação
de sua proposta e nem se considerar
um derrotado pela reprovação.

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ozren design . artigos técnicos
Não passa uma semana sequer sem
que eu receba e-mails com perguntas
sobre cores, desde consultas sobre a
aplicação em logotipos, uso em carta-
zes e até na decoração da casa. Mas
falar de cores é muito mais complexo
do que parece.
Existem várias teorias, estudos e con-
ceitos que divergem. O tema “cores” faz
parte de todas as disciplinas que lecio-
no. Sempre falo sobre essa diversidade
no mundo da escolha.
Abordo cinco modos de usá-las, cinco
associações cromáticas, que divergem
em alguns pontos, mas que estão cor-
retas sob o ponto de vista de estudo e
de pesquisa. São elas:
• associação psicológica;
• associação fisiológica;
• associação sinestésica;
• associação afetiva;
• associação matéria.
Também poderíamos analisar e aplicar
as cores levando em conta os estudos
da psicodinâmica e da cromoterapia; os
estudos matemáticos, os esotéricos e os
astrológicos, baseados na tradição celta,
indígena ou no nosso folclore; sem es-
quecer a história de cada sociedade —
abordo isso em associação afetiva. Um
estudo sobre o qual sempre me ques-
tionam é o feng shui.
Todos estão certos, desde que basea-
dos em conceitos e pesquisas sólidas.
Todas as possibilidades acima possuem
uma relação correta sobre a escolha,
uso e aplicação de cores.
Somado a isso, não podemos esquecer
nunca da relação pessoal que cada um
possui com as cores. Exemplo: no caso
de um projeto ter um direcionamento
mais pessoal, diferindo-o do que é feito
para um grande nicho de mercado.
As diferenças entre o que cada cor
causa em cada um dos seus métodos
de uso são grandes. E é por isso que
digo sempre que criar uma regra única
para o uso das cores configura um erro
grave. Cores podem ser “boas ou ruins”
dependendo da associação em que foi
baseada. O erro está no método de es-
colha e não na escolha.
Deve-se definir qual o tipo de associa-
ção, de pesquisa cromática que é o
mais adequado para o projeto em ques-
tão, seja ele de criação de logotipo, car-
taz ou decoração da casa. O amarelo,
por exemplo, pode ser uma cor positiva
dentro da psicologia cromática, mas é
negativa na relação fisiológica.
Isso tudo ainda se agrava quando temos
de juntar a associação cromática com a
superfície em que é aplicada. Será papel
(CMYK) ou vídeo (RGB)? Ainda usando
o amarelo como exemplo: sua variação
em intensidade de luz — vale sempre
lembrar que cor é luz — é enorme se
percebermos como o mesmo amarelo
pode refletir diferente — cor é luz refletida
— em um papel, uma parede, um tecido
e, principalmente, como difere em uma
superfície que já reflete luz, como uma
tela de vídeo.
Falando em iluminação, as diferenças
de uso e aplicação só aumentam.
O tipo de luz que temos em um ambien-
te influencia diretamente no modo como
vemos cada cor.
Se um projeto de uso de cor for para
cenografia, o figurino de um filme ou te-
atro tudo fica mais complexo porque a
iluminação criada para cada cena, cada
ato, interferirá diretamente na cor absor-
vida pelo nosso cérebro.
Portanto, não existe conceito único, re-
gra única quando falamos de cor.
Na verdade acredito, sim, em uma regra
básica, única, quando temos de esco-
lher cores: sinta-as antes de mais nada;
para mim, a sinestesia é sempre um
bom começo.
Termino com uma frase de Vincent van
Gogh sobre cores: “Normalmente, meu
espírito está inteiramente tomado pelas
leis das cores. Ah, se elas nos tivessem
sido ensinadas em nossa juventude.”
Um filme: “Gabbeh” — produção irania-
na de 1996, com direção de Mohsen
Makhmalbaf — não só porque gosto
muito de cinema iraniano. Mas este filme
é, com certeza, obrigatório para qual-
quer um que queira entender ou apren-
der mais sobre a linguagem das cores
e suas simbologias. Uma música: “Vol-
ta” — de Manacéia da Portela cantada
por Marisa Monte e pela Velha Guarda
da Portela — o que tem a ver com cor?
Diretamente nada, mas realmente cantei
essa música quase o tempo todo em
que escrevi este artigo. Sinestesicamen-
te, talvez ela tenha a cor do dia de hoje,
de uma lembrança... ou de qualquer ou-
tro momento azul. (Esta música faz parte
do documentário sobre a Velha Guarda
da Portela — Mistério do Samba).
O mistério das cores
Márcia Okida é designer gráfico, vice-presidente da Associação Cultural Vontade de Ver. Professora nos cursos
de Produção Multimídia, Jornalismo e Publicidade & Propaganda; coordenadora de Produção Multimídia. Univer-
sidade Santa Cecília (UNISANTA). www.marciaokida.com.br/blog . E-mail: [email protected]

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